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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ES1A1íSTICA

CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA


DIRETÓRIO REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO


N. 10-1957
0

PUBLICAÇÃO FEITA COM O CONCURSO DO


DEPARTAMENTO GEOGRAFICO

RIO DE JANEIRO
SERVIÇO GRÁFICO DO INSTITUTO BRASii EIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
ANUARIO GEOGRAFICO
DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
( Ciiado pela Res n9 98, de 19 de março de 1948,
<lo Diretólio Regional 'cio Conselho Nacional de Geogtafia)

Diretor: Lmz DE SouzA


Engenheüo Civil
(Designado pela Res n 9 102, de J '.i de dezembt0 de 1948, do D R G )

REDAÇÃO
DEPARTAMENTO GEOGRÁFICO
Edifício "Visconde de Itabotaí" - 10 9 andat
Rua Vise de Sepetiba esq da Av Amatal Peixoto
Nite1ói - Estado do Rio de Janci10
DIRETÓRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA

PRESIDENTE:
Engenheiro JosÉ CARLOS PoRCHAT
Secretário de Viação e Obtas Públicas

SECRETARIO:
Engenheiro Lur:z DE SouzA
Ditetor cio Departamento Geográfico

SECRETARIO-ASSISTENTE:
JEFFERSON FERREIRA DOS SAN10S
Chefe cios Serviços Auxiliares do Dep Geog1áfico

***
Engenheiro DÉcro SILVINO DE FARIA
Chefe da Divisão da Carta cio Departamento Geog1áfico

D1 Lurz FELIPE DE MORAIS LAMEGO


Professor ela Faculdade de Filosofia

St ALDEMAR ALEGRIA
Diretot cio Departamento Estadual ele Estatística

Sr FRANUsco S1EELE
Inspetor Regional de Estatística Municipal

Engenhei10 JosÉ JOAQUIM MONTEIRO DE CAS1RO JUNIOR


Chefe da Divisão ele Viação e Obras Públicas ela Prefeitura Municipal
ele Niterói

CONSULTORES TÉCNICOS
Engenheiro JosÉ SOUZA DE MIRANDA
Professor MoACYR PAVAGEAU
P1ofessor DÉcro FERREIRA CREf10N
Professor AoAu ro SOARES MONTEIRO
Coronel DÁcio CÉSAR
Excelentíssimo Senhor Presidente do Diretório Regional de Geografia e Secretário de Viação e
Obras Pí1blicas, Engenheiro José Carlos Porchat
Excelentíssimo Senhor Secretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia,
Engenheiro Virgílio Corrêa Filho
Excelentíssimo Senhor Professor Allyrio Hugueney de Mattos, Diretor da Divisão de Cartografia do
Conselho Nacional de Geografia, Lente Catedrático da Escola Nacional de Engenharia
e ex-Presidente da Delegação Fluminense integrante da Comissão Mista
de Limites São Paulo-Rio de Janeiro
SUMÁRIO

Págs

REGISTRO XV

A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA LITORÂNEA DO PETRÓLEO - Albei to


Ribei10 Lamego

GEOLOGIA DA SERRA DO MAR ENTRE OS PICOS DE MARIA COMPRIDA E


DESENGANO - Geo1ges F1édé1ic Rosie1 64

UMA CAMPANHA FLORESTAL NO TERRITÓRIO FLUMINENSE -- Ziede Coelho


Mo1eüa 91

CAUSAS GEOGRÁFICAS DO DESENVOLVIMENTO DAS OLARIAS NA BAIXADA


DA GUANABARA - Ma tia da Gió1ia de Cat valho Campos 126

XVII SESSÃO ORDINÂRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO CONSELHO NACIONAL


DE GEOGRAFIA 1 54

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO D R G EM 1956 159

REGISTRO EXTRAIDO DAS EFEMÉRIDES DA TERRA GOITACÁ 17,i

A PROVINCIA DO RIO DE JANEIRO EM 1856 187

ATAS DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS E RESOLUÇÕES DO DR G - 1956/1957 217

LEGISLAÇÃO DE INTERESSE GEOGRÁFICO 220

DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DOS MUNICÍPIOS E DISTRITOS DO ESTADO DO


RIO DE JANEIRO 234
REGISTRO
COM A SAWA DESTE NúMERO COMPLETA O ªANUARIO" A PRIMEIR11
DECADA DA SUA EXISTENCIA

DE 1948 A 1957 NUMEROSAS OCORRÊNCIAS GEOGRAFICAS FICARAM


REGISTRADAS NOS DEZ VOLUMES EDITADOS

NESSA f ORNADA DE DOIS LUS'l'ROS V ARIOS COLABORADORES EME-


RITOS ENCERRARAM AS SUAS LIDES TERRENAS, DEIXANDO EM PAGINA)'
DO "ANUARIO" OS TRAÇOS INDELÉVEIS DE SUA PERSONALIDADE, NO
REGISTRO DO SEU SABER, DA SUA CULTURA, DA SUA INCLINAÇÃO PEL1
CIENCIA GEOGRAFICA; RECORDAMOS, NESSE PLANO, AS FIGURAS SAU-
DOSAS DE LUIZ PALMIER, MIRTAR}STIDES DE TOLEDO PIZA, fOSE VERJS-
SIMO DA COSTA PEREIRA, EDUARDO RODRIGUES DE FIGUEIREDO, HUGO
LIMA CAMARA E f OSÉ FERREIRA GOMES

AO PASSAR AS FRONTEIRAS NACIONAIS, LEVOU O "ANUARIO GEO-


GRAFICO" PARA OS PAJSES DA EUROPA E DAS AMERICAS OS CONHECI-
MENTOS LAVRADOS NESTA GLORIOSA UNIDADE DO BRASIL - O ESTADO
DO RIO DE f ANEIRO - E DE LA EXULTARAM AO SABER DAS NOSSAS'
VALIOSAS CONQUISTAS NO CAMPO DA GEOGRAFIA REGIONAL

UM DECENIO DE ATIVIDADE ININTERRUPTA FOI CONSACrRADO PELO


"ANUARIO" AO ACERVO ESPIRl1'UAL DA GEOGRAFIA A ELITE DOS GEÓ-
GRAFOS NACIONAIS DIRETA OU INDIRETAMENTE SOLIDARIZA-SE A
CADA PASSO COM A REDAÇÃO, PARA OFERECER-LHE O CALOR DA SU.1
VIBRAÇÃO ClVICA EM PROL DO EMPREENDIMEN'J'O, QUE SEGUE EM
MARCHA SEGURA, PELO CAMINHO DAS REALIZAÇÕES

UM PER10DO DE DEZ ANOS DE ESFORÇOS VITORIOSOS REPRESENTA


UMA SEGURANÇA PARA O PROSSEGUIMENTO DE UMA OBRA LOGO,
PODEREMOS CONSIDERAR TRAÇADA A TRAfETóRIA FUTURA DESTA
REVISTA GEOGRAFICA ANUAL OS SEUS COLECIONADORE'\ EMPENHAM-
-SE POR ELA, NUMA CONSAGRAÇÃO EVIDENTE DE APREÇO PELA SU.1
UTILIDADE

TANTO OS RESPONSAVEIS PELA PUBLICAÇÃO DO "ANUARIO GEO-


GRÁFICO DO ESTADO DO RIO DE f ANEIRO" COMO OS SEUS LE11'0RES
SÃO AGRADECIDOS AO GOVERNO EST ADUr1L PELO APOIO QUE CON-
CEDE AO TRABALHO, PRODIGALIZANDO ESTIMULO AOS QUE DESEf AM
DEVOTAR-SE AO ESTUDO DA GEOGRAFIA FLUMINENSE

LUIZ DE SOUZA
A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA
LITORÂNEA DO PETRÓLEO

ALBERTO RIBEIRO LAMEGO


Engenheito de minas, Diteto1 da Divisão de
Geologia e Mineialogia do Ministé1io da Ag1i-
cultma e Memb10 do Ditetóiio Centrnl do Con-
selho Nacional de Geogiafia

EXPOSIÇÃO E BREVE ANÁLISE DE ESTUDOS ANTERIORES

A Tese de Horácio Williams

A primeira sugestão da possibilidade da existência de petróleo em Campos é de


HoRÁCIO \'V'ILLIAMS Em artigo no "Brazilian Business" de setembro de 192 l, o geó-
logo do Seiviço Geológico e Mineralógico do Brasil expõe as suas idéias com ptu-
dência e clareza
Enttctanto, a redação da revista, afastando-se da wncisão intencionalmeme oen-
tíf ica do autoi, dava de iniciativa pióptia um título betrante ao trabalho, petmitindo
espernlações audaciosas
Em cópia do original que possuímos, datada de junho de 1929, e que nos foi
fornecida pelo pióptio autor, WILLIAMS actescentou: "The title which I gave to my
papei was: "The Paiahyba embayment as possible Oil Field" On accounf of my
rnsual mention óf Tampico, the Editor changed the title to the bombasti( "Campos
Biasil's Tampico'', much to my chagtin"
A prudente reset va a seguit em rnsos tais, abandonada pata fins exibicionistas,
não teve, entretanto, a iepercussão de se esperai, o que aliás podeiia te1 sido útil,
incentivando pesquisas para um melhor reconhecimento da geologia regional

Ainda hoje o ttabalho de WILLIAMS deve sei lido e meditado Desde a passagem
de HARI 1 pela região, antes de 1870, nada mais se escreveu sôbre a geologia desta
zona litorânea, a não ser pequenas icfeiências em relatórios, de escassa importância
pctta o assunto que tratamos
O bom senso e a lógirn de WILLIAMS são tão claros que, não tendo liavido a
necessária divulgação de seu estudo em nossa língua, julgamos útil transcrevê-lo na
íntegra.

1 - 25 625
2-

A fim de não modificar o pensamento do autor, na tradução que segue pro-


curamos nos afastar o menos possível do original.
"Ao examinarmos o mapa do mundo mostrando as várias ocorrências de petróleo
em quantidades úteis, choca-nos a relativa ausência de tais indicações no continente
sul-americano. 1
Parece uma anomalia que, em uma tão grande extensão de território represen-
tada pelo Brasil, não se mostre nenhum ponto positivo. Entretanto, estou certo de
que esta condição é devida mais à nossa ignorância da geologia da maior parle do
País, onde as viagens são difíceis e morosas e raramente visitada por homens com-
petentes, do que à ausência de indicações promissoras, as quais, se fôssem conhecidas,
seriam tomadas em consideração e investigadas Sàmente em anos recentes, em várias
partes do País, muitas pequenas mas sugestivas ocorrências de material asfáltico ex-
sudando das rochas que o contêm, foram observadas e o Serviço Geológico está se
p1eparando para pesquisá-las

Algumas destas ocorrências de material asfáltico, às vêzes 1epresentando 15 % da


rocha, com odor distinto de petróleo nas superfícies recentemente quebradas, e, outras
vêzes, também, aparecendo em águas de poços da região, são conhecidas, desde alguns
anos, tendo sido tentado algum trabalho de pesquisa porém com algum desânimo.
Nenhum trabalho foi iniciado com espírito otimista principalmente devido à teoria
pessimista de que a intrusão de alguns diques de eruptivas através de rochas con-
tendo petróleo na região, faria com que êle se disseminasse, enquanto o ponto de
vista moderno é que o calor e os gases desenvolvidos por êstes mesmos diques podem
ser grandemente responsáveis pela destilação e segregação do petróleo, como parece
ser o caso, entre outras, em algumas localidades mexicanas
Enquanto estive entregue a estudos geológicos neste País durante muitos anos,
quase todo o meu trabalho foi confiado às terras altas do interior, onde as rochas
cristalinas predominam, e sàmente desde a guerra é que eu tive ocasião de visitar
regiões da costa onde a natureza e a distribuição das diferentes formações geológicas
pa1ecem oferecer alguma promessa de sua ocorrência.
Há alguns meses ap1esentei um pequeno trabalho ao Institut of Mining Engineers,
intitulado "Oil Shales and Petroleum Prospect in Brazil" últimamente, o prof DAY,
da Leopoldina Railway, vendo uma referência ali feita à planície do baixo Paraíba,
devido a importância de tal ocorrência para a sua estrada de ferro, pediu-me para
desenvolver o assunto mais extensamente, o que explica porque eu estudei mais
profundamente esta região e posso apresentar êste trabalho.
Durante e depois da gue1ra, tive ocasião de visitar por vátias vêzes essa regiao,
em excmsões feitas para o exame dos depósitos de monazita ao longo da costa, para
vá1ios interessados, e, desta maneira, pude obter conhecimento consideràvelmente de-
talhado da geologia da região da Bahia pata o sul
últimamente foi-me possível completai as minhas observações anteriores repas-
sando pela região e tomando notas adicionais, especialmente na zona do cabo São Tomé,

1
Os campos da Venezuela, da Bolívia e <la A1gentina não se achavam ainda possivelmente
tepresentados
-3-

a suleste de Campos, determinando ao mesmo tempo a extensão aproximada da pla-


nície a oeste e a sudoeste daquela cidade
A região do baixo Paraíba consiste em planícies niveladas ao redor da cidade
de Campos, as quais se estendem da costa para oeste e sudoeste até os contrafortes
das montanhas graníticas. A sua maior largura é de São Tomé para noroeste, até
um pouco além da estação de Boa Vista, numa distância de cêrca de 65 quilômetros
em linha reta, - digamos 40 milhas - , enquanto que em comprimento ela se
estende da Barra do Itapemirim a Macaé Entre êstes dois extremos onde o granito
ocorre na costa, nenhuma rocha é aparentemente encontrada, exceto as areias con-
solidadas do litoral. Começando a cêrca de três quilômetros ao sul de Itapemirim, o
terreno gradualmente se alarga numa dilatada planície com muitos pântanos, lagoas
e lagos rasos A formação superficial desta planície consiste em areias e argilas pleisto-
cênicas e tecentes, enquanto próximo aos contrafortes da serra ocorrem morros baixos
de superfície nivelada de sedimentos terciários, que se levantam a 10 ou 1 '5 metros
sôbre o nível da planície. Ao sul de Campos, com poucas exceções, todos êstes
morros ocorrem a oeste da estrada de ferro Num corte na caixa dágua a uns poucos
quilômetros ao norte da estação de Conde de Aramama, as camadas horizontais de
a1 eias e argilas estratificadas descansam sôbre o gnais decomposto As elevações mais
altas e airedondadas nesta região de tabuleiros consistem com tôda a probabilidade
de gnais.
Indo-se de Atafona para o norte ao longo da costa, a umas 10 ou 12 milhas
antes de atingir o Itabapoana, os baixos tabuleiros terciários de 15 ou 20 metros de
altitude atingem a costa e assim continuam até aquêle rio Em alguns lugares apa-
recem exposições de folhelhos horizontais e estratificados e arenitos, alguns dos quais
bastante calcáteos Continuando para o norte, ao longo da ptaia de Caculagem, o
tabuleiro atinge bmscamente o mar, founando escarpas de 30 a 35 metros de altitude.
Na maré alta as ondas atingem o pé desta falejas que oconem cm intervalos até a
grnnde ponta peito de Barra do ltapemirim Caculagem fica fronteira à ilha das
Andorinhas.
Conquanto estas planícies pareçam terminar com a costa, elas são na realidade
muito mais extensas - podemos mesmo considerá-las de grande extensão Podemos
legitimamente incluí-las na área de águas relativamente iasas ao longo da costa,
formando uma patte da grande platafouna continental que nesta região é certamente
muito larga Ao sul do cabo São Tomé, a linha batiméttica de 27 braças está a 15 ou
20 milhas da costa Pata leste e para nordeste ela terna mar a dcntto uns 130 quilô-
metro.s Nessa diteção, segundo o "Coast Pilot'', bancos perigosos oconem a 12 ou
1 5 milhas da costa e chegam tão próximos da supetfície que produzem arrebentação
t}uando o mat está agitado ~stes escolhos da platafouna continental seguem pelo
mar afora, especialmente pata o noite até além dos Abrolhos.
Na região costeira de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, estratos crctácicos
oconem sob êsscs sedimentos terciários Em vários lugares onde os vi, essas rochas
sofreram considetávcis dobtamentos com algumas falhas, como na vizinhança de
Jatobá no São Francisco, em Olhos d' Agua cm Alagoas, em cortes de estrada de
ferro perto de Propriá em Sergipe e mais especialmente na região do Recôncavo da
Bahia Estratos cretácicos apatecem cm Ilhéus no nível ou acima do nível do mar
Ainda mais para o sul, segundo HARTT, êles formam as ilhas do grupo dos Abrolhos.
-4-

Assim, vemos que ambos os sedimentos terciários e ctetácicos ocorrendo no inte-


iio1 <la Bahia em elevações acima de 40G '.:;letrós, abaixanNe giadualmente ao longo
<la costa à medida que se vai para o sul, estando em Ttancoso com 65 metros -
refe1ência ao tôpo do te1 ciários - perto de Pi ado com cêrca de 50 metros e em
Carnlagem com cêrca de 25 metros sôbre o nível do ma1 O cretácico desapa1ecc sob
o nível do mat em Ilhéus, para aparecer novamente no grupo de ilhas dos Abrolhos,
onde as rnmadas mergulham fortemente para noroeste, estando evidentemente no
flanco noroeste de um anticlinal que foi quase inteiramente 1emovido pela etosão
As zonas inferiores destas camadas, que não foiam erodidas, provàvelmente formam
uma grande patte da plataforma continental Esta disposição das rochas terciárias ao
longo da costa tem um paralelo no interior do continente onde elas ocotrem em
elevações de vá1ias centenas de metros, descendo gradualmente pata o sul até for-
matem as giandes planícies da Atgentina Inte1essante com 1elação a êste fato é a
petfutação de um poço profundo, há muitos anos feita no Rio Grande do Sul, que
deu com areia vetde a grande p1ofundidade, a qual foi 1 efe1ida pelo Dt WHn E
rnmo sendo provàvelmente <le idade uctá(ica
Todos ou quase todos os depósitos existentes sob as planícies de Campos, sejam
uetáteos ou postetiotes, são evidentemente areias e argilas depositadas nas ptoximi-
<lades <la costa, sendo assim favoráveis à ptodur,.ão de ro(has oleígenas, devido à
maior abundân(ia de vida vegetal e animal ocoirendo sempte mais nesta zona do
que no mar alto
Ao sul de Pernambuco e ao longo da rnsta de Alagoas e Setgipe, folhelhos betu-
minosos são comuns Alguns dêstes folhelhos no Recôncavo da Bahia podem também
, ser betüminosos, mas segundo o meu rnnhecimento êles nunca foram examinados a
êste 1espeito. Mais pata o sul ocorrem depósitos extensos de turfa com quantidades
wnsideráveis de substâncias betuminosas, tanto nas tochas terciárias rnmo nas cretá-
árns, como em Camamu e Maraú Mais ao sul, folhelhos ricos em betume mm "seeps"
de asfalto ornu em perto do nível do mar ao sul de Ilhéus fütc aumento gradual
na ornnência de material asfáltico e outras evidêntias da possível existência de pe-
tróleo à medida que se vai para o sul ao longo da costa da Bahia é pelo menos muito
sugestiva Só recentemente ro(has similares foram notificadas no norte do Espírito
Santo, provando até certo ponto o que desejava demonstrar
Assim, da rnnhetida extensão dos sedimentos terciários capeado1es na região
do baixo Pa1aíba, gue se estendem para o norte, patete plausível supor se não ptovável,
que as tochas uetácicas entugadas podem também existiJ mais pa1a o sul, estando
submetsas na platafotma continental ao longü da costa e que talvez existam sob
essas planícies da tegião de Campos, aptesentando assim uma situaç.ão topog1 áfica
e geológica um tanto análoga à famosa tegião de Tampico no México
Sendo êste o caso, parece-me que a orientação a seguii setia exe(utar algumas
dezenas de fui os para se expetimentar esta idéia e ver se realmente existe petróleo
ou gás sob esta tegião Tais fotos, espaçados ao longo da costa a intet valos wnve-
nientes, entre a Barra do Futado e o Itabapoana, seriam provàvelmente suficientes
pata se cnrnntrar pettóleo· ou gás rnso êle exista :Bstes sedimentos costei10s podem
ter de 100 m a 1 000 m de espessura, havendo por rnnseguinte espaço suficiente
pata armazenar petróleo - o que nos dá alguma idéia da capacidade da sonda a
ser empregada Os sedimentos subjacentes são todos provàvelmente bastante moles
e fàcilmente trabalhados, e pelo menos não necessitam de uma sonda a diamaóte
para serem perfurados
Quantos dos convidados à bela residência prox1ma ao cabo São Tomé e que
pertenceu ao finado general PINHEIRO MACHADO meditaram sôbre a origem da baixa
col'ina sôbre' a qual está assentado o palacete da Boa Vista? Qual dêles especulou sôb1c
0 fato de que a água de um poço de 25 met1os de profundidade perfurado nesta
( olina era um tanto sulfurosa enquai1to a de outros poços nas planícies vizinhas é
água doce normal?
Foi as~im entretanto que o capitão LucAS cogitando sôbre um conjunto de fatos
similar, encontrou mate1ial suficiente para fundar a sua teoria que resultou no
"Spindle Top", primeiro passo no ma1avilhoso desenvolvimento da região do Gulf
Coasl, a qual estendendo os seus braços já está abraçando o continente sul-amt:ricano
--e porque não o Brasil?"

* * *
Como acabamos de ver, a expos1çao de WILLIAMS é bastante sugestiva, e ainda
hoje, - embora out10s geólogos tenham visitado a região do cabo de São To!né
- foi êle o único a abarcar numa síntese geral o conjunto dos fenômenos geológicos
desta faixa costeira do Brasil, ligando estratigràficamente os sedimentos do norte
fluminense às formações terciárias e uetácicas do litoral bai;nó
WILLIAMS não abordou cm sua exposição o problema das estmturas locais, fun-
damental para o início de qualquer p<:squisa. Sua tese é porém digna de se1 tomada
cm considetação Parece-nos mesmo, que, qualque1 mmo que venham a tomar estud.os
geológicos na zona em ap1êço com 'o fito de busca de pettóleo, até que surjam provas
contraditó1ias, não deve se1 desprezada a hipótese de um pa1alelismo estrntural entre
a região campista e a baiana, onde os 1esultados já obtidos pela geofísica e o conjunto
dos conhecimentos estratigráficos penosamente coletados por tôda ui11a plêiade de
geólogos de escol, poderão vir a ser de grande valia, senão básicos, pata a orientação
de pesquisas futmas
Como teremos de falai novamente dêsse auto1, passaremos agora a outtas obser-
vações efetuadas posteriormente na região do cabo São Tomé

2 1nvestigações Posteriores

São conhecidos mais itês relatórios de geólogos do antigo Sei viço Geológico e
Minctalógico do Brasil, cujo renome científico merece destacadas 1efe1ências
O Dt MATIAS GONÇALVES DE OLIVEIRA Roxo, de passagem pela tcgião ttans-
mitíu as suas impressões no boletim n 9 7 do Se1viço, - 1924 - , sob o título
"Sôbt e as possibilidades da existência de pett óleo na baixada fluminense"
Embota curta, a sua descrição tem alguns info1mes interessantes sôbte a paleonto-
logia da planície. Um dêles é o que cita a existência de moluscos ma1inhos do
gêne10 :·ostrca", a trinta metros de profundidade numa sondagem na cidade de
Campos.
-6-

O Dr. OLIVEIRA Roxo é partidário da "continuação do levantamento da costa


em época recentíssima", fato êste com o qual não estamos de acôrdo em 1elação à
zona litorânea do norte fluminense especialmente a do cabo São Tomé, conforme
expusemos no nosso boletim intitulado "Restingas na Costa elo Brasil".
Há um trecho do artigo do Dr.· Roxo, que merece tôda consideração embora
informativo de segunda mão. Caso seja positivado, poder-se-á nêle fundamentar tôda
uma teoria sôbre a estrutura de São Tomé.
Ê o seguinte: "A Serra do Mar tem um ramo submerso que acompanha a costa
ao largo do cabo de São Tomé; segundo informes que obtive de um competente oficial
de marinha, ocorre no fundo do mar, ao largo da costa uma rocha dura do grupo
gnáissico. Seria realmente interessante positivar essa informação, pois que, então, se
estaria em presença de um sinclinal de grande profundidade, em cujo fundo deviam
ter-se depositado enormes massas de detritos orgânicos de animais marinhos.
O fato de não se proceder a essa verificação não obsta a que se mande executar
uma perfuração profunda nessa região, cuja conformação geológica parece indicar a
possível existência de depósitos de petróleo".
Pelo correr dêste nosso trabalho veremos que a natureza da rocha submarina
do cabo São Tomé será um ponto básico das nossas cogitações e o Dr. OLIVEIRA
Roxo foi, de tódos os geólogos que estiveram na região, o único a ela se referir.
Já antes da sua visita a Boa Vista, o falecido coronel ÜLAVO SALDANHA fizera
executar várias sondagens. Tôdas elas porém ~ó atingiram pequena profundidade e
a falta de direção técnica por geólogos competentes redundou num fracasso para as
pesquisas. A essas perfurações teremos de nos referir mais adiante.
Ainda no mesmo boletim o Dr. EuZÉBIO DE OLIVEIRA diz que "em certos pontos
da costa dos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, têm sido encontrados
indícios bastante prometedores das ocorrências de petróleo na zona terciária" 2
Por determinação do mesmo geólogo, então diretor de Serviço Geológico, o
Dr. Lmz FLORES DE MoRAES REGO foi a estudos na região do cabo São Tomé.
As suas pesquisas foram infelizmente limitadas à fazenda da Boa Vista cuja
planície de um horizontalismo notável é quase tôda nivelada de sedimentos super-
ficiais recentes ou pleistocênicos.
Não eram portanto de se esperar observações de ordem tectônica, mesmo com
a ~presentação de perfis de sondagens pelo autor, visto que tais perfis descendo a
profundidades relativamente pequenas, atravessam uma regtao tipicamente deltaica,
onde a própria seqüência estratigráfica é irregular, representada por sucessões de ca-
madas lenticulares.
O trabalho de MoRAES REGO é todavia excelente como um apanhado da geo-
logia descritiva superficial e sobretudo pelo registro das sondagens, que, embora
1econstituídas aproximadamente por informações e pelo exame de material antigo,
dão-nos um conhecimento estratigráfico até algumas dezenas de metros de profundi-
dade, o que já é alguma coisa numa bacia de seção vertical desconhecida.

2
OLIVEIRA, Euzébio Paulo de - "Probabilidade de existência de petróleo no Brasil, de
acôrdo com as teorias sôbre a sua origem" Boi 7 do Serv Geol e Min. tlo Brasil Rio, 1924,
pág 98

/
-7-

RELATóRIO DO RECONHECIMENTO EFETUADO NA FAZENDA DA BOA VISTA


MUNICíPIO DE CAMPOS

Pelo engenheüo Lurz FI ORES DE MoRAES REGO

"A casa principal da fazenda está situada a 4 quilômetros da estação de Santo


Amaro no ramal do mesmo nome, da E F Leopoldina. Os trilhos do ramal pro-
longam-se até à fazenda, trafegando tróleis de tração animal.
A fazenda começa pouco adiante da estação de Santo Amaro e vai até à costa.
Pela costa estende-se 38 quilômetros desde a barra do Açu at~ a barra do Iguaçu
ou Barra do Furado, estando aí compreendido o cabo de São Tomé
As terras são vastas planuras, a perder de vista, em média a cêrca de ? metros
acima do nível do mar. Ondulações apenas de uns 2 metros constituem pequenas
devações ocupadas por capões de át vores de pequeno porte e cardos. O restante é
coberto apenas pela relva Um sistema hidrográfico caprichoso e variável cobre essas
planícies, formando rios de fraca correnteza muito influenciados pelas marés, lagoas,
pântanos, etc.
A costa é uma praia de areia grossa Vindo do interior para o mar encontta-se
uma elevação de areia com menos de 2 metros de altura que cai gradualmente na
praia O mar logo em seguida à rebentação das ondas tem uma zona funda onde
arrebentam as vagas seguindo-se um grande banco de areia
As areias são muito movediças sendo vistas em suspensão nas ondas dando-lhes
uma côr amarelada Como um fenômeno devido ao movimento das areias citaremos
o fechamento periódico da Barra do Furado,
No solo podemos ver areias brancas e escuras, sôltas, argilas amarelas e escuras
Nas areias encontramos conchas de "Pelecypoda" onde suspeitamos predominar o gê-
nero "Cardium" Também mais raramente encontram-se "Gasteropoda".
Aparecem-nos em certos pontos verdadeiros montículos de conchas estando aí
a areia particularmente negra Talvez trate-se de sambaquis, - Kjoeginmmnigers -
do homem do quaternário superior Demais fomos informados ter sido encontrado
um esqueleto algo esquisito. Se bem que estas questões não nos interessem direta-
mente julgamos útil notá-las.
Tanto a côr negra da argila como da areia são devidas a matérias carbonosas
Vindo de Santo Amaro, logo depois de attavessar a divisa da fazenda, podemos
ver a argila amarela abaixo da argila negra e logo em cima a areia sôlta
Na barranca do rio Laranjeiras a cêrca de 6 000 metros S W da casa principal - ,
que será sempre a referência para os nossos azimutes podemos ver a seguinte
seção:

areia sôlta 0,30


argila negra 0,50
argila amarela até o nível dágua

No fundo do rio nes~e ponto, cnconttamos uma atgila consolidada contendo


grande número de conchas de "Pelecypoda" que provàvelmente não é mais do que
uma porção de argila amarela neste ponto mais dura e mais fossilífera e um arenito
-8--

cinzento de grã grossa e cimento calcáreo Esse arenito lembra muito uma founac,.ão
coralina. Na praia nada podemos ver de interêsse geológico - as areias movediças
encobrem as formações Entretanto, patece-nos que o arenito cinzento de aparência
coralina, já visto no rio Laranjeiras, aflora abaixo dessas areias Enconttamos blocos
Jessa rocha na praia e fomos informados que por vêzes êle é visível founando o
fundo Além de blocos dessa rocha encontramos um bloco de um calcáteo cinzento
compacto, bloco êsse bastante rolado Na ptaia colecionamos conchas atuais para
comparação É interessante mencionar que em vários pontos da costa vimos blocos
de hulha de belíssimo aspecto, naturalmenle provenientes de navios.
Nestas camadas superficiais não enconttamos turfa Apenas nos pântanos vimos
muita vegetação em vias de decomposição
Parece-nos que as areias e argilas que observamos podem ser refet idas ao
Quaternário talvez superior ou mesmo recente.
Quanto ao atenito calcáteo, caso o exame de gabinete confirme a sua origem
coralina, poderá ser refetido ao Pleistocênio da mesma maneira que os recifes da
costa do notdesle
O exposto mostra que houve uma regressão do mar no Quate111átio Superiot de-
vido a um desnivelamento de poucos metros Aliás êste fenômeno é obset va<lo em
tôda a costa Em particulat na Bahia, perto do baino do Bano-Vetmelho, vê-se um
teuaço do mat antigo cavado nas tochas cristalinas alguns metros acima do nível
do mat. A praia antiga na tegião que estudamos talvez passasse pouco adiante da
estação de Santo Amaro As pequenas ondulações do te11eno são natutalmente devidas
a bancos de areias , do mar antigo e talvez mesmo a dunas
A falta de desigualdades topogtáficas e as formações referidas impedindo a ex-
posição das rochas nos impossibilitatam de, pelo exame superficial, tomar melhor
conhecimento da estratigrafia da região Entretanto, foram efetuadas algumas sonda-
gens na fazenda, com aparelhos improvisados, em busca dágua
Pelas informações do pessoal que foi encarregado de efeluat essas sondagens e
pelo exame dos materiais extraídos podemos reconstituir ap10ximadamente os regis-
tros dessas sondagens

1" - Poço da Roça do Jaraguá - cêrca de 700 metros a W da casa

1 terra preta vegetal 0,40


2 argila amarela 0,40
3 areia branca 4,00
4 areia pteta 4,00
s argila pteta 0,70
6 areia escuta 5,50
7 - argila cinzenta 10,20
8 ateia grossa 0,60
9 argila escura 15,40
10 ateia escura 5,20
11 calcáreo branco 4,00

50,40 m
-9-

2\> - Eréus - cêrca de 1 000 m a W da casa

areia sôlta 10,0D


2 argila com fragmentos de madeira 0,45
3 - areia preta 5,85
4 atgila escura 1,90
5 argila escura com manchas amarelas 5,40
6 areia escura 3,70
7 areia grossa com fósseis 10,00
8 argila escura 1,40
9 calcáreo branco 4,10
10 argila escura com manchas amarelas 5,40
11 - areia fina 2,20
12 argila escura 0,15
13 argila escma com manchas amarelas 1,00
14 - areia fina 4,70

51,95 m
'.)9 - Campo <la Frente -- 800 m a E da Fazenda

1 terra vegetal 1,50


2 argila preta arenosa 8,40
3 areia negra grossa 4,50
4 argila côr de tapé 4,80
5 argila chocolate disposta em leito 4,75
6 areia grossa com conchas 6,00
7 argila cinzenta com pedaços de calcáreo 1,30
8 - calcáreo 8,40
9 argila cinzenta azulada 1,80
10 areia cinzenta giossa 1,10
11 ar gil a azulada 0,40
12 areia grossa cinzenta 1,30
13 argila cinzenta 0,40
14 areia 0,45
15 argila 0,35
16 - areia íl 41

17 argila 0,35
18 ateia 0,'.)0
19 argila 0,40
20 areia 0,30
21 argila 0,80
22 ateia 0,60
23 argila 0,80
24 areia 3,20
25 atgila 0,90
26 areia 0,30
- 10 -

27 argila 0,80
28 areia 0,80
29 - argila 0,55
30 -- areia 0,50

56,45 m
4° - Laranjeiras - cêrca de 5 000 m a S W da casa

1 - terra preta vegetal 0,25


2 - argila amarela esverdeada o,65
3 0,40
4 - cinzenta 0,80
5 - amarela 1,60
6 - preta . 8,15
7 - amarela com pontos pretos 2,60
8 - amarela 2,45
9 - areia fina amarela 6,80
10 - cinzenta 2,30
11 preta 2,30
12 com conchas 0,80
13 a1gila escura 3,00
14 - areia com conchas 0,75
15 - calcáreo amarelo 0,80
16 - argila arenosa 3,00
17 - escura . 0,65
18 cinzenta 0,80
19 negra 3,00
20 - areia cinzenta 0,20

41,30 m

Estas sondagens, como já dissemos, foram efetuadas com aparelhos improvisados,


não sendo possível atingir uma maior profundidade Entretanto, foram atr:tvessados
c.êrca de 60 metros de rochas sedimentares Pelo aspecto da praia, pela distância dos
afloramentos das rochas c.ristalinas, pelo mergulho do gnais aí, julgamos que a espes-
sura total de rochas sedimentares é muitíssimo maior
Abaixo das areias sôltas e das argilas superfic.iais nota-se em tôdas as sondagens
uma camada de areia grossa negra -este horizonte tem pata nós muita importânLÍ:i
e sôbre êle em breve voltaremos Por ora basta notar que êle aparece em tôdas as
sondagens
Depois dessa camada de areia grossa preta temos alternativamente camadas de
argilas e areias mais ou menos escuras Nas areias encontram-se fósseis São conchas
de pelecípodos e mais raramente de gasterópodos Lembram um pouco as já encon-
tradas na superfície mas são mais usadas pelo tempo.
Parece-nos que entre os peledpodos encontra-se o gênero Cardium e entre os
gasterópodos talvez o gênero Fusus Nas conchas há um induto que o Dr Roxo já
- 11-

1 econheceucomo devido a briozoários. Devemos submeter ao juízo dêsse profissional


as conchas que colecionamos nos quatro furos dêste horizonte Só então será possível
dizer a sua idade.
Abaixo dessas camadas vem um horizonte de calcáreos. Nas sondagens das La·
ranjeiras o calcáreo é amarelo compacto e muito silicoso Uma lâmina mostrou grãos
de quartzo de arestas vivas cimentados por um cimento calcáreo. Nos outros foros o
calcáreo encontrado é branco e nêle são encontradas impressões de um fóssil em
grande quantidade ~ste calcáreo dá a idéia de certos calcáreos terciários
Abaixo do calcáreo continuam alternativamente areias e argilas que só foram
encontradas nas sondagens do Campo da Frente Não encontramos aí fósseis
Possivelmente os fósseis encontrados nas areias acima do cakáreo poderão referi-
-las a um Terciário moderno talvez Miocênio ou Pliocênio, bem entendido marinho.
O calcáreo talvez seja também terciário, um pouco mais antigo
Algumas das camadas de areias produzem água salgada ao passo que outras
água doce Explica-se pelas ondulações das camadas, de sorte que umas afloram no
fundo do mar, outras acima do nível do mar e finalmente outras ocorrem abaixo do
fundo, existindo porém acima delas camadas de argilas.
Aliás é de ver, pela diferença de profundidade dos diferentes horizontes nos
ciuatro furos cujos orifícios estão mais ou menos no mesmo nível, que as camadas
são não só onduladas, como de espessura variável
O arenito cinzento de cimento só calcáreo não é encontrado em nenhum dêsses
furos. Isto mostra que êle aparecendo na costa repousa sôbre grande parte dos sedi-
mentos cortados. Admitindo a origem coralina para esta rocha, somos levados, como
já dissemos, a referi-la à época pleistocênica, o que está de acôrdo com o que avan-
çamos atrás atribuindo-lhes uma idade terciária
Parece assim ter havido na era terciária uma grande transgressão de mar. Expondo
verbalmente ao nosso diretor, Dr EuzÉBIO DE OLIVEIRA, esta maneira de encarar
os fenômenos, êle não só aprovou como notou o represamento das águas do Paraíba,
que antes penetravam no que hoje é mar, dando lugar à formação de bacias ter-
ciárias de água doce no seu alto curso ao passo que no baixo sedimentavam-se as
bacias marinhas que ora nos preocupam.
Antes de ter sido feito um estudo dos fósseis colecionados, não podemos ter
certeza das idades ( *) Em todo o caso podemos considerar como coluna geológica
de cima para baixo:

1 areias sôltas;
2 argilas negras e amarelas (Quaternário superior);
3 arenito calcáreo cinzento pleistocênico;
4 argilas e areias alternadas (Miocênio ou Pliocênico);
5 cakáreo (Terciário);
6 argilas e areias (Tetciário)

* Confoune info1mação dada pela Secção de Paleontologia ao Diretor do Serviço Geológiw


e Mineralógico nessa ocasião, todos os fósseis coletados pelo D1 MoRAES REGO, eram de espécies
ainda atualmente vivente na região ( M Roxo)
-12-

O calcáreo compacto que encontramos na praia num bloco rolado nfo pode
verdadeiramente ser referido a nenhuma dessas formações Não sabemos mesmo a
sua posição estratigráfila Talvez esteja abaixo dessas formações e que tenha sido
projetado à piaia depois de uma grande erosão Neste caso deveria ser referido
presumivelmente a um terciário mais antigo, talvez ao Eocênio

Temos visto o que conseguimos saber da constituição geológica da região Infeliz-


mente não é muito Resta-nos agora considerar os indícios do pet1óleo encontrados,
disrntir o seu valor e mesmo encarar a possibilidade ou não da existência de depósitos
de óleo de valor econômico Os indícios superficiais que encontramos são três de
valor bastante diverso:

1 g Existência de materiais betuminosos;

2 9 - Presença de traços de óleo nas águas superficiais;

39 - Exalações de gases

9
1 Ê ao nosso ve1 o mais impoltante Em tôdas as sondagens notamos uma
camada de areia grossa de côr negra constituindo na primei1 a um hori-
zonte de 4 met10s a 4,80 m de profundidade; na segunda com 5,85 m
de espessura a 10 m de profundidade; na terceiia 4,50 m de espessura
e a 9,50 m de p10fundidade, na quarta 2,30 m de espessura e a 26 m
de profundidade
O material desta camada é prêto e ao lado dos grãos de areia são
encontradas massas pretas e btilhantes. O aspecto é um betume muito
oxidado Circula neste horizonte uma água de côr negra com um cheiro
muito pronunciado que po1 vêzes lembra o querosene Esta água carrega
consigo muitos dcttitos Filtramos no laboratório uma amostra, verifica-
mos que fica como resíduos no filt10 uma pasta neg1a com o chcüo, ao
passo que o filt1ado é amarelo cla10, límpido, quase i'.~odoto Pens.imos
tlatar-se de betumes como já dissemos, entretanto, é mistc1 ensaiar êste
material no laboratório com os dissolventes apropriados: éte1 de petróleo,
sulfureto de caibono etc, fazendo mesmo uma análise Esta presença de
betume é considerada pelos autores como um cios bons indícios da exis-
tência de óleo

2 9 - A água supctficial é sempre, nas teiras da fazenda, de côr amarela de-


vido à p1escnça de matérias 01gânicas cm estado coloidal provàvclmente
da 01dem do ácido úlmico p10vcniente da decomposição de substâncias
vegetais Em alguns pontos, ent1etanto, notam-se filêtes de lÔt amarela
mais carregada no meio da água amarela.
Vê-se também aí nitidamente uma irisação que não é devida a subs-
tâncias ferruginosas Submetemo-las ao ensaio prático de tentar separai
com uma vara verificando que tendem sempre a reunir, o que mostra
- 13 -

serem devidas a substâncias oleosas Os pontos cm que êsses fenômenos


nos chamaram mais atenção foram:

Vala do Giró;
Vala do Campo da Frente,
Curixa perto do farol de São Tomé;
Poço do Xéxé

Colhemos águas superficiais nesses pontos Na superfície do líquido


engairafado, nota-se uma delgada camada de côt diferente Não garan-
timos que sep um traço de óleo separado por gravidade, mas aguatdamos
1esultados dos exames mais cuidadosos do laboratorio

3º É sabido que nos pântanos formam-se sempte hid10caihrnetos piincipal-


mente metana. Entretanto, em alguns pontos da fazenda, nota-se por vêzes
um desp1endimento anormal de gás que talvez não possa se1 atribuído
somente à decomposic,ão dos vegetais nos pântanos Fomos informados rei-
teradas vêzes que êstcs gases inflamam-se à noite produzindo chamas vi-
síveis a grande distância Se bem que não tivéssemos ocasião de observar
estas chamas, não pomos em dúvida os testemunhos insuspeitos que tive-
mos No Poço de Xéxé é visível o desp1cndimcnto de gás na água e
justamente é aí um dos pontos onde as chamas são mais freqüentemente
observadas Colhemos água dêssc poço e dela provàvclmente poderemos
extrair algum gás
São êsses os indícios superficiais de pet1óleo Além dêsses indícios
supe1ficiais devemos aqui notai cettos indícios que podeiíamos chamai
estratigráficos, a saber:

1 9 Existência de uma grande cspessma de rochas sedimentatcs;

2 9 Ondulações nas camadas,

39 Existência de fósseis em abundância.

49 - Idade p10vàvelmente terciária das camadas; sabemos que o te1ciá1io cos-


tuma ser francamente abundante em matétias betuminosas

59 - Possibilidade da existência do Eocênio abaixo das camadas te1ciárias mais


modernas, ho1izonte que como também sabemos, em geral, no Brasil, é
uco em matérias betuminosas
Sôb1e estas condições esttatig1áficas já falamos tratando da constru-
ção geológica da 1egião Apenas citamo-las aqui como indícios da possi-
bilidade da existência do óleo

* * *
À vista de tudo isto concluímos pela possibilidade e mesmo pela alguma p10ba-
bilidade da existência de óleo na p1opriedade estudada É impossível dize1mos agota
onde estarão os possíveis depósitos. Parece-nos mais aceitável a hipótese de esta1em
bastante profundas as camadas oleífetas
- 14 -

O óleo com os movimentos que ondularam e provàvelmente fenderam as camadas


veio à superfície, oxidando na época em que se depositou a camada hoje betuminosa.
Por estas mesmas fendas que provàvelmente existem, hoje o óleo às vêzes vem à
superfície e por elas desprende-se o gás.
Assim seria possível encontrar hoje o óleo a uma certa profundidade em pontos
dependendo de circunstâncias estratigráficas Talvez mesmo nos contatos das rochas
sedimentares com o cristalino. Somente sondagens poderão resolver a questão Sôbre
a locação da 1 ~ sondagem devemos dizer francamente que nos faltam elementos
e:stratigráficos que nos possam guiar.
O primeiro furo deverá ser realizado talvez no ponto mais cômodo para o
transporte da sonda, alimentação de água, lenha, etc,
Só depois de conhecida melhor a geologia da região, poderá haver um critério
seguro para a locação dos furos".

* * *
Aceitando a transcrita exposição do Dr MoRAES REGO em seus aspectos gerais,
há nela todavia pontos que não encaramos com pensar idêntico.
Assim, pot exemplo, a citada "regressão do mar no Quaternário Superior devido
a um desnivelamento de poucos metros", não nos patece coincidir com a realidade.
A região, em estudos, é inegàvelmente um velho delta do Paiaíba que então
desaguava pot suas bôcas principais, quer na bana do Furado quer no gôlfo da
Lagoa Feia.
No nosso boletim "Restingas na Costa do Brasil" hatamos dêste assunto.
O delta do Paraíba, attibuído ao Pleistocênio, apresenta a forma característica
de um crescimento deltaico paralisado pela ação das vagas ou por correntes costeitas,
denominado por JoHNSON "arcuate delta", e ilustrado pelo delta do Niger como
caso típico 3
Em trabalho nosso, publicado pelo Serviço Geológico Mineralógico 4, já mo~,
ltamos com a exposição geológica no mapa da fazenda da Boa Vista, que as aluviões
do velho delta do Paraíba foram isoladas do oceano pot uma restinga Evidentemente,
os velhos braços do tio, indicados pela barragem de areia, alargaram a velha planície
deltaica, cujo nível foi desta maneira elevado por um auéscimo de sedimentos A cota
do talveg dêsses biaços é conservada todavia a cê1ca de meio met10 abaixo do nível
do mar.
Tôda essa 1êdc fluvial ptóxima ao Atlântico é incapaz de aprofundar seus leitos
e, pela sua ptópria natu1eza, só poderia levantar as margens, não se justificando a
hipótese de um movimento epi10gênico ascendente no b01do continental da região
desde o Pleistocênio.

3
}OHNSON, Douglas Wilson - "Shote ptocc:ssesand Sho1eline Development" New Yotk,
1918, págs 188-189
• LAMEGO, Albe1to Ribei10 "A Gipsita da Boa Vista" Setv Geo e Min Notas
P1elimina1es n 9 16 Rio, 193 7
-15-

Pensamos igualmente que, atribuir parcialmente uma grande espessura às for~


mações sedimentares pelo mergulho do gnais nos afloramentos de rochas cristalinas,
não é argumento a ser aceito A Serra do Mar no Estado do Rio é pràticamente um
peneplano, ou um mar de morros, não obstante o mergulho forte das rochas gnáissicas.
Nada podemos dizer quanto ao arenito supostamente coralino por não o têrmos
visto O que observamos no fundo do rio Laranjeiras foi um calcá1eo cinza de grã
fina e fossilífero, cuja análise executada no Laboratório da Produção Mineral, deu-nos
27,96 de cílica, podendo apenas ser considerado um arenito calcífero superficial
Na planta que apresentamos no trabalho sôbre a gipsita, vê-se que as áreas
cobertas por êstes calcáreos são bastante grandes, embora a sua espessura seja, em
geral, limitada a alguns centímet10s O calcáreo é quase superficial e descontínuo
A sua origem foi por nós attibuída ao dessecamento do braço do mar quando isolado
pela restinga. Os fósseis nêle encontrados, submetidos a estudo pelo Sr PAULO DE
OLIVEIRA, foram dados como de espécies ainda vivas.
Éste calcáreo compacto e de grã fina não é evidentemente o arenito calcáreo de
grã grossa apontado por MoRAES REGO como sendo pleistocênio É, entretanto, pro-
vável que seja o mesmo encontrado pelo autor em "bloco rolado na praia".
Colhemos amostras idênticas dêste último, que é o mesmo do rio Laianjeiras,
não podendo por conseguinte ser atribuído ao Eocênio como sugere o ilustre geólogo.
Os argumentos fornecidos pelo Dr MoRAES REGO e relativos à existência de
materiais betuminosos, traços de óleo superficiais e exalações de gases, não nos parecem
muito conclusivos dada a sua ocorrência em depósitos de uma bacia deltaica
É sabido que, em todos os deltas, são comuns fenômenos desta natureza, e que,
em qualquer sondagem executada nestas zonas, há em geral desprendimento de gases,
oriundos de matéria orgânica soterrada e decomposta
A afirmativa de ondulações de camadas pela "diferença de profundidade dos
diferentes horizontes" parece-nos também pouco aceitável.
Numa formação deltaica, depósitos de mesma idade são sedimentados cm lentes
dispetsas, sem mútuas relações de textura e composição.
É conhecido o sincronismo de regressões, estabilidade e transgressões do mar cm
zonas diversas de um mesmo delta
Desta maneira, pode ser explicada a intercorrência em níveis diferentes de água
doce ou salgada A água doce pode ter sido concentrada em lentes de areia uma
vez exposta às águas pluviais e posteriormente soterradas por capas de argilas aluviô-
nicas impeuneáveis
A importância atribuída pelo autor a um horizonte betuminoso de areia grossa e
negra não nos parece igualmente real A sua pouca profundidade nos três ptimeiros
fmos é justificada pela posição destas sondagens num raio próximo à sede da fazenda
como centro, - e que no trabalho aptesentado não vai além de mil metros -
parece indicar a ptesença de uma lente cuja distância da superfície não excede a
dez metros
Já na última sondagem a cinco quilômetros a oeste da mesma sede a profundi-
dade de uma camada de areia semelhante é de 26 metros. Trata-se provàvelmente de
outra lente de areia.
16 -

Esta disposição dos sedimentos em lentes é além disso indicadá pela própria
intermitência · de camadas de areia e de argila, de pouca espessura em tôdas as
sondagens.
Uma única rocha poderia sugerir a hipótese de movimentos que ondulassem as
camadas f o calcáreo, que, além disso, pela sua natureza e espessura, pode ser consi-
derado uma rocha "competente" em caso de enrugamento.

A profundidade e a possança do calcáreo nas diversas sondagens são as seguintes:

P1 ofundidade Espessura

Laranjeiras 32,85 0,80


Jaraguá 46,40 4,00
Eréus 38,70 4,10
Campo da Frente 31,2'5 8,10

O aumento em esp<:ssura de oeste para leste parece indicar um afastamento da


rnsta durante a deposição :füte ponto que não foi considerado pelo autor poderá ter
valor em futuras pesquisas
Quanto às pequenas variações em profundidade, cremos que poderão elas ser
atribuídas a uma acomodação dos sedimentos da bacia deltaica ao afundar-se, sem a
necessária contingência de movimentos orogênicos
Com relação à coluna geológica apresentada pelo autor, julgamos útil guardar
certa reserva, tendo em vista que a sedimentação recente e pleistocênica por nós obser-
vada parece atingir profundidades bastante maiores
Não pretendemos com estas considerações desmerecer de modo algum o tra!Jalho
do Dr MoRAES REGO, cuja autoridade é bem notória em assuntos de geologia
A sua exposição é amplamente informativa e útil do ponto de vista da geologia
superficial desta zona e, quanto à estratigrafia local, ainda estamos atualmente nos
seus perfis de sondagens.
Se existem porém certas divergências nossas quanto às suas conclusões é natnral
que elas sejam reveladas numa análise sadia e desapaixonadamente científica
Estêve, também, na Boa Vista o geólogo LUCIANO JAQUES DE MORAES a fim
de "verificar a existência de condições favoráveis à existência de petróleo, e parti-
cularmente o desprendimento de gás em um foto de sonda executado pelo p1oprie-
tário das terras".
A exposição do Dr. LUCIANO DE MoRAES é curta e por assim dizer restrita
à geologia descritiva e à paleontologia das exposições superficiais da grande planície
rnnstituída de "camadas alternadas de areias e argilas", contendo em lugares conchas
de lamelibrânquios e de gasterópodos atuais Poucos informes nos pôde adiantar o
autor em sua rápida passagem pela região, além dos já mencionados em relatório>
anteriores, sobretudo no de MoRAES REGO a quem faz refe1ências
Aceitando a opinião daquele geólogo, assim se exprime o Dr. LucrANO DE
MoRÁ.Es: "Em resumo, a região é formada de depósitos quaternários marinhos até
certa profundidade, a partir da qual são terciários até profundidade desconhecida".
-17-

Não obstante a presença de conchas marinhas, opinamos de modo diferente ao


seu, quanto à formação ge1al da planície argilosa do Cabo São Tomé e adjacências,
otiginada a nosso ve1 po1 um regime essencialmente deltaico, num período de afun-
damento da costa onde necessàriamente as invasões do mat se fariam sentit, entre-
meando dé camadas a1enosas fossilífe1as os depósitos argilosos dos braços deltaicos
do velho Pataíba.
Quanto à sondagem inspecionada e que segundo o autot atingira 1 'J4 metros de
pi ofundidadc, constando ter-se encontrado "gás sob fmte pressão, bem como um
pouquinho de pettóleo", nada pôde verificar o geólogo devido ao abandono e à
obstrnção do furo.
O matetial amontoado em tôrno dêste, era "constituído de areia e a1gila com
alguns pequenos fragmentos de calcáteo"
Concluindo, diz o Dr LUCIANO DE MoRAES: "quanto à possibilidade de exis-
tência de petróleo pode-se apenas dize1 que o tetreno é de origem ma1inha e formado
sob condições rnsteiras. Os sedimentos, apa1 entemente horizontais, mergulham pata o
lado do ma1 e pa1ecem ter conside1ávcl espessuta Não fo1am encontradas evidências
nítidas de dobtamentos, nem tampouco os indícios universalmente considetados favo-
1 áveis para a oconência de pet1ólco Todavia, atendendo à natu1eza dos sedimentos

e à sua espessura, não é desaconselhável uma sondagem de ensaio nos tettcnos da


aludida fazenda"
Além dêsses três investigadotes e da referência do Dr EuzÉBIO DE OuvEIRA,
devemos ainda mencionai o Dr AVELINO INÁCIO DE OLIVEIRA, que também inclui
a região de Campos entre as "áreas com interêsse pata petróleo" "·
Às obset vações de geólogos de conhecida rnltma e idoneidade, julgamos talvez
de utilidade acrescentar informes decotrentes de nossos estudos na costa fluminense,
os quais poderão ter alguma influência quet na determinação qnet na orientação de
pesquisas pata petróleo nesta faixa litorânea cio País

ENSAIO SôBRE A TECTôNICA DA BAIXADA FLUMINENSE

Preliminares

Na exposição que fizemos dos estudos 1elativos à possibilidade de existência de


-eetróleo no litoral campista nota-se que, excetuada a primitiva tese ele HORÁCIO
WILLIAMS, nenhum dos autores seguintes se interessou pela relação possível entre
as formações sedimenta1es do Cabo São Tomé e as que para o norte bordam o litoral
do Espírito Santo e da Bahia
A não ser WtLLIAMS, os demais pesquisadores tiveram a sua atenção constante-
mente fixa apenas nas formações superficiais da gtande planície da Boa Vista.
O Dr. LUCIANO DE MoRAES menciona apenas que "a faixa rnsteiia de 10chas
sedimentares em que está situada a fazenda da Boa Vista estende-se pata o sul até
um pouw além de Macaé, onde é interrompida pelas exposições ele rochas cristalinas".

" OLIVEIRA, A\<:lino Inácio de -- "Situação do p1ohlema do pet1óleo no Biasil em 1938".


Boi do Sei v do Fom da P10d Mineial Rio, 1938, pág 33

2 - 25 625
-18

O Dr OLIVEIRA Roxo cita a ocorrência de um arenito avermelhado e arroxeado


no fundo da Lagoa Feia e na foz do rio Macabu. Este arenito é o que incluímos nas
formações tabulares da região, atribuídas provisàriamente ao Terciário ''
Nota-se nos autores que estudaram o assunto, depois de WILLIANS, demasiada
concentração de vistas nos fenômenos da geologia descritiva peculiar à região do
Cabo São Tomé e, mais particularmente, à fazenda da Boa Vista.
Foi êste a nosso ver um grande óbice a tornar improfícuos os esforços co[imando
a solução do caso.
Um possível parentesco entre os sedimentos costeiros fluminenses e os do Espírito
Santo e da Bahia, não foi objeto de demorada consideração
Tampouco, a tectônica geral da costa não foi sequer esboçada
Distanciada de dezenas de quilômetros de qualquer relêvo topográfico, denun-
ciador de formações outras que as do quaternário, as chaníssimas planuras da Boa
Vista, cobertas de areias do mar e de aluviões deltaicas, não poderiam de modo algum
dar informes significativos quanto à estrutura das formações geológicas sotenadas.
Os próprios registros das sondagens pouco adiantam para um mais amplo conhe-
<imento da estratigrafia local dado o caráter essencialmente deltaico das camadas
superficiais da bacia em aprêço, e onde a tendência para a deposição dos det1itos em
lentes isoladas desnorteia qualquer tentativa de recomposição estratigráfica
Daí a necessidade da dilatação do campo de pesquisa
Deixando temporàriamente a enigmática estratigrafia local passaremos a fenô-
menos de mais ampla envergadura de ordem geral, buscando na geologia descritiva
e na tectônica da Baixada Fluminense a possível ligação dos sedimentos desta faixa
litorânea com os da costa do Espírito Santo e do sul da Bahia.

2 Origem comum tectônica da Serra do Mar e do Baixada Fluminense

De um modo geral podemos definir a Baixada Fluminense como tôda a faixa


litorânea do Estado do Rio entre a escarpa da Serra do Mar e o Atlântico
Geográfica e geologicamente o Distrito Federal dela faz parte e a sua área total
deve abranger quase metade do território fluminense
No esbôço geológico que apresentamos do Estado do Rio, por Baixada Flumi-
nense deve ser tida a superfície ao sul e a leste da linha que define o paredão dai
Serra do Mar.
É por assim dizer unamme o conceito de atribuir a origem desta cordilheira
marítima, que de Santa Catarina vai ao norte do Estado do Rio, a um desabamento
que desceu de muitas centenas de metros a bordo atlântico do continente.
Um mestre de geografia, também afeito a leitura e investigações geológicas,
descreveu de maneira concisa e em períodos claros a nossa cadeia litorânea.
Diz o professor PIERRE DEFFONTAINES: "A história geológica deixou no Brasil
um relêvo que se deve essencialmente às falhas e à erosão A principal rêde de
falhas corre ao longo do litoral do Brasil central, sem dúvida relacionado com o des-
colamento da América e da Africa. Foi ela que constituiu esta grande barreira mon-

,/
/;)
-19-

tanhosa que acompanha a costa numa extensão de mais de 3 000 quilômetros e que
se chama a Serra do Mar A cada escala, o viajante que passa pelo Brasil encontra,
co1n'b uma verdadeira obsessão, a barreita ininterrupta desta grande "serra" e crê
~rue o país seja muito montanhoso; mas em relação ao relêvo, como em 1elação à
floresta, ao clima e mesmo aos gêneros da vida humana, a fachada do Btasil é um
pouco enganadota
A Serra do Mat não é uma montanha costeira, mas a escat pa de um planalto
que desce lentamente paia o interior Não é uma cadeia de montanhas com duas
vertentes, e apenas uma escatpa abrupta para a costa; se assim se pode dizer, é uma
semi-montanha, como a montanha da Mesa, na Africa do Sul, ou as Cevenas em
Fiança A escarpa é f1eqüentemente única, como nos "paredões" de Santa Catarina
e do Rio Giande; mas, às vêzes, o rebordo se enruga apresentando degraus e socalcos
orientados em geial pata Oeste A escat pa é então otlada por pequenos wu edores,
onde se pude1am fotmar rnttos vales longitudinais que, apesar de serem abrnptos,
facilitam o acesso ao planalto; são pot depressões dêste gêne10 que se desenvolvem
as vias féueas de Santos e São Paulo, do Rio a Nova Fribu1go e a rodovia do Rio
a Pet1ópolis" e;.
A fotma\ão da Baixada Fluminense está primotdialmente ligada à g1 ande 1uptu1a
ciue nos deu a cotdilheita madtima Outros fatôtes que conttibuüam pata o en-
drn1camento dessa região, tais como o insignifican.te declive de seus tios ou a batreita
de restingas, que já foi pot nós descrita 7, são na realidade sewndários do ponto de
vista geológico
Foi o desabamento que, descendo a aba do continente, mergulhou parte dela no
Atlântiw, deixando em pé a escarpa formidável
Na patte c1ue afundou, sedimentos foram depositados
Antes de estudarmos a estrutura dessa tegião desabada que é hoje a Baixada
Fluminense, lancemos um tápido golpe ele vista às founações sedimentares c1ue nela
se acamatam, - sobretudo na zona de Campos que mais nos interessa no atual
t1abalho - , e às suas possíveis telações com outtos sedimentos costei1os mais ao norte

3 As formações sedimentares da Baixada Fluminense e a idode dos Tabuleiros

Um olhai à carta que apresentamos mostra que, ou o desabamento 01iginank


ela Baixada foi maiot no noite do Estado do Rio ou que um novo movimento epito-
gênico descendente veio ali inctementar a depressão originada pela falha
Tal obse1 vação decorre do estado das fotm~ções sedimentates
No ext1emo oeste, entre Patati e o Disttito, Fedeial, ainda não foiam notifi-
cados sedimentos mais antigos que os depósitos aluvioqais ou matinhos recentes Mas,
à medida que avançamos pata leste e para n,otcleste, as formações de tabuleiros atti-
buídas pot HAR rr ao Te1ciá1io come<,,am a s~1rgir cobrindo uma vasta zona ele Macaé
para o norte.

0
DEFFONTAINES, Pie11c - "Geogiafia Humana <lo Brasil" Revista Biasileiia de Geogtafia
9
n Rio, 1939
7
LAMEGO, Afoetto Ribeito - "Restingas na Costa do Btasil" Boi 96 da Div de Geol e Min
-20 -

Reg ião ozóico do Baixado Fluminense o sudeste de Campos . Ao fundo, os contrafortes


do Serro do Mor no vale do rio lmbé. (Aerofoto da D.S. 8.F.)

A lagoa da Saudade, ao norte de Campos. (Aerofoto do D.S.8.F.)


- 21

O bordo continental parece tci caído num declive que acompanha a escaipa da
Serra do Mar, descendo progiessivamente dos limites de São Paulo aos do Espírito
Santo
Em Campos, região mais visada neste ensaio, a topografia apiesenta o seu relêvo
em três degiaus bem definidos: a planície, o tabulei10 e a serra
Os sedimentos quaternários da planície foiam por nós divididos do seguinte
modo:

a - O delta pleistocênico do Paraíba;


b - As aluviões recentes do Paiaíba Muriaé, Urnraí e Macabu;
e - As restingas tecentes de origem maiinha

O Quaternário está a poucos met10s sôbie o nível do mar


Ent1e a planície quateináiia e a coidilheira azóica existe na icgião uma faixa
de tabulciJ os de uns 20 quilômctios ele laiguia cuja altitude não chega a atingir a
cota ele quarenta meti os em seus pontos mais altos, podendo-se computai a média
entre uns vinte a trinta
São êstes tabuleitos geialmcnte constituídos na superfície de um solo ave1 me-
lhado e a1giloso Mais ra1 amentc há zonas claras aienosas
São comuns nesses tabuleitos afloiamentos ele canga, localmente clrnominada
"iccife"
Pelas nossas observações na regiao fomos levados a condui1 que a piescnça da
rnnga é o indício mais seguro para especificação dêstes sedimentos nas zonas duvidosas
L!e contato com o Azóico no qual ela não apaiecc.
Geralmente não existem camadas estratificadas aflorando, sendo todavia verifi-
cada a presença de seixos rolados ele quartzo, em grande abundância muitas vêzes,
eomo por exemplo na zona de Outeiro, onde pela primeira vez notificamos o motro
do Tingui, ao lado da usina, composto :i.o tôpo daqueles seixos envoltos em massa
de argila vermelha, e na base de gnais decomposto
Achando-se êssc motro nas proximidades do Mmiaé e já próximo ao Azóico,
é provável que se trate de restos de algum cone de dejeção
O canal de Iteieré entre o Paraíba e o Unuaí, cavado pela Ditet01ia ele Sanea-
mento e da Baixada Fluminense, attavcssou camadas ele um pseudo conglomerado
contendo aquêles seixos ele quartzo e já parcialmente transformado cm canga
Em Manguinhos, na costa ao noite da foz do Paraíba, os tabuleiros atingem
o mar e ali existem afloramentos de arenito ferruginoso, passando a canga Dêstc
ponto continuam pela costa até p1 oximidadcs de Barra do Itabapoana
Já mencionamos a oconência dêssc arenito na Lagoa Feia e Barra cio Furado
Essa bacia supostamente terciária deve ter cobetto originalmente uma área muito
maior, ult1 apassando a costa atual A sua existência ainda hoje sob o lençol quater-
ná1io é evidente em vários pontos da baixada
Até o presente não foiam encontrados fósseis nos tabuleiros.
A transgressão marinha acima icferida, coincidindo como 111ic10 da founação
do delta cio Paraíba, deve ter tido início em princípios do Plcistocênio e a ela se
-22-

,devem os fósseis citados pelo Dr OLIVEIRA Roxo na cidade de Campos cujos altos
eram então batidos pelas ondas.
O Sr. SEIXAS TINoco, erudito homem de ctencta que por alguns anos dirigiu
wm rara proficiência a Estação Meteorológica de Campos, informou-nos ter encon-
trado numa cacimba em sua casa, na Rua do Rosário na mesma cidade, um grande
cas,co de tartaruga numa camada de areia a 6 metros de profundidade.
Por todo o resto da Baixada, as exposições sedimentares dos tabuleiros apre-
sentam a mesma uniformidade que descrevemos mais particularmente sôbre a região
campista
Em alguns pontos, notam-se em cortes de estradas de ferro afloramentos de
argilas variegadas que aparentam terem constituído a parte superior desta formação
Geralmente, porém, a única rocha dessa idade que aflora à superfície, mos-
trando ter sofrido ação diastrófica é o arenito ferruginoso, às vêzes brechoso ou con-
glomerático e quase sempre decomposto, sendo comum a sua passagem para uma
verdadeira canga.
Dissemos que êste arenito em algumas expos1çoes mostra ter sofrido movimen-
tação Em Macaé, por exemplo, testemunhos residuais mostram que, além da ação
das vagas perturbando por desblocamento a estratigrafia das camadas, há indícios
evidentes de mergulho A uns 2 km a nordeste de Dores de Macabu, há grande
inclinação das camadas num corte da estrada de ferro.
Na margem sul de atual leito do Paraíba abaixo de Campos, o arenito ferru-
ginoso é por vêzes bem visível em certos pontos
No pôrto da Fazenda dos Airizes, a uma légua a leste da cidade, ao nível dágua
e na vasante do rio, êle aparece tendo aproximadamente uma direção N 509 E. e um
mergulho de 189 W
A escavação da draga para o dique do Paraíba atingiu a mesma rocha a uns
200 metros a leste da parada do Caetá à beira da Estrada de Ferro Leopoldina, na
rnta de 4 metros sôbre o nível do mar Esta exposição está a uns 20 quilômetros do
Atlântico em Atafona, e já muito próxima ao limite da planície argilosa e aluviônica
do rio e de seu contato com a planície arenosa das restingas de origem marinha.
Neste ponto o mergulho parece igualmente ser para S W
~stes afloramentos do arenito ferruginoso e outros na região da Lagoa Feia,
sempre em cota muito baixa, parecem sugerir uma planície de erosão marinha, -
plataforma de abrasão - , onde as vagas destruíram as camadas superiores dos atuais
tabu.!eiros
É de notar-se que, entre Campos e o Itaoca, logo ao sul da cidade na usma do
Queimado, várias sondagens para água encontraram o embasamento gnáissicó entre
50 a 60 metros de profundidade, atravessando um vasto lençol de areia fina sob a
capa de aluviões
Entre a cidade e o morro há pois uma bacia de erosão onde as camadas terciárias
foram completamente removidas.
Parece-nos que tal bacia é devida à erosão fluvial, trabalhando numa época de
ascensão do bordo continental. Somos levados a esta suposição pela profundidade em

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SERVIÇO GEOLÓGICO E MINERALOGICO


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RIO DE <JANEIRO
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ESBóCO GEOLOGICO E TECTONICO
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Por:ALBéRTO RIBEIRO LAMEGO
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-23-

que foram destruídos os sedimentos da formação dos tabuleiros, totalmente substi-


tuídos posteriormente por depósitos quaternários.
O curso dágua que erodiu a bacia deve ter sido importante e não foi certa-
mente o Paraíba, visto que o aparecimento dêste rio coincide com a formação do
delta de São Tomé, isto é, num período posterior de afundamento da costa quando
a transgressão do mar entulhou a depressão de areias quaternárias, posteriormente re-
cobertas de aluviões recentes.
Desta maneira, a erosão tendo-se dado anteriormente ao Pleistocênio, durante
um movimento epirogênico de ascensão, os sedimentos já deveriam estar formados
no Pliocênio.
Eis por que atribuímos provisoriamente ao Miocênio os tabuleiros, dando-lhes a
mesma idade que CARLOTA JOAQUINA MAURY achou para o calcáreo de São José
cm Itaboraí s e que por métodos comparativos foi por nós igualmente atribuída à
bacia terciária de Resende no alto Paraíba º·
:qe qualquer maneira, o Pliocênio parece-nos muito recente para lhe ser referida
a idade dos tabuleiros . ColOClndo-os no Miocênio, fazemo-lo, como dissemos, pro-
visoriamente, não deixando de admitir que lhes possa vir ainda a ser atribuída uma
idade mais antiga, talvez mesmo o Cretáceo Superior.
A tal respeito, temos em nosso abono uma opinião por demais respeitada para
deixar de ser tomada em consideração, embora até o presente não tenham sido en-
contrados fósseis nos tabuleiros.
Conhecida a ligação entre os tabuleiros do Estado do Rio e os do Espírito Santo,
é tempo de repetir uma importante sugestão de ÜRVJLLE DERBY.
Escreveu êle: "From llheus southward to near Victoria, in the State of Espírito
Santo, the sedimentary belt is uobrokeo, except by valleys of denudation, but no
outaops that can be definitely referred to the Cretaceous are koown, though it will
not be surprising if much of the so called Tertiary sandstone of this section of the
coast should eventually prove to be of that age" 10.
Temos portanto assim a possibilidade de serem os tabuleiros de idade mais antiga,
e referidos mesmo ao Cretáceo. e a opinião de um mestre da geologia brasileira.
e ainda DERBY em seu trabalho citado quem critica a divisão da faixa sedimen-
tária costeira em uma série inferior cretácea e outra superior terciária, especificando
que "an unconformability between them is rather assumed than actually proved".
Isto porque a referência ao Terciário, feita por geólogos e paleontologistas de
nomeada, tais como HARTT, ALLPORT e outros, subordinou-se ao critério de se colo.
carem nessa Era os sedimentos superiores imperturbados por movimentos.

• MAURY. Carlota Joaquina - "American Museum Novitates" . Public. by The American


Museum of Natural History; nº 764, Jan. 1935 .
• LAMEGO, .Alberto Ribeiro - "O Ma.~siço tlo Itatiaia e regiões circundantes" . Boi. nº 88
do Secv. eGo. e Min., pág. H.
,. DERBY, OrviJle A . - "The sedimentary belt of tbe coast ot Brazil" . The JournaJ of
Geology. Vol. XV, 1907, pág. 232.
-24-

:e evidente que a adotarmos tal critério os tabuleiros de Campos deveriam igual-


mente ser incluídos no Cretáceo, provado como vimos a movimentação das camadas
do arenito ferruginoso.
GONZAGA DE CAMPOS estudando a zona de Maraú atribuiu ao Terciário os are-
nitos mais conspícuos da série local, não fossilíferos e horizontais.
DERBY entretanto diz: "All things considered, 1 have little hesitation in identifying
the shale series at Maraú (with included marahuite) with the Cretaceous series at
Bahia, and including in it a large part, if not all, of the so called Tertiary sandstone".
Ora, se os arenitos superiores e horizontais de Maraú podem ser incluídos no
Cretáceo, por que motivo os arenitos fluminenses e os do Espírito Santo, fazendo
parte da mesma faixa sedimentária costeira e já movimentados, não poderão ser in-
cluídos naquela idade?
Já vimos linhas acima a sugestão de ÜRVILLE DERBY quanto ao Espírito Santo.
Apresentamos agora a nossa, dada a ligação em horizonte das formações costeiras
do Espírito Santo com as do Estado do Rio.
O mapa geológico do Espírito Santo por HORÁCIO WILLIAMS e LuaANO DE
MoRAES não indica os tabuleiros dêsse Estado - , atribuídos ao Pliocênio por
WILLIAMS - , atingindo o Estado do Rio 11 . Numa rápida visita que fizemos ao
rio Itabapoana nas vizinhanças da foz, observamos entretanto que os mesmos tabuleiros
se levantam em ambas as margens.
Tôdas estas considerações visando a ligação das supostas formações terciárias do
norte fluminense com as do Espírito Santo e da Bahia, induzem-nos ao mesmo tempo
a considerar a hipótese da possibilidade de tais formações serem de idade mais antiga
da que lhe tem sido atribuída, não sendo totalmente impossível que venha ainda a
ser provada a sua inclusão no Cretáceo.
Se tal acontecesse ou a formação dos tabuleiros fluminenses não teria ligação com
a "Série das Barreiras" da costa mais ao norte, sendo-lhe anterior, ou esta série não
seria pliocênica conforme é geralmente aceito por geólogos acatados, entre os quais
já mencionamos WILLIAMS e poderemos ainda citar GLYCON DE PAIVA que admite
uma transgressão pliocênica da Série das Barreiras 12.
~ste autor ainda escreveu: "A série das Barreiras sempre mencionada e, sem em-
bargo, ainda muito mal descrita, constitui no Recôncavo razão substancial de uma
unidade fisiológica o tabuleiro" 1 ª.
Examinemos através de outra série de considerações as possibilidades de uma
correlação entre . os sedimentos do Estado do Rio e os da Bahia.

4. Ensaio de Correlação Geológica entre a Faixa Sedimentar Costeira


e a Plataforma Continental

Já tivemos ocas1ao de relatar a provável ligação estratigráfica entre a plata-


forma continental e os sedimentos costeiros ao longo da costa da Bahia e do Espí-
rito Santo.

11
"Espírito Santo - Brazil". Pub. da Cia. Central Brasileira de Fôrça Elétrica, Vitória, 1932.
12
TEIXEIRA,Glycon de Paiva - "Contribuições para a Geologia de Petróleo no Recôncavo".
Rio, 1930, pág. 181.
18
Obr. cit., pág. 181.
o

e.

CONVENCÔES

SéD//'1EIYTOS cos_
TOROS SEC!.,;'ND A·_
'::.==-=i
-- - -1
----1 RIOS C Tt:RCIARIOS

.. :~ ft PLATAF0Rt1A
CONTl!f[ IY TAL
ª'º L___J

MAPA COMPARATIVO
ENTRE A
o
FAIXA SEDIMENTA.RIA COSTEIRA
E A
PLATAFORMA CONTINENTAL
ORGANl~ADO POR ALBERTO HIBEIRO LAMEGO
o ESCALA 1:?000000
-- 25 -

WILLIAMS chamou a atenção para as grandes irregulatidades nessa plataforma,


sugerindo uma supetfície submarina muito enrugada
A fim de melhor expor as relações entte o relêvo submarino e a rebaixada faixa
de sedimentos costeiros, organizamos o mapa anexo, onde a tais formações justapõe-se
um fundo oceânico com características bem definidas para cada secção da costa.
A base topográfica dêsse mapa foi aproveitada do mapa de AVELINO INÁCIO DE
OLIVEIRA anexo ao boletim n 9 23 do Serviço de Fomento de Produção Mineral,
-- "Situação do Problema do Petróleo no Brasil em 1938" As curvas batimétricas
foram reduzidas da "Carta Internacional do Mundo ao 1: 1 000 000", editada pelo
Clube de Engenharia em 1922.
No mapa que ap1esentamos, à primeira vista verifica-se o seguinte:

a - O bordo continental entte Recife e a cidade do Salvador é rompido

abruptamente, sendo a plataforma est1 eita e com limites 1egulares a uns 50 quilô-
metros da costa, aproximadamente paralelos à linha litorânea
Além dêsse limite <los duzentos metros, a queda é quase imediata para a pto-
fundidade de mil metros, e continuada em declive rápido pata 3 000 e 4 000 Uma
fossa com esta penúltima profundidade existe a leste de Salvador.

b - No ttecho entte a capital baiana e o cabo São Tomé, o relêvo <la plata-
founa difete completamente As pequenas profundidades de 50, 100 e 200 metros
continuam para leste por distâncias que ultrapassam 400 quilômetros na latitude de
Vitória.

Tôda esta larga plataforma entretanto é entreaberta de fossas que vão a três
mil metros, havendo mesmo um profundo vale submarino a leste de São Mateus
Ao redor e ao sul dos Abtolhos, todavia, parece haver grande regularidade na
plataforma que, na mesma latitude de São Mateus, conserva os 50 metros de pro-
fundidade a 150 quilômetros do litoral.
O mergulho das tochas dos Abtolhos para NNE, segundo HARTT 14, msmua
rnesmo uma estrutura anticlinal para aquêle socalco de 60 metros de ptofundidade.

e - Ao sul da zona entre São Tomé e Cabo Frio, a plataforma é sem :i.cidentes
e seu limite pelágico, que passa a uns 60 quilômetros ao sul de Cabo Frio, vai gra-
dualmente se distanciando da costa Ao sul do Rio de Janeiro já êle passa a 120 km
em curvatura bastante regular

O caimento para a profundidade de mil met10s é também bastante brusco ao longo


dêsse limite
Vejamos o que se pode deduzir de tais fenômenos
Em primeiro lugar há certa semelhança entre o primei10 e o terceiro trecho,
embora neste último seja bastante mais larga a plataforma
Ê digno também de nota que em ambos êstes trechos a orientação da costa é
de um modo geral para nordeste, enquanto no trecho intermediário ela corre de
norte a sul

" HARTT, Ch Fred - "Geology and Physical Geogtaphy of B1azil". Boston, 1870, pág 175
- 26 -

Tais circunstâncias, ainda não devidamente apreciadas pelos geólogos, parece-nos


de importância extraordinária para a elucidação das condições pretéritas em que se
depositaram os sedimentos costeiros.
Ê que existe uma est1 eita relação entre a orientação atual da costa brasileira e
a orientação dos gnais azóicos que formam a ossatu1a desta faixa continental atlântica
Já mencionamos, entre a costa fluminense, a escarpa da Serra do Mar, e a
01ientação do gnais, um notável paralelismo que orienta o rio Paraíba em quase
todo o rnrso desde o Estado de São Paulo 15
Aquela uniforme orientação de WSE para ENE, que por si só prova, pela
extraordinária persistência da est1atigrafia da Serra do Mar desde os tempos arquea-
nos, uma ausência de diastrofismo, já foi discutida na "Teoria do Protognais" que
nela encontra um de seus mais sólidos alicerces lG
Do Estado do Rio para o norte, as indicações de HARTT em vários pontos nas
proximidades da costa bastam para que se veja a orientação geral do gnais ao longo
da faixa costeira, continuando aproximadamente a mesma até Alagoas, onde em Ca-
jueiro temos a sua última anotação
Já de Pernambmo pata o Equador, onde não temos observações daquele mestre,
mas onde o litoral toma um novo rumo para o norte, até o cabo São Roque, o mapa
de W ARING most1 a a orientação bastante irregular do gnais nas proximidades do
litoral 17
Para 1eforçar o que ficou dilo sôbre a constância na orientação do gnais na
faixa acima referida, temos no próprio HARTT uma transcrição de DARWIN, ali post:l
com a autoridade de ambos, e que julgamos útil ttaduzir
"A laminação do gnais por algumas milhas em tôrno da Bahia tem a sua
direção inegular, e muitas vêzes curvilínea, mergulhando em tôdas as direções em
ângulos diversos, porém, quando claramente definidos, a mais freqüente <lircção é
de NEN para SWS, cotrespondendo ap1oximadamente à linha de costa da baía para
o norte Posso acrescentar que o senhor GARDNER, encontrou em várias partes da
província do Ceará que fica entre quatrocentas e quinhentas milhas ao norte da
Bahia, gnais com a orientação de E 45 N; e que na Guiana, segundo Sir R. ScHOUM-
BURGK, a mesma rocha tem a direção de E 75 N HUMBOLDT também desueve o
granito-gnais de uma grande área da Venezuela e mesma da Colômbia, como tendo
a direção de E 50 N, e mergulhando para NW com um ângulo de 50 graus Desta
maneira, tôdas as observações até agora feitas, tendem a mostrai que as rochas gnáis-
sicas em tôda esta parte do continente têm a sua laminação geialmente orientada
quase que para um só ponto do quadrante" 18
Qual a importância capital que damos a essa comum orientação do gnais e de
sua relevância no problema do petróleo?
Ê a que passaremos a expor

"' LAMEGO, A R - "O Maci~o do Itatiaia e Regiões citrnndantes"; Bol 88 do Set Geol
'" LAMEGO, A R -- "Teotia P10tognais" Uol do Setv Geol e Min Rio, 1937
17
BRANNER, J C - "Geologia Elementat'', Rio, 1915, pág 292
18
HARTT, Ch Fred - Obr Cit, págs 339-340
-27-

A costa brasileira no trecho apreciado é evidentemente uma costa de ruptura


Du ToIT, enquadra-a, do equador para o sul entre as costas de linhas de falhas
continentais 19
Não vem ao caso a discussão de ser ou não devida ao deslocamento conHnental,
Teoria de WEGENER ~, esta enorme ruptma responsável pela origem de tôda
a costa de leste
Não resta dúvida porém, que, pelo menos no ttecho de São Salvador pata o
norte e no marginal à Cordilheira do Mar ao sul do País, a linha costeira foi origi-
nada po1 enormes desabamentos
Deixando para mais adiante esta zona do sul, que desoeveremos ao voltarmos à
Baixada Fluminense, vejamos o que se passa na faixa setentrional do mapa
Ali, nota-se que, paralelamente ao bordo continental, um talhe brusco de mil
metros, com declive tápido para dois mil, t evela a existência de uma escarpa subma-
tina idêntica à da Se1 ra do Mar A plataforma continental tem a aparência de um
planalto que se prolonga continente a dentro, semelhante ao que existe na região
do Sul, apenas com a sua altitude rebaixada ao nível do oceano
Essa feição entretanto, real numa comparação topográfica atual, não tem funda-
mento quanto ao perfil do embasamento a1queano transversal à costa,
Em Salvador, pelos estudos geofísicos do IRNACK DO AMARAL, sabe-se que a
oeste da falha do Lobato a dep1essão em que se acumulam os sedimentos oetácicos
deve ter atingido a uns mil e quinhentos met10s Temos ali uma fossa tectônica a
p10longa1-se para nordeste, pa1alelamente à faixa azóica do litotal que da cidade
acompanha o Atlântico por uma centena de quilômetros, quando desaparece sob os
sedimentos mesozóicos e terciários
Ao norte de Salvador a largura de tais sedimentos é bem maior, acrescida de
formações paleozóicas
Entretanto, os relevos prepaleozóicos que, da confluência do no Jacuípe com o
Paraguaçu parecem alinhar-se com os de formações idênticas em Sergipe, dit-se-iam
indicar se1em êles o limite ocidental dessa fossa do Recôncavo, que se prolongaria
muito para o norte
Desta maneira é bem provável que a citada faixa azo1ca lito1ânea de Salvador
para o norte seja continuada numa crista sob a platafotma continental, soterrada sob
os sedimentos submarinos
Existiria pot conseguinte um verdadeiro "horst" de rochas azóicas separando a
fossa interna continental da externa bem rep1esentada pelas curvas batimétricas
A existência dêsse "horst" parece comprovada pelos estudos geofísicos em Alagoas
onde grande espessura de sedimentos foi percebida, assim como pela presença de
aflotamentos do Azóico em praias desta região, como por exemplo em Pernambuco,
onde "bolde1s" de decomposição de granito aparecem à beira-mat na Pedia do
Pôrto 20 •

1
º Du ToIT, Alex L - "Ou1 \)(lande1ing Continents" London, 1937, pág 257
"' BRANNER, John C - Obt cit, pág 360, fig 163
- 28 -

Parece-nos, pois, que a faixa sedimentar costeira, de Salvador para o norte, depo-
sitou-se numa fossa de desabamento semelhante à da Baixada Fluminense, que adiante
descrevemos
A fossa do Recôncavo parece ter continuidade para o sul, pelo menos até à
latitude da foz do Rio de Contas
Daí a Cabo Frio entretanto, embora o alinhamento 1etilíneo de giandes ttechos
do lit01al denuncie uma costa de ruptuta, talvez recentemente rejuvenescida por movi-
mentos isostáticos, existe a singula1 disparidade apontada ante1 iormente, entre as con-
dições batimét1icas fronteiras e às das outras duas zonas
A depressão contínua e uniforme da 1egião pelágica paralela ao continenre desa-
parece e há tôda uma série de fossas avulsas que, isoladamente na parte norte e em
grupos na patte sul entre Vitória e Campos, pa1ecem orientar-se pata no1deste e
como se fôssem restos de antigos vales orientados, como os atuais da Setra do Mar.
Já fizemos notar entre estas fossas o p10fundo vale subma1 ino a leste de São
Mateus
A que atribuir tão notável dissemelhança entre o relêvo submarino desta faixa
e o das outras duas ao sul e ao norte?
Tamanho é o culto dessas depressões irregulares que simples esforços oroge111rns
não nos parecem explicá-las sem pe1turbações violentas nos sedimentos que aflo1am
no bordo continental
Embora não se possa negar a existência de enrngamentos, - nós mesmos já
apontamos um p10vável anticlinal ao sul dos Abrolhos - , é evidente que as causas
principalmente epirogênicas devem ser atribuídas tais dep1essões, talqualmente como
para as duas outras faixas litorâneas
Sendo assim, ent1etanto, qual o motivo de não ser a costa nesse longo trecho
igualmente acompanhada de isobatas que lhe sejam paralelas?
A nosso ve1, deve-se isto a uma causa fundamental À 01ientação acima 1eferida
dos gnais azóicos As fossas parecem acompanhá-las
A costa de Salvado1 para nordeste e de Cabo Frio pai a suleste é patalela à
direção continental do gnais.
Houve facilidade de rompimento em fossas paralelas àquela orientação, sendo
01iginadas as escarpas abruptas da serra do Mar e a que ao la1go da capital baiana
acompanha o litoral, submersa
Na zona entre esta cidade e o norte fluminense, entretanto, a direção norte-sul
da linha lito1ânea coita a 3ireção do gnais transversalmente
Daí resistências grandes e variadas à ruptura, que deverão ter originado em
idades extintas uma região bastante irregular com braços de mar e estuários, nos quais
se depositaram tôda a espessura dos sedimentos que posteriormente nivelaram todo
êsse fundo.
Não discutiremos a ocorrência de novos desabamentos nesta zona, que teriam
ctiado as fossas atuais em zonas predispostas a rompimento, ocasionando ao mesmo
tempo a transgressão do mar sôbre velhas bacias como a dos Abrolhos, onde HARTT
encontrou obscuras impressões de plantas e escamas de peixes 21 •

21
HARTT, Ch F1ed - Ob1 cit , págs 176-178
- 29 -

Tôda esta regiao atualmente sob as ondas deve ter sido por isto mesmo propícia
à formação de depósitos semelhantes aos do Recôncavo da Bahia, em bacias favo-
1áveis à formação de petiólco, devido à existência de fossas tiansversais à costa atual
e já preorientadas pela erosão antes do afundamento.
Resta-nos investigar se há possibilidade de tais condições te1em existido p1óximas
ao litoral de hoje e de estarem aquêles sedimentos soterrados sob camadas mais recentes
ao longo da costa
Antes, po1ém, não que1 emos deixai de expumir a nossa oprniao sôbte a neces-
sidade de uma sondagem nos Ab10lhos, não só para fins de correlação estratigráfica
com as founações wntinentais, wmo também pela disposição das 10chas aparente-
mente na aba de um anticlinal, o que não é para se desprezar em pesquisas de petróleo
quando ainda tateamos, por assim dizei, num dédalo de incettezas iniciais.

5 Hipótese de Fossos Tectônicos litorâneos

Vimos que trabalhos geofísiws executados pelo Departamento Nacional de Pro-


dução Mine1al na bacia cretácica da Bahia e na faixa costeita de Alagoas revelaiam
a existência de profundas fossas litotâneas paralelas à linha geial da costa
A primeita destas fossas, onde a profundidade parece atingir cêrrn de 1 500 me-
t10s, já nos most10u ser produtiva de pet1óleo, na sondagem executada pelo Departa-
mento, na sua borda oriental, em Lobato
Na segunda, em Alagoas, pelas sondagens executadas pelo Serviço Geológico e
Mineralógico do Brasil, conhece-se a existência em profundidade de folhelhos betu-
minosos, abaixo dos quais começam a aparecer freqüentemente pequenas quantidades
de óleo.
Examinemos as probabilidades de existência de semelhantes fossas tectônicas
entulhadas por sedimentos da mesma idade ao longo da faixa litorânea que se
estende até às vizinhanças da Guanabara.
Já vimos, linhas acima, as opiniões de ÜRVILLE DERBY e de HORÁCIO \'V'ILLIANS
quanto à existência de tais sedimentos na costa norte do Espíiito Santo.
No norte do Estado do Rio ainda não verificamos definitivamente a presença
de camadas cretáceas Os tabuleiros são os sedimentos mais antigos que afloram nesse
litoral, - partindo do nosso ponto de vista de não considerar as rochas azóicas
como sedimentos.
Compa1ando tais tabuleiros com a "Formação das Baneiras", por considerações
ele geologia dinâmica, lhes attibuímos provisó1iamente uma idade miocênica, deixando
entretanto abelta a possibilidade ele pe1tence1em êles a uma idade ainda mais antiga 22 •
Fiisamos que o arenito elas Barreiras é considerado pliocênico 23 •
Ao patticula1izar o caso baiano, GLYCON DE PAIVA nota a "p1esença por._tôda
a parte ela Formação das Batreiias, de sedimentos hotizontais, ttansgressivos sôbre o
complexo petrolífero subjacente, impedindo, a cada passo, obse1vações do geólogo

"' LAMEGO, A R - "Má111101es do Mmiaé" Boi da Div de Geo] e Min


"" GUIMARÃES DJALMA - "Qua'C\10 Ch10no-Geológico do Btasil" Publ do Instituto
füasileiro de Mineiação e Metalmgia
- 30

de campo. Sua função pa1ece não ter sido outra que ocultar afloramentos úteis, exer-
<endo o mesmo papel que um solo muito profundo" 24 •
Se já na região da Bahia onde a altitude dos tabuleiros pode atingir centenas
de metros, estas formações impedem a visibilidade de rochas cretácicas, que se não
esperar do caso fluminense onde êlcs sobem a pouco além de trinta metros sôbre
o nível do ma1,
Ademais, confo1me expusemos cm trabalho anterior, dmante o Pleistocênio deu-se
na região do Cabo São Tomé um afundamento de tôda a costa em srncron1s1110 com
a formação do velho delta do Paraíba, ficando a costa estacionária na época recente,
desde que o rio modificou seu curso de Campos para o ma1, deixando de correr
pata sulcste e indo para no1deste 25,

Tal afunJamento pleistocênico em concordância com as observações de WILLIAMS


sôbrc a diminuição em altitude <lo tôpo das fo1mações do~ tabuleiros <la Bahia para
o sul, te1iam natu1almente wntribuído pata ocultar ainda mais quaisquer sedimentos
anterio1cs, caso tenham êles se formado
Um estudo tectôniw da Baixada Fluminense podc1á senão csda1ccc1 definitiva-
mente, pelo menos indicar as probabilidaJes da existência de fossas tectônicas lito-
1iineas, pc1mitindo tiansg1essões favoráveis à arnmulação de sé1ies estratig1áficas seme-
lhantemente ligadas à otigem do pet1óleo, wmo as da costa da Bahia, de Sc1gipc e
de Alagoas
Antes de passarmos a êsse estudo, não é supérfluo 1ecapitular mais uma vez os
elementos atuais que possibilitam a iunanação dos estratos campistas aos da Bahia,
A co11elação de WILLIAMS é deveias inte1essante A altitude dos tabuleiros que
no interio1 da Bahia vai a 400 met10s desce ao longo da wsta, para o sul, atingindo
na região de Campos apenas de 15 a 30 met10s sôb1e o nível do mar
Sob êstes tabuleitos jazem ao noite founações ctetácicas, onde foi p1 ovada a
existência de óleo explorável, em Lobato
Pelo menos até à latitude de Ilhéus afloiam rochas dessa idade HARTT ainda
as encontra mais ao sul, no arquipélago dos Ab1olhos 20 , embo1a, nesse ponto, RltANNER
conside1e a sua deteuninação muito duvidosa, attibuindo-as a uma provável idade
mais antiga 21.
Diz ainda BRANNER: "Ao longo do litoial as 10chas de idade cretácic"1 ocupam
bacias destacadas que penet1am algumas dezenas de quilômet1os apenas no interior
do continente e que, no geral, atingem altw as de poucas dezenas de metros apenas
acima d? nível do ma1 Pa1tes destas bacias são ocupadas por depósitos de ágna. doce
ou salobra, parte po1 depósitos francamente marítimos" 28

HORÁCIO \X!ILLIA~IS, que percoHeu a costa do Espítito Santo e nos apresenta


wm LUCIANO DE MoRAES um mapa geológico dêsse Estado, escreveu ainda: "Rochas
ele idade cretácirn são desconhecidas no Espírito Santo Tais 10chas enbetanto podem

21
Cif AVELINO DE01 IVEIRA, ob1 cit' pág 47
'" LAMEGO, A R - "Restingas na Costa do Btasil" Blo da Div de Geai Min
"' HAR1 r, Ch F1ed - Ob1 cit, págs 174-214
" BRANNER, John Caspe1 - Ob1 cit, Rio, 1915, pág 342
"" BRANNER, John Caspet - Ob1 cit , pág 342
- 31 ---

existir na faixa costeira ao norte de Santa Cruz, ocultas sob os sedimentos terr iários
e quaternários Não muito longe do norte do Espírito Santo, na costa baiana, sedi-
mentos cretácicos são encontrados nestas condições Parece igualmente provável que,
se tais estratos uetácicos ou permianos existem nesta região, êles deverão ser do-
brados de modo a fornecer estrnturas favoráveis à acumulação de petróleo Esta con-
clusão é justificada pelas grandes itregularidades existentes na platafotma continental
que se estende por uma distância de cento e trinta e cinco milhas pelo mat a dentro
com profundidades que variam de quinhentas a quinze btaças, desta maneita, indi-
cando uma supetfície submarino incomum e muito enrugada" 29 ,
Em suma, o problema parece condicionai-se às seguintes inteHogativas:

a - Havei á ou não continuidade das formações cretácicas sob os tabuleiros desde


a Bahia 2-~6 a 1egião de Campos?
b - Terão ao menos existido bacias c1etácicas destacadas ao longo du lito1al
do Espítito Santo e do Estado do Rio, - confounc descreve BRANNER, as da. Bahia,
possibilitando ttansgressões favo1áveis à deposição de rochas oleíferas?
e - Em caso de existência de tais rochas terão elas sofrido movimentação suti-
t iente pa1a o acúmulo de pet1óleo cm est1uturas favotávcis?

Sôb1e a questão do enrugamento a 1esposta patecc positiva, visto existit celta


movimentação nos arenitos dos tabulei10s superiores, enquanto as da sétie das Bar-
teiras na Bahia são ho1izontais Ftisemos entretanto mais uma vez que, pata nós,
acruêles a1enitos são mais antigos que os desta série at1ibuída a uma transgtessão
pliocênica 30
Quanto à possibilidade de existência de fossas p10fundas, é o que tenta1emos
analisar nas páginas seguintes pot processos dedutivos, dada a inexistência até agora
de p10vas diretas ou de tesultados geofísicos comptovantes

6 Relações entre topografia e a tectônica da Baixada Fluminense

Se considerarmos a maio1 pa1te da Baixada atual como constituída de depósitos


aluvionais recentes, ou quando muito pleistocênicos, - delta do Pataíba ao sul do
Cabo São Tomé - , a sua idade é evidentemente quaterná1ia
O que nos interessa potém é saber em que período se deram os desabamentos
que rcbaixatam tôda a região descolando-a do nível da Seua do Mar
Neste caso a sua idade é evidentemente anteriot à deposição dos depósitos ter-
ciátios que 1elegamos proviscniamcnte ao Miocênio pot motivos expostos
Como comptovante de um tal abaixamento durante o Miocênio, temos o já citado
caká1eo de São José, em Itabo1aí, p1àtirnmente no mesmo nível de outtos sedimentos
da Baixada da Guanabara e at1ibuídos àquela idade por CARI orA JOAQUINA MAURY,
pelo estudo de fósseis por nós colhidos

2
" Espílito Santo, Biazil Publ da Companhia Cential Biasileiia de Fô1ça Elét1ica
Vitó1ia, 1932
"" PAIVA, Glyrnn de - Ob1 cit, pág 181
- 32 -

.. "' .
SE,COES CEOJ.06/0tS 1/JE.41.11,4/JAS ATH/llVES .01.BÂ/%;1011 f'LV/1/ltft/SE
PÓR ALBERTO RIBEIPO 1...AHECiO

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7
MACADÚ- LACÔA ~~IA
- 33 -

Um exame do Esbôço Geológico do Estado do Rio, que apresentamos, revela


um fato bastante exp1essivo
No litotal do extremo oeste, as enseadas rasas de Angra dos Reis e de Sepetiba,
ainda não fo1am entulhadas, não obstante a descarga de nume10sos rios que des-
bastam violentamente a cordilheira
Mais a leste, ent1etanto, a Guanabata teve a sua primitiva área grandemente
1eduzida pelas aluviões. E nesta baía já se enconttarn sedimentos te1ciários, alguns por
nós localizados e outros já descritos pot HARTT.
Ao noite de Cabo Ftio, onde estudos geofísicos realizados pelo Serviço Geo-
lógico e Minetalógico 1evelararn um conspícuo afundamento das tochas azóicas para
e inte1ior, não é de todo impossível a existência de rochas terciá1 ias nos vales dos
1ios Una e baixo São João
Enfim, das 1 edondezas de Macaé até o Espírito Santo, os tabuleitos avançam
pelo inte1io1, aproximando-se <la Sena do Mar na 1 cgião do Rio Ptêto, ap1 esentando
uma faixa de afloramentos atuais de cêrca de vinte quilômetros de la1gma de Quis-
samã ao Itabapoana, faixa esta que dcve1ia aflotar pelo menos até à costa com a
la1gu1a de 60 quilômettos ainda no Qnalctnáiio, visto existi1 em afloramen~os na
piaia, ao sul da Ba11a <lo Furado e, conforme o Dt OLIVEIRA Roxo, nos fundos da
Lagoa Feia.
Em Macaé, nos fundos do Balneátio de Imbetiba, testemunhos do a1enito dos
tabulei1 os most1 am ter sof1ido alguma movimentação
Que se podei á deduzir destas considerações, cm relação à tectônica da Baixada?
Na p1esente exposição apenas trntaremos da Serra do Ma1 na zona qne nos
inte1essa, particularmente na 1egião setentrional do Estado do Rio
A Baixada não é constituída cm sua maio1 átea de planuras rasas e alagadiças.
Excetuada mesmo a grnndc planície campista, pode-se dizer que a maior pa1le da
supe1fkie da Baixada é colinosa, acidentada de seuotcs azóicos, alguns dos quais
atingem gtande altura, tais corno os maciços do Distrito Federal, os divis01es entre
os 1ios Cassei ebu, Bacaxá e Capivati, ao no1 te do Rio Bonito, as setras de Berta e do'
I1 it i ao sul do rio Macaé, e o serrote litorâneo, ao no1 te das lagoas de Ma1 icá,
Saguarema e Araruama
Algumas destas elevações atingem cêrca de mil mettos de altitude não diferindo
pottanto muito da uista de cumieiras da Serra <lo Mat.
Esta disposição de pequenas cadeias c.osteitas e de elevada altitude é de suma
impottância na p1esente exposição
Po1 cnt1e estas elevações de ielcvos po1 vêzes ásperos é que se acomodam as
planícies e as vá1zeas alagadas da Baixada pràp1 iarnente dita
Um dos aspectos bastante rnmuns dos vales encharcados dos 11os da Baixada,
sob1etu<lo das pattes médias de seus cmsos pata montante, é o ap1esenta1em êles o
seu perfil transversal em forma de U, c.om a base extremamente la1ga em relação às
esca1 pas laterais
O tio Macaé aéima <la ponte de Neves dá-nos um exemplo típirn dessa feição
peculiar

3 - 25 625
-34-

Em tôda a zona alagadiça ou pantanosa da Baixada assinalam-se ilhas de um


velho mar que 1egrediu
Na costa de Macaé a Cabo Frio e dêste ponto aos limites de São Paulo, ilhas
semelhantes ainda hoje eme1gem do Atlântico.
O estudo geog1áfico de tais ilhas, no campo, liga-as à disposição dos serrotes
divisores entre os cursos dágua da Baixada.
Tais serrotes são quase semp1e 01ientados em alinhamentos paralelos à gtande
escarpa da Serra do Ma1. Esta disposição é bem notótia nos que acima já citamos, aos
quais podemos juntar a serra de Maduteira, entre o Distrito Federal e o Estado do Rio,
a pequena sé1ie de elevações entre a Guanabaia e a se11a dos órgãos, cuja verdadeiia
feição iopog1áfica pode ser obsetvada do alto da Independência, em Pettópolis, e
numerosas out1as pequenas cadeias em iôda a Baixada
São paiticularmente notáveis as que ladeiam o médio curso do Macaé e a sena
de Santa Catatina, entte êste rio e o Macabu, a lJual, na sua extremidade leste, é conti-
nuada por elevações azóicas que se levantam de entre os tabuleit os e sob os mesmos
desaparecem nas proximidades de Catapebus.
Entre essas ilhas que despontavam durante a transgressão ierciát ia (?) podemos
citar entre as mais notáveis o mo110 do Itaoca a sudoeste da cidade de Campos, ligado
ao divisor entre o tio Imbê e o Macabu pot elevações idênticas como a Serrinha e o
morro da Glória
Idêntica disposiç,ão pai ece ter tido o morro do Mico já nas proximidades de Ba1 ia
de Itabapoana e outros pequenos afloramentos mais para nordeste, na direçfo desta
localidade, e, para o sul, nas proximidades do local denominado Ponto
Enfim, tôda a Baixada devia apresentar em épocas pleistocênicas um aspecto ainda
mais nítido de uma ext1ema zona litorânea bordejada por um altíssimo patedão de
escarpas e 1elevada de se1rotes altos, distanciados e paralelos entte si e a Serra do Mat.
Tôda a Baixada po1 conseguinte patece expor uma estrntura topogtáfica decor-
tente de um desabamento principal, devido ao grande talho da escarpa da Setra do
Mar, e de numerosos desabamentos secundários ligados ao primei10, que se denunciam
pelos serrotes de escarpas abruptas paralelos à mesma cotdilheira
Um exame do mapa que ap1escniamos, definindo os diviso1es da Baixad,t pa1ece
adiantai que, na parte leste do Estado do Rio, a pa1tii das cabeceiras do Macaé, a
tendência de tais serrotes é de obligua1em para leste, abandonando a 01ientação geral
da grande esca1pa da co1dilheira.
Tal aspecto entretanto é mais aparente que 1eal, visto que tais se11otes são geral-
mente ftagmentados em secções meno1es, de uistas agudas e acompanhando o rumo
da fiatura principal da grande escarpa.
Essa orientação é sob1etudo notável, olhando-a sob o aspecto geológico que pas-
samos a desctever
Tôda a região ao norte da grande escarpa desenhada no mapa é essencialmente
gnáissica com uma estrutura sinclinal que já expusemos em trabalhos anteiiores. Na
calha do eixo dêsse antidinal cone o tio Paraíba no seu trecho mais ou menos retilíneo
de Barra Mansa às vizinhanças de São Fidélis.
- 35

Em conttaste com esta faixa gna1ssica e serrana do Estado do Rio, vemos que
quase tôda a faixa da Baixada, compreendida entre a Serra do Mat e o Atlântico, é gra-
nítica ou granitizada
Nos senotes e nas ilhas altas do litoral, podem predominar tochas gnáissicas pti-
mitivas Mas no intetior da Baixada, sobretudo nas zonas que bordam a Serra do Mar,
a tocha predominante é o granito ou o gnais intensamente granitizado.
Já desde os lit01ais de Angra dos Reis e <la Ilha Grande estas rochas aparecem
no friso matítimo
Daí pata leste o granito fotma o pontal de Mangaratiba, quase todo o maciço da
Pedra Branca, o pontal de Guaratiba e os morros de Bangu no Distrito Fedetal
Da mesma tocha são quase todos os mottos da baixada dos rios Iguaçu, Estrêla,
Sm uí e Magé, no circuito da Guanabara.
Mais para leste ainda, pela encosta das serras que levam a Nova Friburgo, é cons-
tante a presença de granito que mesmo se aptesenta muna gtande bossa em tôda a
1cgião entte Rio Bonito e Capivari
A oeste de Macaé a se11a da Boa Vista é constituída da mesma rocha que ainda
se pi alonga em afl01amenlos intermitentes até Campos, onde o granito conslitui o
1110110 do llaoca.
Tôda esta série de afloramentos patece indubitàvclmente coincidir com o eixo do
batólilo que acompanha a aba da Sena do Mar e o sinclinal do alto Paraíba
Caso entte os mais notáveis é o do rio Imbê cujo vale extraordinàtiamente teto e
paralelo à grande escarpa corre quase inteiramente entre morros de granito
No alto da serra, na região gnáissica, a 01ientaç,ão dêsse tio seria explicada fàcil-
mente pela orientação das camadas dessa rocha como sucede com o Paraíba e com
vários de seus afluentes
Na Baixada, e em tais circunstâncias, a 01icntação do no e de alguns de seus
afluentes como os tios Socêgo, Segundo Norte e Mocoló na parte encachoeitada, só
pode ser explicada por um desabamento 1esponsável por uma série de falhas patalelas
e cm degtau.
Entte as gtan<les escarpas da sena do Mar nessa regiao, - setras Grande, da
Gtandeza, do Mocotó, etc., - e a planície do tio Imbê, os afluentes awmpanham
pequenos maciços de granito, alguns ilhados, que mais ainda confirmam uma fossa de
desabamento entre a Serra do Mar e o pilar do tio Urubu.
A disposição geog1áfica dos tios da Baixada e a estrntrn a geológica 1egional
parecem indicai a Baixada Fluminense wmo tôda uma uma tegião deprimida 1esultante
de uma tectônica 01iginadota de fossas, "grabens'', "rifl walleys" - , e de pilates
"horsts".
Das linhas acima parece deduzir-se que, na 1egiao campista e macaense, os efeitos
tectônicos se fize1 am sentir com maiot intensidade, abaixando sob o nível das águas
as áteas desabadas.
Mais ao sul foi menos sensível a submetsão da atual Baixada Fluminense, que, em
sua maior parte, deve ter pe1 manecido ainda sujeita à ação dos agentes etosivos durante
o Tetciário, sendo apenas wnheci<las tochas dessa idade na bacia da Guanabara, pro-
vàvelmente isolada.
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SEÇOES HIPOTETICAS ATRAVES A BAIXADA CAMPISTA
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- 37 -

Movimentos poste1iores de ordem epirogênica afundaram novamente tôda essa faixa


costeita durante o Pleistocênio, peunitindo a formação do velho delta do Pataíba ao
sul do Cabo São Tomé
Tal movimento descendente da Baixada foi paralisado no comêço de época tecente
Em muitos casos como na região do Imbé, nos fundos da Guanaba1a e nas planícies
do Disttito Federal e do Rio Guandu, as aluviões tecentes vão terminar brnscamente de
enwntro às esca1 pas de cordilheira.
Voltando à formação da sena do Mar vetificamos pois que, na tegião campista,
as fossas de desabamento foram muito mais profundas que no sul do Estado do Rio.

7 Os sistemas de falhas litorâneas A Depressão de Campos e sua idade provável

Examinando o lito1al brasileito da Bahia pata o sul vimos que a otientar.,fio da


rnsta no prirnei1 o ttecho até Caiavelas segue aproximadamente o me1idiano muna ex-
tensão de cinrn giaus Neste ponto, após uma cmta inflexão para sudoeste, a linha
lito1ânea volta a tomai o rumo N-S até a foz do Rio Doce de onde inflete ligeiramente
pata SS-W até o Cabo São Tomé
Dêste ponto a orientação costeita ruma pata S-W, atingindo Cabo Ftio após a
cut va da enseada de Ba11a de São João.
De Cabo Ftio até os limites de São Paulo a linha costeita torna brnsrnmente o
J umo de E-\'\!
De um modo ge1 al podemos rnnsidera1 a costa brasileira, nesta faixa, como 01 icn-
tada segundo duas diret1izcs ptincipais: uma de noite a sul, da baía de Todos os
Santos a Cabo F1io, e outra de leste a oeste, dêstc cabo a Ubatuba
Citcunstância que não pode ser desprezada é o fato do patalelismo do segundu
t1echo lito1âneo com a escarpa da Sena do Mat, a qual desapatecc ao atingit o tio
Pataíba, aptoximadamentc na latitude de São Tomé
Ao noite do Paiaíba, a não sn o seuote da Caconda entJe êste tio e o 1v[111iaé, e,
além dêste, a sella da Onça, os maciços da Pedia Lisa e da Sc11a de Itapcmitim,
embota apresentando pode1osos esca1pados, têm ditcção de E-W
Na Seria do Mar a ditec,ão das camadas gnáissicas arnmpanha ap1oxima1Lcmente
a 01ientação da gtande esca1 pa A Pedia Lisa, ent1ctanto, aptesenta-se como um c:norme
pa1edão de camadas gnáissicas vet ti cais, otientadas de oeste a leste
Houve uma evidente deflexão de oeste pata leste nas camadas 01 ienbtdas pelo
ptimitivo enrngamento, ao atingi! em êste ponto E tal deflexão pa1cc e te1 impedido que
a giancle fiatuia da csca1 pa d<t Seu a do Ma1 patalela à 01 ientação do gnais se tivesse
p1 olongado pata o no1 te.
O pontal subma1 ino do Cabo São Tomé também se dirige de oeste a leste e ;1
mesma ditcc,ão foi po1 nós notada nas camadas de 10chas azóicas à beita-ma1 cm Macaé
De ontto lado a dileção gcial da costa de noite a sul, da Bahia de Todos os
Santos àquele cabo, pa1ere claramente indicai out10 sistema de fraturas 01icntadas ness,l
dileção, paralelas à cordilheira dos Aimo1és e às sc11as do leste baiano
Estamos pois em p1esença de dois sistemas de falhas 01iginadorcs ele fossas tectô-
nicas ao longo do litoial em estudos
38 -

Apa1entemente, o do norte é mais antigo, dada a presença de rochas c1etácicas


subjacentes aos sedimentos terciários transgressivos ou mesmo de rochas paleozóicas no
1ecôncavo da Bahia segundo GLYCON DE PAIVA 31
A maio1 idade desta série de fraturas pode1ia também ser invocada pela ausência
atual de esca1 pas lito1âneas, embo1 a no sul da costa do Espírito Santo e na Bahia
possantes elevações residuais 1elemb1em ainda o desabamento, tais por exemplo as do
pôrto de Vitótia, a montanha de Mestte Alvaro e o Monte Pascoal
Em wntiaste com êsse desabamento de norte a sul, o da Baixada Fluminense patece
mais moderno, com a sua linha ininterrupta de escarpas da Serra do Mar.
Evidentemente nada sabemos do que se passou na vasta plataforma continental ao
la1go do sul do Espíiito Santo e do Estado do Rio É possível mesmo que a Scua do
Mar nada mais seja que um 1ejuvenescimento isostático do relêvo litorâneo e que ontias
fossas em dcg1 au de idade mais antiga tenham sido entulhadas de sedimentos O c1ue
nos intetessa pmém no momento é um estudo cornpaiativo ent1e estas duas sé1 ies de
mptw as no bordo continental, quet tenham elas sido ocasionadas por simples 1eajusta-
mento isostático, que1 pelo aJJ astamcnto d;:i wp;:i de Siza] sôb1c o embasamento de
Sima, lOnsoantc a Te01 ia das Tianslações Continentais, - Wm;ENER
Vejamos o que se deduz de tal compaiação.
A importante condusão que logo se nos depata é a seguinte: A 1egião entte Vitó1ia
,_ Campos está situada justamente na zona de enrnnt10 dos dois sistemas de falhas crue
otigínatam a 01íentação dos dois trechos da linha costeil a, devendo te1 patticipado de
ambos os desabamentos
füte fato, comp1 ovado pela terminação brusca da csca1 pa da Cmdilheita ao atingit
o Paraíba e pelo esfacelamento dêste ponto pata o nmte das formações azóicas ptóximas
ao lito1 al, em seltotes e montanhas isoladas, torna-se de importância capital no ptoblema
do pet1 óleo, mm a p10babilidade de existência de uma gtande fossa na 1 egião cam-
pista desde os tempos c1etácicos
Est<t fossa deve te1 -se ap1 afundado mais ainda com o movimento descendente
pleistocênirn, com um total 1ernb1 imento das founações daquela idade

8 Limites da Bacia Campista e condições pré-quaternária de Sedimentação.


O Problema Fundamental do Cabo São José

O esbôc,p geológico do Estado do Rio e o mapa da região ao norte do Pa1aíba,


indusos neste u abalho deixam vet a linha costeita ante1ior ao Quaternário O litmal
talhado em fotmações dos tabulci10s era invulgarmente retilíneo desde a atual cidade
de Campos até Manguinhos Daí, continuando com o mesmo rnmo se p10longava até
o noite de Vitótia Evidentemente uma costa de falhas p1ovàvelmente contempo1ânea
cio início do Pleistocênio
Tal disposição retilínea, enttetanto, não existia nos contornos da bacia inicial.
O esbôço geológico do Estado do Rio mostia-nos as founações azóicas ao norte do
Guaxindiba atingindo quase o mar atualmente.

"' 01 I\'EIRA, Avelino Ignado - Ob1 cit , pág 47


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- 40

Desta maneira, um gôlfo, ou talvez mesmo um estuário de ampla envergadura


1etraía o contôtno litorâneo de dezenas de quilômetros para oeste, founando uma
tJtiina continental
Dos aflo1amentos azóicos ao norte de Guaxindiba, andando-se para o sul, nenhuma
10cha dessa idade é mais visível por mais de setenta quilômetros de tabuleiros e
planídes.
Sôbre os limites metidionais desta bacia pouco sabemos Questão fundamental pot
se desvendai ainda é o da pettog1afia do cabo São Tomé
A costa fluminense de Macaé ao Guaxindiba é desp10vida de 10chas Uma contínua
língua de areia boi da o litoral monótono, ala1gando-se pata o intetio1 em planícies
de restingas com a sua vegetação xerófila ca1acte1ística e seus brejais alongados e
paralelos
Ao sul de Quissamã, a planície atenosa vai encostat nos tabuleitos que ma1g111am
o canal Macaé-Campos
A sulcste da Lagoa Feia, que vc1tc pai a o Atlântico po1 vários 1 ios buscando a
Ba1 ra do Futado, a faixa arenosa vai diminuindo até formai um simples cômo1 o que
sepata do ma1 a planície baixa do antigo delta, e como tal continua até atingir o
cabo São Tomé
Do cabo pata o norte a planície a1 enosa penetta o continente indo a mais de
vinte quilômettos da costa atual, voltando a se apetta1 até atingi1 o Guaxindiba.
Em tôda esta extensão de costa não existe rocha visível O cabo São Tomé ilude
a quem o buscai O que ali se vê é uma longa praia rasa de curvatma apenas pe1-
ceptívcl, sem nenhuma saliência que denote a p10jeção da tena sôb1 e o ma1
Mas o cabo existe sob o mar As ca1tas costeiias de Mouchez destacam a sua fo11na
submersa que se alonga numa u ista telativamente estteita, de oeste a leste, pot cêtca
de 18 quilômettos sob as ondas, numa ba11eita pe1igosíssima pata a navegação, a qual
em lugares não excede a ti ês biaças de profundidade
Qual a 1 ocha constituinte dêsse cabo? Eis a nosso ve1 uma questão magna cio
p10blema do pet1óleo em Campos ainda não encaiada pelos geólogos
Até o ptesente não nos foi possível obte1 amostias dessa tocha Tetemos ali uma
ponta a.lóica submctsa ou um pai cel de 1 ochas seclimcnta1es.
Ambas as hipóteses devem sei consideradas paia um definitivo e necessá1 io escla1e-
cimento No p1imei10 caso, é possível que se ttate do mesmo diviso1 de 10chas azóicas
tJUC vem de Caiapebus clesapatecendo sob os tabuleitos na zona de Quissamã As tochas
do Cabo se1iam gnáissicas e o pontual submarino de oeste a leste acompa11ha1ia n
dileção das camadas
Já vimos que a dite~ão getal do gnais na cordilheirn é E-NE Mas em Macaé,
enttetanto, no galho cliviso1 da Baixada que atinge o mat em lmbetiba, o gnais é
01íentaclo pa1a E-SE, me1gulhanclo para S-SW
Ao norte do Pataíba em Campos, vemos, nos fiagmentos da velha cotdilheira, o
gnais se orientando igualmente para E-W, especialmente em Mmundu A leste cless;t
localidade já notamos o gtande 1elêvo da Pedra Lisa, uma muralha gnáissica com a
mesma 01 ientação, a leste da qual, pata os lados da foz do Itabapoana, afloramentos
azóicos rompem os tabuleiros, com mergulho aproximado de E-W
-41-

Há pois uma verificada tendência das camadas gna1ss1cas pai a mudarem de orien-
tação nos divisores da Baixada ao se aproximarem do Atlântico no norte do Estado do
Rio, passando sua direção de nordeste para leste
A forma do cabo submerso de São Tomé, - situado entre o galho de Macaé e o
da Pedia Lisa - , e a estreita ligação por nós observada entle a orientação das cristas
gnáissicas e a direção das suas camadas, levam-nos a tomai em consideração a hipótese
de rochas azóicas pata a constituição dêsse pontal
Tal hipótese é de grande impo1 tância paia o p1oblema do petróleo e está além
disso fo1titicada pela indicar,ão acima refetida do Dr. OLIVEIRA Roxo de terem sido
encontiadas 10chas gnáissicas no fundo subma1ino ao la1go do cabo
Tendo-se em vista os limites setentrionais da bacia, um cabo azóico de S Tomé,
prolongado por terra dentio sob os sedimentos, indica1ia uma enseada penetrando
profundamente o continente, à 111a1gem das correntes oceânicas e p1opícia à arnmu-
la~ão de det1itos finos cauegados de matétia 01gânica

Teríamos condições ideais pai a a formação de uma bacia semelhante às do sul


da Bahia tefetidas pot BRANNER, "destacadas e que penel! am algumas dezenas de
c1uilômet10s apenas no interio1 do continente"
Condições estua1inas ou mesmo deltaicas poderiam tc1 p1evalecido na regiao com
a saída ele algum curso dágua ele importância Tais condições não elevem igualmente
clesp1eza1, em vista elo que exporemos no pa1ágrafo a seguir
No caso de uma simples ilha, o cabo indicai ia cio mesmo modo ma1 es iasos ele
um gôlfo ao ab1 igo do ma1 livre, em condições muito semelhantes aos da enseada
rcfetida
Resta-nos, enttetanto, a hipótese de set o pontal submetso constituído ele 10chas
sedimenta1es O seu estudo seiia também de g1 ande importância, dada a probabilidade
de ttatat-se de um anticlinal, rnjo eixo deveria prolongar-se por terra a dentro
Concluímos pois que, pela nossa maneira de cncatar o p10blerna das possibilidades
de existência de pet1óleo cm Campos, a natureza das J ochas que fo1mam o cabo sub-
metso de São Tomé é urna questão básica a set inicialmente investigada, podendo nos
da1 a chave da estrutura geia! desta 1egião scdimentáiia da costa, fornecendo-nos ao
mesmo tempo idéias mais seguias sôb1e os limites soteuados da bacia e as condições
de deposição das suas rochas

9 As fossas de erosão e u bacia de Campos

É notótia a tendência pa1a os nossos rn1sos dágua scgui1em a otientação das


camadas de gnais na 1cgião da coJ dilhei1 a ma1 ítima sulcada pelo Paiaíba e pelos tios
da Baixada onde essa 10cha ptedomina
Seria pottanto de se cspe1at c1ue, em Etas ante1iores, se tenha verificado a mesma
tendência Neste caso antes da suposta submersão cretácica, os cutsos dágua, mientados
pela eslrutma gnáissica p1imitiva e vindos de sudoeste, infletiriam pa1a leste, boqui-
abündo os vales no Atlântico ent1e o cabo São Tomé e a Pedra Lisa
O afundamento de tais vales viria majo1a1 a p10fundidadc da bacia fo1mada,
permitindo uma sedimentação mais espessa de 10chas estuarinas ou marinhas, visto que
- 42 -

O litoral ao norte da foz do Paraíba, na enseada de Gargaú Planície de restingas


evidenciando o recúo do mar numa faixa bastante rasa da plataforma continental.
(Aerofoto da D S B F)

O velho delta pleistocênico do rio Paraíba, com ligação intermitente para o mar na
Barra do Furado, ao sul do cabo de S Tomé (Aerofoto da D S B F )
- 43 -

o perfil dêsses vales afundados pelo tectonismo pode pelo menos parcialmente ter sido
Lonservado, contribuindo para incrementar a orig inação de fossas propícias à formação
de petróleo.
Um estudo comparati"o entre a orientação uniforme das camadas gnáis5Kas das
cordilheiras e dos afloramentos da Baixada que se aproximam do litoral poderá forn ecer
pn:l iosos d cmcntos paleográficos sôbrc a reg ião, descortinando a orientação g(·ral dos
\'ales soterrados.

Paisagem campista. O canal João Duarte ligando a localidade de Urura í a o canal Maca é-Campos,
que se vê no primeiro plano. O tráfego fluvial entre o rio lmbé e Campos é feito através
dessa ligação. (Foto D.S.B.F.)

Foi visando mesmo êsse descortínio que procuramos verificar se a atual orientação
dos cursos dágua na Baixada e a de seus d ivisores azóicos teria ligações com a velha
topografia soterrada pelos sedimentos na zona de Campos.
Oesta maneira, poder-se-ia revelar alguma bacia preformada, a qual, pela própria
capacidade ou ampliada por desabamentos, possibilitasse uma sedimentação estuarina
capaz de originar petróleo.
Revelado, pois que, na região justamente em estudos, entre Macaé e o Itabapoana,
a aba gnáissica continental tem a orientação de suas camadas desviada de direção geral
de E-NE da cordilheira, para W-E e mesmo E-SE à medida que os d iferentes galhos
divisores da Baixada se aproximam do litoral, é muito provável que velhos cursos
dágua, hoje inexistentes, h aja igualmente seguido a mesma orientação.
Podem ter-se originado dêste modo vales amplos, boquiabrindo para o Atlântico
verdadeiras fossas de erosão adicionadas ao afundamento tectônico, permitindo a pe-
- 44 -

Região típ;ca de tabuleiros em Dôres de Macabu, vendo-se os cursos dágua transformados


em brejais por falta de esccQ'.mento (Foto D S B F)

Lagoas nos tabuleiros ao norte de Campos Em baixo o Paraíba Ao alto a serra da Onça
(Aerofoto da D S B F )
-45-

A lagoa das Pedras entre tabuleiros ao norte de Campos Em baixo e à esquerda, trecho
do rio Muriaé junto à foz (Aerofoto D S B F)

A planície campista a sudoeste de Campos, vista do alto do Liceu A parte clara, ai:>
fundo. são canaviais À direita o morro granítico do ltaoca (Foto D S B F)
-46 -

netração de um giande biaço de mat entre a Pedra Lisa e São Tomé, no caso de ser
igualmente êste o leito de algum divisor azóico submerso.
Um tal gôlfo, rebaixado em idade prnpícia, estatia em condições ideais para a
formação de bacias semelhantes às cretácicas do litoral baiano, onde os depósitos de
água doce, salobra ou francamente marinhos poderiam se ter acumulado

NASCENTES SALGADAS OU SALOBRAS NOS TABULEIROS


Ocorrências Possibilidades de existência de sal-gema

Conquanto não esteja ptovada ainda uma absoluta conexão entte o petióleo e o
sal marinho, é notável a freqüente associação entte ambos.
O cloreto de sódio, sobretudo, é comum nessas iegiões e, em muitos campos petro-
líferos, camadas 1 egulaies de sal-gema ocorrem acima e abaixo dos estiatos ptodutivos
de óleo Exemplos típicos são as jazidas de Luiistan, na Pérsia, e as <lo Texas.
Mais comum, entietanto, é a piesença de água salgada ou salobta nos poços
oleífe10s.
CUNNIGNHAM CRAIG, assim diz: "One other interesting and even puzzling fealure
about many oil-fields is the frequent association of petrnleum with biine or rock-salt.
Thc fost oilwell diilled in Ameiica was intended to J cach brine and not pelroleum,
and in many other countries it has been in the seatch for biine oi salt that oil has been
found. ln very many oilfields, also, the watei associated with the petroleum or occmiing
in porous beds below it, and frequently above it, is btackish or even highly impregnated
with sodium chloride" 32,
Citando apenas essa autoridade entre outras, para especificai um fato estabelecido
pela observação, passemos ao nosso caso
Em tôda a planície quate111áiia de Campos, tem sido geialmente notada a pre-
sença de água salobra a pouca profundidade Sondagens para abastecimento dágua nas
usinas de Cambaíba e São José, por exemplo, foiam abandonadas poi terem dado num
lençol dágua salobra Isto entre vinte e trinta quilômetrns do mar À vila de Santo
Amaro, a sudeste de Campos, a água é levada diàriamente da cidade, em vagão da
E F. Leopoldina.
Tais ocorrências, porém, não nos patecem extraordinárias, visto tratar-se de um
velho delta soteuaçlo poi camadas tecentes de aluviões do Paraíba.
Nos tabuleiros, todavia, as fonles salgadas pedem atencioso iaciocínio.
Já mencionamos em trabalho anterioi que uma das caiacterísticas superficiais pet10.
giáficas mais impottantes dos tabuleitos é a presença de canga, regionalmente deno-
minada "tecife".
Em algumas zonas, como poi exemplo na que se estende ao noite do Paraíba e a
leste da Estrada de Feiro Leopoldina, na linha de Vitótia, tem-se verificado um fato
interessante ielativo à água subterrânea

32
CUNNINGHAM CRAIG, E H - "Oi! Finding" London, 1921, pág 54
-47-

PCRFIS DE SONDAGENS NA USINA DO OUEIMADO NA CIDADE DE CAMPOS

Escalo f: 4 oo

POÇO N~20 - POÇO N.t.2/


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A canga nesta 1egiao assume geialmcnte um caráter maciço e, numa Lapa que
começa a pouca profundidade e tem vários metros de espessura, acompanha a superfície,
isolando o solo das camadas internas por ve1dadeira crosta impetmeável
Atravessada esta crosta a água aparece podendo mesmo set altesiana No quilô-
met10 11 <la estiada de feno, a pa1 tit de Campos, numa cacimba que ia sendo abelta
há vá1ios anos numa 1asa depressão em pleno tabuleito, os opct át ios ti vetam de aban-
donai precipitadamente o trabalho, pela irrupção da água que desde então fornu
uma lagoa

Extremo norte da lagoa do Campeio em Campos À direita, restingas À esquerda,


tabuleiros enflorestados, vendo-se oo alto a lagoa da Saudade e mais abaixo o brejo
salgado da Palha (vide carta geológica) (Aerofoto D S B F)

Um lençol de água potável subte11ânea é desta maneita comum, sob a uosta de


canga dos tabuleiros ressequidos. Um golpe de vista ao mapa que ap1esentamos, com as
fo1mações geológicas da região ao norte do baixo Pa1aíba, deixa claiamente ver a
abundância de pequenos cursos d água, embrejados desde as cabeceiras pelo tep1 esamento
das aluviões e das 1estingas
As águas daqueles cóuegos são geialmenle doces Há, entt etanto, zonas onde os
btejos são salob10s ou mesmo fiancamcnte salgados, sob1etudo nas nascentes
A p1incipal dessas zonas é o divis01 entte a Lagoa da Saudade e o Btejo 1lc Santa
J\,1a1ia, onde em est1eita faixa 1etilínea de uns dez quilômeltos de extensão, manam
fontes salgadas ou salobias
Tais nascentes, num divisot p1àticamente cm linha reta, suge1e111 claramente um,1
Ílatuia, permitindo a saída de águas profundas Nenhum indício de salinidade super-
ficial dife1encia o solo dessa faixa do resto dos tabulei10s, de idêntica altitude e ante-
-49 -

liormente recobeita da mesma espessa flo1escência de matas virgens, com os mesmos


soberbos exemplares de madeiras de lei peculiares às florestas primitivas de Campos
Tais nascentes, por conseguinte, não podem jorrar do lençol freático, Tamanho
incremento no teor de salinidade das rochas superficiais, a ponto de tornar as águas
salgadas, deveria naturalmente influir no porte e nas espécies vegetais, diferençando-as
da flora circunvizinha.
Bastante expressivo, sob êste ponto, é o fato da não existência do Brejo do Sal,
antes da derrubada da mata outrora existente no local.
Uma pequena fonte deveria existir, entretanto, embora despercebida, escoando-se
num filete Com a destruição completa da floresta, as águas superficiais, não sendo
iumazenada na vegetação, desceram e se alagoaram na baixada, onde apenas subsistiam
após a derrubada pequenas átvores inúteis Somos de oer que, mais que a p1ópria
umidade, a salinidade tiazida pela fonte primitiva contribuiu para o aniquilamento total
dessas árvo1es cujos troncos e galhadas retorcidas bracejam hoje espectralmente na lagoa
solitária.
Tais águas salgadas, igualmente, não podem vir tampouco de longe, superficial-
mente, quer pela própria natureza topográfica dos tabuleiros, quer pot esta tem elas
completamente rodeadas de cursos de água doce
Trata-se pois aparentemente de águas de profundidade, que atingem a supe1fície
através de uma fratura no pacote sedimentar
Nesses brejos salobros ou salgados não prolifera a vegetação comum às águas doces
da região, onde a tábua é conspicuamente característica O que nêles cresce é uma
gramínea mais modesta, peculiar às lagunas salgadas das restingas do litoral.
Essa gramínea, com aspecto de tiririca, cresce tipicamente em g1ande parte de
tais brejos e o seu aparecimento é um indício de salinidade. Designam-na por "junco".
Cremos tratar-se do f unctts sellowiamts, Kunt.
Quando morto, fotra de uma esteira espessa o leito dos btejais, sôbre a c1ual se
marcha perigosamente O Brejo da Palha, na Fazenda do Campeio deve o seu nome
a uma tal cobertma tessequida a se estender pot mais de dois quilômet10s.
Crostas finas, negras e argilosas, com nuanças biancas, se depositaram sôbre o
junco morto, em partes da superfície dêsse brejo Lavando no local em tubos de ensaios
e em água destilada fragmentos dessas crostas, foi verificado pela aplicação de nitrato
de prata ser a substância branca constituída de cloretos
Outra série de brejos e lagoas salgadas foi por nós também ve1ificada mais pata
nordeste, na zona ao tedor de São Francisco de Paula, no Município de São João da
Barra. Embora alguns dêstes venham a ser banados pelas restingas da planície, a sua
proximidade do Atlântico não pode ser invocada como origem da salinidade, visto
c1ue as nascentes são no tabuleiro
Além disso, algumas dessas lagoas, acentuadamente salgadas, deságuam em cursos
de água doce, tais como o brejo do Espiador e o do Macabu.
Para êste último, por exemplo, escoa-se a Lagoa Nova, cuja água é rejeitada pelos
animais.
As duas senes de nascentes foram disoiminadas no mapa anexo, sendo p1 ovável
a existência de outras nesta região de tabuleiros em parte ainda enflorestada

4 - 25625
- 50 -

Dada a importância do achado dessas águas e crentes nós de sua vinda de pro-
fundidade attavés de fraturas na crosta, foi-nos enviado um técnico do Laboratório da
Produção Mineral, o Dr CAMPOS PAIVA, especialista em águas minerais, a fim de
estudá-las
Três d2-sses brejos fo1am cuidadosamente pesquisados no local com o exame do pH
e dureza, sendo colhidas amostras para uma completa análise química
No btejo do Sal, na Fazenda da Saudade do Dr Tno VASCONCELOS, a água foi
examinada e colhida no pequeno lago da nascente No Btejo do Paraíso, foi tirada a
amostra de água corrente distante cêrca de um quilômetro da cabeceita mais distante.
No brejo ela Palha o exame foi tealizado e o mate1ial colhido a cê1ca ele dois quilô-
metros e meio ela nascente
É significativo o fato de, não obstante em todos êles ser consicle1ável a diluição
pela água elas chuvas, a salinidade é acentuada a ponto de os animais tejeitarem a
água pata bebei, sendo ela igualmente imptóptia pai a uso culinátio, devido à sua dureza
Bem exp1essivo é sob1etudo o Brejo da Palha Ali já nenhum tronco se levanta.
como no do Sal A mata aincl<t existente muta os contornos elo alagadiço num 1eco1te
nítido, o ve1 de escu10 conttastanclo vivamente com o tapête ama1elado e sêco elas gta-
míneas niveladas, onde, como única vida, pousa de longe em longe a nota bianca de
uma gaiça
Sendo-lhe maior a bacia, mai01 é nêle o acúmulo de águas pluviais A sua ligação
com o Campeio eleve torná-lo entumescido nas enchentes Mas apesai ele tais cliiuições,
nenhuma outra vegetação ousa ali penetrai substituindo o junco em seu he1bitc1t. É que a
sua salinidade é bem maior que o cios outros, conforme testemunham as análises
É evidente que, esgotados êsses brejos e localizadas suas fontes, deverá ctescer
consideràvelmente o resíduo salino em amostras obtidas ao biotar da teua, sem a
diluição posterio1 das águas doces superficiais
Além dessas águas submetidas a minucioso exame, testes com nitrato de p1ata foram
efetuados em outtas na mesma zona, revelando estas como aquelas, por um espesso
piecipitado branco, a mesma abundância de cloretos, generalizada Tôdas foram na
planta especificadas
Damos a seguir o tesultado das análises efetuadas no Laboratóiio da P10Jução,
Mineral, e que devemos à solicitude e à conhecida capacidade térnica do Dr eAMPOS
PAIVA e de D VERA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES
Estas análises provam não se tiatar de águas incluídas na categoria das chamadas
minerais e que os geólogos po1tuguêses denominam com mais p10priedade "medicinais"
É elevado o teor em cloreto de sódio

A nosso pedido, os químicos analistas fizeram uma compaiação quantitativa d:i


percentagem dos diferentes sais no resíduo ele evaporação daquelas águas com o d~t
água do mar
Este estudo compaiativo revela-nos uma sensível analogia sobretudo nas análises
para os brejos da Palha e do Paraíso, sendo entretanto de se notar a ausência de sulfato
de magnésio em tôdas estas águas.
O brejo do Sal também acusa um teor pequeno em cloreto de magnésia. Para os
outros sais há todavia uma notável aproximação.
-51-

Em vista de tais resultados e da disposição retilínea dêste primeito grupo de


fontes, não sabemos que melhor hipótese possa vir a set formulada sôbre a sua origem
do que a de bossas de sal-gema atingidas pot águas que são trazidas à supetfície através
de uma grande fratura, podendo a eliminação dos sais de magnésio ter sido ocasionada
por produtos orgânicos tais como o pet1ólco
Desnecessátio se torna encarecer a importância econômica de uma tal hipótese
quer para o sal-gema quer para o petróleo É ela bastante pondetável para que, nesta
zona altamente industrial, de intensa densidade demográfica e tão vizinha da Estiada
de Fe110 Leopoldina, imediatos trabalhos de pesquisas sejam iniciados, para um defi-
nitivo esclatecimento, sendo a notai que, para o sal-gema, o econômico processo geo-
físico da balança de torção poderá fàcilmente confi11na1 ou não o diagnóstico firmado
cm exptessivos dados tectônicos, químicos e estruturais

2 Análises Químicas

NATUREZA: Agua Amostta I.


PROCEDÊNCIA: - Btejo do Sal, Fazenda da Saud<1de, Dt TITO VAsrnN-
c ELOS, Município de Campos, Estado do Rio
REMETENTE J P M colhida pelos técnicos, JoÃo BAllSlA DE CAMPOS
PAIVA e A LAMEGO

PROTOCOLO: 324
Dosagem: - completa
A amostra 1emetida estava contida em um garrafão de vidro branco, de "i litros
de capacidade, com tôlha esmerilhada não lau ada

Aspecto "in natura" - límpida, ligeiramente ama1elada com pequeno


1esíduo ocroso
Aspecto após fet vma ligeitamente tut va
Reação ao metilorange ácida
Reação à fenolftaleína ácida
pH 3,2
cheiro nenhum
Sabo1 ligeita111cnte ácido
Sólidos em suspensão - pequena quantidade em depósito.

Res11!tado p01 !it10 1u1 água deccmtadc1:

Resíduo de evaporação a 110? C 1,4840 gr.


Resíduo de evaporação a 1809 C 1, 1128 gr
329 Fianceses
Dmeza permanente 30? Franceses
Dureza temporária 2? Franceses
HC0 3 (bicarbonato) 0,0093 gr
Sílica (Si02) 0,0120 gr
- 52 -

óxidos de ferro e alumínio 0,0220 gr.


Cálcio (Ca) 0,0300 gr
Magnésio (Mg) 0,0490 gr
Potássio (K) 0,0122 gr.
Sódio (Na) o,4404 gr.
Sulfato (S0 4 ) 0,0346 gr.
Cloro (Cl) . . . . 0,8300 gr.
Gás catbônico livre (C0 2 ) 0,0365 gt,
Acidez total (potassa dednormal) 13 cc

Pelos resultados obtidos, trata-se de uma água de elevado 1esíduo, reação ácida, com
predominância dos cations sódio e magnésio e do anion cloro. Ê pottanto uma água
salgada.
(a) VERA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES
Técnico de Laboiatóiio, das G, int

VISTO
(ct) MÁRIO PINTO
Diteto1

Nota sôbre a composição da água.


Fazendo o agrupamento de aniônios e catiônios, obtém-se a seguinte composição
p1ovável:

NaCl 1,1201 gr
KCl 0,0233 gr
MgS0 4 nihil
MaC1 2 0,1881 gr
CaS0 4 0,0490 gr

Para comparar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma.

Amostrn I Àgua cio mar

G1/litro 1,4128 g,1 35,IJO g1


N~Cl% 80,00 g1 77,91 gr
KCL% 1,70 g,1 2,14 gr
MgCl2% nihil 7,02 %
Mg,Cl2% 1,34 g1 !l,48 gl
Cas04 % 3,40 g1 3,62 g1

(a) VFRA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES


Técnico de Laboiató1io, das G, int

VISTO
(a) MÁRIO PINTO
Diteto1
- 53 -

4 314

PROTOCOLO: 324
NATUREZA: Agua - amostra Ill.
PROCED:eNCIA: Brejo do Paraíso -- Balança - Travessão - Campos, Estado
do Rio.
REMETENTE: L P M, colhido pelos técnicos JoÃo BATISTA DE CAMPOS
PAIVA e A. LAMEGO.
DOSAGEM: Completa.
A amostta 1emetida estava contida em um garrafão de vidro branco, de cinco
litros de capacidade, com rôlha esme1ilhada não lacrada.

Aspecto "in natura" - amarela, turva, com grande depósito ocroso.


Aspecto após fet vura ligeiramente turva
Reação ao metilorange ácida
Reação à fenolftaleína ácida
pH . 1,7
Cheiro de iôdo
Sabor salgado
Sólidos em suspensão - giande quantidade em depósito

Resultado po1 lit1 o na ágtta decantada:

Resíduo de evapotação a 1809 C 3,8700 gr


Resíduo de evaporação a 1109 C 3,7500 gr
Dllteza total 509 Franceses
DllteZa permanente 469 Franceses
Dureza temporária 49 Franceses
HC0 3 (bicarbonato) 0,0233 gr
C0 2 livte (gás catbônico) 0,0586 gr
Sílica (Si02) 0,0080 gr
óxidos de feno e alumínio (Fe 2 0B + Al203) 0,0320 gr
Cálcio (Ca) 0,0290 gr
Magnésio (Mg) 0,0868 gr
Potássio (K) 0,0106 gt
Sódio (Na) 1,2930 gr
Sulfato ( S0'1) 0,0543 gr
Cloro (Cl) 2,2510 gr
Acidez (potassa decinotmal) 15 (C

Pelos tesultados obtidos, trata-se de uma água de teação ácida de elevado 1 esíduo
no qual predominam os rntions sódio e magnésio e o anion doto. Ê portanto uma
água salgada

(c1) VERA ANDRADE DE MAGALHAEs Go11rns


Técnirn de Laboiató1io, elas G, int

VISTO
(c1) :MÁRIO PINTO
Düetor
- 54-

Nota sôb1e a composição da água

Fazendo o agrupamento de anônios e catiônios, obtém-se a seguinte composição,


p1ovável:

NaCl 3,2887 gr
HCl 0,0202 gr
MgS0 4 nihil
MgC12 0,3333 gr
CaS0 4 0,0764 gi

Para comparar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma

Amostrn II Àgtm do mm
---------- ---- ----- - - -----

G1/lii10 3,7500 gt 3.'í,90 gt


NaC1% 87,75 gr 77,91 gt
HCI% 0,053 gt 2,14 gt
MgS04 % nihil 7,02 gt
MgCl2% 8,90 gt \l,48 g1
CaS0 4 % 2,05 g1 3,62 gr

(,1) VERA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES.


Térnirn de Laboiatóiio, das G, int

VISTO
(a) MÁRIO PrN ro
Dileto1

4 313

PROTOCOLO: 324

NATUREZA: Agua amoslta II

PROCED~NCIA: Agua do Brejo de Palha - Fazenda Campelo - Ttavessão


- Município de Campos, Estado do Rio.

REMETENTE: L P M, colhido pelos técnicos JoÃo BATISTA DE Ci\MPOS


PAIVA e A LAMEGO.

DOSAGEM: Completa

A amostia remetida estava contida cm um gauafão de vidro bianco, de cinco


litros de capacidade, com rôlha esmerilhada não lacrada.

Aspecto "in natma" -- incol01, límpida, com ap1eciável depósito


de algas verdes.
- 55 -

Aspecto após fetvura - turva, depositando-se nitidamente um preci-


pitado de hidrato de ferro
Reação ao metilorange ácida
Reação ao fenolftaleína ácida
pH 3,2
Cheiro Jtt1 gene11J
Sabor salgado
Sólidos em suspensão - apreciável depósito verde

Remltado po1 lit1 o na ágtta deccmtada:

Resíduo de evapo1ação a 1109 C 7,8510 gr


Resíduo de evaporação a 1809 C 7,5 320 gr
Dureza total 128º Franceses
Dureza pe1manente 1209 Franceses
Dureza temporária 89 Franceses
HCQR (bicat bonato) 0,0375 gr
C0 2 livte (gás carbônico) 0,0928 gr
Sílica (SiQ2) 0,0200 gr
óxidos de fe110 e alumínio (Fe2Q:! - Al2Q3) 0,0620 gr
Cálcio (Ca) 0,0600 gt
Magnésio (Mg) 0,1707 gr
Potássio (K) 0,0323 gr
Sódio (Na) 2,5821 gr
Sulfato ( 504) 0,0832 gr
Cloro (Cl) 4,5032 gr
Acidez (potassa decinormal) 35 cc

Pelos 1esultados obtidos, trata-se de uma água de muito elevado resí<luo, de


1eação ácida, com predominância dos cations sódio e magnésio e o anion cloro Ê por-
tanto uma água salgada

(c1) VERA ANDRADE DE MACALHÃES GOMES


Técnico de Laboiatóiio, das G, int

VISTO
( c1) MÁRIO PINTO
Düeto1

Nota sôb1c a composição da água


Fazendo o agrupamento de aniônios e catiônios, obtém-se a seguinte composição
ptovável:

NaCl 6,5611 gr
KCl 0,0660 gr
MgS0 4 nihil
MgC12 0,6554 gr
CaS0 4 0,1178 gr
-- 56

Para compatar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma.

Amosi1a III Âgua elo mm


------~- ~------

G1/Iitto 7,5320 gr 35,90 g1


Na01% 87,10 gr 77,91 gI
KCI% 0,087 gr 2,14 gr
MgSO% nihil 7,02 gr
Mg012% 8,70 g1 H,48 gt
CaS0 4% 1,56 gt 3,62 gr

(a) VERA ANDRADE DE MAGALH.Ã.Es GOMES


Técnico ele Laboiató1io, elas G, int

VISTO
(c1) MÁRIO PINro
Düeto1

CONCLUSÕES
Resumo

Confoune especificamos no ptefácio, não ptetendemos positivar em base defini


tiva a existência de petróleo e sal-gema em Campos, mais sim agrupar dados geo-
lógicos que nos encaminhem pa1a o esclatecimento do problema
A escassez de elementos eslrnturais e pet10gráficos na bacia sedimentária, for-
çatarn-nos mesmo, para a satisfação dos 1esultados a serem atingidos, ao lransporte
pata estas linhas de um estudo comparativo de observações colhidas em milha1es d~
c1uilômelros ao longo da faixa litorânea.
Um paralelismo bem definido ent1e condições geológicas idênticas nos diversos
segmentos daquela faixa sedimentai costeira, parece em vias de estabelecer-se com a
rápida análise estrntural que acabamos de exibir.
A 01igem comum tectônica de tôda a rnsta btasileita, entre Salvado1 e Cabo
hio, patece-nos de difícil contestação. Nasce pmtanto a ptobabilidade da existência
em tôda ela de uma sedimentação contempotânea dos estratos petrolíferos do Recôn-
cavo, com as mesmas possibilidades de acumulação de rochas oleífetas em bacias
semelhantes.
Do que se pode concluir patticulannente dos contornos azóicos que afloram
delimitando os tabuleiros campistas, patece evidenciar-se nessa região a existencia
de uma tal bacia de rnbagem ampla.
Resta-nos, é vetdade, muito por conhecer Nada sabemos ainda da espessura
dos sedimentos, embora as condições em que foram depositados possam set previstas.
Dada potém a átea exlensa da bacia, mesmo na suposição de ser o cabo São Tomé
um pontal azóico delimitando-a ao sul, restam-nos mais de 60 quilômet10s de aber-
tura para o Atlântico entre êsse cabo e os referidos afloramentos de tochas primitivas
ao norte do Guaxindiba. Uma tal enseada penettaria uns 40 ou 50 quilômetros para
leste e a sua amplitude tende a fortalecet a hipótese de grande espessura pata os
sedimentos nela acumulados, sobretudo na faixa mais próxima à costa atual.
57 -

Tendo-se em vista, além disso, o mais moderno movimento epirogênico des-


cendente, durante o Pleistocênio, com rejuvenescimento da bacia novamente ater~
rada de formações deltaicas, e o mergulho do arenito pata S\X-', em alguns pontos
da margem direita do Paraíba, - cm Aitizes com 189 - , é de se presumir que a
profundidade do embasamento azóico seja atualmente de muitas centenas de met10s
da supe1fície Por todos êsses motivos, não setia para nós surp1êsa se uma tal pro-
fundidade, nas zonas lito1âneas, viesse mesmo a ser estabelecida por métodos geofí-
sicos entre mil a dois mil metros em certos pontos.
Antes de focalizarmos num resumo breve os resultados da nossa exposição, pas-
semos a considetar uma opinião pessoal, que vem conttariar uma designação esta-
belecida.
Não pretendemos impor inovações por mero exibicionismo Apenas fazemos ques-
tão de expor o que pensamos, visando evitar futuras confusões na nossa nomencla-
tura geológica, já pot vátias vêzes ou inadequada ou longe de sintetizar com precisão
a 1ealidade
Assim é que a designação "P10víncia Petrolífeta do Nordeste", adotada oficial-
mente, não nos parece abrangei a totalidade da fa:xa de possibilidades oleíferas con-
tidas em tal província. O próptio vocábulo "Notdeste" implica pela usanç~t antiga
e continuada um têrmo geográfico bem nítido, adst1ito à região continental das sêcas
petiódicas, com a sua geologia bem estabelecida
Além disso, caso venha a positivar-se a existência de pettóleo nos litoiais do
Espírito Santo e do Estado do Rio, a designação pa1ece-nos senão impróptia pelo
menos incompleta.
"Província Petrolífera Lito1ânea", ou melh01 ainda "Província Petrolífera Atlân-
tica", estaria mais de acêrto com a realidade, sobretudo porque tais sé1ies sedimen-
tates estão intimamente ligadas à fo1mação do Oceano Atlântico e à sua evolução
Além desta, teríamos as províncias "Amazônica ou Acreana", a "Parnnaense",
1efe1entes à bacia do Paraná, a "Paraguaia" e outras, onde as possibilidades da exis-
tência de pettóleo não sejam destmídas.
Resumindo agora os elementos fornecidos neste estudo e ncccssà1iamente esparsos
num trabalho de 01dem essencialmente analítica, passemos a enumerar os resultados
atingidos:

l - A Baixada Campista foi sedimentada numa fossa tectônica, originada dos


sistemas de falhas que dciam lugar à otientação de longos t1echos tetilíneos na costa
b1asileira de leste
2 - A Baixada Campista está justamente na tegrno de cncont10 de dois dêstes
~istemas de falhas. O do norte que talhou o litoral desde Salvadot, e o do sul que
deu 01igem à Setra do Mat e à Baixada Fluminense
3 - Tendo sofrido a ação do primeiro dêste sistema de falhas e estando por
conseguinte tectônicamente ligada à formação do lito1al entte Cabo F1io e Salvador,
há probabilidades de que existam nesta bacia sedimentos cretácicos ou mesmo mais
antigos como nas outras bacias do litotal baiano, 01iginadas em faixas idênticas
4 - Esta hipótese é alicerçada pelo estudo batimét1ico da plataforma continental,
a qual, paralelamente a uma quase ininterrupta faixa sedimentar costeira, revela entre
- 58 -

Cabo Frio e Salvador uma estrutura original comum para todo êsse trecho A estru-
tma da platafo1ma <los dois trechos anexos, de Salvador para o norte e de Cabo Frio
para o sul, é inteiramente diversa
5 - A pequena altitude dos tabuleiros campistas, em confronto com a maior
altitude dos tabuleiros à medida que se avança pata o norte, é resultante do afunda-
mento geral da região no Pleistocênio, durante a formação do velho delta <lo rio
Paraíba.
6 - :Esse movimento epirogênico descendente, pode ter afundado todos os aflora-
mentos de rochas cretácicas, desaparecidas sob tabuleiros "supostamente" terci{uios e
sob o lençol de aluviões quaternárias
7 - Em vista das rnnsiderações acima expostas, há probabilidades de existência
de um espêsso pacote sedimentário na região, devendo o embasamento azóico en-
contrar-se a grande profundidade na faixa próxima ao litoral.
8 - Os elementos estratigráficos e tectônicos pe1 mi tem considerar a fossa cam-
pista como um gôlfo ou vasto estuáiio, onde mesmo condições deltaicas podem ter
p1evalecido em Idades p1eté1itas, ao ab1igo de uma quina continental on<le em águas
tranquilas, à ma1gem de co11entes oceânicas, poder-se-iam te1 acumulado rochas
oleígenas
9 - O 010genismo, necessano à formação de estruturas favoráveis à acnmulação
de petróleo, parece estar indicado pelo fato de que as rochas dos tabuleiros superiores
de Campos sofreiam movimentação, enquanto a séiie superior das Barreiras, na Bahia,
é h01izontal
10 - Quanto à existência de capas impe1meáveis para a ietenção do petróleo e
de camadas "competentes", os perfis geológicos das sondagens efetuadas na Boa Vista
já indicam respectivamente, mesmo a poucas dezenas de met10s da superfície, camadas
bastante espêssas de argilas e de calcá1 eos Nada se opõe à existência de camadas
semelhantes cm p10fundidade, sobretudo nas condições acima indicadas para a sedi-
mentação
11 - Condições semelhantes às de Campos, parelem exislit para o Noite em
outros pontos do litoral, sobretudo na zona da foz do Rio Doce

2 Sugestões para pesquisas preliminares

Frisamos mais uma vez o que ficou dito no prefácio sôbre a necessidade abso-
luta de estudos geofísicos para o conhecimento da esti utura dos sedimentos desta
bacia
Em seu trabalho, HoRACE WILLIAMS suge1e a execrn;ão de sondagens espaça<las
ao longo da costa, ent1 e a Ba11a do Fmado e o Itabapoana, pata verificar-se a exis-
tência de pet1óleo.
Com os 1ecursos técnicos atuais, tal 01ientação boa para o tempo em que foi
escrita não é mais aconselhável, tendo-se sob1etudo em vista inicialmente as possi-
bilidades de bossas de sal-gema
Com o aparelhamento que dispomos para estudos geofísicos, o ptimeito
trabalho a ser executado deve naturalmente visar perfis de profundidade do embasa-
mento azóico da bacia
- 59

O primeiro dêles deve partir de Campos para suleste, em direção ao eabo São
Tomé Não só neste alinhamento a planície alcança a sua maior largura, como existe
tôda facilidade para transporte de material por estrada de ferro ou de automóvel.
Transversalmente a esta seção, outra deveria ser tentada do cabo para o norte,
atravessando tôda a planície de restingas e os tabuleiros de São Francisco de Paula,
indo terminar ao norte do Guaxindiba onde aflotam rochas azóicas a uns setenta
quilômet10s de São Tomé.
Nestes setenta quilômet10s da baixada é bem provável que grandes espessuras
de sedimentos venham a ser atravessadas
Seria de muita utilidade uma pequena perfuração no cabo de São Tomé, a fim
de sei verificada a natureza da rocha que deve ser encontrada a mui pequena dis-
tância da superfície
Não nos compete escolher o método geofísico a ser empregado Todavia, em
1azão do espêsso s11brt1at11m arenoso abaixo das aluviões da planície e da próp1ia
natureza deltaica da região, nas proximidades do cabo onde uma série irregular de
tamadas argilosas se intercalam entte lentes arenosas parcialmente inconsolidadas, é
possível que os ptoccssos sísmico-acústicos não venham a dat 1esultados satisfatórios.
Com êstes dois perfis iniciais, um vasto campo se nos abritia como ptimeita base
pata futmas investigaç_ões, podendo sei a locação de sondagens desde logo planejada
e perfis subseqüentes orientados
Não deve ser descut ada, ent1etanto, um pormenorizado estudo compatativo geo-
lógico do resto desta faixa sedimentá1ia que se estende até Salvadot, devendo ser
minuciosamente pesquisada, sobretudo no Recôncavo, a possível relação ainda entre
a geomorfologia e a estratigrafia
Igualmente capital, a nosso ver, é a necessidade já indicada de uma perfuiação
de grande profundidade no arquipélago dos Abrolhos, - ilha de Santa Bátbara ou
c1ualquer out1a --, não só para pesquisa dileta de petróleo como pela probabilidade
de ser ali at1avessada e conhecida tôda a série sedimentar que borda o continente
E importantíssimo repetit frisando que, não só o metgulho das tochas dos Abro-
lhos de 10 a 159 para NNW, como o estudo da plataforma continental ao sul das
ilhas, pat ecem data mente indicai estarem elas na aba de um anticlinical

3 Considerações Finais

Ao terminai, recapitulemos que, ent1e os limites da Cotdilheita Ma1ítima ao


Atlântico, na região de Campos, existe uma área sedimentátia bastante vasta, pata que,
nas condições supostas e descritas, as tiansg1essões terciátia ( ?) e pleistocênica hajam
recobetto sedimentos mais antigos que se encont1a1ia111 hoje ainda em pa1te sote1-
1ados na aba continental
Esses depósitos litotâneos fotam sedimentados no 1ecôncavo de um gôlfo e numa
i egião sujeita a deslocamentos, epirogênicos

De tais deslocamentos, três já foram por nós constatados Um, descendente no


Plcistocênio quando se formava o velho delta do Pataíba Out10, ascendente, no Plio-
cênio, quando os tabuleiros entJe Campos e o Itaoca fo1am completamente e10didos
- 60 -

até o gnais Um te1ceiro, descendente e <lutante a founação clêsses mesmos tabuleiros,


cuja idade, se vier a se1 paleontologicamente estabelecida como te1ciária, indicaria
provável ligação ela bacia com tal ruptma
Temos, portanto uma região costeira excepcionalmente instável desde o C1etáceo.
Ora, segundo CRAIG, são tais regiões justamente as indicadas para a founação ele
pet1óleo, com a rnaté1ia-prima ela vegetação tetrestte TwENHOFEI por sua vez afiuna
que "the sapropelic or aquatic bituminous secliments must be recognizecl, as the
effective "mother rocks" or "somce rocks" of natural petroleum" 33 , sendo que
"The raw mate1ial contributecl to the ptocesses of 01ganic seclimentation emb1aces
min01 portions onlv of terrestrial plant life. It is for the most patt laicl down in
poncls, lakes, lagoons, inlancl seas, anel shallow gulfs too cleep for vascular plant
in place, too extensive to peunit a consiclerable conttibution of clet1itus of land origin
anel sufficiently protectecl against tidal scour anel aerating cunents to favour the
necessa1y cleg1ee of conse1vation of humic proclucts" 34.
Com a sua autotidacle, CRAIG ap1esenta mesmo uma estreita ligação entre as
jazidas ele petróleo e as de carvão "So fa1 as lithological evidence goes, the sttata
of many Tettia1y oil-fields are exactly the sarne as those associated with coal or
lignite "
"In fact, the only difference is that in one case we have abundant evidence of
vegetable temains in unde1days, leaf beds, carbonaceous shales anel sandstones, fossils
tte-trunks; anel seams of lignite or coal, while in the oil-fielcl phase not a trace of
vegetable matter is observecl, but the parous beds ate mote 01 less impregnated with
oil bitumen, which may be seen exuding at the surface" 35
Prosseguindo com a sua exposição, o autor conclui: "Thus, we sce that although
coal and lignite ate ve1 y different substances f10m liquid pet10leum, they are
inextricably connected; coalfields give evidence of oil and oilfields of coal, trnnsitional
stages can be seatched for and found, and both asphaltic and parafin oils are seen
impregnating the sarne strata which at no g1eat distance ate ca1bonaceous in
character" 3G
Combatendo a idéia dos geólogos amcucanos de que a matétia 01gânica de diato-
máceas possa cm ccttos casos clat origem ao pet1 óleo, o auto1 finaliza a sua exposição
desta maneira: "we may confidently statc that the only source of otigin which is at thc
sarne time aclequate anel within the bounds of (hemical anel physical possibility is
the teuestrial vegetation" ~ 7 •
Evidentemente que se1á descabida uma clisrnssão, aqui, elo ptoblema <lebatidíssimo
ela 01igem do pet1óleo Transcrevendo duas opiniões conceituadas, fizemo-lo com o
intuito de ftisat que a maio1ia dos trntaclistas invoca a necessidade de águas telativa-
mcnte iasas em btaços ele ma1 e golfos, deltas, estuários, lagunas, ou quando muito
em regiões net íticas ela platafotma continental

:::i
TWENHOFEI, \l(Ti!liam H - "T1eatise on Sedimentation" Baltimo1é, 1932
3!
Ob (Ít ' págs 389-390
3r,
Oh cit, pág 32
:iu
Ob dt, pág 40
37
Ob dt, pág 43
- 61-

A imposição de um ambiente similar na gênese comum do carvão e do petróleo,


segundo CRAIG, implica mais forçosamente ainda a existência necessária de zonas lito-
râneas de instabilidade acentuada, visto serem nestas que o estudo minucioso da
maioria das jazidas carboníferas coloca a sedimentação de tais bacias
Basta-nos citar, entre os casos mais particularmente pesquisados, a investigação
das jazidas escocesas pelos geólogos da Grã-Bretanha e o evidente testemunho tão
fattamente documentado dos enormes depósitos do período pensilvaniano nos Esta-
dos Unidos.
Para os primeiros, um afundamento gradual da costa foi assinalado Para os
últimos ScHUCHERT e DuNBAR registram condições deltaicas onde rios abandonam
leitos entupidos pata alagarem terras baixas enflorestadas, ou baixadas pantanosas
1 epetidamente transgredidas por um mar às vêzes muito raso 3 8

Fenômenos idênticos aos que oconeram nessas clássicas regiões na Era Ca1bo-
nífera, são apresentados por CRAIG para a Trinidad, onde "all the phenomena of
Carboniferous Coal Measures may be studied in Mioc.ene and Pliocene strata undei
the simplest conditions'', oferecendo talvez "the finest examples in the world of
<leltaic. conditions on the margin of a Tertiary continent".
Não precisamos ir catar mais dados para uma exposição que se tornaria prolixa.
Os que alinhamos acima demonstram a repetição através das Eras de uma série de
oscilações em zonas de abas continentais, insistentemente ligadas à gênese dos com-
bustíveis minerais
Das p1évias considerações sôbre a tectônica do litoral do leste brasileiro, parece-
-nos que a bacia de Campos deve ter-se originado em uma dessas regiões oscilantes,
intermitentemente emersa ou afundada desde a ruptura cretácica por vários dias-
trofismos.
Analisando a formação da planície desde o Pleistocênio, ali notamos hoje con-
dições deltaicas sumamente interessantes com abundâincia de lagunas litorâneas, que,
no caso da Boa Vista, por exemplo, permitiram outrora o isolamento de um braço
de mar rnjo dessecamento resultou nos valiosos depósitos da gipsita já em início de
exploração após estudos nossos 39 •
O afundamento gradual dêsse delta durante a sua formação, com transgressões
permitindo depósitos de calcáreo que atingem oito metros de espessura, é deduzido
de sondagens indo a pouco mais de cinqüenta metros. Condições semelhantes devem
set esperadas em maiores profundidades e, mesmo, em séries resultantes de diastro-
fismos anteriores não é p10vável tenham existido causas determinantes de va1iações
brnscas nos processos de sedimentação.
Sob êste ponto, em tôda a costa de leste de São Tomé a Salvador não existem
da parte de pesquisadores fidedignos observações estruturais ou petrográficas ten-

38
SCHUCHERr and Dunba1 - "A Textbook of Geology" New Yo1k, 1933, pág 248
"" LAMEGO, Albelto Ribeiro - "A Gypsita 'da Boa Vista" Avulso n• 16 do Se1viço Geológico
e Mineialógiw Rio, 1937 "Gypsita da Boa Vista" Rev "Mineração e Metalmgia" Vol III,
n• 16
-62-

dentes à suposição de fenômenos cataclísmiws na origem das fossas Apenas no caso


isolado da ilha de Santa Bárbara no arquipélago dos Abrolhos, citado por HAR!T 10,
a ocoirência única de um t1c1p basáltico oferece indícios de vulcanismo
Todo o processo cie sedimentação, na faixa sedimentária costeira em aprêc,o, parece
te1-se efetuado nas condições 11011nais genetalizadas em todo o Globo através das
Eras geológicas, não se levando naturalmente em conta mais restritos casos 1egionais.
A marcha gtaclual de um contínuo mas inteunitente afundamento, paralisado a espaços
ou mesmo retrocedendo ante emcrsões pa1ciais, deve te1 sido o berço de todo o pacote
sedimentário daquela faixa desde o Ctetáceo
Movimentos mogênicos não podem ter contribuído para mudanças bruscas nas
LOndições de sedimentação, dada a lentidão e o enorme espaço de tempo em que
desenvolvam tais diastrofismos Além disso, temos a notai que, em tôda esta faixa
litorânea sôbre a região em que, segundo os autores, mais pa1ece te1cm sido acen-
tuados os efeitos orogênicos, diz-nos GLYCON DE PAIVA: "a tectônica da bacia do
Recôncavo tem sido exagetada, acteditanclo-se em clefo1mações mais impo1 tantes qu~
as J ealmcnte existentes" '11
Que1-nos pa1ece1 poltanto que, à luz elas observações atualmente coligidas, nada
pi ediz anomalias brnscas nos p10ccssos not mais de sedimentação que elevem te1 exis-
tido na bacia campista em Idades antet io1es, nem tampouco vatiaçõcs climáticas mui
dife1entes das que existitam pata o Recôncavo elevem tê-los afetado E tais processos
devem ter sido os mesmos peculia1 es aos mares 1asos, golfos, deltas ou estuários, isto é,
em condi\Ões que a Geologia justamente aponta como beiço do petróleo e das jazidas
rn1bonífe1as Insinuamos desta maneira também a possibilidade de existência de cama
das de carvão na bacia de Campos
Tentando, conduzir a nossa expos1çao por caminhos científicos, falta-nos entie-
tanto discriminai, ainda que, não obstante as condições geológicas ptetéritas poderem
te1 contribuído pata a gênese de combustível e de seu conseqüente armazenamento
cm caso de petróleo, um fenômeno pode te1 oco11ido, o qual, sem destruit a nossa
a1gumentação, venha pôt fora de nosso alcance 1eservas mineiais Ttata-se da migração
pata oeste da linha costeira
Mas o tecuo da margem continental deixou ao largo da costa, sob os sedimentos
da plataforma, jazidas inatingíveis, não cabe ao geólogo p1edize1 - pelo menos
no momento - , com os escassos dados a seu dispor
Finalizamos Em todo êste trabalho trata-se, como é bem claro, de uma hipótese
Ê, po1ém, de discussão das hipóteses e teorias científicas que se tem desenvolvido
todo o p10gresso da Humanidade.
Quase tôdas as pesquisas de fim utilitá1io e de resultados positivos germinaram
da análise subjetiva de fenômenos a qual permitiu a clescobetta das leis da Natureza
Analisando assim a tectônica getal da Serra do Ma1, fomos levados a conceber
uma síntese de fenômenos oconidos na formação da Baixada Fluminense e da ligação
desta no espaço às fossas da faixa costeira do Espírito Santo e da Bahia

10
Ob cit, págs 175-176
" Ob cit, pág 165
- 63 -

Da síntese geral descemos ao caso particular


A Geologia em seu ramo estrutural é essencialmente uma ciência de imensidades
invisíveis A mente dos geólogos mergulha nas profundezas, tentando focalizai oco1-
1ências sucessivas em grandes volumes da crosta Nesse espaço desmedidamente am-
pliado e teneb10so, é difícil a penetração analítica pata um desco1tínio sintético dos
fenômenos Os mais segu1os e ce1teiros raciocínios podem de súbito imp1ecisar-se
hesitantes, bifu1cando ante os dilemas de ptobabilidades que inesperadamente surgem
Daí, nem sempre ser evitável um desvio da realidade
Tal seja êsse o nosso caso, eternos todavia ter andado com as boas normas da
lógica e da razão, tentando fornecer elementos que se poderão tornar talvez de
algut~1a utilidade, pata a solução de um dos maiores problemas de ordem econômica
do País

BIBLIOGRAFIA

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20 - TWENHOFEI, 'V{Tilliam H - "Tieatise on Sedimentation" Baltimoie, 1932
A GEOLOGIA DA SERRA DO MAR, ENTRE OS PICOS
DE MARIA COMPRIDA E DO DESENGANO, NO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

P10fessor GEORGES FRÉDÉRIC RosrnR

O estudo do P1ecambriano b1asileito vinha sendo feito especial-


mente nas founa<,Ões ptotetozóicas Inúme1os tiabalhos pettog1áficos,
estiatig1áfirns e tectônirns foiam clêsse modo executados pot muitos
geólogos, entle os quais eminentes cientistas, atiaídos paia aquelas
foimações devido à sua 1iqueza mineial E assim o P10te10zóirn foi
estudado em tôdas as ocouências conhecidas até hoje, chegan,lo-se a
um rnnhecimento suficiente da sua estlututa e composição e à co11e-
lac,ão das suas clive1sas sé1ies, numa tazoável sistemati~a~ão
No P1ecamb1iano infe1io1 ou Aiqueano, ent1etanto, não tiveiam
os estudos a mesma extensão e p1ofundidade As glandes áreas
gnáissicas do nosso te11itóiio fo1am atiibuídas ao Aiqueano pelo aspecto
supe1ficial elas 10chas cristalinas intensamente metamo1fisadas e pelo
estudo miooscópico de amostlas colhidas em pontos espatsos
O complexo dobiamento e o desgaste dessas formações desafiavam
os poucos geólogos que podiam dedicai-se ao seu estudo, à ma1gem
'elas pesquisas tão necessá1ias e impoltantes nas founa~ões seclimenta1es
do Paleozóico ao Recente
Nenhuma sepaiação fô1a definitivamente 1econhecida ent1e o
P10te1ozóico e o P1ecamb1iano infe1io1, não obstante o esfô1ço de
alguns geólogos em pesquisas locais ou mesmo 1egionais O campo,
eia pot demais vasto E essas pesquisas, embota muito úteis à distinção
das espécies pet10g1áficas e mesmo 1eveladoias de inúme10s fenôme-
nos pet10genéticos, pouco adiantatam, quase semp1e, pata o conheci-
mento esti utuial do Arqueano e paia a sistemática divisão do
P1ecamb1iano

Nós mesmos que, pot algum tempo, nos dedicamos a êsses estudos,
sempte os considetamos como iniciais e à espeia de es?ecialistas que
os desenvolvessem E assim, logo no início da nossa gestão na Ditetotia
da D G M , destacamos dois ilusttes técnicos, o Dt. HEINZ EnERT
e o P10fess01 GEORGES l'RÉDÉRIC RoSIER, pata, mm inteita libe1dacle
ele ação e em campos de pesquisas anexos, na Se11a do Ma1 e na ela
Mantiqueita, nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Geiais, siste-
màticamente pesquisa1em as formações ptimitivas, buscando uma nítida
sepaiação ent1e o Arqueano e o P10te10zóico.
Como p1evÍ1amos, o Atqueano reduz-se giandemente em á1ea,
ampliando-se inversamente o P10te10zóico, fato êste já também 1eco-
-65-

nhecido em vastas áreas do inte1io1 do Brasil, onde levantamentos


aerogeológicos vêm sendo executados em 1egiões mapeadas como a1-
queanas

O presente tiabalho do P10fesso1 RosrnR é uma afiunativa dessa


1ealidade Elaboiado com todo o 1igo1 técnico e exigindo enounes
esfo1 ços numa zona excepcionalmente acidentada e em giande palte
ainda wbetta de florestas, só pôde êle sei feito com gtandes sactifícios
e com a sua tenacidade de geólogo suí~o, afeito às estaladas alpinas

A Se11a do Ma1, de esttutma supostamente simples, pela p1imeita


vez nos aparece com "nappes" uemonsttativas de intenso enrugamento,
em continuidade com o que havíamos demonstlado paia o Disttito
Fedeial

Com êsse tiabaiho iegional sôb1e o P1ecambdano biasilei10, tão


minucioso em sua pet1og1afia, esttatigiafia e tectônica, dá-nos RosrnR
uma rnnt1ibuição notável, p1imo10samente ilustiada com desenhos seus
de obse1 vações no rnmpo, fundamental pata os que queÍlam ap10fun-
dat estudos nas nossas fo1mações p1imitivas

ALBERTO RIBEIRO LAMEGO

I.

O presente ttabalho deve ser considerado como urna nota explicativa, muito con-
cisa, do nosso 11 Mapa geológico p1ovisó1io da Se11c1 do Ma1 enfie os PicoJ de Ma1ia
Comp1idc1 e do Desengano (EJtado do Rio de Janei10)". Esse mapa é uma síntese
provisória dos trabalhos de levantamentos geológicos que estamos empreendendo na
Serra do Mar, sob a direção progressista do Dr. A R LAMEGO, Diretor da Divisão
de Geologia e Mineralogia, do D N P M As observações de fenômenos até agora
inteiramente deconhecidos, apresentadas nesta nota e no mapa, demonstram a gtande
sagacidade do Dr A. R LAMEGO, o qual previu tôda a importância da Serra do Mar
para o estudo do Antecambriano brasileiro (Lamego, 1946)

Nossos levantamentos geológicos foram feitos com o fim preciso de determinar


os elementos fundamentais da estrutura geológica complicada da Serra do Mar, que
apresenta muitas dificuldades, cheia de nume10sos escarpamentos, mais ou menos,
inacessíveis, assim como de uma vegetação geralmente densa Muitas vêzes, temos de
estabelecer essa estrutura mediante obset vações muito dispersas É bem evidente que
um levantamento geológico, feito nessas condições, deve ser "ptovisório", pois, possi-
bilidades inespetadas de pesquisas - por exemplo, estradas novas cortando a floiesta
densa - podem apresentar fatos inteiramente imprevistos, obiigando o geólogo a
modificai as suas te01ias, já bem estabelecidas

Além disso, os mapas topográficos da 1egião que estudamos - salvo os levanta-


mentos recentes da PROSPEC S A - são, geralmente, muito deficientes, o que torna
ilusório o levantamento de fenômenos não indispensáveis à dete1minação das estruturas
geológicas principais Uma outra conseqüência das mesmas deficiências é a necessidade
absoluta de esquematizai o desenho do mapa geológico

5 - 25 625
-66-

II.

Muito pertinentemente, P FALLOT criticou as comparações injustificadas entre


orogêneses diferentes (FALLO, 1944) Entretanto, a interpretação tectônica, resultante
dos nossos levantamentos geológicos, permite uma comparação legítima - mtttatis
mutandir - entre a estrutura geológica a11tecamb1iana da Serra do Ma1 (na nota p1esente,
"Serra do Ma1" significa semp1e o trecho dessa Serra que estudamos) e a estrutura
geológica alpinc1 de uma pa1te dos Alpes suíços (CADISCH, 1953)

A fim de 1efutar a objeção sem fundamento, de que não seria possível demons-
trar uma tectônica de eJtilo alpino num velho "escudo'', erodido muito profunda-
mente, diremos agora sàmente isto:

l) Nossa interpretação tectônica é baseada:

tl) sôbre o estabelecimento da geomet1ia no e1paço daJ entidadeJ pet1og1áficc1r


Devemos rec01dar que essa deteuninação é deduzida obrigatàriamente do mapa geoló-
gico, levantado com cuidado

b) Sôbre a obse1 vação p1ecisa das dive1sas "estmturas de deformação" das rochas

2) É bem conhecido que a orogênese alpina estende-se muito p10fundamente


na ciosta da terra, até a "infra-estrutma" de E \'iVEGMANN (WENK, 1955)

Eis nossa conclusão geral, a qual permite incluit os fenômenos geológicos, obser-
vados na Serra do Ma1 e nas regiões circunvizinhas, numa síntese coerente:

Existe, na Se11a do Mr11, um com/1lexo de "nappes", peitencendo a ttlJM giande


01 ogênese cmtecamb1 icma, de estilo tipú amente tl!pino.

Essa conclusão é legitimada pelo conjunto dos fatos seguintes:

1) As entidades pet10gráficas, constituindo a Serra do Mar, formam uma espécie


de abóbada gigantesca (estampa, fig. 1), a qual já permite conjeturar um complexo
de nappes

2) Essas entidades petrog1áficas apresentam sob1eposiçõer ano1mc11s faixas "a1-


queanas" sôb1e faixas "algonquianas", faixas cata-metamórficas sôbre faixas meso-
metamó1ficas Essas sobteposições anounais indicam uma estrntura de nappes

3) Essas entidades petrog1áficas ap1esentam, na pa1te centtal da abóbada, rnume-


ráveis dob1ar, wjo /Jtl[O do piemo (ott 1ttpe1Jírie) r1:xictl apcuece mc1is ott menos ho1i-
zontr1l, num plmzo nzr1i1 011 menoJ ve1 ticcd e no1 mcil e) di1 eção drlf eJ/111t111c1s geoló giu1r
cmfelrl1l7b1 icmr1s Essas dobras são muito típicas das estrutmas de nappes, e demons-
tram, iirefutàvelmente, a existência de movimentos teclogêneos "tangenciais" As figu-
1as 2, 3, 4 e 5 mostram exemplos típicos dessas dobras

Nossa inte1 p1etação tectônica é confirmada, out10ssim:

1) Pelas est1 ttftJI as geológicas antece11nb1 icmar tr1ngenciais, descobettas por


A R. LAMEGO, no Distrito Fedeial (LAMECO, 1948, 194Sa) Essas estruturas tan-
- 67-

gencia1s formam a continuação imediata em direção axial, das estruturas semelhantes


<la Serra do Mar Isso demonstra, claramente, a importância capital da descoberta de
A R LAMEGO, o qual marcou assim um rumo novo no estudo do Antecambriano dessa
parte do Btasil.

Nw" /r /r ,,"
/ / /

Fig n ° 1 - Seção geológica geral, muito esquematizada, mostrando as relações geométricas das
unidades tectônicas Tôdas essas unidades são supostas projetadas sôbre um mesmo plano vertical
Arqueano do ante-país; 2, cobertura algonquiana autóctone do ante-país; 3, raízes de nappes
de tipo "helvético"; 4, elemento tectônico inferior da nappe do Desengano; 5, elemento tectônico
médio da nappe do Desengano; 6, elemento tectônico superior da nappe do Desengano; 7 nappe da
Serra dos Órgãos; 8, elementos tectônicos superiores supostos
VP = posição aproximativa da superfície topográfica atual do vale do Rio Paraíba. Não foram
representados os granitos pós-tectônicos, os fenômenos resultando do ultra-metamorfismo e os diques
de diabásios até basaltos triássico até liássicos

Fig n ° 2 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamento rochoso), ± normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas Gnaisses
kinzigíticos facoidais do Algonquiano da nappe do Desengano Montanha ao N da estrada Nova
Friburgo - Lumiar, na região de Vargem Alta Vista em direção do N
- 68-

Fig n ° 3 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamentos rochosos), normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas Gnaisses
kinzigíticos um pouco facoidais do Algonquiano da nappe do Desengano Monhanhas ao W de
Barra Alegre Vista em direção do SW

Fig n° 4 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamento rochoso), ± normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas
Base da Pedra Manoel de Morais Vista em direção do S 1, gnaisses kinzigíticos do Algonquiano
da nappe do Desengano; 2, talus e desmoronamentos
- 69

2) Pelas pesquisas geológicas de H EBERT, na região vizinha ao norte da


Serra do Mar Com efeito, os resultados dessas pesquisas exigem a presença de uma
faixa 01ogênica muito intensa na iegião da Seuct do Mar (relatórios anuais de H. EBERT,
in LAMEGO, 195 5, 1956).

Fig n ° 5 - Pequenos dobras, cujo troço do plano axial aparece horizontal num plano vertical
(parede rochosa), normal à direção das estruturas geológicas antecambrionas Gnaisse granitóide do
Arqueano polingenético da nappe da Serro dos Órgãos, perto de Jacuba

III

Atrnvessando tlcmsveua!mente ct Se11a do Ma1, (trnnsversalmente, a 1espeito das


estl ututas geológicas cmte1 amb1 iana r, assim como da orografia), de SE, para NW,
quet dizer, da Baixada Fluminense até o vale do Rio Paraíba, encontramos sucessiva-
mente as grandes unidades tectônicas seguintes (fig. 1, estampa) :

Fig. n ° 6 - Dobras assimétricas nos gnaisses granitóides do Arqueano palingenético da nappe


da Serra dos Órgãos, mostrando o movimento da nappe para o NW
Vista numa parede rochosa vertical, normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas
Estrada Teresópolis - Nova Friburgo, ao W de Vieira
- 70-

1 - A faixa "geossindinal" (ou "central") da orogênese, constituída por nappes


do tipo "pênnico inferior" dos Alpes suíços, empurradas do SE para o NW, isto é,
empurradas em direção do "ante-país" da orogênese As numerosas dobras assimétricas
do tipo da figura 6, assim como a estrutura geológica geral da região, indicam nitida-
mente êsse sentido do movimento das nappes Diferençamos duas giandes nappes (talvez
seria melhor dizer dois complexos de nappes) nessa faixa geossinclinal.
Chamamos a grande nappe inferior: Nappe do Desengano Essa nappe do Desen-
gano é constituída por três elementos tectônicos sobrepostos, o elemento inferior sendo
provàvelmente "parautóctone"
Chamamos a grande nappe superior: Nappe da Seua dos ó1gãos. Essa nappe é
constituída por vá1ios elementos tectônicos; não foi possível, até agora, diferençar
exatamente êsses elementos
Em cada uma dessas giandes nappes podemos distinguir um "núdeo" constituído
por Arqueano, mais ou menos palingenético, e uma "cobertura" formada por Algon-
quiano
2 - A f aix,1 !imít10 f e, entre a faixa central da oro gênese e o "autóctone" do
ante-país da mesma Essa faixa limítrofe é formada por 1c1ízes de napper do tipo
"helvético" (inclusive "ultra-helvético" dos Alpes suíços - m!Jtatis m11tandis - isto
é, por fo1mações algonquianas, descoladas de seu "substratum" arqueano (constituindo
a beira meridional extrema do ante-país) e cau eadas em d irec,ão do ante-país
3 - A cobe1t111a algonq11iana a11tóctone do velho "escudo" arqueano, constituindo
o ante-país da orogênese.
füse Arqueano do ante-país aflora além do território 1epresentado no mapa, quer
dizer, na parte meridional da região estudada por H EBERT, onde êle é constituído
pelo Ai qlieano de Matias Ba1 bosa, de EBERT
Nota muito impo1tcmte - A faixa limít1ofe (2) e a cobe1tma algonq11iana autóc-
tone do ante-país ( 3) constituem somente uma parte da "faixa do Pmaíbcl'' do nosso
mapa Conset vamos ainda essa denominação, "faixa do Paraíba", pois nossas pesquisas
geológicas não estão ainda bastante adiantadas, a fim de permitir uma delimitação
exata dos elementos tectônicos constituindo essa faixa.
Assim, a faixa do Pmaíba do mapa inclui os elementos tectônico~ seguintes, do
SE para o NW:
1) A cobertura algonquiana da frente da nappe da Serra dos órgãos.
2) A ftente da nappe do Desengano.
3) As raízes das nappes de tipo "helvético".
4) A cobertura algonquiana autóctone do ante-país
A faixa do Pa1aíba é caracterizada por uma compressão lateral (isto é, "hori-
zontal") muito forte, devido à sua posição tectônica especial, entre a frente da nappe
da Serra dos órgãos e o ante-país autóctone (fig. 1). As dobras típicas, do tipo da
figura 7, demonstram daramente essa comptessão lateral.

IV.

A idade da 01ogênese, que edificou a Se11a do Ma1 anteccmib1iana, pode ser dedu-
zida da idade absoluta dos pegmatitos pós-tectônicos do Lido dessa orogênese Com
efeito, êsses pegmatitos representam a formação mais recente da orogênese A idade
-· 71-

absoluta dêsses pegmatitos pós-tectônicos, calculada segundo análises quurncas, é de


400 a 600 milhões de anos ( detetminações calculadas novamente por H EBERT, in
OLIVEIRA, 1956). Todavia, como observou L CAHEN, análiser isotópicas são indis-
pensáveis para precisar essa idade absoluta (CAHEN, 1953).

1----10

Fig, n ° 7 - Dobras nos gnaisses kinzigíticos do Algonquiano da faixa do Paraíba, motrando uma
forte "compressão lateral"
Vista numa parede rochosa vertical, normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas,
ao S da ponte sôbre o rio Paraíba, perto de Três Rios

Entretanto, considerando que tôdas as formações "algonquianas" da Serra do Ma1


são incluídas na orogênese, podemos admitir, com bastante certeza, que essa 010gênese
oco11eu no fim do Antecamb1iano Essa conclusão é confirmada inteiramente pelas
pesquisas de H EBERT (Relatório anual de H EBERT, in LAMEGO, 1956)
Por conseguinte, concordando com EBERT, chamamos 01ogênese c1ssíntica a orogê-
nesc que edificou a Serra do Mar antecambriana.

V.

Distinguimos as formações seguintes na Serra do Mar:

I - AntecctmbJiano, indusive os gianitos e pegmatitos pós-tectônicos do cido da


01ogênese assínticct.
- 72 ~

II - Rochas de idade triássica até liássica:

1) Diques de diabásio r até basaltos


2) T1aquito, ao SW de Guapiaçu; essa rocha, provàvelmente, acha-se em rela-
c,ão com o maciço de sienito nefelínico da região Rio Bonito - Serra do Sambé, des-
coberto por Aristides Henriques de Oliveira (relatório anual de A H. OLIVEIRA, in
LAMEGO, 1953)

III - Rochas de idade duvidosa:

1) Diques de q11a1tzo-pó1fi10, na região Vale das Videiras-Aratas; êsses quartzo-


-pórfiros são, talvez, relacionados aos granitos pós-tectônicos do ciclo da orogênese
assíntica.
2) Dio1ito de g1c11zt1!ação g1osseiia, formando uma espécie de "dique" ao NE
de Guapiaçu.
3) Gab10 até dio1ito, ao N de Santa Rita da Floresta

IV - Q11ate1 ná1io tctlm, desmo1 onamentoJ, al11viõeJ, sem falar da camada mais
ou menos espêssa da alteração superficial
A escala do mapa não permitiu representar o Quaternário Todavia, do ponto
de vista econômico, o Qtt,1te1ná1io c1p1esenta a maio1 impo1tâmic1, como "1ese1vató1io"
da água dc1 chttvc1.

VI.

Não podem JeJ obse1vadc1s c1s diJc01dânúc1s no Antecc11nb1icmo dc1 Se11a do Mm·;
essas existiram, talvez, primitivamente, mas fotam "apagadas" pelos fenômenos tecto-
gêneos e o metamorfismo intenso ligados à orogênese assíntica
Por outro lado, é possível estabelecer localmente uma cronologia certa dos fenô-
menos de "gtanitização" sin- e pós-tectônica (RosIER, 1953) Essa possibilidade é
ligada, unicamente, à qualidade das condições de observação: presença de superfícies
rochosas sem camada de altetação supetficial e sem cobertura vegetal Todavia, essa
cronologia não petmite estabelecer uma est1atigrafia Pot exemplo: podemos afirmar
que um granito é pós-tectônico, mas isso não determina a situação est1atigráfica dêsse
granito
A idade c1bso!tttc1 ( 400-600 milhões de anos) doJ pe gmcttitos pós-teilônícos do
ciclo dc1 01 ogênese c1ssínticc1 conJtittti 11m ponto tínico de 1efe1 êncict o fim do Ante-
ccmib1icmo Abctixo dêsse ponto de 1efe1êncÍcl, não exÍJte q11ctlq11er fe1to decisivo pe1-
mitindo estc1belel e1 ttmct sttbdiviJão l e1 tc1 do Antecamb1 icmo dct Se11t1 do Me11.
Pot conseguinte, temos de ptocutar nas regiões dtrnnvizinhas da Se11a do Mat
qualquet possibilidade de estabelecer, p01 wmpa1 c1ção 1 a estratigrafia do Antecambriano
daquela Serra O caso apresenta-se ptecisamente na região de Juiz de Fota, onde
H EBERT conseguiu descobrit uma disco1dância certa, permitindo dife1ença1 um
"A1queano" e um "Algonquiano" O Algonquiano de Juiz de Fota pode set seguido
em direção meridional e, por conseguinte, é possível chamar "Algonquiano" às for-
mações equivalentes do vale do Rio Pat aíba e da Se11a do Mar As fo1mações situadas
abaixo ( estratigràficamente ! ) dêsse último "Algonquiano", são chamadas "Arqueano",
por definição Essa subdivisão, por comparação, do Antecambriano da Setra do Mar,
pode ser estabelecida assim até a Baixada Fluminense.
- 73-

VIL

O Ai qtteano das nappes assínticas da Serra do Mar 1epresenta uma parte do velho
"es1 ttdo" a1 qtteano ante-aJJÍntiw, metamo1 fisado novamente dm ante a 01 ogênese as-
síntica, exatamente como o "Altkristallin" ante-alpino das nappes pênnicas dos Alpes
foi metamorfisado novamente durante a orogênese alpina No Arqueano das nappes
da Serra do Mar, situado muito profundamente na orogênese assíntica, o metamor-
fismo assíntico produziu fenômenos de mobilização palingenética (mobilização dife-
1 encial pmamentc palingenética, ou granitização metassomática devida à chegada de

álcalis ligada à "frente de migmatização") O material mobilizado, produzido no


1tlt1a-metamo1fismo do Arqueano, penetrou também no Algonquiano Na legenda do
mapa, chamamos o Arqueano: "A1q!Jeano mais 011 menos palingenético". Ê bem en-
tendido que essa última expressão significa: "A1q11eano metamo1fisc1do novamente d!1-
1cmte a 01ogêneJe ctrsíntica", quer dizer "A1queano metamo1 /isc1do novamente no fim
do Algonquiano"
Como é bem conhecido, a "migmatizc1ção" devida ao ultra-metamorfismo aumen-
tou muito a mobilidade -- e por rnnseguinte a def 01 mc1bilidade das rochas migma-
tizadas A figura 8 mostra um exemplo típico dêsse fenômeno
Nota - Preferimos a palavia "pct!ingênere" à palavra "cmc1texir", a primeira
tendo um significado mais amplo (LEINZ e MENDES, 1951).

VIII

A) A1qttecmo dc1 Nappe do Desengano


Nos limites do nosso mapa, o Aiqueano é muito pouco abundante na Nappe
do Desengano nle é 1ep1esentado somente no elemento tectônico médio da nappe,
na região Pedia Bianca - Renascença -- W de Santa Maria Madalena

Fig n ° 8 - Afloramento nos biotita-gnaisses do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra


dos Órgãos, ao SE de Nova Friburgo, mostrando a diferença de mobilidade entre os gnaisses não
migmatizados (1) e os mesmos gnaisses migmatizados (2) A "frente de migmatização" tem um
limite muito nítido Vista numa parede rochosa vertical, normal à direção das estruturas
geológicas antecambrianas
- 74

Podemos diferençar duas entidades nesse Arqueano:

1) Biotita-gnaisses de gicmttlação fina, anfibolitos.


2) Mic1olina-oligoclásio-biotita-gnaims ("gnaisses g1anitóides 11 , fig 9) e Ande-
sina - /abt.idot ita-biotita-gtanada-gnaÍsses ( rr gnaÍSJeS tonafitóides").

Fig n ° 9 - A Pedra Bronca, ao SE de Macapá, constituída pelos gnaisses granitóides do


Arqueano palingenético do elemento tectônico médio da nappe do Desengano Vista em direção ao ESE.

B) Aiqueano da Nc1ppe da Se11a dos ó1gãoJ


O Atqueano é muito abundante na Nappe da Serra dos órgãos, que é dêle cons-
tituída quase inteiramente 1lle apresenta duas entidades:
1) Gnaisses mais ou menos melanonáticos (geralmente biotita-gnrtisses), cmfi-
bolitos, gnaisses leucoc1áticos de g1r11mlação fina Tôdas essas rochas são ge1almente
muito "migmatizadas"
2) Miei oclina-oligoc!ásio-biotita e (ou) ho112blendagnaisres ("gnaisses g1ani-
tóides"), wm variedades leucociáticas até hololeucoc1áticas, e variedades passando à
entidade p1ecedente nsses gnaisses granitóides formam a "ossatura" da Serra do Mar,
na tegião constituída pela Nappe da Serra dos órgãos (fig 10)
Os gnaisses g1anitóides podem passar localmente, sem limites francos, a pa1ter
11 11
maciças, geralmente pouco volumosas, de apmência mais ou menos gu1nítica 011
11
fle gmatftica".
Por outro lado, êsses gnaisses c.ontêm inclusões mais ou menos numerosas de
anfibolitos, de tamanho geralmente pequeno, e o estudo cuidadoso dos wntdctos entre
os gnaisses e os anfibolitos dessas inclusões, permite obse1var muito geialmente um
dos três fenômenos seguintes:
1) O gnaisse apresenta uma beira quartzo-feldspática, de granulação fina, pene-
trando de modo "intrusivo" no anfibolito (fig 11).
2) O gnaisse apresenta uma beira de aparência pegmatítica, de granulação mais
grosseira do que a do próprio gnaisse
3) Existe uma metablastese dos feldspatos no anfibolito, diante da "frente" do
gnaisse (RosrnR, 195 3).
~ 75 -

Todos êsses fenômenos de aparência "intrusiva" são o 1es1tltado do ult1a-meta-


m01 /ismo arsíntico do A1qttermo-p1eexistente (mobilização puramente palingenética ou

Fig n ° 10 - Vertente ESE da Mulher de Pedra, vista de um ponto situado ao NE de Guapiaçu.


Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos
1, gnaisses granitóides; 2, anfibolitos; 3, talus e desmoronamentos Os anfibolitos mostram diaclases
muito características, permitindo reconhecê-los a distância

Fig. n ° 11 - Afloramento à beira da estrada Teresópolis - ltaipava, a 7 km de Teresópolis, no


Arqueano palingenético da 11appe da Serro dos Órgãos
Gn.aisses gronitóides (1), com uma beira quartzo-feldspótica de granulação fina (2), a qual penetra
em anfibolitos (3), formanda uma grande inclusão nos gnaisses Fenômeno palingenético
- 76-

granitização metassomática ligada à frente dos migmatitos). :Bsses fenômenos ultra-


~metamórficos têm as conseqüências seguintes:

1) A entidade dos gnaisses graníticos tem a aparência de uma granitização sm-


·tectônica (ROSIER, 1953)
2) Os gnaisses graníticos representam agora um fácies e não um nível estrati-
gráfico bem definido Essa circunstância torna muito difícil a determinação da tectô-
nica interna na nappe da Serra dos órgãos.
A figura 12 mostra um exemplo clássico de palingênese nos gnaisses graníticos
da Serra dos órgãos

Fig n ° 12 - Fenômeno de palingênese no Arqueano palingenético da nappe da Serra dos Órgãos


A xistosidade do gnaisse granitóide (1) é cortada por um dique de rocha básica metamorfisada
em anfibolito (4)
O gnaisse granitóide emite "apófises" quartzo-feldspáticas de granulação fina (2), penetrando no
anfibolito 3, biotita-gnaisse
Nova estrada Rio-Teresópolis, perto de Barreira (subida da Serra)

Fenômenos ulttametamórficos, absolutamente semelhantes a êsses das nappes da


Setra do Mar, fotam obsetvados pot H BuCHMANN, A GÜNTHERT e En. WENK
nas nappes ?ênnicas infetiores da Suíça (BucHMANN, 1953; GÜN1HEIU, 1954; WENK,
1953, 1954)

C) A1qttecmo da fclixct do Pc11c1íba


Existem, na faixa do Paraíba, algumas faixas estreitas de "gnaisses granitóides"
que considetamos - provisoriamente pelo menos - como esrmnar tectônhas do
Aiqtteano
- 77

Todavia, existe uma dúvida a respeito


...-: da faixa situada ao norte de Três Rios;
essa poderia representar também um fenômeno de "granitização sin-tectônica" no
Algonquiano

IX

Estratigràficamente, o Algonquiano da Serra do Mar apresenta dttas Jé1ies:

I - Uma sé1ie infe1io1, constituída por pa1agnaisses catametamó1 firas, e incluin-


do as três séries seguintes:

1) Série kinzigítica (plagioclásio - biotita - granada - silimanita-gnaisses),


formando a maior parte dessa série inferior
2) Sé1ie rha1 noquitica ( plagioclásio-biotita-hiperstênio-gnaisses, microclina-ol.i
goclásio-hiperstênio-gnaisses), na ponta NW da região estudada
~sses gnaisses charnoquíticos constituem uma nappe de tipo "helvético", esten-
dendo-se em dileção setentrional até Juiz de Fora ("Série Juiz de Fora" de H EBERT,
in LAMEGO, 1956)
3) Plagioclásio-augita-hornblenda-biotita-gnaisses, da região de Chiador
Entre Macapá e Renascença, no elemento tectônico médio da nappe do Desen-
gano, pode ser observada uma faixa "gnáissica" particular, (feldspato muito abun-
dante, quartzo) entre os gnaisses kinzigíticos do Algonquiano e os anfibolitos do
Arqueano; consi<letamos essa faixa como a1cósio basal do Algonquiano Recordamos
que, nos Alpes suíços, vários "ortognaisses" foram reconhecidos recentemente como
arcósios (GYSIN et V ALLET, 1949).
No vale do Rio Paraíba, os gnaisses kinzigíticos são conglome1áticos, localmente.
Enttetanto, a p1esença de "blocos" iJolados nos gnaisses constitui, por vêzes, um pro-
blema sem solução Com efeito, êsses blocos isolados podem ser:
1) Elementos conglomeráticos isolados, de procedência puramente sedimentar
2) O resultado final de um "boudinage" muito intenso Tais blocos, de pro-
cedência puramente tectônica, são bem conhecidos nos Alpes (CADISCH, 1953).
No elemento tectônico inferior da nappe do Desengano (na região da Pedra
do Desengano), os gnaisses kinzigíticos algonquianos contêm "int1 usõeJ rin-até pós-
-tectônicas de thc11 noquitos Essas rochas têm uma textura inteiramente maciça, porém
uma estrutura granoblástica até porfiroblástica No mapa, indicamos os charnoquitos
como "ligeiramente metamórficos", essa expressão deve evocai, somente, a complexi-
dade da procedência dessas rochas Existem duas séiies de charnoquitos Do ponto de
vista fenomenológico, uma série apresenta-se como hipeutênio-g1anitos1 hipe1stênio-
-monzonitor, hipe1stênio-g1anodio1itos1 hipe1stênio-tonalitos, e a outra série como hipe1 r·
tênio-dio1 ito r, hipe1 stênio-gc1b1 odio1ito1, 1101 itos
Na faixa do Paraíba, perto do Rio Paraíba (na frente da nappe do Desengano),
existem também alguns charnoquitos (hipe1 rtênio-g1anitoJ)

II - Uma séiie Jttpe1io1 meso-metamó1firc11 constituída por quartzitos, mármores,


anfibolitos, actinolitaxistos, muscovitagnaisses

É um fato muito notável que os quartzitos apresentam (com poucas exceções) o


mesmo fácies em todo o território representado no mapa: quartzitos geralmente co1~~
nmscovita, e geralmente com intercalações filitosas mais ou menos delgadas
78 -

As duas séries algonquianas da Serra do Mar pertencem ao "Neo-Algonquiano"


de H EBERT (Relatório anual de H EBERT, in LAMEGO, 19'56) Êsse Algonquiano da
Serra do Mar provém do metamorfismo de uma série sedimentar argila-arenosa, com
níveis conglomeráticos, e passando no cume a margas com lentes calcárias e dolomí-
ticas Essa série pode ser considerada - p10 pa1te, pelo menos, como um "Flysrh", isto
é, uma sé1ie 1udimenta1 11 01ogênica".
O Algoquiano pode ser "migmatizado", potém, menos do que o Arqueano Ele
contém localmente veios singenéticos de 1achas básicas, metamorfisadas em anfibolitos
(fig 13), que devemos considerar como l!ma parte das "ofiolites ", encontiadas em
t.ôda grande orogênese A figura 13 mostra também um efeito típico de 11 bottdinage ''
dêsses veios (ou "sills").

Fig n ° 13 - "Sill" de rocha básica sintectônica metamorfisada em anfibolito (2), nos gnaisses
kinzigíticos algonquianos da faixa do Paraíba (1) Fenômeno típico de "boudinage"
Superfície rochosa horizontal, à beira do Rio Paraíba, ao E de Três Rios.

Na série inferior do Algonquiano, assim rnmo no Arqueano (porém mais rara-


mente), podem ser observadas 11 incl11sões psettdoconglometátiras de taltito r" (traduzi-
mos assim a expressão alemã: Kalksilikatfelseinschlüsse). Essas inclusões singenétúaJ·,
de granulação muito fina, podem enganai fàcilmente o obse1vador, o qual poderia su-
por um conglomerado, especialmente quando a rocha fôsse alterada superficialmente
ERNST NIGGLI dá uma desoição exata do fenômeno (NIGGLI, 1944) e as figuras 2 e 3
da sua publicação são inteiramente semelhantes ao que pode se1 observado na Serra
do Mar Como nessa última Serra, essas incl11sões singenéticas encontram-se, nos Alpes,
em paragnaisses cata-metamórficos

XI.

Gnclisses f awidais, caractetizados por porfiroblastos (de tamanho muito variável)


de feldspato potássico, podem ser observados localmente no Algonquiano, assim como
no Atqueano da Sena do Ma1 Êsses gnaisses facoidais representam sàmente um fácier
local, e não um nível dete1minado Com efeito, os potfiroblastos de feldspato são um
1esultado da "álcali-metassomatose" ligada ao ultiametamorfismo
Os porfooblastos ele feldspato são xenomo1 fos e dispostos no plano de xistosi-
dade da tocha, até inteiiamente idiomoi /o r (com qualquer disposição na rocha) Isso
indica uma po1 f i1 oblaJtese sin- c1té pós-tertônicc1
A abundância elos porfooblastos é muito vatiável nos gnaisses facoidais; êles são
patticulaunente p10fusos no elemento tectônico infetior ela nappe do Desengano, nas
regiões ele Barra Alegre e ela Pedia elo Desengano; nessa última região, os porfoo-
blastos são localmente nume10sos alé simular um granito potfiróicle de granulação
g10sseira.
- 79 -

XII.

Os g1anitos pós-tectônicos do cido da 01 ogênese assíntica, por conseguinte, de


idade algonquiana StJpe1io1, desempenham na Serra do Mar exatamente o mesmo papel
que os granitos pós-tectônicos terciários na orogênese alpina Pode ser demonstrado,
em alguns lugares (Sena dos órgãos, por exemplo), que êsses granitos pós-tectônic(\s
apresentam duas geiaçõe r StJcessivas (fig 14) :
1) Um granito mais antigo, de gianulação média até grosseira, incluindo os
granitos porfiróides de granulação grosseira das regiões de Frades, Pedra de São
Lourenço e Baixada Fluminense
2) Um g>cmito mais 1ecente, de granulação média até fina, incluindo m1c10-
g1anitos
A existência das duas gerações de gianitos pós-tectônicos pode ser demonsttada,
rigorosamente, sàmente se os dois granitos afloram num mesmo lugar (fig 14)

Fig n ° 14 - Xenólito de granito pós-tectônico mais antigo (1), no granito até microgranito
pós-tectônico mais recente (2)
Caminho da Pedra do Sino, pouco acima do "Abrigo" 3

Fig n ° 15 - Granito pós-tectônico mais antigo (1), cortando "como uma faca" a xistosidade do
gnaisse granitóide (2) do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos
3, pegmatito pós-tectônico, mais recente do que o granito pós-tectônico
Caminho da Pedra do Sino, pouco acima do "Abrigo 2"
-- 80 --

fig. n. 0 16 - Escarpamento WNW da Pedra da Cruz (Serra dos Órgãos) visto do caminho da
Pedra do Sino entre os Abrigos 3 e 4.
Granito pós-tectônico mais antigo (1), cortando "como uma faca" a xistosidade dos gnaisses
granitóides (2) do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos órgãos
3, talus e desmoronamentos

Fig. n, 0 17 - Vertente oriental dos picos das Três Marias, vista de um f)Onto situado a
oeste de Salinas
Granito pós-tectônico porfiróide de granulação grosseira (1 ), emitindo apófises nos gnaisses
granitóides leucocráticos até hololeucocráticos do Arqueano ± palingenético da 'nappe da Serra
· dos Órgãos (2) 3, talus e desmoronamentos
- 81-

A xistosidade dos gnaisses antecambrianos é cortada "como com uma faca" pelos
granitos pós-tectônicos (fig. 15, 16) Esses formam também apófises disro1dantes nos
gnaisses (fig. 17, 18, 19)

Fig n ° 18 - Vertente setentrional dos picos das Três Marias, vista da crista das montanhas
entre Vieira e Frades
Granito pós-tectônico porfiróide de granulação grosseira (l), emitindo apófises nos gnaisses
granitóides leucocráticos até hololeucocráticos do Arqueano :±: palingenético da nappe da Serra
dos Órgãos (2) 3, talus e desmoronamentos

Fig. n ° 19 - Fundo de um vale ao Leste de Campanha (Estrada Teresópolis-Nova Friburgo)


1, granito porfiróide pós-tectônico, de granulação grosseira; 2, gnaisses granitóides do Arqueano :±.
palingenético da nappe da Serra dos Órgãos Vista em direção do ESE

6 - 25 625
--'- 82 -

Geràlmente, os granitos pós-tectônicos mais antigos formam lâminas discordantes


gigantescas, pouco inclinadas (fig 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26) Os granitos pós-
-tectônicos mais recentes parecem formar pequenos maciços e diques

Escalavrado
1

do Di.abo

Fig n. 0 20 - A Serra dos Órgãos, vista de nova estrada Rio--Teresópolis, perto de Barreira
(subida da Serra)
1, granito pós-tectônico, formando uma sorte de lâmina gigantesca; 2, granito pós-tectônico, muito
rico 'de xenólitos, à base da lâmina de granito pós-tectônico; 3, gnaisses granitóides do Arqueono
± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos.

Esco.lo.vro.do
1
1
1
Dedo d.e Nos5o. S~nhotll
1 1
Dedo de Deu$ 1 1
1 1
..... _ 1
1 1
1 1
1

1 1
1 1
1 1

Fig. n. 0 21 - A Serra dos Órgãos, vista de um ponto situado um pouco ao S -lo cume
' da Pedra do Sino.
1, granito p6s-tectônico; 2, gnaisses granitóides, e 3, biotita-gnaisses, do Arqueano ± palingenético
da nappe da Serra dos Órgãos
83

Agulha. do Diabo Pedra de S Pedro Pe dru do Si no


1
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Fig n ° 22 Vista da Pedra da Cruz \Serra dos órgãos) em direção meridional


l, granito pós-tectônico; 2, gnaisses granitóides do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra
dos Órgãos; 3, talus e desmoronamentos

Fig n ° 23 - A Pedra do Sino, vista da Pedra de São Pedro


l, granito pós-tectônico; 2, gnaisses granitóides do Arqueano ± palingenétíco da nappe do Serra
dos Órgãos; 3, talus e desmoronamentos
Pedro. de 5. Pedro
'
1
J
Nariz do Frade • "Pedra da Cru2
1 1
1
1
1 1 Pedr~ A~u
1 1 1
1
1 1 1

'
1
1
1 "'

Fig. n ° 24 - A Serra dos Órgãos, vista de Teresópolis.


1, granito pós-tectônico mais anti90; 2, granito até microgranito pós-tectônico mais recente; 3,
gnaisses granitóides do Arqueado ± palingenético da nappe da Serra dos órgãos.
F,F ;::::: falhas, deslocando a lâmina de granito pós-tectô!}ico

Fig. n. 0 25 - O Dedo de Deus (Serra dos Órgãos), visto do caminho da Pedra do Sino, entre
os Abrigos 3 e 4.
1, gronito pós-tectônico; 2, gnaisses granitóides, e 3, biotita-gnaisses, do Arqueano ± palingenético
da nappe da Serra dos Órgãos,
- 85 -

/
/,

fig n ° 26 - A Pedra de São Lourenço, vista de um ponto situado um pouco ao W de São Lourenço.
1, granito pós-tectônico porfiróide, de granulação grosseira, constituindo aqui também uma sorte
de lâmina gigantesca
2, anfigolitos ± migmatizados do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos

Fig. n ° 27 - Montanhas constituídas pelo granito pós-tectônico porfiroide de granulação grosseira,


ao S W. de Frades Vista em direção E.N E Observar as formas arredondadas, "cortadas" por diaclases

Os aflo1amentos de granitos pós-tectônicos apresentam f 011nas de e10são m11ito


típicas: "pedras" e picos mais ou menos c111edondados ( figs 27, 29), getalmente com
utnel111aJ ve1tiir1iJ caiacterísticas A Pedra Riscada, ao S E de Luminar, mostra um
exemplo impressionante dessas caneluras (fig 28).
Os granitos pós-tectônicos são localmente- muito ricos de xenolitos.

Os granitos até microgranitos pós-tectônicos mais recentes constituem uma "pedra


4e construção" de qualidade excelente.

Fig. n ° 28 - Escorpomento ocidental do Pedro Riscado (ao S E de Lumiar}, constituído por


granito pós-tectônico de granulação mais ou menos fino Observar as coneluros verticais muito
características, produzidas pela erosão

XIII

A respeito da tectônica da Sm·a do Mai, é indispensável distinguir muito cuida-


dosamente a tectônica assíntica e a tectônica pós-assíntica

A otogênese. assíntica edificou a Sena do Mar antecambriana com a tectônica da


~ua faixa geossinclinal e a tectônica mais ou menos rígida do seu antepaís As nappes,
formadas na faixa geossinclinal, apresentam foites ondulações axiais, quer dizer, culmi-
nações e dep1essões axiais muito acentuadas O exemplo mais impressionante é a culmi-
nação axial assíntica - num elemento tectônico inferior da nappe da Serra dos órgãos
- cujo eixo passa na região Conquista-Mendes--Salinas Essa culminação axial consti-
tui uma verdadeita dob1 a tt ansve1 ral, com um flanco S W mergulrando verticalmente
ná Mulher de Pedra, e um flanco N E mergulhando em direção de Nova Friburgo
O eixo da culminação apresenta pequenas dob1as muito intensas, de orientação N -S ,
podendo ser observadas perto de Conquista (fig 31 ) . Essas dobras mostram que o
eixo da culminação é acentuado até set quase um "acidente" transversal

A Ser1a dos ót gãos representa também uma mlminação axial assíntica bem mar-
cada, com um "flanco" meridional mergulhando em direçãó à Baía de Guànabara
- 87 -

fig n ° 29 - Escarpamento EN E da Pedra do Sino Granito pós-tectônico mais antigo, com


diques (G G, ) de microgranito pós-tectônico mais recente Observar as diaclases verticais (de
orientaçilo N N E - S S W )nos diques de microgranito, e as formas arredondadas da montanha

A tegião da Pedia do Deseng{tno é situada numa ut!miizrtção e1:xial dei napj1e do


Desengcmo,
A oiogênere ctssíntita é tesponsávcl não somente pela tectônica plástica do com-
plexo de nappes da Serra do Mat, mas também de 111/ltl pc11 te, - pelo me110 r - 1 das
dic1rlaser (de qualquet importância), que constituem uma têde densa (indicado pela
1êde hid10g1áfica) nessa Sena, assim como de algumas frdhctr obse1váveis

A ligctfão de re1tc1s dic1rlc1Jes com ct 01ogênere c1SsíntiCi:t1 pode sei demonsttada em


alguns casos:

I - Na tegião situada ao N N W.H de Teresópolis existem diadases de otientação


W N W -E SE, exatamente paralelas a g1andes "diques" de granito pós-tectônico, de gra-
- 88-

nulação média até fina (muito ptovàvelmente da geração mais recente) Ê evidente
que o granito "aproveitou" as "linhas de menor resistência" das diaclases Essas últi-
mas parecem ser ligadas à tensão interna, resultando das ondulações axiais muito acen-
tuadas da nappe da Serra dos órgãos
II - Na região da Pedra do Sino (Serra dos ótgãos) existem diaclases ve1ti-
cais, de direção N N E -S S W , e apresentando as particularidades seguintes:

Pedra do Si.no
J.

' \
\. \\\\
'\ \ \
--\

Fig n ° 30 - Vista da Pedra Açu em direção da Pedra do Sino No segundo plano, diaclases no
granito pós-tectônico mais antigo, parecendo mais ou menos ligadas a uma falha ao N W (à direita,
na figura) da Pedra do Sino e da Pedra Açu

i;;....--1 m ----1 W--E

Fig n ° 31 - Dobras de direção N -S, em gnaisses migmatizados de granulação ± fina do


Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos Essas dobras são ligadas ao eixo de
uma culminação axial marcada Estrada Teresópolis - Nova Friburgo, um pouco ao W da nova
ponte de Conquista

1) Essas diaclases são muito numerosas nos diques de mic10granito (até gra-
nito de granulação fina) pós-tectônico mais recente De modo ge1al, as diaclases
existem somente nos diques e não se prolongam na rocha encaixante (fig 29) Essas
diadases conse1vam exatamente a mesma orientação, qualquer que seja a orientação
do dique.
_..----------------~~--~~~~~~~~~~~~~~------------....._...._--~·----~----~·~--~~--~~--~~...,..
Noppe do Desengano Na ppe do Serrn dos Órgãos
......---~~~~~--------------------------:.....------------------~~~~-------------.......
- ,
----..._-
!E Mormores. SECÇOES GEOLOGICAS _.... -
Ili Quartzitos. .}
Algonqu1r.no
~- ~-·---

li Quartzitos. 8 Coi11-parognc.1sses. .- .. POR


~ Anf lbolitos,muscovlta-gnálsses, acti no li to xisto. A1gonqul ano GEORGES E ROSIER "/' "'"""
1l1lolsses meiahocrótic1>s,onfi bolito1; 1 etc.·-~ l\rqu ea no ; /
/

~ · Cato-porogooisses. /

[lJ Arcóslo.
Gni.:usua \jrlm!tóides. J ··
.
l· palí ngeni:tico

o
ESCALA
5 IOkm / /
I
/ " Macopó
I
I
P11dra Bronco

NW I
~
I
Blotlto-gno1sses,anflbolltos. }Arqueano I/
~ Gnolsses granítÓldes a tonolltoldas. _ ! polingenet1co l
,:
1
Coto -poragrio1 ssen {Algonq1J1ílntl)
I '

~ Charnoquitos.
rit71
l./ SlfJ .. a1e pÓs-tectÔntCC•S de• c1e!o d!l orogifoeCll MSÍnllCCl.
l11J Hiperstên10-gobrodioritos,etc. j
[ ' ] Granitos pós-tectôn1cos do 01clo da orn11ii11ese oss(11tico.
NW SE
S.Maria Madalena
rnIJ Gobro, diorito,de 1dode duvldosc;.
- ----)( Superfícies de carr11armrnto. 1

NW

N.B.· Os diques de diobdsros e bouallos ináss1cos até


llóss1cos nâa foram representados.
Pedro Ri•codo
ESE

S e r r o o s Ó r os
Pedro do Sino /
//
,,,, ,..,,,.
.. -- . ~ ...
Mnno Comprido I /
F 1
/ I' •" I
I I' • /
I / I f

/ / I//
1 I I
I 1 1
I 1 I
- 89 -

2) Essas diaclases apresentam-se também no granilo pós-tectônico mais antigo,


mas, somente em algumas faixas muito esti citas (fig 30) , getalmentc na proximidade
imediata das ratas falhas, cuja existência pode ser demonstrada pela deslocação dos
granitos pós-tectônicos (fig 24, estampa).
Dessas obset vações, podemos deduzir as conclusões seguintes:
1) Tendo exatamente a mesma orientação no miu ogranito mais 1 eccnte e no
granito mais antigo, as diaclases são devidas provàvelmente à mesma causa tectogênea,
quer dizer, à mesma fase atrasada da orogênese assínlica.
2) O empurrão "tangential", que ptoduziu as diaclascs no microgranito, é sin-
genético dêsse microgranito ~le teve uma intensidade suficiente para produzir a tensão
interna necessária à gênese das diaclases no microgranito "em formação'', mas, insuficiente
para chegar ao mesmo resultado na massa inteira, já "consolidada", do granito mais
antigo
3) A p10ximidade e o paralelismo das falhas e das faixas "diaclasadas" do gra-
nito mais antigo (fig 30) constituem um argumento em favor da mesma causa tccto-
gênea (isto é, a mesma fase orogênica) para os dois fenômenos Enttelanto, uma
p10va decisiva não existe
Nota impo1tante - As diadares dos granitos pós-tectônicos, de p10cedência tectô-
nica, não devem ser confundidas com as canelmar verticais nos mesmos granitos, de-
vidas unicamente à e1 osão.
Uma tectônica pós-assíntica da Serra do Mar pode ser demonstrada somente me-
diante os seguintes argumentos:
1) Pela deslocação de fo1mações pós-assínticas, quer dizei, pela deslocação dos
diabásios até basaltos triássicos até liássicos
2) Pela existência de faixas miloníticas de estrutura pós-cristalina epi-metamór-
fica, nas formações incluídas na orogênese assíntica Com efeito, as defo1 mações, de-
vidas a uma tectônit a pós-asríntica, podem ser somente de estilo rígido no "material
morte" (segundo a expressão de E ARGAND) da orogênese assíntica As mesmas

1--1 rn--1 \ \ \ \ \
1 \ \ \ \
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Fig n ° 32 - Falhas pós assínticas, deslocando diques de basalto triássico até liássico (3), e
pegmatitos pós-tectônicos do ciclo da orogênese assíntica (2) 1, gnaisses granitoides do Arqueano
± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos Parede rochosa vertical, bairro de
Meudon, Teresópolis
- 90 -

11
dob1as de ftmdo" iepiesentam, geralmente, o 1esultado global de inúmetas defor-
mações de estilo rígido Por rnnseguinte, de/01maçõe1 pós-as1ínticc1J imp01tantes, do
tipo /cdhci, deve1ic1m rei mc1uddar po1 /aixc1s milonfticc1s de est1t1t111c1 póJ-uistctlin,1
epimetamó1 fie d.

3) Pela existência do rclêvo atual, o qual é o "ponto de pattida" dos aigu-


mentos "geomorfológicos"

Examinemos agota os fatos apiesentados pela Se11a do Mai

A 1e1peito de J) Falhas de iejeito muito pequeno, deslocando os diabásios até


basaltos, ttiássicos até liássicos, podem sei observados localmente (fig. 3 2)

A ; eJpeito de 2) · Até p10va do contrário, devemos notar a /ciltc1 /otc1l, na Seiu


do Mai, de faixas miloníticas <le estrutma pós-c1 istalina epimetamórfica Essa falta
indica a c111sêmia de /c1!!?c11 de gicmde ;ejeito, ligadas a uma tectônica pós-assíntica
Somente na Baixada Fluminente, ao sul da Se11a do Mat, podemos achai a1gumentos
em favo1 de tais falhas, embota não 11ew1Jcl1imnenle de muito gtande rejeito

A ;e1peito de 3) O 1elêvo atual da Setia do Mai indica um 11101·i111en/o 1·e1!icrd


de n11/111c1 11 epiiogené!iu1" F RUEILAN admite que a Se11a do Mat constitui urna dob1d
de /1mdo (RUELLAN, 1913). Se aceitatmos a ampliaç_ão, de E \X!E<;MANN, do con-
ceito de dobta de fundo, imaginado poi E ARGAND (WEGMANN, 1947), quet <lizet,
se considerarmos como "dobta de fundo" uma elevação de tipo "epi10genético'', qual
quet que seja a causa dessa elevação, podemos nesse caso chamai "dobta de fundo"
à elevação c1ue engendtou o telêvo atual da Seu a do Mat
Contudo, pensamos que essa elevaç_ão "epitogenética" da Seua do Mat é devida
a um 1ec1j11Jtcmiento iJOJ/áliw attasado da velha Se11a do Mat assíntica Com efeito,
é notável o fato <le c1ue a Se11a atual coincide exatamente com a faixa 010gênica cent1 al,
estendendo-se muito pt ofundarnente, da 010gênese assíntica

XIV

Do ponto de vista econômico, a Sett a do Mai desempenha um papel da matoi


impottância a iespeito do abastecimento de água.

Com efeito, <levemos considetar os pontos seguintes:

1) A Se;1c1 do kim ronrtit11i mn e>,a/enle 111e1epto1" dc1 ág11c1 de ch11w1 Poi mo-
tivos (bem conhecidos!) de 01dem geogiáfica e meteotológica, quei dizei, pela in-
fluência do 1elêvo da Seu a sôbie os fenômenos meteot ológicos, 1ccebe essa Seria, geia[
mente, mais água de chuva do c1ue as planícies ciJ rnnvizinhas

2) A Se11c1 do Mc11 w111tit11i 11117 exielenle 11


1e1e11•c1!ó1io" dc1 ág11c1 de iht1l'd
Pot motivos de otdem geológica, quer dizei, pela existência dos !ci/111 e de 1mo1 onc1-
mentos ( te1 ienos permeáveis) tão abundantes nessa Se11a escat pada, consei va a Sena
a água de chuva em muito maior quantidade do que se po<leiia supo1 em teuenos
uistalinos, consideiados mais ou menos impermeáveis Essa conservação da água de
chuva é muito favorecida pela piesença de uma cobet tu1 a vegetal, especialmente a
flo1 esta densa Além disso, a floresta densa tem uma influência ieguladora da maio1
-91-

importância sôbrc o escoamento da água de chuva, especialmente em caso de chuvas


pesadas
Damos exemplos ( figmas 33 e 34) das condições topográfüas e geológicas
favo1ávcis à 1ecepção e à conservação da ~ígua de chuva:

Fig 33 - Escarpamentos NW da Pedra do Desengano l, gnaisses facoidais do Algonquiano do elemento


tectônico inferior da nappe do Desengano (com "intrusões" sin- até pós-tectônicas de charnoquitos);
2, talus e desmoronamentos

Fig 34 Vista de Campestre em direção às Três Marias Os escarpamentos A B C D representam o


"beiro de erosão" (não falha!) de uma faixo, mergulhando bostante fracamente para o NW, de
gnaisses granitóides leucocráticos até hololeucocráticos do Arqueano ± palingenético da nappe da
Serra dos Órgãos No primeiro plano, a pequena planície aluvial de Campestre
- 92 -

Figma 33: Abaixo dos escarpamentos gigantescos da montanha (a pedra do


Desengano), os quais constituem um "receptor" maravilhoso da água de chuva,
existem talus e desmoronamentos muito estendidos, cobertos pela floresta densa em
grande parte.
Figma 34: A vertente SE do maciço das Três Marias, rep1esentada nessa figura,
é um dos pontos culminantes da Seira do Mar Salvo os picos mesmos, essas mon·
tanhas muito escarpadas são quase inteiramente cobertas (nessa vertente) pela flo-
1esta densa A pequena planície aluvial de Campestre estende-se ao primeiro plano

XV.

Como já foi suposto a 1espeito de outtas partes do Btasil, os diques de dia-


básios e basaltos triássicos até liássicos são ligados tal vez a fraturas de distensão,
causadas pela separação da Amé1ica do Sul e da África - se aceitarmos a teoria
da deriva dos continentes, de WEGENER.

BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA
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ronilo oorf1roido dt oronu!oçôo orosseiro. MINISTER
DIVISÃO DA A G R 1 eu L T
D 1 R E To R A "D N p M ,
L A M E G O o
o

Sob os o usp1c1os
, do Conselho Noc1onol de Pesqu1zos
UMA CAMPANHA FLORESTAL NO TERRITÓRIO
FLUMINENSE

Prof. ZmoE C. MOREIRA


Geógiafo do Conselho Nacional de Geogiafia,
especializado em silvicultma, pôsto à disposição
do Diretó1io Regional do Estado do Rio de
Janei10, corno efetivo patticipante da rnmpanha
nacional de 1ef101estarnento, no setor fluminense.

"Q11i f'ino /dt:11e in/01 q11en lo" * (D SANCHO I, 29 1eí


de Po1tugal, 1 154/l 211) **

PRIMEIRA PARTE

1- INTRODUÇÃO

Estamos envidando esforços pela causa dos recursos naturais.


É nossa convicção de que o Brasil tem o porvir muito estreitamente ligado à ma·
neira como procederão seus filhos em face do conservacionismo.
Os solos, as florestas e demais ieservas da Natureza, por imprudência dos h~­
mens, até o presente, estão sofrendo a predação mais ingrata, sem que os prejuízos
decorrentes afetem a sensibilidade moral das classes dirigentes
Antepondo-nos a semelhante estado de coisas, queremos verberar com palavras
e ações, no sentido de que se desperte a consciência coletiva e se iniciem os alicerces
da redenção sócio-econômica, de muito teclamada não, apenas, pelos brasileiros, mas,
ainda, por todos os povos.
Que as próximas gerações não amargurem a indiferença egoísta dos seus ante-
passados

li - NOÇõES DE CONSERVACIONISMO

Intitulam-se de 1ermso1 natu1air a todos os elementos espontâneos que a Natu


reza ptodigaliza à Humanidade para satisfação das suas três necéssidades primárias,
ou fundamentais, que consistem da alimentação, do vestuário e da habitação.

* Quem pinheito co1ta1, enfo1quem-no


** APUD, M GOMES GUERREIRO - "A Flotesta na Conse1vação do Solo e da Água'',
pág 49, Lisboa, 1953
- 94-

Classificam-se nesse grnpo as floiestas, os solos, os animais silvest1 es, a caça, a


pesca, as fontes, o clima, o ai atmosféiico, o Oceano e out10s.
Existe substancial difeiença entie J ei m JOJ nc1t111 ais e pi od11toJ eronômiros. Estes
últimos ievelam a intedeiência humana, quei na sua origem, como no seu aspecto,
na sua foima, ele
Os piodutos, confoune está indicando a palavra, t esultam da p10dução: aüvidade
industt ia! - trabalho espedficamente destinado ao beneficiamento, ou à contecção,
m1 à fabiicação do bem ei onômii o.
Todos os iern1sos naturais são dotados de 11ti!idc1de, segundo a compreensão da
Economia Política
Se êles podem se1 rnnsiderados 1ei11110J ei onômn os, \ c1uando possuem valor
come1cial), nem semp1e o são - a exemplo do clima e do at atmosté1ico
O homem produz quando t1ansfo1ma com os em attefactos, quando c1 ia gado,
qnando cultiva plantas Em lato senso, tôda atividade p10dutiva é uma indústt ia.
Os iecmsos naturais se nos depaiam passíveis de setem indust1ializados, ou não
Uma indústtia se explota Um 1euuso natutal se explola --- ou se colhe, ou
se coleta Após a explotação de um ierniso natutal, êle pode ser c1jno1·eilc1do pma
e simplesmente ou pode se1 alvo de sucessivas e.xp!oraçõe1 Está no p1imeito caso a
madeüa nativa da floiesta, abatida pata sei vi1 de postes numa J êde leleg1áfica, e no
segundo a madeita transfoimada em placas laminadas pa1 a movcla1ia
Nenhuma nação ou povo, pode piescindii dos recuisos natuiais Eles são estra-
tégicos, do ponto de vista da sob1evivência Não pode havei 01ganização humana
que os dispense

Tanto o país subdeselivolvido e o povo selvagem se valem das raízes, dos irntos,
dos solos, das madeit as, das águas, da fauna, consumindo-os piecà1 iam ente -- quase
na fo1ma elementar, muitas vêzes; como, também, as giandes potências da técnica
indusliial e as populações superevoluídas a êles se acham dependentes sob a foumt
de maté1 ias-piimas, de subp10dutos e de1 ivados
Assim como o mele pastoi se beneficia do rniso dágua, que dessedenta o seu
gado, assim também o industiial abastado canaliza o mesmo caudal pata movimentai
as suas tuibinas geiado1as de ene1gia elétiica
A piincipal carncte!Ística dos iecursos natuiais está na interdependência a que
lodos êles estão iedprocamente sujeitos Eles foimam um conjunto unitá1io, uma
unidade, rnja alteiação é suficiente pata piovocai o desequilíb1io ecológico da zona
onde orn11eu o fato. Solos, águas, vegetação, clima, at atmosféiico, animais, existem
lodos submetidos a mútuas limitações
Aos animais, vegetais e solos não pode faltai água Esbt é insubstituível na
constituição daqueles E, assim poi diante
Disso tesulta que a questão mais tianscendente, cm tôtno dos ierntsos natmais,
ieside no contrôle do seu potencial, sob rnjo ângulo podem sei classificados, de acôrdo
com a maioria dos autoies, em:

1enováveis
não 1enováveis
- 95 ---"--

Fig n ° 1 - Foto colhida no pátio interno do Pavilhão Principal da Universidade Rural (Km 47 da
Antiga rodovi9 Rio-São Paulo, município de ltaguaí, Estado do Rio de Janeiro), onde se ministram
os cutsos anuais de especialização promovidos pelo Centro Pan-americano de Recursos Natmais
(OEA), em que figura a 2 ª turma do Setor Florestal, do ano de 1955, assinalando-se a presença
do autor que fêz parte da mesma, e o Dr Wanderbilt Duarte de Barros, Chefe do aludido Setor Florestal

Os 1ecursos naturais renováveis se recuperam automática, lenta e espontânea-


mente, ou são estimulados pelo homem, a1tificialmente A 1ecupe1ação autônoma se
exemplifica pot meio de uma devastação flo1estal em cuja átea houve a to1mação
p10g1essiva da capoeiia, do bosque e da mata, enfim, a 1egene1ação, A ação humana
oco11e freqüentemente nos solos, por inte1médio da fe1tilização edáfica Solos, fauna,
vegetação, clima são renováveis, ao passo (jUe o não são os jazimentos minetalíferos
lençóis de hulha, poços de pet1óleo, 1ese1vas uenológicas, dej1ósitos calcáteos, etc
Cabe às populações consumiJ os não 1enováveis, segundo uma p10po1cionalidade
adec1uada, e aproveitar os 1enováveis em têunos ap1op1iados Nunca, em caso algum,
lhes setá petdoado o esbanjamento, o desperdício Sempte, e cada vez mais, se 1eco-
menda1á o uso iacionalizado, ou seja o wnse1 vclCionirmo, que é sinônimo de can-
sei vação dos 1ecu1sos natmais

Conservacionismo nada tem de rnnse1 vad01ismo Pelo rnntrátio, estabelece as


no1mas e os p1 eceitos 1elativos à utilização térnica das rese1 vas natu1ais de um
teri itó1io

O giau de especializa~ão atingido sôbre a maté1ia e o alcance dos objetivos


pteconizados, de tal modo se tornaiam significativos c1ue os seus ptincípios vêm
sendo tomados como constituindo um novo 1amo científico Extrao1dinário ramo que
exerce1á as mesmas funções da Ciência Geog1áfica, na eqüidistância entre os estudos
das Ciências Naturais e os das Sociais
- 96-

Embora alguns povos ainda não tenham adquirido um mínimo cultural, LJUe lhes
permita enfrentar, com decisão, as obrigações de uma política conservacionista, é ver-
dade que outros já alcançaram certos estágios animadores.
Para os países subdesenvolvidos - e neste particular somos ainda forçados a
incluir o Brasil - o conservacionismo representará um papel de chave prodigiosa
na porta gigantesca do progresso.
Compete-nos, por conseguinte, adotar os excelentes resultados alcançados pelas
nações altamente adiantadas Compete-nos fazer estudos para adaptar semelhantes
tesultados às nossas condições econômicas atuais, e ao nosso meio fisiográfico, a fim
de evitarmos a repetição do empirismo, mesmo do primitivismo, nos processos con-
sagrados à utilização das reservas que a Natureza nos oferendou
Vivemos numa época em que as experiências recolhidas pela Humanidade, atra-
vés de insanas e longas etapas, não mais podem passar desapercebidas Muito pelo
contrário Elas p1ecisam ser levadas em alta consideração, pois certos eHos, calamitosa-
mente cometidos e repetidos por tôdas as gerações, ameaçam-nos à ruína ou a sacrifí
cios sôbre-humanos.
Sem sombra de dúvida, entre os assuntos que ferem mais de perto a argúcia
e a inteligência dos homens, figuram precipuamente os que estão ligados ao ap10-
veitamento apropriado para os recursos naturais.
Muito brevemente, ninguém se poderá alheiar <letal cogitação, tamanha se ha-
verá tornado a sua importância nos destinos da espécie humana
Entendemos que o conservacionismo está à altura dos seus desígnios Porque
as reservas naturais, cada vez mais, deixam de ser propriedade particular, em face dos
superiores interêsses da coletividade.

Ili - A IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS

E nosso ponto de vista que as florestas devem considerar-se o principal dos recursos
naturais renováveis
A transcendência do seu valor para a Humanidade ultrapassa as fronteiras do
iaciocínio corriqueiro.
Poucos são capazes de entender a real significação que as florestas ostentam,
indireta ou diretamente, como fonte econômica, como fator biológico, como instru-
mento no equilíbrio ecológico
São tantas as funções da massa flo1estal, e de tal forma numerosas as utilidades
das árvores suas componentes, que seria fatigante repeti-las
Entretanto, para melhor atingirmos nosso objetivo, façamos uma revisão sôb1e
o assunto.
c1) As á1vo1er - Chamam-se de árvores às plantas de porte elevado e estru-
tura lenhosa.
O porte das áivores é tomado pela altura e pelo diâmetro.
A altuia total vai do solo até o ápice da copa, isto é, da base axial até a extre-
midade superior da flexa ou bicada A altu1a do fttste ou alt111a come1riat é a extensão
do caule contida entre a base axial ou colo e a primeira ramificação.
- 97 -

(Fig.I)
~~~.~
Forc1'pulo: poro mensuração do
7
espessura reticular.

(Fig. 2) Trena metálico (mili'metros e pole-


gadas): poro mensuração do espes-
sura circular.

(Fig 3) Corte transversal do tronco,


mostrando o raio e o diâme-
tro, poro mensuração do espes-
sura (e cubogem, quando fôr o
coso).

diâmetro
medido reticular

altura
total

(Fig 4) Esqueleto de árvore indi•


condo~se as referências
poro me nsuraçõo da o lturo
fuste ou (por meio de clinÔmetro,
altura dendrômetro de Christen,etc)
comercial

h= 1,50m

DAP

7 - 25 625
98-

O diâmetro se expressa de duas maneiras, medido à altura do peito (D. A. P.) :


- espessura circular, obtida à volta do tronco; 2 - espessura reticular, compreen-
dida pela distância que vai de um lado ao outro da periferia do caule, passando
pelo seu centro A espessura reticular é o diâmetro propriamente dito, isto é, vale
duas vêzes o raio, e deve ser resultante de uma dupla aferição, registrando-se a média
aritmética, porquanto não costumam apresentar-se homogêneamente roliços os caules
das árvores.
A maioria dos autores consideram a altura total mínima de três metros para que
uma planta seja intitulada arbórea, e para o diâmetro uma grossura não menor a
dez centímetros.
A mensuração de árvores é o propósito da Dendrometria.
Existem árvores que chegam a superar os cem metros de altura, a exemplo de
certos eucaliptos na Austrália, e algumas possuem mais de três metros no D. A P ,
como as milenárias sequóias da América do Norte
A estrutura lenhosa é uma característica da madeira, parte mais útil das árvores.
A madeira é empregada nas construções navais, nas edificações civis, dormentes, tábuas,
postes, móveis, esteios para minas, lenha, etc.
Nos tempos atuais são conhecidas cêrca de 4 500 aplicações para os ptodutos
extraídos da madeira. E, não só madeira fornecem as árvores, mas, também, 1esinas,
substâncias aromáticas, vernizes, colas, tintas, drogas medicinais, frutos, raízes e outros.
Dentre todos os derivados da madeira se sobressaem a celulose, (pela versatili-
dade dos seus subprodutos plásticos), e a pasta mecânica para fabricação de papel,
muito procurado devido ao crescente aumento das populações - que lêem jornais,
revistas, livros, textos burocráticos, correspondência postal, etc.
No Brasil, desafortunadamente, os combustíveis mais em voga se originam das
árvores derrubadas - lenha e carvão.

Fig. n. 0 2 - Dois aspectos típicos da paisagem rural - lenha empilhada à espera de condução
e caminhões transportando sacos de carvão, que os abarrotam.

b) A massa fl01estal - Um grupamento extenso de árvores se denomina


floresta. Os brasileiros e portuguêses costumam adotar, ainda, a palavra mata.

./
99 -

Selva ou silva é uma floresta virgem, giandiosa


Chama-se de bosque a pequenos trechos de mata inte1rompida, e de capoeiia
à mata secundária, em formação, após te1 sido devastado o lugar.
A flo1esta pode ser p1 imitiva ou p1 irná1 ict e secttndá1 ia, te1 ciá1 ia, confoune lhe
hajam devastado 1 epetidamente Segundo sua fisionomia, são t1 opicctiJ 1 h111 1osc1s, eq11t1-
t01iais e tempe1c1das Tendo em vista a composição, recebem o nome de pmar quando
constituídas por uma só espécie botânica, e <le conrocic1dar - quando por várias. Quan-
to a otigem, designam-se de natu1ais e aitificiais
Tecnicamente só as flotestas espontâneas podem ser consideradas entte os re-
cu1sos natmais No entanto, as florestas wltivadas nêlcs se incluem, po1que têm as
mesmas prop1iedades e, muitas vêzes, até superam as outras em vantagens Nas flo-
restas artificiais o homem emprega as essências que mais lhe convenham, adota espaça-
mentos adequados aos objetivos <lo empreendimento, seleciona indivíduos genetica-
mente melhor dotados, tem possibilidades para obter maio1 rendimento

A atuação das florestas na paisagem geográfica é de tal monta que se nos


apresenta quase inoperante fazer-lhe uma cabal estimativa.

As funções <la massa florestal ainda mais se notabilizam pela extensa multipli-
cidade ele setores que abrangem:

l) abastecimento humano;
2) coexistência da fauna;
3) anteparo contra ventos;
4) condensação da atmosfera;
5) tegime fluvial;
6) cido hidrológico;
7) baixios pantanosos;
8) coireção climática;
9) renovação do ar;
10) proteção <los solos;
11) á1 eas esgotadas;
12) clecmação paisagística;
13) a1 botização elas 10clovias

Abastecimento humano

Já nos foi peuniliclo (Ílat, (1uando falávamos sôb1e as utilidades das árvo1es,
cm pa1 licula1, com tJue infinidade de aplicações se ofe1ecern os seus detivados Um
maciço flo1 esta!, pot si só, representa um ieset vatório extiao1diná1io ele matérias-
-p1imas

O abastecimento humano pode sup1i1 -se diretamente nas flotestas. Uma giande
variedade de frutos e de sementes, além de 1aízes, palmitos, cascas e sc1vas, servem
de rese1vas elcmentates elas populações campesinas
-100 -

Coexistência da fauna

A fauna é um recurso natural de indiscutível importância para a Humanidade.


Menos indiscutível é garantir que sem flora não é possível a existência da fauna
., Podemos dividir as espécies faunísticas em três grupos: caça, pesca, e animair
silvestres. Também fazem parte do reino zoológico o homem e os animais domésticos.
Chama-se de caça a todo animal selvagem, que se presta para alimentação humana,
além de poder fornecer alguns outros derivados exploráveis, como a pele, os ossos,
as prêsas, etc. Os animais de caça estão na estreita dependência das florestas, onde
.habitam.
Os animais de pesc;i. são os que vivem no seio das águas - lagos, rios, mares.
_Em última análise, tais sêres também se nutrem na sujeição das reservas florísticas
, Mesmo os carnívoros, pois que sem os erbívoros que lhes servem de pasto, êles não
. sobreviveriam. São também outros tantos portadores de valor econômico, porquanto
se prestam para refeições e, numerosos misteres industriais - óleos, escamas, ossos,
iestos orgânicos para fabrico de fertilizantes agrológicos, etc
Os animais silvestres nem sempre encerram interêsses Muitas vêzes são nocivos
- cobras, lesmas, formigas, besouros, gafanhotos, lagartas, mosquitos e outros. Toda·
via, silves ti e se consideram ainda, pássaros, sapos, etc (tragadores de insetos pre-
judiciais)
Animais e vegetais reunem-se para formar uma biocenose em cada lugar, isto é,
vivem sob laços comuns. As plantas favorecem-nos como refúgio, abrigo, habitat e
alimento Enquanto isso, muitos animais são responsáveis pela multiplicação ou re-
produção, (enterrando sementes, soltando-as dos frutos, transportando-as) e até pela
proteção dos vegetais, (devorando os predadores - conforme procedem as aves,
os batráquios, alguns répteis e certos mamíferos: os tamanduás comem insetos)
Uma das conseqüências da devastação florestal, pois, é a extinção das espécies
faunísticas, numerosas das quais o homem já fêz desaparecer da face terrestre

Anteparo contra ventos

Ê comum ocorrerem sérios danos em certas zonas costeiras, devido a serem regu-
larmente fustigadas por ventos marítimos, sobretudo aquelas de configuração baixa,
no interior das quais podem penetrar livres as massas de ar Uma solução fácil é a
formação de cortinas florestais de antepa10 ou de ab1igo, que interceptem a passagem
daquelas. Igualmente se preconiza êste processo de proteção no caso de praias arenosas,
onde as dunas móveis ameacem ou prejudiquem quaisquer empreendimentos situados
em tais imediações
A fixação de dunas e a inte1posição contra o transporte aéreo de areias pela
ação eólica podem ser realizadas simplesmente com essências arbóreas que se adaptem
às condições mesológicas dêsses lugares, a exemplo de certas variedades de euC'.lliptos,
dà casuarina, do jambeiro, do coqueiro da Bahia, do cipreste, de algumas variedades
de pinheiros, etc.
Semelhantes cortinas devem ser formadas compactamente, fazendo-se o plantio
, desencontrado das árvores no menor espaçamento possível, em todos os sentidos, e
evitando-se os alinhamentos na direção dos ventos
- 101 --

Condensação da atmosfera

Têm discutido os técnicos se a floresta faz aumentar ou diminuir a incidência


de chuvas numa região Segundo muitos aut01es, a presença de florestas é uma ga-
1,mtia de precipitações pluviais, ao passo que outros alegam o contrário, afamando
se1em as flo1estas motivadas pelas (huvas Nosso ponto de vista é pacífico, poiquanto
julgamos ambas as assertivas relativamente coerentes.
De fato, a umidade Jdativa da atmosfe1a é um fator condicionante da flo1esta.
Quanto mais água, maiot o potte da vegetação natutal Mas, também, é cetto tine as.
florestas fa(ilitam a condensação da umidade contida no a1 atmosféi ico, 1efletindo-se
110 regime da pluviosidade
Na incessante elaho1 ação de hid1oca1 bonetos, ve1 ificada com a sua nut11çao, as:
plantas necessitam de muita água, que em gtande patte se evapo1a, indo juntai -se
às nebulosidades da camada tloposférica Essa pa1ccla dágua, sugada pelas taízes, é
ptoveniente do subsolo, onde o calo1 dos taios sol;ues não alcança, e nem sellam
rnpazes de p10voca1 a evaporação na mesma escala se o te11eno estivesse devastado;
ao passo c1ue a pi óptia água do solo é conservada, po1 que a 1adi ação não ali avessa ,1

l obe1 trn a das copas


Po1 tôdas essas tazões as flo1 estas auxiliam no fenômeno da condensação atmos-
fé1 irn, ac1 escendo a potcentagem da umidade relativa E, da mesma fauna c1ue elas
são capazes de ba11ar a violência dos ventos, detêm gotírnlas das nuvens baixas e
dos nevoeitos

Regime fluvial

Os uos arnmulam nas suas margens pequena parte dos sedimentos true trans-
pottam, fotmando diques O catreamento de materiais é intenso nas águas conentes,
c1uando se tlata de leito acidentado, de cutsos impetuosos, e as barrancas, rnmo
<onseqüência, softem ameaças de se1em desmo1onadas ou arrancadas, em tão mai01
escala quanto mais sedimenta1es forem os terrenos Os desbastes sucessivos de tais
áteas adjacentes podem 1ep1esentar uma perda Lünsiderável de trechos agtícolas fetti-
líssimos Uma au1éola cilia1 de mata, cujas iaízes contenham o impacto das águas,
Jtfo1 ça a coesão do solo e fixa os diques ma1ginais
A cobertma florestal impede, igualmente, que o escoamento nas encostas d<1
bacia potamog1áfirn se arnmule iepentinamente nas aJ té1ias infe1io1es, defendendo-as
de inundações e de impetuosidades catast1ófirns, 1eduzindo-se ao mesmo tempo os
detritos, que vi1iam nas enxunadas e que ocasiona1iam asso1eamentos

Ciclo hidrológico

As águas b10tam dos lern;óis freáticos, esco11em à supe1fície, evaporam-se em


gatinhas na atmosfeta, aglutinam-se po1 saturação hig1oscópirn e revettem à uosta
sob a forma de chuva, infilttando-sc de novo, para outta vez afloiatem, ddicamente
Nas zonas flo1estais a evapoiação é intensa, po1érn, nem pot isso, ficam mais secos
os solos. Assim se passa porque os solos flo1estais são muito mais porosos, acele1ando
- 102 -

a infiltração, e porque êles não iecebem radiação direta, do que resulta maior re-
tenção dágua
De acôrdo com expenencias realizadas com águas da chuva, 11uma floiesta o
escoamento superficial é de aproximadamente 11 %, enquanto no solo despido é de
34% (três vêzes mais); a infilttação no solo florestal é de 63% e no descobetto
é de 30 % (duas vêzes menos rápida)
Estes são os motivos por que se recomenda o florestamento dos mananciais,
das nascentes e das fontes, pois sem água não subsiste vida.

Baixios pantanosos

Ceitas zonas baixas peunitem que o lençol freático aflote à supe1 fície, itmn-
dan<lo o solo Outras, integ1adas poi te11 enos impermeáveis, não deixam que se pi o-
(L·sse a infilttação das águas iecaídas.

Em ambos os casos to1 nam-se vasosos os solos, dando-se a foi ma~ão de btcjos
e pântanos, que são indesejáveis, po1 inóspitos, insalub1cs e de f1aca ou nenhuma
p1odutivi<lade É difícil edificai sôbre êles, consttuii estradas e fazei rnltuta!i agií-
wlas O paludismo e outras endemias são-lhes habituais Ratamente a sua vegeta~ão
tem valo1 econômico
O plantio de ceitas espécies florestais hid1ófilas pode1á modificar o pauoiama
Adotando-se linhas pcipendiculates, o tiaçado de caminhos fica simplificado, assim
rnmo a abertura de canais.
A vatiedade de "Eucaliptus robust<1" é muito indicável pata as áreas alagadiças,
mesmo as halogenadas que ficam próximas <lo mat Não porque o eucalipto >eja um
sugadoi inveterado Éle tem as fôlhas ligeitamentc cotiáceas, sem copa fechada, o
que peunile aos raios solaies atingirem até o chão, ptoduzindo-sc a evaporação em
escala quase idêntica à dos tiechos destituídos de rnbe1 tma vegetativa
Em lugar de tiemcdais vetíamos sutgii florestas econômicamente cxplotáveis

Correção climática

Os três fatô1es climatológicos são a temperatwa, a picssão e a umidade Todos


sofrem a influência floicstal
Já vimos llue a ptescni,a da mala facilita a wndensação do ai, attavés de a cvapo-
iação e a iranspüação
A temperatura é menos elevada à sombta das át vorcs Menot ainda o sei á no
solo floiestal do que nos descampados, tendo cm vista que o al1ue, imcnto atmosfé1 irn
é feito inditctamente, desde a uosta, que 1eflete o calo1 solai ptopagando-se de baixo
pata ci1m1 Pot esta razão é que a atmosfera se iesfria à medida que se eleva, apcsa1
de se ap1 oximar do Sol A irradiação veiifirnda sôbrc o teu eno, direi amente, letá de
esl1uentar mais do que sôbre as fôlhas. A dife1ença é tão sensível que pode ser
observado o deslocamento, durante o dia, de uma b1isc1 /!01estc1l soptando ftesca
pata as áieas desnudas, da mesma forma como assisHmos a biisa marítima aicjat o
Continente
- 103 -

A p1essão e a temperatura são inversas Pressão atmosférica é pêso do at ~ste,


quanto mais aquecido, mais se dilata; logo, menos condensado fica e menos pêso
ofe1ece - isto é, sofre em menor intensidade a atração gravimétrica da Tet1a Ota,
se as florestas diminuem a temperatura do meio, conseqüentemente lhe aumentam a
pressão Vale dizer que o ar atmosférico se torna mais denso, mais abundante, mais
agradável, porque mais fiesco

Renovação do ar

As flotestas não apenas agem sôbre as p10p1iedades físicas do ar Também o


fazem na sua composição.
A vegetação, em geral, exerce a função dorofiliana, ou seja a foto-síntese, que
se faz com a sua tespiração As fôlhas, órgãos respirató1ios das plantas, aspitam o
anidtido carbônico, por intermédio do qual elabotam a seiva que circula nos vasos
capilares, ttansformando-o em oxigênio, que expelem É a J enovação constante do
at atmosfé1 ico sem o qual não podem passar os animais
As fim estas J enovam-no pela. pu1 ificação

Proteção dos solos

A conceituação <le solo em linguagem técnica dife1e da noção vulgar, que lhe
emp1estam comumente Solo é a delgada película da crosta teu estre constituída p01
1esíduos rochosos meteorizados e bàsícamente compostos de sais minetais, de água
e de matérias orgânicas.
Sem solo não é possível mante1-se a quase totalidade <las plantas Po1que é dos
seus componentes, adredemente conjugados, true elas se nutrem
..,
i
í
1

°
Fig n 3 - Na Serra do Mato Grosso entre os mun1c1p1os de Maricá e Saquarema, Estado do Rio
de Janeiro ,assiste-se à devastação de extensas áreas acidentadas, num flagrante contraste com as
medidas protetoras do solo, da paisagem e da sinecologia O "mato grosso" ficou
na denominação, apenas

A qualidade do solo se avalia por suas caiacterísticas físicas e químicas São


aspectos físicos a LÔr, a textura, a estrntma, a porosidade e a profundidade, os quais
muito dependem da ação desenvolvida pelos seus macroorganismos: insetos, vermes,
104 ~

larvas, etc. A compos1çao qu1m1ca está ligada à espeoe da rocha matriz e ao tra-
balho dos seus microorganismos: fungos, bactérias, protófítos, protozoários, etc.
As atividades humanas são de grande influência na genética dos solos. Quase
sempre o homem procede negativamente em relação a êles
Mediante processos conservacionistas é possível proteger, melhorar e acelerar
a evolução pedológica. Convém mencionar que há tipos de solos cuja formação
nunca se faz em menos de quinhentos anos Aliás, o mesmo se passa com as florestas
que, para atingirem seu desenvolvimento máximo, precisam de várias dezenas de anos
não obsta,nte, solo e floresta podem degradar-se com um simples incêndio.
A melhor garantia de proteção para os solos é a própria floresta, pois, quando
Çles ficam expostos aos intemperismos, ameaça-lhes o desgaste, que será tanto maior
quanto mais declivoso o relêvo Os raios solares dessecam-nos e matam os SFUS pe-
quenos sêres vivos
Os mais violentos inimigos dos solos são as águas das enxurradas. O escoa-
mento das chuvas carreia os sedimentos superficiais e lixivia os elementos consti-
tutivos Inclusive o choque das bátegas sôbre o terreno concorre para a sua desa-
g1egação.
As florestas impedem o impacto das precipitações pluviais, facilitam a infil-
tração, contribuem para a retenção da umidade, sustentam as ribanceiras, enfim con-
trolam os efeitos da erosão

Áreas depauperadas

Agrada aos olhos uma paisagem ornamentada pela combinação das fôlhas mati-
zadas, e, por vêzes, das flôres coloridas
São monótonas as pastagens extensas, os campos rudes, as ríspidas savanas
Os ermos agridem, assaltam, exasperam Ao passo que os bosques reconfortam,
desrnnsam, suavizam
Alertados para êsses pormenores, os conservacionistas preconizam a construção
de praças arborizadas nas cidades, para o repouso das pessoas nas horas de laze1,
para recreio das crianças e, recomendam, ainda, a criação de parques florestais desti-
nados, aos fins-de-semana, às vacâncias anuais, às atrações turísticas
Algumas horas no silêncio da mata são capazes de neutralizar os nocivos efeitos
causados por vários dias na agitação do burburinho urbano A medicina neu1ológica
chega a recomendar semelhante forma de tratamento, em certos casos de esgotamentos
mentais.

Arborização das rodovias

Os países civilizados plantam árvores ao longo das suas rodovias. Esta prática é
altamente conservacionista. Por seu intermédio se alcançam vários objetivos importantes
Conseguem-se notáveis efeifos ornamentais com árvores plantadas em faixas às
margens das estradas, e, também, nos canteiros intermediários das pistas duplas.

/
- 105 -

As átvo1es podem setvtr de quebia-ventos, tesguardando as obtas de engenhatia,


as viatmas e os ptóptios viajantes, mormente em certos vales e em dete1rninadas
encostas que estejam sempt e esbatidas pot rajadas eólicas

Fig n ° 4 - De um lado, exemplo de "rodovia nua", sem qualquer protó!ção florestal Do outro,
a mesma estrada asfaltada entre as cidades fluminenses de Niterói e Campos, vendo-se um pequeno
trecho que passa pelo distrito de 1V,anuel Ribeiro (Maricá), cujas margens foram arborizadas por
iniciatila particular As árvores estão sendo utilizadas como "cêrca viva", ao passo que tec~icomente
deveriam estar plantadas na metade do afastcmento que os se;Joro da pista

Pequenos bosques, tecnicamente 01ganizados em pontos adequados, emptestam


admirável confôrto às esttadas, set vindo para descanso, pata refeições ligeiras, para
tefrigério do cotpo
A sinalização é simplificada usando-se talhões de mesmas essências pata indicatem
determinadas distâncias, pai a demarcai em trechos perigosos e pata guiarem os moto-
1 istas nas horas noturnas por meio de tintas biancas e fosforccentes

Como já vimos, as espécies atbóteas 1 efrescam o a1 e fazem sombra, vantagens


tpe muito beneficiam os viajantes e pedestres
A fixação de aterros, o cscotamcnto de ba11anceitas, a defesa de boeitas e dtenos,
a p1oteção de pontes e viadutos, o ab1igo de veículos e oul1os tantos são p1oveitos
pt0po1cionados pela ai bot ização rodoviária.

IV - A CONSERVAÇÃO FLORESTAL

Diante de atcrvo tão assomb1 osamentc valioso pata a Humanidade, nada mais
impetativo do que a consct vação das flo1estas
Quando se fala cm consctvação os leigos costumam su?ot que se t1ala de ina-
lienabilidade total ou intocabilidade completa e getal do 1ern1so natural Como se
todo o patiimônio tivesse de ser gua1dado a salvo de c1ualquer especulação Contudo,
julgam etrado os citados leigos
Dentro dos princípios conservacionistas aprende-se como ap1oveita1 mais útil e
vantajosamente as reset vas, sem que se submetam ao esgotamento pot despetdício,
rnmo emp1cga1 métodos de bem utilizá-las porque, em certos aspectos, elas pe1 ll:ncern
à coletividade Ninguém tem o di1eito de malba1atá-fas e destruí-las inrnnsetjÜente-
106

mente Se ainda o fazem, devemos tão somente à falta de legislação conveniente e


de educação cívica
A conservação florestal particula1mente, é de quatro modalidades: presei vação,
defesa, proteção e 1ecupe1ação

Preservação

Preservam-se as florestas que, pelo seu valo1 excepcional, constituem domínio


inttansmissível do Estado A p1eservação mantém-nas livres de qualquer dano ou
perigo de corrnpção
Devem set preservadas as matas que 1ecubiam nascentes dáguas, marginem os
rios numa faixa de trinta metros pata cada lado, p10tejam os espigões e diviso1es,
fiquem sôb1e solos declivosos com gradientes a partir de 2 5 %, contenham essências
já tatas e ameaçadas ao desaparecimento, apresentem inte1êsse pai a estudos cientí-
ficos, conservem fauna p1ese1 vada, assinalem acontecimentos histó1icos imauescíveis, ele.
As flo1estas p1ese1 vadas não devem set detrubadas patcial nem lolalmenlc São
administradas pelo Govê1110 Em casos especiais, não devem sei tiansitadas, senão
por pessoas idôneas e p1eviamcnte aut01izadas pata um fim dcte1minado
Elas equivalem a santuários da Natureza, valem pot monumentos nacionais

Defesa

Defender-se é lutar, é pelejai Assim, de igual manc11a, a defesa dos 1ern1sos


fl01estais é feita p01 meio da rep1essão aos agentes ptedadotlS
A extinção de incêndios, a apreensão ele maté1ias-primas e cle1ivados flo1estais
indebitamente desviados por contiaventores, o cambate às pragas, e tôdas as medidas
de emergência que impeçam a clestrnição inoportuna, constituem ta1efas defensivas
A defesa é eminentemente imediatista. Faz-se pot meio de ações enétgicas e
rápidas, que sejam capazes ele 1epelir cm tempo o ataque sof1ido pelo povoamento
flo1eslal

Proteção

É sutil a difetença ent1c defesa e pt oteção

Num tiabalho flo1estal completo há uma tuuna mobilizadct pata a p1ote"ão e


outia eq11ipc1dr1 para a defesa
E1x1uanto a defesa enfrenta os estragos causados, a proteção ptocma resgua1clá-las
das possibilidades a que estão sujeitas de eventuais acidentes e de est1atagemas des-
truidores
A proteção abriga e põe a salvo do esgotamento por excesso de utilização
Ê alentató1io contra a proteção elas florestas, e bem assim a dos solos, conceder
autorizações para derrubadas em terrenos montanhosos
São atribuições p10leto1as desobstruit as florestas, desbastá-las, imunizá-las, contra
p1agas, evitar-lhes ameaças de incêndio (muito comumente p10vocados po1 tmistas
-107 -

incautos, por desocupados, por malfeitores, por fagulhas de locomotivas), aplicar da


melhor maneira a sua potencialidade bio-econômica
Nunca se deve devastai urna floiesta Se fôr o caso de explotação da madeita,
o aconselhável é dividi-la em setores, cada qual para sei abatido em um ano, cabendo
a obrigação de operar-se o replantio da área, antes de ser começado o seguinte -
e assim por diante, até voltar ao primeiro, já restabelecido Confoime o tipo de
aplicação, ceitas essências tropicais podem sei econômicamente explotáveis com de-
zoito, com quinze, com doze e até com seis anos (a exemplo do eucalipto, do jacaré,
do cinamono e outias; que se prestam para lenha, carvão, esteio de minas, etc)

°
Fig n 5 - Terrenos repetidamente desnudados cujo solo foi severamente castigado, a ponto de se
formarem vazios de vegetação, ao mesmo tempo em que os cultivos quase não encontram elementos
de sobrevivência, porisso que apresentam aspecto desolador

Pata fazei a proteção iegular das áreas florestais, o Govê1110 t.eiá de mantcJ
organizado um sei viço de Polícia Florestal.

Recuperação

Aqui reside o nó vital da questão, pois a iecuperação tem vátias finalidades, e


pode sei atingida divcisamente
Recupeiar quer dizei iestamai, restabelecer, ieadquirit, 1 eabilitar, iegeneiar
Tratando-se de florestas, a iecuperação pode ser tomada em muitos sentidos: iestau-
iação de um piimitivo maciço, que foi destruído; ieabilitação de uma p10piiedade
cujo solo foi malbaratado por falta de cuidados conscrvacionistas, iestabelccimento de
uma coletividade faunística, em vias de dcsapa1 ecimento, motivado pela quase com-
pleta extinção da mata que lhes sei via de habi1r1t; reanimação de um manafü ial, tam-
bém sob a piesun~ão de dessecamento, restituição das condições ecológicas, postas cm
desequilíbiio, devido à devastação infrene; iegencração de uma paisagem
A recupeiação florestal pode ser: espontéinec:1 -- deixando-se que as ái vores se
multipliquem e desenvolvam poi si piópiias; e pi ovoc?td?t - fazendo-se plantios e
tiatos culturais.
Minimamente, as florestas devem couesponder a 25(1ó do território, ou seja, a
um quatto de cada p10piiedade
- 108

As zonas urbanas e industriais devem ser atendidas por me10 de arborização das
ruas e praças, bem como de parques florestais colocados nos arredores
Cada município necessita de um pequeno Hôrto Florestal, a fim de fazer face
aos reclamos da manutenção, que tais realizações exigem.
As florestas se classificam em quatro tipo~, segundo o pensamento dos conserva-
donistas: protetoras, remanescentes, modêlo e de rendimento

F/01 e rtas 1 emanescentes são aquelas que encerram características peculiares à sua
formação primitiva, ou que apresentem qualquer valor como documentário científico,
ou panorama estético.

Flo1estas modêlo são povoamentos que, pelá sua conformação, natural ou artifi-
cial, sirvam de padrões, destinados à educação florestal

Florestas protetoias são todos os maciços arbóreos destinados à proteção de qual-


quer outro recurso natural

Flo1estas de 1endimento são matas naturais ou artificiais sob regime de exploração


econômica.
Desde muitas gerações que o homem aprendeu a wltivar os vegetais
No entanto, o plantio de florestas é recente Foram os cereais, as hortaliças e
as verduras, de rápido crescimento, as plantas que mais depressa interessaram aos
agricultores.
Antigos povos, que desenvolveram respeitá.veis civilizações, fotam destruídos, por-
que devastaram suas imensas reservas florestais e não souberam atentar para o grave
êrro que cometiam, pela indiferença a tal fato. fües não souberam compensar os des-
falques aplicados à Natureza, por meio de plantios correspondentes às derrubadas, e
porisso conttibuiram para a desertificação de extensas áreas da superfície tenestte
onde habitavam.
As primeiras árvores com que os homens se ocuparam de plantar foram as frutí-
feras Chama-se f1uticultu1a ou pomicultma o cultivo das fruteiras
Há alguns séculos foi criada a silvicultura: ramo da ciência agronômica dedicado
ao estudo e às técnicas da exploração econômica das florestas
Constituem setores da silvicultura a administração florestal, a engenharia flo-
restal, a genética florestal, a tecnologia florestal, o manejo florestal, a educação flores-
tal, e o fomento florestal
Temos a salientar - neste momento - a educação e o fomento
A educação flo1estal é o terreno mais agreste, embora dos mais significativos na
silvicultura Visa transmitir ao povo os conhecimentos indispensáveis à consubstan-
tiação de uma consciência florestal coletiva. Pois, os maiores problemas a enfrentar
são motivados pela ignorância popular e pela falta de mentalidade esclarecida, que
se manifestam pela indiferença generalizada nas pessoas, quando o assunto é tratado.
Somente depois de se hav~r conseguido incutir no consenso da maioria a cabal
situação das florestas em relação à sobrevivência de cada indivíd110 1 será possível
pôr em prática a silvicultura na plenitude das suas possibilidades.

/
- 109 -

A fon de se conscgui1 a educação <lo povo cm tôrno dos assuntos florestais é


indispensável que o Govêrno Federal e o de cada Unidade Fcdctada concrctiz.::m uma
campanha nacional de rcflo1cstamcnto, cm têrmos p1áticos, ainda que a longo prazo,
preparando e incentivando técnicos que se imot potcm ao movimento Semelhante
campanha te1á de realizai tertúlias regionais e nacionais entre os entendidos, fran-
queadas ao público Terá de 01ganizar museus flo1cstais e rnosltas de p10rlutos de
origem florestal, para que se divulguem as va1iadas e magníficas aplicações das ma-
té1ias-primas fornecidas pelas essências arbóreas Terá de operar conjunta e haunô-
nicamcntc nos diversos setores da administiação que por alguma razão apresentem
c1ualquc1 afinidade com êstcs problemas Terá de patrocinar cursos pata agrônomos,
p1 áticos nu ais e p10fcssôrcs, a fim de que se contamine o ideal consc1 vacionista
Tcuí de ofetcccr cmistência efetiva aos lavradores e proprietários miais, pata que se
inucmcnte a p1 odução de essências nob1cs, a exemplo do que fazem com outras
cultmas agrícolas Tetá, enfim, de ptocc<lcr com equilíbrio cm face dos ponderáveis
obstáculos ofe1 ccidos pelas facções que agem a favo1 <lc inte1êsscs sccundá1ios
Nas escolas, pot excelência, podei ão ser 1calizados imensos tiabalhos, pata os
quais estão semp1 e motivadas u ianç_as e adolescentes: exposições internas com essên-
cias Jcgionais, competições litc1á1ias, álbuns, tiabalhos manuais, atividades agrícolas, ele
O fomento j/01e1tct! abJ angc todos os ttabalhos Jc multiplicação e 1ep10dução
a1 tificiais Desde a consc1 vação até a educação flo1cstal, todos os sct01es da silvirnltuta
cm última análise, almejam o fomento, cuja importância ptccípua é viitual Cada vez
mais escasseiam as reservas flo1cstais explotávcis, e paralelamente tarciam as essências
nob1es, desaparecendo madci1as da melhor qualidade
Fomentar é p10move1 o desenvolvimento, é propiciai condições para o p10g1esso
Pelo fomento florestal estimula-se a ptopagação e a 1enovação de matas pata os
mais dive1sos fins; e, mais aptas pata cumprirem seus objetivos
A p1odtt(ão de flo1ertc11 pode sct <lc dois tipos: f!o1ertc11nento e 1ef/01e1tamento.
Flo1 estai é plantai árvo1cs numa área cujas características fisiog1áficas, ou cuja
locali;t1ç_ão, ou rnja baixa fe1tilidadc, ou rnjo solo necessitando <lc proteção, teco-
mendc tal medida A p1opósito, é op01tuno salicntat que 1eccbcm a designação de
tcuas flo1estais aquelas que devem estar semptc flo1cstadas, por qualquer rnzão con-
sct vacionista - mananciais, nascentes, margens de rios, declives a pattir de 2 5 %, etc.
O florestamento é essencialmente artificial
Rcflorcsta1 é 1cabilitar bosques dc1rubados, é 1egenc1ar matas que hajam tom-
bado parcial ou totalmente O 1cflorestamcnto de uma átea subentende que nela já
existiu povoamento flo1estal, antetiormcnte
Os 1cflo1estamcntos natmais constam <le facilitai-se a gc1.minaç.:lo e o ocsci-
mento de sementes e "filhotes", espontâneamente gerados no local assim como, tam-
bém, dêles fazem patte os tiatos culturais dispensados aos indivíduos novos Neste
último caso as espécies setão nativas e originárias de mattizes p1 ecxistentes
Via de 1cg1a, enttetanto os reflo1estamentos são feitos por inteunédio ele mé-
.todos artificiais. Tanto é possível refl<;)tcstar uma át ea procutando 1eeditar aptoxi-
madamcnte a fisionomia da paisagem botânica primitiva, com sementes e mudas das
mesmas vatiedades, que fornm destruídas; como se pode emp1ecnde1 o plantio de
110 -

espécies nativas e exóticas, exclusivas ou mistas, a critério das circunstâncias que


motivaram os trabalhos.
Quando um reflorestamento utiliza uma única essência, diz-se puto, e guando
são várias denomina-se conJociado.
Também as épocas de plantio fazem alteiar o aspecto da mata attificial. Chama-se
ele 1eflo1estamento homogêneo se as plantas possuem tôdas a mesma idade, isto é, se
tôdas fo1am produzidas na mesma ocasião, e 1eflo1estamento heteiogêneo se o foram
em épocas diferentes,
As técnicas do reflorestamento envolvem certas especificações, que são eletivas
ou obrigatórias, conforme a finalidade e as cirrnnstâncias
São as seguintes: deteuninação do local, ptcparo do solo, esrnlha das essências,
ptodrn,ão ou aquisição das mudas, plantio e tratos culturais
No caso de sementes bem desenvolvidas, o plantio pode ser feito diretamente,
cm covas predispostas no espaçamento indicável para o fim que se colima (chama-se
de semeadtt1?1 dii eta).
A ptodução de mudas se faz em viveiros, em hortos e em parques florestais
Os vivei1 os, mais comumente usados, setão p1 ovisó1 ios, ou pe11nanentes, wnforme
D extensão da área e a natmeza do teflorestamento

Os plantios exigem numerosas ptecauções quanto à época do ano, aos alinha-


mentos, ao mate1ial (sementes, tutores, estacas, mudas, ferramentas, laminados, caixas,
latinhas, etc ) , aos espaçamentos, e mais
Também os tiatos cultmais devem ser levados em alta conta, sobremodo se se
almeja flo1estci de 1endimento.
Eles consistem de alguns cuidados que se fazem necessanos ao bom desenvolvi-
mento das plantc1çõe 1 f !01 e rtais: cai pas anuais de rnroamento (capina das ervas que
nascem ao 1edo1 das mudas, dut ante os tiês primeitos anos), limpas (desobstruções
das árvores gue fiquem sujeitas à dominância de outtas menos valiosas), podas ( acon-
selháveis nos casos de esgalhamento exagerado, em p1ejuízo do fuste), desbastes
( sup1cssão das át vorcs menos aptas, a fim de que se evitem competições prejudiciais,
devidas à demasia do espessamento), combate às pragas (por meio de pulveriza<,-Õcs,
caiações, aspetsões, pe1 seguiçõcs às founigas, etc ) , acei10s contra incêndios (faixas
desimpedidas de vegetação, t}Ue devem sei abertas nas florestas, em sentido con-
ttário à direção dos ventos e das encostas, pata evitar-se a ptopagação elo fogo), etc
Ainda, em se tratando de flotesta de 1endimcnto, os co1/e1 são considerados
ltatos cultmais Há quat10 tipos: coite Jaso, c01te sucessivo, coite seletivo e coite
po1 talhadia
Um 101/e 1t110 iecai sôbtc tôdas as átvo1cs de uma patcela ou talhão da floresta.
Feita a dcsobsttuc,ão do tcueno, tomam-se medidas pata que se ve1ifique a sua tecupe-
tação, antes de rnmeça1 a deu ubada mi pa1cela seguinte - e, assim pi ogressi vamcnte,
até que o coite do último eito coincida rnm a maturidade daquele p1imeiiamcnte
abatido A t eprodução pode ser, neste caso, natural ou artificialmente (pi cferível)
O co1 te sucessivo faz-se em ttês fases: preparatótia, proteto1 a e reprodutora.
Na fase p1 eparatólia abate-se uma l1ua1ta pa1tc das árvores, 1ecaindo a prefe1ência
sôb1c as dominc1das, isto é, as mais 1aquíticas e menos vigo10sas, para que se intensi-
- 111 -

fique o ctescimento das que ficarem, por menor competição A fase p1oteto1a abrange
a metade do povoamento e visa o maior 1endimento econômico possível; o tetreno
deve ficar bem desembaiaçado e as árvo1es deixadas esparsamente distribuídas, para
o fim de protegerem as mu<linhas cm germinação e ctescimento. Com a fctse 1ep10-
d1tto1t1 encerra-se o c01te sucessivo, retiradas que são as restantes ái votes para se
deixar o luga1 ao desenvolvimento da nova mata, cujos indivíduos já não precisam
de sombreamento, etc
O c01te seletivo tem êstc nome porque as árvores escolhidas para o consumo
distam entie si de espaços salteados indispensáveis a que não se formem clareiras
ou descampados na mata De tal sorte que a regeneração ou a recuperação ai tificial
se verifique nos lugares deixados por elas.
O w1te por talhadict prevê a 1ebrota dos tacos, ou dos galhos - conforme as
espécies componentes da floresta Os tocas devem ser deixados a uns trinta centí-
metros do solo, para a founação dos rebentões em outra safta
Em qualque1 caso de cxplotação madeireira, nunca se deve ultrapassai de uma
décima, ou mesmo vigésima parte da floresta, em cada ano, po1que as novas áivores
levarão de dez a vinte anos pata alingitem porte econômicamente valioso Nas regiões
lempetadas e de dima ftio êste prazo costuma sei muito 111aio1, pois a 10tr1ção f/01 e1tal
chega a passar dos cem anos, como no caso da Finlândia, da Suécia e de outtos
países, onde, portanto, o ciclo de co1 te equivale a um centésimo (ciclo de corte se
indica sempre pot uma fração: 1/6, 1/10, 1/12, 1/18, 1/20, 1/30, 1/45, 1/80,
1/100, etc).
Finalmente, convém não 1elega1 que a silvícultuta é altamente conservacionista.
Por intermédio da admitúJtJ ttção f lo1e1tal, ela consegue o alvo mais cobiçado na
conse1 vação, que é manter as funções protetoras próprias da flo1esta, apesar de
submetidas a uma sistemática utilização
Nada mais que: c1p1oveitamento 1acionc1lizado.

SEGUNDA PARTE

1- A SITUAÇÃO FLORESTAL NO ESTADO

O Estado do Rio de Janeito tem uma área de 42 588 km 2 , sendo que dêstes se
deduzem 922 km 2 J dativos às águas inlerio1es, 1ecob1indo-lhc a superfície --- lei los
fluviais e bacias larnstrcs
De acôtdo com o Anuátio Estatístico do Btasil - 1956, o 1cveslimento flotístico
do tc11itó1io fluminense eslatia constituído de 36 6:n km 2 cm fl01estas ttopicais,
385 km2 cm malas com pinheitos e 4 650 km 2 em vegetar,ão litorânea.
As floteslas, ainda segundo o citado Anuá1 io, correspondei iam a 88,84% da á1ea
lerresttc (41 666 km2).
Por uma única interptelaç_ão podemos aceitar êsses info1mes. Queretão êles dizer
que cê1ca de 87,92% do tenitório fluminense, pelas suas caiacte1ísticas fisiográficas,
/01 c1m recobettos por flotestas, por(1ue a elas se revelam p10pícios
- 112 -

Realmente, o relêvo, as latitudes e outros agentes locais - como a proximidade


marítima - se reúnem para moldar um dima p1edominantemente úrnido, e po1 vêzes
superúrnido, exceç_ão feita para a faixa planáltica cirrnnjacente do vale paraibano
Salvo, pois, alguns trechos a1enosos que se localizam na costa, de vegetação lito-
1ânea - isto é, xe10fítica, halófila, rala e pobte; ou de uns taras lugares, cujos solos
muito superficiais e cujas elevações muito acentuadas otiginam campo r de a!ti!ttde,
saLemos que a feição panorâmica é tôda pi edis posta ao deselivol vimento f101estal
Contudo, infelizmente, a realidade se nos apresenta muito diferente Não esta-
iíamos exagerando se disséssemos que se passa o conttário Mais de 80% do territótio
estadual foi devastado rnde e gi osseiramente pelo homem.
Tendo sido rico em ái vares de pau-btasil, as ptimitivas matas costeitas do Estado
do Rio de Janei10, fotam assaltadas logo nos primeiros tempos da rnnquista pottu-
guêsa Consta o fato de, em 1511, a célebre "Nau Bretoa" havei levado, num só
c.a11egamento, cinrn mil to10s, apanhados nas altutas de Cabo Ftio
O rnllivo <la cana-de-açúcat e as fazendas cafeeitas rnnttibuítam, pot seu turno,
.i;i andemente, pata a destrniç_ão do antigo povoamento flotestal Nos planaltos do
vale pataibano, abiangendo quase a metade da supetfície estadual foi desastrosa a
maneiia rnmo se utilizaram do solo com os plantios de café Desnudaram os terrenos,
expuseram-nos à lixiviação e ao caiteamento pelas chuvas, saqueatam-lhcs a fettili-
dade por falta de adubaç_ão e esgotaiam-nos à míngua de qualc1uer medida con-
sct vacionista
Hoje presenciamos a sucessão de pastagens, nêles instaladas, poique em pob1es
campos se acham ti ansfotmados ac1uêles bosques e solos, outtota sobejamente dadivosos
Se a incútia <las gerações passadas servisse pata alertar os homens, não esta-
i íamos assistindo às incessantes dei rnbadas que pei maneccm efetuando nas <leuadeitas
temanescências do nosso pattimônio florestal
Não percebetam ainda os lav1adores, nem se advertiram os técnicos em assuntos
ag1íwlas, que, prosaicamente, continuam sendo cmpiegados os mesmos p10cessos a1-
caiws de rnmo os indígenas e os africanos trabalhavam a gleba Repetem-se aqueLts
técnicas iudimcntai íssimas, que os antigos povoadotcs consagratam no Brasil O rn
nodo, ou 10cei10, só é capaz de plantai nos solos tecobei tos por flo1esta, após desa-
lojá-la E, sem princípios tacionalistas, sem no unas conset vacionistas, cansa os terrenos
t;11 poucos anos, pata deixá-los ao abandono, ou ttansformá-los em pastos -- pas-

sando-se à f1ente, onde vai sacrificai out10s tantos tccutsos natutais, rnja ausência
p1cdispõe ao desec1uilíb1io ecológico paulatino
Se a criação do Disllito fede1al, desmembrado do tc11itóiio fluminense (com o
nome de Município Ncutto, cm 1834, para seivit como sede do país) já nos foi
tão onc10sa, não menos pesada tem sido a sua rnntigüi<lade, potquanto, à falta de
teuusos ptóprios, sua população se vem abastecendo ele lenha e de cat vão e de
madcitas tcti1adas, p1incipalmentc, nas nossas matas
Depa1amo-nos rnm um Estado francamente devastado Poucos são os tedutos
onde podemos apontar /lore1/r11 1e111m1er1ente1 Nem se faz, tampouco, o teflotesta-
mento em titmo equivalente às necessidades
- 113 --

Um Estado que possui quase metade da sua superfície total com altitudes supe-
tiores a duzentos met1os (segundo o Anuário Estatístico do Brasil - 1951, somam
21 061 km 2 ), é óbvio que seu relêvo se aptesente acidentado, assinalando constantes
inclinações, para as quais estão vocacionadas as flotestas Assim sendo, é nossa opini~o
que os agrônomos, engenheit0s, geógrafos e demais técnicos, de algum modo ligados
ao meio rmal, se anteponham contta as queimadas, contra as derrubadas, contta os
cultivos "motro-acima" (sem se 1cspeita1em as curvas de nível, sem se praticar qual-
qne1 tentativa de terraceamento), <ontia os numerosos atentados que se comc:tem
em ptejuízo das florestas e demais 1ecursos naturais, pot todos os quadrantes flumi-
nenses, ostensivamente pata quem viaja nas rodovias e feu ovias.

Fig n ° 6 - Bem junto à estrada Niterói-Campos, de onde foram batidas estas fotos, nos
arredores da capital estadual, encont1am-se numerosíssimas lavouras alinhadas no sentido da encosta
(morro-acima), num atestado ccndente de alheiamento às normas conservacionistas

Lemb1emo-nos de que o êxodo rnral encontia no depaupetamento dos tecursos


natmais uma das suas causas mais fo1tes Fatigando-se os solos, espotando-se as flo-
restas, desapatecendo a caça, clessecanclo os rios, nada mais justo que as populações
agdcolas abandonem suas te11as e prornrem as facilidades ilusórias elas cidades Nestas,
pai alclamente, vão dec1 escendo as disponibilidades em ene1gia hicl10-clét1irn, em ali-
mentos, em habitações ele

Não somos daqueles que admitem, c.om o simples 1eflo1estamento em massa,


J esol ve1 todos os problemas sócio-econômicos Pot ém, (:stamos convictos de que a
silvirnltma é capaz ele fornecei pteciosos elementos aos t]Ue pugnam pela estabilidade
coletiva das populações

Auspiciosamente, existem duas imponentes áreas 1 esei vc1dc11 no Estado do Rio de


Janeiio, wmp1eendidas pelos Par<.1ues Nacionais da Setta dos ótgfos ( 10 OOOha) e
<lo Itatiaia ( 12 oooha) P1ocederiam com sabedoria e lucidez o Exmo Governado1
do Estado e S Excia o Senetário da Ag1icultura se tomassem a dclibetação ele criar
alguns Parques Estaduais, salvaguardando certos despojos florestais que ainda podem
ser encont1ados nos municípios de São Fidélis, Santa Maria Madalena, Tiajano de
Morais, Nova Ftiburgo, Cachoeita de Macarn, Magé, Angra dos Reis e Paratí

8 - 25 62~
-114 -

As pequenas despesas que se fizessem com o preparo técnico de algumas pessoas


interessadas, e com a desapropriação de áreas para a instalação dos aludidos Parques
Estadúais, figúrariam minimamente no orçamento, trazendo ao contrário tamanhos
proveitos (e até compensações financeiras, pela organização do turísmo), que, se jus-
tificariam, por si mesmas.
É também de grande interêsse para o estudo e o incremento dos assuntos silvicultu-
ra1s no Estado, se o Govêrno resolvesse instalar Hortos Florestais autênticos, sediados
em cada uma das Inspetorias Florestais; ficando a cargo dos respectivos técnicos respon-
sáveis pelas mesmas
Independente dos Parques e Hortos, só haverá me10s de atender às necessidades
provenientes da escassez de florestas, quando fôr instalado um viveito fl01estal em
cada município, em condições de vender mudas a baixo custo para os proprietários
de terras.
Se adotássemos uma tal política, não seria visionarismo admitir que em alguns.
anos o Estado do Rio ·de Janeiro estivesse abastecido com os próprios recmsos flo-·
testais, ainda podendo auferir imensos lucros com a exportação dos excedentes
O Exmo Sr Ministro Interino da Agricultura, Dr Luiz Guimarães Júnior, no
Dia da Arvore, quando foram iniciadas as solenidades da "Semana Florestal" de 1957,
perante numerosas autoridades, jornalistas e pessoas que compareceram ao Forte dé
São João, proferiu as seguintes palavras, extraídas do discurso então pronunciado:

"As flo1estas desempenham, pois, um papel de importância vital para o homem É un1
dos maiores bens que Deus nos legou Mas o homem, inadve1tidamente, estou quase a dizei,
como um vândalo, as vem destruindo impiedosamente e ininterruptamente, desde os p1incípios
de nossa histó1ia

Para se compreender melhor a gravidade do p10blema, é bastante mencionai que se dest1óern,


anualmente, no B1asil, mais de trinta mil quilômet10s quadiados de mitta, e que, segundo
p1evisões dos técnicos, as flo1estas do sul do país estarão extintas dent10 de vinte e cinco anos;
as da 1egião leste, em vinte e dois anos; e as do nordeste, em quinze anos, apenas Restar-nos-ia
sàmente a giande selva amazônica, cuja exploiação já foi iniciada e se encontta em pleno
desenvolvimento"

As condições geográficas favorecem o reflorestamento no território fluminense.


Conforme foi exposto, predominam os bosques tropicais, que se caracterizam pelo
crescimento precoce e pela variedade florística

Para têrmos uma idéia sôbre a variedade referida, parece-nos suficiente enumerar
as seguintes espécies de essências que vicejam nativas na maioria dos municípios
estaduais: canelas, ipês, perobas, angico, garapa, jacaré, cedros, vinhático, jequitibá,
sapucaia, farinha sêca, óleo vermelho, aroeira, angelins, monjolo, cabiúna, jacatirão,
murici, merindiba, cabuí, braúna, jacarandás, cinamono, etc, Muitas destas poderão ser
explotadas em rotações de 10 a 12 anos, como o jacaré, o monjolo, a jacatirão, o
cinamono, e outras, também de rápido crescimento, a exemplo da embaúba, do guapu·
rubu, do eucalipto, da casuàdna, etc.

, /
j
- 115 -

Não nos opomos ao eucalipto, po1ém contia-indicamos a sua exdusividade na


~ilvicultu1a O eucalipto não deve ser utilizado como essência protetora, mas sim nas
rnnas inundáveis Não po1que as suas iaízes realizem trabalho de sucção intensa,
po1ém pelo fato de as suas frondes não forma1em docel compacto, nem contínuo,
pe1mitindo que os raios sola1es atiavessem as copas e atinjam os solos passíveis de
tessecamento, po1tanto
Nos casos de reflo1estamento com eucalipto, paia fins econômicos, duas técnicas
devem ser usadas:

ct) se a finalidade fôr obter g1 osr os t1 om oJ (para desdobramento em dormen-


les, etc ) , as át vores serão mais espassadas - usando-se pata tevestimento do solo
um p10cesso de consociação com plantas arbustivas, que também poderão f(l111ecet
matérias-p1imas;
b) sendo intenção conseguir c?11tle r 10mp1idoJ (postes, esteios, etc ) , os indi-
víduos ficarão aglutinados, a rnrtas distâncias, a fim de se p1ovoca1 entte êles a com-
petição fotottópica - ao mesmo tempo mantendo-se o solo ptotegido com erbáccas
ou com suba1bustivas

Os maciços a1tificiais, lamcntàvelmente, não atingem 0,3% da á1ea tetritoiial


do Estado, e se 1estringem quase unicamente ao eucalipto Em alguns casos, com finali-
dade 01 namental, encontram-se plantados exemplares de casuatinas

li - PROJETOS ELABORADOS

Temos idealizado vá1ios ptojetos de interêsse conse1 vacionista pata aplicação no


Estado do Rio de Janeiro
Tendo em vista o apoio clemonsttado pelo Dr Luiz de Souza, como Seuetário
do Ditetótio Regional do Conselho Nacional de Geografia, enviamos-lhe um pro-
g1 ama, enrnminh<tdo w senhor Di1eto1 cht Divisão de Geog1afia do C N G por
ofício datado de 14 de julho ele 1956, no c1ual p10púnhamos os quesitos mínimos,
a nosso ve1, exigíveis pata o desenvolvimento ele uma ação futut a mais completa,
quando houvesse possibilidades de pessoal técnico habilitado e de outras condições
indispensáveis Eta do teor seguinte:

PROGRAMA DE ESTUDOS E TRABALHOS S(ll3RE O PROBLEMA FLORESfAL FLUMINENSE

~- Localizai, dassifiuu e desueve1 as divc1sas founac,ões flo1estais existentes


no Estado;
2 inventa1ia1 as essências que <•rnuem e, quando possível, as que ocouernm
no teuitólio fluminense;
3 indicai vatiedades ou novas essências capazes de se adaptatem às condições
mesológirns das glebas fluminenses;
4 - ieunil elementos info1mativos sôb1c as espécies botânirns do Estado e colabornr
mm os ttabalhos de mapeamento, que deve1ão iealiza1-se pelo Conselho
Nacional de Geogiafia;
'l - rnlaboia1 rnm os demais ó1gãos térnirns do Estado e da União pata o melhor
conhecimento da fito-geogrnfia;
6 - deteunina1 as á1eas onde se devem mante1 f101estas de prnteção aos mananciais,
às cabeceiias de d1enagem, aos solos e out10s elementos da Natu1eza;
- 116 -

7 - identificar as áreas fluminenses apropriadas pata a ocupação flo1estal, especi-


ficando as essências recomendáveis e as finalidades a que se devam destinar;
8 conco11e1 para a 1ecuperação das áieas devastadas;
9 - executar o f!orestamento e o ref101estamento de áteas pata isso escolhidas, de
acô1do com os modernos p1eceitos da Silvicultuia;
10 - 01ganizar cadast10s fonológicos das dive1sas essências florestais;
11 - pesquisai sôbre os atuais modos de aplicação indust!Íal dos derivados f101estais
utilizados no territó1io fluminense;
12 - ex~cutar a a1borização das estradas e de logtadou10s em processo de uiba-
nização;
13 - estudai sôb1e a aplicabilidade e as condições de ap10veitamento da madeira,
dos p10dutos e dos subprodutos floiestais, sob o ponto de vista das suas
possibilidades econômicas;
14 - inc1ementar o ap10veitamento iacional dos Recuisos Natu1ais;
15 - concoHer para a racionalização das técnicas usadas na explotação das florestas
e seus de1ivados;
16 - 31ticular entre firmas e emp1êsas paiticula1es a explotação econômíca de
florestas, inclusive com relação à fab1icação de papel, de pasta mecânica e
celulose com angiospermas, de adubos com sobejos 01gânicos, de materiais
para const1 uções, e outros;
17 - avaliar as possibilidades econômicas e as funções geog1áficas das f101estas
existentes, bem como das que fo1em c1iadas;
18 - divulgai os temas de intetêsse f101estal;
19 - organizai 1euniões, seminários, te1túlias, confe1ências, cuisos e outros instrn-
mentos de orientação técnica e de estteitamento cultuial entie os que se
inte1essam pelo assunto:
20 - organizar bibliografia, arquivo, biblioteca, museu e tôda espécie de documen-
t.írio sôb1e as questões florestais;
21 - publicar os trabalhos esc!Ítos e os resultados dos estudos que forem sendo
efetuados.
Por ocasião da XVI Sessão Ordinária da Assembléia Geral do C N. G, como
representante do Estado, o Dr. Luiz de Souza ventilou o problema e, tendo em vista
o lançamento da Campanha Nacional de Educação Florestal, sob os auspícios do
Ministério da Agricultura, apresentou uma proposição que foi aprovada unânime-
mente pelos delegados participantes, tornando-se na Resolução n. 9 485, com a seguinte
redação:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
ASSEMBLÉIA GERAL

XVI Se>são Ordiná1ia - 1956

RESOLUÇÃO N. 0 485, DE 24 DE AGôSTO DE 1956


Dispõe sôb1e a coopeiação do Conselho
Nacional de Geogtafia na campanha de 1eflo1es-
tamento p1omovida pelo Se1viço Flo1estal e dá
out1as p1ovidências.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geogiafia, usando de suas attibuições, e


Considetando que o Se1viço Flo1estal está promovendo estudos para lançai em todo o país,
a partir do próximo mês de setembro,. campanha patriótica de 1eflorestamento das teiras devastadas;
Considerando que, diante do quadro desolado1 das sucessivas deu ubadas com suas nefastas
conseqüências, mge cong1egar todos os esfo1ços pata impedü sejam aniquilados os recursos flo-
restais do país;

'!
-117 -

Consideianclo que o C N G , attavés ela sua Divisão de Geogiafia, se empenha em p1epata1


niapas da vegetação otiginal e atual do Brnsil, que muito devem rnnt1ibuit pata os fins da
citada campanha,

RESOLVE:

Att 1° - Fica a Sec1eta1ia-Gernl do Conselho auto1izada a diligencia1, com o conrn1so


tios Ditetó1ios Regionais, no sentido da difusão de medidas tendentes a apoiai a campanha
nacional de 1ef101estamento, ptomovicla pelo Se1 viço Flo1estal
Att 29 - É 1ecornendaclo aos Diietórios Regionais sejam postas em ptática, dent10 dos
1 ecmsos disponíveis, medidas de ent10sarnento com os ótgãos especializados, a fim de que possam
se1 obtidos os elementos seguintes:

J - localização, classificação e desuic,ão elas dive1 sas fournt<,Ões f101estais do Estado;


2 - inventá1io das essências fio testais que ornt 1em e, quando possível, que oco1 te iam no
te11itó1io da Unidade Federnda 1espectiva;
3 - indicação das va1iedades de essênlias f101estais capazes de se adaptatem às umdi<,õcs
mesológirns elas glebas estudadas;
4 - cleteuninação das átcas em que se devam mante1 f101estas de p10tec,ão aos mananciais
e aos solos em gemi

Rio ·de Janeito, em 24 de agôsto de 1956, Ano XXI do Instituto

Em p10sseguimento às medidas antetioies, fomos rec1tiisitados pata exetlCI nossas


funç,ões de geógiafo <lo C N G no Ditetótio Regional, onde estamos p10curanclo
eoordenar um movimento florestal, e consei vacionista em geial, à propoição que a
ieceptividade administtativa e o inteiêsse do público o permitam.
P10cmamos buscar aproximações com out10s órgãos estaduais e federais a serviço
do Estado, para com êles entraunos em colaboração.
A 9 • Inspetoria Florestal (dependência do Serviço Florestal <lo Ministé1io da
Agrirnltura), recentemente instalada no Estado, por isso mesmo ficou <le estudai os
meios de aceitai a nossa cooperação
Na Secretaiia de Agtirnltura mantivemos diveisos contatos com o Sei viço de
Refloiestamento, a Divisão de P10teção aos Recursos Naturais e o Conselho Flo1estal
Estadual Por ofício endereçado ao Exmo Secretário, Dr Togo ele Banos, após en-
tendimentos pessoais, ficamos adidos ao Departamento da Piodução Vegetal
Outras Instituições a que iecorremos foram o Instituto Nacional do Pinho, o
Instituto Nacional de Imigração e Colonização, o Set viço de Educação Típica Rural
da Secretaiia de Educação, a Inspetotia Regional do Fomento Agrícola no Estado,
a Inspetoiia Regional de Estatística do I B G E , etc De comum acôrdo com esta
nossa co-irmã, elab01amos um questionário, que o Senho1 Delegado Regional, D1 Fran-
cisco Steele, muito solicitamente enviou a tôdas as agências municipais do Estado,
fornecendo-nos p1ecioso mate1ial, cujo aproveitamento seiá comunicado em trabalho
futuro.
O aludido c1uestionátio, constou de dezessete perguntas assim elab01adas:

QUESTIONÁRIO DE INTERÊSSE FI ORESTAL

- Em que localidade do município existem matas natutais?


2 - Quais as ái vo1es mais f1eqüentes nessas matas?
3 - Havendo matas natutais, qual o tipo que aptesentam ( capoeita, capoeitão,
f!oiesta viigem)?
- 118 -

4 -,...- Conhece reflo1estamentos no município?


-'-- Havendo 1ef101estamentos:

a) quais as espécies das árvores plantadas?


b) quando fotam plantadas?

6 - Que extensão ocupa cada átea 1ecoberta por mata natural ou artificial?
7 - Quais são os produtos flo1estais consumidos no município?
8 - Em que são consumidos ( ola1ia, padatia, locomotiva, fábtica, etc ) ?
9 - Quais as filmas ou emp1êsas que os exploram?
10 - Há exportação de madeiras, lenha e carvão?
11 - Caso haja impo1tação, de onde são compiados?
12 - No município existem áreas do Estado ou da União que estejam abandonadas?
13 - A P1efeitura dispõe de áreas que não estejam sendo ocupadas (extensas áteas
pata a ctiação de f101estas e pequenas á1eas pata a ctiação de Ho1to ou
jardins a1borizaclos - dent10 do pe1ímetro mbano, etc ) ?
14 - Quais as principais p1op1ieclacles agtícolas do município e seus p10prietá1ios?
15 - Como são ap10veitadas essas p10p1iedacles (pastos, lavoutas, cultutas pet-
manentes, etc ) ?
J6 - Quais dêsses ptoptietátios desejai iam fazei 1ef101estamentos em suas teu as,
havendo auxílio cio Govêtno?
17 - Quais as Institui<,Ões Agtírnlas (públicas e pa1ticula1es) existentes no muni-
cípio ( Coopeiativas, Escolas Rmais, Hottos, Associações, Pattonato de Me-
no1es, etc ) ?

Temos em mãos os dados relativos às exigências do Instituto Nacional do Pinho


para um acôrdo florestal, a exemplo de outros que foram realizados com Santa Cata-
rina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Espírito Santo, o que seria de real
valia para o Estado do Rio de Janeiro e a Nação
Ê nosso pensamento promover um convênio com o Instituto Nacional de Imi-
gração e Colonização, para instalar viveiros florestais e prestat assistência conserva-
cionista em áreas de Núcleos Coloniais sediados no tenitório fluminense
Igualmente, com o Depattamento Nacional de Endemias Rurais, temos cm mira
efetuar um programa de trabalhos conjugados, visando a recuperação e o saneamento
de tremedais bem como de alagadiços da baixada fluminense, pela utilização de
espécies florestais para isso indicáveis
Sob nossa orientação, foi pteparado pelo Sr ELIAS MoN1 EIRO CARDOZO, a quem
devemos as ilustrações contidas neste ttabalho, desenhista do Departamento Geográ-
firn, um modêlo de Hôrto Florestal Municipal Destinado ao plano de urbanização
'de Resende, o modêlo em questão se tornou uma espécie de esbôço padronizado para
empreendimentos posteriores que o comportem
Os membros do Conselho Florestal Estadual, tomando a Delibetação 4/56, resol-
veram atribuir-nos a função de Assistente Técnico junto ao mesmo Então opinamos
sôbre a necessidade de uma campanha de reflorestamento, no âmbito estadual, que de
muito se reclama.
Encarregado de organizá-la, oferecemos à consideração dos Senhores Conselheüos
o texto que transcreveremos:

,,
CSTAOO 00 RIO OE JAHEIRO
SECREiARIA DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

DEPARTAMENTO GEOGRA:FICO
DIVISÃO SANITÁRIA E DE U RBANIZACÃO

HÔRTO FLORESTAL DE RESENDE


Escala:- r 250

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AVENIDA GENERAL POR TELA oº·
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- 119 -

CONSELHO FIORESTAL ESTADUAL

DELIBERAÇÃO N 9

Dispõe sôb1e a 01ganizac,ão da "Campanha de Reflo1estamento no Te11itó1io Fluminense"


P10jcto clab01ado po1 ZIEDE C MOREIRA

De acôtdo mm a Delibeiação n 9 7/56, o Conselho Flo1estal Estadual 1ealiza1á uma ampla


Campanha de Reflo1estamento,

CONSIDERANDO

c1) que é das suas atiibui<,Ões envidai os melho1es esfo1ços no sentido de solucionat tôdas
as questões 1elacionadas mm os ptoblemas de rnnset vac,ão, p10te<,ão, defesa e fomento
das flo1estas;
b) que as flo1estas 1cptesentam 'alioso patiirnônio econôrniw, hiológirn, social e cultmal
da Humanidade - indispensáveis à tenln a\ão do a1 at1nosféiicoi à 1eten\ão das águas
fluviais, à 1egulaiização dos 1egimes fluviais, ao equilíbtio ewlógico, à estética da
paisage1n, à p1otec.,ão elos solos, à nounaliza<,,ão das Londic,ões ditnáti<..as, etc ;

') que o teu itóiio fluminense, um dos mais assedio.dos, no B1asil, pelos devastaJotes, jl
não pode supo1tat as conseqüências da dest1uic.ã0 f101estal, se não fo1ern tomadas imediatas
pto\ idên<.ias en1 <-ontt{uio

Tetll\o em vista sua melhm cxeqüihilidade e maiot objetividade,

RESOLVE:

l - A p1esente Campanha de Reflotestamento se1á efeti\ ada mediante cst1 eita rnopeiac,ão
entie os Jivctsos Ó1gãos especializados no Estado
2 - Te1á lugat, p1efe1lvelmente, nos estabelecimentos agtopecu{uios estaduús e da União
no Estado, bem como nos tettenos nrnnic ipais, nas p10piiedades 1 l11a1s que o 1ernmen-
Je111 e nas áteas não cultivadas peitencenks às Eswlas 'J ípicas.
3 - O p1azo da Campanha setá ilimitado e seus tiabalhos não devc1ão sof1et inte1mitência,
tendo início en1 data p1evia1nente 1na1 cada, quando se fa1á sua inaugu1 ação pública
4 - Todos os te11enos, cujo giadientc scj't supeiio1 ou igual a 25'/Ó, de\eião sei 1efl01es-
iados, obiigatütiarncnte, e be111 assim os que fiquem nas adja(ências de 111ananciais,
nas cabeceitas de d1enagem, nos diviso1cs de águas e nos espigões
S - Também devetão sê-lo as ú1eas da baixada lito1ânea e as de 1 estingas, quando rnnsi-
deiadas insaluh1es ou inadequ:tdas pat:t as cultuias aglÍcolas
6 - Te1á lunho de ob1igato1 ieclade, igualmente, a a1bo1iza(_âo (_b faixa 111a1ginal às 1odovias
asfaltadas e pavimetitadas
7 - Independente de quaisquet outtas ativid,tdcs, em rnda muntdpio, setão pLrntadas, no
tníni1no, vinte á1 votes po1scn1ana, fazendo-se-lhes um 1egist10 individual, a LalgCJ
de pessoa 1esponsável, em liv10 especialmente destinado a isto, constando nos assen-
tamentos: o númcto da insui<,ão, " nome vulgat da planta, o local do plantio, a
p10cedência da planta e a data
8 - Fiucrn p10ihidas as dev.tsta<;ões nos te11enos de gtadientc supe1io1 ou igual a 2'í%,
e nas adjac_êntias dt: n1ananciais, nas cabeteitas de d1cnagc111, nus diviso1es de águas,
nos espigcJes e nas outlas á1cas cuja cohe1/1,1ct /lo1e1tctl ;1etesri1e de Jnere11'rt{ão

9 - Não mais sctào concedidas auto1i:<ac,ões parn deuubadas, sem a indispc·nsável inspc<,ão
do local, feita po1 auto1idade uedemiada junto a êste Conselho
10 - As autoiizac,ões paia de11ubadas, quando rnncedidas, cnsta1ão, ao 1eque1cnte, o ptcc.o
de C1,jj; 2,00 (dois u uzei10s), po1 decâmet1 o quadtaclo (igual a um ARE) e po1
á1 vo1e - quando se tiatat de supe1fície contínua ou de w1te iaso
- 120 -

11 O cump1imento do Código Flo1estal se1á rnndi~ão fundamental da Campanha


12 Esta campanha 'ele Reflotestamento se compo1á de quat10 seto1es: fn o/)(1gandrt, edu-
cação, /omento e defera
13 - O seto1 de jn oj)(tgcmda se rnnc1etiza1á po1 todos os meios possíveis de difusão e
divulgação, na imp1ensa ou ditetamente aos inte1essados
14 - O reto1 educcuional constatá de palestias, uusos, infotmações térnicas, assistência
rnltu1al e demais iniciativas compatíveis, inclusive a oiac,ão dos Ce11t1 os Ercolm er de
Silz,irnltm a ( subo1dinados aos Clubes Agtírnlas, quando os houve1)
15 - O seto1 de /omento se1á atingido mediante exernc,ão de trnbalhos silvirnltu1ais e
fotnecimento ele todos os 1eu11sos em disponibilidade ( rnmo sementes, mudas, máquinas,
técnicos, etc ) , às instituições intctessadas, atiavés de rnnt1atos bilateiais
l6 - Não se1ão feitas doac,ões de sementes, ne111 de mudas, p01 isso que po1 todo forneci-
mento se cob1a1á o p1eço de custo ou o meno1 p1eço capaz de sup1ü os gastos da
ptodução
17 - Não have1á intuito de luoo na Campanha, e tôda impo1tância a11ecadada se1á J eve1tida
na sua gt adativa ampliac,ão
18 - As ve1bas da Campanha p10vüão do Fundo Flo1estal, do Fundo Fedem! de Eletiificac,ão,
das multas, do impôsto sôb1c as autoiizac,ões de cle11 ubadas, das cont1ibuic,ões fmne-
cidas pelos Ô1gãos pa1ticipantcs, das vendas e 'ele tôdas as a11erndac,ões que se fize1cm
paia seu benefício
19 - O seto1 de de/era se intensifica1á pot inte1médio de todos os pat ticipantcs da Campanha
e daqueles que saibam sentit a impo1 tância da conse1 vac,ão dos solos, elas águas e
de out10s Recmsos Natuiais em função da p10teção f101estal
20 - Qualquc1 entidade paiticula1 ou do Govê1110 podc1á pa1ticipa1 da Campanha, mediante
enttosamento oficial
21 - A Campanha de Reflo1estamento terá a seguinte estrntura:

A - Comitê Executivo
B - Comissão Administiativa

22 - São memb10s do Comitê Executivo os Ô1gãos do Govêrno Estadual e do Federal


que aceita1ern ou peditem insuição na Campanha, e, fotnecetcm elementos mateiiais
ou humanos que facilitem a sua execu~ão
23 - Salvo melho1 juízo, a Comissão Aclministiativa, 1esponsávd pot todos os encargos da
Campanha, ficatá assim constituída:

Comissão Administrativa

P1esidente de I-Ioma - Exmo S1 Seoctá1io tia Agiicultnta


P1esidente - P1esidente do Conselho Flo1cstal Estadual
1• Vice-P1esidente - Chefe da Divisão ele Engenha1ia Rmal 'da Seueta1ia de
Agiicultma do Estado
2° Vice-P1esidente - Chefe da 9" Inspeto1ia Flotestal do Ministé1io da Agiicultuia
Coordenaclo1 Técnico Chefe do Set viço de Ref101estamento da Sec1 eta1ia da
Ag1icultma
Coo1denado1 Financeilo - Chefe da Divisão de P10tec,ão aos Recmsos Natuiais da
Sec1cta1ia de Ag1icultma
Senetá1io Executivo - Assistente Técnico do Conselho Flo1estal Estadual

24 - Compete ao P1esidente:

a) düigi1 as 1euniões da Comissão Administiativa;


b) 1efe1enda1 a execução de tôdas as ·delibernções tomadas ?ela Comissão;
e) supe1 visionai a Campanha de Ref101estamento
- 121 -

25 - Compete aos Více-P1esidentes na otdem sucessiva:

a) substituü o P1esidente, nas suas faltas e impedimentos;


b) auxiliai o P1esiclente na supe1 visão da Campanha

26 Compete ao Coo1clenado1 Térnico:

a) clitigit os trabalhos de fomento;


b) fo111ece1 oiient;H,ão térnica às Inspeto1ias Flo1estais e a todos os inte1essados em
1ef101 estamento;

27 Compete ao Coo1denado1 Finanlei10:

ct) wnt10la1 a 1eceita e a despesa tla Campanha;


b) düigü a cobiança elas multas, dos impostos e de outJ as aJ J ecadações ligadas it
defesa flo1cstal

28 - Compete ao Sec1etá1io Exewtivo:

t1) mante! em ligação pe1111anente os Ó1gãos do Comitê Exewtivo;


b) düigü os tiabalhos de p10paganda e educa<,ão ela Campanha;
e) ent10sa1 o funcionamento elas Inspeto1ias F101cstais e dos Conselhos Flo1estais,
Municipais, visando a unifo1rnidadc executiva Ja Campanha;
d) planejai a 1ecupeiação f101estal do Estado;
e) estudai os meios de aplicação das ve1 bas;
f) colaboia1 com os out10s rnmponcntes da Comissão Aclministiativa

29 - A Comissão Administrativa exe1cc1á suas funções com o auxílio das Inspcto1ias


Flo1estais, que fica1ão incumbidas ele levai a efeito, nas suas 1espectivas jmisclic,ões,
os p10giamas llaçados

Ili - TRABALHOS EM EXECUÇÃO

Convencido <le que nada de conueto se consegue em querer demonstrar, somente


mm palavras, quanto de inestimável se contém numa campanha de reflorestamento,
decidimos passar ao terreno da p1ática
Apresentado pelo Dt Lurz DE SouzA, avistamo-nos com a professôra CoNCEI<,,Ão
PINTO DA CosTA, Diretora do "Instituto Educacional P1otógenes Guimarães", em
Araruama, com quem logo passamos a entrosar-nos
O Educandátio de Atarnarna, como também se conhece o Instituto mencionado,
é uma dependência da Secretaria de Interio1 e Justiça do Estado, destinada à educação
e 1eajustamento social de crianças que não possuem la1 organizado Contando mm
uma vasta área disponível, ajustamos a organização de um v1ve1ro florestal, junto
à horta, que ficou sob os cuidados de um dos trabalhad01es rurais do Educandá1io
Ainda com a Diretora do Educandário, obtivemos mil e quinhentos tijolos fura-
dos ( 20x20xl0 cm), que foram utilizados na preparação de vinte e cinco cantei1 os.
Achando-se os canteiws inteiramente ocupados, estamos pretendendo rnnstruir
mais alguns no local.
- 122 -

Ficou assentado que as mudas por nós produzidas seuam aplicadas na founação
de bosques flo1estais e frutífe1os nos tenenos do Edurnndá1 io, ao mesmo tempo as
iornecetíamos para outras instituições, mediante rnnvênios de auxílio mútuo Aliás,
nosso plano inicial de trabalho constou de fazei o 1ecrutamento das Escolas Típicas
li mais, para nelas tealiza1 trabalhos flotestais, visando o aproveitamento e o adestra
menta das c1ianças matticuladas, como também o plantio de árvotes nas suas áreas
não cultivadas Outra idéia ptimordial, que t10uxemos à baila, foi a da a1bo1ização
das rodovias estaduais asfaltadas

Fig n ° 7 - Vista do v1ve1ro florestal instalado no Educandário de Arai uama, fase de construção
dos canteiros e início da sua utilização com a primeira sementagem Os copinhos de bambu,
fincados nas beiradas dos canteiros, servem de receptáculos para as papeletas que contêm os dados
relativos às essências semeadas

Paia êste fim, o Dr Lurz DE SouzA cnll ou em entendimento com S Exª o Se-
c1etário de Viac,ão e Obtas Públicas, D1 fosÉ CARLOS PoRCH'\1 1 que aulotizou o
Departamento de Estiadas de Ro<l<tgern a nos atendei neste pt opósito, cruando p1e-
cisássemos de tianspotte e de outtas possíveis ajudas

. --
::~::-..;:·;.~~;:: ':§~~t-'
Fig n ° 8 - Mudinhas em crescimento e semeadas por germinar Os canteiros (de 3,00 x 1,00 m)
foram construídos com os lados mais compridos seguindo a orientação norte-sul,
conforme recomenda a melhor técnica
~ 123 -

Conseguimos sementes na Secção de Parques e Jardins do Serviço Flo1estal,


Ministério da Ag1icultura, com o Dr OCTÁVIO SILVEIRA MELLO; na Secção de Botâ-
nica Agrícola do Instituto de Ecologia e Expe1imentação Agiícolas, Ministétio da
Agricultura (Universidade Rural), com o Dr JosÉ DA CRUZ PAIXÃO; na Divisão
Técnica de Flo1estamento e Reflorestamento do Instituto Nacional do Pinho, com o
D1 EuDORO LINS DE BARROS, no Serviço de Reflorestamento da Secretaria de Agri-
rnltura, com o Dr. RAYMUNDO RODRIGUES DE ALMEIDA; e, no Hôtto Flo1cstal de
Santa Cruz do Se1viço Florestal, com o Dr MÁRIO XAVIER.
Revclatam uma porcentagem de germinação superior a 80 % quase tôdas as
variedades semeadas

°
Fig n 9 - Já se desenvolvem diversas essências, germinadas nos canteiros de Araruama É notável
acentuar que mesmo as de pinheiro do Paraná ("Araucaria angustifolia"), apesar de se tratar de
uma zona baixa e quente, tiverc1m um aproveitamento apreciável -- foto da direita

No Hôrto Florestal de Santa Crnz e no da Gávea estamos também obtendo


tnudinbas pata envivei1amento
Já iniciamos a 1epicagem das mesmas, assim como a das c1ue nascetam nns can-
teitos de Aia1uama Estamos valendo-nos de latinhas e de pequenas embalagens feitas
de capim (balainhos)
É natmal que algumas difiwldades tenham de ser vencidas, pata que o vivei10
pi aduza quanto dêles se espeta Uma das mai01es 1eside na falta dágua Um pequeno
poço existente na hot ta não 1esiste aos dias de insolação mais fo1te Rern11emos ao
D E R que nos envia um cauo-tanque nas boias u íticas
A fim de ab1iga1 as mudinhas, mandamos fazct vá1ias esteitas de Sa]'é Pata
idêntica finalidade está em rnnstru~ão uma wbertu1 a de madeira (e onccdida pelo
Dcpat tamento de Engenha1ia) e telhas (que sobtatam de uma demolição na Oficina
Centtal do D E R ) .
Fe11amcntas e matctial agrírnlas fo1 am conseguidos pelo Dt OCTÁVIO BRANDÃO
CALDAS, Chefe da Inspeto1 ia Regional do Fomento Agrícola üo Estado, que se pronti-
ficou cm favor da nossa musa
Repo1tando-nos ao aspecto educacional, levando em conta as cento e c1ua1cnta
oianças internadas no Educandátio de Araruama, p10curamos o Serviço de Infor-
- 124 -

mação Agrícola do Ministé1io da Agticultura, fundando-se o Clube Agrícola "Bento


Martins'', com a presença e a ptestimosa assistêmia do Sr XAVIER PLACER, para tal
credenciado

Fig n ° 10 - Outro pqnorama do v1ve1ro florestal situado no Educandário de Araruoma, vendo-se


as estacas usadas para indicar os lugares onde foram alojadas sementes, que pelo seu desenvolvimento
se tornou recomendável ficarem fora dos - canteiros Os dois homens, na foto da direita, estão
conduzindo uma das esteiras de sapé, usadas para recobrimento dos canteiros semeados, durante
as horas de insolação mais forte

A primeita atividade pública desincumbida pela novel associação cscolat foi,


significativamente, a Festa da Átvore, comemoiada no dia 23 de setembro:

"FESTA DA ÁRVORE"

PROGRAMA

1' Palte

1 - Hino Nacional
2 - Abe1tma <la solenidade pela Diteto1a do Eduurndátio
3 - Palavtas do p10f ZumE c MOREIRA
4 - Posse da Diteto1ia do Clube Ag1írnla "Bento Ma1tins"
5 - Palavia fianca
6 - Discu1so do aluno MANOEL l'RANCISCO

2" Pa1te

- Canc,ão "Salve, ó Átvote"


2 - Poesia pela aluna MARIA
3 MARLY
4- pelo aluno MANOEL FRANCISCO
5 - pela aluna SUEIY
6- ISAURA
7- NAZAREIH
8- MARIA ESTHER
9- pelo aluno MARCEIO
10 - Canção, numa rnlaboiac,ão do ja1dim da Infância
11 - Hino "Quem planta uma á1vo1e"
-125 -

3" Patte

Plantio ele át votes pelos ptesentes

As árvores plantadas foram, discriminadamente: trezentas mudas de paineitas,


por obséquio do Dr. JosÉ DA CRUZ PAixÃo; oito jacarandás-mimoso e dois arcos-de-
pipa, proporcionados pelo Hôrto Florestal de Santa Cruz
Dando ptosseguimento à ta1efa, vai se1 iniciado outro v1ve1ro no "Educandá1io
Vista Alegre" da Sociedade Fluminense de Assistência aos Lázaros e Defesa Contia
a Lepta, ptesidida pot D CARMÉLIA CARAGNANO DA SILVA.
O Educandário Vista Aleg1e fica situado em Laranjal, Município de São Gon-
çalo Mantendo uma Escola Típica Rural em funcionamento, foi-nos dado ocupar um
trnbalhadot do Serviço de Educação Típica Rural e Praiana da Sec1etaria de Educação

Outtos viveitos estão sendo planejados À medida que fotmos equipando cada
um, passa1emos ao início de outro.

Se chega1mos a poder contar com recu1sos peunanentes, talvez atinjamos a pte-


missa lançada noutta patte dêste trnbalho, segundo a qual preconizamos a necessidade
de se instalai um vivei10 f101estal em cada município, pelos quais se1á pe1mitido efe-
tivat, com 1ealismo e objetividade, as bases de ttmct cmnpanhct /!01e1tcil no te11itó1io
fl11minense.
CAUSAS GEOGRÁFICAS DO DESENVOLVIMENTO
DAS OLARIAS NA BAIXADA DA GUANABARA~
MARIA DA GLÓRIA DE CARVALHO CAl\IPOS
Geógtafa do C N G

INTRODUÇÃO

A conccnttação das ola1ias na Baixada da Guanabara é, na ve1dade, smptcen-


dentc, chegando-se mesmo a verificar, em alguns ttechos, como em Rocha Sobrinho
e Belfott Roxo, no município de Nova Iguaçu, ou cm Venda das Pedras, no muni-
cípio de Itaboiaí, uma ve1dadcita "paisagem" de olatias Apresentam elas, no en-
tanto, giande diversidade de aspectos, desde cetâmicas ** muito bem aparelhadas,
até pequenas olarias assaz p1imitivas, onde ainda é utilizado o processo manual pata
a fabricação do tijolo
É, realmente, digno de admiração, o fato de ainda existitem no Rio de Janeito
e zonas p1óximas, como em São João de Me1iti e Nilópolis, olarias tão rudimentares,
quando, mais longe, em Nova Iguaçu, há um grande núme10 delas, modernas, bem
montadas, rnm alto pad1ão de p10dução, não só quanto à quantidade, como quanto
à qualidade
Nos municípios percorridos no Estado do Rio de Tanei10 (Nova Iguac,,L1, Nilópolis,
São João de Me1iti, Duque de Caxias, Magé, Itaboiaí, São Gonçalo, Nite1ói) e no
Distrito Fcdc1al, a localização das olatias está circunscrita à Baixada, onde há possi-
bilidade de obtenção eh matéria-p1ima Assim, no município de Cachoeiras de Macarn
há poucas ola1ias, pois o J elêvo se ap1esenta aí bastante movimentado, enquanto em
Itabotaí, pelo contrário, são elas numerosas, graç?.s à existência da extensa rlanície
aluvial do Macacu
Enttctanto, apesa1 de sua localiza\ão na Baixada, as olarias nem scmp1c se dis-
t1 ibuem da mesma fauna; em certos ttechos, como cm Nova Iguaçu, acham-se con-
centradas, a passo que, noutros, estão bastante esparsas, como cm Nilópolis ou São
João de Mc1iti Qual le1ia sido a 1azão dêsse fato? Os depósitos de tabalinga ocorrem
em tôda a Baixada e, mesmo onde se enconlia a chamada "tabalinga de brejo'', de
L!ualidade infc1ior, rnmo cm Caxias, há numerosas olarias É, sem dúvida, a proxi-
midade do Rio de Janeito e a existência de comunicações fáceis c1ue ga1antem o

'-' Tese wm que wnwueu a autou1 ao rnnuaso à rnueita de Geógtafo do Conselho N,tLional
de Geogiafia
A aut01a a!_;tadeLC aos S1s FRANCISCO Co1rnErA, J LAME!RÃO, ToÃo Pu ÔTO e
MÁRIO AMARAL, que tanto prnrntatam facilitai o seu rnntacto dileto nas pesquisas emp1eendidas
Igualmente agiadecc aos colegas do C N G que lhes p1estaiam valiosa colabotação, espeLialmente
LYSIA M BERNARDES e PEDRO PINCHAS GEIGER
* * Denominação usada pata designai as gtandes olatias
MAPA GERAL DA REGIÃO EM ESTUDO

CONVENÇÕES

FONTES: CARTA COROGRAFICA DO E'.ST. DO RIO DE JANEIRO.


CN.G. EM COLABORACAO COM-0.0.G.E, ~.:.FlEAVRô14~A
RUELLAN fRANClS.· "EVOLUÇ.MO C>EOMORFOLOGICA DA BAIA OE GUA·
NABARA ( REC.IÔ(.S VIZINHAS, EM Rt'llSTA BRASILEJRA,ANO ~.
~0<%1 FlEGt!.O S(FlRA"!A.

1=-=-----~ nRRENOSEMBREJAOOS

ZONASOECONCENTRAÇiOOASOt..ARIAS

L·'.·:::· .::'. ! P<..A!ol!CtES E ~E<li>S tARAf<J~':>


ORGAN'IZAOQ POR - MARIA OA GLORIA OE CARVALHO CAMPOS

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CSCALA
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1--...1 fEFlflO\li4CR000VUI

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- 128 -

escoamento da produção, a causa da maior impottância da indústria da cerâmica em


determinadas áreas A existência dêsse mercado, de capacidade cada vez mais cres-,
cente, impulsionou o desenvolvimento dessa atividade.
Vislumbradas as 1azões que teriam determinado a maior ou menor importância
das olarias na Baixada da Guanabara, surge à nossa mente uma série de problemas a
ela ligados. Indústria antiga, apresenta hoje transformações p1ofundas que imprimiram
à paisagem traços marcantes, que atestam a imp01tância da atividade indust1ial numa
região, antes, predominantemente agi ícola. Não rato, situam-se as olarias em antigas
fazendas, podendo-se ainda hoje verificar os p1 ocessos evolutivos pelos quais teriam
elas passado Que impo1 tância tive1am outro1a e que representam atualmente? Por que
estariam umas em fianco p10gresso, enquanto outras, pelo contrário, reg1edindo, ou
em vias de desaparecimento diante da expansão da u1banização em tôrno do Rio
de Janei10?

1- A BAIXADA DA GUANABARA E AS POSSIBILIDADES


DE OCORRÊNCIA DE TABATINGA
Enhe os alcantilados mo11os da serra do Ma1 e a baía, com êles fotmando vivo
contraste, estende-se a extensa planície sedimentai da guanabaia, intei 10mpida nos
pontos onde afloia o embasamento etistalino, quando su1gem pequenos maciços iso-
lados, ou um f1eqüente ondulado de colinas ou "meias-laranjas" Po1 ent1e essas
colinas, que se ap1esentam, às mais das vêzes, profundamente decompostas, foi muito
fácil o escoamento elas águas fluviais que esrnlpiram um ve1dadei10 labirinto de pe-
quenos vales, ao mesmo tempo que efetuavam o tianspotte dos detritos que itiam
contribui! paia os ateu os poste1io1 es.

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r
·.:::.

°
Foto n 1 - Nova Cidade, Nilópolis Vê-se em primeiro plano o "barreiro" (depósito de tabatinga)
Ocorre essa formação na Baixada, enquadrada pelo nível das colinas (Foto: N Bernardes)
- 129 -

Êsse modelado se tetia formado em função de um nível de base sem dúvida


mais baixo que o atual e, à ação intensa dos agentes etosivos, seguiu-se uma tase de
entulhamento dos vales, apenas ficando emersos os patamares, não taro, profunda-
mente disseutdos em colinas e morros Os teuenos deprimidos, em telação à sena
do Ma1, não só da Baixada da Guanabaia, mas da Baixada Fluminense cm geral,
possibilitando um intenso aluvionamcnto, favotcceram a fotmação de vastos depósitos
de areia e argila Estas são regionalmente conhecidas pela denominação de taba-
tinga (Foto 1)

Foto n ° 2 - "Barreiro" em exploração, em Mesquisto, Novo Iguaçu Notar a formacão da


taba tinga na planície, dominada ao fundo pelo nível das colinas (Foto: A Pôrto Doming~·es)

Quase scmptc é giandc a cspcssuia dessa camada de tabatinga que, em alguns


trechos, chega a set extiao1dinà1 iamentc ptofunda, como na planície d? Macacu, onde
o tio do mesmo nome, após desucver longo ttajeto em zonas setranas, ttazenrlo con-
sigo g1ande quantidade de aluviões, deposita-as na planície, antes de lançai-se na
Guanabata. Os tios que nascem nas ve1tentcs da seua, em cotas mais elevadas, aper-
tados cnt1e patedcs abrnptas, atacam fottcmente os cspotões tochosos, auastando numa
podetosa avalancha enotmc ca1ga de mate1ial decomposto e desagregado Ao atin-

P1ocesso de / 01 mc1ção dct tc1bc1ti11gc1: - As colinas que cnquadiam as planícies aluviais <la
Baixada da Guanabaia fornecem o mate1ial necessá1io à fourn1c,ão dos depósitos ele tabatinga
As a1eias g10ssas e finas, o limo e a a1gila, cal! egados pelas águas das chuvas, depositam-se:
p1imeitamente, as a1eias e o limo, que constituem mate1ial mais pesado, enquanto a atgila, muito
mais leve, é nu1egada a maio1es distâncias, depositando-se em lenc,ol no fundo dos vales e planícies
É, justamente, essa a1gila de depósito que é conhecida localmente como tabatinga Essas camadas
podem valia1 em espessma e se1ão tanto mais p10fumlas quanto maiot fô1 o espac,o de tempo
decouido na 1ealização de todo êsse ptnLesso evolutivo da founação de tais depósitos

9 - 25 625
- 130 -

gitem a planície mudam completamente de aspecto, co11 endo com um declive insigni-
ficante, seguindo-se àquela fase de destruição, ouiJ a construtiva, de deposição do ma-
te1ial caueado po1 ocasião das enchentes, ljUe oconem na estação chuvosa de verão
Os tetrenos baixos, ptóximos à oda ma1 ítima, se tornam alagadiços e nessa'; áteas
pantanosas da Baixada, dificilmente aproveitáveis antes das gtandes obras de sanea-
mento, a tabatinga encont1 ada é de pio1 qualidade, pot demais salit10sa e de tedu-
zida plasticidade É o que acontece no município de Duque de Caxias onde, na
baixada do tio Saiapuí, encontrn-se a chamada "tabatinga do btejo" Em cont1astc,
na planície do Macacu, onde, LOmo vimos, f01am outras as condições de fo11nação da
labatinga, é ela muito plástica, de excelente qualidade
Ptovàvclmcnte as camadas de deposição nas planícies aluviais da Baixada não
sctiam tão espessas, se não fôia a existência ele um dima l1 opical, com foi te índile
de umidade Nesse ltecho, as chuvas mais abundantes na setta do Ma1 possibilitam
f;uta alimentação dos J ios, aumentando a capacidade de tianspo1 te elos uu sos dágu.1
e ativando a desag1 egação e a decomposição química, ocasionam um intenso <i:.:sgastc
do matei ia] 1 oLhoso

Po1 oult o lado, a p1óp1 ia desigualdade na p1 ecipilação influindo no mecanismo


das enLhentes, não pe1mite uma sedimentação unifotme, nos leitos de ateia e a1gila
Assim, nos petíodos de giandes Lhuvas, a co11 entcza mais totte attasta maio1 c1uanti-
dade de matetial do que na época menos chuvosa, não favotelendo então a formação
de uma camada muito espêssa

°
Foto n 3 - Aproveitamento do material do barranco, proveniente da decomposição in loco, e
não de deposição, como no caso anterior Mesquista, Nova Iguaçu Pode-se observar ainda na
fotografia os trilhos que chegam até bem perto, por onde correm as vagonetas que transportam
o barro (Foto: A Pôrto Domingues)
ZONAS DE CONCENTRACÃO DAS OLARIAS NA BAIXADA DA GUANABARA
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FONTE: C~1ALOGO VO l8GE E 0S$ER'J.:..çCr;::~

:.tl::A RE:SUU4N1ES DE 7R'""9t..l.HOS C·E CA~PO

ESCAL&
-CARVÃO

DRGAN!ZAOO POR MAR!A :JA Gl..O~IA e.CAMPOS.


- 132 -

Dependendo a indústria da cerâmica da existência da matéria-prima, no caso,


a tabatinga e o material decomposto in loco dos bat iancos, compreende-se a concen-
tt ação das ola1ias na Baixada, p1óximo às colinas que a cÍlrnndam 2 (Fotos 2 e 3)
Embo1 a tais fatos tenham, inegàvelmente, favotccido o seu desenvolvimento, não
chegam a constituir fato1 exclusivo, dete1minante, da localização das olarias, apesat
de a qualidade da tabatinga influit, por cet to, no tipo de produto fabticado Tem-se
um exemplo nesse sentido cm Vendas das Pedias, no município de Itaboiaí onde as
olat ias fabt icam quase somente telhas, aptoveitando a tabatinga muito plástica que
aí se enrnntta Igualmente, entre São Gorn;.alo e Mat icá (Rio do Ouro - Inoã) a
maté1ia-p1 ima de melhot qualidade permite a fabricação de manilhas que, da mesma
fo1111a cruc a telha, exige material dotado de maio1 plasticidade Daí csta1em situadas
nesse t1ccho as duas únicas fábticas de manilhas ("Ctol" e "Taqua1al") encontradas
ua 1egião em estudo.
As átcas de maio1 ptodutividade não estão apenas ligadas à ornu ência da ma-
tét ia-ptima de melhot qualidade, sendo as possibilidades da ac1uisição da tabatinga
mais ou menos as mesmas em tôda a Baixada Quais tctiam sido, então, as causas
da lornli,rnr,ão e rnnccnttação das olat ias cm deletminadas {u cas? Sct ia intc:1cssanle,
pois, examinai as iazõcs c1uc cotKOJ 1crnm paia êssc fato

li - A PROXIMIDADE DOS CENTROS CONSUMIDORES E AS


FACILIDADES DE COMUNICAÇÃO COMO FATõRES

DA LOCALIZAÇÃO DAS OLARIAS

De um 1ápido exame do mapa gcial da 1cgião cm estudo, lJUe aLOrnpanha o


pt escnte tiab,dho, pode-se dcp1ecnde1 quais as á1 eas de maio1 rnnccntração das ola1 ias
e as causas de sua localização
Situam-se, scmpie, na Baixada, p1ox1mas aos dois impottantcs metcados, Rio de
J8ncÍJo e Niterói, à ma1gcn1 das vias de comunicação que peunitem fácil esrnamcnto
da ptodução.
Não há dúvida, cnt1 etanto, de c1uc a localização das olatias na Baixada é, cm
pa1~c, devida ao fato de aí se cmontia1 a rnatéria-p1ima indispensável à rnnfeC<,ão
dos ptodutos de cc1âmirn, tais como tijolos, telhas e manilhas
Êste fato, po1ém, não é o único a influit na rnnccntração das olarias em detct-
minadas átcas Assim, uma zona podei ia possuit giandes 1escrvas de tabalinga de
ótima qualidade mas, se não rnnlasse com possibilidade de acesso a um mercado rnn-
sumidot fottc, não rnmpot tat ia uma indústtia de cetâmirn muito desenvolvida Na
Baixada da Guanabata, vátios exemplos vêm rnnti1mar essa idéia Em Venda das
Pedias, no município de Ttaboraí, onde a bacia do rio Macacu aptesenta espêssa
camada de aluviões, a tabatinga é de ótima qualidade, atendendo a lodos os 1equisilos
exigidos pata a confecção dos dife1cnlcs produtos de cetâmica Entretanto, há 30 anos
atrás, havia aí pouquíssimas olatias Só se multiplicariam bem mais tateie, já na década

2
Pata a fab1ica.;ão do tijok> não é emp1egada a tabatinga pum, dada a giande quantidade de
água que rnntém, o que p10vorn uma rnnttação intensa, sendo então necessá1io mistu1á-la ao
matetial decomposto dos bauancos A miga de ateia aLtescentada diminui o rneficiente de 1etta<,ão,
evitando assim a quebta do p10duto dutante o cozimento
- 133 -

de 1940, quando da construção da 1odovia Noite Fluminense que possibilitou o


escoamento mais 1ápido da produção, aliando-se a isso, ainda, o fato de tciem-se
tornado mais p1emcntcs as necessidades do mercado do Rio de Janei10 Sua zona <le
influêmia ultrapassou mesmo o lado oriental da baía, capturando, em giande parte,
a p1odução de Maticá, Itaboraí e São Gonçalo
Por outto lado, no município de Duque de Caxias, apesa1 da má qualidade da
rnatétia-ptima, iegistia-se uma giande p10dução de tijolos, estimulada, certamente, pela
p1escnça do giandc ccnt10 consumido1 <lo Rio de Janei10, onde a procma dos p10-
duzos das ola1 ias é cada vez maior numa cidade onde se multiplicatam, cm titmo
aceletado, as consttuções Tais fatos constituem ptova bem convincente de que a
localização das olarias não está apenas subo1 dinada às condições que lhes são ofe1 e-
cidas pelo p1óp1io meio físirn, mas está sob1ctudo, na dependência da pi oximidade
ele me1cados com alta capacidade de consumo, fàcilmente acccssíveis atiavés de uma
boa rêde de comunicações Tais ci1cunslâncias explicatiam, em parte, a gtandc pro-
dutividade das olatias muito bem apa1clhadas do município de Nova Iguaçu lluc,
iealmenle, gozam de situação privilegiada em face dos telruisilos imp1escindíveis ao
desenvolvimento da indústiia da ce1âmirn: existência de matéiia-ptima de boa quali-
dade, p1oximi<lade do Rio de Janeito e p1esença da 10dovia Presidente Dul1a, possi-
bilitando o csrnamcnto da ptodução

CARTA TOPOGRÁFICA DA CAPITANIA


DO
RIO DE JANEIRO -1767

_!------;
''~-- ....... ,

Um estudo sôb1e o desenvolvimento das olaiias no passado, confi111w1ia essa


influência matcantc cios metcados estimulando a ptodução Em 1767, conforme consta
- 134 -

na carta topog1áfica da capitania do Rio de Janei10, elaborada por ordem do conde


DA CUNHA 3 , já existiam algumas ola1ias na parte ocidental da Baixada da Guana-
bara Situavam-se elas próximo aos engenhos para os quais se destinava sua pequena
produção, empregada na fab1icação das fôrmas de barro dos "pães-de-açúca1" 4 Na
antiga fazenda de São Bento, perto do rio Iguaçu, havia uma olaria que, desde o
século XVI, já fabticava tijolos e telhas pata as ob1 as da ptópria fazenda. Seu pro-
gresso foi tal que, em 1766, chegou a fornecei matetial para a construção do quartel
de tropas da cidade do Rio de Janeiro 3
Todavia, por muito tempo, tôda a economia da Baixada 1evestiu-se de um catáte1
puramente ag1 ái io, notando-se a inexistência de gi andes núcleos de povoamento A com-
pleta ausência de vilas p01 lodo o sérnlo XVII é, 1ealmente, surp1eendente Só muito
mais tarde, em 1808, com a chegada da côtte lusitana ao Btasil, se desenvolveu, real-
mente, a cidade do Rio de Janei10 como cent10 mbano, lendo-se iniciado, pot essa
ocasião, um período de expansão u1banística.
Até o século XIX, a economia da Baixada da Guanabaia foi essencialmente ag1 í
cola e só no sérnlo seguinte tomai ia giande impulso o desenvolvimento indusl! ial
Favo1 eceu êsse smto cht indúst1 ia uma sé1 ie de fatô1 es dentre os quais rnmp1e mcn-
dona1 a mão-de-obra nume10sa, e a facilidade de comunicações Rcalmcnlc, com o
advento das vias féucas no fim do lmpé1io foi 1esolviclo, cm pa1te, o p1oble111a dos
llanspottes, ga1antindo ligações mais fáLcis com o Rio de faneito Assim foi possível
fugii à est1eita dependência das comunicações atiavés elas vias fluviais, feitas en1
pequenas cmbarca\Ões que não rnmpo1 ta vam muita ca1ga
As p1imitivas olat ias já então existentes na Baixada da Guanabata, tendem a
evolve1, não mais tiaduzindo apenas uma atividade subsidiá1ia dos engenhos e fazen
d~ts, pois o p10g1 esso da capital oferecia melhor mercado e a via féu ea gaiantia-lhc
o acesso
Srn gem novas olarias e sua locali:rn~ão se sub01dina à presençt da estiada de
íu ro, já Ljue a prndução não mais se destina a me1cados locais na Baixada e sim à
cidade do Rio de Janei10, cujo oescimenlo então se accleta Exemplo vivo dêsle fato
é dado pela atual "Companhia Matei iais de Construção", giande ola1i<1 situada em
Mesquita, município de Nova Jgua~u, que foi constrnícla diante da estação da estrada
de fcuo, a fim de asseguiat o fácil esrnamenlo da ptoclrn;ão paia,o Rio de !aneiio
Aliás, conl! ibui pata 1efo1c,a1 essa idéia, a ciicunslância de ainda existitem m1mc10sas
olatias antigas, p1óximas às vias fé11eas, testemunhando esta impo1tância do l1 ans-
po1 te ferroviátio no passado (Foto 4)
É interessante notat crue, atualmente, as olatias já não Se utilizam dessa VIa de
comunicação, nem mesmo aquelas que se situam à ma1gem da fc11ovia A p1odu<Jío
não mais segue pot esta e sim pela estiada de rodagem, o c1ue não é de se esltanhar,

Foi anexada ao tiahalho, uma copia do tefetido mapa: "Catta lopogtáfica da capitania
do Rio de Janeito, mandada tiia1 pelo Exmo S1 CONDE DA CuNHA, Capitão-Genetal e Vice-Rei
do Estado do Btasil, no ano de 1767" - Esrnla - l: 160 000
SILVElllA MENDES, Renato - p,firC1ge111 <ttÍt111cii1 da BctixC1dct F/1t1'1Íilenre - P 171, p 64 -
Unive1sidade de São Paulo, Farnldacle ele Ciências e Letias - São Paulo, l 9'í0
5
SILVA NrGRA, Dom - A ctntiga fdze11dc1 de 'ião Bento 110 lg1up1 - Pp 2'i7/282, p 27(1
- Revista do Sei viço do Pattimônio Histótirn e Attístico NaLional" - Vol VII, 191t3
- 135 -

pois, para distâncias cuitas o tiansporte rodoviário é mais barato, além do que, a
enliega pode sei feita diretamente à porta do consumidor, dispensando o tiansbôtdo
da mercadotia O transporte pela via férrea só é compensadot para gtandes dislâncias,
tanto assim que o material de constrnção (tijolos, telhas e manilhas) adqu itido em
São Paulo, ou no vale do Paiaíba, vem para o mercado carioca atiavés da feirovia,
sendo numerosos os depósitos das firmas ievendedoras ou const1 utoras, situados à
maigcm da Central do Btasil Na iegião estudada, muito próxima ao Rio de 1aneüo,
é patente a grande influência das iodovias na atual localização das olarias Assim
rnmo as antigas smgiram à maigem das fcnovias, as modernas, rnmo, poi exemplo,
no município de Nova Iguaçu, em Belfotl Roxo, localizam-se cm função da exis-
tência da rodovia Piesidente Dutia A de Mesquita, fundada no ptincípio do século,
embota situada peito da estrada de feiro envia, hoje em dia, tôda a sua p10dução
atiavés da Piesidentc Dutia.

1.

"•
"
,'

foto n ° 4 - Vista de conjunto de uma cerâmica em Rocha Sobrinho, Nova Iguaçu, fundado em
1912, vendo-se os tijolos secando ao sol Note-se a sua localização na Baixada, circundada pelas
colinas, à margem da ferrovia No primeiro plano, à direita, vê-se parte da plataforma da estação
da estrada de ferro Como as outras olarias fundadas no século passado, esta de Rocha Sobrinílo
acha-se subordinada à proximidade da via férrea (foto: A P Domingues)

As olarias antigas, portanto, situavam-se nas proximidades das fcirovias, enquanto


as que se instalaiam nos últimos anos estão sempre perto das esttadas de 10dagem,
garantindo, assim, a possibilidade de acesso mais tápido ao mercado caiioca Daí já
se terem esboçado, desde o sérnlo passado, as giandes concentrações, embota hoje
apresentem aspectos muito diversos
- 136 - ·

Ili - A EVOLUÇÃO DAS OLARIAS E O CRESCIMENTO DA REGIÃO


URBANA DO RIO DE JANEIRO

a) - Traços gerais da evolução das olarias


na Baixada da Guanabara

Se, até o século passado, as olarias existentes na Baixada da Guanabara consti-


tuíam apenas uma atividade ,subsidiá1ia dos engenhos e fazendas, atualmente elas
apresentam multiplicidade qe aspectos Algumas, livrando-se dêsse plano de inferiori-
dade, tornaram-se a principal fonte de renda dessas antigas propriedades rurais, onde
a exploração agrícola foi sendo progressivamente abandonada. Assim como passaram
a exercei uma função inteiramente diversa, as olarias também apresentam diferenças
profundas, não só no seu aspecto exterio1, como na sua própria estrutura interna.
Pequenas olarias antes, onde eia fabricado um tijolo maciço, a mão, transformaram-se,
hoje, em verdadeiras fábricas, como a da fazenda Ma jé-Mi rim ( Magé), ou a de
Pôrto Rosa (São Gonçalo), dispondo de todos os 1ecursos oferecidos pela técnica
!Tioderna e de grande capacidade de p10dução

°
Foto n 5 - Vista de conjunto da ceram1ca de Mesquita, uma das mais importantes do Estado
do Rio de Janeiro, fundada em 1905, nas terras da antiga fazenda do barão de Mesquita, em
Nova Iguaçu, onde outrora existiu, uma pe-iuena olaria que atendia aos gastos domésticos
(Foto: A P Domingues)

Ao lado dessas olarias mais antigas que evolveram, paulatinamente, com o correr
dos anos, encontram-se outras mais novas, algumas delas datando de trinta a qua-
1enta anos atrás Dentre elas, algumas acompanharam o ritmo do progresso, como a
olaria "Fontinha" em Nova Cidade, Nilópolis, enquanto outras estagnaram, chegando
mesmo a desaparecer, como ocorreu, não raro, em São João do Meriti, Nilópolis e
no Distrito Federal (Fotos 5, 6, 7)

/
- 137 -

Foto n ° 6 - Aspecto da olaria "Fontinha" em Nova Cidade, Nilópolis Constitui um exemplo


típico de uma olaria média, que não evolveu tanto quanto a anterior, mas não se manteve
estagnada Note-se, no primeiro plano a quantidade de tijolos furados secando ao sol Vê-se,
ainda, o tipo de forno comum, alimentado a lenha geralmente encontrado nas olarias médias
(Foto: N Bernardes)

°
Foto n 7 - Nilópolis Aspecto de uma olaria muito rudimentar, notando-se a qualidade inferior do
produto fabricado (tijolo maciço) e o forno rudimentar, conhecido na região como "caieira"
(Foto: N Bernardes)
- 138 -

Completando êsse quadro geral das olarias na Baixada da Guanabara, pode-se


ainda discernir dentre elas um te1cei10 tipo, o das que surgiram recentemente, a parti!
da década de 1940-1950 e, mesmo, nos dias atuais Também nesse caso, existem
gtandes ola1ias, já iniciadas como tal, como, po1 exemplo, a fitma Naveiro Gonçalves,
Cia. Ltda, em Belfott Roxo (Nova Iguaçu), fundada em 1942 Foi ela cuidadosa-
mente planejada, antes de enttar em funcionamento, desde a localização da fábtica
em relação às vias de comunicação, de maneira a atendei ao escoamento da ptodução
e abastecimento em combustível, até o mais moderno equipamento da maquinada
Ao lado dessas grandes olarias modernas, ainda subsistem, entre uma infinidade
de outtas, médias e pequenas as que, num estágio de evolução ptimitivo, ainda fabri-
cam tijolo maciço a mão Em São Gonçalo, ltab01aí, Magé e mesmo em pleno Distrito
Fedei al, enrnntra-se grande número dessas pequenas olaJias
A ernnomia puramente agi ái ia da Baixada ela Guanabata, abalada com as cli-
vei sas ctises que aí se sucederam, voltava-se, desde os pi imó1clios do século atual, pata
a indústria que rnmeçou a modificai eSS<l paisagem rural
Uma série de fatôtes vinha favo1ece1 a expansão industtial na 1egião A facili-
dade ele mão-de-obi a, possibilitada pelo êxodo i mal iniciado com o abandono dos
engenhos é intensificada nos últimos anos com o uescimento do Rio ele Janei10 que
atingiu giancles piopoições, a ponto ele cidades muito pióximas, rnmo Nova Iguaç.u
e Nilópolis, toi na1em-se vei dacleiros subú1bios da g1ande mettópolc. Outrn causa
tetia sido o baixo custo dos teu enos, naquela época, mm a g1ancle especulação em
tôi no das tei ias ela Baixada ela Guanabata, postas à venda mediante gtandcs facili-
dades de pagamento As comunicações fáceis mm um metcado impottanle rnmo o
Rio de Janeiro e tôda a sua imensa {uea ele influência, além da existência de vá1ias
matérias-ptimas locais - no caso da indúsltia ela ceiâmica - as aigilas, fotam os
ou ti os fatôi es c1uc igualmente concou ei am pata o desenvolvimento da atividade ín
dust1ial
Com o abandono da atividade agi ícola na Baixada da Guanabata, muitos do5
antigos engenhos e fa:i:endas passa1am a vivei da explo1ação ela tabatinga e aumen-
tai am a pequena olatia que já existia, melhotando-a Poi outi o lado, nas zonas que
não eram api oveiláveis, do ponto de vista agtírnla, a ola1ia sempte foi o seu pi incipal
esteio ernnômirn Assim, a Cctâmica Pôtto Rosa, cm São Gonçalo, numa zona im-
p1óp1ia para a ag1irnltma intensa, rnnstiluiu ela, sempte, uma atividade impottante
na fa:i:enda onde estava instalada
Em oultos casos, a ola1ia só se estabeleceu muito mais ta1de, quando o pi oprie-
táiio da antiga fazenda chegava à conclusão de que sc1ia esta a melhoi fotma de
ap1oveitamento, uma vez que a ag1irnltura parecia não mais podei set tentada com
i esullado satisfató1io Assim, a fábi ica de manilhas "Tac1ua1al", em lnoã, município

de Ma1icá, foi fundada há onze anos, nas te11as de uma fazenda que oult ota vivcta
da cana-de-açúcar
Constituía a cerâmica uma atividade que não exigia gtandes capitais iniciais, pois
a matéria-prima ext1aída elo tetrcno da fazenda, como também o combustível, não
aran d:wam giande despesa pata o prop1ietá1io, não sendo muitas as exigências da
extração quanto à mão-de-obra O ptocesso pelo qual era conseguido o tijolo nessas
ola1ias iniciais era muito rndimenta1 G
-139 -

A lenha, por sua vez, era um combustível que não saía muito caro, mesmo quando
não era tetirada das capoeiras da ptópria fazenda Entretanto, aquêles que etam mais
esclarecidos, preferiam conservar a área cm matas como uma riqueza em potencial
Atualmente, apesar do alto preço da lenha, os proptictários das olatias prefetem
rnmprá-la a usai as reset vas que pot ventma possuam.
Quando, passados alguns anos, já se auferia algum luc10 com a olatia, investia-se
o dinheiro cm melhoramentos Adquitia-sc a máquina para fabricar o tijolo, que
passa a ser menos rudimentat; e, à medida que aumentam as necessidades do metca<lo
e crescem os núcleos urbanos, vão-se p1 acessando novos melhoramentos, ao mesmo
tempo que, em função da maior procura, vai-se diversificando a p1 o<lução
Se, po1 um lado, sob êsses aspectos ora estudados, 1egist1ou-se ptogresso, outtas
vêzes êle foi p1 àticamcnte nulo Assim, quanto ao combustível: até hoje ainda se
emprega em gtande quantidade a lenha, mesmo nas grandes olatias, como se pode
observar no mapa da "Concentração das ola1 ias na Baixada da Guanabata" e tipo de
combustível utilizado. Dia a dia mais se agrava o p1 oblema ela devastação das matas,
vindo a lenha de lugaics cada vez mais distantes dos ccnt10s rnnsumidotes, semptc
das serras, o lJUc cnuu ecc demasiadamente o custo do p10duto 7 Basta dizei que,
enquanto há apenas tiês anos eia vendida a Ct$ 35,00 o m:i, em média, hoje êsse
p1 cço subiu pa1a Ci $ 95,00 A explotação madci1 cita se faz, getalmcnte, nas fazen-
das lJUC também se dedicam à agtirnltma, ptaticando-se a detrubada das matas ou
capacitas, não só visando à obtenção da lenha, mas também ao ptcpa10 do tetteno
pará o plantio São talos os casos em que se faz o 1eflo1cstamento com o objetivo do
fornecimento de combustível, como acontece em Santa Cruz, no Dist1 ito Fcdeial,
onde os colonos japonêses têm eucaliptais plantados na Baixada. As olatias p1óximas,
aí adqui1em a lenha pot um pteço bem mais conveniente (Ct$ 60,00), não tendo
de contai com giandes despesas de transpotte, dado as menotes distâncias
últimamente, enttctanto, nota-se a preocupação em supe1 at tais dificuldades, com
o emprêgo de out10 combustível Há ola1 ias, no Distrito Fedem!, que utilizam 'J

e J l vão minem! para o funcionamento dos fornos, como a que foi visitada 11a estrad~t
do Colégio, mas a tendência mais generalizada é para o uso do óleo diesel, muito
mais econômico, pois o seu custo é inferiot em 50% ao rnsto da lenha e, além disso,
tealiza economia ele mão-de-obta Em Belfoit Roxo e Rocha Sobtinho (Nova Iguaçu),
em Magé, Itaboraí e Rio cio Ou10 (São Gonçalo), já se encontiam olatias que em-
ptegam o óleo como combustível A "Companhia Matetiais ele Construção" em Mes-
lJLÚta (Nova Iguaçu), há dois meses fêz as necessátias modificações nos fornos que,
até então funcionavam a lenha ou ca1vão minetal, para emp1egar o óleo diesel 8

As instalações e1am muito p1imitivas, sendo suficiente pata a confeu,ão do tijolo maciço a
ma10mba wdirncnta1 de madeita, movida a tiac,ão animal A moldagem do tijolo em feita à mão,
em moldes de madeita Depois de serns ao sol, empilhavam-se os tijolos pata fazet a rnieüa
(tipo de forno muito t udimenta1) alimentado a lenha, onde em rnzido o tijolo
7
Vide mapa de fornecimento de lenha anexo ao trnbalho
8
Vide mapa da "Comentiação das ola1ias na Baixada da Guanabaia" e tipo de combustível
utilizado
ÁREAS ABASTECEDORAS DE LENHA PARA AS OLARIAS
DA BAIXADA DA GUANABARA

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CONVENCÕES
kWsERRA

~ZONA URBANA FONTE OBSERVAÇÕES RESULTANTES DE


oo
TRABALHOS DE CAMPO- 1954
g <& LENHA ESCALA
ESTRADA DE RODAGEM
ORGANIZADO POR MARiA DA GLÓRIA C. CAMPOS 12 16 20 K"°'.
~ DESTINO AO CENTRO CONSUMIDOR
- 141 -

Quanto à extração da maté1ia-prima, quase nenhuma modificação houve, pois,


dent10 de cêrca de qua1enta olarias visitadas, apenas na "Guaraciaba", em Acati
(Distrito Fedeial), é utilizada a máquina escavadora que, 1ealizando o ttabalho d·:
30 homens, rep1esenta grande economia de mão-de-obta Sm p1eende, realmente, o
fato de grandes ola1ias como a "Companhia Materiais de Constrnção" em Mesquita,
ou mesmo a "Ce1âmica Pôrto Rosa" em São Gonçalo, ainda não usa1em tal pi a-
cesso Alegam, no entanto, ser mais vantajoso o ttabalho com a picareta, porque
assim se pode escolher o mate1ial mais conveniente, enquanto a máquina vai au as-
t:indo tudo No que se 1efere ao tJanspotte da maté1ia-p1ima do "baneilo" até a
fábtica houve melho1ia, especialmente nas g1andes ce1âmicas mais bem ec1uipadas,
que usam pata êsse fim o sistema Decauville, enquanto nas meno1es, é utilizado o
caminhão e até cauoças puxadas a bu1ro (Fotos 8 e 9)

°
Foto n 8 - Uma vista do "barreiro" em Mesquita, Nova Iguaçu, mostrando o sistema de transporte
da matéria-prima No primeiro plano, vêem-se os trilhos e a locomotiva a óleo diesel, enquanto ao
fundo aponta a chaminé de uin dos fornos A tabatinga, depois de extraída à picareta, é colocada
nas vagonetas e levada ao "picadeiro" (Foto: A P Domingues)

Igualmente, no c1ue concerne à mão-de-obra, não se obse1 va gtande p10g1esso,


mesmo porque o ca1áte1 inicial dessa indústria, constituindo apenas um acessó1io dos
estabelecimentos agtícolas, não favo1eceu a fo1mação de uma ge1ação de aitífices,
deficiência de que até hoje se 1essente, de modo getal, a nossa indúst1ia A tendência
Dtual é p1escindir cada vez mais dessa mão-de-obta precária e instável, promovendo
a mecani:rnção Basta ver que a maromba a vácuo, enconttada nas grandes ola1ias,
tem a capacidade de fab1icar, no mínimo, 1 5 000 tijolos em 6 botas (Foto 10)
Enttetanto, ainda é bem gtande o número de empregados que ttabalham nessa in-
dústria A "Companhia Materiais de Construção" em Mesquita, a "Ce1âmica Pôtto
Rosa" cm São Gonçalo, ou a firma "Leal" no Gramacho, município de Duque de
'-- 142 ;_

Caxias, contam com um efetivo de 100 a 300 operanos entre homens e menores que
ganham à razão de Cr$ 30,00 e Cr$ 15,00 por dia, respectivamente · Embora não espe-
cializada, vem encarecendo muito a mão-de-obra, pois em 1940 um trabalhador, nesse
mesmo ramo, apenas percebia Cr$ 8,00 por dia A parte de assistência ao operariado
ainda é deficiente, sobretudo nas olarias menores, embora gozem êles dos direitos
concedidos pelas leis trabalhistas, percebendo de acôrdo com o salário mínimo esti-
pulado Nas grandes olarias organizadas como emprêsa que contam com um efetivo'

°
Foto n 9 - Olaria "Fontinha", Nova Cidade, Nilópolis Focaliza-se aí o meio de transporte
empregado nas olarias médias e pequenas Os caminhões trazem a "tabatinga" do "barreiro" até·
a "picadeiro" (Fota: N Bernardes)

numeroso de operários, melhor se poderia atender às necessidades do operariado,


Entretanto, como é aliás comum nos ramos de atividades industriais1 nem sempre se
encontra um proceder correto nas relações entre empregador e operário, permitindo
a êste manter um nível de vida razoável. Mesmo nos casos em que tem êle casa de
moradia nos terrenos da companhia, mediante o pagamento de uma quantia irrisória,
as condições deixam muito a desejar Às vêzes, no entanto, encontra-se o reverso da
medalha Na fábrica "Crol", em Rio do Ouro, muitos operátios haviam adquirido
casa própria, o que, certamente, há de contribuir para a fixação da mão-de-obra.
No corrente, no entanto, são mantidos aí êsses trabalhadores para garantir a posse
dos terrenos dessas emprêsas, que têm em vista a especulação da terra.
Por outro lado, o fato de existir mão-de-obra numerosa, não exige do empre-
gador esforços necessários à melhoria do nível de vida do operariado. O centro de
atração constituído pela capital favorece a existência de um operariado numeroso
nas proximidades. Muitos dêles procuram emprêgô nas olarias, onde poderão usu-
fruir, um bom pagamento e, onde não será necessária uma grande especialização.
- 143 -

Apenas pa1a alguns dos opeiauos que trabalham neste ramo, como seja, os que extiaem
a tabatinga e o forneiro, é 1egueiida uma técnica especial, tanto que são os que
percebem mais Fota êstes, não é necessário o ope1átio especializado

Foto n °
1O - "Companhia Mciteriais de Construção" em Mesquita, Nova Iguaçu Aspecto da
maquinaria existente nas grandes olarias Fotografia de detalhe da "maromba", máquina onde é,
fabricado o tijolo A massa preparada no "picadeiro" é transportada para essa máquina, onde é,
tmminada a confecção do tijolo, o qual, depois de sêco, segue para o forno (Foto: A P Domingues)

b) - O crescimento da cidade do Rio de Janeiro e suas conseqüências sôbre


a indústria da cerâmica na Baixada do Guanabara

Vimos até agoia rnmo as olarias da Baixada da Guanabaia apresentam dife1enles


aspectos, desde as muito bem apa1elhadas, antigas e modernas, até aquelas gue não
evolve1am e chega1am mesmo a desapa1ece1 Qual tetia sido o fenôÍlleno geog1áfico
que deu 01igem à involução e desapa1ecimento de algumas olatii!s, ao mesmo tempo
que estimulava o oescimento de outlas? Em que época tetiam sido fundadas as
mais antigas e as modernas?
A p10ximidade de um importante centto como o Rio de Janeito, com um núme10
de habitantes semp1e crescente, foi pm ce1to um fato1 que estimulou a indústtia de
constrnções, gaiantindo o me• cado para os pi odutos das olatias
As grandes remodelações wbanísticas que oco11eram nos p1imó1dios do sérnlo
atual, na gestão de PEREIRA P Assas, requeriam material para a constrnção de edifícios
públicos Assim é, que a cerâmica de Mesquita, instalada por essa época, forneceu
telhas para muitas destas ob1as, corno as do Palácio da Prefeituta, na Rua do
Núncio Por outto lado, à medida que se abriam novas avenidas, os habitantes dos
velhos pardieiros eram obrigados a se deslocar para a zona suburbana, que, nesses
- 144 -

primeuos anos do sérnío atual, expandiu-se eno1mernente Grandes propiiedades dt_


Baixada da Guanabara, nas proximidades da cidade, desvaloiizadas com a decadência
da lavoura da cana e a insalubiidade da iegião, foram então comptadas por tomet-
ciantes e em seguida 1evendidas, 1etalhadas em lotes, aos ttabalhadores da cidade, com
gtandcs facilidades de pagamento Aí pode1iam êles constmit a sua pequena casa,
o que conco1reu também para aumentai a capacidade dos p1óp1ios mercados locais,
com o conside1ável aumento do núme10 de construções 9
Ainda nas pi imeitas décadas do século XIX, a expansão de Niterói, embora
mais lenta, e, sem dúvida, impulsionada pelo p10g1esso da capital, iria concorrei
pata ma101 desenvolvimento da indústria da cetâmica na parte leste da baía Tão
intensa te1ia sido tal influência que, já em 1910, a atual "Ce1âmica Pôtto Rosa", no
município de São Gonc,alo, então pertencente à foma "Lussac", já exportava telhas
pata as fomas constmtoras do Rio de Janeito, cm embatca<,ôes p1óp1ias que saíam
dos peql~vnos portos do fundo da baía Atualmente, a pi odução dos muni d pios situa
dos na ma1gcm 01icntal da Guanabara ( Itaboraí, Mai icá, Niterói) é destinada, tjUase
na sua totalidade, ao mercado cai ioca
Não há dúvida que a expansão da indústi i<t da cetâmica na Baixada da Guana-
bai a está Intimamente ligada ao u cscimento do Rio de Janeii o, rnnsidctando-sc que
o seu pet íodo de maioi desenvolvimento teve início cm 1940, c1uando igualmente,
começa a gtancle expansão dcmog1áfica ela capital e 1egiões vizinhas Pode-se mesmo
notai que tal tendência se vem acentuando cada vez mais até os nossos dias, eonfo1 me
é possível dcp1cende1 da simples rnmpatação dos Jesultados do censo demog1 áfirn,
Jcfc1 entes ao início e fim dês te decênio Assim, em 1940 1cgist1 ou-se um total de
1 764 141 habitantes, estando 815 479 comptccndidos na zona mbana e 948 662 na
subrn bana e nua! enquanto cm 1950, tais cift as aumentai am pata 2 3 77 4'i1, J 779 '.)06
e '598 14 5 habitantes, t espcctivamente Registtou-se, portanto, giancle aumento de
populaç_ão na década de 1940-1950, sob1etuclo na zona u1bana, compreendida dentJo
do p1óp1io petímclto da tidade, o que estimulou o smto ele constrnçõcs e, conse-
qüentemente, o desenvolvimento da indúsltia da cetâmica 10

P01 out1 o lado, a expansão indusltial da Baixada da Guanabata, p10vocando o


aumento do númeJ o de opei á1 ios, concoi 1e tia pata o aumento ela população e, con-
seqüentemente, elas constrnções Em Nova Iguaçu, instalaram-se metalú1 gicas, indús-
trias plásticas, fábrica de pajJel, além de olarias Em São Gonç_álo, a metalúrgica,
as fábricas de cimento, soda cáustiLa, vicl1os, fósfotos, produtos enlatados Em Magé,
fábticas de tecidos, de bebidas, ele doces Enfim, na pe1iferia dos grandes me1cados
do Rio de Janeito e Nite1ói, novos estabelecimentos vão surgindo, fazendo ctescc1
pec1uenos centws satélites da gtande cidade As sedes municipais do Estado do Rio
de Janeiro nada mais são do que p1olongamento da capital, sendo que Nilópolis, São
João do Me1iti e Caxias fotam 1ecentcmente elevados à categoria de cidade, quando
até 1940 eiam apenas vilas

"O Rio de Tanci10 antigo", in O Ohre11•ddo1 Eionômiw e Finc11ueiio, ano XVIII, n'1 211,
p 55 - Set 1952
10
Vide os mapas de f•lOdu,ão de tijolos, telhas e manilhas em 1911 e 1950 Note se, ao
lado do aumento da p10du,ão, a tendência paia uma especialização p10g1essiva, de 40 pata 50
- 145 -

PRODlJCÃO EM l!l4Q
INC''.JSTRIA DA CERÂMICA NA BAIXADA DA GUANABARA
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ESCALA

INDUSTRIA DA CERÂMICA NA BAIXADA DA GUANABARA

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CONVENÇÕES
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FONi[: SERVIÇO ESTATÍSTICO DA - - - 144
PROOUCAO DO MINISTÉRIO QAAGRI
CULTtJR.\
ESCALA
ORGANIZADO POR MARIA DA GLORIA C CAMPOS

10 - 25 625
- 146 -

Paralelamente a êssc crescimento da população ca1ioca, intensifica-se, como é


natutal, a constrnção dos edifícios de apartamentos, o que resolvia o problema da
habitação, encc1rando num prédio numerosas residências Segundo Conj11ntt11a Ew-
nômica 11 , enquanto cm 1940 foram constmídos 302 000 p1édios, em 1950 tal cifra
subia pata 441 000, do que se deduz um auéscimo de 46% no total dessas
wnstrnções efetuadas no referido pe1íodo Em 1953, houve um aumento de 61 %,
em relação ao núme10 de prédios constmídos em 1950, o que atesta o titmo acele-
iado das rnnstruções nesse curto período <le três anos.
Assim, a existência de tal mercado estimularia, por certo, o desenvolvimento das
ola1 ias, ao mesmo tempo que determinaria uma especialização dos p10dutos fabti-
cados Há uns oito anos attás, tôdas as cc1âmicas passaram a fab1 icar em ma10r
c1uantidade o chamado "lajeão", tipo de tijolo com ftuos quadiados, de pat edcs
muito finas, o que o tollla muito leve, possibilitando seu emprêgo nas lajes dos edi-
fícios modernos, só fab1ican<lo o tijolo maciço e o de fu10s ciicula1es as pequenas
e médias ola1 ias (Fotos l l e 12) Da mesma fotma as telhas, que até então obede
ciam a vai iadas faunas e estilos, se unificam em uns poucos pad1ões: a telha plana,
(telha ft ancesa), que justamente é emp1egada na rnbc1tuta dos edifícios modernos
e, cm men01 quantidade, a telha de cumieiia e a colonial

°
Foto n 11 - Secagem do tijolo no "terreiro", na "Companhia Materiais de Construção", praticada
comumente, mesmo em grandes olarias como esta Para as telhas, no entanto, há galpões cobertos
Note-se a alta qualidade do produto fabricado, o chamado "lajeão" com furos quadrados, grandes,
que tornam muito leve o produto (foto: A P Domingues)

A observação dos dados de p10dução da "Ce1âmica Pôtto Rosa" em São Gonçalo,


confirmai á êste fato: assim, durante o 1.9 semestre de 1945, aí foram produzidos

JT Conjunt111d Econômicct - "Constrnções 1esídemíaís no Rio de faneí10" -- P 48 -


Ano VI; n 9 9 - Rio de Janei10, set 19'52
- 147 -

66 000 tijolos de 3 furos, 716 000 de 8 furos, e 72 000 de 10 furos Quanto às telhas:
l SOO 000 telhas francesas, 80 000 do tipo colonial e 34 000 de cumieila No 2 9 se
mestre de 1952, a fabricação de tijolos de 8 fu10s subiu a 1 113 000, enquanto a de
telhas francesas decrescia para 1 300 000 Foi esta, no entanto, uma situação ccxccp-
cional, devido às oscilações do mercado, pois o alto preço alcançado por ~sse pro-
duto é la1gamentc compensador, mesmo sendo a procura do tijolo muito maior Além
do mais, requerendo a telha mais exigências, no que se refere à qualidade da matéria-
-prima a set empregada, é natural que as olarias que possuam reservas de tabatinga
muito plástica fabiiquem telhas em ma10r quantidade Ê o que acontece na grande

°
Foto n 12 - Olaria "Fontinha", Nilópolis Vêem-se, em primeiro p!ano, à esquerda, os tijolqs
prontos para irem pata o forno, notando-se a qualidade inferior do produto em relação ao da
cerâmicà de Mesquita Em frente, pode-se observar a carroça puxada por um boi, onde são leva_dos
os tijolos até os lugares próximos, sendo usado o caminhão para as distâncias mais longas E a
carroça um dos meios de transporte comumente usado nas médias e pequenas olarias
(Foto: N Bernardes)

olatia "Companhia Matetiais de Constrnção" em Mescruita, município de Nova Iguaçu,


onde o núme10 de telhas fab1iu1das é muito maio1 do que o de tijolos Em 19'.'>3, sua
ptodução mensal foi de 475 000 telhas e apenas 160 000 tijolos Igualmente cm
Venda das Pedias, no município de Habotaí, fabricam-se quase exdusivamenlc telhas,
pois aí se encontta malé1ia-p1ima de excelente qualidade e, além disso, o allo p1 eço
que pode akanc,at êsse material, compensa as despesas de um tianspottc mais longo
e, portanto, mais caro
Considerando a ação estimulante do mercado carioca com a necessidade, cada vez
mais crescente, de materiais de constrnção, seria de esperar que tôdas as olarias pro.
gredissem e ampliassem suas instalac,õcs, o que nem semp1e aconteceu mesmo por 7
que, logo de início, cumpre fazer uma distinção em função da diversidade de mer 7
- 148 -

mdos As pequenas tendem a subsistit para abastecetem os mercados locais. Além


disso, só poderiam p10g1edir aquelas que gradativamente conseguiram aumentar o
capital, sem o que não poderiarr ter acompanhado a ma1cha do progresso Grandes
ola1ias como a de Mesquita, a de "Pôi;to Rosa", "Taquaral", ou a fábrica de manilhas
"Crol", anteriounente citadas, investiram grandes capitais nas instalações modernas,
wmo sejam: máquinas estrangeitas mais apetfeiçoadas, fornos contínuos, túneis seca-
dores, otganização do sistema de ttanspotte da tabatinga até a fábrica, instalac,ão da
fôtça necessát ia para mover os maquinismos Na "Olaria Bangu", aqui no Distrito
Fede1al, faz-se até a secagem a1tificial do tijolo em estufas, o que conc01rc pata o
aumento da p10dução Não está ela, assim, na dependência da mai01 ou menor umi-
dade o que influirá na secagem do matetial, mais ou menos demorada,

Foto n ° 13 - Vista de detalhe do interior da "Companhia Materiais de Construção", em Mesquita,


mostrando o "picadeiro", local onde é depositada a matéria-prima descarregada das vagonetas,
que se vêem à esquerda Aí se procede à preparação da massa com · que serão fabricadas os
diferentes produtos - tijolos e telhas - na cerâmica de que ora tratamos Consiste êste processo
em misturar a "tabatinga" (argila de depósito) e o "barro" (argila de decomposição local) em
proporções variadas até obter a liga ideal, conforme as exigências do material que se deseja
fabricar Assim, para telhas, são necessários 95% de "tabatinga" e 5% de "barro", ao passo que
para o tijolo furado, apenas 90% de tabatinga são suficientes (Foto: A P Domingues)

É po1 isto que, mesmo atualmente, quase scmpte, as olatias instaladas são pe-
gnenas, algumas até muito rndirnentares, po1que o capital a set despendido teria que
set, tcalmcntc, bem vultoso: o elevado custo dos teuenos muito valorizados com a
üescente utbanização e maquinatia muito caia requetem grandes despesas, sem dú-
vida. Basta dizer que o pteço da ma10mba a vácuo, necessát ia à fabricação do "lajeão"
é de Cr$ 250 000,00 sem contar com os apatelhos acessó1ios, como o laminad01
(Cr$ 70 000,00), a cortadeíta (Cr$ 60 000,00) e o triturad01 (Ct$ 70 000,00).
Um forno contínuo, onde o processo de cozimento é muito mais 1ápi<lo do que nos
fot nos comuns acarreta uma despesa bastante elevada, de Ct$ 300 000,00 em média.
- 149 -

Além d&sses gastos essenciais, ainda se segue uma infinidade de outros, como sejam,
a instalação dos galpões, as grades para colocar o material a secar, o Lonsumo de
ene1gia. O ideal seria até a instalação de uma usina própria, que impo1 ta1 ia numa
despesa muito grande ( Cr$ 600 000,00), confo1me foi 1ealizado, por exemplo, na
"Olatia Bangu" (Distiito Fedeial) e na fábrica de manilhas "C10l" (Rio do Omo)
(Fotos 13 e 14)
Dêstes fatos depreende-se a impoitância do capital pa1a a indústria da ce1âmica,
sem o qual não poderiam as ola1ias evolvei Daí umas se te1em mantido estacioná1 ias,
enquanto outias chcga1am mesmo a dcsapa1ecer, como no Distrito Fcdeial e iegiões
adjacentes Na ilha do Govcrnad01, quando depois da constrnção da ponte que a
liga ao continente, intensificaram-se as obras de urbanização, as olarias existentes desa-
pareceiam A fábrica de tijolos "Santa Cruz", uma das maiores da Baixada d:1 Guana-
baia, foi destruída ao se inicia1em os loteamentos do Ja1dim Guanabarn

Foto n ° 14 - Olaria "Fontinha", Nilópolis As olarias menores não possuem o dispositivo das
vagonetas para depositar a matéria-prima no "picadeiro" Pode-se ver o trabalhador fazendo
a mistura da tabatinga e do barro, notando-se as camadas alternadas de uma e de outro
(Foto: N Bernardes)

Outias vêzes, embora não cheguem a desaparecer, algumas olatias não cvolvctam,
p01que há mais inletêsse da parte do proplietário cm conservai o lcneno que, dia a
dia, mais se valoriza, podendo sei vendido com grandes luctos Ao mesmo tempo
não é necessário o aprimoramento do padrão de p10dução, devido à giande prouua
do tijolo e alto p1eço alcançado por êsse produto Basta dizer que o tipo <ie tijolo
mais rudimentar, o maciço, é vendido a Cr$ 600,00 o milheiro i2.

'~ Vide o mapa do valo1 da p1odu(,âo em 1950


- 150 -

Além disso, tem-se de contai com o esgotamento das teservas de tabatinga e,


quando tal se dei, subsistirá apenas o valor das terras, pois ali não mais poderá
ser instalada outta olaria
Peito de Bangu, na antiga Estrada Rio-São Paulo, há uma olatia que, justamente,
está sendo liquidada, porque o ptoprietário iniciou o loteamento dos terrenos E, o que
é mais impo1tante: gtandes olarias como a "Companhia Mate1iais <le Construção'',
a "Ce1âmica Pôrto Rosa'', ou a fábrica de manilha "Crol", têm loteada quase tôda
a sua átea porque o espaço ocupado com a indúsbia é telativamente pcque:io A "Cetâ-
mica Pôrto Rosa" em São Gonçalo, já está iniciando a venda <le seus lotes
Não há dúvida, enttetanto, que o desapatecimento <las olatias é uma lendênLia
comum nos lugates que estão sendo invadidos pela utbanização Em 1879, MELO
MORAIS na sua Ci ônit ct (Teia! e Noticiosct do lmpé1 io, faz tefcrência a dive1s:1s olarias
que existiam no caminho Catiorn, e no caminho de São Ctistóvão, das quais nenhum
J esquíciohoje encont1amos. A u1banização fé-las desapatecer Il, ptovàvelmente, o
que acontece em São João de Me1iti e Nilópolis, onde as poucas ola1ias que existem
são muito p1imitivas e não resisti1ão po1 muito tempo
Enfim, é, 1ealmentc, uma situação paradoxal porque, ao mesmo tempo que se
ptoccssa a u1banização e tendem tssas ola1ias médias e pequenas à involução e mesmo
desaparecimento, outtas su1giram em função dela, ou a p1ovouuam Assim, a "Com-
1xmhia Matc1iais de Consttução" em Mesquita, município de Nova Iguaçu, aí se
instalou quando, loteada a fazenda do barão de MESQUIIA, adqui1 iu, em 19ü'í, os
lotes onde hoje está localizada Mais ta1<le, cm 1910 e 1915, fo1am auescidos com
novas aquisições E, o que é ainda mais interessante, em tôtno dela, cresceu Mesquita,
c1ue, na ocasião, não era nada mais que uma pequena estação da estiada de feiro

INDUSTRIA DE CERÂMICA NA BAIXADA DA GUANABARA

CONVENÇÕES
FONTE: SERVIÇO DE ESTATÍSTICA DA
PRODUÇÃO DO MINISTEfflO DA AGRl ~ Q TIJOLO
CULTURA
DADOS REFERENTES A 1950 V TELHA

V'
ESCALA
ORGANIZADO POR MARIA DA GLORIA C CM1POS
- 151 -

A Baixada da Guanabara oferece, sem dúvida, condições muito favoráveis "º


desenvolvimento Ja indúst1ia da cerâmica, devido não só à abundância da matéria-
-p1ima, como também, à p10ximidade do mercado carioca, de forte poder aquisitivo,
accessível attavés de numerosas vias de comunicação e à facilidade da obtenção de
mão-de-obra A grande concentração urbana do Rio de Janeiro abiangendo além desta
cidade e de Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, São João de Me1iti, Duque de Caxias
e Nilópolis, conco11eu, ceJ tamente, em maiores pi oporções, pata o extraordiná1io de-
senvolvimento das olarias
O aumento ctescente da população e, patalelamente a êle, as obras de mbanização
com o grande smto de constrn<.,Ões, tornavam cada vez mais nccessá1ios os p10dutos
da ceiâmirn Diante da enorme capacidade dêste me1cado, podei-se-ia, mesmo dizei
que êle vem ao encontro da indústria, tal é a procui a dêsse material O p10blema
da venda não ttaz, poi tanto, p1eocupações, não se ve1ificando concouência entre os
p10dutoi es, nem luta pela conquista e expansão dos mercados consumidores Este
fato explica, em pai te, a sobtevivência de pequenas olarias, com capacidade de pi o-
du<.,ão muito 1eduzida e qualidade infe1ior do ptoduto, cm 1elação às giandes em-
prêsas Do ponto de vista come1cial, contam ainda essas pequenas ola1 ias com a des-
vantagem de pe1manece1em na dependência das oscilações do metcado e crises que,
po1ventuia, venham a se dar Já as giandes olatias não ficam à me1cê dessas con-
tingências, pois contam com núme10 cetro de compiadores, disttibuido1es de mate1iais
de construção, sendo iaramcnte efetuadas vendas aos construt01es
O ucscimcnto do Rio de Janeiro se, po1 um lado, teve conseqüências diletas no
que se 1efc1e ao aumento da p1oclução, possibilitando a instalação de novas olarias
e a expansão das antigas, outras vêzes, pelo cont1 ário, êssc mesmo fato exe1ccu ação
inversa Muitas olatias da atual zona u1bana e submbana do Disttito Federal, como
as da ilha do Governador, desapareceram diante dos p10gressos da rn baniza<.,ão e do
aumento conside1ávcl do p1eço dos terrenos Só pucle1am sob1evive1 as que dispunham
de rnpital para investit em melhoiamentos nccessá1 ios, aumentando, p01tanto, a pi o-
dução Po1 out10 lado, a maior mat gem de lwros, permitiu fazer f1 ente à tendência
da espcrnla<.,ão sôb1e os terrenos No Dist1ito Fedeial êste fato se faz scntit tão
intensamente que, mesmo na zona tural, as médias e pequenas olarias que não dis·
põem de capital estai ão votadas ao desaparecimento, pois, torna-se mais lucrativo
lotear as suas te11as cm vez de auferir os pequenos luuos advindos das instalações
pi ecárias

BIBLIOGRAFIA

I - Li1•10r:

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3 gravuias - lndices especiais - Bibliogtafia - Editôia "A Noite" - S/data
PJZARRO e ARAÚJO, José de Sousa Azevedo - Memó1ias histó1icas do Rio de fanei10 e das
p1ovíncias anexas à jmisdição do vice-1ei do flstctdo do füasil" - 262 págs 9 vols
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PRADO JÚNIOR, Caio - Fo1mação do B1asil Contempo1âneo - Colônia - 388 págs -- Biblio
gtafia - Livtatia Martins Editôta - São Paulo, 1942
Histó1ia Econômica do B1asil - 332 págs - 3 mapas Bibliogiafia - Editôta Brasi-
liense Ltda - São Paulo, 1945
SAINT-HILAIRE, Augusto de - Virlgem pelrl p1ovíncia do Rio de faneÍ1o - Ttadução e nota~
de CLADO RIBEIRO LESSA - 378 págs - 13 gtavmas - Sétie Btasiliana - Vo! 126 -
Comp Editôta Nacional - São Paulo, 1938
StLVEIRA MENDES, Renato - Prlisagens C11lttt1?1ir da lfüiixrlda Fluminenre - Tese de douto-
ramento aptesentada à cadeita de Geogiafia Humana e ap10vada em outubto de 1948 -
171 págs - 15 mapas - 2 plantas - 4 gtáficos, 108 figuias, bibliogtafia - Unive1sidade
de São Paulo, Farnldade de Filosofia, Ciências e Lettas - São Paulo, 1950

II - Pe1iódicos:

BACKHEUSER, Eve1a1do - "A Geología do Dist1ito Fedetal" - Boletim Geog1áfico - Págs.


1 383-1 406 - 1 mapa - Ano III N" 35 - C N G - Feve1eito de 1946
BRANNER, John C - "Decomposição das Rochas no Brasil" - Págs 1103-1 112 - Tiansoito
no Boletim Geog1áfico - Ano V - NQ 58 - C N G - Feveteito de 1948
BRANNER, John C - "Decomposição das 10chas no Brasil" - Págs 1 266-1 300 - 6 figmas,
7 tabelas - Tiansoito no Boletim Geog1áfico - Ano V - C N G - N 9 59
Março de 1948
RuELLAN, Ftancis - "Evolução geomotfológica da baía da Guanabata e 1egiões vizinhas"
págs 445-500 - 12 figutas - 81 fotografias e bibliogtafia Revista 'B1c1silei1Cl de
Geog1c1fia - Ano VI - N 9 4 - Out -Dez de 1944
SILVA NIGRA, Dom - "A antiga fazenda de São Bento no Iguaçu" págs 257-282 - Revistrl
do Pc111i111ônio Hirtó1iw e Attírtico Nacional -NQ 7 - Min Educação e Saúde
Rio de Janeüo, 1943
GEIGER, Ped10 e out10s - "Estudos da tecupeiação econômica da Baix-~da Fluminense" in
"Loteamento na Baixada da Guanabara" - págs 95-101 - 4 fotogtafias - 1 mapa -
Anttá1io Geog1áfico do Estttdo do Rio de fanei10 - NQ 5 -- 1952
"O Rio de Janei10 de Ontem e de Hoje" pgs 55-83 - 10 fotogtafias, 5 tabelas
O Obse1vc1do1 Econômico e Financei10 - Ano XVIII - NQ 211 - Setemb10 de
1953, p 55
"Do Sobrado ao Auanha-Céu" - Págs 23-28 - 7 fotogtafias - 1 gtavma - 2 tabelas -
O Obse1vc1do1 Econômico e Fincmcei10 - Ano XVIII - NQ 213 - oNv 1953
"Consttuções Residenciais no Distiito Fedetal" - Págs 46-50 - Ano VI - NQ 9 --
Rio de Janeüo - Set 1952

Inéditos:

Notas da Comissão de Recuperação Econômica da Baixada Fluminense, coligidas nos ttabalhos


de campo executados pelos geógiafos MIRIAM GOMES COELHO MESQUITA e PEDRO PINCHAS
GEIGER.

/
- 153 -

Dados ertr1tístilos:

Estatística da P10duc.,ão de A1 tefatos de Bauo Sei vi<,o de Estatística da P10dução do Ministé1io


da Ag1icultma, 1efe1entes aos anos de 1940, 191t3, 19'16, 1947, l948, 1949 e 1950
Dados estatístiws da p10dução de tijolos no Distlito Fcdeial, segundo a XVII campanha estatística
do I B G E
Recenseamento de 1920 e 40 - Sino/Jre P1elimi11m dai Resttltridor Demof!,1cí/icor Segundo as
Unidader dei Fede1<11ão e os M111zicíJ,ios - Publ do Instituto Biasileiw de Geogiafia e
Estatística-Comissão Censitália Nacional

III - Mc1/h1s

Ca1tas to;oog1áficas da Capitania do Rio de Janei10, mandadas tüa1 pelo Exrno Si CONDE DA
CUNHA, Capitão-Geneial e Vice Rei do Estado do füasil, no «no de 1767 - Escala
1: 160 000
Cu ta do Disttito Fedctal 01ganizada pelo Sei viço Geog1áfirn Militai - 1922 - Escala --
1: 50 000
Ca1tas do Se1viço Geogtáfirn do Exé1cito - Fôlhas topog1áfirns - a) Nova Igmçu, b) Caxias,
c) Nite1ói, d) São Gon\alo - Escala -- l: 50 000 - 193 5
Mapas municipais do estado do Rio de Janei10, otganizados em ohsc1vânci.i ao Deueto-lci nacional
nº 311, de 2 de ma1ço de 1938 - Fôlhas de Nova Iguaçu, Caxias, Magé, Itabotaí,
Cachoeitas de M<tc<trn, São Gonc.,alo, Nite1ói e Mat icá - Vátias escalas
Ca1ta rn10g1áfica do Estado do Rio de Janei10, 01ganizada pelo Conselho Nacional de Geogiafia
em colaboiar,ão wm o Depaitamento Estadual - 1953 - Escala - 1:40 000
Carta da zona industiial do Dist1ito Fedetal, 01ganizada pelo Dep:utarnento de Geogiafia e
Estatística da P1 efeituia do Distiito Fecleial - cm ohset vância ao Deocto n" 8 140,
de 17/7/4'í-46 - Escala - 1:20 000
Mapas anexos aos liv10s, boletins e a1tigos da bibliog1afia
XVII SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

Realizou-se, na Capital da República, entie 14 e 24 de junho de 1957, a XVII Sessão


01dináiia da Assembléia Ge1al do Conselho Nacional de Geogiafia
i\b1indo a Sessão, o Presidente do I B G E , eng9 JURANIWR PmEs FERREIRA,
depois de saudar os delegados federais e estaduais presentes, destacou o significado e as
finalidades do cei tame e formulou votos no sentido de que dos debates 1esultassem con-
tiibuic,ões de ieal inteiêsse pata a soluc,ão dos p10blemas nacionais, 1elacionados com a
iernpeiação ernnômica do país Em seguida foi dada a palavta ao engº Vmduo COI\-
1\ÊA FILHO, Seoetário-Gei al do Conselho Nacional de Geogi afia, pai a lei o 1elatório
das atividades cio órgão Enlie os empteendimentos de que o ielató1io trata, destacam-se
os (jUe dizem 1espeito à elabotação ela Encidopéclia dos Municípios Brasilei1os e dos
Atlas Geog1áfirns pai a fins esrnlates, 1ecentemente dados à publicidade O documento
dá rnnta, igualmente, de todos os ttabalhos do Conselho nos setotes geog1áfico, ca1-
to gt áfico e cultural
No decottet elas reuniões, vátios p10jetos de resolução foram apteciaclos, dentre os
quais salientamos o que se tefere à constituição ele uma comissão de geógrafos para o
reexame da atual divisão regional do Brasil, especialmente no locante às i egiões nordeste,
leste e sul; outro que prottoga o mandato dos consultores técnicos nacionais e estaduais;
um que homologa os atos, delibetações e resoluções do Diretó1io Cential, baixados no
pedodo de setembro de 1956 a junho de 195 7, out10 que homologa i esoluções dos Dite-
tótios Regionais baixadas no pedodo compreendido entte agôsto de 1956 e junho de
1957; e mais ainda: o que piomove os rerntsos técnicos e financeitos destinados à ela-
botac,ão de 12 volumes ela "Enciclopédia cios Municípios Brasilei10s"; o que at1ibui aos
Ditetórios Regionais de Geogiafia dos Estados o enca1go de estudar e encaminhar acôt-
dos para estabelecimento de ju1isclição sôbte ilhas fluviais; o que dispõe convênios pata
feitura de ttabalhos geográficos e carlog1áficos fitmaclos com instituições oficiais ou par-
tirnlates, para serem executados pelo Conselho Nacional de Geografia, o que p10move
o estudo e encaminhamento de providências legislativas, no sentido de que as obtas di-
dáticas geográficas e ca1tog1áficas, destinadas a estabelecimentos públicos, sejam, pte-
viamenle, submetidas ao exame do Conselho Nacional ele Geogiafia Fotam, ao todo, a-
provadas dezenove i esoluções, dezesseis moções e qualJ o indicações, tôclas do maiot
alcance
Duiante os tiabalhos fo1 am lidos e debatidos os relatórios dos Ditetórios Regionais,
quando puc:eiam set apteciaclos os esfo1ços desenvolvidos nos Estados pata elevar, sem-
pre mais, o cone eito e a utilidade ela geogi afia no país
O delegado 1ep1esentante do Estado cio Rio ele Janeiio pte:.idiu, nesta Assembléia
Geral, a Comissão ele 01c,amento e Tomada de Contas, (rue examinou a volumosa cio-
~· 155 -

cumentação c.ontábil, relativa ao exe1cício financeiro transato, independentemente da a-


tuação em plenário

Flagrante da Mesa que presidiu os trabalhos de instalação da XVII Assembléia Geral do 1 B G E ,


vendo-se ao centro o Eng 0 Jurandyr Pires Ferreira, Presidente, ladeado pelos Drs Luiz Abreu Moreira
e Virgílio Corrêa Filho, Secretários Gerais do Conselho Nacional de Estatística
e Geografia, respectivamente

Foi realizada uma visita às Divisões de Geografia, de Cartografia e Cultuta, de gran-


de oportunidade, especialmente pata os delegados estaduais que tiveiam, assim, ocasião
de conhecer o ace1vo e o potencial dessa vigo10sa instituição que é o Conselho Nacional
de Geografia
Os estatísticos e os geóg1afos, reunidos, fotam homenageados pelo p10f JIIRANDYR
PIRES FERREIRA com um chunasco na ilha de Paquetá e um passeio pela baía de Gua-
nabara
O encenamenlo foi co10ado com uma exc.ursão a Belo Horizonte, pela 10dovia
JuscELINO KuBITSCHEK, com patadas em Juiz de Fora e Ba1bacena Na capital mineira
tiveram ensejo os delegados de apreciai os pontos pitorescos da cidade
A reunião final, 1ealizada no mesmo salão em que se instalatam os t1 abalhos, de-
cotreu num ambiente de teal c.ongra~amento, festejado pelo êxito dos empreendimentos
fornadas
A XVII Sessão 01dinária da Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia
estêve assim constituída:

Presidente: Eng9 JuRANDYR PIRES FERREIRA


Secretá1 io-Geral: Eng9 VIRGÍLIO CoRRÊA FILHO
Sec1etá1io Assistente: Sr ÜLMAR GUIMARÃES DE SouzA
- 156 -

DELEGAÇÃO FEDERAL

MINISTÉRIO DA AERONAUTICA
Delegado -- Cel. Av DIONÍSIO DE TAUNAY

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
Delegado - Engº ALBERTO RIBEIRO LAMEGO
Suplente - Eng? ALBERTO ILDEFONSO ERICHSEN

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA


Suplente - Prof HILGARD O'REILLY STERNBERG
Representante Especial - P1of CARLOS DELGADO DE CARVALHO

MINISTÉRIO DA FAZENDA
Delegado - Dt ROMERO EsrELITA
Suplente -- Engº MuRILLO C:As1 ELLO BRANCO

MINISTÉRIO DA GUERRA
Delegado - Gal JACYN n-10 DuLCARDO MOREIRA LOBATO

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Delegado - D1 EUGÊNIO VILHENA DE MORAIS

MINISTÉRIO DA MARINHA
Delegado - Alm JORGE DA SILVA LEITE
Suplente - Com ÊRICO BACELLAR DA Cos1A FERNANDES

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES


Delegado - Cel FRANCISCO FoNTOURA DE AZAMBUJA
Rep1esentantc Especial - Minist10 JoÃo Guu.rARÃES RosA

MINISTÉRIO DO TRABALHO
Delegado - Dt PÉRICLES DE MELLO CARVALHO

MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PúBLICAS


Delegado - Eng? FLÁVIO VIEIRA

PREFEITURA DO DISTRITO FEDERAL


Delegado - Eng? ARMANDO MARQUES MADEIRA

CONSELHO NACIONAL DE ESTATíSTICA


Delegado - Eng9 MoACIR MALHEIROS FERNANDES SILVA
-157 -

TERRITôRIO DO ACRE

Delegado - Dr ANTÔNIO PAULO FONSECA GNODIN

TERRITôRIO DO AMAP A

Delegado - Sr JoÃo BRAGA DE F.'\RIAS

TERRITóRIO DE RONDôNIA

Delegado - Sr CESAR AUGUSTO DE CARVALHO QumRoz

TERRITóRIO DO RIO BRANCO

Delegado - Sr MYRO BESSA DE LIMA

INSTITUIÇÕES CULTURAIS

Delegado - D1 ARNALDO VICENTE DE CARVALHO

INSTITUIÇÕES TÉCNICAS

Delegado - Alm BRAZ DA FRANCA VELLOZO

MEMBRO HONORARIO

Cel RENATO BARBOSA RODRIGUES PEREIRA

DELEGAÇÃO ESTADUAL

ALAGOAS

Delegado - Dr MÁRIO DE VASCONCELOS CAVALCAN rr

AMAZONAS

Delegado - Sr. TEMÍSTOCLES PINHEIRO GADELHA

BAHIA

Delegado - Engº EuZÉBIO DE CARVALHO

CEARA

Delegado -- Sr. AGEU ROMERO DA CUNHA

ESPíRITO SANTO

Delegado - Eng9 CÍCERO DE MORAIS

MARANHÃO

Delegado - D MARIA JosÉ SAMPAIO FREITAS


MINAS GERAIS

Delegado - Eng9 OTÁVIO PINTO DA SILVA

PARA
Delegado - Prof. ERNESTO CRUZ

PARAfBA

Delegado - D . IsMÁLIA BORGES

PARANÁ

Delegado - Sr Júuo PLANK BrTTENCOURT

PERNAMBUCO

Delegado -- Dr. MÁRIO CARNEIRO DO RÊGO MELO

PIAUf

Delegado - Dr JosÉ LOPES Dos SANTOS

RIO DE JANEIRO

Delegado - Eng9 Lurz DE SouzA

RIO GRANDE DO NORTE

Delegado - Dr AMÉRICO OLIVEIRA COSTA

RIO GRANDE DO SUL

Delegado - Dr JoÃo DE MoRAEs PEREIRA FILHO

SANTA CATARINA

Delegado - Eng9 CARLOS BüCHELE JÚNIOR

SÃO PAULO

Delegado - Engi VALDEMAR LEFEVRE

SERGIPE

Delegado -- Dr FELTE BEZERRA

'/

,/
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES GEOGRÁFICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO VERIFICADAS DU-
RANTE O ANO DE 1956 E APRESENTADO PELO
DIRETÓRIO REGIONAI. DE GEOGRAFIA A XVII SES-
SÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO CONSE-
LHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

INTRODUÇÃO

O arnntccimento gcog1áfoo de maio1 piojeção do ano, de âmbito nacional,


de giande iepeirnssão no Estado do Rio de Janei10, foi a instalação na capital da
República, no mês de agôsto, do XVIII Cong1 esso Internacional de Geogi afia. Êstc
Diretótio insueveu-se como mcmb10 efetivo, foi nêle 1ep1escntado pelo seu Seuetá1io
e icceberá, opoitunamcnte, os Anais a que fêz jus; paiticipou da Exposição de Ca1to-
grafia, api esentando nupas e uma coleção de p1ojetos u1 banístirns da zona de Cabo
f<tio Figu1aram, no Cong1csso, vá1ias teses ielacionadas com pioblemas fluminenses
de grande inte1êsse Uma das excursões foi dedicada à zona canaviciia do Estado,
havendo os Congressistas tido a opo1 tunidade de examinai e estudai urna região
de curiosos aspectos e conse1 vadot a de uma fisionomia tia d icional; de passagem tive-
iam contato com a paisagem salinci1a dos municípios de Saqua1ema, Aiarnama, Sãc
Peclto da Aldeia e Cabo Fiio É de se espetai que 1csultados práticos ad"enham dessa
exnusão de estudos, já que sumidades inte111acionais cm geog1afia cstivc1am ptescntes
a ela, empenhados no conhecimento daquela estl utma 1egional e na postetio1 clivul
gação de suas desrnbe1tas e pescruisas
Neste breve 1elato o Diretó1io rnmp1e o clolo1oso devei de assinalai o desapa1e-
cimento, em 1956, do Desemba1gador MYRTHARÍS1IDES DE Toumo PIZA, Ptesidente
do Tribunal ele Justiça, Cated1átirn da Faculdade de Direito e que, <lutante longos
anos, tomou parte ativa nos tiabalhos do Dirctó1io, com as luzes de seu saber
Cidadão ínteg10 e p1 obo, foi um exemplo de abnegação e tenacidade A sua figura é
Jclernbiada com respeito e aclmitação e a sua pe1 da consideiada ürcpa1ávcl O Düe-
tó1 io pi esta-lhe, ainda nesta hoJ a e mais uma vez, as suas iuestritas homenagens
Pela Resolução n'I 407, de 3 de julho de 195 3, ficou a Secretaria-Geia! auto1 i-
zada a p1omover a publicação, em volume, dos estudos geogt áficos lealizados na
Baixada Fluminense, pela Divisão de Geografia, em colaboração com o Departa-
mento Geográfico estadual Os estudos obedeceiam aos programas estabelecidos pelas
Resoluções ns 311, de 11 de outubro ele 1950, 325, de 5 de setembro de 1951,
e 371, de 25 de outubro de 1952, das respectivas Assembléias Geiais Registramos,
com imenso regosijo, que essa publicação foi cuidadosamente preparada pelos Geó-
- 160 -

giafos PEDRO PINCHAS GEIGER e MYRIAM GOMES COELHO MESQUITA, vindo a lume
no ano de 1956, sob o título "Estudos Rurais da Baixada Fluminense". Os temas
dêsse importante ttabalho ve1sa1am sôbre evolução econômica, propriedades, popula-
ção, os vários sistemas econômicos, a produção canavieira, a frutirnltma, a pecuátia,
colônias agrícolas, atividades extrativas, indúst1ias nas zonas rurais, loteamento, trans-
porte, comé1cio e nível de vida das populações rurais Sintetiza a obra aspectos d<l
geografia econômica e da geogiafia agtária e constitui um 1epositó1io de dados infot-
mativos de 1econhecído valor, pata os que quisetem ocupar-se da 1ernpe1ação eco-
nômica da Baixada Fluminense
Quando, na Assembléia Geral do ano ptoxuno findo, o 1ep1esentant.e do Estado
do Rio de Janeito aptesentou o projeto de resolução que dispunha sôbte a coopetação
do Conselho Nacional de Geogtafia na campanha nacional de 1eflo1estamento, pto-
movida pelo Ministétio da Agricultma, ouvíramos, em franco apoio à iniciativa, a
palav1a vib1ante e pat1iótica do ilustte tepresentante do Ministé1io da fustiça, p1ofessor
IluGÊNIO VILHENA DE MORAIS, quando, ent1e out1as afitmações de solídatiedade,
julgava se1 aquehl uma das mais impotiantes 1 esoluções que itia tomai, como de
fat.o t.omou, o Conselho Nacional de Geografia Alistado, pois, como ficou o C N G,
pela Resolução n 9 485, de 24 de agôsto de 1956, na memotável campanha cilada,
eis que coube ao Diretório Regional fluminense a sua panela de atividades nesse
elevado movimento cívico Escusado seria relemb1a1 que o Estado do Rio de Janeito,
em face da sua p10ximidade da Capital Fedetal, é uma das Unidades mais sau ifi-
cadas pela desordenada devastação das matas. Terminada a Assembléia Geral em fins
de agôsto, dispusemos sàmente dos últimos quatto meses do ano para planejar e
algo fazer, ainda em 1956, que me1ecesse menção neste regist10 Contamos, a patti1
do mês de outubto, com a coopeiação do geóg1afo ZrnDE MoREJRA, pe1tencente ao
quadro da Divisão de Geogtafia do e N G e que, havendo feito um CU1SO de
florestamento e 1eflorestamento na Univetsidade Rmal e sendo fluminense nato, apte-
sentou-se animado dos melho1es propósitos de realização Pudemos 1ealmentc constatai
o seu csfô1ço e dedicação no desenvolvimento das iniciativas postas em prática Com a
participação dêste citado elemento especializado, entramos em campo, estabelecendo
rnntato com todos os ó1gãos estaduais e federais sediados no Estado, direta ou indi-
1elamente ligados ao movimento. Dessa atividade 1esultou se!' acolhido no Conselho
Flo1estal Estadual, como assistente-técnico e como reptesentante do Di1etório. Esta
oco11ência facilitou rnnside1àvelmente a nossa atuação na campanha Inicialmente fo-
tam tomadas as seguintes ptovidências atiavés do nosso emissário suptacitado:

a) Entendimentos com o Inspelo1 Regional de Estatística a fim de se obter


um levantamento florestal do Estado;
b) entendimentos com o Chefe do "Serviço Especial de Educação Típica Rrnal
e P1aiana" para plantio de essências nas áteas não rnltívadas das escolas
típicas rnrais;
e) entendimentos com os Prefeitos Municipais no sentido de se instalar um
hôrto florestal em cada município, para fo111ecimento de mudas e sementes
aos laviadores;
- 161 -

d) entendimentos com o Chefe da 9 ~ Inspet01ia Regional flo1estal do Minis-


té1io da Agricultma, sediada em Niterói, com o fim de facilitar a aptoxi-
mação dessa Inspetotia com os P1 esidentes dos Di1etó1ios Municipais de
Geogiafia;
e) estabelecimento de contato petmanente com o Sectetá1io Executivo da Cam-
panha Nacional de Educação Florestal a fim de articulai as iniciativas do
Diretó1io com as ditet1izes geiais da campanha; e
f) apresentação, pelo prof ZIFDE MoRETRA, ao Conselho Flotcstal Estadual,
de um ptojeto de Resolução, por êsse técnico elaborado, que especifica e
define o movimento estadual em favor ela campanha de reflorestameuto

O ótgão estadual incumbido do reflorestamento obedece à orientação do Con-


selho Florestal Estadual e desenvolveu, dutantc os ttês últimos meses do ano de 1956,
exptessiva atividade, que se 1eflctc nos seguintes dados informativos:

a) Divisão do Estado cm 12 Inspct01ias Flotcstais;


b) seleção de 55 essências flotestais, pata sc1cm dist1ibuídas pelas Inspeto1ias
ele wnfo1midadc com a natureza ela região,
e) pi epa1 o de uma minuta de conttato que os lavtadorcs assina1ão conjunta-
mente com o Setviço de Reflo1estamcnto, pata o inccntivamcnto da pto-
dução florestal;
d) assinatura de 138 cont1 atos nos têrmos da alínea ante1io1;
e) plantio ele 'í98 122 mudas de essências pelas 12 Inspetorias, e
f) prepa10, em btiquctcs, de 1 295 521 mudas pata setcm plantadas nos pti-
meiros meses ele 1957.

Ao longo da 10dovia "Amaral Peixoto", que liga a cidade de Campos a Niletói,


fotam plantadas 9 618 árv01cs e p1cpa1adas 76 618 mudas pata o mesmo fim El1lon-
ttam-se instalados e cm funcionamento dois Hottos Flotestais, o de Atamama e o
de Pachccos, e dois Vivci1os Flo1estais, o ele Sampaio Co11êa e o ele l\farné
Para inctementar o icflotestamcnto novas iniciativas se1ão adotadas em 1957

ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO GEOGRÁFICO


DIVISÃO DA CARTA

A Divisão da Catta, havendo estabelecido o seu ptogtama de ttabalho 1igo1osa-


mcnte clcntto dos 1ccu1sos 01çamentá1 ios, concluiu lôdas as ta1cfas planejadas, com
eficiência e nos ptazos ptcvislos São os seguintes os ptincipais sc1 viços tcalizaclos e
cm J calização:

1- CARTA COROGRÁFICA DO ESTADO NA ESCALA DE l :250 000

V cm êste ti abalho sendo desenvolvido em rnlabornção LOm a Divisão de Cat tog1afia do


Conselho Nacional de Geogrnfia O Minislétio da Actonáutica, em attirnlação rnm o Conselho.
está 1 calizando a wbe1 tuta ae10fotog1áfiu1 do Estado do Rio de Taneito, nus, em obediência
ao uité1io adotado pelo Ministé1io, os vôos são feitos em cada 1egião do país, cm cc1 ta épow
do ano, quando o céu ap1 esenta maio1 limpidez Os vôos no Estado do Hio de Taneiw só se1ão
feitos no mês de julho, ocasião em que as condic.ões atmosféticas mosltam-se mais favo1áveis

11 - 25 625
-- 162 -

!~possível que no p1ox1111<> ,:::o de 19'í7 possa sei sobtévoada a átea teuitotial testante, do Estado,
o que p10piciatia a opottunichde de daunos pot rnnduída esta Ca1ta Co10g1áfica no ano de 19'í8
O novo mapa na eo·rnla de J :2'í0 000 setá mais uma gtandc wnquista no plal!o da cattogtafia
f1Lm1inense, pois tevelatá uma fisiogtafia mais rnrnplet,1, mais tirn em elementos compulsáveis do
que aquela até agota Lonhecicla

li - MAPAS MUNICIPAIS

Os v6os que estão sendo 1ealizados, pata a feiturn da Catta Co10g1áfica na escala de l:2'íü 000,
sct vilão também pata a elabo1 ac_ão de mapas municipais, na escala de 1: 'ítl 000, de \ ez que a cs-
utla de \ ''º é de 1: 30 000 A esrnlha desta última escala obeckceu à pt cvisão de se rnnfu.cionate111
os mapas municipais, conrnmitantemente com a tat efa, empenhada, de ptepato da Cu ta estadual
acima memionada Depois de wnduído, seuí um ttabalho de supta irnpo1tància, pois que os mapas
municipais existentes cLüam do ano de 1938, fotarn Lornpilados, quase todos, da Catta Cotoguífica
est<tdual de 1922, pelas 1'1 deitmas, cm obsu vância ao Deueto-lei nº 3 J 1; não passam de esquemas
ou esbo<,os info1mativos, eivados de falhas e de imptecisões Êste Depattamcnto está envidando
o mclhot de 'CUS edo1<,os pata que a Divisão da C,a1ta rnnte, no seu acctvo, L011l a (()lvtão rnmpleta
de mapas municipais, obtida pot meios térniws tcrnmendáveis

lll CRAVACÃO DE MARCOS DEFINITIVOS NA LINHA DlVISóRIA


RIO DE, JANEIRO-Sii.O PAULO

Quando teiminatam os tiabalhos telaLionados wm a defini<,ão da linha de limites ulmum aos


Estados ele São Paulo e Rio de Janci10, ficttam oavados ao longo dela 71 matLOs ptovisótios
de madeita etn pontos wnspícuos A substituil_ão dêstes, pot matws definitivos de wnoetu
atmado, teve iníLio em 19'i4, ptosseguiu em 19'í'í e 19'i6, de\endo fazei-se, em 1957, a substituit,ão
dos últimos onze O equipanientn e o pessoal de campo vêm sendo fotneLidos pelo Instituto
c;eog1áfico e (;eológito de São Paulo, que avotou a si a despesa detouentc, po1 pate((:t ao
Govê1no paulista que tal despesa seiia pequena demais pata set dividida Arnmpanha os t1abalhos
pot patte dêslc Estado o eng'' Oswaldo e_;agliano, auxiliai do Depattamento É opo1tuno assinalai
que a tatefa é assaz penosa, ptincipalmente a dêste ultimo tteLho, na Set ta Cctal, nos LOnfins dos
1'fonidpios de Rio Clato, Angrn dos Reis e Parnti, cm quc há grnndes distâncias despovoadas,
don1inadas po1 inatas inexplo1adas, de aspecto vitgen1, scn1 outto caminho senão a picada ahe1ta
em tc11ctHJ ptofundamcnt<: acidentado, sendo p1eciso ttanspottat cm lombo de butrn, além das
tta)has do aba11auunento, o matetial pata a confeL<,ão dos matrns -- ateia, cimento, fetlll, h1ita,
indusi\c água cm ct1tos casos - sob amiudados tc1npo1ais e (Ctcados de anitnals selvagens
JÍ opeta<,ão que só pildé sct efetuada durnnk alguns meses pot an(J em ohset1âll(ia às {()ndi<,ões
dimatéticas

IV - CRAVAÇÃO DE MARCOS EM DIVISAS MUNICIPAIS

Os P1deitos MuniLipais, ou muitos dêles, lutam <orn a difirnldade de não (()ilhtcetern o;


exatos pontos de suas linhas divisó1ias Na lealidade há linhas inte1municipais Luja desuicJio
é quase inwrnpteenshcl e outuis de difícil detnatca<Jio Assim, tôdas as \êzeo; que unia tutm:t
de rnrnpo opeta nas prnximidadcs de urn ponto de divisa intct muni< ipal, ap10veita a opottunicladc·
pata defini-lo e dematui-lo Con1 esta p1átiu1, conseguimos, neste ano 1 uava1 20 ma1cos dt
di\ isas tnunicipais cm pontos de difí<._il au·sso É de se espc1a1 que, con1 o 1 ottt'l dos anos.
sem nos desviai mos dL'ssa disciplina, chegai c!llos a J csoh et o p1oble1na das di\'isas rnimiúpai~,
deixando detnall ados todos os pontos de irnpot tância capital f:ste pt medinicnto muito fac ilitatc\
a tcdcl(ão futu1a das linhas di\isó1ias, quando se faul 111enc.,âo das <<11<HteJÍsticas individu;1lizado1as
{k c:ld<l rnatco I~ esta m;1is uma conttihuic..ão \aliosa que o E:.;tado L'.St8 p1cslando aos J\ifunicípios

DIVISÃO SAt\jlTÁRIA E DE URBANIZAÇÃO

As atividades desta Divisão desen1 oLuam-se no1malmcnlc e o p1 og1 anu pai a


ela ltaçado no wmêc,o do ano foi atingido de maneira satisíató1ia Se111p1c L]lle deli-
neamos um plano ele u1 banização, levamos cm conta, na sua elaboração, ;t'.i solic i-
- 163 -

tações das Prefeituras no curso dos trabalhos, feitas no sentido de darmos ajuda
na solução de seus problemas técnicos Pedem-nos alinhamentos, nivelamentos, loca-
ções, pequenos levantamentos e outtos serviços dessa natureza, que, pela completa
ausência de profissionais habilitados nos seus quadros, deixam de ser feitos em pre-
juízo da boa administração, nos casos em que não podem lançar mão dos nossos
recursos. Para resolver essa situação angustiosa das Prefeituras de menores recursos,
que não podem sozinhas arcar com a manutenção de um engenheiro, temos lembrado
a conveniência de unirem-se três ou quatro municípios contíguos e custearem, êles
juntos, a despesa decorrente da pe1manência de um profissional nesse grupo para
atender, em comum, tôdas as necessidades que surgissem, da especialidade Se1ia o
ptincípio cooperativista pôsto em prática, em peculiar modalidade, a tiazer os seus
benéficos resultados Se tal providência não fôr adotada, serão, no futuro, os nossos
esctitórios técnicos de urbanização que terão de suportar êsse acrésdmo de serviço,
por não recusarem os apelos invariàvelmente formulados
Foram as seguintes as principais realizações desta Divisão:

- SÃO JOÃO DA BARRA, ATAFONA E GRUSSAí

Estas ttês localidades iecebcrnm, a um só tempo, o seu plano de w banilac_ão, antes de sei
ctiado êste Depa1tamento Uma via do plano foi ent1egue à P1efeiturn de São João da Ba11a
pata que p10movesse a sua execução Esta medida, po1ém, não foi tomada e wrn a sutessão dos
Pi efeitos foiam desapatecendo peças do plano, só não chegando a peidei-se êsse valioso ace1 vo,
poique com a oiação dêste Óigão foi-lhe enhegue uma segunda via, que se acha atualmente
1esgua1dada no sei viço de documentação Há alguns anos 1ecebemos iernmendac.ão supe1io1 paia
levantai novamente o cadastto de Atafona e G1Ussaí, pois, pela falta de inte1êsse que houve
pela exernção do plano, algumas centenas de casas foiam constrnídas a esmn, sem qualquer
considetação de 01dem utbanística
Feito o novo levantamento cadastial p10cu10u-se adaptai ao mesmo o plano tiaçado, nas
melho1es condições Mantém o Departamento, sediado em Atafona, um pequeno esnitótio de
utbanização, onde opetam dois de seus auxiliaies Estão fazendo a Jocar_ão do plano, matlando
quadtas, nivelando llHlS, otientando a P1efeitma, mantendo o cadastro atualizado, fiscalizando
a planta de situa(,ão dos p1édios que estão sendo levantados Os teuenos ele ma1inha fmam
cedidos ao Estado pelo Govêtno Fedetal mm a wndi,,ão de sei aplicado o produto da venda
dos lotes iespectivos na execuc,ão do plano de uibanizac,ão lotai Estamos aguardando, com
1edobiado empenho, que a Divisão do Domínio localize a posic_ão da linha de marinha pata
que tais lotes possam sei alienados Uma vez atingido êsse objetivo, podeiemos contai com
algumas dezenas de milha1es de uuzeitos pata invutct na constnu,ão de meios-fios, sarjetas, em
arboiizações, em pavimentações de tuas e ajaidinamentos Atafona e Grnssaí, bem ampaiatlos os
seus pfanos de mbanização, tornai-se-ão dois balneáiios de ptojeção internacional
Damos a seguit uma 1elação, ap1esentada pelo Auxiliai de Engenhei10 GERSON FONTOURA,
dos seivic,os p1incipais iealizados em Grnssaí, Atafona e de out10s solititados pela P1cfeiturn:

o) Grussoí

a) Levantamento cm poligonal de 3 875,00 m do lado oposto da Lagoa de G1ussaí,


a fim 'ele ptolongat o plano de utbanização pot aquêle lado e definit a
linha de matínha dema1rnda pelo Domínio da União;
b) levantamento em poligonal de 2 907,00 m, wm demarcac,ão da linha de gieide
na Avenida da Libe1dade, pata p1epaiação da pavimentac.ão da mesma;
e) loca~ão de 2 138,00 m da Avenida Atlântica;
d) levantamento e locação em poligonal de 2 153,00 m, em fientc à Escola de
A1nend1zes de Matinheitos, a fim de ttaça1-se o gieide da 1ua;
e) locação de oito tuas do plano, na extensão total de 7.. )24,00 rn e colocação,
de piquetes nos cantos de quadias;
- 164 -

f) locação do prolongamento da Avenida Barão da Boa Viagem à Avenida Atlân·


tica, numa extensão de 6 471,00 m;
g) locação das quadras ns 21-22-23-24-25-33-34-35-36-37-38-41 e Piaça I;
h) cadast10 de doze prédios novos a fim de atualizar a planta geral;
i) ensaib1amento em tôda ext<:nsão da Av da Libe1dade, no pe1cu1so de 2 035,00 m.
Este trabalho foi custeado pelos moiadores da 1eferida avenida e auxiliado
pela Prefeitura;
j) ensaibiamento de um tiecho da Avenida Atlântica entre as quadras 42-47-50
numa extensão de 540,00 m;
1) ensaibiamento da Rua n• 9, ent1e as quadras 47-48-50-51

b) Atafona

a) Levantamento em poligonal de 2 702,00 m da linha da divisa ent1e a Esuada


de Feuo Leopoldina e o Estado, a fim de determinar e solucionai com segmança
os teuenos alodiais, pertencentes ao segundo Tivemos, nesses serviços, a
colabora~ão dessa Estrada, que nos forneceu marcos de trilhos que foram
colocados em tôda a extensão da linha;
b) locação das Avenidas 6 e 13, num total de 675,00 m;
c) locação das Ruas 4-11-17-15-19, na extensão de 983,00 m;
d) locação das Piaças D e E;
e) locação e ensaibiamento da P1aça da lg1eja "Nossa Senhota da Penha";
f) locação de 26 p1édios novos, de acô1do com exigência do plano de u1banização;
g) locação das Ruas C-D-26, atendendo a pedido da C C M , a fim de estender
a rêde elétiica;
h) ensaibiamento de um Uecho da Rua 24, paitindo da Rua do Farol até atingir
a Avenida A, numa extensão de 123,00 m

e) Serviços prestados à Prefeitura

a) Informações em processos paia aprovação de 16 pedidos de obias novas, em


Atafona e Grussaí;
b) idem, idem de 8 pedidos de 1eformas, pinturas etc ;
c) idef11, idem de 6 pedidos de loteamentos;
d) levantamento em poligonal de 583,00 m, à Rua dos Passos, paia efeito de
ensaibramento;
e) projeto e desenho de sanitários tipo pad1â<- a fim de se1em constluídos em
todos os distritos do Município;
f) fornecimento à municipalidade do código de obras, organizado pelo D G
g) estudo da estiada de ligação entre Ga1gaú-Campo Novo, piqueteado de 20 em
20 metros, numa extensão de 11 156,00 m;
h) nivelamento de todo o pe1curso acima citado;
i) estudo para a 1efo1ma da ponte de Ga1gaú;
j) estudo da estrada Tiavessão da Baira a Pingo Dágua, num pe1curso de três
quilômet10s;
1) nivelamento de tôda extensão acima citada;
m) locação do trecho acima 1efe1ido;
n) desenho e p10jeto da estiada Ga1gaú-Campo Novo, em fôlhas de 0,80 x 0,33 m,
em núme10 de onze;
o) de~enho do conjunto do p10jeto acima citado;
p) desenho do perfil da estiada mencionada, mm o J espectivo gieide

2 - MANGARATIBA

O plano de u1banização pan esta cidade, iniciado no ano anteiio1, foi concluído e enhegue
ao Senhor Prefeito,:: que se most10u agradecido ao Govêrno po1 haver 1ecebido tão preciosa dádiva
,Q, çhefe do Executivo. Municipal acompanhou, pessoalmente, a evolução dos tiabalhos até o final,
manifestando-se de acôrdo com os traçados, por achá-los plenamente éxeqüíveis Na realidade,
- 165 -

temos pot n01ma, ao Jelineat os nossos planos, evitat ao máximo as desaptoptiai,ões (Ustosas,
sem fe1it a apiimoiada estétirn, a fim de fa(ilita1 a execui,ão do ptojeto, evitando, poste1io11nente,
ieclamac.ões em massa Temos wnseguido gtandes tesultados mm essa sistemática e obtido a
simpatia das autot idades do muni d pio

3 - ITAPERUNA

A tidade de Itapetuna estende-se pot uma g1ande átea, o que nos levou a exewta1 um
levantamento de dilatadas dimensões Tetminamos d mante o ano o se1 viço de (ampo, mmp1eendido
pot ttiangulac.ão, poligonais, nivelamento, altimettia getal e cadast10 Estamos desenvolvendo os
tiabalhos de esuitótio que se citcunsoevem a cálculos, desenhos, teduções, (Ópias e planejamentos

4 - NOVA FRIBURGO

O p10jeto urbanístico pata esta (idade foi o mais alentado feito até hoje pelo Departamento
Ob1igou-nos ao levantamento de uma área de cê1rn de quinze milhões de metros quadtados em
um te11eno dos mais acidentados Esta sede muni(ipal oes(e numa p10po1ção de ap10ximadamente
mil casas pot ano, pot onde se evidencia a impottâmia de um plano mntroladot e cootdenador
de tal ctescimento O Ptefeito valeu-se da nossa p1esença em campo e dos nossos set viços de
esoitório pata bem 01ienta1 a sua administiação, não petmitindo fóssem consttuídos ptédios em
lugates p1eviamente indicados pata futmas desap10p1iai,ões; colabo10u mm a nossa equipe, mm
vetdadei10 espÍlito público, teconhnendo o valot 1eal do empreendimento Uma vez seja instalado
um nosso esuitótio de mbanizac.ão nesta Jornlidade, embota pata se1vit a mais onze muni(ipalidades
(Ücundantes, há de êle prestar inestimável sei viço ao local, fiscalizando a atualiza1,ão do rndast10;
intet vindo nas lornções, obset vando o movimento de distensão da zona subu1bana e, nos pontos
de t1ansbo1damento sôbte a átêa tutal, acudindo prontamente com levantamentos que permitam
projetai a ampliação do plano, em moldes de petfeita ha1rnonizac.ão O p10jeto está concluído
e aguai da unirnmente a conclusão dos tiabalhos de encadernação pata se1 enttegue à Ptefeitma,

5 - RESENDE E AGULHAS NEGRAS

Fiwu concluído o serviço de rnmpo paia o plano mbanístico, em elaboiação, destas duas
localidades que, separadas pelo tio Paraíba do Sul, ieptesentam, no entanto, uma só unidade
popula(ional A linha fé11ea e a pista 10doviá1ia atravessam Agulhas Negras, de onde se1vem
a cidade de Resende A nova ponte de conneto armado, que liga êsses dois cent10s de atividade
humana, rnnstitui um elo a mais na fusão das duas rnletividades nsse aspecto setá devidamente
<.onsidetado no planejamento mbanístico do conjunto Ptesentemente, rnida-se da p1epaiação dos
desenhos, das mudanc.as de escala, de LÓpias em tela e vegetal e das disposições prelimina1es
O ttaçado mbanístirn será a última opeta~ão São 39 ptan(has de desenho que têm de ser
manipuladas, devidamente compostas, Jigo10samente ajustadas, antes de se1em teduzidas a urna só,
pata a apte(iação integial, como rnnvém aos estudos

6 - MACAÉ

Estão bastante desenvolvidos os tiabalhos de campo telacionados wp1 a elabo1ação do plano


mbanístirn pata esta (idade No inte11egno dos levantamentos foiam prestados, também, valiosos
se1 vi e.os à P1efeitma lornl, em alinhamentos, nivelamentos e lornções, pois, desp10vid~ . como se
a(ha de elementos térniws habilitados, tem se valido do npsso pessoal Estamos chegando na
fase ini(ial das opeiações de esuitó1io A cidade está te(ebendo um <t(hixo de vitalidade, que se
1evela pelo nescimento dos bai11os, do comét(io e da indústtia U1ge, pois, seja a P1efeituia,
o quanto antes, benefi(iada mm o plano de mbanização da sede municipal, pata que possa
da1-lhe, em face do seu uescimento espontâneo, a dileção adequada O Depattamento esfo1i,a1-se-á.
pot rnnduit os ttabalhos no exettkio de 1957

7 - CONCEIÇÃO DE MACABU

Podemos conside1a1 quase findos os levantamentos desta cidade pata a elaboração do seu plano
urbanístico Contamos sempte mm ótima disposição do Senho1 P1efeito a fim de levarmos a boni
tê11110 a nossa ta1efa Vamos ini(ia1, no l 9 semestte de 1957, os serviços de esoitótio -- cálculos
e desenho
-166 -

8- MENDES

Foi concluído o plano de urbanfaação neste exercício e entregue à Prefeitura, para a respectiva
execução

9 - MAGÉ

O plano de urbanização desta cidade também ficou concluído e será encaminhado à Prefeitura,
em princípios de 1957.

10 - CORDEIRO

Chegamos à parte final do projeto. Os desenhos estão prontos Sôbre a planta de conjúnto.
está sendo traçado o plano

11 - RIO CLARO

Foram concluídos os levantamentos topog1áficos. Vão ser iniciados os trabalhos de escritótio


Recebemos da Prefeitura, durante a estada em campo, a hospedagem do operador chefe da turma
e o auxílio de dois homens

12 - CONSELHEIRO PAULINO

Demos início aos levantamentos geodésicos desta localidade, que será considerada como um
prolongamento da cidade de Nova Friburgo Já há muito de comum na vida de ambas ~s
populações, circunstâncias que não será esquecida por ocasião de se estudai a feição urbanística
que se deverá imprimir a Conselheiro Paulino

13 - ITABORAi

Foram inciados os serviços de campo, já no fim do exercício, devendo seguir-se com. os.
levantamentos no ano de i957. "

OBRAS DE SANEAMENTO ~m;>RAULICO


·:l
BOM JARDIM

Corta a Cidade de B'om Jardim o ribeirão Flo1es'ta, que, no plano de Ulbanizâção, figura canaliza-
do O estudo da canalização foi feito para atender o problema das enchentes a que estava sujeito
êsse curso dágua Caso seja o projeto do canal inteitamente executado não ,haverá. mais t~ans­
bordamento 1l, no entanto, uma obra dispendiosa e por isso não obteve o Departamento recursos
suficientes para levá-la a têrmo Há muito~ anos foi feito um canal de pedra para conter as
águas do ribeirão, mas nem a forma nem a estrutura da obra obedeciam a especificações técnicas
O resultado foi o desmoronamento de uma grande parte à montante Na impossibilidaae de cons-
trnirmos todo o novo canal projetado, limitamo-nos ao setor desmoronado e com pequehas dotações
anuais fizemos uma restauração em boas condições de estabilidade. Esperamos deixar êsse 'trecho
concluído até fins de 1957

2 - CORDEIRO

Esta cidade também tem o seu p10blema de enchentes Ao estudarmos o seu plano de
urbanização levamos em conta o fenômeno P10jetamos um canal para o curso dágua que passà
pela cidade, tirando partido paisagístico e corrigindo a causa das cheias Durante o ano trabalhou
uma turma desta Divisão desmontando a ponta de um espigão, que produzia um estrangulamento
no rio, provocando extravasamentos, por ocasião ·das chuvas pesadas Esta obra é complementar
do traçado urbanístico idealizado
- 167 -

TRABALHOS DE ESCRITóRIO E DIVERSOS

a) Trabalhos de escritório

Cópia, em tela, de duas fôlhas do plano de urbanismo da cidade de Barra


do Piraí - Escala 1: 3 000, ano 1936;
2 cópia em vegetal do mapa de Pet1ópolis na escala de 1: 100 000;
3 cópia coloiida do mapa do Estado do Rio de Janeiio na escala de 1:400 000,
com o esquema do nivelamento geodésico de 1• 01dem;
4 3 cópias colo1idas (papel ozalid) do plano de uibanização da cidade de
Cabo F1io, na escala de 1: 5 000;
cópia colo1ida (papel ozalid) do plano de mbanização da cidade de Bom
J a1dim, na escala de 1: 1 000;
6 cópia coloiida (papel ozalid) da planta de conjunto da cidade de Bana Mansa,
na escala de 1: 5 000;
7 1edução, com desenho da planta em papel vegetal, de um p10jeto de 1emode-
lação da cidade de Nite1ói, da escala de 1: 2 000 paia a de 1: 10 000;
8 1edução, com desenho da planta em vegetal, de um p10jeto de 1emodelac,ão
da tidade de Nite1ói, da escala de 1:10 O'.IO para a de 1:25 000;
9 éÓpia em vegetal de um p10jeto de 1emodelação da cidade de Nite1ói, na
escala de l: 2 000;
10 - Cópia em vegetal do levantamento parcial da Restinga de Cabo F1io, na
escala de 1: 10 000;
11 cópia colo1ida da planta de conjunto de Angia dos Reis, na escala de 1: 2 000;
12 1edução, com desenho do mapa em vegetal, do mapa do município de Miguel
Pereira, da escala de 1:50 000 paia a de 1:250 000;
13 - cópia em tela do mapa da cidade de Niterói, na escala de 1: 10 000;
14 - éÓpia em vegetal do mapa do município de Vassouias, na escala de 1:250 000;
15 - t_Ópia em vegetal do mapa do município de Itaocaia, na escala de 1: 100 000;
16 confecção, em papel canson, de 2 letreiros para o gabinete do Exmo Sr Se-
c1etáiio de Viação e Obias Públicas;
17 cópia em vegetal do mapa demonstlativo dos distiitos florestais, da 9" Inspe-
t01ia Regional do Se1viço Flo1estal, na escala de 1:400 000;
18 2 cópias colo1idas, em papel ozalid, do se1 vic,o memionado no item anterio1;
19 cópia em vegetal do mapa do munidpio de Campos, na escala de 1: 100 000;
20 cópia em vegetal da planta do pô1to de Niterói, na escala de 1:2 000;
21 2 LÓpias wlo1idas, em papel ozalid, do mapa do Estado do Rio de Janei10,
na escala de 1:250 000;
22 cópia colo1ida, em papel ozalid, da planta batiméttica da baía de Guanabara;
23 1edução de 33 fôlhas do levantamento cadastial de Itaperuna, da escala
de 1: 500 pa1a 1: 2 500, pa1a confecc,ão da planta de conjunto;
24 cópia em vegetal do t1ed10 da 1egião tio Paca-Seltão João Rodtigues, na
linha divisóiia Rio de Janeiro-São Paulo, na escala de l: 50 000;
2'í - desenho do plano de mbanização de Mendes nas 16 fôlhas (tela) do levan-
tamento cadastial, na escala de 1: SOO;
26 - desenho cio plano de urbanização de Mendes na planta ele conjunto cio
levantamento cadastial, na escala de 1: 2 000;
27 desenho do plano ele mbanização de Mangaiatiba nas 7 fôlhas (tela) do
levantamento rndastial, na escala de 1: 500;
28 - desenho cio plano de uibanização de Mangaiatiba na planta ele conjunto do
levantamento cadastial, na escala de 1: 1 000;
29 - desenho do plano ele mbanização de Magé nas 7 fôlhas (tela) do levantamento
cadastral, na escala de 1: 1 000;
30 ~ desenho do plano de uibanização ele Magé na planta de conjunto cio levanta
mento cadastral, na escala ele 1 :2 000;
- 168 -

31 3 cópias colo tidas (em papel ozalid) do plano de conjunto de Mendes, na


escala de 1: 2 000;
32 3 cópias colotidas (em papel ozalid) do plano de conjunto de Mangarntiba,
na escala de 1: 1 000;
33 3 cópias col01idas (em papel ozalid) do plano de conjunto de Magé, na
escala de 1: 2 000;
34 desenho em papel vegetal das ptaças dos planos de mbanizac,ão das cidades
de Mendes, Magé e Mangatatiba;
35 - desenho do plano de mbanizac,ão da cidade de Nova Ftibmgo nas 38 fôlhas
(tela) do levantamento rndastial, na escala de 1:1 000;
36 desenho do plano de mbanizac,ão da cidade de Nova F1ibu1go cm 38 fôlhas,
vegetal, na escala de 1: 1 000;
37 desenho do plano de mbanizac,ão da cidade de Nova Ftibmgo na planta de
conjunto (tela) do levantamento rndastial, na escala de 1:5 OCO;
38 80 cópias colo1idas (papel ozalid), do plano de u1 banizac,ão e cadastral de
Nova Ftibmgo, na escala de 1: 1 000;
39 80 cópias colo1idas (papel ozalid), rnmpreendendo somente o plano de
urbanização, na escala de 1: 1 000, de Nova 1'1ibmgo;
40 - 10 cópias colotidas, do plano de mbanização ( rnnjunto) de Nova F1iburgo,
na escala de 1: S 000;
41) 36 cópias coloridas ( ozalid), compteenclendo detalhes de ptaÇJS, ja1clins etc ,
do plano de mbanização de Nova Ftibmgo, em divetsas escalas;
42 desenho do plano de mbanização da cidade de Nova F1ibu1go nas 6 fôlhas
(tela) do levantamento cadastral, na escala de 1: 2 000;
43 12 cópias colotidas (papel ozalid) do plano de mbanizac,ão da cidade de
Nova Ftibmgo, na escala de 1:2 000;
44 - marcação, pot coo1denadas, das fôlhas 01iginais nos planos de conjunto das
cidades de Santo Antônio de Pádua, Paiati, Mone1á, Mitacema, Mendes,
Duas Barras, Cachoeitas de Macacu, Piiaí, Magé, Mangaiatiba, Baua Mansa
e Volta Redonda;
45 - cópia em vegdal do mapa do município de Casimi10 de Ab1eu, na escala
de l: 100 000;
46 cópia em vegetal do mapa do município de Angta dos Reis, na escala
de 1: 100 000;
47 cópia do mapa do município de Piiaí, na escala de 1: l 00 000;
48 cópia em vegetal do mapa do município de Resende, na escala de l: 100 000;
49 cópia em vegetal do mapa do município de São Peclto da Aldeia, na escala
de 1:50 000;
50 cópia, a nanquim, do desenho a lápis em 40 fôlhas de papel canson contendo
o levantamento cadasttal de Resende, na escala de 1: SOO;
S1 cópia em tela de 22 fôlhas de canson do levantamento rndast1al de Resende,
na escala de l: 500;
52 cópia em vegetal do levantamento do local pata o Hôtto Flo1estal de Resende,
na escala de 1: 2 '50;
53 desenho em tela do levantamento planiméttico e altiméttico do Pattonato de
Meno1es em São Gonçalo, na escala de 1: l 000;
54 cópia en1 vegetal do mapa do município de Cabo F1io, na escala de 1:100 000;
SS cópia em vegetal do mapa do município de Cambuci, na escala de 1: 100 000;
56 cópia em vegetal do mapa do município de Ca1mo, na escala de 1: 100 000;
57 LÓpia em vegetal do mapa do município de Baua do Pitaí, na escala de
1: 50 000;
'58 cópia em vegetal do mapa do município de Bom fesus do Itabapoana, na
escala de 1: 100 000;
59 cópia em vegetal do mapa do município de Magé, na escala de 1: 50 000;
60 cópia em vegetal do mapa do município de Ma1icá, na escala ele 1:50 000;
61 cópia em vegetal do mapa do município de Rio Clato, na escala de 1: 100 000;
- 169 --

62 cópia em vegetal do mapa cio munidpio ele Silva Jaidim, na escala de


1 :100 000;
64 cópia em vegetal do mapa cio município de São Gonçalo, na escala de
1:50 000;
65 cópía em vegetal cio mapa do munidpio ele Patati, na escala de l: 'iO 000;
66 cópia em vegetal ela planta de loteamento do Balneá1io Mat e Céu, na tidade
de Cabo F1io;
67 desenho, em tela, ela fôlha B4, do plano ele mhanização de Cabo F1io, mm
a modificação int10cluzida em fa(e cio loteamento do Balneá1io Ma1 e Céu;
68 - desenho, em tela, das fôlhas D2-C2-D3 e C3 do plano de mbanizac,ão de
Cabo Ftio, com as modificações int10duzidas pelo loteamento de uma á1ea
a sei ateuada e a wnst1ução de um cais pela Engenha1ia, Atquitetma, Cons-
trnc,ão Gemaco Ltda ;
69 desenho, em tela, da nova planta de conjunto ele Cabo Ftio, com ap10vação
do Exmo S1 Sec1etário de Viação e Obias Públicas, na escala de l:'i O'.iO;
70 cópia em vegetal do mapa do município de Nite1ói, na escala de 1:25 000;
71 cópia em vegetal do mapa do município de Itaboiaí, na escala ele 1: 'íO 000;
72 cópia em vegetal cio município de Bom Ja1dim, na escala de 1: 100 000;
73 cópia em vegetal do mapa do município de Mangaiatiba, na escala de 1: 'iO 000;
74 reduc,ão do mapa do Estado do Rio de Janei10, de l: 400 000 pata 1: l 000 000,
e a respectiva cópia em vegetal;
75 cópia em vegetal do mapa do município de Matquês de Valença, na escala
de 1: 100 000;
76 cópia em vegetal do mapa do munidpio de Müacema, na escala ele 1: 50 000;
77 cópia em vegetal do mapa cio munidpio de Nova Ftibmgo, na escala de
1: 100 000;
78 cópia em vegetal cio mapa do município de Te1esópolis, na escala de 1: 100 000;
79 cópia em vegetal do mapa cio município de Aiaruama, na escala de 1:50 000;
80 cópia em vegetal do mapa cio município de Duas Bauas, na escala de
1:50000;
81 - copta em vegetal do mapa do munidpio de Duque de Caxias, na escala
de 1: 50 000;
82 cópia em vegetal do mapa do munidpio de Itaguaí, na escala de 1: 50 000;
83 cópia em vegetal cio mapa do município de Macaé, na escala de 1: 100 000;
84 cópia em vegetal do mapa do município de Natividade do Carangola, na
escala de 1: 100 000;
85 - cópia em vegetal do mapa do município de Nilópolis, na escala de 1: 10 000;
86 cópia em vegetal do mapa do município de Nova Iguaçu, na escala de 1: 50 000;
87 cópia em vegetal do mapa do munidpio ele Paraíba cio Sul, na escala de
1: 100 000;
88 - (Ópia em vegetal do mapa do município de São João de Me1iti, na escala
de 1:15 000;
89 - cópia em vegetal do 1hapa do munidpio de Saqua1ema, na escala de 1: 50 000

b) Trabalhos diversos
Além dos tiabalhos a(ima enumeiados a D C , em colabo1ac,ão mm a D S U , desinrnmbiu-se
dos seguintes tiabalhos:

1 p10vidê1Kias pata wnse1 vação do matei ia! térniw e todante do Depaltamento;


2 providências 1elativas à compta de mate1ial mecânico e equipamento de sei vic,o
de campo;
3 - se1viços mecânicos exerntados na pequena ofidna dêste Departamento, mm
1epa10s, ajustagem e rnnse1vação de cai10s, bem como aquisição de rnateual
lllgente, inclusive combustível e lub1ificante;
4 - organização e mntlôle do fi(há1io de enttada e saída do mate1ial pe1ten(ente
ao Departamento e sob a guarda da Divisão da Ca1ta;
5 - wnse1vação dos prédios das oficinas, de garagem e de 1esidncia d'> enrnuegaclo
- 170 -

COMISSÃO DE TERRAS

Quando esta Comissão foi instalada havia uma suposição de que o Estado pos·
suía numerosas glebas devolutas colonizáveis A Divisão do Domínio tem encon-
trado os mais sérios tropeços para definir terras devolutas próprias estaduais Foi-nos
entregue a átea de Sodrelândia, sem estar medida, e então era voz corrente na região
que o Estado dispunha, ali, para mais de mil e quinhentos alqueires geométricos
Feito o levantamento, pela Comissão, constatou-se que a parte disponível do Estado
não ia além de cento e cinqüenta alqueires A wlônia fica afastada cêrca de dez
quilômetros da vila de Sodrelândia Foram construídas estradas de penetração, em
tetreno muito acidentado, num total de trinta quilômetros de extensão; levantadas
43 casas de colonos e as instalações da Comissão, na vila, de onde deveria ela irradiai
as suas atividades, pelos municípios vizinhos, em que se presumia possuir o Estado
vários tratos de terras colonizáveis Resta-nos passar o núcleo colonial de Sodrelândia
à Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, uma vez que já se a(ha preparado
para essa transferência
Dispõe o núdeo de 45 lotes, sendo que em dois dêles não foram construídas
rnsas de colono, Dos 43 lotes servidos de moiadia, 35 mantêm-se owpados, 4 estão
comprometidos e os restantes, reservados Houve várias desistên(ias, no rnrso da
colonização, motivadas, ora por absoluta falta de recursos do colono, ora por doença
grave em pessoa da família e falecimento, ou pot insufi(iência de vocação pata a
lavoura ou, ainda, por falta de disposição para trabalhar àrduamente Tem havido
grande prornra de lotes, porém, quase todos os candidatos ou têm o vício da bebida,
ou não contam com um passado recomendável ou são de tal maneira desprovidos do
mínimo para se manter, numa situação de indigência, que não podem ser admitidos;
Tem havido lotes que foram ocupados por 4 e 5 vêzes, antes de encontrarem o mo-
rador definitivo É indispensável que o colono, pata se instalar no núcleo, traga
consigo meios que lhe permitam atravessar aquêle período ini(ial, quando nada pode
lolhêr para a sua manutenção O fato de não precisar pagar o rnsto da te1ra e poder
resgatar o valor das benfeitorias num prazo longo, com a produção do próprio lote,
é já uma ajuda apreciável que o Estado está concedendo.
Os colonos têm sido supridos wm sementes de (eteais e hortaliças, com mudas
de cana e de árvores ftutíferas Uma certa área de cada lote é reservada para o
plantio de café, pois a sua lavoura é de todos bem wnhe(ida e as terras e o clima
p1estam-se admiràvelmente para essa cultura Foram distribuídas neste ano, entre êles,
32 490 mudas de café e milhares de pés, plantados em anos anteriores, entraram em
ptodução em 1956 Mais 70 000 mudas estão sendo preparadas para novos suprimentos
Foram os colonos atendidos no combate a pragas e na extinção de 220 founi-
gueiros; prestamos-lhes socorros em cêrca de 50 acidentes de trabalho; aplicamos-lhes
362 injeções e facilitamos-lhes 45 consultas médicas em Trajano de Morais Tive1am
assistência térnirn permanente no tocante a uma boa orientação agríwla; foi feita a
wnservação dos 30 km de estradas que lhes servem e mantidas suas casas em bom
estado de preservação, com a substituição de peças danificadas
Tem-se feito uma tentativa de ligar-se a colônia com Triunfo, localidade prú
xima, setvida po1 estradas de fctro e de rodagem Esta ligação p01ia o núcleo em
contato com a cidade de Conceição de Macabu, onde há uma usina de açúrnt e um
- 171-

,centro comercial Dêste modo a cana poderia ser mais um produto de exploração,
por parte dos colonos Uma vez construído êsse pequeno trecho de estrada ficaríamos
com nova ligação entre Campos e Nova Friburgo, com redução de algumas dezenas
de quilômetros na distância e com a vantagem de podermos ter linhas de ônibus
atravessando o núcleo e beneficiando uma região rica e povoada de fazendeiros e
sitiantes
O núcleo colonial de Sodrelândia representa o esfôrço estadual no movimento
de colonização nacional; dentro do território fluminense o Govêrno Federal, através
·do Instituto Nacional de Imigração e Colonização, mantém vários núcleos coloniais
em atividade, destacando-se, entre êles, os de São Bento, Santa Crnz, Tinguá, Macaé,
Japuíba, Piranema e Santa Alice

SERVIÇOS AUXILIARES

SERVIÇOS DE SECRETARIA E PESSOAL

a) Protocolo
Foram registrados no P10tocolo, 842 documentos, e os seus movimentos devida-
mente anotados nas respectivas fichas A expedição dos volumes do 8.9 número do
'"Anuário Geográfico" estêve a seu cargo

b) Expediente

Durante o exercício, o Departamento Geográfico expediu 601 ofícios e prestou


informações e esclarecimentos diversos nos diferentes processos que transitaram pelo
órgão

c) Mecanografia

Foram extraídas 2 611 copias heliográficas, mimeografados diversos documentos


e dactilografado todo o expediente do Departamento e do Diretório Regional de
Geografia, assim distribuídos: ofícios, memorandos, relatórios individuais e gerais,
informações, certidões, declarações, telegramas, relações, tabelas, resumos de ponto
do pessoal, mapas de diárias, fôlhas de pagamento de diaristas e os respectivos car-
tões de ponto e a maior parte da matéria para o 9 9 número do "Anuário Geográfico".

d) Pessoal

No decorrer do ano, 190 pessoas, entre funcionários, extranumerários e diaristas


de obras, trabalharam para o Departamento; o fichário e o arquivo relativos a êsse
pessoal foram mantidos atualizados pelos Serviços Auxiliares

CONTABILIDADE

Os serviços de contabilidade do D. G continuam em dia Compreendem êsses


serviços: escrituração e movimentação das verbas orçamentárias; requisição de adianta-
mentos; organização e exame de prestações de contas; confecção das fôlhas de paga-
mento dos diaristas de obras e dos respectivos cartões de ponto; cálculo de diárias.

MATERIAL

Os S A mantêm controlado o material aos seus cuidados. São devidamente


anotados nas fichas próprias os preços, as entradas e as saídas
-172 -

SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO

Durante o exercício, o Serviço de Documentação foi constantemente consultado


pot servidores de diversas repartíc-,ões estaduais, federais e municipais e, também, por
particulares Constituem êsse Serviço a mapoteca, a biblioteca, a fototeca e o Btquivo
corográfico
Cêrca de 1 900 documentos estão registrados na mapoteca, entre os quais são
enrnntrados mapas do Brasil, . do Estado, dos municípios fluminenses, de diversas
regiões, e plantas referentes a planos de urbanização de localidades fluminenses e de
levantamentos topográficos e cadastrais

ANUÁRIO GEOGRÁFICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

~ste "Anuário'', editado pelo Diretório Regional de Geografia, em colaboração


com o Departamento Geográfico, apresentou-se em 1956, com o seguinte sumário:
REGISTRO
A GEOLOGIA DE NITERÓI NA TECTôNICA DA GUANABARA -- ALBER1o
RIBEIRO LAMEGO
PLANfCIE LITORANEA E ZONA CANAVIEIRA DO ESTADO DO RIO DE JA-
NEIRO - EXCURSÃO PROGRAMADA PARA O XVIII CONGRESSO
INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA
A PESCA NO LITORAL FLUMINENSE - LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDES
e NILO BERNARDES
CHEFES DO PODER EXECUTIVO FLUMINENSE
EXCURSÃO À BAIXADA FLUMINENSE - JoÃo DIAS DA SILVEIRA, JosÉ VERÍS-
SIMO DA COSTA PEREIRA e LYSIA MARIA CAVALCANTI
XV SESSÃO ORDINARIA DA ASSEMBLÊIA GERAL DO CONSELHO NA-
CIONAL DE GEOGRAFIA
RELATóRIO DAS ATIVIDADES DO D R. G. EM 1954
GUIA DE EXCURSÃO A RIBEIRÃO DAS LAJES --- NEY SrnAUCH
AGUAS MINERAIS FLUMINENSES
O CALCAREO NA REGIÃO DE SÃO FIDÊLIS
NOTAS SôBRE A EVOLUÇÃO DA OCUPAÇAO HUMANA NA BAIXADA
FLUMINENSE - PEDRO PINCHAS GEIGER e RUTH LYRA SAN10S
VULTOS DA GEOGRAFIA FLUMINENSE: - Lmz PALMIER - JosÉ VERÍSSIMO
DA COSTA PEREIRA - EDUARDO RODRIGUES DE FIGUEIREDO
DECLINAÇõES MAGNÊTICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM FACE DA MUDANÇA DA CAPITAL
FEDERAL
DIVISÃO REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
MACIÇO DO ITATIAIA - ALFREDO JosÉ PôR'ro DOMINGUES
ATAS DAS REUNiõES ORDINARIAS E RESOLUÇÕES DO D R. G - 1954-1955
LEGISLAÇÃO DE INTER~SSE GEOGRAFICO
ROTEIROS FLUMINENSES - A LAGOA FEIA, NA BAIXADA GOITACAZES
- JosÉ MARIA BOADA
DIVISÃO TERRITORIAL E ADMINISTRATIVA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
- 173 -

A procura desta publicação tem sido intensa, esgotando-se a edição antes de


sair a lume a posterior Várias instituições estrangeiras colecionam o "Anuário" e
teclamam a sua remessa As autoridades públicas fluminenses recebem-no, regular-
mente, e algumas delas manifestam-se agradàvelmente imptessionadas com a utilidade
da obra Ao terminarmos o presente relatório podemos informar que está pronta a
matétia para o "Anuário" dêste ano que nestes próximos dias será enviada às oficinas
gráficas do I B. G. E

CONCLUSÃO

Foi 1956 um ano de profícuos empreendimentos geográficos no Estado do Rio


de Janeiro Registramos, de início, a participação do Diretório no XVIII Congresso
Internacional de Geografia; encetamos uma sétie de iniciativas em articulação com a
campanha nacional de reflorestamento; imprimimos o VIII número do "Anuário
Geogtáfico do Estado do Rio de Janeiro", participamos do esfôrço que resultou na
publicação do liv10 "Estudos Rurais da Baixada Fluminense"; foi o Estado alvo na
escolha do seu territótio para a 1ealização de duas importantes exrnrsões; uma à
zona canavieira, empreendida por membros do XVIII Congresso Internacional de
Geogtafia, e outra à região de Cabo Frio, por delegados credenciados às Assembléias
Gerais de Geografia e Estatística O órgão geográfico executivo completou e enttegou
às Prefeituras respectivas três planos completos de mbanização e deu exp1essivo
desenvolvimento à elaboração e exernção de mais doze planos; estendeu a sua ação
nas obras de saneamento hidráulico das cidades de Cordeiro e Bom Jardim; cravou
numerosos marcos nas divisas intermunicipais; distribuiu, de sua autoria, mapas e
publicações; deu auxílio técnico a várias Prefeituras; preparou tôda a matéria que
compõe o nono número do "Anuário Geográfico"; renovou os 01iginais dos mapas
municipais; desenhou para mais de cem fôlhas padronizadas de O, 70 x 1,00, relativas
a operações mbanísticas; ofe1eceu inúmeros esclarecimentos sôbre divisas; deu cola-
boração a outtas repartições em assuntos da sua especialidade; fortaleceu com ajuda
material e técnica o estabelecimento de um Núdeo Colonial e participou de tertúlias
de cunho geográfico
Não nos esqueceremos de mencionar que chegamos ao resultado exposto, gtaças
ao apoio concedido pelo Govêrno estadual, que vê no seu órgão Geográfico uma
entidade útil à sua Administtação, e ao Conselho Nacional de Geografia que, pelas
suas tepartições técnicas, sempre deu efetiva colaboração aos programas geogtáficos
estabelecidos.
Os memb10s do Diretório Regional fluminense, atentos a todo o desdobra-
mento da ação geográfica, no âmbito estadual, regozijam-se pelo bom aproveitamento
dos 1ern1sos conseguidos e enviam aos Delegados da Assembléia Getal de 1957 os
seus mais efusivos cumptimentos.

Niterói, 31 ele dezembro de 1956


LUIZ DE SOUZA
Seuetátio do Ditetó1io Regional Lle Geogtafia
REGISTROS EXTRAÍDOS DAS
"EFEMÉRIDES DA TERRA GOITACÃ", DE
ALBERTO LAMEGO

1696

13 de janeiro

É inaugurado o Convento de N S dos Anjos em Cabo Frio e dada a posse ao·


ptimeiio guardião frei SERAFIM DE SAN'IA RosA, filho de ANTÔNIO BrcUDO LEMO
e FRANCISCA RoMfüRO, gente abastacfa de Taubaté Embora inaugurada, a igreja só
tinha um altar-mor provisório e só cm 8 de ab1il de 1697, pode encerrar nêle o
S S Sauamento (V ef de 2 de agôsto de 1686 e 29 de junho de 1687)
o seu último guardião foi fiei VITORINO DE SANTA FELICIDADE que faleceu in-
teitamente isolado, abandonado, tendo apenas em sua companhia um servente do Con-
vento, em 7 de agôsto de 1872 Hoje o Convento jaz em completa ruína A igreja de
N S dos Anjos está conservada Desde 1938 é paroquiada pelos franciscanos que
substituiu ao Pe JosÉ DUARTE NUNES, que não podia mais exercei o múnus pastoral
devido a sua avançada idade
O l 9 vigário provisionado nesse ano aos 17 de janeiro foi frei LAURO ÜS'fEJ\lAN.
Acabando ftei AFONSO o seu triênio foi substituído cm janeiro de 1841 por frei SABINO·
WoLSING Morava a princípio, nas dependências da Matriz e depois na casa do sobre-
dito padre JosÉ DUARTE NUNES

1748

30 de maio

Enquanto na tetra Goitacá. se festeja o levante de 21 de maio de 17 48, que pôs


tê1mo tempo1àriamentc ao domínio dos Assccas, o general JoÃo DE ALMEIDA E SmrzA
recebeu instruções para aptestar o contingente militai preciso, a fim de sufocar o levan-
te e fazer cumprir as p1errogativas do Visconde de AssEGA. No dia 30 de maio com
derrota a Macaé desafenaram da batra do Rio, embarcações com 200 soldados, 3 alferes,
1 ajudante, sob o seu comando "com artilharia grossa e munições, 18 caixões de granada
e 12 banis de pólvora e chumbo"
Cinco dias depois, as sumacas unhavam as âncoras em Macaé, onde já se achava o
padre LEANDRO DA ROCHA com esctavos do Visconde, que providenciou sôbre o meio·
de transporte das bagagens.
A êsse tempo MANOEL MANHÃES BARRETO, embota feiido, rnnvocaia os patuotas
em casa de sua mãe BENTA PEREIRA
Tornou conhecido o apoio dado pelo general GOMES FREIRE à causa do Visconde e
a ptóxima chegada da m11ne1 osa fôtc,a; achando-se lOmpletamente esgotadas as muni-
ções alvitrou o abandono da vila e 1dúgio nos ínvios settõcs, o que foi aceito depois
de potfiada discussão
]\{ARIANA BARRE! o, po1ém, não se af1acou; teconhelendo embora, a impossibi-
lidade da tesistência, mas ouvindo a voz do seu cotação, com o olhar faiscante, como o
do galo cm biiga, decla1ou que eia desdouro do seu sangue e dos seus feitos, fngit de
mêdo, e que em sua casa, agua1da1ia a cólera escandecida dos partidátios clo donatá1 io.
que nefà1iamente haviam urdido a vinda, "de tanta pinha de soldados"
Pourns a acompanha iam e ent1 e êlcs mencionaremos: AN 1 ÔNIO DE OLIVEIRA F1mÃo,
FRANCISCO VIEIRA, JoÃo DA SILVA RANGEL E To~rÉ ALVARES PESSANHA, que tomaiam
pat te saliente nos acontecimentos
Na mesma ocasião, MAR'IIM Co1mÊA DE SÁ, p10nuado1 do Visconde de AssEcA,
pattia da "Fazenda do Visconde" seguido de amigos, csuavos e das companhias das 01-
denanças que ali se tinham a11incoado, ao enrnnllo do genetal AL~IEIDA que vinha en-
rnrregado de da1-lhe posse
Arnndicionado todo matctial bélirn, foi dada 01dem de marcha e aos 13 de junho
"tôda essa gente a1mada" dava entrada na vila de S Salvado1, despida de quase todos
os seus habitantes
Os soldados fo1am aboletados cm casas abandonadas e tivetam o cuidado de sa-
ljuear tudo o que nelas encont1avam
O general hospedou-se na fazenda do Visconde e ali pet rnaneceu até a chegada do
D1 MATEUS NoNES JosÉ nE MACEDO, Ouvidot da Capitania do Espíiito Santo que vi-
nha devassai os acontecimentos e assistir à posse do p10rniador do donatário (V et
de 8 de julho de 1748)

179 3

18 de janeiro

Nessa data o conde de RFZENDE, v1ué-1ci do B1asil oficiou ao juiz 01diná1io e mais
oficiais da Câma1a da vila de São Salvado1 de Campos sôb1c a 1cp1esentaç_ão dos mo1a-
do1es de Campos cm c1uc diziam lei sido avisados pata não de1rnba1 "paus Btasil"
debaixo da pena de 11101 te e rnnfislo dos bens, de rnjas penas se não podiam livrar,
nem evitai que os seus inimigos e malfcitotcs levados pelo intc1 êsse ou ódio, entiassem
cm seus matos, e coitassem os ditos p;ms, como constantemente p1aticavam, pata acusar
os suplicantes e se utilizatern do pt êmio, assim também, que os seus ptópiios esctavos
faziam o mesmo, pelo ódio que têm aos seus senho1 cs, 1 e fletindo sôbte lodo o tcfcrido,
delibc10u ljUe a dita pena se devia impor a quem vendesse os "ditos paus ou os extta-
viassc a li ôco de fazendas ptoibidas po1 set o único meio de conservá-los"
- 176 -

18o3

3 de junho

Tendo falelido, em 1802 o ciru1gião da Santa Casa JosÉ LUIZ MoNTEIHO DE SouzA,
foi o seu lugar ocupado por JosÉ MANOEL PINHEIRO, Llue se1via também de enfetmeüo
com o ordenado anual de 153$600, com a condi<.;ão de pernoitai e fazei as suas tefeiçf,cs
no hospital A Mesa em 3 de junho de 1803, delibe1ou que se lhes desse mais $60 diá-
J ios, "pata comer onde lhes aptouvesse" Igual quantia foi dada ao boticá1 io pata o
mesmo fim
Nesse ano era ptovedor o abastado fazendeito capitão PAULO FRANCISCO OA COSTA
VIANA, genro do coronel JOAQUIM VICEN rn Do~ Rms e prop1 ietá1 io <la Fazenda dos
Ayrizes e da sesma1ia de tertas, onde depois se fundavam as fazendas das Taipabas,
Cargueija e Boa Vista
Mandou êle vit do Rio de Janeiro impo1taclas de canta1ia pata a sauisha da ig1cja
e ajustou com o mestte VALEN'JIM FERNANDES FoR1 ES, a colocação de cada um com a
iespectiva sacada pot 13$500 (V ef 20 de ab1il de 1796)

1824

9 de janeiro

Nesse ano os ânimos se adrnvam muito exaltados entte b1 asileitos e po1 tuguêses,
cm São João da Batra, havendo mesmo divetsos conflitos em todos os pontos da vila
Propalando-se o boato que em casa do brasileito MANOEL ANTÔNIO DIAS havia gtande
cópia de atmamentos pata atacat os po1 tuguêses, a sua rnsa foi inva<lida, nada se enrnn-
trnndo e um fen eito po1 tuguês rnxo "com um espêto obrou pt ogídios"
O Juiz <le Fota, JosÉ LrnÂNIO DA SILVA, tendo notícia dos distútbios partiu da vila
de São Salvadot e convowu o povo à Câmat a e exottou-o à calma e fêz publicar um
bando
"Josú LIBÂNIO DE Sm1zA, Juiz de Fota nas vilas de São Salvadot e São loão d,t
Baua e Ouvidot inte1 no da Comatca, etc Faço sabei aos habitantes desta vila ele São
João que tendo ao dia 4 apatecido nesta mesma vila a suposta idéia de cjue os btasilei-
1os se L1ue1iarn levantai contia os pottuguêses, idéia esta L]Ue ttaz os ho1101es ela anarquia
e LjUe tanto pe1 tuba a boa otdem e ttanqüilidade pública, chegando o excesso de rn11e1
a casa de um cidadão, sem OJ dem alguma judicial, só pot meia desconfiança e com hí-
volo ptetexto de p10cu1a1 a1mamcntos, e sendo das sábias <lcte1111Íirnçõcs de S M o
lmpctado1 Lllle entte os seus súditos jamais deve havei a pe1 niciosa distin<,ão de nacio-
nalidades de cidadãos dêste Impétio, pot isso em nome do mesmo Aut;usro SENHOR
recomendo aos habitantes desta vila que devem cessat de semelhante distinção de lugat
de: nascimento, devendo só distinguit o ve1dadci10 biasileito, c1ue1 seja nascido neste ou
naL]Uele hemisiétio, uma vez que tenll<t abta<,ado a sagtada causa, pois que todos são
memb1 os desta sociedade E lodos aquêles L]Ue insultam pot pala vias ou de qualquer
outl a maneÍI a em t azão da sua naturalidade, se tão imediatamente processados com todos
177 -

os tigores da lei, o que espero, não seja pi eciso pôr em prática, pois confio na obedi-
ência e fidelidade dêste povo. E pata que chegue a notícia a todos, mandei passar e es-
crever êste bando que será apregoado pelas ruas Dado nesta vila de São João da Barra, aos
9 de janeiro de 1824 Eu MANOEL Go1rns MOREIRA, escrivão da Câmara, o escrevi.
JosÉ LIBÂNIO DE SOUZA"

1834

4 de janeiro

Os pteços dos gênetos que se vendiam em Campos nessa data eram os seguintes:
sebo, 2$500 a a11ôba; cal fino, 560 réis o alqueire, açúcar, l $800 a a11ôba; aguat-
dente, 30$000 a pipa, fumo maependi, 5$000 a arrôba; rapé, areia preta, 1$360 o bote,
vinho boideaux, 500 réis a garrafa, do Pôtto, 400 réis, figueira, 180 réis; de Lisboa,
160 réis, Malvasia, 360 téis; branco, 200 réis; vinagre, 80 réis; Genebra, 800 téis o li-
tro; azeite doce, 1 280 téis o litro; macanão 260 réis a libta, sabão, 160 réis a líbia;
carne-sêca do Rio Gtande, 2$000, 1$'500, 1$280 e 800 réis a atrôba, sendo a última
anunciada pata escravos; bacalhau em bauicas, 12$000; chatulos 4$000 o milheiro;
em casca 3$000 o saco e pilado 10$000; Agua da Colônia, 960 téis a ga11ata, velas de
café, 3$200 a anôba, manteiga, 400 a libta; azeite de baga, SOO iéis a medida; airoz
sebo do Pôrto, o caixote com 16 dúzias, 6$400; a va1ejo, 40 réis cada uma; graxa in-
glesa em potes giandes, 280 réis, fôlhas de sena, 480 réis; gtavatas de sê<la pteta,
1$000; branca ou de côres, 800 téis; peles de bezerro inglês, co1davão, de lustte e at-
cap1ezados, 2$000 a pele; ma11oquins de divetsas côres, 1$600
A pensão pata estudante, casa, comida e ensino das primeiras letras, 8$00 pot mês.
O orçamento da Câmara em 1834: Renda 10:865$000, despesa 4:265$500.

9 de janeiro

Nessa data o Secretário de Estado dos Negócios do Império, ANTÔNIO PINTO


CHICHOHRO DA GAMA, comunica à Câmaia da vila de São Salvadot tet sido nomeado
ptofcssor da cadeira de francês, criada em 30 de agôsto de 1833, o padre INÁCIO
RODRIGUES BERMUDAS com o otdenado anual de 600$000

183 5

22 de janeiro

A Regência em nome do impetadot tespondendo a carta de FELICIANO NUNES


PmEs a 29 de outubro de 1832 sôbre a cultura do cânhamo na p10víncia do Rio de Ja-
neiro, dá infounar,.ão a tal respeito enviada pela Intendência da Marinha da Côtte em
ofício de 12 de dezembro do mesmo ano e diz que deu ordem para comprar todo o
linho p10duzido na nossa província, pata as obras da cotdoaria pelo p1eço de 6$400 a
anôba, e invectivando os lavradores a plantai o linho, pois o govêrno compiatia tôda
a produção para fornecimento dos a1mazéns da Marinha Assinou o ofício JOAQUIM
JosÉ RoDHIGUES ToHRES, mais tarde Visconde de Itaboraí em 22 de janeiro de 1833

12 - 25 625
- 178 -

28 de março

O Ato adicional à Constituição de 1824, separou da Província do Rio de Janeiro,


o territó1io em que tinha assento a Côrte Imperial e que ficou sendo chamado Municí-
pio Neutro Ê o atual Distrito Federal, com os mesmos limites
Em vittude do mesmo Alo, foi dada uma nova organização às P10víncias do Im-
pério
A Província do Rio de Janeiro teve como 1 º presidente o Sr JOAQUIM RODRIGUES
TôRRES, mais tarde Visconde de Itaboraí
Eleita a ptimeita assembléia legislativa um dos seus primei10s atos foi elevar à ci-
dade a antiga vila S Salvador dos Campos dos Goitacazes, pela Lei n 9 6, de 28 de
ma1ço de 183 5 .
A população da vila era então de 7 173 pessoas

1839

31 de janeiro

Falece com a idade de 3 7 anos em Cabo Ft io, o engenheiro HENRIQUE Lrnz DE


NIEMEYER BELGARDE que prestou giandes serviços em Campos Principiava a cons-
trnir uma ponte na cidade de Cabo Ftio, quando a sua malte veio interrompei os se1-
viços Foi êle que em 183 7 rnnstrniu a Casa de Catidade de Cabo Ftio com a ioda pata
os expostos Fêz também o forte Itajuru e a tapagem po1 meio de um imenso pa1edão,
na entrada do pôrto Havia na ilha do Cabo um farol em cima do morro mais elevado
construído por êle mm muito esmêro, mas pela sua posição elevada, foi abandonado,
pois estava quase sempre oculto pela (eJração, muito comum nesse lugar Foi substituído
por outro de ptimeiia ordem e a eclipse foi colocada em um luga1 mais baixo, em um
morro chamado Cachouo e foi aceso pela p1imeira vez em 6 de julho de 1861

184 1

15 de abril

Neste ano a divisão administtativa da Província do Rio de Janei10 comp1eendia


23 municípios resolvendo o presidente da P1ovíncia, pata 01ganiza1 as legiões da Guarda
Nacional, dividir o território em B legiões O decJ eto expedido pata êsse fim ttazia
a data de 15 de abril de 41 A J '! legião wmpteendia Nite1ói e Magé; a 2', o municí-
pio de Itabo1 aí; a 3' o de Santo Antônio de Sá; a 4' o de Mari(á; a 5ª os de Cabo F~ io
e Macaé; a 6ª os de Campos e São João da Baua, a 7ª os de Cantagalo e Nova Fribmgo;
a 8ª os de Valença, Vassomas e Paraíba do Sul; a 9ª os de Baua Mansa e Rezende; a
10' os de Angia dos Reis e Paiati, a 11" os de São João do P1íncipe (São João Ma1cos)
e Mangaratiba; a 12' os de Piraí e Itaguaí e a 13'! o de Iguaçu Os Corpos e Esqua-
drões de Cavalaria e os Batalhões e Corpos de Infantatia, eiam numeiados por Legiões
- 1'79 -

1844

9 de junho

O ilustte campista, Dr JoÃo CALDAS VIANA, quando p1esidente da Pt0víncia do


Rio de Janei10, mandou conttatar mm a casa CARLOS DELSEN, negociante em Dunque·
que, 600 casais de colonos alemães para o Córrego Sêco (Petrópolis) Em 9 de junho
de 1845 chegaram 2 303 colonos e a Colônia foi instalada em 20 de maio de 1846

1845

8 de janeiro

Foi aceita a proposta do Barão de Aiaruama, JosÉ CARNEIRO DA SILVA para a cons-
trução do canal de Macaé a Campos

1854

1. 0 de março

Foi substituída a iluminação do azeite pelo gás hidrogênio lkJtddo, sendo anema-
lantes do se1viço MANOEL FRANCISCO DIAS e JosÉ DE BRITO RIBEIRO, que se obiiga-
ram a iluminai a cidade com 751 lampeões, po1 3 :000$000 rs. anuais O gás foi in-
venção do francês SAMUEL HENSSLER
Já em 1850, CARLOS PERRET GEN'JIL conseguira que paiticulares usassem em sua
casa, o gás hid1ogênio líquido

1856

3 de janeiro

A Câmaia Municipal desta cidade dando cumpiimento a uma portai ia do piesiden-


te da Província, datada de 3 de janeiro de 1856, respondeu aos quesitos que mandou sô-
b1e a fe1tilidade do solo campista e p1eço do tlabalhado1 rnial, ,do modo seguinte:
Ao 1 º QUESITO: Um quadiado de tc11a de 100 biaças, em mata virgem, requer
as seguintes despesas: de1ruba-se a mala po1 100$000 No fim de um mês, queima-
-se o roçado, cujo se1viço podem fazei 4 pessoas em meio dia, ganhando cada uma 500
téis, impo1tando a queimada em 2$000 Se o fogo não desembaiaçar o teneno, sufici-
entemente, as mesmas 4 pessoas picam a madeita c1ue vão amontando em rnivaras e
neste sei viço poderão gastai 12 dias, com o salário de 1$000, ou sejam mais 48$000,
e assim as 100 btaças ficai ão em tê1mos de 1eceber as planta.:,ões, com a despesa de
50$000
Plantando êsse teireno de café, leva êle 6 000 pés, cuja plantação podem fazei em
um dia, 80 pessoas, potque abrindo cada uma 300 covas po1 dia, vinte pessoas ab1 indo as
6 000 e plantando também cada pessoa 100 plantas, 80 plantaião as 6 000; logo as 80
cavam, plantam as 6 000 plantas em um dia e ganhando cada uma, 1$000 pm dia, a
despesa total é 80$000
- 180 -

Igual tetteno plantado de cana ( 100 biaças em quadra) comporta 30 a 40 rnuos


de planta e com as 80 pessoas plantam em 2,5 dias, ou em um só dia, 200 pessoas im-
portando a despesa em 200$000.
A cana plantada deve produzir mil arrôbas de açúcar e l 'i pipas de aguardente

2 9 QUESITO - O teneno de 100 braças admite 2,5 alqueires de feijão de planta


e coJtendo o tempo 1egularmente, e com trato, deve produzit, pelo menos, 150 alqueires.
Plantado de milho, leva 1, 5 alqueires e deve produzir 90 alqueires
Plantado de mandioca deve p10duzir 1 200 alqueires de farinha
Plantado de arroz, levatá de planta 2 alqueires e deve produzir 200
Note-se que essas plantas devem ornpar tenenos que lhe sejam p1óprios e tratados
convenientemente.

39 QUESITO -- Os preços dos gêneros acima mencionados são mui variáveis, pois
dependem da colheita e da época. Em alguns seitões dêste município, ainda são ven-
didos po1 mais alto preço do t1ue no nosso mc1cado geral, onde a falinha de mandioca
tem sido vendida de 280 a 800 téis a qua1 ta ( 10 litios); o feijão de 320 a 1$00; o mi-
lho de 160 a 640 réis, o café, cada artôba, de 2$400 a 3$000; o açúLar mascavo de
2$000 a 2$500 e o branco de 2$800 a 3$200

4° QUESITO - As ten as também variam muito de pre1,-o, po1que dependem do


sctl me1ccimento, da localidade e qualidade, mas pode-se iegular cada braça quadiada,
de 2 a 10 1éis

5? QUESITO - Os tiabalhad01es pata cultura, não querem menos de 600 réis,


dando-se-lhes o sustento
Os oficiais, nas mesmas condições de 1$000 a 2$000

6'1 QUESITO - Um trabalhador não se sustenta po1 menos ele 400 téis, e pata
vestit-se e pata o aluguel ele casa, ptecisa de out10s 400 réis cliá1ios

Sala elas Sessões, 2 ele maio de 1856"

2 de junho

Foi cm sessão dêsse dia e ano que a Câmaia Municipal deliberou que se nume1as-
se as segcs, tilbutis, saciáveis, e ca1 rinhos, que começavam a citcula1 em Campos
Antes, estavam em uso as caclcitinhas que ciam conduzidas po1 dois csuavos A
Santa Casa gua1 da uma das pteciosas cadeitinhas disputada pelos gtingos
Em 1885, apa1ecc1am calcchcs, betlinclas, cabriolets Vie1 am depois os rnupés,
alguns ele luxo, fanados de seda bianca pata os casamentos
As p1 incipais cocheiras ciam as cio irmãos Cruz e cio velho Lisboa e filhos
A ptimeiia deliberação 1egulamentanclo a diteção dos veículos entrou em vigor cm
1888

O p1imei10 automóvel que apareceu em Campos foi t1aziclo pelo Dr ATJLANO


C1usó1m.10, em 26 ele março de 1911
-181-

1864

4 de junho

Achando-se c1uase terminado o palacete rle JosÉ MARTINS PINHEIRO, mais farde
Barão da Lagoa Dourada, onde hoje se acha o Instituto de Educação de Campos, foi
feito o ensaio da iluminação, com grande admitação dos assistentes
Ó gás era produzido por apa1elho a gasômetto, com óleo ou corpo graxoso podia
fornecer luzes Os ricos lustres de grande esplendor forneceram luz em todo o edifício.
Os mais custosos foram removidos pata Petrópolis por ordem ilegal de um dos do go-
vêrno do Estado quando essa cidade era capital

1866

8 de janeiro

Nessa data o ptesidente da Província, DOMICIANO LEII'E RIBEIRO enviou uma pot-
taria à Câmata Municipal de Campos, comunicando-lhe que devendo ser cumptidas as
instruções do ministro da Agricultura publicadas cm 21 de dezembro do ano anteriot,
para que se realizassem cm tôdas as ptovíncias exposições dos seus produtos agrícolas e
industriais, lhe enviava as ditas instruções Esperava que empregasse todos os esforços
para êssc fim, tanto mais que devia abrir-se em Paris em 1867 um certame industrial
e o Brasil devia figurar nêle de um modo condigno, dos re< ursos de que dispõe e do grau
de civilização a que tem atingido, não olvidando que o mesmo aís ia ser de novo julgado
pelas nações mais cultas da Europa E terminava: "A Presidência espera o maiot zêlo
e atividade, a fim de que tão grande pensamento se converta em realidade Um povo
sem aspirações de conquista, sem pendor guerreiro, que se mostre capaz, cm desagravo
da honra nacional, ofendida, de improvisar exércitos de voluntários e discipliná-los le-
vando de vencida o inimigo, não deve ficar somenos, quando se trata das lides inuuen-
tas da indústria e civilização, pata onde o chamam as suas naturais propensões e os seus
mais caros intcrêsses; mostremos ao mundo que sabemos vingar a afronta e fazer respei-
tar o nosso direito, cultivando ao mesmo tempo as artes da paz

20 de maio

MANOEL ANTÔNIO DE ARAÚJO GUIMARÃES pede a S M o p1ivilégio da cxplo-


iação de carvão-de-pedra, nos municípios de Campos e São Fidélis, que tinha descoberto,
obrigando-se a apresentar dentro de um ano a planta e amostras (vide efeméride de
30 de maio e 10 de julho de 1866)

30 de maio

Tendo nessa data o ministro da Agricultura se dirigido à Presidência e pedido in-


formações sôbre o privilégio pedido por MANOEL ANTÔNIO DE ARAÚJO GUIMARÃES
para exploração do carvão-de-pedra em Campos e São Fidélis, o vice-presidente em
exercício, JosÉ TAVARES BASTOS se dirigiu à Câmara Municipal para que informasse
sôbre o requerimento.
- 182 -

A comissão dos negócios internos, LACERDA TRANCOSO e ToMAZ COELHO, se encat-


tegou da informação enviada à Presidência em 10 de julho seguinte:
Consta existir mina de carvão-de-pedra no Mutiaé, município de Campos,
contendo o carvão grande quantidade de enxôfre; uma outra no município de São Fi-
délis, lado do norte do Rio Paraíba, no lugat denominado "Frecheiras", quase em frente
à "Aldeia da Pedra", a qual, segundo dizem, contém abundantes jazidas de carvão
Consta, também, tet aparecido vestígios de existência de carvão-de-pedra, no lugat
denominado "Rio Prêto" na f1eguesia de Santa Rita, neste município de Campos.
Não sabe a comissão, se é a qualquer dessas jazidas que se refere a petição do su-
plicante, pois que não precisa o lugar em c1ue diz ter descoberto a existência de carvão-
-de-pedra, designando apenas, os municípios, mas se qualquer destas minas, fôr a que pte-
tende o peticionário, é de inconstestável utilidade, a sua exploração, sendo tôdas elas.
situadas à margem de rios navegáveis, prometendo a facilidade de ttansporte, rápido de-
senvolvimento de tão boa fonte de iiqucza pública "10 julho de 1866" Os verea-
dotes LACERDA TRANCOSO e ToMAZ COELHO"

1869

3 de março

Na sessão da Câmaia Municipal o Dr FRANCISCO PoRIELA propôs que a mesma


Câmara se ditigisse à Assembléia Legislativa Provicial, pedindo:
1 - Construção de uma estiada desde as primeit as cachoeiras de Muriaé até
Tombos;
2 - Construção de obras de arte e outros trabalhos no no Mut iaé, desde a barra
até às primeiras cachoeiras, para torná-lo navegável até ali;
3 - Constrnção de uma estrada desde o pôtlo de Carangueijo, no no Imbé, até
Santa Matia Madalena;
4 - Cottc, voltas e obras de arte nos uos Urmaí e Imbé até o pôrto de Cai an
gueijo;
5- Ptivilégio de 50 anos e jmos pata a constrnc,ão de uma via férrea até Macaé;
6 - Devolução à Municipalidade da renda desta para set aplicada nas estiadas
municipais;
7- Criação de uma escola agtícola para o ensino teórico e prático da Agricultura

1875

13 de junho

Inauguta-se a estrada de feno de Macaé a Campos com assistência de S S M M


e Conde d'Eu
Tem 96,5 quilômet10s de Imbetiba a Campos S S M M e comitiva chegaram
nesse dia a Macaé onde foi ofctecido um almôço tomando parte cêrca de 200 pessoas
Às 10 horas partiu () trem de lmbetiba, demotando alguns minutos nas estações:
Parada, Santa Ana, Carapebus, Macabu, nos pontos de Batalha, Dores de Macabu,
Gmiti e Ururaí.
183 -

Em Batalha, desceram S S M M e Conde d'Eu e fotam cumprimentados pelo


Conselheiro JoÃo DE ALMEIDA Aí fôra levantado um pavilhão onde havia refrescos,
Às 3,5 chegou o trem a Campos onde era esperado pela Câmara, autoridades e mais
de 6 000 pessoas Ditigiram-se à mesa, depois do disuuso do presidente da Câmara, Dt
Júuo DE MIRANDA (Barão de Miranda) Tomaram parte no almôço mais de 400 pes-
soas O Dr BEZERRA, ptesidente da di1etoria de Estiada leu um discurso, S. S
M M e comitiva seguitam a pé paia o centro da cidade, sempre aclamados pelo povo.
Dirigitam-se à matriz estando em ftente diversos colégios em forma e todos os
alunos vestidos de branco com uma faixa verde
Pregou o padre JoÃo NORBERTO e findo o "Te-Deum" S S M M sempre a-
companhados dos membros da comitiva pe1cor1e1am divetsas ruas iluminadas, havendo
em algumas arcos alegóricos, sobressaindo o do canto do Carmo em forma de abóboda e
ornado com troféus.
Tôdas as casas estavam ornamentadas e no Cent10 da Praça de São Salvadot, ele-
gante pavilhão o qual entre as colunas tinha emblemas alegóricos, alusivos à visita.
Cêrca de 40 batcas em duas linhas uma acima e outra abaixo da ponte de fetto,
tôdas completamente embandeitadas, dando os vapores fluviais repetidas salvas forma-
vam um belo contraste, com a mutiplicidade de bandeiras que borboleteavam ao vento,
arcos alegóricos e de folhagens que ornavam tôda extensão da beira rio A família im-
perial se hospedou no palacete <la Baronesa de Muriaé, onde em ftente foi armado um
coreto, e tocava a banda musical Fil Euterpe

14 de junho

S S M M D Pedro II e espôsa visitam a Sociedade Brasileira de Beneficência,


Hospital da Santa Casa, Beneficência Pottuguêsa, Casa da Câmara, Cadeia, Quartel Ma-
tadou10, Asilo da Lapa, Gasômetro, Colégio São Salvador, Destilaria do Barão da La-
goa Dourada, Fundição de Reid & Noble Janol & Lima
Petconeiam depois a linha férrea de São Sebastião e visita1am as fazendas do Li-
mão e Colégio Nesta última passaram por uma rua de 300 metros de palmeiras e ar-
caicas embandeitadas Foram em companhia do conde d'Eu à capela onde velho órgão
musicou sob as mãos do prof FELIPE CLAUDEL À despedida FRANCISCO DE PAULA
GOMES BARROSO, por uma elas suas netas, fêz enttega aos seus cinco melhores esctavos,
da carta de alfonia
S S M M ainda nesse dia foram ao out10 lado do tio, e assistiram o lançamen-
to da pedta fundamental da estação de Campos, da E de Fetro Catangola No ato to-
cou a Lira de Apolo
Fotam tecebidos pelo engenheito chefe, barão de HoLBEN, NAEGILO e engenheiros
ajudantes Drs BARCELOS, OusAN'!O m• SÁ, SoDRF DuTON, Juiz de Di1eito, Camaristas
e auto1idades
O presidente do diretório, Dr FRANCISCO PORTEI A, fêz um discutso análogo ao
ato, lavrando-se de tudo respectiva ata
O ba1 ão de São Fidélis, ofetece em seu palacete na Rua Baião do Amazonas, um ban-
quete ao conselheiro JosÉ FERNANDES DA COSTA PEREIRA, ministro da Agricultura e
184 -

que fazia parte da com1t1va de S S M M Ao banquete compareceram o vice-pre-


sidente da Província e outras pessoas que faziam parte da comitiva Discursaiam o Dr
ABREU LIMA, saudando o homenageado e barão de São Fidélis Por último o conse-
lheiro JosÉ FERNANDES fêz o brinde de honra a S S M M

15 de junho

S S M M , D PEDRO II, a imperatriz D TERESA CRISTINA e o conde d'Eu visi-


taiam São João da Barra no vapor Cachoeiro Foram recebidos com aclamações Depois
de celebrado o "Te-Deum" na matriz, visitaram a Casa da Câmara e a cadeia
Almoçaram em casa de D MAD1\LENA Cos'IA e foram depois a Atafona, onde vi-
sitaram a igreja de N S da Penha, Pontal e depois foram a Gargaú, reg1essando a
Campos no mesmo dia

1878

9 de fevereiro

Na noite de 9 de fevereiro de 1878, desprendeu-se da base da grande pedra do


Frade, em Macaé, um facho de luz semelhante à cauda de um cometa, de tamanho con-
siderável e dmante S minutos iluminou tôdas as serras, sendo visto a lO léguas de dis-
tância, com a mesma intensa luz Assim que a sua cla1ida<le se extingiu, ouviu-se um
estrondo formidável, seguindo-se a oscilação da terra, que se sentiu cêrca de duas léguas
da montanha, o fenômeno causou grande pânico

1883

24 de junho

Para essa data foi marcada inauguração definitiva da iluminação elétrica da cidade
de Campos, sendo para o ato convidado S Majestade o imperador que veio com a im-
peratriz para S Fidélis, chegando pela manhã no vap01 "Agente"
Faziam parte da comitiva o ministro da Agricultura, o presidente da Província con-
selheiro BERNARDO AVELINO GAVIÃO PEIXOIO e representantes <la imptensa
S S M M foram recebidos pelo presidente da Câmara, Dr OLÍMPIO ToAQUIM
DA SILVA PINTO, e depois da oração na matriz se hospedaram no palacete do Barão de
Santa Rita onde hoje funciona o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais
S S M M partitam do Rio cm 22, chegatam à estação de Co1deiro, onde
foram recebidos pelo Barão de Nova Friburgo, e muito povo, seguindo depois para o
palacete do GAVIÃO, onde pernoitaram No dia seguinte, depois de ouvida a missa na
Capela do palacete seguiram em bondes do ramal férreo de Cantagalo, com destino a
Campos, passando por S Fidélis
Às 7 horas da noite D Pedro II foi à estação da luz elétrica, onde abriu a corrente
que devia iluminar a cidade
185 ~

Os postes eram da altura de 10 metros e providos de ganchos de ferro, por onde


subiam os encarregados da substituição dos carvões, e as lâmpadas possantes projetavam
a claridade de um quarteirão a outro, e por isso os mesmos postes, foram colocados nos
cruzamentos das ruas
O Clube de Engenharia do Rio assim se expressou: "Felizmente, entre nós, para
que o Brasil desta vez não se deixasse ficar no rol das nações semibárbaras, como por
vêzes nos sói arnntecer a intrépida cidade de Campos, sempie das piimeiras no caminho
do progresso acaba de rnntiatar a iluminação por eletricidade ,pelo sistema do Brasil
E é de esperar que esta grande capital que ora goza da vantagem de não se achar
prêsa por contrato algum de iluminação, siga o exemplo de Campos, estabelecendo leal
e franca concotrência para iluminação pública por eletricidade
O Clube de Engenharia fêz-se representai no ato da inauguração pelos Drs AARÃO
Rms e JosEPH LINCH
Os primeiros prédios que se instalaram a luz elétrica foiam os de MANOEL DUARTE
CARNEIRO e ANTÔNIO LEITE DE FREITAS GUIMARÃES
Das cidades fluminenses que seguiram o exemplo de Campos, tem o primeito lugar
Paiaíba do Sul e depois Valença
A capital do Império só iniciou a iluminação elétrica em 17 de janeiro de 1884
O "Jornal do Comércio" noticiou a inauguração da luz elétrica em longa reporta-
gem, assim terminou: "Ao município de Campos, caberá a honra de ter sido o primeiro
do Brasil a utilizar a eletricidade na iluminação.
~sse arrojado cometimento a que não foi obstáculo a indiferença incrédula com que
era para ser recebida a notícia do projeto, será certamente lembrado no futuro como
padrão de amor de progresso e da confiança nas conquistas da ciência Dia virá que o
sistema empregado em 1883, na cidade de Campos, parecer átão rudimentar, quanto
nos parece hoje memorável experiência pela qual H DAVIS há 53 anos, produziu pela
primeira vez a nova luz, sob a forma de arco voltaico com sua enorme pilha de 2 000 ele-
mentos Sejam quais forem os progressos da luz elétrica, a bela tentativa de Campos, mar-
cará época na história do emprêgo da eletricidade"
Nesse mesmo dia os proprietários do jornal "Clarim" precedidos de uma banda de
música e acompanhados do povo se dirigem à residência do Dr FRANCISCO PORTELA
para cumpiimentá-lo pelo biilhante êxito de seu projeto de iluminar· Campos, por ele-
tricidade e ofertar-lhe uma pena de ouro e dois exemplares daquele jornal nitidamente
impiesso, apresentando no centro o seu retrato (vide efeméride de 20 de setembro de
1890)

1884

13 de janeiro

Foi inaugurado o Liceu de Campos no palácio que pertenceu ao Barão da Lagoa


Dourada, arrematado em hasta pública por 2 S contos Foi o seu 1q diretor o Dr
CÂNDIDO DE LACERDA
O corpo docente ficou assim organizado: professor de latim, de história e geografia,
AucusTo CASTRO DE LAFAYETTE; de filosofia e retórica, o diretor; de português e fran-
- 186 -

cês, JoÃo LIMA GOl\IEs; de inglês, EDUARDO FREDERICO ALEXANDRE; de MatetnjÍtica


CARLOS AUGUSTO DE ARAÚJO REIS :Estes lentes foratrí nomeados em 23 do mesmo
mês A matrícula começou em 16 de feveteiro e a primeita aula, foi dada em 41 de
março

1887

1. 0 de março

Anuncia o "Monito1 Campista" que BEN JA1v!IM UPTON e o Dr HENRIQUE ANTÃO


DE VASCONCELOS, tinham pedido ao presidente da Província do Rio de Janei10, auto-
rização para explorar as jazidas de tmfa, à margem do Canal de Campos a Macaé e nos
teirenos adjacentes

1924

31 de março

Falece o grande btasileiro NILO PEÇANHA que ocupou os mais altos postos na admi-
nistiação do país
P1esidente da República, duas vêzes p1esidente do Estado do Rio de Janei10, depu-
tado, senador, ministro das Relações Exteriores, em todos êsses ca1gos ptestou os
mais assinalados serviços à Páttia, que tanto amava
Propagandista republicano, enfrentando corajosamente obstáculos que a outios pode-
riam parecer intransponíveis, NILO PEÇANHA, • môço ainda conquistou, de p10nto, a
estima e a admiração de todos
Era orador notável, jornalista e esoitor deixando um liv10 "Impressões da Eu10pa".
Nascera em 2 de outubro de 1867 e casado com ANA BELISÁRIO SOARES DE SousA
PEÇANHA Era filho de SEBASTIÃO DE SouzA PEÇANHA e de D JOAQUINA DE SÁ
FREIRE PEÇANHA
A PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO EM 1856 (*)

Conselheiro NiEBMu TDLENTJNO

Esta publicação é a 1ep10dução de um documento


que mostia a evolw,ão política e administtativa do
Estado neste último sérnlo A primeiia palte foi publi-
cada no núme10 ante1io1 do "Anuá1io" e neste é tians-
oita a conclusão Ra10s são os documentos desta 01dem
que têm vindo à luz e a divulgação dêste enwntia
justificativa pelo t1ansrn1so de um século O 1egist10 nêlc
wntido fala de uma época, wm su~s modalidades gco-
g1áficas, as quais, colocadas, sem tumsição, à f1ente do
panoiama hodie1 no, p10duzem uma desconfounidade
me1eced01a de sei ap1eciada

A REDAÇÃO

OBRAS PÚBLICAS

Chego, senhores, ao assunto da mais transcendente magnitude para o desenvolvi-


mento mate1ial da nossa província; ante êle, e em presença dos poucos elementos de
estudo que possui a presidência, acanha-se ainda mais a pequenez de meus conhecimentos
Na falta de uma carta exata, ou quando menos, melhor do que a que possuímos,
difícil é, àqueles mesmos que mais pràticamente conhecem a província, o avaliar seu
sistema de vias de comunicação, nem essa falta deixará que possa êste seJ melhoJ ado
no sentido das verdadeiras conveniências do trânsito público
A isso talvez em giande parte se deva o estarmos continuamente abrindo novas
estiadas, sem tôda a atenção aos 1esultados que elas podem produzir em prejuízo de
outras anteriormente feitas, matando às vêzes povoações nascentes, a que estas últimas
deram vida e inciemento, e destruindo assim capitais de que tanto necessitamos para
fecundar as fontes de nossas riquezas naturais
Nas condições topog1áficas da nossa p10víncia, parece-me que suas vias getais de
comunicação deveriam p1ender-sc a um sistema complexo e combinado com o das p10-
víncias limítrofes, estabelecendo assim giandes artérias, que partindo dos nossos centros,
ou giandes me1cados, e transpondo as serras, fôssem atravessando os lugares mais aza-
dos do interior, distribuindo aí sua rêde de caminhos vicinais, e convergentes todos
para essa& giandes aitérias, que judiciosamente estabelecidas, teriam a dupla vantagem

( *) Da Revista füasileiia de Estatística; n" 67


- 188 -

de ser estradas nacionais adaptadas, ao mesmo tempo, ao ttânsito pernliar da pro-


víncia e ao getal das outras
Por êste acôrdo sistemático cre10 ainda que atendíveis economias se poderiam rea-
lizar nessas grandes construções sob o mesmo regime, pensamento e execução.
E já que toquei na questão da ca1ta da p10víncia, seja-me lícito dizer, que en-
quanto não nos é possível conseguir uma catta co10g1áfica fiel, muito convém ir desde
já reunindo todos os dados existentes a respeito das inexatidões da que possuímos,
e com êsses elementos, para o que devem por certo muito concorrer 13 engenheiros
que tem a província em diversos pontos empregados, proceder-se ao que acertadamente
dispôs o art. 3 9 da Lei n 9 692, de 2 de outubro de 1854, que medindo bem as difi-
culdades práticas para a obtenção dêsse impottante trabalho, limitou-se a mandar copiar
a carta coordenada e desenhada em 1839 com tôdas as coneções desde já possíveis, que
tanto equivale o melhoramento gradual que, por 01a, nos é dado pretender em ma-
tétia semelhante. Se me couber em tempo, esforçar-me-ei por preparar alguma coisa
no sentido da exernção da pré-citada lei.
São as verbas mais consideráveis de nossas leis de otçamento, as que consignam
fundos para obras públicas, os quais em sua máxima patte são aplicados às vias de
comunicação Votando-os, o corpo legislativo compenetra-se da mais urgente necessi-
dade da situação; porque, de fato, facilitar, ab1evia1 e multiplicar as vias públicas,
deve ser um dos nossos maiores empenhos; elas constituem por assim dizer o sistema
arterial de um país Quanto mais fàcilmente se opetar a citrnlação pelos seus diversos
ramos, tanto mais ativa será a sua vida industrial, e tanto maior, conseqüentemente,
a sua riqueza Se não fôta uma verdade intuitiva o que assim enuncio, e que a p1iori
concebeis, ter-se-ia sua demonstração prática nos estados norte-americanos, onde .1
abertura de canais e estradas, operatam em poucos anos uma maravilhosa transformação
em suas matas, do meio das quais surgiram, como por encanto, lidades que hoje osten-
tam tôdas as galas da civilização moderna No entanto pede a prudência que na
decretação de novos melhoramentos desta natureza, sejam bem consultados os recursos
do tesouro provincial, já tão onerado de despesas, e sobretudo que tirando lição do
passado nos não empenhemos em muitas emprêsas; porque a experiência de cêrca de
vinte anos nos mostra que grande número de obras em andamento ao m.esmo tempo,
com pequenas consignações, quer dizer numeroso pessoal, pouco serviço e ausência de
fiscalização, pois que assim os cuidados da autoridade central têm de distrair-se para
muitos pontos Homem novo na administração, sem os necessários dados para avaliar
todos os elementos de nossa riqueza, não posso assegurar se, pata ocotrer aos melhora-
mentos materiais, havemos em demasia hipotecado o futuro; prevejo, porém, em vista
da crise por que está passando a lavoura, principal fonte de nossa tiqueza, e calculando
os compromissos contraídos, que poderemos achar-nos diante de uma situação finan-
ceira embaraçosa, se desde já não procedermos com tato e economia
Contrista, em verdade, a história das obras da província Enormes somas se tem
despendido na intenção de dotá-la com vias de comunicação cômodas e fáceis ao trân-
sito público; estradas se tem contratado sob condições que, a serem fielmente desem-
penhadas, já a esta hora teríamos magníficos caminhos de carro nas mais importantes
irradiações da província; e no C:'ntanto essas estradas, pagas por avultados preços,
- 189

na ctença de que serão construídas sólida e convenientemente, aí estão para atestar


a perda dos dinheiros públicos, descobrir a mistificação de que foi vítima a pro-
víncia, e justificar os clamores que o povo levanta contra o mau uso das contribuições
(Om que o tributam.
Os interêsses dos empresários, as conveniências dos partirnlares, os caprichos das
influências locais, e o desleixo de alguns agentes da administração, vêm todos acumu-
lados embater sôbte o tesouro provincial e destruir-lhe os recursos, sem o grande fim
de sua aplicação, que está na vantagem do serviço prestado ao público Argumentam
os empresátios com delongas e protelações da parte da administração em mandar exa-
minar as obras contratadas, e se por acaso sob1evém então alguma enchente, a ela se
socorrem com açodamento, para explicar o mau estado dessas obras, assim destruídas
pelo efeito de fôrça maior, que sempte lhes acode com oportunidade; mas, de feito,
desmanchadas pela ligeireza e imperfeição com que fotam construídas
Contudo, se é vetdade que muitos conttatantes deixam de cumprir as obtigações
a que se sujeitaram para obte1 a fatura das ob1as da província, também não é menos
Lerto que algumas vêzes tem-se ela descuidado de exercer op01tunamente, pot intet-
médio de seus engenheiJ os, a inspeção que lhe inwmbe, acontecendo mesmo, a des-
peito de estradas que os respectivos empreiteiros dão pot concluídas, e que a p10-
víncia paga, o ficarem sem conservação; e sabeis bem c1ue a melhor estrada, sem con-
servação, em bteve torna-se péssima; de modo que não só set ve êsse fato de acobe1ta1
as faltas de tais emp1eiteiros, como de converter em pura perda dos cofies e da motali-
dade da fiscalização, os dispêndios feitos com mitas na utilidade e nos melhoramentos
da p10víncia
Longe, bem longe de mim, alto o declaro, está o menor laivo de censura nas
palavras que venho de proferir Conheceis o zêlo de todos quantos têm administtado
a província do Rio de Janeiro, e que eu sou o primeito a acatar co1dialmente; citcuns-
tâncias po1ém mais f01tes que sua vontade e seus meios de ação, filhas do modo de
ser da nossa atual sociedade, e congênitas mesmo com a natureza dêsses ttabalhos,
ainda em países com outros elementos de obtenção, têm contrariado os desejos e os
esfo1ços dêsses ilustrados cidadãos neste pôsto espinhoso e cheio de p1ovações
Deswlpai o que po1 ventura houver de aventuroso no que venho de dizer; sou a
isso levado pelo mesmo móvel que aqui vos reúne: a prosperidade da nossa província.
Ca1eço agora de tôda a vossa indulgência pata ouvitdes as poucas informações
que sôbte tão importante ramo de set viço me é possível prestar-vos, Lomo um ligei1 o
aditamento ao que mais p1ofusa e utilmente encontra1eis no 1elató1io do Exmo P1e-
sidente da província: referem-se elas tão-somente ao wtto de minha administração

OBRAS DA CAPITAL

Mattiz da capital - Cabe-me felizmente o anunoar-vos que estão por fim teuni-
nadas tôdas as obras internas da Igreja Matriz de São João Batista de Niterói, fal-
tando tão-somente acabar de colocar em tôrno dela o lajedo e a giade que a devem
citcunda1
~ 190 ~

Despendeu esta construção mais de 14 anos de trabalho e a avultada soma de


487:476$310, a saber:

N'o ano de 1842 a 1843 33:040$000


1843 a 1844 23:295$100
1844 a 1845 28:947$067
1845 a 1846 27:185$950
1846 a 1847 16:112$334
1847 a 1848 23:153$781
1848 a 1849 8:532$663
1849 a 1850 e semestre 10:160$641
1851 28:457$925
1852 98:436$392
1853 113 :687$990
1854 34:985$977
1855 27:699$856
1856 13:780$634

487:476$310

Esta soma ainda terá de ser aumentada com a de 14 ou 16 contos para concluir
as obras externas acima referidas. Cumpre todavia observar, que algumas obras de
pequena importância se fizeram na capital, à custa da consignação e dos recursos que
eram peculiares a esta edificação. Foi um dos fardos pesados de que se aliviou a admi-
nistração da província.
Matriz de São Lourenço - Ao tomar conta da presidência achei procedendo-se ~
desapropriação do terreno necessário para a matriz de São Lourenço, de conformidade
com a autorização e a planta para a fatura dêste edifício; confesso-vos, porém, que me
não animei a comprometer os cofres provinciais neste novo empenho, quando apenas.
se está concluindo o de que venho de falar-vos, que tão oneroso lhes foi N'ão sei
mesmo se é uma daquelas necessidades mais urgentes, e que deva por isso merecer
imediata preferência, em presença de muitas outras igrejas de diferentes localidades,
com menos recursos espirituais. Para servir de matriz, a lei n. 9 71 O, de 11 de outubro
de 1854 havia mandado desapropriar a capela de Sant' Ana, que generosamente foi
depois doada à província por seu possuidor; malograram-se, porém, as' piedosas inten-
ções do cidadão que fêz essa oferta, e dela só resultou um improfícuo ônus aos cofres,
da quantia de 1 :000$000 rs., em que importou a demolição que se mandou fazer da
mencionada capela, por ameaçar iminente ruína; não se podendo no mesmo terreno
edificar a nova matriz projetada, porque parece que não foi êste incluído na doação
feita, segundo sou informado, a qual só havia sido do edifício.
Quartel do corpo policial - Despendeu-se com êste edifício até princípio de 185 \
em que se suspendeu a obra, a quantia de 70:460$149.
Existindo por concluir-se uma parte dêle, no entretanto, que já estava com as
paredes da frente acabadas, faltando apenas a dos fundos, estando com tôda a cantaria
assente, e achando-se assim exposta esta porção importante de obra às intempéries do
tempo, que poderiam trazer brevemente a perda das somas despendidas em levá-la
ao ponto em que se achava, entendi como uma medida econômica utilizar, enquanto
- 191-

era tempo, as despesas feitas, tanto mais que, além da elegância e acabamento da
fachada do edifício, que tenho agata por consideração de ordem secundária, havia
efetivamente necessidade de acomodações, senão para as praças que ordinàriamente
1esidem no quartel, ao menos para melhor serviço do corpo, sua airec.adação e cozinha,
e até para uma prisão adicional à da casa de detenção, que atenta à pequenez desta,
se po<le ali provisàriamente estabelecer
Mandei pois orçar a despesa para a conclusão do lanço começado, e sendo ela
estimada na importância de 19: 722$500 1s , entendi preferível fazei a obra por arrema-
tação, para o que mandei pô-la cm hasta pública.
A pedido do comandante do destacamento de linha existente nesta cidade, ordenei
que se fizessem ligeiros 1eparos no pavimento que serve de quartel, por ter reconhe
cido sua necessidade
Cemitério de Maruí - Pelo alt 2.9 da Lei n 9 501, de 9 de abril de 1850, auto-
iizastes a presidência a despendei até 10 :000$000 is com a obra do cemitéiio público
na cidade de Niterói
Em feverei10 de 1853 efetuou-se, como sabeis, a compra de um~ propiiedade
paiticular, sita em Maruí, 9ue imp01tou em rs 12:402$350 A especialidade do terreno
de tôda a ftente desta piopriedade, tornou indispensável aterrar-se uma extensa linha
à ma1gem do mangue com que êle c.onfinava, e bordá-la tôda de um cais sôbre o
qual se assentou uma 1ua de 60 palmos de laigo, que acompanha a testada do refe-
rido teneno, no sentido longitudinal do muro que a divide do cemitério Tendo-s;:
igualmente aterrado a parte interna dêste, ieconheceu-se mais tarde que o atêtro piati-
cado não eia ainda suficiente pata evitai que as sepultmas ficassem inundadas pela
água que se encontrava logo nas primeitas camadas de escavação; sendo por isso mistet
fazei-se um novo aterramento, a que se está p10cedendo por arrematação

As despesas até fim de junho último feitas c.om êste sei viço, são as seguintes:

Compra da p10priedade e sua planta 12:771$750


Obras - poi administração 15:749$820
por airematação 53:882$744 69:632$564

Sustento de colonos e de africanos livres empregados nos enterramentos 1 :065$440


Vencimentos dos emp1 ega<los 1 :451$109

Rs 84:920$863'

A ma1oi algarismo, porém, devem nec.essàtiamente subit estas obias, atentas .1s
exigências <lo serviço dêste estabelecimento; e por isso cumpie que as computeis na
designação dos fundos que autoiizaides pata a verba de obras públicas
Releva de mais informai-vos que, po1 ocasião da epidemia, e não estando ainda
atenada a paite infetior do cemitério, fizeiam-se enterramentos em um teireno con-
tíguo, de proptiedade de heideiros de C Luís Machado, continuando-se aí a piaticai
sepultmas, por não estar ainda convenientemente preparada a área do cemitéiio em
que deviam elas ter luga1 Daqui resulta a necessidade de autorizaides a piesidência
a desaptopiiar a parte dos tenenos contíguos, que é hoje indispensável adquitir, não
só para não dat a autoridade o mau exemplo de invadir a p10priedade alheia, como ·
...,..192 -

pata poder isolar o recinto dos jazigos existentes das chácaras vizinhas, por meio de
um muro que o circule.
Em presença dos dispêndios feitos, e do que tem ocorrido, fôrça é fazer ainda
êste sacrifício, que deve porém ser de pouco valor, uma vez que a desapropriação
seja como digo, sàmente da parte dos terrenos próximos, e não de tôdas as proprie-
dades a que êles pertencem.
Mandei levantar uma planta não só do cemitério como dos terrenos adjacentes,
e sôbre ela traçar as porções destinadas aos enterramentos dos cadáveres pertencentes
às irmandades, que ali têm seus jazigos separadamente do dos outros cadáveres, com
designação das áreas para os carneiros e para as covas simples; bem como os espaços
em que se devem praticar as ruas e plantio de arvoredo ou relva, para embelezamento
do lugar, adaptado tudo à fisionomia e proporções do terreno.
O resultado dêsse trabalho foi ficar dividida a área do cemitério em 8 grandes
quadras, das quais 4 foram escolhidas pelas irmandades do SS. Sacramento, de Nossa
Senhora da Conceição e de Nossa Senhora do Rosário A primeira tem construídos na
sua quadra 45 carneiros, e prossegue fazendo outros
Nas quatro quadras restantes, que constituem o cemitério para o público em geral,
existem 55 carneiros para adultos e 30 para inocentes; procede-se à feitura de algum
outros para êstes últimos, dos quais há mais falta.
O custo médio de cada carneiro para adultos tem sido de 80$000 e para os me-
nores de 50$000
Em regulamento de 16 de abril último estabeleceu o senhor conselheiro presi-
dente da província o serviço dêste cemitério; e como não se tenha ainda podido fazer
com que alguma irmandade ou empresário dêle se encarregue, conforme foi recomen-
dado pela lei n,9 776 de 19 de setembro do ano findo, ficou sua administração pro-
visàriamente a cargo do chefe de polícia, incumbindo-lhe a escrituração, contabilidade
e todo o custeio do estabelecimento, e bem assim a percepção das taxas; as quais,
porém, havendo sido marcadas pela deliberação de 30 de outubro do mesmo ano
findo, que êste regulamento mandou invalidar, indispensável era que fôssem de novo
estabelecidas
Mandei organizar os modelos para a respectiva escrituração, e ordenei que por
enquanto subsistissem as mesmas taxas, até serem definitivamente fixadas, quando esta
administração fôsse entregue a qualquer emprêsa particular.
Parece-me, no entretanto, exagerado o pessoal que lhe foi dado por deliberação
de 30 de outubro passado, que só a quadra calamitosa por que passamos poderia
justificar.

OBRAS EM OUTROS PONTOS DA PROVINCIA

Matrizes

Matriz de São Salvador de Campos - Constando de ofícios do reverendo vigário


e do chefe do distrito o mau estado desta igreja, encarreguei o seu exame à comissão
que o exmo presidente nomeara para examinar o canal do Nogueira, e recomendei-lhe
que apresentasse a planta de um novo templo, indicando o lugar mais próprio para
sua colocação Em 16 de junho último, tendo-me oficiado a Câmara Municipal, parti-
- 193 --

cipando que uma das tôrres ameaçava p1óxima ruína, expedi ordem ao chefe do
disttito para dar tôdas as necessátias providências, de modo a evita1-se qualque1 desast1e
Matriz de Santo Antônio de Pádua - O atual vigátio, por ocasião de parti-
cipar-me a sua posse, representou-me que não há ali capela em que se celebrem os
ofícios divinos, e logo após, cm 21 de junho, comunicou-me que vátios fazendcitos
estão dispostos a concorrei com o dinheiro e madeitas para a ereção de uma igreja
que se orça em sete contos e quinhentos mil réis Em p1esença da exigüidade desta
quantia, da dificuldade de encontrat pessoas que o auxiliem no trabalho, e sob1etudo
da falta de ope1ários, teceia o reverendo vigá1io empreender a obia, e solicita a inter-
venção do govê1110 Recomendei-lhe que p10cu1asse realizar a subscrição e recolher o
seu ptoduto à colet01ia provincial, e na mesma data exigi infounações do chefe do
distrito, ordenando-lhe que levantasse a planta e otçamento de um templo modesto,
mas propo1cionado ao desenvolvimento do lugar Agua1do o 1esultado destas 01dens
pata deliberar o que fôt conveniente
Mat1iz de Nossa Senhora do Destê110 de Itambi - Ainda não estão concluídos
os consertos a11 ematados pelo sr Antônio da Costa Cordeii o, a quem concedi uma
p1011ogação de prazo, atendendo a motivos valiosos que me alegou Espero, po1é111,
que em b1eve estará te1minada esta obra.
Matriz de Nossa Senhoia da Conceição da Jurnjuba - Da sua conclusão depende
a inaugurac.ão da f1eguesia, aliás utgente, porque os m01ad01es do lugar, pata obte1em
os wcorros espirituais, são fo1ça<los a caminhai uma légua de estrada, em alguns pontos
de difícil ttânsito, ou a fazerem uma viagem por mar, que nem sempre é sem perigo
Atendendo a isto, ordenei ao chefe do distrito que 01çasse as obias indispensáveis
para concluir-se o templo, de modo que nêle se possam celebtat os ofícios divinos,
e conto que terá isso lugar com brevidade.
Matriz de Nossa Senhora da Glótia - Constando-me que o cidadão sr Antônio
Leite Pinto promovia para as obras desta matriz uma subscrição, que ia em maio
último 01çava por 6: 500$000, exigi do chefe do 3 9 disttito informações sôbre a con-
signação que deva ter para sua p10nta conclusão
Matriz de Cabo Frio -- A comissão encatregada das obias desta mattiz, paiti-
cipou-me em l '5 do mês findo, havei já comp1ado a madeita necessária, que tratava de
conduzir, a fim de começar os tiabalhos da construção,

Estradas

Estiada do P1esidente Ped1eira - Em virtude <le ordens do exmo presidente, o


engenheiro-chefe do dist1ito foi aut01izado a conttata1 com quem mais vantagens ofe-
recesse os melh01amentos desta estrada: e assim, vários conttatos 1ecebi, celebrados
com Cusrómo JosÉ DA CUNHA, JosÉ FERREIRA GONÇALVES e CRISTIANO JOAQUIM
DA RocHA, os quais mandei examinar, a fim de se1em definitivamente ap10va<los
O primeiro conttatante toma a si os melhoiamentos de 408 braças, comp1eendidas
desde a muralha do morro do Ftanco até os paredões colocados na descida do mesmo;
o segundo, 590 braças couentes a contar da entrada da ponte na rua da Câmara até
à g10ta existente na descida do Alto do Espigão; o terceiro os melhoramentos de ta-
ludes, escavações, alargamentos, cortes de valas e abaulamento da parte entre o valo
divisório das terras do veador CAMILO JosÉ PEREIRA DE FARO, e as de MATIAS GoN-

13 - 25 625
- 194 --

ÇALVES DE OLIVEIRA Roxo, e porteira da entrada da situação denominada S. Paulo,


pertencente ao dito veador
Todos êstes melhoramentos importam em 14:479$464 réis.
Sendo conveniente substituir a antiga estrada entre o alto do moiro do Franco
e o rio Paraíba, por uma outra a partir do pegão da ponte em construção no dito rio,
até encontrat no alto do referido morro a entrada dos paredões que guarnecem o
bueiro de pedra ali existente, enviou-me o mesmo engenheiro o cont1ato feito com
José Rodrigues Moreiia, 01çando as obras em 12 :000$000
Pata 1esolver sôbre esta constrnção, exigi a planta do teneno e informações ci1-
cunstanciadas, que ainda não viciam.
Além do serviço da constrnção e melhoramentos de que tenho falado, faz-se
miste1 continuat algumas seções desta imp01tantíssima estrada, cujo estado não é infe-
lizmente o melhor, apesar do muito que nela já se tem despendido.
Para isso conttatou o engenheiro a consei vação da 1 " seção com o cidadão si. Cân-
dido Luís Teles de Macedo, da 3 \ com o si. dr. João Caetano da Costa e Oliveira,
e finalmente do iamal para Vassoutas, com o cidadão s1 Custódio de Araújo Padilha
P01 último, repiesentando-me o engenheiro em ofício de 30 de junho, a necessidade
de macadamizar e calçat algumas valetas em diveisos lugaies desta esttada, a fim de
prevenit a formação de atoleitos na próxima estação, poi portatia de 10 do passado
autorizei semelhantes consertos, cuja importância é orçada em 12 :611$820.
Tenho recomendado instantemente ao engenheiro que empregue todos os esforços
em melhorar quanto antes esta estrada, pela impoitância da comunicação que ela facilita
Estrada que comunica a do Presidente Pedreira com a do Carneiro na fieguesia
de São Pedro e São Paulo de Itaguaí - O mau estado desta estiada e o péssimo traço
com que foi lançada, segundo as infoimações que tenho, tornam infrutíferos quaisquei
conseitos que se façam.
O engenheito do distrito é de parecei que se empreenda uma nova estrada com
melhor traço, que deveiá começai vinte e cinco braças acima da atual, na estiada do
P1esidente Pedteita, tendo a larguta de vinte e cinco palmos em ter1eno firme.
Cada braça corrente desta estrada deve1á impoitar em 6$000, sendo sua extensão
total de 1 771 braças, cuja importância, bem como a de duas pontes e ttês pontilhões
que se fazem ptecisos, monta a 20: 136$200
Careço conhecei de espaço esta questão, para poder convenientemente resolvê-la
Estrada do Presidente - Esta est1 ada, uma das ptincipais da piovíncia, comu-
nica não só vários pontos de São Paulo e Minas, como atiavessa os importantes muni-
cípios de Itaguaí, Piraí, Baua Mansa e Resende
No intuito de apressar sua conclusão, promovendo assim a facilidade de ttans-
porte para o me1cado dos piodutos da lavouta daqueles municípios, iesolveu-se dividi-la
em secções, que foiam arrematadas p01 fazendei10s das localidades onde ela passa
As ttês ptimeitas seu,ões foram contratadas em 19 de agôsto de 1851 com o
Sl ANTÔNIO JosÉ DE OLIVEIRA SAMPAIO; a 4'·' com os cidadãos srs foÃo BATISTA VIEIRA.
FERRAZ e MANUEL ANTÔNIO PEREIRA DA CRUZ, que as arremataram em 10 de setembro
do refetido ano; e finalmente a última com o cidadão st ANroNINO PEREIRA GusTAVO
- 195 -

Tanto as secções a cargo do sr ANTÔNIO JosÉ DE OLIVEIRA SAMPAIO, como :i

de que se incumbiu o sr. JoÃo BATISTA VIEIRA FERRAZ, acham-se concluídas, restandu
apenas as po'.1ks, pontilhões e bueiros da F', 3'! e 4ª secções, que não entraram no'>
respectivos contratos.
As sete léguas de estiada a cargo do cidadão sr ANTONINO PEREIRA GUSTAVO,
deveriam ficar concluídas em 30 do mês findo; mas representando-me o arrematante que
fôia obrigado a suspendei os ttabalhos por motivo da epidemia, concedi-lhe uma pror-
rogação de quati o meses, que termina em 30 de novembro próximo
Esta parte de estiada, da qual tenho boas infounações, vai sendo exerntada com
solidez e peifeição, 1 estando cêrca de uma légua para conclusão final.
P01 conta dos trabalhos feitos nas três primeiras secções recebeu o a1 rematante a
quantia de is. 71 :436$000, e à vista da atestação do engenheito do distrito, mandei
entregar ao sr. JoÃo BATISTA VIEIRA FERRAZ a quantia de 10 :914$000, bem como ao
sr. ANTONINO PEREIRA GUSTAVO a de 70:000$000 por conta dos 120 de seu contrato,
sendo em <linheito 40: 000$000 e em letras a 4, 5 e 6 meses, 30: 000$000.

Conttatei com o cidadão sr MANUEL MARTINS DO Cou10 Rms a conseivação


das ttês secções desta estrada, bem como da geral, desde o iio Itaguaí até ao Ribeitão
das Lajes, pela quantia de 11 :000$000 tomando êle a ba11eita de Itaguaí por 8 :000$000.
A const1 ução <las pontes, pontilhões e bueitos da 1ª e 3ª secções, inrnmbi à soli
citucle <lo maj01 sr MANUEL JosÉ CARDOSO e as da 1'! ao zêlo dos p1estimosos cida-
dãos SlS JosÉ DE SOUZA BREVES e VALÉRIO Luís DE MENESES, que destarte dão mais
uma prova do seu útil patriotismo.
Estrada de Itabapoana ao Ribeitão de Santo Eduardo - Pela planta e respectivo
orçamento, que vos foi apresentado na sessão passada acêrca da di1eção e custo de
uma estiada desde a povoação de Itabapoana até a barra do Ribeirão de Santo Eduardo,
se reconhecia sei o traço direttiz de semelhante estrada quase todo pela margem es-
queida do Itabapoana em uma linha de 8 léguas e 1 700 bi aç_as, e ser a sua rlespesa
01çada em 173 :43 7$500
Acontece, po1 ém, que o engenhei10 H DE KLASS, um dos que levantai am a men-
cionada planta e confecciona1am o otçamento na icfe1ida irnp01tância, dcdara agoia que
cometera um êtto aiitmético, multiplicando por 1$500 1s o número das braças cúbicas
e do atêuo e desatê1ro a fazer, em vez de multiplicá-lo por 4$500, 1esultando pelo
engano do fato1 dêste cálculo, que semelhante 01çamento foi elevado à subida soma
de 394:822$500, como vereis da demonstração que vos farei ap1esenta1 e que, quanto
ao mais, combina com o 01çamento primitivo
À vista de tão enoune despesa, que de pouca vantagem fôia, a não continuar-se a
estiada desde Santo Edua1do até a se11a de Prepetinga, patte esta talvez a mais mgente-
mente reclamada po1 agora pata os p1o<lutos desta porção de te11itó1io, onde começam
a estabelecer-se fazendas de rnltura que, pela uberdade do solo, prometem vantajosos
frntos, iesolvi procurar obter infounações mais precisas não só a respeito da utilidade
desta estiada, nas proximidades de um 1io, que talvez possa ser todo navegável até
Santo Eduatdo ou mui ap1oximadamente, com :neno1 dispêndio que o exigido pela
fatura da via te11estre, como a 1espeito dos valores do orçamento, que agora me parecem
exagerados, em uma linha que em sua máxima extensão é por sôbre terreno plano e
de fácil obra.
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No enttetanto, ttazendo à vossa consideração estas observações, iesolvereis se não


convüia mais começai pela estrada da serra de Prepetinga até Santo Eduaido, enquanto
se colhem infoimações mais positivas sôbre a navegabilidade do Itabapoana, daí até
sua foz, mediante a destruição de alguns saltos do rio que a impedem nas cercanias
dêsse ponto
Ê uma impoitante via de comunicação que deve atrair pata essas paragens muitos
agticultores, e povoar seus imensos e féiteis sertões, cujo futuro promete a tôda aquela
extrema da p10víncia um papel importante, tanto na cópia das produções como na
facilidade de sua exportação pela barra do Itabapoana
Estiada do Atanázio - Tendo a Câmara de Mangaiatiba pedido meios para fazei
esta estrada que fica entre o Atanázio e o Atanázio Pequeno, na freguesia de Itacuruçá,
mandei-a oiçar e ouvir a iespeito o engenheiro, a fim de deliberar como melhor
lOnvenha
Estrada de Itaguaí - Estragada pelas lhuvas, a que vai pelo sertão de Ingaíba
até Angra, necessita de reparos, segundo me repiesentou a Câmara: mandei orçá-los.
Estrada Geral de Itaguaí - Desabando com as últimas chuvas uma parte do
paiedão do sena desta estrada, é mister reconstruí-lo, e pata isso autorizei o engenheiro
a contratai as obras necessárias, que se orçam em rs 8:085$040
Estiada da Paraíba para Vassouras - Em ofício de 30 de maio iepiesentou-me
a Câmara Municipal da Paraíba do Sul a conveniência da abertura de uma légua de
estrada que evite um morro que dificulta o trânsito: mandei fazer os necessários
exames e orçar êste melhoramento
Estrada da Vila da Paraíba ao Pôrto da Ericeira - Representou-me a mesma
Câmara, nessa ocasião, a necessidade de seus reparos: mandei-os também orçar.
Estrada da Paraíba a Bemposta - Vários fazendeiros das fieguesias da Bemposta
e S José do Rio Prêto, na Paraíba do Sul, iequereram à Câmara a abeitura de um
caminho que, partindo do anaial da Bemposta, conduza a esta vila; o qual, a seguir
pelos pontos indicados, ficará mais rnrto do que o atual cêrca de cinco léguas A Câma1a,
não podendo despender com êste melhoramento, que aliás julga necessário, mais do
que 2 :000$000, tecorreu à presidência da p10víncia em 29 de abril próximo findo.
Mandei fazer as convenientes explorações, levantar a planta e organizar o orçamento
Estiadas do Cavalão e da Viração - Acham-se em mau estado, segundo me re-
piesentou a Câmara Municipal em ofício n9 72, de 15 de maio, e wmo tive ocasião
de verificar: exigi, no entt etanto, do chefe do distrito, as informações precisas pata
deliberar sôbre a natmeza dos wnsertos
Estrada para o Garagaú - A Câmata Municipal de São João da Barra pediu-me
autorização para abrir, a expensas suas, uma estrada que partindo do lugar denomi
nado "Ilha do Franco", à margem esquerda do rio Paraíba, em frente à cidade e
atravessando o Riacho Gtande, vá ter à estrada do Garagaú Pôsto que a Câma1a
assegure que uma comissão por ela nomeada, abrindo picadas, verificará a praticabilidade
desta via de comunicação, que evita uma viagem de meia légua pelo Riacho Garagaú,
só navegável em ocasião de grandes marés, e seja da maior conveniência para os mora-
dores do Distrito da Barra Sêca e povoação do Itabapoana, declarando-me ter em cofre
6 :000$000, que julga suficientes para levá-la a efeito, julguei contudo prudente ouvir
- 197 -

primeiramente o chefe do dist1ito, como homem profissional, e 01denei-lhe que orga-


nizasse a planta e 01çamento de semelhante estiada
Estiada da Estrêla - Tendo findado o prazo do contrato celebrado com o sr coro-
nel ALBINO JosÉ DE SIQUEIRA pata a conservação da pa1te compreendida entre a vila
da Estrêla e o F1agoso, mandei novamente anunciai a sua arrematação, o que acaba
de realizar-se com o Sl AUGUSTO DA ROCHA FRAGOSO pela quantia de 6:000$000,
menor do que a do último contrato.
Estrada do Pati - Está abetta a picada desta estrada a começar de Petrópolis
wm dez palmos de largo; e já se presta ao trânsito de animais de carga De matço a
esta parte tem-se feito 1 530 btaças de caminho, cuja inclinação média é de 3 por cento.
Segundo informa o direto1 da colônia de Pett ópolis, sob cuja direção se acha esLl
estrada, pode ser ela facilmente prepatada pata carros Cumpte, porém, auxiliá-la com
uma prestação suficiente, em 01dem a conseguir-se a tealização desta via importante
pelas facilidades de trânsito que vai fianqueat a localidades que o tinham longo e
difícil.
Estrada geral de Niterói - Contratei em 9 de junho com o majot o sr JOAQUIM
OrAVIANO CÉSAR, pelo tempo de quatro anos, a conset va~ão da parte compteen<lida
entre a Ponte de Pedia, em Nite1 ói, e a de Fetro no Rio Alcântara, pela quantia anual
<le 1 :400$000 afota ceitas obras de repa10 da mesma estrada, que igualmente con-
t-ratei pela soma de 1 :200$000
Estiada do Curato do Pôrto das Caixas ao Sampaio - Estão concluídos os repa1os
contratados, em virtude da portaria de 8 de fevereiro, segundo em 17 de junho me
informou o engenheiro, sob cuja fiscalização êles se fizeram
Estrada de Pirassinunga ao Subaio - Os ateuos desta estrada, que fica n:t
f1eguesia de São José da Boa Morte, do município de Santo Antônio de Sá, atrema-
tados pot CLEMEN1E JosÉ DA SILVEIRA em 30 de agôsto de 1852, achanHe concluídos,
rnnfoune o cont1ato, segundo informou o respectivo engenheito em 17 de abiil passado
Estrada de Cantagalo ao Pôrto das Caixas - Tendo-me representado o respectivo
conservador, o sr. Visconde de Barbacena, a necessidade de alguns bueiros e ponti-
lhões para melhor assegurai o trânsito, depois de ouvit o engenheiro-chefe do distrito,
autorizei em 17 de julho a sua fatura
O mesmo si. visconde apiesentou-me a planta da estrada para cairos, a cuja
construção se propõe p01 meio de uma sociedade anônima, a qual planta, na forma
<la 6 " condição do contrato de 18 de março último, poi êle celebrado com a presi-
dência, deve esta ap10var.
Inrnmbi o seu exame ao engenheiro inglês Mi LAN, que para êsse fim foi
pôsto pelo ministéiio do Império à disposição desta presidência, p10pondo-lhe os que-
sitos que me paieceram necessátios, a fim de chegai-se a um perfeito conhecimento
da exeqüibilidade da estrada, da suficiência dos capitais que nela têm de ser ernpie-
gados, da conveniência do projeto em todos os seus detalhes, e da cont10ve1sa questão,
ali~s impoitante, da escolha do ponto terminal da mesma estrada nas margens do rio
Macacu; de modo a ficai o govêrno habilitado para garantit os tianscendentes inte-
1êsses patticulaies e públicos que estão ligados a semelhante emprêsa. Aguardo os
trabalhos dêste engenheito para dar a solução devida a tal encargo.
- 198 -

Pontes

Ponte sôbre o tio Fagundes - Esta ponte na estrada da Estrêla, na secção da


Pampulha, e que foi contratada com o sr Augusto da Rocha Fragoso, acha-se con-
cluída conforme o tespectivo contrato
Ponte da Vila da Paraíba - O sr. Baião de Mauá, desejando constrnir com
tôda a perfeição e solidez esta importante ponte, julgou conveniente ouvir, sôbre um
novo sistema que para ela pretendia adotar, não só os profissionais do país, mas tam-
bém engenheiros que na Inglaterra se dedicam exclusivamente a constrnções desta
natureza; isso deu luga1 a não ficarem concluídas as obras no p1azo do seu contrato
de 27 de abril de 1854, o que o levou a reque1er-me uma p10rrogação de prazo até
2 de dezembro dêste ano, ao que aquiesci, não só rnmo um ato de eqüidade, mas
ainda como uma p10va de consideração devida ao cidadão que em mais vasta escala
tem prornrado frutificai os recursos materiais do país
Progridem no entretanto com rapidez os trabalhos desta ob1a monumental esfa\-ido
pronta tôda a cantai ia
Um dos arcos de feno já se acha no lugar em que tem de ser assentado, e tôdas
as demais peças estão fundidas, e vão seguindo de Petrópolis para aquêle ponto, sem
peida de tempo e confo1mc o peunitcm os meios de ttanspotte, que proporciona a
estrada po1 onde têm de sei rnnduzidos êsses pesados a1 tigos
O empresá1io espera abri-la ao trânsito público no dia 2 de dezemb10 p1óximo
futuro
Aprovei um contrato que, em virtude da otdem de 12 de ma1ço, havia sido cele-
btado com MANUEL JOAQUIM PACHECO em 2 de maio, para os consettos da ponte
parcial que existe naquele lugar, pela quantia de 1 :861$200, impondo ao empreiteito
a obrigação de conservar as obias que fizer por espaço de dois anos
Ponte sôbte o tio Muriaé - A Câmara Municipal de Campos oficiou-me em
8 de julho findo, fazendo ver a necessidade de uma ponte neste rio no lugai deno-
minado - Pôrto Alegre - a fim de facilitar o ttânsito dos moradores do .sertão de
Caiangola, e especialmente da freguesia de Nossa Senhora da Natividade, que tendo
de transportar café e outros gêneros para a cidade de Campos, mm a qual mantêm
importantes 1elações comerciais, não podem no ent1etanto atravessar o rio naquele
ponto sem grande dificuldade, mormente em ocasiões de cheias Mandei fazer a planta
e orçamento da obra, que terá comêço logo que me venham êstes trabalhos
Ponte sôbre o rio Lambari - A Câmara de Mangaratiba representando que as
cheias haviam arruinado as pontes e estradas gerais do seu município, apresentou o
projeto de uma ponte para o rio Lambari, que deve ter vinte e quatro palmos de vão,
vinte de largura e os pegões de dez palmos de altura, orçada em 5: 108$200
Ouvido o engenheiro das obras da capital, informou que o sistema adotado no
p1ojeto já está rep10vado, mas que com algumas modificações poderia ser admitido,
1eduzindo-se a despesa a 2 :000$000 rs
Exigi a respeito informações do chefe do distrito, a quem ordenei que levantasse
a planta de outras pontes mais necessárias
Ponte sôbre o 1io Macaé - O empteitciro achou grande dificuldade cm obter
as madeiras da qualidade indicada no seu contrato, e pediu autorização para substituí-las
199 -

por outras, também de lei: de acôrdo com o chefe do 5,9 distrito, e com a com1ssao
encarregada da direção das obras, aquiesci à exigência, sem alteração do preço do
contrato
Ponte sôbre um sangradouro do no Macacu - Esta ponte, situada na estrad,1
de Macaé para Campos, achando-se muito arruinada, foi mandada consertar por pm-
taria de 16 de fevereiro último, e sendo contratados os seus reparos pelo chefe do
distrito com o carpinteiro JOAQUIM DA SILVA NEVES SERENO pela quantia orçada de
1: 382$000, aprovei o contiato, impondo ao empreiteiro a obrigação de conse1 var a
obra, salvo casos de fôrça maior, por espaço de três anos
Ponte sôb1e o rio Mambucaba no lugar dos Ilhéus - O chefe do 1 9 distrito
cumprindo a ordem que lhe fôra dada em 4 de maio apresentou-me a planta e orça-
mento desta obra na importância de 8 :246$200 rs : mandei ouvir a 1espeito o enge-
nheiro das obias da capital, e agua1do a resposta para resolver sôbre esta construção
1eclamada pelos moradores da localidade
Ponte sôbre o Ribeitão das Lajes, na estrada geral de Itaguaí - Esta ponte perdeLl
tôda a sapa de um dos pegões laterais, que foi totalmente arrojada pela enchente do
rio, ficando êsse pegão sem ampato e sujeito a sof1er giande nlÍna
O ptanchado e out1as madeiras dos altos estão muito deteriorados, e po1 isso con-
vém mandar fazei já os conse1tos, pata evitai maior dano e despesa, a qual é orçada
em 2:353$200 rs Por p01taria de 26 do passado, autorizei o engenheiro a contratá-los
Pontes da Combica e Caricibu - Estas pontes e os respectivos aterrados, ainda
não foram concluídos pelo arrematante, sr dt Antônio José Pereira das Neves, a quem
neguei uma prorrogação que me pediu em 3 de junho, por já lhe haverem sido con-
cedidas quatro para o acabamento desta obra
Ponte sôbre o Córrego da Vargem Grande - Esta ponte, que se acha na estrada
de Cantagalo para o pôrto da Sapucaia, no rio de São Pedro, município de Macaé,
foi contratada pelo chefe do distrito em virtude de p01taria de 30 de ab1il dêste ano,
pela quantia de 550$000 lS, com o carpinteiro DOMINGOS MARTINS VIANA, e deve
ficar concluída até o último do corrente: aprovei o contrato em 7 de julho próximo
findo
Ponte sôbre o rio Bonito - Esta ponte, colocada no ponto em que o rio faz
barra com o rio Prêto, no município de Paraíba do Sul, a11ematada pelo sr ANTÔNIO
JosÉ DA ROCHA FRAGOSO, está conduída na forma do contrato, segundo me participou
o 1espectivo engenheiro cm ofício de 24 de maio
Ponte sôbrc o rio Fagundes - Os conse1tos desta ponte, que fica na estrada que
conduz da f1cgucsia <le São José do Rio Prêto para a vila da Pat aíba do Sul, anema-
lados pelo mesmo sr ANTÔNIO JosÉ DA ROCHA FRAGOSO, estão também concluídos,
segundo na mesma data me participou o dito engenheiro.
Ponte do Senetá1io - Representando-me o engenheiro encarregado da estrada da
Estrêla, na Paraíba, a urgente necessidade de uma ponte no lugar acima denominado,
e de um pontilhão de madeira - no córrego da Laje - junto à Sambambaia, auto-
rizei-o a contratar estas construções com quem mais vantagens oferecesse, o que acaba
de verificar-se
Ponte e pontilhões sôb1e o rio Mambuca - A enchente da lagoa de Maricá
tem demorado a construção desta ponte e pontilhões contratados pelo capitão o
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sr CAMILO MODESTO RICARDO DE SÁ RÊGO; estão porém já concluídos 2 pontilhões e


pa1te do aterrado, tendo o arrematante estabelecido uma passagem provisória, a fim de
se não interromper o trânsito: logo que se esgote a lagoa, ficarão terminadas tôdas
as obras, segundo me informou o engenheiro; e sendo necessário guarnecer-se o ater-
rado a fim de que o não prejudiquem as enchentes do tio, autorizei em 3 de junho
êste empregado a mandar fazer seis paredões de alvenaria, na forma por êle indicada,
até a quantia orçada de 890$000 rs.
Ponte sôbre o rio Piraí, junto à vila do mesmo nome - Cont1atei em 2 de
julho findo com o carpinteiro JoÃo VASQUES a construção desta ponte pela quantia
de 19:261$000 rs Deve ter 360 palmos de comprimento e 20 de largura, ser assen-
tada sôbre 7 ordens de esteios de madeiras de lei novos, e <le 1'! qualidade, e ficai
concluída no prazo de 8 meses, obrigando-se o empreiteiro pela sua conservação du-
rante três anos Incluí no contrato tôdas as condições que me parece1am a bem da
fazenda pública; não me sendo possível espaçar esta resolução, em face de instantes
exigências das autotidades locais, que me davam a ponte velha, e única que para o
ttânsito havia, em estado tal de perigo que a cada momento se receava um desastre;
é demais isso geralmente sabido.
Ponte de D Rosa sôbre o rio Iguá - Tendo a Câmara Municipal de Itaboraí
reptesentado em 5 de abril sôbre o mau estado dessa ponte do seu município, mandei
01çar os reparos necessários, a que farei proceder sem demora
Ponte sôbte o rio Caximbau - O engenheiro do distrito orça-a em 6:810$400 rs.:
esta ponte deve ter 90 palmos de vão, pegões e asas de pedia, bem como uma
calçada de 24 palmos de largura e 15 de comprimento em cada cabeceira
Ponte sôbre o rio Barra Mansa - A construção desta ponte está orçada em
S: 142$000 rs : tem 118 palmos de vão
Ponte sôbre o rio da Guardinha - Tem de importar, segundo o orçamento, em
6 :988$800 rs : a planta dá-lhe 70 palmos de vão.
Ponte sôbre o tio Quilombo - Orça-se em 4:250$100 ts : tem 40 palmos de
vão e 22 de largura liv1e, com pegões e asas de pedra
Ponte sôbre o rio Teixeira - Tem 100 palmos de vão, e 22 de la1gura: é orçada
em 6: 106$800 rs.
Ponte sôb1e o no Bananal - Sofreu grandes estragos em um dos pegões, e
mostra muitas madeiras danificadas: reclama maior despesa, que a autorizada no
contrato feito com o arrematante, pelo que, depois de devidamente examinados, pre-
tendo autorizar o excesso
Ponte sôbre o tio Laranjeiras - Fica a meia légua da vila de Pitaí, onde comu-
nica a da Paraíba do Sul, com a povoação dos Tomases: está em péssimo estado e
necessário é refazê-la completamente, aptoveitando-se apenas os esteios centrais, e
os pegões das cabeceiras Orça-se a reconstrnção em 8 :682$000 rs : o comprimento
desta ponte é de 224 palmos, e a largura de 20
Ponte sôbre o córrego de São Paulo - Precisa ser reconstruída, e é 01çada a
despesa em 2:121$500 rs
Ponte sôbre o ribeirão do Pocinho - Carece de dois pegões, assim como assoa-
lhar parte e prover de outtos reparos, que importam em 2 :889$850 rs.
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Barcas de passagem

Representando-me o arrematante das taxas de passagem da ba1ca do Ubá, em


10 de maio, que esta se achava em péssimo estado, ordenei ao chefe do 3 9 distrito
t]Ue desse, com urgência, tôdas as providências, a fim de não ser interrompido o
trajeto.

Quartéis

Achando-se muito arruinada a casa em que estava aquartelado o destacamento


de polícia da vila de Magé, e sendo indispensável mudá-lo, não se encontrava, entre-
tanto, outra nas convenientes condições para ser alugada Nesta circunstância, ofe-
1eceu o presidente da Câmara a antiga sala das audiências, junto à cadeia; sendo
porém necessário um telheito para a cozinha, orçado em 150$000, auto1izci o 1es-
pectivo delegado a construí-lo, poupando assim ao cofre provincial maiores despesas

Canais

Canal do Nogueira - Uma comissão composta dos coronéis GALDINO Jusn-


NIANO DA SILVA PIMENTEL e ERNESTO AUGUSTO CÉSAR EDUARDO DE MIRANDA,
e do tenente-coronel JACINTO VIEIRA DO COUTO SOARES, foi em junho último en-
carregada de examinai a questão que se tem movido entre o arrematante da con-
clusão desta obra, o sr. ANTÔNIO JUSTINIANO RODRIGUES e o govêrno da província,
acêrca de acréscimos de obras e out1os pontos controversos
Aguardo o parecer desta comissão, que mui brevemente me deve set aptesen-
tado, e então te1ei talvez de submeter à vossa consideração semelhante negócio
Canal de Campos a Macaé - Aproveitando a oportunidade que se proporcio-
nava com a ida da comissão acima teferida ao distrito de Campos, um dos membros
dela, o coronel GALDINO JUSTINIANO DA SILVA PIMENTEL, foi incumbido de exa-
minar também, à vista das opiniões sôbre êste canal, emitidas pelo engenheiro HAL-
FELD cm seu relatório de 28 de agôsto de 1854, e da planta que do mesmo levantou,
se conviria abrir a parte do canal ainda não concluída, pelo mesmo sistema por que
está feita a que presta navegação, 01ganizando neste caso a planta e orçamento res-
pectivos, de acôrdo com o engenheiro chefe do distrito Aguardo igualmente êstc
trabalho para sôbre êlc resolver como convenha.

* * *
Dei as neccssauas ordens para continuarem no cotrente semest1e as obras cm
andamento com as mesmas consignações do ante1ior; ficando porém dependente a
disttibuição definitiva do crédito desta ve1ba, de informações que exigi dos enge-
nheiros e comissões administiadoras Eis aqui a soma dist1ibuída

CAPITAL

1 Matriz de São João Batista, para seu acabamento 16:000$000


- 202 -

PRIMEIRO DISTRITO
Matrizes
2 De São João Marcos 3:000$000
3 De Santo Antônio de Capivari 2:400$000
4 De Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba 2:400$000

Estradas
5 De Parati 4:800$000
6 De Mambucaba 4:800$000
7 Da Pedra, e de João d'Oliveita 4:100$000

Outras obras
8 Cemitério de São João do Príncipe 1 :200$000
9 Cadeia do mesmo lugar 2:000$000

SEGUNDO DISTRITO
Matrizes
10 De São Sebastião da Barra Mansa 3:000$000
11 De Sant' Ana de Resende 2:400$000
12 De São João Batista do Anozal 4:800$000

Estradas
13 Do Presidente, desde o Ribeirão das Lajes até o Arrozal 6:800$000
14 De Resende ao Ariró 6:000$000
15 Da Serra do Picu ..... . 6:000$000
16 De Itaguaí à freguesia do Bananal 3:000$000
17 De Itaguaí, desde a raiz da serra até Matias Ramos (a importância
das férias) $

TERCEIRO DISTRITO
Matrizes
18 De Nossa Senhora da Glória de Valença 3:000$000
19 De Santa Teresa 8:000$000
20 De Nossa Senhora da Conceição de Marapicu 2 :400$001)
21 De Santo Antônio do Rio Bonito 3:000$000

Outras obras
22 Estrada do Comércio . 6:000$000
23 Casa da Câmara e cadeia de Vassouras 8:000$000

QUARTO DISTRITO
Matrizes
24 De Nossa Senhora do Amparo, de Maricá . . ..... 6:800$000
25 De Nossa Senhora da Conceição, da vila do rio Bonito 3:000$000
26 De Nossa Senhora de Nazaré, de Saquarema 2:000$000
27 De São Gonçalo, de Niterói 2:600$000
28 De Nossa Senhora da Lapa, de Capivari 1 :200$000
- 203 -

Estradas
29 De Sampaio a Capivari 722$930
30 Das Sete Pontes 7:200$000
31 Cordão de Itaoca, e ponte do mesmo nome sôbre o rio Imboaçu 3:000$000

QUINTO DISTRITO
Matrizes
32 De São João Batista de Macaé 4:800$000
3 3 De Nossa Senhora das Neves 2:400$000
34 De Santo Antônio dos Guarulhos, em Campos 2:000$000
3 5 De Santa Rita 3:000$000
36 De São Salvador 6:000$000
3 7 De São Fidélis 2:600$000

Outras obras
38 Ponte sôbre o Rio Macaé em frente à cidade 6:000$000
39 Muralha do Paraíba em Campos 6:000$000
40 Cadeia do mesmo lugar 6:000$000

SEXTO DISTRITO
Matrizes
41 De São João Batista, de Nova Friburgo 3:600$000
42 De São José da Boa Morte 2:400$000

Estradas
43 De Cantagalo ao Pôrto das Caixas 24:000$000
44 Do Capim d'Angola 4:000$000
45 De São Sebastião ao Curato de Santa Maria Madalena 6:000$000
46 De Cantagalo a Macaé 16:000$000

SÉTIMO DISTRITO
Matrizes
47 De Nossa Senhora da Piedade, de Inhomirim 1 :800$000
48 De São Nicolau de Suruí 1 :800$000

Estradas
49 Nounal da Estrêla 36:000$000
50 Da serra do mesmo nome 24:000$000
5l Entre o Paraíba e o Paraibuna 3:000$000
52 Da Taquara 3:000$000

Outras obras
53 Cadeia da Paraíba do Sul 12:000$000
54 Ponte do Rio Paraíba (a imp01tância das férias) $
- 204 -

CASAS DE CARIDADE

Dez são, como sabeis, as casas de caridade ota existentes na província


Pata a expedição dos respectivos regulamentos sob um sistema uniforme que
sujeitasse sua fiscalização imediatamente ao govêrno, wmo determina o § 4,9 do
art 39 da Lei n9 725, do ano de 1854, já havia sido nomeada em 18'íl uma comissão
composta dos habilitadíssimos cidadãos Sts CÂNDIDO BORGES MONTEIRO, FRANCISCO
OTAVIANO DE ALMEIDA RosA e ANTÔNIO GONÇALVES DE ARAUJO LEITÃO Sobte-
carregados, sem dúvida, de outtas imp01tantes incumbências, não têm êles podido
confeccionai semelhantes ti abalhos, pelos quais aguai dava a ptesidência para mar-
char wm acêrto no desempenho dêste dever
Na ausência de qualquer elemento que me pudesse habilit;lr a ap1esentar-vos o
estado atual de ttês estabelecimentos, visto como não têm êles mandado as respec-
tivas wntas de sua gestão, wnforme lhes cumpte, e pata o que já lhes expedi as
necessárias 01dens, limito-me apenas a falar-vos do

Asilo de Santa Leopoldina

Êstc estabelecimento, wnfiado, como sabeis, à i1mandade de São Vicente de


Paulo, e cujo comp10misso se acha confirmado' pela provisão do Exmo Bispo da
Diocese de 3 de novembro, e pela carta presidencial de 1O de dezembro do ano
findo, recebeu a ptimcira pedia fundamental do seu edifício pot ocasião da última
visita com que SS, MM II honraram esta cidade, na chácara para êsse fim wm-
prada a BERNARDINO MARTINS FERREIRA DE FARIA A tealização, porém, do plano
aprovado por SS MM exigiu a aquisição de mais tetreno wntíguo àquela chácara
Baseando-se na Lei n9 791, de 24 de setemb10 de 1855, mandou a presidência
adiantar a quantia necessária para a compra, que se efetuou, da casa e chácara de
AN IÓNIO JosÉ Gm.rns DO Rio ARAÚJO, po1 vinte e duas apólices da dívida púbfü:t
do Estado de um conto de réis cada uma, que pelo seu p1eço então wrrente, equi-
valeu a 23 :410$ rs
Não tivetam, porém, ainda continuação as obtas do edifício, porque julgou-se
mais conveniente teparat e acn:scentat a casa recentemente comp1ada, pata nela teceber
quanto antes os asilados, poupando-se assim a quantia de 1: 500$ is que se está
pagando de aluguel anualmente: êstes reparos estão a terminar, sendo de cier que
mui btcvemente se traslade pata ali o asilo Já foi ext1aída a l'·' das loterias, conce-
didas na referida lei para a construção do novo edifício
O asilo conta hoje cm seu seio 50 desvalidos, rnjos nomes, idades, natmali-
dades, sexos e côres, constam do quad10 apenso sob nº 25 * O ttatamcnto e a
educação dêstes pupilos da província estão wnfiados aos rnidados de nove iunãs do
Cotação de Maiia, contratadas por tempo de seis anos, e coadjuvadas, no que res-
peita à religião, por um sacerdote capelão do estabelecimento
A teceita e despesa desta pia instituição, desde 24 de junho de L854, data em
que foi instalada, até 30 de junho de 1856, consta de um balanço que vos aptesento
no apenso sob nº 26 *

* Deixou de sei incluído na p1esente publirn<,ão


- 205 -

No dia 13 de julho passado foi eleita, na forma do respectivo comptomisso,


a administtação que deve tomar posse no dia 7 de setembro próximo futuro, e servir
no biênio que se conta daí a igual época de 1857
Não é po1 agora possível aventurai algumas considerações acê1ca do sct viço,
que como valioso auxiliai do ensino primá1io das classes pobtes da província pode
vir a p1esta1 êste estabelecimento, creio, porém, que deve êle conco11e1 eficazmente:
pata a solução de alguns problemas, tendentes a êste estudo das questões sociais

Hospital da cadeia de Niterói

Pelo mapa apenso sob n? 27, veteis o movimento dos presos e dos afticanos
liv1es ao serviço das obras da capital, tratados no hospital da cadeia d' Ai mação desd"
julho de 1855, até junho último, e cujo resumo é o seguinte:

JDa cadeia { Livies

l
Cativos
E1istiam no a de julho
0
3
Da casa de detenção { LiVJes
CJativos 2
Afiicanos livies das obias pDblicas 3

10

JDa cadeia { Livies 4G

l
Cativos 10
Entiaiam 70
Da casa de detenção {LiVJes
CJativos 53
Ali icanos livies das obias pnblieas 38

227

JDa cadeia {Livies


43 l
l Cativos 10
Tivei am alta

~~ J 1971
Da casa de detenção { Livies
Cativos
Ali icanos livies das obias pDblícas 36

Faleceiam
r
l
Da cadeia

Da casa de detenção
{ Livies
Cativos
{ Livies
Cativos
~l 19 !""
Afi icanos livies das ohias pDb!icas :-f
JDa cadeia { Livies

Jl,xistiam em 30 de junho
lDa casa de detenção
WCativos
{ Livics
Cativos
:1
-4 J
11

Af1icanos livies das obras pDhlicas

Dos 19 falecidos, fm am:


De tísica pulmonar 7
De cólm a-mm bo 2
De diarréia 3
De d1feientes cnfm midades 7

Vê-se, pois, que a tísica pulmonar é a enfermidade que maior número de


vítimas faz; nem deve isso causai estranheza, atendendo-se à localidade em que se
206 -

acha a cadeia Situado na base extrema ela montanha da Aimação, à boda do mar,
junto de uma rocha, e f10nteiro à bana, êste edifício, que faz paite de muitos outros
armazéns construídos para o fabiico e guarda elo azeite ele baleia, não só está longe
de satisfazer às exigências ele uma plisão regular, como às condições higiênicas indis-
pensáveis a uma casa onde existe constante aglomeração de indivíduos
Demais, a falta de exercício ou tiabalho, excessos reprovados a que po1 ven-
tuta se dão homens corrompidos, e muitas outras causas deletéiias, além da peculiar
circunstância de não se poder aplicar aos enfermos, po1 sua especial posição, todos
os meios conducentes a seu itatamento, devem forçosamente influiJ não só para aquela
afecção, como pai a sua maior mortalidade
No entJ etanto, é dever da sociedade, é ainda preceito constitucional, que as
cadeias sejam casas convenientemente edificadas, de modo que não aumentem o cas-
tigo ao delinqüente. Não cabendo, porém, nos 1ecursos da pi ovíncia prover de p10nt0
a tôdas as suas mais mgentes necessidades, vou mandar assoalhar o pavimento térreo
da piisão, pata evitai a maior umidade, que aí se sof1e, limitando-me a mencionar
aqui estas observações, que ioma1eis como uma informação que me corria o dever
de apresentai -vos
O apenso sob 119 32 * mostia também o mapa dos entenamentos no cemitério
de ManlÍ.

LOTERIAS

Não me pa1eceu extemporâneo apresentar-vos aqui um quadro dos dive1sos au-


xílios dados por meio de concessões de loterias a diferentes estabelecimentos, obras,
indústrias e associações, que têm obtido êste favo1 da assembléia p10vincial: vai êle
sob o apenso n9 28 *
Daí se conhece que duzentos e oitenta e oito loterias têm sido concedidas p01
esta assembléia para os dife1entes fins designados no refeiido quad10, além de quatro
<]Ue devem anualmente correr, sendo duas pata as obras das dive1sas ig1ejas e outlas
duas pata as casas de catidade da província Cento e quarenta e uma se têm ex-
iraído, restando ainda por cotrer cento e qua1enta e sete, não entrando as 1efe1 idas
quat10 por ano.
Pelos cofies provinoa1s têm sido adiantadas várias quantias para os fins c1uc
tiveram em vista as concessões, e acham-se hoje êles a descobeito da soma de
Rs 57:916$852, como do mesmo quadro se verifica.
Ma1guei quais as lote1ias que no couente semesite se devetiam extiair, e 01denei
que do seu p1 oduto entte metade pata indenização dêstes adiantamentos feitos ?elas
tendas otdinárias da província, sendo a outra metade aplicada aos tespectivos fins
a c1ue são iais lotetias destinadas, patecendo conciliai assim as exigências do set v1~0
público com as conveniências dos estabelecimentos auxiliados.
Consideiações de transcendente magnitude, naiuralmente se deduzem do men-
cionado quad10 Aí se vê que uma coleta de Rs. 34.560 :000$000 tem sido lançada à
côrte e província do Rio de Janeiro, onde em máxima patte se realiza ela. E é em

* Deixou de sei induído na p1ese11te publirn<,ão


- 207 -

veidade assombroso ver que 16 920:000$000 têm sido paiados por conta da pro-
víncia no jôgo colossal das loterias que coirem na capital do Impétio, e que esta
imensa soma tem produzido pata a renda geial 1.542 :660$000 rs e para os fins
de sua aplicação provincial 1 545 :340$000 rs Ê um pesado impôsto, cujo menor
inconveniente está no algaiismo que produz: sua ação sôbre os atos e a mo1alidade
pública, seus efeitos infalíveis, em tôda a escala das conveniências sociais, sugerem
raflexões de suma giavidade, que porém eu me abstenho de apresentar, em defe-
rência aos atos de onde emanam semelhantes concessões, e aos fins para que foram
elas feitas.

COLONIZAÇÃO

No curto período de minha administração não pude colhêr os necessários dados


para tratar dêste importantíssimo objeto com 1elação à nossa província, pot isso apenas
me limito a informai-vos do estado da
Colônia de Petrópolis - Continua a prospetar, não obstante a presença de
algumas passageitas contra1iedades, e mais J ápido deve set o seu desenvolvimento
logo que estejam concluídas as estiadas para Minas e Pati do Alferes
Pôsto não seja esta colônia essencialmente agiícola, porque os colonos aplicam-se
mais a ofícios mecânicos, à indústtia fabril, ao serviço de estradas e ao pequeno
comércio, p10duz todavia batatas, frntos, legumes, e tiata-se agora de ensaiai a plan-
tação do chá e da camélia oleosa, para o que tem a diretoria feito uma sementeira
em seiscentas braças quadtadas de terreno, A sua indústria foi aumentada com uma
fábrica de ceiveja.
Em fins de 1855 contava 940 casas, e êste ano fizeram-se 7, e 3 estão em
construção.
Conta 6 colégios particulares com 2 51 alunos.
As 3 escolas públicas alemãs são freqüentadas por 342 menmos de ambos os
sexos, sendo 60 nacionais.
Dos colonos naturalizados brasileiros, 285 estão qualificados votantes. Não obs-
tante pe1tence1em a duas seitas religiosas não tem havido entre êles o menor con-
flito Os católicos sentem vivamente a falta de um ema que fale o seu idioma, para
as confissões e piédicas
A caixa de soco110 que no último de junho tinha um saldo de 1 :604$020,
induído um donativo de l :400$000 feito por Sua Majestade, neste ano despendeu
822$ rs em pensões conferidas pelo tespeclivo conselho a vinte e cinco indigentes.
Houve 61 nascimentos, 21 óbitos e 11 casamentos
Nos últimos seis meses fotam tiatados no hospital 244 doentes, dos quais 1 ?6 gta-
tuilamente, tendo falecido 21 Vacinaram-se 70 ctianças
Há 5 meses que ali se não dá um só caso de cólera A despesa do hospital no
19 semest1e dêste ano foi de 4 :368$118, e o seu 1endimento de 1: 100$000, por
conta do qual só se anecadou 966$400 No mesmo período despendeu-se 36:042$6-lS
com as obras de que passo a tratai, observando que muitos serviços fotam emprega-
dos na reparação de estragos causados nos canais, estradas e pontes da colônia, pela
enchente de 10 de janeiro último.
208 -

Pontes - Fizeram-se duas, urna na Westfália e outra no quarteitão da Mosela,


em sua junção com o de Nassau
Canais - Repatou-se a faxina do canal da rua do Irnpetador, na extensão de
86 braças e 15 palmos de altura, e 261 braças cotrentes de muralha de 1evestimento,
contendo 27 405 palmos cúbicos, e fizeram-se 49 btaças cúbicas de escavação pata
ala1garnento e fundação da mmalha
Ruas e novos caminhos coloniais - Terminou-se a abertuta da rua do Impc-
iadot, quebtando-se 13 braças cúbicas de gtanito, e fizeram 355 1/2 btaças do novo
caminho da Ptesidência pata a Renânia Central, 160 no qua1teitão Suíço, 119 da
Moscla pata o qua1teirão Brasileiro e 234 no quatteitão Nassau
Ernped1amento e calçada de ruas - Fizetam-se 518 braças quadtadas na vila
Tetesa, 168 na rna dos Artistas e 345 6/10 na dos Ptotestantes
Mutalhas de segurança - Fizeram-se 2 576 palmos cúbicos na rna dos Mi-
neitos pata sustentação das terras superiores da rampa da rua
Revolvimento de te11as Escavaram-se 224, 75 biaças cúbicas em dive1sos
lugates
Cantatia - Lav1a1am-se 2 083 1/2 palmos c1tiad1ados de pedra pata os novos
pegões da ponte de Westfália
Consertos -- Fizeram-se alguns repatos nos quartéis da diteto1 ia e das obras,
que pouco porém podem ap1oveitar-lhes pelo seu péssimo estado, e cansei ta1am-se
os caminhos de Bingen, W oerslad, Westfália, Renânia e Ptesidência, e as ruas de
Bragança, dos Altistas, de Monte Case1os e de Joinvile.
Chafariz - Começou-se a escavação para o encanamento dágua da "Garganta"
à ptaça Municipal
Cemitério - Tem-se apenas podido pteparar o teneno pata êste fim destinado
Com o fim de fazei conhecidas na Entopa as vantagens que pode oferecer a
nossa ag1icultura ao trabalhador inteligente, e assim chamar ao país a emigiação es-
pontânea, pediu a repartição geral das tetras públicas info1mações sôbte o custo médio
das terras, despesas de sua preparação pata o plantio, quantidade de gêne10s t1ue
produzem e seu valo1, preço dos salários dos ttabalhado1es e oficiais de ofícios, e
importância do seu sustento, vestuário e alojamento Das 1espostas que têm sido dadas
à ptesidência pot algumas municipalidades, fiz 01ganiza1 um pequeno quadro, c1ue
não será pata vós destituído de valor Tê-lo-eis apenso sob ng 28, *

AFRICANOS LIVRES

Não me é pot enquanto possível aptesentar-vos um quadro exato do número


dos africanos livres existentes nas clivei sas obras públicas da p10víncia, e bem assim
o cios que f01am rnnfiados a partirnlates pata fruítem seus serviços
Pareceu-me no entretanto necessário estabelecer uma maltírnla fiel a semelhante
1espeito, e pata isso lenho convidado os indivíduos a quem os set viços de tais af1i-
canos fotam concedidos que patticipem à presidência o estado clêstes tutelados da
nação

Deixou de se1 incluído na p1escnte publica<;ão


- 209 -

Sinto dizer-vos que à exceção da companhia da estiada de Magé a Sapucaia, e


um ou dois particulares, ainda ninguém mais se tem prestado ao convite da ptesi-
dência. Conto porém de qualquer modo chegar ao conhecimento de que careço
Da rnatiícula existente na secretatia, consta haverem sido concedidos pelo go-
vêmo geral, desde 1837, até 1849, os serviços de 332 africanos a dive1sos particula1es
na mesma matrícula inscritos Dêsses africanos tem a nota de have1em falecido 5,
devendo por isso existir em poder de diversos 327. Consta mais que a presidência
da província concedeu também a patticula1es 79 af1icanos, dos quais tem a nota
de fugidos 5, mottos 3 e entregues às obras da província 3.
Do referido documento conhece-se mais haver o govêmo geral concedido a
esta província pata o trabalho de suas obras públicas, 44 7 africanos, dos quais estão
notados como falecidos 111, e como fugidos 5, sendo que devetão existir neste set-
viço 332 O apenso sob nº 30 * é a 1clação dos africanos existentes em diversos
serviços da província, de que pude até agora obte1 notícia em cumprimento das 01.
dens que pata êsse fim tenho expedido. Há-os ainda em algumas localidades de onde
me não têm por enquanto vindo as exigidas 1elações

MUNICIPALIDADES

Um dos meus primei10s cuidados tomando conta da administração da p10víncia,


foi dirigit-me às Câma1as Municipais exigindo informações sôbre suas mais mgentes
necessidades.
Algumas delas anuindo ao meu convite, temeteram uma expos1çao dessas neces-
sidades, que aqui venho depositai em vosso seio, a fim de as tomatdes na devida
consideração, quando se ttata1 destas importantes corp01ações.
Cabo Fiio - Solicita as seguintes obras: Uma matriz para o curato de São
Vicente de Paulo; Um cemitério no mesmo curato; Um dito no auaial do Cabo;
Os consertos da matriz da aldeia; Os da capela de Nossa Senhota dos Remédios;
Os da cadeia da cidade
Pede também que se autorize a compra de dois sinos pata a mat1iz da cidade,
e a criac,ão de um fiscal suplente pata o curato de São Vicente de Paulo; bem como a
de um guarda municipal.
Estrêla - Reclama o melhoramento da estrada normal da Estrêla, ptincipal-
mente nas duas léguas de vá1zea de dificílimo trânsito
A lei n 9 748 de 4 de novemb10 de 1854, no a1t 24, auto1izou a Câmata da
Esttêla a construir e colocar duas ba1cas de passagem nos tios que limitam as estradas
de comunicações com as freguesias do Pilai e Guia, cobtando taxa razoável, regulada
pot uma tabela aprovada interinamente pela presidência e sujeita à vossa definitiva
aprovação. Em conseqüência de semelhante faculdade, oficiou-me esta Câmara em
3 de maio último, pedindo autorização pata cobrar no máximo trezentos réis p01
cavaleito e oitenta réis por pedestre; assim lho concedi, de confo1midade com a
citada lei, por despacho de 2 de junho passado
Itaguaí - Pede o reparo e conclusão da estiada do Piranema, alteando-se o
atêno e construindo-se mais dois bueiros.

* Deixou de se1 induído na presente publicação

14 - 25 625
210-

Magé - Pede que se desobstrua a bacia e canal daquela vila, e bem ass1m a
abertura da baua e a constrnção de um cais que defenda os prédios cont1a as en-
chentes do rio
Mangatatiba - Pede que se lhe conceda a consignação de 20 :000$000 em
quatro prestações anuais, a fim de poder com as sobras de sua receita, na forma
do atl 56 da lei n9 850 de 15 de novemb10 último, lünstruir uma casa pata suas
sessões O~trossim, que a nova estiada chegue até à vila e faça no seu pôrto o com-
petente embarque e desembarque. Também reclama a fa~ura do cemité1io, pata o
que já agenciou algumas quantias: exigi do engenheiro planta e 01çamento
Maticá - Pede que se mande faze1 um atêrro em tôrno da casa da Câmara,
pata acautelar a aúna do edifício, cujos alice1ces já estão descobertos. Pede também
um pontilhão na estiada getal que da vila vem a Niterói, no atêr10 entre a fazenda de
JoAQULM DA SILVA CuNHA e o rio Mambuca; pot isso que não havendo esgôto para
as águas, elas se espalham pela estrada e a tornam intransitável, e outro no campo
da fazenda do referido CUNHA, em um rancho que ali existe
Pede mais a desap10p1iação do te11eno que existe em roda da rnsa da Câmata
e cadeia, pe1tencente a JosÉ CARLOS FERREIRA DUQUE-ESTRADA.
Rio Bonito - Reclama um chafa1iz no la1go da mattiz, oito lampiões, uma
jJonte sôbte o rio da Domingas, e atettos na esttada ge1 a] próximo à ponte do rio
Tanguá, pois que sem êsse repa10 torna-se o caminho aí intransitável
Resende - Pede que ao lado esquerdo da estrada do Picu se mandem fazer
as seguintes obras:
Um lanço novo e rampa na ponte do ribeirão do Fernandes, dois pontilhões
no campo da fazenda do finado padre MARIANO sôbre dois valões que desembocam
no rio Paraíba; um grande atêno na fteguesia de Campo-Belo e pontes nos tibeirões
de Santo Antônio e Salvado1 Leite
Pede mais que se continue com a rnnsignação marcada pata a conservação da
estiada do Aiitó, e se mande construir a cadeia da cidade; que se torne efetiva a
consignação de 3 :000$000 is marcada para alfaias da matriz, e que se aumente a
consignação de 10:000$000 rs designada pata as obras da mesma matriz
Saquatema - Pede a fatuta da casa da Câmata e a comunicação das lagoas de
Araruama e Saqua1ema por meio de um canal ou vala navegável; o cemité1io; o exame
da barra de Saquarema; os tepatos da estrada de Gunuapina ou Utuçanga ao entrar
no Pôrto das Caixas; e o lürte das voltas do tio Jundiá, como já tesolvido pelas leis
números 780, 842, 843 e 845 do ano findo
Pede igualmente uma rnelho1 divisão do seu município; visto como a divisa
estabelecida na delibeia~ão de 30 de maio de 1846, do alto da setta do Tingui pela
estiada getal até o rio Mole, e alto da seua do Boquei1ão, dada à vila do Rio Bonito,
prejudilüu o têrmo de Saquatema, tanto pot êsse lado como pelo da freguesia de
Arat uama.
Santo Antônio de Sá -- Exige que se etga um muro que feche o cemitério
público, ctíado em teneno dos teligiosos Franciscanos, e que se edifique uma casa
pata encomendação e depósito dos cadávetes.
Reclama também uma ponte, atêtro e pontilhões no tio Guapia~u, na estrada
provincial, no lugar de Pirassinunga, freguesia de S. José. Esta obta achava-se com
- 211 --

os pegões da ponte na altma em que chegam as águas nas grandes enchentes, e com
o atêrro e mais um dos pontilhões quase concluídos, quando faleleu o anematante
JoÃo EscossrA, encauegado dessas obias.
Desde então ficou tudo em abandono, conservando-se potém em bom estado o
que já estava ptonto.
São João do Príncipe - Lembta a necessidade, aliás já atendida pela Assem-
bléia em lei, de providenciai-se sôbre a extinção das fo1migas saúbas, que destroem
os cafezais de modo c1ue teduzem a colheita à metade
Valença - Atendendo à uescente população e importância do município, a
Câmata indica como mgente necessidade a criação de uma aula ela língua latina.
Também insiste na conclusão do edifício que eleve servit pata as sessões ela dita Câ-
maia, e pata as do júri.
Vassouras - Pede: 19) a u iação dos empregos de pattidotes, wntado1 es e
distribuido1es, sendo os últimos reunidos ao de ptimeiro partidor, e de um cmaclor
geial ele ó1fãos, arnmulanclo os de promotor ele capelas e resíduos, cutad01 de afJ i-
canos liv1es e ele colonos, e podendo todos se1em 1eunidos na pessoa do promoto1 da
comarca; 2°) a cJ ia<.,ão do emprêgo de esuivão uiminal e do júri com exclusivo
nos p1ocessos lrimes, e com o ordenado de trezentos a c1uat10centos mil téis; 39) um
ramal da estiada que vai te1 diretamente à do Presidente Pedreita, e o melhoramento
da estrada da polília na entrada e saída da vila, 49) a aprovação definitiva do seu
código ele postmas, que brevemente ap1esentará; 5°) uma loteria elo fundo de cento
e vinte contos para conduzir ao seu p1incipal chafariz as águas cio ribeirão da Cons-
tan~a, por ser má a de que se abastece a vila, 6º) a soma p1ecisa pata a conclusão
do alta1-mor da matriz
Ser-vos-ão p1esentes os orçamentos e contas da 1eceila e despesa das Câmaras
que têm cumpiiclo a disposí<.,ão do art ?9 da lei nº 849 de 5 de novemb10 de 1855.
Apenas cinco a não têm satisfeito, sem que todavia possam se1 acusadas de
omissas, atendendo-se a que o se1 viço de nossos correios ainda não é desempenhado
mm tôda 1egula1idade.
Do apenso sob nº 31 * vereis a 1eceita e despesa das vinte e c1uat10 Câmaras
Municipais que remetetam seus balanços do ano de 1855, e 01çamentos para 1857.

OBJETOS DIVERSOS

Divisas da p1ovíncia Continua ainda sem solução o conflito oco1 tido, entre
as auto1idades do município cio Bananal, na p10víncia de São Paulo, e as do ela
Bana Mansa, po1 ocasião do inventário elo pad1e BEN'IO Josíi DUARTE, de que
fêz menção o excelentíssimo p1esidente em seu relató1io do ano passado: depende ela
ela ve1 ificação da linha divisó1ia das duas p1ovíncias, a que devem procedei dois enge-
nheitos, cuja nomeação ainda não está feita, havendo-se oficiado à ptesidência de
São Paulo para designar o que pot parte dela deve concorrei para semelhante trabalho.

* Deixou de sei incluído na p1esente puhlirn~ão


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DESAPROPRIAÇÃO DA PROPRIEDADE PARTICULAR

Pela lei p10vincial n9 17 de 14 de abril de 1835, estabeleceu-se o processo·


a seguir nas desapropriações da propriedade particular por utilidade pública.
Esta lei, modelada até certo ponto sôbre a geral de 9 de setembro de 1826,
presta-se na sua execução a delongas e chicanas que eternizam as questões, quando
da parte dos desaproptiados há oposição, forçando a autoridade a buscar um outro
meio ou recurso de sair dos embaraços que lhe criam o interêsse, ou, o que pior é,
o capricho particular.
Ê assim que, sobretudo na direção das estradas novas, sofre repetidas alterações
a linha traçada nas plantas levantadas para semelhantes obras, depois de já se ter
wntratado sôbre essa base a sua feitura por arrematação, originando-se daí questões,
lutas e delongas que resultam sempte em prejuízo dos cofres provinciais, e muitas
vêzes em dettimento do trânsito público
Cumpre pois 1econside1a1 as disposições de semelhante lei, de modo a que,
nos casos excepcionais à plenitude do diteito de propriedade que a constituição esta-
beleceu, não se veja a ação administrativa constantemente entravada po1 todos os re-
cursos legais dos ptocessos 01dinários, conttatiada em seus meios, e prejudicada cm
seus fins, que aliás são só tendentes ao bem público,
Nenhum teceio se pode nutrir de dotar a autoridade com alguns 1ecursos que
tornem mais sumário êste seu ato, e impeçam os tropeços muitas vêzes insuperáveis
que lhe opõe a chicana, com grave prejuízo de melhoramentos 1eclamados pelo inte-
rêsse geral: não é de cre1 que jamais abuse ela dêsses meios, que só lhe são conce-
didos para o bem; porquanto, se moralidade existe nos particulares, maior moialidade
se deve supot nos podêres a quem está confiada a elevada missão de velar no bem-
-estar da sociedade, e de dirigi-la sôbre as regras do justo e do honesto
Tampouco semelhante faculdade seria exercida senão nos casos em que o capricho
ou a obstinação individual, repelindo todo acôrdo conciliador e eqüitativo, pretendesse
subordinai a seu alvitre o inte1êsse do público É só pata semelhante luta que me
parece indispensável que a autoridade possa lançar mão de 1ecursos, que mediante
a devida indenização da propriedade exigida, não a deixe desmoralizada pelo resul-
tado do conflito, que sempre se dá, é ou em prejuízo do bem público, ou em lesão
dos cofres provinciais

DIÁRIA DE 5$000 RÉIS AOS ENGENHEIROS

Pelo § 66 do att 19 da lei nº 848, de 3 de novembto do ano findo, foi o


,govêrno autotizado a abonar a diária de 5$000 réis aos engenheiros, quando esti-
verem fora de suas residências, incumbidos de explorações
Dúvidas se tem suscitado acêrca da inteligência desta disposição legislativa, não só
sôbre o que quis ela que se entendesse como residência dos engenheiros, mas ainda a
respeito da natureza dos trabalhos de que fôssem êstes encarregados; porquanto, e no
i 9 caso, a tomar-se como residência de tais empregados a casa ou quattel em que
habitam, seguir-se-ia daí o contra-senso de caber-lhes semelhante diária por trabalhos
que desempenhassem em pontos próximos de sua residência; no entretanto, que por
outro lado se se dá a esta expressão tôda a latitude legal de que é ela suscetível, os
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engenheiros que não fôssem chefes-de-distritos só frniriam de semelhante diária quando


suas comissões tivessem luga1 em pontos fota da p10víncia visto c.omo a 1esidência
legal do empregado entende-se pelo luga1 em que legitimamente pode ser exercido
seu ernprêgo ou autoridade, entendendo-se pela do que fôssem chefes ou empregados
dos disttitos a zona dos mesmos distritos, e pela dos que estivessem disponíveis ao
servic,o da p10víncia, todos os limites desta Pelos p1eéedentes que achei firmados nos
fatos 1esolvidos por meu antecessor acêrca da matéria sujeita, deu-se à lei a inteligência
prática de que aos engenheitos ao sei viço da pi ovíncia em geral, e que não eram
chefes-de-disttito, cabia o gôzo da diá1ia quando fôssem comissionados pelo govê1 no,
e que só o tinham êstes out10s quando a comissão os fazia sair de seus distritos
Queixam-se porém êstes funcionátios da desigualdade resultante de semelhanle
prática, podendo acontecer que, enquanto um engenheiro fizesse longas jornadas de
um a outro extremo do seu dist1ito, desempenhando importantes trabalhos, e fazendo
despesas ext1ao1 dinárias, sem por isso pe1cebe1 a diária estabelecida, outro, tianspondo
apenas as iaias do seu distrito pelos pontos mais p1óximos, e de mais fácil e módirn
transporte, a fruiria com menos razão e menoi trabalho
A 1 cspeito do 2º caso cump1e obse1 var, que para o abono de semelhante diá1 ia,
além da c.ondic,ão de deve1em os engenheitos estar fota de suas residências, há ainda
uma outia circunstância exp1essa na lei, e é a de se1em êles "incumbidos de explora-
ção" o que resttingindo aquela c.oncessão a ceita especialidade de trabalhos, vem a
propósito o determinar a inteligência desta última expressão; por isso que não parele
haver estado nas intenções da assembléia o dar-lhe o sentido lite1almente iestiitivo
dêste vocábulo
Compete-vos dilucidar esta matéria, que submeto à vossa ilustrada c.onside1ação

COMPANHIA DA ESTRADA DE FERRO DE MAUÁ

O presidente da Companhia da Estrada de Fe110 de Mauá, solicita isenção da


conttibuição de polícia e do respectivo impôsto municipal para os e.anos que fazem
o serviço de llansporta1 os passageiros da companhia da iaiz da serra a Pct1ópolis,
que tem sido exigido do J espec.tivo gerente pela coletotia e municipalidade da Estrêla.
Pela condição oitava do contrato de 27 de abril de 1852, entte esta presidência
e o cidadão o Sl IRINiiU EVANGELISTA DE SOUZA, fie.ou estabelecido que a "taxa pelo
trânsito dos passageiros da dita estiada, que seguissem em veírnlos da companhia até
Pet1ópolis, seria estabelecida de maneira que ninguém pagaria mais de seis mil iéis
de passagem da côrte até lá". Ota, sendo efetivamente êsle o preço <la 1efe1ida pas-
sagem desde a côtte até Pet1ópolis; preço po1 e.eito módic.o em nossas atuais cirrnns-
1.ânc.ias; não tendo esi.a companhia, que realizou a primeita via fé11ea no país, proteção
alguma especial do govêrno, pa1ece-me digna dêste insignificante favor, que icverte
em prol do públic.o: porquanto, desde que por qualquet transação desliga1-se ela dêsse
serviço da sena que diretamenle faz, e a que não está absolutamente obtigada, poderão
sofrer os passageiros pela elevação do preço das passagens nos carros considerados de
outra emprêsa, ou de particula1es; no enttctanto que assim como se acha êste serviço
a cargo imediato da companhia, não pode ela alterar o preço estabelecido de seis mil
1éis pela cláusula do seu c.ontrato Julgando pois digna de vosso benigno deferimento
semelhante pretensão, peço-vos que a resolvais nesse sentido
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COMPILAÇÃO DAS LEIS DE FAZENDA

Acaba de set-me aptesentado o trabalho da compilação sistemática de tôdas as


disposições legislativas e regulamentares em vigor concernentes à criação, percepção e
distribuição da 1 enda p10vincial, 1ecomendado por vossa lei nº 672, de 31 de outub10
de 1853, e que pelo excelentíssimo presidente foi cometido a uma comissão nomeada
em 22 de ma1ço de 1854
Éum tiabalho importante que exigiu pot cetto aturado e refletido estudo dêste
iamo de nossa legislação, e que compondo-se de 671 artigos, foi quase todo desem-
penhado pelo s1 Luís FERREIRA Dl' ARAÚJO E SILVA, hábil emptegado do Tesouro
Nacional
Com igual cuidado carece êle ser 1evisto, e eu trataria de emairegar dessa ta1efa
alguma outra comissão ou indivíduo, se, acreditando que a reforma da administraç_ão
é um fato que não pode po1 mais tempo espac,at-se, não entendesse, nessa crença, pot
mais conveniente aguatda1 a tealizac,ão de semelhante fato, pata, utilizando o trabalho
que acaba de fazer-se, retificá-lo então no sentido das alterações inl10duzidas na 1c-
f01ma que se fizet, tanto mais quanto seu autot não se limitou a cootdenar sistemàtica-
mente as disposições vigentes, indo além dêsse mandato na inse1 ção que fêz de idéias
novas, talvez rnnvinháveis, mas que não são lei da província

TERRAS PúBLICAS

Proibida em 1822 a distribuição das terras por meio de sesmatias, enttou-se em


um período que, sem pteconizat o anterior, podemos denominar da devastação de
nossas florestas A pat dos homens industriosos, que, movidos do desejo de ligar-se
à ten a pelo ti abalho, levados da ambição razoável e instintiva no homem de possuir,
abriram posses, que hoje usufruem mansa e pacificamente, hordas de vândalos, apenas
dominados pela rnbiça de um passageiro luuo, não possuindo mais do que o machado
devastado1, deirnbavam e entJegavam às chamas, extensas matas sewla1es de um valm
incalculável, mm o fim de legitimarem de algum modo o seu diteito sôbre o solo
que estas ornpavam, a fim de transmiti-lo a outros, o que aliás faziam, as mais das
vêzes, po1 um preço inferio1 ao tiabalho material da destrnição. Po1 outro lado, nem
todos os concessioná1ios de sesma1ias haviam cumprido as ttês cláusulas essenciais das
concessões; medição, confirmação e wltma Dêste modo, vimos, pattirnlarizando a
nossa p10víncia, e 1efcrindo-me a uma época mais próxima, brntalmente descottinadas
as leaas adjacentes aos 1ios Muriaé, Catangola, Ptêto, ltabapoana e outias, sem que
as apt oveitasse rnnvenientemente a lavoma, e sendo elas no entretanto de espantosa
ubcrdade; conccntiando-se assim no domínio de poucas infinidades de léguas, que um
bom sistema de dist1ibuição gtatuita e venda modeiada houvern aplicado ao bem-c:star
de mui los, aumentando a 1iqucza pública
A êste estado, que não podia rnntinuat sem a fututição de gtaves consequencias,
\:cio pôi têuno a lei nº 601, de 18 de se~embt o de 1850, que, não altciando as con-
dições da p10pried<tde tenito1ial, antes 1espeitando escrupulosamente os di1eitos adqui-
tidos, mandou exltemat o domínio público do partirnlat, a fim de vender-se em hasla
ou fora dela, quando e como fôr mais conveniente, tôdas as te1 ras públicas, excetuada~
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as que tenham de ser concedidas gratuitamente nas fronteiras do Império, ou as que


convenha reseivai para a colonização dos indígenas, fundação de povoações, abettuta
de estradas, e quaisquer outras servidões e estabelecimentos públicos, e para a cons-
trução naval, depois de medidas, divididas, dematcadas e descritas
O modo prático de conseguir-se êste impottantíssimo fim foi estabelecido no regu-
lamento de 30 de janeiro de 1854, que baixou com o decteto n9 l 318 da mesma
data.
Apenas dêle teve conhecimento a presidência da p1ovíncia, ttansmitiu-o a tôdas as
autotidades, exigindo as informações de que trata o art 28, sôbre a existência de
posses sujeitas à 1evalidação, e dando as providências tendentes à iealização do re-
gistio incumbido aos vigáiios pelo art 97
As informações iecebidas têm sido enviadas ao ministério do Império O iegistro
não se há conseguido com facilidade, antes encontra obstáculos que talvez não fôssem
pievistos, e que agota a p1ática vai demonstrando
No primeiro prazo matcado no att 92, e que em virtude do aviso de l3 de
tevereito ele 1854 findou no primeiro de março dêsle ano, não ficatam por ce1to
1egisttadas gtande núme10 de prop1iedades No enttetanto, alguns vigáiios, ou p01-
que entendam que a sua missão 1eligiosa os inibe de concorrei pata a aplicação do
ait 95 aos omissos, ou poique não tenham conhecimento de todos os ptoprietários
das suas freguesias, ou, finalmente, por pouco zêlo, têm declarado que não lhes
rnnsta haverem pessoas que deixassem de fazer o registro.
Expedi-lhes ci1cular no lº do mês findo, recomendando-lhes a exata obseivação
das disposições do capítulo 99 do tegulamenlo
Não estão ainda nomeados os juízes comissários de medições na forma do art 30,
nem, conseqüentemente, marcado o prazo em que deveião se1 medidas as terras adqui 0

tidas poi posse, sujeitas à legitimação, ou poi sesmarias ou outias concessões, que
estejam pot medit e dependentes de revalidação Também não se acha ainda c1iada
a 1epailíção a que deve ficai especialmente incumbido na província êste ramo ele
servi<,o

ÁGUA POTÁVEL

Acabo de obter do Excelentíssimo Senhoi Ministto da Ma1inha ac1uiescência à


solicitação que lhe fiz, para encanai a água que existe desaptoveitada no "Asilo de
Inválidos", sito no piincípio do mo110 da Arma<;ão, a fim de ptovei à necessidade c1ue
dela sentem os mo1adores do lado exltemo da 1ua da Praia À vista da planta, que
nundei levantai <lo encanamento necessário e de seu iespectivo ot<,amento na importân-
cia de 5:668$600 is, entendi como um melhotamento importante e mgente o ordenai
semelhante sei viço quanto antes, como acabo de fazei, tendo fundadas espetanças de
que serei nesse empenho eficazmente auxiliado pelos moradoies daquele baiiro, onde
tenciono fazer colocai uma ou duas bicas dágua.
Também nutto esperanças de podet obter maior volume dágua para o encana-
mento geral da cidade, de modo a proporcioná-la aos matadores de São Domingos, que
ainda sof1em falta dela
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DÉCIMA URBANA DE PETRóPOLIS

Os habitantes de Petrópolis reclamaram em agôsto do ano findo, contra a impo-


sição da décima urbana, a que não estavam sujeitas as propriedades daquela povoação,
e a cujo lançamento se havia mandado proceder, por haver sido ela considerada na
disposição do art. 21 do Regulamento de 7 de dezembro de 1842.
Razões justificadas podiam dar-se para atender-se a semelhante 1eclamação, se não
fôra ela inadmissível em presença da lei, que cumpria sei executada mm igualdade
Creio porém que houve alguma exageração no arbitramento das casas habitadas pelos
próprios donos, segundo me info1ma o düetor da colônia, em seu ofício de 19 de julho
passado, que acabo de receber, e por algumas outras informações que tenho tido Entendo
ainda conveniente alargar o perímetro passível do impôsto, para poder compreender
prédios, que com justiça devem a êle ser sujeitos. No entretanto, proponho-vos para,
em tal caso, isentardes da décima as propriedades dos colonos nessa zona encravadas,
como uma medida de favor merecido por esta classe de habitantes.
V ou mandar fazer uma retificação do lançamento, enquanto aguardo vossa re-
solução.

DOAÇÃO

As obras da estrada do Presidente, atravessando as fazendas do sr Barão de


Itaguaí, entre a vila dêste nome e a de Piraí, tornaram necessária a ocupação de seus
terrenos, e a destruição de parte de seus cafezais, causando-lhes prejuízos que, pelo
engenheiro do distrito foram avaliados em 2 :018$440 réis, de cuja indenização desistiu
êste cidadão em favor dos cofres provinciais, por ofício que me dirigiu em 16 de
maio último Com prazer consigno aqui êste ato de louvável desinterêsse, como um
devido testemunho de público agradecimento.

* * *
Incompleta e cheia de graves om1ssoes é a expos1çao que vos tenho feito dos
importantes negócios da província, interinamente confiada à minha administração: não
me foi porém dado desempenhar êste dever a par de meus desejos, e na altura di
ilustrada assembléia ante quem venho cumpri-lo.
Já invoquei para minhas faltas vossa benevolência; agora, confiado na harmoni1
que deve, e me é losonjeiro crer que há de reinar entre os podêres políticos da pro-
víncia, como seguro garante de sua prosperidade e princípio conservador dos direitos
de seus habitantes, acabarei solicitando vosso poderoso auxílio para levar ao cabo minha
difícil missão.

Niterói, 19 de agôsto de 1856


ATAS DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS E RESOLUÇÕES
DO D. R. G. - 1956/1957

Atc1 dct t1igérimc1 1éti111c1 1e1mião 01diizrí1ic1 do


Di1etó1io Regio11clÍ do Co11relho Nellionc1l de Geog1c1fia
110 Ertc1do do Rio de Jc111ei10

Aos quato1ze dias do mês de maio do ano de mil novetentos e cinqüenta e seis, às nove hora,,
no Gabinete do Enelentíssimo Senho1 Seuetá1io ele Viação e Obias Públicas, nesta tidade ele
Nite1ói, Capital do Estado do Rio de Janei10, tealizou-se a ttigésima sétima teunião 01diná1ia
do Diletódo Regional de Geogiafia, sob a p1esidêmia do Douto1 SALO BRAND, senetatiada pelo
Engenheilo tm7 DE SouzA e p1esentes os Conselheiws Engenhei10s DÉcro S!LVINO DE FARIA
e JACINTO Vru E! A FILHO, Senho1es AI DEMAR ALEGRIA e BENEDITO ]ORDÃO DE SOUZA, êste
último 1ep1esentando o Inspeto1 Regional de Estatístirn Munitipal, os convidados espetiais P10fcsso1
ÜRI ANDO VALVERDE e Engenhei10 GILVANDRO SilllAS PEREIRA, tespectivamente Diteto1 da Divisão
de Geogiafia do Conselho Nacional de Geogiafia e Chefe da Seu,ão de Levantamentos Mitsos
da Divisão de Ca1tog1afia do mesmo Conselho, e o Seuetá1io Assistente JEFFERSON FERREIRA
DOS SANros Depois de os p1esentes te1em apôsto as suas assinaturns no liv10 p1óp1io, o Senho1
P1esidente, dedaiando abelta a sessão, mandou que se p10tedesse à kituia da ata da sssão ante1io1,
finda a qual foi ap10vada, sem debates Em p10ssegui111ento, o Senho1 Sec1etá1io leu o seguinte
expediente: a) Cópia do Ofkio n" 5, de 24 de feve1ei10 de 19%, do Senetário do Di1etóiio
ao Seuetáiio-Geial do C N G , manifestando o pesai dos memb10s dêste Ó1gão 1egional pelo
falecimento do Douto! MÁRIO AUGUS10 TEIXEIRA DE FREIIAs; b) cópi:i do Ofkio n'' 7,
de 4-4-1956, em que o Senho1 Sec1etáiio uunprimenta o Senho1 Seuetáiio-Geial do Conselho
Nacional de Geogrnfia pela pubfüação do piimei10 núme10 do "Anuá1io Geog1áfico do Biasil"
A segui!, o Senho1 P1esidente rnmunica a substituic,ão do Embaixado1 Josú CARLOS DE MACEDO
SOARES pelo Engenbei10 }URANDYR PIRES FERREIRA, na P1esidência do I B G E , e p10põe,
e é ap10vada unânimemente a rnnsignação em ata de um voto de iewnhecimento ao p1imei10,
pelo quanto lhe deve a geogiafia fluminense, e um voto de congiatulações ao segundo, pela sua
nomeac,ão paia tão impo1tante ca1go O Senho1 Seuetlio rnngiatula-se mm' os Senho1es Conse-
lheiios pela p1esenc,a do novo 1ep1esentante da P1efeitma Municipal de Nite1ói e dos convidados
especiais do C N G , acima nomeados, e enaltete a colaboiação que o P10fesso1 ÜRI ANDO VALVERDE
vem pi estando ao Estado, em dife1entes set viços a migo do Ó1gão sob sua dileção Com a palavia,
o P10fesso1 ORLANDO VALVERDE, agiadetcndo, diz sei uma ho111a paia êle a sua pa1ticipação
numa 1c1111ião do Düetó1io; fala da 01ganização do Conselho e a situa entlc as ptimeüas dos
Ó1gãos congêne1es mundiais; disco11e sôb1e as atividades das secções e seto1es da Divisão que
ditigc; fala da elaboiação do mapa da vegetação do Biasil, ap10veitando a Calta ao milionésimo,
e da rnlaboiac,ão que um téwico alemão, cspedalista no assunto, vem p1estando ao Conselho;
suge1e ao Diietó1io o ap10veitamento da Ca1ta estadual na escala de J :400 000 paia se elaboia1
os tcspectivos mapas da vegetação natmal e da vegetação atual; fala das vantagens dêsses mapas
sôb1c os de solos e da colabo1ac,ão que o Estado p1ecisa1ia dai pala a sua confecção; comunica
que o já mendonado técnico alemão tenciona ap1esenta1 guias fitogeog1áficos tu1ísticos, sôb1e
aspedos da vegetação das iegiões do Estado do Rio dE Janei10 e diz qual a colaboiação que o
Conselho podeiia dat nesse tiabalho; abo1da assunto 1elativo a elabo1ação do mapa geog1áfico
econômico, na escala de 1: 1 000 000; discoue, a segui!, sôb1e a devasta,ão das matas e as suas
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consequencias; fala dos estudos 1ealízados na 1estínga da lagoa de Atarnama, das pesquisas feitas
no fundo da lagoa e dos 1esultados obtidos sôb1e a p10du~ão do sal A exposição feita pelo
P10fesso1 0RIANDO VALVERDE foi acompanhada com vivo inte1êsse pelos Senhons Conselhei10s,
os quais, pot dive1sas vêzes, solicitaiam e obtiveiam escla1ecimentos do 01ad01, com 1elação aos
assuntos po1 êle focalizados O Douto1 SAI o BRAND disse, então, da sua satisfação pela expos1çao
que acabava de sei p1ofe1ida Oidem do ditt - Iniciada essa patte dos ttabalhos, o Senhot
Sec1etá1io lê o 1elató1io das atividades desenvolvidas pelo Ditetó1io, dmante o ano de 1955,
a sei ap1esentado à XVI Sessão 01dináiia da Assembléia Geia! do Conselho Nacional de Geo-
giafia, o qual é finalmente ap10vado e encaminhado pela Resolu~ão n'' 714 A scguit, são ap1esen-
tadas, submetidas a julgamento e ap10vadas mais as seguintes Resoluc.ões: 11' 135 - Ap10vndo as
despesas efetuadas pelo Di1etó1io, duiante o segundo semestie de 1955, na irnpo1tância total
de cento e vinte mil, oitocentos e ttês nuzeitos; n' 136 - Concedendo apoio a medidas que visem
a tecupcta<,ão do te11itóiio do atual Dist1ito Fedetal, quando fôt efetivada a mudança da Capital
da República - o Senho1 P1esiclente tecomendou ao Senho1 Sec1etá1io que p10videnciasse expediente
tcmetendo cópia dessa Resolução aos 1ep1esentantes fluminenses e aos 1íde1es políticos no Fada-
mento Nacional Inte1ê1 rei Geiai1 - O Senho1 AI DEMAR AI BGRIA, em nome da ala estatística,
congiatula-se com o P10fesso1 ORLANDO VALVERDE, pelos tiabalhos que vêm sendo desenvolvidos
pela Divisão de Geogtafia do C N G , confotme cxposi\ão feita cllllante a ptesente teunião,
e com o Ó1gão gcog1Miw 1egional, pelos sc1vi,os executados no exeidcio de 19'55 e disuiminados
no 1elató1io ap1csentado pelo Senhot Seuetátio O Douto1 Gn VANDRO S!MAS PEREIRA fala da
pa1ticipa<,ão cio Ministé1io da Ae1onáutica no levantamento aé1co do tett itó1 io fluminense Nada
mais ha\ endo a ttata1, o Senho1 P1esidente agrndece o compa1ccimcnto dos p1esentes à 1eunião
e ence11a os tiabalhos às onze hoias e !tinta minutos E, pata constai, eu, JEFFERSON FERRE!RA
DOS SANTOS, Scuctátio-Assistente, lavtei a ptesente ata, que vai assinada pelo Senhot Pt esidente
e po1 mim subsctita

(a) LUI7 DE SOUZA


JEFFERSON FERREIRA DOS SANTOS

RESOLUÇÃO N ° 137

Enu1111i11hct o Relt1tó1io dc1s e1ti1•ide1cle1 do D R G ,


1efe1ente ao cmo de í956, cl wnride1<1(ão dc1 XT'II Ser1ão
01di11cí1ic1 dt1 Ar1e111hlélc1 Gei<il do C N G

O Ditetó1io Regional do Conselho Nacional de Geogiafia, no Estado do Rio de Janeito,


usando das suas attibui\Ões e,
C..onsidetando as exigências 1egulamcnta1 cs,

RESOLVE:

Aitigo único - Fica encaminhado à conside1a1,ão da XVII Sessão 01diná1ia da Assembléia


Geia! do Conselho Na(ional de Geogtafia o Relató1io das atividades dêste Ditetó1io Regional,
1efe1ente ao ano de 1956

Nitetói, 22 de maio de 1957

Confe1ido e numetado (a) Jef fei ron Fe11ei1e1 dor Sc111tor, Scuetá1io-Assistente - -- Visto
e rnb1icado (a) Luiz de Souztt, Senetá1io - Publique-se (a) Lttiz de 'io11z,1, p/Piesidente
- 219 -

RESOLUÇÃO N. 0 138

A/1101•c1 ar der/1esar e/ et1tddar pelo D R G d111ante


os 1' e 2' remert1er de 1956

O Ditetótio Regional do Conselho Nacional de Geogiafia, no Estado do Rio de Tanei10,


usando das suas at1ibuições e,

Consideiando que, na p1esente 1cunião, fouun tomadas as suas rnntas 1cfetentes às despesas
efetuadas nos l9 e 2' semest1es de 1956;

Consideiando que, po1 fô1ça do disposto no pa1ágtafo únirn do a1tigo 2' da Resolu~ão n' 103,
de 26 de julho de 1941, da Assembléia Geia! do Conselho Nacional de Geogiafia, compete ao
Ditetó1io Regional apwvá-las, uma vez esteja de acôtdo mm as mesmas,

RESOLVE:

Attigo úniw - Ap10vat as contas das despesas efetuadas pela Seoeta1ia do Ditctótio
Regional, dmante os l'' e 2' semest1es de 1956, 1espectivarncnte, nas impottâncias de C1$ 2 750,00
(dois mil setecentos e cinqüenta uuzeitos) e Ct$ 67 020,00 (sssenta e sete mil e vinte etuzeiws),
de acôtdo wm os documentos encaminhados a esta P1esidência, pelos Ofícios ns l O e 11, de
'i-4-1957, do Seetetá1io do D R G

Nite1ói, 22 de maio de 1957

Confetido e nurneiado (a) Te/ fe1so11 Fe11ei1a dor Sc1ntor Sec1etátio-Assistente - Visto
e 1ub1icado (a) L1th de So11za, Seuetá1io - Publique-se (a) Luiz de So11zd, p/P1esidente
LEGISLAÇÃO DE INTERÊSSE GEOGRÁFICO
EMENTÃRIO

J,ei n 9 3 163, de 11-1-1957


"Alteia as zonas mbana e submbana do l" dist1ito do Município de Marné"

J,ei n 9 :'> 174, de 6-2-1957


"Dete11nina a 1ealização de plebiscito 1elativo a situação do povoado de São João 11a1rns"

Lei nº 3 382, de 12-9-1957


"Ekvrt dive;;;os têunos judiciátios à catego1ia de LOln<Huts de ptimeiia enttânda"

Lei nº 3442, de 29-10-1957


"Estabelece novos limites pala as zonas mbana e submbana do l" disttito do Município
de Silva Ja1dim"

Lei n" 3 458, de 13-11-1957


"Tiansfe1e a sede do 4" distlito do Município de Tiajano de Motais, ao qual ·dá a denominação
de Vila da Gtama, e alteia as 1espedivas zonas mbana e subu1bana"

Lei nº 2 731, de 17-2-1956 (fedem!)


"Muda a denominação do Tc11itó1io Fedem! do Guapoté pata Te11itóiio Fedetal de Rondônia"

Lei n" 2 874, de 19-9-1956 (fedem!)


"Dispõe sôb1e a localização da nova Capital Fedeta! e dá outtas ptovidências"

Deucto nº 41 535, de l7-5-19'i7 (fedeial)


"AnteLipa o início cios tiabalhos das Sessões Ollliná1ias elas Assembléias Geiais do C N G.
e do CNE "

Deueto n 9 42 517, de 26-10-1957 (fedem!)


"Concede 1econhecimento aos cu1sos ele engenhatia civil e engenha1ia eletiicista da Escola
Fluminense de Engenha1ia"

LEI N. 0 3 163, DE 11 DE JANEIRO DE 1957

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeito dcc1eta e <cu sanuono a seguinte Lei:

Att 1'1 - Fim ap10vada, nos tê1111os desta lei, a Delibcta~ão n'' 18•Í, de 3 de dezemb10
de 1954, da Câmata Municipal de Macaé
Art 2° - As zonas mbana e submbana do 1'1 disttito do Município de Macaé passam a se1
as seguintes:

Zo11<1 mbe1ne1 - É wnstituícla pela átea rnmp1eendida po1 urna poligonal fechada que tem
início na foz do 1io MaLaé, no Oceano Atlântirn, segue pela m~ugem do 1efe1ido 1io até a cabeça
da ponte da Estiada de Fe110 Leopoldina, iama\ de Campos, de onde, em linha 1eta, atinge um
buei10 existente no quilômet10 0,750 da linha do iama! de Glicé1io ela mesma Estiada Daí,
segue pelas divisas das teuas de JuVENAL e TOBIAS BARREIO até a divisa com te11as de LUIZ
- 221 -

ALVES DE t!MA ll SILVA, de onde palte pot uma cê1ca limíttofe dessas teuas até atingii o
loteamento denominado "Bai110 Mita Mat", passando pelos fundos dêste até o eixo da tlla
Monte Elísco sepaiadota das te11as dêsse loteamento e do "Bai110 Visconde de Arnujo"; dêsse
ponto-eixo segue pot uma linha teta pela ftente das te11as de ptop1iedade de JosÉ DoMINGllES
DE ARAÚJO CARNEIRO DA Sn VA até o eixo da tua Ptefeito Milne Ribeito, no Bai110 Visconde
de Ataújo, po1 cujos fundos tem urntinuação até o exttemo ditei to do lote nº 2 '58 Descendo
pela diteita clêsse lote, ganha o eixo da tua denominada do P10leta1iado pot onde segue até a
linha da Estiada de Fe110 Leopoldina, e, daí wntinua pela linha fé11ea que vai pata Imbetiba
até um ma1w p1óximo ao litoral; dêsse ma1rn segue pelo litoial até ganhai o ponto inicial na
foz do 1io Macaé
Zona rttbmbct1ia - Ií a constituída pela áiea wmp1ecndida p01 uma poligonal fechada que
tendo início no ma1w existente p1óximo ao litotal, em Imbetiba, segue pela linha féuea até o
quilômet10 zc10 do iama! Daí, em linha teta até o eixo da tua do P10leta1iado do BaitJo Visconde
de Aiaújo, segue po1 esta ma até a estiada Co10nel Tosé de Lima, onde envolve o lote n'1 258
do loteamento do mesmo Bai110, segue pela linha dos fundos dêsse lote e lotes vizinhos até ganhai
a estiada da Olatia Subindo pot esta segue até um ponto de pattida de uma linha teta que
atinja a vala em ietificac,ão existente Po1 essa vala segue até o iumo das te11as de ANIÔNIO DE
AZEVEDO SAN10S MmrnIRA, po1 onde desce, ouzando mm a linha da Estiada de Feuo Leopoldina,
iama! Rio de Janeito, e vai até o litoial do Oceano Atlântirn, de onde segue até atingit o matco
inicial, em Imbetiba
Ait 3" - Esta lei entia1á em vigot em [? de janeito de 19~7, tevogadas as disposições
em rnnt1á1io
Palácio do Govê100, em Nite1ói, 1 J de janeiw de 19'57
(a) MIGUE] CouIO FILHO
!Valte1 Muniz Machado, 1espomlendo pelo
expediente da Seoeta1ia do Govê!no
Romei1 o Neto
Rubens Fctlcão
Ângelo P Bit1emo111t
Paulo Mc11t1ity
Sctlo Bumd
foré Cctilos PoHhctt
hlocu y1 Gome1 de Azevedo

LEI N. 0 3 174, DE 6 DE FEVEREIRO DE 1957

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Jrneüo deueta e eu sanciono ;1 seguinte L2i:


Att l9 - O att ')• da Lei n• 3 020, de 5 de outuh10 de 1956, passa a te1 a seguinte 1edação:
"No piazo de noventa ( 90) dias, a pattit da vigência desta Lei 1ealizat-se-á um plesbicito
pata que a população das á1eas especificadas nos a1ts 2• e 3• 'hl mencionada Lei n• 3 020, de
19'56, diga <l qual munidpio deseja pettencet"

Att 2° - Revogam-se as disposi<,ões em rnnt1á1io


Palácio do Govê100, em Nite1ói, 6 de feve1cito de 19'57
(a) MIG!JE] COUTO Fu HO
Olí1'eí1t1 Rod1ig11e1
Romei10 Neto
Ruben r Frtlcão
Ângelo Pinheí1 o Bittenco1t1 t
Paulo Mamity
'lctlo Bi and
foré Cmlos Po1chat
Moc1cy1 Gomes de Azevedo
-- 222 --

LEI N ° 3 382, DE 12 DE SETEMBRO DE 1957

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei10, dec1eta e eu sanciono a seguinte Lei~

Art 1 - Ficam elevados a coma1cas de p1imeita entiâncirr os atuais têunos judiciá1ios do


9

Estado, oia extintos: Cachoeiia de Marnrn, Casimito ele Abteu, Conceic,ão de Macabu, Co1deiio,
Duas Ba11as, Mangaiatiba, Ma1icá, Meneies, Patati, Rio das rlô1es, São Pcclto da Aldeia, São
Sebastião do Alto, Sapucaia, Saqua1ema, Silva Ja1dim e Sumidou10
Ait 2º - (Vetado)
Ait 3" - (Vetado)
§ 19 (Vetado)
:;~ 29 (Vetado)
:;~ 3Q (Vetado)
Ait 4Q - O P1eto1 que, vitalício, não houve1 p1estado concu1so de p10vas, compo1á a lista
td piice (Vetado)
Ait 5"' - Os P1eto1es que não tivernm sido ap10vados cm concmso de p10vas, nem fotem
vitalícios, se1ão postos em disponibilidade 1e111unetada até o téunino do quachiênio, ou ap10vei-
tados, na fo11na da lei em ca1go de hieiatquia e vencimentos equivalentes
A1 t 6° - Ficam o ia dos no quad10 da J usti\[l (J ustic,a de ent1ância), dois ( 2) ca1gos
de Juiz de Diieito de te1ccüa entlância (Vetado) que set vilão wmulativamente nas segundas
Vat as de Pct1ópolis e São Gonc,alo, oia uiadas; cimo ( 5) ca1gos de Tuiz de Düeito de segunda
enttância, (Vetado) que te1ão exe1cício nas rnma1rns de Santo Antônio ele Pádua, Ttapet una,
São Fidélis, Cantagalo e Magé, que ficam elevadas a essa catcgot ia; quatotzc ( J 4) ca1gos de
Juiz de Düeito de plimeira ent1ância (Vetado) rnttespondente às coma1cas ctiadas no att lQ.
Ait 7° -- Ficam niados no (Vetado) Ministétio Públirn dezesseis (16) ca1gos de
Pt omot01 de J ustic,a de primciia entlância
Att 89 - Os atuais Adjuntos de P10moto1 dos 'lê1mos extintos se1ão ap10veitados de acôtdo
com o disposto no ait 4 9 da Lei n 9 2 892, de 23 de julho de 1956
Ait 9 9 - Ficam niados no (vetado) Ministéiio Público dois ( 2) catgos de P10moto1
de Justic,a de te1ceiia entlância
Ait 10 - Ficam ctiados na Coma1ca de Mangaiatiba:
a) catgo de Oficial de Justiça, pad1ão "B";
b) ca1go de Avaliadot Judicial e Depositá1io Públirn;
e) o 3'' Ofício de Tabelião de Notas do Público Judicial, Esnivão do Cível, Come1cial,
de ó1fãos e Ausentes, da P10vedo1 ia; Oficial P1iYativo do Registto de Imóveis do 4 9 disttito e Ofi
eia[ do Registt o de Títulos e Documentos e do P10testo de Letias, Notas P10missó1ias e Duplicatas
Pa1ágiafo únirn - Paia os efeitos legais ficam iatificados todos os atos piaticados pelo
Oficial do Regist10 de Imóveis do J 0 Ofício, a patti1 de 10 de dezembto de 1949 até 21 de
julho de 1955, 1elativamente às tiansac,ões imobiliátias e atos conseqüentes, 1efe1entes às p1optie-
dades localizadas em Muriqui e Ptaia Giande, passando à p1ivatividade do 19 Ofício o sei viço
oiminal
Ait l I - Fica uiada nas Coma1cas de São Gonçalo e de Pettópolis, mais uma Vata rnmulativa
com a designa,ão de segunda ( 2") Vaui
Att 12 - Fica uiado, (Vetado) mm o 1espectivo pad1ão de vencimentos, um ca1go
de Dcfensot Públiw pata a Comatca de Tiês Rios
Att 13 - Aos Tuízes das Comatcas de São Gon\alo e de Pcttópolis competem as at1ibuit,ões
confeiidas aos juízes d<, cível e aos das Vatas C1iminais, pot distiibuição p1évia, sendo que
a P1esidência cio Tiibunal do ft'.11i cabetá ao da ptimeita ( 1'') V ata nas sessões ímpa1es e ao
da segunda ( 2'') Vaia nas sessões pa1es
Ait 14 - Ao Juiz da ptimeita ( 1'') Vaia cabe1ão as justificações e habilitac,ões de casamento
na ptimeiia ( !'-') ciJ wnsoição judiciá1 ia da sede da Coma1ca, e apenas julgai as que forem
p10cessadas nos clistiitos ímpa1es, competindo ao da segunda ( 2") Vaia tais atiibuições com 1elac,ão
à segunda ( 2") ciicunsc1ição da sede ela coma1ca e aos distiitos pa1es
- 223 -

Ait 15 - Ao Juiz de Diteito mais antigo competem ainda :ts attibuições 1efc1idas na Lei
de Organizac,ão Judiciátia, como Diieto1 do Fornm, e ao Juiz de Di1eito da segunda (2') Vara,
tessalvada a competência p1ivativa do outto Juiz, as attibuições definidas nas legislação especial
sôbte men01es e, especialmente, as detalhadas como Juiz de Meno1es na Lei de 01ganizac,ão
Judiciátia
Att 16 - Os feitos em andamento nas coma1cas de Pettópolis e de São Gonçalo em que
o titulai ainda não estiver vinculado, setão disttibuídm pelas duas Vaias, pot ocasião do p1eparo
pata o despacho saneado1
Ait 17 - Ficam uiados no Quad10 da Justi\a os seguintes cugos: Coma1rn de Pettópolis
- dois (2) rn1gos isolados de Oficial de Justiça, pad1ão "B", que setvitão na segunda (2") Vata;
(Vetado) e ttês ( 3) funções de Faxinei10, 1 efetência 3 ( ttês), pata sei vitem ao Edifício
do l'o1um; Coma1ca de Te1esópolis - um ( 1) ca1go isolado de Esnivão Ciiminal, pad1ão "L'',
atiibuído ao titulai do Ofício ptivativo do ctime e do jú1i
Ait 18 - Fica estabelecida a seguinte nomendatma pata as Se1ventias de Justic,a ela Coma1ca
de Te1esópolis e pata a do 11 9 Ofício da Coma1ca de Pet1ópolis

- Commia de Te1esópoli1

a) 19 Ofício - Tabelião de Notas, do PúbliLo Judicial; Esuivão do Cível, Come1cial,


de ó1fãos e Ausentes, da P10vedoiia e ptivativo do C1imc e cio Júti; Oficial cio Regist10 ele
Títulos, Documentos e outws papéis e Oficial do Rcgist10 de Imóveis ela 1" Ci1rnnsnic,ão, que
rnmp1eende a palte do 19 ( p1imei10) disttito rnnstituída pelo lado ditei to da linha fé11ea, a
partit da divisa do município de Magé, até cnrnnttat a cascata Slope1; daí segue pelo mesmo
lado, em cliteção à Vá1zea, pelas avenidas Oliveita Botelho, Albetto Tôues e Feliciano Sod1é,
inclusive tiecho ptojetado como Avenida Amazonas até a rna Manoel Leb1ão, seguindo daí pelo
lado pa1 ela Avenida Delfim Mo1eüa e acompanhando o lado düeito da 10dovia Te1esópolis
Flibutgo, até os limites mm o 29 (segundo) e o 3" ( te1cei10) disttitos
b) 29 Ofício - Tabelião de Notas, do Público ) udicial; Esuivão do Cível, de P1ecatóiias,
clo Come1cial, de ó1fãos e Ausentes, da P10vedo1ia, Oficial P1ivativo de P10testo de Letias e
Notas P10missó1ias e Oficial de Regist10 de Imóveis da 2'' (segunda) Cücunsoição, que rn111p1eende
o 2"' (segundo) e o 39 ( te1ceüo ( dist1itos
c) 3" Ofício - Tabelião de Notas, do Públiu> JudiLial; Esuivão do Cível, Cometcial, de
ô1fãos e Ausentes, de Ca1tas Ptecatótias e dos ExelllliYos Fiscais, e da P10vedo1ia; Oficial cio
Regist10 de Imóveis da 3'' ( te1ceiia) Ciilllnsni,ão, que comp1eende a pa1te do 19 (111imei10)
dist1ito constituída pelo lado esquetclo da linha féaea, pattindo da t!ivisa com o munidpio ele
Magé até encontla1 a Cascata Slope1, seguindo pelo mesmo lado, em diteção à Vá1zea, pelas
avenidas Oliveita Botelho, Albe1to Tôues e Feliciano Sod1é, inclusive tlech? p1ojetaclo corno
Avenida Amazonas, até a 1ua Manoel Leb1ão; seguindo daí pelo lado ímpa1 da Avenida Delfim
Mo1cita e arnmpanhando o lado esque1do ela 10dovia Te1esópolis-F1ibmgo, até os limites ocm o 29
(segundo) e o 39 ( te1cei10) disttitos

H - Cotn({1Cct de Pet1ój1olis

11 • Ofício - Tabelião de Notas, do Públirn Judicial, Esoivão do Cível, Come1cial, de


ô1fãos e Ausentes, da P10vcdo1ia e p1ivativo de Ca1tas P1ecató1ias, (vetado) e Oficial cio
Registto de Imóveis do Qua1teitão-Suíço e cio Alto da Seua, no 1"' ( p1imeüo) dist1ito e de
todo o 29 (segundo) disttito, que ficam excluídos das atiibuições cio 2'' (segundo) e 59 (quinto)
(vetado) Ofícios
Att 19 - Ficam uiaclos no Quadto da Justic,a (2) dois uugos de Desembatgado1, rnm
o 1espeltivo padtão de vemimentos, os quais set vii ão nas Câmaias Cíveis
Att 20 - O Tiibunal de Justiça é o ó1gão supterno do Podei Judiciáiio, compondo-se de
quinze juízes, inclusive o P1esidente, disttibuídos pot tiês Câmaias, mm cinrn memb10s a l'' e 2•
Câmaias Cíveis e quat10 memb10s a 3", que é a Câmaia C1iminal
- 224 -

Ait. 21 - O P1esidente do T1ibunal de Justi<,a pe1cebe1á mensalmente, além de seus


vencimentos, a impoJtância de C1$ 2 000,00 (dois mil uuzei10s) a título de 1ep1esentação e o
Co11egedo1 de Justiça, Ci$ 1 000,00 (mil crnzeitos)
Ait 22 - (Vetado)
Art 23 - Fica tevogado o ait 104, alínea "f" da Lei nQ 1 850, de 7 de feve1ei10 de 1953,
na patte 1elativa à 8'1 (oitava) Zona
Ait 24 - A p1esente lei entia1á em vigo1 na data ele sua publirnc.ão, 1evogadas as disposi~ões
em rnnt1á1io
PaláLio do Govê100, em Nite1ói, 12 de setemb10 de 1957,

(a) MIGUEI Cm1ro FILHú


Oli1•ei1r1 Rod1ígt1eJ
Ro111eÍ1 o Neto
R11bens Frdcão
Angelo P Bittenco111t
Pa11lo Ma111it)'
Saio Butnd
Jo ré Cr11'os Prmhctt
Togo de 'Bt11ior

RAZÕES DO VETO

Atiavés de seu Ofício n'1 356, de 5 do mês em rn1so, tiansmitiu-me o Senho1 P1esidente
da Assembléia Legislativa a Resolu1,ão sob nQ 416-57, que tlansfotma em rnmatcas os atuais
tê11nos judiciátios do Estado
Entle outtas p10vidências, se indui a eleva<,ão da enttântia ele algumas rnma1rns p1evista
no attigo 2° No entanto, é bem de ve1, já o p10jeto concernente à 1efo11na judiciátia, p1opliamente
dita, e que tomou o n'' 417, tlata do assunto de modo genétirn, de sente que se1á mais rnnveniente
o seu exame em rnnjunto, pot ocasião da votação daquele ptojeto, pois, de tal maneita, se evitatá
a fiagmenta<,ão da maté1ia
3 Po1 out10 lado, dispõe o att 3Q da pwposição oia em exame:

"A1t 3Q - O P1eto1 que haja sido ap10vado em conuaso de prnvas, 01ganizado


pelo T1ibunal de Justi<,a, mm a rnlabotação da Oulem 'elos Advogados do Biasil (ai t 124,
III, da Constitui<,ão Federal e a1t 55, III, da Constituição Estadual), e cnjo Tê1mo
Judiciátio seja elevado a Coma1rn, tetá seu 1espectivo nome induído na lista ttÍplicc
paia p1eenchimento dessa Cornatrn, ou de outia rnma1ca vaga
§ l" - Fica, desde Jogo, lümposta independentemente ele qualque1 publirnção
especial ou expediente, a lista tlÍp!ice a que se iefe1e êste attigo, incluindo o Chefe
do Podei Executivo o nome do P1eto1 na lista dupla, em mãos elo Govê100, 1esultante
dos dois nomes que 1esta1am da última lista tiípfüe enviada pelo Ttibunal de Justi<,a
§ 29
- Se1á ienovada a wmposic,ão ele que trata o patágiafo antet iot, co11esponclente
a rnda nova Coma1rn vaga, semp1e induindo o Chefe do Podet Executivo o nome de
outto P1eto1 na lista dupla 1estante após a nomea<,ão p1eccdente, até esgotai-se a nomca<,ão
da lista de P1eto1es ap10vados em rnnLu1so
§ 3" - Ent1c os rnmponentes da lista tdpliLe, teu\ p1efe1êmia à nomeat,ão aquêle
que fôi P1eto1, e, se a lista se wmpuse1 de mais ele um P1eto1, 1erni1á a p1efe1ência no
vitalício, e, entte os vitalícios, no melho1 dassificado no wnunso"

4 Consoante se obse1 va os dispositivos tiansoitos estabelecem iefe1êmia quase absoluta, em


favo1 elos P1eto1es ap10vados em lünlulso, paia o p10vimento das novas comatcas, o que, em
p1incípio, wnside10 medida de equanimidade Orn11e, ent1etanto, que, além dos P1eto1es, out10s
candidatos há, também classificados em rnnrn1so iealizado na fo11na constitucional, e não p1esc1ito
Nessas cilcunstâncias, a p10posição, evidentemente, fe1e diJ eitos adquitidos, em tanto quanto
implica em alleia1 a 01dem de dassificação dos cc>nwuentes
- 225 --

S Além disso, atiihui ao Chefe do Podei Exerntivo competência pata colaboia1 na 01ganização
da lista tiíplice dos candidatos ao uugo de juiz, matéiia da alçada exclusiva do Podei Tudiciátio
6 Outtossim, deteimina o att 4'':

"Ait 4 9 - O Pietoi que, vitalílio, não houvei prestado wncmso de l'10vas,


compoiá a lista tiíplice na founa dos paiágiafos anteiioies, fazendo p10vas de títulos,
somente dispensáveis a juízo do Govêino'

7 Tiata-se ele dispositivo ligado à mesmo 01dem de idéias expostas nos antecedentes, mas, como
se 1efeie a titulates que gozam do piivilégio da vitaliliedade, cabeiá ao Podet Judiliáiio melhot
examinai a hipótese, eliminando-se a palte final da disposic,ão pot inadmissível

8 No a1tigo 6'', os venlimentos dos novos catgos de Juiz de Diieito de tetleiia, segunda e
piimeirn enttâncias, rnja oiac,ão se p10põe, são impiôpiiamente dassificados nas dasses "F'', "S"
e "Q", que couespondem a Ci$ J 3 000,00, Ct$ l l 000,00 e C1$ 9 500,00 quando o cet to é que os
magisttados dessas rntegoiias peicebem iespeltivamente, Ci$ 17 000,00, Ci$ 15 000,00 e
C1$ 13 000.00 Aliás isso mesmo fim subentendido, wm supiimii-se do dispositivo os padtões
alfabétiws em iefeiência

9 Entiementes, nota-se no texto dos ai tigos 7" e 9'1 ligci10 equívorn, qual seja o de se consideiat
a existênlia de quad10 ao invés de rn11eiia, do Ministéiio Públirn Ademais, a prnposi<,ão ao
oia1, em seu att 12, catgo de Defensm Público, o faz no Quad10 do Tiibunal de Justi<,a, o
qual é pti\ ativo dos set vid<?ies elêssc Ó1 gão, impondo-se, assim, as nelessátias ietificações, ainda
que pelo )'HllCSso de cancelamento das exptessões inexatas

10 Poi seu tu1no, o ait 17 uia, entte out1os latgos, o de Esoevente de Tusti<;a, inadequado,
nem só p01 se lhe atiibuii o padião "]", mas também a natmeza de isolado, não obstante havei,
no Quadto da Justi<,a, ca11eiia de igual denomina<;ão, rnja dasse inicial é "H" e final "I"

11 De 1esto, não é peitinente o disposto no a1t 22, eis que aí se estabelece a equipata<;ão de
venlimentos entie funlionáiios da Justiça e memb10s cio Podei Judiciáiio, a sabei:

"Att 22 - O Seu etátio do Ttibunal de Justiça teiá vel1limentos equivalentes aos


de Juiz de Düeito de 3" (te1ceiia) ent1ância, e o de Sec1etá1io de Cottegedoiia Geia!
de Justi<;a, os Sub-scuetá1ios e o Chefe do Se1vi<,o do Expediente do "liibunal de JustH,a
teião vefüimentos equivalentes aos de Juiz de Di1eito de 2'·' (segunda) entiância"

I2 De fato, a equipaiação, pat :i efeito ele venlirnentos, piessupõc owt tênlia ele obiigações
e tesponsabilidades de nível idêntiw, o que se não obsel\ a na hipótese veitente, em que as
func.ões são, po1 sua nattacza, hen1 dive1sas

13 Em conseqüênlia das iazões expostas, vejo-me na lontingênlia de vetat, ]'º' wnsideiá-los


inwnstitucionais, o att 3'1 e seus patágiafos, e, poi motivos de inteiêsse público, a palte final
do alt 1", "na founa dos paiágtafos anteiiotes, fazendo ptovas de títulos, somente dispensáveis
a juízo do Govê1110"; o ait 2"; as exptessões "dasse U", "dasse S" e "classe Q", lonstantes
do att 6 9 , os vocábulos "Quad10 do", nos aitigos 7" e 9"; a palavia e as iniciais "no Q T T "
induídos no alt 12; a locução "um migo isolado de Esoevente de Justi<,a, pad1ão "]", que
seivid. no Caitótio ptivativo cio uime e do jú1i", no ait 17; no att 18, item II, a exptessão:
"Oficial Piivativo do Rcgist10 do Coméilio da l'' (piimeiia) Citrnnsoição ( 19 disttito) e do 2''
(segundo) dist1ito", e o numetal oielinal "8 9 (oitavo)" e, finalmente, o ait 22

Comuniquem-se ao Senhoi Piesidente da Assembléia Legislativa os fundamentos dêste veto,


nos têimos do a1t 24, patágtafo 19 , da Constituic,ão do Estado

Palácio do Govê1110, em Niteiói, 12 de setemb10 de 1957

(a) MIGUEI Cot:TO FILHO

15 - 25 625
- 226 -

LEI N ° 3 442, DE 29 DE OUTUBRO DE 1957

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio ele Janei10 dec1eta e eu sanciono a seguinte Lei:

All 1• - Fica ap1ovacla, para todos os efeitos, a Resolução Municipal n° 144, de ?JO de
novemb10 ele 1956, do município de Silva Ja1dim, e que estabelece os limites das zonas mbana
e submbana ela cidade ( 1 9 'dist1ito) de Silva Ja1dim
Att 2 9 - A p1esente lei ent1a1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em conttáiio

Palácio elo Govêino, em Nite16i, 29 ele outub10 de 1947

(a) MIGUEL Couro FILHO

Olivei1c1 R.od1 igues


He1 l'rll Basílio, iespondenclo pelo Expediente
da Seoetaiia do Intedor e Justiça
R.ttbens Falcão
Â11gelo P. Bittenco111t
Paulo A1ct111 ity
Sedo B1 ctnd
José Cc/llor Po1chat
Togo de Bc111os

LEI N ° 3 458, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei10 del!eta e eu samiono a seguinte Lei:

An 19 - Fica ap10vada, nos tê1mos desta lei, a Resolução nº 4:,, Lle 4 de junho de 19~7,
da Câmata Municipal de Tiajano de Mo1ais, que trnnsfe1e a sede do 4 9 clisttito do Município
de Ttajano ele Moiais, pata a localidade denominada Tapeia e alteia o pe1ímet10 u1hano do
clist1ito de Vila ela Giama
Att 29 - As zonas u1bana e submbana da Vila da Giama, passam a sei as seguintes:

Zon,1 111bc11M: É wnstituída pela á1ea delimitada J1ela poligonal que rnme<,a no ponto situado
na estiada Glicé1io-Tiajano de Moiais ponto êsse deteuninaclo pela inte1sec<,ão cio prnlongamento
do eixo longitudinal da ponte sôb1e a bauagem do Pa1que Tapeia wm a citada e~tiacla; p10ssegue
na 1eta dês te p10longamento em mais 100 (cem) mct1os, paia rnsta, atingindo um ponto de onde
deflexiona à cliieita, ptosseguindo poJ ou tia 1cta de 82 5 (oitocentos e vinte e cinrn) met10s
çujo final atinge um 111a1co na estiada Tapeia~Vila da Giama, na inte1sec~ão desta mm o
ptolongamento da pa1ede externa da ala de enfe1magem do Hospital da Tapeia; rnntinua pela
mesma estrnda em uma extensão de 32 5 ( ttezentos e vinte e cinw) met10s atingindo um ponto na
sua inte1secção com o alinhamento dos matcos de t1iangulal)O Q6-Q5; desce po1 êsse mesmo
alinhamento até a cota 430 ( quattocentos e ttinta) mcttos adotada pata a b,1cia de acumulação
do Marnbu, seguindo pen esta cui va do nível em clii eção a montante do cÓJ tego Tapeia Hté um
ponto, ainda na mewionada cu1 va do nível, situado na inte1sccc.ão desta wm o alinhamento do
mallo Q6 ao ma1w E e, a seguit, pen êssc mesmo alinhamento até o mai rn D, localizarlo a 455
( quatlocentos e cinqüenta e cinco) mettos do matco Q5 e no prnlongamento da linha Q8-Q5
de onde deflexiona, à düeita, cm 1eta de 475 ( quattocentos e setenta e cinco) met1os, atingindo
o ma1w f situado a 200 111 (duzentos) met10s do ma1rn QS, sôb1e o p10longamento da Jeta
Q6-Q5; dês te último ma1co segue, em ieta de 585 (quinhentos e oitenta e cinco) met10s, até
o ma1co G situado no ptolongamento do eixo longitudinal da ponte do Pa1que da Tapeia,
distante 300 ( t1ezentos) met10s do ponto de pattida desta desuic_ão, o qual atinge
- 227 -

Zontt r11b111bc1nct - É a átea compteendida cntte o pe1ímet10 mbano e uma poligonal


envolvente, fo1mada po1 linhas paialclas a êste pe1ímet10, dela distando 200 (duzentos) met10s,
mm exceção do t1echo que envolve os ma1cos E, F e G, onde a mesma segue pelo divisor de
águas ptóximo
A1t 3Q - Esta lei entta em vigot na data de sua publicac,ão, tevogadas as disposições em
rnnttátio

Palácio do Govêtno, em Nite1ói, 13 de novemb10 de 1957


(a) MIGUEI Como FILHO
Olivei1tt Roel1ig11es
Romei1 o Neto
Rubens Ft1ltão
Angelo P Bittemo111t
Pcttilo lvfou1ity
5''::!a Bianel
Jo1é C({1lor Po1cht1t
Togo ele Bt111or

LEI N ° 2 731, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1956

O Ptcsidente da República:

Fa\o sabei que o Cong1e,so Nacional deueta e eu sanc10no a seguinte Lei:

Att 1° - ll mudada a ,{enominação de Te11itó1io Fedem[ do Guapo1é paia Te11itó1io


Fedetal de Rondônia.
Att 2'1 - Esta lei entuuá em vigo1 na data de sua publiut\ão
Att 3" - Revogam-se as disposições em cootlár io

Rio de Janeiio, 17 de fevetei10 de 1956; 135 9 da Independência e 68 9 da República

(a) fUSCEIINO KUBITSCBEK


Ne1e11 Rc1mor

LEI N. 0 2 874, DE 19 DE SETEMBRO DE 1956

O P1esidente da República:

Faço sabei que o Congresso Nacional deueta e eu sanuono seguinte Lei:

CAPITULO

All 1" --- A Capital Fedetal do Btasil, a que se tefete o alt 4" do Ato das Disposições
Ttansitótias da Constituic,ão de 18 de setcmb10 de 1946, será localizada na 1cgião do Planalto
Cential, pata êsse fim escolhida, na á1ea que constituitá o futuro Dist1ito Fedem[ citcunsu ita pela
seguinte linha:

Comec,a no ponto da lat J 5"30 S e long 48'' J 2'W G1een Dêssc ponto, segue
para leste pelo paialelo de l 'iº30'S até encontrar o metidiano de 47• e 2'i'\1(l Gteen
Dêsse ponto segue o mesmo me1idiano de 47'' e 25'W Gteen pata o sul até o talvegue
do Có11ego Santa Rita, afluente da rna1ge111 diteita do Rio P1êto Daí pelo talvegue do
citado có11ego Santa Rita até a confluncia dêste com o Rio P1êto, logo a jusante da
Lagoa Feia Da confluência do có11ego Santa Rita, com o Rio Prêto, segue pelo talvegue
dêstc último, na tliicção sul, até ctuza1 o paialelo de J6 9 03'S Daí, pelo patalelo 16•03'
na dileção oeste, até enconW11 o talveguc do Rio Descobei to Daí par a o norte, pe\o
- 228 -

talvegue do Rio Dtscobe1to, até encontrn1 o meiidiano de 48 9 12'\X' Gieen Daí pata o
n01te pelo mctidiano de 'Í8 9 12'W Gieen, até encontia1 o pa1alclo de 15 9 30' sul, fechando
o pe1ímet10

Att 2 9 -~ Pata curnp1irnento da disposição wnstitmional citad<l nD a1 tigo ante1io1 fim o


Podei Executivo auto1izado a piaticat os seguintes atos:

a) constituit, na founa desta lei, uma sociedade que se denominatá Companhia U1banizadoia
da Nm a Capital do Biasil, com os objetivos indicados no att 3";
b) estabelecei e consttuÍl, atiavés dos ótgãos ptóp1ios da administiação fedeial e com
a coopeia,ão dos ó1gãos das adrninistiações estaduais, o sistema de ttanspo1tes e comunirnções do
novo Dist1ito Fedeial com as Unidades Fedeiativas, cootdenando êssc sistema com o Plano Nacional
de Via,ão;
c) dai a gaiantia do Tesou10 Nacional às Dpeta1,ões de ctédito negociaL!as pela Companhia
U1banizado1a da Nova Capital do Btasil, no país ou no exte1io1, pata o financiamento dos setviços
e obias da futuia capital, ou com ela 1elacionados;
d) at1ibui1 à Companhia U 1banizadota da Nova Capital do BiasiL mediante contJ atos ou
concessões, a execu,ão de ohias e sei vi,os de inte1êsse do novo Disttito Fedeial, não comp1eendidos
nas atiibuições específicas da emp1êsa;
e) forna1 acôtdos e convênios com o Estado de Goiás, visando à desap10p1 iação elos imóveis
situados dcntto da átea do novo Disttito Fedetal e de seu postet iot desmembiamento do te11itó1io
do Estado e inrn1potação ao domínio da União;
f) estabelecei n01mas e condi~ões pata a aptovação ~los p1ojetos de ob1as na á1 e~t do
futu10 Disttito Fecletal, até que se otganize a adrninistlac,ão local;
g) instalat, no futuw Disttito Fedem! ou nas tidades cÍlcunvizinhas, sei vi~os dos ó1gãos
ti vis e milita1es da administlação fedeial e nêles lotai sei vido1es, com o fim de uiat melhotes
condições ao desenvolvimento dos ttabalhos de constt ução ela nova cidade
Pa1ágtafo único - O Cong1esso Nacionrrl delibe1a1á, opo1tunamente, sôbtc a data da mudanc,a
da Capital, ficando 1evogado o a1t 6'' da Lei n? l 801, de 'J de janeito de 1953

CAPITULO II

DA COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL

SEcfo I

Dct Conrtit11i1ão e jillf d" Co111/Jclllhid

Att 3" - A Companhia U1baniwdorn da Nova Capital do Btasil te1á po1 objeto:

Planejamento e execu,ão do set viço de lotalização, utbanização e rnnstl ução da futUJa


Capital ditctamente ou atiavés de ó1gão da administtação fedeial. estadual e municipal ou de
einp1êsas idôneas c.0111 as quais contlata1;
2 aquisi<,ão, pet muta, aliena\ão, loca e, ão e auendamento de imÓ\ eis na átea do novo Disttito
Fedem! ou cm qualquet patte do te11itó1io nacional, pe1 tinentes aos fins pt evistos nesta lei;
3 execu,ão, mediante wncessão de obtas e se1 viços d<t competência fedem!, estadual e
municipal, telacionados com a nova Capital;
4 ptática de todos os mais atos concct nenlcs aos objetivos souais, ptevistos nos estatutos
ou auto1izados pelo Conselho de Administtação
Pa1ág1afo único - A companhia podetá ateitat doação puta e simples, de düeitos e bens
imóveis e móveis ou doa\ão condicional, mediante autotizac,ão pot deueto do Ptesidente da
Repúhlica
Ait 4? - O P1esidente da República designa1á, po1 deoeto, o 1ep1esentante da União nos
atos constitutivos da sociedade e nos de que tiata o a1t 24, § 29 desta lei
- 229 -

A1t 5Q - Nos atos wnstitutivos da wmpanhia inclui-se a ap10vação:


a) das avaliações de bens e düeitos auolados pata integ1a1em o capital de União;
b) dos estatutos sociais; e
c) do plano de trnnsfe1ênda de quaisque1 serviços públims que venham a passat paia
a mesma sociedade
A1t 6Q - A constituic,ão da sociedade e quaisque1 modificac,ões em seus estatutos se1ão
ap10vadas po1 dec1eto do P1esidente da República
Pa1ág1afo único - Dependetá, todavia, de auto1ização legislativa exp1essa qualquet alte1ação
que vise a modifirnt o sistema de administtac,ão da Companhia, estbeleddo nesta lei
Att 7° - Na otganização da companhia seião obseivadas, no que forem aplicáveis, as
nounas da legislação ele sociedades anônimas, dispensado, potém, qualque1 depósito de capital
em estabelecimento bamá1io
A1t 8Q - A Companhia te1á a sua sede na 1egião definida no att lQ, sendo indetetminaclo
.o ptazo ele sua duta<,ão

SEÇÃO II

Do Ca/iitcil Socicil

Ait 9" - A Companhia Uibanizadoia da Nova Capital do B!asil te1á o éapital de


C1$ 500 000 000,00 (quinhentos milhões de uuzei10s) dividido em 500 000 (quinhentas mil)
a<,Ões 01diná1ias nominativas do val01 de Ci$ l 000,00 (mil ct uzei10s) cada uma
A1t 10 - A União subsuevetá a totalidade do capital da sociedade, integtalizando-o mediante:
A inm1po1ac,ão dos estudos, bens e diteitos integ1antes do ace1 vo da Comissão Explotacloia
do Planalto Centtal do Btasil, de 1892, da Comissão de Estudos pata Lornlizac,ão da Nova Capital
do Btasil, de 1946, e da Comissão de Planejamento da Constrnção e da Mudança da Capital
Fecletal, oiada pelo deoeto n" 32 976, ele 8 de junho de 19'53, e alléiada pelo clec1eto n" 38 281,
de 9 de dezemb10 de 1955;
II a tiansferêntia de tôda a á1ea do futu10 DistJ ito Fedetal, pelo p1eço de rnsto, ac1escido
das despesas de desap10p1iação, à medida que fôt sendo adquiticla pela União, excluídas as
á1eas 1ese1vadas ao uso lOmurn de todos e ao uso especial ela União;
III a inw1poiação de outtos bens móveis ou imóveis ou diteitos pettencentes à União,
tesultantes ou não de desaptoptiações;
IV a enttada em dinheüo da impot tântia de C1$ 12 ~ 000 000,00 (tento e vinte e cinw
milhões de u uzei10s), neéessá1ia às despesas de 01ganização, instalação e início do> sei virns
da rnmpanhia;
V a enttada, em Jinhei10, da impottância de Ct$ 19'5 000 000,00 (tento e noventa e dom
milhões de u uzei10s), poste1io11nente, quando fô1 considetada neéessátia
§ l9 - O capital social pode tá set aumentado com novos 1 erntsos a êsse fim destinados
ou com a incot pota<,ão dos bens mencionados no intiso III dês te at tigo
§ 2'' - As ações da Companhia U1banizado1a pode1ão set aclquitidas mm autotização do
P1esidente ela República, pot pessoas jutíclirns de diteito público interno, as quais, enttetanto,
não podetão aliená-las senão à p1óp1ia União, assegutado a esta, de qualque1 modo, o mínimo
de 51 % (cinqüenta pot cento) do capital social
Att 11 - A SOliedade podetá emiti1, independentemente do limite estabelelido em lei, além
de obtiga<,ões ao po1tado1 ( debêntut es) títulos espeéiais, os quais setão pot ela teéebidos com
10% (dez pot tento) de ágio pata o pagamento dos tettenos utbanos da nova Capital, vencendo
ainda jmos de 8% {oito pot lento) ao ano

SEÇÃO Ili

Att 12 - A adrninistiação e fisrnliza<,ão da Companhia setão exe1cidas po1 um rnnselho


de adrninisttação, urna diteto1ia e um rnnselho fiscal, wm mandato de 5 ( cinw) anos e o
--,- 230 -

p1eenchimento dos 1espectivos cargos fa1-se-á po1 nomeac;ão do P1esidente da República, com
obse1 vância dos pa1ág1afos seguintes:
§ lQ - O Conselho de Administiação compo1-se-á de 6 (seis) memb10s com igualdade de
votos e suas deliberações seião obiigató1ias pata a ditetotia, cabendo, todavia, 1ecmso ao Presidente
da República
§ 29 A diteto1ia se1á constituída de 1 (um) p1esidente e 3 ( tiês) eliteto1es
§ 3º As ieuniões do Conselho ele Aelministiação se1ão p1esididas pelo piesidente da
diteto1ia, que nelas te1á apenas o voto de qualidade
§ 4° - O Conselho ele Administlação 1eunii-se-á, pelo menos, uma vez po1 semana e de
suas delibeiações lav1a1-se-á ata citcunstanciaela, cujo teo1, devidamente autenticado, se1á fornecido
a cada um dos seus me111b10s
§ 5'' - O Conselho Fiscal wnstituit-se-á ele 3 ( tiês) memb10s efetivos e 3 ( tlês) suplentes
e exe1ce1á as func,ões p1evistas na legislac;ão de sociedades anônimas, sem as 1est1ic,ões do decteto-
-lei n'' 2 928, de 31 de de~emb10 de 1940
§ 6° - Um tê1ço dos mernb10s do Conselho de Administta<,ão, da diteto1ia e do Conselho
Fisrnl, se1á escolhido em lista tdpfüe de nomes indirndos pela ditetotia naéional do maio1
pattido político que integia1 a coltente da oposi<,ão no Congtesso Nacional
§ 7" - As substituit,ões de memhtos do Conselho de Administiação, da diteto1ia e do
Conselho Fiscal, sejam definitivas, sejam eventuais po1 impedimento excedente de 30 ( tJ inta) dias,
seião lealizadas pelo mesmo p10cesso da rnnstituição dêsses óigãos, consignado no paiágiafo
antetiot
§ 89 - Cabei,í, piivativmente, ao Conselho de Administrnc,ão decidit, poi p10posta da ditetolia,
sôbte planos de wmpia, venda, locac,ão, ou auendamento de imóveis de pwptiedade da companhia,
e bem assim sôbie as opeiações de uédito poi ela negociadas
§ 9 9 - Atendido o disposto nesta lei, os estatutos 1eguhuão as attibui<,ões e o funcionamento
do Conselho de Administiação e da ditetoiia
§ 10 - Os membtos do Conselho de Admioistiação e da ditetotia te1ão tcsidência ob1igató1 ia
na átea mencionada no a1t 19

SEÇÃO IV

Do1 fc1vo1es e obiigctfÕer da Com/>cmhic1

Ait d - Os atos de constituic,ão da Companhia, integialização elo seu capital, bem como
as p1op1iedades que possuii e as aquisições ~le di1eitos, bens imóveis e móveis que fize1 e, ainda,
ns instrnmentos em que figutat como pa1te, sc1ão isentos de impostos e taxas de quaisque1 ônus
fiscais comptecndidos na competência da União, que se entendeiá com as outrns entidades de
diieito público solicitando-lhes os mesmos favotes pata a sociedade, na csfern das iespectivas
competências ttibutá1 ias
Ait 14 - A Co111panhia gozatá de isen<,ão de cliteitos de impoitac.ão paia rnnsumo e ele
impostos adicionais em ielac,ão ao maquinismo, seus sobt<:ssalentes e acessótios, apatelhos, feua-
mentas, instl umentos e mate1iais destinados às suas olnas e sei vi<, os, pagando ,no entanto êsses
tt ibutos, no caso de tcvcnda
Pa1ágtafo único - Todos os mate1iais e me1caclotias iefeiidos neste 1tigo, com testiição
quitnto aos similates de ptodu<,ão nacional, se1ão desembarnçados mediante p0t ta1 ias dos inspetotes
das Alândegas
Att 15 - A sociedade fica asseguiado o di1eito de ptomovc1 clesapwptiações, nos tê1mos
da legislação cm vigoi, e com as modifica<,Ões constantes desta lei
At t l6 - A wmpanhia iemeteiá suas contas, até 30 de :thiil de cada ano, ao Tiibunal
de Contas da União, que as ap1ecia1á enviando-as ao Cong1esso Nacional, cabendo a êste adotai,
a J espeito delas, as medidas que a sua ação fiscalizado ta entende1 convenientes
Att 17 - Os sel\ iços, obtas e constllr<,Ões neccssá1ios à instala<_ão do Govêtno da República
na fututa Capital Fecleial se1ão 1ealizados pela Companhia, independentemente de qualque1 inde-
- 231-

nização, entendendo-se paga das despesas feitas pelos dileitos, bens, favo1es e consessões que
lhe são outo1gados em viltucle desta lei
Ait 18 - O Podei Executivo assegmatá à Companhia, ainda, a utilização cios equipamentos,
sei viço e instalações cios ó1gãos da administtação fedetal, sempte que se to10a1em necessários às
atividades ela emp1êsa
Ait 19 - Os atos aclministiativos e os cont1atos celebtados pela Companhia consta1ão ele
boletim mensal po1 ela editado e cios quais se1ão clisttibuíclos exempla1es aos memb10s do Cong1esso
Nacional, auto1idades ministeriais, 1epa1tic,ões inte1essadas, entidades ele classe e ó1gãos de
publicidade
Ait 20 - A dileção ela Companhia U1banizadota é ob1igacla a p1estat as info1mac,õcs que
lhe fo1em solicitadas pelo Cong1esso Nacional, acê1rn dos seus atos e delibetac,ões
Ait 21 Nos cont1atos <le obtas e se1vic,os, ou na aquisição ele mate1iais a pessoas físicas
ou jmídicas de diteito p1ivado, a companhia cleve1á:

a) Dete11nina1 rnnrnHência administtativa pata os contia tos de valot supe1io1 a


C1$ l 000 000,00 (um milhão de crnzei10s), até C1$ lO 000 000,00 (dez milhões de crnzeitos),
sendo facultado, todavia, ao Conselho de Aclministiação, pot ptoposta ela cliteto1ia, dispensai a
exigência, em decisão fundamentada que rnnsta1:t da ata;
h) dctetminar como11êmia pública pata os contiatos de mais de Ct$ 10 000 000,00 (dez
milhões de CJ uzei10s), ficando peunitido ao Conselho de Administta<,ão a dispensa da fcnmalidacle,
com as cautelas ela alínea antetiot, dando-se dessa decisão ciêmia, clentto em 5 (cinco) dias, ao
P1esidente da República, que pode1á mandai tealiza1 a concouência

SEÇÃO V

Do jleJ1oal da Compclllhic1

Ait 22 - Os emp1egados da Companhia U1banizadorn ficam suiettos, nas suas 1elaciíes


wm a emp1êsa, únicamente às n01mas de legislação do ttabalho, sendo classificados nos clifetentes
institutos de aposentad01ia e pensões, pata fins ele p1evidêmia, de acô1 cio com a natmeza ele
suas funções
Ait 23 - Os tnilita1es e funcionátios públicos civis ela União, das Auta1quias e entidades
ele economia mista podei ão se1 vil na Companhia, na fo1ma do clec1eto-lei nº 6 877, de 16 de
setemb10 de 1944

CAPÍTULO III

DiJpoJiçõer ge1ais e fi11r1ir

Ait 24 - Fica tatificado, pata todos os efeitos legais, o deu cto n" 480, de 30 de ab1il
de 195 5, expedido pelo Gove10ado1 do Estado de Goiás, e pelo qual foi declataclo de utilidade
e de necessidade pública e ele conveniêmia de inte1êsse socid, pata efeito ele desap101niação, a
á1ea a que se 1efete o a1t l Q
§ 1° - As desap10ptiações iniciadas pode1ão continuat delegadas ao Govêtno do Estado,
ou passatão a sei feitas diletamente pela União
§ 2" - Nas ttansfe1ências, paia o domínio da União, dos imóveis adqni1 idos pelo Govêtno
de Goiás e nos alos de desaprnptiac,ão cliteta em que vic1 a intet vil e ainda nos da inw1 po1ação
clêles ao capital da Companhia U1banizadota da Capital Fedetal, a União seiá 1ep1esentada pela
pessoa a que se 1efe1e o att 4" desü1 lei
§ 3" - semp1e que as desapioptÜtções se tealizatem pot via amigável, os desap10p1iados
gozatão de isenção de impôsto de tenda 1elativamente aos luoos aufe1idos pela tiansfe1ência ao
exp1op1iante das 1espedivas p1op1iedades imobiliá1ias
§ 4" - Os imóveis dcsap10ptiados na á1ea do novo Dist1 ito Fedetal e os 1efe1idos no aJt l 5
pode1ão sei alienados liv1emente pelo poder exp10p1iante e pelos p10ptietá1ios subseqüentes, sem
que se lhes aplique qualque1 ptefe1ência legal, em favo1 dos exptopiiados
- 232 ~

Alt 25 - Tornar-se-ão indivisíveis os lotes de te11as 111banos do futu10 Distiito Federal,


desde que alienados pela Companhia Uibanizadota da Nova Capital do Blasil Fica expiessamente
p10ibida a alienação das mais áieas de te11as do mencionado Distiito, a pessoas físicas ou juddicas
de düeito piivado
Paiágiafo úniw - A Companhia Uibanizadota da Nova Capital do Biasil oiganizatá os
planos que assegmem o ap10veitamertto econômico dos imóveis rn1ais, executando-os düetamente ou
apenas mediante anendarnento
Att 26 - Ficam os Institutos de Pievidência Social, as Sociedades de Economia Mista e as
Autatquias da União autoiizados a adquÍ!Íl títulos e obiigações da Companhia U1banizadoia
tia Nova Capital do Btasil, 1efeiidos no alt 11 desta lei
Pa1ágiafo úniw - Êsses títulos também pode1ão sei vendidos aos militates, funcioná1ios
fedeiais, se1vido1es de autaiquias e de sodedade de economia mista da União, desde que autoiizem
o desconto das pi estações devidas, desdob1áveis pelo ptazo de 60 (sessenta) meses, nas tespectivas
fôlhas de pagamento
Att 27 - A fim de asseguia1 os fornecimentos necessai10s às obias da nova Capital, ficam
incluídas na rntegoiia de p1imeita uigência as 10dovias p10jetadas pata ligai o novo Distlito
Fedeial aos centtos industtiais de São Paulo e Belo Hoiizonte e ao pôtto fluvial ·de Piiap01a,
no Estado de Minas Ge1ais
Ait 28 - Os lotes de teuas em que se dividitem, a pa1tit da v1gencia desta lei, as p10piie-
dades l mais existentes até uma distância de 30 (tlinta) quilômet10s do lado exte1no da linha
peiiméttica do novo Distiito Fedem!, em áieas infe1io1es a 20 (vinte) hectaies, só podei ão sei
insoitos no Regist10 Imobiliáiio e expostos à venda depois de dotados os log1adou10s públicos
de tais loteamentos cios seivic,os de água emanada. luz eléttica, esgotos sanitáiios, meios-fios e
pavimentação asfáltica
Ait 29 - A legislação pernlia1 às sociedades anonunas se1á aplicada como suhsidiá1ia desta
lei à Companhia Uibanizadota da Nova Capital do Biasil
Att 30 - É tlansfeiido pata o Ministé1io da Fazenda o saldo da ve1ba 4, consignação 4 3. 00,
subconsignação 4 3 Ol, item 1, "despesas rnm a desap10piiação da totalidade elas á1eas do novo
Distiito Fedetal, inclusive indenização ao Estado de Goiás", attibuída ao Ministé1io da Justiça
pelo 01çamento vigente
A1t 31 - Fica abeito o uédito espedal de Ci$ 12'5 000 000,00 (cento e vinte e cinco milhões
de uuzei10s) para atendei ao disposto no aitigo 10, item IV, desta lei
A1t 32 - O Podei Exerntivo estabeleceiá a fo1111a de extinção da Comissão de Planejamento
da Constrnção e da Mudança da Capital Fedem!, depois de tiansfe1idos os contiatos poi ela
celebrados rnm teicei10s pata a 1esponsabilidade da Companhia U1banizadoia da Nova Capital
do Btasil
Att 33 É dado o nome de "Biasília" à Nova Capital Federal
Art 34 Esta lei ent1a1á em vigoi na data ele sua publicação, 1evogadas as disposições
em rnntiáiio

Rio de Taneito, em 19 de setemb10 de 1956, 135 9 da Independência e 68º da República

(a) JuscELINo KuB!fSCHEK


Ne1eu Rr1111or
Antônio Afres Ccl111c11c1
He111ique Lott
Jo ré CC1ilos de MMedo Sr)(// es
.S Pc1er de Al111eidct
[,titio iVlei1a
Ernesto Do111eller
Clovir SC1lgctdo
Pc11 rifei/ Bc111 oro
Hemique Fleiuss
MC11t1ítio de Medei1 or
- 233 -

DECRETO Nº 41 535, DE 17 DE MAIO DE 1957

O P1esidente da República, usando ela attibuição que lhe rnnfe1e o a1tigo 8 7, item I, da
Constituição, deoeta:

Attigo único - Fim antecipada pata 14 de junho cio rn11ente ano a instalac,ão conjunta elas
Sessões 01clinátias das Assembléias-Getais do Conselho Nacional ele Geogiafia e Estatística, a qual,
nos têrmos dos 1es?ectivos Regimentos, devia ve1ifica1-se a 1" de julho

Rio de Taneiw, 17 de maio de 1957, 1369 da Independência e 69'1 da República

(a) JUSCEI INO KUBITSCHEK


Josú CARI os DE MACEDO SOARES

DECRETO N ° 42 517, DE 26 DE OUTUBRO DE 1957

O P1esidente da República, usando da at1ibuição que lhe rnnfe1e o alt 87, item I, da
Constitui(,ão, e nos tê1mos do att 23 do Deoeto-lei númcJO 421, de l l ele maio de 1938, deueta:

At tigo único - É wncedido 1ewnhecimento aos cu1sos de engenha1ia civil e engenha1ia


eletticista da Escola Fluminense de Engenha1ia, mantida pelo Govê1110 do Estado do Rio de
Janei10 e com sede em Nite1ói capital cio Estado <lo Rio de Janei10

Rio de Janeito, 26 de outub10 de 1957; l36 9 da Independência e 69 9 da República

(a) JusCELINo KumrscHEK


Clovis Salgadu
DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DOS MUNICÍPIOS E
DISTRITOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Continuamos neste número do "Anuá1io" a publicai, fato que teve início na edição ante1ior,
a dornmentação históiica existente no Depa1tameoto Geogiáfico, 1elacionada com os municípios
e distritos do Estado do Rio de J anei10
A p1esente publicação resulta da solicitação que nos foi emle1eçada pol pessoas que
desejavam dispo1 de tais ekmentos paia melhor dornmenta1em os seus esoitos
Não é possível imp1imü-se, neste núme10, tôda a matéria 1estante, po1 absoluta falta de
espaço, o que espetamos podei fale! na p1óxima edição
Muito· agtadecemos as manifestações de iegozijo iecebidas, pela divulgac,ão dêstes dados,
considetados ptetiosos po1 estudiosos e afeiçoados das letias geog1áficas

A REDAÇÃO

MUNICiPIO DE ITAGUAi

DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O 1elêvo de Itaguaí se dist1ibui pot 2 1egiões distintas: a da montanhas e a das planícies


Ao noite e oeste, estão as giandes elevações, estendendo-se a 1egião plana ao sul e leste,
onde se localizam alguns teuenos pantanosos e alagadiços
A seua do Mat delimita êste Munidpio mm os de Itave1á, Pitaí e Baua do Pitaí
Suas p1incipais senas são as de Itaguaí, Caçado1, Guarda G1ande, Pouso Fiio e Mazomba
Nos limites com Itavetá está o ponto culminante de seu sistema 010gtáfico, com 1 136 m de
altitude, seguindo-se-lhe o Alto da Boa Vista e o pico das Duas 01elhas, ambos na mesma
legião, com 1 016 e 853 mettos, iespectivamente
O dima aptesenta caiactedsticas dife1entes nas 1egiões montanhosas e de planície Na
p1imeita é sêw, ameno e bastante saudável; na segunda, quente e úmido, tornando-se insalub1e
nas giandes baixadas, onde, de maio a outub10, 1egistiam-se gtandes suttos de feb1e palust1e
A mais impottante wuente fluvial do Munidpio é o iio Guandu, o qual 1etebe as águas
do iibeüão das Lajes, seguindo-se o 1io Valão de Aieia, além do Itaguaí, que se comunirn
com o Guandu, tendo pot afluente os 1ios Valão dos Bois e Mawmba
Nas matas de Itaguaí existem vátias espécies de rnadeiias de lei; enhetanto, obse1va-se
maio1 inte1êsse na p10rnta, apenas, elas que se p1estam à fabiirnção de combustível
Dive1sos animais 1ep1esentam a fauna teuestle: capivaias, po1rns-do-mato, patas, tatus,
rntias, macacos, etc
Jacus, macucos, inambus, ttocais, jUJitis, turnnos, papagaios, etc são os espécimes mais
comuns na sua avifauna
No que diz 1espeito à fauna aquática, há giande vaiiedade de peixes, tanto no litoial wrno
nos 1ios
As piincipais lavoUJas do munidpio são: laianja, tomate, maneliorn, banana, feijão, batata-
-inglêsa, milho, batata-dote, amendoim, rnna-cle-açúrn1 e a11oz
As indústtias são as seguintes: de ttansfoimação de miné1ios não metálicos; têxteis; ele
p10clutos alimentícios; da madeita

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Municíj1io - Átea - 667 km2 ; populac_ão (19'í0) - 29 566 habs; núme10 de dist1itos - 5
Sede mtmici/ial - Átea - 172 km 2 ; população (1-VII-50) 9 830 habs; latitude S -
22Q52'02",7; longitude W G1 - 43''46'43",8; altitude - 4 m; distântia em linha 1eta à
Capital - 70 km; iumo (em 1elação à Capital) - O N O
Demais dist1itos - Se10pédica: área - 264 km2 ; população ( 1-VJT-50) - 8 268 habs
Paiacambi: á1ea - 128 km2 ; população ( 1-Vll-50) - 7 749 habs Ibitupoianga: área -
43 km 2 ; população ( 1-VII-50) - l 858 habs Co10a Giande: á1ea - 60 km2 ; população
( 1-VII-50) :__ 1 861 habs
- 235 -

EVOLUÇÃO SOCIAL

O início do desbtavamento do atual teHitótio do Município de Itaguaí, cuja á1ea está


avaliada em 667 km", data de meados do século XVII
Segundo Monsenhot Pizallo, a sua wloniza,ão temonta à época em que os silvíwlas da
ilha de Jagua1amenon, attaídos pelo Governad01 Ma1tim de Sá, se ttansfe1itam pata outia ilha
situada mais pai a o sul e conhecida pela denominação de Piaçaveta, hoje Itacutuçá
Foi dêsse local que, mais tatde, se ditigitam os iefe1idos abotígines pata o wntinente,
fixando-se nas teltas wmpteendidas entle os tios Tiguaçu e Jtaguaí, as quais denominaiam
de Y-tinga
Logo após a fixação dos indígenas nessa localidade, a ela chegaiam os missionátios da
Companhia de Jesus, que lançatam as bases da futuia povoac.ão, etigindo uma igteja onde moiaiam
e onde desenvolvctam a rntequese dos gentios Não se sabe com p1ecisão a data em que essa
igteja foi rnncluída, tendo-se, potém, como cetto, que tal fato se tenha velifirndo em época
antetiot a 1688
Poste1io11nente, vetifirnndo os jesuítas que as teuas da Fazenda de Santa Ctuz, po1 se
enwnttatem mais ptóximas do oceano, melhot se pi estavam a sei vit de núcleo ao àldeamento,
pata lá se t1ansfe1itam, levando wnsigo todos os habitantes do antigo auaial Ainda dessa
tiansfetêmia não se pode ptecisat a data; apenas o que se sabe é tet se ve1ificado em época
ante1io1 a 1718
Tão cedo chegatam ao novo local escolhido pelos jesuítas, os abo1ígines, sob a 01ientação
dos ieligiosos, iniciatam a constt LH,ão ele novo templo que firnu concluído em 17 29, sendo
dedirndo à devoção de São Fiancisco Xavie1
Atingidos pelas leis emanadas ela Côtte, onde o matquês de Pombal movia tenaz petseguição
wntta a sua 01dem, os jesuítas pe1deiam, em l 7'i9, o wnttôle ela povoação, da qual fotam
fo1çados a se 1etitat
O Alvatá, mm fôtc,a de lei, de 5 de junho ou julho de 1818, "etigiu em Villa a aldeia
de ltaguahy, mm a denomina~ão de Villa de São Fiamisrn Xavie1 de Itaguahy - cujo tellitotio
e limites devetão wmp1ehel1lle1 a Fteguezia de Itaguahy do alto da Sc11a pata a va1gem, a
Fteguezia de Matapicú, do tio Gandú subindo á pa1te esque1cla, todo o Ribeitão das Lagei;
e a Fteguezia de Mangaiatiba, ficando desde logo desmembtada do Teuno da cidade do Rio
de Janei10 e da Villa de Angta dos Reis, a que pettencia"
Êsse Alvatá dctetminou ainda que, "pettencendo á iefe1ida Aldeia de Itaguahy, que fica
eteda cm Villa, celta pou,ão de tellas na ilha de Itauuussá ou Sapimiaguita, que constam ela
tespectiva Esuiptma de cornpta feita na cidade do Rio de Janeito em nome dos Indios, aos
17 de Maio de 1818, nenhum p10veito actualrnente tesultava das ditas te11as pela sua cultma,
nem aos Indios, nem a aldeia em getal, nem ao Estado, - cessasse a aplicação que dantes tinham
as mesmas teu as, ficando, d' ota em diante, sei vindo j1a1a pattimonio da dita V ilia e despezas
p10ptias della, sendo afotados pela Camata, em pequenas po1ções, pe1 petuamente, mm fenos
e pensões tazoaveis, na fotma do Alvatá de 23 de Julho de 1766 e com o laudemio ela quatentena
p1esoipto da lei do Reino"
Detetminou mais o aludido Alvauí "fosse comedido pata pat1imonio desse Villa uma
sesmatia de tetta de meia legua em quaclto, conjnl1lta ou scpatadarnente, aonde houve1 devoluta,
a qual setá também afotada em pequenas pot,ões pot emptazarnentos pe1petuos e os laudemios
da lei, na fó11na acima decla1 ada; ficando-lhe, além disso, pe1tencendo no seu 1espectivo teuitoJ io
as tendas, diteitos e wnt1ibuiçõcs que nelle se tenha até agoia pago á Camata da Cidade do
Rio de Janeito e a d~1 Villa de Angia dos Reis, de que é desmemb1ada"
Com o w11c1 dos anos a localidade p10spc1ou de founa notável, rnotmente pela citc uns-
tância de sei o ponto de passagem p1efe1ido pelos viajantes que demandavam as te11as de
Minas e São Paulo O p1óptio D Ped10 I hospedou-se na localidade quando se ditigia pata
São Paulo, onde p10damatia a Independência do Biasil
Poste1iotmcnte, o Deoeto de 30 ele agôsto de l931 declatou que ao baiuo da F1egucsia
do Sauamento da cidade do Rio de Janeito ficassem "annexados os dist1ictos da F1eguczia de
Campo Gtandc, desde o Pit aquame1 im, inclusive, até á potteit a da Fazenda Nacional de Santa
Ct uz, ou "Cuu al Falso", ficando a mesma Fazenda e o disttito la teia] de Sepetiba e ~t F1eguezia
do Maiapicú pe1 temendo ao Teuno da Villa de Itaguahy"
Mais ta1de, o Peueto de 15 de janeito de 1833, no seu a1tigo 8 9 , deteuninou que "a Villa
ele Itaguahy tenha os limites que lhe fo1em assignados pelo Alvatá de 5 de Julho de 1818, com
excepção do teuitotio desmembtado pata a Villa de Manga1atiba pelo Deueto de 26 de ma1ço
ele 1832, wntendo mais no seu Teuno todo o cutato da Fazenda Nacional de Santa Ctuz,
seguindo o turno da dita Fazenda na divisão com a dos Religiosos do Ca1mo, rnmeçando no
logat denominado "A Pedt a", até enrnntia1 a Fteguezia ele Matapicú; desannexando ainda do
Teuno da Cidade de São Sebastião do Rio de Janei10 todo o teuitolÍo que lhe peltencia e que,
wnfotme o alludido a1t 8 9 , passou a pe1tcme1 á Villa de Itaguahy"
Em vittude do Decteto de 4 ele novemb10 de 1833, a Regência Petmanente, ampliando a
extensão cios limites fixados pelo a1t 8 9 do 1efetido Deueto de 1 5 de janei10 de 1833, cleteuninou
que "se entendessem wmp1ehendidas no Teuno da Villa de Itaguahy as povoa,ões denominadas
- 236 -

"Cantagallo" e "Cunhanga" que fazem pa1te da Fazenda dos Religiosos do Ca11no, visto achatem-se
já annexadas quanto ao Espititual, ao cmato da Fazenda Nacional de Santa C1uz, de que são
patodúanos os seus habitantes"
Finalmente, a Regência Pe1manente, tendo em wnsideiação ao que 1ep1esentam os moiad01es
do cmato da Fazenda Nacional de Santa Ctuz, dete1minou, pelo Deueto de 30 de dezemb10
de 1833, que o mencionado uuato ficasse desligado do tê1mo da vila de Itaguaí, a que se
achava unido pelo Deueto de 1 '5 de janeito de 1833, pe1tencendo assim, doiavante, ao têuno
da cidade do Rio de Janei10
Dotado 'ele te11as fétteis o Município de Itaguaí desfrntou, no século passado, até 1880,
de animada vida 1uial e wmetcial, expo1tando, em giande escala, ce1eais, café, farinha, ar,úca1
e agua1dente Cont1ibuiu de maneita acentuada paia êsse desenvolvimento a int10dução do elemento
neg10 esnavizado
O advento da "Lei Áutea" ocasionou te11ível nise econômica, 1efletida no conside1ável êxodo
dos antigos esnavos que 1ep1esentavam, ante1io1mente, o fato1 essencial do desenvolvimento
aglÍcola Êsse fato, aliado à falta de tlanspo1te e à insalub1idade da iegião, conco11eu pata o
desapa1ecimento das giandes planta,ões petiódicas ou pe1manentes, que constituíam a 1iqueza
ptincipal da localidade
Após tão sétios 1eveses, o Município tem buscado wnseguit no1maliza1 sua situação eco-
nômica Com as atuais obtas de saneamento da Baixada Fluminense, Itaguaí podetá 1eadquiti1,
em futu10 p1óximo, a sua antiga posição de p1estígio no seio da wmunielade fluminense

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1mação Administiativa: A f1eguesia de São Fiamisw Xavie1 de ltaguaí, uiada pela


01dem régia de 22 de dezemb10 de 179'5, po1 fô1ça de Alva1á de 5 de junho ou julho de 1818,
foi elevada à rntego1ia de vila, com a mesma denominação, wm te11itó1io desmernbiado da
cidade do Rio de Janeiro e da antiga vila de Ilha Gtande (atual Ang1a dos Reis)
A vila de São Ftamisrn Xavie1 de ltaguaí foi sup1imida po1 aviso de 13 de novemb10
de 1818, sendo, pmém, iestamada pela p10visão de 13 de novembto de 1819 e instalada
definitivamente em l l de feve1eÍ10 de 1820
Os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, iespectivamente, de 8 de maio e '.\ de junho do ano
de 1892, 1efe1em-se à uia,ão do distiito de Itaguaí
Segundo a divisão administrativa 1efe1ente ao ano de 191 l o Município ele Itaguaí se
wnstitui de 3 distiitos: Itaguaí, Bananal e Paracambi
Na divisão adrninistiativa do ano de 19:'>3, o Município 1x1ssou a rnnstituü-se de 5 dist1itos:
Itaguaí, Se10pédirn, Pa1acambi, Ca,ado1 e Co10a Giande, assim peunanecendo nas divisões
te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como no quad10 anexo ao Deueto-lei
estadual n9 392-A, de 31 de matço de 1938, e no Dec1eto-lei estadual nº 641, de 15 de dezemb10
de 1938, que fixou o quacho da divisão te11ito1ial em vigo1 no qüinqüênio 19:>9-1943
De acô1do wm o Deneto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que estabeleceu
o quad10 da divisão te11it0tial pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município de Itaguaí
apa1ece constituído de '\ distiitos, que são: Itaguaí, Co10a Gtande, !bitupoianga ( ex-Ca<,ado1),
Paracambi e Se1opédirn, 01denados da seguinte founa pelo Decteto-lei estadual ,n 9 l 063, de 28
de janeito de 1944: 1" ~ Itaguaí, 29 - Se10pédica, 3º - Paiarnmbi, 4'' - Ibitupoianga,
59 - C01oa Giande
J<ounação Judiciá1ia: A rnrna1rn de Jtaguaí, c1iada pot fôt<,a do Decteto n'' 2 243, ele
29 de setemb10 de 1877, foi extinta po1 Lei nº 64:>, de 7 de setemb10 de 1904, passando o
seu tê11110, wm sede em Maxambomba, a pe1tence1 à wma1rn de Ba1 ta do Pitaí
A Lei n" 740, de 29 de setemb10 de 1906, tiansfe1iu a sede do tê1mo pata Itaguaí ficando
o mesmo subo1dinado à rnma1rn de Iguaçu
Em vittude da Lei n 9 l 804, de 12 de janci10 de 192'Í, foi uiada a coma1ca de Itaguaí,
rnm sede no têuno do mesmo nome, assim pe1manecendo nas divisê•es te11itotiais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, e no quad10 ,•.nexo ao Deueto-lei estadual n' 392-A, de 31 de
ma1<,o de 1938
De acô1do rnm o Deueto estadual n• 641, de l '5 de dezemb10 de 19)8, que fixou o quacho
teuitotial pata vigorn1 no qüinqüênio 1939-1943, a wma1rn de Itaguaí é composta elos tê1mos
de Itaguaí e Mangaiatiba, o mesmo awntecendo ao quac!to te11itotial fixado pelo Dec1 eto-lei
estadual n• 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, pau vigouu no qüinqüênio 1944-1948
As Leis ns 1 429, ele 12 de janeito de l9'i2 e l 895, de 6 de julho L\e 19'53, mantivetam
a Coma1ca de Itaguaí constituída pelos têunos de Itaguaí e Mangarntiba A Lei n 9 3 382,
de 12-9-1957, elevou o tê1mo de Manga1atiba à catego1ia de Coma1rn
- 237 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dist1ito de ltt1g11C1Í: O disttito foi oiado po1 01dem iégia datada de 22 de oezemb10
de 1795
A sede cio clisUito iecebeu as categolias ele vila e sede municipal, com a uiação do
munmp10 de São Fiancisco Xavie1 de Itaguaí, po1 alva1á ele 5 de junho ou julho ele 1818,
pe1clendo, po1ém, com a extinção do munidpio po1 aviso de l3 de novemb10 de 1818, essas
categolias
Em vütucle ela p1ovisão de 13 de novemb10 de 1819, o município foi testamado, readquiiindo
o disttito as suas antigas categolias de vila e sede municipal
A criação cio distiito de Itaguaí foi confomacla pelos Dec1etos estaduais ns 1, de 8 de
maio e 1-A, de 3 de junho ele 1892
A vila ele Itaguaí 1ecebeu fo10s de cidade po1 Dcueto estadual n" 1-A, de 3 de junho
de l 892
Segundo as divisões administrativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas ele 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele ma1ç0
de l 938, o munidpio de Itaguaí tem po1 sede o distlito de igual nome, mantendo-se essa
disposição nos quacl10s ela divisão teuitolial, jucliciá1 ia e aclministiativa cio Estado, em vigm
nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1918, fixados, iespectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641,
de 15 ele dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 ele dezemb10 de 1943
O distiito de fü1guaí foi otdenado como o l 9 do município de igual nome pelo Deueto-lei
estadual n 9 1 063, de 28 de janeit o de 1944
II - Dir11ito de Se1 oj1édiu1: A f1eguesia de Nossa Senhoia da Conceição do Rananal
foi ctiada com sede na povoa e, ão de Bananal, po1 Lei ptovincial n 9 'í49, de 30 de agôstci de 18 51
Sua ctiação foi rnnfiunada pelos Dcc1etos estaduais ns 1, de 8 de maio e l-A, de 3 de junho
ele 1892
Segundo a divisão adminis!lativa do Btasil, iefe1ente ao ano de L91 l, o distiito de Bananal
pe1tence ao munidpio ele Itaguaí
Em viitude da Lei estadual n'' 1 801, de 8 de janeüo de 1924, a sede cio disttito de
Bananal foi tiansfetida pata a povoação de Patioba, sendo, potérn, novamente mudada, desta
vez pata a de Setopédica, pela de nº 2 069, de 29 de novembto ele 1926
Nas divisões administtativas de 1933 e te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
bem como no quadrn anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele matço de 1938, Se10pédirn
figuia corno distlito do município de Itaguaí, assim pe1manecendo nos quad10s da divisão teui-
tolial, judiciá1ia e administiativa do Estado, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, de 15 de
dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 de dezembto de 1943, pata vigota1em nos qurnquenws
1939-1943 e 1944-1948 O disttito de Setopédica, pelo Deueto-lei estadual nº 1 063, ele 28 de
janei10 de 1944, foi 01denado rnmo o 2" do município de Itaguaí
Ilf - Dirt1ito de Pc11c1u1111hi: A heguesia de São Ped10 e São Paulo do Ribeiião das Lages
foi ctiada pot Deueto p10vincial n'1 77, de 29 de dezemb10 de 1836
Sua oia<,ão foi rnnfümada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de
junho de 1892
A sede distlital, em vütude da Lei estadual n 9 201, de 6 de dezembto de 189'í, foi
tiansfctida paia a povoação de Macacos, que tomou a clenominac,ão de Paiacambi, em vütude da
Lei estadual n 9 536, de 19 de clezembto de 190 l
De acô1clo mm as divisões administtativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 3 l-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quadto anexo ao Decreto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1<,o
de l 938, o disttito de Pa1acambi está ju1isdicionado ao município de Itaguaí, o mesmo se
obsetvando nos quad10s fixados pelos DeCletos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938
e 1 O'í6, de 3 J de dezernbto de 194 3, paia vigotatern, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943
e l 944-1948
O Deueto-lei estadual n" J 063, de 28 de janei10 de 1944, otdenou o dist1ito de Paiarnmbi
wmo o 3'1 do município ele Itaguaí
IV - Dirt1ito de Ihit11j1a1c111f!.c1 ( ex-Cac,ado1): O disttito de Cac,adnt foi uiado pot fôt,a
da lei estadual n'1 2 063, de 29 de nO\ embto de 1926
Nas divisões administtativas de 1933 e te11 itotiais de 31-XII-1936 e 3 l-XII-1937, bem
wmo no quaclto anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de rnatço de 1938, figma o
dist1ito de Caçado1, subo1dinado ao município de Itaguaí, o mesmo se vetifirnndo no quadt"
fixado pelo Deueto estadual n" 641, de 15 de clezemb10 de 1938, pata vigo1a1 no qüinqüênio
1939-1943
O distlito de Ca\ado1, do município de Itaguaí, leve seu topônimo modificado pai a Ibitu-
potanga, em viJtude cio Deueto-lei estadual n'' 1 056, de 31 ele dezembto de 1943, o qual
fixou o quad10 da divisão teuitolial do Estado, cm vigot no qüinqüênio 1941-J 948
Pelo DeCleto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1ito de Ibitupoianga
foi 01denado rnmo o 49 do município de Itaguaí
- 238 -

V - Dirtiito de Coioa Giande: O dis\lito de Coroa Giande foi ciiado pot lei estadual
n• 2 069, de 29 de novemb10 de 1926
De acô1do com as divisões administ1ativas de 1933 e te11itoiiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o disllito de Co10a Gtande peitence ao município de Itaguaí, assim permanecendo
nos quadtos anexo ao Decteto-lei estadual n<' 392-A, de 31 de matço de 1938 e no fixado pelo
Deoeto estadual n• 641, de 1 'i de dezembrn de 1938, pata vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943
O disllito de Co10a Gtande foi 01denado como o 5º do munidpio de ltaguaí, pelo Deoeto-ki
estadual nº 1 063, de 28 de janeüo de 1944

MUNICiPIO DE ITAOCARA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O te11itó1io do Município de Itaocaia é, em geia!, montanhoso Aptesenta entte as suas·.


principais elevações, as seuas de Agua Quente e Itaocaia, respectivamente, com as altitudes de
298 e 289 met10s, além de outras como: São Roque, Pias, Vermelha, Lessa e Bucher Há,
ainda, alguns mouos, merecendo citação o da Bóia, An!la e Jovina
No revestimento flodstirn do solo munitipal predominam os capoeitões e rnpoeitas, rnm-
postos da mataria wnhecida pela denominação genética de "matega"
O clima da região é quente, porém saudável, atribuindo-se sua salubtidacle à inexistêmia·
dos teuenos alagadiços e pantanosos, tão rnmuns na Baixada Fluminense As chuvas caem
com freqüência, sendo mais abundantes no pedodo de novemb10 a janeito, e as estiagens, que
são petiódirns, oco11etn de abti! a julho
O te11itóiio municipal possui vários rn1sos dágua, dentre os quais se destacam os tios:
P:uaíba do Sul, que recebe as águas dos tibei1ôes das Ateias, Agua Preta e cóuego das Cwzes;
e o Neg10, ao sul, que limita o presente Munidpio mm o de São Sebastião do Alto e tem como
afluentes os có11egos de Jarnrnrn, Se11a Vermelha e o tibeitão da Laje
Com 1efetêntia a riquezas natutais, verifica-se em Itaocata a existência de a1gila, p1óp1ia
à utilizac,ão em ttabalhos de cerâmica, c·nrnntiando-se ,também, rnlcá1io, notadamente no distiito
sede e nos de Latanjais e Jaguatembé
A extiação de madeiias, as quais têm aplicação ~o comércio e füt indústria, ptincipalmente,
vem sendo feita no disttito de Po1tela, na localidade do mesmo nome, cabendo, potém, especial
aten<_ão paia o distrito sede, que muito se tem desenvolvido com a industrialização das mesmas,
para fins, também, wme1ciais, o que lhe vem p10po1cionando grandes possibilidades O tal vão
vegetal é fabricado em todo o Município
No tocante à fauna, ve1ifica-se a existência de pequenos animais, aves e algumas espécies.
de peixes de água doce, como sejam: piaus, tiaítas, piabanhas, bag1es e arn1ás
As principais lavomas do município são: latanja, tomate, rnfé, mandioca, banana, tôco-
da-baía, feijão, batata-inglêsa, fava, batata-doce, fumo, amendoim, algodão, cana-de-açúca1, alho
e auo:.i:
As indústrias são as seguintes: exttativas de produtos minetais; de t1ansfo1rnação de m1-
né1ios não metálicos; metalúrgicas; de mobiliário; de p10dutos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M1111ÍtÍ/JÍo - Atea - 4H km"; popula<,ão ( 1950) - 24 069 habs; núme10 de dist1itm - '>
Sede 1111mici/}({l - Atea - 104 km"; população ( l-VII-50) - 6 137 habs ; latitt;de S -
21 9 40'04",0; longitude \XI G1 - 42°04'58","i; altitude - 56 m; distância em linha 1eta à
Capital - 173 km; turno (em 1ela\ão à Capital) - N N E
De111c1ÍJ distJitor - Laianjais: área -- 111 km 2 ; população (1-VII-50) 'i 188 habs
Poitela: á1ea - 63 km'; popula,ão ( l-VII-50) - 3 400 habs Jagua1embé: á1ea - 112 km";
população (1-VII-'iO) - 'i 291 habs Estiada Nova: áica - 44 km 2 ; população (1-VII-'iO) --
3 753 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

O Munidpio de Itaouua, cujo teuitó1io se estende, atualmente, po1 uma área rnlrnlada
em 434 k111 2 , está situado a leste do Estado, num extenso vale formado pelos tios Paraíba
e Negto
As teu as esrnlhidas pata a fundação da antiga "Aldeia da Pedia", marco inicial da coloni-
zação de Itaocata, estavam comp1eendidas no âmbito das que formavam a região de São Fidélis
São Fidélis nasceu do zêlo apostólico de dois capuchinhos italianos: Fiei ÂNGELO MARIA
DE LUCA e Fiei VITÓRIO CAMBIASCA, aos quais se veio juntai, mais tarde, Fiei ToMAZ da Cidade
do Castelo, o fundador da ptimitiva Aldeia da Pedia, hoje Itaocata
Po1 isso mesmo, não se pode estudai a evolw,ão social de Itaornta, sem se consultai as
01igens históticas de São Fidélis É que, em São Fidélis, foram lançadas, por assim dizei, as
- 239 -

bases do atual Município de Itaocaia Realmente, foi devido às dive1gências motivadas por
ódios e 1essentimentos entle os índios Pulis e Co10ados, que os 1eligiósos capuchinhos, fundadores
ode São Fidélis, sentiiam necessidade de uia1 nova aldeia, nova povoação, onde acolhessem uma
das tribos, sepatando os litigantes
Depois de g1andes tiabalhos, Fiei ToMAZ da Cidade do Castelo, em 1808 comea11iu do
vice-rei do füasil, D MARCOS DE NORONHA, pe1missão paia instalai o aldeamento ptojetado
Foi assim que, em 1809, o lefelido leligioso chegou às te11as onde develia fund,u a "Aldeia
da Pedia'', à qual denominou de "São José de São Ma1ws'', em homenagem ao vice-1ei nomeado
Todavia, esta denominação não criou iaízes no pensamento de seus habitantes, que p1efe1itam
designá-la, como já o dissemos, de "Aldeia da Pedia", em vütucle da existência de um gtande
penhasco que lhe ficava f10ntei10, do out10 lado do Pataíba, e1guido <omo sentinela secula1
do majestoso 1io
Fato cmioso foi o que se vc1ificou nesta povoa,ão Tendo ela smgido pata sepaiat os
índios Pu1is dos Co10ados, devido aos esfo1ços pacifistas do abnegado missioná1io que a oiata,
veio tornai-se justamente, o ponto de aldeamento das duas tiibos, unidas em Ciisto pelo batismo
Quando, rorém, se pesai a influência indígena no desbtavamento das teiias de Itaocata,
é justo que se destaque a atua,ão dos índios Co10ados e seus aliados Carnpós, que êsses é que,
em ve1dade, foiam os devassado1es da legião Os Putis só foiam alcleados mais ta1cle, em
vütude da l)e1seve1an,a de Fiei ToMAZ
Em 24 de novemb10 de 1812, o bispo D Jos!Í DA SILVA CourrNHO, que passaia po1
São Fidélis em visita pastoial, aptovou a nova aldeia, wllLedendo-lhe fo10s ele capefa uaacla
"pata todos os novos moiadotes'', piincipiando "no lugai da Boia, até o p1imei10 mo1aclo1 de
Cantagalo, chamado PEIXOTO, e de um out10 lado do Patahyba acima"
No a1quivo da patóquia, segundo o insigne histo1iado1 da te1 ia, M DE To1 EDO Pr7A,
fotam colhidos os seguintes dados sôbte os limites da novel fteguesia, que já então 1ecebia o
nome de São José de Lconissa da Aldeia da Pecha:
"O te11itó1io de uma e outia ma1gem cio Paiaíba, tiês léguas acima de São Fidélis até <hegat
aos p1imeüos mo1ad01es de Cantagalo e ela Fieguesia de São Ped10 e São Paulo da Paiaíba
cio Sul"
As teuas que se1vilam paia a funda,ão da aldeia peltenciam p1imitivamente, à vila de
Campos cios Goitacazcs mas, pouco tempo depois, po1 Dcneto de 9 de ma1ço de 1814, passa1,1m
à jmisclição da vila de São Fecho de Cantagalo, 1eccnternente ciiada Em novemb10 cio ano
seguinte a aldeia ela Pedia 1eto111ava a Campos desmembianclo-se, em definitivo, de Cantagalo
A paltil ele 1818, Fiei Tomaz rnme,ou a dividi! as teuas ptóximas à localidade, ent1e os
habitantes cio lugai, fato que veio possibilitai um maio1 tendimento, 1esultante de um rnelho1
aproveitamento das mesmas
A 19 ele abiil de 1850, em viltucle da autonomia LOncedida à vila de São Fidélis, dcsmem-
biada de Campos, passou São José de Leonissa da Aldeia da Pedia, atual Itaocaia, a fazet pa1te
da 1efeiida vila, juntamente com a fiegnesia de Santo Antônio de Pádua
Fato digno ele menção, dada a sua singula1idade em relação às demais comunas fluminenses,
foi a atitude de gtande pa1te dos fazendei10s de São José de Leonissa que, ,u1tes da p10mulgac,ão
da Lei Ámea no rndioso 13 ele maio, já havia libe1tado quase que totalmente scus esoavos
Motivado pot essa libe1dade humanitátia não se ve1ifiLOu, na localidade, o êxodo do elemento
negto beneficiado pela "Abolição"
Pelo contlátio, vivendo êle num ambiente de simpatia, iaclicou-sc e adaptou-se 1àpidamente
às novas condições, peunitindo um maiot sm to de p10g1esso pata a localidade
Outto aspecto que também define o espítilo idealista e libetal do povo dêsse nobte 1incão
fluminense, pode sei obse1 vado pelo estudo das campanhas lepublicanas, ]evadas a efeito pela
sua gente O ideal 1epublicano ge1minou e c1esceu em Itaocaui, avassalando os colações ele
seus habitantes, que se haviam distinguido como pioneiws da Abolic,ão Ent1e os vultos mais
destacados da campanha icpublicana em Itaocaia, são dignos de ment.ão os nomes de EDUARDO
XAVIER VAl!IA DE ABREU, MOISÉS AoGUSIO DO VALE, Di ]oÃO ]os!Í DE SÁ, Di ARISTIDES
CAER e D ANA CATARINA DE A7EVEDO, mais conhecida pelo cognome de "Sá Dona"
Após a p1odamação da República, tão almejada, o p10g1esso do então distiito de São José
de Leonissa não foi ignoiado pelo govêrno estadual que, pelo Deueto n 9 140, de 28 de outub10
de 1890, elevou-o à rntegoiia de Munidpio, rnm a denomina,ão de Itaorata, sendo o seu te11itó1io
desmembiado do de São Ficlélis O nome de Itaocaia, segundo t1adição 01al, foi suge1ido pelo
Di FERREIRA DA Luz, médico e poeta, que tesidiu, pot muitos anos, em Milacema Ê um vocábulo
tupi founado dos tê1mos: "ita" - que qucJ dizei "pedia" e "ocaia" - "piaça, teuei10"
O texto do Dcctcto n 9 J40, citado, ct a o seguinte:

"A1 t 1° - Fica elevada á catego1ia de - V ilia - , mm a denomina~ão de "Vilfa


de Itaocá1a", a fieguesia de São Tosé de Leonissa, desmembiada cio municipio de São
Fidelis, tendo as divisas piimitivas da mesma f1eguesia com as seguintes alteiações: -
no lado noite do iio Patahyba, seguitão em linha lecta á estação de Vieüa Biaga, e d' ahi
- 240 -

arnmpanha1ão o vallão do pad1e Antonio até a se11a do Monte Ve1de, que limita1á
po1 veltentes a tomai uma linha que, passando pela fazenda de Manoel Luiz Ribei10,
te1mine no 1io Paiahyba, pelos limites da fazenda da Bôa So1te
A1t 29 - O município de Itaocáta faiá paite da lOma1rn de São Fidelis
Att 3" - O munidpio de ltaocáta fica ob!Ígado ao pagamento de paite da divida
passiva atual do munilipio de São Fidelis, p10poicional á ieceita da freguesia de São
José de Leonissa, nos t1es ultimos annos devendo effectua1-se o pagamento em p1P-s-
tações, como conviet ás duas municipalidades"

Atualmente, ltaocata, a velha Aldeia da Pedta uiada pelo csfô1ço abnegado de Ftei ToMA7.
desfi uta iazoável conceito na comunidade fluminense, sendo a sua sede urna das mais inte1essantes
cidades do Estado do Rio

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Foi me1rão Ad111i11irtic1til•e1: A fieguesia de São José de Leonissa, niada poi Leí provincial
n 9 500, de 21 de maiço de 1850, foi elevada à categoiia de Município, com sede na povoação de
São José de Leonissa e a denominação de ltaocata, pot efeito do Deueto estadual n" 140, ·de 28 de
outubto de 1890, constituído de te11itótio desmemhiado do Município de São Fidélis
Refe1em-se à uiação do disttito de Itaocata, os Deuetos estaduais ns l e t-A, 1espectivamente,
uc 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 191 l, o Munidpio de Itaocata se
constitui dos seguintes distiitos: Itaoacata, LaianjeÍlas, 'l 1ês lunãos e Jagua1embé
A catego1ia de (idade foi dada a Itaouua em 'ittude da Lei estadual n'' 2 335, de 27 de
dezemb10 de 1929
Na divisão administrntiva de 1933 e divisão te!lito1ial de 3 l-XII-1936, apa1ece o Munidpio
de Itaornta composto de 6 dist1itos: ltaornta, Laianjeiias, Po1tela, Jaguaiembé, Estiada NoYa e
Estação de T1ês Iunãos, notando-se a mudanc,a toponímica do dist1ito de T1ês Iunãos
Segundo a divisão te11itoiial datada de 31-XII-1937, o Munidpio se constitui dos seguintes
disllitos: Itaocaia, La1anjei1as, Po!lcla, Jaguatemhé, Esttada Nova e 11ês hmãos, tendo o disttito
de Estação de Ttês Iimãos 1 eto111ado ,\ denomin,1c,ão antet io1, assim peunanecendo no quad10
anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1<,o de 1938 e na divisão te11ito1ial estabelecida
pelo Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de l938, paia o qüinqüênio 1939-1943
O Município de ltaocaia, segundo a divisão te11it0lial pata o qüinqüênio 19 1í4- 1948, fixada
pelo Del!eto-lei estadual nº l 056, de ?> 1 de dezembto de 194), ficou constituído pelos seguintes
disl!itos: Itaocata, Estiada Nova, Jaguaiembé, Laianjais (ex-Laianjeiias) e Po1tela, tendo pe1dido
o distiito de T1ês lunãos, tiansfeiido paia o Município de Cambuci
O Deoeto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janci10 de 1944, 01denou os dist1itos do município
de ltaocata da seguinte f01ma: 1" - Itaornia, 2" - Laianjais, 39 - Po1 tela, 4 9 - - Jagua1embé,
59 - Estiada Nova

Forn1c1ção TudicidiiC1: A rnmatca de ltaornrn foi l!iada em vütude do Decieto n 9 280,


de 6 de julho ~le 1891, rnm sede no tê1mo de ltaocaia, tendo sido extinta po1 fôiç<l do Deoeto
n• 8, de l de dezemb10 de 1891 e 1estautada pelo de n'' 1 840, de 22 de setemb10 de 1921
Segundo as divisões teaito1iais datadas de ?>1-XII-19?>6 e 31-XIl-19?>7, bem como o quadto
anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de ?> 1 de 111a1ço de 1938, a coma1ca de ltaocata se
rnmpõe de um únirn têimo judiciátio, denominado Itaocata, assim peunanelendo nos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, tes;->edivamente, pelo Deueto estadual n• 641, de 15 de
dezemb10 de 1938 e Deueto-lei estadual n• t 056, de 31 de dezembto de 1913
As Leis ns l 429, de 12 de janeiio de 1952 e l 895 de 6 de julho de 1953, não altetaiam
a estrntma da Comairn de Itaocata, que pe1maneccu rnnstituída pelo únirn tê11110 do mesmo nome
e que lhe sei ve de sede

EVOLUÇÃO POLíTICA DOS DISTRITOS

I - DistJÍto de Itc1ocme1: A f1eguesia de São José de Leonissa foi uiada poi Lei ptovincial
n 9 500, de 21 de mai~o de 1850
A f1eguesia de São José de Leonissa passou a denominai-se Itaocaia, 1ecebendo as categoiias
de vila e sede do município de Jtaornia, cm viitude do Deueto estadual nº 140, de 2.8 de outubto
de 1890
Os Deuetos estaduais de ns 1 e 1-A, datados iespedivamcnte, de 8 de maio e 3 de junho
de 1892, confiunatam a uiação da antiga f1eguesia de São José de Leonissa
O disllito de ltaocaia, segundo a divisão administtativa iefe1ente ao ano de 1911, peunaneu:
como sede do município de mesmo nome
Poi efeito da Lei estadual n 9 2 335, de 27 de clezemb10 de 1929, a sede do distiito e município
de ltaocaia, iecebeu fo10s de cidade
- 241 -

Quet nas divisões administ1ativas 1efe1ente ao ano de 1933 e te11ito11a1s de 31-XII-1936


e 31-XIl-1937, como no quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de rna1ço de 1938
e no fixado pelo Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, pata vigoia1 no qüinqüênio
1939-1943, Ô disttito de Itaorn1a figma wrno sede do município de Itaornta, rntegotia em que foi
mantido pelo Deneto-lei estadual nQ l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quad10 da
divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administlativa do Estado, em vigo1 no qüinqliênio 1944-1948
Pelo Dec1eto-lei estadual nº l 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1ito de Itaotata foi
01denado rnmo o 19 do munidpio de igual nome

II - Dirtiito de Lmanirlir (ex-Laianjeüas): O distlito de Nossa Senhoia da Conceição da


Estiada Nova, com sede na povoação de igual nome, foi c1iado pela Delibeiação de 10 de setemb10
de 1890
Em vÍltude do Deueto estadual n 9 191, de 13 de ab1il de 1891, o dist1ito de Conceicão
da Estiada Nova foi ttansfetido do município de Cantagalo, ao qual peltencia, pata o de Itaoca;a
A uiar,ão do disttito foi wnfilmada pela Delibctac.ão de 4 de setemb10 de 1891 e C:cnetos
estaduais ns l, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
A sede do dist1ito de Estiada Nova foi ttansfetida pata a ;'ovoação de Latanjcüas, passando
a te1 esta denomina<,ão, po1 fô1ça da Lei estadual n 9 763, de 29 de outub10 de 1906
De acô1do com as divisões administtativas de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XIl-1936 e
31-XIl-1937, bem wmo o quad10 anexo ao Deoeto lei estadual n'' 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o dist1 ito de Laianjeitas pe1tence ao município de Itaocaia, situação ess;t mantida no
quad1 o da divisão te11ito1 ial fixado pata o qüinqüênio 1939-1943, pelo Dec1eto estadual n 9 641,
de l '5 de delemb10 de 19 38
Po1 efeito do Deueto-lei estadual nº 1 0'56, de 31 de 'llezemb10 de 1943, que fixou o quacho
da divisão teuitotial, judiciá1ia e administ1ativa do Estado, vigente no qiiinqiiênio 1944-1948, o
dist1ito de Laianjeilas, do rnunidpio de Itaornta, passou a denominai-se Líl!anjeitas
Pelo Deueto-lci estadual n" l 063, de 28 ·ele janeito de 191·í, o dist1ito de La1anjeiias foi

01denado como o 29 do município de Itaornia

III - Dirtiito de Po1tel<1: O disttito foi uiado po1 Delibetação de 9 ou 10 de setembto


de 1890, wm sede na povoar, ão de T1 ês Itmãos Sua c1iação foi confomada pela Delibeiação
de 4 de setemb10 de 1891 e Denetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho ele 1892
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o disttito de Ttês Iunãos pe1tence
ao município de Itaocaia
A sede disttital foi tlansfetida pata Pottela, po1 fô1ça da Lei estadual n" 1 267, de 9 de
novemb10 de 191 '5
Nas divisões administtativas de 1933 e te11ito1iais de 31-XII-1936 e 3-XIl-1937, :-ie111 wmo
uo quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de ma1<,o de 1938, Po1tela figma wmo
disttito elo município de Itaornta, assim petmanecendo nos quad10s da divisão te11ito1ial do Estado,
em vigo1 nos qiiinqiiênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, tespectivamente, pelos Dec1etos esta-
duais ns 64 J, de l 5 de dezernb10 de 1938 e 1 056, de 31 de clezcmb10 de 1943
Pelo Deueto-lei estadual n'1 1 063, de 28 de janei10 ele 1944, o dist1ito de Po1tela foi 01denado
como o 39 do município de Itaocata

IV - Dist1ito de /ct/!,ttC11embé: O disttito de Jagua1embé foi oiado por fô1ça d;t Lei estadual
n 9 662, de 27 de outub10 de 1904, wm sede na usina de Santo Antônio
O disttito de Jaguatemhé, segundo as divisões aclminist1ativas de 191 J e 1933 e te11ito1 iais
datadas de 31-XIl-1936 e 31-XII-1937, está subo1dinado ao município de Itaornta, assim petma-
necendo no quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele ma1<,o de 1938, e nos fixados
pelos DeuetÕs estaduais ns 641, de l '5 de clezembto de 1938 e l 056, de 31 de llezemb10 de 1943,
pata vigoia1em, 1espelti\ amente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O disttito ele J agua1embé foi 01denado wmo o 4'1 do município de Itaornia pelo Deneto-lei
estadual n• l 063, de 28-1-1944

V - O distlito de Estiada Nova foi uiado po1 Lei estadual


Di1tiito de E1tic1dc1 Not'ct:
n 9 1 888, de 22 de novemb10 de 1924, wm te11itó1io desmembtado do 29 disttito, Latanjeitas
De acôtdo com as divisões administrnlivas de 1933 e te11ito1iais de 31-XIl-1936 e 31-XII-1937,
assim como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, o clisttito
de Esttalht Nova peltence ao munidpio de Itaocaia, assim pe1manecendo nos quad1 os teuitotiais
em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1918, fixados, 1espedivamente, pelos dec1 etos estaduais
de ns 641, de l '5 de dezemb10 de 1938 e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943
O dist1ito de Estiada Nova foi 01denado wmo o 5'' do munidpio de Itaoca1a pelo Deueto-lei
estadual n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944

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MUNICiPIO DE ITAPERUNA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

Compreende o territóiio de Itape1una uma 1egião bastante ondulada, apresentando, entretanto,


numerosas e extensas planícies e váizeas, situadas, piincipalmente, nas p10ximidades dos rios Muriaé
e Carangola Dentre suas mais notáveis elevações, sobressáem os picos: Himalaia, Cubatão e Divisa.
Destacam-se, ainda, a oeste do Município, as serras da Divisa e do Serrote, e ao sul, a de
Boa Vista
Desfruta Itaperuna de clima ge1almente bom, po1ém, com catacte1ísticas de insalub1idade em
algumas regiões de baixada
O territóiio municipal é banhado po1 váiios rios, destacando-se o Muriaé, que nasce no Estado
de Minas Gerais, e tem, no Município, pela matgem düeita, os seguintes afluentes: Bauo Branco,
Tanque, Cubatão e São Domingos; e pela ma1gem esquetda: Ttês Bauas, Fumaça, Capivata e
Catangola, seu p1incipal afluente
No Rio Mutiaé observa-se a existência de algumas quedas dágua, merecendo citação, entre
outtas, as cachoeiras: Fumaça, com 6 m de altuta e descatga utilizaxla de 30,000 m3 /s; São Miguel
e Limoeiro, 1espectivamente, com 12 e 5 met10s de altuta
As te1ras de Itapetuna possuem giandes tiquezas minetais, entte as quais avultam as jazidas de:
omo, platina, esmeril, opalas, rubis, calcários, fetto, malacacheta, grafite, etc Existem, ainda,
devidamente explotadas, as fontes de água mineral: Cubatão, Soledade, Anaí e Raposo
Nas extensas matas que recob1em o solo municipal há wnsiderável abundância de madeiras
de lei, cuja exploração constitui fonte de riqueza pata o Município Dent1e outias espécies,
notam-se as seguintes: jacatandá, ce<l10, jequitibá, sucupita, pau-d'alho, a10eita, pe10ba, figueira,
cabiúna, ipê, além de gtande vatiedade de ervas, tais como: cajatata, batbatimão, jatobá, guiné,
quinas, etc
A fauna itapet unense, da mesma fauna que a flora, é 1ica e vatiada São seus ptincipais
tepresentantes: macacos, quatis, pacas, veados, etc Dentte as aves contam-se sabiás, petiquitos,
tucanos, jutitis e muitas outtas, cuja enumeiação seiia fastidiosa
Com tefetência à fauna aquática, notam-se, nos tios, as seguintes espécies: tobalos, tainhas,
piaus, sutubis, piabanhas, bagres, acatás, ttaítas, etc
As p1incipais lavouras do município são: latanja, tomate, café, mandioca, banana, côco-da-baía,
feijão, milho, batata-doce, fumo, amehdoim, algodão, cana-de-açúcar, anoz e abacaxi.
As indústtias são as seguintes: de transfounação de minérios não metálicos; da madeita; de
mobiliá1io; de coutos, peles e ptodutos similates; de produtos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Município - Átea - 1 442 km2 ; população ( 1950) - 75 011 habs ; núme10 de disttitos - 7
Sede municipal - Átea - 723 km 2 ; população (1-VII-50) - 29 558 habs ; latitude S -
21•12·23",7; longitude W Gt - 41 9 53'25",5 altitude 110 m; distância em linha reta à Capital
227 km; rnmo (em 1elação à Capital) - N N E
Demais qist1itos - Nossa Senhota da Penha: átea *; população ( 1-VII-50) - 14 433 habs
Laje do Muriaé: área 220 km 2 ; população ( 1-VII-50) - 11 170 habs Itajata: átea 96 km2 ;
população ( 1-VII-50) - 5 663 habs Comendadot Venâncio: átea 163 km"; população ( l-VII-50)
- 6 791 habs Retito do Mu1iaé: átea 119 km"; população ( l-VII-50) - 7 396 habs Boa
Ventma: átea 121 km"; população ( 1-VII-50) **

EVOLUÇÃO SOCIAL

A colonização das tettas que compõem o atual Município de Itaperuna, cuja átea se estende
por 1 442 km2 , teve seu início em ptincípio do século XIX, sendo que o p1imei10 ato 1eferente
a essas tettas é mais temoto, datando de 30 de janei10 de 1759, época em que foi criada a
fteguesia de Santo Antônio de Gatulhos, de cujo tertitótio, então, passatam elas a fazet parte
No que se tefete aos episódios que motivatam o início de sua coloniza<,ão, dive1gem os
auto1es Segundo uns, o desbtavamento dessas tetras foi devido a JosÉ LANNES (ou de Lana)
DANTAS BRANDÃO, que te1ia sido satgento da Milícia de D JoÃo VI Actescentam ainda êsses
autotes que JosÉ LANNES, nascido na Fazenda de São Miguel, em Minas Getais, ptopriedade de
seu progenitor ]oÃo LANNES (ou de Lana) DANTAS BRANDÃO, pot volta de 1820 tetia deixado
seu toirão natal, acompanhando uma ttopa, pata vendet, no Rio de Janeiro, o fumo e o ouro
p10duzidos na refetida fazenda

* Nossa Senho1a da Penha teve sua átea anexada ao disttito-sede, devido à impossibilidade
de dema1cação de seus limites
** A população do disttito de Boa Ventura está anexada à do distiito de Nossa Senhora
da Penha po1que não existia na ocasião do Censo de 1950
- 243 --

Chegando à Met1ópole, entusiasmado com a vida citadina, JosÉ LANNES te1ia assentado piaça
na Milícia do Reino onde, po1 atos de bravma, galga1a, dent10 de dois meses apenas, o pôsto
de Sa1gento
Contam, ainda êsses oonistas que, apesa1 dessa 1ápida ascenção, pouco demotou fosÉ LANNES
nas fileüas da Milícia Ce1to dia, estava pa1te dessa fô1ça em Nite1ói, quando, após a p1esta<,ão
ele um setviço estafante, a êle se chega o alfe1es teinol MANOEL DE SoUZA e lhe confe1e a
vexató1ia missão de levai uma calta e p1esentes à sua namotada
Revoltado, o bi ioso jovem 1efuta a incumbência, o que p10voca no alfctcs nrn gesto de Íla
Levantando o 1ebenque que tinha na mão, ia êle fustigai a face do satgento brnsilei10, quando êste,
auebatando-lhe o chicote, ma1cou com o mesmo o 1osto do supe1io1, que, ferido, co11cu pata o
quaitel
Passado o p1imei10 momento, voltando à sua calma, conside10u JosÉ LANNES a situação
uítica em que se encontiava, pois sua atitude, pot essa época, se1ia indubitàvelmente castigada
com o enfo1camento Foi assim que, tesolvendo desettat das fileitas, deixou o qua1tel, contornando
o litoial, em busca elo 1io Pataíba Chegando a êsse 1io, subiu-o até a confluência com o Mutiaé,
pelo qual p1osseguiu até a p1imeÍla moiada elos índios "Pmis", na hoje fazenda ela Conceição
Depois de uma dcmoia de alguns dias nesse lornl, ]osú LANNES subiu, guiado pot uma escolta
dos índios "Pmis", pelo 1io Caiangola até a cachoeüa de Tombos, de onde voltou, assinalando
em sua passagem, os locais ele Po1ciúmula e Natividade
P10sseguinclo em sua jornada, JosÉ LANNES att avessou a Sett a do Giama, e veio a dai na
fazenda ele São Domingos, vizinha da de São Miguel, onde, ao chegai, 1ecebeu logo a giata
notítia de que a Milícia Po1tuguêsa fôia fot<,acla a emba1cat pata Lisboa e que D PEDRO I
assumita o 9ovê1110 do Bi asil, independente de Pot tugal
Foi em vi1tude dessa notícia que JosÉ LANNES, já clestemetoso da Justi(,a, se ditigiu pata
a fazenda paterna, de onde voltou, segundo os histo1iadoies, em 1831, às te11as, anteii01mente
po1 êle dematrndas no Caiangola, fazendo-se acompanh:u de sua ~oiva e de dois esci avos Poste-
i io11nente, chegaiam a essa localidade os Tinocos, os Custódios, os Alves e os Pe1eüas, que,
juntamente mm o pioneÍlo, foiam os p1imei10s colonizadotes da 1egião
Essa é uma das ve1sões da histótia de JosÉ LANNES, DE LANA ou ainda JosÉ DE LANES, como
o denomina o Dt MÁRIO PINHEIRO MoTA, a quem devemos a melho1 monogtafia de Itapernna,
até hoje divulgada
Segundo êsse autoiizaclo estudioso, a históiia do desbtavamento da iegião tetia ocouiclo ela
seguinte fo11na: "Em 1831, JosÉ DE LANES DANJAS BRANDÃO, depois de deseita1 da polícia
de Ponte Nova, iefugiou-se em Campos Receoso de sei aí descobeito, p10u11011 o seitão, indo
até à altma elo atual município de Viçosa, iegtessando à zona de Fatia Lemos, pata depois descei
a apossai-se de tôda a te11a, desde Poiciúncula até o Bambuí
Em J 832, 26 de outubto, JosÉ DE LANES esuevia, do lugai que denominou "Concei(,ão",
ao seu filho FRANCISCO, dando notícias, pedindo 1ern1sos e, mais, que fôsse feita uma consulta
ao amigo "satgento", em Minas, sôbie a possibilidade de lcgaliza(,ão da posse das te11as que
havia ocupado Voltou JosÉ DE LANES, em 1833, à zona que deixaia, ttazendo de 1egiesso, em
sua companhia, índios, esnavos e um indivíduo 1x•1 nome Bambuí, a quem doou as tetias que
têm hoje esta denominac,ão
Estabelecido já no lugat denominado Pôtto Alegte, faz então em 1834 doac,ão, po1 título,
das rnd1ocüas do Cubatão ao tcnente-cotoncl GERALDO RODRIGUES DE AGUIAH
Depois desta data JosÉ DE LANES desfez-se da pwptiedade de Pôito Alegte e estabeleceu-se
no vale do Caiangola, na fazenda de São José, à matgcm do Catangola, acima de Natividade
Ainda em 1834 fêz nova viagem a Ponte Nova, ttazendo os seus i11nãos ANTÔNIO e FRANCISCO,
aos quais cedeu as teuas da maigem esqueida do tio Cuangola, compieendidas pela bacia do
1ibeüão de São Sebastião, ou Bom Sucesso (fazenda, engenho) Boa Espetan(,a e a bacia do
tibeüão da Conceição
Pata a fazenda da Conceic,ão ttansfeiiu-se mais taide o capitão JoÃo F DAN IAS BRANDÃO,
pai dos possei10s Falecido aí, foi sepultado no velho cemitéiio ainda hoje cxistrnte, mas em
abandono Dessa founa o vale do Catangola habitava-se, enquanto o vale do Mui iaé peimanecia
desabitado Mas, ainda neste ano, Josú FERRFIRA CÉSAR, patente de Josú DE LANES, a ptetexto
ele batet outo e colhêt ipecacuanha ( ei va da emetina), aí existente em estado nativo, deixou a
ba11a do Bacalhau, no município de Tut vo, em Minas, onde iesidia, e, ent companhia da sua
mulhet, D MAHIA ANGÉLICA DA Luz, e de índios pmis domesticados, wnstrniu um tancho no
local do attaial hoje ele Laje, e aí se instalou, rnm•miumdo-se com os "Quattéis", hoje São Paulo
do Mmiaé
Somente mais tatde, JosÉ BASTOS PIN ro e Josf: GARCIA PEREIRA chegavam ao mesmo local,
sendo os cloado1es dos te11enos elo atraia! ela Laje
JosÉ DE LANES em, enttetanto, desettot da polícia ele Ponte Nova, em Minas, e, em 1842,
o p1esidente daquela p10víncia delibetou mandai piendê-Io Com a ap10ximac,ão da fôiça,. que
vinha captuiá-lo, o dese1to1 p1epawu-se com os seus homens pata 1eagit, mas, paiece, a habilidade
do tenente que comandava a escola evitou qualquet violência, e, do entendimento, 1esultou
.,,-- 244 -

ent1ega1-se JosÉ DE L\NES, que, rnnduzido até à ptesença do ptesidente da p10vímia, foi petdoado,
louvado e hontado com o título de guatda-mot, pelos setviços ptestados às tegiões inóspitas que
habitam e dcsenvolve1a" "Munidpio de ltapetuna" - monogtafia cio Engenheito civil MÁRIO
PINHEIRO MoTA, publicada no volume V dos Anais do IX Congtesso Btasileito de Geog1afia -
C N G - Rio rle Janeito, DF, 1944
Seja como tenha sido a histótia ele JosÉ LANES, DE LANA, ou ainda DE LANES, o que se
sabe ao cetto é que, com o coue1 dos anos, foi tal o piogtesso vetificado na localidade, que,
em 1845, já as leis 01çamentá1ias da P10víncia consignavam 1ern1sos pata a uiação da estiada
de Caiangola, ptosseguindo-se, então, ele founa mais intensiva, a rnlonizac.ão da tegião, a pai tit
elas fazendas ele Pôtto Aleg1e e São José, est1 um pouco acima cio atual disttito ele Natividade do
Cai angola (ex-Natividade)
Em rnnseqüência dos melhotamentos 1ealizaclos nas vias de rnmuniuu,ão e giaças ao labo1
de seus habitantes, em 24 de novemb10 de 1885, o Govêtno houve pot bem ctiat um Município
na 1egião, elevando a fteguesia de Nossa Senhota ela Natividade, ctiada em 23 ele agôsto de 1853,
à categotia de vila, sob a denominac.ão de Jtapernna, que, em língua indígena, que1 dizei
Pedia Pteta ou tapit p1 êto Deve-se a escolha dêsse nome ao fato ele os índios Pu1is o aplicai em
à 1egião citcum·izinha da chamada "Pecha do Elefante", situada em Potciúnrnla O Decteto
11 9 2 810, de 24 de novernb10 de 1885, estava assim 1edigido:

"A1t l 9 - Fica elevada á categotia de - vil Li -, wm <t denorninac.ão de -- Villa


de Itapctuna - a fteguesia de Nossa Senhota ela Natividade do Catangola, e putencendo
também ao novo município as fteguesias de Sa:1lo Antônio do Caiangola, São Sebastião
do Vaue Sahe e Bom Jesus de Jtabapoana -, tôdas com os mesmos limites actuaes,
excepto os que sepaiam a fteguesia de Santo Antonio do Catangola da freguesia da
Natividade, os quaes setão alteiados pela maneiia scguink: -- pelo lado diteito do tio
Catangola e tibeitão de: São José e fazenda deste nome, e pelo lado esquetdo o coucgo
das Pedias e fa:<enda de igual nome, ptoptiedade do alfctes AN JONJO LOPES DE FAHJA
JUNIOR, cabendo à fteguesia de Santo Antonio do Carnngola todas as vettentes dos citados
iibeitão e cottego, e pelo tio acima todas as vettentes até á cacbocita dos Tombos
Att 2'' - O munidpio de !tapei una fatá patte da comai ca de Campos".

A 4 de novemb10 de 1886 vetifirnu-sc uma grnt.1 oco11ência pata o novel Município, com
o apatccirnento do seu ptimeito jornal "O Lagense", editado sob a ditqão e tesponsabilidade de
M F DOS REIS TÁVORA Em 29 ele dezembto de 1887, po1tanto um ano depois do apatecimenlo
dêsse jornal, novo dec1 eto veio altetat a situação política e administi ativa da i egião Tomou êlc
o nº 2 921 e tezava o seguinte:

"Att l'' - Fica ueada a fieguesia de - São José do Avahy - , tendo poi sede
o auaial de Po1to Alegte, sito no teuitotio da fieguesia de Natividade do Carnngola,
município ele Campos, e pot limites na ma1gem esque1da do tio M111iahé, o couego
da Chica, na fazenda de São Paulo, até a seua que divide as aguas do dito 1io das do
Itabapoana; do lado de cima, o 1io Catangola desde a sua foz até á rnnfluencia do
tibeitão da Concei,ão, seguindo po1 este acima, até ás divisas da freguesia de São
Sebastião do Va11e Sahe; na rna1gern diteita do tio Muiiahé, o Vallão Grnnde, desde a
sua foz até o 1urno de fundos da fazenda de São Pedtn, seguindo pelo mesmo tumo
e pelos de funclos das fazendas situadas na dita matgem do tio .Nfutihé até o tibeüão
de São Domingos; e ainda pot este até á sua foz no Mmiahé
§ l" - Esta freguesia e bem assim a de Nossa Scnho1a d,1 Piedacie da Lage, que
fica desmembrnda do município de Santo Antonio de Padua, pe1temetão e setão incot-
pcnadas ao novo município ueado pelo Deueto nume10 2 810, de 24 de Novemb10
de J 885
§ 2'1 - - A séde elo t efei ido município seu\, potérn, no a1 taial de Poi to Alegi e,
que fica elevado á categotia de - villa - nesta - com a denominac.ão de - Vilh
de São José do Avahy -- deuogado patte do a1t J'" do mencionado Dec1eto n" 2 810
§ 3" - Constitui1ão pattimonio da Villa os J 'í alqueites de teu as doadas pata esse
fim pelo wmmendadot Josú CARDOSO MonmRA, as quacs, divididas em lotes, se1ão
auendadas ou afotadas ás pessoas que quizettm nella edificai, de confoi midade com a
plant<1 e plano da nova Villa, 01ganizados pelo engenheito J C CoEI IIO CIN IRA"

Em 1889, wrn o advento da República, o Gove111ado1 do Estado cio Rio, Dt FRANCISCO


PORTELA, po1 decteto que tomou o n 9 2, de 6 de dezemb10 dêsse ano, fêz tetornat o Município
à antiga denominação de Itapernna, ctiando a cidade elo mesmo nome na Estac,ão de Pôito Aleg1e
P1esentemente, Itapet una mantém-se na situac,ão ptivilegiada que o laboi de seus filhos conquistou
pata o Município, ornpando um lugat ptoerninente no conjunto das Unidades ·do Estado do Rio
de Janeito, em rnja economia exetce pondetável influência, quet poi sua agticultuta adiantada,
como em vittude da p10spe1idade de seu comé1cio e de sua indústtia
-245 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1111t1ção Admi11irt1c1tir<1: A 'ila e o Munidpio de Itapernna foiam oiados po1 fôtça do


Deueto p10vincial n 9 2 81 O, de 24 de novemb10 de 1885, mm sede na povoação de Natividade
do Caiangola e 1 euitó1io desmembtado do Munidpio de Campos
Em vittude da Lei p10vi11lial n 9 2 921, de 29 ele clezemb10 de 1887, a sua sede foi ttansfe1ida
pata o auaial de Pô1to Alegte, tecebendo a denominac,ão de São José do Avaí, tendo sido oiaclo
o dist1ito de Itapernna pot essa mesma Lei, wnfiunacla pelos Deoetos estaduais ns 1 e 1-A,
1espeltivamente de 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
O Deoeto estadual n'' 2, de 6 de dezemb10 de 1889, elevou a vila à (atego1ia de cidaJe;
com a denominação ele Itape1una
Segundo divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio ele Itapetuna fiwu
composto de 12 disttitos: Itapernna, Penha, Laje, São Sebastião da Boa Vista, Natividade do
Catangola, Santo Antônio do Catangola, Santana de Itabapoana, Santo Antônio ele ltabapoana,
Santa Rita de Omo Fino, Bom Jesus de Itabapoana, Vaue Sai e Santa Cla1a do Catangola
Na divisão administtativa do ano de 1933, o Munidpio de Itapernna apa1ece constituído
de 13 disttitos: Itapernna, Penha, Laje do Mu1iaé (ex-Laje), São Sebastião da Boa Vista, Nativi-
dade do Carnngola, Santo Antônio de Po1ciúncula (ex-Santo Antônio do Caiangola), VaHe Sai,
Santa Clata do Caiangola, Santana do Itabapoana, Bom Jesus elo Itabapoana, Santo Antônio de
Itabapoana, Santa Rita do Orno Fino e São Sebastião da Vista Aleg1e
De acôtdo wm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município
de Itapernna constitui-se de 13 dist1itos: Itapet una, Laje do Mutiaé, São Sebastião da Boa Vista,
Natividade do Caiangola, Santo Antônio de Po1ciúnrnla, Va11e Sai, Sanb1 Chua (ex-Santa Clata
do Caiangola), Santana (ex-Santana do Itabapoana), Bom Jesus de e do Itabapoana ( tespectiva-
mente em 1936 e 1937), Santo Antê>nio de Itahapoana, Ouw Fino (ex-Santa Rita do Omo Fino),
São Sebastião da Vista Aleg1 e e Penha
No quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de matc,o de 1938, enrnnt1amos
o Munidpio de Itapet una fo1 mado po1 13 disttitos: Itapernna, Laje de JYiu1iaé, São Sebastião
da Boa Vista, Natividade do Ca1angola, Santo Antônio de Po1ciúncula, Va11e Sai, Santa Claia,
Santana, Bom jesus de Itahapoana, Santo Antônio de Itabapoana, Santa Rita de Ouw Fino
( ex-Ou10 Fino), São Sebastião da Vista Alegte e Penha
No quaclio da divisão te11ito1ial pata o qüinqüênio 193911943, fixado pelo Deueto estadual
n'' 641, de 15 de dezembto de 1938, o Município de Itape1una figuta (()111 11 dist1itos: Itapernna,
Co111cndad01 Venâncio, Laje (ex-Laje do Mmiaé), Natividade (ex-Natividade do Catangola),
Omo Fino (ex-Santa Rita do Ou10 Fino), Penha, Po1ciúnrnla (ex-Santo Antônio de Potciúncula),
Reset va (ex-São Sebastião da Boa Vista), Santa Claia, Vau e Sai e Vista Aleg1e (ex-São Sebastião
da Vista Aleg1e) Os dist1itos de Bom Jesus de Itabapoana, Calhei tos (ex-Santo Antônio de
Itabapoana) e Rosal (ex-Santana) foiam t1ansfe1 idos pata o novo Mnnidpio de Bom Jesus
do Itabapoana
Segundo a divisão teJJ ito1ial fixada paia o qüinqüênio 1944/1948, pelo Deueto-lei e;,tadual
n<' l 056, o Munidpio de Itapernna apa1ece wnstituído de 11 disttitos: Itapetuna, Comendadot
Venâncio, Itajaia (ex-Resena), Laje de Mutiaé (ex-Laje), Natividade do Catangola (ex-Nativi-
dade), Nossa Senho1a da Penha (ex-Penha), Outânia (ex-Ou10 Fino), Po1ciúncula, Pmilândia
(ex-Vista Aleg1e), Santa Clata e Va11e Sai, que tecebeiam a seguinte ordenação dada pelo
Deoeto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeito de 1944: 1" - Itapernna, 29 - Nossa Senhora
da Penha, 39 - Laje do Mmiaé, 4" - Itajata, ')'·' - Natividade do Caiangola, 6" - Po1ciúncula,
7" - Va11e Sai, 8º - Santa Clata, 9" - Omânia, 10 9 - Pu1ilândia, 11 º - Comendador
Venâncio
Po1 fôt\a do Att 6" do Ato das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado do Rio
de )aneito, i>10rnulgado em 20 de junho de 1947 e 1egulado pela Lei estadual n" 6, de 11 de
agôsto do mesmo ano, o teu itótio dos disttitos de Natividade do Cai angola, Outânia ( ex-Ou10
l'ino), Vaue Sai, Potciúnrnla, Puiilândia (ex-Vista Alegte) e Santa Clata, fotam desmembtados
do munidpio de Itapetuna pata constituítem os novos munidpios de Natividade do Caiangola
e Potciúnrnla, uiados p01 aquêle Ato
A Lei n'' 45,i, de 7 de maio de 1919, ciiou o dist1ito de Retiw do Mwiaé, 6<' do mun1up10
de Itapernna, constituído de te11as desmcmbtaclas dos lº, 3" e 59 dist1itos, 1espe<tivamente, ltape-
1una, Laje do Mutiaé e Comendadot Venâncio
Poste1io1mcnte, a Lei n 9 1 707, de 5 de outub10 ele 1952, uiou o 7'' disttito do munidpio
de Itape1una, (()111 a denominac,ão de Boa Ventwa, tendo sido seu te11itó1io constituído de tciias
desmembtadas do dist1ito de Nossa Senhoia da Penha
É a seguinte, po1 tanto, a atual 01denar,ão dos dist1itos do municípi(l de Itapet una: 1° -
Ita;,ernna, 2° - Nossa Senhoia da Penha, 3º - Laje do Mutiaé, 4 9 - Itajata, 5° - Comendador
Venâncio, 6' - Retito do Mutiaé e 7° - Boa Ventma
1

Fo1111C1ção Judiciá1i<1: Po1 fô1ça do Deoeto nº 2, de 6 de dezemb10 ele 1889, foi uiada a
coma1ca ele Itapernna, extinta pelo Deneto nº 8, de 19 de clezembto de 1891, e 1estautada pela
L<;:i nº 43-A, de 1 de ma1ço de 1893
- 246 -

De acô1do com as divisões te11ito11a1s datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-19:'7, a comaica de


!tapei una é constituída pelo têuno judiciá1io único de Itapernna, assim pe1manecendo 110 quadto
anexo ao Decteto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
Segundo a divisão teuitoiial em vigo1 duiante o qüinqüênio l 939-1943, fixada pelo Decteto
estadual n 9 641, de 15 de dezemb10 de 1938, a coma1rn de Itape1una compõe-se de dois têunos:
Itapernna e Bo:11 Jesus do Itabapoana No quad10 da divisão teuitoiial paia vigo1a1 no qüinqüênio
1944-1948, po1 efeito do Dec1eto-lei nº 1 056, de 31 de dezembw de 1943, apa1ece ;t wma1ca
de Itape1una mrnposta do têuno único de Itapernna, situa,ão essa mantida pelas Leis ns 1 429,
de 12 de janei10 de 1952 e 1 895, de 6 de julho de 1953

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dist1ito de ltaj1eumc1: A f1eguesia de São José do Avaí foi uiada mm sede na povoac.ão
de Pôito Aleg1e, po1 lei ou deueto p10vincial nº 2 921, de 29 de dezemb10 de 1887 Po1 efeitn
dêsse mesmo deneto ou lei nº 2 921, a sede do município de Ttapernna, ctiaclo pelo de n" 2 810,
de 24 de novembw de 1885, foi tiansfetida p:ua o auaial de Pôtto Alegte, ele\ ado à categoiia
de vila, mm a denominação de Vila de São José do Avaí
A sede da fieguesia e do município de São josé cio Avaí 1ecebeu fo1os de cidade e a deno-
minac,ão de Itapetuna, po1 fôtça do Deueto estadual n 9 2, de 6 de dezemb10 de 1889
Confiunaiarn a ctiac,ão do disttito os deuetos estaduais de ns J, de 8 de maio e 1-A,
de 3 de junho de 1892

II - Dirtiito de No11r1 Senho1a da Penhc1 (ex-Penha): O dist1ito de Penha foi uiado po1
Delibeiação estadual datada de 9 de setembw de 1890, sendo sua u iação confitmada po1 Deuetos
estaduais de ns 1, de 8 ele maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
O disttito de Penha, de acôtdo com as divisões administtativas dr: 1911 e 1933, teuit01iais
datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, hem como o guaclto anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A,
de 31 de ma1ço de 1938, pettence ao município de Itapetuna, onde também figuia, segundo o
guaclto fixado pelo Dec1eto estadual nº 6'Í 1, de 15 de dezemh10 de 1938, em vigm no qüinqüênio
1939-1943
Po1 efeito do Decteto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quadw
da divisão teuitmial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente no qiiinqüênio 1944-1918,
o elist1ito de Penha, do rnunidpio de Itape1una, passou a denominai-se Nossa Senhota da Penha
Pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janei10 de 1944, o distlÍto de Nossa Senho1 a
da Penha foi 01denado como o 2º do rnunidpio de Itapet una, situação manticb pela Lei n 9 6,
de 11-8-1947

III - Distiito ele Lc1je do Mt1Jic1é (ex-Laje): A fieguesia de Nossa Senhoia da Piedade
da Laje foi uiada po1 Lei p10vincial n'' 1 22'i, de 21 de novemb1 o e Deoeto pwvinéial n 9 l 244,
de 14 de dezembw de 1861
Em viitude do Deueto p10vincial n" 2 921, de 29 ele dezemb10 de 1887, mencionada fieguesia
foi t1ansfe1ida do munidpio de Santo Antônio de Pádua parn o de Itapernna, então denominado
São José do A vaí
A uia~ão da fteguesia foi rnnfiunada pot Delibeia~ão de 11 de agôsto de 1891 e deuetos
estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
Na di\isão administiativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figuta no município de
Itape1 una o distiito denominado, simplesmente, Laje
De acôido mm as divisões administ1ativas de 1933 e teuitoiiais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem como 0 guacho anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 ele mal<,O de 1938,
o dist1ito se denomina Laje do Mu1iaé e peun.inece no município de Itapetuna
Pot efeito do Deueto estadual nº 6,i 1, de 15 de dezemb10 de 19'.\8, que fixou o quadto
teuito1ial em vigot no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Laje do Mutiaé 1eto111ou a sua
ptimitiva denominação de Laje, sendo desfalcado de patle de seu teuitóiio. a fim de constitui1
o novo distiito de Co111endado1 Venâncio
Em vittude do Deueto-lci estadual nº l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, o distiito <ie Laje
teve seu topônimo modificado, novamente, paia Laje do Mui iaé No guacli o fixado pelo 1dei ido
Deueto-lei estadual nº J 056, o disttito de Laje do Muiiaé (ex-Laje), figuta no município de
Itapctuna, no qual foi 01denado como o 3º, pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janei10
de 1944, situação essa wnfitmada pela Lei n" 6, de 11-8-1947

IV - Dirt1ito de ltc1jc11c1 (ex-Rese1va): O dist1ito de São Sebastião da Boa Vista foi uiado
:--ela Delibeia<,ão de J 5 de agôsto de 1890, sendo sua uiac,ão wnfiunada po1 Delibc1ação estadual
de l l de agôsto de 189 l e denetos estaduais ns 1, de 8 e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões administiativas de 1911 e 1933, teuito1iais de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem wrno o guad10 anexo ao Deueto-léi estadual nº 392-A, de 31 de rnall,O de
1938, o dist1ito de São Sebastião da Boa Vista peitence ao município de Itapetuna
- 247 -

Po1 fôiça do Decreto estadual nQ 641, de 15 ele dezemb10 de 1938, que fixou o quacl10 da
divisão te1tit01ial do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, o clistlÍto de São Sebastião
da Boa Vista, do município de Itapernna, passou a denominat-se Rese1 va
O topônimo do clist1ito de Rese1 va foi alteiado pa1a Itajaia, em vii tude do Decieto-iei estadual
nQ 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943 No quad10 fixado pelo lefetido Decieto-iei nQ 1 056, pa1a
vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, figuta o distiito de Itajaia ( ex-Rese1va), do munidpio de
Itape1una, no qual foi 01clenado como o 4'', pelo Decteto-lei estadual nv 1 063, de 28 de janeiio
de 1944, situação essa confiunada pela Lei n 9 6, de l J-8-1947

V - Dist1ito de Comendc1do1 Venâncio: Em vütude do Decteto estadual n 9 641, de 15 de


rlezemb10 de 1938, que fixou o quad10 da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado,
em vigo1 no qüinqüênio J 939-1943, foi ciiado, no munidpio de Itapernna, mm te11itódo cles-
membiado do dist1ito de Laje, o distlito de Comendado1 Venâncio, peunanec endo nesse mesmo
munidpio, no quad10 fixado paia vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, pelo Deoeto-lei estadual
n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Pelo Dec1eto-lci estadual nº 1 063, de 28 de janeÍlo de 1944, o dist1ito de Comendaclo1
Venâncio foi otdcnado como 11 9 do município de Itape1 una

VI - Dirt1ito de Reti10 do Mt11idé: O distiito de Retiw do Mu1iaé, 01deuado como o


6° do município de ltapetuna, foi uiado pela Lei n'' 454, de 7 de maio de 1949, tendo sido
o seu teuitó1io rnnstituído de te11as desmembiadas dos disttitos de Itape1una, Laje do Mudaé
e Comendadot Venâfüio

VII - Di1t1ito de BoCI Vent111c1: O dist1ito de Boa Ventuta, 01denado rnmo o 7Q do


município de Itapernna, foi uiado pela Lei n" l 707, de 5 de outubw de 1952, tendo sido seu
teu itótio rnnstituído de te11as Jesmembiadas do distt ito de Nossa Senhota ela Penha

MUNICIPIO DE MACAÉ

DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O tcttitótio do Município de Macaé ap1esenta-se montanhoso a oeste e ao sul, e quase todo


plano ao n01te e a leste, onde se obse1 vam vátios tlechos alagadi,os às ma1gens de tios e lagoas
As suas piincipais elevações são as seuas de Santa Cata1ina, Deitado, Duas Ba11as, Iliii, Cangulo,
Boa Vista, São Pecho, Azul e C1ubixais
Exce,ão feita da pa1te alagadiça, o te11itó1io de Marné possui boas caiade1ísticas dimá-
ticas, sendo quente e Útnido na planície e sêco e ameno nas legiões mais elevadas
Dos iios que banham suas teuas, Macaé é o mais impottante; cottcndo de oeste pata leste,
leccbe rnmo afluentes: Anta, São Pec!to, Genipapo, Bom Sucesso e Ttaíia
Além do Macaé, citam-se os tios: Macabu, que limita o Município com o de Campos,
desaguando na lagoa Feia, da qual gtande pa1te está sob ju1isdic,ão de Macaé; e Imboassica, que
deságua na lagoa dêsse nome e peitcnce, também, a Macaé; e mais ~ts lagoas: Feia, Catapebus,
Paulista, São Ma1tinho, ] m umiiim, Ribeita, Ju1 ubatiba e Imboassica
Dentie as quedas dáguas existentes no Município, são dignas de menção as cachoeitas de
São Pecho, Roncadot e F1eses
No leino minem], é lelativamente pob1e, constando, wntuclo, existiJem, em suas te11as,
jazidas de caulim, tu1fa e mica
Nas matas enconttam-se vátias espécies de maoe11a de lei, as qrntis estão sendo ap10veitadas,
como também algumas aves e animais dos que são comuns nas flo1estas fluminenses
Os tios e a wsta lito1ânea são fe1tilmente piscosos, sendo vá1ios os espécimes encontiados
As p1incipais lavouias cio município são: laianja, tomate, café, mandioca, banana, feijão,
batata-do(e, 1nilho, (_ana-dc-ac,úcat, a11oz e abacaxi
As inclústlias são as seguintes: exttativas de p10dutos mineiais; ele ttansfounac,ãn de minédos
não metáliws; da rnadeiia; de mobiliátio; de vestuá1io, cale.ado e a1tefatos de teciclos; de ptodutos
alimentícios: de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Mtmicíj>io - Á1ea - 2 055 km"; população ( 1950) - 45 720 habs ; núme10 de clisttitos - R
2
Sede munici/Jctl - Átea - l 59 km ; população ( l-VII-50) - 12 365 habs ; latitude S
22°24'58",5; longitude W G1 - 41'142'30',8; altitude - 4 m; distância em linha 1eta à Capital
- 149 km; llllno (em lelação à Capital) - EN E
Demctis di1t1ito1 - Cabiúnas: Átea - 251 km'; população (1-Vll-'50) - 2 627 habs
Caiapebus: á1ea - 196 km"; população ( 1-VII-50) - 8 825 habs Quissamã: {nea - 677 km 2 ;
popula<.ão - (1-VlI-50) - 9056 habs Ilili: átea - 339 km'; populac,ão - (l-VII-50) -
- 248 -

1 963 habs Cachoeüos: á1ea 113 km"; populai.ão - (1-VII-50) - 2 895 habs. Glicério:
á1ea - 243 km2 ; popula\ãO (1-VII-50) - 5 117 habs Sana: á1ea - 77 km"; população
,
(1-VII-50) - 2 872 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

O Município de Macaé, cuja supe1fície está, p1esentemente, rnkulada em 2 055 km\ teve
sua 01igem no aldeamento dos índios Gua1ulhos, localizado, até 1 630, nas teuas onde hoje se
encontta situada a sua sede municipal, o qual tinha p01 chefe um filho de ARARIBÓIA AMADOR
DE SOUZA
A denominação de "1-facaé", segundo grnnde núme10 de auto1es, ptovém do tê1mo indígena
"Miquié" (tio dos Bagtt:s), aplirndo pelos gentios quando que1ia111 1efe1it-se ao p1incipal tio
que banha a localidaJe
O nome de "Marné" apatece, pela p1irneita vez, nas uônicas fluminenses, em l 'í3'í, .:m
vittude da uiação das capitanias de São Tomé e São Vicente, limitadas, justamente, pela foz do
tio assim denominado
Em 1619, rnm tl extinção das capitanias, depois de 1einrn1potadas suas te11as aos bens da
Co10a, foiam elas doadas em sesma1ias aos "7 Capitães" que p10111oveiam tl p1i111eita coloniza e.ão
efetiva de todo o te11itó1io wmpieendido ent1e os tios Itabapoana (.Managé) e o Maca1 é (Miquié)
Chegados à localidade de Macaé, em l 1 de dezemb10 de 1632, os Capitães já emontuuam nela
os Jesuítas 9ue, em J 630, haviam aí instalado a chamada Fazenda dos Jesuítas de Macaé, que
se mm punha de um engenho, um wlégio e uma capela, rnnst1 uídos no 1110110 de Santana
No "Rotei10 dos 7 Capitães" smge pela segunda vez, em dornmentos histó1irns, o nome
de Marné: "No dia L t ( 11 de dezemb10 de 1632), chegamos a Macaé pelas oito hmas d:t
manhã; aqui desemba1camos e fornos tomai wnhecimento clesta povoação Com efeito, não a<harnos
gente de rnaio1 consideiação; de choupanas wbe1tas de palha se rnrnpunha o seu a11aial Seus
habitantes eiam mamelurns, po1ém muito casteados e agiadáveis Esta gente se ocupa da pesw
o que nos p10po1cionou muitos bagtes, dos quais fizemos so1timento
Andamos mais pata o intetio1 e •descob1imos uns motado1es, estas motadas rnm alguma rnn-
sideiac,ão Voltamos e chegamos à ma1gem do tio onde eia a dita aldeia, indagamos quem
eiam aquêles m01ado1es e nos clissetam que etam gente da nossa massa e um dêles fazia vêzes
ele govêrno autmizado po1 Cabo Fiio Não ta1dou muito a pai ece1ern t1ês dos ditos m01ado1es
acompanhados de um mameluw que tinha ido avisai a dita autoiiclade a qual enttando em inda-
gações a nosso 1espeito inquitiu quem etamos e qual o nosso destino Depois de infounado,
quando ent10u no conhecimento ve1dadei10 de quem eJ amos, se rnost1ou bonacho e se ofe1eceu
pata tudo gue êle p1estasse "
Depois de 1759, época em que foiam expulsos os Jesuítas, em vittmle ela campanha movida
contia sua Otdem pelo Matquês de Pombal, Minist10 de D TosÉ l, a localidade tomou novo
impulso, pois as teuas abandonadas po1 aquêles 1eligiosos, rnmo que convidavam os colonos ele
outtas j!latagens a nela se instala1em Foi assim que, com a 1edist1ibuição de seu solo, smgiiam
novas fazendas e novos engenhos, sendo fundados no1 os núcleos de povoa<_ão, po1 influência ele
elementos otiundos de Cabo Ftio e de Campos, o que motivou, em 1813, a clevac,ão da sede da
lornlidade à catego1ia de vila, com a denominação de São João ele Marné A instalação da vila e,
conseqüentemente, elo Município, se ve1ifirnu a 25 de janei10 de 1814, rntte gtandes manifestac.ões
de aleg1ia de seus habitantes
Macaé p10g1ediu 1àpidamente, em vittude de te1 sido, no pc1íodo wlonial, o ponto p1efetido
po1 onde se p10cessava intenso movimento de incot potac,ão e expottac,ão, de grnnde pa1te do
notte fluminense As metcado1ias tiansitavam pelo gtande canal attífidal Macaé-Campos, wnstlllído
em 1874, cujos 'estígios ainda hoje atestam a impottâmia de que a localidade desfrutou
O petíoclo ámeo ele Macaé rnlminou com o apatecimcnto elas ptimeitas linhas féueas em
seu te11ító1io Uma após outta, fotam smgindo as companhias conc~ssionái ias das Esttaclas de
Macaé, do Batão de Atatuama, do Ramal de Quissamã e tl Utbana de Macaé, tôdas utilizadas
simultâneamente Enquanto não smgiu a Estiada de Fe110 Leopoldina, modificando a situai.ão,
Macaé foi uma localidade impottantíssima; punha em wmunicação mm o Rio de Taneito, pot via
malÍtima, pelo pô1to de Imbetiba, todo o n01te fluminense, ao qual po1 sua vez, se ligava tanto
pelo canal já 1efetido como pelas fc11 ovias citadas, além de inúmetas est1 adas e caminhos de t10pa
Inaugmadas as linhas da Leopoldina, o pôtto de lmbetiba tornou-se quase inutilizado, e Macaé,
pot essa 1azão, foi pe1dendo, pourn a pourn, o luga1 de destaque de que desftutava na wmunídade
fluminense Atualmente, o Município de Marné vem-se tce1guendo wm tapidez, rnjo 1itmo,
p1ovàvelmente nesce1á, tão Ledo as obtas da Centtal Eléttica de Marnbu estejam concluídas, o
que peunititá maio1 p10g1esso das indústtias existentes em seu te11itó1io

EVOLUÇÃO POLíTICA

Founação Administtativa: A povoac,ão de Macaé, po1 efeito do Alvatá de 29 de julho


de 1813, foi e1igida em vila, mm a denominai.ão ele São João de Macaé, e te11itó1ios clesmembiados
dos têtmos da cidade de Cabo Fiio e da antiga vila de São Salvado1 dos Campos (atual Campos)
A instalação da vila de São João de Macaé efetuou-se a 25 de janei10 de 1814
- 249 -

A f1eguesia foi niada po1 fô1ça do Alva1á de 6 de maio de 18 l 5, confürnado pelos Dec1etos
estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente de 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
A vila de São João de Macaé foi elevada à catego1ia de cidade pot Lei p1ovincial n• 364,
ele 15 de ab1il de 1846
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio ele Macaé se compõe
de 9 distlitos: Marné, Baueto, Caiapebus, Quissarnã, Conceição de Macabu, Neves, Va1gem Alta,
Gfüétio e Sana
Na divisão administiativa de 1933, o Munidpio apa1ece constituído ele 10 distiitos: Macaé,
São José do Ba11eto, Caiapebus, Quissamã, Conceição de Macahu, Neves, Cachoeita (com sede
em Va1gem Alta), Fiacle (com sede em Glicéiio), Sana e Paciêmia de Macabu
Segundo as divisões te11ito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, o Munidpio de Macaé
peunanece mm 10 dist1itos: Macaé, Caiapebus, C2choeiia, Flade, São José do Baueto, Macabu,
Neves, P,idência de Macabu, Quissamã e Sana
No quatlio anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de mau,o de 1938, o Município
figma com 10 distlitos: Macaé, Caiapebus, Glicétio ( ex-Fiade), São José do Ba11eto, Mac;1bn,
Neves, Paciência de Macabu, Quissamã, Sana e Va1gem Alta ( cx-Cad1oeita)
No quaxl10 da divisão teuitotial pata o qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Dec1 eto estadual
n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, o Município de Marné apa1ece wm os seguintes dist1itos:
Macaé, Cabiúnas (ex-São José do Baueto), Cachoei10s ( ex-Va1gem Alta), Glicélio, Carnpebus,
Itüi (ex-Neves), Macabu, Marnbuzinho (ex-Paciência de Macabu), Quissamã e Sana
Na divisão teuitotial fixada pelo Deueto-lei estadual n" l 056, de 31 de dezembto ele 1943,
pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o Munidpio é rnnstituído de 10 dist1itos: Marné, Cabiúnas,
Cad1oei10s, Caiapebus, Macabu, Ctubixais ( ex-Glicé1io), hüi, Marnbuzinho, Quissamã e Sana,
que 1e(ebe1am a seguinte 01dena,ão dada pelo Deucto-lei estadual n'' l 063, de 28 ele janei10
de 194'1: 1º - Macaé, 2" - Cabiúnas, 3' - Caiapebus, 4º - Quissamã, 5Q - Marnbu,
6" - l!iii, 7'' - Cachoei10s, 8'' - Clubixais (ex-Glicé1io), 9º - Sana, LOº - Macabuzinho
O Deueto Legislativo n" 42, de 2 de outub10 de 1951 1estabeleccu ao distlito de Ctubixais
sua antiga denomina,ão de Glicé1io
A Lei n"' 1 438, de 15 de ma1,o de 1952, desanexou o 5º e o 10º dist1itos, aos quais denominou
de Conceição de Marnbu e Macabuzinho, que passatam a wnstituü o l 9 e o 2º clistiitos do munid-
pio de Conceição de Macabu, uiado pelo 1efeiido diploma legal
Em vütude das alteiac,.ões softidas é a seguinte a 01denação atual elos disttitos do munidpio
de Macaé: 1• - Macaé, 2º - Cabiúnas, 3" - Caiapebus, 4'1 - - Quissamã, 59 - Jiüi, 69 -
Cachoeüos, 7 9 - Glicé1io, 8° - Sana
Fo11nat,ão Judiciá1ia: A rnma1rn de Macaé foi uiada po1 fôtt,a do Deueto n" 2 012, de 16 de
maio de 1874 De acô1do wm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XTI-1937,
Marné é o tê11no judiLiátio úniw da coma1rn de Marné, assim pe11nanecendo no quad10 anexo
ao Deueto-lei estadual n• 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
No quad10 fixado pelo Deueto estadual n• 64 J, de 1 5 de dezernb10 de 1938, pata o
qüinqüênio 1939-1943, apa1ece a wma1rn de Macaé folmada po1 dois têunos: Macaé e Casimi10
de Ab1eu, assim peunanelendo na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº J 056,
de 31 de dezemb10 de 1943, em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948
A Lei :-:• 1 429, de 12 de janeüo de 1952 manteve a corna1ui de Marné constituída pelos
tê1mos de Marné e Casimito de Ab1cu
Pela Lei n" 1 895, de 6 de julho de 1953, a Coma1ui de Marné constitui-se de t1ês tê!111os
judiciá1ios, a sabei: Macaé, Casimüo de Ab1eu e Conceição de Macabu A Lei n" 3 382, de
12-9-1957, elevou à Coma1rn os tê1mos de Casimi10 de Ab1eu e Comei<,ão de Macabu

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I -- Di111ito de Mcudé: O clistiito foi uiado po1 Alva1á de 6 de mato de 1815


Sua sede, que também cta a do munidpio, teve fo10s de cidade po1 Lei ptovincial nQ 361,
de l 5 de abtil de 1846
A uia,ão do distiito foi wnfiunada pelos Deuetos estaduais ns l, de 8 ele maio, e l-A,
de 3 de junho ele 1892
Segundo as divisões administiativas 1efe1entes aos anos ele 1911 e 1933, teuito1iais de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, assim como o quadto anexo ao Deueto-lei estadual n• 392-A, ele 31 de
ma1ço de 1938, o munidpio de Macaé tem po1 sede o disttito de JYfacaé, sendo o disttito mantido
nessa rntego1ia pelos denetos estaduais ns 641, de 15 ele dezemb10 de 1938, e 1 056, ele 31 ele
dezemb10 ele 1943, que fixatam os quadtos da divisão te11ito1ial, judiciátia e administiativa elo
Estado, pata vigo1a1crn, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
Pelo Deneto-lei estadual n• 1 063, ele 28 ele janeüo de 1944, o disttito de Marné foi 01denado
rnmo o 19 elo município de igual nome
- 250 -

II - Dirt1ito de Cc1biúnc1r: A fieguesia de São José do Baueto foi oiada po1 lei ou
dc>neto p10vincial n'' 987, de J 5 de outub10 de 1857
Os deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, wnfümatam sua
uiac,ão
De acô1do com a divisão administlativa do füasil, iefe1ente ao ano de 1911, o disttito se
denomina simplesmente Bauetos e figuia no munidp10 de Macaé
Na divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o topônimo do distiito foi alte1ado paia
São josé do I3aueto, peunanecendo no município de Marné, o mesmo se vetificando nas divisões
te11itoiiais de 3l-XU-1936 e 3 J-XII-1937 e no quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual n 9 392-A,
de 31 de ma1<,0 de 1938
Em vittude do Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quadto
da divisão te11itotial vigente no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de São José elo Baueto passou
a denominai-se Cabiúnas, peunanecendo no munidpio de Macaé
No quadto fixado pelo Deoeto-lei estadual n" 1 056, de 3 l ele dezemb10 de 1943, paia
vigoiat no qüinqüênio 194/t-1948, Cabiúnas figuia como distlito do município de Marné
O disttito de Cabiúnas foi 01denado conw o 2º do município de M:1caé, pelo Deueto-ln
estadual nº 1 063, de 2B de janei10 de 1944

III - DiJt1ito de Cc11c1pebus: A fieguesia de Nossa Senhoia da Conceição de Catapebus


foi uiada p01 Lei p10vincial n 9 272, de 9 de maio de 1842, senck sua uia<,ão rnnfiunada pelos
Dcuetos estaduais ns J, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões adrninistiativas de 1911 e 193''>. tet1itmiais datadas de ?>1-XH-1936
e 31-XII-1937, bem como o qnad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de trnuço de
1938, o distiito ele Carnpebus está subo1clinado ao município de Macaé, assim peunanecendo nos
quacl10s da divisão teuito1i,,l, jucliciá1ia e administiativa do Estado, em vigo1 nos qüingliênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos Deuetos estaduais ns 641, de l) de
dezemb10 de 1938, e 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
O Deueto-lei nº l 063, de 28 de janei10 de 1944, 01clenou o disttito de Caiapebus wmo
o 39 do município de Macaé

IV - Di1t1ito de Quilfc1111ã: O distiito foi uiado pot Alvauí. datado de 12 de janeito


de 17 55, tendo os dcuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e J -A, de 3 ele junho de 189 2, confümado
a sua uiação
De acôtdo com as divisões aclministrntivas de 191 l e 1933, teuito1iais datadas de 31-XII-1936
e 3 l-XII-1937, assim como o guacho anexo ao Deueto-lei estadual n 9 .'192-A, ele 31 de ma1ço
de 1938, o dist1ito de Quissamã subo1dina-se ao município de Macaé, situação essa mantida pelos
deuetos estaduais ns 6"íl, de 15 de dezemb10 de 1938, e l 016, de 31 de dezemb10 de 1943,
que fixarnm os quad1os teuitotiais vigentes nos qüinqüênios 1939-1943 e 1941t-191t8
O distiito de Quissamã foi 01denado como o 4'' do munidpio de Macaé, pelo Deueto-lei
estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 191t4

V - DiJt1ito de I1i1i: A heguesia de Nossa Senhoia das Neves foi c1iada em 1803
A mencionada f1eguesia tecebeu fo10s ele vila e sede do município do mesmo nome, pot
fôtça do Deueto est;tdual n" 171, de 2·í de feve1cüo de 1891, petclendo, poLém, essas catego!Ías,
em vittude do Deneto estadual n'' 12, de 29 de abúl de 1892, que extinguiu o município de Neves
A uiação da f1eguesia ou dist1ito de Neves foi wnfiunada pelos dcnetos estaduais ns 1, de
8 de maio, e 1-A, de 3 ele junho de 1892
Nas divisões administrntivas de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XJI-19'17, assim
como no quadto anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1,o de 1938, Neves figuta
rnmo clisttito do município de Macaé
Po1 efeito do Dcucto cstadml nº 61tl, t 1e 15 de dcz~mbto de 1938, o disttito ele Neves
passou a d1arnat-se Iiiti No quadto fixado pelo mencionado Deneto n'' 641, paia vigorn1 no
qüinqüênio 1939- l 94\ o distiito de liiti (ex-Neves) pctmaneée no município de Macaé, situa<_ão
essa mantida pelo Deueto-lei estadwd n" l 016, de 31 de clczemb10 de 19•í3, gue fixou o gnad10
da divisão teuitotial do Estado, cm vigot no qüingliênio 1944-1948
O disttito de Iiiti foi oidenado rnmo o 6º do município de Macaé pelo Dcueto-lei estadual
n'' 1 060), de 28 de janeüo de 1944, po1ém, cm vü tude da desanexação do clisttito de Macabu,
está atualmente 01denado como o 'iº

VI - Di1t1ito de Ctllhoei1or: O distiito, com sede na povoação de Va1ge111 Alta e a


denominac,ão de Ct<hoeüa, foi uiado pelo Deueto estadual n" l-A, de 3 de junho de 1892
A sede disttital foi tiansfe1ida parn a povoa<;ão de Salto, po1 fôtça da Lei estadual n" 764,
de 29 de outubto de 1906 Po1 efeito da Lei estadual n 9 960-A, de 24 ele outub10 ele 1910,
foi 1estautada a sede em Va1gem Alta
- 251 -

O distiito de Vargem Alta, segundo a divisão administtativa tefetente ao ano de 1911,


pe1tence ao município de Macaé
Em boletim datado de l 3 de janeito de 1918, figu1a no município de Macaé o distlito de
Cachoeira, com sede em Vargem Alta, assim pellnanecendo na divisão adminisltativa tefe1ente
ao ano de 1933
De acô1do com as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o dist1ito de
Cachoeita está subo1dinado ao município de Macaé
No quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual n• 392-A, de 31 de mau,o de 1938, figuta no
município de Macaé o distlito denominado Va1gem Alta ( ex-Cachoeiia)
Em vittude do Deoeto estadual n" 641, de 1 'i de dezemb10 de 1938, o topônimo elo distlito
de Vatgem Alta foi modificado paia Cachoei10s No quad10 fixado pelo 1efeliclo Deueto estadual
n'' 641, pata vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, apatete no município de Macaé o disttito ele
Cachoei10s, disposi,ão essa mantida pelo Dec1eto-lci c:stadual n• 1 056, de 31 de dezemb10 ele
1943, que fixou o quadto da divisão te11ito1ial, judiciátio-admioistlativa do Estado, vigente no
qüinqüênio 1944-1948
O clistlito de Cachoeitos foi 01clenado rnmo o 7" do mu01op10 de Macaé, em vittude do
Decteto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, estando atualmente 01denado como o 69 ,
em vittude da desanexa,ão do distiito de Macabu

VII - Dirt1ito de Gli1é1io (ex-Crnbixais): A fteguesia foi uiada com sede no auaial de
Ftade e a invoca<,âo de Nossa Senhorn da Com{ic,ão, po1 dec1eto p10vincial n 9 l 709, de 30 de
outub10 de 1872
Os cleuetos estaduais os 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, rnnfillnaiam a
uia<,ão da ficgucsia
Em vittude da Lei estadual n• 970, de 10 de novemb10 de 1910, a sede do disttito foi
trnnsfeiida paia a cstac,ão de Glicé1io
Na divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 191 l, Glicétio figuta como distlito do muni-
cípio de Macaé
No boletim datado de 13 ele janeito t!e J 918, consta o 'tlisttito de 1'1ade, rnm setle em
Glicétio, no município de Macaé, assim peunanecendo na divisão aclministrntiva ele 1933
De acôtdo com as divisões teuitmiais datadas de 31-Xll-1936 e 31-XII-1937, o dist1ito
de Ftade faz palie elo municíj1io de Macaé
No quadto anexo ao Deneto-lei estadual n• 392-A, de 31 ele matço de 1938, apatece no
município de Macaé o disttito denominado Glicé1io ( ex~Fiade), o mesmo se ve1ificanclo no quac!to
fixado pata o qüinqüênio 1939-1943, pelo Decteto estadual n• 641, de 15 ele dezembto de 1938
Pm efeito do Deueto-lei estadual n" l O'i6, ele 31 de dezembto de 1943, que fixou o quadto
da divisão te11ito1ial, judiciátia e administtativa do Estado, vigente no qüinqüênio 194/i-1948, o
disttito de Glicétio, do município de Macaé leve sua denominação modifirnda pata Ctubixais
O disttito de Ctubixais foi 01denado wmo o 8 9 do município de Macaé pelo Dec1eto-lei
estadual n• l 063, de 28 de janeito de 1944, tendo sido sua denominação mudada paia Glicé1io,
pot fô1\a do Deueto-Legislativo n" li2, de 2 ele outub10 de L951
Com o desmembtamento cio distiito de Macabu, o clisttito de Glicé1io ficou 01denado como
o r do município de Macaé
VIII - Dirt1ito de Sc111C1: O disttito de Sana foi uiado po1 fô1<,a da Lei estadual n" 554,
de 31 de outubto de l 902
O dist1ito de Sana, quet nas divisões administtativas ele 1911 e 1933, e te11ito1iais datadas ele
31-XII-1936 e 31-XII-1937, como no quadto anexo ao Dcoeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de
matço de 1938, figuta como rnmponente ao 1'funicípio de Macaé, assim pe11nanecendo nos quad10s
da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, cm vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641, de l '5 de deze111b10 de 1938,
e l 056, de 31 de dczemb10 ele 1943
O dist1ito de Sana, o 9" do município de Macaé, confoune 01denar.ão dada pelo Deueto-lei
estadual n" l 063, de 28 de janeüo de 1944, está atualmente 01denado ({)mo o 8'', em \ittudc
da desanexação do distt ito de Macabu

MUNICíPIO DE MAGÉ
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O teuitótio do Município de Magé cornptcende duas tegiões distintas: a das montanhas


e a das planícies, onde se obse1 va a zona pantanosa ou alagadiça A SeJJ a dos Ó1gãos é o pi incipal
acidente otog1áfico do Município, nela enrnntiando-se o ponto rnlminantc de Magé, denominado
"Pirn Dedo· de Deus", com l 800 no de altitude
Possui bóm clima a tegião montanhosa, em rnnttaposi<,ão à das planícies, onde é quente
e úmido, sendo que, na zona pantanosa ou alagadi,a, são fieqüentes os casos de malátia
- 252 --

Dentte os nume10sos 1Íos que banham o te11itó1io municipal, destacam-se os seguintes:


Magé, que vem da Seua dos Ótgãos e banha a cidade de igual nome; Itüi, Sutuí e Est1êla,
êste último nos limites com Nova Iguaçu; Guapi, fo1111ado pelos tios Bananal e Sobe1bo, 1ecebendo,
ainda, o Pinguela e Tabuão; e Macaw, que, set vindo de limites mm o Município de Itabotaí,
1ecebe o Guapiaçu, que também se11aia Magé de Cachoeitas de Macaw
Magé possui vá1ias quedas dágua, muitas já devidamente ap10veita<las, e das quais sob1essaem
a situada no iio Baioba, sem denominac,ão, com altma ele 120 m e desrntga utilizada de 0,32 mª/s,
e as de Santana e do Riachão das Co1 ujas
Nas te1ias do Município existem jazidas de uiulim, já em explornc,ão, bem como algumas
fontes de água mine1al
Suas exube1antcs matas fornecem madeüas de lei, ent1e as quais avultam: ipê-tabaco, ipê-
-mo1im, ced10 10sa, canela p1eta, jequiá, óleo ve1melho, sucupi1a, canela limão, maçaianduba,
angelim e jequitibá 10sa, além de divc1sas fibtas vegetais
Na fauna teuestte, há rnuitos ani111ais, destac.ando-se: veados, capivatas, queixadas, quatis)
jaLás, n1acacos, etc
As p1incipais lavomas do murnop10 são: banana, feijão, milho, cana-de-açúca1 e abacaxi
As indúst1ias são as seguintes: cxttativas de p10dutos minetais; ele ttansfo1mação de mrne110s
não metáliws; da madeüa; de papel e papelão; têxteis; de p10dutos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M1111iií/1io - Á1ea - 626 km"; popula~ão ( 19'i0) - 36 761 habs númeto de distJ itos - 6

Sede 1111micip,d - Átea -87 km"; população ( 1-VIl-50) - 9 457 habs ; latitude S -
22º39'22",6; longitude W Gt - 43 9 02' 18",2; altitude rn; distância em linha 1eta ,\
Capital - 27 km; 1umo (cm 1elac,ão à Capital) - N N E
De11u1Ís dist1ito1 - Santo Aleixo: áie,1 - 70 km 2 ; popula<,ão ( l-VIT-50) -- 7 832 habs
Guapimitim: á1ea - 263 km"; popula<,âo (l-VII-50) -- 7 026 habs Surní: á1ea - 46 km";
popula<,ão (1-VlI-50) - l 812 habs Guia de Parnbaíba: átea -- 61 km 2 ; população (1-VII-50)
- 1 233 habs Inhomiiim: á1ea - 99 km"; populac,ão ( 1-VlI-'iO) - 9 401 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

Data dos p1imei10s tempos rnloniais do Biasil o desbiavamento da 1egião atualmente sob
a jmisdic,ão do Município de Magé, cuja átea se estende po1 626 km2 Em 1565, SIMÃO DA MorA
edificou naquelas plagas sua moiadia, localizada no 1110110 da Piedade, p1óximo do qual, ainda
hoje, existe o pôtto do mesmo nome, a pouws quilô111et10s do luga1 onde se cnrnntta situada,
p1esentemente, a sede municipal
Não se sabem, ao ce1to, os motivos que teiiam levado SIMÃO DA Mo1A a essas patagens,
então inóspitas Mas, tudo leva a ue1 tivesse êle 1ecebido a doação ele alguma sesma1ia p<H essas
bandas, e que se tivesse, então, aventutado a explo1á-la Patcce mais :1ceitável a ve1são de que o
amanho da teua fôsse o seu objetivo ptincipal, urna vez que, ao chegai, t10uxeia rnnsigo, além
de out10s po1tuguêses, inúme10s esuavos
Pouco tempo, ;omém, demotou SIM.ti.o DA MoTA nas p10ximidades do mo110 da Piedade,
ttansfe1indo-se alguns anos depois, com todos os seus, paia a localidade denominada JVlagepe-Miiim,
de onde se 01iginou a atual cidade de Magé
N,1 éporn do devassamento ainda habitavam nas te11as que hoje integiam o Município de
Magé os índios da ttibo dos Timbi1 as, dos quais, atualmente, não 1estam sequet me10s vestígios
nessa localidade
Sabe-se que, em 18 de janeÍlo de 1696, 1ecebeu essa povoa<;ão o p1cdicamento de fieguesia,
apesat de a rnnstlu<,ão da lg1eja-Mat1iz só tet sido dada po1 rnnduída cm 1747
Pot volta do ano de 1643, smgiu ptóximo dessa localidade uma out1a, a de "Parnpaíba'', depois
denominada Nossa Senhoia da Guia de Parnpaíba e, finalmente, Guia de Pacopaíba, 1ernnhecida
rnmo fieguesia a 14 de dezemb10 de 1755, e elevad:1 à categotia de disttito pot Deuetos de
8 de maio e 3 de junho de 1892
Giac,as ao esfôtc,o dos rnlonizado1es e à fe1tilidade do solo, essas duas lornlidades, Magepe-
Miiim e Guia de Parnpaíba, gozaiam, no petíodo colonial, de uma situa<,ão invejável
Tanto numa wmo noutia, o elemento negw, inttoduzido em giande núme10, cont1ibuiu muito
paia o desenvolvimento da agticultuia e rnnseqüente elevação do nível ewnôrniw de ambas as
localidades
Em 9 ele junho de 1789, Magé emonttava->e a tal ponto adiantada, que o Govêrno 1esolveu
confetii-lhe o p1edicamento de vila, tendo-se vctificado a sua instalac,ão a 12 de junho do mesmo
ano O seu tet titóiio foi constituído rnm te11as desmembiadas do Município de Santana de Macacu
e da cidade do Rio de Janci10, inclusive as ilhas do pequeno a1quipélago de Paquetá
Sessenta e oito anos mais tatde, aos dois dias do mês de outub10 de 18'i7, novamente foi
ele\ ada a catego1ia da localidade, sendo-lhe atiibuída fotos de cidade
- 253 -

Pata que se avalie a impo1tântia dêsse Munidpio, duiante o Segundo Impétio, é suficiente
que se obse1 ve que, em suas te11as, foi constl uída a p1imeita estiada de fe110 da Amética do Sul,
inauguiada a 30 de abtil de 1854 Esta estiada, que se denominou Mauá e depois E F P1íncipe
Glão-Pa1á, ligava as localidades de Guia de Pacobaíba e Fiagoso, numa extensão de 14 500 111
A p1imcita máquina, ainda hoje existente, é considetada 1elíquia histó1ica, tendo sido cognomin:ida
de "A Ba10nesa" À ptimeita estação fe11oviátia foi dado o nome de "Mauá", que, em língua
jndígena, significa "cousa elevada"
Com o ~dvento da Lei Áuiea, a exemplo do que sucedeu em tôdas as zonas agLÍcolas do país,
o Município de Magé sofieu violento colapso, de que até hoje se tessente a sua economia
Out10 fatot que também influiu no declínio de Magé foi a insalubtidade de seu dima e
de suas te11as, motivada pela obstl U\ão de tios e rnnais, o que só últimamente tem metecido
atenção mais objetiva, ()01 patte das auto1idades muniLipais, estaduais e fedetais

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1mc1ção Admini1tu1tivt1: A fieguesia de Magé, ctiada po1 Alvatá ele 18 ele janei10 de 1696,
foi elevada à categotia de vila, po1 fôt\a do Ato de 9 de junho de 1789, vetificando-se a sua
instalação a 12 de julho ele 1789
A vila de Magé foi elevada a cidade, po1 efeito ela Lei ou Deueto p10vincial n 9 965, de 2 ele
outubw de 1857
Os Deoetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectivamente de 8 de maio e 3 de junho do ano
·de 1892, 1efe1em-se à uia\ão do clisttito de Magé
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Mnnidpio de Magé fiwu
wmposto de 6 disttitos: Magé, Santo Aleixo, Guapimitim, Surní, Guia de Pacobaíba e Inhomitim,
assim petmanecendo na divisão administiativa ~le 1933 e nas teu itmiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XIl-1937, bem wrno no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de mat\O
de 1938, e na divisão te11itmial pata o qüinqüênio 1939-1943, fixada pelo Dec1eto estadual n'' 641,
de l 5 de dezembw de l 938
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezembto de 1943,
pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município apatece rnnstituído de 6 disttitos: Magé,
Guapimitim, Guia de Pawbaíba, Inhomiiim, Santo Aleixo e Surní, que tecebeiam a seguinte
01denação dada pelo Deueto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944: 19 - Magé, 29 -
Santo Aleixo, 39 - Guapimüim, 4 9 - Smuí, 59 - Guia de Parnbaíba, 6'' - Inhomüim

Foii11t1ção f11dicicí1ic1: O Munidpio de Magé tecebeu o ptedirnmento de rnma1rn, po1 efeito


do Alva1á de 27 de junho de 1802
A rnma1rn de Magé foi extinta pda Lei n'' 14, de 13 de abtil de 1835, tendo sido o têuno
de Magé inco1poiado à wmatca de Nite1ói
Pelo Deoeto nº 1 185, de 8 de agôsto de 1860, a rnmaica de Magé foi testamada, sendo
de novo extinta, em vittude do Dec1eto n 9 667, de 16 de feveieito de 1901
Pot efeito da Lei n 9 643, de 7 de setemb10 de 190'Í, o Munidpio de Magé passou a pe1tence1
ao tê1 mo e à rnmatrn de Pet1ópolis até o advento da Lei n 9 740, de 29 de setemb10 de 1906,
que 1estabeleceu, novamente, a wmatca de Magé
Nas divisões te11ito1iais datadas de 3 l-XTI-1936 e 31-XII-1937, bem como no quac!to anexo
;w Deueto-lei estadual n• 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, Magé é o tê1mo judiciátio únirn
da rnmatca de Magé, assim pc1 manccndo nos quadtos das di\isões te11it01iais fixados pata vigoiat
nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, 1espedivamente, pelo Deueto estadual nQ 641, de
1 'í de dezembw de 1938, e pelo Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezcmbto ele 1943
As Leis ns 1 129, de 12 de janei10 de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 1953, mantivetam a
Comatrn de Magé wnstituída apenas pelo têuno do mesmo nome, e que lhe set ve de sede

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirt1ito de Mdgé: A fteguesia foi oiada po1 alva1á datado de 18 de janei10 de 1696
O distlito foi elevado às rntegoiias de vila e sede do rnunidpio de Magé, pot efeito do
ato de 9 de junho de 1789
A sede do dist1ito e rnunidpio de Magé tecebeu fotos de cidade pot fôt\a da Lei ou Deueto
p10vimial nº 965, de 2 de outubto de 1857
Os deuetos estaduais ns 1, de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, wnfi11na1am a
c1iação do clistLito
Nas divisões administiativas de 191 l e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XIT-1937,
bem rnmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, ele 31 ele matço de 1938, o distlito
de Magé figma corno sede do município de igual nome, sendo mantido nessa rntego1ia pelos
dec1etos estaduais ns 641, de 15 ele dezemb10 ele 1938, e 1 056, de 31 ele elezemb10 de 1943,
que fixatam os quad10s te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O dist1ito de Magé foi 01elenado como 19 do munidpio de igual nome, pelo Deoeto-lei
estadual nQ 1 063, de 28 ele janei10 de 1944
- 254 -

II - Distiito de Sd11to Aleixo: O dist1ito de Santo Aleixo foi nia<lo pot Dectetos estaduais
ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas <le 31-XIl-1936 e
31-XII-1937, assim como o quad10 anexo ao Decteto-lei estadual nº 392-A, Je ''1 de ma 1co
de 1938, o dist1ito de Santo Aleixo pe1tence ao município de Magé, o mesmo se obsetvando
nos quadtos te11ito1iais em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente,
pelos Deuetos estaduais ns 641, de 1 'í de dezemb10 de 1938, e 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Pelo Deoeto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janeito de 1944, o dist1ito de Santo Aleixo foi
01denado como o 29 do município de Magé

III - Di1tiito de Gut1pimi1im: O dist1ito foi uiado po1 alvatá datado de ll de ianei10
de 175'í, sendo rnnfitmado pelos deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho
de 1892
De acôtdo mm as divisões administiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-Xll-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o disttito de Guapimitim pe1teme ao município de Magé, assim peunanecendo nos
quadtos te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939- l9 1í3 e 19 'i4-1948, fixados, 1espectivamente,
pelos Deuetos estaduais ns 641, de 1 'í de dezemb10 de 1938, e 1 O'í6, d~ 31 de dezemb10 de 1943
O dist1ito de Guapimitim foi 01denado como o 39 do município de Magé, pelo Deueto-lei
estadual nº 1 063, de 28 de janeito de 1944

IV - Dirtiito de S11111í: O dist1ito foi uiado po1 alvatá datado de ll de janei10 de l7'í5,
sendo sua uiação rnnfitmada pelos Deu ctos estaduais ns 1, de 8 de maio, e l-A, de 3 de junho
de 1892
O disttito de Smuí, quet nas divisões administtativas de 19 l l e l933, te11ito1iais datadas
de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, e o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n•,• 392-A, de 31 de
ma1ço de 1938, quet nos quadtos te11ito1 iais <lo Estado vigentes nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948, fixados, tespectivamtnte, pelos Del!ctos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10
de 1938, e 1 056, de 31 de de:mnb10 de 1943, figma no município de Magé
O Del!eto n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou o dist1ito de Smuí wrno o 4'' do
município de Magé

V - Di111ito de G11ie1 de P<1wbdíbc1: O dist1ito foi c1iado po1 alvaui datado de 14 de


dezemb10 ele l 7 5'í Os dcuetos estaduais ns 1, de 8 de ma10, e 1-A, de 3 de julho de 1892
confüma1an1 a sua oiaç_ão
O dist1ito de Guia de Pacobaíba, segundo as divisões adrninisttativas de 1911 e 1933, tcui-
totiais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, e o quaLlto anexo ao Dec1eto-lci estadual nº 392-A,
de 31 de ma1ço de 1938, está jutisdicionado ao município de Magé, situac,ão em que foi mantido
pelos deuetos estaduais ns 641, de 1 'í de dezt:rnb10 de 1938, e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943,
que fixatam, 1espectivamente, os quadws da divisão te11ito1 ia! do Estado, em vigot nos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948
O Dcneto n• 1 063, de 28 de janei10 de L944, otdenou o disttito de Guia de Pawbaíba
como o 5• do município ele Magé

VI - Dirtiito de fohomhim: A f1eguesia de Nossa Senh01a de Inhomitim foi uiada po1


Alva1á datado de 12 de janei10 de 1755 e Resolução Régia de 25, de novemb10 de 1815
A sede da fieguesia de Nossa Senhota de Inhomitim foi tiansfe1ida pata a vila de Est1êla,
po1 efeito do Dec1eto p10vincial n• l l 2'í, de 4 de feve1ei10 de 1859, 1ecebendo a catego1ia
de sede do município ele Esttêla
Em vittude do Deueto estadual n• 241, de 9 de maio de 1891, a sede da fieguesia de
Nossa Senhoia de Inhomitim, que também o eia elo município de Est1êla, foi trnnsfeiida pa1a a
povoac,ão de Raiz ela Seu a, elevada à catcgotia de vila, com a denomina<,ão de "Vila de Inhomitim".
O município de Est1êla, com sede em Inhomitim, foi extinto pelo Decteto estadual n• 1,
de 8 de maio de 1892, o qual, juntamente com o de nº 1-A, de 3 de junho do mesmo ::'10,
umfiunou a uia1,ão da fieguesia
Nas divisões administiativas de 1911 e 1933, tcuitoiiais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem
como no quaL!to anexo ao Decteto-lei estadual n'' 392-A, ele 31 de mau,o de 1938, Inhomitirn
figura como clist1ito do município de Magé, assim pe1manecendo nos qrn1d10s da divisão te11itoiial,
judiciátia e administiativa do Estado, em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados,
1espectivamente, pelos Deuetos estaduais ns 641, de l 5 de dezembto de 1938 e 1 0'56, de 31
de dezemb10 de 1943
O dist1ito de Inhomitim foi otdenado como o 6 1 do município de Magé pelo Dec1eto-lei
estadual n• 1 063, de 28 de janeito de 1944
- 255 -

MUNICíPIO DE MANGARATIBA
DESCRIÇÃO !)O TERRITÓRIO

O solo de Mangaiatiba é quase todo montanhoso, ap1esentando, contudo, algumas planícies '
a oeste e sudoeste Suas piincipais sellas são: Lajes, Mangaiatiba, Itacutussá, Pouso Ttiste, Jarn1eí,
Jaboticabeiias e Capivati Dentte os piws dominantes, citam-se: Tiês 01elhas, Co1isco e Tabo-
tirnbeüa
P1edominam, no 1evestimento f101ístico de suas teuas, as matas, localizadas nas montanhas,
notadamente nas que limitam êste Município mm os de Rio Cla10, Itaguaí e Angia dos Reis
O clima de l\fangaiatiba é, geialmente, ameno e saudável, havendo, ent1etanto, J egiões onde
êle se ap1esenta quente e úmiclo
Dent1e suas p1incipais couentes fluviais, distinguem-se os seguintes 1ios: Saí, Saco, Ingaíba,
São Biaz, Itacu1ussá e Quatiquaia, que é rnnhecido de alguns po1 Piaia Gtande
Sendo Município lito1âneo, seu te11itó1io é cheio de 1eentlâncias, destacando-se a baía de
Manga1atiba e as enseadas de Jaca1eí e Matambaia
Mangatatiba é 1elativamente pob1e em quedas dágua Sua p1imipal cad1oeüa localiza-se no
tio Santana, que lhe dá o nome, e possui queda de 42 m de altma e 0,0'íO m"/s de desuuga
ap10veitacla
Nas matas encontiam-se clive1sas va1ieclades de ma:deüas, além ele ei vas e cipós medicinais
As madeitas são destinadas ptincipalmente it fabiirnc,âo ele rnmbustíveis, sendo bastante intensa
sua exploiação nesse sentido
Os anin1ais 111ais cotnuns na sua fauna te11eshe são: pacas, tatus e queixadas, e, na avifauna,
os jarns e inamhus são fieqüentes, além de muitas aves canotas
Suas águas são [<':!tilmente piswsas tanto nos 1ios rnmo na 01la matÍtima, onde são enwnttadm
10balos, ga10upas, tainhas, w1 vinas, badejos, etc , 'uja pesca rnnstitui g1 ande fonte ele 1enda
A sua ptincipal indústiia é a de ptodutos alimentícios As lavomas são as seguintes: tomate,
mandioca, banana, feijão, milho, batata-doce e a11oz

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO


M1111icíf,io - A1ea - 350 km2 ; população ( 1950) - 10 767 habs ; númc10 ele distiitos - 4
Sede M1111icipcil - Atea - 228 km2 *; população ( l-VII-'50) - 4 796 hah5 ; latitude S -
22 9 57'45",7; longitude W Gi -- 41 9 02'04",7; altitude - 2 m; distância em linha 1eta à Capital
- 96 km; llitno (em 1elação it Capital) - 0.S O.
De111C1i1 distiitor - Concei,ão ele Jacateí: á1ea - 55 km 2 popula\ão (l-VII-50) - 941 habs
Itarnrnssá: átea - 32 km 2 ; população ( 1-VII-'50) - 4 047 habs Vila Mu1iqui: átea -
3'5 km 2 ; população ( I-VII-50) - 983 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL
O devassamento do solo do Município de .Mangaiatiba, LUJa supetfície está calculada em
350 km 2 , veiifirnu-sc po1 volta do ano de 1534, época em que foiam doadas as Capitanias
He1editálias
A á1ea te11ito1ial que êstc Município abtange ;itualmente, está rn111p1eendida na iegdto out1orn
pettenccnte à Capitania de Santo Ama10, doada a PERO LOPES DE SollZA, que a confiou aos
cuidados de ANTÔNIO AFONSO Todavia, nem a um, nem a out10, deveu essa imensa 1egião
qualque1 inuemento p10g1cssista, uma vez que ambos muito pouco mi nada ligatam às tettas
que lhes haviam sido attibuídas em pa1tilha Foi em tazão dêsse desinte1êsse que a rnlonizac.ão
das teuas foi mais 1ealizada em fun,ão do p10g1esso da Capitania vizinha de São Vicente, doada
a MARTIM AFONSO, Ílmão de PERO, do que mesmo dos esfotços de seu donatá1io
A tazão p1imo1dial que obstou ao tápido prngtesso de sua rnloniza<,ão tesidiu no fato de
que os índios Tamoios, seus piimitivos habitantes, não davam tiéguas aos desbiavadc11es, saqueando-
-lhes as motadias e as lavou1as
Em conseqüência disso, os p1 imeitos wlonos viam-se rnnstiangidos a esrnlhe1 suas tettas,
não nos lo(ais 111ais fé1teis e ap1op1 iados à lavorua, tnas sitn nos que, r-01 sua configutal.ão física,
lhes pe1111itissern rnaiotcs possibilidades de defesa contia os wntínuos ataques dos gentios
Só cm l 615 meteceu essa tegião atenção mais r,bjctiva, ·pot pa1te dos seus governantes
MAR1IM DE SÁ, que então, supetintendia os seus destinos, fêz vit, de Pôito Segu10, alguns índios
Tupiniquins, já catequizados, ent1egando-os à diteção dos Tesuítas, que, com êles, iniciatam, nessas
teu as, a const1 ução de uma aldeia Como não agiadasse o p1imeüo local escolhido logo de início,
os 1eligiosos, seguidos dos Tupiniquins, rnmatam pala out10 ponto, situado em um 1110110 então
denominado "Cabeç11 Sêrn", onde, afinal, se fixatam

* Foi induída também pa1te da 1estinga de Marnmbaia, medindo 62 km2 , 'po1 não S<" saber
a que dist1ito pe1 tence
- 256 -

Cinco anos depois, em 1620, mandou MARTIM DE SÁ buscai out10 grnpo de Tupiniquins, destt
vez mais numewso, estabelecendo-o na ilha de Maiambaia e, poste1iotmente, em Igaíba, onde,
sob a dileção dos Jesuítas, os indígenas edificaiam uma capela sob a invocac,ão de São Biaz
Essa povoação subsistiu neste local até 1688, épota un que, em tazão dos gtancles tempotais
e iessacas f1eqüentes nessa zona, os seus habitantes se üansladatam pata as te11as onde hoje se
etgue a cidade de Mangatatiba Em J 700, os índios, otientados pelos ieligiosos, etguet am neste
local nova capela declirncla, desta vez, ao mito de Nossa Senhoia da Guia ·
Depois ele longo peiíodo de cluias lutas, que p10varnm a têmpern dos brnvos wlonizadotcs
dêsse tincão fluminense, Mangatatiba, em 16 de janei10 de 176"1, tetebeu o piediu1mento ele
fieguesia, em vütude de p10visão exaiada nesta data
Segundo alguns auto1es, a dcnomina<,ão de "Mangai atiba" smgiu em conseqüência da junc,ão
dos têunos indígenas "Mangatá-tiba", que significam: "Mangatá" - ponta te1minal de inf101es-
cêntia ela bananeÍla e "Tiba" - local onde existe abundância de , usado pelos aboiígines,
quando queliatn iefetil-se a essa localidade
Até o ano de 1818, o tc11itótio da fieguesia de Manga1atiba fêz patte do Município de Ang1a
dos Reis, passando a pe1tente1 ao de Itaguaí, cm viltude do Alva tá, com fôt e.a de lei, de 5 de
junho dêsse ano, que eiigiu em vila a aldeia de Itaguaí com a denominação de Vila de São
Fiantisrn Xaviet ele Itaguaí Dete1minou, ainda, êsse Alva tá que: "pet tencendo á 1efetida Aldeia
de Itaguahy, que fica etetta em Villa, celt;t p01c,ão de teuas na Ilha de Itacu1ussá ou Sapimiaguila,
e que, nenhum ptoveito tesultava das ditas tellas pela sua tnltut a, nem aos indios, nem a aldeia
em geia!, nem ao Estado, tessasse a applirnção que dantes tinham as mesmas teuas firnndo
se1vindo parn patlimonio da dita nova Villa e despesas p10ptias della"
Anos mais tateie, em 31 de outuh1 o (ou em l J de novembt o) ele l83 l, tal eta o p10g1ess.i
ve1ifirndo em Manga1atiba, e em suas 1edondezas, que o Govêrno houve po1 bem rnntede1-lhe
a me1etida autonomia, elevando a f1eguesia à rntegOlia de vila wm a denominação de "Nossa
Senhota da Guia de Mangaiatiba"
I
Posteliotmente, em vittude do Deueto de 26 ele málço de 1832, fornm fixados os seguintes
limites pata a "Vila de N S'' da Guia de Mangaiatiba": "pelo Noite, rnmeçando na costa cio
m,11, no iio de Itingussú, do ma1rn de Santa Crnz, seguindo até o cume da Seua a mesma linha
divismia de Santa Ct uz, que peltenceu aos he1dei10s do Commendadoi AN 1 ONIO GoMES BARROZO,
e as tettas do falletido JosÉ AN1UNES SuzANO, ficando estas paia a nova villa; pelo sul; o iio
Jacatehy que alguns denominam "Catatucay;1", e que desagua no mat do Sul das teu as dos
he1deilos do falleLido LOURENÇO CoRRÊA DE FARIA, seguindo até o <ume da Seua o 1umo elas
teuas de que estão de posse os ditos he1clei10s, desmcmbiando-se da Ilha Gtande 0 te11eno que
existe ent1e o dito iio Jauuehy e o Cutiatámilim; pela palte de teu a filme, as \ eitentes ela Seua
Gemi comp1ehendida ent1e os dous limites Noite e Sul, acima notados: devendo sei induidas
todas as ilhas acljatentes, wmec,ando ao Sul da de Jarn1ehy, f t onteita ao 1io cio mesmo nome,
e teu as de que estão de posse os he1dei10s ele LOU!lENÇO Co1rnf A DE FARIA, e todas as qu."
se seguem, inclusive a ela Maiambaya, até a ilha do Tutmu\á, na qual devem se1vi1 de limites
as te11as dos he1dei10s do fallecido JosÉ AN !UNES SuzANo; firnndo paia a vilh1 ele Itaguahy
as teuas que segundo consta, set vem ele patlirnonio á Munitipalidade desta ultim~1 villa, e um
legado de São Frn11lisrn Xavie1, assim rnmo as ilhas ela Madeila, e de Ma1ia Matlins"
A. exemplo do que sucedeu na quase totalidade dos Munidpios fluminenses, o demento
negto exettcn, na founac,ão ernnômica e sotial de Mangatatiba, papel ptepondetante, notadamente
no pedodo ante1io1 ao advento aboli(ionista, que veio matutt o fim d,~ fase áu1 ea pot que
atiavessou esta zona Do esplendoi antigo, Mangaiatiba rnnse1 va, apenas, umas pourns constrnções
e algumas 1uínas, que sc1 vem rnmo saudoso atestado dos tempos de abastan~a e de liqueza,
clesfrntados poi seus antigos habitantes O seu pôt to é hoje simples e esmaecicla sombia do
que foi no -passado, quando, pelo seu rnis tlansitavam as metrndotias ele todos os quacliantes
do país e cio mundo Do inte1 ioi ele São Paulo e de Minas, afluíam pata êsse pôlto os gênetos
e a1tigos a setcm expo1tados, tiazidos nos lombos dos bu11 os, guiados pelos t10pei1 os dos mais
afastados 1incõcs elo país N~t volta, rnuegavam êlcs suas t10pas mm as me1rndo1ias p10venientes
das gtandes cidades brnsileiias e de outias lornlidaeles do est1 angeito, pata vendê-las ou s'1tisfaze1
aos pedidos da dientela elo intetio1
A tal ponto thegou a derndêntia da iegião nos p1 imeitos tempos da Repúbfüa, que o
Govêtno se -viu obligado a expedii o Deueto 11'1 1, de 8 de maio de 1892, que estava assim
iecligido:
"Ait l" - Fim supptimido o municipio ele Mangaiatiba
A fieguesia tle Jaca1ehy, pe1tencente ao municipio de Mangaiatiba, fica deste desannexacla,
passando pata o munitipio de Angrn cios Reis, rnnstituindo o 6" clistli(tO ele paz
A fieguesia de Itacutussá e a Ilha de Maiambaia pe1tententes ao munitipio de Mangaiatiba
ficam deste desannexadas, passando a pe1tet1let ao munitipio ele Itaguahy, rnnstituinclo o 4" distticto
de paz
- 257 -

Declaia ain<la o p1esente Deueto, que o mumop10 de São João :Ma1cos é fo1mado do adual
municipio do mesmo nome e palte do munidpio de Mangaiatiba rnm as ilhas adjacentes, cons·
tituindo a - Villa de Mangaiatíba - o 4° distticto de paz do munícipio de São João Ma1 cos "
Em 3 de junho de 1892 o Govêino 1etificou o Deoeto citado acima, po1 fôu,a de um
outto, que tomou o n" l·A, cujo texto eta o seguinte: "Desmembia do município de Mangatatiba
a f1eguezía de Jaca1ehy, annexando-a ao rnunicipio de Angia dos Reis, constituindo o 6" distticto
de paz
Dcsmembia do munícipio de Mangaiatiba a ilha de Maiambaia e a f1eguesia de Itacurnssá,
annexando·as ao municipio de Itaguahy, rnnstituindo o 4'1 dístticto de paz
Dedaia que o município de São João Matcos é founado do município do mesmo nome e
<le toda a f1egucsia de Mangaiatiha rnm as ilhas a<ljacentes, wnstituindo a - Villa de Mangaia·
tiba - o 4° disttido de paz do munícipio de São João Matrns"
Enttetanto, passados pouLOS meses após a extinção do Município, tais foiam as injun(.Ões de
01dem polítiLa, que o Govêtno se viu fo1c;ado a voltat at1ás, expedindo a Lei n" 36, datada de
17 de dezemb10 de 1892, que 1ezava:
"A1t 1'' - Fica 1estabelecido o - munilipio de Mangaiatíba - que foi ultimamente
supp1ímido
Ait 2'' -- O município fírn1á constituído dos 3 disttitos que lhe pe1tenciam quando foi
extindo, ficando o município de Itaguahy no gozo das suas antigas divisas wm os municípios
limít10phes, antetio1es a 1890"
Atualmente, dada a facilidade de wmunirn<,Ões Lorn a Capitel! da República, M,rngatatiba
vem p10g1edindo, se bem que lentamente, 1efazendo-se, pouco a pouw, do grnnde gol'pe soft ido
rnm o abandono 1 epentino de suas lavmuas, na época da Aboli<,ão

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fou1utão Ad111i11i1t1c1ti1·c1: A f1eguesia ck Mangaiatiba, uiada pela Prnvisão de 16 de


janeito de 176'Í, foi elevada à catego1 ia de vila, e wnseqüentemente à de Munidpio, com a
denomina\ão de Nossa Senhoia da Guia de Mangaiatiba, pen fô1ça do Deueto de 31 de outub10
(ou 11 de novemb10) de l 831, rnmplementado pelo Deueto de 26 ele matço de l 832 A instalação
da vila tealizou-se no dia 24 de maio de l 833
O Município de Mangatatiba foi suptimido p01 fôt(.a do Deneto estadual n" 1, de 8 de
maio de 18~2, e 1estauiado tom teuitó1ios desmembiados dos Munidpios de São João Ma1rns,
Angta dos Reis e Itaguaí, em vittude do Deueto ou Lei n'1 36, de 17 de dezembto de 1892
Segundo a divisão administiativa 1efeiente ao ano de 1911, o Município de .i\fangaiatiba é
constituído de 3 dist1itos: Mangatatiba, Jaca1eí e Itacmussá
A vila ele Manga1atiba foi elevacla à catego1ia de cidade, po1 efeito d~ Lei estadual n'' 2 33'\,
de 27 de dezemb10 ele 1929
Nas divisões, administiativa de 1933 e tet1ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Munidpio
figuia wm os seguintes dist1itos: Mangatatiba, Jaca1eí e Itacu1ussá, assim pe1manecendo no
quael10 anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço de 1938 e no quadto te11itotial
fixado pelo Deueto estadual n'' 641, de J 5 de dezemb10 de 1938, pata vigoiat no qüinqüênio
1939-1943
De acô1do wm a divisão te11ito1ial fixada pelo Deoeto-lei estadual n' 1 O'í6, de 31 de
dezemb10 ele 1943, a vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município de Mangaiatiba se rnmpõe
de 3 elist1 itos: Mangaiatiba, Conceição de Jaca1eí ( ex-Jacateí) e Itarnt ussá, 1espectivamente
l9, 29 e 3'' disttitos, wnfo1me otdena,ão dada pelo Deoeto-lei estadual n" 1 063, de 28 de
janei10 de 1944
A Lei nº 690, de 9 de dezernbrn de 1940, uiou o 4 9 dist1ito do Munídpío de Mangatatiba
wm a denomina<,ão de Vila Mmiqui, constituído de te11as desmembtadas do 3'' dísttito
E a seguinte a 01dena\ão atual dos disttitos do município de Manga1atiba: 19 - Manga1atiba,
2'' - Comeição de Jarn1eí, 3º - Itacmussá e 4" Vila Mu1iqui

Fu111111\ão J11di1icí1it1: A wmatca e o têtmo de Mangaiatiba foiam uiados pot fôtça do


Dcueto n" 280, de 6 de julho de 1891 Po1 efeito do Deueto n' 8, de 19 de dezemb10 de 1891,
a wma1rn de Mangaiatiba foi extinta
Segundo as divisões te11it01iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII·1937, o têuno de Mangatatiha
é o úni(_o Lomponente da co111a1ca de Manga1atiba, assitn peunanecendo no quaclto anexo ao
Dcoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
De acôt<lo wm o Deueto estadual n'' 641, de 15 de dezemfno de 1938, que fixou o guacho
te11itotial a vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943, o têtmo ele Mangatatíba está subo1dinado à comatca
de Itaguaí, assim rnntinuando no quaLlto da divisão te11ito1ial fixada pelo Deoeto-lei estaclual
n" 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, vigente no qüinqüênio 1944-1948
As Leis ns l 429, de 12 de janeí10 de 1852 e 1895, ele 6 de julho de 1953, mantiveiam
o tê1rno de Mangaiatiba subo1dinado à Coma1ca de Itaguaí No entanto, a Lei n 9 3 382, de
12-9·1957, elevou o tê1mo de Manga1atiba à catego1ia de Coma1ca

17 - 25 625
- 258 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirt1ito de Af,mgaiatibct: A freguesia ele Nossa Senhota ela Guia de Mangarntiba foi
ctiada pot ptovisão ele 16 de janeit0 de 1764
Em viltmle dos clec1etos datados ele 11 de novemb10 de 1831 e ele 26 de ma1 <_o ele 1832,
que c1iatam o município, a freguesia foi elevada à catego1ia de vila e sede cio município, pe1clenclo,
entretanto, essas categotias po1 efeito do Deoeto estadual nQ 1, de 8 de maio de 1892, que
também suptimiu o município
Pot ffüça da Lei ou Deoeto estadual n• 36, de 17 de clezemb10 de 1892, foi 1estamado
o município· de Mangarntiba, tendo po1 sede a mencionada freguesia
Segundo a divisão administiativa do Btasil, 1efe1ente ao ano de 1911, o município de Man-
garatiba tem po1 sede o disttito ele igual nome
Pot efeito da Lei estadual n• 2 335, de 27 de dezemb10 de 1929, a sede elo disttito e
município de Mangaiatiba foi elevada à rntego1ia de cidade
De acô1do com as divisões administrntivas de 1933 e te11itotiais datadas ele 3l-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual nQ 392-A, de 31 de ma1ço
ele 1938, o dist1ito ele Mangaiatiba é sede do município ele igual nome, sendo mantido nessa
categotia pelos Deoetos estaduais ns 641, de 15 de dczemb10 de 1938 e 1 056, de 31 de dezemb10
de 1943, que fixaiam os quad10s te11ito1iais pata vigotatem nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
II - Distiito de Conceição de Tctcc11 eí (ex- )arn1eí): A fteguesia de Nossa Senhoia ela
Conceição de Jarn1eí foi oiada po1 Lei ou Deoeto ptovincial n'1 1 099, de 21 de janei10 de 1859
Em vi1tude do Deueto estadual n• l, de 8 de maio de 1892, a freguesia supiacitada foi
anexada ao município de Angta dos Reis, sendo, po1é111, tiansfc1 ida pa1 a o de Mangaiatiba
pen Lei estadual nº 36, de 17 de dezemb10 de 1892
Nas divisões aclministiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 3 l-XII-1937,
bem como no quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de matço de 1938, o disttito
se denomina simplesmente Jaca1eí e pe1manece no município de Mangaiatiba, o mesmo se obse1vando
no quad10 fixado pelo Dcneto estadual nº 641, de l 5 de ·dezemb10 de 1938, pata vigoia1 no
qüinqüênio 1939-1943
Pot efeito cio Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quadro
da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, em vigêmia no qüinqüênio 1944-1948,
o disttito de Jaca1eí, do Município de Mangaiatiba, teve seu topônimo, modificado pata Comei<,ão
de Jaca1eí
O Deueto-lci estadual nº 1 063, de 28 de janeito ele 1944, 01denou o disttito de Concei<,ão
de Jarn1eí como o 29 elo município de Mangatatiba
III -- Di1t1ito de Itac1111tJ rá: A fieguesia de Santana de Itarn1ussá foi niada po1 Lti
p1ovimial n 9 63, de 17 de dezemb10 de 1836
Itarn1ussá, tanto nas divisões administiativas de 1911 e 1933, tcuito1iais datadas de
31-XII-1936 e 31-XIl-1937, wmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de
ma1,o de 1938, figuia wmo dist1ito do muuidpio de Mangaiatiba, assim peunanecendo nos
quad10s da divisão te11ito1ial do Estado, em vigot nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados,
J espectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641, de 1 5 de dezemb10 de 1938 e 1 056, de
31 de dezemb10 de 1943
O Deneto-lei estadual n 9 1 063, de 28 ele janeito ele 1944, otdenou o distlito de Itawrnssá
como o 39 do munidpio de Ivfangaiatiba
O disttito ele Itauuussá teve pa1te do seu teuitótio desmembiada, pala rnnslitui1 o distiito
de Vila Muliqui, em vittude da Lei n" 690, de 19 de dezemb10 de 19'Í9
IV - Distiito de Vilcr M111iq11i: O dist1ito de Vila Mutiqui, com a 01denação de i" do
município de Manga1atiba, foi uiado pela Lei n 9 690, de 9 de dezembto de 1949, tendo seu
teuitólio sido constituído de pa1te desmembiada do dist1ito de Itarn1ussá

MUNICíPIO DE MARICÁ
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O solo do Munidpiu de Ma1iuí ap1esenta-sc montanhoso ao noite, sendo, potém plano


e baixo na 1cgião sul Mencionem-se, wmo pt incipais elevações do seu sistema 01og1áfiw, as
seguintes: sc11as de Calaboca e Tititirn, e mo110 do Telégrnfo, nos limites com São Gon<,al0;
mouo Giande e seua Ba1ba do Omo ou do Espiaiado, nas divisas mm o Município de Itab01aí;
e as se11as de Mato G10sso e Jarnné, sepatando Maticá de Saquatema No intetiot do te11itó1io
municipal encontiarn-se, ainda, as se11as ele Bananal, Caju, Botim e Silvado, na qual se localiz8
a Pedia do mesmo nome, com 632 m de altitude Além da 1efet ida Peclt a ·do Silvado, cita-~e
o ponto culminante denominado Alto da Lagoinha na se11a de Mato G10sso, com 889 m, e outrns
como: Pedta de Inoã, com 518 rn e Alto do Guaiá, na se11a de Itaitindiba, mm 510 m
~ 259 -

O dima de Matid., rnmo ornue nas demais teg1oes fluminenses, aptesenta-se salL1b1e n,1s
"Se11as e pouco saudável nas baixadas, onde se obse1 vam, pot vêzes sUJ tos de fehte palnst1e
As rnuentes fluviais que banham o Município são getalmente de pequeno volume, sobtessaindo
os tios: Doce, fotmado pela junção do tio Catanguejo e cóuegos Olatia e Podeco; Bambu,
Inoã e Mamburn, constituído êste último pelos seguintes: Itapeteiú e Ubatiba Dentte as ptin-
cipais lagoas, citam-se as de MaLicá, Bacopa1i, Baua, Pad1e, Gua1ajina e Biava -
Localizadas, tespectivamente, nos iios Roncado1 e Caianguejo, estão as cachoeitas de Roncadot
e Pedtegulho, e no cóuego Olatia, a denominada Catioca, na qual foi feita a teptêsa que abastece
a sede municipal
Dt·ntie os ptincipais minetais enwnttados no subsol,1 do Munidpio, destacam-se feldsplto
e quattzo, na localidade de Calaboca, do disttito de lnoã, os quais estão sendo explotados junt,1-
mente mm as pedias de wnst1ução existentes na fazenda Bom Ja1dim, ~listiito de Itapeteiu
A extta~ão de fôlhas de tabua destinadas ao fab1ico de esteüa, bem como a de macleita~
pala lenha, constituem uma das 1iquezas vegetais de Ma!Ícá Nota-se, ainda, a existência no solo
municipal, de e1 va-mate, gtavatá e guaxima
Nas lagoas e no litoial de Maticá existe abumlârnia ele peixes elas mais va1iadas espécies,
sendo a pesca uma fonte ele liqueza paia o Município O jauué, cnconttado com fteqtiência
nas lagoas, não é, todavia, caçado pa1a fins (On1c1 eia is
As p1incipais lavouias do município são: laianja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, cana-de-açúcat e auoz
As indúst1ias são as seguintes: extiativas de p1odutos mineiais; de t1ansfo1mação de miné1ios
não metálims; ela 111adeila; de p10dutos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M1miií/1io - Átca - 348 km"; populac,ão ( 19'50) - J 8 976 habs nüme10 de distiitos - 3
Sede 111111J/ci/1cil: Á1ca - 94 km'; ~'opulação ( l-VI!-'50) - 6'511 habs ; latitude S
22''55'05",0; longitude W G1 - 42'"i5 02 ',O; altitude - 3 m; clistância cm linha teta à
Capital - 30 km; rnmo (em 1ela\ão à Capital) - L
Dem11ir dir/iitor: Itapeteiú: á1ea - 143 km"; popula\ão ( l-VII-50) -- 6 729 habs Innã:
á1ea - 111 km'; população (l-VlI-50) - 5 736 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

A histó1ia elo clesbiavamcnto do solo do atual Munidpio de Ma!Íui, hoje COfü uma supctficie
calculada em 348 km", temonta às últimas décadas do sérnlo XVI
Segundo alguns auto1es, a palavta Ma1icá é pwveniente dos tê1mos indígenas: rna1i -
espínhci10, caá - mato, mm que os gentios designavam ess<1s te11as, em vittude <hl abundân(ia
ele "Acacias espinhosas", em su,1s matas Segundo out10s, essa denomina<,ão p10vé111 da rn11 uptela
do têuno "matau\", espécie de chocalho, usado pelos índios em suas festividades gue11ei1as
As otigens de seu desbtavamento ainda pe1manece111 envôltas nas brnmas cio passado, tendo-se,
po1ém, como ceito que os p1imei10s colonizado1 es de Ma1id aí tenham chegado, giaças à doa,ão
das p1imei1as sesma1ias, concedidas na faixa lito1ânea cornpteendida entte Itaipu-ac,u e as rna1gens
da J,agoa, no local onde mais ta1cle smgiia a sede nrnnicipal
Segundo o histo1iacl01 EDUARDO R FIGUEIREDO, já em 1 584, quando JosÉ DE ANCHIETA
pattiu da Aldeia de São Barnabé, em Cabu\u, com o Padte LmrÃo e numewso gtupo de índios,
tlansponclo a se11a de Itatendiba, com destino à Lagoa de Ma1icá, onde efetuou a céleb1e "pesca
mÍ!a( ulosa", ali emont1ou sinais da colonização maiicaense, pois já estavam sendo explo1adas
vá1ias sesmatias, destacando-se, entie elas, a de AN IÔNIO MARIZ, doada em 1574, na 1egião ,]e
Imbassaí e a de MAN!'El TmxEIRA, concedida em l '578, e localizada pata as bandas ela Lagoa
A essas seguiu-se, em 1590, a doação das sesma1ias de Jtaip1Hu,u, de DU1\1tIE MARUNS Mo11tÃO,
a de JoÃo DE SÃO jo};o e as de GASPAR MARTINS e HENRIQUE ARAÚJO, tôdas elas situadas na
faixa lito1ânea de Itaipu-a(,u e às 111a1gens da Lagoa
Nos locais onde hoje se encontiam o povoado de São José de 1mbassaí e a fazenda de
São Bento, fundada em 1635 pelos f1ades Beneditinos, que a obtiveiam po1 inte1médio de uma
wncessão feit<l, neste mesmo ano, pelo Govc111ado1 RODRIGO DE MIRANDA HENRIQUES, surgium
os p1imei10s núcleos ele povoação em Mali(á
As p1imitivas populações dêsses elo is núcleos deve-se a const1 ução da ptimeiia capela eleva<~a
em teuas ma1icaenses, que foi destinada ao culto de Nossa Senhma do Ampa10 e lernnhecida
como pa1óquia pe1pétua em 12 de janeito de 17 5 '5
Desmnhecem-se os nomes dos p10moto1es de sua Cliaçiío e rnnstl m,ão, assim como a data
em que ela tetia sido consttuída; sabe-se, po1ém, que a sua consüução é ante1io1 a 1687, pois,
segundo Monsenho1 PrzARRO, nesse ano foi ela inspecionada pot um visitado1 lhamado D1 ARAÚJO
Ent!etanto, nem os colonos dos estabelecimentos J uiais das nume10sas sesma1 ias, nem os
sitiantes da Fazenda de São Bento, pudernm desenvolvei, com eficiên(ia, as suas atividades, por
causa das feb1es palust1es 1einantes na legião Po1 isso, foiam-se êsses habitantes, pouco ~' pouco,
- 260 -

deslocando paia a outrn ma1gem da lagoa, possuidoia de dima mais saudável e onde mellior
pudeiam ass~nta1 as bases de rnais p10missoia povoa<,ão Foi nesse local que teve 01igem a vila
tle Santa Ma1ia de Ma1icá, elevada a essa catego1ia po1 fô1ça de Alva1á datado de 26 de maio
t!e 1814, "tendo po1 te11110 o te11eno comp1eendido desde a hatt a da lagôa de Saqua1ema até
á ponta da Mandetiba, dividindo-se pelo inte1io1 pelas Seuas da Tüüica, Pihyba Giande, Co1dei1os
e Itatindiba; d' ahi, á Se11a do Catimbáo, e desta seguindo a mais com moda divisão até vo!ta1
a fechai na hatta da lagôa de Saqua1ema: ficando o soh1edito te11ito1io desmcmh1 ado dos Teunos
da tidade do Rio de Janci10, da cidade de Cabo Fiio, e da Villa de Santo Antonio de Sâ,
aos quaes pe1tencia" A instalação oficial dessa vila tealizou-se em 27 de agôsto de 1815
Poste1io1mente, em vütude do Alva1á, com fô1<,a de lei, de 10 de maio de 1819, fornm
a vila de Santa Malia de Maiicá e seu Tê1mo anexados à Vila da Piaia Giande, e, pelo Deneto
de 15 de janei10 de 1833, os Têunos das Vilas da "Piaia G1ande" e "Ma1icâ" ficaiam divididos
um do out10 pela Piaia de Manitiba, Pedia da !tocaia, Se11a do Malheitos, se1vindo de ponto
o Caminho da Boiada pelo alto da Se11a de Tnhoarn, Taitendiba, Cassmutiba, seguindo pelo alto
até Ma1icá, comp1eendendo-se no Tê1mo desta Vila as Falendas de Cassu1utiha, Taquaial e Inhoam;
conse1 vando as citadas duas Vilas em seus Têunos todo o mais ter iitóiio de que constavam
Cinqüenta e seis anos mais ta1de, em 27 de dezemh10 de l889, a vila de Maiicá se enwntiava
cm tão gt ande p1og1 essa, que o Govêtno houve po1 hem elevá-la à categcnia de cidade Todavia,
em vi1 tudc das wnseqüências advindas da p10mulgação da Lei Ámea, muito softeu o Município
etn sua euH101nia Suas te11as j;:i e111 si pa1usttes, to1na1an1-se 1nais insaluh1es ainda, ei11 tazão
do abandono a que foiam 1elegadas pela falta de biaços que cuidassem de suas lavouias
Atualmente o Jl.,funicípio de Maticá, gtaças aos planos de saneamento a que o vêm sujeitando,
tem buscado 1ee1gue1-se, no afã de se equipa1at, em ptogtesso, aos demais integiantes da comuni-
dade fluminense

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Po1 lllcl(dO Ad111ini1t1dli1•d: A pa1óguia de Ma1icá, uiada pot Alva1'Í de 12 de janeiio de 17'5),
foi elevada à rnteg01ia de vila pot fô1<;a do Alvauí de 26 de maio de 1814, com a denominação
de Santa Maii:t de Ma1iuí, e te11itó1ios desmcmb1ados dos têtmos das cidades do Rio de Jancito
e Cabo Fiio e da vila de Santo Antônio de S:í (nnis ta1de Sant:rn:1 de Japuíba) A instalação
Lla vila de Santa Ma1ia de Maticá ve1ifiwu-se no dia 27 de agôsto de l81 '5
Esta vila adquiJ iu fo10s de cidade po1 efeito cio Dec1 eto estadual n"' 18, e 27 de dezemb10
de 1889
Os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectivamente dos dias 8 de maiu e 3 de junho do
ano de 1892, 1efe1em-se à oiação do distiito de Maiiuí
Segundo a divisão administ1 ativa tefetente ao ano de l 911, o Município de Ma1iuí ficou
composto de 2 distiitos: Ma1icá e Ubatiha
Na di\isão administiativa de 1933 e nas te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Muni-
cípio de Maiicá apatece constituído de 3 disttitos: Ma1icá, Inoã e Posse, assim peunanecendo
no quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1,o de 1938, e no quad10 te11itoiial,
a vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Deueto estadual n" 641, de l '5 de dezemb10
de 1938
De acô1do wrn a divisão te11ito1ial fixada pelo Decteto-lci estadual n' l 056, de 31 de
delemb10 de l943, pata vigouu no qüinqüênio 1944-t948, o Município de Maticá se wnstitui
dos 3 seguintes clisttitos: Ma1icá, Inoã e ltapeteiú ( éx-Posse)
Os disttitos do município de Ma1 icá teccbetam a seguinte 01dena<;ão, cbda pelo Deueto-lei
estadual n" 1 063, de 28 de jancito de 1944: 19 - Ma1icá, 2" -- Itapeteiú e 3'1 - I110ã
Po1111c1,ão Judicirí1ic1: Pot fôu,a do Deueto n'1 1 5, de 27 de dezernb10 de 1889, ficou uiada
a coma1ca de Ma1icá Foi sup1imida pelo Deoeto n" 8, de 19 de delernh10 de 1891. e testamada
pela Lei n" l 804, de l 2 de janei10 de 1924, com o tê1 mo único de Ma1 icá
Segundo as divisôes te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XIT-197>7, o têuno de Ma1icá
é o único LOmponente da LOma1ca de Maticá, assim continuando no quaclto anexo ao Deueto-lci
est:tdual n'" 392-A, de 31 de mat 'º de 1938
De acôtdo com o Deueto estadual n" 641, de 15 de delemb10 de 1938, que fixou o quacho
te11ito1ial pata vigoia1 no qüinqiiênio l939-1943, o tê1mo de Ma1icá está suboidinado à comatca
de São Gonçalo, pe1manecendo assim na divisão te11ito1ial 1efe1cnte ao qüinqüênio 1944-1948,
estabelecida pelo Deneto-lei estadual n" l 056, de 31 de delemb10 de 1943
As Leis ns 1429, de 12 de janei10 de 1952 e 1895, de 6 de julho de 1953, mantiveiam
o tê1mo de Maiicá subo1dinado à Coma1ca de São Gon<,alo A Lei n<' 3 382, de 12-9-1957, elevou
.à Coma1ca o tê1mo de Ma1icá
- 261 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I -- Dist1ito de Ma1icá: A fieguesia de Nossa Senh01a L!o Arnparn de Matilá foi niada
po1 alvatá datado de 12 de janei10 de 1755
A fteguesia 1ecebeu fotos de vila a sede de município pelo alvauí, com fô1\a de lei, de 26
de maio de 1814, que niou o município de Santa Ma1ia de Ma1icá
A sede da fieguesia e do município de Maticá foi elevada à categoiia de <idacle, p01 fôu,a
do Deneto estadual n 9 18, de 27 de dezemb10 de 1889
A niação do Jist1ito ou fieguesia de Maiicá foi confiunada pelos deci etos estaduais ns 1,
de 8 cle maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
O município de Ma1icá, segundo as divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911
e 1933, teuitotiais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, hem lOrno o quad10 anexo ao Deneto-lei
estadual n 9 392-A, de 31 de matço de 1938, tem po1 sede o distiito de Ma1icá, o qual foi mantido
nessa categ01ia pelos Deuetos estaduais ns 641, de l 'í de dezembto de 1938 e l 056, de 31 de
<.!ezemb10 de 1943, que fixatam os quad10s te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948
O disttito de Ma1ilá foi 01denado rnmo o 19 do município de igual nome, pelo Deueto-lei
n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944

1I - Dirt1ito de Itt1J>eteiú (c:x-Posse): O disttito foi uiado pelos Deuetos estadmis ns l,


de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
A sede dist1ital foi t1ansfe1ida pata a povoa\ão de Ubatiba, po1 Lei estadual n" 1 010, de
21 de outub10 de 191 l
Na divisão administtativa do Biasil, 1efetente ao ano de 1911, figu1a no munidpio de Matid
o dist1ito de Ubatiba
A sede do disttito foi, sucessivamente, tiansfe1ida paia as povoa,ões de Flamengo, p01 lei
estadual 11 9 1 722, de 3 l de outub10 de 1921, e paia a de Posse, pela de n" 2 07 5, de 2 de
dezemb10 de 1926
Segundo as divisões administiativa de 1933 e teuitotiais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
assim como o quadro anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, o distiito
de Posse pe1tence ao município de Ma1icá, assim pe1mane(endo no quad10 fixado pelo Deneto
estadual n'' 641, de 15 de dezemb10 de 1938, paia vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943
Em vütude do Deueto-lei estadual n'' 1 O'i6, de 31 de dezemh10 de 1943, que fixou o quad10
da divisão teHitotial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente no qüinqüênio 1944-1948,
o dist1ito de Posse, pe1 tencente ao município de Mali cá, teve seu topônimo modificado pala
Itapeteiú
O dist1ito ele Itapeteiú foi oidenado como o 29 do munidpio de Maticá pelo Deueto-lei
estadual n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944
III - Dirtiito de Inoã: O dist1ito de Inoã foi uiado po1 lei estadual n 9 2 075, de 2 de
dezemb10 de 1926
De acô1do com as divisões administJativa 1efe1ente ao ano de l 933 e te11ito1iais de
3l-XII-1936 e 31-XII-1937, hem como com o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A,
de 31 de mau,o de 1938, o distlito de Inoã pe1tence ao município de Ma1icá, assim peunanecendo
nos quadtos teuit01iais do Estado, em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-19·18, fixados,
1espectivamente, pelos Denetos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938 e 1 056, de 31 de
dezemb10 de 1943
Pelo Deneto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeiio de 1944, o distiito ele Inoã foi mdenado
como o 39 do município de Ma1icá

MUNICíPIO DE MARQUÊS DE VALENÇA


DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O teuitó1io do Munidpio de Ma1quês de Valen,a é, em gtande paite, montanhoso, ap1esen-


tando, como p1i11lipais elevações, as seuas de Rio Bonito, Minhocas, ba11ei10, Cantagalo, Santa
Luzia, Chamem, Comas e Bauoso, situada no dist1 ito de Santa Isabel do Rio P1êto, sendo u1rn1
das mais impoltantes do Munidpio, me1ecendo ainda destacai o Pico clas Sete Léguas
Seu clima, sêco e ameno, possui boas wndi\ões de salub1icfadc A cidade, como outt lS
localidades do Município, é bastante p1ocuiada pata veianeio e estação de ema ou 1epouso
Seu te11itó1io é banhado por 2 tios imp01tantes: o Pataíba do Sul e o P1êto O p1imeit0
setve de linha divisó1ia inte1municipal com Vassouias, tendo pot afluentes o 1io Quitino e o
1ibei10 Santana Velha, e o segundo, situando-se ao n01te, delimita êste Município com o Estado
de Minas Getais, sendo seus afluentes p1incipais o 1io São Fernando e o 1ibeüo Madalena
Além dos citados, são, também, dignos de menção os l'ios Bonito e das Flo1es
- 262 -

Os rntsos fluviais de Ma1quês de Valen<.a ap1esentam inúmerns quedas dágua, destacando-se,


entte elas, as seguintes: Pau d'Alho, no tio das Flo1es, mm 35 m de altuta e descarga utilizada
de 5 111 3/s; Ped10 Catlos, no cÓ11ego da Piata, com 30 111 de altuia e descatga utilizada de
0,500 m"/s; Boa Vista, no tibeiro do mesmo nome, com 37 m de altuia e descatga utilizada
de 0,100 1113/s; a de Rio Bonito, no tio dêsse nome, além de uma outta localidade no 1ibei10
São Fernando, com 18 m de altuia e desca1ga utilizada de 2,800 m'/s, potém, sem denominação,
Suas teuas são ticas em gtanito, caulim, mica e oistal de 10cha, tendo-se ve1ifirnclo a explo-
iação dêste último minetal no disttito ele Pentagna
Nas suas matas encont1am-se alguns espécimes de madeitas de lei, ptincipalmente sobtaji,
gíbatão, peteita, pe10ba, canela, jacaté, eucalipto e gatapa, além ele algumas át votes de pau-feno
Aves 'c\ivetsas reptesentam a fauna teuestte, bem wmo gtande va1iedade de animais de polte
tegulat, notadamente pacas, tatus e capivatas
Nos seus tios, telativamente písrnsos, abundam piaus, smubis, piabanhas, bag1es, tiaí1as,
arntás e out10s peixes dágua doce
As ptincipais lavou1 as do município são: laianja, café, mandioca, banana, feijão, bataüt-
-inglêsa, batata-doce, cana-de-a<,Úcat, alho e a11oz
As indústtias são as seguintes: extiativas de ptodutos mine1ais; da madei1 a; têxteis; de
vestuátio, calçado e attefatos de tecidos; de p10dutos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Af1111icí/>io - Átea - 1 404 km"; popula,ão ( 1950) - 36 126 habs ; núme10 de dist1itos - 6
Sede f\!11nici/1cil - Átea - 398 km"; [)opulac,ão ( 1-Vll-50) -- 18 142 habs ; latitude S
22QJ5'44",0; longitude W Gt -43''41'54",0; altitude - 5'íl m; distância em linha 1eta à Capital
- 95 km; rnmo (em tela,ão à Capital) - N N O
DemciiJ dist1ito1 - Baião de Jupatanã: átea - 89 km"; populac,ão (1-VII-50) - 2 798 habs;
Santa Isabel do Rio Ptêto: átea - 343 km"; população ( 1-VII-50) - 4 575 habs ; Pentagna:
átea - 113 km 2 ; população ( 1-Vll-50) - 3 106 habs Patapeúna: átea - 319 km"; popula<,ão
( l-VH-50) - 3 814 habs Conse1vatótia: á1ea - l 12 km"; população ( l-VIl-50) - 3 691 babs

EVOLUÇÃO SOCIAL

O teuitótio do atual Município de Ma1quês de Valença, cuja átea se estende pot ! 404 km2,
eia habitado, na éporn de seu devassamento, pelos índios Cornados, cuja fetocidade ~ auôjo
os faziam temidos nas povoac,ões citumvizinhas
Em 1789, D Lurz DE VASCONCEIOS E SolUA, viée-1ei do Btasil, oulenou fôsse iniciada
a catequese dos habitantes de vátios aldeamentos indígenas, de rnja localização se tinham vagas
notícias, estando induídos, ent1e out10s, os aldeamentos dos CP10ados, que campeavam em
tôda a zona rnmpteendida ent1e os tios Paiaíba e Ptêto
Fotam encattegados dessa missão o capitão INÁCIO DE Sou7 A \X1 ERNECK, o abastado fazendeito
]osÉ RODRIGUES DA Ciw7, senho1 da Fazenda de Ubá e o padte MANOEL GOMES tEAI Dando
u1mptimento às mdens e inst1 uções tecebidas, êsses cidadãos penet1a1am no tettitó1io dos Co1oados,
dos quais tiYetam a felicidade de rnpta1 as simpatias e o tespeito Uma das p1imeitas ptovidências
tomadas pelos Colonizado1es foi a de rnnstrnit tôsrn e pequena capela, no ptincipal aldeamento
dos Co1oados, oiiginando-se daí a povoa~ão que, 1nais ta1de, se to1na1ia (idade, con1 o no1ne
de Valença
Tão cedo ficou ptonta a capela, cujo mito foi dedicado a Nossa Senhorn da Gló1ia de
Valen\a, cm homenagem ao vice-tei descendente da tiadicional família po1tuguêsa dos Ma1queses
ele Valen\a, o Padte MANOEL GOMES LEAi deu início à catequese dos gentios, em tôtno d,1
qual buscou concentia1 os inúrnetos aglomciados de índios até então dispetsos pela matatia Dessa
fo11na, fo1am ainda chamados à civiliza\ ão os índios "Putis" bem como os "A1a1is", que habitavam
no local onde hoje se etgue a vila de Consc1vató1ia, que foi um dos p1óspe10s dist1itos de Ma1quês
de Valença, hoje pettenu:ndo ao Munidpio de Batta do Pitaí Foi assim que, gta\as ao ttabalho
do (itado sacetdote, se ent1elaça1am os índios das t1ês t1ibos, tesultando dessa haunonia um
inuernento da população, entte a qual se enwntrnvam uns poucos pottuguêses
Em 1807, a localidade enrnnt1ava-se a tal ponto adiantada, que o Govêtno, po1 Ca1ta Régia
de 19 de agôsto, lhe wnfetiu o ptedirnrnento de f1eguesia Dezesseis anos depois, em 17 de
outub1 o de '1823, novamente tcLebeu a j1CJYoação as aten\ÕCs dos governantes que, pot Alva1 á
desta data, lhe rnncedetarn a rntego1ia de vila, com teu itótio desmernbiado dos têtrnos da cidade
do Rio de Janei10 e das antigas vilas de São João do P!Íncipe (depois São João Ma1ws) e
de Resende ve1ificando-se a sua instala<.ão ttês anos depois, em 12 de novembto de 1826
Dessa época em diante, comec,aiam a smgit divetsos núdeos de povoação nas teuas da vila
1ecém-niada; destacando-se cntte êles os que mais ta1de adquitÍJam títulos de fieguesia, que fornm:
Santo Antônio do Rio Bonito, Santa Isabel do Rio Ptêto, Nossa Senh01a da Piedade de Ipiabas,
Santa Tetcsa, Desengano e São Sebastião do Rio Bonito
Em 29 de sete111b10 de 1857, a vila de Valenc,a adquitiu fotos de cidade, pot efeito do
Deueto nQ 961, desta data
- 263 -

O devassamento e a colonização das teuas do Município de Ma1quês de Valença a p1inctp10


foram 1ealizaclos quase exclusivamente pelos abo1ígines aldeados e po1tuguêses Enttetanto, quando
do pe1íodo áu1eo do rnfé, no fim do impétio, eta, na antiga P10víncia, a comuna que maio1
númeto de esuavos possuía, pois, segundo TAUNAY, o seu núme10 astendia a 25 000 Fácil se
torna, po1tanto, calrnlat as funestas conseqüências advindas com a p10mulgac,ão da "Lei Áutea"
Atualmente, no Município rnjo nome foi modificado de Valença pata Ma1quês de Valença,
em vittude do Deueto-lei estadual n" 1 056, de 31 de dezemh10 de 1943, obse1va-se intenso
dinamismo nas initiativas públicas e ptivadas, numa ação cootdenada, visando ao p10g1esso dêsse
Munidpio, dotado de clima p1ivilegiado e de 1iquezas que, fomentadas inteligentemente, p10metem
dar-lhe situação de telêvo ent1e as comunas que rnnstituem o Esta<lo <lo Rio de Janeiro

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo11!la1ão Ad1llinirtu1ti1'<I: A fteguesia de Nossa Senhota da Gló1ia de Valença, ctiada po1


Catta Régia de 19 de agôsto de 1807, foi elevada à categotia de vila po1 fôt~a do Alva1á 'lll
Deueto de 17 de outub10 de 1823, com te11itó1ios desmemb1ados dos tê1mos da tidade do Rio
de Janeito e das antigas vilas de São João elo P!Íncipe (depois São João Ma1rns) e Resende A
instalação da vila efetuou-se no dia 12 de novemb10 de 1826
A vila de Valença adquitiu fotos de cidade em vittude da Lei p10vincial n 9 916, ele 29 de
setemb10 ele 18 57
Quanto à c1iação do dist1ito ele Valen<,a, foi confit:nada pelos Deuetos estaduais ns 1 e 1-A,
1espedivamente, elos dias 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Segundo a divisão administ1ativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio <le Valen(,a ficou
composto de 6 dist1itos: Valença, Desengano, Santo Antônio do Rio Bonito, Ipiabas, Rio P1êto
e São Sebastião do Rio Bonito
Na divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1933, o Município de Valen\a apatCLe mm 7
distiitos: Valença, Desengano, Santo Antônio do Rio Bonito (sede em Conse1vató1ia), Ipiabas,
Santa Isabel do Rio Ptêto (ex-Rio Ptêto), São Sebastião do Rio P1êto e São Sebastião do
Rio Bonito
De atô1do com as divisões te11it0Liais datadas de 3 l-XII-1936 e 31-Xll- l93 7, o Município se
compõe ele 7 distiitos: Valen<,a, Desengano, Ipiabas, Rio Bonito (ex-Santo Antônio do Rio Bonito),
Santa Isabel do Rio P1êto, São Sebastião do Rio Bonito e São Sebastião do Rio P1êto
No quaclto anexo ao Deueto-lei estadual n<• 392-A, de 31 de mat<,o de 1938, o Município
é constituído cios seguintes disttitos: Valença, Desengano, Ipiabas, Conset vatótia (ex-Rio Bonito),
Santa Isabel do Rio P1êto, São Sebastião do Rio Bonito e São Sebastião do Rio Ptêto
Em vittude do Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial pata vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, " Município de Valen<_a apatete wmposto dos
seguintes disttitos: Valenc,a, Conse1 vató1ia, Desengano, Ipiabas, Pentagn<> (ex-São Sebastião do
Rio Bonito), Rio P1êto (ex-São Sebastião do Rio Ptêto) e Santa Isabel do Rio P1êto
Na divi;ão te11ito1ial fixada pata vigotat no qüinqüênio 1944-1948, pelo Deueto-lei estadual
n" 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, o Munidpio de Ma1quês de Valença (ex-Valença), figma
wm 5 disttitos: Ma1quês ele Valenc,a (ex-Valen<,a), Desengano, Patapeúna (ex-Rio Ptêto),
Pentagna e Santa Isabel do Rio Ptêto Os disttitos de Conset vatótia e Ipiabas fotam ttansfetidus
pata o Município de Baua do Pitaí
Os dist1itos do munidpio de Ma1quês de Valença fotam assim 01denados pelo Deoeto-lei
estadual n" 1 063, ele 28 de janei10 <le 1944: 1" - Ma1quês ele Valença, 29 - Desengano,
3° - Santa Isabel do Rio Ptêto, 4'' - Pentagna, 'i'1 - Patapeúna
O Ato elas Disposições Constitucionais Ttansitó1ias, do Estado <lo Rio de Janei10, ptomulgado
em 20 de junho de 1947, po1 fô1ça elo alt 9 9 anexou o disttito de Consetvatóiia, desmemb1ado
de Baua do Pitaí, ao Te11itó1io de Matquês de Valença, passando a constituit o (j• dist1ito
dêsse último município
Pela Lei nº 736, de 27 de dezemb10 de 1949, o dist1ito de Desengano, 29 do município ele
Matquês de Valença, teve sua denominação mudada pata Baião ele Jupa1anã
É a seguinte, pois, a atual 01denac.ão dos disttitos do munidpio de Matquês de Valença:
19 - Ma1qt1ês de Valen\a, 2" - Baião de Jupatanã, 3" - Santa Isabel do Rio P1êto, 4" -
Pentagna, '5v - Pa1apeúna, 6º - Conse1 vatóiia

Foi111c11ão Judicicí1iC1: A comatrn de Valen\a foi uiada pot fi\i\a do Deueto n9 l 734, de
26 de novcrnb10 de 1872, wnstituícla do tê1mo de Valença
Segundo as divisões te11ito1iais de 31-XII-1906 e 31-XII-1937, a rnma1rn de Valença é
founada pelos tê1mos de Valença e Santa Te1esa, assim peunanetenelo no quad10 anexo ao
Decteto-Iei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1ço ele 1938 e no quadto te11ito1ial fixado pelo Deueto
estadual n'' 641, de 15 de elezembto ele 1938, pata vigotat no qüinqüênio l939-1943
Na divisão te11itotial fixada pelo Deucto-lei estadual n• 1 O'i6, de 3 I de dezemb10 de 1943,
pata te1 vigo1 no qüinqüênio 1944-1948, a comatrn <le Ma1quês de Valença (ex-Valen<,a) com-
pteende os têtmos de Matquês de Valença (ex-Valença) e Rio das Flotes (ex-Santa Te1esa)
As Leis ns 1 429, de 12 de janeito de 19'i2 e 1895, de 6 de julho <le 1953, mantive1am a
Comatca ele Matquês de Valença constituída pelos tê1mos de Ma1quês ele Valença e Rio elas
Flotes A Lei n• 3 382, de 12-9-1957, elevou à Coma1ca o têupo de Rio elas Flo1es
- 264 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirl!ito de Ma1q1têr de Vdlençd (ex-Valença): O distiito foi ctiado po1 rn1ta 1égia
datada de 19 de agôsto de 1807
Po1 efeito do alvatá ou deneto de 17 de dezemb10 de 1823, que uiou o município de
Valença, a sede do dist1ito foi elevada à categ01ia de vila e sede do munidpio
Em vütude da Lei p10vincial n 9 961, de 29 de setemb10 de 1857, a vila de Valença, sede
do disttito e município de mesmo nome, 1ecebeu fo10s de cidade
A ctiação do dist1ito de Valença foi confii mada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de
maio e 1-A, de 3 de jur:ho <le 1892
De acô1do com as divisões administiativas <le 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, e o quad10 anexo ao Deoeto-Iei estadual n'' 392-A, de 31 de mate.o de 1938,
o distlito de Valenc,a é sede <lo município de igual nome, assim peunaneccndo no quadto fixado
pata o qüinqüênio 1939-1943, pelo deneto estadual nº 641, de 1) de dezemb10 de 1938
Pot fô1ça do Deueto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, a co111a1rn, o tê1mo,
o município -e o distlito de Valença passaiam a denominai-se Matquês de Valenc,a No quadto da
divisão te11ito1ial, judiciária e administiativa do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948,
fixado pelo mencionado Dec1eto-Jei n 9 1 056, o dist1ito de Matquês de Valença ( ex-Valenc,a)
figuta como sede do município de idêntico nome
Pelo Deueto-lei estadual n'' 1 063, de 28 de janei10 de l 9·í4, o dist1ito de J\fa1quês de
Valença foi ordenado como o 19 do município de igual nome

TI - Di1t1ito de Bc11ão de /11/Jmc111ã (ex-Desengano): O dist1ito de Desengano foi uiado


po1 deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e l-A, de 3 de junho de 189<
Nas divisões administiativas 1efe1entes aos anos <le 1911 e 1933, te11ito1iais datadas <le
31-XII-1936 e 31-XII-1937, assim corno no quaclto anexo ao Deueto-lei estadual nº ?·92-A, de
31 de matço de 1938, Desengano figuta como dist1ito do município de Valenc_a, assim pe11n.1-
necenclo no quad10 da divisão te11ito1ial do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, fixado
pelo Deoeto estadual n 9 641, de 15 de dezembto de 1938
De acô1do com o quad10 da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente
no qüinqüênio 1944-1918, fixado ~'elo Deoeto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943,
o distlito de Desengano pe1tence ao municí11io de Matquês de Valença (ex-Valença)
O dist1ito de Desengano foi ordenado como o 29 do município de Ma1quês de Valença pelo
Deueto-lei estadual n'' 1 063, de 28 de janei10 de 1944, tendo sido sua denomina<,ão mudada
pata a de Barão de Jupatanã, pela Lei nº 736, de 27 de dezemb10 <le 1948

III - Dir11ito de 5cmtd I1abel do Rio P1êto: A fieguesia de Santa Isabel do Rio P1êto
foi uiada pen Lei ou Deneto ptovincial nº 573, de 9 de outuh10 de 18'íl Sua niat,ão foi
wnfitmada pelos Deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 ele junho de 1892
Na divisão administtativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figma no município de
Valcnc,a o clist1ito denominado Rio P1êto, assim peunanecendo no boletim datado de 6 de
janeito de 1917
De acôtdo com as divisões administiativa de 1933 e te11itotiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deeteto-lei estadual nº ?>92-A, de 31 de março
de 1938, o dist1ito 1eto111ou a sua p1imitiva denominação de Santa Isabel do Rio P1êto e pe1tence
ao município de Valen<,a, o mesmo se vetificando no quad10 fixado pelo Deueto estadual n" 641,
de 15 de dezemb10 de 1938, pata vigotat no qüinqüênio 1939-1943
No quad10 da divisão te11ito1ial, judiciátia e administtativa do Estado: em v1gencia no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Deueto-Iei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 ele 1943,
consta no município de Matquês de Valença (ex-Valença) o dist1ito de Santa Isabel do Rio Ptêto
O disttito de Santa Isabel do Rio P1êto foi 01denado como o 3º do município de Ma1quês
de Valenc,a, pelo Decreto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1944

IV - Di111i10 de Penlctgna: O Disttito de São Sebastião do Rio Bonito foi uiado pot
Lei ou Deueto p1ovifüial n 9 2 790, de 17 de novemb10 de 1855 Os Deuetos estaduais ns l,
de 8 de maio e l -A, de 3 de junho de 1892, confitmar am a cria e_ ão do disttito
O dist1ito de São Sebastião do Rio Bonito, que1 nas divisões administtativas de 1911 e 1933
e tcuito1iais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, como no quad10 ,rnexo ao Deueto-Iei estadual
9
n 392-A, de 31 de mau,o de 1938, figuta no município de Valenc,a
Po1 efeito do Deueto estadual n" 641, ele l5 de dezembto de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial em vigo1 no qiiinqüênio 1939-1943, o disttito de São Sebastião do Rio Bonito, subor-
dinado ao município de Valença, passou a denominai-se Pentagna
Segundo o quad10 da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Decteto-lei estadual n'' 1 056, de 31 de dezemb10 ele 1943,
o disttito de Pentagna pettence ao município de Matquês de Valença (ex-Valença)
Pelo Decteto-Jei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1ito de Pentagna foi
otdenado como o 4° do município de Ma1quês de Valença
- 265 -

V - Di1t1ito de Pa1t1petÍn<1 (ex-Rio P1êto): O distiito de São Sebastião do Rio P1êto


foi niado poi Lei estadual nº 1 811, de 28 de janeito de 1924, rnnstituindo-se com teuitóiio
desmembiado do 6° distiito, São SE:bastião do Rio Bonito
De acôido com as divisões administtativas de 1933 e te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-193 7, hem corno o quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o distiito de São Sebastião do Rio Piêto pe1tence ao munidpio de Valença
Pui efeito do Deueto estadual n• 641, de 15 de dezernb10 de 1938, que fixou o quad10
da divisão te11itotial, judiciáiia e administiativa do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943,
o distiito de São Sebastião do Rio P1êto, do município de Valença, passou a denominai-se
Rio Piêto
Em vittude do Deueto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, a denominação do
distiito de Rio P1êto foi modificada pata Parapeúna No quacho fixado poi êsse mesmo Deneto-lei
n9 1 056, pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o distiito de Parnpeúna (ex-Rio P1êto), figma
no munidpio de Maiquês de Valen\a (ex-Valença)
Pelo Deueto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1 ito de Patapeúna foi
mdenado como o 5º do munidpio de Ma1quês de Valença
VI - Dirt1ito de Conreit't1tó1it1: A fieguesia de Santo Antônio do Rio Bonito foi uiada
po1 fôtça da Lei p10vincial nº 136, ele 29 de ma1ço de 1839 Sua uiação foi confiunada pelos
Decietos estaduais ns 1, de 8 de maio de 1892 e 1-A, de ~ de junho dêsse mesmo ano
Segundo as divisões aclministtativas de 1911 e 1933, figuta no município de Valença o distiito
de Santo Antônio do Rio Bonito, o qual, em 1933, tem sua sede localizada em Conseivatóiia
De acôido wm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-19'\7, o distiito
passou a denominai-se simplesmente Rio Bonito, pt:1manecendo no município de Valenr,a
Po1 fôiça elo Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1 ço ele 1938, o distiito de Rio
Bonito teve seu nome alktado pata Consei vatótia No quadto anexo a êsse Deueto-lei
n• 392-A, bem rnmo no quad10 fixado pelo Deoeto estadual nº 641, de 15 de dezemb10
de 1938, pata vigorni no qüinqüênio 1939-1943, rnnsta no município de Valença o distlito de
Consei vatólia
Poi efeito do Deuéto-lei estadual n 9 1 055, de 31 de dezembio de 1943, rnnfiimaclo pelo
ele n• 1 056, da mesma data, o distiito de Conse1vatóiia foi tiansfe1ido do município de Matquês
de Valença pata o de Ba11a do Püaí, onde figuia no qüinqüênio 1944-1948, cujo quacl10 foi
fixado pelo iefeiiclo deneto-lei n• 1 0'56 e foi 01denado como o 59 distiito do munidpio de
Ba11a do Pilaí, pelo Dec1eto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1944
Em vütude do aitigo 9º do Ato das Disposi<,ões Constitucionais Tiansitóiias, p1omulgado
em 20 de junho de 1947, e que int10duziu modificações no quaclio em vigo1 no qüinqüênio
1944-1948, o distlito de Consei vatóiia foi desmembiado do município de Ba11a elo Püaí e 1eimo1-
potado ao município de Ma1quês ele Valença, de que passou a rnnstituit o 6° distiito

MUNICíPIO DE MENDES
INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

MunÍlÍ/Jio: Á1ea - 65 km 2 ; população ( 1950) - 12 328 habs núme10 de distiitos - 1

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1 mc1ção ad111i11irt1ati1•c1: A freguesia de Santa Ciuz dos Mendes foi ciiada em te11itó1io
do município de Püaí, po1 lei ou Deneto p10vincial n" 808, de 29 de setembio de 1855
Com a niação do município de Baua elo Pitaí, pelo Deneto estadual n" 59, de 10 de
ma1<,o de 1890, o distlito de Mendes passou a fazei pa1te do mencionado município
A oia<,ão do distiito ou freguesia de Mendes foi wnfiunada pelos deuetos estaduais ns 1,
de 8 ele maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
Tanto nas divisões aclministiativas de 1911 e 1933, rnmo nas te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-193 7, Mendes figuia como distlito do município de Hau a do Pitaí, situação essa
mantida no guacl10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de maiço de 1938 e nos quad10s
fixados pata vigorniem nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, pelos den etos estaduais ns 641,
de 1'i de dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 de dezemh10 de 1943, iespectivamente
O distiito de Mendes foi oidenado wmo o 49 elo município de Batia do Püaí pelo Dec1eto-lei
estadual n• 1 063, ele 28 de janei10 de 194<í
A Lei nº 1 559, de 11 de julho de 1952, desmemb10u do município de Ba11a cio Pitaí o
49 clistiito - Mendes - , que passou a wnstituit o únirn distiito e sede do município de Mendes,
niado pela 1efeiida Lei
Fo1 mc1(ão j11dicicí1ic1: Inicialmente, o município de Mendes pe1tenceu ao tê1mo e comaica
de Ba11a do Pilaí
A Lei nº 1 895, ele 6 de julho de 1953, uiou o tê11no judiciá1io de Mendes, que ficou
jmisclicionaclo à wmaica de Ba11a do Pitaí A Lei n 9 3 382, ele 12-9-1957, elevou à categoiia
de Coma1rn o têimo ele Mendes
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MUNICíPIO DE MIGUEL PEREIRA


INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Municífio: Áiea - 253 km2 ; populac.ão ( 1-VII-50) - 10 831 habs ; núme10 de distiitos - 2.
Sede municipal: Átea - 130 km'; populac.ão (1-VII-50) - 5 619 habs
DemaiJ dist1itor: Gove10ado1 Poitela: áiea 123 km'; populac.ão ( l -VII-50)
5 212 habs

EVOLUÇÃO POLÍTICA

O distiito de Miguel Pe1eita foi oiado j)elo Deueto-Iei estadual nº 1 055, de 31 de dezemb10
de 1943, confiunado pelo de n 9 1 056, da mesma data, com teuitótio desmembiado Llo dist1ito
de Gove10ado1 Po1tela, do município de Vassomas Segundo o quad10 te11itotial do Estado,
fixado pelo supiacitaclo Deueto-lei n 9 1 056, pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o disttito
de Miguel Pe1eita peitence ao município de V assomas, no qual foi otdenado como o l O", pelo
Decreto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1941
O município de Miguel Pe1eita foi uiado pela Lei n 9 2 626, ele 25 de outub10 de 1955,
que desme111b10u o 10 9 e o 9 9 disttito do município ·de V assomas, 1espectivamente Miguel Pe1eita
e Gove10ado1 Poitela, que passaiam a constituit nessa otdem o l Q e 29 dist1itos do município uiado

I'o1mc1ção j11diciâ1ia: Ao sei uiado, o município de Miguel Pe1eit:t passou a peiteme1 à


rnma1ca de Vassomas No entanto, pela Lei n" 2 894, de 26-7-1956, foi oiada a Comatca ele
Miguel Pe1eita

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Distiito de Miguel Pe1ei1c1: O dist1ito de Miguel Pe1eiia foi uiado pelo Deoeto-lei
estadual n 9 1 05 5, de 31 de dezemb10 de 1943, rnnfiunado pelo de n" l 056, ela mesma data,
com te11itó1io desmembrndo do dist1ito de Gove111ado1 Poitela, do município de Vassomas Segundo
o quaclto te11ito1ial do Estado, fixado pelo suprncitado Dectcto-lei n" 1 056, pata vigoiat no
qüinqüênio 1944-1948, o distiito de Miguel Peteita pe1tence ao município de Vassoutas, no
qual foi otdenado w:~<o o 10'', pelo Deneto-lei estadual n" 1 063, de 28 d.: janei10 de 1944
O dist1ito de Miguel Pe1eita foi desanexado do 1m1111op10 de Vassou1as pela Lei n 9 2 626,
de 25 de outuh10 de 1955, e passou a constituit o 1" disttito e sede do município de Miguel
Peteita, oiado pela 1efe1ida Lei

II - Dist1ito de Go1•e111<1do1 P01telc1: O distiito de Gove111ado1 Pottcla foi oiado po1


Lei estadual, n" 2 180, de 16 de novembto de 1927
Segundo as divisões administiativas de 1933 e tc11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
bem rnmo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, o disttito
de Gove111ado1 Po1tela jmisdiciona-se ao município de Vassoutas, o mesmo se obse1vando no
quad10 te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Deueto estadual
n" 641, de 15 de dezembto de 1938
Em vi1tude do Deueto-lei estadual n" l 05'i, de 31 de deze111b10 de 1943. confitmado pelo
de n'' l 056, da mesma data, o dist1ito de Gove111ado1 Pottela petdeu patte de seu te11itótio
a fim de rn-nstituit o novo dist1ito de Miguel Pe1eita, adquitindo, p61ém, out1a, t1ansfe1ida do
extinto disttito de Bonfim, do município de Nova Iguaçu No quaclto da divisão t<;uitoJ ia!, judiciátia
e administtativa do Estado, em vigot no qüinqüênio 191i4-1948, fixado pelo Deueto-lei estadual
n 9 1 056, já men(ionado, Gove111ado1 Pottela figuta como distlito do município de Vassoutas,
no qual foi 01dcnado wmo o 9 9 , pelo Decteto-lei estadual n" l 063, de 28 de janeito de 1944
O dist1ito de Gove111ado1 Po1tela foi desanexado do mu111op10 de Vassomas pela Lei
n 9 2 626, de 25 de outuh10 de 1955, passando a constituit o 29 disttito do rnunidpi0 de Miguel
Petcita, uiado na 1efc1ida f ei

MUNICíPIO DE MIRACEMA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O te11itó1io do Município de Miiacema é. soh1emodo acidentado em tôcla sua extensão,


destacando-se as seguintes elevações: seJlas de Sossêgo, Flo1es, Boa Vista e Cascata, e picos
de Santa Ma1ia, Lagoa Pteta, Mouo Azul, Rica1do Simões e Gavião
Seu dima distingue-se pela sal ubtidade
Sua bacia hid10g1áfica é 1elativamente pob1e, e é 1ep1esentada 1)01 pequenas rn11entes fluviais,
das quais se citam os 1ibei10s Santo Antônio e Bonito, e os có11egos Sob1cito, Água Limpa,
Se11a Nova, Libe1dade, Baueitinha, Pitineus, Lagoa P1eta, Duas Bau as e Boa Espetança, além
de out10s
- 267 -

Em todo o Munidpio há exttação de madeitas que se ptestam a finalidade diversas; todavia,


têm maiot aptoveitamento como combustível
Reptesentam a fauna te11est1e de Mitacema animais comuns à fauna fluminense: pacas, tatus,
quatis, macacos, ek , enconttando-se, entte as aves, jacus, inabus e macucos, ptincipalmente
Em seus cutsos dágua, pequenos e de pouca piscosidade, enrnntram-se, todavia, acarás, bagres
e ttaÍlas
As ptincipais lavomas do munidpio são: latanja, tomate, café, mandioca, banana, mamona,
feijão, milho, batata-doce, uva, fumo, amendoim, algodão em caroço, cana-de-açúca1, auoz e
abacaxi
As indúst1ias são as seguintes: de ttansfo1mação de minérios não metáliws; da madeita;
têxteis; de l'.todutos alimentícios; de bebidas; de papel e papelão

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Mt111icíjJio: Átea - 269 km2 ; população (1950) - 18 722 habs núme10 de disttitos - 3
Sede Municipal: Átea - 201 km 2 ; população ( l-VIl-50) - 13 482 habs ; latitude S
2l924''50'',3; longitude W Gt - 42 9 11'58'',2; altitude - 137 m ; distância em linha teta à
Capital - 190 km; 1umo (em 1elação à Capital) - N N E
DemaiJ di1t1itor: Pataíso do Tobias: átea - 43 km 2 ; população (1-VII-50) - 3463 habs
Venda das Flotes: áiea - 25 km 2 ; popula<,ão (1-VIJ-50) - l 777 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

A wlonizac,ão do te11itó1io do Município ele Mitacema, que, ptesentemente, se estende po1


uma á1ca calculada em 269 km 2 , é at1ibuída aos esfo1c,os de D ERMELINDA RODRIGUES PEREIRA,
p1imitiva ptoptietátia das teuas que hoje rnnstituem o disttito da sede
Segundo a trndic,ão, pot volta do ano de l 846, a 1efc1 ida senhota mandou eiigit, no local
onde atualmente existe a ptaça que lhe tem o nome, uma capela dedicada ao culto de Santo
Antônio Era intenr,ão de D ERMELINDA t1ansfo11na1 suas p10p1iedades em bens de uma pa1óquia,
que p1etendia fôsse ditigida, mais ta1cle, po1 um seu filho de nome MANUEL, que concluía seus
estudos em um seminátio de Ma1iana, Minas Getais
Ptosseguindo em seu intento, a 1efe1ida senhoia doou 25 alqueites de teua elos 2 000 que
possuía, destinando-os a rnnstituit a átea da futma fteguesia de Santo Antônio, mais tà1de
Santo Antônio elos B10tos Deve-se essa mudança de topônimo a te1 b10tado um dos sólidos esteios
de capela etguicla po1 D ERMELINDA, o que a oendice popula1 at1ibuiu a um milag1e, ac1es-
centando ao nome do pad10ei10 Santo Antônio a designac,ão ele "dos B10tos"
Como se ve1ifica, muito deveu Santo Antônio dos B10tos à sua fundadota, que, além elas
benfeitotias citadas, instalou, ainda, em seu teuitótio, inúmetas fazendas, ent1e as quais se
destacatam, 1;01 sua p1odutividade, as de Água Limpa, Recteio, Fottaleza, Ubá, Seua e Mo110 Azul
Todavia, apesat dos ingentes esfo1ços de D ERMELINDA pata fazet do seu filho rc·ais môço
um sace1dote, tal não aconteceu Apaixonando-se po1 uma môça, de nome MARIA DA GLÓRIA, o
jovem MANUEL 1esolveu abandonai os estudos eclesiásticos e, pai a se livtat das imposições de
sua pode10sa genito1 a, fugiu de casa levando consigo o objeto de seus amô1es Notando a falta
do filho, D ERMELINDA encallegou um seu esuavo de confiança, de nome CoRNÉLIO, afamado
po1 seus uimes e suas feitiça1ias, de enconttat o patadeito do jovem casal e de tiaze1-lhe o filho
Novamente falhatam os planos de D EHMEI INDA, pois seu esoavo, ludibtianclo-a, passou a
se1 vii a MANUEi, a quem, ainda por cima, ent1egou os rnelho1es cavalos das fazendas de sua
senhota Segundo consta, só doze anos depois da fuga de seu filho, D ERME! INDA pe1 doou-lhe
o desmantêlÕ de seus planos, wnsentindo, então, que êle a visitasse com sua espôsa
Em 26 ele janei10 de 1880, pot fô1ça de uma delihctação dessa data, o Govêtno P10vincial
houve po1 bem uia1 "um distticto policial - na povoar,ão Santo Antonio dos Btotos desmembtado
da fteguezia de Santo Antonio de Padua, do municipio de São Fidelis, com o teuitotio e divisas
seguintes: - as nascentes elos Jiachos Bonito e Ba110 Btanco e tibeitão Santo Antonio, sendo
desde as nascentes do p1imei10 até os limites da fazenda "Santa Inêz'', de FRANCISCO BERNARDINO
DE BARROS, e a fazenda "Pataizo'', da viuva e hetdeitos do finado PI ACIDIO ANTONIO DE BARROS;
pa1tinclo desta, em uma linha 1eda, passando pelos limites ela fazenda do finado Juuo LEITE
RIBEIRO e pelos limites da fazenda de PEDRO HENRIQUES DA SILVA, no Bauo Brnnw; seguindo
ainda po1 uma 1eda até os limites da fazenda que foi do finado ANTONIO RODRIGUES Mu rucA,
denominada "Flmesta", e pelas divisas ela fazenda que foi do finado capitão FRANCO, seguindo a
encont1a1 os limites da P10vimia de Minas Getaís; destes pontos pata cima tudo quando ve1te1
pata aqueles 1iachos e tibeiw"
Pourn tempo depois de c1íado o dist1ito policial, o Govê100 1esolveu oia1, também, o dist1íto
de paz na localidade de "Santo Antônio dos B10tos" Pata tanto, expediu uma delibeta~ão datada
de 9 de setemb10 de 1881, cujo teo1 eia o seguinte: "Fica neado um - dist1icto de paz -
na localidade denominada "Santo Antonio dos Btotos'', na fieguezia de Santo Antonio de Padua,
no município ele São Fidelis, tendo esse distticto o te11itó1io e divisas de que se compõe o
clist1icto policial allí cteado pela Delibe1ação de 26 de janeíto de 1880" ·
- 268 -

Passados anos, flotesda a povoa,ão de Stº Antônio dos B10tos, quando, segundo consta, pot
fô1,a da Delibetação de 13 de ab1il de 1883, o Go,·ê100 P10vincial, atendendo à sofüita<.ão feita
pela Câmata Municipal de Santo Antônio de Pádua, que expunha a inconveniên(ia de existitem
na mesma vila duas lornlidades com idêntirn denominação, 1esolveu mudai o nome do dist1ito
ele paz de Santo Antônio dos B10tos pata Mita(ema, o qual sutgiu ela L011utela dos tê1mos
indígenas Ybita e Cerna, que, segundo uns auto1es, que1 dizei "pau-que-b10ta" e, segundo out10s,
"povo", "gente que nas(e ou b1ota" A delibeiação que alte10u o nome da localidade estava
assim 1edigida: "O Gove100, tendo p1esente o offi(io de 7 de abtil rn11cnte em que a Cama1a
Municipal de Santo Antonio de Padua expoz que os habitantes do novo disttú.to ele paz <hl
f1eguezia da Vila, denominado Santo Antonio elos B10tos, allegando que po1 havei outta lornlidade
com o mesmo nome ou semelhante, sofftem elles o exttavio de sua <Ot t espondefüia, e peditam
pot isso a mudança claguelle nome - app10va a delibeiac.ão que tomou a CamaJa em sessão
daguella data de dai ao 1efelido distti(tO o nome de "Mita(ema'', que exp1 ime em lingua indigena
a mesma idéa que o vornbulo -- B10tos"
Mitacema, desde os seus p1imó1dios até o fim do sérnlo XIX, contou (Om intensa vida
econômica e social, ve1ifirnndo-se eno1me sutto p10g1essista a pattit de 18'í0, época cm que
suas lavouias de rnfé, auoz, milho e feij1ío aball'otavam os rne1rndos, aos quais chegavam em
lombos ele but10, via São Fidélis
Em 19 de setemb10 de 1891, o Govê100, tendo conhecimento da ptóspeta situação da
localidade, hom e po1 bem at1ihuit-lhe a categotia de disttito, wnfitmando êsse alo pot Deuetos
de 8 ele maio e 3 ele junho de 1892
No século ptesente, embota tenha sido ptejudirnda pot alguns fatô1es de 01dem política,
Mitacema LOntinuou a mantet seu 1itmo p10g1essista, o que motivou a sua elevac,ão à catego1ia
de Município, pot efeito do Deueto estadual n' 3 401, de 7 de novembto de 19)5, ve1ificanelo-se
a sua instala<.ão em 3 de maio do ano seguinte
Sendo, como é, impo1tante zona p10duto1a ele café, algodão e cana, wm indúst1ia e rnmé1cio
p1óspe10 e possuindo clima e água de excelentes qualidades, Miiacenrn destina-se a invejável
posição, no rnnceito das rnmunidades fluminenses

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1ma(ão Admi11irt1c1tii>a: Disttito policial uiado mm o nome de Santo Antônio elos B10to3
pot Delibeiação ele 26 ele janeito de 1880 O disttito de paz, rnm o mesmo nome, foi uiaJo
pot Delibeiação de 9 de setemb10 de 1881 A Delibetac,ão de 13 de ab1il de 1883 mudou o
nome elo clist1ito pata Mita(ema A oiação foi confomada po1 Delibe1ar,ão datada ele
19 ele setembto de 1891 e pelos Deuetos estaduais ns l e 1-A, tespedivamente de 8 de maio
e 3 ele junho elo ano de 1892
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o disttito ele Miiaccma pe1tence
ao Município ele Santo Antônio de Pádua, assim petmarnxendo na divisão administtativa de 1933
O Município de Milacema foi c1iado em vittude do Deueto n" 3 401, de 7 de novemb10
de 1935
De a(Ôldo com as divisões te11ito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município
de Mitacema é constituído po1 3 dist1itos: Mitacema, Flotes e Paiaíso do Tobias
No guad10 anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 de matc,o de 1938, rnnsta o
Munidpio de Mitacema dos seguintes dist1itos: Miiacerna, Paiaíso do Tobias e Venda das Flotes
( ex-Flo1es), assim wntinuando no gua<ho te11ito1ial pata vigota1 no qüinqüênio 1939-1943,
fixado pelo Decteto estadual n'' 641, ele 15 de dezemb10 de 1938
Na divisão te11ito1ia[ fixada pelo Deoeto-lei estadual n" l 056, de 31 de dezernb10 de 1943,
pata tet vigo1 no giiinqüênio 1944-1948, o Município apa1ece wm 3 disttitos: Mitalema, Pataíso
do Tobias e Venda das Flores, 01clenaclos 1espedivamente wmo 1•, 29 e 3'' dist1itos do nwnicípio
de Mitacema pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janeito de 1944
Fo11/lCtção /11diciá1ic1: Segundo as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-l936 e 31-XII-1937,
bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de ) l de mau,o de 1938, o têtmo
de Mitacema pettence à coma1rn de Santo Antônio de Pádua, assim pe1manecendo no guadto
tettito1ial em vigo1 no qüinqüênio l939-1943, fixado pelo Deueto estadual nº 641, de J 5 ele
dezembto de 1938
Pot fâJça do Dectcto-lei estadual n 9 l 056, de 3 l de dezembto de l94'.\, que fixou o guacho
te11ito1ial pata vigotat no qüinqüênio l 944-1948, foi uiada a rnmatrn de Miiacema, rnnstituícla
do tê1mo únirn denominado Mitacema, situac,ão essa mantida pelas Leis ns l 429, de 12 ele
janei10 ele 1952 e 1895, de 6 de julho de 1953

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dist1ito de Mi1c1ce111ct: O dist1ito policial foi c1iado po1 delibeta<,ão de 26 de janeit0


de 1880
O disttito de paz ele Santo Antônio dos B10tos, na f1eguesia ele Santo Antônio de Pádua,
foi niaelo pot Delibeta<,ão ele 9 de setembto de J 88 l
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Com a <lenominação de Miiacema, foi uia<lo po1 Delibeiação estadual de 19 de setemb10


ou 13 de outuh10 de 1891
A Clia<.ão do distlito foi rnnfornada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A,
de 3 ele junho ele 1892
Segundo as divisões administiativas 1efe1cntes aos anos de 1911 e 1933, o dist1ito de MiiacenH
peltente ao município de Santo Antônio 'de Pádua
Po1 fôtça elo Deueto estadual n 9 3 401, de 7 de novemb10 de 193\ foi niado o munidpio
de Miiacemà, tendo po1 sede o dist1ito ele igual nome
De acô1do com as divisões te11itoliais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-l937 e o quadto
anexo ao Deueto-lei esta<lual n 9 392-A, de 31 de mai<,o de 1938, o distlito de Mitaccma é sede
do município de mesmo nome, rntego1ia em que foi mantido pelos dectetos estaduais ns 641,
de l 'S de clezemb10 de 1938 e 1 056, de :n de dezembw de 1943, que fixatam, 1espectivamente,
os quacl10s te11ito1iais em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1918
O dist1ito de Miiacema foi 01denado como o l 9 do município ele igual nome pelo Deueto-lei
estadual n• 1 063, de 28 de janeüo de 1944
II - Di<t1ito de Pe11aí10 do 'l'obicH: O disttito de Pataíso do Tobias foi c1iaclo pot Lei
estadual n9 l 788, ele 9 de novembw ele 1921, constituindo-se rnm te11itótio desmcmbiado dos
9
l e 29 clisttitos, Santo Antônio de Pádua e Mitacema
Na divisão a<lministlativa 1efetente ao ano de 1933, figuta no munidpio de Santo Antônio
de Pádua o clistlito de Pataíso do Tobias
Em viitude do Deueto estadual n'1 3 401, de 7 de nove111b10 de 19'35 o dist1ito de Paiaíso
do Tobias foi desmembtado do rnunidpio de Santo Antônio de Pádua e anexado ao novo
munidpio de Miiacema
Segundo as divisões teuitotiais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-l937, bem rnmo o quad10
anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1<.o <le 1938, o distrito de Pataíso do Tobias
pe1tence ao munidpio de Müacema assim pe1manecendo nos quadtos da divisão teuitotial do
Estado, em vigo1 nos qüinqüênios l 939-1943 e 1944-1948, fixados, t espcctivamente, pelos Denctos
estaduais ns 641, de 1') de clezembto de 1938 e l 0'56, de 31 ,\e dezemhto ele 1943
Pelo Deueto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o disttito de Pataíso do Tobi,1s
foi 01denado rnmo o 2º do munidpio de Miia<ema
III - Dist1ito de Vendc1 dc1< Flo1e<: O distiito de Flotes, com secle na povoação de Venda
das Plotes, foi uiado po1 Lei estadual n'' 18, de l 8 de maio de 19?6
Segundo as divisões te11itotiais datadas de 31-XII-1936 e )l-XII-1937, o dist1ito de Flotes
pe1tcnce ao munidpio de Mitacema
Em vittucle do Deneto-lei estadual n'' 392-A, de 31 ele ma1ço de l938, o clisttito de Flo1es
passou a denominat-se Venda das Flotes No quadto anexo ao mencionado DeCleto-lei nQ 392-A,
Venda das Plotes (ex-Plotes) figuta wmo dist1ito do munidpio de Mirncetna, o mesmo se
obse1vando nos quadtos da divisão te11itotial, juditiátia e administtativa elo Estado, vigentes
nos qüinqüênios 1939-1943 e 194í-1948, fixados, 1espedi\amente, pelos Deuelos estaduais ns 641,
de 15 de dezcmb10 de 1938 e l O'í6, ele 31 ele dezemh10 de 1943
O distiito de Venda das Plo1es foi otdenado como o 3'1 do munidpio de Mitacema pelo
Dec1eto-lei estadual nQ l 063, de 28 ele jancito de 1944

MUNICíPIO DE NATIVIDADE DO CARANGOLA


INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

lvf11nicípio: Á1ea - 59l km 2 ; população (1950) - 26 191 habs ; númeto de dist1itos - 3


Sede m1111ici/1cd: Á1ea - 243 km'; população ( l-VII-50) - 13 043 habs ; latitude S -
21"02'30",0; longitude \1(f Gt - 41 9 58'38'; altitu<le - 18'í rn; distântia em linha teta :'1
Capital - 23'5 km; turno (em 1elação à Capital) -- N N E
Demcii1 di1t1ito1: Vau e-Sai: áiea -- 188 km 2 ; população ( l-VlI-'íO) 'í 816 lrnbs
Outânia: átea -- 160 km'; população ( l-VII-50) - 7 332 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

A histótia •da colonização das teuas que hoje fa:zem patte do mumup10 de Natividade do
Catangola, cuja á1ea se p10longa po1 591 km', tem o seu início no pe1íodo que medeia de 1 821
a 1 831
Os histotiado1es são unânimes em at1ibuit o desbt avamento da tegião a JosÉ LANNES (ou
DE LANA) DAN fAS BRANDÃO que, segundo uns auto1es, leiia pe1tencido à Milícia de D foÃo VI e,
segun<lo outtos, tetia sido um deselto1 ela fôtça policial de Ponte Nova em :Minas Geiais
Segundo 1ezam os que seguem a p1imeiia ve1são, JosÉ LANNES te1ia assentado piaça na
1efe1ida Milícia po1 volta do ano de 1820, conquistando, po1 atos de btavuta, dois meses depois
de seu ing1esso nessa ttopa, o pôsto de sa1gento
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Apesa1 de tão ausprc10so início de caueüa, pouco tempo demotou JosÉ LANNES nas fileüas
da Milícia, devido a um gtave il1lidente havido ent1e êle e um alfe1es pottuguês
Contam os aut01es favotáveis a essa versão que, cetto dia, em Nite1ói, onde se enrnntiava
aquattelada pa1te dessa ffüça, voltava o sargento de um se1vi,o estafante, quando foi chamado
pelo alfetes' lusitano MANOEL DE SOUZA, recém-chegado de Po1tugal, o qual lhe rnnferiu a
vexatória missão de levai uma ca1ta e presentes paia a namotada
Revoltado, o b1 ioso sargento refutou a incumbência, o que ptovourn no alferes um a11eba-
tamento de cólera Erguendo o rebenque que trnzia, ameaçou fustigat a face do infe1i01, não
conseguindo rnlirna1 o seu intento, giaças à ligeüeza com que o sa1gento se esquivou Insistindo
o alfctes em seu intento ag1essivo, JosÉ LANNES, petdendo as últimas 1ese1 vas de ponde1 ação,
a11ebatou o chicote de suas mãos, zmúndo com êle o 10sto do ofidal que, acovardado, se 1efugiou,
cou endo, no quaJ te!
Compteendcndo o alcance do gesto que ptaticata e, temendo as conseqüências funestas que,
sem dúvida alguma, dêle advitiam, 1esolveu o sa1gento dese1ta1 das fileiias da Milícia e se 1efugia1
em sítio segmo Foi assim que, abandonou o quattel e iniciou sua fuga, pattindo em busca do
tio Pataíba
Tendo chegado a êsse 1io, JosÉ LANNES subiu-o até a confluência wm o tio Mui iaé, pelo
qual p10sseguiu até a primeüa moiada dos índios "Pmis", na hoje fazenda da Conceição Depois
de um bteve descanso nesse local, JosÉ LANNES subiu, guiado po1 uma escolta dos "Pmis'', pelo
1io Carnngola até a cachoeüa de Tombos, de onde voltou, assinalando em sua passagem os locais
de Po1ciúmula e Natividade
Sabe-se que, mm a p10clamação da Independência, JosÉ LANNfü> foi indultado, tesolvendo
então 1etorna1 à fazenda do pai e que, érn 1831, já desteme10so da Justiça, voltou êle às tc11as
anterio1rnente dematcadas no tio Carnngola, fazendo-se acompanha! de sua noiva e de dois
escunas Poste1io11nente, d1egauun às ma1gens do Mutiaé e do Caiangola, os TINoco, os Cus1ómo,
os AÍ VES e os PEREillA que, juntamente com o pionei10, foiam os p1imei1 os habitantes da 1egião
Esta é urna das ve1sões da história de JosÉ LANNES, DE f ANA ou ainda JosÉ DE LANES DAN1AS
BRANDÃO, rnmo o denomina o ilusttado Dt MÁRIO PINHE!l\O 1Yfo1A, a quem devemos um dos
melho1es ou, senão o rnclho1 ttabalho especializado sôbte a 1egião de Itape1una
Segundo êsse auto1izado esc1ito1, a história dos piimó1dios de Itapelllna desenyoJvcu-se da
seguinte founa: "Em 1831, Josi'.~ DE LANES DANTAS BRANDÃO, depois de desetta1 da polícia
de Ponte Nova, 1efugiou-se em Campos Receioso de sei aí descobe1to, ptocu10u o se1tão, indo
até à altma do atual município de Viçosa, teg1essando it zona de Fatia Lemos, paia depois descet
e apossai-se de tôda a teua, desde Potciúncula até o Bambuí
Em 1832, 26 de outub10, JosÉ LANES esuevia, do luga1 que denominou "Conceição", ao
seu filho FRANCISCO, dando notícias, pedindo tecmsos e, mais, que fôsse feita uma consulta
ao amigo "sa1gento", em Minas sôb1e a possibilidade de legalização da posse das te11as que
havia ocupado Voltou JosÉ DE LANES, em 1833, a zona que deixata, trnzendo de 1eg1esso, em
sua companhia, índios, esuavos e um indivíduo pot nome BAMBUÍ, a quem doou as teuas que
têm hoje esta denominar.ão
Estabelecido já no lugal denominado Pôtto Alegu; faz então em 1834 doação, pot título,
das cachoeitas do Cubatão ao tenente-co10nel GERAI DO RODRIGUES DE AGUIAR
Depois desta data )osÉ DE LANES desfez-se da p10priedade de Pô1to Alcg1e e estabeleceu-se
no vale do Catangola, na fazenda de São José, à matgetn cio Carnngola, acima de Natividade
Ainda em 1831, fêz nova viagem a Ponte Nova, tiazendo os seus ümãos ANTÔNIO e FRANCISCO,
aos quais cedeu as teuas da ma1gem esque1da do 1io Ca1angola, compteendidas pela bacia do
Ribeüão de São Sebastião, ou Bom Smesso (fazenda, engenho) Boa Espetança ,e a bacia do
Ribeiião da Conceic,ão
Pata a fazenda da Conccic,ão trnnsfeiiu-se 111ais tarde o capitão JoÃo F DANTAS BRANDÃO,
pai dos posseirns Falecido, aí, foi sepultado no velho cemitétio ainda hoje existente, mas em
abandono Dessa founa o vale do Carnngola habitava-se enquanto o vale do Mutiaé pc1manecia
desabitado Mas, ainda neste ano, )osÉ FERREIRA CúsAR, patente de )os1\ DE LANES, a ptetexto
de batei ou10 e colhei ipecacuanha ( ei va da emetina), aí existente em estado nativo, deixou a
ba11a do Bacalhau, no município de Tm vo, em Minas, onde tesidia, e, em companhia de sua
mulher, D MARIA ANGÚr JU\ DA LuL, e de índios pu1 is domesticados, rnnsttuiu um iancho
no local do a11aial hoje de Laje, e aí se instalou, comunicando-se com os "Quartéis", hoje São
Paulo do Mu1iaé
Sómente mais ta1de, )osÉ BAsros PINIO e josú GARCIA PEREIRA chegavam ao mestno
local, sendo os doadotes dos tettenos do auaial da Laje
]osÉ DE LANES eia, enttetanto, descttot da polícia de Ponte Nova, em Minas, e, e111 l8·Í2,
o p1esidente daquela ptovíncia delibetou mandai ptenciê-lo Com a ap10ximação da ffü,a, que
vinha captmá-lo, o dese1to1 ptepa10u-se com os seus homens pata 1eagi1 mas, patece, a habilidade
do tenente que comandava a escolta evitou qualquet violência, e do entendimento 1esultou entiega1-se
]osÉ DE LANES, que, conduzido até à presença do presidente da p10víncia, foi perdoado, louvado
e homado com o título de gua1da-11101, pelos sei vic,os p1estados às 1egiões inóspitas que habitam
e desenvolvem
- 271 -

Seja como tenha sido, em 12 ele agôsto de 1844, ieconhecendo o Govêrno a impo1tân(ia cio
adensamento populacional ve1ifirndo na iegião, iesolveu auxiliai o seu desenvolvimento, expedindo
uma Delibeta~ão, cujo texto eia o seguinte:
"A1t 1• - Fica ueado na - f1eguezia - ele Santo Antonio de Guarnlhos mais um
distticto ele paz, que se denomina1á o -- 2 9 - cujos limites começando rnt foz do tio Camapuana,
üão po1 ellê aLima até findai na divisa com a P1ovincia de Minas Ge1aes, estendendo-se em sua
la1gma ao sul do mesmo tio pm espaço de seis lcguas, e <0mp1 eendendo o teuito1io da
Pedia Lisa
"Att 2'1 - Fica egualmente ueada uma - subdélegacia de policia - cujos limites setão
os mesmos do iefe1ido 2º disttitto ele paz"
DecoHiclo apenas um ano, foi tal o p10g1esso vetificado na localidade que as leis 01<,amentáJias
ela P10víncia, já em 1845, consignavam ve1bas pata a constrn<,ão da estiada de Carnngola, p10s-
seguindo-se, então, de founa mais intensiva, o povoamento da iegião, notaclamente no t1echo
rnmp1eendido ent1e as fazendas de Pôito Aleg1e e São José, esta situada, atualmente, em Natividade
cio Caiangola
Alguns anos mais ta1dc, em 23 de agôsto de 18'53, o cleueto que tomou o n'' 636, estabeleceu:
"Att 19 - O te11ito1io que constitue o - 2" disttido de paz e de subdelegacia - ela
f1eguezia de Santo Antonio de Guatulhos - do município ele Campos dos Goytacazes, ueado
pela Delibcta<,ão de 12 de Agosto de 1844, fotmatá uma f1eguezia - que come<,auí a gozat
de todos os clüeitos civis e teligiosos que lhe rnmpetitem, apenas os povos ap1esentem templo
p1óp1io pata o se1 viço divino, julgado tal pelo Otdiná1io
"Alt 29 - - Fica inco1poiado à fieguezia de Santo Antonio de Guatulhos, o tellit01io que,
adjacente à mesma, segue pela ma1gem esquctda cio tio Paiahyba até conf1onta1 wm o município
de São João Baptista da Batta, e que out1'01a lhe pettenccu, semlo cm 1829 annexado à f1eguezia
de São Salvac\01"
Consultando o ttxto do Dec1eto n' J 244, ele 14 de dezembrn de 181íl, ve1ificamos que esta
f1eguezia, uiacla pelo Deucto 636, outrn não em senão a de Nossa Senhota de Natividade
Eis rnmo estava vasado o Deoeto nº l 244:
"Att 19 - A f1eguezia ueada pelo Decteto n'' 636, de 23 ele Agosto de 18'í3, no te11ito1io
que wnstituiu o antigo 2 9 distlicto da fteguezia de Santo Antonio ele Guarnlhos, do município
de Campos, te1á a invocação de - Nossa Senho1a da Nativiclade
Att 2 9 - Dêsse tettito1io setá clesmemb1ado o que fôt p1eciso pata a fteguezia de -
Nossa Senhoia da Piedade da Lage - , que fim neada, e a qual se1vüá de mattiz a igtcja alli
existente, constrnida à custa dos morndo1es do Jogai
A1t 3º - Os limites entlc as fteguesias da - Natividade e da J,age, se1ão designados pelo
P1esidente da Ptovíncia, com audiência cio 01diná1io, tendo em atenção a seua que coue entte
o Mudahé e o Caiangola, e ele maneiia que não alteie os limites actuaes das fteguczias de
Santo Antonio de Padua e Senhot Bom Jesus do Monte Vetcle"
Grnças à fet tilidade do solo dessa iegião, J ápido foi o seu desenvolvimento, ensejando a que
o govêrno expedisse, cm 24 de dezembto de 1885, o c!eueto n' 2 810, cuio teo1 em o seguinte:
"Att 19 - Fim elevada à categotia de - villa - , mm a c!enomina<,ão de - Villa de
Itape1una - a ftcguezia ele Nossa Senhota da Nativiclade do Catangola, e peltentendo também
ao novo muni(ipio as f1eguezias de - Santo Antonio do Caiangola, São Sebastião do Va11e Sahe
e Bom Jesus de Itabapoana - , todas mm os mesmos limites aduaes, excepto os que sepaiam
a fteguezia de Santo Antonio do Caiangola da fieguezia da Natividade, os quaes se1ão altetados
pela mancita seguinte: - pelo lado dileito cio iio Ca1angola e iibeitão de São José e fazenda
dêste nome, e pelo lado esque1do o cóuego das Pecltas e fazenda de igual nome. prnpdedade
do alfe1es ANTONIO LOPES DE FARIA JUNIOR, cabendo à fteguezia de Santo Antonio do Caiangol;i
todas as ve1tentes dos dtac!os tibeitão ê cottego, e pelo tio a(ima todas as vettentes até à cad10eita
elos Tombos
A1t 2'' - O munidpio de Itapernna fa1á patte da rnmatca de Campos"
Dois anos depois, em 29 de dezemb10 de 1887, novo deucto, que tomou o númeto 2 921,
veio alteiat a situa<,ão polítirn e ~tdministrntiva <la 1egião Rezava êle o seguinte:
"Att 19 - Fim ueada a fieguezia de - São José do Avaby - , tendo pot sede o attaial
ele Poito Aleg1e, sito no teuitótio da f1cguezia de Natividade do Caiangola, município ele
Campos, e po1 limites na matgem esquctda do tio Mmiahé, o (Ó11ego da Chica, na fazenda de
São Paulo, até a seua que divide as aguas do dito iio das cio Itabapoana; do lado de cima, o iio
Caiangola desde a sua foz até à confluência cio iibeiJão da Con(cição, seguindo po1 êste acima
até as divisas da fteguezia de São Sebastião cio Va11e Sabe; na ma1gem diteita do tio Muliahé,
o Vallão Giande, desde a sua foz até o i umo de fundos da fazenda de São Pcc!to, seguindo pelo
1 umo e ?elos de fundos das fazendas situadas na dita matgem do tio Mmiahé até o libeilão
de São Domingos; e ainda po1 êste até a sua foz no Mmiahé
§ l9 - Esta f1eguezia e bem assim a ele Nossa Senhoia da Piedade da Lage, que fica desmem-
biada do município de Santo Antônio de Pádua pe1tcnce1ão e se1ão inco1potadas ao novo município
oeaclo relo Dec1eto núme10 2 810, de 24 de novemb10 de 1885
~. 272 -

§ 29 - A sede cio 1efe1ido mu01np10 se1á, p01ém, no auaial ele Potto Aleg1e, que fica
elevado à catego1ia ele - villa - mm a denominação ele - Villa de São José do Avahy -
cle11ogaclo nesta pa1te o a1t 19 do mencionado Deneto n 9 2 810
§ 39 - Constituüão patlimônio ela Villa os 15 alqueites ele teuas doadas paia esse fim pelo
rnmendado1 fosÉ CARDOSO MOREIRA, as quaes, divididas em lotes, se1ão auendadas ou afotaelas
às pessoas que quize1e111 nella edifirnt, ele rnnfo1111idade com a planta e plano da nova Villa,
01ganizac\os pelo engenheiio J C COELHO CINTRA
Enquanto essas modifirnções político-aclministtativas se p10cessavam, as lavoutas existentes
na 1egião flotesciam, petmitindo aos seus p10p1ietátio> usufiuíiem luuos fahulosos em gianele
pa1te devido ao suo1 do elemento neg10 esciavizado Com o advento da lei abolicionista, em 1888,
esta situac,ão de pwspeiidade sof1eu um sé1io abalo de que, dmante longo tempo, se 1essentiu
a economia da localidade
Em 27 de junho de 1890, pouco tempo passado após a prndamac,ão da República, o govêino
desejando amparat e favo1ece1 a vida econômirn-social da 1egião, expediu o Dec1eto númeto 101,
cujo texto eia o seguinte:
"Att 19 - Fim neado o Município de "Natividade do Caiangola", tendo po1 sede a
povoac,ão cio mesmo nome, ele\ ada à catego1ia de V ilia
Ait 2º - O município se1á rnnstituíclo wm o teuitótio das fieguezias cL1 Nati\idade do
Catangola e Vaue Sabe, desmembiado do município de Itapewna
Ait 3'' - Ficam alteiados os limites ela fteguesia do Vaue Sabe, pettencendo à mesma as
ve1tentes 'do 1ibeüão da Comeição, a pattit das rnbeceiias até à baua do cóuego Bancleüa, na
fazenda denominada - Couenleza - , e bem assim as veltcntes cio cóuego do Candong't até
à ba11a do có11ego da Matinada, indusive as ve1tentes deste na fazenda denominada - Paciencia - ,
e mais as ve1 tentes do tibeitão Pouso Alto a pa1tit das cabeceit as, rnmp1eendtndo todo o te11eno
rnnve1gente até as rnnt1ave1tentes do cóuego das Pe10bas, nas imedia<,Ões de sua foz, exduido este;
ficando a fieguezia de Natividade limitada com a do Vaue Sahe na baua dos cóttegos Bandeirn
e Matinada, rnbeceitas do iibeiião da Conceição, e no iibeitão do Pouso Alto, na divisa de águas
do có11ego das Pe1obas, o qual continua a fazei pa1te da f1eguezia de Natividade
Ait 4'1 - Ficam também altciados os limites ela fieguezi't de São José do Avahy com a cht
Natividade, os quaes rnn1eça1ão no espigão, sito à ma1gem esque1cla do tio Caiangola e que separn
a fazenda denominada - Divisa da Fazenda Conceic,ão - , pe1temendo à fieguezia de Natividade,
desde o mesmo espigão, todo o teuitóti,, rnnveigente à ma1gem dn mesmo tio e assim tambem
todas as ve1tentes no 1ibeiião da Conceic.ão até a ha11a dos lÓ11egos Bandeiia e Matinada, limites
do Vaue Sahe
Ait 59 - O munidpio da Natividade faiá parte da coma1ca de ltape1una
A instalação do município veiifirnu-se no dia L4 de julho de 1890
Cmta foi a vida autônoma da nova rnrnuna; pois, em 8 de maio de 1891, o govêino, po1
fô1<,a de um deueto que tomou o n'' l, extinguiu o município de Natividade de Caiangola,
anexando o seu tellitó1io ao do município de Jtape1 un:i. onde passou a constitui! vá1 ios clist1itos,
ent1 e êks o de Natividade
Em 1947, tão p1og1essista se mostiava êsse dist1ito que, a Assembléia Estadual, )101 fô1c,a
do aitigo 6° do Ato das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias, ptornulgado em 20 de junho
de l947 e tegulado pcl! efeito da Lei estadual n" 6, de l l de agôsto do mesmo ano, 1esolvcu
wncecle1-lhc, novamente, autonomia polítirn-administiativa, elevando-o à catcgo1ia de município,
mm teuitóiio dos dist1itos de Natividade do Caiangc>la (ex-Natividade), Vau e Sai e Omânia,
desmembiaclos todos do munidpio de Itape1 una
Atualmente, a nova unidade fluminense inicia sua vida ernnômiw-polítirn-social, tudo fazendo
c1e1 seja ela, dentto ern bteve, uma das mais p1ósperns rnmunas do Estado do Rio dé faneüo

EVOLUÇÃO POLiTICA

Fo1111c1ção Admi11irt1t1ti1'c1: Fieguesia uiada pot Lei p1ovimial n 9 636, ele 23 de agôsto
de l8'l3 Recebeu a denominac,ão de Nossa Srnhota da Natividade do Caiangola, po1 deueto
p10vincial n" l 244, de 14 de clczembto de 186 l
A fieguesia de Natividade do Catangola foi elevada à rntego1ia de vila e passou à sede
do novo município de Itape1 una, po1 fôu,a do deueto p10vincial n" 2 8 LO, de 24 de novembto
de 1885
Po1 efeito da lei p10vimial n" 2 921, de 29 de dezemb10 de 1887, pe1deu as categotias de
vila e de sede do município de Itapernna
Em vittude do Deueto estadual n 9 101, de 27 de junho de 1890, foi uiado o llJunidpio
ele Natividade do Ca1angola, tendo po1 sede a povoat.ão de mesmo nome, elevada à catego1ia
ele vila
A delibe1ac,ão estadual de 31 de outub10 de 1891 veio rnnfi11na1 a oiação da fieguesia
O município de Natividade cio Caiangola foi supiimido pelo Deueto estadual n• 1, ele
8 ele maio de 1892, o qual, juntamente wm o de n 9 1-A, de 3 de junho do mesmo ano, wnfiunou
também a uiação da fieguesia
- 273 -

Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XII-L936 e 31-XII-1937,


bem wmo o quaL!io anexo ao Deoeto-lei estadual nQ :>92-A, de 31 de ma1ço de 19;)8, o distiito
de Natividade do Catangola pe1tence ao munidpio de Itape1una
Po1 efeito do Deueto estadual n? 641, de 15 de dezemhw de 1938, que fixou o quaL!to
te11ito1ial em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, o dist1ito de Natividade do Ca1angola, do município
de Itapernna, teve seu to;->ônimo altetado pata Natividade
O Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, modifiwu, novamente, a
denominação do dist1ito de Natividade pata Natividade do Catangola No quad10 da divisão
te11it01ial do Estado, em vigo1 no qüinqüênio J 9'Í'Í-1948, figuia no município de Itapetuna o distiito
de Natividade do Caiangola (ex-Natividade)
Em vittude da Lei estadual n<' 6, de 11 de agôsto de 1947, que 1egulou o a1tigo 6° do Ato
das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado do Rio de Janeiw, p10mulgado em 20 de
junho de 19'Í7, os distiitos de Natividade do Caiangola, Va11e-Sai e Omânia fornm desmem-
biados do município de ltapernna a fim de wnstituüem, 1espectivamente, os l9, 29 e 39 disttitos
do novo município de Natividade do Caiangola

Fo111h1ção J11di1iá1ic1: Até a uiação do tê1mo e coma1rn de Natividade do Caiangola, o


município de Natividade do Caiangola estava sLibo1dinado ao tê11110 e wma1ca de Jtapcrnna
A Lei n 9 1 429, de 12 de janeito de 1952, uiou a Comatca de Natividade do Ca1angola,
rnnstituída apenas pelo tê1mo de igual nome, e que lhe se1vc de sede, o que foi mantido pela
Lei n 9 1895, de 6 de julho de 19'>3

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

l - Di1t1ito de Nc1tii'idc1de do G<11r111gul<1: A fteguesia foi c1iada po1 Lei ou Deueto


pwvincial n" 636, de 23 de agôsto de 185:> A nova fieguesia 1ecebeu o nome de Nossa Senhorn
da Natividade do Caiangola pot Deoeto p10vincial n 9 1 244, de 14-12-l861
P01 fôu,a do Deoeto p10vincial nº 2 810, de 24 de novernb10 de l885, a f1eguesia sup1acitada
foi elevada As catego1ias de vila e sede do novo município de Itapctuna, pe1dendo, po1ém, essas
rntego1ias, po1 efeito da Lei ou Deueto p10vincial n 9 2 921, de 29 de dezernb10 de 1887
Novamente, em vittude do Deoeto estadual n 9 101, de 27 de junho de 1890, que c1iou
o rnunidpio de Natividade do Caiangola, a fieguesia de mesmo nome J ecebeu fows de vila e
sede do memionado município
A oiação da fteguesia foi confitmada }'eb DeliSeiar,ão estadual de 3 1 de outubw de 1891
O Deueto estadual nº 1, de 8 de maio de 1892, sup1imiu o município de Natividade do
Caiangola, e, juntamente mm o de n" 1-A, de 3 de junho cio mesmo ano, confiunou a oiação
da Íleguesia ou dist1ito
Nas divisões administiativas de 1911 e 1933 e te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XI!-L937,
assim como no quad10 anexo ao Deueto-lci t:stadual nº 392-A, de 3 l de ma1r,o de 1938,
Nati\idade cio Caumgola figuta corno disttito do município de ltapetuna
P01 efeito do Deoeto estadual nº 641, ele L5 de clezemb10 de 1938, que fixou o quaclto
da cli\isão te11ito1ial do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1939-19'13, a denorninar,ão do dist1ito
de Natividade cio Caiangola, do município de Itape1una, foi simplificado pata Natividade
Em vittude do Deueto-lci estadual n"' l 056, de 31 de dezembrn de 19 1í3, a toponími<1 do
clist1ito softeu nova modificação, 1eto1nanào ao p1imiti1 o nome de Natividade do Catangola
No quaclto da divisão te11ito1ial, judiciátia e administiativa do Estado, vigente no qüinqüênio
1944-1948, fixado pelo citado Deoeto-lei nº 1 056, figuta no município de Itape1una o dist1ito
de Natividade do Ca1 angola (ex-Natividade)
Po1 fôtça da Lei estadual n' 6, de 11 de agôsto de 1947, que 1egulou o a1tigo 6'' do Ato
das DisposiÇões Constitucionais Tiansitó1ias, do Estado do Rio de Janei10, p10rnulgado em 20
de junho de 1947, que int10duziu modificações no quad10 em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948
o disttito de Natividade cio Catangola foi clesmernbiaclo do município de Jtapellma, passando
a se1 sede do novo rnunidpio de mesmo nome

II - Di rti ito de Vc1J 1 e Scú: A fteguesia de São Sebastião, wm sede na povoação ele Vaue-
Sai, foi oiada po1 Lei ou Deueto p10vincial n 9 2 389, de 19 de novemb10 de 1879
Sua uiação foi rnnfiunacla po1 Delibeiação estadual de 31 de outub10 ele 1891 e deuetos
estaduais ns J, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões adrninist1ativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas de 31-XII-1936
e 3 l-XII-1937, bem como o quac!to anexo ao De<1eto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ;;na1ço
de 1938, o dist1ito de Va11e-Sai pe1tence ao município de Itape1una, assim pe1maneccnclo no5
quad10s ela divisão teuitotial, judiciátia e administiativa do Estado, vigentes nos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos cleuetos estaduais ns 641, de 15 ele
dezemb10 de 1938 e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Em vittude da tci estadual n 9 6, de 11 de agôsto de 1947, que 1egulou o attigo 6<' do Ato
das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado elo Rio de Janeito, pwmulgado cm 20 de
junho de 1947, o qual alte1ou o quadlO te1tito1ial em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948, o disttito

18 - 25 625
- 274 -

de Vau e-Sai foi desmembiado do mumop10 de Itape1 una, passando à jutisdi~ão do novo
município de Natividade do Caiangola, no qual foi otdenado como o 29
III - Dir11ito de 0111ânia ( ex-Omo Fino): O disttito, mm a denominação ele 12 9 e sede
na povoação de Santa Rita do Omo Fino, foi uiaclo pot Lei estadual n 9 'í9'5, de 4 de setembro
de 1903
Nas divisões aclministtativas de 1911 e l933, Santa Rita ele Outo Fino figma como distrito
do município de Itapenma, notando-se apenas que, em 1933, o disttito está gtafaclo Santa Rita
do Ou10 Fino
Segundo as divisões te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XIl-1937, o disttito se denomina Üuto
Fino e pettence ao município de Itapeiuna
Pot fôt~a do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de 1938, o disttito de Ou10 Fino
voltou a chamai-se Santa Rita de Ou10 Fino No quad10 anexo ao citado Decido-lei n 9 392-A,
consta no município de Itapetuna o disttito de Santa Rita de Ou10 Fino
Em vittude do Deueto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
da divisão teuiottial, do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943, a denominação do disttito foi,
novamente, alteiada pata Outo Fino, peunaneccndo o mesmo no munidpio de Itapetuna
Pot efeito do Deueto-lei estadual n'' 1 056, de 31 de dezembto de 1943, o disttito de
Ou10 Fino passou a denominai-se Ouiânia, e pettence, de acôido mm o quad10 da divisão teiii-
totial, judiciá:-ia e administtativa do Estado, em vigot no qüinqüênio 1944-1948, fixado :)elo
mencionado Deueto-lei n 9 1 056, ao munidpio de Itapetuna
A Lei estadual n 9 6, de 11 de agôsto de 191í7, que iegulou o Ato das Dísposi,ões Consti-
tucionais Tiansitóiias elo Estado elo Rio de Janeito, p10mulgado em 20 de junho de 1947, que
inttoduziu modifica<,Ões no quadto vigente no qüinqüênio 1944-1948, tt ansfeiiu o dist1ito de
Omânia do munidpio de Itapet una pata o novel munidpio de Natividade do Caiangola, orde-
nando-o como o 39

MUNICíPIO DE NllóPOLIS
INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M11nicíj1io: Átea - 21 km"; população ( 19'í0) - 46 406 hahs núme10 de clisttitos - 2


Sede 11111nicij1al: Átea - 13 km 2 ; população ( 1-VII-50) - 30 711 hahs ; latitude S -
22 9 48'28"; longitude W Gt - 43 9 24'53"; altitude - 29 m; distância em linha teta à Capital -
32 km2 ; turno (em telação à Capital) - O N O
Deniciir dirt1itor: Olinda: átea - 8 km 2 ; população (1-VIl-'íO) - 15 695 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

A históiia da colonização das te11as que hoje wrnpõem o muotcip10 ele Nilópolis, cuj;1 áiea
está calculada em 21 km2 , tem o seu ptincípio ligado ao início da evolu,ão da cidade de
São Sebastião cio Rio de Janei10
O desbtavamento das tettas dêsse mu111up10, o menot dos que integtam a wmunidade flumi-
nense, foi, sem dúvida alguma, motivado pelo inte1êsse que os ptirneitos governantes da 1 efe1icla
cidade tivetam em colonizai o solo das tegiões que matginam a baía de Guanabata
Fôsse pela ambição de adquitit gtandes lotes de tettas fettilíssimas pata o rnltivo das lavouias,
de cujos p10dutos a cidade necessitava, fôsse pela ganância de ;'ossuit um pat1 imônio pata
exclusiva valotiza<,ão fututa, o que, de ce1to, se sabe, é que a pa1ti1 de 1566 os fidalgos rnmeçaiam
a disputai as teuas adjacentes à cidade fundada pot Mem ele Sá Dornmentos dignos de ctédito
apontam essa data como a do início do movimento rnlonizadot, ditigido pata o vale dos dive1sos
tios que deságuam na baía de Guanabaia, entte os quais se encont1am o Satapuí e o Meiiti
citados textualmente
Entte os nomes dos agtaciados com a rnncessão das ptimeitas sesmatias em te11as fluminenses
enrnntta-se, nos atquivos, o ele BRAZ CUBAS, que outto não deve set senão o alcaide-mot elas
capitanias de São Vicente e Santo Amato, a quem a cidade de Santos deve a sua funda<,ão
Deu-lhe o Govetnadot, em 1'í68, "nada menos de 3 000 bta\as de teuas, de testada, pela costa
do mat e 9 000 de fundos pelo tio Me1iti, rnuendo pela piassaba da aldêa de Jacotinga"
Pot essa última descii\ãO, vemos que as teuas do atual munidpio de Nilópolis se enquadtavam,
então, na sesmatia de BRAZ CUBAS
A consulta feita aos histo1iado1es mais acatados da evolução social e política do Rio de
Janei10 deixa-nos a cetteza de que quase um sérnlo passado, após o início da colonização,
em l '566, ficatam os sesmeitos e rnlonos taclicados na 1egião, sem assistência teligiosa em
ca1)e!as públicas
Pelo menos não se tem notícia da existência ele qualquet delas em pedodo antetiot a 1637
Alguns anos depois de uiada a fieguesia de Nossa Senhota do Pilai (nas teuas do atual
munidpio de Duque de Caxias), smgiu na zona Jitotânea da Guanabata uma outta povoação,
- 275 -

fundada, p11n11t1vamente, com a denomin:ição de São João Batista de Ttaüaponga, localizando-se


a sua tapeia, num outeÍ!o que fica f10nteiro à baía, logo adiante da foz do 1io Me1íti
Sabe-se que a capela aí existente se1 viu de mat!Íz à fieguesia do mesmo nome, elevada
a essa categotia, po1 alva1á datado de feve1eÍ10 de 1647, até cêtca de 1660, época em que perdeu
a sua categotia de sede pata um out10 templo existente mais acima do tio Me1iti, nas te11as
em que hoje está assentada a cidade de São João ele Me1iti Auuinando-se essa rnpela, foi,
novamente, desviado o núcleo social da fieguesia pata a zona poituá1ia, de onde 1eto1nou, pata
o local situado às ma1gens cio Me1iti em 1747, ficando, desde então, conhecida <l 1egião, pelo
nome de "F1eguesia ele São João Batista de Metiti"
Foi dent10 cio teuitóiÍo dessa fieguesia que, desde cedo, smgiu uma grande ptoptiedade
rntal, conhecida pot "Fazenda São Mateus"
São Mateus foi p10p1iedade de um pad1e que atendia pelo nome de MATEUS MACHADO HOMEM,
que a ietebeta, poi heran<,a, ele seus pais, DOMINGOS MACHDO HOMEM e D JOANA BARCEIOS
Assim, pelo nome do seu ptop1 ietá1io, se explica o do pad1oei10 da lornlicfacle
Quando o pad1e MA 1EUS faleceu, mnstou, do inventá tio de seus bens, que a fazenda tinha
1 280 b1ac,as de te11as, de testada, chegando às matgens do 1io Pavuna Em sua vi:.:inhança
estavam localizados os engenhos de Naza1é, que fotarn da família OI IV EIRA BRAGA; o ele
Maxambomba, pat1imônio dos CoRRÚA VASQUES; o da Pavuna, cio capitão INÁCIO RODRIGUES D,\
SILVA, e o do Cabtal
Em 1637, as te11as ele São Mateus, pettenciam a JoÃo AIVES PEREIRA qne, aí, wnsttuill
a piimeita capela pública da localiclade, mencionada pot Monsenhoi Pn:ARRO em sua "Memó1ias"
Dmante cento e qua1enta e dois anos passou pelas mãos de dive1sos ptop1ietá1 ios, e, em 1779,
estava nas do alfe1es AMBRÓZIO DE SouzA, que mantinha nelas, a culturn ele cana e o engenho
pata fabücat a,úrn1 e agua1dente Êsse eta, então, o engenho ck maiot ptoduc,ão, existente na
f1eguesia de São João de Me1iti, fab1icanclo 30 caixas de a<,ÚcaJ e 14 pipas de aguatdente
mm seus 50 esoavos
Com a elevação da povoação de Igua,u à categotia de vila tom a denomina,ão de "Vih
de Iguaçu", em 1833, a fieguesia de São João de Meriti, onde se localizavam as teuas da antiga
fazenda São Mateus, passou a fazei patte de sua jlllisdição
Em 1866, eia ptop1ietá1io da fazenda, JERÔNIMO JosÉ DE MESQUITA, l 9 Baião de Mesquita
e do que foi baião, visconde e c0nde de Bonfim Os imóveis que aí constrniu o 1° Baião
ÍJ mão
de Mesquita; ainda hoje existem, e quem passa pela estiada de fe110 pode1á ainda vê-los ao longe,
à esque1cla, entte Nilópolis e Mesquita, mais ou menos p1óximos à seua
Du1ante o p1imei10 Impé1io e, g1ancle pedodo do segundo, as te11as que hoje se situam
dent10 do pe1ímet10 municipal de Nilópolis fotam motivos de intensa e bem iecompensacla explo-
iação, gtaças ao ttabalho barato do elemento negto esoavizaclo e à feitilidade pasmosa de
seu solo
O p1og1esso e a tiqueza ela 1egiao subsisti1am ininteu uptamente até essa época De então
em diante, influenciado po1 dive1sos fatô1es comei,ou o seu rn1to pe1íodo de declínio
Contiibuiu pala isso a devasta,ão oiminosa ele suas matas, que ti ouxe tomo 1esultado a
obstrnção do leito de seus lios e J egatos O apa1ecimenlo dos tiilhos das vias fé11eas foi out10
fato1 que, patacloxalmente, muito influiu no qucbrndo 1itmo p10g1essista da 1egião, pois motivou
o abando~o definitivo da vila fluvial pala o tianspotte dos p10dutos dos engenhos e elas lavoutas
Duas companhias fe11oviá1ias mlocatam seus tiilhos nas teuas de São João de Me1 iti,
na segunda metade cio sérnlo XIX: a p1imeita foi a Estiada de Feuo Dom Peclto II (hoje
Centtal do Biasil) e a segunda, Emptêsa de Melhotamentos no Btasil A p1imei1a inauglllott
em 29 de ma1ço ele 1858, entte outias esta,ões, as ele Engcnhei10 Neiva (hoje Nilópolis) e a
segunda, em ma1'0 ele 1898, também entte oulias, a ele São Mateus, hoje sede do clistiito ele
São Mateus do município ele São João de Me1iti
Abandonados os 1ios, devido à pi cfe1ência dada à via féuea como meio de trnnspoite, suas
rnatgens desettas de vegeta,ão, caíiam, em muitos tiechos, sôb1e os leitos, dando ensejo a que se
fo1massem extensos tremenclais onde o impaludismo passou a campeai Felizmente, gtaças à ac_ão
ené1gica do P1esiclente NILO PEÇANHA, o govêrno iniciou um p10giama de saneamento da baixada
fluminense, ab1angenclo em seu plano as teuas de São Mateus
A vasta p10p1ieclacle que fôia, out10rn, peltencente a um único senhot, passando aos sucesso1es
cio 19 Baião de Mesquita, teve o destino que os latifúndios situados ptóximos dos giandes cenhos
vão tendo com o dernuel cios tempos; sua valo1i:.:a<,ão contínua tia;: o desmembian1ento e o
frndonamento em p10p1Íedades menoJ es
Assim oco11eu com ela Os p10p1ietá1ios elas maiotes á1eas ftadonaian1-nas em lotes, vendidos
a p1e<,o baixo e em p1estações A palte da fa:.:enda, onde a E F Ccnt1al do Brnsil rnnstrní1a uma
pa1ada pa1a os seus tlens submbanos, a de Engenheüo Neiva, foi, com aquêle sistema de vendas
de tettas, sendo p10cu1 ada po1 ope1á1ios e pequeno;; emp1egados, rnmeçando a fo1mação ele
um povoado, hoje bastante extenso e mm movimento come1cial p10missot Seu p1op1 ietá1io,
fazendo inteligente p10paganda pa1a a vencia de suas teuas, deta a estas a denominação de
"Nilópolis" em homenagem a NILO PEÇANHA, que ocupava então, pela segunda vez, a 111esidêmia
do Estado do Rio de Janeüo
- 276 -

Com a valotizac,ão e povoamento sernpte uescente das te11as da antiga fazenda de São Mateus,
giande smto de p1og1esso se vetifirnu na tegião, attaindo a atenc.ão dos govetnantes que, em 9 de
novernb10 de 1916 1esolveuun elevá-la li categotia de dist1ito
A Lei l 332, dessa data, estava assim 1edigida:
"Att 19 - fica cteado, sob a denominac,ão de - 79 - , mais um disltido de paz no
munidpio de Iguassu, o qual setá desmembtado do actual 4 9 distiicto
A1t 29 - O 7" dist1icto tetá po1 sede o povoado de São I\fatheus onde: se acha a Estação
de Engenhei10 Neiva, e se !imita!á com o 4'' de que é desmembiado, pela faixa de te11as da
The Rio de Jancito Ttamways, Light anel Pmvet Company Limited, onde estão assentes as tottes
que supo1tam os cabos eléttilOs da dita Companhia, e rnm o Dist1ido Fedeta! e o p1imeit;:i
Distiicto do Município, pelas mesmas divisas que o sepatam do 4 9 distticto
Att 3° - São mantidas as actuaes divisas dos demais disttictos do município"
Em 1921, pot fôtça da Lei de nº 1 70'5, de 6 de outuh10, foi, oficialmente dada ao disttito
a denomirnu,ão de Nilópolis, o que também sucedeu à antiga estação feum iát ia de Engenhei10
Neiva
A denominação de São Mateus que tiveta em teuas da velha fa,enda pe1sistin apenas
na estação da linha auxiliai, situada a alguns quilômet10s de Nilópo!is A povoação que se
founou ao 1edo1 da esta<,ão de São Mateus deu motivo a que se fo1masse o atual disttito do
mesmo nome, no munidpio de São João de Metiti
Em 1947 tal eia o p10g1esso ve1ificado em Nilópolis que a Assembléia Constituinte do
Estado do Rio de Janei10 delibcrnu induit no Ato ch1s Disposições Constitucionais Tiansitó1ias,
ptomulgado em 20 de junho dês:,e ano, um a1tigo, o 6'1 , pelo qual o dist1ito ,[e Nilópolis foi
desmembiado do munidpio de NO\ a Iguac,u, passando o seu teuitótio a wnstituit uma unidade
autônoma, sob a denominação de "Munidpio de Nilópolis"
Pela l ci n" 6, de 11 de agôsto de 1947. o munidpio de Nilópolis wnstilui-se de 2 dist1itos
assim 01denados: l" - Nilópolis, 29 - Olinda
Atualmente, Nilópolis, a meno1 wmuna fluminense, inicia sua vida histótica como mumup10,
tudo fazendo uet seja ela, em bteve, 1elativamente falando, uma das mais ptóspetas unidades
fluminenses, pelo seu rnmé1cio, suas indústtias e, sob1etudo, pot seu adensamento demogtáfiw

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Foi J/IC/( ão admini1t1 c1tire1: Distt ito uiado com a denomina1,ão de São Mateus e mm sede
na estação Engenhei10 Neiva, pot fôtc,a da Lei estadual n 9 l 332, de 9 de novembto de 1916,
wnfitmach1 pela de n 9 l 634, de 18 de novembto de 1919
Recebeu a denomina<,ão de Nilópolis em vittude da Lei estadual n'1 1 70'í, de 6 de outub10
de 1921
Em divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o disttito de Nilópolis figuia no
munidpio de Iguaçu, assim peunanecendo nas divisões te11ito1iais datadas de 3 l-XII-1936 e
31-XII-1937
No quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mat \o de l939, o disttito
de Nilópolis figma no município de Nova Iguaçu ( ex-Iguac,u), assim peunanecendo nos quadws
te11itotiais fixados, pata os qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, J espedivamente, pelo Deueto
estadual n" 641, de l '5 de dezemh10 de 1938, e Deueto-lei estadual n'1 l 0'56, de 31 de dezemb10
de 1943
De acô1do wm a Lei estadual nº 6, de l l de agôsto de l9-i7, que 1egulou o a1t (," do Ato
das Disposi<,ões Constitucionais T1ansitó1ias, pwmulgado em 20 de junho de 1947, o dist1ito
de Ni!ópolis foi desmemhiado do munidpio de Nova Iguaçu, a fim de wnstituit o novo munidpio
de Nilópolis, rnmposto elos dist1itos de Nilópolis e Olinda, êste, uiado pelo mesmo Ato, wm
te11itó1io desmcmlnado daquele, tespectivamente, l" e 2" disttitos

Fo111111ção f11dicicí1i,1: Ptimitivamcnte o munidpio de Nilópolis pc1tencia ao têtmo e conMtUl


de Nova Igua<,u
A Lei n" 1 429, de 12 de janei10 de 19'52, uiou a rnmatca de Nilópolis, que fiwu lOnstituída
pelo único tê11110 judiciátio de igual nome, e que lhe sei ve de sede Esta situa<, ão foi manticb na
Lei n 9 1 89'5, de 6 de julho de 1953

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

l - DirtJito de Nilój)()lir: O disttito de São Mateus foi uiado pot Lei estadual n" l 332,
de 9 de novemb10 de 1916, mm sede na povoa~ão também denominada São Mateus (esta<.ão
'Engenheito Neiva) Sua uia<,ão foi wnfitmada pela de n" l 634, de lS de novembw de 1919
O dist1ito de São Mateus, pot efeito da Lei estadual n'' l 705, de 6 de outub10 de 1921,
teve seu topónimo alteiado pata Nilópolis
Segundo as divisões administrntivas de 1933 e teuito1iais datadas de 3 l-Xll-1936 e 31-XII-1937,
o dist1ito de Nilópolis pe1tence ao município de Iguaçu.
- 277 -

No quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-k de 31 de nrnt\O de 1938, Nilópolis


figuia como dist1ito do munidpio <le Nova Iguaçu (ex-Iguaçu), assim pe1manecendo nos quad10s
te11ito1iais em vigoi nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espe(tivamente, pelos
clectetos estaduais ns 641, de 15 de deze111b10 de 1938, e 1 0'56, de 31 de dezemb10 de 19,13
Em viitude da Lei estadual nº 6, de 11 de agôsto de 1947, que 1egulou o altigo 6 9 elo Ato
das Disposições Constitu(ionais Tiansitótias do Estado do Rio de Tanei10, p10mulgado em 20 de
junho de 1947, o dist1ito de Nilópolis foi desmemhiado do rnunidpio de Nova lgua<,u, nau
Lompo1 o novo município de Nilópolis, de que é sede, sendo 01denado como o 19
II - Oi ai ito d e Olindd: O disttito de Olinda foi uiado pot fôtça dtt Lei estadmt! n 9 6,
de 11 de agôsto de l 947, que 1 egulou o at t1go 6 9 do Ato das D1spos1ções Constitlllionai5
11ansitó1ias do Estado do Rio de Janei10, ptomulgado em 20 de 1unho de 19 \•, estando
subo1dinado ao município de Nilópolis e 01denado rnrno 2°

MUNICíPIO DE NITERÓI
DESCRIÇÃO DO TERRITóRlO

Li111iter:
Noite - rnm os Munidpios de São Gonçalo e Ma1 idt
No1deste - com São Gon\alo e Mati(á
Este - o Oceano Atlântico
Sul - a Baía de Guanabata e o Oceano Atlânti< o
Sudoeste - a Baía de Guarntbaia
Oeste - a Baía de Guanabata
Notoeste - o Munidpio de São Gonçalo e a Baía de G11anaba1a

O Munidpio de Nitetói está em situa<,ão p1ivilegiada its margens do Athlntiw e da Baía


de Guanaba1a
As ptaias lito1âneas têm início em Itaipu-Açu, divisa rnm Ma1icá, no Atlântirn, rnntinuando
até penetia1em na Guanabaia e alcançai em as ma1gens do 1io Bomba, divisa com São Gonçalo
No litoial Atlântirn são obse1 vados os ptimipais acidentes geog1áficos - o maciço de
Itawatiaia, a ptaia de mesmo nome, a ponta de Itaipu, a ptaia e a lagoa de ltaipu, as pontas
"Mouos" e "Pé de Boi", a 1estinga e lagoa de Püatininga, a ponta da Galheta, a ponta Tmbuí
e a mais saliente, p1óxima à haua, a ponta de Fota
No inte1io1 da baía, a pa1tÍ1 da fo1taleza de Santa Ctuz, estão as enseadas de Ju1njuba e Saco
de São Fiancisco, as de Icataí, Piaia Gtamle, São Lmuen<,o e Marní, até enwnt1a1 a de Ba11eto,
p1óximo à divisa com o Município de São Gonplo
As enseadas e as mais belas piaias estão ci1u111dadas de montes, mais ou menos elevados,
com os pontos rnlminantes nas divisas de Maticá e São Gonçalo
Algumas vátzeas, ptin(ipalmente na oda atlântica, ma1ginais das lagoas Itaipu e ltawatiarn,
e ainda na zona de Jutujuba e outias das matgens da Guanabaia, contiastam com as 1egiões
montanhosas que umstituem o elemento p1edo111inante
O saneamento de dive1sas destas zonas baixas ttansfounou, po1 rnmpleto, alguma das mais
pantanosas, de que Lonstitui exemplo a enseada de São Luu1enço, saneada pelo pl<1no de
u1baniza<,ão e wnst1 u,ão do rnis cio pÔ!to
As maio1es ele\ações podem set rnnstatadas na Se:ua Giande e na scua de Jmujuba, nos
altos do Cantagalo, da G10ta Funda e da Vitação, Jespettivmente, wm 407, 397 e 322 met10s
de altitude
As p1incipais seuas são: Baldeadot, Giancle, Ju1ujuba e Pt:ndotiba Os p1imipais mo11os,
os de São Lout en<,o, Cavalão, Italaia, Santo Iná(io, Santana, Engcnhorn, l\farní, G1agoatá, São
Domingos, São Luiz, São Sebastião, São João ou do Hospital ela Con(ei<,ão, do Castto, da
Boa Vista, Santa Te1esa, da Boa Viagem, Icaiaí, da Pedia, da Detenção ou Caixa D,\gua e da
A11nação que alcan<,am altitudes entle l 00 e 300 met10s Os mouos são quase todos habitados
e rnnstitucm ptolongamento natuut! de alguns baiuos
Nas divisas wm Ma1 iuí e São Gonçalo, a pat tit cio Atlântirn, são ainda notáveis, além
dos maciços de ltawatia1,1 e ltaoutia, as seuas de Mato G10sso, Cala-Bôrn e Seuinha, iamifica<,Ões
da Seua de Inoã
A Baía de Guan'.lbaia é o acidente geog1áfiw rnlminante da hidwgiafia cio Município, rnns-
tituinclo os limites do te11itó1io, desde a baua, na fmtaleza de Santa C1uz, até o 1io Bomba,
antigo Baueto
Seguem-se as lagoas, situadas às maigens do Atlântico, no dist1ito de Itaipu São as lagws
de Itaipu e Piiatininga, que se rnmunirnm pelo rnnal de Camhoatá
Com o aumento constante do volume das águas, 1ecebidas dos 1iachos Tacaté, Auozal e
João Gomes, êste último o de maio1es p10po1ções, necessá1io se torna, algumas vêzes, Lhaga1 as
1espe(tivas batias, rnnt1ibuindo assim paia baixai o nível dessas águas, dessecando as rna1gens
e ao mesmo tempo facilitando a entiada das múltiplas va1iedades de peixes
- 278 --

Os p1incipais iios, além dos citados, são: Vicência, Passalinhos, Bomba, Cubango, kataí,
Cad10eüa, Saw, Mll1iqui, Caramujos, Ma1ia Paula e das Pedias, cm maio1ia iiachos ele pouco
volume dágua, alguns canalizados no cent10 mbano e todos tiibutátios ela Baía ele Guanaba1a
Algumas ilhas atlântirns estão na juiisdic,ão de Nite1ói, enttc elas - Pai, Mãe, Menina
ou Filha, mas, em maio1ia, as ilhas integiaclas ao teuitótio municipal estão situadas na Baía
de Guanabaia, sendo as mais impo1tantes - Ca1ecas, Ca1clos, Boa Viagem, Conceição, Caximbau,
Caju, Manuel João ou Calhouos, Mocanguê Giancle, Mocanguê Pequeno, Viana, Santa Crnz
e Paiol
O 1evcstimento f101ístirn caiacte1iza-se pela telativa poh1eza de espécimes vegetais de alto
p01te, devido ptincipalmente ao clesbiavamento das matas pata o desenvolvimento do cent10
mbano, da indústiia extiativa e elas rnltl!las as mais vatiaclas
A vegetação ainda desenvolve-se nos vales e pelas altitudes, em capoeitas bastante tirns
de va1ieclades as mais dive1sas cios valo1es da nossa floia
A legião de Itaipu ap1esenta algumas matas ele giancle valo1, pa1tirnlaunente licas em
madeüas de lei, exploiadas pata constt ução, cai vão e lenha
Metecem ielêvo e especial 1efe1ência as iniciativas de 1eflo1estamento po1 emaliptos e
outias va1ieclades, mm que tem sido intensifiuida a silvirnltl!la
As 1iquezas vegetais estão na mesma p10po1ção ela fauna; esta não ap1esenta maio1 núme10
de espécies, salvo a fauna madtima, que é elas mais 1icas em vittude da ahundância ele peixe
os mais va1iados, da mesma founa que abundam os u ustáceos e moluslOS
Muitas espécies de aves ainda habitam as pomas matas e capoeitas, p1imipalmente os pássa10s
cano10s e muitos outt os petseguidos pelos cac,ado1es e bem pouw defendidos pelo cumplimento
do "Código da Caça e Pesca"
As p1incipais lavomas cio munidpio são: Aba,axi, auoz, rnna-de-açúca1, amendoim, batata-
·doce, milho, feijão, banana e tomate
As indúst1ias são as seguintes: extrntivas de prndutos mineiais; de tlansfo1ma<,ão de miné1ios
não metálims; metalú1girns; mecânicas; de rnnstt ução e montagem de mate1ial de 1tanspo1te;
da madeita; de mobiliátio; de papel e papelão; químicas e fatmalêuticas; têxteis; de vestuátio,
calçado e a1tefatos ele tecidos; de p10dutos alimentícios; de behidas; edito1iais e g1áfi,as

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

MunicíjJÍo: Á1ea - 134 km 2 ; população ( 1950) - J 86 309 habs ; númc10 ele distJitos - 2
Sede 1111mici/htl: Átea - 79 km"; poptilação ( 1-VIl-'iO) - 182 039 hahs I atitude S -·
22''53'46"; Longitude \lí! Gt 43''07'13"; altitude - 3 m
Demdir distiito1: Itaipu: áiea - 'i'i km"; populac,ão (l-VII-50) - 4270 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

Foi semp1e elas mais destacadas a posição de Nite1ói nos fastos da nossa Hi:;tó1ia
A vasta 1egião às ma1gens da Guanabarn, a antiga Nitetói dos Tam(Jios, que habitavam
estas mesmas parngens, ele esplendoies po1 todos p1odamados, desde as mais 1emotas eias, está
limitada, no Município de Nite1ói, a uma á1ea <le 134 quilômet10s quadiados
As maiavilhas e emantos maiotes da natl!leza, assim tão p1ódigas nestas plagas, estão distti-
buídas pelas ptaias incompa1áveis e os montes ci1cundantes, bem como pelos vales, out10ia domi-
nados pelas plantações de cana-de-a<.Úcat e ceteais, hoje ocupados pelas avenidas, pt2-ças, luas
e out10s logiadou10s, todos habitados e ainda mais embelezados, tornando assim, êsse rnnjunto
paisagístim utbano, uma elas mais belas, aptazíveis, p10g1cssistas e attaentes das rnetiópoles
do füasil e das Améticas - a cidade de Nite1ói
Os Tamoios foiam, p1irnitivamente, os únirns possuido1es dessas teuas, assim enrnntadotas
e dominad01as; também se1iam os legítimos clefenso1es dos te11itó1ios matginais da Guanabata
Êsses, os ptimitivos povoadotes, foiam Slllptccndidos pelos p1imei10s rnnquistad01es, poituguêses
e fianceses, que luta1iam pela posse da teua clcsrnbe1ta
Foi assim desde janei10 de 1 502, quando a expedi<.ão de ANDRÉ GoNÇAI VFS ap01tou il
Guanabarn, julgando anrntat na foz de um giandc tio que 1eceScu o nome de Janei10 - o do
mês da clesrnbe1 ta Os amei índios toma1am pattido e foiam despojados dos seus p1eciosos tesou1 os
pelos po1tuguêses, rnmpliciados mm a ttibo inimiga, chefiada pelo "rnbta fc10z" - o ARARIBÓIA
As ptincipais batalhas foiam tlavadas nas rna1gens ca1iocas da founosa baía, e somente
das últimas lefiegas se1iam cenáiio, empolgante e a11ebatad01, as piaias citrnm izinhas da "Ptaia
Giande", na "Banda d'Além", pwximiclacles das "Ba11eitas Ve1rnelhas"
Se1iam êsses chãos os que também clevetiam constitui! o p1êmio maio1, 1ernmpensa seguia
e 'aliosa paia as atividades gueueitas dos valentes Tupirninós
Com a divisão do Btasil em Capitanias He1cditá1ias, as teuas ma1ginais da Guanabau
integia1iam o giandioso legado ele MARTIN AFONSO DE SouzA, nome também pelo qual foi mais
ta1de batizado o cacique ARARIBÓIA
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Empolga<lo pelos vastos domínios em k-Úas do Brasil, tal a extensão da Capitania de São
Vicente, deJicou-se mais o fidalgo luso ao · patiimônio iepiesentado poi São Paulo, onde foi
fundada, na ilha de São Vicente, a piimeita cidade brasileira
O Rio de Janei10 toinou-se piêsa fá(il dos aventmei10s que, após a descobetta de CABRAi,
excmsionaiiam pelo Atlântirn-Sul
Os fianceses foiam dos piimeitos a instalaiem-se nas ilhas e mesmo em teuas do wntinente
Não foi fácil a empiêsa hei(úlea de desalojá-los A "Fiança-Antáttica", idealizada pelos
expedicionátios, dessa oiigem, Jeixatia, entletanto, de sei uma tealidade, giaças, sôrnente, ao
hetoísrno de Es1Ácro DE SÁ e à tenacidade de MEM DE SÁ, mm a ajuda pieciosa das hostes
de ARAR!BÓIA
A histótia antiga de Nitetói é rnnternpoiânea da vitótia <los pottuguêses
A sesmatia do Di ANTÔNIO DE MARIZ ou MARINS CouTINHo, P10vedoi da Fazenda Real
no Rio de Janeito, bem como as de PERO MARTINS NAMORADO e JosÉ ADÔRNO, incoipoiando
as te11as de São Loutenço e Cataí (kaiaí), doadas em 1560 e 1565, jaziam ainda semi-abando-
nadas, quando se p10cessou a desistência do fidalgo pottuguês e sua mulhei ISABEL VELHO pata
founa1 o patlimônio de ARARIBÓIA e sua gente Ela esta sesmatia wnstituída de "todo o teueno,
desde as piimeitas baueitas ve11nelhas, couendo ao longo da baía acima, caminho do nolle
até completai uma légua de teuas e duas léguas p:u L o seitã:i" CoP1e<.ava, na 1ealidade, em
Giagoatá e rnmava até Maiuí, onde tinha início outia sesma1ia; a doa<,ão poi MEM DE S,\
tornou-se efetiva a 16 de mat<,o de 1 '568, sendo a posse solene, wm a p1esença do Gove1nado1
CRISTÓVÃO DE BARROS, lealizada em 22 de novembto de 1573
É a data maio1 de Nite1ói, wnsideiada fetiado municipal e ainda solenemente wmemoiada
todos os anos, mesmo em dettimento da efcmétide de !O de maio, quando, ern 1819, ve1ifirnu-se
a emamipa<,ão política da Vila Real da P1aia Giande
Instalou-se ARARIBÓIA, wm a sua tt ibo, na enwsta do mo1 to de São l ou1ern,o, onde foiam
constrnídas as p1imitivas choupanas e igualmente uma capela -- a ptimei1 a edificada em Nite1ói
Com o tempo desenvolveu-se a aldeia; aumentatia, 1àpidamente, o núrne10 dos casehtcs, mantendo
os índios pequenas ioças de milho e de mandioca, ao lado de incipiente indúst1 ia de ce1ârnicas
Etam os arnelÍnclios assistidos pelos jesuítas e pelas autotidades, e a aldeia aos poucos ptospeiava
Não tatdou muito que as teuas da sesmatia fôsscm dadas en1 afo1amento aos aventutei10s
que p10rniavam usut pai a ptoptiedade dos Tupirninós
A motte de ARARIBÓIA, segundo VARNHAGEN, em 1587, devia agiavat a situação aflitiva
dos homens da aldeia de São Lou1enço, rnjas teuas continuavam a sei invadidas poi exploiadoies,
ptopo1cionando demandas de giande duta<,ão e suscitando dúvidas, algumas p10longadas atta\ és
dos séculos O aldeamento foi extinto em 26 de janeito de 1866 pelo Govêtno ela P10víncia,
tal a situa<,ão de decadência
A ig1ejinha do rnouo de São Louten<,o, que substituiu a ptimitiva capela, ainda iesistindo
às intempéties, é o p1incipal monumento da cidade e está inw1potada ao nosso Patiimônio
Histó1ico
A decadência da sede da aldeia de São Lou1enço wnt1astava mm a p10spetidade das demais
tegiões das dive1sas sesmaiias, paia onde legiões de imigiantes etam attaídas pela fettilidade
das teuas e as múltiplas facilidades p10poicionadas pela p10ximidade da Guanabaia e ainda da
cidade do Rio de Janeito Sutgitam, em mito prnzo, povoações di\ etsas na Ptaia G1ande, em
kat,tí, Marní, São Domingos, São Gonçalo, São Fiancisrn, Jmuju!u, Itaipu e out1as locétlidades,
ao mesmo tempo que aumentavam as lavouias e pequenas indúst1 ias nas múltiplas p10ptiedadcs
em que também se multiplicavam as sesnutias
As capelas dist1ibuídas po1 êsses teuitó1ios, já habitados pot rnlonos poltuguêses e poL
esnavos em giande núme10, davam demonstta<,ão cabal do ptog1essci alcan<,aclo p01 todos êsses
núcleos populosos; em b1eve algumas delas setiam as sedes das novas fteguesias das matgens
da Guanabata
Desde as ptaias atlânticas, cm Pi1atininga e Itapuig ou Itaipu, até as matgens cio Guaxindiba,
fotam edificadas, nos séculos XVII e XVIII, muitas capelas; as de São Gon<,alo, São João Batista
de Irniaí e São Sebastião de Itaipu, foiam sedes das f1 eguesias, oiadas 1espectivmente em 10 de
feveteito de 1647, 18 de janeiw de 1696 e 12 de janeito de 1755
Entte outias de menoi impo1tância, na iegião cbs fututas f1eguesias, fotam edificadas as
capelas ele São Louienço, 1econst1uída em 1767; São João, em 1660; N S'' das Necessidades,
p1óxima à de São João, rnnst1uída em 1743; N S" da Conceição, po1 ANTÔNIO CoRRÜA PINA,
existindo desde 1663; São Domingos, poi DOMINGOS DE ARAU JO, em 1652; N S'·' da Boa Viagem,
pot DIOGO CARVAI HO DA l'oN !OURA, já existente em 1663; N S'·' ela Conceic,ão, na ilha de
mesmo nome, po1 MANUEi RODRIGUES DE FIGUEIREDO, em vittude d:t P10visão de 16 de julho
de 1711; N S'' da Concei<,ão, em Ju1ujuba, pelo padie MANUEi RODRIGUES; São Ftancisrn Xaviei,
pelos pad1es jesuítas, na fazenda Je p10ptiedade dos mesmos, existindo desde 1696; São Peclto,
em Ma1uí, po1 JosÉ PEREIRA CORREIA e seu itmão FRANCISCO VITORIANO PEREIRA, (0111 P10visão
de 17 de agôsto de 1751; Santa Rosa, poi P10visão do Bispo D FRANCISCO DE S.\o JERÔNIMO,
pelo Capitão PEDRO BARREIROS DE SousA; N S" da Conceição, em Pendotiba, pela Ptovisão
de 12 Je janei10 de 1787, po1 JosÉ FERNANDES DE SousA: Santan,t, mm Provisão de 30 de
dezemb10 de 1732, pot JoÃo MARIINS BRiro; Santo Inácio, no sítio da Aunação das Galeias,
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pol JosÉ JOAQUIM DO CABO e Joiio MAHCOS VIEIRA, tôdas na fteguesia de São João Batista
de Caiaí; São Gonçalo, em 1644, po1 GONÇALO GoNÇAI VES, em Guaxindiba t1ansfe1ida mais
tatde pala as ma1gens do Irnboaçu; N S" da Luz, em Itaoca, pelo Capitão FRANCISCO DIAS DA Luz,
em 1647; N S'' da Espeianc,a, em 1710, po1 GHEGÓRIO DuTRA, em Ipiíba; N S" do Rosá1io,
no Engenho Pequeno, ieconstrnída pelo Capitão MIGUEL FRIAS VASCONCELOS; Santana, em
Pachews, pot FHANCISCO FERREIRA DoRLANDO, em 1713, 1el0nst1uíd~· pot JoÃo PACHECO PEREIRA,
com P10visão de 27 de abiil de 1750; Santíssima Tiindade, na fazenda da Tiindade, em 1729,
tenovada poi P10visão ele 21 ele feve1ei10 de 1774; Santana, em Colubandê; N S" elo Destêuo,
em Piíba ou Ipiíba Giande, poi DOMINGOS PAIS PEREIRA, rnm P10visão de 12 de janeito
de 1737; São Tomé, na ilha dos Flamengos, pelo Cônego Joiio VAZ FERREIRA, <Um P10visãu
de 12 de seternb10 de 176>f, tôdas na fieguesia de São Gorn,alo; São Sebastião, em Itaipu, em 1716;
N S" elo Bonsucesso, em Püatininga, poi AI BER10 GAGO DA CÂMARA; N S'' da Assun,ão,
em 1734; N S" da Conceição, em Itao~aia; N S'' da Penha, na baua de Pitatininga poi JosÉ
VIEGAS LISBOA, rnm P10visão de 4 de outubto de 174 5, tôdas na fteguesia ele São Sebastião
de Itapuig
No século XVIII o p10giesso ewnômirn atingitia ptopuH,Ões maimes e, ao lado das fazendas,
não pouws etam os engenhos de ac,úca1 e agua1dente, da mesma founa que p10speiavam as
lavou1as de (e1eais, 1nandioca, legun1es e fiutas
O rnmé1cio desenvolvia-se na mesma p10po1ção das ati\ idades agdcolas e as dezenas de
batcos de ttanspolte de gêne10s e passageüos davam maiot movimento ao lito1 al, em constante
inte1câmbio wm outrns poltos das dive1sas fteguesias e igualrnente com os da cidade cio
Rio ele Janei10 Consolidavam-se assim, nos fins do sérnlo XVIII, as po~sihilidades de p10g1esso
das f1eguesias, que etam já habitadas pot milha1es de pa10quianos --~ liv1es e esuavos
Possuíam já as de: "São Gon<,alo, São João de Ca1aí e São Sebastião de Itapuig, constituindo
um únirn clist1ito, segundo o ielató1io aptesentado pelo mest1e-dc-rnmpr1-auxiliat JORGE DE
lEMOS PARADY "na wnfo11nidade das otdens cio !Imo e Exmo Senhot Matquez de Laviadio",
em janei10 de 1799:

"3 viga tios wlaelos


1 rnadjuto1
3 sau istacns
1 309 fogos
3 engenhos d' agoa atdente
28 engenhos de assucat"

com a p10duc,ão de:

"623 rnixas de assumi


451 pipas d'agoa atclente"

Os mantimentos p10eluzidos em um ano constaiiam de:

13 800 alqueites de fa1inha


2 800 " feijão
2 161 " milho
1 150 auoz

As embaica<,ões, lanchas e saveitos, pe1tencentes aos dive1sus p10piietáiios de teuas e wme1-


ciantes, localizados na "ensiada ou saco da Boa Viagem" e nos p01tos de: "São Domingos,
Piaya Gtande, Mata-pmrns, Marny, Valia, Ba11eto, São Gonçalo, Po1to Velho,· Po1to Novo,
Boaçu, Luz e GuaxinJiba", eiam em núme10 de 7 l
Completam o ielató1io estas pteciosas e não menus pitotescas infoima<,Ões: "Neste Desttito
ha hua aldea de Indios, wm a imocação de S Lomen<,o com um vig1" encomendado - Não
contem Va algúa, ou Auaâal, nem fabiicas de madeüas, nem te11as poi cultivai"
Tôdas essas f1eguesias cstatiam sujeitas it mesma administrnção, quando D JoÃo VI 1esolveu
emamipat a Vila Real da Ptaia Giande
O sérnlo XIX, rnm a vinda de D JoÃo VI pata o Biasil, ma1ca1ia o apogeu do p10g1csso
das fieguesias do 1ecônuno e pa1ticula1rnente a de São João de Icataí
Não ta1dou muito que o P1íncipe tivesse as atenr,ões voltadas pata a ··banda d'alern"
São Domingos foi o sítio ptefeiido pata os ptolungados ócios das buefas governamentais A
plivilegiada situação dêsse 1ecanto pito1esw, nas vizinhanças da Met1ópole, wnquista1ia essa
piefe1ência
Tornou-se famoso, nesses sítios, o dia 13 de maio de 1816, quando D JoÃo iesoh eu passai
a data cio seu natalício em São Domingos
A populac,ão da Piaia Giande alvo10çou-se wm a piesença da "Nobieza" e as demonstiações
militares, em que tomava pai te tôda a t10pa aqua1telada nas imediações, ptincipalmcnte a "Divisão
ele Voluntáiios Reais" Não falta1iam a essas solenidades, pela vez p1imeirn vetificadas nessas
plagas, a p1esença do Co1po Diplomático, "dos Piímipes D, PEDRO e Infante D MIGUEL, da
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Rainha Nossa Senhoia e das P1incezas Suas Augustas Filhas" As uomrns da época salientaiam
"o espectaculo, que ap1esentava o Campo de S Helena, no dia 13 do wuente (Maio de 1816),
eia unico e tocante: o espectado1 extasiado imaginava ve1 alli o 1 h10no do p1 imeiio AFFONSO,
o Alta! do HrMENEO, e os namoiados CAMPOS DE AI BUERA, VICTORIA e ORTHEZ; e a simpli-
cidade do ornato, ao mesmo tempo que quadta\ a com a natuteza do local, dava 1ealce à
magestade do ce1imonial"
A uiação da Vila Real da Ptaia Giande setia conseqüência lógica dessas demonsttac,ões de
catinho e solida1iedade de tôda uma população a El-Rei
O p10cesso setia longo e as dematches p10longa1-se-iam po1 alguns anos
Desde a 1ep1esentac)o do Ouvidot do Rio de Janei10, Dt MANUEL PEDRO GOMES, em 26
de janeito de 1817, até o Alvatá Régio de 10 de maio de 1819 e conseqüente instalação da
Vila Real, ptolongaiam-se também as manifestações de simpatia pela causa da emancipac,ão
A 11 de agôsto de 1819 1ealizava-se a solene instalação, com as clemonstiaçõcs máximas de
1egozijo da popula(,ão agiadecida Uma nova eia de ptog1esso também setia iniciada pata tôda
a legião, assim distinguida pela gene10sidade 1eal
Os festejos multiplica1am-se, desde o solene Te-Deum às m:liotes demonstiações de júbilo
do povo
Foi feliz a Vila Real da Ptaia Gtande wm o seu ptimeito govêtno
Tiaçado o plano de utbanização das te11as da:; fteguesias ele São Lou1enço e São João, foi,
segundo dornmentac,ão p1eciosa, o mesmo ele autotia de Josú C1 EMENTE PEREIR-\ - o ptimei10
juiz-de-fota nomeado
Quando deixou o catgo, em 1821, a vila já possuía 747 habitac,iíes e ) 015 habitantes,
sendo 2 771 esnavos e 2 244 liv1es A 1cceita da Câmata foi, nesse ano, ele 2: l64$715 e a
despesa de 2:022$36'í
Ainda em 1821, JosÉ CLEMEN rn PEREIRA ttansnutm o hornosu migo ao seu substituto,
o Di ANIÔNIO Josú DE SIQUEIRA E SnvA, depois de havei p1estado os mais 1elevantes setviços
à no\ a wmuna, wnquistanclo a estima e gratidão da população
Os arnntecimcntos telacionados com a nossa independência política, antes e depois, deviam
1efletit, wm intensidade, na Vila Real da Piaia G1ande Nas f1eguesias ptóximas, incotpotadas
ao pattimônio comum, pelo Alva1á de 10 ele maio de 1819, êsses fatos e os 1elativos às lutas
com os fianceses, no wmêço do século XVIII, tiveiam também a mesma 1epe1cussão
Não foi das menos p1áticas e eficientes a wopeiação das t10pas enviadas pelas fteguesias
da "banda d' além" paia dat combate aos frnnceses no Rio de Janeito, po1 ocasião das invasões
dos contingentes wmandados po1 DUGUAY-TROUIN e DucLERC, em 1710 e 1711 As últimas
pugnas, no cent10 u1bano, tivernm a colaboiac.ão p1eciosa, op01 tuna e decisiva, dos milicianos
de dive1sas :mnas dessas fieguesias de aquém Guanaba1a; em combate tiavado nas p10ximidades
do cais Pha10ux, quando enttincheitados os intrnsos no tiapiche de Lmz lvfoTA LEnE, lutando
contia as t10pas de DuLERC, pe1deu a vida o capitão de cavala1ia ANTÔNIO DuTRA DA SILVA,
que rnmandava os milicianos de São Gonc.alo e outtas 1egiões, os clefensotes do 1efe1 ido 1eduto
Antes ainda da data magna de 7 de setemb10, não menos ativas e desteme10sas mostrniam-se
as milícias ela Prnia Gtande Revoltadas as t10pas do geneial AVILEZ, aquatteladas na Aunação,
êsses 1e.beldes ti vetam a 1epulsa dos milicianos e do ptóp1io pm o Os 1evoltosos fotam ob1igados
a peclit demência a PEDRO I, ap1essando assim o embarque, para Pottugal, quando é cetto que
p1etendiam ent1inchei1 a1-se na fo1taleza de Santa C1 uz, paia 1esistitem às wlunas emancipad0tas,
como após as solenes dedau1ções do P1íncipe Regente de permanecei no país
Foiam dêsse gêne10 e dêsses méLitos tis contLibuic.ões pata os mais destacados movimentos
cm favo1 ela nossa autonomia e da Independência, não faltando o p10nuncia111ento da Câmata,
dos milicianos, e do povo da Piaia Giande
Continua pwspeiando a vila niada pot D JoÃo VI, desempenhando, peunanentemente, missões
pt epondciantes em tôdas as situa,ões uíticas pata a nacionalidade, embota dependentes do Govêrno
da Met1ópole, tal qual awntecia às demais cüu111suic_ões ela P1ovíncia do Rio de Janei10, de
acô1do wm a Constituic,ão em vigot
O "Ato Adicional", de 12 de agôsto de 1834, deve1ia uiat uma situac,ão excepcional pau1
os anseios de p10g1esso da Vila Real
Alcanc,ada a vetdadeita autonomia da P10vímia do Rio, pela emamipac,ão do Município
Neut10, wm administtac_ão autônoma, foi eleita a p1imeila Assembléia P10vincial e os deputados
wnvocados pelo p1esidentc --- JOAQUIM JosÉ RODRIGUES 'l ÔRRES, futmo viswnde ele ltabotaí,
pata 1eunitein-se na Vila Real da Piaia Giande
Dessa p1imeiia Assembléia faziam pa1te as petsonaliclades de maim telêvn no cená1io polítirn
nacional e que mais intensamente haviam cofaboiado paia a emancipação política
Entie out10s dêsses vultos eminentes, basta citai os nomes, ameolados pela gló1ia, de EVARIS ro
DA VEIGA, GONÇALVES LEDO, JosÉ Cr EMENTE PEREIRA, FRANCISCO DAS CHAGAS WERNECK,
CALDAS VIANA, PAULINO ]osÉ SOARES DE SOUSA (o fututo visrnnde de U1uguai), que, em wlabo-
iação wm o P1esidente ]oAQU!M ]osÉ RODRIGUES TÔRRES (Visconde de Ita\>oiaí), deviam dat
otganização definitiva à administiação da P10víncia cio Rio de Janei10
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Das piimeitas leis votadas seiia a localização da Capital da P10víncia A escolha 1ern111a
ainda na mesma vila, sede piovisó1 ia e que foi elevada à categoiia de cidade pela Lei n• 6,
de 28 de maiço de 1835, wm a wnsagtação do topônimo Nite1ói
Ao lado de outias sábias e pattiólirns iniciativas, dêsse peiíodo ámco ela administtação
da P10víncia, deve sei salientada, wmo medida de alto clescoitínio político, a uia<,ão ela
Escola Noimal ele Niteiói - a piimeita do Btasil e das Améiicas
Iniciava-se paia a nova cidade, assim distinguida pelo podei públiw, das mais ativas atuações
no cenátio polítiw-aclrninisttativo ela Pwvíncia e do Impéiio
O piogiesso, embota lento, clominaiia todos os seto1es das múltiplas atividades de uma
populac,ão rnlta e labo1iosa
Cent10 rnlto dos ele rnaioi impoitâmia no Impéiio, não foi das menoies a conttibuição nos
demais awntecimentos do país
Pata a piesiclênda da P10vímia do Rio, wnsidetada urna das pastas elos Ministéiios, seiiarn
sem pie escoÜ1iclos os mais expeiirnentados estadistas, wm destacad,l posição nos pat tidos Libeial
e Consetvacloi Desde o Viswnde de ITABORAÍ, em 1834, até o Viswncle ele OuRo PRÊTO,
em 1889, ocupatam êsse elevado pôsto os mais erni~entes vultos da política nacional, entie os
que mais se salientavam na aclministtação da musa pública em te11as do Impétio elo Btasil
Tal a impottância de Nitetói, em função dêsses múltiplos ptivilégius, que foi concedida,
em 22 de a~ôsto ele 1841, à capital fluminense o hon10so título ele "Impeiial Cidade"
Essas p1e11ogativas, assim elevadas e p1epode1antes, na polítirn elo Impétio, sempie sob
o pálio p10tet01 do podei modeta<loi, 1epiesentado pot D PEDRO II, não impeditiam que muitas
outias ieivinclirnções empolgassem as elites da teua nitewiense
A Cidade Impe1ial, capital da P10víncia elo Rio de Tanei10, se1ia também um forn de
agita,ões em tôrno elos movimentos - abolicionista e republicano
Foi o quattel-genetal ela mocidade fluminense empenhada nas pugnas pela p10d;1mação e
rnnsolida<,ão da República Alguns elos seus filhos ilust1es, entte êles - BENJAMIN CoNSTAN 1
e MIGUEI LEMOS, foiam iefotmadoies e pensad01es do mais alto descottino e de giande piedomínio
nos meios cultmais do país Outros valoies intelectuais rnlaboiatiam no p1óp1 io meiP, nos Clubes
Republicanos, nas iedações, nas uítedias e nas pta\as públicas; entte os últimos basta1ia dtat
os agitacloies, pensado1es e intimoiatos p10pagandistas vindos de Capiva1 i (atual Siha Jatdim)
e Itabotaí - SIIVA JARDIM e ALBERIO 1ÔRRES
Poi essas mesmas iazões, a Ptoclamação da República, em 15 de novembw de l889, não
su1 p1eendeu o povo de Nite1ói, que, na 1nes1na data, en1 fe:stas e passeatas cíviu1s, con1 a
rnnttibui<,ão valiosa e dominado ia dêsses e ele outws lícleies, pionei1 os elo movimento J epublüano
vitoiioso, rnnsag10u-se públicamente à nova fo1ma de govê1110, implantada sem lutas f1at1iddas
em teuas cio Btasil
Conseqüêmia, ou não, clêsses fatos, que setiam iesultantes da implantação do 1egirne iepu-
blicano, não foiam dos rnelhoies os dias que se sucecletam à mudanc,a de govêtno na teua
fluminense, wm ieflexo na capital elo Estado do Rio de Janei10
A P10víncia do Rio havia rnnquistaclo posi\ão de máxima p10jec,ão entie as demais que
integtavam o Impéiio do Btasil O podeiio econômiw, fiuto do ttabalho dos fluminenses e
piimipalmente do bia<,o esctavo, até maio de 1888, somente enrnnttava patalelo no ielêvo e
piestígio maiotes dos mais eminentes estadistas políticos do Impéiio, fluminenses de nascimento
ou mm influência diteta na poltica da P10vímia, entie outtos - hABORAÍ, SEPETIBA, URUGUAI
A nova oiientac.ão política dos detentoies do podei, nos p1imó1dios das administtat,ões 1epn-
blicanas, aliadas a fatôtcs múltiplos 01iundos da mudança do 1egime, culminaiia nas desoi<lens
e veidadeita ievolta cm divetsos Munidpios; otiginavam-se essas da cisão entie os políticos
da p10paganda e os que, no Govê1110 elo Estado, tudo fatiam pata desalojá-los das posições ele
mando, nas dléunsuic,ões em que toinatam vitotioso o mesmo uedo polítirn
Na rnpital do Estado 1eunitam-se, no unto espaço de dois anos, dois Congiessos Constituintes
- Senado e Câmata, em 1891, e Assembléi.1 Fluminense Constituinte, em 1892, conseqüência
esta últi1rn1 da deposic,ão do piimei10 gove111ado1 nomeado pelo geneial DEODORO DA FONSECA --
o St FRANCISCO POIUELA
O Munidpio ele Nitetói, ainda rnnsetvando, até 1890, tôcla a vastidão tcuitoiial das quattn
ptimitivas fieguesias, t1ansfo1 rnadas já em outtos tantos distiitos iirns, populosos e pióspetos,
softetia o mais rnde dos golpes, quando, pelo Deucto Lk 22 de setemb10 de 1890, foiam
sepatadas as fieguesias de São Gonc,alo, N S'' <la Conceição de Cotdei10s e São Sebastião de Itaipu,
pata wnstituÍlem o novo Munidpio de São Gonc,alo
Não basta1ia essa muta,ão btusca, ieduzindo a áiea municipal de Nitetói pata apenas 83,86
quilômet10s quaclrndos, pata 1eduzit de muito a pujança da citrnnsuição-sede do Govêino estadual
Embota as novas modificações impostas, que1 pelo Govê1110 p10visó1io do Alrnitantc BALTASAR
DA SILVEIRA, quei as sugeticlas pelo piesidente eleito, o Dt JosÉ ToMAs PoRCJÚNCULA, à
Assembléia Legislativa, iesultou finalmente 'itoiiosa a mutilac,ão teuitotial pata maio1 esplendoi
do novo Município recém-uiado
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Ainda não seiiam essas as wnsequencias máximas pata a teua nite10iense, em face dos
novos movimentos que agitavam a mesma e convulsionavam o país, em muitos tios Estados,
1ef!etindo desast10samente na Capital
Nite1ói se1ia levada ainda a muitos outlos sanifícios, da mesma fo1rna que wnquista1ia
outtas tantas glótias, das quais a rnaio1 não foi ce1tamente a de sei wnsidetada -- "Cidade
Invicta"; essa homa1ia seiia ainda iesultante do hetoísrno dos seus filhos e não meno1 das
auto1idades constituídas e wmandantes milita1es, todos integiados nas mesmas aspiiações de
wnsolidar a República e defendei o patrimônio sag1ado, legado .,;elos ptopaganclistas e pelos
que plasmaiam como he1óis ele outias tantas vitó1ias a nacionalidade biasileiia
A ievolta ele 1893, com os múltiplos malefícios pata a República e pata a p1óp1ia Na~ão,
ainda wmbalida, te1ia ieflexos os mais desasttosos pata a cidade ele Nite1ói Monumentos foiam
dest1uídos, baitros sactificados, aos milha1es os mo1tos e fe1idos entte os clefenso1es e a famílias
indefesas, êxodo em massa da população pata as zonas t mais e cidades p1óximas, la1 es desfeitos,
1 uínas, dotes, sangue, lágtimas e desolação po1 tôda a patte; ao t10a1 dos canhões e aos choques
das a1mas na faixa lito1ânea e no cent10 mbano - enfim, as wnseqüências funestíssimas da
gueua civil na cidade indefesa, sômente wntando wm o hetoísmo de seus filhos e a fih1a do
mais pmo civismo dos batalhões pat1ióticos e dos seus wmandantes, de que 1epresenta o maio1
pad1ão de glóiias o giande defenso1 da "Cidade Invicta" - o geneial FONSECA RAMOS
Essa j)ágina é a mais biilhante da histótia de Nite1ói, quando todo o país sofria os ho1101es da
ievolução de 1893, com os mais danosos efeitos pala o p1estígio do B1~sil e mui pa1tirnlaunente
paia o p1og1esso do Estado do Rio de Janeito e sua Capital
O povo nite10iense wntinua1ia a 1esistir e a da1 as mais concludentes ptovas ele civismo
e hetoísmo, mas o govê1no constituído, na defesa das p1e11ogativas da administiação, 1ese1\ alia
o cliieito ele iesgua1cla1-se dessas desast1osas conseqüências da luta ent1e itmãos, em plena Capital
cio Estado
Não vingou, de início, é ce1to, o ato do p1imei10 gove10ado1 tepublicano, ttansfciindo a
capital pata a cidade tecém-oiada de Te1esópolis; a Assembléia Legislativa foi, ent1etanto,
convocada extiao1dinà1 iamente, em janeito de 1893, paia tlata1 ela mudan~a da capitaL
Os debates ptolongatam-se e múltiplas fo1am as sugestões e também os ptojetos e emendas,
ielativos todos a essa mudança, considernda mgente e indispensável, em face das últimas lutas,
ele que a maio1 vítima tc1ia sido a cidade ele Nite1ói
Mais uma vez pleiteavam a piimazia as cidades de ~ Pet1ópolis, Campos Te1esópolis,
Vassouias e Nova Fiibu1go, atiavés das p10postas fundamentadas dos seus legítimos H:p1esentantes
Não foiam poucos também os que, apesat das tazões de Estado e a ptemência de tempo,
ainda julgavam possível e admissível a peunanência em Nite1ói
Foi finalmente vito1iosa, em out1a 1eunião, a trnnsfe1êncía imediata paia a cidade de
Pettópolis, ve1ificada, após a Resolu~ão legislativa, a p1incípio em ca1áte1 ptovisó1io, em 30 de
janeito de 1894, e, mais ta1cle, em definitivo, em 1° de outub10 do mesmo ano
Prnfundas fo1am essas mutações sofridas pela posição da cidade, nesse nato pedodo de tiajetó1ia
acidentada, desde a ptoclarnação da República
Necessá1io setia tempo, e ainda maio1es desvelos, pata a 1econstl ução da cidade e o novo
apa1elhamento das suas fô1ças econômicas, políticas e sociais, paia novos emp1eendimentos compen-
sado1es dêsses p1olongados saoifícíos
Novas lutas políticas no Estado e ainda a uíse econômica tefletitiam podetosamente na
fisionomia tlistonha da cidade, despojada então da glóiia mai01 de se1 a sede do govê1no estadual
Não desanima1iam, ent1ttanto, os que acalentavam espeianças de um tápido tessmgimento, de
um p1edomínio político, de uma tiansfo1 mação das mais completas e, finalmente, do 1 etô1no,
em bieve piazo, dessas mesmas hornas ele Capital do Estado
Nos governos de Po1ciúnrnla (pa1te final), MAURÍCIO DE AllREl' e AI BERTO TÔRRES, bem
como em pa1te no tiiênio de Qu1NTINO BoCAIÚVA, o Estado do Rio de Janeito teve como sede
a cidade de Pet1ópolis
Ptocessava-se ativamente o movimento teivindicado1
As hostes dos que aspitavam à volta da capital parn Níte1ói aumenLlVam e consolidavam-se
Atiavés das muitas nrnta<,Ões políticas, não difícil foi à Assembléia Legislativa, já sob a
nova 01ienta<,ão imposta pela vitóiia política de Nn o PEÇANHA, eleito P1esidentc do Estado,
em 1903, decidi! pela tiansfe1ência da Capital
Pot delibeta<,ão da Assembléia, de 11 ele agôsto de 1902, Nite1ói to111a1ia a n1c1ece1 a tão
ambicionada e disputada homa1ia de se1 a sede do govêrno fluminense A solene instala<,ão
1ealiza1-se-ia em 20 de junho de 1903, com as máximas demonstia<,Ões ele júbilo maio1 das autoii-
dades e do povo
Duiante um longo pe1íodo ele quase um sérnlo de vida autônoma, desde 1819, embo1a
com bases sólidas e g1andes possibilidades, continuou motosamente, até a ptimeÍla década do
século XX, o p10g1esso da cidade
Após a 1einstalação da capital em Nite1ói, J etomadas as condições noJ mais de pa7. e de
t1abalho ptofírno, foi que a "Cidade Invicta" voltou ao titmo bem mais aceleiado de p10g1esso
Nas aclministiações dos p1efeitos nomeados, p1inéipalmente PAUi n ALVES e PEREIRA FERRAZ,
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nos governos Nn o PEr,ANHA e ALFREDO BAKER, as tlansfo1ma~ões f01am as mais completas,


ampliando de muito o ótimo plano de u1bani;<ac,ão de JosÉ CLEMEN1E PEREIRA, mm a abe1tu1a
das novas e amplas avenidas, 1efo11na dos patques e embele;<amento das puiias
Êsse novo impulso pata as conquistas telativas às modernas técnicas inovadoias, ptincipalmente
u1banísticas, inf!uitia extiaotdinàtiamente pata melh01at a fisionomia dos haiuos antigos, já agoia
mode1ni;<ados e ap1esentado novos aspectos Êsses melhoiamentos atingitam ainda mais elevado
dímax nos governos dos p1efeitos Fm ICIANO SoDRÉ, VII A NovA MACHADO e ÜTÁVIO Í,ARNEIRO,
wm a arnpliac,ão das obias de saneamento, calçamento e embelezamento, bem wrno oiação de
novos se1vi<..,os a se1e111 (Ontinuados pot outtas adtninisttações que, n1ais ou 111enos i11tensivan1ente,
vêm wlabo1ando paia êsse mesmo pwgtesso
Não sàmente os melhotamentos mbanos influitiam pata êsse desenvolvimento e êsse esplendo1
Conrnmitantemente, fatôtes ernnômicos os mais divetsos rnopeiaiarn paia êssc novo sulto
de p10g1esso que atingiiia ao máximo nos últimos anos Inúmcias Líb1icas fotam instaladas nas
ilhas e nas zonas mbana e submbana; o comé1cio des1;nvolveu-se, bem rnmo as modernas
rnmunicac,ões 10doviá1ias, fe11oviá1ias e malÍtimas fornm bastante ampliadas e ape1 feiçoadas:
todo êsse rnnjunto, ao lado de outrns wndic,ões de vida nova e ativa, pr'\de possibilitai a eta
de um estágio de gJ andeza em nossos dias
Ainda no 1egime de 1eivindirnc,ões políticas, administ1ativas e te11ito1iais, pela nova tllganiza,ãn
administiativa do Estado do Rio de JaneiJO, a vigota1 no qüinqüênio 1944-1918, foi possível
a ieinco1po1ação do distiito de Itaipu ao Munidpio de Nite1ói
Ampliada assim a átea do Munidpio, foiam aumentadas, igualmente, as ;'ossibilidades de
desenvolvimento As putias atlânticas, p1incipalmente ItaiptL, vêm sof1endo b1usrn e benéfica
t1ansfo1ma<,ão, obedetendo a um plano de u1banirn<,ão capaz de torná-las dos mais aptazíveis
centws 1esidenciais e de tu1 ismo, com o ap1oveitamento do magnífico potencial fornecidü pela
natu1eza Piaias e lagoas, em conjunto ha1mônirn, ofett:cem os mais belos panourn1as e possibili-
dades dignas dêsses rnidados
Ainda não se1ia sàmente o t:voluü das indúst1ias, do rnmé1cio e demais fôu,as ewnômirns
a influência rnaio1 paia essa posic,ão de 1eflexo de Nite1ói, em função do rnnfrnnto rnm as
mais impo1tantes ciclades btasileiias Jvlenos ainda tornou-se vanguallleiia pelo esplendot da
natu1eza ou pela p10ximidade da cidade do Rio de Janeito
Paialelamente ao p1og1esso ernnômirn e social, também o cultuial, no sentido do desenvolvi
mento maio1 das letias, das a1tes e das ciências, desempenha1ia, rnmo desempenhou, ação p1eponde-
1ante nessa evolução e paia êsse apogeu; a cidade tiansfo1mou-se, em algumas décadas dêste
século, em um cent10 unive1sitá1io de máxima impo1tânda, com a p10spetidade do ensino piimá1io,
ensino secundá1io, ensino térnico-p10fissional, do ensino altístico e supe1io1, 1eptesentado êste último
pelas Farnldades de Düeito, de Faunácia e Odontologia, de Belas A1tes, de Medicina e de Filosofia
As Academias de Lettas, Sociedades Médicas, Biblioterns, Museu Antônio Pa11ei1as, Monu
mentos Históliws e A1 tístirns, Imp1ensa, ao lado de um núme10 elevado de outias tantas associa-
<,Ões científicas, altístirns, filant1ópirns, p10fissionais, 1eueativas, integiando finalidades e aspita-
<,Ões da populac,ão, de mais de duzentos mil habitantes, confo1me estimativa pa1a 1945, colocam
bem alto, no justo 1enome de um notável cent10 Ulbano, dos mais destacados e evoluídos, -
a cidade de Nitetói, capital do Estado do Rio de Janei10

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Poimc1,ão Ad111i11irt1c1til·r1: Recebeu p1edirnmento de f1eguesia po1 alva1á de 18 de janeiw


de 1696 A vila foi uiada po1 fôtc,a do Alvatá de 10 de maio de 1819, com sede na povoação
de São Domingos da Piaia Giande, e te11itó1io desmembtado do tê1mo da cidade do Rio de
Janei10, tendo 1ecebido a denominac,ão de Vila Real da Prnia Gtande A sua instalac,ão oco11eu
no dia 11 de agôsto de 1819
A Vila Real da Ptaia Giande foi elevada à catego1ia de Capital pot Lei p10vi11éial n9 2,
de 26 de matc,o ,\e 1835, tendo 1ecebido, logo após, forns de cidade e a denominac,ão de Nite1ói,
em vit tude da Lei ptm il1éial n 9 6, de ma1c,o de 183 5
A oiac,ão do distiito foi rnnfiimada pela Delibeiac,ão estadual de 15 de agôsto de 1891
e pelo Deoeto estadual n'' 1, de 8 de maio de 1892
Nite1ói deixou de se1 Capital do Estado P<H ffüça das teis estaduais ns 50 e 89, tespectiva-
mente, de 30 de janei10 e 1" de outub10 do ano de 1894, senclo 1estauiada, nessa categmia, po1
Lei estadual n<' 542, de 4 de agôsto de 1902, tendo sido teinstalada em 20 de junho de 1903
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio de Nite1ói se compõe
de 6 distiitos: Nitetói, S Domingos, Icaiaí, S Lomenc,o, Ba11eto e Jmujuba
Na divisão administiativa do ano de 19:'>3, o Munidpio de Nite1ói apa1ece wnstituído
de 6 distiitos: os 5 ptimei10s, todos êles denominados de Nitc1ói', e o sexto de Jmujuba
De acô1do com as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Munidpio
de Nite1ói constitui-se de 6 disttitos: Nite1ói, Ba11etos, Irnrní, Jmujuba, São Domingos e
São Lou1enc,o
- 285 -

No quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n<' 392-A, de 31 de ma1c,o de 1938, o Município


de Nite1ói figuta com um único disttito: Nite1ói, subdividido em 2 zonas: 19 , comp1eendendo
os 1 , 49 e 5'1 antigos distiitos; 2'', com os 29 , 3º e Jurnjuba
9

De acô1do com o Dec1eto estadual n 9 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial pata vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Nite1ói é composto ,!e um
único distiito: Nite1ói, com quat10 zonas: l'', 2'', 39 e 4''
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Dec1eto-lei estadual n 9 l 056, de 31 de dezemb10 de 1943,
pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município ficou composto de dois dist1itos: Nite1ói
e Itaipu, 01denados 1espectivamente como 19 e 29 disttitos do município de Nitetói, pelo Deueto-lei
estadual n'' 1 063, de 28 de janeüo de 1944
FoJ11ic1ção Judiciá1ie1: A Lei n 9 14, de 13 de abiil de 1835, declaia que a comatca de
Nitetói comp1eende os têtmos de Nitetói e Magé
Segundo as divisões te11ito1iaís datadas de 3 l-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, hem como no quadto
anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1ço ,Je 1938, Nitetói é o único têuno
judiciá1io da coma1rn de Nite1ói, assim pe1manecendo nos quad10s 1efo1entes aos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espeltivamente, pelo Deueto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10
de 1938 e Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
As Leis ns 1 429, de 12 de janei10 de 1952, e l 89'í, de 6 de julho de 1953, mantiveiarn
a Comatrn de Nite1ói rnnstituída apenas pelo têlmo do mesmo nome, e que lhe set ve de sede

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirt1ito de Nite1ôi: A Ítcguesia foi uiada po1 alva1á datado de 18 de jant·ito de l896
Recebeu fo1os de vila po1 alvatá, com fô1ça de lei, de lO de maio de 1819, que uiou o
município mm sede na povoação de São Domingos da Piaia Giande e a denominac,ão de Vila Real
da Ptaia Gtande
Em vittude da Lei p10vincial n" 2, de 26 de matço de 1835, a Vila Real da Pi.lia Giande
adquitiu p1e11ogativas de capital da P10víncia do Rio de Tanei10, e, po1 Lei p1ovincial n 9 6,
de 28 de ma1,o de 183'í, foi ekvada à catego1ia de cidade, mm a denominação de Nite1ói
A uia,ão do dist1ito ou fieguesia foi confiunada pela delihernc,ão de 15 ele agôsto de 189 l
e deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
A cidade de Nite1ói, sede do dist1ito e município de igual nome, po1 efeito das leis estaduais
ns 50 e 89, datadas, 1espeltivamente, de 30 de janei10 e l º de outuh10 de 1894, foi destituída
da catego1ia de Capital do Estado, 1eadquÍlindo-a, po1ém, em vittude da Lei estadual n9 'í42,
de 4 de agôsto de 1902
Segundo a divisão adrninistiativa elo Btasil, 1efe1ente ao ano de 1911, o município de Nite: ói
tem po1 sede o dist1ito ele Nitetói
Na divisão administiativa de 1933, figmam no município de Nite1ói, crnw dist1 itos deno-
minados Nite1ói: 19, comp1eenclendo o pelÍmetto mbano p1op1iamente dito; 29 , abtangendo os
bai11os ele São Domingos e Ingá; 39 , rnnstituído pelos de Icaiaí e Santa Rosa; '1 9 , fotmado pelos
bait10s de São Lou1enço e Fonseca; e, finalmente, o 5'', composto pelos bai1 tos do Ba11cto e
Santana de Ma1 uí
De acôtdo com as divisões te11ito1iais cbtaclas ele ?> 1-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, o município
de Nite1ói tem sua sede localizada no dist1ito de idêntiw topónimo, desapatecendo a divisão
vigente em 1933
Segundo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 3 l de mau, o de 1938, o
dist1ito de Nitetói petmanece como sede cio município de mesmo nome, estando dividido em
2 zonas: a 1 1, tonstituída pelos 1°, 4'· e y.i antigos distiitos; e a 2\ fottnada ton1 os 29 e 3º
1 1

De acô1clo Com o quacl10 ela divisão te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943,
fixado pelo deoelo estadual n'' 641, de l5 de dezemb10 de 1938, o clisttito de Nile1ói, sede do
município de Nite1ói, rnmp1eende quatto zonas: 1'', 2'', 3'' e 4''
No quadto da divisão te11ito1ial, judiciátia e administiativa do Estado, fixado pelo Deueto-lci
estadual n'' 1 056, de 31 de dezembto de 1943, pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o município
de Nite1ói figma mm sede no dist1ito de Nitetói
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o disttito de Nite1ói foi
01denado como o l º cio município ele igual nome
II - Di1t1ito de ltc1i/J11: A fteguesia ele São Sebastião do Itaipu foi uiada pot alva1{t ele
12 de janeito de 1755
Pot fôt<,a da Lei estadual n 9 752, ele 15 de outubto de 1906, a sede elo dist1ito de Itaipu
foi tiansfe1ida paia o povoado ele Ipiiba, 1eto111ando a Itaipu, pela de n 9 791, de 5 de setembto
de 1907
Na divisão administtativa de 1911, Itaipu figma corno disttito do munidpio de São Gonc,alo
A sede disttital, po1 Lei estadual n" l 232, de 18 de janei10 de 1915, foi novamente
ttansfetida pata o povoado de Ipiiba, sendo, ent1etanto, 1estamada em Itaipu, pela de n 9 l 807,
de 15 de 'janei10 ele J 924
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Segundo a divisão administiativa de 1933, o disttito se denomina São Sebastião cio Itaipu
e peltence ao município ele São Gonçalo
De alô1do com as divisões teuitoiiais datadas ele 31-XII-1936 e 31-Xll-1937, hem corno
o quad10 anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 tle ma1ço ele 1938, a toponímia do distrito
foi simplificada pata Itaipu pe11nanecenclo o mesmo no município de São Gonçalo, situação essa
mantida pelo Deueto estadual n 9 641, de 15 de clezemb10 ele 1938, que fixou o quad10 te11itorial
do Estado pata vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943
Po1 efeito cio Deueto-lei estadual n" 1 055, de 31 de clezernb10 de 1943, confitmaclo pelo
ele n'' 1 056, da mest11a data, o disttito ele Itaipu foi desmembiado do município de São Gonçalo
e anexado ao ele Nitetói No quad10 ela divisão te11itorial, jucliciátia e administ1ativa do Estado,
vige::te no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo 1efei ido Deoeto-lei n" l 056, Itaipu figura como
dist1ito do município ele Nitetói
O Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1914, otdenou o dist1ito de ltaipu
como o 29 do município ele Nite1ói

MUNICiPIO DE NOVA FRIBURGO


DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O te11itó1io do Município de Nova ftibu1go, rnja altitude média está rnlrnlaela em 800 m,
ap10ximaclamente, é exttemamente acidentado, ap1esentando, contudo, em algumas zonas, extensos
vales Dentte suas p1incipais elevac,ões tessaltam, além das tamificac,õs da Se11a dos Ótgãos,
as seguintes seitas: Macaé, Paquequet, Boa Vista e Cnibixais Quanto ao 1evestimento flolÍstiw,
obse1 va-sc exubetante vegetação tanto nas seu as wmo nas vá1zeas
Em vittude de seu clima salubé11imo, Nova F1ibutgo é tida como excelente estância de
uua e veianeio, sendo ternnhecida como tal não somente em todo o país, mas também no exte1io1
Fe1tilizando suas magníficas tettas, destacam-se os seguintes 1ios: Giande, engtossado pelo
Bengala, que banha a cidade de Nova F1ibu1go; Macaé, mm os afluentes: Bonito, Boa Espetan~a
e có11egos Novo Destino, Marnw e São Tiago; São Tosé e Santo Antônio, sendo que a junção
dêste último wm o 1io Cônego foima o Bengala
No le11itó1io municipal encontiam-se nume10sas quedas dágua, sob1essaindo as casrntas de
Hans e Moinho da Saudade, ambas no tio Santo Antônio; a ptirneita com '57 m de altura e
descatga de 0,805 m"/s, e a segunda mm 8 rn de altuta e desrntga utilizada de 0,800 rn"/s,
além das quedas do tibeiião de Tábuas, wm 16,30 m 3/s, e da cascata do Catete, no iio Bengala,
rnm 105 m de altuta e 2,000 m"/s ele descatga
As jazidas de rnalacacheta existentes nas tettas do Mnnidpio fowm explotadas nos dist11tos
de Lurnia1 e Nova F1íbu1go, duiante a guetta e nos ptimeitos anos do após-gue11a, achando-se,
atualmente, patalisada a sua explotação Enttetanto, rnntinuam sendo ap10veitadas as pecl1eiias
do 1110110 de Santa Tetesinha, Duas Pedtas, Cônego e Conselheito Paulino, situadas nos auedotes
da cidade .
Das extensas matas que 1evestem o te11itó1io municipal, são cxtiaídas vátias espécies de
madeiias, destacando-se: cedto, canela, tapinboã, canela pteta e eucalipto
No tocante à fauna, obsetva-se que é telativamente tica, notando-se, wm mais fteqiiência,
dent1e outtos animais: parns, capivaias, po1ws-do-mato, rntias, pteás, tatus, coelhos e lebtes;
no que diz tespeito às aves, são os ptincipais 1ep1esentantes: jarns, inambus, macucos e utus,
além de inúrnetas aves canoias Os 1ios de Nova F1ibmgo são pourn piswsos; enrnntiam-se,
entletanto, auuás, bag1es, (alpas e t1aÍ1as
As ptincipais lavoutas do município são: latanja, tomate, café, mandioca,. banana, feijão,
batata-inglêsa, milho, batata-doce, cana-de-açúrnt e a11oz
As inclúst1ias são as seguintes: extiativa de ptodutos mineiais; de tlansfo1mação ele miné1ios
não metálirns; metalú1gicas; da madeiia; de mobiliátio; de coutos, peles e p10clutos similatts;
têxteis; de vestuátio, calçado e aitefatos de tecidos; de ptodutos alimentícios; de bebidas; edit01iais
e g1áficas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Mttnicí/ 1io: Átea - 951 km 2 ; população (19'50) - 47 755 hahs núme10 de distiitos -- 6
Sede Mttnici/><il: Átea - 239 km"; população ( l-VII-50) - 32 838 habs ; latitude S -
22"16'42",0; longitude W Gi - 42''31'54'',0; altitude - 846 m; distância em linha 1eta it
Capital - 91 km; 1umo (em 1ela,ão à Capital) - N N E
Demclis distiitor: Riogtandina: á1ea - 31 km2 ; populac,ão ( 1-VII-'50) 2 296 habs
Campo do Coelho: á1ea - 181 km"; população (l-VII-50) - 4 211 habs Refúgio: áiea -
77 km2 ; população (1-VII-50) - 3 205 habs Lumia1: átea - 383 km 2 ; popula<,ão (1-VIl-'íO)
- 5 205 babs Conselheito Paulino: á1ea - 40 km 2 ; popula,ão - *
* - A população do distiito ele Conselheito Paulino está anexada às dos distiitos de
Nova F1ibu1go e Riogiandina
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EVOLUÇÃO SOCIAL

A colonização do te11itó1io, hoje sob a jurisdição do Munidpio de Nova Ftihmgo, cuja


áiea se estende po1 9'í 1 km 2 , data do reinado de D Joiio VI, confundindo-se o seu devassamento
com o de Cantagalo Po1 Deoeto de 11 ou 16 de maio de 1818, êsse mona1ca, a instâncias do
1ep1esentante da Suíça, SEBASTL~O NICOLAU GACHET, auto1izou a vinda de uma "colônia",
mm!'osta de cêrrn de 100 famílias, 01iundas do Cantão de F1ibu1go, situado naquele país
Po1 Deoeto de uma daquelas datas, foi nomeado, também, Monsenho1 PEDRO MACHADO
DE MIRANDA MALHEIROS pata ocupai o ca1go de inspeto1 da p10jetada mlônia, ficando ainda
encauegado da aquisição dos te11enos necessá1ios à sua instalação Dando cumptimentos às
at1ibuições que lhe coubeiam, rnmp10u o 1efe1ido inspeto1 "duas datas de terras mm meia légua
de testada cada uma", pe1tementes a MANUEi DE SOUZA BARROS e a JosÉ AN IÔNIO FERREIRA
GUIMARÃES, além da sesma1ia denominada Mo110 Queimado, que tinha pertencido a LOURENÇO
CoRRÊA DIAS Nesta sesma1ia, instalou Monsenho1 MIRANDA a sede da colônia, que se denominou
Nova Ftiburgo As ptimeitas levas de colonos suí<,os a ela chegaram, em núme10 de 30 famílias,
em 1819 e C.omeços de l820 Dessa fotma, sUlgiu o p1imei10 núdeo otganizado de povoa<,ão,
nas teuas hoje pe1tencentes ao município Tão p10missota eia a wlabota<,ão dêsses estiangei10s,
que, a 3 ou 13 de janei10 de 1820, o Govêino desejando incentivá-la ainda mais, houvt: pot bem
subsueve1, nesta data, um alva1á, em que concedeu a Nova F1ibu1go o p1edicamento de vila,
desmembtando suas teuas das de Cantagalo A sua instalação ocoueu aos 17 dias do mês ele
abril de 1820, localizando-se a sua sede na povoação de Mouo Queimado
Em 1823, o Govêtno emiou o Majo1 GEORGE ANTONIO SCHEFFER à Alemanha, pata
mnt1ata1, nesse país, a vinda de imigiantes pata as wlônias de Leopoldina e Ftankenthal, estabe-
lecidas desde 1816 na Bahia, nas ma1gens cios 1ios Catavelas e Viçosa Po1 qualque1 motivo,
êsscs colonos foiam desviados de seu destino, sendo ditigidos pata Nova F1ibu1go, aonde chegatam
no dia 3 de maio de 1924
Monsenho1 MIRANDA, que se havia exoneiado cio catgo de Inspeto1 da rnlônia, foi 1eadmiticlo,
p01 essa época, havendo tccebiclo com demonstiações de aptêt,o os novos imigiantcs, que ficaiam
sob sua diteção até 1831, ano em que o sistema de administia<,ão especial da colônia cessou,
passando a sua jmisdição a sei supe1intendida pela Câma1a da Vila
Poste1io1mente, chegarnm ~l Nova Fiiburgo mlonos italianos, pottuguêses e sÍJ ios, que viernrn
Cont1ibuit, mm seu tiabalho, pata a p10spe1idade semp1e crescente da localidade, que, pelo
Deoeto n 9 34, de 8 de janei10 de 1890, teve a sua sede elevada à categoiia de cidade
Pelas suas condições climáticas ptivilegiaclas, pelo lahot e pela pe1sistência de seus fill1os,
Nova F1ibu1~go p10g1ecliu muito dessa data em diante
Hoje, as suas teuas são ptocmaclíssimas pelos turistas, que pata elas afluem, attaídos pela
fama de suas belezas natuiais e salub1iclacle imonttste de seu cliirn1

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1111c1ção Administ1t1ti1•t1: Em vittucle do Alva1á de 3 ou 13 de janeito de 1820, foi c1iacla


a vila, e, conseqüentemente, o Munidpio de Nova F1ibu1go, mm sede na antiga povoa<,ão de
Mo110 Queimado, e te11itó1io desmemb1ado cio têtmo da antiga vila de Cantagalo A sua instalação
omueu no dia 17 de abtil clêste mesmo ano
A vila de Nova F1ibu1go 1ecebeu fotos de cidade pot efeito do Deoeto estadual n' 34,
de 8 de janeito de 1890 A oiação do dist1ito foi clete1rninada pelos Deuetos ns 1 e 1-A, 1espec-
tivamente, cios dias 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Segundo a divisão aclministiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio de Nova Fiibmgo
se compõe de 2 clist1itos: Nova F1ibu1go e São Pedto
Na divisão administiativa do ano de 193?, o Munidpio apa1ece constituído dos seguintes
disttitos: Nova F1ibmgo, Esta<,ão do Rio Gtande, Teu as F1ias (com sede em Campo cio Coelho),
Ampa10 e Lumiat, assim pe1manecendo na divisão te11it01ial de 3 l-XII-36
Em divisão te11ito1ial datada de 31-XII-1937, o Munidpio fignia mm os seguintes dist1itos:
Nova F1ihu1go, Rio Gtande (ex-Estação do Rio Gtandc), Ampato, Lumia1 e Teuas F1ias
Segundo o quaclio anexo ao Decteto-lei estadual n' 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, o
Munidpio se rnnstitui dos disttitos de Nma Fiibu1go, Ampa10, Lumia1, Rio Gtande e Campo
do Coelho { ex-Te11as F1ias)
De acô1clo mm o Deoeto estadual n 9 641, de 1 'í de clezemb10 ele 1938, que fixou o quaclio
te11ito1ial pata vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Nova Ftibutgo é founado
pelos seguintes clisttitos: Nova F1ihmgo, Refúgio ( ex-Ampato), Lumia1, Rio Gtancle e Campo
cio Coelho
Na divisão te11itotial vigoiante ::o qüinqüênio 1944-1948, fixada pelo Decteto-lei estadual
n• 1 056, de 31 de tlezembto de 1943, o Município de Nova F1ibmgo figma com 5 dist1itos:
Nova Fiibmgo, Campo cio Coelho, Lumiat, Refúgio e Riogianclina (ex-Rio Gtancle), que recebeiam
a seguinte 01denação dada pelo Deoeto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janeito ele 1944:
19 - Nova Fiibu1go, 29 - Riograndina, 39 - Campo cio Coelho, 4 9 - Refúgio, 59 - Lumia1
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Poste1io11nente, o mu01op10 viu-se aClescido do 6' distiito, denominado Conselheuo Paulino,


niado pela Lei n' 1 428, de 7 de janei10 de 1952, tendo seu teuitólio constituído ele teiras
dos distlitos de Nova Flibu1go e Riogiandina

Fo111u1ção J11diciá1ic1: O Deueto nQ 1 637, de 30 de novemb10 de 1871, elevou o têuno


de Nova 1'1ibmgo à categolia de coma1ca
Nas divisões teuito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o tê1mo de Nova Flibmgo
é o único Componente da corna1rn de mesmo nome, assim pe1manecendo no quad10 anexo ao
Deoeto-lei estadual n' 392-A, de 31 de rna1ço de 1938
De acôtdo com o Dec1eto estadual nQ 641, de 15 de dczernbto de 1938, pai a vigo1a1 no
qüinqüênio 1939-1943, a corna1rn ele Nova Ftibmgo se constitui elos seguintes têtmos: Nova
Flibu1go e Cac!toeitas
Segundo o quaclto da divisão te11it01ial paia vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo
Deoeto-lei estadual nQ l 056, de 31 de claemb10 de 1943, a coma1ca ck No\ a Ftibu1go é
founada pelos têunos de Nova F1ibmgo e Cad10eitas de Macacu ( cx-Cachoeitas)
As Leis ns 1429, de 12 de janeito de 1952, e l 89'i, de 6 de julho de 19'i3, m"ntiveiam
a Coma1rn de Nova Ftibmgo constituída pelos tê1mos de Nova F1ibmgo e Cachoeüas de Macacu
A Lei n' 3 382, de 12-9-57, elevou à categ01ia de Coma1ca o têtmo de Cachoeitas de Macarn

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Di1t1ito de No1•c1 F1ibmgo: O disttito de Nova F1ibmgo foi oiado po1 Deoeto
de 3 de janei10 de 1820, obtendo fo10s de vila e sede municipal po1 fôtça do Alva1á da mesma
data, que uiou o município de Nova Fiibu1go
Po1 fô1 <,a do Deueto estadual n'' 31í, de 8 de janeito de 1890, a sede do dist1 ito e do
município de Nova Ftibmgo foi elevada à categotia de cidade
A Gia,ão do dist1ito de Nova Ftibmgo foi confiimada pelos deuetos estaduais ns 1,
de 8 ele maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
De ac:ô1do com as •diYisõcs administiati\'as de 1911 e 193), te11ito1iais datadas de 31-XII-19)6
e )l-XII-1937, bem como o quaclto anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, ele 31 de matço
de 1938, o município de Nova F1ibu1go tem po1 sede o distiito de igual nome, disposição ess,t
mantida nos quacl10s da divisão te11itoiial, judiciátia e administiativa do Estado, vigentes no:;
qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivarnente, pelos Deuetos estaduais ns 641,
de 1'i de de:mnb10 de 1938, e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Pelo Deoeto-lei estadual nº l 063, de 28 ele janei10 de 19 í í, o distiito de Nossa Senho1a
foi 01denado como o 19 do município de igual nome
Pe1'1 Lei n" 1 428, de 7 de janei10 de 1952, o disttito de Nova Fiibmgo teve pai te do seu
tellitólio desmembiada pata constitui! o dist1ito de Conselhei10 Paulino

II - Dirt1ilo de Riog1c1ndi11c1 (ex-Rio Giande): O dist1ito de Estacão do Rio Gtande foi


oiado po1 Lei estadual n" l 809, de 2'i de janei10 de 1924, com te11Úó1io desmembiado do
1" distiito ele Nova F1ibmgo
Segundo as divisões administiati\ as de 1933 e te11ito1iais datadas de 3 1-XII-1936, " distiit•,J
de Esta<,ão do Rio G1ancle peitence ao município de No\'a F1ibu1go
Na divisão te11it01ial datada de 31-Xll-1937 e no quaclto anexo ao Deueto-lei estadual
n• 392-A, de 31 de mau,o de 1938, consta no município de Nova Fiibmgo o disttito simplesmente
denominado Rio Giande, o mesmo se ve1ificando no quaclto teuitotial vigente no qüinqüênio
1939-1943, fixado pelo Deoeto estadual n" 641, de l 'J de dezemb10 de 1938 ·
Po1 efeito do Deoeto-lci estadual n'' l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o guacho
da divisão tc11ito1ial, judiciá1ia e adrninistiati\a do Estado, pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948,
o disttito de Rio Giande teve seu topônimo modificado pata Riogrnndina, pe1manecendo no
município de Nova l'tibmgo
Pelo Dcc1eto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeí10 de 19'Í4, o clist1ito de Riogiandina foi
01denaclo como o 2" do município de Nova Ftibmgo
Pela Lei n" 1 428, de 7 de janei10 de 1952, o dist1ito de Riog1andina teve pa1te do seu
te11itó1io desmembiada pata constitui! o disttito de Conselhei10 P~rnlino

III - Dirt1i10 de Cc1111/Jo do Coelho: O disttito foi oiado po1 Lei estadual n'1 l 809,
de 2 'i de janeit o de 1924, 1ecebendo a denominac,ão de Te11as Fiias e tendo po1 sede a povoa<,ão
de Campo do Coelho, constituindo-se com te11itó1io desmembiado do disttito de Nova F1ibmgo
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o distlito de Teuas F1ias, com
sede em Campo do Coelho, pe1tence ao município de Nova Ftibmgo, assim pe1manecendo nas
divisões te11it01iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937
Em vittude do Decteto-lei estadual nQ 392-A, ele 31 de mat\O de 1938, o distlito ele Te11as
Ftias passou a denominai-se Campo do Coelho No quad10 anexo ao supiacitaclo Deoeto-lei
nº 392-A, Campo do Coelho ( ex-Teuas F1ias) figma como disttito do município de Nova
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Fiibmgo, o mesmo se ve1ificando nos quad10s da divisão te11ito1ial do Estado, fixados pelos
denetos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938 e 1 056 de 31 de dezemb10 ele 1943,
paia vigmatem, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-,1943 e l944-1948
Pelo Dec1eto-lei estadual nº 1 063, de 28 ele janei10 de 1944, 0 disttito de Campo do Coelho
foi 01d~nado como o 39 cio município de Nova F1ibmgo

IV - Dirt1ito de Refúgio: O distiito de Ampato foi uiado po1 lei estadual n 9 1 809,
de 2'\ ele janeilo de 1924, com te11itótio desmemb1ado do dist1ito ele Nova Fiibu1go
Segundo as divisões administiativas de 1933 e teuito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
e o quaclio anexo ao Dec1eto-lei estadual n9 392-A, de 31 de ma1ço ele 1938, o dist1ito ele
Am1)ato está subo1 dinado ao município ele Nova F1ibu1go
Em viltude do Deoeto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quacl10
teuitoiial cio Estado, vigente no qüinqiiênio 1939-1943, o dist1ito de Ampa10, do município de
Nova Fiibmgo, teve seu topónimo alte1ado pata Refúgio
No quaclto tettitotial do Estado, em vigot no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo DeCJeto-lei
estadual n\' 1 056, de 31 de dezemfno ele 1943, Refúgio figu1a wmo disttito do município ele
Nova F1ibmso
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeito de 1914, o clisttito de Refúgio foi
01denaclo como o 4 9 cio município de Nova F1ibmgo

V - Dist1ito de Lttmic11: O distiito de paz foi uiado com sede no luga1 denominado
Lumia1, po1 Delibeiac,ão de 18 de outub10 de 18H9
Pela Delibe1ac,ão de 8 de agôsto de 1890, a sede do disttito de paz de Lumiat foi ttansfe1ida
pata a povoação de São Pe(ho, 1eto1nando, potém, pata Lumia1, po1 efeito dos deoctos estaduai.s
ns 1, de 8 ele maio, e J -A, de 3 de junho de l892, que, ta111bé111, confitmarntn a oiação
do disttito
Pot fôic,a da Lei estadual n 9 '\ 19, de 17 de dezemb10 de 190 J, a sede do distlÍto de Lumiat
foi, novamente, tiansfe1ida paia São Pedto
Na divisão adminisliativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figurn no município de
Nova Ftibmgo o distiito denominado São Petho
Etn viltude ela Lei estadual nº J 242, de 22 de feve1eit0 de 19 l5, foi 1estautada a sede
do dist1ito na povoação ele Lumia1
Lu111iai foi dassificado rnmo 59 distiito, po1 Lei estadual n" 1 809, de 25 ele janei10 de 1924
O Deut:to estadual n 9 2 '\29, de 29 de dezemb10 de 1930, 1cfe1e-se à 1estallla(.ão da sede
disttital em Lumia1
De acêndo wm as divisões administlativas de 1933 e teuitolÍais datadas de 31-XIl-l936
e 31-XII-1937, bem como o quac!to anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mat(.O
de 1938, o distiito de Lumia1 pe1teme ao munidpio de Nova Fiibu1go, assim pe1mancccndo nos
quad10s da divisão tellitotial, judiciáiia e administiativa do Estado, em vigot nos qüinqüênios
1939-1943 e 19'1'Í-1948, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, de 15 de dezembto de 1938
e l 0'\6, ele 31 de dezembto de 1943
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeilo de 1944, o disttito de Lu111ia1 foi
01clenado rnmo o '\ 9 do município de Nova Fiibmgo

VI - Dirt1ito de Conrelheiio Pa11lino: O disttito de Conselheito Paulino, 69 do município


'ele Nova F1ihmgo, foi oiado pela Lei n" 1 428, de 7 de janei10 de 1952, tendo o seu teuitótio
constituído de te11as dos distiitos ele Nova F1ibmgo e Riogtandina

MUNICíPIO DE NOVA IGUAÇU

DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O te11itótio do .Município de Nova Iguaçu, situado na Baixada fluminense, ap1esenta-se


ligeilamente ondulado ao cent10, montanhoso ao n01te, noweste e sul, e plano a leste Dentie
as elevações que founam o sistema 010g1áfirn municipal, destacam-se as seguintes se11as:
Santana, p01 rnja cumeada wue a linha divisó1ia dêste Município wm o de Vassomas; e Tinguá
e MaduteÍla, nos limites com o Disttito l'edetal, onde se enwnttam os picos de Geticinó e
Matapirn, tendo o p1imei10 887 m de altitude
O clima ele Nova Igua(.u é quente e úmido, sendo, getalmente, salubte, ex(eto nas zonas
palust1es ou alagadiças, situadas à matgem dos cutsos dágua, onde se obse1 vam smtos ele
maláiia
As te11as do Município são cottadas pot iios, cóuegos e canais, que, embota pequenos são
nume10sos, sob1essaindo o 1io Guandu, cujas águas são avolumadas pelos afluentes: São Pecl10,
Guanclu-Milim e Santo Antônio, dos quais tccebe o último as águas do iio Dou10 Outw tio
impoitante é o Iguaçu, eng10ssado pelo seu afluente Otum Além dêsses, ainda se pode dta1
o 1io Pavuna

l9 - 25 625
-- 290 -

Das quedas dágua existentes no Município, destaca-se, pelo seu ap10veitamento, a cachoeita
fo1mada pelo 1ibeitão Santa Bianca e o tio Santana, a qual possui uma queda de 32 m e
descarga utilizada de 1,480 m"/ s
Nas teuas de Nova lguac,u encontiam-se dive1sas pedteitas em explotac,ão Existem, nas
suas matas, vá1ias espécies de madeitas, dentte as quais sob1essaem as que se p1estam ao fabtico
de lenha e cat vão
A fauna muniLipal é 1elativamente pob1e, obse1 vando-se todavia, a existência de animais
como: parns, tatus e p1eás D<::nt1e as aves, notam-se vá1ias espécies de pássa10s cano10s ou
de ornamento Nos tios, pouco piscosos, encontiarn-se ttaÍlas, liagt es, acauís, etc
As p1incipais lavomas do município são: latanja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, cana-de-ac.úcat, auoz e abacaxi
As indústtias são as seguintes: de tiansfotma1,ão de miné1ios não metálicos; metalú1gicas;
de wnsttuc,ão e montagem de matetial de ttanspotte; da rnadeita; de mobiliátio; de papel e
papelão; químicas e faunacêutirns; têxteis; de vestuá1io calçado e a1tefatos de tecidos; de p10dutos
alimentícios; de bebidas; do fumo; mecânicas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Mmzicíf,io: Átea - 753 km 2 ; população (1950) - 145 649 habs ; núme10 tle distlitos - 6.
Sede m11nici/"'l: Átea - 203 km2 ; popula1,ão ( l-Vll-50) - 90 749 habs ; latitude S -
22 9 45'37",9; longitude W Gt - 43'1 26'52",8; altitude - 26 m; distância em linha 1eta à
Capital - 38 km; tumo (em 1elac,ão à Capital) - O N O
Demflir diitJilor: Queimados: á1ea - 210 km': popula,ão (1-VIJ-50) 18 774 habs
Cava: átea - 269 km"; população (1-VIl-50) - 12 376 habs Belfoid Roxo: áiea - 71 km";
população ( l-VIl-50) - 23 750 habs Mesquita: á1ea e população -* Japeri: átea e
população -*

EVOLUÇÃO SOCIAL

Com a divisão do Biasil em Capitanias He1editá1ias, as te11as que hoje constituem o Município
de Nova lgua\u, rnja átea se p10longa po1 753 km", wubeiam a MAR1IM AFONSO DE SOUZA,
donatátio da Capitania de São Vicente Todavia, esta vasta e 1ica tegião pcunaneceu 1elegada
ao mais completo abandono, até que o Rio de Janeito se tornou notável fow iuadiado1 de
p10g1esso, em vittude de sua elevação à catego1ia de cidade em 1565, após as lutas ve1ificadas
entte pottuguêses e flamcses, que disputavam ~l posse das teuas da Guanabata
Tiansw11idos alguns anos após essa data, já se assinalava, nas te11as de lgua,u, a existência
de várias sesma1ias, lOncedidas em dife1entes épocas, a pattit ele l 566, segundo o diz Monsenho1
PIZARRO em suas "Memótias Histó1icas" Entte elas, cncontiava-se uma ~'eltencente a BRAZ CUBAS,
que, confoune tudo indica, sctia o mesmo BRAZ CtrllAS a quem a cidade de Santos deve a
sua fundac,ão
À p10po1ção que os anos se sucediam, depois das wncessões das sesma1ias citadas a coloniza<,ão
dessas te11as foi-se ptocessando gtadativa e 1àpidamente, pelos vales dos pequenos 1ios que sukarn
o te11itó1io dessa zona da Baixada Fluminense, com•J sejam o Me1iti, o Satapuí, o Pilai e,
prinicpalmente, o Igtraçu Com a pcnetra1,ão do demento civilizado, o abo1ígine foi cedendo
tcucno, sendo impelido pata o inte1io1 ou exteuninado, acabando po1 clesapa1ecé'1 dessas
paiagens
Segundo Josú MA1oso MAIA FoR1E, em seu liv10 "lgu:tçu", tão cedo os agtupamentos
populacionais o pe1mititam, foiam s111gindo várias f1eguesias nessas teuas A mais antiga, segundo
Monsenho1 PIZARRO, em sua obrn citada, foi a de Nossa Senhoia do Pilar, nrja data de uiação,
fixada pelo visitadot "D1 ARAÚJO'', 1emonta ao ano de 1637 Seguiram-se-lhe as de São João
de Metiti, aptovada pelo Alva tá 1égio ele 1O de feveieiw de l 617; a de Santo Antônio de
Jacutinga, em 16'í7, e a de Nossa Senhorn da Piedade do Iguaçu, cuja nia\ão se 1efe1e ao ano
de 1719, tendo sido mais impottante que tôdas as out1as Pinalmente, em l759, smgiu a última
delas, a de Nossa SenJ10Ja da Cornei,ão de Matapic u, a qual lecebcu, nessa data, o p1edica111ento
de petpetuidade A fieguesia de Nossa Senho1a da Piedade do lguac.u em tan,bém wnhecida
pelo nome ele Nossa Senhorn da Piedade do Caminho Velho, em viltude de estai localizado,
em suas te11as, um tlecho da esttada que, subindo as encostas da Seua da Estlêla e arnmpanhando
os vales dos 1ios Pataíba e Parnibuna, atingia as "Minas Geiais" Foi pot êsse caminho que
passou, mais tatde, TrnADEN rES, quando se ditigia à Côtte, onde setia julgado e enfoH ado
A 1nos11e1idade aglÍcola da 1egião citcunvizinha ao tio lguac,u pe1du10u pot dois séculos,
a contai da data em que foiam concedidas as p1imei1a' sesma1ias Os cmsos fluviais existentes
na 1egião, ainda não obst1uídos, não só tornavam fe1tilíssirnas as suas tenas, rnmo também se1viam
de ótima via de wnrnnicação com a cidade cio Rio de Janei10, pai a onde se eswava a sua
p10dução Cultivavam-se, então, com giande sucesso, vastas áteas, de onde se extlaíam quantidades

* Fotarn conse1 vados o censo e a divisão administtativa de 1950, que excluem Mesquita
e Jape1i, devido à impossibilidade de dema1cá-los, pois não há documentação ptecisa
- 291-

consideráveis ele gênetos alimentícios, como o auoz, o feijão, a mandioca e, p1incipalmente, a


cana-cle-açúca1 O café, cuja cultuia se tentou inttocluzü na 1egião, não deu os 1esultaclos esperados,
o que 1edunclou no abandono de seu plantio Ao elemento negto esoavizaclo muito deveram os
fazendeüos e senho1es de engenhos, p10piietáiios na localiclade, as 1ápidas e fabulosas foitunas
que acumulaiam em épocas passadas
Em 15 ele janeüo de 1833, 1econhecendo o notável p10gtesso na 1egião, o Govêrno 1esolveu
concedei-lhe a autonomia, desde anos antes solicitada po1 seus habitantes mais influentes, o que
efetivou, exaiando, nessa data, um deneto em que concedia a Igua~u o p1edicamento de vila,
veiificando-se a sua instalação a 27 de julho do mesmo ano
Entietanto, cm tazão de injunções políticas, pouw pe1dmou a autonomia de Igua<,u, que
pe1deu suas p1euogativas de vila pela Lei p10vimial n 9 14, de 13 de abiil de 1835 Não satisfeitos
com êsse estado de coisas, os habitantes dessa localidade voltaiam a lutai pot sua hegemonia,
e os seus esfo1ços foiam co10ados de êxito em 10 de dezemb10 de 1836 Pela Lei n 9 57, dessa
data, foi 1estamada a vila com a denominação de "Iguaçu"
Situada à matgem diteita do 1io Igua<,u, a sede da vila p10spe10u de foima notável, a pattir
de sua elevação a essa categotia, chegando a sei consideiada um dos mais notáveis empótios da
cidade do Rio de Janeito, sei vindo-a pela baía de Guanabaia, aonde fazia chegai seus p10clutos
po1 via fluvial ou te11esl1e
O início do pedodo de decadência, que se ve1ifiwu a pa1tü da segunda metade do sérnlo XIX,
na localiclaclc de Igua<.u, deveu-se, paiadoxalmente, às inovações p1og1essistas inttoduzidas no
teuitó1io fluminense A wnstwção das estiaclas de fe110 p10vocou, com fteqüência, êsse fenômeno
Cidades, vilas, povoa<.Ões su1gian1 da noite pata o dia, às ma1gens das estiadas, enquanto localidades
antiquíssimas desapat eciam 1àpiclamente
'l ão cedo se iniciou o tiáfego da E F D Peclio II, [ltual Cential do Btasil, veiificou-se o
abandono da via fluvial, que, obstt uída pela falta de rnidados, deu motivo à fotma~ão de pântanos
e alagadiços, onde passou a giassa1 o impaludismo, detetminando o desvio ela zona ela influência
cometcial e agdrnla pata as bandas otientais do Município À p10po1<.ão que as antigas lavomas
e núdeos de ;'ovoação etam entiegues it sua sotte, 1eg1eclinclo dia a dia, c1esciam, à ma1gem
da via fé11ea, pequenas localidades, ent1 e elas a denominada Maxambomba, que, com o rn11et
dos tempos, p10g1ediu em influência e impottância As rnncisões desfavo1áveis q11e se obse1vavam
na antiga vila de Iguaçu, fou,aiam os governantes a tiansfe1ü-lhe a sede em l 9 de maio de 1891,
pata essa nova localidade, que, nesse mesmo ano, a 19 de junho, foi agiaciada com f01os de
cidade Posteti01mente, em 9 de novembto de 19 l6, foi mudado o topónimo da cidade, que
passou a denominai-se "Nova Iguaçu"
últimamente, em iazão das obias de saneamento que se veiificaiam na Baixada Fluminense,
o Município voltou a p10g1edit Pata tal 1essutgimento, muito tem conttibuído, também, a
facilidade de rnrnunica<,Ões com a Capital da República, o que não só lhe valo1izou rnnsidetàvel-
mente as te11as, como, po1 outto lado, lhe facilitou o escoamento dos ptodutos ag1írnlas, ent1e
os quais p1qondeia a latanja, expottada em quantidades conside1áveis

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1mc1ção Ad111i12irt1e1ti1'c1: A \ila de Iguaçu foi uiada po1 efeito do Deueto ele 15 de
janeito de 1833, tendo a sua instala<,ão ow1 tido a 27 de julho dêsse mesmo ano
Pot fô1<.a da Lei ptovincial n'1 14, de 13 de ab1il ele 1935, a vila de Iguaçu foi extinta, tendo
sido 1estamada cm vittude da Lei nº 57, de 19 de elezemhto de 1836
A povoa<.ão ele Maxambomba, elevada à categoiia ele vila pelo Dceteto n 9 20-1, de 19 de
maio de 1891, ficou como sede do Município de Iguaçu, tenc\o adquitido fotos L!e cidade em
vittude elo Deneto n 9 263, de J 9 de junho clêsse mesmo ano
Segundo a divisão adminisltaliva do ano de 1911, o Município de Igua<,u ;e rnmpõe de
6 dist1itos: Jacutinga, Queimados, Nossa Senhota da Piedade de Iguaçu, Metiti, Palmeitas e
Pilat Po1 fô1ça da Lei estadual n 9 l 331, de 9 de novemb10 de 1916, a sede cio Município
de Iguaçu tomou a denominac,ão de Nova Igua<.u
O disttito de Nova Iguaçu foi niaclo pela Lei estadual n 9 l 634, ele 18 de novembto ele 1919
Na divisão administtativa 1efetente •lO ano de 1933, o Município de Iguaçu figuia com 9
clist1itos: Nova Iguac,u, Queimados, Cava, São João de Meti ti (mm sede no auaiaJ da Pavuna),
Bonfim, Pilai, Nilópolis, Caxias e Est1êla
De acô1do mm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município
de Igua<.u se constitui ele 9 distiitos: Nova Igua,u, Bonfim, Cava, Caxias, Estiêla, Me1iti
(ex-São João do Me1iti), Nilópolis, Pilai e Queimados, assim peunanecendo no quad10 anexo
ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, segundo o qual o Município de Iguaçu
teve o seu topónimo modificado pa1a Nova Iguaçu
Segundo o quadto te11ito1ial em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Deneto estadual
n• 641, ele 15 de dezemb10 de 1938, o Município de Nova Iguaçu é composto dos seguintes
disttitos: Nova Iguaçu, Belfo1d Roxo, Bonfim, Cava, Caxias, Est1êla, Me1iti, Nilópolis e Queimados
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual n• 1 056, de 31 de clezembto de 1943,
pata vigoia1 no qüinqi:t2nio 1944-1948, o Município de Nova Iguaçu figma mm os 5 distiitos: Nova
..,... 292 -

Iguac,u, Belfo1<l Roxo, Cava, Nilópolis e Queimados, ter.<:o pe1dido os distlitos de Duque de
Caxias (ex-Caxias), Imbaiiê ( ex-Est1êla) e Metiti, que fo1am wnstituü o novo Munid;1io de
Duque de Caxias, e o distiito de Bonfim, que foi extinto
O Decteto-lei n• l 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou os disttitos do município de Nova
Iguaçu da seguinte fmma: 1• - Nova Iguaçu, 2" - Queimados, 3'" - Cava, 4" - Nilópolis,
5 -
9 Belfotd Roxo
O Ato das Disposições Constitucionais T1ansitó1ias do Estado do Rio de Janeito, p10mulgado
em 20 de junho de 1947, po1 fô1ça do a1t 6", tegulado pela Lei estadual nº 6, de 11 de agôsto
de 1947, desanexou do município de Nova Igua<,u o dist1ito de Nilópolis paia constitui1 um
novo município mm a mesma denomina(.ão dp distiito
Posteliounente, a Lei n'' 1 472, de 28 de ab1il de 1952, uiou os distlitos de Mesquita e
Jape1i, e 01denou os distlitos do munidpio de Nova Iguaçu da ~;eguinte foirna: l 9 - Nova
Iguac,u, 29 - Queimados, 3º - Cava, 4'·' - Belfotd Roxo, 59 - - Mesquita e 6" - Japeli

Fo1111c1ção fttdiciá1ia: A coma1ca de Iguaçu foi oiada pot fr'ltça do Deueto n" 1 637,
de 30 de novemh10 de 1871, constituindo-se dos têunos de Iguaçu e Itaguaí Em vittude do
Decteto n 9 2 243, de 29 de setemb10 de 1877, ficou a coma1rn de Iguaçu somente com o têlmo
de lguac,u, 1:01 te1 sido elevado à categolia de comatrn o têuno de Itaguaí
P01 fênc,a da Lei n" 43-A, de lº de rnatço de 1893, ou Deoeto n" 681, de 28 de mat<,o
de 1901, a êoma1ca de Igua<,u foi extinta, passando o têlmo de Iguaçu a fazei patte da comatca
de Batta do Püaí A rnma1rn de Igua<,u foi testabelecida p01 efeito da Lei n'' 7'i0, de 29
de sctemb10 de 1906, teinrn1 p01ando o têlmo de ftaguaí
Em viltude da Lei n 9 l 804, de 12 de janci10 de 1924, a wma1ca de Igua<,u pe1 deu o
têuno de Itaguaí, pen te1 sido elevado novamente à eatego1ia de wmatca Segundo as divisões
teuitotiais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o têtmo de lguacn é o único wmponente da
wma1 rn ele mesmo nome
De acôtdo mm o guacho anexo ao Deueto-lei n'1 393-A, de 3 l de mai<,o de 1938, o têtmo
de Nova Igua,u (ex-Igua,u) é o úniw constituinte da comatca de Nova Iguac,u (ex-Iguaçu)
assim pe1manecendo nos guadios das divisões tet 1it01iais fixadas paia os qüinqüênios 1939-1943
e 1911-1948, 1espectivamente, pelo Deu eto estadual nº 64 l, ·de l'i de dezemb1 o de 1938 e
Dec1 cto-lei estadual, n 9 l 056, de 31 de dezemb10 de J 9,í3
As Leis ns 1429 de 12 de jancito de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 19'i3, mantiveiam
a Comatca de Nova lgua<,u rnnstituída apenas pelo têtmo judiciátio do mesmo nome, e que lhe
set ve de sede

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirt1ito de Not'CI lgttá(H: A fieguesia de Santo Antônio de facutinga foi ctiacla poi
Alva1 á datado de 24 ele janei10 de 17 'i 5
A sede da freguesia, pot fô1 <,a do Deueto p10vincial nº l 267, de 29 de novemb1 o de 1862,
foi t1ansfe1ida parn a localidade denominada Maxarnbomha
A povoação de M;:xambomba, sede da fteguesia de Santo Antiioio de Jarntinga, tecebeu fo10s
de vila e sede do município de lguac_u, pol fôt<,a do Deueto n 9 204, de l" de maio de 1891,
Lonset vando, poté111, sua deno1ninação
Po1 efeito do Deueto ptovincial n'1 263, de l 9 de junho de 1891, :t vila de Maxamliomba,
sede da freguesia de Santo Antônio de Jarntinga e do município de Igua<,u, foi elevada à
categotia de· cidade
Na divisão adrninistiativa do Btasil, iefe1ente ao ano de 1911, figuia no município de Iguaçu
o distiito denominado simplesncente Jacutinga
Em viltude da Lei estadual n'1 1 331, de 9 de novembto de 1916, a cidade de Maxambomba,
juntamente wm o dist!Íto de Jacutinga, passou a denominai-se Nova Iguaçu
De acôtdo com as divisões administtativas de 1933 e te11itotiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o distlito de Nova lguap1 é sede do munidpio de Igua~u
Em vütude do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de l 938, o município de
Iguaçu teve seu topônimo alterndo paia Nova Igua<,u Segundo o quad10 anexo ao mencionado
Deueto-lei n'" 392-A, o município de Nova Iguac,u ( ex-Igua<,u) tem pot sede o dishito de
igual nome, assim petmanecendo nos quadtos da divisão te11ito1ial, judiciátia e administ1 ativa
do Estado, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, ele l 'i de dezemb10 de 1938, e l 056, de
31 de dezemb10 de 1943, pata vigo1a1em, tespectivamente, nos qüinqiiênios l939-19'Í3 e 1944-1918
O Deneto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1944, otdenou o distiito de Nova
lguac,u como o 19 do município de igual nome, o que foi rnnfil ma do pela Lei n 9 1 472, de 28
de abtil de 1952
II - Dist1ito de Q11eit1ZC1dor: A ficguesia de Nossa Senhota da Conceição de Marnpicq
1ecebeu o título de freguesia petpétua em 1759
Sua uiação foi confi11nada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de
junho de 1892
- 293 -

A sede disttital foi ttansfelida pata a localidade de Queimados, po1 Lei estadual n• 1 008,
de 11 ele outub10 de 191 l, ou l 028, de 23 de novembto do mesmo ano
Na divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, Queimados figuia como dist1ito do
município de Iguaçu
Po1 fôu,a da Lei estadual n• l 634, de 18 de novemb10 de 1919, foi 1estabelccida a sede
em Ma1apici.1, voltando a mesma paia Queimados, passando o disttito a tet êste nome, pela
de n'' l 799, de 8 de janeüo ele 1924
De acôtdo com as divisões aclministiativa de 1933 e te11itoliais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o dist1ito de Queimados pe1tence ao município ele Iguaçu, assim pe1manecendo
no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" '.>92-A, de 31 ele ma1c,o de 1938, pelo qual o
município passou a denominai-se Nova Iguaçu, e no quadto da divisão tettito1ial do Estado,
em vig01 no qüinqüênio 1939-1943 fixado pdo Deueto estadual n" 641, de l 'i ele dezemb10
de 1938
Po1 efeito cio Dcoelo-lei estadual nº 1 056, de 31 ele dezernb10 de 1943, que fixou o guacho
da divisão te11ito1ial, jucliciáiia e administiativa cio Estado, pata vigoia1 no qüinqiiênio 1944-1948,
o clist1ito de Queimados adquiliu uma pequena faixa cio te11itó1io cio distlito de Taiietá, cio
município de Vassouias (zonas da Estac,ão de Belém); e pe1manece no município de NO\a Iguaçu
O Deoeto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1944 otdenou o dist1ilo de Queimados
como o 2º do município ele Nova Iguaçu, o que foi confiimaclo pela Lei n• 1 472, de 28 ele
ab1il de 1952
III - Di1t1ito de Cc11>c1: A ftcgucsia de Nossa Senho1a da Piedade de Tguaçu foi oiada
po1 alvatá datado de 27 ele jarn:ito ele 1755
Em vittude cio Decteto de 15 de janei10 de 1833, que uiou o n1unicí1oio de Iguaçu, a f1eguesia
adquitiu p1e1togativas de vila e sede do novo município
A fteguesia foi destituída dessas categotias pot fôtça da Lei p10vincial n'" 14, de 13 de ab1il
de 1835, que suptimiu o município de lguaçu Readquiliu-as, potém, po1 Lei p10vincial n' 57,
de 10 de dezembto ele 1836, que 1estau10u o município
Po1 efeito do Deneto estadual n" 204, de 19 de maio de 1891, a fieguesia de Nossa Senhoia
da Piedade de lguaçu petdeu a categotia de sede municipal, a qual foi trnnsfeticla pata a povoação
de Maxambomba
Os deuetos estaduais ns l, de 8 de maio, e l-A, ele 3 de junho ele 1892, confitmaiam a
oiac,ão do disttito ou fieguesia
Na divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, figuia no munidpio de Iguaçu o clisi1ito
de Nossa Senho1a ela Piedade de Igua<,u
A sede clist1ital, pot Lei estadual n• 1 634, de J8 de novembto de 1919, foi !tansfe1icla parn
a estação de José Bulhões, 1ecebendo o dist1ito a clenominac,ão de Cava
Segundo as divisões administiativa de 1933 e teuito1iais datadas de 31-XII-1936 <' 31-XII-1937,
o disttito de Cava pe1tence ao município de Iguaçu
P01 fôtça do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de 1938, o município de
Iguaçu passóu a denominai se Nova Iguaçu No quaclto anexo ao citado Deueto-lei 392-A,
Cava figuia como disttito do município de Nova Iguaçu ( ex-Iguac,u), o mesmo se ve1ificando
no quad10 da divisão te11ito1ial do Estado, fixado pelo Deueto estadual n 9 641, de 15 de
dezemb10 ele 1938, pata vigota1 no qüinqüênio 1939-1943
Em vittucle do Deueto-lei estadual n 9 1 055, de 31 de dezemb10 ele 1943, confitmado pelo
de n• l 056, da mesma data, o clistlito de Cava foi auesciclo de patte do te11itó1io cio extinto
dist1ito de Bonfim, do município de Nova Iguac,u De acôtdo wm o quad10 da divisão te11ito1ial,
judiciátia e administiativa cio Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1914-1918, fixado pelo supiacitaclo
Deueto-lei n' 1 056, o clisttito ele Cava petmanece no município de Nova Iguac,u
Pelo Deueto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janeito de 1914, o disttito de Cava foi 01denado
~orno o 3'' cio município de Nova Iguaçu, o que foi confiunado pela Lei 11• l 472, de 28 de
abtil de 1952
IV - Dirt1ito d~ Belfoid /{m:o: Po1 efeito do Deucto estadual n 9 641, de 15 ele dezemb10
de 1938, que fixou o quadto te11it01ial vigente no qiiinqüênio 1939-1943, foi uiado no município
de Nova Iguaçu o disttito de Belfo1d Roxo, constituído mm te11itó1io desmembiado do distlito
de Nova Iguaçu
Em vittude do Deueto-lei est<ldual nº l 05'í, ele 31 de dezembto de 1943, rnnfitmado pelo
de n• 1 056, ela mesma data, o disttito de Belfo1cl Roxo foi desfalcado de patte de seu teuitótio,
anexada ao clisttito de Imba1iê, do novo município de Duque ele Caxias De acôtdo com ri
quad10 da divisão te11ito1ial, judiciáti<l e administiativa do Estado, em v1gencia no qüinqüênio
1944-1948, fixado pelo mencionado Deneto-lei nº 1 056, o dist1ilo ele Belfotd Roxo está sob
a jutisclic,ão cio município ele Nova Iguaçu
Pelo DeCJeto-lei estadual n' 1 063, de 28 de janei10 ele 1944, o disttito de Belfott Roxo
foi 01clenado como o 59 cio munidpio de Nova Iguac,u, tendo a sua otdem sido mudada para 4 9
pela Lei nº 6, ele 11-8-1947, confiunada pela ele n' 1 172, de 28-4-1952
- 294 -

V - Distiito de Merq11ita: Foi uiado pela Lei nº 1 472, de 28 de ab1il de 1952, sendo
ordenado como o 5º do munidpio de Nova Iguaçu, pelo tefe1ido diploma legal

VI - Dist1ito de fct/Je1i: Foi uiado, com a 01dena<,ão de 6 9 do município de Nova Iguaçu,


pela Lei nº l 472, de 28 de abtil de 1952

MUNICíPIO DE PARAíBA DO SUL


DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O te11itó1io do Munidpio de Paiaíba do Sul enwntta-se, em gtande patte, localizado no vale


do iio que lhe dá o nome
Apesat dessa citumstância, obse1 va-sc nas suas te11as a existênLia de zonas elevadas, desta-
cando-se as se11as de Abóbo1as, Sucupita, Covanca, Santo Andté, São Lomenço, Xetém, Rio
Novo e Cabuçu, além das pedias de Tocaia, Pinduta Saia e da Menina, cuja altma ulttapassa 500 m
Ptedornina, sôbte os demais tipos, em seu ievestimento flo1ístirn, a vegetação tasteita
O clima do Município é quente nas tegiões baixas, adjact:ntés às ma1gens do Pataíba do Sul,
e assaz ameno nas zonas altas, aptesentando condições exceplionais, nos clisttitos de Jnconfidênlia
e Salutátis
Dos rntsos fluviais que sukam as teuas de Pataíba do Sul. destaca-se o tio dêsse nome,
que attavessa quase ao meio o tet titótio municipal, no sentido O L. 'eguindo-se o Fagundes,
que sei ve de limites wrn os Munidpios de Pet1ópolis e Ttês Rios, e o P1êto qne faz divisa
mm Juiz de Fota
Desembocando nesses tios, existem outtos meno1es, que são: o Patdo e o Manso, além
de nume1osos tibeitões, cios quais o Mau1Ílio e G1ande se destacam pela ex,elênlÜ de suas
cachoeitas e mais os seguintes: Inema, Lucas, Cavatu, Piteitas, Hctito e J\fingu
Consta que existem nas teuas do Munidpio algumas jazidas de caulim e mica, não sendo,
ent1etanto, expl01adas, o que não arnntele wm as fontes de água minetal, que são aptoveitaclas
de modo eficiente no dist1ito de Salutátis
Nas matas de Pataíha do Sul enwnttam-se algumas va1iedacles de madeitas de lei, rnjo
melho1 ap10veitamento se tesume na ext1a1,iío de alhas pata lenha e fab1ico de cai vão Cêtca de
2 milhões de eucaliptos já teflotestam o Munidpio
A fauna te11est1e é tep1esentada po1 algumas aves, destacando-se, po1 seu tamanho: Jacus,
tnalUlOS e inambus, além de mau eras e na1cejas Existem ,também, a111mais de potte tegulat
(01110: po1tos-do-n1ato, u1piva1as, pacas, tatus, etc
Nos 1ios en(onhatn-se: piaus, bag1es, tlaí1as, ata1ás e u1scudos, êstes um dos tnais
ptouuados
As p1inlipais lavoutas cio munidpio são: la1anja, tomate, café, banana, feijão, milho, lebola,
algodão, cana-de-açúcat, a11oz
As inclúst1ias são as seguintes: de tiansfouna<,ão de mineuos não mctálirns; da madeit a;
de mobiliátio; têxteis; de vestuátio, cal<,ado e a1tefatos de tecidos; de ptodutos alimentícios; de
bebidas; editotiais e gtáficas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

Mzmicí/Jio: Atea - 618 km'; popula,ão ( 19'i0) - 21 966 habs núme10 de disttitos - 1
Sede mtmili/Jcil: Atea - 278 km'; população (l-VII-50) - 1l 043 hahs·; latitude S --
22°09'43",4; longitude ~r Gt - 43"17'28",8; altitude - 280 m; distânlia em linha teta à
Capital - 84 km; turno (em telação à Capital) - N N O
Demc1is dirt1ito1: Salutá1is: á1ea - 67 km 2 ; popuhtção* (1-VII-'iO) 7655 habs
Inwnfidênlia: átea 186 km"; popula<,iio * ( l-VII-50) - 3 268 hahs WetneLk: átea -
87 km"; po[>ulação - ...

EVOLUÇÃO SOCIAL

A tegião onde hoje está assente o Munidpio de Pa1.iíba do Sul, rnja {uea se estende
pot 618 km", eia, ptimitivamente, denominada "Pataíha Nova" Segundo a tiadi<,ão, na época
do devassamento do atual tcllitó1io do Município, nêle existiam vá1ias t1ihos indígenas. sendo
citadas as dos C01oados e Ba11igudos, que habitavam nas ma1gens do Paiaíha e do Pataibuna
A 01igem de sua colonização é devida aos pousos ele t10pas e aos tanchos que os viajo1es
constt uíiam, em fins do sérnlo XVII, ao longo do "caminho novo" mais tateie "estiada de
Gatlia Hocl1igues", temota via de acesso à P10vÍnlia das Minas Ge1ais

* - A popula<,ão do disttito de We111eck está anexada às dos disttitos de Salutátis e


lnwnfidência potque foi oiado depois do Censo de t 950
- 295 -

Das oomcas 1efe1entes a essa época consta que o p1óp1io GARCIA RODRIGUES PAIS LEME,
um dos mais famosos bandeitantes, filho do legendá1io "Caçador de Esme1aldas", foi um dos
desbiavadotes dessas tenas, pelas quais teiia passado, buscando abrit o ''taminho novo", concluído
pelo sesmeito BERNARDO SoARES DE PRoEN(,A, em 1 725, e pelo qual ttansita1iam, mais tatde,
todo o Olllo e tôdas as pedias p1eciosas que aba11ota1iam as ateas da Coma Pottuguêsa
Nas te11as adjacentes a êsse 10tei10, fotam localizadas, ptimitivamente, as sesmatias de Tomé
Co11êa, Gatcia Rodiigues (Pataíba do Sul), Roça do Alfetes, Pau Gtande e divetsas outtas
Consta, ainda, das tefe1idas uônicas, que GARCIA RODRIGUES PAIS LEME vieta abtinclo
caminho desde as "Minas Geiais" até às ma1gens do Pataíba, buscando atingit a eidade do
Rio de Janei10 Chegado que foi às ma1gens dêsse tio, 1esolveu aí fixai, ptovisôtiamente, sua
tesidência, até que se p10vesse de novos abastecimentos e novos tecw sos, com que pudesse
ptosseguit em sua missão desbiavadota
Segundo teza a tiadic_ão, o tefetido bandeitante teria lançado assim. em 1683, os alicetces
de uma fazenda nas te11as compteendidas ent1e os tios Paiaibuna e Pataíba, onde edificou uma
capela dedirnda ao rnlto de Nossa Senhota da Conceição e :10s apóstolos Pecho e Paulo, capela que,
mais taide, dado o inoemento da população nas citcunvizinhas da fazenda, tecebeu, em 1719,
o ptedirnmento de clllato A localidade, nos p1imei10s tempos, foi conhecida pelo topônimo
de "Meio da Jornada", não só em vittude da inte11upção aí feita pelo bandeitante, como também
po1 estai situada no meio do caminho que ligava a P10víncia das Minas Getais ao atual Estado
do Rio de Janeito
A11uinando-se a piimitiva capela, mandou PERO DIAS PAIS LEME, filho de GARCIA HODRIGUES,
edificai uma outia, a pequena distância da maigem esque1da do tio Pataíba, sendo pata ali
tiansfeiida, em 174 5, a sede do rntato, elevada, em 17 56, à categotia de fieguesia pei pétua
O elemento neg10, 01igináiio da Ãfiica, rnnt1ibuiu ele foima notável paia o inuemento
da ptodw,ão agtíLOla da tegião no pe1íodo LO!onial Aliás, em tôdas as fazendas do vale do
Paiaíba (cognominado de "Vale da Exuavidão") piog1ediiam, nessa época, as lavouias e os
engenhos, eniiquecendo nababescatnente seus ptopiietá1ios, à tusta do suot do negto esuavizado
A explo1ac,ão agdwla do Município foi iniciada com o plantio de milho, piimitivamente
destinado à alimentação dos animais das !topas que po1 lá tiansitavam Postetiotmente, slllgitam
as plantac,ões de cana, da qual se exttaía o açúrnt, e mais taide, o café que, em suas tetias,
encont10u condições as mais favotáveis Entte as giandes p10piiec\ades existentes, out10ia, em
seu tetritót io, Jestacatam-se por seu tamanho e iiqueza, a Fazenda da Boa Vista, ptoptiedade do
Visconde de Paiaíba; os feudos dos MIRANDA Jo1mÃo, em Bemposta; os do Visconde de Entte
Rios e as imensas ptoptiedades da Ba10nesa de Santa Justa, dona das maioies lavomas cafeeitas
daquelas paiagens
Em 15 de janeito de 1833, tal eta o p10g1esso da localidade que, o Govê1110, teconhecendo-o,
houve pot bem elevá-la à catego1ia de vila, e conseqüentemente à de Município, mm a denomi-
nac_ão de Pataíba do Sul, ficando ela constituída pelas freguesias de São Ped10 e São Paulo,
São José do Rio Ptêto e pelos cu1 atos de Cebolas e Matozinhos A sua instalação veiifiLOu-se
nesse mesmo ano, aos 15 dias do mês de abtil
Pataíba do Sul adquitiu fo10s de cidade !tinta e oito anos depois de sua elevação a vila,
em 20 de dezembto de 1871, sendo, atualmente, uma das mais p10g1essistas cidades fluminenses,
contando éOm todos os 1equisitos de rnnfôtto rniactetÍstiLOs dos giandes aglometados humanos
Possui bons se1vic_os de água, esgôto e iluminação eléttica, além de se1vi<,o utbano e inte1uibano
de telefones, sei vic,os telegtáficos e de é011eios, bem como está iegula1 mente dotada de estabe-
lecimentos de diveisões públicas Acêirn de um quilômetló da cidade, localizam-se as fontes das
"Águas Salutá1is'', que são muito consumidas em todo o país

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1111ação Admi11irt1c1tit•e1: A f1eguesia foi uiada poi Alvaiá de 2 ele janei10 ele 1756
A vila ele Pataíba do Sul, e wnseqiientemente o Município, foi oiada pot efeito do Deoeto
de 15 de janei10 de 1833, tendo-se ve1ificado a sua instalac_ão em l 'i de abiil dêsse mesmo ano
Pataíba do Sul adquitiu fotos de tidade em vittude da Lei ou Deueto prnvincial n 9 1 653,
de 20 de dezembto de 1871
A Dclibeta~ão de 21 de agósto de 1891 e os Deoetos estaduais ns l e 1-A, 1espectivamente
dos dias 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892, iefe1en1-se à uiação do disttito de Pataíba do Sul
Segundo a divisão administtativa iefe1ente ao ano de 1911, o Munidpio ele Pataíba do Sul
se mm põe de 7 disttitos: Pataíba do Sul, Entte Rios, Monte Settat, Enctuzilhada, Bem posta,
Santana de Tirnclentes e Ateai
Na divisão adrninisttativa 1efetente ao ano de 1933, bem corno nas divisões tettitolÍais datadas
de 31-XII-1936 e 31-:}CII-1937, o Município ele Paiaíba do Sul figuia wnstituíclo ele 7 ·disttitos:
Paiaíba do Sul, Entte Rios, Monte Se11at, S' 9 Antônio da Enuuzilhada, Ben~posta, Santana de
Tiiadentes e A1eal, assim peirnanecendo no quaclto anexo ao Deoeto-lei estadual n 9 392-A,
de 31 de ma1ço de 1938
De acôtdo com o Deueto estadual n\' 641, de 15 de dezernb10 de 1938, que fixou o quaclto
te11itoiial pata vigoiar no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Paiaíba do Sul apat ece com
- 296 -

posto de 4 disttitos: Pataíba do Sul, Afonso Atinos, Enuuzilhada (ex-Santo Antônio da Encrn-
zilhada) e Inconfidência (ex-Santana de Titadentts)
Em vütude do Deoeto-lei estadual n 9 l 056, de 31 de dezernb10 de 1943, que fixou o
quad10 da divisão teuitotial do Estado pata vigotat no qüinqüênio 19'14-1948, o Município de
Pataíba do Sul passou a constitui1-se dos seguintes disttitos Paiaíba, Inconfidêmia e Salutátis
( ex-Eno uzilhada), que 1ecebetam a seguinte otdenação, dada pelo Deoeto-Jei nº 1 063, de 28
de janeito de 1944: 19 - Pataíba do Sul, 29 - Salutátis e 3" -- Inconfidêmia
Pottetiotmente pela Lei n"' 1 368, de 7 de dezemb10 de 1951, foi ctiado o 4" disttito, mm
a denominação de \X'etneck, rnnstituído de pattes desmembtadas dos te11itó1ios dos disttitos de
Salutátis e Inconfidência
Ficou, pottanto, constituído o município de Paiaíba do Sul dos seguintes disttitos: 1"
Paiaíba do Sul, 2" - Salutátis, 3" - Inconfidência, 4 9 Werneck
Fo1111ct1ão J11diciá1ic1: O têirno de Pataíba do Sul, juntamente com o de Sapurnia, passou
a fazei patte da rnmatca de Pataíba do Sul, uiada pot fôtça do Deoeto n"' 2 l 25, ele 29 de
novemb10 ele 1875.
De acôtdo com as divisões teuitotiais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o têtmo tia
Pataíba do Sul é o únho componente da coma1ca de mesmo nome, assim pe1maneccndo no quad10
anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 3 l de ma1ço de l 938
Segundo o Decreto estadual n" 641, de 15 de dezembto de 1938, que fixou o quad10 te11itotial
em vigot no qüinqüênio 1939-1943, a rnrnatca de Pataíba do Sul se wnstitui dos seguintes
têtmos: Paiaíba do Sul, Entle Rios e Sapurnia
Na divisão teuitotial fixada pata o qüinqüenio 1944-1948, pelo Deu do-lei estadual n'' 1 0'56,
de 31 de dezembto de 1913, apatece a rnma1c1 de Pataíba do Sul compondo-se do têuno únirn
de Paiaíba do Sul, o que foi mantido nas Leis ns 1 429, de 12 de janeiJo de 1952 e 189), de
6 de julho ele 1953

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS


I - Dirtiilo de PmC1íhc1 do Sul: O disttito foi uiado po1 alvatá datado de 2 ,]e janei10
de 1756
Com a uiação do município de Paiaíba do Sul, pot deueto de 15 de janeÍJo de 1833,
o dist1ito obteve as p1e11ogativas de vila e sede do mesmo
Po1 fôt~a da Lei ou Deueto p10vindal nº 1 653, de 20 ele dezemb10 de 1871, a vila ele
Parníba do Sul, 1ecebeu fotos de cidade
A Delibetação estadual de 21 de agôsto de 1891, e os denetos estaduais ns 1, de 8 de
maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, lünfitmatam a ctia<,ão do disltito
De acô1do com as divisões administtativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, e o quad10 anexo ao Deneto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de mat<,o de 1938,
o município de Pataíba do Sul tem pot sede o disttito de igual nome, o qual foi mantido nessa
catego1ia pelos Denetos estaduais os 641, de 15 de dezernbto de 1938, e 1 056, ele 31 de
dezemb10 de 1943, que fixatam os quad10s teuitotiais vigentes, tepertivamente, nos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948
O Decteto-lei estadual nQ l 063, de 28 de janeilo de 1944, otdenou o disttito de Pataíba
do Sul lümo o 19 do munidpio de igual nome
II - Distiito de Scilutá1ir ( ex-Enuuzilhada): A fieguesia de Santo Antônio da Enuuzilhada
foi uiada pot Lei p10vincial n'' 88tl ou Decteto p10vindal n'' 830, de 25 de. outub10 de 1855
Confiunata sua uiação a delibeta<,ão de 21 de agôsto de l891, e deuetos estaduais ns 1, de 8 de
maio, e 1-A, de 3 de junho de l 892
Segundo a divisão administlati\'a do Biasil, tefe1ente ao ano de 19 l 1, o disttito de Encrnzilhada
pettence ao município de Pataíba do Sul
Nas divisões administlativas de 1933 e tet1ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
bem como no quadto anexo ao Deoeto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mat<,o de 1938, figura
no munidpio de Paiaíba do Sul o dist1ito mm a denomina,ão de Santo Antônio da Enuu:<ilhada
Em viJtude elo Decteto estadual nº 641, de l 5 de dezernb10 de l 938, que fixou o quadro
teuitotial do Estado, vigente no qüinqiiênio 1939-1943, o disttito de Santo Antônio da Enctuzilhada,
do rnunidpio de Pataíba do Sul, teve seu topônimo simplificado pata Enuuzilhada
Po1 fô11,a do DeCJeto-lei estadual nº l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, a denominação do
disttito de E-nu uzilhada foi altetada paia Salutá1is De acô1do mm o quad10 ela divisão teuitoJ ia!,
administiativa e judiciátia do Estado, em vigot no qüinqüênio 194,í-1948, fixado pelo 1efetido
Decteto-lei n• l 056, o disttito de Salutátis ( ex-Enct uzilhada) petmanece no município de
Pataíba do Sul
O disttito de Salutátis foi otdenado como o 2" •do munidpio de Pataíba do Sul pelo
Deoeto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 194A
Pela Lei n 9 1 368, de 7 de clezembto de 1951, o dist1ito de Salutátis teve desanexada parte
do seu teuitótio, pata constituit o disttito de Werneck
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III - Díst1ito de Inconfidência: A fieguesia de Santana de Cebolas foi ciiada poi lei
p10vincial n• 153, de 7 de maio de 1839, sendo wnfi11nada sua uia~ão pelos decietos estaduais
ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
O distiito de Santana de Cebolas passou a denominai-se Santana de Tiiadentes, poi fôiça
da Lei estadual. n• 299, de 3 de dezemb10 de 1896
Nas divisôes administiativas iefe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11itoiiais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem wmo no quad10 anexo ao Decieto-lei estadual n• 392-A, de
31 de maiço de 1938, Santana de Titadentes figma wmo distrito do município de Paiaíba do Sul
P01 efeito do Deueto estadual n• 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
te11it01ial em vigoi no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Santana de Tiiadentes do município
de Paiaíba do Sul teve seu topônimo alteiado pala Inconfidência
Segundo o quad10 da divisão te11itoiial, judiciáiia e administiativa do Estado, vigente no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Decieto-lei estadual n• l 056, de 31 de dezembto de 1943,
o distiito de Inconfidêmia peitence ao município de Paiaíba do Sul
O Deueto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, oidenou o clistiito de Inconfidência
como o 3• elo município de Paiaíba do Sul
O distiito de Inconfidêntia, pela Lei n" l 368, de 7 de dezemb10 de 1951, teve desanexada
pa1te do seu te11itóiio paia constituii o disttito de Werneck
IV - Dist1ito de Jl7e111eck: O distiito de \'Verneck, mm a oidena1,ão de 4" do mumc1p10
de Paiaíba do Sul, foi ciiado pela lei n• 1 368, de 7 de dezemb10 de 19~ 1, wnstituído de teuas
,\esrnembiadas dos disttitos de Salutá1is e Inwnfidêntia

MUNICíPIO DE PARATI
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

U Município de Paiati, com ielêvo geialmente montanhoso, tem wmo eleva,ões mais notáveis
as se11as Geia! e Paiati, das quais a última o limita com o Estado de São Paulo e tem, no
teuitóiio municipal, as seguintes iamificações: Pedia Azul, Independência e outias menos
impo1tai1tes
O dima, quente úrnido à beiia-rna1, aptesenta nas 1egiões seuanas wndições excepcionais
de salubiidade
Em vittude de sua pos1çao, na base da seua, o Município possui giande númeto de 1ios,
dentte os quais se destacam: Mambucada, que coue do noite paia o sul, tendo os seguintes
afluentes: G10ta, Gtande, Aiataquata e Funil, que nasce na seua ele Paiati, pe1co11e o Município
lle oeste pata leste, sendo wnsideiado o tio mais impo1tante, depois do Mambucaba; Taqua1i,
Giaúna, Jabaqua1á, Pe1equê-A<,u, que nasce também na seua de Patati e deságua no oteano,
ao noite da cidade, notando-se, ainda, ao sul da mesma, o 1io Mateus Nunes ou Patitiba Além
dêsses tios, existem mais os seguintes, situados ao sul do Município: Caçada, Me10s, Regato,
Giande, Patati-Mitim, ett
Com 1efe1ênda a quedas dágua, sobtessai a de Bananal, existente na fazenda ele mesmo nome.•
foimada pelo tio Petequê-A<,u, com altma aptoveitada de 15 m e desca1ga utilizada de 0,45 m"/s
Há, ainda, no 1io Mambucaba, ttês rnd10eüas rnjos nomes são desconhecidos
Consta que há no subsolo do Município giandes 1eset vas minernis, ainda inexplota<las, rnmo
quaitzo ametista 10sado, qua1tzo hialino, qualtzo enfuma,ado, feuo nrngnético, fe110 oligisto,
ou10 e malarncheta
Paiati possui notável 1eset va flotestal, encontiando-se nas suas exubeiantes matas vátios
exempla1es de madeitas de lei, dentte os quais se destacam: ced10, jacaiandá, pe10ba, canela
10sa e patda, mucmana, óleo ve1111elho, jataí e saiaguaji, bem wmo conside1ável núme10 de
espécimes de plantas meditinais
A fauna munitipal é tep1esentada pot animais 'divetsos, mencionando-se dent1e out10s: onça,
lontia, ia pôsa, veado, capivarn, parn, macaco, gatuiamo, tangai á, sabiá, cau\eal, papa-
gaio, peiiquito, tucano, etc Na oda ma1ítima de Paiati há giande abundância de peixes e
camatão, constituindo o pescado giande fonte de 1iqueza do Munidpio
As p1indpais plantações do município são: tomate, mandioca, banana, feijão, milho, cana-de-
a~úc.a1 e auoz
As indústtias são as seguintes: têxteis; de p10dutos alimentícios; da madeita~ de papel
e papelão; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M11nícípío: Atea - 849 km 2 ; população (1950) - 9 360 habs núme10 de díst1itos - 3


Sede municipal - Aiea - 425 km 2 ; população ( 1950) - 5 831 habs ; latitude S
23•13'07",9; longitude W G1 - 44 9 42'48",l; altitude - 50 m; distância em linha 1eta à
Capital - 169 km; rnmo (em 1elação à Capital) O S O
Demais dirt1itos: Pa1ati-Miiim:áiea - 202 km 2 ; população (1-VII-50) - 2 859 habs
Taiituba: Atea 222 km 2 ; população ( 1-VII-50) - 670 habs
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EVOLUÇÃO SOCIAL

Em suas "Memó1ias Históiicas do Rio de Janei10", Monsenho1 P1zARRO 1efe1indo-se à


legião que abtangia as te11as do atual Município de Paiati, rnja áiea se estende po1 849 km2
diz te1em sido elas, na época do seu desbiavamento, habitadas pelos índios de uma tiibo
denominada "Goianá"
O devassamento das te11as de Paiati foi motivado pela necessidade da abet tu ta de caminhos
que ligassem as 1egiões de São Paulo e, p1incipalmente, as das "Minas Geiais" com o Rio de
Janei10 Do rnmê,o do século XVI aos p1incípios do século XVII, quando a Se11a do Ma1 eia
tida como obstáculo intiansponível, Paiati desfrntou da 1egalia de sei rnnside1ado ponto ob1igató1io
de passagem e estacionamento dos viajo1es que buscavam o inte1io1 <le São Paulo e Minas, ou
que dêles vi~ssem, demandando o litoial Ainda em l 597, MARTIM CoRRilA DE SÁ, filho do
Gove10ado1 SALVADOR DE SÁ, ap10veitou, como o melho1 até então conhecido, o 10tei10 misto,
rna1ítimo-te11est1e via Patati, paia alcançai as "Minas Novas" ou "Minas Geiais" Ernba1cando
no Rio de Janeito chegou, po1 rna1, a Paiati, awmpanhado de 700 poltuguêses e 2 000 índios,
penetlando em São Paulo, rnmo a Pindamonhangaba, onde atingiu o vale do tio Paiaíba, rnjo
cu1so seguiu até chegai à foz do iio Pataihuna, de onde se internou nas te11as das "l'vfinas Geiais"
Vemos assim que, em fins do século XVI, já a localidade eta bem conhecida, tanto que uma
expedição tão vultosa e caia eia a11iscada no itine1á1 io cuja base devei ia, foi c,osamente, te1 sido
bem estudada Ê que, desde p1incípios do século, já muitos t10pei10s haviam pet vagado pelos
caminhos do 10teüo, plantando aqui e ali os seus tanchos, ma1rns iniciais das povoac_ões que
mais ta1de f101csce1iam
Segundo a tladic,ão, as te11as hoje sob ;t jmisdic,ão municipal de Paiati, foiam, a p1incípio,
concedidas em foima de sesrnatias a alguns moiado1es de Angta dos Reis, pelo capitão-11101
JoÃo PIMEN 1A DE CARVALHO, lugat tenente do Conde da Ilha do Pdncipe, donatá1io da Capitania
de Nossa Senho1a ela Concei<;ão de Itanhaém
Com o co11e1 dos tempos, num mo110 distante 25 btac_as paia o notte do 1io Patati-Guaçu,
fo1am-se congtegando os rnlonizadotes, dando ensejo a que slllgisse o p1imei10 núcleo otganizado
de povoação- nas te1rns de Patati Neste local c1igiiam os moiadotes uma capela destinada ao
lUlto de São Roque, que também ficou sendo padtoeito da novel povoa1,ão Auedita-se tenha
essa capela sido etigida cm p1incípios do século XVII Poste1io1mente, achando os povoado1es
dessa localidade que a situac_ão física da mesma não eia p10pícia ao seu desenvolvimento, 1esolveiam
tlansfe1ü-se paia out10 lugat, onde as rnndic,ões fôssem mais favotáveis Feita a mudan,a,
rnnstrníiam os wlonos novo templo, po1 volta de 1646, em teueno doado pot MARIA ]ACOME DE
Mm o, sendo escolhida Nossa Senhoia dos Remédios paia p10tetoia do mesmo
Em 1660, tal eia o p1og1esso dessa localidade, que um paiatiense delidido, DOMINGOS DE
ABREU, 1eque1ia, em nome do povo, ao capitão-mo1 de São Vilente, a elevação do povoado à
catego1ia de vila, levantando antes da tesposta ao 1equeiimento e po1 sua ptópiia conta, o pelou-
Jinho, símbolo ptimitivo de autonomia e auto1idade Angta dos Reis, a rnja ju1isclição estava
sujeita a povoac,ão, se opôs a que tal ideal se rnlimasse, sendo, todavia, vencida a sua t"sistência,
em face da atitude desassombtada do povo de Paiati, que 1eclamava fôsse 1ernnhecida sua eman-
cipação Com o uescimento do povoado rnme<;atam n sutgit litígios entte os seus habitantes,
dando ensejo ao apa1ecimento, de rnsos, cuja 1esolução eia ptàticamcnte impossibilitada, dada a
distâmia em que se enconttavam as autoiidades ang1enses Diante dêsses fatos, o Ouvi,~01-Geial
pediu p10vidências ao Govêrno, que houve po1 bem elevai a povoação à catego1ia de vila, po1
fôu,a da Ca1ta Régia de 28 de feve1ei10 de 1667, contia1iando as alega<;Ões inte1essei1 as da Cârnata
de Ilha Gtande (atual Angia dos Reis)
Até 1725, 1ápido foi o p10g1esso da vila de Paiati; a pattü dêsse ano, po1ém, abctto e
ent1egue ao tiáfego o chamado "caminho novo", que a excluía do 10teüo pata as "Minas Geiais",
deuesceu conside1àvelmente a sua impottâncía, 1eduzindo-se o seu cométlio e a sua ag1icultlll•l
a um inte1êsse quase local Mais ta1de, rnm o advento da Lei Autea, ve1ificou-se novo colapso
na economia de Paiati, motivado pelo êxodo de ttabalhado1es nuais, tlazendo como rnnseqüência
o abandono de inúmerns lavourns Em tazão dêsse abandono vá1ios cutsos dágua tiveiam seus
leitos obst1uídos, o que 1edundou no extiavasamento de suas águas e wnseqüente f01mação ele
pântanos, que vietarn p1ejudica1 a salub1idade de suas tet tas
Atualmente, no te11itóiio do Município de Pai ati, estão-se efetuando vátias ohias de sanea-
mento, visando a fazei 1eto111a1 às suas te11as a salubtidade nelas obsetvada em época anteiio1
ao seu declínio Paiati, pela sua situação geogtáfica, pela Jiqueza de suas teuas e pelo labo1 de
seus filhos, pode1á, então, 1etoma1 o lugat de tclêvo que ostentou, cm épocas idas, no rnnjunto
das localidades fluminenses

EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo111u1ção Adminirtu1ti1·c1: A fteguesia e a vila de Patati, e conseqüentemente o Município,
fotam oiados em vütude da Cuta Régia de 28 de feve1ei10 de 1667
A vila de Parati adquitiu fo10s de cidade po1 efeito da Lei ptovincial n'' 302, de 11 de
ma1,o de 1814, o que foi confi11nado pelo Deueto estadual n" 28, de 3 de janei10 de lR90
Os Decretos estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente, dos dias 8 de maio e 3 de junho do
ano de 1892, 1efe1cm-se à uiação do distJito de Patati
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Segundo a divisão administrativa do ano de 1911, o Município de Paiati se rnmpõe de 3


distritos: Patati, Paiati Müim e São Gonçalo, assim pe1manecendo na divisão administlativa
de 1933, nas te11itotiais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937 e no quad10 anexo ao Deueto-lei
estadual n 9 392-A, ele 31 de março de 1938
De acô1do wm o Dec1eto estadual n 9 641, de 15 de dezembto de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial para vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, o Munidpio de Paiati ficou composto dos
seguintes distritos: Paiati, Paiati Müim e Humaitá (ex-São Gonçalo) Na divisão te1ritorial
fixada pelo Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, pata o qüinqüênio
1944-1948, o Munidpio de Patati figuia mm 3 dist1itos: Paiati, Patati Müim e Ta1ituba (ex-
Humaitá), 1espectivamente 19 , 2 9 e 39 disttitos, confo1me 01denação <lada pelo Deoeto-lei estadual
n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944

Fo11ne1ção f11diiiá1iC1: A rnmatca de Patati foi ctiada po1 fô1ça <lo Deueto n 9 31, de 3 de
janei10 de 1890, rnmpondo-se do Município de Patati Po1 efeito do Deoeto n'' 8, de 19 de
dezemb10 de 1891, a coma1ca de Paiati foi extinta, tendo sido Jestabelecida pelo ele n9 398,
de 16 ele agôsto ele l 897
O Deoeto n'' 667, de 16 de feve1eito de 1901, extinguiu novamente a rnma1ca de Patati,
cujo Município passou a pe1teme1 à coma1ca de Angta dos Reis Segundo as divisões te11ito1iais
datadas de 31-XII-1936 e 31-II-1937, o tê1mo de Pa1ati é o únirn rnmponente da coma1ca de
mesmo nome, assim petmanecendo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de
ma1ço de 1938
De acôtdo rnm o Deueto estadual n 9 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
da divisão te11ito1ial para vigoiat no qüinqênio 1939-1943, o têuno de Patati pe1tence à
rnmaJca de Angta dos Reis, assim continuando no quad10 te11ito1ial estabelecido pelo Deueto-lei
estadual n 9 l 056, de 3 1 de dczemh10 de 1943, pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, as Leis
ns 1 429, de 12 de janei10 de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 1953, mantivetam o tê11no de
Patati como componente da ( oma1ca de Angia dos Reis Pela Lei n'' 3 382, de 12-9-19'57, o tê1mo
de Paiati foi elevado à rntcgo1ia de Comatca

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirt1ito de Pe11c1ti: O dist1ito, juntamente wm o município, foi uiado pot ca1ta 1égia
<latada de 28 de feve1ei10 de 1667
A vila de Patati, sede do dist1ito e mun1np10 de idêntico topônimo, adquitiu fo1os de cidade,
cm vittude da Lei ptovincial n" 302, de 11 de ma1ço de 1844 Refe1e-se, também, à elevação da
vila de Paiati à catcgotia de cidade, o Deueto estadual n 9 28, de 3 de janei10 de 1890
A oiação elo dist1ito de Paiati foi confitmacla pelos Deoetos estaduais ns 1, de 8 ele maio,
e 1-A, de 3 de junho de l 892
Que1 nas divisões administtativas 1efe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas
de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, rnmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 ele
mat\o de 1938, o dist1ito de Patati figma como sede do munidpio de igual nome, assim pe11na-
necendo nos quad10s d:1 divisão tcuito1ial do Estado, vigentes nos qüinqüênios 1939-1943 e
1944-1948, fixados, tcspectivamente, pelos deuetos estaduais ns 64 l, de 1 'i de dezemh10 ele 1938
e 1 056, ele 31 de dezembw de 19,13
O Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou o dist1ito de Paiati rnmo
o 1'' elo munidpio de igual nome

II - Dirt1ito de Pc11c1ti-Mi1im: A f1eguesia de São João Batisb1 de Mamaguá foi uiada


po1 Lei p1ovincial n" 63, de 17 de dezemb10 de 1836
Po1 efeito do Deueto p10vindal n" 658, de 14 ele outubto de 1853, a sede da f1eguesia
de São João Batista de Man~aguá foi t1ansfe1ida pata a fazenda denominada Patati Müirn
Os deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, confi11naiarn a
c1iação da fieguesia ou dist1ito, já então denominado Pa1ati Mitim
De acô1do com as divisões administ1ativas de 1911 e 1933, tcuito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, assim wmo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mau,o
de 1938, Parnti Mi1i111 é um dos dist1itos rnmponentes do município de Patati, o mesmo se
ve1ificando nos quad1os da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiati\ a do Estado, fixados pelos
deuetos estaduais ns 6•1 l, de 1 'í de dezemb10 de 1938, e l O'i6, de 31 de dezemb10 ele 191\3,
para vigoiatem, 1espcctiva111ente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O Deoeto-lei estadual n 9 1 063, de 28 <le janei10 de 1944, 01denou o dist1ito de Pa1ati Mitim
como o 29 <lo munidpio de Paiati

III - Dist1ito de Te11it11bc1 (ex-Humaitá): O dist1ito, com a denomina~ão de 39 e sede


na povoação de São Gon~alo, foi ctiado po1 Lei estadual n" 849, de 27 de outub10 de 1908
Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, teuito1iais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem como o quacl10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço de
1938, o dist1ito de São Gonr,alo pe1teme ao munidpio de Patati
-300-

Pot efeito do Deueto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
teuitorial do Estado, em vigor no qüinqüênio 1939-1943, o distrito de São Gon<,alo passou a
denominfü-se Humaitá e permanece no munidpio de Parati
O topônimo do distiito de Humaitá foi modificado parn Tatituba pelo Decteto-lei estadual
n" 1 056, ,]e 31 de dezemb10 de J 943 De acô1do com o qua,ho te11ito1 ia!, vigente no qüinqüênio
1944-1948, o distrito de Tarituba ( ex-Humaitá) subordina-se ao município de Parati
Pelo Dec1eto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janeiro de 19-14, o dist1íto de Ta1ituba foi
01denado como o 3" do município de Paiati

MUNICíPIO DE PETRóPOLIS
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

No Município de Pettópolis, rnjo solo é sol)Jetnodo acidentado, encontram-se, wmo p1incipais


acidentes 010g1áfirns, as seuas dos Ôtgãos e da Esttêla A dos ÔJ gãos é assim chamada em
vittude dos pontos agudos que aptesenta, os quais, vistos de longe, fazem lembtat os tubos de
um ó1gão gigantesrn A da Estiêla deve a sua denominação ao fato de avista1em, à noite, os
viajo1es que do inte1io1 buscam o litoral, a luz suave da esttêla Vésper sôh1e a sua cumeada
Entre outras elevac,ões podemos ainda citai as seuas de 'J aquatil, Tubatão, Ataias, Capim, Couto
e o pico de Ma1ia Cornp1ida, êste ap1esentando um rnme original que a caiactetiza Entte os
mouos existentes no te11itó1io pet10politano, destacam-se os de Cambota, Ced10, Cantagalo, Tapeia,
Bandeira, Gló1ia, Bela Vista, Pedia do Retito, Seio de Vênus, Alcoba<_a, Cabe<_a de Neg10 ou
Frade, Co1tiço, Cobic,ado, Pe1ei1a, Castelito, Cone, Pavão, Pinhei10, Palmital, Ca1nci10, Tacuba,
Boa Vista, Papagaio e Taquarn\u Nas divisas de Pettópolis rnm Te1esópolis, acha-se localizada
a Pelha do Açu, com 2 2)2 m de altitude, pe,Jia essa que 1ep1esenta o ponto rnlminante da
Se11a do Ma1, seguindo-se-lhe cm impo1tância o Pirn da Isabeloca, mm 2 200 m de altitude
O 1evestimento florístico de Petlópolis é catacte1izado pela exuhetância de suas matas, situadas
nas seuas, e pela luxuriante vegetação encontrada em suas vá1zeas
O dima é ieputado como excelente Nas épocas de maiot calot, a tempe1atma ainda é
agradável na quase totalidade de seu te11itó1io; na é11oca do f1io, êste se apresenta suportável,
apesat da umidade que getillmente o acompanha As chuvas caem abundante e freqüentemente,
sob1etudo no pe1íodo comp1eendido ent1e os meses de novembto e ab1il
Quanto à parte hid10g1áfica, nume10sos são os cmsos fluviais que sulcam as teuas do Município,
destacando-se o tio Piabanha, rnjas nascentes ficam p1óximas da Pe,!ta do Reti10 e se lan<:a
no tio Paraíba do Sul, no Munidpio de Ttês Rios, depois de pe1rn11e1 a extensão de 48 quilômetros
dent10 do Município de Pet1ópolis, 12 dos quais na cidade Citam-se, também, o Quitandinha,
que nasce no local de mesmo nome e lan<_a-se no Piabanha, à altma do Palácio de C1istal, depois
de um pe1cu1so de 7 600 metros; o Palatinado ou Palatino, que nasce no baiuo do Morim e
deságua no Quintandinha (do qual é o p1incipal afluente), depois de um pe1rn1so de 4 600
metlos; e ainda os cu1sos dágua denominados Majo1 Achei, Moss, São Paulo, Simé1ia, Colti\o,
Satmnino, Veia, Au1eliano, Bonine, G10ta Funda, Lomonossoff, Quissamã, füuna1ati, Casrnta,
São Rafael, Paulo Ba1bosa, Alpoim, De La111a1e, Ave Lallernent e 11eye1, todos situados nas zonas.
u1h,ma e subu1bana ela cidade; rio da Cidade, limite do dist1ito ele Pet1ópolis com o distrito
de Cascatinha e afluente do 1io Aiaias, o qual, pot sua vez, deságua no 1io Piabanha; Mata:
Po1rns, afluente do tio Mo1to, que po1 sua yez deságua no Piabanha, no disttito de Casrntinha
e fo1ma, em Couêas, o Poc,o do Impeiado1; Mandimbo, Tapeia e Cuiabá, afluentes do Santo
Antônio e Manga ta1ga e Magé, afluentes do Piabanha, localizados no dist1ito de Itaipava;
tio Jacuba, divisa do distiito de Pedrn do Rio com o de Paianaúna, e P1ata, afluentes do Piabanha;
Seuetá1io, afluente do Fagundes, o qual se1ve de limite com Paiaíba do Sul, no distrito de
Pecl10 do Rio; 1io Prêto e seus afluentes - Cumbacas, Bonito, Srmtana, Sujo e Volta G1ande;
Capim, limite com o Município de Te1esópolis; Águas F1ias, afluente do Cal~ado, que separn
o Munidpio do de Sapmaia, todos lornlirndos no distiito de Paianaúna
As quedas d água existentes em Pet1 ó polis são, na quase totalidade, ap10veitadas Ent1 e outras,
podem sei citadas: a rnchoeita do Itamarnti, fo1mada pelo tio de mesmo nome, wm uma queda
de 58 rnet10s de altuta, tendo a desca1ga utilizada atingido a média anual de 0,72 m"/s; a
rnchoeita de Caxambu, rtincla no 1io Itama1ati, rnja queda ap10veitada é de 62 metws de altuia,
tendo a desrntga utilizada dado a média de O,'.l> m"/s; a rnchoeita do tio Ptêto, com uma queda
de 4, 70 meti os de altma; queda d água do Piabanha, com 50 met1os de altuta, aptoveitada, tendo
sua ,]esrntga utilizada dado a méclia anual de 21,9 m"/s; e a do Fagundes, tendo dado uma 'tlcsca1ga
ele 4,3 m"/s, média anual (Dados da Companhia Biasileiia de Ene1gia Elétrica)
Entte outtas vatiedades vegetais, existentes nas exubetantes matas de Pettópolis, podem set
destacadas dive1sas espécies de ·madei1as de lei como sejam: pau-hiasil, ama1elo e ve1melho, ta-
pinhoã, ipê, maça1anduba, jarniandá-10sa, bt aúna-p1eta, cedto, angelim, canela-p1eta, pau-mulato
e pau-fe110
A exemplo de sua flota, a fauna tet1est1e de Pet1ópolis também é tica, obset vando-se a
existência, em suas matas, de animais dive1sos, entte os quais podem set citados: antas, jaguati-
1icas, macacos, p1eguiças, po1cos-do-mato, pacas, capiva1as e quatis Nos tios do Município encon-
- 301 -

tiam-se algumas vaiiedaé:es de peixe, entte os quais su1gem, rnm mais freqüência, aca'rás, tiaíras,
bag1es, ptepitingas e lamba1is
As ptincipais plantações do munidpio são: tomate, mandioca, feijão, batata-inglêsa, milho,
batata-doce e cana-de-açúcat
As indústtias são as seguintes: de tiansfotmação de miné1ios não tnetálicos; metalú1giws;
mecânicas; de mate1ial eléttico e de rnmunica<,Ões; da madeita; de mobiliátio; de papel e papelão;
têxteis; de vcstuátio, calçado e attefatos de tecidos; de p10dutos alimentícios; de bebidas; edito1iais
e g1âficas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

M1111icíf>iu: Átea - 1 047 km2 ; populac,ão ( 1950) - 108 307 habs ; númeto de dist1itos - 'i

Sede munícÍf>al: Átea -- 165 km"; população ( l-VII-50) -- 6'í 759 habs ; latitude S -
22''32'00",0; longitude W G1 - 43Ql t'O,í",O; altitude - 8l3 m; distância em linha teta à Capital
43 km; tumo (em telação à Capital) - N N O
De11ldÍ1 dírtiitus: Cascatinha: átea - 231 km"; população (1-VU-'íO) - 16036 habs
ltaipava: á1ea - 95 km"; populac,ão ( l-VII-50) - 6 588 habs PeL!to do Rio: átea - 175 km'';
populac,ão ( 1-VIl-'íO) - 9 181 hahs São José <lo Rio P1êto: átea -- 381 km'; populac,ão
(1-VII-50) - l0443 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

As ptimeiias notícias 1efuentes às teuas do atual .iYfunicípio de Pettópolis, rnj,1 <Ítea está
rnkulada em l 047 km2 , datam de p1indpios do sérnlo XVIII, época em que foi abe1to e ent1egue
ao ttáfcgo o "caminho novo", esttada que ligava o Rio de Tanei10 às "Minas Getais" Êsse
caminho foi, na sua maiot pa1te, abe1to pelo bandeiiante GARCIA RODRIGUES PAES LEME,
filho do legendá1io "Caçado1 de Esme1 aldas", tendo sido concluído em 172 5, pelo sa1gento-mo1
BERNARDO SOARES PROEN(A, com out10s sesmei10s, e ao qual pot Ca1ta Régia de 1 l de novemb10
de 172 l, tinham sido doadas as te11as que hoje constituem a zona u1 bana da cidade de Pet1 ó polis
Em 1830, dernuidos oito anos desde o advento da Independência do Biasil, achando-se enfê1ma
D PAULA, p1inLesa impetial, tesolveu D PEDRO I, a conselho de amigos, levá-la pata a Fazenda
dos CoRRÚAS, situada onde hoje se encontia a localidade de Co11êas A beleza e a salubtidadc
da 1egião a tal ponto influí mm no ânimo do mona1 ca, que o induzitam a adquitit uma estância
de tepouso no alto ela sei ta da Est1êla Foi assim que, em 6 dt: feve1ei10 de 1830, foi cndenada
a aquisir,ão ela "Fazenda do Có11ego Sêrn", ptimitivamente pe1tencente a MANUEI VIEIRA AFONSO
e nessa data vendida J1elo satgento-11101 JosÉ VrnmA AFONSO à Fazenda Impe1 ial, pelo p1eço de
50 000 uuzados Após a ahdiLação ele D PEDRO I, em 7 de abtil de 183 l, e em vittude de seu
falecimento, orn11ido e:m 1834, foi a "Fazenda do Có11ego Sêco" induída no inventá1io, cabendo
sua posse ao jo\ em D PEDRO II
Po1 essa época, Jú110 FRERICO KoELER, natmal de Mogúncia, que vieta pata o Brnsil
em 1828, sendo inco1)101ado à a11na de Engenha1ia do Exé1cito Impetial, estava encauegado da
abe1tu1a da "estiada da Seita da Est1êla" Nesse tempo já se Luidava do estabelecimento de
rnlônias no te11itó1io que veio a set mais tatde a P10víncia do Rio de Janeito, o que deu ensejo
a que o Majo1 KoELER, em rnlabo1 ação rnm o motelomo da Impe1ial Casa, PAULO BARBOSA DA
Sll VA, estudasse um plano de a11 endamento e colonização da Fazenda do "Cóuego Sêco", o qual,
ap1esentado a S M: o Tmpeiado1, foi ap10va<lo, motivando o Deeteto de 16 de mau,o de l843
Pata muitos auto1es, essa data é consideiada wmo a da funclar,ão da cidade de Pet1ópolis Em
vittude d~1 ofiLializar,ão do 1efe1ido plano fiwu o majo1 KoELER ob1igaclo a pagai, anualmcntt:,
em t10ca do auendamento elas te11as da Fazenda, a quantia de um rnnto de 1éis, além de se
wrnp10mete1 a edifiuu nelas um palácio pata o Irnpetadot Outtas cláusulas do rnnttato exigiam
que o au endatá1io 1ese1 vasse te11as pata a uiação de uma povoa<, ão, bem rnmo estipulavam,
ainda, a rnndic,ão de que se dema1casse um te11eno, onde se edificasse uma ig1eja sob invocac,ão
de São Ped10 de Akântata, rnja rnnst1 ur,ão setia financiada pelo Tmpeiadot
Na époui da assinatma dêsse Deueto, ]oÃo CALDAS VIANA, que governava a PtovínLia do
Rio de Janeito, na qualidade de vice-p1esidente em exe1dcio, fêz d1ega1 a ela alguns rnlonos
alemães, tendo muitos dêles sido emptegados em ob1as públicas, Lomo, pot exemplo, na abettu1a
da estiada da Sei ta da Est1êla Nessa ornsião, assentou êlc entendimentos entte o seu Govêrno
e a Jl,fo1domia da Casa lmpe1ial, pata utilização das te11as 1ese1 vadas à Co10a, na Fazenda do
"Có11ego Sêco", nas quais PJ etencleu !an<,at os fundamentos de uma colonizac,ão PJ omisso ia, utili-
zando o elemento alienígefüt Pelas p10vidênlias que tomou nesse sentido, cujo único intuito eta
fazei p1ospeia1 as teu as de Pet1ópolis, é o D1 CALDAS VIANA rnnsiderndo, po1 muitos auto1 es,
como o verdacleito fundado1 daquela Lidade Essa opinião é 1efo1c,ada pelo fato de, em 8 de julho
de 1843, te1 êle baixado uma pottatia 01denando ao Depattamento de Obtas Públicas que fizesse
fab1ica1, pata setem LO locados em locais p1edete1minados, na antiga "Cóuego Sêco", "dois crnzei10s
de madeirn de Lei" Em um clêles se inseteveu "Ci uz de São Pec!to de Alcânta1a de Pet1ópolis",
e em out10, "uuz da Lapela dos Finados de Pettópolis" Além dêo.ses dois matcos, 01denou êle,
ainda, a elevação de um poste, no alto do qual se !ia em giandes !etuis a pa!avta: Pet1ópolis
pata indicai a futma povoação que aí se fotmatia sob os auspícios de D PEDRO II
- 302 -

Em 27 de mau,o de 1844, CALDAS VIANA, a instância do Majo1 KoELER, deu a Pet1ópolis


as p1euogativas de dist1ito de paz A Delibern<,ão dessa data fixava ainda pata o novo dist1ito
os seguintes limites: "Co11e1á a linha das divisões pelo rnme da Se11a Gctal dos (Ítgãos ou
da Est1ella, desde o MaEh, nas cabeceiu1.s do 1io Paguequct Pequeno, até as do Piabanha; e po1
este abaixo até enrnntta1 com a 10cha que na ma1gem delle fó1ma iama! da se11a da Manga
La1ga, vulgaunente dita - Alto do Pegado - e iopat com o 1110110 Taquaiil; pelo rnme da
seua deste nome até it te1 ao teuitó1io do 1ibeitão de Santa Rita que vc1tc no Paquequet Pequeno,
comp1ehendcndo-se, na subdelegacia, toda a bacia deste tio e do 1ibci1ão, desde a sua ba11a pata
cima até a Seua Getal"
Apesa1 dos esfot<,os do (~ovei nado1 da P10víncia para at1ai1 outtas levas de colonos alemães
pata Pcttópolis, fiarnssatam tôdas as suas iniciativas nesse sentido, em vittude da inidoneidade
tios inte1111ediá1ios eswlhidos pata t1ata1 do assunto na Eurnpa Com ~· queda do Pa1tido Conse1-
vad01, CAI DAS VIANA, a êle filiado, rleixou a p1esidência da Prnvíocia, sucedendo-lhe na governan\a,
o fidalgo da Casa Impe1ial, Desemba1gado1, Senado1 e Conselheito, AuREI !ANO DE SouzA e
OLIVEIRA COU!INHO, do Pa1tido Lihe1al Seguindo as mesmas düet1izcs ele seu antecessot, no
que se 1efe1e à rnloniza\ão de Pet1ópolis, o novo P1esidente da P10víncia consolidou definitivamente
o povoamento dessa localidade, dit igin<lo pata lá centenas de famílias alemãs t1 azidas da Eu10pa,
po1 inte1médio da foma De!tue, de Dunque1que
Os p1i111ei10s wlonos que fo1 am po\ oa1 a fntwa Pet1ópolis chegaiam ao Rio de Janei10
no dia 9 de junho de 18'l5, no Govêrno p10vincial de AuHELIANO DE SouzA E OJIVEIRA
Cou IIN!lo; mas foi JoÃo CAI DAS VIANA quem iniciou a t1ansac,ão wm CJIARI ES DEI Rl!E,
negociante, a1111ado1 e vir e-cônsul do Btasil cm Dunque1que, parn o tiansp01tc de wlo:1os
Assim, ap10veitando as facilidades wllLedidas po1 D PEDRO II, chcgarnm ao "Cóuego Sêrn
da Setia Acima", dc::ominação piimitiva do Alto da Se!la, os p1imei10s gtupos de wknos alemães,
em 29 de junho de 18 í'i É pot êsse moti\o que alguns histo1iado1cs wnsidciam esta data wmo
a da funda,ão ele Pet1ópolis, em oposição a l843
Com <l elcvac,ão do allaial de Pô1to da Est1êla à rntego1ia de vila, com a denominac,ão d.o
Vib ela Est1êla, Pettópolis, que eta simples cu1ato até 1816, passou a fazei paite da mesma,
1ecebendo o r1edicamento de fteguesia, sob a im'orn\ão de "São Ped10 de Alcântaia de Petrópolis",
pela Lei n'' 397, de 20 de maio dêsse <ll10, sendo suas teuas desmembtadas da vila de Paiaíha do Sul
A fe1tilidade dessas teuas, a excelência do dima, os deS\'elos do rnona1rn por elas e, ainda,
o espíiito altamente e111p1eendedo1 dos colonos que as habitavam, motivarnm o 1ápido desenvolvi-
mento da novel fieguesia As colinas e os vales rnbJiiam-se 1àpida111ente das mais va1iadas lavouias,
enquanto a mata cedia luga1 às wnstrnc,ôcs 1esidenciais Em 18'56, Pettópolis já podia 01gulha1-se
de possuii mais de seis mil habitantes pata mais de mil p1édios e um coméJCio adiantado, constituído
de 63 casas de negócio Patalelamcnte ao desenvolvimento econômico e social de Pet1ópolis,
flo1es,ia na mente de seus rnoiad01es a idéü1 de libe1tac,ão do pesaelo jugo fiscal e político a êles
impôsto pelas auto1idades da Vila da Est1êla A tal ponto atingiu essa op1essão, que os pet10poli-
tanos chegarnrn a wgnorninat a vila, a rnja jmisdição estavam sujeitos, de "a piot das madiastas"
O movimento de emancipação comec,ou a tomat vulto em 18 '56, quando o deputado Cotunel
AMARO EMÍI 10 DA VEIGA se tornou atdo10so dcfenso1 das aspi1acões do povo de Pet1ópolis m1
Assembléia P10vimial Após vencei ce11adíssima campanha e inúmerns dificuldades ele 01dem
política e administtativa, rnnseguiu êsse deputado ve1 rn10ados seus esfot\os, wm a uiação do
Município de Pet1ópolis e a elevac,ão da localidade de mesmo nome à rntego1ia de cidade, pela
Lei n'' 961, de 29 de setemb10 de l8'57
A fundação de Pettópolis teve, assim, a pat ticipação de vátias petsonalidades, nomeadamente:
D PEDRO II ( p1op!Íetá1io da Fazenda do Cóuego Sêco); 2 Tui 10 F1umÉRICo KoEI ER
(então Majo1, depois Supetintendente da Fazenda Pettópolis, ex-Có11 ego Sêw, e Oficial da Casa
Impetial); 3 Conselhei10 PAUIO BARBOSA DA SILVA (Mo1domo da Casa Impe1ial e Co10nel
do Impe1ial Co1po de Engenheitos, em 1843, ao tempo da fundac,ão de Pctiópolis); ·i ]oÃo
CALDAS VIANA (P1esidente da Pwvínci.1, que facilitou os empteendimentos de Kom ER e entabolou
as tiansac,ôes parn a vinda dos rnlonos); 'i AuREJ JANO DE Sou7A E ÜLIVEIRA Cou1rNHO, depois
Viswnde de Sepetiba (sucesso1 de CALDAS VrANA na P1esidêfüia da P10víncia e rnntinuado1 das
ditd1izes de seu antecesso1 em 1elac.ão à rnlonizac,ão de Pellópolis)
A lápida evolução p10g1essista que semp1e uuacte1izou Pct1ópolis, desde a sua fundação,
ja1nais esmo1eteu
Dmante nove anos, de 1894 a 1902, foi esta cidade capital do Estado do Rio de janei10
Ent1e os fatos mais imp01tantes da histótia da cidade destaca-se a assinatuia do "Tiatado
de Pet1ópolis'', owuido no dia 17 de novemb10 de 1903, pelo qual o te11itóiio do Au e foi
oficialmente anexado ao Biasil
Atualmente, Petiópolis é um dos maio1es cent10s de tU1ismo do Butsil, quic,á da Améiica
do Sul
O alto nível rnltuial e econômirn de Petiópolis evidencia-se pela <0xistência de nume10sas
associações rnltmais e pelo giande vulto de suas emp1êsas indust1iais e comerciais
- 303 -

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo1mação AdminirtiatiN1: A fieguesia de Pet1ópolis foi uiada po1 fô1ça da Lei p10vincial
n• 397, de 20 de maio de 1846, 1ecebendo a denominac,,ão de São Ped10 de Alcânta1a de Pettópolis
A Lei n• 961, de 29 de sctemb10 de 1857, elevou a povoac,ão de Pettópolis à rntegotia de
cidade e uiou o Município de Pettópolis A sua instalac,,ão se vetificon a 27 de junho de 1859
Refetem-se à ctiac,,ão do dist1ito de Petrópolis os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectiva-
mente, de 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Em vittuele ela Lei estadual nº 50, de 30 de janeito de 1894, a Capital do Estado foi ttansladada
pata Pettópolis, ve1ificando-se a sua instalac,ão em 20 ele feveteito dêste mesmo ano A Lei
estadual n 9 89, ele 1° de outubro de 1894, dedatou Pettópolis Capital do Estado do Rio de
Janeiro
Pot efeito da Lei estadual n 9 542, de 4 de agôsto de 1902, pe1deu Pettópolis a rntegotia de
Capital do Estado
Em 1911, o Município de Pet1ópolis se compunha de 5 dist1itos: Pcttópolis, Cascatinha,
Itaipava, Pedto do Rio e São José do Rio Ptêto, e assim petmanecia nas divisões administtativas
de 1933, e teaitoiiais de 31-XII-1936 e 31-XIl-1937
De acôtdo com o quadto anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de mau,o de 1938,
o Município de Pettópolis se constitui dos seguintes distiitos: Pettópolis, Cascatinha, Itaipava,
Ped10 do Rio e São José (ex-São José do Rio P1êto)
O quad10 tettito1ial pata vigotat no qüinqüênio 1939·1943, fixado pelo Dec1eto estadu,11
n• 641, de l '\ de dczembto de 1938, ap1esenta o MunicÍpio de Pettópolis constituído de 5
disttitos: Pettópolis, com 2 zonas: 1'' e 2'-'; Cascatinha, Itaipava, Pe,!to do Rio e São José
Na divisão teuito1ial fixada pelo Deneto-lei estadual nº l 056, de 31 'lie dezemb10 de 1943,
pata vigotat dutante o qüinqüênio 1944-1948, o Município de Pettópolis figuia com '\ dist1itos:
Petiópolis, Cascatinha, Itaipava, Patanaúna (ex-São José) e Pedto do Rio, que tecebeiam a
seguinte 01denac,ão dada pelo Deueto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janeito de 1944: 19 - Pe-
ttópolis, 29 - Cascatinha, 39 - Itaipava, 4º - Pe,!to du Rio e 5• - Patanaúna
O Ato das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado do Rio de Janeito p1omulgado
em 20 de junho de 1947, pot fôtça do attigo 8 9 , deteuninou a modificação do topónimo do
disttito de Patanaún" que tetotnou à antiga denominac,ão de São José do Rio Ptêto
Estão, pois, assim otdenados os disttitos do município de Pet1ópolis: l9 -- Pettópolis,
2• - CascaÚnha, 39 - Itaipava, 4" - Pe,lto do Rio e 5'' - São José do Rio Ptêto
Fornzação J11diciáiia: A rnma1ca de Petiópolis foi uiada pot fô1ça do Decteto n• 1 637,
de 30 de novembto de 1871, tendo como seus componentes os têtmos ele Pettópolis e Pataíba
do Sul
O Deueto n• 2 125, de 29 de novembto de 1875, inco1po10u à comatca de Pet1ópolis o
tê1mo de Esttêla, clesmembtando-o da comatca de Magé
Segundo as divisões tettitotiais datadas de 31-XIl-1936 e 31-XIl-1937, bem como o quadto
anexo ao Decteto-lei estadual n" 392-A, de 31 de matço de 1938, a coma1ca de Pettópolis é
fo1mada pelo têuno único de Pct1ópolis, assim pe1manecendo nos quad101 te11ito1iais paia tetem
vigor nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelo Deueto estadual
nº 641, de l 'i de dezembto de 1938, e Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
As Leis ns 1 429, ele 12 de janei10 de 19'\2, e 1895, de 6 de julho de 1953, mantivetam
a Comatca de Pettópolis constituída apenas pelo têtmo Judiciátio de igual nome, e que lhe
set ve de sede
EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Dirtiito de Pet1ópoli1: A fteguesia de São Pedto de Alcântata de Pettópolis foi ctiada


po1 tei p10vincial n• 397, de 20 de maio de 1846
A sede da fteguesia foi elevada à catcgotia de cidade, po1 Lei ptovincial n• 96 L, de 29 ele
sctembto de 1857, gue uiou o município de Pet1ópolis, com sede na citada f1eguesia
Os dcctetos estaduais ns 1, ele 8 de maio, e 1-A, ele 3 de junho de 1892, confitmatam a
uiac,ão do disttito ou fteguesia
Em vittude das Leis estaduais ns 50, de 30 de janeito, e 89, de 19 de outub10 de 1894,
a cidade de Pettópolis, sede do clisttito e do município do mesmo nome, foi elevada à categotia
de capital do Estado, pe1dendo, potém essa ptettogativa pot fô1ça da Lei estadual n• 542, ele 4 de
agôsto de 1902
O município de Pettópolis, segundo as divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911
e 1933, teuitotiais datadas de 31-XIl-1936 e 31-XIl-1937, tem po1 sede o disttito de Pettópolis,
assim peunanecendo no quadro anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de matço de 1938,
e nos fixados pelos dectetos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938, e 1 056, de 31 de
dezembto de 1943, pata vigotatem, tespectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
Pelo Decteto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janeito de 1944, o disttito de Pettópolis foi
01denado como o 1• do município de igual nome
- 304 -

II - Dist1ito de Ct1rcc1tinha: O Jistlito de Casrntinha foi uiaJo pelos deuelos estaduais


ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões administtativas tefe1entes aos anos de 1911 e 193'~, te11itotiais
datadas de 31-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, bem rnmo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual
n 9 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, o disttito de Cascatinha pettence ao município de Pettópolis,
sendo mantido nessa situação pelos deuetos estaduais ns 641, ele 15 de dezemb10 de l938,
e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, os quais fixatam os quad10s da divisão teuitoiial, judiciátia
e administiativa do Estado, vigentes, iespectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O Deueto-lei estadual n 9 1 063, ele 28 de janei10 de 1944, oidenou o distiito de Casrntinha
como o 2' do município de Pet1ópolis
III - Dirt1ito de ltt1i/1c11·r1: O dist1ito de Itaipava foi uiado pelos deoetos estaduais ns l,
de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho tle 1892
Itaipava, tanto nas divisões aelministiativas de 1911 e 1933 e te11itotiais datadas de
31-XII-1936- e 3 l-XII-193 7, como no qu,iclto anexo ao Deoeto-lei estadual n" 392-A, de 31 ele
ma1ço de 1938, figma corno distiito do município ele Pet1ópolis, assim petrnanecendo nos quad10s
teuitotiais em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos
deuetos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938 e 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
O Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou o distiito de Itaipava
como o 39 do município de Pet1ópolis
IV - Di1t1ito de Ped10 do Rio: O disttito de Pedto do Rio foi c1iado pelos dendos
estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
De a(ÔJdo com as divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911 e 1933, teuitot iais
datadas de 31-XIl-1936 e 31-XII-1937, bem como o quadto anexo ao Dec1eto-lei estadual n" 392-A,
de 31 de mau,o de 1938, o dist1ito de Pedto do Rio pettence ao município de Pet1ópolis, assim
petmanecendo nos quad10s da divisão teuitotial do Estado, em Yigot nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948, fixados, iespectivamente, pelos dcc1 etos estaduais ns 641, de l 5 de dezernhto de 1938,
e l 056, de 31 de dczemb10 de 1943; o Deueto-lei estadual 11'' l 063, de 28-l-19ii, 01denou-o
como o 4 9 do 1nunidpio de Pet1ópolis
V - DirtJito de São foré do Rio l'1êto: A fieguesia de São José do Rio P1êto foi oiada
po1 alvatá ele 25 de noyemb10 de 181 'i, tendo sido confitmada a sua ctiação pelos denetos estaduais
ns 1, de 8 de maio, e J -A, de 3 de junho de 1892
Segundo as di,isões administtatiYas de 1911 e 1933 e teuitotiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o distiito de São José do Rio P1êto pe1tence ao município de Petiópolis
Po1 efeito do Deueto-lei estadual n" 392-A, de 3 t de matço de 1938, o topónimo do disttitn
de São José do Rio P1êto foi simplifüado pata São José No quac!to anexo ao mencionado
Deueto-lei n9 392-A, figma o disllito ele São José (ex-São josé do Rio P1êto) no rnunic!pio
de Pet1ópolis, assim pcunanccendo no quad10 fixado pata vigoiat no qüinqüênio 1939-1943, pelo
Deueto estadual n' 64 J, de 1 'i de dezemb10 de 1938
Em viltude do DeGeto-lei estadual n 9 l 056, de 3 l de dezembto de 1943, que fixou o qwitlto
da divisão tcllito1ial, judiciália e administiativa do Estado, paia vigota1 no qüinqiiênio 19,14-1948,
o distlito de São fosé, subotdinado ao município de Pettópolis, passou a chamai-se Patanaúna
O disttito de Paianaúna foi otdenado como o 59 do município de Pet1ópolis pelo Deoeto-lci
estadual n' 1 063, de 28 de janeito de 1944
Po1 efeito do at tigo 8º do Ato das Disposi\Ões Constitucionais Tiansitó1ias do Estado do
Rio de Janeiio, p10rnulgado cm 20 de junho de 1917, o disttito de Patanaúna, do município
de Pet1 ópolis, 1eto10ou à sua ptimitiva denominação de São José do Rio Ptêto

MUNICíPIO DE PIRAí
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO

O teuitótio do Município de Pitaí ap1esenta-se sobtemaneita montanhoso, téndo, rnmo


plincipais elevações, as sellas de At tozal, Atatas, C1istais, Tornazes e Se1enon, tôdas pettencentes
à cadeia da Setia do Ma1 Seus pontos rnlrninantes são os picos de Alto da Boa Vista e da Seaa
dos Ctistais, com J O 16 e 68 'i met10s, 1espectivamente
No tevestimento f101ístirn do Munidpio, nota-se a p1edominâmia de rnpoeitões, os quais
são seguidos, em imp01tância, pela vegetação tasteüa
O clima de Püaí é ieputado s;liubtc; sua tempeiatuia, nem muito ftia no inverno, nem dem,t-
siadamente quente no vetão, é bastante agtadáyel po1 todo o pedodo que rnmp1eende essas duas
épocas, -
As suas teu as são banhadas po1 lios de t1ês bacias: Pataíba, Püaí e Ribeitão das Lajes
Na do 1io Paiaíba encontJam-se, rnmo plincipais cu1sos fluviais, os 1ibeüões Tiês Poços, Caximbau
e Ma1ia P1eta; na do Pitaí, os có11egos São Félix, Tomazes, Aiataca e U!Ícanga, além dos iibeüões
Ponte de Cimento e Cachaças ;e, na cio Ribeüão das Lajes, o tio Canttia, cujas águas sepa1am
Püaí de Itaguaí
- 305 -

Nos cu1sos fluviais que sukam seu teuitótio, encontt am-se algumas quedas d água, destacando-se
a denominada Fontes, a qual é founada pelo tibeiião das Lajes e possui altuta ap10veitada
de 229,20 m e descatga utilizada de 0,300 m/'s
Nas matas há algumas variedades de madeiias de lei; todavia, as suas 1ese1vas f101estais
melho1 se p1estam pa1a lenha e carvão
Dentle os animais componen~<;s de sua fauna te11estle, podem citai-se: parns, tatus, capivaias
e po1cos-do-mato; entte as aves, ·üs p1incipais 1ep1esentantes são: jacus, inambus e macucos; e,
finalmente, os bag1cs, arn1ás, lamba1is e tiaíias são os mais fieqüentes espécimes da sua fauna
aquática, existindo, p!Íncipalmente, nos cu1sos do Paiaíba
As p!Íncipais lavouias do município são: laranja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, amendoim, rnna-de-açúca1, a11oz e fava
As indúst1ias são as seguintes: extiativas de p10dutos vegetais; de tiansfo1mação de minétios
não metálirns; de papel e papelão; de p10dutos alimentícios; de bebidas

INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO

MunicíjJio: Átea - 589 km 2 ; população (1950) - 21 035 habs; núme10 de distlitos - 5


Sede 11/tmiiif"d: Áiea - 325 km 2 ; população ( 1-VII-50) - l l 695 habs ; latitude S
22 9 37'44",4; longitude w c;i - 43 9 53'59",o; altitude - 37l m; distântia em linha teta à capital
- 187 km; 1umo (em 1elação à Capital) - O N O
Demctir dirtiitor: Monumento - á1ea - 78 km 2 ; popula<,ão (1-VII-50) - 1016 habs
Auozal: átea - l J 8 km 2 ; população ( I-VII-50) - 2 641 habs Pinheiial: á1ea - 36 km 2
população (1-VTI-50) - 3116 habs Santanésia: átea - 32 km 2 ; popula<,ão ( l-Vll-50) -
2 567 habs

EVOLUÇÃO SOCIAL

CORTINES LAXE em seu "Regimento das Câmatas Municipais" e Monsenho1 PIZARRO em


suas "Memótias Histótirns", fixaiam, iespectivamente, os anos de 1770 e 1772, wmo as datas em
que se telia etigido uma pequena rnpela, pi imei10 matco de colonização em te11as do atual Muni-
dpio de Pirní, rnja át ca se estende hoje poi 589 km 2
Apesat das biumas que envolvem o deshiavamento de seu te11itó1io, tudo faz nei tivesse
êle sido wnseqüêmia do ttânsito que, desde a segunda metade do século XVI, se vetificava no
iio Parníba, pelo qual se faziam as comunicações entte as "Minas Getais" e o Rio de Janei 10
Todavia, os plimei10s dados conoetos sôbie Piiaí suigem somente nos autos de mecli<,ão
ele uma sesmatia com que foi agrnciado JoÃo DA SILVA SEPEBA, nos quais são feitas tefeiêfüias
ao incipiente núdeo populacional, existente ao 1 edo1 da capela citada Segundo as "Caltas de
Sesmatia", eta também essa tegião habitada pot t1ibos indígenas, não sendo especificadas as
suas localiza<,Ões, nem seus nomes, confundidos na classificação genética de "gentios btavos" usada,
então, pata -denominai os aboiígines
PIZARRO, em sua ohta citada, é mais explícito e noticioso que CORTINES LAXE, pois nos
dá detalhes sôbie a constt ução da capela de Santrna do Piiaí Diz-nos tei sido ela rnnstt uída
de madeita e em vittude de p10visão datada de feveteiio ele 1772 Auescenta que a sua elevação
se deu nas te11as da fazenda de DOMINGOS Ai VARES LOU7ADA, e que seus rnnsttutmes, os mo1ado1es
do sítio de Pitaí, obtivernm pata ela a rntcgotia de u1tada, po1 motivo da alegac,ão, que fizei:un
junto às autoiidades eclesiásticas, de que a Mattiz de São João Mairns se encontrnva à longa
distância de oito léguas, atiavés de caminhos inóspitos
lan<,ado êsse ma1w inicial da povoa<,ão, pourn a pourn foi ela p111g1edindo A notícia da
fe1tilidacle de seu solo ci1 miou iàpidamente, atiaindo, desde então, inúme10s colonos que dispu-
tavam o fa\ 01 tégio, no sentido de obtei doa<,Õés de suas tet tas À medida que êsses plimitivos
rnlonizadotes ali chegavam, davam inÍtio às gtandes plantações, as quais, muito em bieve, rnb1i1am
vastas extensões de tet tas, deteiminando um inuemento p10g1 essista às atividades ernnômirns e
sociais da 1egião Na pai te agtícola, giande foi o ptogiesso logo vetifirndo, em rnnseqüência
do rnnuaso ptestado pelo elemento negw esoavizado, que ali se intrnduziu em giande csrnla
Em outubto de 1811, o já então p1óspe10 povoado iecebeu a visita do bispo D Tosú CAEfANO,
o qual ,atendendo a uma petição que lhe diiigiiam cêtca de tiês mil habitantes da localidade,
1 esolveu rnncede1 -lhe o ptediuunento de f1 eguesia cutada, ato êste que foi rntifirndo pela Piovisão
de 15 de outub1 o dêsse mesmo ano Seis anos mais ta ide, novamente ascendeu à categ01ia de
fieguesi,l, que, de rntada, passou a petpétua, pot fôtç,l do Alvatá de l 7 de outubto de 1871
Ttansco11idos vinte anos após essa data em vittude do notável pt0gtesso da fteguesia, 1esolveu
0 Govêino, pot efeito da Lei prnvintial n'" 96, de 6 de dezemb10 de 1837, concedei-lhe autonomia,
elevando-a à rntegotia de vila, mm a denomina<,ão de Santana do Püaí O texto dessa Lei eia
o seguinte:
"Att l 9 - É eiecta em -- Villa ---, com a mesma dcnomina.;ão, a fiegnesia de Sant'Anna
de Pitahy; ficando nella ueada uma Camaia Munitipal e todas as autmidadcs judiciatias e empie-
gados, rnmo nos demais municipios

20 -- 25 625
- 306 -

Ait 2" - O Ptesi<lente da P10vincia mandatá p10cedei á demaicação dos limiks entle a -
Villa - ueada e as de Valença, São João do Ptincipe, Ba11a Mansa e Vassoutas
Ait 3" - Os ptoces,os e mais papeis, e dinhei1os existentes nos juizos municipal, de 01phãos
e da cabeça do teimo de São João do Piincipc:, ielativos á paites que ficatam oia pettencendo
ao teuno da nova villa, seião 1emettidos pot inventaiio aos juizos e uutoiios tespectivos
Ait 4" - A villa do Püahy ficaiá fa;oendo paite da comatca de Vassomas
Att 59 - Esta lei só teiá cumpiimento depois que os rnoiadoies do teimo <la villa, houveiem
edificado e mobiliado, a expensas suas, a casa da Camaia, Juiy e Cadeia, rnnfo1me o plano e
01çamento mandado levantai pelo Ptesidente da P10vincia e poi elle apptovados"
Outta Delibeia,ão, datada de 27 de mat</l de 1838, completou a citada Lei n'' 96, estatuindo:
"Havendo a Lei p10vincial de 6 de De;oernb10 de 1837, eiigido cm - villa - com a mesma
denominação, a fteguesia de Sant'Anna de Piu1y, e sendo necessá1io edifica1, na rnnfo1midade
do ali 5" da mesma lei, a 1especti1'a casa da Camata, Juty e Cadeia, em confotmidade da planta
e ot\arnento app10vado pelo Governo em 24 de Mat~o de 1838, o Ptesidente da Provimia
delibe10u nomeai uma commissão p10viso1ia composta dos cidadãos co10nel fos!Í GoN<;ALVES DE
MoRAES, SILVIO Jos!Í DA COSIA, FELISBERTO RmEmo FRANCO, RAYMUNDO DIJ SouzA BREVES
e MANOEL TosÉ DE BARROS VIANNA, a qual seiá enrn11egada de p10movet a subsui\io necessatia
pata a edifiuH,ão ela sob1edita casa da camaia, cadeia e jmy Depois que se houvet obtido a quantia
ne(essa1ia pata essas oh1 as, a 1 cfe1ida com missão c.onvoc.atá os suhs< iito1es. afi1n de que ptoc.edarn
á nomea,ão dos cidadãos que del'etão fotm:u a commissão petmanente, en<a11egada "" levat a
effeito a constw\ão e p1 epato da 1efe1 ida casa e de tomat todas ?s medidas e dat todas as
ptovidcnlias a esse fim nec.essa1ias ()s rncmb1os da 1efe1 ida c.on1missilo p1oviso1 ia non1ca1ão d' entte
si u111 piesidente e um thesoutei10"
Postetio1111ente, nova lei foi publicada sôbte a niac.ão da vila de Pitaí 'I ornou ela o n 9 129
e estava datada de 14 de maio de l838, iezando o seu texto o seguinte:
"Ait 1'' - A villa de Sant'Anna de Piiahy, ueada pelo lei nº 16, de 6 de De;oembto de 1817,
tetá existencia desde já
Att 2" - Os 13 cidadãos, motadotes no teimo da ViJla, que assignatam o te11110 ele obtiga,ão
peiante o Juiz de paz, da fieguesia de Sant Anna do Pitahy, aos 24 de Mat<"l de 1838, pot si
e seus sucLesso1es se obtigatão po1 esLtituta publica a constitui1 e mobiliat, dentto de 2 anos,
o edifício pai a <..asa da c.an1a1a, juty e (_adeia, debaixo do plano e 01 c..amento tnandado levantai
e app10vado pelo Picsidente da P10vincia, pelo P1oducto da subsct ição já agenciada que se
aueita e que deve wntinua1, e á LllSta de seus p10p1ios bens solida1iamente, caso esta não Lhegue
Paiag1apho unirn Os 1efetidos cidadãos, na fó11na do mesmo teimo de obtiga,;ão, aptompta1ão,
desde já, cas-a p1ovisó1ia p~ua (adeia, lan1a1a e ju1y
At t 3'' - Pela disposi\ão do aitigo antecedente não ficam desonetaclos todos os motadote.;
do teimo da Villa, da obtiga\ão in~;oosta pelo att 5" da lei de 6 de D~zernb10 de 18)7, n" 16,
de conco11 e1 em pata wnstt uii-se e mobiliai-se o 1efc1ido edificio
Att 4" - O Ptesidente da Ptm incia datá todas as pt0videncias pata a bôa exe< u'ã" desta
lei e pata que se p1oceda quanto antes ás elei<,ões elos ve1eado1es da Camaia Municipal da Villa
e á no111eac.,ão dos juizes e e1np1egados te11itotiais"
Passados alguns meo.es foi dada à publicação a Delibeiat.ão datacla de 28 de setemb10
de 1838, que esta1a assim tedigida: "Pata excLu\ão dos attigos 2" e 3" da lei n" 16, de 6 de
De;oembto de 18'.\ 7, e cios at ts , 1" e 4" da lei n" 17, de 1'Í de Maio de 1838, otdena-se obset l'e
o seguinte:
Att I" - O tettno da - Villa de Sant'Anna de Piiay rnmptehendetá a ftE:guesia do mesmo
nome e os uuatos de São João Baptista do A110zal e de Nossa Senho1a das Do1es, fiundo
desannexados, a ptimeita do municipio de São João do Ptincipe e os segundos do da Bat ta 1\hnsa;
e setá limitado como se segue: - pelo lado de Vassoutas, wme,aui na fo;o do 1ibei1ão do
Poúnho, seguindo po1 elle acima até as suas cabeu~·itas no rnoll~) do Pa\ão; - deste a turno
Noite e Sul a ptocmai o motto da Pedia Bianca, attavessando a esttada do cu1ato dos 1fendes,
no local em que existe uma pot teita junto a matgem do 1ibeitãu de Sant' Anna; deste moi 10,
seguindo sernpte pelo cume da Setta Getal ou do Mat, divisa das aguas dos tios Pitahy e Lages,
lontinua1á até o mo110 do Salto, á n1a1gen1 esque1da deste ulti1no 1io; -- subi1 á pot este acima
até a ponte e estiada getal da Côtte, pela qual wntinua1á até chegai a ponte de Matia Gon\alves
sobie o Pitahy; - üá pela rna1ge111 csquetda deste tio acim:t até enwnttai a ponte de Estevam
Gon\alves Rios; - seguirá d'ahi pela esttada getal de São Paulo até enrnnttat o atalho de
Domingos Ribeüo, d'onde, p10uaando a fnenLLt d'Entte Mo11 os, iuí pelo tibei1 ão dos Tt es Por, os
desfedrnt no Pa1ahyba, no loga1 de sua confluemia; -- d'onde, descendo pelo Patahyba até um
ponto que se tomatá em sua rnatgem esque1da, ptecisamente ftonteito ao tibeitão de João Congo,
seguitá de>Se ponto, pot urna linha sinuosa enlle as aguas dos 1ibeitões das Minhocas e dos
Ipiabas, até chegai á seua das :Minhocas, pot cujas uistas ptocu1a1á a cabeceirn do tibei1ão
de São José das Quinze Ilhas; - po1 elle dcsu:1á até á sua bili ta no Patahyba, e d'ahi )'01 este
1 io a tinia até enlontta1 o ponto ptirnatio
Att 2 9 - A Camaia Munitipal de São João do Ptincipe, logo que 1ecebet este deueto,
rnnvocat-se-ha exttaotdinaiiamente pata ]'lOLedet nos tetmos do Deueto de 13 de Novemb10
- 307 -

de 1832 e do outw de 22 de Julho de 1833; pot quanto é dedaiacla excessiva a di;tancia entte
as duas villas pata podei o cidadão mais votado, que tem de setvit de ptesidente da Camarn
da Nova Villa, p1esta1 o jutaniento pot seu ptocutadot na Camaia de São João do Ptincipe
A eleição setá feita na fó1rna da Lei de 1" de Outub 10 de 1828 e de 28 de Julho de 1830,
e insttuções de 1 ele Dezemh10 de l828 A Camata novamente eleita dutaui até as elei~ões
gemes otdenadas no att 2'" da p1imeita lei citada
Att 3" - As Cama1as Municipais de São joão do P1imipe e da Baita Mansa envia1ão, po1
inventatio, pata a do Pitahy, todos os papeis e documentos tebtívos á fteguezia e cu1atos desanne-
xados pa1a fica1en1 en1 se:.u a1chivo
Ait 4" - InstaJlados na nova 1illa os juizes de otphãos e municipais, 01de;nalio que os
tespectivos esuivães 'ão iccebet pot inventaiio, nas duas piimeiias vilJas, todos os pi()(essos
findos e pendentes e papeis telativos ás paites que ficam 01a peltencendo ao teimo eh nova villa,
os guaes sei ão disttibuidos, na fórnu de legisla\ão em 1 igo1, pelos dous tal->clliães do te11110
Antes de se1em ent1egues os tefetidos autos se ião contadas as custas que pet tcnceiem aos 1especti\ os
csuivães que deixam de o set, pot cuja impoitancia se lhes dau1 mandado de penhout pata
rnb1a1em-n'as executivamente de quem de diieito fô1 E o luiz dos otphãos tomaiá as medidas
de cautela e p1even,ão necessalias pala que a iemessa dos dinheiios e joias pettencentes aos o1pliiios,
aos defuntos e ausentes, aos indios pa1a o seu Juízo, se vctifique se1n 1isco e Lorr1 segu1an<;_a
Ai t ')" - Installada a Cama ta Municipal da Nova Villa, ptocedeiá ella, em ado smessivo,
a fo1ma1 as pwpostas pala os juizes municipaes, de oiphãos e de p10111oto1, parn se1em immedi:t-
tamentc temettidas ao Gmetno Ptesidencial; e nomeatão logo, denttc os candidatos ptopmtos nas
icspeetivas listas, um pata juizo municipal e outw pata juízo de oiphãos, ao~ quaes dcfe1itã•1
jurnnlento paia entiaiem cm exctdcio E 1emetteião wpia da ptoposta de ptomotot ao juiz
municipal, afim de norneill ellc, dentie os pwpostos p1omoto1 inte1ino, a quem a Cama1a clefe1i1á
igualmente jmamento
Ait 6 9 - Continuatá, sen1 intc11upção, em sua sessão cxtlaotdiná1ia pata fazei a nomta~ão
de seus offiLiaes, o lançamento dos impostos munieipaes, p1 inLipalmentc os de que tia ta a lei
de 18 de Maio de 1838, n" 18, e a otganizac,ão de suas postmas, que submettetá {t sancc,ão
pt0visó1 ia do Govet no da P101 imia pala sei u11 executadas na fót1fot da lei de 2 5 de Outuh10
de 1831; e iepiescntatá as necessidades mais lugentes que devem sei íogo attendidas e rntisfeitas,
afim de sei a mesma Camata auto1izada na fó1ma do att 19, da lei n" 3, de 4 de Jarn:ito de 18:)7,
pata as despezas neLessa1 ias
Ait 7" - O limite do disttido de paz do u11<lto de Nossa Senhota das D01es se1á: a leste,
pela linha sinuosa que divide " município ele Sant'Anna do Piiahy do de Valenca; ficando a
lingua de te11a cornptehcndida entle o tibeitão das Minhocas e a tefeiida linha desannexada da
jut isdicçãu do juiz de paz da fteguesia de Santo Antonio do Rio Bonito da Consu vatotia dos
Indios"
A pa1tit da épo(a cn1 que se instalou a nova vila, 1naio1 foi o sutto de p1og1esso que se
vctificou na tegião Os pt»dutos de suas g1andes e vaiiadas lavouias etam expo1tados em latga
escala P1cdon1inava ent1e as suas plantac,ões a c_ultu1 a do (afé, que c_hegou a constituit, então 1

a sua maio1 fonte de 1iqueza, p1opo1cionando rnnsideiável abastanc,a aos fozendei1os locais
'l ornando-se pot hasc documentos fidedignos, datados de 1860, hern se pode aquilatai da impot
tância que o café ieptesentou, então, pai a Piiai Segundo um dêles, esta localidade fluminense
exp01ta1a, anualmente, a média :1p10ximada de 521 50() a11ôbas dêsse p10duto, sendo seus maiot~i
plantacloies na 1egião, o Cnmendadot JoAQU1~1 DE SouzA BREVES, joAQUIM Josú GONÇALVES
IJE MORAIS, FRANCISCO Josú DE 01 !VEIJlA e o Baião de PIRAÍ

A sede da vila, situada no local onde outtoia fôrn e1guida a pcqu~nina capela de SantaJL\
do Pi1ai, awmpanhou ern seu p10g1esso o inucmcnto da lavrnaa, 1ecebcndo forns de cidade peLl
l ei ou Deu eto ptovinl ia! n" 2 0'Í 1, de 17 de outub1 o de 187 4 Seu rnmétcio e sua indúst1 ia
dia a dia se to1navan1 mais p1óspe1os, e as belas tonSttlH,Õcs 1csidenLiais se nniltiplú_a\'am, afot-
moseando o aspclto de strns tuas e p1ac,as Essa sitwu.Jio de ptospeúdade peisistiu dntante alg11ns
anos, cessando apenas <..Orn o a<hento da Lei Áutea, de <.ujas conseqüências até boje se tessente
a ec_onomia inu11ic_ipal Ptodamada a abolí'-.ão da esuavatuta, as la\ ou1~1s de Pi1aí fo:am 1elegadas
ao nnis LOmpleto abandono pela falta de btar,os que delas cuidassem, uma vez que os csu avos
libeitos p10uua1am fugil das zonas onde tinham vivido em catiyei10 A < ulturn de tafé dedinou
t àpidamente até desa pai et ei quase totalmente, e as antigas e vastas fazendas em que ew utlti\ ado,
fotam ttansfo1n1adas ein pastos pa1a a Ltiac..fío ou crn u1pinzais inaptov~'.t idos
Duiante longo tempo, o MunidpiD de Santana do Pi1aí (cm 1911 jA denomin:ido Pi1:ii)
peunaneceu no estado de deLadência a que o rnnstrnngeu o alo aholil ionista De algum ternpü
pata <.á, po1ém, seus habitantes e ditigentcs, busu1ndo soe1guet o nível eLonôrniLo e sotial do
Município, têm voltado suas cspctan\as e seus esfor,os pata os scto1es da indústt ias e da peLuáiia,
nos quais espetam rnnsegui1 p10rnisso1 es tesultados
- 308 --

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Fo111Jt1ção Ad111i11i r/1 e1ti1,a: Freguesia ciiacla poJ Alva1á de 17 de outub10 de 1817
Com a denominação de Santana cio Piiaí, foi ciiada a vila, po1 efeito da lei p10vinrial
nv 96, de 6 de dezemb10 de 1837, com te11itó1io desmembiado cios Municípios de São Juão
cio Pdncipe (depois São João Ma1cos) e Baua Mansa Sua instala,ão owJ teu em 11 de novemb10
de 1838
A vila de Santana do Piiaí aclquüiu f01os de tidade po1 fô1ça da Lei ou do Deucto p10vincial
n• 2 041, de 17 de outub10 de 1874
Os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente dos dias 8 de maio e 3 'le junho do
ano de 1892, 1efe1e111-se à ctia,ão cio disttito de Püaí
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio, já denominado de
"Pitaí'', se compõe de 3 clist1itos: Püaí, São José do Bom Ja1clim e São João Batista do Auozal
Na divisão aclministiativa cio ano de 1933, o Munidpio de Pitaí apa1ece constituíclo pelos 'Í
seguintes dist1itos: Püaí, São José do Bom Ja1clim, São João Batista do Auozal e Pinheito,
assim pe1manetendo nas divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, e no quaclto
anexo ao DeCJeto-lei estadual n• 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
De acô1do mm o Deueto estadual nº 641, de 15 de cb<emb10 de 1938, que fixou o qua<!to
te11ito1ial paia vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, o Munidpio de Pitaí se wnstitui de 4 dist1itos:
Pitaí, Auozal (ex-São João Batista do Auozal), Monumento (ex-São J(Jsé cio Bom Ja1dim) e
Pinhei10
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº J O)(), de 3 l de dezemb10 de 1943,
parn vigorn1 no qüinqüênio 1944-1948, o Munidpio de Piiaí figuia wm 'í dist1itos: Piiaí, Auozal,
Monumento, Pinheüal ( ex-Pinheüo) e Piiaccrna (ui ado), que 1er ehe1 am a seguinte 01denac,ão,
dada pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de jancito de 1944: l 0 - Pitai, 2'" - l\fonumento.
3º - Auozal, 4º - Pinheirnl e 'íº - PiJacerna Na "Divisão teuitntial cio Biasil - 1941-1948",
publirnda pelo I B G E , o 'íº figma lOm o nome de Santanésia
I'o1111<11ãa Judhiá1ici: A rnma1rn ,\e Pi1aí foi oiada poL fôu,« do Deuelo nº 1 637, de 30 de
novemb10 de 1871 O Deneto nº 667, de 16 de feve1ei10 de 190 1, extinguiu a coma1 ca de Piiaí,
passando o Município a fazei paLtc da coma1rn de Vassou1as, cuja sede se encontiava em Pitai
Logo após, o Deueto n" 681, de 28 de ma1ço de 1901, tiansfetiu o Munidpio de Püaí pata
a rnma1ca de Baua do Püaí
Po1 fô1ça do Decteto nº 1 839, de 23 de agôsto de 1921, foi elevado à catego1ia de coma1ca
o têuno de .Pitaí, que é seu úniw componente
Segundo as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como o quad10
anexo ao DeCJeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1,o de 1938 e quad10s teuito1iais fixados
pa1a vigma1 nos qüinqüênios 1939-194 3 e 1944-1948, 1cspectivamente, pelo Deueto estadual
nº 641, de 15 de clezemb10 de 1938, e Deueto-lei estadual nº 1 O'í6, de 31 de clezembw de 1943,
a coma1ca de Pitaí se wnstitui do tê1 mo único denominado Piiaí, o que foi mantido nas Leis
ns l 429, de 12 de janeiw de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 19'í3

EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS

I - Di1t1ito de Pi1c1í: A f1eguesia de Santana do Pitaí foi uiada pot alva1á datado de
l 7 de outub10 de 1817
Po1 fôu,a da Lei p10vincial nº 96, de 6 de dezcmb10 de 1837, que oiou o mu111op10 de
Santana do Pitaí, a fteguesia supiacitada obteve as catego1ias de vila e sede de munidpià
A vila de Pirní 1ecebeu fo10s de cidade po1 efeito da Lei ou DeCJeto p10vincial nº 2 041,
de 17 de outub10 de 1874
A uiação da f1eguesia ou clistiito foi wnfiunada pelos deuetos estaduais ns 1, de 8 de
maio, e 1-A, ele 3 de junho ele 1892
De adhdo mm as divisões administuttivas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem wmo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o distLito de Pitaí figma rnmo sede do município ele igual nome, catego1ia em que foi
mantido pelos deuetos estaduais ns 641, de 15 de dczemb10 de 1938, e 1 0'56, de 31 de dezemh10
de 1943, que fixa1am os quad10s te11ito1iais vigentes, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948
O Deueto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1941, mdcnou o clistLito de Piiaí
wmo o l'' cio município de igual nome
II - Dirtiito de Mo1111111e11to: A f1eguesia de São José da Carn1ia, foi uiada po1 Lei
ou Deueto p10vincial nº 519, de 4 de mcüo de 18 'iO
Em vittude da Delihe1ação p10vincial de 23 de agôsto ele 18'í4, a fieguesia de São José
da Caca1ia foi ttansfeLicla cio município de Itaguaí, ao qual pe1 tenceta até então, pata o de São
João cio P1íncipe, mais ta1de São João Ma1ws
- 309 -

A fieguesia Je São José da Caca1ia, po1 fô1ça do Deoeto p10vincial n'1 l 969, de 29 de
novemb10 de 1873, passou a denominai-se São José do Bom Ja1dim
Po1 efeito do Deoeto estadual nQ 15 5, de 8 de dezernb10 de 1890, a fteguesia de São Tosé
do Bom Ja1dim foi desmembiada do munidpio de São João Ma1cos e anexada ao de Pitaí ·
Os deuetos estaduais ns l, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, confomaiam a
oiação da freguesia
Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas de 31-XIl-1936 e
31-XII-1937, o distlito de São José do Bom Ja1dim peJtence ao munidpio de PiJaí, assim pe1rna-
necendo no quadto anexo ao Deoeto-lei estadual n'" 392-A, de 31 de ma1~0 de 1938
Pelo Decteto estadual nQ 641, de 1 '\ de dezemb10 de 1938, o topônimo do Jisttito de
São José do Bom Ja1dim foi modificado pata Monumento No quad10 fixado pelo mencionado
Deoeto n 9 641, em vigênLia no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Monumento (ex-São José
do Bom Ja1dim), figuia no município de Pitaí, o mesmo se ohsovando no quad10 da divisão
te11itoiial, judiciá1ia e administiatirn do Estado, fixado pelo Decteto-lei estadual n 9 1 056, de
31 de dezernb10 de 1943, pata vigoiat no qüinqüênio 1941-1948
O distlito de Monumento foi 01denado rnmo o 29 do município de Pitaí pelo Decteto-lei
estadual n9 1 063, de 28 de janei10 de 1944

III - Dist1ito de Auozcil: A fteguesia de São João Batista do Auozal foi oiada po1 Lei
p1ovincial n 9 141, de 12 de abtil de 1839, sendo sua oiação wnfit mada pelos clectetos estaduais
ns l, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
Nas divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XII-l936
e 31-XII-1937 e no quadto anexo ao Deueto-Jei estadual n" 392-A, de 31 de 111a1ço de 1938,
São João Batista do Attozal figu1a como dist1ito do município de Pita(
Em vittude do Deueto estadual nº 641, de l '\ de dezemh10 de 1938, que fixou o quaclto
da divisão te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943, o disttito de São João Batista
do A11ozal, do município de Piiaí, teve seu topónimo simplificado pata Auozal
De adndo com o quad10 da divisão teuito1ial, judiciá1ia e administlativa do Estado, em
vigot no qüinqiiênio 1944-1918, fixado pelo Decteto estadual n'1 1 0'\6, de 31 de dezembto
de 1943, o dist1ito de Auozal peltence ao município de Piiaí
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeito de 19,14. o dist1ito de Auozal foi
01denaclo como o 39 do município de Pitaí

IV - Dirt1ito de Pinhei1,i/ ( ex-Pinhei10): O dist1ito de Pinheito foi uiado po1 lei


9
11 1 360, de 21 de novemb10 de 1916
Pínheito, segundo as divisões administiativa de 1933 e te11ito1iais datadas de 3 l-XII-1936
e 31-XII-1937, assim como o quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, é um dos disttitos comp0nen:es do município de Pitaí, o mesmo se obse1vando no
quad10 fixado pelo Deneto estadual n'" 641, de l '\ de dezemhto de 1938, pata vigo1at no
qüinqüênio l 939-1943
Em vittude do Deneto-leí estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quadto
te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1944-1948, o disttito de Pinhei10 passou a denominai-se
Pinheiial e pe1manece no município de Püaí
O distiito de Pinheital foi otdenado como o 4 9 do munidpio de Piiaí, pelo Deoeto-lei estadual
n• 1 063, de 28 de jancüo de 1944

V - Dirtiito de Santcméric1: O distiito de Pirncema foi c1iado pelo Deoeto-lei estadual


n9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, constituindo-se com te11itó1io desmembiado do disttito
de Pitaí De acô1do com o quad10 da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administJativa do Estado,
em vigot no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo já mencionado Deneto-lei estadual nº 1 056, o
distrito de Pitacema pe1 tence ao município de Püaí O Deoeto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de
janeito de 1944, otdenou-o como o 5'" do município de Piiaí
Na Divisão Tettitotial do Btasil - 1944-1948, publicada pelo I B G E , o 59 clisttito cb
Município de Pirní, figuia wm o nome de Santanésia

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