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ANUÁRIO GEOGRÁFICO
DO
RIO DE JANEIRO
SERVIÇO GRÁFICO DO INSTITUTO BRASii EIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
ANUARIO GEOGRAFICO
DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
( Ciiado pela Res n9 98, de 19 de março de 1948,
<lo Diretólio Regional 'cio Conselho Nacional de Geogtafia)
REDAÇÃO
DEPARTAMENTO GEOGRÁFICO
Edifício "Visconde de Itabotaí" - 10 9 andat
Rua Vise de Sepetiba esq da Av Amatal Peixoto
Nite1ói - Estado do Rio de Janci10
DIRETÓRIO REGIONAL DE GEOGRAFIA
PRESIDENTE:
Engenheiro JosÉ CARLOS PoRCHAT
Secretário de Viação e Obtas Públicas
SECRETARIO:
Engenheiro Lur:z DE SouzA
Ditetor cio Departamento Geográfico
SECRETARIO-ASSISTENTE:
JEFFERSON FERREIRA DOS SAN10S
Chefe cios Serviços Auxiliares do Dep Geog1áfico
***
Engenheiro DÉcro SILVINO DE FARIA
Chefe da Divisão da Carta cio Departamento Geog1áfico
St ALDEMAR ALEGRIA
Diretot cio Departamento Estadual ele Estatística
Sr FRANUsco S1EELE
Inspetor Regional de Estatística Municipal
CONSULTORES TÉCNICOS
Engenheiro JosÉ SOUZA DE MIRANDA
Professor MoACYR PAVAGEAU
P1ofessor DÉcro FERREIRA CREf10N
Professor AoAu ro SOARES MONTEIRO
Coronel DÁcio CÉSAR
Excelentíssimo Senhor Presidente do Diretório Regional de Geografia e Secretário de Viação e
Obras Pí1blicas, Engenheiro José Carlos Porchat
Excelentíssimo Senhor Secretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia,
Engenheiro Virgílio Corrêa Filho
Excelentíssimo Senhor Professor Allyrio Hugueney de Mattos, Diretor da Divisão de Cartografia do
Conselho Nacional de Geografia, Lente Catedrático da Escola Nacional de Engenharia
e ex-Presidente da Delegação Fluminense integrante da Comissão Mista
de Limites São Paulo-Rio de Janeiro
SUMÁRIO
Págs
REGISTRO XV
LUIZ DE SOUZA
A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA
LITORÂNEA DO PETRÓLEO
Ainda hoje o ttabalho de WILLIAMS deve sei lido e meditado Desde a passagem
de HARI 1 pela região, antes de 1870, nada mais se escreveu sôbre a geologia desta
zona litorânea, a não ser pequenas icfeiências em relatórios, de escassa importância
pctta o assunto que tratamos
O bom senso e a lógirn de WILLIAMS são tão claros que, não tendo liavido a
necessária divulgação de seu estudo em nossa língua, julgamos útil transcrevê-lo na
íntegra.
1 - 25 625
2-
1
Os campos da Venezuela, da Bolívia e <la A1gentina não se achavam ainda possivelmente
tepresentados
-3-
* * *
Como acabamos de ver, a expos1çao de WILLIAMS é bastante sugestiva, e ainda
hoje, - embora out10s geólogos tenham visitado a região do cabo de São To!né
- foi êle o único a abarcar numa síntese geral o conjunto dos fenômenos geológicos
desta faixa costeira do Brasil, ligando estratigràficamente os sedimentos do norte
fluminense às formações terciárias e uetácicas do litoral bai;nó
WILLIAMS não abordou cm sua exposição o problema das estmturas locais, fun-
damental para o início de qualquer p<:squisa. Sua tese é porém digna de se1 tomada
cm considetação Parece-nos mesmo, que, qualque1 mmo que venham a tomar estud.os
geológicos na zona em ap1êço com 'o fito de busca de pettóleo, até que surjam provas
contraditó1ias, não deve se1 desprezada a hipótese de um pa1alelismo estrntural entre
a região campista e a baiana, onde os 1esultados já obtidos pela geofísica e o conjunto
dos conhecimentos estratigráficos penosamente coletados por tôda ui11a plêiade de
geólogos de escol, poderão vir a ser de grande valia, senão básicos, pata a orientação
de pesquisas futmas
Como teremos de falai novamente dêsse auto1, passaremos agora a outtas obser-
vações efetuadas posteriormente na região do cabo São Tomé
2 1nvestigações Posteriores
São conhecidos mais itês relatórios de geólogos do antigo Sei viço Geológico e
Minctalógico do Brasil, cujo renome científico merece destacadas 1efe1ências
O Dt MATIAS GONÇALVES DE OLIVEIRA Roxo, de passagem pela tcgião ttans-
mitíu as suas impressões no boletim n 9 7 do Se1viço, - 1924 - , sob o título
"Sôbt e as possibilidades da existência de pett óleo na baixada fluminense"
Embota curta, a sua descrição tem alguns info1mes interessantes sôbte a paleonto-
logia da planície. Um dêles é o que cita a existência de moluscos ma1inhos do
gêne10 :·ostrca", a trinta metros de profundidade numa sondagem na cidade de
Campos.
-6-
2
OLIVEIRA, Euzébio Paulo de - "Probabilidade de existência de petróleo no Brasil, de
acôrdo com as teorias sôbre a sua origem" Boi 7 do Serv Geol e Min. tlo Brasil Rio, 1924,
pág 98
/
-7-
cinzento de grã grossa e cimento calcáreo Esse arenito lembra muito uma founac,.ão
coralina. Na praia nada podemos ver de interêsse geológico - as areias movediças
encobrem as formações Entretanto, patece-nos que o arenito cinzento de aparência
coralina, já visto no rio Laranjeiras, aflora abaixo dessas areias Enconttamos blocos
Jessa rocha na praia e fomos informados que por vêzes êle é visível founando o
fundo Além de blocos dessa rocha encontramos um bloco de um calcáteo cinzento
compacto, bloco êsse bastante rolado Na ptaia colecionamos conchas atuais para
comparação É interessante mencionar que em vários pontos da costa vimos blocos
de hulha de belíssimo aspecto, naturalmenle provenientes de navios.
Nestas camadas superficiais não enconttamos turfa Apenas nos pântanos vimos
muita vegetação em vias de decomposição
Parece-nos que as areias e argilas que observamos podem ser refet idas ao
Quaternário talvez superior ou mesmo recente.
Quanto ao atenito calcáteo, caso o exame de gabinete confirme a sua origem
coralina, poderá ser refetido ao Pleistocênio da mesma maneira que os recifes da
costa do notdesle
O exposto mostra que houve uma regressão do mar no Quate111átio Superiot de-
vido a um desnivelamento de poucos metros Aliás êste fenômeno é obset va<lo em
tôda a costa Em particulat na Bahia, perto do baino do Bano-Vetmelho, vê-se um
teuaço do mat antigo cavado nas tochas cristalinas alguns metros acima do nível
do mat. A praia antiga na tegião que estudamos talvez passasse pouco adiante da
estação de Santo Amaro As pequenas ondulações do te11eno são natutalmente devidas
a bancos de areias , do mar antigo e talvez mesmo a dunas
A falta de desigualdades topogtáficas e as formações referidas impedindo a ex-
posição das rochas nos impossibilitatam de, pelo exame superficial, tomar melhor
conhecimento da estratigrafia da região Entretanto, foram efetuadas algumas sonda-
gens na fazenda, com aparelhos improvisados, em busca dágua
Pelas informações do pessoal que foi encarregado de efeluat essas sondagens e
pelo exame dos materiais extraídos podemos reconstituir ap10ximadamente os regis-
tros dessas sondagens
50,40 m
-9-
51,95 m
'.)9 - Campo <la Frente -- 800 m a E da Fazenda
17 argila 0,35
18 ateia 0,'.)0
19 argila 0,40
20 areia 0,30
21 argila 0,80
22 ateia 0,60
23 argila 0,80
24 areia 3,20
25 atgila 0,90
26 areia 0,30
- 10 -
27 argila 0,80
28 areia 0,80
29 - argila 0,55
30 -- areia 0,50
56,45 m
4° - Laranjeiras - cêrca de 5 000 m a S W da casa
41,30 m
1 areias sôltas;
2 argilas negras e amarelas (Quaternário superior);
3 arenito calcáreo cinzento pleistocênico;
4 argilas e areias alternadas (Miocênio ou Pliocênico);
5 cakáreo (Terciário);
6 argilas e areias (Tetciário)
O calcáreo compacto que encontramos na praia num bloco rolado nfo pode
verdadeiramente ser referido a nenhuma dessas formações Não sabemos mesmo a
sua posição estratigráfila Talvez esteja abaixo dessas formações e que tenha sido
projetado à piaia depois de uma grande erosão Neste caso deveria ser referido
presumivelmente a um terciário mais antigo, talvez ao Eocênio
39 - Exalações de gases
9
1 Ê ao nosso ve1 o mais impoltante Em tôdas as sondagens notamos uma
camada de areia grossa de côr negra constituindo na primei1 a um hori-
zonte de 4 met10s a 4,80 m de profundidade; na segunda com 5,85 m
de espessura a 10 m de profundidade; na terceiia 4,50 m de espessura
e a 9,50 m de p10fundidade, na quarta 2,30 m de espessura e a 26 m
de profundidade
O material desta camada é prêto e ao lado dos grãos de areia são
encontradas massas pretas e btilhantes. O aspecto é um betume muito
oxidado Circula neste horizonte uma água de côr negra com um cheiro
muito pronunciado que po1 vêzes lembra o querosene Esta água carrega
consigo muitos dcttitos Filtramos no laboratório uma amostra, verifica-
mos que fica como resíduos no filt10 uma pasta neg1a com o chcüo, ao
passo que o filt1ado é amarelo cla10, límpido, quase i'.~odoto Pens.imos
tlatar-se de betumes como já dissemos, entretanto, é mistc1 ensaiar êste
material no laboratório com os dissolventes apropriados: éte1 de petróleo,
sulfureto de caibono etc, fazendo mesmo uma análise Esta presença de
betume é considerada pelos autores como um cios bons indícios da exis-
tência de óleo
Vala do Giró;
Vala do Campo da Frente,
Curixa perto do farol de São Tomé;
Poço do Xéxé
* * *
À vista de tudo isto concluímos pela possibilidade e mesmo pela alguma p10ba-
bilidade da existência de óleo na p1opriedade estudada É impossível dize1mos agota
onde estarão os possíveis depósitos. Parece-nos mais aceitável a hipótese de esta1em
bastante profundas as camadas oleífetas
- 14 -
* * *
Aceitando a transcrita exposição do Dr MoRAES REGO em seus aspectos gerais,
há nela todavia pontos que não encaramos com pensar idêntico.
Assim, pot exemplo, a citada "regressão do mar no Quaternário Superior devido
a um desnivelamento de poucos metros", não nos patece coincidir com a realidade.
A região, em estudos, é inegàvelmente um velho delta do Paiaíba que então
desaguava pot suas bôcas principais, quer na bana do Furado quer no gôlfo da
Lagoa Feia.
No nosso boletim "Restingas na Costa do Brasil" hatamos dêste assunto.
O delta do Paraíba, attibuído ao Pleistocênio, apresenta a forma característica
de um crescimento deltaico paralisado pela ação das vagas ou por correntes costeitas,
denominado por JoHNSON "arcuate delta", e ilustrado pelo delta do Niger como
caso típico 3
Em trabalho nosso, publicado pelo Serviço Geológico Mineralógico 4, já mo~,
ltamos com a exposição geológica no mapa da fazenda da Boa Vista, que as aluviões
do velho delta do Paraíba foram isoladas do oceano pot uma restinga Evidentemente,
os velhos braços do tio, indicados pela barragem de areia, alargaram a velha planície
deltaica, cujo nível foi desta maneira elevado por um auéscimo de sedimentos A cota
do talveg dêsses biaços é conservada todavia a cê1ca de meio met10 abaixo do nível
do mar.
Tôda essa 1êdc fluvial ptóxima ao Atlântico é incapaz de aprofundar seus leitos
e, pela sua ptópria natu1eza, só poderia levantar as margens, não se justificando a
hipótese de um movimento epi10gênico ascendente no b01do continental da região
desde o Pleistocênio.
3
}OHNSON, Douglas Wilson - "Shote ptocc:ssesand Sho1eline Development" New Yotk,
1918, págs 188-189
• LAMEGO, Albe1to Ribei10 "A Gipsita da Boa Vista" Setv Geo e Min Notas
P1elimina1es n 9 16 Rio, 193 7
-15-
Esta disposição dos sedimentos em lentes é além disso indicadá pela própria
intermitência · de camadas de areia e de argila, de pouca espessura em tôdas as
sondagens.
Uma única rocha poderia sugerir a hipótese de movimentos que ondulassem as
camadas f o calcáreo, que, além disso, pela sua natureza e espessura, pode ser consi-
derado uma rocha "competente" em caso de enrugamento.
P1 ofundidade Espessura
Preliminares
2 - 25 625
-18
,/
/;)
-19-
tanhosa que acompanha a costa numa extensão de mais de 3 000 quilômetros e que
se chama a Serra do Mar A cada escala, o viajante que passa pelo Brasil encontra,
co1n'b uma verdadeira obsessão, a barreita ininterrupta desta grande "serra" e crê
~rue o país seja muito montanhoso; mas em relação ao relêvo, como em 1elação à
floresta, ao clima e mesmo aos gêneros da vida humana, a fachada do Btasil é um
pouco enganadota
A Serra do Mat não é uma montanha costeira, mas a escat pa de um planalto
que desce lentamente paia o interior Não é uma cadeia de montanhas com duas
vertentes, e apenas uma escatpa abrupta para a costa; se assim se pode dizer, é uma
semi-montanha, como a montanha da Mesa, na Africa do Sul, ou as Cevenas em
Fiança A escarpa é f1eqüentemente única, como nos "paredões" de Santa Catarina
e do Rio Giande; mas, às vêzes, o rebordo se enruga apresentando degraus e socalcos
orientados em geial pata Oeste A escat pa é então otlada por pequenos wu edores,
onde se pude1am fotmar rnttos vales longitudinais que, apesar de serem abrnptos,
facilitam o acesso ao planalto; são pot depressões dêste gêne10 que se desenvolvem
as vias féueas de Santos e São Paulo, do Rio a Nova Fribu1go e a rodovia do Rio
a Pet1ópolis" e;.
A fotma\ão da Baixada Fluminense está primotdialmente ligada à g1 ande 1uptu1a
ciue nos deu a cotdilheita madtima Outros fatôtes que conttibuüam pata o en-
drn1camento dessa região, tais como o insignifican.te declive de seus tios ou a batreita
de restingas, que já foi pot nós descrita 7, são na realidade sewndários do ponto de
vista geológico
Foi o desabamento que, descendo a aba do continente, mergulhou parte dela no
Atlântiw, deixando em pé a escarpa formidável
Na patte c1ue afundou, sedimentos foram depositados
Antes de estudarmos a estrutura dessa tegião desabada que é hoje a Baixada
Fluminense, lancemos um tápido golpe ele vista às founações sedimentares c1ue nela
se acamatam, - sobretudo na zona de Campos que mais nos interessa no atual
t1abalho - , e às suas possíveis telações com outtos sedimentos costei1os mais ao norte
0
DEFFONTAINES, Pie11c - "Geogiafia Humana <lo Brasil" Revista Biasileiia de Geogtafia
9
n Rio, 1939
7
LAMEGO, Afoetto Ribeito - "Restingas na Costa do Btasil" Boi 96 da Div de Geol e Min
-20 -
O bordo continental parece tci caído num declive que acompanha a escaipa da
Serra do Mar, descendo progiessivamente dos limites de São Paulo aos do Espírito
Santo
Em Campos, região mais visada neste ensaio, a topografia apiesenta o seu relêvo
em três degiaus bem definidos: a planície, o tabulei10 e a serra
Os sedimentos quaternários da planície foiam por nós divididos do seguinte
modo:
,devem os fósseis citados pelo Dr OLIVEIRA Roxo na cidade de Campos cujos altos
eram então batidos pelas ondas.
O Sr. SEIXAS TINoco, erudito homem de ctencta que por alguns anos dirigiu
wm rara proficiência a Estação Meteorológica de Campos, informou-nos ter encon-
trado numa cacimba em sua casa, na Rua do Rosário na mesma cidade, um grande
cas,co de tartaruga numa camada de areia a 6 metros de profundidade.
Por todo o resto da Baixada, as exposições sedimentares dos tabuleiros apre-
sentam a mesma uniformidade que descrevemos mais particularmente sôbre a região
campista
Em alguns pontos, notam-se em cortes de estradas de ferro afloramentos de
argilas variegadas que aparentam terem constituído a parte superior desta formação
Geralmente, porém, a única rocha dessa idade que aflora à superfície, mos-
trando ter sofrido ação diastrófica é o arenito ferruginoso, às vêzes brechoso ou con-
glomerático e quase sempre decomposto, sendo comum a sua passagem para uma
verdadeira canga.
Dissemos que êste arenito em algumas expos1çoes mostra ter sofrido movimen-
tação Em Macaé, por exemplo, testemunhos residuais mostram que, além da ação
das vagas perturbando por desblocamento a estratigrafia das camadas, há indícios
evidentes de mergulho A uns 2 km a nordeste de Dores de Macabu, há grande
inclinação das camadas num corte da estrada de ferro.
Na margem sul de atual leito do Paraíba abaixo de Campos, o arenito ferru-
ginoso é por vêzes bem visível em certos pontos
No pôrto da Fazenda dos Airizes, a uma légua a leste da cidade, ao nível dágua
e na vasante do rio, êle aparece tendo aproximadamente uma direção N 509 E. e um
mergulho de 189 W
A escavação da draga para o dique do Paraíba atingiu a mesma rocha a uns
200 metros a leste da parada do Caetá à beira da Estrada de Ferro Leopoldina, na
rnta de 4 metros sôbre o nível do mar Esta exposição está a uns 20 quilômetros do
Atlântico em Atafona, e já muito próxima ao limite da planície argilosa e aluviônica
do rio e de seu contato com a planície arenosa das restingas de origem marinha.
Neste ponto o mergulho parece igualmente ser para S W
~stes afloramentos do arenito ferruginoso e outros na região da Lagoa Feia,
sempre em cota muito baixa, parecem sugerir uma planície de erosão marinha, -
plataforma de abrasão - , onde as vagas destruíram as camadas superiores dos atuais
tabu.!eiros
É de notar-se que, entre Campos e o Itaoca, logo ao sul da cidade na usma do
Queimado, várias sondagens para água encontraram o embasamento gnáissicó entre
50 a 60 metros de profundidade, atravessando um vasto lençol de areia fina sob a
capa de aluviões
Entre a cidade e o morro há pois uma bacia de erosão onde as camadas terciárias
foram completamente removidas.
Parece-nos que tal bacia é devida à erosão fluvial, trabalhando numa época de
ascensão do bordo continental. Somos levados a esta suposição pela profundidade em
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ESBóCO GEOLOGICO E TECTONICO
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Por:ALBéRTO RIBEIRO LAMEGO
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-23-
11
"Espírito Santo - Brazil". Pub. da Cia. Central Brasileira de Fôrça Elétrica, Vitória, 1932.
12
TEIXEIRA,Glycon de Paiva - "Contribuições para a Geologia de Petróleo no Recôncavo".
Rio, 1930, pág. 181.
18
Obr. cit., pág. 181.
o
e.
CONVENCÔES
SéD//'1EIYTOS cos_
TOROS SEC!.,;'ND A·_
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----1 RIOS C Tt:RCIARIOS
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MAPA COMPARATIVO
ENTRE A
o
FAIXA SEDIMENTA.RIA COSTEIRA
E A
PLATAFORMA CONTINENTAL
ORGANl~ADO POR ALBERTO HIBEIRO LAMEGO
o ESCALA 1:?000000
-- 25 -
abruptamente, sendo a plataforma est1 eita e com limites 1egulares a uns 50 quilô-
metros da costa, aproximadamente paralelos à linha litorânea
Além dêsse limite <los duzentos metros, a queda é quase imediata para a pto-
fundidade de mil metros, e continuada em declive rápido pata 3 000 e 4 000 Uma
fossa com esta penúltima profundidade existe a leste de Salvador.
b - No ttecho entte a capital baiana e o cabo São Tomé, o relêvo <la plata-
founa difete completamente As pequenas profundidades de 50, 100 e 200 metros
continuam para leste por distâncias que ultrapassam 400 quilômetros na latitude de
Vitória.
Tôda esta larga plataforma entretanto é entreaberta de fossas que vão a três
mil metros, havendo mesmo um profundo vale submarino a leste de São Mateus
Ao redor e ao sul dos Abtolhos, todavia, parece haver grande regularidade na
plataforma que, na mesma latitude de São Mateus, conserva os 50 metros de pro-
fundidade a 150 quilômetros do litoral.
O mergulho das tochas dos Abtolhos para NNE, segundo HARTT 14, msmua
rnesmo uma estrutura anticlinal para aquêle socalco de 60 metros de ptofundidade.
e - Ao sul da zona entre São Tomé e Cabo Frio, a plataforma é sem :i.cidentes
e seu limite pelágico, que passa a uns 60 quilômetros ao sul de Cabo Frio, vai gra-
dualmente se distanciando da costa Ao sul do Rio de Janeiro já êle passa a 120 km
em curvatura bastante regular
" HARTT, Ch Fred - "Geology and Physical Geogtaphy of B1azil". Boston, 1870, pág 175
- 26 -
"' LAMEGO, A R - "O Maci~o do Itatiaia e Regiões citrnndantes"; Bol 88 do Set Geol
'" LAMEGO, A R -- "Teotia P10tognais" Uol do Setv Geol e Min Rio, 1937
17
BRANNER, J C - "Geologia Elementat'', Rio, 1915, pág 292
18
HARTT, Ch Fred - Obr Cit, págs 339-340
-27-
1
º Du ToIT, Alex L - "Ou1 \)(lande1ing Continents" London, 1937, pág 257
"' BRANNER, John C - Obt cit, pág 360, fig 163
- 28 -
Parece-nos, pois, que a faixa sedimentar costeira, de Salvador para o norte, depo-
sitou-se numa fossa de desabamento semelhante à da Baixada Fluminense, que adiante
descrevemos
A fossa do Recôncavo parece ter continuidade para o sul, pelo menos até à
latitude da foz do Rio de Contas
Daí a Cabo Frio entretanto, embora o alinhamento 1etilíneo de giandes ttechos
do lit01al denuncie uma costa de ruptuta, talvez recentemente rejuvenescida por movi-
mentos isostáticos, existe a singula1 disparidade apontada ante1 iormente, entre as con-
dições batimét1icas fronteiras e às das outras duas zonas
A depressão contínua e uniforme da 1egião pelágica paralela ao continenre desa-
parece e há tôda uma série de fossas avulsas que, isoladamente na parte norte e em
grupos na patte sul entre Vitória e Campos, pa1ecem orientar-se pata no1deste e
como se fôssem restos de antigos vales orientados, como os atuais da Setra do Mar.
Já fizemos notar entre estas fossas o p10fundo vale subma1 ino a leste de São
Mateus
A que atribuir tão notável dissemelhança entre o relêvo submarino desta faixa
e o das outras duas ao sul e ao norte?
Tamanho é o culto dessas depressões irregulares que simples esforços oroge111rns
não nos parecem explicá-las sem pe1turbações violentas nos sedimentos que aflo1am
no bordo continental
Embora não se possa negar a existência de enrngamentos, - nós mesmos já
apontamos um p10vável anticlinal ao sul dos Abrolhos - , é evidente que as causas
principalmente epirogênicas devem ser atribuídas tais dep1essões, talqualmente como
para as duas outras faixas litorâneas
Sendo assim, ent1etanto, qual o motivo de não ser a costa nesse longo trecho
igualmente acompanhada de isobatas que lhe sejam paralelas?
A nosso ve1, deve-se isto a uma causa fundamental À 01ientação acima 1eferida
dos gnais azóicos As fossas parecem acompanhá-las
A costa de Salvado1 para nordeste e de Cabo Frio pai a suleste é patalela à
direção continental do gnais.
Houve facilidade de rompimento em fossas paralelas àquela orientação, sendo
01iginadas as escarpas abruptas da serra do Mar e a que ao la1go da capital baiana
acompanha o litoral, submersa
Na zona entre esta cidade e o norte fluminense, entretanto, a direção norte-sul
da linha lito1ânea coita a 3ireção do gnais transversalmente
Daí resistências grandes e variadas à ruptura, que deverão ter originado em
idades extintas uma região bastante irregular com braços de mar e estuários, nos quais
se depositaram tôda a espessura dos sedimentos que posteriormente nivelaram todo
êsse fundo.
Não discutiremos a ocorrência de novos desabamentos nesta zona, que teriam
ctiado as fossas atuais em zonas predispostas a rompimento, ocasionando ao mesmo
tempo a transgressão do mar sôbre velhas bacias como a dos Abrolhos, onde HARTT
encontrou obscuras impressões de plantas e escamas de peixes 21 •
21
HARTT, Ch F1ed - Ob1 cit , págs 176-178
- 29 -
Tôda esta regiao atualmente sob as ondas deve ter sido por isto mesmo propícia
à formação de depósitos semelhantes aos do Recôncavo da Bahia, em bacias favo-
1áveis à formação de petiólco, devido à existência de fossas tiansversais à costa atual
e já preorientadas pela erosão antes do afundamento.
Resta-nos investigar se há possibilidade de tais condições te1em existido p1óximas
ao litoral de hoje e de estarem aquêles sedimentos soterrados sob camadas mais recentes
ao longo da costa
Antes, po1ém, não que1 emos deixai de expumir a nossa oprniao sôbte a neces-
sidade de uma sondagem nos Ab10lhos, não só para fins de correlação estratigráfica
com as founações wntinentais, wmo também pela disposição das 10chas aparente-
mente na aba de um anticlinal, o que não é para se desprezar em pesquisas de petróleo
quando ainda tateamos, por assim dizei, num dédalo de incettezas iniciais.
de campo. Sua função pa1ece não ter sido outra que ocultar afloramentos úteis, exer-
<endo o mesmo papel que um solo muito profundo" 24 •
Se já na região da Bahia onde a altitude dos tabuleiros pode atingir centenas
de metros, estas formações impedem a visibilidade de rochas cretácicas, que se não
esperar do caso fluminense onde êlcs sobem a pouco além de trinta metros sôbre
o nível do ma1,
Ademais, confo1me expusemos cm trabalho anterior, dmante o Pleistocênio deu-se
na região do Cabo São Tomé um afundamento de tôda a costa em srncron1s1110 com
a formação do velho delta do Paraíba, ficando a costa estacionária na época recente,
desde que o rio modificou seu curso de Campos para o ma1, deixando de correr
pata sulcste e indo para no1deste 25,
21
Cif AVELINO DE01 IVEIRA, ob1 cit' pág 47
'" LAMEGO, A R - "Restingas na Costa do Btasil" Blo da Div de Geai Min
"' HAR1 r, Ch F1ed - Ob1 cit, págs 174-214
" BRANNER, John Caspe1 - Ob1 cit, Rio, 1915, pág 342
"" BRANNER, John Caspet - Ob1 cit , pág 342
- 31 ---
existir na faixa costeira ao norte de Santa Cruz, ocultas sob os sedimentos terr iários
e quaternários Não muito longe do norte do Espírito Santo, na costa baiana, sedi-
mentos cretácicos são encontrados nestas condições Parece igualmente provável que,
se tais estratos uetácicos ou permianos existem nesta região, êles deverão ser do-
brados de modo a fornecer estrnturas favoráveis à acumulação de petróleo Esta con-
clusão é justificada pelas grandes itregularidades existentes na platafotma continental
que se estende por uma distância de cento e trinta e cinco milhas pelo mat a dentro
com profundidades que variam de quinhentas a quinze btaças, desta maneita, indi-
cando uma supetfície submarino incomum e muito enrugada" 29 ,
Em suma, o problema parece condicionai-se às seguintes inteHogativas:
2
" Espílito Santo, Biazil Publ da Companhia Cential Biasileiia de Fô1ça Elét1ica
Vitó1ia, 1932
"" PAIVA, Glyrnn de - Ob1 cit, pág 181
- 32 -
.. "' .
SE,COES CEOJ.06/0tS 1/JE.41.11,4/JAS ATH/llVES .01.BÂ/%;1011 f'LV/1/ltft/SE
PÓR ALBERTO RIBEIPO 1...AHECiO
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2 CUAlfAllJA<IA
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MACADÚ- LACÔA ~~IA
- 33 -
3 - 25 625
-34-
Em conttaste com esta faixa gna1ssica e serrana do Estado do Rio, vemos que
quase tôda a faixa da Baixada, compreendida entre a Serra do Mat e o Atlântico, é gra-
nítica ou granitizada
Nos senotes e nas ilhas altas do litoral, podem predominar tochas gnáissicas pti-
mitivas Mas no intetior da Baixada, sobretudo nas zonas que bordam a Serra do Mar,
a tocha predominante é o granito ou o gnais intensamente granitizado.
Já desde os lit01ais de Angra dos Reis e <la Ilha Grande estas rochas aparecem
no friso matítimo
Daí pata leste o granito fotma o pontal de Mangaratiba, quase todo o maciço da
Pedra Branca, o pontal de Guaratiba e os morros de Bangu no Distrito Fedetal
Da mesma tocha são quase todos os mottos da baixada dos rios Iguaçu, Estrêla,
Sm uí e Magé, no circuito da Guanabara.
Mais para leste ainda, pela encosta das serras que levam a Nova Friburgo, é cons-
tante a presença de granito que mesmo se aptesenta muna gtande bossa em tôda a
1cgião entte Rio Bonito e Capivari
A oeste de Macaé a se11a da Boa Vista é constituída da mesma rocha que ainda
se pi alonga em afl01amenlos intermitentes até Campos, onde o granito conslitui o
1110110 do llaoca.
Tôda esta série de afloramentos patece indubitàvclmente coincidir com o eixo do
batólilo que acompanha a aba da Sena do Mar e o sinclinal do alto Paraíba
Caso entte os mais notáveis é o do rio Imbê cujo vale extraordinàtiamente teto e
paralelo à grande escarpa corre quase inteiramente entre morros de granito
No alto da serra, na região gnáissica, a 01ientaç,ão dêsse tio seria explicada fàcil-
mente pela orientação das camadas dessa rocha como sucede com o Paraíba e com
vários de seus afluentes
Na Baixada, e em tais circunstâncias, a 01icntação do no e de alguns de seus
afluentes como os tios Socêgo, Segundo Norte e Mocoló na parte encachoeitada, só
pode ser explicada por um desabamento 1esponsável por uma série de falhas patalelas
e cm degtau.
Entte as gtan<les escarpas da sena do Mar nessa regiao, - setras Grande, da
Gtandeza, do Mocotó, etc., - e a planície do tio Imbê, os afluentes awmpanham
pequenos maciços de granito, alguns ilhados, que mais ainda confirmam uma fossa de
desabamento entre a Serra do Mar e o pilar do tio Urubu.
A disposição geog1áfica dos tios da Baixada e a estrntrn a geológica 1egional
parecem indicai a Baixada Fluminense wmo tôda uma uma tegião deprimida 1esultante
de uma tectônica 01iginadota de fossas, "grabens'', "rifl walleys" - , e de pilates
"horsts".
Das linhas acima parece deduzir-se que, na 1egiao campista e macaense, os efeitos
tectônicos se fize1 am sentir com maiot intensidade, abaixando sob o nível das águas
as áteas desabadas.
Mais ao sul foi menos sensível a submetsão da atual Baixada Fluminense, que, em
sua maior parte, deve ter pe1 manecido ainda sujeita à ação dos agentes etosivos durante
o Tetciário, sendo apenas wnheci<las tochas dessa idade na bacia da Guanabara, pro-
vàvelmente isolada.
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SEÇOES HIPOTETICAS ATRAVES A BAIXADA CAMPISTA
Por AL..l3ERTO '?IBEtt?O Ll'lMEGO
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Há pois uma verificada tendência das camadas gna1ss1cas pai a mudarem de orien-
tação nos divisores da Baixada ao se aproximarem do Atlântico no norte do Estado do
Rio, passando sua direção de nordeste para leste
A forma do cabo submerso de São Tomé, - situado entre o galho de Macaé e o
da Pedia Lisa - , e a estreita ligação por nós observada entle a orientação das cristas
gnáissicas e a direção das suas camadas, levam-nos a tomai em consideração a hipótese
de rochas azóicas pata a constituição dêsse pontal
Tal hipótese é de grande impo1 tância paia o p1oblema do petróleo e está além
disso fo1titicada pela indicar,ão acima refetida do Dr. OLIVEIRA Roxo de terem sido
encontiadas 10chas gnáissicas no fundo subma1ino ao la1go do cabo
Tendo-se em vista os limites setentrionais da bacia, um cabo azóico de S Tomé,
prolongado por terra dentio sob os sedimentos, indica1ia uma enseada penetrando
profundamente o continente, à 111a1gem das correntes oceânicas e p1opícia à arnmu-
la~ão de det1itos finos cauegados de matétia 01gânica
O velho delta pleistocênico do rio Paraíba, com ligação intermitente para o mar na
Barra do Furado, ao sul do cabo de S Tomé (Aerofoto da D S B F )
- 43 -
o perfil dêsses vales afundados pelo tectonismo pode pelo menos parcialmente ter sido
Lonservado, contribuindo para incrementar a orig inação de fossas propícias à formação
de petróleo.
Um estudo comparati"o entre a orientação uniforme das camadas gnáis5Kas das
cordilheiras e dos afloramentos da Baixada que se aproximam do litoral poderá forn ecer
pn:l iosos d cmcntos paleográficos sôbrc a reg ião, descortinando a orientação g(·ral dos
\'ales soterrados.
Paisagem campista. O canal João Duarte ligando a localidade de Urura í a o canal Maca é-Campos,
que se vê no primeiro plano. O tráfego fluvial entre o rio lmbé e Campos é feito através
dessa ligação. (Foto D.S.B.F.)
Foi visando mesmo êsse descortínio que procuramos verificar se a atual orientação
dos cursos dágua na Baixada e a de seus d ivisores azóicos teria ligações com a velha
topografia soterrada pelos sedimentos na zona de Campos.
Oesta maneira, poder-se-ia revelar alguma bacia preformada, a qual, pela própria
capacidade ou ampliada por desabamentos, possibilitasse uma sedimentação estuarina
capaz de originar petróleo.
Revelado, pois que, na região justamente em estudos, entre Macaé e o Itabapoana,
a aba gnáissica continental tem a orientação de suas camadas desviada de direção geral
de E-NE da cordilheira, para W-E e mesmo E-SE à medida que os d iferentes galhos
divisores da Baixada se aproximam do litoral, é muito provável que velhos cursos
dágua, hoje inexistentes, h aja igualmente seguido a mesma orientação.
Podem ter-se originado dêste modo vales amplos, boquiabrindo para o Atlântico
verdadeiras fossas de erosão adicionadas ao afundamento tectônico, permitindo a pe-
- 44 -
Lagoas nos tabuleiros ao norte de Campos Em baixo o Paraíba Ao alto a serra da Onça
(Aerofoto da D S B F )
-45-
A lagoa das Pedras entre tabuleiros ao norte de Campos Em baixo e à esquerda, trecho
do rio Muriaé junto à foz (Aerofoto D S B F)
A planície campista a sudoeste de Campos, vista do alto do Liceu A parte clara, ai:>
fundo. são canaviais À direita o morro granítico do ltaoca (Foto D S B F)
-46 -
netração de um giande biaço de mat entre a Pedra Lisa e São Tomé, no caso de ser
igualmente êste o leito de algum divisor azóico submerso.
Um tal gôlfo, rebaixado em idade prnpícia, estatia em condições ideais para a
formação de bacias semelhantes às cretácicas do litoral baiano, onde os depósitos de
água doce, salobra ou francamente marinhos poderiam se ter acumulado
Conquanto não esteja ptovada ainda uma absoluta conexão entte o petióleo e o
sal marinho, é notável a freqüente associação entte ambos.
O cloreto de sódio, sobretudo, é comum nessas iegiões e, em muitos campos petro-
líferos, camadas 1 egulaies de sal-gema ocorrem acima e abaixo dos estiatos ptodutivos
de óleo Exemplos típicos são as jazidas de Luiistan, na Pérsia, e as <lo Texas.
Mais comum, entietanto, é a piesença de água salgada ou salobta nos poços
oleífe10s.
CUNNIGNHAM CRAIG, assim diz: "One other interesting and even puzzling fealure
about many oil-fields is the frequent association of petrnleum with biine or rock-salt.
Thc fost oilwell diilled in Ameiica was intended to J cach brine and not pelroleum,
and in many other countries it has been in the seatch for biine oi salt that oil has been
found. ln very many oilfields, also, the watei associated with the petroleum or occmiing
in porous beds below it, and frequently above it, is btackish or even highly impregnated
with sodium chloride" 32,
Citando apenas essa autoridade entre outras, para especificai um fato estabelecido
pela observação, passemos ao nosso caso
Em tôda a planície quate111áiia de Campos, tem sido geialmente notada a pre-
sença de água salobra a pouca profundidade Sondagens para abastecimento dágua nas
usinas de Cambaíba e São José, por exemplo, foiam abandonadas poi terem dado num
lençol dágua salobra Isto entre vinte e trinta quilômetrns do mar À vila de Santo
Amaro, a sudeste de Campos, a água é levada diàriamente da cidade, em vagão da
E F. Leopoldina.
Tais ocorrências, porém, não nos patecem extraordinárias, visto tratar-se de um
velho delta soteuaçlo poi camadas tecentes de aluviões do Paraíba.
Nos tabuleiros, todavia, as fonles salgadas pedem atencioso iaciocínio.
Já mencionamos em trabalho anterioi que uma das caiacterísticas superficiais pet10.
giáficas mais impottantes dos tabuleitos é a presença de canga, regionalmente deno-
minada "tecife".
Em algumas zonas, como poi exemplo na que se estende ao noite do Paraíba e a
leste da Estrada de Feiro Leopoldina, na linha de Vitótia, tem-se verificado um fato
interessante ielativo à água subterrânea
32
CUNNINGHAM CRAIG, E H - "Oi! Finding" London, 1921, pág 54
-47-
Escalo f: 4 oo
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-- 48 -
A canga nesta 1egiao assume geialmcnte um caráter maciço e, numa Lapa que
começa a pouca profundidade e tem vários metros de espessura, acompanha a superfície,
isolando o solo das camadas internas por ve1dadeira crosta impetmeável
Atravessada esta crosta a água aparece podendo mesmo set altesiana No quilô-
met10 11 <la estiada de feno, a pa1 tit de Campos, numa cacimba que ia sendo abelta
há vá1ios anos numa 1asa depressão em pleno tabuleito, os opct át ios ti vetam de aban-
donai precipitadamente o trabalho, pela irrupção da água que desde então fornu
uma lagoa
4 - 25625
- 50 -
Dada a importância do achado dessas águas e crentes nós de sua vinda de pro-
fundidade attavés de fraturas na crosta, foi-nos enviado um técnico do Laboratório da
Produção Mineral, o Dr CAMPOS PAIVA, especialista em águas minerais, a fim de
estudá-las
Três d2-sses brejos fo1am cuidadosamente pesquisados no local com o exame do pH
e dureza, sendo colhidas amostras para uma completa análise química
No btejo do Sal, na Fazenda da Saudade do Dr Tno VASCONCELOS, a água foi
examinada e colhida no pequeno lago da nascente No Btejo do Paraíso, foi tirada a
amostra de água corrente distante cêrca de um quilômetro da cabeceita mais distante.
No brejo ela Palha o exame foi tealizado e o mate1ial colhido a cê1ca ele dois quilô-
metros e meio ela nascente
É significativo o fato de, não obstante em todos êles ser consicle1ável a diluição
pela água elas chuvas, a salinidade é acentuada a ponto de os animais tejeitarem a
água pata bebei, sendo ela igualmente imptóptia pai a uso culinátio, devido à sua dureza
Bem exp1essivo é sob1etudo o Brejo da Palha Ali já nenhum tronco se levanta.
como no do Sal A mata aincl<t existente muta os contornos elo alagadiço num 1eco1te
nítido, o ve1 de escu10 conttastanclo vivamente com o tapête ama1elado e sêco elas gta-
míneas niveladas, onde, como única vida, pousa de longe em longe a nota bianca de
uma gaiça
Sendo-lhe maior a bacia, mai01 é nêle o acúmulo de águas pluviais A sua ligação
com o Campeio eleve torná-lo entumescido nas enchentes Mas apesai ele tais cliiuições,
nenhuma outra vegetação ousa ali penetrai substituindo o junco em seu he1bitc1t. É que a
sua salinidade é bem maior que o cios outros, conforme testemunham as análises
É evidente que, esgotados êsses brejos e localizadas suas fontes, deverá ctescer
consideràvelmente o resíduo salino em amostras obtidas ao biotar da teua, sem a
diluição posterio1 das águas doces superficiais
Além dessas águas submetidas a minucioso exame, testes com nitrato de p1ata foram
efetuados em outtas na mesma zona, revelando estas como aquelas, por um espesso
piecipitado branco, a mesma abundância de cloretos, generalizada Tôdas foram na
planta especificadas
Damos a seguir o tesultado das análises efetuadas no Laboratóiio da P10Jução,
Mineral, e que devemos à solicitude e à conhecida capacidade térnica do Dr eAMPOS
PAIVA e de D VERA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES
Estas análises provam não se tiatar de águas incluídas na categoria das chamadas
minerais e que os geólogos po1tuguêses denominam com mais p10priedade "medicinais"
É elevado o teor em cloreto de sódio
2 Análises Químicas
PROTOCOLO: 324
Dosagem: - completa
A amostra 1emetida estava contida em um garrafão de vidro branco, de "i litros
de capacidade, com tôlha esmerilhada não lau ada
Pelos resultados obtidos, trata-se de uma água de elevado 1esíduo, reação ácida, com
predominância dos cations sódio e magnésio e do anion cloro. Ê pottanto uma água
salgada.
(a) VERA ANDRADE DE MAGALHÃES GOMES
Técnico de Laboiatóiio, das G, int
VISTO
(ct) MÁRIO PINTO
Diteto1
NaCl 1,1201 gr
KCl 0,0233 gr
MgS0 4 nihil
MaC1 2 0,1881 gr
CaS0 4 0,0490 gr
Para comparar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma.
VISTO
(a) MÁRIO PINTO
Diteto1
- 53 -
4 314
PROTOCOLO: 324
NATUREZA: Agua - amostra Ill.
PROCED:eNCIA: Brejo do Paraíso -- Balança - Travessão - Campos, Estado
do Rio.
REMETENTE: L P M, colhido pelos técnicos JoÃo BATISTA DE CAMPOS
PAIVA e A. LAMEGO.
DOSAGEM: Completa.
A amostta 1emetida estava contida em um garrafão de vidro branco, de cinco
litros de capacidade, com rôlha esme1ilhada não lacrada.
Pelos tesultados obtidos, trata-se de uma água de teação ácida de elevado 1 esíduo
no qual predominam os rntions sódio e magnésio e o anion doto. Ê portanto uma
água salgada
VISTO
(c1) :MÁRIO PINTO
Düetor
- 54-
NaCl 3,2887 gr
HCl 0,0202 gr
MgS0 4 nihil
MgC12 0,3333 gr
CaS0 4 0,0764 gi
Para comparar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma
Amostrn II Àgtm do mm
---------- ---- ----- - - -----
VISTO
(a) MÁRIO PrN ro
Dileto1
4 313
PROTOCOLO: 324
DOSAGEM: Completa
VISTO
( c1) MÁRIO PINTO
Düeto1
NaCl 6,5611 gr
KCl 0,0660 gr
MgS0 4 nihil
MgC12 0,6554 gr
CaS0 4 0,1178 gr
-- 56
Para compatar esta água com a do mar, tabelamos abaixo a composição cente-
simal do resíduo de cada uma.
VISTO
(c1) MÁRIO PINro
Düeto1
CONCLUSÕES
Resumo
Cabo Frio e Salvador uma estrutura original comum para todo êsse trecho A estru-
tma da platafo1ma <los dois trechos anexos, de Salvador para o norte e de Cabo Frio
para o sul, é inteiramente diversa
5 - A pequena altitude dos tabuleiros campistas, em confronto com a maior
altitude dos tabuleiros à medida que se avança pata o norte, é resultante do afunda-
mento geral da região no Pleistocênio, durante a formação do velho delta <lo rio
Paraíba.
6 - :Esse movimento epirogênico descendente, pode ter afundado todos os aflora-
mentos de rochas cretácicas, desaparecidas sob tabuleiros "supostamente" terci{uios e
sob o lençol de aluviões quaternárias
7 - Em vista das rnnsiderações acima expostas, há probabilidades de existência
de um espêsso pacote sedimentário na região, devendo o embasamento azóico en-
contrar-se a grande profundidade na faixa próxima ao litoral.
8 - Os elementos estratigráficos e tectônicos pe1 mi tem considerar a fossa cam-
pista como um gôlfo ou vasto estuáiio, onde mesmo condições deltaicas podem ter
p1evalecido em Idades p1eté1itas, ao ab1igo de uma quina continental on<le em águas
tranquilas, à ma1gem de co11entes oceânicas, poder-se-iam te1 acumulado rochas
oleígenas
9 - O 010genismo, necessano à formação de estruturas favoráveis à acnmulação
de petróleo, parece estar indicado pelo fato de que as rochas dos tabuleiros superiores
de Campos sofreiam movimentação, enquanto a séiie superior das Barreiras, na Bahia,
é h01izontal
10 - Quanto à existência de capas impe1meáveis para a ietenção do petróleo e
de camadas "competentes", os perfis geológicos das sondagens efetuadas na Boa Vista
já indicam respectivamente, mesmo a poucas dezenas de met10s da superfície, camadas
bastante espêssas de argilas e de calcá1 eos Nada se opõe à existência de camadas
semelhantes cm p10fundidade, sobretudo nas condições acima indicadas para a sedi-
mentação
11 - Condições semelhantes às de Campos, parelem exislit para o Noite em
outros pontos do litoral, sobretudo na zona da foz do Rio Doce
Frisamos mais uma vez o que ficou dito no prefácio sôbre a necessidade abso-
luta de estudos geofísicos para o conhecimento da esti utura dos sedimentos desta
bacia
Em seu trabalho, HoRACE WILLIAMS suge1e a execrn;ão de sondagens espaça<las
ao longo da costa, ent1 e a Ba11a do Fmado e o Itabapoana, pata verificar-se a exis-
tência de pet1óleo.
Com os 1ecursos técnicos atuais, tal 01ientação boa para o tempo em que foi
escrita não é mais aconselhável, tendo-se sob1etudo em vista inicialmente as possi-
bilidades de bossas de sal-gema
Com o aparelhamento que dispomos para estudos geofísicos, o ptimeito
trabalho a ser executado deve naturalmente visar perfis de profundidade do embasa-
mento azóico da bacia
- 59
O primeiro dêles deve partir de Campos para suleste, em direção ao eabo São
Tomé Não só neste alinhamento a planície alcança a sua maior largura, como existe
tôda facilidade para transporte de material por estrada de ferro ou de automóvel.
Transversalmente a esta seção, outra deveria ser tentada do cabo para o norte,
atravessando tôda a planície de restingas e os tabuleiros de São Francisco de Paula,
indo terminar ao norte do Guaxindiba onde aflotam rochas azóicas a uns setenta
quilômet10s de São Tomé.
Nestes setenta quilômet10s da baixada é bem provável que grandes espessuras
de sedimentos venham a ser atravessadas
Seria de muita utilidade uma pequena perfuração no cabo de São Tomé, a fim
de sei verificada a natureza da rocha que deve ser encontrada a mui pequena dis-
tância da superfície
Não nos compete escolher o método geofísico a ser empregado Todavia, em
1azão do espêsso s11brt1at11m arenoso abaixo das aluviões da planície e da próp1ia
natureza deltaica da região, nas proximidades do cabo onde uma série irregular de
tamadas argilosas se intercalam entte lentes arenosas parcialmente inconsolidadas, é
possível que os ptoccssos sísmico-acústicos não venham a dat 1esultados satisfatórios.
Com êstes dois perfis iniciais, um vasto campo se nos abritia como ptimeita base
pata futmas investigaç_ões, podendo sei a locação de sondagens desde logo planejada
e perfis subseqüentes orientados
Não deve ser descut ada, ent1etanto, um pormenorizado estudo compatativo geo-
lógico do resto desta faixa sedimentá1ia que se estende até Salvadot, devendo ser
minuciosamente pesquisada, sobretudo no Recôncavo, a possível relação ainda entre
a geomorfologia e a estratigrafia
Igualmente capital, a nosso ver, é a necessidade já indicada de uma perfuiação
de grande profundidade no arquipélago dos Abrolhos, - ilha de Santa Bátbara ou
c1ualquer out1a --, não só para pesquisa dileta de petróleo como pela probabilidade
de ser ali at1avessada e conhecida tôda a série sedimentar que borda o continente
E importantíssimo repetit frisando que, não só o metgulho das tochas dos Abro-
lhos de 10 a 159 para NNW, como o estudo da plataforma continental ao sul das
ilhas, pat ecem data mente indicai estarem elas na aba de um anticlinical
3 Considerações Finais
:::i
TWENHOFEI, \l(Ti!liam H - "T1eatise on Sedimentation" Baltimo1é, 1932
3!
Ob (Ít ' págs 389-390
3r,
Oh cit, pág 32
:iu
Ob dt, pág 40
37
Ob dt, pág 43
- 61-
Fenômenos idênticos aos que oconeram nessas clássicas regiões na Era Ca1bo-
nífera, são apresentados por CRAIG para a Trinidad, onde "all the phenomena of
Carboniferous Coal Measures may be studied in Mioc.ene and Pliocene strata undei
the simplest conditions'', oferecendo talvez "the finest examples in the world of
<leltaic. conditions on the margin of a Tertiary continent".
Não precisamos ir catar mais dados para uma exposição que se tornaria prolixa.
Os que alinhamos acima demonstram a repetição através das Eras de uma série de
oscilações em zonas de abas continentais, insistentemente ligadas à gênese dos com-
bustíveis minerais
Das p1évias considerações sôbre a tectônica do litoral do leste brasileiro, parece-
-nos que a bacia de Campos deve ter-se originado em uma dessas regiões oscilantes,
intermitentemente emersa ou afundada desde a ruptura cretácica por vários dias-
trofismos.
Analisando a formação da planície desde o Pleistocênio, ali notamos hoje con-
dições deltaicas sumamente interessantes com abundâincia de lagunas litorâneas, que,
no caso da Boa Vista, por exemplo, permitiram outrora o isolamento de um braço
de mar rnjo dessecamento resultou nos valiosos depósitos da gipsita já em início de
exploração após estudos nossos 39 •
O afundamento gradual dêsse delta durante a sua formação, com transgressões
permitindo depósitos de calcáreo que atingem oito metros de espessura, é deduzido
de sondagens indo a pouco mais de cinqüenta metros. Condições semelhantes devem
set esperadas em maiores profundidades e, mesmo, em séries resultantes de diastro-
fismos anteriores não é p10vável tenham existido causas determinantes de va1iações
brnscas nos processos de sedimentação.
Sob êste ponto, em tôda a costa de leste de São Tomé a Salvador não existem
da parte de pesquisadores fidedignos observações estruturais ou petrográficas ten-
38
SCHUCHERr and Dunba1 - "A Textbook of Geology" New Yo1k, 1933, pág 248
"" LAMEGO, Albelto Ribeiro - "A Gypsita 'da Boa Vista" Avulso n• 16 do Se1viço Geológico
e Mineialógiw Rio, 1937 "Gypsita da Boa Vista" Rev "Mineração e Metalmgia" Vol III,
n• 16
-62-
10
Ob cit, págs 175-176
" Ob cit, pág 165
- 63 -
BIBLIOGRAFIA
Nós mesmos que, pot algum tempo, nos dedicamos a êsses estudos,
sempte os considetamos como iniciais e à espeia de es?ecialistas que
os desenvolvessem E assim, logo no início da nossa gestão na Ditetotia
da D G M , destacamos dois ilusttes técnicos, o Dt. HEINZ EnERT
e o P10fess01 GEORGES l'RÉDÉRIC RoSIER, pata, mm inteita libe1dacle
ele ação e em campos de pesquisas anexos, na Se11a do Ma1 e na ela
Mantiqueita, nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Geiais, siste-
màticamente pesquisa1em as formações ptimitivas, buscando uma nítida
sepaiação ent1e o Arqueano e o P10te10zóico.
Como p1evÍ1amos, o Atqueano reduz-se giandemente em á1ea,
ampliando-se inversamente o P10te10zóico, fato êste já também 1eco-
-65-
I.
O presente ttabalho deve ser considerado como urna nota explicativa, muito con-
cisa, do nosso 11 Mapa geológico p1ovisó1io da Se11c1 do Ma1 enfie os PicoJ de Ma1ia
Comp1idc1 e do Desengano (EJtado do Rio de Janei10)". Esse mapa é uma síntese
provisória dos trabalhos de levantamentos geológicos que estamos empreendendo na
Serra do Mar, sob a direção progressista do Dr. A R LAMEGO, Diretor da Divisão
de Geologia e Mineralogia, do D N P M As observações de fenômenos até agora
inteiramente deconhecidos, apresentadas nesta nota e no mapa, demonstram a gtande
sagacidade do Dr A. R LAMEGO, o qual previu tôda a importância da Serra do Mar
para o estudo do Antecambriano brasileiro (Lamego, 1946)
5 - 25 625
-66-
II.
A fim de 1efutar a objeção sem fundamento, de que não seria possível demons-
trar uma tectônica de eJtilo alpino num velho "escudo'', erodido muito profunda-
mente, diremos agora sàmente isto:
b) Sôbre a obse1 vação p1ecisa das dive1sas "estmturas de deformação" das rochas
Eis nossa conclusão geral, a qual permite incluit os fenômenos geológicos, obser-
vados na Serra do Ma1 e nas regiões circunvizinhas, numa síntese coerente:
Nw" /r /r ,,"
/ / /
Fig n ° 1 - Seção geológica geral, muito esquematizada, mostrando as relações geométricas das
unidades tectônicas Tôdas essas unidades são supostas projetadas sôbre um mesmo plano vertical
Arqueano do ante-país; 2, cobertura algonquiana autóctone do ante-país; 3, raízes de nappes
de tipo "helvético"; 4, elemento tectônico inferior da nappe do Desengano; 5, elemento tectônico
médio da nappe do Desengano; 6, elemento tectônico superior da nappe do Desengano; 7 nappe da
Serra dos Órgãos; 8, elementos tectônicos superiores supostos
VP = posição aproximativa da superfície topográfica atual do vale do Rio Paraíba. Não foram
representados os granitos pós-tectônicos, os fenômenos resultando do ultra-metamorfismo e os diques
de diabásios até basaltos triássico até liássicos
Fig n ° 2 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamento rochoso), ± normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas Gnaisses
kinzigíticos facoidais do Algonquiano da nappe do Desengano Montanha ao N da estrada Nova
Friburgo - Lumiar, na região de Vargem Alta Vista em direção do N
- 68-
Fig n ° 3 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamentos rochosos), normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas Gnaisses
kinzigíticos um pouco facoidais do Algonquiano da nappe do Desengano Monhanhas ao W de
Barra Alegre Vista em direção do SW
Fig n° 4 - Dobras, cujo traço do plano axial aparece horizontal num plano quase vertical
(escarpamento rochoso), ± normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas
Base da Pedra Manoel de Morais Vista em direção do S 1, gnaisses kinzigíticos do Algonquiano
da nappe do Desengano; 2, talus e desmoronamentos
- 69
Fig n ° 5 - Pequenos dobras, cujo troço do plano axial aparece horizontal num plano vertical
(parede rochosa), normal à direção das estruturas geológicas antecambrionas Gnaisse granitóide do
Arqueano polingenético da nappe da Serro dos Órgãos, perto de Jacuba
III
IV.
A idade da 01ogênese, que edificou a Se11a do Ma1 anteccmib1iana, pode ser dedu-
zida da idade absoluta dos pegmatitos pós-tectônicos do Lido dessa orogênese Com
efeito, êsses pegmatitos representam a formação mais recente da orogênese A idade
-· 71-
1----10
Fig, n ° 7 - Dobras nos gnaisses kinzigíticos do Algonquiano da faixa do Paraíba, motrando uma
forte "compressão lateral"
Vista numa parede rochosa vertical, normal à direção das estruturas geológicas antecambrianas,
ao S da ponte sôbre o rio Paraíba, perto de Três Rios
V.
IV - Q11ate1 ná1io tctlm, desmo1 onamentoJ, al11viõeJ, sem falar da camada mais
ou menos espêssa da alteração superficial
A escala do mapa não permitiu representar o Quaternário Todavia, do ponto
de vista econômico, o Qtt,1te1ná1io c1p1esenta a maio1 impo1tâmic1, como "1ese1vató1io"
da água dc1 chttvc1.
VI.
Não podem JeJ obse1vadc1s c1s diJc01dânúc1s no Antecc11nb1icmo dc1 Se11a do Mm·;
essas existiram, talvez, primitivamente, mas fotam "apagadas" pelos fenômenos tecto-
gêneos e o metamorfismo intenso ligados à orogênese assíntica
Por outro lado, é possível estabelecer localmente uma cronologia certa dos fenô-
menos de "gtanitização" sin- e pós-tectônica (RosIER, 1953) Essa possibilidade é
ligada, unicamente, à qualidade das condições de observação: presença de superfícies
rochosas sem camada de altetação supetficial e sem cobertura vegetal Todavia, essa
cronologia não petmite estabelecer uma est1atigrafia Pot exemplo: podemos afirmar
que um granito é pós-tectônico, mas isso não determina a situação est1atigráfica dêsse
granito
A idade c1bso!tttc1 ( 400-600 milhões de anos) doJ pe gmcttitos pós-teilônícos do
ciclo dc1 01 ogênese c1ssínticc1 conJtittti 11m ponto tínico de 1efe1 êncict o fim do Ante-
ccmib1icmo Abctixo dêsse ponto de 1efe1êncÍcl, não exÍJte q11ctlq11er fe1to decisivo pe1-
mitindo estc1belel e1 ttmct sttbdiviJão l e1 tc1 do Antecamb1 icmo dct Se11t1 do Me11.
Pot conseguinte, temos de ptocutar nas regiões dtrnnvizinhas da Se11a do Mat
qualquet possibilidade de estabelecer, p01 wmpa1 c1ção 1 a estratigrafia do Antecambriano
daquela Serra O caso apresenta-se ptecisamente na região de Juiz de Fota, onde
H EBERT conseguiu descobrit uma disco1dância certa, permitindo dife1ença1 um
"A1queano" e um "Algonquiano" O Algonquiano de Juiz de Fota pode set seguido
em direção meridional e, por conseguinte, é possível chamar "Algonquiano" às for-
mações equivalentes do vale do Rio Pat aíba e da Se11a do Mar As fo1mações situadas
abaixo ( estratigràficamente ! ) dêsse último "Algonquiano", são chamadas "Arqueano",
por definição Essa subdivisão, por comparação, do Antecambriano da Setra do Mar,
pode ser estabelecida assim até a Baixada Fluminense.
- 73-
VIL
O Ai qtteano das nappes assínticas da Serra do Mar 1epresenta uma parte do velho
"es1 ttdo" a1 qtteano ante-aJJÍntiw, metamo1 fisado novamente dm ante a 01 ogênese as-
síntica, exatamente como o "Altkristallin" ante-alpino das nappes pênnicas dos Alpes
foi metamorfisado novamente durante a orogênese alpina No Arqueano das nappes
da Serra do Mar, situado muito profundamente na orogênese assíntica, o metamor-
fismo assíntico produziu fenômenos de mobilização palingenética (mobilização dife-
1 encial pmamentc palingenética, ou granitização metassomática devida à chegada de
VIII
IX
Fig n ° 13 - "Sill" de rocha básica sintectônica metamorfisada em anfibolito (2), nos gnaisses
kinzigíticos algonquianos da faixa do Paraíba (1) Fenômeno típico de "boudinage"
Superfície rochosa horizontal, à beira do Rio Paraíba, ao E de Três Rios.
XI.
XII.
Fig n ° 14 - Xenólito de granito pós-tectônico mais antigo (1), no granito até microgranito
pós-tectônico mais recente (2)
Caminho da Pedra do Sino, pouco acima do "Abrigo" 3
Fig n ° 15 - Granito pós-tectônico mais antigo (1), cortando "como uma faca" a xistosidade do
gnaisse granitóide (2) do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos
3, pegmatito pós-tectônico, mais recente do que o granito pós-tectônico
Caminho da Pedra do Sino, pouco acima do "Abrigo 2"
-- 80 --
fig. n. 0 16 - Escarpamento WNW da Pedra da Cruz (Serra dos Órgãos) visto do caminho da
Pedra do Sino entre os Abrigos 3 e 4.
Granito pós-tectônico mais antigo (1), cortando "como uma faca" a xistosidade dos gnaisses
granitóides (2) do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos órgãos
3, talus e desmoronamentos
Fig. n, 0 17 - Vertente oriental dos picos das Três Marias, vista de um f)Onto situado a
oeste de Salinas
Granito pós-tectônico porfiróide de granulação grosseira (1 ), emitindo apófises nos gnaisses
granitóides leucocráticos até hololeucocráticos do Arqueano ± palingenético da 'nappe da Serra
· dos Órgãos (2) 3, talus e desmoronamentos
- 81-
A xistosidade dos gnaisses antecambrianos é cortada "como com uma faca" pelos
granitos pós-tectônicos (fig. 15, 16) Esses formam também apófises disro1dantes nos
gnaisses (fig. 17, 18, 19)
Fig n ° 18 - Vertente setentrional dos picos das Três Marias, vista da crista das montanhas
entre Vieira e Frades
Granito pós-tectônico porfiróide de granulação grosseira (l), emitindo apófises nos gnaisses
granitóides leucocráticos até hololeucocráticos do Arqueano :±: palingenético da nappe da Serra
dos Órgãos (2) 3, talus e desmoronamentos
6 - 25 625
--'- 82 -
Escalavrado
1
do Di.abo
Fig n. 0 20 - A Serra dos Órgãos, vista de nova estrada Rio--Teresópolis, perto de Barreira
(subida da Serra)
1, granito pós-tectônico, formando uma sorte de lâmina gigantesca; 2, granito pós-tectônico, muito
rico 'de xenólitos, à base da lâmina de granito pós-tectônico; 3, gnaisses granitóides do Arqueono
± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos.
Esco.lo.vro.do
1
1
1
Dedo d.e Nos5o. S~nhotll
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Dedo de Deu$ 1 1
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Fig. n. 0 21 - A Serra dos Órgãos, vista de um ponto situado um pouco ao S -lo cume
' da Pedra do Sino.
1, granito p6s-tectônico; 2, gnaisses granitóides, e 3, biotita-gnaisses, do Arqueano ± palingenético
da nappe da Serra dos Órgãos
83
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Fig. n. 0 25 - O Dedo de Deus (Serra dos Órgãos), visto do caminho da Pedra do Sino, entre
os Abrigos 3 e 4.
1, gronito pós-tectônico; 2, gnaisses granitóides, e 3, biotita-gnaisses, do Arqueano ± palingenético
da nappe da Serra dos Órgãos,
- 85 -
/
/,
fig n ° 26 - A Pedra de São Lourenço, vista de um ponto situado um pouco ao W de São Lourenço.
1, granito pós-tectônico porfiróide, de granulação grosseira, constituindo aqui também uma sorte
de lâmina gigantesca
2, anfigolitos ± migmatizados do Arqueano ± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos
XIII
A Ser1a dos ót gãos representa também uma mlminação axial assíntica bem mar-
cada, com um "flanco" meridional mergulhando em direçãó à Baía de Guànabara
- 87 -
nulação média até fina (muito ptovàvelmente da geração mais recente) Ê evidente
que o granito "aproveitou" as "linhas de menor resistência" das diaclases Essas últi-
mas parecem ser ligadas à tensão interna, resultando das ondulações axiais muito acen-
tuadas da nappe da Serra dos órgãos
II - Na região da Pedra do Sino (Serra dos ótgãos) existem diaclases ve1ti-
cais, de direção N N E -S S W , e apresentando as particularidades seguintes:
Pedra do Si.no
J.
' \
\. \\\\
'\ \ \
--\
Fig n ° 30 - Vista da Pedra Açu em direção da Pedra do Sino No segundo plano, diaclases no
granito pós-tectônico mais antigo, parecendo mais ou menos ligadas a uma falha ao N W (à direita,
na figura) da Pedra do Sino e da Pedra Açu
1) Essas diaclases são muito numerosas nos diques de mic10granito (até gra-
nito de granulação fina) pós-tectônico mais recente De modo ge1al, as diaclases
existem somente nos diques e não se prolongam na rocha encaixante (fig 29) Essas
diadases conse1vam exatamente a mesma orientação, qualquer que seja a orientação
do dique.
_..----------------~~--~~~~~~~~~~~~~~------------....._...._--~·----~----~·~--~~--~~--~~...,..
Noppe do Desengano Na ppe do Serrn dos Órgãos
......---~~~~~--------------------------:.....------------------~~~~-------------.......
- ,
----..._-
!E Mormores. SECÇOES GEOLOGICAS _.... -
Ili Quartzitos. .}
Algonqu1r.no
~- ~-·---
~ · Cato-porogooisses. /
[lJ Arcóslo.
Gni.:usua \jrlm!tóides. J ··
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l· palí ngeni:tico
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Blotlto-gno1sses,anflbolltos. }Arqueano I/
~ Gnolsses granítÓldes a tonolltoldas. _ ! polingenet1co l
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Coto -poragrio1 ssen {Algonq1J1ílntl)
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l./ SlfJ .. a1e pÓs-tectÔntCC•S de• c1e!o d!l orogifoeCll MSÍnllCCl.
l11J Hiperstên10-gobrodioritos,etc. j
[ ' ] Granitos pós-tectôn1cos do 01clo da orn11ii11ese oss(11tico.
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S.Maria Madalena
rnIJ Gobro, diorito,de 1dode duvldosc;.
- ----)( Superfícies de carr11armrnto. 1
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Pedro do Sino /
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Mnno Comprido I /
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Fig n ° 32 - Falhas pós assínticas, deslocando diques de basalto triássico até liássico (3), e
pegmatitos pós-tectônicos do ciclo da orogênese assíntica (2) 1, gnaisses granitoides do Arqueano
± palingenético da nappe da Serra dos Órgãos Parede rochosa vertical, bairro de
Meudon, Teresópolis
- 90 -
11
dob1as de ftmdo" iepiesentam, geralmente, o 1esultado global de inúmetas defor-
mações de estilo rígido Por rnnseguinte, de/01maçõe1 pós-as1ínticc1J imp01tantes, do
tipo /cdhci, deve1ic1m rei mc1uddar po1 /aixc1s milonfticc1s de est1t1t111c1 póJ-uistctlin,1
epimetamó1 fie d.
XIV
1) A Se;1c1 do kim ronrtit11i mn e>,a/enle 111e1epto1" dc1 ág11c1 de ch11w1 Poi mo-
tivos (bem conhecidos!) de 01dem geogiáfica e meteotológica, quei dizei, pela in-
fluência do 1elêvo da Seu a sôbie os fenômenos meteot ológicos, 1ccebe essa Seria, geia[
mente, mais água de chuva do c1ue as planícies ciJ rnnvizinhas
XV.
BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA
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: MAPA GEOLOGICO
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metcmorficos) , ÓPOU8 ""'°'' m"""°' Ouortz • UVIDOSA
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Sob os o usp1c1os
, do Conselho Noc1onol de Pesqu1zos
UMA CAMPANHA FLORESTAL NO TERRITÓRIO
FLUMINENSE
PRIMEIRA PARTE
1- INTRODUÇÃO
li - NOÇõES DE CONSERVACIONISMO
Tanto o país subdeselivolvido e o povo selvagem se valem das raízes, dos irntos,
dos solos, das madeit as, das águas, da fauna, consumindo-os piecà1 iam ente -- quase
na fo1ma elementar, muitas vêzes; como, também, as giandes potências da técnica
indusliial e as populações superevoluídas a êles se acham dependentes sob a foumt
de maté1 ias-piimas, de subp10dutos e de1 ivados
Assim como o mele pastoi se beneficia do rniso dágua, que dessedenta o seu
gado, assim também o industiial abastado canaliza o mesmo caudal pata movimentai
as suas tuibinas geiado1as de ene1gia elétiica
A piincipal carncte!Ística dos iecursos natuiais está na interdependência a que
lodos êles estão iedprocamente sujeitos Eles foimam um conjunto unitá1io, uma
unidade, rnja alteiação é suficiente pata piovocai o desequilíb1io ecológico da zona
onde orn11eu o fato. Solos, águas, vegetação, clima, at atmosféiico, animais, existem
lodos submetidos a mútuas limitações
Aos animais, vegetais e solos não pode faltai água Esbt é insubstituível na
constituição daqueles E, assim poi diante
Disso tesulta que a questão mais tianscendente, cm tôtno dos ierntsos natmais,
ieside no contrôle do seu potencial, sob rnjo ângulo podem sei classificados, de acôrdo
com a maioria dos autoies, em:
1enováveis
não 1enováveis
- 95 ---"--
Fig n ° 1 - Foto colhida no pátio interno do Pavilhão Principal da Universidade Rural (Km 47 da
Antiga rodovi9 Rio-São Paulo, município de ltaguaí, Estado do Rio de Janeiro), onde se ministram
os cutsos anuais de especialização promovidos pelo Centro Pan-americano de Recursos Natmais
(OEA), em que figura a 2 ª turma do Setor Florestal, do ano de 1955, assinalando-se a presença
do autor que fêz parte da mesma, e o Dr Wanderbilt Duarte de Barros, Chefe do aludido Setor Florestal
Embora alguns povos ainda não tenham adquirido um mínimo cultural, LJUe lhes
permita enfrentar, com decisão, as obrigações de uma política conservacionista, é ver-
dade que outros já alcançaram certos estágios animadores.
Para os países subdesenvolvidos - e neste particular somos ainda forçados a
incluir o Brasil - o conservacionismo representará um papel de chave prodigiosa
na porta gigantesca do progresso.
Compete-nos, por conseguinte, adotar os excelentes resultados alcançados pelas
nações altamente adiantadas Compete-nos fazer estudos para adaptar semelhantes
tesultados às nossas condições econômicas atuais, e ao nosso meio fisiográfico, a fim
de evitarmos a repetição do empirismo, mesmo do primitivismo, nos processos con-
sagrados à utilização das reservas que a Natureza nos oferendou
Vivemos numa época em que as experiências recolhidas pela Humanidade, atra-
vés de insanas e longas etapas, não mais podem passar desapercebidas Muito pelo
contrário Elas p1ecisam ser levadas em alta consideração, pois certos eHos, calamitosa-
mente cometidos e repetidos por tôdas as gerações, ameaçam-nos à ruína ou a sacrifí
cios sôbre-humanos.
Sem sombra de dúvida, entre os assuntos que ferem mais de perto a argúcia
e a inteligência dos homens, figuram precipuamente os que estão ligados ao ap10-
veitamento apropriado para os recursos naturais.
Muito brevemente, ninguém se poderá alheiar <letal cogitação, tamanha se ha-
verá tornado a sua importância nos destinos da espécie humana
Entendemos que o conservacionismo está à altura dos seus desígnios Porque
as reservas naturais, cada vez mais, deixam de ser propriedade particular, em face dos
superiores interêsses da coletividade.
E nosso ponto de vista que as florestas devem considerar-se o principal dos recursos
naturais renováveis
A transcendência do seu valor para a Humanidade ultrapassa as fronteiras do
iaciocínio corriqueiro.
Poucos são capazes de entender a real significação que as florestas ostentam,
indireta ou diretamente, como fonte econômica, como fator biológico, como instru-
mento no equilíbrio ecológico
São tantas as funções da massa flo1estal, e de tal forma numerosas as utilidades
das árvores suas componentes, que seria fatigante repeti-las
Entretanto, para melhor atingirmos nosso objetivo, façamos uma revisão sôb1e
o assunto.
c1) As á1vo1er - Chamam-se de árvores às plantas de porte elevado e estru-
tura lenhosa.
O porte das áivores é tomado pela altura e pelo diâmetro.
A altuia total vai do solo até o ápice da copa, isto é, da base axial até a extre-
midade superior da flexa ou bicada A altu1a do fttste ou alt111a come1riat é a extensão
do caule contida entre a base axial ou colo e a primeira ramificação.
- 97 -
(Fig.I)
~~~.~
Forc1'pulo: poro mensuração do
7
espessura reticular.
diâmetro
medido reticular
altura
total
h= 1,50m
DAP
7 - 25 625
98-
Fig. n. 0 2 - Dois aspectos típicos da paisagem rural - lenha empilhada à espera de condução
e caminhões transportando sacos de carvão, que os abarrotam.
./
99 -
As funções <la massa florestal ainda mais se notabilizam pela extensa multipli-
cidade ele setores que abrangem:
l) abastecimento humano;
2) coexistência da fauna;
3) anteparo contra ventos;
4) condensação da atmosfera;
5) tegime fluvial;
6) cido hidrológico;
7) baixios pantanosos;
8) coireção climática;
9) renovação do ar;
10) proteção <los solos;
11) á1 eas esgotadas;
12) clecmação paisagística;
13) a1 botização elas 10clovias
Abastecimento humano
Já nos foi peuniliclo (Ílat, (1uando falávamos sôb1e as utilidades das árvo1es,
cm pa1 licula1, com tJue infinidade de aplicações se ofe1ecern os seus detivados Um
maciço flo1 esta!, pot si só, representa um ieset vatório extiao1diná1io ele matérias-
-p1imas
O abastecimento humano pode sup1i1 -se diretamente nas flotestas. Uma giande
variedade de frutos e de sementes, além de 1aízes, palmitos, cascas e sc1vas, servem
de rese1vas elcmentates elas populações campesinas
-100 -
Coexistência da fauna
Ê comum ocorrerem sérios danos em certas zonas costeiras, devido a serem regu-
larmente fustigadas por ventos marítimos, sobretudo aquelas de configuração baixa,
no interior das quais podem penetrar livres as massas de ar Uma solução fácil é a
formação de cortinas florestais de antepa10 ou de ab1igo, que interceptem a passagem
daquelas. Igualmente se preconiza êste processo de proteção no caso de praias arenosas,
onde as dunas móveis ameacem ou prejudiquem quaisquer empreendimentos situados
em tais imediações
A fixação de dunas e a inte1posição contra o transporte aéreo de areias pela
ação eólica podem ser realizadas simplesmente com essências arbóreas que se adaptem
às condições mesológicas dêsses lugares, a exemplo de certas variedades de euC'.lliptos,
dà casuarina, do jambeiro, do coqueiro da Bahia, do cipreste, de algumas variedades
de pinheiros, etc.
Semelhantes cortinas devem ser formadas compactamente, fazendo-se o plantio
, desencontrado das árvores no menor espaçamento possível, em todos os sentidos, e
evitando-se os alinhamentos na direção dos ventos
- 101 --
Condensação da atmosfera
Regime fluvial
Os uos arnmulam nas suas margens pequena parte dos sedimentos true trans-
pottam, fotmando diques O catreamento de materiais é intenso nas águas conentes,
c1uando se tlata de leito acidentado, de cutsos impetuosos, e as barrancas, rnmo
<onseqüência, softem ameaças de se1em desmo1onadas ou arrancadas, em tão mai01
escala quanto mais sedimenta1es forem os terrenos Os desbastes sucessivos de tais
áteas adjacentes podem 1ep1esentar uma perda Lünsiderável de trechos agtícolas fetti-
líssimos Uma au1éola cilia1 de mata, cujas iaízes contenham o impacto das águas,
Jtfo1 ça a coesão do solo e fixa os diques ma1ginais
A cobertma florestal impede, igualmente, que o escoamento nas encostas d<1
bacia potamog1áfirn se arnmule iepentinamente nas aJ té1ias infe1io1es, defendendo-as
de inundações e de impetuosidades catast1ófirns, 1eduzindo-se ao mesmo tempo os
detritos, que vi1iam nas enxunadas e que ocasiona1iam asso1eamentos
Ciclo hidrológico
a infiltração, e porque êles não iecebem radiação direta, do que resulta maior re-
tenção dágua
De acôrdo com expenencias realizadas com águas da chuva, 11uma floiesta o
escoamento superficial é de aproximadamente 11 %, enquanto no solo despido é de
34% (três vêzes mais); a infilttação no solo florestal é de 63% e no descobetto
é de 30 % (duas vêzes menos rápida)
Estes são os motivos por que se recomenda o florestamento dos mananciais,
das nascentes e das fontes, pois sem água não subsiste vida.
Baixios pantanosos
Ceitas zonas baixas peunitem que o lençol freático aflote à supe1 fície, itmn-
dan<lo o solo Outras, integ1adas poi te11 enos impermeáveis, não deixam que se pi o-
(L·sse a infilttação das águas iecaídas.
Em ambos os casos to1 nam-se vasosos os solos, dando-se a foi ma~ão de btcjos
e pântanos, que são indesejáveis, po1 inóspitos, insalub1cs e de f1aca ou nenhuma
p1odutivi<lade É difícil edificai sôbre êles, consttuii estradas e fazei rnltuta!i agií-
wlas O paludismo e outras endemias são-lhes habituais Ratamente a sua vegeta~ão
tem valo1 econômico
O plantio de ceitas espécies florestais hid1ófilas pode1á modificar o pauoiama
Adotando-se linhas pcipendiculates, o tiaçado de caminhos fica simplificado, assim
rnmo a abertura de canais.
A vatiedade de "Eucaliptus robust<1" é muito indicável pata as áreas alagadiças,
mesmo as halogenadas que ficam próximas <lo mat Não porque o eucalipto >eja um
sugadoi inveterado Éle tem as fôlhas ligeitamentc cotiáceas, sem copa fechada, o
que peunile aos raios solaies atingirem até o chão, ptoduzindo-sc a evaporação em
escala quase idêntica à dos tiechos destituídos de rnbe1 tma vegetativa
Em lugar de tiemcdais vetíamos sutgii florestas econômicamente cxplotáveis
Correção climática
Renovação do ar
A conceituação <le solo em linguagem técnica dife1e da noção vulgar, que lhe
emp1estam comumente Solo é a delgada película da crosta teu estre constituída p01
1esíduos rochosos meteorizados e bàsícamente compostos de sais minetais, de água
e de matérias orgânicas.
Sem solo não é possível mante1-se a quase totalidade <las plantas Po1que é dos
seus componentes, adredemente conjugados, true elas se nutrem
..,
i
í
1
°
Fig n 3 - Na Serra do Mato Grosso entre os mun1c1p1os de Maricá e Saquarema, Estado do Rio
de Janeiro ,assiste-se à devastação de extensas áreas acidentadas, num flagrante contraste com as
medidas protetoras do solo, da paisagem e da sinecologia O "mato grosso" ficou
na denominação, apenas
larvas, etc. A compos1çao qu1m1ca está ligada à espeoe da rocha matriz e ao tra-
balho dos seus microorganismos: fungos, bactérias, protófítos, protozoários, etc.
As atividades humanas são de grande influência na genética dos solos. Quase
sempre o homem procede negativamente em relação a êles
Mediante processos conservacionistas é possível proteger, melhorar e acelerar
a evolução pedológica. Convém mencionar que há tipos de solos cuja formação
nunca se faz em menos de quinhentos anos Aliás, o mesmo se passa com as florestas
que, para atingirem seu desenvolvimento máximo, precisam de várias dezenas de anos
não obsta,nte, solo e floresta podem degradar-se com um simples incêndio.
A melhor garantia de proteção para os solos é a própria floresta, pois, quando
Çles ficam expostos aos intemperismos, ameaça-lhes o desgaste, que será tanto maior
quanto mais declivoso o relêvo Os raios solares dessecam-nos e matam os SFUS pe-
quenos sêres vivos
Os mais violentos inimigos dos solos são as águas das enxurradas. O escoa-
mento das chuvas carreia os sedimentos superficiais e lixivia os elementos consti-
tutivos Inclusive o choque das bátegas sôbre o terreno concorre para a sua desa-
g1egação.
As florestas impedem o impacto das precipitações pluviais, facilitam a infil-
tração, contribuem para a retenção da umidade, sustentam as ribanceiras, enfim con-
trolam os efeitos da erosão
Áreas depauperadas
Agrada aos olhos uma paisagem ornamentada pela combinação das fôlhas mati-
zadas, e, por vêzes, das flôres coloridas
São monótonas as pastagens extensas, os campos rudes, as ríspidas savanas
Os ermos agridem, assaltam, exasperam Ao passo que os bosques reconfortam,
desrnnsam, suavizam
Alertados para êsses pormenores, os conservacionistas preconizam a construção
de praças arborizadas nas cidades, para o repouso das pessoas nas horas de laze1,
para recreio das crianças e, recomendam, ainda, a criação de parques florestais desti-
nados, aos fins-de-semana, às vacâncias anuais, às atrações turísticas
Algumas horas no silêncio da mata são capazes de neutralizar os nocivos efeitos
causados por vários dias na agitação do burburinho urbano A medicina neu1ológica
chega a recomendar semelhante forma de tratamento, em certos casos de esgotamentos
mentais.
Os países civilizados plantam árvores ao longo das suas rodovias. Esta prática é
altamente conservacionista. Por seu intermédio se alcançam vários objetivos importantes
Conseguem-se notáveis efeifos ornamentais com árvores plantadas em faixas às
margens das estradas, e, também, nos canteiros intermediários das pistas duplas.
/
- 105 -
Fig n ° 4 - De um lado, exemplo de "rodovia nua", sem qualquer protó!ção florestal Do outro,
a mesma estrada asfaltada entre as cidades fluminenses de Niterói e Campos, vendo-se um pequeno
trecho que passa pelo distrito de 1V,anuel Ribeiro (Maricá), cujas margens foram arborizadas por
iniciatila particular As árvores estão sendo utilizadas como "cêrca viva", ao passo que tec~icomente
deveriam estar plantadas na metade do afastcmento que os se;Joro da pista
IV - A CONSERVAÇÃO FLORESTAL
Diante de atcrvo tão assomb1 osamentc valioso pata a Humanidade, nada mais
impetativo do que a consct vação das flo1estas
Quando se fala cm consctvação os leigos costumam su?ot que se t1ala de ina-
lienabilidade total ou intocabilidade completa e getal do 1ern1so natural Como se
todo o patiimônio tivesse de ser gua1dado a salvo de c1ualquer especulação Contudo,
julgam etrado os citados leigos
Dentro dos princípios conservacionistas aprende-se como ap1oveita1 mais útil e
vantajosamente as reset vas, sem que se submetam ao esgotamento pot despetdício,
rnmo emp1cga1 métodos de bem utilizá-las porque, em certos aspectos, elas pe1 ll:ncern
à coletividade Ninguém tem o di1eito de malba1atá-fas e destruí-las inrnnsetjÜente-
106
Preservação
Defesa
Proteção
°
Fig n 5 - Terrenos repetidamente desnudados cujo solo foi severamente castigado, a ponto de se
formarem vazios de vegetação, ao mesmo tempo em que os cultivos quase não encontram elementos
de sobrevivência, porisso que apresentam aspecto desolador
Pata fazei a proteção iegular das áreas florestais, o Govê1110 t.eiá de mantcJ
organizado um sei viço de Polícia Florestal.
Recuperação
As zonas urbanas e industriais devem ser atendidas por me10 de arborização das
ruas e praças, bem como de parques florestais colocados nos arredores
Cada município necessita de um pequeno Hôrto Florestal, a fim de fazer face
aos reclamos da manutenção, que tais realizações exigem.
As florestas se classificam em quatro tipo~, segundo o pensamento dos conserva-
donistas: protetoras, remanescentes, modêlo e de rendimento
F/01 e rtas 1 emanescentes são aquelas que encerram características peculiares à sua
formação primitiva, ou que apresentem qualquer valor como documentário científico,
ou panorama estético.
Flo1estas modêlo são povoamentos que, pelá sua conformação, natural ou artifi-
cial, sirvam de padrões, destinados à educação florestal
/
- 109 -
fique o ctescimento das que ficarem, por menor competição A fase p1oteto1a abrange
a metade do povoamento e visa o maior 1endimento econômico possível; o tetreno
deve ficar bem desembaiaçado e as árvo1es deixadas esparsamente distribuídas, para
o fim de protegerem as mu<linhas cm germinação e ctescimento. Com a fctse 1ep10-
d1tto1t1 encerra-se o c01te sucessivo, retiradas que são as restantes ái votes para se
deixar o luga1 ao desenvolvimento da nova mata, cujos indivíduos já não precisam
de sombreamento, etc
O c01te seletivo tem êstc nome porque as árvores escolhidas para o consumo
distam entie si de espaços salteados indispensáveis a que não se formem clareiras
ou descampados na mata De tal sorte que a regeneração ou a recuperação ai tificial
se verifique nos lugares deixados por elas.
O w1te por talhadict prevê a 1ebrota dos tacos, ou dos galhos - conforme as
espécies componentes da floresta Os tocas devem ser deixados a uns trinta centí-
metros do solo, para a founação dos rebentões em outra safta
Em qualque1 caso de cxplotação madeireira, nunca se deve ultrapassai de uma
décima, ou mesmo vigésima parte da floresta, em cada ano, po1que as novas áivores
levarão de dez a vinte anos pata alingitem porte econômicamente valioso Nas regiões
lempetadas e de dima ftio êste prazo costuma sei muito 111aio1, pois a 10tr1ção f/01 e1tal
chega a passar dos cem anos, como no caso da Finlândia, da Suécia e de outtos
países, onde, portanto, o ciclo de co1 te equivale a um centésimo (ciclo de corte se
indica sempre pot uma fração: 1/6, 1/10, 1/12, 1/18, 1/20, 1/30, 1/45, 1/80,
1/100, etc).
Finalmente, convém não 1elega1 que a silvícultuta é altamente conservacionista.
Por intermédio da admitúJtJ ttção f lo1e1tal, ela consegue o alvo mais cobiçado na
conse1 vação, que é manter as funções protetoras próprias da flo1esta, apesar de
submetidas a uma sistemática utilização
Nada mais que: c1p1oveitamento 1acionc1lizado.
SEGUNDA PARTE
O Estado do Rio de Janeito tem uma área de 42 588 km 2 , sendo que dêstes se
deduzem 922 km 2 J dativos às águas inlerio1es, 1ecob1indo-lhc a superfície --- lei los
fluviais e bacias larnstrcs
De acôtdo com o Anuátio Estatístico do Btasil - 1956, o 1cveslimento flotístico
do tc11itó1io fluminense eslatia constituído de 36 6:n km 2 cm fl01estas ttopicais,
385 km2 cm malas com pinheitos e 4 650 km 2 em vegetar,ão litorânea.
As floteslas, ainda segundo o citado Anuá1 io, correspondei iam a 88,84% da á1ea
lerresttc (41 666 km2).
Por uma única interptelaç_ão podemos aceitar êsses info1mes. Queretão êles dizer
que cê1ca de 87,92% do tenitório fluminense, pelas suas caiacte1ísticas fisiográficas,
/01 c1m recobettos por flotestas, por(1ue a elas se revelam p10pícios
- 112 -
sando-se à f1ente, onde vai sacrificai out10s tantos tccutsos natutais, rnja ausência
p1cdispõe ao desec1uilíb1io ecológico paulatino
Se a criação do Disllito fede1al, desmembrado do tc11itóiio fluminense (com o
nome de Município Ncutto, cm 1834, para seivit como sede do país) já nos foi
tão onc10sa, não menos pesada tem sido a sua rnntigüi<lade, potquanto, à falta de
teuusos ptóprios, sua população se vem abastecendo ele lenha e de cat vão e de
madcitas tcti1adas, p1incipalmentc, nas nossas matas
Depa1amo-nos rnm um Estado francamente devastado Poucos são os tedutos
onde podemos apontar /lore1/r11 1e111m1er1ente1 Nem se faz, tampouco, o teflotesta-
mento em titmo equivalente às necessidades
- 113 --
Um Estado que possui quase metade da sua superfície total com altitudes supe-
tiores a duzentos met1os (segundo o Anuário Estatístico do Brasil - 1951, somam
21 061 km 2 ), é óbvio que seu relêvo se aptesente acidentado, assinalando constantes
inclinações, para as quais estão vocacionadas as flotestas Assim sendo, é nossa opini~o
que os agrônomos, engenheit0s, geógrafos e demais técnicos, de algum modo ligados
ao meio rmal, se anteponham contta as queimadas, contra as derrubadas, contta os
cultivos "motro-acima" (sem se 1cspeita1em as curvas de nível, sem se praticar qual-
qne1 tentativa de terraceamento), <ontia os numerosos atentados que se comc:tem
em ptejuízo das florestas e demais 1ecursos naturais, pot todos os quadrantes flumi-
nenses, ostensivamente pata quem viaja nas rodovias e feu ovias.
Fig n ° 6 - Bem junto à estrada Niterói-Campos, de onde foram batidas estas fotos, nos
arredores da capital estadual, encont1am-se numerosíssimas lavouras alinhadas no sentido da encosta
(morro-acima), num atestado ccndente de alheiamento às normas conservacionistas
8 - 25 62~
-114 -
"As flo1estas desempenham, pois, um papel de importância vital para o homem É un1
dos maiores bens que Deus nos legou Mas o homem, inadve1tidamente, estou quase a dizei,
como um vândalo, as vem destruindo impiedosamente e ininterruptamente, desde os p1incípios
de nossa histó1ia
Para têrmos uma idéia sôbre a variedade referida, parece-nos suficiente enumerar
as seguintes espécies de essências que vicejam nativas na maioria dos municípios
estaduais: canelas, ipês, perobas, angico, garapa, jacaré, cedros, vinhático, jequitibá,
sapucaia, farinha sêca, óleo vermelho, aroeira, angelins, monjolo, cabiúna, jacatirão,
murici, merindiba, cabuí, braúna, jacarandás, cinamono, etc, Muitas destas poderão ser
explotadas em rotações de 10 a 12 anos, como o jacaré, o monjolo, a jacatirão, o
cinamono, e outras, também de rápido crescimento, a exemplo da embaúba, do guapu·
rubu, do eucalipto, da casuàdna, etc.
, /
j
- 115 -
li - PROJETOS ELABORADOS
'!
-117 -
RESOLVE:
6 - Que extensão ocupa cada átea 1ecoberta por mata natural ou artificial?
7 - Quais são os produtos flo1estais consumidos no município?
8 - Em que são consumidos ( ola1ia, padatia, locomotiva, fábtica, etc ) ?
9 - Quais as filmas ou emp1êsas que os exploram?
10 - Há exportação de madeiras, lenha e carvão?
11 - Caso haja impo1tação, de onde são compiados?
12 - No município existem áreas do Estado ou da União que estejam abandonadas?
13 - A P1efeitura dispõe de áreas que não estejam sendo ocupadas (extensas áteas
pata a ctiação de f101estas e pequenas á1eas pata a ctiação de Ho1to ou
jardins a1borizaclos - dent10 do pe1ímetro mbano, etc ) ?
14 - Quais as principais p1op1ieclacles agtícolas do município e seus p10prietá1ios?
15 - Como são ap10veitadas essas p10p1iedacles (pastos, lavoutas, cultutas pet-
manentes, etc ) ?
J6 - Quais dêsses ptoptietátios desejai iam fazei 1ef101estamentos em suas teu as,
havendo auxílio cio Govêtno?
17 - Quais as Institui<,Ões Agtírnlas (públicas e pa1ticula1es) existentes no muni-
cípio ( Coopeiativas, Escolas Rmais, Hottos, Associações, Pattonato de Me-
no1es, etc ) ?
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CSTAOO 00 RIO OE JAHEIRO
SECREiARIA DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS
DEPARTAMENTO GEOGRA:FICO
DIVISÃO SANITÁRIA E DE U RBANIZACÃO
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- 119 -
DELIBERAÇÃO N 9
CONSIDERANDO
c1) que é das suas atiibui<,Ões envidai os melho1es esfo1ços no sentido de solucionat tôdas
as questões 1elacionadas mm os ptoblemas de rnnset vac,ão, p10te<,ão, defesa e fomento
das flo1estas;
b) que as flo1estas 1cptesentam 'alioso patiirnônio econôrniw, hiológirn, social e cultmal
da Humanidade - indispensáveis à tenln a\ão do a1 at1nosféiicoi à 1eten\ão das águas
fluviais, à 1egulaiização dos 1egimes fluviais, ao equilíbtio ewlógico, à estética da
paisage1n, à p1otec.,ão elos solos, à nounaliza<,,ão das Londic,ões ditnáti<..as, etc ;
') que o teu itóiio fluminense, um dos mais assedio.dos, no B1asil, pelos devastaJotes, jl
não pode supo1tat as conseqüências da dest1uic.ã0 f101estal, se não fo1ern tomadas imediatas
pto\ idên<.ias en1 <-ontt{uio
RESOLVE:
l - A p1esente Campanha de Reflotestamento se1á efeti\ ada mediante cst1 eita rnopeiac,ão
entie os Jivctsos Ó1gãos especializados no Estado
2 - Te1á lugat, p1efe1lvelmente, nos estabelecimentos agtopecu{uios estaduús e da União
no Estado, bem como nos tettenos nrnnic ipais, nas p10piiedades 1 l11a1s que o 1ernmen-
Je111 e nas áteas não cultivadas peitencenks às Eswlas 'J ípicas.
3 - O p1azo da Campanha setá ilimitado e seus tiabalhos não devc1ão sof1et inte1mitência,
tendo início en1 data p1evia1nente 1na1 cada, quando se fa1á sua inaugu1 ação pública
4 - Todos os te11enos, cujo giadientc scj't supeiio1 ou igual a 25'/Ó, de\eião sei 1efl01es-
iados, obiigatütiarncnte, e be111 assim os que fiquem nas adja(ências de 111ananciais,
nas cabeceitas de d1enagem, nos diviso1cs de águas e nos espigões
S - Também devetão sê-lo as ú1eas da baixada lito1ânea e as de 1 estingas, quando rnnsi-
deiadas insaluh1es ou inadequ:tdas pat:t as cultuias aglÍcolas
6 - Te1á lunho de ob1igato1 ieclade, igualmente, a a1bo1iza(_âo (_b faixa 111a1ginal às 1odovias
asfaltadas e pavimetitadas
7 - Independente de quaisquet outtas ativid,tdcs, em rnda muntdpio, setão pLrntadas, no
tníni1no, vinte á1 votes po1scn1ana, fazendo-se-lhes um 1egist10 individual, a LalgCJ
de pessoa 1esponsável, em liv10 especialmente destinado a isto, constando nos assen-
tamentos: o númcto da insui<,ão, " nome vulgat da planta, o local do plantio, a
p10cedência da planta e a data
8 - Fiucrn p10ihidas as dev.tsta<;ões nos te11enos de gtadientc supe1io1 ou igual a 2'í%,
e nas adjac_êntias dt: n1ananciais, nas cabeteitas de d1cnagc111, nus diviso1es de águas,
nos espigcJes e nas outlas á1cas cuja cohe1/1,1ct /lo1e1tctl ;1etesri1e de Jnere11'rt{ão
9 - Não mais sctào concedidas auto1i:<ac,ões parn deuubadas, sem a indispc·nsável inspc<,ão
do local, feita po1 auto1idade uedemiada junto a êste Conselho
10 - As autoiizac,ões paia de11ubadas, quando rnncedidas, cnsta1ão, ao 1eque1cnte, o ptcc.o
de C1,jj; 2,00 (dois u uzei10s), po1 decâmet1 o quadtaclo (igual a um ARE) e po1
á1 vo1e - quando se tiatat de supe1fície contínua ou de w1te iaso
- 120 -
A - Comitê Executivo
B - Comissão Administiativa
Comissão Administrativa
24 - Compete ao P1esidente:
Ficou assentado que as mudas por nós produzidas seuam aplicadas na founação
de bosques flo1estais e frutífe1os nos tenenos do Edurnndá1 io, ao mesmo tempo as
iornecetíamos para outras instituições, mediante rnnvênios de auxílio mútuo Aliás,
nosso plano inicial de trabalho constou de fazei o 1ecrutamento das Escolas Típicas
li mais, para nelas tealiza1 trabalhos flotestais, visando o aproveitamento e o adestra
menta das c1ianças matticuladas, como também o plantio de árvotes nas suas áreas
não cultivadas Outra idéia ptimordial, que t10uxemos à baila, foi a da a1bo1ização
das rodovias estaduais asfaltadas
Fig n ° 7 - Vista do v1ve1ro florestal instalado no Educandário de Arai uama, fase de construção
dos canteiros e início da sua utilização com a primeira sementagem Os copinhos de bambu,
fincados nas beiradas dos canteiros, servem de receptáculos para as papeletas que contêm os dados
relativos às essências semeadas
Paia êste fim, o Dr Lurz DE SouzA cnll ou em entendimento com S Exª o Se-
c1etário de Viac,ão e Obtas Públicas, D1 fosÉ CARLOS PoRCH'\1 1 que aulotizou o
Departamento de Estiadas de Ro<l<tgern a nos atendei neste pt opósito, cruando p1e-
cisássemos de tianspotte e de outtas possíveis ajudas
. --
::~::-..;:·;.~~;:: ':§~~t-'
Fig n ° 8 - Mudinhas em crescimento e semeadas por germinar Os canteiros (de 3,00 x 1,00 m)
foram construídos com os lados mais compridos seguindo a orientação norte-sul,
conforme recomenda a melhor técnica
~ 123 -
°
Fig n 9 - Já se desenvolvem diversas essências, germinadas nos canteiros de Araruama É notável
acentuar que mesmo as de pinheiro do Paraná ("Araucaria angustifolia"), apesar de se tratar de
uma zona baixa e quente, tiverc1m um aproveitamento apreciável -- foto da direita
"FESTA DA ÁRVORE"
PROGRAMA
1' Palte
1 - Hino Nacional
2 - Abe1tma <la solenidade pela Diteto1a do Eduurndátio
3 - Palavtas do p10f ZumE c MOREIRA
4 - Posse da Diteto1ia do Clube Ag1írnla "Bento Ma1tins"
5 - Palavia fianca
6 - Discu1so do aluno MANOEL l'RANCISCO
2" Pa1te
3" Patte
Outtos viveitos estão sendo planejados À medida que fotmos equipando cada
um, passa1emos ao início de outro.
INTRODUÇÃO
'-' Tese wm que wnwueu a autou1 ao rnnuaso à rnueita de Geógtafo do Conselho N,tLional
de Geogiafia
A aut01a a!_;tadeLC aos S1s FRANCISCO Co1rnErA, J LAME!RÃO, ToÃo Pu ÔTO e
MÁRIO AMARAL, que tanto prnrntatam facilitai o seu rnntacto dileto nas pesquisas emp1eendidas
Igualmente agiadecc aos colegas do C N G que lhes p1estaiam valiosa colabotação, espeLialmente
LYSIA M BERNARDES e PEDRO PINCHAS GEIGER
* * Denominação usada pata designai as gtandes olatias
MAPA GERAL DA REGIÃO EM ESTUDO
CONVENÇÕES
1=-=-----~ nRRENOSEMBREJAOOS
ZONASOECONCENTRAÇiOOASOt..ARIAS
CI t ~
CSCALA
4 C 8 '" -
1--...1 fEFlflO\li4CR000VUI
~~----
- 128 -
r
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·.:::.
°
Foto n 1 - Nova Cidade, Nilópolis Vê-se em primeiro plano o "barreiro" (depósito de tabatinga)
Ocorre essa formação na Baixada, enquadrada pelo nível das colinas (Foto: N Bernardes)
- 129 -
P1ocesso de / 01 mc1ção dct tc1bc1ti11gc1: - As colinas que cnquadiam as planícies aluviais <la
Baixada da Guanabaia fornecem o mate1ial necessá1io à fourn1c,ão dos depósitos ele tabatinga
As a1eias g10ssas e finas, o limo e a a1gila, cal! egados pelas águas das chuvas, depositam-se:
p1imeitamente, as a1eias e o limo, que constituem mate1ial mais pesado, enquanto a atgila, muito
mais leve, é nu1egada a maio1es distâncias, depositando-se em lenc,ol no fundo dos vales e planícies
É, justamente, essa a1gila de depósito que é conhecida localmente como tabatinga Essas camadas
podem valia1 em espessma e se1ão tanto mais p10fumlas quanto maiot fô1 o espac,o de tempo
decouido na 1ealização de todo êsse ptnLesso evolutivo da founação de tais depósitos
9 - 25 625
- 130 -
gitem a planície mudam completamente de aspecto, co11 endo com um declive insigni-
ficante, seguindo-se àquela fase de destruição, ouiJ a construtiva, de deposição do ma-
te1ial caueado po1 ocasião das enchentes, ljUe oconem na estação chuvosa de verão
Os tetrenos baixos, ptóximos à oda ma1 ítima, se tornam alagadiços e nessa'; áteas
pantanosas da Baixada, dificilmente aproveitáveis antes das gtandes obras de sanea-
mento, a tabatinga encont1 ada é de pio1 qualidade, pot demais salit10sa e de tedu-
zida plasticidade É o que acontece no município de Duque de Caxias onde, na
baixada do tio Saiapuí, encontrn-se a chamada "tabatinga do btejo" Em cont1astc,
na planície do Macacu, onde, LOmo vimos, f01am outras as condições de fo11nação da
labatinga, é ela muito plástica, de excelente qualidade
Ptovàvclmcnte as camadas de deposição nas planícies aluviais da Baixada não
sctiam tão espessas, se não fôia a existência ele um dima l1 opical, com foi te índile
de umidade Nesse ltecho, as chuvas mais abundantes na setta do Ma1 possibilitam
f;uta alimentação dos J ios, aumentando a capacidade de tianspo1 te elos uu sos dágu.1
e ativando a desag1 egação e a decomposição química, ocasionam um intenso <i:.:sgastc
do matei ia] 1 oLhoso
°
Foto n 3 - Aproveitamento do material do barranco, proveniente da decomposição in loco, e
não de deposição, como no caso anterior Mesquista, Nova Iguaçu Pode-se observar ainda na
fotografia os trilhos que chegam até bem perto, por onde correm as vagonetas que transportam
o barro (Foto: A Pôrto Domingues)
ZONAS DE CONCENTRACÃO DAS OLARIAS NA BAIXADA DA GUANABARA
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Ti?OS DE IZDM3USTr/EIS
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2
Pata a fab1ica.;ão do tijok> não é emp1egada a tabatinga pum, dada a giande quantidade de
água que rnntém, o que p10vorn uma rnnttação intensa, sendo então necessá1io mistu1á-la ao
matetial decomposto dos bauancos A miga de ateia aLtescentada diminui o rneficiente de 1etta<,ão,
evitando assim a quebta do p10duto dutante o cozimento
- 133 -
_!------;
''~-- ....... ,
Foi anexada ao tiahalho, uma copia do tefetido mapa: "Catta lopogtáfica da capitania
do Rio de Janeito, mandada tiia1 pelo Exmo S1 CONDE DA CuNHA, Capitão-Genetal e Vice-Rei
do Estado do Btasil, no ano de 1767" - Esrnla - l: 160 000
SILVElllA MENDES, Renato - p,firC1ge111 <ttÍt111cii1 da BctixC1dct F/1t1'1Íilenre - P 171, p 64 -
Unive1sidade de São Paulo, Farnldacle ele Ciências e Letias - São Paulo, l 9'í0
5
SILVA NrGRA, Dom - A ctntiga fdze11dc1 de 'ião Bento 110 lg1up1 - Pp 2'i7/282, p 27(1
- Revista do Sei viço do Pattimônio Histótirn e Attístico NaLional" - Vol VII, 191t3
- 135 -
pois, para distâncias cuitas o tiansporte rodoviário é mais barato, além do que, a
enliega pode sei feita diretamente à porta do consumidor, dispensando o tiansbôtdo
da mercadotia O transporte pela via férrea só é compensadot para gtandes dislâncias,
tanto assim que o material de constrnção (tijolos, telhas e manilhas) adqu itido em
São Paulo, ou no vale do Paiaíba, vem para o mercado carioca atiavés da feirovia,
sendo numerosos os depósitos das firmas ievendedoras ou const1 utoras, situados à
maigcm da Central do Btasil Na iegião estudada, muito próxima ao Rio de 1aneüo,
é patente a grande influência das iodovias na atual localização das olarias Assim
rnmo as antigas smgiram à maigem das fcnovias, as modernas, rnmo, poi exemplo,
no município de Nova Iguaçu, em Belfotl Roxo, localizam-se cm função da exis-
tência da rodovia Piesidente Dutia A de Mesquita, fundada no ptincípio do século,
embota situada peito da estrada de feiro envia, hoje em dia, tôda a sua p10dução
atiavés da Piesidentc Dutia.
1.
"•
"
,'
foto n ° 4 - Vista de conjunto de uma cerâmica em Rocha Sobrinho, Nova Iguaçu, fundado em
1912, vendo-se os tijolos secando ao sol Note-se a sua localização na Baixada, circundada pelas
colinas, à margem da ferrovia No primeiro plano, à direita, vê-se parte da plataforma da estação
da estrada de ferro Como as outras olarias fundadas no século passado, esta de Rocha Sobrinílo
acha-se subordinada à proximidade da via férrea (foto: A P Domingues)
°
Foto n 5 - Vista de conjunto da ceram1ca de Mesquita, uma das mais importantes do Estado
do Rio de Janeiro, fundada em 1905, nas terras da antiga fazenda do barão de Mesquita, em
Nova Iguaçu, onde outrora existiu, uma pe-iuena olaria que atendia aos gastos domésticos
(Foto: A P Domingues)
Ao lado dessas olarias mais antigas que evolveram, paulatinamente, com o correr
dos anos, encontram-se outras mais novas, algumas delas datando de trinta a qua-
1enta anos atrás Dentre elas, algumas acompanharam o ritmo do progresso, como a
olaria "Fontinha" em Nova Cidade, Nilópolis, enquanto outras estagnaram, chegando
mesmo a desaparecer, como ocorreu, não raro, em São João do Meriti, Nilópolis e
no Distrito Federal (Fotos 5, 6, 7)
/
- 137 -
°
Foto n 7 - Nilópolis Aspecto de uma olaria muito rudimentar, notando-se a qualidade inferior do
produto fabricado (tijolo maciço) e o forno rudimentar, conhecido na região como "caieira"
(Foto: N Bernardes)
- 138 -
de Ma1icá, foi fundada há onze anos, nas te11as de uma fazenda que oult ota vivcta
da cana-de-açúcar
Constituía a cerâmica uma atividade que não exigia gtandes capitais iniciais, pois
a matéria-prima ext1aída elo tetrcno da fazenda, como também o combustível, não
aran d:wam giande despesa pata o prop1ietá1io, não sendo muitas as exigências da
extração quanto à mão-de-obra O ptocesso pelo qual era conseguido o tijolo nessas
ola1ias iniciais era muito rndimenta1 G
-139 -
A lenha, por sua vez, era um combustível que não saía muito caro, mesmo quando
não era tetirada das capoeiras da ptópria fazenda Entretanto, aquêles que etam mais
esclarecidos, preferiam conservar a área cm matas como uma riqueza em potencial
Atualmente, apesar do alto preço da lenha, os proptictários das olatias prefetem
rnmprá-la a usai as reset vas que pot ventma possuam.
Quando, passados alguns anos, já se auferia algum luc10 com a olatia, investia-se
o dinheiro cm melhoramentos Adquitia-sc a máquina para fabricar o tijolo, que
passa a ser menos rudimentat; e, à medida que aumentam as necessidades do metca<lo
e crescem os núcleos urbanos, vão-se p1 acessando novos melhoramentos, ao mesmo
tempo que, em função da maior procura, vai-se diversificando a p1 o<lução
Se, po1 um lado, sob êsses aspectos ora estudados, 1egist1ou-se ptogresso, outtas
vêzes êle foi p1 àticamcnte nulo Assim, quanto ao combustível: até hoje ainda se
emprega em gtande quantidade a lenha, mesmo nas grandes olatias, como se pode
observar no mapa da "Concentração das ola1 ias na Baixada da Guanabata" e tipo de
combustível utilizado. Dia a dia mais se agrava o p1 oblema ela devastação das matas,
vindo a lenha de lugaics cada vez mais distantes dos ccnt10s rnnsumidotes, semptc
das serras, o lJUc cnuu ecc demasiadamente o custo do p10duto 7 Basta dizei que,
enquanto há apenas tiês anos eia vendida a Ct$ 35,00 o m:i, em média, hoje êsse
p1 cço subiu pa1a Ci $ 95,00 A explotação madci1 cita se faz, getalmcnte, nas fazen-
das lJUC também se dedicam à agtirnltma, ptaticando-se a detrubada das matas ou
capacitas, não só visando à obtenção da lenha, mas também ao ptcpa10 do tetteno
pará o plantio São talos os casos em que se faz o 1eflo1cstamento com o objetivo do
fornecimento de combustível, como acontece em Santa Cruz, no Dist1 ito Fcdeial,
onde os colonos japonêses têm eucaliptais plantados na Baixada. As olatias p1óximas,
aí adqui1em a lenha pot um pteço bem mais conveniente (Ct$ 60,00), não tendo
de contai com giandes despesas de transpotte, dado as menotes distâncias
últimamente, enttctanto, nota-se a preocupação em supe1 at tais dificuldades, com
o emprêgo de out10 combustível Há ola1 ias, no Distrito Fedem!, que utilizam 'J
e J l vão minem! para o funcionamento dos fornos, como a que foi visitada 11a estrad~t
do Colégio, mas a tendência mais generalizada é para o uso do óleo diesel, muito
mais econômico, pois o seu custo é inferiot em 50% ao rnsto da lenha e, além disso,
tealiza economia ele mão-de-obta Em Belfoit Roxo e Rocha Sobtinho (Nova Iguaçu),
em Magé, Itaboraí e Rio cio Ou10 (São Gonçalo), já se encontiam olatias que em-
ptegam o óleo como combustível A "Companhia Matetiais ele Construção" em Mes-
lJLÚta (Nova Iguaçu), há dois meses fêz as necessátias modificações nos fornos que,
até então funcionavam a lenha ou ca1vão minetal, para emp1egar o óleo diesel 8
As instalações e1am muito p1imitivas, sendo suficiente pata a confeu,ão do tijolo maciço a
ma10mba wdirncnta1 de madeita, movida a tiac,ão animal A moldagem do tijolo em feita à mão,
em moldes de madeita Depois de serns ao sol, empilhavam-se os tijolos pata fazet a rnieüa
(tipo de forno muito t udimenta1) alimentado a lenha, onde em rnzido o tijolo
7
Vide mapa de fornecimento de lenha anexo ao trnbalho
8
Vide mapa da "Comentiação das ola1ias na Baixada da Guanabaia" e tipo de combustível
utilizado
ÁREAS ABASTECEDORAS DE LENHA PARA AS OLARIAS
DA BAIXADA DA GUANABARA
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CONVENCÕES
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°
Foto n 8 - Uma vista do "barreiro" em Mesquita, Nova Iguaçu, mostrando o sistema de transporte
da matéria-prima No primeiro plano, vêem-se os trilhos e a locomotiva a óleo diesel, enquanto ao
fundo aponta a chaminé de uin dos fornos A tabatinga, depois de extraída à picareta, é colocada
nas vagonetas e levada ao "picadeiro" (Foto: A P Domingues)
Caxias, contam com um efetivo de 100 a 300 operanos entre homens e menores que
ganham à razão de Cr$ 30,00 e Cr$ 15,00 por dia, respectivamente · Embora não espe-
cializada, vem encarecendo muito a mão-de-obra, pois em 1940 um trabalhador, nesse
mesmo ramo, apenas percebia Cr$ 8,00 por dia A parte de assistência ao operariado
ainda é deficiente, sobretudo nas olarias menores, embora gozem êles dos direitos
concedidos pelas leis trabalhistas, percebendo de acôrdo com o salário mínimo esti-
pulado Nas grandes olarias organizadas como emprêsa que contam com um efetivo'
°
Foto n 9 - Olaria "Fontinha", Nova Cidade, Nilópolis Focaliza-se aí o meio de transporte
empregado nas olarias médias e pequenas Os caminhões trazem a "tabatinga" do "barreiro" até·
a "picadeiro" (Fota: N Bernardes)
Apenas pa1a alguns dos opeiauos que trabalham neste ramo, como seja, os que extiaem
a tabatinga e o forneiro, é 1egueiida uma técnica especial, tanto que são os que
percebem mais Fota êstes, não é necessário o ope1átio especializado
Foto n °
1O - "Companhia Mciteriais de Construção" em Mesquita, Nova Iguaçu Aspecto da
maquinaria existente nas grandes olarias Fotografia de detalhe da "maromba", máquina onde é,
fabricado o tijolo A massa preparada no "picadeiro" é transportada para essa máquina, onde é,
tmminada a confecção do tijolo, o qual, depois de sêco, segue para o forno (Foto: A P Domingues)
"O Rio de Tanci10 antigo", in O Ohre11•ddo1 Eionômiw e Finc11ueiio, ano XVIII, n'1 211,
p 55 - Set 1952
10
Vide os mapas de f•lOdu,ão de tijolos, telhas e manilhas em 1911 e 1950 Note se, ao
lado do aumento da p10du,ão, a tendência paia uma especialização p10g1essiva, de 40 pata 50
- 145 -
PRODlJCÃO EM l!l4Q
INC''.JSTRIA DA CERÂMICA NA BAIXADA DA GUANABARA
1 ,,, """""º -21140
l-1ACAtu~
l"J { · ' ~
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EIITJ TIJOLO
ESCALA
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CACH DE w.cAcu®
,,
[ill] TIJOLO
---- 5 ººº
Lln:LHA ---- 2..000
- --- 1 000
Dfll(ANILH..\
FONi[: SERVIÇO ESTATÍSTICO DA - - - 144
PROOUCAO DO MINISTÉRIO QAAGRI
CULTtJR.\
ESCALA
ORGANIZADO POR MARIA DA GLORIA C CAMPOS
10 - 25 625
- 146 -
°
Foto n 11 - Secagem do tijolo no "terreiro", na "Companhia Materiais de Construção", praticada
comumente, mesmo em grandes olarias como esta Para as telhas, no entanto, há galpões cobertos
Note-se a alta qualidade do produto fabricado, o chamado "lajeão" com furos quadrados, grandes,
que tornam muito leve o produto (foto: A P Domingues)
66 000 tijolos de 3 furos, 716 000 de 8 furos, e 72 000 de 10 furos Quanto às telhas:
l SOO 000 telhas francesas, 80 000 do tipo colonial e 34 000 de cumieila No 2 9 se
mestre de 1952, a fabricação de tijolos de 8 fu10s subiu a 1 113 000, enquanto a de
telhas francesas decrescia para 1 300 000 Foi esta, no entanto, uma situação ccxccp-
cional, devido às oscilações do mercado, pois o alto preço alcançado por ~sse pro-
duto é la1gamentc compensador, mesmo sendo a procura do tijolo muito maior Além
do mais, requerendo a telha mais exigências, no que se refere à qualidade da matéria-
-prima a set empregada, é natural que as olarias que possuam reservas de tabatinga
muito plástica fabiiquem telhas em ma10r quantidade Ê o que acontece na grande
°
Foto n 12 - Olaria "Fontinha", Nilópolis Vêem-se, em primeiro p!ano, à esquerda, os tijolqs
prontos para irem pata o forno, notando-se a qualidade inferior do produto em relação ao da
cerâmicà de Mesquita Em frente, pode-se observar a carroça puxada por um boi, onde são leva_dos
os tijolos até os lugares próximos, sendo usado o caminhão para as distâncias mais longas E a
carroça um dos meios de transporte comumente usado nas médias e pequenas olarias
(Foto: N Bernardes)
É po1 isto que, mesmo atualmente, quase scmpte, as olatias instaladas são pe-
gnenas, algumas até muito rndirnentares, po1que o capital a set despendido teria que
set, tcalmcntc, bem vultoso: o elevado custo dos teuenos muito valorizados com a
üescente utbanização e maquinatia muito caia requetem grandes despesas, sem dú-
vida. Basta dizer que o pteço da ma10mba a vácuo, necessát ia à fabricação do "lajeão"
é de Cr$ 250 000,00 sem contar com os apatelhos acessó1ios, como o laminad01
(Cr$ 70 000,00), a cortadeíta (Cr$ 60 000,00) e o triturad01 (Ct$ 70 000,00).
Um forno contínuo, onde o processo de cozimento é muito mais 1ápi<lo do que nos
fot nos comuns acarreta uma despesa bastante elevada, de Ct$ 300 000,00 em média.
- 149 -
Além d&sses gastos essenciais, ainda se segue uma infinidade de outros, como sejam,
a instalação dos galpões, as grades para colocar o material a secar, o Lonsumo de
ene1gia. O ideal seria até a instalação de uma usina própria, que impo1 ta1 ia numa
despesa muito grande ( Cr$ 600 000,00), confo1me foi 1ealizado, por exemplo, na
"Olatia Bangu" (Distiito Fedeial) e na fábrica de manilhas "C10l" (Rio do Omo)
(Fotos 13 e 14)
Dêstes fatos depreende-se a impoitância do capital pa1a a indústria da ce1âmica,
sem o qual não poderiam as ola1ias evolvei Daí umas se te1em mantido estacioná1 ias,
enquanto outias chcga1am mesmo a dcsapa1ecer, como no Distrito Fcdeial e iegiões
adjacentes Na ilha do Govcrnad01, quando depois da constrnção da ponte que a
liga ao continente, intensificaram-se as obras de urbanização, as olarias existentes desa-
pareceiam A fábrica de tijolos "Santa Cruz", uma das maiores da Baixada d:1 Guana-
baia, foi destruída ao se inicia1em os loteamentos do Ja1dim Guanabarn
Foto n ° 14 - Olaria "Fontinha", Nilópolis As olarias menores não possuem o dispositivo das
vagonetas para depositar a matéria-prima no "picadeiro" Pode-se ver o trabalhador fazendo
a mistura da tabatinga e do barro, notando-se as camadas alternadas de uma e de outro
(Foto: N Bernardes)
Outias vêzes, embora não cheguem a desaparecer, algumas olatias não cvolvctam,
p01que há mais inletêsse da parte do proplietário cm conservai o lcneno que, dia a
dia, mais se valoriza, podendo sei vendido com grandes luctos Ao mesmo tempo
não é necessário o aprimoramento do padrão de p10dução, devido à giande prouua
do tijolo e alto p1eço alcançado por êsse produto Basta dizer que o tipo <ie tijolo
mais rudimentar, o maciço, é vendido a Cr$ 600,00 o milheiro i2.
CONVENÇÕES
FONTE: SERVIÇO DE ESTATÍSTICA DA
PRODUÇÃO DO MINISTEfflO DA AGRl ~ Q TIJOLO
CULTURA
DADOS REFERENTES A 1950 V TELHA
V'
ESCALA
ORGANIZADO POR MARIA DA GLORIA C CM1POS
- 151 -
BIBLIOGRAFIA
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ARRUDA PEREIRA, Aunando -- Ind,írt1i<1 Ce1á111iu1 - Ttatado P1{ttiw Elemcntat - 490 págs
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DELGADO DE CARVAIHO, Catlos - Co1og1c1fit1 du Dirtiito FedeJCtl - 111 págs - 11 fotogtafias
- 8 mapas - 3 gtáficos - 1 wlte - Liviatia Futncisw Alves - Rio de Taneito, 1926
HELL, Rodolfo - A /'iátic<1 dd 1e1,ímic11 no Bia1il - 352 págs - BO ilusttações - São Paulo,
Estabelecimento G1áfiw Edanee - S/data
LAMEGO, A!be1to Ribei10 --- O Ho111e111 e ct G11c11ubmd - XXXII - 299 págs - 204 figlllas
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MAX FLEIUSS - Histó1ia da Cidade do Rio de faneÍ1o - 245 págs - 83 giavuras - 5 mapas -
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MELO MORAIS, A J. - C1ônica Geia/ e Noticiosa do Impéiio do B1asil - 160 págs -
1 planta - Rio de Janei10, 1879 S/F/R
MoRALES DE Los Rros F9, Adolfo - O Rio de Taneho impe1ial - 494 págs - 112 ilustlações -
3 gravuias - lndices especiais - Bibliogtafia - Editôia "A Noite" - S/data
PJZARRO e ARAÚJO, José de Sousa Azevedo - Memó1ias histó1icas do Rio de fanei10 e das
p1ovíncias anexas à jmisdição do vice-1ei do flstctdo do füasil" - 262 págs 9 vols
- Imp1essão Régia - Vol IV - Rio de Janeiro, 1820
PRADO JÚNIOR, Caio - Fo1mação do B1asil Contempo1âneo - Colônia - 388 págs -- Biblio
gtafia - Livtatia Martins Editôta - São Paulo, 1942
Histó1ia Econômica do B1asil - 332 págs - 3 mapas Bibliogiafia - Editôta Brasi-
liense Ltda - São Paulo, 1945
SAINT-HILAIRE, Augusto de - Virlgem pelrl p1ovíncia do Rio de faneÍ1o - Ttadução e nota~
de CLADO RIBEIRO LESSA - 378 págs - 13 gtavmas - Sétie Btasiliana - Vo! 126 -
Comp Editôta Nacional - São Paulo, 1938
StLVEIRA MENDES, Renato - Prlisagens C11lttt1?1ir da lfüiixrlda Fluminenre - Tese de douto-
ramento aptesentada à cadeita de Geogiafia Humana e ap10vada em outubto de 1948 -
171 págs - 15 mapas - 2 plantas - 4 gtáficos, 108 figuias, bibliogtafia - Unive1sidade
de São Paulo, Farnldade de Filosofia, Ciências e Lettas - São Paulo, 1950
II - Pe1iódicos:
Inéditos:
/
- 153 -
Dados ertr1tístilos:
III - Mc1/h1s
Ca1tas to;oog1áficas da Capitania do Rio de Janei10, mandadas tüa1 pelo Exrno Si CONDE DA
CUNHA, Capitão-Geneial e Vice Rei do Estado do füasil, no «no de 1767 - Escala
1: 160 000
Cu ta do Disttito Fedctal 01ganizada pelo Sei viço Geog1áfirn Militai - 1922 - Escala --
1: 50 000
Ca1tas do Se1viço Geogtáfirn do Exé1cito - Fôlhas topog1áfirns - a) Nova Igmçu, b) Caxias,
c) Nite1ói, d) São Gon\alo - Escala -- l: 50 000 - 193 5
Mapas municipais do estado do Rio de Janei10, otganizados em ohsc1vânci.i ao Deueto-lci nacional
nº 311, de 2 de ma1ço de 1938 - Fôlhas de Nova Iguaçu, Caxias, Magé, Itabotaí,
Cachoeitas de M<tc<trn, São Gonc.,alo, Nite1ói e Mat icá - Vátias escalas
Ca1ta rn10g1áfica do Estado do Rio de Janei10, 01ganizada pelo Conselho Nacional de Geogiafia
em colaboiar,ão wm o Depaitamento Estadual - 1953 - Escala - 1:40 000
Carta da zona industiial do Dist1ito Fedetal, 01ganizada pelo Dep:utarnento de Geogiafia e
Estatística da P1 efeituia do Distiito Fecleial - cm ohset vância ao Deocto n" 8 140,
de 17/7/4'í-46 - Escala - 1:20 000
Mapas anexos aos liv10s, boletins e a1tigos da bibliog1afia
XVII SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO
CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
DELEGAÇÃO FEDERAL
MINISTÉRIO DA AERONAUTICA
Delegado -- Cel. Av DIONÍSIO DE TAUNAY
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
Delegado - Engº ALBERTO RIBEIRO LAMEGO
Suplente - Eng? ALBERTO ILDEFONSO ERICHSEN
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Delegado - Dt ROMERO EsrELITA
Suplente -- Engº MuRILLO C:As1 ELLO BRANCO
MINISTÉRIO DA GUERRA
Delegado - Gal JACYN n-10 DuLCARDO MOREIRA LOBATO
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Delegado - D1 EUGÊNIO VILHENA DE MORAIS
MINISTÉRIO DA MARINHA
Delegado - Alm JORGE DA SILVA LEITE
Suplente - Com ÊRICO BACELLAR DA Cos1A FERNANDES
MINISTÉRIO DO TRABALHO
Delegado - Dt PÉRICLES DE MELLO CARVALHO
TERRITôRIO DO ACRE
TERRITôRIO DO AMAP A
TERRITóRIO DE RONDôNIA
INSTITUIÇÕES CULTURAIS
INSTITUIÇÕES TÉCNICAS
MEMBRO HONORARIO
DELEGAÇÃO ESTADUAL
ALAGOAS
AMAZONAS
BAHIA
CEARA
ESPíRITO SANTO
MARANHÃO
PARA
Delegado - Prof. ERNESTO CRUZ
PARAfBA
PARANÁ
PERNAMBUCO
PIAUf
RIO DE JANEIRO
SANTA CATARINA
SÃO PAULO
SERGIPE
'/
,/
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES GEOGRÁFICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO VERIFICADAS DU-
RANTE O ANO DE 1956 E APRESENTADO PELO
DIRETÓRIO REGIONAI. DE GEOGRAFIA A XVII SES-
SÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL DO CONSE-
LHO NACIONAL DE GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO
giafos PEDRO PINCHAS GEIGER e MYRIAM GOMES COELHO MESQUITA, vindo a lume
no ano de 1956, sob o título "Estudos Rurais da Baixada Fluminense". Os temas
dêsse importante ttabalho ve1sa1am sôbre evolução econômica, propriedades, popula-
ção, os vários sistemas econômicos, a produção canavieira, a frutirnltma, a pecuátia,
colônias agrícolas, atividades extrativas, indúst1ias nas zonas rurais, loteamento, trans-
porte, comé1cio e nível de vida das populações rurais Sintetiza a obra aspectos d<l
geografia econômica e da geogiafia agtária e constitui um 1epositó1io de dados infot-
mativos de 1econhecído valor, pata os que quisetem ocupar-se da 1ernpe1ação eco-
nômica da Baixada Fluminense
Quando, na Assembléia Geral do ano ptoxuno findo, o 1ep1esentant.e do Estado
do Rio de Janeito aptesentou o projeto de resolução que dispunha sôbte a coopetação
do Conselho Nacional de Geogtafia na campanha nacional de 1eflo1estamento, pto-
movida pelo Ministétio da Agricultma, ouvíramos, em franco apoio à iniciativa, a
palav1a vib1ante e pat1iótica do ilustte tepresentante do Ministé1io da fustiça, p1ofessor
IluGÊNIO VILHENA DE MORAIS, quando, ent1e out1as afitmações de solídatiedade,
julgava se1 aquehl uma das mais impotiantes 1 esoluções que itia tomai, como de
fat.o t.omou, o Conselho Nacional de Geografia Alistado, pois, como ficou o C N G,
pela Resolução n 9 485, de 24 de agôsto de 1956, na memotável campanha cilada,
eis que coube ao Diretório Regional fluminense a sua panela de atividades nesse
elevado movimento cívico Escusado seria relemb1a1 que o Estado do Rio de Janeito,
em face da sua p10ximidade da Capital Fedetal, é uma das Unidades mais sau ifi-
cadas pela desordenada devastação das matas. Terminada a Assembléia Geral em fins
de agôsto, dispusemos sàmente dos últimos quatto meses do ano para planejar e
algo fazer, ainda em 1956, que me1ecesse menção neste regist10 Contamos, a patti1
do mês de outubto, com a coopeiação do geóg1afo ZrnDE MoREJRA, pe1tencente ao
quadro da Divisão de Geogtafia do e N G e que, havendo feito um CU1SO de
florestamento e 1eflorestamento na Univetsidade Rmal e sendo fluminense nato, apte-
sentou-se animado dos melho1es propósitos de realização Pudemos 1ealmentc constatai
o seu csfô1ço e dedicação no desenvolvimento das iniciativas postas em prática Com a
participação dêste citado elemento especializado, entramos em campo, estabelecendo
rnntato com todos os ó1gãos estaduais e federais sediados no Estado, direta ou indi-
1elamente ligados ao movimento. Dessa atividade 1esultou se!' acolhido no Conselho
Flo1estal Estadual, como assistente-técnico e como reptesentante do Di1etório. Esta
oco11ência facilitou rnnside1àvelmente a nossa atuação na campanha Inicialmente fo-
tam tomadas as seguintes ptovidências atiavés do nosso emissário suptacitado:
11 - 25 625
-- 162 -
!~possível que no p1ox1111<> ,:::o de 19'í7 possa sei sobtévoada a átea teuitotial testante, do Estado,
o que p10piciatia a opottunichde de daunos pot rnnduída esta Ca1ta Co10g1áfica no ano de 19'í8
O novo mapa na eo·rnla de J :2'í0 000 setá mais uma gtandc wnquista no plal!o da cattogtafia
f1Lm1inense, pois tevelatá uma fisiogtafia mais rnrnplet,1, mais tirn em elementos compulsáveis do
que aquela até agota Lonhecicla
li - MAPAS MUNICIPAIS
Os v6os que estão sendo 1ealizados, pata a feiturn da Catta Co10g1áfica na escala de l:2'íü 000,
sct vilão também pata a elabo1 ac_ão de mapas municipais, na escala de 1: 'ítl 000, de \ ez que a cs-
utla de \ ''º é de 1: 30 000 A esrnlha desta última escala obeckceu à pt cvisão de se rnnfu.cionate111
os mapas municipais, conrnmitantemente com a tat efa, empenhada, de ptepato da Cu ta estadual
acima memionada Depois de wnduído, seuí um ttabalho de supta irnpo1tància, pois que os mapas
municipais existentes cLüam do ano de 1938, fotarn Lornpilados, quase todos, da Catta Cotoguífica
est<tdual de 1922, pelas 1'1 deitmas, cm obsu vância ao Deueto-lei nº 3 J 1; não passam de esquemas
ou esbo<,os info1mativos, eivados de falhas e de imptecisões Êste Depattamcnto está envidando
o mclhot de 'CUS edo1<,os pata que a Divisão da C,a1ta rnnte, no seu acctvo, L011l a (()lvtão rnmpleta
de mapas municipais, obtida pot meios térniws tcrnmendáveis
tações das Prefeituras no curso dos trabalhos, feitas no sentido de darmos ajuda
na solução de seus problemas técnicos Pedem-nos alinhamentos, nivelamentos, loca-
ções, pequenos levantamentos e outtos serviços dessa natureza, que, pela completa
ausência de profissionais habilitados nos seus quadros, deixam de ser feitos em pre-
juízo da boa administração, nos casos em que não podem lançar mão dos nossos
recursos. Para resolver essa situação angustiosa das Prefeituras de menores recursos,
que não podem sozinhas arcar com a manutenção de um engenheiro, temos lembrado
a conveniência de unirem-se três ou quatro municípios contíguos e custearem, êles
juntos, a despesa decorrente da pe1manência de um profissional nesse grupo para
atender, em comum, tôdas as necessidades que surgissem, da especialidade Se1ia o
ptincípio cooperativista pôsto em prática, em peculiar modalidade, a tiazer os seus
benéficos resultados Se tal providência não fôr adotada, serão, no futuro, os nossos
esctitórios técnicos de urbanização que terão de suportar êsse acrésdmo de serviço,
por não recusarem os apelos invariàvelmente formulados
Foram as seguintes as principais realizações desta Divisão:
Estas ttês localidades iecebcrnm, a um só tempo, o seu plano de w banilac_ão, antes de sei
ctiado êste Depa1tamento Uma via do plano foi ent1egue à P1efeiturn de São João da Ba11a
pata que p10movesse a sua execução Esta medida, po1ém, não foi tomada e wrn a sutessão dos
Pi efeitos foiam desapatecendo peças do plano, só não chegando a peidei-se êsse valioso ace1 vo,
poique com a oiação dêste Óigão foi-lhe enhegue uma segunda via, que se acha atualmente
1esgua1dada no sei viço de documentação Há alguns anos 1ecebemos iernmendac.ão supe1io1 paia
levantai novamente o cadastto de Atafona e G1Ussaí, pois, pela falta de inte1êsse que houve
pela exernção do plano, algumas centenas de casas foiam constrnídas a esmn, sem qualquer
considetação de 01dem utbanística
Feito o novo levantamento cadastial p10cu10u-se adaptai ao mesmo o plano tiaçado, nas
melho1es condições Mantém o Departamento, sediado em Atafona, um pequeno esnitótio de
utbanização, onde opetam dois de seus auxiliaies Estão fazendo a Jocar_ão do plano, matlando
quadtas, nivelando llHlS, otientando a P1efeitma, mantendo o cadastro atualizado, fiscalizando
a planta de situa(,ão dos p1édios que estão sendo levantados Os teuenos ele ma1inha fmam
cedidos ao Estado pelo Govêtno Fedetal mm a wndi,,ão de sei aplicado o produto da venda
dos lotes iespectivos na execuc,ão do plano de uibanizac,ão lotai Estamos aguardando, com
1edobiado empenho, que a Divisão do Domínio localize a posic_ão da linha de marinha pata
que tais lotes possam sei alienados Uma vez atingido êsse objetivo, podeiemos contai com
algumas dezenas de milha1es de uuzeitos pata invutct na constnu,ão de meios-fios, sarjetas, em
arboiizações, em pavimentações de tuas e ajaidinamentos Atafona e Grnssaí, bem ampaiatlos os
seus pfanos de mbanização, tornai-se-ão dois balneáiios de ptojeção internacional
Damos a seguit uma 1elação, ap1esentada pelo Auxiliai de Engenhei10 GERSON FONTOURA,
dos seivic,os p1incipais iealizados em Grnssaí, Atafona e de out10s solititados pela P1cfeiturn:
o) Grussoí
b) Atafona
2 - MANGARATIBA
O plano de u1banização pan esta cidade, iniciado no ano anteiio1, foi concluído e enhegue
ao Senhor Prefeito,:: que se most10u agradecido ao Govêrno po1 haver 1ecebido tão preciosa dádiva
,Q, çhefe do Executivo. Municipal acompanhou, pessoalmente, a evolução dos tiabalhos até o final,
manifestando-se de acôrdo com os traçados, por achá-los plenamente éxeqüíveis Na realidade,
- 165 -
temos pot n01ma, ao Jelineat os nossos planos, evitat ao máximo as desaptoptiai,ões (Ustosas,
sem fe1it a apiimoiada estétirn, a fim de fa(ilita1 a execui,ão do ptojeto, evitando, poste1io11nente,
ieclamac.ões em massa Temos wnseguido gtandes tesultados mm essa sistemática e obtido a
simpatia das autot idades do muni d pio
3 - ITAPERUNA
A tidade de Itapetuna estende-se pot uma g1ande átea, o que nos levou a exewta1 um
levantamento de dilatadas dimensões Tetminamos d mante o ano o se1 viço de (ampo, mmp1eendido
pot ttiangulac.ão, poligonais, nivelamento, altimettia getal e cadast10 Estamos desenvolvendo os
tiabalhos de esuitótio que se citcunsoevem a cálculos, desenhos, teduções, (Ópias e planejamentos
4 - NOVA FRIBURGO
O p10jeto urbanístico pata esta (idade foi o mais alentado feito até hoje pelo Departamento
Ob1igou-nos ao levantamento de uma área de cê1rn de quinze milhões de metros quadtados em
um te11eno dos mais acidentados Esta sede muni(ipal oes(e numa p10po1ção de ap10ximadamente
mil casas pot ano, pot onde se evidencia a impottâmia de um plano mntroladot e cootdenador
de tal ctescimento O Ptefeito valeu-se da nossa p1esença em campo e dos nossos set viços de
esoitório pata bem 01ienta1 a sua administiação, não petmitindo fóssem consttuídos ptédios em
lugates p1eviamente indicados pata futmas desap10p1iai,ões; colabo10u mm a nossa equipe, mm
vetdadei10 espÍlito público, teconhnendo o valot 1eal do empreendimento Uma vez seja instalado
um nosso esuitótio de mbanizac.ão nesta Jornlidade, embota pata se1vit a mais onze muni(ipalidades
(Ücundantes, há de êle prestar inestimável sei viço ao local, fiscalizando a atualiza1,ão do rndast10;
intet vindo nas lornções, obset vando o movimento de distensão da zona subu1bana e, nos pontos
de t1ansbo1damento sôbte a átêa tutal, acudindo prontamente com levantamentos que permitam
projetai a ampliação do plano, em moldes de petfeita ha1rnonizac.ão O p10jeto está concluído
e aguai da unirnmente a conclusão dos tiabalhos de encadernação pata se1 enttegue à Ptefeitma,
Fiwu concluído o serviço de rnmpo paia o plano mbanístico, em elaboiação, destas duas
localidades que, separadas pelo tio Paraíba do Sul, ieptesentam, no entanto, uma só unidade
popula(ional A linha fé11ea e a pista 10doviá1ia atravessam Agulhas Negras, de onde se1vem
a cidade de Resende A nova ponte de conneto armado, que liga êsses dois cent10s de atividade
humana, rnnstitui um elo a mais na fusão das duas rnletividades nsse aspecto setá devidamente
<.onsidetado no planejamento mbanístico do conjunto Ptesentemente, rnida-se da p1epaiação dos
desenhos, das mudanc.as de escala, de LÓpias em tela e vegetal e das disposições prelimina1es
O ttaçado mbanístirn será a última opeta~ão São 39 ptan(has de desenho que têm de ser
manipuladas, devidamente compostas, Jigo10samente ajustadas, antes de se1em teduzidas a urna só,
pata a apte(iação integial, como rnnvém aos estudos
6 - MACAÉ
7 - CONCEIÇÃO DE MACABU
Podemos conside1a1 quase findos os levantamentos desta cidade pata a elaboração do seu plano
urbanístico Contamos sempte mm ótima disposição do Senho1 P1efeito a fim de levarmos a boni
tê11110 a nossa ta1efa Vamos ini(ia1, no l 9 semestte de 1957, os serviços de esoitótio -- cálculos
e desenho
-166 -
8- MENDES
Foi concluído o plano de urbanfaação neste exercício e entregue à Prefeitura, para a respectiva
execução
9 - MAGÉ
O plano de urbanização desta cidade também ficou concluído e será encaminhado à Prefeitura,
em princípios de 1957.
10 - CORDEIRO
Chegamos à parte final do projeto. Os desenhos estão prontos Sôbre a planta de conjúnto.
está sendo traçado o plano
11 - RIO CLARO
12 - CONSELHEIRO PAULINO
Demos início aos levantamentos geodésicos desta localidade, que será considerada como um
prolongamento da cidade de Nova Friburgo Já há muito de comum na vida de ambas ~s
populações, circunstâncias que não será esquecida por ocasião de se estudai a feição urbanística
que se deverá imprimir a Conselheiro Paulino
13 - ITABORAi
Foram inciados os serviços de campo, já no fim do exercício, devendo seguir-se com. os.
levantamentos no ano de i957. "
Corta a Cidade de B'om Jardim o ribeirão Flo1es'ta, que, no plano de Ulbanizâção, figura canaliza-
do O estudo da canalização foi feito para atender o problema das enchentes a que estava sujeito
êsse curso dágua Caso seja o projeto do canal inteitamente executado não ,haverá. mais t~ans
bordamento 1l, no entanto, uma obra dispendiosa e por isso não obteve o Departamento recursos
suficientes para levá-la a têrmo Há muito~ anos foi feito um canal de pedra para conter as
águas do ribeirão, mas nem a forma nem a estrutura da obra obedeciam a especificações técnicas
O resultado foi o desmoronamento de uma grande parte à montante Na impossibilidaae de cons-
trnirmos todo o novo canal projetado, limitamo-nos ao setor desmoronado e com pequehas dotações
anuais fizemos uma restauração em boas condições de estabilidade. Esperamos deixar êsse 'trecho
concluído até fins de 1957
2 - CORDEIRO
Esta cidade também tem o seu p10blema de enchentes Ao estudarmos o seu plano de
urbanização levamos em conta o fenômeno P10jetamos um canal para o curso dágua que passà
pela cidade, tirando partido paisagístico e corrigindo a causa das cheias Durante o ano trabalhou
uma turma desta Divisão desmontando a ponta de um espigão, que produzia um estrangulamento
no rio, provocando extravasamentos, por ocasião ·das chuvas pesadas Esta obra é complementar
do traçado urbanístico idealizado
- 167 -
a) Trabalhos de escritório
b) Trabalhos diversos
Além dos tiabalhos a(ima enumeiados a D C , em colabo1ac,ão mm a D S U , desinrnmbiu-se
dos seguintes tiabalhos:
COMISSÃO DE TERRAS
Quando esta Comissão foi instalada havia uma suposição de que o Estado pos·
suía numerosas glebas devolutas colonizáveis A Divisão do Domínio tem encon-
trado os mais sérios tropeços para definir terras devolutas próprias estaduais Foi-nos
entregue a átea de Sodrelândia, sem estar medida, e então era voz corrente na região
que o Estado dispunha, ali, para mais de mil e quinhentos alqueires geométricos
Feito o levantamento, pela Comissão, constatou-se que a parte disponível do Estado
não ia além de cento e cinqüenta alqueires A wlônia fica afastada cêrca de dez
quilômetros da vila de Sodrelândia Foram construídas estradas de penetração, em
tetreno muito acidentado, num total de trinta quilômetros de extensão; levantadas
43 casas de colonos e as instalações da Comissão, na vila, de onde deveria ela irradiai
as suas atividades, pelos municípios vizinhos, em que se presumia possuir o Estado
vários tratos de terras colonizáveis Resta-nos passar o núcleo colonial de Sodrelândia
à Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, uma vez que já se a(ha preparado
para essa transferência
Dispõe o núdeo de 45 lotes, sendo que em dois dêles não foram construídas
rnsas de colono, Dos 43 lotes servidos de moiadia, 35 mantêm-se owpados, 4 estão
comprometidos e os restantes, reservados Houve várias desistên(ias, no rnrso da
colonização, motivadas, ora por absoluta falta de recursos do colono, ora por doença
grave em pessoa da família e falecimento, ou pot insufi(iência de vocação pata a
lavoura ou, ainda, por falta de disposição para trabalhar àrduamente Tem havido
grande prornra de lotes, porém, quase todos os candidatos ou têm o vício da bebida,
ou não contam com um passado recomendável ou são de tal maneira desprovidos do
mínimo para se manter, numa situação de indigência, que não podem ser admitidos;
Tem havido lotes que foram ocupados por 4 e 5 vêzes, antes de encontrarem o mo-
rador definitivo É indispensável que o colono, pata se instalar no núcleo, traga
consigo meios que lhe permitam atravessar aquêle período ini(ial, quando nada pode
lolhêr para a sua manutenção O fato de não precisar pagar o rnsto da te1ra e poder
resgatar o valor das benfeitorias num prazo longo, com a produção do próprio lote,
é já uma ajuda apreciável que o Estado está concedendo.
Os colonos têm sido supridos wm sementes de (eteais e hortaliças, com mudas
de cana e de árvores ftutíferas Uma certa área de cada lote é reservada para o
plantio de café, pois a sua lavoura é de todos bem wnhe(ida e as terras e o clima
p1estam-se admiràvelmente para essa cultura Foram distribuídas neste ano, entre êles,
32 490 mudas de café e milhares de pés, plantados em anos anteriores, entraram em
ptodução em 1956 Mais 70 000 mudas estão sendo preparadas para novos suprimentos
Foram os colonos atendidos no combate a pragas e na extinção de 220 founi-
gueiros; prestamos-lhes socorros em cêrca de 50 acidentes de trabalho; aplicamos-lhes
362 injeções e facilitamos-lhes 45 consultas médicas em Trajano de Morais Tive1am
assistência térnirn permanente no tocante a uma boa orientação agríwla; foi feita a
wnservação dos 30 km de estradas que lhes servem e mantidas suas casas em bom
estado de preservação, com a substituição de peças danificadas
Tem-se feito uma tentativa de ligar-se a colônia com Triunfo, localidade prú
xima, setvida po1 estradas de fctro e de rodagem Esta ligação p01ia o núcleo em
contato com a cidade de Conceição de Macabu, onde há uma usina de açúrnt e um
- 171-
,centro comercial Dêste modo a cana poderia ser mais um produto de exploração,
por parte dos colonos Uma vez construído êsse pequeno trecho de estrada ficaríamos
com nova ligação entre Campos e Nova Friburgo, com redução de algumas dezenas
de quilômetros na distância e com a vantagem de podermos ter linhas de ônibus
atravessando o núcleo e beneficiando uma região rica e povoada de fazendeiros e
sitiantes
O núcleo colonial de Sodrelândia representa o esfôrço estadual no movimento
de colonização nacional; dentro do território fluminense o Govêrno Federal, através
·do Instituto Nacional de Imigração e Colonização, mantém vários núcleos coloniais
em atividade, destacando-se, entre êles, os de São Bento, Santa Crnz, Tinguá, Macaé,
Japuíba, Piranema e Santa Alice
SERVIÇOS AUXILIARES
a) Protocolo
Foram registrados no P10tocolo, 842 documentos, e os seus movimentos devida-
mente anotados nas respectivas fichas A expedição dos volumes do 8.9 número do
'"Anuário Geográfico" estêve a seu cargo
b) Expediente
c) Mecanografia
d) Pessoal
CONTABILIDADE
MATERIAL
SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO
CONCLUSÃO
1696
13 de janeiro
1748
30 de maio
179 3
18 de janeiro
Nessa data o conde de RFZENDE, v1ué-1ci do B1asil oficiou ao juiz 01diná1io e mais
oficiais da Câma1a da vila de São Salvado1 de Campos sôb1c a 1cp1esentaç_ão dos mo1a-
do1es de Campos cm c1uc diziam lei sido avisados pata não de1rnba1 "paus Btasil"
debaixo da pena de 11101 te e rnnfislo dos bens, de rnjas penas se não podiam livrar,
nem evitai que os seus inimigos e malfcitotcs levados pelo intc1 êsse ou ódio, entiassem
cm seus matos, e coitassem os ditos p;ms, como constantemente p1aticavam, pata acusar
os suplicantes e se utilizatern do pt êmio, assim também, que os seus ptópiios esctavos
faziam o mesmo, pelo ódio que têm aos seus senho1 cs, 1 e fletindo sôbte lodo o tcfcrido,
delibc10u ljUe a dita pena se devia impor a quem vendesse os "ditos paus ou os extta-
viassc a li ôco de fazendas ptoibidas po1 set o único meio de conservá-los"
- 176 -
18o3
3 de junho
Tendo falelido, em 1802 o ciru1gião da Santa Casa JosÉ LUIZ MoNTEIHO DE SouzA,
foi o seu lugar ocupado por JosÉ MANOEL PINHEIRO, Llue se1via também de enfetmeüo
com o ordenado anual de 153$600, com a condi<.;ão de pernoitai e fazei as suas tefeiçf,cs
no hospital A Mesa em 3 de junho de 1803, delibe1ou que se lhes desse mais $60 diá-
J ios, "pata comer onde lhes aptouvesse" Igual quantia foi dada ao boticá1 io pata o
mesmo fim
Nesse ano era ptovedor o abastado fazendeito capitão PAULO FRANCISCO OA COSTA
VIANA, genro do coronel JOAQUIM VICEN rn Do~ Rms e prop1 ietá1 io <la Fazenda dos
Ayrizes e da sesma1ia de tertas, onde depois se fundavam as fazendas das Taipabas,
Cargueija e Boa Vista
Mandou êle vit do Rio de Janeiro impo1taclas de canta1ia pata a sauisha da ig1cja
e ajustou com o mestte VALEN'JIM FERNANDES FoR1 ES, a colocação de cada um com a
iespectiva sacada pot 13$500 (V ef 20 de ab1il de 1796)
1824
9 de janeiro
Nesse ano os ânimos se adrnvam muito exaltados entte b1 asileitos e po1 tuguêses,
cm São João da Batra, havendo mesmo divetsos conflitos em todos os pontos da vila
Propalando-se o boato que em casa do brasileito MANOEL ANTÔNIO DIAS havia gtande
cópia de atmamentos pata atacat os po1 tuguêses, a sua rnsa foi inva<lida, nada se enrnn-
trnndo e um fen eito po1 tuguês rnxo "com um espêto obrou pt ogídios"
O Juiz <le Fota, JosÉ LrnÂNIO DA SILVA, tendo notícia dos distútbios partiu da vila
de São Salvadot e convowu o povo à Câmat a e exottou-o à calma e fêz publicar um
bando
"Josú LIBÂNIO DE Sm1zA, Juiz de Fota nas vilas de São Salvadot e São loão d,t
Baua e Ouvidot inte1 no da Comatca, etc Faço sabei aos habitantes desta vila ele São
João que tendo ao dia 4 apatecido nesta mesma vila a suposta idéia de cjue os btasilei-
1os se L1ue1iarn levantai contia os pottuguêses, idéia esta L]Ue ttaz os ho1101es ela anarquia
e LjUe tanto pe1 tuba a boa otdem e ttanqüilidade pública, chegando o excesso de rn11e1
a casa de um cidadão, sem OJ dem alguma judicial, só pot meia desconfiança e com hí-
volo ptetexto de p10cu1a1 a1mamcntos, e sendo das sábias <lcte1111Íirnçõcs de S M o
lmpctado1 Lllle entte os seus súditos jamais deve havei a pe1 niciosa distin<,ão de nacio-
nalidades de cidadãos dêste Impétio, pot isso em nome do mesmo Aut;usro SENHOR
recomendo aos habitantes desta vila que devem cessat de semelhante distinção de lugat
de: nascimento, devendo só distinguit o ve1dadci10 biasileito, c1ue1 seja nascido neste ou
naL]Uele hemisiétio, uma vez que tenll<t abta<,ado a sagtada causa, pois que todos são
memb1 os desta sociedade E lodos aquêles L]Ue insultam pot pala vias ou de qualquer
outl a maneÍI a em t azão da sua naturalidade, se tão imediatamente processados com todos
177 -
os tigores da lei, o que espero, não seja pi eciso pôr em prática, pois confio na obedi-
ência e fidelidade dêste povo. E pata que chegue a notícia a todos, mandei passar e es-
crever êste bando que será apregoado pelas ruas Dado nesta vila de São João da Barra, aos
9 de janeiro de 1824 Eu MANOEL Go1rns MOREIRA, escrivão da Câmara, o escrevi.
JosÉ LIBÂNIO DE SOUZA"
1834
4 de janeiro
Os pteços dos gênetos que se vendiam em Campos nessa data eram os seguintes:
sebo, 2$500 a a11ôba; cal fino, 560 réis o alqueire, açúcar, l $800 a a11ôba; aguat-
dente, 30$000 a pipa, fumo maependi, 5$000 a arrôba; rapé, areia preta, 1$360 o bote,
vinho boideaux, 500 réis a garrafa, do Pôtto, 400 réis, figueira, 180 réis; de Lisboa,
160 réis, Malvasia, 360 téis; branco, 200 réis; vinagre, 80 réis; Genebra, 800 téis o li-
tro; azeite doce, 1 280 téis o litro; macanão 260 réis a libta, sabão, 160 réis a líbia;
carne-sêca do Rio Gtande, 2$000, 1$'500, 1$280 e 800 réis a atrôba, sendo a última
anunciada pata escravos; bacalhau em bauicas, 12$000; chatulos 4$000 o milheiro;
em casca 3$000 o saco e pilado 10$000; Agua da Colônia, 960 téis a ga11ata, velas de
café, 3$200 a anôba, manteiga, 400 a libta; azeite de baga, SOO iéis a medida; airoz
sebo do Pôrto, o caixote com 16 dúzias, 6$400; a va1ejo, 40 réis cada uma; graxa in-
glesa em potes giandes, 280 réis, fôlhas de sena, 480 réis; gtavatas de sê<la pteta,
1$000; branca ou de côres, 800 téis; peles de bezerro inglês, co1davão, de lustte e at-
cap1ezados, 2$000 a pele; ma11oquins de divetsas côres, 1$600
A pensão pata estudante, casa, comida e ensino das primeiras letras, 8$00 pot mês.
O orçamento da Câmara em 1834: Renda 10:865$000, despesa 4:265$500.
9 de janeiro
183 5
22 de janeiro
12 - 25 625
- 178 -
28 de março
1839
31 de janeiro
184 1
15 de abril
1844
9 de junho
1845
8 de janeiro
Foi aceita a proposta do Barão de Aiaruama, JosÉ CARNEIRO DA SILVA para a cons-
trução do canal de Macaé a Campos
1854
1. 0 de março
Foi substituída a iluminação do azeite pelo gás hidrogênio lkJtddo, sendo anema-
lantes do se1viço MANOEL FRANCISCO DIAS e JosÉ DE BRITO RIBEIRO, que se obiiga-
ram a iluminai a cidade com 751 lampeões, po1 3 :000$000 rs. anuais O gás foi in-
venção do francês SAMUEL HENSSLER
Já em 1850, CARLOS PERRET GEN'JIL conseguira que paiticulares usassem em sua
casa, o gás hid1ogênio líquido
1856
3 de janeiro
39 QUESITO -- Os preços dos gêneros acima mencionados são mui variáveis, pois
dependem da colheita e da época. Em alguns seitões dêste município, ainda são ven-
didos po1 mais alto preço do t1ue no nosso mc1cado geral, onde a falinha de mandioca
tem sido vendida de 280 a 800 téis a qua1 ta ( 10 litios); o feijão de 320 a 1$00; o mi-
lho de 160 a 640 réis, o café, cada artôba, de 2$400 a 3$000; o açúLar mascavo de
2$000 a 2$500 e o branco de 2$800 a 3$200
6'1 QUESITO - Um trabalhador não se sustenta po1 menos ele 400 téis, e pata
vestit-se e pata o aluguel ele casa, ptecisa de out10s 400 réis cliá1ios
2 de junho
Foi cm sessão dêsse dia e ano que a Câmaia Municipal deliberou que se nume1as-
se as segcs, tilbutis, saciáveis, e ca1 rinhos, que começavam a citcula1 em Campos
Antes, estavam em uso as caclcitinhas que ciam conduzidas po1 dois csuavos A
Santa Casa gua1 da uma das pteciosas cadeitinhas disputada pelos gtingos
Em 1885, apa1ecc1am calcchcs, betlinclas, cabriolets Vie1 am depois os rnupés,
alguns ele luxo, fanados de seda bianca pata os casamentos
As p1 incipais cocheiras ciam as cio irmãos Cruz e cio velho Lisboa e filhos
A ptimeiia deliberação 1egulamentanclo a diteção dos veículos entrou em vigor cm
1888
1864
4 de junho
Achando-se c1uase terminado o palacete rle JosÉ MARTINS PINHEIRO, mais farde
Barão da Lagoa Dourada, onde hoje se acha o Instituto de Educação de Campos, foi
feito o ensaio da iluminação, com grande admitação dos assistentes
Ó gás era produzido por apa1elho a gasômetto, com óleo ou corpo graxoso podia
fornecer luzes Os ricos lustres de grande esplendor forneceram luz em todo o edifício.
Os mais custosos foram removidos pata Petrópolis por ordem ilegal de um dos do go-
vêrno do Estado quando essa cidade era capital
1866
8 de janeiro
Nessa data o ptesidente da Província, DOMICIANO LEII'E RIBEIRO enviou uma pot-
taria à Câmata Municipal de Campos, comunicando-lhe que devendo ser cumptidas as
instruções do ministro da Agricultura publicadas cm 21 de dezembro do ano anteriot,
para que se realizassem cm tôdas as ptovíncias exposições dos seus produtos agrícolas e
industriais, lhe enviava as ditas instruções Esperava que empregasse todos os esforços
para êssc fim, tanto mais que devia abrir-se em Paris em 1867 um certame industrial
e o Brasil devia figurar nêle de um modo condigno, dos re< ursos de que dispõe e do grau
de civilização a que tem atingido, não olvidando que o mesmo aís ia ser de novo julgado
pelas nações mais cultas da Europa E terminava: "A Presidência espera o maiot zêlo
e atividade, a fim de que tão grande pensamento se converta em realidade Um povo
sem aspirações de conquista, sem pendor guerreiro, que se mostre capaz, cm desagravo
da honra nacional, ofendida, de improvisar exércitos de voluntários e discipliná-los le-
vando de vencida o inimigo, não deve ficar somenos, quando se trata das lides inuuen-
tas da indústria e civilização, pata onde o chamam as suas naturais propensões e os seus
mais caros intcrêsses; mostremos ao mundo que sabemos vingar a afronta e fazer respei-
tar o nosso direito, cultivando ao mesmo tempo as artes da paz
20 de maio
30 de maio
1869
3 de março
1875
13 de junho
14 de junho
15 de junho
1878
9 de fevereiro
1883
24 de junho
Para essa data foi marcada inauguração definitiva da iluminação elétrica da cidade
de Campos, sendo para o ato convidado S Majestade o imperador que veio com a im-
peratriz para S Fidélis, chegando pela manhã no vap01 "Agente"
Faziam parte da comitiva o ministro da Agricultura, o presidente da Província con-
selheiro BERNARDO AVELINO GAVIÃO PEIXOIO e representantes <la imptensa
S S M M foram recebidos pelo presidente da Câmara, Dr OLÍMPIO ToAQUIM
DA SILVA PINTO, e depois da oração na matriz se hospedaram no palacete do Barão de
Santa Rita onde hoje funciona o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais
S S M M partitam do Rio cm 22, chegatam à estação de Co1deiro, onde
foram recebidos pelo Barão de Nova Friburgo, e muito povo, seguindo depois para o
palacete do GAVIÃO, onde pernoitaram No dia seguinte, depois de ouvida a missa na
Capela do palacete seguiram em bondes do ramal férreo de Cantagalo, com destino a
Campos, passando por S Fidélis
Às 7 horas da noite D Pedro II foi à estação da luz elétrica, onde abriu a corrente
que devia iluminar a cidade
185 ~
1884
13 de janeiro
1887
1. 0 de março
1924
31 de março
Falece o grande btasileiro NILO PEÇANHA que ocupou os mais altos postos na admi-
nistiação do país
P1esidente da República, duas vêzes p1esidente do Estado do Rio de Janei10, depu-
tado, senador, ministro das Relações Exteriores, em todos êsses ca1gos ptestou os
mais assinalados serviços à Páttia, que tanto amava
Propagandista republicano, enfrentando corajosamente obstáculos que a outios pode-
riam parecer intransponíveis, NILO PEÇANHA, • môço ainda conquistou, de p10nto, a
estima e a admiração de todos
Era orador notável, jornalista e esoitor deixando um liv10 "Impressões da Eu10pa".
Nascera em 2 de outubro de 1867 e casado com ANA BELISÁRIO SOARES DE SousA
PEÇANHA Era filho de SEBASTIÃO DE SouzA PEÇANHA e de D JOAQUINA DE SÁ
FREIRE PEÇANHA
A PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO EM 1856 (*)
A REDAÇÃO
OBRAS PÚBLICAS
OBRAS DA CAPITAL
Mattiz da capital - Cabe-me felizmente o anunoar-vos que estão por fim teuni-
nadas tôdas as obras internas da Igreja Matriz de São João Batista de Niterói, fal-
tando tão-somente acabar de colocar em tôrno dela o lajedo e a giade que a devem
citcunda1
~ 190 ~
487:476$310
Esta soma ainda terá de ser aumentada com a de 14 ou 16 contos para concluir
as obras externas acima referidas. Cumpre todavia observar, que algumas obras de
pequena importância se fizeram na capital, à custa da consignação e dos recursos que
eram peculiares a esta edificação. Foi um dos fardos pesados de que se aliviou a admi-
nistração da província.
Matriz de São Lourenço - Ao tomar conta da presidência achei procedendo-se ~
desapropriação do terreno necessário para a matriz de São Lourenço, de conformidade
com a autorização e a planta para a fatura dêste edifício; confesso-vos, porém, que me
não animei a comprometer os cofres provinciais neste novo empenho, quando apenas.
se está concluindo o de que venho de falar-vos, que tão oneroso lhes foi N'ão sei
mesmo se é uma daquelas necessidades mais urgentes, e que deva por isso merecer
imediata preferência, em presença de muitas outras igrejas de diferentes localidades,
com menos recursos espirituais. Para servir de matriz, a lei n. 9 71 O, de 11 de outubro
de 1854 havia mandado desapropriar a capela de Sant' Ana, que generosamente foi
depois doada à província por seu possuidor; malograram-se, porém, as' piedosas inten-
ções do cidadão que fêz essa oferta, e dela só resultou um improfícuo ônus aos cofres,
da quantia de 1 :000$000 rs., em que importou a demolição que se mandou fazer da
mencionada capela, por ameaçar iminente ruína; não se podendo no mesmo terreno
edificar a nova matriz projetada, porque parece que não foi êste incluído na doação
feita, segundo sou informado, a qual só havia sido do edifício.
Quartel do corpo policial - Despendeu-se com êste edifício até princípio de 185 \
em que se suspendeu a obra, a quantia de 70:460$149.
Existindo por concluir-se uma parte dêle, no entretanto, que já estava com as
paredes da frente acabadas, faltando apenas a dos fundos, estando com tôda a cantaria
assente, e achando-se assim exposta esta porção importante de obra às intempéries do
tempo, que poderiam trazer brevemente a perda das somas despendidas em levá-la
ao ponto em que se achava, entendi como uma medida econômica utilizar, enquanto
- 191-
era tempo, as despesas feitas, tanto mais que, além da elegância e acabamento da
fachada do edifício, que tenho agata por consideração de ordem secundária, havia
efetivamente necessidade de acomodações, senão para as praças que ordinàriamente
1esidem no quartel, ao menos para melhor serviço do corpo, sua airec.adação e cozinha,
e até para uma prisão adicional à da casa de detenção, que atenta à pequenez desta,
se po<le ali provisàriamente estabelecer
Mandei pois orçar a despesa para a conclusão do lanço começado, e sendo ela
estimada na importância de 19: 722$500 1s , entendi preferível fazei a obra por arrema-
tação, para o que mandei pô-la cm hasta pública.
A pedido do comandante do destacamento de linha existente nesta cidade, ordenei
que se fizessem ligeiros 1eparos no pavimento que serve de quartel, por ter reconhe
cido sua necessidade
Cemitério de Maruí - Pelo alt 2.9 da Lei n 9 501, de 9 de abril de 1850, auto-
iizastes a presidência a despendei até 10 :000$000 is com a obra do cemitéiio público
na cidade de Niterói
Em feverei10 de 1853 efetuou-se, como sabeis, a compra de um~ propiiedade
paiticular, sita em Maruí, 9ue imp01tou em rs 12:402$350 A especialidade do terreno
de tôda a ftente desta piopriedade, tornou indispensável aterrar-se uma extensa linha
à ma1gem do mangue com que êle c.onfinava, e bordá-la tôda de um cais sôbre o
qual se assentou uma 1ua de 60 palmos de laigo, que acompanha a testada do refe-
rido teneno, no sentido longitudinal do muro que a divide do cemitério Tendo-s;:
igualmente aterrado a parte interna dêste, ieconheceu-se mais tarde que o atêtro piati-
cado não eia ainda suficiente pata evitai que as sepultmas ficassem inundadas pela
água que se encontrava logo nas primeitas camadas de escavação; sendo por isso mistet
fazei-se um novo aterramento, a que se está p10cedendo por arrematação
As despesas até fim de junho último feitas c.om êste sei viço, são as seguintes:
Rs 84:920$863'
A ma1oi algarismo, porém, devem nec.essàtiamente subit estas obias, atentas .1s
exigências <lo serviço dêste estabelecimento; e por isso cumpie que as computeis na
designação dos fundos que autoiizaides pata a verba de obras públicas
Releva de mais informai-vos que, po1 ocasião da epidemia, e não estando ainda
atenada a paite infetior do cemitério, fizeiam-se enterramentos em um teireno con-
tíguo, de proptiedade de heideiros de C Luís Machado, continuando-se aí a piaticai
sepultmas, por não estar ainda convenientemente preparada a área do cemitéiio em
que deviam elas ter luga1 Daqui resulta a necessidade de autorizaides a piesidência
a desaptopiiar a parte dos tenenos contíguos, que é hoje indispensável adquitir, não
só para não dat a autoridade o mau exemplo de invadir a p10priedade alheia, como ·
...,..192 -
pata poder isolar o recinto dos jazigos existentes das chácaras vizinhas, por meio de
um muro que o circule.
Em presença dos dispêndios feitos, e do que tem ocorrido, fôrça é fazer ainda
êste sacrifício, que deve porém ser de pouco valor, uma vez que a desapropriação
seja como digo, sàmente da parte dos terrenos próximos, e não de tôdas as proprie-
dades a que êles pertencem.
Mandei levantar uma planta não só do cemitério como dos terrenos adjacentes,
e sôbre ela traçar as porções destinadas aos enterramentos dos cadáveres pertencentes
às irmandades, que ali têm seus jazigos separadamente do dos outros cadáveres, com
designação das áreas para os carneiros e para as covas simples; bem como os espaços
em que se devem praticar as ruas e plantio de arvoredo ou relva, para embelezamento
do lugar, adaptado tudo à fisionomia e proporções do terreno.
O resultado dêsse trabalho foi ficar dividida a área do cemitério em 8 grandes
quadras, das quais 4 foram escolhidas pelas irmandades do SS. Sacramento, de Nossa
Senhora da Conceição e de Nossa Senhora do Rosário A primeira tem construídos na
sua quadra 45 carneiros, e prossegue fazendo outros
Nas quatro quadras restantes, que constituem o cemitério para o público em geral,
existem 55 carneiros para adultos e 30 para inocentes; procede-se à feitura de algum
outros para êstes últimos, dos quais há mais falta.
O custo médio de cada carneiro para adultos tem sido de 80$000 e para os me-
nores de 50$000
Em regulamento de 16 de abril último estabeleceu o senhor conselheiro presi-
dente da província o serviço dêste cemitério; e como não se tenha ainda podido fazer
com que alguma irmandade ou empresário dêle se encarregue, conforme foi recomen-
dado pela lei n,9 776 de 19 de setembro do ano findo, ficou sua administração pro-
visàriamente a cargo do chefe de polícia, incumbindo-lhe a escrituração, contabilidade
e todo o custeio do estabelecimento, e bem assim a percepção das taxas; as quais,
porém, havendo sido marcadas pela deliberação de 30 de outubro do mesmo ano
findo, que êste regulamento mandou invalidar, indispensável era que fôssem de novo
estabelecidas
Mandei organizar os modelos para a respectiva escrituração, e ordenei que por
enquanto subsistissem as mesmas taxas, até serem definitivamente fixadas, quando esta
administração fôsse entregue a qualquer emprêsa particular.
Parece-me, no entretanto, exagerado o pessoal que lhe foi dado por deliberação
de 30 de outubro passado, que só a quadra calamitosa por que passamos poderia
justificar.
Matrizes
cipando que uma das tôrres ameaçava p1óxima ruína, expedi ordem ao chefe do
disttito para dar tôdas as necessátias providências, de modo a evita1-se qualque1 desast1e
Matriz de Santo Antônio de Pádua - O atual vigátio, por ocasião de parti-
cipar-me a sua posse, representou-me que não há ali capela em que se celebrem os
ofícios divinos, e logo após, cm 21 de junho, comunicou-me que vátios fazendcitos
estão dispostos a concorrei com o dinheiro e madeitas para a ereção de uma igreja
que se orça em sete contos e quinhentos mil réis Em p1esença da exigüidade desta
quantia, da dificuldade de encontrat pessoas que o auxiliem no trabalho, e sob1etudo
da falta de ope1ários, teceia o reverendo vigá1io empreender a obia, e solicita a inter-
venção do govê1110 Recomendei-lhe que p10cu1asse realizar a subscrição e recolher o
seu ptoduto à colet01ia provincial, e na mesma data exigi infounações do chefe do
distrito, ordenando-lhe que levantasse a planta e otçamento de um templo modesto,
mas propo1cionado ao desenvolvimento do lugar Agua1do o 1esultado destas 01dens
pata deliberar o que fôt conveniente
Mat1iz de Nossa Senhora do Destê110 de Itambi - Ainda não estão concluídos
os consertos a11 ematados pelo sr Antônio da Costa Cordeii o, a quem concedi uma
p1011ogação de prazo, atendendo a motivos valiosos que me alegou Espero, po1é111,
que em b1eve estará te1minada esta obra.
Matriz de Nossa Senhoia da Conceição da Jurnjuba - Da sua conclusão depende
a inaugurac.ão da f1eguesia, aliás utgente, porque os m01ad01es do lugar, pata obte1em
os wcorros espirituais, são fo1ça<los a caminhai uma légua de estrada, em alguns pontos
de difícil ttânsito, ou a fazerem uma viagem por mar, que nem sempre é sem perigo
Atendendo a isto, ordenei ao chefe do distrito que 01çasse as obias indispensáveis
para concluir-se o templo, de modo que nêle se possam celebtat os ofícios divinos,
e conto que terá isso lugar com brevidade.
Matriz de Nossa Senhora da Glótia - Constando-me que o cidadão sr Antônio
Leite Pinto promovia para as obras desta matriz uma subscrição, que ia em maio
último 01çava por 6: 500$000, exigi do chefe do 3 9 disttito informações sôbre a con-
signação que deva ter para sua p10nta conclusão
Matriz de Cabo Frio -- A comissão encatregada das obias desta mattiz, paiti-
cipou-me em l '5 do mês findo, havei já comp1ado a madeita necessária, que tratava de
conduzir, a fim de começar os tiabalhos da construção,
Estradas
13 - 25 625
- 194 --
de que se incumbiu o sr. JoÃo BATISTA VIEIRA FERRAZ, acham-se concluídas, restandu
apenas as po'.1ks, pontilhões e bueiros da F', 3'! e 4ª secções, que não entraram no'>
respectivos contratos.
As sete léguas de estiada a cargo do cidadão sr ANTONINO PEREIRA GUSTAVO,
deveriam ficar concluídas em 30 do mês findo; mas representando-me o arrematante que
fôia obrigado a suspendei os ttabalhos por motivo da epidemia, concedi-lhe uma pror-
rogação de quati o meses, que termina em 30 de novembro próximo
Esta parte de estiada, da qual tenho boas infounações, vai sendo exerntada com
solidez e peifeição, 1 estando cêrca de uma légua para conclusão final.
P01 conta dos trabalhos feitos nas três primeiras secções recebeu o a1 rematante a
quantia de is. 71 :436$000, e à vista da atestação do engenheito do distrito, mandei
entregar ao sr. JoÃo BATISTA VIEIRA FERRAZ a quantia de 10 :914$000, bem como ao
sr. ANTONINO PEREIRA GUSTAVO a de 70:000$000 por conta dos 120 de seu contrato,
sendo em <linheito 40: 000$000 e em letras a 4, 5 e 6 meses, 30: 000$000.
Pontes
por outras, também de lei: de acôrdo com o chefe do 5,9 distrito, e com a com1ssao
encarregada da direção das obras, aquiesci à exigência, sem alteração do preço do
contrato
Ponte sôbre um sangradouro do no Macacu - Esta ponte, situada na estrad,1
de Macaé para Campos, achando-se muito arruinada, foi mandada consertar por pm-
taria de 16 de fevereiro último, e sendo contratados os seus reparos pelo chefe do
distrito com o carpinteiro JOAQUIM DA SILVA NEVES SERENO pela quantia orçada de
1: 382$000, aprovei o contiato, impondo ao empreiteiro a obrigação de conse1 var a
obra, salvo casos de fôrça maior, por espaço de três anos
Ponte sôb1e o rio Mambucaba no lugar dos Ilhéus - O chefe do 1 9 distrito
cumprindo a ordem que lhe fôra dada em 4 de maio apresentou-me a planta e orça-
mento desta obra na importância de 8 :246$200 rs : mandei ouvir a 1espeito o enge-
nheiro das obias da capital, e agua1do a resposta para resolver sôbre esta construção
1eclamada pelos moradores da localidade
Ponte sôbre o Ribeitão das Lajes, na estrada geral de Itaguaí - Esta ponte perdeLl
tôda a sapa de um dos pegões laterais, que foi totalmente arrojada pela enchente do
rio, ficando êsse pegão sem ampato e sujeito a sof1er giande nlÍna
O ptanchado e out1as madeiras dos altos estão muito deteriorados, e po1 isso con-
vém mandar fazei já os conse1tos, pata evitai maior dano e despesa, a qual é orçada
em 2:353$200 rs Por p01taria de 26 do passado, autorizei o engenheiro a contratá-los
Pontes da Combica e Caricibu - Estas pontes e os respectivos aterrados, ainda
não foram concluídos pelo arrematante, sr dt Antônio José Pereira das Neves, a quem
neguei uma prorrogação que me pediu em 3 de junho, por já lhe haverem sido con-
cedidas quatro para o acabamento desta obra
Ponte sôbre o Córrego da Vargem Grande - Esta ponte, que se acha na estrada
de Cantagalo para o pôrto da Sapucaia, no rio de São Pedro, município de Macaé,
foi contratada pelo chefe do distrito em virtude de p01taria de 30 de ab1il dêste ano,
pela quantia de 550$000 lS, com o carpinteiro DOMINGOS MARTINS VIANA, e deve
ficar concluída até o último do corrente: aprovei o contrato em 7 de julho próximo
findo
Ponte sôbre o rio Bonito - Esta ponte, colocada no ponto em que o rio faz
barra com o rio Prêto, no município de Paraíba do Sul, a11ematada pelo sr ANTÔNIO
JosÉ DA ROCHA FRAGOSO, está conduída na forma do contrato, segundo me participou
o 1espectivo engenheiro cm ofício de 24 de maio
Ponte sôbrc o rio Fagundes - Os conse1tos desta ponte, que fica na estrada que
conduz da f1cgucsia <le São José do Rio Prêto para a vila da Pat aíba do Sul, anema-
lados pelo mesmo sr ANTÔNIO JosÉ DA ROCHA FRAGOSO, estão também concluídos,
segundo na mesma data me participou o dito engenheiro.
Ponte do Senetá1io - Representando-me o engenheiro encarregado da estrada da
Estrêla, na Paraíba, a urgente necessidade de uma ponte no lugar acima denominado,
e de um pontilhão de madeira - no córrego da Laje - junto à Sambambaia, auto-
rizei-o a contratar estas construções com quem mais vantagens oferecesse, o que acaba
de verificar-se
Ponte e pontilhões sôb1e o rio Mambuca - A enchente da lagoa de Maricá
tem demorado a construção desta ponte e pontilhões contratados pelo capitão o
- 200 -
Barcas de passagem
Quartéis
Canais
* * *
Dei as neccssauas ordens para continuarem no cotrente semest1e as obras cm
andamento com as mesmas consignações do ante1ior; ficando porém dependente a
disttibuição definitiva do crédito desta ve1ba, de informações que exigi dos enge-
nheiros e comissões administiadoras Eis aqui a soma dist1ibuída
CAPITAL
PRIMEIRO DISTRITO
Matrizes
2 De São João Marcos 3:000$000
3 De Santo Antônio de Capivari 2:400$000
4 De Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba 2:400$000
Estradas
5 De Parati 4:800$000
6 De Mambucaba 4:800$000
7 Da Pedra, e de João d'Oliveita 4:100$000
Outras obras
8 Cemitério de São João do Príncipe 1 :200$000
9 Cadeia do mesmo lugar 2:000$000
SEGUNDO DISTRITO
Matrizes
10 De São Sebastião da Barra Mansa 3:000$000
11 De Sant' Ana de Resende 2:400$000
12 De São João Batista do Anozal 4:800$000
Estradas
13 Do Presidente, desde o Ribeirão das Lajes até o Arrozal 6:800$000
14 De Resende ao Ariró 6:000$000
15 Da Serra do Picu ..... . 6:000$000
16 De Itaguaí à freguesia do Bananal 3:000$000
17 De Itaguaí, desde a raiz da serra até Matias Ramos (a importância
das férias) $
TERCEIRO DISTRITO
Matrizes
18 De Nossa Senhora da Glória de Valença 3:000$000
19 De Santa Teresa 8:000$000
20 De Nossa Senhora da Conceição de Marapicu 2 :400$001)
21 De Santo Antônio do Rio Bonito 3:000$000
Outras obras
22 Estrada do Comércio . 6:000$000
23 Casa da Câmara e cadeia de Vassouras 8:000$000
QUARTO DISTRITO
Matrizes
24 De Nossa Senhora do Amparo, de Maricá . . ..... 6:800$000
25 De Nossa Senhora da Conceição, da vila do rio Bonito 3:000$000
26 De Nossa Senhora de Nazaré, de Saquarema 2:000$000
27 De São Gonçalo, de Niterói 2:600$000
28 De Nossa Senhora da Lapa, de Capivari 1 :200$000
- 203 -
Estradas
29 De Sampaio a Capivari 722$930
30 Das Sete Pontes 7:200$000
31 Cordão de Itaoca, e ponte do mesmo nome sôbre o rio Imboaçu 3:000$000
QUINTO DISTRITO
Matrizes
32 De São João Batista de Macaé 4:800$000
3 3 De Nossa Senhora das Neves 2:400$000
34 De Santo Antônio dos Guarulhos, em Campos 2:000$000
3 5 De Santa Rita 3:000$000
36 De São Salvador 6:000$000
3 7 De São Fidélis 2:600$000
Outras obras
38 Ponte sôbre o Rio Macaé em frente à cidade 6:000$000
39 Muralha do Paraíba em Campos 6:000$000
40 Cadeia do mesmo lugar 6:000$000
SEXTO DISTRITO
Matrizes
41 De São João Batista, de Nova Friburgo 3:600$000
42 De São José da Boa Morte 2:400$000
Estradas
43 De Cantagalo ao Pôrto das Caixas 24:000$000
44 Do Capim d'Angola 4:000$000
45 De São Sebastião ao Curato de Santa Maria Madalena 6:000$000
46 De Cantagalo a Macaé 16:000$000
SÉTIMO DISTRITO
Matrizes
47 De Nossa Senhora da Piedade, de Inhomirim 1 :800$000
48 De São Nicolau de Suruí 1 :800$000
Estradas
49 Nounal da Estrêla 36:000$000
50 Da serra do mesmo nome 24:000$000
5l Entre o Paraíba e o Paraibuna 3:000$000
52 Da Taquara 3:000$000
Outras obras
53 Cadeia da Paraíba do Sul 12:000$000
54 Ponte do Rio Paraíba (a imp01tância das férias) $
- 204 -
CASAS DE CARIDADE
Pelo mapa apenso sob n? 27, veteis o movimento dos presos e dos afticanos
liv1es ao serviço das obras da capital, tratados no hospital da cadeia d' Ai mação desd"
julho de 1855, até junho último, e cujo resumo é o seguinte:
l
Cativos
E1istiam no a de julho
0
3
Da casa de detenção { LiVJes
CJativos 2
Afiicanos livies das obias pDblicas 3
10
l
Cativos 10
Entiaiam 70
Da casa de detenção {LiVJes
CJativos 53
Ali icanos livies das obias pnblieas 38
227
~~ J 1971
Da casa de detenção { Livies
Cativos
Ali icanos livies das obias pDblícas 36
Faleceiam
r
l
Da cadeia
Da casa de detenção
{ Livies
Cativos
{ Livies
Cativos
~l 19 !""
Afi icanos livies das ohias pDb!icas :-f
JDa cadeia { Livies
Jl,xistiam em 30 de junho
lDa casa de detenção
WCativos
{ Livics
Cativos
:1
-4 J
11
1ü
acha a cadeia Situado na base extrema ela montanha da Aimação, à boda do mar,
junto de uma rocha, e f10nteiro à bana, êste edifício, que faz paite de muitos outros
armazéns construídos para o fabiico e guarda elo azeite ele baleia, não só está longe
de satisfazer às exigências ele uma plisão regular, como às condições higiênicas indis-
pensáveis a uma casa onde existe constante aglomeração de indivíduos
Demais, a falta de exercício ou tiabalho, excessos reprovados a que po1 ven-
tuta se dão homens corrompidos, e muitas outras causas deletéiias, além da peculiar
circunstância de não se poder aplicar aos enfermos, po1 sua especial posição, todos
os meios conducentes a seu itatamento, devem forçosamente influiJ não só para aquela
afecção, como pai a sua maior mortalidade
No entJ etanto, é dever da sociedade, é ainda preceito constitucional, que as
cadeias sejam casas convenientemente edificadas, de modo que não aumentem o cas-
tigo ao delinqüente. Não cabendo, porém, nos 1ecursos da pi ovíncia prover de p10nt0
a tôdas as suas mais mgentes necessidades, vou mandar assoalhar o pavimento térreo
da piisão, pata evitai a maior umidade, que aí se sof1e, limitando-me a mencionar
aqui estas observações, que ioma1eis como uma informação que me corria o dever
de apresentai -vos
O apenso sob 119 32 * mostia também o mapa dos entenamentos no cemitério
de ManlÍ.
LOTERIAS
veidade assombroso ver que 16 920:000$000 têm sido paiados por conta da pro-
víncia no jôgo colossal das loterias que coirem na capital do Impétio, e que esta
imensa soma tem produzido pata a renda geial 1.542 :660$000 rs e para os fins
de sua aplicação provincial 1 545 :340$000 rs Ê um pesado impôsto, cujo menor
inconveniente está no algaiismo que produz: sua ação sôbre os atos e a mo1alidade
pública, seus efeitos infalíveis, em tôda a escala das conveniências sociais, sugerem
raflexões de suma giavidade, que porém eu me abstenho de apresentar, em defe-
rência aos atos de onde emanam semelhantes concessões, e aos fins para que foram
elas feitas.
COLONIZAÇÃO
AFRICANOS LIVRES
MUNICIPALIDADES
14 - 25 625
210-
Magé - Pede que se desobstrua a bacia e canal daquela vila, e bem ass1m a
abertura da baua e a constrnção de um cais que defenda os prédios cont1a as en-
chentes do rio
Mangatatiba - Pede que se lhe conceda a consignação de 20 :000$000 em
quatro prestações anuais, a fim de poder com as sobras de sua receita, na forma
do atl 56 da lei n9 850 de 15 de novemb10 último, lünstruir uma casa pata suas
sessões O~trossim, que a nova estiada chegue até à vila e faça no seu pôrto o com-
petente embarque e desembarque. Também reclama a fa~ura do cemité1io, pata o
que já agenciou algumas quantias: exigi do engenheiro planta e 01çamento
Maticá - Pede que se mande faze1 um atêrro em tôrno da casa da Câmara,
pata acautelar a aúna do edifício, cujos alice1ces já estão descobertos. Pede também
um pontilhão na estiada getal que da vila vem a Niterói, no atêr10 entre a fazenda de
JoAQULM DA SILVA CuNHA e o rio Mambuca; pot isso que não havendo esgôto para
as águas, elas se espalham pela estrada e a tornam intransitável, e outro no campo
da fazenda do referido CUNHA, em um rancho que ali existe
Pede mais a desap10p1iação do te11eno que existe em roda da rnsa da Câmata
e cadeia, pe1tencente a JosÉ CARLOS FERREIRA DUQUE-ESTRADA.
Rio Bonito - Reclama um chafa1iz no la1go da mattiz, oito lampiões, uma
jJonte sôbte o rio da Domingas, e atettos na esttada ge1 a] próximo à ponte do rio
Tanguá, pois que sem êsse repa10 torna-se o caminho aí intransitável
Resende - Pede que ao lado esquerdo da estrada do Picu se mandem fazer
as seguintes obras:
Um lanço novo e rampa na ponte do ribeirão do Fernandes, dois pontilhões
no campo da fazenda do finado padre MARIANO sôbre dois valões que desembocam
no rio Paraíba; um grande atêno na fteguesia de Campo-Belo e pontes nos tibeirões
de Santo Antônio e Salvado1 Leite
Pede mais que se continue com a rnnsignação marcada pata a conservação da
estiada do Aiitó, e se mande construir a cadeia da cidade; que se torne efetiva a
consignação de 3 :000$000 is marcada para alfaias da matriz, e que se aumente a
consignação de 10:000$000 rs designada pata as obras da mesma matriz
Saquatema - Pede a fatuta da casa da Câmata e a comunicação das lagoas de
Araruama e Saqua1ema por meio de um canal ou vala navegável; o cemité1io; o exame
da barra de Saquarema; os tepatos da estrada de Gunuapina ou Utuçanga ao entrar
no Pôrto das Caixas; e o lürte das voltas do tio Jundiá, como já tesolvido pelas leis
números 780, 842, 843 e 845 do ano findo
Pede igualmente uma rnelho1 divisão do seu município; visto como a divisa
estabelecida na delibeia~ão de 30 de maio de 1846, do alto da setta do Tingui pela
estiada getal até o rio Mole, e alto da seua do Boquei1ão, dada à vila do Rio Bonito,
prejudilüu o têrmo de Saquatema, tanto pot êsse lado como pelo da freguesia de
Arat uama.
Santo Antônio de Sá -- Exige que se etga um muro que feche o cemitério
público, ctíado em teneno dos teligiosos Franciscanos, e que se edifique uma casa
pata encomendação e depósito dos cadávetes.
Reclama também uma ponte, atêtro e pontilhões no tio Guapia~u, na estrada
provincial, no lugar de Pirassinunga, freguesia de S. José. Esta obta achava-se com
- 211 --
os pegões da ponte na altma em que chegam as águas nas grandes enchentes, e com
o atêrro e mais um dos pontilhões quase concluídos, quando faleleu o anematante
JoÃo EscossrA, encauegado dessas obias.
Desde então ficou tudo em abandono, conservando-se potém em bom estado o
que já estava ptonto.
São João do Príncipe - Lembta a necessidade, aliás já atendida pela Assem-
bléia em lei, de providenciai-se sôbre a extinção das fo1migas saúbas, que destroem
os cafezais de modo c1ue teduzem a colheita à metade
Valença - Atendendo à uescente população e importância do município, a
Câmata indica como mgente necessidade a criação de uma aula ela língua latina.
Também insiste na conclusão do edifício que eleve servit pata as sessões ela dita Câ-
maia, e pata as do júri.
Vassouras - Pede: 19) a u iação dos empregos de pattidotes, wntado1 es e
distribuido1es, sendo os últimos reunidos ao de ptimeiro partidor, e de um cmaclor
geial ele ó1fãos, arnmulanclo os de promotor ele capelas e resíduos, cutad01 de afJ i-
canos liv1es e ele colonos, e podendo todos se1em 1eunidos na pessoa do promoto1 da
comarca; 2°) a cJ ia<.,ão do emprêgo de esuivão uiminal e do júri com exclusivo
nos p1ocessos lrimes, e com o ordenado de trezentos a c1uat10centos mil téis; 39) um
ramal da estiada que vai te1 diretamente à do Presidente Pedreita, e o melhoramento
da estrada da polília na entrada e saída da vila, 49) a aprovação definitiva do seu
código ele postmas, que brevemente ap1esentará; 5°) uma loteria elo fundo de cento
e vinte contos para conduzir ao seu p1incipal chafariz as águas cio ribeirão da Cons-
tan~a, por ser má a de que se abastece a vila, 6º) a soma p1ecisa pata a conclusão
do alta1-mor da matriz
Ser-vos-ão p1esentes os orçamentos e contas da 1eceila e despesa das Câmaras
que têm cumpiiclo a disposí<.,ão do art ?9 da lei nº 849 de 5 de novemb10 de 1855.
Apenas cinco a não têm satisfeito, sem que todavia possam se1 acusadas de
omissas, atendendo-se a que o se1 viço de nossos correios ainda não é desempenhado
mm tôda 1egula1idade.
Do apenso sob nº 31 * vereis a 1eceita e despesa das vinte e c1uat10 Câmaras
Municipais que remetetam seus balanços do ano de 1855, e 01çamentos para 1857.
OBJETOS DIVERSOS
Divisas da p1ovíncia Continua ainda sem solução o conflito oco1 tido, entre
as auto1idades do município cio Bananal, na p10víncia de São Paulo, e as do ela
Bana Mansa, po1 ocasião do inventário elo pad1e BEN'IO Josíi DUARTE, de que
fêz menção o excelentíssimo p1esidente em seu relató1io do ano passado: depende ela
ela ve1 ificação da linha divisó1ia das duas p1ovíncias, a que devem procedei dois enge-
nheitos, cuja nomeação ainda não está feita, havendo-se oficiado à ptesidência de
São Paulo para designar o que pot parte dela deve concorrei para semelhante trabalho.
TERRAS PúBLICAS
tidas poi posse, sujeitas à legitimação, ou poi sesmarias ou outias concessões, que
estejam pot medit e dependentes de revalidação Também não se acha ainda c1iada
a 1epailíção a que deve ficai especialmente incumbido na província êste ramo ele
servi<,o
ÁGUA POTÁVEL
DOAÇÃO
* * *
Incompleta e cheia de graves om1ssoes é a expos1çao que vos tenho feito dos
importantes negócios da província, interinamente confiada à minha administração: não
me foi porém dado desempenhar êste dever a par de meus desejos, e na altura di
ilustrada assembléia ante quem venho cumpri-lo.
Já invoquei para minhas faltas vossa benevolência; agora, confiado na harmoni1
que deve, e me é losonjeiro crer que há de reinar entre os podêres políticos da pro-
víncia, como seguro garante de sua prosperidade e princípio conservador dos direitos
de seus habitantes, acabarei solicitando vosso poderoso auxílio para levar ao cabo minha
difícil missão.
Aos quato1ze dias do mês de maio do ano de mil novetentos e cinqüenta e seis, às nove hora,,
no Gabinete do Enelentíssimo Senho1 Seuetá1io ele Viação e Obias Públicas, nesta tidade ele
Nite1ói, Capital do Estado do Rio de Janei10, tealizou-se a ttigésima sétima teunião 01diná1ia
do Diletódo Regional de Geogiafia, sob a p1esidêmia do Douto1 SALO BRAND, senetatiada pelo
Engenheilo tm7 DE SouzA e p1esentes os Conselheiws Engenhei10s DÉcro S!LVINO DE FARIA
e JACINTO Vru E! A FILHO, Senho1es AI DEMAR ALEGRIA e BENEDITO ]ORDÃO DE SOUZA, êste
último 1ep1esentando o Inspeto1 Regional de Estatístirn Munitipal, os convidados espetiais P10fcsso1
ÜRI ANDO VALVERDE e Engenhei10 GILVANDRO SilllAS PEREIRA, tespectivamente Diteto1 da Divisão
de Geogiafia do Conselho Nacional de Geogiafia e Chefe da Seu,ão de Levantamentos Mitsos
da Divisão de Ca1tog1afia do mesmo Conselho, e o Seuetá1io Assistente JEFFERSON FERREIRA
DOS SANros Depois de os p1esentes te1em apôsto as suas assinaturns no liv10 p1óp1io, o Senho1
P1esidente, dedaiando abelta a sessão, mandou que se p10tedesse à kituia da ata da sssão ante1io1,
finda a qual foi ap10vada, sem debates Em p10ssegui111ento, o Senho1 Sec1etá1io leu o seguinte
expediente: a) Cópia do Ofkio n" 5, de 24 de feve1ei10 de 19%, do Senetário do Di1etóiio
ao Seuetáiio-Geial do C N G , manifestando o pesai dos memb10s dêste Ó1gão 1egional pelo
falecimento do Douto! MÁRIO AUGUS10 TEIXEIRA DE FREIIAs; b) cópi:i do Ofkio n'' 7,
de 4-4-1956, em que o Senho1 Sec1etáiio uunprimenta o Senho1 Seuetáiio-Geial do Conselho
Nacional de Geogrnfia pela pubfüação do piimei10 núme10 do "Anuá1io Geog1áfico do Biasil"
A segui!, o Senho1 P1esidente rnmunica a substituic,ão do Embaixado1 Josú CARLOS DE MACEDO
SOARES pelo Engenbei10 }URANDYR PIRES FERREIRA, na P1esidência do I B G E , e p10põe,
e é ap10vada unânimemente a rnnsignação em ata de um voto de iewnhecimento ao p1imei10,
pelo quanto lhe deve a geogiafia fluminense, e um voto de congiatulações ao segundo, pela sua
nomeac,ão paia tão impo1tante ca1go O Senho1 Seuetlio rnngiatula-se mm' os Senho1es Conse-
lheiios pela p1esenc,a do novo 1ep1esentante da P1efeitma Municipal de Nite1ói e dos convidados
especiais do C N G , acima nomeados, e enaltete a colaboiação que o P10fesso1 ÜRI ANDO VALVERDE
vem pi estando ao Estado, em dife1entes set viços a migo do Ó1gão sob sua dileção Com a palavia,
o P10fesso1 ORLANDO VALVERDE, agiadetcndo, diz sei uma ho111a paia êle a sua pa1ticipação
numa 1c1111ião do Düetó1io; fala da 01ganização do Conselho e a situa entlc as ptimeüas dos
Ó1gãos congêne1es mundiais; disco11e sôb1e as atividades das secções e seto1es da Divisão que
ditigc; fala da elaboiação do mapa da vegetação do Biasil, ap10veitando a Calta ao milionésimo,
e da rnlaboiac,ão que um téwico alemão, cspedalista no assunto, vem p1estando ao Conselho;
suge1e ao Diietó1io o ap10veitamento da Ca1ta estadual na escala de J :400 000 paia se elaboia1
os tcspectivos mapas da vegetação natmal e da vegetação atual; fala das vantagens dêsses mapas
sôb1c os de solos e da colabo1ac,ão que o Estado p1ecisa1ia dai pala a sua confecção; comunica
que o já mendonado técnico alemão tenciona ap1esenta1 guias fitogeog1áficos tu1ísticos, sôb1e
aspedos da vegetação das iegiões do Estado do Rio dE Janei10 e diz qual a colaboiação que o
Conselho podeiia dat nesse tiabalho; abo1da assunto 1elativo a elabo1ação do mapa geog1áfico
econômico, na escala de 1: 1 000 000; discoue, a segui!, sôb1e a devasta,ão das matas e as suas
- 218 -
consequencias; fala dos estudos 1ealízados na 1estínga da lagoa de Atarnama, das pesquisas feitas
no fundo da lagoa e dos 1esultados obtidos sôb1e a p10du~ão do sal A exposição feita pelo
P10fesso1 0RIANDO VALVERDE foi acompanhada com vivo inte1êsse pelos Senhons Conselhei10s,
os quais, pot dive1sas vêzes, solicitaiam e obtiveiam escla1ecimentos do 01ad01, com 1elação aos
assuntos po1 êle focalizados O Douto1 SAI o BRAND disse, então, da sua satisfação pela expos1çao
que acabava de sei p1ofe1ida Oidem do ditt - Iniciada essa patte dos ttabalhos, o Senhot
Sec1etá1io lê o 1elató1io das atividades desenvolvidas pelo Ditetó1io, dmante o ano de 1955,
a sei ap1esentado à XVI Sessão 01dináiia da Assembléia Geia! do Conselho Nacional de Geo-
giafia, o qual é finalmente ap10vado e encaminhado pela Resolu~ão n'' 714 A scguit, são ap1esen-
tadas, submetidas a julgamento e ap10vadas mais as seguintes Resoluc.ões: 11' 135 - Ap10vndo as
despesas efetuadas pelo Di1etó1io, duiante o segundo semestie de 1955, na irnpo1tância total
de cento e vinte mil, oitocentos e ttês nuzeitos; n' 136 - Concedendo apoio a medidas que visem
a tecupcta<,ão do te11itóiio do atual Dist1ito Fedetal, quando fôt efetivada a mudança da Capital
da República - o Senho1 P1esiclente tecomendou ao Senho1 Sec1etá1io que p10videnciasse expediente
tcmetendo cópia dessa Resolução aos 1ep1esentantes fluminenses e aos 1íde1es políticos no Fada-
mento Nacional Inte1ê1 rei Geiai1 - O Senho1 AI DEMAR AI BGRIA, em nome da ala estatística,
congiatula-se com o P10fesso1 ORLANDO VALVERDE, pelos tiabalhos que vêm sendo desenvolvidos
pela Divisão de Geogtafia do C N G , confotme cxposi\ão feita cllllante a ptesente teunião,
e com o Ó1gão gcog1Miw 1egional, pelos sc1vi,os executados no exeidcio de 19'55 e disuiminados
no 1elató1io ap1csentado pelo Senhot Seuetátio O Douto1 Gn VANDRO S!MAS PEREIRA fala da
pa1ticipa<,ão cio Ministé1io da Ae1onáutica no levantamento aé1co do tett itó1 io fluminense Nada
mais ha\ endo a ttata1, o Senho1 P1esidente agrndece o compa1ccimcnto dos p1esentes à 1eunião
e ence11a os tiabalhos às onze hoias e !tinta minutos E, pata constai, eu, JEFFERSON FERRE!RA
DOS SANTOS, Scuctátio-Assistente, lavtei a ptesente ata, que vai assinada pelo Senhot Pt esidente
e po1 mim subsctita
RESOLUÇÃO N ° 137
RESOLVE:
Confe1ido e numetado (a) Jef fei ron Fe11ei1e1 dor Sc111tor, Scuetá1io-Assistente - -- Visto
e rnb1icado (a) Luiz de Souztt, Senetá1io - Publique-se (a) Lttiz de 'io11z,1, p/Piesidente
- 219 -
RESOLUÇÃO N. 0 138
Consideiando que, na p1esente 1cunião, fouun tomadas as suas rnntas 1cfetentes às despesas
efetuadas nos l9 e 2' semest1es de 1956;
Consideiando que, po1 fô1ça do disposto no pa1ágtafo únirn do a1tigo 2' da Resolu~ão n' 103,
de 26 de julho de 1941, da Assembléia Geia! do Conselho Nacional de Geogiafia, compete ao
Ditetó1io Regional apwvá-las, uma vez esteja de acôtdo mm as mesmas,
RESOLVE:
Attigo úniw - Ap10vat as contas das despesas efetuadas pela Seoeta1ia do Ditctótio
Regional, dmante os l'' e 2' semest1es de 1956, 1espectivarncnte, nas impottâncias de C1$ 2 750,00
(dois mil setecentos e cinqüenta uuzeitos) e Ct$ 67 020,00 (sssenta e sete mil e vinte etuzeiws),
de acôtdo wm os documentos encaminhados a esta P1esidência, pelos Ofícios ns l O e 11, de
'i-4-1957, do Seetetá1io do D R G
Confetido e nurneiado (a) Te/ fe1so11 Fe11ei1a dor Sc1ntor Sec1etátio-Assistente - Visto
e 1ub1icado (a) L1th de So11za, Seuetá1io - Publique-se (a) Luiz de So11zd, p/P1esidente
LEGISLAÇÃO DE INTERÊSSE GEOGRÁFICO
EMENTÃRIO
A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeito dcc1eta e <cu sanuono a seguinte Lei:
Att 1'1 - Fim ap10vada, nos tê1111os desta lei, a Delibcta~ão n'' 18•Í, de 3 de dezemb10
de 1954, da Câmata Municipal de Macaé
Art 2° - As zonas mbana e submbana do 1'1 disttito do Município de Macaé passam a se1
as seguintes:
Zo11<1 mbe1ne1 - É wnstituícla pela átea rnmp1eendida po1 urna poligonal fechada que tem
início na foz do 1io MaLaé, no Oceano Atlântirn, segue pela m~ugem do 1efe1ido 1io até a cabeça
da ponte da Estiada de Fe110 Leopoldina, iama\ de Campos, de onde, em linha 1eta, atinge um
buei10 existente no quilômet10 0,750 da linha do iama! de Glicé1io ela mesma Estiada Daí,
segue pelas divisas das teuas de JuVENAL e TOBIAS BARREIO até a divisa com te11as de LUIZ
- 221 -
ALVES DE t!MA ll SILVA, de onde palte pot uma cê1ca limíttofe dessas teuas até atingii o
loteamento denominado "Bai110 Mita Mat", passando pelos fundos dêste até o eixo da tlla
Monte Elísco sepaiadota das te11as dêsse loteamento e do "Bai110 Visconde de Arnujo"; dêsse
ponto-eixo segue pot uma linha teta pela ftente das te11as de ptop1iedade de JosÉ DoMINGllES
DE ARAÚJO CARNEIRO DA Sn VA até o eixo da tua Ptefeito Milne Ribeito, no Bai110 Visconde
de Ataújo, po1 cujos fundos tem urntinuação até o exttemo ditei to do lote nº 2 '58 Descendo
pela diteita clêsse lote, ganha o eixo da tua denominada do P10leta1iado pot onde segue até a
linha da Estiada de Fe110 Leopoldina, e, daí wntinua pela linha fé11ea que vai pata Imbetiba
até um ma1w p1óximo ao litoral; dêsse ma1rn segue pelo litoial até ganhai o ponto inicial na
foz do 1io Macaé
Zona rttbmbct1ia - Ií a constituída pela áiea wmp1ecndida p01 uma poligonal fechada que
tendo início no ma1w existente p1óximo ao litotal, em Imbetiba, segue pela linha féuea até o
quilômet10 zc10 do iama! Daí, em linha teta até o eixo da tua do P10leta1iado do BaitJo Visconde
de Aiaújo, segue po1 esta ma até a estiada Co10nel Tosé de Lima, onde envolve o lote n'1 258
do loteamento do mesmo Bai110, segue pela linha dos fundos dêsse lote e lotes vizinhos até ganhai
a estiada da Olatia Subindo pot esta segue até um ponto de pattida de uma linha teta que
atinja a vala em ietificac,ão existente Po1 essa vala segue até o iumo das te11as de ANIÔNIO DE
AZEVEDO SAN10S MmrnIRA, po1 onde desce, ouzando mm a linha da Estiada de Feuo Leopoldina,
iama! Rio de Janeito, e vai até o litoial do Oceano Atlântirn, de onde segue até atingit o matco
inicial, em Imbetiba
Ait 3" - Esta lei entia1á em vigot em [? de janeito de 19~7, tevogadas as disposições
em rnnt1á1io
Palácio do Govê100, em Nite1ói, 1 J de janeiw de 19'57
(a) MIGUE] CouIO FILHO
!Valte1 Muniz Machado, 1espomlendo pelo
expediente da Seoeta1ia do Govê!no
Romei1 o Neto
Rubens Fctlcão
Ângelo P Bit1emo111t
Paulo Mc11t1ity
Sctlo Bumd
foré Cctilos PoHhctt
hlocu y1 Gome1 de Azevedo
Estado, oia extintos: Cachoeiia de Marnrn, Casimito ele Abteu, Conceic,ão de Macabu, Co1deiio,
Duas Ba11as, Mangaiatiba, Ma1icá, Meneies, Patati, Rio das rlô1es, São Pcclto da Aldeia, São
Sebastião do Alto, Sapucaia, Saqua1ema, Silva Ja1dim e Sumidou10
Ait 2º - (Vetado)
Ait 3" - (Vetado)
§ 19 (Vetado)
:;~ 29 (Vetado)
:;~ 3Q (Vetado)
Ait 4Q - O P1eto1 que, vitalício, não houve1 p1estado concu1so de p10vas, compo1á a lista
td piice (Vetado)
Ait 5"' - Os P1eto1es que não tivernm sido ap10vados cm concmso de p10vas, nem fotem
vitalícios, se1ão postos em disponibilidade 1e111unetada até o téunino do quachiênio, ou ap10vei-
tados, na fo11na da lei em ca1go de hieiatquia e vencimentos equivalentes
A1 t 6° - Ficam o ia dos no quad10 da J usti\[l (J ustic,a de ent1ância), dois ( 2) ca1gos
de Juiz de Diieito de te1ccüa entlância (Vetado) que set vilão wmulativamente nas segundas
Vat as de Pct1ópolis e São Gonc,alo, oia uiadas; cimo ( 5) ca1gos de Tuiz de Düeito de segunda
enttância, (Vetado) que te1ão exe1cício nas rnma1rns de Santo Antônio ele Pádua, Ttapet una,
São Fidélis, Cantagalo e Magé, que ficam elevadas a essa catcgot ia; quatotzc ( J 4) ca1gos de
Juiz de Düeito de plimeira ent1ância (Vetado) rnttespondente às coma1cas ctiadas no att lQ.
Ait 7° -- Ficam niados no (Vetado) Ministétio Públirn dezesseis (16) ca1gos de
Pt omot01 de J ustic,a de primciia entlância
Att 89 - Os atuais Adjuntos de P10moto1 dos 'lê1mos extintos se1ão ap10veitados de acôtdo
com o disposto no ait 4 9 da Lei n 9 2 892, de 23 de julho de 1956
Ait 9 9 - Ficam niados no (vetado) Ministéiio Público dois ( 2) catgos de P10moto1
de Justic,a de te1ceiia entlância
Ait 10 - Ficam ctiados na Coma1ca de Mangaiatiba:
a) catgo de Oficial de Justiça, pad1ão "B";
b) ca1go de Avaliadot Judicial e Depositá1io Públirn;
e) o 3'' Ofício de Tabelião de Notas do Público Judicial, Esnivão do Cível, Come1cial,
de ó1fãos e Ausentes, da P10vedo1 ia; Oficial P1iYativo do Registto de Imóveis do 4 9 disttito e Ofi
eia[ do Registt o de Títulos e Documentos e do P10testo de Letias, Notas P10missó1ias e Duplicatas
Pa1ágiafo únirn - Paia os efeitos legais ficam iatificados todos os atos piaticados pelo
Oficial do Regist10 de Imóveis do J 0 Ofício, a patti1 de 10 de dezembto de 1949 até 21 de
julho de 1955, 1elativamente às tiansac,ões imobiliátias e atos conseqüentes, 1efe1entes às p1optie-
dades localizadas em Muriqui e Ptaia Giande, passando à p1ivatividade do 19 Ofício o sei viço
oiminal
Ait l I - Fica uiada nas Coma1cas de São Gonçalo e de Pettópolis, mais uma Vata rnmulativa
com a designa,ão de segunda ( 2") Vaui
Att 12 - Fica uiado, (Vetado) mm o 1espectivo pad1ão de vencimentos, um ca1go
de Dcfensot Públiw pata a Comatca de Tiês Rios
Att 13 - Aos Tuízes das Comatcas de São Gon\alo e de Pcttópolis competem as at1ibuit,ões
confeiidas aos juízes d<, cível e aos das Vatas C1iminais, pot distiibuição p1évia, sendo que
a P1esidência cio Tiibunal do ft'.11i cabetá ao da ptimeita ( 1'') V ata nas sessões ímpa1es e ao
da segunda ( 2'') Vaia nas sessões pa1es
Ait 14 - Ao Juiz da ptimeita ( 1'') Vaia cabe1ão as justificações e habilitac,ões de casamento
na ptimeiia ( !'-') ciJ wnsoição judiciá1 ia da sede da Coma1ca, e apenas julgai as que forem
p10cessadas nos clistiitos ímpa1es, competindo ao da segunda ( 2") Vaia tais atiibuições com 1elac,ão
à segunda ( 2") ciicunsc1ição da sede ela coma1ca e aos distiitos pa1es
- 223 -
Ait 15 - Ao Juiz de Diteito mais antigo competem ainda :ts attibuições 1efc1idas na Lei
de Organizac,ão Judiciátia, como Diieto1 do Fornm, e ao Juiz de Di1eito da segunda (2') Vara,
tessalvada a competência p1ivativa do outto Juiz, as attibuições definidas nas legislação especial
sôbte men01es e, especialmente, as detalhadas como Juiz de Meno1es na Lei de 01ganizac,ão
Judiciátia
Att 16 - Os feitos em andamento nas coma1cas de Pettópolis e de São Gonçalo em que
o titulai ainda não estiver vinculado, setão disttibuídm pelas duas Vaias, pot ocasião do p1eparo
pata o despacho saneado1
Ait 17 - Ficam uiados no Quad10 da Justi\a os seguintes cugos: Coma1rn de Pettópolis
- dois (2) rn1gos isolados de Oficial de Justiça, pad1ão "B", que setvitão na segunda (2") Vata;
(Vetado) e ttês ( 3) funções de Faxinei10, 1 efetência 3 ( ttês), pata sei vitem ao Edifício
do l'o1um; Coma1ca de Te1esópolis - um ( 1) ca1go isolado de Esnivão Ciiminal, pad1ão "L'',
atiibuído ao titulai do Ofício ptivativo do ctime e do jú1i
Ait 18 - Fica estabelecida a seguinte nomendatma pata as Se1ventias de Justic,a ela Coma1ca
de Te1esópolis e pata a do 11 9 Ofício da Coma1ca de Pet1ópolis
- Commia de Te1esópoli1
H - Cotn({1Cct de Pet1ój1olis
RAZÕES DO VETO
Atiavés de seu Ofício n'1 356, de 5 do mês em rn1so, tiansmitiu-me o Senho1 P1esidente
da Assembléia Legislativa a Resolu1,ão sob nQ 416-57, que tlansfotma em rnmatcas os atuais
tê11nos judiciátios do Estado
Entle outtas p10vidências, se indui a eleva<,ão da enttântia ele algumas rnma1rns p1evista
no attigo 2° No entanto, é bem de ve1, já o p10jeto concernente à 1efo11na judiciátia, p1opliamente
dita, e que tomou o n'' 417, tlata do assunto de modo genétirn, de sente que se1á mais rnnveniente
o seu exame em rnnjunto, pot ocasião da votação daquele ptojeto, pois, de tal maneita, se evitatá
a fiagmenta<,ão da maté1ia
3 Po1 out10 lado, dispõe o att 3Q da pwposição oia em exame:
S Além disso, atiihui ao Chefe do Podei Exerntivo competência pata colaboia1 na 01ganização
da lista tiíplice dos candidatos ao uugo de juiz, matéiia da alçada exclusiva do Podei Tudiciátio
6 Outtossim, deteimina o att 4'':
7 Tiata-se ele dispositivo ligado à mesmo 01dem de idéias expostas nos antecedentes, mas, como
se 1efeie a titulates que gozam do piivilégio da vitaliliedade, cabeiá ao Podet Judiliáiio melhot
examinai a hipótese, eliminando-se a palte final da disposic,ão pot inadmissível
8 No a1tigo 6'', os venlimentos dos novos catgos de Juiz de Diieito de tetleiia, segunda e
piimeirn enttâncias, rnja oiac,ão se p10põe, são impiôpiiamente dassificados nas dasses "F'', "S"
e "Q", que couespondem a Ci$ J 3 000,00, Ct$ l l 000,00 e C1$ 9 500,00 quando o cet to é que os
magisttados dessas rntegoiias peicebem iespeltivamente, Ci$ 17 000,00, Ci$ 15 000,00 e
C1$ 13 000.00 Aliás isso mesmo fim subentendido, wm supiimii-se do dispositivo os padtões
alfabétiws em iefeiência
9 Entiementes, nota-se no texto dos ai tigos 7" e 9'1 ligci10 equívorn, qual seja o de se consideiat
a existênlia de quad10 ao invés de rn11eiia, do Ministéiio Públirn Ademais, a prnposi<,ão ao
oia1, em seu att 12, catgo de Defensm Público, o faz no Quad10 do Tiibunal de Justi<,a, o
qual é pti\ ativo dos set vid<?ies elêssc Ó1 gão, impondo-se, assim, as nelessátias ietificações, ainda
que pelo )'HllCSso de cancelamento das exptessões inexatas
10 Poi seu tu1no, o ait 17 uia, entte out1os latgos, o de Esoevente de Tusti<;a, inadequado,
nem só p01 se lhe atiibuii o padião "]", mas também a natmeza de isolado, não obstante havei,
no Quadto da Justi<,a, ca11eiia de igual denomina<;ão, rnja dasse inicial é "H" e final "I"
11 De 1esto, não é peitinente o disposto no a1t 22, eis que aí se estabelece a equipata<;ão de
venlimentos entie funlionáiios da Justiça e memb10s cio Podei Judiciáiio, a sabei:
I2 De fato, a equipaiação, pat :i efeito ele venlirnentos, piessupõc owt tênlia ele obiigações
e tesponsabilidades de nível idêntiw, o que se não obsel\ a na hipótese veitente, em que as
func.ões são, po1 sua nattacza, hen1 dive1sas
15 - 25 625
- 226 -
A Assembléia Legislativa do Estado do Rio ele Janei10 dec1eta e eu sanciono a seguinte Lei:
All 1• - Fica ap1ovacla, para todos os efeitos, a Resolução Municipal n° 144, de ?JO de
novemb10 ele 1956, do município de Silva Ja1dim, e que estabelece os limites das zonas mbana
e submbana ela cidade ( 1 9 'dist1ito) de Silva Ja1dim
Att 2 9 - A p1esente lei ent1a1á em vigo1 na data de sua publicação, 1evogadas as disposições
em conttáiio
An 19 - Fica ap10vada, nos tê1mos desta lei, a Resolução nº 4:,, Lle 4 de junho de 19~7,
da Câmata Municipal de Tiajano de Mo1ais, que trnnsfe1e a sede do 4 9 clisttito do Município
de Ttajano ele Moiais, pata a localidade denominada Tapeia e alteia o pe1ímet10 u1hano do
clist1ito de Vila ela Giama
Att 29 - As zonas u1bana e submbana da Vila da Giama, passam a sei as seguintes:
Zon,1 111bc11M: É wnstituída pela á1ea delimitada J1ela poligonal que rnme<,a no ponto situado
na estiada Glicé1io-Tiajano de Moiais ponto êsse deteuninaclo pela inte1sec<,ão cio prnlongamento
do eixo longitudinal da ponte sôb1e a bauagem do Pa1que Tapeia wm a citada e~tiacla; p10ssegue
na 1eta dês te p10longamento em mais 100 (cem) mct1os, paia rnsta, atingindo um ponto de onde
deflexiona à cliieita, ptosseguindo poJ ou tia 1cta de 82 5 (oitocentos e vinte e cinrn) met10s
çujo final atinge um 111a1co na estiada Tapeia~Vila da Giama, na inte1sec~ão desta mm o
ptolongamento da pa1ede externa da ala de enfe1magem do Hospital da Tapeia; rnntinua pela
mesma estrnda em uma extensão de 32 5 ( ttezentos e vinte e cinw) met10s atingindo um ponto na
sua inte1secção com o alinhamento dos matcos de t1iangulal)O Q6-Q5; desce po1 êsse mesmo
alinhamento até a cota 430 ( quattocentos e ttinta) mcttos adotada pata a b,1cia de acumulação
do Marnbu, seguindo pen esta cui va do nível em clii eção a montante do cÓJ tego Tapeia Hté um
ponto, ainda na mewionada cu1 va do nível, situado na inte1sccc.ão desta wm o alinhamento do
mallo Q6 ao ma1w E e, a seguit, pen êssc mesmo alinhamento até o mai rn D, localizarlo a 455
( quatlocentos e cinqüenta e cinco) mettos do matco Q5 e no prnlongamento da linha Q8-Q5
de onde deflexiona, à düeita, cm 1eta de 475 ( quattocentos e setenta e cinco) met1os, atingindo
o ma1w f situado a 200 111 (duzentos) met10s do ma1rn QS, sôb1e o p10longamento da Jeta
Q6-Q5; dês te último ma1co segue, em ieta de 585 (quinhentos e oitenta e cinco) met10s, até
o ma1co G situado no ptolongamento do eixo longitudinal da ponte do Pa1que da Tapeia,
distante 300 ( t1ezentos) met10s do ponto de pattida desta desuic_ão, o qual atinge
- 227 -
O Ptcsidente da República:
O P1esidente da República:
CAPITULO
All 1" --- A Capital Fedetal do Btasil, a que se tefete o alt 4" do Ato das Disposições
Ttansitótias da Constituic,ão de 18 de setcmb10 de 1946, será localizada na 1cgião do Planalto
Cential, pata êsse fim escolhida, na á1ea que constituitá o futuro Dist1ito Fedem[ citcunsu ita pela
seguinte linha:
Comec,a no ponto da lat J 5"30 S e long 48'' J 2'W G1een Dêssc ponto, segue
para leste pelo paialelo de l 'iº30'S até encontrar o metidiano de 47• e 2'i'\1(l Gteen
Dêsse ponto segue o mesmo me1idiano de 47'' e 25'W Gteen pata o sul até o talvegue
do Có11ego Santa Rita, afluente da rna1ge111 diteita do Rio P1êto Daí pelo talvegue do
citado có11ego Santa Rita até a confluncia dêste com o Rio P1êto, logo a jusante da
Lagoa Feia Da confluência do có11ego Santa Rita, com o Rio Prêto, segue pelo talvegue
dêstc último, na tliicção sul, até ctuza1 o paialelo de J6 9 03'S Daí, pelo patalelo 16•03'
na dileção oeste, até enconW11 o talveguc do Rio Descobei to Daí par a o norte, pe\o
- 228 -
talvegue do Rio Dtscobe1to, até encontrn1 o meiidiano de 48 9 12'\X' Gieen Daí pata o
n01te pelo mctidiano de 'Í8 9 12'W Gieen, até encontia1 o pa1alclo de 15 9 30' sul, fechando
o pe1ímet10
a) constituit, na founa desta lei, uma sociedade que se denominatá Companhia U1banizadoia
da Nm a Capital do Biasil, com os objetivos indicados no att 3";
b) estabelecei e consttuÍl, atiavés dos ótgãos ptóp1ios da administiação fedeial e com
a coopeia,ão dos ó1gãos das adrninistiações estaduais, o sistema de ttanspo1tes e comunirnções do
novo Dist1ito Fedeial com as Unidades Fedeiativas, cootdenando êssc sistema com o Plano Nacional
de Via,ão;
c) dai a gaiantia do Tesou10 Nacional às Dpeta1,ões de ctédito negociaL!as pela Companhia
U1banizado1a da Nova Capital do Btasil, no país ou no exte1io1, pata o financiamento dos setviços
e obias da futuia capital, ou com ela 1elacionados;
d) at1ibui1 à Companhia U 1banizadota da Nova Capital do BiasiL mediante contJ atos ou
concessões, a execu,ão de ohias e sei vi,os de inte1êsse do novo Disttito Fedeial, não comp1eendidos
nas atiibuições específicas da emp1êsa;
e) forna1 acôtdos e convênios com o Estado de Goiás, visando à desap10p1 iação elos imóveis
situados dcntto da átea do novo Disttito Fedetal e de seu postet iot desmembiamento do te11itó1io
do Estado e inrn1potação ao domínio da União;
f) estabelecei n01mas e condi~ões pata a aptovação ~los p1ojetos de ob1as na á1 e~t do
futu10 Disttito Fecletal, até que se otganize a adrninistlac,ão local;
g) instalat, no futuw Disttito Fedem! ou nas tidades cÍlcunvizinhas, sei vi~os dos ó1gãos
ti vis e milita1es da administlação fedeial e nêles lotai sei vido1es, com o fim de uiat melhotes
condições ao desenvolvimento dos ttabalhos de constt ução ela nova cidade
Pa1ágtafo único - O Cong1esso Nacionrrl delibe1a1á, opo1tunamente, sôbtc a data da mudanc,a
da Capital, ficando 1evogado o a1t 6'' da Lei n? l 801, de 'J de janeito de 1953
CAPITULO II
SEcfo I
Att 3" - A Companhia U1baniwdorn da Nova Capital do Btasil te1á po1 objeto:
SEÇÃO II
Do Ca/iitcil Socicil
SEÇÃO Ili
p1eenchimento dos 1espectivos cargos fa1-se-á po1 nomeac;ão do P1esidente da República, com
obse1 vância dos pa1ág1afos seguintes:
§ lQ - O Conselho de Administiação compo1-se-á de 6 (seis) memb10s com igualdade de
votos e suas deliberações seião obiigató1ias pata a ditetotia, cabendo, todavia, 1ecmso ao Presidente
da República
§ 29 A diteto1ia se1á constituída de 1 (um) p1esidente e 3 ( tiês) eliteto1es
§ 3º As ieuniões do Conselho ele Aelministiação se1ão p1esididas pelo piesidente da
diteto1ia, que nelas te1á apenas o voto de qualidade
§ 4° - O Conselho ele Administlação 1eunii-se-á, pelo menos, uma vez po1 semana e de
suas delibeiações lav1a1-se-á ata citcunstanciaela, cujo teo1, devidamente autenticado, se1á fornecido
a cada um dos seus me111b10s
§ 5'' - O Conselho Fiscal wnstituit-se-á ele 3 ( tiês) memb10s efetivos e 3 ( tlês) suplentes
e exe1ce1á as func,ões p1evistas na legislac;ão de sociedades anônimas, sem as 1est1ic,ões do decteto-
-lei n'' 2 928, de 31 de de~emb10 de 1940
§ 6° - Um tê1ço dos mernb10s do Conselho de Administta<,ão, da diteto1ia e do Conselho
Fisrnl, se1á escolhido em lista tdpfüe de nomes indirndos pela ditetotia naéional do maio1
pattido político que integia1 a coltente da oposi<,ão no Congtesso Nacional
§ 7" - As substituit,ões de memhtos do Conselho de Administiação, da diteto1ia e do
Conselho Fiscal, sejam definitivas, sejam eventuais po1 impedimento excedente de 30 ( tJ inta) dias,
seião lealizadas pelo mesmo p10cesso da rnnstituição dêsses óigãos, consignado no paiágiafo
antetiot
§ 89 - Cabei,í, piivativmente, ao Conselho de Administrnc,ão decidit, poi p10posta da ditetolia,
sôbte planos de wmpia, venda, locac,ão, ou auendamento de imóveis de pwptiedade da companhia,
e bem assim sôbie as opeiações de uédito poi ela negociadas
§ 9 9 - Atendido o disposto nesta lei, os estatutos 1eguhuão as attibui<,ões e o funcionamento
do Conselho de Administiação e da ditetoiia
§ 10 - Os membtos do Conselho de Admioistiação e da ditetotia te1ão tcsidência ob1igató1 ia
na átea mencionada no a1t 19
SEÇÃO IV
Ait d - Os atos de constituic,ão da Companhia, integialização elo seu capital, bem como
as p1op1iedades que possuii e as aquisições ~le di1eitos, bens imóveis e móveis que fize1 e, ainda,
ns instrnmentos em que figutat como pa1te, sc1ão isentos de impostos e taxas de quaisque1 ônus
fiscais comptecndidos na competência da União, que se entendeiá com as outrns entidades de
diieito público solicitando-lhes os mesmos favotes pata a sociedade, na csfern das iespectivas
competências ttibutá1 ias
Ait 14 - A Co111panhia gozatá de isen<,ão de cliteitos de impoitac.ão paia rnnsumo e ele
impostos adicionais em ielac,ão ao maquinismo, seus sobt<:ssalentes e acessótios, apatelhos, feua-
mentas, instl umentos e mate1iais destinados às suas olnas e sei vi<, os, pagando ,no entanto êsses
tt ibutos, no caso de tcvcnda
Pa1ágtafo único - Todos os mate1iais e me1caclotias iefeiidos neste 1tigo, com testiição
quitnto aos similates de ptodu<,ão nacional, se1ão desembarnçados mediante p0t ta1 ias dos inspetotes
das Alândegas
Att 15 - A sociedade fica asseguiado o di1eito de ptomovc1 clesapwptiações, nos tê1mos
da legislação cm vigoi, e com as modifica<,Ões constantes desta lei
At t l6 - A wmpanhia iemeteiá suas contas, até 30 de :thiil de cada ano, ao Tiibunal
de Contas da União, que as ap1ecia1á enviando-as ao Cong1esso Nacional, cabendo a êste adotai,
a J espeito delas, as medidas que a sua ação fiscalizado ta entende1 convenientes
Att 17 - Os sel\ iços, obtas e constllr<,Ões neccssá1ios à instala<_ão do Govêtno da República
na fututa Capital Fecleial se1ão 1ealizados pela Companhia, independentemente de qualque1 inde-
- 231-
nização, entendendo-se paga das despesas feitas pelos dileitos, bens, favo1es e consessões que
lhe são outo1gados em viltucle desta lei
Ait 18 - O Podei Executivo assegmatá à Companhia, ainda, a utilização cios equipamentos,
sei viço e instalações cios ó1gãos da administtação fedetal, sempte que se to10a1em necessários às
atividades ela emp1êsa
Ait 19 - Os atos aclministiativos e os cont1atos celebtados pela Companhia consta1ão ele
boletim mensal po1 ela editado e cios quais se1ão clisttibuíclos exempla1es aos memb10s do Cong1esso
Nacional, auto1idades ministeriais, 1epa1tic,ões inte1essadas, entidades ele classe e ó1gãos de
publicidade
Ait 20 - A dileção ela Companhia U1banizadota é ob1igacla a p1estat as info1mac,õcs que
lhe fo1em solicitadas pelo Cong1esso Nacional, acê1rn dos seus atos e delibetac,ões
Ait 21 Nos cont1atos <le obtas e se1vic,os, ou na aquisição ele mate1iais a pessoas físicas
ou jmídicas de diteito p1ivado, a companhia cleve1á:
SEÇÃO V
Do jleJ1oal da Compclllhic1
CAPÍTULO III
Ait 24 - Fica tatificado, pata todos os efeitos legais, o deu cto n" 480, de 30 de ab1il
de 195 5, expedido pelo Gove10ado1 do Estado de Goiás, e pelo qual foi declataclo de utilidade
e de necessidade pública e ele conveniêmia de inte1êsse socid, pata efeito ele desap101niação, a
á1ea a que se 1efete o a1t l Q
§ 1° - As desap10ptiações iniciadas pode1ão continuat delegadas ao Govêtno do Estado,
ou passatão a sei feitas diletamente pela União
§ 2" - Nas ttansfe1ências, paia o domínio da União, dos imóveis adqni1 idos pelo Govêtno
de Goiás e nos alos de desaprnptiac,ão cliteta em que vic1 a intet vil e ainda nos da inw1 po1ação
clêles ao capital da Companhia U1banizadota da Capital Fedetal, a União seiá 1ep1esentada pela
pessoa a que se 1efe1e o att 4" desü1 lei
§ 3" - semp1e que as desapioptÜtções se tealizatem pot via amigável, os desap10p1iados
gozatão de isenção de impôsto de tenda 1elativamente aos luoos aufe1idos pela tiansfe1ência ao
exp1op1iante das 1espedivas p1op1iedades imobiliá1ias
§ 4" - Os imóveis dcsap10ptiados na á1ea do novo Dist1 ito Fedetal e os 1efe1idos no aJt l 5
pode1ão sei alienados liv1emente pelo poder exp10p1iante e pelos p10ptietá1ios subseqüentes, sem
que se lhes aplique qualque1 ptefe1ência legal, em favo1 dos exptopiiados
- 232 ~
O P1esidente da República, usando ela attibuição que lhe rnnfe1e o a1tigo 8 7, item I, da
Constituição, deoeta:
Attigo único - Fim antecipada pata 14 de junho cio rn11ente ano a instalac,ão conjunta elas
Sessões 01clinátias das Assembléias-Getais do Conselho Nacional ele Geogiafia e Estatística, a qual,
nos têrmos dos 1es?ectivos Regimentos, devia ve1ifica1-se a 1" de julho
O P1esidente da República, usando da at1ibuição que lhe rnnfe1e o alt 87, item I, da
Constitui(,ão, e nos tê1mos do att 23 do Deoeto-lei númcJO 421, de l l ele maio de 1938, deueta:
A REDAÇÃO
MUNICiPIO DE ITAGUAi
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
Municíj1io - Átea - 667 km2 ; populac_ão (19'í0) - 29 566 habs; núme10 de dist1itos - 5
Sede mtmici/ial - Átea - 172 km 2 ; população (1-VII-50) 9 830 habs; latitude S -
22Q52'02",7; longitude W G1 - 43''46'43",8; altitude - 4 m; distântia em linha 1eta à
Capital - 70 km; iumo (em 1elação à Capital) - O N O
Demais dist1itos - Se10pédica: área - 264 km2 ; população ( 1-VJT-50) - 8 268 habs
Paiacambi: á1ea - 128 km2 ; população ( 1-Vll-50) - 7 749 habs Ibitupoianga: área -
43 km 2 ; população ( 1-VII-50) - l 858 habs Co10a Giande: á1ea - 60 km2 ; população
( 1-VII-50) :__ 1 861 habs
- 235 -
EVOLUÇÃO SOCIAL
"Cantagallo" e "Cunhanga" que fazem pa1te da Fazenda dos Religiosos do Ca11no, visto achatem-se
já annexadas quanto ao Espititual, ao cmato da Fazenda Nacional de Santa C1uz, de que são
patodúanos os seus habitantes"
Finalmente, a Regência Pe1manente, tendo em wnsideiação ao que 1ep1esentam os moiad01es
do cmato da Fazenda Nacional de Santa Ctuz, dete1minou, pelo Deueto de 30 de dezemb10
de 1833, que o mencionado uuato ficasse desligado do tê1mo da vila de Itaguaí, a que se
achava unido pelo Deueto de 1 '5 de janeito de 1833, pe1tencendo assim, doiavante, ao têuno
da cidade do Rio de Janei10
Dotado 'ele te11as fétteis o Município de Itaguaí desfrntou, no século passado, até 1880,
de animada vida 1uial e wmetcial, expo1tando, em giande escala, ce1eais, café, farinha, ar,úca1
e agua1dente Cont1ibuiu de maneita acentuada paia êsse desenvolvimento a int10dução do elemento
neg10 esnavizado
O advento da "Lei Áutea" ocasionou te11ível nise econômica, 1efletida no conside1ável êxodo
dos antigos esnavos que 1ep1esentavam, ante1io1mente, o fato1 essencial do desenvolvimento
aglÍcola Êsse fato, aliado à falta de tlanspo1te e à insalub1idade da iegião, conco11eu pata o
desapa1ecimento das giandes planta,ões petiódicas ou pe1manentes, que constituíam a 1iqueza
ptincipal da localidade
Após tão sétios 1eveses, o Município tem buscado wnseguit no1maliza1 sua situação eco-
nômica Com as atuais obtas de saneamento da Baixada Fluminense, Itaguaí podetá 1eadquiti1,
em futu10 p1óximo, a sua antiga posição de p1estígio no seio da wmunielade fluminense
EVOLUÇÃO POLÍTICA
I - Dist1ito de ltt1g11C1Í: O disttito foi oiado po1 01dem iégia datada de 22 de oezemb10
de 1795
A sede cio clisUito iecebeu as categolias ele vila e sede municipal, com a uiação do
munmp10 de São Fiancisco Xavie1 de Itaguaí, po1 alva1á ele 5 de junho ou julho ele 1818,
pe1clendo, po1ém, com a extinção do munidpio po1 aviso de l3 de novemb10 de 1818, essas
categolias
Em vütucle ela p1ovisão de 13 de novemb10 de 1819, o município foi testamado, readquiiindo
o disttito as suas antigas categolias de vila e sede municipal
A criação cio distiito de Itaguaí foi confomacla pelos Dec1etos estaduais ns 1, de 8 de
maio e 1-A, de 3 de junho ele 1892
A vila ele Itaguaí 1ecebeu fo10s de cidade po1 Dcueto estadual n" 1-A, de 3 de junho
de l 892
Segundo as divisões administrativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas ele 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele ma1ç0
de l 938, o munidpio de Itaguaí tem po1 sede o distlito de igual nome, mantendo-se essa
disposição nos quacl10s ela divisão teuitolial, jucliciá1 ia e aclministiativa cio Estado, em vigm
nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1918, fixados, iespectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641,
de 15 ele dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 ele dezemb10 de 1943
O distiito de fü1guaí foi otdenado como o l 9 do município de igual nome pelo Deueto-lei
estadual n 9 1 063, de 28 de janeit o de 1944
II - Dir11ito de Se1 oj1édiu1: A f1eguesia de Nossa Senhoia da Conceição do Rananal
foi ctiada com sede na povoa e, ão de Bananal, po1 Lei ptovincial n 9 'í49, de 30 de agôstci de 18 51
Sua ctiação foi rnnfiunada pelos Dcc1etos estaduais ns 1, de 8 de maio e l-A, de 3 de junho
ele 1892
Segundo a divisão adminis!lativa do Btasil, iefe1ente ao ano de L91 l, o distiito de Bananal
pe1tence ao munidpio ele Itaguaí
Em viitude da Lei estadual n'' 1 801, de 8 de janeüo de 1924, a sede cio disttito de
Bananal foi tiansfetida pata a povoação de Patioba, sendo, potérn, novamente mudada, desta
vez pata a de Setopédica, pela de nº 2 069, de 29 de novembto ele 1926
Nas divisões administtativas de 1933 e te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
bem como no quadrn anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele matço de 1938, Se10pédirn
figuia corno distlito do município de Itaguaí, assim pe1manecendo nos quad10s da divisão teui-
tolial, judiciá1ia e administiativa do Estado, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, de 15 de
dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 de dezembto de 1943, pata vigota1em nos qurnquenws
1939-1943 e 1944-1948 O disttito de Setopédica, pelo Deueto-lei estadual nº 1 063, ele 28 de
janei10 de 1944, foi 01denado rnmo o 2" do município de Itaguaí
Ilf - Dirt1ito de Pc11c1u1111hi: A heguesia de São Ped10 e São Paulo do Ribeiião das Lages
foi ctiada pot Deueto p10vincial n'1 77, de 29 de dezemb10 de 1836
Sua oia<,ão foi rnnfümada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de
junho de 1892
A sede distlital, em vütude da Lei estadual n 9 201, de 6 de dezembto de 189'í, foi
tiansfctida paia a povoação de Macacos, que tomou a clenominac,ão de Paiacambi, em vütude da
Lei estadual n 9 536, de 19 de clezembto de 190 l
De acô1clo mm as divisões administtativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 3 l-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quadto anexo ao Decreto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1<,o
de l 938, o disttito de Pa1acambi está ju1isdicionado ao município de Itaguaí, o mesmo se
obsetvando nos quad10s fixados pelos DeCletos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938
e 1 O'í6, de 3 J de dezernbto de 194 3, paia vigotatern, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943
e l 944-1948
O Deueto-lei estadual n" J 063, de 28 de janei10 de 1944, otdenou o dist1ito de Paiarnmbi
wmo o 3'1 do município ele Itaguaí
IV - Dirt1ito de Ihit11j1a1c111f!.c1 ( ex-Cac,ado1): O disttito de Cac,adnt foi uiado pot fôt,a
da lei estadual n'1 2 063, de 29 de nO\ embto de 1926
Nas divisões administtativas de 1933 e te11 itotiais de 31-XII-1936 e 3 l-XII-1937, bem
wmo no quaclto anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de rnatço de 1938, figma o
dist1ito de Caçado1, subo1dinado ao município de Itaguaí, o mesmo se vetifirnndo no quadt"
fixado pelo Deueto estadual n" 641, de 15 de clezemb10 de 1938, pata vigo1a1 no qüinqüênio
1939-1943
O distlito de Ca\ado1, do município de Itaguaí, leve seu topônimo modificado pai a Ibitu-
potanga, em viJtude cio Deueto-lei estadual n'' 1 056, de 31 ele dezembto de 1943, o qual
fixou o quad10 da divisão teuitolial do Estado, cm vigot no qüinqüênio 1941-J 948
Pelo DeCleto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1ito de Ibitupoianga
foi 01denado rnmo o 49 do município de Itaguaí
- 238 -
V - Dirtiito de Coioa Giande: O dis\lito de Coroa Giande foi ciiado pot lei estadual
n• 2 069, de 29 de novemb10 de 1926
De acô1do com as divisões administ1ativas de 1933 e te11itoiiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o disllito de Co10a Gtande peitence ao município de Itaguaí, assim permanecendo
nos quadtos anexo ao Decteto-lei estadual n<' 392-A, de 31 de matço de 1938 e no fixado pelo
Deoeto estadual n• 641, de 1 'i de dezembrn de 1938, pata vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943
O disllito de Co10a Gtande foi 01denado como o 5º do munidpio de ltaguaí, pelo Deoeto-ki
estadual nº 1 063, de 28 de janeüo de 1944
MUNICiPIO DE ITAOCARA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
M1111ÍtÍ/JÍo - Atea - 4H km"; popula<,ão ( 1950) - 24 069 habs; núme10 de dist1itm - '>
Sede 1111mici/}({l - Atea - 104 km"; população ( l-VII-50) - 6 137 habs ; latitt;de S -
21 9 40'04",0; longitude \XI G1 - 42°04'58","i; altitude - 56 m; distância em linha 1eta à
Capital - 173 km; turno (em 1ela\ão à Capital) - N N E
De111c1ÍJ distJitor - Laianjais: área -- 111 km 2 ; população (1-VII-50) 'i 188 habs
Poitela: á1ea - 63 km'; popula,ão ( l-VII-50) - 3 400 habs Jagua1embé: á1ea - 112 km";
população (1-VII-'iO) - 'i 291 habs Estiada Nova: áica - 44 km 2 ; população (1-VII-'iO) --
3 753 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
O Munidpio de Itaouua, cujo teuitó1io se estende, atualmente, po1 uma área rnlrnlada
em 434 k111 2 , está situado a leste do Estado, num extenso vale formado pelos tios Paraíba
e Negto
As teu as esrnlhidas pata a fundação da antiga "Aldeia da Pedia", marco inicial da coloni-
zação de Itaocata, estavam comp1eendidas no âmbito das que formavam a região de São Fidélis
São Fidélis nasceu do zêlo apostólico de dois capuchinhos italianos: Fiei ÂNGELO MARIA
DE LUCA e Fiei VITÓRIO CAMBIASCA, aos quais se veio juntai, mais tarde, Fiei ToMAZ da Cidade
do Castelo, o fundador da ptimitiva Aldeia da Pedia, hoje Itaocata
Po1 isso mesmo, não se pode estudai a evolw,ão social de Itaornta, sem se consultai as
01igens históticas de São Fidélis É que, em São Fidélis, foram lançadas, por assim dizei, as
- 239 -
bases do atual Município de Itaocaia Realmente, foi devido às dive1gências motivadas por
ódios e 1essentimentos entle os índios Pulis e Co10ados, que os 1eligiósos capuchinhos, fundadores
ode São Fidélis, sentiiam necessidade de uia1 nova aldeia, nova povoação, onde acolhessem uma
das tribos, sepatando os litigantes
Depois de g1andes tiabalhos, Fiei ToMAZ da Cidade do Castelo, em 1808 comea11iu do
vice-rei do füasil, D MARCOS DE NORONHA, pe1missão paia instalai o aldeamento ptojetado
Foi assim que, em 1809, o lefelido leligioso chegou às te11as onde develia fund,u a "Aldeia
da Pedia'', à qual denominou de "São José de São Ma1ws'', em homenagem ao vice-1ei nomeado
Todavia, esta denominação não criou iaízes no pensamento de seus habitantes, que p1efe1itam
designá-la, como já o dissemos, de "Aldeia da Pedia", em vütucle da existência de um gtande
penhasco que lhe ficava f10ntei10, do out10 lado do Pataíba, e1guido <omo sentinela secula1
do majestoso 1io
Fato cmioso foi o que se vc1ificou nesta povoa,ão Tendo ela smgido pata sepaiat os
índios Pu1is dos Co10ados, devido aos esfo1ços pacifistas do abnegado missioná1io que a oiata,
veio tornai-se justamente, o ponto de aldeamento das duas tiibos, unidas em Ciisto pelo batismo
Quando, rorém, se pesai a influência indígena no desbtavamento das teiias de Itaocata,
é justo que se destaque a atua,ão dos índios Co10ados e seus aliados Carnpós, que êsses é que,
em ve1dade, foiam os devassado1es da legião Os Putis só foiam alcleados mais ta1cle, em
vütude da l)e1seve1an,a de Fiei ToMAZ
Em 24 de novemb10 de 1812, o bispo D Jos!Í DA SILVA CourrNHO, que passaia po1
São Fidélis em visita pastoial, aptovou a nova aldeia, wllLedendo-lhe fo10s ele capefa uaacla
"pata todos os novos moiadotes'', piincipiando "no lugai da Boia, até o p1imei10 mo1aclo1 de
Cantagalo, chamado PEIXOTO, e de um out10 lado do Patahyba acima"
No a1quivo da patóquia, segundo o insigne histo1iado1 da te1 ia, M DE To1 EDO Pr7A,
fotam colhidos os seguintes dados sôbte os limites da novel fteguesia, que já então 1ecebia o
nome de São José de Lconissa da Aldeia da Pecha:
"O te11itó1io de uma e outia ma1gem cio Paiaíba, tiês léguas acima de São Fidélis até <hegat
aos p1imeüos mo1ad01es de Cantagalo e ela Fieguesia de São Ped10 e São Paulo da Paiaíba
cio Sul"
As teuas que se1vilam paia a funda,ão da aldeia peltenciam p1imitivamente, à vila de
Campos cios Goitacazcs mas, pouco tempo depois, po1 Dcneto de 9 de ma1ço de 1814, passa1,1m
à jmisclição da vila de São Fecho de Cantagalo, 1eccnternente ciiada Em novemb10 cio ano
seguinte a aldeia ela Pedia 1eto111ava a Campos desmembianclo-se, em definitivo, de Cantagalo
A paltil ele 1818, Fiei Tomaz rnme,ou a dividi! as teuas ptóximas à localidade, ent1e os
habitantes cio lugai, fato que veio possibilitai um maio1 tendimento, 1esultante de um rnelho1
aproveitamento das mesmas
A 19 ele abiil de 1850, em viltucle da autonomia LOncedida à vila de São Fidélis, dcsmem-
biada de Campos, passou São José de Leonissa da Aldeia da Pedia, atual Itaocaia, a fazet pa1te
da 1efeiida vila, juntamente com a fiegnesia de Santo Antônio de Pádua
Fato digno ele menção, dada a sua singula1idade em relação às demais comunas fluminenses,
foi a atitude de gtande pa1te dos fazendei10s de São José de Leonissa que, ,u1tes da p10mulgac,ão
da Lei Ámea no rndioso 13 ele maio, já havia libe1tado quase que totalmente scus esoavos
Motivado pot essa libe1dade humanitátia não se ve1ifiLOu, na localidade, o êxodo do elemento
negto beneficiado pela "Abolição"
Pelo contlátio, vivendo êle num ambiente de simpatia, iaclicou-sc e adaptou-se 1àpidamente
às novas condições, peunitindo um maiot sm to de p10g1esso pata a localidade
Outto aspecto que também define o espítilo idealista e libetal do povo dêsse nobte 1incão
fluminense, pode sei obse1 vado pelo estudo das campanhas lepublicanas, ]evadas a efeito pela
sua gente O ideal 1epublicano ge1minou e c1esceu em Itaocaui, avassalando os colações ele
seus habitantes, que se haviam distinguido como pioneiws da Abolic,ão Ent1e os vultos mais
destacados da campanha icpublicana em Itaocaia, são dignos de ment.ão os nomes de EDUARDO
XAVIER VAl!IA DE ABREU, MOISÉS AoGUSIO DO VALE, Di ]oÃO ]os!Í DE SÁ, Di ARISTIDES
CAER e D ANA CATARINA DE A7EVEDO, mais conhecida pelo cognome de "Sá Dona"
Após a p1odamação da República, tão almejada, o p10g1esso do então distiito de São José
de Leonissa não foi ignoiado pelo govêrno estadual que, pelo Deueto n 9 140, de 28 de outub10
de 1890, elevou-o à rntegoiia de Munidpio, rnm a denomina,ão de Itaorata, sendo o seu te11itó1io
desmembiado do de São Ficlélis O nome de Itaocaia, segundo t1adição 01al, foi suge1ido pelo
Di FERREIRA DA Luz, médico e poeta, que tesidiu, pot muitos anos, em Milacema Ê um vocábulo
tupi founado dos tê1mos: "ita" - que qucJ dizei "pedia" e "ocaia" - "piaça, teuei10"
O texto do Dcctcto n 9 J40, citado, ct a o seguinte:
arnmpanha1ão o vallão do pad1e Antonio até a se11a do Monte Ve1de, que limita1á
po1 veltentes a tomai uma linha que, passando pela fazenda de Manoel Luiz Ribei10,
te1mine no 1io Paiahyba, pelos limites da fazenda da Bôa So1te
A1t 29 - O município de Itaocáta faiá paite da lOma1rn de São Fidelis
Att 3" - O munidpio de ltaocáta fica ob!Ígado ao pagamento de paite da divida
passiva atual do munilipio de São Fidelis, p10poicional á ieceita da freguesia de São
José de Leonissa, nos t1es ultimos annos devendo effectua1-se o pagamento em p1P-s-
tações, como conviet ás duas municipalidades"
Atualmente, ltaocata, a velha Aldeia da Pedta uiada pelo csfô1ço abnegado de Ftei ToMA7.
desfi uta iazoável conceito na comunidade fluminense, sendo a sua sede urna das mais inte1essantes
cidades do Estado do Rio
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Foi me1rão Ad111i11irtic1til•e1: A fieguesia de São José de Leonissa, niada poi Leí provincial
n 9 500, de 21 de maiço de 1850, foi elevada à categoiia de Município, com sede na povoação de
São José de Leonissa e a denominação de ltaocata, pot efeito do Deueto estadual n" 140, ·de 28 de
outubto de 1890, constituído de te11itótio desmemhiado do Município de São Fidélis
Refe1em-se à uiação do disttito de Itaocata, os Deuetos estaduais ns l e t-A, 1espectivamente,
uc 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 191 l, o Munidpio de Itaocata se
constitui dos seguintes distiitos: Itaoacata, LaianjeÍlas, 'l 1ês lunãos e Jagua1embé
A catego1ia de (idade foi dada a Itaouua em 'ittude da Lei estadual n'' 2 335, de 27 de
dezemb10 de 1929
Na divisão administrntiva de 1933 e divisão te!lito1ial de 3 l-XII-1936, apa1ece o Munidpio
de Itaornta composto de 6 dist1itos: ltaornta, Laianjeiias, Po1tela, Jaguaiembé, Estiada NoYa e
Estação de T1ês Iunãos, notando-se a mudanc,a toponímica do dist1ito de T1ês Iunãos
Segundo a divisão te11itoiial datada de 31-XII-1937, o Munidpio se constitui dos seguintes
disllitos: Itaocaia, La1anjei1as, Po!lcla, Jaguatemhé, Esttada Nova e 11ês hmãos, tendo o disttito
de Estação de Ttês Iimãos 1 eto111ado ,\ denomin,1c,ão antet io1, assim peunanecendo no quad10
anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1<,o de 1938 e na divisão te11ito1ial estabelecida
pelo Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de l938, paia o qüinqüênio 1939-1943
O Município de ltaocaia, segundo a divisão te11it0lial pata o qüinqüênio 19 1í4- 1948, fixada
pelo Del!eto-lei estadual nº l 056, de ?> 1 de dezembto de 194), ficou constituído pelos seguintes
disl!itos: Itaocata, Estiada Nova, Jaguaiembé, Laianjais (ex-Laianjeiias) e Po1tela, tendo pe1dido
o distiito de T1ês lunãos, tiansfeiido paia o Município de Cambuci
O Deoeto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janci10 de 1944, 01denou os dist1itos do município
de ltaocata da seguinte f01ma: 1" - Itaornia, 2" - Laianjais, 39 - Po1 tela, 4 9 - - Jagua1embé,
59 - Estiada Nova
I - DistJÍto de Itc1ocme1: A f1eguesia de São José de Leonissa foi uiada poi Lei ptovincial
n 9 500, de 21 de mai~o de 1850
A f1eguesia de São José de Leonissa passou a denominai-se Itaocaia, 1ecebendo as categoiias
de vila e sede do município de Jtaornia, cm viitude do Deueto estadual nº 140, de 2.8 de outubto
de 1890
Os Deuetos estaduais de ns 1 e 1-A, datados iespedivamcnte, de 8 de maio e 3 de junho
de 1892, confiunatam a uiação da antiga f1eguesia de São José de Leonissa
O disllito de ltaocaia, segundo a divisão administtativa iefe1ente ao ano de 1911, peunaneu:
como sede do município de mesmo nome
Poi efeito da Lei estadual n 9 2 335, de 27 de clezemb10 de 1929, a sede do distiito e município
de ltaocaia, iecebeu fo10s de cidade
- 241 -
IV - Dist1ito de /ct/!,ttC11embé: O disttito de Jagua1embé foi oiado por fô1ça d;t Lei estadual
n 9 662, de 27 de outub10 de 1904, wm sede na usina de Santo Antônio
O disttito de Jaguatemhé, segundo as divisões aclminist1ativas de 191 J e 1933 e te11ito1 iais
datadas de 31-XIl-1936 e 31-XII-1937, está subo1dinado ao município de Itaornta, assim petma-
necendo no quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 ele ma1<,o de 1938, e nos fixados
pelos DeuetÕs estaduais ns 641, de l '5 de clezembto de 1938 e l 056, de 31 de llezemb10 de 1943,
pata vigoia1em, 1espelti\ amente, nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O disttito ele J agua1embé foi 01denado wmo o 4'1 do município de Itaornia pelo Deneto-lei
estadual n• l 063, de 28-1-1944
16 -- 25 625
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MUNICiPIO DE ITAPERUNA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
Município - Átea - 1 442 km2 ; população ( 1950) - 75 011 habs ; núme10 de disttitos - 7
Sede municipal - Átea - 723 km 2 ; população (1-VII-50) - 29 558 habs ; latitude S -
21•12·23",7; longitude W Gt - 41 9 53'25",5 altitude 110 m; distância em linha reta à Capital
227 km; rnmo (em 1elação à Capital) - N N E
Demais qist1itos - Nossa Senhota da Penha: átea *; população ( 1-VII-50) - 14 433 habs
Laje do Muriaé: área 220 km 2 ; população ( 1-VII-50) - 11 170 habs Itajata: átea 96 km2 ;
população ( 1-VII-50) - 5 663 habs Comendadot Venâncio: átea 163 km"; população ( l-VII-50)
- 6 791 habs Retito do Mu1iaé: átea 119 km"; população ( l-VII-50) - 7 396 habs Boa
Ventma: átea 121 km"; população ( 1-VII-50) **
EVOLUÇÃO SOCIAL
A colonização das tettas que compõem o atual Município de Itaperuna, cuja átea se estende
por 1 442 km2 , teve seu início em ptincípio do século XIX, sendo que o p1imei10 ato 1eferente
a essas tettas é mais temoto, datando de 30 de janei10 de 1759, época em que foi criada a
fteguesia de Santo Antônio de Gatulhos, de cujo tertitótio, então, passatam elas a fazet parte
No que se tefete aos episódios que motivatam o início de sua coloniza<,ão, dive1gem os
auto1es Segundo uns, o desbtavamento dessas tetras foi devido a JosÉ LANNES (ou de Lana)
DANTAS BRANDÃO, que te1ia sido satgento da Milícia de D JoÃo VI Actescentam ainda êsses
autotes que JosÉ LANNES, nascido na Fazenda de São Miguel, em Minas Getais, ptopriedade de
seu progenitor ]oÃo LANNES (ou de Lana) DANTAS BRANDÃO, pot volta de 1820 tetia deixado
seu toirão natal, acompanhando uma ttopa, pata vendet, no Rio de Janeiro, o fumo e o ouro
p10duzidos na refetida fazenda
* Nossa Senho1a da Penha teve sua átea anexada ao disttito-sede, devido à impossibilidade
de dema1cação de seus limites
** A população do disttito de Boa Ventura está anexada à do distiito de Nossa Senhora
da Penha po1que não existia na ocasião do Censo de 1950
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Chegando à Met1ópole, entusiasmado com a vida citadina, JosÉ LANNES te1ia assentado piaça
na Milícia do Reino onde, po1 atos de bravma, galga1a, dent10 de dois meses apenas, o pôsto
de Sa1gento
Contam, ainda êsses oonistas que, apesa1 dessa 1ápida ascenção, pouco demotou fosÉ LANNES
nas fileüas da Milícia Ce1to dia, estava pa1te dessa fô1ça em Nite1ói, quando, após a p1esta<,ão
ele um setviço estafante, a êle se chega o alfe1es teinol MANOEL DE SoUZA e lhe confe1e a
vexató1ia missão de levai uma calta e p1esentes à sua namotada
Revoltado, o bi ioso jovem 1efuta a incumbência, o que p10voca no alfctcs nrn gesto de Íla
Levantando o 1ebenque que tinha na mão, ia êle fustigai a face do satgento brnsilei10, quando êste,
auebatando-lhe o chicote, ma1cou com o mesmo o 1osto do supe1io1, que, ferido, co11cu pata o
quaitel
Passado o p1imei10 momento, voltando à sua calma, conside10u JosÉ LANNES a situação
uítica em que se encontiava, pois sua atitude, pot essa época, se1ia indubitàvelmente castigada
com o enfo1camento Foi assim que, tesolvendo desettat das fileitas, deixou o qua1tel, contornando
o litoial, em busca elo 1io Pataíba Chegando a êsse 1io, subiu-o até a confluência com o Mutiaé,
pelo qual p1osseguiu até a p1imeÍla moiada elos índios "Pmis", na hoje fazenda ela Conceição
Depois de uma dcmoia de alguns dias nesse lornl, ]osú LANNES subiu, guiado pot uma escolta
dos índios "Pmis", pelo 1io Caiangola até a cachoeüa de Tombos, de onde voltou, assinalando
em sua passagem, os locais ele Po1ciúmula e Natividade
P10sseguinclo em sua jornada, JosÉ LANNES att avessou a Sett a do Giama, e veio a dai na
fazenda ele São Domingos, vizinha da de São Miguel, onde, ao chegai, 1ecebeu logo a giata
notítia de que a Milícia Po1tuguêsa fôia fot<,acla a emba1cat pata Lisboa e que D PEDRO I
assumita o 9ovê1110 do Bi asil, independente de Pot tugal
Foi em vi1tude dessa notícia que JosÉ LANNES, já clestemetoso da Justi(,a, se ditigiu pata
a fazenda paterna, de onde voltou, segundo os histo1iadoies, em 1831, às te11as, anteii01mente
po1 êle dematrndas no Caiangola, fazendo-se acompanh:u de sua ~oiva e de dois esci avos Poste-
i io11nente, chegaiam a essa localidade os Tinocos, os Custódios, os Alves e os Pe1eüas, que,
juntamente mm o pioneÍlo, foiam os p1imei10s colonizadotes da 1egião
Essa é uma das ve1sões da histótia de JosÉ LANNES, DE LANA ou ainda JosÉ DE LANES, como
o denomina o Dt MÁRIO PINHEIRO MoTA, a quem devemos a melho1 monogtafia de Itapernna,
até hoje divulgada
Segundo êsse autoiizaclo estudioso, a históiia do desbtavamento da iegião tetia ocouiclo ela
seguinte fo11na: "Em 1831, JosÉ DE LANES DANJAS BRANDÃO, depois de deseita1 da polícia
de Ponte Nova, iefugiou-se em Campos Receoso de sei aí descobeito, p10u11011 o seitão, indo
até à altma elo atual município de Viçosa, iegtessando à zona de Fatia Lemos, pata depois descei
a apossai-se de tôda a te11a, desde Poiciúncula até o Bambuí
Em J 832, 26 de outubto, JosÉ DE LANES esuevia, do lugai que denominou "Concei(,ão",
ao seu filho FRANCISCO, dando notícias, pedindo 1ern1sos e, mais, que fôsse feita uma consulta
ao amigo "satgento", em Minas, sôbie a possibilidade de lcgaliza(,ão da posse das te11as que
havia ocupado Voltou JosÉ DE LANES, em 1833, à zona que deixaia, ttazendo de 1egiesso, em
sua companhia, índios, esnavos e um indivíduo 1x•1 nome Bambuí, a quem doou as tetias que
têm hoje esta denominac,ão
Estabelecido já no lugat denominado Pôtto Alegte, faz então em 1834 doac,ão, po1 título,
das rnd1ocüas do Cubatão ao tcnente-cotoncl GERALDO RODRIGUES DE AGUIAH
Depois desta data JosÉ DE LANES desfez-se da pwptiedade de Pôito Alegte e estabeleceu-se
no vale do Caiangola, na fazenda de São José, à matgcm do Catangola, acima de Natividade
Ainda em 1834 fêz nova viagem a Ponte Nova, ttazendo os seus i11nãos ANTÔNIO e FRANCISCO,
aos quais cedeu as teuas da maigem esqueida do tio Cuangola, compieendidas pela bacia do
1ibeüão de São Sebastião, ou Bom Sucesso (fazenda, engenho) Boa Espetan(,a e a bacia do
tibeüão da Conceição
Pata a fazenda da Conceic,ão ttansfeiiu-se mais taide o capitão JoÃo F DAN IAS BRANDÃO,
pai dos possei10s Falecido aí, foi sepultado no velho cemitéiio ainda hoje cxistrnte, mas em
abandono Dessa founa o vale do Catangola habitava-se, enquanto o vale do Mui iaé peimanecia
desabitado Mas, ainda neste ano, Josú FERRFIRA CÉSAR, patente de Josú DE LANES, a ptetexto
ele batet outo e colhêt ipecacuanha ( ei va da emetina), aí existente em estado nativo, deixou a
ba11a do Bacalhau, no município de Tut vo, em Minas, onde iesidia, e, ent companhia da sua
mulhet, D MAHIA ANGÉLICA DA Luz, e de índios pmis domesticados, wnstrniu um tancho no
local do attaial hoje ele Laje, e aí se instalou, rnm•miumdo-se com os "Quattéis", hoje São Paulo
do Mmiaé
Somente mais tatde, JosÉ BASTOS PIN ro e Josf: GARCIA PEREIRA chegavam ao mesmo local,
sendo os cloado1es dos te11enos elo atraia! ela Laje
JosÉ DE LANES em, enttetanto, desettot da polícia ele Ponte Nova, em Minas, e, em 1842,
o p1esidente daquela p10víncia delibetou mandai piendê-Io Com a ap10ximac,ão da fôiça,. que
vinha captuiá-lo, o dese1to1 p1epawu-se com os seus homens pata 1eagit, mas, paiece, a habilidade
do tenente que comandava a escola evitou qualquet violência, e, do entendimento, 1esultou
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ent1ega1-se JosÉ DE L\NES, que, rnnduzido até à ptesença do ptesidente da p10vímia, foi petdoado,
louvado e hontado com o título de guatda-mot, pelos setviços ptestados às tegiões inóspitas que
habitam e dcsenvolve1a" "Munidpio de ltapetuna" - monogtafia cio Engenheito civil MÁRIO
PINHEIRO MoTA, publicada no volume V dos Anais do IX Congtesso Btasileito de Geog1afia -
C N G - Rio rle Janeito, DF, 1944
Seja como tenha sido a histótia ele JosÉ LANES, DE LANA, ou ainda DE LANES, o que se
sabe ao cetto é que, com o coue1 dos anos, foi tal o piogtesso vetificado na localidade, que,
em 1845, já as leis 01çamentá1ias da P10víncia consignavam 1ern1sos pata a uiação da estiada
de Caiangola, ptosseguindo-se, então, ele founa mais intensiva, a rnlonizac.ão da tegião, a pai tit
elas fazendas ele Pôtto Aleg1e e São José, est1 um pouco acima cio atual disttito ele Natividade do
Cai angola (ex-Natividade)
Em rnnseqüência dos melhotamentos 1ealizaclos nas vias de rnmuniuu,ão e giaças ao labo1
de seus habitantes, em 24 de novemb10 de 1885, o Govêtno houve pot bem ctiat um Município
na 1egião, elevando a fteguesia de Nossa Senhota ela Natividade, ctiada em 23 ele agôsto de 1853,
à categotia de vila, sob a denominac.ão de Jtapernna, que, em língua indígena, que1 dizei
Pedia Pteta ou tapit p1 êto Deve-se a escolha dêsse nome ao fato ele os índios Pu1is o aplicai em
à 1egião citcum·izinha da chamada "Pecha do Elefante", situada em Potciúnrnla O Decteto
11 9 2 810, de 24 de novernb10 de 1885, estava assim 1edigido:
A 4 de novemb10 de 1886 vetifirnu-sc uma grnt.1 oco11ência pata o novel Município, com
o apatccirnento do seu ptimeito jornal "O Lagense", editado sob a ditqão e tesponsabilidade de
M F DOS REIS TÁVORA Em 29 ele dezembto de 1887, po1tanto um ano depois do apatecimenlo
dêsse jornal, novo dec1 eto veio altetat a situação política e administi ativa da i egião Tomou êlc
o nº 2 921 e tezava o seguinte:
"Att l'' - Fica ueada a fieguesia de - São José do Avahy - , tendo poi sede
o auaial de Po1to Alegte, sito no teuitotio da fieguesia de Natividade do Carnngola,
município ele Campos, e pot limites na ma1gem esque1da do tio M111iahé, o couego
da Chica, na fazenda de São Paulo, até a seua que divide as aguas do dito 1io das do
Itabapoana; do lado de cima, o 1io Catangola desde a sua foz até á rnnfluencia do
tibeitão da Concei,ão, seguindo po1 este acima, até ás divisas da freguesia de São
Sebastião do Va11e Sahe; na rna1gern diteita do tio Muiiahé, o Vallão Grnnde, desde a
sua foz até o 1urno de fundos da fazenda de São Pedtn, seguindo pelo mesmo tumo
e pelos de funclos das fazendas situadas na dita matgem do tio .Nfutihé até o tibeüão
de São Domingos; e ainda pot este até á sua foz no Mmiahé
§ l" - Esta freguesia e bem assim a de Nossa Scnho1a d,1 Piedacie da Lage, que
fica desmembrnda do município de Santo Antonio de Padua, pe1temetão e setão incot-
pcnadas ao novo município ueado pelo Deueto nume10 2 810, de 24 de Novemb10
de J 885
§ 2'1 - - A séde elo t efei ido município seu\, potérn, no a1 taial de Poi to Alegi e,
que fica elevado á categotia de - villa - nesta - com a denominac.ão de - Vilh
de São José do Avahy -- deuogado patte do a1t J'" do mencionado Dec1eto n" 2 810
§ 3" - Constitui1ão pattimonio da Villa os J 'í alqueites de teu as doadas pata esse
fim pelo wmmendadot Josú CARDOSO MonmRA, as quacs, divididas em lotes, se1ão
auendadas ou afotadas ás pessoas que quizettm nella edificai, de confoi midade com a
plant<1 e plano da nova Villa, 01ganizados pelo engenheito J C CoEI IIO CIN IRA"
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1111C1ção Judiciá1i<1: Po1 fô1ça do Deoeto nº 2, de 6 de dezemb10 ele 1889, foi uiada a
coma1ca ele Itapernna, extinta pelo Deneto nº 8, de 19 de clezembto de 1891, e 1estautada pela
L<;:i nº 43-A, de 1 de ma1ço de 1893
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I - Dist1ito de ltaj1eumc1: A f1eguesia de São José do Avaí foi uiada mm sede na povoac.ão
de Pôito Aleg1e, po1 lei ou deueto p10vincial nº 2 921, de 29 de dezemb10 de 1887 Po1 efeitn
dêsse mesmo deneto ou lei nº 2 921, a sede do município de Ttapernna, ctiaclo pelo de n" 2 810,
de 24 de novembw de 1885, foi tiansfetida p:ua o auaial de Pôtto Alegte, ele\ ado à categoiia
de vila, mm a denominação de Vila de São José do Avaí
A sede da fieguesia e do município de São josé cio Avaí 1ecebeu fo1os de cidade e a deno-
minac,ão de Itapetuna, po1 fôtça do Deueto estadual n 9 2, de 6 de dezemb10 de 1889
Confiunaiarn a ctiac,ão do disttito os deuetos estaduais de ns J, de 8 de maio e 1-A,
de 3 de junho de 1892
II - Dirtiito de No11r1 Senho1a da Penhc1 (ex-Penha): O dist1ito de Penha foi uiado po1
Delibeiação estadual datada de 9 de setembw de 1890, sendo sua u iação confitmada po1 Deuetos
estaduais de ns 1, de 8 ele maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
O disttito de Penha, de acôtdo com as divisões administtativas dr: 1911 e 1933, teuit01iais
datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, hem como o guaclto anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A,
de 31 de ma1ço de 1938, pettence ao município de Itapetuna, onde também figuia, segundo o
guaclto fixado pelo Dec1eto estadual nº 6'Í 1, de 15 de dezemh10 de 1938, em vigm no qüinqüênio
1939-1943
Po1 efeito do Decteto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quadw
da divisão teuitmial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente no qiiinqüênio 1944-1918,
o elist1ito de Penha, do rnunidpio de Itape1una, passou a denominai-se Nossa Senhota da Penha
Pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janei10 de 1944, o distlÍto de Nossa Senho1 a
da Penha foi 01denado como o 2º do rnunidpio de Itapet una, situação manticb pela Lei n 9 6,
de 11-8-1947
III - Distiito ele Lc1je do Mt1Jic1é (ex-Laje): A fieguesia de Nossa Senhoia da Piedade
da Laje foi uiada po1 Lei p10vincial n'' 1 22'i, de 21 de novemb1 o e Deoeto pwvinéial n 9 l 244,
de 14 de dezembw de 1861
Em viitude do Deueto p10vincial n" 2 921, de 29 ele dezemb10 de 1887, mencionada fieguesia
foi t1ansfe1ida do munidpio de Santo Antônio de Pádua parn o de Itapernna, então denominado
São José do A vaí
A uia~ão da fteguesia foi rnnfiunada pot Delibeia~ão de 11 de agôsto de 1891 e deuetos
estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
Na di\isão administiativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figuta no município de
Itape1 una o distiito denominado, simplesmente, Laje
De acôido mm as divisões administ1ativas de 1933 e teuitoiiais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem como 0 guacho anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 ele mal<,O de 1938,
o dist1ito se denomina Laje do Mu1iaé e peun.inece no município de Itapetuna
Pot efeito do Deueto estadual nº 6,i 1, de 15 de dezemb10 de 19'.\8, que fixou o quadto
teuito1ial em vigot no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Laje do Mutiaé 1eto111ou a sua
ptimitiva denominação de Laje, sendo desfalcado de patle de seu teuitóiio. a fim de constitui1
o novo distiito de Co111endado1 Venâncio
Em vittude do Deueto-lci estadual nº l 056, de 31 de dezemb10 de 1943, o distiito <ie Laje
teve seu topônimo modificado, novamente, paia Laje do Mui iaé No guacli o fixado pelo 1dei ido
Deueto-lei estadual nº J 056, o disttito de Laje do Muiiaé (ex-Laje), figuta no município de
Itapctuna, no qual foi 01denado como o 3º, pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janei10
de 1944, situação essa wnfitmada pela Lei n" 6, de 11-8-1947
IV - Dirt1ito de ltc1jc11c1 (ex-Rese1va): O dist1ito de São Sebastião da Boa Vista foi uiado
:--ela Delibeia<,ão de J 5 de agôsto de 1890, sendo sua uiac,ão wnfiunada po1 Delibc1ação estadual
de l l de agôsto de 189 l e denetos estaduais ns 1, de 8 e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões administiativas de 1911 e 1933, teuito1iais de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem wrno o guad10 anexo ao Deueto-léi estadual nº 392-A, de 31 de rnall,O de
1938, o dist1ito de São Sebastião da Boa Vista peitence ao município de Itapetuna
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Po1 fôiça do Decreto estadual nQ 641, de 15 ele dezemb10 de 1938, que fixou o quacl10 da
divisão te1tit01ial do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, o clistlÍto de São Sebastião
da Boa Vista, do município de Itapernna, passou a denominat-se Rese1 va
O topônimo do clist1ito de Rese1 va foi alteiado pa1a Itajaia, em vii tude do Decieto-iei estadual
nQ 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943 No quad10 fixado pelo lefetido Decieto-iei nQ 1 056, pa1a
vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, figuta o distiito de Itajaia ( ex-Rese1va), do munidpio de
Itape1una, no qual foi 01clenado como o 4'', pelo Decteto-lei estadual nv 1 063, de 28 de janeiio
de 1944, situação essa confiunada pela Lei n 9 6, de l J-8-1947
MUNICIPIO DE MACAÉ
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
Mtmicíj>io - Á1ea - 2 055 km"; população ( 1950) - 45 720 habs ; núme10 de clisttitos - R
2
Sede munici/Jctl - Átea - l 59 km ; população ( l-VII-50) - 12 365 habs ; latitude S
22°24'58",5; longitude W G1 - 41'142'30',8; altitude - 4 m; distância em linha 1eta à Capital
- 149 km; llllno (em lelação à Capital) - EN E
Demctis di1t1ito1 - Cabiúnas: Átea - 251 km'; população (1-Vll-'50) - 2 627 habs
Caiapebus: á1ea - 196 km"; população ( 1-VII-50) - 8 825 habs Quissamã: {nea - 677 km 2 ;
popula<.ão - (1-VlI-50) - 9056 habs Ilili: átea - 339 km'; populac,ão - (l-VII-50) -
- 248 -
1 963 habs Cachoeüos: á1ea 113 km"; populai.ão - (1-VII-50) - 2 895 habs. Glicério:
á1ea - 243 km2 ; popula\ãO (1-VII-50) - 5 117 habs Sana: á1ea - 77 km"; população
,
(1-VII-50) - 2 872 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
O Município de Macaé, cuja supe1fície está, p1esentemente, rnkulada em 2 055 km\ teve
sua 01igem no aldeamento dos índios Gua1ulhos, localizado, até 1 630, nas teuas onde hoje se
encontta situada a sua sede municipal, o qual tinha p01 chefe um filho de ARARIBÓIA AMADOR
DE SOUZA
A denominação de "1-facaé", segundo grnnde núme10 de auto1es, ptovém do tê1mo indígena
"Miquié" (tio dos Bagtt:s), aplirndo pelos gentios quando que1ia111 1efe1it-se ao p1incipal tio
que banha a localidaJe
O nome de "Marné" apatece, pela p1irneita vez, nas uônicas fluminenses, em l 'í3'í, .:m
vittude da uiação das capitanias de São Tomé e São Vicente, limitadas, justamente, pela foz do
tio assim denominado
Em 1619, rnm tl extinção das capitanias, depois de 1einrn1potadas suas te11as aos bens da
Co10a, foiam elas doadas em sesma1ias aos "7 Capitães" que p10111oveiam tl p1i111eita coloniza e.ão
efetiva de todo o te11itó1io wmpieendido ent1e os tios Itabapoana (.Managé) e o Maca1 é (Miquié)
Chegados à localidade de Macaé, em l 1 de dezemb10 de 1632, os Capitães já emontuuam nela
os Jesuítas 9ue, em J 630, haviam aí instalado a chamada Fazenda dos Jesuítas de Macaé, que
se mm punha de um engenho, um wlégio e uma capela, rnnst1 uídos no 1110110 de Santana
No "Rotei10 dos 7 Capitães" smge pela segunda vez, em dornmentos histó1irns, o nome
de Marné: "No dia L t ( 11 de dezemb10 de 1632), chegamos a Macaé pelas oito hmas d:t
manhã; aqui desemba1camos e fornos tomai wnhecimento clesta povoação Com efeito, não a<harnos
gente de rnaio1 consideiação; de choupanas wbe1tas de palha se rnrnpunha o seu a11aial Seus
habitantes eiam mamelurns, po1ém muito casteados e agiadáveis Esta gente se ocupa da pesw
o que nos p10po1cionou muitos bagtes, dos quais fizemos so1timento
Andamos mais pata o intetio1 e •descob1imos uns motado1es, estas motadas rnm alguma rnn-
sideiac,ão Voltamos e chegamos à ma1gem do tio onde eia a dita aldeia, indagamos quem
eiam aquêles m01ado1es e nos clissetam que etam gente da nossa massa e um dêles fazia vêzes
ele govêrno autmizado po1 Cabo Fiio Não ta1dou muito a pai ece1ern t1ês dos ditos m01ado1es
acompanhados de um mameluw que tinha ido avisai a dita autoiiclade a qual enttando em inda-
gações a nosso 1espeito inquitiu quem etamos e qual o nosso destino Depois de infounado,
quando ent10u no conhecimento ve1dadei10 de quem eJ amos, se rnost1ou bonacho e se ofe1eceu
pata tudo gue êle p1estasse "
Depois de 1759, época em que foiam expulsos os Jesuítas, em vittmle ela campanha movida
contia sua Otdem pelo Matquês de Pombal, Minist10 de D TosÉ l, a localidade tomou novo
impulso, pois as teuas abandonadas po1 aquêles 1eligiosos, rnmo que convidavam os colonos ele
outtas j!latagens a nela se instala1em Foi assim que, com a 1edist1ibuição de seu solo, smgiiam
novas fazendas e novos engenhos, sendo fundados no1 os núcleos de povoa<_ão, po1 influência ele
elementos otiundos de Cabo Ftio e de Campos, o que motivou, em 1813, a clevac,ão da sede da
lornlidade à catego1ia de vila, com a denominação de São João ele Marné A instalação da vila e,
conseqüentemente, elo Município, se ve1ifirnu a 25 de janei10 de 1814, rntte gtandes manifestac.ões
de aleg1ia de seus habitantes
Macaé p10g1ediu 1àpidamente, em vittude de te1 sido, no pc1íodo wlonial, o ponto p1efetido
po1 onde se p10cessava intenso movimento de incot potac,ão e expottac,ão, de grnnde pa1te do
notte fluminense As metcado1ias tiansitavam pelo gtande canal attífidal Macaé-Campos, wnstlllído
em 1874, cujos 'estígios ainda hoje atestam a impottâmia de que a localidade desfrutou
O petíoclo ámeo ele Macaé rnlminou com o apatecimcnto elas ptimeitas linhas féueas em
seu te11ító1io Uma após outta, fotam smgindo as companhias conc~ssionái ias das Esttaclas de
Macaé, do Batão de Atatuama, do Ramal de Quissamã e tl Utbana de Macaé, tôdas utilizadas
simultâneamente Enquanto não smgiu a Estiada de Fe110 Leopoldina, modificando a situai.ão,
Macaé foi uma localidade impottantíssima; punha em wmunicação mm o Rio de Taneito, pot via
malÍtima, pelo pô1to de Imbetiba, todo o n01te fluminense, ao qual po1 sua vez, se ligava tanto
pelo canal já 1efetido como pelas fc11 ovias citadas, além de inúmetas est1 adas e caminhos de t10pa
Inaugmadas as linhas da Leopoldina, o pôtto de lmbetiba tornou-se quase inutilizado, e Macaé,
pot essa 1azão, foi pe1dendo, pourn a pourn, o luga1 de destaque de que desftutava na wmunídade
fluminense Atualmente, o Município de Marné vem-se tce1guendo wm tapidez, rnjo 1itmo,
p1ovàvelmente nesce1á, tão Ledo as obtas da Centtal Eléttica de Marnbu estejam concluídas, o
que peunititá maio1 p10g1esso das indústtias existentes em seu te11itó1io
EVOLUÇÃO POLíTICA
A f1eguesia foi niada po1 fô1ça do Alva1á de 6 de maio de 18 l 5, confürnado pelos Dec1etos
estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente de 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
A vila de São João de Macaé foi elevada à catego1ia de cidade pot Lei p1ovincial n• 364,
ele 15 de ab1il de 1846
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio ele Macaé se compõe
de 9 distlitos: Marné, Baueto, Caiapebus, Quissarnã, Conceição de Macabu, Neves, Va1gem Alta,
Gfüétio e Sana
Na divisão administiativa de 1933, o Munidpio apa1ece constituído ele 10 distiitos: Macaé,
São José do Ba11eto, Caiapebus, Quissamã, Conceição de Macahu, Neves, Cachoeita (com sede
em Va1gem Alta), Fiacle (com sede em Glicéiio), Sana e Paciêmia de Macabu
Segundo as divisões te11ito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, o Munidpio de Macaé
peunanece mm 10 dist1itos: Macaé, Caiapebus, C2choeiia, Flade, São José do Baueto, Macabu,
Neves, P,idência de Macabu, Quissamã e Sana
No quatlio anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de mau,o de 1938, o Município
figma com 10 distlitos: Macaé, Caiapebus, Glicétio ( ex-Fiade), São José do Ba11eto, Mac;1bn,
Neves, Paciência de Macabu, Quissamã, Sana e Va1gem Alta ( cx-Cad1oeita)
No quaxl10 da divisão teuitotial pata o qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Dec1 eto estadual
n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, o Município de Marné apa1ece wm os seguintes dist1itos:
Macaé, Cabiúnas (ex-São José do Baueto), Cachoei10s ( ex-Va1gem Alta), Glicélio, Carnpebus,
Itüi (ex-Neves), Macabu, Marnbuzinho (ex-Paciência de Macabu), Quissamã e Sana
Na divisão teuitotial fixada pelo Deueto-lei estadual n" l 056, de 31 de dezembto ele 1943,
pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o Munidpio é rnnstituído de 10 dist1itos: Marné, Cabiúnas,
Cad1oei10s, Caiapebus, Macabu, Ctubixais ( ex-Glicé1io), hüi, Marnbuzinho, Quissamã e Sana,
que 1e(ebe1am a seguinte 01dena,ão dada pelo Deucto-lei estadual n'' l 063, de 28 ele janei10
de 194'1: 1º - Macaé, 2" - Cabiúnas, 3' - Caiapebus, 4º - Quissamã, 5Q - Marnbu,
6" - l!iii, 7'' - Cachoei10s, 8'' - Clubixais (ex-Glicé1io), 9º - Sana, LOº - Macabuzinho
O Deueto Legislativo n" 42, de 2 de outub10 de 1951 1estabeleccu ao distlito de Ctubixais
sua antiga denomina,ão de Glicé1io
A Lei n"' 1 438, de 15 de ma1,o de 1952, desanexou o 5º e o 10º dist1itos, aos quais denominou
de Conceição de Marnbu e Macabuzinho, que passatam a wnstituü o l 9 e o 2º clistiitos do munid-
pio de Conceição de Macabu, uiado pelo 1efeiido diploma legal
Em vütude das alteiac,.ões softidas é a seguinte a 01denação atual elos disttitos do munidpio
de Macaé: 1• - Macaé, 2º - Cabiúnas, 3" - Caiapebus, 4'1 - - Quissamã, 59 - Jiüi, 69 -
Cachoeüos, 7 9 - Glicé1io, 8° - Sana
Fo11nat,ão Judiciá1ia: A rnma1rn de Macaé foi uiada po1 fôtt,a do Deueto n" 2 012, de 16 de
maio de 1874 De acô1do wm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XTI-1937,
Marné é o tê11no judiLiátio úniw da coma1rn de Marné, assim pe11nanecendo no quad10 anexo
ao Deueto-lei estadual n• 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
No quad10 fixado pelo Deueto estadual n• 64 J, de 1 5 de dezernb10 de 1938, pata o
qüinqüênio 1939-1943, apa1ece a wma1rn de Macaé folmada po1 dois têunos: Macaé e Casimi10
de Ab1eu, assim peunanelendo na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº J 056,
de 31 de dezemb10 de 1943, em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948
A Lei :-:• 1 429, de 12 de janeüo de 1952 manteve a corna1ui de Marné constituída pelos
tê1mos de Marné e Casimito de Ab1cu
Pela Lei n" 1 895, de 6 de julho de 1953, a Coma1ui de Marné constitui-se de t1ês tê!111os
judiciá1ios, a sabei: Macaé, Casimüo de Ab1eu e Conceição de Macabu A Lei n" 3 382, de
12-9-1957, elevou à Coma1rn os tê1mos de Casimi10 de Ab1eu e Comei<,ão de Macabu
II - Dirt1ito de Cc1biúnc1r: A fieguesia de São José do Baueto foi oiada po1 lei ou
dc>neto p10vincial n'' 987, de J 5 de outub10 de 1857
Os deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, wnfümatam sua
uiac,ão
De acô1do com a divisão administlativa do füasil, iefe1ente ao ano de 1911, o disttito se
denomina simplesmente Bauetos e figuia no munidp10 de Macaé
Na divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o topônimo do distiito foi alte1ado paia
São josé do I3aueto, peunanecendo no município de Marné, o mesmo se vetificando nas divisões
te11itoiiais de 3l-XU-1936 e 3 J-XII-1937 e no quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual n 9 392-A,
de 31 de ma1<,0 de 1938
Em vittude do Deoeto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quadto
da divisão te11itotial vigente no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de São José elo Baueto passou
a denominai-se Cabiúnas, peunanecendo no munidpio de Macaé
No quadto fixado pelo Deoeto-lei estadual n" 1 056, de 3 l ele dezemb10 de 1943, paia
vigoiat no qüinqüênio 194/t-1948, Cabiúnas figuia como distlito do município de Marné
O disttito de Cabiúnas foi 01denado conw o 2º do município de M:1caé, pelo Deueto-ln
estadual nº 1 063, de 2B de janei10 de 1944
V - DiJt1ito de I1i1i: A heguesia de Nossa Senhoia das Neves foi c1iada em 1803
A mencionada f1eguesia tecebeu fo10s ele vila e sede do município do mesmo nome, pot
fôtça do Deueto est;tdual n" 171, de 2·í de feve1cüo de 1891, petclendo, poLém, essas catego!Ías,
em vittude do Deneto estadual n'' 12, de 29 de abúl de 1892, que extinguiu o município de Neves
A uiação da f1eguesia ou dist1ito de Neves foi wnfiunada pelos dcnetos estaduais ns 1, de
8 de maio, e 1-A, de 3 ele junho de 1892
Nas divisões administrntivas de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XJI-19'17, assim
como no quadto anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1,o de 1938, Neves figuta
rnmo clisttito do município de Macaé
Po1 efeito do Dcucto cstadml nº 61tl, t 1e 15 de dcz~mbto de 1938, o disttito ele Neves
passou a d1arnat-se Iiiti No quadto fixado pelo mencionado Deneto n'' 641, paia vigorn1 no
qüinqüênio 1939- l 94\ o distiito de liiti (ex-Neves) pctmaneée no município de Macaé, situa<_ão
essa mantida pelo Deueto-lei estadwd n" l 016, de 31 de clczemb10 de 19•í3, gue fixou o gnad10
da divisão teuitotial do Estado, cm vigot no qüingliênio 1944-1948
O disttito de Iiiti foi oidenado rnmo o 6º do município de Macaé pelo Dcueto-lei estadual
n'' 1 060), de 28 de janeüo de 1944, po1ém, cm vü tude da desanexação do clisttito de Macabu,
está atualmente 01denado como o 'iº
VII - Dirt1ito de Gli1é1io (ex-Crnbixais): A fteguesia foi uiada com sede no auaial de
Ftade e a invoca<,âo de Nossa Senhorn da Com{ic,ão, po1 dec1eto p10vincial n 9 l 709, de 30 de
outub10 de 1872
Os cleuetos estaduais os 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, rnnfillnaiam a
uia<,ão da ficgucsia
Em vittude da Lei estadual n• 970, de 10 de novemb10 de 1910, a sede do disttito foi
trnnsfeiida paia a cstac,ão de Glicé1io
Na divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 191 l, Glicétio figuta como distlito do muni-
cípio de Macaé
No boletim datado de 13 ele janeito t!e J 918, consta o 'tlisttito de 1'1ade, rnm setle em
Glicétio, no município de Macaé, assim peunanecendo na divisão aclministrntiva ele 1933
De acôtdo com as divisões teuitmiais datadas de 31-Xll-1936 e 31-XII-1937, o dist1ito
de Ftade faz palie elo municíj1io de Macaé
No quadto anexo ao Deneto-lei estadual n• 392-A, de 31 ele matço de 1938, apatece no
município de Macaé o disttito denominado Glicé1io ( ex~Fiade), o mesmo se ve1ificanclo no quac!to
fixado pata o qüinqüênio 1939-1943, pelo Decteto estadual n• 641, de 15 ele dezembto de 1938
Pm efeito do Deueto-lei estadual n" l O'i6, ele 31 de dezembto de 1943, que fixou o quadto
da divisão te11ito1ial, judiciátia e administtativa do Estado, vigente no qüinqüênio 194/i-1948, o
disttito de Glicétio, do município de Macaé leve sua denominação modifirnda pata Ctubixais
O disttito de Ctubixais foi 01denado wmo o 8 9 do município de Macaé pelo Dec1eto-lei
estadual n• l 063, de 28 de janeito de 1944, tendo sido sua denominação mudada paia Glicé1io,
pot fô1\a do Deueto-Legislativo n" li2, de 2 ele outub10 de L951
Com o desmembtamento cio distiito de Macabu, o clisttito de Glicé1io ficou 01denado como
o r do município de Macaé
VIII - Dirt1ito de Sc111C1: O disttito de Sana foi uiado po1 fô1<,a da Lei estadual n" 554,
de 31 de outubto de l 902
O dist1ito de Sana, quet nas divisões administtativas ele 1911 e 1933, e te11ito1iais datadas ele
31-XII-1936 e 31-XII-1937, como no quadto anexo ao Dcoeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de
matço de 1938, figuta como rnmponente ao 1'funicípio de Macaé, assim pe11nanecendo nos quad10s
da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, cm vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641, de l '5 de deze111b10 de 1938,
e l 056, de 31 de dczemb10 ele 1943
O dist1ito de Sana, o 9" do município de Macaé, confoune 01denar.ão dada pelo Deueto-lei
estadual n" l 063, de 28 de janeüo de 1944, está atualmente 01denado ({)mo o 8'', em \ittudc
da desanexação do distt ito de Macabu
MUNICíPIO DE MAGÉ
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
M1111iií/1io - Á1ea - 626 km"; popula~ão ( 19'i0) - 36 761 habs númeto de distJ itos - 6
Sede 1111micip,d - Átea -87 km"; população ( 1-VIl-50) - 9 457 habs ; latitude S -
22º39'22",6; longitude W Gt - 43 9 02' 18",2; altitude rn; distância em linha 1eta ,\
Capital - 27 km; 1umo (cm 1elac,ão à Capital) - N N E
De11u1Ís dist1ito1 - Santo Aleixo: áie,1 - 70 km 2 ; popula<,ão ( l-VIT-50) -- 7 832 habs
Guapimitim: á1ea - 263 km"; popula<,âo (l-VII-50) -- 7 026 habs Surní: á1ea - 46 km";
popula<,ão (1-VlI-50) - l 812 habs Guia de Parnbaíba: átea -- 61 km 2 ; população (1-VII-50)
- 1 233 habs Inhomiiim: á1ea - 99 km"; populac,ão ( 1-VlI-'iO) - 9 401 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
Data dos p1imei10s tempos rnloniais do Biasil o desbiavamento da 1egião atualmente sob
a jmisdic,ão do Município de Magé, cuja átea se estende po1 626 km2 Em 1565, SIMÃO DA MorA
edificou naquelas plagas sua moiadia, localizada no 1110110 da Piedade, p1óximo do qual, ainda
hoje, existe o pôtto do mesmo nome, a pouws quilô111et10s do luga1 onde se cnrnntta situada,
p1esentemente, a sede municipal
Não se sabem, ao ce1to, os motivos que teiiam levado SIMÃO DA Mo1A a essas patagens,
então inóspitas Mas, tudo leva a ue1 tivesse êle 1ecebido a doação ele alguma sesma1ia p<H essas
bandas, e que se tivesse, então, aventutado a explo1á-la Patcce mais :1ceitável a ve1são de que o
amanho da teua fôsse o seu objetivo ptincipal, urna vez que, ao chegai, t10uxeia rnnsigo, além
de out10s po1tuguêses, inúme10s esuavos
Pouco tempo, ;omém, demotou SIM.ti.o DA MoTA nas p10ximidades do mo110 da Piedade,
ttansfe1indo-se alguns anos depois, com todos os seus, paia a localidade denominada JVlagepe-Miiim,
de onde se 01iginou a atual cidade de Magé
N,1 éporn do devassamento ainda habitavam nas te11as que hoje integiam o Município de
Magé os índios da ttibo dos Timbi1 as, dos quais, atualmente, não 1estam sequet me10s vestígios
nessa localidade
Sabe-se que, em 18 de janeÍlo de 1696, 1ecebeu essa povoa<;ão o p1cdicamento de fieguesia,
apesat de a rnnstlu<,ão da lg1eja-Mat1iz só tet sido dada po1 rnnduída cm 1747
Pot volta do ano de 1643, smgiu ptóximo dessa localidade uma out1a, a de "Parnpaíba'', depois
denominada Nossa Senhoia da Guia de Parnpaíba e, finalmente, Guia de Pacopaíba, 1ernnhecida
rnmo fieguesia a 14 de dezemb10 de 1755, e elevad:1 à categotia de disttito pot Deuetos de
8 de maio e 3 de junho de 1892
Giac,as ao esfôtc,o dos rnlonizado1es e à fe1tilidade do solo, essas duas lornlidades, Magepe-
Miiim e Guia de Parnpaíba, gozaiam, no petíodo colonial, de uma situa<,ão invejável
Tanto numa wmo noutia, o elemento negw, inttoduzido em giande núme10, cont1ibuiu muito
paia o desenvolvimento da agticultuia e rnnseqüente elevação do nível ewnôrniw de ambas as
localidades
Em 9 ele junho de 1789, Magé emonttava->e a tal ponto adiantada, que o Govêrno 1esolveu
confetii-lhe o p1edicamento de vila, tendo-se vctificado a sua instalac,ão a 12 de junho do mesmo
ano O seu tet titóiio foi constituído rnm te11as desmembiadas do Município de Santana de Macacu
e da cidade do Rio de Janci10, inclusive as ilhas do pequeno a1quipélago de Paquetá
Sessenta e oito anos mais tatde, aos dois dias do mês de outub10 de 18'i7, novamente foi
ele\ ada a catego1ia da localidade, sendo-lhe atiibuída fotos de cidade
- 253 -
Pata que se avalie a impo1tântia dêsse Munidpio, duiante o Segundo Impétio, é suficiente
que se obse1 ve que, em suas te11as, foi constl uída a p1imeita estiada de fe110 da Amética do Sul,
inauguiada a 30 de abtil de 1854 Esta estiada, que se denominou Mauá e depois E F P1íncipe
Glão-Pa1á, ligava as localidades de Guia de Pacobaíba e Fiagoso, numa extensão de 14 500 111
A p1imcita máquina, ainda hoje existente, é considetada 1elíquia histó1ica, tendo sido cognomin:ida
de "A Ba10nesa" À ptimeita estação fe11oviátia foi dado o nome de "Mauá", que, em língua
jndígena, significa "cousa elevada"
Com o ~dvento da Lei Áuiea, a exemplo do que sucedeu em tôdas as zonas agLÍcolas do país,
o Município de Magé sofieu violento colapso, de que até hoje se tessente a sua economia
Out10 fatot que também influiu no declínio de Magé foi a insalubtidade de seu dima e
de suas te11as, motivada pela obstl U\ão de tios e rnnais, o que só últimamente tem metecido
atenção mais objetiva, ()01 patte das auto1idades muniLipais, estaduais e fedetais
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1mc1ção Admini1tu1tivt1: A fieguesia de Magé, ctiada po1 Alvatá ele 18 ele janei10 de 1696,
foi elevada à categotia de vila, po1 fôt\a do Ato de 9 de junho de 1789, vetificando-se a sua
instalação a 12 de julho ele 1789
A vila de Magé foi elevada a cidade, po1 efeito ela Lei ou Deueto p10vincial n 9 965, de 2 ele
outubw de 1857
Os Deoetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectivamente de 8 de maio e 3 de junho do ano
·de 1892, 1efe1em-se à uia\ão do clisttito de Magé
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Mnnidpio de Magé fiwu
wmposto de 6 disttitos: Magé, Santo Aleixo, Guapimitim, Surní, Guia de Pacobaíba e Inhomitim,
assim petmanecendo na divisão administiativa ~le 1933 e nas teu itmiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XIl-1937, bem wrno no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de mat\O
de 1938, e na divisão te11itmial pata o qüinqüênio 1939-1943, fixada pelo Dec1eto estadual n'' 641,
de l 5 de dezembw de l 938
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezembto de 1943,
pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município apatece rnnstituído de 6 disttitos: Magé,
Guapimitim, Guia de Pawbaíba, Inhomiiim, Santo Aleixo e Surní, que tecebeiam a seguinte
01denação dada pelo Deueto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944: 19 - Magé, 29 -
Santo Aleixo, 39 - Guapimüim, 4 9 - Smuí, 59 - Guia de Parnbaíba, 6'' - Inhomüim
I - Dirt1ito de Mdgé: A fteguesia foi oiada po1 alva1á datado de 18 de janei10 de 1696
O distlito foi elevado às rntegoiias de vila e sede do rnunidpio de Magé, pot efeito do
ato de 9 de junho de 1789
A sede do dist1ito e rnunidpio de Magé tecebeu fotos de cidade pot fôt\a da Lei ou Deueto
p10vimial nº 965, de 2 de outubto de 1857
Os deuetos estaduais ns 1, de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, wnfi11na1am a
c1iação do clistLito
Nas divisões administiativas de 191 l e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XIT-1937,
bem rnmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, ele 31 ele matço de 1938, o distlito
de Magé figma corno sede do município de igual nome, sendo mantido nessa rntego1ia pelos
dec1etos estaduais ns 641, de 15 ele dezemb10 ele 1938, e 1 056, de 31 ele elezemb10 de 1943,
que fixatam os quad10s te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
O dist1ito de Magé foi 01elenado como 19 do munidpio de igual nome, pelo Deoeto-lei
estadual nQ 1 063, de 28 ele janei10 de 1944
- 254 -
II - Distiito de Sd11to Aleixo: O dist1ito de Santo Aleixo foi nia<lo pot Dectetos estaduais
ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas <le 31-XIl-1936 e
31-XII-1937, assim como o quad10 anexo ao Decteto-lei estadual nº 392-A, Je ''1 de ma 1co
de 1938, o dist1ito de Santo Aleixo pe1tence ao município de Magé, o mesmo se obsetvando
nos quadtos te11ito1iais em vigo1 nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente,
pelos Deuetos estaduais ns 641, de 1 'í de dezemb10 de 1938, e 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Pelo Deoeto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janeito de 1944, o dist1ito de Santo Aleixo foi
01denado como o 29 do município de Magé
III - Di1tiito de Gut1pimi1im: O dist1ito foi uiado po1 alvatá datado de ll de ianei10
de 175'í, sendo rnnfitmado pelos deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho
de 1892
De acôtdo mm as divisões administiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-Xll-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o disttito de Guapimitim pe1teme ao município de Magé, assim peunanecendo nos
quadtos te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939- l9 1í3 e 19 'i4-1948, fixados, 1espectivamente,
pelos Deuetos estaduais ns 641, de 1 'í de dezemb10 de 1938, e 1 O'í6, d~ 31 de dezemb10 de 1943
O dist1ito de Guapimitim foi 01denado como o 39 do município de Magé, pelo Deueto-lei
estadual nº 1 063, de 28 de janeito de 1944
IV - Dirtiito de S11111í: O dist1ito foi uiado po1 alvatá datado de ll de janei10 de l7'í5,
sendo sua uiação rnnfitmada pelos Deu ctos estaduais ns 1, de 8 de maio, e l-A, de 3 de junho
de 1892
O disttito de Smuí, quet nas divisões administtativas de 19 l l e l933, te11ito1iais datadas
de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, e o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n•,• 392-A, de 31 de
ma1ço de 1938, quet nos quadtos te11ito1 iais <lo Estado vigentes nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948, fixados, tespectivamtnte, pelos Del!ctos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10
de 1938, e 1 056, de 31 de de:mnb10 de 1943, figma no município de Magé
O Del!eto n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou o dist1ito de Smuí wrno o 4'' do
município de Magé
MUNICíPIO DE MANGARATIBA
DESCRIÇÃO !)O TERRITÓRIO
O solo de Mangaiatiba é quase todo montanhoso, ap1esentando, contudo, algumas planícies '
a oeste e sudoeste Suas piincipais sellas são: Lajes, Mangaiatiba, Itacutussá, Pouso Ttiste, Jarn1eí,
Jaboticabeiias e Capivati Dentte os piws dominantes, citam-se: Tiês 01elhas, Co1isco e Tabo-
tirnbeüa
P1edominam, no 1evestimento f101ístico de suas teuas, as matas, localizadas nas montanhas,
notadamente nas que limitam êste Município mm os de Rio Cla10, Itaguaí e Angia dos Reis
O clima de l\fangaiatiba é, geialmente, ameno e saudável, havendo, ent1etanto, J egiões onde
êle se ap1esenta quente e úmiclo
Dent1e suas p1incipais couentes fluviais, distinguem-se os seguintes 1ios: Saí, Saco, Ingaíba,
São Biaz, Itacu1ussá e Quatiquaia, que é rnnhecido de alguns po1 Piaia Gtande
Sendo Município lito1âneo, seu te11itó1io é cheio de 1eentlâncias, destacando-se a baía de
Manga1atiba e as enseadas de Jaca1eí e Matambaia
Mangatatiba é 1elativamente pob1e em quedas dágua Sua p1imipal cad1oeüa localiza-se no
tio Santana, que lhe dá o nome, e possui queda de 42 m de altma e 0,0'íO m"/s de desuuga
ap10veitacla
Nas matas encontiam-se clive1sas va1ieclades de ma:deüas, além ele ei vas e cipós medicinais
As madeitas são destinadas ptincipalmente it fabiirnc,âo ele rnmbustíveis, sendo bastante intensa
sua exploiação nesse sentido
Os anin1ais 111ais cotnuns na sua fauna te11eshe são: pacas, tatus e queixadas, e, na avifauna,
os jarns e inamhus são fieqüentes, além de muitas aves canotas
Suas águas são [<':!tilmente piswsas tanto nos 1ios rnmo na 01la matÍtima, onde são enwnttadm
10balos, ga10upas, tainhas, w1 vinas, badejos, etc , 'uja pesca rnnstitui g1 ande fonte ele 1enda
A sua ptincipal indústiia é a de ptodutos alimentícios As lavomas são as seguintes: tomate,
mandioca, banana, feijão, milho, batata-doce e a11oz
EVOLUÇÃO SOCIAL
O devassamento do solo do Município de .Mangaiatiba, LUJa supetfície está calculada em
350 km 2 , veiifirnu-sc po1 volta do ano de 1534, época em que foiam doadas as Capitanias
He1editálias
A á1ea te11ito1ial que êstc Município abtange ;itualmente, está rn111p1eendida na iegdto out1orn
pettenccnte à Capitania de Santo Ama10, doada a PERO LOPES DE SollZA, que a confiou aos
cuidados de ANTÔNIO AFONSO Todavia, nem a um, nem a out10, deveu essa imensa 1egião
qualque1 inuemento p10g1cssista, uma vez que ambos muito pouco mi nada ligatam às tettas
que lhes haviam sido attibuídas em pa1tilha Foi em tazão dêsse desinte1êsse que a rnlonizac.ão
das teuas foi mais 1ealizada em fun,ão do p10g1esso da Capitania vizinha de São Vicente, doada
a MARTIM AFONSO, Ílmão de PERO, do que mesmo dos esfotços de seu donatá1io
A tazão p1imo1dial que obstou ao tápido prngtesso de sua rnloniza<,ão tesidiu no fato de
que os índios Tamoios, seus piimitivos habitantes, não davam tiéguas aos desbiavadc11es, saqueando-
-lhes as motadias e as lavou1as
Em conseqüência disso, os p1 imeitos wlonos viam-se rnnstiangidos a esrnlhe1 suas tettas,
não nos lo(ais 111ais fé1teis e ap1op1 iados à lavorua, tnas sitn nos que, r-01 sua configutal.ão física,
lhes pe1111itissern rnaiotcs possibilidades de defesa contia os wntínuos ataques dos gentios
Só cm l 615 meteceu essa tegião atenção mais r,bjctiva, ·pot pa1te dos seus governantes
MAR1IM DE SÁ, que então, supetintendia os seus destinos, fêz vit, de Pôito Segu10, alguns índios
Tupiniquins, já catequizados, ent1egando-os à diteção dos Tesuítas, que, com êles, iniciatam, nessas
teu as, a const1 ução de uma aldeia Como não agiadasse o p1imeüo local escolhido logo de início,
os 1eligiosos, seguidos dos Tupiniquins, rnmatam pala out10 ponto, situado em um 1110110 então
denominado "Cabeç11 Sêrn", onde, afinal, se fixatam
* Foi induída também pa1te da 1estinga de Marnmbaia, medindo 62 km2 , 'po1 não S<" saber
a que dist1ito pe1 tence
- 256 -
Cinco anos depois, em 1620, mandou MARTIM DE SÁ buscai out10 grnpo de Tupiniquins, destt
vez mais numewso, estabelecendo-o na ilha de Maiambaia e, poste1iotmente, em Igaíba, onde,
sob a dileção dos Jesuítas, os indígenas edificaiam uma capela sob a invocac,ão de São Biaz
Essa povoação subsistiu neste local até 1688, épota un que, em tazão dos gtancles tempotais
e iessacas f1eqüentes nessa zona, os seus habitantes se üansladatam pata as te11as onde hoje se
etgue a cidade de Mangatatiba Em J 700, os índios, otientados pelos ieligiosos, etguet am neste
local nova capela declirncla, desta vez, ao mito de Nossa Senhoia da Guia ·
Depois ele longo peiíodo de cluias lutas, que p10varnm a têmpern dos brnvos wlonizadotcs
dêsse tincão fluminense, Mangatatiba, em 16 de janei10 de 176"1, tetebeu o piediu1mento ele
fieguesia, em vütude de p10visão exaiada nesta data
Segundo alguns auto1es, a dcnomina<,ão de "Mangai atiba" smgiu em conseqüência da junc,ão
dos têunos indígenas "Mangatá-tiba", que significam: "Mangatá" - ponta te1minal de inf101es-
cêntia ela bananeÍla e "Tiba" - local onde existe abundância de , usado pelos aboiígines,
quando queliatn iefetil-se a essa localidade
Até o ano de 1818, o tc11itótio da fieguesia de Manga1atiba fêz patte do Município de Ang1a
dos Reis, passando a pe1tente1 ao de Itaguaí, cm viltude do Alva tá, com fôt e.a de lei, de 5 de
junho dêsse ano, que eiigiu em vila a aldeia de Itaguaí com a denominação de Vila de São
Fiantisrn Xaviet ele Itaguaí Dete1minou, ainda, êsse Alva tá que: "pet tencendo á 1efetida Aldeia
de Itaguahy, que fica etetta em Villa, celt;t p01c,ão de teuas na Ilha de Itacu1ussá ou Sapimiaguila,
e que, nenhum ptoveito tesultava das ditas tellas pela sua tnltut a, nem aos indios, nem a aldeia
em geia!, nem ao Estado, tessasse a applirnção que dantes tinham as mesmas teuas firnndo
se1vindo parn patlimonio da dita nova Villa e despesas p10ptias della"
Anos mais tateie, em 31 de outuh1 o (ou em l J de novembt o) ele l83 l, tal eta o p10g1ess.i
ve1ifirndo em Manga1atiba, e em suas 1edondezas, que o Govêrno houve po1 bem rnntede1-lhe
a me1etida autonomia, elevando a f1eguesia à rntegOlia de vila wm a denominação de "Nossa
Senhota da Guia de Mangaiatiba"
I
Posteliotmente, em vittude do Deueto de 26 ele málço de 1832, fornm fixados os seguintes
limites pata a "Vila de N S'' da Guia de Mangaiatiba": "pelo Noite, rnmeçando na costa cio
m,11, no iio de Itingussú, do ma1rn de Santa Crnz, seguindo até o cume da Seua a mesma linha
divismia de Santa Ct uz, que peltenceu aos he1dei10s do Commendadoi AN 1 ONIO GoMES BARROZO,
e as tettas do falletido JosÉ AN1UNES SuzANO, ficando estas paia a nova villa; pelo sul; o iio
Jacatehy que alguns denominam "Catatucay;1", e que desagua no mat do Sul das teu as dos
he1deilos do falleLido LOURENÇO CoRRÊA DE FARIA, seguindo até o <ume da Seua o 1umo elas
teuas de que estão de posse os ditos he1clei10s, desmcmbiando-se da Ilha Gtande 0 te11eno que
existe ent1e o dito iio Jauuehy e o Cutiatámilim; pela palte de teu a filme, as \ eitentes ela Seua
Gemi comp1ehendida ent1e os dous limites Noite e Sul, acima notados: devendo sei induidas
todas as ilhas acljatentes, wmec,ando ao Sul da de Jarn1ehy, f t onteita ao 1io cio mesmo nome,
e teu as de que estão de posse os he1dei10s ele LOU!lENÇO Co1rnf A DE FARIA, e todas as qu."
se seguem, inclusive a ela Maiambaya, até a ilha do Tutmu\á, na qual devem se1vi1 de limites
as te11as dos he1dei10s do fallecido JosÉ AN !UNES SuzANo; firnndo paia a vilh1 ele Itaguahy
as teuas que segundo consta, set vem ele patlirnonio á Munitipalidade desta ultim~1 villa, e um
legado de São Frn11lisrn Xavie1, assim rnmo as ilhas ela Madeila, e de Ma1ia Matlins"
A. exemplo do que sucedeu na quase totalidade dos Munidpios fluminenses, o demento
negto exettcn, na founac,ão ernnômica e sotial de Mangatatiba, papel ptepondetante, notadamente
no pedodo ante1io1 ao advento aboli(ionista, que veio matutt o fim d,~ fase áu1 ea pot que
atiavessou esta zona Do esplendoi antigo, Mangaiatiba rnnse1 va, apenas, umas pourns constrnções
e algumas 1uínas, que sc1 vem rnmo saudoso atestado dos tempos de abastan~a e de liqueza,
clesfrntados poi seus antigos habitantes O seu pôt to é hoje simples e esmaecicla sombia do
que foi no -passado, quando, pelo seu rnis tlansitavam as metrndotias ele todos os quacliantes
do país e cio mundo Do inte1 ioi ele São Paulo e de Minas, afluíam pata êsse pôlto os gênetos
e a1tigos a setcm expo1tados, tiazidos nos lombos dos bu11 os, guiados pelos t10pei1 os dos mais
afastados 1incõcs elo país N~t volta, rnuegavam êlcs suas t10pas mm as me1rndo1ias p10venientes
das gtandes cidades brnsileiias e de outias lornlidaeles do est1 angeito, pata vendê-las ou s'1tisfaze1
aos pedidos da dientela elo intetio1
A tal ponto thegou a derndêntia da iegião nos p1 imeitos tempos da Repúbfüa, que o
Govêtno se -viu obligado a expedii o Deueto 11'1 1, de 8 de maio de 1892, que estava assim
iecligido:
"Ait l" - Fim supptimido o municipio ele Mangaiatiba
A fieguesia tle Jaca1ehy, pe1tencente ao municipio de Mangaiatiba, fica deste desannexacla,
passando pata o munitipio de Angrn cios Reis, rnnstituindo o 6" clistli(tO ele paz
A fieguesia de Itacutussá e a Ilha de Maiambaia pe1tententes ao munitipio de Mangaiatiba
ficam deste desannexadas, passando a pe1tet1let ao munitipio ele Itaguahy, rnnstituinclo o 4" distticto
de paz
- 257 -
Declaia ain<la o p1esente Deueto, que o mumop10 de São João :Ma1cos é fo1mado do adual
municipio do mesmo nome e palte do munidpio de Mangaiatiba rnm as ilhas adjacentes, cons·
tituindo a - Villa de Mangaiatíba - o 4° distticto de paz do munícipio de São João Ma1 cos "
Em 3 de junho de 1892 o Govêino 1etificou o Deoeto citado acima, po1 fôu,a de um
outto, que tomou o n" l·A, cujo texto eta o seguinte: "Desmembia do município de Mangatatiba
a f1eguezía de Jaca1ehy, annexando-a ao rnunicipio de Angia dos Reis, constituindo o 6" distticto
de paz
Dcsmembia do munícipio de Mangaiatiba a ilha de Maiambaia e a f1eguesia de Itacurnssá,
annexando·as ao municipio de Itaguahy, rnnstituindo o 4'1 dístticto de paz
Dedaia que o município de São João Matcos é founado do município do mesmo nome e
<le toda a f1egucsia de Mangaiatiha rnm as ilhas a<ljacentes, wnstituindo a - Villa de Mangaia·
tiba - o 4° disttido de paz do munícipio de São João Matrns"
Enttetanto, passados pouLOS meses após a extinção do Município, tais foiam as injun(.Ões de
01dem polítiLa, que o Govêtno se viu fo1c;ado a voltat at1ás, expedindo a Lei n" 36, datada de
17 de dezemb10 de 1892, que 1ezava:
"A1t 1'' - Fica 1estabelecido o - munilipio de Mangaiatíba - que foi ultimamente
supp1ímido
Ait 2'' -- O município fírn1á constituído dos 3 disttitos que lhe pe1tenciam quando foi
extindo, ficando o município de Itaguahy no gozo das suas antigas divisas wm os municípios
limít10phes, antetio1es a 1890"
Atualmente, dada a facilidade de wmunirn<,Ões Lorn a Capitel! da República, M,rngatatiba
vem p10g1edindo, se bem que lentamente, 1efazendo-se, pouco a pouw, do grnnde gol'pe soft ido
rnm o abandono 1 epentino de suas lavmuas, na época da Aboli<,ão
EVOLUÇÃO POLÍTICA
17 - 25 625
- 258 -
I - Dirt1ito de Af,mgaiatibct: A freguesia ele Nossa Senhota ela Guia de Mangarntiba foi
ctiada pot ptovisão ele 16 de janeit0 de 1764
Em viltmle dos clec1etos datados ele 11 de novemb10 de 1831 e ele 26 de ma1 <_o ele 1832,
que c1iatam o município, a freguesia foi elevada à catego1ia de vila e sede cio município, pe1clenclo,
entretanto, essas categotias po1 efeito do Deoeto estadual nQ 1, de 8 de maio de 1892, que
também suptimiu o município
Pot ffüça da Lei ou Deoeto estadual n• 36, de 17 de clezemb10 de 1892, foi 1estamado
o município· de Mangarntiba, tendo po1 sede a mencionada freguesia
Segundo a divisão administiativa do Btasil, 1efe1ente ao ano de 1911, o município de Man-
garatiba tem po1 sede o disttito ele igual nome
Pot efeito da Lei estadual n• 2 335, de 27 de dezemb10 de 1929, a sede elo disttito e
município de Mangaiatiba foi elevada à rntego1ia de cidade
De acô1do com as divisões administrntivas de 1933 e te11itotiais datadas ele 3l-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual nQ 392-A, de 31 de ma1ço
ele 1938, o dist1ito ele Mangaiatiba é sede do município ele igual nome, sendo mantido nessa
categotia pelos Deoetos estaduais ns 641, de 15 de dczemb10 de 1938 e 1 056, de 31 de dezemb10
de 1943, que fixaiam os quad10s te11ito1iais pata vigotatem nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948
II - Distiito de Conceição de Tctcc11 eí (ex- )arn1eí): A fteguesia de Nossa Senhoia ela
Conceição de Jarn1eí foi oiada po1 Lei ou Deoeto ptovincial n'1 1 099, de 21 de janei10 de 1859
Em vi1tude do Deueto estadual n• l, de 8 de maio de 1892, a freguesia supiacitada foi
anexada ao município de Angta dos Reis, sendo, po1é111, tiansfc1 ida pa1 a o de Mangaiatiba
pen Lei estadual nº 36, de 17 de dezemb10 de 1892
Nas divisões aclministiativas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 3 l-XII-1937,
bem como no quad10 anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de matço de 1938, o disttito
se denomina simplesmente Jaca1eí e pe1manece no município de Mangaiatiba, o mesmo se obse1vando
no quad10 fixado pelo Dcneto estadual nº 641, de l 5 de ·dezemb10 de 1938, pata vigoia1 no
qüinqüênio 1939-1943
Pot efeito cio Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, que fixou o quadro
da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, em vigêmia no qüinqüênio 1944-1948,
o disttito de Jaca1eí, do Município de Mangaiatiba, teve seu topônimo, modificado pata Comei<,ão
de Jaca1eí
O Deueto-lci estadual nº 1 063, de 28 de janeito ele 1944, 01denou o disttito de Concei<,ão
de Jarn1eí como o 29 elo município de Mangatatiba
III -- Di1t1ito de Itac1111tJ rá: A fieguesia de Santana de Itarn1ussá foi niada po1 Lti
p1ovimial n 9 63, de 17 de dezemb10 de 1836
Itarn1ussá, tanto nas divisões administiativas de 1911 e 1933, tcuito1iais datadas de
31-XII-1936 e 31-XIl-1937, wmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de
ma1,o de 1938, figuia wmo dist1ito do muuidpio de Mangaiatiba, assim peunanecendo nos
quad10s da divisão te11ito1ial do Estado, em vigot nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados,
J espectivamente, pelos deuetos estaduais ns 641, de 1 5 de dezemb10 de 1938 e 1 056, de
31 de dezemb10 de 1943
O Deneto-lei estadual n 9 1 063, de 28 ele janeito ele 1944, otdenou o distlito de Itawrnssá
como o 39 do munidpio de Ivfangaiatiba
O disttito ele Itauuussá teve pa1te do seu teuitótio desmembiada, pala rnnslitui1 o distiito
de Vila Muliqui, em vittude da Lei n" 690, de 19 de dezemb10 de 19'Í9
IV - Distiito de Vilcr M111iq11i: O dist1ito de Vila Mutiqui, com a 01denação de i" do
município de Manga1atiba, foi uiado pela Lei n 9 690, de 9 de dezembto de 1949, tendo seu
teuitólio sido constituído de pa1te desmembiada do dist1ito de Itarn1ussá
MUNICíPIO DE MARICÁ
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
O dima de Matid., rnmo ornue nas demais teg1oes fluminenses, aptesenta-se salL1b1e n,1s
"Se11as e pouco saudável nas baixadas, onde se obse1 vam, pot vêzes sUJ tos de fehte palnst1e
As rnuentes fluviais que banham o Município são getalmente de pequeno volume, sobtessaindo
os tios: Doce, fotmado pela junção do tio Catanguejo e cóuegos Olatia e Podeco; Bambu,
Inoã e Mamburn, constituído êste último pelos seguintes: Itapeteiú e Ubatiba Dentte as ptin-
cipais lagoas, citam-se as de MaLicá, Bacopa1i, Baua, Pad1e, Gua1ajina e Biava -
Localizadas, tespectivamente, nos iios Roncado1 e Caianguejo, estão as cachoeitas de Roncadot
e Pedtegulho, e no cóuego Olatia, a denominada Catioca, na qual foi feita a teptêsa que abastece
a sede municipal
Dt·ntie os ptincipais minetais enwnttados no subsol,1 do Munidpio, destacam-se feldsplto
e quattzo, na localidade de Calaboca, do disttito de lnoã, os quais estão sendo explotados junt,1-
mente mm as pedias de wnst1ução existentes na fazenda Bom Ja1dim, ~listiito de Itapeteiu
A extta~ão de fôlhas de tabua destinadas ao fab1ico de esteüa, bem como a de macleita~
pala lenha, constituem uma das 1iquezas vegetais de Ma!Ícá Nota-se, ainda, a existência no solo
municipal, de e1 va-mate, gtavatá e guaxima
Nas lagoas e no litoial de Maticá existe abumlârnia ele peixes elas mais va1iadas espécies,
sendo a pesca uma fonte ele liqueza paia o Município O jauué, cnconttado com fteqtiência
nas lagoas, não é, todavia, caçado pa1a fins (On1c1 eia is
As p1incipais lavouias do município são: laianja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, cana-de-açúcat e auoz
As indúst1ias são as seguintes: extiativas de p1odutos mineiais; de t1ansfo1mação de miné1ios
não metálims; ela 111adeila; de p10dutos alimentícios; de bebidas
M1miií/1io - Átca - 348 km"; populac,ão ( 19'50) - J 8 976 habs nüme10 de distiitos - 3
Sede 111111J/ci/1cil: Á1ca - 94 km'; ~'opulação ( l-VI!-'50) - 6'511 habs ; latitude S
22''55'05",0; longitude W G1 - 42'"i5 02 ',O; altitude - 3 m; clistância cm linha teta à
Capital - 30 km; rnmo (em 1ela\ão à Capital) - L
Dem11ir dir/iitor: Itapeteiú: á1ea - 143 km"; popula\ão ( l-VII-50) -- 6 729 habs Innã:
á1ea - 111 km'; população (l-VlI-50) - 5 736 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
A histó1ia elo clesbiavamcnto do solo do atual Munidpio de Ma!Íui, hoje COfü uma supctficie
calculada em 348 km", temonta às últimas décadas do sérnlo XVI
Segundo alguns auto1es, a palavta Ma1icá é pwveniente dos tê1mos indígenas: rna1i -
espínhci10, caá - mato, mm que os gentios designavam ess<1s te11as, em vittude <hl abundân(ia
ele "Acacias espinhosas", em su,1s matas Segundo out10s, essa denomina<,ão p10vé111 da rn11 uptela
do têuno "matau\", espécie de chocalho, usado pelos índios em suas festividades gue11ei1as
As otigens de seu desbtavamento ainda pe1manece111 envôltas nas brnmas cio passado, tendo-se,
po1ém, como ceito que os p1imei10s colonizado1 es de Ma1id aí tenham chegado, giaças à doa,ão
das p1imei1as sesma1ias, concedidas na faixa lito1ânea cornpteendida entte Itaipu-ac,u e as rna1gens
da J,agoa, no local onde mais ta1cle smgiia a sede nrnnicipal
Segundo o histo1iacl01 EDUARDO R FIGUEIREDO, já em 1 584, quando JosÉ DE ANCHIETA
pattiu da Aldeia de São Barnabé, em Cabu\u, com o Padte LmrÃo e numewso gtupo de índios,
tlansponclo a se11a de Itatendiba, com destino à Lagoa de Ma1icá, onde efetuou a céleb1e "pesca
mÍ!a( ulosa", ali emont1ou sinais da colonização maiicaense, pois já estavam sendo explo1adas
vá1ias sesmatias, destacando-se, entie elas, a de AN IÔNIO MARIZ, doada em 1574, na 1egião ,]e
Imbassaí e a de MAN!'El TmxEIRA, concedida em l '578, e localizada pata as bandas ela Lagoa
A essas seguiu-se, em 1590, a doação das sesma1ias de Jtaip1Hu,u, de DU1\1tIE MARUNS Mo11tÃO,
a de JoÃo DE SÃO jo};o e as de GASPAR MARTINS e HENRIQUE ARAÚJO, tôdas elas situadas na
faixa lito1ânea de Itaipu-a(,u e às 111a1gens da Lagoa
Nos locais onde hoje se encontiam o povoado de São José de 1mbassaí e a fazenda de
São Bento, fundada em 1635 pelos f1ades Beneditinos, que a obtiveiam po1 inte1médio de uma
wncessão feit<l, neste mesmo ano, pelo Govc111ado1 RODRIGO DE MIRANDA HENRIQUES, surgium
os p1imei10s núcleos ele povoação em Mali(á
As p1imitivas populações dêsses elo is núcleos deve-se a const1 ução da ptimeiia capela eleva<~a
em teuas ma1icaenses, que foi destinada ao culto de Nossa Senhma do Ampa10 e lernnhecida
como pa1óquia pe1pétua em 12 de janeito de 17 5 '5
Desmnhecem-se os nomes dos p10moto1es de sua Cliaçiío e rnnstl m,ão, assim como a data
em que ela tetia sido consttuída; sabe-se, po1ém, que a sua consüução é ante1io1 a 1687, pois,
segundo Monsenho1 PrzARRO, nesse ano foi ela inspecionada pot um visitado1 lhamado D1 ARAÚJO
Ent!etanto, nem os colonos dos estabelecimentos J uiais das nume10sas sesma1 ias, nem os
sitiantes da Fazenda de São Bento, pudernm desenvolvei, com eficiên(ia, as suas atividades, por
causa das feb1es palust1es 1einantes na legião Po1 isso, foiam-se êsses habitantes, pouco ~' pouco,
- 260 -
deslocando paia a outrn ma1gem da lagoa, possuidoia de dima mais saudável e onde mellior
pudeiam ass~nta1 as bases de rnais p10missoia povoa<,ão Foi nesse local que teve 01igem a vila
tle Santa Ma1ia de Ma1icá, elevada a essa catego1ia po1 fô1ça de Alva1á datado de 26 de maio
t!e 1814, "tendo po1 te11110 o te11eno comp1eendido desde a hatt a da lagôa de Saqua1ema até
á ponta da Mandetiba, dividindo-se pelo inte1io1 pelas Seuas da Tüüica, Pihyba Giande, Co1dei1os
e Itatindiba; d' ahi, á Se11a do Catimbáo, e desta seguindo a mais com moda divisão até vo!ta1
a fechai na hatta da lagôa de Saqua1ema: ficando o soh1edito te11ito1io desmcmh1 ado dos Teunos
da tidade do Rio de Janci10, da cidade de Cabo Fiio, e da Villa de Santo Antonio de Sâ,
aos quaes pe1tencia" A instalação oficial dessa vila tealizou-se em 27 de agôsto de 1815
Poste1io1mente, em vütude do Alva1á, com fô1<,a de lei, de 10 de maio de 1819, fornm
a vila de Santa Malia de Maiicá e seu Tê1mo anexados à Vila da Piaia Giande, e, pelo Deneto
de 15 de janei10 de 1833, os Têunos das Vilas da "Piaia G1ande" e "Ma1icâ" ficaiam divididos
um do out10 pela Piaia de Manitiba, Pedia da !tocaia, Se11a do Malheitos, se1vindo de ponto
o Caminho da Boiada pelo alto da Se11a de Tnhoarn, Taitendiba, Cassmutiba, seguindo pelo alto
até Ma1icá, comp1eendendo-se no Tê1mo desta Vila as Falendas de Cassu1utiha, Taquaial e Inhoam;
conse1 vando as citadas duas Vilas em seus Têunos todo o mais ter iitóiio de que constavam
Cinqüenta e seis anos mais ta1de, em 27 de dezemh10 de l889, a vila de Maiicá se enwntiava
cm tão gt ande p1og1 essa, que o Govêtno houve po1 hem elevá-la à categcnia de cidade Todavia,
em vi1 tudc das wnseqüências advindas da p10mulgação da Lei Ámea, muito softeu o Município
etn sua euH101nia Suas te11as j;:i e111 si pa1usttes, to1na1an1-se 1nais insaluh1es ainda, ei11 tazão
do abandono a que foiam 1elegadas pela falta de biaços que cuidassem de suas lavouias
Atualmente o Jl.,funicípio de Maticá, gtaças aos planos de saneamento a que o vêm sujeitando,
tem buscado 1ee1gue1-se, no afã de se equipa1at, em ptogtesso, aos demais integiantes da comuni-
dade fluminense
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Po1 lllcl(dO Ad111ini1t1dli1•d: A pa1óguia de Ma1icá, uiada pot Alva1'Í de 12 de janeiio de 17'5),
foi elevada à rnteg01ia de vila pot fô1<;a do Alvauí de 26 de maio de 1814, com a denominação
de Santa Maii:t de Ma1iuí, e te11itó1ios desmcmb1ados dos têtmos das cidades do Rio de Jancito
e Cabo Fiio e da vila de Santo Antônio de S:í (nnis ta1de Sant:rn:1 de Japuíba) A instalação
Lla vila de Santa Ma1ia de Maticá ve1ifiwu-se no dia 27 de agôsto de l81 '5
Esta vila adquiJ iu fo10s de cidade po1 efeito cio Dec1 eto estadual n"' 18, e 27 de dezemb10
de 1889
Os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectivamente dos dias 8 de maiu e 3 de junho do
ano de 1892, 1efe1em-se à oiação do distiito de Maiiuí
Segundo a divisão administ1 ativa tefetente ao ano de l 911, o Município de Ma1iuí ficou
composto de 2 distiitos: Ma1icá e Ubatiha
Na di\isão administiativa de 1933 e nas te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Muni-
cípio de Maiicá apatece constituído de 3 disttitos: Ma1icá, Inoã e Posse, assim peunanecendo
no quad10 anexo ao Dec1eto-lei estadual nº 392-A, de 31 de ma1,o de 1938, e no quad10 te11itoiial,
a vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Deueto estadual n" 641, de l '5 de dezemb10
de 1938
De acô1do wrn a divisão te11ito1ial fixada pelo Decteto-lci estadual n' l 056, de 31 de
delemb10 de l943, pata vigouu no qüinqüênio 1944-t948, o Município de Maticá se wnstitui
dos 3 seguintes clisttitos: Ma1icá, Inoã e ltapeteiú ( éx-Posse)
Os disttitos do município de Ma1 icá teccbetam a seguinte 01dena<;ão, cbda pelo Deueto-lei
estadual n" 1 063, de 28 de jancito de 1944: 19 - Ma1icá, 2" -- Itapeteiú e 3'1 - I110ã
Po1111c1,ão Judicirí1ic1: Pot fôu,a do Deueto n'1 1 5, de 27 de dezernb10 de 1889, ficou uiada
a coma1ca de Ma1icá Foi sup1imida pelo Deoeto n" 8, de 19 de delernh10 de 1891. e testamada
pela Lei n" l 804, de l 2 de janei10 de 1924, com o tê1 mo único de Ma1 icá
Segundo as divisôes te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XIT-197>7, o têuno de Ma1icá
é o único LOmponente da LOma1ca de Maticá, assim continuando no quaclto anexo ao Deueto-lci
est:tdual n'" 392-A, de 31 de mat 'º de 1938
De acôtdo com o Deueto estadual n" 641, de 15 de delemb10 de 1938, que fixou o quacho
te11ito1ial pata vigoia1 no qüinqiiênio l939-1943, o tê1mo de Ma1icá está suboidinado à comatca
de São Gonçalo, pe1manecendo assim na divisão te11ito1ial 1efe1cnte ao qüinqüênio 1944-1948,
estabelecida pelo Deneto-lei estadual n" l 056, de 31 de delemb10 de 1943
As Leis ns 1429, de 12 de janei10 de 1952 e 1895, de 6 de julho de 1953, mantiveiam
o tê1mo de Maiicá subo1dinado à Coma1ca de São Gon<,alo A Lei n<' 3 382, de 12-9-1957, elevou
.à Coma1ca o tê1mo de Ma1icá
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I -- Dist1ito de Ma1icá: A fieguesia de Nossa Senh01a L!o Arnparn de Matilá foi niada
po1 alvatá datado de 12 de janei10 de 1755
A fteguesia 1ecebeu fotos de vila a sede de município pelo alvauí, com fô1\a de lei, de 26
de maio de 1814, que niou o município de Santa Ma1ia de Ma1icá
A sede da fieguesia e do município de Maticá foi elevada à categoiia de <idacle, p01 fôu,a
do Deneto estadual n 9 18, de 27 de dezemb10 de 1889
A niação do Jist1ito ou fieguesia de Maiicá foi confiunada pelos deci etos estaduais ns 1,
de 8 cle maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
O município de Ma1icá, segundo as divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911
e 1933, teuitotiais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, hem lOrno o quad10 anexo ao Deneto-lei
estadual n 9 392-A, de 31 de matço de 1938, tem po1 sede o distiito de Ma1icá, o qual foi mantido
nessa categ01ia pelos Deuetos estaduais ns 641, de l 'í de dezembto de 1938 e l 056, de 31 de
<.!ezemb10 de 1943, que fixatam os quad10s te11ito1iais vigentes nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948
O disttito de Ma1ilá foi 01denado rnmo o 19 do município de igual nome, pelo Deueto-lei
n 9 1 063, de 28 de janei10 de 1944
Af1111icí/>io - Átea - 1 404 km"; popula,ão ( 1950) - 36 126 habs ; núme10 de dist1itos - 6
Sede f\!11nici/1cil - Átea - 398 km"; [)opulac,ão ( 1-Vll-50) -- 18 142 habs ; latitude S
22QJ5'44",0; longitude W Gt -43''41'54",0; altitude - 5'íl m; distância em linha 1eta à Capital
- 95 km; rnmo (em tela,ão à Capital) - N N O
DemciiJ dist1ito1 - Baião de Jupatanã: átea - 89 km"; populac,ão (1-VII-50) - 2 798 habs;
Santa Isabel do Rio Ptêto: átea - 343 km"; população ( 1-VII-50) - 4 575 habs ; Pentagna:
átea - 113 km 2 ; população ( 1-Vll-50) - 3 106 habs Patapeúna: átea - 319 km"; popula<,ão
( l-VH-50) - 3 814 habs Conse1vatótia: á1ea - l 12 km"; população ( l-VIl-50) - 3 691 babs
EVOLUÇÃO SOCIAL
O teuitótio do atual Município de Ma1quês de Valença, cuja átea se estende pot ! 404 km2,
eia habitado, na éporn de seu devassamento, pelos índios Cornados, cuja fetocidade ~ auôjo
os faziam temidos nas povoac,ões citumvizinhas
Em 1789, D Lurz DE VASCONCEIOS E SolUA, viée-1ei do Btasil, oulenou fôsse iniciada
a catequese dos habitantes de vátios aldeamentos indígenas, de rnja localização se tinham vagas
notícias, estando induídos, ent1e out10s, os aldeamentos dos CP10ados, que campeavam em
tôda a zona rnmpteendida ent1e os tios Paiaíba e Ptêto
Fotam encattegados dessa missão o capitão INÁCIO DE Sou7 A \X1 ERNECK, o abastado fazendeito
]osÉ RODRIGUES DA Ciw7, senho1 da Fazenda de Ubá e o padte MANOEL GOMES tEAI Dando
u1mptimento às mdens e inst1 uções tecebidas, êsses cidadãos penet1a1am no tettitó1io dos Co1oados,
dos quais tiYetam a felicidade de rnpta1 as simpatias e o tespeito Uma das p1imeitas ptovidências
tomadas pelos Colonizado1es foi a de rnnstrnit tôsrn e pequena capela, no ptincipal aldeamento
dos Co1oados, oiiginando-se daí a povoa~ão que, 1nais ta1de, se to1na1ia (idade, con1 o no1ne
de Valença
Tão cedo ficou ptonta a capela, cujo mito foi dedicado a Nossa Senhorn da Gló1ia de
Valen\a, cm homenagem ao vice-tei descendente da tiadicional família po1tuguêsa dos Ma1queses
ele Valen\a, o Padte MANOEL GOMES LEAi deu início à catequese dos gentios, em tôtno d,1
qual buscou concentia1 os inúrnetos aglomciados de índios até então dispetsos pela matatia Dessa
fo11na, fo1am ainda chamados à civiliza\ ão os índios "Putis" bem como os "A1a1is", que habitavam
no local onde hoje se etgue a vila de Consc1vató1ia, que foi um dos p1óspe10s dist1itos de Ma1quês
de Valença, hoje pettenu:ndo ao Munidpio de Batta do Pitaí Foi assim que, gta\as ao ttabalho
do (itado sacetdote, se ent1elaça1am os índios das t1ês t1ibos, tesultando dessa haunonia um
inuernento da população, entte a qual se enwntrnvam uns poucos pottuguêses
Em 1807, a localidade enrnnt1ava-se a tal ponto adiantada, que o Govêtno, po1 Ca1ta Régia
de 19 de agôsto, lhe wnfetiu o ptedirnrnento de f1eguesia Dezesseis anos depois, em 17 de
outub1 o de '1823, novamente tcLebeu a j1CJYoação as aten\ÕCs dos governantes que, pot Alva1 á
desta data, lhe rnncedetarn a rntego1ia de vila, com teu itótio desmernbiado dos têtrnos da cidade
do Rio de Janei10 e das antigas vilas de São João do P!Íncipe (depois São João Ma1ws) e
de Resende ve1ificando-se a sua instala<.ão ttês anos depois, em 12 de novembto de 1826
Dessa época em diante, comec,aiam a smgit divetsos núdeos de povoação nas teuas da vila
1ecém-niada; destacando-se cntte êles os que mais ta1de adquitÍJam títulos de fieguesia, que fornm:
Santo Antônio do Rio Bonito, Santa Isabel do Rio Ptêto, Nossa Senh01a da Piedade de Ipiabas,
Santa Tetcsa, Desengano e São Sebastião do Rio Bonito
Em 29 de sete111b10 de 1857, a vila de Valenc,a adquitiu fotos de cidade, pot efeito do
Deueto nQ 961, desta data
- 263 -
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Foi111c11ão Judicicí1iC1: A comatrn de Valen\a foi uiada pot fi\i\a do Deueto n9 l 734, de
26 de novcrnb10 de 1872, wnstituícla do tê1mo de Valença
Segundo as divisões te11ito1iais de 31-XII-1906 e 31-XII-1937, a rnma1rn de Valença é
founada pelos tê1mos de Valença e Santa Te1esa, assim peunanetenelo no quad10 anexo ao
Decteto-Iei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1ço ele 1938 e no quadto te11ito1ial fixado pelo Deueto
estadual n'' 641, de 15 de elezembto ele 1938, pata vigotat no qüinqüênio l939-1943
Na divisão te11itotial fixada pelo Deucto-lei estadual n• 1 O'i6, de 3 I de dezemb10 de 1943,
pata te1 vigo1 no qüinqüênio 1944-1948, a comatrn <le Ma1quês de Valença (ex-Valen<,a) com-
pteende os têtmos de Matquês de Valença (ex-Valença) e Rio das Flotes (ex-Santa Te1esa)
As Leis ns 1 429, de 12 de janeito de 19'i2 e 1895, de 6 de julho <le 1953, mantive1am a
Comatca ele Matquês de Valença constituída pelos tê1mos de Ma1quês ele Valença e Rio elas
Flotes A Lei n• 3 382, de 12-9-1957, elevou à Coma1ca o têupo de Rio elas Flo1es
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I - Dirl!ito de Ma1q1têr de Vdlençd (ex-Valença): O distiito foi ctiado po1 rn1ta 1égia
datada de 19 de agôsto de 1807
Po1 efeito do alvatá ou deneto de 17 de dezemb10 de 1823, que uiou o município de
Valença, a sede do dist1ito foi elevada à categ01ia de vila e sede do munidpio
Em vütude da Lei p10vincial n 9 961, de 29 de setemb10 de 1857, a vila de Valença, sede
do disttito e município de mesmo nome, 1ecebeu fo10s de cidade
A ctiação do dist1ito de Valença foi confii mada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de
maio e 1-A, de 3 de jur:ho <le 1892
De acô1do com as divisões administiativas <le 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, e o quad10 anexo ao Deoeto-Iei estadual n'' 392-A, de 31 de mate.o de 1938,
o distlito de Valenc,a é sede <lo município de igual nome, assim peunaneccndo no quadto fixado
pata o qüinqüênio 1939-1943, pelo deneto estadual nº 641, de 1) de dezemb10 de 1938
Pot fô1ça do Deueto-lei estadual nº 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943, a co111a1rn, o tê1mo,
o município -e o distlito de Valença passaiam a denominai-se Matquês de Valenc,a No quadto da
divisão te11ito1ial, judiciária e administiativa do Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948,
fixado pelo mencionado Dec1eto-Jei n 9 1 056, o dist1ito de Matquês de Valença ( ex-Valenc,a)
figuta como sede do município de idêntico nome
Pelo Deueto-lei estadual n'' 1 063, de 28 de janei10 de l 9·í4, o dist1ito de J\fa1quês de
Valença foi ordenado como o 19 do município de igual nome
III - Dir11ito de 5cmtd I1abel do Rio P1êto: A fieguesia de Santa Isabel do Rio P1êto
foi uiada pen Lei ou Deneto ptovincial nº 573, de 9 de outuh10 de 18'íl Sua niat,ão foi
wnfitmada pelos Deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 ele junho de 1892
Na divisão administtativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figma no município de
Valcnc,a o clist1ito denominado Rio P1êto, assim peunanecendo no boletim datado de 6 de
janeito de 1917
De acôtdo com as divisões administiativa de 1933 e te11itotiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quad10 anexo ao Deeteto-lei estadual nº ?>92-A, de 31 de março
de 1938, o dist1ito 1eto111ou a sua p1imitiva denominação de Santa Isabel do Rio P1êto e pe1tence
ao município de Valen<,a, o mesmo se vetificando no quad10 fixado pelo Deueto estadual n" 641,
de 15 de dezemb10 de 1938, pata vigotat no qüinqüênio 1939-1943
No quad10 da divisão te11ito1ial, judiciátia e administtativa do Estado: em v1gencia no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Deueto-Iei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 ele 1943,
consta no município de Matquês de Valença (ex-Valença) o dist1ito de Santa Isabel do Rio Ptêto
O disttito de Santa Isabel do Rio P1êto foi 01denado como o 3º do município de Ma1quês
de Valenc,a, pelo Decreto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1944
IV - Di111i10 de Penlctgna: O Disttito de São Sebastião do Rio Bonito foi uiado pot
Lei ou Deueto p1ovifüial n 9 2 790, de 17 de novemb10 de 1855 Os Deuetos estaduais ns l,
de 8 de maio e l -A, de 3 de junho de 1892, confitmar am a cria e_ ão do disttito
O dist1ito de São Sebastião do Rio Bonito, que1 nas divisões administtativas de 1911 e 1933
e tcuito1iais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, como no quad10 ,rnexo ao Deueto-Iei estadual
9
n 392-A, de 31 de mau,o de 1938, figuta no município de Valenc,a
Po1 efeito do Deueto estadual n" 641, ele l5 de dezembto de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial em vigo1 no qiiinqüênio 1939-1943, o disttito de São Sebastião do Rio Bonito, subor-
dinado ao município de Valença, passou a denominai-se Pentagna
Segundo o quad10 da divisão te11ito1ial, judiciá1ia e administiativa do Estado, vigente no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Decteto-lei estadual n'' 1 056, de 31 de dezemb10 ele 1943,
o disttito de Pentagna pettence ao município de Matquês de Valença (ex-Valença)
Pelo Decteto-Jei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o dist1ito de Pentagna foi
otdenado como o 4° do município de Ma1quês de Valença
- 265 -
MUNICíPIO DE MENDES
INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1 mc1ção ad111i11irt1ati1•c1: A freguesia de Santa Ciuz dos Mendes foi ciiada em te11itó1io
do município de Püaí, po1 lei ou Deneto p10vincial n" 808, de 29 de setembio de 1855
Com a niação do município de Baua elo Pitaí, pelo Deneto estadual n" 59, de 10 de
ma1<,o de 1890, o distlito de Mendes passou a fazei pa1te do mencionado município
A oia<,ão do distiito ou freguesia de Mendes foi wnfiunada pelos deuetos estaduais ns 1,
de 8 ele maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
Tanto nas divisões aclministiativas de 1911 e 1933, rnmo nas te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-193 7, Mendes figuia como distlito do município de Hau a do Pitaí, situação essa
mantida no guacl10 anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de maiço de 1938 e nos quad10s
fixados pata vigorniem nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, pelos den etos estaduais ns 641,
de 1'i de dezemb10 de 1938 e 1 056, ele 31 de dezemh10 de 1943, iespectivamente
O distiito de Mendes foi oidenado wmo o 49 elo município de Batia do Püaí pelo Dec1eto-lei
estadual n• 1 063, ele 28 de janei10 de 194<í
A Lei nº 1 559, de 11 de julho de 1952, desmemb10u do município de Ba11a cio Pitaí o
49 clistiito - Mendes - , que passou a wnstituit o únirn distiito e sede do município de Mendes,
niado pela 1efeiida Lei
Fo1 mc1(ão j11dicicí1ic1: Inicialmente, o município de Mendes pe1tenceu ao tê1mo e comaica
de Ba11a do Pilaí
A Lei nº 1 895, ele 6 de julho de 1953, uiou o tê11no judiciá1io de Mendes, que ficou
jmisclicionaclo à wmaica de Ba11a do Pitaí A Lei n 9 3 382, ele 12-9-1957, elevou à categoiia
de Coma1rn o têimo ele Mendes
- 266 -
Municífio: Áiea - 253 km2 ; populac.ão ( 1-VII-50) - 10 831 habs ; núme10 de distiitos - 2.
Sede municipal: Átea - 130 km'; populac.ão (1-VII-50) - 5 619 habs
DemaiJ dist1itor: Gove10ado1 Poitela: áiea 123 km'; populac.ão ( l -VII-50)
5 212 habs
EVOLUÇÃO POLÍTICA
O distiito de Miguel Pe1eita foi oiado j)elo Deueto-Iei estadual nº 1 055, de 31 de dezemb10
de 1943, confiunado pelo de n 9 1 056, da mesma data, com teuitótio desmembiado Llo dist1ito
de Gove10ado1 Po1tela, do município de Vassomas Segundo o quad10 te11itotial do Estado,
fixado pelo supiacitaclo Deueto-lei n 9 1 056, pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o disttito
de Miguel Pe1eita peitence ao município de V assomas, no qual foi otdenado como o l O", pelo
Decreto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1941
O município de Miguel Pe1eita foi uiado pela Lei n 9 2 626, ele 25 de outub10 de 1955,
que desme111b10u o 10 9 e o 9 9 disttito do município ·de V assomas, 1espectivamente Miguel Pe1eita
e Gove10ado1 Poitela, que passaiam a constituit nessa otdem o l Q e 29 dist1itos do município uiado
I - Distiito de Miguel Pe1ei1c1: O dist1ito de Miguel Pe1eiia foi uiado pelo Deoeto-lei
estadual n 9 1 05 5, de 31 de dezemb10 de 1943, rnnfiunado pelo de n" l 056, ela mesma data,
com te11itó1io desmembrndo do dist1ito de Gove111ado1 Poitela, do município de Vassomas Segundo
o quaclto te11ito1ial do Estado, fixado pelo suprncitado Dectcto-lei n" 1 056, pata vigoiat no
qüinqüênio 1944-1948, o distiito de Miguel Peteita pe1tence ao município de Vassoutas, no
qual foi otdenado w:~<o o 10'', pelo Deneto-lei estadual n" 1 063, de 28 d.: janei10 de 1944
O dist1ito de Miguel Pe1eita foi desanexado do 1m1111op10 de Vassou1as pela Lei n 9 2 626,
de 25 de outuh10 de 1955, e passou a constituit o 1" disttito e sede do município de Miguel
Peteita, oiado pela 1efe1ida Lei
MUNICíPIO DE MIRACEMA
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
Mt111icíjJio: Átea - 269 km2 ; população (1950) - 18 722 habs núme10 de disttitos - 3
Sede Municipal: Átea - 201 km 2 ; população ( l-VIl-50) - 13 482 habs ; latitude S
2l924''50'',3; longitude W Gt - 42 9 11'58'',2; altitude - 137 m ; distância em linha teta à
Capital - 190 km; 1umo (em 1elação à Capital) - N N E
DemaiJ di1t1itor: Pataíso do Tobias: átea - 43 km 2 ; população (1-VII-50) - 3463 habs
Venda das Flotes: áiea - 25 km 2 ; popula<,ão (1-VIJ-50) - l 777 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
Passados anos, flotesda a povoa,ão de Stº Antônio dos B10tos, quando, segundo consta, pot
fô1,a da Delibetação de 13 de ab1il de 1883, o Go,·ê100 P10vincial, atendendo à sofüita<.ão feita
pela Câmata Municipal de Santo Antônio de Pádua, que expunha a inconveniên(ia de existitem
na mesma vila duas lornlidades com idêntirn denominação, 1esolveu mudai o nome do dist1ito
ele paz de Santo Antônio dos B10tos pata Mita(ema, o qual sutgiu ela L011utela dos tê1mos
indígenas Ybita e Cerna, que, segundo uns auto1es, que1 dizei "pau-que-b10ta" e, segundo out10s,
"povo", "gente que nas(e ou b1ota" A delibeiação que alte10u o nome da localidade estava
assim 1edigida: "O Gove100, tendo p1esente o offi(io de 7 de abtil rn11cnte em que a Cama1a
Municipal de Santo Antonio de Padua expoz que os habitantes do novo disttú.to ele paz <hl
f1eguezia da Vila, denominado Santo Antonio elos B10tos, allegando que po1 havei outta lornlidade
com o mesmo nome ou semelhante, sofftem elles o exttavio de sua <Ot t espondefüia, e peditam
pot isso a mudança claguelle nome - app10va a delibeiac.ão que tomou a CamaJa em sessão
daguella data de dai ao 1efelido distti(tO o nome de "Mita(ema'', que exp1 ime em lingua indigena
a mesma idéa que o vornbulo -- B10tos"
Mitacema, desde os seus p1imó1dios até o fim do sérnlo XIX, contou (Om intensa vida
econômica e social, ve1ifirnndo-se eno1me sutto p10g1essista a pattit de 18'í0, época cm que
suas lavouias de rnfé, auoz, milho e feij1ío aball'otavam os rne1rndos, aos quais chegavam em
lombos ele but10, via São Fidélis
Em 19 de setemb10 de 1891, o Govê100, tendo conhecimento da ptóspeta situação da
localidade, hom e po1 bem at1ihuit-lhe a categotia de disttito, wnfitmando êsse alo pot Deuetos
de 8 ele maio e 3 ele junho de 1892
No século ptesente, embota tenha sido ptejudirnda pot alguns fatô1es de 01dem política,
Mitacema LOntinuou a mantet seu 1itmo p10g1essista, o que motivou a sua elevac,ão à catego1ia
de Município, pot efeito do Deueto estadual n' 3 401, de 7 de novembto de 19)5, ve1ificanelo-se
a sua instala<.ão em 3 de maio do ano seguinte
Sendo, como é, impo1tante zona p10duto1a ele café, algodão e cana, wm indúst1ia e rnmé1cio
p1óspe10 e possuindo clima e água de excelentes qualidades, Miiacenrn destina-se a invejável
posição, no rnnceito das rnmunidades fluminenses
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1ma(ão Admi11irt1c1tii>a: Disttito policial uiado mm o nome de Santo Antônio elos B10to3
pot Delibeiação ele 26 ele janeito de 1880 O disttito de paz, rnm o mesmo nome, foi uiaJo
pot Delibeiação de 9 de setemb10 de 1881 A Delibetac,ão de 13 de ab1il de 1883 mudou o
nome elo clist1ito pata Mita(ema A oiação foi confomada po1 Delibe1ar,ão datada ele
19 ele setembto de 1891 e pelos Deuetos estaduais ns l e 1-A, tespedivamente de 8 de maio
e 3 ele junho elo ano de 1892
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o disttito ele Miiaccma pe1tence
ao Município ele Santo Antônio de Pádua, assim petmarnxendo na divisão administtativa de 1933
O Município de Milacema foi c1iado em vittude do Deueto n" 3 401, de 7 de novemb10
de 1935
De a(Ôldo com as divisões te11ito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município
de Mitacema é constituído po1 3 dist1itos: Mitacema, Flotes e Paiaíso do Tobias
No guad10 anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 de matc,o de 1938, rnnsta o
Munidpio de Mitacema dos seguintes dist1itos: Miiacerna, Paiaíso do Tobias e Venda das Flotes
( ex-Flo1es), assim wntinuando no gua<ho te11ito1ial pata vigota1 no qüinqüênio 1939-1943,
fixado pelo Decteto estadual n'' 641, ele 15 de dezemb10 de 1938
Na divisão te11ito1ia[ fixada pelo Deoeto-lei estadual n" l 056, de 31 de dezernb10 de 1943,
pata tet vigo1 no giiinqüênio 1944-1948, o Município apa1ece wm 3 disttitos: Mitalema, Pataíso
do Tobias e Venda das Flores, 01clenaclos 1espedivamente wmo 1•, 29 e 3'' dist1itos do nwnicípio
de Mitacema pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de janeito de 1944
Fo11/lCtção /11diciá1ic1: Segundo as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-l936 e 31-XII-1937,
bem como o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de ) l de mau,o de 1938, o têtmo
de Mitacema pettence à coma1rn de Santo Antônio de Pádua, assim pe1manecendo no guadto
tettito1ial em vigo1 no qüinqüênio l939-1943, fixado pelo Deueto estadual nº 641, de J 5 ele
dezembto de 1938
Pot fâJça do Dectcto-lei estadual n 9 l 056, de 3 l de dezembto de l94'.\, que fixou o guacho
te11ito1ial pata vigotat no qüinqüênio l 944-1948, foi uiada a rnmatrn de Miiacema, rnnstituícla
do tê1mo únirn denominado Mitacema, situac,ão essa mantida pelas Leis ns l 429, de 12 ele
janei10 ele 1952 e 1895, de 6 de julho de 1953
EVOLUÇÃO SOCIAL
A histótia •da colonização das teuas que hoje fa:zem patte do mumup10 de Natividade do
Catangola, cuja á1ea se p10longa po1 591 km', tem o seu início no pe1íodo que medeia de 1 821
a 1 831
Os histotiado1es são unânimes em at1ibuit o desbt avamento da tegião a JosÉ LANNES (ou
DE LANA) DAN fAS BRANDÃO que, segundo uns auto1es, leiia pe1tencido à Milícia de D foÃo VI e,
segun<lo outtos, tetia sido um deselto1 ela fôtça policial de Ponte Nova em :Minas Geiais
Segundo 1ezam os que seguem a p1imeiia ve1são, JosÉ LANNES te1ia assentado piaça na
1efe1ida Milícia po1 volta do ano de 1820, conquistando, po1 atos de btavuta, dois meses depois
de seu ing1esso nessa ttopa, o pôsto de sa1gento
- 270 -
Apesa1 de tão ausprc10so início de caueüa, pouco tempo demotou JosÉ LANNES nas fileüas
da Milícia, devido a um gtave il1lidente havido ent1e êle e um alfe1es pottuguês
Contam os aut01es favotáveis a essa versão que, cetto dia, em Nite1ói, onde se enrnntiava
aquattelada pa1te dessa ffüça, voltava o sargento de um se1vi,o estafante, quando foi chamado
pelo alfetes' lusitano MANOEL DE SOUZA, recém-chegado de Po1tugal, o qual lhe rnnferiu a
vexatória missão de levai uma ca1ta e presentes paia a namotada
Revoltado, o b1 ioso sargento refutou a incumbência, o que ptovourn no alferes um a11eba-
tamento de cólera Erguendo o rebenque que trnzia, ameaçou fustigat a face do infe1i01, não
conseguindo rnlirna1 o seu intento, giaças à ligeüeza com que o sa1gento se esquivou Insistindo
o alfctes em seu intento ag1essivo, JosÉ LANNES, petdendo as últimas 1ese1 vas de ponde1 ação,
a11ebatou o chicote de suas mãos, zmúndo com êle o 10sto do ofidal que, acovardado, se 1efugiou,
cou endo, no quaJ te!
Compteendcndo o alcance do gesto que ptaticata e, temendo as conseqüências funestas que,
sem dúvida alguma, dêle advitiam, 1esolveu o sa1gento dese1ta1 das fileiias da Milícia e se 1efugia1
em sítio segmo Foi assim que, abandonou o quattel e iniciou sua fuga, pattindo em busca do
tio Pataíba
Tendo chegado a êsse 1io, JosÉ LANNES subiu-o até a confluência wm o tio Mui iaé, pelo
qual p10sseguiu até a primeüa moiada dos índios "Pmis", na hoje fazenda da Conceição Depois
de um bteve descanso nesse local, JosÉ LANNES subiu, guiado po1 uma escolta dos "Pmis'', pelo
1io Carnngola até a cachoeüa de Tombos, de onde voltou, assinalando em sua passagem os locais
de Po1ciúmula e Natividade
Sabe-se que, mm a p10clamação da Independência, JosÉ LANNfü> foi indultado, tesolvendo
então 1etorna1 à fazenda do pai e que, érn 1831, já desteme10so da Justiça, voltou êle às tc11as
anterio1rnente dematcadas no tio Carnngola, fazendo-se acompanha! de sua noiva e de dois
escunas Poste1io11nente, d1egauun às ma1gens do Mutiaé e do Caiangola, os TINoco, os Cus1ómo,
os AÍ VES e os PEREillA que, juntamente com o pionei10, foiam os p1imei1 os habitantes da 1egião
Esta é urna das ve1sões da história de JosÉ LANNES, DE f ANA ou ainda JosÉ DE LANES DAN1AS
BRANDÃO, rnmo o denomina o ilusttado Dt MÁRIO PINHE!l\O 1Yfo1A, a quem devemos um dos
melho1es ou, senão o rnclho1 ttabalho especializado sôbte a 1egião de Itape1una
Segundo êsse auto1izado esc1ito1, a história dos piimó1dios de Itapelllna desenyoJvcu-se da
seguinte founa: "Em 1831, Josi'.~ DE LANES DANTAS BRANDÃO, depois de desetta1 da polícia
de Ponte Nova, 1efugiou-se em Campos Receioso de sei aí descobe1to, ptocu10u o se1tão, indo
até à altma do atual município de Viçosa, teg1essando it zona de Fatia Lemos, paia depois descet
e apossai-se de tôda a teua, desde Potciúncula até o Bambuí
Em 1832, 26 de outub10, JosÉ LANES esuevia, do luga1 que denominou "Conceição", ao
seu filho FRANCISCO, dando notícias, pedindo tecmsos e, mais, que fôsse feita uma consulta
ao amigo "sa1gento", em Minas sôb1e a possibilidade de legalização da posse das te11as que
havia ocupado Voltou JosÉ DE LANES, em 1833, a zona que deixata, trnzendo de 1eg1esso, em
sua companhia, índios, esuavos e um indivíduo pot nome BAMBUÍ, a quem doou as teuas que
têm hoje esta denominar.ão
Estabelecido já no lugal denominado Pôtto Alegu; faz então em 1834 doação, pot título,
das cachoeitas do Cubatão ao tenente-co10nel GERAI DO RODRIGUES DE AGUIAR
Depois desta data )osÉ DE LANES desfez-se da p10priedade de Pô1to Alcg1e e estabeleceu-se
no vale do Catangola, na fazenda de São José, à matgetn cio Carnngola, acima de Natividade
Ainda em 1831, fêz nova viagem a Ponte Nova, tiazendo os seus ümãos ANTÔNIO e FRANCISCO,
aos quais cedeu as teuas da ma1gem esque1da do 1io Ca1angola, compteendidas pela bacia do
Ribeüão de São Sebastião, ou Bom Smesso (fazenda, engenho) Boa Espetança ,e a bacia do
Ribeiião da Conceic,ão
Pata a fazenda da Conccic,ão trnnsfeiiu-se 111ais tarde o capitão JoÃo F DANTAS BRANDÃO,
pai dos posseirns Falecido, aí, foi sepultado no velho cemitétio ainda hoje existente, mas em
abandono Dessa founa o vale do Carnngola habitava-se enquanto o vale do Mutiaé pc1manecia
desabitado Mas, ainda neste ano, )osÉ FERREIRA CúsAR, patente de )os1\ DE LANES, a ptetexto
de batei ou10 e colhei ipecacuanha ( ei va da emetina), aí existente em estado nativo, deixou a
ba11a do Bacalhau, no município de Tm vo, em Minas, onde tesidia, e, em companhia de sua
mulher, D MARIA ANGÚr JU\ DA LuL, e de índios pu1 is domesticados, rnnsttuiu um iancho
no local do a11aial hoje de Laje, e aí se instalou, comunicando-se com os "Quartéis", hoje São
Paulo do Mu1iaé
Sómente mais ta1de, )osÉ BAsros PINIO e josú GARCIA PEREIRA chegavam ao mestno
local, sendo os doadotes dos tettenos do auaial da Laje
]osÉ DE LANES eia, enttetanto, descttot da polícia de Ponte Nova, em Minas, e, e111 l8·Í2,
o p1esidente daquela ptovíncia delibetou mandai ptenciê-lo Com a ap10ximação da ffü,a, que
vinha captmá-lo, o dese1to1 ptepa10u-se com os seus homens pata 1eagi1 mas, patece, a habilidade
do tenente que comandava a escolta evitou qualquet violência, e do entendimento 1esultou entiega1-se
]osÉ DE LANES, que, conduzido até à presença do presidente da p10víncia, foi perdoado, louvado
e homado com o título de gua1da-11101, pelos sei vic,os p1estados às 1egiões inóspitas que habitam
e desenvolvem
- 271 -
Seja como tenha sido, em 12 ele agôsto de 1844, ieconhecendo o Govêrno a impo1tân(ia cio
adensamento populacional ve1ifirndo na iegião, iesolveu auxiliai o seu desenvolvimento, expedindo
uma Delibeta~ão, cujo texto eia o seguinte:
"A1t 1• - Fica ueado na - f1eguezia - ele Santo Antonio de Guarnlhos mais um
distticto ele paz, que se denomina1á o -- 2 9 - cujos limites começando rnt foz do tio Camapuana,
üão po1 ellê aLima até findai na divisa com a P1ovincia de Minas Ge1aes, estendendo-se em sua
la1gma ao sul do mesmo tio pm espaço de seis lcguas, e <0mp1 eendendo o teuito1io da
Pedia Lisa
"Att 2'1 - Fica egualmente ueada uma - subdélegacia de policia - cujos limites setão
os mesmos do iefe1ido 2º disttitto ele paz"
DecoHiclo apenas um ano, foi tal o p10g1esso vetificado na localidade que as leis 01<,amentáJias
ela P10víncia, já em 1845, consignavam ve1bas pata a constrn<,ão da estiada de Carnngola, p10s-
seguindo-se, então, de founa mais intensiva, o povoamento da iegião, notaclamente no t1echo
rnmp1eendido ent1e as fazendas de Pôito Aleg1e e São José, esta situada, atualmente, em Natividade
cio Caiangola
Alguns anos mais ta1dc, em 23 de agôsto de 18'53, o cleueto que tomou o n'' 636, estabeleceu:
"Att 19 - O te11ito1io que constitue o - 2" disttido de paz e de subdelegacia - ela
f1eguezia de Santo Antonio de Guatulhos - do município ele Campos dos Goytacazes, ueado
pela Delibcta<,ão de 12 de Agosto de 1844, fotmatá uma f1eguezia - que come<,auí a gozat
de todos os clüeitos civis e teligiosos que lhe rnmpetitem, apenas os povos ap1esentem templo
p1óp1io pata o se1 viço divino, julgado tal pelo Otdiná1io
"Alt 29 - - Fica inco1poiado à fieguezia de Santo Antonio de Guatulhos, o tellit01io que,
adjacente à mesma, segue pela ma1gem esquctda cio tio Paiahyba até conf1onta1 wm o município
de São João Baptista da Batta, e que out1'01a lhe pettenccu, semlo cm 1829 annexado à f1eguezia
de São Salvac\01"
Consultando o ttxto do Dec1eto n' J 244, ele 14 de dezembrn de 181íl, ve1ificamos que esta
f1eguezia, uiacla pelo Deucto 636, outrn não em senão a de Nossa Senhota de Natividade
Eis rnmo estava vasado o Deoeto nº l 244:
"Att 19 - A f1eguezia ueada pelo Decteto n'' 636, de 23 ele Agosto de 18'í3, no te11ito1io
que wnstituiu o antigo 2 9 distlicto da fteguezia de Santo Antonio ele Guarnlhos, do município
de Campos, te1á a invocação de - Nossa Senho1a da Nativiclade
Att 2 9 - Dêsse tettito1io setá clesmemb1ado o que fôt p1eciso pata a fteguezia de -
Nossa Senhoia da Piedade da Lage - , que fim neada, e a qual se1vüá de mattiz a igtcja alli
existente, constrnida à custa dos morndo1es do Jogai
A1t 3º - Os limites entlc as fteguesias da - Natividade e da J,age, se1ão designados pelo
P1esidente da Ptovíncia, com audiência cio 01diná1io, tendo em atenção a seua que coue entte
o Mudahé e o Caiangola, e ele maneiia que não alteie os limites actuaes das fteguczias de
Santo Antonio de Padua e Senhot Bom Jesus do Monte Vetcle"
Grnças à fet tilidade do solo dessa iegião, J ápido foi o seu desenvolvimento, ensejando a que
o govêrno expedisse, cm 24 de dezembto de 1885, o c!eueto n' 2 810, cuio teo1 em o seguinte:
"Att 19 - Fim elevada à categotia de - villa - , mm a c!enomina<,ão de - Villa de
Itape1una - a ftcguezia ele Nossa Senhota da Nativiclade do Catangola, e peltentendo também
ao novo muni(ipio as f1eguezias de - Santo Antonio do Caiangola, São Sebastião do Va11e Sahe
e Bom Jesus de Itabapoana - , todas mm os mesmos limites aduaes, excepto os que sepaiam
a fteguezia de Santo Antonio do Caiangola da fieguezia da Natividade, os quaes se1ão altetados
pela mancita seguinte: - pelo lado dileito cio iio Ca1angola e iibeitão de São José e fazenda
dêste nome, e pelo lado esque1do o cóuego das Pecltas e fazenda de igual nome. prnpdedade
do alfe1es ANTONIO LOPES DE FARIA JUNIOR, cabendo à fteguezia de Santo Antonio do Caiangol;i
todas as ve1tentes dos dtac!os tibeitão ê cottego, e pelo tio a(ima todas as vettentes até à cad10eita
elos Tombos
A1t 2'' - O munidpio de Itapernna fa1á patte da rnmatca de Campos"
Dois anos depois, em 29 de dezemb10 de 1887, novo deucto, que tomou o númeto 2 921,
veio alteiat a situa<,ão polítirn e ~tdministrntiva <la 1egião Rezava êle o seguinte:
"Att 19 - Fim ueada a fieguezia de - São José do Avaby - , tendo pot sede o attaial
ele Poito Aleg1e, sito no teuitótio da f1cguezia de Natividade do Caiangola, município ele
Campos, e po1 limites na matgem esquctda do tio Mmiahé, o (Ó11ego da Chica, na fazenda de
São Paulo, até a seua que divide as aguas do dito iio das cio Itabapoana; do lado de cima, o iio
Caiangola desde a sua foz até à confluência cio iibeiJão da Con(cição, seguindo po1 êste acima
até as divisas da fteguezia de São Sebastião cio Va11e Sabe; na ma1gem diteita do tio Muliahé,
o Vallão Giande, desde a sua foz até o i umo de fundos da fazenda de São Pcc!to, seguindo pelo
1 umo e ?elos de fundos das fazendas situadas na dita matgem do tio Mmiahé até o libeilão
de São Domingos; e ainda po1 êste até a sua foz no Mmiahé
§ l9 - Esta f1eguezia e bem assim a ele Nossa Senhoia da Piedade da Lage, que fica desmem-
biada do município de Santo Antônio de Pádua pe1tcnce1ão e se1ão inco1potadas ao novo município
oeaclo relo Dec1eto núme10 2 810, de 24 de novemb10 de 1885
~. 272 -
§ 29 - A sede cio 1efe1ido mu01np10 se1á, p01ém, no auaial ele Potto Aleg1e, que fica
elevado à catego1ia ele - villa - mm a denominação ele - Villa de São José do Avahy -
cle11ogaclo nesta pa1te o a1t 19 do mencionado Deneto n 9 2 810
§ 39 - Constituüão patlimônio ela Villa os 15 alqueites ele teuas doadas paia esse fim pelo
rnmendado1 fosÉ CARDOSO MOREIRA, as quaes, divididas em lotes, se1ão auendadas ou afotaelas
às pessoas que quize1e111 nella edifirnt, ele rnnfo1111idade com a planta e plano da nova Villa,
01ganizac\os pelo engenheiio J C COELHO CINTRA
Enquanto essas modifirnções político-aclministtativas se p10cessavam, as lavoutas existentes
na 1egião flotesciam, petmitindo aos seus p10p1ietátio> usufiuíiem luuos fahulosos em gianele
pa1te devido ao suo1 do elemento neg10 esciavizado Com o advento da lei abolicionista, em 1888,
esta situac,ão de pwspeiidade sof1eu um sé1io abalo de que, dmante longo tempo, se 1essentiu
a economia da localidade
Em 27 de junho de 1890, pouco tempo passado após a prndamac,ão da República, o govêino
desejando amparat e favo1ece1 a vida econômirn-social da 1egião, expediu o Dec1eto númeto 101,
cujo texto eia o seguinte:
"Att 19 - Fim neado o Município de "Natividade do Caiangola", tendo po1 sede a
povoac,ão cio mesmo nome, ele\ ada à catego1ia de V ilia
Ait 2º - O município se1á rnnstituíclo wm o teuitótio das fieguezias cL1 Nati\idade do
Catangola e Vaue Sabe, desmembiado do município de Itapewna
Ait 3'' - Ficam alteiados os limites ela fteguesia do Vaue Sabe, pettencendo à mesma as
ve1tentes 'do 1ibeüão da Comeição, a pattit das rnbeceiias até à baua do cóuego Bancleüa, na
fazenda denominada - Couenleza - , e bem assim as veltcntes cio cóuego do Candong't até
à ba11a do có11ego da Matinada, indusive as ve1tentes deste na fazenda denominada - Paciencia - ,
e mais as ve1 tentes do tibeitão Pouso Alto a pa1tit das cabeceit as, rnmp1eendtndo todo o te11eno
rnnve1gente até as rnnt1ave1tentes do cóuego das Pe10bas, nas imedia<,Ões de sua foz, exduido este;
ficando a fieguezia de Natividade limitada com a do Vaue Sahe na baua dos cóttegos Bandeirn
e Matinada, rnbeceitas do iibeiião da Conceição, e no iibeitão do Pouso Alto, na divisa de águas
do có11ego das Pe1obas, o qual continua a fazei pa1te da f1eguezia de Natividade
Ait 4'1 - Ficam também altciados os limites ela fieguezi't de São José do Avahy com a cht
Natividade, os quaes rnn1eça1ão no espigão, sito à ma1gem esque1cla do tio Caiangola e que separn
a fazenda denominada - Divisa da Fazenda Conceic,ão - , pe1temendo à fieguezia de Natividade,
desde o mesmo espigão, todo o teuitóti,, rnnveigente à ma1gem dn mesmo tio e assim tambem
todas as ve1tentes no 1ibeiião da Conceic.ão até a ha11a dos lÓ11egos Bandeiia e Matinada, limites
do Vaue Sahe
Ait 59 - O munidpio da Natividade faiá parte da coma1ca de ltape1una
A instalação do município veiifirnu-se no dia L4 de julho de 1890
Cmta foi a vida autônoma da nova rnrnuna; pois, em 8 de maio de 1891, o govêino, po1
fô1<,a de um deueto que tomou o n'' l, extinguiu o município de Natividade de Caiangola,
anexando o seu tellitó1io ao do município de Jtape1 un:i. onde passou a constitui! vá1 ios clist1itos,
ent1 e êks o de Natividade
Em 1947, tão p1og1essista se mostiava êsse dist1ito que, a Assembléia Estadual, )101 fô1c,a
do aitigo 6° do Ato das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias, ptornulgado em 20 de junho
de l947 e tegulado pcl! efeito da Lei estadual n" 6, de l l de agôsto do mesmo ano, 1esolvcu
wncecle1-lhc, novamente, autonomia polítirn-administiativa, elevando-o à catcgo1ia de município,
mm teuitóiio dos dist1itos de Natividade do Caiangc>la (ex-Natividade), Vau e Sai e Omânia,
desmembiaclos todos do munidpio de Itape1 una
Atualmente, a nova unidade fluminense inicia sua vida ernnômiw-polítirn-social, tudo fazendo
c1e1 seja ela, dentto ern bteve, uma das mais p1ósperns rnmunas do Estado do Rio dé faneüo
EVOLUÇÃO POLiTICA
Fo1111c1ção Admi11irt1t1ti1'c1: Fieguesia uiada pot Lei p1ovimial n 9 636, ele 23 de agôsto
de l8'l3 Recebeu a denominac,ão de Nossa Srnhota da Natividade do Caiangola, po1 deueto
p10vincial n" l 244, de 14 de clczembto de 186 l
A fieguesia de Natividade do Catangola foi elevada à rntego1ia de vila e passou à sede
do novo município de Itape1 una, po1 fôu,a do deueto p10vincial n" 2 8 LO, de 24 de novembto
de 1885
Po1 efeito da lei p10vimial n" 2 921, de 29 de dezemb10 de 1887, pe1deu as categotias de
vila e de sede do município de Itapernna
Em vittude do Deueto estadual n 9 101, de 27 de junho de 1890, foi uiado o llJunidpio
ele Natividade do Ca1angola, tendo po1 sede a povoat.ão de mesmo nome, elevada à catego1ia
ele vila
A delibe1ac,ão estadual de 31 de outub10 de 1891 veio rnnfi11na1 a oiação da fieguesia
O município de Natividade cio Caiangola foi supiimido pelo Deueto estadual n• 1, ele
8 ele maio de 1892, o qual, juntamente wm o de n 9 1-A, de 3 de junho do mesmo ano, wnfiunou
também a uiação da fieguesia
- 273 -
II - Di rti ito de Vc1J 1 e Scú: A fteguesia de São Sebastião, wm sede na povoação ele Vaue-
Sai, foi oiada po1 Lei ou Deueto p10vincial n 9 2 389, de 19 de novemb10 de 1879
Sua uiação foi rnnfiunacla po1 Delibeiação estadual de 31 de outub10 ele 1891 e deuetos
estaduais ns J, de 8 de maio e 1-A, de 3 de junho de 1892
De acô1do com as divisões adrninist1ativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas de 31-XII-1936
e 3 l-XII-1937, bem como o quac!to anexo ao De<1eto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ;;na1ço
de 1938, o dist1ito de Va11e-Sai pe1tence ao município de Itape1una, assim pe1maneccnclo no5
quad10s ela divisão teuitotial, judiciátia e administiativa do Estado, vigentes nos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelos cleuetos estaduais ns 641, de 15 ele
dezemb10 de 1938 e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Em vittude da tci estadual n 9 6, de 11 de agôsto de 1947, que 1egulou o attigo 6<' do Ato
das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado elo Rio de Janeito, pwmulgado cm 20 de
junho de 1947, o qual alte1ou o quadlO te1tito1ial em vigo1 no qüinqüênio 1944-1948, o disttito
18 - 25 625
- 274 -
de Vau e-Sai foi desmembiado do mumop10 de Itape1 una, passando à jutisdi~ão do novo
município de Natividade do Caiangola, no qual foi otdenado como o 29
III - Dir11ito de 0111ânia ( ex-Omo Fino): O disttito, mm a denominação ele 12 9 e sede
na povoação de Santa Rita do Omo Fino, foi uiaclo pot Lei estadual n 9 'í9'5, de 4 de setembro
de 1903
Nas divisões aclministtativas de 1911 e l933, Santa Rita ele Outo Fino figma como distrito
do município de Itapenma, notando-se apenas que, em 1933, o disttito está gtafaclo Santa Rita
do Ou10 Fino
Segundo as divisões te11ito1iais de 31-XII-1936 e 31-XIl-1937, o disttito se denomina Üuto
Fino e pettence ao município de Itapeiuna
Pot fôt~a do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de 1938, o disttito de Ou10 Fino
voltou a chamai-se Santa Rita de Ou10 Fino No quad10 anexo ao citado Decido-lei n 9 392-A,
consta no município de Itapetuna o disttito de Santa Rita de Ou10 Fino
Em vittude do Deueto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
da divisão teuiottial, do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943, a denominação do disttito foi,
novamente, alteiada pata Outo Fino, peunaneccndo o mesmo no munidpio de Itapetuna
Pot efeito do Deueto-lei estadual n'' 1 056, de 31 de dezembto de 1943, o disttito de
Ou10 Fino passou a denominai-se Ouiânia, e pettence, de acôido mm o quad10 da divisão teiii-
totial, judiciá:-ia e administtativa do Estado, em vigot no qüinqüênio 1944-1948, fixado :)elo
mencionado Deueto-lei n 9 1 056, ao munidpio de Itapetuna
A Lei estadual n 9 6, de 11 de agôsto de 191í7, que iegulou o Ato das Dísposi,ões Consti-
tucionais Tiansitóiias elo Estado elo Rio de Janeito, p10mulgado em 20 de junho de 1947, que
inttoduziu modifica<,Ões no quadto vigente no qüinqüênio 1944-1948, tt ansfeiiu o dist1ito de
Omânia do munidpio de Itapet una pata o novel munidpio de Natividade do Caiangola, orde-
nando-o como o 39
MUNICíPIO DE NllóPOLIS
INFORMAÇÕES SôBRE O MUNICÍPIO
EVOLUÇÃO SOCIAL
A históiia da colonização das te11as que hoje wrnpõem o muotcip10 ele Nilópolis, cuj;1 áiea
está calculada em 21 km2 , tem o seu ptincípio ligado ao início da evolu,ão da cidade de
São Sebastião cio Rio de Janei10
O desbtavamento das tettas dêsse mu111up10, o menot dos que integtam a wmunidade flumi-
nense, foi, sem dúvida alguma, motivado pelo inte1êsse que os ptirneitos governantes da 1 efe1icla
cidade tivetam em colonizai o solo das tegiões que matginam a baía de Guanabata
Fôsse pela ambição de adquitit gtandes lotes de tettas fettilíssimas pata o rnltivo das lavouias,
de cujos p10dutos a cidade necessitava, fôsse pela ganância de ;'ossuit um pat1 imônio pata
exclusiva valotiza<,ão fututa, o que, de ce1to, se sabe, é que a pa1ti1 de 1566 os fidalgos rnmeçaiam
a disputai as teuas adjacentes à cidade fundada pot Mem ele Sá Dornmentos dignos de ctédito
apontam essa data como a do início do movimento rnlonizadot, ditigido pata o vale dos dive1sos
tios que deságuam na baía de Guanabaia, entte os quais se encont1am o Satapuí e o Meiiti
citados textualmente
Entte os nomes dos agtaciados com a rnncessão das ptimeitas sesmatias em te11as fluminenses
enrnntta-se, nos atquivos, o ele BRAZ CUBAS, que outto não deve set senão o alcaide-mot elas
capitanias de São Vicente e Santo Amato, a quem a cidade de Santos deve a sua funda<,ão
Deu-lhe o Govetnadot, em 1'í68, "nada menos de 3 000 bta\as de teuas, de testada, pela costa
do mat e 9 000 de fundos pelo tio Me1iti, rnuendo pela piassaba da aldêa de Jacotinga"
Pot essa última descii\ãO, vemos que as teuas do atual munidpio de Nilópolis se enquadtavam,
então, na sesmatia de BRAZ CUBAS
A consulta feita aos histo1iado1es mais acatados da evolução social e política do Rio de
Janei10 deixa-nos a cetteza de que quase um sérnlo passado, após o início da colonização,
em l '566, ficatam os sesmeitos e rnlonos taclicados na 1egião, sem assistência teligiosa em
ca1)e!as públicas
Pelo menos não se tem notícia da existência ele qualquet delas em pedodo antetiot a 1637
Alguns anos depois de uiada a fieguesia de Nossa Senhota do Pilai (nas teuas do atual
munidpio de Duque de Caxias), smgiu na zona Jitotânea da Guanabata uma outta povoação,
- 275 -
Com a valotizac,ão e povoamento sernpte uescente das te11as da antiga fazenda de São Mateus,
giande smto de p1og1esso se vetifirnu na tegião, attaindo a atenc.ão dos govetnantes que, em 9 de
novernb10 de 1916 1esolveuun elevá-la li categotia de dist1ito
A Lei l 332, dessa data, estava assim 1edigida:
"Att 19 - fica cteado, sob a denominac,ão de - 79 - , mais um disltido de paz no
munidpio de Iguassu, o qual setá desmembtado do actual 4 9 distiicto
A1t 29 - O 7" dist1icto tetá po1 sede o povoado de São I\fatheus onde: se acha a Estação
de Engenhei10 Neiva, e se !imita!á com o 4'' de que é desmembiado, pela faixa de te11as da
The Rio de Jancito Ttamways, Light anel Pmvet Company Limited, onde estão assentes as tottes
que supo1tam os cabos eléttilOs da dita Companhia, e rnm o Dist1ido Fedeta! e o p1imeit;:i
Distiicto do Município, pelas mesmas divisas que o sepatam do 4 9 distticto
Att 3° - São mantidas as actuaes divisas dos demais disttictos do município"
Em 1921, pot fôtça da Lei de nº 1 70'5, de 6 de outuh10, foi, oficialmente dada ao disttito
a denomirnu,ão de Nilópolis, o que também sucedeu à antiga estação feum iát ia de Engenhei10
Neiva
A denominação de São Mateus que tiveta em teuas da velha fa,enda pe1sistin apenas
na estação da linha auxiliai, situada a alguns quilômet10s de Nilópo!is A povoação que se
founou ao 1edo1 da esta<,ão de São Mateus deu motivo a que se fo1masse o atual disttito do
mesmo nome, no munidpio de São João de Metiti
Em 1947 tal eia o p10g1esso ve1ificado em Nilópolis que a Assembléia Constituinte do
Estado do Rio de Janei10 delibcrnu induit no Ato ch1s Disposições Constitucionais Tiansitó1ias,
ptomulgado em 20 de junho dês:,e ano, um a1tigo, o 6'1 , pelo qual o dist1ito ,[e Nilópolis foi
desmembiado do munidpio de NO\ a Iguac,u, passando o seu teuitótio a wnstituit uma unidade
autônoma, sob a denominação de "Munidpio de Nilópolis"
Pela l ci n" 6, de 11 de agôsto de 1947. o munidpio de Nilópolis wnstilui-se de 2 dist1itos
assim 01denados: l" - Nilópolis, 29 - Olinda
Atualmente, Nilópolis, a meno1 wmuna fluminense, inicia sua vida histótica como mumup10,
tudo fazendo uet seja ela, em bteve, 1elativamente falando, uma das mais ptóspetas unidades
fluminenses, pelo seu rnmé1cio, suas indústtias e, sob1etudo, pot seu adensamento demogtáfiw
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Foi J/IC/( ão admini1t1 c1tire1: Distt ito uiado com a denomina1,ão de São Mateus e mm sede
na estação Engenhei10 Neiva, pot fôtc,a da Lei estadual n 9 l 332, de 9 de novembto de 1916,
wnfitmach1 pela de n 9 l 634, de 18 de novembto de 1919
Recebeu a denomina<,ão de Nilópolis em vittude da Lei estadual n'1 1 70'í, de 6 de outub10
de 1921
Em divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o disttito de Nilópolis figuia no
munidpio de Iguaçu, assim peunanecendo nas divisões te11ito1iais datadas de 3 l-XII-1936 e
31-XII-1937
No quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mat \o de l939, o disttito
de Nilópolis figma no município de Nova Iguaçu ( ex-Iguac,u), assim peunanecendo nos quadws
te11itotiais fixados, pata os qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, J espedivamente, pelo Deueto
estadual n" 641, de l '5 de dezemh10 de 1938, e Deueto-lei estadual n'1 l 0'56, de 31 de dezemb10
de 1943
De acô1do wm a Lei estadual nº 6, de l l de agôsto de l9-i7, que 1egulou o a1t (," do Ato
das Disposi<,ões Constitucionais T1ansitó1ias, pwmulgado em 20 de junho de 1947, o dist1ito
de Ni!ópolis foi desmemhiado do munidpio de Nova Iguaçu, a fim de wnstituit o novo munidpio
de Nilópolis, rnmposto elos dist1itos de Nilópolis e Olinda, êste, uiado pelo mesmo Ato, wm
te11itó1io desmcmlnado daquele, tespectivamente, l" e 2" disttitos
l - DirtJito de Nilój)()lir: O disttito de São Mateus foi uiado pot Lei estadual n" l 332,
de 9 de novemb10 de 1916, mm sede na povoa~ão também denominada São Mateus (esta<.ão
'Engenheito Neiva) Sua uia<,ão foi wnfitmada pela de n" l 634, de lS de novembw de 1919
O dist1ito de São Mateus, pot efeito da Lei estadual n'' l 705, de 6 de outub10 de 1921,
teve seu topónimo alteiado pata Nilópolis
Segundo as divisões administrntivas de 1933 e teuito1iais datadas de 3 l-Xll-1936 e 31-XII-1937,
o dist1ito de Nilópolis pe1tence ao município de Iguaçu.
- 277 -
MUNICíPIO DE NITERÓI
DESCRIÇÃO DO TERRITóRlO
Li111iter:
Noite - rnm os Munidpios de São Gonçalo e Ma1 idt
No1deste - com São Gon\alo e Mati(á
Este - o Oceano Atlântico
Sul - a Baía de Guanabata e o Oceano Atlânti< o
Sudoeste - a Baía de Guarntbaia
Oeste - a Baía de Guanabata
Notoeste - o Munidpio de São Gonçalo e a Baía de G11anaba1a
Os p1incipais iios, além dos citados, são: Vicência, Passalinhos, Bomba, Cubango, kataí,
Cad10eüa, Saw, Mll1iqui, Caramujos, Ma1ia Paula e das Pedias, cm maio1ia iiachos ele pouco
volume dágua, alguns canalizados no cent10 mbano e todos tiibutátios ela Baía ele Guanaba1a
Algumas ilhas atlântirns estão na juiisdic,ão de Nite1ói, enttc elas - Pai, Mãe, Menina
ou Filha, mas, em maio1ia, as ilhas integiaclas ao teuitótio municipal estão situadas na Baía
de Guanabaia, sendo as mais impo1tantes - Ca1ecas, Ca1clos, Boa Viagem, Conceição, Caximbau,
Caju, Manuel João ou Calhouos, Mocanguê Giancle, Mocanguê Pequeno, Viana, Santa Crnz
e Paiol
O 1evcstimento f101ístirn caiacte1iza-se pela telativa poh1eza de espécimes vegetais de alto
p01te, devido ptincipalmente ao clesbiavamento das matas pata o desenvolvimento do cent10
mbano, da indústiia extiativa e elas rnltl!las as mais vatiaclas
A vegetação ainda desenvolve-se nos vales e pelas altitudes, em capoeitas bastante tirns
de va1ieclades as mais dive1sas cios valo1es da nossa floia
A legião de Itaipu ap1esenta algumas matas ele giancle valo1, pa1tirnlaunente licas em
madeüas de lei, exploiadas pata constt ução, cai vão e lenha
Metecem ielêvo e especial 1efe1ência as iniciativas de 1eflo1estamento po1 emaliptos e
outias va1ieclades, mm que tem sido intensifiuida a silvirnltl!la
As 1iquezas vegetais estão na mesma p10po1ção ela fauna; esta não ap1esenta maio1 núme10
de espécies, salvo a fauna madtima, que é elas mais 1icas em vittude da ahundância ele peixe
os mais va1iados, da mesma founa que abundam os u ustáceos e moluslOS
Muitas espécies de aves ainda habitam as pomas matas e capoeitas, p1imipalmente os pássa10s
cano10s e muitos outt os petseguidos pelos cac,ado1es e bem pouw defendidos pelo cumplimento
do "Código da Caça e Pesca"
As p1incipais lavomas cio munidpio são: Aba,axi, auoz, rnna-de-açúca1, amendoim, batata-
·doce, milho, feijão, banana e tomate
As indúst1ias são as seguintes: extrntivas de prndutos mineiais; de tlansfo1ma<,ão de miné1ios
não metálims; metalú1girns; mecânicas; de rnnstt ução e montagem de mate1ial de 1tanspo1te;
da madeita; de mobiliátio; de papel e papelão; químicas e fatmalêuticas; têxteis; de vestuátio,
calçado e a1tefatos ele tecidos; de p10dutos alimentícios; de behidas; edito1iais e g1áfi,as
MunicíjJÍo: Á1ea - 134 km 2 ; população ( 1950) - J 86 309 habs ; númc10 ele distJitos - 2
Sede 1111mici/htl: Átea - 79 km"; poptilação ( 1-VIl-'iO) - 182 039 hahs I atitude S -·
22''53'46"; Longitude \lí! Gt 43''07'13"; altitude - 3 m
Demdir distiito1: Itaipu: áiea - 'i'i km"; populac,ão (l-VII-50) - 4270 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
Foi semp1e elas mais destacadas a posição de Nite1ói nos fastos da nossa Hi:;tó1ia
A vasta 1egião às ma1gens da Guanabarn, a antiga Nitetói dos Tam(Jios, que habitavam
estas mesmas parngens, ele esplendoies po1 todos p1odamados, desde as mais 1emotas eias, está
limitada, no Município de Nite1ói, a uma á1ea <le 134 quilômet10s quadiados
As maiavilhas e emantos maiotes da natl!leza, assim tão p1ódigas nestas plagas, estão distti-
buídas pelas ptaias incompa1áveis e os montes ci1cundantes, bem como pelos vales, out10ia domi-
nados pelas plantações de cana-de-a<.Úcat e ceteais, hoje ocupados pelas avenidas, pt2-ças, luas
e out10s logiadou10s, todos habitados e ainda mais embelezados, tornando assim, êsse rnnjunto
paisagístim utbano, uma elas mais belas, aptazíveis, p10g1cssistas e attaentes das rnetiópoles
do füasil e das Améticas - a cidade de Nite1ói
Os Tamoios foiam, p1irnitivamente, os únirns possuido1es dessas teuas, assim enrnntadotas
e dominad01as; também se1iam os legítimos clefenso1es dos te11itó1ios matginais da Guanabata
Êsses, os ptimitivos povoadotes, foiam Slllptccndidos pelos p1imei10s rnnquistad01es, poituguêses
e fianceses, que luta1iam pela posse da teua clcsrnbe1ta
Foi assim desde janei10 de 1 502, quando a expedi<.ão de ANDRÉ GoNÇAI VFS ap01tou il
Guanabarn, julgando anrntat na foz de um giandc tio que 1eceScu o nome de Janei10 - o do
mês da clesrnbe1 ta Os amei índios toma1am pattido e foiam despojados dos seus p1eciosos tesou1 os
pelos po1tuguêses, rnmpliciados mm a ttibo inimiga, chefiada pelo "rnbta fc10z" - o ARARIBÓIA
As ptincipais batalhas foiam tlavadas nas rna1gens ca1iocas da founosa baía, e somente
das últimas lefiegas se1iam cenáiio, empolgante e a11ebatad01, as piaias citrnm izinhas da "Ptaia
Giande", na "Banda d'Além", pwximiclacles das "Ba11eitas Ve1rnelhas"
Se1iam êsses chãos os que também clevetiam constitui! o p1êmio maio1, 1ernmpensa seguia
e 'aliosa paia as atividades gueueitas dos valentes Tupirninós
Com a divisão do Btasil em Capitanias He1cditá1ias, as teuas ma1ginais da Guanabau
integia1iam o giandioso legado ele MARTIN AFONSO DE SouzA, nome também pelo qual foi mais
ta1de batizado o cacique ARARIBÓIA
- 279'--
Empolga<lo pelos vastos domínios em k-Úas do Brasil, tal a extensão da Capitania de São
Vicente, deJicou-se mais o fidalgo luso ao · patiimônio iepiesentado poi São Paulo, onde foi
fundada, na ilha de São Vicente, a piimeita cidade brasileira
O Rio de Janei10 toinou-se piêsa fá(il dos aventmei10s que, após a descobetta de CABRAi,
excmsionaiiam pelo Atlântirn-Sul
Os fianceses foiam dos piimeitos a instalaiem-se nas ilhas e mesmo em teuas do wntinente
Não foi fácil a empiêsa hei(úlea de desalojá-los A "Fiança-Antáttica", idealizada pelos
expedicionátios, dessa oiigem, Jeixatia, entletanto, de sei uma tealidade, giaças, sôrnente, ao
hetoísrno de Es1Ácro DE SÁ e à tenacidade de MEM DE SÁ, mm a ajuda pieciosa das hostes
de ARAR!BÓIA
A histótia antiga de Nitetói é rnnternpoiânea da vitótia <los pottuguêses
A sesmatia do Di ANTÔNIO DE MARIZ ou MARINS CouTINHo, P10vedoi da Fazenda Real
no Rio de Janeito, bem como as de PERO MARTINS NAMORADO e JosÉ ADÔRNO, incoipoiando
as te11as de São Loutenço e Cataí (kaiaí), doadas em 1560 e 1565, jaziam ainda semi-abando-
nadas, quando se p10cessou a desistência do fidalgo pottuguês e sua mulhei ISABEL VELHO pata
founa1 o patlimônio de ARARIBÓIA e sua gente Ela esta sesmatia wnstituída de "todo o teueno,
desde as piimeitas baueitas ve11nelhas, couendo ao longo da baía acima, caminho do nolle
até completai uma légua de teuas e duas léguas p:u L o seitã:i" CoP1e<.ava, na 1ealidade, em
Giagoatá e rnmava até Maiuí, onde tinha início outia sesma1ia; a doa<,ão poi MEM DE S,\
tornou-se efetiva a 16 de mat<,o de 1 '568, sendo a posse solene, wm a p1esença do Gove1nado1
CRISTÓVÃO DE BARROS, lealizada em 22 de novembto de 1573
É a data maio1 de Nite1ói, wnsideiada fetiado municipal e ainda solenemente wmemoiada
todos os anos, mesmo em dettimento da efcmétide de !O de maio, quando, ern 1819, ve1ifirnu-se
a emamipa<,ão política da Vila Real da P1aia Giande
Instalou-se ARARIBÓIA, wm a sua tt ibo, na enwsta do mo1 to de São l ou1ern,o, onde foiam
constrnídas as p1imitivas choupanas e igualmente uma capela -- a ptimei1 a edificada em Nite1ói
Com o tempo desenvolveu-se a aldeia; aumentatia, 1àpidamente, o núrne10 dos casehtcs, mantendo
os índios pequenas ioças de milho e de mandioca, ao lado de incipiente indúst1 ia de ce1ârnicas
Etam os arnelÍnclios assistidos pelos jesuítas e pelas autotidades, e a aldeia aos poucos ptospeiava
Não tatdou muito que as teuas da sesmatia fôsscm dadas en1 afo1amento aos aventutei10s
que p10rniavam usut pai a ptoptiedade dos Tupirninós
A motte de ARARIBÓIA, segundo VARNHAGEN, em 1587, devia agiavat a situação aflitiva
dos homens da aldeia de São Lou1enço, rnjas teuas continuavam a sei invadidas poi exploiadoies,
ptopo1cionando demandas de giande duta<,ão e suscitando dúvidas, algumas p10longadas atta\ és
dos séculos O aldeamento foi extinto em 26 de janeito de 1866 pelo Govêtno ela P10víncia,
tal a situa<,ão de decadência
A ig1ejinha do rnouo de São Louten<,o, que substituiu a ptimitiva capela, ainda iesistindo
às intempéties, é o p1incipal monumento da cidade e está inw1potada ao nosso Patiimônio
Histó1ico
A decadência da sede da aldeia de São Lou1enço wnt1astava mm a p10spetidade das demais
tegiões das dive1sas sesmaiias, paia onde legiões de imigiantes etam attaídas pela fettilidade
das teuas e as múltiplas facilidades p10poicionadas pela p10ximidade da Guanabaia e ainda da
cidade do Rio de Janeito Sutgitam, em mito prnzo, povoações di\ etsas na Ptaia G1ande, em
kat,tí, Marní, São Domingos, São Gonçalo, São Fiancisrn, Jmuju!u, Itaipu e out1as locétlidades,
ao mesmo tempo que aumentavam as lavouias e pequenas indúst1 ias nas múltiplas p10ptiedadcs
em que também se multiplicavam as sesnutias
As capelas dist1ibuídas po1 êsses teuitó1ios, já habitados pot rnlonos poltuguêses e poL
esnavos em giande núme10, davam demonstta<,ão cabal do ptog1essci alcan<,aclo p01 todos êsses
núcleos populosos; em b1eve algumas delas setiam as sedes das novas fteguesias das matgens
da Guanabata
Desde as ptaias atlânticas, cm Pi1atininga e Itapuig ou Itaipu, até as matgens cio Guaxindiba,
fotam edificadas, nos séculos XVII e XVIII, muitas capelas; as de São Gon<,alo, São João Batista
de Irniaí e São Sebastião de Itaipu, foiam sedes das f1 eguesias, oiadas 1espectivmente em 10 de
feveteito de 1647, 18 de janeiw de 1696 e 12 de janeito de 1755
Entte outias de menoi impo1tância, na iegião cbs fututas f1eguesias, fotam edificadas as
capelas ele São Louienço, 1econst1uída em 1767; São João, em 1660; N S'' das Necessidades,
p1óxima à de São João, rnnst1uída em 1743; N S" da Conceição, po1 ANTÔNIO CoRRÜA PINA,
existindo desde 1663; São Domingos, poi DOMINGOS DE ARAU JO, em 1652; N S'·' da Boa Viagem,
pot DIOGO CARVAI HO DA l'oN !OURA, já existente em 1663; N S'·' ela Conceic,ão, na ilha de
mesmo nome, po1 MANUEi RODRIGUES DE FIGUEIREDO, em vittude d:t P10visão de 16 de julho
de 1711; N S'' da Concei<,ão, em Ju1ujuba, pelo padie MANUEi RODRIGUES; São Ftancisrn Xaviei,
pelos pad1es jesuítas, na fazenda Je p10ptiedade dos mesmos, existindo desde 1696; São Peclto,
em Ma1uí, po1 JosÉ PEREIRA CORREIA e seu itmão FRANCISCO VITORIANO PEREIRA, (0111 P10visão
de 17 de agôsto de 1751; Santa Rosa, poi P10visão do Bispo D FRANCISCO DE S.\o JERÔNIMO,
pelo Capitão PEDRO BARREIROS DE SousA; N S" da Conceição, em Pendotiba, pela Ptovisão
de 12 Je janei10 de 1787, po1 JosÉ FERNANDES DE SousA: Santan,t, mm Provisão de 30 de
dezemb10 de 1732, pot JoÃo MARIINS BRiro; Santo Inácio, no sítio da Aunação das Galeias,
- 280 -
pol JosÉ JOAQUIM DO CABO e Joiio MAHCOS VIEIRA, tôdas na fteguesia de São João Batista
de Caiaí; São Gonçalo, em 1644, po1 GONÇALO GoNÇAI VES, em Guaxindiba t1ansfe1ida mais
tatde pala as ma1gens do Irnboaçu; N S" da Luz, em Itaoca, pelo Capitão FRANCISCO DIAS DA Luz,
em 1647; N S'' da Espeianc,a, em 1710, po1 GHEGÓRIO DuTRA, em Ipiíba; N S" do Rosá1io,
no Engenho Pequeno, ieconstrnída pelo Capitão MIGUEL FRIAS VASCONCELOS; Santana, em
Pachews, pot FHANCISCO FERREIRA DoRLANDO, em 1713, 1el0nst1uíd~· pot JoÃo PACHECO PEREIRA,
com P10visão de 27 de abiil de 1750; Santíssima Tiindade, na fazenda da Tiindade, em 1729,
tenovada poi P10visão ele 21 ele feve1ei10 de 1774; Santana, em Colubandê; N S" elo Destêuo,
em Piíba ou Ipiíba Giande, poi DOMINGOS PAIS PEREIRA, rnm P10visão de 12 de janeito
de 1737; São Tomé, na ilha dos Flamengos, pelo Cônego Joiio VAZ FERREIRA, <Um P10visãu
de 12 de seternb10 de 176>f, tôdas na fieguesia de São Gorn,alo; São Sebastião, em Itaipu, em 1716;
N S" elo Bonsucesso, em Püatininga, poi AI BER10 GAGO DA CÂMARA; N S'' da Assun,ão,
em 1734; N S" da Conceição, em Itao~aia; N S'' da Penha, na baua de Pitatininga poi JosÉ
VIEGAS LISBOA, rnm P10visão de 4 de outubto de 174 5, tôdas na fteguesia ele São Sebastião
de Itapuig
No século XVIII o p10giesso ewnômirn atingitia ptopuH,Ões maimes e, ao lado das fazendas,
não pouws etam os engenhos de ac,úca1 e agua1dente, da mesma founa que p10speiavam as
lavou1as de (e1eais, 1nandioca, legun1es e fiutas
O rnmé1cio desenvolvia-se na mesma p10po1ção das ati\ idades agdcolas e as dezenas de
batcos de ttanspolte de gêne10s e passageüos davam maiot movimento ao lito1 al, em constante
inte1câmbio wm outrns poltos das dive1sas fteguesias e igualrnente com os da cidade cio
Rio ele Janei10 Consolidavam-se assim, nos fins do sérnlo XVIII, as po~sihilidades de p10g1esso
das f1eguesias, que etam já habitadas pot milha1es de pa10quianos --~ liv1es e esuavos
Possuíam já as de: "São Gon<,alo, São João de Ca1aí e São Sebastião de Itapuig, constituindo
um únirn clist1ito, segundo o ielató1io aptesentado pelo mest1e-dc-rnmpr1-auxiliat JORGE DE
lEMOS PARADY "na wnfo11nidade das otdens cio !Imo e Exmo Senhot Matquez de Laviadio",
em janei10 de 1799:
Rainha Nossa Senhoia e das P1incezas Suas Augustas Filhas" As uomrns da época salientaiam
"o espectaculo, que ap1esentava o Campo de S Helena, no dia 13 do wuente (Maio de 1816),
eia unico e tocante: o espectado1 extasiado imaginava ve1 alli o 1 h10no do p1 imeiio AFFONSO,
o Alta! do HrMENEO, e os namoiados CAMPOS DE AI BUERA, VICTORIA e ORTHEZ; e a simpli-
cidade do ornato, ao mesmo tempo que quadta\ a com a natuteza do local, dava 1ealce à
magestade do ce1imonial"
A uiação da Vila Real da Ptaia Giande setia conseqüência lógica dessas demonsttac,ões de
catinho e solida1iedade de tôda uma população a El-Rei
O p10cesso setia longo e as dematches p10longa1-se-iam po1 alguns anos
Desde a 1ep1esentac)o do Ouvidot do Rio de Janei10, Dt MANUEL PEDRO GOMES, em 26
de janeito de 1817, até o Alvatá Régio de 10 de maio de 1819 e conseqüente instalação da
Vila Real, ptolongaiam-se também as manifestações de simpatia pela causa da emancipac,ão
A 11 de agôsto de 1819 1ealizava-se a solene instalação, com as clemonstiaçõcs máximas de
1egozijo da popula(,ão agiadecida Uma nova eia de ptog1esso também setia iniciada pata tôda
a legião, assim distinguida pela gene10sidade 1eal
Os festejos multiplica1am-se, desde o solene Te-Deum às m:liotes demonstiações de júbilo
do povo
Foi feliz a Vila Real da Ptaia Gtande wm o seu ptimeito govêtno
Tiaçado o plano de utbanização das te11as da:; fteguesias ele São Lou1enço e São João, foi,
segundo dornmentac,ão p1eciosa, o mesmo ele autotia de Josú C1 EMENTE PEREIR-\ - o ptimei10
juiz-de-fota nomeado
Quando deixou o catgo, em 1821, a vila já possuía 747 habitac,iíes e ) 015 habitantes,
sendo 2 771 esnavos e 2 244 liv1es A 1cceita da Câmata foi, nesse ano, ele 2: l64$715 e a
despesa de 2:022$36'í
Ainda em 1821, JosÉ CLEMEN rn PEREIRA ttansnutm o hornosu migo ao seu substituto,
o Di ANIÔNIO Josú DE SIQUEIRA E SnvA, depois de havei p1estado os mais 1elevantes setviços
à no\ a wmuna, wnquistanclo a estima e gratidão da população
Os arnntecimcntos telacionados com a nossa independência política, antes e depois, deviam
1efletit, wm intensidade, na Vila Real da Piaia G1ande Nas f1eguesias ptóximas, incotpotadas
ao pattimônio comum, pelo Alva1á de 10 ele maio de 1819, êsses fatos e os 1elativos às lutas
com os fianceses, no wmêço do século XVIII, tiveiam também a mesma 1epe1cussão
Não foi das menos p1áticas e eficientes a wopeiação das t10pas enviadas pelas fteguesias
da "banda d' além" paia dat combate aos frnnceses no Rio de Janeito, po1 ocasião das invasões
dos contingentes wmandados po1 DUGUAY-TROUIN e DucLERC, em 1710 e 1711 As últimas
pugnas, no cent10 u1bano, tivernm a colaboiac.ão p1eciosa, op01 tuna e decisiva, dos milicianos
de dive1sas :mnas dessas fieguesias de aquém Guanaba1a; em combate tiavado nas p10ximidades
do cais Pha10ux, quando enttincheitados os intrnsos no tiapiche de Lmz lvfoTA LEnE, lutando
contia as t10pas de DuLERC, pe1deu a vida o capitão de cavala1ia ANTÔNIO DuTRA DA SILVA,
que rnmandava os milicianos de São Gonc.alo e outtas 1egiões, os clefensotes do 1efe1 ido 1eduto
Antes ainda da data magna de 7 de setemb10, não menos ativas e desteme10sas mostrniam-se
as milícias ela Prnia Gtande Revoltadas as t10pas do geneial AVILEZ, aquatteladas na Aunação,
êsses 1e.beldes ti vetam a 1epulsa dos milicianos e do ptóp1io pm o Os 1evoltosos fotam ob1igados
a peclit demência a PEDRO I, ap1essando assim o embarque, para Pottugal, quando é cetto que
p1etendiam ent1inchei1 a1-se na fo1taleza de Santa C1 uz, paia 1esistitem às wlunas emancipad0tas,
como após as solenes dedau1ções do P1íncipe Regente de permanecei no país
Foiam dêsse gêne10 e dêsses méLitos tis contLibuic.ões pata os mais destacados movimentos
cm favo1 ela nossa autonomia e da Independência, não faltando o p10nuncia111ento da Câmata,
dos milicianos, e do povo da Piaia Giande
Continua pwspeiando a vila niada pot D JoÃo VI, desempenhando, peunanentemente, missões
pt epondciantes em tôdas as situa,ões uíticas pata a nacionalidade, embota dependentes do Govêrno
da Met1ópole, tal qual awntecia às demais cüu111suic_ões ela P1ovíncia do Rio de Janei10, de
acô1do wm a Constituic,ão em vigot
O "Ato Adicional", de 12 de agôsto de 1834, deve1ia uiat uma situac,ão excepcional pau1
os anseios de p10g1esso da Vila Real
Alcanc,ada a vetdadeita autonomia da P10vímia do Rio, pela emamipac,ão do Município
Neut10, wm administtac_ão autônoma, foi eleita a p1imeila Assembléia P10vincial e os deputados
wnvocados pelo p1esidentc --- JOAQUIM JosÉ RODRIGUES 'l ÔRRES, futmo viswnde ele ltabotaí,
pata 1eunitein-se na Vila Real da Piaia Giande
Dessa p1imeiia Assembléia faziam pa1te as petsonaliclades de maim telêvn no cená1io polítirn
nacional e que mais intensamente haviam cofaboiado paia a emancipação política
Entie out10s dêsses vultos eminentes, basta citai os nomes, ameolados pela gló1ia, de EVARIS ro
DA VEIGA, GONÇALVES LEDO, JosÉ Cr EMENTE PEREIRA, FRANCISCO DAS CHAGAS WERNECK,
CALDAS VIANA, PAULINO ]osÉ SOARES DE SOUSA (o fututo visrnnde de U1uguai), que, em wlabo-
iação wm o P1esidente ]oAQU!M ]osÉ RODRIGUES TÔRRES (Visconde de Ita\>oiaí), deviam dat
otganização definitiva à administiação da P10víncia cio Rio de Janei10
- 282 -
Das piimeitas leis votadas seiia a localização da Capital da P10víncia A escolha 1ern111a
ainda na mesma vila, sede piovisó1 ia e que foi elevada à categoiia de cidade pela Lei n• 6,
de 28 de maiço de 1835, wm a wnsagtação do topônimo Nite1ói
Ao lado de outias sábias e pattiólirns iniciativas, dêsse peiíodo ámco ela administtação
da P10víncia, deve sei salientada, wmo medida de alto clescoitínio político, a uia<,ão ela
Escola Noimal ele Niteiói - a piimeita do Btasil e das Améiicas
Iniciava-se paia a nova cidade, assim distinguida pelo podei públiw, das mais ativas atuações
no cenátio polítiw-aclrninisttativo ela Pwvíncia e do Impéiio
O piogiesso, embota lento, clominaiia todos os seto1es das múltiplas atividades de uma
populac,ão rnlta e labo1iosa
Cent10 rnlto dos ele rnaioi impoitâmia no Impéiio, não foi das menoies a conttibuição nos
demais awntecimentos do país
Pata a piesiclênda da P10vímia do Rio, wnsidetada urna das pastas elos Ministéiios, seiiarn
sem pie escoÜ1iclos os mais expeiirnentados estadistas, wm destacad,l posição nos pat tidos Libeial
e Consetvacloi Desde o Viswnde de ITABORAÍ, em 1834, até o Viswncle ele OuRo PRÊTO,
em 1889, ocupatam êsse elevado pôsto os mais erni~entes vultos da política nacional, entie os
que mais se salientavam na aclministtação da musa pública em te11as do Impétio elo Btasil
Tal a impottância de Nitetói, em função dêsses múltiplos ptivilégius, que foi concedida,
em 22 de a~ôsto ele 1841, à capital fluminense o hon10so título ele "Impeiial Cidade"
Essas p1e11ogativas, assim elevadas e p1epode1antes, na polítirn elo Impétio, sempie sob
o pálio p10tet01 do podei modeta<loi, 1epiesentado pot D PEDRO II, não impeditiam que muitas
outias ieivinclirnções empolgassem as elites da teua nitewiense
A Cidade Impe1ial, capital da P10víncia elo Rio de Tanei10, se1ia também um forn de
agita,ões em tôrno elos movimentos - abolicionista e republicano
Foi o quattel-genetal ela mocidade fluminense empenhada nas pugnas pela p10d;1mação e
rnnsolida<,ão da República Alguns elos seus filhos ilust1es, entte êles - BENJAMIN CoNSTAN 1
e MIGUEI LEMOS, foiam iefotmadoies e pensad01es do mais alto descottino e de giande piedomínio
nos meios cultmais do país Outros valoies intelectuais rnlaboiatiam no p1óp1 io meiP, nos Clubes
Republicanos, nas iedações, nas uítedias e nas pta\as públicas; entte os últimos basta1ia dtat
os agitacloies, pensado1es e intimoiatos p10pagandistas vindos de Capiva1 i (atual Siha Jatdim)
e Itabotaí - SIIVA JARDIM e ALBERIO 1ÔRRES
Poi essas mesmas iazões, a Ptoclamação da República, em 15 de novembw de l889, não
su1 p1eendeu o povo de Nite1ói, que, na 1nes1na data, en1 fe:stas e passeatas cíviu1s, con1 a
rnnttibui<,ão valiosa e dominado ia dêsses e ele outws lícleies, pionei1 os elo movimento J epublüano
vitoiioso, rnnsag10u-se públicamente à nova fo1ma de govê1110, implantada sem lutas f1at1iddas
em teuas cio Btasil
Conseqüêmia, ou não, clêsses fatos, que setiam iesultantes da implantação do 1egirne iepu-
blicano, não foiam dos rnelhoies os dias que se sucecletam à mudanc,a de govêtno na teua
fluminense, wm ieflexo na capital elo Estado do Rio de Janei10
A P10víncia do Rio havia rnnquistaclo posi\ão de máxima p10jec,ão entie as demais que
integtavam o Impéiio do Btasil O podeiio econômiw, fiuto do ttabalho dos fluminenses e
piimipalmente do bia<,o esctavo, até maio de 1888, somente enrnnttava patalelo no ielêvo e
piestígio maiotes dos mais eminentes estadistas políticos do Impéiio, fluminenses de nascimento
ou mm influência diteta na poltica da P10vímia, entie outtos - hABORAÍ, SEPETIBA, URUGUAI
A nova oiientac.ão política dos detentoies do podei, nos p1imó1dios das administtat,ões 1epn-
blicanas, aliadas a fatôtcs múltiplos 01iundos da mudança do 1egime, culminaiia nas desoi<lens
e veidadeita ievolta cm divetsos Munidpios; otiginavam-se essas da cisão entie os políticos
da p10paganda e os que, no Govê1110 elo Estado, tudo fatiam pata desalojá-los das posições ele
mando, nas dléunsuic,ões em que toinatam vitotioso o mesmo uedo polítirn
Na rnpital do Estado 1eunitam-se, no unto espaço de dois anos, dois Congiessos Constituintes
- Senado e Câmata, em 1891, e Assembléi.1 Fluminense Constituinte, em 1892, conseqüência
esta últi1rn1 da deposic,ão do piimei10 gove111ado1 nomeado pelo geneial DEODORO DA FONSECA --
o St FRANCISCO POIUELA
O Munidpio ele Nitetói, ainda rnnsetvando, até 1890, tôcla a vastidão tcuitoiial das quattn
ptimitivas fieguesias, t1ansfo1 rnadas já em outtos tantos distiitos iirns, populosos e pióspetos,
softetia o mais rnde dos golpes, quando, pelo Deucto Lk 22 de setemb10 de 1890, foiam
sepatadas as fieguesias de São Gonc,alo, N S'' <la Conceição de Cotdei10s e São Sebastião de Itaipu,
pata wnstituÍlem o novo Munidpio de São Gonc,alo
Não basta1ia essa muta,ão btusca, ieduzindo a áiea municipal de Nitetói pata apenas 83,86
quilômet10s quaclrndos, pata 1eduzit de muito a pujança da citrnnsuição-sede do Govêino estadual
Embota as novas modificações impostas, que1 pelo Govê1110 p10visó1io do Alrnitantc BALTASAR
DA SILVEIRA, quei as sugeticlas pelo piesidente eleito, o Dt JosÉ ToMAs PoRCJÚNCULA, à
Assembléia Legislativa, iesultou finalmente 'itoiiosa a mutilac,ão teuitotial pata maio1 esplendoi
do novo Município recém-uiado
- 283 -
Ainda não seiiam essas as wnsequencias máximas pata a teua nite10iense, em face dos
novos movimentos que agitavam a mesma e convulsionavam o país, em muitos tios Estados,
1ef!etindo desast10samente na Capital
Nite1ói se1ia levada ainda a muitos outlos sanifícios, da mesma fo1rna que wnquista1ia
outtas tantas glótias, das quais a rnaio1 não foi ce1tamente a de sei wnsidetada -- "Cidade
Invicta"; essa homa1ia seiia ainda iesultante do hetoísrno dos seus filhos e não meno1 das
auto1idades constituídas e wmandantes milita1es, todos integiados nas mesmas aspiiações de
wnsolidar a República e defendei o patrimônio sag1ado, legado .,;elos ptopaganclistas e pelos
que plasmaiam como he1óis ele outias tantas vitó1ias a nacionalidade biasileiia
A ievolta ele 1893, com os múltiplos malefícios pata a República e pata a p1óp1ia Na~ão,
ainda wmbalida, te1ia ieflexos os mais desasttosos pata a cidade ele Nite1ói Monumentos foiam
dest1uídos, baitros sactificados, aos milha1es os mo1tos e fe1idos entte os clefenso1es e a famílias
indefesas, êxodo em massa da população pata as zonas t mais e cidades p1óximas, la1 es desfeitos,
1 uínas, dotes, sangue, lágtimas e desolação po1 tôda a patte; ao t10a1 dos canhões e aos choques
das a1mas na faixa lito1ânea e no cent10 mbano - enfim, as wnseqüências funestíssimas da
gueua civil na cidade indefesa, sômente wntando wm o hetoísmo de seus filhos e a fih1a do
mais pmo civismo dos batalhões pat1ióticos e dos seus wmandantes, de que 1epresenta o maio1
pad1ão de glóiias o giande defenso1 da "Cidade Invicta" - o geneial FONSECA RAMOS
Essa j)ágina é a mais biilhante da histótia de Nite1ói, quando todo o país sofria os ho1101es da
ievolução de 1893, com os mais danosos efeitos pala o p1estígio do B1~sil e mui pa1tirnlaunente
paia o p1og1esso do Estado do Rio de Janeito e sua Capital
O povo nite10iense wntinua1ia a 1esistir e a da1 as mais concludentes ptovas ele civismo
e hetoísmo, mas o govê1no constituído, na defesa das p1e11ogativas da administiação, 1ese1\ alia
o cliieito ele iesgua1cla1-se dessas desast1osas conseqüências da luta ent1e itmãos, em plena Capital
cio Estado
Não vingou, de início, é ce1to, o ato do p1imei10 gove10ado1 tepublicano, ttansfciindo a
capital pata a cidade tecém-oiada de Te1esópolis; a Assembléia Legislativa foi, ent1etanto,
convocada extiao1dinà1 iamente, em janeito de 1893, paia tlata1 ela mudan~a da capitaL
Os debates ptolongatam-se e múltiplas fo1am as sugestões e também os ptojetos e emendas,
ielativos todos a essa mudança, considernda mgente e indispensável, em face das últimas lutas,
ele que a maio1 vítima tc1ia sido a cidade ele Nite1ói
Mais uma vez pleiteavam a piimazia as cidades de ~ Pet1ópolis, Campos Te1esópolis,
Vassouias e Nova Fiibu1go, atiavés das p10postas fundamentadas dos seus legítimos H:p1esentantes
Não foiam poucos também os que, apesat das tazões de Estado e a ptemência de tempo,
ainda julgavam possível e admissível a peunanência em Nite1ói
Foi finalmente vito1iosa, em out1a 1eunião, a trnnsfe1êncía imediata paia a cidade de
Pettópolis, ve1ificada, após a Resolu~ão legislativa, a p1incípio em ca1áte1 ptovisó1io, em 30 de
janeito de 1894, e, mais ta1cle, em definitivo, em 1° de outub10 do mesmo ano
Prnfundas fo1am essas mutações sofridas pela posição da cidade, nesse nato pedodo de tiajetó1ia
acidentada, desde a ptoclarnação da República
Necessá1io setia tempo, e ainda maio1es desvelos, pata a 1econstl ução da cidade e o novo
apa1elhamento das suas fô1ças econômicas, políticas e sociais, paia novos emp1eendimentos compen-
sado1es dêsses p1olongados saoifícíos
Novas lutas políticas no Estado e ainda a uíse econômica tefletitiam podetosamente na
fisionomia tlistonha da cidade, despojada então da glóiia mai01 de se1 a sede do govê1no estadual
Não desanima1iam, ent1ttanto, os que acalentavam espeianças de um tápido tessmgimento, de
um p1edomínio político, de uma tiansfo1 mação das mais completas e, finalmente, do 1 etô1no,
em bieve piazo, dessas mesmas hornas ele Capital do Estado
Nos governos de Po1ciúnrnla (pa1te final), MAURÍCIO DE AllREl' e AI BERTO TÔRRES, bem
como em pa1te no tiiênio de Qu1NTINO BoCAIÚVA, o Estado do Rio de Janeito teve como sede
a cidade de Pet1ópolis
Ptocessava-se ativamente o movimento teivindicado1
As hostes dos que aspitavam à volta da capital parn Níte1ói aumenLlVam e consolidavam-se
Atiavés das muitas nrnta<,Ões políticas, não difícil foi à Assembléia Legislativa, já sob a
nova 01ienta<,ão imposta pela vitóiia política de Nn o PEÇANHA, eleito P1esidentc do Estado,
em 1903, decidi! pela tiansfe1ência da Capital
Pot delibeta<,ão da Assembléia, de 11 ele agôsto de 1902, Nite1ói to111a1ia a n1c1ece1 a tão
ambicionada e disputada homa1ia de se1 a sede do govêrno fluminense A solene instala<,ão
1ealiza1-se-ia em 20 de junho de 1903, com as máximas demonstia<,Ões ele júbilo maio1 das autoii-
dades e do povo
Duiante um longo pe1íodo ele quase um sérnlo de vida autônoma, desde 1819, embo1a
com bases sólidas e g1andes possibilidades, continuou motosamente, até a ptimeÍla década do
século XX, o p10g1esso da cidade
Após a 1einstalação da capital em Nite1ói, J etomadas as condições noJ mais de pa7. e de
t1abalho ptofírno, foi que a "Cidade Invicta" voltou ao titmo bem mais aceleiado de p10g1esso
Nas aclministiações dos p1efeitos nomeados, p1inéipalmente PAUi n ALVES e PEREIRA FERRAZ,
- 284 -
EVOLUÇÃO POLÍTICA
De acô1do com o Dec1eto estadual n 9 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
te11ito1ial pata vigoia1 no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Nite1ói é composto ,!e um
único distiito: Nite1ói, com quat10 zonas: l'', 2'', 39 e 4''
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Dec1eto-lei estadual n 9 l 056, de 31 de dezemb10 de 1943,
pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, o Município ficou composto de dois dist1itos: Nite1ói
e Itaipu, 01denados 1espectivamente como 19 e 29 disttitos do município de Nitetói, pelo Deueto-lei
estadual n'' 1 063, de 28 de janeüo de 1944
FoJ11ic1ção Judiciá1ie1: A Lei n 9 14, de 13 de abiil de 1835, declaia que a comatca de
Nitetói comp1eende os têtmos de Nitetói e Magé
Segundo as divisões te11ito1iaís datadas de 3 l-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, hem como no quadto
anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1ço ,Je 1938, Nitetói é o único têuno
judiciá1io da coma1rn de Nite1ói, assim pe1manecendo nos quad10s 1efo1entes aos qüinqüênios
1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espeltivamente, pelo Deueto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10
de 1938 e Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
As Leis ns 1 429, de 12 de janei10 de 1952, e l 89'í, de 6 de julho de 1953, mantiveiarn
a Comatrn de Nite1ói rnnstituída apenas pelo têlmo do mesmo nome, e que lhe set ve de sede
I - Dirt1ito de Nite1ôi: A Ítcguesia foi uiada po1 alva1á datado de 18 de jant·ito de l896
Recebeu fo1os de vila po1 alvatá, com fô1ça de lei, de lO de maio de 1819, que uiou o
município mm sede na povoação de São Domingos da Piaia Giande e a denominac,ão de Vila Real
da Ptaia Gtande
Em vittude da Lei p10vincial n" 2, de 26 de matço de 1835, a Vila Real da Pi.lia Giande
adquitiu p1e11ogativas de capital da P10víncia do Rio de Tanei10, e, po1 Lei p1ovincial n 9 6,
de 28 de ma1,o de 183'í, foi ekvada à catego1ia de cidade, mm a denominação de Nite1ói
A uia,ão do dist1ito ou fieguesia foi confiunada pela delihernc,ão de 15 ele agôsto de 189 l
e deuetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
A cidade de Nite1ói, sede do dist1ito e município de igual nome, po1 efeito das leis estaduais
ns 50 e 89, datadas, 1espeltivamente, de 30 de janei10 e l º de outuh10 de 1894, foi destituída
da catego1ia de Capital do Estado, 1eadquÍlindo-a, po1ém, em vittude da Lei estadual n9 'í42,
de 4 de agôsto de 1902
Segundo a divisão adrninistiativa elo Btasil, 1efe1ente ao ano de 1911, o município de Nite: ói
tem po1 sede o dist1ito ele Nitetói
Na divisão administiativa de 1933, figmam no município de Nite1ói, crnw dist1 itos deno-
minados Nite1ói: 19, comp1eenclendo o pelÍmetto mbano p1op1iamente dito; 29 , abtangendo os
bai11os ele São Domingos e Ingá; 39 , rnnstituído pelos de Icaiaí e Santa Rosa; '1 9 , fotmado pelos
bait10s de São Lou1enço e Fonseca; e, finalmente, o 5'', composto pelos bai1 tos do Ba11cto e
Santana de Ma1 uí
De acôtdo com as divisões te11ito1iais cbtaclas ele ?> 1-XII-1936 e 3 l-XII-193 7, o município
de Nite1ói tem sua sede localizada no dist1ito de idêntiw topónimo, desapatecendo a divisão
vigente em 1933
Segundo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual nº 392-A, de 3 l de mau, o de 1938, o
dist1ito de Nitetói petmanece como sede cio município de mesmo nome, estando dividido em
2 zonas: a 1 1, tonstituída pelos 1°, 4'· e y.i antigos distiitos; e a 2\ fottnada ton1 os 29 e 3º
1 1
De acô1clo Com o quacl10 ela divisão te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943,
fixado pelo deoelo estadual n'' 641, de l5 de dezemb10 de 1938, o clisttito de Nile1ói, sede do
município de Nite1ói, rnmp1eende quatto zonas: 1'', 2'', 3'' e 4''
No quadto da divisão te11ito1ial, judiciátia e administiativa do Estado, fixado pelo Deueto-lci
estadual n'' 1 056, de 31 de dezembto de 1943, pata vigo1a1 no qüinqüênio 1944-1948, o município
de Nite1ói figma mm sede no dist1ito de Nitetói
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1944, o disttito de Nite1ói foi
01denado como o l º cio município ele igual nome
II - Di1t1ito de ltc1i/J11: A fteguesia ele São Sebastião do Itaipu foi uiada pot alva1{t ele
12 de janeito de 1755
Pot fôt<,a da Lei estadual n 9 752, ele 15 de outubto de 1906, a sede elo dist1ito de Itaipu
foi tiansfe1ida paia o povoado ele Ipiiba, 1eto111ando a Itaipu, pela de n 9 791, de 5 de setembto
de 1907
Na divisão administtativa de 1911, Itaipu figma corno disttito do munidpio de São Gonc,alo
A sede disttital, po1 Lei estadual n" l 232, de 18 de janei10 de 1915, foi novamente
ttansfetida pata o povoado de Ipiiba, sendo, ent1etanto, 1estamada em Itaipu, pela de n 9 l 807,
de 15 de 'janei10 ele J 924
- 286 -
Segundo a divisão administiativa de 1933, o disttito se denomina São Sebastião cio Itaipu
e peltence ao município ele São Gonçalo
De alô1do com as divisões teuitoiiais datadas ele 31-XII-1936 e 31-Xll-1937, hem corno
o quad10 anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 tle ma1ço ele 1938, a toponímia do distrito
foi simplificada pata Itaipu pe11nanecenclo o mesmo no município de São Gonçalo, situação essa
mantida pelo Deueto estadual n 9 641, de 15 de clezemb10 ele 1938, que fixou o quad10 te11itorial
do Estado pata vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943
Po1 efeito cio Deueto-lei estadual n" 1 055, de 31 de clezernb10 de 1943, confitmaclo pelo
ele n'' 1 056, da mest11a data, o disttito ele Itaipu foi desmembiado do município de São Gonçalo
e anexado ao ele Nitetói No quad10 ela divisão te11itorial, jucliciátia e administ1ativa do Estado,
vige::te no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo 1efei ido Deoeto-lei n" l 056, Itaipu figura como
dist1ito do município ele Nitetói
O Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1914, otdenou o dist1ito de ltaipu
como o 29 do município ele Nite1ói
O te11itó1io do Município de Nova ftibu1go, rnja altitude média está rnlrnlaela em 800 m,
ap10ximaclamente, é exttemamente acidentado, ap1esentando, contudo, em algumas zonas, extensos
vales Dentte suas p1incipais elevac,ões tessaltam, além das tamificac,õs da Se11a dos Ótgãos,
as seguintes seitas: Macaé, Paquequet, Boa Vista e Cnibixais Quanto ao 1evestimento flolÍstiw,
obse1 va-sc exubetante vegetação tanto nas seu as wmo nas vá1zeas
Em vittude de seu clima salubé11imo, Nova F1ibutgo é tida como excelente estância de
uua e veianeio, sendo ternnhecida como tal não somente em todo o país, mas também no exte1io1
Fe1tilizando suas magníficas tettas, destacam-se os seguintes 1ios: Giande, engtossado pelo
Bengala, que banha a cidade de Nova F1ibu1go; Macaé, mm os afluentes: Bonito, Boa Espetan~a
e có11egos Novo Destino, Marnw e São Tiago; São Tosé e Santo Antônio, sendo que a junção
dêste último wm o 1io Cônego foima o Bengala
No le11itó1io municipal encontiam-se nume10sas quedas dágua, sob1essaindo as casrntas de
Hans e Moinho da Saudade, ambas no tio Santo Antônio; a ptirneita com '57 m de altura e
descatga de 0,805 m"/s, e a segunda mm 8 rn de altuta e desrntga utilizada de 0,800 rn"/s,
além das quedas do tibeiião de Tábuas, wm 16,30 m 3/s, e da cascata do Catete, no iio Bengala,
rnm 105 m de altuta e 2,000 m"/s ele descatga
As jazidas de rnalacacheta existentes nas tettas do Mnnidpio fowm explotadas nos dist11tos
de Lurnia1 e Nova F1íbu1go, duiante a guetta e nos ptimeitos anos do após-gue11a, achando-se,
atualmente, patalisada a sua explotação Enttetanto, rnntinuam sendo ap10veitadas as pecl1eiias
do 1110110 de Santa Tetesinha, Duas Pedtas, Cônego e Conselheito Paulino, situadas nos auedotes
da cidade .
Das extensas matas que 1evestem o te11itó1io municipal, são cxtiaídas vátias espécies de
madeiias, destacando-se: cedto, canela, tapinboã, canela pteta e eucalipto
No tocante à fauna, obsetva-se que é telativamente tica, notando-se, wm mais fteqiiência,
dent1e outtos animais: parns, capivaias, po1ws-do-mato, rntias, pteás, tatus, coelhos e lebtes;
no que diz tespeito às aves, são os ptincipais 1ep1esentantes: jarns, inambus, macucos e utus,
além de inúrnetas aves canoias Os 1ios de Nova F1ibmgo são pourn piswsos; enrnntiam-se,
entletanto, auuás, bag1es, (alpas e t1aÍ1as
As ptincipais lavoutas do município são: latanja, tomate, café, mandioca,. banana, feijão,
batata-inglêsa, milho, batata-doce, cana-de-açúrnt e a11oz
As inclúst1ias são as seguintes: extiativa de ptodutos mineiais; de tlansfo1mação ele miné1ios
não metálirns; metalú1gicas; da madeiia; de mobiliátio; de coutos, peles e p10clutos similatts;
têxteis; de vestuátio, calçado e aitefatos de tecidos; de ptodutos alimentícios; de bebidas; edit01iais
e g1áficas
Mttnicí/ 1io: Átea - 951 km 2 ; população (19'50) - 47 755 hahs núme10 de distiitos -- 6
Sede Mttnici/><il: Átea - 239 km"; população ( l-VII-50) - 32 838 habs ; latitude S -
22"16'42",0; longitude W Gi - 42''31'54'',0; altitude - 846 m; distância em linha 1eta it
Capital - 91 km; 1umo (em 1ela,ão à Capital) - N N E
Demclis distiitor: Riogtandina: á1ea - 31 km2 ; populac,ão ( 1-VII-'50) 2 296 habs
Campo do Coelho: á1ea - 181 km"; população (l-VII-50) - 4 211 habs Refúgio: áiea -
77 km2 ; população (1-VII-50) - 3 205 habs Lumia1: átea - 383 km 2 ; popula<,ão (1-VIl-'íO)
- 5 205 babs Conselheito Paulino: á1ea - 40 km 2 ; popula,ão - *
* - A população do distiito ele Conselheito Paulino está anexada às dos distiitos de
Nova F1ibu1go e Riogiandina
- 287 -
EVOLUÇÃO SOCIAL
EVOLUÇÃO POLÍTICA
I - Di1t1ito de No1•c1 F1ibmgo: O disttito de Nova F1ibmgo foi oiado po1 Deoeto
de 3 de janei10 de 1820, obtendo fo10s de vila e sede municipal po1 fôtça do Alva1á da mesma
data, que uiou o município de Nova Fiibu1go
Po1 fô1 <,a do Deueto estadual n'' 31í, de 8 de janeito de 1890, a sede do dist1 ito e do
município de Nova Ftibmgo foi elevada à categotia de cidade
A Gia,ão do dist1ito de Nova Ftibmgo foi confiimada pelos deuetos estaduais ns 1,
de 8 ele maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
De ac:ô1do com as •diYisõcs administiati\'as de 1911 e 193), te11ito1iais datadas de 31-XII-19)6
e )l-XII-1937, bem como o quaclto anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, ele 31 de matço
de 1938, o município de Nova F1ibu1go tem po1 sede o distiito de igual nome, disposição ess,t
mantida nos quacl10s da divisão te11itoiial, judiciátia e administiativa do Estado, vigentes no:;
qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivarnente, pelos Deuetos estaduais ns 641,
de 1'i de de:mnb10 de 1938, e l 056, de 31 de dezemb10 de 1943
Pelo Deoeto-lei estadual nº l 063, de 28 ele janei10 de 19 í í, o distiito de Nossa Senho1a
foi 01denado como o 19 do município de igual nome
Pe1'1 Lei n" 1 428, de 7 de janei10 de 1952, o disttito de Nova Fiibmgo teve pai te do seu
tellitólio desmembiada pata constitui! o dist1ito de Conselhei10 Paulino
III - Dirt1i10 de Cc1111/Jo do Coelho: O disttito foi oiado po1 Lei estadual n'1 l 809,
de 2 'i de janeit o de 1924, 1ecebendo a denominac,ão de Te11as Fiias e tendo po1 sede a povoa<,ão
de Campo do Coelho, constituindo-se com te11itó1io desmembiado do disttito de Nova F1ibmgo
Segundo a divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1933, o distlito de Teuas F1ias, com
sede em Campo do Coelho, pe1tence ao município de Nova Ftibmgo, assim pe1manecendo nas
divisões te11it01iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937
Em vittude do Decteto-lei estadual nQ 392-A, ele 31 de mat\O de 1938, o distlito ele Te11as
Ftias passou a denominai-se Campo do Coelho No quad10 anexo ao supiacitaclo Deoeto-lei
nº 392-A, Campo do Coelho ( ex-Teuas F1ias) figma como disttito do município de Nova
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Fiibmgo, o mesmo se ve1ificando nos quad10s da divisão te11ito1ial do Estado, fixados pelos
denetos estaduais ns 641, de 15 de dezemb10 de 1938 e 1 056 de 31 de dezemb10 ele 1943,
paia vigmatem, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-,1943 e l944-1948
Pelo Dec1eto-lei estadual nº 1 063, de 28 ele janei10 de 1944, 0 disttito de Campo do Coelho
foi 01d~nado como o 39 cio município de Nova F1ibmgo
IV - Dirt1ito de Refúgio: O distiito de Ampato foi uiado po1 lei estadual n 9 1 809,
de 2'\ ele janeilo de 1924, com te11itótio desmemb1ado do dist1ito ele Nova Fiibu1go
Segundo as divisões administiativas de 1933 e teuito1iais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937,
e o quaclio anexo ao Dec1eto-lei estadual n9 392-A, de 31 de ma1ço ele 1938, o dist1ito ele
Am1)ato está subo1 dinado ao município ele Nova F1ibu1go
Em viltude do Deoeto estadual n'' 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quacl10
teuitoiial cio Estado, vigente no qüinqiiênio 1939-1943, o dist1ito de Ampa10, do município de
Nova Fiibmgo, teve seu topónimo alte1ado pata Refúgio
No quaclto tettitotial do Estado, em vigot no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo DeCJeto-lei
estadual n\' 1 056, de 31 de dezemfno ele 1943, Refúgio figu1a wmo disttito do município ele
Nova F1ibmso
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeito de 1914, o clisttito de Refúgio foi
01denaclo como o 4 9 cio município de Nova F1ibmgo
V - Dist1ito de Lttmic11: O distiito de paz foi uiado com sede no luga1 denominado
Lumia1, po1 Delibeiac,ão de 18 de outub10 de 18H9
Pela Delibe1ac,ão de 8 de agôsto de 1890, a sede do disttito de paz de Lumiat foi ttansfe1ida
pata a povoação de São Pe(ho, 1eto1nando, potém, pata Lumia1, po1 efeito dos deoctos estaduai.s
ns 1, de 8 ele maio, e J -A, de 3 de junho de l892, que, ta111bé111, confitmarntn a oiação
do disttito
Pot fôic,a da Lei estadual n 9 '\ 19, de 17 de dezemb10 de 190 J, a sede do distlÍto de Lumiat
foi, novamente, tiansfe1ida paia São Pedto
Na divisão adminisliativa do Biasil, 1efe1ente ao ano de 1911, figurn no município de
Nova Ftibmgo o distiito denominado São Petho
Etn viltude ela Lei estadual nº J 242, de 22 de feve1eit0 de 19 l5, foi 1estautada a sede
do dist1ito na povoação ele Lumia1
Lu111iai foi dassificado rnmo 59 distiito, po1 Lei estadual n" 1 809, de 25 ele janei10 de 1924
O Deut:to estadual n 9 2 '\29, de 29 de dezemb10 de 1930, 1cfe1e-se à 1estallla(.ão da sede
disttital em Lumia1
De acêndo wm as divisões administlativas de 1933 e teuitolÍais datadas de 31-XIl-l936
e 31-XII-1937, bem como o quac!to anexo ao Deneto-lei estadual n" 392-A, de 31 de mat(.O
de 1938, o distiito de Lumia1 pe1teme ao munidpio de Nova Fiibu1go, assim pe1mancccndo nos
quad10s da divisão tellitotial, judiciáiia e administiativa do Estado, em vigot nos qüinqüênios
1939-1943 e 19'1'Í-1948, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, de 15 de dezembto de 1938
e l 0'\6, ele 31 de dezembto de 1943
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeilo de 1944, o disttito de Lu111ia1 foi
01clenado rnmo o '\ 9 do município de Nova Fiibmgo
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
l9 - 25 625
-- 290 -
Das quedas dágua existentes no Município, destaca-se, pelo seu ap10veitamento, a cachoeita
fo1mada pelo 1ibeitão Santa Bianca e o tio Santana, a qual possui uma queda de 32 m e
descarga utilizada de 1,480 m"/ s
Nas teuas de Nova lguac,u encontiam-se dive1sas pedteitas em explotac,ão Existem, nas
suas matas, vá1ias espécies de madeitas, dentte as quais sob1essaem as que se p1estam ao fabtico
de lenha e cat vão
A fauna muniLipal é 1elativamente pob1e, obse1 vando-se todavia, a existência de animais
como: parns, tatus e p1eás D<::nt1e as aves, notam-se vá1ias espécies de pássa10s cano10s ou
de ornamento Nos tios, pouco piscosos, encontiarn-se ttaÍlas, liagt es, acauís, etc
As p1incipais lavomas do município são: latanja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, cana-de-ac.úcat, auoz e abacaxi
As indústtias são as seguintes: de tiansfotma1,ão de miné1ios não metálicos; metalú1gicas;
de wnsttuc,ão e montagem de matetial de ttanspotte; da rnadeita; de mobiliátio; de papel e
papelão; químicas e faunacêutirns; têxteis; de vestuá1io calçado e a1tefatos de tecidos; de p10dutos
alimentícios; de bebidas; do fumo; mecânicas
Mmzicíf,io: Átea - 753 km 2 ; população (1950) - 145 649 habs ; núme10 tle distlitos - 6.
Sede m11nici/"'l: Átea - 203 km2 ; popula1,ão ( l-Vll-50) - 90 749 habs ; latitude S -
22 9 45'37",9; longitude W Gt - 43'1 26'52",8; altitude - 26 m; distância em linha 1eta à
Capital - 38 km; tumo (em 1elac,ão à Capital) - O N O
Demflir diitJilor: Queimados: á1ea - 210 km': popula,ão (1-VIJ-50) 18 774 habs
Cava: átea - 269 km"; população (1-VIl-50) - 12 376 habs Belfoid Roxo: áiea - 71 km";
população ( l-VIl-50) - 23 750 habs Mesquita: á1ea e população -* Japeri: átea e
população -*
EVOLUÇÃO SOCIAL
Com a divisão do Biasil em Capitanias He1editá1ias, as te11as que hoje constituem o Município
de Nova lgua\u, rnja átea se p10longa po1 753 km", wubeiam a MAR1IM AFONSO DE SOUZA,
donatátio da Capitania de São Vicente Todavia, esta vasta e 1ica tegião pcunaneceu 1elegada
ao mais completo abandono, até que o Rio de Janeito se tornou notável fow iuadiado1 de
p10g1esso, em vittude de sua elevação à catego1ia de cidade em 1565, após as lutas ve1ificadas
entte pottuguêses e flamcses, que disputavam ~l posse das teuas da Guanabata
Tiansw11idos alguns anos após essa data, já se assinalava, nas te11as de lgua,u, a existência
de várias sesma1ias, lOncedidas em dife1entes épocas, a pattit ele l 566, segundo o diz Monsenho1
PIZARRO em suas "Memótias Histó1icas" Entte elas, cncontiava-se uma ~'eltencente a BRAZ CUBAS,
que, confoune tudo indica, sctia o mesmo BRAZ CtrllAS a quem a cidade de Santos deve a
sua fundac,ão
À p10po1ção que os anos se sucediam, depois das wncessões das sesma1ias citadas a coloniza<,ão
dessas te11as foi-se ptocessando gtadativa e 1àpidamente, pelos vales dos pequenos 1ios que sukarn
o te11itó1io dessa zona da Baixada Fluminense, com•J sejam o Me1iti, o Satapuí, o Pilai e,
prinicpalmente, o Igtraçu Com a pcnetra1,ão do demento civilizado, o abo1ígine foi cedendo
tcucno, sendo impelido pata o inte1io1 ou exteuninado, acabando po1 clesapa1ecé'1 dessas
paiagens
Segundo Josú MA1oso MAIA FoR1E, em seu liv10 "lgu:tçu", tão cedo os agtupamentos
populacionais o pe1mititam, foiam s111gindo várias f1eguesias nessas teuas A mais antiga, segundo
Monsenho1 PIZARRO, em sua obrn citada, foi a de Nossa Senhoia do Pilar, nrja data de uiação,
fixada pelo visitadot "D1 ARAÚJO'', 1emonta ao ano de 1637 Seguiram-se-lhe as de São João
de Metiti, aptovada pelo Alva tá 1égio ele 1O de feveieiw de l 617; a de Santo Antônio de
Jacutinga, em 16'í7, e a de Nossa Senhorn da Piedade do Iguaçu, cuja nia\ão se 1efe1e ao ano
de 1719, tendo sido mais impottante que tôdas as out1as Pinalmente, em l759, smgiu a última
delas, a de Nossa SenJ10Ja da Cornei,ão de Matapic u, a qual lecebcu, nessa data, o p1edica111ento
de petpetuidade A fieguesia de Nossa Senho1a da Piedade do lguac.u em tan,bém wnhecida
pelo nome ele Nossa Senhorn da Piedade do Caminho Velho, em viltude de estai localizado,
em suas te11as, um tlecho da esttada que, subindo as encostas da Seua da Estlêla e arnmpanhando
os vales dos 1ios Pataíba e Parnibuna, atingia as "Minas Geiais" Foi pot êsse caminho que
passou, mais tatde, TrnADEN rES, quando se ditigia à Côtte, onde setia julgado e enfoH ado
A 1nos11e1idade aglÍcola da 1egião citcunvizinha ao tio lguac,u pe1du10u pot dois séculos,
a contai da data em que foiam concedidas as p1imei1a' sesma1ias Os cmsos fluviais existentes
na 1egião, ainda não obst1uídos, não só tornavam fe1tilíssirnas as suas tenas, rnmo também se1viam
de ótima via de wnrnnicação com a cidade cio Rio de Janei10, pai a onde se eswava a sua
p10dução Cultivavam-se, então, com giande sucesso, vastas áteas, de onde se extlaíam quantidades
* Fotarn conse1 vados o censo e a divisão administtativa de 1950, que excluem Mesquita
e Jape1i, devido à impossibilidade de dema1cá-los, pois não há documentação ptecisa
- 291-
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1mc1ção Ad111i12irt1e1ti1'c1: A \ila de Iguaçu foi uiada po1 efeito do Deueto ele 15 de
janeito de 1833, tendo a sua instala<,ão ow1 tido a 27 de julho dêsse mesmo ano
Pot fô1<.a da Lei ptovincial n'1 14, de 13 de ab1il ele 1935, a vila de Iguaçu foi extinta, tendo
sido 1estamada cm vittude da Lei nº 57, de 19 de elezemhto de 1836
A povoa<.ão ele Maxambomba, elevada à categoiia ele vila pelo Dceteto n 9 20-1, de 19 de
maio de 1891, ficou como sede do Município de Iguaçu, tenc\o adquitido fotos L!e cidade em
vittude elo Deneto n 9 263, de J 9 de junho clêsse mesmo ano
Segundo a divisão adminisltaliva do ano de 1911, o Município de Igua<,u ;e rnmpõe de
6 dist1itos: Jacutinga, Queimados, Nossa Senhota da Piedade de Iguaçu, Metiti, Palmeitas e
Pilat Po1 fô1ça da Lei estadual n 9 l 331, de 9 de novemb10 de 1916, a sede cio Município
de Iguaçu tomou a denominac,ão de Nova Igua<.u
O disttito de Nova Iguaçu foi niaclo pela Lei estadual n 9 l 634, ele 18 de novembto ele 1919
Na divisão administtativa 1efetente •lO ano de 1933, o Município de Iguaçu figuia com 9
clist1itos: Nova Iguac,u, Queimados, Cava, São João de Meti ti (mm sede no auaiaJ da Pavuna),
Bonfim, Pilai, Nilópolis, Caxias e Est1êla
De acô1do mm as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o Município
de Igua<.u se constitui ele 9 distiitos: Nova Igua,u, Bonfim, Cava, Caxias, Estiêla, Me1iti
(ex-São João do Me1iti), Nilópolis, Pilai e Queimados, assim peunanecendo no quad10 anexo
ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de ma1ço de 1938, segundo o qual o Município de Iguaçu
teve o seu topónimo modificado pa1a Nova Iguaçu
Segundo o quadto te11ito1ial em vigo1 no qüinqüênio 1939-1943, fixado pelo Deneto estadual
n• 641, ele 15 de dezemb10 de 1938, o Município de Nova Iguaçu é composto dos seguintes
disttitos: Nova Iguaçu, Belfo1d Roxo, Bonfim, Cava, Caxias, Est1êla, Me1iti, Nilópolis e Queimados
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual n• 1 056, de 31 de clezembto de 1943,
pata vigoia1 no qüinqi:t2nio 1944-1948, o Município de Nova Iguaçu figma mm os 5 distiitos: Nova
..,... 292 -
Iguac,u, Belfo1<l Roxo, Cava, Nilópolis e Queimados, ter.<:o pe1dido os distlitos de Duque de
Caxias (ex-Caxias), Imbaiiê ( ex-Est1êla) e Metiti, que fo1am wnstituü o novo Munid;1io de
Duque de Caxias, e o distiito de Bonfim, que foi extinto
O Decteto-lei n• l 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou os disttitos do município de Nova
Iguaçu da seguinte fmma: 1• - Nova Iguaçu, 2" - Queimados, 3'" - Cava, 4" - Nilópolis,
5 -
9 Belfotd Roxo
O Ato das Disposições Constitucionais T1ansitó1ias do Estado do Rio de Janeito, p10mulgado
em 20 de junho de 1947, po1 fô1ça do a1t 6", tegulado pela Lei estadual nº 6, de 11 de agôsto
de 1947, desanexou do município de Nova Igua<,u o dist1ito de Nilópolis paia constitui1 um
novo município mm a mesma denomina(.ão dp distiito
Posteliounente, a Lei n'' 1 472, de 28 de ab1il de 1952, uiou os distlitos de Mesquita e
Jape1i, e 01denou os distlitos do munidpio de Nova Iguaçu da ~;eguinte foirna: l 9 - Nova
Iguac,u, 29 - Queimados, 3º - Cava, 4'·' - Belfotd Roxo, 59 - - Mesquita e 6" - Japeli
Fo1111c1ção fttdiciá1ia: A coma1ca de Iguaçu foi oiada pot fr'ltça do Deueto n" 1 637,
de 30 de novemh10 de 1871, constituindo-se dos têunos de Iguaçu e Itaguaí Em vittude do
Decteto n 9 2 243, de 29 de setemb10 de 1877, ficou a coma1rn de Iguaçu somente com o têlmo
de lguac,u, 1:01 te1 sido elevado à categolia de comatrn o têuno de Itaguaí
P01 fênc,a da Lei n" 43-A, de lº de rnatço de 1893, ou Deoeto n" 681, de 28 de mat<,o
de 1901, a êoma1ca de Igua<,u foi extinta, passando o têlmo de Iguaçu a fazei patte da comatca
de Batta do Püaí A rnma1rn de Igua<,u foi testabelecida p01 efeito da Lei n'' 7'i0, de 29
de sctemb10 de 1906, teinrn1 p01ando o têlmo de ftaguaí
Em viltude da Lei n 9 l 804, de 12 de janci10 de 1924, a wma1ca de Igua<,u pe1 deu o
têuno de Itaguaí, pen te1 sido elevado novamente à eatego1ia de wmatca Segundo as divisões
teuitotiais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o têtmo de lguacn é o único wmponente da
wma1 rn ele mesmo nome
De acôtdo mm o guacho anexo ao Deueto-lei n'1 393-A, de 3 l de mai<,o de 1938, o têtmo
de Nova Igua,u (ex-Igua,u) é o úniw constituinte da comatca de Nova Iguac,u (ex-Iguaçu)
assim pe1manecendo nos guadios das divisões tet 1it01iais fixadas paia os qüinqüênios 1939-1943
e 1911-1948, 1espectivamente, pelo Deu eto estadual nº 64 l, ·de l'i de dezemb1 o de 1938 e
Dec1 cto-lei estadual, n 9 l 056, de 31 de dezemb10 de J 9,í3
As Leis ns 1429 de 12 de jancito de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 19'i3, mantiveiam
a Comatca de Nova lgua<,u rnnstituída apenas pelo têtmo judiciátio do mesmo nome, e que lhe
set ve de sede
I - Dirt1ito de Not'CI lgttá(H: A fieguesia de Santo Antônio de facutinga foi ctiacla poi
Alva1 á datado de 24 ele janei10 de 17 'i 5
A sede da freguesia, pot fô1 <,a do Deueto p10vincial nº l 267, de 29 de novemb1 o de 1862,
foi t1ansfe1ida parn a localidade denominada Maxarnbomha
A povoação de M;:xambomba, sede da fteguesia de Santo Antiioio de Jarntinga, tecebeu fo10s
de vila e sede do município de lguac_u, pol fôt<,a do Deueto n 9 204, de l" de maio de 1891,
Lonset vando, poté111, sua deno1ninação
Po1 efeito do Deueto ptovincial n'1 263, de l 9 de junho de 1891, :t vila de Maxamliomba,
sede da freguesia de Santo Antônio de Jarntinga e do município de Igua<,u, foi elevada à
categotia de· cidade
Na divisão adrninistiativa do Btasil, iefe1ente ao ano de 1911, figuia no município de Iguaçu
o distiito denominado simplesncente Jacutinga
Em viltude da Lei estadual n'1 1 331, de 9 de novembto de 1916, a cidade de Maxambomba,
juntamente wm o dist!Íto de Jacutinga, passou a denominai-se Nova Iguaçu
De acôtdo com as divisões administtativas de 1933 e te11itotiais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o distlito de Nova lguap1 é sede do munidpio de Igua~u
Em vütude do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de l 938, o município de
Iguaçu teve seu topônimo alterndo paia Nova Igua<,u Segundo o quad10 anexo ao mencionado
Deueto-lei n'" 392-A, o município de Nova Iguac,u ( ex-Igua<,u) tem pot sede o dishito de
igual nome, assim petmanecendo nos quadtos da divisão te11ito1ial, judiciátia e administ1 ativa
do Estado, fixados pelos Deuetos estaduais ns 641, ele l 'i de dezemb10 de 1938, e l 056, de
31 de dezemb10 de 1943, pata vigo1a1em, tespectivamente, nos qüinqiiênios l939-19'Í3 e 1944-1918
O Deneto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1944, otdenou o distiito de Nova
lguac,u como o 19 do município de igual nome, o que foi rnnfil ma do pela Lei n 9 1 472, de 28
de abtil de 1952
II - Dist1ito de Q11eit1ZC1dor: A ficguesia de Nossa Senhota da Conceição de Marnpicq
1ecebeu o título de freguesia petpétua em 1759
Sua uiação foi confi11nada pelos deoetos estaduais ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de
junho de 1892
- 293 -
A sede disttital foi ttansfelida pata a localidade de Queimados, po1 Lei estadual n• 1 008,
de 11 ele outub10 de 191 l, ou l 028, de 23 de novembto do mesmo ano
Na divisão administiativa 1efe1ente ao ano de 1911, Queimados figuia como dist1ito do
município de Iguaçu
Po1 fôu,a da Lei estadual n• l 634, de 18 de novemb10 de 1919, foi 1estabelccida a sede
em Ma1apici.1, voltando a mesma paia Queimados, passando o disttito a tet êste nome, pela
de n'' l 799, de 8 de janeüo ele 1924
De acôtdo com as divisões aclministiativa de 1933 e te11itoliais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, o dist1ito de Queimados pe1tence ao município ele Iguaçu, assim pe1manecendo
no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" '.>92-A, de 31 ele ma1c,o de 1938, pelo qual o
município passou a denominai-se Nova Iguaçu, e no quadto da divisão tettito1ial do Estado,
em vig01 no qüinqüênio 1939-1943 fixado pdo Deueto estadual n" 641, de l 'i ele dezemb10
de 1938
Po1 efeito cio Dcoelo-lei estadual nº 1 056, de 31 ele dezernb10 de 1943, que fixou o guacho
da divisão te11ito1ial, jucliciáiia e administiativa cio Estado, pata vigoia1 no qüinqiiênio 1944-1948,
o clist1ito de Queimados adquiliu uma pequena faixa cio te11itó1io cio distlito de Taiietá, cio
município de Vassouias (zonas da Estac,ão de Belém); e pe1manece no município de NO\a Iguaçu
O Deoeto-lei estadual n 9 l 063, de 28 de janei10 de 1944 otdenou o dist1ilo de Queimados
como o 2º do município ele Nova Iguaçu, o que foi confiimaclo pela Lei n• 1 472, de 28 ele
ab1il de 1952
III - Di1t1ito de Cc11>c1: A ftcgucsia de Nossa Senho1a da Piedade de Tguaçu foi oiada
po1 alvatá datado de 27 ele jarn:ito ele 1755
Em vittude cio Decteto de 15 de janei10 de 1833, que uiou o n1unicí1oio de Iguaçu, a f1eguesia
adquitiu p1e1togativas de vila e sede do novo município
A fteguesia foi destituída dessas categotias pot fôtça da Lei p10vincial n'" 14, de 13 de ab1il
de 1835, que suptimiu o município de lguaçu Readquiliu-as, potém, po1 Lei p10vincial n' 57,
de 10 de dezembto ele 1836, que 1estau10u o município
Po1 efeito do Deneto estadual n" 204, de 19 de maio de 1891, a fieguesia de Nossa Senhoia
da Piedade de lguaçu petdeu a categotia de sede municipal, a qual foi trnnsfeticla pata a povoação
de Maxambomba
Os deuetos estaduais ns l, de 8 de maio, e l-A, ele 3 de junho ele 1892, confitmaiam a
oiac,ão do disttito ou fieguesia
Na divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, figuia no munidpio de Iguaçu o clisi1ito
de Nossa Senho1a ela Piedade de Igua<,u
A sede clist1ital, pot Lei estadual n• 1 634, de J8 de novembto de 1919, foi !tansfe1icla parn
a estação de José Bulhões, 1ecebendo o dist1ito a clenominac,ão de Cava
Segundo as divisões administiativa de 1933 e teuito1iais datadas de 31-XII-1936 <' 31-XII-1937,
o disttito de Cava pe1tence ao município de Iguaçu
P01 fôtça do Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de matço de 1938, o município de
Iguaçu passóu a denominai se Nova Iguaçu No quaclto anexo ao citado Deueto-lei 392-A,
Cava figuia como disttito do município de Nova Iguaçu ( ex-Iguac,u), o mesmo se ve1ificando
no quad10 da divisão te11ito1ial do Estado, fixado pelo Deueto estadual n 9 641, de 15 de
dezemb10 ele 1938, pata vigota1 no qüinqüênio 1939-1943
Em vittucle do Deueto-lei estadual n 9 1 055, de 31 de dezemb10 ele 1943, confitmado pelo
de n• l 056, da mesma data, o clistlito de Cava foi auesciclo de patte do te11itó1io cio extinto
dist1ito de Bonfim, do município de Nova Iguac,u De acôtdo wm o quad10 da divisão te11ito1ial,
judiciátia e administiativa cio Estado, em vigo1 no qüinqüênio 1914-1918, fixado pelo supiacitaclo
Deueto-lei n' 1 056, o clisttito ele Cava petmanece no município de Nova Iguac,u
Pelo Deueto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janeito de 1914, o disttito de Cava foi 01denado
~orno o 3'' cio município de Nova Iguaçu, o que foi confiunado pela Lei 11• l 472, de 28 de
abtil de 1952
IV - Dirt1ito d~ Belfoid /{m:o: Po1 efeito do Deucto estadual n 9 641, de 15 ele dezemb10
de 1938, que fixou o quadto te11it01ial vigente no qiiinqüênio 1939-1943, foi uiado no município
de Nova Iguaçu o disttito de Belfo1d Roxo, constituído mm te11itó1io desmembiado do distlito
de Nova Iguaçu
Em vittude do Deueto-lei est<ldual nº l 05'í, ele 31 de dezembto de 1943, rnnfitmado pelo
de n• 1 056, ela mesma data, o disttito de Belfo1cl Roxo foi desfalcado de patte de seu teuitótio,
anexada ao clisttito de Imba1iê, do novo município de Duque ele Caxias De acôtdo com ri
quad10 da divisão te11ito1ial, judiciáti<l e administiativa do Estado, em v1gencia no qüinqüênio
1944-1948, fixado pelo mencionado Deneto-lei nº 1 056, o dist1ilo ele Belfotd Roxo está sob
a jutisclic,ão cio município ele Nova Iguaçu
Pelo DeCJeto-lei estadual n' 1 063, de 28 de janei10 ele 1944, o disttito de Belfott Roxo
foi 01clenado como o 59 cio munidpio de Nova Iguac,u, tendo a sua otdem sido mudada para 4 9
pela Lei nº 6, ele 11-8-1947, confiunada pela ele n' 1 172, de 28-4-1952
- 294 -
V - Distiito de Merq11ita: Foi uiado pela Lei nº 1 472, de 28 de ab1il de 1952, sendo
ordenado como o 5º do munidpio de Nova Iguaçu, pelo tefe1ido diploma legal
Mzmicí/Jio: Atea - 618 km'; popula,ão ( 19'i0) - 21 966 habs núme10 de disttitos - 1
Sede mtmili/Jcil: Atea - 278 km'; população (l-VII-50) - 1l 043 hahs·; latitude S --
22°09'43",4; longitude ~r Gt - 43"17'28",8; altitude - 280 m; distânlia em linha teta à
Capital - 84 km; turno (em telação à Capital) - N N O
Demc1is dirt1ito1: Salutá1is: á1ea - 67 km 2 ; popuhtção* (1-VII-'iO) 7655 habs
Inwnfidênlia: átea 186 km"; popula<,iio * ( l-VII-50) - 3 268 hahs WetneLk: átea -
87 km"; po[>ulação - ...
EVOLUÇÃO SOCIAL
A tegião onde hoje está assente o Munidpio de Pa1.iíba do Sul, rnja {uea se estende
pot 618 km", eia, ptimitivamente, denominada "Pataíha Nova" Segundo a tiadi<,ão, na época
do devassamento do atual tcllitó1io do Município, nêle existiam vá1ias t1ihos indígenas. sendo
citadas as dos C01oados e Ba11igudos, que habitavam nas ma1gens do Paiaíha e do Pataibuna
A 01igem de sua colonização é devida aos pousos ele t10pas e aos tanchos que os viajo1es
constt uíiam, em fins do sérnlo XVII, ao longo do "caminho novo" mais tateie "estiada de
Gatlia Hocl1igues", temota via de acesso à P10vÍnlia das Minas Ge1ais
Das oomcas 1efe1entes a essa época consta que o p1óp1io GARCIA RODRIGUES PAIS LEME,
um dos mais famosos bandeitantes, filho do legendá1io "Caçador de Esme1aldas", foi um dos
desbiavadotes dessas tenas, pelas quais teiia passado, buscando abrit o ''taminho novo", concluído
pelo sesmeito BERNARDO SoARES DE PRoEN(,A, em 1 725, e pelo qual ttansita1iam, mais tatde,
todo o Olllo e tôdas as pedias p1eciosas que aba11ota1iam as ateas da Coma Pottuguêsa
Nas te11as adjacentes a êsse 10tei10, fotam localizadas, ptimitivamente, as sesmatias de Tomé
Co11êa, Gatcia Rodiigues (Pataíba do Sul), Roça do Alfetes, Pau Gtande e divetsas outtas
Consta, ainda, das tefe1idas uônicas, que GARCIA RODRIGUES PAIS LEME vieta abtinclo
caminho desde as "Minas Geiais" até às ma1gens do Pataíba, buscando atingit a eidade do
Rio de Janei10 Chegado que foi às ma1gens dêsse tio, 1esolveu aí fixai, ptovisôtiamente, sua
tesidência, até que se p10vesse de novos abastecimentos e novos tecw sos, com que pudesse
ptosseguit em sua missão desbiavadota
Segundo teza a tiadic_ão, o tefetido bandeitante teria lançado assim. em 1683, os alicetces
de uma fazenda nas te11as compteendidas ent1e os tios Paiaibuna e Pataíba, onde edificou uma
capela dedirnda ao rnlto de Nossa Senhota da Conceição e :10s apóstolos Pecho e Paulo, capela que,
mais taide, dado o inoemento da população nas citcunvizinhas da fazenda, tecebeu, em 1719,
o ptedirnmento de clllato A localidade, nos p1imei10s tempos, foi conhecida pelo topônimo
de "Meio da Jornada", não só em vittude da inte11upção aí feita pelo bandeitante, como também
po1 estai situada no meio do caminho que ligava a P10víncia das Minas Getais ao atual Estado
do Rio de Janeito
A11uinando-se a piimitiva capela, mandou PERO DIAS PAIS LEME, filho de GARCIA HODRIGUES,
edificai uma outia, a pequena distância da maigem esque1da do tio Pataíba, sendo pata ali
tiansfeiida, em 174 5, a sede do rntato, elevada, em 17 56, à categotia de fieguesia pei pétua
O elemento neg10, 01igináiio da Ãfiica, rnnt1ibuiu ele foima notável paia o inuemento
da ptodw,ão agtíLOla da tegião no pe1íodo LO!onial Aliás, em tôdas as fazendas do vale do
Paiaíba (cognominado de "Vale da Exuavidão") piog1ediiam, nessa época, as lavouias e os
engenhos, eniiquecendo nababescatnente seus ptopiietá1ios, à tusta do suot do negto esuavizado
A explo1ac,ão agdwla do Município foi iniciada com o plantio de milho, piimitivamente
destinado à alimentação dos animais das !topas que po1 lá tiansitavam Postetiotmente, slllgitam
as plantac,ões de cana, da qual se exttaía o açúrnt, e mais taide, o café que, em suas tetias,
encont10u condições as mais favotáveis Entte as giandes p10piiec\ades existentes, out10ia, em
seu tetritót io, Jestacatam-se por seu tamanho e iiqueza, a Fazenda da Boa Vista, ptoptiedade do
Visconde de Paiaíba; os feudos dos MIRANDA Jo1mÃo, em Bemposta; os do Visconde de Entte
Rios e as imensas ptoptiedades da Ba10nesa de Santa Justa, dona das maioies lavomas cafeeitas
daquelas paiagens
Em 15 de janeito de 1833, tal eta o p10g1esso da localidade que, o Govê1110, teconhecendo-o,
houve pot bem elevá-la à catego1ia de vila, e conseqüentemente à de Município, mm a denomi-
nac_ão de Pataíba do Sul, ficando ela constituída pelas freguesias de São Ped10 e São Paulo,
São José do Rio Ptêto e pelos cu1 atos de Cebolas e Matozinhos A sua instalação veiifiLOu-se
nesse mesmo ano, aos 15 dias do mês de abtil
Pataíba do Sul adquitiu fo10s de cidade !tinta e oito anos depois de sua elevação a vila,
em 20 de dezembto de 1871, sendo, atualmente, uma das mais p10g1essistas cidades fluminenses,
contando éOm todos os 1equisitos de rnnfôtto rniactetÍstiLOs dos giandes aglometados humanos
Possui bons se1vic_os de água, esgôto e iluminação eléttica, além de se1vi<,o utbano e inte1uibano
de telefones, sei vic,os telegtáficos e de é011eios, bem como está iegula1 mente dotada de estabe-
lecimentos de diveisões públicas Acêirn de um quilômetló da cidade, localizam-se as fontes das
"Águas Salutá1is'', que são muito consumidas em todo o país
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1111ação Admi11irt1c1tit•e1: A f1eguesia foi uiada poi Alvaiá de 2 ele janei10 ele 1756
A vila ele Pataíba do Sul, e wnseqiientemente o Município, foi oiada pot efeito do Deoeto
de 15 de janei10 de 1833, tendo-se ve1ificado a sua instalac_ão em l 'i de abiil dêsse mesmo ano
Pataíba do Sul adquitiu fotos de tidade em vittude da Lei ou Deueto prnvincial n 9 1 653,
de 20 de dezembto de 1871
A Dclibeta~ão de 21 de agósto de 1891 e os Deoetos estaduais ns l e 1-A, 1espectivamente
dos dias 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892, iefe1en1-se à uiação do disttito de Pataíba do Sul
Segundo a divisão administtativa iefe1ente ao ano de 1911, o Munidpio ele Pataíba do Sul
se mm põe de 7 disttitos: Pataíba do Sul, Entte Rios, Monte Settat, Enctuzilhada, Bem posta,
Santana de Tirnclentes e Ateai
Na divisão adrninisttativa 1efetente ao ano de 1933, bem corno nas divisões tettitolÍais datadas
de 31-XII-1936 e 31-:}CII-1937, o Município ele Paiaíba do Sul figuia wnstituíclo ele 7 ·disttitos:
Paiaíba do Sul, Entte Rios, Monte Se11at, S' 9 Antônio da Enuuzilhada, Ben~posta, Santana de
Tiiadentes e A1eal, assim peirnanecendo no quaclto anexo ao Deoeto-lei estadual n 9 392-A,
de 31 de ma1ço de 1938
De acôtdo com o Deueto estadual n\' 641, de 15 de dezernb10 de 1938, que fixou o quaclto
te11itoiial pata vigoiar no qüinqüênio 1939-1943, o Município de Paiaíba do Sul apat ece com
- 296 -
posto de 4 disttitos: Pataíba do Sul, Afonso Atinos, Enuuzilhada (ex-Santo Antônio da Encrn-
zilhada) e Inconfidência (ex-Santana de Titadentts)
Em vütude do Deoeto-lei estadual n 9 l 056, de 31 de dezernb10 de 1943, que fixou o
quad10 da divisão teuitotial do Estado pata vigotat no qüinqüênio 19'14-1948, o Município de
Pataíba do Sul passou a constitui1-se dos seguintes disttitos Paiaíba, Inconfidêmia e Salutátis
( ex-Eno uzilhada), que 1ecebetam a seguinte otdenação, dada pelo Deoeto-Jei nº 1 063, de 28
de janeito de 1944: 19 - Pataíba do Sul, 29 - Salutátis e 3" -- Inconfidêmia
Pottetiotmente pela Lei n"' 1 368, de 7 de dezemb10 de 1951, foi ctiado o 4" disttito, mm
a denominação de \X'etneck, rnnstituído de pattes desmembtadas dos te11itó1ios dos disttitos de
Salutátis e Inconfidência
Ficou, pottanto, constituído o município de Paiaíba do Sul dos seguintes disttitos: 1"
Paiaíba do Sul, 2" - Salutátis, 3" - Inconfidência, 4 9 Werneck
Fo1111ct1ão J11diciá1ic1: O têirno de Pataíba do Sul, juntamente com o de Sapurnia, passou
a fazei patte da rnmatca de Pataíba do Sul, uiada pot fôtça do Deoeto n"' 2 l 25, ele 29 de
novemb10 ele 1875.
De acôtdo com as divisões teuitotiais datadas ele 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o têtmo tia
Pataíba do Sul é o únho componente da coma1ca de mesmo nome, assim pe1maneccndo no quad10
anexo ao Deueto-lei estadual n 9 392-A, de 3 l de ma1ço de l 938
Segundo o Decreto estadual n" 641, de 15 de dezembto de 1938, que fixou o quad10 te11itotial
em vigot no qüinqüênio 1939-1943, a rnrnatca de Pataíba do Sul se wnstitui dos seguintes
têtmos: Paiaíba do Sul, Entle Rios e Sapurnia
Na divisão teuitotial fixada pata o qüinqüenio 1944-1948, pelo Deu do-lei estadual n'' 1 0'56,
de 31 de dezembto de 1913, apatece a rnma1c1 de Pataíba do Sul compondo-se do têuno únirn
de Paiaíba do Sul, o que foi mantido nas Leis ns 1 429, de 12 de janeiJo de 1952 e 189), de
6 de julho ele 1953
III - Díst1ito de Inconfidência: A fieguesia de Santana de Cebolas foi ciiada poi lei
p10vincial n• 153, de 7 de maio de 1839, sendo wnfi11nada sua uia~ão pelos decietos estaduais
ns 1, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
O distiito de Santana de Cebolas passou a denominai-se Santana de Tiiadentes, poi fôiça
da Lei estadual. n• 299, de 3 de dezemb10 de 1896
Nas divisôes administiativas iefe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11itoiiais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem wmo no quad10 anexo ao Decieto-lei estadual n• 392-A, de
31 de maiço de 1938, Santana de Titadentes figma wmo distrito do município de Paiaíba do Sul
P01 efeito do Deueto estadual n• 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
te11it01ial em vigoi no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Santana de Tiiadentes do município
de Paiaíba do Sul teve seu topônimo alteiado pala Inconfidência
Segundo o quad10 da divisão te11itoiial, judiciáiia e administiativa do Estado, vigente no
qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo Decieto-lei estadual n• l 056, de 31 de dezembto de 1943,
o distiito de Inconfidêmia peitence ao município de Paiaíba do Sul
O Deueto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janei10 de 1944, oidenou o clistiito de Inconfidência
como o 3• elo município de Paiaíba do Sul
O distiito de Inconfidêntia, pela Lei n" l 368, de 7 de dezemb10 de 1951, teve desanexada
pa1te do seu te11itóiio paia constituii o disttito de Werneck
IV - Dist1ito de Jl7e111eck: O distiito de \'Verneck, mm a oidena1,ão de 4" do mumc1p10
de Paiaíba do Sul, foi ciiado pela lei n• 1 368, de 7 de dezemb10 de 19~ 1, wnstituído de teuas
,\esrnembiadas dos disttitos de Salutá1is e Inwnfidêntia
MUNICíPIO DE PARATI
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
U Município de Paiati, com ielêvo geialmente montanhoso, tem wmo eleva,ões mais notáveis
as se11as Geia! e Paiati, das quais a última o limita com o Estado de São Paulo e tem, no
teuitóiio municipal, as seguintes iamificações: Pedia Azul, Independência e outias menos
impo1tai1tes
O dima, quente úrnido à beiia-rna1, aptesenta nas 1egiões seuanas wndições excepcionais
de salubiidade
Em vittude de sua pos1çao, na base da seua, o Município possui giande númeto de 1ios,
dentte os quais se destacam: Mambucada, que coue do noite paia o sul, tendo os seguintes
afluentes: G10ta, Gtande, Aiataquata e Funil, que nasce na seua ele Paiati, pe1co11e o Município
lle oeste pata leste, sendo wnsideiado o tio mais impo1tante, depois do Mambucaba; Taqua1i,
Giaúna, Jabaqua1á, Pe1equê-A<,u, que nasce também na seua de Patati e deságua no oteano,
ao noite da cidade, notando-se, ainda, ao sul da mesma, o 1io Mateus Nunes ou Patitiba Além
dêsses tios, existem mais os seguintes, situados ao sul do Município: Caçada, Me10s, Regato,
Giande, Patati-Mitim, ett
Com 1efe1ênda a quedas dágua, sobtessai a de Bananal, existente na fazenda ele mesmo nome.•
foimada pelo tio Petequê-A<,u, com altma aptoveitada de 15 m e desca1ga utilizada de 0,45 m"/s
Há, ainda, no 1io Mambucaba, ttês rnd10eüas rnjos nomes são desconhecidos
Consta que há no subsolo do Município giandes 1eset vas minernis, ainda inexplota<las, rnmo
quaitzo ametista 10sado, qua1tzo hialino, qualtzo enfuma,ado, feuo nrngnético, fe110 oligisto,
ou10 e malarncheta
Paiati possui notável 1eset va flotestal, encontiando-se nas suas exubeiantes matas vátios
exempla1es de madeitas de lei, dentte os quais se destacam: ced10, jacaiandá, pe10ba, canela
10sa e patda, mucmana, óleo ve1111elho, jataí e saiaguaji, bem wmo conside1ável núme10 de
espécimes de plantas meditinais
A fauna munitipal é tep1esentada pot animais 'divetsos, mencionando-se dent1e out10s: onça,
lontia, ia pôsa, veado, capivarn, parn, macaco, gatuiamo, tangai á, sabiá, cau\eal, papa-
gaio, peiiquito, tucano, etc Na oda ma1ítima de Paiati há giande abundância de peixes e
camatão, constituindo o pescado giande fonte de 1iqueza do Munidpio
As p1indpais plantações do município são: tomate, mandioca, banana, feijão, milho, cana-de-
a~úc.a1 e auoz
As indústtias são as seguintes: têxteis; de p10dutos alimentícios; da madeita~ de papel
e papelão; de bebidas
EVOLUÇÃO SOCIAL
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo111u1ção Adminirtu1ti1·c1: A fteguesia e a vila de Patati, e conseqüentemente o Município,
fotam oiados em vütude da Cuta Régia de 28 de feve1ei10 de 1667
A vila de Parati adquitiu fo10s de cidade po1 efeito da Lei ptovincial n'' 302, de 11 de
ma1,o de 1814, o que foi confi11nado pelo Deueto estadual n" 28, de 3 de janei10 de lR90
Os Decretos estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente, dos dias 8 de maio e 3 de junho do
ano de 1892, 1efe1cm-se à uiação do distJito de Patati
- 299-
Fo11ne1ção f11diiiá1iC1: A rnmatca de Patati foi ctiada po1 fô1ça <lo Deueto n 9 31, de 3 de
janei10 de 1890, rnmpondo-se do Município de Patati Po1 efeito do Deoeto n'' 8, de 19 de
dezemb10 de 1891, a coma1ca de Paiati foi extinta, tendo sido Jestabelecida pelo ele n9 398,
de 16 ele agôsto ele l 897
O Deoeto n'' 667, de 16 de feve1eito de 1901, extinguiu novamente a rnma1ca de Patati,
cujo Município passou a pe1teme1 à coma1ca de Angta dos Reis Segundo as divisões te11ito1iais
datadas de 31-XII-1936 e 31-II-1937, o tê1mo de Pa1ati é o únirn rnmponente da coma1ca de
mesmo nome, assim petmanecendo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n" 392-A, de 31 de
ma1ço de 1938
De acôtdo rnm o Deueto estadual n 9 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
da divisão te11ito1ial para vigoiat no qüinqênio 1939-1943, o têuno de Patati pe1tence à
rnmaJca de Angta dos Reis, assim continuando no quad10 te11ito1ial estabelecido pelo Deueto-lei
estadual n 9 l 056, de 3 1 de dczemh10 de 1943, pata vigoia1 no qüinqüênio 1944-1948, as Leis
ns 1 429, de 12 de janei10 de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 1953, mantivetam o tê11no de
Patati como componente da ( oma1ca de Angia dos Reis Pela Lei n'' 3 382, de 12-9-19'57, o tê1mo
de Paiati foi elevado à rntcgo1ia de Comatca
I - Dirt1ito de Pe11c1ti: O dist1ito, juntamente wm o município, foi uiado pot ca1ta 1égia
<latada de 28 de feve1ei10 de 1667
A vila de Patati, sede do dist1ito e mun1np10 de idêntico topônimo, adquitiu fo1os de cidade,
cm vittude da Lei ptovincial n" 302, de 11 de ma1ço de 1844 Refe1e-se, também, à elevação da
vila de Paiati à catcgotia de cidade, o Deueto estadual n 9 28, de 3 de janei10 de 1890
A oiação elo dist1ito de Paiati foi confitmacla pelos Deoetos estaduais ns 1, de 8 ele maio,
e 1-A, de 3 de junho de l 892
Que1 nas divisões administtativas 1efe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas
de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, rnmo no quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 ele
mat\o de 1938, o dist1ito de Patati figma como sede do munidpio de igual nome, assim pe11na-
necendo nos quad10s d:1 divisão tcuito1ial do Estado, vigentes nos qüinqüênios 1939-1943 e
1944-1948, fixados, tcspectivamente, pelos deuetos estaduais ns 64 l, de 1 'i de dezemh10 ele 1938
e 1 056, ele 31 de dezembw de 19,13
O Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janei10 de 1944, 01denou o dist1ito de Paiati rnmo
o 1'' elo munidpio de igual nome
Pot efeito do Deueto estadual n" 641, de 15 de dezemb10 de 1938, que fixou o quad10
teuitorial do Estado, em vigor no qüinqüênio 1939-1943, o distrito de São Gon<,alo passou a
denominfü-se Humaitá e permanece no munidpio de Parati
O topônimo do distiito de Humaitá foi modificado parn Tatituba pelo Decteto-lei estadual
n" 1 056, ,]e 31 de dezemb10 de J 943 De acô1do com o qua,ho te11ito1 ia!, vigente no qüinqüênio
1944-1948, o distrito de Tarituba ( ex-Humaitá) subordina-se ao município de Parati
Pelo Dec1eto-lei estadual n 9 1 063, de 28 de janeiro de 19-14, o dist1íto de Ta1ituba foi
01denado como o 3" do município de Paiati
MUNICíPIO DE PETRóPOLIS
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
tiam-se algumas vaiiedaé:es de peixe, entte os quais su1gem, rnm mais freqüência, aca'rás, tiaíras,
bag1es, ptepitingas e lamba1is
As ptincipais plantações do munidpio são: tomate, mandioca, feijão, batata-inglêsa, milho,
batata-doce e cana-de-açúcat
As indústtias são as seguintes: de tiansfotmação de miné1ios não tnetálicos; metalú1giws;
mecânicas; de mate1ial eléttico e de rnmunica<,Ões; da madeita; de mobiliátio; de papel e papelão;
têxteis; de vcstuátio, calçado e attefatos de tecidos; de p10dutos alimentícios; de bebidas; edito1iais
e g1âficas
M1111icíf>iu: Átea - 1 047 km2 ; populac,ão ( 1950) - 108 307 habs ; númeto de dist1itos - 'i
Sede munícÍf>al: Átea -- 165 km"; população ( l-VII-50) -- 6'í 759 habs ; latitude S -
22''32'00",0; longitude W G1 - 43Ql t'O,í",O; altitude - 8l3 m; distância em linha teta à Capital
43 km; tumo (em telação à Capital) - N N O
De11ldÍ1 dírtiitus: Cascatinha: átea - 231 km"; população (1-VU-'íO) - 16036 habs
ltaipava: á1ea - 95 km"; populac,ão ( l-VII-50) - 6 588 habs PeL!to do Rio: átea - 175 km'';
populac,ão ( 1-VIl-'íO) - 9 181 hahs São José <lo Rio P1êto: átea -- 381 km'; populac,ão
(1-VII-50) - l0443 habs
EVOLUÇÃO SOCIAL
As ptimeiias notícias 1efuentes às teuas do atual .iYfunicípio de Pettópolis, rnj,1 <Ítea está
rnkulada em l 047 km2 , datam de p1indpios do sérnlo XVIII, época em que foi abe1to e ent1egue
ao ttáfcgo o "caminho novo", esttada que ligava o Rio de Tanei10 às "Minas Getais" Êsse
caminho foi, na sua maiot pa1te, abe1to pelo bandeiiante GARCIA RODRIGUES PAES LEME,
filho do legendá1io "Caçado1 de Esme1 aldas", tendo sido concluído em 172 5, pelo sa1gento-mo1
BERNARDO SOARES PROEN(A, com out10s sesmei10s, e ao qual pot Ca1ta Régia de 1 l de novemb10
de 172 l, tinham sido doadas as te11as que hoje constituem a zona u1 bana da cidade de Pet1 ó polis
Em 1830, dernuidos oito anos desde o advento da Independência do Biasil, achando-se enfê1ma
D PAULA, p1inLesa impetial, tesolveu D PEDRO I, a conselho de amigos, levá-la pata a Fazenda
dos CoRRÚAS, situada onde hoje se encontia a localidade de Co11êas A beleza e a salubtidadc
da 1egião a tal ponto influí mm no ânimo do mona1 ca, que o induzitam a adquitit uma estância
de tepouso no alto ela sei ta da Est1êla Foi assim que, em 6 dt: feve1ei10 de 1830, foi cndenada
a aquisir,ão ela "Fazenda do Có11ego Sêrn", ptimitivamente pe1tencente a MANUEI VIEIRA AFONSO
e nessa data vendida J1elo satgento-11101 JosÉ VrnmA AFONSO à Fazenda Impe1 ial, pelo p1eço de
50 000 uuzados Após a ahdiLação ele D PEDRO I, em 7 de abtil de 183 l, e em vittude de seu
falecimento, orn11ido e:m 1834, foi a "Fazenda do Có11ego Sêco" induída no inventá1io, cabendo
sua posse ao jo\ em D PEDRO II
Po1 essa época, Jú110 FRERICO KoELER, natmal de Mogúncia, que vieta pata o Brnsil
em 1828, sendo inco1)101ado à a11na de Engenha1ia do Exé1cito Impetial, estava encauegado da
abe1tu1a da "estiada da Seita da Est1êla" Nesse tempo já se Luidava do estabelecimento de
rnlônias no te11itó1io que veio a set mais tatde a P10víncia do Rio de Janeito, o que deu ensejo
a que o Majo1 KoELER, em rnlabo1 ação rnm o motelomo da Impe1ial Casa, PAULO BARBOSA DA
Sll VA, estudasse um plano de a11 endamento e colonização da Fazenda do "Cóuego Sêco", o qual,
ap1esentado a S M: o Tmpeiado1, foi ap10va<lo, motivando o Deeteto de 16 de mau,o de l843
Pata muitos auto1es, essa data é consideiada wmo a da funclar,ão da cidade de Pet1ópolis Em
vittude d~1 ofiLializar,ão do 1efe1ido plano fiwu o majo1 KoELER ob1igaclo a pagai, anualmcntt:,
em t10ca do auendamento elas te11as da Fazenda, a quantia de um rnnto de 1éis, além de se
wrnp10mete1 a edifiuu nelas um palácio pata o Irnpetadot Outtas cláusulas do rnnttato exigiam
que o au endatá1io 1ese1 vasse te11as pata a uiação de uma povoa<, ão, bem rnmo estipulavam,
ainda, a rnndic,ão de que se dema1casse um te11eno, onde se edificasse uma ig1eja sob invocac,ão
de São Ped10 de Akântata, rnja rnnst1 ur,ão setia financiada pelo Tmpeiadot
Na époui da assinatma dêsse Deueto, ]oÃo CALDAS VIANA, que governava a PtovínLia do
Rio de Janeito, na qualidade de vice-p1esidente em exe1dcio, fêz d1ega1 a ela alguns rnlonos
alemães, tendo muitos dêles sido emptegados em ob1as públicas, Lomo, pot exemplo, na abettu1a
da estiada da Sei ta da Est1êla Nessa ornsião, assentou êlc entendimentos entte o seu Govêrno
e a Jl,fo1domia da Casa lmpe1ial, pata utilização das te11as 1ese1 vadas à Co10a, na Fazenda do
"Có11ego Sêco", nas quais PJ etencleu !an<,at os fundamentos de uma colonizac,ão PJ omisso ia, utili-
zando o elemento alienígefüt Pelas p10vidênlias que tomou nesse sentido, cujo único intuito eta
fazei p1ospeia1 as teu as de Pet1ópolis, é o D1 CALDAS VIANA rnnsiderndo, po1 muitos auto1 es,
como o verdacleito fundado1 daquela Lidade Essa opinião é 1efo1c,ada pelo fato de, em 8 de julho
de 1843, te1 êle baixado uma pottatia 01denando ao Depattamento de Obtas Públicas que fizesse
fab1ica1, pata setem LO locados em locais p1edete1minados, na antiga "Cóuego Sêco", "dois crnzei10s
de madeirn de Lei" Em um clêles se inseteveu "Ci uz de São Pec!to de Alcânta1a de Pet1ópolis",
e em out10, "uuz da Lapela dos Finados de Pettópolis" Além dêo.ses dois matcos, 01denou êle,
ainda, a elevação de um poste, no alto do qual se !ia em giandes !etuis a pa!avta: Pet1ópolis
pata indicai a futma povoação que aí se fotmatia sob os auspícios de D PEDRO II
- 302 -
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo1mação AdminirtiatiN1: A fieguesia de Pet1ópolis foi uiada po1 fô1ça da Lei p10vincial
n• 397, de 20 de maio de 1846, 1ecebendo a denominac,,ão de São Ped10 de Alcânta1a de Pettópolis
A Lei n• 961, de 29 de sctemb10 de 1857, elevou a povoac,ão de Pettópolis à rntegotia de
cidade e uiou o Município de Pettópolis A sua instalac,,ão se vetificon a 27 de junho de 1859
Refetem-se à ctiac,,ão do dist1ito de Petrópolis os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, tespectiva-
mente, de 8 de maio e 3 de junho do ano de 1892
Em vittuele ela Lei estadual nº 50, de 30 de janeito de 1894, a Capital do Estado foi ttansladada
pata Pettópolis, ve1ificando-se a sua instalac,ão em 20 ele feveteito dêste mesmo ano A Lei
estadual n 9 89, ele 1° de outubro de 1894, dedatou Pettópolis Capital do Estado do Rio de
Janeiro
Pot efeito da Lei estadual n 9 542, de 4 de agôsto de 1902, pe1deu Pettópolis a rntegotia de
Capital do Estado
Em 1911, o Município de Pet1ópolis se compunha de 5 dist1itos: Pcttópolis, Cascatinha,
Itaipava, Pedto do Rio e São José do Rio Ptêto, e assim petmanecia nas divisões administtativas
de 1933, e teaitoiiais de 31-XII-1936 e 31-XIl-1937
De acôtdo com o quadto anexo ao Deoeto-lei estadual nº 392-A, de 31 de mau,o de 1938,
o Município de Pettópolis se constitui dos seguintes distiitos: Pettópolis, Cascatinha, Itaipava,
Ped10 do Rio e São José (ex-São José do Rio P1êto)
O quad10 tettito1ial pata vigotat no qüinqüênio 1939·1943, fixado pelo Dec1eto estadu,11
n• 641, de l '\ de dczembto de 1938, ap1esenta o MunicÍpio de Pettópolis constituído de 5
disttitos: Pettópolis, com 2 zonas: 1'' e 2'-'; Cascatinha, Itaipava, Pe,!to do Rio e São José
Na divisão teuito1ial fixada pelo Deneto-lei estadual nº l 056, de 31 'lie dezemb10 de 1943,
pata vigotat dutante o qüinqüênio 1944-1948, o Município de Pettópolis figuia com '\ dist1itos:
Petiópolis, Cascatinha, Itaipava, Patanaúna (ex-São José) e Pedto do Rio, que tecebeiam a
seguinte 01denac,ão dada pelo Deueto-lei estadual n• 1 063, de 28 de janeito de 1944: 19 - Pe-
ttópolis, 29 - Cascatinha, 39 - Itaipava, 4º - Pe,!to du Rio e 5• - Patanaúna
O Ato das Disposições Constitucionais Tiansitó1ias do Estado do Rio de Janeito p1omulgado
em 20 de junho de 1947, pot fôtça do attigo 8 9 , deteuninou a modificação do topónimo do
disttito de Patanaún" que tetotnou à antiga denominac,ão de São José do Rio Ptêto
Estão, pois, assim otdenados os disttitos do município de Pet1ópolis: l9 -- Pettópolis,
2• - CascaÚnha, 39 - Itaipava, 4" - Pe,lto do Rio e 5'' - São José do Rio Ptêto
Fornzação J11diciáiia: A rnma1ca de Petiópolis foi uiada pot fô1ça do Decteto n• 1 637,
de 30 de novembto de 1871, tendo como seus componentes os têtmos ele Pettópolis e Pataíba
do Sul
O Deueto n• 2 125, de 29 de novembto de 1875, inco1po10u à comatca de Pet1ópolis o
tê1mo de Esttêla, clesmembtando-o da comatca de Magé
Segundo as divisões tettitotiais datadas de 31-XIl-1936 e 31-XIl-1937, bem como o quadto
anexo ao Decteto-lei estadual n" 392-A, de 31 de matço de 1938, a coma1ca de Pettópolis é
fo1mada pelo têuno único de Pct1ópolis, assim pe1manecendo nos quad101 te11ito1iais paia tetem
vigor nos qüinqüênios 1939-1943 e 1944-1948, fixados, 1espectivamente, pelo Deueto estadual
nº 641, de l 'i de dezembto de 1938, e Deueto-lei estadual n 9 1 056, de 31 de dezemb10 de 1943
As Leis ns 1 429, ele 12 de janei10 de 19'\2, e 1895, de 6 de julho de 1953, mantivetam
a Comatca de Pettópolis constituída apenas pelo têtmo Judiciátio de igual nome, e que lhe
set ve de sede
EVOLUÇÃO POLÍTICA DOS DISTRITOS
MUNICíPIO DE PIRAí
DESCRIÇÃO DO TERRITÓRIO
Nos cu1sos fluviais que sukam seu teuitótio, encontt am-se algumas quedas d água, destacando-se
a denominada Fontes, a qual é founada pelo tibeiião das Lajes e possui altuta ap10veitada
de 229,20 m e descatga utilizada de 0,300 m/'s
Nas matas há algumas variedades de madeiias de lei; todavia, as suas 1ese1vas f101estais
melho1 se p1estam pa1a lenha e carvão
Dentle os animais componen~<;s de sua fauna te11estle, podem citai-se: parns, tatus, capivaias
e po1cos-do-mato; entte as aves, ·üs p1incipais 1ep1esentantes são: jacus, inambus e macucos; e,
finalmente, os bag1cs, arn1ás, lamba1is e tiaíias são os mais fieqüentes espécimes da sua fauna
aquática, existindo, p!Íncipalmente, nos cu1sos do Paiaíba
As p!Íncipais lavouias do município são: laranja, tomate, mandioca, banana, feijão, milho,
batata-doce, amendoim, rnna-de-açúca1, a11oz e fava
As indúst1ias são as seguintes: extiativas de p10dutos vegetais; de tiansfo1mação de minétios
não metálirns; de papel e papelão; de p10dutos alimentícios; de bebidas
EVOLUÇÃO SOCIAL
20 -- 25 625
- 306 -
Ait 2" - O Ptesi<lente da P10vincia mandatá p10cedei á demaicação dos limiks entle a -
Villa - ueada e as de Valença, São João do Ptincipe, Ba11a Mansa e Vassoutas
Ait 3" - Os ptoces,os e mais papeis, e dinhei1os existentes nos juizos municipal, de 01phãos
e da cabeça do teimo de São João do Piincipc:, ielativos á paites que ficatam oia pettencendo
ao teuno da nova villa, seião 1emettidos pot inventaiio aos juizos e uutoiios tespectivos
Ait 4" - A villa do Püahy ficaiá fa;oendo paite da comatca de Vassomas
Att 59 - Esta lei só teiá cumpiimento depois que os rnoiadoies do teimo <la villa, houveiem
edificado e mobiliado, a expensas suas, a casa da Camaia, Juiy e Cadeia, rnnfo1me o plano e
01çamento mandado levantai pelo Ptesidente da P10vincia e poi elle apptovados"
Outta Delibeia,ão, datada de 27 de mat</l de 1838, completou a citada Lei n'' 96, estatuindo:
"Havendo a Lei p10vincial de 6 de De;oernb10 de 1837, eiigido cm - villa - com a mesma
denominação, a fteguesia de Sant'Anna de Piu1y, e sendo necessá1io edifica1, na rnnfo1midade
do ali 5" da mesma lei, a 1especti1'a casa da Camata, Juty e Cadeia, em confotmidade da planta
e ot\arnento app10vado pelo Governo em 24 de Mat~o de 1838, o Ptesidente da Provimia
delibe10u nomeai uma commissão p10viso1ia composta dos cidadãos co10nel fos!Í GoN<;ALVES DE
MoRAES, SILVIO Jos!Í DA COSIA, FELISBERTO RmEmo FRANCO, RAYMUNDO DIJ SouzA BREVES
e MANOEL TosÉ DE BARROS VIANNA, a qual seiá enrn11egada de p10movet a subsui\io necessatia
pata a edifiuH,ão ela sob1edita casa da camaia, cadeia e jmy Depois que se houvet obtido a quantia
ne(essa1ia pata essas oh1 as, a 1 cfe1ida com missão c.onvoc.atá os suhs< iito1es. afi1n de que ptoc.edarn
á nomea,ão dos cidadãos que del'etão fotm:u a commissão petmanente, en<a11egada "" levat a
effeito a constw\ão e p1 epato da 1efe1 ida casa e de tomat todas ?s medidas e dat todas as
ptovidcnlias a esse fim nec.essa1ias ()s rncmb1os da 1efe1 ida c.on1missilo p1oviso1 ia non1ca1ão d' entte
si u111 piesidente e um thesoutei10"
Postetio1111ente, nova lei foi publicada sôbte a niac.ão da vila de Pitaí 'I ornou ela o n 9 129
e estava datada de 14 de maio de l838, iezando o seu texto o seguinte:
"Ait 1'' - A villa de Sant'Anna de Piiahy, ueada pelo lei nº 16, de 6 de De;oembto de 1817,
tetá existencia desde já
Att 2" - Os 13 cidadãos, motadotes no teimo da ViJla, que assignatam o te11110 ele obtiga,ão
peiante o Juiz de paz, da fieguesia de Sant Anna do Pitahy, aos 24 de Mat<"l de 1838, pot si
e seus sucLesso1es se obtigatão po1 esLtituta publica a constitui1 e mobiliat, dentto de 2 anos,
o edifício pai a <..asa da c.an1a1a, juty e (_adeia, debaixo do plano e 01 c..amento tnandado levantai
e app10vado pelo Picsidente da P10vincia, pelo P1oducto da subsct ição já agenciada que se
aueita e que deve wntinua1, e á LllSta de seus p10p1ios bens solida1iamente, caso esta não Lhegue
Paiag1apho unirn Os 1efetidos cidadãos, na fó11na do mesmo teimo de obtiga,;ão, aptompta1ão,
desde já, cas-a p1ovisó1ia p~ua (adeia, lan1a1a e ju1y
At t 3'' - Pela disposi\ão do aitigo antecedente não ficam desonetaclos todos os motadote.;
do teimo da Villa, da obtiga\ão in~;oosta pelo att 5" da lei de 6 de D~zernb10 de 18)7, n" 16,
de conco11 e1 em pata wnstt uii-se e mobiliai-se o 1efc1ido edificio
Att 4" - O Ptesidente da Ptm incia datá todas as pt0videncias pata a bôa exe< u'ã" desta
lei e pata que se p1oceda quanto antes ás elei<,ões elos ve1eado1es da Camaia Municipal da Villa
e á no111eac.,ão dos juizes e e1np1egados te11itotiais"
Passados alguns meo.es foi dada à publicação a Delibeiat.ão datacla de 28 de setemb10
de 1838, que esta1a assim tedigida: "Pata excLu\ão dos attigos 2" e 3" da lei n" 16, de 6 de
De;oembto de 18'.\ 7, e cios at ts , 1" e 4" da lei n" 17, de 1'Í de Maio de 1838, otdena-se obset l'e
o seguinte:
Att I" - O tettno da - Villa de Sant'Anna de Piiay rnmptehendetá a ftE:guesia do mesmo
nome e os uuatos de São João Baptista do A110zal e de Nossa Senho1a das Do1es, fiundo
desannexados, a ptimeita do municipio de São João do Ptincipe e os segundos do da Bat ta 1\hnsa;
e setá limitado como se segue: - pelo lado de Vassoutas, wme,aui na fo;o do 1ibei1ão do
Poúnho, seguindo po1 elle acima até as suas cabeu~·itas no rnoll~) do Pa\ão; - deste a turno
Noite e Sul a ptocmai o motto da Pedia Bianca, attavessando a esttada do cu1ato dos 1fendes,
no local em que existe uma pot teita junto a matgem do 1ibeitãu de Sant' Anna; deste moi 10,
seguindo sernpte pelo cume da Setta Getal ou do Mat, divisa das aguas dos tios Pitahy e Lages,
lontinua1á até o mo110 do Salto, á n1a1gen1 esque1da deste ulti1no 1io; -- subi1 á pot este acima
até a ponte e estiada getal da Côtte, pela qual wntinua1á até chegai a ponte de Matia Gon\alves
sobie o Pitahy; - üá pela rna1ge111 csquetda deste tio acim:t até enwnttai a ponte de Estevam
Gon\alves Rios; - seguirá d'ahi pela esttada getal de São Paulo até enrnnttat o atalho de
Domingos Ribeüo, d'onde, p10uaando a fnenLLt d'Entte Mo11 os, iuí pelo tibei1 ão dos Tt es Por, os
desfedrnt no Pa1ahyba, no loga1 de sua confluemia; -- d'onde, descendo pelo Patahyba até um
ponto que se tomatá em sua rnatgem esque1da, ptecisamente ftonteito ao tibeitão de João Congo,
seguitá de>Se ponto, pot urna linha sinuosa enlle as aguas dos 1ibeitões das Minhocas e dos
Ipiabas, até chegai á seua das :Minhocas, pot cujas uistas ptocu1a1á a cabeceirn do tibei1ão
de São José das Quinze Ilhas; - po1 elle dcsu:1á até á sua bili ta no Patahyba, e d'ahi )'01 este
1 io a tinia até enlontta1 o ponto ptirnatio
Att 2 9 - A Camaia Munitipal de São João do Ptincipe, logo que 1ecebet este deueto,
rnnvocat-se-ha exttaotdinaiiamente pata ]'lOLedet nos tetmos do Deueto de 13 de Novemb10
- 307 -
de 1832 e do outw de 22 de Julho de 1833; pot quanto é dedaiacla excessiva a di;tancia entte
as duas villas pata podei o cidadão mais votado, que tem de setvit de ptesidente da Camarn
da Nova Villa, p1esta1 o jutaniento pot seu ptocutadot na Camaia de São João do Ptincipe
A eleição setá feita na fó1rna da Lei de 1" de Outub 10 de 1828 e de 28 de Julho de 1830,
e insttuções de 1 ele Dezemh10 de l828 A Camata novamente eleita dutaui até as elei~ões
gemes otdenadas no att 2'" da p1imeita lei citada
Att 3" - As Cama1as Municipais de São joão do P1imipe e da Baita Mansa envia1ão, po1
inventatio, pata a do Pitahy, todos os papeis e documentos tebtívos á fteguezia e cu1atos desanne-
xados pa1a fica1en1 en1 se:.u a1chivo
Ait 4" - InstaJlados na nova 1illa os juizes de otphãos e municipais, 01de;nalio que os
tespectivos esuivães 'ão iccebet pot inventaiio, nas duas piimeiias vilJas, todos os pi()(essos
findos e pendentes e papeis telativos ás paites que ficam 01a peltencendo ao teimo eh nova villa,
os guaes sei ão disttibuidos, na fórnu de legisla\ão em 1 igo1, pelos dous tal->clliães do te11110
Antes de se1em ent1egues os tefetidos autos se ião contadas as custas que pet tcnceiem aos 1especti\ os
csuivães que deixam de o set, pot cuja impoitancia se lhes dau1 mandado de penhout pata
rnb1a1em-n'as executivamente de quem de diieito fô1 E o luiz dos otphãos tomaiá as medidas
de cautela e p1even,ão necessalias pala que a iemessa dos dinheiios e joias pettencentes aos o1pliiios,
aos defuntos e ausentes, aos indios pa1a o seu Juízo, se vctifique se1n 1isco e Lorr1 segu1an<;_a
Ai t ')" - Installada a Cama ta Municipal da Nova Villa, ptocedeiá ella, em ado smessivo,
a fo1ma1 as pwpostas pala os juizes municipaes, de oiphãos e de p10111oto1, parn se1em immedi:t-
tamentc temettidas ao Gmetno Ptesidencial; e nomeatão logo, denttc os candidatos ptopmtos nas
icspeetivas listas, um pata juizo municipal e outw pata juízo de oiphãos, ao~ quaes dcfe1itã•1
jurnnlento paia entiaiem cm exctdcio E 1emetteião wpia da ptoposta de ptomotot ao juiz
municipal, afim de norneill ellc, dentie os pwpostos p1omoto1 inte1ino, a quem a Cama1a clefe1i1á
igualmente jmamento
Ait 6 9 - Continuatá, sen1 intc11upção, em sua sessão cxtlaotdiná1ia pata fazei a nomta~ão
de seus offiLiaes, o lançamento dos impostos munieipaes, p1 inLipalmentc os de que tia ta a lei
de 18 de Maio de 1838, n" 18, e a otganizac,ão de suas postmas, que submettetá {t sancc,ão
pt0visó1 ia do Govet no da P101 imia pala sei u11 executadas na fót1fot da lei de 2 5 de Outuh10
de 1831; e iepiescntatá as necessidades mais lugentes que devem sei íogo attendidas e rntisfeitas,
afim de sei a mesma Camata auto1izada na fó1ma do att 19, da lei n" 3, de 4 de Jarn:ito de 18:)7,
pata as despezas neLessa1 ias
Ait 7" - O limite do disttido de paz do u11<lto de Nossa Senhota das D01es se1á: a leste,
pela linha sinuosa que divide " município ele Sant'Anna do Piiahy do de Valenca; ficando a
lingua de te11a cornptehcndida entle o tibeitão das Minhocas e a tefeiida linha desannexada da
jut isdicçãu do juiz de paz da fteguesia de Santo Antonio do Rio Bonito da Consu vatotia dos
Indios"
A pa1tit da épo(a cn1 que se instalou a nova vila, 1naio1 foi o sutto de p1og1esso que se
vctificou na tegião Os pt»dutos de suas g1andes e vaiiadas lavouias etam expo1tados em latga
escala P1cdon1inava ent1e as suas plantac,ões a c_ultu1 a do (afé, que c_hegou a constituit, então 1
a sua maio1 fonte de 1iqueza, p1opo1cionando rnnsideiável abastanc,a aos fozendei1os locais
'l ornando-se pot hasc documentos fidedignos, datados de 1860, hern se pode aquilatai da impot
tância que o café ieptesentou, então, pai a Piiai Segundo um dêles, esta localidade fluminense
exp01ta1a, anualmente, a média :1p10ximada de 521 50() a11ôbas dêsse p10duto, sendo seus maiot~i
plantacloies na 1egião, o Cnmendadot JoAQU1~1 DE SouzA BREVES, joAQUIM Josú GONÇALVES
IJE MORAIS, FRANCISCO Josú DE 01 !VEIJlA e o Baião de PIRAÍ
A sede da vila, situada no local onde outtoia fôrn e1guida a pcqu~nina capela de SantaJL\
do Pi1ai, awmpanhou ern seu p10g1esso o inucmcnto da lavrnaa, 1ecebcndo forns de cidade peLl
l ei ou Deu eto ptovinl ia! n" 2 0'Í 1, de 17 de outub1 o de 187 4 Seu rnmétcio e sua indúst1 ia
dia a dia se to1navan1 mais p1óspe1os, e as belas tonSttlH,Õcs 1csidenLiais se nniltiplú_a\'am, afot-
moseando o aspclto de strns tuas e p1ac,as Essa sitwu.Jio de ptospeúdade peisistiu dntante alg11ns
anos, cessando apenas <..Orn o a<hento da Lei Áutea, de <.ujas conseqüências até boje se tessente
a ec_onomia inu11ic_ipal Ptodamada a abolí'-.ão da esuavatuta, as la\ ou1~1s de Pi1aí fo:am 1elegadas
ao nnis LOmpleto abandono pela falta de btar,os que delas cuidassem, uma vez que os csu avos
libeitos p10uua1am fugil das zonas onde tinham vivido em catiyei10 A < ulturn de tafé dedinou
t àpidamente até desa pai et ei quase totalmente, e as antigas e vastas fazendas em que ew utlti\ ado,
fotam ttansfo1n1adas ein pastos pa1a a Ltiac..fío ou crn u1pinzais inaptov~'.t idos
Duiante longo tempo, o MunidpiD de Santana do Pi1aí (cm 1911 jA denomin:ido Pi1:ii)
peunaneceu no estado de deLadência a que o rnnstrnngeu o alo aholil ionista De algum ternpü
pata <.á, po1ém, seus habitantes e ditigentcs, busu1ndo soe1guet o nível eLonôrniLo e sotial do
Município, têm voltado suas cspctan\as e seus esfor,os pata os scto1es da indústt ias e da peLuáiia,
nos quais espetam rnnsegui1 p10rnisso1 es tesultados
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EVOLUÇÃO POLÍTICA
Fo111Jt1ção Ad111i11i r/1 e1ti1,a: Freguesia ciiacla poJ Alva1á de 17 de outub10 de 1817
Com a denominação de Santana cio Piiaí, foi ciiada a vila, po1 efeito da lei p10vinrial
nv 96, de 6 de dezemb10 de 1837, com te11itó1io desmembiado cios Municípios de São Juão
cio Pdncipe (depois São João Ma1cos) e Baua Mansa Sua instala,ão owJ teu em 11 de novemb10
de 1838
A vila de Santana do Piiaí aclquüiu f01os de tidade po1 fô1ça da Lei ou do Deucto p10vincial
n• 2 041, de 17 de outub10 de 1874
Os Deuetos estaduais ns 1 e 1-A, 1espectivamente dos dias 8 de maio e 3 'le junho do
ano de 1892, 1efe1e111-se à ctia,ão cio disttito de Püaí
Segundo a divisão administtativa 1efe1ente ao ano de 1911, o Munidpio, já denominado de
"Pitaí'', se compõe de 3 clist1itos: Püaí, São José do Bom Ja1clim e São João Batista do Auozal
Na divisão aclministiativa cio ano de 1933, o Munidpio de Pitaí apa1ece constituíclo pelos 'Í
seguintes dist1itos: Püaí, São José do Bom Ja1clim, São João Batista do Auozal e Pinheito,
assim pe1manetendo nas divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, e no quaclto
anexo ao DeCJeto-lei estadual n• 392-A, de 31 de ma1ço de 1938
De acô1do mm o Deueto estadual nº 641, de 15 de cb<emb10 de 1938, que fixou o qua<!to
te11ito1ial paia vigo1a1 no qüinqüênio 1939-1943, o Munidpio de Pitaí se wnstitui de 4 dist1itos:
Pitaí, Auozal (ex-São João Batista do Auozal), Monumento (ex-São J(Jsé cio Bom Ja1dim) e
Pinhei10
Na divisão te11ito1ial fixada pelo Deueto-lei estadual nº J O)(), de 3 l de dezemb10 de 1943,
parn vigorn1 no qüinqüênio 1944-1948, o Munidpio de Piiaí figuia wm 'í dist1itos: Piiaí, Auozal,
Monumento, Pinheüal ( ex-Pinheüo) e Piiaccrna (ui ado), que 1er ehe1 am a seguinte 01denac,ão,
dada pelo Deueto-lei estadual nº l 063, de 28 de jancito de 1944: l 0 - Pitai, 2'" - l\fonumento.
3º - Auozal, 4º - Pinheirnl e 'íº - PiJacerna Na "Divisão teuitntial cio Biasil - 1941-1948",
publirnda pelo I B G E , o 'íº figma lOm o nome de Santanésia
I'o1111<11ãa Judhiá1ici: A rnma1rn ,\e Pi1aí foi oiada poL fôu,« do Deuelo nº 1 637, de 30 de
novemb10 de 1871 O Deneto nº 667, de 16 de feve1ei10 de 190 1, extinguiu a coma1 ca de Piiaí,
passando o Município a fazei paLtc da coma1rn de Vassou1as, cuja sede se encontiava em Pitai
Logo após, o Deueto n" 681, de 28 de ma1ço de 1901, tiansfetiu o Munidpio de Püaí pata
a rnma1ca de Baua do Püaí
Po1 fô1ça do Decteto nº 1 839, de 23 de agôsto de 1921, foi elevado à catego1ia de coma1ca
o têuno de .Pitaí, que é seu úniw componente
Segundo as divisões te11ito1iais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como o quad10
anexo ao DeCJeto-lei estadual n 9 392-A, de 31 de ma1,o de 1938 e quad10s teuito1iais fixados
pa1a vigma1 nos qüinqüênios 1939-194 3 e 1944-1948, 1cspectivamente, pelo Deueto estadual
nº 641, de 15 de clezemb10 de 1938, e Deueto-lei estadual nº 1 O'í6, de 31 de clezembw de 1943,
a coma1ca de Pitaí se wnstitui do tê1 mo único denominado Piiaí, o que foi mantido nas Leis
ns l 429, de 12 de janeiw de 1952, e 1 895, de 6 de julho de 19'í3
I - Di1t1ito de Pi1c1í: A f1eguesia de Santana do Pitaí foi uiada pot alva1á datado de
l 7 de outub10 de 1817
Po1 fôu,a da Lei p10vincial nº 96, de 6 de dezcmb10 de 1837, que oiou o mu111op10 de
Santana do Pitaí, a fteguesia supiacitada obteve as catego1ias de vila e sede de munidpià
A vila de Pirní 1ecebeu fo10s de cidade po1 efeito da Lei ou DeCJeto p10vincial nº 2 041,
de 17 de outub10 de 1874
A uiação da f1eguesia ou clistiito foi wnfiunada pelos deuetos estaduais ns 1, de 8 de
maio, e 1-A, ele 3 de junho ele 1892
De adhdo mm as divisões administuttivas de 1911 e 1933, te11ito1iais datadas de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem wmo o quad10 anexo ao Deueto-lei estadual n'' 392-A, de 31 de ma1ço
de 1938, o distLito de Pitaí figma rnmo sede do município ele igual nome, catego1ia em que foi
mantido pelos deuetos estaduais ns 641, de 15 de dczemb10 de 1938, e 1 0'56, de 31 de dezemh10
de 1943, que fixa1am os quad10s te11ito1iais vigentes, 1espectivamente, nos qüinqüênios 1939-1943
e 1944-1948
O Deueto-lei estadual nº 1 063, de 28 de janei10 de 1941, mdcnou o clistLito de Piiaí
wmo o l'' cio município de igual nome
II - Dirtiito de Mo1111111e11to: A f1eguesia de São José da Carn1ia, foi uiada po1 Lei
ou Deueto p10vincial nº 519, de 4 de mcüo de 18 'iO
Em vittude da Delihe1ação p10vincial de 23 de agôsto ele 18'í4, a fieguesia de São José
da Caca1ia foi ttansfeLicla cio município de Itaguaí, ao qual pe1 tenceta até então, pata o de São
João cio P1íncipe, mais ta1de São João Ma1ws
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A fieguesia Je São José da Caca1ia, po1 fô1ça do Deoeto p10vincial n'1 l 969, de 29 de
novemb10 de 1873, passou a denominai-se São José do Bom Ja1dim
Po1 efeito do Deoeto estadual nQ 15 5, de 8 de dezernb10 de 1890, a fteguesia de São Tosé
do Bom Ja1dim foi desmembiada do munidpio de São João Ma1cos e anexada ao de Pitaí ·
Os deuetos estaduais ns l, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, confomaiam a
oiação da freguesia
Segundo as divisões administiativas de 1911 e 1933, teuitotiais datadas de 31-XIl-1936 e
31-XII-1937, o distlito de São José do Bom Ja1dim peJtence ao munidpio de PiJaí, assim pe1rna-
necendo no quadto anexo ao Deoeto-lei estadual n'" 392-A, de 31 de ma1~0 de 1938
Pelo Decteto estadual nQ 641, de 1 '\ de dezemb10 de 1938, o topônimo do Jisttito de
São José do Bom Ja1dim foi modificado pata Monumento No quad10 fixado pelo mencionado
Deoeto n 9 641, em vigênLia no qüinqüênio 1939-1943, o distiito de Monumento (ex-São José
do Bom Ja1dim), figuia no município de Pitaí, o mesmo se ohsovando no quad10 da divisão
te11itoiial, judiciá1ia e administiatirn do Estado, fixado pelo Decteto-lei estadual n 9 1 056, de
31 de dezernb10 de 1943, pata vigoiat no qüinqüênio 1941-1948
O distlito de Monumento foi 01denado rnmo o 29 do município de Pitaí pelo Decteto-lei
estadual n9 1 063, de 28 de janei10 de 1944
III - Dist1ito de Auozcil: A fteguesia de São João Batista do Auozal foi oiada po1 Lei
p1ovincial n 9 141, de 12 de abtil de 1839, sendo sua oiação wnfit mada pelos clectetos estaduais
ns l, de 8 de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892
Nas divisões administiativas 1efe1entes aos anos de 1911 e 1933, te11ito1iais de 31-XII-l936
e 31-XII-1937 e no quadto anexo ao Deueto-Jei estadual n" 392-A, de 31 de 111a1ço de 1938,
São João Batista do Attozal figu1a como dist1ito do município de Pita(
Em vittude do Deueto estadual nº 641, de l '\ de dezemh10 de 1938, que fixou o quaclto
da divisão te11ito1ial do Estado, vigente no qüinqüênio 1939-1943, o disttito de São João Batista
do A11ozal, do município de Piiaí, teve seu topónimo simplificado pata Auozal
De adndo com o quad10 da divisão teuito1ial, judiciá1ia e administlativa do Estado, em
vigot no qüinqiiênio 1944-1918, fixado pelo Decteto estadual n'1 1 0'\6, de 31 de dezembto
de 1943, o dist1ito de Auozal peltence ao município de Piiaí
Pelo Deueto-lei estadual n" 1 063, de 28 de janeito de 19,14. o dist1ito de Auozal foi
01denaclo como o 39 do município de Pitaí