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ESTUDOS REGIONAIS

Geologia do Município de Dom Pedrito


Mariano Sena Sobrinho
lIlnll"' de Minas e CIvil, da D. P. M.

PREFACIO O~ levantamentos geológico~ foram feito~


em conjunto com os serviços ' de pesquisa das
Depois dos trabalhos de p. F. Carvalho, em
jazidas. Apesar da retirada de cinco dos enge-
1932 e 1937, o estudo da geologia g eral 'j0 Esta-
nheiros de minas e geólogos da D. P. M., depois
do foi temporàriamente interrompido, cedendo
de 19«, os trabalhos de reconhecimento geral
lugar à geologia de detalhe, após a criação da
e pesquisa prosseguiram, dentro das possibilida-
DiN!toria da Produção Mineral, com os traba-
des de técnicos e recursos.
lhos de pesquisa de jazidas minerais, a partIr
Com 'Intenslficação dos serviços de sonda-
de 1938. .
gens para pesquisa de água subterrânea, desde
O periodo da guerra de 1939-1945 obrigou "
1947, abrangendo vários municlplos, principal-
ainda mais a orientação dos serviços no sentido
mente da Fronteira, novos dados foram acresci-
de conhecimento dos minérios metálicos (cob~,
dos aos anteriores, permitindo melhor conheci-
ouro, estanho e tungstênio) e combustlveis (car-
mento da geologia da superflcle e sub-sólo do
vão, folhelho betuminoso), já de longa data co-
Estado.
nhecidos no Estado e, alguns com trabalhos de
Nessa condição, e com os detalhes suficien'-
mineração em escala industrial, como o cobre,
tes, inclusive para estudos pedológlcos, foi feita
estanho e carvão. a geologia do municlpio de D. Pedrito, ora apre-
A base para tais trabalhos foi o mapa geo-
sentado.
lógico do Estado, de Paulino F. Carvalho.
~ propósito desta D. P. M. continuar a exe-
Entretanto, a medida que evoluiam as pes-
cução de tais serviços, em conjunto com os de
quisas no campo, notou-se que aquêle mapa era
pesquisa em geral, a fim de possib!l!tar a atua-
muito geral, especialmente na parte do cEscudo
lização do mapa geológico do Rio Grande do
Rlo-grandense>, onde ocorriam as principais ja-
Sul. \
zidas metallferas.
Pedro Barroso - Diretor
Os trabalhos da D. P. M. em colaboração
com o D. N. p. M., desde 1938, nos munlclpios
GEOLOGIA DO MUNICíPIO DE !DOI\I PEDRI-
de Lavras do Sul, Caçapava, Bagé, São Gabriel,
TO - RIO GRANDE DO 'S UL
Encruzilhada, São Sepé etc., demonstravam a ne-
cessidade de levantamentos topográficos e geo-
I-GEOG~
lógicos mais detalhados, em escala conveniente,
onde fOsse exequivel a representação das diver- 1) Situação - Está o municlpio de Dom
sas ocorrências geológicas e de minérios com Pedrlto situado na parte média, sudoeste do
valor econOmlco. Rio Grande do Sul, com as coordenadas seguin-
O prof. V. Leinz e o eng" Alceu F. Barbosa, tes extremas, entre 30-32' e 31.-27' latitude sul
da D. P. M., com a colaboração do eng- Emlllo e entre 10-45' e 11-57' longitude W do Rio de
Alves Teixeira do D. N. P. M. , executaram êsse Janeiro. Politicamente o munlclplo se limita,
primeiro trabalho de detalhe em área conside- ao Norte com Rosário do Sul e Lavras do Sul,
rável, sendo publicados os resultados no «Mapa a oeste com Livramento, ao sul €om a Repúbli-
Geológico Caçapava-Lavras», Boletim n- 90, ca do Uruguai e o munlclplo de Bagé; a leste
D. P. M. - Secretaria da Agricultura - POr- com Bagé e Lavra,. do SuJ.-
to Alegre, 1941. 2) Vias de comunlcaçil.o - O munlclpio é
Posteriormente, (1945) o prof. V. Leinz e cortado de le~te a oeste por um ramal férreo, da
engo Hubert Pinagel estudaram em detalhe par- Estação Torquato Severo (São Sebastião), em
te da região estanlfera de Encruzilhada, publi- direção e ligando ao munlclplo de Livramento.
cado no Boletim n" 70, do D. N. P. M., por l>':lr P or essa via o municlplo e sua sede se comuni-
um tr-abalho de interêsse /reral. cam com o resto do Estado.
Est utlus R c;;ionals

As rodovias entretanto, são inexistentes. n a sede - 11.465 habitantes


principalmente na época chuvosa, ch~gando ;> no município - 26.502 habitantes
interromper todo trânsito.
O trecho Dom Pedrito-Ferraria em ligação
com a rodovia Bagé -Lavras, t em sido mais cui- 4 ) Situação econômica - A riqueza do mu-
dado ültimamente, m as, sendo o leito de terra, 1icípio ainda está baseada na economia rural;
não há garantia d~ tráfego permanente. Em di- a agricultura, pecuária e derivados, constituem
reção a Livramento os caminhos atravessam a produção geral; zona da população pouco den-
terrenos planos; alagados periôdicamente, a na- sa, cat'ente d e fontes de energia barata, domi-
tureza do s610 sendo argilosa, impermeável, tor- nando ainda as propriedades de média e grande
na impraticável o tráfego no inv"rno. As comu- extensão, é de prever que a fase industrial ainda
nic~ções rodoviárias de Do,? Pedrito precisam
não foi iniciada, dadas as condições gerais de
de solução adequada e co mplet~, a fim de incre- conjunto. Aliás , êsoo é o panorama típico dos
mentar sua produção agrícola em base econô- municípios da Fronnteira do Estado com o Uru-
mica, POiB a maior' parte das terras do municí-
guai e Argentina.
pio são consideradas de elevada fertilid ade. A
área do município é de 5.146 Km2 .
Conforme dados obtidos do Censo de 1950
3 ) População - '-
Segundo os dados f orneci· (I. B. G. E .), os valores representativos da im-
dos p"la agência municipal do I . B. G. E. (p . portância da pecuária e agricultura, no munici-
1950) , a população estava assim distribuida: pio, eram:

PECUARIA - 1950 PRODUÇAO AGRICOLA - 1950

I I Valor em Cr$
Espécie IN' de animais
I 1.000,00 Produto Quantidade kg.
I I
Bovinos
Ovinos
I
I 260.000
423.100
~.800
42.310
Batata ingl.
Arroz
60.000
1.104 . 000
Eqüinos
I 19 .500 13.650 Trigo 730.000
Suinos
I
6.600
I 1.320 Milho 1. 050.000
Asininos e
I Linho 797 .500
muares
I I 273 Feijão 210 .000
Caprinos
I 420
320
I
25,6 Aveia H 8. 000
I II C.e vada 90.000
I I
Tohl Cr$ 234.378.6

Produção de lã (1950 )

1. 269 . 300 Kg. 45.694.800,00

De A côrdo com relatórios da PI'efeilura


(1948), foram observ·. dos os seguintes indices:

Produto Rendimento Kg / H a

=:Z<=I

Arroz 3.900
Trigo 1.200

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Estudos Regionais
".

o que evidencia a fertilidade dos sólos do sentam completamente secos em vista da reser-
municipio. va de águas subterrâneas acima do nivel de dre-
5) Fisiografia - As faixas mais elevadas da nagem natural, Ser muito pequena e também
região em estudo estão mais a Leste, salientan- devido a _Ilvaporação intensa nos campos de ve-
do-se a coxilha de São Sebastião com cêrca de getação rasteira.
400 metros de altitude e o cêrro «Cunhatab,
com pouco m a is de 300 mts.; êste constitui um 6) Vegetação Predominam os campos de
interessante pico, isolado do conjunto regional gramas e pastagens naturais, com vegetação ar-
peneplanado. bustiva (xirca) nas áreas de sedimentos do Ira-
A erosão seletiva, até o embasamento gra- ti; nas partes inundáveis desenvolve-se o capim
nitico, originou o relévo cônico' cujo vértice fi- denominado Santa Fé, formando massegas, SÓ
cou protegido por lajes de arenitos endurecidos utilizado pelo gado quando em inicio da vegeta-
que, SÓ muito lentamente se vão desagregando. ção.
P . F. Carvalho se refere a êste cêrro, atri- Com o pastoreio intensivo e as queima~as
bui1)do o arenito remanescente a formação Sta. a nuais êsse tipo de graminea tende a desapare-
Tecla. cer.
se refere a êste cêrro, ·atribuindo O arenito re- Pequenas reservas de matos ciliares apare-
manescente a formação Sta. Tecla . . cem ao longo dos principais cursos de água, mas
Mas, nossas observações (ver .t.mapa) mos- carecem de importância econômica pela reduzida
tram que o granito está imediatamente sotopos- área de ocorrência.
to aos bancos de arenitos duros; nas proximi- O valor principal da vegetação do munlci-
dades aflOl'a o conglomerato Itararé sóbre o pio é representado pelas excelntes pastagens,
granito; mesmo fato é observado na éstação principalmente na zona denominada «Ponche Ver-
Vauthier, lado sul da via férrea, onde é e'xplo- de», onde se , desenvolvem os melhores rebanhos
rada uma pedreira de arenitos semelhantes, mui- da região.
to litificados, já quase quartzitos. ~ interessante observar que a rocha domi-
Sua formação deve ser referida ao Itararé; nante aii é o arenito róseo, argiloso, calcifero
pelo seu facies de arenito finos ou cong lomerá - do grupo Estrada Nova; entretanto parece-no.
ticos que apar~cem no mesmo local. A bacia hi- que a fertiliáade constatada dos solos se expli-
drográfica principal pertence ao rio Sta. Maria, ca pela composição qui mica da rocha regional,
que n asce nas proximidades de São Sebastião, o arenito, conforme análise final , que apresenta
correndo a principio para sudoe~te c depois para teo r elev,ado em C~O , K20 e P205.
Norte. Cêrca de um terço do seu curso, na par- A maior parte da lenha consumida no mu-
te superior corre. sôbre rocha granitica entran- nicipio é proveniente de reflorestamento de eu-
do depois na faixa sedimentar e atravessando calipto.
grande extensão de terrenos baixos , inundáveis
na estação chuvosa. 11 GEOLOGIA
O rio Sta. Maria é um sub-afluente do rio
Uruguai. 1 - Geologia geral - As observações mos-
P equena área do municipio, a leste, é drena- traram que o municipio se divide geolôgic'lmente
da para o rio Camaquã; o divisor de águas se- em três regiões principais:
gue mais ou menos o leito da via férrea, de São A leste uma faixa de rochas graniticas (al-
Sebastião em direção a Bagé. gonquiano), cortada em a-lguns locais por diques
O arrôio Taquarembó corre em linha leste- de quartzo-porfiro, de d,ireção geI'a1 L-W, visi-
oeste, a principio sôbre região granitica e de- veis nas proximidades e ao norte da estação Vau-
pois sôbre diabásios; é o único curso de água que thier; êsses granitos estão em contato com se-
apresenta algum interêsse para construção de dimentos permianos e uma faixa de eruptivas
barragens no seu curso superior, pois, contém triássicas. No centro norte aparece faixa exten-
desnivel suficiente para pequenas usinas, apesar s a de derrames triássicos (diabasiosl, sendo 'vis-
de ser reduzido o volume mé<lio disponivel. to o contáto com permiano a 7 Km. 'leste da ci-
De modo geral a topografia do municipio é dade de D. Pedrito; os sedimentos sofreram 'efei-
apenas ondulada, predominando coxilhas e pla- to de temperatura, com metamorfismo; a área
nuras de cotas médias até· 180 metros, ~epara ­ restante do municipio, a oeste, pertence a forma-
das por vales amplos de fraca declividade. çÕes do permiano, destacando-se as ocorrências
T ôdas as sangas e -arroios, inclusive o pró- de sedimentos do Irati e da Estrada Nova. Na
prio Sta. Maria no seU curso superior, apresen- faixa do embasamento cristalino são encontra-
tam regime de águas periódico, isto é, nos me- dos, em áreas de alguma importância, remane-
ses mais quentes (janeiro e fevereiro ) se apre- centes das formações Sta. Tecla e Itararé-Tuba-

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E!ltlldos Regionais

rã.o, representados re.pectlvamente, por arenitos que revelaram t ratar-se de rochas com caráter
c tlmos (ver mapa). alcalino ou sienltlco, o estudo petrognUlco das
mesmas feito pelo Dr. A . W, 5chnelder, do
Ocorrénclu de áreas reduzidas, mas. que jul- I. T. E. R. 5., revelou efetivamente tratar-se de
gamos de Importt\nc la geológica, serão citadas Homblendadlorlto o que constitui um fato multo
mais adiante, ao descrevermos os detalhes das importante para a geologia do R. G. do Sul,
diversas fonnaç6es. De Inicio devemos re&lltar tratando,se de fatos novos a .erem Investigados
os resultados de anAlises qulmlcu de algumas pelOs petrografos e geólogos, para o sul do. Bra·
rochas, p. ex. anAlises 2 e 3 (n·s 16 e 17/ 62), sil.

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BIBLIOTE~
Estudos R,e~'ionais

2 - Reconhecimentos 1eitos - Escolhemos Analista: Carlos Burger Junior.


a época mais favorável para os trabalhos de cam_ Branco n' 16/52 Rosa n ' 17/52
po, Os meses de ~verão que é e.f etivamente, o H'O .... .. ..... . .. . 0,04% 0,49 % H'O
período em que são praticáveis as viagens pelo 8iO' 53,41 % 63,51 % Si02
interior do Estado.
Fe 203 Fe203 - 2,5 3,73% 5,81 % Fe203
Estabelecendo a sede do município como cen- FeO - 1,2
tro, dali executamos Os reconhecimentos, .seguin- A1203 24,94% 16,30 % A120~
do cada dia . para direção previamente escolhida; eaO ............ . .. 9,78 % 1,98 % eaO
a ssim percorremos tôdas as estradas, caminhos MgO .............. . 1,84 % 0,51 % MgO
e mesmo através dos Gampos, verificando ,os' a.- K20· .............. . 0,66% 4,66 % K.20
floramentos mais conspícuos, sempre que pos.s1.. Na20 ............. . 6,25% 6,15 % Na20
vel nos vales naturais. P20S ............. . 0,16% 0,29% p,os
A extensão de ocorrência dessa rocha é li-
Registramos Os seguin tes perfís: rnltada a uma · área de cêrca de 2 Km2, apare-
cendo como ilha no meio de rochas e~usivas bá-
a) Dom Pedrito - Upalnal'oti, pela estrad·a sicas.
geral e em direção a Livramento. D. Pedrito, na I Não verificamos se há contAto entre os dia-
cota 150 m, está sôbre folhelhos amarelos do 'Tu- basios e a rocha alcalina, mas, um reconheci-
barão, que são vistos até as barrancas do rio mento mais demorado no local esclarecerá o as-
Sta. Maria; viaja-~e cêrca de 6 Km. sôbre alu- -s unto.
viões recentes; no Km 7,00 já são visíveis aflora- De momento também não sabemos explicar,
mentos do Iratí. Aos 12 Kml. no antigo , C. M. geolõgicamente, o aparecim-ento dêsse conjunto;
Sementes, a D. P. M. fêz -sondagem c~jo perfil · mas, o estudo da tectônica e petrográfico poderá
damos no fim. O cont.á to I l'atí-~strada Nova, evidenciar as relações possíveis, e até mesmo a
é visto a 34 Km. da cidade e a cota anotada foi idade geológica da eruptiva.
de 135 m,; segue sôbl'e sedime!ltos da Estrada Seguindo para o sul, verificamos um aflora-
Nova até o arroio Upamaroti, que é o limite mento de r folhelho carboso no Km. 42 da via
com o município de Livramento. férrea, a jusante de um boeiro. :mste fato mos-
~ra que as efusivàs se derramaram sôbre os
RESUMO: Tubarão 2 Km, recente 6 Km, reencfimentos, com · «sUb : o material carbonoso
Irati 26 Km., Estrada Nova 8 :Km. .. não foi afetado pela temperatura e nos arredo-
4 res afIara a efusiva.
Aos 18 e 24 Km. de D. Pedrito afloram cal- Continuando em direção ao «Passo do 8al-
cárioB do Irati, de que damos três (~) ~nálises. 50> , constatamos vários diques de diabásio.
" Passa-se à região grànítica onde são vistos
b) Perfil D. Pedrito-Serrinha, V. Férrea Pas- vários pequenos diques de quartzo-porfira.
90 do Salso-D. Pedrito. A 6 Km. da cidade ob- No «passo» vemos folhelhos e arenitos do Tuba-
serva-se o contáto Tubarão com diabasios, sendo rão.
vislvei~ os efeitos térmicos da efusiva sôbre os Cêrca de 2 Km. ·a jusante dêsse «passo» en-
sedimentos. A direção da linha de contáto se- contramos na margem direita da sanga um are-
gue, mais ou ~enos ' N35 QW. A 20 Km. encon- nito amareIo-claro-, fino, muito diaclasado, re-
tramos arenito arcôsiano, em· contáto com as cozido e incliriado.
efusivas, em campos da Sucessão DuyaI. A E::sse material ' é litolõgicamente semelh8J1te
22 Km., na mesma zona, aparece rocha eI'Úpti- aos ar.enitos descritos para a formação lvIaricá,
v.g. vermelho-castanho; . a primeira vista julga- de V. Leinz e Colaboradores; na margem esquer-
mos ' tratar-se de ocorrência de alasquito, sem.e - da aflo ram sedimentos idênticos e, mais afastado
. lhante ao de Lavras-Sul, já' estudado pelo~ Prof. da sanga, cêrca de 500 metros, verificamos dique
V. Leinz (3) (4); mas, análise química (n\> 17/52) de quartzo-porfiro cortando granito -e camadas
mosb'ou tratar-se de rocha mais alcalina, ten- de arenitos e conglomerados inclinados l'\té 201' ;
dendo para si~nito ou mesmo para o solvsbergi- os arenitos argilosos da base contém restos fós-
to de Cananeia, estudado pelo Dl'. Ruy Ozório seis da fiara permiana, tendo sido colhidos aI-
de Freitas (5) . guns exemplares pelo Dr. E. A. Martins, do mu-
seu Nacional e pelo autor (6).
A análise química da rocha d·s D. Pedrito l!:,sse local é d.e grande interêsse para o es-
é muito semelhante a de Cananeia, como se vê clarecimento da idade do quartzo porfiro, pois,
pelos resultados abaixo: Ar~lises de rochas N Qs é visto o perfil do desenho n Q 1 para ambas as
16 e 17/52. margens da sanga.

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Os venltos argtloaoa tJnos, interiores e eu- roamos para O cCerro CUnhatab, uma elevaçl!.o
penores ao conglomerado contém 1mpre&SOea tO... cujo topo é remanescente 111)8 arenitos do Per-
aela de vegeWs, da flora Glol8Opterts. mlano; conforme mostram as totogratl8ll, a ve-
Oêrca de 3 km. mais para o sul e em cota getaçl!.o mais desenvolvida no topo tem protegi-
mala elevada, encontra-se afloramento de carvIo, do êsse cerro dos efeitos da eroslo. TOda área
na estrada. circundante, em ralo de dezenas de qullOmetroe,
EstamO! portanto em regtlo perrnlana cuja apenas é visto o granito regional, jl1 descrito por
.equêncla estraUgn1f1ca pode ler acompanhada V. Lelnz e colaboradores (8). Dessa regito se-
desde o granito aUS os arenItos da capa do cu. guimo. para a Estaçl!.o Vauth1er, no ramal tér-
VIO. reo S. SebasUA.o-D. Pedrito, viajando sempre a6-
Os arenitos tinos, do cpauo do
argUOIOl bre o granito. Próximo a estaçAo encontram-sa
Sal8())o estAo inclinados de para W e estio
2~ camadas de arenitos compactos, granUlaç!o tln&
próximos de um dique de quartzo-porfiro. AJ e .grosselra, apresentando &.li vêzes telçao 'con-
c:&m&da. contém reatol de vegetal. do permlano, glomer4tlcL

PERFIL NO ARROIO DO "SALSO" - DOM PEDRITO


MARIANO SENA -1951 .

+/' .,. + + +
++ +.
'"" .... + ++ +
Groni l O
I!io_.+
';'-';'-----i:+ Granito ++

C) D. Pedrlto - Ferraria - VaulhJer - O material jaz 'em leitos horizon t ais, mas
Leões. - Do inIcio até o km. 34 encontra -se alu- parece -recozJdo e é bastante duro e resistente pa·
vila recent e, arenitos e folh el holJ do Tubar!i.o; ra ser usado, como atualmente, 'para tabrtca.ç!i.o
pUS8-se ao conglomerado Itararé e ao granito. de paraleleplpedos para calçamento. As linh u de
:ts.&es últimos apa~e m nas cotas mab elevadas. eatratiflcaç!i.o e algumas dlaclases ve r Uc:ais nas
descobertos pela eroa!i.o e por que constituem al- camadas racllltam o talhe da rocha.
tos tundos da antiga bacia morfológica. No con·
glomerado notamos seixos de granitos, gnelss e N a sanga, em cota cerca de 2~ metros a ·
baixo, apa rece o granito cortado por numeroso;
quartzo pouco rolado. N o km. 40, em campos
de Agnelo Le!i.o, encontramos dique de pegmatl-
to, na estrada: 2 km. adiante notamos filA0 de
,
diques de pegmatito e alguns íllões de qu artzo.
Próximo à. estaç!i.o ferl"Ovlária, lado norte,
quartzo. Até o km. 48 silo observados várlOlJ situa-se n antiga ..,mlna Barcellos:.-, trabalhada
diques de pegmatito de pequenas dlmensOn e pa r a ouro pela eia. ..,The Barcellos Gold Mines
sem mlnerallzaçAo visível. Ltd.:.-, durante cêrca de 3 anos, até 1887.
No ..,passo da Ferraria:.- já encontramos se-
dimentos sUlflcados e numerosas concreçOes de A sede da Cla. era :
sllics , calc-edónia et c .
3, Tokenhouse Bulldings, _ London, Eng.
As rochas citadas pertencem a forma<:!i.o
segundo uma cópia de contrato. que vimos, en-
Sta. Tccla e assentam-se sóbre o granito que a
tre a Cla. e o gerente dos trabalhos, pagavam
flora na s anga. altos saláriOI, para a época: f. 21,00 por mês ,
Segue-se sOb re Os arenitos at~ a rodovia B.! - tol o vencimen to espeCificado para o snr. WII-
gé-São SebasUl.o-Lavras; o granito ~ visto nova· lia m Henry H umphreys, para dirigir os trabalhol
mente no k m. 27 da rodovl... T)e S . Sebnstl!i.o ru- na mina.

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Estudos Regionais

Os salários ' diãrios 'para operários também veios de silicificação são vistos pela estrada, ex-
eram elevados e variavam de Cr$ 1,50 a té Cr$ postos pela erosão. O calcário fossilifero, com
4,50, ..As amostras de minério que se encontram restos de «Mesosaurus», é abundante em tôda a
a boca do antigo poço são bastante mineralizadas formação; em alguns locais o calcário permit<l
(piritas e galena), aparecendo ouro à vista, mas sua exploração para cal.
os filões não têm grande potência; esta condição Segue-se baixando estratigràficamente, até
e o alto custo de mineração devem ter sido os a Picada de Pedras, onde vemos boa exposição
fatôres 'p rincipais de paralisação dos trabalhos. de arenitos varvíticos, indicando o horizonte
Não ' conseguimos examinar outros documen- Itararé, nas margens do rio Santa Maria.
tos 'relativos a essa mina, a não ser a cópia de A oeste do Cerro das Caveiras, na estància
contrato citado e um livro ponto do pessoal ope- do snr. Ataliba C. Rocha, aparece um calcálio
rário. do grupo E. Nova, com abundante flora fóssi!
Da parte técnica dos trabalhos nada conse- Glossopteris, incluindo o gen Lycopodlopsis.
guimos. O estudo detalhado da ocorrênci-a foi feit~
Do antigo programa de pesquisas no Estado, . p.:llo autor. e o Dl'. Emanoel A. Martins (7) dQ
consta o estudo dessa jazida, e seria interessan~ Museu Nacional.
te um trabalho que situasse têcnicamen te o va- 11: a primeira ocorrência de tal associação
lor econômico da jazida, uma vez qlJe a mesma floristica fóssil, registrada para o Estado e o
foi trabalhada por poços e galeri:as cu111.· extensão Brasil, nesse horizonte.
se desconhece, durante 3 anos consecutivos; no
local ainda restam as bases do antigo engenho de f) D. Pedrlto - Taquarembó _ Vauthler -
tratamento. Leões - Nesse percurso foram registradas ocor-
rências interessantes como se verá.
d) D . Pedrlto _ Ponche Verde - Serrilhada - A 3 km. da cidade .vê-se arenito arcosiano
Três Cêrros - D . Pedrlto. Nesse caminhamento e conglomerato (tilito), até uma pequena sanga;
foi notada aseqüência de contátos abaixo: no km 4 vemos exposição, em corte, na estrada,
6 km. de aluvião recente do rio Sta. Maria; de arenitos e folhelhos recozidos e inclinados;
aos 12 km. aparecem folhelhos amarelos. finos , um dique de diabasio é visto em contáto com
arenosos, do Tubarão; aos 23 km. encontramos êsses sedimentos. No «banhado:> do Severo apa-
já os calcários do Iratí: com restos de «Mesosau- rece novamente o tilito que se encontra até a
rUSl>.
granja Heitor Martins. Até o km. 8 são vistos
diques de efusivas cortando a estrada. Na pon-
Viaja-se sôbre o Irati até cêrca de 42 km,
te sôbre o a1'1'oio Santaninha passa-se para dia-
encontrando-se o contáto Irati-Estrada Nova, nas
basios, até as divisas com o município de Lavras
proximidades do monumento «Ponche Verde'. Os
do Sul. Dirigindo-se para Leste, vemos o gneiss
a.renitos roseos, argilosos aí aparecem; freqüen-
em afloramento numa pequena sanga, cêrca de
temente nota·,se silificação das camadas do Iratí.
27km. da cidade.
Mais adiante ~ mesma rocha é encontrada
A 75 km encontra-se novo contáto da Estrada
Nova e Irati, já na zona de . Serrilhada». Na es-
<l sempre cortada por injeções de granito ou fi-
tância Garrastazú, no «passo do Lajeado» encon-
lões de quartzo; próximo ao «passo do Taqua-
tramos o tilito (Itararé) sôbre granito. Na vol -
rembó» vê-se dique de quartzo portiro e mais adi-
ta, seguindo outra direção, anotamos os contá-
ante passa-se ao granito. Na estância do snr.
tos: arenito (Tubarão) e Irati, Iratí·Estrada No-
Franklin A. Marques aparecem filões possantes
va; principalment~ as zonas elevadas da coxilha
com mica branca, provà.elmente muscovita; a
do Haedo são constituidas pelos arenitos e ou-
mica está muito fraturada. O local foi objeto
tros sedimentos da Estrada Nova.
de pesquisa no periodo da última guerra, e são
Seguindo para o Norte e Nordeste encon-
numerosas as excavações ali feitas.
h'a-se o granito no marco divisório entre Bagé
A encaixante é um micaxisto róseo. Não
e D. Pedrito, no «passo do Afonso» ; segue-se
constatamos indicios de mineralização nos fi-
sôbre granito até os «Três Cerros» e «Ferraria,.. ,
lões.
Em alguns pontos de cota baixa aparecem are-
Tôda essa área está grandemente perturba-
nitos 'e conglomeratos, do Itararé-Tubarão, mas,
da por diques e filões; em sanga próxima apa-
estas áreas são restritas e de pequenas dimen-
rece dique de diabasio cortando ' o granito. Dai
sões.
até a estação Vauthier viaja-se sôbre rocha gra-
e) D. Pedrito - Cayeiras -Picada de Pedras. nítica, e anotamos 8 diques de quartzo-portiro
Passa-se dos aluviões do rio Sta. Maria para antes d e Vauthier. No local «passo da Cruz» co-
Tubarão, Irati e Estrada Nova, no «c'erro das lhemos amostra de rocha cinza clara, aspectc.
Caveiras». Os folhelhos cinza e azulados, com granltico, com um dos comp-onentes negros. A

24
· Estudos Regionais

análiSe qulmica da amostra (n' 3). evidenCiou In - JAZIGOS FOSSlLJFEROS


rocha alcalina, com tendência para diorlto; o exa_
me petrográfico, feito pelo Dr. A, W . Schneider, Como resultado dos reconhecimentos feitos,
concluiu trata-se de Estudos Regionais. podemos registrar os seguintes, todos novos para
o Estado :
Notamos imediatamente o baixo teOr em SI02
Restas de .!\l e8088urus. Mc Gregor, em cal-
(53,41 %) teôres altos em A1203 (24,9oi % ) e CaO
cários do Iruli, ~m cc!,rro das Caveiras. ; no
(9,78 %).
km, 18 da estrada D. Pedrlto-Llvramento ; e es-
A ocornncia desta ' rocha e da rósea, anteri- trada p~ Ponche Verde; Serilhada.
ormente citada, nas proximidades de derrames Re.tos \'egetallJ da flora. Glossoplt'rllL, no
de efusivas, resulta em um problema int~resaan­ <passo do Salso. e afioramentos <Cerro Chato.
te para a geologia do Sul do Brasil; especial- e <Picada de Pedra..n.
mente a presença de Importantes massas de ro- Madeiras sUiclflc.adas, entre horizontes, Ira-
chas nItidamente alcalinas. fato ainda nA.o regis- ti e Estrada Nova (Três Vendas) .
trado para o E stado do R. G, dO Sul Assim,
deixamos aberto êste caso, para um estudo tu- IV - COLUNA GEOLOGICA
tW'O e desde que possamos contar com a indls- Solos do município
pensá.vel colaboração\.dos especialistas em petro- Os dados obtidos em campo e estudos paleon_
grafia, sem cujo auxUio nA.o poderemos abordar tológicos e estratigráficos executados até esta
o asunto por nos faltarem os conheclment""S ne· data, permitem fixar as linhas gerais da coluna
cessárlos. geológica do munic1plo, nos têrmos seguintes:

RECENTE
I Al uviões e areias proveni~ntes da erosão
e altersção das rochas abaixo dlscrtminadas

TRIASSICO
! efusivas (dlaba.slo, dacitos (?), em
diques e lençóis ).
Calcários claros, finos, compactos, com restos

{
vegetais. (GI05&Opterts, Lycopodlops ls).
ESTRADA NOVA Arenitos vernÍelhos, róseos e amarelos, tolhe·
, lhos.
Calcários vermelhos.
PERl\IO_
CARBO.
NIFERO
mATI

TUBAlUO {
! Folhelhos amarelos, tolhelhos betuWllnosos,
cárlos fossi!iferos (l\lesosaurus).
Folhelhos, arenitos e csmadas de carvão,

ITARAFU Jl A::~~c:=:~E::::~s:::~~2s'i~::n:~
rlcá ?) TllItos. Eruptivas alcalinas ?
Granito;! róseos e claros cortados por quartzo-
, ALGONQUIANO I portlro, diques de pegmatlto e fll6es de quart ..
l zo, Xistos dlveI'S08.

ARQUEANO { Gnelss injetado.

Quanto à natureza dos solos do municlplo, 3) SolOlJ argilo'calclLriOll, escuros com cama·
podemos prever Os tipos seguintes: da vegetal espessa" sub.. solo impermeável, pl'ove..
1) Sol08 da regiAo granítica e alpnqwana, niente dos sedimentos dos grupos Tubarão e Ira ..
com camada vegetal de fraca espessura, argUo· ti. SAo êstes Os solos especlalme~te cultivados
arenosos, contendo bastante mica, com sub-solo com cereais, no R, G. do Sul.
permeável. oi) Solos- arenosoa-calcf{eros, pouco argilo-
2) Solos escuroS-llorgUo805-ealclferol, férteis , sos, de média eSpessura, sub...solo permeável, pro-
porém de fraca espessura, SUb-solo pouco per- vindo dos sedimentos do grupo Estrada Nova,
meável, abrangendo a faixa dos diabasios. abrangendo a f~ Oeste-Sudoeste do munlcl ..

25
".
Estudos Re~iona.h;

pio; muito férteis' devido a · composição da' rocha graníticas, arenitos endurecidos, diques de quart-
m atriz. zo-porfiro e efusivas basálticas, que s e pri'stam
5) Solos mixtos, (argilo-a r enosos-calciferos ), pa ra os trabalhos de .construção em geral. As
espessura média, sub-solo impermeável, consti- areias para construção são retiradas do leito
t uido de aluviões e areias, provenientes da alte- do rio Sta. Mar i .. e seus afluentes da margem
ração das r ochas topogràficamente colocadas aci- direita.
ma, constituindo Os terrenos marginais dos a r- Mica - Verificamos, conforme cit ado no
roios e os chamados «banhados », zonas de inun· texto, un1a única ocorrência , na estância ~""rank
dação no Inverno. O lin Marques, qU ê nos parece sem importância
São os traços g·e rais e princip.ais verificados para a indústria, por s·e tratar de material mui-
após o reconhecimento geológico do município. to frat urado e com bastante inclusões ferrugi-
nosas. Pode se,'v;r como componente para fa-
v - GEOLOGIA ECONOMUCA bricação de pigmen tos para revestimento. .
Carvão - Dois afloramentos foram const a}
As principais ocorrências, no município são:
tados; o que aparece na estrada dos Gonçalve~,
A - NAO METALICOS 14 km. da cidade, é bastante xistoso, com pos-
sança total de 0,80 m, medida na estrada. Apre-
ArgUas - encontradas nas a luyiões recen- senta interêsse apenas local, em vista da quali -
tes dos arroios e sangas e nas margens do rio dade du combustivel, com elevado teor de cir. -
Sta, Maria. Provàvelmente êsse m aterial con- zas e pequena espessura.
tém teôr em carbon a tos, em vista da existência
O afloramento próximo a via férrea não tem
de calcários diversos nas formações donde . pro-
importân cia econômica pela grande cobHtura
~~ ~ e proxi midades de rochab ef17sivas, no local.
Os folhelhos, claros, cinzentos e a marelos dos
grupos Tubarão e Iratí também podem ser apro -
B l\UN:E:RIOS METALICOS
veitados como matéria prima para a indústria.
Em zonas do crist alino aparecem ocres de
0111'0 - A jazida conhecida situa-se nas
côres diversas, não se conhecendo o valor econô-
proximidades da estação Vauthier (Viação Fér-
mico de tais ocorrências.
Calcários - Numerosos afloramentos de cal- rea ) . Consta de filões a supetficie. são de fraca
cários não metamórficos , do horizonte Irat!, de.· . espessura. Foi trabalhada por cia. inglesa por
monstram ser extensa a área onde exist'! o ma- volta de 1887 e não são conhecidos os motivos
terial. Na região do «Cerro das Caveiras> e ar- de paralisação dos trabalhos que, também nunca
redores é onde as camadas Se apresentam com foram retomados.
potência até 1m. 'com extensão apreciável nas N enhum estudo técnico é conhecido sõbre
encostas. Amostragem preliminar, feita em 1948, ·essa jazida.
em pontos afastados, acusaram os resultados VI - HIDROGEOLOGIA
abaixo:
Análises n·s 4581 / 82 - D . P edrito, 17-7-48. Com a va riedade das formações geológicas
no municipio, vemos que o regime de águas sub-
Local CaC03 ~lgC03 terrâneas obedec·erá à natureza, mais ou menos
favorável, das "Tochas do sul} solo, desde os are-
nitos friáveis do Tubarão. até os diabasios com-
Fôrno de cal . .... . . 77,08 % Traços pactos. "\
Km . 18 - E. Livra- 73,20 A D. ,P. M. executou no municipio , com a fi-
mento .......... . 89,94 0,83 nalidade de pesquisa de água, 35 sondagens, com
Estrada geral .. ... . T raços profundidade variando de 12 até 166 metros.
feitos' com sondas rotativas e examinados os
Analista: C. Bu,rger Junior. testemunhos ; assinalados na planta n· 1, no
evidenciando baixo ' teôr em MgO. Análise do Campo de Multiplicação de Sementes, da Se-
calcário de Cerro Chato acusou: cretaria da Agricultur.a ; n· 2 na estância do
DI'. Oscar Fontoura, n a divisa com o município
CaC03 - 76 ,16; MgC03 - 1,22. de Livramento ; e n. 3 n a Serrilhada, estância
do sn r. João Francisco Brum.
A situação é boa, 'em relação a via fén'ea, Os perfís verifi cados são descritos nas pá-
que passa na palte m édia da área indicada. gi nas a seguir.
Pedras de construção - Em tôda parte L es- A s sondagens e a percussão estão também
te e Norte do municipio são encontradas rochas indicadas no m a pa.

26
E!lludOli Reglollals •
Os poços de menor pl"Odução fO I-am os lo-
calizados em granitos, variando de 350 a 1000
litros por ho ra. Poços secos até os J70 me- 1 - Solvsbergilo. Solvsncl"get, Gran Pa·
tros foram os locados em sedimentos da Est rada rish, Noruega (citado por R. Ozorio Fr(:it.as, n"
Nova, onde os sedimentos arenosos, além de g ra· 5 pg. 26, cEruptivas alcal!nas de Cananela» ).
nulação tina, estão misturados a folhelhos e ar-
gUas com cimento fel"louginoso. torna ndo-os imo 2 - Roch:J. rosea (solvsbergito?J, Serrinha,
permeáveis; ex. o furo n" 3 que atingiu a 166 D. P edrito, R. G. do Sul. Analista: Carlos Bur·
metros e o de n" " a 170 metros. A presença de ger Junior.
glpsita na sondagem n" 3 Indica cllmu séco para 3 - Rocha clara (sicnlto?) cPasso du
a época de deposição. Cruz», D. Pedrito, R. G. do Sul -- Analista:
Os poços nos dlabaslos e arenito!! der:J.m mais Carlos Burger Junior,
de 1.000 litros/ h ora, em média.
li:: p rovável o encontro d e camadas aqulfe- " - Hornblenda - Solvsbergito - G(!I'oll,
ras, permeáveis, na faixa, Estrada Nova, abaixo Longenthall. Noruega. ap. Rosenbusch (Ozorio
dos 200 metros, em arenitos do Tubarão, ou no Freitas, opus clt).
contáto Itararé·grani'to.
Em traços gel'sls, fizemos a exposição dos 5 - Dac lt ... - Taquare-mbó, D. Pedrito, H.
trabalhos execut a dos no municlpio de D. Pe-drlto, G. do Sul - Analista: Carlos Bm'ger J unIo r.
na fronte ira Sudoeste Brasil-Uruguai,
6 - Arenito roseo. Estância Ponche Vez',
de, D . Pedrlto, R. G. do Sul. Horizonte Estrad3.
Nova. An"lIsta: Cal·J....1I BUI'bel' Junior,
;\larlo.no Senu. Sob ri nho Os nthn eroll I. 2 e " silo lte rreitamente COIU-
E ngt de Minas e CivU, da O. P. M. llCu-{welll,

27
Estudes llcg';onals

QUADRO COMPARATIVO DE ANALISES QUíMICAS DE


ROCHAS DE D . PEDRITO, R. G. DO SUL

I
Elementos
Dosados %
I 1
I 2 8 <I, 5
I 6

SiO!l 64.92 63.51 53 . 41 62.7~ 65.70


I 61.23
,
Ti02 - - -
I I -
I -
A1203
Fe 20 3
I 16.30
3 . 62
I
I
16.3 0
5.81
I 24.94
3.73
I
II
0.92
16 . 40
3.34
15.50
8 . 61
I 17 . 68
17.68
FeO
.MgO
\
0.84
0.22
I -
0.51
I -
1.84
I
2.35
0.79
-
Nihil
I -
4.89
I
eaO 1.20
I 1.98
I 9.78 -0.95 0.69 6.12
Na20
K20
I
I
6.62
4.98
1/
6.15
4.66
I
6 . 25
0.66
/
I
I
7.13
5 . 25
6.29
. 3.37
I
6.80
2.62
P205 - 0 . 29
I 0.16 - - 0.27
H20
P . F.
-
0.50
l' 0.49
-
0.04
-
\
-
0.70 -
- -
-
I,
TOTAIS 99 . 20 99.70 100.81 100.16 99.70
I ,.
\ 100.53
I I \

SONDAGEM N~ 1 - Campo de Multiplicação de Sementes


da S. A . I. C. - D. Pedrito, Rio ' Grande do Sul
Perfil

Profundidade Espessura Clas"lfica~()


m etro metro

0,00 1,00 Terra vegetal.


1,00 8 ,50 Folhelho amarelo n / cohsolidadd.
9,50 18 ,00 Folhelho "éinza, arenoso fino.
27,50 14,50 Arenito cinza, folhetado c/ faixas claras.
42 ,00 12,80 Arenito, folhetado calclfero.
54,80 0,10 Calcário escuro.
54,90 12,60 Folhelhos pretos, c/lâ.minas de arenitos interca-
lado. _ '\
67,50 0,25 Arenito claro, fino .
67,75 34,75 Arenitos folhetados , finos , varviticos.
102,50 0,10 Arenito grosseiro.
102,60 14,40 Camadas perturbadas, arenitos c / intercalação de
folhelhos, ' pretos , não estratificados.
117,00 6,00 Folhelhos pretos e lâ.minas de carvão.
123,00 6 ,90 Folhelhos pretos c / intercalação de arenito.
129,90 0 ,10 Carvão.
130,00 4,50 Arenito grosseiro, claro, conglomerato na base .
134,50 3 ,90 Granito.
138,40

28
Estudos RegionaIs

SONDAGEM NV 2 - Estância do Dr. Oscar Fontoura -


Distrito - Três .vendas - Limites D. Pedrito-Livramento
Rio Grande do Sul
Profundidade Espessura Horizonte
Classlfi~o
metro I metro I I Geológico

Arenitos amarelos, roseos e
marrons, argilosos, com-
.
0,00 70,00 pactos. Estrada Nova

Folhelhos (argili tos) vari-e-


70,00 27,00 gados. E strada Nova

97,9° 36,50 Folhelhos escuros. Iratí


\. Folhelnos cinza-escuros com
133,50 17,50 camadas finas de gipsita. Iratí

151,00 2,80 Fqlhelhos cinzentos. Tubarão

Folhelhos escuros com faixas


153,80

156,25
2,45 de arenito fino, claro .

Folhelhos varvíticos c/ restos


. Tubarão

166,00 9,75 fósseis (vermes?). Tubarão

SONDAGEM N~ 3 - D. Pedrito - Local - Serrilhada


Estância do snr. João Francisco Brum.
Profundidade Espessura Horizonte
Classificação
metro metro Geológico
I

;Folhelhos amarelos, areno-


sos, cinzentos, estr::ttifica- Tubarão
0,00 15,00 ção cruzada.

15,00 0,25 Arenito claro, friável. e


~
15,25 7,75 Folhelho cinza, arenoso.
Itararé
Arenito conglomerático, friá-
"

~
I 23,00 0,40 veI.

Granito claro, fendilhado, al-


Granito
terado no contá to c/ os se-
23,40 23,60 dimentos.

47,00

Observação: - Não foi encontrado o car-


vão ou sedimentos cli;rbonoso, nem o tilito.

- 29
-'.
Estudos R egionais
)
BIBLIOGRAFIA n ' 70 - D. N. P. M. - Ministério da Agri-
c ultura, Rio, 1945.
1 ) Carvalho, P. F. - «Reconhecimento Geoló-
5 ) F ,reitas, Rui Ozorio - <Eruptivas alcalinas
gico no Estado c:a R. G. do Sub - Bole-
de Cananéa» - Boletim XCI - Geologia
tim n ' 66 - S. (;. M. B.; Rio, 1932.
n ' 4 - Universidade de São Paulo - São
Paulo, 1947.
2 ) Carvalho, P. F. - «Recursos Minerais do E s -
tado do R. G. do Sul» - Boletim n' 72 - 6 ) Sena Sobrinho, M. - Martins, E. A. - ~Per­
S . G. M . B.; Rio . 1937. fi! geológico de São G abriel a Cambai-Gran-
de, R. G. ' do Su1» - Boli!tim do Museu Na-
3) ... L einz, .ViI,tor; Bal ()osa, A. F. -«Mar a Geo- cion a l - Geologia n ' 16 - Rio, 31 -3-52.
lógico Caçapava-; ,avras:. - Boletim n ' 90
- D. P. M. Sec c'etaria da A g ricultura -- 7) Mal·tins, E. A. e Se na Sobrinho, M. - «Ly-
P6rto Alegre, 1941. copodiopsis Del'byl (Renault) e Glossopte-
ris sp. ;10 Estrada Nova do R. G. do Sub
4 ) Lcinz, V. e Pina-gel, H. - «Estanho e Tungs .. - A nais da Academia Brasileira de Ciên:
têni o no Rio Grandi! do Sul » -1 Boletim c ias - vaI. 23, n' 3. Rio, 1951.

CORRESPONDÊNCIA
A direção do Boletim Geográfico colhe a grata ,oportunidade para
manifestar seus agradecimentos pelas manifestações elogiosas que me-
r eceu a Revista dos excelentíssimos senhores Prof. Pery Pinto Deniz,
DD. Secretário de Estado dos Negócios da Administração e Deputado
Osmar Grafulha, então Secretário de Estado dos Negócios da Economia,
referentes ao "ESTUDO DA DIVISÃO TERRITORIAL DO RIO GRAN-
DE DO SUL" - Fatôres da potencialidade municipal - r essaltando a
importância que representa para a Administração e Econon:ia do Esta-
do a r acionalização dos processos de formação de novas unida{les munici-
pais. O referido trabalho, executado pela equipe geográfica do Boletim,
e cuja organização se estendeu por mais d'e um ano, já tinha sido distri-
buido, sob forma de separata, aOi? cxmos. senhores Deputados, Secretá-
rios de Estado e Autoridades estaduais, sendo agora publicado, em SUR
íntegra, no presente Boletim.
"J;ff~B;~Y~~~i1.1!_~" -~.'~. ~. - . -; . '~~' -~'~ - - ~--:~ ..
Entre outras manifestações de estímulo, que o Boletim recebeu
dos senhores professôres, estudantes e interessados, destacamos a gen-
til missiva do Marechal Bina Machado na qual aquêle ilustre militar
11'):,r a o Boletim C0m palavras de distinto aprêço.

30

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