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. \i O r Í* N •
MARIA REGINA M E N D O N Ç A F U R T A D O M A T T O S ' N> /
V I L A DO P R Í N C I P E - 1 8 5 0 / 1 8 9 0
S E R T Ã O DO S E R I D Ó - U M E S T U D O DE C A S O DA P O B R E Z A
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
i
NITERÓI
RIO DE J A N E I R O , B R A S I L
1985
NITERÓI
19 8 5
AGRADECIMENTOS
cessos de inventários.
daquela instituição.
D. Dora, nos acolheu várias vezes quando das nossa s idas para Na-
tal.
deste trabalho.
vantamento.'.de Paulo.
i vários trabalhos publicados em Sao
ela participação
A minha cunhada, Sônia Maria Gomes Mattos p
e ajuda na etapa de análise dos dados.
A nossa prima, Célia Regina Bauer pelos trabalhos de dati-
lografia da 12 versão. '
te incentivo du-
Aos meus pais, Newton e Martha pelo constan
lusive as lon-
rante todas as etapas do trabalho propiciando inc
ram totalmente
gas viagens de pesquisa ao nordeste quando assumi,
os meus filhos.
companheiro e
O preito maior para o meu Pingo, incansável
a conclusão da
incentivador de todas as horas tornando possível
pesquisa e, sendo também o responsável por todos os cálculos ma-
RESUMO
1
Este estudo sobre o Serido durante a segunda meta-
de do séc. XIX procura abotdar .;os fatores que freiaram o
desenvolvimento sõcio-econõmico da Vila do Príncipe, le-
vando, o atual município de Caicõ, localizado no sertão do
Rio Grande do Norte, a se caracterizar pela extrema pobre-
za em que vive sua população.
O monopólio da terra nas mãos de grandes latifundi-
ários . pecuaristas teve origem na distribuição e nas for-
mas de ocupação das propriedades. Por outro lado, essa es-
trutura fundiária e a lei de Terras que a consolidou impe-
diram a formação de uma "economia camponesa" independente
em todo o nordeste.
Na econcmia da segunda metade do século passado,
que foi norteada pelo sistema escravista de produção, onde
a pecuária foi prioridade e a agricultura esteve voltada
exclusivamente para o auto-sustento, a presença da mão-
de-obra negra escrava, nas relações de produção, moldou
formas de trabalho livre específicas, que ate hoje são
muito comuns na região.
Essa estrutura sócio-econômica do nordeste e a po-
lítica protecionista para com as regiões do sul do país,
adotada pelo governo federal, propiciaram um desenvolvi-
mento regional dependente, alem de agravarem os efeitos
dos rigores da seca, que atinge o sertão periodicamente, a-
centuanclo assim o quadro de extrema pobreza, que persiste
até os dias de hoje.
As transformações econômicas e sociais que ocorre-
ram no Império, a partir de 185 0, principalmente nas re-
giões Cc-ifeeiras do sudeste do país, não deixaram de afe-
tar o sertão nordestino. No entanto, nessa região, as mu-
danças ocorreram mais lentamente, fazendo com que a tran-
sição do sistema escravista colonial de produção para o
capitalismo dependente assumisse características muito es-
pecíf icas.
ABSTRACT
III
ERRATA '" - "
LISTA DE G R Á F I C O S
IV
Gráfico X - Distribuição da população escrava se-
gundo a ocupação por sexo (%) . . . 49
i
• QUADROS
V
Quadro XV População da Província do Rio Grande
do Norte e do Seridó para os anos de
1855/1870/1872/1890/1900/1920 35
e São'Francisco (1872/1920) 36
anos 1855/1872/1890 38
VI
Quadro XIW - Dados retirados do livro de registro
de óbitos da paróquia de Sant'Ana
tariadas
VII
Quadro XXIV - Posse da terra nas escrituras de compra •••
1850/1890
1850/1890, em hectares
1850/1890 . :
VIII
Quadro XXXVI - Preços comparativos em mil réis dos
1854/1888 130
IX
£
*
Quadro XLVI Valor do montante (em mil-réis) dos
la do Príncipe 161
£
Quadro XLX.X Tipos de propriedades com ou sem
i- 1890 167
X
Quadro LV - Utensílios para o beneficiamento do
algodão e sua percentagem sobre os
Príncipe 195
Quadro LXII - Volume médio (em arrobas).da expor-
tação da Província do Rio Grande so
Norte - 1850/1890 204
XI
IIi
1850/1890 206
i
Numero de inventariados que dei-
xaram dinheiro em espécie e per-
centagem sobre o total - 1850/1890 213
Ocupação dos credores das dívidas
acima de 2.000 $ 000 RS ou mais
- 1850/1890 216
Hipotecas registradas na Vila do
L I S T A DE A B R E V I A T U R A S
Arquivo Nacional
Arquivo Estadual (RN)
Biblioteca Nacional
Fórum Municipal de Caicó
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Norte
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
População Economicamente Ativa
Relatório de Presidente de Província
Vila do Príncipe
XII
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
I A TERRA E OS u r w . N S
1 O MUNICÍPIO NO SERTÃO
1.1 Limites Geográficos da Área Estudada
1.2 Relevo e Geomorfologia
1.3 Solo e Vegetação
1.4 Hidrografia
1.5 O Clima.
' 2 CONDIÇÕES HISTÓRICAS DE OCUPAÇÃO DA TERRA
2.1 A Conquista Territorial
2.2 Os Homens .
3 A DEMOGRPiFIA: A PROVÍNCIA E. O SERTÃO
3.1 Características Gerais
3.2 O Censo de 1872
3.3 O Flagelo das Secas e suas
Conseqüências SÓcio-Econômicas
II QUADRO F U N D I Á R I O : A P R O P R I A Ç Ã O E D I S T R I B U I Ç Ã O
DA T E R R A
1 AS SESMARIAS E A LEI DE TERRAS
2 DftDOS GERAIS
2.1 Formas de Apropriação da Terra
2.2 A Dimensão das Propriedades
' ' 2. 3 O \falor das Propriedades
III 0 T R A B A L H O E A E C O N O M I A DA P O B R E Z A
1 OS TRABALHADORES DA TERRA
1.1 A Mão de Obra Escrava
1.2 Os Trabalhadores Livres
1.3 Nível de vida
2 A ECONOMIA DA FOME
2.1 A Produção Agro-pecuária
2.2 Vinculações Comerciais e Aspectos
Financeiros
CONCLUSÃO
4
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
A TERRA E OS HOMENS
4jm
1 O MUNICÍPIO E O SERTÃO
i MAPA I
LEVANTAMENTO EXPLORATÓRIO E RECONHECIMENTO DE SOLOS DO
RIO GRANDE DO NORTE
I
I
IM
tf
I
h
LEGENDA:
1 - Zona Litorânea
2 - Zona Agreste
3 - Zona Centro Norte
4 •- Zona Saiineira
5 - Chapada Apodi
6 - Zona Serrana
I
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13
MAPA III
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LEGENDA
Limites Municioais
16
" q u a n d o p e n e t r a no R i o G r a n d e do N o r t e íionna u m g r a n d e c í r c u -
lo, c e r c a n d o o S e r i d ó p e l o o c i d e n t e com u m c i n t u r ã o de e l e v a -
ções r e p r e s e n t a d a s por s e r r a s que r e c e b e m d e n o m i n a ç õ e s r e g i o -
n a i s d e : S e r r a do T a p u i o , S e r r a da S a l a m a n d r a , Serra Negra,
S e r r a da M e l a n c i a , Serra S a n t a n a do S e r i d ó , Serra dos Quin-
tos, da Q u e i m a d a , da C a r r e i r a , do M a r i m b o n d o , do C h a p é u e
V e r m e l h a . F e c h a n d o e s t e c i n t u r ã o p e l o lado o r i e n t a l c o m as
s e r r a s do D o u t o r , V e r d e , e s e r r a de S a n t a n a . 0 S e r i d ó , forma
a s s i m u m a p l a n í c i e c e n t r a l com a l t i t u d e s v a r i á v e i s e n t r e 150
a 300 m e t r o s " . 4
1.4 HIDROGRAFIA
19
MAPA V
f
o t s e ricio
duu i d 1 ó i Phossoro,
- è t o ^ o r ?col.
* ^ " mossoroense
' AspeêtSivol.
Naturais
XCV - da Região
ESAM "
~197 8 ppl35 p. 67
20
1.5 O CLIMA
2.2 OS HOMENS
" A A n é r i c a L a t i n a é um l e g a d o d a d o m i n a ç a o c o l o n i a l . Nossa
fisionomia particular provem d e um cadinho d e culturas e ci-
v i l i z a ç õ e s q u e se a m a l g a m a r a m a t r a v é s d o c a o s d e u m a d e s t r u i -
ç ã o g i g a n t e s c a , na A m é r i c a I n d í g e n a , e n a Á f r i c a N e g r a , sob
o domínio político, economico e ideológico d a Europa Ociden-
tal". 1 0
26
"Os f u n d a d o r e s d a e s t i r p e , q u e v e i o a se c o n s t i t u i r n a eli-
social, eccnomica e política d a região, eram elementos ád-
v i n d o s d o n o r t e d e P o r t u g a l e dos A ç o r e s " .
ra conseguiu deixar.
Assim, podemos dizer que a mão-de-obra que trabalhou ,
a terra do sertão do Seridó foi a escrava, na pessoa dos ne-
gros, e, principalmente, do homem livre pobre, representados, ;
pelos vaqueiros, pelos pequenos criadores, pelos feitores e
pelos próprios posseiros de pequenas glebas de terras dispo- 1
níveis. Mas o dono das melhores e das maiores extensões de;
terras, após a sua ocupação, passou a ser o colonizador por-
tuguês e seus descendentes.
3 A D E M O G RAF I A ~ A P R O V Í N C I A E 0 SERTÃO
" . . . os v i g á r i o s d a s f r e g u e s i a s d e S a o B e n t o e I m p e r a t r i z n a o
r e m e t e r a m os m a p a s e, p o r terem os v i g á r i o s d e A r e z , Assu e
Angicos, nos m a p a s que r e m e t e r a m , feito d i s t i n ç ã o d a s cores
d o s i n d i v í d u o s l i v r e s , f o i o n ú m e r o d e s t e s i n s c r i t o s no t o t a l
das respectivas freguesias". ^
LIVRES ESCRAVOS
LIVRES ESCRAVOS
TOTAL
TOTAL.. TOTAL
HOMENS MULHERES LIVRES HOMENS MULHERES ESCRAVOS
PROVÍNCIA S ERIDO*
1872-1890 2.825 33,2 134.683 76,4 1.363.487 29,4 34.294 14,6 8.560 26,7
è
1890-1900 4.102 36,2 45.338 14,6 747.460 12,4 6.044 2,3
6.947 17,2
1900-1920 6.171 40,0 120.800 33,9 4.496.414 66,6 262.818 95,8
46.807 98,5
Fonte: IBGE. Censos 1870,-1890, 1920 - Diretoria Geral de Estatística; Teixeira da Silva, Francisco Carlos -
Camponeses e Criadores na Formação Social da Miséria Posto da Folha no Sertão do São Francisco (1820-
1920) - tese miraeog. UFF 1981 Niterói, p. 120
37
BRANCOS
54 ,4 Ç ^ j BR/
92,5 LIVRES
14,5 CABOCLOS
7,5 ESCRAVOS
10,1 PRETOS LIVRES
^ lO
Fonte: R e c e n s e a m e n t o G e r a l do 4 ,5 V - P R E T O S ESCRAVOS
I m p é r i o do Brasil 1872
F o n t e : RecenseameriLo G e r a l do
3.2 O CENSO DE 187 2 I m p é r i o do B r a s i l 1072
ORIGEM E CONDIÇÃO
GRÁFICO V
ESTADO CIVIL DA
POPULAÇÃO ESCRAVA (%)
VI Ovos
!
frete: Recenseamento Geral Fonte: Recenseamento Geral Fonte: Recenseamento Geral
do Império do Bra- do I m p é r i o do Bra- do I m p é r i o do Bra-
sil 1872 sil 1872 sil 1872
•Ata
Quadro VIII - ESTADO CIVIL DA POPULAÇÃO EM NÚMEROS ABSOLU-
TOS
ESCRAVOS CASADOS - -
VIÜVOS - -
45
GRAFICO VII
CRIADORES E JORNALEIROS
7 ESCRAVOS 1/6
' *
'47
GRAFICO IX
% D A P O P U L A Ç Ã O E C O N O M I C A M E O T E A T I V A (PEA) T O T A L S E G U N D O A
AREA DE TRABALHO RURAL E URBANO
( ^ y PE INATIVA
PEA RURAL
PEA URBANA
GRÁFICO X
3
/7 TRABALHO URBANO HOMENS
V j S E R V I Ç O D O M É S T I C O MUIJIERES
ESCRAVAS
MULHERES SERVIÇO DOMÉSTICO 118 100%
GRAFICO XI
POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAICO SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA - 1872
81 0,6%
ui
NJ
71a80 1,6
61 a 70 2%
51 a 60 anos 7,4'
41 a 50 anos 10,2%
31 a 40 anos 12,6
21 a 30 anos 25,8%
11 a 20 anos 21,6!
0 a 10 anos 18,2%
Fonte: Inventários po s t - m o r t em - 18 5 0 / 1 8 9 0
"... os g a d o s r e t i r a d o s d o S e r i d õ p a r a as r i b e i r a s do A s s ú e
U p a n e m a , a c a b a r a m m a i s d e p r e s s a todo e s t e p a s t o de s o r t e que,
p e l o m ê s de o u t u b r o c o m e ç o u a m o r r i n h a d a s c r i a ç õ e s de toda
a espécie,! em n o v e m b r o e d e z e m b r o era já u m a c a l a m i d a d e , uma
d e s o l a ç ã o geral q u a s e c o m p l e t a (...) a p o p u l a ç ã o p o b r e reti-
r o u - s e pela fome e, era l a m e n t á v e l m o r r e r e m p e s s o a s nas via-
gens, f a l t a de t u d o : há n u d e z , há fome, há s e d e ; os m a i s a-
b a s t a d o s v i r a m - s e em g r a n d e s a p u r o s e p a s s a r a m p e l o s d i s s a b o -
res da i n d i g e n c i a , m u i t o s d e l e s " .
preço e c o m l e s ã o e n o r m e , e s c r a v o s , o u r o - p r a t a em o b r a s ; h o u -
ve b a r r i l de m e l de j u n h o que a d q u i r i u e s c r a v o em p a r a ; saca
de f a r i n h a que o b t e v e r i s c o s t r a s t e s de o u r o e p r a t a ; houve
m i g a l h a s de a l i m e n t o s que m e r c a d e j o u a v i r g i n d a d e c a hon-
"a c a r e s t i a c h e g o u ao e x t r e m o , d a n d o a f a r i n h a de mandioca
i m p o r t a d a q u a s e que e x c l u s i v a m e n t e do C e a r á e R e c i f e , de 20 a
30$000rs o s a c o que d e i t a v a de 48 a 80 l i t r o s " . 3 7
30 k g s , d i s t â n c i a c e r c a de 190 k m s , c e r c a de 32 l é g u a s , a
q u a n t i a de 4 $ 0 0 0 r s " . 3 8
"Sem r e c u r s o s para i n i c i a r o t r a b a l h o d e s o r g a n i z a d o d u r a n t e 2
a n o s , é i m p o s s í v e l e s p e r a r g r a n d e a b u n d â n c i a de s a f r a . A po-
p u l a ç ã o foi m u i t o d e s f a l c a d a , q u e r p e l a s c i f r a s da m o r t a l i d a -
de, q u e r p e l a e m i g r a ç ã o , que p r i n c i p i o u no a n o d e 1877".
"a m i s é r i a do p o v o c o n t i n u a g r a n d e e há f o r t e c o r r e n t e .emi-
g r a t ó r i a p a r a as p r o v í n c i a s do n o r t e com p a s s a g e n s p a g a s p e l o
governo". ^
"um f o m e n t o a a t i v i d a d e do p e q u e n o c o m é r c i o que f o r n e c e m e i o s
de s u b s i s t ê n c i a a n u m e r o s o p e s s o a l , c o m o u m a m p a r o à indús-
tria p a s t o r i l , e v i t a n d o o a n i q u i l a m e n t o da f o r t u n a sertane-
ja".41
" 0 a ç u d a m e n t o , por c o n t a do p o d e r p u b l i c o , q u e a t í t u l o de
.socorros p ú b l i c o s em t e m p o de c r i s e , c o n f i a d o s ãs comissões
l o c a i s , q u e r a t í t u l o de obra p ú b l i c a c o n f i a d a a e m p r e i t e i r o s
tem s i d o s e m p r e em n o s s o E s t a d o , um d e s a s t r e . M u i t o s destes
a ç u d e s n ã o foram c o n c l u í d o s s e n d o e s g o t a d a a v e r b a d e s t i n a d a ,
a l i a s s u f i c i e n t e p a r a o seu c o m p l e t o a c a b a m e n t o , se f o s s e o-
bra particular"
1850/55 6 8 - 14 4 1 17 22
1856/60 4 6 - 10 13 - 22 35
1861/65 2 - 2 4 10 1 19 30
1866/70 4 6 1 11 4 1 24 29
1871/75 7 6 1 14 10 - 36 46
1876/80 2 2 - 4 2 - 18 20
1881/90 - - 1- 1 8 - 56 64
2 - 2 6 15 o 5 1 - 40 3,4
1857 -
*i 2 3 - - 7 0,6
1858 - - - - 1
1872 - 2 4 1 i 1 1 18 1,5
8 - -
16 7 5 2
A1 74 6,4
1873 11 15 1 6 10
1874 15 13 1 6 8 14 10 9 - 5 81 7,0
1875 6 4 1 - 1 16 9 3 3 - è 43 3,7
1876 6 2 - 1 4 13 4 7 2 1 40 3,4
1877 - 1 • - - 1 7 10 8 4 1 32 2,8
1879 2 2 1 2 14 14 11 1 2 1 50 4,3
1830 - 4 1 4 2 14 5 8 3 2 43 3,7
1881 1 1 2 4 10 8 3 1 1 31 2,7
1832 7 20 3 2 7 10 10 11 1 - 71 6,1
1883 3 9 "i
J 3 10 12 10 2 5 1 58 5,0
1884 6 18 2 1 6 9 9 3 1 55 4,7
1885 12 17 1 - 3 19 9 14 3 - 78 6,7
1887 19 23 4 7
«•»
z 9 16 2 2 - 84 7,2
1889 3 6 1 - 3 1 1- - - 15 1,3
-
-u.
1857 2 - 16 3 - 19 40
1858 - - 3 - - 4 7
1872 - - 11 - - 7 18
1873 4 - 35 2 - 33 74
1874 2 - 36 3 1 39 81
1875 - - 10 - 1 32 43
1876 - - 22 3 1 14 40
1877 1 - 17 1 1 12 32
. 1878 - 57 - 1 62 120
I
1879 1 28 1 - 20 50'
1880 - - 16 - - 27 43
1881 - - 13 1 2 15 31
1882 - - 38 1 - 32 71
1883 - - 31 - - 27 58
1884 1 1 32 1 20
- 55
1885 1 1 35 - 41
- 78
1886 1 2 55 2 52
- 112
,Í!;
i
1887 ' ) 1 34 1 48
- 84
1888 - 2 54 - 1 55 112
1889 - - 7 - - 8 15
„!
16 barricas de bolachas
8 sacos de arroz
12 peças de baeta
18 carteiras homeopáticas
10 vidros de espírito de cânfora
8 folhetos sobre tratamento da cólera
Fonte: R e i . P r e s . Prov. Bernardo Passos - 11/07/1856 p. 13 - A.N.
" g r a ç a s ao p r o d í g i o da D i v i n a P r o v i d ê n c i a e s t a p e s t e chegou
ao fim p a r a a t r a n q ü i l i d a d e e o r d e m p u b l i c a . V o l t a a s s i m a
Prov. ã normalidade"
VILA DO PRÍNCIPE , 18 85
AM1XO 11
"CAUSA MORTIS" Segundo os Registros Paroquiais de Óbito-18S7/1888
J
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70
"anexo • III
<4 SI (,»'., AS IMIfilA', l A f tWiC.M» CO " (llkliu U>'a f.AM " - IH4I./1CVÍ
MO Al IMI hlUS '(MIS CM:; HIAI r.Mic . i •IVCMIKJ («111 IWJ>rO|'j
1111 if(iiu, (une. aliirlt j«r•ce«|ir. kralllt lú 105 sobreviveu >i •nh*. cliuvas: na 1 wiijuanen iKal e«li|r.içao para Pll t F[
tia lgoro*>a fuae só (Jirui ifscassu urlo esc«ndalu'.o ; f a tendas dr*.l-rl.i; e ilesprovula.
1147 r Los c.\ro pela escatsel e .guiar -
luta 19 I/M Iw t:
iiras • cinda caro |lscasvo - •
W0 - - • egu Ur -
mi - • - scasso
iew • - <«•010 onarcli • ul trlite • IM - '
1»J Uritllt, foi* - • prudu(io Vl acnlerado mirtandade cai tndjs as espec les de g..Uo
ias< alguaa Abundância - boa produç.io xiuco -
1») colheita do ano .ugurw - sca nur tandade bem crlsc (Inancelra CCM a guerra do Paraguai
UM C 0 - V L T U parda dt LEGUME • decaiu nulto raro crise geral por falta de dinheiro a viverei
l&M - - - aiorUndade escasso
1110 ttcillts para a populata aiorrlnha abastecimento du vlveres cm Açu t Mussoró
i«n viverei bari' _ 1
,Mrl«la « regular na vinda do frlnclpe febro aiUKajtlca (venalnu-.e) 3
lílí a**'«ca devido a
eatcir.aodalnvern sarna no cavalar continuo
11» coneca aparecer produto1 s •- I
da lavoura do*, tocador doenças populaçâ * aval trtsl* * regular M produção do gado
ies*
UM - varíola S • Ml trHU ' regular tratada coo * carteiras homeopáticas "
HÍS - - - Intenso ' tnchentei en Calco e Menorô
IIH Clrtttl»', (ora - l atorrlnha escasso ' gado Que lobrevlvcu sendo alimento de dunos e UdrueS *
U77 pobreia. nlsrrla e (oae anj>arca.berl<bi inapleta eatlnvão de escasso ! icca vai drvorando gado e gente,fuga para Kossorô
rl. beilga sruovcntes
taraifoinrelil<li,alipirrelgios (abulvr.
.i
! " be>lga alguits soòrcvlvcnus |escasso falta recursos e scMutci para plantar
l»h (alta de recursos pará1a
lavoura
i nudclentu população desfalcada por mortes c pela emigração
.
-
lane - - - - ctiuvas
r
its (trtura noi roçado! e la
• oura - ; - - bon multa chuva prejudicial a lavoura
(vcrialnose) 1
IM1 r^cwsos nos roçados 1 * regular água nova nos rios Seridó, Flrartiias
IM
| ' 1 - - chuvas 1 preJuWo na crlaçáv
locais 1
1US ifiiasc r.*Hiu»o lavoura segu 1
rou, (une 1 * pouco pasto fraco j cs terei 1 dado dmlna tudo
1U>i - regular
!
1 -
IM1 i . 1avuráve1
*
ii 1
NOTAS
IBIDEM, p. 16.
AUGUSTO, José - O Seridó. Rio de Janeiro, Borsoi, 1954.
p. 89-112.
FELIPE, José Lacerda A. - Aspectos naturais da região
do Seridó. Mossoró, Col. Mossoroense, 1978. v. XCV,
p. 52.
APTIDÃO agrícola dos solos do Estado do Rio Grande do
Norte. Boletim N9 22, Sudene/DRN, Rio de janeiro,
1973. p. 29. ti.
FELIPE, José Lacerda A. - Op. cit. p. 40.
13. A.N.
80
7
H,
/ /
/
CAPÍTULO II
" . . . as t e r r a s que se d e r e m de s e s m a r i a s se p r i n c i p i a r á a
p a g a r o foro d e l a s , do d i a em que f o r p a s s a d a a c a r t a de s e s -
m a r i a em d i a n t e , ã r a z ã o de 4 m i l r é i s p o r l é g u a n a s d a t a s de
s e r t ã o e 6 m i l r é i s por l é g u a n a s que são c h e g a d a s ã Mari-
nha".2
A LEI DE TERRAS
desde que:
"as p o s s e s m a n s a s e p a c í f i c a s , a d q u i r i d a s p o r o c u p a ç ã o p r i m á -
ria ou h a v i d a s do p r i m e i r o o c u p a n t e , que se a c h a r e m cultiva-
das ou c o m p r i n c í p i o de c u l t u r a e m o r a d a h a b i t u a l " .
" m o s t r a n d o a e s t r e i t a l i g a ç ã o d a s q u e s t õ e s da m ã o - d e - o b r a , a -
cesso à t e r r a , n ã o só em 1850, m a s por toda a s e g u n d a metade
do s é c u l o . 0 e s t a b e l e c i m e n t o do n o v o s i s t e m a , p e l o q u a l a
terra t o r n o u - s e m e r c a d o r i a ' c o r r e n t e 1 , c o i n c i d i u q u a s e que e -
x a t a m e n t e , com a c r i s e da e s c r a v i d ã o n o B r a s i l , já que a lei,
d e f i n i n d o o a c e s s o h t e r r a , é de 1850, o m e s m o ano era q u e foi
a b o l i d o o t r á f i c o de e s c r a v o s . T a m b é m a lei que tornou mais
87
88
3;
jij N9 %'•
HOMENS 160 52 %
Fonte: I n v e n t á r i o s da V . P r í n c i p e 1850/1890
ESTADO CIVIL N9 %
CASADOS 2.37 77 %
VIÜVOS 66 21 ,4%
SOLTEIROS 3 1 %
SEM ESPECIFICAÇÃO 2 0,6%
N9 DE HERDEIROS N9 %
DE 1 A 2 HERDEIROS 23 7,6%
DE 3 A 5 HERDEIROS. 70 22,7%
DE 10 A 1 4 HERDEIROS 70 2 2,7%
Fonte: I n v e n t á r i o s da V . P r í n c i p e 1850/1890
5,3% do total.
"os p r i m e i r o s o c u p a n t e s do s e r t ã o p a s s a r a m v i d a b e m apertada,
não e r a m os d o n o s das s e s m a r i a s , m a s e s c r a v o s ou prepos-
tos".7
N9 DE PROPRIEDADES/INVENTÁRIO QUANTIDADE %
0 41 13,3
1 , 19 6,2
2 53 17,2
3 49 15,9
i,' 4 33 10,7
5 28 9,1
6 • 16
7 19 6,2
i
8 14 4,5
9 , 10 3/2 .
10 5 1 ,6
11 5 1,6
! 12 4 1,3 •
13 * 2 0,7
14 2 0,7
15 2 0,7
16 - -
17 1 0,3
18 - -
19 - -
20 1 0,3
+ 20 (1 ) 4 1 ,3
*te
LOCALIZAÇÃO N9 DE PROPRIEDADES %
TOTAL 1.354
(1) P a r a í b a e Ceará
Fonte: I n v e n t á r i o s p o s t - m o r t e m 1 8 50/1.8 9 0
I
Consideramos, para' efeito de localização, município
de Caicõ, referências como: "nestas terras" ou "próximo:. ã
vila".
Tendo em vista que as informações colbidéis . nesta
fonte não apresentam detalhes precisos quanto aos limites das
propriedades, admitidos ser possível certa margem de erro na
classificação por nós adotada.
PER4UTA 6 1,0 -
COMPRA/HERANÇA 65 11 ,6 -
•*
COMPRA/PERMUTA 5 0,9 -
* Doação
** D í v i d a
Fonte: E s c r i t u r a s de c o m p r a e venda de terras - 19 C a r t ó r i o de Caic.6 ~
L i v r o s n 9 29 a 5 3
SÍTIO DE TERRA
1 PARTE DE TERRA
2 PARTES DE TERRA
3 PARTES DE TERRA
4 PARTES DE TERRA
5 PARTES DE TERRA
6 PARTES DE TERRA
7 PARTES DE TERRA
0 PARTES DE TERRA
9 PARTES DE TERRA
1 1 PARTES DE TERRA
14 PARTES DE TERRA
15 PARTES DE TERRA
2 9 PARTES DE TERRA
DhTh DE SESMARIA
NAO ESPECIFICADA
SÍTIO
FAZENDA
TOTAL
F o n t e : F ó r u m M u n i c i p a l de C a i c õ
19 L i v r o de R e g i s t r o de T e r r a s
19 C a r t ó r i o de N o t a s - L i v r o s 29 a 53
rança e, neste caso, são "em comum com mais herdeiros".
2001 A 25 00 - - -
. TOTAL 1 39 1 98
Observações :
1 - Os 198 r e g i s t r o s d e t e r r a r e p r e s e n t a m 3 5 , 4 % do t o t a l pesquisado
que foi de 5 6 0
2 - Os 139 n e g ó c i o s de t e r r a s r e p r e s e n t a m 3 6 , 2 % d o t o t a l pesquisado
que f o i de 384
3 - 0 total de t e r r a s r e g i s t r a d a s m o n t a em 6 0 . 6 1 4 h a
- "na r e g i ã o s e m i - á r i d a do n o r d e s t e , o n d e e x i s t e a predominân-
cia de p e q u e n a s e m é d i a s p r o p r i e d a d e s , a n e c e s s i d a d e de sis-
t e m a s g l o b a i s de e x p l o r a ç ã o é a i n d a m a i s e v i d e n t e p o r ser o
objetivo principal desses pequenos produtores -.a sobrevivên-
cia".23
/
45%
40%
35%
84
30%
o
o
25%
20%
15%
10%
17
10
5%
3,7%
NOTAS
I
112
I
m
cia (a questão política no campo). São Paulo, Huei-
tec, 1 9 80; e Capitalismo e tradicionalismo. São Pau-
-'S lo, Pioneira, 1975. ,
1it
1
i
I
t
•I
1113
CAPÍTULO III
1 OS T R A B A L H A D O R E S DA TERRA
DADOS GERAIS
N9 % N9 % N9 %
1 36 26,1 3 21 ,5
2 22 16 5 35,7
3 25 18,2 3 21 ,5
4 11 8 -
5 10 7,2 1 7,1
6 7 5,1 -
7 3 2,2 1 7,1
8 1 0,7 -
9 5 3,6 1 7,1
10 3 2,2 -
11 3 2,2 -
12 3 2,2 -
13 4 2,8 -
15 ! 1 0,7 -
16 2 1 ,4 -
21 1 0,7 -
23 1 0,7 -
HOMENS . 1 MULHERES
TOTAL
PERÍODOS
0/14 15/45 +/45 N/ESP TOTAL' 0/14 15/45 + /45 N/ESP TOTAL GERAL
1850/55 32 25 5 3 65 24 37 3 2 66 131
1856/60 32 22 5 10 69 20 21 5 12 58 127
1861/65 34 2 5 2 8 69 25 26 6 3 60 129
1866/70 23 23 - - 46 17 22 3- - 42 88
1871/75 18 23 2 - 43 12 20 1 - 33 76
1876/80 10 19 1 - 30 10 14 1 - 25 55
1881/88 2 9 4 - 15 2 21 6 - 29 44
% 44,8 43,3 5,7 6,2 51,8 35,1 51,4 8 5,5 48,2 100
• HÉRNEA 1/-
1/35 13,1
1 /39
CEGUEIRA. 1/24
1/10 13,1
1/34
ACHACADOS 1/25 1/44
1/47 13,1 1/30
1/45 1/2 8
1/22
DOENTES 1/14 1/28
1/48 1/17
1/44 1/-
1/32 1/35 46,7
1/29 1/08
1/26
1/48
COXC) 1/38
1/40
1/60
COM ASMA 1/05 1/35
1/50 20
1/38
DOENTE DOS
NERVOS 1/35
VESGA
IL
121
... a e s p e c i a l i z a ç ã o d o e s c r a v o é d e t e r m i n a d a s e g u n d o as ne-
c e s s i d a d e s d o m e r c a d o ou a b o a v o n t a d e d o s e n h o r . 0 e s c r a v o ,é
às v e z e s , a l u g a d o ao d i a , ã s e m a n a , a o m e s , ao a n o o u p o r m a i s
tempo (...) Para prazos curtos o c o n t r a t o é v e r b a l ; para os
p e r í o d o s m a i s l o n g o s é f e i t o u m r e g i s t r o em c a r t ó r i o . O s es-
c r a v o s q u e t r a b a l h a m n a s c i d a d e s , p o d e m ser v e r d a d e i r o s assa-
lariados e perceber um ganho diário, que devem reverter por
c o m p l e t o ao s e u s e n h o r ( . . . ) a m e n o s q u e e s t e r e s o l v a lhe dar
uma gratificação.^
QUADRO XXXIII •
PROFISSÕES RURAIS DOS ESCRAVOS NO SERTÃO DO SERIDÓ - 187 2
Fonte: Inventários p o s t - m o r t em - 18 5 0 / 1 8 8 8
130
LEGENDA
INVENTÁRIOS
Mulheres
ESCRITURAS Homens -•
Mulheres
1850 A 1855 12 4 2 6 1 2 - - 2 29
1856 A 1860 5 2 3 - 1 - - -
_ F 11
1861 A 1865 11 6 1 6 5 - - 1* 1 31
1866 A 1870 21 12 10 4 6 6 - - 59
1871 A 1875 40 19 2 14 11 - 5 1 ** 2 94
1881 A 1888 - 2 - 1 1 I - - - - 4
I
TOTAL 111 59 20 36 25 2 13 3 8 277
Fonte: (1) Ar r o l a m e n t o do c h e f e d e p o l í c i a - R . P . P . L e ã o V e l l o s o
1 6 / 0 2 / 1 8 6 2 - p. 6 - A . N .
(2) C e n s o cie 1872 - I B G E
* ã p a r t i r d e s t e a n o , c o n s t a m as m a t r í c u l a s das a g ê n c i a s do
Príncipe, Acary e Jardim
(3) R . P . P . S á t i r o d e O l i v e i r a - 1 6 / 0 3 / 1 8 8 2 v o l . 13 - A . E . N .
(4) R . P . P . C u n h a B a r r e t o - 0 9 / 0 2 / 1 8 8 3 p. 15 - A . N .
(5) R . P . P . C o r r ê a de A r a ú j o - 0 8 / 0 6 / 1 8 8 5 p . 23 - A . N .
(6) R . P . P . A m i n t a s de C o s t a B a r r o s - 1 3 / 0 9 / 1 8 8 8 p . 10 - B.N.
Quadro XL
Distribuição no Kio Grandé* do Norte das quotas do fundo cie
emancipação ocorridas nos anos de 1878, 180?. e 1883 .
«tnicípios Ano de 1878 • Ano de 1002 Ano de 18 8 3
1K> do Er.cr Despc.su W<? de F.scr Despesa N9 do Escr Desoesa
«atai 22 A 8*900 11 33505000 | 13 623G $92 8
-A
I. Joiié do MipibC 2987 580 13 7 512 $ 7 4 2 19 9 4 27$757
"jípTry 3 4 4 5 $ 416 11 <) 4 11$ 9 6 7
(jr.qo.iret aip.a ] 3*/'.)?000 30 4 825$]82 1'. 6 5 4 8$ 4 2 9 '
Crará iíirim 2300ç.000 10 7 310 $ 0 0 0 14 ~8 29 9 $1*71 \
Touro 3 >00 5.000 14005000 14 0Õ$ÕÔ"cTT"~1
Rjcau 519^225 1449$225 17 9 9$223 \
Angico;: T2T4T9ÍÕ 10 2 4 4 G $ 8 0 5 12 3061$403 'I
Jàidjin 1578$043 ~iõ~ 3888$]13 12 4 G 8 8 $ 1. ]. 3
,/xary 1735$700 10 3537$200 13 4744$700
C.u.inbfis G 6 5 $ l i 0 0 3 653*000 5 2'0 2'5$ 50 0
TÕTÕíOOÕ 2005$000 15 4 04.1 $26 4
íj.-.t'Ana do Mattos ] 0 5 (i >000 3 050$000 2900$000
Píiu dos Perros 2270$000 3870$00 0 20 54 30 $ ú 0 0
Irpcriitri ü 2000$500 3 G 31 $ 4 2 8 14 6 4 31 $ 4 2.6
Príncipe 3336.>847 20 8 5 5 5 $ 3 4 7 2G XI334$847
Triurr.pho " W G o o õ 1700$000 2 00 0 $0 0 0
GoiarviiVan 11 5550$7Í0Õ~ 13 654 7.} 420 !
Kosucro 1757$52 0 2107$32 0
Apody 2000$000 2000ÍC00
Pnr Lc' Al c^rc 94QÇOOO HTüfríT I
Kcv.i Cruz 9TÕ$oT)TT í
Kiciiiba 114 0$ 9 9 G i
/.rcr. 22 5$ i r\ 0
r-, 0 0\
80 0'$ü0 0
Serra Negra
50 2 5.6 9 2 $ 2 0 161 75317$478 253 99Ü71$133
T0T.nl,
Fonte- 3 ncF.
Kcl. Min. A<j - »1oão Lins Vieira Sinir.ibú •• 1878
- Henrique Francisco d'Ávila - 1B62
v Afonso Augusto Moreira Pena - 1883
l
higiene) até a introdução gradativa de r^oãaliãades diferen-
ciadas de trabalho livre, embora ainda não traduzindo rela-
çõos de produção verdadeiramente capitalistas.
A 2\LFORRIA
TE OS ANOS 1850/1808
* sem c o n d i ç ã o
Fonte: L i v r o de Notas n ? 25 a 38 - 1? C a r t ó r i o dc Caicó
ALFORRIAS ALFORRIAS
CLÁUSULAS % %
NA PARAÍBA NO SERIDO
CLÁUSULAS OUTRAS*
i;. 7 15,6 48 24,1
um e x a m e a t e n t o d o s m o t i v o s e d a s c o n d i ç õ e s p e l o s q u a i s era
d a d a a l i b e r d a d e , p e r m i t e v e r i f i c a r q u e t o d a s as c a r t a s que
p o s s u e m c l á u s u l a s de t e m p o e c o n d i ç õ e s s u s p c n s i v a s poderiam
ser i n c l u í d a s no rol d a s a l f o r r i a s p a g a s . P o d e m o s c o n s i d e r a r a
c o n d i ç ã o i m p o s t a a l i b e r d a d e do e s c r a v o c o m o u m a e s p é c i e de
p a g a m e n t o . A c o n d i ç ã o d e 'ser l i v r e a p ó s o f a l e c i m e n t o d o se-
n h o r ' , c r i a l o g o a i m a g e m de e s c r a v o s que s ã o l i b e r a d o s n o f i m
de sua ví.da, q u a n d o s u a s f a c u l d a d e s f í s i c a s e m e n t a i s eram
b a s t a n t e diininuídas.
PARAÍBA(1) % SERIDÕ %
N9 DE ALFORRIADOS
FAIXA ETÁRIA MASCULINO % FEMININO % TOTAL %
0 a 5 2 6,5 9 8,5 11 8
6 a 13 4 13 9 8,5 13 9,6
14 a 45 8 • 25,8 26 24,5 34 24 ,8
I
1.2 OS TRABALHADORES LIVRES
n ã o p o d e ser d e f i n i d o (o c o l o n a t o ) , c o m o u m r e g i m e d e traba-
l h o a s s a l a r i a d o , já q u e o s a l á r i o e m d i n h e i r o e , n o processo
c a p i t a l i s t a de p r o d u ç ã o , a ú n i c a f o r m a de r e m u n e r a ç ã o d a f o r -
ça de t r a b a l h o , i s s o p o r q u e o c o l o n a t o se c a r a c t e r i z o u pela
c o m b i n a ç ã o d e t r ê s e l e m e n t o s : u m p a g a m e n t o f i x o p e l o t r a t o do
c a f e z a l , u m p a g a m e n t o p e l a q u a n t i d a d e de c a f é c o l h i d o e pro-
d u ç ã o d i r e t a de a l i m e n t o s , c o m o m e i o s de v i d a e c o m o e x c e d e n -
t e s c o m e r c i a l i z á v e i s p e l o p r ó p r i o t r a b a l h a d o r . A l é m do q u e , o
c o l o n o n ã o e r a um t r a b a l h a d o r i n d i v i d u a l , m a s s i m um traba-
l h a d o r f a m i l i a r . É, p o r é m , a p r o d u ç ã o d i r e t a d o s m e i o s de v i -
da com base no trabalho familiar, que i m p o s s i b i l i t a definir
e s s a s r e l a ç õ e s c o m o r e l a ç õ e s c a p i t a l i s t a s de p r o d u ç ã o . 2 7
se o t r a b a l h a d o r p r o d u z , d i r e t a m e n t e , ao m e n o s u m a p a r t e dos
s e u s m e i o s d e v i d a , d e s t r ó i o c a r á t e r da s u a r e m u n e r a ç ã o , p o r -
q u e e n t r e g a ao c a p i t a l i s t a d i r e t a m e n t e , em f o r m a m a t e r i a l di-
v e r s a , o seu t r a b a l h o e x c e d e n t e . N e s t e c a s o , o t r a b a l h a d o r p o -
d e ser l i v r e , m a s n ã o f o r m a l m e n t e i g u a l , o q u e i m p e d e a clas-
sificação dessa relação como capitalista
... p e l a n e c e s s i d a d e de s e r e m m a n t i d o s b a i x o s os s a l á r i o s dos
t r a b a l h a d o r e s u r b a n o s , a fim de p e r m i t i r a a c u m u l a ç ã o na in-
d ú s t r i a ; a l é m d i s s o , é p r e c i s o q u e se m a n t e n h a m b a i x o s os p r e -
ç o s d o s p r o d u t o s a l i m e n t í c i o s , o q u e faz d e s v i a r a produção
164
MORADOR 3 7 4 4 18 12,3
MEEIRO 2 3 5 5 15 10,3
LOCATÁRIO 7 9 6 1 23 15,7
R1SNDEIRO 3 7 8 3 21 14,3
AGREGADO 15 5 4 17 41 28,2
JORNALEIRO' 3 4 11 2 9 6,2
MORADOR/JORNALEIRO - 2 - 3 5 3,4
JORNALEIRO/IOCATÁRIO 2 1 - 2 5 3,4
501 - 1 .000 , 36 72
2.501 - 3.000 9 75
3.501 - 4.000 14 70
8.001 - 8.500 . 1 25
13.501 14.000 1 1 00
14.001 - 14 . 500 3 75
20.001 - 30.000 8 72 ,7
30.001 - 40 . 000 3 100
ACIMA DE 40.000 2 1 00
O MEEIRO
tal a u t o n o m i a e s t r u t u r a l p r e s s u p õ e : s e g u r a n ç a no a c e s s o ã
p a r c e l a , um grau de r e l a ç ã o d i r e t a com o m e r c a d o v e r t i c a l e
grau de g e s t ã o do c a m p o n ê s sobre sua p a r c e l a .
m e i a na g r a n d e m a i o r i a d a s f a z e n d a s do S e r i d ó , d i f e r e da p a r -
c e r i a pral:i.cada em o u t r a s r e g i õ e s d o p a í s . A l i o p r o p r i e t á r i o
fornece gratuitamente a moradia, a terra destocada e cercada
(e q u a n d o n ã o , e s t e s t r a b a l h o s s ã o e m p r e i t a d o s c o m o o p r ó p r i o
m o r a d o r ) , b o i s de c a p i n a d c i r a (e a l g u n s a p r ó p r i a capinadei-
r a ) a s e m e n t e do a l g o d ã o e o f i n a n c i a m e n t o , p a r c e l a d o e som
juros', da s a f r a . 0 m o r a d o r teia a i n d a o d i r e i t o d e c r i a r u m a -
nirnal de c a r g a ( j u m e n t o ) e uma v a c a . C a b e a e l e , p a r c e i r o a-
g r i c u l t o r , a m e i a do a l g o d ã o , e n t r e g u e ao p r o p r i e t á r i o pelo
p r e ç o de m e r c a d o e, a s a f r a i n t e g r a l d a s c u l t u r a s consorcia-
d a s ( f e i j ã o , m i l h o , f a v a , j e r i m u m , e t c . . . ) q u e são obrigados
a f a z e r c o m os c u i d a d o s de e s p a ç a m e n t o n e c e s s á r i o s a n ã o p r e -
judicar o algodoal.-^
O AGREGADO
terra alheia.
O RENDEIRO E O LOCATÁRIO
i
1 PARTE 2
MUITAS PARTES 1
SlTIO 6
200 BRAÇAS 1
l
50 0 BRAÇAS 1
TOTAL 11
Fonte: E s c r i t u r a s de A r r e n d a m e n t o c o n t i d a s n o s L i v r o s de Notas do 19
C a r t ó r i o d e C a i c ó , n 9 44 e 45 - 1881
TEMPO N9 DE ESCRITURAS
1 ANO 6
•fj
.1
2 ANOS ^ 3
TEMPO INDETERMINADO 1
SEM ESPECIFICAÇÃO 1
TOTAL 11
1 1 7 - 2
1 64
. 1
O JORNALEIRO
7501/8000 3 1 30001/40000 3 1
8001/8500 4 1,3 acima 40001 2 0,6
ii
2 A ECONOMIA DA FOME
TERRAS AGRICULTÁVEIS
... t e n d o c h e g a d o ao m e u c o n h e c i m e n t o q u e em d i v e r s o s pontos
d e s t a p r o v í n c i a se h a v i a d e s e n v o l v i d o a f o m e , em conseqliencia
da falta a b s o l u t a de g ê n e r o s a l i m e n t í c i o s o c a s i o n a d a pela se-
ca e h a v e n d o u l t i m a m e n t e os j u i z e s d e d i s t r i t o d a s Comarcas
de A s s u e S e r i d ó s o l i c i t a d o p r o v i d e n c i a s no s e n t i d o de serem
m i n o r a d o s os s o f r i m e n t o s d a p o p u l a ç ã o i n d i g e n t e l o c a l devido
a pouca colheita dos m e s m o s gêneros, s u p l i c o - v o s que nos en-
vie recursos m e i o s p a r a m i n o r a r a dor do n o s s o p o v o .
0 p o b r e e o p e q u e n o a g r i c u l t o r q u e c u l t i v a os c e r e a i s na im-
p o s s i b i l i d a d e dos m e i o s de cercar sua l a v o u r a , a vê constan-
temente invadida pelo gado que a destrói e aniquila o traba-
lho de m u i t o s m e s e s . É g e r a l a q u e i x a da p o p u l a ç ã o p o b r e c o n -
tra a l g u n s c r i a d o r e s e c o n t r a m u i t o s p r o p r i e t á r i o s a g r í c o l a s ,
q u e d i s p o n d o de r e c u r s o s e p o r i s s o t e n d o c e r c a d o s u a s pro-
p r i e d a d e s , n ã o se i m p o r t a m c o m a r u i n a da p e q u e n a l a v o u r a e
o b s t i n a m - s e em l a n ç a r o g a d o ã d i s c r i ç ã o p e l o s c a m p o s para
r e f a z e r - s e às c u s t a s d a s p l a n t a ç õ e s do p o b r e , q u e f i c a assim
r e d u z i d o a c o n d i ç ã o de p a r í ã ^ e s e m g a r a n t i a s d o seu traba-
Thõ75"5
A m a n d i o c a , e n t u l h a d a no m e i o da c a s a é, c o m u m c n t e raspada
por m u l h e r e s , s e n t a d a s ao c h ã o . R a s p a d a , r a l a m - n a n u m c a i t e t u
de l a t a , p r e s o a u m a e s p é c i e de m e s a c o m b o r d a s , o c e v a d o r , e
a c i o n a d o p e l a p o l i a de r e l h o d e u m a g r a n d e r o d a , t a n g i d a por
2 homens r o b u s t o s . Em a l g u m a s fazendas m o v e - a uma b o l a n d e i r a ,
g r a n d e r o d a p u x a d a p o r b o i s ou b u r r o s . A p a p a da m a n d i o c a r a -
l a d a vai p a r a uma p r e n s a . D e p o i s d e i m p r e n s a d a a m a s s a , e p e -
n e i r a d a n o c o c h o e t o r r a d a n u m g r a n d e f o r n o de a l v e n a r i a , c o m
ar. f e n d n s d e tijolos largos mal tapados do b a r r o .
S'7
5,967kg 2$000rs
ALADIM ARAÚJO SEM ESPECIFICAR 3$800rs
4 1/2 VARAS 1$800rs 1889
!' • 10 VARAS 3$80Crs
Fonte: Inventários post-mortem - 1850/1890
- p a r a a c o n v e r s ã o cias m e d i d a s : M e d e i r o s , Olavo - op.cit. p.
301
1851 1854 1861 1864 1866 1877 1881 1882 1884 1886 1887 1888
ENGENHO 12 2 1 2 2 . 1 1 1 1 1
•o
DESCA-
ROÇADOR 7 1 1 1 1 3
PRENSA 3 1 1 1
MÁQUINA
COSTURA 2 1 1
ENGENHO 7 28
DESCAROÇADORES 13 52
PRENSA 3 12
MÁQUINAS DE COSTURA 2 8
TOTAL 25 100
Fonte: Inventários post-mortem - 1890/1900
O NÍVEL TÉCNICO
cultivo intensivo.
Eram, m a i s r e d u z i d o s e r u d i m e n t a r e s os i n s t r u m e n t o s de t r a b a -
lho do a n t i g o s e r t ã o q u e d e s c o n h e c i a as m á q u i n a s , m e s m o as d e
tração 3 n i m a l , e m p r e g a d a s n a m o d e r n a l a v o u r a ...
T '
A PECUÁRIA
Se o i n i m i g o (no c a s o o p o r t u g u ê s ) d o m i n a s s e o i n t e r i o r e n o s
p r i v a s s e do f o r n e c i m e n t o d e g a d o e f a r i n h a d o R i o Grande,
j u s t a m e n t e n u m a o c a s i ã o em q u e I t a m a r a c ã e P e r n a m b u c o também
estavam bloqueadas, ser-nos-ia quase impossível manter a pos-
se d o B r a s i l H o l a n d ê s , e n q u a n t o n ã o c h e g a s s e d a m e t r ó p o l e os
socorros esperados (...) 0 Rio Grande era, portanto, a única
r e g i ã o d e o n d e se r e c e b i a m q u a n t i d a d e s p o n d e r á v e i s de f a r i n h a
e g a d o q u e m i n o r a v a m e m p a r t e a e s c a s s e z de g ê n e r o s reinante
no R e c i f e . 6 8
N9 DE INVENTARIADOS
N9 DE CABEÇAS
COM TERRAS % SEM TERRAS %
201 a 250 5 2 -
ACIMA DE 501 5 2 -
POSTURAS
os a g r i c u l t o r e s q u e t i v e r e m c e r c a s n a f o r m a do a r t i g o a n t e c e -
d e n t e tem o d i r e i t o n a h o r a d c h a v e r d o s d o n o s d o s g a d o s a
indenização dos prejuízos causados que serão o b r i g a d o s ime-
diatamente a põ-los a caminhos, mas o ofendido não maltratara
os g a d o s se v a c c u m ou c a v a l l a r , o c o n t r a v e n t o r p a g a r á a m u l t a
de 8 $ 0 0 0 r s . Se os a n i m a i s r e c o n h e c i d o s d a n i n h o s f o r e m c a b r a s ,
serão avisadas deste modo até segunda vez; e pela terceira se-
rão m o r t o s a c h u m b o p e r a n t e d u a s t e s t e m u n h a s c l a n ç a d a s f o r a .
S e r á a v i s a d o ao s e u d o n o o u c h a m a d o p a r a a p r o v e i t á - l a q u e r e n -
do.
190
n ã o s a b e m o s se e m t o d o s o s m u n i c í p i o s h á p o s t u r a s obrigando
aos particulares a roçagem das e s t r a d a s . M e s m o quando há essa
p o s t u r a , cuja e x e c u ç ã o fica ao cargo do fiscal d a Intendên-
c i a , é r a r a m e n t e o b s e r v a d a . E m g e r a l , é l e t r a m o r t a . Os re-
presentantes municipais não querem desgostar o Sr. Capitão
F., nem o Sr. Coronel B.; não podem m e s m o arcar c o n t r a esses,
e o p o b r e d i a b o d o f i s c a l q u e se m e t e r a d e n u n c i a r o estado
irregular de certos trechos de e s t r a d a , a r r i s c a - s e m u i t o a
levar uma c o ç a . ^
os b u r r o s e os b o d e s , n o s p e r í o d o s de g r a n d e s s e c a s s ã o os
maiores auxiliares dos sertanejos; o bode por fornecer ali-
m e n t a ç ã o c o m a c a r n e e c o m o d i n h e i r o da sua p e l e e o burro,
sóbrio, forte e resistente para o transporte.77
Fonte: (1) I n v e n t á r i o s p o s t - m o r t e m 1 8 5 0 / 1 8 9 0
(2) R e c e n s e a m e n t o d e 1916 - R i o de J a n e i r o - IBGE 1917 p . 8 0
(3) R e c e n s e a m e n t o d e 1 9 2 0 - R i o d e J a n e i r o - IBGE p. 41A
NÍVEL TÉCNICO
n ã o h á no s e r t ã o , em u m m e s m o a n o , r e n o v a ç ã o n e m a u m e n t o do
p a s t o ; se ele for c o n s u m i d o n o fim do i n v e r n o , em julho," só
será r e n o v a d o em Ffcvereiro do a n o s e g u i n t e , h a v e n d o ' c h u v a s ' ,
n o c a s o de s e c a , s e r á p r e c i s o e s p e r a r m a i s d o z e m e s e s .
c a r r o ç a s de a l g o d ã o c o m p r a d a s n o A s s ú , a 20 l é g u a s de d i s t a n -
c i a , para o trato do g a d o e r a ç ã o às v a c a s l e i t e i r a s e, com a
venda de queijo e manteiga ainda alcançavam saldos.
0 p e s o m é d i o d o s b o i s s e r t a n e j o s de 5 a n o s é de 120 k g s ou 8
a r r o b a s (...) p a r a as v a c a s l e i t e i r a s , r e c o l h i d a s n a m a i s f a -
vorável estação dos currais sertanejos, a m é d i a de 6 garrafas
de leite por dia já é, t a l v e z e x c e s s i v a .
COMERCIALIZAÇÃO
f i m e, q u e t e m s i d o d e s v i a d o s d e l e , e m b o r a p a r a obras neces-
s á r i a s , m a s de n ã o t a n t a v a n t a g e m p a r a o p r o g r e s s o . ^
86
nicações de Mossoró aos confins da província".
Se n ã o f o s s e o c o m p r o m i s s o de o u t r o s m e l h o r a m e n t o s , t e r i a i-
niciado, ainda que com p a r c o s recursos, duas e s t r a d a s , para
q u e f u i a u t o r i z a d o p e l a s l e i s n 9 6 6 2 e 6 6 9 de 1 2 / 0 7 / 1 8 7 3 . A
p r i m e i r a d e v e l i g a r a c i d a d e d e M o s s o r ó ã S e r r a d e S. M i g u e l
com ramificação para Imperatriz, e a segunda a cidade do
Príncipe ao porto dos Armazéns da Comarca de Macau.®''
to d e M o s s o r õ e n a p e q u e n a p o v o a ç ã o de M a c a i b a , f l u i n d o para
o p r i m e i r o os p r o d u t o s d o a l t o s e r t ã o e p a r a e s t a os da Co-
m a r c a de S. J o s é de M i p i b ú ( z o n a c a n a v i e i r a ) . E x i s t e m nestes
portos, casas exportadoras, a maior parte delas filiais de
P e r n a m b u c o , por conta das quais são c o m p r a d o s g ê n e r o s e ex-
p o r t a d o s em n a v i o s f r e t a d o s n a q u e l a p r o v í n c i a , q u e se dirige
p a r a e s t e p o r t o ou p a r a o d e M o s s o r õ , o n d e f u n c i o n a , d e s d e a -
g o s t o d o a n o p a s s a d o ( 1 8 7 3 ) , u m a m e s a de r e n d a s g e r a i s , h a b i -
l i t a d a p a r a d e s p a c h o s de e x p o r t a ç ã o . ^
o p r i m e i r o p a s s a n d o p o r A s s ú e S. M i g u e l de J u c u r u t ú c o m um
t o t a l de 2 6 0 k m s ; o s e g u n d o p a s s a n d o p o r T r i u n p h o , Augusto
S e v e r o e S. M i g u e l de J u c u r u t ú c o m um t o t a l d e 2.40 k m s e .o
t e r c e i r o p a s s a n d o p o r A u g u s t o S e v e r o n u m t o t a l d e 185 k m s . 9 3
201
OS FRETES E IMPOSTOS
cal.
... n a s e s t r a d a s d o s b r e j o s p a r a i b a n o s s ã o o s p o b r e s cam-
boeiros a s s a l t a d o s (sic), por i n d i v í d u o s q u e e x i g e m q u a n t i a s
ã t í t u l o s d e i m p o s t o s , m u i t a s v e z e s t i p o s tão e s t ú p i d o s sob o
n o m e d e g u a r d a s , q u e são i n c a p a z e s d e l e r e m a g u i a o u d o c u m e n -
tos com que o m a t u t o tenta p r o v a r que a n t e s de p a r t i r para a
v i a g e m , já s o f r e r á i d ê n t i c o a s s a l t o (sic). E a s s i m , são pa-
g o s o s t a i s i m p o s t o s d u a s ou m a i s v e z e s , a i n d a m e s m o q u e a
m e r c a d o r i a vá a t í t u l o d e t r a n s i t o ( . . . ) m u i t a s v e z e s h á de
pagar impostos m u n i c i p a i s na partida, impostos estaduais na
s a í d a , i m p o s t o s e s t a d u a i s a o e n t r a r em o u t r o E s t a d o , imposto
de c o n s u m o e a i n d a i m p o s t o s m u n i c i p a i s ao e x p o r o p r o d u t o ã
v e n d a . Sob e s t e a s p e c t o , as e s t r a d a s p a r a o C e a r á são menos
perigosas, há menos e s c â n d a l o s .
204
EXPORTAÇÃO
•F •
COMÉRCIO INTERNO
MANDIOCA PARA
FARINHAT •
14 17,5 6 7,5 8 10
MANDIOCA/MILHO
AÇÚCAR /FEIJÃO 8 10 1 1,3 7 8,7
MANDIOCA/FRUTAS
ALGODÃO 7 8,7 3 3,7 4 5
lachas de Pernambuco.
ou regional.
DCEECE possuidores d^ terras e çado da V. do Prín-
cipe, 13, ou 5,3%, tiveraz. una ligação direta cozi o abate
e o comércio da carne. Deles, 8 inventariados possuiaia tá-
buas ou mesas para o retalho do gado, e os outros 5 tinham
entre as suas dívidas -ativas alguma menção "à carne verde
do açougue". É interessante notar que, dos 13 inventaria-
dos acima, 8 pertencem à camada daqueles que sua fortuna
foi avaliada entre 20.001$000rs a 30.000$000rs, que repre-
sentam 3,6% do total dos inventariados. Os demais se en-
contram dentro da faixa de 11.001$000rs a 11.500$000rs, ou
1,9% dos processos pesquisados (ver Quadro XLVI ). Est^
observação revela que o monopólio do comércio do gado, da
carne e de seus derivados, encontrava-se em mãos de uma
restrita faixa de pecuaristas bem situados na região.
FINANÇAS
ATÉ 50$ 7 20
DE 51$ A 100$ 6 17,1
DE 101$ A 500$ 13 37,1
DE 501$ A 2000$ •7 20
DE 2000$ A 4500$ 1 2,9
ACIMA DE 11000$ 1 2,9
TOTAL 35 100
4 0%-
35%- 44
30%-
25%"
20%-
20
15%-
10%-
5%
3,8% 2,3%
Fonte': I n v e n t á r i o s p o s t - m o r t e m - V. P r í n c i p e - 1850/1890
216
CRIAIXiRES '
< • 4 1,3
56
34
20
2,5%
TERRAS 13
ESCRAVOS 4
CASA, ESCRAVOS E GADO 1
GADO 1
TOTAL 19
Fonte: Livro de N o t a s - 19 C a r t ó r i o do M u n i c í p i o de Caicó - 1850/1890
219
EM GADO 4
FAZENDAS SECAS 1
ODRAS DE OURO 1
TERRAS 1
EM MOEDA 3
TOTAL 10
Fonte: Livro de Notas - 1? Cartório do Município de Caicó - 1850/1890
ANEXO II
ANEXO I I
i
i
ANEXO I I I
ANEXO IV
V,
limo. Sr.
NOTAS
34. IBIDEM.
p. 26-7.
81 . IBIDEM, p. 289 .
CONCLUSÃO
ANEXOS
Capitulo I -
na de Jesus - 1885.... 74
Anexo II - Causa Mortis - segundo os registros paroqui -
ais de óbitos - 1857/1088 75
Anexo III - As secas, as epidemias e a economia do "eter-
no começar" - 1845/1095 76
Capítulo III -
FONTES CONSULTADAS
Primárias consultadas
Primárias Impressas
239
1864.
- IBGE/RJ - Relatórios Ministros da Agricultura 1860/1889 - rolos
pR-SPR 123 (1-33) N/P;.
- Arquivo Nacional/RJ (AN) - Relatórios, Falas, Mensagens e Ex-
posições do Presidente de Província do Rio Grande do Norte -Se-
ção de consulta - rolos de microfilme n2 0.39. (0 á 3).79
1835/1888.
Fontes Estatísticas
do Seridó.
BIBLIOGRAFIA
Obras Específicas
1929.
1981.
OBRAS GERAIS
queira, 1951.
Pallas, 1975.
1966 .
Cultural, 1959.
manas, 1979.
brasiliense, 1982.
• Difel, 1979.
Pa
• drÕes de propriedades de escravos nas Amé-
ricas: Nova evidência para o Brasil: in: Estudos econômicos.
'ii;
S. Paulo, Inst. de Pesq. Econômicas, jan/abril, 1983.
Silva, Joaquim Norberto de Souza -Investigações sobre os rescen-
(orientadora)
Visto e permitida a