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* gov. RN 1906-1907.
Manuel Moreira Dias nasceu em Recife no dia 7 de abril de 1862, filho de José
Antônio Moreira Dias e de Joana dos Santos Moreira.
Recebeu o diploma de bacharel na Faculdade de Direito do Recife em 1886. Nesse
mesmo ano foi nomeado promotor público em Maioridade, hoje Martins (RN), passando
juiz de direito da mesma comarca em 1892.
Nesse ínterim, foi nomeado secretário de Governo de Francisco Amintas da Costa Barros
no Rio Grande do Norte (março a junho de 1891). Amintas de Barros procedeu à eleição
e instalação do Congresso Constituinte estadual, o qual, por sua vez, elegeu o novo
governador do estado, Miguel Joaquim de Almeida Castro, e o primeiro e o segundo
vice-governadores, José Inácio Fernandes Barros e Francisco Gurgel de Oliveira. Na
administração de Gurgel de Oliveira (agosto a setembro de 1891), que assumiu o
governo na ausência de Miguel Castro e depois da renúncia de Fernandes Barros,
Moreira Dias referendou o decreto de 7 de agosto de 1891 que reorganizava toda a
magistratura do Rio Grande do Norte, nomeando uma série de correligionários de
Francisco Gurgel como juízes de direito e ainda transformando outros em
desembargadores, lotados em um tribunal que fora instalado sem ter sido antes
organizado legalmente, o Tribunal Superior de Relação do Rio Grande do Norte.
Com a transmissão do poder a Miguel Castro em 9 de setembro e a anulação do decreto
de Francisco Gurgel, passou para a oposição ao governo estadual. Após a deposição e
prisão de Miguel Castro em 28 de novembro, e a eleição de um novo Congresso
Constituinte estadual, foi eleito deputado na chapa organizada por Pedro Velho e José
Bernardo. Quando esse mesmo Congresso elegeu Pedro Velho governador (1892-1896),
foi nomeado chefe de Polícia do Rio Grande do Norte. Participou da mesa diretora do
Congresso estadual nos anos de 1893 e 1894, foi reeleito em 1895, e escolhido presidente
do Congresso em 1895 e 1896. Em 1897, já no governo de Joaquim Ferreira Chaves
(1896-1900), renunciou ao mandato para assumir o cargo de desembargador do Superior
Tribunal de Justiça, quando da reforma da magistratura estadual. O então governador
aposentou por decreto cinco desembargadores, inclusive o presidente do Tribunal, mais
cinco juízes identificados com a oposição. Depois disso, o desembargador Moreira Dias
seria eleito duas vezes presidente do Superior Tribunal de Justiça por seus pares.
Em 1905, no governo de Augusto Tavares de Lira, iniciado em 1904, Moreira Dias foi
eleito vice-governador do estado na vaga de Juvenal Lamartine de Farias, que teve de
renunciar ao cargo uma vez que fora eleito deputado federal. Em 5 de novembro de 1906
assumiu o governo em virtude da renúncia de Augusto Tavares de Lira, que renunciou
para assumir o Ministério da Justiça e Negócios Interiores na presidência de Afonso Pena
(1906-1909). Em 23 de fevereiro de 1907 passou o cargo para o novo governador eleito,
Antônio José de Melo e Sousa.
Faleceu em Natal no dia 29 de dezembro de 1908.
Casou-se com Etelvina Moreira Dias, com quem teve pelo menos dois filhos.
José Pedro de Oliveira Galvão nasceu no sítio Poção, em Goianinha (RN), no dia
10 de agosto de 1840, filho de José Pedro da Luz e de Maria Josefina da Luz.
Sentou praça em 1862 e participou da Guerra do Paraguai (1864-1870). Aluno da Escola
Central do Rio de Janeiro nas armas de infantaria e de cavalaria, em 1871 saiu alferes. Foi
promovido a tenente em 1876 e a capitão em 1879. Abolicionista e republicano, participou
no Rio de Janeiro, então capital do Império, do grupo de oficiais que manifestou
solidariedade a Benjamin Constant às vésperas da queda da monarquia. Amigo do marechal
Deodoro da Fonseca e comandante de um dos principais regimentos da então capital do
Brasil, foi um dos responsáveis diretos pelo sucesso dos acontecimentos que culminaram na
proclamação da República (15/11/1889). Em 1890 foi promovido por merecimento a major
e a tenente-coronel.
Ainda em 1890, seu nome foi lembrado por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão,
principal liderança republicana no Rio Grande do Norte, para integrar a chapa do Partido
Republicano nas eleições para o Congresso Nacional Constituinte. O interesse de Pedro
Velho se explicava por seu prestígio militar, pelo fato de ser próximo a José Bernardo de
Medeiros, o líder da região do Seridó, e também pelo fato de sua irmã ser casada com João
Avelino Pereira de Vasconcelos, primo do próprio Pedro Velho. Assim, em 15 de setembro
foi eleito senador constituinte na legenda do Partido Republicano do Rio Grande do Norte.
Empossado em 15 de novembro, foi signatário da Constituição promulgada em 24 de
fevereiro de 1891 e no dia seguinte, na eleição para presidente realizada pelo Congresso
Constituinte, votou em Deodoro da Fonseca. Apoiou depois a designação de Francisco
Amintas da Costa Barros para governador do Rio Grande do Norte por Deodoro e a
subsequente eleição de Miguel Joaquim de Almeida Castro para governador pela
Assembleia Constituinte estadual. Exercendo o mandato ordinário no Senado desde junho
de 1891, participou da Comissão de Marinha e Guerra.
A renúncia do marechal Deodoro à presidência e sua substituição pelo vice-presidente
Floriano Peixoto em 23 de novembro de 1891 teve direta repercussão nas situações
políticas estaduais. No Rio Grande do Norte, Miguel Castro foi deposto por Pedro Velho e
José Bernardo no dia 28 de novembro. Já no governo de Pedro Velho (1892-1896), quando
este lutava para eleger seu irmão Augusto Severo deputado federal, Oliveira Galvão foi um
dos signatários do manifesto que reuniu toda a oposição em torno do nome de Tobias
Monteiro. No plano federal, fiel à memória de Deodoro, passou a integrar a oposição ao
governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Foi procurado por José Bernardo,
então o principal líder da oposição no Rio Grande do Norte, interessado em articular a
derrubada de Pedro Velho, mas, como Floriano Peixoto mandou prendê-lo durante a
Revolta da Armada (1893-1894), a ruptura com José Bernardo tornou-se inevitável.
Foi efetivado como coronel em 1895 e reformado como general de brigada em 1896.
Faleceu no Rio de Janeiro em 2 de outubro de 1896.
Era casado com Elvira Souto Galvão, com quem teve dois filhos.