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Volume I V
0j']0)} í.flis do
SEGUNDA PARTE
v.2.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS
DO URUGUAI
|
APR 4 1983
VOLUME IV
H istória
das Missões Orientais
do Uruguai
, v
Por AURELIO PORTO
SEGUNDA PARTE
P. Edvino Friderichs, S. J.
Provincial da Companhia de
Jesus no Sul do Brasil.
NIHIL OBSTAT.
IMPRIMATUR.
1637 —
Sendo Governador de Buenos Aires D. Mendo de la Cueva
y Benevides quando os índios rebelados caracarás e cupesalos queima-
ram a igreja do povo de Santa Lúcia que estava a cargo dos R.R.P.P.
do V. ?. São Francisco, matar.do muitos índios e espanhóis, fazendo ou-
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 17
1639 -
—
Querendo ditos mamalucos continuar suas invasões, pre-
veniram-se os índios tapes para lhes sair ao encontro, e achando-se em
visita ao rio Paraná o Governador do Paraguai D. Pedro de Lugo y Na-
18 AURÉLIO PORTO /
sa jornada», impondo-se pelas suas tradições ao terror dos Jesuí-
tas, seria Fernão Dias Pais. Outros insignes paulistas, conheci-
dos sobejamente nas Missões, integrariam essa poderosa força que
não tardaria a descer, por via marítima, até a Lagoa dos Patos
(Laguna) e daí, por terra ao Jacuí, de onde rumaria para as Dou-
trinas, entrando nas missões por Japejú.
A notícia levada pelos fugitivos
de São Paulo não era des-
tituída de fundamento. Em seu já citado estudo sobre o Bandei-
rismo Paulista, o Dr. Ellis Júnior registra largas referências, na
década de 70, à organização de levas capitaneadas exatamente pe-
los capitães piratininganos referidos no depoimento prestado por
esses índios perante o corregedor de São Tomé, D. Cristóvão Ca-
piy. Entre os que tratavam da «dita jornada», além de Fernão
Dias, são apontados Pedro Vaz de Barros, João Pais, João An-
drade, Francisco de Camargo, José de Camargo, Bras Esteves e
outros. Desviado da preia de índios, que o fizera várias vezes, ru-
mar para o Sul, o grande Fernão Dias, a convite real, organiza
—
16Jfl No mesmo ano, alguns derrotados que iam fugindo encon-
traram-se com socorro novo que vinha do Brasil e juntos voltaram por
outra parte e com outro modo a tentar fortuna: fizeram dois fortes, no
rio Uruguai, um chamado Tobati e outro A*piterebi, para sair daí, fazer
guerra às Reduções e cativar índios. Descobriram os espias dos índios
seu intento, saíram logo em seguida e acometendo o primeiro forte, os
destroçaram, matando muitos e libertando os cativos que já tinham.
Deram também sobre o segundo forte e os obrigaram a evacuá-lo, com
tudo quanto tinham de provisões, munições, víveres e cativos. Tudo isto
consta dos autos que fez o Governador D. Jerónimo de Cabrera, e das
informações que mandou fazer o Provincial da Companhia da Província do
Perú e desta. P. Francisco Lupércio Zurbano
1656 —
Neste mesmo ano veio uma bandeira de 50 portugueses
com muitos índios tupis dar sobre os índios catecúmenos que estavam
para reduzir-se na redução e povo de Japejú, de que foram presos alguns,
fugindo outros que deram aviso. Saíram 200 índios armados e alcan-
çaram-nos em caminho quando voltavam com as presas, e acometendo-os,
no primeiro encontro lhas tiraram, metendo-se eles no mato para fugir;
aí os cercaram e, embora alguns bastante maltratados, conseguissem
escapar, mataram Outros e prenderam cinco deles, três portugueses e
dois mulatos, e os levaram presos a D. Pedro Baygorri, Governador do
Porto, e havendo eles fugido os espias dos índios, que haviam saído, .no-
vamente os prenderam e os levaram ao Paraguai, entregando-os ao Sr.
D. João Blázquez de Valverde, como consta do testemunho e informação
que fez dito ouvidor e o Governador de Buenos Aires.
1657 —
Vendo- o dito Governador de Buenos Aires os danos que
causava uma esquadra de navios franceses que andavam infestando
aqueles mares e rio, e ameaçando aquela cidade, chamou das Reduções
certa quantidade de tapes armados, que baixaram prontamente a de-
fendê-la, acudindo por mais de oito meses a todas as funções militares
com grande obediência e fidelidade e causando admiração aos estran-
geiros que ali se encontravam, os quais diziam que o Rei de Espanha
tinha nestes índios uma grande defesa para estas terras, e em testemu-
nho de sua obediência e fedilidade disse dito Governador ao Capitão Luiz
de Payax, em uma ordem que lhe mandou pela ação militar, o que se se-
gue: "Use de toda diligência e cuidado com esses índios do Tape, tra-
tando-os como se deve, pois eles nos ensinam a sermos fiéis".
1658 —
No princípio do ano de 1658, havendo pedido dito Gover-
nador que da cidade de Corrientes baixasse ao Porto uma companhia de
soldados para a defesa do mesmo, e não podendo essa ir nem por terra
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 21
devido aos caminhos difíceis, nem por mar por falta de embarcações, ti-
veram disso aviso os índios tapes que, em serviço de Sua Majestade,
acudiram logo com suas embarcações e transportaram ditos soldados
desde Santa Fé.
1663 —
Mandou o Sr. Presidente e Governador do Porto, D. José
Martinez de Salazar fazer 40 taipas de quatro varas de comprimento e
duas de altura com suas comportas e 40 socadores de terras com seus
respectivos cabos, para as obras de fortificação de Buenos Aires, traba-
lho que foi executado pelos índios tapes que foram ao Porto para servir
com isto a Sua Majestade e a seus reais ministros.
1661+ — Foram, por ordem do mesmo, 150 índios trabalhar nas for-
tificações da mesma cidade, onde abriram e aprofundaram os fossos e
estiveram cinco meses, como consta de sua certificação.
1671 —
Por ordem do mesmo foram 500 índios que trabalharam e
fizeram um forte na outra banda do rio de Luján, 10 léguas distantes
do Porto de Buenos Aires, e como certifica dito Governador foram pon-
tuais e obedientes vassalos de Sua Majestade e merecedores de seu real
amparo.
1673 —
No ano de 1673, assolada a cidade de Corrientes pelos in-
fiéisfronteiriços, pediu o Cabildo socorro de quatro canoas para poder
sair ao castigo deles. Estas foram prontamente enviadas das Reduções
dos Tapes, para se poderem defender, do que deram públicos agradeci-
mentos em carta.
1680 —
Por ordem do Sr. Governador de Buenos Aires, D. José de
Garro, baixaram 3.000 índios armados para desalojar, pela primeira vez,
os portugueses da Colónia do Sacramento. Baixaram das Reduções com
4.000 cavalos seus, 200 bois, 37 balsas e provisões; obraram no assalto
22 AURÉLIO PORTO
coxilhas do Pampa, exclama: «Estas vacas que vedes não fo-
:*am postas aqui por Hernandárias», «mas, sim pelos Padres da
Companhia.» E, colocando ali uma cruz, como símbolo de posse,
voltou às Missões para dar notícia do que vira nessas campanhas
Jilatadas. «E essa cruz se conservaria ainda até o ano de 1680,
em que foi encontrada pelos primeiros índios que foram vaquear
ali e pelos que foram ao assédio de S. Gabriel». 10 )
daquela fortaleza com não menos valor que os soldados espanhóis, assi-
nalando-se pela lealdade e zelo no real serviço. Morreram nesta acção
33 índios e tiveram 54 feridos, ficando vencidos os portugueses. Durou
a campanha ma,is de seis meses e para ali foram quase todos a pé, so-
mente para não maltratar seus cavalos e deles se poderem servir nas
acções militares. Fizeram o trajecto de 150 léguas, que distam dos Po-
vos mais próximos, em pleno rigor do inverno, com privações e condu-
zindo mais de 200 índios enfermos. Consta tudo isto da certificação do
Governador e Mestre-de-Campo deles, D. António de Vera.
1680 —
No mesmo ano, por ordem do mesmo, foram outros 300
armados e com seus cavalos, armas e provisões percorrer a
índios tapes
costa do mar e prenderam no cabo de Santa Maria 24 pessoas portu-
guesas e entre elas o Tenente-de-Mestre-de-Campo-General D. Jorge Soa-
res de Macedo, prisão que foi de grande importância para o desalojamento
dos portugueses da Colónia, porque vinha este como segundo chefe da
defesa. Consta da certificação do dito Sr. Governador o recibo que desse
prisioneiro deu o mesmo. Por este e pelos serviços antecendentes mere-
ceram se dignasse Sua Majestade dar-lhes agradecimentos em Cédula
Real de 9 de Maio de 1682.
A parte seguinte do depoimento do Padre Nusdorffer. que abrange
c período decorrente entre 1688 e 1735, e que se refere aos serviços pres-
tados pelos índios dos Sete Povos, será inserta adiante, ao tratarmos por-
menorizadamente sobre esses mesmos serviços.
10) B. N. Pleito cit.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 23
COORDENADAS DISTÂNCIAS
1
1 1
1 1
28» 15' |
323«53' |
30 i 20 í 14 ] 10 4 S. Angelo
2S" 41' 321*41' |'
20 i
30 '
36 í 40 !
44 1 48 S. Borja.
!'.:.:"! ! , 1
•
30 AURÉLIO PORTO
ressante da autoria do P. Ventura, de que extrairemos os dados
principais a isso referentes. 22
)
o cura de São Borja, em 1732, que seu colega de São Tomé, re-
vendo os livros respectivos, os extraia para fins estatísticos. E
diz: Estes 1952 são os que vieram na divisão e vieram a São Bor-
ja não estão incluídos na lista dos párvulos nem na dos adultos,
porque apenas vieram os seus nomes, mas não os anos do seu
baptismo ... E assim vão só desde o ano da sua transmigração
de 1687, donde se começou aqui o livro novo de São Borja. Sem
entrar nele os ditos 1.952 transmigrados, com que por todos os
transmigrados e baptizados aqui desde o dito ano de 1687, não mais,
são 12.963. 2
)
óbitos
Anos Almas Famíl. Baptism. i
Cresci- Casa- Viúvos
!
17) Inst. Hist. Brás. Livros do Cons. Ult. Vol. 23 fls. 67.
18) Assentos' de Baptismos etc. da Colónia do Sacramento (1690-
1705 ) 3' L. Casamentos da Sé. fls. 137. Câmara Ecles. Rio de Janeiro.
19) Cons. Conselho Ultram. Cod. Mss. Inst. Bras. L. 25' fls. 50 v.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAI S DO URUGUA I 15
22) B. N. I, 69 a 71.
29, 3,
23) Ânua 1708. N. I. 29, 7, 83.
B.
24) Sobre la guerra con los guenoas, etc. B. N. I, 29, 3, 71.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 47
A
população de Jesus-Maria dos Guenoas até a sua mudança
para o Paraná, em 1708, foi a seguinte:
Óbitos
Anos Almas Famil. Baptism. Cresci- Casa- Viúvos
Adultos Crianças
|
mento mentos
i
1690 .. 334 74 51 20 | i 20
— -6
1694 .. 298 89 44 9 32 |
3
1698 . 200 80 30 8 16 1 6
1702 .. 200 79 32 10 19 1
3
1705 .. 288 97 41 5 12 |
24 8
1
2 — São Nicolau.
21' 7" long. o que coincide, mais ou menos com a actual posição
desse povoado, hoje pertencente ao município de São Luís.
Da data de sua fusão até trasladar-se para a banda oriental
do Uruguai, conserva essa redução o nome de Apóstolos, na anti-
Ã
entrada do Povo, no caminho que conduzia para as suas
chácaras e lavouras, erguia-se uma pequena ermida consagrada
a Santo Isidro Lavrador, em cujo altar se via uma imagem desse
protector da agricultura, lavrada em madeira pelos próprios ín-
dios. Tinham estes, pelo santo, particular devoção. Quando as
secas ameaçavam destruir as suas colheitas, ou quando as in-
tempéries as prejudicavam, ou ainda quando as pragas abatiam
sobre as plantações, apelavam para Santo Isidro Lavrador, con-
duziam-no em procissão até à porta da igreja e rara era a vez em
que o Santo não intercedesse por eles, «pois faltando por duas
vezes as chuvas, levaram a imagem do Santo
até à porta da igreja,
rezando todos os seus rosários e logo conseguiram a graça impe-
trada». 33 ) E não só pelas colheitas o Santo intercedia. «Tam-
bém tem velado pela saúde das crianças enfermas, cujas mães as
levam ante a imagem do Santo, cuja ermida, à ida e volta de suas
chácaras, visitam constantemente».
Em vez de desanimá-los, essas desgraças que abatiam sobre
o Povo mais serviam para lhes retemperar a fé. As novas gera-
ções, cujo carácter fora plasmado pelo Jesuíta, eram profunda-
mente piedosas e crentes. Numa evolução constante para o bem,
pela glória do Senhor, haviam contraído hábitos de trabalho, e
sólidas virtudes cristãs. Trabalhavam. Lavradores, artistas, va-
queiros, soldados eram, na afirmação unânime dos Padres, admi-
ráveis propulsores de uma civilização cristã construída sobre a
primitividade de uma vida simples que lembrava as origens do
1
óbitos
Anos Almas Famíl. Baptism. Cresci- Casa- Viúvos
Adultos Crianças mento mentos
1687 .. 3.000 -
1690 .. 3.648 870 25 49 47 80 89 10
1694 .. 5.315 1.040 243 97 102 84 56
1698 .. 5.819 1.066 259 52 84 123 136
1700 .. 5.279 1.119 315 42 117 156 85 54
1702 .. 4.699 1.216 335 74 151 110 61
1705 .. 4.927 1.208 350 48 124 178 13
1707 .. 5.386 1.262 327 61 150 116 99 -
A
primeira notícia que se tem relativamente à direcção espi-
ritual de São Nicolau refere-se ao cura P. Anselmo de la Mata,
que ali esteve até 1698. E' possível que tenha sido o fundador
do Povo. Certo, entretanto, é que foi construtor da sua igreja,
pois, em 1696, segundo informa o P. Avendano, cura de São Luís,
Óbitos
Anos Almas Famil. Baptism. i
Cresci- Casa- Viúvos
Adultos Crianças mento mentos
1687 . . 2.800
1690 . . 2.922 840 165 44 82 32 141 5
1694 . . 3.280 886 221 48 119 54 37
1698 . . 3.582 920 200 34 68 98
1702 .. 3.473 943 269 58 116 95 29
1705 .. 3.935 998 223 43 80 100 32
1707 . . 3.997 1.017 263 46 72 145 77
58 AURÉLIO PORTO
4 — São Miguel Arcanjo.
X
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 59
O
motivo dessa mudança de São Miguel que, das margens
do Jaguari, onde teria sido fundado, passara para o posto que
actualmente ocupa, antes de 1690, teria sido o aparecimento de
pragas de tigres que, vindo das matarias do rio Jaguari, haviam
assolado a Doutrina, pondo em contínuo perigo a vida dos cate-
cúmenos que não se podiam afastar da aldeia para ir às suas la-
vouras. O Padre que dirigia a aldeia fora até a margem do rio,
e, «levando seus livros esconjurou as feras», mudando o nome
vos (pois não fora fundado Santo Ângelo) em que trabalhavam 32 sa-
cerdotes e três irmãos coadjutores. Infelizmente os catálogos existentes
são somente os correspondentes aos anos de 1670, 1678, 1681. Do de 1701
só se encontra o respectivo índice. Continua a colecção com os de 1715,
e outros mais modernos. O de 1681, que mais se aproxima da fundação
dos Povos Orientais, dá englobadamente a Província paraguaia. O Ca-
tálogo de 1715 conserva os 32 sacerdotes e 2 irmãos coadjutores, que são
os célebres José Brazanelli. estatuário e escultor, que construiu o templo
de São Borja, e o Irmão Pedro Montenegro, enfermeiro, o mais notável
dos médicos de seu tempo. Figuram aí os Padres Sepp e Petragrazza,
arquitectos e fundadores de Reduções; Diogo Claret, apóstolo entre os
guenoas e profundo conhecedor das línguas dos Pampas; José de Arce
e Bartolomeu Blendes, martirizados pelos índios payaguás e quase todos
os fundadores dos Povos de Missões. Desses 34 sacerdotes missioneiros,
29 eram europeus e 5 americanos, dividindo-se pelas seguntes nações: es-
panhóis 19, italianos 4, flamengos 4, alemão 1. francês 1, paraguaios 3 e
argentinos 2.
Assim os pormenoriza o Catalogus Publicus de 1715:
6 P. Gregorius Albarez. —
P. Santa Maria. —
Ae 9 nov. 1657. —
V. Integra. —
7. 3 dec. 1684. —
G. Formatus 3 dece. 1698.
7 P. Joannes Antonius Solalinde —
P. Carredo in Catai. Ae. 24
jan. 1650. —
V. Medíocre. —
7. 2 mar. 1670. —
S. Ph. 3, Th. 4,
Lectr. gram. 2, Mortis 3, Operar. 35, in Miss. 21. —
G. Prof. 4
vot. 15 aug. 1690.
8 Didacus Michaei Sazan —
P. Lucronium. in Cast. —
Ae. 25 jan.
1654. —V. Debiles. —
7. 1 aug. 1671. —
S. Ph. 3, Th. 4, M. Operar.
Miss. Ind. 36. —
G. Prof. 4 vot. 15 aug. 1690. (D.).
9 Didacus Claret. —
P. Namur in Flandre. —
Ae. 27 sept. 1651. —
V. Integra. I. 28. sept. 1672. Ph. 3, Th. 4. —
M. Operar, in Miss.
— G. Format. 15 aug. 1685.
10 P. Angelus Camillus Petragr zza. P. Patania. — — Ae. 6 mar.
1656. —V. Mediocre. —
7. 13 april 1673. S. Ph. — 3.Th. — 4.
M. Lect. gram. 4, Operar. 22, ex his in Miss. 23. — G. Prof. 4
vot. 15 aug.
11 P. Antonius Sepp. —
P. Candalia in Tirol. —
Ae. 22 nov. 1655.
V. Integra. 7. 8 sept. 1674. —
S. Ph. 3. Th. 4. —
M. Lectr. gram.
5. — Oper. 32. —
in Miss. Ind. 23. —
G. Formatus 15 aug. 1689.
12 P. Joannes Maria Pompeyo P. Benevente. —
Ae. 24 jan. 1661.
— V. Debiles. —
7. 24 jan. 1676. —
S. Ph. 3, Th. 4 —
M. Lectr.
gram. 4, —Operar. 28, in Miss. Ind. 22. —
G. Prof. 4 vot. 15
aug. 1695. (D.).
13 P. Mathias de Perea. —
P. Beócia in Betica —
Ae. 24 febr. 1660.
— V. Integra. —
7. 2 mar. 1676. —
S. Ph. 3, Th. 4. —
M. Operar.
30, ex his in Miss. 29. —
G. Prof. 4 vot. 15 aug. 1695.
Terá sido rápida sua passagem pela Doutrina, pois seu nome,
que se encontra no índice de 1701, desaparece depois dos catálo-
gos seguintes. Deve ter falecido antes de 1715.
Em 1706 dirige São Miguel o P. José Francisco de Arce, mais
tarde integrado ao martirológio da Companhia. Nasceu o P. Arce
em Palmas, Canárias, a 9 de Novembro de 1651, tendo entrado pa-
ra a Companhia em 3 de Julho de 1669. Formado em filosofia e
24 P. Franciscus Rivera. —
P. Colleria in Regno Toletis. —Ae. 8
nov. 1668. —
V. Integra. —/. 3 sept. 1690. - S. Ph. 3, Th. 4 —
M. in Miss. Ind. 12. —
G. Prof. 4 vot. 15 aug. 1711.
25 P. Didacus Valcarcel. —
P. Villafranca. —
Ae. 2 febr. 1670. —
V. Integra. — I. 8 sept. 1693. —
S. Ph. 3, Th. 4. — M. in Miss.
Ind. 7. — G. Form. 15 aug. 1711.
26 P. Bernardus de Villanueva. —
P. Corrientes in Argentina. —
Ae. 20 oct. 1677. —
V. Integra. —
/. 14 sept. 1694. —S. Ph. 3,
Th. 4. — M. in Miss. 8. —
G. Vota bienn.
27 P. Bartolomaeus Blend. —
P. Bruxae in Fland. —Ae. 24 aug. 1675.
— V. Integra. —7. 1 oct. 1694. —
S. Ph. 3, Th. 4. — M. In Miss.
— —
i
Óbitos
Anos Almas Famll. Baptism. Cresci- Casa- Viúvo»
Adultos Crianças mento mentos
1687 .. 3.500
1690 .. 4.195 1.057 165 76 65 24 47 6
1694 .. 4.592 1.290 138 47 159 68«2) 98
1698 .. 1.885 63061) 138 30 88 20
1702 .. 2.197 636 197 40 95 62 27
1705 .. 3.107 695 192 20 79 93 40
1707 .. 3.100 791 145 52 78 15 65
68 AURÉLIO PORTO
de São Miguel, que lhe ficava a Sudeste. Grande foi o trabalho
dos lourencistas desde os primeiros dias do seu estabelecimento.
Enquanto as mulheres se dedicavam afanosamente às roças, aran-
do e plantando sementes de milho, mandioca e grãos, os homens
cuidavam da edificação do Povo. A Ânua referida do P. Jiménez
acrescenta que «essas roças, com um ano de trabalho, já são as
melhores de todas as Doutrinas». Assim a casa, que estavam edi-
ficando para o Padre, que, terminada, «será também a melhor de
todas as Doutrinas.»
A tudo preside com seu espírito organizador o P. Bernardo,
que não conhece canseira nem sacrifícios. E, como em São Nico-
lau, no caminho para as roças, erguem os índios uma ermida a
Santo Isidro, para que o protector da lavoura abençoe e multipli-
que os seus trabalhos. Saint-Hilaire, em sua viagem às Missões,
em 1820, ainda encontrou essa ermida em «que havia uma ima-
gem do Santo grosseiramente esculpida». 66 )
Nasceu o P. Bernardo de la Vega em Castela a Velha, lugar
denominado São João de Redondo, em 1649 tendo entrado como
noviço para a Companhia em 2 de Janeiro de 1673. 67 ) A par
de seus estudos de filosofia e teologia, em que apresentou magní-
ficos resultados, como pretendia consagrar-se à catequese do gen-
tio estudou e praticou a língua guarani, procurando também do-
minar a dos infiéis, em cujas terras logo depois fez várias en-
tradas, passando as maiores privações e trabalhos.
Em 1690 estava em Santa Maria Maior quando, pelo Supe-
rior das Missões, foi designado para acompanhar os índios dessa
Doutrina que atravessavam o Uruguai para fundar o quarto dos
Povos na região entre o Ijuí e o Piratiní, à meia distância entre
São Luís Gonzaga e São Miguel Arcanjo, transmigrados três anos
antes.
Organizado o Povo que se tornara já florescente foi o P. Ber-
nardo escolhido, pela obediência, Superior das Doutrinas do Uru-
guai, cargo que desempenhou por algum tempo, indo em 1699
para a Doutrina de São Carlos, de que foi cura. Tinha 62 anos
Óbitos
Anos Almas Famíl. Baptism. Cresci- Casa- Viúvos
Adultos Crianças mento mentos
Óbitos
Anos Almas Famíl. Baptism. Cresci- Casa- Viúvos
Adultos Crianças mento mentos
•
Óbitos
Anos Almas Famll. Baptism. Cresci- Casa- Viúvoa
Adultos Crianças mento mentos
litar.
5) Inst Hist. Bras. Arq. Cons. Ult. Cod. Mss. 26', íls. 49.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 91
ção: e por convir muito que estes officiais vão servidos, que am-
bos por uma carta somente, sem mais outra patente os mande
V. Mag. embarcar na fragata que está para partir para o Brasil
dando-lhes serradas as ordens que bão de executar, as quaes não
abrirão senão no Rio de Janeiro, ordenando V. Mag. ao Governa-
dor daquela praça lhe dê um official Engenheiro com quinze pe-
ças de artilharia e um official para ella, e dois Capitães de Infan-
taria, com cento e oitenta soldados dos melhores que houver na
mesma praça e todo o dinheiro e o mais que for necessário para
esta operação e factura da fortaleza, e que o Governador de São
Paulo lhe mande também dar vinte soldados dos melhores que
tiver o Presidio de Santos por serem muito práticos naquelles ca-
minhos e oitenta indios das Aldeias daquella capitania para fa-
zerem a dita fortaleza, indo tudo embarcado em sumaca até á
povoação da Laguna e dahi que vá a guarnição por terra até o
Rio Grande, que são noventa léguas, e os mais petrechos que se
conduzão por mar até o mesmo Rio Grande, com práticos que la
tenhão entrado, e chegado que seja tudo ao dito porto que se for-
tifique nelle da banda do sul, 6 ) na melhor paragem com tal bre-
vidade que no tempo do estio, que naquellas campanhas é de Se-
tembro até Fevereiro, estejão fortificados, e que sendo-lhe neces-
sária alguma gente se possão valer na que ha nas duas vilas de
Laguna e Santa Catarina, que são as mais visinhas, ficando a di-
ta fortaleza sugeita ao Governador do Rio de Janeiro, na forma
que o é a praça da Nova Colónia, porque por aquella Provedoria
hão de ser pagos, e por ella lhe devem ir os soccorros necessários,
emquanto o Governo de São Paulo não tiver a possibilidade neces-
sária para soccorrer esta colónia com gente, munições e dinheiro,
a qual possibilidade não tem ao presente; e entende o Conselho
que esta é a forma mais segura de fundar esta Colónia livre de
todo o embaraço e impedimento que se lhe possa fazer porque se
não conhecerá o intento de a fundar senão depois que estiver es-
7) Inst. Hist. Bras. Cod. Mss. cit. Vol. 26», fls. 142 v.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 93
8) Arquivo Nacional. Cartas Régias. Col. 80. Livro 2°, As. 144.
9) Inst. Hist. Bras. Cod. Mss. Cons. Ultr. Vol. 26', fls. 248.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 95
4*
100 AURÉLIO PORTO
Como se verifica da preciosa consulta, transcrita na íntegra,
a Corte não poderia protelar por mais tempo o estabelecimento
do Rio de São Pedro. Era uma questão de vital interesse para a
estabilidade da Colónia do Sacramento. E avocava a si o intento
de fundá-la. E é dentro destes mesmos itens que, oferecendo-se
oportunidade, como historiaremos, o Brigadeiro José da Silva Pais,
em 19 de Fevereiro do ano seguinte, entra pela barra do Rio Gran-
de, lançando, na margem sul, os fundamentos do Presídio.
Todas essas iniciativas particulares, que não lograram efeito,
tiveram a vantagem de levar ao governo português a certeza de
que se descurasse o estabelecimento que se impunha, a sua linha
externa ao Sul voltaria novamente ao velho e discutível marco
de Tordesilhas. E enquanto vacilava, premido pelos temores do
choque castelhano, os lagunistas, heróicos e denodados, iam abrin-
do as veredas impérvias das matas, cruzando os rios caudalosos,
e fincando os esteios das estâncias, células admiráveis dos futuros
clãs que solidif içariam a conquista.
Como vimos das cartas de Silva Pais, nada disso se deu. Do-
mingos Fernandes de Oliveira, reunindo um pequeno corpo de la-
gunistas, colonistas e aventureiros, que percorriam as campanhas
do Rio Grande, procurava passar para a banda do Norte do canal
os gados que ia arrebanhar até às alturas de Montevidéu e Mal-
donado. Perseguido pelo comandante espanhol, D. Estêvão dei
Castillo, foi por este derrotado, nas proximidades de São Miguel.
Quando do assédio da Colónia, por D. Miguel Salcedo, em
1735, realmente, algumas famílias se retiraram daquela praça,
mas foram para o Rio de Janeiro, sendo mais tarde recambiadas
para a Colónia ou mandadas, depois da fundação do Presídio, co-
mo veremos, para o Rio Grande.
Domingos Fernandes de Oliveira foi o primeiro posseiro da
32) Inst. Hist. Brás. Atas. Com. Ultram. Cod. Mss. Vol. 26», 193.
33) Rego Monteiro. Colónia do Sacramento. Documento citado.
112 AURÉLIO PORTO
A primeira vez que Cristóvão Pereira nos aparece na Coló-
nia do Sacramento, como extraidor e exportador de couros, em
1722, é num gesto heróico, demonstrativo de seu alto valor. Não
queremos tirar o sabor gongórico da prosa de Simão Pereira de
Sá, que, em seu livro, nos relata o acontecimento.
257 —
Estavão os Castelhanos tão pouco avantejados na
marcha q parecião desprezar o perigo caminhando sem receio, ou
marchando sem sobresalto: mas aquella mesma ufania do valor
os destinava ao precipício detendo-os com vagarosos passos para
q custasse menos diligencia a pertendida restauração dos Portu-
guezes: os quaes com distimido impulso os investirão e carrega-
rão de sorte que largarão a preza antes q perdessem as vidas.
Com o temor da morte não duvidarão restituir os bens q havião
repartido sem inventario dando-lhes os preços segundo o gosto
estimando-os mais pela quantidade, q pelo valor; porem, julgan-
do por boa partilha a mesma ambição, e sem esperança de minima
controvérsia veio a espada do legitimo senhorio a embarassar a
força, recuperar os bens.
258 —
Mas como o delito não tinha vozes para o perdão se-
não motivos para o suplicio, forão com as espadas dando antes de
receberem. Fugio o Alferes e os Soldados fizerão o mesmo por
onde os levou o medo. Depois de restituídos os libertadores da
preza, e passados tres dias, escreve o Alferes a Cristóvão Pereira
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 113
259 —
Foi atendida a suplica por não ficar dezairosa a gene-
rosidade Portugueza, tirando a honra e a capa, a quem se valia
dos mesmos q havião ofendido. Excedeo o favor a petição dan-
do se gratuitamente a liberdade a dous prizioneiros porq nos sol-;
de admiração.
Em 1720, com data de 23 de Maio, o paulista Bartolomeu Pais
de Abreu oferece seus serviços a El-Rei para abrir uma estrada
que ligasse a capitania de São Paulo ao Rio Grande. Em com-
pensação pedia terras, a patente de Capitão-Mor do distrito do
Rio Grande e Guarda-Moria das Minas que se descobrissem, tendo
direito à isenção de impostos, por nove anos, para os animais que
ele e seus sócios exportassem. Não obstante a carta do Cons=
Ultram. de 18 de Abril de 1722, esperar se levasse a efeito a dili-
gência, não foi ela posta em prática.
Só em 1727 iniciaria a realização do projecto Francisco de
Souza de Faria, amigo e companheiro de Cristóvão Pereira e, co-
mo este, exportador de couros, tropeiro de gado e, mais tarde seu
lugar-tenente na fundação do Rio Grande.
Estudando a abertura do caminho, diz Borges Fortes: «Em
20 de Setembro de 1727 o Governador Caldeira outorgava a Faria
nina Carta Patente em que, atendendo aos relevantes serviços que
a S. M. ia fazer, na abertura do caminho do Rio Grande de São
41) Notícia —
2* Pratica —
"que dá ao P. M. Diogo Soares, o ca-
pitão Cristóvão Pereira". O
documento não tem data, mas, deve ter sido
entregue ao Padre Diogo Soares em 1738, quando esteve no Rio Grande,
fazendo levantamentos e "carteando" o sertão. Verifica-se, assim, tam-
bém, que a primeira entrada de C. Pereira na campanha foi em 1727,
como fica historiado
42) Arq. S. Paulo. Doe. Interessantes para a história e costumes
de S. Paulo. Vol. XL.
43) Arq. Nac. Correspondência dos Gov. do Rio. Vol. VT.
120 AURÉLIO PORTO
Recebendo a sugestão de António Pedro e tendo como melhor
serviço que poderia prestar à defesa da Colónia a organização de
um corpo para operar nas campanhas do Rio Grande, o Governa-
dor de São Paulo, que em 17 de Janeiro de 1736, conferira ao ser-
tanista uma patente de Capitão das Ordenanças de Paranaguá, co-.
mesma Camp*. desta pte. lhe darei as sesmarias q' pedir» etc. 45 )
Acrescenta Galvão, o qual ainda teve a sorte de pesquisar o
46) M. N.
F. Galvão. Apont. sobre a Laguna, cit. 45.
47) Arq. Hist. R. G. do Sul. Entre os poucos livros da fundação
do Presídio há um interessantíssimo, Datas de terras, de que extraímos
várias notas, como essa data e lugares em que acampou o Cel. Cristó-
vão Pereira com sua gente.
48) Simão Pereira de Sá. Hist. Top. e Bel. da Nova Col. do Sa-
cramento, parte inédita. Em
1900 publicou o Liceu Literário Português
um códice incompleto da Biblioteca Nacional do Rio, que termina exacta-
mente na parte em que o autor se referia à fundação do Rio Grande.
Um outro códice mss. completo existia em Londres, na livraria de Magg
Broters, tendo sido adquirido pelo extinto e saudoso historiador Félix Pa-
checo. E são desse códice inédito ainda as referências acima sobre o
corpo de Cristóvão Pereira e a acção que desenvolveu na defesa do Rio
Grande. Quase todos os oficiais acima nomeados ficaram no Rio Gran-
de, como seus povoadores. O Sargento-Mor Francisco de Souza e Faria,
grande amigo do Coronel, como salientámos, além de povoar um rincão
de terras com gados, foi o primeiro que fez casa na povoação; o Capitão
Francisco Pinto Bandeira, logo depois nomeado Tenente de Dragões e
casado com Clara Maria de Oliveira, filha de António de Souza Fernando
que, com a família veio da Colónia do Sacramento, é o pai do primeiro
General rio-grandense, Rafael Pinto Bandeira; o Capitão José de Melo
Tavares, em Junho de 1737, povoou o rincão do Mercador, juntamente
com seu irmão Tenente José Tavares de Melo; o Tenente, Francisco Ma-
nuel de Souza e Távora, filho de João de Távora, e sobrinho de Cristo-
122 AURÉLIO PORTO
Entrando no rio-grandense, com sua pequena for-
território
ça, acampou no designado Xarqueadas, 49 ) junto ao Quin-
local
tão, r>0 ) à espera de que do Rio lhe chegariam armas e novos re-
crutas que pedira, «para multiplicar as tropas veteranas e alevan-
tar outras de novo para auxiliar a surpresa de Montevidéo, com-
prou alguns cavallos mais domésticos e promptificando mil e qui-
nhentos, achou numero sufficiente para talar a campanha, resistir
às forças contrárias e atacar o mesmo Presídio; porem nas maio-
res esperanças e quando se fazia mais precisa a gente, que havia
certesa do premio». 51 )
Mas, os auxílios não chegaram e o Coronel teve de se valer
de seu reduzido corpo para agir contra os tapes que, sob as or-
dens dos Padres da Companhia talavam os campos do Rio Grande,
afugentando os gados e cortando as comunicações com a Colónia,
sitiada pelas forças castelhanas. O próprio Cristóvão Pereira, em
carta a Gomes Freire, historia esses acontecimentos. Documen-
to inédito de alto valor que aqui reproduzimos:
E
a Cristóvão Pereira escrevia em 21 de Março de 1737 o fu-
turo Conde de Bobadela: «Snr. Meu. Querendo dizer a V. M.
mais do que agora posso me falta o tempo para a quantidade de
matérias que aqui ocorrem; assim muito breve direi a V. Mce. a
grande satisfação que eu tenho do bom serviço que V. M. tem
feito a S. M. o que eu puz na sua Real Presença e creio hade at-
tender ao requerimento de V. M. recommendando a fidelidade e o
zelo com que o serve». Inúmeras outras referências atestam o
reconhecimento de Gomes Freire e Silva Pais aos serviços de Cris-
tóvão Pereira.
E eles não param aí com a fundação do Presídio. Mais quin-
ze anos que lhe restam de vida serão consagrados ao Rio Grande
do Sul. Estabelecido o Presídio, sempre à frente de seus vetera-
nos, ou mesmo só, Cristóvão Pereira penetra nos Pampas, ora
arrebanhando gados, ora tangendo tropas, ora entretendo guer-
rilhas com os tapes, ora vivendo a trocar com os minuanos, seus
leais e devotados amigos, o «amargo» da amizade. Acompanha-
do pelo Cabo Manuel Saraiva e por Francisco de Barbuda Maldo-
nado, que faleceu no Rio Grande, levanta um mapa de recôncavo
do Rio. Com Silva Pais vai estabelecer a fortaleza de S. Miguel,
além da Guarda do Chuí. Costeia a Lagoa Mirim, de que faz
reconhecimentos e descobre magnífica cal de mariscos, nos sam-
baquis da costa. Multiplica-se em actividades. Escreve a Silva
Pais, que já regressara ao Rio, dando exacta notícia dos espa-
nhóis; que trouxera de uma excursão feita a Montevidéo. Re-
medeia o posto de Taím, tornando defensável o passo desse ar-
roio.
Em 16 de Março de 1738 escreve-lhe Silva Pais: «Agora é
preciso passar para a parte do Norte todos os gados do Pampa e
V. M. pode passar todas quantas vaccas quizer para sua estancia,
pagando os quintos de S. Mag. e aproveitarmo-nos dessa grande
3) Idem, 144.
5»
132 AURÉLIO PORTO
momento, e ao critério de Silva Pais, a execução de uma funda-
ção no Rio Grande de São Pedro, afim de sustar o avanço castelha-
no e erigir ali um posto permanente de defesa daquelas vastas cam-
panhas que começavam a ser povoadas de estâncias portuguesas.
A Carta Régia citada dava providências no caso dessa reali-
zação: «Da mesma forma nomeareis outro Official para ficar
por Governador do Rio Grande de São Pedro, no cazo q' se exe-
cute o projecto desta noua Colónia, e da Fortaleza à qual deveis
mandar levantar da parte do sul no sitio que se julgar mais van-
tajoso, e por ella mandareis a Artelharia, armas, barracas e mais
moniçoens e petrechos necessários, algum dinheiro miúdo para
pagamento dos Officiaes, que trabalharem na Obra, hum Enge-
nheiro para assistir a ella, e dous Religiosos Barbadinhos dos que
se achão no Rio de Janeiro, e na falta destes quaesquer outros
sacerdotes de vida exemplar, q' possão celebrar Missa, e admi-
nistrar os Sacramentos aos nouos Pouadores, aos quaes manda-
reis também prover de instromentos q' se vos remetem para cor-
tar e laurar madeiras, mqver terra, manter gado, e cultivar os
Campos, como também das sementes necessárias, pa. a dita cul-
tura, e de viveres, e tudo mais que se julgar precizo, para o esta-
belecimento de huma nova Colónia, segundo as informações q' fa-
cilmente podereis adquirir de pessoas praticas». 4 )
Seguiu o socorro da Colónia, sob o comando de Silva Pais,
que ia a bordo da nau capitânea, N. S. da Vitória e em 5 de Ja-
neiro de 1737, reunido um conselho de guerra, ficou resolvido não
fosse levado a efeito o projectado ataque a Montevidéu, pela in-
certeza de êxito, não só pelas condições climatéricas impróprias,
como pelo fortalecimento do inimigo. E assim, resolveu Silva
Pais fazer um desembarque em Maldonado, afim de fortificar aque-
le posto, e, deixando ah o Mestre-de-Campo André Ribeiro Cou-
tinho, «passar ao Rio Grande, diz, com a gente que me restar,
pois chegou já a da Bahia, e ver se posso montar 300 homens,
com mais 100 de pé, fazendo corpo suficiente, tentar que vão a
esta praça (Colónia) com cavalhada, donde se lhe pode unir mais
gente, ou arrimar-se a Maldonado e ali fazerem as suas entradas,
a ver se por qualquer destas partes se pode meter hum lote de
4) Idem, 139.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 133
14) Aurélio Porto. Regimento de Dragões. Rev. Inst. Hist. Ano IV.
Trim. IV.
. 144 AURÉLIO PORTO
reparar as suas fortificações, dando várias providências para a
defesa e administração daquela vila. Em 5 de Março de 1738,
chegando ao Rio de Janeiro, reassumiu o cargo de Governador da-
quela Capitania. De lá, atendendo a tudo quanto se referia ao
Rio Grande do Sul e voltando mesmo a ele num momento crítico
para a sua vida, quando do levante dos dragões, o fundador do
Presídio jamais esqueceu a sua obra.
4. — O Regimento de Dragões.
5. — A Comandância Militar.
ter em prisão tão apertada, pois estou certo que elle obraria com
152 AURÉLIO PORTO
justiça e não com seg. tenção como imagina, eu lhe escrevo e lhe
peço attenda em o que for de just., e me persuado (caso tenha
peccado) sobre daqui por diante de sorte q' o mesmo e M
de cam- .
po que agora o castiga venha depois a ser seu mayor amigo. Vejo
que ainda não tem passado todo o gado que eu desejava houvesse
em Bojurú, como também as Egoas, mas me persuado que em Tu-
riritama já se acham mais de mil para passarem e completarem
as duas mil que é o menos que deve andar no rincão do Carro.
Espero que sempre que haja ocasião me avise do gado e Egoas
que vão passando, pois tenho disto muito gosto. Agradeço-lhe
muito os queijos que são admiráveis e com elles regalei a algumas
pessoas que não podião crer se fizesse lá tão bons. Ao e de M .
rado por bois nos conduziu ao Governador que, com incrível ale-
nos obsequiou como aos melhores hós-
gria, carinho e afabilidade,
pedes.
Para que pudéssemos descansar e recobrar as forças perdidas,
nos destinou uma casa que havia sido habitada antes por dois Pa-
dres Capuchinos, e em que havia, na ocasião, um capelão castren-
se com dois soldados. Todos os dias se nos punha na mesa carne
fresca e bom peixe que comíamos com apetite, mas não nos far-
tavam, porque quanto mais comíamos mais fome sentíamos. A
causa disso poderá ser o clima, ou que a comida daqui não seja
tão nutritiva como a de Espanha.
Devemos essa boa acolhida, em parte á liberalidade de S. M.,
o Rei de Portugual e, em parte, à do Governador daqui. S. M.
tem ordenado a todos os seus oficiais destas regiões, que a todo
o náufrago se dê gratuitamente carne, farinha e peixe, como su-
cedeu conosco e antes com uns ingleses que há dois anos naufra-
garam no Estreito de Magalhães, cabo de Hornos, os quais, de-
pois do naufrágio, construindo com os restos de sua nave uma
embarcação, arribaram aqui em extrema necessidade, sendo so-
corridos com abundância de toda a espécie de víveres.
Ao Governador, entretanto, devemos agradecer tão amplo e
cortez acolhimento, porque com bondosa solicitude para com nos-
sa Companhia nos enchia todos os dias, especialmente aos missio-
nário;";, com exquisitas gentilezas e dádivas, sem olhar as ordens
1*) Ver cap. I nota 9 deste volume: Serviços cios índios. D^noimen-
todo P. Bernardo Nusdorffer, em 1735, B. N. Mss. I, 29, 4, 56, (1637-1680),
que aqui se termina com as informações relativas a outros serviços —
(1688-1735):
1688 —
Por ordem do Sr. Governador de Buenos Aires, D. Joseph
de Herrera y Sottomayor, foram 150 índios com uma pessoa de sua con-
fiança, que veio de Buenos Aires, revistar toda a costa e litoral até Cas-
tilhos, com seus cavalos, armas e víveres, o que executaram com indizí-
vel carinho, e vontade ao serviço real, sem olhar o trabalho e a fragosi-
dáde dos caminhos, nos quais padeceram muitas privações", como consta
das próprias palavras do certificado do dito Governador.
1688— Certifica o mesmo que, nessa ocasião, os índios tapes fize-
ram a S. M. um donativo gratuito de duzentos e cinquenta cavalos para
a Guarda de São João, o que naquelas circunstância por falta de animais
cavalares foi serviço de inestimável valor.
1698— Neste ano, o Governador do Porto, D. André Augustin de
Robles, chamou dois mil índios armados para a defesa do Porto e cidade
de Buenos Aires contra uma esquadra de navios franceses e certificou a
S. M. que de suas doutrinas, em suas próprias embarcações, quinze dias
após terem recebido o aviso, chegaram àquele Porto vencendo incríveis
dificuldades e contratempos. Consta do certificado e Cédula Real de 12
de Nov. de 1716.
1698— Consta da mesma Cédula haverem cedido com liberalidade,
em benefício da Fazenda Real, noventa mil pesos que era o que lhes to-
caria de soldo, correspondente a um real e meio por dia.
1100— Neste ano, por ordem de D. Manuel do Prado, baixaram
2.000 índios armados para a defesa de Buenos Aires, contra uma esqua-
dra de navios dinamarqueses e estiveram tanto tempo nas cercanias do
rio de Hurtado que fizeram ali suas sementeiras, até que o dito Sr. Go-
vernador lhes deu licença para voltar às suas casas, louvando sua fi-
delidade e constância no tocante ao real serviço, tendo eles se conservado
fora de suas casas mais de oito meses.
6*
164 AURÉLIO PORTO
de uma quer de outra banda, pesando, porém, mais fortemente
sobre os índios dos Sete Povos, mais próximos do local em que se
desdobravam as suas actividades de toda espécie. Sem remune-
ração de qualquer forma, agindo unicamente por obediência a seus
Padres, maltratados pelos espanhóis, sem roupas de agasalho e
muitas vezes com fome, tudo provendo à sua própria custa, os
serviços por eles prestados têm uma grande significação na vida
micsioneira. Muitas vezes, para atender essas contínuas solicita-
ções, abandonavam meses a fio e anos inteiros as suas casas, as
suas mulheres e seus filhos, perturbando também consideràvel-
mente a vida económica dos Povos, de que se arrancavam os me-
lhores braços das lavouras. As casas e os templos ficavam, como
17 Ok —
No mesmo ano ainda estiveram trabalhando no forte de
Buenos Aires outros 300 índios, como consta das cartas do mesmo gover-
nador D. Alonso. Nos anos seguintes, trabalharam no mesmo forte,
outros 400 índios, como consta de informações apresentadas ao Real Con-
selho em 1705.
1718 —
Neste ano, por ordem do Governador D. Bruno de Zavalla,
foram com suas armas, cavalos e avios 500 índios a uma correria pelas
campanhas da Vacaria para a Colónia, a fim de expulsar delas os por-
tugueses que se aproveitavam ali com grande exploração de courama, gra-
xa, charque e línguas; queimaram nessas correrias milhares de couros
pertencentes aos portugueses, tendo nessa ocasião morrido alguns Índios
e foi ferido e preso pelos portugueses um irmão leigo que andava com
eles. Nestas correrias demoraram três meses.
1721 —
Por ordem do mesmo Governador foram às mesmas cam-
panhas mais 200 índios armados para conter os portugueses nos limites
assinalados que haviam passado. Foram munidos de armas, cavalos e
viveres de seus Povos.
1721 —
Achando-se infestada a cidade de Corrientes de infiéis paia-
guás, que pelo rio, fiados na velocidade de suas canoas, cometiam roubos
e mortes nos cristãos, tanto índios como espanhóis, seu Tenente-de-Gene-
ral, D. Francisco de Noguera, pediu socorro às Doutrinas de guaranis e
tapes que logo baixaram em oito chalupas com 163 índios bem armados,
e achando-se a cidade sem uma carga de pólvora para municiar aos sol-
dados espanhóis, os índios socorreram a estes com um quintal, conse-
guindo-se com este socorro livrar do perigo em que se achavam, afugen-
tando os inimigos que por muito tempo não mais o molestaram.
1724 —
Por ordem do dito Governador D. Bruno de Zavalla alis-
taram-se 4.000 índios tapes para expulsar os portugueses que queriam
povoar Montevidéu. Começaram a marchar esses 4.000, mas os portu-
gueses desistiram do intento, em vista desse contingente de reforço. Por
ordem do mesmo Governador, retornaram, então, 2.000 desses índios a
seus Povos, no que gastaram um mês entre ida e volta. Os outros 2.000
com suas armas, cavalos e viveres, foram até Montevidéu para erguer
um forte, como fizeram, trazendo com seus cavalos e mulas, fachinas
e sustento de todos eles e lenha para seu uso, de distância de seis léguas,
com grande trabalho. Levaram esses 2.000 índios um ano entre ida, es-
tadia e volta aos seus Povos. A eles não se deu mais do que tabaco e
erva, tendo sido considerável a perda de cavalos e mulas que sofreram.
Depois destes foram para ali mais 400 índios que se revezaram com ou-
tros 400 que os substituíram e, ainda por duas vezes, mais 200 de cada
166 AURÉLIO PORTO
te para coibir certos abusos e vícios que prejudicavam todo o tra-
balho de catequese jesuítica. Muitos índios, imbuídos de um cer-
to espírito de rebeldia, que sentiam na desorganização moral da
colónia, voltavam aos seus Povos, tornando-se aí verdadeiros dís-
colos.
De um deles, o índio Mbaiguá que tivera largo contacto com
vez, de sorte que esse trabalho se estendeu até o ano de 1729, revezan-
do-se sempre por novos contingentes de índios. A
este se deu, no fim do
ano, apenas seis varas de pano para roupa. Sobre essa fortaleza diz o
Governador em seu informe: "Se não tivéssemos os índios (das Dou-
trinas) seria impossível prosseguir o trabalho começado para acautela-
mento e defesa de Montevidéu".
—
Neste mesmo ano e seguintes (1725 e 1726) estiveram ou-
tros 160 índios trabalhando no forte e castelo de Buenos Aires por alguns
anos, revezando-se os índios por diversas vezes como é notório em toda
a cidade. Assistiu-os nesse trabalho o Capitão D. Inácio Gari.
172b —
No mesmo ano, por ordem do Sr. Vice-Rei destes Reinos,
tomou conta do governo do Paraguai D. Baltazar Garcia Ros. Levou por
ordem de s. exa. mais de 3.000 índios armados, com seus cavalos e à sua
custa, quando D. José de Antiquera, resistindo à dita entrada acometeu
traiçoeiramente com os do Paraguai ditos índios, estando a maior parte
desarmados e não tendo os cavalos consigo. Foi no dia 25 de Agosto
festa de São quando estavam desarmados em uma festa militar co-
Luís,
memorando o aniversário dei rei D. Luís I, que Deus haja. Pereceram
nessa refrega e se afogaram no rio Tibiquari 300 índios. Perderam-se
também nessa infeliz acção mais de 3.000 animais entre cavalos e mulas
e muitas armas, que foram levados pelos paraguaios. Depois disto se
alistaram mais 4.000 índios que iam para ali se encaminhando quando
a imediata retirada dos paraguaios para suas terras não tornou mais
necessário e os índios não passaram dos rios Paraná e Uruguai.
1725 —
Neste ano estiveram os índios empenhados no cerco da
cidade de Santa Fé, para atender o pedido que lhes fez o Tenente desta
cidade, em nome de Sua Majestade para defendê-la dos índios infiéis
abipones e mocobis que a tinham em cerco. Aí estiveram por espaço de
um mês.
1732 —
Neste ano os infiéis guenoas insurgiram-se contra os es-
panhóis de Buenos Aires e haviam já morto 50 moradores no Porto, além
de outros que procuraram contê-los. Foi no tempo do Exmo. Sr. D. Bru-
no de Zavalla que, para castigá-los e apaziguá-los convocou os índios
guaranis. Vendo, porém, o perigo decorrente dessa guerra, o Padre Mi-
guel Ximénez, cura da doutrina de São Borja, com alguns caciques gue-
noas, parentes dos infiéis insurrectos, que estão no dito Povo, e outros
índios cristãos, que eram por todos 87, adiantaram-se e foram com pro-
postas de paz aos infiéis, apresentando fortes razões para que se con-
servassem em paz com os espanhóis. Resistiram por espaço de seis dias,
mas, por fim, vendo que forçosamente os tapes, de quem tinham muito
receio e a quem muito temem pela experiência que eles têm da guerra,
iriam cair sobre eles, renderam-se e baixaram a Montedivéu para celebrar
paz, motivo que levou o Governador a agradecer aos índios guenoas cris-
tãos e ao Provincial da Companhia. Nesta empresa caminharam mais
r.e 200 léguas, nela se demorando por espaço de dois meses.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 167
—
1732 Neste ano, para defender os Povos da invasão dos comu-
neros de Paraguai que ameaçavam levar a efeito depois de se apoderar
do Pântano de Neembocu, impossibilitando houvesse ordem na província,
alistaram-se novamente os índios que à sua custa se aprestaram para
a luta, com armas, cavalos, marchando cerca de 6.000 para o rio Tibi-
quari, onde estiveram quase oito meses. E depois, em Santo António,
pouco distante do Tibiquari, se mantiveram por ordem de seu Governa-
dor e o Sr. Vice-Rei de Lima e espera do Sr. Ouvidor Mirones e depois
do Sr. Governador Rui Loba, ficando ali ainda depois da morte deste até
Fevereiro de 1734, mais de 3.000 índios. Perderam-se nestes dois anos
2.500 cabeças entre cavalos e mulas e gastaram as Doutrinas para ma-
nutenção desses índios em campanha a importância de 78.850 pesos.
1734— No fim deste ano e princípios de 1735 foram pedidos pelo
Sr. D. Bruno de Zavalla 12.000 índios armados para a pacificação do
Paraguai, sendo 6.000 para o Tibiquari e outros 6.000 para qualquer emer-
gência. Saíram de seus Povos os 6.000 que foram para o Tibiquari, em-
bora 600 destes tivessem voltado das cercanias daquele rio, sem ter che-
gado a ele, obedecendo assim a ordens de D. Bruno de Zavalla que achou
isso desnecessário. Caminharam eles muitas centenas de léguas e per-
deram nessa ocasião mais de 2.000 cavalos e mulas, devido à peste ori-
ginada em contínuas chuvas. Acrescente-se que nessa expedição quase
tudo quanto executaram os soldados do Presídio, trazidos por S. Exa. de
Buenos Aires, se fazia com os cavalos dos índios, pois os que trouxe D.
Bruno, pertencentes a El-Rei não puderam servir, porque vinham de mui-
to longe, por maus caminhos, rios crescidos, enfraquecendo logo. Gas-
taram os povos nessa ocasião, 37.941 pesos e dois reais, como consta das
respectivas contas.
1785— Estando o Sr. D. Bruno na campanha do Tibiquari, neste
mesmo ano, despachou S. Exa. quatro espanhóis presos no Paraguai que
passariam às Doutrinas afim de serem custodiados pelos índios em cuja
lealdade confiava. Foram com quatro soldados espanhóis e índios e os
corregedores a quem exortara os receberam em serviço de sua majesta-
de e ficaram ali os espanhóis durante seis meses, sendo mantidos pelos
índios com tudo quanto era necessário.
1735— Nesse mesmo ano, ainda não bem concluída a campanha
do Tibiquari, quando o Governador de Buenos Aires, D. Miguel de Salce-
do, pediu 3.000 índios armados para as cercanias de São João. Saíram
em Agosto no cumprimento dessa ordem, não obstante a grande miséria
que os Povos padeciam pela fome e falta de cavalos, que era tal que a
maior parte teve de marchar a pé para servir El-Rei Nosso Senhor. Saem
agora outros 1.000 a pedido do mesmo Governador para que juntos com
os 3.000 primeiros ponham sítio à Colónia dos portugueses.
Além do que acima fica referido, tem-se mandado espias pelos luga-
res por onde podem vir os portugueses de São Paulo, como também para
as campanhas do mar do Brasil, rio Uruguai acima. Isto se fez e se faz
todos os anos, remudando-se quatro povos do mesmo rio e outros quatro
168 AURÉLIO PORTO
ram os Padres restabelecer a ordem e manter o prestígio que sen-
tiam já fortemente abalado. 2 )
Além do relatório do P. Bernardo Nusdorffer, que alcança
até o ano de 1735, há ainda, referentes aos serviços prestados
pelos índios do Uruguai, centenas de outros documentos na Co-
lecção de Ângelis, da Biblioteca Nacional de que procuraremos
fazer sintética exposição.
Pode-se afirmar, sem receio de contestação, que, unicamente,
aos índios missioneiros devem os espanhóis, na fase inicial da con-
quista, a posse e manutenção dos vastos territórios que ocuparam
na banda oriental do Prata, onde hoje floresce a república irmã
do Uruguai. Coube aos tapes, que fundaram os Sete Povos, a
maior parcela de esforços no choque terrível levado contra os por-
tugueses em sua expansão e fixação no Prata. Os Governadores
de Buenos Aires, por várias vezes, apelaram a este decisivo refor-
ço, sem o qual não poderiam fazer face à invasão portuguesa. E
temerosos mesmo de que outras nações, tentadas pela riqueza da
terra, nela estabelecessem colónias, vezes sem conta solicitaram a
assistência dos Missioneiros, quer como soldados, quer como ope-
rários, em suas obras de fortificação. Convinha mesmo que se
localizassem em posto mais próximo da sua cidade, onde poderiam
melhor atender às necessidades que a defesa impunha, ante a fun-
dação da Colónia do Sacramento.
Deu isto origem à carta do Governador D. José de Garro, ao
Superior dos Jesuítas, datada de 12 de Agosto de 1681, em que
solicitava determinasse a remessa para as imediações de Buenos
Aires de 1.000 índios com suas famílias para fundar uma aldeia.
Deveriam esses índios encontrar-se nas proximidades do Porto
em Janeiro de 1682. Ao mesmo tempo seriam destacados mais
500 índios destinados a trabalhar nas fortificações daquela pra-
ça. a
) Não foi atendida essa requisição pelos inconvenientes que
resultariam à própria religião e disciplina dos catecúmenos, mas
como o objectivo principal seria vigilância mais efectiva contra
por outra espia que vai rio Paraná acima. Estas espias se compõem de
80 índios, cada ano e caminham pelo menos 50 léguas. São estes os ser-
viços dos nossos índios no tocante ao governo de Buenos Aires".
2) B. N. Mss. I, 29,7, 49.
3) B. N. Mss. I, 29, 3, 10.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUÁI 169
7) B. N. I, 29, 3, 51.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 171
que lhes serve de capa. Seu uso está generalizado por toda par-
te, principalmente no Chile e Peru até pelos espanhóis que não se
11) F. Lérida. Cartas y datos. B. Aires, 1919, pág. 13. Cf. Guiller-
mo Furlong. Los Jesuítas y la Cultura rioplatense, nueva edición, Buenos
Aires, pág. 228.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI .
179
39 — S. Lourenço —
Cura, P. Francisco Xavier Limp, prof.;
Comp. P. Jerónimo Zacarias, prof.;
Essa primeira fase vai até a guerra das Missões que culmina
no ano de 1757. Dezessete anos de paz refaziam já as popula-
ções missioneiras que haviam crescido de 26.403 habitantes em
1745 para 29.305 em 1753. A Demarcação de Limites corta no-
vamente o surto ascensional da população que, em 1757, baixa
a. 20.350 almas.Conhecidas as causas determinantes desse de-
créscimo que referiremos com maior minúcia. E entre elas avul-
tam: a tentativa de mudança dos Povos para que fossem ocupa-
dos pelos portugueses, de acordo com as cláusulas do Tratado de
1750; a guerra contra os demarcadores até a batalha de Caibaté,
1. O Tratado de
Limites de 1750. — 2. A Guer-
ra das Missões. — Expulsão dos Jesuítas.
3. — 4.
A Nova Administração dos Sete Povos. — 5. De-
cadência das Missões Orientais do Uruguai.
TOTAL DOS 7
BORJA NICOLAU LOURENÇO MIGUEL C M BATISTA
POVOS S. S. S. LUIS S. S. 1 1 ) í
SANTO ANGELO
ANOS v •)
Famílias Almas Famílias Almas Famílias Almas Famílias Almas Famílias Almas Famílias Almas Almas Famílias Almas
4 248 10 673 658 2 396 870 3 048 840 2 922 823 3.512 1.057 4 195 —
4 813 19 814 701 2 888 .040 315 880 3 280 890 3. 769 1.290 4 592 —
5 031 20 9 IO 097 2 088
1
l .066 r-
890 920 3 582
')
953 4. 140 630 885 705 2 832 _
281) 20 080 780 2 000 1.210 4 099 943 473 990 4. 427 036 2 197 724 2 690
a 280 26 i ur> 757 2 884 1 .202 380 1.017 3 997 1.022 4. 519 715 3 11)0 770 3 361 737 2.879
810 27 ggg 771 4 284 1 .300 5 909 787 3 339 992 4. 271 673 3 2.") 1 589 ;) 088 032 3.100
1715 596 28 338 834 3 391 1.523 058 900 3 830 1.085 4. 700 097 2 823 825 3 850 732 3.020
1719 1 18 28 407 524 2 073 1 .228 729 1 .043 4 532 1 .045 4. 880 835 3 1 1 892 3 722 881 8.470
1724 200 32 495 574 •>
900 1.455 g 007 1.144 045 1.240 5. 224 890 3 972 907 4 029 924 4.052
1729 7 Hs:í 35 287 609 3 297 1.310 5 984 1.380 6 215 1.388 6. 225 993 4 710 905 1 111 938 4.715
1782 *») 9 835 39 343 919 3 079 1 .938 7 751 1 .515 6 182 1 .028 6. 513 1 .21 1 4 859 1.31 5 274 1.272 5.085
6 538 32 807 549 3 277 1.113 6 594 1.011) 4 089 939 4. 548 940 4 073 1 .012 5 129 945 4.557
1740 4 736 21 106 570 3 291 546 2 194 504 2 391) 242 1. 173 1.122 4 710 484 2 171 1.208 5.228
1745 5 947 26 403 728 3 924 910 3 531) 738 2 908 101 1. 563 1 .31 1 6 675 088 2 925 1 .1199 1.818
1749 6 12!) 27 254 630 3 541 980 3 913 812 3 354 480 S42 1 335 6 695 803 3 271 1.122 1 838
.
6 556 29 305 622 3 232 1 .028 4 724 814 3 783 510 2. '191 K372 6 229 900 3 892 1 , 18(1 5.417
1757 3 512 20 350 160 1 934 542 2 542 832 3 802 387 l. S52 444 2 972 796 3 8811 351 3.308
1702 4 530 25 083 298 2 714 624 4 429 859 4 239 344 1. 782 1.020 4 038 940 4 017 445 3.803
1766 4 747 20 117 499 2 546 843 3 939 843 3 177 276 1. 205 710 3 011 912 3 829 658 2.710
1808 M) 4 766 22 349 420 2 761 708 4 194 828 3 500 324 1. 112 786 3 556 930 4 1110 710 2.820
1781 ") 4 183 16 731 485 1 942 917 3 607 877 3 500 318 1. 275 493 1 973 597 2 388 496 1980.
1704**) 3 908 15 421 649 2 154 797 2 984 791 3 312 324 1. 171 585 2 334 481 2 018 341 1 .448
1X01 21» 3 177 11 010 325 T 300 985 3 940 587 2 350 240 960 500 1 900 400 1 11(10 440 1 .900
1814 ») 1 614 6 395 356 1 424 386 1 545 370 1 412 108 134 176 7(10 138 554 80 320
1822 <") 586 2 350 100 400 62 250 50 200 62 250 150 000 75 300 50 350
1827 »-') 467 1 874 45 180 101 404 111 446 64 258 68 271 53 212 25 103
25) Esta população consta de Teschaucr, Hist. II, 14, que dá só o número de almas, sendo o das famílias calculado pelo índice da média geral. Outros dados encontram-se na Col. de Angelis,
B. N. Mss. I, 29, 1, 119.
26) Estado dos Povos. 1708. Quadro estatístico. B. N. Mss. I, 29, 5, 42.
27) Azara. Gcograf. física, cit. Cálculo médio quanto às famílias.
28) Estados dos Povos- Mss. I, 29, 1, 119.
29) Gonçalves Chaves. Memórias ecónomo-políticas. Rev. Ins. R. G. S. 1032. 100.
30) S. Leopoldo. Anais. 2.' ed. 262.
31) G. Chaves. .l/em. cit. Esta é a lista de famílias, de 1801, calculadas pela média conhecida de 4 pessoas por família.
32) Mapa geral dos bens dos Povos, em 26-VII'1827. f ltima estatística conhecida da Administração Geral das Missões. Rev. Arquivo Público R. G. Sul, 1 pág. 76. Pôrto Alegre, 1921.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 199
e pela outra parte para a costa, que corre do mesmo regato ao Sul,
ou para o Rio da Prata, de sorte que as cumieiras dos montes ser-
vissem de raia dos domínios das duas Coroas. Todas as verten-
tes que descessem para a Lagoa Mirim, ou para o Rio Grande de
São Pedro ficavam para Portugal e para a Espanha as que bai-
xassem aos rios tributários do Prata. O mesmo sistema vigora-
va com relação ao Amazonas: «pertencerá à Coroa de Portugal
tudo o que tem ocupado pelo rio das Amazonas, ou Maranón aci-
ma e o terreno de ambas as margens deste rio». No que respeita
à demarcação mais precisa desse território do lado das possessões
espanholas, estipulou-se que a fronteira descesse o Javari até sua
junção com o Amazonas e prosseguisse por este rio abaixo até
a boca mais ocidental do Japurá, que nele deságua pela mar-
gem setentrional; que continuasse a fronteira pelo álveo do rio
Japurá e pelos demais rios que a ele se juntam e que mais se
chegam ao rumo Norte, até encontrar o alto da cordilheira de
montes, que medeiam entre o rio Orinoco e o Amazonas; e prosse-
guisse pelo cume desses montes para o Oriente, até onde se esten-
«Art. XIV —
Sua Majestade Católica em seu nome e de seus
Herdeiros e Sucessores cede para sempre à Coroa de Portugal. . .
Art. XXII —
Determinar-se-á entre as duas Majestades o dia
em que se hão de fazer as mútuas entregas da Colónia do Sacra-
mento com o Território adjacente, e das Terras e Povoações com-
preendidas na cessão, que faz Sua Majestade Católica na margem
oriental do rio Uruguai; o qual não passará do ano, depois de se
firmar este Tratado ...»
2) Idem, ibidem. 5.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 201
nio Planes 1S )
e P. Jaime Mascaró; 19 ) São Nicolau, os Padres
Carlos Tux, 20 ) e João Gilge; 21 ) São Luís, os Padres Inocêncio
Erber 22 ) e Jacinto Marques; 23 ) São Lourenço, os Padres Tadeu
Enis, 24 ) Francisco Xavier Limp 25 ) e José Unger; 26 ) São Mi-
guel, os Padres Lourenço Balda, 27 ) Miguel de Sotto 28 ) e Diogo
Palácios; 29 ) São João, os Padres Luís Charlet, 30 ) Pedro Vied-
ma 81 e Adolfo Skal; 32 )
Santo Ângelo, os Padres Bartolomeu
Pisa 33 )e José Garcia. 34
Muitos outros aparecem dirigindo
)
Idem, ibidem.
43)
F. Mateos, Mission. Hisp., cit. p. 358 ss. e 367 ss.
43')
44) Provém essa designação toponímica de uma "índia morta", meio
devorada por um tigre, que os demareadores aí encontraram.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 215
A
15 de Julho de 1753, reunidos os altos Comissários na ilha
de Martim Garcia, resolveram se levasse a guerra às Missões, se
dentro de um mês não fosse dado início à mudança dos Povos.
Para isso D. José Andonaegui, Comandante do exército espanhol,
ocuparia o Povo de São Borja e o português, sob as ordens do Ge-
neral Gomes Freire, marcharia para Santo Ângelo. Dando cum-
primento a esta parte, o Comissário português, que já se havia
recolhido à vila do Rio Grande, em 28 de Julho de 1754, iniciou a
marcha de seu exército para Rio Pardo, donde deveria atingir o
Povo de Santo Ângelo. Mas, o Comandante espanhol, protelando
a execução do convénio de Martim Garcia, estacionara com seu
exército a mais de sessenta léguas de São Borja, no salto grande
do Uruguai, desanimado pelo intenso frio e as repetidas chuvas. 45 )
E assim se passou todo o ano de 1755, em que as forças estiveram
recolhidas a quartéis. Somente em 16 de Janeiro do ano seguinte,
depois de várias marchas, uniram-se os dois exércitos no campo
das Mercês, que ficava nas cabeceiras do Rio Negro.
Cessado o interregno da campanha contra os índios que fo-
ram totalmente batidos e subjugados, reiniciam-se os trabalhos da
Demarcação em Maio de 1758. Nesse ínterim o Comissário espa-
nhol fora substituído por D. Pedro de Cevallos que se mostrou hos-
til ao cumprimento do Tratado, tomando o partido dos Jesuítas.
Vendo Gomes Freire que seria inútil continuar esse trabalho, re-
5) Ânuá cit.
6) A Ânua de1708, de Conceição, (B. N. I, 29, 3, 69) faz referên-
cia a Nicolau Nenguirú, segundo, e provàvelmente pai do terceiro, que
recebeu, nesse ano, a patente de mestre-de-campo, que íhe foi conferida
pelo governador de Buenos Aires.
20) Diz o P. Tadeo Enis, em seu Diário, que dos índios morreram
vinte e dois, e entre eles o alferes real do povo de S. Luís, além de 26 que
ficaram feridos. Anais. B. N. Vol. LII, 478 — F. Mateos, Mission. Hisp.
1951, n p 23, p. 305 ss.
211 Invent. de documentos. Anais da B. N. Vol. L. Verb. 19.224,
pág. 514.
8*
228 AURÉLIO PORTO
porque, já sob a direcção de um Padre Jesuíta, os índios não tar-
dariam a voltar para nova facção, com melhor organização e maior
número de combatentes.
Os documentos portugueses e jesuítico-espanhóis, principal-
mente o precioso Diário do P. Tadeo Enis, historiam detalhada-
mente esse encontro, que procuraremos resumir.
A 9 de Abril, o primeiro esquadrão de índios que se organiza-
ra, em princípios de Março, acampou entre os rios Vacacaí-gran-
de e mirim, nas proximidades do rio Jacuí. Havia uma certa dis-
senção entre os Povos, que procurou se dirimir para que todos uni-
dos acorressem à defesa de suas terras, ameaçadas pela invasão
do inimigo. Estender-se-ia a confederação de todos os Povos até
os que ficavam à margem direita do Uruguai, convidados a parti-
cipar da acção. Os primeiros que se incorporaram ao esquadrão
inicial foram os de São Miguel, tendo à frente o seu Tenente-de-Go-
vernador e mais o Alferes Real do mesmo Povo, José Tiarayú, um
de seus mais famosos Capitães. A 17 de Abril, depois de concer-
tar vários dissídios que haviam surgido, finalmente a tropa, com-
posta mais ou menos de 400 índios e quatro peças de artilharia,
se pôs em marcha, atingindo o Araricá (Guacacaí-mirim), e no
dia 20 começou a vadear o rio Jacuí. A 27 de Abril todo o exér-
cito estava à frente do rio Azul, --) próximo à forqueta que faz
com o dos Faisões, -''•) onde se encontrou um vau que deveria ser
transposto, e no seguinte, que era domingo, todos os soldados se
ocuparam em lançar uma ponte.
A 29, o índio Alexandre, Capitão-General de todo o exército,
mandou que, pela madrugada, a força investisse contra a forta-
leza, favorecida pela cerração. Pressentidos os índios, travou-se
duro combate e «por espaço de quase duas horas sofreram (os
índios) mais de 1.000 tiros de fuzil e 100 de oito peças de artilha-
ria, duas delas de grande calibre, embora sem receber notável da-
22) Rio Yobí, guar. Verde, ou Azul, como traduz o Padre Enis. Os
portugueses deram-lhe mais propriamente o designativo de Pardo, devido
à cor de suas águas. Mais conhecido por Yeqni, rio sujo.
23) Jacuí, rio dos faisões ou jacús.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 229
24) Diário do Padre Enis, cit. Foi este Padre quem acompanhou
o exército índio nesse assédio do Rio Pardo.
25) Diário cit. Doe. sobre o Trat. Anais Bibliot. Nacional, Rio.
LII, 489.
230 AURÉLIO PORTO
naegui um destacamento de 400 homens, sob o comando do Coro-
nel Hilson. Empenhado o combate, perderam os índios 230 mor-
tos, 72 prisioneiros, 8 estandartes, 1 bandeira, os canhões e grande
cópia de armamento, munições e cavalhadas.
Com a acção de Daymã compreendeu Andonaegui a gravidade
da situação e convocando conselho de guerra achou este mais pru-
dente retirar para o antigo acampamento do Rio Negro, o que
foi logo levado a efeito.
No acampamento do Jacuí, onde chegara a 7 de Setembro,
via-se o exército de Gomes Freire assediado a todos os momentos
pelos índios, que escondidos na mataria caçavam os soldados,
obrigando-os a se refugiarem junto às árvores para não serem
atingidos pela fuzilaria certeira dos índios.
Foi nesta ocasião que o General português recebeu comuni-
cação dc Andonaegui, participando-lhe que sustara a marcha do seu
exército e que o português se retirasse para Rio Pardo até ulterior
deliberação. Não era das melhores a situação a que ficava expos-
to o exército de Gomes Freire. Assediado continuamente por pe-
quenas partidas de índios, mal sediado em várzeas inundáveis, sen-
tindo mesmo dificuldades sérias no aprovisionamento de suas for-
ças, procurou o General português entrar em entendimentos com
os índios, com a assinatura do armistício de 18 de Novembro de
1754, que constava de dois itens: 1° — que nenhuma parte faria
dano à outra, enquanto o exército português não voltasse à cam-
panha, e 2" — que ambas as partes voltariam a ocupar as suas
terras e que nenhuma nem outra passasse o Jacuí, que seria o li-
mite natural entre as Missões e o Rio Grande.
Retiraram-se assim Gomes Freire para o Rio Pardo e os ín-
aios para as suas Reduções.
No ano nada fizeram os dois exércitos, reco-
seguinte, 1755,
lhidos a quartéis, ou destacados em vários pontos, entregues a
absoluto ócio. Aproveitou-o Gomes Freire para firmar a posse
portuguesa até o São Gonçalo, mandando erigir ali um forte, a tí-
tulo de armazenar víveres para a segunda expedição que seria
levada a efeito. Por sua parte, Andonaegui procurava recompor
seu exército que fora licenciado nesse interregno, convocando para
uma consulta de guerra o Governador de Montevidéu, D. José Joa-
quim Viana, a quem apresentou um plano de campanha, convidan-
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 231
1) —
Teschauer.' Hist. II, 338. Veja ainda ESTÚDIOS, n' 349 e 350,
p. 35 e 125 ss. ( Julio
y Agosto de 1940), onde A Gordillo Gomez, publicou
dois magníficos artigos, subordinados ao título: Los "Crímenes" Jesuíticos.-
P. Pablo Hernandez, S. J.: El Extranamiento de los Jesuítas dei Rio de
la Plata y de las Misiones dei Paraguay." Madrid, 1908, pág. 23 ss. (L.G.J.>
244 AURÉLIO PORTO
os Jesuítas. Umadas testemunhas, o engenheiro João Francisco
Sobrecasas, respondendo ao formulário de perguntas, disse que não
viu sinal algum de que os missionários houvessem concorrido com
os índios à oposição que estes fizeram às tropas de Sua Majestade.
Que as operações dos indígenas «foram umas bobices e asneiras»,
pelo que considerava que nenhum homem de juízo podia dirigi-los.
Em Por isto Ceval-
essência coincidiam todas as declarações.
los comunicava a Ricardo Wall em 30 de Dezembro de 1759 que,
«havendo-se concluído o processo, vi por ele que não somente não
resulta que algum dos Padres da Companhia, ainda os onze no-
meados em minha Instrução, haja tido parte alguma, nem influído
de qualquer modo na desobediência dos índios, antes, pelo contrá-
rio, consta dos depoimentos de todos estes que os Padres fizeram
mos é o quadro de Estatística dos Povos em que vêm os nomes dos Padres
expulsos em 1768 e seus substitutos franciscanos, capuchinhos e mercedá-
rios (Mss. B. N. I, 29, 5, 42). Os dados biográficos são do Catalogus
publicus de 1763.
10) Teschauer dá o Irmão Kosqui em São Nicolau, mas consta estar
em São Luís.
11) Catalogus de 1763.
12) Dados biográficos em nota anterior.
13) Idem, ibidem.
14) Dados biográficos em nota anterior.
y
250 AURÉLIO PORTO
1750. Em 1763 havia 14 anos que exercia a catequese nas Mis-
sões. Companheiro: P. António Planes, que desde 1752 servia
nesse mesmo Povo. 15
)
gerações de índios.
Começa o êxodo das populações missioneiras. Famílias e fa-
mílias, que tinham parentes no Rio Grande, em cujas aldeias os
e ainda que o governo tenha dado algumas ordens sobre isto, ne-
nhum efeito tem surtido». 30 )
Por sua vez, muitos Curas, recrutados entre elementos menos
escolhidos, completavam com o exemplo de uma moral duvidosa
e com a cupidez de bens terrenos, o quadro do aviltamento geral
dos índios. Outros, entanto, mais virtuosos e dignos, reagiam, mas
o resultado era contraproducente, pois ou teriam de fugir das suas
curazias ou se tornarem vítimas da intriga insidiosa, da persegui-
ção e dos maus tratos que lhes eram infligidos pelos espanhóis e
pelos próprios índios, cujo relaxamento de costumes profligavam
com palavras e até com castigos corporais.
A Colecção de Ângelis, da Biblioteca Nacional, está cheia de
reclamações, representações, e azedas controvérsias desses curas
sobre questões de dinheiro e outras deprimentes do carácter e da
moral desses Sacerdotes.
1) Tratado de 1761.
9*
260 AURÉLIO PORTO
período da nossa história está magnificamente estudada pelo Co-
ronel Jonatas da Costa Rego Monteiro. 2
)
ginal da época.
ças com
as dos Espanhóis».
Encontra-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro a «In-
formação» do Coronel Joaquim Xavier Curado «sobre a povoação
e Forças dos Estabelecimentos espanhóis». ") Nesse longo e mi-
nucioso documento estuda esse oficial a situação de Buenos Aires,
de Montevidéo e outras povoações da Banda Oriental, meios de
transporte, fortes, baterias e baluartes que defendem essas cida-
des, sua eficiência e número de peças que os guarnecem. Esten-
de-se longamente sobre o povo dessas cidades, suas inclinações,
carácter e pontos vulneráveis. No fim dessa detalhada exposição
chega à conclusão de que existem 19.000 homens aptos a pegar
em armas, sendo 15.000 em Buenos Aires, 3.000 em Montevidéo e
1.000 em S. Fernando e S. Carlos.
lhada q' fosse possível pa. o emprego do RI. Serv". Entre os ditos
Sug.tos foi hu delles o Sold". dezertor do Regmo. do meo Comando
Joze Borgs. do Canto q' premeditando na sua ideia, valor, e des-
embarasso os progectos mais acertados em vantagem dos Domí-
nios, e serv* donosso Augusto Príncipe e Sr. aventura o favoreceo
1
.
com a boa proteção q' teve da fiel, eanciosa vontade com q' estavão
aquelles Povos de Sacudirem as Leys, etributario jugo da Sugei-
ção q' prestavão a S. M. C.» etc.
12*) Relação dos Serviços que pratiquei na Conquista dos Sete Po-
vos... Manuel dos Santos Pedroso — Bibliot. Nacional —I, 31, 26, 2.
2. Os Conquistadores.
3) Rocha Pombo.
História do Brasil. Vol. VI, 564 n. 1.
Liv. 3 V de
4) Baptismos do Rio Pardo. (1774-1783) Bispado de San-
ta Maria. Fls. 12. "JOSÉ —
Aos dezessete dias do mês de Fevereiro de
mil setecentos e setenta e cinco, nesta Matriz de Nossa Senhora do Rosá-
rio do Rio Pardo, Bispado do Rio de Janeiro; baptizei e pus os Santos
Óleos a José filho legítimo de Francisco do Canto natural da cidade e ilha
de São Miguel, bispado de Angra: e de sua mulher Eugênia Francisca,
natural e baptizada na freguesia da Vila de São Pedro do Rio Grande do
Sul, neto pela parte paterna de José Caetano e de sua mulher Eugenia
Maria, e não ouve mais notícias. E forão padrinhos José Bernardes de
Meireles e sua mulher Josefa Maria de Aguiar, por seus procuradores por
procuração que me apresentaram Manuel Inácio Bessa e Eugênia Maria
todos . moradores nesta freguesia e para constar fiz êste assento, que
. .
cuja bravura vai até a raias inconcebíveis, nas suas revoltas con-
tínuas, assinala a primeira deserção em Janeiro de 1796. l6 )
Lon-
ga a nominata desses desertores, em
todos os tempos coloniais.
Movidos por interesses, pela misteriosa aventura da vida heróica
das Campanhas, entre índios e lutas; por ideologias em formação;
seguindo, nas auroras do pan-americanismo, os pendões revéis de
Artigas, ou contribuindo com Lavalle ja e Rivera, para a forma-
ção da Banda Oriental, sob a forma republicana, encontram-se de-
zenas de nomes de rio-grandenses entre esses desertores. E até
o velho autor da Memória, esse admirável Gabriel Ribeiro de Al-
meira, inteligente, patriota, que fora a' alma da Conquista das
Missões, um
seduzido pela liberdade, que via surgir das pro-
dia,
Em
suas correrias de contrabandista, nas campanhas, assina-
la-se Canto entre os gaúches, de que nos fala o Dr. José de Sal-
danha. 17 ) Em 17 de Dezembro de 1797 o comandante do Regi-
mento de Dragões faz baixar uma portaria, mandando levantar a
nota de deserção de José Borges do Canto, por ter-se apresentado
voluntàriamente ao mesmo Regimento, sendo incorporado à 1*
Companhia, sob o comando do sargento-mor José de Castro Mo-
rais. ls
)
24) Memórias de Canto, cit. Arq. Nac. Col. 104, Corresp. Vol. 13', 164.
25) Idem, ibidem.
288 AURÉLIO PORTO
No dia 15, depois da retirada de D. Francisco Rodrigo, com
160 espanhóis, armamento e petrechos de guerra, conforme os
itens da capitulação, fez Canto saber aos Povos circunvizinhos de
São João e Santo Ângelo que se deviam submeter à obediência de
S. A. Real, o que aceitaram sem repugnância.
José Borges do Canto não foi casado, mas de uma índia teve
um filho, de igual nome, cuja descendência ainda existe no Rio
Grande do Sul, honrando a memória heróica do Conquistador.
36) Diário Resumido. Dr. José de Saldanha. 147, Diário Geral. cit.
40) Memória, cit. B. N. —I, 37, 2, n< 3' Arq. Nac. Corresp. Gov.
42)Idem, ibidem.
43)Seguimos no relato dos acontecimentos da campanha a documen-
tação publicada pela Rev. do Arq. Públ. do Rio Grande do Sul. (24 volu-
mes) .Celso Schroeder, operoso pesquisador rio-grandense, servindo-se
dos mesmos elementos, assina interessantes efemérides dessa campanha,
#
Em
Setembro, ainda em Belém, manda Pedroso destacamen-
tos seus que atacam Curuzú-quatiá, e que, não obstante uma guar-
nição argentina de 600 homens, foi tomada, pela segunda vez, pela
força desse Sargento-Mor. No dia 19 «os 72 homens que ocupam
Curuzú-quatiá são atacados por 700 argentinos e dois canhões e
entrincheiram-se num forte, onde lutam 1 1 L hora, repelindo os
>
47) Em
Efemérides Brasileiras, pelo Barão do Rio Branco, ed. re-
vista pelo prof. Basílio de Magalhães, Rio, 1938, registra-se a morte de
Pedroso a 5 de Abril de 1816. Em
nota manuscrita do punho do próprio
Rio Branco, em poder do erudito mestre Dr. Rodolfo Garcia, consta que
o falecimento se deu em 26 de Abril. A carta acima referida de Gabriel
Ribeiro a Patrício (Arq. Públ. R. G. do Sul, pasta 1816), é datada da fre-
guesia da Cachoeira em 24 de Março desse ano. Diz Gabriel que "marchei
de Porto Alegre a servir na partida de que era Comandante o falecido
Tenente-Coronel Manuel dos Santos, e por vir por outro caminho diferen-
te do que ele seguiu, nesta freguesia é que vim a saber de seu falecimen-
to". Pode-se, assim retificar as datas acima.
48) Cam. Ecl. do bispado de Santa Maria. 2" Livro de baptismos
de Cachoeira Í1799-1810).
302 AURÉLIO PORTO
4!l
à Genealogia Paulistana, serviram para identificar as origens
)
55) José Gomes Porto era filho do alferes de cavalaria paga Ma-
nuel Gomes da Fonseca, que adotou o nome de Porto, por ser natural des-
sa cidade, e esteve na guerra da Demarcação, tomada do forte de Santa
Tecla e Rio Grande. Era filho legítimo de Amaro da Fonseca e de Ma-
ria Gomes, naturais do Porto. Casou Manuel Gomes Porto em Viamão.
em 1763 com Teresa Antunes Maciel, filha de Francisco Rodrigues Macha-
do, de Santo Amaro, São Paulo e de sua mulher Ana Barbosa Maciel, na-
tural de Sorocaba e filha do capitão Gabriel Antunes Maciel, bandeirante
paulista. De seu consórcio com Luiza Maria de Almeida, teve o Capitão
José Gomes Porto vários filhos, entre os quais José Gomes Porto Filho,
mais tarde, José Gomes Portinho, que foi insigne farroupilha e brigadeiro
do exército brasileiro, na campanha do Paraguai, e o Capitão Delfino Go-
mes Porto, também notável farroupilha que casou com Delfina Mariana
de Carvalho, filha do capitão Luís Carvalho da Silva e de sua mulher
Maria Francisca de Aragão, adiante referidos. E' filho de Delfino Gomes
Porto e de Delfina Mariana, que viveram em Cachoeira. Júlio Gomes Por-
to, que casou com Aurélia Guedes da Luz, filha legítima do Capitão Faus-
tino Guedes da Luz e Joaquina de Moura, neta paterna do Coronel Ja-
cinto Guedes da Luz. Do casal de Júlio Porto é filho o autor deste traba-
lho, trineto do Sargento-mor Gabriel Ribeiro de Almeida, e bisneto do Ca-
pitão Luís Carvalho da Silva, conquistadores das Missões, a cujas memó-
rias rende seu tributo de admiração que vem do fundo de antigas tradi-
ções avoengas, engrandecidas pela lenda consagradora, nos velhos serões
de distante torrão gaúcho.
56) B. N. Verbete biográfico. 548. 10. Gabriel Ribeiro de Almeida.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 305
sar de suas virtudes não tinha nascido para a guerra: a sua constituição
e talvez educação o desviavam da campanha: essa a razão porque não
aparece nos combates, e se oculta nesta Memória".
58) Não é possível identificar com exactidão esse António dos San-
tos, mas de demoradas pesquisas genealógicas chega-se quase à conclusão
de que seria António dos Santos Pedroso, irmão de Maneco Pedroso, de
heróica actuação nas campanhas de 1811, ferido e degolado após o com-
bate ae Curuzú-quatiá, já referido.
59) Gabriel Ribeiro, Memória, 14.
306 AURÉLIO PORTO
pratiquei devo ao notório valor, acerto e atividade do referido
Gabriel Ribeiro, meu Tenente que muito me ajudou».
Não é necessário detalhar os serviços
que prestou nessa cam-
panha, de que foi, sem escurecer os de Canto, o cabo principal.
Eles ressaltam de todas as páginas dessa história memorável, de
todas as Memórias escritas pelos combatentes e principalmente
desse relato admirável, conciso e precioso, que é a sua própria
Memória, emque revela qualidades de cronista e de escritor.
Tomados os primeiros Povos, até a capital, São Miguel, em
que capitulou D. Francisco Rodrigo, cuidou logo Gabriel de prover
à administração dos mesmos. Maneiroso e político, o Conquista-
dor «falava um dia em cada Povo e fazia por contentar o público,
assistindo aos seus festejos, empenhando-se em contentar os re-
verendos Curas das Igrejas, mostrando-lhes muita benignidade, e
capacitando-os de que seriam respeitados das nossas tropas; ro-
guei-lhes juntamente que não desamparassem as suas igrejas».
Conseguiu, assim, que os Curas espanhóis ali se conservassem até
1805, quando se retirou das Missões.
Depois de realizada a conquista dos Povos determina o Coro-
nel Patrício que, com sua força de dragões, se deslocava de Rio
Pardo para a Coxilha da Linha Divisória, na Estância de São Pe-
dro, em data de 21 de Agosto, que o Sargento-Mor de Dragões
José de Castro Morais seguisse para as Missões, afim de assumir
o comando geral daquela conquista. E, em seguida, destaca o Ca-
pitão José de Anchieta Furtado de Mendonça, Capitão da compa-
nhia de auxiliares do distrito de Santa Vitória, Cima da Serra,
para com o maior número de homens e armas que pudesse juntar,
incorporasse sua companhia àquele Sargento-Mor. ,i0 )
Nesse ínterim, em São Miguel, reuniam-se Gabriel Ribeiro,
que tomara posse dos Povos; Pedroso que trazia preso o gover-
nador espanhol, desrespeitando a capitulação assinada por Canto;
o Sargento-Mor Castro Morais, que assumira o comando da con-
gem com que fizerão o mais acertado e violento fogo que logo
fez cessar o dos Hespanhoes, cauzando-lhe grande estrago, e mor-
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 313
licianos: José Gomes Porto, que um ano depois seria seu genro e
Manuel Correa de Carvalho, desertou, passando a 23 pelo distrito
de São Francisco, onde o Capitão Joaquim Cardoso, a quem de-
clarou que ia desertado, deu-lhe voz de preso, que não poude tor-
nar efectiva pela reação que encontrou da parte do Capitão de Milí-
cias. «Pouco antes dessa notícia, informa Chagas Santos a D.
Diogo de Souza, 80 ) ouvi dizer em São Borja que o mesmo Ga-
briel Ribeiro tinha ido apresentar-se a Artigas e que sendo por
este ou por um Coronel da Campanha bem recebido, lhe dissera
que voltasse a levar consigo os portugueses, que pudesse ajuntar
ou reduzir; e que a ele Gabriel se lhe daria uma estância em Be-
lém».
Durante um
ano esteve Gabriel Ribeiro nos arraiais de Arti-
gas. Em 12 de Agosto de 1813, na vila de Cachoeira, realizava-se
o consórcio de sua filha Luzia Maria de Almeida com José Gomes
Porto, miliciano, que fora seu companheiro de deserção. Nessa
ocasião volta Gabriel Ribeiro, e sendo preso em Cachoeira é reco-
lhido à Prisão Militar de Porto Alegre, em 30 de Setembro. Em
78) Rev. Museu e Arq. Públ. R. G. do Sul. 1927. N. 19, pág. 177.
79) Arq. Publ. R. G. S. Ofício de Chagas Santos a D. Diogo de Sou-
za, datado de São Luís. 16 de Setembro de 1813.
80) Idem, ibidem.
315
quista das Missões e campanhas que tem por teatro esse territó-
rio, destacam-se o Capitão Carvalho da Silva, o Sargento-Mor Fe-
•
3. Administração da Província de Missões.
10) Rev. Arq. Publ. R. G. do Sul. 3' Cat. Doe. Hist. (1801-1803) 90
a 172.
332 AURÉLIO PORTO
tes espanhóis que, segundo voz corrente, ao mando do novo go-
vernador das Missões, substituto de D. Bernardo Lecocq, aprovei-
taria a ocasião de intentar a reconquista dos Sete Povos.
Joaquim Félix, ao ter conhecimento, em Janeiro de 1803, des-
sas notícias, não obstante estar seu comando directamente subor-
dinado ao governador do Continente, apela para o comandante
da fronteira do Rio Pardo, coronel Patrício da Câmara, afim de
que lhe forneça auxílio, «pedindo o maior número de tropa, ainda
que de todas as classes», com cavalhada, armamento e cartuchame.
Manda ao mesmo tempo chamar os capitães José Borges do
Canto, Manuel dos Santos Pedroso e tenente Gabriel Ribeiro de
Almeida, os quais, com os companheiros que os assistiram na úl-
tima guerra, assumem a defesa das Missões. E a Maneco Pedro-
so e Gabriel Ribeiro incumbe de irem a Rio Pardo trazer os refor-
ços ali já arregimentados pelo coronel Patrício. Felizmente, não
se realizaram as previsões de um ataque por parte dos espanhóis
que se limitaram a levar a guerra aos índios infiéis.
Em meados de 1803, ante a desordem que lavrara nas Mis-
sões,por falta de auxílio do governo, e compreendendo ser inútil
todo o seu esforço, solicitara Joaquim Félix da Fonseca sua reti-
rada desse comando. Atendido em Agosto desse ano, é designado
para substituí-lo o sargento-mor José de Saldanha, que só em Ou-
tubro, por falta de condução e devido às grandes enchentes que
tornavam invadeáveis os rios, pôde seguir do Rio Pardo, onde se
encontrava.
Joaquim Félix, dentro das possibilidades do momento, fize-
ra um governo honesto e digno, e fora o consolidador da conquis-
ta pelas providências de ordem militar com que procurara evitar,
mens ilustres que muito poderiam ter feito, Tomaz da Costa, que
se destaca pela visão de altos ideais de progresso para a infeliz
terra missioneira.
Ia Companhia:
2 ? Companhia:
3- Companhia:
r
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 345
38) Diogo Arouche. Campanha de 1816. Rev. Inst. Hist. Bras. To-
mo VII, 145. Rio Branco. Efemérides.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 351
Morreu, em
consequência de ferimentos recebidos nesse combate,
o major Camilo Machado de Bittencourt, do Regimento de Santa
Catarina. Foi tomada uma bandeira e a povoação incendiada.
Em 20 de Abril, com as tropas que haviam tomado parte no com-
bate de São Carlos, o general Francisco das Chagas Santos re-
gressava novamente a São Borja, estabelecendo aí os seus quar-
téis de inverno.
O ano de 1819 encerra as actividades do valente Andresito
Artigas que, em 25 de Abril, passa novamente o Uruguai com o
intento de invadir a região missioneira à frente de suas forças.
Entrando pelo Norte, o chefe missioneiro vai-se sediar junto ao
rio Piratiní, nas imediações do Povo de São Nicolau, onde se for-
tifica e em 1" de Maio tem contacto com as forças brasileiras,
sob o comando do tenente-coronel Diogo Arouche de Morais Lara.
Determinara Chagas Santos que Diogo Arouche, à frente de
600 homens de cavalaria, fosse impedir o progresso da invasão do
cabo missioneiro, que talava os campos dos Sete Povos. Andre-
sito, com mais de 1.200 homens, depois de entreter algumas guer-
o
rilhas e dar um combate em Piratini, no dia I recuou para S.
,
Em
São Borja tem ocasião de observar o soldado miliciano
do regimento dos guaranis. Formado havia 12 anos esse corpo,
que contava 500 praças, era, à excepção do coronel e do major,
todo composto de índios, inclusive a oficialidade. Bom soldado,
valente, sóbrio, devia-lhe o país assinalados serviços de guerra, e
«parte dos sucessos obtidos na batalha de Taquarembó». A mú-
sica exercia sobre eles uma
sedução extraordinária e pode-se atri-
buir às marchas militares o garbo e disciplina com que se apre-
sentam. Achou o conde da Figueira que se assemelhavam mui-
to aos cossacos do Don, e «admirado dessa semelhança, melho-
cede dosmesmos troncos que têm como origem António Pinto, da Colónia
do Sacramento, e sua mulher Felícia Maria de Oliveira.
21) Serafim, "hoje alferes". Deve ser o alferes, adiante nomeado
José da Silveira —Serafim José da Silveira, um dos signatários da Acta
de 16 de Dezembro de 1837, da Câmara de Piratiní, que dá posse ao ge-
neral Bento Gonçalves como presidente da República. V. "Proc. Farra-
pos" Arq. Nac. Vol. XXIX, 397.
22) Deve ser Basílio Ferreira Bicca, também notável prócer farrou-
pilha, e tronco de importante família rio-grandense.
23) Alcides Cruz, cit. Rio Branco. Efemérides e Varela, Rev. Cispl.
24) Alcides Cruz. Incursão, cit. 22.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 387
choque dos invasores até cair morto, com mais seis milicianos.
Foi este o único gesto de protesto. O caudilho oriental contami-
nara com a sua felonia esses bravos soldados brasileiros que lhe
entregavam, manchada de sangue heróico, a bandeira nacional.
Transposto o Ibicuí, penetrava Rivera na Província de Missões.
No dia 25 o tenente António Pereira Pavão com seu destacamen-
to de 25 milicianos aderia ao exército invasor; dois dias depois-
chegava a vez de Boaventura Soares que, com seu destacamento
de 122 praças, ia engrossar as fileiras inimigas; mais tarde os
capitães Fabiano Pires de Almeida e António Castanho de Arau-
jo, com os restos do corpo de milicianos, completavam essa inex-
plicável série de defecções. Mais de 200 portugueses, diz o Cons-
titucional rio-grandense, citado por Varela, já se tinham unido
a Rivera «quando este invadiu as Missões».
Tendo conhecimento da entrada de Rivera em território bra-
sileiro o coronel Alencastre, de São Borja, comunicou ao comando
em chefe do Exército «que não tinha meios nem forças para ba-
tê-lo e se poria em retirada até encontrar recursos que inconti-
nenti tinha pedido ao comandante da fronteira do Rio Pardo, o
visconde de Castro». 2S )
Nesse meio tempo Alencastre adoece
gravemente, passando o comando ao tenente-coronel Palmeiro, co-
mandante do 24°.
Entrando nas Missões, depois de receber o reforço desses con-
tingentes brasileiros, Rivera divide a sua força em três colunas:
a primeira, sob o comando de Felipe Caballero, operaria sobre
São Francisco de Assis; a segunda, tendo como comandante Ber-
nabé Rivera, marcharia para São Borja, sede do comando geral
brasileiro e a terceira, ao mando do próprio general Frutuoso Ri-
vera, destinava-se a perseguir o coronel Alencastre, que se dirigia
a Cruz Alta.
A 23 de Abril, tendo já o inimigo às portas, os coronéis Alen-
castre unicamente com seis homens que lhe ficaram fiéis: Pal-
meiro e Lago que levavam algumas famílias que se retiravam,
abandonaram a praça, por caminhos diferentes, fugindo à inva-
são. Alencastre teve as suas bagagens ainda apresadas pelas
avançadas do inimigo «inclusive 5.000 patacões e 500 pesos de
sua fortuna particular». 20 ) Conseguiu, entretanto, chegar a São
Martinho, donde passou a Boca do Monte, distrito comandado pelo
tenente André Ribeiro de Córdova. Palmeiro foi directamente a
Cruz Alta, e Lago, com o pessoal que custodiava, atingiu Passo
Fundo, donde se transportou para Vacaria. Levava o adminis-
trador geral, em carretas, as alfaias das igrejas, e outros diversos
objectos dos Povos, que tentara salvar, mas atácado em caminho
pelos índios, tomaram estes tudo quanto levava, fazendo voltar
as carretas para o Povo de São Miguel. 30 ) O comandante da
flotilha de Itaqui, capitão Justo Yegros com o destacamento naval
ali sediado, abandonou também o seu posto, fugindo à aproxima-
ção do inimigo.
Rivera chegou com sua coluna até Cruz Alta, mas, daí, con-
tramarchando, entrou em Itaqui, 31 ), onde estabeleceu o seu quar-
tel general, comunicando então às autoridades argentinas e orien-
dado voltar o ditto Silveira. Saindo dali as Ave Mas. dicemos ao Capa-
taz da Cavalhada que hiamos para as Tunas, tendo tomado a mesma
estrada passamos huma coxilha muito extença e eambeamos o caminho
para Jaguari, as oito horas dessa mesma noite chegou o d p Alferes Silvr*.
.
dos assassínios que deviam praticar e por isso não posso deixar
de repetir e recomendar à proteção de V. Exa. os bons serviços
prestados pelo capitão do Regimento 24? Boaventura Soares da
Silva, comandante daquela força, o tenente do Regimento 23° Fran-
cisco Telles de Souza, o alferes do Regimento 24 9 António Pereira
Pavão, e o alferes Basílio Ferreira Bicca e José Silveira». 35 )
Enquanto se desenrolavam esses acontecimentos que culmi-
naram com a tomada da Província de Missões, processavam-se
negociações de paz entre os plenipotenciários do Império e os das
Províncias Unidas do Prata. «Esta paz, diz Palomeque, já era
um facto consumado e não poderia voltar-se atrás. Desde 18 de
Março de 1828 estava consignado na Convenção enviada pelo im-
perador e entregue a Dorrego que a aceitou com o conhecimento
dos orientais. Em prova disto este designou a respectiva missão
em 17 de Junho; e em 12 de Julho partiam os plenipotenciários
que concluíam o tratado de 27 de Agosto de 1828».
Impunha-se ela de modo taxativo para a Argentina. Mina-
da por dissenções internas, que ameaçavam quebrar os laços que
uniam as suas províncias, a grande nação do Prata, orientada por
espíritos patrióticos que viam nessa atitude a solução única a seus
complexos problemas de ordem económica e política, não poderia
sacrificar à acção caudilhesca de Rivera essa oportunidade que se
lhe deparava para retomar os rumos de sua marcha ascensional.
Por outro lado, a desagregação das Missões do território brasi-
moderno 42
Não há «a menor dúvida, assinala historiador, )
cesse «umas reses magras para municio; e pela meia noite, mandou
marchar de retirada a tropa de Missões que não enchergava aonde
ia, dispersou as outras e ele mesmo se retirou para Alegrete».
siguiente
Artículo l n El ejército republicano dei norte, al mando dei
excelentísimo senor general en jefe don Fructuoso Rivera, conti-
nuará su marcha hacia Cuareim, llevando consigo el ganado que
el
* ' * è
46) Rev. Hist. Montevidéu. N. 20. O coronel Álvaro Aleneastre re-
produz no trabalho citado esse documento (Missões, 281), acrescentando
não ter encontrado o original brasileiro no Arquivo Público Nacional, onde
realizou pesquisas.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 399
49) Relação das alfaias das Igrejas e mais bens pertencentes aos
Sete Povos de Missões saqueados por Frutuoso Riveira, e que os condu-
ziu por ocasião da publicação da Paz: três salvas de prata com seus véus,
três relicários de prata em que vai o Santíssimo, dois purificadores de
prata, uma chave de prata do Sacrário, duas cancelas de prata, seis cáli-
ces de prata e suas patenas, sete pares de galhetas de prata, seis pratos
de prata das mesmas galhetas, sete colheres pequenas de prata, três tu-
ríbulos com navetas e colheres de prata, um turíbulo com corrente de
prata, dois turíbulos de latão com correntes e colheres de prata, duas pe-
dras d'Ará, uma caldeirinha de estanho, um hissope de prata, dois res-
peitos do Sacrário, duas custódias grandes e ricas de prata, uma naveta
de prata, um vaso sagrado de prata encravado de pedras, um vaso de
prata com seu prato, uma tijela de prata, dois vasos que servem de lâm-
pada, um jarro de prata, duas cruzes de prata, três coroas de prata, uma
cruz de prata que pertence ao Guião, um vaso de prata para comunhão,
dois castiçais galvanizados de prata, dois crucifixos de latão, uma espada
e diadema de prata de N. S. das Dores, uma estante forrada de prata, dois
rosários de ouro com cruzes do mesmo ouro, um rosário grosso de ouro
com um crucifixo, dois pares de brincos de grisólitas, 13 casulas riquíssi-
mas de tisso de prata, 49 casulas de todas as cores — maiores e menores,
62 cordões, 26 alvas boas e medianas, cinco âmbulas de prata para Santos
Óleos, oito amitos, 43 sanguinhos, 14 capas de Asperges, 13 véus de om-
bros, 22 corporais, uma coroa de prata do Divino, quatro dalmáticas, seis
palas de cálice, 20 bolsas dos corporais, 18 véus de cálice, 7 véus compri-
dos de estante, 3 mangas de Cruz de Veludo com franjas de prata, 1
guião, 53 frontais bons e medianos, 12 estolas boas e medianas, 12 ma-
nípulos, dois panos de damasco das Credências, cinco pálios bons e me-
dianos, 8 missais, 48 toalhas finas e medianas, 68 opas e roquetes, 47 so-
brepelizes, 25 túnicas de algodão, uma túnica de baetãc preto, duas tiras
de baeta com galão falso, 10 cortinas grandes de algodão, 35 campainhas,
19 sinos grandes e medianos, 10 espelhos dos altares, oito lanternas de
vidro, quatro castiçais de latão, quatro panos de estante, uma porta coli,
um pano verde grande, cinco mantos de veludo do Senhor, uma coberta
de seda do Santo Sepulcro, oito lâminas, seis cóvados de pano azul fino,
seis varas de franja de prata, quatro sacras prateadas, cinco palmas pra-
teadas, um estandarte com renda de ouro, duas bandeiras de tafetá do
Divino, uma sobremesa de damasco, quatro cobertas de veludo carmesim
das cadeiras, duas capas de veludo, dois sercais de prata, 16 ferros de fa-
zer hóstias e obreas, três ferros de engomar, 55 rabecas e violinos, 14
rabecões, sete zabumbas, sete flautas, três serpentões, duas coroas de
prata de Nossa Senhora do Rosário e Espírito Santo, uma chave grande
do Sacrário, duas bandejas do Espírito Santo, três estolões, seis almofa-
das.
Consta ainda da mesma relação o saque feito aos povos e estâncias
missioneiras de que se destacam 1.830 varas de pano de algodão branco,
1.050 arrobas de algodão em rama, 20 varas de riscado de algodão, 29 ar-
robas de fio de algodão, 1.000 arrobas de erva-mate, 1.420 couros vacuns,
e muitos outros artigos. Além dos animais dos Povos o saque feito às
estâncias constava de 31.696 gados de criar, 2.213 éguas de rodeio, 479
cavalos mansos e redomões, 390 ovelhas e 216 bois mansos.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 401
MAPA geral dos bens e propriedades dos Sete Povos das Missões
Brasileiras com especificação do estado actual dos edifícios, núme-
ro dos naturais, receita e despesa, dívidas e crédito, produções e
ramos de indústria, oferecido ao limo. e Exmo. Sr. Salvador José
Maciel, Presidente da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul,
pelo tenente-coronel Manuel da Silva Pereira do Lago,
administrador geral. (Em 1827)
Santo Ângelo —
Animais: 20 cavalos mansos, 20 bois, 24 éguas, 50
ovelhas; Produções anuais: 60 alqs. trigo, 150 ar. algodão, 7 alqs. feijão,
40 alqs. milho, 300 ar. erva mate. — São Borja: 40 cavalos mansos, 86
éguas, 6.000 éguas alçadas, 5.400 reses de criar. 69 ovelhas; Produções
anuais: nenhuma. —
São João: Animais: 10 cavalos mansos, 30 bois, 300
éguas, 40 ovelhos; Produções anuais: 11 alqs. trigo, 125 ar. algodão, 85
alqs. milho, 360 alqs. favas, 70 alqs. cevada, 760 ar. erva mate. — São Lou-
renço: Animais: 300 éguas: Produções anuais: 100 ar. algodão, 125 alqs.
milho, 140 alqs. fava, 30 alqs. cevada, 300 ar. erva mate, 347 couros de
gado crú. —São Luís: Animais: nenhum; Produções anuais: 104 alqs.
trigo, 20 ar. algodão, 7 alqs. feijão, 250 alqs.' milho, 450 alqs. fava, 6 alqs.
cevada, 3 alqs. arroz, 2 alqs. lentilhas, 8 alqs. ervilhas. — São Miguel: Ani-
mais: 200 cavalos mansos, 40 bois, 400 éguas, 16.000 reses de criar, 40 ove-
lhas; Produções anuais: 300 ar. erva mate. — São Nicolau: Animais: 40
cavalos mansos, 40 bois, 1.000 éguas, 3.000 reses de criar, 100 ovelhas;
Produções anuais: 140 alqs. trigo, 160 ar. algodão, 24 alqs. feijão, 40 alqs.
milho, 130 alqs. favas, 306 couros de gado crú.
Soldos Anuais —
Santo Ângelo: 144.000 adminitradores, 144.000 capelão,
144.000 cirurgião. —
São Borja: 144.000 administradores, 153.600 capataz São
Gabriel, 144.000 capelão, 144.000 cirurgião. —
São João: 144.000 adminis-
tradores, 144.000 capelão, 144.000 cirurgião. —
São Lourenço: 144.000 ad-
ministradores, 1444.000 capelão, 144.000 cirurgião. —
São Luís: 240.000,00
administradores, 144.000 capelão, 144.000 cirurgião. —São Miguel: 144.000
.
Terras de criar:
Santo Ângelo: 1 terra, 1 légua em roda; Terras incultas: 1 terra, 1/8 lé-
gua em roda; Terras usurpadas dos Povos: 6 estâncias, 3 potreiros,
2 invernadas
São Borja: 1 terra, % légua em roda; Terras usurpadas dos Povos: 1 es-
tância, 10 rincões.
São João: 1 terra, 4 léguasem roda; Terras incultas: 1 terra, % léguas em
roda; Terras cultivadas: 1 invernada, 1 légua quadrada; Terras usur-
padas dos Povos r 2 rincões.
São Lourenço: 1 terra, 6 léguas em roda; Terras incultas: 1 terra, J s lé-
gua em roda; Terras cultivadas: 1 invernada, 1 % légua quadrada;
Terras usurpadas dos Povos: 1 estância, 2 rincões.
São Luís: 1 terra, 6 léguas em roda; Terras incultas: 1 terra, % légua em
roda; Terras cultivadas: 1 invernada, 2 léguas quadradas; Terras
usurpadas dos Povos: 1 estância.
São Miguel: 1 terra, 3 léguas quadradas; Terras incultas: 1 terra, % lé-
gua em roda; Terras cultivadas: 1 invernada, 1 % légua quadrada;
Terras usurpadas do Povos: 5 rincões.
404 AURÉLIO PORTO
São Nicolau: 1 terra, 21 léguas quadradas; Terras incultas: 1 terra, Ys lé-
gua em roda; Terras cultivadas: 1 invernada, 1 légua quadrada; Ter-
ras usurpadas dos Povos: 6 potreiros, 12 rincões, 8 chácaras.
Total para todos os povos de vacas e cavalos: 24.710.
Santo Ângelo: 60 alqs. trigo, 150 ar. algodão, 400 v* panos de algodão,
7 alqs. feijão, 40 alqs. milho.
São Borja: 92:051 em dinheiro.
São João: 240:000 em dinheiro.
São Lourenço: 100 ar. erva mate.
São Luís: 4.489:155 em dinheiro, 30 alqs. trigo, 20 ar. algodão, 200 v* pa-
no de algodão, 10 alqs. milho, 9 alqs. favas. 50 meias solas, 110 cou-
ros, 2 cavalos, 5 mulas, 1 vaca.
São Miguel: 2.320:475 em dinheiro, 86 vacas.
São Nicolau: 1.165:060 em dinheiro, 30 ar. algodão, 207 v* pano de algodão,
24 alqs. feijão, 117 couros.
2. Bela Unión.
5) Saint-Hilaire, 346.
6) Idem, 284, Aperçn, 376.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 407
2) B. N. Mss. II. 35, 36, 25. Publ. Rev. Inst. Hist. R. G. do Sul.
I. 1937, pág. 75.
3) Teschauer. Hist. II, 285.
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 415
.
'
14* •
420 AURÉLIO PORTO
te, 12 ) a organização da Aldeia dos Anjos que, como acentua o
Padre Geraldo Pauwels, foi «a menina de seus olhos».
Nobre figura de realizador, desenvolvendo iniciativas próprias
e superpondo-se ao seu tempo, a actividade administrativa de José
Marcelino de Figueiredo não conhece óbices nem entraves. Rom-
pendo o círculo estreito que constringia a administração, dentro
das formas de uma centralização de poderes que não permitia
desdobrar quaisquer realizações individuais; autoritário, mesmo,
para a consecução de seus objectivos administrativos ou políticos,
tendo em vista, precipuamente, os interesses do bem público e a
sorte do governo que lhe havia sido confiado, o nobre Sepúlveda
soube-se impor à história do Continente, se bem que combatido,
mal visto e caluniado pelos seus coetâneos, cujos interesses pes-
soais contrariou e feriu.
Fundador do municipalismo rio-grandense, povoador do Con-
tinente, fez dashumildes aldeias que encontrou, faltas de tudo, o
germe de cidades futuras, prósperas e belas. Porto Alegre de-
ve-lhe a sua fundação. Haviam sido aí arranchados em Novem-
bro de 1752 os primeiros casais açorianos destinados às Missões.
Com a invasão dos espanhóis no Rio Grande, em 1763, passara a
capital para Viamão. Assumindo o governo do Continente, em
1769, compreendeu José Marcelino, com sua alta visão de estadis-
ta, as vantagens que oferecia, para erigir capital do Continente,
o Porto dos Casais, onde já havia, erecta poucos anos antes uma
pequena capela consagrada a São Francisco. O primeiro documen-
to sobre a criação de Porto Alegre e que lhe dá oficialmente o
nome com que foi baptizada por José Marcelino, em seu primeiro
período governamental, é de 2 de Agosto de 1773. 14 ) Entretan-
D. José I.
não se continha mais em dita carta q. passei bem e fielmte, regito." Et..
Registada em Viamão pelo escrivão Bento de Almeida, aos 24 de Fevereiro
de 1776.
15) O próprio José Marcelino, em 24 de Julho de 1773, diz ter mu-
dado sua residência para Porto Alegre, sendo de 18 de Janeiro do mesmo
ano, antes de reassumir o governo, o acto de elevação de São Francisco
dos Casais à paróquia que passou a denominar-se Nossa Senhora Madre de
Deus de Porto Alegre. Justifica-se. assim, que o nome fora dado à futura
capital por José Marcelino antes de sua retirada de Viamão, em 26 de Ou-
tubro de 1771. Realmente, o último documento conhecido em que o go-
vernador faz alusão ao Porto dos Casais (Doe. 40-Pasta 1771), é datado
de 11 de Outubro de 1771, 15 dias antes de abandonar o governo. Mas,
a 3 de Dezembro desse mesmo ano, quando José Marcelino já havia par-
tido, o provedor da Fazenda, Osório Inácio Vieira, dando providências para
o recolhimento de um preto ao hospital real de Viamão, data seu despa-
cho de Porto Alegre, 3 de Dezembro de 1771. (Doe. n. 77. Portarias do
Provedor. Pasta 1771). O novo governador vai porém residir no Via-
mão e só ao reassumir o governo, em 1773, é que José Marcelino põe em
execução a mudança da Capital. O documento inédito do Provedor vem
restabelecer a verdade sobre a data em que José Marcelino baptiza a fu-
tura capital do Rio Grande do Sul
16) Arq. Hist. do R. G. do Sul. Pasta 1770.
422 AURÉLIO PORTO
em geral, diz, foram os contemporâneos de José Marcelino; mas,
a história o reabilita de modo lucilante, sagrando-o entre os
mais notáveis, senão o mais notável e eficiente dos governadores
que o Rio Grande possuiu na fase colonial. Ã proporção que o
tempo vai passando para as sucessivas gerações, com quem se
vai afastando, a pouco e pouco, para mais distante de uma serra-
nia, mais detidamente se contornam e destacam os seus elevados
píncaros. Na cordilheira da sucessão dos factos da história da
capitania do Rio Grande do Sul, José Marcelino de Figueiredo é
» uma dessas cumíadas que mais vão avultando e dominando o
grandioso cenário histórico». 17 )
Uma das maiores preocupações desse governador consistiu
em dar modelar organização à aldeia incipente de índios missio-
neiros, que o capitão António Pinto Carneiro, retirando do Rio
Pardo, arranchara junto ao rio Gravataí, e a que fora dada a in-
ter sido localizada nas imediações da Aldeia dos Anjos, «pois sen-
do-lhes necessário largar o próprio domicílio, bem depressa tor-
narão a viver a seu modo, esquecendo-se do que há pouco se lhes
ensinou, e abraçando a mesma vida dissoluta que há pouco se
lhes procurou desterrar, quando estavam todos congregados na
dita aldeia». Faz outras observações procurando criticar a obra
de José Marcelino que, se não surtiu o efeito desejado, foi mais
pela inconstância dos índios do que pela organização que lhe pro-
curou dar esse notável realizador.
De mais distante, no tempo, e com mais serenidade, aprecia
São Leopoldo esse empenho de José Marcelino de bem acertar,
«Deixando saudosa memória entre povos que ele soube reger com
um sistema criador, com uma integridade e desinteresse a toda
a prova: a natural firmeza de carácter lhe suscitou intrigas, calú-
nias e dissabores, com os mesmos vice-reis de Estado; com tudo.
os próprios desafeiçoados jamais puderam escurecer suas exce-
lentes virtudes, sua actividade e zelo pelo bem geral: sem trans-
curar o militar, de tal sorte vigiava a administração pública, que
se lhe deve a fundação das freguesias de Porto Alegre. Santo Ama-
ro, Santa Ana, Conceição da Serra, São Luís de Mostardas, São
ANOS Brancos |
índios Pretos Total
» j~
1747 7 |
2 6
•
15
1748 14 6 4 -J 24
1749 20 |
2 3 25
1750 13 1 1 15
1751 . . 17 1 1 19
1752 25 2 0 27
1753 38 2 2 42
1754 56 1 2 59
1755 37 0 0 37
1756 36 1 0 37
1757 21 '
! 1 0 22
1758 : 24 2 2 28
j
308 21 21 350
FREGUESIAS 1)1 ! 1 1
1
Pretos Total
1
Vacaria |
291 32 248 571
Triunfo 637 0 640 1.277
Taquari 580 0 109 689
512 0 208 720
Rio Pardo 1.317 438 619 2.374
Cachoeira
1
9.433
1
mos nossos parentes que nos hão de ajudar, e confiando em Jesus Cristo
nosso ajudador dizemos: Salvemos nossas vidas, nossa terra e nossos
bens todos, porque não nos convém que com a mudança fiquemos po-
bres e afligidos em vão, nem que nos percamos em vão por esses cam-
pos, pelos rios e água, e por esses montes. E assim dizemos que aqui
só queremos morrer todos se Deus nos quer acabar, nossas mulheres e
nossos filhos pequenos juntamente. Esta é a terra onde nascemos e
nos criámos e nos baptizamos, e assim só aqui gostamos de morrer.
Este é só nosso pensamento; e Deus, senhor Governador, te conceda sem-
pre boa saúde. Aos 18 de Julho de 1753 anos. Isto é o que dizem os
caciques e todo o cabido. (Missionalia Hispânica, 1949, n" 18, p. 567-569).
II
FIM
da
Segunda Parte
da
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI
.
BIBLIOGRAFIA
i
DOCUMENTOS
ARCHIVO GENERAL DE ÍNDIAS. — Apud Groussac. Anales.
ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN. — Montevidéu.
ARCHIVO DEL INSTITUTO HISTÓRICO DEL URUGUAY. — Montevidéu.
ARCHIVO DE SIMANCAS. — Valhadolid. — Espanha.
ARCHIVO HISTÓRICO NACIONAL. — Madrid.
ARQUIVO HISTÓRICO — Porto Alegre, R. G. do Sul.
Códices:
Livfo da Expedição de 1737. Cópias de ordens e resoluções do briga-
deiro José da Silva Pais e outros comandantes do Presídio de Je-
sus-Maria-José do Rio Grande de São Pedro;
Sesmarias —Registo de concessão de terras. 1782.
Datas de chãos — Registo de terrenos no Presídio.
Documentos:
Colecções várias, planas de mostra de paulistas, correspondência ofi-
cial, campanhas cisplatinas, etc.
ARQUIVO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO —
Códices:
Consultas do Conselho Ultramarino.
ARQUIVO NACIONAL —
Rio de Janeiro.
Colecção de Cartas Régias, original.
Colecção da Provedoria de Fazenda, códices originais.
Correspondência dos vice-reiv.
Correspondência do Rio Grande do Sul.
Correspondência de Santa Catarina. 1723-1808.
ARQUIVO PÚBLICO DO RIO GRANRE DO SUL —
Inventários e Testamentos
Documentos administrativos avulsos .
15*
436 AURÉLIO PORTO
bém, da mesma colecção, vários códices referidos em notas de pé
de página, de vários trabalhos de historiadores jesuítas e outros
existentes em manuscrito na mesma Colecção.
Códices diversos:
Acuerdos dei Cábildo de Buenos Aires —
1-16, 1, 16.
Azara — d. Felix de... Descripción Histórica y Geográfica dei Para-
guai. 1-16, 2, 6 —
A Colecção Lamas publicou Geografia Física,
com notas de R. Schuller, diferente em parte desse códice, que
deve ser cópia primitiva e original.
Diários da Demarcação da América Meridional. Códices diversos.
Diário de la Demarcación. 1752 —
I. 1, 1, 20.
Cardiel. P. José —
Relaciôn verídica de las Misiones de la Comp. de
Jesús en la Prov. que fué dei Paraguai. Faenza. 1772. Cód. 1-5,
1, 52.
Cardiel, P. José —
Declaración de la Verdad. Buenos Aires — 1900.
Manuscritos diversos citados no texto.
Rodero. Padre Gaspar. Vendicación de la verdad y de la inocência
. .
II
LIVROS E REVISTAS
ABREU — Capistrano de... Capítulos de História Colonial. Fund. Cap.
de Abreu. Rio de Janeiro Tip. Leuzinger— 1928. —
Florêncio de. .Governo de José Marcelino de Figueiredo no Rio Gran-
.
Alegre —
1937.
ACEVEDO —Pablo Blanco ... La mediación de Inglaterra en la Conven-
ción de Paz de 1828 Montevidéu — 1928. —
ACTAS DA CÂMARA da Vila de São Paulo —
Colecção. S. Paulo 1914. —
ADET —Emílio... O Cavalo Rio de Janeiro— 1858. —
ALENCASTRE —
Cel. Álvaro... As Missões Orientais do Uruguai e o
coronel Joaquim António de Alencastre —
Rev. Inst. Hist. R. G.
do Sul. P. Alegre 1933. —
ALMEIDA — Cândido Mendes de... Memórias para o Extinto Estado
de Maranhão —
Rio de Janeiro 1874. —
AMEGHINO — F. La Antiguedad dei Hombre en el Plata Buenos Ai- —
r çg 1925
ANAIS DA BIBLIOTECA NACIONAL Rio de Janeiro.—
ANAIS DA PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO Porto Alegre. —
ANAIS DO ITAMARATI —
Documentos sôbre a Cisplatina Vols. 1 a 7, —
(1935-1942).
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 437
nópolis — 1912.
BORGES FORTES — General João... Cristóvão Pereira — Sep. Rev. Inst.
Hist. R. G. Sul — Porto Alegre — 1932.
Gen. João... A Frota de João de Magalhães — Rev. Inst. Hist. R. G.
Sul. — Porto Alegre. Trim. — 1934. 1"
Casais — Ed. Centenário Farroupilha. Rio — 1932.
Povoamento do Rio Grande do Sul. Porto Alegre — 1938.
CABEZA DE VACA — Alvar Núnez... Comentário de... adelantado y
governador de la Província dei Rio dei la Plata. Scriptos por
Pero Hernandez, scrivano y secretario de la Província dirigidos
al Sereníssimo muy Alto y muy poderoso Sehor el Infante d.
Carlos N. S. Valadolid — 1555.
CALVO — C. RecueUs complets. Paris
. 1868. —
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Sul. Porto Alegre. 1920.
. . .
127. 128, 129, 130, 135. 142. 147 . 202 Gabriel Ribeiro de: 273. 274. 275. 276,
Felipe de: 140 277. 278 279, 280. 283. 284. 287.
, 288 . 296.
Florêncio de: 421, 422. 423 297301. 303. 304. 305
. 306. . 307. 308.
João de : 371 309. 310. 311. 312. 313. 314, 315. 316,
José de: 308. 309. 315, 344. 349, 353. 362, 317. 319, 324. 325, 326. 328. 332. 336,
363. 364, 368. 371, 375 344. 345, 363
Pedro Siqueira de: 133 Inácio Taques de: 302. 304
Severino de 377 : João Mendes de: 109
Academia Brasileira. Rio: 211 João Pedroso de: 302
Acatú. Justino: 399 José Pedroso de: 302
Aceguá 231 : José Pompeu de: 302
Acevedo. P. Francisco: 169 Leonel Ribeiro de: 304
Frei José: 348 Lourenço Ribeiro de: 304. 309
Pablo Blanco: 395 Luiza Maria de: 303. 304 314 .
Açores. Ilhas: 158. 160. 280 Manuel Ribeiro de: 153. 302. 303. 316
Acre: 286 Manuela Joaquina de: 304
Afonseea. Inácia da: 425 Maurícia 304 :
José Freire de: 146 Artigas. André: 321. 327. 349. 354. 406
Andrade. André Ferreira de: 286 . 305. Andresito: 196. 327. 343. 345. 346. 348.
308 350. 351. 352. 353
João : 18 Artiguinhas : 346
Vicente Ferreira de: 286 José: 269. 284. 299. 300. 314. 322. 340.
Angelis. Pedro d": 258 342. 345. 346. 348. 350. 354 . 374 . 382.
Colecção de: 7. 15. 16. 32. 44. 48. 67. 82. 405. 416
168. 178. 188. 193. 211. 252. 254. 255. Ãsia: 259
258 Asseca. Viscondes de: 13
Ângelo. Baltazar Manuel 421 :
Assunção de N. Senhora, iate: 134
Angra, bispado: 280 Maria da: 140
Anjos. António Gonçalves dos: 142 do Paraguai: 16. 37. 41. 56. 57. 61. 64,
Antas, rio das: 129 65. 69. 309
Antiquera. D. José de: 166 Colégio de Ass. do Par. 83 :
Bertiandos: 106 ,
273. 274. 275, 278, 285. 290. 297, 300. Cárter. João : 154
306. 315. 327. 328. 330. 332. 334. 338 Manuel 154
:
Candelária: 25. 28, 52. 53 Manuel Corrêa de: 298. 308, 314
Canete. Francisco Xavier: 387, 390. 391 Mário Teixeira de: 412
Canguçu : 364 Sebastião Gomes de: 141
Canigral, P. Pedro: 55 Sebastião J«sé de: 153
Cano. Lucas 253 : Casal. Ayres de: 238. 429
P. Matias: 349 Casero. P. Bernardo (ou Cubero) : 62
P. Paulo: 69 Cassa Rubeli. Toledo: 64
Canoas, porto das: 313 Cassero. admin.: 256
Canto, Ana Borges do: 282 Castanho, Luis 19 :
Chui. arroio. 142. 147, 153. 157. 161. 294 Costa. Francisco José da 365 :
201. 214. 215. 245. 261. 280. 282. 288. Cuff. Sara: 154
374. 378. 386. 414. 432. 434 Cuibá. lagoa: 142
Colónia Nova: 91. 92. 108. 127. 134 138, Cunha. Alexandre Manuel da: 281
140. 145. 202 António da: 101
Companhia de Jesus: 12, 22, 23 26, 11, António Teixeira da: 139
27, 33. 34. 35. 40. 41. 43. 44 50. 56. .
João da: 366
69. 83. 93. 109. 123, 154. 155. 172, 177. José da 141 :
181. 182. 183. 196. 204 209 216 239, . José Francisco da 324 :
242. 243. 244. 245. 246. 247. 25l' 254. Manuel da: 146
256. 413. 432, 433 R. da: 237
231.
Conceição. Ana Maria da: 140, 153 Cunha e Souza, família: 281
erval: 81. 188. 403 Curado. Joaquim Xavier: 262. 264. 266,
da Serra: 424 267. 297. 315. 316. ' 346. 349
rio : 81 Curapá. Lourenço: 343
passo da: 300. 329 Curei. Francisco de: 410
redução da: 16. 18. 19, 24. 25. 28. Curitiba. Campos Gerais de: 116. 130, 185,
48. 52. 54. 55. 56. 58. 81. 82. 83. 303
207. 212. 216 Curuzú-quatiá: 298. 299. 305
Concepción. erval : 188 Cuyabá. minas de: 89
Conde de Bobadela: 128. 419 Cuyay. Cecília: 347
da Cunha: 419
da Figueira: 323. 345. 353. 354. 357. 359.
362. 364
. das Gálveas: 103, 119 Daff. P. Lourenço: 183
de Rio Pardo: 299. 345 Darmstadt. Alemanha: 370
de Sarzedas (veja Sarzedas) Datilo. P. Hipólito: 72
Eu: 35. 337
d Daubsch. Marta: 154
de Valadares: 363 Daum, João Carlos de Saldanha de Oli-
Conselho de índias: 14. 22 veira e: 362
Conselho Ultramarino: 11. 43. 86. 87, Daymã : 229, 230
90. 94. 95. 107. 111. 115 Delfim. Jerónimo: 24
P.
Consensa. Catai. 64 :
Delfina, sumaca: 368
Constitucional Rio-grandense. jornal Despouy. Blas: 382. 383
388 De Maria: 346
Continente de São Pedro: 160 Desterro, capela: 92
Conventos: 116 Diaz. António: 401. 405, 408
Corá. erval : 81 Gervásio : 140. 142
Córdova. André Ribeiro de: 389 Manuel Francisco: 137
tenente: 427 Divisão de Voluntários Reais do Príncl-
448 AURÉLIO PORTO
pe: 346 sítio: 138. 139. 160, 364
Doblas. Gonzalo: 257 Estúdios, revista: 243, 246
Docca, Emílio Fernandes de Souza: 278, Estudos, revista 198 :
Domingues. José Joaquim: 286. 319 Europa: 12. 62. 64. 66. 88, 156. 169. 211.
Silvestre: 142, 281. 282 213. 220. 242. 245. 246. 261. 262. 263,
Don, rio: 369 265, 267
Donvidas, P. fomaz: 27. 28. 182
Dorrego, Manuel: 378. 380, 392, 393, 394 F
Doutrinas: 23. 25, 38. 43
Dragões de Minas: 134. 140. 144, 146, 147 Fabrer, J. João: 249
Regimento de: 138. 143, 144, 145. 147, Facão. São Paulo: 385
148. 150. 153, 203. 226, 227. 271, 278. Faenza: 204
327
283. Fagundes. Francisco Machado: 152
Duar-te, Inácio: 185 Faial: 158
Manuel 141 :
Faisões. rio Jacuí: 228
Maria dos Passos, 122 Fanfa. pontal: 137
Dublin 154 :
Dulce, Rubio: 277. 278. 288. 307, 318, 330 José Custódio de Sá e: 202, 216 . 419.
Dutra. João Garcia: 140, 142 420
Durazno. vila: 411 Farnésio. Isabel de: 243
Duvotenay, Th. : 365 Faro: 302
Feira. Portugal: 335
Feitoria: 367
Felipe V: 213. 433
Eça, José Maria da Gama Lobo Coelho Felizardo. Jorge Godofredo: 366. 412
d': 322, 351, 372 Félix. Joaquim: 318. 325. 326, 330. 331,
Echenique, Frei Lourenço: 253- 334. 341
Echevarria, Juan de: 214, 215 Fernandes. Domingos: 104. 105
Edmunds. António: 154 Fernandez. P. André: 183
Roberto 154 : Francisco: 286, 394
Elias. João 154 :
Luiza 140:
Roberto 154 :
Fernandez. P. Alonso: 209. 210
Elio (Vice-Rei J. Xavier) : 299 P. Miguel: 56. 61. 67. 69
Ellis Júnior: 18 Fernando VI: 213. 215, 243. 433
Ellwanger: 248 António de Souza: 106. 121. 122. 140. 142
Elordouy. Nicolau: 251 índio: 235. 236
El-Rei. barco latino: 137
Ferreira. André: 278
Encarnação. Maria da: 140
Maria Antónia da: 324 António José Rodrigues: 362
Maria Rosa Joaquina da: 324 Estêvão: 141
Encinas. Santiago. 253 Jerónimo: 137
Encruzilhada: 161 Joaquim: 318
Engenho Novo: 109 Maria Gomes: 146
Enis. P. Tadeu: 206. 212, 213. 227, 228, Miguel Cardoso: 140
229. 232, 233, 234, 235, 237, 239 Ferreiro. Felipe: 154
Entre-Rios: 380, 406 Ferro, ilha: 32. 60
Erber. P. Inocêncio: 206 Figueiredo. Eugênia Francisca: 285
Ernández, Frei Manuel 253 : José Marcelino de (veja Sepúlveda) -
Frei Pascoal: 253 259. 419. 420. _422. 423. 424. 429
Frei Pedro: 253 José Mascarenhas: 141
Ernot. P. Luís: 12 Luís de: 147
Escalada, Mariano: 382. 383 Maria Eugênia de: 281
Escandón, P. João de: 210. 237, 415 Figueiroa. António Borges: 146
Esmeraldas. Serra das: 19 António José de: 142
Espanha: 17, 58. 94. 131. 155. 198. 199. Filgueira, Domingos: 86
200, 201. 204. 209. 220. 222. 238. 242. Firmum : 65
243, 245, 254 , 260. 262, 263, 272, 285, Flandres: 83
412. 418 Flores. João 253 :
Francia. Gaspar Rodrigues de: 354, 365, Guacacaiguá. rio: 224, 233
380 Guacurari, André: 346. 347, 348. 354
Francia, José Gaspar de (ditador) 334 Guadalupe, Frei António de: i36
Francisco, Joaquim 146 : Guaiancai. índio: 41
Manuel: 106. 142 Guaíba: 364
Francisco, cacique: 44 Guairá: 17. 54
João. capitão: 106. 212 Guamica, capitão : 216
Frank. Mons. André Pedro: 6 Guarajaça. lugar 390 :
195. 232, 240. 284. 290. 331. 334. 391. Jesus-Maria-José (presidio e igreja do
413. 414. 425. 428 Rio Grande): 113. 130. 135. 138. 142.
mojanes: 432 154. 157. 159. 161
payaguás: 62. 64 Jimenes. P. Pedro: 25
sambor jenses : 36 Jiménez. António: 67, 68
serranos: 43 P. Bartolomeu: 66
tapes: 9. 15. 16. 17. 19. 21. 22. 23. 26. 42. João José: 343
44. 45. 46. 93. 99. 102. 114. 123. 126. João III: 107
128. 163. 165. 168. 172. 180. 186. 201. V: 92. 130
232. 410. 413. 414. 425. 428 VI: 300
tupis: 18. 19. 20 João. Dom (Príncipe): 269. 292. 293. 310
vaqueiros: 46 Jorge. Manuel: 106, 137. 140. 142
Inglaterra: 154. 172. 263 José. índio 41 :
Itú: 305. 395 Laguna, vila: 23. 26. 27. 33. 86. 88. 91. 92,
Iturriaga. José de 202 : 100, 116. 121. 122. 124. 125. 136. 139.
140. 141. 142. 143. 150. 151. 160. 185.
186. 281. 316. 374. 412. 413. 429
Lamego. Portugal : 281
La Plata 244 !
Jacuí. passo: 225. 226. 230. 391. 414 Lara. António de Almeida: 286. 305
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 451
Limp. P. Francisco Xavier: 183. 206. 209. Maldonado. Francisco de Barbuda: 128
241 ilhas de: 10. 11, 21. 22. 24. 88. 105. 132.
P. Tadeo: 241 158. 170. 311
Linhares. Conde de: 263. 267. 339 lugar: 100. 269. 292, 346
Col 272
. :
Manuel do Prado: 164. 170
Lisboa: 90. 92. 109. 111. 122. 146. 153, 156. serra de: 90. 119
199. 201. 263. 266. 281. 310, 329. 332, * Malinas. Flandres: 64
333. 341. 365. 423. 424 Manchester: 154
Loba. Rui: 167 Mandizobi: 298
Lobato. Francisco Martin: 115 Mangueira, passo da: 135. 142
Santos: 121 Mansilla, general : 376
Lobo. António José da Gama: 142, 148, Manso. Joaquim Félix da Fonseca: 329.
351. 354 341
José Maria da Gama: 353 Manuel António: 93
Manuel: 11. 23. 24. 25. 31. 43 Maranhão 201 :
Los Currales. lugar: 376 Marquês, de Alegrete: 300. 301. 350. 364
Louvre, museu do: 411 de Alorna: 262
Loya. cacique: 44 de Barbacena: 376
Low, Guilherme: 154 de Grimaldi: 104
Tomaz: 154 de Lavradio (Sampaio) 421 :
146. 214. 216 Nenguirú, Nicolau: 54. 174, 222, 225, 226,
Josefa Bernardina da Cunha: 366 231
Miguel Luís. de (Conde de Valadares) I: 216, 218
363 II: 212, 219
Pedro Luís de: 391 •
III. 219. 220. 223. 232. 233. 24$, 346
Rodrigo Cezar de: 90 Neto. Simões Lopes: 234
Menino Diabo, fazenda: 129 Neves. Pedro da Costa: 141
Mercador, rincão do: 121. 142 New York: 154
Mercedes, cidade: 375 Nhucorá: 81. 188
Mercês, campo daa: 215 Nicolau I: 220. 221, 223
Mesa, Eugénio: 253 Nocuibilen, índio: 41
Mesquita, P. José António de: 280 Noghay, Manuela Francisca: 301
Meyer, Augusto: 223 Noguera, Francisco de: 165
Minas Gerais: 95. 98. 100. 101 113. 115, NOSSA SENHORA: da Abadia, nau: 134
118. 120. 129. 130. 134, 140, 145, 201 dos Anjos: 418. 422
286. 307 dos Anjos da Aldeia: 425
Miranaí: 207 da Bom Sucesso, nau: 137
Miranda, Monsenhor: 368 da Conceição, nau: 133. 134, 137
Gaspar Nunes de: 146 da Conceição da Cachoeira: 260
Mirinai: 376 da Fé: 72
Mirones, ouvidor: 167 da Lapa: 130. 138
Missionalia Hispânica, revista, Madrid: da Luz de Curitiba: 293
195. 198. 204, 208, 209, 210, 212. 213, da Madre de Deus de Pôrto Alegre:
214, 215, 216, 219. 227, 433. 434 421
Missões (veja Província de) das Mercês, nau: 133
Mogi das Cruzes: 303 de Nazareth, nau: 133, 137
Moira. Roque: 291 da Piedade, nau: 133
Montanhez. Frei Bernardino 291 : do Rosário, balandra: 137
Monteiro, Francisco de Paula: 344 da Vitória, nau: 132
Euzébia Pires: 302 Nunes, António: 146
Jonatas da Costa Rego: 25, 26, 32, 48 José de Sousa: 394
55. 58. 91. 111. 125. 245. 260 Nurnberg: 78
José Pires: 302 Nusdorffer: 16. 22. 25. 27. 33. 45. 163. 168.
Luís Vahia: 89. 93. 100, 114 171. 204. 208. 235
Monte Grande: 294. 416. 417
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 453
Ortiz. Olivério José: 411 Pedro. António: 104, 111. 114, 115. 119,
Osório. Fernando Luís: 409 120. 125. 133
Francisco Coelho: 146 Pedro I: 394
Manuel Luís. marquês do Herval : 146, Pedroso. António: 145
409 António dos Santos: 294. 297, 299, 305
Tomaz Luís: 146. 148. 153, 227 Custódio: 185
Ovez. Lucas José : 398 Euzébio 302 :
65. 70. 75. 78. 154, 156, 163. 166. 167, P. José Inácio da Silva: 430
176. 180. 195. 204. 208. 221. 243. 247. Josefa Bernarda 281 :
249. 250. 256. 304. 354. 364. 380. 393, Luís José da Silva: 365
432. 434 Manuel Gomes: 150
454 AURÉLIO PORTO
Manuel Mendes: 108 Porto. Aurélio: 7. 13. 89. 150. 161. 181.
Manuel da Silva: 365 281. 284, 286, 289. 292. 316. 324. 330.
Manuel do Vale: 135 333. 366
Maria: 106 Delfino Gomes: 304. 324 .
Piratininzinho: 28. 60
Ouarupá. rio: 289
Pires. António: 141 Ouay. Arroyo, passo do: 312
Estácio: 89. 185 Ouee-uai: 207. 208
Faustina Corrêa: 316 Querini. P. Manuel 195 :
Fernando 389 :
Quintão, luear: 122
Pisa. P. Bartolomeu: 207 João da Costa: 122. 142
Planes. P. António: 206, 250 Ouirisrui. erval: 81
Plattling. Baviera: 204 Quirós. António: 253
Pombal, marquês de: 213. 242, 246 367
Pombo. Rocha: 280
Pompeo. Taques: 302
Pompeyo. P. José Maria: Rabelo. Belchior da Costa Corrêa: 338
63. 64. 69 71 Rademacker: 300
Ponsombv : 394
Pontal: 142 Rambo. P. Balduíno: 7
Ponte de Lima: 106. 107. 130 Ramita. P. Pedro: 65
Porciúncula. João Antunes da: 142 Ramirez: 405
385 Ramos. Inácia Maria de: 140
Posteli, Joaquim Eloy: 333
Portinho. José Gomes: 304 P. João: 62
Porto, cidade:
Manuel Gonçalves: 134
161. 304. 316
Pôrto Alegre: Raquin. Mr. 382 :
Revello. José Tonos: 70 Frutuoso: 196. 282. 284 326 . . 340. 346,
Rezende, Conde de:. 263, 264. 266 366. 372. 373. 374. 375, 378, 379. 380,
Riachuelo: 44 381. 382. 383. 387. 38S. 389. 390. 391.
Ribeira do Porto dos Casais (Porto Ale- 392, 393. 394. 396. 397. 398. 399. 400,
gre): 421 405, 406. 407, 408, 410 411 ,
capitania: 87, 111, 128, 130, 132. 133, 134, Ruyer. P. Cláudio: 67
137. 138, 139. 141. 144, 145, 150. 156
Rio de São Pedro do Rio Grande 95, : S
96. 133. 280
Rio Grande de São Pedro, colónia: 86, Sá, Simão Pereira de: 113, 121, 123, 127,
- 87, 88. 89, 98, 100, 104. 115, 118, 125, 134. 202
132, 145, 155, 156, 157, 159, 245, 279, Saavedra, Hernandarias 22 :
Santo Isidro, lugar: 354 povo: 24. 25. 81. 175. 351
Isidro Lavrador, ermida: 50. 68 São José do Norte: 129
Santos. António Manuel dos: 305. 341 São Julião da Barra, forte: 263
Bartolomeu dos: 140 São Leopoldo (veja Visconde de)
Clara Maria dos: 302. 316 São Leopoldo, colónia: 368. 371
Francisco dos: 95. 99 SãoLourenço, estância: 187. 188. 261. 376.
Francisco das Chagas: 196. 297. 311. 314. 401. 402. 403. 404. 415. 425
317. 320. 322. 323. 326. 333. 340. 341. São Lourenço Mártir, redução: 28. 29. 31.
342. 345. 346. 349. 350. 351. 352. 354. 45. 56. 61. 67. 69. 93. 169. 183, 193. 194.
355. 357 196. 205. 206. 208 209. 232. 233. 239,
.
Gasnar dos: 142 248. 253, 272. 275. 287. 290. 291. 307.
.Tosé dos: 142 334. 343. 360
José Agostinho dos: 286 São Lucas, passo: 329. 354
Manuel dos: 141 São Luis. cidade: 314 341. 342, 356. 360. .
São Luís Gonzaga, estância: 61. 62. 184. Schwiebussen, Silésia: 206
187. 188. 193, 261. 289 Sebastião, rincão de Frei 106 :
188. 261 e Povos 9. 17, 22. 31, 51. 54. 61. 71,
forte: 93, 128. 153. 157 162. 164. 168. 178, 183. 184 187, 193,
igreja: 66. 196 194. 195. 200. 203. 205. 207 209. 210,
ilha de: 105, 280 211. 212. 213. 214. 215. 219 222. 231,
São Miguel Arcanjo, povo: 29, 31. 58, 59, 232. 237. 241. 247. 248, 249 251, 252,
60. 63. 64. 65. 66. 67, 68, 70, 72.
62. 73. 253. 254. 257. 261. 267. 270 271. 273,
216. 274, 275. 276. 296. 306 274. 279. 305. 309. 325. 328 332. 339,
São Miguel, redução: 21, 25, 28. 33, 74. 352. 367. 373. 382. 383. 391 398. 400,
•
75. 82. 93. 104. 127, 156. 157. 158, 183, 401. 407. 416
193, 194. 196. 206. 207, 208. 209. 210. Sevilha: 53
212. 223. 224. 228. 229, 232, 233. 235. Silva. P. Blasius: 62
236, 239. 240, 241, 249, 250. 253, 254. Silva. António Carvalho da: 133
256. 272. 285. 287. 323, 327. 328 . 343. António Pereira da: 137
360. 361. 367. 386. 389. 402. 403. 404.
Antónia Ribeiro da: 302
407. 413. 419. 425
Boaventura Soares da: 385. 392
São Miguel Novo: 426
São Nicolau, estância: 188 Domingos Carvalho da: 316
da Cachoeira: 423 Euzébio Domingues da: 286. 319
P. Euzébio de Magalhães Rangel e: 336,
do Jacuí: 315. 425. 426
do Rio Pardo: 423. 424. 426 337. 355
Felipe Carvalho da: 275. 279. 317. 319
São Nicolau do Piratini. redução: 25,
Francisco Carvalho da: 275. 277. 280,
28, 29, 31. 33. 48. 49, 50, 51, 52. 53. 55,
68. 69. 179, 183, 193. 194. 196. 206. 208.
316. 317. 318. 319
209. 210. 218. 233. 240. 248 249. 290. .
Germano Severino da: 309
296 309. 316. 318. 319, 323
Inácia da: 140
. 324. 330. .
Stinglhaime. P. Guilherme: 72
Tratado Provisional: 26
Strasser. P. Melchor: 154. 157
Trindade. Frei Agostinho da: 92. 93. 94
Strobel. P. Matias: 205, 212 Apolinário de Sousa: 371
Suárez, P. Gaspar: 247 Maria Jacinta da: 306
P. Ventura: 29. 30. 32. 60. 74.
Triunfo: 160
83
Trolé. Eduardo: 396. 398
Subiurra, Teresa de: 324
Tuapá. José Francisco: 399
Tucbay. Fernando: 248
Tucumã, província: 248
Tabacacue. Paulo: 35 Justo: 348
Tabacambi. Maria Marta: 35, 174 Tunas: 391
Tacuabé. Gaspar: 410 Tupãciretô: 184
Tadeo, P. 241 :
Turim: 263
Taim. arroio. 128, 135. 153 Turiritama: 152
Tainhas, rio: 129 Tute, Maria: 154
Tanhuma. Isidro: 343 Tux, P. Carlos: 206. 210, 221
HISTÓRIA DAS MISSÕES ORIENTAIS DO URUGUAI 459
Rio: 10. 19. 20, 23, 24. 26. 28. 41, 45 49. .
Vila Franca de Xira: 365
52, 54, 58. 59, 60. 68. «2, 162. 166. 167. Vilela. António de Araujo: 140
187. 193. 208. 219. 231. 260. 261. 282, Villanueva. P. Bernardo: 65
291. 294. 296. 297. 298. 300. 309. 312. Virapane. Fernando 399 :
313. 317, 320. 322. 329. 342. 345. 347. VIRGEM SANTÍSSIMA: 76. 77
348. 349. 350. 352. 368. 369. 372 Visconde de Lançada: 356
Salto do: 250 de São Gabriel: 338
Uruguaiana: 309 de São Leopoldo: 59. 134, 141. 237. 277,
Uruquázinho, arroio: 67 365. 368. 405, 424
Utrecht, tratado de: 199 Visconti. P. Geral Inácio: 204
Voluntários Reais dei Rei: 346
184, 389
Wancuthen. P. Jacob: 65
dos Pinhais: 185, 186. 187 Weltbott. Neue: 78
do Mar: 21, 23. 31. 33. 34. 165. 184 Wiedei spahn. H. O. 308 :
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