Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 16
CRIMES ELEITORAIS
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Tipos Previstos na Legislação ....................................................................................... 2
2.1 - Conceitos Introdutórios ......................................................................................... 2
2.2 - Código Eleitoral .................................................................................................... 5
2.3 - Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) .................................................................... 56
2.4 - Lei Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidade) ............................................ 59
2.5 - Lei nº 6.091/1974 (Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições) .............. 59
2.6 - Lei nº 7.021/1982 .............................................................................................. 62
3 - Questões ................................................................................................................. 62
3.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 63
3.2 – Gabarito ........................................................................................................... 73
3.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 74
4 - Resumo da Aula ..................................................................................................... 100
5 - Considerações Finais .............................................................................................. 109
CRIMES ELEITORAIS
1 - Considerações Iniciais
A aula abordará os crimes eleitorais. Esse é um assunto relevante e com
significativa incidência em provas de concurso público. Conheceremos condutas
tipificadas como crime eleitoral.
Boa aula!
Tipo Objetivo
O tipo constitui um conjunto de elementos que descrevem as informações
previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do
bem jurídico tutelado.
O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma
incriminadora, sem análise da intenção do agente.
O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado.
Além disso, o tipo objetivo poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem
como eventuais circunstâncias relativas ao agente.
Tipo Subjetivo
O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente,
segundo cada tipo objetivo. Constituem componentes da figura típica exigidos
para a compreensão do significado do tipo praticado, por intermédio de um juízo
de valor.
Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria
finalista da ação, dolo é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade de
concretizar as características objetivas do tipo.
Teorias sobre o dolo
Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo:
a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação
consciente, um fato que se sabe contrário à lei.
Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua
significação, estando disposto a produzir o resultado.
b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a
conduta, em que o agente prevê a possibilidade de o resultado ocorrer,
sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo
sujeito.
c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o
dolo basta a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o
sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado.
O Brasil adotou:
a teoria da vontade para que exista dolo é preciso consciência e
vontade de produzir o resultado (dolo direto);
a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o
resultado (dolo eventual).
Sujeito Passivo
O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal.
Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no
aspecto formal do bem jurídico, dado o interesse jurídico em punir aquele que
cometer delitos.
Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material
ou eventual) o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente.
Sujeito Ativo
O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na
norma penal incriminadora.
Classificação
A classificação dos crimes tem por objetivo facilitar a sistematização das várias
espécies de crimes praticados. Não vamos nos alongar aqui também. Veremos
apenas as classificações mais importantes e citadas para a classificação dos
crimes eleitorais.
Desse modo veremos as seguintes classificações:
de mera
permanente formal
conduta
COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.
DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer
CONDUTA menção ao resultado naturalístico.
Consumação
O crime será consumado a partir do momento em que realizar todos os elementos
do tipo penal. Será considerando tentado o crime enquanto ainda não houver
reunido todos os elementos e que, por circunstâncias alheias ao agente, for
interrompido.
Tentativa
A tentativa constitui a realização incompleta da conduta típica. Em razão disso,
ela não será punida como crime autônomo. Segundo a doutrina, a tentativa
REQUISITOS
por circunstâncias
início de execução; não consumação; alheias à vontade do
agente.
Código Eleitoral
CRIMES PREVISTOS
Lei de Inelegibilidade (Lei
NA LEGISLAÇÃO
Complementar nº 64/1990)
ELEITORAL
Lei do Transporte Rural no dia das
Eleições (Lei nº 6.091/1974)
Lei nº 7.021/1982.
SUJEITO
Estado
PASSIVO
Reclusão: 5 anos
PENA e
Multa: 5 a 15 dias-multa
1
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min.
MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1, Página 241.
Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que
TIPO OBJETIVO
infrinja o dispositivo legal.
SUJEITO Estado e a pessoa de boa-fé que acredita que são verdadeiras as informações
PASSIVO prestadas.
2
Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA
ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 06/09/2011, Página 70.
3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de
vontades entre o eleitor e o suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe
nº 1983.
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. Ao contrário da ação penal privada, a ação penal
pública é divisível.
ELEITOR - INSCRIÇÃO. O tipo do artigo 290 do Código Eleitoral pressupõe o induzimento
do eleitor, ou seja, o fato de o agente, valendo-se da boa-fé, levá-lo à inscrição.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania.
TESTEMUNHA - CORRÉU. O sistema processual exclui a possibilidade de ter-se como
testemunha copartícipe da prática criminosa, não conduzindo a divisibilidade da ação penal
pública - o fato de o Ministério Público haver acionado apenas alguns dos envolvidos - a
transmudar os demais em testemunhas.
SUJEITO
Estado e o alistando, se de boa-fé
PASSIVO
O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
CLASSIFICAÇÃO
somente pelo juiz), comissivo e formal.
3
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data
31/5/2013, Página 48.
e
Multa: 5 a 15 dias-multa
Assim, vejamos:
SUJEITO
Estado e o alistando.
PASSIVO
O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
CLASSIFICAÇÃO
somente pelo juiz), comissivo e formal.
Perturbação do alistamento
Trata-se do tipo previsto no art. 293, do CE.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Perturbação do alistamento
SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum.
A Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único.
Art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez
mil Ufirs."
SUJEITO
Estado e o eleitor que teve seu título retido.
PASSIVO
Trata-se de crime comum que pode ser atribuído a qualquer pessoa. Ressalta-
SUJEITO ATIVO se que há corrente doutrinária que alega que tal conduta delituosa somente
pode ser cometida por servidor da Justiça Eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
Ocorre com a retenção indevida do título. Note que a retenção deve ser
CONSUMAÇÃO indevida. O impedimento do voto não é necessário para a consumação do
delito.
SUJEITO
Estado e as pessoas envolvidas nos serviços eleitorais.
PASSIVO
TENTATIVA Admissível.
SUJEITO
Estado e o eleitor.
PASSIVO
Vamos nos atentar para o que dispõe o art. 236, referenciado acima.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito)
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou,
ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do Juiz
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.
SUJEITO
Estado e a pessoa presa ou detida.
PASSIVO
Há divergência na doutrina:
1º crime próprio – pois somente pode ser pratica pela polícia ou autoridade
judiciária.
SUJEITO ATIVO
2º crime comum – pois não existe indicação de quem poderia efetuar a prisão
ou detenção.
A 1ª corrente prevalece, pois o art. 236 menciona a autoridade.
TENTATIVA É admitida.
Corrupção Eleitoral
Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso.
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Corrupção Eleitoral
SUJEITO
Estado, o eleitor e os demais candidatos.
PASSIVO
Portanto, lembrem-se:
4
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a)
Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226,
Data 25/11/2010, Página 41.
Coação Eleitoral
É o tipo previsto no art. 300, do CE, vejamos:
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não
votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
Coação Eleitoral
SUJEITO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral.
Desse modo:
SUJEITO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO
TENTATIVA É admissível.
5
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Data 11/04/2011, Página 37-38.
2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave ameaça
para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que
os fins visados não sejam conseguidos.
3. A circunstância de ausência de poder de gestão de programa social não afasta a eventual
configuração do delito do art. 301 do Código Eleitoral diante do fato alusivo à ameaça a
eleitores quanto à perda de benefício social, caso não votassem no candidato denunciado.
Agravo regimental não provido.
Assim:
SUJEITO
Estado, o eleitor e os candidatos prejudicados.
PASSIVO
TENTATIVA É admissível.
Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final
desse artigo, a qual previa “inclusive o fornecimento gratuito de alimento e
transporte coletivo”, por considerar como crime tal prática, dilatando o período
de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à
eleição.
De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração
ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de
plebiscito.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
Desse modo:
SUJEITO
Estado e os consumidores eventualmente prejudicados.
PASSIVO
SUJEITO
Estado e aqueles que integram a mesa receptora.
PASSIVO
TENTATIVA É admissível
SUJEITO
Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos.
PASSIVO
TENTATIVA É admissível.
SUJEITO
Estado e o eleitor que receber a cédula assinada.
PASSIVO
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não
CLASSIFICAÇÃO
é exigida a fraude ao voto.
TENTATIVA É admissível.
SUJEITO
Estado e o eleitor que receba a cédula.
PASSIVO
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não
CLASSIFICAÇÃO
é exigido o resultado do voto.
TENTATIVA É admissível.
TIPO OBJETIVO Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor.
SUJEITO
Estado, candidato ou o eleitor em lugar do qual foi realizado o voto.
PASSIVO
SUJEITO
Estado e o eleitor em caso de anulação da votação.
PASSIVO
Diz-se que ocorre com a anulação dos votos, embora tal entendimento não
CONSUMAÇÃO
seja totalmente pacífico.
TENTATIVA É admissível
Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo
TIPO OBJETIVO
prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em permitir o voto.
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admissível
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, candidatos ou o eleitor cujo sigilo foi violado.
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for procedida pela Mesa
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não expedirem
imediatamente o respectivo boletim.
O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
conterá os nomes e os números dos candidatos nela votados.
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos
partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora
após a expedição.
SUJEITO
O Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.
Cabe, ainda, trazer mais dois dispositivos legais. Vejamos o art. 15 da Lei nº
6.996.
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no processamento
eletrônico das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método utilizado.
Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não
TIPO OBJETIVO
corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou nos boletins de apuração.
SUJEITO
Estado, candidato ou o eleitor que não teve seu voto apurado.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, muito embora caiba à Junta Eleitoral totalizar os votos.
TENTATIVA É admitida
Vejamos, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto acima, o art.
70, da Lei das Eleições.
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os
protestos recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou
coligações, deverá ser imediatamente afastado, além de responder pelos crimes previstos
na Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
Assim:
SUJEITO
Estado e aquele que formulou o protesto.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
Ocorre com o não recebimento ou falta de menção dos protestos ou, ainda,
CONSUMAÇÃO
com a falta de envio dos protestos à instância superior.
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
Reclusão: 3 a 5 anos.
PENA
Multa: não há
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
TENTATIVA É admitida.
Primeiramente, por “ficha de registro” devemos ler a assinatura nas listas para
apoiamento mínimo. O apoiamento mínimo é uma das condições para a criação
de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido político é necessária a colheita
de centenas de milhares de assinaturas com a indicação dos respectivos títulos
eleitorais para que seja demonstrado o caráter nacional do partido político.
Assim:
TIPO OBJETIVO Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo.
TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO
SUJEITO
Estado e demais partidos políticos.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida, quando o eleitor utilizar o sistema Filiaweb para informar a filiação.
Multa: 10 a 20 dias-multa.
PENA Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995
(Lei dos Partidos Político), que estabelece o dever que o eleitor possui de informar
à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá cancelada a filiação mais
antiga, o qual não elide a apuração da responsabilidade penal em razão do tipo
penal que estamos estudando.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
Assim:
SUJEITO
Estado e demais partidos políticos.
PASSIVO
TIPO OBJETIVO Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido.
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
SUJEITO
Estado, eleitores, candidatos ofendidos e partidos políticos.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
PENA Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena
mínima.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio
ou televisão.
Calúnia Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 324, do CE:
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,
imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
6
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de 15/10/2009, Relator(a)
Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301
7
LINS, Ayres. e MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 782.
•se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
•se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
•se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
Além disso, conforme ensina a doutrina não é necessário que o fato seja dirigido
a candidato, desde seja veiculado em propaganda eleitoral ou visar à
propaganda.
Antes de analisarmos o nosso quadro, atente-se:
Assim:
Calúnia Eleitoral
SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
Difamação Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 325, do CE:
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Assim:
Difamação Eleitoral
SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO
Injúria Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 326, do CE:
8
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.
9
Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY
ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92.
Assim:
Injúria Eleitoral
SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO
10
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.
Presidente da República;
Chefe de Governo
Estrangeiro;
calúnia eleitoral, difamação
CAUSA DE AUMENTO DE eleitoral e injúria eleitoral
Funcionário público em
PENA (1/3), QUANDO
razão de suas funções;
COMETIDO CONTRA
Na presença de várias
pessoas;
Sigamos!
Assim:
SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo.
TENTATIVA É admitida.
Assim:
SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo.
TENTATIVA É admitida.
Assim:
SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
Assim:
SUJEITO
Estado e, se for o caso, aquele eleitor que não conhece o idioma estrangeiro.
PASSIVO
Detenção: 3 a 6 meses.
e
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Infração de menor potencial ofensivo.
Assim:
Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos
TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
Assim:
SUJEITO
Estado e os candidatos partidos políticos prejudicados.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.
Assim:
TIPO OBJETIVO Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da Justiça Eleitoral.
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
Reclusão: 2 a 6 anos
e
PENA Multa: 5 a 15 dias-multa.
A penalidade será agravada caso seja praticada por membro ou funcionário da
Justiça Eleitoral, o qual pratica o ato prevalecendo-se do cargo.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de
órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça
Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Assim:
SUJEITO
Estado e aquele que for prejudicado pelo atraso na publicação.
PASSIVO
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
Notem que se trata da atitude que a autoridade judiciária deve tomar diante da
verificação da incidência no crime disposto no art. 342, do CE.
Assim:
TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
Consuma-se o crime quando o juiz deixa de cumprir o seu dever legal no tempo
CONSUMAÇÃO
indicado.
Devemos atentar, ainda, para o §5º, do art. 357, do CE, que dispõe: “§
5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício”. Ou
seja, o juiz tem o prazo de 10 dias para representar contra o Ministério
Público.
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
Assim:
Não cumprir, nos prazos legais, os deveres impostos pelo CE, se a infração não
TIPO OBJETIVO
estiver sujeita a outra penalidade.
TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
Assim:
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
TENTATIVA É admitida.
e
Multa: 10 a 20 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Desobediência eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 347, do CE:
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções
da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Assim:
Desobediência eleitoral
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
11
Conforme acórdãos nºs 240/1994, 11.650/1994, 245/1995 e HC nº 579/2007, todos do TSE.
Assim:
SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.
Assim:
SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.
Assim:
SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.
Antes de seguirmos, devemos destacar que o art. 351, do CE, trata dos
equiparados a documento, aplicável aos seguintes tipos:
1. Falsificação ou alteração de documento público com fins eleitorais.
2. Falsificação ou alteração de documento particular com fins eleitorais.
12
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 36417, Acórdão de 18/03/2010, Relator(a)
Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 14/4/2010, Página 54/55
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 21, Tomo 2, Data 18/3/2010, Página 374.
Sigamos!
Assim:
Reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja tendo em vista fins
TIPO OBJETIVO
eleitorais.
SUJEITO
Estado e eventual prejudicado com a falsidade da firma reconhecida.
PASSIVO
Assim:
Assim:
TIPO OBJETIVO Obter documento falso para fins eleitorais para o uso próprio ou de outro.
veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros
elementos de destaque, de acordo com o veículo usado.
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302
do Código Eleitoral);
Vejamos o que prevê o art. 4º, pois o art. 8º já foi citado logo acima.
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão competente, o
quadro geral de percursos e horários programados para o transporte de eleitores, dele
fornecendo cópias aos partidos políticos.
§ 1º O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respectivo
município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos dois
quilômetros.
§ 2º Os partidos políticos, os candidatos, ou eleitores em número de vinte, pelo menos,
poderão oferecer reclamações em três dias contados da divulgação do quadro.
§ 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias subsequentes, delas cabendo recurso
sem efeito suspensivo.
§ 4º Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral divulgará, pelos meios disponíveis, o
quadro definitivo.
3 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:
Crimes Eleitorais
3.2 – Gabarito
Questão 01 – D Questão 02 – C
Questão 03 – D Questão 04 – B
Questão 05 – E Questão 06 – A
Questão 07 – E Questão 08 – B
Questão 09 – E Questão 10 – B
Questão 11 – E Questão 12 – B
Questão 13 – A Questão 14 – A
Questão 29 – A Questão 30 – D
Questão 31 – D Questão 32 – C
Questão 33 – D Questão 34 – E
Questão 35 – C
Comentários
Abandonar o serviço eleitoral configura o crime previsto do art. 344, do CE.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Comentários
A conduta praticada por Pedro constitui o crime eleitoral enquadrado no artigo
299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Cabe mencionar, ainda, que a julgado do TSE13, no sentido de que o crime resta
qualificado mesmo que a pessoa não aceite a oferta.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania.
Comentários
A questão descreve um efetivo crime eleitoral, previsto no art. 305, do CE.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
13
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data
31/5/2013, Página 48.
Comentários
Dentre os crimes citados acima, apenas aquele mencionado na alternativa B é
punível com detenção, conforme art. 312, do CE.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até dois anos.
Comentários
Para responder à questão devemos conhecer o art. 284, do CE:
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de
quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Comentários
Questão tranquila! De acordo com o CE, no art. 355:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
AÇÃO PENAL
Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O item I está correto em razão do que prevê o art. 283, II, do CE:
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça
Eleitoral:
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral.
O item III está correto em razão do que prevê o art. 285 do CE:
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
"quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.
Comentários
Comentários
O item I está correto. Vejamos o que dispõe o art. 299, do CE:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.
Pena: reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O item I está incorreto. Ao invés de “mesmo sem justa causa”, exige-se para a
configuração do crime a justa causa. Vejamos o art. 344, do CE:
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
O item IV está incorreto, pois o tipo excetua o Juiz Eleitoral. Notem a redação do
art. 305, do CE:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Comentários
Essa questão envolve o art. 11 da Lei nº 6.091/1974:
Art. 11- Constitui crime eleitoral:
I- descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever
imposto no Art. 3 (informar a frota de veículos à JE), ou prestar informação inexata que
vise a elidir, total ou parcialmente, a contribuição de que ele trata:
II - desatender à requisição de que trata o Art. 2 (disponibilização de veículos solicitados
pela JE):
III- descumprir a proibição dos artigos 5, 8 e 10 (fornecimento de transportes e/ou refeições
a eleitores):
IV- obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos artigos 4 (publicação
do quadro de horários dos transportes fornecidos pela JE) e 8 desta Lei, atribuídos à Justiça
Eleitoral:
V- utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista:
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art.
297, do CE:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Comentários
Vejamos cada um dos itens:
O item I está correto, conforme art. 309 do CE
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
O item III está correto em razão do que dispõe o art. 357, §3º, do CE:
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação
do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder
público, ou que realiza contrato com êste, inclusive o respectivo prédio e suas dependências
não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político.
Comentários
Alternativa A:
Art. 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Alternativa B:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Alternativa C:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Alternativa D:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Alternativa E:
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo dêste
Código.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 11, V, da Lei n.º 6.091/74, que
fixa regras para o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a
situação descrita constitui crime, cuja pena é o cancelamento do registro do
candidato ou de seu diploma, se já eleito. Vejamos o dispositivo:
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o
pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e
respectivas autarquias e sociedades de economia mista:
Pena - cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido
proclamado eleito.
Comentários
A presente questão envolve a Lei nº 6.091/1974. Vejamos cada uma das
alternativas:
A alternativa A está incorreta, uma vez que os veículos militares não poderão
ser utilizados.
Comentários
A assertiva está correta. Vamos comparar o disposto nas leis mencionadas.
Lei n.º 9.504/97
Art. 91, Parágrafo único: A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez
mil UFIR.
Código Eleitoral
Assim, conclui-se que a Lei das Eleições aplica pena mais severa que o CE.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois se trata de tipo penal previsto no CE. Vejamos:
Art. 309. votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena: reclusão até três anos.
Ser analfabeto e maior de setenta anos não exime a pessoa do respeito à lei.
Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos, primeiramente, o teor do art. 299.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois traz a pena errada. Para tal crime a pena é de
04 a 06 anos. Vejamos o inciso III, do art. 11, da Lei nº 6.091.
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º;
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do
Código Eleitoral);
Comentários
A assertiva está correta. O crime de injúria eleitoral prevê a possibilidade de
perdão judicial que nada mais é do que a extinção da punibilidade condicionada
a discricionariedade do juiz de, nos casos previstos em lei, deixar de aplicar a
pena. Vejamos o que prevê o art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Comentários
A assertiva está correta, com base no art. 72, da Lei 9.504.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.
Comentários
A assertiva está correta. Trata-se do crime previsto no art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio
empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das
penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os crimes comuns que
sejam conexos a crimes eleitorais deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral.
A alternativa B está incorreta. O foro por prerrogativa de função decorre do
próprio exercício da função, dessa forma, não se aplica a prefeito que não mais
exerce tal função.
A alternativa C está incorreta, pois o art. 288, do CE, é expresso em sentido
contrário.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da televisão,
aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as remissões a outra lei nele
contempladas.
Comentários
A assertiva está incorreta. O crime de corrupção eleitoral vem disciplinado no
art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Em síntese:
Corrupção Eleitoral
SUJEITO
Estado, o eleitor e os demais candidatos.
PASSIVO
14
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 58648, Acórdão de 25/08/2011, Relator(a)
Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Data 13/09/2011, Página 92
Comentários
Para responder a essa questão é necessário conhecer alguns dos crimes previstos
no Código Eleitoral.
A alternativa A está correta, em razão do que prevê o art. 309:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
A alternativa C está incorreta, pois no caso do crime previsto no art. 306, a não
observância da ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar constitui
crime sim, ao contrário do afirmado.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
A alternativa D, por sua vez, está correta, pois de acordo com o art. 305, intervir
autoridade estranha à mesa receptora é crime. Contudo, a parte final do
dispositivo excepciona a atuação do juiz. Veja:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Ainda que questionável a alternativa pela afirmação de que o juiz pode interver
a “qualquer pretexto” é podemos afirmar que é a alternativa menos errada.
Comentários
A assertiva está incorreta.
O CE prevê como crime eleitoral a conduta de caluniar alguém, na propaganda
eleitoral, ou com objetivo de propaganda na hipótese de imputar falsamente a
alguém algum fato definido como crime eleitoral. É isso que vem estabelecido no
art. 324, caput, do CE.
A prova da verdade, pelo §1º desse dispositivo será admitida, e, nesse caso,
exclui o crime praticado. Note que a assertiva falar que a prova será admitida
apenas quando o ofendido for funcionário público no exercício das funções, o que
está incorreto.
Contudo, não será admitida tal prova em três situações. Veja:
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Comentários
A alternativa D é a correta e gabarito da questão, em face do art. 349, do CE:
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Comentários
Confira o art. 327, III, do CF:
Art. 327. As penas ... aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta, pois corresponde ao art. 303, do CE:
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização
de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Comentários
Vamos lá!
A alternativa A está incorreta. Segundo o exemplo fornecido houve a convenção
partidária, portanto não há incursão no art. 297, do CE:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Comentários
Vejamos o que dispõe o art. 309, do CE:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
Logo, José cometeu crime e, portanto, está correta a alternativa C, gabarito da
questão.
Comentários
Pessoal, o art. 309, do CE, prevê:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Assim, o tipo prevê, na parte final, crime comum ao mencionar "votar em lugar
de outrem". Desse modo, qualquer pessoa, até mesmo alguém que não seja
eleitor, pode tentar votar no lugar de outrem.
As demais alternativas constituem crimes próprios. Logo a alternativa D é o
gabarito da questão.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O tipo exposto na assertiva está previsto no art.
317, do CE, cuja pena é de três a cinco anos.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros:
Pena – reclusão de três a cinco anos.
A alternativa C está incorreta, pois conforme reza o art. 312, do CE, o crime
estará configura se violar ou tentar violar.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.
Comentários
A presente questão envolve o conhecimento da Lei nº 6.091/1974, que disciplina
o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes
nas zonas rurais.
A alternativa A está incorreta, pois a lei data de 1974 e, desde àquela época,
franqueava o transporte de eleitores.
As alternativas B, D e E estão incorretas, pois contraria o art. 10 da Lei. Tal
transporte somente poderá ser o ofertado nos termos da Lei, com custeio e
fornecimento estatal.
Art. 10. É VEDADO aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o
fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.
4 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
Crimes Eleitorais
OBSERVAÇÃO INICIAL
Não vamos reproduzir todos os tipos penais estudados. Nosso intuito será
destacar o cerne de cada conduta que gera crime eleitoral.
REGRAS GERAIS
Tipo Objetivo: O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no
preceito da norma incriminadora, sem análise da intenção do agente.
Tipo Subjetivo: O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica
interna do agente, segundo cada tipo objetivo.
Sujeito Passivo: O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido
pela norma penal.
Sujeito Ativo: O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a
conduta descrita na norma penal incriminadora.
Classificação
COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.
DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer
CONDUTA menção ao resultado naturalístico.
Tipo Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma
Objetivo fraude que infrinja dispositivo legal.
Perturbação do alistamento
Corrupção Eleitoral
Coação Eleitoral
Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo
Tipo
objetivo prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em
Objetivo
permitir o voto.
Tipo Objetivo Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo.
Calúnia Eleitoral
Difamação Eleitoral
Injúria Eleitoral
Tipo Não cumprir nos prazos legais os deveres impostos pelo CE, se a
Objetivo infração não estiver sujeita a outra penalidade.
Desobediência eleitoral
Tipo Reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja tendo
Objetivo em vista fins eleitorais.
Tipo Obter documento falso para fins eleitorais para o uso próprio ou
Objetivo de outro.
5 - Considerações Finais
Chegamos ao final da aula de hoje. Essa foi uma aula extensa e que exige um
esforço de memorização. Estudem com calma cada quadro e leiam os artigos,
isso deve ser o suficiente.
Na próxima aula estudaremos a Lei nº 6.091/74.
Até lá!
Bons estudos!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
bit.ly/eleitoralparaconcursos