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Aula 16

Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos


Professor: Ricardo Torques
Direito Eleitoral TRE-SP
Analistas e Técnico
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques

AULA 16
CRIMES ELEITORAIS

Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Tipos Previstos na Legislação ....................................................................................... 2
2.1 - Conceitos Introdutórios ......................................................................................... 2
2.2 - Código Eleitoral .................................................................................................... 5
2.3 - Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) .................................................................... 56
2.4 - Lei Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidade) ............................................ 59
2.5 - Lei nº 6.091/1974 (Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições) .............. 59
2.6 - Lei nº 7.021/1982 .............................................................................................. 62
3 - Questões ................................................................................................................. 62
3.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 63
3.2 – Gabarito ........................................................................................................... 73
3.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 74
4 - Resumo da Aula ..................................................................................................... 100
5 - Considerações Finais .............................................................................................. 109

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CRIMES ELEITORAIS
1 - Considerações Iniciais
A aula abordará os crimes eleitorais. Esse é um assunto relevante e com
significativa incidência em provas de concurso público. Conheceremos condutas
tipificadas como crime eleitoral.
Boa aula!

2 - Tipos Previstos na Legislação


Em relação a esse assunto não temos outra alternativa a não ser sistematizar
os tipos penais previstos na legislação eleitoral. Notamos que as questões
centram a cobrança no teor dos dispositivos penais, sem maiores
aprofundamentos. Desse modo, nosso estudo será dirigido a compreensão dos
tipos. Como é uma matéria cansativa e, em razão disso, nossa capacidade de
absorção torna-se reduzida, sugere-se a revisão desse assunto ao menos uma
vez antes da prova.
Há, ainda, algumas questões que exigem posicionamento dos tribunais
superiores, especialmente do TSE e do STF. Em função disso, traremos os
principais julgados relativos à matéria.

2.1 - Conceitos Introdutórios


Antes de iniciarmos o estudo dos tipos penais-eleitorais previstos na legislação,
vamos trazer de forma objetiva alguns conceitos gerais de direito penal, tais
como tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação etc. Esses conceitos são
relevantes em razão da estrutura utilizada para análise dos tipos nesta aula.
É importante destacar, antes de iniciarmos, que esses conceitos são estudamos
de forma pormenorizada em Direito Penal. Não é nossa pretensão aqui analisar
esses dispositivos com profundidade, mas apenas trazer alguns conceitos gerais,
para auxiliar na memorização das informações relativas à nossa aula.

Tipo Objetivo
O tipo constitui um conjunto de elementos que descrevem as informações
previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do
bem jurídico tutelado.
O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma
incriminadora, sem análise da intenção do agente.
O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado.
Além disso, o tipo objetivo poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem
como eventuais circunstâncias relativas ao agente.

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Tipo Subjetivo
O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente,
segundo cada tipo objetivo. Constituem componentes da figura típica exigidos
para a compreensão do significado do tipo praticado, por intermédio de um juízo
de valor.
Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria
finalista da ação, dolo é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade de
concretizar as características objetivas do tipo.
Teorias sobre o dolo
Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo:
a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação
consciente, um fato que se sabe contrário à lei.
Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua
significação, estando disposto a produzir o resultado.
b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a
conduta, em que o agente prevê a possibilidade de o resultado ocorrer,
sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo
sujeito.
c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o
dolo basta a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o
sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado.
O Brasil adotou:
 a teoria da vontade  para que exista dolo é preciso consciência e
vontade de produzir o resultado (dolo direto);
 a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o
resultado (dolo eventual).

Sujeito Passivo
O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal.
Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no
aspecto formal do bem jurídico, dado o interesse jurídico em punir aquele que
cometer delitos.
Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material
ou eventual) o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente.

Sujeito Ativo
O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na
norma penal incriminadora.

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Classificação
A classificação dos crimes tem por objetivo facilitar a sistematização das várias
espécies de crimes praticados. Não vamos nos alongar aqui também. Veremos
apenas as classificações mais importantes e citadas para a classificação dos
crimes eleitorais.
Desse modo veremos as seguintes classificações:

próprio comum comissivo omissivo material

de mera
permanente formal
conduta

São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo


PRÓPRIO
(servidores da Justiça Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.).

COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.

COMISSIVO São os crimes praticados por intermédio de uma ação.

OMISSIVO São os crimes cometidos por intermédio de uma abstenção.

São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado


MATERIAL material (ou naturalístico) e exige que ambos sejam verificados para efeito
de consumação.

São aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado,


FORMAL necessitando apenas, para consumação, da conduta dirigida a um
resultado.

DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer
CONDUTA menção ao resultado naturalístico.

São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a


PERMANENTE situação antijurídica gerada se prolonga no tempo pelo período em que o
agente desejar.

Consumação
O crime será consumado a partir do momento em que realizar todos os elementos
do tipo penal. Será considerando tentado o crime enquanto ainda não houver
reunido todos os elementos e que, por circunstâncias alheias ao agente, for
interrompido.

Tentativa
A tentativa constitui a realização incompleta da conduta típica. Em razão disso,
ela não será punida como crime autônomo. Segundo a doutrina, a tentativa

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constitui uma ampliação da tipicidade, por intermédio de uma fórmula geral


aplicada sobre o crime doloso.

REQUISITOS

por circunstâncias
início de execução; não consumação; alheias à vontade do
agente.

Finalizamos, assim, os conceitos gerais a que nos propomos. Agora vamos


aprofundar a análise nos crimes previstos na legislação eleitoral.
Há tipos penais previstos nas seguintes leis:

Código Eleitoral

Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997)

CRIMES PREVISTOS
Lei de Inelegibilidade (Lei
NA LEGISLAÇÃO
Complementar nº 64/1990)
ELEITORAL
Lei do Transporte Rural no dia das
Eleições (Lei nº 6.091/1974)

Lei nº 7.021/1982.

Como o edital mencionou expressamente apenas o Código Eleitoral daremos


maior atenção aos tipos penais do Código Eleitoral. De todo modo, citaremos os
demais dispositivos, os quais vocês devem ler.

2.2 - Código Eleitoral


Inscrição Fraudulenta do Eleitor
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 289, do CE, do seguinte modo:
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Desse modo, vejamos:

Inscrição Fraudulenta do Eleitor

TIPO OBJETIVO Inscrever fraudulentamente eleitor no cadastro eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado
PASSIVO

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O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

Quanto ao momento de consumação, existe divergência na jurisprudência:


1ª corrente: basta a protocolização do Requerimento de Alistamento do
Eleitor (RAE)
CONSUMAÇÃO 2ª corrente: é necessária a inscrição do eleitor no rol dos alistados, quando
há, efetivamente, o alistamento.
Prevalece o entendimento de que é necessária a inscrição do eleitor no rol dos
alistados, conforme a segunda correte.

É possível, quando há, por exemplo, o protocolo da RAE com tentativa de


TENTATIVA
fraudar, contudo, o juiz, ao analisar o pedido a indefere.

Reclusão: 5 anos
PENA e
Multa: 5 a 15 dias-multa

Ainda quanto ao tipo em análise devemos lembrar que a


jurisprudência do TSE também considera incurso no art.
289 quem realizar a transferência mediante fraude.
Vejamos, nesse sentido, o Acórdão TSE nº 15.177/19981:
RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. TRANSGRESSAO A NORMA ELEITORAL:
INDUZIMENTO. INSCRICAO ELEITORAL: TRANSFERENCIA. TIPICIDADE: ART. 284 E 290,
CE.
1- NAO SE CONHECE DE RECURSO ESPECIAL QUE NAO INDICA O PRECEITO LEGAL QUE
REPUTA VIOLADO OU A DIVERGENCIA DE JULGADOS.
2- INDUZIMENTO DE TERCEIROS PARA TRANSFERENCIA DE TITULO ELEITORAL, SOB
PROMESSA DE VANTAGENS. ART. 289 E 290, CE.
2.1- A JURISPRUDENCIA DA CORTE E NO SENTIDO DE QUE A EXPRESSAO "INSCRICAO",
CONTIDA NO ART. 290 DO CODIGO ELEITORAL, E GENERO DO QUAL A "TRANSFERENCIA"
E ESPECIE. TIPICIDADE DA CONDUTA.
2.2- A ACAO TIPICA DE INDUZIR CORRESPONDE A CARACTERIZACAO DE CRIME
UNISSUBSISTENTE, DE MODO QUE A PRATICA DESSA CONDUTA, POR SI SO, E CAPAZ DE
ACARRETAR A SUA CONSUMACAO, INDEPENDENTEMENTE DO FATO DE TER SIDO
DEFERIDA A INSCRICAO OU TRANSFERENCIA.
RECURSO ESPECIAL NAO CONHECIDO.

Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta


Vejamos o art. 290, do Código Eleitoral, que nos traz o tipo penal:
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste
Código:

1
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min.
MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1, Página 241.

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Pena – reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Assim, vejamos o quadro sinóptico:

Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta

Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que
TIPO OBJETIVO
infrinja o dispositivo legal.

TIPO SUBJETIVO Dolo genérico, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO Estado e a pessoa de boa-fé que acredita que são verdadeiras as informações
PASSIVO prestadas.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Trata-se de crime formal, para o qual basta o induzimento.

TENTATIVA Não admitida em regra.

Reclusão: até 2 anos


e
PENA
Multa: 15 a 30 dias-multa
Crime de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 02 anos.

Quanto a esse tipo, algumas informações jurisprudenciais


são de suma importância.
1º. Segundo entendimento do TSE, exarado no Ac.-TSE nº 68/2005, induzir
alguém abrange as condutas de instigar, de incitar ou de auxiliar terceiro a
alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua
ignorância.
2º. O crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350, do CE) não é meio
necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito de
induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta. Os crimes descritos são autônomos
e podem ser praticados sem que um dependa do outro, de acordo com a doutrina
do TSE no REspe nº 233102.
Recurso especial. Falsidade ideológica para fins eleitorais. Acórdão recorrido que aplicou o
princípio da consunção. Crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral, absorvido pelo delito
tipificado no art. 290 do mesmo diploma legal: impossibilidade. O princípio da consunção
tem aplicação quando um crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou de
execução de outro crime e nos casos de antefato ou pós-fato impuníveis, o que não ocorre
nos autos. O tipo incriminador descrito no art. 350 do Código Eleitoral trata de crime formal,
que dispensa a ocorrência de prejuízos efetivos, sendo suficiente a potencialidade lesiva da
conduta. Afastada a possibilidade de aplicação do princípio da consunção ao delito imputado
ao réu, não há que se falar em prescrição em abstrato da pretensão punitiva estatal. Recurso
provido.

2
Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA
ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 06/09/2011, Página 70.

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3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de
vontades entre o eleitor e o suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe
nº 1983.
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. Ao contrário da ação penal privada, a ação penal
pública é divisível.
ELEITOR - INSCRIÇÃO. O tipo do artigo 290 do Código Eleitoral pressupõe o induzimento
do eleitor, ou seja, o fato de o agente, valendo-se da boa-fé, levá-lo à inscrição.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania.
TESTEMUNHA - CORRÉU. O sistema processual exclui a possibilidade de ter-se como
testemunha copartícipe da prática criminosa, não conduzindo a divisibilidade da ação penal
pública - o fato de o Ministério Público haver acionado apenas alguns dos envolvidos - a
transmudar os demais em testemunhas.

Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz


Vejamos o tipo penal do art. 291, do CE:
Art. 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Façamos a análise dos elementos do tipo.

Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz

TIPO OBJETIVO Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o alistando, se de boa-fé
PASSIVO

SUJEITO ATIVO O juiz.

O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
CLASSIFICAÇÃO
somente pelo juiz), comissivo e formal.

Ocorre com a realização da inscrição. É irrelevante o recebimento do título ou


CONSUMAÇÃO
o exercício do voto.

TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa.

PENA Reclusão: até 5 anos

3
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data
31/5/2013, Página 48.

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e
Multa: 5 a 15 dias-multa

Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral


O tipo vem previsto no art. 292, do Código Eleitoral:
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição
requerida:
Pena – pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Assim, vejamos:

Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral

Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem justificativa, da


TIPO OBJETIVO
inscrição requerida.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o alistando.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO O juiz.

O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
CLASSIFICAÇÃO
somente pelo juiz), comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera negativa ou com o retardamento da inscrição.

TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa.

PENA Multa: 30 a 60 dias-multa

Perturbação do alistamento
Trata-se do tipo previsto no art. 293, do CE.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Vejamos os elementos do tipo:

Perturbação do alistamento

TIPO OBJETIVO Ato de perturbar ou de impedir o alistamento eleitoral de qualquer forma.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

Estado, aquele que teve seu alistamento perturbado ou impedido, e o servidor


SUJEITO
da justiça eleitoral que foi perturbado ou impedido de realizar a inscrição
PASSIVO
eleitoral do alistando.

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SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO A mera perturbação já consuma o tipo.

TENTATIVA É admitida tanto no caso de perturbação quanto de impedimento.

Detenção: 15 dias a 6 meses


PENA ou
Multa: 30 a 60 dias-multa

Retenção indevida de título eleitoral


O tipo penal-eleitoral vem disposto no art. 295 no seguinte sentido:
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

A Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único.
Art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez
mil Ufirs."

Vejamos o quadro abaixo:

Retenção indevida de título eleitoral

TIPO OBJETIVO Contra a vontade do eleitor, efetuar a retenção do título eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor que teve seu título retido.
PASSIVO

Trata-se de crime comum que pode ser atribuído a qualquer pessoa. Ressalta-
SUJEITO ATIVO se que há corrente doutrinária que alega que tal conduta delituosa somente
pode ser cometida por servidor da Justiça Eleitoral.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.

Ocorre com a retenção indevida do título. Note que a retenção deve ser
CONSUMAÇÃO indevida. O impedimento do voto não é necessário para a consumação do
delito.

TENTATIVA Não é admitida pela doutrina, em geral.

Detenção: até 2 meses


PENA ou
Multa: 30 a 60 dias-multa

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Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.


Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Desordem nos trabalhos eleitorais


Trata-se do tipo previsto no art. 296, do CE, nos seguintes termos:
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais:
Pena – detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Passemos à análise do tipo penal-eleitoral:

Desordem nos trabalhos eleitorais

TIPO OBJETIVO Promover desordem, de modo a prejudicar os trabalhos eleitorais.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e as pessoas envolvidas nos serviços eleitorais.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, uma


CLASSIFICAÇÃO vez que exige que o resultado, qual seja a desordem que prejudique os
serviços, de fato ocorra.

O crime está consumado com a instauração da desordem que prejudique os


CONSUMAÇÃO
serviços.

TENTATIVA Admissível.

Detenção: até 2 meses


e
PENA Multa: 60 a 90 dias-multa
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Impedimento ao exercício do sufrágio


Vejamos o tipo previsto no art. 297, do Código Eleitoral.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

Vejamos o quadro a seguir:

Impedimento ao exercício do sufrágio

TIPO OBJETIVO Atrapalhar ou impedir o exercício do sufrágio.

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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, se a


CLASSIFICAÇÃO conduta for de impedir, e formal, se a conduta visar embaraçar o exercício do
sufrágio.

CONSUMAÇÃO Com o efetivo impedimento ou com o mero embaraço.

Não é admissível, tendo em vista que a tentativa de impedir acarretaria no


TENTATIVA
embaraço que já é previsto no tipo.

Detenção: até 6 meses


e
PENA Multa: 60 a 100 dias-multa
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação


Vejamos o art. 298, do Código Eleitoral:
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de Mesa Receptora, Fiscal, Delegado de partido
ou candidato, com violação do disposto no art. 236:
Pena – reclusão até quatro anos.

Vamos nos atentar para o que dispõe o art. 236, referenciado acima.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito)
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou,
ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do Juiz
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.

Vamos analisar o tipo em sua integralidade:

Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação

Efetuar a prisão ou a detenção de: eleitor, membro de mesa receptora, fiscal,


TIPO OBJETIVO delegado de partido ou candidato no período de 5 dias antes e 48 horas após
o encerramento das eleições.

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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e a pessoa presa ou detida.
PASSIVO

Há divergência na doutrina:
1º crime próprio – pois somente pode ser pratica pela polícia ou autoridade
judiciária.
SUJEITO ATIVO
2º crime comum – pois não existe indicação de quem poderia efetuar a prisão
ou detenção.
A 1ª corrente prevalece, pois o art. 236 menciona a autoridade.

O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e permanente, pois


CLASSIFICAÇÃO
o crime se mantém enquanto durar a prisão ou detenção.

CONSUMAÇÃO Ocorre com a prisão ou detenção.

TENTATIVA É admitida.

Reclusão: até 4 anos


PENA
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano.

Corrupção Eleitoral
Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso.
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Façamos a análise completa do tipo:

Corrupção Eleitoral

Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer


TIPO OBJETIVO
outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção.

TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, o eleitor e os demais candidatos.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma das


CONSUMAÇÃO
condutas indicadas no tipo já é suficiente.

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TENTATIVA Não é admitida.

Reclusão: até 4 anos


e
PENA
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano.

Primeiramente cabe destacar que a esse princípio não se aplica o princípio da


significância, segundo o qual uma ação qualificada penalmente como crime é
considerada irrelevante, uma vez que não causa qualquer lesão à sociedade, ao
ordenamento jurídico ou à própria vítima. Trata-se do entendimento exarado pelo
TSE no julgamento do AgR-AI nº 106724:
Agravo regimental em agravo de instrumento. Inviabilidade de reexame de fatos e provas
na instância extraordinária. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Inocorrência de
prescrição. Ausência dos requisitos exigidos para a aplicação do princípio da insignificância.
Crime continuado. Aplicabilidade do art. 71 do Código Penal. Dissídio jurisprudencial não
configurado. Similitude fática entre os julgados não verificada. Manutenção da decisão
atacada. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

Portanto, lembrem-se:

NÃO se aplica ao caso de Corrupção


Princípio da Insignificância
eleitoral

Precisamos ainda tratar das peculiaridades do artigo na


jurisprudência do TSE.
 “A regra segundo a qual o corréu não pode figurar, no
processo em que o é, como testemunha há de ser tomada de forma estrita, não
cabendo partir para ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa –
compra de votos, art. 299 do Código Eleitoral –, não veio a ser denunciado."
Trata-se da decisão do TSE no HC nº 78048.
 A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas
sim a comprovação da finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção.
Isso é o que foi decidido no ED-REspe nº 58245, do TSE.
 O art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, não alterou a disciplina da corrupção
eleitoral e não implicou abolição do crime de corrupção eleitoral aqui tipificado.
Vejamos o julgamento do TSE no Ag nº 6.553:
A absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral,
ainda que acobertada pelo manto da coisa julgada, não obsta a persecutio criminis pela
prática do tipo penal descrito no art. 299, do Código Eleitoral.

4
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a)
Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226,
Data 25/11/2010, Página 41.

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 O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral


é necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de
obter ou dar voto ou prometer abstenção.
 De acordo com o Ag nº 8.905 do TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime
formal que não admite a forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da
conduta criminosa.
 O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor
eleitoral passivo seja pessoa que possa votar.
 O TSE decidiu no AgR-AI nº 58648 que, para a configuração do crime de
corrupção eleitoral, a promessa de vantagem deve estar vinculada à obtenção do
voto de determinados eleitores, não podendo se confundir com a realização de
promessas de campanha.

Coação Eleitoral
É o tipo previsto no art. 300, do CE, vejamos:
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não
votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.

Segue quadro explicativo:

Coação Eleitoral

Coagir alguém a votar, ou não, em determinado candidato, valendo-se, o


TIPO OBJETIVO
servidor público, de sua autoridade.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral.

O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois é


CLASSIFICAÇÃO
necessário que haja o voto.

CONSUMAÇÃO Com a coação séria, capaz de provocar o constrangimento ao eleitor

Não é admitida, em regra, por tratar-se de crime formal. Contudo, parte da


TENTATIVA
doutrina entende ser possível a tentativa se utilizado o meio escrito.

Detenção: até 6 meses


e
PENA
Multa: 60 a 100 dias-multa.
Se o agente é membro da Justiça Eleitoral a pena é agravada de 1/5 a 1/3.

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Coação violenta de eleitores


De acordo com o art. 301, do CE, incide nesse tipo quem:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Desse modo:

Coação violenta de eleitores

Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com uso de


TIPO OBJETIVO
violência ou grave ameaça.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, tendo


CLASSIFICAÇÃO em vista que o próprio tipo informa que não é necessária a consecução do
resultado.

CONSUMAÇÃO Com o uso da violência ou grave ameaça de modo a coagir o eleitor.

TENTATIVA É admissível.

Reclusão: até 4 anos


PENA e
Multa: 5 a 15 dias-multa.

Cabe mencionar, ainda, o entendimento do TSE no AgR-


REspe nº 51635985, no sentido de que não se exige que o
crime acima tenha sido praticado necessariamente durante
o período eleitoral. Vejamos a ementa do julgado:
Ação penal. Coação. Votação. Denúncia.
1. Para modificar o entendimento da Corte de origem - que considerou atendidos os
requisitos dos arts. 41 do Código de Processo Penal e 357, § 2º, do Código Eleitoral, em
face da demonstração de indícios de materialidade e autoria do delito previsto no art. 301
do Código Eleitoral -, concluindo pelo recebimento de denúncia contra prefeito, seria
necessário o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado em sede de recurso
especial, a teor da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.

5
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Data 11/04/2011, Página 37-38.

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2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave ameaça
para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que
os fins visados não sejam conseguidos.
3. A circunstância de ausência de poder de gestão de programa social não afasta a eventual
configuração do delito do art. 301 do Código Eleitoral diante do fato alusivo à ameaça a
eleitores quanto à perda de benefício social, caso não votassem no candidato denunciado.
Agravo regimental não provido.

Concentração ilegal de eleitores


Vejamos o tipo expresso no art. 302, do Código Eleitoral.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o
exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma:
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.

Assim:

Concentração ilegal de eleitores

Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, promover a


TIPO OBJETIVO
concentração de eleitores no dia da eleição.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, o eleitor e os candidatos prejudicados.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Com a mera concentração com intuito criminoso.

TENTATIVA É admissível.

Reclusão: de 4 anos a 6 anos.


PENA e
Multa: 200 a 300 dias-multa.

Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final
desse artigo, a qual previa “inclusive o fornecimento gratuito de alimento e
transporte coletivo”, por considerar como crime tal prática, dilatando o período
de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à
eleição.
De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração
ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de
plebiscito.

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Majoração de preços na eleição


O tipo vem previsto no art. 303, do CE.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições,
tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de
matéria eleitoral:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

Vamos analisar os elementos do tipo:

Majoração de preços na eleição

Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se possa realizar


TIPO OBJETIVO
o pleito eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO Estado, o eleitor e os candidatos ou partidos políticos eventualmente


PASSIVO prejudicados.

Qualquer pessoa que forneça os produtos ou serviços de transporte e de


SUJEITO ATIVO alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de material
eleitoral.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.

CONSUMAÇÃO Ocorre com o aumento propositado dos preços

TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática.

PENA Multa: 250 a 300 dias-multa.

Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições


Esse tipo pode ser observado da análise do art. 304, do CE.
Art. 304. Ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento,
normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

Desse modo:

Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições

O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento de bens ou


TIPO OBJETIVO
serviços no dia das eleições

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e os consumidores eventualmente prejudicados.
PASSIVO

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SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

CONSUMAÇÃO Com a ocultação, sonegação ou recusa de fornecimento.

TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática.

PENA Multa: 250 a 300 dias-multa.

Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora


Trata-se do tipo penal-eleitoral previsto no art. 305.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Os elementos do tipo são os seguintes:

Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora

Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade estranha, salvo o


TIPO OBJETIVO
juiz eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e aqueles que integram a mesa receptora.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer autoridade, exceto o juiz eleitoral.

O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

CONSUMAÇÃO Com a mera intervenção da autoridade estranha.

TENTATIVA É admissível

Detenção: até 6 meses


e
PENA
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Inobservância da ordem de votação.


Esse é o tipo exposto no art. 306, do Código Eleitoral.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.

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A ordem a ser observada no dia da votação, tendo em vista certas prioridades,


está prevista no art. 143, do CE.
Art. 143. Às 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o Presidente iniciados os
trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, que começará pelos candidatos e eleitores
presentes.
§ 1º Os membros da Mesa e os Fiscais de partido deverão votar no correr da votação, depois
que tiverem votado os eleitores que já se encontravam presentes no momento da abertura
dos trabalhos, ou no encerramento da votação.
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência para votar o Juiz
Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e
as mulheres grávidas.

Outros casos de prioridades foram criados pelas Resolução nº 22.154/2006 e nº


22.712/2008 para:
a) promotores eleitorais;
b) policiais militares que estejam em serviço;
c) pessoas portadoras de necessidades especiais;
d) lactante.
Além disso, o estatuto do idoso prevê prioridade garantida aos maiores de 60
anos.
Passemos à análise do tipo:

Inobservância da ordem de votação

Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a


TIPO OBJETIVO
votar.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os mesários e o juiz eleitoral.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

Quanto por ordem do mesário ou do juiz o eleitor é colocado em ordem diversa


CONSUMAÇÃO
daquela em que deveria votar.

TENTATIVA É admissível.

PENA Multa: 15 a 30 dias-multa.

Fornecimento de cédula já assinada


Vejamos o tipo previsto no art. 307.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

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Com o advento da votação eletrônica esse crime se tornou de pouca incidência,


pelo fato de que, em caso de falha da urna eletrônica, é possível a utilização da
cédula. Nesse caso, então, o crime se torna perfeitamente possível.
Façamos uma análise detalhada dos elementos do tipo:

Fornecimento de cédula já assinada

TIPO OBJETIVO Fornecer ao eleitor cédula assinada ou marcada de alguma forma.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor que receber a cédula assinada.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não
CLASSIFICAÇÃO
é exigida a fraude ao voto.

Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário


CONSUMAÇÃO
que o eleitor deposite essa cédula na urna.

TENTATIVA É admissível.

Reclusão: até 5 anos.


PENA e
Multa: 5 a 15 dias-multa.

Fornecimento de cédula em momento inoportuno


Pelas mesmas razões expostas no crime anterior, esse delito somente ocorrerá
em caso de falha da urna eletrônica e realização da votação por meio de cédulas
de papel. Vejamos o tipo do art. 308.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega
da mesma ao eleitor:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Vamos desmembrar o tipo penal-eleitoral:

Fornecimento de cédula em momento inoportuno

TIPO OBJETIVO Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor que receba a cédula.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.

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O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não
CLASSIFICAÇÃO
é exigido o resultado do voto.

Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário


CONSUMAÇÃO
que o eleitor deposite essa cédula na urna.

TENTATIVA É admissível.

Reclusão: até 5 anos.


PENA e
Multa: 60 a 90 dias-multa.

Exercício irregular do voto


Trata-se da disciplina do art. 309.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.

Exercício irregular do voto

TIPO OBJETIVO Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor.

TIPO SUBJETIVO Dolo.

SUJEITO
Estado, candidato ou o eleitor em lugar do qual foi realizado o voto.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO O eleitor ou qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, quando


CLASSIFICAÇÃO se tratar do voto efetivo, e de mera conduta, quando se tratar da tentativa de
voto no lugar de outrem.

CONSUMAÇÃO Com a tentativa de realizar o voto já se incide no crime.

TENTATIVA Não é possível, pois o tipo já criminaliza a figura da tentativa.

PENA Reclusão: até 3 anos.

Práticas irregulares na votação


O art. 310, do CE, dispõe o seguinte:
Art. 310. Praticar, ou permitir o membro da Mesa Receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Veremos o que é abordado no art. 311 em seguida, no momento vamos focar no


exame do presente dispositivo legal.

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Práticas irregulares na votação

Praticar qualquer irregularidade que cause a anulação da votação ou, ao


TIPO OBJETIVO membro da mesa receptora, permitir que seja praticada irregularidade que
determine a anulação da votação.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o eleitor em caso de anulação da votação.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Membros da mesa receptora.

O presente tipo penal classifica-se como próprio (de acordo com o


CLASSIFICAÇÃO entendimento majoritário), comissivo e material, pois exige-se que a votação
seja anulada.

Diz-se que ocorre com a anulação dos votos, embora tal entendimento não
CONSUMAÇÃO
seja totalmente pacífico.

TENTATIVA É admissível

Detenção: até 6 meses


ou
PENA
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Voto fora da seção


Agora sim vamos realizar o estudo do art. 311, que é excetuado no artigo acima.
Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a
30 dias-multa para o Presidente da Mesa.

Esse tipo é de difícil ocorrência em nosso sistema de votação atual, tendo em


vista os aspectos eletrônicos de votação. De qualquer modo, segue o
desmembramento do artigo.

Voto fora da seção

Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo
TIPO OBJETIVO
prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em permitir o voto.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO O eleitor ao votar e o Presidente da mesa ao permitir o voto.

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O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e material, pois


CLASSIFICAÇÃO
exige-se o voto.

CONSUMAÇÃO Com a efetiva realização do voto.

TENTATIVA É admissível

Detenção: até 1 mês


ou
PENA
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio


O tipo objetivo previsto no art. 312 é extremamente direto, vejamos:
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.

Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio

TIPO OBJETIVO Violar o sigilo do voto ou tentar violar.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, candidatos ou o eleitor cujo sigilo foi violado.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material ao


CLASSIFICAÇÃO
violar e de mera conduta no caso de tentativa de violação.

CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera tentativa de violação.

TENTATIVA A tentativa já é uma conduta criminalizada.

Detenção: até 02 anos.


PENA
Infração de menor potencial ofensivo.

Omissão de expedição de boletim de apuração de urna


Trata-se do previsto no art. 313, do Código Eleitoral.
Art. 313. Deixar o Juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração
imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados ou
candidatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for procedida pela Mesa
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não expedirem
imediatamente o respectivo boletim.

O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
conterá os nomes e os números dos candidatos nela votados.
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos
partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora
após a expedição.

Passemos ao exame da conduta criminalizada.

Omissão de expedição de boletim de apuração de urna

Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de


TIPO OBJETIVO
cada urna.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
O Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os mesários ou o juiz eleitoral.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.

CONSUMAÇÃO Com o mero ato de deixar de enviar o boletim.

TENTATIVA Por ser crime omissivo não comporta tentativa.

PENA Multa: 90 a 120 dias-multa.

Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna


Vejamos, agora, o art. 314.
Art. 314. Deixar o Juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva
urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada Seção e antes de passar
à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providência pelos Fiscais,
Delegados ou candidatos presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela
Mesa Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não fecharem e
lacrarem a urna após a contagem.

Assim:

Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna

Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-la, assim que


TIPO OBJETIVO
findar a apuração.

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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os integrantes da Mesa e o juiz eleitoral.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.

CONSUMAÇÃO Ocorre com o ato omissivo.

TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que é crime omissivo.

Detenção: até 02 meses.


ou
PENA
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação


O art. 315 disciplina o seguinte:
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer
candidato ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Cabe, ainda, trazer mais dois dispositivos legais. Vejamos o art. 15 da Lei nº
6.996.
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no processamento
eletrônico das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método utilizado.

Também está relacionado ao dispositivo o art. 72, da Lei nº 9.504.


Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.

Como sabemos, a apuração dos votos por meio de cédulas em papel é


extremamente incomum no sistema eletrônico e ocorre apenas em caso de
falhas. Dessa forma, esse tipo penal também se torna pouco corriqueiro. De todo
o modo, vamos julgar o tipo.

Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação

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Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não
TIPO OBJETIVO
corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou nos boletins de apuração.

TIPO SUBJETIVO Dolo.

SUJEITO
Estado, candidato ou o eleitor que não teve seu voto apurado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, muito embora caiba à Junta Eleitoral totalizar os votos.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.


CLASSIFICAÇÃO
Observe-se que parte da doutrina classifica como crime formal.

CONSUMAÇÃO Ocorre com a efetiva alteração dos dados incorretos.

TENTATIVA É admitida

Reclusão: até 5 anos.


PENA e
Multa: 5 a 15 dias multa.

Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração


Vejamos o art. 316.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos
devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Vejamos, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto acima, o art.
70, da Lei das Eleições.
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os
protestos recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou
coligações, deverá ser imediatamente afastado, além de responder pelos crimes previstos
na Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.

Assim:

Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração

Deixar de receber ou de mencionar os protestos ou deixar de remetê-los à


TIPO OBJETIVO
instância superior.

TIPO SUBJETIVO Dolo.

SUJEITO
Estado e aquele que formulou o protesto.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Mesários ou integrantes da Junta Eleitoral.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.

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Ocorre com o não recebimento ou falta de menção dos protestos ou, ainda,
CONSUMAÇÃO
com a falta de envio dos protestos à instância superior.

TENTATIVA Não é admitida por ser crime omissivo.

Reclusão: até 5 anos.


PENA e
Multa: 5 a 15 dias multa.

Violação ou tentativa de violação do sigilo de urna


Trata-se do tipo penal-eleitoral disposto no art. 317, do CE.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros:
Pena – reclusão de três a cinco anos.

Assim:

Violação do Sigilo de Urna

Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange, também, o tipo


TIPO OBJETIVO
objetivo e a tentativa de violação do sigilo da urna ou invólucros.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

A consumação ocorre com a tentativa ou com a violação efetiva do sigilo da


CONSUMAÇÃO
urna.

TENTATIVA É admitida.

Reclusão: 3 a 5 anos.
PENA
Multa: não há

Contagem Indevida de Votos


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 318, do CE:
Art. 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor
houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Trata-se de um tipo penal pouco utilizado tendo em vista o processamento


eletrônico de votos. Contudo, como poderá ser utilizado excepcionalmente – com
em casos em que a votação se dê por cédulas – devemos analisá-lo.

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Assim:

Contagem Indevida de Votos

Efetuar, a mesa receptora, a contagem dos votos da urna quando houver


TIPO OBJETIVO
qualquer voto sob impugnação.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.

Havendo impugnação, a mesa receptora deverá suspender a contagem dos


CONSUMAÇÃO votos. Caso o voto seja computado antes de analisada a impugnação haverá
a consumação do tipo.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: até 1 mês.


PENA ou
Multa: 30 a 60 dias-multa.

Subscrição múltipla de ficha para registro de partido


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 319, do CE:
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.

Primeiramente, por “ficha de registro” devemos ler a assinatura nas listas para
apoiamento mínimo. O apoiamento mínimo é uma das condições para a criação
de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido político é necessária a colheita
de centenas de milhares de assinaturas com a indicação dos respectivos títulos
eleitorais para que seja demonstrado o caráter nacional do partido político.
Assim:

Subscrição múltipla de listas de apoiamento mínimo

TIPO OBJETIVO Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo.

TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO

SUJEITO
Estado e demais partidos políticos.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Há uma divergência doutrinária.

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1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá


ser cometido por qualquer eleitor.
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser
cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor.
Não há um posicionamento que prevaleça.

O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as


CLASSIFICAÇÃO
correntes acima), comissivo e de mera conduta.

Consuma-se o tipo penal com o ato de inscrever a segunda filiação na Justiça


Eleitoral. De acordo com a doutrina, no dia seguinte, caso o eleitor não efetue
o requerimento de desfiliação do partido anterior, restaria configurado o delito.
Contudo, a jurisprudência entende que somente restará configurado o tipo
penal quando houver comunicação pelo partido político da lista de filiados à
Justiça Eleitoral.
De acordo com o art. 19 da lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) as
agremiações deverão enviar as listas de filiados sempre na segunda semana
CONSUMAÇÃO dos meses de abril e outubro de cada ano.
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano,
o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional,
deverá remeter, aos Juízes Eleitorais, para arquivamento, publicação e
cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura
a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das Seções
em que estão inscritos.

TENTATIVA É admitida, quando o eleitor utilizar o sistema Filiaweb para informar a filiação.

Multa: 10 a 20 dias-multa.
PENA Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Múltipla filiação partidária


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 320, do CE:
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:
Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995
(Lei dos Partidos Político), que estabelece o dever que o eleitor possui de informar
à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá cancelada a filiação mais
antiga, o qual não elide a apuração da responsabilidade penal em razão do tipo
penal que estamos estudando.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Assim:

Múltipla Filiação Partidária

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TIPO OBJETIVO Inscrever filiado simultaneamente em dois ou em mais partidos políticos.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e demais partidos políticos.
PASSIVO

Há uma divergência doutrinária.


1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá
ser cometido por qualquer eleitor.
SUJEITO ATIVO
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser
cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor.
Não há um posicionamento que prevaleça.

O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as


CLASSIFICAÇÃO
correntes acima), comissivo e de mera conduta.

CONSUMAÇÃO Haverá a consumação com a assinatura da ficha.

TENTATIVA Não é admitida.

Detenção: até 1 mês.


ou
PENA Multa: 10 – 30 dias-multa.
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político


Vimos um pouco mais acima que o eleitor que assina duas vezes a lista de
apoiamento mínimo incorre no tipo penal do art. 319, do CE. Aqui é o inverso.
Vejamos o que dispõe o art. 321, do CE:
Art. 321. Colher assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.

Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político

TIPO OBJETIVO Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

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Ocorrerá a consumação com a mera colheita da assinatura do eleitor, ainda


CONSUMAÇÃO
que não se venha utilizar a ficha para registro do partido político no TSE.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: até dois meses.


ou
PENA Multa: 20 a 40 dias-multa.
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.

Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 322, do CE:
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou
televisão

Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda

Divulgar na propaganda eleitoral fatos que sabe inverídicos em relação a


TIPO OBJETIVO partidos políticos ou a candidatos, que sejam capazes de exercer influência na
decisão do eleitor.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, eleitores, candidatos ofendidos e partidos políticos.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Ocorrerá com a consumação com a divulgação da propaganda.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: 2 meses a 1 ano.


ou
Multa: 120 a 150 dias-multa.

PENA Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena
mínima.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio
ou televisão.

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Para finalizar, é importante ressaltar que o TSE entende que


somente propaganda paga veiculada em confronto com o
dispositivo acima é capaz de gerar a tipificação penal. Nesse
sentido, vejamos a ementa do AgR-REspe nº 35.977/20096:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CRIME ELEITORAL. ART. 323 DO
CÓDIGO ELEITORAL. ATIPICIDADE. DIVULGAÇÃO. OPINIÃO. CANDIDATO. IMPRENSA
ESCRITA. PROPAGANDA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. O art. 323 do Código Eleitoral refere-se à divulgação de fatos inverídicos na propaganda,
conceito que deve ser interpretado restritivamente, em razão do princípio da reserva legal.
2. O art. 20, § 3º, da Resolução TSE nº 22.718/2008 estabelece que Não caracterizará
propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a
coligação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria paga, mas os abusos e os
excessos, assim como as demais formas de uso indevido dos meios de comunicação, serão
apurados e punidos nos termos do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90.
3. Na espécie, os textos jornalísticos publicados na imprensa escrita não eram matérias
pagas, razão pela qual ainda que tivessem eventualmente divulgado opiniões sobre
candidatos não podem ser caracterizados como propaganda eleitoral, impedindo, por
consequência, a tipificação do crime previsto no art. 323 do Código Eleitoral.
4. Agravo regimental não provido.

Calúnia Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 324, do CE:
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,
imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

Vejamos, inicialmente, o conceito apresentado pelos professores Rodrigo


Martiniano e Ayres Lins7:
A calúnia eleitoral consiste na imputação falsa a alguém de um fato definido como crime,
quer seja ele eleitoral ou não, na propaganda ou visando esta.

A calúnia eleitoral assemelha-se, portanto, à difamação, pois imputa falsamente


ao ofendido um fato desonroso com status de crime. Desse modo, podemos
concluir que a imputação praticada deve ser falsa, de modo que, se o fato for
verdadeiro, não há que se falar em crime. Desse modo, a exceção da verdade é
o instrumento que poderá se valer o acusado para evitar a imputação. Ainda

6
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de 15/10/2009, Relator(a)
Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301
7
LINS, Ayres. e MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 782.

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assim, é importante memorizarmos as hipóteses em que a exceção da verdade


não será admitida nos termos do §2º do dispositivo estudado.

NÃO SE ADMITE A EXCEÇÃO DA VERDADE

•se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
•se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
•se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.

Além disso, conforme ensina a doutrina não é necessário que o fato seja dirigido
a candidato, desde seja veiculado em propaganda eleitoral ou visar à
propaganda.
Antes de analisarmos o nosso quadro, atente-se:

INCORRE EM CALÚNIA ELEITORAL


AQUELE QUE, SABENDO SER FALSA
A IMPUTAÇÃO, A PROPALAR OU A
DIVULGAR.

Assim:

Calúnia Eleitoral

Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido


TIPO OBJETIVO
como crime.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por


CONSUMAÇÃO
terceiros.

TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.

Detenção: 6 meses a 2 anos.


ou
PENA Multa: 10 a 40 dias-multa.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:

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1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.

Difamação Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 325, do CE:
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Assim:

Difamação Eleitoral

Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,


TIPO OBJETIVO
imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na


CONSUMAÇÃO propaganda visando à propaganda eleitoral, desde que chegue ao
conhecimento de terceiros.

TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.

Detenção: de 3 meses a 1 ano.


e
Multa: 5 a 30 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
PENA Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Contra funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa.

Conforme dissemos, a conduta não precisa ser praticada


contra candidato, deverá apenas ser veiculada com

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finalidade de propaganda eleitoral. Nesse sentido, vejamos o HC nº


187.635/20108, pelo qual firmou a desnecessidade de que a ofensa seja praticada
contra candidato para a tipificação do crime previsto neste artigo.
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA
NA PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e
326 do Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma
vez que a norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar
nenhuma qualidade especial quanto ao ofendido.
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que
determina a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados
nos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.

Mesmo entendimento foi firmado no HC nº 114080/2011, segundo o qual a


incursão na difamação eleitoral relaciona-se ao contexto eleitoral em que ela é
veiculada, não possuindo relação com o sujeito da conduta.
Vejamos também a Ementa do RHC nº 761.681/20119, segundo a qual o
deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não
evitam a apuração do tipo ora estudados, caso haja difamação ou divulgação de
fatos inverídicos na propaganda eleitoral:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ARTS. 323 E 325 DO CÓDIGO ELEITORAL.
DIFAMAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE FATOS INVERÍDICOS NA PROPAGANDA ELEITORAL.
TRANCAMENTO AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE.
1. O deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não elidem
a ocorrência dos crimes de difamação e de divulgação de fatos inverídicos na propaganda
eleitoral, tendo em vista a independência entre as instâncias eleitoral e penal.
2. Para verificar a alegação dos impetrantes de que não houve dolo de difamar, injuriar ou
caluniar, mas tão somente de narrar ou criticar, seria imprescindível minuciosa análise da
prova dos autos, providência incabível na estreita via do habeas corpus, marcado por
cognição sumária e rito célere.
3. Na espécie, não é possível verificar, de logo, a existência de nenhuma das hipóteses que
autorizam o trancamento da ação penal, pois não está presente causa de extinção da
punibilidade e a denúncia descreve fato que, em tese, configura crime eleitoral, apontando
prova da materialidade do ilícito e indícios de autoria.
4. Recurso desprovido.

Injúria Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 326, do CE:

8
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.
9
Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY
ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92.

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Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,


ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio
empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das
penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.

Qual a diferença entre injúria, calúnia e difamação?

envolve xingamentos, indicação de


INJÚRIA defeitos e deméritos da pessoa
relacionados NÃO a fatos específicos

indica a prática de um ou mais crimes


CALÚNIA específicos, individualizados, que, em
tese, não foram praticados pelo ofendido.

há a divulgação de fato desonroso


DIFAMAÇÃO específico, que pode ser identificado no
tempo e no espaço.

Assim:

Injúria Eleitoral

Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à propaganda


TIPO OBJETIVO
eleitoral, com ofensa à dignidade ou ao decoro.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

Consuma-se o delito com a divulgação na propaganda ou visando à


CONSUMAÇÃO
propaganda eleitoral, chegando ao conhecimento de terceiros.

TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.

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Detenção: de 3 meses a 1 ano.


e
Multa: 5 a 20 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
PENA Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
6. Presidente da República;
7. Chefe de Governo Estrangeiro;
8. Funcionário público em razão de suas funções;
9. Na presença de várias pessoas;
10. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.

Ademais, é possível a caracterização da injúria eleitoral de acordo com o art. 326


§2º, do CE. Esse dispositivo se aplica sempre que, além da injúria eleitoral,
houver também ofensa física.
Para finalizar, é importante destacar que o TSE entende
desnecessário que a ofensa seja praticada contra candidato
para a tipificação do crime de injúria eleitoral. Vejamos, a
título ilustrativo, a ementa do HC nº 187.635/201010.
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA
NA PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e
326 do Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma
vez que a norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar
nenhuma qualidade especial quanto ao ofendido.
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que
determina a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados
nos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.

Antes de seguirmos, façamos uma observação. Os últimos


três tipos penais (calúnia eleitoral, difamação
eleitoral e injúria eleitoral) possuem uma causa de
aumento de pena?
A fundamentação dessa causa de aumento consta do art. 327, do CE. V ejamos:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.

10
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.

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Desse modo, para a nossa prova devemos lembrar:

Presidente da República;

Chefe de Governo
Estrangeiro;
calúnia eleitoral, difamação
CAUSA DE AUMENTO DE eleitoral e injúria eleitoral
Funcionário público em
PENA (1/3), QUANDO
razão de suas funções;
COMETIDO CONTRA

Na presença de várias
pessoas;

Utilizando-se de meios que


facilitem a divulgação da
ofensa.

Sigamos!

Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda ilícita


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 331, do CE:
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Assim:

Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda ilícita

TIPO OBJETIVO Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda lícita.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.

CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: até 6 meses.


ou
PENA Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.

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Impedimento ao exercício da propaganda


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 332, do CE:
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Assim:

Impedimento ao exercício da propaganda

TIPO OBJETIVO Impedir o exercício de propaganda.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.

CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: até 6 meses.


e
PENA
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Aliciamento comercial de eleitores


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 334, do CE:
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e
sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for
candidato.

Assim:

Aliciamento comercial de eleitores

Utilizar organização comercial, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios


TIPO OBJETIVO
para a propaganda ou aliciamento.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
PASSIVO

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SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.

Consuma-se o tipo penal quando houver a utilização de organização comercial


CONSUMAÇÃO
para os fins descritos no tipo.

TENTATIVA É admitida.

Detenção: de 6 meses a 1 ano.


e
PENA
Cassação do registro, se o condenado for candidato.
Infração de menor potencial ofensivo.

Realizar propaganda em língua estrangeira


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 335, do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa a
apreensão e perda do material utilizado na propaganda.

Assim:

Realizar propaganda em língua estrangeira

TIPO OBJETIVO Fazer propaganda em língua estrangeira.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e, se for o caso, aquele eleitor que não conhece o idioma estrangeiro.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.

CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda em língua estrangeira.

TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.

Detenção: 3 a 6 meses.
e
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Infração de menor potencial ofensivo.

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Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm


direitos políticos
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 337, do CE:
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos
políticos, de atividades partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recintos
fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou
televisão que autorizar transmissões de que participem os mencionados neste artigo, bem
como o diretor de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.

Assim:

Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos

Participação de estrangeiros ou de pessoas com restrição aos direitos políticos


TIPO OBJETIVO
em atividades partidárias.

TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.

Consuma-se com a participação em alguma atividade partidária, ainda que não


CONSUMAÇÃO
seja no período eleitoral.

TENTATIVA É admitida por meio escrito.

Detenção: até 6 meses.


e
Multa: 90 a 120 dias-multa.

PENA Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.


Infração de menor potencial ofensivo.
Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou de
televisão que autorizar transmissões de que participem os mencionados nesse
artigo, bem como o diretor de jornal que divulgar os pronunciamentos.

Descumprimento de prioridade postal


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 338, do CE:
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no art. 239:
Pena – pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Assim:

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Descumprimento de prioridade postal

Não garantir ao funcionário de empresa postal a prioridade concedida aos


TIPO OBJETIVO partidos políticos para a remessa de propaganda nos 60 dias que antecedem
o pleito.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e os candidatos partidos políticos prejudicados.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Funcionário de empresa postal.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta.

A consumação do delito ocorre com o descumprimento do dever legal de


CONSUMAÇÃO
assegurar a prioridade nos 60 dias que antecedem o pleito eleitoral.

TENTATIVA Não é admitida.

PENA Multa: 30 a 60 dias-multa.

Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de


material de uso exclusivo da Justiça Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 340, do CE:
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair
ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Assim:

Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material de


uso exclusivo da Justiça Eleitoral

TIPO OBJETIVO Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da Justiça Eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

Trata-se de crime de perigo, para o qual é suficiente a realização de uma, ou


CONSUMAÇÃO
mais, das condutas descritas no tipo para fins de consumação.

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TENTATIVA É admitida.

Reclusão: até 3 anos


e
PENA Multa: 3 a 15 dias-multa.
Se o agente for integrante da Justiça Eleitoral, a penalidade será agravada
entre 1/5 e 1/3.

Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 339, do CE:
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à
eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Assim:

Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral

TIPO OBJETIVO Destruir, suprimir ou ocultar urna ou documento eleitorais.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera


CLASSIFICAÇÃO
conduta.

Consuma-se o delito com a efetivação do prejuízo à eleição em razão da


CONSUMAÇÃO
prática perpetrada.

TENTATIVA É admitida.

Reclusão: 2 a 6 anos
e
PENA Multa: 5 a 15 dias-multa.
A penalidade será agravada caso seja praticada por membro ou funcionário da
Justiça Eleitoral, o qual pratica o ato prevalecendo-se do cargo.

Retardamento das publicações eleitorais


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 341, do CE:

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Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de
órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça
Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Assim:

Retardamento das publicações eleitorais

Retardar a publicação ou não publicar as decisões, as citações ou as


TIPO OBJETIVO
intimações da Justiça Eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e aquele que for prejudicado pelo atraso na publicação.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Servidor público responsável pela publicação.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.

Consuma-se o delito com o mero atraso na publicação ou com a não


CONSUMAÇÃO
publicação.

TENTATIVA Não é admitida.

Detenção: até 1 mês


ou
Multa: 30 a 60 dias-multa.
PENA
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que, no caso de detenção, a pena mínima será sempre de 15
dias.

Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 342, do CE:
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar
de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Assim:

Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público

TIPO OBJETIVO Não apresentar denúncia ou deixar de promover a execução de sentença.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

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SUJEITO ATIVO O representante do Ministério Público.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.

Em regra, a consumação ocorre quando o prazo para a apresentação da


CONSUMAÇÃO
denúncia expira.

TENTATIVA Não é admitida.

Detenção: até 2 meses


ou
PENA Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.

Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do


Ministério Público
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 343, do CE:
Art. 343. Não cumprir o Juiz o disposto no § 3º do art. 357:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Vejamos, inicialmente, o que prevê o dispositivo referido no caput:


§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.

Notem que se trata da atitude que a autoridade judiciária deve tomar diante da
verificação da incidência no crime disposto no art. 342, do CE.
Assim:

Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do Ministério


Público

Deixar de representar com membro do Ministério Público que não apresentou


TIPO OBJETIVO
a denúncia no prazo.

TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

O Juiz que deixou que deixou de realizar a representação contra o membro do


SUJEITO ATIVO
Ministério Público.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.

Consuma-se o crime quando o juiz deixa de cumprir o seu dever legal no tempo
CONSUMAÇÃO
indicado.

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Devemos atentar, ainda, para o §5º, do art. 357, do CE, que dispõe: “§
5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício”. Ou
seja, o juiz tem o prazo de 10 dias para representar contra o Ministério
Público.

TENTATIVA Não é admitida.

Detenção: até 2 meses


ou
PENA Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.

Recusa ou abandono do serviço eleitoral


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 344, do CE:
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Assim:

Recusa ou abandono do serviço eleitoral

TIPO OBJETIVO Sem justa causa, recursar ou abandonar o serviço eleitoral.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Aqueles que estejam à serviço da Justiça Eleitoral

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.

Consuma-se o crime com a recusa ou com o abandono do serviço eleitoral.


CONSUMAÇÃO Não é necessário qualquer prejuízo ao serviço eleitoral para a consumação do
crime.

TENTATIVA Não é admitida.

Detenção: até 2 meses


ou
PENA Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.

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Atentem-se para a jurisprudência do TSE, segundo a qual o


não comparecimento de mesário no dia da votação não
configura o crime ora estudado, pois é prevista punição
administrativa no art. 124, do CE, o qual não contém
ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal.

Descumprimento dos deveres eleitorais


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 345, do CE:
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça
Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a infração não estiver
sujeita a outra penalidade:
Pena – pagamento de 30 a 90 dias-multa.

Assim:

Descumprimento dos deveres eleitorais

Não cumprir, nos prazos legais, os deveres impostos pelo CE, se a infração não
TIPO OBJETIVO
estiver sujeita a outra penalidade.

TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

Qualquer membro integrante da Justiça Eleitoral, definidos no art. 283:


Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários
da Justiça Eleitoral:
I – os Magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais,
estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de
outra função por designação de Tribunal Eleitoral;
II – os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça
Eleitoral;
SUJEITO ATIVO
III – os cidadãos que hajam sido nomeados para as Mesas Receptoras
ou Juntas Apuradoras;
IV – os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos
indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.

O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.


CLASSIFICAÇÃO
Devemos estar atentos para o caráter subsidiário do tipo.

O delito consuma-se com o fim do prazo previsto para que o integrante da


CONSUMAÇÃO
Justiça Eleitoral cumpra o seu dever funcional.

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TENTATIVA Não é admitida.

PENA Multa: 30 a 90 dias-multa.

Utilização de serviço e de prédio público com propósito político


partidário
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 346, do CE:
Art. 346. Violar o disposto no art. 377:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que
prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa à
infração.

Vejamos, inicialmente, o que prevê o dispositivo do art. 377:


Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia,
fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo
Poder Público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas
dependências, não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de
caráter político.
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer tempo, pelo
órgão competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou municipal
do órgão infrator, mediante representação fundamentada de autoridade pública,
representante partidário ou de qualquer eleitor.

Assim:

Utilização de serviço e de prédio público com propósito político partidário

Permitir que prédio pertencente ao serviço público seja utilizado em favor do


TIPO OBJETIVO
candidato.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

São três hipóteses:


SUJEITO ATIVO 1. Autoridade responsável pela cessão do prédio público.
2. Servidores que prestarem serviços.
3. Candidatos que derem causa à infração.

O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo (embora seja


CLASSIFICAÇÃO possível a prática de crime por omissão quando não se faz nada para a
ocupação irregular do prédio público) e formal.

CONSUMAÇÃO O crime se consuma com conduta de permitir o uso.

TENTATIVA É admitida.

PENA Detenção: de 3 meses a 1 ano.

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e
Multa: 10 a 20 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Desobediência eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 347, do CE:
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções
da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Assim:

Desobediência eleitoral

Recusar o cumprimento ou a obediência a diligências, a ordens ou a instruções


TIPO OBJETIVO
da Justiça Eleitoral ou opor-lhes embargo.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Consuma-se com a mera recusa.

TENTATIVA Não é admitido tentativa.

Detenção: de 3 meses a 1 ano.


e
PENA
Multa: 10 a 20 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

É importante destacar que, de acordo com a reiterada jurisprudência do TSE11, é


necessário, para configuração do crime, que tenha havido ordem judicial, direta
e individualizada, expedida ao agente.

Falsificação ou alteração de documento público com fins eleitorais


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 348, do CE:
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

11
Conforme acórdãos nºs 240/1994, 11.650/1994, 245/1995 e HC nº 579/2007, todos do TSE.

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§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena


é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, inclusive fundação do Estado.

Assim:

Falsificação ou alteração de documento público com fins eleitorais

Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


TIPO OBJETIVO
verdadeiro, para fins eleitorais.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

O delito consuma-se com a expedição do documento falso, sendo


CONSUMAÇÃO desnecessária a efetiva utilização do documento conforme entende a maioria
da doutrina.

TENTATIVA É admitido tentativa.

Reclusão: de 2 a seis anos.


e
PENA Multa: 15 a 30 dias-multa.
Devemos atentar para o fato de que se o crime for praticado por funcionário
público a pena será agravada.

Finalmente, o § 2º trata do documento público equiparado, segundo o qual


serão todos aqueles emanados por entidade paraestatal, inclusive
fundação do Estado.

Falsificação ou alteração de documento particular


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 349, do CE:
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.

Assim:

Falsificação ou alteração de documento particular

TIPO OBJETIVO Falsificar, no todo ou em parte, documento particular.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

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SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

O delito consuma-se com a expedição do documento falso, sendo


CONSUMAÇÃO desnecessária a efetiva utilização do documento conforme entende a maioria
da doutrina.

TENTATIVA É admitido tentativa.

Reclusão: até 5 anos.


e
PENA
Multa: 3 a 10 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.

Falsidade Ideológica Eleitoral


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 350, do CE:
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins
eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é
particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o
crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de
registro civil, a pena é agravada.

Assim:

Falsidade Ideológica Eleitoral

Omitir, em documento, declaração que dele deveria constar ou nele inserir ou


TIPO OBJETIVO fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria estar escrita com fins
eleitorais

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO Estado. Eventualmente poderá ser sujeito passivo o candidato que tenha sido
PASSIVO prejudicado com o uso do documento.

Qualquer pessoa. Quando se tratar de declaração falsa terá de ser praticado


pelo próprio eleitor de acordo com a jurisprudência do TSE.
SUJEITO ATIVO Ademais, ainda segundo a Corte Eleitoral a forma incriminadora “fazer inserir”,
prevista neste artigo, admite a realização por terceira pessoa – autor
intelectual da falsidade ideológica (REspe nº 35.486/2011).

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O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo (na conduta e


CLASSIFICAÇÃO omitir) e comissivo (na conduta de inserir ou de fazer inserir informações) e
formal.

CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a expedição do documento falso.

É admitida tentativa na hipótese de início de elaboração de documento, mas


TENTATIVA
interrupção antes de finalizá-lo.

 Se o documento for público  Reclusão: até 5 anos e Multa: 5 a 15 dias-


multa.
PENA
 Se o documento for privado  Reclusão: até 3 anos e Multa: 3 a 10 dias-
multa.

Destaque-se que, segundo jurisprudência do TSE, eventuais omissões em


declaração de bens para fins de registro de candidatura não configuram a
hipótese típica versada nesse artigo. Vejamos a ementa do AgR-REspe nº
36.417/201012:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. HABEAS CORPUS. CRIME DO ART.
350 DO CE. FALSIDADE IDEOLÓGICA. DECLARAÇÃO DE BENS. ATIPICIDADE DA CONDUTA.
AUSÊNCIA DE POTENCIAL LESIVO AOS BENS JURÍDICOS TUTELADOS PELA NORMA PENAL
ELEITORAL. NÃO PROVIMENTO.
1. Segundo a orientação das Cortes Superiores, a caracterização do delito de falsidade
ideológica exige que o documento no qual conste a informação falsa tenha sido "preparado
para provar, por seu conteúdo, um fato juridicamente relevante", de modo que o fato de
estarem as afirmações nele constantes submetidas à posterior averiguação afasta a
possibilidade de ocorrer a falsidade intelectual (STF, RHC 43396, 1ª Turma, Rel. Min.
Evandro Lins, DJ 15.2.1967, STF, HC 85976, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ
24.2.2006).
2. Se o documento não tem força para provar, por si só, a afirmação nele constante - como
ocorre na hipótese da declaração de bens oferecida por ocasião do pedido de registro de
candidatura - não há lesão à fé pública, não havendo, assim, lesão ao bem jurídico tutelado,
que impele ao reconhecimento de atipicidade da conduta descrita na inicial acusatória.
3. Ademais, ainda que se pudesse considerar a declaração de bens apresentada por ocasião
do registro de candidatura à Justiça Eleitoral prova suficiente das informações nele
constantes, haveria de ser afastada a ocorrência de potencial lesividade ao bem jurídico
especificamente tutelado pelo art. 350 do Código Eleitoral, qual seja, a fé pública e a
autenticidade dos documentos relacionados ao processo eleitoral, dado serem as
informações constantes em tal título irrelevantes para o processo eleitoral em si (REspe
12.799/SP, Rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 19.9.97)
4. Agravo regimental não provido.

Antes de seguirmos, devemos destacar que o art. 351, do CE, trata dos
equiparados a documento, aplicável aos seguintes tipos:
1. Falsificação ou alteração de documento público com fins eleitorais.
2. Falsificação ou alteração de documento particular com fins eleitorais.

12
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 36417, Acórdão de 18/03/2010, Relator(a)
Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 14/4/2010, Página 54/55
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 21, Tomo 2, Data 18/3/2010, Página 374.

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3. Falsidade ideológica eleitoral.


Vejamos o dispositivo:
Art. 351. Equipara-se a documento (348, 349 e 350), para os efeitos penais, a fotografia,
o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração
ou imagem destinada à prova de fato juridicamente relevante.

Sigamos!

Reconhecimento indevido de firma ou letra com finalidade eleitoral


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 352, do CE:
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que
o não seja, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o documento é público,
e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.

Assim:

Reconhecimento indevido de firma ou letra com finalidade eleitoral

Reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja tendo em vista fins
TIPO OBJETIVO
eleitorais.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado e eventual prejudicado com a falsidade da firma reconhecida.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Os notários.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO O delito consuma-se com o atestado de reconhecimento de firma.

TENTATIVA É admitido tentativa.

 Se o documento for público  Reclusão: até 5 anos e Multa: 5 a 15 dias-


multa.
PENA
 Se o documento for privado  Reclusão: até 3 anos e Multa: 3 a 10 dias-
multa.

Uso de documento falso com finalidade eleitoral


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 353, do CE:
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 348 a 352:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Assim:

Uso de documento falso com finalidade eleitoral

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TIPO OBJETIVO Fazer uso de documento falsificado ou alterado.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO PASSIVO Estado e eventual prejudicado com o uso do documento.

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Basta o uso para a consumação do delito.

TENTATIVA Não é admitida a tentativa.

PENA Cominada à falsificação ou à alteração.

Obtenção de documento falso para fins eleitorais


Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 354, do CE:
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, material
ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Assim:

Obtenção de documento falso para fins eleitorais

TIPO OBJETIVO Obter documento falso para fins eleitorais para o uso próprio ou de outro.

TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO PASSIVO Estado e eventual prejudicado com a falsificação.

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

CONSUMAÇÃO Para a consumação basta a posse do documento.

TENTATIVA É admitida a tentativa.

PENA Cominada à falsificação ou à alteração.

Finalizamos, assim, a esquematização de todos os tipos previstos no CE. Cumpre


analisar, ainda, os tipos penais previstos nas demais leis eleitorais. Existem
tipificações penais na Lei das Eleições, na Lei de Inelegibilidades, na Lei do
Transporte em Zonas Rurais no Dia das Eleições e na Lei nº 7.021/1982, que
trata da inviolabilidade da urna eletrônica.
Em relação a tais leis, não há necessidade de maior aprofundamento. Do mesmo
modo, é fundamental conhecer os tipos penais eleitorais previstos. Em face disso,

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citaremos os dispositivos e destacaremos as informações centrais que você deve


levar para a prova. A maioria desses dispositivos já foram analisados ao longo do
curso.
Vamos lá!

2.3 - Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições)


Divulgação de pesquisa fraudulenta
O crime de divulgação de pesquisa fraudulenta é tipificado em razão da
divulgação de pesquisas eleitorais sem a divulgação das informações constantes
do art. 33, da Lei das Eleições.
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:
I - quem contratou a pesquisa;
II - valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
III - metodologia e período de realização da pesquisa;
IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de
erro;
V - sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados
e do trabalho de campo;
VI - questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.
§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este
artigo sujeita os responsáveis a multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.

Impedir fiscalização das pesquisas


Correlato ao tipo acima, prevê, ainda, o art. 34, §2º, da Lei das Eleições que
aquele que dificultar a fiscalização dos partidos políticos às pesquisas eleitorais
incorre em crime eleitoral.
Vejamos:
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo ou qualquer ato que vise a retardar,
impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui crime, punível com
detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à
comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.

Publicação de pesquisa irregular


Do mesmo modo, se ficar comprovada a veiculação de pesquisa eleitoral irregular
também temos a incursão em crime, nos termos do §3º, do art. 34, da Lei das
Eleições.
§ 3º A comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis
às penas mencionadas no parágrafo anterior, sem prejuízo da obrigatoriedade da

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veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros
elementos de destaque, de acordo com o veículo usado.

Uso proibido de alto-falante


Outro crime trazido na Lei das Eleições vem estabelecido no art. 39, segundo o
qual constitui crime eleitoral a utilização de alto-falantes e
amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata.
Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto
aberto ou fechado, não depende de licença da polícia.
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a
um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período,
e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR:
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata;

Arregimentação de eleitor e propaganda de boca de urna


Trata-se no art. 39, § 5º, já citados acima, mas da conduta prevista no inciso II.
II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;

Portanto, constitui crime eleitoral a arregimentação de eleitor ou a


propaganda de boca de urna.

Divulgação de propaganda do dia da eleição


Esse tipo penal-eleitoral é tratado no art. 39, § 5º, inciso III.
III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus
candidatos.

Portanto, constitui crime eleitoral a divulgação, no dia das eleições, de


propaganda partidária ou política.

Uso, na propaganda eleitoral, de símbolos de órgãos do governo


O presente tipo penal vem estabelecido no art. 40:
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou
semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de
economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no
valor de dez mil a vinte mil UFIR.

Constitui crime eleitoral a utilização, nos atos de propaganda eleitoral, de


símbolos, de frases ou de imagens associadas a órgão de governo.

Recusa de entrega de boletim de urna eletrônica


Já mencionamos esse disposto ao tratar da recusa de entrega da cédula de
votação. De qualquer modo, vejamos novamente a letra de lei.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
conterá os nomes e os números dos candidatos nela votados.

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§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de


urna aos partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram
até uma hora após a expedição.
§ 2º O descumprimento do disposto no parágrafo anterior constitui crime, punível com
detenção, de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviço à
comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de um mil a cinco mil UFIR.

Trata-se, portanto, de um tipo penal específico, aplicável aos Presidente da Mesa


Receptora, o qual é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos partidos e
às coligações.

Obter acesso a sistema de dados eleitorais


Também constitui crime, previsto na Lei das Eleições, a obtenção de acesso ao
sistema de dados eleitorais com a finalidade de alterar a apuração ou a contagem
dos votos. Vejamos:
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;

Destruir sistema de dados eleitorais


De acordo com o inc. II do art. 72 é crime o desenvolvimento de tecnologia em
informática com vistas a provocar resultado diverso do esperado em sistema de
tratamento automático de dados pelo serviço eleitoral.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;

Dano a equipamento eletrônico eleitoral


Constitui crime eleitoral causar dano física a equipamento utilizado para a votação
ou para a apuração dos votos, conforme dispõe o art. 72, III, da Lei das Eleições.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.

Cerceamento ao direito de fiscalização


O art. 87, da Lei das Eleições, estabelece uma série de garantias aos fiscais, aos
delegados e aos partidos políticos. Prevê o dispositivo que os fiscais e delegados
podem permanecer próximos da mesa receptora, bem como poderão
acompanhar os trabalhos de apuração das eleições. Quem violar essas regras
será responsabilizado por crime eleitoral.
Vejamos:
Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e delegados dos partidos e coligações o
direito de observar diretamente, a distância não superior a um metro da mesa, a abertura
da urna, a abertura e a contagem das cédulas e o preenchimento do boletim.

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§ 1º O não-atendimento ao disposto no caput enseja a impugnação do resultado da urna,


desde que apresentada antes da divulgação do boletim.
§ 2º Ao final da transcrição dos resultados apurados no boletim, o Presidente da Junta
Eleitoral é obrigado a entregar cópia deste aos partidos e coligações concorrentes ao pleito
cujos representantes o requeiram até uma hora após sua expedição.
§ 3º Para os fins do disposto no parágrafo anterior, cada partido ou coligação poderá
credenciar até três fiscais perante a Junta Eleitoral, funcionando um de cada vez.
§ 4º O descumprimento de qualquer das disposições deste artigo constitui crime,
punível com detenção de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviços
à comunidade pelo mesmo período e multa, no valor de um mil a cinco mil UFIR.

Retenção de título ou comprovante de alistamento eleitoral


Por fim, o art. 91, da Lei das Eleições, tipifica como crime eleitoral a retenção do
título de forma indevida no período de 150 antes da data do pleito.
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição.
Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa
de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil
a dez mil UFIR.

2.4 - Lei Complementar nº 64/1990 (Lei de


Inelegibilidade)
Impugnação a registro de candidatura feita por má-fé
Em relação à Lei de Inelegibilidades, constitui crime eleitoral o manejo de ações
eleitorais, como a AIJE e a AIRC, de forma temerária ou com manifesta má-fé.
Art. 25. Constitui crime eleitoral a argüição de inelegibilidade, ou a impugnação de registro
de candidato feito por interferência do poder econômico, desvio ou abuso do poder de
autoridade, deduzida de forma temerária ou de manifesta má-fé:
Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50
(cinqüenta) vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de sua extinção,
de título público que o substitua.

2.5 - Lei nº 6.091/1974 (Lei do Transporte em Zonas


Rurais no dia das Eleições)
Descumprir o dever de informar a existência de veículos/embarcações
nos órgãos públicos
O art. 11, §1º, da Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições, tipifica
como crime a conduta, que poderá ser praticada pelos responsáveis por órgãos
públicos em informar os veículos que possuem e que possam ser utilizados para
transporte regular de eleitores.
Art. 11. Constitui crime eleitoral:

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I - descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever


imposto no art. 3º, ou prestar, informação inexata que vise a elidir, total ou parcialmente,
a contribuição de que ele trata:
Pena - detenção de quinze dias a seis meses e pagamento de 60 a 100 dias - multa;

Vejamos o que dispõe o art. 3º.


Art. 3º Até cinqüenta dias antes da data do pleito, os responsáveis por todas as repartições,
órgãos e unidades do serviço público federal, estadual e municipal oficiarão à Justiça
Eleitoral, informando o número, a espécie e lotação dos veículos e embarcações de sua
propriedade, e justificando, se for o caso, a ocorrência da exceção prevista no parágrafo 1º
do art. 1º desta Lei.
§ 1º Os veículos e embarcações à disposição da Justiça Eleitoral deverão, mediante
comunicação expressa de seus proprietários, estar em condições de ser utilizados, pelo
menos, vinte e quatro horas antes das eleições e circularão exibindo de modo bem visível,
dístico em letras garrafais, com a frase: "A serviço da Justiça Eleitoral."
§ 2º A Justiça Eleitoral, à vista das informações recebidas, planejará a execução do serviço
de transporte de eleitores e requisitará aos responsáveis pelas repartições, órgãos ou
unidades, até trinta dias antes do pleito, os veículos e embarcações necessários.

Desatender a requisição de veículos ou embarcações particulares


Também constitui crime eleitoral atender às requisições de veículos para serem
utilizados no transporte regular de eleitores da zona rural. Vejamos:
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
II - desatender à requisição de que trata o art. 2º:
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim
previsto;

Vejamos qual é a disciplina disposta no art. 2º.


Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1º não for
suficiente para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará veículos e
embarcações a particulares, de preferência os de aluguel.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias depois do pleito, a
preços que correspondam aos critérios da localidade. A despesa correrá por conta do Fundo
Partidário.

Fazer transporte e fornecer alimentação no período eleitoral, quando


vedado pela lei
A Lei do Transporte em Zona Rural no dia das Eleições delimita as hipóteses em
que o transporte será considerado regular. São elas:
 transportes a serviço da Justiça Eleitoral;
 transportes coletivos regulares (por exemplo, linhas de ônibus);
 uso de veículo próprio e de aluguel regular (por exemplo, táxi).
Se violadas tais regras, prevê o art. 11, III, que a conduta será considerada crime
eleitoral.
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º;

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Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302
do Código Eleitoral);

Vejamos o que estabelece os artigos citados:


Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia
anterior até o posterior à eleição, salvo:
I - a serviço da Justiça Eleitoral;
II - coletivos de linhas regulares e não fretados;
III - de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da
sua família;
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não atingidos pela
requisição de que trata o art. 2º.
Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta
carência de recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta
hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário.
Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o
fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.

Obstar a prestação dos serviços de transporte e alimentação


prestados pela Justiça Eleitoral
Constitui crime impedir o transporte dos eleitores conforme disciplina abaixo:
IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta
Lei, atribuídos à Justiça Eleitoral:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;

Vejamos o que prevê o art. 4º, pois o art. 8º já foi citado logo acima.
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão competente, o
quadro geral de percursos e horários programados para o transporte de eleitores, dele
fornecendo cópias aos partidos políticos.
§ 1º O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respectivo
município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos dois
quilômetros.
§ 2º Os partidos políticos, os candidatos, ou eleitores em número de vinte, pelo menos,
poderão oferecer reclamações em três dias contados da divulgação do quadro.
§ 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias subsequentes, delas cabendo recurso
sem efeito suspensivo.
§ 4º Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral divulgará, pelos meios disponíveis, o
quadro definitivo.

Utilização indevida de veículos ou embarcações públicas em


campanha
Por fim, ainda quanto à Lei do Transporte em Zona Rural no dia das Eleições é
previsto como crime a utilização de bens públicos, especialmente veículos, com
finalidade eleitoral.
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o
pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e
respectivas autarquias e sociedades de economia mista:

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Pena - cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido


proclamado eleito.

2.6 - Lei nº 7.021/1982


Destruição da relação de candidatos
Essa lei fixa o modelo de cédula oficial utilizada nas urnas. Raramente terá,
portanto, aplicabilidade prática, uma vez que a votação manual constitui exceção.
De todo modo, a lei trata também da relação de eleitores, que é disponibilizada
nos locais de votação. Essa relação permanece aplicável às eleições realizadas
por intermédio do processamento eletrônico de votos. Assim, destruir, suprimir
ou danificar tal relação constitui crime nos termos do art. 5º abaixo citado:
Art. 5º Constitui crime eleitoral destruir, suprimir ou, de qualquer modo, danificar relação
de candidatos afixada na cabina indevassável.
Pena - detenção, até seis meses, e pagamento de sessenta a cem dias-multa.

Finalizamos, assim, a parte teórica.

3 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:

Distribuição das Questões


40
35
30
25
20
15
10
5
0
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Crimes Eleitorais

Serão, portanto, 35 questões de provas anteriores das mais diversas bancas. As


questões foram separadas de acordo com a importância da matéria para a prova.

Em relação aos assuntos estudados na aula de hoje, destacam-se os seguintes


assuntos:
 Crimes do Código Eleitoral.

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3.1 – Questões sem Comentários


Questão 01 – FCC/TRE-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – 2015
Tício abandonou o serviço eleitoral sem justa causa. A conduta de Tício
(A) não é crime, nem sujeita o infrator à multa administrativa.
(B) não é crime, mas sujeita o infrator à multa administrativa.
(C) é crime eleitoral punido com reclusão.
(D) é crime eleitoral punido com detenção ou multa.
(E) é crime eleitoral punido apenas com prestação de serviços à comunidade.

Questão 02 – FCC/TRE-AP – Técnico Judiciário – 2015


Pedro, candidato a Prefeito Municipal, sabendo que Paulo era simpatizante
de seu adversário no pleito eleitoral, ofereceu-lhe dinheiro para conseguir a
sua abstenção, mas a oferta não foi aceita por Paulo. A conduta de Pedro é
(A) simples irregularidade na campanha eleitoral, passível de multa.
(B) penalmente irrelevante, pois não visava obter o voto do eleitor para si.
(C) crime eleitoral punido com reclusão e multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção.
(E) penalmente irrelevante, porque a oferta não foi aceita.

Questão 03 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
José, Governador do Estado, valendo-se de seu cargo e da sua autoridade,
intervém no funcionamento da Mesa Receptora, a pretexto de alterar o
processo de votação para torná-lo mais ágil. A conduta de José é
(A) legítima, porque objetivava agilizar o processo eleitoral.
(B) legítima, tendo em conta o cargo por ele exercido.
(C) mera infração administrativa, sujeita à pena de multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção e multa.
(E) legítima, se não houver emprego de violência física ou moral.

Questão 04– FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
É punido com pena de detenção o crime eleitoral de
(A) votar ou tentar votar mais de uma vez.
(B) violar ou tentar violar o sigilo do voto.
(C) votar ou tentar votar em lugar de outrem.

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(D) violar ou tentar violar o sigilo da urna.


(E) inscrever-se fraudulentamente eleitor.

Questão 05 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
Segundo o Art. 349 do Código Eleitoral: Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins
eleitorais. Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Como o tipo legal não especifica, o mínimo da pena de reclusão que poderá
ser imposta será de
(A) 6 meses.
(B) 1 mês.
(C) 1 dia.
(D) 15 dias.
(E) 1 ano.

Questão 06 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Judiciária
As infrações penais descritas no Código Eleitoral
(A) são de ação pública.
(B) são sempre punidas com pena de reclusão e multa.
(C) podem ser punidas pelo Juiz Eleitoral, independentemente de denúncia
do Ministério Público Eleitoral.
(D) são de ação pública somente quando se tratar de direito disponível.
(E) só podem ser punidas se houver representação do candidato ou do
partido prejudicado.

Questão 07 – FCC/TRE-PB – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
No tocante às Disposições Penais previstas no Código Eleitoral, considere:
I. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça
Eleitoral os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça
Eleitoral.
II. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a
partidos ou candidatos, e capazes de exercerem influência perante o
eleitorado, é conduta tipificada no Código Eleitoral como crime eleitoral,
sujeito seu infrator a pena de detenção de 2 meses a 1 ano, ou pagamento
de 120 a 150 dias-multa.

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III. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem


mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo entre 1/5 e 1/3, guardados os
limites da pena cominada ao crime.
Está correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas
(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, II e III.

Questão 08 – FCC/TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2013
NÃO constitui crime eleitoral:
a) reter título eleitoral contra a vontade do eleitor.
b) permitir o Presidente da Mesa Receptora que o eleitor vote sem estar de
posse de seu título eleitoral.
c) tentar violar o sigilo do voto.
d) votar em lugar de outrem.
e) tentar votar mais de uma vez.

Questão 09 – FCC/MPE-AP - Promotor de Justiça - 2012


A respeito dos crimes eleitorais, considere as afirmações abaixo.
I. Constitui crime eleitoral oferecer dinheiro a eleitor para abster-se de votar,
mesmo que a oferta não seja aceita.
II. O crime de injúria na propaganda eleitoral admite a exceção da verdade
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas
funções.
III. Constitui crime eleitoral fazer propaganda pela imprensa escrita em
língua estrangeira.
IV. Constitui crime eleitoral, deixar o órgão do Ministério Público de
promover a execução de sentença condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

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Analistas e Técnico
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques

Questão 10 – FCC/TRE-PR - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
A respeito dos crimes eleitorais, considere:
I. Abandonar o serviço eleitoral, mesmo por justa causa.
II. Oferecer dinheiro para conseguir abstenção, ainda que a oferta não seja
aceita.
III. Usar de grave ameaça para coagir alguém a votar em determinado
partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
IV. Intervir o Juiz Eleitoral no funcionamento da Mesa Receptora.
Constituem crimes eleitorais as condutas descritas APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.

Questão 11 – FCC/TRE-PE - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2011
NÃO constitui crime eleitoral:
a) fornecer qualquer candidato transporte aos eleitores da zona urbana no
dia da eleição.
b) fornecer o particular refeições a eleitores da zona rural no dia da eleição.
c) desatender à requisição de veículos e embarcações particulares pela
Justiça Eleitoral, para o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em
dias de eleição, nos casos previstos em lei.
d) fornecer qualquer pessoa refeições aos eleitores da zona urbana no dia
da eleição.
e) deixar o eleitor de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até
sessenta dias após a realização da eleição.

Questão 12 – FCC/TRE-AP - Analista Judiciário - Área


Judiciária
NÃO é crime eleitoral
a) impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.
b) prender eleitor em flagrante delito no dia da eleição.
c) reter título eleitoral contra a vontade do eleitor.
d) fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.

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e) inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente


empregado.

Questão 13 – FCC/TJ-MS – Juiz - 2010


Considere as afirmações abaixo.
I. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem.
II. Violar ou tentar violar o sigilo do voto.
III. Deixar o juiz de representar contra o órgão do Ministério Público que não
oferecer a denúncia no prazo legal, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.
IV. Violar a proibição de utilizar o serviço de qualquer repartição, federal,
estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia
mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza
contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências, para
beneficiar partido ou organização de caráter político.
São crimes eleitorais aqueles constantes das afirmações
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) II e IV, apenas.

Questão 14 – FCC/TRE-AL - Analista Judiciário - Área


Administrativa - 2010
Dentre os crimes a seguir relacionados, previstos no Código Eleitoral, o que
prevê pena máxima privativa de liberdade mais grave é aquele em que
a) o juiz efetua fraudulentamente a inscrição de alistando.
b) há uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não
votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não
sejam conseguidos.
c) oferece-se dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter voto, ainda
que a oferta não seja aceita.
d) impede-se ou embaraça-se o exercício do sufrágio.
e) induz-se alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer
dispositivo do Código Eleitoral.

Questão 15 – FCC/TRE-GO – Analista Judiciário – 2011 –


questão adaptada
Julgue o item a seguir.

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De acordo com a Lei no 6.091/74, utilizar em campanha eleitoral, no decurso


dos noventa dias que antecedem o pleito, veículos e embarcações
pertencentes à União, Estados, Municípios e respectivas autarquias e
sociedades de economia mista, acarreta o cancelamento do registro do
candidato ou de seu diploma, se já houver sido proclamado eleito.

Questão 16 – CESPE/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2010


A legislação eleitoral brasileira regula o transporte e a alimentação dos
eleitores residentes na áreas rurais, visando coibir o abuso do poder
econômico ou administrativo no dia da eleição. A esse respeito, assinale a
opção correta quanto à disciplina legal da matéria.
a) Veículos e embarcações militares devem ser usados com prioridade no
transporte gratuito dos eleitores das áreas rurais.
b) A cessão de veículo de particulares à justiça eleitoral é relevante serviço
público, sem necessidade de ressarcimento.
c) Os partidos políticos devem fornecer refeições aos eleitores, como entes
privados em colaboração com a justiça eleitoral.
d) As deficiências do transporte coletivo constituem justificativa bastante
para o não comparecimento do eleitor à seção eleitoral.
e) O transporte dos eleitores deve ser feito no âmbito do território do
município.

Questão 17 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 –


questão adaptada
Com relação às normas eleitorais, julgue o item a seguir.
A retenção de título eleitoral é prevista como crime tanto pela Lei n.º
9.504/1997 quanto pelo Código Eleitoral, sendo a referida lei mais rigorosa
que o Código no tocante à fixação da pena máxima de detenção.

Questão 18 – CESPE/Senado – Polícia Judiciária – 2012


Julgue o item subsequente.
Se um analfabeto, maior de setenta anos, comparecer ao local de votação,
onde votou, e, mais tarde, tentar votar outra vez, de maneira a beneficiar o
seu candidato, não cometerá crime eleitoral, conforme tipificação
estabelecida no Código Eleitoral.

Questão 19 – CESPE/DPU – Defensor Público - 2010


A corrupção eleitoral é considerada um dos males dos processos eleitorais.
O Código Eleitoral tipifica, no art. 299, esse delito. O Tribunal Superior
Eleitoral e o STF têm consolidada jurisprudência a esse respeito. Quanto ao
crime de corrupção eleitoral, julgue o item abaixo.
Trata-se de crime formal que independe de consumação.

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Questão 20 – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2013


ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
"CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
De acordo com a Lei 6.091/1974, constitui crime eleitoral, sujeito à pena de
reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, o fornecimento, pelos candidatos,
pelos órgãos partidários ou por qualquer pessoa, de transporte ou refeições
aos eleitores da zona urbana.

Questão 21 – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2013


ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
"CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
No crime eleitoral de injúria (art. 326 do Código Eleitoral), a retorsão
imediata do ofendido à agressão verbal do ofensor, caracterizadora de outra
injúria, é hipótese de perdão judicial.

Questão 22 – CESPE/DPU – Defensor Público – 2010


No que se refere aos crimes eleitorais e ao processo penal eleitoral, julgue
os itens que se seguem.
Aquele que desenvolve ou introduz comando, instrução ou programa de
computador capaz de provocar qualquer resultado diverso do esperado em
sistema de tratamento automático de dados usados pelo serviço eleitoral e
aquele que venha a causar, propositadamente, dano físico a equipamento
usado na votação ou na totalização de votos ou a suas partes estão sujeitos
à mesma pena, isto é, à reclusão de 5 a 10 anos.

Questão 23 – CESPE/TRE-RO – Analista Judiciário – 2013 –


questão adaptada
No que diz respeito aos crimes eleitorais, julgue o item a seguir.
Gilson, candidato a Prefeito Municipal, chamou seu adversário Lindomar de
ladrão de casaca, sem indicar fatos que justifiquem essa ofensa. Nesse caso,
Gilson responderá pelo crime eleitoral de injúria.

Questão 24 – CESPE/TJ-DF – Juiz de Direito – 2014


Assinale a opção correta no que diz respeito a crimes eleitorais.
a) É da justiça eleitoral a competência para o julgamento de crime comum
conexo a crime eleitoral.
b) O foro especial por prerrogativa da função aplica-se a ex- prefeito acusado
da prática de crime eleitoral.
c) Aplicam-se aos crimes eleitorais praticados por meio da imprensa, do
rádio ou da televisão a disciplina do CP e das leis penais extravagantes.
d) Para a tipificação do crime de corrupção eleitoral, exige-se que o eleitor
venda seu voto.

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e) Para a tipificação da captação ilícita de sufrágio, nome técnico da compra


de voto, exige-se que a oferta do bem ao eleitor seja feita diretamente pelo
candidato.

Questão 25 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No que concerne a crimes eleitorais e processo penal eleitoral, julgue os
itens que se seguem.
O crime de corrupção eleitoral configura-se com a mera promessa de
vantagem, mesmo que de caráter geral e posta como um benefício à
coletividade, não se exigindo, portanto, dolo específico consistente na
obtenção de voto de determinados eleitores ou na promessa de abstenção.

Questão 26 – UFMT/TJ-MT - Analista Judiciário – Direito - 2016


Sobre os crimes eleitorais, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Pratica crime eleitoral aquele que tenta votar mais de uma vez ou em
lugar de outrem.
b) Pratica crime eleitoral aquele que viola ou tenta violar por qualquer meio
o sigilo do voto.
c) Não pratica crime eleitoral aquele que desobedece à ordem em que os
eleitores devem ser chamados a votar.
d) Não pratica crime eleitoral o juiz eleitoral que intervém no funcionamento
da mesa receptora sob qualquer pretexto.

Questão 27 - MPE-SC/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2016


Julgue:
O Código Eleitoral prevê como crime a conduta de caluniar alguém, na
propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime. A exceção da verdade, nestes casos,
somente se admite se o ofendido é funcionário público e o fato imputado é
relativo ao exercício de suas funções.

Questão 28 – AOCP/TRE-AC - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2015
A pena para o ato de falsificar, no todo ou em parte, documento particular
ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais, é de
a) reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
b) detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa.
c) reclusão de até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
d) reclusão de até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
e) detenção de até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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Questão 29 – AOCP/TRE-AC - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2015
A pena por injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ofendendo-lhe a
dignidade, será aumentada em um terço quando a injúria
a) for cometida na presença de várias pessoas.
b) for cometida por motivo ilegítimo.
c) for cometida em propaganda de candidato que esteja concorrendo ao
mesmo cargo.
d) for cometida por motivo fútil.
e) ofender a vida pessoal de um funcionário público.

Questão 30 – ACAFE/PC-SC - Delegado de Polícia - 2014


São considerados crimes eleitorais, dentre outros, exceto:
a) Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de
eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
b) Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar
ou não votar em determinado candidato ou partido.
c) Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento.
d) Usar camisas, bonés, broches ou dísticos que revelem a manifestação da
preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato.
e) Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.

Questão 31 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
Na Convenção do partido político “X”, o Deputado Justo Veríssimo, infeliz por
seu assessor parlamentar não ter sido escolhido como principal candidato a
vereador para as próximas eleições, imbuído com o dolo de causar desordem
aos trabalhos eleitorais que estavam sendo realizados, começa a gritar e
tumultuar a votação partidária, causando efetivo transtorno ao
desenvolvimento das atividades ali realizadas.
Nessa hipótese, é correto afirmar que o Deputado Justo Veríssimo
a) cometeu o crime de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, previsto
no artigo 297 do Código Eleitoral.
b) cometeu o delito previsto no artigo 296 do Código Eleitoral, que prevê a
conduta de promoção de desordem nos trabalhos eleitorais.
c) cometeu o crime descrito no artigo 301 do Código Eleitoral, pois usou de
violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam
conseguidos.

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d) não cometeu crime eleitoral.

Questão 32 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
O eleitor José, que já havia votado em sua seção, compareceu em outra
seção para tentar votar novamente. José não conseguiu votar, pois foi
impedido pelo mesário João, que verificou que ele não constava na lista de
eleitores daquela Zona Eleitoral. Nessa situação, é correto afirmar que José
a) não cometeu crime.
b) cometeu o crime de votar em seção eleitoral onde não está inscrito ou
autorizado a votar – artigo 311 do Código Eleitoral.
c) cometeu o crime de votação múltipla ou realizada em lugar de outrem –
artigo 309 do Código Eleitoral.
d) cometeu o crime de práticas irregulares que determinem a anulação da
votação – artigo 310 do Código Eleitoral.

Questão 33 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
Dos crimes eleitorais relacionados, identifique aquele que NÃO pode ser
classificado como crime próprio:
a) Artigo 68 da Lei nº 9.504/97 – omissão de entrega de boletim de urna.
b) Artigo 313 do Código Eleitoral – omissão na expedição do boletim de
apuração.
c) Artigo 310 do Código Eleitoral – práticas irregulares que determinem a
anulação da votação.
d) Artigo 309 do Código Eleitoral – votação múltipla ou realizada em lugar
de outrem.

Questão 34 – IADES/TRE-PA – Analista Judiciário – 2014


Quanto aos crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral, assinale a
alternativa correta.
a) Violação ou tentativa de violar o sigilo de urna ou dos invólucros é crime
eleitoral com pena de dois a quatro anos.
b) Não configura crime eleitoral o fato de o eleitor inscrever-se
simultaneamente em dois ou mais partidos.
c) O crime de violação do sigilo do voto não comporta a tentativa.
d) Não configura crime eleitoral caluniar alguém, na propaganda eleitoral,
ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime.

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e) A destruição, a supressão ou a ocultação de urna contendo votos, ou


documentos relativos a eleição é crime eleitoral com pena de reclusão de
dois a seis anos e pagamento de cinco a 15 dias de multa.

Questão 35 – VUNESP/MPSP – Assistente de Promotoria I -


2015
No dia do pleito eleitoral, por vezes, verifica-se o fornecimento, a
contratação ou o oferecimento gratuito de transporte a eleitores, sendo
correto afirmar que
a) é permitido, após a Constituição Federal de 1988, com fundamento na
liberdade de locomoção.
b) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de
transporte a eleitores que residam em municípios limítrofes, somente da
zona rural para a área urbana.
c) é irregularidade eleitoral, inclusive capitulada como crime eleitoral,
respondendo pelo crime quem fornece o transporte.
d) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de
transporte a eleitores que residam dentro do próprio município, inclusive da
zona rural para a área urbana, sendo vedado entre municípios diferentes
com a contratação de ônibus.
e) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de
transporte a eleitores que residam fora da zona eleitoral.

3.2 – Gabarito
Questão 01 – D Questão 02 – C

Questão 03 – D Questão 04 – B

Questão 05 – E Questão 06 – A

Questão 07 – E Questão 08 – B

Questão 09 – E Questão 10 – B

Questão 11 – E Questão 12 – B

Questão 13 – A Questão 14 – A

Questão 15 – CORRETA Questão 16 – E

Questão 17 – CORRETA Questão 18 – INCORRETA

Questão 19 – INCORRETA Questão 20 – INCORRETA

Questão 21 – CORRETA Questão 22 – CORRETA

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Questão 23 – CORRETA Questão 24 – A

Questão 25 – INCORRETA Questão 26 – C

Questão 27 – INCORRETA Questão 28 – D

Questão 29 – A Questão 30 – D

Questão 31 – D Questão 32 – C

Questão 33 – D Questão 34 – E

Questão 35 – C

3.3 – Questões com Comentários


Questão 01 – FCC/TRE-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – 2015
Tício abandonou o serviço eleitoral sem justa causa. A conduta de Tício
(A) não é crime, nem sujeita o infrator à multa administrativa.
(B) não é crime, mas sujeita o infrator à multa administrativa.
(C) é crime eleitoral punido com reclusão.
(D) é crime eleitoral punido com detenção ou multa.
(E) é crime eleitoral punido apenas com prestação de serviços à comunidade.

Comentários
Abandonar o serviço eleitoral configura o crime previsto do art. 344, do CE.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Com base no que prescreve o dispositivo acima, a alternativa D está correta e


é o gabarito da questão.

Questão 02 – FCC/TRE-AP – Técnico Judiciário – 2015


Pedro, candidato a Prefeito Municipal, sabendo que Paulo era simpatizante
de seu adversário no pleito eleitoral, ofereceu-lhe dinheiro para conseguir a
sua abstenção, mas a oferta não foi aceita por Paulo. A conduta de Pedro é
(A) simples irregularidade na campanha eleitoral, passível de multa.
(B) penalmente irrelevante, pois não visava obter o voto do eleitor para si.
(C) crime eleitoral punido com reclusão e multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção.
(E) penalmente irrelevante, porque a oferta não foi aceita.

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Comentários
A conduta praticada por Pedro constitui o crime eleitoral enquadrado no artigo
299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Cabe mencionar, ainda, que a julgado do TSE13, no sentido de que o crime resta
qualificado mesmo que a pessoa não aceite a oferta.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

Questão 03 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
José, Governador do Estado, valendo-se de seu cargo e da sua autoridade,
intervém no funcionamento da Mesa Receptora, a pretexto de alterar o
processo de votação para torná-lo mais ágil. A conduta de José é
(A) legítima, porque objetivava agilizar o processo eleitoral.
(B) legítima, tendo em conta o cargo por ele exercido.
(C) mera infração administrativa, sujeita à pena de multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção e multa.
(E) legítima, se não houver emprego de violência física ou moral.

Comentários
A questão descreve um efetivo crime eleitoral, previsto no art. 305, do CE.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 04 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
É punido com pena de detenção o crime eleitoral de

13
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data
31/5/2013, Página 48.

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(A) votar ou tentar votar mais de uma vez.


(B) violar ou tentar violar o sigilo do voto.
(C) votar ou tentar votar em lugar de outrem.
(D) violar ou tentar violar o sigilo da urna.
(E) inscrever-se fraudulentamente eleitor.

Comentários
Dentre os crimes citados acima, apenas aquele mencionado na alternativa B é
punível com detenção, conforme art. 312, do CE.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até dois anos.

As alternativas A e C trazem o crime do art. 309.


Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.

A alternativa D menciona o crime do art. 317.


Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Pena - reclusão de três a cinco anos.

A alternativa E traz o crime do art. 289.


Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Questão 05 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
Segundo o Art. 349 do Código Eleitoral: Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins
eleitorais. Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Como o tipo legal não especifica, o mínimo da pena de reclusão que poderá
ser imposta será de
(A) 6 meses.
(B) 1 mês.
(C) 1 dia.
(D) 15 dias.
(E) 1 ano.

Comentários
Para responder à questão devemos conhecer o art. 284, do CE:

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Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de
quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.

Logo, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Questão 06 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Judiciária
As infrações penais descritas no Código Eleitoral
(A) são de ação pública.
(B) são sempre punidas com pena de reclusão e multa.
(C) podem ser punidas pelo Juiz Eleitoral, independentemente de denúncia
do Ministério Público Eleitoral.
(D) são de ação pública somente quando se tratar de direito disponível.
(E) só podem ser punidas se houver representação do candidato ou do
partido prejudicado.

Comentários
Questão tranquila! De acordo com o CE, no art. 355:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.

Apenas isso é o suficiente para responder à questão, contudo, cumpre observar


que, em aula, trouxemos a seguinte distinção, plenamente aceita pela doutrina e
jurisprudência:

REGRA Ação Penal Pública

AÇÃO PENAL

SE NÃO INTENTADA Ação Penal Subsidiária


NO PRAZO LEGAL da Pública.

Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Questão 07 – FCC/TRE-PB – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
No tocante às Disposições Penais previstas no Código Eleitoral, considere:
I. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça
Eleitoral os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça
Eleitoral.
II. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a
partidos ou candidatos, e capazes de exercerem influência perante o

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eleitorado, é conduta tipificada no Código Eleitoral como crime eleitoral,


sujeito seu infrator a pena de detenção de 2 meses a 1 ano, ou pagamento
de 120 a 150 dias-multa.
III. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo entre 1/5 e 1/3, guardados os
limites da pena cominada ao crime.
Está correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas
(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, II e III.

Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O item I está correto em razão do que prevê o art. 283, II, do CE:
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça
Eleitoral:
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral.

O item II está correto em razão do que prevê o art. 323 do CE:


Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado: Pena - detenção de dois
meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

O item III está correto em razão do que prevê o art. 285 do CE:
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
"quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.

Portanto, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Questão 08 – FCC/TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2013
NÃO constitui crime eleitoral:
a) reter título eleitoral contra a vontade do eleitor.
b) permitir o Presidente da Mesa Receptora que o eleitor vote sem estar de
posse de seu título eleitoral.
c) tentar violar o sigilo do voto.
d) votar em lugar de outrem.
e) tentar votar mais de uma vez.

Comentários

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Analistas e Técnico
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques

A alternativa A constitui crime:


Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

A alternativa B não encontra tipificação penal correspondente na legislação


penal e, portanto, é o gabarito da questão.
A alternativa C constitui crime:
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.

A alternativa D constitui crime:


Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.

A alternativa E constitui crime:


Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a
30 dias-multa para o Presidente da Mesa.

Questão 09 – FCC/MPE-AP - Promotor de Justiça - 2012


A respeito dos crimes eleitorais, considere as afirmações abaixo.
I. Constitui crime eleitoral oferecer dinheiro a eleitor para abster-se de votar,
mesmo que a oferta não seja aceita.
II. O crime de injúria na propaganda eleitoral admite a exceção da verdade
se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas
funções.
III. Constitui crime eleitoral fazer propaganda pela imprensa escrita em
língua estrangeira.
IV. Constitui crime eleitoral, deixar o órgão do Ministério Público de
promover a execução de sentença condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

Comentários
O item I está correto. Vejamos o que dispõe o art. 299, do CE:

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Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.
Pena: reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

O item II está incorreto, pois o crime de injúria na propaganda eleitoral NÃO


admite a exceção da verdade em nenhuma hipótese.
O item III está correto. Vejamos o que dispõe o art. 335 do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.
Pena: detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa na
apreensão e perda do material utilizado na propaganda.

O item IV está correto. Vejamos o art. 342, do CE:


Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar
de promover a execução de sentença condenatória.
Pena: detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Logo, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Questão 10 – FCC/TRE-PR - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
A respeito dos crimes eleitorais, considere:
I. Abandonar o serviço eleitoral, mesmo por justa causa.
II. Oferecer dinheiro para conseguir abstenção, ainda que a oferta não seja
aceita.
III. Usar de grave ameaça para coagir alguém a votar em determinado
partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
IV. Intervir o Juiz Eleitoral no funcionamento da Mesa Receptora.
Constituem crimes eleitorais as condutas descritas APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.

Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O item I está incorreto. Ao invés de “mesmo sem justa causa”, exige-se para a
configuração do crime a justa causa. Vejamos o art. 344, do CE:
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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O item II está correto, pois coadunam com o art. 299, do CE:


Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

O item III está correto, pois conforme o art. 301 do CE:


Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

O item IV está incorreto, pois o tipo excetua o Juiz Eleitoral. Notem a redação do
art. 305, do CE:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

Questão 11 – FCC/TRE-PE - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2011
NÃO constitui crime eleitoral:
a) fornecer qualquer candidato transporte aos eleitores da zona urbana no
dia da eleição.
b) fornecer o particular refeições a eleitores da zona rural no dia da eleição.
c) desatender à requisição de veículos e embarcações particulares pela
Justiça Eleitoral, para o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em
dias de eleição, nos casos previstos em lei.
d) fornecer qualquer pessoa refeições aos eleitores da zona urbana no dia
da eleição.
e) deixar o eleitor de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até
sessenta dias após a realização da eleição.

Comentários
Essa questão envolve o art. 11 da Lei nº 6.091/1974:
Art. 11- Constitui crime eleitoral:
I- descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever
imposto no Art. 3 (informar a frota de veículos à JE), ou prestar informação inexata que
vise a elidir, total ou parcialmente, a contribuição de que ele trata:
II - desatender à requisição de que trata o Art. 2 (disponibilização de veículos solicitados
pela JE):
III- descumprir a proibição dos artigos 5, 8 e 10 (fornecimento de transportes e/ou refeições
a eleitores):

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IV- obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos artigos 4 (publicação
do quadro de horários dos transportes fornecidos pela JE) e 8 desta Lei, atribuídos à Justiça
Eleitoral:
V- utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista:

Logo, a alternativa E não consta dos incisos e é o gabarito da questão. Todas


as demais alternativas constam no rol de crimes da Lei nº 6.091/1974.

Questão 12 – FCC/TRE-AP - Analista Judiciário - Área


Judiciária
NÃO é crime eleitoral
a) impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.
b) prender eleitor em flagrante delito no dia da eleição.
c) reter título eleitoral contra a vontade do eleitor.
d) fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.
e) inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente
empregado.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art.
297, do CE:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

A alternativa B é a correta e gabarito da questão, pois “prender eleitor em


flagrante delito no dia da eleição” não é um crime eleitoral. Devemos lembrar
que a prisão entre os 5 dias que antecedem o pleito e 48 horas após deve
observar o art. 236 caput e §1º, do CE:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito)
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou,
ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.

A alternativa C está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art.


295 do CE:
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

A alternativa D está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art.


335 do CE:

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Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Finalmente, a alternativa E está, também, incorreta, em razão do que prevê o


art. 331 do CE:
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Questão 13 – FCC/TJ-MS – Juiz - 2010


Considere as afirmações abaixo.
I. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem.
II. Violar ou tentar violar o sigilo do voto.
III. Deixar o juiz de representar contra o órgão do Ministério Público que não
oferecer a denúncia no prazo legal, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.
IV. Violar a proibição de utilizar o serviço de qualquer repartição, federal,
estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia
mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza
contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências, para
beneficiar partido ou organização de caráter político.
São crimes eleitorais aqueles constantes das afirmações
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) II e IV, apenas.

Comentários
Vejamos cada um dos itens:
O item I está correto, conforme art. 309 do CE
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.

O item II está correto conforme se extrai do art. 312, do CE:


Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.

O item III está correto em razão do que dispõe o art. 357, §3º, do CE:
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.

O item IV está correto em razão do que dispõe o art. 377 do CE:

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Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação
do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder
público, ou que realiza contrato com êste, inclusive o respectivo prédio e suas dependências
não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político.

Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Questão 14 – FCC/TRE-AL - Analista Judiciário - Área


Administrativa - 2010
Dentre os crimes a seguir relacionados, previstos no Código Eleitoral, o que
prevê pena máxima privativa de liberdade mais grave é aquele em que
a) o juiz efetua fraudulentamente a inscrição de alistando.
b) há uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não
votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não
sejam conseguidos.
c) oferece-se dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter voto, ainda
que a oferta não seja aceita.
d) impede-se ou embaraça-se o exercício do sufrágio.
e) induz-se alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer
dispositivo do Código Eleitoral.

Comentários
 Alternativa A:
Art. 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

 Alternativa B:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

 Alternativa C:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

 Alternativa D:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

 Alternativa E:
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo dêste
Código.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Logo, a alternativa A é a correta e o gabarito da questão.

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Questão 15 – FCC/TRE-GO – Analista Judiciário – 2011 –


questão adaptada
Julgue o item a seguir.
De acordo com a Lei no 6.091/74, utilizar em campanha eleitoral, no decurso
dos noventa dias que antecedem o pleito, veículos e embarcações
pertencentes à União, Estados, Municípios e respectivas autarquias e
sociedades de economia mista, acarreta o cancelamento do registro do
candidato ou de seu diploma, se já houver sido proclamado eleito.

Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 11, V, da Lei n.º 6.091/74, que
fixa regras para o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a
situação descrita constitui crime, cuja pena é o cancelamento do registro do
candidato ou de seu diploma, se já eleito. Vejamos o dispositivo:
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o
pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e
respectivas autarquias e sociedades de economia mista:
Pena - cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido
proclamado eleito.

Questão 16 – CESPE/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2010


A legislação eleitoral brasileira regula o transporte e a alimentação dos
eleitores residentes na áreas rurais, visando coibir o abuso do poder
econômico ou administrativo no dia da eleição. A esse respeito, assinale a
opção correta quanto à disciplina legal da matéria.
a) Veículos e embarcações militares devem ser usados com prioridade no
transporte gratuito dos eleitores das áreas rurais.
b) A cessão de veículo de particulares à justiça eleitoral é relevante serviço
público, sem necessidade de ressarcimento.
c) Os partidos políticos devem fornecer refeições aos eleitores, como entes
privados em colaboração com a justiça eleitoral.
d) As deficiências do transporte coletivo constituem justificativa bastante
para o não comparecimento do eleitor à seção eleitoral.
e) O transporte dos eleitores deve ser feito no âmbito do território do
município.

Comentários
A presente questão envolve a Lei nº 6.091/1974. Vejamos cada uma das
alternativas:
A alternativa A está incorreta, uma vez que os veículos militares não poderão
ser utilizados.

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Art. 1º - Os veículos e embarcações, devidamente abastecidos e tripulados, pertencentes à


União, Estados, Territórios e Municípios e suas respectivas autarquias e sociedades de
economia mista, excluídos os de uso militar, ficarão à disposição da Justiça Eleitoral para o
transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em dias de eleição.

A alternativa B também está incorreta, uma vez que não há necessidade de


ressarcimento. Vejamos o § único do art. 2º:
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias depois do pleito, a
preços que correspondam aos critérios da localidade. A despesa correrá por conta do Fundo
Partidário.

A alternativa C também está incorreta, pois despesas de alimentação serão


pagas com recursos do fundo partidário e não de partidos.
Art. 8º - Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta
carência de recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta
hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário.

Registre-se, todavia, que o entendimento atual majoritário é o de que não há


previsão na Lei das Eleições de que o Fundo Partidário custeie as despesas com
a Lei nº 6.091/1974, de forma que seria inaplicável tal a determinação do
dispositivo acima. De todo modo, devemos ficar atentos à literalidade do
dispositivo.
A alternativa D está incorreta, uma vez que a deficiência do transporte naõ
exime os eleitores de votar.
Art. 6º - A indisponibilidade ou as deficiências do transporte de que trata esta Lei não
eximem o eleitor do dever de votar.

A alternativa E está correta, pois o transporte dos eleitores obrigatoriamente


deverá ser feito dentro dos limites do município. É o que dispõe o art. 4º, §1º:
§ 1º - O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do
respectivo município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos
dois quilômetros.

Questão 17 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 –


questão adaptada
Com relação às normas eleitorais, julgue o item a seguir.
A retenção de título eleitoral é prevista como crime tanto pela Lei n.º
9.504/1997 quanto pelo Código Eleitoral, sendo a referida lei mais rigorosa
que o Código no tocante à fixação da pena máxima de detenção.

Comentários
A assertiva está correta. Vamos comparar o disposto nas leis mencionadas.
Lei n.º 9.504/97
Art. 91, Parágrafo único: A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez
mil UFIR.

Código Eleitoral

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Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:


Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Assim, conclui-se que a Lei das Eleições aplica pena mais severa que o CE.

Questão 18 – CESPE/Senado – Polícia Judiciária – 2012


Julgue o item subsequente.
Se um analfabeto, maior de setenta anos, comparecer ao local de votação,
onde votou, e, mais tarde, tentar votar outra vez, de maneira a beneficiar o
seu candidato, não cometerá crime eleitoral, conforme tipificação
estabelecida no Código Eleitoral.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois se trata de tipo penal previsto no CE. Vejamos:
Art. 309. votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena: reclusão até três anos.

Ser analfabeto e maior de setenta anos não exime a pessoa do respeito à lei.

Questão 19 – CESPE/DPU – Defensor Público - 2010


A corrupção eleitoral é considerada um dos males dos processos eleitorais.
O Código Eleitoral tipifica, no art. 299, esse delito. O Tribunal Superior
Eleitoral e o STF têm consolidada jurisprudência a esse respeito. Quanto ao
crime de corrupção eleitoral, julgue o item abaixo.
Trata-se de crime formal que independe de consumação.

Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos, primeiramente, o teor do art. 299.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

O TSE no julgamento do Ag n° 8.905, entendeu que o crime de corrupção


eleitoral, que é crime formal tal como dissemos em aula, não admite a forma
tentada. Assim, o crime de corrupção eleitoral por ser formal depende da
consumação.

Questão 20 – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2013


ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
"CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
De acordo com a Lei 6.091/1974, constitui crime eleitoral, sujeito à pena de
reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, o fornecimento, pelos candidatos,
pelos órgãos partidários ou por qualquer pessoa, de transporte ou refeições
aos eleitores da zona urbana.

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Comentários
A assertiva está incorreta, pois traz a pena errada. Para tal crime a pena é de
04 a 06 anos. Vejamos o inciso III, do art. 11, da Lei nº 6.091.
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º;
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do
Código Eleitoral);

Agora temos que saber qual é a previsão do art. 10.


Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o
fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.

Questão 21 – MPE/SC – Promotor de Justiça – 2013


ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
"CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
No crime eleitoral de injúria (art. 326 do Código Eleitoral), a retorsão
imediata do ofendido à agressão verbal do ofensor, caracterizadora de outra
injúria, é hipótese de perdão judicial.

Comentários
A assertiva está correta. O crime de injúria eleitoral prevê a possibilidade de
perdão judicial que nada mais é do que a extinção da punibilidade condicionada
a discricionariedade do juiz de, nos casos previstos em lei, deixar de aplicar a
pena. Vejamos o que prevê o art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

Questão 22 – CESPE/DPU – Defensor Público – 2010


No que se refere aos crimes eleitorais e ao processo penal eleitoral, julgue
os itens que se seguem.
Aquele que desenvolve ou introduz comando, instrução ou programa de
computador capaz de provocar qualquer resultado diverso do esperado em
sistema de tratamento automático de dados usados pelo serviço eleitoral e
aquele que venha a causar, propositadamente, dano físico a equipamento
usado na votação ou na totalização de votos ou a suas partes estão sujeitos
à mesma pena, isto é, à reclusão de 5 a 10 anos.

Comentários
A assertiva está correta, com base no art. 72, da Lei 9.504.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:

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I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.

Questão 23 – CESPE/TRE-RO – Analista Judiciário – 2013 –


questão adaptada
No que diz respeito aos crimes eleitorais, julgue o item a seguir.
Gilson, candidato a Prefeito Municipal, chamou seu adversário Lindomar de
ladrão de casaca, sem indicar fatos que justifiquem essa ofensa. Nesse caso,
Gilson responderá pelo crime eleitoral de injúria.

Comentários
A assertiva está correta. Trata-se do crime previsto no art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio
empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das
penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.

Questão 24 – CESPE/TJ-DF – Juiz de Direito – 2014


Assinale a opção correta no que diz respeito a crimes eleitorais.
a) É da justiça eleitoral a competência para o julgamento de crime comum
conexo a crime eleitoral.
b) O foro especial por prerrogativa da função aplica-se a ex- prefeito acusado
da prática de crime eleitoral.
c) Aplicam-se aos crimes eleitorais praticados por meio da imprensa, do
rádio ou da televisão a disciplina do CP e das leis penais extravagantes.
d) Para a tipificação do crime de corrupção eleitoral, exige-se que o eleitor
venda seu voto.
e) Para a tipificação da captação ilícita de sufrágio, nome técnico da compra
de voto, exige-se que a oferta do bem ao eleitor seja feita diretamente pelo
candidato.

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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os crimes comuns que
sejam conexos a crimes eleitorais deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral.
A alternativa B está incorreta. O foro por prerrogativa de função decorre do
próprio exercício da função, dessa forma, não se aplica a prefeito que não mais
exerce tal função.
A alternativa C está incorreta, pois o art. 288, do CE, é expresso em sentido
contrário.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da televisão,
aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as remissões a outra lei nele
contempladas.

A alternativa D está incorreta, com base no art. 299.


Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, AINDA QUE A OFERTA NÃO SEJA ACEITA:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

A alternativa E está incorreta, pois uma vez configurada oferta de compra do


voto ocorre o crime de Captação Ilícita de Sufrágio. Assim, não se exige que o
Eleitor aceite diretamente a proposta. Vejamos o art. 299.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Questão 25 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No que concerne a crimes eleitorais e processo penal eleitoral, julgue os
itens que se seguem.
O crime de corrupção eleitoral configura-se com a mera promessa de
vantagem, mesmo que de caráter geral e posta como um benefício à
coletividade, não se exigindo, portanto, dolo específico consistente na
obtenção de voto de determinados eleitores ou na promessa de abstenção.

Comentários
A assertiva está incorreta. O crime de corrupção eleitoral vem disciplinado no
art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Em síntese:

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Corrupção Eleitoral

Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer


TIPO OBJETIVO
outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção.

TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa.

SUJEITO
Estado, o eleitor e os demais candidatos.
PASSIVO

SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.

CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.

Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma das


CONSUMAÇÃO
condutas indicadas no tipo já é suficiente.

TENTATIVA Não é admitida.

Reclusão: até 4 anos


e
PENA
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Lembre-se que no caso de reclusão a pena mínima é de 1 ano.

O TSE decidiu no AgR-AI nº 5864814 que para a configuração do crime de


corrupção eleitoral, a promessa de vantagem deve estar vinculada à obtenção do
voto de determinados eleitores, não podendo se confundir com a realização de
promessas de campanha:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROMESSAS
GENÉRICAS. CRIME DE CORRUPÇÃO ELEITORAL. ART. 299 DO CE. NÃO CONFIGURAÇÃO.
DESPROVIMENTO.
1. A realização de promessas de campanha, as quais possuem caráter geral e usualmente
são postas como um benefício à coletividade, não configuram, por si só, o crime de
corrupção eleitoral, sendo indispensável que a promessa de vantagem esteja vinculada à
obtenção do voto de determinados eleitores.
2. Agravo regimental desprovido.

Questão 26 – UFMT/TJ-MT - Analista Judiciário – Direito - 2016


Sobre os crimes eleitorais, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Pratica crime eleitoral aquele que tenta votar mais de uma vez ou em
lugar de outrem.
b) Pratica crime eleitoral aquele que viola ou tenta violar por qualquer meio
o sigilo do voto.

14
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 58648, Acórdão de 25/08/2011, Relator(a)
Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Data 13/09/2011, Página 92

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c) Não pratica crime eleitoral aquele que desobedece à ordem em que os


eleitores devem ser chamados a votar.
d) Não pratica crime eleitoral o juiz eleitoral que intervém no funcionamento
da mesa receptora sob qualquer pretexto.

Comentários
Para responder a essa questão é necessário conhecer alguns dos crimes previstos
no Código Eleitoral.
A alternativa A está correta, em razão do que prevê o art. 309:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.

A alternativa B também está correta em face do art. 312:


Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até dois anos.

A alternativa C está incorreta, pois no caso do crime previsto no art. 306, a não
observância da ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar constitui
crime sim, ao contrário do afirmado.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.

A alternativa D, por sua vez, está correta, pois de acordo com o art. 305, intervir
autoridade estranha à mesa receptora é crime. Contudo, a parte final do
dispositivo excepciona a atuação do juiz. Veja:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Ainda que questionável a alternativa pela afirmação de que o juiz pode interver
a “qualquer pretexto” é podemos afirmar que é a alternativa menos errada.

Questão 27 - MPE-SC/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2016


Julgue:
O Código Eleitoral prevê como crime a conduta de caluniar alguém, na
propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime. A exceção da verdade, nestes casos,
somente se admite se o ofendido é funcionário público e o fato imputado é
relativo ao exercício de suas funções.

Comentários
A assertiva está incorreta.
O CE prevê como crime eleitoral a conduta de caluniar alguém, na propaganda
eleitoral, ou com objetivo de propaganda na hipótese de imputar falsamente a

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alguém algum fato definido como crime eleitoral. É isso que vem estabelecido no
art. 324, caput, do CE.
A prova da verdade, pelo §1º desse dispositivo será admitida, e, nesse caso,
exclui o crime praticado. Note que a assertiva falar que a prova será admitida
apenas quando o ofendido for funcionário público no exercício das funções, o que
está incorreto.
Contudo, não será admitida tal prova em três situações. Veja:
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

Na realidade, a questão peca ao afirmar ao confundir a redação dos arts. 324


com o 325. No caso do art. 324, que tratamos acima, a prova da verdade será
aceita em regra, com três exceções nas quais não poderá ser utilizada.
Agora, no caso do art. 325 – que trata do crime de difamação na propaganda
eleitoral – a exceção da verdade somente se admite se o ofendido for funcionário
público e a ofensa for relativa ao exercício das suas funções. Veja:
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público
e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

De todo modo, incorreta a assertiva.

Questão 28 – AOCP/TRE-AC - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2015
A pena para o ato de falsificar, no todo ou em parte, documento particular
ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais, é de
a) reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
b) detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa.
c) reclusão de até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
d) reclusão de até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
e) detenção de até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Comentários
A alternativa D é a correta e gabarito da questão, em face do art. 349, do CE:
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.

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Questão 29 – AOCP/TRE-AC - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2015
A pena por injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ofendendo-lhe a
dignidade, será aumentada em um terço quando a injúria
a) for cometida na presença de várias pessoas.
b) for cometida por motivo ilegítimo.
c) for cometida em propaganda de candidato que esteja concorrendo ao
mesmo cargo.
d) for cometida por motivo fútil.
e) ofender a vida pessoal de um funcionário público.

Comentários
Confira o art. 327, III, do CF:
Art. 327. As penas ... aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.

Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Questão 30 – ACAFE/PC-SC - Delegado de Polícia - 2014


São considerados crimes eleitorais, dentre outros, exceto:
a) Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de
eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
b) Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar
ou não votar em determinado candidato ou partido.
c) Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento.
d) Usar camisas, bonés, broches ou dísticos que revelem a manifestação da
preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato.
e) Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta, pois corresponde ao art. 303, do CE:
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização
de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.

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A alternativa B está correta, pois corresponde ao art. 300 do CE:


Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém
a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
A alternativa C está correta, pois corresponde ao art. 293, do CE:
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-
multa.
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão, não havendo previsão
de crime eleitoral semelhante a este.
A alternativa E está correta, pois corresponde ao art. 335, do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Questão 31 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
Na Convenção do partido político “X”, o Deputado Justo Veríssimo, infeliz por
seu assessor parlamentar não ter sido escolhido como principal candidato a
vereador para as próximas eleições, imbuído com o dolo de causar desordem
aos trabalhos eleitorais que estavam sendo realizados, começa a gritar e
tumultuar a votação partidária, causando efetivo transtorno ao
desenvolvimento das atividades ali realizadas.
Nessa hipótese, é correto afirmar que o Deputado Justo Veríssimo
a) cometeu o crime de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, previsto
no artigo 297 do Código Eleitoral.
b) cometeu o delito previsto no artigo 296 do Código Eleitoral, que prevê a
conduta de promoção de desordem nos trabalhos eleitorais.
c) cometeu o crime descrito no artigo 301 do Código Eleitoral, pois usou de
violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam
conseguidos.
d) não cometeu crime eleitoral.

Comentários
Vamos lá!
A alternativa A está incorreta. Segundo o exemplo fornecido houve a convenção
partidária, portanto não há incursão no art. 297, do CE:
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:

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Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.


A alternativa B está incorreta pelos mesmos motivo. Vejamos o que dispõe o
art. 296, do CE:
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais:
Pena – detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
A alternativa C também está incorreta. Não há qualquer coação para voto, a
pretensão do agente foi apenas tumultuar a realização do ato partidário. Vejamos
o dispositivo:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou
não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados
não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Dessa forma, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Questão 32 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
O eleitor José, que já havia votado em sua seção, compareceu em outra
seção para tentar votar novamente. José não conseguiu votar, pois foi
impedido pelo mesário João, que verificou que ele não constava na lista de
eleitores daquela Zona Eleitoral. Nessa situação, é correto afirmar que José
a) não cometeu crime.
b) cometeu o crime de votar em seção eleitoral onde não está inscrito ou
autorizado a votar – artigo 311 do Código Eleitoral.
c) cometeu o crime de votação múltipla ou realizada em lugar de outrem –
artigo 309 do Código Eleitoral.
d) cometeu o crime de práticas irregulares que determinem a anulação da
votação – artigo 310 do Código Eleitoral.

Comentários
Vejamos o que dispõe o art. 309, do CE:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
Logo, José cometeu crime e, portanto, está correta a alternativa C, gabarito da
questão.

Questão 33 – CONSULPLAN/TSE - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2012
Dos crimes eleitorais relacionados, identifique aquele que NÃO pode ser
classificado como crime próprio:
a) Artigo 68 da Lei nº 9.504/97 – omissão de entrega de boletim de urna.

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b) Artigo 313 do Código Eleitoral – omissão na expedição do boletim de


apuração.
c) Artigo 310 do Código Eleitoral – práticas irregulares que determinem a
anulação da votação.
d) Artigo 309 do Código Eleitoral – votação múltipla ou realizada em lugar
de outrem.

Comentários
Pessoal, o art. 309, do CE, prevê:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Assim, o tipo prevê, na parte final, crime comum ao mencionar "votar em lugar
de outrem". Desse modo, qualquer pessoa, até mesmo alguém que não seja
eleitor, pode tentar votar no lugar de outrem.
As demais alternativas constituem crimes próprios. Logo a alternativa D é o
gabarito da questão.

Questão 34 – IADES/TRE-PA – Analista Judiciário – 2014


Quanto aos crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral, assinale a
alternativa correta.
a) Violação ou tentativa de violar o sigilo de urna ou dos invólucros é crime
eleitoral com pena de dois a quatro anos.
b) Não configura crime eleitoral o fato de o eleitor inscrever-se
simultaneamente em dois ou mais partidos.
c) O crime de violação do sigilo do voto não comporta a tentativa.
d) Não configura crime eleitoral caluniar alguém, na propaganda eleitoral,
ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime.
e) A destruição, a supressão ou a ocultação de urna contendo votos, ou
documentos relativos a eleição é crime eleitoral com pena de reclusão de
dois a seis anos e pagamento de cinco a 15 dias de multa.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O tipo exposto na assertiva está previsto no art.
317, do CE, cuja pena é de três a cinco anos.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros:
Pena – reclusão de três a cinco anos.

A alternativa B está incorreta, pois a conduta descrita configura o crime previsto


no art. 320, do CE.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:

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Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.

A alternativa C está incorreta, pois conforme reza o art. 312, do CE, o crime
estará configura se violar ou tentar violar.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.

A alternativa D está incorreta, uma vez que a situação descrita na questão se


enquadra no tipo previsto no art. 324, do CE.
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,
imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois traz o tipo previsto


no art. 399, do CE.
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à
eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Questão 35 – VUNESP/MPSP – Assistente de Promotoria I -


2015
No dia do pleito eleitoral, por vezes, verifica-se o fornecimento, a
contratação ou o oferecimento gratuito de transporte a eleitores, sendo
correto afirmar que
a) é permitido, após a Constituição Federal de 1988, com fundamento na
liberdade de locomoção.
b) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de
transporte a eleitores que residam em municípios limítrofes, somente da
zona rural para a área urbana.
c) é irregularidade eleitoral, inclusive capitulada como crime eleitoral,
respondendo pelo crime quem fornece o transporte.
d) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de
transporte a eleitores que residam dentro do próprio município, inclusive da
zona rural para a área urbana, sendo vedado entre municípios diferentes
com a contratação de ônibus.

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e) é permitido ao partido político a contratação ou o oferecimento de


transporte a eleitores que residam fora da zona eleitoral.

Comentários
A presente questão envolve o conhecimento da Lei nº 6.091/1974, que disciplina
o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes
nas zonas rurais.
A alternativa A está incorreta, pois a lei data de 1974 e, desde àquela época,
franqueava o transporte de eleitores.
As alternativas B, D e E estão incorretas, pois contraria o art. 10 da Lei. Tal
transporte somente poderá ser o ofertado nos termos da Lei, com custeio e
fornecimento estatal.
Art. 10. É VEDADO aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o
fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Se for contatada que


houve intuito eleitoral no que diz respeito ao transporte e alimentação de
eleitores das zonas rurais afastadas, o art. 11 é claro em tipificar tais como crime
eleitoral.
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
I – descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever
imposto no art. 3º, ou prestar informação inexata que vise a elidir, total ou parcialmente, a
contribuição de que ele trata:
Pena – detenção de quinze dias a seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa;
II – desatender à requisição de que trata o art. 2º:
Pena – pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim
previsto;
III – descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10:
Pena – reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do
Código Eleitoral);
IV – obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta
Lei, atribuídos à Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
V – utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o
pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e
respectivas autarquias e sociedades de economia mista:
Pena – cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido
proclamado eleito.
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do veículo ou da embarcação, será punido com
a pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento de 60 (sessenta) a
100 (cem) dias-multa.

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4 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.

Crimes Eleitorais
 OBSERVAÇÃO INICIAL
Não vamos reproduzir todos os tipos penais estudados. Nosso intuito será
destacar o cerne de cada conduta que gera crime eleitoral.
 REGRAS GERAIS
 Tipo Objetivo: O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no
preceito da norma incriminadora, sem análise da intenção do agente.
 Tipo Subjetivo: O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica
interna do agente, segundo cada tipo objetivo.
 Sujeito Passivo: O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido
pela norma penal.
 Sujeito Ativo: O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a
conduta descrita na norma penal incriminadora.
 Classificação

São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo


PRÓPRIO
(servidores da Justiça Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.).

COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.

COMISSIVO São os crimes praticados por intermédio de uma ação.

OMISSIVO São os crimes cometidos por intermédio de uma abstenção.

São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado


MATERIAL material (ou naturalístico) e exige ambos sejam verificados para efeito de
consumação.

São aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado,


FORMAL necessitando apenas, para consumação, da conduta dirigida a um
resultado.

DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer
CONDUTA menção ao resultado naturalístico.

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São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a


PERMANENTE situação antijurídica gerada se prolonga no tempo pelo tempo que o agente
desejar.

 Consumação: momento que realizar todos os elementos do tipo penal.


 Tentativa: incompleta da conduta típica.
 CÓDIGO ELEITORAL
Inscrição Fraudulenta do Eleitor

Tipo Objetivo Inscrever fraudulentamente eleitor no cadastro eleitoral.

Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta

Tipo Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma
Objetivo fraude que infrinja dispositivo legal.

Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz

Tipo Objetivo Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor.

Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral

Tipo Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem


Objetivo justificativa, da inscrição requerida.

Perturbação do alistamento

Tipo Ato de perturbar ou impedir o alistamento eleitoral de qualquer


Objetivo forma.

Retenção indevida de título eleitoral

Tipo Contra a vontade do eleitor, efetuar a retenção do título


Objetivo eleitoral.

Desordem nos trabalhos eleitorais

Tipo Promover desordem, de modo a prejudicar os trabalhos


Objetivo eleitorais.

Impedimento ao exercício do sufrágio

Tipo Objetivo Atrapalhar ou impedir o exercício do sufrágio.

Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação

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Efetuar a prisão ou detenção de: eleitor, membro de mesa


Tipo
receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato no período de 5
Objetivo
dias antes e 48 horas após o encerramento das eleições.

Corrupção Eleitoral

Tipo Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou


Objetivo qualquer outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção.

Coação Eleitoral

Tipo Coagir alguém a votar ou não em determinado candidato,


Objetivo valendo-se, o servidor público, de sua autoridade.

Coação violenta de eleitores

Tipo Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com


Objetivo uso de violência ou grave ameaça.

Concentração ilegal de eleitores

Tipo Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto,


Objetivo promover a concentração de eleitores no dia da eleição.

Majoração de preços na eleição

Tipo Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se


Objetivo possa realizar o pleito eleitora.

Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições

Tipo O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento


Objetivo de bens ou serviços no dia das eleições

Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora

Tipo Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade


Objetivo estranha, salvo o juiz eleitoral.

Inobservância da ordem de votação.

Tipo Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser


Objetivo convocados a votar.

Fornecimento de cédula já assinada

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Tipo Fornecer ao eleitor cédula assinada ou marcada de alguma


Objetivo forma.

Fornecimento de cédula em momento inoportuno

Tipo Objetivo Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno

Exercício irregular do voto

Tipo Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar


Objetivo de outro eleitor.

Práticas irregulares na votação

Tipo Praticar qualquer irregularidade que cause a anulação da votação


Objetivo ou ao membro da mesa receptora praticada.

Voto fora da seção

Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo
Tipo
objetivo prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em
Objetivo
permitir o voto.

Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio

Tipo Objetivo Violar o sigilo do voto ou tentar violar.

Omissão de expedição de boletim de apuração de urna

Tipo Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a


Objetivo apuração de cada urna.

Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna

Tipo Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-


Objetivo la, assim, que findar a apuração.

Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação

Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação


Tipo
que não corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou boletins
Objetivo
de apuração.

Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração

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Tipo Deixar de receber ou mencionar os protestos ou deixar de


Objetivo remetê-los à instância superior.

Violação ou tentativa de violação do sigilo de urna

Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange,


Tipo
também, o tipo objetivo, a tentativa de violação do sigilo da urna
Objetivo
ou invólucros.

Contagem Indevida de Votos

Tipo Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando


Objetivo houver votado com impugnação.

Subscrição múltipla de ficha para registro de partido

Tipo Objetivo Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo.

Múltipla filiação partidária

Tipo Inscrever filiado simultaneamente em dois ou mais partidos


Objetivo políticos.

Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político

Tipo Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro


Objetivo de partido.

Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda

Divulgar na propaganda eleitoral fatos que sabe inverídicos em


Tipo
relação a partidos políticos ou candidatos, que sejam capazes de
Objetivo
exercer influência na decisão do eleitor.

Calúnia Eleitoral

Tipo Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente


Objetivo fato definido como crime.

Difamação Eleitoral

Tipo Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de


Objetivo propaganda, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação.

Injúria Eleitoral

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Tipo Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à


Objetivo propaganda eleitoral, com ofensa à dignidade ou decoro.

Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda ilícita

Tipo Objetivo Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda lícita.

Impedimento ao exercício da propaganda

Tipo Objetivo Impedir o exercício de propaganda.

Aliciamento comercial de eleitores

Tipo Utilizar organização comercial, distribuição de mercadorias,


Objetivo prêmios e sorteios para a propaganda ou aliciamento.

Realizar propaganda em língua estrangeira

Tipo Objetivo Fazer propaganda em língua estrangeira.

Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm


direitos políticos

Tipo Participação de estrangeiros ou de pessoas com restrição aos


Objetivo direitos políticos em atividades partidárias.

Descumprimento de prioridade postal

Não garantir o funcionário de empresa postal a prioridade


Tipo
concedida aos partidos políticos para a remessa de propaganda nos
Objetivo
60 dias que antecedem o pleito.

Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de


material de uso exclusivo da Justiça Eleitoral

Tipo Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da


Objetivo Justiça Eleitoral.

Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral

Tipo Objetivo Destruir, suprimir ou ocultar urna ou documento eleitorais.

Retardamento das publicações eleitorais

Tipo Retardar a publicação ou não publicar as decisões, citações ou


Objetivo intimações da Justiça Eleitoral.

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Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público

Tipo Não apresentar denúncia ou deixar de promover a execução de


Objetivo sentença.

Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do


Ministério Público

Tipo Deixar de representar com membro do Ministério Público que não


Objetivo apresentou a denúncia no prazo.

Recusa ou abandono do serviço eleitoral

Tipo Objetivo Sem justa causa, recursar ou abandonar o serviço eleitoral.

Descumprimento dos deveres eleitorais

Tipo Não cumprir nos prazos legais os deveres impostos pelo CE, se a
Objetivo infração não estiver sujeita a outra penalidade.

Utilização de serviço e prédio público com propósito político partidário

Tipo Permitir que prédio pertencente ao serviço público seja utilizado


Objetivo em favor do candidato.

Desobediência eleitoral

Tipo Recusar o cumprimento ou obediência a diligências, a ordens ou a


Objetivo instruções da Justiça Eleitoral ou opor-lhes embargo.

Falsificação ou alteração de documento público com fins eleitorais

Tipo Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


Objetivo documento verdadeiro, para fins eleitorais.

Falsificação ou alteração de documento particular

Tipo Objetivo Falsificar, no todo ou em parte, documento particular.

Falsidade Ideológica Eleitoral

Omitir de documento declaração que dele deveria constar ou nele


Tipo
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria
Objetivo
estar escrita com fins eleitorais

Reconhecimento indevido de firma ou letra com finalidade eleitoral

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Tipo Reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja tendo
Objetivo em vista fins eleitorais.

Uso de documento falso com finalidade eleitoral

Tipo Objetivo Fazer uso de documento falsificado ou alterado.

Obtenção de documento falso para fins eleitorais

Tipo Obter documento falso para fins eleitorais para o uso próprio ou
Objetivo de outro.

 LEI Nº 9.504/1997 (LEI DAS ELEIÇÕES)


Divulgação de pesquisa fraudulenta
 O crime de divulgação de pesquisa fraudulenta é tipificado em razão da
divulgação de pesquisas eleitorais sem a divulgação das informações constantes
do art. 33 da Lei das Eleições.
Impedir fiscalização das pesquisas
 Aquele que dificultar a fiscalização dos partidos políticos às pesquisas eleitorais
incorre em crime eleitoral.
Publicação de pesquisa irregular
 Se ficar comprovada a veiculação de pesquisa eleitoral irregular também temos
a incursão em crime, nos termos do §3º do art. 34 da Lei das Eleições.
Uso proibido de alto-falante
 Constitui crime eleitoral a utilização de alto-falantes e amplificadores
de som ou a promoção de comício ou carreata.
Arregimentação de eleitor e propaganda de boca de urna
 Constitui crime eleitoral a arregimentação de eleitor ou a propaganda
de boca de urna.
Divulgação de propaganda do dia da eleição
 Constitui crime eleitoral a divulgação, no dia das eleições, de
propaganda partidária ou política.
Uso, na propaganda eleitoral, de símbolos de órgãos do governo
 Constitui crime eleitoral a utilização, nos atos de propaganda eleitoral,
de símbolos, frases ou imagens associadas a órgão de governo.
Recusa de entrega de boletim de urna eletrônica
 Trata-se de um tipo penal específico, aplicável aos Presidente da Mesa
Receptora, o qual é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos partidos e
coligações, sob pena de crime eleitoral.
Obter acesso a sistema de dados eleitorais

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 Constitui crime previsto na Lei das Eleições, a obtenção de acesso ao sistema


de dados eleitoral com a finalidade de alterar a apuração ou a contagem dos
votos.
Destruir sistema de dados eleitorais
 É crime o desenvolvimento de tecnologia em informática com vistas a provocar
resultado diverso do esperado em sistema de tratamento automático de dados
pelo serviço eleitoral.
Dano a equipamento eletrônico eleitoral
 Constitui crime eleitoral causar dano físico a equipamento utilizado para a
votação ou para a apuração dos votos.
Cerceamento ao direito de fiscalização
 Os fiscais e delegados podem permanecer próximos da mesa receptora, bem
como poderão acompanhar os trabalhos de apuração das eleições. Quem violar
essas regras será responsabilizado por crime eleitoral.
Retenção de título ou comprovante de alistamento eleitoral
 A Lei das Eleições tipifica como crime eleitoral a retenção do título de forma
indevida no período de 150 antes da data do pleito.
 LEI COMPLEMENTAR Nº 64/1990 (LEI DE INELEGIBILIDADE)
Impugnação a registro de candidatura feita por má-fé
 Constitui crime eleitoral o manejo de ações eleitorais, como a AIJE e a AIRC,
de forma temerária ou com manifesta má-fé.
 LEI Nº 6.091/1974 (LEI DO TRANSPORTE EM ZONAS RURAIS NO DIA
DAS ELEIÇÕES)
Descumprir o dever de informar a existência de veículos/embarcações
nos órgãos públicos
 A Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições tipifica como crime a
conduta, que poderá ser praticada pelos responsáveis por órgãos públicos em
informar os veículos que possuem e que possam ser utilizados para transporte
regular de eleitores.
Desatender a requisição de veículos ou embarcações particulares
 Constitui crime eleitoral ao atender às requisições de veículos para serem
utilizamos no transporte regular de eleitores da zona rural.
Fazer transporte e fornecer alimentação no período eleitoral, quando
vedado pela lei
A Lei dos Transporte em Zona Rural no dia das Eleições delimita as hipóteses em
que o transporte será considerado regular. São elas:
 transportes a serviço da Justiça Eleitoral
 transportes coletivos regulares (por exemplo, linhas de ônibus)
 uso de veículo próprio e de aluguel regular (por exemplo, táxi)

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Se violadas tais regras, a conduta será considerada crime eleitoral.


Obstar a prestação dos serviços de transporte e alimentação prestados
pela Justiça Eleitoral
 Constitui crime impedir o transporte dos eleitores.
Utilização indevida de veículos ou embarcações públicas em campanha
 É previsto como crime a utilização de bens públicos, especialmente veículos,
com finalidade eleitoral.
 LEI Nº 7.021/1982
Destruição da relação de candidatos
 A Lei nº 7.021/1982 trata da relação de eleitores, que é disponibilizada nos
locais de votação. Essa relação permanece aplicável às eleições realizada por
intermédio do processamento eletrônico de votos. Assim, destruir, suprimir ou
danificar tal relação constitui crime.

5 - Considerações Finais
Chegamos ao final da aula de hoje. Essa foi uma aula extensa e que exige um
esforço de memorização. Estudem com calma cada quadro e leiam os artigos,
isso deve ser o suficiente.
Na próxima aula estudaremos a Lei nº 6.091/74.
Até lá!
Bons estudos!
Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

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