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AULA 06
ELEGIBILIDADE E
INELEGIBILIDADE
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Introdução ................................................................................................................ 2
3 - Condições de Elegibilidade ........................................................................................... 4
3.1 - Nacionalidade brasileira ........................................................................................ 5
3.2 - Pleno exercício dos direitos políticos ....................................................................... 6
3.3 - Alistamento eleitoral ............................................................................................. 7
3.4 - Domicílio eleitoral na circunscrição ......................................................................... 7
3.5 - Filiação partidária ................................................................................................. 7
3.6 - Idade mínima .................................................................................................... 10
3.7 - Momento para aferição das condições de elegibilidade ............................................ 12
3.8 - Arguição Judicial da Falta de Condição de Elegibilidade ........................................... 13
4 - Inelegibilidade ......................................................................................................... 14
4.1 - Introdução ........................................................................................................ 14
4.2 - Natureza Jurídica ............................................................................................... 15
4.3 - Fundamento da inelegibilidade ............................................................................. 16
4.4 - Hipóteses .......................................................................................................... 17
4.5 - Inelegibilidades Constitucionais ............................................................................ 17
4.6 - Inelegibilidades Infraconstitucionais ..................................................................... 27
5 - Momento da Arguição de Inelegibilidade ..................................................................... 50
6 - Procedimento .......................................................................................................... 51
7 - Questões ................................................................................................................. 61
7.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 61
7.2 – Gabarito ........................................................................................................... 77
7.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 78
8 - Resumo da Aula ..................................................................................................... 117
9 - Considerações Finais .............................................................................................. 134
ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE
1 - Considerações Iniciais
Vamos analisar hoje as regras pertinentes à elegibilidade e às inelegibilidades. O
assunto é permeado por diversas regras da Constituição Federal, da Lei de
Inelegibilidades e da Lei Complementar nº 64/1990, alterada pela Lei
Complementar nº 135/2010, denominada de Lei do Ficha Limpa.
Num primeiro momento vamos ver os aspectos centrais do tema elegibilidade,
passando pelas regras constitucionais. Em seguida, vamos adentrar no assunto
da inelegibilidade, tratando dos aspectos constitucionais e, em seguida, da
legislação infraconstitucional.
Prontos?
2 - Introdução
A elegibilidade é a aptidão para ser eleito, vale dizer, é a condição adquirida pelo
cidadão para receber votos nas eleições. Aquele que é elegível, portanto, detém
capacidade eleitoral passiva.
Segundo José Jairo Gomes1, conceitua-se capacidade eleitoral passiva como:
O direito público subjetivo atribuído ao cidadão de disputar cargos públicos-eletivos.
CAPACIDADE POSSIBILIDADE DE
ELEGIBILIDADE
ELEITORAL RECEBER VOTOS
1
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 151.
2
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 151/2.
Federal e na legislação eleitoral como um todo, tal como a Lei das Eleições e o
Código Eleitoral. A Lei das Eleições é lei ordinária, já o Código Eleitoral, na parte
que trata das condições de elegibilidade, também é norma ordinária. Já as
hipóteses de inelegibilidade estão previstas na Constituição e em Lei
Complementar, apenas. NÃO se admite a fixação de hipóteses de inelegibilidade
em leis ordinárias.
Por quê?
Porque a Constituição Federal exige que as hipóteses de inelegibilidade sejam
editadas por lei complementar. Nesse contexto, a Lei de Inelegibilidade é uma lei
complementar.
Para a prova...
3 - Condições de Elegibilidade
De acordo com a doutrina, as condições de elegibilidade “credenciam o cidadão
à postulação do registro de sua candidatura, constituindo-se no primeiro estágio
a ser percorrido por alguém para exercitar o direito de ser votado”3.
As condições de elegibilidade são classificadas em condições próprias e
impróprias.
As CONDIÇÕES PRÓPRIAS são aquelas estabelecidas na Constituição
Federal, tais como a nacionalidade, a idade mínima, o domicílio eleitoral. E
o que estudaremos adiante.
As CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS são exigências previstas na legislação eleitoral
e que, indiretamente, se não observadas, não possibilitarão que o
interessado concorra a cargos político-eletivos. Por exemplo, a escolha do
sujeito em convenção partidária ou o registro da candidatura perante a
Justiça Eleitoral, constituem condições impróprias para a elegibilidade.
Neste tópico vamos estudar as condições próprias. As impróprias serão
estudadas com o desenvolvimento da matéria ao longo do curso.
3
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado. 2ª edição, rev., ampl. e
rev., São Paulo: Editora Ferreira, 2014, p. 161.
Nacionalidade
Brasileira
Alistamento
Eleitoral
CONDIÇÕES DE
ELEGIBILIDADE
PRÓPRIAS
Domicílio
Eleitoral
Presidente, Vice e
35 anos
Senador
Filiação
Partidária
30 anos Governador e Vice
Idade Mínima
Deputado Federal e
21 anos
Estadual e Prefeito
18 anos Vereador
Se você leu com atenção o dispositivo acima, notou que, em relação ao cargo de
Presidente e de vice-Presidente, exige-se que o candidato seja nato. Assim,
temos uma situação diferenciada entre natos e naturalizados.
Apenas os brasileiros natos podem concorrer aos cargos de Presidente
e de vice-Presidente da República.
Essas informações ajudam, inclusive, a compreender por que referimos que o
brasileiro naturalizado nunca poderá alcançar a plena elegibilidade em nosso
ordenamento jurídico. Todos os demais cargos podem ser ocupados por
naturalizados. Atente-se que a CF, no dispositivo acima citado, ao se referir aos
cargos de Deputado Federal e de Senador, restringe apenas a Presidência das
respectivas casas. Nada impede que o Senador ou o Deputado sejam
naturalizados.
Duas situações importantes que podem ocorrer e que interessam para a nossa
prova:
1ª HIPÓTESE: omissão no banco de dados.
Nesse caso, devemos observar a orientação da Súmula nº 20 do TSE:
A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata
o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo
quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.
4
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 158.
FILIAÇÃO desnecessidade de
militares
filiação
peculiaridades magistrados
Min. do TCU
Presidente e Vice-Presidente
35 anos
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual ou do Distrito Federal
21 anos
Prefeito e Vice-Prefeito
Juiz de paz
18 anos Vereador
Três perguntas:
5
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado. 2ª edição, rev., ampl. e
rev., São Paulo: Editora Ferreira, 2014, p. 165.
Vejamos a próxima!
Existe hipótese para que o cidadão entre 21 e 35 anos possa assumir a
Presidência da República?
SIM, EXISTE! A hipótese é meio absurda e pouco provável, mas vejamos. O art.
80, da CF, prevê:
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal
Federal.
6
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 20059, Acórdão nº 20059 de 03/09/2002, Relator(a) Min.
FERNANDO NEVES DA SILVA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 03/09/2002 RJTSE
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 13, Tomo 4, Página 373
Muita atenção a esses dispositivos, pois tanto o art. 9º, caput, como o art. 11,
§2º, ambos da Lei das Eleições, sofreram recente alteração pela Lei nº
13.165/2015. Logo, há grande probabilidade de serem exigidos em prova!
A Lei das Eleições estabelece que, em regra, a aferição das condições
leva em consideração o momento de formalização do pedido de registro
da candidatura, mas em relação ao domicílio eleitoral, à filiação
partidária e à idade mínima são observados a data do pleito, para os dois
primeiros casos, e a data da posse, no caso de idade mínima.
Ainda em relação à idade mínima, nós temos uma
“exceção da exceção”. Em relação ao cargo de
vereador, a aferição dos 18 anos exigidos levará em
consideração a data registro da candidatura e não a
data da posse.
Com base nos dispositivos acima, podemos concluir, a respeito do
momento para a aferição das condições de inelegibilidade, o seguinte:
registro da
data do pleito data da posse
candidatura
alistamento eleitoral
INSTÂNCIA DA JUSTIÇA
CARGO
ELEITORAL
7
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 161.
Senador
Prefeito e vice-Prefeito
Juiz Eleitoral
Vereador
4 - Inelegibilidade
4.1 - Introdução
As inelegibilidades são fatores negativos cuja presença obstrui a possibilidade de
o candidato exercer mandato eletivo.
Segundo o art. 14, §9º, da CF, esse instituto tem por finalidade:
FINALIDADE DAS
INELEGIBILIDADES
NATUREZA JURÍDICA DA
status eleitoral da pessoa
INELEGIBILIDADE
A decisão judicial
CONSEQUÊNCIA DE UMA
constituirá o status de
SANÇÃO
inelegível.
8
ARE nº 712.790 AgR/RJ, DJe 11.12.2012.
9
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 169.
4.4 - Hipóteses
A doutrina, tradicionalmente, costuma distinguir as hipóteses em constitucionais
e em infraconstitucionais.
As hipóteses constitucionais vêm estabelecidas no art. 14 da CF.
Já as hipóteses infraconstitucionais estão delimitadas na Lei Complementar nº
64/1990 (Lei de Inelegibilidades), com as alterações da Lei Complementar nº
135/2010 (Lei da Ficha Limpa).
Ok?
Renove as forças e vamos em frente. Para a prova é muito relevante que
você memorize as hipóteses de inelegibilidade.
SÃO INELEGÍVEIS
inalistáveis analfabetos
estrangeiros conscritos
RESPE Nº Será considerado inelegível o candidato que não conseguir ler, ainda
12.952/1992 que um texto simples.
10
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 173.
Reeleição
A reeleição, por força do art. 14, §5º, da CF, só poderá ocorrer para um único
mandato subsequente, abrangendo não apenas os titulares, como também
aqueles que sucederam (definitivo) ou substituíram (temporário) o titular do
cargo.
Vejamos:
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subseqüente.
2026-2030
2018-2021 •SEGUNDO
•NÃO PODERÁ MANDATO
2010-2013 CONCORRER ELEITO (no
•PRIMEIRO EM RAZÃO DO acumulado,
MANDATO INSTITUTO DA quarto
ELEITO REELEIÇÃO mandato)
2014-2017 2022-2025
•SEGUNDO •PRIMEIRO
MANDATO MANDATO
ELEITO ELEITO (no
acumulado,
terceiro
mandato)
Assim, somente seria possível, àquele que ocupou o cargo de titular no primeiro
mandato, ao invés de tentar a reeleição, concorrer para um mandato
subsequente na condição de vice. Embora improvável, é juridicamente possível.
Aqui nós devemos ter um cuidado extra! Se a questão de
prova for literal, devemos assinalar que tanto a substituição
quanto a sucessão são consideradas para fins de reeleição.
Essa é, inclusive, a posição do TSE. Contudo, é importante
lembrar que o STF já decidiu que a “mera substituição” não deve ser
11
Vamos em frente!
11
RE 366488, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 04/10/2005, DJ
28-10-2005 PP-00061 EMENT VOL-02211-03 PP-00440 LEXSTF v. 27, n. 324, 2005, p. 237-245
RB v. 18, n. 506, 2006, p. 51.
Desincompatibilização
A desincompatibilização está prevista no art. 14, §6º, da CF, e constitui
modalidade de inelegibilidade relativa.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.
E o contrário, pode?
Sim é possível. Vejamos novamente o exemplo:
1º MANDATO DE PREFEITO
Poderá concorrer ao cargo de
Prefeito de Cascavel/PR
2º MANDATO DE VICE
1º MANDATO DE VICE Não há terceiro mandato
Vice-Prefeito na Cidade de consecutivo.
Vice-Prefeito na Cidade de Cascavel/PR
Cascavel/PR Para fins de
reeleição desincompatibilização não
poderá ter substituído, ou
sucedido, o Prefeito no 2º
mandato de vice.
12
CONSULTA nº 925, Resolução nº 21483 de 02/09/2003, Relator(a) Min. FRANCISCO PEÇANHA
MARTINS, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Volume 12, Data 15/10/2003, Página 104.
Inelegibilidade reflexa
A inelegibilidade é direta quando atinge o próprio postulante ao cargo eletivo. Na
inelegibilidade reflexa, contudo, o impedimento decorre da condição do cônjuge,
ou companheiro, e parentes até 2º grau, tal como exposto em aula passada, nos
termos do art. 14, §7º, da CF.
Vejamos, agora, alguns aspectos específicos.
O primeiro aspecto que gostaríamos de destacar é que a
inelegibilidade reflexa produz efeitos apenas em
13
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 34560, Acórdão de 18/12/2008, Relator(a)
Min. JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data
18/2/2009, Página 49/50.
Aqui entra a discussão: após o término desse segundo mandato de João, Maria
poderia concorrer a cargo eletivo?
O TSE já adotou dois entendimentos:
1ª - Maria é inelegível pois o terceiro mandato constituiria
perpetuação do poder na família por três eleições consecutivas,
ainda que a dissolução tenha ocorrido no curso do primeiro
mandato (REspe 22.638).
2ª - Maria não é inelegível porque a dissolução ocorreu no curso do
primeiro mandato, não se prolongando para o terceiro mandato
(REspe 22.785).
Como dissemos, o entendimento que deve prevalecer é o de que não se prolonga
para o terceiro mandato, ou seja, não há inelegibilidade.
Para finalizar esse tópico, devemos frisar que a jurisprudência do TSE é no sentido
de que a viuvez no curso do mandato, embora extinga o vínculo conjugal, não
elide a inelegibilidade reflexa. Nesse contexto, se o titular do cargo falecer no
curso do segundo mandato, não poderá o viúvo candidatar-se na sequência, sob
pena de perpetuação da mesma família na chefia do Poder Executivo por 3
períodos consecutivos. Vejamos a ementa14 que ilustra o discutido:
Família homoafetiva
O entendimento do TSE é no sentido de que, dado o reconhecimento jurídico a
tais relações atualmente, os cônjuges ou companheiros em união
homoafetiva submetem-se à inelegibilidade reflexa. Vejamos o julgado
referência do TSE15:
REGISTRO DE CANDIDATO. CANDIDATA AO CARGO DE PREFEITO. RELAÇÃO ESTÁVEL
HOMOSSEXUAL COM A PREFEITA REELEITA DO MUNICÍPIO. INELEGIBILIDADE. ART. 14, §
7º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Os sujeitos de uma relação estável homossexual, à
semelhança do que ocorre com os de relação estável, de concubinato e de casamento,
submetem-se à regra de inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal.
Recurso a que se dá provimento.
14
Consulta TSE nº 934/2004.
15
REspe. nº 24.564/2004.
PAIS (inclusive
Em linha Ascendente AVÓS
madrasta e padrasto)
Parentesco reta
Descendente FILHOS NETOS
consanguíneo
Em linha
-- -- IRMÃOS
colateral
SOGROS (inclusive
padrasto ou madrasta AVÓS DO CÔNJUGE
Ascendentes
do cônjuge ou OU COMPANHEIRO
Em linha companheiro)
reta ENTEADOS, GENROS
Parentes Por
E NORAS (inclusive do
Afinidade Descendentes NETOS
cônjuge ou do
companheiro)
CUNHADOS (irmãos
Em linha
-- -- do cônjuge ou do
colateral
companheiro)
princípio da
preservação da
princípio da probidade
princípio da moralidade normalidade e
administrativa
legitimidade das
eleições
o rompimento da
igualdade de
a criação de a promoção de
participação dos a introdução de
deformação que alteração motivada
partidos políticos e fator de
afete a normalidade por propósito
dos respectivos perturbação; e
das eleições; casuístico.
candidatos no
processo eleitoral;
Logo, lembre-se:
Por se tratar de uma lei que enumera fatos já ocorridos que podem obstaculizar
a candidatura, o TSE definiu que não há violação ao princípio da irretroatividade
das leis, a aplicação da Lei da Ficha Limpa a fatos ocorridos antes da sua
publicação.
Compreendeu?
Calma, é bem fácil. Vejamos, inicialmente, um excerto do julgado do TSE16:
No julgamento das ADCs nos 29 e 30 e da ADI no 4.578, o STF assentou que a aplicação das
causas de inelegibilidade instituídas ou alteradas pela LC n° 135/2010 a fatos anteriores à
sua vigência não viola a Constituição Federal.
16
AgR-REspe nº 9677/2013.
Fácil, não?!
Classificação
A doutrina tem inúmeras classificações das hipóteses de inelegibilidade, por
exemplo, hipóteses constitucionais e infraconstitucionais, hipóteses diretas ou
reflexas, absolutas ou relativas, entre outras.
Para fins de prova e para o momento desta aula, interessa a seguinte:
ABSOLUTAS RELATIVAS
Inalistáveis e analfabetos
Tal como a Constituição, a LI prevê que são absolutamente inelegíveis:
a) os inalistáveis e os analfabetos;
sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do
Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o PERÍODO REMANESCENTE
do mandato para o qual foram eleitos e nos OITO ANOS SUBSEQÜENTES ao término da
legislatura;
Segundo o presente inciso, que foi acrescentado pela Lei da Ficha Limpa, se o
Governador ou Prefeito, bem como seus respectivos vices, perderem o cargo por
infringência à Constituição Estadual ou à Lei Orgânica respectivas, ficarão
inelegíveis pelo período remanescente do mandato que perderam e nos
próximos oito anos subsequentes.
Pessoal, muita atenção a esse dispositivo, notadamente para a redação do tempo
de inelegibilidade. Vejamos um exemplo para que a ideia fique bem clara.
Imaginemos que o Governador do Estado do Paraná perdeu o cargo em novembro
de 2014, logo, durante o mandato de 2012-2016. Desse modo, o prazo de
inelegibilidade será contado a partir de novembro de 2014 até os oito anos
subsequentes a 2016. Desse modo, o referido Governador somente será elegível
novamente em janeiro de 2025.
De forma esquematizada:
inelegibilidade novembro
2021 2022
pelo restante 2014
do mandato
Sigamos!
17
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 195.
Assim...
CONTAGEM DO
PRAZO DE 8 ANOS
18
REspe nº 16512/2012.
Notem que o prazo é bem longo! Por exemplo, se o sujeito for condenado por
tribunal colegiado em 2012 estará inelegível desde a condenação. Permanecerá
em tal situação até o cumprimento da pena. Sabe-se que, em Direito Penal, a
pena pode atingir 30 anos. Após o cumprimento da pena fixada na sentença, o
sujeito permanecerá inelegível por mais oito anos.
A inelegibilidade por cometimento de crimes não abrange toda e qualquer espécie
de crime previsto na legislação penal. Assim, é fundamental, para fins de prova,
memorizar os tipos penais que implicam inelegibilidade absoluta.
Da leitura das hipóteses abaixo é possível, contudo,
identificar um padrão. Todos os crimes ali mencionados
envolvem assuntos públicos relevantes, ou seja, são
crimes graves ou crimes relacionados a bens públicos e
coletivos.
Atentem-se para as hipóteses destacadas em vermelho! ALÉM DISSO, É
IMPORTANTE SABER QUE A INELEGIBILIDADE OCORRERÁ APENAS SE OS
CRIMES ABAIXO FOREM COMETIDOS DE FORMA DOLOSA (OU SEJA COM
INTENÇÃO). NÃO ABRANGEM AS ESPÉCIES CULPOSAS.
Vejamos os dispositivos legais.
Implica inelegibilidade a condenação por dolo nos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio
público;
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os
previstos na lei que regula a falência;
3. contra o meio ambiente e a saúde pública;
4. eleitorais, PARA OS QUAIS A LEI COMINE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE;
5. de abuso de autoridade, nos CASOS EM QUE HOUVER CONDENAÇÃO À PERDA DO
CARGO OU À INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA;
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e
hediondos;
8. de redução à condição análoga à de escravo;
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
19
REspe nº 9664/2012.
Indignidade do oficialato
São absolutamente inelegíveis:
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de
8 (oito) anos;
Rejeição de Contas
São absolutamente inelegíveis:
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade
administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (OITO)
ANOS SEGUINTES, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso
II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
mandatários que houverem agido nessa condição;
20
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 206.
prestação de contas
REJEIÇÃO DE CONTAS -
INELEGIBILIDADE
irregularidade insanável
ato doloso
decisão irrecorrível
21
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 207.
22
Cta nº 13115/2005.
23
Acórdão TSE nº 13.138/1996
CONDUTA VEDADA
CAPTAÇÃO CAPTAÇÃO OU
CORRUPÇÃO AOS AGENTES
ILÍCITA DE GASTOS ILÍCITOS
ELEITORAL PÚBLICOS EM
SUFRÁGIO EM CAMPANHAS
CAMPANHAS
O termo inicial da inelegibilidade, prevista nessa alínea, deve ser contado da data
da eleição, expirando no dia de igual número de início. Assim, se as eleições
ocorrerem em 05.10.2014, por exemplo, em 05.10.2022 restará vencido o
impedimento eleitoral.
Improbidade administrativa
São absolutamente inelegíveis:
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada
em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
administrativa que importe LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO, DESDE A CONDENAÇÃO ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de
8 (OITO) ANOS APÓS O CUMPRIMENTO DA PENA;
enriquecimento
lesão ao erário
ilícito
Trata-se de uma hipótese simples, cuja leitura é o que basta para a nossa prova.
Devemos destacar tão somente que a inelegibilidade decorre de decisão
administrativa e não será aplicável se houver suspensão, ou anulação, pelo
Poder Judiciário.
Registre-se, por fim, que a inelegibilidade, como é a regra, conta da decisão que
houver aplicado a penalidade e estende-se pelo prazo de oito anos.
O ato simulado é aquele que aparenta uma situação em conformidade com a lei
para esconder a real pretensão de infringi-la. Assim, serão considerados
inelegíveis aqueles que forem condenados por simulação de desfazimento de
vínculo conjugal para evitar a inelegibilidade reflexa.
Desse modo, condenado o casal que simulou a extinção do vínculo, ficarão
inelegíveis pelo prazo de oito anos a contar da decisão colegiada ou do trânsito
em julgado da ação.
aposentadoria compulsória
sancionatória
GERAM A
INELEGIBILIDADE DE
perda do cargo
MAGISTRADOS E DE
MEMBROS DO MP
exoneração ou aposentadoria
voluntária na pendência de
processo administrativo
disciplinar
Sob o mesmo argumento, entende-se que não poderão exercer cargos políticos,
razão pela qual serão inelegíveis pelo prazo de oito anos a contar da decisão que
os aposentar compulsoriamente.
inalistáveis
analfabetos
perda de mandato legislativo por falta de decoro ou por conduta incompatível
perda de mandato executivo por crime de responsabilidade
condenação por abuso do poder econômico ou político nas eleições
condenação criminal por crimes graves ou relacionados à coisa pública
condenação militar por indignidade do oficialato
condenação administrativa por rejeição de contas
condenação por abuso do poder econômico ou político no exercício de cargos públicos
responsabilização por falência de instituição financeira
condenação por corrupção eleitoral, captação ilícita de sufrágio, captação ilícita em
campanha ou por condutas vedadas aos agentes públicos
renúncia ao mandato eletivo quando houver oferecimento de representação ou
ajuizamento de processo de infringência
condenação por improbidade administrativa
condenação administrativa que resulte na exclusão do exercício profissional
condenação por simulação ou por fraude de desfazimento de vínculo conjugal com vistas
a evitar a inelegibilidade
demissão do serviço público
condenação por doação eleitoral ilegal
aposentadoria compulsória de magistrados e de membros do Ministério Público
Presidente da República
Para se candidatar ao cargo de Presidente ou de vice-Presidente da República
exige-se, em regra, para determinados agentes públicos e membros de certas
categorias, o prazo de seis meses para a desincompatibilização. Como dissemos,
A REGRA É O PRAZO DE SEIS MESES. Desse modo, para facilitar a absorção
dos assuntos para a prova, vamos mencionar três hipóteses, que fogem à regra,
ou seja, não observam o prazo de seis meses.
São elas:
Reeleição
Embora óbvia essa primeira hipótese, é importante
mencioná-la, uma vez que já vimos tantas hipóteses de
inelegibilidade que podemos até confundir questões básicas.
Assim, conforme já estudamos ao longo da corrente aula, se o sujeito for
Presidente da República, por exemplo, pelo segundo mandato, não poderá
exercê-lo pelo terceiro mandato consecutivo, ainda que se desincompatibilize.
Aqueles que tenham ocupado cargo ou função de direção, de
administração ou de representação em entidades representativas de
classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo
poder público ou com recursos arrecadados e repassados pela
Previdência Social. Em tal hipótese o prazo de desincompatibilização, ao
contrário da regra, será de 4 MESES.
Assim, devem desincompatibilizar-se, para concorrer ao cargo de Presidente da
República:
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou
função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe,
mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder público ou com
recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social;
Vimos as regras que “fogem ao padrão”, agora vejamos o dispositivo. Ele dispõe
que, para os cargos abaixo listados, caso se pretenda concorrer ao cargo de
Presidente da República, a desincompatibilização deverá ocorrer com
antecedência de seis meses.
Vejamos:
II – para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:
1 – os Ministros de Estado;
2 – os Chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência
da República;
3 – o Chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da
República;
4 – o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
5 – o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;
6 – os Chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
7 – os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
8 – os Magistrados;
9 – os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista, e fundações públicas e as mantidas pelo
Poder Público;
10 – os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios;
11 – os Interventores Federais;
12 – os Secretários de Estado;
13 – os Prefeitos Municipais;
14 – os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal;
15 – o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
16 – os Secretários-Gerais, os Secretários Executivos, os Secretários Nacionais, os
Secretários Federais dos Ministérios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes;
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito
Federal, Territórios e em qualquer dos Poderes da União, cargo ou função, de nomeação
pelo Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado Federal;
c) (Vetado.)
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição tiverem competência ou interesse, direta,
indireta ou eventual, no lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos,
taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar
multas relacionadas com essas atividades;
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição tenham exercido cargo ou função de
direção, administração ou representação nas empresas de que tratam os arts. 3º e
5º da Lei nº 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas
atividades, possam tais empresas influir na economia nacional;
f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empresas que atuem no Brasil, nas
condições monopolísticas previstas no parágrafo único do art. 5º da Lei citada na alínea
anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a prova
de que fizeram cessar o abuso apurado, do poder econômico, ou de que transferiram, por
força regular, o controle de referidas empresas ou grupo de empresas;
(...)
h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, tenham exercido cargo
de Presidente, Diretor ou Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos
de operações financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito,
inclusive através de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos que gozem,
sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo Poder Público, salvo se
decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes;
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam exercido cargo ou função
de direção, administração ou representação em pessoa jurídica ou em empresa
que mantenha contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de
fornecimento de bens com órgão de Poder Público ou sob seu controle, salvo no
caso de contrato que obedeça a cláusulas uniformes;
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções até
6 (seis) meses anteriores ao pleito;
(...)
Governador e vice-Governador
Na sequência, vamos analisar as situações que geram a inelegibilidade relativa
para os cargos de Governador e de vice-Governador. A LI define, inicialmente,
que as hipóteses de inelegibilidades previstas no art. 1º, II, a, para o cargo
de Presidente e de vice-Presidente aplicam-se também aos Governadores e
de vice-Governadores.
Assim, serão inelegíveis:
III – para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal:
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados
na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de
repartição pública, associação ou empresas que operem no território do Estado ou do
Distrito Federal, observados os mesmos prazos;
Vale dizer que aquela lista enorme, que analisamos acima, aplica-se também ao
cargo de Governador e de vice-Governador. Assim, todos aqueles cargos tornam
o sujeito inelegível, a não ser que haja desincompatibilização.
Vamos citar o dispositivo novamente. Diferentemente, não grifaremos o
dispositivo, para que você o faça! Será uma forma de memorizar os cargos
previstos. Assim, tome um lápis e circule, ou grife, cada cargo sujeito à
inelegibilidade reflexa:
Prefeito e vice-Prefeito
Mantendo a regra que vimos acima, em relação aos Prefeitos, prevê a LI que a
eles aplicam-se regras de inelegibilidades relativas aplicáveis aos cargos
de Presidente e de Governador, acima arroladas.
Assim, serão inelegíveis:
IV – para Prefeito e Vice-Prefeito:
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de
Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
Senador
Em relação às inelegibilidades relativas ao cargo de Senador da República, a LI
adota as MESMAS HIPÓTESES PREVISTAS PARA OS CARGOS DE
PRESIDENTE E DE GOVENADOR.
Portanto, são inelegíveis:
V – para o Senado Federal:
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados
na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de
repartição pública, associação ou empresa que opere no território do Estado, observados os
mesmos prazos;
b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os cargos de Governador e Vice-
Governador, nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
Vereadores
Por fim, no que diz respeito à inelegibilidade relativa ao cargo de vereador,
APLICAM-SE AS HIPÓTESES PREVISTAS PARA OS SENADORES,
O §3º, por sua vez, trata da inelegibilidade reflexa, também com sede
constitucional:
§ 3º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
registro da
REGRA
candidatura
MOMENTO DE
AFERIÇÃO DAS
HIPÓTESES DE arguíveis a
inelegibilidades
INELEGIBILIDADE qualquer
constitucionais
tempo
EXCEÇÕES
inelegibilidades
infraconstitucionais
supervenientes
6 - Procedimento
Vimos, ao longo da aula, uma série de hipóteses que geram a inelegibilidade do
postulante ao cargo público. Essas inelegibilidades podem se constituir antes do
registro da candidatura ou após o registro, tal como vimos no capítulo.
Em razão disso, existem diversas formas de se arguir a inelegibilidade.
Primeiramente, no ato de registro da candidatura é possível que o próprio órgão
judicial afirme a inelegibilidade de ofício.
Por outro lado, é possível que os legitimados impugnem a solicitação de registro
por intermédio da ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC). Essa
hipótese será utilizada para os casos em que a inelegibilidade já esteja
constituída.
Em se tratando de inelegibilidade superveniente, ou constitucional, será proposto
recurso contra a expedição de diploma (RCED), com respaldo no art. 262, do CE.
Desse modo...
de ofício pela
autoridade judicial
por intermédio de
FORMAS DE AIRC, em caso de
ARGUIÇÃO inelegibilidade pré-
constituída
pelo legitimados
por intermédio de
RCED em caso de
inelegibilidade
constitucional ou
superveniente
A maior gama de cargos é atribuída aos TRE, que detêm competência para os
processos de inelegibilidade envolvendo candidatos aos cargos de Senador da
República, de Deputados Federal e Estadual, de Governador e de vice-
Governador. De todo modo, para facilitar a memorização, basta assimilar que ao
TSE competirá os processos de inelegibilidade para o cargo de Presidente e de
vice-Presidente e, ao juiz eleitoral, os casos de inelegibilidade envolvendo
Prefeito, vice-Prefeito e vereadores.
Senador
Prefeito
Presidente
Deputado Federal
Governador
vice-Presidente
Vereador
vice-Governador
ARGUIÇÃO DE INELEGIBILIDADE
legitimados
partido Ministério
candidato coligações
político Público
24
Respe nº 30.842/2008, TSE.
25
Acórdão TSE nº 23.556/2004, 549/2002, 20.267/2002, 14.807/1996 e 12.375/1992.
26
REspe nº 26.861/2006, TSE.
27
REspe nº 31.162/2008, TSE.
28
RMS nº 71926/2013, TSE.
Primeira, o prazo para alegações finais é comum. Isso significa dizer que as partes
terão os mesmos 5 dias para apresentar as alegações finais. Dito de outro modo,
o impugnado não pode aguardar o prazo de 5 dias do impugnante para, somente
após, apresentar suas razões finais.
Segunda, a atuação do Ministério Público nos processos de inelegibilidade é
obrigatória. Nesse sentido, quando o MP não ajuizar demanda própria, deverá
participar da lide na qualidade de fiscal da lei (custos legis). Nessa hipótese, o
MP, embora não seja parte, poderá apresentar alegações finais do que se extrai
do artigo supracitado.
Após a apresentação das alegações finais, os autos serão conclusos ao juiz ou ao
tribunal respectivo para julgamento.
Art. 7º Encerrado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator,
no dia imediato, para sentença ou julgamento pelo Tribunal.
Parágrafo único. O Juiz, ou o Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da
prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não
alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento.
O art. 8º disciplina regra específica para a atuação do juiz eleitoral. Vimos acima
que o juiz eleitoral é o responsável pelo julgamento das impugnações
apresentadas em face de candidatos a Prefeito, a vice-Prefeito e a Vereador. Em
relação a essas impugnações, a LI determina o prazo de 3 dias para a prolação
da sentença. Além disso, consta do referido dispositivo, o prazo de 3 dias para
a apresentação de recurso ao TRE respectivo.
Art. 8º Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral
apresentará a sentença em Cartório 3 (três) dias após a conclusão dos autos, passando
a correr deste momento o prazo de 3 (três) dias para a interposição de recurso para o
Tribunal Regional Eleitoral.
Notem que os prazos são apertados, não havendo margem para atrasos no
transcurso do processo. Tanto é assim que se o Procurador Regional não
apresentar parecer no prazo de 2 dias, o processo voltará para o relator que dará
seguimento ao feito, ainda que o parecer não tenha sido juntado. Além disso,
dispõe o § único acima que não é necessário nem sequer dar publicidade à
inclusão do processo na pauta de julgamento, uma vez que os processos deverão
ser acompanhados pelas partes interessadas.
O art. 11 trata da sessão de julgamento do recurso do TRE. Segundo o referido
dispositivo, poderão ser realizadas até 2 reuniões para a discussão do recurso.
Após a elaboração do relatório, faculta-se a palavra às partes e ao Procurador
Regional. Em seguida, será proferido o voto do relator e dos demais juízes
julgadores. Apurados os votos, o resultado será proclamado.
Após o final da sessão de julgamento, faz-se a leitura e a publicação do acórdão,
passando, a partir daí, a correr o prazo de 3 dias para recurso do acórdão para o
TSE.
Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões
seguidas, feito o relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o Procurador Regional,
proferirá o Relator o seu voto e serão tomados os dos demais Juízes.
§ 1º Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão
indicados o direito, os fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou
do voto vencedor.
§ 2º Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr
dessa data o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal
Superior Eleitoral, em petição fundamentada.
De acordo com o art. 13, da LI, devem ser observadas as regras constantes do
art. 10 e 11 da LI. Vamos aproveitar para repassar os dispositivos: remetidos os
Autos ao TRE, deverá acontecer todos os atos no mesmo dia:
A Secretaria respectiva autuará o processo e apresentará ao Presidente do
TRE;
O Presidente do TRE distribuirá e determinará vistas ao Procurador Regional
para parecer.
O prazo para a apresentação de parecer pelo Procurador será de 2 dias. Após o
decurso desse prazo, havendo ou não parecer, os autos serão encaminhados ao
Relator que, em 3 dias, levará o processo a julgamento no Tribunal, ainda que o
parecer não tenha sido acostado.
O processo será julgado em 3 dias, facultando-se às partes a apresentação de
alegações finais no prazo comum de 3 dias.
Em seguida o processo será incluído em pauta para julgamento,
independentemente de publicação.
Quanto ao julgamento, poderão ser realizadas até 2 reuniões para a discussão
do processo. Após a elaboração do relatório, faculta-se a palavra às partes e ao
Procurador Regional. Em seguida, será proferido o voto do relator e dos demais
juízes julgadores. Apurados os votos, o resultado será proclamado.
Após o final da sessão de julgamento, faz-se a leitura e publicação do acórdão,
passando, a partir daí, a correr o prazo de 3 dias para recurso do acórdão para o
TSE.
Vejamos, por fim, os dispositivos da LI referentes ao procedimento no TRE:
Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional
Eleitoral, observado o disposto no art. 6º desta Lei Complementar, o pedido de registro,
com ou sem impugnação, será julgado em 3 (três) dias, independentemente de publicação
em pauta.
Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida no art. 11 desta Lei
Complementar e, havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, observar-se-á o
disposto no artigo anterior.
Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão
processados e julgados na forma prevista nos arts. 10 e 11 desta Lei Complementar.
Outra regra relevante e que por vezes aparece em prova é a do art. 18:
Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República,
Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a
Vice-Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá
aqueles.
29
REspe nº 25.586/2006, TSE.
7 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:
40
30
20
10
0
Aula 06
Elegibilidade Inelegibilidade
e) I e III.
b) elegível, desde que comprove que não receberá, em sua campanha, apoio
político do ex-marido.
c) inelegível, salvo se Tino se desincompatibilizar no prazo legal.
d) elegível, dado o divórcio ter ocorrido durante o segundo mandato.
e) inelegível, uma vez que o divórcio não afasta a inelegibilidade.
7.2 – Gabarito
Questão 01 – D Questão 02 – E
Questão 07 – B Questão 08 – C
Questão 09 – C Questão 10 – D
Questão 11 – E Questão 12 – E
Questão 13 – B Questão 14 – A
Questão 15 – D Questão 16 – C
Questão 17 – C Questão 18 – B
Questão 19 – C Questão 20 – E
Questão 37 – C Questão 38 – B
Questão 39 – B Questão 40 – D
Questão 41 – D Questão 42 – B
Questão 43 – C Questão 44 – B
Questão 45 – C Questão 46 – A
Questão 53 – CORRETA
Comentários
Questões que exigem o conhecimento das condições de elegibilidade são bastante
comuns, por isso assimilem o esquema abaixo.
Nacionalidade
Brasileira
18 anos Vereador
Assim, os itens I, II e III estão corretos. O item IV está incorreto, pois a idade
mínima para concorrer a Prefeito é de 21 anos.
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A regra é que as condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade sejam
aferidas no momento da formalização do pedido, à exceção de situações jurídicas
supervenientes e do critério da idade mínima, que é condição de inelegibilidade
a ser aferida no momento da posse.
§ 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas
no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as
alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.
Comentários
A assertiva está correta, com base no § 6º e 7º, do art. 14.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.
Para que determinado candidato seja elegível é necessário que não esteja
inserido em nenhuma das situações acima. Nesse sentido, pode-se dizer que a
titularidade do mandato eletivo e a candidatura à reeleição atuam como
condições de elegibilidade.
Essa é uma questão complexa, pois inverte a racionalidade de condições de
elegibilidade e não se limita aquelas diretamente previstas na CF. Na verdade, o
candidato deve preencher todas as condições de elegibilidade e não incidir em
nenhuma das hipóteses de inelegibilidade.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois apenas os militares considerados conscritos são
inelegíveis de acordo com a legislação. Lembre-se que o conscrito é aquele que
presta serviço militar obrigatório.
Comentários
A assertiva está correta. A questão exige o conhecimento das condições de
elegibilidade, dentre as quais se enquadram a filiação partidária e a idade mínima.
Quanto à idade mínima, lembremos do inciso VI, do art. 14, da CF, que arrola as
idades mínimas para concorrer a cada cargo. Vejamos:
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Comentários
A assertiva está incorreta. Trata-se de questão dificílima e específica, que exige
conhecimento expresso do julgado abaixo:
Assim, expressa o julgado que compete a cada Estado da federação dispor sobre
o processo de escolha do governador e vice através da Assembleia Legislativa.
Trouxemos essa questão com o objetivo de deixar o material bem completo.
Comentários
A questão exige uma das condições de elegibilidade, qual seja, a idade mínima
para concorrer aos cargos eletivos. Vejamos um esquema de aula para relembrar
o assunto.
Presidente, Vice e
35 anos
Senador
18 anos Vereador
Comentários
A idade mínima é uma condição de elegibilidade que será aferida na data da
posse. Essa informação está prevista na Lei das Eleições, art. 11, § 2º.
§ 2o A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é
verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos,
hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro. (Redação dada pela
Lei nº 13.165, de 2015)
Comentários
Em relação idade mínima, como condição de elegibilidade, será aferida na data
do pleito.
Esquematizando:
Presidente e Vice-Presidente
35 anos
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual ou do Distrito Federal
21 anos
Prefeito e Vice-Prefeito
Juiz de paz
18 anos Vereador
Inelegibilidade
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois diz exatamente o contrário do que
estabelece o art. 18, da LC 64/1990. A declaração de inelegibilidade do detentor
do mandato eletivo para cargos de Chefe do Executivo não poderá prejudicar ou
atingir os seus vices. Em última instância, lembre-se do princípio de que a pena
não pode passar da pessoa do acusado.
Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador
de Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-
Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles.
sido proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão
Executiva do Partido fará a escolha do candidato.
Comentários
A questão cobra o entendimento do art. 2º, parágrafo único, da Lei
Complementar nº 64/90.
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade.
Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-
Presidente da República;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador
e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e
Deputado Distrital;
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
Senador
Prefeito
Presidente
Deputado Federal
Governador
vice-Presidente
Vereador
vice-Governador
Comentários
A alternativa A está incorreta, tendo em vista que o MP pode apresentar
alegações em qualquer situação, de acordo com o art. 6º da Lei Complementar
64/1990:
Art. 6° Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do artigo anterior, as partes,
inclusive o Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 5 (cinco)
dias.
Esse tema foi objeto de esquema de aula. Segue o artigo articulado de forma
didática para facilitar a memorização.
ARQUIÇÃO DE
INELEGIBILIDADE
legitimados
A alternativa C está incorreta, pois a defesa poderá ser feita por qualquer
partido ou coligação, é o que se depreende do art. 4º da LI.
Art. 4° A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após
devida notificação, o prazo de 7 (sete) dias para que o candidato, partido político ou
coligação possa contestá-la, juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a
produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em poder de
terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo
os processos em tramitação em segredo de justiça.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o processo de investigação é acusatório à
medida que é possibilitado ao acusado o contraditório e ampla defesa, bem como
apresentação de testemunhas.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no inc. XIV,
do art. 22 da Lei de Inelegibilidade. Na verdade, essa alternativa traz as
justificativas e consequências da ação de impugnação, de modo que está correta.
XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o
Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído
para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se
realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação
do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do
poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de
comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para
instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer
outras providências que a espécie comportar;
30
Ac. de 15.9.2010 no AgR-REspe nº 484336, rel. Min. Arnaldo Versiani.
Comentários
O item I está correto, com base no art. 1º, II, “d”, da Lei de Inelegibilidades:
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem competência ou interesse, direta,
indireta ou eventual, no lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e
contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas
relacionadas com essas atividades;
31
Ac. de 10.10.2006 no ARESPE nº 26.772, rel. Min. Marcelo Ribeiro.
O item III está incorreto, com base na mesma alínea “g”, citada acima.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o prazo de interposição da AIRC é de 05
dias. Vejamos o art. 3º, da Lei de Inelegibilidades.
Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público,
NO PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, contados da publicação do pedido de registro do
candidato, impugná-lo em petição fundamentada.
A alternativa B está incorreta, com base no artigo citado acima. Note que o MPE
é um dos legitimados para propor a AIRC.
A alternativa C está incorreta, pois, como exposto acima, o partido político e a
coligação também são legitimados para propor AIRC.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o § 3º, do art.
3º. A ideia dessa questão é confundir o candidato com a AIME, ação que somente
pode ser proposta com indício de prova documental.
§ 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende
demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo
de 6 (seis).
Comentários
Primeiramente precisamos lembrar que as desincompatibilizações para
Deputados Estadual observam as regras de Senador, para o qual se aplicam as
mesmas regras de Presidente. Por essa razão, citaremos os casos especificados
para o concorrer ao cargo de Presidente.
No caso de Petrus, a desincompatibilização está prevista no art. 1º, II, a, da Lei
das Inelegibilidades:
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou
função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe,
mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com
recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social;
Temos:
Petrus 4 meses
Augustus 6 meses
Brutus 3 meses
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
Nessa questão a banca explorou os prazos de desincompatibilização previstos na
Lei de Inelegibilidades.
Do enunciado notamos que Peter é servidor público. Se estivermos atentos vamos
lembrar que os servidores fogem à regra geral. Assim, o prazo de
desincompatibilização não será de 6 meses, mas de três meses.
Servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da
administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público.
Em tal hipótese o prazo de desincompatibilização será de 3 MESES. É importante
mencionar, ainda, que esse afastamento é remunerado.
Portanto, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
Comentários
A questão exige conhecimento da Lei de Inelegibilidade, mais especificamente os
prazos de desincompatibilização.
Vejamos:
Peter é Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal – art. 1º, II, a, 15,
da LI:
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:
15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
Brutos é Prefeito Municipal de uma cidade do interior do Estado – art. 1º, II,
a, 13, da LI:
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:
13. os Prefeitos Municipais;
Comentários
Trata-se de uma hipótese de inelegibilidade que surgiu pela jurisprudência. É a
figura do prefeito itinerante, vedada pelo STF. O candidato a prefeito não pode
alterar seu domicílio eleitoral com o fim de burlar a regra da reeleição. Desse
modo, não poderia concorrer mesmo que em Municípios distintos.
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A questão cobra o conhecimento da inelegibilidade reflexa do art. 14, § 7º da Lei
de Inelegibilidades.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.
Comentários
A assertiva está correta. É o que prevê o art. 1º, I, “m”, da LC 64/1990.
Art. 1º São inelegíveis:
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão
profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8
(oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;
Comentários
A assertiva está incorreta. A inelegibilidade atinge apenas o âmbito de jurisdição
do detentor do mandato eletivo. Deste modo, o prefeito exerce seu mandato de
âmbito municipal, nesse caso, seu cônjuge não poderá se candidatar no âmbito
do Município. Assim, poderá se candidatar livremente a cargo no âmbito estadual.
Isso de acordo com o art. 1º, LC 64 de 90:
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes,
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
Comentários
A assertiva está incorreta. O STF decidiu que a união homoafetiva é equiparada
à união estável, assim sendo, a companheira da prefeita sofre inelegibilidade
dentro do município de acordo com o art. 14, § 7º, da CF. Ademais, como vimos
em aula, há jurisprudência expressa do TSE também no mesmo sentido.
Comentários
A assertiva está correta. Com base no inciso IV, alínea c, do art. 1º, da LC 64/90.
Observem com bastante atenção os prazos da lei, eles são muito cobrados em
provas.
Art. 1º São inelegíveis:
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de
Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
Comentários
A assertiva está incorreta. A inelegibilidade, nesse caso, é por 08 anos e não 04
anos como diz a questão. Tomem cuidado com os prazos dessa lei, eles são
cobrados com muita frequência.
Vejamos o dispositivo que ampara a resposta.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas
por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por
decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada
pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes,
contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da
Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que
houverem agido nessa condição.
Comentários
A assertiva está correta, com base no art. 1º, inciso II, alínea g. O fato de
ocupar, dentro de 04 meses anteriores ao pleito, função de direção em entidade
representativa de classe e mantida parcialmente por contribuições impostas pelo
poder público, torna o candidato inelegível para os cargos de Presidente ou Vice
da República.
Art. 1º São inelegíveis:
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou
função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe,
mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com
recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o
entendimento do TSE no REspe n° 25.568:
Observado o prazo de dez dias contado do fato ou da decisão judicial que deu origem ao
respectivo pedido, é possível a substituição de candidato a cargo majoritário a qualquer
tempo antes da eleição (art. 101, § 2°, do Código Eleitoral) [...].
XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato
alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o
caracterizam.
Comentários
O candidato será é inelegível por 8 anos após o término da legislatura, de acordo
com o art. 1º, I, k, da LC 64/1990. Assim, nas eleições de 2012, o candidato
ainda era inelegível. Portanto, a assertiva está correta.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os
membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa,
das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de
representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência
a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito
Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o
período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos
subsequentes ao término da legislatura;
Comentários
A assertiva está incorreta, pois o prazo de inelegibilidade para quem for
condenado por crime contra o meio ambiente é desde a condenação até 08 anos
após o cumprimento da pena. Vejamos o dispositivo da LC 64/90.
Art 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista o dispositivo citado da LC 64/90.
Somente há inelegibilidade se a conduta vedada implicar em cassação ou registro
do diploma.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou
do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;
Comentários
A assertiva está incorreta. O prazo de inelegibilidade previsto se estende desde
o período remanescente do mandato e até 08 anos subsequentes ao seu término.
Vejamos o dispositivo.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
c) Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-
Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município,
para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito)anos
subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;
Comentários
A assertiva está incorreta. O prazo de inelegibilidade se conta da eleição e não
do termino do mandato como diz a questão.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do
diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;
Comentários
A assertiva está incorreta, pois essa hipótese não abrange qualquer crime
eleitoral, mas tão somente aqueles puníveis com pena privativa de liberdade.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
cumprimento da pena, pelos crimes:
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
Comentários
Comentários
A assertiva está incorreta, pois os efeitos da pena ultrapassam o período da
condenação e perduram até 08 anos após o cumprimento da pena.
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos
após o cumprimento da pena, pelos crimes:
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos
na lei que regula a falência;
Comentários
A assertiva está incorreta. Embora o eleitor inelegível tenha parte de seus
direitos políticos restringidos, é possível a filiação em partido político.
Comentários
A alternativa A está incorreta, a desincompatibilização no caso de Governador
de Estado que queira concorrer ao cargo de Presidente da República é de, no
mínimo, 6 meses, conforme art.1º, II, “a”, 10, da Lei de Inelegibilidade.
A alternativa B está incorreta. No caso apresentado na questão o período de
inelegibilidade é de oito anos, conforme art. 1º, I, “g”, da Lei de Inelegibilidade.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Podemos perceber o
conceito de inelegibilidade a partir do art. 14, § 9º, da CF.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.
Comentários
Comentários
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão, porque a alternativa
generaliza, não discriminando que a hipótese se aplica apenas aos atos dolosos.
Vejamos o art. 1º, I, g.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas
por irregularidade insanável que configure ato DOLOSO de improbidade
administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito)
anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II
do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
mandatários que houverem agido nessa condição;
Comentários
A alternativa A está correta, tendo em vista o que prescreve o § 1º, do art. 3º
da Lei de Inelegibilidades.
§ 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação
do Ministério Público no mesmo sentido.
A alternativa B está correta pelo que estabelece o art. 2º, parágrafo único,
inciso I, da LC 64/1990.
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade.
Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-
Presidente da República;
A alternativa C está correta, com base no art. 3º da LI. Prestem atenção nesse
artigo! Esse dispositivo já foi cobrado em diversas questões.
Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público,
no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato,
impugná-lo em petição fundamentada.
Comentários
A questão cobra o conhecimento do inc. XVI, do art. 22, da LC 64/90. Vejamos:
XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato
alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o
caracterizam.
Comentários
A alternativa A está incorreta, com base no art. 1º, § 4º, pois a inelegibilidade
não se aplica a crimes culposo.
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes
culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de
ação penal privada.
Comentários
Assim, a ação deve ser ajuizada até o dia da diplomação. Quanto à competência
para julgamento, sabemos que o Juiz eleitoral é competente no caso de Prefeito,
vice e vereador. Vejamos o dispositivo:
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade.
Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
32
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15263, Acórdão nº 15263 de 25/05/1999, Relator(a) Min.
NELSON AZEVEDO JOBIM, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 11/6/1999, Página 87 RJTSE
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 11, Tomo 3, Página 149.
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. É o que estabelece o art.
1º, inciso I, alínea J.
8 anos a contar da
data da eleição
Comentários
A alternativa A está incorreta. Verifica-se, na hipótese, a inelegibilidade de
Marcos Silva, que embora seja opositor político de Jorge Silva, possui com este
parentesco até segundo grau.
O fundamento da alternativa é extraído do art. 14, §7º, da CF:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.
Comentários
A alternativa A está correta porque de acordo com o art. 1º, I, da LI:
Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os
membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa, das
Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de
representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por
infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se
realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos
e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;
Comentários
A alternativa A está correta, conforme art. 1º, inciso VII, § 3º, da Lei das
Inelegibilidades.
§ 3º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
Comentários.
A assertiva está correta, tendo em vista o que prevê o art. 1º, inciso I, alínea o.
Art. 1º São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou
judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso
ou anulado pelo Poder Judiciário;
Comentários
A assertiva está incorreta. Para acertarmos a questão sem maiores dificuldades
devemos lembrar, que:
O TSE julgará o processo de inelegibilidade dos candidatos a Presidente e
vice-Presidente; e
O juiz eleitoral julgará o processo de inelegibilidade dos candidatos a
Prefeito, vice-Prefeito e Vereador.
Todos os demais cargos eletivos serão da competência do TRE.
Portanto, o erro da assertiva está em dizer que os candidatos a Senador da
República são julgados pelo TSE.
Vejamos, para finalizar o art. 2º, § único, da LI:
Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
I – o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-
Presidente da República;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador
e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e
Deputado Distrital;
III – os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
Comentários
Está correta a assertiva. É exatamente o que se extrai do art. 3º da LI:
Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público,
no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro de candidato,
impugná-lo em petição fundamentada.
Comentários
Está incorreta a assertiva. A primeira parte da assertiva está correta, posto que
a impugnação deverá ser apresentada em petição fundamentada. Desse
modo, na peça inicial o impugnante deverá especificar as provas que pretende
produzir, indicando as testemunhas que pretende ouvir, que serão, no máximo 6
e não “no mínimo” 6 como mencionou a questão.
Essa é a regra extraída do art. 2º, §3º, da LI:
§ 3º O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende
demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de
6 (seis).
Comentários
A assertiva está incorreta. Notem que a questão tenta nos induzir a erro.
Embora o prazo para arguir a inelegibilidade seja de 5 dias a contar do registro,
o prazo para contestá-la é de 7 dias, nos termos do art. 2º, §4º, da LI:
Art. 4º A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após
devida notificação, o prazo de 7 (sete) dias para que o candidato, partido político ou
Comentários
A assertiva está correta. É exatamente isso que se extrai da Súmula 11 do TSE:
Súmula TSE nº 11/1992
Ilegitimidade do partido que não impugnou o registro de candidato para recorrer da
sentença que o deferiu, salvo se cuidar de matéria constitucional.
8 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
Elegibilidade
A elegibilidade é a aptidão para ser eleito, vale dizer, é a condição adquirida
pelo cidadão para receber votos nas eleições. Aquele que é elegível, portanto,
detém capacidade eleitoral passiva.
Desse modo, associe:
CAPACIDADE POSSIBILIDADE DE
ELEGIBILIDADE
ELEITORAL RECEBER VOTOS
Para que o cidadão possa concorrer a cargos político-eletivos, para além das
condições de elegibilidade, ele não deve incorrer em uma das hipóteses de
inelegibilidade.
Para a prova...
Condições de Elegibilidade
De acordo com a doutrina as condições de elegibilidade “credenciam o cidadão
à postulação do registro de sua candidatura, constituindo-se o primeiro estágio a
ser percorrido por alguém para exercitar o direito de ser votado”33.
Vamos começar pela síntese.
33
MARTINIANO, Rodrigo. LINS, Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado. 2ª edição, rev., ampl.
e rev., São Paulo: Editora Ferreira, 2014, p. 161.
Nacionalidade
Brasileira
Alistamento
CONDIÇÕES DE Eleitoral
ELEGIBILIDADE
PRÓPRIAS Domicílio
Eleitoral
Presidente, Vice e
35 anos
Senador
Filiação
Partidária
30 anos Governador e Vice
Idade Mínima
Deputado Federal e
21 anos
Estadual e Prefeito
18 anos Vereador
Nacionalidade brasileira
A primeira condição para ser votado é ser brasileiro. Não importa se nato ou
naturalizado, em princípio. A única exceção são os cargos privativos de
brasileiro nato.
Em Esquema:
Presidente e Vice
CARGOS DE BRASILEIROS
Ministro do STF
Filiação partidária
FILIAÇÃO desnecessidade de
militares
filiação
peculiaridades magistrados
Min. do TCU
Idade mínima
Presidente e Vice-Presidente
35 anos
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual ou do Distrito Federal
21 anos
Prefeito e Vice-Prefeito
Juiz de paz
18 anos Vereador
registro da
data do pleito data da posse
candidatura
alistamento eleitoral
INSTÂNCIA DA JUSTIÇA
CARGO
ELEITORAL
Senador
Prefeito e vice-Prefeito
Juiz Eleitoral
Vereador
Inelegibilidade
Introdução
As inelegibilidades são fatores negativos cuja presença obstrui a possibilidade
de o candidato exercer mandato eletivo.
Esse instituto tem por finalidade:
proteger a probidade administrativa;
preservar a moralidade para exercício de mandato considerando vida
pregressa do candidato;
garantir a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta.
Natureza Jurídica
NATUREZA JURÍDICA DA
status eleitoral da pessoa
INELEGIBILIDADE
34
ARE nº 712.790 AgR/RJ, DJe 11.12.2012.
A decisão judicial
CONSEQUÊNCIA DE UMA
constituirá o status de
SANÇÃO
inelegível.
Hipóteses
A doutrina costuma distinguir as hipóteses em constitucionais e
infraconstitucionais. As hipóteses constitucionais vêm estabelecidas no art. 14
da CF. Já as hipóteses infraconstitucionais estão delimitadas na Lei
Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidades), com as alterações da Lei
Complementar nº 135/2010 (Lei do Ficha Limpa).
Inelegibilidades Constitucionais
Inelegibilidade dos Inalistáveis e Analfabetos
SÃO INELEGÍVEIS
inalistáveis analfabetos
estrangeiros conscritos
flexibilização da
a situação dos
reeleição desincompatibilização inelegibilidade
prefeitos itinerantes
funcional
Reeleição
A reeleição só poderá ocorrer para um único mandato subsequente,
abrangendo não apenas os titulares, como aqueles que sucederam (definitivo) ou
substituíram (temporário) o titular do cargo.
A reeleição atinge apenas os cargos do Poder Executivo (Presidente,
Governadores e Prefeitos).
A reeleição obsta o terceiro mandato consecutivo.
Desincompatibilização
A desincompatibilização constitui modalidade de inelegibilidade relativa.
A desincompatibilização aplica-se ao membro do Poder Executivo.
Detentores de mandatos político-eletivo pelo Poder Legislativo (senadores,
deputados federais e estaduais e vereadores) não são afetados pela regra
constitucional acima.
A desincompatibilização aplica-se tão somente para ocupar outro cargo.
Desse modo, em caso de reeleição, não é necessário desincompatibilizar-se.
Se o Presidente, Governador ou Prefeito pretenderem candidatar-se a qualquer
outro cargo eletivo deverão renunciar ao mandato até seis meses antes do
pleito.
Sempre devemos raciocinar tendo em mente que é VEDADO O TERCEIRO
MANDATO CONSECUTIVO. Pensando assim, ficará mais fácil...
Flexibilização da inelegibilidade funcional
O entendimento do TSE foi no sentido de que o fato de o candidato ter ocupado
a titularidade do cargo de Prefeito por três dias não seria suficiente para
configurar o exercício de um primeiro mandato para fins de reeleição.
Destacamos esse entendimento porque ele contraria a literalidade estrita do
art. 14, §6º, da CF. Esse dispositivo fala em substituição por si só. Ainda que por
três dia, trata-se substituição. Contudo, a interpretação do TSE analisa a
finalidade da norma e é dotada de razoabilidade.
Inelegibilidade reflexa
a inelegibilidade reflexa produz efeitos apenas em relação ao cônjuge
e parentes do membro que ocupa cargo no Poder Executivo.
O cônjuge e parentes são inelegíveis dentro da circunscrição do titular. Em
razão disso, se o titular é detentor de cargo municipal a inelegibilidade reflexa
limita-se à circunscrição daquele município.
GRAUS DE PARENTESCO
FORMAS DE PARENTESCO
1º grau 2º grau
PAIS (inclusive
Em linha Ascendente AVÓS
madrasta e padrasto)
Parentesco reta
Descendente FILHOS NETOS
consanguíneos
Em linha
-- -- IRMÃOS
colateral
SOGROS (inclusive
padrasto ou madrasta AVÓS DO CÔNJUGE
Ascendentes
do cônjuge ou OU COMPANHEIRO
Em linha companheiro)
reta ENTEADOS, GENROS
Parentes Por
E NORAS (inclusive
Afinidade Descendentes NETOS
do cônjuge ou
companheiro)
CUNHADOS (irmãos
Em linha
-- -- do cônjuge ou
colateral
companheiro)
Inelegibilidades Infraconstitucionais
Introdução
princípio da
preservação da
princípio da probidade
princípio da moralidade normalidade e
administrativa
legitimidade das
eleições
Classificação
Para fins de prova e para o momento desta aula, interessa a seguinte:
inalistáveis
analfabetos
perda de mandato legislativo por falta de decoro ou por conduta incompatível
perda de mandato executivo por crime de responsabilidade
condenação por abuso do poder econômico ou político nas eleições
condenação criminal por crimes graves ou relacionados à coisa pública
condenação militar por indignidade do oficialato
condenação administrativa por rejeição de contas
condenação por abuso do poder econômico ou político no exercício de cargos públicos
responsabilização por falência de instituição financeira
condenação por corrupção eleitoral, captação ilícita de sufrágio, captação ilícita em
campanha ou por condutas vedadas aos agentes públicos
renúncia ao mandato eletivo quando houver oferecimento de representação ou
ajuizamento de processo de infringência
condenação por improbidade administrativa
condenação administrativa que resulte na exclusão do exercício profissional
condenação por simulação ou por fraude de desfazimento de vínculo conjugal com vistas
a evitar a inelegibilidade
demissão do serviço público
condenação por doação eleitoral ilegal
aposentadoria compulsória de magistrados e de membros do Ministério Público
Presidente da República
Para se candidatar ao cargo de Presidente ou vice-Presidente da República exige-
se, em regra, para determinados agentes públicos e membros de certas
categorias, o prazo de seis meses para a desincompatibilização. Como dissemos,
A REGRA É O PRAZO DE SEIS MESES. Desse modo, para facilitar a absorção
dos assuntos para a prova, vamos mencionar três hipóteses, que fogem à regra,
ou seja, não observam o prazo de seis meses.
São elas:
Reeleição
Aqueles que tenham ocupado cargo ou função de direção, administração
ou representação em entidades representativas de classe, mantidas,
total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder público ou
com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social. Em tal
hipótese o prazo de desincompatibilização, ao contrário da regra, será de 4
MESES.
Servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da
administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público.
Em tal hipótese o prazo de desincompatibilização será de 3 MESES. É importante
mencionar, ainda, que esse afastamento é remunerado.
Para os cargos abaixo listados, caso se pretenda concorrer ao cargo de Presidente
da República, a desincompatibilização deverá ocorrer com antecedência de seis
meses.
II – para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:
1 – os Ministros de Estado;
2 – os Chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência
da República;
3 – o Chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da
República;
4 – o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
5 – o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;
6 – os Chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
7 – os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
8 – os Magistrados;
9 – os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista, e fundações públicas e as mantidas pelo
Poder Público;
10 – os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios;
11 – os Interventores Federais;
12 – os Secretários de Estado;
13 – os Prefeitos Municipais;
Governador e vice-Governador
Na sequência, vamos analisar as situações que geram a inelegibilidade relativa
para os cargos de Governador e vice-Governador. A LI define, inicialmente, que
as hipóteses de inelegibilidades previstas no art. 1º, II, a, para o cargo de
Presidente e vice-Presidente aplicam-se também aos Governadores e vice-
Governadores.
Por fim, registre-se que, para facilitar a nossa vida, o legislador prescreveu que
TODAS as hipóteses de inelegibilidade relativas “exclusivas” dos cargos de
Governador e de vice-Governador SÃO DE SEIS MESES.
Força lá, pessoal! Esse assunto é complexo, mas certamente vocês terão
a segurança necessária para a prova...
Prefeito e vice-Prefeito
Mantendo a regra que vimos acima, em relação aos Prefeitos, prevê a LI que a
eles aplicam-se regras de inelegibilidades relativas aplicáveis aos cargos
de Presidente e Governador, acima arroladas.
Na sequência, estabelece um rol próprio de prazos de desincompatibilização, que
possui como característica importante o prazo de 4 MESES.
Assim, serão inelegíveis para concorrer ao cargo de Prefeito e vice-Prefeito:
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca, nos 4
(QUATRO) MESES ANTERIORES AO PLEITO, sem prejuízo dos vencimentos integrais;
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (QUATRO)
MESES ANTERIORES AO PLEITO;
Senador
Em relação às inelegibilidades relativas ao cargo de Senador da República, a LI
adota as MESMAS HIPÓTESES PREVISTAS PARA OS CARGOS DE
PRESIDENTE E DE GOVENADOR.
Lembrem-se, DE TUDO O QUE VIMOS ATÉ AGORA EM RELAÇÃO À
INELEGIBILIDADE RELATIVA, NÃO SE APLICAM APENAS AS SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS DE INELEGIBILIDADE DOS PREFEITOS.
Deputados Federal e Estadual
A regra aqui é simples: APLICAM-SE AS MESMAS HIPÓTESES PREVISTAS
AOS SENADORES FEDERAIS, ou seja, devem ser observadas as hipóteses de
inelegibilidades aplicáveis ao cargo de Presidente e vice-Presidente e de
Govenador e vice-Governador.
Vereadores
Por fim, no que diz respeito à inelegibilidade relativa ao cargo de vereador,
APLICAM-SE AS HIPÓTESES PREVISTAS PARA OS SENADORES,
DEPUTADOS FEDERAIS E PREFEITOS, observando-se, em ambos os casos, O
PRAZO DE SEIS MESES.
Regras específicas (§§)
as hipóteses de condenações criminais capazes de implicar na inelegibilidade
absoluta, pelo prazo de oito anos, tal como estudado, RESTRINGE-SE AOS
CRIMES DOLOSOS, NÃO ABRANGENDO CRIMES PRATICADOS NA FORMA
CULPOSA:
a renúncia ao mandato gera a inelegibilidade. Contudo, para a
desincompatibilização é necessária a renúncia. Assim, exige-se a renúncia
para concorrer a outros cargos, mas a mesma hipótese pode implicar numa
inelegibilidade absoluta.
registro da
REGRA
candidatura
MOMENTO DE
AFERIÇÃO DAS
HIPÓTESES DE arguíveis a
inelegibilidades
INELEGIBILIDADE qualquer
constitucionais
tempo
EXCEÇÕES
inelegibilidades
infraconstitucionais
supervenientes
Procedimento
existem diversas formas de se arguir inelegibilidade.
Primeiramente, no ato de registro da candidatura é possível que o próprio
órgão judicial afirme a inelegibilidade de ofício.
Por outro lado, é possível que os legitimados impugnem a solicitação de
registro por intermédio da ação de impugnação de registro de candidatura
(AIRC). Essa hipótese será utilizada para os casos em que a inelegibilidade já
esteja constituída.
Em se tratado de inelegibilidade superveniente ou constitucional será proposto
recurso contra a expedição de diploma (RCED), com respaldo no art. 262, do CE.
Desse modo...
de ofício pela
autoridade judicial
por intermédio de
FORMAS DE AIRC, em caso de
ARGUIÇÃO inelegibilidade pré-
constituída
pelo legitimados
por intermédio de
RCED em caso de
inelegibilidade
constitucional ou
superveniente
Senador
Prefeito
Presidente
Deputado Federal
Governador
vice-Presidente
Vereador
vice-Governador
ARGUIÇÃO DE INELEGIBILIDADE
legitimados
partido Ministério
candidato coligações
político Público
9 - Considerações Finais
Concluímos mais uma longa e importante aula. Estudem essa aula com cuidado
e revisem o resumo.
Na próxima aula analisaremos a Lei dos Partidos Políticos.
Até lá!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com.br
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