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Aula 07

Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos


Professor: Ricardo Torques
Direito Eleitoral TRE-SP
Analistas e Técnico
Aula 07 - Prof. Ricardo Torques

AULA 07
PARTIDOS POLÍTICOS

Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Partidos Políticos ........................................................................................................ 4
2.1 - Histórico ............................................................................................................. 4
2.2 - Conceituação ....................................................................................................... 4
2.3 - Características e Função dos Partidos Políticos ......................................................... 6
2.4 - Destinação .......................................................................................................... 6
3 - Liberdade e autonomia partidárias ................................................................................ 7
4 - Natureza jurídica ........................................................................................................ 9
5 - Criação e registro ..................................................................................................... 11
5.1 - Caráter Nacional ................................................................................................ 12
5.2 - Consequência do Registro ................................................................................... 14
5.3 - Procedimento de Registro .................................................................................... 15
6 - Funcionamento parlamentar ...................................................................................... 20
7 - Programa e Estatuto ................................................................................................. 22
8 - Filiação ................................................................................................................... 25
9 - Fidelidade e disciplina partidárias ............................................................................... 31
9.1 - Conceito de fidelidade partidária .......................................................................... 31
9.2 - Disciplina partidária ............................................................................................ 32
9.3 - Desfiliação Imotivada ......................................................................................... 33
10 - Janela para Troca de Partido (Emenda Constitucional 91/2016) .................................... 38
11 - Fusão, incorporação e extinção ................................................................................ 40
11.1 - Fusão.............................................................................................................. 41
11.2 - Incorporação ................................................................................................... 42
11.3 - Extinção .......................................................................................................... 44
12 - Finanças e contabilidade.......................................................................................... 46
12.1 - Prestação de contas e sanções dela decorrentes ................................................... 47

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12.3 - Fundo partidário ............................................................................................... 58


13 - Acesso gratuito ao rádio e à televisão ....................................................................... 67
14 - Disposições Finais................................................................................................... 75
14.1 - Disposições Gerais ............................................................................................ 75
14.2 - Disposições finais e transitórias .......................................................................... 75
15 - Questões ............................................................................................................... 77
15.1 – Questões sem Comentários ............................................................................... 77
15.2 – Gabarito ....................................................................................................... 106
15.3 – Questões com Comentários ............................................................................. 108
16 - Resumo da Aula ................................................................................................... 179
17 - Considerações Finais ............................................................................................. 199

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PARTIDOS POLÍTICOS
1 - Considerações Iniciais
Olá, a aula de hoje será destinada ao estudo dos partidos políticos.
Veremos os aspectos constitucionais e, em seguida, alguns aspectos da Lei nº
4.737/1965 (Código Eleitoral), bem como da Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos
Políticos).
Assim, nossa aula terá como bases legislativas:

Constituição
Federal

PARTIDOS
BASE LEGISLATIVA Código Eleitoral
POLÍTICOS

Lei dos Partidos


Políticos

A Lei dos Partidos Políticos é o diploma mais importante da matéria porque


disciplina, com detalhes, o assunto.

organização e finanças e
disposições
funcionamento dos contabilidade dos
preliminares
partidos políticos partidos

acesso gratuito ao disposições gerais e


rádio e à televisão finais

Todos esses assuntos serão enfrentados na aula de hoje.


Ainda em relação à Lei mencionada, devemos estar cientes de que vários dos
seus dispositivos foram recentemente alterados pela Lei nº 13.165/2015,
denominada de Reforma Eleitoral. Assim, ante a importância dessas alterações,
nós destacaremos TODAS as recentes alterações ao longo da aula, dada a
probabilidade de cobrança em prova.
Ainda assim, é uma matéria tranquila, porém, não menos importante em prova.
Desse modo, toda atenção é pouca para nossos estudos!
Prontos?!

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2 - Partidos Políticos
2.1 - Histórico
Os partidos políticos são instituições fundamentais do processo democrático. Não
há como se falar em representação popular e exercício de poder estatal,
atualmente, sem a figura dos partidos políticos.
De acordo com a doutrina, os partidos políticos são essenciais por constituírem
instrumento para a atuação política e social. São instituições que sentem a
opinião pública e a revelam ideais, que são postos em prática durante o exercício
do mandato político.
O surgimento dos partidos políticos está atrelado, historicamente, à noção de
participação popular e do interesse da comunidade nas decisões políticas tomadas
pelos governantes.
Vejamos, em forma de tabela, dois eventos centrais1 que levaram ao
surgimento dos partidos políticos.

Verifica-se no século XVII, grupos de Parlamentares, com ideias afins, que


Grã-Bretanha
procuram votar unidos.

Verifica-se no século XIX, o surgimento dos partidos Federalista


EUA (capitaneados por Hamilton e Adams) e Republicano (coordenados por
Jefferson e Madison).

Em nosso país, o primeiro partido político surgiu em 1831, denominado de


Partido Liberal. No ano de 1838 surge o partido Conservador. Ambos dominaram
o cenário político brasileiro, até a Proclamação da República em 1889.
Nos anos que se seguiram, diversos partidos políticos se sucederam em razão
dos diversos sistemas eleitorais, da extinção e da formação de novos partidos e
em razão da conjuntura política, marcada por revoluções e por golpes políticos.
Desse modo, a evolução dos partidos políticos no Brasil é marcada por forte
instabilidade.

2.2 - Conceituação
Para estudarmos o conceito de partido político, vejamos o que nos ensina José
Jairo Gomes2:
Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas,
com organização estável, cujas finalidades são alcançar e/ou manter o poder político-estatal
e assegurar, no interesse do regime democrático de direito, a autenticidade do sistema
representativo, o regular funcionamento do governo e das instituições políticas, bem como
a implementação dos direitos humanos fundamentais.

1
Com base em GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev., atual. e ampl., São Paulo:
Editora Atlas S/A, 2014, p. 92.
2
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 94.

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Vamos destrinchar esse conceito:


 livre associação de pessoas.
Refere-se à liberdade de reunião de um grupo de pessoas com a finalidade
de constituir um partido político.
 organização estável.
Envolve a ideia de constituição de um organismo político permanente e
organizado.
 alcançar e manter o poder político-estatal (finalidade).
O principal objetivo do partido político é acessar o poder por intermédio do
voto, elegendo representantes que se empenharão para a defesa dos
interesses do grupo que representam.
 confere autenticidade ao sistema representativo, ao regular
funcionamento do governo, às instituições políticas e à
implementação dos direitos fundamentais.
É a forma que a comunidade encontrou para representar os mais variados
grupos de interesses da comunidade. Em razão disso, o partido político é
fundamental para a garantia do princípio democrático, conferindo
legitimidade ao governo e às instituições políticas, com a representação da
vontade da maioria.
Vejamos, ainda, o conceito de Thales e de Camila Cerqueira3 que explica a origem
do termo partido:
Portanto, partido político, em sua essência, é um fragmento do pensamento político da
nação, cujos adeptos ou simpatizantes se vinculam a ideologias por afinidade, buscando o
exercício do poder (situação) ou a fiscalização dos detentores desse poder (oposição), sem
prejuízo de atividades administrativas e institucionais.

Esses conceitos são, em verdade, um tanto vagos. Desse modo, a fim de facilitar
a absorção dos assuntos centrais para a sua prova, lembre-se do conceito abaixo:

Os partidos políticos são agrupamento de pessoas


que possuem pontos de vista semelhantes que,
reunidos, procuram chegar e manter o poder
político, por intermédio de cargos políticos.

3
CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado. 4ª
edição, rev. e atual., São Paulo: Editora Saraiva, 2014, p. 233.

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2.3 - Características e Função dos Partidos Políticos


Ainda nessa parte introdutória da matéria, vejamos, inicialmente, a síntese das
características dos partidos políticos, segundo a doutrina de José Jairo
Gomes.
 Constitui uma organização de pessoas em torno de interesses e de
princípios comuns.
 Objetivam acessar ao poder político, notadamente, por intermédio do
voto.
 Constituem-se com propósito perene, ou seja, para durar ao longo dos
anos.
 Não se confundem com facções, clubes, grupos etc., em razão da
estabilidade, da estrutura e da organização.
Não se preocupem em memorizar as características acima, mas procurem
entender o que está sendo afirmado. O mesmo vale para o estudo das funções.
A doutrina identifica três principais categorias de funções atribuídas aos partidos
políticos:

Os partidos políticos organizam a ação governamental.


FUNÇÃO NO Por intermédio dos seus candidatos eleitos, as agremiações influenciam
GOVERNO na elaboração das leis e na condução do governo, especialmente no
que se refere à adoção de políticas públicas.

Os partidos políticos organizam cidadãos, candidatos e políticos


FUNÇÃO COMO com o objetivo de lograrem êxito no pleito eleitoral por meio de
ORGANIZAÇÃO diversas atividades como seleção de candidatos e financiamento de
campanhas.

Os partidos políticos constituem instrumento para auxiliar os


FUNÇÃO NO
eleitores no momento do voto, quando o cidadão procura pelo partido
ELEITORADO
político, com o qual compartilha valores, ideias e objetivos.

2.4 - Destinação
A partir desse momento, ingressamos no estudo da legislação propriamente e,
por isso, devemos redobrar a atenção.
Por destinação podemos compreender os fins para os quais os partidos
existem. Na verdade, já vimos, no conceito acima, a finalidade dos partidos
políticos.
De forma didática, podemos remeter o estudo ao art. 1º da LPP.
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a
defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Portanto:

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a assegurar a autencidadade
do sistema representativo.
OS PARTIDOS
POLÍTICOS
DESTINAM-SE
a defender os direitos
fundamentais.

Sigamos!

3 - Liberdade e autonomia partidárias


A CF adotou o princípio da liberdade de organização dos partidos políticos
no art. 17, §1º:
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de
suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

Os partidos políticos possuem, portanto, autonomia para definir a estrutura


interna e o funcionamento.

art. 17, §1º, CF


PRINCÍPIO DA Prerrogativa para definir a
LIBERDADE E estrutura interna e o
AUTONOMIA funcionamento.

Vejamos o que diz Rodrigo Martiniano Ayres Lins4 sobre essa autonomia:
A Lei 12.891/2013 fez assegurar aos candidatos, partidos políticos e coligações não só
autonomia para definir sua estrutura interna e funcionamento, como também o cronograma
das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados
eventuais limites estabelecidos em lei.

Notem que a autonomia conferida aos partidos políticos não se limita aos termos
gerais da Constituição, na medida em que foi alargada pela legislação
infraconstitucional.
Também é decorrência do princípio da liberdade e autonomia a previsão do caput
do art. 17, da CF, que assim dispõe:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;

4
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro:
Editora Ferreira, 2014.

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II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Desse modo, confere-se também aos partidos políticos a liberdade de criação,


de fusão, de incorporação ou de extinção.
Nesse mesmo sentido, estão os arts. 2º e 3º da LPP:
Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento.

A liberdade e a autonomia partidária não é absoluta. Há uma série de restrições


impostas aos partidos políticos. Essas limitações não constituem intervenção
estatal, mas uma forma de colmatar a liberdade dos partidos políticos com outros
interesses e princípios do nosso Estado Constitucional de Direito.
Em razão disso, estabelece a CF, por exemplo, que os partidos políticos devem
resguardar alguns princípios e valores, bem como são obrigados a observarem
alguns preceitos.

OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM


RESGUARDAR A OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS

soberania nacional caráter nacional

regime proibição de
democrático recursos e
subordinação
estrangeira

pluripartidarismo
prestação de
contas
direitos
fundamentais da
pessoa humana funcionamento
parlamentar

É importante verificar, ainda, a redação do §4º, do art. 17, da CF:


§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

No mesmo sentido do mandamento constitucional está o art. 6º, da LPP:


Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-
se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

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É VEDADO AOS PARTIDOS


POLÍTICOS

Adotar organização militar ou


paramilitar.

Ministrar instrução militar ou


paramilitar.

Adotar uniforme para seus


membros.

Para facilitar nossa memorização, vocês sabem o que significa a


expressão paramilitar?
É a organização que “imita a estrutura e a disciplina do exército, sem dele fazer
parte”5.

A liberdade e autonomia partidárias tem


por finalidade evitar qualquer forma de
controle ideológico ou intervenção
arbitrária do Estado sobre a organização
dos partidos políticos.

Vimos, assim, as principais regras relativas à liberdade e autonomia partidárias.

4 - Natureza jurídica
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, conforme art.
44, do Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...)
V – os partidos políticos. (...)
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
específica. (...)

Cuidem, os partidos políticos não são pessoas jurídicas de direito público.


Segundo Rodrigo Martiniano Ayres Lins6:

5
"paramilitar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/dlpo/paramilitar, acesso em 04.01.2015.
6
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro:
Editora Ferreira, 2014.

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Não é o fato de o partido político receber recursos públicos (por meio do fundo partidário),
ou mesmo ser essencial para o acesso eletivo ao “poder estatal” que os enquadra como de
personalidade jurídica pública.

De acordo com o que ensina a doutrina, os partidos políticos devem registrar o


documento inicial de constituição – estatuto – no Serviço de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas da Capital Federal.
Assim...

PARTIDO Pessoa Jurídica de Direito


POLÍTICO Privado

Para aprofundarmos um pouco, vejamos duas consequências relevantes que


decorrem da natureza de pessoas jurídicas de direito privado.

 O mandado de segurança, ação constitucional que visa a tutelar direito


líquido e certo contra ato de autoridade pública, ou agente de pessoa jurídica no
exercício de funções do Poder Público, não era utilizado contra atos
praticados pelos partidos políticos, justamente por se tratar de pessoa
privada.
Entretanto, a Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança) estabeleceu
que é possível a utilização do mandado de segurança contra
representantes ou órgãos de partidos políticos.
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos
de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder
público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

Logo:

Cabe mandado de segurança contra ato praticado por


representante ou órgão de partido político, não em razão da
autoridade, mas por expressa previsão na Lei do Mandado de
Segurança.

 Por se tratar de pessoa de direito privado, eventuais lides judiciais


tramitarão, em regra, pela Justiça Comum. O deslocamento para a Justiça
Eleitoral somente ocorrerá quando a controvérsia provocar relevante influência
nas eleições.
Logo:

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O fato de o partido político litigar num dos polos da


relação jurídica processual, por si só, não terá o condão
de deslocar a competência para a Justiça Eleitoral.

5 - Criação e registro
No que diz respeito à criação e ao registro dos partidos políticos, devemos iniciar
o estudo com o art. 17, §2º, da CF. Para constituir uma pessoa jurídica, segundo
nosso ordenamento jurídico, é necessário o registro dos atos constitutivos. No
caso dos partidos políticos, o estatuto é o ato constitutivo que deve ser registrado
em Brasília, no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal.
Vejamos o que dispõe o art. 17, §2º, retromencionado:
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei
civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Notem que o texto constitucional impõe duplo dever, em ordem!

•constituição civil enquanto



pessoa jurídica

2º •registro do estatuto no TSE

Assim, lembrem-se, o partido político possui personalidade jurídica antes mesmo


do registro no TSE. Aliás, sem a personificação não é possível a inscrição eleitoral.
Por isso, para a criação e o registro do partido deve ser observada a ordem acima.
No mesmo sentido está o art. 7º, caput, da LPP:
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

O registro no TSE depende da comprovação do caráter nacional do partido


político, que vamos analisar adiante. Por ora, registre...

REGISTRO CIVIL REGISTRO NO TSE

Confere existência jurídica ao Confere validade eleitoral ao


partido político. partido político.

Cumpre mencionar, ainda, que eventuais alterações estatutárias também devem


ser encaminhadas para registro ao Tribunal Superior Eleitoral, após a averbação
no registro civil.

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5.1 - Caráter Nacional


Após a constituição civil, o partido deverá proceder ao registro perante o TSE.
Esse registro no TSE deve observar uma série de requisitos, o primeiro deles e
mais importante é o apoiamento mínimo.
Segundo a LPP, deve-se provar o apoiamento mínimo, nos termos do art. 7º,
§1º. Esse apoiamento tem por finalidade afastar a criação de agremiações
com caráter regional ou local.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço,
ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do
eleitorado que haja votado em cada um deles.

O dispositivo acima sofreu uma pequena alteração em face da Lei nº


13.165/2015, que definiu um lapso de tempo para demonstração do
apoiamento mínimo.
Antes da Reforma Eleitoral, se o partido demorasse cinco, ou 10 anos, para reunir
o número necessário de assinaturas, não haveria irregularidade. Agora, AS
ASSINATURAS DEVERÃO SER REUNIDAS NO PRAZO DE DOIS ANOS.
Além disso, é fundamental para a nossa prova compreender o cálculo do
apoiamento mínimo para fins de comprovação do caráter nacional do partido
político.
1º) Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de ao
menos, 0,5% do número de votos computados para a última eleição para
a Câmara dos Deputados.
Muita atenção, o número de votos a ser considerado é o conferido para as
eleições à Câmara dos Deputados (cargo de Deputado Federal).
Além disso, NÃO são levados em consideração os votos nulos e brancos.
2º) As assinaturas acima devem ser registradas em pelo menos 1/3 dos
Estados-membros brasileiros.
3º) Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos 0,1% do
eleitorado.
Observem, ainda, que a prova do apoiamento mínimo ocorre por meio das
assinaturas em listas ornaganizadas em cada zona eleitoral, nas quais deve
constar o número do título de eleitor do cidadão que decide apoiar a criação do
partido político. A veracidade das assinaturas e do número dos títulos é atestada
pelo Chefe de cartório eleitoral. Desenvolveremos melhor
essa ideia mais adiante.
Vejamos o caso do Partido Sustentabilidade, criado pela
candidata Marina Silva, que ilustra bem o que estamos

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estudando. Segundo o TSE7, o partido demonstrou o apoio de 442.524 eleitores


com assinaturas certificadas pelos cartórios eleitorais, não atingindo o número
mínimo de 491.949 assinaturas exigidas pela legislação eleitoral para a criação
de novo partido em face do número de votos registrados para a Câmara dos
Deputados.
Desse modo, temos:
491.949 corresponde a 0,5% dos votos dados às eleições para a Câmara
dos Deputados em 2010, sem considerar votos brancos e nulos.
 Os votos acima devem estar distribuídos em 1/3 das 27 unidades
federativas com pelo menos 0,1% dos votos. Seria necessário apoio em 9
Estados-membros com ao menos 492 votos aproximadamente (0,1% de
491.949) em cada um dos Estados membros.
O registro do partido, contudo, foi negado uma vez que obteve tão somente
442.524 assinaturas, embora tenha superado o mínimo de 9 estados e obtido
apoiamento em 15 Estados-membros.
Levada a questão a julgamento no TSE, em razão da discussão quanto à forma
de provar o apoiamento do eleitor, o TSE negou, por maioria, o registro do
partido, conforme ementa8 que segue citada:

REGISTRO DE PARTIDO POLÍTICO. REDE SUSTENTABILIDADE (REDE). REQUISITOS.


ATENDIMENTO PARCIAL. NÃO CUMPRIMENTO. APOIAMENTO MÍNIMO. NÍVEL NACIONAL.
ASSINATURAS. INVALIDAÇÃO. CARTÓRIOS ELEITORAIS. PRESUNÇÃO DE VALIDADE À
MÍNGUA DE IMPUGNAÇÃO. REJEIÇÃO. CARTÓRIOS ELEITORAIS. FALTA DE MOTIVAÇÃO.
RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. INVIABILIDADE. INEXISTÊNCIA
DE AMPARO LEGAL. VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
1. Inviabilidade de reconhecimento de assinaturas invalidadas pelos cartórios eleitorais
nesta instância superior, presente a atribuição legal confiada às serventias eleitorais de
primeiro grau para a respectiva conferência.
2. Impossibilidade de validação de assinaturas por mera presunção, à míngua de
impugnação durante o prazo editalício destinado a essa finalidade, à vista do imperativo de
certificação por semelhança, mediante comparação com as assinaturas consignadas nos
assentamentos disponíveis desta Justiça Especializada relativos ao alistamento eleitoral
(Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE) e ao exercício do voto (folhas de votação) ,
procedimento cuja formalidade e rigor decorrem da própria lei.
3. Inadmissível, de igual modo, reconhecer-se como válidas, nesta instância superior,
assinaturas alegadamente rejeitadas pelos cartórios eleitorais sem motivação.
Procedimento sem amparo legal, cuja adoção, em detrimento das demais agremiações em
formação, importaria em ofensa ao princípio da isonomia.
4. Possibilidade da realização de diligências voltadas ao esclarecimento de dúvida acerca
da autenticidade das assinaturas ou da sua correspondência com os números dos títulos
eleitorais informados, conforme o rito estabelecido pela Res.-TSE nº 23.282/2010,

7
Conforme notícia divulgada em http://www.tse.jus.br/noticias-tse/2013/Outubro/rede-
sustentabilidade-nao-atinge-apoiamento-minimo-e-tem-o-registro-negado, acesso em
04.01.2015.
8
Registro de Partido Político nº 59454, Acórdão de 03/10/2013, Relator(a) Min. LAURITA HILÁRIO
VAZ, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 221, Data 20/11/2013, Página 25.

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oportunidade na qual é franqueado ao responsável pela entrega das listas ou dos


formulários o acesso à natureza das irregularidades porventura detectadas e o exercício de
eventual impugnação.
5. Não atendido o requisito de admissibilidade de registro do estatuto partidário pertinente
ao apoiamento mínimo de eleitores correspondente a meio por cento dos votos válidos
dados na última eleição para a Câmara dos Deputados, preconizado nos arts. 7º, § 1º, da
Lei nº 9.096/95 e 7º, § 1º, da Res.-TSE nº 23.282/2010, impossível o reconhecimento de
seu caráter nacional.
Registro indeferido, sem prejuízo da posterior implementação da exigência pelo partido
requerente.

Para a prova...

O CARÁTER NACIONAL DO PARTIDO É COMPROVADO POR


INTERMÉDIO DO APOIAMENTO MÍNIMO, QUE EXIGE

•obtido no interregno de 2 anos.


•0,5% do eleitorado da Câmara dos Deputados, sem considerar votos brancos e
nulos.
•distribuídos em 1/3 dos Estados-membros com 0,1% em cada Estado.

5.2 - Consequência do Registro


O regular registro do partido importa nas consequências disciplinadas no art. 7º,
§§2º e 3º da LPP:
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso
gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

São 4 as consequências que advém após o registro civil da pessoa jurídica e


inscrição junto ao TSE:
 Possibilidade de participação do processo eleitoral;
 Recebimento de recursos do Fundo Partidário;
 Acesso gratuito ao rádio e à televisão (propaganda político-partidária);
 Exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos.
Esse tipo de informação é extremamente relevante para a prova, ainda mais em
se tratando de prova objetiva. Desse modo, vejamos novamente as
consequências em forma de esquema.

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REGISTRO REGULAR (CIVIL


Possibilidade de participação no processo
CONSEQUÊNCIAS DO eleitoral

Recebimento de recursos do Fundo Partidário


+ TSE)

Acesso gratuito ao rádio e à televisão


(propaganda político-partidária)

Exclusividade de denominação, de sigla e de


símbolos

5.3 - Procedimento de Registro


Vimos, até o presente, as informações gerais a respeito do registro de partidos
políticos, na sequência, vamos tratar dos dispositivos da LPP que se reportam às
regras de procedimento do registro.
O art. 8º, da LPP, trata do registro civil, cujo pedido de inscrição do estatuto
deve ser subscrito (assinado) por, no mínimo, 101 fundadores, com domicílio
em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros. Ademais, de acordo com o art.
8º, §1º, deverá constar no requerimento o nome e a função dos dirigentes
provisórios e o endereço da sede do partido em Brasília.
Não confundam a subscrição pelos fundadores do partido político com o
apoiamento mínimo que estudamos acima. A subscrição, pelos fundadores será
necessária para o registro civil. Já o apoiamento mínimo é necessário para o
registro perante o TSE.

REQUERIMENTO DE
INSCRIÇÃO CIVIL

Subscrição por, Distribuídos por Nome e função Endereço da sede


pelo menos, 101 1/3 dos Estados- dos dirigentes do partido em
fundadores. membros. provisórios. Brasília.

Além dos requisitos acima, o pedido deverá ser acompanhado de um rol de


documentos, previstos nos incisos do art. 8º. Vejamos:
Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao Cartório competente
do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus

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fundadores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em,
no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:
I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número
do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da
residência.

Vejamos a informação em forma de esquema...

Cópia da ata de
fundação
nome completo
Exemplares do
DOCUMENTOS QUE
DOU que
DEVEM
publicou o
ACOMPANHAR O
programa e o naturalidade
REQUERIMENTO
estatuto.

Relação de nº do título eleitoral,


fundadores, indicando a Zona, a Seção,
com: o Municípo e o Estado

profissão

endereço da residência

Os §§ abaixo relacionados tratam da ordem dos procedimentos para o regular


registro do partido político:
§ 1º O requerimento indicará o nome e função dos dirigentes provisórios e o
endereço da sede do partido na Capital Federal.
§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no
livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.
§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a
obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza
os atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos
dirigentes, na forma do seu estatuto.

Desse modo, primeiramente, haverá o registro civil. Após, o partido deverá


promover a obtenção do apoiamento mínimo, que já estudamos, bem como
deverá constituir definitivamente os órgãos e os dirigentes. Por fim,
promoverá o registro no TSE, nos termos do art. 9º, da LPP, que veremos
abaixo.
Antes, porém, façamos uma breve linha do tempo para organizar as ideias:

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Registro no
TSE
Constituição
de dirigentes
Apoiamento e de órgãos
Mínimo definitivos.

Registro Civil
•Aquisição da
Fundação personalidade
•Ata civil
•Designação de
dirigentes e de
órgãos
provisórios

Vejamos, agora, o art. 9º e os respectivos incisos da LPP:


Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, os dirigentes
nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior
Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:
I – exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no
Registro Civil;
II – certidão do Registro Civil da Pessoa Jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;
III – certidões dos Cartórios Eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.

Portanto, junto ao TSE devem ser apresentados, em síntese, os documentos que


comprovam o registro civil e o apoiamento mínimo.

DOCUMENTOS A
SEREM
APRESENTADOS NO
TSE

Cópia autenticada do
inteiro teor do Certidões dos Cartórios
Certidão do Registro
programa e do estatuto Eleitorais comprovando
Civil.
inscritos no Registro o apoiamento mínimo.
Civil.

Lembram-se do julgamento perante o TSE do registro do partido Rede


Sustentabilidade de Marina Silva?
De posse das listas de assinaturas, os Cartórios Eleitorais publicam editais para
impugnação e, posteriormente, procedem a validação das assinaturas. No caso
em concreto, o partido Rede Sustentabilidade arguiu a irregularidade na
necessidade e no reconhecimento das assinaturas, postulando que apenas a não
impugnação em edital seria suficiente para conferir validade às assinaturas
obtidas. Contudo, no caso em concreto, o TSE entendeu que a comparação das
assinaturas perante o cadastro eleitoral é válida e devida de modo que, em razão
das assinaturas invalidadas, o partido postulante não comprovou o apoiamento

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mínimo e não conseguiu registrar o partido regularmente a tempo para Marina


Silva lançar-se candidata a Presidente da República pelo novo partido político.
É nesse sentido o §1º abaixo citado:
§ 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas,
com menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada
Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados
pelo Escrivão Eleitoral.

Conforme se extrai do dispositivo acima, a prova do apoiamento pelo cidadão


depende:

PROVA DO APOIAMENTO

certidão atestante da
indicação do título
assinatura; autenticidade pelo chefe
eleitoral; e
de cartório eleitoral.

Para que não haja qualquer possibilidade de surpresas quanto ao assunto no dia
da prova, vejamos dois aspectos específicos:

 Devido à necessidade de assinatura para comprovação do apoiamento


mínimo, é inadmissível a prova por intermédio de listas pela internet, tais
como o site de petições da comunidade Avaaz (www.avaaz.org),
amplamente divulgado nas mídias sociais atualmente (Decisão TSE na PET
nº 363/1997)
 Impossibilidade do reconhecimento no TSE das assinaturas invalidadas
pelo cartório eleitoral e, também, das rejeitadas sem motivação pelo Órgão
Superior Eleitoral (Acórdão TSE no RPP nº 59454/2013).
Vamos em frente!
O §2º, por sua vez, atesta que, de cada lista apresentada, o chefe de cartório
eleitoral fornecerá um recibo, devendo lavrar atestado das assinaturas no
prazo de 15 dias.
§ 2º O Escrivão Eleitoral dá imediato recibo de cada lista que lhe for apresentada e, no
prazo de quinze dias, lavra o seu atestado, devolvendo-a ao interessado.

Os §§ 3º e 4º tratam do procedimento do pedido de registro de partido político


perante o TSE. Segundo os dispositivos, apresentado o protocolo no TSE, o
processo será distribuído em 48 horas. O relator determinará vistas à
Procuradoria-Geral Eleitoral para parecer no prazo de 10 dias. Após, se
necessário, abrirá prazo de 10 dias para eventuais diligências. Se estiver regular,
no prazo de 30 dias será providenciado o registro do partido político.

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Vamos traçar uma linha de sucessão de atos para facilitar o estudo.

vista à
Após 48 é Procuradoria-Geral
Protocolado o
distribuído a um Eleitoral para
pedido no TSE
relator parecer no prazo de
10 dias

10 dias para
deferimento do
eventuais
registro em 30 dias
diligências

Essas regras constam dos §§ abaixo:


§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo,
no prazo de quarenta e oito horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-
Geral, em dez dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do
processo.
§ 4º Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o Tribunal Superior
Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de trinta dias.

Por fim, vejamos o que dispõem os arts. 10 e 11 da LPP.


As alterações programáticas, ou estatutárias, do partido político já constituído
deverão ser arquivadas primeiramente no Registro Civil e,
posteriormente, encaminhadas ao TSE.
Ademais, aos partidos é permitido credenciar delegados de partido junto aos
juízes eleitorais, aos TRE e ao TSE.
Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil
competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior
Eleitoral.
Parágrafo único. O partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus
órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações
que forem promovidas, para anotação:
I – no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;
II – nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual,
municipal ou zonal.

Prestaram bem atenção ao inc. II?


O REGISTRO DE ÓRGÃOS MUNICIPAIS É FEITO PERANTE O TRE, NÃO
PERANTE O JUIZ ELEITORAL.
Sigamos!

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Ante a função fiscalizadora dos partidos políticos, o art. 11 prevê a possibilidade


de o partido registrar delegados perante os órgãos da Justiça Eleitoral.
Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar,
respectivamente:
I – Delegados perante o Juiz Eleitoral;
II – Delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
III – Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. Os Delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam
o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos
estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo
Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal,
perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.

Portanto...

PODERÃO SER
CREDENCIADOS
DELEGADOS DE
PARTIDO PERANTE

Juízes Eleitorais TRE TSE

representam o representam o representam o


partido perante o partido perante o partido perante
Juiz Eleitoral da TRE do estado e quaisquer
respectiva os seus juízes tribunais ou
circunscrição eleitorais juízes eleitorais

Finalizamos, assim, a parte relativa à criação e ao registro do partido. Verificamos


a prova do caráter nacional, as consequências e o procedimento. Trata-se de
assunto relevante, especialmente em razão do caso do Partido Rede
Sustentabilidade, que abordamos conjuntamente com a teoria. Trata-se de um
caso prático e extremamente atual.

6 - Funcionamento parlamentar
Em relação ao funcionamento parlamentar, a LPP traz dois dispositivos. O
primeiro deles foi declarado constitucional pelo STF; o segundo, inconstitucional.

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Na realidade, o assunto “funcionamento parlamentar” remete ao estudo da


cláusula de barreira e, por isso, possui grande relevância para a nossa prova.

O funcionamento parlamentar
refere-se à organização do
partido político que, dentro das
Casas Legislativas, formará uma
bancada, com a constituição de
lideranças, para a defesa dos
ideais do partido político.

É exatamente o que dispõe o art. 12:


Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada,
que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições
regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei.

Esse dispositivo foi objeto de análise pelo STF na ADI nº 1.363-7/20009 que
concluiu pela constitucionalidade do artigo.
Vejamos a ementa:

PARTIDOS POLÍTICOS - CASAS LEGISLATIVAS - FUNCIONAMENTO. Mostra-se harmônico


com a Carta da República preceito de lei federal - artigo 12 da Lei nº 9.096, de 19 de
setembro de 1995 - revelador do funcionamento do partido político nas Casas Legislativas,
por intermédio de uma bancada que deve constituir lideranças de acordo com o estatuto do
partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas estabelecidas na
referida lei. Autonomia partidária e das Casas Legislativas incólumes, não se podendo falar
em transgressão a preceitos que lhes asseguram competência privativa para dispor sobre o
regimento interno e os serviços administrativos.

Para a nossa prova, portanto, devemos memorizar:

9
ADI 1363, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/02/2000, DJ 19-
09-2003 PP-00013 EMENT VOL-02124-02 PP-00287.

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O funcionamento parlamentar, entendido como a constituição por


intermédio de bancada e de lideranças nas respectivas Casas
Legislativas é constitucional e não ofende o princípio da
autonomia parlamentar.

De acordo com a doutrina, o funcionamento parlamentar viabiliza a participação


na tribuna das Casas Legislativas (são aqueles pronunciamentos nas sessões) e
não apenas em plenário.
Até aí sem problemas! O art. 13, todavia, foi declarado inconstitucional nas
ADIs nº 1.351 e nº 1.354. Segundo entendimento do STF, foi estabelecido
requisito – denominado de cláusula de barreira – para que o partido tivesse
direito ao funcionamento parlamentar, conforme vimos acima, qual seja: apoio
mínimo de 5% para cada eleição para a Câmara dos Deputados, sem
considerar votos brancos e nulos.
Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não
computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com
um mínimo de dois por cento do total de cada um deles.

O dispositivo impôs a observância de um mínimo de votos para que o partido


político tivesse direito ao funcionamento parlamentar, especialmente
com as prerrogativas decorrentes. Trata-se, portanto, de uma cláusula que
barra partidos menores, com reduzida representação política, contrariando
preceitos constitucionais, especialmente o pluripartidarismo político. Não é
mesmo?
Desse modo, é inconstitucional, por violação ao princípio
do pluripartidarismo, a exigência da cláusula de barreira
para ter direito ao funcionamento parlamentar.
Sigamos!

7 - Programa e Estatuto
Na sequência dos nossos estudos, vejamos, objetivamente, as regras da LPP
relativas ao programa e ao estatuto dos partidos políticos.
 Por programa compreende-se a enumeração dos propósitos do partido
político, o qual define os objetivos políticos.
 Por estatuto compreende-se o regulamento que rege o partido político,
que, entre outras regras, fixa a estrutura interna, a organização e o
funcionamento da agremiação.
Vejamos:
Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o partido é livre para
fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a
sua estrutura interna, organização e funcionamento.

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Desse modo...

objetivos
PROGRAMA
políticos

ESTATUTO estrutura interna organização funcionamento

O estatuto é um documento complexo que deverá conter uma série de normas.


Vejamos:
Art. 15. O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal;
II – filiação e desligamento de seus membros;
III – direitos e deveres dos filiados;
IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e
identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar
as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido,
além daquelas previstas nesta Lei;
VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.

Devemos lembrar que, embora o art. 15, III, da LPP, estabeleça que o estatuto
deverá abranger direitos e deveres dos filiados ao partido político, uma pergunta
se impõe:
É possível estabelecer direitos específicos para determinadas
categorias de membros do partido político? Por exemplo, aos membros
mais antigos asseguram-se maiores prerrogativas, comparados ao
membros recém-filiados?
NÃO! NÃO É POSSÍVEL TAL DISTINÇÃO COM FUNDAMENTO NO ART. 4º
DA LPP.
Vejamos:
Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres.

Aprofundando um pouco:
Por que se veda tal diferenciação?

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Segundo a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, é vedado


estabelecer critérios diferenciados entre pessoas nas mesmas condições,
sob pena de violação ao princípio da igualdade! Agora confundiu tudo!
Calma pessoal, o assunto é bastante tranquilo, Vejamos!
Em Direito Constitucional, estudamos que os direitos e as
garantias fundamentais foram pensados para serem
aplicados apenas às relações entre Estado e cidadãos, uma
relação hierarquizada, de superioridade da Administração
e do interesse público, em face dos particulares e respectivos interesses privados.
Desse modo, sempre se arguiu que os direitos e as garantias fundamentais
possuem eficácia vertical, no sentido de que constituem prerrogativas jurídicas
conferidas às pessoas para proteção contra os arbítrios que o Estado possa
praticar sob o argumento de defesa do interesse público.
Nada mais é do que uma maneira de limitar os interesses estatais, de forma a
harmonizá-los com os direitos essenciais das pessoas, tal como o direito à
igualdade. Correto?
E o que isso tem a ver com as relações privadas e com o tratamento
entre filiados num partido político?
A doutrina e, posteriormente, a jurisprudência passaram a compreender que os
direitos e as garantias fundamentais, guardadas as devidas proporções, podem
ser aplicados às relações privadas. Desse modo, numa relação condominial, por
exemplo, não poderá um condômino ter mais ou menos direitos que outros
condôminos. Defende-se, portanto, a aplicação dos direitos fundamentais às
relações interprivadas, entre as quais não se observa qualquer relação de
hierarquia ou de subordinação. Por isso se afirma que a igualdade entre
condôminos se funda na eficácia horizontal dos direitos fundamentais. O exemplo
citado é o paradigma jurisprudencial da matéria. A partir daí várias outras
construções interpretativas exsurgiram.
A nós interessa a relação entre filiados nos partidos políticos. Todos os filiados
sujeitam-se às mesmas regras e defendem os mesmos ideais. Não há sentido em
dotar um, ou alguns, dos grupos com mais, ou menos, direitos que outros. Em
razão disso, com fundamento na eficácia horizontal dos direitos fundamentais, os
filiados possuem os mesmos direitos! Bacana, não?
Em síntese:
 EFICÁCIA VERTICAL

ESTADO

SOCIEDADE

 EFICÁCIA HORIZONTAL

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SOCIEDADE SOCIEDADE

Após o parêntese acima, é importante reforçar quais são as normas que devem,
necessariamente, constar do Estatuto do partido político:

NORMAS QUE DEVEM CONSTAR DO ESTATUTO

•nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na Capital Federal


•filiação e desligamento de seus membros
•direitos e deveres dos filiados
•modo como se organiza e administra
•fidelidade e disciplina partidárias
•condições e forma de escolha de seus candidatos
•finanças e contabilidade
•critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário
•procedimento de reforma do programa e do estatuto

Para finalizamos o capítulo, vejamos o que dispõe o art. 15-A, da LPP, que
estabelece a autonomia entre os órgãos municipal, estadual e nacional para fins
de responsabilização cível ou trabalhista do partido político.
Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe EXCLUSIVAMENTE ao
órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não
cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato
ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária.
Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente poderá
ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas
ações de natureza cível ou trabalhista.

Desse modo, se o órgão municipal der causa a um ilícito civil, sujeitando-se à


reparação, somente esse órgão poderá ser compelido a pagá-lo, não havendo
que se falar em responsabilização do órgão estadual respectivo ou do órgão
nacional, exceto se restar demonstrado o nexo de causalidade.

8 - Filiação
Neste capítulo vamos tratar de um assunto bastante relevante para a nossa
prova: a filiação partidária. A matéria é tratada especificamente entre os arts. 16
e 23, da LPP. Essas regras serão a base dos nossos estudos aqui.
A filiação partidária é condição de elegibilidade. Para o sujeito se filiar ao
partido político, deverá estar com o pleno gozo dos direitos políticos e atender às
regras previstas no estatuto.
Vejamos o que disciplina os arts. 16 e 17 da LPP:
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.

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Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,


no modelo adotado pelo partido.

Em que pese os dispositivos acima, é importante


efetuarmos uma ponderação. O TSE tem entendido que,
embora inelegível, é possível que o eleitor filie-se.
Estudamos que a capacidade eleitoral é ativa e passiva.
Desse modo, se a pessoa puder votar (capacidade eleitoral
ativa) mas não puder ser votada (capacidade eleitoral passiva) ela poderá se
filiar.
Esse entendimento contraria, portanto, a necessidade de pleno gozo dos direitos
políticos, que consta do art. 16 acima citado. Para fins de prova, tal distinção
somente deve ser levada a efeito caso a questão mencione a distinção e o
entendimento mais aprofundado da matéria. A maioria das questões cobra o
texto literal dos dispositivos, sem entrar em maiores detalhes. Logo, atenção!
Vejamos o excerto da ementa10 do Respe nº 9.611/1992:

(...) II - DA NORMA INSCRITA NA ALINEA "C", DO INCISO I, DO ART. 1, DA LEI


COMPLEMENTAR N. 64/90 NAO DECORRE SUSPENSAO DOS DIREITOS POLITICOS, SENAO
A PERDA, PELO ESPACO DE TEMPO ALI INDICADO, DA CAPACIDADE DE SER VOTADO, OU
NO IMPEDIMENTO TEMPORARIO DA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA, CONTINUANDO O
INDIVIDUO, ENTRETANTO, COM A CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (DIREITO DE VOTAR) E
DE PARTICIPAR DE PARTIDOS POLITICOS, AFIM DE OBTER FILIACAO PARTIDARIA.

O art. 18 estabelecia o tempo de filiação partidária. Esse dispositivo, contudo, foi


recentemente revogado pela Lei nº 13.165/2015. Pela recente reforma da
legislação eleitoral, O TEMPO MÍNIMO DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA FOI
REDUZIDO DE UM ANO PARA SEIS MESES.
Assim, em relação ao tempo de filiação partidária, você deve aplicar o art. 9º da
Lei das Eleições. Vejamos:
Art. 9o Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na
respectiva circunscrição pelo prazo de, PELO MENOS, UM ANO antes do pleito, e
estar com a filiação deferida pelo partido NO MÍNIMO SEIS MESES antes da data
da eleição.

Portanto...

10
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 9611, Acórdão nº 12371 de 27/08/1992, Relator(a) Min.
CARLOS MÁRIO DA SILVA VELLOSO, Publicação: RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE,
Volume 4, Tomo 4, Página 124 PSESS - Publicado em Sessão, Data 27/08/1992 DJ - Diário de
Justiça, Data 16/09/1992, Página 15179.

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DOMICÍLIO ELEITORAL pelo menos 1 ano

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA pelo menos 6 meses

Esse assunto, entretanto, será aprofundado no estudo da Lei das Eleições.


Devemos lembrar, ainda, que o estatuto do partido poderá estabelecer um
tempo superior de filiação para que o filiado se lance candidato, o que não
pode é fixar um prazo menor de seis meses, porque violaria expressamente
o dispositivo que estamos estudando. De todo modo, não é admissível
alteração dessa regra no estatuto do partido no ano das eleições. É nesse
sentido, o art. 20, da LPP:
Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com
vistas à candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

O art. 19, por sua vez, trata da comunicação da filiação partidária. A lei fixa duas
oportunidades ao longo do ano, nas quais os partidos deverão informar, à
Justiça Eleitoral (que manterá um cadastro unificado), a relação de nomes
dos filiados, indicando a data de filiação, o número dos respectivos títulos
eleitorais e as seções nas quais estão inscritos. Essas informações são
imprescindíveis para aferir, por exemplo, a duplicidade de filiação partidária, bem
como para fazer prova do tempo de filiação.

ABRIL

COMUNICAÇÃO DA
2ª semana dos meses de
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

OUTUBRO

É o que se extrai do art. 19, da LPP:


Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido,
por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos Juízes
Eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária
para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus
filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das Seções
em que estão inscritos.

Ainda em relação a esse dispositivo, é interessante atentarmos para o fato de


que o ato de filiação poderá ser levado a efeito pelo órgão de direção
municipal, estadual ou nacional.

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PODERÁ SER
INFORMADO
municipal

FILIAÇÃO
O ATO DE

PELO
órgão eleitoral estadual OU

nacional

Ademais, se a relação não for remetida nos prazos acima, presume-se que a lista
permaneceu inalterada nos termos do §1º, do art. 19.
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece
inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida
anteriormente.

De acordo com Rodrigo Martiniano Ayres Lins11:


Evidente, contudo, que o próprio filiado poderá comunicar sua filiação à Justiça Eleitoral
notadamente quando houver desídia ou má-fé da agremiação partidária em não fazê-lo.

Portanto, para não ser prejudicado, o próprio filiado poderá comunicar a filiação
à Justiça Eleitoral, quando tal informação for relevante para o interessado. É o
que se extrai do §2º abaixo:
§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral,
a observância do que prescreve o caput deste artigo.

Acerca da informação da filiação...

informar nas 2ª semanas dos


REGRA
meses de abril e de outubro.

PODEM
INFORMAR A
DES/FILIAÇÃO pode ser informado pelo órgão
municipal, regional ou nacional

PARTICULARIDADES
o próprio filiado poderá
informar à Justiça Eleitoral a
des/filiação quando houver
desídia ou má-fé do partido
político

Ademais, faculta o TSE a prova da filiação por outros elementos, conforme se


extrai da Súmula 20, do TSE:
Súmula TSE nº 20/2000

11
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro:
Editora Ferreira, 2014.

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A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos
termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 19.9.1995, pode ser suprida por outros elementos de
prova de oportuna filiação.

Conforme vimos até o presente, a desfiliação poderá ocorrer por intermédio do


partido político, ao retirar o nome do eleitor da respectiva lista. Poderá ocorrer,
ainda, a pedido do próprio interessado, caso o partido não o faça nos termos da
legislação. Para além dessas hipóteses, o cancelamento da filiação se dará de
forma automática, nos seguintes casos:
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I – morte;
II – perda dos direitos políticos;
III – expulsão;
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona
eleitoral.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A finalidade desses dispositivos, que tratam do cadastro de filiados, é, segundo


o TSE12, impedir que a dupla filiação desvirtue o certame eleitoral e não de
assegurar, ao eleitor, maior leque de opções quanto ao seu voto.
Aqui não resta outra alternativa: devemos memorizar como se dá a inclusão da
lista e como ocorrerá a retirada do nome do cidadão da lista para evitar a dupla
filiação.
 QUANTO À INCLUSÃO DO NOME NA LISTA

O partido político informa a


condição de filiado na segunda
semana dos meses de abril e de
outubro.
APÓS A FILIAÇÃO SEGUNDO
NORMATIVA INTERNA DO
PARTIDO
Em caso de inércia do partido
político, o interessado comparece e
informa a condição à Justiça
Eleitoral.

 QUANTO À RETIRADA DA NOME DO CADASTRO EM RAZÃO DA DESFILIAÇÃO

12
REspe nº 26.433/2006.

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O partido político informa a


condição de desfiliado na
segunda semana dos
meses de abril e de
outubro.

Em caso de inércia do
DESFILIAÇÃO partido político, o morte
interessado comparece e
informa a condição à
Justiça Eleitoral.
perda dos direitos
políticos
Ocorrerá de forma
automática em caso de:
expulsão

formas previstas no
estatuto

Antes de darmos seguimento à matéria, vamos trazer duas observações


relevantes.

 Devemos atentar que o art. 22, II, da LPP, acima citado, refere-se apenas
à hipótese de perda dos direitos políticos, NÃO abrangendo, portanto,
as hipóteses de suspensão dos direitos políticos. Segundo
ensinamentos de José Jairo Gomes13, no caso de suspensão, a filiação
permanecerá suspensa.
 No caso de expulsão, segundo disciplina do art. 22, III, da LPP, de
acordo com a doutrina de Rodrigo Martiniano Ayres Lins14, é necessária a
realização de procedimento administrativo no próprio partido político,
para que seja assegurado ao sujeito que teve a filiação cancelada, o
contraditório e a ampla defesa.
Por fim, quando houver coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, cancelando-se as demais. Isso não impede, todavia, eventuais
consequências, como a infidelidade partidária e as apurações criminais eleitorais,
resultem na inelegibilidade do candidato.

Em caso de coexistência de filiações partidárias prevalece a


mais recente, cancelando-se as demais.

13
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 100.
14
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro:
Editora Ferreira, 2014, p 224.

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O cadastro de filiados, que será administrado pela Justiça Eleitoral, é divulgado


aos partidos políticos para consulta nos termos do §3º, do art. 20:
§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

Vejamos, por fim, o que discorre o art. 21, da LPP, que trata de dever conferido
ao cidadão caso pretenda se desfiliar de partido político. Desse modo, deverá o
desfiliado comunicar o:
1. Órgão eleitoral de direção municipal respectivo; e
2. Juiz eleitoral da zona onde estiver inscrito.
Após a comunicação, o vínculo extingue-se no prazo de dois dias.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo
torna-se extinto, para todos os efeitos.

São dois atos para a completa extinção do vínculo...

EXTINÇÃO DO comunicação ao Juiz


decurso de dois
VÍNCULO COM O Eleitoral do domicílio e à
dias após a
PARTIDO direção municipal do
comunicação
POLÍTICO partido político

Finalizamos, assim, mais um capítulo da presente aula.

9 - Fidelidade e disciplina partidárias


9.1 - Conceito de fidelidade partidária
Segundo a CF, no art. 17, §1º, o partido político deverá estabelecer normas
de disciplina e de fidelidade partidárias.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária.

Não há na legislação eleitoral, muito menos na CF, definição do que seja


fidelidade partidária. Desse modo, devemos nos socorrer aos doutrinadores e à
jurisprudência, especialmente aos julgados do TSE.
Rodrigo Martiniano Ayres Lins15 traz um conceito geral de infidelidade partidária:

15
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, Rio de Janeiro:
Editora Ferreira, 2014, p 228.

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Entende-se, de forma, geral que a infidelidade partidária estará presente quando o afiliado
deixar de cumprir, sem “justa causa”, os deveres e as obrigações estabelecidas
pelo partido político, aí incluindo, por evidente, a hipótese de filiação à nova agremiação
no curso do mandato.

Há, portanto, imposição ao filiado para que observe o programa do partido


político, especialmente quando for eleito. Desse modo, para fins de prova...

Dever estabelecido ao filiado,


FIDELIDADE PARTIDÁRIA especialmente após eleito, de observar o
programa do partido político.

9.2 - Disciplina partidária


No mesmo sentido está o art. 24, da LPP:
Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes
estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.

Ademais, segundo o art. 23, eventuais violações às normas do partido sujeitarão


o infrator à apuração e à punição internas. Essas tipificações devem estar
previstas no estatuto. Além disso, deve ser garantido, ao filiado, o direito de
defesa.
Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e
punida pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada
partido.
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja
tipificada no estatuto do partido político.
§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.

Vejamos, ainda, o art. 25:


Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares
básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento
temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de
todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.

Em síntese...

O ESTATUTO PODERÁ ESTABELECER

•medidas disciplinares;
•normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário, suspensão
do direito de voto ou perda de todas as prerrogativas.

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9.3 - Desfiliação Imotivada


Esse assunto é bastante importante e complexo. Isso porque sofreu inúmeras
alterações de entendimento na doutrina, jurisprudência do TSE e do STF e,
inclusive, na legislação. Em face disso, é um assunto que tem grandes chances
de ser abordado em provas. Logo vamos tratar do tema de forma minuciosa.
Vamos iniciar com o art. 26:
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa
Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob
cuja legenda tenha sido eleito.

Segundo entendimento jurisprudencial antigo, desse dispositivo não era


possível extrair que a desfiliação imotivada implicava a perda do mandato
eletivo. Esse entendimento foi sufragado pelo STF no MS nº 20.927. Afirmou-se,
à época, que tal conclusão era inviável porque a CF não adotava o princípio da
fidelidade partidária.
Contudo, após realização de consulta perante o TSE, novo entendimento foi
construído. Por intermédio da Consulta nº 1.398/2007, o TSE fixou entendimento
de que os partidos políticos e as respectivas coligações conservam o
direito à vaga obtida PELO SISTEMA PROPORCIONAL, em caso de pedido
de cancelamento de filiação ou de transferência da filiação do candidato
eleito para outro partido.
Esse mesmo entendimento, aplicado, inicialmente, para as eleições no sistema
proporcional, foi estendido para o sistema majoritário por intermédio da Consulta
nº 1.407/2007.
Segundo José Jairo Gomes16:
O vínculo de um candidato ao Partido Político pelo qual se registra e disputa uma eleição é
o mais forte, se não o único, elemento de sua identidade política, podendo ser afirmado que
o candidato não existe fora do Partido Político e nenhuma candidatura é possível fora de
uma bandeira partidária.

Portanto, o mandato é do partido e não do candidato eleito.


Esse entendimento, inclusive, foi seguido pelo STF que mudou a jurisprudência.
Vejamos a Emenda do MS nº 26.602/200817:

CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. MANDADO DE SEGURANÇA. FIDELIDADE PARTIDÁRIA.


DESFILIAÇÃO. PERDA DE MANDATO. ARTS. 14, § 3º, V E 55, I A VI DA CONSTITUIÇÃO.
CONHECIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA, RESSALVADO ENTENDIMENTO DO
RELATOR. SUBSTITUIÇÃO DO DEPUTADO FEDERAL QUE MUDA DE PARTIDO PELO
SUPLENTE DA LEGENDA ANTERIOR. ATO DO PRESIDENTE DA CÂMARA QUE NEGOU POSSE
AOS SUPLENTES. CONSULTA, AO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, QUE DECIDIU PELA

16
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 102.
17
MS 26602, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 04/10/2007, DJe-197
DIVULG 16-10-2008 PUBLIC 17-10-2008 EMENT VOL-02337-02 PP-00190 RTJ VOL-00208-01 PP-
00072.

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MANUTENÇÃO DAS VAGAS OBTIDAS PELO SISTEMA PROPORCIONAL EM FAVOR DOS


PARTIDOS POLÍTICOS E COLIGAÇÕES. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. MARCO TEMPORAL A PARTIR DO QUAL A FIDELIDADE PARTIDÁRIA
DEVE SER OBSERVADA [27.3.07]. EXCEÇÕES DEFINIDAS E EXAMINADAS PELO TRIBUNAL
SUPERIOR ELEITORAL. DESFILIAÇÃO OCORRIDA ANTES DA RESPOSTA À CONSULTA AO
TSE. ORDEM DENEGADA. 1. Mandado de segurança conhecido, ressalvado entendimento do
Relator, no sentido de que as hipóteses de perda de mandato parlamentar, taxativamente
previstas no texto constitucional, reclamam decisão do Plenário ou da Mesa Diretora, não
do Presidente da Casa, isoladamente e com fundamento em decisão do Tribunal Superior
Eleitoral. 2. A permanência do parlamentar no partido político pelo qual se elegeu
é imprescindível para a manutenção da representatividade partidária do próprio
mandato. Daí a alteração da jurisprudência do Tribunal, a fim de que a fidelidade do
parlamentar perdure após a posse no cargo eletivo. 3. O instituto da fidelidade partidária,
vinculando o candidato eleito ao partido, passou a vigorar a partir da resposta do Tribunal
Superior Eleitoral à Consulta n. 1.398, em 27 de março de 2007. 4. O abandono de
legenda enseja a extinção do mandato do parlamentar, ressalvadas situações
específicas, tais como mudanças na ideologia do partido ou perseguições políticas,
a serem definidas e apreciadas caso a caso pelo Tribunal Superior Eleitoral. 5. Os
parlamentares litisconsortes passivos no presente mandado de segurança mudaram de
partido antes da resposta do Tribunal Superior Eleitoral. Ordem denegada.

Conforme extrai-se do julgado abaixo, existem hipóteses em que a


desfiliação não importará a perda do mandato. Essas hipóteses são
definidas caso a caso pelo TSE, seja em entendimentos jurisprudenciais, seja no
exercício do poder normativo. Desse modo, vejamos, abaixo algumas situações18
que não são consideradas hipóteses de infidelidade partidária:
 incorporação ou fusão do partido político.
 criação de novo partido político.
 mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.
 grave discriminação pessoal.
 autorização do partido político.
Em razão disso tudo, o STF19 entendia que a ruptura, do detentor do mandato
político eletivo com o partido político, poderia implicar a perda do mandato
político eletivo, tanto em relação aos cargos escolhidos pelo sistema majoritários
(Presidente e vice-Presidente, Governador e vice-Governador, Senador da
República, Prefeitos e vice-Prefeitos) como aos eleitos pelo sistema proporcional
(Deputados Federais e Estaduais e Vereadores). Dessa forma, o partido político
interessado poderia pedir, na Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo
eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
Esse entendimento do STF é o mesmo seguido na Resolução TSE nº 22.610/2007.

18
Com base em LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição,
Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p. 230.
19
MS 26.603/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, DJ 19.12.2008.

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Tudo bem até aqui?


Pois, então! TIVEMOS NOVAS MUDANÇAS, AS QUAIS,
CERTAMENTE, CAIRÃO NA SUA PROVA!
Nós tínhamos...

não adoção do princípio da


1º POSICIONAMENTO fidelidade partidária (MS nº
20.927, STF)

adoção do princípio da fidelidade


partidária para as eleições
2º POSICIONAMENTO
proporcionais apenas (Consulta TSE
nº 1.398/2007)

adoção do princípio da filidelidade


partidária para as eleições
3º POSICIONAMENTO majoritárias e proporcionais (MS nº
26.602/2008, STF, e doutrina de
José Jairo Gomes)

Temos um novo posicionamento do STF e uma recente alteração promovida pela


Lei nº 13.165/2015, ambas no mesmo sentido.
Vamos por partes...
 ADI nº 5.081/STF
No julgamento da ADI nº 5.081, o STF distinguiu duas disciplinas diferenciadas
acerca da desfiliação imotivada, uma a ser aplicada para os cargos do sistema
majoritário outro para os cargos do sistema proporcional.
 sistema majoritário: a desfiliação imotivada do partido político pelo
detentor do mandato perante o qual foi eleito NÃO IMPLICA A PERDA DO
CARGO.
Entende o STF que, em relação aos cargos cujos políticos são escolhidos
pelo sistema majoritário, a perda do cargo pela desfiliação implica violação
à soberania popular, em face da escolha feita pelo eleitor. Entende-se
que, nas eleições pelo sistema majoritário, vota-se na pessoa do político
e não na sigla partidária.
 sistema proporcional: a desfiliação imotivada do partido político pelo
detentor do mandato perante o qual foi eleito IMPLICA A PERDA DO
CARGO.
Se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, sofrerá um
processo na Justiça Eleitoral que poderá resultar na perda do mandato.

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Nesse processo, busca-se aferir se a mudança ocorreu, com ou sem justa


causa.
Na hipótese de alteração de partido sem justa causa, o detentor de
mandato político que for eleito pelo sistema proporcional perderá o
mandato.

Devido à grande probabilidade de que o assunto seja exigido em provas, vejamos


a ementa do julgado da ADI 5.08120:
DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO TSE. INAPLICABILIDADE DA REGRA DE PERDA DO
MANDATO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA AO SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO. 1.
Cabimento da ação. Nas ADIs 3.999/DF e 4.086/DF, discutiu-se o alcance do poder
regulamentar da Justiça Eleitoral e sua competência para dispor acerca da perda de
mandatos eletivos. O ponto central discutido na presente ação é totalmente diverso: saber
se é legítima a extensão da regra da fidelidade partidária aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário. 2. As decisões nos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 tiveram
como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de deputados
federais, estaduais e vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase
nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante para garantir
que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente
preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do candidato que
abandona a legenda pela qual se elegeu. 3. O sistema majoritário, adotado para a eleição
de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema
proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do
candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, frustre a
vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e art. 14,
caput). 4. Procedência do pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade.

Em síntese, do julgamento da ADI nº 5.081 ressalta-se...

caso seja ocupante de


NÃO HÁ
cargo político-eletivo
PERDA DO
escolhido pelo sistema
CARGO
majoritário
DESFILIAÇÃO
IMOTIVADA
caso seja ocupante de
cargo político-eletivo PERDE-SE O
escolhido pelo sistema MANDATO
proporcional

20
ADI 5081, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2015,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-162 DIVULG 18-08-2015 PUBLIC 19-08-2015

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Concluímos, portanto, que o entendimento do STF retornou ao 2º posicionamento


que tínhamos acerca da matéria, ou seja, a desfiliação imotivada implica a perda
do acordo apenas para as eleições pelo sistema proporcional.
Vejamos a segunda alteração recente...
 Lei nº 13.165/2015 (Reforma Eleitoral)
Com a Reforma, houve a incorporação do art. 22-A à LPP, vejamos:
Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem
justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE
as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Até então não tínhamos a previsão expressa na legislação de que a infidelidade


partidária, sem justa causa, implica a perda do cargo político-eletivo. Agora, com
a Lei nº 13.165/2015, temos!
De acordo com o dispositivo citado acima, APENAS três situações acima
constituem justa causa para a desfiliação. Ou seja, são três hipóteses em que o
detentor do cargo político-eletivo poderá se desfiliar e, ainda assim, não perderá
o cargo político-eletivo. Vejamos:
1ª HIPÓTESE: se houver alterações substanciais no programa do partido, ou
no caso de não observância do programa partidário, o detentor do mandato
político eletivo poderá se desfiliar sem a perda do cargo que ocupa.
2ª HIPÓTESE: se o partido político praticar grave discriminação política
contra o detentor do cargo político eletivo, ele poderá se desfiliar sem
consequência para o seu mandato.
3ª HIPÓTESE: se o detentor do cargo político eletivo decidir mudar de partido
no período de 30 dias antes do prazo de seis meses de filiação quando
próximo do término do mandato também não haverá perda do cargo
político eletivo.
Em face dessas alterações, vamos apontar algumas questões específicas e, por
fim, trazer o esquema que você levará para a prova...
 OBSERVAÇÃO 1: a incorporação ou fusão de partido político deixa de
ser hipótese que justificava a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 2: a criação de partido político também deixa de ser
hipótese que justifica a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 3: o art. 22-A, da LPP, não diferencia a questão da
infidelidade em relação a ocupantes de cargos políticos decorrentes do
sistema proporcional ou majoritário. Assim, os eleitos por ambos os

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sistemas poderão perder o cargo por desfiliação imotivada, exceto no caso


do art. 22-A, § único, da LPP.
E para finalizar...

A perda do mandato em razão da mudança de partido aplica-se aos


candidatos eleitos pelo sistema majoritário (Presidente, Senador,
Governador e Prefeito) e também ao proporcional (Deputados Federais,
Deputados Estaduais e Vereadores).

REGRA perda do cargo político eletivo

caso de mudança substancial


ou desvio reiterado do
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA programa partidário

grave discriminação política


NÃO PERDERÁ O CARGO pessoal
APENAS EM

mudança de partido nos 30


dias anteriores ao prazo de
filiação (de 6 meses) próximo
do término do mandato

10 - Janela para Troca de Partido (Emenda


Constitucional 91/2016)
Recentemente tivermos uma relevante alteração na Constituição, promovida pela
Emenda Constitucional 91/2016.
Primeiro uma curiosidade: trata-se de uma Emenda Constitucional “avulsa”. É
estranho, mas diferentemente das demais ela não altera nenhum dispositivo da
CF, nem mesmo acrescenta algum dispositivo nos ADCT. Ela simplesmente trazer
uma espécie de adendo à CF.
Enfim, a Emenda prevê a possibilidade, em caráter excepcional e por período de
tempo determinado, de desfiliação partidária sem prejuízo do mandato.
Vamos iniciar com a literalidade da Emenda, informação fundamental para provas
objetivas:
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 91, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2016

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Altera a Constituição Federal para estabelecer a possibilidade, excepcional e em período


determinado, de desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da
Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
Art. 1º É facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual foi eleito
nos trinta dias seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, sem prejuízo do
mandato, não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do
Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 18 de fevereiro de 2016.

Permitiu-se que o detentor de cargo político-eletivo possa mudar de partido


político no período entre 19 de fevereiro e 19 de março, sem prejuízo do
mandado.
Outra informação relevante é que essa migração será considerada para fins da
distribuição do Fundo Partidário.
Vamos com calma!
Para concorrer a mandato político-eletivo é necessário estar filiado a partido
político. Essa condição de elegibilidade é fixada na Constituição e regulamentada
na legislação eleitoral, com destaque para a Lei das Eleições. Desse modo, o
político mantém lastro com o partido perante o qual fora eleito.
Assim, sempre houve a discussão se, em caso de desfiliação imotivada do partido
político, o detentor do cargo sofreria alguma consequência.
Embora sem legislação, a Resolução TSE 22.610/2007 estabeleceu que a
infidelidade partidária constitui causa de perda do mandato eletivo proporcional
(cargos de vereadores e deputados). O teor dessa resolução foi confirmado
constitucional pelo STF, sob a alegação de que a resolução era hígida, diante da
omissão do Congresso Nacional em legislar contra interesse próprio.
Vamos foca a atenção para a terceira hipótese de justa causa trazida no inc. III.

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Em síntese...
Será considerada justa causa para a desfiliação a
mudança de partido que ocorrer durante o período de
30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em
lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente.
Essa regra criou a primeira “janela” para a troca partidos políticos.

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Para compreender essa janela, vejamos um exemplo tendo em vista o pleito de


2016, que ocorrerá em 2/10.
O prazo de filiação para concorrer às eleições é de 6 meses.
Para concorrer às eleições de 2016, a pessoa deverá demonstrar no ato do
registro de candidatura que terá 6 meses de filiação partidária no dia do pleito.
Portanto, deverá estar regularmente filiado a partido político até 2/4/2016.
A janela para alteração de partido permitida pela norma da Lei 13.165/2015 se
estende entre 2/3/2016 a 2/4/2016.
A Emenda Constitucional 91/2016 criou outra “janela” para a troca de partido
político. Desse modo, o detentor de cargo político-eletivo pode mudar de partido
político no período entre 19/2/2016 e 19/3/2016, sem prejuízo do mandado.
Para fins de prova...

Permite-se a mudança de partido que


ocorrer durante o período de 30 dias
que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

JANELAS PARA
ALTERAÇÃO DE
PARTIDO

Admite-se a mudança de partido no


período entre 19/2/2016 e 19/3/2016,
por força da Emenda Constitucional
91/2016.

11 - Fusão, incorporação e extinção


Na LPP são três os artigos que tratam do tema. Contudo, a sede da matéria é
constitucional.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...)

Conforme o art. 17, caput, da CF, está dentro da liberdade dos partidos a fusão,
a incorporação ou até mesmo a decisão pela extinção da agremiação.
Desse modo, compete aos órgãos nacionais decidir pela fusão, pela
incorporação ou pela extinção de partidos políticos. Caso ocorra alguma dessas

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três hipóteses, ficará cancelado o registro do partido político, tanto no Ofício Civil
em Brasília como perante o TSE.
Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o
registro do partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a
se fundir a outro.

Por questões didáticas, vamos tratar, primeiramente, da fusão e da incorporação,


que são disciplinadas no art. 29, da LPP. Vejamos o que dispõe o caput:
Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.

Logo:

PARA A FUSÃO OU A a decisão dos órgãos


INCORPORAÇÃO ENTRE OS nacionais de deliberação
PARTIDOS É NECESSÁRIA dos partidos envolvidos.

11.1 - Fusão
Primeiramente devemos compreender que fusão é a união de dois ou mais
partidos para formarem um terceiro.

Partido A

Partido C

Partido B

Quanto à disciplina da fusão, a LPP reserva o §1º, do art. 29:


§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e
programa;
II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção
nacional que promoverá o registro do novo partido.

Como se trata da formação de um novo partido é necessário votar um novo


estatuto e um novo órgão de direção, cuja escolha será dada pela maioria
absoluta.

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novo estatuto
vota-se por maioria
NA FUSÃO DE PARTIDOS...
absoluta
novo órgão de
direção

Naturalmente, como se trata de novo partido político, é necessário que haja o


registro civil prévio e, posteriormente, o registro junto ao TSE. É o que se extrai
do §4º, do art. 29:
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o
registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa,
cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

11.2 - Incorporação
Na incorporação há a absorção de um partido por outro.

Partido A Partido B Partido A

Na incorporação, compete à agremiação a ser incorporada (Partido B, conforme


esquematização acima), votar, por maioria absoluta, sobre a adoção do
estatuto e do programa do outro partido (Partido A).
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando
deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre
a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.

Após a deliberação acima, haverá uma reunião conjunta entre ambos os órgãos
nacionais para deliberação quanto ao novo órgão de direção nacional.
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião
conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.

reunião conjunta em que


partido incorporado
ambos os partidos
NA vota, por maioria
decidirão acerca da
INCORPORAÇÃO absoluta, a adoção do
constituição do novo
DE PARTIDOS... estatuto e do programa
órgão de direção
do partido incorporador
nacional

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Após a reunião conjunta e a deliberação quanto ao novo órgão de direção


nacional, o documento de deliberação da incorporação deverá ser levado
a registro.
§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil
competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

Tal como ocorre em relação à fusão, na incorporação, o documento que comprova


a deliberação de incorporação (que poderá ser a constituição de novo estatuto)
será averbado no registro civil, bem como no TSE, nos termos do art. 29, §8º,
da LPP:
§ 8º O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e
averbado, respectivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior Eleitoral.

Antes de prosseguirmos com a análise do próximo tópico, devemos registrar que


a Lei nº 13.107/2015 alterou alguns dispositivos do art. 29, mais especificamente
os §6º ao §9º. Isso ocorreu porque a redação do §6º havia sido declarada
inconstitucional pelo STF e fora, posteriormente, alterada pela Lei nº
12.875/2013.
A celeuma envolve o cômputo dos votos para fins de distribuição das quotas do
Fundo Partidário, quando envolver incorporação ou fusão de partidos políticos.
Pela nova redação, que agora vem disciplinada no §7º, temos:
§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos
dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a CÂMARA
DOS DEPUTADOS, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e
do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Desse modo:

distribuição dos recursos


do Fundo Partidário

NA FUSÃO e/ou na INCORPORAÇÃO somam-se


os votos obtidos na última eleição geral conferidos
aos partidos envolvidos para fins de:

do acesso gratuito ao
rádio e à televisão

Por fim, foi acrescido o §9º ao art. 29, que estabeleceu uma barreira para a
fusão/incorporação, qual seja: O REGISTRO PERANTE O TSE HÁ, PELO
MENOS, 5 ANOS.
§ 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido
o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

Essa regra é fundamental e deverá ser objeto de cobrança em provas de concurso


público.

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Registre-se, ainda, que por equívoco legislativo, o §6º possui a mesma redação
do anterior supracitado, razão pela qual podemos desconsiderá-lo21.

11.3 - Extinção
Hipóteses
A extinção de partidos político poderá decorrer da fusão ou da incorporação, bem
como por decisão do próprio partido político e por determinação do TSE, conforme
veremos abaixo.
Lembram dos esquemas que vimos anteriormente?
Na fusão, ambos os partidos fundidos são extintos.
PARTIDO A + PARTIDO B = PARTIDO C
Na incorporação, o partido incorporado é extinto.
PARTIDO A + PARTIDO B = PARTIDO A
Assim, temos a primeira das três hipóteses previstas na legislação quanto à
extinção de partidos políticos. Vejamos as demais em forma de esquema:

A EXTINÇÃO DE PARTIDOS PODERÁ DECORRER

de fusão ou de por decisão do


por decisão do TSE
incorporação próprio partido

Portanto, para além da hipótese de extinção do partido em decorrência de fusão


ou incorporação, poderá ser determinada a extinção por decisão do próprio
partido ou por decisão do TSE.
Vejamos, na sequência, o art. 28 que trata do cancelamento de partido político
por decisão transitada em julgado do TSE.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual FIQUE
PROVADO:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

Quanto ao que dispõe os inc. I e II devemos lembrar que a CF estabelece, no art.


17, II, a proibição de recebimento de recursos ou de subordinação ao governo ou

21
De acordo com o dispositivo, cuja redação fora dada pela Lei nº 13.107/2015, está prescrito:
“§ 6º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil
competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro”.

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à entidade estrangeiros. Naturalmente, a violação de tal regra implicará a


extinção do partido político.
III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;

Do mesmo modo, a não prestação de contas constitui violação à proibição


constitucional, prevista no art. 17, III, da CF.
Em relação à prestação de contas, é importante registrar que o §6º do dispositivo
em análise, prevê que cancelamento ocorrerá apenas se não forem
prestadas as contas pelo órgão nacional, não ocorrendo o cancelamento do
registro do partido quando a omissão for dos órgãos partidários regionais ou
municipais.
Logo...

órgão nacional do partido


político

CANCELAMENTO DO PARTIDO
órgão regional do partido
POR NÃO PRESTAÇÃO DE
político
CONTAS

órgão municipal do partido


político

Vejamos, por fim, o último inciso:


IV – que mantém organização paramilitar.

A CF, do mesmo modo, veda a utilização pelos partidos de organização


paramilitar, de forma que violado o art. 17, §4º, da CF, o TSE decidirá pelo
cancelamento do registro do partido político.
Para a nossa prova é fundamental a memorização dessas hipóteses.

CANCELAMENTO DO
REGISTRO POR
DECISÃO DO TSE

recebimento de recursos
adoção de organização
ou subordinação a não prestação de contas
paramilitar
estrangeiros

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Procedimento
Os §§ do art. 28 tratam do procedimento de cancelamento do registro. Vejamos
as informações mais relevantes para a nossa prova.
O procedimento poderá ser iniciado por duas formas: denúncia de eleitor ou de
partido político ou por representação do Procurador-Geral Eleitoral.

denúncia de eleitor

INÍCIO DO PROCESSO DE
denúncia de partido político
CANCELAMENTO PERANTE O TSE

ação do Procurador-Geral Eleitoral

Vejamos:
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo
regular, que assegure ampla defesa.
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer
eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.

Os §§ 3º ao 5º trazem regras referentes ao Fundo Partidário que serão estudadas


em outro tópico. De toda forma, para que a legislação fique completa, vejamos
os dispositivos:
§ 3º O partido político, EM NÍVEL NACIONAL, NÃO sofrerá a suspensão das cotas
do Fundo Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos
praticados por órgãos regionais ou municipais.
§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por
candidatos majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas
exclusivamente pela esfera partidária correspondente, SALVO acordo expresso
com órgão de outra esfera partidária.
§ 5º Em caso de NÃO PAGAMENTO, as despesas não poderão ser cobradas
judicialmente dos órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual
penhora exclusivamente sobre o órgão partidário que contraiu a dívida executada.

Vejamos, por fim, o §6º já mencionado acima, que trata da hipótese de


cancelamento por prestação de contas:
§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos
partidos políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral,
NÃO ocorrendo o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a
omissão for dos órgãos partidários regionais ou municipais.

Finalizamos, assim o capítulo relativo à fusão, à incorporação e à extinção de


partidos políticos.

12 - Finanças e contabilidade
Vamos iniciar agora uma parte relevante do nosso estudo que envolve as finanças
e a contabilidade dos partidos políticos. Existem diversos dispositivos ao longo da
LPP sobre a matéria

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A importância desse assunto é destacada em face das alterações promovidas pela


Lei nº 12.891/2013 e pela Lei nº 13.165/2015.

12.1 - Prestação de contas e sanções dela decorrentes


Os partidos políticos, nas três esferas de organização (nacional, regional e
municipal), deverão adotar a escrituração contábil. Em termos simples, refere-se
ao registro em livros contábeis dos atos e dos fatos de caráter econômico
praticados pelo partido.
Notem:
Art. 30. O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve
manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas
receitas e a destinação de suas despesas.

A finalidade principal da prestação de contas pelos partidos políticos é permitir à


Justiça Eleitoral o controle da legalidade das movimentações financeiras
do partido. Como veremos adiante, existem diversos recursos de caráter
público, o que denota a necessidade de controle da destinação adequada e legal
dos valores. Além disso, existem normas delimitando percentuais de destinação
e de vedações como a de recebimento de recursos estrangeiros. Todos esses
fatores justificam a prestação de contas.
Assim,

permitir o conhecimento origem de suas receitas

A ESCRITURAÇÃO
CONTÁBIL VISA A
destinação de suas
despesas

Para nossa prova é relevante conhecer bem o art. 31, que veda o recebimento
de determinadas espécies de recursos financeiros. Vejamos o teor do dispositivo:
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive
através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I – entidade ou governo estrangeiros;
II – autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art. 38 [recursos
provenientes do Fundo Partidário];
III – autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de
economia mista e fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram
órgãos ou entidades governamentais;
IV – entidade de classe ou sindical.

Em síntese, fica proibido, para além do recebimento de recursos estrangeiros que


tem sede constitucional, o recebimento de recursos oriundos dos órgãos da
Administração Pública direta e indireta, bem como de entidades de classe ou
sindicais.

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Para a prova...

VEDA-SE O RECEBIMENTO DE RECURSOS DE

•entidades ou governos estrangeiros.


•autoridades ou órgãos públicos.
•entidades da administração indireta (autarquias, empresas públicas,
concessionárias, sociedades de economia mista, fundações).
•entidades de classe ou sindical.

Para aferir a regularidade das contas o partido político deverá encaminhar


anualmente à Justiça Eleitoral, até o dia 30 de abril, o balanço contábil do
ano anterior.

ATÉ 30 DE ABRIL OS PARTIDOS POLÍTICOS


DEVEM ENCAMINHAR O BALANÇO
CONTÁBIL DO ANO ANTERIOR

É o que dispõe o art. 32, abaixo:


Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.

Havia outra regra para envio dos balanços em anos eleitorais. Contudo, com a
Lei nº 13.165/2015 essa regra foi revogada, de modo que temos apenas o
prazo do caput, do art. 32, da LPP.
O balanço contábil constitui um conjunto de informações relativas à contabilidade
do partido político, pelo qual são apresentados os resultados obtidos ao longo do
ano. Essas informações permitem o controle e a transparência do patrimônio do
partido político.
Segundo a LPP, o balanço contábil do órgão nacional será encaminhado ao TSE,
o do órgão regional ao TRE e o do órgão municipal aos Juízes Eleitorais.
Tranquilo, não?
Vejamos o dispositivo da LPP:
§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.

Memorize:

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recebe os balanços contábeis dos órgãos


TSE
nacionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos


TRE
regionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos


Juízes Eleitorais
municipais dos partidos

Vejamos, ainda, o §2º, que trata da publicidade dos balanços na imprensa:


§ 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na
imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório
Eleitoral.

A finalidade dessa regra é permitir que os eleitores, os demais partidos políticos


e o Ministério Público tenham ciência do balanço para eventual insurgência.
A Lei nº 13.165/2015, além de revogar o § 3º, acrescentou ao art. 32 os §§
4º e 5º. Vamos analisar os dispositivos.
§ 4o Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros
ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à
Justiça Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado
no caput, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos
nesse período.

O § acima traz uma regra específica aplicável apenas aos órgãos partidários
municipais. Caso não haja movimentação de recursos financeiros, ou arrecadação
de bens estimáveis em dinheiro, os órgãos municipais do partido ficam
desobrigados de apresentar o balanço à Justiça Eleitoral. Contudo, o responsável
partidário deve, no prazo de 30 de abril, apresentar uma DECLARAÇÃO DE
AUSÊNCIA DE MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS.
Já a regra do § 5º traz um salvo conduto aos partidos políticos.
§ 5o A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção
alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

Assim, mesmo que o partido tenha a prestação de contas desaprovada, a sanção


imposta não impedirá a participação do partido no pleito eleitoral.
O art. 33 disciplina as informações que devem constar do balanço:
Art. 33. Os balanços devem conter, entre outros, os seguintes itens:
I – discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;
II – origem e valor das contribuições e doações;
III – despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com
programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios, e demais
atividades de campanha;
IV – discriminação detalhada das receitas e despesas.

Para a prova...

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DEVE CONSTAR DO BALANÇO APRESENTADO À JUSTIÇA ELEITORAL

•valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;


•origem e valor das contribuições e das doações;
•despesas de caráter eleitoral apresentadas de forma discriminada;
•discriminação detalhada das receitas e das despesas.

Vamos em frente!
Lembram da finalidade da escrituração contábil dos partidos e do envio
dos balanços à Justiça Eleitoral?
O controle pela Justiça Eleitoral será exercido nos termos do art. 34, vejamos:
Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do
partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem
adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas
campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas: (...)

No que atine à apresentação das contas, a Justiça Eleitoral estabelece uma série
de regras que devem ser observadas:
I – obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para
movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais;
II – revogado;
III – relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro
ou de bens recebidos e aplicados;
IV – obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por PRAZO NÃO INFERIOR A
CINCO ANOS, a documentação comprobatória de suas prestações de contas;
V – obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus candidatos
no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do
partido dos saldos financeiros eventualmente apurados.

Dessas normas, duas são imprescindíveis para a nossa prova:


 armazenamento dos documentos contábeis.

A DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS


DEVERÁ SER CONSERVADA POR TEMPO NÃO INFERIOR A 5 ANOS

 prestação de contas com encerramento da campanha.

o partido
COM O ENCERRAMENTO DA CAMPANHADA
DEVEM PRESTAR CONTAS
os candidatos

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Para finalizar o dispositivo, cumpre estudarmos os §§1º e 2º:


§ 1º A fiscalização de que trata o caput tem por escopo identificar a origem das receitas
e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o
exame formal dos documentos fiscais apresentados pelos partidos políticos e candidatos,
sendo VEDADA a análise das atividades político-partidárias ou qualquer
interferência em sua autonomia.
§ 2º Para efetuar os exames necessários ao atendimento do disposto no caput, a Justiça
Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos estados,
pelo tempo que for necessário.

O §1º acima é de fundamental importância, uma vez que faz distinção entre o
controle de legalidade das finanças do partido político e da não-interferência do
Estado nas atividades partidárias. Como vimos, o controle das contas dos partidos
políticos destina-se a aferir a regularidade das receitas e destinação das despesas
pelo exame da documentação, sem qualquer interferência nas atividades político-
partidárias ou na autonomia do partido.
Dos dispositivos acima...

A prestação de contas à Justiça


Eleitoral não pode implicar Para exame da documentação a
análise das atividades político- Justiça Eleitoral poderá requisitar
partidárias ou qualquer técnico do TCU ou dos TCE.
interferência em sua autonomia.

Em caso de denúncia fundamentada de filiado ou de denúncia de delegado de


partido político, bem como em caso de representação do Procurador-Geral
Eleitoral, ou dos Procuradores-Regionais Eleitorais, ou por iniciativa do
Corregedor, o TRE e o TSE determinarão a análise das contas do partido
político, havendo possibilidade, inclusive, de quebra do sigilo bancário.
Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de denúncia
fundamentada de filiado ou Delegado de partido, de representação do Procurador-Geral ou
Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da escrituração do
partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a
que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive,
determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou
apuração de fatos vinculados à denúncia.
Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de
contas mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos
balanços financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda,
relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que
viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus
filiados estejam sujeitos.

Nós vimos, nas linhas acima, que os partidos políticos podem denunciar eventuais
irregularidades nas contas de outros partidos políticos. Segundo o § único, acima,

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15 dias após a publicação das contas, os demais partidos terão prazo de 5 dias
para impugná-las.

15 DIAS APÓS OS 5 DIAS PARA


PUBLICAÇÃO DAS
DEMAIS PARTIDOS APRESENTAR
CONTAS
TERÃO ACESSO IMPUGNAÇÕES

Sobre esse dispositivo, vejamos o que ensina Rodrigo Martiniano Ayres Lins 22:
Na representação os legitimados poderão relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de
investigação para apurar qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que,
em matéria financeira, os partidos e seus filiados estejam sujeitos.

Na sequência, o art. 36 trata das consequências caso seja verificada violação às


normas legais e estatutárias quanto à prestação das contas:
Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às
seguintes sanções:
I – no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o
recebimento das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral;
II – no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31 [vedações impostas ao
partidos políticos], fica suspensa a participação no Fundo Partidário por um ano;
III – no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art.
39, § 4º [na Lei das Eleições], fica suspensa por dois anos a participação no Fundo
Partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao valor que exceder aos
limites fixados.

Atualmente, o limite do inciso III é fixado pela Lei das Eleições.


Podemos notar que, em todas as hipóteses mencionadas, o partido ficará sem a
quota do Fundo Partidário, por mais ou menos tempo, a depender da gravidade
do fato.
É fundamental lembrar dessas hipóteses para a prova.

22
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev. atual. e
ampl. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p. 251.

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SANÇÕES POR VIOLAÇÕES À REGRA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

Suspensão no recebimento
Suspensão no recebimento Suspensão no recebimento das quotas do Fundo
de quotas do Fundo até das quotas do Fundo Partidário por 2 anos +
esclarimento da situação Partidário por 1 ano multa correspondente ao
valor excedente

RECEBIMENTO DE
RECURSOS DE ORIGEM
ESTRANGEIRA, DE
AUTORIDADES OU DE
RECURSOS DE ORIGEM ÓRGÃOS PÚBLICOS, DE RECEBER DOAÇÕES ACIMA
NÃO MENCIONADA ENTIDADES DA DOS VALORES FIXADOS
ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA OU DE
ENTIDADES DE CLASSE OU
SINDICAL

As regras que vimos acima aplicam-se aos casos em que as contas são
apresentadas com irregularidades. Por outro lado, caso as contas sejam
desaprovadas aplica-se o disposto no art. 37, da LPP.
Antes de analisarmos esse dispositivo, atenção! A LEI Nº
13.165/2015 MODIFICOU A REDAÇÃO DO ART. 37 E
ACRESCENTOU NOVOS PARÁGRAFOS. É ASSUNTO
“FRESQUINHO” QUE CERTAMENTE CAIRÁ EM PROVA.
Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção
de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (vinte por cento).

Novamente...

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

devolução dos valores


multa de ATÉ 20% do valor
recebidos do Fundo; E

Por exemplo, se o Partido A recebeu R$ 100.000,00 do Fundo Partidário e teve


suas contas desaprovadas por decisão da Justiça Eleitoral, deverá devolver o
valor recebido (os R$ 100.000,00), acrescido de multa de até de 20% (ou seja,
R$ 20.000,00). No somatório restituirá, no máximo, R$ 120.000,00.
Em razão da indisponibilidade do interesse envolvido, o §1º trata da possiblidade
de a Justiça Eleitoral determinar, aos órgãos de âmbito nacional de direção e aos

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partidos políticos, diligências para complementar informações ou sanear


irregularidades.
§ 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de
informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de
direção partidária ou de candidatos.

Vejamos, ainda, o §2º:


§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária
responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus
órgãos de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os
respectivos responsáveis partidários.

Quanto ao dispositivo acima, devemos atentar que se a irregularidade for


perpetrada, por exemplo, pelo órgão municipal do partido político, quem ficará
sem as quotas do Fundo Partidário será o referido órgão e não o órgão nacional
ou regional, muito menos todo o partido político.
Nesse contexto, o TSE editou a Resolução TSE nº 21.841/2004, que estabeleceu
que o órgão nacional de direção do partido deixará de repassar os valores aos
partidos regionais em caso de condenação regional.
A multa (de até 20%) será aplicada de forma razoável e o pagamento será
efetuado por intermédio de descontos futuros nas quotas do Fundo a que teria
direito. É o que prevê o §3º abaixo, que tem redação conferida pela Lei nº
13.165/2015.
Vejamos:
§ 3º A SANÇÃO a que se refere o caput deverá ser aplicada de forma proporcional e
razoável, pelo período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio
de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário, desde que a prestação
de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até cinco anos de sua
apresentação.

Portanto, ao contrário do que ocorria anteriormente, NÃO HÁ MAIS


SUSPENSÃO DO RECEBIMENTO DAS QUOTAS DO FUNDO PARTIDÁRIO.
CONFORME VEREMOS ADIANTE A SUSPENSÃO OCORRERÁ APENAS NA
HIPÓTESE DE NÃO PRESTAÇÃO DAS CONTAS.
Ainda sobre o dispositivo acima, importante mencionar que a penalidade somente
poderá ser aplicada caso as contas sejam julgadas no prazo de 5 anos!
Sobre o assunto, é importante o entendimento do TSE
exarado na Consulta TSE nº 33.814/20014. Vimos que os
órgãos nacionais, estaduais e municipais prestam as
respectivas contas e cada uma das esferas responde
exclusivamente em caso de irregularidades.
Não é mesmo? Tendo isso em vista, pode o órgão nacional de direção
assumir as despesas dos diretórios estaduais ou municipais para
custear, por exemplo, a suspensão das quotas?
NÃO, NÃO PODERÁ! Entendeu o TSE, na consulta referida, que é impossível a
assunção de despesas dos diretórios estaduais ou municipais pelo

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diretório nacional, EXCETO as essenciais à manutenção de sedes e de


serviços do partido.
Após esse pequeno adendo, sigamos com a análise dos dispositivos da LPP.
O §4º trata da possibilidade de recurso contra a decisão que desaprova as
contas. Se as contas forem municipais e, portanto, julgadas pelo Juiz Eleitoral,
o recurso será cabível para o TRE respectivo. Por outro lado, em se tratando de
contas dos órgãos regionais de direção do partido político, da decisão, o recurso
é cabível para o TSE. Tal recurso é recebido com efeito suspensivo.
Tranquilo, não?
Vejamos a literalidade do dispositivo da LPP:
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos
partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.

A LPP não menciona o recurso cabível, mas o entendimento atualmente


consolidado é no sentido de que, para o TRE, caberá a apelação cível eleitoral
e, para o TSE, o recurso especial.
Assim...

Juiz eleitoral em
apelação cível
contra decisão que relação às contas dos
eleitoral para o TRE
desaprova as órgãos municipais do
respectivo
contas partido

RECURSO

TRE em relação às
recurso especial
contas dos órgãos
para o TSE
regionais do partido

Vejamos, para finalizar, os §§ 5º e 6º:


§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal
Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada,
mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas.
§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional.

Em síntese:
 É possível o pedido de revisão do julgamento das contas.
 A decisão que analisa as contas é jurisdicional, justificando a existência
de recursos eleitorais contra as decisões proferidas.
Vejamos, na sequência os §§ 9º a 14, TODOS inseridos na Lei dos Partidos
Políticos pela Lei nº 13.165/2015. Portanto, atenção!

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O primeiro desses dispositivos ameniza a suspensão do recebimento das quotas


no caso de desaprovação das contas. Vimos que a desaprovação implica a
devolução dos valores recebidos, que serão pagos nos 12 meses seguintes à
decisão que decidiu pela desaprovação. Nesses casos, haverá a retomada do
recebimento das quotas no segundo semestre de ano eleitoral.
Vejamos:
§ 9o O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere
o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem
as eleições.

O §10 traz uma regra específica de comprovação dos gastos com passagens
aéreas, cuja leitura é o suficiente:
§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de
fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados
os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer
outro documento para esse fim.

Vejamos os §§ 11 e 12:
§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer
questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer
tempo, enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.
§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não
comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não
acarretarão a desaprovação das contas.

São duas as informações referentes à documentação a ser apresentada perante


a Justiça para a análise das contas:
 Os órgãos de partido podem apresentar quaisquer documentos hábeis
para esclarecer fatos relativos à prestação de contas.
 Eventuais erros formais ou matérias – QUE NÃO COMPROMETAM A
ANÁLISE E A APURAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS – não implicam
reprovação das contas.
O §13 trata da possibilidade de responsabilização civil, ou criminal, dos
dirigentes dos órgãos partidários.
§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários
decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido
político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante
de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do
partido.

Desaprovadas as contas, para a responsabilização do dirigente partidário


devemos verificar alguns requisitos...

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REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA


RESPONSABILIZAÇÃO DO DIRIGENTE PARTIDÁRIO
EM CASO DE DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

enriquecimento
irregularidade
ilícito e lesão ao
grave e conduta dolosa
patrimônio do
insanável
partido

Quanto ao §14, a mera leitura é suficiente:


§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será
atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas,
exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.

Para finalizarmos, a Lei nº 13.165/2015 acresceu à LPP o artigo abaixo:


Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

Conforme referimos acima, a suspensão do recebimento e quotas do fundo


partidário não ocorre mais na hipótese de desaprovação parcial ou total das
contas. Agora a suspensão do recebimento das quotas ocorrerá apenas
quando não houver prestação. A suspensão perdurará até a efetiva prestação
das contas.
Distinguindo ambas as situações, temos...

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

devolução dos valores recebidos e suspensão das quotas do Fundo


multa de até 20% Partidário, até regularização.

Finalizamos o primeiro tópico desse capítulo. Vejamos, na sequência, as regras


que disciplinam o Fundo Partidário!

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12.3 - Fundo partidário


De acordo com José Jairo Gomes23, quanto ao financiamento dos partidos
políticos, vige, no Brasil, um sistema misto de financiamento partidário, uma
vez que os partidos políticos recebem recursos de origem estatal e de
particulares.
Entre as fontes de recursos, existem valores recebidos do Fundo Partidário, de
doações privadas, de comercialização de bens e de eventos. Quanto às doações,
elas poderão ser feitas tanto ao Fundo quanto aos órgãos de direção dos partidos
políticos.
Esses serão os assuntos que abordaremos neste tópico!
Denominado de Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos
Políticos, o Fundo Partidário constitui uma aplicação financeira responsável por
concentrar valores depositados, para serem rateados entre os partidos políticos.
Integram o Fundo as parcelas descritas no art. 38, da LPP:
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)
é constituído por:
I – multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis
conexas;
II – recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente
ou eventual;
III – doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos
bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
IV – dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número
de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Entre as fontes do Fundo Partidário, destacam-se as dotações orçamentárias que


serão calculadas em função do número de eleitores.
Para a prova devemos memorizar as contribuições que integrarão o Fundo
Partidário...

23
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2014, p. 96.

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INTEGRA O
FUNDO
PARTIDÁRIO

Doações de Dotações
Recursos
Multas e pessoas físicas e orçamentárias da
financeiros
penalidade jurídicas União (valor
destinados por
pecuniárias. destinadas ao mínimo R$ 0.35
lei.
Fundo. X por eleitor).

O art. 39, por sua vez, disciplina as doações recebidas diretamente de


pessoas físicas, exceto de entidades privadas, ou públicas, estrangeiras,
autoridades ou órgãos públicos da Administração direta, ou indireta, e entidades
de classe ou sindical.
Vejamos o art. 39:
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de
direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos
hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e
respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do
partido, definidos seus valores em moeda corrente.

Dos dispositivos acima podemos notar que as doações feitas diretamente aos
partidos políticos devem observar algumas regras específicas:
 Qualquer das três esferas de administração do partido (nacional, regional
ou municipal) poderá receber valores.
 Os valores recebidos devem ser informados ao órgão superior do partido,
bem como à Justiça Eleitoral, indicando, inclusive a destinação conferida ao
dinheiro.
Não é à toa que a jurisprudência do TSE entende que a
ausência de abertura de conta corrente e recebimento de
recursos sem identificação do doador são vícios que atingem a transparência e
comprometem a fiscalização da regularidade da prestação de contas. Esse foi o
entendimento consubstanciado no Acórdão no AgR-REspe nº 2.834.940/201224:
RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO. EXERCÍCIO FINANCEIRO DE
2006. DESAPROVAÇÃO. FALHAS QUE COMPROMETEM A CONFIABILIDADE E A
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS PELA JUSTIÇA ELEITORAL. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS.
DESPROVIMENTO.
1. A ausência de abertura de conta corrente, bem como o recebimento de recursos sem a
devida identificação do doador, em inobservância ao que dispõe o art. 4º, § 2º, da
Resolução-TSE nº 21.841/2004, não consubstanciam falhas meramente formais, mas vícios

24
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 2834940, Acórdão de 06/03/2012,
Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 69, Data 13/04/2012, Página 30.

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que atingem a transparência da prestação de contas e comprometem a fiscalização de sua


regularidade pela Justiça Eleitoral.
2. Para que o agravo obtenha êxito, é necessário que os fundamentos da decisão agravada
sejam especificamente infirmados, sob pena de subsistirem suas conclusões.
3. Agravo regimental desprovido.

Vocês notarão que nós tachamos a expressão “jurídica” do caput do


art. 39?
O STF concluiu, no julgamento da ADI 4.650, que OS
DISPOSITIVOS LEGAIS QUE AUTORIZAM AS
CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS JURÍDICAS PARA
CAMPANHAS ELEITORAIS E PARA PARTIDOS
POLÍTICOS SÃO INCONSTITUCIONAIS.
A ação constitucional foi ajuizada pela OAB sob o argumento de o art. 81 da Lei
das Eleições e o art. 39, caput, são parcialmente inconstitucionais, no que diz
respeito à doação de campanha por pessoas jurídicas.
O STF acolheu o pedido para declarar inconstitucionais as doações de pessoas
jurídicas a partidos políticos. Entre os argumentos da corte, destacam-se:
 A doação por pessoas jurídicas é incompatível com o regime democrático
e com a cidadania.
 A pessoa jurídica não exerce a cidadania, logo não pode doar valores
para as campanhas eleitorais.
A cidadania é consubstanciada por três atos: o direito de votar, o direito
de ser votado e o direito de influir na formação da vontade política por
intermédio dos meios diretos de democracia, tais como o plebiscito, o
referendo e a iniciativa popular. Em nenhum desses atos há a participação
de pessoas jurídicas.
 As doações efetuadas por pessoas jurídicas inflacionam o custo das
campanhas eleitorais, sem um aprimoramento do processo político.
 A doação de recursos por pessoas jurídicas implica um desequilíbrio entre
os partidos e candidatos sem recursos financeiros, violando o princípio da
igualdade.
 A vedação à doação por pessoas jurídicas não inviabiliza o processo
eleitoral.
Por fim, reitere-se: as pessoas físicas podem continuar doando recursos
regularmente. A decisão acima afeta apenas as doações efetuadas por pessoas
jurídicas.
Além disso, tal vedação será aplicada já para as eleições que ocorrerão em 2016.
Além disso, por intermédio da Lei nº 13.165/2015, houve a delimitação no art.
39, §3º, da LPP das formas de recebimento dos recursos doados. Vejamos:
§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do
partido político por meio de:
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

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II - depósitos em espécie devidamente identificados;


III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de
cartão de crédito ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

Do dispositivo acima, destaca-se que o mais relevante é a identificação da origem


para que possa ser efetuado o controle de legalidade dos valores e para que não
haja uso abusivo ou não declarado de recursos em campanhas eleitorais.
Vamos em frente!
Vejamos, na sequência, o §5º:
§ 4º Revogado.
§ 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas
diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas,
observando-se o disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1º do art. 81 da Lei nº 9.504,
de 30 de setembro de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e
pelas normas estatutárias.

Não iremos comentar esses dispositivos aqui, porque não é assunto da aula. Para
nós, importa saber que existem limites estabelecidos para as doações efetuadas
por pessoas físicas.
Por fim, registre-se que o TSE permite que os órgãos locais dos partidos políticos
efetuem doações às candidaturas federais e estaduais. É o que se extrai do
excerto abaixo da ementa do REspe nº 780.819/201225:
ELEIÇÕES ESTADUAIS - PRESTAÇÃO DE CONTAS - REJEIÇÃO - DOAÇÃO DE FONTE NÃO
IDENTIFICADA - RECOLHIMENTO AOS COFRES PÚBLICOS - FONTE IDENTIFICADA - RECIBO
ELEITORAL EMITIDO - APROVAÇÃO DAS CONTAS.
(...) A doação realizada por partido político está prevista como fonte lícita de captação de
recursos para campanha eleitoral (Res.-TSE nº 23.217/2010, art. 14, IV e art. 39, § 5º, da
Lei nº 9.096/95, acrescido pela Lei nº 12.034/2009).

Entre as fontes de recursos do Fundo Partidário encontram-se as dotações


orçamentárias, calculadas em razão do número de eleitores. Essa dotação, nos
termos do art. 40, constará do orçamento do Poder Judiciário, consignada
ao TSE.
Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada,
no Anexo do Poder Judiciário, ao Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do
Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação
de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na legislação eleitoral.

25
Recurso Especial Eleitoral nº 780819, Acórdão de 01/08/2012, Relator(a) Min. HENRIQUE
NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 156, Data 15/08/2012,
Página 72-73.

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O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os valores ao TSE que, no prazo


de 5 dias, fará o repasse aos respectivos partidos políticos. A divisão dos valores
obedece a uma série de critérios que são estabelecidos no art. 41-A, da LPP.
Vejamos, incialmente, o caput do art. 41, da LPP:
Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a contar da data do depósito a
que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais
dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios:

Os demais incisos do art. 41 foram declarados inconstitucionais pelo STF, ao


julgar as ADI nº 1.351 e nº 1.354/2006, uma vez que condicionavam o
recebimento dos recursos pelos partidos políticos à cláusula de barreira, assunto
já estudado.
Em razão disso, a Lei nº 12.875/2013 disciplinou o art. 41-A da LPP:
Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:
I – 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os
partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do
Fundo Partidário; e
II – 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na PROPORÇÃO
DOS VOTOS OBTIDOS na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

Memorizem essa distribuição...

Divididos em partes igual entre


os partidos políticos que tenham
5%
façam jus ao Fundo Partidário
conforme regras constitucionais
DO FUNDO
PARTIDÁRIO
Distribuídos aos partidos de
acordo com a proporção dos
95% votos recebidos nas últimas
eleições para a Câmara dos
Deputados.

Você prestou atenção à redação do parágrafo único?


Não?! Ele é muito importante, razão pela qual iremos tratar desse dispositivo em
separado!
A questão da distribuição do fundo partidário sempre foi objeto de disputas e
controvérsia, tanto no Poder Legislativo como no Poder Judiciário, especialmente
quando envolve a troca de partidos entre os detentores de cargos político-
eletivos.

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Estabelece o parágrafo único que serão desconsiderados os parlamentares que


alterarem a filiação partidária ao longo do mandato, para distribuição dos
percentuais acima. Assim, se o deputado federal é filiado ao “Partido A” e durante
o curso do mandato migra para o “Partido B”, esse parlamentar não será
considerado na proporção. Ou seja, não poderá integrar o cálculo a favor do
partido pelo qual foi eleito “Partido A” e não poderá também integrar o cálculo a
favor do “Partido B” para o qual migrou.
Desse modo, temos superada essa discussão? Basta memorizar essas
regras acima e estou garantido?
Não, absolutamente não!
Vamos analisar com calma a questão para você não errar esse assunto em uma
questão mais complexa!
A redação atual do dispositivo foi conferida pela Lei 12.875/2013, que manteve
a mesma regra de proporção, mas definiu que para o cálculo proporcional dos
95% seriam desconsideradas as mudanças de filiação partidária, em quaisquer
hipóteses, ressalvado os casos de fusão e incorporação partidária.
A Lei 12.875/2013 foi objeto da ADI 5.105, julgada em outubro de 2015. O STF
declarou a inconstitucionalidade de todo o art. 41-A da Lei 9.095/1995, sob o
argumento de que o legislador não criou um meio para superar as
inconstitucionalidades por violação dos princípios do pluralismo político e da
liberdade de criar novas siglas, especialmente em relação aos parlamentares que
migram de um partido para outro.
Antes do julgamento da ADI 5.105 foram editadas duas outras normas tratando
a respeito da distribuição das quotas do Fundo Partidário.
A primeira delas foi a Lei 13.107/2015, que conferiu nova redação ao parágrafo
único do art. 41-A para prever que no cálculo da proporcionalidade dos 95%
devem ser “desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer
hipóteses”. Houve a retirada a ressalva para os casos de fusão e incorporação
partidária.
Note que o argumento utilizado para declarar a inconstitucionalidade da Lei
12.875/2013 não foi alterado pela Lei 13.107/2015, apenas foi repetida a regra,
retirando a ressalva.
A segunda alteração na Lei dos Partidos Políticos é Lei 13.165/2015, que não fez
alterações substanciais no art. 41-A.
Portanto, as alterações legislativas 13.107/2015 e 13.165/2015 não resolveram
o problema que gerou a inconstitucionalidade decorrente da decisão da ADI
5.105.
Assim, para uma questão objetiva de prova nós temos que levar em consideração
dois posicionamentos:
1º - A redação literal do art. 41-A da Lei dos Partidos Políticos com
redação da pelas Leis 13.107/2015 e 13.165/2015.

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A maioria das questões de prova, irão considerar como correta a alternativa


que trouxe a literalidade do texto legislado, pois até o presente não temos
uma declaração formal de inconstitucionalidade.
2º - O entendimento do STF no sentido de que os critérios
estabelecidos pela Lei nº 13.875/2013 são inconstitucionais por
violarem o princípio da pluralidade partidária na medida em que
criam obstáculo ao funcionamento e o desenvolvimento de novas
agremiações, sob o argumento falacioso de fortalecimentos dos
partidos políticos.
Entende o STF que as agremiações que tiverem representação na Câmara
dos Deputados, independentemente de perquirir se essa representatividade
provém de migração de outra legenda ou da criação de nova legenda por
deputados federais eleitos, devem ser considerados para a distribuição dos
95% proporcionais.
Além disso, pela segunda correte, que somente deverá adotada em
eventual questão que cobre expressamente o posicionamento do STF a
respeito da matéria, as Lei 13.105/2015 e 13.165/2015 nascem com
presunção de inconstitucionalidade.
Ok? Explicada a regra do parágrafo único com calma, podemos prosseguir.
De acordo com o art. 42, da LPP, na hipótese de extinção do partido político, os
valores respectivos a que teriam direitos serão revertidos novamente para o
Fundo.
Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do
partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.

Quanto à administração dos valores, prevê o art. 43:


Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão
feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo
Poder Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo
do partido.

Em relação ao art. 44 devemos registrar, inicialmente, que o dispositivo foi


alterado pela Lei nº 13.165/2015. O dispositivo trata da aplicação dos recursos
do Fundo Partidário. Vejamos:
São sete as destinações conferidas aos recursos do Fundo Partidário. Vejamos:
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário SERÃO aplicados:

O primeiro aspecto a destacar é a expressão “serão”, que indica que o partido


político DEVERÁ (trata-se de uma exigência) aplicar os recursos nas hipóteses
que passamos a analisar.
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal,
a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;
b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

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Em relação à manutenção da sede e dos serviços dos partidos, a LPP disciplina


limites de destinação. Vejamos:

órgão nacional do partido


50% DO TOTAL RECEBIDO
político

órgão estadual e municipal do


60% DO TOTAL RECEBIDO
partido político

Vejamos as demais destinações possíveis dos recursos do Fundo Partidário:


II - na propaganda doutrinária e política;
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação
e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido.
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação
política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido
político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação
e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão
nacional de direção partidária, observado o MÍNIMO DE 5% (CINCO POR CENTO) DO
TOTAL;

Em relação à promoção da participação política das mulheres é importante,


especialmente para fins de provas objetivas, memorizar o percentual mínimo
de aplicação, que é de 5% DO TOTAL DE RECURSOS existentes no Fundo.
Ainda em relação ao inc. V, a LPP prevê, ainda, que se não forem utilizados os
5%, o partido político deverá transferir a diferença para atingir o percentual
mínimo para uma conta específica, sob pena de ser obrigado a aplicar um
adicional de 12,5%. Assim, caso não cumpra o percentual mínimo de 5%, o
partido poderá ser condenado a aplicar 17,5% na promoção da participação
política das mulheres.
Além disso, é importante frisar que os valores aplicados devem ser aplicados na
média. Assim, no período de 5 anos, por exemplo, o partido deverá aplicar 5% a
cada ano. Para tanto, contudo, a fim de constituir reserva de capital, o partido
deverá efetuar o depósito em conta para destinação específica.
Sigamos com as demais hipóteses:
VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos
partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à
doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado;
VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e
lanchonetes.

A distribuição de recursos acima é fundamental para a nossa prova e pode


perfeitamente vir numa questão, portanto, tome nota!

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APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO

•manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoa), observado o


LIMITE de 50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e
municipais;
•propaganda doutrinária e política;
•alistamento e campanhas eleitorais;
•criação e manutenção de programas de promoção e difusão de política para
mulheres, NO MÍNIMO 5%;
•criação e manutenção entidades de pesquisa e de doutrinação e educação
política;
•despesas com alimentação.

O §§ 1º e 2º tratam da obrigatoriedade de os partidos políticos discriminarem a


aplicação dos recursos em seus balanços a fim de possibilitar o controle pela
Justiça da aplicação dos recursos conforme vimos acima. Inclusive, permite-se à
Justiça Eleitoral proceder, A QUALQUER TEMPO, investigações com o objetivo
de aferir a regularidade de aplicação dos recursos.
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser
discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir
o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste
artigo.
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos
oriundos do Fundo Partidário.

Sobre o §3º do art. 44, cuja redação fora dada pela Lei 12.891/2013, é
importante destacar que embora os recursos do Fundo Partidário tenham
natureza pública, o empenho e a utilização não dependem de processo
licitatório.
§ 3º Os recursos de que trata este artigo NÃO estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.

Vejamos os §§ 4º a 5º-A, já analisados acima:


§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e
tributos de qualquer natureza.
§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o
saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo
que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente,
sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto
no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.
§ 5o-A. A critério das agremiações partidárias, os recursos a que se refere o inciso V
poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias
específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido.

Vejamos o §6º:

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§ 6º No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a


totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida
para outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo.

Em relação aos recursos que devem ser destinados aos institutos de pesquisa, se
o partido político não aplicar os valores com os quais se comprometeu a aplicar,
os valores que deveriam ter sido aplicados serão subtraídos para serem
encaminhados a outros partidos a fim de que seja dada a correta destinação.
Vejamos, por fim, a redação do §7º, cuja leitura é o suficiente:
§ 7º A critério da secretaria da mulher ou, inexistindo a secretaria, a critério da fundação
de pesquisa e de doutrinação e educação política, os recursos a que se refere o inciso V do
caput poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas
bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do
partido, não se aplicando, neste caso, o disposto no § 5º.

Finalizamos, assim, as regras relativas ao estudo das finanças e da contabilidade


dos partidos políticos, tratando especialmente da prestação de contas e do fundo
partidário.

13 - Acesso gratuito ao rádio e à televisão


O presente capítulo envolve a propaganda partidária.
Para nos situarmos no tema vejamos, inicialmente, a distinção entre as
modalidades de propaganda segundo os ensinamentos de Rodrigo Martiniano
Ayres Lins26, que classifica a propaganda política em:
A propaganda política, (...), tem por desiderato a divulgação de plataformas político-
eleitorais, que se subdividem da seguinte forma: propaganda institucional (feita pela
administração pública, destinada ao povo, em geral); propaganda intrapartidária (feita
por ‘candidatos a candidato’, destinada aos filiados de partido político); propaganda
partidária (feita pelo partido político, destinada aos seus filiados e aos cidadãos em geral);
propaganda eleitoral (feita pelos candidatos, destinada aos cidadãos em geral com o
objeto específico de captação de votos).

Pergunta-se:
Dessas espécies de propaganda, qual será o objeto de nossos estudos?
O esquema abaixo responde!

propaganda institucional

propaganda intrapartidária
PROPAGANDA POLÍTICA
propaganda partidária

propaganda eleitoral

26
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 487.

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Veremos, portanto, as regras relativas à propaganda partidária, que é realizada


pelos próprios partidos políticos. Essa propaganda divulga a ideologia partidária,
apresentando programas, projetos, trabalhos desenvolvidos e posicionamento
quanto aos assuntos relevantes da comunidade política. A principal finalidade da
propaganda partidária é a divulgação da ideologia do partido e a angariação
de novos filiados.
É importante notar que a propaganda partidária poderá ser realizada com o
dinheiro arrecadado pelo fundo partidário e com recursos próprios e legais do
partido político, mas, também, com o acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma dos dispositivos que serão analisados adiante.
Vamos iniciar com o art. 45 e com seus respectivos incisos:
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante
transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta
minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade:
I – difundir os programas partidários;
II – transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos
eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III – divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo
que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o MÍNIMO DE 10%
(DEZ POR CENTO) DO PROGRAMA E DAS INSERÇÕES A QUE SE REFERE O ART. 49.

Para a nossa prova é importante memorizar:

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difundir os programas
do partido

entre as 19 horas e 30
minutos e 22 horas.

PROPAGANDA
transmitir mensagens
PARTIDÁRIA
aos filiados
GRATUITA

Finalidade

divulgar a posição do
partido quanto aos
assuntos da
comunidade

promover e difundir a
participação política
feminina (mín. 10%)

Na sequência, a LPP estabelece alguns parâmetros a serem observados:


§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:
I – a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;
II – a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de
interesses pessoais ou de outros partidos;
III – a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou
quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua
comunicação.

Desse modo, é vedado, nos programas de propaganda político-partidária, a


participação de pessoa filiada a outros partidos políticos, a divulgação de
candidatos, de cargos e de interesses de outros partidos, bem como a utilização
de trucagens e de montagem para distorcer, ou falsear, fatos e a comunicação
respectiva.
Em forma de esquema...

VEDADO NOS PROGRAMAS

•participação de pessoa filiada a outros partidos;


•divulgação de propaganda de candidatos a cargos políticos (lembre-se, a
propaganda é partidária, não política);
•defesa dos interesses pessoais ou de outros partidos;
•utilização de imagens ou cenas que distorçam os recursos ou falseiem os fatos.

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Se algum dos partidos incorrer nas vedações acima, sofrerá as punições


estabelecidas no §2º:
§ 2º O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido:
I – quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, com a cassação do direito de
transmissão no semestre seguinte;

É importante deixar claro que o tempo perdido no semestre seguinte é limitado


ao tempo total de propaganda em cadeira utilizada irregularmente. É o que se
extrai do Rp nº 107.182/201027.
II – quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo
equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte.

Vejamos, a título de curiosidade, e para facilitar a


memorização dos assuntos, a distinção entre transmissão
em bloco e transmissão em inserções:

TRANSMISSÃO EM BLOCO TRANSMISSÃO EM INSERÇÕES

Constitui o horário destinado à divulgação de


Constitui a mensagem intercalada na
propaganda por vários partidos num único
programação normal da emissora.
bloco de tempo.

Se irregular, perderá o tempo respectivo de Se irregular, perde o tempo equivalente a 5


propaganda no semestre seguinte. vezes ao da inserção ilícita.

Apenas para deixar as informações completas: há, ainda, a inserção em cadeia,


que nada mais é do que a suspensão da programação normal da emissora para
que a mensagem vá ao ar simultaneamente em todos os canais.
As irregularidades serão analisadas pelo TSE, ou pelo TRE, conforme esquema
que segue:

programa em bloco ou
TSE
inserções nacionais

programa em bloco ou
TRE inserções transmitidas nos
Estados

É o que extraímos do art. 45, §3º, da LPP:


§ 3º A representação, que somente poderá ser oferecida por partido político, será
julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de programa em bloco ou inserções
nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de programas em bloco ou
inserções transmitidos nos Estados correspondentes.

27
Representação nº 107182, Acórdão de 24/06/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 27/08/2010, Página
91.

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Ainda quanto a esse dispositivo, o STF, em interpretação conforme o texto da


Constituição, definiu que o Ministério Público Eleitoral também possui
legitimidade para representar contra irregularidades na propaganda partidária. É
o que se extrai da ADI nº 4.617/201328.

Como se trata de um julgado recente, é interessante a leitura da ementa:


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO ELEITORAL. PROPAGANDA
PARTIDÁRIA IRREGULAR. REPRESENTAÇÃO. LEGITIMIDADE. ART. 45, § 3º, DA LEI Nº
9.096/95. DIREITO DE ANTENA. ART. 17, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO. ESTREITA CONEXÃO
COM PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS. MORALIDADE ELEITORAL. IGUALDADE DE CHANCES
ENTRE OS PARTIDOS POLÍTICOS (CHANCENGLEICHHEIT DER PARTEIEN). DEFESA DAS
MINORIAS. LEGITIMIDADE INAFASTÁVEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A DEFESA DA
ORDEM JURÍDICA, DO REGIME DEMOCRÁTICO E DOS INTERESSES SOCIAIS
INDISPONÍVEIS. ARTIGOS 127 E 129 DA CONSTITUIÇÃO. AÇÃO DIRETA JULGADA
PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. A propaganda partidária, organizada pelos partidos
políticos, no afã de difundir suas ideias e propostas para a cooptação de filiados, bem como
para enraizar suas plataformas e opiniões na consciência da comunidade, deriva do
chamado direito de antena, assegurado aos partidos políticos pelo art. 17, § 3º, da
Constituição. 2. A regularidade da propaganda partidária guarda estreita conexão com
princípios caros ao Direito Eleitoral, como a igualdade de chances entre os partidos políticos,
a moralidade eleitoral, a defesa das minorias, e, em última análise, a Democracia. 3. O
princípio da igualdade de chances entre os partidos políticos é elemento basilar das mais
modernas democracias ocidentais, a impedir o arbitrário assenhoramento do livre mercado
de ideias por grupos opressores (JÜLICH, Christian. Chancengleichheit der Parteien: zur
Grenze staatlichen Handelns gegenu¨ber den politischen Parteien nach dem Grundgesetz.
Berlim: Duncker & Humblot, 1967. p. 65; CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional
e Teoria da Constituição. 7ª ed. Coimbra: Almedina, 2000. p. 320). 4. As questões relativas
à propaganda partidária não são meras contendas privadas, avultando o caráter público da
matéria diante do art. 17 da Constituição, que estabelece parâmetros claros para o
funcionamento dos partidos, resguardando a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, dentre outros preceitos. 5.
A legitimidade do Ministério Público para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais indisponíveis, não pode ser verberada, máxime diante da normativa
constitucional insculpida nos artigos 127 e 129 da Constituição. 6. O dispositivo que
restringe a legitimidade para a propositura de representação por propaganda partidária
irregular afronta múltiplos preceitos constitucionais, todos essencialmente vinculados ao
regime democrático. Doutrina (GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 7ª ed. São Paulo: Atlas,
2011. p. 324; CÂNDIDO, Joel. Direito Eleitoral brasileiro. 14ª ed. Bauru: Edipro, 2010. p.
71). 7. A representação de que trata o art. 45, § 3º, da Lei nº 9.096/95 pode ser ajuizada
por partido político ou pelo Ministério Público, mercê da incidência do art. 22, caput, da Lei
Complementar nº 64/90 , verbis: “Qualquer partido político, coligação, candidato ou
Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao
Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias
e pedir abertura de investigação judicial para apurar (…) utilização indevida de veículos ou
meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político”. Exclui-se,
nessas hipóteses, a legitimidade de candidatos e coligações, porquanto a propaganda
partidária é realizada fora do período eleitoral. 8. Ação Direta de Inconstitucionalidade
julgada parcialmente procedente para conferir interpretação conforme à Constituição ao art.

28
ADI 4617, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 19/06/2013, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-029 DIVULG 11-02-2014 PUBLIC 12-02-2014

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45, § 3º, da Lei nº 9.096/95, estabelecendo a legitimidade concorrente dos partidos políticos
e do Ministério Público Eleitoral para a propositura da reclamação de que trata o dispositivo.

Quanto ao prazo para a representação, existem duas regras.


A primeira delas é geral. Assim, os partidos políticos terão até o último dia do
semestre para impugnar as propagandas partidárias se entenderem que elas
estão em desacordo com as regras que estamos estudando. Há, contudo, uma
regra específica. Caso a propaganda eleitoral seja disponibilizada nos 30 últimos
dias do semestre, o prazo para impugnação será de até 15 dias após o término
do semestre.
Como é confuso o dispositivo, devemos estar bastante atentos. Vejamos o
dispositivo e, em seguida, um esquema:
§ 4º O prazo para o oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre
em que for veiculado o programa impugnado, ou se este tiver sido transmitido nos últimos
30 (trinta) dias desse período, até o 15º (décimo quinto) dia do semestre seguinte.

PRAZO PARA
APRESENTAR A
IMPUGNAÇÃO

regra especificidade

se a violação ocorrer nos 30 últimos dias do


até o final do semestre semestre a representação poderá ser oferecida
até o 15º seguinte ao termo do semestre.

Da decisão do TRE da representação é cabível recurso para o TSE, que será


recebido com efeito suspensivo. Desse modo, as penalidades não serão
aplicadas enquanto não analisado o recurso pelo TSE.
§ 5º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais que julgarem procedente
representação, cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso
para o Tribunal Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.

Para finalizar, vejamos o §6º, que determina que a propaganda no rádio e na


televisão se restringe à gratuita, do modo como está disciplinado na LPP:
§ 6º A propaganda partidária, no rádio e na televisão, fica restrita aos horários gratuitos
disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga.

Quanto à transmissão, as regras constam do art. 46, da LPP. Vejamos os


dispositivos e, em sequência, o destaque das principais informações:

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Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os


partidos políticos, na forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito nacional e
estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.
§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, e em inserções
de trinta segundos e um minuto, no intervalo da programação normal das emissoras.
§ 2º A formação das cadeias, tanto nacional quanto estaduais, será autorizada pelo
Tribunal Superior Eleitoral, que fará a necessária requisição dos horários às emissoras
de rádio e de televisão, mediante requerimento dos órgãos nacionais dos partidos, com
antecedência mínima de quinze dias.
§ 3º No requerimento a que se refere o parágrafo anterior, o órgão partidário solicitará
conjuntamente a fixação das datas de formação das cadeias, nacional e estaduais.
§ 4º O Tribunal Superior Eleitoral, independentemente do âmbito nacional ou estadual da
transmissão, havendo coincidência de data, dará prioridade ao partido que apresentou o
requerimento em primeiro lugar.

Destaca-se:
 As emissoras de rádio e de TV devem realizar a transmissão de forma
gratuita.
 As transmissões serão em bloco, em cadeira ou por inserções.
 A transmissão em cadeia depende de autorização do TSE, com requisição
à emissora, com antecedência de 15 dias, dos horários disponíveis.
Vejamos, na sequência, o §5º, cuja redação foi dada pela Lei nº 12.891/2013:
§ 5º O material de áudio e vídeo com os programas em bloco ou as inserções será
entregue às emissoras com antecedência mínima de 12 (doze) horas da
transmissão, podendo as inserções de rádio ser enviadas por meio de correspondência
eletrônica.

Vejamos, para finalizar o dispositivo, os §§ restantes:


§ 6º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas:
I – pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção
nacional de partido;
II – pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção
estadual de partido.
§ 7º Em cada rede somente serão autorizadas até dez inserções de trinta segundos OU
cinco de um minuto por dia.

Dos §§ acima, destaca-se:

O material em audio e vídeo


Em cada rede somente
deve ser disponibilizado à
poderão ser autorizadas 10
emissora de TV com
inserções de 30 segundos ou
antecedência mínima de 12
5 de um minuto por dia.
horas.

Para finalizar, devemos analisar com calma o §8º, cuja redação fora dada pela
Lei nº 12.891/2013 e, por isso, tem grandes chances de figurar em nossa prova.

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§ 8º É vedada a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de


programação, exceto se o número de inserções de que dispuser o partido exceder
os intervalos disponíveis, sendo vedada a transmissão em sequência para o mesmo
partido político.

E aí, três vedações no mesmo dispositivo, fácil não?


Vamos com calma!
A regra é a de que NÃO PODE HAVER INSERÇÕES NO
MESMO INTERVALO DE PROGRAMAÇÃO. Contudo, se o
número de inserções que dispuser o partido for superior ao número de
intervalos disponíveis no horário estabelecido – que será entre as 19:30 e
22 horas – é possível mais de uma inserção por intervalo disponível. De
todo, se o partido tiver direito a mais de uma inserção no mesmo intervalo
elas não poderão ocorrer uma ao lado da outra. Temos que ler com atenção!
Vejamos, em seguida, o art. 47 da LPP:
Art. 47. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas
diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido,
obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral
da respectiva jurisdição.

O art. 48, por sua vez, foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI nº
1.351/2006 e nº 1.354/2006.
Art. 48. O partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral que não atenda ao
disposto no art. 13 tem assegurada a realização de um programa em cadeia
nacional, em cada semestre, com a duração de dois minutos.

Do mesmo modo, não se aplicava o art. 49 ante à inconstitucionalidade do art.


13, que fixa a cláusula de barreira.
Contudo, a Lei nº 13.165/2015 conferiu nova redação ao dispositivo. Vejamos:
Art. 49. Os partidos com pelo menos um representante em qualquer das Casas do
Congresso Nacional têm assegurados os seguintes direitos relacionados à propaganda
partidária:
I - a realização de um programa a cada semestre, em cadeia nacional, com duração de:
a) cinco minutos cada, para os partidos que tenham eleito até quatro Deputados Federais;
b) dez minutos cada, para os partidos que tenham eleito cinco ou mais Deputados Federais;
II - a utilização, por semestre, para inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes
nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais, do tempo total de:
a) dez minutos, para os partidos que tenham eleito até nove Deputados Federais;
b) vinte minutos, para os partidos que tenham eleito dez ou mais deputados federais.
Parágrafo único. A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais
referidas no inciso II do caput deste artigo poderão veicular conteúdo regionalizado,
comunicando-se previamente o Tribunal Superior Eleitoral.

O dispositivo fixa o tempo das propagandas partidária, distinguindo a propaganda


em bloco e por inserções. Para ter direito à propaganda exige-se que o partido
tenha, ao menos, um representante perante o Congresso Nacional, ou
seja, ao menos um Deputado Federal ou Senador da República.
Se obtido terá direito a:

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PROPAGANDA PARTIDÁRIA POR


PROPAGANDA PARTIDÁRIA EM BLOCO
INSERÇÕES

5 minutos 10 minutos 10 minutos 20 minutos

se tiver de 1 a 4 se tiver 5 ou mais se tiver de 1 a 9 se tiver 10 ou mais


representantes na representantes na representantes na representantes na
Câmara dos Câmara dos Câmara dos Câmara dos
Deputados Deputados Deputados Deputados

Força pessoal, estamos chegando ao final da parte teórica desta aula.

14 - Disposições Finais
14.1 - Disposições Gerais
Art. 50. Vetado
Art. 51
nacionais.
Art. 54. Para fins de aplicação das normas estabelecidas nesta Lei, consideram-se como
equivalentes a Estados e Municípios o Distrito Federal e os Territórios e respectivas divisões
político-administrativas.

14.2 - Disposições finais e transitórias


Art. 55. O partido político que, nos termos da legislação anterior, tenha registro definitivo,
fica dispensado da condição estabelecida no § 1º do art. 7º, e deve providenciar a adaptação
de seu estatuto às disposições desta Lei, no prazo de seis meses da data de sua publicação.
§ 1º A alteração estatutária com a finalidade prevista neste artigo pode ser realizada pelo
partido político em reunião do órgão nacional máximo, especialmente convocado na forma
dos estatutos, com antecedência mínima de trinta dias e ampla divulgação, entre seus
órgãos e filiados, do projeto do estatuto.
§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo ao partido que, na data da publicação desta
Lei:
I – tenha completado seu processo de organização nos termos da legislação anterior e
requerido o registro definitivo;
II – tenha seu pedido de registro sub judice, desde que sobrevenha decisão favorável do
órgão judiciário competente;
III – tenha requerido registro de seus estatutos junto ao Tribunal Superior Eleitoral, após
o devido registro como entidade civil.
Art. 56. No período entre a data da publicação desta Lei e início da próxima legislatura,
será observado o seguinte:
I – fica assegurado o direito ao funcionamento parlamentar na Câmara dos Deputados ao
partido que tenha elegido e mantenha filiados, no mínimo, três representantes de
diferentes Estados;

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II – a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados disporá sobre o funcionamento da


representação partidária conferida, nesse período, ao partido que possua representação
eleita ou filiada em número inferior ao disposto no inciso anterior;
III – ao partido que preencher as condições do inciso I é assegurada a realização
anual de um programa, em cadeia nacional, com a duração de dez minutos;
IV – ao partido com representante na Câmara dos Deputados desde o início da
Sessão Legislativa de 1995, fica assegurada a realização de um programa em cadeia
nacional em cada semestre, com a duração de cinco minutos, não cumulativos com o tempo
previsto no inciso III;
V – (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 11.459/2007.)

Os dispositivos taxados foram declarados inconstitucionais pelo STF nas ADI nºs
1.351/2006 e 1.354/2006.
Art. 57. No período entre o início da próxima Legislatura e a proclamação dos resultados
da segunda eleição geral subseqüente para a Câmara dos Deputados, será observado o
seguinte:
I – direito a funcionamento parlamentar ao partido com registro definitivo de seus estatutos
no Tribunal Superior Eleitoral até a data da publicação desta Lei que, a partir de sua
fundação tenha concorrido ou venha a concorrer às eleições gerais para a Câmara dos
Deputados, elegendo representantes em duas eleições consecutivas:
a) na Câmara dos Deputados, toda vez que eleger representante em, no mínimo,
cinco Estados e obtiver um por cento dos votos apurados no País, não computados
os brancos e os nulos;
b) nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores, toda vez que,
atendida a exigência do inciso anterior, eleger representante para a respectiva
Casa e obtiver um total de um por cento dos votos apurados na circunscrição, não
computados os brancos e os nulos;
II – Revogado.
III – é assegurada, aos partidos a que se refere o inciso I, observadas, no que couber, as
disposições do Título IV:
a) a realização de um programa, em cadeia nacional, com duração de dez minutos por
semestre;
b) a utilização do tempo total de vinte minutos por semestre em inserções de trinta
segundos ou um minuto, nas redes nacionais e de igual tempo nas emissoras dos
Estados onde hajam atendido ao disposto no inciso I, b.
Art. 58. A requerimento de partido, o Juiz Eleitoral devolverá as fichas de filiação partidária
existentes no Cartório da respectiva Zona, devendo ser organizada a primeira relação de
filiados, nos termos do art. 19, obedecidas as normas estatutárias.
Parágrafo único. Para efeito de candidatura a cargo eletivo será considerada como
primeira filiação a constante das listas de que trata este artigo.

Os dispositivos taxados foram declarados inconstitucionais pelo STF nas ADI nºs
1.351/2006 e 1.354/2006.
Art. 59 e art. 60. Diplomas alteradores, sem relevância para nós.
Art. 61. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para a fiel execução desta Lei.
Art. 62. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 63. Ficam revogadas a Lei nº 5.682, de 21 de julho de 1971, e respectivas alterações;
a Lei nº 6.341, de 5 de julho de 1976; a Lei nº 6.817, de 5 de setembro de 1980; a Lei nº

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6.957, de 23 de novembro de 1981; o art. 16 da Lei nº 6.996, de 7 de junho de 1982; a


Lei nº 7.307, de 9 de abril de 1985, e a Lei nº 7.514, de 9 de julho de 1986.

Chega de teoria. Vamos às questões!

15 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:

Distribuição das Questões


35
30
25
20
15
10
5
0
Aula 07

Noções Introdutórias Filiação e Desfiliação Fusão, incorp. e extinção


Finanças e contabilidade Acesso gratuito ao rádio e TV

Serão, portanto, 90 questões de provas anteriores das mais diversas bancas. As


questões foram separadas de acordo com a importância da matéria para a prova.

Em relação aos assuntos estudados na aula de hoje, destacam-se os seguintes


assuntos:
 Criação e registro de partidos político;
 Filiação partidária; e
 Fidelidade e disciplina partidárias; e
 Fundo Partidário.

15.1 – Questões sem Comentários


Questão 01 – FCC/TRE-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – 2015
O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre
(A) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções
eletivas.
(B) filiação e desligamento de seus membros.
(C) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.

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(D) procedimento de reforma do programa e do estatuto.


(E) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos
de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido.

Questão 02 – FCC/TRE-AP – Técnico Judiciário – 2015


É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal
Superior Eleitoral:
I. O direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas
para a realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se por
danos eventualmente causados com a realização do evento.
II. O poder de requisitar qualquer prédio de uso particular para a realização
de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se por danos
eventualmente causados com a realização do evento.
III. Indicar, no respectivo estatuto, seu nome, a denominação abreviada,
bem como o estabelecimento de sua sede em qualquer Estado da Federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) I.
(E) III.

Questão 03 – FCC/TRE-PR – Analista Judiciário – 2012


Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Questão 04 – FCC/TJ-PE - Juiz Substituto – 2015 - adaptada


Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois
anos, o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, (I) dos votos
dados na última eleição geral para (II), (III) os votos em branco e os nulos,
distribuídos por (IV), dos Estados, com um mínimo de (V) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas de I a V:

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a) um por cento - o Congresso Nacional - não computados - um quarto, ou


mais - dois décimos por cento.
b) um por cento - a Câmara dos Deputados - computados - um terço, ou
mais - um décimo por cento
c) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço,
ou mais - um décimo por cento.
d) meio por cento - o Congresso Nacional - computados - um quarto, ou
mais - dois décimos por cento.
e) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço,
ou mais - dois décimos por cento.

Questão 05 – FCC/TJ-GO - Juiz Substituto - 2015


O funcionamento parlamentar dos partidos políticos
a) que ainda não tenham obtido registro junto à Justiça Eleitoral constitui
questão que não cabe ao Tribunal Superior Eleitoral responder em sede de
consulta.
b) é assegurado, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido
representante, aos partidos que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados, tenham obtido o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de
cada um deles.
c) não admite, em face da autonomia assegurada às agremiações
partidárias, a formação de alianças e blocos parlamentares, pois devem
atuar por intermédio de suas próprias bancadas e constituir suas lideranças
entre seus representantes.
d) cabe ser disciplinado pelos regimentos das respectivas Casas Legislativas,
sendo matéria vedada às disposições dos estatutos partidários.
e) cabe ser disciplinado pelos estatutos partidários, sendo matéria vedada
às disposições dos regimentos internos das respectivas Casas Legislativas.

Questão 06 – CESPE/TRE-PI - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2016
Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a
opção correta.
a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar
expressamente sua intenção ao órgão partidário e ao juiz competentes.
b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural,
independentemente do estado em que ela se encontre, já que todos têm
iguais direitos e deveres perante a lei.

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c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos


partidos políticos.
d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante
cadastro do seu estatuto em cartório de registro civil de pessoas jurídicas de
direito público.
e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral
determinar sua estrutura interna e sua organização administrativa, uma vez
que as verbas do fundo partidário são oriundas da União.

Questão 07 – CESPE/TRE-MT - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2015
De acordo com a legislação que rege os partidos políticos, assinale a opção
correta.
a) Aos partidos políticos registrados no TSE, mesmo aos que não contam
com representantes no Congresso Nacional, é assegurada a realização de
pelo menos um programa de propaganda partidária a cada semestre.
b) O TSE determinará, após decisão transitada em julgado, o cancelamento
do registro civil e do estatuto de um partido se não lhe forem prestadas
contas pelo órgão nacional desse partido.
c) Seria admissível, em termos legais, a fusão, em 2015, de um partido
político criado em 2014 com outros partidos se os órgãos de direção dos
partidos envolvidos deliberassem sobre o processo de fusão por votação em
reunião individual e elaborassem projeto comum de estatuto e programa.
d) Caso o diretório estadual de um partido político pratique atos que
resultem na violação dos direitos de um cidadão e lhe causem danos, o
diretório nacional responderá solidariamente em eventual ação para
apuração de responsabilidade civil.
e) Seria ilegal uma determinação feita por um partido político, em seu
estatuto, que obrigasse um de seus membros, ocupante de cargo eletivo, a
subordinar suas ações às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção do
partido.

Questão 08 – CESPE/TRE-BA – Técnico Judiciário – 2010


A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.
Só será admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, isto é, daquele que comprove o apoiamento de eleitores
correspondente a, pelo menos, 1% dos votos dados na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1%
do eleitorado que haja votado em cada um deles.

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Questão 09 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Aos partidos políticos é assegurada a exclusividade de sua denominação, de
sua sigla e de seus símbolos a partir do registro de seus estatutos no TSE.

Questão 10 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
O direito de requerer a anulação do registro de partidos políticos por defeito
do referido ato decai em três anos, contados a partir da publicação de sua
inscrição no registro.

Questão 11 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Os partidos políticos deverão se registrar no tribunal regional eleitoral de
qualquer uma de suas sedes para adquirirem personalidade jurídica.

Questão 12 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário - 2013


Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) Dado o caráter nacional dos partidos políticos, a lei reconhece a
responsabilidade solidária entre o órgão partidário nacional e seus
respectivos órgãos estaduais e municipais.
b) O eleitor não detém legitimidade para iniciar, junto à justiça eleitoral,
processo de cancelamento de registro e de estatuto partidários, em razão de
irregularidades.
c) Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao
TSE, a agremiação estará sujeita ao cancelamento do seu registro civil e do
estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos partidários
regionais ou municipais.
d) O registro de partido político no cartório competente pelo registro civil das
pessoas jurídicas em Brasília basta para assegurar a exclusividade da
respectiva denominação, sigla e símbolos.
e) As alterações programáticas ou estatutárias, após a devida aprovação do
TSE, devem ser registradas no ofício civil competente.

Questão 13 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - 2012


Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos políticos, julgue o
item seguinte.

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O caráter nacional dos partidos políticos é garantido com a vinculação das candidaturas, em
âmbito estadual, distrital ou municipal, às escolhas e ao regime das coligações eleitorais
estabelecidas pela direção partidária nacional.

Questão 14 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Somente depois de adquirirem personalidade jurídica na forma da lei civil e
de registrarem seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral, os partidos
políticos poderão participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo
partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da lei.

Questão 15 – CESPE/TJ-PI – Juiz – 2012


A respeito dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos têm pleno acesso às
informações que, constantes do cadastro eleitoral, digam respeito a seus
afiliados.
b) Terá direito a funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas
para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição
para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
menos, um terço dos estados, com um mínimo de 2% do total de cada um
deles.
c) De acordo com a lei que dispõe sobre partidos políticos, a responsabilidade
civil e trabalhista é solidária entre o órgão partidário municipal, o estadual e
o nacional, ante o caráter nacional das agremiações partidárias.
d) Resolução do TSE considera justa causa, para efeito de desfiliação
partidária, afastamento e decretação da perda de cargo eletivo, a mudança
substancial ou o desvio do estatuto partidário.
e) Somente o registro do estatuto do partido político no registro civil das
pessoas jurídicas da capital federal assegura a exclusividade da
denominação, da sigla e dos símbolos da agremiação, sendo vedada a
utilização, por outros partidos, de variações que possam suscitar erro ou
confusão.

Questão 16 – CESPE/TRE-ES – Técnico Judiciário – 2011


Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Entre as destinações dos partidos políticos, está a defesa dos direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

Questão 17 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça – 2012 –


questão adaptada
Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos políticos, julgue o
item seguinte.

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Organização da sociedade civil constituída como pessoa jurídica de direito público, o partido
político destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os direitos fundamentais.

Questão 18 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Com relação às regras atinentes aos partidos políticos, julgue os itens que
seguem.
A Lei assegura a liberdade de criação dos partidos políticos, mas exige que
o novo partido possua caráter nacional e que, após adquirir a personalidade
jurídica, promova o registro do estatuto no TSE.

Questão 19 – CESPE/TJ-DF - Juiz de Direito Substituto - 2014


Com relação aos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Com o fim da verticalização, os estatutos partidários ostentam maior
relevo, elencando os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
níveis nacional, estadual, distrital ou municipal, deixando que as regras
internas estabeleçam normas de disciplina.
b) O candidato que for eleito para cargo no Poder Legislativo será detentor
de parcela da soberania popular que advém do voto e, por isso, a ele
pertencerá o mandato que passará a exercer.
c) A justiça eleitoral fiscaliza a escrituração contábil e a prestação de contas
das campanhas eleitorais, que devem ser feitas no encerramento da
campanha eleitoral pelos partidos que tiverem candidatos eleitos.
d) Um partido político tem direito a atuação parlamentar, nas casas
legislativas para as quais tenha elegido representante, se, em cada eleição
para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos votos
apurados.
e) Após o registro de seu estatuto no cartório de registro civil das pessoas
jurídicas de Brasília, o partido político pode dispor do fundo partidário e fazer
uso exclusivo da sigla que o identifica.

Questão 20 – FEPESE/DPE-SC – Defensor Público – 2012


Quanto à personalidade jurídica dos partidos políticos, conforme o previsto
pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que são:
a) Pessoas jurídicas de direito misto.
b) Pessoas jurídicas de direito social.
c) Pessoas jurídicas de direito público.
d) Pessoas jurídicas de direito político.
e) Pessoas jurídicas de direito privado.

Questão 21 – IADES/TRE-PA – Técnico Judiciário – 2014

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Considerando a Lei dos Partidos Políticos, assinale a alternativa correta.


a) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
b) O partido político tem autonomia exclusivamente para definir a própria
estrutura interna.
c) Os filiados de um partido político têm iguais direitos e diferentes deveres.
d) Alguns partidos políticos podem submeter-se à entidade estrangeira.
e) Só o partido que tenha registrado o respectivo estatuto no Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) pode participar do processo eleitoral.

Questão 22 – IADES/TRE-PA – Analista Judiciário – 2014 -


adaptada
A respeito dos partidos políticos, à luz da Lei nº 9.096/1995, assinale a
alternativa correta.
a) Ao partido político é permitido ministrar instrução militar ou paramilitar,
utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para os
respectivos membros.
b) Ao partido político, é autorizada autonomia para definir a própria estrutura
interna, organização e funcionamento.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei
civil, registra o próprio estatuto perante o Tribunal Regional Eleitoral da
respectiva região.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo
partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições,
majoritárias ou proporcionais.
e) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.

Questão 23 – CONSULPLAN/TRE-MG - Analista Judiciário -


Área Judiciária - 2013
Atualmente, há cerca de 30 partidos políticos regularmente registrados e em
funcionamento no Brasil. Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado que
desempenham importante papel no concerto democrático. A respeito das
regras aplicáveis aos partidos políticos, assinale a alternativa correta.
a) Os recursos do Fundo Partidário são distribuídos, de forma paritária, aos
órgãos nacionais de todos os partidos.
b) É expressamente vedado ao partido político ministrar instrução militar ou
paramilitar e adotar uniforme para seus membros.

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c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica, registra seu


estatuto no Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que funcionar sua sede.
d) Diante do interesse público inerente a sua atuação, ao partido político não
se assegura autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento, que são inteiramente delimitados pela Justiça Eleitoral.
e) É livre a criação, fusão e incorporação de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. A extinção
de um partido, no entanto, depende de aprovação do Congresso Nacional.

Questão 24 – CONSULPLA/TRE-MG – Técnico Judiciário – Área


Administrativa – 2015
Os partidos políticos são dotados de autonomia e devem, nos seus estatutos,
regular a disciplina e fidelidade partidárias. Após a sua regular constituição
de acordo com a lei civil deve, de acordo com a Constituição Federal,
registrar seu estatuto no(a):
a) Junta Eleitoral
b) Circunscrição Eleitoral
c) Tribunal Superior Eleitoral
d) Tribunal Regional Eleitoral

Questão 25 – IESES/TRE-MA – Técnico Administrativo – 2015


Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:
a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral.
b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da
filiação partidária.
c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.
d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento, desde que aprovados posteriormente pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

Questão 26 – Inédita – 2015


Entre as normas que devem constar do estatuto do partido político, segundo
a Lei nº 9.096/1995 estão exceto:
a) finanças e contabilidade do partido político, com fixação das quantias que
podem ser despendidas pelo candidato com a própria eleição.
b) direitos e deveres dos filiados.

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c) filiação e desligamento de seus membros.


d) proporção entre candidaturas do sexo masculino e feminino.
e) modo de organização, funcionamento e administração do partido político.

Questão 27 – Inédita – 2015


Somente será admitido o registro do estatuto do partido político que tenha
caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período
de dois anos, o apoiamento mínimo correspondente a:
a) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
b) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
c) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por dois quintos, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
d) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um por
cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
e) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por dois terços, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Questão 28 – Inédita – 2015


A reforma eleitoral promovida pela Lei nº 13.165/2015 alterou a disciplina
relativa ao apoiamento mínimo. Antes não havia um período fixo para colega
das assinaturas. Agora, as assinaturas que comprovam o apoiamento
mínimo deverão ser reunidas no prazo de:
a) um ano
b) dois anos
c) três anos
d) cinco anos
e) 10 anos

Questão 29 – Inédita – 2015

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Quanto ao registro do partido político perante o TSE, julgue o item abaixo:


Não há irregularidade na constituição de partido político que, após a
constituição civil, comprovou por intermédio de assinaturas, obtidas ao longo
de cinco anos, o apioamento mínimo correspondente a, pelo menos, 0,5%
dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não
computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

Questão 30 – FCC/MPE-PE – Promotor de Justiça – 2014


NÃO é vedada a filiação partidária daquele que
a) tenha sua inelegibilidade reconhecida pela Justiça Eleitoral em face de ter
sido, na condição de magistrado, compulsoriamente aposentado, há três
anos, por decisão sancionatória.
b) possui idade inferior a dezesseis anos.
c) seja regularmente considerado analfabeto, mesmo que não tenha
efetivado seu alistamento eleitoral.
d) tenha sua naturalização cancelada por sentença transitada em julgado.
e) tenha sido, há cinco anos, condenado em decisão judicial definitiva por
improbidade administrativa em face de ter adquirido, para si ou para outrem,
no exercício de cargo público, bens cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público.

Questão 31 – FCC/TJ-CE – Juiz – 2014


Considere as seguintes afirmativas:
I. A filiação partidária somente é permitida ao eleitor que se encontre em
pleno gozo de seus direitos políticos, sendo cabível ainda que esteja
inelegível, segundo decisão proferida pela Justiça Eleitoral.
II. É vedado o cancelamento da filiação partidária em caso de superveniente
perda dos direitos políticos do filiado, salvo expressa disposição estatutária
em sentido contrário.
III. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
IV. Configurado caso de dupla filiação do eleitor, ambos os vínculos
partidários devem ser considerados nulos para todos os efeitos.
Está correto o que é afirmado APENAS em
a) II e IV.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) I e III.

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e) II e III.

Questão 32 – FCC/TJ-AP – Juiz – 2014


Segundo a legislação partidária, no que se refere à filiação partidária,
a) havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
b) é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de
filiação partidária superiores aos previstos na Lei dos Partidos Políticos, com
vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
à candidatura a cargos eletivos, podem ser alterados no ano da eleição.
d) deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,
no modelo adotado pela Justiça Eleitoral.
e) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras constantes de resolução da Justiça Eleitoral.

Questão 33 – FCC/TRE-CE – Técnico Judiciário – 2012


João resolveu desligar-se do partido político ao qual estava filiado e fez
comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da
Zona em que estava inscrito. O vínculo torna-se extinto, para todos os
efeitos, quando
a) lhe for comunicado o deferimento do desligamento pelo órgão municipal
do partido.
b) for publicado o deferimento do pedido pelo Juiz Eleitoral.
c) for deferido o desligamento pelo órgão de direção municipal do partido.
d) ocorrer o trânsito em julgado da decisão judicial que deferir o
desligamento.
e) se escoar o prazo de dois dias contados da data da entrega da
comunicação.

Questão 34 – FCC/TRE-PE – Técnico Judiciário – 2011


A filiação partidária NÃO
a) pode ser cancelada por iniciativa do partido político.
b) é requisito para concorrer a cargo eletivo, sendo permitida candidatura
avulsa.
c) pode ter seu prazo legal ampliado pelo estatuto do partido político.
d) pode ter seu prazo alterado pelo estatuto do partido político no ano da
eleição.
e) exige que o eleitor esteja em pleno gozo de seus direitos políticos.

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Questão 35 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área


Administrativa
Tercius era regularmente filiado ao partido político Alpha. Posteriormente,
filiou-se aos partidos Beta, Gama e Delta, sem fazer qualquer comunicação
ao partido Alpha e ao Juiz Eleitoral de sua respectiva Zona Eleitoral, para
cancelar sua filiação. Após um ano, a multiplicidade de filiações foi detectada
pela Justiça Eleitoral. Nesse caso,
(A) todas as filiações serão válidas.
(B) Tercius deverá ser intimado para optar por um dos partidos no prazo de
15 dias, sob pena de cancelamento de todas as filiações.
(C) todas as filiações partidárias serão nulas para todos os efeitos.
(D) prevalecerá a inscrição ao partido Alpha.
(E) prevalecerá a inscrição ao partido Delta.

Questão 36 – FCC/TRE-RR – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
A respeito da filiação partidária, é INCORRETO afirmar que:
a) a expulsão do partido acarreta o imediato cancelamento da filiação
partidária.
b) a perda dos direitos políticos acarreta o imediato cancelamento da filiação
partidária.
c) os partidos políticos podem estabelecer, em seu estatuto, prazos de
filiação partidária superiores aos previstos em lei, com vistas a candidatura
a cargos eletivos.
d) só pode filiar-se a partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de
seus direitos políticos.
e) a relação dos nomes de todos os filiados, incluindo data de filiação,
número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos é assunto
interno do partido, não sendo necessária a respectiva remessa à Justiça
Eleitoral.

Questão 37 – CESPE/PC-BA – Delegado de Polícia – 2013


Em relação aos direitos e deveres fundamentais expressos na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue os itens subsecutivos.
Caso determinado deputado estadual perca seu mandato eletivo por
infidelidade partidária, o deputado que assumir o mandato em seu lugar
deve, necessariamente, ser do partido político pelo qual o primeiro tenha
sido eleito.

Questão 38 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013

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Analistas e Técnico
Aula 07 - Prof. Ricardo Torques

Assinale a opção correta acerca da Lei n.º 9.096/1995, que dispõe sobre
partidos.
a) Para desligar-se de partido, o filiado deve encaminhar ao órgão de direção
municipal seu pedido de desligamento, que, se negado, deverá ser apreciado
pelo juiz eleitoral da zona em que for inscrito.
b) A decisão partidária no sentido do deferimento do cancelamento da
filiação é necessária para que o vínculo com o partido torna-se extinto para
todos os efeitos.
c) É proibida a filiação de um eleitor a um partido político antes de seu
desligamento do outro partido ao qual era filiado.
d) A organização e o funcionamento dos partidos são determinados por lei
específica.
e) Os órgãos de direção nacional de partidos políticos têm pleno acesso às
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

Questão 39 – CESPE/TRE-BA – Técnico Judiciário – 2010


A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.
Os servidores de quaisquer órgãos da justiça eleitoral não podem pertencer
a diretório de partido político ou exercer qualquer atividade partidária, sob
pena de demissão.

Questão 40 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Na casa legislativa, o integrante de bancada partidária atua livremente, não
estando subordinado às diretrizes estabelecidas em estatuto pelos órgãos de
direção do partido político a que ele estiver filiado.

Questão 41 – CESPE/TRE-ES – Técnico Judiciário – 2011


Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Um partido que venha a cancelar a filiação de alguém por hipótese diversa
de morte, perda dos direitos políticos ou expulsão tem a obrigação de
comunicar ao atingido o fato em até quarenta e oito horas da decisão.

Questão 42 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010 –


adaptada
Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos políticos e o
papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos
Partidos e da legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral,
julgue os seguintes itens.

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É vedada a mudança de partido, impondo-se a perda do mandato por


configurar infidelidade partidária, ainda quando o mandatário pretenda
fundar novo ente partidário.

Questão 43 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010 –


adaptada
Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos políticos e o
papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos
Partidos e da legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral,
julgue os seguintes itens.
A perda de mandato por infidelidade partidária decorre de interpretação da
justiça eleitoral, promovida pelo TSE, pois a Lei dos Partidos não é específica
quanto a essa questão.

Questão 44 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
O cidadão que pretende concorrer a cargo eletivo poderá mudar de partido
no ano em que pretende disputar o pleito, desde que ainda não tenha havido
a convenção do partido com a finalidade de escolher seus respectivos
candidatos.

Questão 45 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
A lei limita o acesso dos órgãos de direção nacional dos partidos políticos
quanto às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral,
como forma de assegurar a privacidade dos eleitores e dos candidatos, ainda
que em relação aos partidos que se encontram filiados.

Questão 46 – CESPE/TRE-PI - Analista Judiciário –


Administrativa - 2016
Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da
soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a
exigência de que a agremiação partidária proceda à abertura de conta
bancária se não houver qualquer arrecadação de recurso financeiro do fundo
partidário.
c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido
político, mas apenas para cancelar o registro do estatuto partidário.
d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar
o pagamento de multas eleitorais.

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e) Devido a sua autonomia, as agremiações podem deixar de promover e


difundir a participação política feminina em sua propaganda partidária.

Questão 47 – CESPE/TRE-RS - Analista Judiciário – Judiciária


- 2015
A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma
correta proposta de solução, também hipotética, para o problema em
questão, à luz da legislação vigente.
a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o
estímulo e a promoção da participação política das mulheres para
destinações mais urgentes, e aumentar esse percentual depois que a
situação financeira do partido for estável.
b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os
recursos provenientes dos 20% do Fundo Partidário que o partido a ela
repassa, de um projeto de capacitação política voltado para filiados e não
filiados, previsto inicialmente para ser feito com recursos do partido.
c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido,
mais do que os 50% dos recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como
limite, apresentando justificação minuciosa por ocasião da prestação de
contas.
d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com
salários e aluguéis, com a promessa de reembolso posterior.
e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso
de alguns deputados no partido e, com o aumento da bancada, a receita do
Fundo Partidário deve crescer.

Questão 49 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Judiciária


- 2015
Assinale a opção correta de acordo com a legislação que rege os partidos
políticos.
a) As prestações de contas do partido e as despesas de campanha eleitoral
devem ser fiscalizadas pela justiça eleitoral, que promoverá a análise das
atividades político-partidárias e exigirá obrigatoriedade de constituição de
comitês eleitorais e a caracterização de responsabilidade dos dirigentes do
partido e dos comitês.
b) Se um cidadão se eleger a um cargo eletivo e quiser sair do partido que
o elegeu para se filiar a outro, deverá demonstrar justa causa para a sua
saída, sendo causas válidas a criação de novos partidos e a incorporação e
fusão de partidos políticos.
c) É facultada aos órgãos partidários municipais a prestação de contas caso
não tenham movimentado recursos financeiros no exercício anterior;
contudo, caso o partido tenha movimentado recursos e não tenha prestado
contas à justiça eleitoral, ficará impedido de concorrer às eleições seguintes.

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d) Caso as contas do diretório nacional de um partido político sejam


reprovadas, o TSE deverá multar solidariamente os demais órgãos de
direção, para tornar inadimplentes os seus responsáveis partidários.
e) Os recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados, por exemplo, nas
campanhas eleitorais e no pagamento de mensalidades, anuidades e
congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem
ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o
partido político regularmente filiado.

Questão 50 – IESES/TRE-MA – Analista Administrativo – 2015


– questão adaptada
Em relação a filiação partidária assinale a alternativa correta:
a) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de
direção estadual e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de
suspensão dos direitos políticos.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo
partido pelo menos um meses antes da data fixada para as eleições,
majoritárias ou proporcionais.

Questão 51 – IESES/TRE-MA – Técnico Administrativo – 2015


Mévio, cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos, filiou-se a
determinado partido político no dia 15/03/2016, com a pretensão de
concorrer a cargo de vereador nas próximas eleições municipais, que
ocorrerão no dia 15/10/2016. Diante disso, Mévio:
a) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos seis meses antes da data fixada para as eleições.
b) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos noventa dias antes da data fixada para as
eleições.
c) Não poderá concorrer, pois apesar de estar no pleno gozo dos direitos
políticos, não se filiou ao partido com a antecedência mínima de dois anos
da data fixada para as eleições.
d) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos um mês antes da data fixada para as eleições.

Questão 52 – Inédita - 2015


Recente alteração na Lei dos Partidos Políticos, promovida pela Lei nº
13.165/2005, passou a prever hipóteses que justificam a desfiliação do
detentor de mandado político eletivo sem a perda do cargo. Entre as

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hipóteses expressamente previstas, não justifica a desfiliação, implicando,


portanto, na perda do cargo ocupado:
a) a desfiliação em face de mudança substancial do programa do partido
político.
b) a desfiliação em razão da alteração do programa e do estatuto partidários.
c) a desfiliação em razão de grave discriminação política pessoal.
d) a desfiliação em face de desvio reiterado do programa partidário.
e) a desfiliação para mudar de partido político, quando efetuada durante o
período de 30 dias antes do prazo de seis meses, exigidos para a filiação,
para concorrer às eleições majoritárias ou proporcionais, ao término do
mandato vigente.

Questão 53 – Inédita – 2015


No que diz respeito à filiação partidária, assina o item seguinte.
A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça
Eleitoral, nos termos da legislação eleitoral, pode ser suprida por outros
elementos de prova de oportuna filiação.

Questão 54 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito

Questão 55 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Gilberto Luiz é deputado federal e está filiado ao Partido A. Após análise da
estrutura do partido político ao qual está filiado e devido aprovação do novo
estatuto deseja concorrer às próximas eleições pelo Partido B. Nesse caso,
se promover a desfiliação do Partido A perderá o cargo político-eletivo que
ocupa, por se tratar de desfiliação imotivada.

Questão 56 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Pâmela é vereadora em Ampére/PR pelo Partido A e vem sofrendo grave
discriminação política pessoal em razão da conduta severa no trato das
situações de corrupção enfrentadas pelo município. Em razão disso, decide
desfiliar-se do Partido A. Nesse caso, não haverá perda do mandato político-
eletivo ocupado.

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Questão 57 – FCC/TRE-SP – Técnico Judiciário – 2012


Sete partidos políticos decidiram, por seus órgãos nacionais de deliberação,
fundir-se em um só. Essa fusão
a) é ilegal porque viola o princípio do pluripartidarismo.
b) não depende de prévia autorização da Justiça Eleitoral.
c) depende de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
d) deve, previamente, ser submetida ao Ministério Público Eleitoral.
e) só pode ser efetivada se houver prévia aprovação da Câmara dos
Deputados.

Questão 58 – FCC/TRE-PE – Administrador – 2011


A respeito da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é correto
afirmar que:
a) na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início na data
em que a mesma for aprovada pelos respectivos órgãos nacionais, em
reunião conjunta, por maioria absoluta.
b) o partido político, em nível nacional, poderá sofrer suspensão das cotas
do Fundo Partidário como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.
c) no caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao
Oficial Civil competente, que deve, então, cancelar o registro do partido
incorporado a outro.
d) a extinção de partido político, contra o qual ficar provado ter recebido ou
estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira, será
determinada de ofício pelo Tribunal Superior Eleitoral, sem necessidade de
prévio processo.
e) no caso de incorporação, os votos obtidos pelo partido incorporado na
última eleição e o respectivo número de representantes na Câmara dos
Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito ao rádio e
à televisão.

Questão 59 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo
partido Alpha na última eleição geral para a Câmara dos Deputados
(A) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
(B) não serão considerados para nenhum efeito legal.
(C) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.

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(D) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao
rádio e à televisão.
(E) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de
acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Questão 60 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
No que concerne à fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é
correto afirmar:
(A) Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão
votarão em reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão
o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
(B) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com
o registro do estatuto e do programa do Tribunal Superior Eleitoral.
(C) No caso de incorporação, o partido incorporando deverá,
independentemente de qualquer deliberação a respeito de seu órgão
nacional, adotar o estatuto e o programa do partido incorporador.
(D) Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos por eles obtidos na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados serão desconsiderados
para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
(E) No caso de incorporação, o novo estatuto ou instrumento de
incorporação não precisa ser levado a registro do Ofício Cívil competente,
bastando o registro do Tribunal Superior Eleitoral.

Questão 61 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
O Tribunal Superior Eleitoral determinará, após decisão judicial transitada
em julgado, o cancelamento do registro civil e do estatuto de partido político
que, comprovadamente, não houver prestado, nos termos da lei, as devidas
contas à justiça eleitoral.

Questão 62 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - 2012


Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos
políticos, julgue o item seguinte.
No Brasil, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos
políticos, desde que resguardados os objetivos fundamentais do país e
observados preceitos como caráter nacional e cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade.

Questão 63 – IBF/TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2014
No caso de incorporação de partidos, observada a lei civil, caberá:

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a) Aos órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de


estatuto e programa.
b) Aos órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos a votação
em reunião conjunta, por maioria absoluta, dos projetos, e eleger o órgão
de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
c) Ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu
órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de
outra agremiação.
d) Ao partido incorporador promover o registro, no Ofício Civil competente
da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser
acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Questão 64 – IESES/TRE-MA – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
O partido da fraternidade estuda realizar uma fusão com o partido da
igualdade. Em relação ao processo de fusão é correto afirmar que:
a) No caso de fusão caberá ao partido com maior bancada parlamentar
deliberar, por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de
deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa da nova agremiação.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o
registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do
programa, sendo atribuída ao novo partido a personalidade jurídica de direito
publico.
c) Somente será admitida a fusão de partidos políticos que hajam obtido o
registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 3 (três)
anos.
d) A fusão de partidos políticos é decisão de seus órgãos nacionais de
deliberação dos partidos envolvidos, cabendo aos órgãos de direção dos
partidos a elaboração de projetos comuns de estatuto e programa.

Questão 65 – Inédita – 2015


De acordo com a Lei dos Partidos políticos o TSE poderá decidir pelo
cancelamento do partido político caso reste comprovado:
a) o recebimento de recursos públicos
b) o recebimento de recursos de empresas de capital aberto.
c) o recebimento de recursos de procedência estrangeira.
d) a não realização de licitação para o empenho de gastos de campanha uma
vez que utiliza recursos públicos.
e) a reprovação das contas.

Questão 66 – Inédita – 2015

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Segundo a Constituição Federal os partidos políticos possuem liberdade para


decidir acerca da criação, fusão, incorporação ou extinção de partidos
resguardados:
a) os mandatos políticos
b) a repartição de bens entre os filiados
c) o direito de filiar-se a partido político com princípios semelhantes
d) o ano eleitoral, em que a criação, fusão, incorporação e extinção são
expressamente vedados
e) a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana

Questão 67 - FCC/TRE-CE – Analista Judiciário – 2012 -


adaptada
Os partidos políticos
a) podem desenvolver campanhas publicitárias pagas por entidades
estrangeiras.
b) são obrigados a conservar os documentos comprobatórios de suas
prestações de contas por, pelo menos, cinco anos.
c) não podem impugnar as prestações de contas de outros partidos, função
que cabe exclusivamente à Justiça Eleitoral.
d) podem ser mantidos por entidade de classe ou sindical, desde que os
respectivos diretores sejam diferentes.
e) não estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral nem balanço anual.

Questão 68 - FCC - MPE-PA - Promotor de Justiça - 2014


A disciplina normativa que rege o financiamento dos partidos políticos
a) determina a suspensão, por um ano, da participação no Fundo Partidário,
no caso de recebimento por partido político, sob qualquer forma ou pretexto,
de contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro procedente
de entidade de classe ou sindical.
b) determina que, em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de
direção nacional do partido, a cota do Fundo Partidário a ele cabível será
destinada aos órgãos de direção estadual, devendo ser distribuída entre eles
em partes iguais.
c) não impede que as cotas do Fundo Partidário devidas a agremiação
partidária sejam, em caso de execução civil ou trabalhista, penhoradas
judicialmente mediante bloqueio dos valores correspondentes pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
d) veda que as agremiações partidárias recebam doações de empresas que,
na condição de Produtor Independente de Energia Elétrica (PIEE), tenham

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obtido autorização do Poder Público para produzir energia elétrica destinada


ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco.
e) determina que os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do
Fundo Partidário serão feitos na instituição financeira escolhida pelo órgão
diretivo do partido, sendo que, na ausência de indicação partidária, devem
ser utilizados estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público
Federal.

Questão 69 – FCC/MPE-PE - Promotor de Justiça - 2014


Considere as seguintes afirmativas.
I. É vedada a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário em
campanhas eleitorais.
II. Os partidos políticos devem aplicar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do
total dos recursos oriundos do Fundo Partidário na criação e manutenção de
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
III. A inobservância do limite de 50% (cinquenta por cento) dos recursos
oriundos do Fundo Partidário para pagamento de pessoal não implica a
rejeição das contas do partido político, caso não demonstrada a ocorrência
de má-fé, desídia ou o comprometimento da lisura e transparência na
prestação de contas.
IV. O Fundo Partidário é distribuído aos órgãos nacionais dos partidos
políticos, sendo 1% (um por cento) do total partilhado em partes iguais a
todos os partidos e 99% (noventa e nove por cento) aos partidos que tenham
alcançado na eleição para Câmara dos Deputados, no mínimo, 5% (cinco por
cento) dos votos válidos, desde que distribuídos em, pelo menos, um terço
dos Estados, com um mínimo de 2% (dois por cento) do total de cada um
deles.
Está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

Questão 70 – FCC/TRE-SP – Analista Judiciário – 2012 –


questão adaptada
Julgue o item a seguir.
O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de
que determinado partido político está recebendo recursos financeiros de
procedência estrangeira. Nesse caso, o processo de cancelamento do

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registro e do estatuto do partido poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior


Eleitoral com base na denúncia formulada por Pedro.

Questão 71 – FCC/TRE-RO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2013 – adaptada
A respeito das doações a partidos políticos, considere:
I. As doações de pessoas físicas só podem ser feitas aos órgãos de direção
nacional do partido, aos quais caberá fazer a distribuição aos órgãos
estaduais e municipais.
II. As doações que não sejam em dinheiro devem ser lançadas na
contabilidade do partido político, definidos seus valores em moeda corrente.
III. As doações em recursos financeiros somente podem ser realizadas na
conta do partido político por intermédio de cheques (cruzados ou nominais)
ou transferências eletrônicas, depósitos em espécie identificados ou
mecanismos que permita o uso de cartão de crédito ou de débito com
identificação do doador e emissão de recibo eleitoral.
Está correto o que consta APENAS em
a) I
b) III
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

Questão 72 – FCC/TRE-RO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2013 - adaptada
A respeito da aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário pelos
partidos políticos, considere:
I. Manutenção das sedes e serviços do partido, inclusive pagamento de
pessoal, a qualquer título, até o limite do total recebido.
II. Propaganda doutrinária e política.
III. Alistamento e campanhas eleitorais.
IV. Destinação de recursos para o transporte de eleitores no dia das eleições.
Está correto o que consta APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II e III.

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Questão 73 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
O órgão regional de um partido político recebeu recursos financeiros de
procedência estrangeira. Esse ato
(A) implicará no cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal
Regional Eleitoral do Estado em que ocorreu a infração, mas não de seu
estatuto.
(B) acarretará o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo
Tribunal Superior Eleitoral.
(C) implicará no cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que ocorreu a infração.
(D) acarretará o cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal
Superior Eleitoral, mas não de seu estatuto.
(E) não implicará em punição a esse partido em nível nacional pelo Tribunal
Superior Eleitoral.

Questão 74 – CESPE/TRE-ES – Técnico de Contabilidade –


2011
À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º
21.841/2004, julgue os itens a seguir.
Os tribunais e conselhos de contas emitem pareceres sobre as prestações de
contas dos partidos políticos, nas esferas municipal, estadual e federal. A
manifestação técnica daqueles órgãos de controle instrui os respectivos
processos para fins de julgamento pelos tribunais eleitorais.

Questão 75 – CESPE/TRE-ES – Técnico de Contabilidade –


2011
À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º
21.841/2004, julgue os itens a seguir.
A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações
orçamentárias da União está sujeita às disposições da legislação sobre
licitações e contratos.

Questão 76 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 –


adaptada
No que se refere aos partidos políticos e à arrecadação, aplicação e prestação
de contas de recursos nas campanhas eleitorais, julgue o item.
Para a garantia de transparência do processo eleitoral, o fundo especial de
assistência financeira aos partidos políticos, conhecido como fundo
partidário, deve ser financiado apenas por dotações orçamentárias da União
em valor nunca inferior, a cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31

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de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicado por


trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Questão 77 – CESPE/TJ-CE – Juiz – 2012 – adaptada


A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
O recurso contra a decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação
de contas dos órgãos partidários somente poderá ser recebido no efeito
devolutivo.

Questão 78 – CESPE/TJ-CE – Juiz – 2012 – adaptada


A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
As prestações de contas desaprovadas pelos tribunais regionais e pelo
tribunal superior somente poderão ser revistas para fins de aplicação
proporcional da sanção aplicada, mediante interposição de recurso.

Questão 79 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada
A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
A desaprovação das contas prestadas pelo partido político não acarreta a
suspensão de recebimento de novas cotas do fundo partidário.

Questão 80 – CESPE/TRE-PI - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2016
Com relação às doações e às prestações de contas em campanhas eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Quaisquer erros encontrados na prestação de contas, mesmo os materiais
ou formais posteriormente corrigidos, podem resultar em sanção ao
candidato e ao partido, bem como ensejar a reprovação das contas pela
justiça eleitoral.
b) A prestação de contas, no caso das eleições proporcionais, deve ser
efetivada pelo próprio candidato.
c) Em decorrência do direito constitucional ao sigilo bancário, não se pode
exigir que candidatos às eleições majoritárias apresentem extratos e
cheques relativos à movimentação financeira dos gastos efetivados em prol
de sua campanha.
d) Dispensa-se a prestação de contas das cessões de bens móveis de cada
cedente até o limite de R$ 40.000.
e) As pessoas naturais ou jurídicas podem fazer doações pecuniárias
anônimas a partidos políticos até o valor de R$ 25.000.

Questão 81 – IADES - TRE-PA - Analista Judiciário - Área


Administrativa – 2014

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Com relação à prestação de contas, assinale a alternativa em que a Lei no


9.504/1996 (Lei das Eleições) disciplina o prazo de entrega.
a) Até o trigésimo dia posterior à realização das eleições.
b) Até o nonagésimo dia posterior à realização das eleições.
c) Até o encerramento do ano em que realizada as eleições.
d) Até a cessação da apuração das eleições.
e) Até um ano após o encerramento das eleições.

Questão 82 – CONSULPLAN - TRE-MG - Analista Judiciário -


Área Administrativa - 2013
Segundo o Art. 31 da Lei nº 9.096, de 1995, é vedado ao partido receber,
direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de pessoas ou entidades enumeradas em
seus incisos. Assinale, dentre as hipóteses a seguir, aquela em que a
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro recebido pelo
partido político NÃO contraria a vedação legal prevista no citado dispositivo
legal.
a) O partido político recebe doações de um Governador de Estado, que
pretende, assim que possível, filiar-se a ele.
b) O partido político recebe contribuição estimável em dinheiro de
Concessionária de Serviços de Energia Elétrica.
c) O partido político recebe valores doados por um cidadão dos Estados
Unidos da América, que tem amigos brasileiros filiados ao partido.
d) O partido político recebe doação do governo da Alemanha para a formação
do seu fundo partidário, porque se alinha à ideologia do governo do citado
país.
e) O partido político recebe auxílio pecuniário do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais, que entendeu por bem contribuir para a campanha dos
candidatos do partido.

Questão 83 – Inédita - 2015


De acordo com a Lei dos Partidos Políticos, os balanços contábeis devem ser:
a) todos encaminhados ao TSE.
b) encaminhados ao TRE os balanços dos órgãos regionais e municipais dos
partidos políticos.
c) consolidados no órgão nacional e encaminhados ao TSE.
d) encaminhados ao juiz eleitoral apenas o balanços dos órgãos municipais.
e) encaminhados apenas ao TRE respectivo.

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Questão 84 – Inédita – 2015


De acordo com a Lei dos Partidos Políticos os partidos políticos, as
agremiações devem encaminhar o balanço contábil do ano anterior até:
a) 30 de janeiro
b) 31 de dezembro
c) 30 de abril
d) 31 de junho
e) 15 de janeiro

Questão 85 – Inédita - 2015


Quanto à prestação de contas assinale a alternativa correta:
a) O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção por
desaprovação das contas será suspenso no ano eleitoral.
b) Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante
apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando
for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários,
permitindo-se à Justiça Eleitoral exigir a apresentação de outros
documentos.
c) Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para
esclarecer questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear
irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a
decisão que julgar a prestação de contas.
d) Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas
acarretarão a desaprovação das contas.
e) A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários
decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos
atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade
grave e insanável resultante de conduta dolosa ou culposa que importe
enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

Questão 86 – Inédita – 2015


Os partidos políticos devem prestar contas dos seus balanços à Justiça
Eleitoral regulamente. Em face desse assunto, assinale a alternativa que
aponta a consequência em caso de desaprovação das constas e em caso de
não apresentação:
a) devolução dos valores recebidos do Fundo Partidário cumulado com multa
e suspensão das quotas até regularização, respectivamente.
b) suspensão das quotas até regularização, em ambos os casos.
c) multa e suspensão das quotas até regularização, respectivamente.
d) devolução dos valores recebidos do Fundo Partidário, em ambos os casos.

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e) cassação do registro dos partidos políticos.

Questão 87 – FCC/TRE-SE – Técnico Judiciário - 2015


Na propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão, o partido “A”
divulgou sua posição em relação a temas político comunitários; o partido “B”
divulgou propaganda de candidato a cargo eletivo; o partido “C” difundiu
programas partidários; o partido “D” transmitiu mensagens aos filiados
sobre as atividades congressuais do partido; e o partido “E” defendeu
interesses pessoais e de outros partidos. Houve descumprimento das normas
da Lei no 9.096/95 APENAS na propaganda
(A) do partido “E”.
(B) do partido “A”.
(C) dos partidos “A”, “B” e “C”.
(D) dos partidos “B” e “E”.
(E) dos partidos “A”, “C” e “D”.

Questão 88 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
A propaganda partidária no rádio e na televisão
(A) poderá ser utilizada para a defesa de interesses pessoais de candidatos
às eleições.
(B) poderá ser paga e metade dos recursos assim obtidos reverterão para o
Fundo Partidário.
(C) não poderá ser realizada no segundo semestre do ano da eleição.
(D) poderá ser feita em qualquer horário, de acordo com o combinado entre
o partido e a emissora de rádio ou de televisão.
(E) poderá contar com a participação de pessoa filiada a qualquer outro
partido político, ainda que não seja o responsável pelo programa.

Questão 89 – FCC/TRE-CE – Administrador – 2012 – questão


adaptada
Julgue o item abaixo.
A respeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão, é INCORRETO afirmar
que a propaganda político-partidária não sofrerá nenhuma interrupção no
ano da eleição.

Questão 90 – IADES - TRE-PA - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2014
Quanto ao acesso ao rádio e à televisão pelos partidos políticos, assinale a
alternativa correta.

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a) A propaganda partidária gratuita será sempre na modalidade gravada e


transmitida entre as 19 horas e as 22 horas e 30 minutos.
b) As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os
partidos políticos, transmissões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por
iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.
c) Não se pode utilizar a propaganda partidária gratuita para transmitir
mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos
eventos e das atividades congressuais do partido.
d) As transmissões serão em blocos apenas para o âmbito nacional.
e) O partido que atender a todas as regras relacionadas ao tema da
propaganda tem assegurada a utilização do tempo total de uma hora por
semestre.

15.2 – Gabarito
Questão 01 – C Questão 02 – D

Questão 03 – D Questão 04 – C

Questão 05 – A Questão 06 – A

Questão 07 – B Questão 08 – INCORRETA

Questão 09 – CORRETA Questão 10 – CORRETA

Questão 11 – INCORRETA Questão 12 – C

Questão 13 – INCORRETA Questão 14 – CORRETA

Questão 15 – A Questão 16 – CORRETA

Questão 17 – INCORRETA Questão 18 – CORRETA

Questão 19 – A Questão 20 – E

Questão 21 – A Questão 22 – B

Questão 23 – B Questão 24 – C

Questão 25 – C Questão 26 – D

Questão 27 – B Questão 28 – B

Questão 29 – INCORRETA Questão 30 – A

Questão 31 – D Questão 32 – B

Questão 33 – E Questão 34 – D

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Questão 35 – E Questão 36 – E

Questão 37 – INCORRETA Questão 38 – E

Questão 39 – CORRETA Questão 40 – INCORRETA

Questão 41 – CORRETA Questão 42 – CORRETA

Questão 43 – INCORRETA Questão 44 – INCORRETA

Questão 45 – INCORRETA Questão 46 – A

Questão 47 – B Questão 48 – E

Questão 49 – E Questão 50 – A

Questão 51 – A Questão 52 – B

Questão 53 – CORRETA Questão 54 – CORRETA

Questão 55 – INCORRETA Questão 56 - CORRETA

Questão 57 – B Questão 58 – C

Questão 59 – D Questão 60 – A

Questão 61 – CORRETA Questão 62 – INCORRETA

Questão 63 – C Questão 64 – D

Questão 65 – C Questão 66 – E

Questão 67 – B Questão 68 – A

Questão 69 – B Questão 70 – CORRETA

Questão 71 – E Questão 72 – E

Questão 73 – E Questão 74 – INCORRETA

Questão 75 – INCORRETA Questão 76 – INCORRETA

Questão 77 – INCORRETA Questão 78 - INCORRETA

Questão 79 – CORRETA Questão 80 – B

Questão 81 – A Questão 82 – C

Questão 83 - D Questão 84 – C

Questão 85 – C Questão 86 – A

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Questão 87 – D Questão 88 – C

Questão 89 – CORRETA Questão 90 - B

15.3 – Questões com Comentários


Noções Introdutórias

Questão 01 – FCC/TRE-SE – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre
(A) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções
eletivas.
(B) filiação e desligamento de seus membros.
(C) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.
(D) procedimento de reforma do programa e do estatuto.
(E) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos
de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido.

Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É vedado aos partidos
políticos adotar uniforme para seus membros. Dessa forma, uma cláusula que
preveja o tipo e a cor do uniforme não poderá constar em Estatuto. Vejamos o
art. 6º, da LPP.
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-
se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

É VEDADO AOS PARTIDOS POLÍTICOS

•Adotar organização militar ou paramilitar.


•Ministrar instrução militar ou paramilitar.
•Adotar uniforme para seus membros.

Questão 02 – FCC/TRE-AP – Técnico Judiciário – 2015


É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal
Superior Eleitoral:

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I. O direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas


para a realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se por
danos eventualmente causados com a realização do evento.
II. O poder de requisitar qualquer prédio de uso particular para a realização
de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se por danos
eventualmente causados com a realização do evento.
III. Indicar, no respectivo estatuto, seu nome, a denominação abreviada,
bem como o estabelecimento de sua sede em qualquer Estado da Federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) I.
(E) III.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, com base no art. 51, da Lei dos Partidos Políticos.
Art. 51. É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal
Superior Eleitoral o direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas
Legislativas para a realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-
se pelos danos porventura causados com a realização do evento.

O item II está incorreto, pois não há qualquer previsão nesse sentido. Inclusive,
seria caso de violação ao direito de propriedade.
O item III está incorreto, pois a sede do partido deve ser na capital federal.
Vejamos o art. 15, da LPP.
Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal;

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 03 – FCC/TRE-PR – Analista Judiciário – 2012


Para a criação de partidos políticos, NÃO se inclui dentre as exigências legais
que seus programas respeitem
a) o pluripartidarismo.
b) a soberania nacional.
c) o regime democrático.
d) a forma presidencialista de governo.
e) os direitos fundamentais da pessoa humana.

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Comentários
Trata-se de uma questão que cobra o conhecimento do art. 2º da Lei 9.096/1995.
A única alternativa que não apresenta uma das exigências para os partidos
políticos é a alternativa D que está incorreta e é o gabarito da questão.
Vejamos o esquema de aula.

OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVE OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM


RESGUARDAR A OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS

soberania
caráter nacional
nacional

regime proibição de
democrático recursos e
subordinação
estrangeira
pluripartidarismo
prestação de
contas
direitos
fundamentais da
funcionamento
pessoa humana
parlamentar

Questão 04 – FCC/TJ-PE - Juiz Substituto – 2015 - adaptada


Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois
anos, o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, (I) dos votos
dados na última eleição geral para (II), (III) os votos em branco e os nulos,
distribuídos por (IV), dos Estados, com um mínimo de (V) do eleitorado que
haja votado em cada um deles.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas de I a V:
a) um por cento - o Congresso Nacional - não computados - um quarto, ou
mais - dois décimos por cento.
b) um por cento - a Câmara dos Deputados - computados - um terço, ou
mais - um décimo por cento
c) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço,
ou mais - um décimo por cento.
d) meio por cento - o Congresso Nacional - computados - um quarto, ou
mais - dois décimos por cento.
e) meio por cento - a Câmara dos Deputados - não computados - um terço,
ou mais - dois décimos por cento.

Comentários
A questão cobra a literalidade o art. 7º, § 1º, da LPP.

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§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço,
ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do
eleitorado que haja votado em cada um deles.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

Questão 05 – FCC/TJ-GO - Juiz Substituto - 2015


O funcionamento parlamentar dos partidos políticos
a) que ainda não tenham obtido registro junto à Justiça Eleitoral constitui
questão que não cabe ao Tribunal Superior Eleitoral responder em sede de
consulta.
b) é assegurado, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido
representante, aos partidos que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados, tenham obtido o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de
cada um deles.
c) não admite, em face da autonomia assegurada às agremiações
partidárias, a formação de alianças e blocos parlamentares, pois devem
atuar por intermédio de suas próprias bancadas e constituir suas lideranças
entre seus representantes.
d) cabe ser disciplinado pelos regimentos das respectivas Casas Legislativas,
sendo matéria vedada às disposições dos estatutos partidários.
e) cabe ser disciplinado pelos estatutos partidários, sendo matéria vedada
às disposições dos regimentos internos das respectivas Casas Legislativas.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de
jurisprudência do TSE conferida no Resp. 22.132. Vejamos:
Consulta. Partido político. Funcionamento parlamentar. Matéria não eleitoral. Não-
conhecimento. O TSE não responde consulta envolvendo questão relativa ao funcionamento
dos partidos políticos.

A alternativa B está incorreta. Ela menciona a cláusula de barreira prevista no


art. 13, da LPP. Esse dispositivo impõe que o partido político tenha funcionamento
parlamentar apenas se obtiver um certo número de votos. De acordo com o STF,
no julgamento das ADIs 1.351 e 1.354, o art. 13 da LPP é inconstitucional, de
modo que a alternativa, embora esteja conforme a literalidade do art. 13 não
poderá ser aplicada.
As alternativas C, D e E estão incorretas, pois contrariam os princípios do
funcionamento parlamente presentes no art. 12.

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Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada,
que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições
regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei.

Questão 06 – CESPE/TRE-PI - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2016
Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a
opção correta.
a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar
expressamente sua intenção ao órgão partidário e ao juiz competentes.
b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural,
independentemente do estado em que ela se encontre, já que todos têm
iguais direitos e deveres perante a lei.
c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos
partidos políticos.
d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante
cadastro do seu estatuto em cartório de registro civil de pessoas jurídicas de
direito público.
e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral
determinar sua estrutura interna e sua organização administrativa, uma vez
que as verbas do fundo partidário são oriundas da União.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta é o gabarito da questão. De acordo com o art. 21
da Lei 9.096/1995, caso o filiado deseje se desligar do partido deverá comunicar
por escrito o órgão de direção municipal do partido e ao Juiz Eleitoral.
A alternativa B está incorreta, pois somente poder se filiar o eleitor que estiver
no pleno gozo dos direitos políticos, conforme estabelece o art. 16 da Lei dos
Partidos Políticos. Logo, o estado que a pessoa se encontra poderá ser
determinante para a filiação.
A alternativa C está incorreta, pois os prazos de filiação partidária poderão sim
ser fixados pelo estatuto do partido, segundo prevê o art. 20 da Lei 9.096/1995.
O que não é possível é fixar período inferior a 6 meses, mínimo estabelecido pela
legislação eleitoral.
A alternativa D também está incorreta. A personalidade, de acordo com o art.
8º da Lei 9.096/1995, é constituído com o registro civil. O registro, ao contrário,
do afirmado na questão ocorrerá perante o “Registro Civil das Pessoas Jurídicas”.
A alternativa E está incorreta, pois o partido é livre para estabelece estrutura,
organização e funcionamento. Além disso, os recursos do Fundo Partidário
provêm de várias fontes de receita, entre elas receitas e penalidade, recursos
financeiros, doações e dotações orçamentárias.

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Questão 07 – CESPE/TRE-MT - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2015
De acordo com a legislação que rege os partidos políticos, assinale a opção
correta.
a) Aos partidos políticos registrados no TSE, mesmo aos que não contam
com representantes no Congresso Nacional, é assegurada a realização de
pelo menos um programa de propaganda partidária a cada semestre.
b) O TSE determinará, após decisão transitada em julgado, o cancelamento
do registro civil e do estatuto de um partido se não lhe forem prestadas
contas pelo órgão nacional desse partido.
c) Seria admissível, em termos legais, a fusão, em 2015, de um partido
político criado em 2014 com outros partidos se os órgãos de direção dos
partidos envolvidos deliberassem sobre o processo de fusão por votação em
reunião individual e elaborassem projeto comum de estatuto e programa.
d) Caso o diretório estadual de um partido político pratique atos que
resultem na violação dos direitos de um cidadão e lhe causem danos, o
diretório nacional responderá solidariamente em eventual ação para
apuração de responsabilidade civil.
e) Seria ilegal uma determinação feita por um partido político, em seu
estatuto, que obrigasse um de seus membros, ocupante de cargo eletivo, a
subordinar suas ações às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção do
partido.

Comentários
A alternativa A está incorreta, a propaganda partidária é assegurada aos
partidos que possuem representação de pelo menos um eleito no Congresso
Nacional, de acordo com o art. 49 da LPP.
A alternativa B está correta e é o gabarito a questão de acordo com o art. 28,
inciso III, da LPP. A não prestação de contas pelo partido é um dos motivos que
enseja o cancelamento do registro.
A alternativa C está incorreta. No caso de fusão entre partidos, a reunião é
conjunta e a votação se dá por maioria absoluta.
A alternativa D está incorreta, pois a responsabilidade civil e trabalhista cabe
ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver do causa ao não
cumprimento da obrigação, de acordo com o art. 15-A, da LPP.
A alternativa E está incorreta. Muito pelo contrário, o integrante da bancada do
partido na casa Legislativa deve se subordinar aos princípios e diretrizes do
partido, de acordo com o art. 24, da LPP.

Questão 08 – CESPE/TRE-BA – Técnico Judiciário – 2010


A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.

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Só será admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter


nacional, isto é, daquele que comprove o apoiamento de eleitores
correspondente a, pelo menos, 1% dos votos dados na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1%
do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Comentários
A assertiva está incorreta. Em relação ao apoiamento mínimo vejamos os
requisitos constantes do § 1º, do art. 7º, da Lei 9.096/95.
1º) prova do apoiamento no prazo de dois anos.
2º) Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de ao
menos 0,5% do número de votos computados para a última eleição para a
Câmara dos Deputados. NÃO são levados em consideração os votos nulos
e brancos.
3º) As assinaturas acima devem ser registradas em pelo menos 1/3 dos
Estados-membros brasileiros.
4º) Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos 0,1% do
eleitorado.
Assim, ao invés do eleitorado nacional, exige-se do número de assinaturas
equivalente a 0,5% dos votos conferidos à Câmara dos Deputados.

Questão 09 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Aos partidos políticos é assegurada a exclusividade de sua denominação, de
sua sigla e de seus símbolos a partir do registro de seus estatutos no TSE.

Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista o que prevê o art. 7º, § 3º, da Lei
9.096/95.
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

Esse dispositivo é bastante incidente em provas. Lembre-se:

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denominação

COM O REGISTRO NO
TSE, O PARTIDO a exclusividade da siglas
ASSEGURA

símbolos

Questão 10 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
O direito de requerer a anulação do registro de partidos políticos por defeito
do referido ato decai em três anos, contados a partir da publicação de sua
inscrição no registro.

Comentários
A assertiva está correta. Não tratamos desse assunto em aula propriamente,
posto que é matéria de Direito Civil, ou melhor, de Direito Empresarial. Contudo,
como o CESPE gosta de interdisciplinaridades, é importante que conheçamos ao
menos o dispositivo do CC.
A resposta da questão está no Código Civil, art. 44 e 45. Vejamos:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...)
V - os partidos políticos. (...)
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar
o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua
inscrição no registro.

Como os partidos políticos são considerados como pessoas jurídicas de direito


privado, aplica-se a normativa geral do Código Civil. Dessa forma, o direito de
requerer a anulação do registro de partido político por defeito no ato de
constituição decai em 03 anos da inscrição do registro.

Questão 11 – CESPE/Câmara dos Deputados – Analista


Administrativo – 2014
Julgue os próximos itens, referentes aos partidos políticos.
Os partidos políticos deverão se registrar no tribunal regional eleitoral de
qualquer uma de suas sedes para adquirirem personalidade jurídica.

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Comentários
A assertiva está incorreta. Como sabemos, os partidos políticos adquirem
personalidade na forma da lei civil. Esse ato que lhes confere personalidade. Além
disso, o registro do estatuto do partido político deve ser registrado no TSE e não
no TRE como diz a questão. Vejamos a regrativa constitucional, do §2º, do
art. 17.
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Lembram do nosso esquema de aula:

•constituição civil enquanto pessoa



jurídica

2º •registro do estatuto no TSE

Questão 12 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário - 2013


Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) Dado o caráter nacional dos partidos políticos, a lei reconhece a
responsabilidade solidária entre o órgão partidário nacional e seus
respectivos órgãos estaduais e municipais.
b) O eleitor não detém legitimidade para iniciar, junto à justiça eleitoral,
processo de cancelamento de registro e de estatuto partidários, em razão de
irregularidades.
c) Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao
TSE, a agremiação estará sujeita ao cancelamento do seu registro civil e do
estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos partidários
regionais ou municipais.
d) O registro de partido político no cartório competente pelo registro civil das
pessoas jurídicas em Brasília basta para assegurar a exclusividade da
respectiva denominação, sigla e símbolos.
e) As alterações programáticas ou estatutárias, após a devida aprovação do
TSE, devem ser registradas no ofício civil competente.

Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a responsabilidade cabe à diretoria que deu
causa ao descumprimento legal. Vejamos o art. 15-A, da Lei 9.096/95.
Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe EXCLUSIVAMENTE ao
órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento
da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a
solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

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A alternativa B está incorreta. Qualquer eleitor é legitimado para iniciar o


processo de cancelamento do registro e estatuto de partidos políticos. Vejamos
o § 2º, do art. 28.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer
eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 28.


Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, não ocorrendo o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.

A alternativa D está incorreta, tendo em vista o § 3º, do art. 7º. O registro do


estatuto no TSE garante a exclusividade da denominação, sigla e símbolos.
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

A alternativa E está incorreta. O TSE não tem competência para aprovar as


alterações de estatuto dos partidos políticos.
Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil
competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

Devemos lembrar que os partidos políticos possuem autonomia e que


intervenções estatais como o controle das alterações programáticas ou
estatutária seriam ingerências vedadas, violadoras do princípio democrático.

Questão 13 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - 2012


Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos políticos, julgue o
item seguinte.
O caráter nacional dos partidos políticos é garantido com a vinculação das candidaturas, em
âmbito estadual, distrital ou municipal, às escolhas e ao regime das coligações eleitorais
estabelecidas pela direção partidária nacional.

Comentários
Comentários, a assertiva está incorreta. Não há mais verticalização das
candidaturas, desde a EC 52/2006, conforme art. 17, § 1º, d CF.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

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Questão 14 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Somente depois de adquirirem personalidade jurídica na forma da lei civil e
de registrarem seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral, os partidos
políticos poderão participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo
partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da lei.

Comentários
A assertiva está correta. Trata-se de mais uma questão exigindo o conhecimento
da constituição dos partidos políticos e do art. 7º, da Lei 9.096/95. Vejamos o §
2º, o qual respalda a assertiva:
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

Notem que o dispositivo constitucional (art. 17 §2º) possui praticamente a


mesma redação do art. 7º, §2º da LPP.

Questão 15 – CESPE/TJ-PI – Juiz – 2012


A respeito dos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos têm pleno acesso às
informações que, constantes do cadastro eleitoral, digam respeito a seus
afiliados.
b) Terá direito a funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas
para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição
para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
menos, um terço dos estados, com um mínimo de 2% do total de cada um
deles.
c) De acordo com a lei que dispõe sobre partidos políticos, a responsabilidade
civil e trabalhista é solidária entre o órgão partidário municipal, o estadual e
o nacional, ante o caráter nacional das agremiações partidárias.
d) Resolução do TSE considera justa causa, para efeito de desfiliação
partidária, afastamento e decretação da perda de cargo eletivo, a mudança
substancial ou o desvio do estatuto partidário.
e) Somente o registro do estatuto do partido político no registro civil das
pessoas jurídicas da capital federal assegura a exclusividade da
denominação, da sigla e dos símbolos da agremiação, sendo vedada a
utilização, por outros partidos, de variações que possam suscitar erro ou
confusão.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 19,
§ 3º.

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Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus
órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais,
para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito
de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão
inscritos
§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

A alternativa B está incorreta, pois essa é a clausula de barreira, considerada


inconstitucional pelo STF.
A alternativa C está incorreta, pois a responsabilidade compete a cada unidade
descentralizada do partido, seja municipal ou estadual. Vejamos o que determina
o art. 15-A, da Lei 9.096/1995.
Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão
partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da
obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a
solidariedade de outros órgãos de direção partidária.

A alternativa D está incorreta, conforme art. 1º da Resolução 22.610, do TSE.


Embora específico o assunto, não custa conferir a literalidade do dispositivo.
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação
da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 1º - Considera-se justa causa:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.

A alternativa E está incorreta. Lembre-se: registro do estatuto no TSE


garante a exclusividade de denominação, sigla e símbolo e não o registro
de pessoa jurídica. Note que a questão fala, incorretamente, em registro civil
do estatuto.

Questão 16 – CESPE/TRE-ES – Técnico Judiciário – 2011


Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Entre as destinações dos partidos políticos, está a defesa dos direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

Comentários
A assertiva está correta. Cabe aos partidos políticos defender os direitos
fundamentais, conforme art. 2º, da Lei 9.096/95.
Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos
fundamentais da pessoa humana.

Lembrem-se:

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a assegurar a autencidadade do
sistema representativo.
OS PARTIDOS
POLÍTICOS
DESTINAM-SE
a defender os direitos
fundamentais.

Questão 17 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça – 2012 –


questão adaptada
Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos políticos, julgue o
item seguinte.
Organização da sociedade civil constituída como pessoa jurídica de direito público, o partido
político destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os direitos fundamentais.

Comentários
A assertiva está incorreta. Ilustremos a questão com o art. 1º da Lei nº
9.096/1995:
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

O erro da questão está ao mencionar que o partido político é pessoa jurídica de


direito público.

Questão 18 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Com relação às regras atinentes aos partidos políticos, julgue os itens que
seguem.
A Lei assegura a liberdade de criação dos partidos políticos, mas exige que
o novo partido possua caráter nacional e que, após adquirir a personalidade
jurídica, promova o registro do estatuto no TSE.

Comentários
A assertiva está correta. Como bem sabemos, a questão traz a regrativa
constitucional quanto à criação e registro do estatuto dos partidos políticos.
Vamos relembrar o que prevê o art. 17, caput e § 2º, da CF.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Vejamos uma linha do tempo que sintetiza a evolução da criação e registros do


partido político.

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Registro no
TSE
Constituição
de dirigentes
Apoiamento e de órgãos
Mínimo definitivos.

Registro Civil
•Aquisição da
Fundação personalidade
•Ata civil
•Designação de
dirigentes e de
órgãos
provisórios

Questão 19 – CESPE/TJ-DF - Juiz de Direito Substituto - 2014


Com relação aos partidos políticos, assinale a opção correta.
a) Com o fim da verticalização, os estatutos partidários ostentam maior
relevo, elencando os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
níveis nacional, estadual, distrital ou municipal, deixando que as regras
internas estabeleçam normas de disciplina.
b) O candidato que for eleito para cargo no Poder Legislativo será detentor
de parcela da soberania popular que advém do voto e, por isso, a ele
pertencerá o mandato que passará a exercer.
c) A justiça eleitoral fiscaliza a escrituração contábil e a prestação de contas
das campanhas eleitorais, que devem ser feitas no encerramento da
campanha eleitoral pelos partidos que tiverem candidatos eleitos.
d) Um partido político tem direito a atuação parlamentar, nas casas
legislativas para as quais tenha elegido representante, se, em cada eleição
para a Câmara dos Deputados, obtiver o apoio de, no mínimo, 5% dos votos
apurados.
e) Após o registro de seu estatuto no cartório de registro civil das pessoas
jurídicas de Brasília, o partido político pode dispor do fundo partidário e fazer
uso exclusivo da sigla que o identifica.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas:
A alternativa A é a correta e é gabarito da questão. Essa alternativa bem
sintetiza a evolução jurisprudencial em torno da questão da verticalização das
coligações.
O estudo da verticalização partidária remete ao art. 17, §1º, da CF.
Em que pese a liberdade conferida aos partidos políticos, a Resolução TSE nº
21.002/2002 impunha a obrigatoriedade de que os partidos políticos coligados

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em eleições presidenciais não poderiam formar alianças distintas nas esferas


estadual, distrital ou municipais com outros partidos.
Por exemplo, formada uma coligação entre PMDB e PT na diretiva nacional, não
seria admissível que no âmbito estadual ou mesmo municipal PMDB e PT
estivessem coligados com outros partidos e não entre si. Denominava-se regra
da verticalização partidária.
Hoje esse não é o entendimento que prevalece. A Emenda Constitucional nº
52/2006 pôs fim à verticalização ao prever, no art. 17º, §1º, que os partidos
políticos têm autonomia para definir estrutura e funcionamento, podendo se
coligar a outros partidos SEM OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO ENTRE
AS CANDIDATURAS EM ÂMBITO NACIONAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU
MUNICIPAL.
Tranquilo, não?

NÃO existe a obrigatoriedade de vinculaçaõ


VERTICALIZAÇÃO entre as candidaturas de âmbito nacional,
PARTIDÁRIA estadual, distrital ou municipal para a
formaçaõ de coligações.

A alternativa B está incorreta. Para responder à questão devemos saber que o


mandato eletivo pertence ao partido político e não ao candidato.
O político é escolhido pelas convenções partidárias, ou seja, é escolhido para
representar os interesses e ideologias do partido. Dessa forma, caso deixe o
partido sem justificativa político perderá o cargo político ocupado.
A alternativa C também está incorreta. O partido político deverá prestar contas
à Justiça Eleitoral constantemente. Em anos eleitorais, prestará contas
mensalmente à Justiça Eleitoral, conforme quadro abaixo:

•O balanço será encaminhado até o dia 30 de abril


Em ano não-eleitoral
do ano seguinte.

•Os balanços serão encaminhados mensalmente


Em ano eleitoral durante os quatro meses anteriores e os dois
meses posteriores ao pleito.

A alternativa D está incorreta. A alternativa trata da cláusula de barreira para


o funcionamento parlamentar, que foi declarado inconstitucional pelo STF.
Finalmente, a alternativa E está incorreta, a constituição regular do partido
político depende de registro civil – que confere existência jurídica – e do registro
perante o TSE. Somente após o registro no órgão eleitoral é que o partido gozará
de suas prerrogativas, entre elas o Fundo Partidário.

Questão 20 – FEPESE/DPE-SC – Defensor Público – 2012

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Quanto à personalidade jurídica dos partidos políticos, conforme o previsto


pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que são:
a) Pessoas jurídicas de direito misto.
b) Pessoas jurídicas de direito social.
c) Pessoas jurídicas de direito público.
d) Pessoas jurídicas de direito político.
e) Pessoas jurídicas de direito privado.

Comentários
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o
art. 1º, da Lei dos Partidos Políticos.
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Questão 21 – IADES/TRE-PA – Técnico Judiciário – 2014


Considerando a Lei dos Partidos Políticos, assinale a alternativa correta.
a) É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
b) O partido político tem autonomia exclusivamente para definir a própria
estrutura interna.
c) Os filiados de um partido político têm iguais direitos e diferentes deveres.
d) Alguns partidos políticos podem submeter-se à entidade estrangeira.
e) Só o partido que tenha registrado o respectivo estatuto no Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) pode participar do processo eleitoral.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, com fundamento no art.
2º, da LPP, já citado. Trata-se da liberdade e autonomia partidária.
A alternativa B está incorreta por incompletude. O partido político, conforme
art. 3º, é autônomo para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

A alternativa C está incorreta, pois é inadmissível que os direitos sejam os


mesmos e os deveres sejam diversos para os filiados. É o que estabelece o art.
4, da Lei 9.096/1995.
Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres.

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A alternativa D está incorreta, tendo em vista que é proibida a subordinação de


partido político a entidades ou governos estrangeiros.
Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e
programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros.

A alternativa E está incorreta, pois o registro do estatuto deve ser feito no TSE.
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

Questão 22 – IADES/TRE-PA – Analista Judiciário – 2014 -


adaptada
A respeito dos partidos políticos, à luz da Lei nº 9.096/1995, assinale a
alternativa correta.
a) Ao partido político é permitido ministrar instrução militar ou paramilitar,
utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para os
respectivos membros.
b) Ao partido político, é autorizada autonomia para definir a própria estrutura
interna, organização e funcionamento.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei
civil, registra o próprio estatuto perante o Tribunal Regional Eleitoral da
respectiva região.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo
partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições,
majoritárias ou proporcionais.
e) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.

Comentários
A alternativa A está incorreta, pois é vedado ao partido formular sua
organização com instrução paramilitar.
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o art. 3º,


já citado nesses comentários.
A alternativa C está incorreta, pois o registro do estatuto deve ser feito no TSE.
A alternativa D está incorreta, o prazo mínimo de filiação deve de acordo com
alteração promovida pela Lei 13.165/2015 na Lei dos Partidos Políticos passa a
ser de 6 meses, e não de um não.

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Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido
pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.

A alternativa E está incorreta, pois o partido político deve ser constituído como
pessoa jurídica de direito privado.

Questão 23 – CONSULPLAN/TRE-MG - Analista Judiciário -


Área Judiciária - 2013
Atualmente, há cerca de 30 partidos políticos regularmente registrados e em
funcionamento no Brasil. Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado que
desempenham importante papel no concerto democrático. A respeito das
regras aplicáveis aos partidos políticos, assinale a alternativa correta.
a) Os recursos do Fundo Partidário são distribuídos, de forma paritária, aos
órgãos nacionais de todos os partidos.
b) É expressamente vedado ao partido político ministrar instrução militar ou
paramilitar e adotar uniforme para seus membros.
c) O partido político, após adquirir personalidade jurídica, registra seu
estatuto no Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que funcionar sua sede.
d) Diante do interesse público inerente a sua atuação, ao partido político não
se assegura autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento, que são inteiramente delimitados pela Justiça Eleitoral.
e) É livre a criação, fusão e incorporação de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. A extinção
de um partido, no entanto, depende de aprovação do Congresso Nacional.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas:
A alternativa A está incorreta, pois apenas 5% dos recursos do Fundo Partidário
serão distribuídos de forma paritária. O restante (95%) será distribuído
proporcionalmente aos partidos com representação na Câmara dos Deputados,
segundo entendimento do STF.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão em razão do que prevê o
art. 6º da Lei dos Partidos Políticos.
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

A alternativa C está incorreta, pois, como vimos exaustivamente, após adquirir


personalidade na forma da lei civil, os partidos políticos devem registrar seus
estatutos no TSE.
A alternativa D também está incorreta, uma vez que aos partidos políticos é
assegurada a autonomia, nos termos do art. 3º da LPP:
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento.

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Analistas e Técnico
Aula 07 - Prof. Ricardo Torques

Registre-se que esse dispositivo é reprodução do art. 17, da CF.


Por fim, a alternativa E está incorreta, dado que não é necessária aprovação
pelo Legislativo para extinção.

Questão 24 – CONSULPLA/TRE-MG – Técnico Judiciário – Área


Administrativa – 2015
Os partidos políticos são dotados de autonomia e devem, nos seus estatutos,
regular a disciplina e fidelidade partidárias. Após a sua regular constituição
de acordo com a lei civil deve, de acordo com a Constituição Federal,
registrar seu estatuto no(a):
a) Junta Eleitoral
b) Circunscrição Eleitoral
c) Tribunal Superior Eleitoral
d) Tribunal Regional Eleitoral

Comentários
Os partidos políticos constituem instituição fundamental do nosso sistema
eleitoral e estão disciplinados expressamente no art. 17 da CF. Em relação ao
registro dos partidos políticos prevê o §2º
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Segundo o Texto da Constitucional, os partidos políticos – pessoas jurídicas de


direito privado – após se constituírem de acordo com a legislação civil, deverão
registrar seus estatutos no TSE.

•constituição civil enquanto



pessoa jurídica

2º •registro do estatuto no TSE

Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

Questão 25 – IESES/TRE-MA – Técnico Administrativo – 2015


Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:
a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral.
b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da
filiação partidária.
c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema

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representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na


Constituição Federal.
d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento, desde que aprovados posteriormente pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A personalidade jurídica do partido, como de
qualquer outra empresa, é adquirida com o registro os atos constitutivos.
Devemos lembrar, ainda, que o registro será Cartório de Registro Civil das
Pessoas Jurídicas de Brasília.
Vejamos o artigo 17, § 2º.
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, NA FORMA DA LEI
CIVIL, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 22, da LPP, o cancelamento


da filiação partidária será imediato em caso de perda dos direitos políticos.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I – morte;
II – perda dos direitos políticos;
III – expulsão;
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona
eleitoral.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 1º,


da LPP.
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a
defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa D está incorreta, pois não há qualquer tipo de aprovação pelo TSE.
Vejamos o art. 17, § 1º.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.

Questão 26 – Inédita – 2015


Entre as normas que devem constar do estatuto do partido político, segundo
a Lei nº 9.096/1995 estão exceto:
a) finanças e contabilidade do partido político, com fixação das quantias que
podem ser despendidas pelo candidato com a própria eleição.
b) direitos e deveres dos filiados.

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c) filiação e desligamento de seus membros.


d) proporção entre candidaturas do sexo masculino e feminino.
e) modo de organização, funcionamento e administração do partido político.

Comentários
Trata-se de uma questão bastante tranquila cujo fundamento é extraído do
art. 15 da Lei das Eleições.
Art. 15. O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal;
II – filiação e desligamento de seus membros;
III – direitos e deveres dos filiados;
IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e
identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar
as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido,
além daquelas previstas nesta Lei;
VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.

Das alternativas acima a única incorreta é a alternativa D, que é o


gabarito da questão.
As demais alternativas constam expressamente do dispositivo mencionado.
Registre-se que poderá o partido dispor regras fixando a proporção de
candidaturas masculinas e femininas, contudo, essas regras não são
obrigatórias, mas facultadas ao partido político.

Questão 27 – Inédita – 2015


Somente será admitido o registro do estatuto do partido político que tenha
caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período
de dois anos, o apoiamento mínimo correspondente a:
a) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
b) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,

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distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um


décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
c) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por dois quintos, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
d) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um por
cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.
e) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por dois terços, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um
décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Comentários
Trouxemos a presente questão para que vocês fixem os percentuais de
apoiamento mínimo para registro do partido político no TSE.
Desse modo a alternativa B é a correta, posto que constitui reprodução do art.
7º, §1º:
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço,
ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do
eleitorado que haja votado em cada um deles.

Quanto às demais alternativas, vejamos:


 Alternativa A:
a) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

 Alternativa C
c) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por dois quintos,
ou mais, dos Estados, com um mínimo de um por cento do eleitorado que haja votado em
cada um deles.

 Alternativa D
d) pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de um por cento do eleitorado que haja votado em
cada um deles.

 Alternativa E

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e) pelo menos, um por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por dois terços,
ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja
votado em cada um deles.

Questão 28 – Inédita – 2015


A reforma eleitoral promovida pela Lei nº 13.165/2015 alterou a disciplina
relativa ao apoiamento mínimo. Antes não havia um período fixo para colega
das assinaturas. Agora, as assinaturas que comprovam o apoiamento
mínimo deverão ser reunidas no prazo de:
a) um ano
b) dois anos
c) três anos
d) cinco anos
e) 10 anos

Comentários
Vejamos o que nos diz o art. 7º, I, da LPP:
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

Logo, ante o destacado, conclui-se que a alternativa B é a correta e gabarito da


questão.

Questão 29 – Inédita – 2015


Quanto ao registro do partido político perante o TSE, julgue o item abaixo:
Não há irregularidade na constituição de partido político que, após a
constituição civil, comprovou por intermédio de assinaturas, obtidas ao longo
de cinco anos, o apioamento mínimo correspondente a, pelo menos, 0,5%
dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não
computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

Comentários
A assertiva está incorreta. O apoiamento mínimo deverá ser demonstrado,
conforme recente alteração legislativa promovida pela Lei nº 13.165/2015, no
período de dois anos e não de três anos, conforme referido na questão.
O restante está correto e condizente com o art. 7º, §1º, da LPP:

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§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,


considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o
APOIAMENTO DE ELEITORES não filiados a partido político, correspondente a, pelo
menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por
um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do
eleitorado que haja votado em cada um deles.

Se você teve dificuldades nas questões 1 a 29 acima retome o estudo do


Capítulo 1 a 7 dessa aula.

Filiação e Fidelidade Partidárias

Questão 30 – FCC/MPE-PE – Promotor de Justiça – 2014


NÃO é vedada a filiação partidária daquele que
a) tenha sua inelegibilidade reconhecida pela Justiça Eleitoral em face de ter
sido, na condição de magistrado, compulsoriamente aposentado, há três
anos, por decisão sancionatória.
b) possui idade inferior a dezesseis anos.
c) seja regularmente considerado analfabeto, mesmo que não tenha
efetivado seu alistamento eleitoral.
d) tenha sua naturalização cancelada por sentença transitada em julgado.
e) tenha sido, há cinco anos, condenado em decisão judicial definitiva por
improbidade administrativa em face de ter adquirido, para si ou para outrem,
no exercício de cargo público, bens cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público.

Comentários
Vejamos, primeiramente, o art. 16, da Lei dos Partidos Políticos.
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.

Dessa forma, a alternativa B está incorreta, pois o menor de 16 anos não é nem
ao menos alistável.
A alternativa C está incorreta. Não há impedimento para que o analfabeto seja
filiado, desde que tenha o alistamento eleitoral. Não é admissível que uma pessoa
filie-se a partido político se não for eleitora. Logo, o alistamento eleitoral é
pressuposto para a filiação partidária.
A alternativa D está incorreta, pois o brasileiro naturalizado que perde a
naturalização perde seus direitos políticos.
A alternativa E está incorreta, por trazer um caso de suspensão dos direitos
políticos.

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Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A questão tenta


confundir a inelegibilidade com a filiação partidária. Sabemos que, de acordo com
a Lei de Inelegibilidade, no caso de aposentadoria compulsória gera a
inelegibilidade pelo prazo de 8 anos. No caso da questão, o magistrado está
aposentado compulsoriamente há 3 anos, pelo que é inelegível. Contudo, não há
nenhum impedimento para que – mesmo inelegível – se filie a partido político.
A inelegibilidade, por si só, não impede a filiação partidária conforme
entendimento do TSE.
No REspe 2335129, o Órgão ementou:
RECURSO ESPECIAL. Eleição 2004. Candidatura. Registro. Contas. Rejeição. Ação
desconstitutiva. Súmula nº 1/TSE. Direitos políticos. Restrição. Filiação. Deferimento.
Incide a Súmula nº 1/TSE quando proposta, antes da impugnação do registro, ação
desconstitutiva contra a decisão que rejeitou as contas. Não impede a filiação partidária a
restrição dos direitos políticos decorrente da declaração de inelegibilidade não fundada em
improbidade.

Dito de outro modo, o TSE entende que a inelegibilidade, desde que não seja
fundada em improbidade, não impede a filiação partidária. Portanto, é possível a
filiação daquele que for condenado por improbidade administrativa.

Questão 31 – FCC/TJ-CE – Juiz – 2014


Considere as seguintes afirmativas:
I. A filiação partidária somente é permitida ao eleitor que se encontre em
pleno gozo de seus direitos políticos, sendo cabível ainda que esteja
inelegível, segundo decisão proferida pela Justiça Eleitoral.
II. É vedado o cancelamento da filiação partidária em caso de superveniente
perda dos direitos políticos do filiado, salvo expressa disposição estatutária
em sentido contrário.
III. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
IV. Configurado caso de dupla filiação do eleitor, ambos os vínculos
partidários devem ser considerados nulos para todos os efeitos.
Está correto o que é afirmado APENAS em
a) II e IV.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e III.

29
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 23351, Acórdão nº 23351 de 23/09/2004, Relator(a) Min.
FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Relator(a) designado(a) Min. HUMBERTO GOMES DE BARROS,
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 23/09/2004.

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Comentários
O item I está correto, de acordo com a Resolução 23.117/09, do TSE.
Art. 1º Somente poderá filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos (Lei nº 9.096/95, art. 16), ressalvada a possibilidade de filiação do eleitor
considerado inelegível (Ac.-TSE nºs 12.371, de 27 de agosto de 1992, 23.351, de 23 de
setembro de 2004 e 22.014, de 18 de outubro de 2004).

O item II está incorreto, pois o cancelamento da filiação partidária ocorrerá com


a perda dos direitos políticos.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
II - perda dos direitos políticos;

O item III está correto de acordo com o § único do art. 22, da Lei 9.096.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

O item IV está incorreto, com base no dispositivo citado acima. Observada a


dupla filiação, prevalecerá a mais recente.
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 32 – FCC/TJ-AP – Juiz – 2014


Segundo a legislação partidária, no que se refere à filiação partidária,
a) havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais antiga,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
b) é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de
filiação partidária superiores aos previstos na Lei dos Partidos Políticos, com
vistas à candidatura a cargos eletivos.
c) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
à candidatura a cargos eletivos, podem ser alterados no ano da eleição.
d) deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,
no modelo adotado pela Justiça Eleitoral.
e) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras constantes de resolução da Justiça Eleitoral.

Comentários
A alternativa A está incorreta, como vimos acima, no caso de duplicidade de
filiação partidária, permanecerá a mais recente.
A alternativa B está correta, com base no caput do art. 20.
Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista o parágrafo único do art. 20,


citado acima. Notem que os partidos políticos não poderão alterar os prazos de
filiação partidária no ano das eleições.

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Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

A alternativa D está incorreta, pois o modelo de comprovante de filiação


partidária é elaborado pelo partido. Vejamos o § único do art. 17.
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o
atendimento das regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado,
no modelo adotado pelo partido.

A alternativa E está incorreta, com base no art. 17, caput, citado acima. A
filiação estará deferida com o atendimento das regras previstas no estatuto do
partido.

Questão 33 – FCC/TRE-CE – Técnico Judiciário – 2012


João resolveu desligar-se do partido político ao qual estava filiado e fez
comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da
Zona em que estava inscrito. O vínculo torna-se extinto, para todos os
efeitos, quando
a) lhe for comunicado o deferimento do desligamento pelo órgão municipal
do partido.
b) for publicado o deferimento do pedido pelo Juiz Eleitoral.
c) for deferido o desligamento pelo órgão de direção municipal do partido.
d) ocorrer o trânsito em julgado da decisão judicial que deferir o
desligamento.
e) se escoar o prazo de dois dias contados da data da entrega da
comunicação.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 21.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo
torna-se extinto, para todos os efeitos.

Dessa forma, pelo disposto acima, a alternativa E está correta e é o


gabarito da questão. O vínculo do filiado com o partido torna-se extinto
após comunicação por escrito e decorridos 02 dias da data da entrega de
tal comunicação.

Questão 34 – FCC/TRE-PE – Técnico Judiciário – 2011


A filiação partidária NÃO
a) pode ser cancelada por iniciativa do partido político.
b) é requisito para concorrer a cargo eletivo, sendo permitida candidatura
avulsa.

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c) pode ter seu prazo legal ampliado pelo estatuto do partido político.
d) pode ter seu prazo alterado pelo estatuto do partido político no ano da
eleição.
e) exige que o eleitor esteja em pleno gozo de seus direitos políticos.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A desfiliação partidária pode ocorrer por
iniciativa do partido em diversas situações, conforme mencionado em aula.
A alternativa B está incorreta, pois para concorrer a mandato eletivo é
obrigatória a filiação partidária. Não há que se falar em candidaturas
avulsas no Direito Eleitoral brasileiro.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão, pois o partido
político terá ampla liberdade para determinar os prazos de filiação em seu
estatuto. Deve, contudo, respeitar o mínimo de 6 meses estabelecido pela
legislação eleitoral e não poderá promover alteração do prazo no ano
eleitoral.
A alternativa D está correta, tendo em vista o parágrafo único do art. 20,
que veda alteração desse prazo no ano eleitoral.
A alternativa E está incorreta, pois para se filiar a um partido político o
cidadão precisa estar em pleno gozo de seus direitos políticos.

Questão 35 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área


Administrativa
Tercius era regularmente filiado ao partido político Alpha. Posteriormente,
filiou-se aos partidos Beta, Gama e Delta, sem fazer qualquer comunicação
ao partido Alpha e ao Juiz Eleitoral de sua respectiva Zona Eleitoral, para
cancelar sua filiação. Após um ano, a multiplicidade de filiações foi detectada
pela Justiça Eleitoral. Nesse caso,
(A) todas as filiações serão válidas.
(B) Tercius deverá ser intimado para optar por um dos partidos no prazo de
15 dias, sob pena de cancelamento de todas as filiações.
(C) todas as filiações partidárias serão nulas para todos os efeitos.
(D) prevalecerá a inscrição ao partido Alpha.
(E) prevalecerá a inscrição ao partido Delta.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 22, da Lei dos partidos Políticos,
especificamente o trecho alterado em 2013 pela Lei nº 12.891.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I - morte;

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II - perda dos direitos políticos;


III - expulsão;
IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Assim, em caso de várias filiações partidárias será considerada válida a filiação


mais recente e serão canceladas as demais.
No caso esboçado no enunciado da questão, a última filiação parece ser ao partido
Delta se observada a ordem posta na questão, todavia, essa ordem não foi
mencionada expressamente. De todo modo, acredita-se que o último partido ao
qual Tercius se filiou foi o partido Delta.
Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Questão 36 – FCC/TRE-RR – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
A respeito da filiação partidária, é INCORRETO afirmar que:
a) a expulsão do partido acarreta o imediato cancelamento da filiação
partidária.
b) a perda dos direitos políticos acarreta o imediato cancelamento da filiação
partidária.
c) os partidos políticos podem estabelecer, em seu estatuto, prazos de
filiação partidária superiores aos previstos em lei, com vistas a candidatura
a cargos eletivos.
d) só pode filiar-se a partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de
seus direitos políticos.
e) a relação dos nomes de todos os filiados, incluindo data de filiação,
número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos é assunto
interno do partido, não sendo necessária a respectiva remessa à Justiça
Eleitoral.

Comentários
As alternativas A e B estão corretas, conforme art. 22, II e III, da LPP.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
II - perda dos direitos políticos;
III - expulsão;

A alternativa C está correta. Os partidos podem estabelecer prazos maiores para


o período mínimo de filiação, contudo, os prazos não podem ser alterados no ano
das eleições. Vejamos o dispositivo da LPP.

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Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação
partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas
a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

A alternativa D está correta, conforme art. 16, da LPP.


Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão.

Questão 37 – CESPE/PC-BA – Delegado de Polícia – 2013


Em relação aos direitos e deveres fundamentais expressos na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue os itens subsecutivos.
Caso determinado deputado estadual perca seu mandato eletivo por
infidelidade partidária, o deputado que assumir o mandato em seu lugar
deve, necessariamente, ser do partido político pelo qual o primeiro tenha
sido eleito.

Comentários
A assertiva está incorreta. A questão é uma grande
pegadinha de prova.
Como vimos em aula, o mandato é do partido político de modo que se o exercente
do cargo for desfiliado por infidelidade, a vaga será preenchida pelo próprio
partido.
Há, contudo, uma possibilidade em que outro partido poderá preencher o cargo
vago. Tal hipótese ocorre em coligações partidárias. Desse modo, é
perfeitamente factível que outro partido coligado assuma a cadeira em razão do
número de votos obtidos no certame eleitoral.
Portanto, o termo “necessariamente” tornou a alternativa incorreta.

Questão 38 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013


Assinale a opção correta acerca da Lei n.º 9.096/1995, que dispõe sobre
partidos.
a) Para desligar-se de partido, o filiado deve encaminhar ao órgão de direção
municipal seu pedido de desligamento, que, se negado, deverá ser apreciado
pelo juiz eleitoral da zona em que for inscrito.
b) A decisão partidária no sentido do deferimento do cancelamento da
filiação é necessária para que o vínculo com o partido torna-se extinto para
todos os efeitos.
c) É proibida a filiação de um eleitor a um partido político antes de seu
desligamento do outro partido ao qual era filiado.
d) A organização e o funcionamento dos partidos são determinados por lei
específica.

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e) Os órgãos de direção nacional de partidos políticos têm pleno acesso às


informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Não existe tal previsão na legislação eleitoral.
Compete ao interessado tão somente informar o órgão municipal e à zona
eleitoral o ato de desfiliação.

Órgão eleitoral de
direção municipal
respectivo; e

O DESFILIADO DEVERÁ
COMUNICAR O

Juiz eleitoral da zona


onde estiver inscrito.

Após a comunicação, o vínculo extingue-se no prazo de 2 dias.


Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

A alternativa B está incorreta, pois decorridos dois dias da entrega da


comunicação para desfilar-se do partido, o vínculo torna-se automaticamente
extinto.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-
se extinto, para todos os efeitos.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o § único do art. 22 da Lei


9.096/1995. A filiação a outro partido não é proibida, mas em havendo mais de
uma filiação prevalecerá a mais recente
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A alternativa D está incorreta, pois os partidos políticos são livres para


determinar sua organização. Vejamos o art. 14, da Lei 9.906/1995.
Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o partido é livre para fixar,
em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua
estrutura interna, organização e funcionamento.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. É o que dispõe o art. 19,


§3º da Lei nº 9.096/1995:
Art 19: § 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034,
de 2009)

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Analistas e Técnico
Aula 07 - Prof. Ricardo Torques

Questão 39 – CESPE/TRE-BA – Técnico Judiciário – 2010


A respeito da filiação partidária e do registro de estatuto de partido político,
julgue os itens a seguir.
Os servidores de quaisquer órgãos da justiça eleitoral não podem pertencer
a diretório de partido político ou exercer qualquer atividade partidária, sob
pena de demissão.

Comentários
A assertiva está correta. Para responder a questão devemos estar cientes do
texto do art. 366, do CE.
Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral não poderão pertencer a
diretório de partido político ou exercer qualquer atividade partidária, sob pena de demissão.

Trouxemos essa questão aqui, pois ela foi cobrada como pertencente ao tema de
partidos políticos, embora esteja prevista nas disposições gerais e transitórias do
CE.
Assim, não se esqueça...

Não podem pertencer a


diretório de partido ou
FUNCIONÁRIO DA
exercer atividade
JUSTIÇA FEDERAL
partidária, sob pena de
demissão.

Questão 40 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
Na casa legislativa, o integrante de bancada partidária atua livremente, não
estando subordinado às diretrizes estabelecidas em estatuto pelos órgãos de
direção do partido político a que ele estiver filiado.

Comentários
A assertiva está incorreta. Ao contrário do que diz a questão, o integrante da
bancada do partido deve subordinar sua ação às diretrizes estabelecidas pelos
órgãos de direção dos partidos políticos. É o que dispõe o art. 24, da Lei 9.096/95.
Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos
órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.

Essa questão envolve justamente o tema da fidelidade partidária.

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Dever estabelecido ao filiado,


especialmente após eleitor, de
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
observar o programa do partido
político.

É uma norma de caráter ordenador e moralizante, segundo ensina a doutrina de


José Jairo Gomes. Nada mais correto que o detentor do cargo político seguir a
ideologia do partido político ao qual filiou-se.

Questão 41 – CESPE/TRE-ES – Técnico Judiciário – 2011


Com relação aos partidos políticos, julgue os itens que se seguem.
Um partido que venha a cancelar a filiação de alguém por hipótese diversa
de morte, perda dos direitos políticos ou expulsão tem a obrigação de
comunicar ao atingido o fato em até quarenta e oito horas da decisão.

Comentários
A assertiva está correta. Vejamos o que prescreve o art. 22, da Lei 9.0996/95.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I - morte;
II - perda dos direitos políticos;
III - expulsão;
IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

A questão foi muito mal redigida pela banca. O fundamento foi retirado do art.
22, I combinado com o prazo previsto no inc. IV. Infelizmente esse tipo de
questão comum.

Questão 42 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010 –


adaptada
Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos políticos e o
papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos
Partidos e da legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral,
julgue os seguintes itens.
É vedada a mudança de partido, impondo-se a perda do mandato por
configurar infidelidade partidária, ainda quando o mandatário pretenda
fundar novo ente partidário.

Comentários
O gabarito original dessa questão era incorreto, pois fundamentado na Resolução
TSE nº 22.610/2007. Contudo, com o art. 22-A da LPP, com redação dada pela

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Lei nº 13/165/2015 não consta do rol do parágrafo único como hipótese de justa
causa a desfiliação para fundar novo partido.
Vejamos:
Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem
justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE
as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Em face disso, está correta a assertiva, uma vez nos incisos do parágrafo único
não consta a hipótese referida na assertiva

Questão 43 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010 –


adaptada
Considerando as disposições constitucionais acerca de partidos políticos e o
papel dessas instituições para o regime democrático nos termos da Lei dos
Partidos e da legislação brasileira, conforme a interpreta a justiça eleitoral,
julgue os seguintes itens.
A perda de mandato por infidelidade partidária decorre de interpretação da
justiça eleitoral, promovida pelo TSE, pois a Lei dos Partidos não é específica
quanto a essa questão.

Comentários
A assertiva está incorreta. A época em que foi redigida está correta a assertiva,
porque não havia delimitação legislativa de justa causa para a desfiliação
partidária.
Contudo, atualmente há o art. 22-A da LPP, que prevê:
Art. 22-A. PERDERÁ o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem
justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária SOMENTE
as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Questão 44 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.

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O cidadão que pretende concorrer a cargo eletivo poderá mudar de partido


no ano em que pretende disputar o pleito, desde que ainda não tenha havido
a convenção do partido com a finalidade de escolher seus respectivos
candidatos.

Comentários
A assertiva está incorreta. O cidadão precisa estar filiado há pelo menos seis
meses (a contar da data das eleições) para concorrer a mandato eletivo.
O fundamento da questão não consta mais do art. 18 da LPP, que foi revogado.
Mas no art. 9º da Lei das Eleições, que prevê:
Art. 9o Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na
respectiva circunscrição pelo prazo de, PELO MENOS, UM ANO antes do pleito, e
estar com a filiação deferida pelo partido NO MÍNIMO SEIS MESES antes da data
da eleição.

Portanto...

DOMICÍLIO ELEITORAL pelo menos 1 ano

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA pelo menos 6 meses

Questão 45 – CESPE/TRE-BA – Analista Judiciário – 2010


Acerca das regras concernentes à filiação partidária julgue os itens a seguir.
A lei limita o acesso dos órgãos de direção nacional dos partidos políticos
quanto às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral,
como forma de assegurar a privacidade dos eleitores e dos candidatos, ainda
que em relação aos partidos que se encontram filiados.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois os órgãos de direção nacional dos partidos
possuem pleno acesso às informações de seus filiados, de acordo com o § 3º,
do art. 19 da Lei 9.096/1995:
§ 3o Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão PLENO ACESSO às
informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

Questão 46 – CESPE/TRE-PI - Analista Judiciário –


Administrativa - 2016
Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.
a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da
soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.

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b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a


exigência de que a agremiação partidária proceda à abertura de conta
bancária se não houver qualquer arrecadação de recurso financeiro do fundo
partidário.
c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido
político, mas apenas para cancelar o registro do estatuto partidário.
d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar
o pagamento de multas eleitorais.
e) Devido a sua autonomia, as agremiações podem deixar de promover e
difundir a participação política feminina em sua propaganda partidária.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O CESPE deixou claro
nessa questão que adota a posição do STF, segundo o qual a perda do cargo por
infidelidade partidária não se aplica aos detentores de cargos políticos pelo pleito
majoritário.
Contudo, a nosso ver, a questão deveria ser mais clara, pois a edição da Lei
13.165/2015 não foi objeto da ADI e, formalmente, é validade. Como ela não faz
distinção entre cargos proporcionais ou majoritário, não podemos restringir a
aplicação do texto legal.
A alternativa B está incorreta, pois de acordo com o art. 22 da Lei 9.504/1997
é obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha. Desse modo, não há
que se falar em afronta à autonomia partidária.
A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o art. 28 da Lei 9.096/1995
o TSE, após o trânsito em julgado da decisão, determinará o cancelamento tanto
o estatuto como o registro civil.
A alternativa D está incorreta, pois o pagamento de multas eleições não está
entre as hipóteses previstas no art. 44 da Lei 9.096/1995.
De acordo com o referido dispositivo, os recursos do Fundo Partidário serão
aplicados:
 na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de
pessoal
 na propaganda doutrinária e política;
 no alistamento e campanhas eleitorais;
 na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de
doutrinação e educação política;
 na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres;
 no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a
organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa,
ao estudo e à doutrinação política; e

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 no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e


lanchonetes.
Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois de acordo com o art. 45 da Lei
9.096/1995, a agremiações partidárias são obrigadas a promover e difundir a
participação política feminina, como foi estabelecido pela Lei 13.165/2015.

Questão 47 – CESPE/TRE-RS - Analista Judiciário – Judiciária


- 2015
A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma
correta proposta de solução, também hipotética, para o problema em
questão, à luz da legislação vigente.
a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o
estímulo e a promoção da participação política das mulheres para
destinações mais urgentes, e aumentar esse percentual depois que a
situação financeira do partido for estável.
b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os
recursos provenientes dos 20% do Fundo Partidário que o partido a ela
repassa, de um projeto de capacitação política voltado para filiados e não
filiados, previsto inicialmente para ser feito com recursos do partido.
c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido,
mais do que os 50% dos recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como
limite, apresentando justificação minuciosa por ocasião da prestação de
contas.
d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com
salários e aluguéis, com a promessa de reembolso posterior.
e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso
de alguns deputados no partido e, com o aumento da bancada, a receita do
Fundo Partidário deve crescer.

Comentários
Confira cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §5º do art. 44 da Lei
9.096/1995, caso não haja destinação do mínimo de 5% voltado para a
participação política das mulheres, o partido deverá transferir o saldo para conta
específica, vedada a aplicação de finalidade diversa, ainda que urgente.
Se isso não for cumprido, sofrerá penalidade consistente no dever de aplicar
12,5% a mais para a referida promoção.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 44,
IV, combinado com o §6º, da Lei 9.096/1995, parte dos recursos do Fundo
Partidário devem ser destinados à criação e manutenção de instituto ou fundação
de pesquisa e de doutrinação e educação política, equivalente a, pelo menos,
20% do total recebido. Se todo esse montante não for aplicado ao longo do ano,
a sobra poderá ser revertida para outras atividades partidárias.

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A alternativa C está incorreta, pois de acordo com a Lei 9.096/1995, o máximo


que poderá ser destinado para pagamento de funcionários do órgão de direção
nacional do partido é de 50%, conforme estabelece o art. 44, I, a, da Lei
9.096/1995.
Finalmente, quanto às alternativas D e E não há norma semelhante na
legislação eleitoral, de modo que são totalmente incabíveis.

Questão 49 – CESPE/TRE-MT - Analista Judiciário – Judiciária


- 2015
Assinale a opção correta de acordo com a legislação que rege os partidos
políticos.
a) As prestações de contas do partido e as despesas de campanha eleitoral
devem ser fiscalizadas pela justiça eleitoral, que promoverá a análise das
atividades político-partidárias e exigirá obrigatoriedade de constituição de
comitês eleitorais e a caracterização de responsabilidade dos dirigentes do
partido e dos comitês.
b) Se um cidadão se eleger a um cargo eletivo e quiser sair do partido que
o elegeu para se filiar a outro, deverá demonstrar justa causa para a sua
saída, sendo causas válidas a criação de novos partidos e a incorporação e
fusão de partidos políticos.
c) É facultada aos órgãos partidários municipais a prestação de contas caso
não tenham movimentado recursos financeiros no exercício anterior;
contudo, caso o partido tenha movimentado recursos e não tenha prestado
contas à justiça eleitoral, ficará impedido de concorrer às eleições seguintes.
d) Caso as contas do diretório nacional de um partido político sejam
reprovadas, o TSE deverá multar solidariamente os demais órgãos de
direção, para tornar inadimplentes os seus responsáveis partidários.
e) Os recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados, por exemplo, nas
campanhas eleitorais e no pagamento de mensalidades, anuidades e
congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem
ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o
partido político regularmente filiado.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas
A alternativa A está incorreta. A prestação de contas dos partidos e as despesas
de campanha eleitoral devem ser fiscalizadas pela Justiça Eleitoral conforme
estabelece o art. 34 da Lei 9.096/1995. No que diz respeito, contudo, à
constituição de comitês, a Lei 13.165/2015 retirou a obrigatoriedade de
constituição de comitês, de modo que está incorreta a alternativa.
A alternativa B foi considerada incorreta, pois a saída do partido para a criação
de novo partido político ou para que seja incorporado ou fundido a outro partido

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não constitui uma das hipóteses excepcionais de justa causa previstas no art. 22-
A da Lei 9.096/1995.
A alternativa C também está incorreta. A alternativa inicia de forma correta,
naõ é obrigatória a prestação de contas dos órgãos municipais que não tenham
movimentado recursos financeiro ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro
pela redação do art. 34, §4º, da Lei 9.096/1995.
Contudo, a desaprovação das contas do partido não enseja sanção que o impeça
de concorrer às eleições, em razão do que consta expressamente do art. 32, §5º,
da Lei 9.096/1995.
Está incorreta a alternativa D. O art. 37, §2º, da Lei 9.096/1995 prevê a
responsabilidade exclusiva da esfera partidária pelas contas desaprovadas. Não
há que se falar, portanto, em responsabilidade solidária.
Finalmente, está correta a alternativa E, gabarito da questão, com fundamento
no art. 44, IV, da Lei dos Partidos Políticos, na medida em que os recursos
oriundos do Fundo Partidário podem ser aplicados “no pagamento de
mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários
internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação
política, aos quais seja o partido político regularmente filiado”.

Questão 50 – IESES/TRE-MA – Analista Administrativo – 2015


– questão adaptada
Em relação a filiação partidária assinale a alternativa correta:
a) Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de
direção estadual e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
c) O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de
suspensão dos direitos políticos.
d) Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo
partido pelo menos um meses antes da data fixada para as eleições,
majoritárias ou proporcionais.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é exatamente o que
prevê o parágrafo único do art. 22, da LPP.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

A alternativa B está incorreta. A comunicação de desfiliação é feita ao órgão de


direção municipal e não estadual.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

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A alternativa C está incorreta. O cancelamento na filiação ocorre imediatamente


apenas nos casos de perda dos direitos políticos.
A alternativa D está incorreta. A filiação mínima é de seis meses, com
fundamento no art. 9º da Lei da Eleições, haja vista a revogação expressa do art.
18 da LPP.

Questão 51 – IESES/TRE-MA – Técnico Administrativo – 2015


Mévio, cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos, filiou-se a
determinado partido político no dia 15/03/2016, com a pretensão de
concorrer a cargo de vereador nas próximas eleições municipais, que
ocorrerão no dia 15/10/2016. Diante disso, Mévio:
a) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos seis meses antes da data fixada para as eleições.
b) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos noventa dias antes da data fixada para as
eleições.
c) Não poderá concorrer, pois apesar de estar no pleno gozo dos direitos
políticos, não se filiou ao partido com a antecedência mínima de dois anos
da data fixada para as eleições.
d) Poderá concorrer, visto que está no pleno gozo dos direitos políticos e se
filiou ao partido pelo menos um mês antes da data fixada para as eleições.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 9º da Lei das Eleições, com redação dada
pela Lei nº 13.165/2015.
Quanto às condições de elegibilidade, lembre-se:

DOMICÍLIO ELEITORAL pelo menos 1 ano

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA pelo menos 6 meses

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 52 – Inédita - 2015


Recente alteração na Lei dos Partidos Políticos, promovida pela Lei nº
13.165/2005, passou a prever hipóteses que justificam a desfiliação do
detentor de mandado político eletivo sem a perda do cargo. Entre as
hipóteses expressamente previstas, não justifica a desfiliação, implicando,
portanto, na perda do cargo ocupado:

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a) a desfiliação em face de mudança substancial do programa do partido


político.
b) a desfiliação em razão da alteração do programa e do estatuto partidários.
c) a desfiliação em razão de grave discriminação política pessoal.
d) a desfiliação em face de desvio reiterado do programa partidário.
e) a desfiliação para mudar de partido político, quando efetuada durante o
período de 30 dias antes do prazo de seis meses, exigidos para a filiação,
para concorrer às eleições majoritárias ou proporcionais, ao término do
mandato vigente.

Comentários
A presente questão é importantíssima, pois envolve o art. 22-A, da LPP, com
redação dada pela Lei nº 13.165/2015.
Vejamos:
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Da leitura dos incisos acima, notamos que a alternativa B é a que não consta
como hipótese de justa causa para a desfiliação e, portanto, é o gabarito da
questão.
Dada a importância do assunto para a prova, lembre-se:

CONSIDERAM-SE JUSTA CAUSA PARA A DESFILIAÇÃO


PARTIDÁRIA

•mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário


•grave discriminação política pessoal
•mudança de partido no período de 30 dias antes do prazo de filiação (que é de 6
meses), para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente

Questão 53 – Inédita – 2015


No que diz respeito à filiação partidária, assina o item seguinte.
A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça
Eleitoral, nos termos da legislação eleitoral, pode ser suprida por outros
elementos de prova de oportuna filiação.

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Comentários
A assertiva está correta, posto que reproduz a Súmula TSE nº 20/2000:
Sumula TSE nº 20/200:
A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos
termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 19.9.1995, pode ser suprida por outros elementos de
prova de oportuna filiação.

Questão 54 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito

Comentários
Está correta a assertiva, que reproduz a literalidade do caput do art. 22-A, da
LPP.
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

Questão 55 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Gilberto Luiz é deputado federal e está filiado ao Partido A. Após análise da
estrutura do partido político ao qual está filiado e devido aprovação do novo
estatuto deseja concorrer às próximas eleições pelo Partido B. Nesse caso,
se promover a desfiliação do Partido A perderá o cargo político-eletivo que
ocupa, por se tratar de desfiliação imotivada.

Comentários
A assertiva está incorreta. Uma das hipóteses de justa causa para a desfiliação
é a pretensão de concorrer às eleições em partido diferente do qual fora eleito.
Nesse caso, prevê o art. 22-A, parágrafo único, da LPP, que a mudança de partido
efetuada durante o período de 30 dias antes do prazo para filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato
vigente, constitui justa causa para desfiliação, sem perda do mandato originário.

Questão 56 – Inédita – 2015


Sobre a alteração promovida na Lei dos Partidos Políticos pela Lei nº
13.165/2005, julgue a assertiva subsecutiva.
Pâmela é vereadora em Ampére/PR pelo Partido A e vem sofrendo grave
discriminação política pessoal em razão da conduta severa no trato das
situações de corrupção enfrentadas pelo município. Em razão disso, decide

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desfiliar-se do Partido A. Nesse caso, não haverá perda do mandato político-


eletivo ocupado.

Comentários
Está correta a assertiva. Quanto ao art. 22-A, parágrafo único, da LPP, lembre-
se:

CONSIDERAM-SE JUSTA CAUSA PARA A DESFILIAÇÃO


PARTIDÁRIA

•mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário


•grave discriminação política pessoal
•mudança de partido no período de 30 dias antes do prazo de filiação (que é de
6 meses), para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente

Se você teve dificuldades nas questões 30 a 56 acima retome o estudo do


capítulo 8 e 9 desta aula.

Fusão, incorporação e extinção

Questão 57 – FCC/TRE-SP – Técnico Judiciário – 2012


Sete partidos políticos decidiram, por seus órgãos nacionais de deliberação,
fundir-se em um só. Essa fusão
a) é ilegal porque viola o princípio do pluripartidarismo.
b) não depende de prévia autorização da Justiça Eleitoral.
c) depende de prévia autorização do Tribunal Superior Eleitoral.
d) deve, previamente, ser submetida ao Ministério Público Eleitoral.
e) só pode ser efetivada se houver prévia aprovação da Câmara dos
Deputados.

Comentários
Para responder essa questão precisamos ter em mente o que dispõe o art. 2º, da
Lei 9.096.
Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos
fundamentais da pessoa humana.

Assim, é livre a fusão de partidos políticos, de modo que não depende de prévia
autorização da Justiça Eleitoral, nem de qualquer órgão.

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Aula 07 - Prof. Ricardo Torques

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A exigência de


autorização do TSE para a fusão partidária seria uma interferência na liberdade
e autonomia partidária.

Questão 58 – FCC/TRE-PE – Administrador – 2011


A respeito da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é correto
afirmar que:
a) na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início na data
em que a mesma for aprovada pelos respectivos órgãos nacionais, em
reunião conjunta, por maioria absoluta.
b) o partido político, em nível nacional, poderá sofrer suspensão das cotas
do Fundo Partidário como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.
c) no caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao
Oficial Civil competente, que deve, então, cancelar o registro do partido
incorporado a outro.
d) a extinção de partido político, contra o qual ficar provado ter recebido ou
estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira, será
determinada de ofício pelo Tribunal Superior Eleitoral, sem necessidade de
prévio processo.
e) no caso de incorporação, os votos obtidos pelo partido incorporado na
última eleição e o respectivo número de representantes na Câmara dos
Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito ao rádio e
à televisão.

Comentários
A alternativa A está incorreta, com base no art. 29, § 4º. O início do novo
partido ocorre com o registro.
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento
deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 28. A punição à diretório


estadual ou municipal não poderá acarretar consequências ao diretório nacional
do partido.
§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como conseqüência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.

A alternativa C está correta, pois traz exatamente o que está disposto no § 5º,
do art. 29.
§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil
competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

A alternativa D está incorreta. O erro da assertiva está em afirmar que não há


prévio processo. Na verdade, é inconcebível em nosso ordenamento jurídico a

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extinção de partido político sem o devido processo legal e a oportunidade de


contraditório e ampla defesa. Vejamos o artigo correspondente.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.

A alternativa E está incorreta. Na verdade, no caso em tela, os votos deverão


ser somados, conforme reza o art. 29, § 6º.
§ 6º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos
partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.

Questão 59 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo
partido Alpha na última eleição geral para a Câmara dos Deputados
(A) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
(B) não serão considerados para nenhum efeito legal.
(C) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.
(D) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao
rádio e à televisão.
(E) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de
acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Comentários
A questão cobrou uma regra bastante específica da Lei de Partidos Políticos. A
questão requer o conhecimento do que ocorre com o tempo de rádio e televisão
no caso de incorporação de um partido por outro.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o § 7º, do
art.29, da LPP e um esquema.
§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos
dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a
CÂMARA DOS DEPUTADOS, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário
e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Desse modo:

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distribuição dos
recursos do Fundo
Partidário
NA FUSÃO e/ou INCORPORAÇÃO somam-se os
votos obtidos na última eleição geral conferidos
aos partidos envolvidos para fins de:

do acesso gratuito ao
rádio e televisão

Questão 60 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
No que concerne à fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, é correto afirmar:
(A) Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional
que promoverá o registro do novo partido.
(B) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro do
estatuto e do programa do Tribunal Superior Eleitoral.
(C) No caso de incorporação, o partido incorporando deverá, independentemente de
qualquer deliberação a respeito de seu órgão nacional, adotar o estatuto e o programa do
partido incorporador.
(D) Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos por eles obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados serão desconsiderados para efeito do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.
(E) No caso de incorporação, o novo estatuto ou instrumento de incorporação não precisa
ser levado a registro do Ofício Cívil competente, bastando o registro do Tribunal Superior
Eleitoral.

Comentários
Nessa questão, a banca exigiu diversos conhecimentos da Lei dos Partidos
Políticos, acerca da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, cuja
disciplina inicia-se a partir do art. 27.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, em razão do que prevê
o art. 29, §1º, da LPP:
Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II - os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional
que promoverá o registro do novo partido.

Devemos lembrar:

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novo estatuto
vota-se por maioria
NA FUSÃO DE PARTIDOS...
absoluta
novo órgão de
direção

A alternativa B está incorreta, pois a existência legal do partido não ocorre com
o registro perante o TSE, mas com o registro no ofício civil.
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento
deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A alternativa C está incorreta, pois na incorporação, o partido a ser incorporado


dependerá de deliberação, por maioria absoluta de votos, quanto a adoção do
estatuto e do programa de outra agremiação. Vejamos:
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando deliberar
por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do
estatuto e do programa de outra agremiação.

A alternativa D está incorreta. Ao contrário do afirmado, os votos obtidos nas


últimas eleições para a Câmara dos Deputados serão somados em caso de
incorporação ou de fusão, para efeito de distribuição dos recursos do Fundo e
para acesso ao rádio e TV. Essa é a regra que consta do art. 29, §6º, da LPP:
§ 6º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos
partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.

Por fim, está incorreta a alternativa E, pois é necessário levar a registro o


instrumento decorrente da incorporação. Vejamos:
§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil
competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.

Questão 61 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
O Tribunal Superior Eleitoral determinará, após decisão judicial transitada
em julgado, o cancelamento do registro civil e do estatuto de partido político
que, comprovadamente, não houver prestado, nos termos da lei, as devidas
contas à justiça eleitoral.

Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista o que estabelece o art. 28, da Lei
9.096/95.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;

Questão 62 - CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - 2012

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Com relação às disposições constitucionais e legais acerca dos partidos


políticos, julgue o item seguinte.
No Brasil, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos
políticos, desde que resguardados os objetivos fundamentais do país e
observados preceitos como caráter nacional e cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade.

Comentários
A assertiva está incorreta. Embora a questão pareça estar certa, não há
qualquer menção na legislação de que deverão ser resguardados os objetivos
fundamentais do país e observados preceitos como caráter nacional e cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade.

Questão 63 – IBF/TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Judiciária - 2014
No caso de incorporação de partidos, observada a lei civil, caberá:
a) Aos órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de
estatuto e programa.
b) Aos órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos a votação
em reunião conjunta, por maioria absoluta, dos projetos, e eleger o órgão
de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
c) Ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu
órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de
outra agremiação.
d) Ao partido incorporador promover o registro, no Ofício Civil competente
da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser
acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Comentários
A alternativa C é a correta e gabarito da questão em razão do que prevê o art.
29, § 2º, da Lei dos Partidos Políticos:
§2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando deliberar
por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do
estatuto e do programa de outra agremiação.

Vejamos o esquema de aula sobre o assunto.

reunião conjunta em que


partido incorporado vota,
ambos os partidos
NA por maioria absoluta, a
decidirão acerca da
INCORPORAÇÃO adoção do estatuto e do
constituição do novo
DE PARTIDOS... programa do partido
órgão de direção
incorporador
nacional

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Questão 64 – IESES/TRE-MA – Analista Judiciário – Área


Judiciária - 2015
O partido da fraternidade estuda realizar uma fusão com o partido da
igualdade. Em relação ao processo de fusão é correto afirmar que:
a) No caso de fusão caberá ao partido com maior bancada parlamentar
deliberar, por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de
deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa da nova agremiação.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o
registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do
programa, sendo atribuída ao novo partido a personalidade jurídica de direito
publico.
c) Somente será admitida a fusão de partidos políticos que hajam obtido o
registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 3 (três)
anos.
d) A fusão de partidos políticos é decisão de seus órgãos nacionais de
deliberação dos partidos envolvidos, cabendo aos órgãos de direção dos
partidos a elaboração de projetos comuns de estatuto e programa.

Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a fusão pressupõe a criação de um novo
partido político, logo não haverá adoção de estatuto e programa dos partidos
fundidos. Na realidade, a alternativa tentou nos confundir com o art. 29, §2º,
que trata da incorporação.
Vejamos:
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando deliberar
por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do
estatuto e do programa de outra agremiação.

A alternativa B está incorreta, pois os partidos políticos são pessoas jurídicas


de direito privado e não de direito público.
Notem que a questão exige, inicialmente, o conhecimento do art. 29, §4º, da
LPP. Esse dispositivo, inclusive, também justifica o erro da alternativa anterior.
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no
Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento
deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

Quanto ao erro atentem-se para o art. 1º, caput, da LPP:


Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

A alternativa C está incorreta, pois o tempo mínimo de existência para a fusão


é de 5 anos conforme o §9º do art. 29 da LPP.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Notem que a alternativa
retrata corretamente o art. 29 da LPP:

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Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão
fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em
reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional
que promoverá o registro do novo partido.

Questão 65 – Inédita – 2015


De acordo com a Lei dos Partidos políticos o TSE poderá decidir pelo
cancelamento do partido político caso reste comprovado:
a) o recebimento de recursos públicos
b) o recebimento de recursos de empresas de capital aberto.
c) o recebimento de recursos de procedência estrangeira.
d) a não realização de licitação para o empenho de gastos de campanha uma
vez que utiliza recursos públicos.
e) a reprovação das contas.

Comentários
A alternativa A está incorreta, uma vez que os partidos políticos recebem,
regularmente, recursos públicos. O maior exemplo de todos é o Fundo Partidário.
A alternativa B está incorreta, uma vez que não existe tal restrição na legislação
eleitoral.
A alternativa C é a correta e gabarito da questão em razão do que dispõe o art.
28 da LPP:
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual FIQUE
PROVADO:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

A alternativa D está incorreta uma vez que não existe tal previsão em lei.
A alternativa E está incorreta pelo mesmo motivo acima. Registre-se
adicionalmente que a rejeição das contas do partido político poderá ensejar
consequências jurídicas diversas, como a suspensão de recebimento das quotas
do Fundo Partidário, porém não o cancelamento do partido.

Questão 66 – Inédita – 2015


Segundo a Constituição Federal os partidos políticos possuem liberdade para
decidir acerca da criação, fusão, incorporação ou extinção de partidos
resguardados:
a) os mandatos políticos

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b) a repartição de bens entre os filiados


c) o direito de filiar-se a partido político com princípios semelhantes
d) o ano eleitoral, em que a criação, fusão, incorporação e extinção são
expressamente vedados
e) a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana

Comentários
Fácil essa questão, não é mesmo. Ela foi extraída do art. 17, caput, da CF.
Vejamos
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados
a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...)

Logo, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Se você teve dificuldades nas questões 57 e 66 acima retome o estudo do


capítulo 11 desta aula.

Finanças e contabilidade do partido

Questão 67 - FCC/TRE-CE – Analista Judiciário – 2012 -


adaptada
Os partidos políticos
a) podem desenvolver campanhas publicitárias pagas por entidades
estrangeiras.
b) são obrigados a conservar os documentos comprobatórios de suas
prestações de contas por, pelo menos, cinco anos.
c) não podem impugnar as prestações de contas de outros partidos, função
que cabe exclusivamente à Justiça Eleitoral.
d) podem ser mantidos por entidade de classe ou sindical, desde que os
respectivos diretores sejam diferentes.
e) não estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral nem balanço anual.

Comentários
A alternativa A está incorreta. É vedado ao partido político receber recursos de
entidade estrangeira, não importando para qual fim seja aplicado o recuso.
Vejamos ao art. 31.
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:

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I - entidade ou governo estrangeiros;

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que


prevê o art. 34, da Lei 9.096.
Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação
de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem
adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos aplicados nas
campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a documentação comprobatória de suas
prestações de contas, por prazo não inferior a cinco anos;

A alternativa C está incorreta, pelo que estabelece o art. 35, § único. Os partidos
políticos poderão examinar as prestações de contas dos demais partidos.
Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de
contas mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos
balanços financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar
fatos, indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as
prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos.

A alternativa D está incorreta, pois viola outra proibição do art. 31, da LPP.
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
IV - entidade de classe ou sindical.

Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o balanço anual será encaminhado
até o dia 30 de abril do ano seguinte, conforme estabelece o caput do art. 32:
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.

Questão 68 - FCC - MPE-PA - Promotor de Justiça - 2014


A disciplina normativa que rege o financiamento dos partidos políticos
a) determina a suspensão, por um ano, da participação no Fundo Partidário,
no caso de recebimento por partido político, sob qualquer forma ou pretexto,
de contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro procedente
de entidade de classe ou sindical.
b) determina que, em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de
direção nacional do partido, a cota do Fundo Partidário a ele cabível será
destinada aos órgãos de direção estadual, devendo ser distribuída entre eles
em partes iguais.
c) não impede que as cotas do Fundo Partidário devidas a agremiação
partidária sejam, em caso de execução civil ou trabalhista, penhoradas
judicialmente mediante bloqueio dos valores correspondentes pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
d) veda que as agremiações partidárias recebam doações de empresas que,
na condição de Produtor Independente de Energia Elétrica (PIEE), tenham

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obtido autorização do Poder Público para produzir energia elétrica destinada


ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco.
e) determina que os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do
Fundo Partidário serão feitos na instituição financeira escolhida pelo órgão
diretivo do partido, sendo que, na ausência de indicação partidária, devem
ser utilizados estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público
Federal.

Comentários
A alternativa A é a correta e gabarito da questão. Vimos que existe uma série
de vedações aos partidos no que diz respeito ao recebimento de valores, que
sujeitam os partidos a penalizações, inclusive a suspensão das quotas do Fundo
pelo ano seguinte.
Vejamos, nesse contexto, o art. 24, VI, combinado com o art. 25, ambos da LPP:
Art. 24 da Lei 9504/97: É vedado, a partido e candidato, receber diretamente ou
indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de
publicidade de qualquer espécie, procedente de: (...)
VI - Entidade de classe ou sindical (...).
Art. 25. O partido que descumprir as normas referentes a arrecadação e aplicação de
recursos fixadas neste lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do
ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do poder
econômico.

Está incorreta a alternativa B, em razão do que dispõe o art. 42, da LPP, uma
vez que os valores reverterão ao Fundo. Vejamos o dispositivo:
Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do
partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.

A alternativa C está incorreta e envolvem o conhecimento da jurisprudência do


TSE30, a qual citamos para agregar conhecimento:
Ementa: PENHORA. FUNDO PARTIDÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE VALORES
PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. - Os valores do Fundo Partidário são absolutamente
impenhoráveis (CPC , art. 649 , XI ), não cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral proceder
ao seu bloqueio como meio de garantir créditos de terceiros.

A alternativa D está incorreta, uma vez que a exceção não consta no rol do art.
24 da LPP. De todo modo, registre-se o posicionamento do TSE31:
Agravo interno. Agravo de instrumento. Eleições 2010. Deputado estadual. Doação.
Campanha. Empresa não elencada no rol taxativo do art. 24, III, da Lei 9.504/97. Licitude.
Entendimento em consonância com a jurisprudência do TSE. Súmula 83 do STJ. 1. Hipótese
em que a empresa doadora não se enquadra no rol taxativo do artigo 24, III, da Lei nº
9.504/97 (concessionário ou permissionário de serviço público), por ser produtora
independente de energia elétrica, contratada por meio de concessão de uso de bem público,
sendo lícito o recebimento da doação. 2. Entendimento em consonância com a
jurisprudência do TSE, no sentido de não ser possível dar interpretação ampliativa a

30
Pet 13467-DF/2013.
31
AgR-AI nº 14822/2012.

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dispositivo que restringe direito. Aplicação da Súmula 83 do STJ. 3. Agravo interno a que
se nega provimento.”

Por fim, a alternativa E está incorreta em razão do que prevê o art. 43 da LE:
Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão
feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder
Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido.

Questão 69 – FCC/MPE-PE - Promotor de Justiça - 2014


Considere as seguintes afirmativas.
I. É vedada a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário em
campanhas eleitorais.
II. Os partidos políticos devem aplicar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do
total dos recursos oriundos do Fundo Partidário na criação e manutenção de
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
III. A inobservância do limite de 50% (cinquenta por cento) dos recursos
oriundos do Fundo Partidário para pagamento de pessoal não implica a
rejeição das contas do partido político, caso não demonstrada a ocorrência
de má-fé, desídia ou o comprometimento da lisura e transparência na
prestação de contas.
IV. O Fundo Partidário é distribuído aos órgãos nacionais dos partidos
políticos, sendo 1% (um por cento) do total partilhado em partes iguais a
todos os partidos e 99% (noventa e nove por cento) aos partidos que tenham
alcançado na eleição para Câmara dos Deputados, no mínimo, 5% (cinco por
cento) dos votos válidos, desde que distribuídos em, pelo menos, um terço
dos Estados, com um mínimo de 2% (dois por cento) do total de cada um
deles.
Está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O item I está incorreto e o II correto em razão do que dispõe o art. 44, incisos II
e V, respectivamente:
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário SERÃO aplicados: (...)
II - na propaganda doutrinária e política; (...)
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político
ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e

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educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão
nacional de direção partidária, observado o MÍNIMO DE 5% (CINCO POR CENTO) DO TOTAL;
(...)

O item III está correto, com fundamento no inc. I acima, combinado com
entendimento exarado pelo TSE no AgR- RMS nº 712/2010, segundo o qual o
não cumprimento dessa regra, por si só, não implica automática rejeição das
contas da agremiação político-partidária, ainda mais quando demonstrada a
inocorrência de má-fé e desídia.
O item IV está incorreto, com fundamento no art. 41-A. Lembre-se:

Divididos em partes igual entre


5% os partidos políticos que tenham
estatutos registrados no TSE

DO FUNDO
PARTIDÁRIO
Distribuídos aos partidos de
acordo com a proporção dos
95% votos recebidos nas últimas
eleições para a Câmara dos
Deputados.

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

Questão 70 – FCC/TRE-SP – Analista Judiciário – 2012 –


questão adaptada
Julgue o item a seguir.
O eleitor Pedro encaminhou à Justiça Eleitoral documento comprobatório de
que determinado partido político está recebendo recursos financeiros de
procedência estrangeira. Nesse caso, o processo de cancelamento do
registro e do estatuto do partido poderá ser iniciado pelo Tribunal Superior
Eleitoral com base na denúncia formulada por Pedro.

Comentários
A assertiva está correta, de acordo com o art. 28, da Lei nº 9.096. Notem que
a Lei elenca situações nas quais o TSE poderá cancelar o registro e o estatuto do
partido.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão,
determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o
qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência
estrangeira;
II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça
Eleitoral;

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IV - que mantém organização paramilitar.

Questão 71 – FCC/TRE-RO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2013 – adaptada
A respeito das doações a partidos políticos, considere:
I. As doações de pessoas físicas só podem ser feitas aos órgãos de direção
nacional do partido, aos quais caberá fazer a distribuição aos órgãos
estaduais e municipais.
II. As doações que não sejam em dinheiro devem ser lançadas na
contabilidade do partido político, definidos seus valores em moeda corrente.
III. As doações em recursos financeiros somente podem ser realizadas na
conta do partido político por intermédio de cheques (cruzados ou nominais)
ou transferências eletrônicas, depósitos em espécie identificados ou
mecanismos que permita o uso de cartão de crédito ou de débito com
identificação do doador e emissão de recibo eleitoral.
Está correto o que consta APENAS em
a) I
b) III
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

Comentários
Para responder à questão vejamos o art. 39 da LPP:
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de
pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de
direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos
hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e
respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do
partido, definidos seus valores em moeda corrente.

Logo, o item I está incorreto em razão do §1º acima, pois as doações poderão
ser feitas aos órgãos municipais, regionais ou nacionais do partido.
O item II está correto devido o que prevê o §2º.
O item III está correto §3º do art. 39 da Lei dos Partidos Políticos que, dada a
importância, citamos em separado:
§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do
partido político por meio de:
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II - depósitos em espécie devidamente identificados;

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III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de
cartão de crédito ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

A fim de esquematizar o dispositivo acima para a sua prova, lembre-se:

cheque (cruzado ou
nominal) ou transferência
eletrônica

DOAÇÕES DE RECURSO
FINANCEIRO DEVEEM
depósitos em espécie
SER FEITAS APENAS NA
identificados
CONTA DO PARTIDO POR
MEIO DE

cartão de crédito on-line no


site do partido com
identificação do doador e
emissão de recibo eleitoral

Logo a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Questão 72 – FCC/TRE-RO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2013 - adaptada
A respeito da aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário pelos
partidos políticos, considere:
I. Manutenção das sedes e serviços do partido, inclusive pagamento de
pessoal, a qualquer título, até o limite do total recebido.
II. Propaganda doutrinária e política.
III. Alistamento e campanhas eleitorais.
IV. Destinação de recursos para o transporte de eleitores no dia das eleições.
Está correto o que consta APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV
c) I, II e IV.

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d) I e IV.
e) II e III.

Comentários
Para responder à questão devemos conhecer o art. 44. Notem que esse
dispositivo é relevante e frequente em prova. Com a Lei 13.165/2015 possui
ainda mais relevância para o estudo de Direito Eleitoral.
Vejamos um esquema que sintetiza o dispositivo:

APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO

•manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoa), observado o


LIMITE de 50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e municipais;
•propaganda doutrinária e política;
•alistamento e campanhas eleitorais;
•criação e manutenção de programas de promoção e de difusão de política para
mulheres, NO MÍNIMO 5%;
•criação e manutenção entidades de pesquisa e de doutrinação e de educação
política;
•despesas com alimentação.

Assim, item I errado, pois o limite é 50%.


O item II está correto, vide o esquema acima que retrata o inc. II do art. 44.
O item III também está correto, pois retrata o inc. III do art. 44 da Lei
9.096/1995.
Por fim, o item IV está incorreto, pois não há tal hipótese no art. 44 da Lei
9.096/1995.
Portanto, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

Questão 73 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
O órgão regional de um partido político recebeu recursos financeiros de
procedência estrangeira. Esse ato
(A) implicará no cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal
Regional Eleitoral do Estado em que ocorreu a infração, mas não de seu
estatuto.
(B) acarretará o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo
Tribunal Superior Eleitoral.
(C) implicará no cancelamento do registro civil e do estatuto do partido pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que ocorreu a infração.
(D) acarretará o cancelamento do registro civil do partido pelo Tribunal
Superior Eleitoral, mas não de seu estatuto.

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(E) não implicará em punição a esse partido em nível nacional pelo Tribunal
Superior Eleitoral.

Comentários
A primeira informação que devemos ter em mente para responder a questão é
que é proibido o recebimento de recursos estrangeiros por partido político.
Vejamos o art. 31, da LPP.
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive
através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I – entidade ou governo estrangeiros;

Contudo, não é possível a responsabilização do órgão nacional por recebimento


indevido do órgão regional. Assim, somente o órgão regional será
responsabilizado.
Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Questão 74 – CESPE/TRE-ES – Técnico de Contabilidade –


2011
À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º
21.841/2004, julgue os itens a seguir.
Os tribunais e conselhos de contas emitem pareceres sobre as prestações de
contas dos partidos políticos, nas esferas municipal, estadual e federal. A
manifestação técnica daqueles órgãos de controle instrui os respectivos
processos para fins de julgamento pelos tribunais eleitorais.

Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos o art. 34, da Lei 9.096/1995.
Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação
de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem
adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos aplicados nas
campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:

De acordo com a leitura do dispositivo acima se apreende que os tribunais e


conselhos de contas não emitem pareceres sobre as prestações de contas dos
partidos. Esses tribunais ou conselhos podem atuar quando requisitados, pois a
justiça eleitoral é diretamente responsável.

Questão 75 – CESPE/TRE-ES – Técnico de Contabilidade –


2011
À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º
21.841/2004, julgue os itens a seguir.
A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações
orçamentárias da União está sujeita às disposições da legislação sobre
licitações e contratos.

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Comentários
A assertiva está incorreta, pois os partidos políticos não se sujeitam às
disposições da legislação sobre licitações e contratos para a utilização dos
recursos do Fundo Partidário, de acordo com o § 3º do art. 44 da Lei nº
9.096/1995.
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
§ 3º Os recursos de que trata este artigo NÃO estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar
despesas.

Questão 76 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 –


adaptada
No que se refere aos partidos políticos e à arrecadação, aplicação e prestação
de contas de recursos nas campanhas eleitorais, julgue o item.
Para a garantia de transparência do processo eleitoral, o fundo especial de
assistência financeira aos partidos políticos, conhecido como fundo
partidário, deve ser financiado apenas por dotações orçamentárias da União
em valor nunca inferior, a cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31
de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicado por
trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Comentários
A assertiva está incorreta, de acordo com o art. 38, da Lei 9.096/1995. O Fundo
partidário não é financiado apenas por dotações orçamentárias da União. O artigo
abaixo menciona a constituição do Fundo Partidário.
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)
é constituído por:
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou
eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de
eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Questão 77 – CESPE/TJ-CE – Juiz – 2012 – adaptada


A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
O recurso contra a decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação
de contas dos órgãos partidários somente poderá ser recebido no efeito
devolutivo.

Comentários

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A assertiva está incorreta, de acordo 37, § 4º. O dispositivo abaixo fixa


expressamente que o recurso será recebido no efeito suspensivo.
Art. 37. A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a
suspensão de novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis ás penas da lei.
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos
partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo.

Questão 78 – CESPE/TJ-CE – Juiz – 2012 – adaptada


A respeito dos partidos políticos, julgue o item a seguir.
As prestações de contas desaprovadas pelos tribunais regionais e pelo
tribunal superior somente poderão ser revistas para fins de aplicação
proporcional da sanção aplicada, mediante interposição de recurso.

Comentários
A assertiva está incorreta. As prestações de contas desaprovadas podem ser
revistas para a aplicação proporcional da sanção mediante requerimento ofertado
nos autos da prestação de contas, de acordo com o art. 37, § 5º.
§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo
Tribunal Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da
sanção aplicada, mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de
contas.

Questão 79 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada
A respeito dos partidos políticos, julgue os itens seguintes.
A desaprovação das contas prestadas pelo partido político não acarreta a
suspensão de recebimento de novas cotas do fundo partidário.

Comentários
O gabarito original dava como incorreto. Contudo, a Lei nº 13.165/2015 alterou
a redação do dispositivo para a seguinte redação:
Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção
de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (vinte por cento).

Assim...

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

devolução dos valores


multa de ATÉ 20% do valor
recebidos do Fundo; E

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Logo, está correta a assertiva, pois a desaprovação das contas não implica na
prestação de contas.

Questão 80 – CESPE/TRE-PI - Técnico Judiciário –


Administrativa - 2016
Com relação às doações e às prestações de contas em campanhas eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Quaisquer erros encontrados na prestação de contas, mesmo os materiais
ou formais posteriormente corrigidos, podem resultar em sanção ao
candidato e ao partido, bem como ensejar a reprovação das contas pela
justiça eleitoral.
b) A prestação de contas, no caso das eleições proporcionais, deve ser
efetivada pelo próprio candidato.
c) Em decorrência do direito constitucional ao sigilo bancário, não se pode
exigir que candidatos às eleições majoritárias apresentem extratos e
cheques relativos à movimentação financeira dos gastos efetivados em prol
de sua campanha.
d) Dispensa-se a prestação de contas das cessões de bens móveis de cada
cedente até o limite de R$ 40.000.
e) As pessoas naturais ou jurídicas podem fazer doações pecuniárias
anônimas a partidos políticos até o valor de R$ 25.000.

Comentários
Vamos às alternativas:
A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o art. 37, §12, da Lei
9.096/1995, os erros que não comprometam o conhecimento da origem das
receitas e a destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 28,
§2º, da Lei 9.096/1995, as prestações de contas dos candidatos às eleições
proporcionais (vereador e deputados) serão feitas pelo próprio candidato.
A alternativa C está incorreta. O sigilo bancário não poderá ser utilizado como
álibi para elidir o controle da movimentação financeira de campanha. O abuso de
poder econômico nas eleições é um dos principais vícios, que pode, inclusive,
levar à perda do mandato. Além disso, de acordo com o art. 28, §1º, da Lei
9.096/1995, as prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias
serão feitas pelo próprio candidato e devem ser acompanhadas dos respectivos
extratos das contas bancárias a fim de que seja apurada a legalidade da
movimentação financeira.
A alterantiva D também está incorreta. O limite estabelecido é de R$ 4.000,00
e não de R$ 40.000,00. De acordo com o art. 28, §6º, da Lei 9.096/1995, a
cessão de bens móveis de valor até R$ 4.000,00 por pessoa estão dispensadas
de prestação de contas.

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Por fim, a alternativa E está incorreta, pois além de não ser permitida a doação
por pessoas jurídicas, não existe possibilidade de doações anônimas com tal
montante na legislação eleitoral.

Questão 81 – IADES - TRE-PA - Analista Judiciário - Área


Administrativa – 2014
Com relação à prestação de contas, assinale a alternativa em que a Lei no
9.504/1996 (Lei das Eleições) disciplina o prazo de entrega.
a) Até o trigésimo dia posterior à realização das eleições.
b) Até o nonagésimo dia posterior à realização das eleições.
c) Até o encerramento do ano em que realizada as eleições.
d) Até a cessação da apuração das eleições.
e) Até um ano após o encerramento das eleições.

Comentários
A alternativa A é a correta, conforme art. 29, III, da LPP:
Art. 29. Ao receber as prestações de contas e demais informações dos candidatos às eleições
majoritárias e dos candidatos às eleições proporcionais que optarem por prestar contas por
seu intermédio, os comitês deverão: (...)
III - encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das
eleições, o conjunto das prestações de contas dos candidatos e do próprio comitê, na forma
do artigo anterior, ressalvada a hipótese do inciso seguinte; (...).

A questão confunde apenas o prazo. As prestações de contas deverão ser


encaminhadas pelos comitês à Justiça Eleitoral até o trigésimo dia após a eleição.

Questão 82 – CONSULPLAN - TRE-MG - Analista Judiciário -


Área Administrativa - 2013
Segundo o Art. 31 da Lei nº 9.096, de 1995, é vedado ao partido receber,
direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de pessoas ou entidades enumeradas em
seus incisos. Assinale, dentre as hipóteses a seguir, aquela em que a
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro recebido pelo
partido político NÃO contraria a vedação legal prevista no citado dispositivo
legal.
a) O partido político recebe doações de um Governador de Estado, que
pretende, assim que possível, filiar-se a ele.
b) O partido político recebe contribuição estimável em dinheiro de
Concessionária de Serviços de Energia Elétrica.
c) O partido político recebe valores doados por um cidadão dos Estados
Unidos da América, que tem amigos brasileiros filiados ao partido.

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d) O partido político recebe doação do governo da Alemanha para a formação


do seu fundo partidário, porque se alinha à ideologia do governo do citado
país.
e) O partido político recebe auxílio pecuniário do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais, que entendeu por bem contribuir para a campanha dos
candidatos do partido.

Comentários
Vejamos novamente o dispositivo:
Art.31 É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou
pretexto, contribuição ou auxilio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I- entidade ou governo estrangeiros;
II- autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art.38;
III autarquias, empresas públicas ou concessionárias, de serviços públicos, sociedades de
economia mista e fundações instituídas em virtude de lei cujos recursos concorram órgãos
ou entidades governamentais.
IV- entidade de classe ou sindical.

A alternativa A está incorreta, pois não é permitido o recebimento de dinheiro


por parte de autoridades públicas.
A alternativa B está incorreta, pois é proibido o recebimento de recursos de
concessionárias de serviço público.
A alternativa C é a correta e gabarito da questão. Note que a lei veda o
recebimento apenas de governo ou entidade do exterior e não de pessoas
estrangeiras.
A alternativa D está incorreta, pois é vedado o recebimento de recursos de
governo ou entidade do exterior.
A alternativa E está incorreta, devido a proibição de recebimento de recursos
de entidade sindical.

Questão 83 – Inédita - 2015


De acordo com a Lei dos Partidos Políticos, os balanços contábeis devem ser:
a) todos encaminhados ao TSE.
b) encaminhados ao TRE os balanços dos órgãos regionais e municipais dos
partidos políticos.
c) consolidados no órgão nacional e encaminhados ao TSE.
d) encaminhados ao juiz eleitoral apenas o balanços dos órgãos municipais.
e) encaminhados apenas ao TRE respectivo.

Comentários
A matéria vem disciplinada no art. 32, §1º, da LPP:

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§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais.

Vejamos o esquema:

recebe os balanços contábeis dos órgãos


TSE
nacionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos


TREs
regionais dos partidos

Juízes os balanços contábeis dos órgãos


Eleitorais municipais dos partidos

Logo a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Questão 84 – Inédita – 2015


De acordo com a Lei dos Partidos Políticos os partidos políticos, as
agremiações devem encaminhar o balanço contábil do ano anterior até:
a) 30 de janeiro
b) 31 de dezembro
c) 30 de abril
d) 31 de junho
e) 15 de janeiro

Comentários
A regra consta do art. 32:
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.

Assim:

ATÉ 30 DE ABRIL OS PARTIDOS


POLÍTICOS DEVEM ENCAMINHAR O
BALANÇO CONTÁBIL DO ANO ANTERIOR

Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

Questão 85 – Inédita - 2015


Quanto à prestação de contas assinale a alternativa correta:
a) O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção por
desaprovação das contas será suspenso no ano eleitoral.

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b) Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante


apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando
for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários,
permitindo-se à Justiça Eleitoral exigir a apresentação de outros
documentos.
c) Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para
esclarecer questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear
irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a
decisão que julgar a prestação de contas.
d) Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas
acarretarão a desaprovação das contas.
e) A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários
decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos
atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade
grave e insanável resultante de conduta dolosa ou culposa que importe
enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

Comentários
A Lei nº 13.165/2015 acrescentou diversos §§ no art. 37 da LPP. Nessa questão
tratamos das hipóteses referidas nessas alterações recentes. Vejamos cada uma
das alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois o §9º do art. 37 da LPP prevê que a
penalidade será suspensa durante o segundo semestre do ano eleitoral. Vejamos:
§ 9o O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere
o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as
eleições.

A alternativa B também está incorreta. Prevê o dispositivo que em relação à


comprovação das dos gastos com passagens aéreas poderão ser exigidos a
faturas ou duplicatas. Fora esses documentos, o §10 veda a exigência de outros
documentos. Notem:
§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de
fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados
os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de
qualquer outro documento para esse fim.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois constitui a


literalidade do §11:
§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer
questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo,
enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.

A alternativa D está incorreta, pois os erros formais e materiais, SE NÃO


COMPROMETERAM O CONHECIMENTO DA ORIGEM E DESTINO DAS
VERBAS, não implicam a desaprovação das contas. Vejam:
§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam
o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não acarretarão a
desaprovação das contas.

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A alternativa E está incorreta, pois a responsabilização ocorrerá apenas em


decorrência de contas dolosas. NÃO INCLUI CONDUTA CULPOSA. Vejamos:
§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da
desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente
ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta dolosa que
importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

Questão 86 – Inédita – 2015


Os partidos políticos devem prestar contas dos seus balanços à Justiça
Eleitoral regulamente. Em face desse assunto, assinale a alternativa que
aponta a consequência em caso de desaprovação das constas e em caso de
não apresentação:
a) devolução dos valores recebidos do Fundo Partidário cumulado com multa
e suspensão das quotas até regularização, respectivamente.
b) suspensão das quotas até regularização, em ambos os casos.
c) multa e suspensão das quotas até regularização, respectivamente.
d) devolução dos valores recebidos do Fundo Partidário, em ambos os casos.
e) cassação do registro dos partidos políticos.

Comentários
Essa questão é relevante, especialmente em face das alterações promovidas da
Lei nº 13.165/2015.
 no caso de desaprovação das contas:
Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção
de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (vinte por cento).

 no caso de não apresentação das contas:


Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

Para a prova, lembre-se:

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

devolução dos valores recebidos e suspensão das quotas do Fundo


multa de até 20% Partidário, até regularização.

Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

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Se você teve dificuldades nas questões 67 e 86 acima retome o estudo do


capítulo 12 desta aula.

Acesso gratuito ao rádio e televisão

Questão 87 – FCC/TRE-SE – Técnico Judiciário - 2015


Na propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão, o partido “A”
divulgou sua posição em relação a temas político comunitários; o partido “B”
divulgou propaganda de candidato a cargo eletivo; o partido “C” difundiu
programas partidários; o partido “D” transmitiu mensagens aos filiados
sobre as atividades congressuais do partido; e o partido “E” defendeu
interesses pessoais e de outros partidos. Houve descumprimento das normas
da Lei no 9.096/95 APENAS na propaganda
(A) do partido “E”.
(B) do partido “A”.
(C) dos partidos “A”, “B” e “C”.
(D) dos partidos “B” e “E”.
(E) dos partidos “A”, “C” e “D”.

Comentários
A questão requer as hipóteses de propaganda partidária vedada. Tal regrativa
está prevista no art. 45, § 1º, da Lei nº 9.096/1995.
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:
I – a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;
II – a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses
pessoais ou de outros partidos;
III – a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer
outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação.

Assim, o partido B e o Partido E praticaram propagada irregular com base no


inciso II citado acima. É vedada a propaganda partidária de candidatos a cargo
eletivos ou a defesa de outros partidos.
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 88 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Área


Administrativa – 2015
A propaganda partidária no rádio e na televisão
(A) poderá ser utilizada para a defesa de interesses pessoais de candidatos
às eleições.

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(B) poderá ser paga e metade dos recursos assim obtidos reverterão para o
Fundo Partidário.
(C) não poderá ser realizada no segundo semestre do ano da eleição.
(D) poderá ser feita em qualquer horário, de acordo com o combinado entre
o partido e a emissora de rádio ou de televisão.
(E) poderá contar com a participação de pessoa filiada a qualquer outro
partido político, ainda que não seja o responsável pelo programa.

Comentários
A alternativa A está incorreta, pois não é dado fazer defesa de interesses
pessoais de candidato na propaganda gratuita no rádio e televisão, conforme se
extrai do art. 45, §1º, II da Lei dos Partidos Políticos. Vejamos:
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:
II – a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de
interesses pessoais ou de outros partidos;

A alternativa B está incorreta, pois é vedada a propaganda paga em rádio e


televisão, conforme § 6º, do art. 45, da LPP.
§ 6º A propaganda partidária, no rádio e na televisão, fica restrita aos horários gratuitos
disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga.

A alternativa C está correta, uma vez que é vedada a propaganda partidária no


segundo semestre de ano eleitoral.
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 46, §
2º, da LPP.
Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os
partidos políticos, na forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito nacional e
estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.
§ 2º A formação das cadeias, tanto nacional quanto estaduais, será autorizada pelo
Tribunal Superior Eleitoral, que fará a necessária requisição dos horários às
emissoras de rádio e de televisão, mediante requerimento dos órgãos nacionais
dos partidos, com antecedência mínima de quinze dias.

Logo, além do acordo entre emissoras de rádio e TV, há necessidade de


autorização pelo TSE.
A alternativa E está incorreta, pois retrata uma vedação do § 1º, do art. 45, da
LPP.
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:
I – a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;

Questão 89 – FCC/TRE-CE – Administrador – 2012 – questão


adaptada
Julgue o item abaixo.

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A respeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão, é INCORRETO afirmar


que a propaganda político-partidária não sofrerá nenhuma interrupção no
ano da eleição.

Comentários
A assertiva está correta. Está incorreto dizer que a propaganda não sofre
restrições. Na verdade o art. 45, § 1º, elenca diversas situações vedadas.
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada
mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove
horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade:
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:
I - a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo
programa;
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa
de interesses pessoais ou de outros partidos;
III - a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou
quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua
comunicação.
de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;

Questão 90 – IADES - TRE-PA - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2014
Quanto ao acesso ao rádio e à televisão pelos partidos políticos, assinale a
alternativa correta.
a) A propaganda partidária gratuita será sempre na modalidade gravada e
transmitida entre as 19 horas e as 22 horas e 30 minutos.
b) As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os
partidos políticos, transmissões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por
iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.
c) Não se pode utilizar a propaganda partidária gratuita para transmitir
mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos
eventos e das atividades congressuais do partido.
d) As transmissões serão em blocos apenas para o âmbito nacional.
e) O partido que atender a todas as regras relacionadas ao tema da
propaganda tem assegurada a utilização do tempo total de uma hora por
semestre.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas:
As alternativas A e C estão incorretas em razão do que dispõe o art. 45:
Vamos iniciar com o art. 45 e seus respectivos incisos:

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Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante


transmissão por rádio e televisão será realizada entre as DEZENOVE HORAS E TRINTA
MINUTOS E AS VINTE E DUAS HORAS PARA, com exclusividade:
I – difundir os programas partidários;
II – transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos
eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III – divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV – promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo
que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o MÍNIMO DE 10%
(DEZ POR CENTO).

difundir os programas
do partido

entre as 19 horas e 30
minutos e 22 horas.
PROPAGANDA
transmitir mensagens
PARTIDÁRIA
aos filiados
GRATUITA

Finalidade
divulgar a posição do
partido quanto aos
assuntos da
comunidade

promover e difundir a
participação política
feminina (mín. 10%)

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, posto o disciplinado no


dispositivo abaixo:
Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a realizar, para os partidos
políticos, na forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por
iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.

A alternativa D está errada em razão do que prevê o art. 46, §1º:


§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, e em inserções
de trinta segundos e um minuto, no intervalo da programação normal das emissoras.

Finalmente, a alternativa E está incorreta posto que se reporta aos art. 48 e 49


declarados inconstitucionais.

Se você teve dificuldades nas questões 87 e 90 acima retome o estudo do


capítulo 13 desta aula.

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16 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.

Noções Introdutórias
 HISTÓRICO
 Brasil: surgimento do Partido Liberal em 1831 e do Partido Conservador em
1889.
 realidade da organização partidária no Brasil: instabilidade
 diversos sistemas eleitorais
 extinção e formação de novos partidos
 conjuntura política, marcada por revoluções e golpes políticos.
 CONCEITUAÇÃO

Os partidos políticos são agrupamento de pessoas que


possuem pontos de vista semelhantes que, reunidos,
procuram chegar e manter o poder político, por
intermédio de cargos políticos.

 livre associação de pessoas.


 organização estável.
 alcançar e manter o poder político-estatal (finalidade).
 confere autenticidade ao sistema representativo, ao regular
funcionamento do governo, às instituições políticas e à
implementação dos direitos fundamentais.
 CARACTERÍSTICAS E FUNÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS
 características:
 Constitui uma organização de pessoas em torno de interesses e princípios
comuns.
 Objetivam acessar o poder político, notadamente, por intermédio do
voto.
 Constituem-se com propósito perene, ou seja, para durar ao longo dos
anos.

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 Não se confundem com facções, clubes, grupos etc., em razão da


estabilidade, estrutura e organização.
 função:

FUNÇÃO NO Os partidos políticos organizam a ação governamental


GOVERNO (influência na elaboração de leis e adoção de políticas públicas).

FUNÇÃO COMO Os partidos políticos organizam cidadãos, candidatos e políticos


ORGANIZAÇÃO com o objetivo de lograrem êxito no pleito eleitoral.

FUNÇÃO NO Os partidos políticos constituem instrumento para auxiliar os


ELEITORADO eleitores no momento do voto (apresentação de ideias e valores).

 DESTINAÇÃO (art. 1º, LPP)

a assegurar a autencidadade do
sistema representativo.
OS PARTIDOS
POLÍTICOS
DESTINAM-SE
a defender os direitos
fundamentais.

 LIBERDADE E AUTONOMIA PARTIDÁRIAS (art. 17, §1º, da CF; e art. 2º e


3º da LPP):
 autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais.
 liberdade e autonomia para criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos.
 A liberdade e autonomia partidária não é absoluta.

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OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVEM


RESGUARDAR A OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS

soberania nacional caráter nacional

regime proibição de
democrático recursos e
subordinação
estrangeira

pluripartidarismo
prestação de
contas
direitos
fundamentais da
pessoa humana funcionamento
parlamentar

 vedações (art. 17, §4º, da CF e art. 6º da LPP)

É VEDADO AOS PARTIDOS POLÍTICOS

Adotar organização militar ou paramilitar.

Ministrar instrução militar ou paramilitar.

Adotar uniforme para seus membros.

 NATUREZA JURÍDICA (art. 44, V, do CC)

PARTIDO Pessoa Jurídica de


POLÍTICO Direito Privado

 É possível a utilização do mandado de segurança contra


representantes ou órgãos de partidos políticos (art. 1º, §1º, da Lei nº
12.016/2009)
 Eventuais lides judiciais tramitarão, em regra, pela Justiça Comum.

Criação e Registro
 CRIAÇÃO E REGISTRO (art. 17, §2º, da CF; e art. 7º, caput, da LPP)

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•constituição civil enquanto



pessoa jurídica

2º •registro do estatuto no TSE

REGISTRO CIVIL REGISTRO NO TSE

Confere existência jurídica ao Confere validade eleitoral ao


partido político. partido político.

 CARÁTER NACIONAL: Após a constituição civil, o partido deverá proceder ao


registro perante o TSE, momento em que deverá demonstrar o apoiamento
mínimo.
 finalidade: afastar a criação de agremiações com caráter regional ou
local.
 requisitos:
1º) prova do apoiamento no prazo de dois anos.
2º) Deve-se obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de ao
menos 0,5% do número de votos computados para a última eleição para a
Câmara dos Deputados. NÃO são levados em consideração os votos nulos
e brancos.
3º) As assinaturas acima devem ser registradas em pelo menos 1/3 dos
Estados-membros brasileiros.
4º) Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos 0,1% do
eleitorado.
 CONSEQUÊNCIA DO REGISTRO (após o registro civil e eleitoral)
REGISTRO REGULAR (CIVIL +

Possibilidade de participação no processo eleitoral


CONSEQUÊNCIAS DO

Recebimento de recursos do Fundo Partidário


TSE)

Acesso gratuito ao rádio e à televisão


(propaganda político-partidária)

Exclusividade de denominação, de sigla e de


símbolos

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 PROCEDIMENTO DE REGISTRO
REGISTRO CIVIL
 inscrição civil:

REQUERIMENTO DE
INSCRIÇÃO CIVIL

Subscrição por, pelo Distribuídos por 1/3 Nome e função dos Endereço da sede
menos, 101 dos Estados- dirigentes do partido em
fundadores. membros. provisórios. Brasília.

 documentos inscrição civil

Cópia da ata de fundação nome completo

DOCUMENTOS QUE Exemplares do DOU que


DEVEM ACOMPANHAR O publicou o programa e o naturalidade
REQUERIMENTO estatuto.
nº do título eleitoral,
Relação de fundadores,
indicando a Zona, Seção,
com:
Municípo e Estado

profissão

endereço da residência

 procedimento civil de criação do partido

Registro no
TSE
Constituição
de dirigentes
Apoiamento e de órgãos
Mínimo definitivos.
Registro Civil
•Aquisição da
Fundação personalidade
•Ata civil
•Designação de
dirigentes e de
órgãos
provisórios

 documentos a serem apresentados no TSE

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DOCUMENTOS A
SEREM
APRESENTADOS NO
TSE

Cópia autentivada do
Certidões dos Cartórios
inteiro teor do programa Certidão do Registro
Eleitorais comprovando o
e do estatuto inscritos Civil.
apoiamento mínimo.
no Registro Civil.

REGISTRO PERANTE O TSE


 prova do apoiamento pelo cidadão depende:

PROVA DO
APOAMENTO

certidão atestante da
indicação do título
assinatura; autenticidade pelo chefe
eleitoral; e
de cartório eleitoral.

 Para cada lista apresentada, o chefe de cartório eleitoral fornecerá um recibo,


devendo lavrar atestado das assinaturas no prazo de 15 dias.
 linha do tempo do procedimento de registro perante o TSE

vista à
Após 48 é Procuradoria-Geral
Protocolado o
distribuído a um Eleitoral para
pedido no TSE
relator parecer no prazo de
10 dias

10 dias para
deferimento do
eventuais
registro em 30 dias
diligências

 As alterações programáticas ou estatutárias do partido político já constituído


deverão ser arquivadas primeiramente no Registro Civil e,
posteriormente, encaminhadas ao TSE.

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 registro de órgãos partidários:


 TSE: órgãos nacionais de partido político;
 TRE: órgãos regionais e municipais de partidos políticos.
 credenciamento de delegados:

PODERÃO SER
CREDENCIADOS
DELEGADOS DE
PARTIDO PERANTE

Juízes Eleitorais TRE TSE

representam o representam o representam o


partido perante o partido perante o partido perante
Juiz Eleitoral da TRE do estado e quaisquer
respectiva os seus juízes tribunais ou
circunscrição eleitorais juízes eleitorais

Funcionamento Parlamentar
 FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR
 conceito

O funcionamento parlamentar refere-se à organização do partido político que, dentro


das Casas Legislativas, formará uma bancada, com a constituição de lideranças,
para a defesa dos ideais do partido político.

 constitucionalidade do funcionamento parlamentar:

O funcionamento parlamentar, entendido como a constituição por


intermédio de bancada e de lideranças nas respectivas Casas
Legislativas é constitucional e não ofende o princípio da
autonomia parlamentar.

 inconstitucionalidade da cláusula de barreira: a exigência de apoio mínimo


de 5% para cada eleição para a Câmara dos Deputados, sem considerar votos
brancos e nulos, denominada de cláusula de barreira é inconstitucional.

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É inconstitucional, por violação ao princípio do pluripartidarismo a exigência


da cláusula de barreira para ter direito ao funcionamento parlamentar.É
inconstitucional, por violação ao princípio do pluripartidarismo a exigência da
cláusula de barreira para ter direito ao funcionamento parlamentar.

Programa e Estatuto
 PROGRAMA E ESTATUTO
 conceitos:

PROGRAMA objetivos políticos

ESTATUTO estrutura interna organização funcionamento

 Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres. É vedado


estabelecer critérios diferenciados entre pessoas nas mesmas condições,
sob pena de violação ao princípio da igualdade!
 normas que devem constar do estatuto:

NORMAS QUE DEVEM CONSTAR DO ESTATUTO

•nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na Capital Federal


•filiação e desligamento de seus membros
•direitos e deveres dos filiados
•modo como se organiza e administra
•fidelidade e disciplina partidárias
•condições e forma de escolha de seus candidatos
•finanças e contabilidade
•critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário
•procedimento de reforma do programa e do estatuto

Filiação e Desfiliação partidárias


 FILIAÇÃO
 A filiação partidária é condição de elegibilidade. Para o sujeito se filiar ao
partido político, deverá estar com o pleno gozo dos direitos políticos e atender às
regras previstas no estatuto.
 O TSE tem entendido que embora inelegível, é possível que o eleitor
filie-se.

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 TEMPO MÍNIMO DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA FOI REDUZIDO DE UM ANO


PARA SEIS MESES.
 O estatuto do partido poderá estabelecer um tempo superior de filiação
para que o filiado se lance candidato, o que não pode é fixar um prazo
menor de seis meses.
 COMUNICAÇÃO DA DES/FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
 QUANTO À INCLUSÃO DO NOME NA LISTA

O partido político informa a condição


de filiado na segunda semana dos
meses de abril e outubro.
APÓS A FILIAÇÃO SEGUNDO
NORMATIVA INTERNA DO
PARTIDO
Em caso de inércia do partido
político, o interessado comparece e
informa a condição à Justiça
Eleitoral.

 QUANTO À RETIRADA DA NOME DO CADASTRO EM RAZÃO DA DESFILIAÇÃO

O partido político informa a


condição de desfiliado na
segunda semana dos meses
de abril e outubro.

Em caso de inércia do
DESFILIAÇÃO partido político, o morte
interessado comparece e
informa a condição à Justiça
Eleitoral.
perda dos direitos
políticos
Ocorrerá de forma
automática em caso de:
expulsão

formas previstas no
estatuto

 Quando houver coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais


recente, cancelando-se as demais.
 completa extinção do vínculo

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comunicação ao Juiz
EXTINÇÃO DO decurso de dois
Eleitoral do domicílio e à
VÍNCULO COM O dias após a
direção municipal do
PARTIDO POLÍTICO comunicação
partido político

Fidelidade Partidária
 FIDELIDADE E DISCIPLINA PARTIDÁRIAS
 Conceito de fidelidade partidária

Dever estabelecido ao filiado,


FIDELIDADE PARTIDÁRIA especialmente após eleito, de observar o
programa do partido político.

 Disciplina partidária

O ESTATUTO PODERÁ ESTABELECER

•medias disciplinares
•normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário, suspensão
do direito de voto ou perda de todas as prerrogativas

 Desfiliação Imotivada
A perda do mandato em razão da mudança de partido se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário (Presidente, Senador,
Governador e Prefeito) e também ao proporcional (Deputados Federais,
Deputados Estaduais e Vereadores).

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perda do cargo político


REGRA
eletivo

caso de mudança
substancial ou desvio
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA reiterado do programa
partidário

grave discriminação política


NÃO PERDERÁ O CARGO pessoal
APENAS EM

mudança de partido nos 30


dias anteriores ao prazo de
filiação (de 6 meses)
próximo do término do
mandato

 OBSERVAÇÃO 1: a incorporação ou fusão de partido político deixa de


ser hipótese que justificava a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 2: a criação de partido político também deixa de ser
hipótese que justifica a desfiliação.
 OBSERVAÇÃO 3: o art. 22-A da LPP não diferencia a questão da
infidelidade em relação a ocupantes de cargos políticos decorrentes do
sistema proporcional ou majoritário. Assim, os eleitos por ambos os
sistemas poderão perder o cargo por desfiliação imotivada, exceto no caso
do art. 22-A, § único, da LPP.
JANELAS PARA A ALTERAÇÃO DE PARTIDO

Permite-se a mudança de partido que


ocorrer durante o período de 30 dias
que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

JANELAS PARA
ALTERAÇÃO DE
PARTIDO

Admite-se a mudança de partido no


período entre 19/2/2016 e 19/3/2016,
por força da Emenda Constitucional
91/2016.

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Fusão, incorporação e extinção


 Está dentro da liberdade dos partidos a fusão, incorporação ou até mesmo a
decisão pela extinção da agremiação.
 Compete aos órgãos nacionais decidir pela fusão, incorporação ou extinção
de partidos políticos.

PARA A FUSÃO OU decisão dos órgãos


INCORPORAÇÃO ENTRE nacionais de deliberação dos
PARTIDOS É NECESSÁRIO partidos envolvidos.

 FUSÃO
 conceito: é a união de dois ou mais partidos para formarem um terceiro.

Partido A

Partido C

Partido B

 procedimento:

novo estatuto
vota-se por maioria
NA FUSÃO DE PARTIDOS...
absoluta
novo órgão de
direção

 É necessário que haja o registro civil prévio e, posteriormente, o registro junto


ao TSE.
 INCORPORAÇÃO
 conceito: há a absorção de um partido por outro.

Partido A Partido B Partido A

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 procedimento:

partido incorporado vota, reunião conjunta em que


NA por maioria absoluta, a ambos os partidos
INCORPORAÇÃO adoção do estatuto e do decidirão acerca da
DE PARTIDOS... programa do partido constituição do novo
incorporador órgão de direção nacional

 DISTRIBUIÇÃO DE FUNDOS E ACESSO AO RÁDIO/TV – em caso de


fusão e incorporação

distribuição dos
recursos do Fundo
Partidário
NA FUSÃO e/ou na INCORPORAÇÃO
somam-se os votos obtidos na última
eleição geral conferidos aos partidos
envolvidos para fins de:
do acesso gratuito ao
rádio e televisão

 há barreira para a fusão/incorporação, qual seja: O REGISTRO PERANTE O


TSE HÁ, PELO MENOS, 5 ANOS.
 EXTINÇÃO

A EXTINÇÃO DE PARTIDOS PODERÁ DECORRER

de fusão ou de por decisão do


por decisão do TSE
incorporação próprio partido

 cancelamento de partido político por decisão transitada em julgado do TSE.

CANCELAMENTO DO
REGISTRO POR
DECISÃO DO TSE

recebimento de recursos
adoção de organização
ou subordinação a não prestação de contas
paramilitar
estrangeiros

 procedimento de cancelamento do registro.

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denúncia de eleitor

INÍCIO DO PROCESSO DE
denúncia de partido político
CANCELAMENTO PERANTE O TSE

ação do Procurador-Geral Eleitoral

Finanças e contabilidade
 PRESTAÇÃO DE CONTAS E SANÇÕES DELA DECORRENTES
 Envolve o registro em livros contábeis dos atos e fatos de caráter
econômico praticados pelo partido.
 finalidade: controle da legalidade das movimentações financeiras do
partido.
 objetivo:

permitir o conhecimento origem de suas receitas

A ESCRITURAÇÃO
CONTÁBIL VISA A
destinação de suas
despesas

 veda o recebimento de recursos:

VEDA-SE O RECEBIMENTO DE RECURSOS DE

•entidades ou governos estrangeiros.


•autoridades ou órgãos públicos.
•entidades da administração indireta (autarquias, empresas públicas,
concessionárias, sociedades de economia mista, fundações).
•entidades de classe ou sindical.

 prestação de contas: o balanço será encaminhado até o dia 30 de abril do ano


seguinte.
 balanço contábil: constitui um conjunto de informações relativas à
contabilidade do partido político, pelo qual são apresentados os resultados
obtidos ao longo do ano.
 competência para análise das contas:

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recebe os balanços contábeis dos órgãos


TSE
nacionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos


TRE
regionais dos partidos

recebem os balanços contábeis dos órgãos


Juízes Eleitorais
municipais dos partidos

 Caso não haja movimentação de recursos financeiros ou arrecadação de bens


estimáveis em dinheiro, os órgãos municipais do partido ficam desobrigados de
apresentar o balanço à Justiça Eleitoral.
 O responsável partidário deve, no prazo de 30 de abril, apresentar uma
DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA DE MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS.
 mesmo que o partido tenha a prestação de contas desaprovada, a sanção
imposta não impedirá a participação do partido no pleito eleitoral.
 informações que devem constar do balanço:

DEVE CONSTAR DO BALANÇO APRESENTADO À JUSTIÇA ELEITORAL

•valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;


•origem e valor das contribuições e das doações;
•despesas de caráter eleitoral apresentadas de forma discriminada;
•discriminação detalhada das receitas e das despesas.

 regras a serem observadas na prestação de contas:


 obrigatoriedade de constituição de comitês e designação de dirigentes
partidários específicos, para movimentar recursos financeiros nas
campanhas eleitorais;
 caracterização da responsabilidade dos dirigentes do partido e comitês,
inclusive do Tesoureiro, que responderão, civil e criminalmente, por
quaisquer irregularidades;
 escrituração contábil, com documentação que comprove a entrada e saída
de dinheiro ou de bens recebidos e aplicados;
 obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a documentação
comprobatória de suas prestações de contas, POR PRAZO NÃO
INFERIOR A CINCO ANOS;
 obrigatoriedade de prestação de contas, pelo partido político, seus comitês
e candidatos, no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento
imediato à tesouraria do partido dos saldos financeiros eventualmente
apurados.
 sanções por violação à prestação de contas:

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SANÇÕES POR VIOLAÇÕES À REGRA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

Suspensão no recebimento
Suspensão no recebimento
Suspensão no recebimento das quotas do Fundo
de quotas do Fundo até
das quotas do Fundo Partidário por 2 anos +
esclarimento da
Partidário por 1 ano multa correspondente
situação
ao valor excedente

RECEBIMENTO DE
RECURSOS DE ORIGEM
ESTRANGEIRA, DE
AUTORIDADES OU DE
RECURSOS DE ORIGEM ÓRGÃOS PÚBLICOS, DE RECEBER DOAÇÕES ACIMA
NÃO MENCIONADA ENTIDADES DA DOS VALORES FIXADOS
ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA OU DE
ENTIDADES DE CLASSE
OU SINDICAL

 desaprovação de contas:

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

devolução dos valores


multa de ATÉ 20% do valor
recebidos do Fundo; E

 NÃO HÁ MAIS SUSPENSÃO DO RECEBIMENTO DAS QUOTAS DO FUNDO


PARTIDÁRIO. CONFORME VEREMOS ADIANTE A SUSPENSÃO OCORRERÁ
APENAS NA HIPÓTESE DE NÃO PRESTAÇÃO DAS CONTAS.
 recurso contra desaprovação das conta

Juiz eleitoral em
apelação cível
contra decisão relação às contas dos
eleitoral para o TRE
que desaprova as órgãos municipais do
respectivo
contas partido

RECURSO

TRE em relação às
recurso especial
contas dos órgãos
para o TSE
regionais do partido

 A desaprovação implicar na devolução dos valores recebido, que serão pagos


nos 12 meses seguintes à decisão que decidiu pela desaprovação. Nesses casos,

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haverá a retomada do recebimento das quotas no segundo semestre de


ano eleitoral.
 Informações referentes à documentação a ser apresentada perante a Justiça
para análise das contas:
 Os órgãos de partido podem ser apresentados quaisquer documentos
hábeis para esclarecer fatos relativos à prestação de contas.
 Eventuais erros formais ou matérias – QUE NÃO COMPROMETAM A
ANÁLISE E APURAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS – não implicam
na reprovação das contas.
 Possibilidade de responsabilização civil ou criminal dos dirigentes dos
órgãos partidários.
Desaprovadas as contas, para a responsabilização do dirigente partidário
devemos ser verificados alguns requisitos...

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA


RESPONSABILIZAÇÃO DO DIRIGENTE PARTIDÁRIO EM
CASO DE DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS

enriquecimento
irregularidade
ilícito e lesão ao
grave e conduta dolosa
patrimônio do
insanável
partido

 suspensão das quotas do Fundo Partidário: a suspensão do recebimento


das quotas ocorrerá apenas quando não houver prestação.

DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS NÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

devolução dos valores recebidos e suspensão das quotas do Fundo


multa de até 20% Partidário, até regularização.

 FUNDO PARTIDÁRIO
 Sistema misto de financiamento partidário, uma vez que os partidos
políticos recebem recursos de origem estatal e de particulares.
 parcelas integrantes do fundo partidário:

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INTEGRA O
FUNDO
PARTIDÁRIO

Doações de Dotações
Recursos
Multas e pessoas físicas e orçamentárias da
financeiros
penalidade jurídicas União (valor
destinados por
pecuniárias. destinadas ao mínimo R$ 0.35
lei.
Fundo. X por eleitor).

As doações feitas diretamente aos partidos políticos devem observar algumas


regras específicas:
 Qualquer das três esferas de administração do partido (nacional, regional
ou municipal) poderá receber valores.
 Os valores recebidos devem ser informados ao órgão superior do partido,
bem como à Justiça Eleitoral, indicando, inclusive a destinação conferida ao
dinheiro.
 O STF concluiu, no julgamento da ADI 4.650, que OS DISPOSITIVOS LEGAIS
QUE AUTORIZAM AS CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS JURÍDICAS PARA
CAMPANHAS ELEITORAIS E PARTIDOS POLÍTICOS SÃO
INCONSTITUCIONAIS.
 distribuição das quotas do fundo:

Divididos em partes igual entre os


partidos políticos que tenham
5%
façam jus ao Fundo Partidário
conforme regras constitucionais
DO FUNDO
PARTIDÁRIO
Distribuídos aos partidos de
acordo com a proporção dos
95% votos recebidos nas últimas
eleições para a Câmara dos
Deputados.

 Na hipótese de extinção do partido político, os valores respectivos a que teriam


direitos serão revertidos novamente para o Fundo.
 aplicação dos recurso do fundo:

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APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO

•manutenção das sedes (inclusive com manutenção de pessoa), observado o


LIMITE de 50% ao órgão nacional e de 60% aos órgãos estaduais e municipais;
•propaganda doutrinária e política;
•alistamento e campanhas eleitorais;
•criação e manutenção de programas de promoção e de difusão de política para
mulheres, NO MÍNIMO 5%;
•criação e manutenção de entidades de pesquisa e de doutrinação e educação
política;
•despesas com alimentação.

Acesso gratuito ao rádio e à televisão


 horário e finalidade:

difundir os programas
do partido

entre as 19 horas e 30
minutos e 22 horas.
PROPAGANDA
transmitir mensagens
PARTIDÁRIA
aos filiados
GRATUITA

Finalidade
divulgar a posição do
partido quanto aos
assuntos da
comunidade

promover e difundir a
participação política
feminina (mín. 10%)

 vedações à propaganda partidária:

VEDADO NOS PROGRAMAS

•participação de pessoa filiada a outros partidos;


•divulgação de propaganda de candidatos a cargos políticos (lembre-se, a
propaganda é partidária, não política);
•defesa dos interesses pessoais ou de outros partidos;
•utilização de imagens ou cenas que distorçam os recursos ou falseiem os
fatos.

 transmissão em bloco versus por inserções:

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TRANSMISSÃO EM BLOCO TRANSMISSÃO EM INSERÇÕES

Constitui o horário destinado à divulgação de


Constitui a mensagem intercalada na
propaganda por vários partidos num único
programação normal da emissora.
bloco de tempo.

Se irregular, perderá o tempo respectivo de Se irregular, perde o tempo equivalente a 5


propaganda no semestre seguinte. vezes ao da inserção ilícita.

 análise das irregularidades:

programa em bloco ou inserções


TSE
nacionais

programa em bloco ou inserções


TRE
transmitidas nos Estados

 prazos para impugnação:

PRAZO PARA
APRESENTAR A
IMPUGNAÇÃO

regra especificidade

se a violação ocorrer nos 30 últimos dias do


até o final do semestre semestre a representação poderá ser oferecida
até o 15º seguinte ao termo do semestre.

 As emissoras de rádio e TV devem realizar a transmissão de forma gratuita.


 As transmissões serão em bloco, em cadeira ou por inserções.
 A transmissão em cadeia depende de autorização do TSE, com requisição à
emissora, com antecedência de 15 dias, dos horários disponíveis.
 NÃO PODE HAVER INSERÇÕES NO MESMO INTERVALO DE
PROGRAMAÇÃO. Contudo, se o número de inserções que dispuser o
partido for superior ao número de intervalos disponíveis no horário
estabelecido – que será entre as 19:30 e 22 horas – é possível mais de uma
inserção por intervalo disponível. De todo, se o partido tiver direito a mais
de uma inserção no mesmo intervalo elas não poderão ocorrer uma ao
lado da outra. Temos que ler com atenção!

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 distribuição do horário:

PROPAGANDA PARTIDÁRIA POR


PROPAGANDA PARTIDÁRIA EM BLOCO
INSERÇÕES

5 minutos 10 minutos 10 minutos 20 minutos

se tiver de 1 a 4 se tiver 5 ou mais se tiver de 1 a 9 se tiver 10 ou mais


representantes na representantes na representantes na representantes na
Câmara dos Câmara dos Câmara dos Câmara dos
Deputados Deputados Deputados Deputados

17 - Considerações Finais
Chegamos ao final da aula. Será, talvez, a aula mais extensa do nosso curso.
Contudo, vocês terão a oportunidade de estudar o tema por completo. Além
disso, o resumo foi elaborado com vários detalhes a fim de que você tenha tudo
o que precisar para a prova vindoura!
Bons estudos!
Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com.br

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