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Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos


Professor: Ricardo Torques
Direito Eleitoral TRE-SP
Analistas e Técnico
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AULA 15
PROCESSO-CRIME
ELEITORAL

Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Processo-Crime Eleitoral ............................................................................................. 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 - Competência ....................................................................................................... 2
2.3 - Ação Penal .......................................................................................................... 3
2.4 - Polícia Judiciária ................................................................................................... 4
2.5 - Investigação ........................................................................................................ 4
2.6 - Inquérito Policial .................................................................................................. 5
2.7 - Arquivamento ...................................................................................................... 7
2.8 - Procedimento ...................................................................................................... 9
2.9 - Aplicação Subsidiária do CPP ............................................................................... 12
3 - Questões ................................................................................................................. 12
3.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 13
3.2 – Gabarito ........................................................................................................... 19
3.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 20
4 - Resumo da Aula ....................................................................................................... 37
5 - Considerações Finais ................................................................................................ 41

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PROCESSO-CRIME ELEITORAL
1 - Considerações Iniciais
A aula será composta, basicamente, de um tema do Direito Eleitoral: processo
penal eleitoral.
Esse é um assunto que deve ser estudado em conjunto com a nossa próxima aula
sobre Crimes Eleitorais. Será uma aula curta, mas muito relevante.
Boa aula a todos!

2 - Processo-Crime Eleitoral
2.1 - Introdução
O processamento de crimes eleitorais segue o procedimento especial previsto no
Código Eleitoral, entre os arts. 355 e 364. Trata-se de um procedimento
específico, ao qual são aplicadas subsidiariamente as regras do Código Penal e
do Código de Processo Penal.

2.2 - Competência
A jurisdição penal retrata o poder de dirimir conflitos entre a pretensão punitiva
do Estado e a liberdade do indivíduo. Assim, é por intermédio da ação penal que
se provoca a jurisdição. Em razão disso, forma-se o processo com vistas à solução
do conflito.
Para a definição de qual órgão judicial será competente para o exercício daquela
parcela de jurisdição, é imperativo conhecer as regras de competência,
disciplinadas na Constituição e na legislação infraconstitucional como um todo.
Esses critérios são aferidos com a propositura da ação, quando o magistrado
aferirá in assertionis se é competente para julgar a demanda proposta.
No que diz respeito à matéria penal eleitoral, leciona Rodrigo Tenório1:
O critério para fixação da competência da Justiça Eleitoral é o material: serão da sua
competência os julgamentos dos crimes eleitorais e os crimes comuns que lhes forem
conexos (art. 364, CE). Aplicam-se ao direito eleitoral as regras que fixam a competência
no processo penal comum, inclusive as que estabelecem foro por prerrogativa de função.

Desse modo, para a nossa prova devemos lembrar:

1
TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, p. 396.

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FIXA-SE A COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA ELEITORAL EM RAZÃO DA
MATÉRIA, OU SEJA, QUANDO
ENVOLVER CRIMES ELEITORAIS E
CONEXOS.

2.3 - Ação Penal


Segundo o art. 355, do CE, a ação penal eleitoral é pública incondicionada.
Em que pese tal restrição trazida pelo Código Eleitoral, a doutrina manifesta-se
no sentido de que, em razão do teor do art. 5º, LIX, da CF, é inconstitucional a
interpretação restritiva.
Vejamos o teor do dispositivo eleitoral:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.

Já a CF prescreve que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; (...).

A fim de compatibilizar o dispositivo do CE com o da CF,


deve-se concluir que a regra é a adoção da ação penal
pública, contudo, nada impede o ajuizamento de ação
penal privada, caso a pública não seja intentada no
prazo legal.
Ademais, argumenta-se que, em razão da aplicação subsidiária do CPP ao
processo penal eleitoral, conforme dispõe o art. 364 do CE, deve-se aplicar o
regramento da ação penal subsidiária da pública prevista no art. 29 do CPP, para
suprir a lacuna na lei penal eleitoral.

REGRA Ação Penal Pública

AÇÃO PENAL

SE NÃO INTENTADA NO Ação Penal Subsidiária


PRAZO LEGAL da Pública.

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Consentâneo a essa orientação está, inclusive, a jurisprudência do TSE 2, pelo que


se depreende do julgado abaixo:
Ação penal privada subsidiária. Apuração. Crime eleitoral.
1. Conforme decidido pelo Tribunal no julgamento do Recurso Especial nº 21.295, a queixa-
crime em ação penal privada subsidiária somente pode ser aceita caso o
representante do Ministério Público não tenha oferecido denúncia, requerido
diligências ou solicitado o arquivamento de inquérito policial, no prazo legal.
2. Dada a notícia de eventual delito, o Ministério Público requereu diligências objetivando a
colheita de mais elementos necessários à elucidação dos fatos, não se evidenciando,
portanto, inércia apta a ensejar a possibilidade de propositura de ação privada supletiva.
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental e não provido.

Por fim, é importante registrar que, em razão do interesse


público envolvido na ação penal eleitoral, é inadmissível
a utilização da ação penal pública condicionada a
representação do ofendido.

2.4 - Polícia Judiciária


Na seara penal eleitoral, o exercício das funções de polícia judiciária será
realizado pela Polícia Federal. Nesse contexto, o exercício das atribuições pela
Polícia Federal deverá ser feito com prioridade sobre as funções regulares,
atendendo às instruções e às requisições do TSE, dos TREs ou dos Juízes
Eleitorais, nos termos da Resolução TSE n° 8.906/70, combinado com o art. 94
da Lei n° 9.504/97, que determinam atendimento prioritário aos feitos da Justiça
Eleitoral.
De todo modo, quando no local não houver órgão da Polícia Federal, a atuação
supletiva da Polícia Estadual será demandada.

2.5 - Investigação
Em relação à investigação propriamente dita, no processo penal eleitoral o
procedimento é diferente. Há uma carga inquisitorial maior. Desse modo, se
a autoridade policial tiver qualquer notícia de infração penal eleitoral, deverá
comunicar imediatamente o juiz eleitoral competente. Isso, todavia, não impede
a adoção das medidas acautelatórias previstas no CPP, aplicáveis
subsidiariamente.
Ainda quanto à investigação é importante conhecermos o art. 356, do CE, que
denota o poder inquisitorial do juiz do processo eleitoral:
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá
comunicá-la ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo,
assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério
Público local, que procederá na forma deste Código.

2
Embargos de Declaração em Agravo de Instrumento nº 181917, Acórdão de 24/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Tomo 89, Data 12/05/2011, Página 33

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§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos


complementares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de
quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los.

Desse modo, todo cidadão tem o dever de informar eventuais fatos que julgue
ilícitos penais. A informação será encaminhada ao juiz que analisará o fato e
encaminhará os autos ao Ministério Público Eleitoral, que poderá solicitar
informações complementares, a fim de formar convicção para ajuizamento da
ação penal, se for o caso.
Segundo Rodrigo Martiniano Ayres Lins3:
O ‘parquet’ poderá utilizar as provas colhidas em inquérito em outras que lhes forem
apresentadas (em ‘notitia criminis’) ou nas que ele mesmo tiver apurado. Dentro do seu
poder investigatório, poderá ainda, se julgar necessário maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou outros elementos de convicção, requisitá-los diretamente
de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los, sem necessidade de
ordem judicial.

Nesse sentido, é interessante citar a jurisprudência do TSE 4 que entendeu


possível a instauração de inquérito policial por requisição do Ministério Público
com fundamento em delação anônima.
Ademais, outro entendimento relevante do TSE é a
possibilidade de o membro do Ministério Público Eleitoral –
titular da ação penal – não intentar a ação por corrupção
quando o eleitor pobre que recebe valores para votar ou
abster-se de votar. Vejamos excerto da ementa do HC nº 78.048/20115:
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. O titular da ação penal pública - o Ministério
Público - pode deixar de acionar certos envolvidos, como ocorre no tipo corrupção do artigo
299 do Código Eleitoral quanto ao eleitor, geralmente de baixa escolaridade e menos
afortunado, que teria recebido benefício para votar em determinado candidato. (...)

2.6 - Inquérito Policial


O inquérito policial poderá ser instaurado nos termos da Resolução TSE n°
23.363/2011 por requisição do Ministério Público ou da Justiça Eleitoral,
salvo quando houver prisão em flagrante. Nesse caso, o inquérito será
instaurado independentemente de requisição.
Sobre a referida Resolução, leciona a doutrina6:
A propósito, o TSE ignorou o modelo processual acusatório adotado pela Constituição
Federal, ao dispor, na Resolução 23.396/2013, que o inquérito policial só poderia ser
requisitado pelo Juiz Eleitoral.

A autoridade policial e os agentes policiais devem efetuar a prisão daquele que


for encontrado em flagrante delito em razão de ter praticado ato infracional

3
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora Ferreira, 2014, p. 752.
4
HC nº 103379/2012.
5
Habeas Corpus nº 78048, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES
RIBEIRO DE OLIVEIRA, Relator(a) designado(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS
MELLO, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 187, Data 29/09/2011, Página 25.
6
TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, p. 398.

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eleitoral. Após a prisão, a autoridade policial terá prazo de 24 horas para


comunicar o juiz eleitoral.

Requisição do Juiz
REGRA Eleitoral ou do MP
Eleitoral
INSTAURAÇÃO DO
INQUÉRITO PENAL
ELEITORAL
prisão em flagrante
INDEPENDE DE
(comunica o juiz em
REQUISIÇÃO
24 horas)

Ainda quanto à prisão, é importante mencionar a restrição que consta do art.


236, do CE, vejamos:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, DESDE 5 (CINCO) DIAS ANTES E ATÉ 48
(QUARENTA E OITO) HORAS DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO, prender ou
deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal
condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do
Juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.

Desse modo:

ENTRE 5 DIAS ANTES DAS


ELEIÇÕES E 48 HORAS APÓS
NÃO É ADMITIDA A PRISÃO,
SALVO

Sentença criminal Desrespeito a


Flagrante delito
condenatória salvo-conduto

Ademais, veda-se a prisão de membros de mesas receptoras e fiscais,


exceto em caso de flagrante delito.
Em relação aos candidatos, a vedação estende-se pelo período que antecede
15 DIAS DAS ELEIÇÕES, a não ser na hipótese de flagrante delito.
Se constatado que o fato é de menor potencial ofensivo, a autoridade policial
deverá elaborar o termo circunstanciado de ocorrência, com encaminhamento
dos autos ao Juiz Eleitoral. Devemos lembrar que no processo penal eleitoral é

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possível a aplicação das Leis nº 9.099/1995 e nº 10.529/2001. Nesse sentido,


vejamos a conclusão de Rodrigo Martiniano Ayres Lins7:
Sendo aplicável a Lei dos Juizados, faz-se possível a utilização dos institutos que lhes são
peculiares, a exemplo da suspensão condicional do processo (sursis processual) e da
transação penal, salvo para crimes que contam com sistema punitivo especial.

O inquérito policial eleitoral deve ser concluído em ATÉ


10 DIAS, na hipótese de o indiciado estar preso, em
flagrante ou preventivamente. O prazo é contado a partir
do dia em que foi executada a ordem de prisão.
Caso esteja solto, o prazo para conclusão do inquérito é de 30 DIAS.

PRAZO PARA CONCLUSÃO


DO INQUÉRITO

Preso Solto

10 dias 30 dias

Vejamos, em seguida, a disciplina do art. 357, caput, do CE:


Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.

Esse é o prazo concedido aos membros do MP para apresentar a denúncia. Conta-


se 10 dias da verificação da infração penal eleitoral.

2.7 - Arquivamento
O arquivamento vem disciplinado no art. 357, §1º, do CE:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento da comunicação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá
a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender.

Como podemos perceber da leitura do dispositivo acima, a regra é bastante


semelhante àquela prevista no art. 28, do CPP.
Desse modo, não cabe ao juiz determinar o ajuizamento da ação penal. O máximo
que poderá fazer é levar os Autos a conhecimento do Procurador-Regional

7
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 753.

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Eleitoral ou da Câmara de Coordenação e, a depender da competência originária,


para que seja analisada a denúncia. Caso esses órgãos do Ministério Público
decidam pelo arquivamento, não haverá possibilidade de instaurar-se a ação
penal.
Para fins da nossa prova devemos, portanto, memorizar:

SE O ÓRGÃO DO MPE DECIDIR PELO ARQUIVAMENTO, O JUIZ PODERÁ


REMETER OS AUTOS AO PROCURADOR REGIONAL/GERAL QUE

•oferecerá a denúncia;
•designará outro promotor eleitoral para fazê-lo;
•insistirá no arquivamento ao qual o juiz resta vinculado.

Cumpre ressaltar que, segundo entendimento do TSE8, compete às Câmaras de


Coordenação e Revisão manifestarem-se sobre o arquivamento de inquérito
policial, objeto de pedido do procurador regional eleitoral e rejeitado pelo Tribunal
Regional.
Sigamos com o §2º, do art. 357, do CE, que arrola, exemplificativamente, o que
deve constar da denúncia.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
DEVE CONSTAR DA DENÚNCIA

exposição do fato
criminoso

qualificação do acusado

classificação do crime

rol de testemunhas

Vimos que o órgão do Ministério Público terá prazo para oferecer a denúncia.
Caso não o faça no prazo estipulado é possível o ajuizamento da ação
penal privada subsidiária da pública com fundamento constitucional. Em
tais situações o juiz eleitoral comunicará o fato ao órgão competente dentro do
Ministério Público para apurar a responsabilização do promotor, nos termos do
§3º. Neste caso, o juiz solicitará ao Procurador Regional para que indique outro
promotor, de modo que ele mesmo ajuíze a ação ou insista no arquivamento,
caso em que os Autos serão arquivados.

8
REspe nº 25.030/2007.

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Vejamos, por fim, os dispositivos respectivos do art. 357, do CE:


§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal
representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o Juiz solicitará ao Procurador
Regional a designação de outro Promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a
denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério
Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.

Notem a disciplina do § 5º. Segundo a regra ali exposta, é legitimado qualquer


cidadão para apresentar representação contra o MP se o órgão não oferecer
denúncia e se o juiz não agir de ofício no prazo de 10 dias.

2.8 - Procedimento
Ofertada a denúncia, o juiz deverá verificar se não é hipótese de absolvição
sumária, nos termos do art. 358, do CE. O art. 358 traz as hipóteses em que a
renúncia será rejeitada. Vejamos:
Art. 358. A denúncia será rejeitada quando:
I – o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III – for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício
da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do nº III, a rejeição da denúncia não obstará ao exercício da
ação penal, desde que promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.

Vejamos as hipóteses de forma esquematizada:

fato não constitui crime

HIPÓTESES EM QUE A
já estiver extinta a
DENÚNCIA SERÁ
punibilidade
REJEITADA

manifesta ilegitimidade
da parte ou faltar
condição da ação

Segundo a doutrina, é perfeitamente aplicável o art. 395, do CPP, conjuntamente


com o dispositivo acima, especialmente no que tange à justa causa.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando
I - for manifestamente inepta;

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II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou


III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Segundo Rodrigo Tenório9:


Para o STF, haverá justa causa se a denúncia narrar fato típico e indícios de materialidade,
sem que exista causa de extinção de punibilidade ou de suspensão da pretensão punitiva.

Caso não se encaixe numa das hipóteses abaixo o juiz mandará processar a
denúncia. Essa decisão, segundo orientação do TSE10, tem natureza de decisão
interlocutória e deverá ser motivada, com fundamento no art. 93, IX, da CF.
Para tanto deve-se observar as regras específicas do art. 359 quanto ao rito.
Segundo o referido dispositivo, o juiz designará pauta para depoimento pessoal
do acusado, citando-o e notificando o Ministério Público.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento
pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.

O § único, acima citado, concede ao defensor do réu prazo de 10 dias para


oferecimento de alegações escritas, bem como para arrolar testemunhas.

AO DEFENSOR

PRAZO DE 10
DIAS

oferecimento de rol de
razões escritas testemunhas

Ainda em relação à defesa é importante conhecermos o teor do AgR-REspe nº


3.973.097/2012, segundo o qual não é possível atribuir à Defensoria Pública a
defesa e a orientação jurídica de pessoas que não se enquadrem no conceito de
hipossuficiente, por aplicação subsidiária do art. 263, § único, do CPP.
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. IMPUGNAÇÃO AO BENEFÍCIO DE
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. AÇÃO PENAL. ACUSADO. HIPOSSUFICIÊNCIA.

9
TENÓRIO, Rodrigo, Direito Eleitoral, p. 399.
10
HC nº 119009/2012.

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INEXISTÊNCIA. DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.


IMPOSSIBILIDADE. DEFENSOR DATIVO.
1. Atribuir à Defensoria Pública a defesa e a orientação jurídica gratuita de pessoas
que não se enquadram no conceito de hipossuficiente econômico extrapola o
modelo consagrado na Constituição Federal, o qual restringe suas atribuições à
assistência jurídica dos necessitados.
2. No processo penal, se o réu que não for pobre não constituir advogado particular, ser-
lhe-á nomeado defensor dativo. Nesse caso, o acusado pagará, ao final, os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz (art. 263, parágrafo único, do Código de Processo
Penal).
3. Agravo regimental não provido.

Em seguida haverá a oitiva das testemunhas. Primeiro serão ouvidas as


testemunhas da acusação e, posteriormente, as testemunhas de defesa, nos
termos do art. 360, do CE. Por fim, abre-se prazo de 5 dias para alegações finais:
Art. 360. Ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e praticadas as
diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo Juiz, abrir-se-
á o PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS a cada uma das partes – acusação e defesa – para
alegações finais.

TESTEMUNHAS TESTEMUNHAS ALEGAÇÕES


DILIGÊNCIAS
DE ACUSAÇÃO DE DEFESA FINAIS (5 dias)

Quanto à oitiva de testemunhas, é bom frisar que cabe ao juiz deferir as


testemunhas requeridas, uma vez que é o destinatário da prova. Nesse sentido,
manifestou-se o TSE11, ao entender que não restou caracterizado cerceamento
de defesa, nem ofensa ao devido processo legal, decisão que, em sede de ação
penal, indeferiu pedido de oitiva de testemunhas, segundo entendimento do
magistrado, que não contribuiriam para o esclarecimento dos fatos narrados na
denúncia.
Após a apresentação das alegações finais, os autos do
processo deverão ser conclusos no prazo de 48 horas
para que o juiz profira sentença em 10 dias. É o que
dispõe o art. 361, do CE:
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao Juiz dentro de quarenta e oito horas,
terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Da decisão do juiz caberá recurso para o TRE respectivo a ser interposto no


prazo de 10 dias. Em caso de sentença condenatória, os Autos baixarão à
instância inferior para execução da sentença no prazo de 5 dias.

11
RHC nº 66851/2012.

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Embora haja previsão apenas do Respe, conforme dispositivo acima, a doutrina


entende cabível o recurso em sentido estrito, da decisão do juiz em primeiro grau,
bem como a utilização das ações constitucionais, segundo ensina a doutrina 12 e
do que se extrai da jurisprudência do TSE13.
Vejamos o art. 362:
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão imediatamente os
autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco)
dias, contados da data da vista ao Ministério Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da
sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do art. 357.

De acordo com a Súmula nº 192, do STJ, é competência do Juízo das Execuções


Penais do Estado a execução de penas impostas pela Justiça Eleitoral, quando os
condenados estiverem recolhidos em estabelecimentos penais estaduais.
Vejamos o teor do enunciado:
Súmula nº 192
Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a Execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos a Administração Estadual.

2.9 - Aplicação Subsidiária do CPP


Vejamos, por fim, a regra constante do art. 364, do CE, subsidiariamente
aplicável ao processo penal eleitoral.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

3 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:

12
TENÓRIO, Rodrigo, Direito Eleitoral, p. 400.
13
ARO nº 895/2006.

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Distribuição das Questões


20

15

10

0
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Processo-Crime Eleitoral

Serão, portanto, 19 questões de provas anteriores das mais diversas bancas. As


questões foram separadas de acordo com a importância da matéria para a prova.

Em relação aos assuntos estudados na aula de hoje, destacam-se os seguintes


assuntos:
 Procedimento.
 Prazos.

3.1 – Questões sem Comentários


Questão 01 – FCC/TRE-SE – Técnico Judiciário - 2015
O órgão do Ministério Público requereu o arquivamento de comunicação de
crime eleitoral. O Juiz Eleitoral considerou improcedentes as razões do
pedido de arquivamento e ordenou a remessa da comunicação ao Procurador
Regional, que insistiu no pedido de arquivamento. Nesse caso, o juiz
(A) poderá nomear advogado para oferecer a denúncia, independentemente
se indicação da Ordem dos Advogados do Brasil.
(B) poderá interpor recurso de ofício para o Tribunal Regional Eleitoral.
(C) solicitará à Ordem dos Advogados do Brasil a designação de advogado
para oferecer a denúncia.
(D) poderá determinar, de ofício, a instauração da ação penal.
(E) está obrigado a atender o pedido de arquivamento.

Questão 02 – FCC/TJ-SE - Juiz Substituto - 2015


A respeito do rito processual penal eleitoral, é correto afirmar que o prazo
para,
a) oferecimento da denúncia pelo Ministério Público é de 10 dias.

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b) o réu ou seu defensor oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas


é de 15 dias.
c) apresentação de alegações finais pela acusação e pela defesa é de 10
dias.
d) o juiz proferir a sentença é de 15 dias.
e) interposição de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral é de 5 dias.

Questão 03 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
Considere:
I. Oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.
II. Oferecimento de alegações escritas e apresentação de rol de testemunhas
pelo réu ou seu defensor.
III. Interposição de recurso para o Tribunal Regional competente da decisão
final de condenação ou absolvição proferida pelo Juiz Eleitoral.
IV. Oferecimento de alegações finais para cada uma das partes − acusação
e defesa.
No processo das infrações penais eleitorais, é de 10 dias o prazo para a
prática dos atos processuais indicados APENAS em
(A) I, III e IV.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(D) I, II e III.
(E) II e IV.

Questão 04 – FCC/TJ-PE – Juiz – 2013


Em matéria de Processo Penal Eleitoral
a) o réu ou seu defensor terá o prazo de quinze dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.
b) se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão
imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença,
que será feita no prazo de cinco dias, contados da data da vista ao Ministério
Público.
c) todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal do Código Eleitoral
deverá comunicá-la a qualquer juiz eleitoral, inclusive de zona diferente
àquela em que a mesma se verificou.
d) verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
dentro do prazo de quinze dias.

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e) qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do


Ministério Público se o juiz, no prazo de cinco dias, não agir de ofício.

Questão 05 – FCC/MPE-AP – Promotor de Justiça – 2012


No que concerne ao processo penal eleitoral, é INCORRETO afirmar que
a) das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o
Tribunal Regional competente, a ser interposto no prazo de cinco dias.
b) as infrações penais eleitorais são de ação pública, mas admite-se a ação
penal privada subsidiária caso o representante do Ministério Público não
tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento
de inquérito policial no prazo legal.
c) o réu, ou seu defensor, terá o prazo de dez dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.
d) ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e praticadas as
diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
Juiz, abrir-se-á o prazo de cinco dias a cada uma das partes – acusação e
defesa - para alegações finais.
e) se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal,
representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.

Questão 06 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área


Administrativa
No que concerne às disposições penais, a respeito do processo das infrações,
é correto afirmar que:
(A) o primeiro ato processual após o oferecimento da denúncia é o
interrogatório do acusado pelo Juiz Eleitoral.
(B) das decisões finais de condenação ou absolvição só cabe recurso para o
Tribunal Regional Eleitoral se a pena for superior a 3 meses.
(C) se o Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal, o Juiz
Eleitoral poderá determinar a instauração do processo criminal através de
Portaria.
(D) nas infrações penais definidas no Código Eleitoral, a ação penal depende
de representação de candidato ou partido político.
(E) cabe ao Ministério Público promover a execução de decisão condenatória
do Tribunal Regional Eleitoral.

Questão 07 – CESPE/MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014


Diva, prefeita candidata à reeleição, foi denunciada por ter difamado e
injuriado Helen, candidata opositora, durante a propaganda eleitoral gratuita
veiculada na mídia, tendo-lhe imputado fato ofensivo à sua reputação de
servidora pública.

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Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das


disposições constitucionais e da legislação eleitoral.
a) O juiz pode deixar de aplicar pena caso Helen, de forma reprovável, tenha
provocado diretamente os crimes, assim como no caso de retorção imediata
que consista em outros crimes da mesma espécie.
b) Se o promotor de justiça eleitoral promover o arquivamento, o juiz poderá
encaminhar os autos ao procurador regional eleitoral, que deverá designar
outro promotor para oferecer a denúncia.
c) Se a denúncia for recebida por juiz eleitoral, Diva poderá invocar, em seu
favor, como matéria de defesa, a incompetência do juízo, tese que tem sido
acolhida pela justiça eleitoral, ao fundamento de que crime cometido por
prefeito deve ser julgado pelo tribunal de justiça.
d) A exceção da verdade é admitida para ambos os fatos, na medida em que
Helen é servidora pública e a ofensa foi relativa ao exercício das funções de
agente público.
e) Verificadas as infrações penais, o MP tem prazo de dez dias para oferecer
denúncia, independentemente de representação, uma vez que os crimes
eleitorais são de ação pública.

Questão 08 – CESPE/PF – Delegado – 2007


Julgue o item a seguir.
Aplica-se aos crimes eleitorais a disciplina da Lei n.º 9.099/1995, quando
cabível.

Questão 09 – CESPE/MPE-PI – Promotor de Justiça – 2012


No que diz respeito aos crimes e ao processo penal eleitoral, assinale a opção
correta.
a) Incide em crime o candidato que recusa obediência a determinação
judicial de observância às regras de propaganda eleitoral, ainda que dirigida
exclusivamente a partidos e coligações.
b) No âmbito da justiça eleitoral, cabe ação penal privada subsidiária, mas
é inadmissível ação penal pública condicionada à representação do ofendido,
em razão do interesse público ínsito à matéria eleitoral.
c) O não comparecimento de mesário no dia da votação configura o crime,
previsto no Código Eleitoral, de recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem
justa causa.
d) Aquele que apenas auxilia terceiro a se alistar fraudulentamente, ainda
que se aproveitando da ingenuidade ou da ignorância deste, não comete o
crime, previsto no Código Eleitoral, de induzir alguém a se inscrever como
eleitor.
e) Para a tipificação do crime de divulgar, na propaganda eleitoral, fatos
sabidamente inverídicos em relação a candidato e capazes de influenciar o

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eleitorado, não há necessidade de os textos imputados como inverídicos


serem frutos de matéria paga.

Questão 10 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No que concerne a crimes eleitorais e processo penal eleitoral, julgue os itens que se
seguem.
No processo eleitoral, ao contrário do que ocorre no rito ordinário, é inadmissível o
oferecimento de queixa-crime em ação penal privada subsidiária, ainda que o Ministério
Público não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento do
inquérito policial.

Questão 11 - MPE-SC/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2016


Julgue:
Segundo o Código Eleitoral, nenhuma autoridade policial poderá, desde 5
(cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento
da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo por determinação
judicial, após a necessária manifestação do Ministério Público Eleitoral.

Questão 12 – CONSULPLAN - TJ-MG/Titular de Serviços de


Notas e de Registros - 2016
De acordo com a Lei nº 4.737/1965, Código Eleitoral, verificada a infração
penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de
a) 5 (cinco) dias.
b) 10 (dez) dias.
c) 15 (quinze) dias.
d) 30 (trinta) dias.

Questão 13 – FUJB/MPE-RJ – Promotor de Justiça – 2012


No que tange ao processo penal eleitoral, analise as afirmativas
abaixo:
As funções de polícia judiciária eleitoral serão exercidas precipuamente
pela Polícia Federal, sendo admitida, contudo, a atuação complementar da
Polícia Civil nas hipóteses em que a medida se mostrar necessária.
II. Ressalvadas as exceções expressamente previstas na
Constituição Federal, compete à Justiça Eleitoral o processo e julgamento
dos crimes eleitorais, bem como dos atos infracionais análogos aos
referidos delitos.
III. O processo e o julgamento dos crimes eleitorais atribuídos a Juízes
Eleitorais, Promotores Eleitorais e Prefeitos competem ao Tribunal Regional
Eleitoral respectivo.

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IV. A ação penal na hipótese dos crimes previstos no Código Eleitoral


será sempre pública incondicionada, cabendo recurso em sentido estrito, no
prazo de 05 cinco dias, das decisões de primeiro grau que rejeitarem a
denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral.
V. Diante da aplicação subsidiária das disposições do Código
de Processo Penal aos processos criminais eleitorais, caberá apelação ao
Tribunal Regional Eleitoral das decisões fnais de condenação ou absolvição
prolatadas no Juízo de primeiro grau, que deverá ser interposta
por termo ou petição, no prazo de 05 (cinco) dias, abrindo-se
após o recebimento do recurso o prazo de 08 (dias) para apresentação
das respectivas razões recursais.
Estão corretas somente as afirmativas:
a) I, II e III;
b) I, II e IV;
c) I, III e IV;
d) II, IV e V;
e) III, IV e V.

Questão 14 – Inédita - 2015


O Código Eleitoral fixa um período de restrição no qual a pessoa não poderá
ser presa, exceto em caso de flagrante delito, em virtude de sentença
criminal condenatória ou, ainda, em caso de desrespeito a salvo conduto.
Esse período abrange:
a) entre 48 horas antes das eleições e 5 dias após o pleito.
b) entre 5 dias antes das eleições e 48 horas após o pleito.
c) entre 3 dias antes das eleições e 2 dias após o pleito.
d) entre 5 dias antes das eleições e 3 dias após o pleito.
e) entre 48 horas antes das eleições e 3 dias após o pleito.

Questão 15 – Inédita - 2015


De acordo com o Código Eleitoral, nenhuma autoridade poderá, desde 5 dias
antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença
criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
salvo-conduto. Essa proibição é elastecida para os candidatos para:
a) 10 dias antes das eleições
b) 15 dias antes das eleições
c) 20 dias antes das eleições
d) 25 dias antes das eleições
e) 30 dias antes das eleições

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Questão 16 – Inédita - 2015


Da denúncia por crime eleitoral deve, segundo o Código Eleitoral, contar uma
série de elementos, exceto:
a) qualificação do acusado
b) rol de testemunhas
c) classificação do crime
d) quantum de pena e valor da multa pretendido
e) exposição do fato criminoso

Questão 17 – Inédita – 2015


Julgue o item subsequente quanto às regras que regem o processo penal
eleitoral.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público eleitoral poderá ser rejeitada
quando o fato narrado evidentemente não constituir crime, quando já estiver
extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa, todavia, não poderá
ser rejeitada por ilegitimidade da parte, tendo em vista que se trata de vício
sanável.

Questão 18 – Inédita – 2015


Julgue o item abaixo, com relação ao processo penal eleitoral.
No processo penal eleitoral e nos crimes comuns que lhes forem conexos,
será aplicado, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

Questão 19 – Inédita – 2015


Julgue o item subsequente quanto às regras que regem o processo eleitoral
penal.
A lei penal concede legitimidade a todo cidadão que tiver conhecimento de
infração penal para comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se
verificou. Se a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-
la a termo, assinado pelo apresentante tão somente, e a remeterá ao órgão
do Ministério Público local.

3.2 – Gabarito
Questão 01 – E Questão 02 – A

Questão 03 – D Questão 04 – B

Questão 05 – A Questão 06 – E

Questão 07 – E Questão 08 – CORRETA

Questão 09 – B Questão 10 – INCORRETA

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Questão 11 – INCORRETA Questão 12 – B

Questão 13 – C Questão 14 – B

Questão 15 – B Questão 16 – D

Questão 17 – INCORRETA Questão 18 – CORRETA

Questão 19 – INCORRETA

3.3 – Questões com Comentários


Questão 01 – FCC/TRE-SE – Técnico Judiciário - 2015
O órgão do Ministério Público requereu o arquivamento de comunicação de
crime eleitoral. O Juiz Eleitoral considerou improcedentes as razões do
pedido de arquivamento e ordenou a remessa da comunicação ao Procurador
Regional, que insistiu no pedido de arquivamento. Nesse caso, o juiz
(A) poderá nomear advogado para oferecer a denúncia, independentemente
se indicação da Ordem dos Advogados do Brasil.
(B) poderá interpor recurso de ofício para o Tribunal Regional Eleitoral.
(C) solicitará à Ordem dos Advogados do Brasil a designação de advogado
para oferecer a denúncia.
(D) poderá determinar, de ofício, a instauração da ação penal.
(E) está obrigado a atender o pedido de arquivamento.

Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No caso de Procurador
Regional insistir no pedido de arquivamento, ao juiz não é dada outra alternativa
senão atender ao pedido. Vejamos o art. 357, § 1º.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a
denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Questão 02 – FCC/TJ-SE - Juiz Substituto - 2015


A respeito do rito processual penal eleitoral, é correto afirmar que o prazo
para,
a) oferecimento da denúncia pelo Ministério Público é de 10 dias.
b) o réu ou seu defensor oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas
é de 15 dias.

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c) apresentação de alegações finais pela acusação e pela defesa é de 10


dias.
d) o juiz proferir a sentença é de 15 dias.
e) interposição de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral é de 5 dias.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, em face do que disciplina
o art. 357 do CE:
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.

A alternativa B está incorreta, pios o prazo para arrolar testemunhas é de 10


dias, conforme prevê o art. 359, parágrafo único do CE:
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei nº 10.732, de 5.9.2003)

A alternativa C está incorreta, pois as alegações finais serão ofertadas no prazo


de 5 dias e não de 10, como referido na questão. Veja:
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências
requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de
5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações finais.

A alternativa D, por sua vez, peca ao determinar que o prazo para sentença é
de 15 dias. De acordo com o art. 361, do CE, esse prazo é de 10 dias.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e oito horas,
terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Por fim, o erro da alternativa E está também no prazo. Agora, ao invés de 10


dias, o prazo para interpor recurso para o TRE de decisão do Juiz Eleitoral é de 5
dias.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

Questão 03 – FCC/TRE-PB – Técnico Judiciário – Área


Administrativa - 2015
Considere:
I. Oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.
II. Oferecimento de alegações escritas e apresentação de rol de testemunhas
pelo réu ou seu defensor.
III. Interposição de recurso para o Tribunal Regional competente da decisão
final de condenação ou absolvição proferida pelo Juiz Eleitoral.
IV. Oferecimento de alegações finais para cada uma das partes − acusação
e defesa.

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No processo das infrações penais eleitorais, é de 10 dias o prazo para a


prática dos atos processuais indicados APENAS em
(A) I, III e IV.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(D) I, II e III.
(E) II e IV.

Comentários
Aqui temos uma questão que cobra tão somente prazos processuais. Vejamos
cada item.
O item I está correto em razão do que dispõe o art. 357, do CE:
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.

O item II está correto em razão do que prevê o art. 359, parágrafo único do CE:
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.

O item III está correto em face do art. 362, do CE:


Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

O item IV, entretanto, está incorreto, pois o prazo para oferecimento de


alegações finais para cada uma das partes é de 5 dias. Vejamos:
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências
requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de
5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações finais

Logo, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Questão 04 – FCC/TJ-PE – Juiz – 2013


Em matéria de Processo Penal Eleitoral
a) o réu ou seu defensor terá o prazo de quinze dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.
b) se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão
imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença,
que será feita no prazo de cinco dias, contados da data da vista ao Ministério
Público.
c) todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal do Código Eleitoral
deverá comunicá-la a qualquer juiz eleitoral, inclusive de zona diferente
àquela em que a mesma se verificou.
d) verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
dentro do prazo de quinze dias.

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e) qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do


Ministério Público se o juiz, no prazo de cinco dias, não agir de ofício.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Reza o parágrafo único do art. 359 que o réu em
processo penal eleitoral e seu defensor terão o prazo de 10 dias para apresentar
alegações e arrolar testemunhas.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que


estabelece o art. 363, do CE.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr condenatória, baixarão imediatamente os
autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5
(cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da
sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do Art. 357.

A alternativa C está incorreta. A comunicação da infração penal não pode ser


feita para qualquer juiz eleitoral, mas para o juiz eleitoral da zona em que se
verificou a infração, conforme art. 356, do Código Eleitoral.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Código deverá
comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.

A alternativa D está incorreta, o prazo do MP para apresentar a denúncia é de


10 dias e não de 15, como diz a assertiva, de acordo com o art. 357.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.

A alternativa E está incorreta, pois o prazo legal é de 10 dias, consoante art.


357, § 5º.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério Público
se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.

Questão 05 – FCC/MPE-AP – Promotor de Justiça – 2012


No que concerne ao processo penal eleitoral, é INCORRETO afirmar que
a) das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o
Tribunal Regional competente, a ser interposto no prazo de cinco dias.
b) as infrações penais eleitorais são de ação pública, mas admite-se a ação
penal privada subsidiária caso o representante do Ministério Público não
tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento
de inquérito policial no prazo legal.
c) o réu, ou seu defensor, terá o prazo de dez dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.

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d) ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa e praticadas as


diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
Juiz, abrir-se-á o prazo de cinco dias a cada uma das partes – acusação e
defesa - para alegações finais.
e) se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal,
representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.

Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. É mais uma questão
cobrando prazos. O art. 362, do CE, diz que o prazo nesse caso será de 10 dias.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

A alternativa B está correta. O código eleitoral prevê, no art. 355, que a ação
penal eleitoral será ação pública. Todavia, no art. 5º inciso LIX, da CF, diz que
será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal. Vejamos os dispositivos que respaldam a questão.
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;

A alternativa C está correta, tendo em vista o que prescreve o art. 359,


parágrafo único, do CE.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.

A alternativa D está correta pelo que dispõe o art. 360.


Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências
requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo de
5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações finais.

A alternativa E está correta, com base no art. 357, § 3º.


§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.

Questão 06 – FCC/TRE-RR – 2015 – Técnico Judiciário – Área


Administrativa
No que concerne às disposições penais, a respeito do processo das infrações,
é correto afirmar que:
(A) o primeiro ato processual após o oferecimento da denúncia é o
interrogatório do acusado pelo Juiz Eleitoral.

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(B) das decisões finais de condenação ou absolvição só cabe recurso para o


Tribunal Regional Eleitoral se a pena for superior a 3 meses.
(C) se o Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal, o Juiz
Eleitoral poderá determinar a instauração do processo criminal através de
Portaria.
(D) nas infrações penais definidas no Código Eleitoral, a ação penal depende
de representação de candidato ou partido político.
(E) cabe ao Ministério Público promover a execução de decisão condenatória
do Tribunal Regional Eleitoral.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Após a apresentação da denúncia pelo Ministério
Público o primeiro ato do juiz será a decisão se recebe ou rejeita a denúncia
apesentada. Somente após o recebimento da denúncia o juiz designará audiência
para ouvir o acusado. Vejamos o art. 359, do CE.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.

A alternativa B está incorreta, pois não há na lei a previsão de tempo de


condenação para que seja cabível o recurso para o Tribunal Regional, de acordo
com o que dispõe o art. 362, do CE.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

A alternativa C está incorreta. O órgão do Ministério Público terá prazo para


oferecer a denúncia. Caso não o faça no prazo estipulado é possível o
ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública com
fundamento constitucional. Em tais situações o juiz eleitoral comunicará o fato
ao órgão competente dentro do Ministério Público para apurar a responsabilização
do promotor, nos termos do §3º. Neste caso, o juiz solicitará ao Procurador
Regional para que indique outro promotor, ele mesmo ajuíze a ação ou insista no
arquivamento, caso em que os Autos serão arquivados. Vejamos o § 3º, do art.
357, do CE.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal
representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.

A alternativa D está incorreta, vejamos o que prevê o art. 355.


Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.

Já a CF, prescreve que:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; (...).

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A fim de compatibilizar o dispositivo do CE com o CF, deve-se concluir que a


regra é a adoção da ação penal pública, contudo, nada impede o
ajuizamento de ação penal privada, caso a pública não seja intentada no
prazo legal.
Ademais, argumenta-se que em razão da aplicação subsidiária do CPP, conforme
dispõe o art. 364 do CE, deve-se aplicar o regramento da ação penal subsidiária
da pública prevista no art. 29 do CPP, para suprir a lacuna na lei penal eleitoral.

REGRA Ação Penal Pública

AÇÃO PENAL

SE NÃO INTENTADA NO Ação Penal Subsidiária


PRAZO LEGAL da Pública.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art.


363.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão imediatamente os
autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco)
dias, contados da data da vista ao Ministério Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da
sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do art. 357.

Pela leitura do dispositivo entende-se que compete ao MP promover a execução


da sentença. Devemos lembrar, ainda, do teor da Súmula TSE nº 192, segundo
a qual:
Súmula nº 192
Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a Execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos a Administração Estadual.

Assim, compete ao MP executar as condenações do TRE, que no caso de crime


eleitoral se processará perante o Juízo das Execuções Penais do Estado.

Questão 07 – CESPE/MPE-AC – Promotor de Justiça – 2014


Diva, prefeita candidata à reeleição, foi denunciada por ter difamado e
injuriado Helen, candidata opositora, durante a propaganda eleitoral gratuita
veiculada na mídia, tendo-lhe imputado fato ofensivo à sua reputação de
servidora pública.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das
disposições constitucionais e da legislação eleitoral.
a) O juiz pode deixar de aplicar pena caso Helen, de forma reprovável, tenha
provocado diretamente os crimes, assim como no caso de retorção imediata
que consista em outros crimes da mesma espécie.

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b) Se o promotor de justiça eleitoral promover o arquivamento, o juiz poderá


encaminhar os autos ao procurador regional eleitoral, que deverá designar
outro promotor para oferecer a denúncia.
c) Se a denúncia for recebida por juiz eleitoral, Diva poderá invocar, em seu
favor, como matéria de defesa, a incompetência do juízo, tese que tem sido
acolhida pela justiça eleitoral, ao fundamento de que crime cometido por
prefeito deve ser julgado pelo tribunal de justiça.
d) A exceção da verdade é admitida para ambos os fatos, na medida em que
Helen é servidora pública e a ofensa foi relativa ao exercício das funções de
agente público.
e) Verificadas as infrações penais, o MP tem prazo de dez dias para oferecer
denúncia, independentemente de representação, uma vez que os crimes
eleitorais são de ação pública.

Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a pena deixará de ser aplicada, pois só se
aplica ao crime de injúria, e não ao de difamação. Vejamos o art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

A alternativa B está incorreta. De acordo com os §§ 1º e 2º do art. 357, se o


MP requerer o arquivamento do processo, o juiz poderá comunicar o Procurador
Regional, o qual poderá oferecer a denúncia, designar outro Promotor ou, ainda,
insistir pelo arquivamento do feito. O erro da questão está em dizer que o juiz
deverá, obrigatoriamente, designar outro Promotor. Na verdade, o juiz somente
comunica o Procurador Regional que tomará, dentre as medidas citadas, aquela
que entender cabível.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a
denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação
do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

A alternativa C está incorreta, uma vez que se trata de crime eleitoral e deve
ser julgado pela Justiça Eleitoral.
A alternativa D está incorreta, uma vez que a exceção da verdade atinge
somente a difamação, e não a injúria. Vejamos o art. 325.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

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Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.


Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Como vimos, a ação


penal eleitoral é ação pública e o prazo de 10 dias para o MP oferecer denúncia
está presente no art. 357.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.

Questão 08 – CESPE/PF – Delegado – 2007


Julgue o item a seguir.
Aplica-se aos crimes eleitorais a disciplina da Lei n.º 9.099/1995, quando
cabível.

Comentários
A assertiva está correta, pois o TSE entende ser cabível a Lei n.º 9.099/95.
Vejamos o julgado que corrobora esse entendimento:
PROCESSO PENAL ELEITORAL - LEIS n.º 9.099/95 e n.º 10.259/2001 - APLICABILIDADE.
As Leis nºs 9.099/95 e 10.259/2001, no que versam o processo relativo a infrações penais
de menor potencial ofensivo, são, de início, aplicáveis ao processo penal eleitoral. A exceção
corre à conta de tipos penais que extravasem, sob o ângulo da apenação, a perda da
liberdade e a imposição de multa para alcançarem, relativamente a candidatos, a cassação
do registro, conforme é exemplo o crime do artigo 334 do Código Eleitoral.
(RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 25137, Acórdão nº 25137 de 07/06/2005, Relator(a)
Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJ - Diário de Justiça,
Volume I, Data 16/09/2005).

Questão 09 – CESPE/MPE-PI – Promotor de Justiça – 2012


No que diz respeito aos crimes e ao processo penal eleitoral, assinale a opção
correta.
a) Incide em crime o candidato que recusa obediência a determinação
judicial de observância às regras de propaganda eleitoral, ainda que dirigida
exclusivamente a partidos e coligações.
b) No âmbito da justiça eleitoral, cabe ação penal privada subsidiária, mas
é inadmissível ação penal pública condicionada à representação do ofendido,
em razão do interesse público ínsito à matéria eleitoral.
c) O não comparecimento de mesário no dia da votação configura o crime,
previsto no Código Eleitoral, de recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem
justa causa.
d) Aquele que apenas auxilia terceiro a se alistar fraudulentamente, ainda
que se aproveitando da ingenuidade ou da ignorância deste, não comete o
crime, previsto no Código Eleitoral, de induzir alguém a se inscrever como
eleitor.

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e) Para a tipificação do crime de divulgar, na propaganda eleitoral, fatos


sabidamente inverídicos em relação a candidato e capazes de influenciar o
eleitorado, não há necessidade de os textos imputados como inverídicos
serem frutos de matéria paga.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O crime de desobediência em matéria eleitoral
está previsto no art. 347, do CE, vejamos:
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções
da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Observe-se que a jurisprudência determinou que para a configuração do crime


deve haver ordem judicial direta e individualizada ao agente. Assim dispõe o
entendimento do TSE, no HC n° 579.
Assim, se a ordem judicial referente à propaganda eleitoral for dirigida a partidos
ou a coligação não poderá ser criminalizada a conduta do candidato, uma vez que
a ordem judicial não lhe foi dirigida.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão de acordo com o
entendimento do TSE no AC- TSE n.º 21.295/2003. Vejamos a ementa:
Ação penal privada subsidiária. Apuração. Crime eleitoral.
1. Conforme decidido pelo Tribunal no julgamento do Recurso Especial nº 21.295, a queixa-
crime em ação penal privada subsidiária somente pode ser aceita caso o representante do
Ministério Público não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o
arquivamento de inquérito policial, no prazo legal.
2. Dada a notícia de eventual delito, o Ministério Público requereu diligências objetivando a
colheita de mais elementos necessários à elucidação dos fatos, não se evidenciando,
portanto, inércia apta a ensejar a possibilidade de propositura de ação privada supletiva.
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental e não provido.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 344, do Código Eleitoral.


Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Trata-se mais uma vez de entendimento jurisprudencial. De acordo com


entendimento do TSE no HC n° 638:
o não comparecimento de mesário no dia da votação não configura o crime estabelecido
no art. 344 do CE, pois prevista punição administrativa no art. 124 do referido diploma, o
qual não contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza
penal.

A alternativa D está incorreta, pois tal tipo está previsto no art. 290, do Código
Eleitoral.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste
Código:
Pena – reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

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Aqui temos que mencionar o acórdão do que TSE n° 68/2005 que nos trouxe o
seguinte entendimento:
induzir alguém abrange as condutas de instigar, incitar ou auxiliar terceiro a alistar-se
fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua ignorância.

A alternativa E está incorreta, pelo que prescreve o art. 323, do Código Eleitoral.
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

O TSE realizou a interpretação de tal dispositivo no AgR-REspe n° 35.977 e


entendeu pela necessidade de que os textos imputados como inverídicos sejam
fruto de matéria paga para tipificação do delito.

Questão 10 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No que concerne a crimes eleitorais e processo penal eleitoral, julgue os itens que se
seguem.
No processo eleitoral, ao contrário do que ocorre no rito ordinário, é inadmissível o
oferecimento de queixa-crime em ação penal privada subsidiária, ainda que o Ministério
Público não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento do
inquérito policial.

Comentários
A assertiva está incorreta. A fim de compatibilizar o dispositivo do CE com o CF,
deve-se concluir que a regra é a adoção da ação penal pública, contudo,
nada impede o ajuizamento de ação penal privada, caso a pública não
seja intentada no prazo legal.
Ademais, argumenta-se que em razão da aplicação subsidiária do CPP, conforme
dispõe o art. 364 do CE, deve-se aplicar o regramento da ação penal subsidiária
da pública prevista no art. 29 do CPP, para suprir a lacuna na lei penal eleitoral.

REGRA Ação Penal Pública

AÇÃO PENAL

SE NÃO INTENTADA NO Ação Penal Subsidiária


PRAZO LEGAL da Pública.

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Consentâneo a essa orientação está, inclusive, a jurisprudência do TSE 14, pelo


que se depreende do julgado abaixo:
Ação penal privada subsidiária. Apuração. Crime eleitoral.
1. Conforme decidido pelo Tribunal no julgamento do Recurso Especial nº 21.295, a queixa-
crime em ação penal privada subsidiária somente pode ser aceita caso o representante do
Ministério Público não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o
arquivamento de inquérito policial, no prazo legal.
2. Dada a notícia de eventual delito, o Ministério Público requereu diligências objetivando a
colheita de mais elementos necessários à elucidação dos fatos, não se evidenciando,
portanto, inércia apta a ensejar a possibilidade de propositura de ação privada supletiva.
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental e não provido.

Por fim, é importante registrar que em razão do interesse público envolvido na


ação penal eleitoral, é inadmissível a utilização da ação penal pública
condicionada a representação do ofendido.

Questão 11 - MPE-SC/MPE-SC - Promotor de Justiça - 2016


Julgue:
Segundo o Código Eleitoral, nenhuma autoridade policial poderá, desde 5
(cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento
da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo por determinação
judicial, após a necessária manifestação do Ministério Público Eleitoral.

Comentários
A assertiva encontra-se incorreta. De acordo com o art. 236, do CE, as
autoridades não podem efetuar, desde 5 dias antes até 48 horas após as eleições,
a prisão ou detenção de eleitor. Até aí está correta a assertiva.
Contudo, são três exceções à regra acima:
 Flagrante delito;
 Em razão de sentença criminal condenatória de crime inafiançável; e
 Desrespeito a salvo-conduto (habeas corpus preventivo).

Questão 12 – CONSULPLAN - TJ-MG/Titular de Serviços de


Notas e de Registros - 2016
De acordo com a Lei nº 4.737/1965, Código Eleitoral, verificada a infração
penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de
a) 5 (cinco) dias.
b) 10 (dez) dias.
c) 15 (quinze) dias.

14
Embargos de Declaração em Agravo de Instrumento nº 181917, Acórdão de 24/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Tomo 89, Data 12/05/2011, Página 33

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d) 30 (trinta) dias.

Comentários
Questão fácil! Para respondê-la você deve lembrar do art. 357, do CE, que prevê
que uma vez verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
no prazo de 10 dias.
Portanto, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

Questão 13 – FUJB/MPE-RJ – Promotor de Justiça – 2012


No que tange ao processo penal eleitoral, analise as afirmativas
abaixo:
As funções de polícia judiciária eleitoral serão exercidas precipuamente
pela Polícia Federal, sendo admitida, contudo, a atuação complementar da
Polícia Civil nas hipóteses em que a medida se mostrar necessária.
II. Ressalvadas as exceções expressamente previstas na
Constituição Federal, compete à Justiça Eleitoral o processo e julgamento
dos crimes eleitorais, bem como dos atos infracionais análogos aos
referidos delitos.
III. O processo e o julgamento dos crimes eleitorais atribuídos a Juízes
Eleitorais, Promotores Eleitorais e Prefeitos competem ao Tribunal Regional
Eleitoral respectivo.
IV. A ação penal na hipótese dos crimes previstos no Código Eleitoral
será sempre pública incondicionada, cabendo recurso em sentido estrito, no
prazo de 05 cinco dias, das decisões de primeiro grau que rejeitarem a
denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral.
V. Diante da aplicação subsidiária das disposições do Código
de Processo Penal aos processos criminais eleitorais, caberá apelação ao
Tribunal Regional Eleitoral das decisões fnais de condenação ou absolvição
prolatadas no Juízo de primeiro grau, que deverá ser interposta
por termo ou petição, no prazo de 05 (cinco) dias, abrindo-se
após o recebimento do recurso o prazo de 08 (dias) para apresentação
das respectivas razões recursais.
Estão corretas somente as afirmativas:
a) I, II e III;
b) I, II e IV;
c) I, III e IV;
d) II, IV e V;
e) III, IV e V.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.

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O item I está correto. Como sabemos a Justiça Eleitoral é competente para julgar
os crimes cometidos na seara eleitoral.
O item II está incorreto. O julgamento do menor infrator, independentemente
da natureza do crime, é da competência da Justiça Estadual.
O item III está correto. Trata-se de competência efetiva do TRE.
O item IV está correto. Como bem sabemos, a ação penal no processo eleitoral
é a ação penal pública e em caso de rejeição da denúncia, cabe recurso no prazo
de cinco dias.
O item V está incorreto, pois em caso de condenação ou absolvição em processo
penal eleitoral, a parte sucumbente ou, ainda, o Ministério Público tem a
possibilidade de apresentar recurso para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo
de 10 dias, de acordo com o artigo 362 do Código Eleitoral.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

Deste modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

Questão 14 – Inédita - 2015


O Código Eleitoral fixa um período de restrição no qual a pessoa não poderá
ser presa, exceto em caso de flagrante delito, em virtude de sentença
criminal condenatória ou, ainda, em caso de desrespeito a salvo conduto.
Esse período abrange:
a) entre 48 horas antes das eleições e 5 dias após o pleito.
b) entre 5 dias antes das eleições e 48 horas após o pleito.
c) entre 3 dias antes das eleições e 2 dias após o pleito.
d) entre 5 dias antes das eleições e 3 dias após o pleito.
e) entre 48 horas antes das eleições e 3 dias após o pleito.

Comentários
Para responder à questão devemos conhecer o art. 236, caput, do CE, que assim
dispõe:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, DESDE 5 (CINCO) DIAS ANTES E ATÉ 48
(QUARENTA E OITO) HORAS DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO, prender ou deter
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal
condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

Desse modo:

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ENTRE 5 DIAS ANTES DAS


ELEIÇÕES E 48 HORAS APÓS
NÃO É ADMITIDA A PRISÃO,
SALVO

Sentença criminal Desrespeito a


Flagrante delito
condenatória salvo-conduto

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

Questão 15 – Inédita - 2015


De acordo com o Código Eleitoral, nenhuma autoridade poderá, desde 5 dias
antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença
criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
salvo-conduto. Essa proibição é elastecida para os candidatos para:
a) 10 dias antes das eleições
b) 15 dias antes das eleições
c) 20 dias antes das eleições
d) 25 dias antes das eleições
e) 30 dias antes das eleições

Comentários
Para os membros das Mesas Receptoras, fiscais de partidos políticos e candidatos,
a proibição à prisão será dos 15 dias antes das eleições até 48 horas após o
pleito, com fundamento no art. 236 caput e §1º do CE. Vejamos o §1º:
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.

Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

Questão 16 – Inédita - 2015


Da denúncia por crime eleitoral deve, segundo o Código Eleitoral, contar uma
série de elementos, exceto:
a) qualificação do acusado
b) rol de testemunhas
c) classificação do crime

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d) quantum de pena e valor da multa pretendido


e) exposição do fato criminoso

Comentários
Questão tranquila que exige o conhecimento do art. 357, §2º, do CE:
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

DEVE CONSTAR DA DENÚNCIA


exposição do fato
criminoso

qualificação do acusado

classificação do crime

rol de testemunhas

Desse modo, não há qualquer menção ao quantum da pena e o valor da multa


pretendida, o que torna a alternativa D a exceção e o gabarito da questão.
Na sequência trazemos uma bateria de questões na modalidade de certa ou
errado para treinarmos ainda mais.

Questão 17 – Inédita – 2015


Julgue o item subsequente quanto às regras que regem o processo penal
eleitoral.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público eleitoral poderá ser rejeitada
quando o fato narrado evidentemente não constituir crime, quando já estiver
extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa, todavia, não poderá
ser rejeitada por ilegitimidade da parte, tendo em vista que se trata de vício
sanável.

Comentários
A assertiva está incorreta. Como podemos perceber da leitura do art. 358, a
ilegitimidade da parte é causa de rejeição da denúncia. Notem que embora a
previsão do parágrafo único diga que a ação penal não será obstada, haverá, ao
menos, a rejeição da denúncia.
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;

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II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;


III - fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei
para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denúncia não
obstará ao exercício da ação penal, desde que promovida por parte legítima
ou satisfeita a condição.

Questão 18 – Inédita – 2015


Julgue o item abaixo, com relação ao processo penal eleitoral.
No processo penal eleitoral e nos crimes comuns que lhes forem conexos,
será aplicado, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

Comentários
A assertiva está correta. O Código de Processo Penal é mencionado
expressamente no Código Eleitoral como fonte subsidiária para a condução do
processo eleitoral. Vejamos o art. 364, do CE.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

Questão 19 – Inédita – 2015


Julgue o item subsequente quanto às regras que regem o processo eleitoral
penal.
A lei penal concede legitimidade a todo cidadão que tiver conhecimento de
infração penal para comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se
verificou. Se a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-
la a termo, assinado pelo apresentante tão somente, e a remeterá ao órgão
do Ministério Público local.

Comentários
A assertiva está incorreta. A comunicação verbal feita pelo cidadão será reduzida
a termo e assinada pelo cidadão e mais duas testemunhas, conforme § 1º, do
art. 356.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Código deverá
comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a têrmo,
assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério
Público local, que procederá na forma dêste Código.

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4 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.

Processo Crime Eleitoral


 COMPETÊNCIA

FIXA-SE A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA


ELEITORAL EM RAZÃO DA MATÉRIA,
OU SEJA, QUANDO ENVOLVER CRIMES
ELEITORAIS E CONEXOS.

 AÇÃO PENAL

REGRA Ação Penal Pública

AÇÃO PENAL

SE NÃO INTENTADA NO Ação Penal Subsidiária


PRAZO LEGAL da Pública.

 é inadmissível a utilização da ação penal pública condicionada a


representação do ofendido.
 POLÍCIA JUDICIÁRIA
 o exercício das funções de polícia judiciária será realizado pela Polícia
Federal.
 INVESTIGAÇÃO
 se a autoridade policial tiver qualquer notícia de infração penal eleitoral, deverá
comunicar imediatamente o juiz eleitoral competente.
 não impede a adoção das medidas acautelatórias previstas no CPP, aplicáveis
subsidiariamente.

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 possibilidade de o membro do Ministério Público Eleitoral – titular da ação penal


– não intentar a ação por corrupção quando o eleitor pobre que recebe valores
para votar ou abster-se de votar.
 INQUÉRITO POLICIAL
 O inquérito policial poderá ser instaurado nos termos da Resolução TSE n°
23.363/2011 por requisição do Ministério Público ou da Justiça Eleitoral,
salvo quando houver prisão em flagrante. Nesse caso, o inquérito será
instaurado independentemente de requisição.

Requisição do Juiz
REGRA Eleitoral ou do MP
Eleitoral
INSTAURAÇÃO DO
INQUÉRITO PENAL
ELEITORAL
prisão em flagrante
INDEPENDE DE
(comunica o juiz em
REQUISIÇÃO
24 horas)

 prisão

ENTRE 5 DIAS ANTES DAS


ELEIÇÕES E 48 HORAS APÓS
NÃO É ADMITIDA A PRISÃO,
SALVO

Sentença criminal Desrespeito a


Flagrante delito
condenatória salvo-conduto

 veda-se a prisão de membros de mesas receptoras e fiscais, exceto em


caso de flagrante delito.
 em relação aos candidatos, a vedação estende-se pelo período que antecede
15 DIAS DAS ELEIÇÕES, a não ser na hipótese de flagrante delito.
 prazo para conclusão do inquérito:

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PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO

Preso Solto

10 dias 30 dias

 ARQUIVAMENTO

SE O ÓRGÃO DO MPE DECIDIR PELO ARQUIVAMENTO, O JUIZ PODERÁ


REMETER OS AUTOS AO PROCURADOR REGIONAL/GERAL QUE

•oferecerá a denúncia;
•designará outro promotor eleitoral para fazê-lo;
•insistirá no arquivamento ao qual o juiz resta vinculado.

 deve constar da denúncia.


DEVE CONSTAR DA DENÚNCIA

exposição do fato
criminoso

qualificação do acusado

classificação do crime

rol de testemunhas

 Caso não faça a denúncia no prazo estipulado é possível o ajuizamento


da ação penal privada subsidiária da pública com fundamento
constitucional.
 PROCEDIMENTO
 deverá verificar se não é hipótese de absolvição sumária.
 hipóteses:

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fato não constitui


crime

HIPÓTESES EM QUE
já estiver extinta a
A DENÚNCIA SERÁ
punibilidade
REJEITADA

manifesta
ilegitimidade da parte
ou faltar condição da
ação

 Caso não se encaixe numa das hipóteses o juiz mandará processar a denúncia
(decisão interlocutória)
 concede ao defensor do réu, prazo de 10 dias para oferecimento de alegações
escritas, bem como para arrolar testemunhas.

AO DEFENSOR

PRAZO DE 10 DIAS

oferecimento de razões
rol de testemunhas
escritas

 oitiva das testemunhas.


 Primeiro serão ouvidas as testemunhas da acusação e, posteriormente, as
testemunhas de defesa
 prazo de 5 dias para alegações finais.

TESTEMUNHAS TESTEMUNHAS ALEGAÇÕES


DILIGÊNCIAS
DE ACUSAÇÃO DE DEFESA FINAIS (5 dias)

 Após a apresentação das alegações finais, os autos do processo deverão ser


conclusos no prazo de 48 horas para que o juiz profira sentença em 10 dias.
 Da decisão do juiz caberá recurso para o TRE respectivo a ser interposto no
prazo de 10 dias. Em caso de sentença condenatória, os Autos baixarão à
instância inferior para execução da sentença no prazo de 5 dias.

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 competência do Juízo das Execuções Penais do Estado a execução de penas


impostas pela Justiça Eleitoral, quando os condenados estiverem recolhidos em
estabelecimentos penais estaduais.
 APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPP
 No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito,
aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.

5 - Considerações Finais
Chegamos ao final dessa aula. Foi um conteúdo curto e tranquilo que preparará
vocês para a próxima aula.
Na próxima aula estudaremos os Crimes Eleitorais.
Até lá!
Bons estudos!
Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

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