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AULA 15
PROCESSO-CRIME
ELEITORAL
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Processo-Crime Eleitoral ............................................................................................. 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 - Competência ....................................................................................................... 2
2.3 - Ação Penal .......................................................................................................... 3
2.4 - Polícia Judiciária ................................................................................................... 4
2.5 - Investigação ........................................................................................................ 4
2.6 - Inquérito Policial .................................................................................................. 5
2.7 - Arquivamento ...................................................................................................... 7
2.8 - Procedimento ...................................................................................................... 9
2.9 - Aplicação Subsidiária do CPP ............................................................................... 12
3 - Questões ................................................................................................................. 12
3.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 13
3.2 – Gabarito ........................................................................................................... 19
3.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 20
4 - Resumo da Aula ....................................................................................................... 37
5 - Considerações Finais ................................................................................................ 41
PROCESSO-CRIME ELEITORAL
1 - Considerações Iniciais
A aula será composta, basicamente, de um tema do Direito Eleitoral: processo
penal eleitoral.
Esse é um assunto que deve ser estudado em conjunto com a nossa próxima aula
sobre Crimes Eleitorais. Será uma aula curta, mas muito relevante.
Boa aula a todos!
2 - Processo-Crime Eleitoral
2.1 - Introdução
O processamento de crimes eleitorais segue o procedimento especial previsto no
Código Eleitoral, entre os arts. 355 e 364. Trata-se de um procedimento
específico, ao qual são aplicadas subsidiariamente as regras do Código Penal e
do Código de Processo Penal.
2.2 - Competência
A jurisdição penal retrata o poder de dirimir conflitos entre a pretensão punitiva
do Estado e a liberdade do indivíduo. Assim, é por intermédio da ação penal que
se provoca a jurisdição. Em razão disso, forma-se o processo com vistas à solução
do conflito.
Para a definição de qual órgão judicial será competente para o exercício daquela
parcela de jurisdição, é imperativo conhecer as regras de competência,
disciplinadas na Constituição e na legislação infraconstitucional como um todo.
Esses critérios são aferidos com a propositura da ação, quando o magistrado
aferirá in assertionis se é competente para julgar a demanda proposta.
No que diz respeito à matéria penal eleitoral, leciona Rodrigo Tenório1:
O critério para fixação da competência da Justiça Eleitoral é o material: serão da sua
competência os julgamentos dos crimes eleitorais e os crimes comuns que lhes forem
conexos (art. 364, CE). Aplicam-se ao direito eleitoral as regras que fixam a competência
no processo penal comum, inclusive as que estabelecem foro por prerrogativa de função.
1
TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, p. 396.
FIXA-SE A COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA ELEITORAL EM RAZÃO DA
MATÉRIA, OU SEJA, QUANDO
ENVOLVER CRIMES ELEITORAIS E
CONEXOS.
Já a CF prescreve que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; (...).
AÇÃO PENAL
2.5 - Investigação
Em relação à investigação propriamente dita, no processo penal eleitoral o
procedimento é diferente. Há uma carga inquisitorial maior. Desse modo, se
a autoridade policial tiver qualquer notícia de infração penal eleitoral, deverá
comunicar imediatamente o juiz eleitoral competente. Isso, todavia, não impede
a adoção das medidas acautelatórias previstas no CPP, aplicáveis
subsidiariamente.
Ainda quanto à investigação é importante conhecermos o art. 356, do CE, que
denota o poder inquisitorial do juiz do processo eleitoral:
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá
comunicá-la ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo,
assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério
Público local, que procederá na forma deste Código.
2
Embargos de Declaração em Agravo de Instrumento nº 181917, Acórdão de 24/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Tomo 89, Data 12/05/2011, Página 33
Desse modo, todo cidadão tem o dever de informar eventuais fatos que julgue
ilícitos penais. A informação será encaminhada ao juiz que analisará o fato e
encaminhará os autos ao Ministério Público Eleitoral, que poderá solicitar
informações complementares, a fim de formar convicção para ajuizamento da
ação penal, se for o caso.
Segundo Rodrigo Martiniano Ayres Lins3:
O ‘parquet’ poderá utilizar as provas colhidas em inquérito em outras que lhes forem
apresentadas (em ‘notitia criminis’) ou nas que ele mesmo tiver apurado. Dentro do seu
poder investigatório, poderá ainda, se julgar necessário maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou outros elementos de convicção, requisitá-los diretamente
de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los, sem necessidade de
ordem judicial.
3
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora Ferreira, 2014, p. 752.
4
HC nº 103379/2012.
5
Habeas Corpus nº 78048, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES
RIBEIRO DE OLIVEIRA, Relator(a) designado(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS
MELLO, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 187, Data 29/09/2011, Página 25.
6
TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, p. 398.
Requisição do Juiz
REGRA Eleitoral ou do MP
Eleitoral
INSTAURAÇÃO DO
INQUÉRITO PENAL
ELEITORAL
prisão em flagrante
INDEPENDE DE
(comunica o juiz em
REQUISIÇÃO
24 horas)
Desse modo:
Preso Solto
10 dias 30 dias
2.7 - Arquivamento
O arquivamento vem disciplinado no art. 357, §1º, do CE:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento da comunicação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá
a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender.
7
LINS, Rodrigo Martiniano Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 753.
•oferecerá a denúncia;
•designará outro promotor eleitoral para fazê-lo;
•insistirá no arquivamento ao qual o juiz resta vinculado.
exposição do fato
criminoso
qualificação do acusado
classificação do crime
rol de testemunhas
Vimos que o órgão do Ministério Público terá prazo para oferecer a denúncia.
Caso não o faça no prazo estipulado é possível o ajuizamento da ação
penal privada subsidiária da pública com fundamento constitucional. Em
tais situações o juiz eleitoral comunicará o fato ao órgão competente dentro do
Ministério Público para apurar a responsabilização do promotor, nos termos do
§3º. Neste caso, o juiz solicitará ao Procurador Regional para que indique outro
promotor, de modo que ele mesmo ajuíze a ação ou insista no arquivamento,
caso em que os Autos serão arquivados.
8
REspe nº 25.030/2007.
2.8 - Procedimento
Ofertada a denúncia, o juiz deverá verificar se não é hipótese de absolvição
sumária, nos termos do art. 358, do CE. O art. 358 traz as hipóteses em que a
renúncia será rejeitada. Vejamos:
Art. 358. A denúncia será rejeitada quando:
I – o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III – for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício
da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do nº III, a rejeição da denúncia não obstará ao exercício da
ação penal, desde que promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.
HIPÓTESES EM QUE A
já estiver extinta a
DENÚNCIA SERÁ
punibilidade
REJEITADA
manifesta ilegitimidade
da parte ou faltar
condição da ação
Caso não se encaixe numa das hipóteses abaixo o juiz mandará processar a
denúncia. Essa decisão, segundo orientação do TSE10, tem natureza de decisão
interlocutória e deverá ser motivada, com fundamento no art. 93, IX, da CF.
Para tanto deve-se observar as regras específicas do art. 359 quanto ao rito.
Segundo o referido dispositivo, o juiz designará pauta para depoimento pessoal
do acusado, citando-o e notificando o Ministério Público.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento
pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.
AO DEFENSOR
PRAZO DE 10
DIAS
oferecimento de rol de
razões escritas testemunhas
9
TENÓRIO, Rodrigo, Direito Eleitoral, p. 399.
10
HC nº 119009/2012.
11
RHC nº 66851/2012.
3 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:
12
TENÓRIO, Rodrigo, Direito Eleitoral, p. 400.
13
ARO nº 895/2006.
15
10
0
Aula 15
Processo-Crime Eleitoral
3.2 – Gabarito
Questão 01 – E Questão 02 – A
Questão 03 – D Questão 04 – B
Questão 05 – A Questão 06 – E
Questão 13 – C Questão 14 – B
Questão 15 – B Questão 16 – D
Questão 19 – INCORRETA
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No caso de Procurador
Regional insistir no pedido de arquivamento, ao juiz não é dada outra alternativa
senão atender ao pedido. Vejamos o art. 357, § 1º.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a
denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, em face do que disciplina
o art. 357 do CE:
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.
A alternativa D, por sua vez, peca ao determinar que o prazo para sentença é
de 15 dias. De acordo com o art. 361, do CE, esse prazo é de 10 dias.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e oito horas,
terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Comentários
Aqui temos uma questão que cobra tão somente prazos processuais. Vejamos
cada item.
O item I está correto em razão do que dispõe o art. 357, do CE:
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do
prazo de 10 (dez) dias.
O item II está correto em razão do que prevê o art. 359, parágrafo único do CE:
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Reza o parágrafo único do art. 359 que o réu em
processo penal eleitoral e seu defensor terão o prazo de 10 dias para apresentar
alegações e arrolar testemunhas.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.
Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. É mais uma questão
cobrando prazos. O art. 362, do CE, diz que o prazo nesse caso será de 10 dias.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
A alternativa B está correta. O código eleitoral prevê, no art. 355, que a ação
penal eleitoral será ação pública. Todavia, no art. 5º inciso LIX, da CF, diz que
será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal. Vejamos os dispositivos que respaldam a questão.
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
Comentários
A alternativa A está incorreta. Após a apresentação da denúncia pelo Ministério
Público o primeiro ato do juiz será a decisão se recebe ou rejeita a denúncia
apesentada. Somente após o recebimento da denúncia o juiz designará audiência
para ouvir o acusado. Vejamos o art. 359, do CE.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.
AÇÃO PENAL
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a pena deixará de ser aplicada, pois só se
aplica ao crime de injúria, e não ao de difamação. Vejamos o art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
A alternativa C está incorreta, uma vez que se trata de crime eleitoral e deve
ser julgado pela Justiça Eleitoral.
A alternativa D está incorreta, uma vez que a exceção da verdade atinge
somente a difamação, e não a injúria. Vejamos o art. 325.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Comentários
A assertiva está correta, pois o TSE entende ser cabível a Lei n.º 9.099/95.
Vejamos o julgado que corrobora esse entendimento:
PROCESSO PENAL ELEITORAL - LEIS n.º 9.099/95 e n.º 10.259/2001 - APLICABILIDADE.
As Leis nºs 9.099/95 e 10.259/2001, no que versam o processo relativo a infrações penais
de menor potencial ofensivo, são, de início, aplicáveis ao processo penal eleitoral. A exceção
corre à conta de tipos penais que extravasem, sob o ângulo da apenação, a perda da
liberdade e a imposição de multa para alcançarem, relativamente a candidatos, a cassação
do registro, conforme é exemplo o crime do artigo 334 do Código Eleitoral.
(RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 25137, Acórdão nº 25137 de 07/06/2005, Relator(a)
Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJ - Diário de Justiça,
Volume I, Data 16/09/2005).
Comentários
A alternativa A está incorreta. O crime de desobediência em matéria eleitoral
está previsto no art. 347, do CE, vejamos:
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções
da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.
A alternativa D está incorreta, pois tal tipo está previsto no art. 290, do Código
Eleitoral.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste
Código:
Pena – reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Aqui temos que mencionar o acórdão do que TSE n° 68/2005 que nos trouxe o
seguinte entendimento:
induzir alguém abrange as condutas de instigar, incitar ou auxiliar terceiro a alistar-se
fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua ignorância.
A alternativa E está incorreta, pelo que prescreve o art. 323, do Código Eleitoral.
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Comentários
A assertiva está incorreta. A fim de compatibilizar o dispositivo do CE com o CF,
deve-se concluir que a regra é a adoção da ação penal pública, contudo,
nada impede o ajuizamento de ação penal privada, caso a pública não
seja intentada no prazo legal.
Ademais, argumenta-se que em razão da aplicação subsidiária do CPP, conforme
dispõe o art. 364 do CE, deve-se aplicar o regramento da ação penal subsidiária
da pública prevista no art. 29 do CPP, para suprir a lacuna na lei penal eleitoral.
AÇÃO PENAL
Comentários
A assertiva encontra-se incorreta. De acordo com o art. 236, do CE, as
autoridades não podem efetuar, desde 5 dias antes até 48 horas após as eleições,
a prisão ou detenção de eleitor. Até aí está correta a assertiva.
Contudo, são três exceções à regra acima:
Flagrante delito;
Em razão de sentença criminal condenatória de crime inafiançável; e
Desrespeito a salvo-conduto (habeas corpus preventivo).
14
Embargos de Declaração em Agravo de Instrumento nº 181917, Acórdão de 24/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Tomo 89, Data 12/05/2011, Página 33
d) 30 (trinta) dias.
Comentários
Questão fácil! Para respondê-la você deve lembrar do art. 357, do CE, que prevê
que uma vez verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
no prazo de 10 dias.
Portanto, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto. Como sabemos a Justiça Eleitoral é competente para julgar
os crimes cometidos na seara eleitoral.
O item II está incorreto. O julgamento do menor infrator, independentemente
da natureza do crime, é da competência da Justiça Estadual.
O item III está correto. Trata-se de competência efetiva do TRE.
O item IV está correto. Como bem sabemos, a ação penal no processo eleitoral
é a ação penal pública e em caso de rejeição da denúncia, cabe recurso no prazo
de cinco dias.
O item V está incorreto, pois em caso de condenação ou absolvição em processo
penal eleitoral, a parte sucumbente ou, ainda, o Ministério Público tem a
possibilidade de apresentar recurso para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo
de 10 dias, de acordo com o artigo 362 do Código Eleitoral.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
Comentários
Para responder à questão devemos conhecer o art. 236, caput, do CE, que assim
dispõe:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, DESDE 5 (CINCO) DIAS ANTES E ATÉ 48
(QUARENTA E OITO) HORAS DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO, prender ou deter
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal
condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
Desse modo:
Comentários
Para os membros das Mesas Receptoras, fiscais de partidos políticos e candidatos,
a proibição à prisão será dos 15 dias antes das eleições até 48 horas após o
pleito, com fundamento no art. 236 caput e §1º do CE. Vejamos o §1º:
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
Comentários
Questão tranquila que exige o conhecimento do art. 357, §2º, do CE:
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
qualificação do acusado
classificação do crime
rol de testemunhas
Comentários
A assertiva está incorreta. Como podemos perceber da leitura do art. 358, a
ilegitimidade da parte é causa de rejeição da denúncia. Notem que embora a
previsão do parágrafo único diga que a ação penal não será obstada, haverá, ao
menos, a rejeição da denúncia.
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;
Comentários
A assertiva está correta. O Código de Processo Penal é mencionado
expressamente no Código Eleitoral como fonte subsidiária para a condução do
processo eleitoral. Vejamos o art. 364, do CE.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.
Comentários
A assertiva está incorreta. A comunicação verbal feita pelo cidadão será reduzida
a termo e assinada pelo cidadão e mais duas testemunhas, conforme § 1º, do
art. 356.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Código deverá
comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a têrmo,
assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério
Público local, que procederá na forma dêste Código.
4 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL
Requisição do Juiz
REGRA Eleitoral ou do MP
Eleitoral
INSTAURAÇÃO DO
INQUÉRITO PENAL
ELEITORAL
prisão em flagrante
INDEPENDE DE
(comunica o juiz em
REQUISIÇÃO
24 horas)
prisão
Preso Solto
10 dias 30 dias
ARQUIVAMENTO
•oferecerá a denúncia;
•designará outro promotor eleitoral para fazê-lo;
•insistirá no arquivamento ao qual o juiz resta vinculado.
exposição do fato
criminoso
qualificação do acusado
classificação do crime
rol de testemunhas
HIPÓTESES EM QUE
já estiver extinta a
A DENÚNCIA SERÁ
punibilidade
REJEITADA
manifesta
ilegitimidade da parte
ou faltar condição da
ação
Caso não se encaixe numa das hipóteses o juiz mandará processar a denúncia
(decisão interlocutória)
concede ao defensor do réu, prazo de 10 dias para oferecimento de alegações
escritas, bem como para arrolar testemunhas.
AO DEFENSOR
PRAZO DE 10 DIAS
oferecimento de razões
rol de testemunhas
escritas
5 - Considerações Finais
Chegamos ao final dessa aula. Foi um conteúdo curto e tranquilo que preparará
vocês para a próxima aula.
Na próxima aula estudaremos os Crimes Eleitorais.
Até lá!
Bons estudos!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
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