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Tribunal de Justiça de Pernambuco

PJe - Processo Judicial Eletrônico

18/05/2020

Número: 0021639-42.2020.8.17.2001
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital
Última distribuição : 06/05/2020
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM
ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR
(AUTOR)
ESTADO DE PERNAMBUCO (RÉU)
MUNICIPIO DO RECIFE (RÉU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
61515 06/05/2020 16:17 Petição Inicial Petição Inicial
521
61520 06/05/2020 16:17 ACP - petiçâo inicial Petição em PDF
972
61520 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 1 Outros (Documento)
976
61520 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 2 Outros (Documento)
979
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 3 Outros (Documento)
433
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 4 Outros (Documento)
434
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 5 Outros (Documento)
435
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 6 Outros (Documento)
437
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 7 Outros (Documento)
438
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 8 Outros (Documento)
443
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 9 Outros (Documento)
446
61522 06/05/2020 16:17 IC 02052.000.018-2020 - Parte 10 Outros (Documento)
448
61527 06/05/2020 17:40 Decisão Decisão
699
61540 06/05/2020 22:59 Petição informa prevenção Petição
782
61540 06/05/2020 22:59 seepe informa prevenção Petição em PDF
783
61540 06/05/2020 22:59 tela distribuição processual preventa Documento de Comprovação
784
61540 06/05/2020 22:59 AÇÃO CIVIL PÚBLICA isolamento social Documento de Comprovação
785
61540 07/05/2020 01:10 Decisão Decisão
724
61545 07/05/2020 08:21 Mandado Mandado
992
61546 07/05/2020 08:31 Mandado Mandado
003
61713 11/05/2020 15:05 Diligência Diligência
166
61713 11/05/2020 15:05 Aviso REc PGE proc 21639-42.2020 Autor 19ª Documento de Comprovação
174 Promot MPPE
61780 12/05/2020 15:15 Diligência Diligência
490
61781 12/05/2020 15:15 Recbto MP Diligência
144
61799 12/05/2020 18:41 Petição em PDF Petição em PDF
606
61799 12/05/2020 18:41 petição - informação sobre o agravo ao juizo a quo Petição em PDF
720
61799 12/05/2020 18:41 agravo Outros (Documento)
723
61799 12/05/2020 18:41 comprovante de interposição do agravo de Outros (Documento)
726 instrumento
Segue petição inicial e autos do inquérito civil nº IC 02052.000.018-2020 em anexo.

Assinado eletronicamente por: SOLON IVO DA SILVA FILHO - 06/05/2020 16:15:46 Num. 61515521 - Pág. 1
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Número do documento: 20050616154657100000060427583
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA _____ VARA


DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, através do


Promotor de Justiça abaixo subscrito, com fundamento nos artigos 127 e 129 da
Constituição Federal, na Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e na Lei nº 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor), com endereço na Avenida Visconde Suassuna,
número 99, 1º andar – Santo Amaro, CEP.: 50050-540, fones: (81) 3182-7409 e (81)
3182-7427, vem propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA, em face de:

ESTADO DE PERNAMBUCO, pessoa jurídica de direito público da administração direta,


CNPJ nº 10.571.982/0001-25, com sede na Praça da República, S/N - Santo Antônio,
Recife – PE, CEP nº 50010-928, e-mail: gabinete@pge.pe.gov.br;

MUNICÍPIO DE RECIFE, pessoa jurídica de direito público da administração direta, CNPJ


nº 10.565.000/0001-92, com sede na Avenida Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife,
Recife/PE, CEP nº 50030-230, e-mail: cgm.gab@recife.pe.gov.br;

pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:

Av. Visconde de Suassuna, 99 – 1º andar – Santo Amaro – Recife/PE – CEP 50050-540 Fone: (81) 3182-7427 /
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19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

1. DOS FATOS

1.1. Da Necessidade de Isolamento/Distanciamento Social

A presente ação civil pública decorre do Inquérito Civil nº


02052.000.018/2020, instaurado de ofício no âmbito da 19ª Promotoria de Justiça de
Defesa da Cidadania da Capital, em 03 de abril de 2020, com atuação na Proteção e
Defesa dos Direitos do Consumidor, com a finalidade de promover a ampliação do prazo
de fechamento de parques e praias, com inclusão das praças, todos da Cidade de Recife,
determinado para conter a rápida proliferação do Covid-19.

O elemento propulsionador desta investigação levada a efeito pelo Ministério


Público do Estado de Pernambuco é a pandemia pelo Covid-19 (novo coronavírus), e tem
como foco principal assegurar o isolamento/distanciamento social, até aqui indicada
pelas autoridades de saúde e sanitárias de todo o mundo como principal medida para
conter a rápida propagação desta enfermidade.

Registra-se que o primeiro caso de contaminação no Brasil foi identificado


no dia 26 de fevereiro de 2020, tendo o enfermo, homem de 61 (sessenta e um) anos de
idade, viajado para a Itália, entre os dias 09 e 21, deste mesmo mês. Em Pernambuco, os
dois primeiros casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus foram
identificados no dia 12 de março de 2020.

Mesmo em momentos antecedentes à identificação de pessoas


contaminadas no Brasil e em Pernambuco, já era apontado o isolamento/distanciamento
social como a principal medida para fins de conter a rápida proliferação do novo
coronavírus.

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A própria legislação federal – que “ Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de

2019” – Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, de antemão, já estabelecia a


possibilidade de adoção de certas medidas, tais quais o isolamento e a quarentena, para
o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Eis a inteligência do art. 3º desta
Diploma Legal:

“Art. 3º. Para enfrentamento da emergência de saúde pública de


importância internacional decorrente do coronavírus, as
autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências,
dentre outras, as seguintes medidas:(Redação dada
pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

I - isolamento;

II - quarentena;”

Esta mesma regra jurídica apresenta os conceitos de isolamento e de


quarentena, especificando-os no seu art. 2º, in verbis

“Art. 2º. Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - isolamento: separação de pessoas doentes ou contaminadas, ou de


bagagens, meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais
afetadas, de outros, de maneira a evitar a contaminação ou a propagação do
coronavírus; e

II - quarentena: restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas


de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens,
contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de
contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação
do coronavírus.”

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A OMS – Organização Mundial de Saúde já vinha se manifestando neste


sentido, tendo o seu Diretor de Emergências, Michael Ryan (reafirmando posicionamento
originário desta organização) declarado que o isolamento social era a única forma para
conter a disseminação do vírus. Foi o que se verificou em reportagem publicada pelo G1
Globo em 30/03/2020, sob o título “OMS reforça que medidas de isolamento social são
a melhor alternativa contra o coronavírus.”.
(https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/03/30/oms-reforca-que-medidas-de-isolamento-
social-sao-a-melhor-alternativa-contra-o-coronavirus.ghtml)

A necessidade de isolamento/distanciamento social não foi manifestação


singular da OMS – Organização Mundial de Saúde. Diversas autoridades de saúde e
sanitárias do mundo vêm se pronunciando sobre a imprescindibilidade do
isolamento/distanciamento social.

O presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade


Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi, em entrevista ao Jornal Hoje, da TV
Globo, veiculado no dia 25 de março de 2020, assim explanou:

“NESSE MOMENTO, AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS


CLARAMENTE NOS APONTAM QUE É IMPORTANTE A
MANUTENÇÃO DAS MEDIDAS RESTRITIVAS PARA
CONTINGENCIAR O NÚMERO DE CASOS DE COVID-
19 E NÃO EXPOR A POPULAÇÃO A UM COLAPSO DO
SISTEMA DE SAÚDE”.
(https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/autoridades-de-
saude-reforcam-anecessidade-de-isolamento-social-durante-a-
pandemia/)

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Em 06 de abril de 2020, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe


reforçou a necessidade do isolamento social durante a pandemia do covid-19,
expressando:

“O ISOLAMENTO DE PESSOAS DOENTES PELO


COVID-19 É ESSENCIAL POR ESTAS
REPRESENTAREM RISCO DE CONTÁGIO A
OUTRAS PESSOAS, SENDO NECESSÁRIO AFASTÁ-
LAS DO CONVÍVIO SOCIAL. ATUALMENTE, O
TERMO ISOLAMENTO TAMBÉM ENVOLVE AS
MEDIDAS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL, EM QUE
AS PESSOAS BUSCAM EVITAR O CONTATO ENTRE
SI A FIM DE GARANTIR A SAÚDE DA POPULAÇÃO
E TAMBÉM IMPEDIR UM COLAPSO DO SISTEMA DE
SAÚDE. (grifo Ministerial)
(http://crfse.org.br/noticia/1090/crf-se-reforca-a-necessidade-do-
isolamento-social-durante-a-pandemia-do-covid-19)

O médico e coordenador do Centro de Contingência da COVID-19 em São


Paulo, Dr. David Uip, reforçou, em entrevista à CNN no dia 28 de abril de 2020, a
necessidade da manutenção do isolamento social como forma de prevenir o contágio pelo
novo coronavírus:

"Não há plano B. Não temos, nem teremos


pelos próximos meses uma vacina. Torcemos
para que se descubra um remédio efetivo, mas

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no momento, [o isolamento] é o que temos",
(cnnbrasil.com.br/saude/2020/04/28/nao-ha-plano-b-diz-
david-uip-sobre-necessidade-de-isolamento-social)

O Dr. Luiz Henrique Mandetta, quando ainda exercia o cargo de Ministro da


Saúde, em entrevista ao Valor Econômico no dia 01 de abril de 2020, reforçou a
necessidade de isolamento/distanciamento social contra o coronavírus:

“se a gente ficar em casa vai diminuir o


número de infectados”.
(https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/04/01/mandetta-
reforca-necessidade-de-isolamento-social-contra-

coronavirus.ghtml)

Também o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS


nº 188/2020, nos termos do Decreto 7.616/2011 , declarou “emergência em saúde pública
de importância nacional”, em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus,
explicitando nesta Portaria:

“a situação demanda o emprego urgente de


medidas de prevenção, controle e contenção de
riscos, danos e agravos à saúde pública.”

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“Ad argumentandum tantum”, é importante trazer à colação que, em países


nos quais houve a instituição de medidas de isolamento/distanciamento social, observou-
se um maior controle da propagação do novo coronavírus:

“Após isolamento, número


de novas infecções cai em
Itália, Espanha e Alemanha
Quarentenas dão resultado em países mais afetados da
Europa, mas ainda é cedo para suspender medidas e
abrir comércio, dizem autoridades e pesquisadores

O número de novas infecções por coronavírus


estabilizou-se e começou a cair em Espanha e
Itália, os países europeus mais atingidos pela
pandemia de Covid-19, assim como na
Alemanha, afirmaram autoridades dos três países
nesta sexta-feira. A tendência de queda nos
números está diretamente ligada à adoção de
medidas rígidas de isolamento impostas em
março.”

(https://oglobo.globo.com/mundo/apos-isolamento-
numero-de-novas-infeccoes-cai-em-italia-espanha-
alemanha-24349743)

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Resta clarividente, pois a necessidade imediata de


isolamento/distanciamento social como medida para conter a rápida proliferação do novo
coronavírus no Estado de Pernambuco.

1.2. Da Necessidade de Não Funcionamento de Atividades e Serviços Não


Essenciais

Da leitura das diversas normas editadas pelos Réus, observa-se que não
houve qualquer proibição de funcionamento de atividades não essenciais de forma geral.
Apenas certas atividades não essenciais foram proibidas de funcionamento.

Esta situação pode ser aquilatada pela observação dos Decretos expedidos
pelos Réus. E aí se verifica o seguinte: quando havia intenção de proibir certas atividades,
o poder público o fez de forma expressa, referindo-se especificamente. Foi assim em
relação às:
a) atividades dos centros de artesanato, museus e demais equipamentos culturais geridos
pelo Governo do Estado de Pernambuco (Decreto Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-A)
b) às academias de ginástica e similares bem como cinemas (Decreto Estadual nº
48.809/2020, art. 3º-B);
c) Feiras de Negócios da Confecção, nos estabelecimentos de natureza pública ou
privada, localizados nos Municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama
(Decreto Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-C).

E foi assim na edição dos demais Decretos Estaduais. A proibição das


atividades e serviços não essenciais foi estabelecida de forma pontual, específica e
expressa, sem atingir a generalidade destas atividades não essenciais. Foi assim
também, como exemplo, em relação à proibição de funcionamento das entidades de
ensino - funcionamento das escolas, universidades e demais estabelecimentos de ensino,

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor
público ou privados (Decreto Estadual nº 48.810/2020, art. 6º-A).

Toda esta formatação normativa indicou, pois, a permissão de funcionamento das


atividades e serviços (ainda que não essenciais), que não tiveram o seu funcionamento
expressamente proibido por lei lato sensu.

Nesta linha de raciocínio, são inúmeras as atividades e serviços não essenciais que se
encontram em funcionamento. E para tal, necessária a presença de todos os colaboradores de cada
uma destas atividades, para que elas continuem a funcionar, por óbvio.

A manutenção de funcionamento de atividades e serviços não essenciais (ainda que


não haja atendimento presencial ao público) é um incentivo ao não cumprimento
isolamento/distanciamento social tão necessário no momento atual da vida de todas as pessoas, pois
todos os colaboradores de todas estas atividades e serviços não essenciais estarão a se deslocar e a
transitar por todo o Estado de Pernambuco, em todas as cidades, nos trajetos residência – trabalho e
trabalho – residência.

É nessa toada que todas as atividades e os serviços não essenciais, para além de não
estarem abertos ao público, devem ser proibidos de funcionamento, evitando e excluindo a
possibilidade do deslocamento dos trabalhadores e dos colaboradores de tais atividades até aos
respectivos estabelecimentos.

Isto tudo porque o momento exige o que de há muito está a se dizer e a propagar -
fiquem em casa.

E para tal, é necessário o estabelecimento de medidas rígidas de restrição ao


deslocamento e trânsito de pessoas em geral.

É necessário o LOCKDOWN !!!!

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1.3. Da Necessidade de Funcionamento de Atividades Essenciais via Delivery

Todas as pessoas possuem necessidades, dentre as quais aquelas ditas


inarredáveis e intransponíveis. Precisam, pois, serem supridas, já que sem elas, as
pessoas poderão estar fadadas a sucumbir.

É o caso, por exemplo, da necessidade de alimentos, da necessidade de


remédios e fármacos em geral, necessidade de atendimento à saúde.

Todos estes exemplos se apresentam por uma característica em comum –


todas estas necessidades não podem esperar; precisam ser atendidas de imediato, sob
pena de trazer danos à integridade física das pessoas.

E desta forma, tais atividades e serviços, ditas essenciais, devem


permanecer em funcionamento, a fim de salvaguardar o suprimento das pessoas, a
saúde, enfim a integridade física e a vida de todos indistintamente.

É importante, entretanto, mencionar, que nem mesmo todas estas atividades


podem manter-se em funcionamento para atendimento presencial ao público na atual
conjuntura de aumento exacerbado e descontrolado do número de pessoas infectadas e
mortas a cada dia.

Isto porque este atendimento presencial direcionará as pessoas ao


comparecimento a todos os estabelecimentos prestadores de tais atividades e serviços
essenciais, tudo a gerar uma afronta e um descumprimento do necessário
isolamento/distanciamento social que se pretende no momento atual de grande escalada
de contaminação pelo novo coronavírus.

Por este prisma é que se apresenta, desta forma, a necessidade também de


funcionamento das atividades essenciais apenas através de delivery (entrega em

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor
domicílio), com a finalidade de promover, cada vez mais, o isolamento/distanciamento
social.

É de bom alvitre, entretanto, que apenas excepcionais atividades essenciais


estejam abertas ao público, para fins de atendimento presencial, pois é plausivel que,
apesar da necessidade primeira das pessoas em relação aos alimentos e aos fármacos,
não haja tempo mínimo necessário para formatar o funcionamento de tais atividades e
serviços via delivery.

Estas atividades são as desenvolvidas em supermercados, mercados e


farmácias, as quais poderão, em caráter de exceção permanecerem abertas ao público,
contudo com a obrigatoriedade de instituir também o atendimento através de delivery,
desde que estabeleçam as seguintes regras de permanência de pessoas em seus
estabelecimentos:

- 01 pessoa por cada 10 metros quadrados de área do estabelecimento;


- 01 pessoa por carro no acesso aos estacionamento;
- 01 pessoa de cada família, por vez;
- marcação de localização nas filas, para fins de distanciamento entre as pessoas;
- disponibilização de álcool em gel na entrada do estabelecimento;
- o acesso somente permitido por pessoas usando máscara.

E assim, cumprir-se-á a máxima que se tem ouvido exaustivamente nos


últimos tempos – fiquem em casa.

Necessário aqui também a aplicação do LOCKDOWN !!!!

1.4. Da Atuação Estatal Meramente Sugestiva

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A partir da identificação de pessoas contaminadas no Estado de
Pernambuco, e também no Município de Recife, as citadas pessoas jurídicas de direito
público, ora Réus, passaram a adotar medidas no sentido de sugerir / recomendar o
direcionamento das pessoas ao isolamento/distanciamento social.

A intenção dos Réus foi de orientar as pessoas em geral, sempre a


demonstrar a importância do isolamento/distanciamento social.

Nessa linha, em 14 de março de 2020, o Decreto Estadual nº 48.809 (que


regulamenta, no Estado de Pernambuco, medidas temporárias para enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus,
conforme previsto na Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020), estabeleceu
normas suspendendo diversas atividades, dentre as quais sejam: a) realização de
cirurgias eletivas na rede hospitalar pública e privada; b)  eventos de qualquer natureza
com público; c) atividades dos centros de artesanato, museus e demais equipamentos
culturais geridos pelo Governo do Estado de Pernambuco; d) atividades de todas as
academias de ginástica e similares bem como cinemas; e) atividades das Feiras de
Negócios da Confecção, nos estabelecimentos de natureza pública ou privada,
localizados nos Municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama; f) a
concentração de pessoas em número superior a 10 (dez), salvo nos casos das atividades
essenciais referidas no §2º, ou daquelas expressamente excepcionadas nos decretos
estaduais que tratam da emergência em saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus; g) a suspensão do funcionamento das escolas, universidades
e demais estabelecimentos de ensino, público ou privados .

Em decorrência desta norma jurídica editada pelo Estado de Pernambuco,


outras diversas foram emitidas, na seguinte cronologia, todas elas ditas direcionadas a
enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus, contudo todas elas tendo apenas
caráter de recomendação/sugestão e também voltadas para orientar a população no
sentido de manterem-se em seus lares, em isolamento/distanciamento social:

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a) Decreto Estadual nº 48.810, de 16 de março de 2020;
b) Decreto Estadual nº 48.822, de 17 de março de 2020;
c) Decreto Estadual nº 48.830, de 18 de março de 2020;
d) Decreto Estadual nº 48.832, de 20 de março de 2020;
e) Decreto Estadual nº 48.833, de 21 de março de 2020;
f) Decreto Estadual nº 48.834, de 21 de março de 2020;
g) Decreto Estadual nº 48.835, de 23 de março de 2020;
h) Decreto Estadual nº 48.836, de 23 de março de 2020;
i) Decreto Estadual nº 48.837, de 24 de março de 2020;
j) Decreto Estadual nº 48.857, de 26 de março de 2020;
l) Decreto Estadual nº 48.866, de 28 de março de 2020;
m) Decreto Estadual nº 48.878, de 04 de abril de 2020;
n) Decreto Estadual nº 48.881, de 04 de abril de 2020;
o) Decreto Estadual nº 48.882, de 04 de abril de 2020;
p) Decreto Estadual nº 48.903, de 07 de abril de 2020;
q) Decreto Estadual nº 48.929, de 09 de abril de 2020;
r) Decreto Estadual nº 48.942, de 14 de abril de 2020;
s) Decreto Estadual nº 48.943, de 15 de abril de 2020;
t) Decreto Estadual nº 48.955, de 17 de abril de 2020;
u) Decreto Estadual nº 48.958, de 18 de abril de 2020;
v) Decreto Estadual nº 48.963, de 21 de abril de 2020;
x) Decreto Estadual nº 48.969, de 24 de abril de 2020;
z) Decreto Estadual nº 48.970, de 24 de abril de 2020.

Dentre estas tantas legislações expedidas pelo Estado de Pernambuco, a


única a apresentar certa imperatividade às pessoas em geral, foi a que determinou o
fechamento dos parques e praias do Estado de Pernambuco – Decreto Estadual nº
48.832, de 19 de março de 2020 (com alteração introduzida pelo Decreto Estadual nº
48.881, de 03 de abril de 2020).

Frisa-se que, inicialmente, os parques e praias da Cidade de Recife foram

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fechadas por apenas três dias: 04, 05 e 06 de abril de 2020.

Ocorre que, percebendo que esta restrição aos parques e praias não era
suficiente para direcionar as pessoas ao isolamento/distanciamento social pretendido,
esta Promotoria de Justiça expediu Recomendação aos Réus no dia 05 de abril de 2020,
para fins de fechamento não só de praias e parques, mas também de todas as praças da
Cidade de Recife, pelo prazo de 30 (trinta) dias.

Saliente-se que, apesar da Recomendação, o Estado de Pernambuco,


através das indicadas normas, foi ampliando o prazo de fechamento das praias e dos
parques, pelo prazo de uma semana a cada Decreto emitido. Foi assim que em 06 de
abril de 2020, o Estado de Pernambuco emitiu o Decreto Estadual nº 48.903, ampliando a
restrição de acesso aos parques e praias até o dia 13 de abril de 2020.

Mais uma vez, no dia 13 de abril de 2020, em ritmo de “conta gota”, o


Estado de Pernambuco, através do Decreto Estadual nº 48.942, amplia em mais uma
semana a restrição de acesso das pessoas às praias e aos parques, com validade até o
dia 20 de abril de 2020.

Em 20 de abril de 2020, mais um Decreto Estadual – nº 48.963,


determinando o fechamento dos parques e da praias até o dia 30 de abril de 2020.

Visualiza-se na verdade uma atuação estatal de orientação à pessoas,


porque através da construção de normas de sugestão, de recomendação aos seus
destinatários, deixando ao alvedrio de cada pessoa física a decisão para se manter ou
não em isolamento/distanciamento social.

Oportuno mencionar que até aqui não foi determinado pelos Réus em
nenhum momento o fechamento das praças da Cidade de Recife (cerca de 660 praças),
ambientes que passaram a ser utilizados por parcela razoável da população após o
fechamento dos parques e das praias, comprometendo o isolamento/distanciamento

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social necessário e pretendido, favorecendo o incremento acelerado de pessoas
contaminadas e mortas no Estado de Pernambuco em virtude do novo coronavírus.

Encontra-se até aqui mantida a permissão da livre circulação das pessoas


em geral, desta forma,

Em relação ao funcionamento das atividades e serviços, verifica-se que, em


todas as normas expedidas pelo Estado de Pernambuco, apesar de conter regras de
fechamento de atividades não essenciais, não se visualiza em tais normas de conduta
qualquer limitação ao funcionamento de tais atividades não essenciais (salvo exceções
acima especificadas), o que permitiu o desenvolvimento de atividades, e assim, o transitar
das pessoas trabalhadores, tudo a direcionar também para o não
isolamento/distanciamento social.

Por este prisma, o que se observa no Estado de Pernambuco são as


seguintes ocorrências:

a) permanência de funcionamento da enorme maioria de


serviços não essenciais;

b) serviços essenciais em geral abertos ao público;

c) deslocamento e trânsito de pessoas em busca de tais


serviços essenciais na forma presencial;

d) pessoas em deslocamento e em trânsito livres, sem


qualquer restrição ou controle;

e) pessoas em busca de satisfação de suas necessidades,


frequentando serviços essenciais diversos;

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f) pessoas frequentando ambientes públicos de uso comum,
salvo os parques e praias;

g) pessoas desenvolvendo atividades físicas pelas diversas


ruas das cidades;

h) pessoas desenvolvendo atividades físicas e demais ações


nos ambientes das praças;

i) deslocamento e trânsito de colaboradores e trabalhadores


nos trajetos residência-trabalho e trabalho-residência, para o
exercício do labor nos ambientes de trabalho caracterizados
como não essenciais, pois estes, na sua grande maioria, não
foram proibidos de funcionar.

Para agravar ainda mais a situação, o Estado de Pernambuco expediu o


Decreto Estadual nº 48.969, de 23 de abril de 2020, recomendando o uso de máscaras,
mesmo que artesanal, pela população em geral, em todo o território do Estado de
Pernambuco.

Ora Excelência. Acaso estivessem os Réus proibida a circulação,


deslocamento e trânsito das pessoas em geral, a fim de efetivar o
isolamento/distanciamento social, não haveria a necessidade de recomendação de uso de
máscara para a população em geral.

Isto porque, estando em seus lares, as pessoas não precisariam fazer uso
de máscara.

Precisar-se-iam usar máscara apenas aquelas pessoas que haveriam de se


deslocar para manter em funcionamento os serviços essenciais, via presencial ou através

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de delivery.

Tal recomendação de uso de máscara, desta forma, traduz-se na permissão


para o deslocamento e transitar das pessoas sem qualquer restrição, descumprindo-se o
estado da arte consagrado por diversas autoridades médicas e sanitárias do mundo em
relação à medida única para conter a rápida proliferação do coronavírus – o
isolamento/distanciamento social.

Por este prisma, tem-se que os Réus apenas orientaram e estão a orientar
as pessoas sobre esta necessidade de permanência em suas residências, em caráter de
recomendação, sem que qualquer medida legal contundente, imperativa fosse adotada
no sentido de efetivar de forma absoluta o isolamento/distanciamento social.

Necessário, pois, Nobre Julgador, a expedição de mandamento jurisdiconal,


no sentido de efetivação do isolamento/distanciamento social.

1.5. Do Colapso do Sistema Público de Saúde em Pernambuco

A ação sugestiva e de caráter de recomendação adotada pelos Réus gerou


o alastramento do novo coronavírus por todo o Estado de Pernambuco, proporcionando
colapso do sistema público de saúde, pois razoável parcela da população não tem
seguido a orientações do poder público no sentido de permanência em seus lares.

É verdade que certas restrições foram adotadas pelos Réus, através de


fechamento de alguns serviços (não essenciais: comércio em geral, academias, escolas,
etc) e de certos bens públicos (parques e praias). Tais medidas, entretanto, não foram
suficientes para promover e realizar o isolamento/distanciamento social e assim, conter a
rápida disseminação do novo coronavírus, posto que, repita-se, é notório que grande

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parcela das pessoas residentes no Estado de Pernambuco continuam a deixar as suas
residências, contrariando as orientações do poder público.

Para se ter uma ideia da rápida proliferação do novo coronavírus no Estado


de Pernambuco, imperioso fazer uma análise da evolução do número de casos de
contaminação no tempo. No dia 01 de abril de 2020, o Estado de Pernambuco tinha 95
(noventa e cinco) casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, Após um mês,
precisamente no dia 30 de abril de 2020, o Estado de Pernambuco conta com 6.876
casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, registrando 565 mortes.

Houve, portanto, a rápida disseminação do novo coronavírus no Estado de


Pernambuco, estando o sistema público de saúde em colapso. Isto porque, apesar de
investimentos realizados tanto pelo Estado de Pernambuco como pelo Município de
Recife, tais incrementos não estão sendo suficientes para garantir o atendimento de
saúde às pessoas em geral, as quais têm sido acometidas pelo novo coronavírus
concomitantemente.

Conforme se observa, não foram suficientes as medidas de recomendação


adotadas pelos Réus, infelizmente. As orientações advindas do poder público ao
isolamento/distanciamento social não têm sido atendidas por considerável parcela da
população.

Para acrescentar, o não fechamento das praças e demais bens públicos de


uso comum (apesar da Recomendação do Ministério Público do Estado de Pernambuco),
favoreceu o deslocamento e o trânsito das pessoas, e assim afastando a efetivação do
isolamento/distanciamento social, medida esta tida como imprescindível para promover a
proteção das pessoas, salvaguardando as suas vidas.

O isolamento/distanciamento social pretendido era no sentido de evitar a


enfermidade de diversas pessoas ao mesmo tempo, evitando assim um colapso do
sistema de saúde, haja vista a sua incapacidade para atender diversas pessoas

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acometidas concomitantemente pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

No entanto, isto não se verificou a concretização do


isolamento/distanciamento social, apesar das orientações nesse sentido pelo poder
público.

E não havendo proibição de deslocamento e trânsito de pessoas, além da


permissão de funcionamento de serviços não essenciais, tudo isto colaborou para a
ausência de isolamento/distanciamento social

Não se verifica pois, na espécie, a ocorrência de isolamento/distanciamento


social no Estado de Pernambuco, e por isso gerando colapso do seu sistema de saúde.

E este colapso do sistema de saúde foi evidenciado pelo Sr. Secretário de


Estado de Saúde, Dr. André Longo, em entrevista concedida ao Jornal NE TV (noite) no
dia 30 de abril de 2020, quando assim afirmou:

“existem 100 (cem) pessoas na


fila para serem internadas em
UTI”.

Sobre o colapso do sistema público de saúde do Estado de Pernambuco e


do Município de Recife, apresenta-se aqui a reportagem seguinte:

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“Fila por leito de UTI em


Pernambuco chega a ter mais
de 100 pessoas
Aumento de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave
aumentou mais de 300% nas últimas semanas

Por: Portal FolhaPE em 29/04/20 às 19H34, atualizado em 29/04/20 às 22H50

Nas duas últimas semanas, Pernambuco viu a demanda de


internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) aumentar
em 316%. Tem dias que o número de pessoas com necessidade de
suporte hospitalar supera uma centena, segundo o comandante da
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), André
Longo.

O resultado disso é uma frequência cada vez maior de doentes nas


portas de unidades de saúde clamando por atendimento e em espera
por leitos.

"Hoje temos uma situação critica. Já há uma fila por leitos de UTI. Ela
é extremamente dinâmica, varia durante o dia. Às vezes, dependendo
da hora do dia, você pode captar uma fila maior do que 100 pessoas”,
revelou o secretário.

"Pernambuco vive em franca aceleração, com um crescente do


número de casos e de óbitos. Foram abertos mais de 400 leitos de
UTI quando somados os esforços do Governo do Estado e do Recife.
Reconhecemos que a situação dos nossos serviços de saúde é muito
difícil, porque as pessoas estão adoecendo ao mesmo tempo”,
completou.
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Longo associa o estrangulamento da capacidade do sistema de


saúde a uma dificuldade da população em adotar as medidas de
isolamento social. De acordo com pesquisas externadas por ele, seria
necessário um índice de isolamento na casa dos 70% para assegurar
um ritmo menos acentuado de disseminação do vírus. O Estado,
apesar das várias campanhas de conscientização realizadas, não
conseguiu chegar a esse patamar em nenhum momento desde o
início das recomendações por parte da gestão estadual, há mais de
40 dias.

"A falta de um isolamento na casa dos 70% tem levado os


pernambucanos a adoecerem ao mesmo tempo. Embora receba
assistência nas Unidades de Pronto Atendimento, nas salas
vermelhas de estabilização, não é confortável ficar aguardando leito
de terapia intensiva em uma unidade de referência. É uma situação
que temos alertado temos o início do enfrentamento dessa doença no
Estado”, afirmou, passando um recado para a população.

“Ou nos conscientizamos para acentuar a curva de casos nos


próximos 15 dias ou serão dias duríssimos. As pessoas se
aglomerando em portas de bancos, nas ruas, vai morrer muita gente.
Temos procurado ser o mais claro possível nessa mensagem e
estamos aqui mais uma vez reforçando isso. Os números já são
muito duros e por trás deles tem uma vida ceifada, dores familiares,
profissionais tendo que escolher quem vão levar primeiro para
terapia intensiva. Isso está se agravando a cada dia e a gente não
nega. O que acontece hoje é fruto de 15 dias atrás. O que fazemos
hoje será visto mais pra frente."

Segundo a Central Estadual de Regulação Hospitalar, a taxa de


ocupação dos leitos destinados a pacientes com a Covid-19 nesta
quarta-feira (20) é de 92%, sendo 98% dos leitos de UTI e 86% nas
enfermarias. No total, há 773 leitos exclusivos para o tratamento da

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doença - 387 de UTI e 386 de enfermaria.”

É necessário determinar o isolamento/distanciamento social, já que a população


não vem atendendo as sugestões e orientações emanadas do poder público. Isto porque não
obstante estas orientações e sugestões, não houve conscientização da população, a fim de
permanecerem todos em distanciamento/isolamento social.

Tem crescido de forma geométrica, dessarte, o número de contaminados no Estado


de Pernambuco, pessoas diversas têm tido as suas vidas ceifadas pela enfermidade, e outras
tantas se encontram na iminência de contaminação e da consequente morte.

O problema é tão óbvio, que a edição de normas administrativas pelo Conselho


Regional de Medicina aponta parâmetros para decisão de escolha de quem vai ter o tratamento.
Significa que pessoas deixarão de ser atendidas pela ausência de recursos humanos e materiais,
haja vista a conformação do colapso do sistema de saúde do Estado de Pernambuco.

Em outras palavras, está claro que já chegou o momento para um grande dilema
aos profissionais médicos – decidir quem vai viver, isto é, a qual dos enfermos serão ministrados
os tratamentos adequados e eficazes no sentido de tentativa de manutenção da sua vida. Isto
porque não existe UTI – Unidade de Terapia Intensiva suficiente para atender a todos os enfermos
acometidos pelo novo coronavírus.

Especificamente, in casu, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco –


CREMEPE editou a Recomendação nº 005/2020, de 27 de abril de 2020, que prevê a utilização
do Escore Unificado para Priorização (EUP-UTI) de acesso a leitos de terapia intensiva,
assistência ventilatória e paliação, como meio de hierarquização da gravidade dos pacientes, na
ausência absoluta de leitos suficientes para atender a demanda terapêutica, indicando que caberá
à autoridade sanitária definir o início, duração e gradação do ponto de corte de utilização do
Escore Unificado para Priorização (EUP-UTI), conforme a necessidade de adequação dos
quantitativos de leitos à demanda existente.

Necessária, pois, a atuação do Poder Judiciário, a fim de conter a rápida


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proliferação do novo coronavírus, para que haja, de imediato, a mitigação do colapso no
sistema de saúde do Estado de Pernambuco. Para que vidas sejam protegidas. Sejam
salvas.

1.6. Da Repercussão do Colapso no Sistema Privado de Saúde

O colapso do sistema público de saúde do Estado de Pernambuco, para


além do seu reconhecimento pelo Secretário de Saúde, apresenta-se evidente, pois já
extrapola a esfera do atendimento público, incrementando transtornos no sistema privado
de saúde.

Impossibilitado de atendimento às pessoas acometidas pelo novo


coronavírus, ante a já ausência de leitos, inclusive de UTI – Unidade de Terapia Intensiva,
o Estado de Pernambuco já admite a possibilidade de intervenção na esfera do sistema
privado de saúde, haja vista a possibilidade declarada do Estado de Pernambuco em
requisitar leitos de UTI da rede privada de saúde, a fim de atender aos pacientes do SUS
– Sistema Único de Saúde. Esta circunstância foi publicizada na reportagem do dia
17/04/2020 do Jornal Folha de São Paulo (folha.uol.com.br), fazendo referência à
intenção do Estado de Pernambuco nesse sentido:

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“Perto do colapso, Pernambuco


prevê força policial para contar
leito de UTI privado
Informação repassada por hospitais
particulares é considerada frágil; 90% das
vagas do estado estão ocupadas

“Ele já havia destacado que pernambuco pode requisitar


administrativamente leitos da rede privada, a depender da taxa de
ociosidade, para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).”

Não só leitos podem ser requisitados do sistema privado de saúde pelo


poder público, mas também profissionais, equipamentos e insumos necessários à
prestação de serviço no sistema público de saúde. E a perspectiva desta requisição foi
manifestada de forma clara e expressa pelo Sr. Secretário de Saúde do Estado de
Pernambuco, em entrevista concedida no dia 17/04/2020 ao G1 Globo:

"O secretário de Saúde de Pernambuco contou,

ainda, que, na legislação do SUS federal e estadual,

há dispositivos que permitem fazer a requisição de

profissionais, leitos, equipamentos e insumos

necessários à prestação de serviço no sistema

público de saúde, e tudo isso prevê pagamento

posterior.
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‘Em algum determinado momento, poderemos

utilizar da capacidade ociosa [da rede privada], mas

sempre feito num padrão respeitoso, entre o setor

público e privado, porque, desde sempre, ele tem

sido parceiro do SUS em Pernambuco’, declarou.”

(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/

17/com-ocupacao-de-95percent-nas-utis-publicas-
governo-de-pe-contrata-leitos-em-hospitais-
particulares.ghtml)

Neste particular, é importante esclarecer que não se está aqui, através desta
Ação Civil Pública, a combater a possibilidade legal de requisição de leitos, profissionais,
equipamentos e insumos do sistema privado de saúde pelo poder público, para fins de
prestação universal do serviço de saúde através do SUS (Sistema Único de Saúde).

O que se vislumbra é que a perspectiva de requisição de recursos materiais


e humanos do sistema privado de saúde pelo poder público apresenta-se com
possibilidade real de acontecer, em virtude do notório e evidente colapso do sistema
público de saúde no Estado de Pernambuco, decorrente da não concretização do
isolamento/distanciamento social.

E a busca unilateral pelo poder público dos recursos do sistema privado de


saúde gera a perspectiva de não prestação do serviço de saúde também aos contratantes
consumidores.

Está assim configurada a projeção de um ambiente de não satisfação do


direito de todos à saúde, e para além disso, traz abalo nas relações jurídicas de natureza
privada, deflagrando um prognóstico de também ausência de prestação do serviço de
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saúde na esfera privada, ou seja, ampliando o colapso para o sistema privado de saúde.

Ocorre que se está a tratar do bem mais valioso do ser humano – a VIDA,
sendo necessária determinação do isolamento/distanciamento social, para que não haja
incremento do alastramento de tão grave doença por todo o Estado de Pernambuco, pois
que, apesar das mensagens, dos pedidos, das sugestões, recomendações e orientações
expedidos pelos Réus, parcela considerável da população não tem se mantido nos seus
lares, esvaziando o isolamento/distanciamento social tão necessário nesta oportunidade
da existência humana.

E é assim que, diversas pessoas mantêm relação jurídica contratual com


vários planos de saúde, em virtude de pactos que, muitas vezes, têm vigência há
décadas. E por assim, dizer, em virtude destas manifestações bilaterais de vontade, os
consumidores, e muito mais agora em tempos de pandemia, vislumbram a possibilidade
de terem a prestação dos serviços de saúde contratados através dos fornecedores
(planos de saúde e sua rede hospitalar credenciada).

Com a perspectiva do poder público no sentido de requisição de recursos


materiais e humanos do sistema privado de saúde, cria-se a possibilidade real e clara da
não efetiva realização dos contratos privados de saúde.

Não é possível a permanência do estado de colapso dos sistemas público e


privado do Estado de Pernambuco.

Impõe-se o controle da disseminação do Covid-19 através da


institucionalização do isolamento/distanciamento social, no sentido de proteção dos
sistemas público e privado de saúde, para viabilizar o atendimento de todas as pessoas
que deles necessitem.

A situação encontra-se terrível, Excelência. A contaminação pelo Covid-19

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apresenta-se em números espantosos e estratosféricos no Estado de Pernambuco.

Nessa toada, é preciso, Preclaro Julgador, ação imediata do Estado-Juiz a


fim de proteger a todos indistintamente, para que nenhuma pessoa (ou apenas poucas ou
raras) precise dos sistemas público e privado de saúde.

Para isto é necessário a atuação do Poder Judiciário, com expedição de


comando jurisdicional, dotado de medidas mais restritivas, tudo para que se possa
cumprir, efetivamente o isolamento/distanciamento social, suprimindo (ou tentando
mitigar), pois, o colapso já instalado nos sistemas público e privado de saúde.

É imperiosa a intervenção do Estado Juiz, a fim de minimizar os impactos da


pandemia no Estado de Pernambuco, através de determinação de medidas de
isolamento/distanciamento social absoluto, com a edição de mandamento jurisdicional
contundente, imperativo às pessoas, impedindo o deslocamento e o trânsito de seres
humanos, salvo para situações excepcionalíssimas.

Tudo isto a implementar, de forma imperativa, medida para promover o


cumprimento do direito fundamental à vida, reafirmado pela Carta Magna, na direção,
pois, da realização do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Enfim, é necessário e imperioso que se estabeleça o LOCK DOWN no


Estado de Pernambuco.

2 – DO DIREITO

2.1 - DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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A legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública em


defesa de interesses coletivos lato sensu, nos exatos termos dos dispositivos localizados
nos artigos 127 e 129, inciso III, da Constituição Federal, é indeclinável.

Transcrevem-se aqui os artigos acima referidos:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
(...)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...).
III – promover o inquérito civil e ação civil pública, para
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e
de outros interesses difusos e coletivos.

Para dar implementação ao disposto no artigo 129, III, da Constituição


Federal, a Lei nº 8.078/90, por meio do artigo 82, inciso I, c/c. o art. 81, parágrafo único,
incisos I, II e III, deu legitimidade para o Órgão Ministerial promover, judicialmente, a
proteção e defesa dos interesses ou direitos difusos e individuais homogêneos dos
consumidores:

Art. 81 – A defesa dos interesses e direitos dos consumidores


e das vítimas poderá ser exercida em Juízo individualmente,
ou a título coletivo:

I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para

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efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;

II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para


efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base;

III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim


entendidos os decorrentes de origem comum.

Art. 82 – Para os fins do artigo 81, parágrafo único, são


legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público.
(...).

Vê-se, assim, que o Ministério Público está incumbido de promover as


medidas necessárias, entre elas, a ação civil pública para garantir aos consumidores, in
casu, o não colapso na prestação de serviços de saúde no âmbito de todo o Estado de
Pernambuco.

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 81, parágrafo único, I,


inclui no rol de interesses difusos e coletivos os direitos relativos ao consumidor e, em seu
artigo 82, I, legitima o Ministério Público a defendê-los.

Freddie Didier Júnior e Hermes Zaneti Júnior, em acertado entendimento,


defendem a legitimidade do Ministério Público na atuação em interesses coletivos:
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“Portanto, mesmo que se desenhe alguma resistência quanto à


presença constante de interesse público (interesse social primário)
quanto às partes (por exemplo: ricos proprietários de imóveis ou
veículos importados) ou à natureza dos bens (imóveis de alto valor,
veículos de luxo), o elevado número de pessoas e as características
da lesão sempre indicam a constância do interesse público primário
nos interesses coletivos. Daí a obrigatória e constitucional intervenção
do Ministério Público nas demandas coletivas. São aspectos que
ressaltam a importância social dessas demandas: a) a natureza dos
bens jurídicos envolvidos (meio ambiente, relações de consumo,
ordem econômica etc.); b) as características da lesão; c) o elevado
número de pessoas atingidas1.

Logo, provada e fundamentada está à legitimidade do Ministério Público


para a propositura da presente Ação Civil Pública.

2.2 – DO DANO DE ÂMBITO REGIONAL


DA ATRIBUIÇÃO DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA CAPITAL

Os fatos que norteiam a presente ação civil pública extrapola os limites de


uma única cidade.

Trata-se de propagação de um vírus por todo o Estado de Pernambuco,


direcionando à não prestação do serviço de saúde em todo o território estadual,
caracterizando-o como dano de âmbito regional, sendo, desta forma, competente o foro
da Capital do Estado para apreciar e decidir a presente lide.

1- DIDIER JR, Freddie; ZANETI JR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil –Processo Coletivo. Vol. 4. Salvador:
Ed. JusPodivm, 2007. p. 41.

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Nessa ótica, o Ministério Público do Estado de Pernambuco, através desta


19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, está legitimado para atuar
na proteção e defesa dos consumidores em virtude de dano de âmbito regional, tudo na
forma do art. 93 do Código de Defesa do Consumidor.

2.3 - DA RELAÇÃO DE CONSUMO

Sabe-se que a relação de consumo é aquela existente entre um consumidor


e um fornecedor, que tem por objeto a aquisição de um produto ou a prestação de um
serviço.

Depreende-se que, para a correta identificação de uma relação de consumo,


mister que se estabeleça o conceito de seus três principais elementos, quais sejam:
Consumidor, Fornecedor e Produto ou Serviço.

Nesse sentido, a Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor) define


consumidor como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.

Já o fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional


ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Em síntese,
fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, ou até mesmo um
ente despersonalizado, que coloca com habitualidade um produto ou serviço no mercado
de consumo.

A leitura pura e simples do dispositivo legal é capaz de dar um panorama da


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amplitude do conceito de fornecedor. Por certo, a intenção do legislador foi a de não
excluir nenhum tipo de pessoa jurídica.

Os conceitos de produto e serviço encontram-se, respectivamente, nos


parágrafos 1° e 2°, do art. 3° do Código Consumerista:

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou


imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de


consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Mais uma vez se percebe que a intenção da lei é a de não excluir nenhum
tipo de serviço, sendo que o rol trazido é meramente exemplificativo.

Pois bem, fica patente a relação jurídica de consumo existente no caso em


apreço, sendo os usuários dos serviços de saúde caracterizados como consumidores , na
forma do art. 2° do CDC, uma vez que são pessoas físicas que adquirem, ou utilizam em
proveito próprio, um serviço colocado à sua disposição no mercado de consumo.

E mais. O colapso do sistema privado de saúde, levado a efeito pelas


requisições dos seus recursos materiais e humanos pelos Réus, configura os
consumidores do sistema privado de saúde como consumidores, pela sua inserção na
condição de vítimas do evento, conforme a regra inscrita no art. 17 do Código de Defesa
de Consumidor:

“Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos


consumidores todas as vítimas do evento.”
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As pessoas jurídicas de direito público ora Réus também se enquadram no


conceito de fornecedor, porque estão a prestar serviços de saúde, e trazendo a
configuração do colapso nos sistemas público e privado de saúde, colocando em risco a
saúde e a vida de diversos consumidores do serviço de saúde, inclusive aqueles
consumidores contratantes do sistema privado de saúde, fazendo efervescer a
vulnerabilidade dos consumidores no mercado de consumo.

Desta feita, resta cristalina a aplicação do Código de Defesa do Consumidor


ao caso em apreço.

2.4 – DO DIREITO DOS CONSUMIDORES DE ACESSO À SAÚDE

A defesa do consumidor, como direito fundamental que é, advém do


princípio da preservação da dignidade da pessoa humana, essência da máxima
cidadania, constitucionalmente garantida no artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal.

Cabe observar que a defesa do consumidor é apresentada como garantia


fundamental do homem, prevista na Constituição Federal.

Posto isso, garantir ao cidadão a defesa e a proteção dos direitos dos


consumidores é o mesmo que ratificar um dos múltiplos aspectos da dignidade da
pessoa humana que, evidentemente, não se exaure na garantia do artigo 5º, inciso
XXXII e 170, V da Carta Maior.

Com efeito, as normas imperativas do Código de Defesa do Consumidor


não devem ser descumpridas, e sua função é a de proteger o consumidor, parte fraca
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nas relações consumeristas.

Não há a menor dúvida de que o colapso no sistema de saúde impedirá o


acesso dos consumidores a serviço tão nobre e essencial, gerando grave violação ao
sistema jurídico brasileiro, notadamente à função social dos contratos e a função social
do Código de Defesa do Consumidor.

Não é demais lembrar que a Constituição Federal no caput do artigo 5º


assegura também o direito à vida como direito fundamental, in verbis:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

Já no caput do artigo 6º o direito à saúde é elencado enquanto direito


social, nos seguintes termos:

Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição:

O Código de Defesa do Consumidor elencou, em seu artigo 6º, inciso I, a


proteção à vida, à saúde e a segurança como direito básico do consumidor.

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;

(…).

Tal dispositivo guarda estreita relação com o art. 4º do Código de Defesa do


Consumidor, que, no seu caput, insere o respeito à saúde do consumidor entre os
objetivos da Política Nacional de Relações de Consumo.

A saúde é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, a ser


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas. Pode-se
considerar o direito à saúde como um dos direitos humanos e sociais mais importantes,
essencial e inafastável, pois intimamente ligado ao direito à vida, resultando na imediata
consagração da dignidade da pessoa humana, conforme preconizado pela própria
Constituição Federal, in verbis:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;

(...)

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,


garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.

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Efetivamente, a atual situação em que se já encontra o sistema de saúde


em Pernambuco é gravíssima ao ponto do Cremepe ter editado a Recomendação nº
005/2020, de 27 de abril de 2020, que prevê a utilização do Escore Unificado para
Priorização (EUP-UTI) de acesso a leitos de terapia intensiva, assistência ventilatória e
paliação, como meio de hierarquização da gravidade dos pacientes, na ausência absoluta
de leitos suficientes para atender a demanda terapêutica, indicando que caberá à
autoridade sanitária definir o início, duração e gradação do ponto de corte de utilização do
Escore Unificado para Priorização (EUP-UTI), conforme a necessidade de adequação dos
quantitativos de leitos à demanda existente.

Encontra-se vigente algo inadmissível para o Século XXI – o médico está


autorizado a escolher quem vai morrer.

É de estarrecer tal situação, Excelência.

Precisa-se estancar (ou pelo menos minimizar) os efeitos do colapso do


sistema de saúde já estabelecidos no Estado de Pernambuco.

Sobre esta matéria, merece destaque os ensinamentos da Ministra Carmen


Lúcia Antunes Rocha em o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e a Exclusão
Social:

(...)
Toda forma de aviltamento ou de degradação do ser humano é
injusta. Toda injustiça é indigna e, sendo assim, desumana.

Pois bem, sabe-se que a própria essência dos serviços de saúde tem por
finalidade propiciar um atendimento imediato, de qualidade, não podendo haver óbices

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para que o seu acesso seja imediato, completo, efetivo e seguro.

Aos fatos narrados aplica-se, pois, as normas reguladoras da prestação de


serviços, entre eles os serviços de saúde, tal como inscrito no artigo 20 do Código de
Defesa do Consumidor, que dispõe:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de


qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
(…)

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem


inadequados para os fins que razoavelmente deles se
esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
regulamentares de prestabilidade.

Na mesma toada o artigo 8º e 14 do CDC :

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de


consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança
dos consumidores, exceto os considerados normais e
previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
informações necessárias e adequadas a seu respeito.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por

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informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos

Configurada, nessa linha, a relação jurídica de consumo no caso em apreço,


impõe-se a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, a fim de resguardar os
consumidores dos serviços de saúde no Estado de Pernambuco, através de imposição de
medidas de restrição, todas voltadas ao distanciamento/isolamento social e à proteção da
saúde e da vida de todos os consumidores indistintamente.

3 - DA TUTELA DE URGÊNCIA

Estabelece o Código de Processo Civil, em seu art. 300, nos seguintes


termos:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.

Os requisitos que ensejam pedidos liminares, a saber, o fumus boni iuris e


o periculum in mora, encontram-se plenamente demonstrados nos elementos de fato e
probatórios que instruem a presente.

O fumus boni juris resta demonstrado pela vasta fundamentação normativa


amparando os fatos articulados nesta petição inicial. Encontra-se em colapso o sistema
de saúde no Estado de Pernambuco, repercutindo esta ausência de serviço de saúde em

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todos os consumidores, os quais, estão fadados a ter a sua saúde e até a vida atingidos,
exigindo pois a intervenção do Estado Juiz, para viabilizar a concretização do isolamento/
distanciamento social, e, desta forma, a efetivação do direito à saúde, do direito à vida,
tudo na forma da Carta Constitucional, do Código de Defesa do Consumidor, na linha de
cumprir o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Especificamente centenas de consumidores já aguardam por leitos de UTI –


Unidade de Terapia Intensiva, que já se encontram com lotação máxima, restando
demonstrado que as orientações e sugestões ao distanciamento/isolamento social estão
se mostrando ineficazes para contenção da propagação do vírus causador da COVID-19,
afrontando direitos básicos do consumidor e direitos fundamentais do cidadão.

O periculum in mora também se mostra configurado, tendo em vista que a


demora na adoção de medidas enérgicas causa o risco de aumento de infectados e do
número de mortos, ante o já configurado colapso dos sistemas público e privado de
sáude, com a proliferação exacerbada e descontrolada da doença, afetando a todos os
consumidores dos serviços de saúde.

A não adoção de medidas imediatas e eficientes, desta forma, pode gerar


danos de difícil e até impossível reparação, porque se está na iminência real da morte de
mais pessoas, sem que tenham acesso aos serviços de saúde, sendo imperiosa medidas
de isolamento/distanciamento rígidas e contundentes por este Juízo de Dirieito.

Do contrário, se assim não for, é iminente o óbito de milhares de pessoas,


haja vista a já ausência de leitos de UTI – Unidade de Terapia Intensiva no Estado de
Pernambuco.

Assim sendo, é imprescindível e necessária a antecipação dos efeitos da


tutela, de modo a assegurar a adoção de providências imediatas, determinando o
isolamento/distanciamento social, a fim de (pelo menos) minimizar o colapso dos sistemas
público e privado de saúde no Estado de Pernambuco.

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No caso em questão, todos os requisitos exigidos pela lei processual,


portanto, para o deferimento da tutela antecipada de urgência, encontram-se reunidos.

Assim sendo, em face do que se encontra amplamente demonstrado,


restando configurada a presença dos requisitos dispostos nos termos dos art. 300,
combinado com o artigo 497 do CPC e as normas do art. 84, §§ 3° e 4°, do CDC, requer-
se liminarmente a concessão de medida liminar, inaudita altera pars, determinando-se:

1) ao Estado de Pernambuco:

a) que aplique, como medidas não farmacológicas contra a disseminação do vírus


causador da COVID-19, o lockdown, inicialmente pelo prazo de 15 (quinze) dias,
compreendendo:

- a suspensão de funcionamento e de atendimento ao público, ainda que seja através de


entrega em domicílio (delivery), de todas as atividades e serviços não essenciais;

- a suspensão de atendimento ao público em todas as atividades e serviços essenciais,


salvo os mercados, supermercados e farmácias, e também aquelas na qual o
fornecimento exija a presença efetiva do consumidor, tais como: postos de gasolina;
serviços de saúde (médicos, clínicas, hospitais, laboratórios e demais estabelecimentos
relacionados à prestação de serviços na área de saúde); clínicas e hospitais veterinários;
bancos e serviços financeiros, inclusive lotérica; serviços funerários; hotéis e pousadas,
com atendimento restrito aos hóspedes, com a determinação das seguintes regras
específicas:

. 01 pessoa por cada 10 metros quadrados de área do estabelecimento;


. 01 pessoa por carro no acesso aos estacionamento;
. 01 pessoa de cada família, por vez;

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. marcação de localização nas filas, para fins de distanciamento entre as pessoas;
. disponibilização de álcool em gel na entrada do estabelecimento;
. o acesso somente permitido por pessoas usando máscara.

- a manutenção de atendimento ao público nos demais serviços e atividades essenciais


estipuladas no art. 3º D, § 2º, do Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de 2020,
cujo fornecimento não exija a presença efetiva do consumidor, e também dos mercados,
supermercados e farmácias, através da institucionalização do atendimento via entrega em
domicílio (delivery);

- a restrição ao transporte intramunicipal, intermunicipal e interestadual, permitindo o


deslocamento e trânsito de pessoas e produtos apenas relacionados aos serviços e
atividades essenciais permitidos, na forma do Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de
março de 2020;

- a proibição de entrada e saída de veículos do Município de Recife, com exceção para


aqueles destinados à realização dos serviços e atividades essenciais permitidos pelo
Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de 2020;

- a proibição de circulação de veículos particulares em todo o Estado de Pernambuco,


salvo: se estiver voltado para questões relacionadas ao cumprimento dos serviços e
atividades essenciais permitidas pelo Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de
2020;

- a proibição da circulação de pessoas em espaços públicos e privados, salvo para: a)


aquisição de produtos e serviços caracterizados como essenciais e que exijam a
presença efetiva das pessoas no estabelecimento; b) aquisição de serviços essenciais,
cuja presença efetiva das pessoas tenha sido permitida (mercados, supermercados e
farmácias); c) recebimento de numerários decorrente de exercício de atividade laboral ou
de auxílios pagos pelo poder público;

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

- a determinação de distanciamento entre pessoas que estejam em espaços públicos,


para fins de realização de serviços e atividades essenciais permitidos, ou para o
recebimento de numerário decorrente de atividade laboral ou auxilio pago pelo poder
público;

- a determinação de uso de máscaras para as pessoas que estejam em espaços


públicos, para fins de realização de serviços e atividades essenciais permitidos, ou para o
recebimento de numerário decorrente de atividade laboral ou auxilio pago pelo poder
público

- a regulamentação do funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais, tais


como bancos e lotéricas exclusivamente para pagamento de renda básica emergencial,
salários e benefícios sociais, prescrevendo-se lotação máxima excepcional nesses
ambientes e organização de filas;

- a adoção de medidas de orientação e de sanção administrativa quando houver infração


às medidas de restrição social, como o não uso de máscaras em locais de acesso ao
público, conduta análoga aos crimes de infração de medida sanitária preventiva (art. 268
do CP);

- a manutenção do fechamento dos parques e das praias;

- o fechamento de todas as praças e de todos os bens públicos de uso comum no Estado


de Pernambuco, ressalvadas as vias públicas necessárias à circulação e realização dos
serviços e atividades essenciais permitidos;

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor
b) fiscalizar, de forma efetiva, através da estrutura de segurança pública (Secretaria de
Defesa Social e Secretaria de Segurança Cidadã) as medidas de
isolamento/distanciamento social (lockdown), a fim de promover a responsabilização
administrativa, civil e penal das pessoas que não seguirem as normas jurídicas e
determinações legais;

c) a fixação de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ao primeiro Réu, por cada
obrigação a si direcionada anteriormente, e descumprida.

2) ao Município do Recife:

a) que aplique, como medidas não farmacológicas contra a disseminação do vírus


causador da COVID-19, o lockdown, inicialmente pelo prazo de 15 (quinze) dias,
compreendendo:

- a suspensão de funcionamento e de atendimento ao público, ainda que seja através de


entrega em domicílio (delivery), de todas as atividades e serviços não essenciais;

- a suspensão de atendimento ao público em todas as atividades e serviços essenciais,


salvo os mercados, supermercados e farmácias, e também aquelas na qual o
fornecimento exija a presença efetiva do consumidor, quais sejam: postos de gasolina;
serviços de saúde (médicos, clínicas, hospitais, laboratórios e demais estabelecimentos
relacionados à prestação de serviços na área de saúde); clínicas e hospitais veterinários;
bancos e serviços financeiros, inclusive lotérica; serviços funerários; hotéis e pousadas,
com atendimento restrito aos hóspedes, com a determinação das seguintes regras
específicas:

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor
. 01 pessoa por cada 10 metros quadrados de área do estabelecimento;
. 01 pessoa por carro no acesso aos estacionamento;
. 01 pessoa de cada família, por vez;
. marcação de localização nas filas, para fins de distanciamento entre as pessoas;
. disponibilização de álcool em gel na entrada do estabelecimento;
. o acesso somente permitido por pessoas usando máscara.

- a manutenção de atendimento ao público nos demais serviços e atividades essenciais


estipuladas no art. 3º D, § 2º, do Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de 2020,
cujo fornecimento não exija a presença efetiva do consumidor, e também dos mercados,
supermercados e farmácias, através da institucionalização do atendimento via entrega em
domicílio (delivery);

- a restrição ao transporte intermunicipal, intermunicipal e interestadual, permitindo o


deslocamento e trânsito de pessoas e produtos apenas relacionados aos serviços e
atividades essenciais permitidos, na forma do Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de
março de 2020;

- a proibição de entrada e saída de veículos do Município de Recife, com exceção para


aqueles destinados à realização dos serviços e atividades essenciais permitidos pelo
Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de 2020;

- a proibição de circulação de veículos particulares em todo o Estado de Pernambuco,


salvo: se estiver voltado para questões relacionadas ao cumprimento dos serviços e
atividades essenciais permitidas pelo Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de
2020;

- a proibição da circulação de pessoas em espaços públicos, salvo para recebimento de


numerários decorrente de exercício de atividade laboral ou de auxílios pagos pelo poder
público;

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- a determinação de distanciamento entre pessoas que estejam em espaços públicos,


para fins de realização de serviços e atividades essenciais permitidos, ou para o
recebimento de numerário decorrente de atividade laboral ou auxilio pago pelo poder
público;

- a determinação de uso de máscaras para as pessoas que estejam em espaços


públicos, para fins de realização de serviços e atividades essenciais permitidos, ou para o
recebimento de numerário decorrente de atividade laboral ou auxilio pago pelo poder
público

- a regulamentação do funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais, tais


como bancos e lotéricas exclusivamente para pagamento de renda básica emergencial,
salários e benefícios sociais, prescrevendo-se lotação máxima excepcional nesses
ambientes e organização de filas;

- a adoção de medidas de orientação e de sanção administrativa quando houver infração


às medidas de restrição social, como o não uso de máscaras em locais de acesso ao
público, conduta análoga aos crimes de infração de medida sanitária preventiva (art. 268
do CP);

- a manutenção do fechamento dos parques e das praias;

- o fechamento de todas as praças e de todos os bens públicos de uso comum no Estado


de Pernambuco, ressalvadas as vias públicas necessárias à circulação e realização dos
serviços e atividades essenciais permitidos;

b) fiscalizar, de forma efetiva, através da estrutura de segurança pública, as medidas de


isolamento/distanciamento social (lockdown), a fim de promover a responsabilização

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administrativa, civil e penal das pessoas que não seguirem as normas jurídicas e
determinações legais;

c) abstenha-se de disciplinar regras de isolamento/distanciamento social de modo


contrário ao Estado de Pernambuco, no que toca à adoção do bloqueio total (lockdown);

d) a fixação de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais)


ao segundo Réu, por cada obrigação anteriormente a si
direcionada, e descumprida;

3) às Pessoas Físicas e às Pessoas Jurídicas de Direito Privado:

- a fixação de multa a cada pessoa física no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), pela
infração à determinação ao uso de máscara, com duplicação do valor em caso de
reincidência, sem prejuízo de demais sanções, inclusive aquela decorrente da aplicação
do art. 268 do Código Penal Brasileiro;

- a fixação de multa a cada pessoa física no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), pela
infração à determinação ao não trânsito, deslocamento e circulação por espaços públicos
sem permissão excepcional, com duplicação do valor em caso de reincidência, sem
prejuízo de demais sanções, inclusive aquela decorrente da aplicação do art. 268 do
Código Penal Brasileiro;

- a fixação de multa a cada pessoa jurídica de direito privado, em 02 % (dois por cento)
do valor do seu capital social, por cada infração às normas decorrentes desta sentença,
com duplicação do valor em caso de reincidência, sem prejuízo de demais sanções,
inclusive aquela decorrente da aplicação do art. 268 do Código Penal Brasileiro;

Av. Visconde de Suassuna, 99 – 1º andar – Santo Amaro – Recife/PE – CEP 50050-540 Fone: (81) 3182-7427 /
7443 | e-mail: prodecon@mppe.mp.br
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Número do documento: 20050616154670600000060433519
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

4 – DOS PEDIDOS DEFINITIVOS

Em face do exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE


PERNAMBUCO requer:

a) sejam confirmados os pedidos formulados em sede de


tutela antecipada de urgência (em caso de deferimento);

b) em caso de indeferimento, sejam julgados procedentes


todos os pedidos formulados em sede de antecipação de
tutela.

5 - DOS REQUERIMENTOS

Requer, finalmente:

1 - a citação dos Réus, a fim de que apresentem resposta, sob


pena de revelia e confissão;

2 - a publicação de edital no órgão oficial, sem prejuízo de


ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
deste Órgão de Defesa do Consumidor, consoante o que alude
o artigo 94, do Código de Defesa do Consumidor;

Av. Visconde de Suassuna, 99 – 1º andar – Santo Amaro – Recife/PE – CEP 50050-540 Fone: (81) 3182-7427 /
7443 | e-mail: prodecon@mppe.mp.br
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Número do documento: 20050616154670600000060433519
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor
3 - desde já, requer seja, se necessário, reconhecida e
declarada a inversão do ônus da prova, com base no artigo 6º,
inciso VIII, do referido codex;;

4 - a dispensa do autor quanto ao pagamento de custas,


emolumentos e outros encargos, à vista do disposto nos artigos
18, da Lei nº 7.347/85 e 87, da Lei Nº8.078/90;

5 - que não seja designada audiência de conciliação ou


mediação na forma do previsto no artigo 334 §4º do NCPC;

6 - a condenação dos Réus aos ônus da sucumbência;

Requer ainda a produção de todos os meios de prova em direito


admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa, meramente para efeitos legais, o valor de R$ 200.000,00


(duzentos mil reais).

Pede Deferimento.

Recife, 06 de maio de 2020.

SOLON IVO DA SILVA FILHO


Promotor de Justiça

Av. Visconde de Suassuna, 99 – 1º andar – Santo Amaro – Recife/PE – CEP 50050-540 Fone: (81) 3182-7427 /
7443 | e-mail: prodecon@mppe.mp.br
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Número do documento: 20050616154726200000060433531
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Número do documento: 20050616154836500000060433545
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Assinado eletronicamente por: SOLON IVO DA SILVA FILHO - 06/05/2020 16:15:48 Num. 61522448 - Pág. 6
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Número do documento: 20050616154836500000060433545
Tribunal de Justiça de Pernambuco
Poder Judiciário
Seção B da 34ª Vara Cível da Capital

AV DESEMBARGADOR GUERRA BARRETO, S/N, FORUM RODOLFO AURELIANO, ILHA JOANA BEZERRA, RECIFE
- PE - CEP: 50080-800 - F:(81) 31810520

Processo nº 0021639-42.2020.8.17.2001

AUTOR: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO


CONSUMIDOR

RÉU: ESTADO DE PERNAMBUCO, MUNICIPIO DO RECIFE

DECISÃO

Vistos etc..

Trata-se de Ação Civil Pública, na qual o Estado de Pernambuco consta como demandado.

Dessa forma, nota-se, claramente, que tal ação não é de competência das Varas Cíveis, mas sim, de uma
das Varas da Fazenda Pública da Capital, conforme disposto no Art. 79, I, do Código de Organização
Judiciária do Estado de Pernambuco.

“Art. 79. Compete ao Juízo de Vara da Fazenda Pública:

I – processar, julgar e executar as ações, contenciosas ou não, principais, acessórias e seus incidentes,
em que o Estado Federado ou o Município, respectivas autarquias, empresas públicas e fundações
instituídas ou mantidas pelo poder público forem interessados na condição de autor, réu, assistente ou
opoente, excetuadas as de falências e recuperação de empresas e as de acidentes do trabalho;”

Nesse sentido, em virtude da incompetência absoluta para julgar a causa, e por se tratar de processo de
competência de uma das Varas da Fazenda Pública da Capital, remetam-se os autos para distribuição a
uma das Varas da Fazenda Pública da Capital.

Assinado eletronicamente por: LARA CORREA GAMBOA DA SILVA - 06/05/2020 17:40:21 Num. 61527699 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050617253469900000060438493
Número do documento: 20050617253469900000060438493
Recife, 06 de maio de 2020.

Lara Corrêa Gambôa da Silva

Juíza de Direito

Assinado eletronicamente por: LARA CORREA GAMBOA DA SILVA - 06/05/2020 17:40:21 Num. 61527699 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050617253469900000060438493
Número do documento: 20050617253469900000060438493
petição em .PDF.

Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540782 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050622595051000000060451079
Número do documento: 20050622595051000000060451079
SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DA VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DO RECIFE-PE.

O SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO - SEEPE, órgão


de classe legalmente constituído para a defesa dos interesses individuais e
coletivos da respectiva categoria diferenciada, com Registro na DRT-PE nº 176,
de 26/11/1981, portador da Carta Sindical nº 012.000.88.146 – 9, no uso das
suas atribuições legais, através da sua Presidente, Ludmila Medeiros Outtes
Alves, brasileira, casada, enfermeira, servidora Pública Estadual, inscrita no
CPF-MF sob o nº.: 014.357.214-64 e, COREN-PE 254.866 conforme Ata de Posse
anexo, por seu Advogado que ao final subscreve, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência expor e requerer o que se segue:

O Sindicato vem informar a existência de conexão entre ações e prevenção


nos autos do processo de nº.: 0021640-27.2020.8.18.2001, sobretudo,
considerando a redistribuição processual. Pelo que, com fito de evitar decisões
conflitantes, requer-se o envio dos autos para o juízo prevento da 2ª Vara da
Fazenda do Recife.

Termos em que,
Pede deferimento.

JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK.


OAB-PE 26.269.

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
www.seepe.org.br

Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540783 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050622595058800000060451080
Número do documento: 20050622595058800000060451080
Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540784 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050622595065700000060451081
Número do documento: 20050622595065700000060451081
SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DA VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DO RECIFE-PE.

“PANDEMIA DE CORONAVÍRUS

Brasil já perdeu mais profissionais de enfermagem para o


coronavírus do que Itália e Espanha juntas

Desde o início da crise, 73 trabalhadores brasileiros foram


mortos pela covid-19. Falta de equipamentos de
proteção e manutenção de idosos em atendimentos de
doentes contribuem para a alta mortalidade.”1

O SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO - SEEPE, órgão


de classe legalmente constituído para a defesa dos interesses individuais e
coletivos da respectiva categoria diferenciada, com Registro na DRT-PE nº 176,
de 26/11/1981, portador da Carta Sindical nº 012.000.88.146 – 9, no uso das
suas atribuições legais, através da sua Presidente, Ludmila Medeiros Outtes
Alves, brasileira, casada, enfermeira, servidora Pública Estadual, inscrita no
CPF-MF sob o nº.: 014.357.214-64 e, COREN-PE 254.866 conforme Ata de Posse
anexo, por seu Advogado que ao final subscreve, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência ingressar com

AÇÃO CIVIL PÚBLICA com pedido DE TUTELA ANTECIPATÓRIA

1 https://brasil.elpais.com/brasil/2020-05-06/brasil-ja-perdeu-mais-profissionais-de-
enfermagem-para-o-coronavirus-do-que-italia-e-espanha-juntas.html?ssm=whatsapp
Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
www.seepe.org.br

Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540785 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050622595070700000060451082
Número do documento: 20050622595070700000060451082
SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
Em face de:

ESTADO DE PERNAMBUCO, que deve ser citado através de seu


representante legal, domiciliado na Rua do Sol, nº 143, Santo Antônio,
Recife, Pernambuco, CEP 50.010-470;

MUNICÍPIO DO RECIFE, pessoa jurídica de direito público, inscrita n CNPJ


nº 10.565.000/0001-92, que deve ser citado através de seu representante
legal de acordo com o art. 12, inc. II do CPC, com endereço na Av.
Cais do Apolo, nº 925, Bairro do Recife, Recife – PE, CEP 50.030-903;

MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES, pessoa jurídica de direito


público, inscrito no CNPJ sob o nº.: 10.377.679/0001-96, que deve ser
citado através de seu representante legal de acordo com o art. 12, inc.
II do CPC, com endereço na Avenida Barreto De Menezes, N.º 1648 –
Prazeres-PE CEP nº.: 54.310-910;

MUNICÍPIO DE OLINDA, pessoa jurídica de direito público, inscrita no


CNPJ sob o nº.: 10.404.184/0001-09, que deve ser citado através de seu
representante legal de acordo com o art. 12, inc. II do CPC, com
endereço na Praça Barão do Rio Branco - Carmo, Olinda - PE, 53010-
551;

MUNICÍPIO DO PAULISTA, pessoa jurídica de direito público, inscrita no


CNPJ sob o nº.: 10.408.839/0001-17, que deve ser citado através de seu
representante legal de acordo com o art. 12, inc. II do CPC, com
endereço na Rua Praça João XXIII - Centro, Paulista - PE, 53401-441
conforme segue:

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
www.seepe.org.br

Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540785 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050622595070700000060451082
Número do documento: 20050622595070700000060451082
SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
1 - QUESTÕES PRELIMINARES

1.1 - Ação Civil Pública. Legitimidade. Especificidades:

O Sindicato está ingressando com a presente Ação Civil Pública na


forma da Lei 7.347/85, sobretudo, o que previsto nos artigos 12 e 16
daquele diploma legal.

Além disso, a entidade sindical que está legitimada em face da


autorização que lhe é conferida pelo art. 8º, III, da Constituição Federal
e por seu Estatuto, sendo de interesse do próprio autor a defesa do
direito material dos substituídos que está sendo remetido a análise e
julgamento de V. Exa.

Deve ser dito ainda, que a mais recente jurisprudência do E. STF é


pacífica no sentido de que o inciso III do art. 8 da CF/88 assegura a mais
ampla legitimação processual aos Sindicatos, tanto na fase de
conhecimento, como na liquidação ou execução. Neste sentido foram
os julgamentos dos REs 193.503, 193.579, 208.983, 210.029, 211.874,
213.111, 214.668.

Desta forma, o autor está legitimado, legal e constitucionalmente, para


atuar neste processo.

2 – DO OBJETO.

O Autor Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco, na


qualidade de representante da categoria dos profissionais Enfermeiros,
pretende a condenação do primeiro réu em obrigação de fazer: A

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
www.seepe.org.br

Assinado eletronicamente por: JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK - 06/05/2020 22:59:50 Num. 61540785 - Pág. 3
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Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
temporária extensão das medidas destinadas à prevenção do contágio
e, ao combate à propagação da COVID-19 e, dos demais réus, na
obrigação de não fazer: abster-se de efetivar medidas contrárias às
determinadas para e pelo primeiro réu.

A seguir será detalhado que a categoria de enfermagem, assim como


as demais vinculadas aos profissionais de saúde, vivencia uma situação
periclitante, com tendência de relevante piora.

Os profissionais estão adoecendo e, falecendo, mais do que ocorrido


na Espanha e na Itália. Os profissionais estão expostos nas unidades ao
indicar que não possuem vagas ou condição de atender os pacientes.

Isso porque a União, o Estado tampouco os Municípios estavam


preparados ou, até o momento, conseguiram preparar-se para deter o
aumento do contágio e, e enfrentar efetivamente à COVID-19.

Não se quer, neste processo, reconhecimento de culpa de quaisquer


dos poderes, busca-se tão somente a possibilidade de sobrevivência.
Aliás, Pernambuco destacou-se, em algum modo, no início do
enfrentamento.

Se não há a possibilidade da real regularização da situação nos moldes


atuais, que se altere o cenário: Redução da velocidade de contágio
para que as edilidades envolvidas tenham fôlego para salvar seus
profissionais e, claro, seus cidadãos.

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
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Número do documento: 20050622595070700000060451082
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Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77
Obviamente que a presente peça se aterá aos impactos do cenário da
saúde pública nos profissionais da enfermagem, contudo, o alcance
não se restringe à categoria.

É de conhecimento desta justiça, até mesmo por ser matéria em todos


os jornais, diariamente desde o mês de março que, União, Estado e
Municípios não têm sido capazes de incrementar a rede de saúde,
pública ou privada para o efetivo enfretamento, igualmente, não
houve êxito na obtenção dos equipamentos de proteção individual,
tornando os profissionais de saúde em pacientes, não há testagem
sequer para servidores.

A COVID-19 não possui, até o momento, vacinas ou protocolos


definitivos de cura.

O Sindicato dos enfermeiros possui processos judiciais contra o estado


de Pernambuco, Município do Recife, Mediações perante o Ministério
Público do Trabalho, expede diariamente mais de uma dezena de
ofícios para secretarias e, prefeituras da região metropolitana e do
interior, mas não há qualquer tipo de solução.

Tem-se, pois que, tal qual já afirmado recorrentemente pela a


Organização Mundial de Saúde que, enquanto não existirem outras
saídas, tratamentos medicamentosos, as medidas NÃO
FARMACOLÓGICAS são as únicas efetivas para atenuar os índices de
contágio.

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O estado de Pernambuco é ciente disto. Verifica diariamente o
abarrotamento de suas unidades hospitalares, leitos de UTI, leitos de
hospitais de Campanha, além da utilização da rede privada.

O estado de Pernambuco cogita, desde março, a instituição de


“lockdown”, cientistas aconselham o estado publicamente:

“Cientistas defendem que Grande Recife adote


'lockdown'; 'é muito provável e necessário', diz secretário
de Saúde do Recife
'A experiência mundial mostrou isso para a gente. Ou a
gente faz agora ou não teremos mais tempo', declarou
Jones Albuquerque, cientista do Lika, da UFPE.”

O estado do Maranhão2 teve decretado o arrocho das medidas de


isolamento através da justiça, o Estado do Ceará3 igualmente as
incrementou e, por último, o Consórcio Nordeste4, formado pelos
governos estaduais da região recomendaram a adoção de medidas.

Contudo, o estado de Pernambuco segue sem a implementação,


sendo a última notícia de que, “até o fim de semana avaliará” a
implementação.

Não há hipótese para letargia, o termo urge e aqui, se busca do


judiciário a efetivação da medida.

2 https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2020/05/05/lockdown-comeca-no-
maranhao-em-sao-luis-governo-fiscaliza-motoristas.ghtml
3 https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/05/05/regras-de-isolamento-mais-
rigidas-em-fortaleza-quando-posso-sair-de-casa-e-quando-nao-posso.ghtml
4 https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2020/05/consorcio-

nordeste-defende-o-lockdown-para-estados-com-mais-de-80-de.html
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3 – DO DETALHAMENTO DO CENÁRIO ATUAL. 99% DE LEITOS OCUPADOS E,
DA REDUÇÃO DA ADESÃO AO ISOLAMENTO PARCIAL. COMPROVAÇÃO
COM DOCUMENTOS EM ANEXO.

Tal qual se extrai dos documentos em anexo, desde o final de fevereiro


a categoria da enfermagem oficia diariamente diversos órgãos e
hospitais privados na tentativa de buscar soluções, apresentar
relevantes problemas e, até agora, o quadro apenas se agrava.

A crise COVID-19 acaba de se instalar efetivamente e, mesmo assim, o


número de óbitos de profissionais no país, já é superior à calamidade
enfrentada na Itália e, Espanha.

Pernambuco é o terceiro estado no país com o pior cenário.

Os profissionais estão pedindo doações de equipamentos.

Estão recebendo capas de chuva como equipamentos de proteção.

Não há testagem de servidores, nem os sintomáticos, em contrariedade à


recomendação da O.M.S. 5

Já passam a informar a pacientes – e respectivos acompanhantes – que não


há vagas, ainda que eles estejam precisando.

O número de infectados em Pernambuco dobrou apenas nos últimos dez dias.

Pernambuco está com 99% dos leitos ocupados:

5
(Laboratory testing strategy recommendations for COVID-19) da OMS de 25/03/2020
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“Pernambuco tem 99% de ocupação nas UTIs estaduais
Estado é um dos mais atingidos no Nordeste pela
pandemia da Covid-19, com mais de 700 mortes já
registradas.”6

O quadro da saúde é, pois, desesperador.

Se, em um cenário atual, os profissionais de saúde já estão se contaminando,


adoecendo, falecendo, se já não há mais vagas para tratamento, é condição
urgente e sine qua non a redução do contágio.

Se há imensa dificuldade em abrir leitos, adquirir as capacidades necessárias


para prestar os serviços com o mínimo de segurança – que, claro, possuía um
histórico relevante a ser saldado – que se atue na redução da demanda.

4 – DO HISTÓRICO DE DECRETOS E DO RELAXAMENTO DO ISOLAMENTO SOCIAL.

Pernambuco saiu na frente da maioria dos estados na edição de medidas de


isolamento social, isto, a partir do Decreto de nº.: 48.809, de 14/03/2020.

Desde então, foram editados diversos decretos, contudo, no sentido oposto


ao que se deve, ou seja, houve relaxamento de medidas, dentre os quais, o
principal, o de nº.: 48.882 circulação intermunicipal, recepção de serviços
como essenciais (a exemplo de assistências técnicas, oficinas, lavanderias,
lojas de materiais de construção).

Por isso e aliado a isso, houve um relaxamento da população na adesão ao


isolamento social: CORONAVÍRUS

https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/coronavirus/2020/05/05/NWS,139508,70,1668,NOTICIAS,
2190-PERNAMBUCO-TEM-OCUPACAO-NAS-UTIS-ESTADUAIS.aspx
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Pernambuco tem 50% de adesão ao isolamento social,
segundo painel
Levantamento usa dados de geolocalização dos celulares da
população e contabiliza os 184 municípios pernambucanos e
o distrito de Fernando de Noronha. Folha7

Ora, se não há capacidade para tratamento, se as unidades de saúde não


conseguem acolher minimamente trabalhadores e pacientes, as medidas não
podem ser a de afrouxamento, mas, sim, as de arrocho.

O Sindicato não tenta usurpar competências ou, impor à administração


pública medidas que deixem de observar as demais áreas de atuação estatal,
por isso, se utiliza de medidas determinadas pela Justiça do Maranhão, sob as
quais não houve qualquer manifestação contrária em juízo ou publicamente e,
medidas espontaneamente adotadas no Ceará, para que sejam
implementadas, revistas a cada 15 dias, sendo para majoração enquanto
continuar a curva ascendente de contágio e ausência de leitos e, para
redução, quando a curva de contágio for descendente e/ou houver
disponibilização relevantes de leitos vagos.

5 – DO DIREITO. À VIDA, À SAÚDE E SAÚDE DO TRABALHADOR.

Consoante anteriormente demonstrado, considerando que o autor é


representante de uma categoria que, exposta, corre risco de vida e,
igualmente, se coloca na situação de paciente, percebe-se um híbrido
do direito a ser tutelado: Saúde pública e, a saúde do trabalhador.

https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/coronavirus/2020/05/05/NWS,139394,70,1
668,NOTICIAS,2190-PERNAMBUCO-TEM-ADESAO-ISOLAMENTO-SOCIAL-SEGUNDO-
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Sobre a primeira, tem-se que o direito à saúde deve ser tratado de
forma técnica, científica.

Não existe vacina ou, protocolo comprovadamente efetivo em face do


COVID-19, existe, pois, um protocolo e, uma medida NÃO
FARMACOLÓGICA eficiente: O isolamento social.

A edilidade não pode se afastar da ciência.

Assim reconhece o Supremo Tribunal Federal, como destacado no voto


do Min. Luis Roberto Barroso, no julgamento da Medida Cautelar na
Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.501/DF:

Em tema de tamanha relevância, que envolve pessoas


fragilizadas pela doença e com grande ânsia para obter
a cura, não há espaço para especulações. Diante da
ausência de informações e conhecimentos científicos
acerca de eventuais efeitos adversos de uma substância,
a solução nunca deverá ser a liberação para consumo.
Mas, sim, o incentivo à realização de estudos científicos,
testes e protocolos, capazes de garantir proteção às
pessoas que desejam fazer uso desses medicamentos.
Trata-se de uma decorrência básica do princípio da
precaução, que orienta a atividade de registro e
vigilância sanitária, e tem como base o direito à
segurança (CF/1988, art. 5º, caput)

Como bem ressaltou o Ministério Público Federal, no processo


administrativo 1.23.000.000357/2020-90, cujo este patrono não obteve

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sucesso na busca da identificação do procurador responsável, pelo que
aqui, lamenta e pede licença de uso: “

“O STF, no referido julgamento, além de reconhecer a


aplicação do princípio da precaução no direito à saúde,
firmou sua posição sobre a existência de uma ideia de reserva
de administração.

A reserva de administração é cabível nos casos em que os


critérios técnicos devem preponderar sobre razões de índole
política. No caso dos autos a medicina baseada em
evidência determina para o combate à COVID-19 (critério
técnico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde) o
isolamento social e a quarentena, os quais não podem ser
relegados por critérios meramente econômicos ou políticos,
criando-se um risco inadmissível para toda a população. De
acordo com a ideia de reserva de administração, se um
órgão técnico tem capacidade institucional superior aos
agentes políticos para salvaguardar direitos fundamentais,
prevalece a atuação do órgão técnico.” (grifos apostos).

Feita à destaque quanto à reserva da administração pública, é


evidente que, os direitos aqui tutelados encontram-se no rol de
garantias fundamentais deste e, de qualquer outro estado democrático
de direito: VIDA, SAÚDE, SAÚDE DO TRABALHADOR.

6 – DAS MEDIDAS RESTRITIVAS TEMPORÁRIAS E DA TUTELA DE URGÊNCIA.

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A questão é de extrema urgência e os requisitos para concessão da
tutela antecipatória estão estampados:

- Periculum in mora: a população está perdendo a vida e, o fará por


ausência de vagas, os trabalhadores estão colocando suas próprias
vidas em risco, além de seus familiares e ainda podem tornar-se
verdadeiro vetor de propagação do vírus, sendo caso de SAÚDE
PÚBLICA.

- Fumus boni iuris: A situação é absolutamente reconhecida, nos


encaminhamos para afronta às garantias fundamentais constitucionais
do direito à vida, à saúde e, à saúde do trabalhador.

- Verossimilhança: As diversas notícias de jornais anexas, bem como as


especulações oriundas do secretário de saúde do estado, demonstram
a situação que ocorre no estado.

Assim, pede seja DEFERIDA TUTELA DE URGÊNCIA determinando, o


estado de Pernambuco para que, implemente e, fiscalize, com
possibilidade de revisão a cada 15 dias, sendo para majoração enquanto
continuar a curva ascendente de contágio e ausência de leitos e, para
redução, quando a curva de contágio for descendente e/ou houver
disponibilização relevantes de leitos vagos:

(a.1) a suspensão expressa de todas as atividades não


essenciais à manutenção da vida e da saúde, trazendo rol
exaustivo das atividades essenciais que ficariam
excepcionadas dessa suspensão, tais como alimentação,
medicamentos e serviços obrigatoriamente ininterruptos
(portos e indústrias que trabalhem em turnos de 24h);
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(a.2) Diminuição da limitação adequada das reuniões de
pessoas em espaços públicos ou abertos ao público;

(a.3) regulamentação do funcionamento dos serviços públicos


e atividades essenciais, tais como bancos e lotéricas
exclusivamente para pagamento de renda básica
emergencial, salários e benefícios sociais, prescrevendo-se
lotação máxima excepcional nesses ambientes e organização
de filas;

(a.4) vedação de circulação de veículos particulares, salvo


para compra de alimentos ou medicamentos, para transporte
de pessoas para atendimento de saúde ou desempenho de
atividades de segurança ou no itinerário de serviços
considerados como essenciais por Decreto Estadual;

(a.5) vedação de entrada/saída de veículos da região


metropolitana, por 15 dias, salvo caminhões, ambulâncias,
veículos transportando pessoas para atendimento de saúde,
veículos no desempenho de atividades de segurança ou no
itinerário de serviços considerados essenciais por Decreto
Estadual;

(a.6) A adoção de medidas de sanção administrativa quando


houver infração às medidas de restrição social, como o não
uso de máscaras em locais de acesso ao público, conduta
análoga aos crimes de infração de medida sanitária
preventiva (art. 268 do CP);

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b) Aos municípios:

b.1) abstenham-se de disciplinar regras de distanciamento


social de modo contrário ao estado de Pernambuco, no que
toca à adoção do bloqueio total (lockdown) como medida
de distanciamento social;
b.2) fiscalizem o estrito cumprimento dos Decretos Estaduais
referentes ao mencionado , por suas equipes de vigilância em
saúde, guarda lockdown municipal, agentes municipais de
trânsito e outros agentes de fiscalização municipais.

2.2 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA.

O Sindicato autor requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária


gratuita, a teor do que disciplina o art. 98, do CPC, por não dispor
suficientemente de recursos para pagar as custas, as despesas processais ou
suportar eventual sucumbência.

Como se sabe, as entidades sindicais profissionais obtêm (obtinham) suas


receitas, basicamente, através da Contribuição Sindical (conhecido como
Imposto Sindical) e demais contribuições, que podem ser assistenciais ou
associativas, as quais, no caso do Sindicato autor, muito mal são suficientes à
saldar suas despesas correntes.

Por certo, o acesso à Justiça não lhe pode ser negado, aliás, essa deve ser a
primeira das preocupações do ente estatal judicante, princípio Constitucional
estabelecido no art. 5º, XXXV da Carta Magna.

Registre-se, inclusive, que a concessão às pessoas jurídicas se encontra


pacificada nos termos do que estabelece a Súmula 481 do C. STJ.

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Assim vêm decidindo os nossos pretórios sobre a matéria:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO
POR SINDICATO. PRETENSÃO AO DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO
DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA, POR PRESUNÇÃO DE POBREZA.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE O INDEFERE, AO ARGUMENTO DE
QUE NECESSÁRIA A DEMONSTRAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA
FINANCEIRA, MORMENTE DIANTE DO RECOLHIMENTO DA
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. SÚMULA N. 481 DO STJ. ACÓRDÃO
EM CONSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL
DO STJ. 1. A Corte Especial sedimentou, na Súmula n. 481 do
STJ, o entendimento de que "faz jus ao benefício da justiça
gratuita a pessoa jurídica, com ou sem fins lucrativos, que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais". 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no
AREsp 333.640/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 17/09/2013)
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
PESSOA JURÍDICA EM REGIME DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL.
JUSTIÇA GRATUITA. INDEFERIMENTO. 1. Ainda que em regime de
liquidação extrajudicial, a concessão do benefício da justiça
gratuita à pessoa jurídica depende de demonstração de sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
Incidência da Súmula 83/STJ. 2. As circunstâncias de fato
consideradas pelas instâncias de origem para afastar a
condição de hipossuficiente não são passíveis de revisão em
recurso especial (Súmula 7/STJ). 3. Agravo regimental a que se
nega provimento. (AgRg no AREsp 341.016/SP, Rel. Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
27/08/2013, DJe 06/09/2013)

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RECURSO DE AGRAVO - CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA
JUSTIÇA GRATUITA - ADVOGADO PARTICULAR - PESSOA
JURÍDICA - CABIMENTO - MANUTENÇÃO DA DECISÃO. 1. O fato
da parte ser patrocinada por banca de advocacia particular
e não pela defensoria pública não retira da mesma o direito
ao benefício da justiça gratuita, pois não é demonstrativo de
riqueza. 2. Comprovada a impossibilidade financeira para
arcar com as custas processuais, nada impede que seja
concedido o benefício da justiça gratuita às pessoas jurídicas.
(TJ-PE - AGV: 2284831 PE 0001698-13.2011.8.17.0000, Relator:
Francisco Eduardo Goncalves Sertorio Canto, Data de
Julgamento: 17/03/2011, 3ª Câmara Cível)

Também é certo que as atividades realizadas pelo Sindicato Autor não têm
qualquer fim lucrativo, resumindo-se a representação da categoria profissional,
valendo-se dos seus parcos rendimentos para, tão somente, custear suas
despesas fixas e outras ligadas à sua atividade fim, como assembleias,
visitação aos locais de trabalho, pagamento de aluguel, telefones, enfim,
despesas ordinárias necessárias ao seu mínimo funcionamento.

Ademais, com a recente “reforma trabalhista” introduzida pela lei 13.467/17 8, a


obrigatoriedade do desconto da contribuição sindical foi retirada dos
sindicatos, o que, ainda mais, confere um estado de necessidade à entidades
sindicais de uma forma geral, sendo poucas as que podem demandar sem
prejuízo da continuidade de suas atividades, não sendo esta a hipótese dos
autos.

De outro modo, no caso específico do sindicato autor, encontra-se em grave


situação financeira, seja por más administrações passadas, seja pelo momento
de crise e diminuição dos associados, seja pelo fim do imposto sindical.

8
O art. 579 da CLT, modificado pelo art. 1º. da Lei 13.467/17, foi, em Ação Direta de Inconstitucionalidade
julgada em 29/06/18, DECLARADA CONSTITUCIONAL, portanto, sequer conta o Sindicato autor com tais
exações para o seu financiamento. (ADI 5794)
Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
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Registro na DRT sob o n° 176 em 26 de novembro de 1981
CARTA SINDICAL em 20 de agosto de 1986
CNPJ 08.033.359/0001-77

Não é só. Recentemente, o sindicato passou por anulação de estatuto e


eleições, sendo necessária a demanda judicial e, apoio do MPT 6ª Região
para que existisse o devido processo democrático.

Nesse toar, faz-se imperativo que se defira o benefício de assistência judiciária


gratuita. Por tais razões, antecipadamente, o Autor requer a gratuidade das
custas e isenção das sucumbências pelas circunstâncias que envolvem sua
realidade.

8 – PEDIDOS.

8.1 - Em sede de tutela de urgência

Ante o exposto, com esteio nos artigos 12 da Lei da Ação Civil Pública
apresenta os seguintes pedidos de caráter antecipatório para todos os
réus cumprirem de forma imediata, que os réus atendam de forma
imediata: Implemente e, fiscalize, com possibilidade de revisão a cada 15
dias, sendo para majoração enquanto continuar a curva ascendente de
contágio e ausência de leitos e, para redução, quando a curva de contágio
for descendente e/ou houver disponibilização relevantes de leitos vagos:

(a.1) a suspensão expressa de todas as atividades não


essenciais à manutenção da vida e da saúde, trazendo rol
exaustivo das atividades essenciais que ficariam
excepcionadas dessa suspensão, tais como alimentação,
medicamentos e serviços obrigatoriamente ininterruptos
(portos e indústrias que trabalhem em turnos de 24h);
(a.2) Diminuição da limitação adequada das reuniões de
pessoas em espaços públicos ou abertos ao público;

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
E-mail: administrativo@seepe.org.br / presidencia@seepe.org.br - Fone/Fax: 81 30404457 / 81 999534130
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CNPJ 08.033.359/0001-77

(a.3) regulamentação do funcionamento dos serviços públicos


e atividades essenciais, tais como bancos e lotéricas
exclusivamente para pagamento de renda básica
emergencial, salários e benefícios sociais, prescrevendo-se
lotação máxima excepcional nesses ambientes e organização
de filas;

(a.4) vedação de circulação de veículos particulares, salvo


para compra de alimentos ou medicamentos, para transporte
de pessoas para atendimento de saúde ou desempenho de
atividades de segurança ou no itinerário de serviços
considerados como essenciais por Decreto Estadual;

(a.5) vedação de entrada/saída de veículos da região


metropolitana, por 15 dias, salvo caminhões, ambulâncias,
veículos transportando pessoas para atendimento de saúde,
veículos no desempenho de atividades de segurança ou no
itinerário de serviços considerados essenciais por Decreto
Estadual;

(a.6) A adoção de medidas de sanção administrativa quando


houver infração às medidas de restrição social, como o não
uso de máscaras em locais de acesso ao público, conduta
análoga aos crimes de infração de medida sanitária
preventiva (art. 268 do CP);

b) Aos municípios:

Endereço: Rua Treze de Maio, 292 - Santo Amaro – Recife-PE- CEP: 50100-160.
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b.1) abstenham-se de disciplinar regras de distanciamento
social de modo contrário ao estado de Pernambuco, no que
toca à adoção do bloqueio total (lockdown) como medida
de distanciamento social;
b.2) fiscalizem o estrito cumprimento dos Decretos Estaduais
referentes ao mencionado , por suas equipes de vigilância em
saúde, guarda lockdown municipal, agentes municipais de
trânsito e outros agentes de fiscalização municipais.

8.2 - Em definitivo

O estado de Pernambuco implemente e, fiscalize, com possibilidade de


revisão a cada 15 dias, sendo para majoração enquanto continuar a curva
ascendente de contágio e ausência de leitos e, para redução, quando a
curva de contágio for descendente e/ou houver disponibilização relevantes
de leitos vagos:

(a.1) a suspensão expressa de todas as atividades não


essenciais à manutenção da vida e da saúde, trazendo rol
exaustivo das atividades essenciais que ficariam
excepcionadas dessa suspensão, tais como alimentação,
medicamentos e serviços obrigatoriamente ininterruptos
(portos e indústrias que trabalhem em turnos de 24h);
(a.2) Diminuição da limitação adequada das reuniões de
pessoas em espaços públicos ou abertos ao público;

(a.3) regulamentação do funcionamento dos serviços públicos


e atividades essenciais, tais como bancos e lotéricas
exclusivamente para pagamento de renda básica
emergencial, salários e benefícios sociais, prescrevendo-se
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CNPJ 08.033.359/0001-77
lotação máxima excepcional nesses ambientes e organização
de filas;

(a.4) vedação de circulação de veículos particulares, salvo


para compra de alimentos ou medicamentos, para transporte
de pessoas para atendimento de saúde ou desempenho de
atividades de segurança ou no itinerário de serviços
considerados como essenciais por Decreto Estadual;

(a.5) vedação de entrada/saída de veículos da região


metropolitana, por 15 dias, salvo caminhões, ambulâncias,
veículos transportando pessoas para atendimento de saúde,
veículos no desempenho de atividades de segurança ou no
itinerário de serviços considerados essenciais por Decreto
Estadual;

(a.6) A adoção de medidas de sanção administrativa quando


houver infração às medidas de restrição social, como o não
uso de máscaras em locais de acesso ao público, conduta
análoga aos crimes de infração de medida sanitária
preventiva (art. 268 do CP);

b) Aos municípios:

b.1) abstenham-se de disciplinar regras de distanciamento


social de modo contrário ao estado de Pernambuco, no que
toca à adoção do bloqueio total (lockdown) como medida
de distanciamento social;

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b.2) fiscalizem o estrito cumprimento dos Decretos Estaduais
referentes ao mencionado , por suas equipes de vigilância em
saúde, guarda lockdown municipal, agentes municipais de
trânsito e outros agentes de fiscalização municipais.

c) A condenação dos demandados ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios;

d) A concessão da gratuidade de justiça à Entidade Sindical


Reclamante;

e) Requer - se a citação das Reclamadas para, querendo,


responder à presente ação.

f) Requer a citação do Ministério Público para que se pronuncie


nos termos do artigo 5º §1º da Lei 7.347/85.

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas,


especialmente depoimento pessoal do representante legal das
Reclamadas, apresentação de comprovante de manutenção de
fornecimento de EPIs, oitiva de testemunha.

Requer também a comunicação ao Ministério Público do Trabalho para


participar da presente lide;

Finalmente requer que sejam JULGADOS PROCEDENTES TODOS OS


PEDIDOS atribuindo-se à causa para fins de alçada o valor de R$
1.000,00 (mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
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CNPJ 08.033.359/0001-77
JOÃO GABRIEL VIEIRA WANICK.
OAB-PE 26.269.

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Tribunal de Justiça de Pernambuco
Poder Judiciário
1ª Vara da Fazenda Pública da Capital

AV DESEMBARGADOR GUERRA BARRETO, S/N, FORUM RODOLFO AURELIANO, ILHA JOANA BEZERRA, RECIFE
- PE - CEP: 50080-800 - F:(81) 31810275

PROCESSO N.º 0021639-42.2020.8.17.2001

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

RÉU:ESTADO DE PERNAMBUCO

RÉU:MUNICÍPIO DO RECIFE

DECISÃO

Vistos etc.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, através do Promotor


de Justiça da 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital - Proteção e Defesa
dos Direitos do Consumidor, com fundamento nos artigos 127 e 129 da Constituição Federal,
na Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e na Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor), propôs a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA com pedido de tutela de urgência de
natureza antecipada, em face do ESTADO DE PERNAMBUCO e MUNICÍPIO DE RECIFE,
pelos fundamentos fáticos e jurídicos expostos exordial.

Aduz o órgão do parquet que a ação proposta decorre do Inquérito Civil nº


02052.000.018/2020, instaurado de ofício no âmbito da 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da
Cidadania da Capital, em 03 de abril de 2020, com a finalidade inicial de promover a ampliação
do prazo de fechamento de parques e praias, visando em suma a contenção ou redução da
velocidade de contágio e proliferação do Covid-19.

Assinado eletronicamente por: BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA - 07/05/2020 01:10:31 Num. 61540724 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050701103170000000060451876
Número do documento: 20050701103170000000060451876
Sustenta, em apertada síntese, que os entes demandados não vêm desenvolvendo
ações capazes de alcançar os objetivos de redução ou nivelamento da curva de contágio, a
despeito de intensa produção normativa inferior.

Assegura que algumas das ações implementadas revelaram-se ineficazes, o


que sugere uma ampliação substancial das medidas de restrição.

Requer finalmente a decretação do chamado lockdown, que seria a radicalização


das medidas de distanciamento social, com restrições severas à prática de atividades civis e
empresariais, circulação de pessoas e veículos.

Com a inicial juntou os documentos

Vieram-me os autos conclusos.

É o que interessa relatar. Passo ao exame da controvérsia.

A legislação infraconstitucional, regulou o pedido de tutela de urgência, a fim de que


a parte adquira, provisoriamente, em sede de juízo não exauriente, o próprio pedido de mérito,
que só seria analisado, por ocasião da sentença, desde que presentes os respectivos
pressupostos, quais sejam, a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput, do CPC).

Nesse sentido, depreende-se que um dos objetivos traçados pelo legislador


infraconstitucional ao prever o instituto da tutela de urgência, de natureza antecipada, é
manejá-lo como verdadeiro escudo protetivo para evitar lesões graves ou de difíceis
reparações à parte interessada, desde que preenchidos os pressupostos autorizadores.

Volvendo-me ao caso concreto, numa análise percuciente dos argumentos


expendidos pelo Promovente, e confrontando-se com elementos trazidas à baila pelo mesmo,
desde logo, verifico que inexiste, ao menos neste momento processual prévio à instrução
probatória, e à própria angularização processual, os requisitos legais.

Em verdade, a deflagração dos sucessivos estágios de alerta, acompanhados de


medidas restritivas de diversas ordens, veiculadas através de instrumentos legislativos
próprios, sob responsabilidade de entes governamentais, em todos os níveis, obedecem a
protocolos internacionais e representam a tentativa estatal de enfrentamento de crise sem
precedentes na história do país.

No presente momento, cabe a cada autoridade estatal, no limite de sua


responsabilidade constitucional, estabelecer as prioridades eleitas, obviamente norteados pelo
bem comum e tutelados pela legalidade. In casu, seria amplamente desejável que o conjunto
de recurso disponíveis, nos diversos planos (orçamentário, materiais, humanos e tecnológicos)
fossem suficientes ao atendimento irrestrito da demanda gigantesca que se apresenta. No
plano fático, porém, esta assertiva distancia-se do ideal, diante da notória escassez e
limitações impostas ao Estado Brasileiro, impulsionada por Pandemia de proporções ainda não
suficientemente dimensionada.

Dentre os fatores fixados num panorama de hipercomplexidade que caracteriza o


problema planetário ora sob foco, resta claro que a existência de infraestrutura urbana
adequada, rede hospitalar suficientemente instalada, segurança alimentar, securitária e social,
são fatores preponderantes para a definição de uma taxa adequada de sucesso no
enfrentamento da crise sem precedentes.

Assinado eletronicamente por: BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA - 07/05/2020 01:10:31 Num. 61540724 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050701103170000000060451876
Número do documento: 20050701103170000000060451876
A realidade nacional, e especialmente regional além da local, no entanto, salvo
exceções estatisticamente dotadas de reduzida relevância, demonstram um déficit longínquo
entre o fato concreto e a expectativa gerada.

No contexto acima, o domínio das informações que envolvem as necessidades e


servem de base à tomada de decisões encontra-se indiscutivelmente centralizado nos órgãos
estatais, que a partir dos dados oficiais devem ser capazes de dimensionar, no âmbito de suas
possibilidades materiais e formais (incluindo os aspecto legal e orçamentário), os limites para
as próprias ações, que indiscutivelmente revolvem as possibilidades políticas.

Obviamente que não se está aqui a advogar que o sistema jurídico seja
hermeticamente fechado no plano operativo, numa modalidade de autopoises[1] ou
autorreferência radical. Ao contrário, admite-se um sistema de intercâmbio, entre o direito e
outros subsistemas, especialmente com subsistema político, porém de modo regrado a partir
do acoplamento estrutural que é a constituição federal[2], sob pena de irritação tecidual, capaz
de ensejar elementos de rejeição, com prejuízo para todo o organismo social.

A propósito, na recentíssima decisão colegiada proferida em 15.04.2020, o Supremo


Tribunal Federal no julgamento da ADI 6341 por maioria dos membros da corte aderiu à
proposta do ministro Edson Fachin acolhendo a necessidade de que o artigo 3º da Lei
13.979/2020 seja interpretado de acordo com a Constituição, de modo a reafirmar observância
da autonomia dos entes locais.

Nos termos da decisão acima, a mitigação das faculdades, poderes e ônus exercidos
nas raias da atribuição constitucional, relativamente à questão sanitária tratada, afrontaria o
princípio federativo e da separação dos poderes.

Embora a questão analisada pelo Supremo estivesse vinculada incialmente a


eventual interferência da União em competência dos estados, a ideia central foi, de fato, a
preservação da competência legislativa e atribuição material dos demais entes da
federação.

Nesse sentido, a invasão de competência não se justifica, de acordo com o mesmo


raciocínio, por diverso poder, no espectro da repartição constitucionalmente estabelecida como
cláusula pétrea (art. 64, §4º, III da CRFB)

Ressalte-se, ademais, que não cabe ao poder judiciário a definição das prioridades,
a serem adotadas de acordo com critérios pretensamente técnicos, pelos poderes constituídos
para o desempenho de tais funções, evitando-se que o poder judiciário extrapole o limite de sua
atuação constitucional, para abarcar aspecto decisório pautado por conteúdo político, num
exercício, portanto, de autocontenção judicial.

Neste momento, portanto, cabe ao representante do poder executivo tomar as


decisões à vista dos fatos e com base nos elementos científicos presentes nas informações de
que dispõe, a partir dos órgãos técnicos.

Nesta senda, não vislumbro na causa de pedir qualquer afronta dos responsáveis,
chefes dos executivos estadual e municipal aos ditames da razoabilidade ou proporcionalidade,
além da legalidade, ao passo que também não extraio elementos suficientes de convicção
quanto aos parâmetros adotados pelo autor na definção pormenorizada dos critérios e
exceções para a aplicação do chamado lockdown.

Assinado eletronicamente por: BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA - 07/05/2020 01:10:31 Num. 61540724 - Pág. 3
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050701103170000000060451876
Número do documento: 20050701103170000000060451876
Nesse diapasão, levando-se em consideração a inexistência de elementos que
evidenciem a probabilidade do direito, INDEFIRO, em sede de cognição sumária, o pedido de
tutela de urgência de natureza antecipada pretendido pelo Demandante - Ministério Público do
Estado de Pernambuco, com fundamento no artigo 300 do CPC.

Intimem-se as partes para que fiquem cientes da presente decisão.

Citem-se os demandado, dispensada a realização de audiência do 334, ante a


natureza da matéria em debate

Cumpra-se

Recife, 05 de maio de 2020

Breno Duarte Ribeiro de Oliveira

Juiz de Direito

[1] LUHMANN, Niklas. Introdução à teoria dos sistemas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p.216

[2] A respeito vide LIMA, Fernando Rister Souza. Constituição Federal: acoplamento estrutural entre os
sistemas político e jurídico. Revista Direito Público, Brasília, v.7, n.32, 2010

Assinado eletronicamente por: BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA - 07/05/2020 01:10:31 Num. 61540724 - Pág. 4
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050701103170000000060451876
Número do documento: 20050701103170000000060451876
Tribunal de Justiça de Pernambuco
Poder Judiciário

PRIMEIRA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL

AV DESEMBARGADOR GUERRA BARRETO, S/N, FÓRUM RODOLFO AURELIANO, ILHA JOANA BEZERRA,
RECIFE - PE - CEP: 50080-800

1ª Vara da Fazenda Pública da Capital


Processo nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO
CONSUMIDOR

RÉU: ESTADO DE PERNAMBUCO, MUNICIPIO DO RECIFE

MANDADO DE INTIMAÇÃO – URGENTE

O Exmo. Sr. BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA Juiz de Direito da Vara acima epigrafada, em virtude de lei,
MANDA que o(a) Senhor(a) Oficial(a) de Justiça, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado,
EFETUE A INTIMAÇÃO da pessoa a seguir relacionada, da DECISÃO id nº 61540724 cuja cópia segue em anexo,
como parte(s) integrante(s) deste, para cumprimento da tutela de urgência concedida nos autos.

Decisão, em parte: “[...] (TRANSCREVER PARTE DISPOSITIVA DA DECISÃO)”

" ... Nesse


diapasão, levando-se em consideração a inexistência de elementos que evidenciem a
probabilidade do direito, INDEFIRO, em sede de cognição sumária, o pedido de tutela de
urgência de natureza antecipada pretendido pelo Demandante - Ministério Público do Estado
de Pernambuco, com fundamento no artigo 300 do CPC.

Intimem-se as partes para que fiquem cientes da presente decisão.

Citem-se os demandado, dispensada a realização de audiência do 334, ante a


natureza da matéria em debate

Cumpra-se

Recife, 05 de maio de 2020

Breno Duarte Ribeiro de Oliveira

Juiz de Direito".

Assinado eletronicamente por: ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA - 07/05/2020 08:21:48 Num. 61545992 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050708214799200000060456627
Número do documento: 20050708214799200000060456627
Assinado eletronicamente por: BRENO DUARTE RIBEIRO DE
OLIVEIRA
07/05/2020 01:10:31
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
ID do documento: 61540724

20050701103170000000060451876

Para acessar a Petição Inicial, siga os passos abaixo:


1 – Acesse o link: https://www.tjpe.jus.br/contrafe1g
2 – No campo “Número do Documento”, digite: COPIAR O NÚMERO DO CÓDIGO DE BARRAS DA CONTRAFÉ DA
PETIÇÃO INICIAL

Obs.: O presente processo tramita de forma eletrônica através do sistema PJe. Independentemente de cadastro
prévio, a parte/advogado poderá realizar consulta através do seguinte endereço eletrônico:
https://pje.tjpe.jus.br/1g/ConsultaPublica/listView.seam
Toda a tramitação desta ação deverá ser feita através do referido sistema, sendo necessária a utilização de
Certificação Digital. As instruções para cadastramento e uso do sistema podem ser obtidas através do seguinte
endereço na internet: http://www.tjpe.jus.br/web/processo-judicial-eletronico/cadastro-de-advogado

D e s t i n a t á r i o :
Nome: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO
C O N S U M I D O R
Endereço: Avenida Visconde de Suassuna, 99, Santo Amaro, RECIFE - PE - CEP: 50050-540

Eu, ALBERTO JOSÉ DE LIMA E SILVA BRAGA, o digitei e o assino. RECIFE, 7 de maio de 2020.

ALBERTO JOSÉ DE LIMA E SILVA BRAGA


TÉCNICO JUDICIÁRIO
Assina por ordem do Juiz de Direito da Vara

ADVERTÊNCIA: a ofensa, através de palavras ou atos, que redunde em vexame, humilhação, desprestígio ou
irreverência ao oficial de justiça poderá configurar o crime de desacato. (Instrução Normativa nº 9/2006, art. 41.)

A validade da assinatura deste documento poderá ser confirmada na página do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco: www.tjpe.jus.br – PJe-Processo Judicial Eletrônico – Consulta Documento [
https://pje.tjpe.jus.br/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam], utilizando o número do documento (código de
barras) abaixo identificado.

Assinado eletronicamente por: ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA - 07/05/2020 08:21:48 Num. 61545992 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050708214799200000060456627
Número do documento: 20050708214799200000060456627
Tribunal de Justiça de Pernambuco
Poder Judiciário

PRIMEIRA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL

AV DESEMBARGADOR GUERRA BARRETO, S/N, FÓRUM RODOLFO AURELIANO, ILHA JOANA BEZERRA,
RECIFE - PE - CEP: 50080-800

1ª Vara da Fazenda Pública da Capital


Processo nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO
CONSUMIDOR

RÉU: ESTADO DE PERNAMBUCO, MUNICIPIO DO RECIFE

MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

O Exmo. Sr. BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA Juiz de Direito da Vara acima epigrafada, em virtude de lei,
MANDA que o(a) Senhor(a) Oficial(a) de Justiça, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado,
EFETUE A CITAÇÃO DA(O)(S) RÉ(U)(S), para tomar(em) ciência dos termos da ação e integrar(em) a relação
processual, bem como EFETUE A INTIMAÇÃO DA(O)(S) RÉ(U)(S) para oferecer contestação, tudo conforme
decisão prolatada ID Nº 61540724, em anexo, e diante da petição inicial, cujo teor pode ser consultado por meio do
endereço eletrônico fornecido neste documento.

Prazo: O prazo para responder a ação, querendo, é de 30 (trinta) dias, contados da juntada do mandado aos autos.

Advertência: Não sendo contestada a ação no prazo marcado, presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos
articulados pelo Autor na petição inicial (art. 344 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015).

Para acessar a Petição Inicial, siga os passos abaixo:


1 – Acesse o link: https://www.tjpe.jus.br/contrafe1g
2 – No campo “Número do Documento”, digite: COPIAR O NÚMERO DO CÓDIGO DE BARRAS DA CONTRAFÉ DA
PETIÇÃO INICIAL

Obs.: O presente processo tramita de forma eletrônica através do sistema PJe. Independentemente de cadastro
prévio, a parte/advogado poderá realizar consulta através do seguinte endereço eletrônico:
https://pje.tjpe.jus.br/1g/ConsultaPublica/listView.seam
Toda a tramitação desta ação deverá ser feita através do referido sistema, sendo necessária a utilização de
Certificação Digital. As instruções para cadastramento e uso do sistema podem ser obtidas através do seguinte
endereço na internet: http://www.tjpe.jus.br/web/processo-judicial-eletronico/cadastro-de-advogado

D e s t i n a t á r i o :
Nome: Estado de Pernambuco, na pessoa do seu representante legal.
Endereço: R. do Sol, 143 - Santo Antônio, Recife - PE, 50010-470

Assinado eletronicamente por: ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA - 07/05/2020 08:31:46 Num. 61546003 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050708314660000000060456636
Número do documento: 20050708314660000000060456636
Eu, ALBERTO JOSÉ DE LIMA E SILVA BRAGA, o digitei e o assino. RECIFE, 7 de maio de 2020.

ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA


TÉCNICO JUDICIÁRIO
Assina por ordem do Juiz de Direito da Vara

ADVERTÊNCIA: a ofensa, através de palavras ou atos, que redunde em vexame, humilhação, desprestígio ou
irreverência ao oficial de justiça poderá configurar o crime de desacato. (Instrução Normativa nº 9/2006, art. 41.)

A validade da assinatura deste documento poderá ser confirmada na página do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco: www.tjpe.jus.br – PJe-Processo Judicial Eletrônico – Consulta Documento [
https://pje.tjpe.jus.br/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam], utilizando o número do documento (código de
barras) abaixo identificado.

Assinado eletronicamente por: ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA - 07/05/2020 08:31:46 Num. 61546003 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20050708314660000000060456636
Número do documento: 20050708314660000000060456636
Certidão Positiva – Cumprimento Remoto (Pandemia Covid – 19)

Certifico que em cumprimento ao Mandado do Juízo de Direito, DEIXEI DE IR


PRESENCIALMENTE ao endereço ali constante em face da Classificação pela OMS do
novo Coronavírus como Pandemia, de que decorreram, entre vários outros, os atos oficiais
anexos (Portaria Conjunta 06/2020 do TJPE; Decreto 33521/2020 da Pref. da Cidade do
Recife; Decretos 48.834 e 48.835/2020 do Governo do Estado de Pernambuco). Então,
PELO MEIO ELETRÔNICO DISPONIBILIZADO PELO DESTINATÁRIO, levei a seu
conhecimento o mandado judicial Id 61546003, cujo recebimento foi acusado na pessoa de
Carlos Onofre Ferreira, Coordenador SAT-PGE/PE.3181-8511 / 9.9698-6658, Mat.
357.384-2, por meio da resposta cujo print segue anexo ao presente. Assim sendo, recolho
o presente para as medidas cabíveis. O referido é verdade, dou fé.

Recife, 08 de maio de 2020

Marcia R Santos

Oficiala de Justiça

Mat 175.404-1

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713166 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055764300000060616338
Número do documento: 20051115055764300000060616338
Prezado,

Acuso o recebimento.

Carlos Onofre Ferreira


Coordenador SAT-PGE/PE.
3181-8511 / 9.9698-6658
Mat. 357.384-2

Em 07/05/2020 às 17:56 horas, "Marcia Rodrigues Dos Santos"


<marcia.rodrigues@tjpe.jus.br> escreveu:
Tribunal de Justiça de Pernambuco
Poder Judiciário
PRIMEIRA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL
AV DESEMBARGADOR GUERRA BARRETO, S/N, FÓRUM RODOLFO
AURELIANO, ILHA JOANA BEZERRA, RECIFE - PE - CEP: 50080-800

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
1ª Vara da Fazenda Pública da Capital
Processo nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA
PROMOÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

RÉU: ESTADO DE PERNAMBUCO, MUNICIPIO DO RECIFE

MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

O Exmo. Sr. BRENO DUARTE RIBEIRO DE OLIVEIRA Juiz de Direito da Vara


acima epigrafada, em virtude de lei, MANDA que o(a) Senhor(a) Oficial(a) de
Justiça, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima
indicado, EFETUE A CITAÇÃO DA(O)(S) RÉ(U)(S), para tomar(em) ciência dos
termos da ação e integrar(em) a relação processual, bem como EFETUE A
INTIMAÇÃO DA(O)(S) RÉ(U)(S) para oferecer contestação, tudo conforme
decisão prolatada ID Nº 61540724, em anexo, e diante da petição inicial, cujo teor
pode ser consultado por meio do endereço eletrônico fornecido neste
documento.

Prazo: O prazo para responder a ação, querendo, é de 30 (trinta) dias, contados


da juntada do mandado aos autos.

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
Advertência: Não sendo contestada a ação no prazo marcado, presumir-se-ão
aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelo Autor na petição inicial (art.
344 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015).
Para acessar a Petição Inicial, siga os passos abaixo:
1 ? Acesse o link: www.tjpe.jus.br/contrafe1g
2 ? No campo ?Número do Documento?, digite: COPIAR O NÚMERO DO
CÓDIGO DE BARRAS DA CONTRAFÉ DA PETIÇÃO INICIAL

Obs.: O presente processo tramita de forma eletrônica através do sistema PJe.


Independentemente de cadastro prévio, a parte/advogado poderá realizar
consulta através do seguinte endereço
eletrônico: pje.tjpe.jus.br/1g/ConsultaPublica/listView.seam
Toda a tramitação desta ação deverá ser feita através do referido sistema, sendo
necessária a utilização de Certificação Digital. As instruções para cadastramento
e uso do sistema podem ser obtidas através do seguinte endereço na
internet: www.tjpe.jus.br/web/processo-judicial-eletronico/cadastro-de-
advogado

Destinatário:
Nome: Estado de Pernambuco, na pessoa do seu representante legal.
Endereço: R. do Sol, 143 - Santo Antônio, Recife - PE, 50010-470

Eu, ALBERTO JOSÉ DE LIMA E SILVA BRAGA, o digitei e o assino. RECIFE, 7


de maio de 2020.

ALBERTO JOSE DE LIMA E SILVA BRAGA


TÉCNICO JUDICIÁRIO
Assina por ordem do Juiz de Direito da Vara

ADVERTÊNCIA: a ofensa, através de palavras ou atos, que redunde em


vexame, humilhação, desprestígio ou irreverência ao oficial de justiça poderá
configurar o crime de desacato. (Instrução Normativa nº 9/2006, art. 41.)

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 3
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
A validade da assinatura deste documento poderá ser confirmada na página do
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco: www.tjpe.jus.br ? PJe-Processo
Judicial Eletrônico ? Consulta Documento
[pje.tjpe.jus.br/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam], utilizando o
número do documento (código de barras) abaixo identificado.

Assinado eletronicamente por: ALBERTO JOSE DE 20050708314660000000060456


LIMA E SILVA BRAGA 636
07/05/2020 08:31:46
pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView
.seam
ID do documento: 61546003

Favor acusar recebimento


Marcia R Santos
Oficial de Justiça
Mat 175.404-1

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 4
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
Seção B da 12ª Vara Cível da Capital
Processo nº 0020162-81.2020.8.17.2001
ESPÓLIO: LCT MATERIAIS PLASTICOS LTDA
ESPÓLIO: COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO

MANDADO DE INTIMAÇÃO – TUTELA DE URGÊNCIA

O(A) Exmo.(a) Sr.(a) Juiz(a) de Direito da Vara Cível acima epigrafada, em


virtude de lei, MANDA que o(a) Senhor(a) Oficial(a) de Justiça, em cumprimento
ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A INTIMAÇÃO das
pessoas a seguir relacionadas, do DESPACHO/DECISÃO ID61584671 cuja
cópia segue em anexo, como parte(s) integrante(s) deste, para cumprimento da
tutela de urgência concedida nos autos.

Despacho/Decisão ID61584671: “DESPACHO A parte autora informa o


descumprimento da tutela de urgência concedida. Compulsando os autos
observa-se que a tutela foi concedida no dia 23/04/2020 e que a parte ré tomou
ciência em 29/04/2020, conforme certidão positiva de ID 61244799. Constata-se
ainda na nota fiscal de ID 61481083, acostada pela parte ré, cuja a emissão
ocorreu em 23/04/2020. Considerando o lapso temporal, intime-se a parte ré,
mediante a expedição de mandado de urgência, para que efetive a cobrança
conforme determinação contida na ordem judicial liminar (Id n. 61481083), no
prazo de 48 horas. Desta feita, deve a parte ré tornar sem efeito a fatura lançada

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 5
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
e enviar a autora nova fatura nos termos da liminar concedida, sob pena de
aplicação da multa prevista. RECIFE, 7 de maio de 2020 Juiz(a) de Direito”
Para acessar a Petição Inicial, siga os passos abaixo:
1 – Acesse o link: https://www.tjpe.jus.br/contrafe1g
2 – No campo “Número do Documento”,
digite: 20042312542456000000059924737

Obs.: O presente processo tramita de forma eletrônica através do sistema PJe.


Independentemente de cadastro prévio, a parte/advogado poderá realizar
consulta através do seguinte endereço
eletrônico: https://pje.tjpe.jus.br/1g/ConsultaPublica/listView.seam
Toda a tramitação desta ação deverá ser feita através do referido sistema, sendo
necessária a utilização de Certificação Digital. As instruções para cadastramento
e uso do sistema podem ser obtidas através do seguinte endereço na
internet: http://www.tjpe.jus.br/web/processo-judicial-eletronico/cadastro-de-
advogado

Destinatário(s):
Nome: COMPANHIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO
Endereço: AV JOÃO DE BARROS, N 111, BOA VISTA, RECIFE - PE - CEP:
50100-020

Eu, LANA HELANE REIS RAPOSO, o digitei e o assino. RECIFE, 7 de maio de


2020.
LANA HELANE REIS RAPOSO
Diretoria Cível do 1º Grau
Assina por ordem do(a) Juiz(a) de Direito da Vara

ADVERTÊNCIA: a ofensa, através de palavras ou atos, que redunde em


vexame, humilhação, desprestígio ou irreverência ao oficial de justiça poderá
configurar o crime de desacato. (Instrução Normativa nº 9/2006, art. 41.)

A validade da assinatura deste documento poderá ser confirmada na página do


Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco: www.tjpe.jus.br – PJe-Processo
Judicial Eletrônico – Consulta Documento
[https://pje.tjpe.jus.br/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam],
utilizando o número do documento (código de barras) abaixo identificado.

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 6
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
Assinado eletronicamente por: LANA HELANE REIS 200507164555451000000604
RAPOSO 95692
07/05/2020 16:45:55
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/list
View.seam
ID do documento: 61587095

Favor acusar o recebimento


Marcia R Santos
Oficiala de Justiça
Mat 175.404-1
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Mesedez, mezu hau inprimatu baino lehen hartu kontuan ingurua.

Oker bategatik mezu hau jasotzen baduzu, mesedez esaiozu


bidaltzaileari eta ezaba itzazu berehala bai mezua, bai atxikitako
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erabiltzea edo beste edonori bidaltzea eta erantzunkizun zibil eta/edo
penalak eragin ditzake.

Mezu honetan dauden ideiak egileenak baino ez dira eta ez dute


nahitaez ordezkatzen Iberdrola,S.A.ren ez eta haren taldeko beste
sozietateen irizpidea; ez Iberdrola,S.A.k ezta haren taldeko ezein
sozietatek ez dute mezu honen segurtasuna, osotasuna eta iristera
zuzena bermatzen, eta ez dute inolako erantzunkizunik onartzen
hirugarren batek egindako datu-harrapaketatik, birus informatikoetatik
edo manipulazioetatik erator litekeen edozein eratako ustezko kalteen
aurrean.

Assinado eletronicamente por: MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS - 11/05/2020 15:05:57 Num. 61713174 - Pág. 8
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051115055773800000060616346
Número do documento: 20051115055773800000060616346
CERTIDÃO

CERTIFICO, que em cumprimento ao mandado ID 61545992, me dirigi ao endereço indicado no dia


07/05/20, onde fui informado que devido as medidas sanitárias de isolamento social
em decorrência da pandemia do COVID-19, o Ministério Público de Pernambuco e suas promotorias
estão em teletrabalho, bem como me forneceram um bilhete informando o site do ministério público
(www.mppe.mp.br). No referido site encontrei o seguinte e-mail: ouvidoria@mmpe.mp.br. Então no dia
11/05/20 procedi com a INTIMAÇÃO da 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM
ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR, através do referido email, que de tudo
ficou ciente e recebeu a contrafé juntamente com a decisão, acusando o recebimento nesta data, conforme
anexo. O referido é verdade, dou fé. Recife, 12/05/2020. Oficial de justiça.

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE LUIS BARRETO DE ALMEIDA - 12/05/2020 15:15:41 Num. 61780490 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051215154147600000060680736
Número do documento: 20051215154147600000060680736
Zimbra https://webmail.tjpe.jus.br/h/printmessage?id=1532&tz=America/Arge...

Zimbra alexandre.barreto@tjpe.jus.br

Fwd: TJPE Proc. 21639-42.2020 - URGENTE

De : Ouvidoria do Ministério Público Ter, 12 de mai de 2020 09:40


<ouvidoria@mppe.mp.br> 2 anexos
Assunto : Fwd: TJPE Proc. 21639-42.2020 - URGENTE
Para : 19ª PJ Consumidor da Capital
<19pjcon@mppe.mp.br>, alexandre barreto
<alexandre.barreto@tjpe.jus.br>

Segue email recebido por esta ouvidoria para conhecimento e providências que
entender cabíveis.
Atenciosamente,

Ouvidoria do MPPE: mais do que ouvir, nossa responsabilidade é oferecer respostas!

facebook.com/ouvidoriamppe
instagran: @ouvidoriamppe
(81) 3182 6776

---------- Forwarded message ---------


De: Alexandre Luis Barreto De Almeida <alexandre.barreto@tjpe.jus.br>
Date: seg., 11 de mai. de 2020 às 16:33
Subject: TJPE Proc. 21639-42.2020 - URGENTE
To: <ouvidoria@mppe.mp.br>, <caopcon@mppe.mp.br>

1ª Vara da Fazenda Pública da Capital


Processo nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: 19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA
PROMOÇÃO E DEFESA DO
CONSUMIDOR
RÉU: ESTADO DE PERNAMBUCO, MUNICÍPIO DO RECIFE

ASSUNTO: INTIMAÇÃO

DESTINATÁRIO: PARTE AUTORA

BOA TARDE,

Por ordem do MM. Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital nos autos
do processo em epígrafe, me dirigi à Av. Visc. de Suassuna, 99, Santo Amaro,
Recife/PE, onde fui informado que devido as medidas sanitárias de isolamento social
em decorrência da pandemia do COVID-19, o Ministério Público de Pernambuco e suas
promotorias estão em teletrabalho, bem como me forneceram um bilhete informando o
site do ministério público (www.mppe.mp.br). Localizado apenas esses e-mails a que
me dirijo, sirvo-me do presente para INTIMAR a 19 ª PROMOTORIA DE DEFESA DA
CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR de todo o

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Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE LUIS BARRETO DE ALMEIDA - 12/05/2020 15:15:41 Num. 61781144 - Pág. 1
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Número do documento: 20051215154158800000060681390
Zimbra https://webmail.tjpe.jus.br/h/printmessage?id=1532&tz=America/Arge...

conteúdo do mandado ID 61545992 e decisão ID 61540724 em anexo.


Solicito que o representante legal da ré acuse o recebimento do presente,
mencionando o seu nome completo, matrícula, CPF e/ou número de inscrição na OAB.

Agradeço antecipadamente a atenção.

Recife, 11 de maio de 2020.

Alexandre Luís Barreto de Almeida


Oficial de Jusltiça - Mat. 175.231-6

21639-42 decisão.pdf
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21639-42 mandado.pdf
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2 of 2 12/05/2020 14:39

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Número do documento: 20051215154158800000060681390
Segue petição, requerendo a juntada, aos presentes autos, da petição do agravo de instrumento interposto,
acompanhada dos documentos indicados pelo art. 1.018 do NCPC.

Recife, 12 de maio de 2020.

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Número do documento: 20051218414577100000060699331
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA


DA CAPITAL

PROCESSO Nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO
RÉUS: ESTADO DE PERNAMBUCO
MUNICÍPIO DO RECIFE

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, nos autos da


Ação Civil Pública nº 0021639-42.2020.8.17.2001, que move em face do ESTADO DE
PERNAMBUCO e do MUNICÍPIO DO RECIFE, vem, na forma do art. 1.018 do Novo Código de
Processo Civil, requerer a juntada dos seguintes documentos:
a) cópia da petição do agravo de instrumento interposto perante o E. Tribunal de Justiça do Estado
de Pernambuco;
b) cópia do comprovante da interposição do referido agravo de instrumento;
c) relação dos documentos que instruíram o referido agravo de instrumento (petição da ação civil
pública, inquérito civil, decisão agravada).

Ademais, requer a reforma total da decisão agravada, na forma do art. 1018,


§ 1º, do Novo Código de Processo Civil, para fins de deferir o pedido de tutela antecipada formulado
nos autos da presente Ação Civil Pública.

Pede deferimento.

Recife, 12 de maio de 2020.

SOLON IVO DA SILVA FILHO


Promotor de Justiça

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427
1

Assinado eletronicamente por: SOLON IVO DA SILVA FILHO - 12/05/2020 18:41:45 Num. 61799720 - Pág. 1
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Número do documento: 20051218414585400000060699545
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR RELATOR DA ____CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO


DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

PROCESSO Nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO
RÉUS: ESTADO DE PERNAMBUCO
MUNICÍPIO DO RECIFE

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, através do


Promotor de Justiça abaixo firmado, nos termos do art. 1015 do Novo Código de Processo Civil
no uso de suas atribuições legais, vem, irresignado com a decisão interlocutória prolatada pelo
Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

nos autos do processo epigrafado - Ação Civil Pública que move em face ESTADO DE
PERNAMBUCO e do MUNICÍPIO DO RECIFE pelas razões de fato e de direito que passa a
expor.

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427

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Número do documento: 20051218414591900000060699548
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

Instrui-se o presente recurso com cópia integral dos autos no qual foi proferida a
decisão ora agravada e, por conseguinte, com as peças obrigatórias consoante previsão no
CPC (petição inicial da Ação Civil Pública originária, Inquérito Civil e decisão agravada)

Deixa, entretanto, de apresentar a certidão de intimação da decisão agravada,


porque até aqui não houve expedição do respectivo mandado no ambiente do PJE. No entanto,
apresenta-se este Promotor de Justiça como intimado da decisão agravada, a qual foi proferida
no dia 07 de maio de 2020, e por esta circunstância, sendo hoje, 09 de maio de 2020,
configurada está a tempestividade do presente recurso de agravo de instrumento.

Ademais, atendendo ao que dispõe o inciso IV do artigo 1.016 do CPC, o


Agravante informa o nome e o endereço dos Procuradores dos Agravados.

ESTADO DE PERNAMBUCO, Dr. Ernani Varjal Medicis Pinto – Procurador-Geral do


Estado de Pernambuco, com endereço na Praça da República, S/N - Santo Antônio,
Recife – PE, CEP nº 50010-928, e-mail: gabinete@pge.pe.gov.br;

MUNICÍPIO DO RECIFE, Dr. Rafael Figueiredo – Procurador-Geral do Município do Recife,


com endereço na Avenida Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife, Recife/PE, CEP nº 50030-
230, e-mail: cgm.gab@recife.pe.gov.br;

Requer o recebimento do recurso e o seu processamento, de acordo com as


formalidades legais.

Pede Deferimento.

Recife, 09 de maio de 2020.

SOLON IVO DA SILVA FILHO


Promotor de Justiça

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

PROCESSO Nº 0021639-42.2020.8.17.2001
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO
RÉUS: ESTADO DE PERNAMBUCO
MUNICÍPIO DO RECIFE

Exmo. Sr. Desembargador Relator

Egrégia Câmara de Direito Público

RAZÕES DO AGRAVO

1. DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE RECURSO

O Agravante foi intimado da referida decisão no dia 07/05/2020, por meio


do Sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJE).

Sendo assim e considerando que o Ministério Público tem todos os prazos


em dobro, nos termos do art. 180 do CPC, é, portanto, tempestivo o presente recurso.

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

2. DA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO

O MINISTÉRIO PÚBICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ajuizou a


Ação Civil Pública nº 0021639-42.2020.8.17.2001 em face do ESTADO DE
PERNAMBUCO e do MUNICÍPIO DO RECIFE, tendo em vista o aumento exponencial
de pessoas contaminadas e de óbitos decorrentes do COVID- 19 em todo o Estado de
Pernambuco, restando comprovado que as medidas que vem sendo adotadas pelos
Réus não foram suficientes para evitar à proliferação do vírus, o que ratifica que o
isolamento/distanciamento social, até aqui indicado pelas autoridades de saúde e
sanitárias de todo o mundo, constitui a principal medida para evitar a rápida
propagação desta enfermidade.

A Ação Civil Pública originária foi interposta no âmbito de inquérito civil


instaurado no dia 03 de abril de 2020, cuja finalidade era evitar a circulação de pessoas
por ambientes públicos, promovendo, desta forma, o isolamento social indicado como
indispensável para conter/evitar o avanço da pandemia do novo coronavírus.

A ação originária foi distribuída ao Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda


Pública da Capital.

3. DO INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

Na referida Ação Civil Pública, foi formulado pedido de tutela antecipada


de urgência, contudo, contrariando os fatos e fundamentos jurídicos cabalmente
descritos e demonstrados na exordial da Ação Civil Pública originária, o MM. Juízo da
1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, proferiu a decisão de ID 61540724, indeferindo
tal pleito antecipatório, nos seguintes termos:

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“A legislação infraconstitucional, regulou o pedido de tutela de urgência,


a fim de que a parte adquira, provisoriamente, em sede de juízo não
exauriente, o próprio pedido de mérito, que só seria analisado, por
ocasião da sentença, desde que presentes os respectivos pressupostos,
quais sejam, a existência de elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art.
300, caput, do CPC).

Nesse sentido, depreende-se que um dos objetivos traçados pelo


legislador infraconstitucional ao prever o instituto da tutela de urgência,
de natureza antecipada, é manejá-lo como verdadeiro escudo protetivo
para evitar lesões graves ou de difíceis reparações à parte interessada,
desde que preenchidos os pressupostos autorizadores. Volvendo-me ao
caso concreto, numa análise percuciente dos argumentos expendidos
pelo Promovente, e confrontando-se com elementos trazidas à baila pelo
mesmo, desde logo, verifico que inexiste, ao menos neste momento
processual prévio à instrução probatória, e à própria angularização
processual, os requisitos legais.

Em verdade, a deflagração dos sucessivos estágios de alerta,


acompanhados de medidas restritivas de diversas ordens, veiculadas
através de instrumentos legislativos próprios, sob responsabilidade de
entes governamentais, em todos os níveis, obedecem a protocolos
internacionais e representam a tentativa estatal de enfrentamento de
crise sem precedentes na história do país.

No presente momento, cabe a cada autoridade estatal, no limite de sua


responsabilidade constitucional, estabelecer as prioridades eleitas,
obviamente norteados pelo bem comum e tutelados pela legalidade.

In casu, seria amplamente desejável que o conjunto de recurso


disponíveis, nos diversos planos (orçamentário, materiais, humanos e
tecnológicos) fossem suficientes ao atendimento irrestrito da demanda
gigantesca que se apresenta.

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

No plano fático, porém, esta assertiva distancia-se do ideal, diante da


notória escassez e limitações impostas ao Estado Brasileiro,
impulsionada por Pandemia de proporções ainda não suficientemente
dimensionada.

Dentre os fatores fixados num panorama de hipercomplexidade que


caracteriza o problema planetário ora sob foco, resta claro que a
existência de infraestrutura urbana adequada, rede hospitalar
suficientemente instalada, segurança alimentar, securitária e social, são
fatores preponderantes para a definição de uma taxa adequada de
sucesso no enfrentamento da crise sem precedentes.

A realidade nacional, e especialmente regional além da local, no entanto,


salvo exceções estatisticamente dotadas de reduzida relevância,
demonstram um déficit longínquo entre o fato concreto e a expectativa
gerada.

No contexto acima, o domínio das informações que envolvem as


necessidades e servem de base à tomada de decisões encontra-se
indiscutivelmente centralizado nos órgãos estatais, que a partir dos
dados oficiais devem ser capazes de dimensionar, no âmbito de suas
possibilidades materiais e formais (incluindo os aspecto legal e
orçamentário), os limites para as próprias ações, que indiscutivelmente
revolvem as possibilidades políticas.

Obviamente que não se está aqui a advogar que o sistema jurídico seja
hermeticamente fechado no plano operativo, numa modalidade de
autopoises[1] ou autorreferência radical.

Ao contrário, admite-se um sistema de intercâmbio, entre o direito e


outros subsistemas, especialmente com subsistema político, porém de
modo regrado a partir do acoplamento estrutural que é a constituição
federal[2], sob pena de irritação tecidual, capaz de ensejar elementos de
rejeição, com prejuízo para todo o organismo social.

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A propósito, na recentíssima decisão colegiada proferida em 15.04.2020,


o Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 6341 por maioria dos
membros da corte aderiu à proposta do ministro Edson Fachin acolhendo
a necessidade de que o artigo 3º da Lei 13.979/2020 seja interpretado de
acordo com a Constituição, de modo a reafirmar observância da
autonomia dos entes locais.

Nos termos da decisão acima, a mitigação das faculdades, poderes e


ônus exercidos nas raias da atribuição constitucional, relativamente à
questão sanitária tratada, afrontaria o princípio federativo e da separação
dos poderes. Embora a questão analisada pelo Supremo estivesse
vinculada incialmente a eventual interferência da União em competência
dos estados, a ideia central foi, de fato, a preservação da competência
legislativa e atribuição material dos demais entes da federação.

Nesse sentido, a invasão de competência não se justifica, de acordo com


o mesmo raciocínio, por diverso poder, no espectro da repartição
constitucionalmente estabelecida como cláusula pétrea (art. 64, §4º, III
da CRFB)

Ressalte-se, ademais, que não cabe ao poder judiciário a definição das


prioridades, a serem adotadas de acordo com critérios pretensamente
técnicos, pelos poderes constituídos para o desempenho de tais funções,
evitando-se que o poder judiciário extrapole o limite de sua atuação
constitucional, para abarcar aspecto decisório pautado por conteúdo
político, num exercício, portanto, de autocontenção judicial.

Neste momento, portanto, cabe ao representante do poder executivo


tomar as decisões à vista dos fatos e com base nos elementos científicos
presentes nas informações de que dispõe, a partir dos órgãos técnicos.
Nesta senda, não vislumbro na causa de pedir qualquer afronta dos
responsáveis, chefes dos executivos estadual e municipal aos ditames
da razoabilidade ou proporcionalidade, além da legalidade, ao passo que
também não extraio elementos suficientes de convicção quanto aos
parâmetros adotados pelo autor na definção pormenorizada dos critérios
e exceções para a aplicação do chamado lockdown.

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Nesse diapasão, levando-se em consideração a inexistência de


elementos que evidenciem a probabilidade do direito, INDEFIRO, em
sede de cognição sumária, o pedido de tutela de urgência de natureza
antecipada pretendido pelo Demandante - Ministério Público do Estado
de Pernambuco, com fundamento no artigo 300 do CPC. Intimem-se as
partes para que fiquem cientes da presente decisão. Citem-se os
demandados, dispensada a realização de audiência do 334, ante a
natureza da matéria em debate Cumpra-se Recife, 05 de maio de 2020
Breno Duarte Ribeiro de Oliveira Juiz de Direito”.

Conforme se observa, em suas razões, o MM. Juízo da 1ª Vara da


Fazenda Pública da Capital, sob o fundamento de não presença dos requisitos legais,
indeferiu o pedido de tutela antecipada de urgência, contrariando todos os fatos e
argumentos jurídicos cabalmente demonstrados e devidamente articulados na exordial
da Ação Civil Pública originária, pontuando especificamente os seguintes aspectos, a
saber:

a) indicou abstratamente os pressupostos necessários para a concessão da tutela antecipada de


urgência: probabilidade do direito; perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo;

b) qualificou o instituto da tutela antecipada de urgência como verdadeiro escudo protetivo para evitar
lesões graves ou de difícil reparação;

c) afirmou a não existência dos requisitos legais para o deferimento do pedido de tutela antecipada de
urgência;

d) apontou que ações do governo (de forma genérica) obedecem a protocolos internacionais e
representam a tentativa estatal de enfrentamento da crise sem precedentes na história do país;

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

e) afirmou que no momento presente cabe à autoridade estatal, no limite de responsabilidade


constitucional, estabelecer as prioridades eleitas, obviamente norteadas pelo bem comum e tutelados
pela legalidade;

f) afirmou justificando que a suposta escassez e limitações impostas ao Estado Brasileiro, impulsionado
pela pandemia é circunstância que impede ações estatais para que “fossem suficientes ao atendimento

irrestrito da demanda gigantesca que se apresenta”;

g) apresenta que foi gerada uma expectativa para conter a pandemia e seus efeitos, afirmando existir
um deficit longínquo entre esta pretensão social e o fato concreto;

h) afirma não justificar invasão de competência por diverso poder, no espectro da repartição
constitucionalmente como cláusula pétrea;

i) afirma, pois não caber ao poder judiciário a definição de prioridades a serem adotadas de acordo com
critérios pretensamente técnicos, pelos poderes constituídos para o desempenho de tais funções,
evitando-se que o poder judiciário extrapole o limite de sua atuação constitucional, para abarcar aspecto

decisório pautado por conteúdo político, num exercício, portanto, de autocontenção judicial;

j) fez referência caber ao poder executivo tomar as decisões à vista dos fatos e com base nos elementos
científicos presentes nas informações de que dispõe, a partir dos órgãos técnicos;

l) afirmou não vislumbrar afronta dos chefes dos executivos estadual e municipal aos ditames da
responsabilidade ou proporcionalidade além da legalidade;

m) indicou ausência de elementos suficientes de convicção quanto aos parâmetro adotados pelo autor
na definição pormenorizada dos critérios e exceções para a aplicação do chamado lockdown;

n) e por fim, para concluir pelo indeferimento da tutela antecipada de urgência, levou em consideração a
inexistência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito.

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

4. DO MÉRITO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO

4.1. - DO FUNDAMENTO DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA


- DA PLENA DEMONSTRAÇÃO DOS REQUISITOS AUTORIZADORES PARA A
CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA

A decisão agravada considerou que “um dos objetivos traçados pelo


legislador infraconstitucional ao prever o instituto da tutela de urgência, de natureza antecipada,
é manejá-lo como verdadeiro escudo protetivo para evitar lesões graves ou de difíceis
reparações à parte interessada, desde que preenchidos os pressupostos autorizadores.
Volvendo-me ao caso concreto, numa análise percuciente dos argumentos expendidos pelo
Promovente, e confrontando-se com elementos trazidas à baila pelo mesmo, desde logo,
verifico que inexiste, ao menos neste momento processual prévio à instrução probatória, e à
própria angularização processual, os requisitos legais”.

Acertada, Nobres Desembargadores, a expressão acima (verdadeiro


escudo protetivo) trazida em sua decisão ora recorrida pelo Juízo a quo. Este
Julgador, nesta decisão, qualifica o instituto da tutela de urgência, de natureza
antecipada, nos seguintes termos:

“verdadeiro escudo protetivo para evitar


lesões graves ou de difíceis reparações
à parte interessada”

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Trilhou bem aquele Julgador a quo ao exprimir tamanha qualificação ao


instituto da tutela de urgência, a qual haveria de ser deferida no caso em apreço. Mas o
Magistrado a quo apenas agiu bem na sua expressão conceitual de tão nobre instituto
processual.

Isto porque, infelizmente, o Magistrado a quo não fez efetivar o dito


verdeiro escudo protetivo, deixando os consumidores de Pernambuco desprovidos
desta proteção de ampla envergadura, suscetíveis, pois, a lesões graves ou de difícil
reparação.

Pois bem. O Ministério Público do Estado de Pernambuco, na essência


do pedido de tutela de urgência antecipada, busca a proteção de consumidores em
geral, e para tal se direciona para a realização do direito à vida.

Por esta afirmação, há de se concluir que o não deferimento de tutela de


urgência antecipada direciona os consumidores a sofrerem lesões graves ou de difícil
reparação, pois que, como já explanado acima, o sistema de saúde no Estado de
Pernambuco encontra-se em colapso, já havendo centenas de pessoas em fila, na
espera por internamento em leito de UTI – Unidade de Terapia Intensiva.

Não havendo o tratamento adequado e eficaz em leitos de UTI - Unidade


de Terapia Intensiva, encontram-se diversas pessoas na iminência de morte, ou pelo
menos, de sofrerem lesões graves ou de difícil reparação.

Nessa ordem, ao expressar o Magistrado a quo que não verificou a


existência dos requisitos legais para o deferimento de tutela antecipada de urgência,
não vislumbrou ele que a vida dos consumidores, de toda a população do Estado de
Pernambuco, encontra-se pedindo socorro.

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Nobres Desembargadores. Já são milhares de pessoas infectadas pelo


novo coronavírus em todo o Estado de Pernambuco, e a cada dia, através da
imprensa, dos noticiários, se observa também o crescente número de mortes.

Desta forma, de plano, verifica-se que os argumentos utilizados pelo


Nobre Julgador a quo devem ser veementemente rechaçados, em face da realidade
fática facilmente perceptível na sociedade pernambucana.

Eis a substância da norma processual civil aplicada à espécie – art. 300


do Código de Processo Civil, nos seguintes termos:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo”.

Desta forma, os requisitos que ensejam pedidos liminares, a saber, o


fumus boni iuris (probabilidade do direito) e o periculum in mora, encontram-se
plenamente demonstrados nos elementos de fato e probatórios que instruem a Ação
Civil Pública originária.

O fumus boni juris (probabilidade do direito) resta demonstrado pela vasta


fundamentação normativa amparando os fatos articulados na peça vestibular da Ação
Civil Pública de origem. Encontra-se em colapso o sistema de saúde no Estado de
Pernambuco, repercutindo esta ausência de serviço de saúde em todos os
consumidores, os quais, estão fadados a ter a sua saúde e até a vida atingidos,
exigindo pois a intervenção do Estado Juiz, para viabilizar a concretização do
isolamento/distanciamento social, e, desta forma, a efetivação do direito à saúde, do

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direito à vida de todos os consumidores, tudo na forma da Carta Constitucional, do


Código de Defesa do Consumidor, na linha de cumprir o princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana.

Especificamente, centenas de consumidores já aguardam por leitos de


UTI – Unidade de Terapia Intensiva, que já se encontram com lotação máxima,
restando demonstrado que as orientações e sugestões expedidas pelos ora Agravados
ao distanciamento/isolamento social estão se mostrando ineficazes para contenção da
propagação do vírus causador da COVID-19, afrontando direitos básicos do
consumidor e, por isso, direitos fundamentais do cidadão.

O periculum in mora também se mostra configurado, tendo em vista que a


demora na adoção de medidas mais restritivas causa o risco de aumento de infectados
e do número de mortos, ante o já configurado colapso dos sistemas público e privado
de sáude, com a proliferação exacerbada e descontrolada da doença, afetando a todos
os consumidores dos serviços de saúde.

A não adoção de medidas imediatas e eficientes, desta forma, pode gerar


danos de difícil e até impossível reparação, porque se está na iminência real da morte
de mais pessoas, haja vista a falta de acesso aos serviços de saúde, sendo imperiosas
medidas de isolamento/distanciamento rígidas e contundentes.

Do contrário, se assim não for, é iminente o óbito de milhares de pessoas,


haja vista a já ausência de leitos de UTI – Unidade de Terapia Intensiva no Estado de
Pernambuco.

E mais. Encontra-se palpável a possibilidade de requisição de recursos


materiais e humanos do sistema privado pelo poder público, deixando os consumidores
da rede privada de saúde desprovidos do atendimento, direcionando à não efetivação

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de pactos firmados em contratos de prestação de serviço à saúde, tudo a demonstrar


efetiva afronta às normas encarnadas no Direito do Consumidor.

Assim sendo, é imprescindível e necessária a antecipação dos efeitos da


tutela, de modo a assegurar a adoção de providências imediatas, determinando o
isolamento/distanciamento social, a fim de (pelo menos) minimizar o colapso dos
sistemas público e privado de saúde no Estado de Pernambuco, na direção de
promover a proteção da vida do consumidor.

4.2. – DA INEFICIÊNCIA DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS ADOTADAS PELOS


RÉUS

Outro fundamento utilizado para o indeferimento descabido e equivocado


do pedido de tutela antecipada de urgência formulado pelo Ministério Público do Estado
de Pernambuco foi a afirmação de que ações do governo obedecem a protocolos internacionais e
representam a tentativa estatal de enfrentamento da crise sem precedentes na história do país.

Nobres Desembargadores. A decisão ora agravada não apresenta


fundamento plausível quando afirma que “a deflagração dos sucessivos estágios de alerta,
acompanhados de medidas restritivas de diversas ordens, veiculadas através de instrumentos
legislativos próprios, sob responsabilidade de entes governamentais, em todos os níveis, obedecem a
protocolos internacionais e representam a tentativa estatal de enfrentamento de crise sem precedentes

na história do país”.

Os argumentos utilizados pelo Juízo a quo não merecem acolhimento,


visto que, ao proceder uma verificação das normas editadas pelos ora Agravados (ditas
direcionadas para enfrentar a pandemia), observa-se que não houve qualquer proibição

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de funcionamento de atividades não essenciais de forma geral. Apenas certas


atividades não essenciais foram proibidas de funcionamento.

Esta situação pode ser aquilatada pela observação dos Decretos


expedidos pelos Agravados. E aí se verifica o seguinte: quando havia intenção de
proibir certas atividades, o poder público o fez de forma expressa, referindo-se
especificamente. Foi assim em relação às:

a) atividades dos centros de artesanato, museus e demais


equipamentos culturais geridos pelo Governo do Estado de
Pernambuco (Decreto Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-A)
b) às academias de ginástica e similares bem como cinemas
(Decreto Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-B);
c) Feiras de Negócios da Confecção, nos estabelecimentos
de natureza pública ou privada, localizados nos Municípios
de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama (Decreto
Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-C).

A mesma realidade ocorre na edição dos demais Decretos Estaduais. A


proibição das atividades e serviços não essenciais foi estabelecida de forma pontual,
específica e expressa, sem atingir a generalidade destas atividades não essenciais. Foi
assim também, como exemplo, em relação à proibição de funcionamento das entidades
de ensino - funcionamento das escolas, universidades e demais estabelecimentos de
ensino, público ou privados (Decreto Estadual nº 48.810/2020, art. 6º-A).

Conforme se pode observar, portanto, em toda a formatação normativa foi


indicada, pois, a permissão de funcionamento das atividades e serviços (ainda que não
essenciais), que não tiveram o seu funcionamento expressamente proibido por lei lato
sensu.

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Desse modo, são inúmeras as atividades e serviços não essenciais que


se encontram em efetivo funcionamento, não contribuindo para qualquer isolamento
social. Isto porque, necessária a presença de todos os colaboradores de cada uma
destas atividades e serviços não essenciais, para que elas continuem a funcionar, por
óbvio.

Comprova-se, desse modo, que a manutenção de funcionamento de


atividades e serviços não essenciais (ainda que não haja atendimento presencial ao
público) é um incentivo ao não cumprimento do isolamento/distanciamento social tão
necessário no momento atual da vida de todas as pessoas, pois todos os
colaboradores de todas estas atividades e serviços não essenciais estarão a se
deslocar e a transitar por todo o Estado de Pernambuco, em todas as cidades, nos
trajetos residência – trabalho e trabalho – residência.

É nessa toada que todas as atividades e os serviços não essenciais, para


além de não estarem abertos ao público, devem ser proibidos de funcionamento,
evitando e excluindo a possibilidade do deslocamento dos trabalhadores e dos
colaboradores de tais atividades até aos respectivos estabelecimentos.

Acrescente-se que, além da permanência de funcionamento de serviços


não essenciais em sua grande maioria, atrelada à diminuta restrição determinada pelos
ora Agravados em relação à circulação específica das pessoas – fechamento de praias
e parques, em uma análise sistêmica e amplificada não obedecem a protocolos
internacionais, porque não foram capazes de conter a rápida propagação do novo
coronavírus.

Nessa contexto, ainda que as ações dos ora Agravados, nestas


mencionadas características, possam ser admitidas como tentativa de enfrentamento
de crise sem precedentes na história do país, todas estas ações, até aqui, não surtiram

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o efeito desejado por todos, qual seja, conter a rápida disseminação do Covid-19 para
fins de salvar vidas.

Isto porque, ao revés, Pernambuco encontra-se como quarto Estado pior


acometido pela enfermidade, com quase 1000 mortos e 10.000 pessoas infectadas.

E para tal, é necessário o estabelecimento de medidas rígidas de


restrição ao deslocamento e trânsito de pessoas em geral, pois não se verifica, até a
presente data, que as ações adotadas pelos ora Agravados obedecem a protocolos
internacionais e representam a tentativa estatal de enfrentamento da crise sem
precedentes na história do país.

Acrescente-se que, nesta mesma linha de raciocínio, apesar de caber à


autoridade estatal estabelecer as prioridades eleitas obviamente norteadas pelo bem
comum e tutelados pela legalidade, diante do quadro de ineficiência da atuação estatal
é imperioso e inarredável que o Poder Judiciário emita comando jurisdicional, para que
ações efetivas de proteção da vida sejam imediatamente implementadas pelo Poder
Executivo, ora Agravados.

Desse modo, não se trata do fato de que a autoridade estatal, no limite de


sua responsabilidade constitucional, não deva estabelecer prioridades norteadas pelo
bem comum e tutelados pela legalidade.

Não se trata, também, de negar que o conjunto de recurso disponíveis,


nos diversos planos (orçamentário, materiais, humanos e tecnológicos) devam ser
suficientes ao atendimento irrestrito da demanda em apreço.

A realidade é direta: se faz necessária a adoção de medida devidamente


eficiente a cessar a rápida proliferação do COVID -19, não havendo outra forma senão
com o acolhimento das medidas indicadas na exordial da Ação Civil Pública originária.

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Em verdade, Excelências, os dados estão suficientemente comprovados


e divulgados, inclusive na imprensa falada e escrita, demonstrando que as medidas
adotadas pelos ora Agravados não têm surtido o efeito necessário de modo a conter a
pandemia.

E aqui, somente por este ângulo, cabível o deferimento do pedido de


tutela antecipada de urgência formulado na inicial da Ação Civil Pública de origem,
merecendo, por isso, a reforma total da decisão ora recorrida.

4.3. DA PERMANÊNCIA DA VIDA: VONTADE SUPREMA DE TODOS

Não se pode recepcionar como fundamento para afastar o deferimento do


pedido de tutela antecipada a geração de expectativa para conter a pandemia e seus efeitos, assim
como a existência de um déficit longinquo entre esta pretensão social e o fato concreto.

É bem verdade que, de fato, cabe aos órgãos estatais dimensionar, no âmbito de
suas possibilidades materiais e formais (incluindo os aspectos legal e orçamentário), os limites para as
próprias ações, que indiscutivelmente revolvem as possibilidades políticas.

Ocorre que, as medidas que vêm sendo adotadas pelos Agravados não
guardam consonância com a exigência que a realidade atual de pandemia está a exigir,
conforme se pode demonstrar pelo quadro abaixo:

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(NE TV – 2ª edição – dia 07 de maio de 2020)

Esse argumento trazido na esfera da decisão ora recorrida, desta forma,


não possui respaldo de qualquer ordem. Ao contrário, vai na contramão do direito
natural, direito inerente à condição de ser humano, que suplanta as regras de conduta
positivadas, porque diz respeito à essência do ser humano.

Ora, Nobres Magistrados. Será que é possível


imaginar a existência de algum ser humano que não esteja
na expectativa no sentido de que as autoridades adotem
medidas para que seja rapidamente contida a
pandemia ????????????

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Por óbvio que todos, simplesmente todos os seres humanos do


planeta terra estão na expectativa para que ações efetivas e imediatas sejam tomadas
pelas autoridades, no sentido de extirpar (ou ao menos conter) a pandemia, a assim
salvar a vida de todos.

Não se pode, pois, nem mesmo admitir a existência de um “déficit


longínquo” entre esta expectativa das pessoas e o fato concreto, como quer fazer crê o
Magistrado a quo.

Tem-se é que adotar medidas imediatas, adequadas, eficazes, para que a


expectativa e o fato concreto (nas palavras do Magistrado a quo), estejam não em
divergência, mas em inteira e absoluta consonância e convergência, para que, pelo
menos em relação ainda aos que não tiveram a sua vida suprimida pela enfermidade,
venham a ser protegidos e tenham resguardada a sua

VIDA
Espera-se, pois que não se admita, Nobres Desembargadores, a
permanência maldita deste “déficit longínquo”, e ai atuando o Poder Judiciário para
satisfazer a expectativa do povo (expectativa da Vida) ao fato concreto, real (direito de
manutenção, proteção e reafirmação da Vida).

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4.4. - DA INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE LIMITE CONSTITUCIONAL PELO


PODER JUDICIÁRIO AO DETERMINAR AS MEDIDAS EFETIVAS E NECESSÁRIAS
A SALVAGUARDAR A VIDA HUMANA

A decisão ora recorrida também demonstra discrepância com a


necessidade de salvaguardar a vida humana. Isto pode ser também verificado quando
o Magistrado a quo indica que “a invasão de competência não se justifica, de acordo com o
mesmo raciocínio, por diverso poder, no espectro da repartição constitucionalmente estabelecida como
cláusula pétrea”.

Ressalte-se, ademais, que não cabe ao poder judiciário a definição das


prioridades, a serem adotadas de acordo com critérios pretensamente técnicos, pelos
poderes constituídos para o desempenho de tais funções, evitando-se que o poder
judiciário extrapole o limite de sua atuação constitucional, para abarcar aspecto
decisório pautado por conteúdo político, num exercício, portanto, de autocontenção
judicial.

No entanto, em sede de definição das prioridades e as necessidades da


sociedade, na esteira de consecução do bem comum, é neste momento, portanto, que
cabe ao representante do Poder Executivo verificar e delimitar as necessidades da
população à vista dos fatos e com base nos elementos científicos presentes nas
informações de que dispõe, a partir dos órgãos técnicos.

A adoção de medidas de restrição no presente caso –


isolamento/distanciamento social, numa análise geral, não se pode qualificar como
definição de prioridades e necessidades da sociedade.

Este momento pelo qual todos estão a passar em virtude da grave


pandemia que assola o mundo e, especificamente, o Estado de Pernambuco, traduz
não uma oportunidade para definição de prioridades e necessidades da sociedade. A

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pandemia repercute drasticamente, e exige imediata execução, rápida e contundente


ação e operacionalização, até porque existe como “pano de fundo” de toda esta
problemática o que há de mais supremo para o ser humano – a VIDA.

Ocorre que se tem percebido, entretanto, repita-se, data venia, que as


medidas e ações adotadas pelos ora Agravados até a presente data não foram
suficientes e capazes de conter a rápida propagação do novo coronavírus.

Não se está pretendendo a substituição do gestor público, num exercício


de efetivação de ativismo do Poder Judiciário.

O que se verifica, em realidade absoluta e límpida, é a pretensão de


todos indistintamente pela proteção da vida.

E não seria a vida uma prioridade ????!!!!

Óbvio que sim,

A VIDA
É UMA
PRIORIDADE ABSOLUTA

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

Não se busca, pois, com a Ação Civil Pública originária o pedido de


inserção do Poder Judiciário como definidor da vida como prioridade.

A vida, Nobres Desembargadores, é uma prioridade por Excelência, pela


sua magnitude, reafirmada, por isso, como direito fundamental, pelo legislador
constitucional.

O que se pretende através desta provocação do Estado Juiz é a adoção


de medidas mais eficazes e imediatas, tudo no sentido de conter a exacerbada
disseminação do novo coronavírus, e assim, promover a proteção da VIDA de todos.

Não há aqui, desta forma, a caracterização da autocontenção judicial.

Toda a essência da Ação Civil Pública originária apresenta elementos


direcionados ao cumprimento de princípio constitucional da República Federativa do
Brasil, qual seja, princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Como já acima explanado, é a proteção da vida a causa de pedir evidente


da Ação Civil Pública originária. E assim, é necessária uma atuação substancial do
Poder Judiciário, através de atuação jurisdicional, a fim de dar respostas a grandes
controvérsias, tal qual a que se apresenta nestes autos, porque, reafirma-se, tudo diz
respeito à proteção da vida do ser humano.

No contraponto dos que entendem o Poder Judiciário na linha do Ativismo


Judicial, existe o posicionamento daqueles que defendem a autocontenção judicial, no
movimento intitulado procedimentalismo, inseridos e fundamentados na ideia de que as
decisões substanciais devem pertencer ao povo, que é representado pela classe
política, eleita através do voto direto.

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427

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Não obstante as palavras do Magistrado a quo, na defesa do


procedimentalismo, ou seja, da autocontenção judicial, não se vislumbra no caso em
apreço, dessarte, data venia, a atuação do Poder Judiciário sem maior intervenção no
âmbito das necessidades substanciais do ser humano, deixando ao povo que decida
através de quem o representa em virtude do escrutínio eleitoral.

Isto porque, Excelências, se está a tratar de pretensão de caráter


indisponível – proteção da VIDA.

E se se busca o Poder Judiciário para concretizar a proteção da VIDA,


através de adoção de medidas mais eficazes e adequadas na direção de conter a
rápida propagação da enfermidade, e também evitar mortes de mais pessoas, não
pode o Poder Judiciário, sob o fundamento da autocontenção judicial, excluir-se da
aplicação da lei.

Não pode, pois, o Poder Judiciário afastar-se da realização da lei,


especialmente, neste caso concreto, sob o fundamento desproporcional e
desarrazoado trazido à balia pelo Magistrado a quo, data venia.

Enfatiza-se, porque necessário, na espécie. NÃO pode o Poder Judiciário


manter-se afastado da realização da lei, da Lei Maior. Da Norma Constitucional. Da
efetivação da dignidade da pessoa humana.

Nobres Desembargadores.

É necessário o isolamento/distanciamento social, para que não haja mais


mortes.

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Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

O Poder Judiciário há que atuar, em caráter imediato, haja vista a


ausência de medidas mais eficazes e adequadas que deveriam ser tomadas pelo
gestor público, ora Agravados.

E se não se tomou até aqui as medidas necessárias


para conter as desgraças advindas da enfermidade maligna, há o
povo de esperar pela autoridade política, apenas porque esta foi
eleita através do voto direto, com aplicação (neste patamar de
reflexão) da autocontenda judicial ???????????

Logicamente que NÃO. O povo não pode esperar.

A vida deve ser resguardada. Deve ser protegida.

A voz do povo ecoa nos grandiosos termos da máxima expressão que


pode advir do ser humano: QUERO ESTAR VIVO.

O Ministério Público, pois, afirma a necessidade de atuação do Poder


Judiciário, pois, in casu, há que se determinar aplicação de normas de envergadura
constitucional, na direção da concretização do direito fundamental à vida, com
acolhimento da pretensão ministerial, dando provimento ao presente recurso, para fins
de deferir o pedido inicial em sede de antecipação de tutela de urgência, reformando in
totum a decisão ora recorrida.

E mais, não há que se falar na espécie de aplicação pelo Poder Judiciário


da autocontenção judicial.

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
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A atuação do Poder Judiciário, in casu, não configurará, nem ao menos


de forma tangencial, o ativismo judicial, pois, na oportunidade de realização de
determinada política pública, houver a desencadeação de prejuízo real a interesses
individuais homogêneos, difusos ou coletivos, surge a possibilidade de atuação do
Poder Judiciário e também do Ministério Público e demais possíveis legitimados, tudo
na esteira na concretização, da efetivação do direito lesado ou ameaçado de lesão.

Nesta seara, na linha deste entendimento, o Superior Tribunal de Justiça,


em recentíssima decisão proferida nos autos do Recurso Especial nº 1.806398-PB,
assim se manifestou:

“RECURSO ESPECIAL Nº 1.806.398 - PB (2019/0089583-8) RELATORA : MINISTRA


REGINA HELENA COSTA RECORRENTE : ESTADO DA PARAÍBA PROCURADOR :
IGOR DE ROSALMEIDA DANTAS E OUTRO (S) - PB016663 RECORRIDO :
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA PARAÍBA DECISÃO Vistos. Trata-se de
Recurso Especial interposto pelo ESTADO DA PARAÍBA contra acórdão prolatado, por
unanimidade, pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba no
julgamento de Apelação, assim ementado (fls. 225/228e): APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. PROCEDÊNCIA PARCIAL. SUBLEVAÇÃO DO ESTADO. PRELIMINAR
ARGUIDA PELO PARQUET. INTEMPESTIVIDADE RECURSAL. INTERPOSIÇÃO DO
APELO APÓS O PRAZO LEGAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 1.003, § 5º, C/C ARTS. 219
E 183, TODOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL VIGENTE. REQUISITO DE
ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO ATENDIDO. ACOLHIMENTO DA
PRELIMINAR. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. - É intempestiva a apelação
interposta após o prazo legal do art. 1.003, § 5º, c/c arts. 183 e 219, todos do Código de

Processo Civil. REMESSA OFICIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


HOSPITAL EDSON RAMALHO. INSPEÇÃO DOS
CONSELHOS REGIONAIS DE SAÚDE. CONDIÇÕES DE

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FUNCIONAMENTO INADEQUADAS.
IRREGULARIDADES CONSTATADAS. DESCASO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL. OMISSÃO DO
PODER PÚBLICO. DIREITO À SAÚDE. GARANTIA
CONSTITUCIONAL. INTERVENÇÃO DO PODER
JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LEGALIDADE E
DISCRICIONARIEDADE. ESCUDO. IMPOSSIBILIDADE.
ATIVISMO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO.
INERCIA DO EXECUTIVO. IMPLEMENTAÇÃO DA
MEDIDA PERSEGUIDA. PRAZO PARA INÍCIO DE EXECUÇÃO DAS
OBRAS E MULTA DIÁRIA APLICADA, EM CASO DE DESCUMPRIMENTO.
EXCLUSÃO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA À LEI Nº 8.666/93. REFORMA DA
DECISÃO NESSES ASPECTOS. PROVIMENTO PARCIAL DA REMESSA. - Por força do
disposto no art. 127 e art. 129, III, da Constituição Federal, o Ministério Público tem o
dever institucional de promover a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, sendo a saúde seu maior exponencial. - Restando demonstrado nos
autos, que o Estado deixou de observar as normas constitucionais, não tendo
providenciado as medidas necessárias para afastar todas as irregularidades apontadas
nos relatórios mencionados pelos Conselhos de classe, é de se manter a decisão atacada,

a qual determinou a execução dos reparos. - É lícito ao Poder Judiciário


emitir decisão que obrigue o Executivo a cumprir os
regramentos constantes na Constituição Federal e na
legislação que a conforma, haja vista que o princípio da
discricionariedade administrativa não pode servir de

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pretexto, para regularizar as eivas porventura existentes


no Hospital Edson Ramalho. - "O controle judicial das
políticas públicas é vedado quando o pleito deduzido em
sede de ação civil pública reveste-se de caráter genérico,
inespecífico e abstrato. Quando, porém, da execução de
determinada política pública, seja por ação ou omissão,
decorre prejuízo concreto, a interesses individuais
homogêneos, difusos ou coletivos, é possível o controle
judicial de tais políticas por meio de ação coletiva, já que
investidos o Judiciário, o Ministério Público e as
associações de representação funcional específica, de
caráter constitucional. Nesse caso, não se cogita de
ativismo judicial frente à Administração e ao Legislativo,
porquanto foi o próprio Poder Constituinte originário
quem atribuiu ao Judiciário e aos demais órgãos em
questão a titularidade para o manejo de ações
específicas para compelir a Administração
inconstitucionalmente omissa a implementar políticas
públicas. Nesse caso, cumpre ao juiz, na condição de
guardião das promessas (na expressão de Garapón),
obrigar o Administrador faltoso ou omisso a tornar
factível o princípio vinculante da Supremacia da
Constitucioção"(TJSC - 2010.082906-1, Rel. Des. Pedro Manoel Abreu). - Deve
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a decisão combatida ser reformada parcialmente, a fim de excluir o prazo estipulado


para fins de comprovação do início da execução das obras, bem como a exclusão da
multa aplicada, observando-se, quando do cumprimento da obrigação imposta, prazo
suficiente para atendimento dos preceitos previstos na Lei nº 8.666/93. Opostos
embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 252/259e). Com amparo no art. 105, III,
a, da Constituição da República, aponta-se ofensa aos dispositivos a seguir relacionados,
alegando-se, em síntese, que: Art. 1.022, II, do Código de Processo Civil de 2015 - o
acórdão recorrido foi omisso ao não se manifestar sobre a ressalva contida no art. 183, §
1º, do Código de Processo Civil de 2015; e Art. 183, § 1º, do Código de Processo Civil de
2015 - os procuradores estaduais possuem direito à intimação pessoal, razão pela qual,
considerada a data da carga destes autos feita por presentante do ente público, a
Apelação deveria ter sido conhecida no que atine ao requisito da tempestividade. Com
contrarrazões (fls. 274/285e), o recurso foi admitido parcialmente (fls. 295/296e). O
Ministério Público Federal manifestou-se, na qualidade de custos legis, às fls. 309/313e.
Feito breve relato, decido. Por primeiro, consoante o decidido pelo Plenário desta Corte
na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da
publicação do provimento jurisdicional impugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o
Código de Processo Civil de 2015. Nos termos do art. 932, III, do Código de Processo
Civil de 2015, combinado com os arts. 34, XVIII, a, e 255, I, ambos do Regimento
Interno desta Corte, o Relator está autorizado, por meio de decisão monocrática, a não
conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida. De pronto, não conheço da
apontada violação ao art. 1.022 do Código de Processo Civil, uma vez que o recurso se
cinge a alegações genéricas e, por isso, não demonstra, com transparência e precisão,
qual seria o ponto omisso, contraditório ou obscuro do acórdão recorrido, bem como a
sua importância para o deslinde da controvérsia, o que atrai o óbice da Súmula 284 do
Supremo Tribunal Federal, aplicável, por analogia, no âmbito desta Corte, na linha dos
seguintes julgados: RECURSO FUNDADO NO NOVO CPC/2015. TRIBUTÁRIO.
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC/15. DEFICIÊNCIA DE

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FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. ALEGAÇÃO DE INFRINGÊNCIA À


SÚMULA. IMPOSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL.
CANCELAMENTO DA CDA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. POSSIBILIDADE. 1. É
deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de ofensa ao art. 1022
do CPC se faz de forma genérica, sem a demonstração exata dos pontos pelos quais o
acórdão se fez omisso, contraditório ou obscuro. Aplica-se, na hipótese, o óbice da
Súmula 284 do STF. 2. No que se refere à alegação de infringência à Súmula, esta Corte
firmou entendimento de que enunciado ou súmula de tribunal não equivale a
dispositivo de lei federal, restando desatendido o requisito do art. 105, III, a, da CF. 3. A
jurisprudência desta Corte é uníssona no sentido de que, sobrevindo extinção da
execução fiscal em razão do cancelamento da certidão de dívida ativa após a citação
válida do executado, a Fazenda Pública deve responder pelos honorários advocatícios,
em homenagem ao princípio da causalidade. Precedentes: AgRg no AREsp 791.465/SP,
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
23/08/2016, DJe 31/08/2016; REsp 1648213/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 14/03/2017, DJe 20/04/2017. 4. Agravo interno a que
se nega provimento. (AgInt no AREsp 1.134.984/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 06/03/2018 - destaques meus).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DANO MORAL FIXADO EM R$ 10.000,00.
EXORBITÂNCIA NÃO CONFIGURADA. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DO
JULGADO COMBATIDO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO JULGADO. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO DE ATALIBA ALVARENGA REJEITADOS. 1. Verifica-se, no caso, a
dissociação das razões dos Embargos em relação ao julgado combatido, sendo certo que
este não fixou juros moratórios e correção monetária à condenação. Incide, no ponto,
portanto, o óbice da Súmula 284/STF. 2. Os Embargos de Declaração destinam-se a
suprir omissão, afastar obscuridade, eliminar contradição ou corrigir erro material
existente no julgado. 3. No caso em apreço, não se constata a presença de qualquer eiva
a macular o acórdão embargado que, de forma clara e fundamentada, consignou que a
revisão do valor fixado a título de danos morais somente é possível quando exorbitante

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ou irrisória a importância arbitrada, em violação dos princípios da razoabilidade e da


proporcionalidade, o que não se observa no presente caso. 4. Assim, não havendo a
presença de quaisquer dos vícios elencados no art. 1.022 do CPC/2015; a discordância
da parte quanto ao conteúdo da decisão não autoriza o pedido de declaração, que tem
pressupostos específicos, e não podem ser ampliados. 5. Embargos de Declaração de
ATALIBA ALVARENGA rejeitados. (EDcl no AgInt no AREsp 335.714/RJ, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe
05/12/2017 - destaques meus). PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO
ESPECIAL. DEFICIÊNCIA NA ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO ART. 1.022 DO
CPC/2015. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.
REENQUADRAMENTO. PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO.
CARACTERIZAÇÃO. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a
alegada ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015 se faz sem a demonstração objetiva dos
pontos omitidos pelo acórdão recorrido, individualizando o erro, a obscuridade, a
contradição ou a omissão supostamente ocorridos, bem como sua relevância para a
solução da controvérsia apresentada nos autos. Incidência da Súmula 284/STF. 2. É
cediço que o enquadramento ou o reenquadramento de servidor público é ato único de
efeitos concretos, o qual não reflete uma relação de trato sucessivo. Nesses casos, a
pretensão envolve o reconhecimento de uma nova situação jurídica fundamental, e não
os simples consectários de uma posição jurídica já definida. A prescrição, portanto,
atinge o próprio fundo de direito, sendo inaplicável o disposto na Súmula 85/STJ.
Precedentes. 3. Recurso especial conhecido em parte e, nessa extensão, não provido.
(REsp 1.712.328/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
03/04/2018, DJe 09/04/2018 - destaques meus). PROCESSUAL CIVIL E
ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO NCPC. FUNDAMENTAÇÃO
DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
POR PARTE DO ESTADO. FIXAÇÃO DE MULTA DIÁRIA. ART. 461 DO CPC.
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. ASTREINTES.
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. 1. Não

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prospera a alegada violação do art. 1.022 do novo Código de Processo Civil, uma vez que
deficiente sua fundamentação. Com efeito, a recorrente limitou-se a alegar,
genericamente, ofensa ao referido dispositivo legal, sem explicitar os pontos em que
teria sido contraditório, obscuro ou omisso o acórdão recorrido. 2. A jurisprudência
desta Corte firmou-se no mesmo sentido da tese esposada pelo Tribunal de origem,
segundo a qual é possível ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, fixar multa diária
cominatória - astreintes -, ainda que contra a Fazenda Pública, em caso de
descumprimento de obrigação de fazer. 3. Relativamente ao art. 461 do CPC, a
jurisprudência desta Corte pacificou o entendimento de que a apreciação dos critérios
previstos na fixação de astreintes implica o reexame de matéria fático-probatória, o que
encontra óbice na Súmula 7 desta Corte. Excepcionam-se apenas as hipóteses de valor
irrisório ou exorbitante, o que não se configura neste caso. Precedentes. 4. Quanto à
interposição pela alínea c, este tribunal tem entendimento no sentido de que a
incidência da Súmula 7 desta Corte impede o exame de dissídio jurisprudencial, uma vez
que falta identidade entre os paradigmas apresentados e os fundamentos do acórdão,
tendo em vista a situação fática do caso concreto, com base na qual a Corte de origem
deu solução à causa. 5. Não se pode conhecer do recurso pela alínea c do permissivo
constitucional, quando o recorrente não realiza o necessário cotejo analítico, bem como
não apresenta, adequadamente, o dissídio jurisprudencial. Apesar da transcrição de
ementa, não foram demonstradas as circunstâncias identificadoras da divergência entre
o caso confrontado e o aresto paradigma. Agravo interno improvido. (AgInt no AREsp
885.840/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/08/2016, DJe 23/08/2016 - destaques meus). Além disso, verifico a ausência de
interesse recursal, porquanto toda a matéria trazida na apelação à qual o Estado da
Paraíba busca seja conhecida foi analisada pelo tribunal de origem em sede de remessa
necessária, inclusive com o exame explícito das teses de mérito suscitadas naquele
recurso, quais sejam, a aplicação da teoria da reserva do possível e a violação ao

princípio da separação dos poderes. In verbis (fls. 232/233e): De acordo com o


citado dispositivo, é dever do Estado, aqui definido como

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todos os entes públicos, garantir aos indivíduos,


políticas públicas voltadas à prevenção e proteção à
saúde, assegurando-se aos cidadãos os serviços à sua
promoção, in casu, consubstanciada no melhoramento
do Hospital Edson Ramalho. Então, ao descumpri-lo, o
Estado da Paraíba prejudica, sobremaneira, a saúde e o
bem-estar da população daquela localidade, não
podendo, a meu ver, a alegação de falta de dotação
orçamentária servir como pretexto para eliminar direito
constitucionalmente assegurado ao cidadão. Desta feita,
percebe-se que o Estado da Paraíba, seja por ação, seja
por omissão, não tem agido de forma satisfatória no
sentido de solucionar irregularidades verificadas no
Hospital Edson Ramalho. Impende destacar, ad
argumentandum, que a legalidade estrita ou a
discricionariedade não são escudos para livrar os
alcaides de suas respectivas obrigações. Absolutamente.
Em um Estado Democrático de Direito, todos, sem
exceção, incluindo o Poder Público, devem submeter-se
às regras e princípios do direito positivo. Isso nada mais
é do que a tradução do princípio da segurança jurídica,
tendo como haste principal de sustentação o princípio
da legalidade, segundo o qual toda atividade
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administrativa deve ser autorizada por lei. Mas, como


dito, ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza,
competindo ao Poder Público estadual, focado nas
legislações acima declinadas, determinar a
concretização dos serviços, com o afã de remediar a
situação de prejuízo notório e concreto decorrente da
não implantação das determinações judiciais, vindo a
acarretar graves consequências não apenas aos cidadãos
que carecem de tratamento, mas dos profissionais que
atuam nos postos de saúde. Entretanto, a inércia do
Executivo poderá ser "preenchida" por determinação
judicial, não afrontando a divisão de poderes, tampouco
a invasão do Poder Judiciário na seara pública,
descaracterizando ofensa ao mérito administrativo.
(Destaque meu) Destaco, na mesma esteira, os precedentes assim ementados:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO Nº 3/STJ. APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA ANTERIORMENTE
AO JULGAMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, OS QUAIS FORAM
REJEITADOS. RATIFICAÇÃO. DESNECESSIDADE. MÉRITO DA LIDE APRECIADO
NO JULGAMENTO DO REEXAME NECESSÁRIO. AUSÊNCIA DE INTERESSE
RECURSAL. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Segundo a recente jurisprudência
desta Corte, é dispensada a posterior ratificação de recurso interposto enquanto
pendente o julgamento de embargos de declaração opostos pela parte ex adversa,
quando não há a modificação do que foi julgado (cf. QO no REsp nº 1.129.215/DF). 2.
No caso dos autos, apesar da apelação do Município não ter sido conhecida pela
ausência de ratificação, verifica-se que o mérito da controvérsia foi integralmente

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apreciado na instância a quo no julgamento do reexame necessário e do agravo interno


da parte, não havendo interesse recursal da municipalidade. 3. Agravo interno não
provido. (AgInt no REsp 1.594.492/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 16/02/2017, DJe 23/02/2017, destaque meu).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO CONTRA ACÓRDÃO
MEDIANTE O QUAL O TRIBUNAL DE ORIGEM NÃO CONHECEU DA APELAÇÃO
CÍVEL, POR CONSIDERÁ-LA INTEMPESTIVA, E CONFIRMOU, EM REEXAME
NECESSÁRIO, A SENTENÇA QUE HAVIA CONCEDIDO PARCIALMENTE O
MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Consta do acórdão recorrido que, "em ação
mandamental, o prazo de apelação da União Federal, representada pelos seus
procuradores (artigos 12 do CPC e da LC nº 73/93; e 131 da CF), não é contado a partir
da respectiva intimação pessoal, mas da data em que for notificada a autoridade
impetrada da sentença proferida, em consideração à especialidade do rito sumário do
writ, e nos termos do artigo 3º da Lei nº 4.348/64, (...), mesmo diante das regras gerais
de intimação (artigos 234, 240 e 242, do CPC), como das específicas (artigos 6º da Lei
nº 9.028/95; e 38 da LC nº 73/93), que não seriam invocáveis contra o procedimento
que, sendo especial pela excepcionalidade do remédio constitucional, não violaria
sequer o devido processo legal (artigo 5º, LV, CF)." 2. No recurso especial, a
Procuradoria da Fazenda Nacional defende que a intimação da autoridade impetrada,
acerca do teor da sentença proferida no mandado de segurança, não dispensa a
necessidade de ser pessoalmente intimado o representante judicial da União, para fins
de interposição da apelação, sob pena de nulidade dos atos processuais posteriormente
praticados. 3. Quanto à alegação de que, ao contrário do que entendera o Tribunal de
origem, a apelação cível é tempestiva, ainda que tal argumentação proceda, não ocorreu
nenhum prejuízo processual para a Fazenda Nacional com o não-conhecimento de seu
recurso, pois a matéria nele impugnada acabou por ser reexaminada na segunda
instância em razão da remessa oficial. Com efeito, a Turma Regional decidiu pela não-
incidência do Imposto de Renda sobre as verbas indenizatórias recebidas pelos
impetrantes a título de férias vencidas, simples e em dobro, com os respectivos
adicionais de um terço, bem como sobre as importâncias pagas sob as rubricas

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"Indenização Liberalidade" e "Gratificação I". 4. Diante desse contexto, descabe a


análise de eventual contrariedade ou interpretação divergente dos arts. 12, 234, 235,
237, 240, 241, 242 e 247, do Código de Processo Civil, 1º a 3º, e 38, da Lei
Complementar 73/93, e 6º da Lei 9.028/95. Caberia à recorrente invocar, desde logo,
contrariedade à legislação do Imposto de Renda. 5. Precedentes no mesmo sentido:
REsp 855.583/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 12.12.2006, p. 268; REsp
790.277/BA, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 1º.2.2006, p. 510; REsp 100.715/
BA, 1ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, RSTJ, vol. 96, p. 153. 6. Recurso
especial não-conhecido. (REsp 882.136/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2007, DJ 07/02/2008, p. 1, destaque meu).
Ressalto, por fim, que a parte poderia ter interposto Recurso Especial contra o
entendimento firmado pelo tribunal de origem acerca do mérito da ação, no julgamento
da remessa necessária. Nessa direção: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE. RECURSO INTERPOSTO PELA FAZENDA
PÚBLICA CONTRA ACÓRDÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A REEXAME
NECESSÁRIO. PRELIMINAR DE PRECLUSÃO LÓGICA (POR AQUIESCÊNCIA
TÁCITA) CONTRA A RECORRENTE, QUE NÃO APELOU DA SENTENÇA:
IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. NO CASO, ADEMAIS, ALÉM
DE ERROR IN JUDICANDO, RELATIVAMENTE À MATÉRIA PRÓPRIA DO
REEXAME NECESSÁRIO, O RECURSO ESPECIAL ALEGA VIOLAÇÃO DE LEI
FEDERAL POR ERROR IN PROCEDENDO, OCORRIDO NO PRÓPRIO JULGAMENTO
DE SEGUNDO GRAU, MATÉRIA A CUJO RESPEITO A FALTA DE ANTERIOR
APELAÇÃO NÃO OPEROU, NEM PODERIA OPERAR, QUALQUER EFEITO
PRECLUSIVO. PRELIMINAR DE PRECLUSÃO AFASTADA, COM RETORNO DOS
AUTOS À 1ª. TURMA, PARA PROSSEGUIR NO JULGAMENTO DO RECURSO
ESPECIAL. (REsp 905.771/CE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE
ESPECIAL, julgado em 29/06/2010, DJe 19/08/2010, destaque meu) Posto isso, com
fundamento nos arts. 932, III, do Código de Processo Civil de 2015 e 34, XVIII, a, e 255,
I, ambos do RISTJ, NÃO CONHEÇO do Recurso Especial. Publique-se e intimem-se.
Brasília (DF), 14 de fevereiro de 2020. MINISTRA REGINA HELENA COSTA Relatora

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(STJ - REsp: 1806398 PB 2019/0089583-8, Relator: Ministra


REGINA HELENA COSTA, Data de Publicação: DJ 18/02/2020)

4.5. - DA AFRONTA AOS DITAMES DA RESPONSABILIDADE,


PROPORCIONALIDADE E LEGALIDADE

Na mesma direção do que já se expôs nesta peça recursal, apenas


restrição de circulação de pessoas em parques e praças, e o fechamento de alguns
serviços não essenciais, medidas estas adotadas pelos ora Agravados, não foram
suficientes para conter a rápida disseminação do novo coronavírus.

Por este prisma, a não determinação do isolamento/distanciamento social


tem significado ausência de proporcionalidade das medidas até aqui adotadas pelos
Agravados.

Existe, portanto, Nobres Desembargadores, a necessidade de


intensificação das medidas de restrição, direcionando as pessoas a permanecerem em
seus lares, salvo raríssimas excepcionalidades referentes ao desenvolvimento dos
serviços de natureza essencial.

A não adoção de medidas adequadas e eficazes na direção do


isolamento/distanciamento social pretendido, descumprindo um rol de manifestações
de diversas autoridades de saúde e sanitárias pelo mundo afora (circunstância que
vem causando a morte de mais pessoas a cada dia), por si só, denota evidente
descompasso com a norma jurídica, porque caracteriza afronta a princípio
constitucional (dignidade da pessoa humana), e de preceito fundamental (direito à
vida).

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Caracterizada, desta forma, Nobres Desembargadores, infringência aos


ditames da responsabilidade, proporcionalidade e legalidade dos ora Agravados.

4.6. - DA PRESENÇA DE ELEMENTOS SUFICIENTES DE CONVICÇÃO


- CRITÉRIOS E EXCEÇÕES PARA A ADOÇÃO DO LOCKDOWN

Uma simples leitura da petição inicial da Ação Civil Pública originária é


suficiente para se identificar a presença de elementos suficientes de convicção, no
sentido de amparar o pedido de tutela antecipada de urgência.

Estão sim, Excelências, presentes tais elementos de convicção. E aqui,


de forma esquemática, serão pontuados, para demonstrar a necessidade inafastável e
imprescindível para o deferimento da tutela antecipada de urgência. São estes os
elementos de convicção:

- identificação da chegada da pandemia no Brasil;


- identificação da chegada da pandemia em Pernambuco;
- crescente número de infectados em Pernambuco;
- crescente número de mortes em Pernambuco;
- restrição de circulação apenas em parques e praias;
- fechamento apenas de alguns poucos serviços não essenciais;
- incentivo implícito ao deslocamento de pessoas, através da recomendação do uso de
máscaras;
- colapso do sistema público de saúde;
- colapso do sistema privado de saúde, por conta de requisição pelos ora Agravados
dos recursos materiais (leitos) desta esfera privada de prestação de serviço à saúde;

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- argumentos jurídicos diversos (dignidade da pessoa humana, direito fundamental à


vida, proteção e defesa do consumidor);
- argumentos científicos: manifestações de diversas autoridades sanitárias e de saúde,
indicando o isolamento/distanciamento social como a medida adequada para conter a
rápida propagação do novo coronavírus, e evitar mais infectados e mortos;
- argumentos estatísticos: em países nos quais o isolamento/distanciamento social foi
adotado, verificou-se impacto positivo no controle da pandemia.

Todos estes elementos de convicção encontram-se na esfera substancial


do pedido formulado na petição da Ação Civil Pública originária, inclusive com
demonstração deles de forma clara e objetiva.

E nesse contexto, todos estes elementos de convicção serviram de base


para a formatação dos critérios e suas exceções, na direção de adoção do isolamento/
distanciamento social.

5. DO CONTEÚDO FÁTICO, JURÍDICO E CIENTÍFICO TRAZIDO NA AÇÃO


ORIGINÁRIA

Ad argumentandum tantum, os elementos fáticos e fundamentos legais


trazidos na petição inicial da Ação Civil Pública originária estão a indicar sobremaneira
a presença dos requisitos legais para o deferimento do pedido de tutela antecipada de
urgência.

É importante, portanto, esta apresentação do conteúdo fático, jurídico e


científico abordado na petição inicial da Ação Civil Pública originária, para que
haja uma verificação precisa do histórico circunstanciado da problemática da pandemia
do novo coronavírus no Estado de Pernambuco, no qual, até aqui, não se observa

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efetivação e cumprimento de isolamento/distanciamento social, deflagrando


exacerbada disseminação do Covid-19, a fim também de demonstrar que a decisão
recorrida deve ser reformada em sua totalidade, no sentido de deferimento do pedido
de tutela antecipada de urgência, com estabelecimento do lock down no Estado de
Pernambuco nos termos formulados naquela vestibular.

Importa mencionar a Vossas Excelências que é notória a necessidade de


Isolamento/Distanciamento Social em todo o Estado de Pernambuco, vez que as
medidas que foram adotadas até o presente momento pelos ora Agravados não vêm
surtindo o efeito necessário para combater à proliferação do Covid-19.

Necessário intensificar as medidas de restrição desta forma, conforme


requerido na petição inicial da Ação Civil Pública originária, dando provimento total ao
presente Agravo de Instrumento.

5.1. - Da Necessidade de Isolamento/Distanciamento Social

Registra-se que o primeiro caso de contaminação no Brasil foi identificado


no dia 26 de fevereiro de 2020, tendo o enfermo, homem de 61 (sessenta e um) anos
de idade, viajado para a Itália, entre os dias 09 e 21, deste mesmo mês. Em
Pernambuco, os dois primeiros casos confirmados de contaminação pelo novo
coronavírus foram identificados no dia 12 de março de 2020.

Mesmo em momentos antecedentes à identificação de pessoas


contaminadas no Brasil e em Pernambuco, já era apontado o
isolamento/distanciamento social como a principal medida para fins de conter a rápida
proliferação do novo coronavírus.

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A própria legislação federal – que “Dispõe sobre as medidas para


enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019” – Lei Federal nº 13.979, de
06 de fevereiro de 2020, de antemão, já estabelecia a possibilidade de adoção de
certas medidas, tais quais o isolamento e a quarentena, para o enfrentamento da
pandemia do novo coronavírus. Eis a inteligência do art. 3º desta Diploma Legal:

“Art. 3º. Para enfrentamento da emergência de saúde


pública de importância internacional decorrente do
coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito
de suas competências, dentre outras, as seguintes
medidas:(Redação dada pela Medida Provisória nº 926,
de 2020)

I - isolamento;
II - quarentena;”

Frisa-se que esta mesma regra jurídica apresenta os conceitos de


isolamento e de quarentena, especificando-os no seu art. 2º, in verbis

“Art. 2º. Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - isolamento: separação de pessoas doentes ou


contaminadas, ou de bagagens, meios de transporte,
mercadorias ou encomendas postais afetadas, de
outros, de maneira a evitar a contaminação ou a
propagação do coronavírus; e
II - quarentena: restrição de atividades ou separação de
pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que

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não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres,


animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos
de contaminação, de maneira a evitar a possível
contaminação ou a propagação do coronavírus.”

Saliente-se, Nobres Desembargadores, que a OMS – Organização


Mundial de Saúde já vinha se manifestando neste sentido, tendo o seu Diretor de
Emergências, Michael Ryan (reafirmando posicionamento originário desta organização)
declarado que o isolamento social era a única forma para conter a disseminação do
vírus. Foi o que se verificou em reportagem publicada pelo G1 Globo em 30/03/2020,
sob o título:

“OMS reforça que medidas de


isolamento social são a melhor
alternativa contra o coronavírus.”.
(https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/03/30/oms-
reforca-que-medidas-de-isolamento-social-sao-a-melhor-
alternativa-contra-o-coronavirus.ghtml)

A necessidade de isolamento/distanciamento social não foi manifestação


singular da OMS – Organização Mundial de Saúde. Diversas autoridades de saúde e
sanitárias do mundo vêm se pronunciando sobre a imprescindibilidade do
isolamento/distanciamento social.

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O presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade


Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi, em entrevista ao Jornal Hoje, da
TV Globo, veiculado no dia 25 de março de 2020, assim explanou:

“NESSE MOMENTO, AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS


CLARAMENTE NOS APONTAM QUE É
IMPORTANTE A MANUTENÇÃO DAS MEDIDAS
RESTRITIVAS PARA CONTINGENCIAR O NÚMERO
DE CASOS DE COVID-19 E NÃO EXPOR A
POPULAÇÃO A UM COLAPSO DO SISTEMA DE
SAÚDE”.
(https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/
autoridades-de-saude-reforcam-anecessidade-de-
isolamento-social-durante-a-pandemia/)

Em 06 de abril de 2020, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe


reforçou a necessidade do isolamento social durante a pandemia do covid-19,
expressando:

“O ISOLAMENTO DE PESSOAS DOENTES PELO


COVID-19 É ESSENCIAL POR ESTAS
REPRESENTAREM RISCO DE CONTÁGIO A
OUTRAS PESSOAS, SENDO NECESSÁRIO
AFASTÁ-LAS DO CONVÍVIO SOCIAL.
ATUALMENTE, O TERMO ISOLAMENTO TAMBÉM
ENVOLVE AS MEDIDAS DE DISTANCIAMENTO
SOCIAL, EM QUE AS PESSOAS BUSCAM EVITAR O
CONTATO ENTRE SI A FIM DE GARANTIR A SAÚDE

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DA POPULAÇÃO E TAMBÉM IMPEDIR UM


COLAPSO DO SISTEMA DE SAÚDE. (grifo Ministerial)
(http://crfse.org.br/noticia/1090/crf-se-reforca-a-
necessidade-do-isolamento-social-durante-a-pandemia-
do-covid-19)

Ressalta-se, ainda, Excelências, que o médico e coordenador do Centro


de Contingência da COVID-19 em São Paulo, Dr. David Uip, reforçou, em entrevista à
CNN no dia 28 de abril de 2020, a necessidade da manutenção do isolamento social
como forma de prevenir o contágio pelo novo coronavírus:

"Não há plano B. Não temos, nem


teremos pelos próximos meses uma
vacina. Torcemos para que se
descubra um remédio efetivo, mas no
momento, [o isolamento] é o que
temos",
(cnnbrasil.com.br/saude/2020/04/28/nao-ha-plano-b-
diz-david-uip-sobre-necessidade-de-isolamento-social)

Por sua vez, o Dr. Luiz Henrique Mandetta, quando ainda exercia o cargo
de Ministro da Saúde, em entrevista ao Valor Econômico no dia 01 de abril de 2020,
reforçou a necessidade de isolamento/distanciamento social contra o coronavírus:

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“se a gente ficar em casa vai diminuir


o número de infectados”.
(https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/04/01/
mandetta-reforca-necessidade-de-isolamento-social-
contra-coronavirus.ghtml)

Também o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/


MS nº 188/2020, nos termos do Decreto 7.616/2011 , declarou “emergência em saúde
pública de importância nacional”, em decorrência da infecção humana pelo
coronavírus, explicitando nesta Portaria:

“a situação demanda o emprego


urgente de medidas de prevenção,
controle e contenção de riscos, danos
e agravos à saúde pública.”

Em acréscimo, é importante trazer à colação que, em países nos quais


houve a instituição de medidas de isolamento/distanciamento social, observou-se um
maior controle da propagação do novo coronavírus:

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“Após isolamento, número de novas


infecções cai em Itália, Espanha e
Alemanha
Quarentenas dão resultado em países mais afetados da
Europa, mas ainda é cedo para suspender medidas e abrir
comércio, dizem autoridades e pesquisadores

O número de novas infecções por coronavírus estabilizou-se


e começou a cair em Espanha e Itália, os países europeus
mais atingidos pela pandemia de Covid-19, assim como na
Alemanha, afirmaram autoridades dos três países nesta
sexta-feira. A tendência de queda nos números está
diretamente ligada à adoção de medidas rígidas de
isolamento impostas em março.”
(https://oglobo.globo.com/mundo/apos-isolamento-numero-de-
novas-infeccoes-cai-em-italia-espanha-alemanha-24349743)

Pela apresentação dos fundamentos fáticos, jurídicos, científicos e


estatísticos acima, se demonstra, Ínclitos Desembargadores, a presença de requisitos
legais autorizadores para a concessão da tutela antecipada de urgência, tendo em vista
a necessidade imediata de isolamento/distanciamento social como medida para conter
a rápida proliferação do novo coronavírus no Estado de Pernambuco.

5.2. Da Necessidade de Não Funcionamento de Atividades e Serviços Não


Essenciais

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Da leitura das diversas normas editadas pelos ora Agravados, observa-se


que não houve qualquer proibição de funcionamento de atividades não essenciais de
forma geral. Apenas poucas atividades não essenciais foram proibidas de
funcionamento pelos ora Agravados.

Esta situação pode ser aquilatada pela observação dos Decretos


expedidos pelos ora Agravados. E aí se verifica o seguinte: quando havia intenção de
proibir certas atividades, o poder público (Agravados) o fez de forma expressa,
referindo-se às proibições especificamente. Foi assim em relação às:
a) atividades dos centros de artesanato, museus e demais equipamentos culturais
geridos pelo Governo do Estado de Pernambuco (Decreto Estadual nº 48.809/2020,
art. 3º-A)
b) às academias de ginástica e similares bem como cinemas (Decreto Estadual nº
48.809/2020, art. 3º-B);
c) Feiras de Negócios da Confecção, nos estabelecimentos de natureza pública ou
privada, localizados nos Municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama
(Decreto Estadual nº 48.809/2020, art. 3º-C).

E foi assim na edição dos demais Decretos Estaduais expedidos pelos


ora Agravados. A proibição das atividades e serviços não essenciais foi estabelecida de
forma pontual, específica e expressa, sem atingir a generalidade destas atividades não
essenciais. Foi assim também, como exemplo, em relação à proibição de
funcionamento das entidades de ensino - funcionamento das escolas, universidades e
demais estabelecimentos de ensino, público ou privados (Decreto Estadual nº
48.810/2020, art. 6º-A).

Toda esta formatação normativa indicou, pois, a permissão de


funcionamento da larga maioria das atividades e serviços (ainda que não essenciais),
que não tiveram o seu funcionamento expressamente proibido por lei lato sensu.

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Nesta linha de raciocínio, são inúmeras as atividades e serviços não


essenciais que se encontram em funcionamento. E para tal, necessária a presença de
todos os colaboradores de cada uma destas atividades, para que elas continuem a
funcionar, por óbvio.

A manutenção de funcionamento de atividades e serviços não essenciais


(ainda que não haja atendimento presencial ao público), Nobres Desembargadores, é
um incentivo ao não cumprimento isolamento/distanciamento social tão necessário no
momento atual da vida de todas as pessoas, pois todos os colaboradores de todas
estas atividades e serviços não essenciais estarão a se deslocar e a transitar por todo
o Estado de Pernambuco, em todas as cidades, nos trajetos residência – trabalho e
trabalho – residência.

É nessa toada que todas as atividades e os serviços não essenciais, para


além de não estarem abertos ao público, devem ser proibidos de funcionamento,
evitando e excluindo a possibilidade do deslocamento dos trabalhadores e dos
colaboradores de tais atividades até aos respectivos estabelecimentos.

Isto tudo porque o momento exige o que de há muito está a se dizer e a


propagar - fiquem em casa.

E para tal, é necessário o estabelecimento de medidas mais rígidas e


mais amplas de restrição ao deslocamento e trânsito de pessoas em geral.

É necessário o LOCKDOWN !!!!

5.3. Da Necessidade de Funcionamento de Atividades Essenciais via Delivery

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Todas as pessoas possuem necessidades, dentre as quais aquelas ditas


inarredáveis e intransponíveis. Precisam, pois, serem supridas, já que sem elas, as
pessoas poderão estar fadadas a sucumbir.

É o caso, por exemplo, da necessidade de alimentos, da necessidade de


remédios e fármacos em geral, necessidade de atendimento à saúde.

Todos estes exemplos se apresentam por uma característica em comum


– todas estas necessidades não podem esperar; precisam ser atendidas de imediato,
sob pena de trazer danos à integridade física das pessoas.

E desta forma, tais atividades e serviços, ditas essenciais, devem


permanecer em funcionamento, a fim de salvaguardar o suprimento das pessoas, a
saúde, enfim a integridade física e a vida de todos indistintamente.

É importante, entretanto, mencionar, que nem mesmo todas estas


atividades podem manter-se em funcionamento para atendimento presencial ao público
na atual conjuntura de aumento exacerbado e descontrolado do número de pessoas
infectadas e mortas a cada dia em virtue do novo coronavírus.

Isto porque este atendimento presencial direcionará as pessoas ao


comparecimento a todos os estabelecimentos prestadores de tais atividades e serviços
essenciais, tudo a gerar uma afronta e um descumprimento do necessário
isolamento/distanciamento social que se pretende no momento atual de grande
escalada de contaminação pelo novo coronavírus.

Por este prisma é que se apresenta, desta forma, a necessidade também


de funcionamento das atividades essenciais apenas através de delivery (entrega em
domicílio), com a finalidade de promover, cada vez mais, o isolamento/distanciamento
social.

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É de bom alvitre, entretanto, que apenas excepcionais atividades


essenciais estejam abertas ao público, para fins de atendimento presencial, pois é
plausivel que, apesar da necessidade primeira das pessoas em relação aos alimentos
e aos fármacos, não haja tempo mínimo necessário para formatar o funcionamento de
tais atividades e serviços via delivery.

Estas atividades são as desenvolvidas em supermercados, mercados e


farmácias, as quais poderão, em caráter de exceção permanecerem abertas ao
público, contudo com a obrigatoriedade de instituir também o atendimento através de
delivery, desde que estabeleçam as seguintes regras de permanência de pessoas em
seus estabelecimentos:

- 01 pessoa por cada 10 metros quadrados de área do estabelecimento;


- 01 pessoa por carro no acesso aos estacionamento;
- 01 pessoa de cada família, por vez;
- marcação de localização nas filas, para fins de distanciamento entre as pessoas;
- disponibilização de álcool em gel na entrada do estabelecimento;
- o acesso somente permitido por pessoas usando máscara.

E assim, cumprir-se-á a máxima que se tem ouvido exaustivamente nos


últimos tempos – fiquem em casa.

Necessário aqui também, com a ressalva das excepcionalidades


salientadas, a aplicação do LOCKDOWN !!!!

5.4. Da Atuação Estatal Meramente Sugestiva

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A partir da identificação de pessoas contaminadas no Estado de


Pernambuco, e também no Município de Recife, as citadas pessoas jurídicas de direito
público, ora Agravados, passaram a adotar medidas no sentido de sugerir/
recomendar o direcionamento das pessoas ao isolamento/distanciamento social.

A intenção dos ora Agravados foi de orientar as pessoas em geral,


sempre a demonstrar a importância do isolamento/distanciamento social.

Nessa linha, em 14 de março de 2020, o Decreto Estadual nº 48.809 (que


regulamenta, no Estado de Pernambuco, medidas temporárias para enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus,
conforme previsto na Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020), estabeleceu
normas suspendendo diversas atividades, dentre as quais sejam: a) realização de
cirurgias eletivas na rede hospitalar pública e privada; b) eventos de qualquer natureza
com público; c) atividades dos centros de artesanato, museus e demais equipamentos
culturais geridos pelo Governo do Estado de Pernambuco; d) atividades de todas as
academias de ginástica e similares bem como cinemas; e) atividades das Feiras de
Negócios da Confecção, nos estabelecimentos de natureza pública ou privada,
localizados nos Municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama; f) a
concentração de pessoas em número superior a 10 (dez), salvo nos casos das
atividades essenciais referidas no §2º, ou daquelas expressamente excepcionadas nos
decretos estaduais que tratam da emergência em saúde pública de importância
internacional decorrente do coronavírus; g) a suspensão do funcionamento das
escolas, universidades e demais estabelecimentos de ensino, público ou privados .

Em decorrência desta norma jurídica editada pelo Estado de


Pernambuco, outras diversas foram emitidas, na seguinte cronologia, todas elas ditas
direcionadas a enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus, contudo todas
elas tendo apenas caráter de recomendação/sugestão e também voltadas para

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orientar a população no sentido de manterem-se em seus lares, em


isolamento/distanciamento social:

a) Decreto Estadual nº 48.810, de 16 de março de 2020;


b) Decreto Estadual nº 48.822, de 17 de março de 2020;
c) Decreto Estadual nº 48.830, de 18 de março de 2020;
d) Decreto Estadual nº 48.832, de 20 de março de 2020;
e) Decreto Estadual nº 48.833, de 21 de março de 2020;
f) Decreto Estadual nº 48.834, de 21 de março de 2020;
g) Decreto Estadual nº 48.835, de 23 de março de 2020;
h) Decreto Estadual nº 48.836, de 23 de março de 2020;
i) Decreto Estadual nº 48.837, de 24 de março de 2020;
j) Decreto Estadual nº 48.857, de 26 de março de 2020;
l) Decreto Estadual nº 48.866, de 28 de março de 2020;
m) Decreto Estadual nº 48.878, de 04 de abril de 2020;
n) Decreto Estadual nº 48.881, de 04 de abril de 2020;
o) Decreto Estadual nº 48.882, de 04 de abril de 2020;
p) Decreto Estadual nº 48.903, de 07 de abril de 2020;
q) Decreto Estadual nº 48.929, de 09 de abril de 2020;
r) Decreto Estadual nº 48.942, de 14 de abril de 2020;
s) Decreto Estadual nº 48.943, de 15 de abril de 2020;
t) Decreto Estadual nº 48.955, de 17 de abril de 2020;
u) Decreto Estadual nº 48.958, de 18 de abril de 2020;
v) Decreto Estadual nº 48.963, de 21 de abril de 2020;
x) Decreto Estadual nº 48.969, de 24 de abril de 2020;
z) Decreto Estadual nº 48.970, de 24 de abril de 2020.

Dentre estas tantas legislações expedidas pelo Estado de Pernambuco, a


única a apresentar certa imperatividade às pessoas em geral, foi a que determinou o
fechamento dos parques e praias do Estado de Pernambuco – Decreto Estadual nº

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48.832, de 19 de março de 2020 (com alteração introduzida pelo Decreto Estadual nº


48.881, de 03 de abril de 2020).

Frisa-se que, inicialmente, os parques e praias da Cidade de Recife foram


fechadas por apenas três dias: 04, 05 e 06 de abril de 2020.

Ocorre que, percebendo que esta restrição aos parques e praias não era
suficiente para direcionar as pessoas ao isolamento/distanciamento social pretendido,
esta Promotoria de Justiça expediu Recomendação aos ora Agravados no dia 05 de
abril de 2020, para fins de fechamento não só de praias e parques, mas também de
todas as praças da Cidade de Recife, pelo prazo de 30 (trinta) dias.

Saliente-se que, apesar da Recomendação, o Estado de Pernambuco,


através das indicadas normas, foi ampliando o prazo de fechamento das praias e dos
parques, pelo prazo de uma semana a cada Decreto emitido. Foi assim que em 06 de
abril de 2020, o Estado de Pernambuco emitiu o Decreto Estadual nº 48.903,
ampliando a restrição de acesso aos parques e praias até o dia 13 de abril de 2020.

Mais uma vez, no dia 13 de abril de 2020, o Estado de Pernambuco,


através do Decreto Estadual nº 48.942, amplia em mais uma semana a restrição de
acesso das pessoas às praias e aos parques, com validade até o dia 20 de abril de
2020.

Em 20 de abril de 2020, mais um Decreto Estadual – nº 48.963,


determinando o fechamento dos parques e da praias até o dia 30 de abril de 2020.

Visualiza-se na verdade uma atuação estatal de orientação às pessoas,


porque através da construção de normas de sugestão, de recomendação aos seus
destinatários, deixando ao alvedrio de cada pessoa física a decisão para se manter ou
não em isolamento/distanciamento social. E também uma atuação estatal de restrição

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mínima à circulação de pessoas, porque apenas promoveu o fechamento de parques e


praias, assim como determinou o fechamento absoluto de poucas atividades não
essenciais, como já acima explanado.

Oportuno mencionar, nesta seara, que até aqui não foi determinado pelos
ora Agravados, em nenhum momento, o fechamento das praças da Cidade de Recife
(cerca de 660 praças), ambientes que passaram a ser utilizados por parcela razoável
da população após o fechamento dos parques e das praias, comprometendo o
isolamento/distanciamento social necessário e pretendido, favorecendo o incremento
acelerado de pessoas contaminadas e mortas no Estado de Pernambuco em virtude do
novo coronavírus.

Encontra-se até aqui mantida a permissão da livre circulação das pessoas


em geral, desta forma,

Em relação ao funcionamento das atividades e serviços, verifica-se que,


em todas as normas expedidas pelos ora Agravados, apesar de conter regras de
fechamento de poucas atividades não essenciais, não se visualiza em tais normas de
conduta qualquer limitação ao funcionamento absoluto de tais atividades não
essenciais (salvo exceções acima especificadas), o que permitiu o desenvolvimento de
atividades, e assim, o transitar das pessoas trabalhadores, tudo a direcionar também
para o não isolamento/distanciamento social.

Por este prisma, o que se observa no Estado de Pernambuco são as


seguintes ocorrências:

a) permanência de funcionamento da enorme maioria de


serviços não essenciais;

b) serviços essenciais em geral abertos ao público;

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c) deslocamento e trânsito de pessoas em busca de tais


serviços essenciais na forma presencial;

d) pessoas em deslocamento e em trânsito livres, sem


qualquer restrição ou controle;

e) pessoas em busca de satisfação de suas necessidades,


frequentando serviços essenciais diversos;

f) pessoas frequentando ambientes públicos de uso comum,


salvo os parques e praias;

g) pessoas desenvolvendo atividades físicas pelas diversas


ruas das cidades;

h) pessoas desenvolvendo atividades físicas e demais ações


nos ambientes das praças;

i) deslocamento e trânsito de colaboradores e trabalhadores


nos trajetos residência-trabalho e trabalho-residência, para o
exercício do labor nos ambientes de trabalho caracterizados
como não essenciais, pois estes, na sua grande maioria, não
foram proibidos de funcionar.

Para agravar ainda mais a situação, o Estado de Pernambuco, ora


Agravado, expediu o Decreto Estadual nº 48.969, de 23 de abril de 2020,
recomendando o uso de máscaras, mesmo que artesanal, pela população em geral,
em todo o território do Estado de Pernambuco.

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Ora. Nobres Desembargadores. Acaso estivessem os ora Agravados


proibida a circulação, deslocamento e trânsito das pessoas em geral, a fim de efetivar o
isolamento/distanciamento social, não haveria a necessidade de recomendação de uso
de máscara para a população em geral.

Isto porque, estando em seus lares, as pessoas não precisariam fazer


uso de máscara.

Precisar-se-iam usar máscara apenas aquelas pessoas que haveriam de


se deslocar para manter em funcionamento os serviços essenciais, via presencial ou
através de delivery.

Tal recomendação de uso de máscara, desta forma, traduz-se na


permissão implícita para o deslocamento e transitar das pessoas sem qualquer
restrição, descumprindo-se o estado da arte consagrado por diversas autoridades
médicas e sanitárias do mundo em relação à medida única para conter a rápida
proliferação do coronavírus – o isolamento/distanciamento social.

Por este prisma, tem-se que os ora Agravados apenas orientaram e estão
a orientar as pessoas sobre esta necessidade de permanência em suas residências,
em caráter de recomendação, sem que qualquer medida legal contundente, imperativa
fosse adotada no sentido de efetivar de forma absoluta o isolamento/distanciamento
social.

Necessário, pois, Ínclitos Desembargadores, a expedição de


mandamento jurisdicional, no sentido de efetivação do isolamento/distanciamento
social.

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5.5. Do Colapso do Sistema Público de Saúde em Pernambuco

A ação sugestiva e de caráter de recomendação adotada pelos ora


Agravados gerou o alastramento do novo coronavírus por todo o Estado de
Pernambuco, proporcionando colapso do sistema público de saúde, pois razoável
parcela da população não tem seguido as orientações do poder público no sentido de
permanência em seus lares.

É verdade que certas restrições foram adotadas pelos ora Agravados,


através de fechamento absoluto de alguns serviços e atividades (não essenciais:
comércio em geral, academias, escolas, etc) e de certos bens públicos (parques e
praias). Tais medidas, entretanto, não foram suficientes para promover e realizar o
isolamento/distanciamento social e assim, conter a rápida disseminação do novo
coronavírus, posto que, repita-se, é notório que grande parcela das pessoas residentes
no Estado de Pernambuco continuam a deixar as suas residências, contrariando as
orientações do poder público no sentido do isolamento/distanciamento social.

Para se ter uma ideia da rápida proliferação do novo coronavírus no


Estado de Pernambuco, imperioso fazer uma análise da evolução do número de casos
de contaminação no tempo. No dia 01 de abril de 2020, o Estado de Pernambuco tinha
95 (noventa e cinco) casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, Após um
mês, precisamente no dia 30 de abril de 2020, o Estado de Pernambuco conta com
6.876 casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, registrando 565 mortes.

Houve, portanto, a rápida disseminação do novo coronavírus no Estado


de Pernambuco, estando o sistema público de saúde em colapso. Isto porque, apesar
de investimentos realizados tanto pelo Estado de Pernambuco como pelo Município de
Recife (noticiados pela imprensa), tais ações não estão sendo suficientes para garantir

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o atendimento de saúde às pessoas em geral, as quais têm sido acometidas pelo novo
coronavírus concomitantemente.

Conforme se observa, não foram suficientes as medidas de


recomendação adotadas pelos ora Agravados, infelizmente. As orientações advindas
do poder público ao isolamento/distanciamento social não têm sido atendidas por
considerável parcela da população.

Para acrescentar, o não fechamento das praças e demais bens públicos


de uso comum (apesar da Recomendação do Ministério Público do Estado de
Pernambuco), favoreceu o deslocamento e o trânsito das pessoas, e assim afastando a
efetivação do isolamento/distanciamento social, medida esta tida como imprescindível
para promover a proteção das pessoas, salvaguardando as suas vidas.

O isolamento/distanciamento social pretendido era no sentido de evitar a


enfermidade de diversas pessoas ao mesmo tempo, evitando assim um colapso do
sistema de saúde, haja vista a sua incapacidade para atender diversas pessoas
acometidas concomitantemente pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

No entanto, não se verificou a concretização do


isolamento/distanciamento social, apesar das orientações nesse sentido pelos ora
Agravados.

E não havendo proibição de deslocamento e trânsito de pessoas, além da


permissão de funcionamento da ampla maioria de serviços não essenciais, tudo isto
colaborou para a ausência de isolamento/distanciamento social.

Não se verifica pois, na espécie, a ocorrência de


isolamento/distanciamento social no Estado de Pernambuco, e por isso gerando
colapso do seu sistema de saúde.

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E este colapso do sistema de saúde foi evidenciado pelo Sr. Secretário de


Estado de Saúde, Dr. André Longo, em entrevista concedida ao Jornal NE TV (noite) no
dia 30 de abril de 2020, quando assim afirmou:

“existem 100 (cem) pessoas


na fila para serem internadas
em UTI”.

Sobre o colapso do sistema público de saúde do Estado de Pernambuco


e do Município de Recife, apresenta-se aqui a reportagem seguinte:

“Fila por leito de UTI em


Pernambuco chega a ter mais
de 100 pessoas
Aumento de internações por Síndrome Respiratória Aguda
Grave aumentou mais de 300% nas últimas semanas

Por: Portal FolhaPE em 29/04/20 às 19H34, atualizado em 29/04/20 às 22H50

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Nas duas últimas semanas, Pernambuco viu a demanda de


internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag)
aumentar em 316%. Tem dias que o número de pessoas com
necessidade de suporte hospitalar supera uma centena, segundo o
comandante da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
(SES-PE), André Longo.

O resultado disso é uma frequência cada vez maior de doentes nas


portas de unidades de saúde clamando por atendimento e em
espera por leitos.

"Hoje temos uma situação critica. Já há uma fila por leitos de UTI.
Ela é extremamente dinâmica, varia durante o dia. Às vezes,
dependendo da hora do dia, você pode captar uma fila maior do
que 100 pessoas”, revelou o secretário.

"Pernambuco vive em franca aceleração, com um crescente do


número de casos e de óbitos. Foram abertos mais de 400 leitos de
UTI quando somados os esforços do Governo do Estado e do
Recife. Reconhecemos que a situação dos nossos serviços de
saúde é muito difícil, porque as pessoas estão adoecendo ao
mesmo tempo”, completou.

Longo associa o estrangulamento da capacidade do sistema de


saúde a uma dificuldade da população em adotar as medidas de
isolamento social. De acordo com pesquisas externadas por ele,
seria necessário um índice de isolamento na casa dos 70% para
assegurar um ritmo menos acentuado de disseminação do vírus. O
Estado, apesar das várias campanhas de conscientização
realizadas, não conseguiu chegar a esse patamar em nenhum

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momento desde o início das recomendações por parte da gestão


estadual, há mais de 40 dias.

"A falta de um isolamento na casa dos 70% tem levado os


pernambucanos a adoecerem ao mesmo tempo. Embora receba
assistência nas Unidades de Pronto Atendimento, nas salas
vermelhas de estabilização, não é confortável ficar aguardando
leito de terapia intensiva em uma unidade de referência. É uma
situação que temos alertado temos o início do enfrentamento
dessa doença no Estado”, afirmou, passando um recado para a
população.

“Ou nos conscientizamos para acentuar a curva de casos nos


próximos 15 dias ou serão dias duríssimos. As pessoas se
aglomerando em portas de bancos, nas ruas, vai morrer muita
gente. Temos procurado ser o mais claro possível nessa
mensagem e estamos aqui mais uma vez reforçando isso. Os
números já são muito duros e por trás deles tem uma vida ceifada,
dores familiares, profissionais tendo que escolher quem vão levar
primeiro para terapia intensiva. Isso está se agravando a cada dia e
a gente não nega. O que acontece hoje é fruto de 15 dias atrás. O
que fazemos hoje será visto mais pra frente."

Segundo a Central Estadual de Regulação Hospitalar, a taxa de


ocupação dos leitos destinados a pacientes com a Covid-19 nesta
quarta-feira (20) é de 92%, sendo 98% dos leitos de UTI e 86% nas
enfermarias. No total, há 773 leitos exclusivos para o tratamento da
doença - 387 de UTI e 386 de enfermaria.”

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É necessário determinar, Preclaros Desembargadores, o


isolamento/distanciamento social, já que a população não vem atendendo as sugestões
e orientações emanadas do poder público. Isto porque não obstante estas orientações
e sugestões, não houve conscientização da população, a fim de permanecerem todos
em distanciamento/isolamento social.

Tem crescido de forma geométrica, dessarte, o número de contaminados


no Estado de Pernambuco, pessoas diversas têm tido as suas vidas ceifadas pela
enfermidade, e outras tantas se encontram na iminência de contaminação e da
consequente morte.

O problema é tão óbvio, que a edição de normas administrativas pelo


Conselho Regional de Medicina aponta parâmetros para decisão de escolha de quem
vai ter o tratamento. Significa que pessoas deixarão de ser atendidas pela ausência de
recursos humanos e materiais, haja vista a conformação do colapso do sistema de
saúde no Estado de Pernambuco.

Em outras palavras, está claro que já chegou o momento para um grande


dilema aos profissionais médicos – decidir quem vai viver, isto é, a qual dos enfermos
serão ministrados os tratamentos adequados e eficazes no sentido de tentativa de
manutenção da sua vida. Isto porque não existe UTI – Unidade de Terapia Intensiva
suficiente para atender a todos os enfermos acometidos pelo novo coronavírus.

Especificamente, in casu, o Conselho Regional de Medicina de


Pernambuco – CREMEPE editou a Recomendação nº 005/2020, de 27 de abril de
2020, que prevê a utilização do Escore Unificado para Priorização (EUP-UTI) de
acesso a leitos de terapia intensiva, assistência ventilatória e paliação, como meio de
hierarquização da gravidade dos pacientes, na ausência absoluta de leitos suficientes
para atender a demanda terapêutica, indicando que caberá à autoridade sanitária
definir o início, duração e gradação do ponto de corte de utilização do Escore Unificado

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para Priorização (EUP-UTI), conforme a necessidade de adequação dos quantitativos


de leitos à demanda existente.

Necessária, pois, a atuação do Poder Judiciário, a fim de conter a rápida


proliferação do novo coronavírus, para que haja, de imediato, a mitigação do colapso
no sistema de saúde no Estado de Pernambuco. Para que vidas sejam protegidas.

Para que VIDAS sejam salvas.

5.6. - Do Colapso no Sistema Privado de Saúde em Pernambuco

O colapso do sistema público de saúde do Estado de Pernambuco, para


além do seu reconhecimento pelo Secretário de Estado de Saúde, apresenta-se
evidente, pois já extrapola a esfera do atendimento público, incrementando transtornos
no sistema privado de saúde.

Impossibilitado de atendimento às pessoas acometidas pelo novo


coronavírus, ante a já ausência de leitos, inclusive de UTI – Unidade de Terapia
Intensiva, o Estado de Pernambuco já admite a possibilidade de intervenção na esfera
do sistema privado de saúde, haja vista a possibilidade declarada do Estado de
Pernambuco em requisitar leitos de UTI - Unidade de Terapia Intensiva da rede privada
de saúde, a fim de atender aos pacientes do SUS – Sistema Único de Saúde. Esta
circunstância foi publicizada na reportagem do dia 17/04/2020 do Jornal Folha de São
Paulo (folha.uol.com.br), fazendo referência à intenção do Estado de Pernambuco
nesse sentido:

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“Perto do colapso,
Pernambuco prevê força
policial para contar leito de
UTI privado
Informação repassada por hospitais particulares é
considerada frágil; 90% das vagas do estado estão
ocupadas

“Ele já havia destacado que pernambuco pode requisitar


administrativamente leitos da rede privada, a depender da taxa de
ociosidade, para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).”

Não só leitos podem ser requisitados do sistema privado de saúde pelo


poder público, mas também profissionais, equipamentos e insumos necessários à
prestação de serviço no sistema público de saúde. E a perspectiva desta requisição foi
manifestada de forma clara e expressa pelo Sr. Secretário de Saúde do Estado de
Pernambuco, em entrevista concedida no dia 17/04/2020 ao G1 Globo:

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(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/17/co
m-ocupacao-de-95percent-nas-utis-publicas-governo-de-pe-
contrata-leitos-em-hospitais-particulares.ghtml)

Neste particular, é importante esclarecer que não se está aqui, através da


Ação Civil Pública originária, a combater a possibilidade legal de requisição de leitos,
profissionais, equipamentos e insumos do sistema privado de saúde pelo poder
público, para fins de prestação universal do serviço de saúde através do SUS (Sistema
Único de Saúde).

O que se vislumbra é que a perspectiva de requisição de recursos


materiais e humanos do sistema privado de saúde pelo poder público apresenta-se
com possibilidade real de acontecer, em virtude do notório e evidente colapso do
sistema público de saúde no Estado de Pernambuco, decorrente da não concretização
do isolamento/distanciamento social.

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E a busca unilateral pelo poder público dos recursos do sistema privado


de saúde gera a perspectiva de não prestação do serviço de saúde também aos
contratantes consumidores.

Está assim configurada a projeção de um ambiente de não satisfação do


direito de todos à saúde, e para além disso, traz abalo nas relações jurídicas de
natureza privada, deflagrando um prognóstico de também ausência de prestação do
serviço de saúde na esfera privada, ou seja, ampliando o colapso para o sistema
privado de saúde.

Este colapso do sistema privado de saúde em Pernambuco já é uma


realidade na oportunidade temporal da interposição deste agravo de instrumento,
conforme manifestado pela Confederação Nacional de Saúde:

“PERNAMBUCO E MAIS CINCO


ESTADOS JÁ TÊM COLAPSO NA
REDE PRIVADA DE UTIs, DIZ
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE
SAÚDE”

(https://jc.ne10.uol.com.br/pernambuco/2020/05/5608460-
pernambuco-e-mais-cinco-estados-ja-tem-colapso-na-rede-
privada-de-utis--diz-confederacao-nacional-de-saude.html)

Ocorre, Eminentes Desembargadores, que se está a tratar do bem mais


valioso do ser humano – a VIDA, sendo necessária determinação do

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isolamento/distanciamento social, para que não haja incremento do alastramento de


tão grave doença por todo o Estado de Pernambuco, pois que, apesar das mensagens,
dos pedidos, das sugestões, recomendações e orientações expedidos pelos ora
Agravados, parcela considerável da população não tem se mantido nos seus lares,
esvaziando o isolamento/distanciamento social tão necessário nesta oportunidade da
existência humana.

E é assim que, diversas pessoas mantêm relação jurídica contratual com


vários planos de saúde, em virtude de pactos que, muitas vezes, têm vigência há
décadas. E por assim, dizer, em virtude destas manifestações bilaterais de vontade, os
consumidores, e muito mais agora em tempos de pandemia, vislumbram a
possibilidade de terem a prestação dos serviços de saúde contratados através dos
fornecedores (planos de saúde e sua rede hospitalar credenciada).

Com a perspectiva do poder público no sentido de continuar a requisição


de recursos materiais e humanos do sistema privado de saúde, cria-se a possibilidade
real e clara da não efetiva realização dos contratos privados de saúde, haja vista a já
institucionalização, nesta oportunidade, do colapso do sistema privado de saúde em
Pernambuco.

Não é possível a permanência do estado de colapso dos sistemas público


e privado no Estado de Pernambuco.

Impõe-se o controle da disseminação do Covid-19 através da decretação


do isolamento/distanciamento social, no sentido de proteção dos sistemas público e
privado de saúde, para viabilizar o atendimento de todas as pessoas que deles
necessitem.

A situação encontra-se terrível, Excelências. A contaminação pelo Covid-


19 apresenta-se em números espantosos e estratosféricos no Estado de Pernambuco.

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Nessa toada, é preciso, Nobres Desembargadores, ação imediata do


Estado-Juiz a fim de proteger a todos indistintamente, para que nenhuma pessoa (ou
apenas poucas ou raras) precise dos sistemas público e privado de saúde.

Para isto é necessário a atuação do Poder Judiciário, com expedição de


comando jurisdicional, dotado de medidas mais restritivas, tudo para que se possa
cumprir, efetivamente o isolamento/distanciamento social, suprimindo (ou tentando
mitigar), pois, o colapso já instalado nos sistemas público e privado de saúde no
Estado de Saúde.

É imperiosa a intervenção do Estado Juiz, a fim de minimizar os impactos


da pandemia no Estado de Pernambuco, através de determinação de medidas de
isolamento/distanciamento social absoluto, com a edição de mandamento jurisdicional
contundente, imperativo às pessoas, impedindo o deslocamento e o trânsito de seres
humanos, salvo para situações excepcionalíssimas.

Tudo isto a implementar medida para promover o cumprimento do direito


fundamental à vida, reafirmado pela Carta Magna, na direção, pois, da realização do
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Enfim, é necessário e imperioso que se estabeleça o LOCK DOWN no


Estado de Pernambuco.

6.0. - DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427

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Número do documento: 20051218414591900000060699548
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

No decorrer da explanação realizada em toda esta peça recursal, foram


sobejamente demonstrados os requisitos legais para o deferimento da tutela
antecipada, quais sejam: probabilidade do direito e o perigo de dano, na forma do art.
300 do CPC.

Ademais, após o recebimento do agravo de instrumento pelo Tribunal de


Justiça e ser ele distribuído, caberá ao Desembargador Relator apreciar pedido de
antecipação de tutela. É o que preleciona o art. 1.019 do CPC, in verbis:

“Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e
IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em


antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,
comunicando ao juiz sua decisão;”

Desta forma, nos termos do art. 1.019 do CPC, o Ministério Público do


Estado de Pernambuco requer a Vossa Excelência o deferimento total do pedido da
antecipação de tutela da presente pretensão esboçada neste recurso de Agravo de
Instrumento (nos moldes do pedido respectivo formulado na peça vestibular da Ação
Civil Pública de origem), no sentido de imediata proteção da vida de milhares de
pessoas.

AV. VISCONDE DE SUASSUNA, 99 – 1º andar – SANTO AMARO - CENTRO - RECIFE - PE - CEP: 50.050-540
Fone/Fax: (81) 3182-7443 / 3182-7427

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor

7.0. - DA CONCLUSÃO

Nobres Desembargadores. Resta plenamente configurada a necessidade


de conter a rápida proliferação do Covid-19 no Estado de Pernambuco, não havendo
outro mecanismo senão as medidas propostas na Ação Civil Pública de referência.

Por este prisma, repita-se, data venia, não se encontra a decisão ora
agravada em consonância com a preservação da vida humana.

Desta feita, em face do que se encontra amplamente demonstrado,


restando configurada a presença dos requisitos dispostos no art. 300 do CPC, o
Ministério Público do Estado de Pernambuco vem requerer nos termos do art. 1019
também do CPC, que seja dado PROVIMENTO TOTAL ao presente recurso de
Agravo de Instrumento, reformando, de forma absoluta, a decisão ora recorrida,
proferida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, no sentido de
concessão da tutela antecipada formulada na Ação Civil Pública originária, a fim de
salvaguardar a vida de todos os pernambucanos.

Informa-se, por derradeiro, que, no prazo de três dias, comunicar-se-á ao


Juízo de primeiro grau de jurisdição a interposição do presente agravo de instrumento,
nos termos do art. 1018 do CPC.

Segue, em anexo, digitalização do processo originário (documentos


obrigatórios a este agravo de instrumento)

Recife, 09 de maio de 2020.

Pede Deferimento.
SOLON IVO DA SILVA FILHO
Promotor de Justiça

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Processo Judicial Eletrônico 2º Grau - TJPE
Poder Judiciário de Pernambuco

Detalhe do Processo

Número do Processo: 0005457-33.2020.8.17.9000


Classe Judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
Órgão Julgador: Gabinete do Des. André Oliveira da Silva Guimarães
Órgão Julgador Colegiado: 4ª Câmara Direito Público - Recife
Data de distribuição: 9 de Maio de 2020
Assunto:
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -
Saúde

Informações do processo

Polo Ativo
Nome Parte Tipo Parte
19ª PROMOTORIA DE DEFESA DA AGRAVANTE
CIDADANIA COM ATUAÇÃO NA PROMOÇÃO
E DEFESA DO CONSUMIDOR

Polo Passivo
Nome Parte Tipo Parte
ESTADO DE PERNAMBUCO AGRAVADO
PREFEITURA MUNICIPAL DA CIDADE DO AGRAVADO
RECIFE

Movimentação do Processo
Data de atualização Movimento
09/05/2020 14:58:38 Conclusos para o Gabinete
09/05/2020 14:58:36 Distribuído por sorteio

Visualizado/Impresso em:12/05/2020 17:27:31

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Número do documento: 20051218414604100000060699551

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