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Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

PJe - Processo Judicial Eletrônico

21/09/2022

Número: 0704587-36.2020.8.07.0007
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 2ª Vara Cível de Taguatinga
Última distribuição : 31/03/2020
Valor da causa: R$ 10.000,00
Assuntos: Inadimplemento, Responsabilidade Civil, Liminar
Nível de Sigilo: 0 (Público)
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
JAKELINA MESQUITA SILVA (AUTOR)
LUCIANA LIMA AMERICO (ADVOGADO)
SAUDE SIM EM LIQUIDACAO EXTRAJUDICIAL LTDA (REU)
KATHIA AGUIAR ZEIDAN (ADVOGADO)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
60455046 31/03/2020 Petição Inicial Petição Inicial
12:19
60455049 31/03/2020 PETICAO INICIAL Petição
12:19
60455050 31/03/2020 Procuracao Procuração/Substabelecimento
12:19
60455051 31/03/2020 Declaracao de Hipossuficiencia Declaração de Hipossuficiência
12:19
60455052 31/03/2020 Documento de Identificacao Documento de Identificação
12:19
60455053 31/03/2020 Comprovante de Residencia Comprovante de Residência
12:19
60455054 31/03/2020 Contracheque Outros Documentos
12:19
60455055 31/03/2020 Carterinha do Plano Outros Documentos
12:19
60455057 31/03/2020 Parecer Negativa do Plano Outros Documentos
12:19
60455061 31/03/2020 Exame Membros Infeiores Outros Documentos
12:19
60455063 31/03/2020 Avaliacao Risco Cirurgico Outros Documentos
12:19
60455064 31/03/2020 Exame laboratorial Outros Documentos
12:19
60455065 31/03/2020 Registro Psicologico Outros Documentos
12:19
60455066 31/03/2020 Fotos Outros Documentos
12:19
60458765 31/03/2020 Decisão Decisão
14:56
60524030 01/04/2020 Mandado Mandado
10:08
65461357 16/06/2020 0704587-36.2020 SAUDE SIM LTDA AV DAS AR - Aviso de recebimento
08:27 ARAUCAREAS Ç 1835-2005 PISO 3 SALA 301
AG SHOP CITADA
62985479 13/05/2020 Comunicação de Interposição de Agravo Comunicação de Interposição de
11:29 Agravo
62985484 13/05/2020 Comunicação de interposição de Agravo de Comunicação de Interposição de
11:29 Instrumento Agravo
62985485 13/05/2020 Comprovante de interposição de Agravo de Comprovante
11:29 Instrumento
62985487 13/05/2020 Agravo de Instrumento Petição
11:29
63087668 14/05/2020 Decisão Decisão
10:25
63264600 15/05/2020 Ofício entre Órgãos Julgadores Ofício entre Órgãos Julgadores
19:31
63317845 18/05/2020 Decisão Decisão
18:18
64602093 03/06/2020 Certidão Certidão
14:29
65527385 16/06/2020 Petição Petição
16:22
65527388 16/06/2020 Manifestação Petição
16:22
65585129 17/06/2020 Certidão Certidão
07:15
65775011 19/06/2020 Decisão Decisão
19:24
66019116 23/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:51
66070570 23/06/2020 Petição Petição
16:05
66070585 23/06/2020 Manifestação Jakelina Petição
16:05
66070586 23/06/2020 Cancelamento Jakelina Documento de Comprovação
16:05
66070589 23/06/2020 JAKELINA telas Documento de Comprovação
16:05
66070590 23/06/2020 R_GUIA_TISS_SOL_INTER_30100 (1) Jakelina Documento de Comprovação
16:05
66070591 23/06/2020 R_GUIA_HONO_INDIVIDUAL_30100 Jaquelina Documento de Comprovação
16:05
66070593 23/06/2020 20° Alteração Contratual Contrato social
16:05
66070594 23/06/2020 Procuração - Ad judicia et extra (2) Procuração/Substabelecimento
16:05
66075853 23/06/2020 Diligência Diligência
16:28
66209392 24/06/2020 Decisão Decisão
21:35
66325206 26/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:39
66326052 26/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:39
66610984 30/06/2020 Petição Petição
16:51
66610988 30/06/2020 Manifestação Petição
16:51
66850178 02/07/2020 Decisão Decisão
22:53
66978149 06/07/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:33
67006951 06/07/2020 Diligência Diligência
13:50
67061405 06/07/2020 Petição Petição
19:18
67061408 06/07/2020 manifestação 24 horas Jaquelina Petição
19:18
67061409 06/07/2020 E-mail Jakelina ICL Documento de Comprovação
19:18
67064208 06/07/2020 Petição Petição
19:39
67064211 06/07/2020 manifestação Jakelina 24 horas.docx Petição
19:39
67064212 06/07/2020 Ofício nº 012.2020 - ANS - Informação acerca das Documento de Comprovação
19:39 suspensões de cirurgias pelos hospitais do DF
67144218 07/07/2020 Contestação Contestação
17:20
67144226 07/07/2020 Contestação Jakelina Contestação
17:20
67144220 07/07/2020 JAKELINA Telas Cancelamento empregador Documento de Comprovação
17:20
67144227 07/07/2020 Parecer Jakelina Documento de Comprovação
17:20 Matos8931a8ec8d994b00bdc0c1d5e12ad605@36f
84fa4-a6cd-415c-9cfd-e6f51cae644e
67144228 07/07/2020 Confirmação Jakelina e-mail Documento de Comprovação
17:20
67296578 09/07/2020 Certidão Certidão
15:08
67483591 11/07/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:26
69114848 03/08/2020 Réplica Réplica
16:31
69114856 03/08/2020 Réplica Réplica
16:31
69241035 05/08/2020 Decisão Decisão
08:18
69501663 07/08/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
13:00
69500939 07/08/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
13:00
71431230 08/09/2020 Sentença Sentença
10:31
71993304 11/09/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:31
73753659 02/10/2020 Apelação Apelação
15:24
73753660 02/10/2020 Apelação Jakelina Apelação
15:24
73753679 02/10/2020 Guia de Apelação JAKELINA MESQUITA SILVA Guia
15:24
73753680 02/10/2020 Comprovante de Apelação JAKELINA MESQUITA Comprovante de Pagamento de Custas
15:24 SILVA
73835930 05/10/2020 Certidão Certidão
11:52
74049080 07/10/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
10:26
75916030 29/10/2020 Contrarrazões Contrarrazões
16:07
75916040 29/10/2020 Contrarrazoes Contrarrazões
16:07
76037611 03/11/2020 Certidão Certidão
09:03
76058629 03/11/2020 Certidão Certidão
10:27
83114951 08/02/2021 Ofício entre Órgãos Julgadores Ofício entre Órgãos Julgadores
15:48
83114952 08/02/2021 0711687-63.2020.8.07.0000-1612809990237- Anexo
15:48 51869-processo
Segue petição inicial em anexo

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Número do documento: 20033112121619800000057712257
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121619800000057712257
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 31/03/2020 12:12:16
Num. 60455046 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

JAKELINA MESQUITA SILVA, brasileira, solteira, recepcionista,


portadora da cédula de identidade nº 2.316.737, expedida pela SSP/DF, inscrita no
Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 020.855.611-79, residente
e domiciliada no endereço: QNL 01 Bloco D ap. 214 – Taguatinga Norte – DF, assistida
juridicamente por suas procuradoras infra-assinadas, por meio de procuração
devidamente constituída nos autos vem muito respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, apresentar com fundamento nos arts. 294, 300 e 319, do Código de
Processo Civil, art. 51 do Código de Defesa do Consumidor, arts. 186 e 927 do Código
Civil e art. 35 C e E da lei 9.656/1998, ajuizar a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM


PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face da EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 02.464.179/0001-63, estabelecida no Águas Claras Shopping
Avenida das Araucárias, Lotes 1835/2005 Piso 3 - Sala 301. CEP: 71936-250 Águas
Claras, Brasília – DF, em razão das justificativas de ordem fática e de direito a seguir
expostas.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente informa a autora sob as penas da lei que não possui condições
financeiras de arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, trazendo aos autos declaração firmada acerca de sua

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

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Número do documento: 20033112121640800000057712260
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121640800000057712260
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 31/03/2020 12:12:16
Num. 60455049 - Pág. 1
hipossuficiência, REQUERENDO DESDE LOGO A GRATUIDADE DA
JUSTIÇA nos termos assegurados pelo art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil.

II – SÍNTESE DOS FATOS

A autora fez cirurgia bariátrica em outubro de 2015, com perca de 42 quilos,


consequentemente com a perda de peso ocorreu à sobra de pele, fazendo a autora optar
pela cirurgia reparadora, a qual fez na região da barriga pelo plano de saúde que é
beneficiária denominado “Saúde Sim”, desde agosto de 2016, a cirurgia na região da
barriga foi feita em julho de 2019, onde os resultados foram totalmente satisfatórios,
mas a sobra de pele não se demonstrou somente na região da barriga mas também nos
membros inferiores, na região das pernas, mais exatamente na região interna das coxas
esquerda e direita, como demonstrado em fotos em anexo.

A autora está completamente adimplente com as obrigações contratuais do


plano de saúde a qual faz coparticipação, conforme contracheque em anexo, seu número
da carteirinha atualizado é 001.0697.000520-00-0. Desejando fazer a cirurgia nos
membros inferiores para sua melhora na locomoção e qualidade de vida, a autora
acionou seu plano de saúde “Saúde Sim”, para dar entrada na cirurgia, onde fez exames
e passou por pericia presencial em dezembro de 2019, os exames atestaram que a autora
estaria apta para realizar tal cirurgia e o médico do plano indicou que a autora deveria
fazer o procedimento cirúrgico na região dos membros inferiores esquerdo e direito,
mas o plano se negou a custear a cobertura da cirurgia, mesmo com todos os exames
aptos e o médico do plano indicando o procedimento cirúrgico, tais exames e a negativa
do plano estão em anexo nos autos.

Para que se esclareça, a cirurgia reparadora não é uma cirurgia estética e sim
uma consequência da pós-cirurgia bariátrica, onde havendo indicação médica para
cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica,
não cabe ao plano de saúde negar a cobertura sob o argumento de que o tratamento não
seria adequado, ou que não teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é
fundamental à recuperação integral da saúde do beneficiário do plano de saúde.

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Número do documento: 20033112121640800000057712260
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121640800000057712260
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 31/03/2020 12:12:16
Num. 60455049 - Pág. 2
Os transtornos gerados pela negativa do plano de saúde em custear os
procedimentos de que necessitava a autora foram capazes de causar angústia e
intranquilidade psicológica, sobretudo se for levado em conta que o excesso de pele
dificulta a locomoção da autora, que está sob acompanhamento psicológico devido a
sintomas de ansiedade recorrentes, o registro psicológico está em anexo nos autos.

A requerida ao se negar em realizar o procedimento cirúrgico, viola não apenas


os elementos essenciais do contrato firmado junto à autora, como também todos os
Diplomas Legais pátrios, a Começar pelo Código Civil e Código de Defesa do
Consumidor, e, finalmente, o unânime entendimento jurisprudencial sobre a matéria.

É a breve síntese dos fatos.

II – DO DIREITO

O procedimento cirúrgico almejado apresenta, em sua essência, caráter


restaurador. As declarações médicas, juntadas com a petição inicial, evidenciam que o
cunho estético não foi o fundamento determinante a justificar a necessidade de
realização da cirurgia.

A autora pretende retirar excessos de pele que se formaram em razão do


emagrecimento decorrente da pós-cirurgia bariátrica, melhorando assim sua locomoção,
pois a sobra de pele atrapalha a sua qualidade de vida, uma vez que a sobra de
pele se encontra na parte dos membros inferiores, incomodando o simples ato de
andar, caminhar, correr, praticar atividade física. Fica evidente a situação de
desconforto físico e mal-estar psíquico vivenciado pela autora, como mostra as fotos
anexas nos autos.

É obrigação de a requerida custear o procedimento cirúrgico da reparadora,


uma vez que os médicos que acompanham a paciente possuem as melhores condições
para atestar as suas necessidades. O plano de saúde “Saúde Sim” não pode se excluir de
seu dever de custear o procedimento cirúrgico da reparadora.

No mesmo sentido, jurisprudência do TJ/DF e STJ:

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https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121640800000057712260
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Num. 60455049 - Pág. 3
DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PÓS
BARIÁTRICA. NEGATIVA DE COBERTURA. ROL DA
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. RECUSA INJUSTIFICADA.
ASTREINTE. LIMITAÇÃO VALOR TOTAL.
I. O Rol de Procedimentos elaborado pela ANS é norma de proteção
ao consumidor com a qual se pretende resguardar o mínimo de
cobertura aos usuários dos planos privados de assistência à saúde, não
possuindo, portanto, caráter taxativo. II. Constitui obrigação do
plano de saúde fornecer o tratamento plástico necessário, quando
decorrente de cirurgia bariátrica. III. A astreinte não possui
natureza indenizatória. O prejuízo decorrente do inadimplemento ou
do atraso no cumprimento da obrigação deve ser objeto de pretensão
própria, não sendo admissível o desvirtuamento da natureza da
indigitada penalidade processual. Assim sendo, não pode ser fixada
em valor exorbitante, de modo a acarretar o enriquecimento sem causa
ou de tal forma que, em face de sua expressão monetária, o
inadimplemento da obrigação seja mais vantajoso para o credor. IV.
Deu-se parcial provimento ao recurso.
(Acórdão n.1088969, 07160483120178070000, Relator: JOSÉ
DIVINO 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/04/2018,
Publicado no DJE: 20/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
.................................................................................................................
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA
REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.
DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO
MANTIDO.
1. Contrato de plano de assistência à saúde configura relação de
consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor.
Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça. 2. Os
procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados pelo médico
especialista responsável constituem mera continuação do

tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia


bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente

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Número do documento: 20033112121640800000057712260
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121640800000057712260
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 31/03/2020 12:12:16
Num. 60455049 - Pág. 4
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da
coletividade, dada a natureza transindividual decorrente de práticas
reiteradas no mercado de consumo. 6. A fixação do valor do dano
extrapatrimonial em R$ 3.000,00 (três mil reais) não atende a
finalidade indenizatória e punitiva do instituto, contudo, não pode ser
majorado, no caso concreto, sob pena de violação à adstrição (Art.
492, do CPC) e à vedação da reformatio in pejus. 7. Em aplicação ao
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, no Agravo
Regimental n. AO 2063 Agr/CE, a sucumbência recursal, prevista no
Art. 85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, tem a finalidade
de impedir a interposição reiterada de recursos. 8. Apelação não
provida. Sentença mantida.
(Acórdão n.1082251, 07128334720178070000, Relator:
ROBERTO FREITAS 1ª Turma Cível, Data de Julgamento:
14/03/2018, Publicado no DJE: 06/04/2018. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
................................................................................................................
STJ Cirurgia pós-bariátrica – negativa do plano de saúde – dano
moral “(...) Havendo indicação médica para cirurgia plástica de
caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica, não
cabe à operadora negar a cobertura sob o argumento de que o
tratamento não seria adequado, ou que não teria previsão contratual,
visto que tal terapêutica é fundamental à recuperação integral da saúde
do usuário outrora acometido de obesidade mórbida, inclusive com a
diminuição de outras complicações e comorbidades, não se com
gurando simples procedimento estético ou rejuvenescedor. (...) Em
regra, a recusa indevida pela operadora de plano de saúde de cobertura
médico-assistencial gera dano moral, porquanto agrava o sofrimento
psíquico do usuário, já combalido pelas condições precárias de saúde,
não constituindo, portanto, mero dissabor, ínsito às situações correntes
de inadimplemento contratual. Na hipótese, além de inexistir dúvida
jurídica razoável na interpretação do contrato, a autora experimentou
prejuízos com o adiamento das cirurgias plásticas reparadoras diante
da negativa da operadora do plano de assistência médica, sobretudo
porque agravou o estado de sua saúde mental, já debilitada pela baixa
autoestima gerada pelas alterações anatômicas e morfológicas do
corpo humano consequentes da cirurgia bariátrica, sendo de rigor o
reconhecimento dos danos morais. (...)” REsp 1757938/DF

Ora, afastado o caráter estético dos procedimentos reparadores pós-bariátricos


e demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

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Número do documento: 20033112121640800000057712260
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033112121640800000057712260
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 31/03/2020 12:12:16
Num. 60455049 - Pág. 5
Nesse contexto, a despeito da previsão expressa no contrato de exclusão de
cobertura para internação domiciliar, a negativa de custeio é abusiva, consoante o artigo
51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...)

IV. estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que


coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.

A questão em análise encerra simples solução em planos legais. Diz respeito à


validade de cláusulas restritivas impostas em desfavor de um contratante – consumidor
em contrato de adesão – e a sua analise em sede judicial.

É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.

A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que


estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da
natureza do negócio.

O contrato firmando entre a autora e o requerida não pode servir de escopo


para justificar a negativa da cirurgia.

Mais especificamente, a lei 9.656 de 03 de junho de 1998 com redação dada


pela medida provisória nº 2.177-44 de 24 de agosto de 2001, em seus artigos 35 - C e 35
– E, expressamente determina:

Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos:

I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco


imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente,
caracterizado em declaração do médico assistente;
(...)

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Num. 60455049 - Pág. 6
Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os
contratos celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que:

A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados, já
que mensalmente se renovam.
Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa da requerida em
não autorizar o procedimento cirúrgico de que necessita a autora, consumidora e fiel
pagadora do plano de saúde “Saúde Sim”.

III – DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

Sobretudo, deve-se observar que, por se tratar de situação em que o perigo na


demora a concessão da tutela definitiva satisfativa pode ocasionar danos irreparáveis a
parte autora, e ainda, demonstrado o vigor das provas anexadas nos autos, resta
caracterizada a possibilidade do pleito da tutela de urgência em caráter antecedente,
conforme o fundamento no art. 294, parágrafo único do CPC, in verbis:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou


evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou


antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.

Não bastasse isso, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela
de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”:

Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão


da tutela requerida, existindo prova inequívoca e verossimilhança das alegações, além

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Num. 60455049 - Pág. 7
de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mormente no tocante à
necessidade da autora ter o amparo do plano de saúde contratado.

O “fumus boni júris” se caracteriza pela própria requisição do exame prescrito,


efetuada por médico cadastrado junto à requerida, que evidencia o caráter indispensável
da cirurgia, sua necessidade e urgência para possibilitar a obtenção de resultado positivo
e extirpação do gravame da saúde da autora.

Evidenciado igualmente se encontra o “periculum in mora”, eis que a demora


na consecução do ato cirúrgico, objeto da lide, certamente acarretará a possibilidade de
agravamento do quadro psicológico da autora e que a solução tardia da moléstia pode
obviamente causar dano irreparável, ante a natureza do bem jurídico que se pretende
preservar - a saúde.

Haja visto o pedido de tutela de urgência de caráter antecedente se fundamentar


na cobertura financeira por parte do plano de saúde ao custeio do procedimento
cirúrgico e tendo em vista ainda, ser a requerida um grande plano de saúde, dentre suas
especialidades há a cirurgia reparadora e com profissionais capacitados para tanto,
médicos com especialidade nesse tipo de cirurgia, não há, pois, que se falar em
irreversibilidade dos efeitos da concessão do pedido. Nesse sentido é o que diz o Art.
300, § 3º, do CPC:

Art. 300. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão.

Portanto, está nítido que a autora possui ter em seu pleito a tutela satisfativa de
urgência antecedente concedida, para que, sob a cobertura do plano de saúde, realize o
procedimento da cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, como
solicitado pelo laudo médico em anexo, para que possa ser resguardada a integridade da
saúde física e mental da autora.
Nesse sentido, jurisprudência do TJ/DF:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA DE PÓS-

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Num. 60455049 - Pág. 8
GASTROPLASTIA. LIMINAR. PROBABILIDADE DO
DIREITO E PERIGO DE DANO DEVIDAMNTE
CARACTERIZADOS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
1. Para a concessão da tutela antecipada em grau recursal, dispôs o
legislador, no art. 300 do CPC/15, a necessidade da comprovação dos
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo, além de que não haja a
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 2. A
cirurgia reparadora decorrente de gastroplastia redutora é continuidade
do processo de reabilitação corporal do paciente, uma vez que sua
finalidade não é meramente estética, ao contrário. A principal
indicação para a retirada do excesso de pele tem como
fundamento a preservação da mobilidade do paciente, a prevenção
de lesões e infecções nos locais em que há a dobra da pele, além de
possibilitar ao paciente o exercício pleno de suas atividades. Ou seja,
trata-se de procedimento cirúrgico imprescindível para o
restabelecimento físico e psíquico da pessoa que se submete a redução
gástrica. 3. A marcação da data para a realização da cirurgia faz
presumir a urgência da medida, de forma a caracterizar a presença do
perigo de dano necessário para a concessão da liminar. 4. Recurso
conhecido e provido. Publicado no DJE: 19/04/2017.

Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da realização da


cirurgia requisitada pelos médicos da autora. Especialmente tendo em vista tratar-se de
paciente com quadro médico e psicológico abalados, não resta alternativa senão
requerer à concessão da tutela antecipada de urgência preconizada na lei.

O art. 84 do Código de Defesa do Consumidor autoriza o juiz a conceder a


antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da demanda” deve o Juiz
impor uma multa diária para que não haja por parte do prestador dúvidas em cumprir
imediatamente o designo judicial:

Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de


fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.

§ 1° - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será


admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa
(art. 287 do CPC).
§ 3° - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o
réu.

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§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa
diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente
ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o
cumprimento do preceito.
§ 5° - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático
equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais
como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento
de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força
policial.

VI – DOS DANOS MORAIS

Os fatos narrados evidenciam que a autora sofreu um dano ilícito, conforme


fundamentado no Código Civil em seu art. 186, verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Tendo em vista a requerida cometeu um ato ilícito, deve, consequentemente,
sanar os danos morais suportados pela requerente, como reza o art. 927, do Código
Civil, verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

No entendimento jurisprudencial do TJ/DF:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO


CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE
SAÚDE. CIRURGIA DE REPARAÇÃO DE MAMAS E
RETIRADA DO EXCESSO DE PELE DOS MEMBROS
SUPERIORES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.
PROCEDIMENTO NÃO ESTÉTICO. CARÁTER
FUNCIONAL. RECUSA
INDEVIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR
INDENIZATÓRIO. SENTENÇA REFORMADA.
1.Mostra-se ilegítima a negativa de cobertura, pelo plano de saúde, de
cirurgia destinada à remoção de tecidos epiteliais das mamas e dos
braços quando esta se revelar indispensável à garantia da qualidade de
vida da segurada e à continuidade do tratamento de obesidade
mórbida, doença abrangida pela cobertura contratual. 2. O rol da ANS
é meramente exemplificativo, de modo que é vedado à administradora

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do plano de saúde condicionar a cobertura de procedimento reparador
à Resolução da ANS. 3. A pessoa que contrata plano de saúde, na
expectativa de que a seguradora cumprirá com sua obrigação
sempre que dele necessitar e tem negada a cobertura de
procedimento cirúrgico reparador das sequelas provocadas por
cirurgia bariátrica faz jus ao recebimento de indenização
por danos morais. 4. Apelação da Ré conhecida, mas não provida.
Apelação da Autora conhecida e provida. Unânime. Publicado no
DJE: 04/09/2019.

Considerando que a honra e a moral da autora foram feridas, o plano de saúde


deve indenizá-la de forma a recompensá-la pelo dano sofrido, como bem acentua a
Constituição Federal no seu art. 5º, inciso X, in verbis:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

( ... )

X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

No caso, não foram poucos os inconvenientes provocados pela postura da


requerida. O dano em questão produziu à autora não apenas desconforto e
descontentamento de não ter sido autorizado o procedimento pelo plano de saúde
quando mais necessitava, mas também pela angústia e constrangimento de ter que
buscar a justiça para ter seus direitos respeitados.

A autora pretende obter do judiciário a rápida e eficaz prestação jurisdicional,


no sentido que seja reparado o dano moral sofrido em valor não inferior a R$ 10.000,00
(dez mil reais), para que leve a requerida modificar seus atos, de modo a zelar pela
qualidade dos serviços prestados aos seus clientes, de sorte a não expô-los a
constrangimentos desnecessários como os acima relatados.

V – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer urgentemente a autora:

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a) A concessão da tutela provisória satisfativa de urgência em caráter antecedente,
da obrigação de fazer consistente na imposição do requerido plano de saúde na
obrigação de autorizar, custear e garantir o procedimento cirúrgico da
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, de que necessita a autora
imediatamente, com médicos indicados pelo plano de saúde e marcação da data
para que seja feito o procedimento cirúrgico, conforme os artigos 294, 300 e
319, todos do CPC, sob pena de multa diária em caráter cominatório pelo seu
descumprimento;

b) A citação do plano de saúde requerido, ou seus representantes legais, no


endereço anteriormente mencionado, conforme o art. 335 do CPC, para que
querendo responda aos termos da presente ação. A autora não tem interesse
na audiência de conciliação;

c) A manutenção da tutela provisória de urgência até o final da presente demanda,


quando espera a autora seja julgado inteiramente procedente seu pedido;

d) A condenação do plano requerido a pagar à autora indenização por danos


morais em quantum reparatório em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil
reais), sendo respeitado e apreciado o dano moral;

e) Expressamente, que lhe seja concedida a inversão do ônus da prova na forma


do disposto no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, para todos os atos
eventualmente realizados no presente feito;

f) Por fim, que seja o réu condenado ao pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios.

Protesta por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente


prova oral, consistente no depoimento pessoal da autora e do representante legal da ré,

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bem como oitiva de testemunhas, e ainda, prova documental, em especial complementar
com a anterior juntada de documentos.

Dá à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para os efeitos legais.

Termos em que,
Pede deferimento.
Taguatinga/DF, 31 de março de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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DADOS DO BENEFICIÁRIO
Nome: Jakelina Mesquita Silva Carteirinha: 00010697000520000
DADOS DO ATENDIMENTO
Código do procedimento Descrição dos procedimentos solicitados

30101670 Plástica em Z ou W
30101565 - Extensos ferimentos, cicatrizes ou tumores exérese e rotação de retalhos miocutâneos

JUSTIFICATIVA

Em resposta a solicitação referente à cobertura dos procedimentos cirúrgicos, cumpre assinalar que:

De acordo com o pedido médico do cirurgião Dr. Ivan Araújo Motta (CRM- 16482), informamos que;

Correção de lipodistrofia crural de membros inferiores - Procedimento não consta elencado Pelo Plano de Saúde
contratado conforme termos estipulados em cláusulas contratuais em referência ao

Após realização de perícia presencial em 20/12/2019, a cirurgia que será realizada diante ao que está sendo
requerido, refere-se a procedimento cirúrgico adverso, sendo solicitado por similaridade.

Os custeios não serão arcados pela operadora.

Certos de termos fornecido as informações necessárias acerca da solicitação, colocamo-nos à disposição


para quaisquer esclarecimentos por meio da Central de Atendimento 24 horas (61) - 4090-1718.

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Num. 60455065 - Pág. 1
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Num. 60455066 - Pág. 1
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Num. 60455066 - Pág. 2
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Cuida-se de pedido de antecipação de tutela na qual a parte autora pretende seja o réu
compelido a autorizar, custear e garantir o procedimento cirúrgico da reparadora dos
membros inferiores esquerdo e direito, de que necessita, com médicos indicados pelo plano
de saúde e marcação da data para que seja feito o procedimento cirúrgico.

Brevemente relatados, decido.

Os pedidos de tutela de urgência encontram guarida no próprio texto constitucional (art. 5º,
XXXV). Porém, a norma exige, para o seu deferimento, o preenchimento de certos
requisitos, os quais sempre são atrelados à plausibilidade do direito alegado e ao perigo de
lesão ou grave ameaça ao direito.

A função da tutela de urgência é a de tornar a prestação jurisdicional efetiva. Para a sua


concessão é necessária a existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art.300, CPC/2015).

Com efeito. Em juízo de cognição superficial, não reputo presentes elementos que
evidenciem o perigo de dano, ou o risco ao resultado útil do processo. Não há urgência,
assim entendida como quando a demora pode comprometer a realização imediata ou

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Número do documento: 20033114565564100000057717086
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Num. 60458765 - Pág. 1
futura do direito. Além disso, “o perigo de dano é o risco de a demora do feito acarretar
prejuízo desproporcional e insanável à parte ou ao próprio resultado a ser obtido com o
feito”. (Acórdão n.1029890, 07045512020178070000, Relator: EUSTÁQUIO DE CASTRO
8ª Turma Cível, Data de Julgamento: 06/07/2017, Publicado no DJE: 13/07/2017)

E não existe nos autos nenhum indício da existência do perigo de dano, ou de que a demora
acarretará prejuízo à autora, porquanto o relatório médico não aponta risco de vida ou de
seqüela permanente, caso a cirurgia não seja realizada (id60455065) e os exames médicos
apresentados não indicam a existência de perigo de morte, ao revés, são conclusivos e
atestam a normalidade da saúde da autora, circunstância que denota tratar-se de cirurgia de
natureza eletiva.

Conclui-se, disto, que inexiste perigo de dano, e também, urgência na medida pleiteada, ao
menos, em juízo de cognição superficial.

À propósito, este Tribunal entende que “de acordo com o artigo 300 do CPC/2015, a tutela
de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo” (Acórdão n.953408,
20160020080403AGI, Relator: ANA MARIA CANTARINO, 3ª TURMA CÍVEL, Data
de Julgamento: 06/07/2016, Publicado no DJE: 12/07/2016. Pág.: 371/381).

Saliento que a determinação liminar de realização de procedimento cirúrgico deve estar


fundada em prova robusta, demonstrando inequivocamente o perigo de dano irreparável ou
de difícil reparação.

Confiram-se os precedentes deste egr. Tribunal:

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE CIRURGIA REPARADORA. PLANO
DE SAÚDE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS 1. A
antecipação dos efeitos da tutela necessita de demonstração da verossimilhança das
alegações, do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e da
inexistência de perigo de irreversibilidade da medida. Ausente um desses requisitos,
deve-se indeferir o pedido. 2. Ainda que haja elementos nos autos que corroboram a
necessidade da cirurgia reparadora, não restou evidenciado o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação, que fundamentem a tutela de urgência pleiteada. 3.
Nenhum reparo merece a decisão que indeferiu o pedido de antecipação de tutela ante
a ausência de requisito necessário, conforme previsão legal inserta no art. 273 do

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Número do documento: 20033114565564100000057717086
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 31/03/2020 14:56:55
Num. 60458765 - Pág. 2
Código de Processo Civil. 4. Recurso não provido. (Acórdão n.847041,
20140020262642AGI, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, 2ª Turma Cível, Data
de Julgamento: 28/01/2015, Publicado no DJE: 09/02/2015. Pág.: 205)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO COMINATÓRIA.


PLANO DE SAÚDE. REALIZAÇÃO DE CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. URGÊNCIA INSUFICIENTEMENTE
COMPROVADA. INDEFERIMENTO. 1. Insuficientemente comprovada a urgência
do tratamento médico-cirúrgico solicitado pela autora (cirurgia plástica reparadora
para retirada de excesso de pele), complementar à cirurgia realizada anteriormente
(redução de estômago), não se vislumbra o requisito do fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação para autorizar a concessão da antecipação de tutela,
em sede de ação cominatória ajuizada contra a operadora do plano de saúde que não
autorizou a realização do procedimento. 2. Recurso não provido. (Acórdão n.501102,
20110020026861AGI, Relator: CRUZ MACEDO, 4ª Turma Cível, Data de
Julgamento: 14/04/2011, Publicado no DJE: 09/05/2011. Pág.: 153)

Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de concessão da tutela de urgência.

O recibo de pagamento de salário da parte autora (id60455054) demonstra ser ela


hipossuficiente, pois recebe apenas R$1.051,60 (um mil e cinquenta e um reais e sessenta
centavos). Além disso, a declaração de pobreza (id 60455051) goza de presunção de
veracidade (art. 99, §3º, CPC/2015), inexistindo nos autos elementos que evidenciem a falta
dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade (art. 99, §2º, CPC/2015), razão pela
qual defiro à parte autora a gratuidade de justiça. Anote-se.

Promova-se a citação, advertindo-se que eventual resposta deverá apresentada no prazo de


15 (quinze) dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação.

Considerando as medidas adotadas para enfrentamento da emergência de saúde pública de


importância internacional decorrente do novo coronavírus estabelecidas no Decreto n.
40.520/2020 do DF e na Portaria Conjunta n. 23/2020 deste Tribunal, bem como a
necessidade de evitar contaminações em grande escala, deixo de designar audiência de
conciliação neste processo.

Restando infrutífera a citação, defiro desde já a realização de pesquisa de endereços do(a)(s)


ré(u)(s) pelos sistemas informatizados à disposição deste Juízo Cível.

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Número do documento: 20033114565564100000057717086
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 31/03/2020 14:56:55
Num. 60458765 - Pág. 3
Após, expeça(m)-se carta(s) de citação para todos os endereços encontrados, excluídos os já
diligenciados.

Sendo infrutíferas tais diligências, intime-se a parte autora para promover a citação,
requerendo o que entender cabível.

Apresentada a contestação, intime-se a(s) parte(s) autora(s), para manifestação em réplica no


prazo máximo de 15 (quinze) dias (art. 351 do CPC/2015).

Todos os documentos destinados à prova das alegações das partes deverão ser anexados à
petição inicial ou à contestação, não se admitindo a juntada posterior, salvo se cabalmente
comprovada a hipótese prevista no art. 435 do CPC.

Havendo a juntada (automática) de documentos novos, intime(m)-se a parte contrária, para


manifestar-se no 15 (quinze) dias e nos termos do disposto no art. 436, após o que será
analisado o cabimento da juntada, conjuntamente com o saneamento do feito.

Findo o prazo para réplica, com ou sem manifestação, ou nos casos de revelia e/ou
contestação por negativa geral, anote-se a conclusão do feito para saneamento (art. 357 do
CPC), após o qual as partes deverão, salvo determinação em sentido diverso, ser intimadas
para eventual manifestação, no prazo comum de 5 (cinco) dias.

Cite(m)-se. Intime(m)-se.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20033114565564100000057717086
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20033114565564100000057717086
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 31/03/2020 14:56:55
Num. 60458765 - Pág. 4
AVISO DE RECEBIMENTO AR [ ] MP [ ] | citação |

Endereço para Devolução do AR:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO Destinatário:


FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
2ª Vara Cível de Taguatinga SAUDE SIM LTDA
Área Especial Setor C Norte Único, Av. das Araucárias, L. 1835/2005, Piso 3, Sala 301,
Taguatinga Norte (Taguatinga), BRASÍLIA Águas Claras Shopping, Sul (Águas Claras),
- DF - CEP: 72115-901 BRASÍLIA - DF - CEP: 71936-250

0704587-36.2020.8.07.0007 Data da Entrega: ____/____/________

1ª Tentativa: ____/____/________ ________________________________________

2ª Tentativa: ____/____/________ Assinatura legível do recebedor / Identificação

3ª Tentativa: ____/____/________ ________________________________________

Assinatura do empregado da ECT / Matrícula

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Número do documento: 20061608274754100000057773808
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061608274754100000057773808
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 01/04/2020 10:08:45
Num. 60524030 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga


Área Especial Setor C Norte Único, Taguatinga Norte (Taguatinga), BRASÍLIA - DF - CEP:
72115-901
Telefone: (61) 3103 8086
Horário de atendimento: 12:00 às 19:00h

Destinatário: SAUDE SIM LTDA


Av. das Araucárias, L. 1835/2005, Piso 3, Sala 301, Águas Claras Shopping, Sul (Águas Claras),
BRASÍLIA - DF - CEP: 71936-250

2VCVTAG - MANDADO DE CITAÇÃO - PROCEDIMENTO COMUM - AR

O Dr. RUITEMBERG NUNES PEREIRA, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Taguatinga DETERMINA
que, nos termos do artigo 246 e 247, do CPC/2015, nos autos da Ação: PROCEDIMENTO COMUM
CÍVEL (7), processo nº 0704587-36.2020.8.07.0007 em que são partes

Requerente(s): JAKELINA MESQUITA SILVA

Requerido(s): SAUDE SIM LTDA

CITE, para tomar(em) ciência da presente ação e, querendo, contestá-la, o(a)(s)

Requerido: SAUDE SIM LTDA


Av. das Araucárias, L. 1835/2005, Piso 3, Sala 301, Águas Claras Shopping, Sul (Águas Claras),
BRASÍLIA - DF - CEP: 71936-250

ADVERTÊNCIAS

* O prazo para contestação é de 15 (quinze) dias, contado da juntada do Aviso de Recebimento,


devidamente cumprido, ao processo.
* Não sendo contestada a ação, o(a) réu(ré) será considerado(a) revel e presumir-se-ão aceitos como
verdadeiros os fatos alegados pela parte autora (art. 344, do CPC/2015).
* Os prazos contra o revel que não tenha advogado constituído nos autos contarão da data da publicação do
ato no Diário de Justiça Eletrônico - DJe (art. 346, do CPC/2015).
* O(a) réu(ré) deverá constituir advogado ou defensor público, com a devida antecedência.
* A contestação deverá ser assinada por advogado ou por defensor público.

CUMPRA-SE, na forma da lei. Eu, BIANCA LISA DE OLIVEIRA, Técnico(a) Judiciário, nos termos
da Portaria nº 01, de 29 de março de 2017, deste Juízo, assino.

BRASÍLIA-DF, 1 de abril de 2020.

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Número do documento: 20061608274754100000057773808
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061608274754100000057773808
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 01/04/2020 10:08:45
Num. 60524030 - Pág. 2
Documentos associados ao processo

ID Título Tipo Chave de acesso**


6045504 Petição Inicial Petição Inicial 20033112121619800000057712
6 257
6045504 PETICAO INICIAL Petição 20033112121640800000057712
9 260
6045505 Procuracao Procuração/Substabelecimen 20033112121660000000057712
0 to 261
6045505 Declaracao de Declaração de 20033112121683100000057712
1 Hipossuficiencia Hipossuficiência 262
6045505 Documento de Identificacao Documento de Identificação 20033112121699700000057712
2 263
6045505 Comprovante de Residencia Comprovante de Residência 20033112121715600000057712
3 264
6045505 Contracheque Outros Documentos 20033112121735300000057712
4 265
6045505 Carterinha do Plano Outros Documentos 20033112121755000000057712
5 266
6045505 Parecer Negativa do Plano Outros Documentos 20033112121768100000057712
7 268
6045506 Exame Membros Infeiores Outros Documentos 20033112121792000000057712
1 272
6045506 Avaliacao Risco Cirurgico Outros Documentos 20033112121810700000057712
3 274
6045506 Exame laboratorial Outros Documentos 20033112121856300000057712
4 275
6045506 Registro Psicologico Outros Documentos 20033112121928800000057712
5 276
6045506 Fotos Outros Documentos 20033112121947300000057712
6 277
6045876 Decisão Decisão 20033114565564100000057717
5 086
6045876 Decisão Decisão 20033114565564100000057717
5 086

Obs: Os documentos/decisões do processo, cujas chaves de acesso estão acima descritas, poderão ser
acessados por meio do link: https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
(ou pelo site do TJDFT: "www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Advogados" > item "Processo
Eletrônico - PJe" > item "Autenticação de documentos"; ou também pelo site do TJDFT:
"www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Cidadãos" > item "Autenticação de Documentos" > item
"Processo Judicial Eletrônico - PJe [Documentos emitidos no PJe]).

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Número do documento: 20061608274754100000057773808
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061608274754100000057773808
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 01/04/2020 10:08:45
Num. 60524030 - Pág. 3
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Número do documento: 20061608275242400000062240593
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Num. 65461357 - Pág. 1
0710512020 . Processo Jtmfidã11111111111.11
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Suceessfully created

AVISO DE RECEBIMENTO AR j><-] MP [ J 1 citação1

Destinatário:
Endereço para Devolução do AR:
SAUDE SIM LIDA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO Av. das Araucárias, L. 1835/2005, Piso 3, Sala 301,
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Águas Claras Shopping, Sul (Águas Claras),
r Vara Cível de Taguatinga BRASILIA - DF - CEP: 71936-250
Área Especial Setor C Norte Único,
Taguatinga Norte (Taguatinga), BRASILIA Data da Entrega: 2,/ C io2c)
- DF - CEP: 72115-901

0704587-36.2020.8.07.0007 7 '
Assinatura legível do recebedor / Identificação
a Tentativa:

2' Tentativa: / /
Assinatura do empregado da ECT / Matrícula
3a Tentativa:
JU 36317977 1 BR
CÓDIGO DO OBJETO

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Número do documento: 20061608275242400000062240593
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061608275242400000062240593
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 16/06/2020 08:27:52
Num. 65461357 - Pág. 2
Segue anexa petição comunicando a interposição de Agravo de Instrumento

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Número do documento: 20051311294787600000060023639
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294787600000060023639
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:47
Num. 62985479 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo n. 0704587-36.2020.8.07.0007

JAKELINA MESQUITA SILVA, devidamente qualificada nos autos do


processo em epígrafe, assistida juridicamente por suas procuradoras infra-assinadas, por
meio de procuração devidamente constituída nos autos vem muito respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, informar que, inconformado, data venia, com a Decisão
Interlocutória de id 60458765, interpôs Recurso de Agravo de Instrumento (cópia
anexa), bem como junta aos autos o comprovante de sua interposição perante o Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 13 de maio de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

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Número do documento: 20051311294803900000060023644
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294803900000060023644
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985484 - Pág. 1
EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA
OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

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Número do documento: 20051311294803900000060023644
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294803900000060023644
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985484 - Pág. 2
Processo Judicial Eletrônico - 2º Grau
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
Comprovante de protocolo

Processo
Número do processo: 0711687-63.2020.8.07.0000
Órgão julgador: Gabinete da Desa. Maria de Lourdes Abreu
Órgão julgador 3ª Turma Cível
Colegiado:
Jurisdição: TJDFT - 2° GRAU
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
Assunto principal: Inadimplemento
Valor da causa: R$ 10.000,00
Medida de urgência: Sim
Partes: JAKELINA MESQUITA SILVA (020.855.611-79)
SAUDE SIM LTDA (02.464.179/0001-63)

Audiência

Documentos protocolados Tipo Tamanho (KB)


Agravo Agravo 0,15
Agravo de Instrumento.pdf Petição 562,60
Procuracao.pdf Procuração/Substabelecimento 728,73
Documento de Identificacao.pdf Documento de Identificação 237,14
Comprovante de Residencia.pdf Comprovante de Residência 661,34
Declaracao de Hipossuficiencia.pdf Declaração de Hipossuficiência 334,96
Processo nº 0704587-36.2020.8.07.0007- Anexo 2820,39
compactado.pdf

Assuntos Lei
DIREITO CIVIL (899) / Obrigações (7681) / Inadimplemento (7691

AGRAVANTE AGRAVADO
LUCIANA LIMA AMERICO (Advogada)
SAUDE SIM LTDA
JAKELINA MESQUITA SILVA

Complemento Valor
Vara de origem 2ª Vara Cível de Taguatinga
Juiz prolator da decisão impugnada RUITEMBERG NUNES PEREIRA
Distribuído em: 13/05/2020 11:13
Protocolado por: LUCIANA LIMA AMERICO

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Número do documento: 20051311294814900000060023645
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294814900000060023645
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985485 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.

Processo Originário nº: 0704587-36.2020.8.07.0007


TUTELA DE URGÊNCIA

JAKELINA MESQUITA SILVA, brasileira, solteira, recepcionista,


portadora da cédula de identidade nº 2.316.737, expedida pela SSP/DF, inscrita no
Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 020.855.611-79, residente
e domiciliada no endereço: QNL 01 Bloco D ap. 214 – Taguatinga Norte – DF, assistida
juridicamente por suas procuradoras infra-assinadas, por meio de procuração
devidamente constituída nos autos vem muito respeitosamente à presença desta Corte,
apresentar com fundamento no art. 1.015, inciso I, do Código de Processo Civil, o
presente recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO ANTECIPADO DE


TUTELA DE URGÊNCIA

em face da EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 02.464.179/0001-63, estabelecida no Águas Claras Shopping
Avenida das Araucárias, Lotes 1835/2005 Piso 3 - Sala 301. CEP: 71936-250 Águas
Claras, Brasília – DF, em razão das justificativas de ordem fática e de direito a seguir
expostas.

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Número do documento: 20051311294820300000060023647
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294820300000060023647
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985487 - Pág. 1
A agravante buscou a via judicial meio adequado para obter seu pleito, tendo
sido indeferida a tutela de urgência pelo Juízo a quo através da decisão de ID 60458765,
no seguinte sentido:

(...) A função da tutela de urgência é a de tornar a prestação


jurisdicional efetiva. Para a sua concessão é necessária a existência de
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo (art.300, CPC/2015). Em
juízo de cognição superficial, não reputo presentes elementos que
evidenciem o perigo de dano, ou o risco ao resultado útil do
processo. Não há urgência, assim entendida como quando a demora
pode comprometer a realização imediata ou futura do direito. Além
disso, “o perigo de dano é o risco de a demora do feito acarretar
prejuízo desproporcional e insanável à parte ou ao próprio resultado
a ser obtido com o feito”. E não existe nos autos nenhum indício da
existência do perigo de dano, ou de que a demora acarretará prejuízo à
autora, porquanto o relatório médico não aponta risco de vida ou de
seqüela permanente, caso a cirurgia não seja realizada (id60455065) e
os exames médicos apresentados não indicam a existência de perigo
de morte, ao revés, são conclusivos e atestam a normalidade da saúde
da autora, circunstância que denota tratar-se de cirurgia de natureza
eletiva. Conclui-se, disto, que inexiste perigo de dano, e também,
urgência na medida pleiteada, ao menos, em juízo de cognição
superficial. À propósito, este Tribunal entende que “de acordo com o
artigo 300 do CPC/2015, a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo” (Acórdão
n.953408, 20160020080403AGI, Relator: ANA MARIA
CANTARINO, 3ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 06/07/2016,
Publicado no DJE: 12/07/2016. Pág.: 371/381). Saliento que a
determinação liminar de realização de procedimento cirúrgico deve
estar fundada em prova robusta, demonstrando inequivocamente o
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Ante o exposto,
INDEFIRO o pedido de concessão da tutela de urgência. Cite(m)-se.
Intime(m)-se.

Com a devida vênia, o Nobre Julgador de 1a instância se equivocou ao não


conceder a tutela de urgência. Sendo assim, em petição anexa, expõe os fundamentos
recursais.

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Número do documento: 20051311294820300000060023647
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294820300000060023647
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985487 - Pág. 2
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 13 de maio de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051311294820300000060023647
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 13/05/2020 11:29:48
Num. 62985487 - Pág. 3
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS

Processo Originário n. 0704587-36.2020.8.07.0007

Agravante: JAKELINA MESQUITA SILVA

Agravado: EMPRESA SAÚDE SIM LTDA

RAZÕES DO AGRAVO

Senhores Desembargadores,

Colenda Turma

I - DA TEMPESTIVIDADE

A r. decisão atacada, de ID 60458765, proferido pelo nobre Juízo a quo da 2a


Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Taguatinga/DF, chegou ao conhecimento do
agravante no dia 04/05/2020 (segunda-feira), começando a fluir o prazo concedido no
dia 05/05/2020 (quinta-feira). Portanto, o dies ad quem seria 25/05/2020 (segunda-
feira).

Dessa maneira, a interposição do presente Recurso de Agravo de Instrumento,


nesta data, é tempestivo, devendo ser admitido e ter o seu processamento regular para,
ao final, ser conhecido e provido para reformar o r. decisão atacada.

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Número do documento: 20051311294820300000060023647
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Num. 62985487 - Pág. 4
II – DA JUSTIÇA GRATUITA

A agravante é beneficiária da justiça gratuita, de acordo com a decisão do juízo


a quo:

O recibo de pagamento de salário da parte autora (id60455054)


demonstra ser ela hipossuficiente, pois recebe apenas R$1.051,60 (um
mil e cinquenta e um reais e sessenta centavos). Além disso, a
declaração de pobreza (id 60455051) goza de presunção de veracidade
(art. 99, §3º, CPC/2015), inexistindo nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade (art. 99, §2º, CPC/2015), razão pela qual defiro à parte
autora a gratuidade de justiça. Anote-se.

Desse modo, a agravante deixa de recolher o preparo.

III - DA FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO

Conforme estabelecido no art. 1.017, do Código de Processo Civil, a petição de


Agravo de Instrumento será instruída, obrigatoriamente, com cópias integrais do
processo originário, facultativamente, com peças que o Agravante considerar úteis, onde
declara-se como sendo verdadeiros, autênticos e conferidos com os originais, sob pena
da lei. Portanto, promove a juntada da cópia integral dos autos do processo originário.

IV – SÍNTESE DOS FATOS

A agravante fez cirurgia bariátrica em outubro de 2015, com perca de 42


quilos, consequentemente com a perda de peso ocorreu à sobra de pele, fazendo a
agravante optar pela cirurgia reparadora, a qual fez na região da barriga pelo plano de
saúde que é beneficiária denominado “Saúde Sim”, desde agosto de 2016, a cirurgia na
região da barriga foi feita em julho de 2019, onde os resultados foram totalmente
satisfatórios, mas a sobra de pele não se demonstrou somente na região da barriga mas
também nos membros inferiores, na região das pernas, mais exatamente na região
interna das coxas esquerda e direita, como demonstrado em fotos em anexo.

A agravante está completamente adimplente com as obrigações contratuais do


plano de saúde a qual faz coparticipação, conforme contracheque em anexo, seu número
da carteirinha atualizado é 001.0697.000520-00-0. Desejando fazer a cirurgia nos

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Num. 62985487 - Pág. 5
membros inferiores para sua melhora na locomoção e qualidade de vida, a agravante
acionou seu plano de saúde “Saúde Sim”, para dar entrada na cirurgia, onde fez exames
e passou por pericia presencial em dezembro de 2019, os exames atestaram que a
agravante estaria apta a realizar tal cirurgia e o médico do plano indicou que a agravante
deveria fazer o procedimento cirúrgico na região dos membros inferiores esquerdo e
direito, mas o plano se negou a custear a cobertura da cirurgia, mesmo com todos os
exames aptos e o médico do plano indicando o procedimento cirúrgico, tais exames e a
negativa do plano estão em anexo nos autos.

Para que se esclareça, a cirurgia reparadora não é uma cirurgia estética e sim
uma consequência da pós-cirurgia bariátrica, onde havendo indicação médica para
cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica,
não cabe ao plano de saúde negar a cobertura sob o argumento de que o tratamento não
seria adequado, ou que não teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é
fundamental à recuperação integral da saúde do beneficiário do plano de saúde.

Os transtornos gerados pela negativa do plano de saúde em custear os


procedimentos de que necessitava a agravante foram capazes de causar angústia e
intranquilidade psicológica, sobretudo se for levado em conta que o excesso de pele
dificulta a locomoção da agravante, que está sob acompanhamento psicológico devido a
sintomas de ansiedade recorrentes, o registro psicológico está em anexo nos autos.

O agravado ao se negar em realizar o procedimento cirúrgico, viola não apenas


os elementos essenciais do contrato firmado junto à agravante, como também todos os
Diplomas Legais pátrios, a Começar pelo Código Civil e Código de Defesa do
Consumidor, e, finalmente, o unânime entendimento jurisprudencial sobre a matéria.

É a breve síntese dos fatos.

V- RAZÕES PARA A REFORMA DA DECISÃO

A agravante buscou a via judicial meio adequado para obter seu pleito, tendo
sido indeferida a tutela de urgência pelo Juízo a quo através da decisão de ID 60458765,
no seguinte sentido:

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Num. 62985487 - Pág. 6
(...) A função da tutela de urgência é a de tornar a prestação
jurisdicional efetiva. Para a sua concessão é necessária a existência de
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo (art.300, CPC/2015). Em
juízo de cognição superficial, não reputo presentes elementos que
evidenciem o perigo de dano, ou o risco ao resultado útil do
processo. Não há urgência, assim entendida como quando a demora
pode comprometer a realização imediata ou futura do direito. Além
disso, “o perigo de dano é o risco de a demora do feito acarretar
prejuízo desproporcional e insanável à parte ou ao próprio resultado
a ser obtido com o feito”. E não existe nos autos nenhum indício da
existência do perigo de dano, ou de que a demora acarretará prejuízo à
autora, porquanto o relatório médico não aponta risco de vida ou de
seqüela permanente, caso a cirurgia não seja realizada (id60455065) e
os exames médicos apresentados não indicam a existência de perigo
de morte, ao revés, são conclusivos e atestam a normalidade da saúde
da autora, circunstância que denota tratar-se de cirurgia de natureza
eletiva. Conclui-se, disto, que inexiste perigo de dano, e também,
urgência na medida pleiteada, ao menos, em juízo de cognição
superficial. À propósito, este Tribunal entende que “de acordo com o
artigo 300 do CPC/2015, a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo” (Acórdão
n.953408, 20160020080403AGI, Relator: ANA MARIA
CANTARINO, 3ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 06/07/2016,
Publicado no DJE: 12/07/2016. Pág.: 371/381). Saliento que a
determinação liminar de realização de procedimento cirúrgico deve
estar fundada em prova robusta, demonstrando inequivocamente o
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Ante o exposto,
INDEFIRO o pedido de concessão da tutela de urgência. Cite(m)-se.
Intime(m)-se.

Com efeito, a agravante ataca a decisão acima com o presente Agravo de


Instrumento, pugnando pela reforma, através dessa Egrégia Corte, por força dos
argumentos fáticos e jurídicos a seguir delineados e expostos. Igualmente, requer seja o
presente recurso, recebido e processado concedendo-se de imediato a antecipação da
tutela pretendida.

O procedimento cirúrgico almejado apresenta, em sua essência, caráter


restaurador. As declarações médicas, juntadas com a petição inicial, evidenciam que o
cunho estético não foi o fundamento determinante a justificar a necessidade de
realização da cirurgia.

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Número do documento: 20051311294820300000060023647
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Num. 62985487 - Pág. 7
A agravante pretende retirar excessos de pele que se formaram em razão do
emagrecimento decorrente da pós-cirurgia bariátrica, melhorando assim sua locomoção,
pois a sobra de pele atrapalha a sua qualidade de vida, uma vez que a sobra de
pele se encontra na parte dos membros inferiores, incomodando o simples ato de
andar, caminhar, correr, praticar atividade física. Fica evidente a situação de
desconforto físico e mal-estar psíquico vivenciado pela agravante, como mostra as fotos
anexas nos autos.

É obrigação de a agravada custear o procedimento cirúrgico da reparadora,


uma vez que os médicos que acompanham a paciente possuem as melhores condições
para atestar as suas necessidades. O plano de saúde “Saúde Sim” não pode se excluir de
seu dever de custear o procedimento cirúrgico da reparadora.

No mesmo sentido, jurisprudência do TJ/DF e STJ:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PÓS
BARIÁTRICA. NEGATIVA DE COBERTURA. ROL DA
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. RECUSA INJUSTIFICADA.
ASTREINTE. LIMITAÇÃO VALOR TOTAL.
I. O Rol de Procedimentos elaborado pela ANS é norma de proteção
ao consumidor com a qual se pretende resguardar o mínimo de
cobertura aos usuários dos planos privados de assistência à saúde, não
possuindo, portanto, caráter taxativo. II. Constitui obrigação do
plano de saúde fornecer o tratamento plástico necessário, quando
decorrente de cirurgia bariátrica. III. A astreinte não possui
natureza indenizatória. O prejuízo decorrente do inadimplemento ou
do atraso no cumprimento da obrigação deve ser objeto de pretensão
própria, não sendo admissível o desvirtuamento da natureza da
indigitada penalidade processual. Assim sendo, não pode ser fixada
em valor exorbitante, de modo a acarretar o enriquecimento sem causa
ou de tal forma que, em face de sua expressão monetária, o
inadimplemento da obrigação seja mais vantajoso para o credor. IV.
Deu-se parcial provimento ao recurso.
(Acórdão n.1088969, 07160483120178070000, Relator: JOSÉ
DIVINO 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/04/2018,
Publicado no DJE: 20/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
.................................................................................................................
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA

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REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.

DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO


MANTIDO. 1. Contrato de plano de assistência à saúde configura
relação de consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do
Consumidor. Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de
Justiça. 2. Os procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados
pelo médico especialista responsável constituem mera continuação
do tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia
bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da
coletividade, dada a natureza transindividual decorrente de práticas
reiteradas no mercado de consumo. 6. A fixação do valor do dano
extrapatrimonial em R$ 3.000,00 (três mil reais) não atende a
finalidade indenizatória e punitiva do instituto, contudo, não pode ser
majorado, no caso concreto, sob pena de violação à adstrição (Art.
492, do CPC) e à vedação da reformatio in pejus. 7. Em aplicação ao
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, no Agravo
Regimental n. AO 2063 Agr/CE, a sucumbência recursal, prevista no
Art. 85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, tem a finalidade
de impedir a interposição reiterada de recursos. 8. Apelação não
provida. Sentença mantida.
(Acórdão n.1082251, 07128334720178070000, Relator:
ROBERTO FREITAS 1ª Turma Cível, Data de Julgamento:
14/03/2018, Publicado no DJE: 06/04/2018. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
................................................................................................................
STJ Cirurgia pós-bariátrica – negativa do plano de saúde – dano
moral “(...) Havendo indicação médica para cirurgia plástica de
caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica, não
cabe à operadora negar a cobertura sob o argumento de que o
tratamento não seria adequado, ou que não teria previsão contratual,

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visto que tal terapêutica é fundamental à recuperação integral da saúde
do usuário outrora acometido de obesidade mórbida, inclusive com a
diminuição de outras complicações e comorbidades, não se com

gurando simples procedimento estético ou rejuvenescedor. (...) Em


regra, a recusa indevida pela operadora de plano de saúde de cobertura
médico-assistencial gera dano moral, porquanto agrava o sofrimento
psíquico do usuário, já combalido pelas condições precárias de saúde,
não constituindo, portanto, mero dissabor, ínsito às situações correntes
de inadimplemento contratual. Na hipótese, além de inexistir dúvida
jurídica razoável na interpretação do contrato, a autora experimentou
prejuízos com o adiamento das cirurgias plásticas reparadoras diante
da negativa da operadora do plano de assistência médica, sobretudo
porque agravou o estado de sua saúde mental, já debilitada pela baixa
autoestima gerada pelas alterações anatômicas e morfológicas do
corpo humano consequentes da cirurgia bariátrica, sendo de rigor o
reconhecimento dos danos morais. (...)” REsp 1757938/DF

Ora, afastado o caráter estético dos procedimentos reparadores pós-bariátricos


e demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.

Nesse contexto, a despeito da previsão expressa no contrato de exclusão de


cobertura para internação domiciliar, a negativa de custeio é abusiva, consoante o artigo
51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...)

IV. estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que


coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.
A questão em análise encerra simples solução em planos legais. Diz respeito à
validade de cláusulas restritivas impostas em desfavor de um contratante – consumidor
em contrato de adesão – e a sua analise em sede judicial.

É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.

A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:

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Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que
estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da
natureza do negócio.

O contrato firmando entre a agravante e o agravado não pode servir de escopo


para justificar a negativa da cirurgia.

Mais especificamente, a lei 9.656 de 03 de junho de 1998 com redação dada


pela medida provisória nº 2.177-44 de 24 de agosto de 2001, em seus artigos 35 - C e 35
– E, expressamente determina:

Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos:

I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco


imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente,
caracterizado em declaração do médico assistente;
(...)

Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os


contratos celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que:

A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados, já
que mensalmente se renovam.
Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa da requerida em
não autorizar o procedimento cirúrgico de que necessita a agravante, consumidora e fiel
pagadora do plano de saúde “Saúde Sim”.

VI – DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

Sobretudo, deve-se observar que, por se tratar de situação em que o perigo na


demora a concessão da tutela definitiva satisfativa pode ocasionar danos irreparáveis a
parte agravante, e ainda, demonstrado o vigor das provas anexadas nos autos, resta

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caracterizada a possibilidade do pleito da tutela de urgência em caráter antecedente,
conforme o fundamento no art. 294, parágrafo único do CPC, in verbis:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou


evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou


antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.

Não bastasse isso, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela
de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”:

Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão


da tutela requerida, existindo prova inequívoca e verossimilhança das alegações, além
de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mormente no tocante à
necessidade da agravante ter o amparo do plano de saúde contratado.

O “fumus boni juris” se caracteriza pela própria requisição do exame prescrito,


efetuada por médico cadastrado junto à requerida, que evidencia o caráter indispensável
da cirurgia, sua necessidade e urgência para possibilitar a obtenção de resultado positivo
e extirpação do gravame da saúde da agravante.

Evidenciado igualmente se encontra o “periculum in mora”, eis que a demora


na consecução do ato cirúrgico, objeto da lide, certamente acarretará a possibilidade de
agravamento do quadro psicológico da agravante e que a solução tardia da moléstia
pode obviamente causar dano irreparável, ante a natureza do bem jurídico que se
pretende preservar - a saúde.

Haja visto o pedido de tutela de urgência de caráter antecedente se fundamentar


na cobertura financeira por parte do plano de saúde ao custeio do procedimento
cirúrgico e tendo em vista ainda, ser a requerida um grande plano de saúde, dentre suas

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especialidades há a cirurgia reparadora e com profissionais capacitados para tanto,
médicos com especialidade nesse tipo de cirurgia, não há, pois, que se falar em
irreversibilidade dos efeitos da concessão do pedido. Nesse sentido é o que diz o Art.
300, § 3º, do CPC:

Art. 300. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão.

Portanto, está nítido que a agravante possui ter em seu pleito a tutela satisfativa
de urgência antecedente concedida, para que, sob a cobertura do plano de saúde, realize
o procedimento da cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, como
solicitado pelo laudo médico em anexo, para que possa ser resguardada a integridade da
saúde física e mental da agravante.
Nesse sentido, jurisprudência do TJ/DF:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA DE PÓS-
GASTROPLASTIA. LIMINAR. PROBABILIDADE DO
DIREITO E PERIGO DE DANO DEVIDAMNTE
CARACTERIZADOS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
1. Para a concessão da tutela antecipada em grau recursal, dispôs o
legislador, no art. 300 do CPC/15, a necessidade da comprovação dos
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo, além de que não haja a
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 2. A
cirurgia reparadora decorrente de gastroplastia redutora é continuidade
do processo de reabilitação corporal do paciente, uma vez que sua
finalidade não é meramente estética, ao contrário. A principal
indicação para a retirada do excesso de pele tem como
fundamento a preservação da mobilidade do paciente, a prevenção
de lesões e infecções nos locais em que há a dobra da pele, além de
possibilitar ao paciente o exercício pleno de suas atividades. Ou seja,
trata-se de procedimento cirúrgico imprescindível para o
restabelecimento físico e psíquico da pessoa que se submete a redução
gástrica. 3. A marcação da data para a realização da cirurgia faz
presumir a urgência da medida, de forma a caracterizar a presença do
perigo de dano necessário para a concessão da liminar. 4. Recurso
conhecido e provido. Publicado no DJE: 19/04/2017.

Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da realização da


cirurgia requisitada pelos médicos da agravante. Especialmente tendo em vista tratar-se

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de paciente com quadro médico e psicológico abalados, não resta alternativa senão
requerer à concessão da tutela antecipada de urgência preconizada na lei.

O art. 84 do Código de Defesa do Consumidor, autoriza o juiz a conceder a


antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da demanda” deve o Juiz

impor uma multa diária para que não haja por parte do prestador dúvidas em cumprir
imediatamente o designo judicial:

Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de


fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.

§ 1° - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será


admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa


(art. 287 do CPC).

§ 3° - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo


justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o
réu.
§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa
diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente
ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o
cumprimento do preceito.
§ 5° - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático
equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais
como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento
de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força
policial.

VII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer urgentemente a agravante:

a) seja o presente Recurso de Agravo de Instrumento recebido e conhecido, a fim


de que seja concedida a tutela de urgência satisfativa em caráter antecedente,
da obrigação de fazer consistente na imposição do agravado plano de saúde na

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obrigação de autorizar, custear e garantir o procedimento cirúrgico da
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, de que necessita a
agravante imediatamente, com médicos indicados pelo plano de saúde e
marcação da data para que seja feito o procedimento cirúrgico, conforme os
artigos 294, 300 e 319, todos do CPC, sob pena de multa diária em caráter
cominatório pelo seu descumprimento;

b) seja o agravado intimado para, no prazo de 15 dias, nos termos do artigo 1.019,
inciso II, do CPC, querendo, venha apresentar contrarrazões aos termos deste
Recurso;

c) seja, ao final, dado PROVIMENTO AO PRESENTE RECURSO, a fim de que


a Decisão atacada seja totalmente reformada, a fim de conceder a liminar de
tutela antecipada de urgência.

Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 13 de maio de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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Num. 62985487 - Pág. 15
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Com relação ao Agravo de Instrumento, mantenho a decisão agravada por seus próprios
fundamentos, eis que os argumentos lançados no recurso em testilha não são suficientes para
alterar o posicionamento lançado na referida decisão.

Certifique a Secretaria o andamento do Agravo, mencionando se foi atribuído efeito suspensivo.

Em caso negativo, cumpra-se a decisão anterior (id 60458765).

Havendo determinação de expedição de alvará ou transferência de valores, aguarde-se o


julgamento do mérito do agravo de instrumento para dar andamento ao feito.

Intimem-se.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20051410255935400000060115002
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 14/05/2020 10:25:59
Num. 63087668 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

3TCV

Terceira Turma Cível

Fórum de Brasília Desembargador Milton Sebastião Barbosa

Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF CEP: 70094-900 Telefones: 3103-
7031, 3103-7866 Fax 3103-0782

Ofício 1119 /2020 - 3ª T.C.

- Brasília-DF, 15 de maio de 2020.

A Sua Excelência o(a) Senhor(a)

JUIZ(A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DE TAGUATINGA

Assunto: Comunica decisão para cumprimento

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Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 1
Número do processo: 0711687-63.2020.8.07.0000
Classe judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
AGRAVANTE: JAKELINA MESQUITA SILVA
AGRAVADO: SAUDE SIM LTDA

Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007

Senhor(a) Juiz(a),

Em cumprimento à determinação do(a) Excelentíssimo(a) Desembargador(a) MARIA DE LOURDES ABREU, Relator(a) do


feito em epígrafe, comunico a Vossa Excelência o teor da r. decisão proferida, para conhecimento e cumprimento:

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de tutela antecipada recursal, interposto por
JAKELINA MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos
originários), proferida nos autos de ação de obrigação de fazer movida em desfavor
de SAÚDE SIM LTDA, que indeferiu a tutela de urgência para determinar que a agravada
autorize a realização de cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico.
Em suas razões recursais (ID 15974056), a agravante informa que foi submetida à cirurgia

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Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 2
bariátrica para tratamento de obesidade mórbida com perda superior a 42 (quarenta e dois)
quilos de peso, ocasionando-lhe acúmulo de pele, em especial, nos membros inferiores, na
região das pernas, mais exatamente na região interna das coxas esquerda e direita.
Aduz que “a sobra de pele atrapalha a sua qualidade de vida, uma vez que a sobra de pele
se encontra na parte dos membros inferiores, incomodando o simples ato de andar,
caminhar, correr, praticar atividade física. Foi prescrito cirurgia reparadora de correção
de lipodistrofia crural de membros inferiores, conforme prescrito (ID 60455057 autos
principais).
Aduz que, embora prescrito pela médica que a acompanha, a empresa agravada,
administradora do plano de saúde da agravante, nega-se a lhe dar integral cobertura ao
tratamento de que necessita, sob a alegação de que tal procedimento não se incluí dentre as
coberturas contratadas.
Alega que tais argumentos não merecem prevalecer, visto que a cirurgia solicitada é
complemento do tratamento da doença e possui caráter reparador.
Ao final, requer a antecipação de tutela recursal para determinar que a empresa agravada
autorize imediatamente a realização da cirurgia reparadora de lipodistrofia crural de
membros inferiores, conforme prescrição médica. No mérito, postula a confirmação da
liminar eventualmente deferida.
Sem preparo, em razão da gratuidade de justiça concedida pelo juízo a quo.
É o breve relatório.
DECIDO.
Presentes os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade, conheço do agravo de
instrumento.
Nos termos do artigo 1.019, inciso I do Código de Processo Civil (CPC/15), o Relator,
excepcionalmente, preenchidos os requisitos previstos no parágrafo único do artigo 995 do
mesmo Codex, relativos à demonstração do risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação e da probabilidade de provimento do recurso, poderá atribuir efeito suspensivo ao
recurso, ou deferir, em antecipação de tutela, a pretensão recursal quando, à luz do artigo 300
da lei processual civil, houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e do
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Na espécie, vislumbro a presença concomitante dos requisitos exigidos por lei para a
concessão do pedido liminar.
Na estreita via deste exame, quanto à probabilidade de provimento da irresignação, denoto

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https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051519312300000000060271874
Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 3
que a relação contratual firmada entre as partes submete-se aos ditames do Código de Defesa
do Consumidor, entendimento inclusive consolidado pelo disposto no Enunciado nº 469 da
Súmula do Superior Tribunal de Justiça, prestigiando-se a interpretação das cláusulas de
forma mais favorável ao consumidor neste momento e em sintonia com o postulado da
dignidade da pessoa humana.
Dentro desse quadrante, a jurisprudência já reconheceu o nível de importância e a
necessidade da cirurgia bariátrica para o tratamento da obesidade mórbida, bem como das
cirurgias reparadoras que lhe sucedem, por se tratarem de continuidade do tratamento
indicado.
Neste sentido:

PROCESSO CIVIL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. SEGURO DE SAÚDE. CIRURGIA BARIÁTRICA.
MAMOPLASTIA. GIGANTOMASTIA EXACERBADA. ASSIMETRIA MAMÁRIA.
CIRURGIA REPARADORA. PARECER MÉDICO FAVORÁVEL. NEGATIVA DE
COBERTURA. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. INDENIZAÇÃO
PROPORCIONAL E RAZOÁVEL. SENTENÇA MANTIDA.

1. Mostra-se ilegítima a negativa de cobertura pelo plano de saúde de procedimento


reparador das mamas após cirurgia bariátrica, quando necessário à paciente e prescrito
por médico conveniado.

2. (...)

3. (...)

4. Apelação conhecida, mas não provida. Unânime.

(Acórdão n.1053389, 20160110714063APC, Relator: FÁTIMA RAFAEL 3ª TURMA


CÍVEL, Data de Julgamento: 04/10/2017, Publicado no DJE: 16/10/2017. Pág.: 297/300)
(grifou-se)

APELAÇÃO CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS


MATERIAIS E MORAIS. PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. NEGATIVA DE
COBERTURA. SITUAÇÃO DE URGÊNCIA. CIRURGIA PÓS-BARIÁTRICA.
MAMOPLASTIA. IMPLANTE MAMÁRIO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO ROL DA ANS.
LISTAGEM DOS PROCEDIMENTOS MÍNIMOS OBRIGATÓRIOS. RECUSA INDEVIDA.
DANO MORAL CONFIGURADO. HONORÁRIOS. ARBITAMENTO NO PERCENTUAL
MÍNIMO LEGAL. MANUTENÇÃO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

1 - A contratação de plano de saúde pressupõe que o serviço será autorizado e


devidamente custeado no momento da ocorrência do infortúnio, já que, para isso, o
consumidor paga religiosamente a contraprestação.

2 - Em se tratando de situação de emergência, o art. 35-C da Lei 9.656/98 determina que

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Número do documento: 20051519312300000000060271874
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051519312300000000060271874
Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 4
o plano de saúde providencie o pronto atendimento do segurado, sob pena de frustrar a
própria finalidade do serviço contratado.

3 - A cobertura do tratamento indicado pelo médico assistente deve ser observada pelo
plano de saúde e se mostra indissociável da sua obrigação contratual.

4 - O fato do procedimento solicitado não constar na lista de cobertura mínima da ANS


não é suficiente para retirar a obrigação da seguradora em cobrir cirurgia reparadora,
decorrente da perda de peso provocada pela cirurgia bariátrica, inclusive a mamoplastia
e o fornecimento da prótese indicada.

5 (...)

6 (...)

7 (...)

8 - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

(Acórdão n.1038010, 20160710177936APC, Relator: LUÍS GUSTAVO B. DE OLIVEIRA


4ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 09/08/2017, Publicado no DJE: 16/08/2017.
Pág.: 374/386) (grifou-se)

DIREITO DO CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE.


MAMOPLASTIA. CIRURGIA REPARADORA. COBERTURA. INADIMPLEMENTO
CONTRATUAL. DANO MORAL. NÃO CONFIGURADO.

I - A reconstrução mamária decorrente dos efeitos de cirurgia bariátrica, desde que


devidamente indicada por médico especialista, é mera continuidade do tratamento
iniciado com a redução de peso, não possuindo, pois, finalidade estética.

II - Embora evidentes a angústia e a frustração sofridas pela consumidora, ante a


negativa de cobertura pela seguradora, o fato não possuiu o condão de causar
constrangimento moral hábil a compensação, em razão de peculiaridades do caso.

III - Deu-se parcial provimento ao recurso.

(Acórdão n.1021313, 20150710169348APC, Relator: JOSÉ DIVINO 6ª TURMA CÍVEL,


Data de Julgamento: 31/05/2017, Publicado no DJE: 06/06/2017. Pág.: 855/871)
(destacou-se)

Na perspectiva da possibilidade de risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação,


para efeito do exame liminar que ora se impõe, igualmente, constato sua existência, visto
que, após ter se submetido a realização de cirurgia bariátrica para o tratamento de obesidade
mórbida, a agravante apresentou diversas patologias correlatas ao excesso de pele resultante
da perda de peso decorrente do referido procedimento cirúrgico, problemas psíquicos,
escoriações cutâneas crônicas, limitação da amplitude de movimentos e desequilíbrio
psicossocial pela causa inestética, o que compromete sua integridade física, psíquica e o

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Número do documento: 20051519312300000000060271874
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051519312300000000060271874
Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 5
sucesso do tratamento cirúrgico realizado.
Ante o exposto, DEFIRO a tutela de urgência postulada.
Dê-se conhecimento ao Juízo de origem dos termos da presente decisão.
Intime-se a parte agravada para responder, facultando-lhe juntar a documentação que
entender pertinente para o julgamento do mérito deste recurso (artigo 1.019, II, do Código de
Processo Civil).
Publique-se.

Respeitosamente,

Everton Leandro dos Santos Lisboa


Diretor de Secretaria da Terceira Turma Cível

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Número do documento: 20051519312300000000060271874
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051519312300000000060271874
Assinado eletronicamente por: TATIANA COELHO DE MEDEIROS - 15/05/2020 19:31:23
Num. 63264600 - Pág. 6
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Registrada a decisão no agravo de instrumento n. 711687-63.2020.8.07.0000 que deferiu a tutela


de urgência para determinar que a ré autorize a cirurgia reparadora para complementação do
tratamento bariátrico da parte autora (id 63264600).

Aguarde-se a citação da parte ré.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20051818182540000000060323016
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20051818182540000000060323016
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 18/05/2020 18:18:25
Num. 63317845 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Nos termos da Portaria nº 1, de 29 de março de 2017, certifico que até o momento não houve resposta
quanto ao cumprimento da diligência, portanto a Secretaria permanece aguardando o retorno do AR.

Taguatinga - DF, 3 de junho de 2020 14:29:23.

BIANCA LISA DE OLIVEIRA

Servidor Geral

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Número do documento: 20060314293478000000061470898
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20060314293478000000061470898
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 03/06/2020 14:29:34
Num. 64602093 - Pág. 1
Segue anexo.

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Número do documento: 20061616221916200000062301699
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061616221916200000062301699
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 16/06/2020 16:22:19
Num. 65527385 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo nº: 0704587-36.2020.8.07.0007

JAKELINA MESQUITA SILVA, já qualificada nos autos do processo vem


por meio desta informar que a decisão ID 60458765 foi reformada pelo Agravo de
Instrumento nº 0711687-63.2020.8.07.0000, que em sua decisão deferiu a tutela de
urgência postulada, conforme ID 63264600.

Desse modo, requer o cumprimento da liminar de urgência deferida pelo Juízo


de 2º grau, pois até a presente data o Plano de Saúde “Sim” não se manifestou quanto ao
cumprimento da liminar, razão pela qual requer a aplicação de multa diária pelo
descumprimento da liminar deferida.

Por fim requer que a intimação/citação para o cumprimento da liminar pelo


Plano de Saúde seja feita através de Oficial de Justiça, por ser mais célere, afinal, a
medida tem caráter URGENTE, pois se trata de cumprimento de uma liminar de
saúde.

Termos em que,
Pede deferimento.

Taguatinga/DF, 16 de junho de 2020.

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:21


Número do documento: 20061616221925100000062301702
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061616221925100000062301702
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 16/06/2020 16:22:19
Num. 65527388 - Pág. 1
LUCIANA LIMA AMÉRICO
OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

lucianaamericoadv@gmail.com | (61) 98465-7510

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Número do documento: 20061616221925100000062301702
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061616221925100000062301702
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 16/06/2020 16:22:19
Num. 65527388 - Pág. 2
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Nos termos da Portaria nº 1, de 29 de março de 2017, deste Juízo, certifico juntei o AR ID


65461357 devidamente cumprido.

Certifico, mais, que a parte autora juntou petição ID 65527385.

De ordem, remeto os presentes autos ao M.M Juiz de Direito, Dr. Ruitemberg Nunes Pereira, para
apreciação.

Taguatinga - DF, 17 de junho de 2020 07:13:56.

BIANCA LISA DE OLIVEIRA

Servidor Geral

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Número do documento: 20061707151713200000062352914
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061707151713200000062352914
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 17/06/2020 07:15:17
Num. 65585129 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Cuida-se de ação de conhecimento em que o pedido de tutela de urgência para determinar a


realização de procedimento cirúrgico reparador do tratamento bariátrico foi indeferido (id
60458765).

A parte autora requer o cumprimento da liminar, bem como aplicação de multa diária, sob a
alegação de que a parte ré não cumpriu a decisão do agravo de instrumento (id 65527388).

Decido.

No agravo de instrumento n. 0711687-63.2020.8.07.0000 interposto pela parte autora foi


deferida a tutela de urgência postulada (id 63264600).

Em consulta ao sistema Pje da Segunda instância verifica-se que foi expedido mandado de
intimação da agravada para dar cumprimento à decisão de id 16003091 e que o mencionado
mandado foi devolvido e entregue ao destinatário.

Diante da informação acerca do descumprimento da referida decisão, intime-se a parte ré,


por meio de oficial de justiça, para cumprir a tutela de urgência deferida no agravo de
instrumento n. 0711687-63.2020.8.07.0000, no sentido de autorizar a realização de cirurgia
reparadora da parte autora para complementação do tratamento bariátrico, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, a contar da sua intimação, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00
(dois mil reais), limitada a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Confiro à presente decisão força de mandado a ser cumprido com urgência, em regime

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Número do documento: 20061919244218400000062521808
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061919244218400000062521808
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 19/06/2020 19:24:42
Num. 65775011 - Pág. 1
de plantão.

Intime-se.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:21


Número do documento: 20061919244218400000062521808
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20061919244218400000062521808
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 19/06/2020 19:24:42
Num. 65775011 - Pág. 2
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 65775011 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
23/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

23 de junho de 2020

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:21


Número do documento: 20062302511172300000062740957
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062302511172300000062740957
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 23/06/2020 02:51:11
Num. 66019116 - Pág. 1
Segue

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Número do documento: 20062316050354200000062787786
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050354200000062787786
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:03
Num. 66070570 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Autos nº. 0704587-36.2020.8.07.0007

SAÚDE SIM LTDA., Operadora de Medicina de Grupo, inscrita no


CNPJ/MF sob no 02.464.179/0001-63, registrada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar –ANS sob o n° 32011-1, com sede na Av. das Araucárias, Lotes
1835/2005, Sala 301, Águas Claras Shopping, Águas Claras, Brasília/DF, CEP:
71.936-250, nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., apresentar o que segue:

A Requerida foi intimada da decisão em sede de Agravo de


Instrumento em 19.05.2020, sendo o procedimento autorizado em sistema no mesmo
dia, conforme guias em anexo. A Requerida entende como sendo esse o único meio
de comprovar a autorização do procedimento cirurgico.
Contudo, Exceleência, conforme documentação anexa a Requerente fora
demitida, e por isso seu plano de saúde cancelado a pedido do seu ex-empregador,
considerado que o contrato ao qual a Requerente era vinculada decorria de seu
contrato de trabalho.
Apesar de o procedimento ter sido autorizadao antes do cancelamento
do benefício, conforme as leis que regem as Operadoras de Plano de Saúde, não há
obrigatoriedade de realização do procedimento após o termino do contrato:
“Posso realizar um procedimento médico (cirurgia, exame, etc.),
previamente agendado e já autorizado pela operadora, após o
pedido de solicitação do cancelamento/exclusão?

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Número do documento: 20062316050364000000062787801
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050364000000062787801
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:03
Num. 66070585 - Pág. 1
O seu pedido de cancelamento ou exclusão tem EFEITO IMEDIATO, a
partir da ciência da operadora/administradora. Após a data e horário
da sua solicitação de cancelamento ou exclusão do contrato, você não
está mais coberto pelo seu plano de saúde, logo qualquer utilização do
plano (exame, cirurgia, etc.), mesmo já autorizada pela operadora,
ocorrerá por conta do beneficiário”.
http://www.ans.gov.br/aans/index.php?option=com_centraldeaten
dimento&view=pergunta&resposta=1621&historico=22534251
acessado em 23.06.2020 às 15:49.

Desta forma, tem-se que a Requerida cumpriu a decisão judicial dentro


do prazo estabelecido, não havendo que se falar em descumprimento, nem tão pouco
em aplicação de multa.
Ressalta-se que a contestação será apresentada de acordo com o prazo
estabelecido.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, DF, 23 de junho 2020.

Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B. de Sant’Anna


OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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Número do documento: 20062316050364000000062787801
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050364000000062787801
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:03
Num. 66070585 - Pág. 2
Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:22
Número do documento: 20062316050376500000062787802
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050376500000062787802
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:03
Num. 66070586 - Pág. 1
Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:22
Número do documento: 20062316050389300000062787805
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050389300000062787805
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070589 - Pág. 1
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Número do documento: 20062316050389300000062787805
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050389300000062787805
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070589 - Pág. 2
GUIA DE SOLICITAÇÃO DE INTERNAÇÃO
2 - Nº Guia no Prestador: 4124539
Página: 1/1

1 - Registro ANS 3 - Número da Guia Atribuido pela Operadora


320111 S-1117-209393
4 - Data da Autorização 5 - Senha 6 - Data de Validade da Senha
19/05/2020 4124539 17/08/2020
Dados do Beneficiário
7 - Número da Carteira 8 - Validade da Carteira 9 - Atendimento a RN
820530069 N
10 - Nome 11 - Cartão Nacional de Saúde
JAKELINA MESQUITA SILVA 708506385329173
Dados do Contratado Solicitante
12 - Código na Operadora 13 - Nome do Contratado
1117 INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO LTDA
14 - Nome do Profissional Solicitante 15 - Conselho Profissional 16 - Número no Conselho 17 -UF 18 - Código CBO
IVAN ARAUJO MOTTA CRM 000000 DF
Dados do Hospital / Local Solicitado / Dados da Internação
19 - Código na Operadora / CNPJ 20 - Nome do Hospital/Local Solicitado 21 - Data sugerida para internação
1117 / 04887710000136 INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO LTDA 08/06/2020
22 - Caráter do Atendimento 23 - Tipo de Internação 24 - Regime de Internação 25 - Qtde. Diárias Solicitadas 26 – Previsão de uso de OPME 27 - Previsão de uso de quimioterápico

1 2 N N
28 - Indicação Clínica
LIMINAR JUDICIAL

29 - CID 10 Principal (Opcional) 30 - CID 10 (2) (Opcional) 31 - CID 10 (3) (Opcional) 32 - CID 10 (4) (Opcional) 33 - Indicação de Acidente (acidente ou doença relacionada)
9

Procedimentos ou itens Assistenciais Solicitados


34 - Tabela 35 - Código do Procedimento ou Item Assistencial 36 - Descrição 37 - Qtde Solic 38 - Qtde Aut
22 30101670 PLÁSTICA EM Z OU W 2 2
22 30101565 EXTENSOS FERIMENTOS, CICATRIZES OU TUMORES - EXÉRESE E ROTAÇÃO DE RET 2 2
18 60000732 DIÁRIA DE ENFERMARIA DE 4 OU MAIS LEITOS COM BANHEIRO PRIVATIVO 1 1

Dados da Autorização
39 - Data Provável da Admissão Hospitalar 40 - Qtde. Diarias Autorizadas 41 - Tipo de Acomodação Autorizada
08/06/2020
42 - Código na Operadora / CNPJ autorizado 43 - Nome do Hospital / Local Autorizado 44 - Código CNES
1117 - 04887710000136 INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO LTDA 5085047
45 - Observação / Justificativa
TELEFONE(S) DO CONTRATADO EXECUTANTE: 3364-3300 *** - ENDEREÇO: SHIS QI 9/11 BLOCO E, - CONJUNTO E BLOCO 01 SALAS 01 A 06 SUBSOLO E SALAS 301 E 307 - SETOR
DE HABITACOES INDIVIDUAIS SUL-BRASILIA-DF *** OBS:

46 -Data da Solicitação 47 - Assinatura do Profissional Solicitante 48 - Assinatura do Beneficiário ou Responsável 49 - Assinatura do Responsável pela Autorização
19/05/2020

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Número do documento: 20062316050404600000062787806
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050404600000062787806
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070590 - Pág. 1
GUIA DE HONORÁRIOS
(Somente para pacientes internados)

2 - Nº Guia no prestador 4124579


1 - Registro ANS 3- Nº Guia de Solicitação de Internação 4 - Senha 5 - Número da Guia Atribuído pela Operadora

320111 4124539 4124579 S-1056-209403


Dados do Beneficiário

6 - Número da Carteira 7 - Nome 8 - Atendimento a RN

820530069 JAKELINA MESQUITA SILVA Não


Dados do Contratado (onde foi executado o procedimento)

9 - Código na Operadora 10 - Nome do Hospital/Local 11 - Código CNES

1117 INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO LTDA 193


Dados do Contratado Executante

12 - Código na Operadora 13 - Nome do Contratado 14 - Código CNES

1056 COOPERATIVA DOS MEDICOS ANESTESIOLOGISTAS DO DISTRITO FEDERAL 3400875


Dados da internação

15 – Data do Início do Faturamento 16 – Data do Fim do Faturamento

Procedimentos Realizados
17 - Data 18 - Hora Inicial 19 - Hora Final 20 - Tabela 21 - Código do Procedimento 22 - Descrição 23 - Qtde. 24 - Via 25 - Tec 26 - Fator Red / Acresc 27 - Valor Unitário - R$ 28 - Valor Total - R$

22 30101670 PLÁSTICA EM Z OU W 2

22 30101565 EXTENSOS FERIMENTOS, CICATRIZES OU TUMORES - EXÉRESE 2

Identificação do(s) Profissional(is) Executante(s)

29 - Seq.Ref 30-Grau Part. 31-Código na Operadora/CPF 32-Nome do Profissional 33-Conselho Profissional 34-Número no Conselho 35- UF 36-Código CBO

37 - Observação / Justificativa 38 - Valor total dos honorários

39 - Data de emissão 40 - Assinatura do Profissional Executante

19/05/2020

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Número do documento: 20062316050413700000062787807
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Num. 66070591 - Pág. 1
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Certifico registro sob o nº 1302700 em 23/08/2019 da Empresa SAUDE SIM LTDA, Nire 53201914178 e protocolo DFP1900071714 - 23/08/2019.
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Número do documento: 20062316050422300000062787809
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Número do documento: 20062316050422300000062787809
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Autenticação: 289047B18F23907271EED56066A8797F83204848. Maxmiliam Patriota Carneiro - Secretário-Geral. Para validar este documento,
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Número do documento: 20062316050422300000062787809
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050422300000062787809
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070593 - Pág. 8
Junta Comercial, Industrial e Serviços do Distrito Federal
Certifico registro sob o nº 1302700 em 23/08/2019 da Empresa SAUDE SIM LTDA, Nire 53201914178 e protocolo DFP1900071714 - 23/08/2019.
Autenticação: 289047B18F23907271EED56066A8797F83204848. Maxmiliam Patriota Carneiro - Secretário-Geral. Para validar este documento,
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pág. 9/9

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Número do documento: 20062316050422300000062787809
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050422300000062787809
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070593 - Pág. 9
Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:22
Número do documento: 20062316050467500000062787810
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316050467500000062787810
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 23/06/2020 16:05:04
Num. 66070594 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DE MANDADOS E GUARDA DE BENS JUDICIAIS


COORDENADORIA DE ADMINISTRAÇÃO DE MANDADOS

Dados do Mandado
Número do mandado: 2020.198565
Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007
ID Doc. PJE: 65867527
Data da distribuição: 19/06/2020
Destinatário: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Certifico e dou fé que, em cumprimento ao r. mandado, em 21/06/2020 às 13:54h,


PROCEDI À INTIMAÇÃO de SAÚDE SIM LTDA, por meio eletrônico, ocasião em que
encaminhei a contrafé para o e-mail ouvidoria@saudesim.med.br, tendo confirmação do
recebimento pela Ouvidoria da empresa no dia 21/06/2020, às 14:13h, e no dia 23/06/2020,
pela área jurídica da empresa, em nome da Dra. Gabriella Schiffler, OAB/DF n.º 33.347.

Distrito Federal, 23 de Junho de 2020.

MARCIO MONTEIRO SIMOES


Oficial(a) de Justiça - mat. 315935

Chave de acesso: https://ceman.tjdft.jus.br/certidoes/b442aad1-a652-4a97-bb88-7d0dca4da58f

23/06/2020 às 15:43:55 Assinado eletronicamente por MARCIO MONTEIRO SIMOES Mat. 315935 Página 1 de 1

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Número do documento: 20062316282073100000062791599
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062316282073100000062791599
Assinado eletronicamente por: Marcio Monteiro Simoes - 23/06/2020 16:25:11
Num. 66075853 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Foi determinada a intimação da parte ré para cumprir a tutela de urgência deferida no agravo
de instrumento n. 0711687-63.2020.8.07.0000, no sentido de autorizar a realização de
cirurgia reparadora da parte autora para complementação do tratamento bariátrico, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da sua intimação, sob pena de multa diária de R$
2.000,00 (dois mil reais), limitada a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Intimada, a requerida alega que cumpriu a determinação judicial, uma vez que, em
19/05/2020, promoveu autorização para o procedimento cirúrgico da autora, contudo,
noticia que a autora foi demitida e seu plano de saúde foi cancelado a pedido do ex-
empregador, motivo pelo qual não foi realizado o procedimento cirúrgico.

Intime-se a parte autora para manifestação. Prazo: 5 (cinco) dias.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

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Número do documento: 20062421350545800000062911248
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062421350545800000062911248
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 24/06/2020 21:35:05
Num. 66209392 - Pág. 1
RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20062421350545800000062911248
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062421350545800000062911248
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 24/06/2020 21:35:05
Num. 66209392 - Pág. 2
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 66209392 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
26/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

26 de junho de 2020

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Número do documento: 20062602395074900000063015347
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062602395074900000063015347
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 26/06/2020 02:39:54
Num. 66325206 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 66209392 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
26/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

26 de junho de 2020

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Número do documento: 20062602395508200000063016193
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20062602395508200000063016193
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 26/06/2020 02:39:55
Num. 66326052 - Pág. 1
Segue anexo.

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Número do documento: 20063016512498000000063270828
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Num. 66610984 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo nº: 0704587-36.2020.8.07.0007

JAKELINA MESQUITA SILVA, já qualificada nos autos do processo vem


por meio de suas procuradoras designadas informar e requerer o que segue.

O plano de saúde “Saúde Sim” se manifestou no sentido de não cumprir a


liminar, pois a autora foi demitida e não tem mais direito de usufruir do plano de saúde,
o que é um equívoco, uma vez que, o médico consentiu que fosse feita a cirurgia e a
negativa dada pelo plano foi em dezembro de 2019, quando o plano ainda estava
vigente. A cirurgia reparadora é a continuação de um tratamento, não há que se falar da
perda do direito de realizar o procedimento cirúrgico.

A liminar deve ser cumprida, em razão de se tratar de um direito adquirido. A


partir do momento que foi negada a cirurgia e a liminar foi deferida para se fazer a
cirurgia, os efeitos tem que retroagir da data em que a liminar foi deferida e a cirurgia
deve ser feita, sendo cumprida a liminar pelo plano de saúde.

Nesse sentido, jurisprudência do TJDFT:

CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. OBRI


GAÇÃO DE FAZER. INTERESSE DE AGIR. PRESENÇA. NEGAT
IVA DE AUTORIZAÇÃO. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA
PÓS ACIDENTE. ESCOLHA DE MELHOR TERAPÊUTICA. TAR
EFA DO MÉDICO ASSISTENTE. ROL DA ANS MERAMENTE E
XEMPLIFICATIVO. CANCELAMENTO DO CONTRATO. RESPO
NSABILIDADE DA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE.
1. Presente nos autos a demonstração acerca da efetiva negativa de
cobertura para os procedimentos, por ausência de previsão contratual e

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Num. 66610988 - Pág. 1
no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
há interesse de agir consubstanciado na necessidade e utilidade da
tutela jurisdicional.
2. Se o ajuste firmado entre as partes estabelece cobertura garantida
para as doenças listadas no CID-10, a negativa escorada no fato de o
tratamento indicado pelo médico assistente não se encontrar no rol dos
procedimentos estabelecidos pela ANS não tem guarida no contrato,
tampouco na lei.
3. O responsável pelo acompanhamento clínico do paciente é
quem detém melhores condições de sugerir a terapêutica mais
adequada ao seu caso específico.
4. O encerramento do contrato ocorrido após o evento para o qual
o consumidor solicitou cobertura não repercute no desate da
querela, haja vista que os efeitos do cancelamento são posteriores
e não afetam sinistros ocorridos anteriormente.
8ª Turma Cível, Publicado no DJE : 18/12/2019

No mesmo sentido, jurisprudência deste egrégio Tribunal de Justiça:

CONSUMIDOR. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS. PLANO DE
ASSISTÊNCIA À SAÚDE. SEGURO COLETIVO EMPRESARIAL
DE REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES.
ATENDIMENTO DIRETAMENTE NA REDE CONVENIANDA.
NECESSIDADE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO AUTORIZADO. POSTERIOR CANCELAMENTO
DA APÓLICE NO PERÍODO DE PREPARAÇÃO PRÉ-
CIRÚRGICO. SINISTRO OCORRIDO DURANTE A VIGÊNCIA
DO CONTRATO
SECURITÁRIO. DEVER DE COBERTURA. REVOGAÇÃO DE
AUTORIZAÇÃO. CONDUTA ABUSIVA DO FORNECEDOR.
DANO MORAL. CANCELAMENTO DE PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO PREVIAMENTE AUTORIZADO. AUSÊNCIA DE
NOTIFICAÇÃO EM TEMPO HÁBIL PARA EVITAR A
INTERRUPÇÃO DA COBERTURA. CONFIGURAÇÃO.
QUANTUM. MANUTENÇÃO. PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. ADSTRIÇÃO
À NORMATIVA DA EFETIVA EXTENSÃO DO DANO.
HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO. RECURSO
DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
1. "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde" (Súmula n. 469/STJ).
1.1. A parte autora figura como consumidora, porquanto beneficiária
de seguro coletivo empresarial de reembolso de despesas médico-
hospitalares, contratado por seu empregador junto à seguradora (fls.
20 e 21/61) e utilizou o serviço como destinatária final (CDC, art. 2º)
e a ré, ora apelante, é fornecedora, porquanto desenvolve atividade de
prestação de serviços no mercado de consumo, mediante remuneração
(CDC, art. 3º).

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Num. 66610988 - Pág. 2
2. Na modalidade contratual de seguro-saúde, a cobertura se dá, em
regra, mediante reembolso das despesas vertidas pelo beneficiário,
ante a sua livre escolha de prestador de serviços, e nos limites
predeterminados.
2.1. Havendo, no entanto, como no presente caso, previsão contratual
para que o segurado opte pela rede referenciada, caso em que não se
utiliza o sistema de reembolso, os pagamentos dos serviços prestados
são feitos de maneira direta pela operadora/seguradora, o que exige,
portanto, a sua prévia autorização.
3. Ocorrendo sinistro abrangido no risco contratado, in casu o
acometimento por mazela coberta pela apólice, durante a plena
vigência do contrato securitário, e encontrando o tratamento indicado
pelo médico assistente guarida no âmbito contratual, legal e
regulamentar, exsurge o dever da seguradora em prestar-lhe a integral
e devida cobertura pertinente, na forma contratada, até o
restabelecimento do quadro de saúde do segurado.
3.1. Posterior cancelamento da apólice produz efeito para todos os
demais eventos evidenciados após este marco, à exceção daqueles
devidamente diagnosticados durante sua vigência.
3.2. Na espécie, o tratamento já havia se iniciado na seara clínica,
tendo o quadro evoluído para a indicação cirúrgica, inclusive
contando com a respectiva autorização (senha) pela seguradora
sendo, posteriormente, revogada ante a notícia do encerramento
da apólice por parte da estipulante.
3.3. A cobertura, portanto, deve ser mantida, dada a
anterioridade da verificação do sinistro em relação ao
encerramento da apólice, exclusivamente para o tratamento em
curso, abrangendo, inclusive, eventuais necessidades pós-
operatórias pertinentes às intervenções ortopédicas, de maneira a
exaurir a cobertura devida no tocante ao restabelecimento do
quadro clinico do segurado.
(...)
(Acórdão 1058150, 20160110355588APC, Relator: ALFEU
MACHADO 6ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 8/11/2017,
publicado no DJE: 14/11/2017. Pág.: 588/608 - grifo nosso).

A empresa que a autora trabalhava a mandou embora sem justa causa, na qual
ela fazia beneficio do plano de saúde empresarial que fazia coparticipação. A autora foi
despedida inesperadamente não teve chance de se programar e agora se vê
desempregada, ela foi mandada embora e não saiu porque quis. Em nenhum momento
foi oferecido à autora outro plano de saúde na modalidade individual ou familiar.
Neste sentido, jurisprudência do TJDFT:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CÓDIGO DO


CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. RESILIÇÃO
UNILATERAL PELA OPERADORA. POSSIBILIDADE.

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Num. 66610988 - Pág. 3
NECESSIDADE DE OFERECIMENTO DE MIGRAÇÃO
PARA PLANO INDIVIDUAL. DANO MORAL
CARACTERIZADO. RAZOABILIDADE. MINORAÇÃO.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
1. Submete-se ao CDC a relação jurídica em que o serviço oferecido
no mercado é adquirido por pessoa física como destinatário final.
2. O parágrafo único do art. 17 da Resolução Normativa 195/2009 da
ANS estabelece que os contratos de plano de saúde coletivos por
adesão empresarial poderão ser rescindidos imotivadamente, após a
vigência de 12 (doze) meses, mediante prévia notificação ao segurado,
com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias.
3. Para que a operadora de plano de saúde coletivo exerça
o direito de cancelamento do contrato unilateralmente, ela deve
disponibilizar ao segurado plano de saúde na modalidade
individual ou familiar aos beneficiários, sem necessidade de novos
prazos de carência.
4. Ocorre dano moral quando o plano de saúde coletivo rescinde
o contrato unilateralmente, sem oferecer outro plano de saúde ao
segurado, na modalidade individual ou familiar (art. 51, IV, do
CDC).
5. O valor fixado a título de danos morais deve ser razoável e
proporcional, não gerando enriquecimento sem causa e atendendo às
funções reparatória, punitiva e preventiva.
6. Recurso conhecido e parcialmente provido.
CONHECER. DAR PARCIAL PROVIMENTO. UNÂNIME

Termos em que,
Pede deferimento.

Taguatinga/DF, 30 de junho de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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Num. 66610988 - Pág. 4
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

A tutela de urgência que determinou a realização de cirurgia reparadora para


complementação do tratamento bariátrico foi deferida no agravo de instrumento n. 711687-
63.2020.8.07.0000.

Ainda que a parte ré alegue o cumprimento da tutela deferida, por meio da juntada de guia de
autorização do procedimento, é cediço que não foi realizado o procedimento cirúrgico
determinado.

Não há qualquer notícia de revogação determinada pelo órgão prolator que deferiu a tutela
de urgência, de maneira que a decisão permanece hígida, não podendo ser revogada ou
alterada por este órgão de primeira instância.

Assim, intime-se a parte ré para cumprimento da tutela de urgência deferida, com a


advertência da aplicação da multa prevista na decisão de id 65775011.

Intime-se.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

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Número do documento: 20070222535394600000063486316
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 02/07/2020 22:53:54
Num. 66850178 - Pág. 1
RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20070222535394600000063486316
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 02/07/2020 22:53:54
Num. 66850178 - Pág. 2
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 66850178 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
06/07/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

6 de julho de 2020

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Número do documento: 20070602331879200000063599421
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070602331879200000063599421
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 06/07/2020 02:33:21
Num. 66978149 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DE MANDADOS E GUARDA DE BENS JUDICIAIS


COORDENADORIA DE ADMINISTRAÇÃO DE MANDADOS

Dados do Mandado
Número do mandado: 2020.211131
Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007
ID Doc. PJE: 66888615
Data da distribuição: 03/07/2020
Destinatário: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao mandado retro, expedido em regime de PLANTÃO,


no dia 06/07/2020 às 09:25h, dirigi-me ao endereço nele contido (AVENIDA DAS ARAUCÁRIAS,
LOTES 1835/2005, SALA 301, 3º ANDAR, SUL, ÁGUAS CLARAS, BRASÍLIA/DF, SHOPPING
ÁGUAS CLARAS), e ali sendo, após as formalidades de praxe, CITEI E INTIMEI SAÚDE SIM
LTDA. na pessoa da advogada DRA. Gabriela Schiffler (OAB/DF 33.347) a qual exarou a sua
nota de ciente e aceitou cópia do mandado e contrafé que lhe ofereci. O referido é verdade e
dou fé.

Diligências: 06/07 às 09:25h.

Distrito Federal, 06 de Julho de 2020.

ERICA GLAUCIA MOURA CARREIRO


Oficial(a) de Justiça - mat. 311246

Chave de acesso: https://ceman.tjdft.jus.br/certidoes/1b9cee39-4789-494d-b580-613f5cd36c25

06/07/2020 às 13:46:07 Assinado eletronicamente por ERICA GLAUCIA MOURA CARREIRO Mat. 311246 Página 1 de 1

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Número do documento: 20070613502047700000063626813
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070613502047700000063626813
Assinado eletronicamente por: ERICA GLAUCIA MOURA CARREIRO - 06/07/2020 13:46:27
Num. 67006951 - Pág. 1
Segue

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Número do documento: 20070619181377300000063674493
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619181377300000063674493
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:18:13
Num. 67061405 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Autos nº. 0704587-36.2020.8.07.0007

SAÚDE SIM LTDA., Operadora de Medicina de Grupo, inscrita no


CNPJ/MF sob no 02.464.179/0001-63, registrada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar –ANS sob o n° 32011-1, com sede na Av. das Araucárias, Lotes
1835/2005, Sala 301, Águas Claras Shopping, Águas Claras, Brasília/DF, CEP:
71.936-250, nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., apresentar o que segue:

A Requerida efetivamente comprovou o cumprimento da liminar


deferida, nos termos da decisão nos autos do Agravo nº 0711687-63.2020.8.07.0000, a
decisão de ID 16003091 foi no sentido de “autorizar a realização de cirurgia reparadora
para complementação do tratamento bariátrico", neste sentido a Requerida cumpriu com
o que fora determinado, vez que autorizou o procediemento cirúrgico da forma
apresentada pelo médico assistente.
A Requerente alega descumpriemento da liminar, por não ter realizado
o procediemento até a presente data, ocorre Excelência, que com a autorização do
procedimento cabeira à Requerente agendar nova consulta com seu médico, para
reavaliação clínica e, ainda, solicitação de exames pré-operatórios, se necessário, vez
que os exames juntados pela autora com inicial datam de agosto e novembro de 2019.
A realização da cirurgia, depende, também, da Requerente, que deveria
ter agendado nova consulta de avaliação e averiguar disponibilidade da agenda.

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Número do documento: 20070619181385100000063674496
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619181385100000063674496
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:18:13
Num. 67061408 - Pág. 1
Diante da decisão de ID 66850178, a Requerida entrou em contato com o
Prestador responsável pelo pedido médico apresentado pela Requerente, e conforme
informações prestadas o Dr. Ivan Araújo tem agenda para o dia 21.07.2020.
Ressalta-se que como a Requerente não apresentou novo pedido
médico, a Requerida utilizou o pedido médico apresentado em dezembro de 2019
para providenciar o agendamento do procedimento cirurgico com o Dr. Ivan Araújo
Motta CRM-DF 16482.
Ressalta-se, ainda, que desde o início da Pandemia as Clínicas e
Hospitais alteraram suas rotinas de marcação de cirurgias, diante da necessidade de
reserva de leitos em UTI, e ainda, da possibilidade de necessitar de interneção em
UTI e haver disponibilidade, em caso de intercorrência durante o procedimento
cirúrgico.
A Requerida, ainda, junta Ofício 0012/2020, datado de 17.06.2020
encaminhado à Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, em que comunica o
desabastecimento de insumos necessários à realização de procedimento cirúrgicos
eletivos na rede hospitalar do Distrito Federal, tendo em vista que tais insumos são
necessários para intubação de pacientes graves acometidos pela COVID-19. Tal
ofício, ainda, comunica o cancelamento, de diversos procedimentos cirúgicos
autorizados e agendados, por falta de bloqueadores anestésicos imprescindível para
anestesia cirúrgica
Consequentemente, considerando a data em que a cirurgia requerida
foi autorizada, a sua realização está comprometida diante das dificuldades
enfrentadas pelo sistema hospitalar, não só do Distrito Federal, em consequencia do
coronavirus.
Desta forma, entende-se que a decisão liminar está sendo cumprida
pela Requerida, estando o procedimento cirúrgico autorizado desde o dia 19.05.2020
e agendado para o dia 21.07.2020, conforme e-mail de confirmação encaminhado pelo
Instituto de Cirurgia do Lago, portanto, não há que se falar em aplicação de multa
por descumprimento de decisão liminar.

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Número do documento: 20070619181385100000063674496
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619181385100000063674496
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:18:13
Num. 67061408 - Pág. 2
Ressalta-se que a contestação será apresentada de acordo com o prazo
estabelecido.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, DF, 06 de julho 2020.

Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B. de Sant’Anna


OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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Número do documento: 20070619181385100000063674496
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Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:18:13
Num. 67061408 - Pág. 3
06/07/2020 Email – Kathia Aguiar Zeidan – Outlook

ENC: AGENDAMENTO DE CIRURGIA- JAKELINA MESQUITA SILVA


Laura Maria Mendes de Souza <laura.souza@saudesim.med.br>
Seg, 06/07/2020 14:43
Para: G-Grupo Credenciamento <gcredenciamento@saudesim.med.br>
Segue para resposta.

Atenciosamente,

Laura Maria
Assistente de Credenciamento
E-mail:laura.souza@saudesim.med.br
Tel.: (61) 3772-1830
Site: www.saudesim.med.br
Endereço: Avenida das Araucárias, Águas Claras
Shopping, Terceiro andar, Sala 301- Àguar Claras.

De: ICL Faturamento <icl.faturamento@carpaneda.com.br>


Enviada em: segunda-feira, 6 de julho de 2020 14:21
Para: Laura Maria Mendes de Souza <laura.souza@saudesim.med.br>
Assunto: Re: AGENDAMENTO DE CIRURGIA- JAKELINA MESQUITA SILVA

Boa tarde!
Prezada, Laura Maria

Conseguimos agendamento cirúrgico para o dia 21/07/2020 com o doutor Ivan Araujo.

A respeito dos valores ainda estamos fazendo o orçamento e posteriormente te passaremos

--
Att.; Silvia
Faturamento
(61) 3364-3300
INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO

Pensar em sustentabilidade é pensar na família, no próximo e em você mesmo.

https://outlook.office.com/mail/inbox/id/AAQkAGU4NjE5OTc4LTZlN2YtNDE0YS1iMjJlLTBjYjA2ZWQwMTFlOAAQAL8bRxnDL0BjuxXnid952JQ%3… 1/1

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Número do documento: 20070619181393800000063674497
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619181393800000063674497
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:18:13
Num. 67061409 - Pág. 1
Segue

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Número do documento: 20070619395912200000063677293
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395912200000063677293
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064208 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Autos nº. 0704587-36.2020.8.07.0007

SAÚDE SIM LTDA., Operadora de Medicina de Grupo, inscrita no


CNPJ/MF sob no 02.464.179/0001-63, registrada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar –ANS sob o n° 32011-1, com sede na Av. das Araucárias, Lotes 1835/2005,
Sala 301, Águas Claras Shopping, Águas Claras, Brasília/DF, CEP: 71.936-250, nos
autos do processo em epígrafe, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença
de V. Exa., requerer a juntada do Ofício 0012/2020 mencionado na petição de ID
67061408.
Ressalta-se que a contestação será apresentada de acordo com o prazo
estabelecido.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, DF, 06 de julho 2020.

Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B. de Sant’Anna


OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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Número do documento: 20070619395919500000063677296
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395919500000063677296
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064211 - Pág. 1
OFÍCIO/SAÚDESIM/DCA/ANS/Nº 011.2020

Brasília, 17 de junho de 2020

À
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR – ANS
DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO – DIFIS
C/C
DIRETORIA DE NORMAS E HABILITAÇAO DOS PRODUTOS – DIPRO

Assunto: Dar ciência sobre o desabastecimento de insumos na Rede Hospitalar


do Distrito Federal e impacto aos beneficiários desta operadora.

Prezados Senhores,

A SAÚDE SIM LTDA, vem por meio deste ofício dar ciência ao Órgão
Regulatório acerca do desabastecimento de insumos necessários à
realização de procedimentos cirúrgicos eletivos na rede hospitalar do Distrito
Federal.

Isto porque, já é consabido pelas operadoras de saúde que os hospitais veem


enfrentando dificuldades em adquirir medicamentos da linha anestésica
necessários à realização de procedimentos cirúrgicos, intubações e
tratamentos de pacientes graves. A escassez e o desabastecimento desses
insumos estão ocasionando o cancelamento por parte dos hospitais de
procedimentos cirúrgicos eletivos dos beneficiários desta Operadora.

Segundo os prestadores, tal medida é necessária para a garantia do


atendimento emergencial de casos graves e para que o atendimento aos
pacientes não seja interrompido integralmente.

Tal fato já está sendo amplamente divulgado nos veículos de comunicação,


os quais tomamos a liberdade de elencá-los neste documento, vejamos:

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070619395928100000063677297
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395928100000063677297
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064212 - Pág. 1
1 - https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/entidades-alertam-
para-falta-de-medicamentos-de-sedacao-em-
hospitais.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign
=compwa;

2 - https://paraiba.com.br/2020/06/08/faltam-sedativos-em-hospitais-
publicos-alerta-sociedade-brasileira-de-anestesiologia/;

3 - https://www.ictq.com.br/farmacia-hospitalar/1650-falta-medicamento-
para-sedacao-em-hospitais;

4 - https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/falta-de-medicamentos-
de-sedacao-preocupa-profissionais-de-saude-na-bahia/

Dito isso, os hospitais do Distrito Federal estão suspendendo os procedimentos


cirúrgicos eletivos, comunicando os pacientes na véspera ou mesmo no dia
do procedimento cirúrgico. Tal medida intempestiva ocasiona uma
insatisfação ao beneficiário, que atribui a não realização do procedimento à
Operadora, o que não é a verdade.

Neste ínterim, o intuito do presente comunicado, além de dar ciência à ANS


acerca dos novos fatos que assolam a sociedade e o sistema de saúde, a
Saúde Sim anseia que a ANS não se furte de seu papel regulador do setor,
bem como solicita que essa Agência se abstenha de considerar as
reclamações que versarem sobre esse tema, pois fogem a alçada da Saúde
Sim, que não pode ser responsabilizada pela escassez dos insumos no
mercado, além de se tratar de uma dificuldade de âmbito nacional.

Para corroborar ainda mais o presente, encaminha-se o Ofício n.º 037/2020


emitido pela Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
– SBRAFH para o Ministro da Saúde, o qual apresenta um levantamento
realizado acerca do desabastecimento de medicamentos e produtos para a

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070619395928100000063677297
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395928100000063677297
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064212 - Pág. 2
saúde em unidades hospitalares e demais serviços de saúde em decorrência
da pandemia pelo COVID-19.

O documento relata dentre outros dados, que as maiores dificuldades de


abastecimento envolvem medicamentos para sedação (64%), seguido de
bloqueio neuromuscular (59%) e analgesia (37%). Os resultados podem ser
verificados no site da sociedade (www.sbrafh.org.br).

A respeito dos medicamentos que estão em falta, conforme relatados pelos


hospitais do Distrito Federal, segue a listagem:

1. Pancuronio;
2. Vecuronio;
3. Sevoflurano;
4. Midazolam;
5. Propofol;
6. Suxametonio;
7. Fentanil;
8. Midazolam;
9. Cetamina;
10. Remifentanil;
11. Cisatracurio;
12. Rocuronio;
13. Ketamina;
14. Diprivan,
15. Succinil Colina;
16. Morfina;
17. Precedex;
18. Pavulon, e
19. Esmeron.

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Número do documento: 20070619395928100000063677297
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395928100000063677297
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064212 - Pág. 3
Por fim, vale ressaltar que os Hospitais credenciados à Saúde Sim cancelando
as cirurgias eletivas já autorizadas pela Operadora e agendadas, em virtude
da ausência insumos inerentes ao ato cirúrgico o que, vem causando
insatisfação por parte dos beneficiários e, consequentemente, reclamações
nos canais de atendimento da Operadora e na ANS, pois atribuem tal medida
como uma negativa de atendimento por parte da Operadora, o que não é
verdade.

A Saúde Sim coloca-se à disposição para prestar esclarecimentos adicionais.

Atenciosamente

RAPHAEL DOS SANTOS Assinado de forma digital por RAPHAEL


DOS SANTOS COELHO:07833357766
COELHO:07833357766 Dados: 2020.06.17 18:11:46 -03'00'
______________________________________________________________________
RAPHAEL DOS SANTOS COELHO
REPRESENTANTE LEGAL
SAÚDE SIM LTDA

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Número do documento: 20070619395928100000063677297
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070619395928100000063677297
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 06/07/2020 19:39:59
Num. 67064212 - Pág. 4
Segue

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204935500000063748377
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204935500000063748377
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144218 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo nº 0704587-36.2020.8.07.0007

SAÚDE SIM LTDA., Operadora de Medicina de Grupo, inscrita no


CNPJ/MF sob no 02.464.179/0001-63, registrada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar – ANS sob o n° 32011-1, com sede na Av. das Araucárias, Lotes 1835/2005,
Sala 301, Águas Claras Shopping, Águas Claras, Brasília/DF, CEP: 71.936-250, nos autos
do processo em epígrafe, que lhe move JAKELINA MESQUITA SILVA, por seu
advogado, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., oferecer, como lhe faculta o art.
335 do CPC,

CONTESTAÇÃO

aos pedidos iniciais, nos termos e pelas razões de fato e de direito a seguir deduzidas:

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 1
DA TEMPESTIVIDADE

O mandado de citação foi juntado aos autos em 16.07.2020,


considerando o prazo de 15 dias úteis, o termo final para apresentação de contestação
é 07.07.2020, portanto tempestiva a presente defesa.

BREVES CONSIDERAÇÕES

A Requerente, a época da propositura da Ação, era beneficiária do


plano de saúde ofertado pela Requerida, em consequência de seu contrato de trabalho,
vez que o plano de saúde era um benefício oferecido por seu ex-empregador.

A Requerente tinha carteirinha nº 001.0697.000520-00-0, alega ter


realizado cirurgia bariátrica em outubro de 2015, como tratamento de obesidade
mórbida, com perda considerável de peso, já passou por cirurgia plástica reparadora
no abdome.

Ocorre que sob o argumento de continuidade do tratamento de


obesidade requereu junto a Requerida autorização para realização de cirurgia
reparadora Código TUSS 30101670 (plástica em Z ou W) e 30101565 (extensos
ferimentos, cicatrizes ou tumores), informações essas retiradas da negativa elaborada
pela Requerida, vez que não há nos autos pedido médico, com a descrição e
identificação do procedimento cirúrgico.

Após recepcionado o referido pedido de autorização, a Requerida


foi submetida à perícia médica presencial para comprovação da necessidade apontada.
Ocorre, que o médico responsável pela perícia não encontrou indícios de escoriações
cutâneas crônicas, limitação de amplitude de movimento conforme descrito na inicial.

Diante do relatório de perícia, o pedido foi negado, não fundado


apenas na falta de cobertura contratual, mas primordialmente na ausência de excesso
de pele, em consequência do emagrecimento, contudo observou-se acúmulo de tecido
adiposo, sem qualquer observância de comprometimento à saúde da Requerente que
pudesse ser corrigido/sanado pela cirurgia solicitada.

A cirurgia plástica para o pós-bariátrico é considerada como

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 2
desdobramento do tratamento de obesidade que se destina primordialmente a reparar
ou a reconstruir parte do organismo humano ou, ainda, prevenir males de saúde, o
que não se aplica ao caso em análise.

A perícia médica anexa comprova não haver dobras de pele que


comprometam a saúde da Requerente, tais como candidíase de repetição, infecções
bacterianas devido às escoriações pelo atrito, odores e hérnias, podendo-se afirmar que
os procedimentos solicitados tem caráter meramente estéticos, não podendo-se
considerar o argumento de que o procedimento cirúrgico tem caráter funcional e
reparador.

Desta forma, diante da negativa de cobertura a Requerente propôs


a presente ação de obrigação e fazer c/c pedido indenizatório por danos morais no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Contudo, não há ilegalidade na negativa apresentada, conforme


será demonstrado nas razões a seguir apresentadas, portanto não há que se falar em
dever de indenizar, nem tão pouco de custear os materiais listados nos pedidos.

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O pedido de antecipação de tutela foi deferido, em sede de


agravo, determinado que a Requerida autorizasse a cirurgia.

Conforme documentação já apresentada o procedimento


encontra-se autorizado desde 19.05.2020, contudo o procedimento ainda não foi
realizado.

Cabe esclarecer que após a propositura da ação e deferimento do


pedido liminar, a Requerente foi demitida e informou ao seu ex-empregador não ter
interesse na manutenção do plano de saúde, que deveria ser custeado integralmente
por ela.

Desta forma, a Requerente não deu prosseguimento aos tramites


para realização da cirurgia já autorizada, não podendo ser acatado o argumento de
descumprimento da decisão liminar por parte da Requerida.

Conforme apresentado no ID 67061409, a cirurgia foi agendada


para o dia 21.07.2020.

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 3
Portanto, a Requerida cumpriu integralmente a decisão judicial.

Apesar de estar autorizado o procedimento, conforme


determinado, a Requerente não deu início aos procedimentos necessários para
realização da cirurgia, fato este que corrobora para o que fora alegado anteriormente.
Não resta evidente qualquer comprovação de risco à vida ou à saúde da Requerente a
espera pelo trâmite processual, que justifique o deferimento da antecipação de tutela
da forma que ocorreu.

Vistos comprova-se a ausência dos requisitos legis para concessão


da tutela de urgência, portanto, necessária a cassação da decisão liminar, nos termos
da jurisprudência deste E. Tribunal:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. OBRIGAÇÃO DE FAZER.
PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA REPARADORA PÓS
BARIÁTRICA. TUTELA INDEFERIDA. AUSÊNCIA DOS
PRESSUPOSTOS LEGAIS. MEDIDA IRREVERSÍVEL. DECISÃO
MANTIDA. 01. O CPC/15 estabelece que para concessão da tutela
de urgência, o magistrado, ao apreciar o pedido, deve fazê-lo em
nível de cognição sumária; assim, seja tutela antecipada ou tutela
cautelar, os requisitos para a concessão são os mesmos: juízo de
probabilidade e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo (art. 300, caput). 02. Verificada a inexistência tanto de um
como de outro, o indeferimento da medida se impõe,
especialmente em face da inexistência de risco de vida. 03.
Recurso desprovido.Unânime. (Acórdão 1235187,
07258161020198070000, Relator: ROMEU GONZAGA NEIVA, 7ª
Turma Cível, data de julgamento: 4/3/2020, publicado no DJE:
16/3/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Portanto, pugna-se pela cassação da liminar deferida.

DO MÉRITO

A presente ação é fundada em pedido médico que solicita


autorização para realização de cirurgia plástica para Correção de lipodistrofia crural
de membros inferiores - TUSS 30101670 (plástica em Z ou W) e 30101565 (extensos
ferimentos, cicatrizes ou tumores), apesar de não ter sido juntado pela Requerente
pedido médico, o que se encontra cadastrado no sistema da Operadora de Saúde,
ocorre que o pedido médico não relata qualquer perda de mobilidade, constatação de
infecções repetidas pelo excesso de pele, perda da funcionalidade de membros por

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 4
perda de amplitude de movimento ou função, mas tão somente a informação de que
Requerente passou por cirurgia bariátrica para tratamento de obesidade mórbida.

A cirurgia plástica para continuidade de tratamento de obesidade


mórbida, não consta no rol da ANS como de cobertura obrigatória, mas diante da
construção de entendimento jurisprudencial sobre o tema a Requerida, adotou como
processo interno perícia presencial de beneficiários nessa circunstância.

Desta forma, fora realizada perícia presencial, onde constatou-se


conforme relatório anexo, não haver excesso de pele, perda de amplitude de
movimento dos membros inferiores ou superiores, ou até mesmo perda da
funcionalidade dos membros.

No relato apresentado na inicial a Requerente apresenta meros


relatos de que o excesso de pele dificulta sua locomoção, e que faz acompanhamento
psicológico devido a sintomas de ansiedade recorrentes.

É certo que o relatório psicológico apresentado afirma ter a


Requerente choro fácil, divagação dos pensamentos, labilidade emocional,
desesperança e dificuldade de contactuação, ocorre, Excelência, que não cabe ao
profissional psicólogo indicar procedimento cirúrgico como forma de tratamento aos
seus pacientes, devendo, portanto, ser desconsiderada o documento de ID 60455065.

A cirurgia plástica para o pós-bariátrico é considerada como


desdobramento do tratamento de obesidade, conforme construção jurisprudencial,
que se destina primordialmente a reparar ou a reconstruir parte do organismo humano
ou, ainda, prevenir males de saúde, o que não se aplica ao caso em análise.

A perícia médica anexa comprova-se não haver dobras de pele


que comprometam a saúde da Requerente, nem tão pouco infecções cutâneas, tais
como candidíase de repetição, infecções bacterianas devido às escoriações pelo atrito,
odores e hérnias, não podendo-se considerar o argumento de que o procedimento
cirúrgico tem caráter funcional e reparador.

Não há no autos qualquer comprovação de risco à vida ou a saúde


da Requerente, mas tão somente um pedido médico, relatando ser a Requerente
paciente bariátrica e os procedimentos cirúrgicos aos quais foi submetida, não
havendo relato de excesso de pele, perda da amplitude de movimento, capaz de
comprometer a prática dos atos de sua higiene pessoal. É possível afirmar que tais

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Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 5
constatações não foram postas no relatório médico, tão somente por não condizerem
com a verdade.

Para melhor entendimento cabe apresentar a definição de


Lipodistrofia e adipose:

“Lipodistrofia: é o acúmulo ou a perda de gordura em


determinadas partes do corpo”.

“Adipose: Excesso de gordura no organismo”.

É certo que um paciente com perda ponderal de peso apresente


Lipodistrofia, ou até que paciente ex obeso apresente pontualmente acúmulo de
gordura no corpo, contudo não pode-se considerar que os planos de saúde sejam
obrigados a custear determinados procedimentos excluídos do rol de cobertura pela
ANS, pela simples fundamentação de continuidade do tratamento de obesidade.

As cirurgias plásticas cobertas pelos planos de saúde buscam


possibilitar aos seus beneficiários a retirada de peles em excesso que prejudicam
mobilidades, trazem feridas de repetição comprometendo a qualidade de vida e saúde
do beneficiário, o que se comprova não estar presente no caso em análise.

Desta forma, a Requerida apresenta prova da inexistência dos


argumentos apresentados a inicial, cabendo, como forma de justiça, a improcedência
dos pedidos.

As fotos apresentadas em anexo demonstram não haver indícios


de comprometimento de mobilidade ou excesso de pele capaz de colocar em risco a
vida e a saúde da Requerente

Precioso ressaltar que tal conclusão é de médico responsável pela


perícia, e não de mera alegação da Operadora de plano de saúde, devendo considerar
o relatório da perícia para cassação de liminar deferida e no mérito julgar
improcedente o pedido.

Além de estar comprovado que os procedimentos cirúrgicos


solicitados não buscam o restabelecimento da saúde da Requerente, tais
procedimentos não constam do Rol obrigatório da ANS.

O contrato de prestação de serviço de plano de saúde ao qual a


Requerente aderiu é regido pela Lei 9.656/98 e outros normativos da Agência Nacional
de Saúde Suplementar – ANS.

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Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 6
Desta forma, não há que se falar em irregularidade na negativa
apresentada pela Requerida.

O Rol da ANS é para as operadoras de planos de saúde a diretriz


a ser seguida quanto a obrigatoriedade de cobertura assistência, assim como,
ferramenta para a precificação de seus produtos e consequentemente indicador do seu
equilíbrio financeiro.

O Superior Tribunal de justiça em recente decisão iniciou marco


transitório na modificação de jurisprudência em relação do Rol de procedimentos de
cobertura obrigatória das operadoras de planos de saúde, entendendo que o Rol de
procedimentos da ANS é TAXATIVO e não meramente exemplificativo, veja-se:

PLANOS E SEGUROS DE SAÚDE. RECURSO ESPECIAL. ROL


DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE
ELABORADO PELA ANS. ATRIBUIÇÃO DA AUTARQUIA,
POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO LEGAL E NECESSIDADE DE
HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES DAS PARTES DA
RELAÇÃO CONTRATUAL. CARACTERIZAÇÃO COMO
RELAÇÃO EXEMPLIFICATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
MUDANÇA DO ENTENDIMENTO DO COLEGIADO
(OVERRULING). CDC. APLICAÇÃO, SEMPRE VISANDO
HARMONIZAR OS INTERESSES DAS PARTES DA RELAÇÃO
CONTRATUAL. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO E
ATUARIAL E SEGURANÇA JURÍDICA. PRESERVAÇÃO.
NECESSIDADE. RECUSA DE COBERTURA DE
PROCEDIMENTO NÃO ABRANGIDO NO ROL EDITADO
PELA AUTARQUIA OU POR DISPOSIÇÃO CONTRATUAL.
OFERECIMENTO DE PROCEDIMENTO ADEQUADO,
CONSTANTE DA RELAÇÃO ESTABELECIDA PELA
AGÊNCIA. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. INVIABILIDADE.

1. ALei n. 9.961/2000 criou a Agência Nacional de Saúde


Suplementar - ANS, que tem por finalidade institucional
promover a defesa do interesse público na assistência
suplementar à saúde. O art. 4º, III e XXXVII, atribui
competência à Agência para elaborar o rol de procedimentos
e eventos em saúde que constituirão referência básica para os
fins do disposto na Lei n. 9.656/1998, além de suas

Este documento foi gerado pelo usuário 003.***.***-31 em 21/09/2022 18:53:24


Número do documento: 20070717204947700000063748384
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204947700000063748384
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144226 - Pág. 7
excepcionalidades, zelando pela qualidade dos serviços
prestados no âmbito da saúde suplementar. 2. Com efeito, por
clara opção do legislador, é que se extrai do art. 10, § 4º, da Lei
n. 9.656/1998 c/c o art. 4º, III, da Lei n. 9.961/2000, a atribuição
dessa Autarquia de elaborar a lista de procedimentos e
eventos em saúde que constituirão referência básica para os
fins do disposto na Lei dos Planos e Seguros de Saúde. Em
vista dessa incumbência legal, o art. 2º da Resolução
Normativa n. 439/2018 da ANS, que atualmente regulamenta
o processo de elaboração do rol, em harmonia com o
determinado pelo caput do art. 10 da Lei n. 9.656/1998,
esclarece que o rol garante a prevenção, o diagnóstico, o
tratamento, a recuperação e a reabilitação de todas as
enfermidades que compõem a Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde - CID da Organização Mundial da Saúde. 3.
Aelaboração do rol, em linha com o que se deduz do Direito
Comparado, apresenta diretrizes técnicas relevantes, de
inegável e peculiar complexidade, como: utilização dos
princípios da Avaliação de Tecnologias em Saúde - ATS;
observância aos preceitos da Saúde Baseada em Evidências -
SBE; e resguardo da manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do setor. 4. O rol mínimo e obrigatório de
procedimentos e eventos em saúde constitui relevante
garantia do consumidor para propiciar direito à saúde, com
preços acessíveis, contemplando a camada mais ampla e
vulnerável da população. Por conseguinte, em revisitação ao
exame detido e aprofundado do tema, conclui-se que é
inviável o entendimento de que o rol é meramente
exemplificativo e de que a cobertura mínima, paradoxalmente,
não tem limitações definidas. Esse raciocínio tem o condão de
encarecer e efetivamente padronizar os planos de saúde,
obrigando-lhes, tacitamente, a fornecer qualquer tratamento
prescrito, restringindo a livre concorrência e negando vigência
aos dispositivos legais que estabelecem o plano-referência de
assistência à saúde (plano básico) e a possibilidade de
definição contratual de outras coberturas. 5. Quanto à
invocação do diploma consumerista pela autora desde a
exordial, é de se observar que as técnicas de interpretação do
Código de Defesa do Consumidor devem reverência ao

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Num. 67144226 - Pág. 8
princípio da especialidade e ao disposto no art. 4º daquele
diploma, que orienta, por imposição do próprio Código, que
todas as suas disposições estejam voltadas teleologicamente e
finalisticamente para a consecução da harmonia e do
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores. 6.
O rol da ANS é solução concebida pelo legislador para
harmonização da relação contratual, elaborado de acordo com
aferição de segurança, efetividade e impacto econômico. A
uníssona doutrina especializada alerta para a necessidade de
não se inviabilizar a saúde suplementar. A disciplina
contratual exige uma adequada divisão de ônus e benefícios
dos sujeitos como parte de uma mesma comunidade de
interesses, objetivos e padrões. Isso tem de ser observado tanto
em relação à transferência e distribuição adequada dos riscos
quanto à identificação de deveres específicos do fornecedor
para assegurar a sustentabilidade, gerindo custos de forma
racional e prudente. 7. No caso, a operadora do plano de saúde
está amparada pela excludente de responsabilidade civil do
exercício regular de direito, consoante disposto no art. 188, I,
do CC. É incontroverso, constante da própria causa de pedir,
que a ré ofereceu prontamente o procedimento de
vertebroplastia, inserido do rol da ANS, não havendo falar em
condenação por danos morais. 8. Recurso especial não
provido. (REsp 1733013/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/12/2019, DJe
20/02/2020) (grifo nosso)

Assim, não se pode considerar que o Rol de cobertura da ANS seja


meramente exemplificativo, pois é com base nesta cobertura que os planos de saúde
são precificados e ofertados aos consumidores, qualquer desequilíbrio nesta relação
coloca em risco a manutenção dos serviços oferecidos pelas operadoras de plano de
saúde.

Portanto, considerando que não há cobertura para o


procedimento cirurgico solicitado e, ainda, por não mais ser a Requerente beneficiária
do plano de saúde Requerido, a obrigação de fazer pleiteada deve ser julgada
improcedente.

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Num. 67144226 - Pág. 9
DO DANO MORAL

Dentro dos princípios da mais lidima justiça aplicada ao caso dos


autos, a Requerida pede venia para esclarecer que não há ato ilícito com a restrição de
cobertura pela negativa de autorização para realização de cirurgia de conforme pedido
médico apresentado.

Dentro dos princípios da mais lidima justiça aplicada ao caso dos


autos, a ré pede venia para esclarecer que ENCONTRAVA-SE NO EXERCÍCIO
REGULAR DE UM DIREITO DE LIMITAR-SE A COBRIR DE ACORDO COM AS
REGRAS DO CFM E DA ANS, OU SEJA, NESSAS HIPÓTESES NÃO HÁ QUE SE
COGITAR EM OFENSA AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DA
REQUERENTE APTO A GERAR INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.

É certo afirmar o procediemnto cirurgico não consta do Rol da


ANS, sendo assim, excluído da cobertura de atendimetno que consta do contrato ao
qual a Requerente aderiu, portanto não há que se falar em irregularidade na negativa,
nem tão pouco no dever de idenizar.

Não há no caso em tela qualquer atitude que tivesse maculado a sua


honra ou integridade, motivo pelo, data venia, não há que se falar em qualquer indenização por
suposto dano moral.

Nesse ínterim, apresenta-se o entendimento do Egrégio Superior


Tribunal de Justiça, vejamos:

CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


PLANO DE SAÚDE. PERÍODO DE CARÊNCIA. CIRURGIA
BARIÁTRICA. RECUSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. MERO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL.
VIOLAÇÃO DO DIREITO DE PERSONALIDADE. NÃO
CONFIGURADO.
1. A negativa do plano de saúde em cobrir despesas relativas a
cirurgia bariátrica emergencial ao argumento de que se trata de
doença preexistente e haver necessidade de se observar prazo de
carência, afronta as normas regulamentadoras dos planos de
saúde, além de estar em confronto com o sistema de proteção ao
consumidor, pois restringe a própria natureza do contrato
2. Conforme previsão das normas da Agência Nacional de Saúde
Suplementar e do Conselho Federal de Medicina que regem a
matéria, havendo indicação expressa dos médicos que
acompanham o quadro clínico do paciente, revela-se indevida a
recusa do plano de saúde em autorizar o procedimento cirúrgico.
3. Para a configuração do dano extrapatrimonial, cumpre aferir a
ocorrência de eventual violação a direitos da personalidade,
como os elencados no inciso X do art.5º da Constituição Federal,

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Num. 67144226 - Pág. 10
intimidade, vida privada, honra e imagem.
4. Revela-se assente na jurisprudência o entendimento de que o
descumprimento contratual, desassociado da efetiva violação a
direito da personalidade, não equivale enfrentamento de dano
moral.
5. Apelação parcialmente provida. Sentença reformada.
(Acórdão n.599350, 20110710077255APC, Relator: FLAVIO
ROSTIROLA, Revisor: ANA MARIA CANTARINO, 1ª Turma
Cível, Data de Julgamento: 27/06/2012, Publicado no DJE:
02/07/2012. Pág.: 84) (ênfase acrescida)

Ademais, nos termos do Código de Defesa do Consumidor (Art. 6º, VI),


e do Código Civil (Art. 944, caput), a indenização do dano moral, quando cabível, deve ser
fixada levando-se em conta o suposto dano, que deve ser provado, até porque o Código Civil
veda o enriquecimento sem causa (art. 884). Confiram-se, no passo, os expressivos julgados,
verbis:

“(...)
Quem age de acordo com cláusula contratual, ainda que
posteriormente declarada nula, não reponde por danos morais.
(...)”.1
“O desconforto provocado pelo eventual descumprimento
contratual ou a mera dificuldade de conseguir uma isenção de
carência em plano de saúde não pode ser convertido em
indenização por danos morais. Limites nos termos contratados.
Inexiste dano moral quando as partes apenas discutem direitos e
obrigações, condutas constitucionalmente previstas. Negado
provimento ao recurso.”2 (sem grifo no original)

“CONSUMIDOR. SEGURO SAÚDE. RECUSA DA


SEGURADORA DE LIBERAR SENHA AO SEGURADO.
INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ.
INADMISSIBILIDADE DO DANO MORAL PELO
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL.”3 (sem grifo no original)
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. SEGURO-VIAGEM.
DANOS MORAIS. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL.
INOCORRÊNCIA EM REGRA. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL
NÃO CARACTERIZADA. RECURSO DESACOLHIDO.
I – Como anotado em precedente (REsp
202.504-SP, DJ 1.10.2001), ‘o inadimplemento do contrato, por si
só, pode acarretar danos materiais e indenização por perdas e
danos, mas, em regra, não dá margem ao dano moral, que
pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a
inobservância das cláusulas contratuais por uma das partes

1
Trecho do voto do Min. Ari Pargendler no RESP nº 521.851/RJ, STJ, 3ª Turma, DJ de 29.03.2004.
2
Recurso nº 2001011004165-7/DF, Juizado Especial Cível.
3
Apelação Cível 597093707/RJ, TJRJ.

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possa trazer desconforto ao outro contratante – e normalmente o
traz – trata-se, em princípio, do desconforto a que todos podem
estar sujeitos, pela própria vida em sociedade’ [...]“4 (sem grifo
no original)

Por todo o exposto, de acordo com entendimento do Egrégio Tribunal e


do Superior Tribunal de Justiça, pugna também, pela improcedência de indenização por dano
moral.

Acaso não se entenda pela improcedência da indenização moral, que o


valor seja arbitrado com base em critérios de razoabilidade e proporcionalidade, tendo em
vista, frisa-se, a divergência havida ser contratual e legal, o que se admite, apenas, por amor
ao debate.

Em pese improvável condenação ao pagamento de indenização por


danos morais, se faz indispensável, em obediência ao princípio da eventualidade, tecer breves
comentários sobre o valor requerido.

De acordo com o art. 944, do Código Civil, “a indenização mede-se pela


extensão do dano”, sendo possibilitada, no entanto, a redução do valor “se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e dano”, consoante dispõe o parágrafo único de tal
artigo.

Assim, cabe salientar que o pleito indenizatório, no valor de R$


10.000,00 (dez mil reais), é exorbitante, sem qualquer proporcionalidade ou razoabilidade.

Desse modo, tal valor representa verdadeiro enriquecimento sem causa,


o qual é vedado apelo art. 186 do Código Civil. Em vista do exposto, mesmo na remota
hipótese de que seja julgado procedente o pleito indenizatório, o que genuinamente não se
espera, o valor da indenização deve ser arbitrado de forma a evitar o enriquecimento ilícito da
Requerente.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O NCPC distribui o ônus da prova de igual forma as partes, cabendo ao


Requerente demonstrar o fato constitutivo de seu direito e ao Requerido, a seu turno, a
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo daquele.

A propósito, ensina MOACYR AMARAL SANTOS que, em juízo “os


fatos não se presumem. A verdade sobre eles precisa aparecer: OS FATOS DEVEM SER

4
RESP nº 338.162/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 18/02/2002.

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PROVADOS”.

Consequência disso é, então que cada uma das partes tem de oferecer a
prova daquilo que alega, sob pena de sair vencida na demanda, como diz o mesmo
processualista:

Daqui resulta que os litigantes, para


garantia de suas pretensões, devem provar as afirmações
dos fatos que fazem, ônus que lhe é comum, regulado pelos
princípios que formam a teoria do ônus da prova. (“Prova
Judiciária no Civil e no Judicial”, v.I, nº227

Desta forma, pugna-se pela improcedência do pedido de inversão do


ônus da prova.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se:

a) A cassação da liminar deferida;

b) No mérito requer a improcedência do pedido da Requerente, por ter a


Requerida baseado sua negativa inicial pela aplicação das regras do
contrato, por não haver previsão contratual para cobertura, não
estando presentes o objetivo de restabelecimetno da saúde da
Requerente, e por não estar presente qualquer ato ilícito que tenha
maculado a integridade física ou moral da Requerente

c) Acrescenta-se, de forma subsidiária, que caso este juízo entenda pela


condenação da Requerida ao dever de indenizar que esta seja arbitrada
conforme aplicação dos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.

Pugna-se, ainda, que todas as publicações sejam feitas em nome


da Advogada Kathia Aguiar Zeidan, inscrita na OAB/DF sob o nº 31.330.

Termos em que pede deferimento.

Brasília/ DF, 07 de julho de 2020.

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Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B. De Sant’Anna
OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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Num. 67144227 - Pág. 6
07/07/2020 Email – Kathia Aguiar Zeidan – Outlook

RES: URGENTE - descumprimento de liminar - JAKELINA MESQUITA SILVA


Laura Maria Mendes de Souza<laura.souza@saudesim.med.br>
Ter, 07/07/2020 15:17
Para:  Daniela Almeida <daniela.almeida@saudesim.med.br>; Gabriela Schiffler Sena Gonçalves <gabriela.goncalves@saudesim.med.br>; Kathia Aguiar Zeidan <kathia.zeidan@saudesim.med.br>;G-
Jurídico <gjuridico@saudesim.med.br>
Cc:  Fernanda Maria dos Santos <fernanda.santos@saudesim.med.br>; Luís Guilherme Azambuja Vielmo <luis.vielmo@saudesim.med.br>; Autorização <autorizacao@saudesim.med.br>; G-Grupo
Credenciamento <gcredenciamento@saudesim.med.br>; Locimar Albergaria <locimar.albergaria@saudesim.med.br>;Marina Santa Rosa <marina.santarosa@saudesim.med.br>
Boa Tarde!

Prezados,

Beneficiária informado por telefone hoje ás 15:10 pelo número 61 9 84836406 do agendamento para cirurgia no dia 21/07/2020, com Dr. Ivan, no ICL.

Atenciosamente,

Laura Maria
Assistente de Credenciamento
E-mail:laura.souza@saudesim.med.br
Tel.: (61) 3772-1830
Site: www.saudesim.med.br
Endereço: Avenida das Araucárias, Águas Claras
Shopping, Terceiro andar, Sala 301- Àguar Claras.

https://outlook.office.com/mail/inbox/id/AAQkAGU4NjE5OTc4LTZlN2YtNDE0YS1iMjJlLTBjYjA2ZWQwMTFlOAAQAL8bRxnDL0BjuxXnid952JQ%3D 1/1

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Número do documento: 20070717204983300000063750086
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070717204983300000063750086
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 07/07/2020 17:20:49
Num. 67144228 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Certifico e dou fé que a parte ré juntou aos autos a Contestação de ID 67144218, apresentada
TEMPESTIVAMENTE,

( ) com preliminar de impugnação ao valor da causa;


( ) com preliminar de impugnação à gratuidade de justiça;
( ) com preliminar de ilegitimidade passiva ou ausência de interesse processual;
( ) com demais preliminares, previstas no art. 337 do CPC;
( ) com prejudicial de prescrição ou decadência;
( X ) com documentos novos;

( ) sem preliminares ou documentos novos.

Certifico, ainda, que o advogado da parte ré encontra-se devidamente vinculado a este processo no sistema
do PJE.

De ordem, fica intimado o autor a se manifestar em réplica, no prazo legal.

Taguatinga - DF, 9 de julho de 2020 09:44:35.

GABRIEL MENDES

Estagiário Cartório

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Número do documento: 20070915082999200000063882302
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20070915082999200000063882302
Assinado eletronicamente por: RAFAEL VOIGT LEANDRO - 09/07/2020 15:08:30
Num. 67296578 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Certidão ID 67296578 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
10/07/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

11 de julho de 2020

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Número do documento: 20071102263982700000064048832
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20071102263982700000064048832
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 11/07/2020 02:26:39
Num. 67483591 - Pág. 1
Segue anexa.

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Número do documento: 20080316310915400000065502493
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Num. 69114848 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo nº: 0704587-36.2020.8.07.0007

JAKELINA MESQUITA SILVA, já qualificada nos autos do processo em


epígrafe, vem, por intermédio de suas procuradoras, devidamente constituídas à
presença de Vossa Excelência, no prazo legal, com fundamento no art. 350, do CPC,
para opor

RÉPLICA A CONTESTAÇÃO

em face da EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 02.464.179/0001-63, estabelecida no Águas Claras Shopping
Avenida das Araucárias, Lotes 1835/2005 Piso 3 - Sala 301. CEP: 71936-250 Águas
Claras, Brasília – DF.

Colecionada aos autos com ID nº 67144218, pelos motivos de fato e de direito


a seguir aduzidos:

I – DA TEMPESTIVIDADE

A presente réplica é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua
apresentação é de 15 (quinze dias), contados do primeiro dia útil seguinte da publicação.
Assim, considerando que a intimação foi feita em 13/07/2020, o prazo final ocorre em
03/08/2020.

II – SÍNTESE DOS FATOS

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Num. 69114856 - Pág. 1
A requerente entrou com ação requerendo a liminar para que fosse feita
cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, pois na época da
propositura da ação era beneficiária do plano de saúde “Saúde Sim”, a liminar foi
devidamente cumprida pelo plano de saúde, a requerente fez a cirurgia dia 21/07/2020.

A liminar foi concedida pelo Juízo de 2º grau no Agravo de Instrumento nº


0711687-63.2020.8.07.0000, que em sua decisão deferiu a tutela de urgência postulada.

Ocorre que a requerente foi mandada embora da empresa sem justa causa, na
qual era beneficiária do plano de saúde empresarial e que fazia coparticipação. A autora
foi despedida inesperadamente. Em nenhum momento foi oferecido à autora outro plano
de saúde na modalidade individual ou familiar.

A liminar e seus efeitos devem ser totalmente mantidos, em razão de se tratar


de um direito adquirido. A partir do momento que foi negada a cirurgia e a liminar foi
deferida para se fazer a cirurgia, os efeitos tem que retroagir da data em que a liminar
foi deferida e seus efeitos devem ser totalmente mantidos.

A requerente acionou seu plano de saúde “Saúde Sim”, para dar entrada na
cirurgia, onde fez exames e passou por pericia presencial em dezembro de 2019, os
exames atestaram que a requerida estaria apta para realizar tal cirurgia e o médico do
plano de saúde indicou que a requerida deveria fazer o procedimento cirúrgico na região
dos membros inferiores esquerdo e direito, mas o plano se negou a custear a cobertura
da cirurgia, mesmo com todos os exames aptos e o médico do plano indicando o
procedimento cirúrgico, tais exames e a negativa do plano estão em anexo na Inicial.

As sobras de pele as quais se apresentavam nas partes inferiores da requerente


atrapalhavam a sua qualidade de vida, uma vez que as sobras de pele que se
encontravam nas partes dos membros inferiores esquerdo e direito, causavam um
inegável incomodo como a simples ação de andar, caminhar, correr, praticar atividade
física, como demonstram as fotos anexas na Inicial dos membros inferiores.

É obrigação do requerido custear o procedimento cirúrgico da reparadora, uma


vez que os próprios médicos do plano de saúde que acompanharam a requerente

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Num. 69114856 - Pág. 2
possuem as melhores condições para atestar as suas necessidades. O plano de saúde
“Saúde Sim” não pode se excluir de seu dever de custear o procedimento cirúrgico da
reparadora, pois viola não apenas os elementos essenciais do contrato firmado junto à
arequerente, como também todos os Diplomas Legais pátrios, a Começar pelo Código
Civil e Código de Defesa do Consumidor, e, finalmente, o unânime entendimento
jurisprudencial sobre a matéria.

É a breve síntese dos fatos.

III – DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

A decisão ID 60458765 do juiz “a quo” em qual negou a Antecipação de


Tutela foi reformada pelo Juízo de 2º grau no Agravo de Instrumento nº 0711687-
63.2020.8.07.0000, que em sua decisão deferiu a tutela de urgência postulada,
conforme ID 63264600.

O requerido negou-se a cumprir a tutela de urgência deferida pelo Juízo de 2º


grau. Em decisão do juiz “a quo” ID 66850178, intimou o requerido para cumprimento
da tutela de urgência deferida, com a advertência da aplicação da multa prevista na
decisão de ID 65775011.

Em Contestação ID 67144218, o requerido marcou a cirurgia para o dia


21/07/2020, sendo a liminar devidamente cumprida, a cirurgia reparadora foi
realizada na data marcada e a requerente está se recuperando da cirurgia, em que foi
feita a retirada de pele em excesso dos membros inferiores esquerdo e direito.

A LIMINAR DEFERIDA DEVE SER MANTIDA COM TODOS OS SEUS


EFEITOS.

Nesse sentido, jurisprudência do TJDFT:

CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.


OBRIGAÇÃO DE FAZER. INTERESSE DE AGIR. PRESENÇA.
NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO. CIRURGIA PLÁSTICA
REPARADORAPÓS ACIDENTE. ESCOLHA DE MELHOR
TERAPÊUTICA. TAREFA DO MÉDICO ASSISTENTE. ROL DA
ANS MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO. CANCELAMENTO DO

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Num. 69114856 - Pág. 3
CONTRATO. RESPONSABILIDADE DA OPERADORA DO
PLANO DE SAÚDE.
1. Presente nos autos a demonstração acerca da efetiva negativa de
cobertura para os procedimentos, por ausência de previsão contratual e
no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), há interesse
de agir consubstanciado na necessidade e utilidade da tutela
jurisdicional.
2. Se o ajuste firmado entre as partes estabelece cobertura garantida
para as doenças listadas no CID-10, a negativa escorada no fato de o
tratamento indicado pelo médico assistente não se encontrar no rol dos
procedimentos estabelecidos pela ANS não tem guarida no contrato,
tampouco na lei.
3. O responsável pelo acompanhamento clínico do paciente é
quem detém melhores condições de sugerir a terapêutica mais
adequada ao seu caso específico.
4. O encerramento do contrato ocorrido após o evento para o qual
o consumidor solicitou cobertura não repercute no desate da
querela, haja vista que os efeitos do cancelamento são posteriores
e não afetam sinistros ocorridos anteriormente.
8ª Turma Cível, Publicado no DJE : 18/12/2019

No mesmo sentido, jurisprudência deste egrégio Tribunal de Justiça:

CONSUMIDOR. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS. PLANO DE
ASSISTÊNCIA À SAÚDE. SEGURO COLETIVO EMPRESARIAL
DE REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES.
ATENDIMENTO DIRETAMENTE NA REDE CONVENIANDA.
NECESSIDADE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO AUTORIZADO. POSTERIOR CANCELAMENTO
DA APÓLICE NO PERÍODO DE PREPARAÇÃO PRÉ-
CIRÚRGICO. SINISTRO OCORRIDO DURANTE A VIGÊNCIA
DO CONTRATO SECURITÁRIO. DEVER DE COBERTURA.
REVOGAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO. CONDUTA ABUSIVA DO
FORNECEDOR. DANO MORAL. CANCELAMENTO DE
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PREVIAMENTE AUTORIZADO.
AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO EM TEMPO HÁBIL PARA
EVITAR A INTERRUPÇÃO DA COBERTURA.
CONFIGURAÇÃO. QUANTUM. MANUTENÇÃO. PRINCÍPIOS
DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE.
ADSTRIÇÃO À NORMATIVA DA EFETIVA EXTENSÃO DO
DANO. HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO. RECURSO
DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
1. "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde" (Súmula n. 469/STJ).
1.1. A parte autora figura como consumidora, porquanto beneficiária
de seguro coletivo empresarial de reembolso de despesas médico-
hospitalares, contratado por seu empregador junto à seguradora (fls.

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Num. 69114856 - Pág. 4
20 e 21/61) e utilizou o serviço como destinatária final (CDC, art. 2º)
e a ré, ora apelante, é fornecedora, porquanto desenvolve atividade de
prestação de serviços no mercado de consumo, mediante remuneração
(CDC, art. 3º).
2. Na modalidade contratual de seguro-saúde, a cobertura se dá, em
regra, mediante reembolso das despesas vertidas pelo beneficiário,
ante a sua livre escolha de prestador de serviços, e nos limites
predeterminados.
2.1. Havendo, no entanto, como no presente caso, previsão contratual
para que o segurado opte pela rede referenciada, caso em que não se
utiliza o sistema de reembolso, os pagamentos dos serviços prestados
são feitos de maneira direta pela operadora/seguradora, o que exige,
portanto, a sua prévia autorização.
3. Ocorrendo sinistro abrangido no risco contratado, in casu o
acometimento por mazela coberta pela apólice, durante a plena
vigência do contrato securitário, e encontrando o tratamento indicado
pelo médico assistente guarida no âmbito contratual, legal e
regulamentar, exsurge o dever da seguradora em prestar-lhe a integral
e devida cobertura pertinente, na forma contratada, até o
restabelecimento do quadro de saúde do segurado.
3.1. Posterior cancelamento da apólice produz efeito para todos os
demais eventos evidenciados após este marco, à exceção daqueles
devidamente diagnosticados durante sua vigência.
3.2. Na espécie, o tratamento já havia se iniciado na seara clínica,
tendo o quadro evoluído para a indicação cirúrgica, inclusive
contando com a respectiva autorização (senha) pela seguradora
sendo, posteriormente, revogada ante a notícia do encerramento
da apólice por parte da estipulante.
3.3. A cobertura, portanto, deve ser mantida, dada a
anterioridade da verificação do sinistro em relação ao
encerramento da apólice, exclusivamente para o tratamento em
curso, abrangendo, inclusive, eventuais necessidades pós-
operatórias pertinentes às intervenções ortopédicas, de maneira a
exaurir a cobertura devida no tocante ao restabelecimento do
quadro clinico do segurado.
(...)
(Acórdão 1058150, 20160110355588APC, Relator: ALFEU
MACHADO 6ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 8/11/2017,
publicado no DJE: 14/11/2017. Pág.: 588/608 - grifo nosso).
A liminar devidamente cumprida se fez necessária e cumpriu todos os
requisitos legais.

IV – DO DIREITO

O procedimento cirúrgico que foi realizado, em sua essência, tem caráter


restaurador. As declarações médicas, juntadas com a Inicial, evidenciam que o cunho

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estético não foi o fundamento determinante a justificar a necessidade de realização da
cirurgia.

Procedimento que retirou os excessos de pele que se formaram em razão do


emagrecimento decorrente da pós-cirurgia bariátrica, melhorando assim sua locomoção,
POIS A SOBRA DE PELE ATRAPALHAVA A SUA QUALIDADE DE VIDA. Era
evidente a situação de desconforto físico e mal-estar psíquico vivenciado pela
requerente, como mostra as fotos anexas na Inicial.

O requerido diz não haver sobras de pele nos membros inferiores


esquerdo e direito da requerente, porém, o procedimento cirúrgico da reparadora
foi feito, cirurgia essa que tirou o excesso de pele dos membros inferiores esquerdo
e direito, se tal procedimento não pudesse ser realizado, os médicos do plano de
saúde seriam os primeiros a se recusarem a fazer, mas o procedimento era tão
necessário que a cirurgia foi feita pelo médico do plano de saúde que atestou que a
cirurgia se fazia necessária, como consta em anexo na Inicial.

É obrigação de fazer do requerido custear o procedimento cirúrgico da


reparadora que foi realizada, uma vez que os médicos que acompanhavam a requerente
possuem as melhores condições para atestar as suas necessidades. O plano de saúde
“Saúde Sim” não pode se excluir de seu dever de custear o procedimento cirúrgico da
reparadora.

No mesmo sentido, jurisprudência do TJDFT e STJ:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PÓS
BARIÁTRICA. NEGATIVA DE COBERTURA. ROL DA
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. RECUSA INJUSTIFICADA.
ASTREINTE. LIMITAÇÃO VALOR TOTAL.
I. O Rol de Procedimentos elaborado pela ANS é norma de proteção
ao consumidor com a qual se pretende resguardar o mínimo de
cobertura aos usuários dos planos privados de assistência à saúde, não
possuindo, portanto, caráter taxativo. II. Constitui obrigação do
plano de saúde fornecer o tratamento plástico necessário, quando
decorrente de cirurgia bariátrica. III. A astreinte não possui
natureza indenizatória. O prejuízo decorrente do inadimplemento ou
do atraso no cumprimento da obrigação deve ser objeto de pretensão
própria, não sendo admissível o desvirtuamento da natureza da

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Num. 69114856 - Pág. 6
indigitada penalidade processual. Assim sendo, não pode ser fixada
em valor exorbitante, de modo a acarretar o enriquecimento sem causa
ou de tal forma que, em face de sua expressão monetária, o
inadimplemento da obrigação seja mais vantajoso para o credor. IV.
Deu-se parcial provimento ao recurso.
(Acórdão n.1088969, 07160483120178070000, Relator: JOSÉ
DIVINO 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/04/2018, Publicado
no DJE: 20/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA
REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.
DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO
MANTIDO.
1. Contrato de plano de assistência à saúde configura relação de
consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor.
Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça. 2. Os
procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados pelo médico
especialista responsável constituem mera continuação do
tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia
bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da
coletividade, dada a natureza transindividual decorrente de práticas
reiteradas no mercado de consumo. 6. A fixação do valor do dano
extrapatrimonial em R$ 3.000,00 (três mil reais) não atende a
finalidade indenizatória e punitiva do instituto, contudo, não pode ser
majorado, no caso concreto, sob pena de violação à adstrição (Art.
492, do CPC) e à vedação da reformatio in pejus. 7. Em aplicação ao
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, no Agravo
Regimental n. AO 2063 Agr/CE, a sucumbência recursal, prevista no
Art. 85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, tem a finalidade

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Num. 69114856 - Pág. 7
de impedir a interposição reiterada de recursos. 8. Apelação não
provida. Sentença mantida.
(Acórdão n.1082251, 07128334720178070000, Relator: ROBERTO
FREITAS 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 14/03/2018,
Publicado no DJE: 06/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
…………………………………………………………………
STJ Cirurgia pós-bariátrica – negativa do plano de saúde – dano
moral “(...) Havendo indicação médica para cirurgia plástica de
caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia
bariátrica, não cabe à operadora negar a cobertura sob o
argumento de que o tratamento não seria adequado, ou que não
teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é fundamental
à recuperação integral da saúde do usuário outrora acometido de
obesidade mórbida, inclusive com a diminuição de outras
complicações e comorbidades, não se com gurando simples
procedimento estético ou rejuvenescedor. (...) Em regra, a recusa
indevida pela operadora de plano de saúde de cobertura médico-
assistencial gera dano moral, porquanto agrava o sofrimento psíquico
do usuário, já combalido pelas condições precárias de saúde, não
constituindo, portanto, mero dissabor, ínsito às situações correntes de
inadimplemento contratual. Na hipótese, além de inexistir dúvida
jurídica razoável na interpretação do contrato, a autora experimentou
prejuízos com o adiamento das cirurgias plásticas reparadoras diante
da negativa da operadora do plano de assistência médica, sobretudo
porque agravou o estado de sua saúde mental, já debilitada pela baixa
autoestima gerada pelas alterações anatômicas e morfológicas do
corpo humano consequentes da cirurgia bariátrica, sendo de rigor o
reconhecimento dos danos morais. (...)” REsp 1757938/DF

A requerente mesmo tendo sido mandada embora sem justa causa faz jus aos
benefícios do plano de saúde, por ser um direto que antecede ao cancelamento do
contrato. Restou demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.

Nesse contexto, a despeito da previsão expressa no contrato de exclusão de


cobertura para internação domiciliar, a negativa de custeio é abusiva, consoante o artigo
51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...)

IV. estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que


coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.

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Num. 69114856 - Pág. 8
É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.

A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que


estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da
natureza do negócio.

O contrato firmando entre a requerente e o requerido não pode servir de escopo


para justificar a negativa da cirurgia.

Mais especificamente, a lei 9.656 de 03 de junho de 1998 com redação dada


pela medida provisória nº 2.177-44 de 24 de agosto de 2001, em seus artigos 35 - C e 35
– E, expressamente determina:

Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos:

I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco


imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente,
caracterizado em declaração do médico assistente;
(...)

Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os


contratos celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que:

A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados.

Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa do requerido em
não autorizar os efeitos do procedimento cirúrgico que fez a requerente.

V - DO DANO MORAL

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Num. 69114856 - Pág. 9
Os fatos narrados evidenciam que a requerente sofreu um dano ilícito,
conforme fundamentado no Código Civil em seu art. 186, verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Tendo em vista o requerido cometeu um ato ilícito, deve, consequentemente,
sanar os danos morais suportados pela requerente, como reza o art. 927, do Código
Civil, verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

No entendimento jurisprudencial do TJDFT:


APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E
DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. OBRIGAÇÃO DE FAZE
R E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALTERAÇÃO DA
BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
PEDIDO EM CONTRARRAZÕES. NÃO CABIMENTO.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRELIMINAR.
CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEITADA. NEGATIVA DE
COBERTURA DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RECUSA
INDEVIDA. FINALIDADE REPARADORA. CONTINUIDADE DO
PROCEDIMENTO BARIÁTRICO. DANO MORAL.
CONFIGURADO. 1. Trata-se de apelações interpostas contra
sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos para
determinar à operadora do plano de saúde que autorize a realização
dos procedimentos descritos no relatório médico. 2. Inviável a
apreciação de requerimento formulado em contrarrazões, tendo em
vista a inadequação da via eleita. Precedentes. 3. Não há se falar em
cerceamento de defesa porquanto os documentos juntados aos autos
são hábeis e suficientes para comprovar as alegações da autora quanto
a necessidade de realização da intervenção cirúrgica, bem como sua
natureza reparadora. 4. O Superior Tribunal de Justiça fixado
entendimento no sentido de a operadora do plano de saúde dever
arcar com todos os tratamentos destinados à cura de tal doença: o
principal - cirurgia bariátrica - e os subsequentes ou consequentes
- cirurgias destinadas à retirada de excesso de tecido epitelial. 5. In
casu, ante o caráter funcional da cirurgia plástica prescrita pela
médica, impõe-se à seguradora de saúde a cobertura do referido
procedimento, a fim de garantir a continuidade e conclusão do

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Num. 69114856 - Pág. 10
tratamento de doença crônica de cobertura obrigatória nos planos
de saúde - obesidade mórbida (art. 10, caput, da Lei 9.656/1998). 6.
Este Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema em inúmeras
oportunidades, tem consolidado o entendimento de que o rol de
procedimentos elaborados pela Agência Nacional de Saúde tem por
escopo resguardar os segurados, garantindo um mínimo de cobertura
devida pelos planos privados de assistência à saúde. Por tal motivo, o
aludido rol é compreendido como enumeração meramente
exemplificativa, que não deve ser utilizado como instrumento para
recusa de tratamento, sob pena de violação ao princípio da dignidade
da pessoa humana - fundamento do Estado Democrático de Direito e
parâmetro para harmonização da ordem jurídica. 7. A negativa de
cobertura do procedimento pleiteado pela autora, além de frustrar sua
legítima expectativa em relação à contratação de um seguro de saúde,
foi determinante para a criação de um quadro de aflição, angústia e
intranquilidade. Cabível, portanto, a reparação por danos morais,
pois a conduta da seguradora não constitui mero dissabor ínsito às
hipóteses correntes de inadimplemento contratual. 8. Recurso da
autora conhecido e provido. Recurso da parte ré desprovido.
…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO
CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE
SAÚDE. CIRURGIA DE REPARAÇÃO DE MAMAS E
RETIRADA DO EXCESSO DE PELE DOS MEMBROS
SUPERIORES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.
PROCEDIMENTO NÃO ESTÉTICO. CARÁTER
FUNCIONAL. RECUSA
INDEVIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR
INDENIZATÓRIO. SENTENÇA REFORMADA.
1.Mostra-se ilegítima a negativa de cobertura, pelo plano de saúde, de
cirurgia destinada à remoção de tecidos epiteliais das mamas e dos
braços quando esta se revelar indispensável à garantia da qualidade de
vida da segurada e à continuidade do tratamento de obesidade
mórbida, doença abrangida pela cobertura contratual. 2. O rol da ANS
é meramente exemplificativo, de modo que é vedado à administradora
do plano de saúde condicionar a cobertura de procedimento reparador
à Resolução da ANS. 3. A pessoa que contrata plano de saúde, na
expectativa de que a seguradora cumprirá com sua obrigação
sempre que dele necessitar e tem negada a cobertura de
procedimento cirúrgico reparador das sequelas provocadas por
cirurgia bariátrica faz jus ao recebimento de indenização
por danos morais. 4. Apelação da Ré conhecida, mas não provida.
Apelação da Autora conhecida e provida. Unânime. Publicado no
DJE: 04/09/2019.

Considerando que a honra e a moral da autora foram feridas, o plano de saúde


deve indenizá-la de forma a recompensá-la pelo dano sofrido, como bem acentua a
Constituição Federal no seu art. 5º, inciso X, in verbis:

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Num. 69114856 - Pág. 11
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

( ... )

X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

No caso, não foram poucos os inconvenientes provocados pela postura do


requerido. O dano em questão produziu à requerente não apenas desconforto e
descontentamento de não ter sido autorizado o procedimento pelo plano de saúde
quando mais necessitava, mas também pela angústia e constrangimento de ter que
buscar a justiça para ter seus direitos respeitados.

A requerente pretende obter do judiciário a rápida e eficaz prestação


jurisdicional, no sentido que seja reparado o dano moral sofrido em valor não inferior a
R$ 10.000,00 (dez mil reais), para que leve o requerido modificar seus atos, de modo a
zelar pela qualidade dos serviços prestados aos seus clientes, de sorte a não expô-los a
constrangimentos desnecessários como os acima relatados.

V – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus


da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º do
Código de Defesa do Consumidor.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Desse modo cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi


exposto pela requerente. Resta informar ainda que algumas provas seguem em anexo.
Assim, as demais provas que se acharem necessárias para a resolução da lide, deverão
ser observadas o exposto na citação acima, pois se trata de princípios básicos do
consumidor.

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Num. 69114856 - Pág. 12
VI – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer:

a) Seja mantida a liminar e todos os seus efeitos até o final da demanda;

b) A condenação do requerido a pagar à requerente indenização por danos morais


em quantum reparatório em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais),
sendo respeitado e apreciado o dano moral;

c) Expressamente, que lhe seja concedida a inversão do ônus da prova na forma do


disposto no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, para todos os atos
eventualmente realizados no presente feito;

d) Por fim, que seja o requerido condenado ao pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios.

Termos em que,
Pede deferimento.
Taguatinga/DF, 08 de agosto de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

1. JAKELINA MESQUITA SILVA propõe ação de conhecimento em desfavor da SAÚDE


SIM LTDA, formulando os seguintes pedidos principais:

a. Tutela provisória de urgência para determinar que a parte ré autorize e garanta a realização
do procedimento cirúrgico reparador dos membros inferiores esquerdo e direito;

b. Confirmação da tutela de urgência;

c. Condenação da parte ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$


10.000,00 ( dez mil reais).

2. O pedido de concessão de tutela de urgência foi indeferido e foi concedida à autora os


benefícios da gratuidade de justiça (id 60458765).

3. A parte ré foi citada no dia 29/05/2020 (id 65461357).

4. Em sede de agravo de instrumento foi deferida a tutela de urgência para determinar que a
parte ré autorize a cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico da parte
autora (id 63264600).

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Número do documento: 20080508182482600000065614707
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Num. 69241035 - Pág. 1
5. A decisão de id 65775011 determinou a intimação da parte ré para cumprir a tutela de
urgência deferida no agravo de instrumento, , no sentido de autorizar a realização da cirurgia
reparadora da parte autora para complementação do tratamento bariátrico, no prazo de 24(vinte
e quatro) horas, a contar da sua intimação, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil
reais), limitada a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

6. Em contestação (ID n. 67144226), a parte ré sustentou os seguintes pontos:

a. Que o procedimento da autora está autorizado desde o dia 19/05/2020, mas ainda
não foi realizado;

b. Que a autora foi demitida e informou ao seu ex-empregador não ter interesse na
manutenção do plano de saúde;

c. Que a autora não deu prosseguimento aos trâmites para realização da cirurgia já
autorizada;

d. Que a cirurgia foi agendada para o dia 21/07/2020;

e. Que não estão presentes os requisitos exigidos para a concessão da tutela de


urgência;

f. Que o procedimento autorizado não consta do rol de cobertura da Agência Nacional


de Saúde- ANS.

7. Na contestação, a parte ré postulou a revogação da liminar deferida (ID n. 69114856).

8. Réplica (ID 69114856);

9. No mais, o julgamento da presente ação prescinde da produção de provas em audiência,


uma vez que o feito se acha suficientemente instruído pelos documentos coligidos pelas partes.

10. Desse modo, rejeito a possibilidade de dilação probatória e dou por encerrada a instrução,
razão por que determino a conclusão do feito para julgamento antecipado, na forma do artigo
355, inciso I, do CPC/2015.

11. Promova-se a imediata conclusão do feito para sentença.

Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.

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Número do documento: 20080508182482600000065614707
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Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 05/08/2020 08:18:37
Num. 69241035 - Pág. 2
RUITEMBERG NUNES PEREIRA

Juiz de Direito

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Número do documento: 20080508182482600000065614707
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20080508182482600000065614707
Assinado eletronicamente por: RUITEMBERG NUNES PEREIRA - 05/08/2020 08:18:37
Num. 69241035 - Pág. 3
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 69241035 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
07/08/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

7 de agosto de 2020

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Número do documento: 20080713004029100000065850790
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Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 07/08/2020 13:00:41
Num. 69501663 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Decisão ID 69241035 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
07/08/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

7 de agosto de 2020

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Número do documento: 20080713004142400000065850741
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Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 07/08/2020 13:00:41
Num. 69500939 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

SENTENÇA

Vistos, etc.

JAKELINA MESQUITA SILVA propôs Ação de Obrigação de Fazer c/c pedido liminar c/c
danos morais em face de EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, partes devidamente qualificadas nos
autos, alegando, em síntese, que a ré se recusou a custear parte da cirurgia plástica reparadora, em
decorrência de anterior cirurgia bariátrica, conforme prescrição médica. Informa que todos os
prazos de carência foram cumpridos.

Requer a tutela de urgência para que a ré autorize o procedimento cirúrgico (custear a cirurgia
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito). No mérito, requer a confirmação da liminar
e a condenação da ré ao pagamento de danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

A inicial foi instruída com os documentos elencados na folha de rosto dos autos.

Decisão deferindo o pedido de gratuidade de justiça, id 60458765.

Em sede de agravo de instrumento foi deferida a tutela de urgência para determinar que a parte ré
autorize a cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico da parte autora (id
63264600).

Devidamente citada e intimada, a parte ré apresentou contestação (id 67144226), afirmando, em


síntese, que a cirurgia pretendida pela autora configura-se procedimento estético e, portanto, não
deve ser custeada em razão do seguro mantido. Sustenta que rol de procedimentos da ANS - que

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Número do documento: 20090810313738800000067585461
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Assinado eletronicamente por: MANUEL EDUARDO PEDROSO BARROS - 08/09/2020 10:31:37
Num. 71431230 - Pág. 1
estabelece a cobertura obrigatória para os seguros de saúde no Brasil – não prevê a realização desse
tipo de procedimento estético. Insurge-se acerca dos danos morais e, ao final, requer a
improcedência dos pedidos autorais.

Réplica, id 28469530.

Decisão saneadora, id 69241035.

Os autos foram conclusos para julgamento.

É o relatório.

Fundamento e decido.

Procedo ao julgamento conforme o estado do processo, nos moldes do artigo 354 do CPC,
porquanto não há a necessidade de produção de outras provas, o que atrai a normatividade do artigo
355, inciso I, do Código de Processo Civil.

No mais, o Juiz, como destinatário final das provas, tem o dever de apreciá-las independentemente
do sujeito que as tiver promovido, indicando na decisão as razões da formação de seu
convencimento consoante disposição do artigo 371 do CPC, ficando incumbido de indeferir as
provas inúteis ou protelatórias consoante dicção do artigo 370, parágrafo único, do mesmo diploma
normativo.

A sua efetiva realização não configura cerceamento de defesa, não sendo faculdade do Magistrado,
e sim dever, a corroborar com o princípio constitucional da razoável duração do processo – artigo
5º, inciso LXXVIII da CF c/c artigos 1º e 4º do CPC.

Presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, estando o feito em ordem e maduro


para julgamento, passo à análise do mérito da pretensão.

Registre-se, inicialmente, que a relação jurídica na hipótese vertente é de consumo, porquanto a ré é


prestadora de serviços, sendo a parte autora destinatária final desses produtos e serviços, consoante
se infere dos artigos 2º e 3º, ambos da Lei n. 8.078/90, aplicando-se a regra da responsabilidade
objetiva.

A relação de consumo, nesses casos, é reconhecida pela Súmula n. 608 o Colendo Superior Tribunal
de Justiça: “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo
os administrados por entidades de autogestão.”

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Num. 71431230 - Pág. 2
Nesse prisma, a grande contribuição do CDC foi a positivação da idéia da boa-fé objetiva em nosso
ordenamento jurídico, merecendo destaque, no particular, o art. 4º, III, de valor interpretativo, e o
art. 51, IV, que dispõe sobre a nulidade de cláusulas contratuais que “estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja,
incompatíveis com a boa-fé ou equidade”.

Posteriormente, alinha-se a essa nova ordem o Código Civil de 2002 ao dispor que “os contratantes
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé”, conforme dispõe o art. 422.

Uma das vertentes da boa-fé objetiva é o dever de atuar com lealdade e contribuir para a efetivação
das legítimas expectativas geradas no outro contratante. Portanto, aquele que contrata um plano ou
seguro de saúde assim o faz acreditando que, caso necessário, receberá o tratamento adequado.
Portanto, a expectativa gerada no consumidor é a obtenção do tratamento.

No caso dos autos, verifica-se que a autora mantinha a época do ajuizamento da ação contrato com a
ré, conforme documento de id 60455055. É incontroverso que a autora apresentava um quadro de
obesidade mórbida, razão pela qual se submeteu a cirurgia bariátrica, necessitando passar pela
cirurgia reparadora por se encontrar com excessos de pele dos membros inferiores.

Ainda, segundo o relatório (id 60455057), devido à grande perda de peso subseqüente à cirurgia
bariátrica, excessos de pele residuais foram formados em seus membros inferiores. Desse modo, foi
recomendada a realização de cirurgias plásticas de correção de lipodistrofia crural de membros
inferiores.

A ré, em sede de contestação, afirma que não é obrigada a custear os procedimentos cirúrgicos da
autora, porquanto os procedimentos cirúrgicos são estéticos e que não constam no rol de
procedimentos da ANS- Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Como já mencionado, a relação jurídica existente entre a operadora de plano privado de saúde e a
segurada é regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Sendo assim, havendo cláusula contratual
que restrinja a cobertura ao rol de procedimentos da ANS, impõe-se sua interpretação à luz dos
princípios da razoabilidade e da máxima proteção à saúde do beneficiário.

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de ANS constitui referência básica para a cobertura
assistencial mínima obrigatória pelos planos privados de assistência à saúde para os planos
contratados a partir de 02 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. Tendo em vista que o
rol traz a cobertura assistencial mínima que deve ser oferecida pelo plano de saúde, tenho que não

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Número do documento: 20090810313738800000067585461
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090810313738800000067585461
Assinado eletronicamente por: MANUEL EDUARDO PEDROSO BARROS - 08/09/2020 10:31:37
Num. 71431230 - Pág. 3
se trata de um rol taxativo, mas meramente elucidativo; em razão da impossibilidade de serem
previstos todos os tratamentos possíveis para uma doença específica.

Além disso, o entendimento dominante desta Corte é no sentido de que compete ao médico decidir
qual o tratamento adequado para o paciente, baseando-se no diagnóstico e nas possibilidades
terapêuticas, acerca da duração, evolução e termo de uma doença.

De fato, a cirurgia reparadora é uma continuidade do tratamento de gastroplastia, ou seja, faz parte
do tratamento para obesidade mórbida, não configurando tratamento estético, mas procedimento
complementar à cirurgia de redução de estômago, sob risco de que a autora continue padecendo de
problemas decorrentes da obesidade, agora manifestado no excesso de tecido epitelial.

Além disso, as cláusulas do contrato devem ser interpretadas em de modo mais favorável ao
consumidor, já que é a parte vulnerável da relação contratual.

A negativa da ré, de forma injustificada, quanto à autorização para realização da cirurgia é abusiva,
pois coloca a consumidora em desvantagem exagerada, além de restringir os direitos inerentes à
natureza do contrato, a ponto de tornar impraticável a realização de seu objeto, nos termos do art.
51, §1º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor.

Conquanto as seguradoras de assistência à saúde possam estabelecer quais patologias serão cobertas
pelo seguro, mas não lhes cabe eleger o tipo de tratamento mais adequado ao paciente. Assim,
apenas o profissional da medicina que acompanha a paciente é competente para estabelecer o tipo
de procedimento ou tratamento mais adequado para o quadro clínico apresentado, ainda que não
tenham sido preenchidos os requisitos exigidos pela resolução normativa da Agência Nacional de
Saúde.

Entendo que em se tratando de procedimento prescrito pelo médico como necessário ao tratamento
da autora, coberto pelo plano, afigura-se abusiva a negativa de fornecimento de materiais
relacionados à cirurgia a que necessitava ser submetida a segurada, posto que é limitativa ao direito
do consumidor, vez que não atende aos princípios que regem o Direito do Consumidor.

Desse modo, considerando que os direitos em tela envolvem saúde, e sendo a dignidade da pessoa
humana a pedra basilar constante da Constituição Federal, não se pode negar um direito
fundamental assegurado constitucionalmente.

Nesse sentido é o entendimento do e. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, conforme


se verifica pelas ementas a seguir colacionadas:

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Num. 71431230 - Pág. 4
DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE
SAÚDE. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NEGATIVA
DE COBERTURA. ROL DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. RECUSA
INJUSTIFICADA. ASTREINTE. LIMITAÇÃO VALOR TOTAL.

I. O Rol de Procedimentos elaborado pela ANS é norma de proteção ao


consumidor com a qual se pretende resguardar o mínimo de cobertura aos
usuários dos planos privados de assistência à saúde, não possuindo, portanto,
caráter taxativo.

II. Constitui obrigação do plano de saúde fornecer o tratamento plástico


necessário, quando decorrente de cirurgia bariátrica. (...)

(Acórdão n.1088969, 07160483120178070000, Relator: JOSÉ DIVINO 6ª Turma


Cível, Data de Julgamento: 13/04/2018, Publicado no DJE: 20/04/2018. Pág.: Sem
Página Cadastrada.)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE.


GASTROPLASTIA. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA. RECONSTRUÇÃO
MAMÁRIA COM PRÓTESE. CONTINUIDADE DO TRATAMENTO BARIÁTRICO.
DEVER DE COBERTURA. ROL EXEMPLIFICATIVO DA ANS. DANO MORAL.
MATÉRIA CONTROVERTIDA. AFASTAMENTO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA.
1. A cirurgia plástica reparadora para reconstrução da mama com a utilização de
prótese, devidamente indicada por médico especialista, é considerada continuação
do tratamento iniciado com a realização da intervenção bariátrica
(gastroplastia/redução do estômago), devendo ser custeada pelo plano de saúde.
Precedente do Superior Tribunal de Justiça.
2. Cumpre ao plano de saúde realizar a cirurgia plástica reparadora decorrente do
tratamento da obesidade mórbida, porquanto tal intervenção cirúrgica possui
característica reparadora e não somente estética, contribuindo, portanto, para a
melhoria da qualidade de vida do paciente.
3. O rol dos procedimentos estipulados pela Resolução número 387 da Agência
Nacional de Saúde Suplementar - ANS é meramente exemplificativo, indicando
somente a cobertura mínima, podendo a sua prestação, portanto, ser exigida pelo
segurado.
4. O entendimento de que a cirurgia plástica para reconstrução mamária é
considerada continuação do tratamento iniciado com a realização da intervenção

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Num. 71431230 - Pág. 5
bariátrica é matéria controvertida, motivo pelo qual a negativa ao oferecimento da
cirurgia é plausível, não podendo gerar, portanto, danos morais. Precedentes desta
Turma.
5. Recurso conhecido e provido em parte.

(Acórdão n.1077365, 20171610018192APC, Relator: EUSTÁQUIO DE CASTRO


8ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 22/02/2018, Publicado no DJE:
27/02/2018. Pág.: 744/751)

A parte autora requer, também, indenização por danos morais.

Assim, no tocante ao dano moral, este se relaciona diretamente com os prejuízos ocasionados a
direitos da personalidade, como, por exemplo, à honra, à imagem, à integridade psicológica e física,
à liberdade etc. Daí porque a violação de quaisquer dessas prerrogativas, afetas diretamente à
dignidade do indivíduo, constitui motivação suficiente para fundamentar uma ação compensatória
por danos morais.

A questão da configuração dos danos morais é ainda objeto de discussão na doutrina e


jurisprudência, conforme noticia Sérgio Cavalieri Filho (In Programa de Responsabilidade Civil, 8
edição, São Paulo, Editora Atlas, 2008, p. 83). Confira-se: “O que configura e o que não configura
o dano moral? Na falta de critérios objetivos, essa questão vem-se tornando tormentosa na
doutrina e na jurisprudência, levando o julgador a situação de perplexidade. Ultrapassadas as
fases da irreparabilidade do dano moral e da sua inacumulabilidade com o dano material,
corremos, agora, o risco de ingressar na fase da sua indenização, onde o aborrecimento banal ou a
mera sensibilidade são apresentados como dano moral, em busca de indenizações milionárias.”

Registre-se que os dissabores experimentados pela autora extrapolam os aborrecimentos do


cotidiano. Segundo assentado na doutrina e na jurisprudência somente deve ser considerado dano
moral aquele sentimento de dor, vexame, sofrimento ou humilhação que foge à normalidade do
cotidiano, rompendo o equilíbrio psicológico do indivíduo e violando o princípio da dignidade da
pessoa humana.

Embora perfilhe o entendimento de que, em regra, o descumprimento contratual não implique na


reparação por dano moral, tenho que, na espécie, verifica-se, a toda evidência, situação excepcional.
Isso porque, o laudo médico apresentado pela autora, é inequívoco ao descrever a necessidade de
realização da cirurgia reparadora.

A recusa do plano de saúde quanto à cobertura do procedimento cirúrgico, para tratamento da

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Num. 71431230 - Pág. 6
retirada do excesso de pele, para o qual houve indicação médica, ultrapassa a esfera do mero
inadimplemento contratual, autorizando uma compensação pecuniária a título de dano moral, por
mácula à boa-fé. O constrangimento, a dor, o sofrimento, o medo, o sentimento de impotência e
indignação, nessas situações, são presumidos, pois o dano opera-se in re ipsa.

No caso dos autos, o dano moral é facilmente perceptível, pois dúvida não há de que, em face do
ocorrido, a autora se viu numa situação não apenas incômoda e constrangedora, mas
verdadeiramente desesperadora, principalmente porque a sua expectativa de estar protegida pelo
seguro de saúde foi frustrada.

Com efeito, a pessoa que cumpre com assiduidade o pagamento do plano de saúde, na expectativa
futura de que este cumpra com sua obrigação, tem violada sua dignidade moral quando, em
momento de fragilidade e angústia se vê desamparada pelo plano, seja pela negativa de reembolso,
seja pela indisponibilidade médica, falta de autorização de procedimentos, como no caso dos autos.

Nesse sentido é o entendimento do E. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios:

DIREITO CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. APLICAÇÃO


DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CIRURGIA PLÁSTICA
REPARADORA DECORRENTE DE CIRUGIA BARIÁTRICA. NEGATIVA DE
COBERTURA. ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE DA ANS.
DANOS MORAIS. EXISTÊNCIA. FIXAÇÃO DO QUANTUM DEVIDO.
PROPORCIONALIDADE.
1. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor nas relações entre a operadora de
plano de saúde e seus beneficiários.

2. As cirurgias plásticas para a retirada do excesso de pele e para a reconstrução


da mama com prótese decorrentes da cirurgia bariátrica constituem continuação
do tratamento da obesidade mórbida, tendo finalidade reparadora.

3. O rol de procedimentos e eventos em saúde constante da RN n. 387/2015 - ANS,


e nas resoluções antecedentes, é meramente exemplificativo e representa uma
garantia mínima ao usuário dos serviços.

4. A negativa em fornecer o tratamento médico adequado é apto a configurar a


ofensa aos direitos da personalidade, especificamente em relação à integridade
física e psíquica, sendo devida a indenização por danos morais.

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Num. 71431230 - Pág. 7
5. Para a fixação do valor devido, devem-se utilizar os critérios gerais, como o
prudente arbítrio, o bom senso, a equidade e a proporcionalidade ou
razoabilidade, bem como os específicos, sendo estes o grau de culpa da parte
ofensora e o seu potencial econômico, a repercussão social do ato lesivo, as
condições pessoais da parte ofendida e a natureza do direito violado. Dano moral:
R$ 5.000,00 (cinco mil reais)

6. Apelação da ré desprovida. 7. Apelação da autora provida.(Acórdão n.1081836,


20140710229265APC, Relator: HECTOR VALVERDE 1ª TURMA CÍVEL, Data de
Julgamento: 14/03/2018, Publicado no DJE: 19/03/2018. Pág.: 229-238)

Porém, na fixação da indenização por danos morais, o magistrado deve agir com equidade, devendo
levar em consideração alguns parâmetros, que são apontados pela doutrina e pela jurisprudência,
tais como: extensão do dano; as condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos; as
condições psicológicas das partes, bem como o grau de culpa do agente, de terceiro ou da vítima.

Dessa forma, arbitro em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a indenização por dano moral, por se mostrar
razoável e consentânea com as peculiaridades do caso e as condições das partes, em especial, em
decorrência do dano sofrido pela autora.

Ressalto que os precedentes e enunciados de Súmulas acima citados, apenas corroboram, como
reforço argumentativo, os fundamentos adotados nessa sentença como razão de decidir. Não se
limitando a sentença à adoção de precedente como razão única da decisão, desnecessário se torna
demonstrar os fundamentos determinantes do precedente e sua inter-relação com o caso em
julgamento, consoante exigência trazida pela nova ordem processual civil, no artigo 489, § 1º,
incisos I e V, do CPC.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, julgo PROCEDENTES OS PEDIDOS, confirmando a tutela antecipada


deferida, e assim o faço com resolução do mérito nos termos do art. 487, inciso I, do Código de
Processo Civil, para:

a) CONDENAR a parte ré a autorizar e arcar com todas as despesas dos procedimentos e materiais
cirúrgicos necessários à continuação do tratamento pós-operatório bariátrico da autora,
consubstanciado na cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito

b) CONDENAR a ré a pagar à autora pelos danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),

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Num. 71431230 - Pág. 8
devidamente atualizado pelos índices oficiais, desta data (Enunciado nº 362 da Súmula do STJ) e
juros de mora de 1% (um por cento) ao mês da data da citação.

Em face da sucumbência, condeno a parte ré ao pagamento de custas processuais e honorários


advocatícios, ora arbitrados em 20% sob o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º do CPC.

Transitada em julgado, caberá a parte sucumbente, na forma do disposto no art. 523 do CPC, dar
cumprimento à condenação sob pena de acréscimo de multa de 10% [dez por cento] sobre o
montante fixado (§ 1º, do artigo 523 do CPC), corrigidos da data do requerimento de cumprimento
da sentença e observados os requisitos preconizados no artigo 524 da legislação adjetiva civil, no
prazo de quinze dias, a contar de sua intimação nos moldes do artigo 513 do mesmo codex.

Fixados os valores devidos e não havendo pagamento espontâneo, fica deferido eventual pedido de
expedição de certidão de inteiro teor da decisão para protesto nos termos do artigo 517 do CPC.

Oportunamente, transitada em julgado, não havendo outros requerimentos, intime-se para


recolhimento das custas em aberto, e, após, dê-se baixa e arquivem-se, observando-se as normas do
PGC.

Publique-se. Intimem-se. Sentença registrada eletronicamente.

Sentença proferida em atuação no Núcleo Permanente de Gestão de Metas do Primeiro Grau –


NUPMETAS-1.

Brasília-DF, 2 de setembro de 2020.

Manuel Eduardo Pedroso Barros

Juiz de Direito Substituto

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Num. 71431230 - Pág. 9
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Sentença ID 71431230 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
10/09/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

11 de setembro de 2020

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Número do documento: 20091102313313000000068089245
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091102313313000000068089245
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 11/09/2020 02:31:33
Num. 71993304 - Pág. 1
Segue

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Número do documento: 20100215242776900000069669717
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Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 02/10/2020 15:24:27
Num. 73753659 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 2ª CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF.

Ref. Autos nº: 0704587-36.2020.8.07.0007

SAÚDE SIM LTDA., devidamente qualificada nos autos em epígrafe,


irresignada, data venia, com a r. Sentença de ID. ***, por intermédio de sua advogada
que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª., no prazo legal,
interpor, com fundamento no art. 1.009, do CPC, recurso de

APELAÇÃO

para o Colendo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, nos termos das
razões adiante expendidas, requerendo a V. Exª. se digne recebê-lo em seus efeitos
SUSPENSIVO e DEVOLUTIVO, e mandar processá-lo, para posterior remessa à Corte
ad quem.

Esclarece a ora apelante, de um lado, que está petição é tempestiva, e,


de outro lado, que as custas foram regularmente pagas, comprovante em anexo.

Termos em que pede deferimento.

Brasília/DF, 02 de outubro de 2020.

Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B Sant’Ana


OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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Número do documento: 20100215242784600000069669718
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Num. 73753660 - Pág. 1
I – DOS FATOS

a) Breve Síntese dos Fatos Deduzidos em Juízo

1. Trata-se de ação de obrigação de fazer com pedido de tutela de urgência


com vistas a obter autorização e custeio de procedimento cirúrgico reparador, além de
indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), custas e
honorários advocatícios.

2. A liminar requerida foi deferida e integralmente cumprida pela Apelante.

3. Quando do julgamento do mérito a decisão liminar foi confirmada e o


pedido indenizatório julgado procedente, sendo arbitrado em R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), além da sucumbência.

b) Da Controvérsia

4. A controvérsia está pautada na previsão contratual do procedimento


solicitado, considerando que este não faz parte do Rol de cobertura obrigatória da ANS
– Agência Nacional de Saúde Suplementar, qual seja, cirurgia reparadora Código TUSS
30101670 (plástica em Z ou W) e 30101565 (extensos ferimentos, cicatrizes ou tumores),
acrescida ao fato de que após a propositura da ação a Apelada foi demitida, perdendo a
característica de beneficiária do plano de saúde oferecido pela Apelante, vez que não
optou pela manutenção do plano com o custeio integral das mensalidades.

II – MÉRITO

a) Da fundamentação da Sentença Recorrida.


5. Como apresentado em contestação o procedimento requerido pela Apelada não
consta no Rol de cobertura elaborado pela ANS, e ao contrário do que consta em sentença, a
Apelante não exerce qualquer ingerência sobre os tratamentos indicados aos beneficiários por
seus médicos.

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Num. 73753660 - Pág. 2
“O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de ANS constitui
referência básica para a cobertura assistencial mínima obrigatória
pelos planos privados de assistência à saúde para os planos
contratados a partir de 02 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº
9.656/98. Tendo em vista que o rol traz a cobertura assistencial
mínima que deve ser oferecida pelo plano de saúde, tenho que não
se trata de um rol taxativo, mas meramente elucidativo; em razão
da impossibilidade de serem previstos todos os tratamentos
possíveis para uma doença específica.

Além disso, o entendimento dominante desta Corte é no sentido de


que compete ao médico decidir qual o tratamento adequado para o
paciente, baseando-se no diagnóstico e nas possibilidades
terapêuticas, acerca da duração, evolução e termo de uma doença.

De fato, a cirurgia reparadora é uma continuidade do tratamento


de gastroplastia, ou seja, faz parte do tratamento para obesidade
mórbida, não configurando tratamento estético, mas procedimento
complementar à cirurgia de redução de estômago, sob risco de que
a autora continue padecendo de problemas decorrentes da
obesidade, agora manifestado no excesso de tecido epitelial.”.

6. Desta forma, é certo que a Apelante tão somente negou o procedimento


solicitado, por ele não constar no contrato entabulado entre as partes.

7. Não se pode confundir o direito constitucional à saúde com a


obrigatoriedade do plano de saúde em custear todos os tratamentos médicos existentes,
mesmo que o preço do contrato não seja suficiente para cobertura extra Rol. Ressalta-se
que o contrato entre as partes era claro quanto ao seu objeto, considerando que estão
garantidos todos os procedimentos/tratamentos/atendimentos declarados como
obrigatórios pela ANS.

8. Desta forma não há que se falar em dano moral.

9. Em recente decisão o Ministro Luís Felipe Salomão apresentou


entendimento que corrobora com os argumentos apresentados em defesa, que do
referido voto apresenta-se alguns trechos:

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“Com efeito, resguardado o núcleo essencial do direito fundamental, no
tocante à saúde suplementar, são, sobretudo, a Lei n. 9.656/1998 e a Lei
n. 9.961/2000 e os atos regulamentares infralegais da ANS e do
Conselho de Saúde Suplementar, expressamente prestigiados por
disposições legais infraconstitucionais que, representando
inequivocamente forte intervenção estatal na relação contratual de
direito privado (planos e seguros de saúde), conferem densidade
normativa ao direito constitucional à saúde.”

“Não parece correto afirmar abusiva exclusão do custeio dos meios e


materiais necessários ao tratamento indicado pelo médico, diante dos
seguintes dispositivos legais da lei de regência da saúde suplementar
(Lei n. 9.656/1998) (...).” (RESP 1.733.013)

10. No caso em análise, o contrato foi celebrado com as coberturas mínimas


exigidas pela ANS (vide rol de cobertura em anexo), ou seja, no cálculo atuarial não foi
contemplado nenhuma cobertura extra rol, cujo valor da mensalidade subiria
consideravelmente. Portanto, não pode a beneficiária, após decorridos alguns meses da
vigência do seu contrato de plano de saúde, que expressamente exclui qualquer
cobertura não constante do Rol de Procedimentos da ANS, desejar a cobertura de
procedimento cirúrgico não contratado.

11. De outra sorte, a fim de que mantenha a segurança jurídica da relação deve
ser aplicado o princípio da supressivo, uma vez que a beneficiária, não contratou
qualquer cobertura além daquelas previstas no contrato, que tem como referência o Rol
da ANS.

12. Assim, mesmo com a superveniência da RN nº 428/17, que ampliou as


coberturas contratuais, não houve ampliação no sentido de que os procedimentos
solicitados estejam de acordo com o plano contratado, tampouco houve negociação entre
as partes contratantes, para que os beneficiários do plano coletivo empresarial pudessem
a ter cobertura extra rol/extracontratual, sem a devida contraprestação.

13. A cirurgia plástica para continuidade de tratamento de obesidade mórbida,


não consta no rol da ANS como de cobertura obrigatória, mas diante da construção de
entendimento jurisprudencial sobre o tema a Apelante, adotou como processo interno
perícia presencial de beneficiários nessa circunstância.
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14. Desta forma, fora realizada perícia presencial, onde constatou-se conforme
relatório apresentado em contestação não haver excesso de pele, perda de amplitude de
movimento dos membros inferiores ou superiores, ou até mesmo perda da
funcionalidade dos membros.

15. A cirurgia plástica para o pós-bariátrico é considerada como


desdobramento do tratamento de obesidade, conforme construção jurisprudencial, que
se destina primordialmente a reparar ou a reconstruir parte do organismo humano ou,
ainda, prevenir males de saúde, o que não se aplica ao caso em análise.

16. A perícia médica anexa comprovou não haver dobras de pele que
comprometessem a saúde da Apelada, nem tão pouco infecções cutâneas, tais como
candidíase de repetição, infecções bacterianas devido às escoriações pelo atrito, odores e
hérnias, não podendo-se considerar o argumento de que o procedimento cirúrgico tem
caráter funcional e reparador.

17. Não há nos autos qualquer comprovação de risco à vida ou a saúde da


Apelada mas tão somente um pedido médico, relatando ser a Apelada paciente
bariátrica e os procedimentos cirúrgicos aos quais foi submetida, não havendo relato de
excesso de pele, perda da amplitude de movimento, capaz de comprometer a prática dos
atos de sua higiene pessoal. É possível afirmar que tais constatações não foram postas no
relatório médico, tão somente por não condizerem com a verdade.

18. É certo que um paciente com perda ponderal de peso apresente


Lipodistrofia, ou até que paciente ex obeso apresente pontualmente acúmulo de gordura
no corpo, contudo não pode-se considerar que os planos de saúde sejam obrigados a
custear determinados procedimentos excluídos do rol de cobertura pela ANS, pela
simples fundamentação de continuidade do tratamento de obesidade.

19. As cirurgias plásticas cobertas pelos planos de saúde buscam possibilitar


aos seus beneficiários a retirada de peles em excesso que prejudicam mobilidades,
trazem feridas de repetição comprometendo a qualidade de vida e saúde do beneficiário,
o que se comprova não estar presente no caso em análise.

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20. Entendeu, ainda, o juízo a quo ser o Rol da ANS
meramente exemplificativo, entendimento que diverge a jurisprudência recente do
Superior Tribunal de Justiça.

21. O Superior Tribunal de justiça em recente decisão iniciou marco transitório


na modificação de jurisprudência em relação do Rol de procedimentos de cobertura
obrigatória das operadoras de planos de saúde, entendendo que o Rol de procedimentos
da ANS é TAXATIVO e não meramente exemplificativo, veja-se:

PLANOS E SEGUROS DE SAÚDE. RECURSO ESPECIAL. ROL DE


PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE ELABORADO
PELA ANS. ATRIBUIÇÃO DA AUTARQUIA, POR EXPRESSA
DISPOSIÇÃO LEGAL E NECESSIDADE DE HARMONIZAÇÃO
DOS INTERESSES DAS PARTES DA RELAÇÃO CONTRATUAL.
CARACTERIZAÇÃO COMO RELAÇÃO EXEMPLIFICATIVA.
IMPOSSIBILIDADE. MUDANÇA DO ENTENDIMENTO DO
COLEGIADO (OVERRULING). CDC. APLICAÇÃO, SEMPRE
VISANDO HARMONIZAR OS INTERESSES DAS PARTES DA
RELAÇÃO CONTRATUAL. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO E ATUARIAL E SEGURANÇA JURÍDICA.
PRESERVAÇÃO. NECESSIDADE. RECUSA DE COBERTURA
DE PROCEDIMENTO NÃO ABRANGIDO NO ROL EDITADO
PELA AUTARQUIA OU POR DISPOSIÇÃO CONTRATUAL.
OFERECIMENTO DE PROCEDIMENTO ADEQUADO,
CONSTANTE DA RELAÇÃO ESTABELECIDA PELA
AGÊNCIA. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. REPARAÇÃO
DE DANOS MORAIS. INVIABILIDADE.

ALei n. 9.961/2000 criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar


- ANS, que tem por finalidade institucional promover a defesa do
interesse público na assistência suplementar à saúde. O art. 4º, III e
XXXVII, atribui competência à Agência para elaborar o rol de
procedimentos e eventos em saúde que constituirão referência
básica para os fins do disposto na Lei n. 9.656/1998, além de suas
excepcionalidades, zelando pela qualidade dos serviços prestados
no âmbito da saúde suplementar. 2. Com efeito, por clara opção do
legislador, é que se extrai do art. 10, § 4º, da Lei n. 9.656/1998 c/c o
art. 4º, III, da Lei n. 9.961/2000, a atribuição dessa Autarquia de
elaborar a lista de procedimentos e eventos em saúde que

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Num. 73753660 - Pág. 6
constituirão referência básica para os fins do disposto na Lei dos
Planos e Seguros de Saúde. Em vista dessa incumbência legal, o art.
2º da Resolução Normativa n. 439/2018 da ANS, que atualmente
regulamenta o processo de elaboração do rol, em harmonia com o
determinado pelo caput do art. 10 da Lei n. 9.656/1998, esclarece
que o rol garante a prevenção, o diagnóstico, o tratamento, a
recuperação e a reabilitação de todas as enfermidades que
compõem a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde - CID da Organização
Mundial da Saúde. 3. Aelaboração do rol, em linha com o que se
deduz do Direito Comparado, apresenta diretrizes técnicas
relevantes, de inegável e peculiar complexidade, como: utilização
dos princípios da Avaliação de Tecnologias em Saúde - ATS;
observância aos preceitos da Saúde Baseada em Evidências - SBE; e
resguardo da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
setor. 4. O rol mínimo e obrigatório de procedimentos e eventos em
saúde constitui relevante garantia do consumidor para propiciar
direito à saúde, com preços acessíveis, contemplando a camada
mais ampla e vulnerável da população. Por conseguinte, em
revisitação ao exame detido e aprofundado do tema, conclui-se que
é inviável o entendimento de que o rol é meramente
exemplificativo e de que a cobertura mínima, paradoxalmente, não
tem limitações definidas. Esse raciocínio tem o condão de encarecer
e efetivamente padronizar os planos de saúde, obrigando-lhes,
tacitamente, a fornecer qualquer tratamento prescrito, restringindo
a livre concorrência e negando vigência aos dispositivos legais que
estabelecem o plano-referência de assistência à saúde (plano
básico) e a possibilidade de definição contratual de outras
coberturas. 5. Quanto à invocação do diploma consumerista pela
autora desde a exordial, é de se observar que as técnicas de
interpretação do Código de Defesa do Consumidor devem
reverência ao princípio da especialidade e ao disposto no art. 4º
daquele diploma, que orienta, por imposição do próprio Código,
que todas as suas disposições estejam voltadas teleologicamente e
finalisticamente para a consecução da harmonia e do equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores. 6. O rol da ANS é
solução concebida pelo legislador para harmonização da relação
contratual, elaborado de acordo com aferição de segurança,

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efetividade e impacto econômico. A uníssona doutrina
especializada alerta para a necessidade de não se inviabilizar a
saúde suplementar. A disciplina contratual exige uma adequada
divisão de ônus e benefícios dos sujeitos como parte de uma mesma
comunidade de interesses, objetivos e padrões. Isso tem de ser
observado tanto em relação à transferência e distribuição adequada
dos riscos quanto à identificação de deveres específicos do
fornecedor para assegurar a sustentabilidade, gerindo custos de
forma racional e prudente. 7. No caso, a operadora do plano de
saúde está amparada pela excludente de responsabilidade civil do
exercício regular de direito, consoante disposto no art. 188, I, do CC.
É incontroverso, constante da própria causa de pedir, que a ré
ofereceu prontamente o procedimento de vertebroplastia, inserido
do rol da ANS, não havendo falar em condenação por danos
morais. 8. Recurso especial não provido. (REsp 1733013/PR, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
10/12/2019, DJe 20/02/2020)

22. Desta forma, a Apelante apresenta prova da inexistência dos argumentos


apresentados a inicial, cabendo, como forma de justiça, a improcedência dos pedidos.

23. Na espécie, importante frisar que não se discute a necessidade do


tratamento requerido, mas sim ao que o Plano de Saúde se obrigou a cobrir, mediante
a contraprestação devida por cada beneficiário, e no caso em exame, o plano contratado
pela empregadora da beneficiária não abarcam todos procedimentos solicitados pelo
médico que lhe assiste.

24. Portanto, não há que se falar em ilegalidade na negativa apresentada e


consequentemente não existem danos morais a serem indenizados, o que coaduna com
o pedido de reforma da sentença recorrida.

25. Assim, ao negar o procedimento solicitado a Apelante ENCONTRAVA-


SE NO EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO DE LIMITAR-SE A COBRIR DE
ACORDO COM AS REGRAS DO CFM E DA ANS, OU SEJA, NESSAS HIPÓTESES
NÃO HÁ QUE SE COGITAR EM OFENSA AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
DA APELADA APTO A GERAR INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL,
CONFORME ENTENDIMENTO DO JUÍZO A QUO.

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26. Ora, porque a Apelante é operadora de planos de
saúde e atua na cobertura de assistência à saúde deve indenizar a todos que
entenderem que supostamente foram lesados em patamar que lhes é conveniente,
deixando de lado todos os critérios norteadores do direito, como razoabilidade e
proporcionalidade. Ocorre que basta uma simples leitura da inicial e contestação para
se verificar que a discussão aqui é meramente contratual.

27. Não há no caso em tela qualquer atitude que tivesse maculado a sua honra
ou integridade, motivo pelo, data venia, não há que se falar em qualquer indenização por
suposto dano moral.

28. A sentença recorrida julgou procedente o pedido indenizatório pelo


seguinte fundamento:

A recusa do plano de saúde quanto à cobertura do procedimento


cirúrgico, para tratamento da retirada do excesso de pele, para o
qual houve indicação médica, ultrapassa a esfera do mero
inadimplemento contratual, autorizando uma compensação
pecuniária a título de dano moral, por mácula à boa-fé. O
constrangimento, a dor, o sofrimento, o medo, o sentimento de
impotência e indignação, nessas situações, são presumidos, pois o
dano opera-se in re ipsa.

No caso dos autos, o dano moral é facilmente perceptível, pois


dúvida não há de que, em face do ocorrido, a autora se viu numa
situação não apenas incômoda e constrangedora, mas
verdadeiramente desesperadora, principalmente porque a sua
expectativa de estar protegida pelo seguro de saúde foi frustrada.

29. Tal entendimento diverge da jurisprudência consolidada, vez que é de fácil


percepção que a discussão é meramente na esfera contratual e legal, bem como não houve
qualquer atitude que tivesse maculado a honra ou integridade da beneficiária, pois desde sua
adesão já sabia que o procedimento requerido não era de cobertura, motivo pelo, data venia, não
há que se falar em qualquer indenização.

30. Nesse ínterim, esse também vem sendo o entendimento do Egrégio Superior
Tribunal de Justiça, vejamos:
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"CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
E DE COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE.
TRATAMENTO. DOENÇA. COBERTURA. RECUSA
INJUSTIFICADA. DEVERES ANEXOS OU LATERAIS. BOA-FÉ
OBJETIVA. VIOLAÇÃO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA.

1. O propósito recursal é determinar se a negativa da seguradora ou


operadora de plano de saúde em custear tratamento de doença coberta pelo
contrato tem, por si só, a aptidão de causar dano moral ao consumidor
segurado.

2. Embora o mero inadimplemento, geralmente, não seja causa para


ocorrência de danos morais, a jurisprudência do STJ vem reconhecendo o
abalo aos direitos da personalidade advindos da recusa indevida e ilegal
de cobertura securitária, na medida em que a conduta agrava a já existente
situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do segurado.

3. A recusa indevida e abusiva de cobertura médica essencial à cura de


enfermidade coberta por plano de saúde contratado caracteriza o dano
moral, pois há frustração da justa e legítima expectativa do consumidor de
obter o tratamento correto à doença que o acomete.

4. Existem situações, todavia, em que a recusa não é indevida e


abusiva, sendo possível afastar a presunção de dano moral, pois
dúvida razoável na interpretação do contrato não configura conduta
ilícita capaz de ensejar indenização.

5. O critério distintivo entre uma e outra hipótese é a eventualidade


de a negativa da seguradora pautar-se nos deveres laterais
decorrentes da boa-fé objetiva, a qual impõe um padrão de conduta a
ambos os contratantes no sentido da recíproca colaboração,
notadamente, com a prestação das informações necessárias ao
aclaramento dos direitos entabulados no pacto e com a atuação em
conformidade com a confiança depositada.

6. [...]

7. Recurso especial conhecido e provido" (REsp 1.651.289/SP, Rel.


Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, julgado em 6/4/2017,
DJe 5/5/2017) ( grifou-se).

"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO HOME CARE. TRATAMENTO
DEFERIDO JUDICIALMENTE. RECUSA FUNDADA EM
INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL.
INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS
5 E 7 DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

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1. A recusa da operadora do plano de saúde baseou-se na ausência de
previsão contratual para o fornecimento de home care. Dúvida
razoável na interpretação do contrato que não configura conduta
ilícita capaz de ensejar indenização. Incidência das Súmulas 5 e 7/STJ.

2. Agravo desprovido" (AgInt no AREsp 983.652/SP, Rel. Ministro


MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Terceira Turma, julgado em
15/12/2016, DJe 2/2/2017 - grifou-se).

“Ademais, como se extrai da sentença, "(...) o mero descumprimento


contratual, sem ofensa ao direito de personalidade, não importa em dano
moral indenizável" (fl. 358 e-STJ). E mais, da leitura do acórdão recorrido,
verifica-se que, "(...) Após ser submetida a uma cirurgia de redução de
estômago, foi necessário que a autora, ora primeira apelante, realizasse
outros dois procedimentos, quais sejam, 'dermolipectomia para correção
de abdome e plástica mamária 'não estética' para correção bilateral' (fl. 03),
em razão do excesso de pele. A ré, ora segunda apelante, contudo,
autorizou tão somente o primeiro procedimento, a correção do abdome,
diga-se. Então, foi necessário que a autora, ora primeira apelante, efetuasse
o pagamento do segundo procedimento, a plástica mamária, e, na presente
demanda, postula ela o reembolso da quantia correspondente, bem assim
o recebimento de indenização por danos morais" (fl. 457 e-STJ - grifou-
se). Dessa forma, não se pode imputar à operadora de plano de saúde
nenhum agravamento à saúde da usuária, sendo de rigor o não
reconhecimento dos aventados danos morais. (AREsp 116509, Relator
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de publicação:
15/03/2019) (grifo nosso)”

31. Em idêntico caminho, colham-se acórdãos deste Egrégio Tribunal:

DIREITO DO CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


PLANO DE SAÚDE. MAMOPLASTIA. CIRURGIA
REPARADORA. COBERTURA. INADIMPLEMENTO
CONTRATUAL. DANO MORAL. NÃO CONFIGURADO. I - A
reconstrução mamária decorrente dos efeitos de cirurgia
bariátrica, desde que devidamente indicada por médico
especialista, é mera continuidade do tratamento iniciado com a
redução de peso, não possuindo, pois, finalidade estética. II -
Embora evidentes a angústia e a frustração sofridas pela
consumidora, ante a negativa de cobertura pela seguradora, o fato
não possuiu o condão de causar constrangimento moral hábil a
compensação, em razão de peculiaridades do caso. III - Deu-se
parcial provimento ao recurso. (Acórdão n.1139455,

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07158765220188070001, Relator: JOSÉ DIVINO 6ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 23/11/2018, Publicado no DJE: 29/11/2018.
Pág.: Sem Página Cadastrada.) (grifo nosso)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE


SAÚDE. GASTROPLASTIA. CIRURGIA PLÁSTICA
REPARADORA. RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM
PRÓTESE. CONTINUIDADE DO TRATAMENTO
BARIÁTRICO. DEVER DE COBERTURA. ROL
EXEMPLIFICATIVO DA ANS. DANO MORAL. MATÉRIA
CONTROVERTIDA. AFASTAMENTO. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA.

1. A cirurgia plástica reparadora para reconstrução da mama com


a utilização de prótese, devidamente indicada por médico
especialista, é considerada continuação do tratamento iniciado
com a realização da intervenção bariátrica (gastroplastia/redução
do estômago), devendo ser custeada pelo plano de saúde.
Precedente do Superior Tribunal de Justiça.

2. Cumpre ao plano de saúde realizar a cirurgia plástica


reparadora decorrente do tratamento da obesidade mórbida,
porquanto tal intervenção cirúrgica possui característica
reparadora e não somente estética, contribuindo, portanto, para a
melhoria da qualidade de vida do paciente.

3. O rol dos procedimentos estipulados pela Resolução número


387 da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS é
meramente exemplificativo, indicando somente a cobertura
mínima, podendo a sua prestação, portanto, ser exigida pelo
segurado.

4. O entendimento de que a cirurgia plástica para reconstrução


mamária é considerada continuação do tratamento iniciado com
a realização da intervenção bariátrica é matéria controvertida,
motivo pelo qual a negativa ao oferecimento da cirurgia é
plausível, não podendo gerar, portanto, danos morais.
Precedentes desta Turma. 5. Recurso conhecido e provido em
parte. (Acórdão n.1077365, 20171610018192APC, Relator:
EUSTÁQUIO DE CASTRO 8ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento:
22/02/2018, Publicado no DJE: 27/02/2018. Pág.: 744/751)

32.

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33. Ademais, nos termos do Código de Defesa do Consumidor (Art. 6º, VI), e
do Código Civil (Art. 944, caput), a indenização do dano moral, quando cabível, deve ser
fixada levando-se em conta o suposto dano, que deve ser provado, até porque o Código
Civil veda o enriquecimento sem causa (art. 884). Confiram-se, no passo, os expressivos
julgados, verbis:

“(...)
Quem age de acordo com cláusula contratual, ainda que posteriormente
declarada nula, não reponde por danos morais.
(...)”.1
“O desconforto provocado pelo eventual descumprimento contratual ou a
mera dificuldade de conseguir uma isenção de carência em plano de saúde não
pode ser convertido em indenização por danos morais. Limites nos termos
contratados. Inexiste dano moral quando as partes apenas discutem direitos e
obrigações, condutas constitucionalmente previstas. Negado provimento ao
recurso.”2 (sem grifo no original)

“CONSUMIDOR. SEGURO SAÚDE. RECUSA DA SEGURADORA DE


LIBERAR SENHA AO SEGURADO. INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. INADMISSIBILIDADE DO DANO MORAL PELO
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL.”3 (sem grifo no original)
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. SEGURO-VIAGEM. DANOS MORAIS.
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. INOCORRÊNCIA EM REGRA.
SITUAÇÃO EXCEPCIONAL NÃO CARACTERIZADA. RECURSO
DESACOLHIDO.
I – Como anotado em precedente (REsp 202.504-SP, DJ 1.10.2001), ‘o
inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e
indenização por perdas e danos, mas, em regra, não dá margem ao dano moral,
que pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a inobservância das
cláusulas contratuais por uma das partes possa trazer desconforto ao outro
contratante – e normalmente o traz – trata-se, em princípio, do desconforto a
que todos podem estar sujeitos, pela própria vida em sociedade’ [...]“4 (sem
grifo no original)

34. Por todo o exposto, de acordo com entendimento do Egrégio Tribunal e do


Superior Tribunal de Justiça, pugna-se pela reforma da sentença recorrida com a
improcedência de indenização por dano moral.

1
Trecho do voto do Min. Ari Pargendler no RESP nº 521.851/RJ, STJ, 3ª Turma, DJ de 29.03.2004.
2
Recurso nº 2001011004165-7/DF, Juizado Especial Cível.
3
Apelação Cível 597093707/RJ, TJRJ.
4
RESP nº 338.162/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 18/02/2002.
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35. Analisando-se o caso sub judice, percebe-se claramente que não há qualquer
elemento a partir do qual se possa vislumbrar a ocorrência de dano moral. No caso em tela, não
houve qualquer resquício de ato ilícito da Operadora de Plano de Saúde que possa justificar uma
condenação em danos morais.

36. Por todo exposto, de acordo com entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e do Superior Tribunal de justiça, pugna-se, portanto, pela reforma da sentença,
com a improcedência do pedido indenizatório.

IV - PEDIDO

37. Ante o exposto, confia a apelante em que S.Exª e a Colenda Turma haverão
de prover o presente recurso para ao final dar provimento, reformando a r. sentença que
julgou procedente a pretensão autoral, para afastar a condenação da apelante no
pagamento de indenização por danos morais, tudo como homenagem à JUSTIÇA!

38. Subsidiariamente, caso entenda esta Corte pela manutenção da


condenação, pugna-se que seja arbitrado um valor menor daquele estabelecido na
sentença recorrida.

Requer-se que todas as publicações sejam em nome da Advogada Kathia

Aguiar Zeidan, inscrita na OAB/DF 31.330, sob pena de nulidade dos atos praticados.

E. deferimento.

Brasília, DF, 02 de outubro de 2020.

Kathia Aguiar Zeidan Marina Santa Rosa B Sant’Ana


OAB/DF 31.330 OAB/DF 36.963

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O pagamento desta GRU Cobrança poderá ser efetuado em qualquer banco.
Para pagamento via Internet banking ou caixa eletrônico, utilize a oção pagamento de títulos.
Instruções:
1. Imprima em impressora jato de tinta ou laser em qualidade normal ou alta. Não use modo econômico.
2. Utilize papel A4 (210 x 297 mm) e margens mínimas à esquerda e à direita do formulário.
3. Corte na linha indicada. Não rasure, não risque, não fure e não dobre a região onde se encontra o código de barras.
4. Para pagamento via Internet banking ou caixa eletrônico, utilize a opção pagamento de títulos.
Via do Processo
Guia de Custas e Emolumentos / Guia Recurso - 1ª Instância - Apelação
001-9 00190.00009 02941.725075 00241.388172 1 83860000001732
Cedente Vencimento Valor do documento
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios 22/09/2020 R$ 17,32
Processo Data do documento Número da Guia
Número informado: 07045873620208070007 22/09/2020 29417250700241388
Competência/Juízo
Cível
Circunscrição / Forum
TAGUATINGA
Nome da Petição
APELAÇÃO
Polo Ativo
JAKELINA MESQUITA SILVA
Polo Passivo
SAÚDE SIM LTDA
Valor da Causa
R$ 0,00
Custas:17,32
Válida até 22/09/2020 ressalvados os prazos recursais.
Os itens cobrados estão de acordo com as tabelas do Decreto-Lei nº 115/67 e do § 2º do artigo 191 do 04210645109 08:17
Provimento Geral da Corregedoria.
VALOR MÁXIMO DE CUSTAS INICIAIS ATINGIDO.
Sacado / Pago Por
Apelante - SAÚDE SIM LTDA - CPF/CNPJ: 02464179000163

corte na linha pontilhada

Ficha de Compensação
Guia de Custas e Emolumentos / Guia Recurso - 1ª Instância - Apelação
001-9 00190.00009 02941.725075 00241.388172 1 83860000001732
Local do pagamento Vencimento
Pagável em qualquer banco. 22/09/2020
Cedente Agência/Código do cendente
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios 4200/333050
Praça municipal, Lote 01 - CEP 70094-900 - Brasília/DF CNPJ: 00531954/0001-20
Data do documento Número do documento Espécie DOC Aceite Data process. Nosso Número
22/09/2020 29417250700241388 N 22/09/2020 29417250700241388
Uso do Banco Carteira Espécie Quantidade x Valor (=) Valor do documento
17 R$ R$ 17,32
Instruções (-) Desconto/Abatimento
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1. Senhor(a) caixa, por favor não receba este documento após a data de
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vencimento. (+) Juros/Multa
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3. SR. CAIXA: NÃO RECEBER EM CHEQUE.
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(=) Valor Cobrado
R$ 17,32
Sacado
SAÚDE SIM LTDA - CPF/CNPJ: 02464179000163
Sacador/Avalista Autenticação mecânica - Ficha de compensação

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Número do documento: 20100215242790300000069674786
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100215242790300000069674786
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 02/10/2020 15:24:27
Num. 73753679 - Pág. 1
23/09/2020 Internet Banking

PAGAMENTO A FORNEC EDORES


Emissão 2ª Via C omprovante de Pagamento de Títulos

No. compromisso banco No. compromisso cliente Data do C rédito Valor


1000104000400003 2186 22/09/2020 17,32

C onvênio Data da Solicitação Agência/C onta C orrente


0033-3328-004905978459 22/09/2020 3328 / 000130048624

Nome/Razão Social do Pagador Original C PF/C NPJ do Pagador Original


SAUDE SIM LTDA 02.464.179/0001-63

Nome/Razão Social do Beneficiário Original C PF/C NPJ do Beneficiário Original


TRIB DE JUSTIC A DO DF.C ORREGEDORIA DA JU 00.531.954/0001-20

Nome/Razão Social do Pagador Efetivo C PF/C NPJ do Pagador Efetivo


SAUDE SIM LTDA 02.464.179/0001-63

Instituição Financeira Favorecida


001 - BANC O DO BRASIL S.A.

C ódigo de Barras
00190.00009 02941.725075 00241.388172 1 83860000001732

Valor Nominal Desc. / Abat. Juros Valor a Pagar


17,32 0,00 0,00 17,32

Tipo de Serviço
Pagamento Fornecedor

C omplemento do Tipo de Serviço

Autenticação Bancária
E6DA59899D70BF0D7E49800

SAC - Atendimento 24h por dia, todos os dias.


0800 762 7777
0800 771 0401 (Pessoas com deficiência auditiva ou
Central de Atendimento Santander Empresarial
de fala)
4004-2125 (Regiões Metropolitanas)
0800 726 2125 (Demais Localidades)
Ouv idoria - Das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira,
0800 723 5007 (Pessoas com deficiência auditiva ou
exceto feriado.
de fala)
0800 726 0322
0800 771 0301 (Pessoas com deficiência auditiva ou
de fala)

https://pj.santandernetibe.com.br/ibeweb/pages/IBPJClassico/inicioIBPJClassico.xhtml 1/1

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Número do documento: 20100215242797000000069674787
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100215242797000000069674787
Assinado eletronicamente por: KATHIA AGUIAR ZEIDAN - 02/10/2020 15:24:27
Num. 73753680 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

RÉU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Diante da interposição de apelação de ID 73753659 pela parte requerida, fica intimado o apelado para
contrarrazões, no prazo de 15 dias.

Na hipótese de apelação adesiva, será intimado o apelante para contrarrazões.

Após, independentemente de conclusão, os autos serão remetidos ao e. TJDFT, conforme determinado pelo
art. 1010, § 3º do CPC.

Taguatinga-DF, 05/10/2020 11:50

BIANCA LISA DE OLIVEIRA

Servidor Geral

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Número do documento: 20100511520266000000069745371
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100511520266000000069745371
Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 05/10/2020 11:52:02
Num. 73835930 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO DJE

O ato Judicial Certidão ID 73835930 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
06/10/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.

7 de outubro de 2020

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Número do documento: 20100710264589300000069938404
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100710264589300000069938404
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 07/10/2020 10:26:45
Num. 74049080 - Pág. 1
Segue em anexo.

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Número do documento: 20102916074835200000071619994
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074835200000071619994
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916030 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA
CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA/DF

Processo nº: 0704587-36.2020.8.07.0007

JAKELINA MESQUITA SILVA, já qualificada nos autos do processo em


epígrafe, vem, por intermédio de suas procuradoras, devidamente constituídas à
presença de Vossa Excelência, no prazo legal, com fundamento no artigo 1.010, §1º do
Código de Processo Civil, para opor

CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO

em face da EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 02.464.179/0001-63, estabelecida no Águas Claras Shopping
Avenida das Araucárias, Lotes 1835/2005 Piso 3 - Sala 301. CEP: 71936-250 Águas
Claras, Brasília – DF.

Colecionada aos autos com ID nº 73753659.

Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 29 de outubro de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 1
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL

APELANTE: EMPRESA SAÚDE SIM LTDA

APELADA: JAKELINA MESQUITA SILVA

CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara

I – DA TEMPESTIVIDADE

A presente contrarrazões é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para


sua apresentação é de 15 (quinze dias), contados do primeiro dia útil seguinte da
publicação. Assim, considerando que a intimação foi feita em 07/10/2020, o prazo final
ocorre em 29/10/2020.

II – SÍNTESE DOS FATOS

A apelada entrou com ação requerendo a liminar para que fosse feita cirurgia
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, pois na época da propositura da
ação era beneficiária do plano de saúde “Saúde Sim”, a liminar foi devidamente
cumprida pelo plano de saúde, a apelada fez a cirurgia dia 21/07/2020.

A liminar foi concedida pelo Juízo de 2º grau no Agravo de Instrumento nº


0711687-63.2020.8.07.0000, que em sua decisão deferiu a tutela de urgência postulada.

Ocorre que a apelante foi mandada embora da empresa sem justa causa, na qual
era beneficiária do plano de saúde empresarial e que fazia coparticipação. A apelante foi
despedida de seu emprego inesperadamente durante o curso processual. Em nenhum
momento foi oferecido à autora outro plano de saúde na modalidade individual ou
familiar.

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 2
A obrigação da apelante em custear o procedimento cirúrgico da reparadora se
mantém, uma vez que os próprios médicos do plano de saúde que acompanharam a
apelante atestaram a necessidade da cirurgia. O plano de saúde “Saúde Sim” não pode
se excluir de seu dever de ter custeado o procedimento cirúrgico da reparadora, pois
viola não apenas os elementos essenciais do contrato firmado junto à requerente, como
também todos os Diplomas Legais pátrios, a Começar pelo Código Civil e Código de
Defesa do Consumidor, e, o unânime entendimento jurisprudencial sobre a matéria.

Em sede de sentença a decisão condenou a apelante a arcar com todas as


despesas da cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito da apelada.
Em questão do mérito condenou a apelante ao pagamento de danos morais no valor de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e a sucumbência, dos honorários advocatícios em 20%
sob o valor da condenação.

É a breve síntese dos fatos.

III – DO DIREITO

Isurge-se as alegações da apelante, que pleiteia pela reforma da sentença,


alegando controvérsia na previsão contratual e não cabimento do dano moral. A
pretensão de reforma pela apelante não merece prosperar.

Os exames atestaram que a agravada estaria apta para realizar tal cirurgia e o
médico do plano de saúde indicou que a apelada deveria fazer o procedimento cirúrgico
na região dos membros inferiores esquerdo e direito, mas o plano se negou a custear a
cobertura da cirurgia, mesmo com todos os exames aptos e o médico do plano indicando
o procedimento cirúrgico, tais exames e a negativa do plano estão em anexo na Inicial.

As sobras de pele as quais se apresentavam nas partes inferiores da requerente


atrapalhavam a sua qualidade de vida, uma vez que as sobras de pele que se
encontravam nas partes dos membros inferiores esquerdo e direito, causavam um
inegável incomodo como a simples ação de andar, caminhar, correr, praticar atividade
física, como demonstram as fotos anexas na Inicial dos membros inferiores.

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 3
O apelante deve cumprir o contrato, uma vez que os próprios médicos do plano
de saúde que acompanharam a apelada possuem as melhores condições para atestar as
suas necessidades.

Nesse sentido, jurisprudência do TJDFT:

CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.


OBRIGAÇÃO DE FAZER. INTERESSE DE AGIR. PRESENÇA.
NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO. CIRURGIA PLÁSTICA
REPARADORAPÓS ACIDENTE. ESCOLHA DE MELHOR
TERAPÊUTICA. TAREFA DO MÉDICO ASSISTENTE. ROL DA
ANS MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO. CANCELAMENTO DO
CONTRATO. RESPONSABILIDADE DA OPERADORA DO
PLANO DE SAÚDE.
1. Presente nos autos a demonstração acerca da efetiva negativa de
cobertura para os procedimentos, por ausência de previsão contratual e
no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), há interesse
de agir consubstanciado na necessidade e utilidade da tutela
jurisdicional.
2. Se o ajuste firmado entre as partes estabelece cobertura garantida
para as doenças listadas no CID-10, a negativa escorada no fato de o
tratamento indicado pelo médico assistente não se encontrar no rol dos
procedimentos estabelecidos pela ANS não tem guarida no contrato,
tampouco na lei.
3. O responsável pelo acompanhamento clínico do paciente é
quem detém melhores condições de sugerir a terapêutica mais
adequada ao seu caso específico.
4. O encerramento do contrato ocorrido após o evento para o qual
o consumidor solicitou cobertura não repercute no desate da
querela, haja vista que os efeitos do cancelamento são posteriores
e não afetam sinistros ocorridos anteriormente.
8ª Turma Cível, Publicado no DJE : 18/12/2019.

No mesmo sentido, jurisprudência deste egrégio Tribunal de Justiça:

CONSUMIDOR. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS. PLANO DE
ASSISTÊNCIA À SAÚDE. SEGURO COLETIVO EMPRESARIAL
DE REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES.
ATENDIMENTO DIRETAMENTE NA REDE CONVENIANDA.
NECESSIDADE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO AUTORIZADO. POSTERIOR CANCELAMENTO
DA APÓLICE NO PERÍODO DE PREPARAÇÃO PRÉ-
CIRÚRGICO. SINISTRO OCORRIDO DURANTE A VIGÊNCIA
DO CONTRATO SECURITÁRIO. DEVER DE COBERTURA.
REVOGAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO. CONDUTA ABUSIVA DO

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 4
FORNECEDOR. DANO MORAL. CANCELAMENTO DE
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PREVIAMENTE AUTORIZADO.
AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO EM TEMPO HÁBIL PARA
EVITAR A INTERRUPÇÃO DA COBERTURA.
CONFIGURAÇÃO. QUANTUM. MANUTENÇÃO. PRINCÍPIOS
DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE.
ADSTRIÇÃO À NORMATIVA DA EFETIVA EXTENSÃO DO
DANO. HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO. RECURSO
DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
1. "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde" (Súmula n. 469/STJ).
1.1. A parte autora figura como consumidora, porquanto beneficiária
de seguro coletivo empresarial de reembolso de despesas médico-
hospitalares, contratado por seu empregador junto à seguradora (fls.
20 e 21/61) e utilizou o serviço como destinatária final (CDC, art. 2º)
e a ré, ora apelante, é fornecedora, porquanto desenvolve atividade de
prestação de serviços no mercado de consumo, mediante remuneração
(CDC, art. 3º).
2. Na modalidade contratual de seguro-saúde, a cobertura se dá, em
regra, mediante reembolso das despesas vertidas pelo beneficiário,
ante a sua livre escolha de prestador de serviços, e nos limites
predeterminados.
2.1. Havendo, no entanto, como no presente caso, previsão contratual
para que o segurado opte pela rede referenciada, caso em que não se
utiliza o sistema de reembolso, os pagamentos dos serviços prestados
são feitos de maneira direta pela operadora/seguradora, o que exige,
portanto, a sua prévia autorização.
3. Ocorrendo sinistro abrangido no risco contratado, in casu o
acometimento por mazela coberta pela apólice, durante a plena
vigência do contrato securitário, e encontrando o tratamento indicado
pelo médico assistente guarida no âmbito contratual, legal e
regulamentar, exsurge o dever da seguradora em prestar-lhe a integral
e devida cobertura pertinente, na forma contratada, até o
restabelecimento do quadro de saúde do segurado.
3.1. Posterior cancelamento da apólice produz efeito para todos os
demais eventos evidenciados após este marco, à exceção daqueles
devidamente diagnosticados durante sua vigência.
3.2. Na espécie, o tratamento já havia se iniciado na seara clínica,
tendo o quadro evoluído para a indicação cirúrgica, inclusive
contando com a respectiva autorização (senha) pela seguradora
sendo, posteriormente, revogada ante a notícia do encerramento
da apólice por parte da estipulante.
3.3. A cobertura, portanto, deve ser mantida, dada a
anterioridade da verificação do sinistro em relação ao
encerramento da apólice, exclusivamente para o tratamento em
curso, abrangendo, inclusive, eventuais necessidades pós-
operatórias pertinentes às intervenções ortopédicas, de maneira a
exaurir a cobertura devida no tocante ao restabelecimento do
quadro clinico do segurado.
(...)

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https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 5
(Acórdão 1058150, 20160110355588APC, Relator: ALFEU
MACHADO 6ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 8/11/2017,
publicado no DJE: 14/11/2017. Pág.: 588/608 - grifo nosso).
O procedimento cirúrgico que foi realizado, em sua essência, não tem somente
caráter restaurador, a cirurgia foi de fundamental importância para a qualidade de vida
da agravada. As declarações médicas, juntadas com a Inicial, evidenciam que o cunho
estético não foi o fundamento determinante a justificar a necessidade de realização da
cirurgia.

O Procedimento que retirou os excessos de pele que se formaram em razão do


emagrecimento decorrente da pós-cirurgia bariátrica, melhorando assim sua locomoção,
POIS, A SOBRA DE PELE ATRAPALHAVA A SUA QUALIDADE DE VIDA.
Era evidente a situação de desconforto físico e mal-estar psíquico vivenciado pela
apelada, COMO MOSTRA AS FOTOS ANEXAS NA INICIAL.

O apelante diz não haver sobras de pele nos membros inferiores esquerdo
e direito da requerente, porém, o procedimento cirúrgico da reparadora foi feito,
cirurgia essa que tirou os excessos de pele dos membros inferiores esquerdo e
direito, se tal procedimento não pudesse ser realizado, os médicos do plano de
saúde seriam os primeiros a se recusarem a fazer, mas o procedimento era tão
necessário que a cirurgia foi feita pelo médico do plano de saúde que atestou que a
cirurgia se fazia necessária, como consta em anexo na Inicial.

É obrigação de fazer do apelante custear o procedimento cirúrgico da


reparadora que foi realizada, uma vez que os médicos que acompanhavam a apelada
possuem as melhores condições para atestar as suas necessidades. O plano de saúde
“Saúde Sim” não pode se excluir de seu dever de custear o procedimento cirúrgico da
reparadora.

No mesmo sentido, jurisprudência do TJDFT e STJ:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PÓS
BARIÁTRICA. NEGATIVA DE COBERTURA. ROL DA
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. RECUSA INJUSTIFICADA.
ASTREINTE. LIMITAÇÃO VALOR TOTAL.

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20102916074844500000071620004
Assinado eletronicamente por: LUCIANA LIMA AMERICO - 29/10/2020 16:07:48
Num. 75916040 - Pág. 6
I. O Rol de Procedimentos elaborado pela ANS é norma de proteção
ao consumidor com a qual se pretende resguardar o mínimo de
cobertura aos usuários dos planos privados de assistência à saúde, não
possuindo, portanto, caráter taxativo. II. Constitui obrigação do
plano de saúde fornecer o tratamento plástico necessário, quando
decorrente de cirurgia bariátrica. III. A astreinte não possui
natureza indenizatória. O prejuízo decorrente do inadimplemento ou
do atraso no cumprimento da obrigação deve ser objeto de pretensão
própria, não sendo admissível o desvirtuamento da natureza da
indigitada penalidade processual. Assim sendo, não pode ser fixada
em valor exorbitante, de modo a acarretar o enriquecimento sem causa
ou de tal forma que, em face de sua expressão monetária, o
inadimplemento da obrigação seja mais vantajoso para o credor. IV.
Deu-se parcial provimento ao recurso.
(Acórdão n.1088969, 07160483120178070000, Relator: JOSÉ
DIVINO 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/04/2018, Publicado
no DJE: 20/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA
REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.
DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO
MANTIDO.
1. Contrato de plano de assistência à saúde configura relação de
consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor.
Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça. 2. Os
procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados pelo médico
especialista responsável constituem mera continuação do
tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia
bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da

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Número do documento: 20102916074844500000071620004
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Num. 75916040 - Pág. 7
coletividade, dada a natureza transindividual decorrente de práticas
reiteradas no mercado de consumo. 6. A fixação do valor do dano
extrapatrimonial em R$ 3.000,00 (três mil reais) não atende a
finalidade indenizatória e punitiva do instituto, contudo, não pode ser
majorado, no caso concreto, sob pena de violação à adstrição (Art.
492, do CPC) e à vedação da reformatio in pejus. 7. Em aplicação ao
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, no Agravo
Regimental n. AO 2063 Agr/CE, a sucumbência recursal, prevista no
Art. 85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, tem a finalidade
de impedir a interposição reiterada de recursos. 8. Apelação não
provida. Sentença mantida.
(Acórdão n.1082251, 07128334720178070000, Relator: ROBERTO
FREITAS 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 14/03/2018,
Publicado no DJE: 06/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
…………………………………………………………………
STJ Cirurgia pós-bariátrica – negativa do plano de saúde – dano
moral “(...) Havendo indicação médica para cirurgia plástica de
caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia
bariátrica, não cabe à operadora negar a cobertura sob o
argumento de que o tratamento não seria adequado, ou que não
teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é fundamental
à recuperação integral da saúde do usuário outrora acometido de
obesidade mórbida, inclusive com a diminuição de outras
complicações e comorbidades, não se com gurando simples
procedimento estético ou rejuvenescedor. (...) Em regra, a recusa
indevida pela operadora de plano de saúde de cobertura médico-
assistencial gera dano moral, porquanto agrava o sofrimento psíquico
do usuário, já combalido pelas condições precárias de saúde, não
constituindo, portanto, mero dissabor, ínsito às situações correntes de
inadimplemento contratual. Na hipótese, além de inexistir dúvida
jurídica razoável na interpretação do contrato, a autora experimentou
prejuízos com o adiamento das cirurgias plásticas reparadoras diante
da negativa da operadora do plano de assistência médica, sobretudo
porque agravou o estado de sua saúde mental, já debilitada pela baixa
autoestima gerada pelas alterações anatômicas e morfológicas do
corpo humano consequentes da cirurgia bariátrica, sendo de rigor o
reconhecimento dos danos morais. (...)” REsp 1757938/DF

A apelada mesmo tendo sido mandada embora sem justa causa faz jus aos
benefícios do plano de saúde, por ser um direto que antecede ao cancelamento do
contrato. Restou demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.

Nesse contexto, a despeito da previsão expressa no contrato de exclusão de


cobertura para internação domiciliar, a negativa de custeio é abusiva, consoante o artigo
51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

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Num. 75916040 - Pág. 8
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...)

IV. estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que


coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.

É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.

A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que


estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da
natureza do negócio.

O contrato firmando entre a agravada e o agravante não pode servir de escopo


para justificar a negativa da cirurgia.

Mais especificamente, a lei 9.656 de 03 de junho de 1998 com redação dada


pela medida provisória nº 2.177-44 de 24 de agosto de 2001, em seus artigos 35 - C e 35
– E, expressamente determina:

Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos:

I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco


imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente,
caracterizado em declaração do médico assistente;
(...)

Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os


contratos celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que:

A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados.

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Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa do agravante
em não autorizar os efeitos do procedimento cirúrgico que fez a agravada.

IV - DO DANO MORAL

A agravada sofreu um dano ilícito, conforme fundamentado no Código Civil


em seu art. 186, verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Tendo em vista o agravante cometeu um ato ilícito, deve, consequentemente,
sanar os danos morais suportados pela agravada, como reza o art. 927, do Código Civil,
verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

No entendimento jurisprudencial do TJDFT:


APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E
DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. OBRIGAÇÃO DE FAZE
R E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALTERAÇÃO DA
BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
PEDIDO EM CONTRARRAZÕES. NÃO CABIMENTO.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRELIMINAR.
CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEITADA. NEGATIVA DE
COBERTURA DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RECUSA
INDEVIDA. FINALIDADE REPARADORA. CONTINUIDADE DO
PROCEDIMENTO BARIÁTRICO. DANO MORAL.
CONFIGURADO. 1. Trata-se de apelações interpostas contra
sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos para
determinar à operadora do plano de saúde que autorize a realização
dos procedimentos descritos no relatório médico. 2. Inviável a
apreciação de requerimento formulado em contrarrazões, tendo em
vista a inadequação da via eleita. Precedentes. 3. Não há se falar em
cerceamento de defesa porquanto os documentos juntados aos autos

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são hábeis e suficientes para comprovar as alegações da autora quanto
a necessidade de realização da intervenção cirúrgica, bem como sua
natureza reparadora. 4. O Superior Tribunal de Justiça fixado
entendimento no sentido de a operadora do plano de saúde dever
arcar com todos os tratamentos destinados à cura de tal doença: o
principal - cirurgia bariátrica - e os subsequentes ou consequentes
- cirurgias destinadas à retirada de excesso de tecido epitelial. 5. In
casu, ante o caráter funcional da cirurgia plástica prescrita pela
médica, impõe-se à seguradora de saúde a cobertura do referido
procedimento, a fim de garantir a continuidade e conclusão do
tratamento de doença crônica de cobertura obrigatória nos planos
de saúde - obesidade mórbida (art. 10, caput, da Lei 9.656/1998). 6.
Este Tribunal, instado a se manifestar sobre o tema em inúmeras
oportunidades, tem consolidado o entendimento de que o rol de
procedimentos elaborados pela Agência Nacional de Saúde tem por
escopo resguardar os segurados, garantindo um mínimo de cobertura
devida pelos planos privados de assistência à saúde. Por tal motivo, o
aludido rol é compreendido como enumeração meramente
exemplificativa, que não deve ser utilizado como instrumento para
recusa de tratamento, sob pena de violação ao princípio da dignidade
da pessoa humana - fundamento do Estado Democrático de Direito e
parâmetro para harmonização da ordem jurídica. 7. A negativa de
cobertura do procedimento pleiteado pela autora, além de frustrar sua
legítima expectativa em relação à contratação de um seguro de saúde,
foi determinante para a criação de um quadro de aflição, angústia e
intranquilidade. Cabível, portanto, a reparação por danos morais,
pois a conduta da seguradora não constitui mero dissabor ínsito às
hipóteses correntes de inadimplemento contratual. 8. Recurso da
autora conhecido e provido. Recurso da parte ré desprovido.
…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO
CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE
SAÚDE. CIRURGIA DE REPARAÇÃO DE MAMAS E
RETIRADA DO EXCESSO DE PELE DOS MEMBROS
SUPERIORES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.
PROCEDIMENTO NÃO ESTÉTICO. CARÁTER
FUNCIONAL. RECUSA
INDEVIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR
INDENIZATÓRIO. SENTENÇA REFORMADA.
1.Mostra-se ilegítima a negativa de cobertura, pelo plano de saúde, de
cirurgia destinada à remoção de tecidos epiteliais das mamas e dos
braços quando esta se revelar indispensável à garantia da qualidade de
vida da segurada e à continuidade do tratamento de obesidade
mórbida, doença abrangida pela cobertura contratual. 2. O rol da ANS
é meramente exemplificativo, de modo que é vedado à administradora
do plano de saúde condicionar a cobertura de procedimento reparador
à Resolução da ANS. 3. A pessoa que contrata plano de saúde, na
expectativa de que a seguradora cumprirá com sua obrigação
sempre que dele necessitar e tem negada a cobertura de
procedimento cirúrgico reparador das sequelas provocadas por

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cirurgia bariátrica faz jus ao recebimento de indenização
por danos morais. 4. Apelação da Ré conhecida, mas não provida.
Apelação da Autora conhecida e provida. Unânime. Publicado no
DJE: 04/09/2019.

Considerando que a honra e a moral da agravada foram feridas, o plano de


saúde deve indenizá-la de forma a recompensá-la pelo dano sofrido, como bem acentua
a Constituição Federal no seu art. 5º, inciso X, in verbis:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

( ... )

X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

No caso, não foram poucos os inconvenientes provocados pela postura do


agravante. O dano em questão produziu à agravada não apenas desconforto e
descontentamento de não ter sido autorizado o procedimento pelo plano de saúde
quando mais necessitava, mas também pela angústia e constrangimento de ter que
buscar a justiça para ter seus direitos respeitados.
A agravada pretende obter do judiciário a rápida e eficaz prestação
jurisdicional, no sentido que seja reparado o dano moral sofrido, a apelante foi
condenada ao pagamento de danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), o
que se faz justo, pois, foi pedido o valor de 10.000,00 (dez mil reias), e foi condenada
também a sucumbência, dos honorários advocatícios em 20% sob o valor da
condenação. Que a sentença seja mantida em sua totalidade, a fim de que a justiça seja
feita.

V – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer:

a) Seja mantida a liminar e todos os seus efeitos até o final da demanda;

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b) A condenação do agravante a pagar à agravada a indenização por danos morais
em quantum reparatório no valor de $ 5.000,00 (cinco mil reais), a qual o
agravante foi condenado a pagar em decisão de sentença;

c) Que o agravante pague as custas processuais e honorários advocatícios no valor


de 20% sob da condenação, de acordo com a condenação em decisão de
sentença.

d) Por fim, que a sentença seja mantida em sua totalidade.

Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 29 de outubro de 2020.

LUCIANA LIMA AMÉRICO


OAB/DF 57.137

EMANUELLE AMARAL BENTO DE SOUZA


OAB/DF 62.664

THAIS FERREIRA RAMOS


OAB/DF 61.736

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Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARCIVTAG

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

REU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO DE ENCERRAMENTO DE EXPEDIENTE

Esta secretaria encerrou manualmente o(s) expediente(s) aberto(s) (ID(s) 11846946) para fins de
continuidade do trâmite processual.

3 de novembro de 2020.

BIANCA LISA DE OLIVEIRA

Servidor Geral

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Número do documento: 20110309031111400000071730796
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110309031111400000071730796
Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 03/11/2020 09:03:11
Num. 76037611 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2ª Vara Cível de Taguatinga

Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007

Classe judicial: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JAKELINA MESQUITA SILVA

REU: SAUDE SIM LTDA

CERTIDÃO

Nos termos do artigo 60, § 2º, do Anexo do Provimento 12, de 17 de agosto de


2017, com redação alterada pelo Provimento 20, de 16 de outubro de 2017, e considerando as informações
obtidas em consulta realizada no sistema do Processo Judicial Eletrônico – PJE, certifico e dou fé que a
sentença registrada no dia 08/09/2020 (ID 71431230) foi publicada no dia 11/09/2020 via DJE.

Certifico ainda que a parte requerida interpôs recurso de apelação ID 73753659.

Por fim, certifico que a parte autora apresentou contrarrazões ID 75916040.

De ordem, remeto os autos ao e. TJDFT.

Taguatinga - DF, 3 de novembro de 2020 10:25:22.

BIANCA LISA DE OLIVEIRA

Servidor Geral

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Número do documento: 20110310275278400000071751562
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Assinado eletronicamente por: BIANCA LISA DE OLIVEIRA - 03/11/2020 10:27:52
Num. 76058629 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

3TCV

Terceira Turma Cível

Fórum de Brasília Desembargador Milton Sebastião Barbosa

Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF CEP: 70094-900 Telefones: 3103-
7031, 3103-7866 Fax 3103-0782

Ofício 265 /2021 - 3ª T.C.

Brasília-DF, 8 de fevereiro de 2021.

A Sua Excelência o(a) Senhor(a)

JUIZ(A) DE DIREITO 2.ª VARA CÍVEL DE TAGUATINGA

Assunto: Encaminha peças desentranhadas

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Número do documento: 21020815480800000000078115839
https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21020815480800000000078115839
Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114951 - Pág. 1
Número do processo: 0711687-63.2020.8.07.0000
Classe judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
AGRAVANTE: JAKELINA MESQUITA SILVA
AGRAVADO: SAUDE SIM LTDA

Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007

Senhor(a) Juiz(a),

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Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114951 - Pág. 2
Em cumprimento à Portaria Conjunta nº 31, de 21 de maio de 2009, disponibilizada no DJ-e de 22 de maio de 2009, à fl. 04, remeto a
V. Exa. as peças referentes ao Agravo de Instrumento em epígrafe.

Respeitosamente,

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https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21020815480800000000078115839
Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114951 - Pág. 3
Everton Leandro dos Santos Lisboa
Diretor de Secretaria da Terceira Turma Cível

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Num. 83114951 - Pág. 4
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Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114951 - Pág. 5
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/02/2021

Número: 0711687-63.2020.8.07.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 3ª Turma Cível
Órgão julgador: Gabinete da Desa. Maria de Lourdes Abreu
Última distribuição : 13/05/2020
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 0704587-36.2020.8.07.0007
Assuntos: Inadimplemento, Planos de Saúde
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
JAKELINA MESQUITA SILVA (AGRAVANTE)
LUCIANA LIMA AMERICO (ADVOGADO)
SAUDE SIM LTDA (AGRAVADO)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
22092013 10/12/2020 Acórdão Acórdão
20:10
23114789 08/02/2021 Certidão Certidão
15:45

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Número do documento: 21020815480800000000078115840
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Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114952 - Pág. 1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Órgão 3ª Turma Cível

Processo N. AGRAVO DE INSTRUMENTO 0711687-63.2020.8.07.0000


AGRAVANTE(S) JAKELINA MESQUITA SILVA
AGRAVADO(S) SAUDE SIM LTDA
Relatora Desembargadora MARIA DE LOURDES ABREU

Acórdão Nº 1305733

EMENTA

CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PÓS-BARIÁTRICA.


REPARADORA. EXCESSO DE PELE. PATOLOGIAS CORRELATAS. INDICAÇÃO MÉDICA.
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO. RECUSA INJUSTIFICADA.

1. Em razão de a paciente ter apresentado diversas patologias correlatas ao excesso de pele decorrente da
cirurgia bariátrica a que fora submetida, como dermatite recorrente, escoriações cutâneas crônicas e limitação
da amplitude de movimentos, demonstra-se necessária a realização de cirurgia reparadora pós-bariátrica.

2. Em atenção à proteção consumerista, ao postulado da dignidade da pessoa humana e à indicação médica, é


injustificável a recusa de cobertura pelo plano de saúde em custear procedimento operatório pós-bariátrico
reparador para remoção do excesso de pele, por se tratar de complementariedade à cirurgia bariátrica já
realizada e acobertada pela seguradora.

3. Recurso conhecido e provido.

ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, MARIA DE LOURDES ABREU - Relatora, ROBERTO FREITAS - 1º Vogal e ALVARO

Número do documento: 20121020100424600000021428134


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Num. 83114952 - Pág. 2
CIARLINI - 2º Vogal, sob a Presidência da Senhora Desembargadora FÁTIMA RAFAEL, em proferir a
seguinte decisão: CONHECER E DAR PROVIMENTO, UNÂNIME , de acordo com a ata do julgamento e
notas taquigráficas.

Brasília (DF), 14 de Outubro de 2020

Desembargadora MARIA DE LOURDES ABREU


Relatora

RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de tutela antecipada recursal, interposto por JAKELINA
MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos originários), proferida nos autos de
ação de obrigação de fazer movida em desfavor de SAÚDE SIM LTDA, que indeferiu a tutela de urgência
para determinar que a agravada autorize a realização de cirurgia reparadora para complementação do
tratamento bariátrico.

Em suas razões recursais (ID 15974056), a agravante informa que foi submetida à cirurgia bariátrica para
tratamento de obesidade mórbida com perda superior a 42 (quarenta e dois) quilos de peso, ocasionando-lhe
acúmulo de pele, em especial, nos membros inferiores, na região das pernas, mais exatamente na região
interna das coxas esquerda e direita.

Aduz que “a sobra de pele atrapalha a sua qualidade de vida, uma vez que a sobra de pele se encontra na
parte dos membros inferiores, incomodando o simples ato de andar, caminhar, correr, praticar atividade
física. Foi prescrito cirurgia reparadora de correção de lipodistrofia crural de membros inferiores, conforme
prescrito (ID 60455057 autos principais).

Aduz que, embora prescrito pela médica que a acompanha, a empresa agravada, administradora do plano de
saúde da agravante, nega-se a lhe dar integral cobertura ao tratamento de que necessita, sob a alegação de que
tal procedimento não se incluiu dentre as coberturas contratadas.

Alega que tais argumentos não merecem prevalecer, visto que a cirurgia solicitada é complemento do
tratamento da doença e possui caráter reparador.

Ao final, requer a antecipação de tutela recursal para determinar que a empresa agravada autorize
imediatamente a realização da cirurgia reparadora de lipodistrofia crural de membros inferiores, conforme
prescrição médica. No mérito, postula a confirmação da liminar eventualmente deferida.

Sem preparo, em razão da gratuidade de justiça concedida pelo juízo a quo.

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Deferi a tutela de urgência postulada.(ID 16003091).

Sem contrarrazões, conforme certidão ID 16712923.

É o relatório.

VOTOS

A Senhora Desembargadora MARIA DE LOURDES ABREU - Relatora

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Conforme relatado, trata-se de recurso de agravo de instrumento, com pedido liminar, interposto por
JAKELINA MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos originários),
proferida nos autos da ação de obrigação de fazer movida em desfavor de SAÚDE SIM LTDA, que
indeferiu a tutela de urgência para determinar que a agravada autorize a realização de cirurgia reparadora
para complementação do tratamento bariátrico.

Deferi a tutela de urgência postulada (ID 16003091).

Sem contrarrazões.

Inexistente qualquer questão preliminar ou prejudicial, passo à análise do mérito recursal.

Com razão a agravante.

De início, denoto que a relação contratual firmada entre as partes se submete aos ditames do Código de
Defesa do Consumidor, entendimento inclusive consolidado pelo disposto no Enunciado nº 469 da Súmula
do Superior Tribunal de Justiça, prestigiando-se a interpretação das cláusulas de forma mais favorável ao
consumidor neste momento e em sintonia com o postulado da dignidade da pessoa humana.

Vieram aos autos notícia trazida pelo plano de saúde agravado que a agravante havia sido demitida e o plano
de saúde cancelado.

Nesse caso ressalto que o Código Civil adota a teoria do risco criado, nos Comentários ao Código Civil atual
de Claudia Beatriz Tavares da Silva, sob coordenação de Fiuza (2004, p. 833) vem a explicação de forma
clara, da qual me valho:

“(...) a teoria que melhor explica a responsabilidade é a do risco criado, adotada pelo novo Código Civil,
pela qual o dever de reparar o dano surge da atividade normalmente exercida pelo agente, que cria risco a
direitos ou interesses alheios. Nessa teoria, não se cogita de proveito ou vantagem para aquele que exerce
atividade, mas da atividade em si mesma, que é potencialmente geradora de risco a terceiros.”

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Ao compulsar os presentes autos, entendo que não há razão para modificar o entendimento exposto na
decisão liminar, eis que, após a realização de cirurgia bariátrica para tratamento de obesidade mórbida, a
agravante solicitou ao plano de saúde agravado a cobertura da cirurgia reparadora para complementação do
tratamento bariátrico, o que foi recusado indevidamente.

Isto porque, após ter se submetido à realização de cirurgia supracitada, a agravante apresentou diversas
patologias correlatas ao excesso de pele resultante da perda de peso decorrente do procedimento cirúrgico,
como dermatite recorrente, problemas psíquicos, escoriações cutâneas crônicas, limitação da amplitude de
movimentos e desequilíbrio psicossocial pela causa inestética, o que, ao meu entender, indica que a
intervenção solicitada se trata de cirurgia plástica reparadora e não de cirurgia plástica estética, como alega o
plano de saúde agravado em suas contrarrazões.

O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento pela abusividade da negativa de cobertura pelo plano de
saúde quanto à realização de cirurgias decorrentes de procedimento anterior de cirurgias bariátricas, desde
que haja indicação médica para tanto, por representarem procedimentos reparadores necessários a boa
conservação da saúde do consumidor e por se tratarem de continuidade ao tratamento indicado.

Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO CONTRA A INADMISSÃO DE RECURSO ESPECIAL.


CIVIL. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. PACIENTE SUBMETIDO
A CIRURGIA BARIÁTRICA. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA CORRETIVA. CIRURGIA DE
RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA. PROCEDIMENTO NECESSÁRIO E COMPLEMENTAR AO
TRATAMENTO. COBERTURA DEVIDA. PRESERVAÇÃO DA FINALIDADE CONTRATUAL.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. Esta Corte de Justiça já teve a oportunidade de perfilhar o entendimento de que, tendo sido o segurado em
tratamento de obesidade mórbida, com cobertura da seguradora, submetido à cirurgia bariátrica, deve a
operadora do plano de saúde arcar com os tratamentos necessários e complementares ao referido ato
cirúrgico, destinados à cura da patologia.

2. No caso em exame, o Tribunal a quo enfatizou que o procedimento cirúrgico pleiteado pela
segurada (reconstrução mamária) não se enquadra na modalidade de cirurgia estética, tratando-se de
intervenção necessária à continuidade do tratamento e indispensável ao pleno restabelecimento de sua
saúde.

3. "As cirurgias de remoção de excesso de pele (retirada do avental abdominal, mamoplastia redutora e a
dermolipoctomia braçal) consiste no tratamento indicado contra infecções e manifestações propensas a
ocorrer nas regiões onde a pele dobra sobre si mesma, o que afasta, inequivocamente, a tese sufragada pela
parte ora recorrente no sentido de que tais cirurgias possuem finalidade estética. Considera-se, assim,
ilegítima a recusa de cobertura das cirurgias destinadas à remoção de tecido epitelial, quando estas se
revelarem necessárias ao pleno restabelecimento do paciente-segurado, acometido de obesidade mórbida,
doença expressamente acobertado pelo plano de saúde contratado, sob pena de frustrar a finalidade precípua
de tais contrato" (REsp 1.136.475/RS, Terceira Turma, Rel. Min. MASSAMI UYEDA, DJe de 16/3/2010).

4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 583.765/MG, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 22/06/2015) (grifou-se).

Neste sentido, há diversos entendimentos deste Tribunal de Justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA REPARADORA

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PÓS-GASTROPLASTIA. PROCEDIMENTO NECESSÁRIO E COMPLEMENTAR À CIRURGIA
BARIÁTRICA. NÃO POSSUI NATUREZA DE CIRURGIA ESTÉTICA. RECUSA INDEVIDA. ROL DA
ANS. EXEMPLIFICATIVO.

1. A cirurgia reparadora pós-gastroplastia, para a retirada de excesso de pele, dentre outros


procedimentos cirúrgicos reparadores, são caracterizadas como complementares ao tratamento
iniciado com a realização da cirurgia bariátrica e não possuem natureza de cirurgia estética,
mostrando-se indevida e abusiva sua recusa ou exclusão das respectivas despesas pelo plano de saúde
contratado.

2. O rol exposto na Resolução nº 387, da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, deve ser
considerado exemplificativo, uma vez que não esgota as inúmeras possibilidades de tratamentos de saúde,
que, como se sabe, evoluem a cada dia. Tanto é assim, que o rol deve ser revisto periodicamente. 3. Agravo
não provido. (Acórdão 1152883, 07085582120188070000, Relator: ARNOLDO CAMANHO, 4ª Turma
Cível, data de julgamento: 13/2/2019, publicado no DJE: 28/2/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.).
Negritou-se.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE


SAÚDE. REALIZAÇÃO DE TRATAMENTO CIRÚRGICO REPARADOR PÓS-BARIÁTRICO.
INDICAÇÃO MÉDICA. RECUSA INJUSTIFICADA DO PLANO DE SAÚDE. DECISÃO
REFORMADA.

1. O procedimento cirúrgico necessário para a retirada de excesso de pele, superveniente a cirurgia


bariátrica, tem caráter reparador, razão pela qual é injustificável a recusa de cobertura pelo plano de
saúde.

2. No caso, há urgência na realização da cirurgia de reconstrução e retirada do excesso de tecido epitelial


indicado pelo médico da paciente, pois não possui finalidade estética, mas consubstancia tratamento
necessário e complementar ao procedimento cirúrgico já dispensado à demandante para lidar com a
obesidade mórbida.

3. Recurso conhecido e provido.(Acórdão 1002863, 20160020450286AGI, Relator: ALVARO CIARLINI,


3ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 15/3/2017, publicado no DJE: 22/3/2017. Pág.: 637/643).
Negritou-se.

Assim, confirmo a liminar concedida.

Ante o exposto, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO ao presente agravo de instrumento.

É como voto.

O Senhor Desembargador ROBERTO FREITAS - 1º Vogal


Com o relator
O Senhor Desembargador ALVARO CIARLINI - 2º Vogal
Com o relator

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DECISÃO

CONHECER E DAR PROVIMENTO, UNÂNIME

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Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

3TCV

Terceira Turma Cível

Fórum de Brasília Desembargador Milton Sebastião Barbosa

Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF
CEP: 70094-900 Telefones: 3103-7031, 3103-7866 Fax 3103-0782

Número do processo: 0711687-63.2020.8.07.0000


Classe judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
AGRAVANTE: JAKELINA MESQUITA SILVA
AGRAVADO: SAUDE SIM LTDA

Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007

CERTIDÃO

CERTIFICO E DOU FÉ QUE que às 23h59m59s do dia 05/02/2021 o v. acórdão ID 22092013 transitou em
julgado. Brasília-DF, 8 de fevereiro de 2021.

Everton Leandro dos Santos Lisboa


Diretor de Secretaria da Terceira Turma Cível

Número do documento: 21020815450355300000022414900


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Número do documento: 21020815480800000000078115840 Num. 23114789 - Pág. 1
Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:45:03
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Assinado eletronicamente por: JEFFERSON REINALDO REZENDE - 08/02/2021 15:48:08
Num. 83114952 - Pág. 8

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