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21/09/2022
Número: 0704587-36.2020.8.07.0007
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 2ª Vara Cível de Taguatinga
Última distribuição : 31/03/2020
Valor da causa: R$ 10.000,00
Assuntos: Inadimplemento, Responsabilidade Civil, Liminar
Nível de Sigilo: 0 (Público)
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
JAKELINA MESQUITA SILVA (AUTOR)
LUCIANA LIMA AMERICO (ADVOGADO)
SAUDE SIM EM LIQUIDACAO EXTRAJUDICIAL LTDA (REU)
KATHIA AGUIAR ZEIDAN (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
60455046 31/03/2020 Petição Inicial Petição Inicial
12:19
60455049 31/03/2020 PETICAO INICIAL Petição
12:19
60455050 31/03/2020 Procuracao Procuração/Substabelecimento
12:19
60455051 31/03/2020 Declaracao de Hipossuficiencia Declaração de Hipossuficiência
12:19
60455052 31/03/2020 Documento de Identificacao Documento de Identificação
12:19
60455053 31/03/2020 Comprovante de Residencia Comprovante de Residência
12:19
60455054 31/03/2020 Contracheque Outros Documentos
12:19
60455055 31/03/2020 Carterinha do Plano Outros Documentos
12:19
60455057 31/03/2020 Parecer Negativa do Plano Outros Documentos
12:19
60455061 31/03/2020 Exame Membros Infeiores Outros Documentos
12:19
60455063 31/03/2020 Avaliacao Risco Cirurgico Outros Documentos
12:19
60455064 31/03/2020 Exame laboratorial Outros Documentos
12:19
60455065 31/03/2020 Registro Psicologico Outros Documentos
12:19
60455066 31/03/2020 Fotos Outros Documentos
12:19
60458765 31/03/2020 Decisão Decisão
14:56
60524030 01/04/2020 Mandado Mandado
10:08
65461357 16/06/2020 0704587-36.2020 SAUDE SIM LTDA AV DAS AR - Aviso de recebimento
08:27 ARAUCAREAS Ç 1835-2005 PISO 3 SALA 301
AG SHOP CITADA
62985479 13/05/2020 Comunicação de Interposição de Agravo Comunicação de Interposição de
11:29 Agravo
62985484 13/05/2020 Comunicação de interposição de Agravo de Comunicação de Interposição de
11:29 Instrumento Agravo
62985485 13/05/2020 Comprovante de interposição de Agravo de Comprovante
11:29 Instrumento
62985487 13/05/2020 Agravo de Instrumento Petição
11:29
63087668 14/05/2020 Decisão Decisão
10:25
63264600 15/05/2020 Ofício entre Órgãos Julgadores Ofício entre Órgãos Julgadores
19:31
63317845 18/05/2020 Decisão Decisão
18:18
64602093 03/06/2020 Certidão Certidão
14:29
65527385 16/06/2020 Petição Petição
16:22
65527388 16/06/2020 Manifestação Petição
16:22
65585129 17/06/2020 Certidão Certidão
07:15
65775011 19/06/2020 Decisão Decisão
19:24
66019116 23/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:51
66070570 23/06/2020 Petição Petição
16:05
66070585 23/06/2020 Manifestação Jakelina Petição
16:05
66070586 23/06/2020 Cancelamento Jakelina Documento de Comprovação
16:05
66070589 23/06/2020 JAKELINA telas Documento de Comprovação
16:05
66070590 23/06/2020 R_GUIA_TISS_SOL_INTER_30100 (1) Jakelina Documento de Comprovação
16:05
66070591 23/06/2020 R_GUIA_HONO_INDIVIDUAL_30100 Jaquelina Documento de Comprovação
16:05
66070593 23/06/2020 20° Alteração Contratual Contrato social
16:05
66070594 23/06/2020 Procuração - Ad judicia et extra (2) Procuração/Substabelecimento
16:05
66075853 23/06/2020 Diligência Diligência
16:28
66209392 24/06/2020 Decisão Decisão
21:35
66325206 26/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:39
66326052 26/06/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:39
66610984 30/06/2020 Petição Petição
16:51
66610988 30/06/2020 Manifestação Petição
16:51
66850178 02/07/2020 Decisão Decisão
22:53
66978149 06/07/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:33
67006951 06/07/2020 Diligência Diligência
13:50
67061405 06/07/2020 Petição Petição
19:18
67061408 06/07/2020 manifestação 24 horas Jaquelina Petição
19:18
67061409 06/07/2020 E-mail Jakelina ICL Documento de Comprovação
19:18
67064208 06/07/2020 Petição Petição
19:39
67064211 06/07/2020 manifestação Jakelina 24 horas.docx Petição
19:39
67064212 06/07/2020 Ofício nº 012.2020 - ANS - Informação acerca das Documento de Comprovação
19:39 suspensões de cirurgias pelos hospitais do DF
67144218 07/07/2020 Contestação Contestação
17:20
67144226 07/07/2020 Contestação Jakelina Contestação
17:20
67144220 07/07/2020 JAKELINA Telas Cancelamento empregador Documento de Comprovação
17:20
67144227 07/07/2020 Parecer Jakelina Documento de Comprovação
17:20 Matos8931a8ec8d994b00bdc0c1d5e12ad605@36f
84fa4-a6cd-415c-9cfd-e6f51cae644e
67144228 07/07/2020 Confirmação Jakelina e-mail Documento de Comprovação
17:20
67296578 09/07/2020 Certidão Certidão
15:08
67483591 11/07/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:26
69114848 03/08/2020 Réplica Réplica
16:31
69114856 03/08/2020 Réplica Réplica
16:31
69241035 05/08/2020 Decisão Decisão
08:18
69501663 07/08/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
13:00
69500939 07/08/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
13:00
71431230 08/09/2020 Sentença Sentença
10:31
71993304 11/09/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
02:31
73753659 02/10/2020 Apelação Apelação
15:24
73753660 02/10/2020 Apelação Jakelina Apelação
15:24
73753679 02/10/2020 Guia de Apelação JAKELINA MESQUITA SILVA Guia
15:24
73753680 02/10/2020 Comprovante de Apelação JAKELINA MESQUITA Comprovante de Pagamento de Custas
15:24 SILVA
73835930 05/10/2020 Certidão Certidão
11:52
74049080 07/10/2020 Certidão de Disponibilização Certidão de Disponibilização
10:26
75916030 29/10/2020 Contrarrazões Contrarrazões
16:07
75916040 29/10/2020 Contrarrazoes Contrarrazões
16:07
76037611 03/11/2020 Certidão Certidão
09:03
76058629 03/11/2020 Certidão Certidão
10:27
83114951 08/02/2021 Ofício entre Órgãos Julgadores Ofício entre Órgãos Julgadores
15:48
83114952 08/02/2021 0711687-63.2020.8.07.0000-1612809990237- Anexo
15:48 51869-processo
Segue petição inicial em anexo
I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Preliminarmente informa a autora sob as penas da lei que não possui condições
financeiras de arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, trazendo aos autos declaração firmada acerca de sua
Para que se esclareça, a cirurgia reparadora não é uma cirurgia estética e sim
uma consequência da pós-cirurgia bariátrica, onde havendo indicação médica para
cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica,
não cabe ao plano de saúde negar a cobertura sob o argumento de que o tratamento não
seria adequado, ou que não teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é
fundamental à recuperação integral da saúde do beneficiário do plano de saúde.
II – DO DIREITO
É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.
A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:
A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados, já
que mensalmente se renovam.
Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa da requerida em
não autorizar o procedimento cirúrgico de que necessita a autora, consumidora e fiel
pagadora do plano de saúde “Saúde Sim”.
Não bastasse isso, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela
de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”:
Portanto, está nítido que a autora possui ter em seu pleito a tutela satisfativa de
urgência antecedente concedida, para que, sob a cobertura do plano de saúde, realize o
procedimento da cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, como
solicitado pelo laudo médico em anexo, para que possa ser resguardada a integridade da
saúde física e mental da autora.
Nesse sentido, jurisprudência do TJ/DF:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
( ... )
V – DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede deferimento.
Taguatinga/DF, 31 de março de 2020.
30101670 Plástica em Z ou W
30101565 - Extensos ferimentos, cicatrizes ou tumores exérese e rotação de retalhos miocutâneos
JUSTIFICATIVA
Em resposta a solicitação referente à cobertura dos procedimentos cirúrgicos, cumpre assinalar que:
De acordo com o pedido médico do cirurgião Dr. Ivan Araújo Motta (CRM- 16482), informamos que;
Correção de lipodistrofia crural de membros inferiores - Procedimento não consta elencado Pelo Plano de Saúde
contratado conforme termos estipulados em cláusulas contratuais em referência ao
Após realização de perícia presencial em 20/12/2019, a cirurgia que será realizada diante ao que está sendo
requerido, refere-se a procedimento cirúrgico adverso, sendo solicitado por similaridade.
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Cuida-se de pedido de antecipação de tutela na qual a parte autora pretende seja o réu
compelido a autorizar, custear e garantir o procedimento cirúrgico da reparadora dos
membros inferiores esquerdo e direito, de que necessita, com médicos indicados pelo plano
de saúde e marcação da data para que seja feito o procedimento cirúrgico.
Os pedidos de tutela de urgência encontram guarida no próprio texto constitucional (art. 5º,
XXXV). Porém, a norma exige, para o seu deferimento, o preenchimento de certos
requisitos, os quais sempre são atrelados à plausibilidade do direito alegado e ao perigo de
lesão ou grave ameaça ao direito.
Com efeito. Em juízo de cognição superficial, não reputo presentes elementos que
evidenciem o perigo de dano, ou o risco ao resultado útil do processo. Não há urgência,
assim entendida como quando a demora pode comprometer a realização imediata ou
E não existe nos autos nenhum indício da existência do perigo de dano, ou de que a demora
acarretará prejuízo à autora, porquanto o relatório médico não aponta risco de vida ou de
seqüela permanente, caso a cirurgia não seja realizada (id60455065) e os exames médicos
apresentados não indicam a existência de perigo de morte, ao revés, são conclusivos e
atestam a normalidade da saúde da autora, circunstância que denota tratar-se de cirurgia de
natureza eletiva.
Conclui-se, disto, que inexiste perigo de dano, e também, urgência na medida pleiteada, ao
menos, em juízo de cognição superficial.
À propósito, este Tribunal entende que “de acordo com o artigo 300 do CPC/2015, a tutela
de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo” (Acórdão n.953408,
20160020080403AGI, Relator: ANA MARIA CANTARINO, 3ª TURMA CÍVEL, Data
de Julgamento: 06/07/2016, Publicado no DJE: 12/07/2016. Pág.: 371/381).
Sendo infrutíferas tais diligências, intime-se a parte autora para promover a citação,
requerendo o que entender cabível.
Todos os documentos destinados à prova das alegações das partes deverão ser anexados à
petição inicial ou à contestação, não se admitindo a juntada posterior, salvo se cabalmente
comprovada a hipótese prevista no art. 435 do CPC.
Findo o prazo para réplica, com ou sem manifestação, ou nos casos de revelia e/ou
contestação por negativa geral, anote-se a conclusão do feito para saneamento (art. 357 do
CPC), após o qual as partes deverão, salvo determinação em sentido diverso, ser intimadas
para eventual manifestação, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
Cite(m)-se. Intime(m)-se.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
CÓDIGO DO OBJETO
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O Dr. RUITEMBERG NUNES PEREIRA, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Taguatinga DETERMINA
que, nos termos do artigo 246 e 247, do CPC/2015, nos autos da Ação: PROCEDIMENTO COMUM
CÍVEL (7), processo nº 0704587-36.2020.8.07.0007 em que são partes
ADVERTÊNCIAS
CUMPRA-SE, na forma da lei. Eu, BIANCA LISA DE OLIVEIRA, Técnico(a) Judiciário, nos termos
da Portaria nº 01, de 29 de março de 2017, deste Juízo, assino.
Obs: Os documentos/decisões do processo, cujas chaves de acesso estão acima descritas, poderão ser
acessados por meio do link: https://pje.tjdft.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
(ou pelo site do TJDFT: "www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Advogados" > item "Processo
Eletrônico - PJe" > item "Autenticação de documentos"; ou também pelo site do TJDFT:
"www.tjdft.jus.br" > Aba lateral direita "Cidadãos" > item "Autenticação de Documentos" > item
"Processo Judicial Eletrônico - PJe [Documentos emitidos no PJe]).
Suceessfully created
Destinatário:
Endereço para Devolução do AR:
SAUDE SIM LIDA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO Av. das Araucárias, L. 1835/2005, Piso 3, Sala 301,
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Águas Claras Shopping, Sul (Águas Claras),
r Vara Cível de Taguatinga BRASILIA - DF - CEP: 71936-250
Área Especial Setor C Norte Único,
Taguatinga Norte (Taguatinga), BRASILIA Data da Entrega: 2,/ C io2c)
- DF - CEP: 72115-901
0704587-36.2020.8.07.0007 7 '
Assinatura legível do recebedor / Identificação
a Tentativa:
2' Tentativa: / /
Assinatura do empregado da ECT / Matrícula
3a Tentativa:
JU 36317977 1 BR
CÓDIGO DO OBJETO
Processo n. 0704587-36.2020.8.07.0007
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 13 de maio de 2020.
Processo
Número do processo: 0711687-63.2020.8.07.0000
Órgão julgador: Gabinete da Desa. Maria de Lourdes Abreu
Órgão julgador 3ª Turma Cível
Colegiado:
Jurisdição: TJDFT - 2° GRAU
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
Assunto principal: Inadimplemento
Valor da causa: R$ 10.000,00
Medida de urgência: Sim
Partes: JAKELINA MESQUITA SILVA (020.855.611-79)
SAUDE SIM LTDA (02.464.179/0001-63)
Audiência
Assuntos Lei
DIREITO CIVIL (899) / Obrigações (7681) / Inadimplemento (7691
AGRAVANTE AGRAVADO
LUCIANA LIMA AMERICO (Advogada)
SAUDE SIM LTDA
JAKELINA MESQUITA SILVA
Complemento Valor
Vara de origem 2ª Vara Cível de Taguatinga
Juiz prolator da decisão impugnada RUITEMBERG NUNES PEREIRA
Distribuído em: 13/05/2020 11:13
Protocolado por: LUCIANA LIMA AMERICO
RAZÕES DO AGRAVO
Senhores Desembargadores,
Colenda Turma
I - DA TEMPESTIVIDADE
Para que se esclareça, a cirurgia reparadora não é uma cirurgia estética e sim
uma consequência da pós-cirurgia bariátrica, onde havendo indicação médica para
cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional em paciente pós-cirurgia bariátrica,
não cabe ao plano de saúde negar a cobertura sob o argumento de que o tratamento não
seria adequado, ou que não teria previsão contratual, visto que tal terapêutica é
fundamental à recuperação integral da saúde do beneficiário do plano de saúde.
A agravante buscou a via judicial meio adequado para obter seu pleito, tendo
sido indeferida a tutela de urgência pelo Juízo a quo através da decisão de ID 60458765,
no seguinte sentido:
É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.
A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:
A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados, já
que mensalmente se renovam.
Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa da requerida em
não autorizar o procedimento cirúrgico de que necessita a agravante, consumidora e fiel
pagadora do plano de saúde “Saúde Sim”.
Não bastasse isso, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela
de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”:
Portanto, está nítido que a agravante possui ter em seu pleito a tutela satisfativa
de urgência antecedente concedida, para que, sob a cobertura do plano de saúde, realize
o procedimento da cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, como
solicitado pelo laudo médico em anexo, para que possa ser resguardada a integridade da
saúde física e mental da agravante.
Nesse sentido, jurisprudência do TJ/DF:
impor uma multa diária para que não haja por parte do prestador dúvidas em cumprir
imediatamente o designo judicial:
b) seja o agravado intimado para, no prazo de 15 dias, nos termos do artigo 1.019,
inciso II, do CPC, querendo, venha apresentar contrarrazões aos termos deste
Recurso;
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 13 de maio de 2020.
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Com relação ao Agravo de Instrumento, mantenho a decisão agravada por seus próprios
fundamentos, eis que os argumentos lançados no recurso em testilha não são suficientes para
alterar o posicionamento lançado na referida decisão.
Intimem-se.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
3TCV
Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF CEP: 70094-900 Telefones: 3103-
7031, 3103-7866 Fax 3103-0782
Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007
Senhor(a) Juiz(a),
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de tutela antecipada recursal, interposto por
JAKELINA MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos
originários), proferida nos autos de ação de obrigação de fazer movida em desfavor
de SAÚDE SIM LTDA, que indeferiu a tutela de urgência para determinar que a agravada
autorize a realização de cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico.
Em suas razões recursais (ID 15974056), a agravante informa que foi submetida à cirurgia
2. (...)
3. (...)
3 - A cobertura do tratamento indicado pelo médico assistente deve ser observada pelo
plano de saúde e se mostra indissociável da sua obrigação contratual.
5 (...)
6 (...)
7 (...)
Respeitosamente,
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
CERTIDÃO
Nos termos da Portaria nº 1, de 29 de março de 2017, certifico que até o momento não houve resposta
quanto ao cumprimento da diligência, portanto a Secretaria permanece aguardando o retorno do AR.
Servidor Geral
Termos em que,
Pede deferimento.
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
CERTIDÃO
De ordem, remeto os presentes autos ao M.M Juiz de Direito, Dr. Ruitemberg Nunes Pereira, para
apreciação.
Servidor Geral
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
A parte autora requer o cumprimento da liminar, bem como aplicação de multa diária, sob a
alegação de que a parte ré não cumpriu a decisão do agravo de instrumento (id 65527388).
Decido.
Em consulta ao sistema Pje da Segunda instância verifica-se que foi expedido mandado de
intimação da agravada para dar cumprimento à decisão de id 16003091 e que o mencionado
mandado foi devolvido e entregue ao destinatário.
Confiro à presente decisão força de mandado a ser cumprido com urgência, em regime
Intime-se.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
O ato Judicial Decisão ID 65775011 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
23/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
23 de junho de 2020
Nestes termos,
Pede deferimento.
1 2 N N
28 - Indicação Clínica
LIMINAR JUDICIAL
29 - CID 10 Principal (Opcional) 30 - CID 10 (2) (Opcional) 31 - CID 10 (3) (Opcional) 32 - CID 10 (4) (Opcional) 33 - Indicação de Acidente (acidente ou doença relacionada)
9
Dados da Autorização
39 - Data Provável da Admissão Hospitalar 40 - Qtde. Diarias Autorizadas 41 - Tipo de Acomodação Autorizada
08/06/2020
42 - Código na Operadora / CNPJ autorizado 43 - Nome do Hospital / Local Autorizado 44 - Código CNES
1117 - 04887710000136 INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO LTDA 5085047
45 - Observação / Justificativa
TELEFONE(S) DO CONTRATADO EXECUTANTE: 3364-3300 *** - ENDEREÇO: SHIS QI 9/11 BLOCO E, - CONJUNTO E BLOCO 01 SALAS 01 A 06 SUBSOLO E SALAS 301 E 307 - SETOR
DE HABITACOES INDIVIDUAIS SUL-BRASILIA-DF *** OBS:
46 -Data da Solicitação 47 - Assinatura do Profissional Solicitante 48 - Assinatura do Beneficiário ou Responsável 49 - Assinatura do Responsável pela Autorização
19/05/2020
Procedimentos Realizados
17 - Data 18 - Hora Inicial 19 - Hora Final 20 - Tabela 21 - Código do Procedimento 22 - Descrição 23 - Qtde. 24 - Via 25 - Tec 26 - Fator Red / Acresc 27 - Valor Unitário - R$ 28 - Valor Total - R$
22 30101670 PLÁSTICA EM Z OU W 2
29 - Seq.Ref 30-Grau Part. 31-Código na Operadora/CPF 32-Nome do Profissional 33-Conselho Profissional 34-Número no Conselho 35- UF 36-Código CBO
19/05/2020
Dados do Mandado
Número do mandado: 2020.198565
Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007
ID Doc. PJE: 65867527
Data da distribuição: 19/06/2020
Destinatário: SAUDE SIM LTDA
CERTIDÃO
23/06/2020 às 15:43:55 Assinado eletronicamente por MARCIO MONTEIRO SIMOES Mat. 315935 Página 1 de 1
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Foi determinada a intimação da parte ré para cumprir a tutela de urgência deferida no agravo
de instrumento n. 0711687-63.2020.8.07.0000, no sentido de autorizar a realização de
cirurgia reparadora da parte autora para complementação do tratamento bariátrico, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da sua intimação, sob pena de multa diária de R$
2.000,00 (dois mil reais), limitada a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
Intimada, a requerida alega que cumpriu a determinação judicial, uma vez que, em
19/05/2020, promoveu autorização para o procedimento cirúrgico da autora, contudo,
noticia que a autora foi demitida e seu plano de saúde foi cancelado a pedido do ex-
empregador, motivo pelo qual não foi realizado o procedimento cirúrgico.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
O ato Judicial Decisão ID 66209392 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
26/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
26 de junho de 2020
O ato Judicial Decisão ID 66209392 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
26/06/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
26 de junho de 2020
A empresa que a autora trabalhava a mandou embora sem justa causa, na qual
ela fazia beneficio do plano de saúde empresarial que fazia coparticipação. A autora foi
despedida inesperadamente não teve chance de se programar e agora se vê
desempregada, ela foi mandada embora e não saiu porque quis. Em nenhum momento
foi oferecido à autora outro plano de saúde na modalidade individual ou familiar.
Neste sentido, jurisprudência do TJDFT:
Termos em que,
Pede deferimento.
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Ainda que a parte ré alegue o cumprimento da tutela deferida, por meio da juntada de guia de
autorização do procedimento, é cediço que não foi realizado o procedimento cirúrgico
determinado.
Não há qualquer notícia de revogação determinada pelo órgão prolator que deferiu a tutela
de urgência, de maneira que a decisão permanece hígida, não podendo ser revogada ou
alterada por este órgão de primeira instância.
Intime-se.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
O ato Judicial Decisão ID 66850178 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
06/07/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
6 de julho de 2020
Dados do Mandado
Número do mandado: 2020.211131
Número do processo: 0704587-36.2020.8.07.0007
ID Doc. PJE: 66888615
Data da distribuição: 03/07/2020
Destinatário: SAUDE SIM LTDA
CERTIDÃO
06/07/2020 às 13:46:07 Assinado eletronicamente por ERICA GLAUCIA MOURA CARREIRO Mat. 311246 Página 1 de 1
Nestes termos,
Pede deferimento.
Atenciosamente,
Laura Maria
Assistente de Credenciamento
E-mail:laura.souza@saudesim.med.br
Tel.: (61) 3772-1830
Site: www.saudesim.med.br
Endereço: Avenida das Araucárias, Águas Claras
Shopping, Terceiro andar, Sala 301- Àguar Claras.
Boa tarde!
Prezada, Laura Maria
Conseguimos agendamento cirúrgico para o dia 21/07/2020 com o doutor Ivan Araujo.
--
Att.; Silvia
Faturamento
(61) 3364-3300
INSTITUTO DE CIRURGIA DO LAGO
https://outlook.office.com/mail/inbox/id/AAQkAGU4NjE5OTc4LTZlN2YtNDE0YS1iMjJlLTBjYjA2ZWQwMTFlOAAQAL8bRxnDL0BjuxXnid952JQ%3… 1/1
Nestes termos,
Pede deferimento.
À
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR – ANS
DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO – DIFIS
C/C
DIRETORIA DE NORMAS E HABILITAÇAO DOS PRODUTOS – DIPRO
Prezados Senhores,
A SAÚDE SIM LTDA, vem por meio deste ofício dar ciência ao Órgão
Regulatório acerca do desabastecimento de insumos necessários à
realização de procedimentos cirúrgicos eletivos na rede hospitalar do Distrito
Federal.
2 - https://paraiba.com.br/2020/06/08/faltam-sedativos-em-hospitais-
publicos-alerta-sociedade-brasileira-de-anestesiologia/;
3 - https://www.ictq.com.br/farmacia-hospitalar/1650-falta-medicamento-
para-sedacao-em-hospitais;
4 - https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/falta-de-medicamentos-
de-sedacao-preocupa-profissionais-de-saude-na-bahia/
1. Pancuronio;
2. Vecuronio;
3. Sevoflurano;
4. Midazolam;
5. Propofol;
6. Suxametonio;
7. Fentanil;
8. Midazolam;
9. Cetamina;
10. Remifentanil;
11. Cisatracurio;
12. Rocuronio;
13. Ketamina;
14. Diprivan,
15. Succinil Colina;
16. Morfina;
17. Precedex;
18. Pavulon, e
19. Esmeron.
Atenciosamente
Processo nº 0704587-36.2020.8.07.0007
CONTESTAÇÃO
aos pedidos iniciais, nos termos e pelas razões de fato e de direito a seguir deduzidas:
BREVES CONSIDERAÇÕES
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
DO MÉRITO
“(...)
Quem age de acordo com cláusula contratual, ainda que
posteriormente declarada nula, não reponde por danos morais.
(...)”.1
“O desconforto provocado pelo eventual descumprimento
contratual ou a mera dificuldade de conseguir uma isenção de
carência em plano de saúde não pode ser convertido em
indenização por danos morais. Limites nos termos contratados.
Inexiste dano moral quando as partes apenas discutem direitos e
obrigações, condutas constitucionalmente previstas. Negado
provimento ao recurso.”2 (sem grifo no original)
1
Trecho do voto do Min. Ari Pargendler no RESP nº 521.851/RJ, STJ, 3ª Turma, DJ de 29.03.2004.
2
Recurso nº 2001011004165-7/DF, Juizado Especial Cível.
3
Apelação Cível 597093707/RJ, TJRJ.
4
RESP nº 338.162/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 18/02/2002.
Consequência disso é, então que cada uma das partes tem de oferecer a
prova daquilo que alega, sob pena de sair vencida na demanda, como diz o mesmo
processualista:
DO PEDIDO
Prezados,
Beneficiária informado por telefone hoje ás 15:10 pelo número 61 9 84836406 do agendamento para cirurgia no dia 21/07/2020, com Dr. Ivan, no ICL.
Atenciosamente,
Laura Maria
Assistente de Credenciamento
E-mail:laura.souza@saudesim.med.br
Tel.: (61) 3772-1830
Site: www.saudesim.med.br
Endereço: Avenida das Araucárias, Águas Claras
Shopping, Terceiro andar, Sala 301- Àguar Claras.
https://outlook.office.com/mail/inbox/id/AAQkAGU4NjE5OTc4LTZlN2YtNDE0YS1iMjJlLTBjYjA2ZWQwMTFlOAAQAL8bRxnDL0BjuxXnid952JQ%3D 1/1
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
CERTIDÃO
Certifico e dou fé que a parte ré juntou aos autos a Contestação de ID 67144218, apresentada
TEMPESTIVAMENTE,
Certifico, ainda, que o advogado da parte ré encontra-se devidamente vinculado a este processo no sistema
do PJE.
GABRIEL MENDES
Estagiário Cartório
O ato Judicial Certidão ID 67296578 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
10/07/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
11 de julho de 2020
RÉPLICA A CONTESTAÇÃO
I – DA TEMPESTIVIDADE
A presente réplica é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua
apresentação é de 15 (quinze dias), contados do primeiro dia útil seguinte da publicação.
Assim, considerando que a intimação foi feita em 13/07/2020, o prazo final ocorre em
03/08/2020.
Ocorre que a requerente foi mandada embora da empresa sem justa causa, na
qual era beneficiária do plano de saúde empresarial e que fazia coparticipação. A autora
foi despedida inesperadamente. Em nenhum momento foi oferecido à autora outro plano
de saúde na modalidade individual ou familiar.
A requerente acionou seu plano de saúde “Saúde Sim”, para dar entrada na
cirurgia, onde fez exames e passou por pericia presencial em dezembro de 2019, os
exames atestaram que a requerida estaria apta para realizar tal cirurgia e o médico do
plano de saúde indicou que a requerida deveria fazer o procedimento cirúrgico na região
dos membros inferiores esquerdo e direito, mas o plano se negou a custear a cobertura
da cirurgia, mesmo com todos os exames aptos e o médico do plano indicando o
procedimento cirúrgico, tais exames e a negativa do plano estão em anexo na Inicial.
IV – DO DIREITO
…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA
REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.
DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO
MANTIDO.
1. Contrato de plano de assistência à saúde configura relação de
consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor.
Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça. 2. Os
procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados pelo médico
especialista responsável constituem mera continuação do
tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia
bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da
coletividade, dada a natureza transindividual decorrente de práticas
reiteradas no mercado de consumo. 6. A fixação do valor do dano
extrapatrimonial em R$ 3.000,00 (três mil reais) não atende a
finalidade indenizatória e punitiva do instituto, contudo, não pode ser
majorado, no caso concreto, sob pena de violação à adstrição (Art.
492, do CPC) e à vedação da reformatio in pejus. 7. Em aplicação ao
entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, no Agravo
Regimental n. AO 2063 Agr/CE, a sucumbência recursal, prevista no
Art. 85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, tem a finalidade
A requerente mesmo tendo sido mandada embora sem justa causa faz jus aos
benefícios do plano de saúde, por ser um direto que antecede ao cancelamento do
contrato. Restou demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.
A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:
A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados.
Como restou demonstrado à saciedade, sob qualquer prisma por que se analise
a presente questão, é inteiramente abusiva e, como tal, ilícita a negativa do requerido em
não autorizar os efeitos do procedimento cirúrgico que fez a requerente.
V - DO DANO MORAL
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
( ... )
Termos em que,
Pede deferimento.
Taguatinga/DF, 08 de agosto de 2020.
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
a. Tutela provisória de urgência para determinar que a parte ré autorize e garanta a realização
do procedimento cirúrgico reparador dos membros inferiores esquerdo e direito;
4. Em sede de agravo de instrumento foi deferida a tutela de urgência para determinar que a
parte ré autorize a cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico da parte
autora (id 63264600).
a. Que o procedimento da autora está autorizado desde o dia 19/05/2020, mas ainda
não foi realizado;
b. Que a autora foi demitida e informou ao seu ex-empregador não ter interesse na
manutenção do plano de saúde;
c. Que a autora não deu prosseguimento aos trâmites para realização da cirurgia já
autorizada;
10. Desse modo, rejeito a possibilidade de dilação probatória e dou por encerrada a instrução,
razão por que determino a conclusão do feito para julgamento antecipado, na forma do artigo
355, inciso I, do CPC/2015.
Taguatinga, Distrito Federal, na data e horário indicados na assinatura eletrônica desta decisão.
Juiz de Direito
O ato Judicial Decisão ID 69241035 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
07/08/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
7 de agosto de 2020
O ato Judicial Decisão ID 69241035 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
07/08/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
7 de agosto de 2020
2VARCIVTAG
2ª Vara Cível de Taguatinga
SENTENÇA
Vistos, etc.
JAKELINA MESQUITA SILVA propôs Ação de Obrigação de Fazer c/c pedido liminar c/c
danos morais em face de EMPRESA SAÚDE SIM LTDA, partes devidamente qualificadas nos
autos, alegando, em síntese, que a ré se recusou a custear parte da cirurgia plástica reparadora, em
decorrência de anterior cirurgia bariátrica, conforme prescrição médica. Informa que todos os
prazos de carência foram cumpridos.
Requer a tutela de urgência para que a ré autorize o procedimento cirúrgico (custear a cirurgia
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito). No mérito, requer a confirmação da liminar
e a condenação da ré ao pagamento de danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
A inicial foi instruída com os documentos elencados na folha de rosto dos autos.
Em sede de agravo de instrumento foi deferida a tutela de urgência para determinar que a parte ré
autorize a cirurgia reparadora para complementação do tratamento bariátrico da parte autora (id
63264600).
Réplica, id 28469530.
É o relatório.
Fundamento e decido.
Procedo ao julgamento conforme o estado do processo, nos moldes do artigo 354 do CPC,
porquanto não há a necessidade de produção de outras provas, o que atrai a normatividade do artigo
355, inciso I, do Código de Processo Civil.
No mais, o Juiz, como destinatário final das provas, tem o dever de apreciá-las independentemente
do sujeito que as tiver promovido, indicando na decisão as razões da formação de seu
convencimento consoante disposição do artigo 371 do CPC, ficando incumbido de indeferir as
provas inúteis ou protelatórias consoante dicção do artigo 370, parágrafo único, do mesmo diploma
normativo.
A sua efetiva realização não configura cerceamento de defesa, não sendo faculdade do Magistrado,
e sim dever, a corroborar com o princípio constitucional da razoável duração do processo – artigo
5º, inciso LXXVIII da CF c/c artigos 1º e 4º do CPC.
A relação de consumo, nesses casos, é reconhecida pela Súmula n. 608 o Colendo Superior Tribunal
de Justiça: “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo
os administrados por entidades de autogestão.”
Posteriormente, alinha-se a essa nova ordem o Código Civil de 2002 ao dispor que “os contratantes
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé”, conforme dispõe o art. 422.
Uma das vertentes da boa-fé objetiva é o dever de atuar com lealdade e contribuir para a efetivação
das legítimas expectativas geradas no outro contratante. Portanto, aquele que contrata um plano ou
seguro de saúde assim o faz acreditando que, caso necessário, receberá o tratamento adequado.
Portanto, a expectativa gerada no consumidor é a obtenção do tratamento.
No caso dos autos, verifica-se que a autora mantinha a época do ajuizamento da ação contrato com a
ré, conforme documento de id 60455055. É incontroverso que a autora apresentava um quadro de
obesidade mórbida, razão pela qual se submeteu a cirurgia bariátrica, necessitando passar pela
cirurgia reparadora por se encontrar com excessos de pele dos membros inferiores.
Ainda, segundo o relatório (id 60455057), devido à grande perda de peso subseqüente à cirurgia
bariátrica, excessos de pele residuais foram formados em seus membros inferiores. Desse modo, foi
recomendada a realização de cirurgias plásticas de correção de lipodistrofia crural de membros
inferiores.
A ré, em sede de contestação, afirma que não é obrigada a custear os procedimentos cirúrgicos da
autora, porquanto os procedimentos cirúrgicos são estéticos e que não constam no rol de
procedimentos da ANS- Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Como já mencionado, a relação jurídica existente entre a operadora de plano privado de saúde e a
segurada é regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Sendo assim, havendo cláusula contratual
que restrinja a cobertura ao rol de procedimentos da ANS, impõe-se sua interpretação à luz dos
princípios da razoabilidade e da máxima proteção à saúde do beneficiário.
O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de ANS constitui referência básica para a cobertura
assistencial mínima obrigatória pelos planos privados de assistência à saúde para os planos
contratados a partir de 02 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. Tendo em vista que o
rol traz a cobertura assistencial mínima que deve ser oferecida pelo plano de saúde, tenho que não
Além disso, o entendimento dominante desta Corte é no sentido de que compete ao médico decidir
qual o tratamento adequado para o paciente, baseando-se no diagnóstico e nas possibilidades
terapêuticas, acerca da duração, evolução e termo de uma doença.
De fato, a cirurgia reparadora é uma continuidade do tratamento de gastroplastia, ou seja, faz parte
do tratamento para obesidade mórbida, não configurando tratamento estético, mas procedimento
complementar à cirurgia de redução de estômago, sob risco de que a autora continue padecendo de
problemas decorrentes da obesidade, agora manifestado no excesso de tecido epitelial.
Além disso, as cláusulas do contrato devem ser interpretadas em de modo mais favorável ao
consumidor, já que é a parte vulnerável da relação contratual.
A negativa da ré, de forma injustificada, quanto à autorização para realização da cirurgia é abusiva,
pois coloca a consumidora em desvantagem exagerada, além de restringir os direitos inerentes à
natureza do contrato, a ponto de tornar impraticável a realização de seu objeto, nos termos do art.
51, §1º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor.
Conquanto as seguradoras de assistência à saúde possam estabelecer quais patologias serão cobertas
pelo seguro, mas não lhes cabe eleger o tipo de tratamento mais adequado ao paciente. Assim,
apenas o profissional da medicina que acompanha a paciente é competente para estabelecer o tipo
de procedimento ou tratamento mais adequado para o quadro clínico apresentado, ainda que não
tenham sido preenchidos os requisitos exigidos pela resolução normativa da Agência Nacional de
Saúde.
Entendo que em se tratando de procedimento prescrito pelo médico como necessário ao tratamento
da autora, coberto pelo plano, afigura-se abusiva a negativa de fornecimento de materiais
relacionados à cirurgia a que necessitava ser submetida a segurada, posto que é limitativa ao direito
do consumidor, vez que não atende aos princípios que regem o Direito do Consumidor.
Desse modo, considerando que os direitos em tela envolvem saúde, e sendo a dignidade da pessoa
humana a pedra basilar constante da Constituição Federal, não se pode negar um direito
fundamental assegurado constitucionalmente.
Assim, no tocante ao dano moral, este se relaciona diretamente com os prejuízos ocasionados a
direitos da personalidade, como, por exemplo, à honra, à imagem, à integridade psicológica e física,
à liberdade etc. Daí porque a violação de quaisquer dessas prerrogativas, afetas diretamente à
dignidade do indivíduo, constitui motivação suficiente para fundamentar uma ação compensatória
por danos morais.
No caso dos autos, o dano moral é facilmente perceptível, pois dúvida não há de que, em face do
ocorrido, a autora se viu numa situação não apenas incômoda e constrangedora, mas
verdadeiramente desesperadora, principalmente porque a sua expectativa de estar protegida pelo
seguro de saúde foi frustrada.
Com efeito, a pessoa que cumpre com assiduidade o pagamento do plano de saúde, na expectativa
futura de que este cumpra com sua obrigação, tem violada sua dignidade moral quando, em
momento de fragilidade e angústia se vê desamparada pelo plano, seja pela negativa de reembolso,
seja pela indisponibilidade médica, falta de autorização de procedimentos, como no caso dos autos.
Porém, na fixação da indenização por danos morais, o magistrado deve agir com equidade, devendo
levar em consideração alguns parâmetros, que são apontados pela doutrina e pela jurisprudência,
tais como: extensão do dano; as condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos; as
condições psicológicas das partes, bem como o grau de culpa do agente, de terceiro ou da vítima.
Dessa forma, arbitro em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a indenização por dano moral, por se mostrar
razoável e consentânea com as peculiaridades do caso e as condições das partes, em especial, em
decorrência do dano sofrido pela autora.
Ressalto que os precedentes e enunciados de Súmulas acima citados, apenas corroboram, como
reforço argumentativo, os fundamentos adotados nessa sentença como razão de decidir. Não se
limitando a sentença à adoção de precedente como razão única da decisão, desnecessário se torna
demonstrar os fundamentos determinantes do precedente e sua inter-relação com o caso em
julgamento, consoante exigência trazida pela nova ordem processual civil, no artigo 489, § 1º,
incisos I e V, do CPC.
DISPOSITIVO
a) CONDENAR a parte ré a autorizar e arcar com todas as despesas dos procedimentos e materiais
cirúrgicos necessários à continuação do tratamento pós-operatório bariátrico da autora,
consubstanciado na cirurgia reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito
b) CONDENAR a ré a pagar à autora pelos danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
Transitada em julgado, caberá a parte sucumbente, na forma do disposto no art. 523 do CPC, dar
cumprimento à condenação sob pena de acréscimo de multa de 10% [dez por cento] sobre o
montante fixado (§ 1º, do artigo 523 do CPC), corrigidos da data do requerimento de cumprimento
da sentença e observados os requisitos preconizados no artigo 524 da legislação adjetiva civil, no
prazo de quinze dias, a contar de sua intimação nos moldes do artigo 513 do mesmo codex.
Fixados os valores devidos e não havendo pagamento espontâneo, fica deferido eventual pedido de
expedição de certidão de inteiro teor da decisão para protesto nos termos do artigo 517 do CPC.
O ato Judicial Sentença ID 71431230 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
10/09/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
11 de setembro de 2020
APELAÇÃO
para o Colendo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, nos termos das
razões adiante expendidas, requerendo a V. Exª. se digne recebê-lo em seus efeitos
SUSPENSIVO e DEVOLUTIVO, e mandar processá-lo, para posterior remessa à Corte
ad quem.
b) Da Controvérsia
II – MÉRITO
11. De outra sorte, a fim de que mantenha a segurança jurídica da relação deve
ser aplicado o princípio da supressivo, uma vez que a beneficiária, não contratou
qualquer cobertura além daquelas previstas no contrato, que tem como referência o Rol
da ANS.
16. A perícia médica anexa comprovou não haver dobras de pele que
comprometessem a saúde da Apelada, nem tão pouco infecções cutâneas, tais como
candidíase de repetição, infecções bacterianas devido às escoriações pelo atrito, odores e
hérnias, não podendo-se considerar o argumento de que o procedimento cirúrgico tem
caráter funcional e reparador.
27. Não há no caso em tela qualquer atitude que tivesse maculado a sua honra
ou integridade, motivo pelo, data venia, não há que se falar em qualquer indenização por
suposto dano moral.
30. Nesse ínterim, esse também vem sendo o entendimento do Egrégio Superior
Tribunal de Justiça, vejamos:
9
6. [...]
10
11
32.
12
“(...)
Quem age de acordo com cláusula contratual, ainda que posteriormente
declarada nula, não reponde por danos morais.
(...)”.1
“O desconforto provocado pelo eventual descumprimento contratual ou a
mera dificuldade de conseguir uma isenção de carência em plano de saúde não
pode ser convertido em indenização por danos morais. Limites nos termos
contratados. Inexiste dano moral quando as partes apenas discutem direitos e
obrigações, condutas constitucionalmente previstas. Negado provimento ao
recurso.”2 (sem grifo no original)
1
Trecho do voto do Min. Ari Pargendler no RESP nº 521.851/RJ, STJ, 3ª Turma, DJ de 29.03.2004.
2
Recurso nº 2001011004165-7/DF, Juizado Especial Cível.
3
Apelação Cível 597093707/RJ, TJRJ.
4
RESP nº 338.162/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 18/02/2002.
13
36. Por todo exposto, de acordo com entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e do Superior Tribunal de justiça, pugna-se, portanto, pela reforma da sentença,
com a improcedência do pedido indenizatório.
IV - PEDIDO
37. Ante o exposto, confia a apelante em que S.Exª e a Colenda Turma haverão
de prover o presente recurso para ao final dar provimento, reformando a r. sentença que
julgou procedente a pretensão autoral, para afastar a condenação da apelante no
pagamento de indenização por danos morais, tudo como homenagem à JUSTIÇA!
Aguiar Zeidan, inscrita na OAB/DF 31.330, sob pena de nulidade dos atos praticados.
E. deferimento.
14
Ficha de Compensação
Guia de Custas e Emolumentos / Guia Recurso - 1ª Instância - Apelação
001-9 00190.00009 02941.725075 00241.388172 1 83860000001732
Local do pagamento Vencimento
Pagável em qualquer banco. 22/09/2020
Cedente Agência/Código do cendente
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios 4200/333050
Praça municipal, Lote 01 - CEP 70094-900 - Brasília/DF CNPJ: 00531954/0001-20
Data do documento Número do documento Espécie DOC Aceite Data process. Nosso Número
22/09/2020 29417250700241388 N 22/09/2020 29417250700241388
Uso do Banco Carteira Espécie Quantidade x Valor (=) Valor do documento
17 R$ R$ 17,32
Instruções (-) Desconto/Abatimento
********************
1. Senhor(a) caixa, por favor não receba este documento após a data de
********************
vencimento. (+) Juros/Multa
2. Não receber por depósito. ********************
3. SR. CAIXA: NÃO RECEBER EM CHEQUE.
********************
(=) Valor Cobrado
R$ 17,32
Sacado
SAÚDE SIM LTDA - CPF/CNPJ: 02464179000163
Sacador/Avalista Autenticação mecânica - Ficha de compensação
C ódigo de Barras
00190.00009 02941.725075 00241.388172 1 83860000001732
Tipo de Serviço
Pagamento Fornecedor
Autenticação Bancária
E6DA59899D70BF0D7E49800
https://pj.santandernetibe.com.br/ibeweb/pages/IBPJClassico/inicioIBPJClassico.xhtml 1/1
CERTIDÃO
Diante da interposição de apelação de ID 73753659 pela parte requerida, fica intimado o apelado para
contrarrazões, no prazo de 15 dias.
Após, independentemente de conclusão, os autos serão remetidos ao e. TJDFT, conforme determinado pelo
art. 1010, § 3º do CPC.
Servidor Geral
O ato Judicial Certidão ID 73835930 foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) em
06/10/2020, e será publicado no primeiro dia útil subsequente.
7 de outubro de 2020
CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 29 de outubro de 2020.
CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara
I – DA TEMPESTIVIDADE
A apelada entrou com ação requerendo a liminar para que fosse feita cirurgia
reparadora dos membros inferiores esquerdo e direito, pois na época da propositura da
ação era beneficiária do plano de saúde “Saúde Sim”, a liminar foi devidamente
cumprida pelo plano de saúde, a apelada fez a cirurgia dia 21/07/2020.
Ocorre que a apelante foi mandada embora da empresa sem justa causa, na qual
era beneficiária do plano de saúde empresarial e que fazia coparticipação. A apelante foi
despedida de seu emprego inesperadamente durante o curso processual. Em nenhum
momento foi oferecido à autora outro plano de saúde na modalidade individual ou
familiar.
III – DO DIREITO
Os exames atestaram que a agravada estaria apta para realizar tal cirurgia e o
médico do plano de saúde indicou que a apelada deveria fazer o procedimento cirúrgico
na região dos membros inferiores esquerdo e direito, mas o plano se negou a custear a
cobertura da cirurgia, mesmo com todos os exames aptos e o médico do plano indicando
o procedimento cirúrgico, tais exames e a negativa do plano estão em anexo na Inicial.
O apelante diz não haver sobras de pele nos membros inferiores esquerdo
e direito da requerente, porém, o procedimento cirúrgico da reparadora foi feito,
cirurgia essa que tirou os excessos de pele dos membros inferiores esquerdo e
direito, se tal procedimento não pudesse ser realizado, os médicos do plano de
saúde seriam os primeiros a se recusarem a fazer, mas o procedimento era tão
necessário que a cirurgia foi feita pelo médico do plano de saúde que atestou que a
cirurgia se fazia necessária, como consta em anexo na Inicial.
…………………………………………………………………………
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA. CIRÚRGIA
REPARADORA PÓS BARIÁTRICA. NATUREZA
REPARADORA EVIDENTE. CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. ABUSIVIDADE.
DANO MORAL. CARACTERIZADO. VALOR INDENIZATÓRIO
MANTIDO.
1. Contrato de plano de assistência à saúde configura relação de
consumo, subsumindo-se ao Código de Defesa do Consumidor.
Aplicação da Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça. 2. Os
procedimentos cirúrgicos de reparação solicitados pelo médico
especialista responsável constituem mera continuação do
tratamento de obesidade mórbida iniciado com a cirurgia
bariátrica, de modo que não pode ser considerada meramente
estética. 2.1. O Ministério da Saúde explicitou a natureza
reparadora da intervenção cirúrgica na regulamentação das
diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento de
sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritário da Rede
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, por meio
da Portaria n. 424, de 19 de março de 2013. 2.2. O rol da ANS
(Resolução Normativa n. 387/2015) é meramente exemplificativo,
de modo a estabelecer a cobertura mínima obrigatória e evitar o
arbítrio dos diversos planos de saúde que atuam no mercado, não
justificando a recusa do procedimento cirúrgico em
questão. 3. Configura dano extrapatrimonial a recusa da
seguradora de saúde ao custeio de cirurgia reparadora consistente
em continuação do tratamento de obesidade mórbida 4. Em se
tratando de relação de consumo, é possível atribuir ao dano
extrapatrimonial três dimensões funcionais, compensatória, punitiva e
preventivo-pedagógica. 5. Nas relações de consumo nas quais estejam
envolvidos litigantes habituais, a atuação do Poder Judiciário somente
será efetiva se a análise do caso se realizar sob o prisma da
A apelada mesmo tendo sido mandada embora sem justa causa faz jus aos
benefícios do plano de saúde, por ser um direto que antecede ao cancelamento do
contrato. Restou demonstrada à imprescindibilidade do tratamento.
É cediço que, por ser o objeto do contrato entabulado por essas operadoras um
bem de suma importância, garantido constitucionalmente, lhes é imposto o dever de agir
com boa-fé objetiva. E isso tanto na elaboração, haja vista que tais pactos são de adesão,
quanto na celebração e execução dos contratos de plano de saúde.
A respeito de tal matéria, nosso Código Civil estabelece em seu artigo 424:
A aplicabilidade da supra referida lei aos contratos firmados antes da sua vigência
também já é matéria sopesada em nossa jurisprudência, sendo igualmente unânime o
entendimento segundo o qual, por tratar-se de contratos de trato sucessivo e periódico,
eles restam regulados pela lei, independentemente de quando tenham sido pactuados.
IV - DO DANO MORAL
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
( ... )
V – DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília/DF, 29 de outubro de 2020.
2VARCIVTAG
Esta secretaria encerrou manualmente o(s) expediente(s) aberto(s) (ID(s) 11846946) para fins de
continuidade do trâmite processual.
3 de novembro de 2020.
Servidor Geral
CERTIDÃO
Servidor Geral
3TCV
Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF CEP: 70094-900 Telefones: 3103-
7031, 3103-7866 Fax 3103-0782
Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007
Senhor(a) Juiz(a),
Respeitosamente,
08/02/2021
Número: 0711687-63.2020.8.07.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 3ª Turma Cível
Órgão julgador: Gabinete da Desa. Maria de Lourdes Abreu
Última distribuição : 13/05/2020
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 0704587-36.2020.8.07.0007
Assuntos: Inadimplemento, Planos de Saúde
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
JAKELINA MESQUITA SILVA (AGRAVANTE)
LUCIANA LIMA AMERICO (ADVOGADO)
SAUDE SIM LTDA (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
22092013 10/12/2020 Acórdão Acórdão
20:10
23114789 08/02/2021 Certidão Certidão
15:45
Acórdão Nº 1305733
EMENTA
1. Em razão de a paciente ter apresentado diversas patologias correlatas ao excesso de pele decorrente da
cirurgia bariátrica a que fora submetida, como dermatite recorrente, escoriações cutâneas crônicas e limitação
da amplitude de movimentos, demonstra-se necessária a realização de cirurgia reparadora pós-bariátrica.
ACÓRDÃO
Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, MARIA DE LOURDES ABREU - Relatora, ROBERTO FREITAS - 1º Vogal e ALVARO
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de tutela antecipada recursal, interposto por JAKELINA
MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos originários), proferida nos autos de
ação de obrigação de fazer movida em desfavor de SAÚDE SIM LTDA, que indeferiu a tutela de urgência
para determinar que a agravada autorize a realização de cirurgia reparadora para complementação do
tratamento bariátrico.
Em suas razões recursais (ID 15974056), a agravante informa que foi submetida à cirurgia bariátrica para
tratamento de obesidade mórbida com perda superior a 42 (quarenta e dois) quilos de peso, ocasionando-lhe
acúmulo de pele, em especial, nos membros inferiores, na região das pernas, mais exatamente na região
interna das coxas esquerda e direita.
Aduz que “a sobra de pele atrapalha a sua qualidade de vida, uma vez que a sobra de pele se encontra na
parte dos membros inferiores, incomodando o simples ato de andar, caminhar, correr, praticar atividade
física. Foi prescrito cirurgia reparadora de correção de lipodistrofia crural de membros inferiores, conforme
prescrito (ID 60455057 autos principais).
Aduz que, embora prescrito pela médica que a acompanha, a empresa agravada, administradora do plano de
saúde da agravante, nega-se a lhe dar integral cobertura ao tratamento de que necessita, sob a alegação de que
tal procedimento não se incluiu dentre as coberturas contratadas.
Alega que tais argumentos não merecem prevalecer, visto que a cirurgia solicitada é complemento do
tratamento da doença e possui caráter reparador.
Ao final, requer a antecipação de tutela recursal para determinar que a empresa agravada autorize
imediatamente a realização da cirurgia reparadora de lipodistrofia crural de membros inferiores, conforme
prescrição médica. No mérito, postula a confirmação da liminar eventualmente deferida.
É o relatório.
VOTOS
Conforme relatado, trata-se de recurso de agravo de instrumento, com pedido liminar, interposto por
JAKELINA MESQUITA SILVA contra a decisão interlocutória (ID 60458765-autos originários),
proferida nos autos da ação de obrigação de fazer movida em desfavor de SAÚDE SIM LTDA, que
indeferiu a tutela de urgência para determinar que a agravada autorize a realização de cirurgia reparadora
para complementação do tratamento bariátrico.
Sem contrarrazões.
De início, denoto que a relação contratual firmada entre as partes se submete aos ditames do Código de
Defesa do Consumidor, entendimento inclusive consolidado pelo disposto no Enunciado nº 469 da Súmula
do Superior Tribunal de Justiça, prestigiando-se a interpretação das cláusulas de forma mais favorável ao
consumidor neste momento e em sintonia com o postulado da dignidade da pessoa humana.
Vieram aos autos notícia trazida pelo plano de saúde agravado que a agravante havia sido demitida e o plano
de saúde cancelado.
Nesse caso ressalto que o Código Civil adota a teoria do risco criado, nos Comentários ao Código Civil atual
de Claudia Beatriz Tavares da Silva, sob coordenação de Fiuza (2004, p. 833) vem a explicação de forma
clara, da qual me valho:
“(...) a teoria que melhor explica a responsabilidade é a do risco criado, adotada pelo novo Código Civil,
pela qual o dever de reparar o dano surge da atividade normalmente exercida pelo agente, que cria risco a
direitos ou interesses alheios. Nessa teoria, não se cogita de proveito ou vantagem para aquele que exerce
atividade, mas da atividade em si mesma, que é potencialmente geradora de risco a terceiros.”
Isto porque, após ter se submetido à realização de cirurgia supracitada, a agravante apresentou diversas
patologias correlatas ao excesso de pele resultante da perda de peso decorrente do procedimento cirúrgico,
como dermatite recorrente, problemas psíquicos, escoriações cutâneas crônicas, limitação da amplitude de
movimentos e desequilíbrio psicossocial pela causa inestética, o que, ao meu entender, indica que a
intervenção solicitada se trata de cirurgia plástica reparadora e não de cirurgia plástica estética, como alega o
plano de saúde agravado em suas contrarrazões.
O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento pela abusividade da negativa de cobertura pelo plano de
saúde quanto à realização de cirurgias decorrentes de procedimento anterior de cirurgias bariátricas, desde
que haja indicação médica para tanto, por representarem procedimentos reparadores necessários a boa
conservação da saúde do consumidor e por se tratarem de continuidade ao tratamento indicado.
Vejamos:
1. Esta Corte de Justiça já teve a oportunidade de perfilhar o entendimento de que, tendo sido o segurado em
tratamento de obesidade mórbida, com cobertura da seguradora, submetido à cirurgia bariátrica, deve a
operadora do plano de saúde arcar com os tratamentos necessários e complementares ao referido ato
cirúrgico, destinados à cura da patologia.
2. No caso em exame, o Tribunal a quo enfatizou que o procedimento cirúrgico pleiteado pela
segurada (reconstrução mamária) não se enquadra na modalidade de cirurgia estética, tratando-se de
intervenção necessária à continuidade do tratamento e indispensável ao pleno restabelecimento de sua
saúde.
3. "As cirurgias de remoção de excesso de pele (retirada do avental abdominal, mamoplastia redutora e a
dermolipoctomia braçal) consiste no tratamento indicado contra infecções e manifestações propensas a
ocorrer nas regiões onde a pele dobra sobre si mesma, o que afasta, inequivocamente, a tese sufragada pela
parte ora recorrente no sentido de que tais cirurgias possuem finalidade estética. Considera-se, assim,
ilegítima a recusa de cobertura das cirurgias destinadas à remoção de tecido epitelial, quando estas se
revelarem necessárias ao pleno restabelecimento do paciente-segurado, acometido de obesidade mórbida,
doença expressamente acobertado pelo plano de saúde contratado, sob pena de frustrar a finalidade precípua
de tais contrato" (REsp 1.136.475/RS, Terceira Turma, Rel. Min. MASSAMI UYEDA, DJe de 16/3/2010).
4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 583.765/MG, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 22/06/2015) (grifou-se).
2. O rol exposto na Resolução nº 387, da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, deve ser
considerado exemplificativo, uma vez que não esgota as inúmeras possibilidades de tratamentos de saúde,
que, como se sabe, evoluem a cada dia. Tanto é assim, que o rol deve ser revisto periodicamente. 3. Agravo
não provido. (Acórdão 1152883, 07085582120188070000, Relator: ARNOLDO CAMANHO, 4ª Turma
Cível, data de julgamento: 13/2/2019, publicado no DJE: 28/2/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.).
Negritou-se.
É como voto.
3TCV
Praça Municipal, Lote 01, Bloco A, 4º Andar, Ala B, Sala 410 Brasília/DF
CEP: 70094-900 Telefones: 3103-7031, 3103-7866 Fax 3103-0782
Origem: 0704587-36.2020.8.07.0007
CERTIDÃO
CERTIFICO E DOU FÉ QUE que às 23h59m59s do dia 05/02/2021 o v. acórdão ID 22092013 transitou em
julgado. Brasília-DF, 8 de fevereiro de 2021.