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Agradecimentos
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TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
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INTRODUÇÃO
A inserção profissional dos licenciados não corresponde, desde meados dos setenta do
século XX até à actualidade, a um momento que decorre entre a obtenção de um diploma e a
aquisição de um emprego estável a curto prazo.
Ao longo dos anos do século XX, tanto o sistema educativo como o sistema produtivo
sofreram modificações. Passamos de uma sociedade predominantemente agrícola para uma
baseada na indústria e seguidamente para uma sociedade assente principalmente nos serviços.
Isto tudo provocou profundas alterações ao nível do mercado de trabalho, “dos perfis
profissionais e qualificacionais e do tipo de emprego”1.
Portanto, o mercado de emprego começou a exigir indivíduos com mais qualificações,
a escolaridade obrigatória exigida por lei aumentou, assistimos à crescente procura de
trajectórias académicas como meio de adquirir um emprego estável, bem remunerado e
qualificado. Mas, devido à crise surgiram novas formas de trabalho, trabalho por contratos, a
termo certo ou indeterminado, “trabalho temporário, part-time ou tele-trabalho”2.
Podemos verificar, actualmente, a existência de um fenómeno de massificação de
diplomas, que pressupõe o aumento da dificuldade de inserção profissional dos jovens
licenciados. Em primeira instância, podemos “pensar que os diplomados apresentam poucas
dificuldades de inserção no mercado de emprego”3, o que efectivamente constitui uma
vantagem em relação aos jovens que não possuem curso superior4. Mas na realidade, não há
uniformidade e estabilidade no processo de inserção profissional para a maioria dos jovens5.
Segundo Quivy e Campenhoudt, a melhor forma de iniciarmos o nosso projecto de
investigação consiste em enunciar a pergunta de partida, através da qual nos tentamos
exprimir o que procuramos saber e compreender melhor6. Assim, a nossa questão inicial
consiste em saber a possível correspondência entre as expectativas de inserção profissional e
as trajectórias de integração no mercado de trabalho dos diplomados em Sociologia e em
Biologia?
1
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al. (coords.), Os jovens e o mercado de trabalho: Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, Editorial do Ministério
da Educação, 2006, p. 13.
2
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al. (coords.), Os jovens e o mercado de trabalho: Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, op. cit., p. 13.
3
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A inserção Profissional de Jovens Engenheiros,
Universidade do Minho, Instituto de Ciências Sociais, Tese de Doutoramento, 2002, p.48.
4
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 48.
5
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p.1.
6
Cf. Raymond Quivy, et. al., Manual de Investigação em Ciências Sociais, Lisboa, Gradiva, 1998, p. 32.
2
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CAPÍTULO I
Dulce Magalhães7 define a trajectória social como uma linha, continua e abstracta,
sendo esta o resultado do percurso do indivíduo ao longo da sua vida, permitindo ou
facilitando a sua identificação social. Estes jovens em estudo encontram-se em processo de
construção da sua trajectória social. Embora tenham concluído a sua licenciatura, não
podemos afirmar que já terminaram a sua trajectória académica, porque podem ter optado
pelo prolongamento dos estudos com o mestrado, com outra licenciatura ou ainda com
formações em escolas profissionais, devido às dificuldades de inserção profissional no
mercado de trabalho ou por ser um projecto de vida. Podemos estar também perante,
trajectórias de inserção profissional marcadas por formas de trabalho precário, trabalhos por
contratos, nomeadamente a termo certo ou a termo indeterminado.
Segundo Jorge Arroteia8, entre outros actores, as trajectórias sociais podem ser, em
sentido amplo, condicionadas por um conjunto de aspirações dos indivíduos, mas, em
qualquer momento, um conjunto de constrangimentos podem causar o seu adiamento ou
desvio. No que diz respeito aos constrangimentos, poderíamos referir, por exemplo, as já
mencionadas, dificuldades na entrada no mercado de trabalho que conduzem, na maior parte
das vezes, à opção dos jovens por outros cursos, adiando a transição para a vida activa.
As aspirações têm um papel fundamental na virtualização das trajectórias sociais e
profissionais dos sujeitos, porque consistem numa óptima estratégia de viabilizar, por um
lado, uma mobilidade ascendente ou por outro lado, probabilizar uma reprodução em relação
à família de origem9.
Na realidade, a situação mais frequente é a de reprodução social, pois existe uma
elevada possibilidade dos filhos darem continuidade às posições sociais ocupadas pelos pais.
Mas isto, não significa que não exista níveis significativos de mobilidade social ascendente ou
descendente10. A probabilidade de algumas trajectórias ascendentes, para Dulce Magalhães11,
podem ocorrer através do recurso de “duas vias institucionalizadas”, nomeadamente a escola e
7
Cf. Dulce Maria Magalhães, “Classes Sociais e Trajectórias Intergeracionais”, in Sociologia, Porto,
Universidade do Porto, 1991, p. 177.
8
Cf. Jorge Carvalho Arroteia, et al., Inserção Profissional dos Diplomados pela Universidade de Aveiro-
Trajectórias académicas e profissionais, Aveiro, Universidade de Aveiro, 1998, p. 18.
9
Cf. Dulce Maria Magalhães, “Classes Sociais e Trajectórias Intergeracionais”, op. cit., p. 200.
10
Cf. João Ferreira de Almeida, et. al., Introdução à Sociologia, Lisboa, Universidade Aberta, 1994, p. 139.
11
Cf. Dulce Maria Magalhães, “Classes Sociais e Trajectórias Intergeracionais”, op. cit., p. 215.
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A inserção na vida adulta era caracterizada por “três fases bem definidas e
delimitadas”, nomeadamente a conclusão dos estudos; o acesso ao emprego; a saída de casa
15
Cf. Albertino Gonçalves, et al. (coords.), Da Universidade para o Mundo de Trabalho: Desafios para um
diálogo, Universidade do Minho, Conselho Académico, 2001, p.7.
16
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al., “Percepções dos jovens sobre a insegurança no emprego e as suas
implicações no trabalho e na vida familiar”, in Sociologia, Problemas e Práticas n.º 27, 1998, p. 102.
17
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p.12.
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18
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família,
Presidência do Conselho de Ministros, Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho, Comissão para a
igualdade no trabalho e no emprego, Lisboa, 2004, p. 39.
19
Cf. Rosário Maurriti, Estudantes Universitários: Trajectórias Sociais e Expectativas de Inserção Profissional,
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Tese de Mestrado em Políticas de Desenvolvimento de
Recursos Humanos, 2000, p. 58.
20
Cf. Rosário Maurriti, Estudantes Universitários: Trajectórias Sociais e Expectativas de Inserção Profissional,
op. cit., p. 57.
21
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família, op. cit.,
p. 41.
22
Cf. Rosário Maurriti, Estudantes Universitários: Trajectórias Sociais e Expectativas de Inserção Profissional,
op. cit., p. 57
23
Cf. Joaquim Luís Coimbra, et al., Formação ao longo da vida e gestão da carreira, op. cit., p. 53.
24
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 1.
25
Cf Maria das Dores. Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família, op. cit.,
p. 41.
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os que optam pela interrupção dos estudos e iniciam a sua vida profissional, obtêm, mais
depressa, a independência económica, as responsabilidades e um determinado estatuto social.
Uma das diferenças, existente entre estes dois modelos, segundo estes autores, consiste
no facto da maioria dos jovens que ingressaram desde cedo na vida profissional, aos 25 anos,
estão não só perante um emprego estável, como também estão esperando pelo dia do
casamento e pelo nascimento dos filhos. Para os jovens que seguiram o prolongamento dos
estudos, com 25 anos, quase todos, ainda, estão a concluir a licenciatura ou a inserir-se no
mercado de trabalho, e, por conseguinte, o casamento e a paternidade estão longe de ocorrer26.
Deste modo, podemos afirmar que a transição para a vida activa e adulta consiste num
processo cada vez mais longo e difícil para os jovens licenciados.
Estas escolhas são condicionadas pelas condições de existência das famílias de
origem. Bourdieu27 afirma que os jovens da classe média tendem a optar por “percursos
longos de escolaridade e qualificação”, dispondo de maiores oportunidades ao nível “das
sociabilidades, do emprego, do lazer e da família”. Enquanto que, os jovens da classe operária
são obrigados, desde cedo, a transitar para a vida adulta.
26
Cf Maria das Dores. Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família, op. cit.,
p. 41.
27
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família, op. cit.,
p. 42.
28
Cf. Natália Alves, “Da Universidade para o Mundo de Trabalho: Uma inserção rápida mas na precariedade”,
in Albertino Gonçalves et al. (coords.), Da Universidade para o Mundo do Trabalho: Desafios para um diálogo,
Universidade do Minho, Conselho Académico, 2001, p. 107.
29
Cf. Carlos Manuel Gonçalves, et al., “Licenciados em Sociologia: ritmos e formas de transição ao trabalho”, in
Sociologia, Porto, Universidade do Porto, n.º 11, 2001, p.31.
30
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 20.
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Desde meados dos anos setenta até à actualidade, a inserção profissional sofreu
profundas alterações. De uma situação de estabilidade, rapidamente se passou para uma crise
socio-económica, para o desemprego geral, para a crescente dificuldade de inserção
profissional dos jovens que concluíam a escola, conduzindo a alterações nos processos de
entrada na vida activa 31.
Apesar dos constantes investimentos do Estado na área da educação e emprego nas
últimas duas décadas, o crescimento económico quase que se imobilizou, aumentando o
desfasamento entre a formação e as necessidades e exigências do mercado de trabalho, uma
vez que a primeira excedeu amplamente as carências do segundo32.
Assim, o conceito de inserção profissional torna-se mais amplo, incluindo não só as
políticas de emprego, as políticas sociais e as políticas de formação como também os
problemas de acesso ao emprego, ou seja, de “empregabilidade dos trabalhadores”, e “das
vivências e representações do desemprego dos jovens” 33.
Os poderes públicos interessam-se por este contexto económico e social, autorizando
“regras e mecanismos institucionais” para gerir a inserção profissional. Em Portugal,
podemos verificar diversos “programas de preparação para a vida profissional”, “programas
de emprego para jovens” e os “subsídios de protecção no desemprego”34
Segundo Mariana Alves35, para clarificarmos a noção de inserção profissional, teremos
que recorrer a diferentes abordagens teóricas, consideradas, por esta, como sendo pertinentes
e significativas, pois permite-nos compreender a realidade de uma diversidade de perspectivas
de análise sobre a inserção profissional.
Para Olivier Galland36, a inserção profissional consiste, enquanto processo estruturado,
num dos períodos que marcam a entrada dos jovens na vida adulta. Para além deste período,
menciona a saída da escola e da casa dos pais, como também o estabelecimento de relações
matrimoniais e a constituição de uma nova família. Momentos que durante muito tempo
foram quase simultâneos, mas, hoje em dia, estão longe de coincidir. Portanto, segundo o
autor, os jovens passam de um “modelo de instalação”, em que a entrada na vida adulta era
marcada pela simultânea ocorrência destes acontecimentos mencionados anteriormente, para
31
Cf. Carlos Manuel Gonçalves, et al., “Licenciados em Sociologia: ritmos e formas de transição ao trabalho”,
op. cit., p 32.
32
Cf. Joaquim Luís Coimbra, et al., Formação ao longo da vida e gestão da carreira, op. cit., p. 36.
33
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 21.
34
Idem, p. 22.
35
Cf. Mariana Alves, “A inserção profissional de diplomados da FCT/UNL: Abordagens teóricas e
representações de empregadores”, in Albertino Gonçalves et al. (coords.), Da Universidade para o Mundo do
Trabalho: Desafios para um diálogo, Universidade do Minho, Conselho Académico, 2001, p.154.
36
Idem, p. 155.
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37
Cf. Mariana Alves, “A inserção profissional de diplomados da FCT/UNL: Abordagens teóricas e
representações de empregadores”, op. cit., p.156.
38
Idem, ibidem.
39
Idem, p.157.
40
Idem, ibidem.
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Entre vários, Carlos Gonçalves41 menciona o Estado como outro autor fundamental na
inserção dos jovens na vida activa. Estado é responsável pelas políticas económicas e sociais,
estabelece leis sobre o trabalho, onde regula a forma como essas leis se empregam, para além
de ser redistribuidor de riqueza, por meio da gestão dos impostos42.
41
Cf. Carlos Manuel Gonçalves, et al., “Os jovens, a formação profissional e o emprego: resultados de uma
investigação internacional”, Porto, Fundação da Juventude, Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, 1997, p. 145.
42
Cf. Maria Teresa Serôdio Rosa, et al., Trabalho precário: perspectivas de superação, Lisboa, “Estudos e
análises” n.º 41, Observatório do emprego e formação profissional, 2003, p. 28.
43
Cf. Maria das Dores Guerreiro, et al., Transições incertas – Os jovens perante o trabalho e a família, op. cit.,
p. 63.
44
Cf. Mariana Gaio Alves,, “Inserção na vida activa de licenciados: A construção de identidades sociais e
profissionais”, in Sociologia, Problemas e Práticas, n.º 26, 1998, p. 132.
45
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 32.
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Iremos desenvolver essas três fases mas, antes, seria conveniente salientar que
anteriormente à sucessão destes três acontecimentos, os adolescentes e os jovens definem a
sua orientação escolar e profissional. Há uns anos atrás, a orientação era o resultado de uma
única decisão que determinava o futuro das pessoas. Actualmente, num mundo caracterizado
pela mudança continua e acelerada, os indivíduos são confrontados com a necessidade de
redefinir os seus projectos de formação ou de emprego46.
46
Cf. Joaquim Luís Coimbra, et al., Formação ao longo da vida e gestão da carreira, op. cit., p. 40.
47
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 32.
48
Cf. Jorge Carvalho Arroteia, O Ensino Superior em Portugal, Aveiro, Universidade de Aveiro, 1996, p. 38.
49
Idem, p. 40.
50
Cf. Natália Alves, Trajectórias Académicas e de Inserção Profissional dos Licenciados pela Universidade de
Lisboa (1999-2003), Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2005, p. 59.
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51
Cf. Natália Alves, Trajectórias Académicas e de Inserção Profissional dos Licenciados pela Universidade de
Lisboa (1999-2003), op. cit., p. 59.
52
Cf. Sérgio Machado dos Santos, “As responsabilidades da Universidade na formação de agentes para o
desenvolvimento”, in Albertino Gonçalves et al. (coords.), Da Universidade para o Mundo do Trabalho:
Desafios para um diálogo, Universidade do Minho, Conselho Académico, 2001, p. 18.
53
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 32.
54
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 377.
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licenciaturas não está incluído. Por isso, os alunos pelo menos nos Açores, recorrem ao
“programa Estagiar L”55 (estágio), destinado a jovens dos 17 aos 28 anos finalistas ou já com
a licenciatura.
Para Ana Marques56, o estágio também surge, como uma oportunidade que permite, de
forma mais prática, adquirir competências e conhecimentos, permitindo uma “experiência
formativa” fora do contexto universitário e proporciona, igualmente, uma “experiência
relacional”, enquanto momento importante dos jovens para a entrada na vida activa e dos
adultos. Para além de serem confrontados com responsabilidades, os jovens obtêm
conhecimentos do ambiente de trabalho e das relações laborais. As capacidades e qualidades
individuais de adaptação e de integração numa organização de trabalho são testadas neste
momento. Como nas várias transições, Susana Caires e Leandro Almeida57 afirmam que o
estágio é também vivenciado com uma certa preocupação e expectativa na possibilidade de
ficarem nas empresas onde poderão estagiar.
Numa conversa com Margarida Soares, Orientadora profissional da Agência para a
Qualificação e Emprego, esta disse-nos que “as pessoas inscrevem-se num centro de emprego
como candidatos a formação, estágio, emprego, criação do próprio emprego ou empresa.
Após a inscrição, são atendidos por uma equipa técnica em secções colectivas ou entrevistas
individuais. Certos indivíduos precisam de uma orientação profissional, ou seja, de apoio na
escolha de uma carreira/reconversão profissional, informações e orientações para uma
formação profissional tendo em conta as escolhas feitas, são realizados balanços de
competências, testes de avaliação psicológica bem como um plano pessoal de emprego
(PPE)”.
Para além destes recursos, Carlos Gonçalves58, entre outros autores, revelam-nos que
as redes sociais consistem num dos meios com maior eficácia para aceder a um emprego, pois
a sua aplicação pressupõe simplesmente a mobilização de diversas relações com amigos,
familiares e conhecidos. Assim, na actual conjuntura económica e demográfica das sociedades
ocidentais é fundamental não só investir em capital escolar como também, e cada vez mais,
em capital relacional.
55
Podemos verificar toda a informação sobre este programa no RIAC (Rede Integrada de Apoio ao Cidadão)
disponível online na Direcção Regional do Trabalho e Qualificação Profissional (www.riac.gov.pt).
56
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 378.
57
Cf. Albertino Gonçalves, et al. (editores.), Da Universidade para o Mundo de Trabalho: Desafios para um
diálogo, op. cit., p. 243.
58
Cf. Carlos Manuel Gonçalves, et al., “Os jovens, a formação profissional e o emprego: resultados de uma
investigação internacional”, op. cit., p. 144.
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59
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 32.
60
Cf. José Machado Pais, , Ganchos, Tachos e Biscates: Jovens, Trabalho e Futuro, Porto, Ambar, 2001, p. 68.
61
Cf. António Maria Martins, et al., Sistemas de (des) emprego: trajectórias de inserção, Aveiro, Universidade
de Aveiro, 2002, p. 125.
62
Código do trabalho, disponível online (http://www.mtss.gov.pt/docs/Cod_Trabalho.pdf).
63
Cf. Maria Teresa Serôdio Rosa, et al., Trabalho precário: perspectivas de superação, op. cit., p. 49.
64
Código do trabalho, disponível online (http://www.mtss.gov.pt/docs/Cod_Trabalho.pdf).
65
Cf. Maria Teresa Serôdio Rosa, et al., Trabalho precário: perspectivas de superação, op. cit., p. 45.
66
Cf. Guerreiro, Maria das Dores, et al. (coords.), Os jovens e o mercado de trabalho: Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, op. cit., p. 19.
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Iniciar uma actividade profissional com contrato a termo consiste num indicador,
descrito por Ana Marques67, entre outros autores, de como o processo de inserção profissional
não terminou, em que a insegurança, a instabilidade e o risco de serem dispensados após o
termo do contrato são constantes e podem alterar o desenvolvimento de projectos pessoais.
Outra característica do processo de inserção profissional consiste, segundo Natália
Alves68, entre outros autores, na correspondência entre as competências adquiridas ao longo
do curso e o exercício de uma actividade profissional, isto é, a integração é considerada bem
sucedida não só pela obtenção de um emprego como também pelo desempenho de uma
actividade que corresponda à formação académica.
No entanto, determinadas pessoas inserem-se no mercado de trabalho por meio de um
emprego para o qual estão sobrequalificados. Para esta mesma autora69, entre outros, a
sobrequalificação consiste num fenómeno recente e deriva da combinação de três factores
distintos, nomeadamente a massificação dos sistemas educativos; a incapacidade do sistema
económico em acompanhar o aumento das qualificações académicas e por fim as estratégias
dos indivíduos que, não querendo ou não podendo esperar por uma actividade profissional
compatível com a sua área de formação, optam por fugir ao desemprego, aceitando exercer
profissões para as quais possuem habilitações literárias a mais.
Podemos distingir dois tipos de desemprego que representam situações diferentes
como o desemprego de inserção e o desemprego de mobilidade. O primeiro incide no período
que decorre entre o termo do curso e o desempenho da primeira actividade profissional e o
segundo diz respeito ao momento específico do processo de inserção profissional, quando os
licenciados por qualquer razão ficam sem emprego70.
Certos autores como Cochram71 optam pelo termo carreira, designada como um
processo que permite descrever a progressão dos indivíduos ao nível da aprendizagem e do
trabalho ao longo da vida.
67
Cf. Ana Paula Marques, Entre o Diploma e o Emprego: A Inserção Profissional de Jovens Engenheiros, op.
cit., p. 45.
68
Cf. Natália Alves, Trajectórias Académicas e de Inserção Profissional dos Licenciados pela Universidade de
Lisboa (1999-2003), op. cit., p. 108.
69
Idem, p. 114.
70
Idem, p. 120.
71
Cf. Joaquim Luís Coimbra, et al., Formação ao longo da vida e gestão da carreira, op. cit., p. 38.
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72
Cf. Joaquim Luís Coimbra, et al., Formação ao longo da vida e gestão da carreira, op. cit., p. 39.
73
Cf. Mário G. Bairrada, et al., A mobilidade profissional inter e intra empresas: definição de trajectórias (o
caso português), Lisboa, Cadernos de emprego n.º 19, 1998, p. 36.
74
Idem, p. 38.
75
Idem, ibidem.
76
Idem, ibidem.
77
Idem, p. 39.
78
Idem, p. 40.
79
Cf. Ana Romão, et al., “A inserção profissional dos diplomados no Algarve”, in II Congresso Português de
Demografia.
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1.5. Hipóteses
80
Cf. Raymond Quivy, et. al., Manual de investigação em ciências sociais, op. cit., pp. 121- 137.
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TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
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CAPÍTULO II
81
Cf. Raymond Quivy, et. al., Manual de Investigação em Ciências Sociais, op. cit., p. 191.
82
Cf. Raymond Quivy, et. al., Manual de Investigação em Ciências Sociais, op. cit., p. 192.
83
Ano lectivo dos primeiros licenciados em Sociologia na Universidade dos Açores, no Pólo de Ponta Delgada.
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Como os serviços académicos não nos forneceram o total de licenciados neste ano lectivo, foi efectuado uma
média em relação aos anos lectivos anteriores.
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que utilizar um outro meio, a lista telefónica, através da qual contactamos certas entidades
locais como as Instituições Particulares de Solidariedade Social, autarquias locais,
laboratórios de análises clinicas, fábricas entre outras, com o objectivo de encontrar os
licenciados. Antes desta pesquisa na lista telefónica, tivemos que conhecer as possíveis saídas
profissionais de ambos os cursos, disponíveis no site desta universidade85 .
Podemos mencionar que a aplicação desta técnica foi mais frequente nos licenciados
em Sociologia do que nos licenciados em Biologia, possivelmente pela permanência das
relações de amizade, desenvolvidas ao longo do curso e, talvez, devido ao desempenho da
actual actividade profissional que proporciona o contacto com outros colegas de trabalho, pois
uma parte dos licenciados em Sociologia encontram-se envolvidos em projectos de
solidariedade social.
Desta técnica de amostragem e do contacto com determinadas entidades locais
resultou a seguinte amostra que apresentamos no quadro n.º 2.2.
85
Informações disponíveis online no Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais: licenciatura em
Sociologia (www.dhfcs.uac.pt) e no Departamento de Biologia: licenciatura em Biologia (www.db.uac.pt).
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TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
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A análise dos dados recolhidos através das entrevistas aos licenciados foi efectuada
com o auxilio de um programa informático designado Stastistical Package for Social Sciences
(SPSS) e com a ajuda de outro método de análise de informações, nomeadamente a análise de
conteúdo. Para as informações recebidas por meio das entrevistas aos directores dos
respectivos cursos, optámos por transcrever determinadas considerações que nos ajudam a
caracterizar as decisões do percurso académico e profissional delineado pelos licenciados
entrevistados.
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CAPÍTULO III
Tendo em conta o quadro n.º 3.1., podemos verificar que a nossa amostra é
predominantemente feminina, pois, dos 140 entrevistados 91 (65%) são do sexo feminino, dos
quais 53 (37,9%) são licenciados em Sociologia e 38 (27,1%) em Biologia.
O estatuto das mulheres foi um dos aspectos que sofreu profundas alterações na
sociedade moderna. Há um tempo atrás, estas dedicavam-se principalmente às tarefas
domésticas, no entanto nas últimas décadas do século XX verificamos a expansão das
mulheres não só no mercado de trabalho como também no ensino superior, resultante do
aumento das ambições86. Em 2002 constatava-se uma visível predominância da população
feminina jovem no ensino superior correspondendo a 20,4%, quase o dobro dos jovens do
sexo masculino, registando 10,6%87.
86
Cf. Guerreiro, Maria das Dores, et al. (coords.), Os jovens e o mercado de trabalho: Caracterização,
estrangulamentos à integração efectiva na vida activa e a eficácia das políticas, Lisboa, Editorial do Ministério
da Educação, 2006, 12.
87
Idem, p. 33.
23
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
No que diz respeito, à idade dos 140 diplomados, podemos observar que estes são
relativamente jovens, porque 115 (82,1%) dos licenciados têm idades compreendidas entre os
20 e os 34 anos, dos quais 55 (39,2%) frequentaram e concluíram o curso de Sociologia e 60
(42,9%) de Biologia.
Quadro n.º 3.3:
Licenciados que constituíram uma nova família
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Constituição Sim 40 36 76
de uma nova
28,6% 25,7% 54,3%
família
Não 30 34 64
21,4% 24,3% 45,7%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Ao analisarmos o quadro n.º 3.3., podemos averiguar que 76 (54,3%) dos entrevistados
constituíram uma nova família, em que a percentagem é significativamente superior nos de
Sociologia, com 28,6% correspondendo a 40 licenciados que transitaram para uma das etapas
que caracteriza a vida adulta e activa, ou seja, constituíram uma nova família.
Não podíamos deixar de salientar, os 64 (45,7%) diplomados que ainda não
concretizaram a sua autonomia face à família de origem.
Jorge Arroteia88 afirma, de acordo com as estatísticas nacionais e internacionais, que
a celebração do casamento é realizado cada vez mais tarde, envolvendo pessoas com idades
88
Cf. Jorge Carvalho Arroteia, et al., Inserção Profissional dos Diplomados pela Universidade de Aveiro-
Trajectórias académicas e profissionais, op. cit., p. 23.
24
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
mais avançadas, e, portanto o número elevado de não casados é característico deste grupo de
idades.
Quadro n.º 3.3.1.:
Período referente à constituição de uma nova família
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Quando Não casei ou const. nova 30 34 64
família (Missing system)
21,4% 24,3% 45,7%
Antes do curso 14 0 14
10,0% ,0% 10,0%
Durante o curso 3 0 3
2,1% ,0% 2,1%
Após o curso 23 36 59
16,4% 25,7% 42,1%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Da análise dos dados do quadro n.º 3.3.1., podemos averiguar que, 59 (42,1%) dos
entrevistados passaram por esta mudança de estatuto de solteiro pela vivência em casal, com
ou sem filhos, num período que mediou entre a conclusão do curso e o momento em que
foram entrevistados. Para os licenciados que, neste período, conseguiram um emprego, a
obtenção do diploma consistiu num marco importante na história de vida destes indivíduos.
Como se pode observar pelos dados do quadro n.º 3.4., podemos destacar
relativamente às habilitações literárias dos ascendentes dos 140 licenciados, os que
frequentaram e concluíram o ensino primário, ou seja, 52 (37,1%) do sexo masculino e 58
89
Os indicadores das habilitações literárias dos pais dos licenciados foram redigidos de acordo com os
indicadores das habilitações literárias da população portuguesa, publicados na revista designada por indicadores
sociais da população portuguesa, INE, 2001, disponíveis online (www.ine.pt).
25
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
90
Este valor (33) e a respectiva percentagem (23,6%) referem-se à soma dos pais com o ensino superior, ou seja,
13 do sexo masculino correspondendo a 9,3% e 20 do sexo feminino equivalendo a 14,3%.
91
As actividades económicas foram transcritas de acordo com as actividades económicas da população
portuguesa, publicadas na revista designada por indicadores sociais da população portuguesa, INE, 2001;
disponível online (www.ine.pt).
92
Os não activos correspondem ao grupo de domésticos, reformados e falecidos. Agrupamos estes grupos numa
categoria, pois estes não nos permitem tirar conclusões importantes para a caracterização da origem social dos licenciados,
porque doméstica não pertence a nenhuma actividade económica; reformados e falecidos não nos transmitem algo de
relevante, são apenas pessoas não activas e não sabemos mais nada sobre eles.
26
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Através dos dados apresentados no quadro n.º 3.6., verificamos que uma das
características dos 140 diplomados da Universidade dos Açores, do Pólo de Ponta Delgada
reside no facto de se tratar de uma população que demonstra uma reduzida mobilidade
geográfica. Ou seja, dos licenciados que entrevistamos, 85 (60,71%) declararam que residiram
ao nascer no Concelho de Ponta Delgada (origem a nível geográfico), 106 (75,71%)
afirmaram que residem actualmente neste mesmo Concelho e 94 (67,14%) confessaram que
trabalham em Ponta Delgada. Isto é, 21 dos indivíduos entrevistados mobilizaram-se
geograficamente do local de nascimento para o local de residência actual, assim como 12 das
pessoas pertencentes à nossa amostra deslocam-se todos os dias do Concelho de Ponta
93
Esta percentagem resulta dos 2,9% do sexo masculino e 1,4% do feminino nesta actividade económica.
94
Os cálculos apresentados foram utilizados num estudo sociológico de Jorge Carvalho Arroteia, et al., Inserção
profissional dos diplomados pela Universidade de Aveiro: Trajectórias académicas e profissionais, Aveiro,
Universidade de Aveiro, 1998, 26.
95
A obtenção dos dados da coluna N4 foi feita através do cálculo dos dados da coluna N2 menos os dados da
coluna N1(N2-N1). O número negativo corresponde ao número de entrevistados que se deslocaram do Concelho
e o positivo os licenciados que se encontram no Concelho.
96
Os dados da coluna N5 correspondem ao cálculo do N3-N2.
97
Nos licenciados não activos estão incluídos os estudantes, os estagiários e os desempregados.
27
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Delgada para o Concelho do local de trabalho, podendo ser este local não só o Concelho da
Povoação, da Vila Franca do Campo como também vários Concelhos98.
98
Vários Concelhos consistem nos Concelhos dos locais de trabalho de 2 entrevistados, sendo que um destes é
Delegado de informação médica que não têm um local certo para o desempenho da respectiva actividade. O
outro trabalha em dois Concelhos, nomeadamente o Concelho de Ponta Delgada e Ribeira Grande, sendo este
diplomado Técnico Superior de Sociologia.
28
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO IV
29
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
A análise do quadro n.º 4.1., permite-nos afirmar que dos 140 diplomados
entrevistados, 48,6%, correspondendo a 66 indivíduos, confessaram que frequentaram um
curso numa área de vocação, sendo 45 (32,1%) licenciados em Biologia e 23 (16,4%) em
Sociologia.
Não podíamos deixar de mencionar, os 36 (25,7%) diplomados (cf. quadro n.º 4.1.1.)
que revelaram que a frequência destas licenciaturas deveu-se ao facto de sentirem interesse
pela área, dos quais 18 (12,9%) são diplomados em Sociologia e os outros 18 (12,9%) em
Biologia.
Maria Ventura, Directora do curso de Biologia, na entrevista realizada transmitiu-nos
a sua opinião relativamente à frequência de uma licenciatura:
“Um indivíduo deve frequentar, em primeiro lugar, um curso que corresponda à sua
área de vocação, independentemente das saídas profissionais, ou seja, em primeiro lugar,
devemos ter em conta a realização pessoal e só depois frequentar um curso de acordo com as
actuais e futuras exigências do mercado de trabalho”.
A partir do quadro n.º 4.2. é visível que a decisão de ingressar no ensino superior
frequentando a mesma licenciatura, hoje em dia, conjuga-se em afirmações contrárias mas
com percentagens muito próximas, ou seja, 50,7% (71) dos licenciados não escolheriam a
mesma licenciatura e os outros 49,3% (69) afirmaram que fizeram uma boa opção e, portanto,
escolheriam a mesma área.
Por alguns assumirem decisões opostas antes da frequência do curso e actualmente,
torna-se interessante mencionar que, dos 68 licenciados que frequentaram o curso por ser uma
30
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
A leitura do quadro n.º 4.3., permite-nos afirmar que dos 140 indivíduos entrevistados
17 (12,1%) obtiveram um diploma académico anterior às licenciaturas em estudo, dos quais
podemos destacar 13 (9,3%) entrevistados que frequentaram o curso de Sociologia e os outros
4 (2,9%) de Biologia.
31
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
No quadro n.º 4.3.1., podemos verificar os diversos cursos frequentados por estes 17
indivíduos que compõem uma parte da nossa amostra. Neste grupo, podemos realçar os
licenciados que frequentaram o curso de Sociologia para melhorar o desempenho da actual
actividade profissional, para adquirir mais conhecimentos e não com o objectivo de, através
deste curso, conseguir um emprego.
“Já tinha emprego. Com o curso de Sociologia adquiri conhecimentos em diversas
áreas, que me ajudam a aperfeiçoar o desempenho da minha actividade profissional. Também,
permitiu-me saborear o reconhecimento por parte da entidade patronal de todo o meu esforço
em saber conciliar a formação e o meu emprego” (Licenciatura em Sociologia, entrevista n.º
62, masculino).
Estamos a referirmos aos diplomados que, anteriormente, frequentaram o bacharelato
de 1º ciclo (1,4%), em Educação Pré-escolar (0,7%) e Jornalismo (1,4%). Esta mesma
situação, foi comentada por 1 (0,7%) dos entrevistados que, anteriormente à licenciatura em
Biologia, frequentou o curso de Análises Clinicas.
Como se pode observar pelos resultados do quadro n.º 4.4., 114 (81,4%) dos
indivíduos entrevistados conseguiram obter entre os 13 e os 15 valores como média final de
curso, dos quais 58 (41,4%) são diplomados em Sociologia e 56 (40,0%) em Biologia.
Destes 114 licenciados 72 (51,4%) afirmaram que não sentiram dificuldades na
obtenção do primeiro emprego após a conclusão da licenciatura, no entanto, com uma melhor
média, ou seja, entre os 16-18 valores, 8 (5,7%) diplomados foram confrontados com
determinados obstáculos (cf. quadro n.º 1.1. do anexo n.º 1). Por isso, não podemos relacionar
a média final de curso com a facilidade de acesso a uma actividade profissional.
32
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
De acordo com os dados do quadro n.º 4.5. podemos afirmar que, 140 dos indivíduos
que frequentaram os respectivos cursos em estudo, 83 (59,3%) concluíram com idades
compreendidas entre os 20 e os 24 anos, dos quais podemos destacar, embora exista pouca
diferença, os 46 licenciados em Biologia correspondendo a 32,9% e os 37 em Sociologia
equivalendo a 26,4%.
33
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Os resultados do quadro n.º 4.6.1. transmitem-nos que, dos 62 licenciados que deram
continuidade à formação académica, 31 (22,1%) entrevistados afirmaram que frequência
deveu-se “às exigências da actual actividade profissional” e 5 (3,6%) “devido às constantes
exigências do mercado de trabalho”.
Deste grupo de diplomados, 28 (20,0%) frequentaram ou frequentam o Mestrado,
sendo que 20 são da área de Biologia e 8 de Sociologia, correspondendo a 14,3% e a 5,7%
respectivamente (cf. quadro n.º1.2. do anexo n.º I).
Apesar de ser em número reduzido, 6 (4,3%) licenciados em Biologia frequentaram ou
frequentam o Doutoramento financiado por bolsas de investigação atribuídas pela Fundação
para a Ciência e Tecnologia (FCT). Em Sociologia, podemos observar que, não existe um que
tenha frequentado ou que esteja a frequentar este grau académico. Esta situação pode ser
explicada pelo seguinte: 1º porque esta licenciatura surgiu na Universidade dos Açores há
poucos anos e 2º porque não é leccionado, por enquanto, este grau académico nesta
universidade.
As razões que presidem o desejo de prolongamento dos estudos podem ser divididas
em duas: 1º os licenciados que tendo uma actividade profissional procuram formação para
desempenharem melhor as suas funções. E 2º os diplomados que não conseguem emprego,
definem uma estratégia de continuação dos estudos durante este período e, portanto, esta
situação pode ser encarada como uma solução face ao problema de inserção profissional. Este
último aspecto, no momento da entrevista, pude ser visível em alguns licenciados em
Biologia, pois encontramos 13 (9,3%) estudantes a tempo inteiro em Biologia, dos quais 9
(6,4%) ainda não ingressaram no mercado de trabalho (cf. no quadro n.º 6.1. no capitulo n.º
VI), optando pela continuação dos estudos.
34
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Com base na leitura do quadro n.º 4.7. verificamos que, 64 (45,7%) dos licenciados em
Sociologia frequentaram formações profissionais, dos quais 33 (23,6%) afirmaram que o
recurso a determinada formação deveu-se “às constantes exigências da actual actividade
profissional e por interesse pessoal” (cf. quadro n.º1.3., no anexo n.º 1). E 59 (42,1%)
diplomados em Biologia também recorreram a formações a nível profissional, em que, por
coincidência, 33 (23,6%) dos diplomados deram a mesma razão (cf. quadro n.º1.3. do anexo
n.º I), o que dá um total de 123 (87,9%) dos licenciados entrevistados.
35
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Ao analisarmos os dados do quadro n.º 4.8.1. salienta-se que, dos 140 indivíduos
entrevistados que, no futuro, procuram investir na formação que se prolonga para além da
obtenção de um diploma de licenciatura, 57 (40,7%) pretende estar em constante formação
profissional, em que 35 (25,0%) são licenciados em Biologia e 22 (15,7%) em Sociologia.
Não podemos deixar de mencionar, os 39 (27,9%) que ambicionam frequentar um grau
académico superior à licenciatura, isto é, o Mestrado, dos quais 22 são licenciados em
Sociologia e 17 em Biologia, equivalendo a 15,7% e a 12,1% respectivamente. Quanto à
explicação para a continuação dos estudos, esta está sempre relacionada com o mercado de
trabalho (cf. quadro n.º 1.5. do anexo n.º I).
36
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO V
CARACTERIZAÇÃO DA TRANSIÇÃO PROFISSIONAL:
FREQUÊNCIA DE UM ESTÁGIO
Podemos averiguar através do quadro n.º 5.1. que, dos 70 indivíduos entrevistados na
área de Biologia 62 (88,6%) frequentaram o estágio curricular, dos quais 37 (52,9%)
37
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
No quadro n.º 5.2., podemos conferir que, dos 70 licenciados em Biologia apenas 7
(10,0%) concorreram a um programa de estágios a nível europeu e/ou internacional, podendo
ter sido também frequentado no mesmo período do estágio curricular, ou em períodos
distintos.
Quadro n.º 5.3.:
Frequência de programas de estágio ou de apoio à inserção profissional
a nível regional e/ou nacional pelos licenciados de ambos os cursos
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Programa de Sim 48 44 92
estágio ou
34,3% 31,4% 65,7%
de apoio à
inserção Não 22 26 48
profissional 15,7% 18,6% 34,3%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Tendo em conta os dados do quadro n.º 5.3. podemos, agora, revelar a frequência
destes programas pelos indivíduos entrevistados de ambos os cursos de licenciatura.
Das 140 pessoas que constituem a nossa amostra, 92 (65,7%) concorreram, em que
48 são licenciados em Sociologia e 44 em Biologia, correspondendo 34,3% e a 31,4%,
respectivamente. Todos os diplomados que se envolveram neste tipo de programas afirmaram
que a sua participação deveu-se ao facto de ser um “meio de inserção profissional” (cf. quadro
n.º 1.6. do anexo n.º I).
38
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Face aos dados expostos no quadro n.º 5.3.1. verificamos que, todos os envolvidos
frequentaram o programa regional designado por “Estagiar L”, dos quais 2 (1,4%) inseriram-
se, também, num programa de apoio à integração profissional “CTTS”, em que 1 (0,7%) é
diplomado em Sociologia e o outro (0,7%) em Biologia.
Dos 92 (65,7%) licenciados que frequentaram, 67 (47,9%) informaram-nos que, com o
programa “Estagiar L” obtiveram “uma experiência formativa, profissional e relacional”
(quadro n.º 1.7. do anexo n.º 1), em que 35 (25,0%) são da área de Sociologia e 32 (22,9%) de
Biologia.
Segundo Rui Bettencourt99, Director regional do Trabalho e da Qualificação
Profissional, os programas de estágios estão em vigor desde 1998 e consistem numa estratégia
de transição da escola para o mundo do trabalho.
Tendo em conta o relatório da Direcção Regional do Trabalho e Qualificação
Profissional100, desde 2005, 1094 finalistas e licenciados concorreram ao programa “Estagiar
L”, em que todos foram envolvidos em vários projectos, de acordo com a respectiva
formação.
Quadro n.º 5.4.:
Frequência de programas de estágio a nível europeu
e/ou internacional pelos licenciados de ambos os cursos
99
Cf. Jornal “Correio dos Açores”, 20 de Maio de 2007
100
Cf. Jornal “Correio dos Açores”, 20 de Maio de 2007
39
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Programa de Sim 3 7 10
estágio a
2,1% 5,0% 7,1%
nível
europeu/ Não 67 63 130
internacional 47,9% 45,0% 92,9%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Podemos afirmar, através da análise do quadro n.º 5.4. que, existiu um reduzido
envolvimento dos 140 entrevistados nos programas de estágio a nível europeu e/ou
internacional, podendo estes programas contribuir para o respectivo processo formativo.
Apenas 7,1% (10) dos diplomados participaram, dos quais 5,0% (7) são de Biologia e
2,1% (3) de Sociologia. A explicação para a frequência destes programas foi dada pela
metade dos entrevistados envolvidos como sendo um “meio de conhecer outras culturas e
outros colegas de profissão” (cf. quadro n.º 1.10. do anexo n.º I).
40
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO VI
Depreendemos pela leitura do quadro n.º 6.1. que, dos 140 indivíduos entrevistados 53
(37,9%) iniciaram os primeiros contactos com o mercado de trabalho antes da conclusão do
curso, dos quais 39 (27,9%) são licenciados em Sociologia, e 14 (10,0%) em Biologia. Após o
curso, verificamos a integração de 78 (55,7%) dos entrevistados, em que 47 são da área de
Biologia e 31 de Sociologia, correspondendo a 33,6% e a 22,1% respectivamente. Não
podíamos deixar de mencionar, os 9 (6,4%) diplomados em Biologia que ainda não
ingressaram no mercado de trabalho, por ser uma opção ou por ser um meio de ultrapassar as
dificuldades de integração profissional.
41
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
O quadro n.º 6.3. indica-nos que, dos 53 (37,9%) licenciados activos antes da
conclusão do curso os meios mais utilizados para a obtenção de uma actividade profissional
foram por intermédio de amigos ou conhecidos (11,4%) (meios informais), seguindo o
42
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
concurso público (10,7%) (meio formal), e através de familiares (9,3%) (meio informal),
equivalendo a 16, a 15 e a 13 diplomados, respectivamente.
43
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Categoria Agente da policia 1 0 1
profissional
,7% ,0% ,7%
Assistente administrativo e comercial 15 2 17
10,7% 1,4% 12,1%
Assistente de aulas práticas 0 6 6
,0% 4,3% 4,3%
Comerciante, empregado de balcão e 9 3 12
operador de caixa
6,4% 2,1% 8,6%
Electrótecnico e operador 2 1 3
mecanográfico
1,4% ,7% 2,1%
Guia turistico 0 1 1
,0% ,7% ,7%
Jornalista 2 0 2
1,4% ,0% 1,4%
Professor do 1º ciclo e Ed. de infância 5 0 5
3,6% ,0% 3,6%
Porteiro, segurança e recepcionista 3 1 4
2,1% ,7% 2,9%
Técnico Tipográfico 2 0 2
1,4% ,0% 1,4%
Não activos 31 56 87
22,1% 40,0% 62,1%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Denotamos, tendo em conta o quadro n.º 6.5. que, dos 53 (37,9%) indivíduos activos,
17 (12,1%) desempenharam funções de “assistente administrativo e comercial”, dos quais 15
(10,7%) são licenciados, hoje em dia, na área de Sociologia e 2 (1,4%) na área de Biologia.
Também podemos verificar que, 12 (8,6%) exerciam funções de “comerciante, empregado de
balcão e operador de caixa”, em que 9 (6,4%) obtiveram o diploma de Sociologia e 3 (2,1%) o
de Biologia. Não poderíamos esquecer das pessoas que, antes do curso, já executavam uma
profissão para a qual tinham anteriormente estudado, nomeadamente os Jornalistas (1,4%) e
os Professores do 1º Ciclo e Educadores de Infância (3,6%), sendo que todos são, também,
diplomados em Sociologia.
44
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Observamos através do quadro n.º 6.7. que, independentemente de ter sido o estágio
curricular ou um programa de estágio, dos 92 (65,7%) entrevistados que estagiaram, 31
(22,1%) permaneceram no local após este período, dos quais 17 (12,1%) são licenciados em
45
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Ao observarmos os resultados do quadro n.º 6.8. verificamos que, a maior parte dos
licenciados (54,3%) consideraram que o estágio facilitou, de forma directa ou indirecta, a
inserção profissional porque, para uns, concedeu a permanência na entidade após o termo e
porque, para outros, o estágio permitiu vários tipos de experiências assim como proporcionou
o aumento das relações sociais dos licenciados.
46
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Situação Estudante 0 13 13
actual do
,0% 9,3% 9,3%
licenciado
Estudante-trabalhador 1 1 2
,7% ,7% 1,4%
Estagiário 2 0 2
1,4% ,0% 1,4%
Empregado 65 54 119
46,4% 38,6% 85,0%
Desempregado 2 2 4
1,4% 1,4% 2,9%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
No quadro n.º 6.9., através dos resultados, podemos verificar a situação actual dos 140
licenciados, ou melhor dizendo, no momento da entrevista, em que, de um modo geral, a
situação apresenta-se estável, pois 119 (85,0%) diplomados estão empregados, 2 (1,4%)
encontram-se com o estatuto de “estudante - trabalhador” e podemos observar a existência de
um reduzido número de licenciados no desemprego, correspondendo a 2,9% (4) do total. Na
situação de estudante a tempo inteiro estão 13 (9,3%), sendo que todos são diplomados em
Biologia e entrevistamos 2 (1,4%) estagiários da área de Sociologia.
101
Neste quadro estão incluídos os meios dos licenciados que continuam a exercer a mesma actividade
profissional obtida antes da conclusão do curso de Sociologia e Biologia.
47
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Qual Não activos e os meios 59 61 120
ou já mencionados
quais? (Missing system) 42,1% 43,6% 85,7%
Capacidade de iniciativa 0 2 2
,0% 1,4% 1,4%
Convite 3 4 7
2,1% 2,9% 5,0%
Entrega do curriculo 3 1 4
2,1% ,7% 2,9%
Reclassificação 5 2 7
3,6% 1,4% 5,0%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Com base na leitura dos resultados dos quadros n.º 6.10. e 6.10.1. podemos afirmar
que, os 121 (86,4%) licenciados activos dispuseram de um conjunto diversificado de meios
formais e informais permitindo o acesso ao actual emprego. No entanto, o “concurso público”
foi o mais utilizado, por 33 (23,6%) destes indivíduos, dos quais 20 (14,3%) são diplomados
em Sociologia e 13 (9,3%) em Biologia, o que nos indica que o sector público consistiu num
dos sectores de recrutamento dos diplomados em estudo. O outro mais frequente foi “através
do estágio”, sendo assim, podemos confirmar, a eficácia do estágio, para estes licenciados,
como um importante meio entre a universidade e o mercado de trabalho, onde puderam
demonstrar as suas competências. Um dos meios menos aproveitados consistiu no recurso à
“Agência de emprego”, em que 4 (2,9%) dos que procuraram, metade são da área de
Sociologia e a outra metade de Biologia. Não podíamos deixar de mencionar os licenciados
que recorrerem ao capital relacional, ou seja, ao apoio de familiares, amigos e conhecidos
para a obtenção da actual actividade profissional, referimo-nos a 17 diplomados
correspondendo a 12,2%. Quanto aos indivíduos que já desempenhavam uma actividade
profissional antes da conclusão do curso em estudo, 7 (5,0%) licenciados progrediram na
carreira profissional mediante a reclassificação da categoria profissional. Por exemplo, antes
do curso um entrevistado tinha como categoria profissional Agente da polícia e após a
conclusão do curso tem como categoria profissional Técnico superior, ou seja, foi efectuado a
reclassificação da categoria profissional (Licenciatura em Sociologia, entrevista n.º 50,
masculino).
Depois de mencionados os meios de obtenção do actual emprego, os 140 licenciados
entrevistados revelaram-nos as 2 competências mais importantes para obter uma boa
actividade profissional, em que a 1ª enunciada, por todos, consistiu na “formação académica e
profissional”. Na 2ª competência mais relevante, podemos destacar “experiência profissional,
mesmo que não seja na área”, sendo indicada por 58 (41,1%) dos entrevistados, dos quais 31
48
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Um mês a três 5 7 12
meses
3,6% 5,0% 8,6%
Três a seis meses 5 7 12
3,6% 5,0% 8,6%
Seis a nove meses 7 2 9
5,0% 1,4% 6,4%
Mais de um ano 1 2 3
,7% 1,4% 2,1%
Não activos 4 15 19
(Missing system)
2,9% 10,7% 13,6%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Olhando para o quadro n.º 6.11. podemos detectar que, 76 (54,3%) dos 121
diplomados activos obtiveram um emprego num período de tempo nulo, estamos a referimo-
nos a 43 (30,7%) licenciados na área de Sociologia e a 33 (23,6%) na de Biologia. Deste
grupo de entrevistados, 12 (8,6%) esperaram de um mês a três meses e um igual número de
licenciados demoraram de três a seis meses até ao desempenho de uma actividade profissional
(desemprego de inserção de curta duração).
49
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Correspondência Não activos 4 15 19
entre o curso e a (Missing system)
2,9% 10,7% 13,6%
actividade
profissional Totalmente 15 4 19
10,7% 2,9% 13,6%
Muito 22 15 37
15,7% 10,7% 26,4%
Razoavelmente 18 25 43
12,9% 17,9% 30,7%
Muito pouco 7 6 13
5,0% 4,3% 9,3%
Nada 4 5 9
2,9% 3,6% 6,4%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
Dos 121 licenciados activos, 43 (30,7%) consideraram que o seu emprego corresponde
“razoavelmente” à formação, dos quais 25 (17,9%) são da área de Biologia e 18 (12,9%) de
Sociologia. Embora em menor número, 19 (13,6%) admitiram que a actividade profissional
desempenhada adequa-se “totalmente” à licenciatura, em que 15 são diplomados em
Sociologia e 4 em Biologia, equivalendo a 10,7% e a 2,9% respectivamente (quadro n.º 6.12.).
Referimo-nos aos licenciados que passaram por uma integração profissional bem sucedida
devido à correspondência possível entre o curso e a actividade profissional.
50
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Licenciatura
Sociologia Biologia Total
Categoria Assistente administrativo 5 4 9
profissional e comercial
3,6% 2,9% 6,4%
actual
Chefia e Direcção 4 4 8
2,9% 2,9% 5,7%
Comerciante 1 3 4
,7% 2,1% 2,9%
Delegado de informação 0 1 1
médica
,0% ,7% ,7%
Empresário 0 2 2
,0% 1,4% 1,4%
Electrotécnico 1 0 1
,7% ,0% ,7%
Guia turístico 0 1 1
,0% ,7% ,7%
Gestor e Gerente 2 1 3
1,4% ,7% 2,1%
Jornalista 2 0 2
1,4% ,0% 1,4%
Operador de Call Center 0 1 1
,0% ,7% ,7%
Professor do 1º, 2º e 3º 3 6 9
ciclo e Ed. Infância
2,1% 4,3% 6,4%
Professor do ensino 1 0 1
superior
,7% ,0% ,7%
Técnico superior 47 32 79
33,6% 22,9% 56,4%
Não activos (Missing 4 15 19
system)
2,9% 10,7% 13,6%
Total 70 70 140
50,0% 50,0% 100,0%
51
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Através dos resultados do quadro n.º 6.14. observa-se que dos 121 entrevistados
activos, 71 (50,7%) desempenham uma actividade profissional, em que o regime inicial era o
“contrato a termo certo”, dos quais 29 (20,7%) permanecem, pelo menos até ao momento em
que foram entrevistados, com o mesmo vinculo contratual (o processo de inserção
profissional não terminou) e 42 (30,0%) progrediram para o regime de “contrato sem
termo/permanente”. Também, podemos constatar que, 28 (20,0%) dos licenciados activos
iniciaram a presente actividade profissional a “recibos verdes”, 12 (8,6%) continuam com o
mesmo regime (o processo de integração não terminou) e 8 (5,7%) melhoraram a sua
condição na entidade empregadora, passando para o vinculo contratual designado por
“contrato sem termo/permanente”. Para além destes podemos ainda mencionar os 9 (6,4%)
indivíduos activos que começaram a exercer a actual actividade profissional a “contrato a
termo indeterminado”, dos quais 4 (2,9%) mantiveram o mesmo tipo de vinculo (o processo
de inserção profissional não terminou), outros 4 (2,9%) passaram para o “contrato sem
termo/permanente” e 1 (0,7%) para o “contrato a termo certo”(não terminou o processo de
integração profissional). Por fim, dos 121 activos restam 13 (9,3%) que laboram sempre com
o mesmo regime, sendo este o “contrato sem termo/permanente”.
De um modo geral, grande parte dos licenciados mudaram de um vinculo contratual
instável para outro regime mais seguro, não existindo diferenças acentuadas entre os
diplomados da área de Sociologia e Biologia (cf. quadro n.º 1.18. e 1.18.1., anexo n.º I).
CAPÍTULO VII
52
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
102
Neste quadro estão, também, incluídos os que já estavam a trabalhar. Para os que já tinham frequentado outra
licenciatura, através da qual conseguiram um emprego, as expectativas correspondem a este curso e não ao de
Sociologia e de Biologia.
103
Poderá consultar os vários tipos de expectativas com as respectivas expressões no anexo n.º III.
53
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
O quadro n.º 7.2. evidencia que as expectativas dos licenciados quanto ao desempenho
de uma actividade profissional, após a inicial formação académica, apresentam uma
irrelevante diferença entre os cursos de licenciatura em estudo. Por exemplo, podemos
verificar que as “expectativas médias baixas” foram assinaladas por 46 (32,9%) licenciados
em Sociologia e 42 (30,0%) em Biologia, uma diferença de 4 (2,8%) licenciados. O que nos
indica que as expectativas dos licenciados não dependem das áreas onde se encontram
inseridos, mas, talvez, do contexto sócio-económico da sociedade actual.
54
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Tendo em conta os dados apresentados no quadro n.º 7.3. podemos averiguar que, dos
62 (88,6%) que frequentaram o estágio curricular, sendo que todos são licenciados em
Biologia, 46 (32,9%) consideraram uma “possibilidade nula” quanto à permanência na
entidade empregadora após este período e 7 (5,0%) admitiram uma “possibilidade baixa”.
Através do quadro n.º 7.4. podemos comprovar que, 65,7% (92) dos licenciados que se
envolveram no programa “Estagiar L”, 25,0% (35) confessaram-nos que não pensavam na
hipótese de exercer funções na entidade após o estágio e 23,6 % (33) pronunciaram uma
“possibilidade baixa”.
55
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
No quadro n.º 7.6. podemos presenciar que, dos 3 diplomados que frequentaram o
programa “Eurodisseia”, 2 avaliaram uma “possibilidade nula” e 1 uma “possibilidade média”
quanto à permanência no local após a conclusão deste programa, correspondendo a 1,4% e a
0,7%, respectivamente.
56
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
57
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Sobre a posição social dos licenciados, quase toda a população em estudo é oriunda de
pais com habilitações literárias inferiores ao ensino superior, dos quais destacamos os que
frequentaram apenas o ensino primário, em que torna-se evidente a presença de trajectórias de
mobilidade social ascendente (cf. quadro n.º 3.4. e 3.5. do capitulo III).
No que concerne à mobilidade geográfica dos licenciados, podemos dizer que, ao
analisarmos o local de nascimento (origem geográfica), de residência e o local para o
desempenho de actividades profissionais, verificamos movimentos pouco significativos entre
os três locais (cf. quadro n.º 3.6. do capitulo III).
No que diz respeito à caracterização da trajectória de formação académica e
profissional, em primeiro lugar, existe um aspecto que importa mencionar e que se refere aos
entrevistados que, anteriormente aos cursos em estudo, frequentaram outra formação
académica, ou seja, bacharelato de 1º ciclo (1,4%), de Educação Pré-escolar (0,7%), de
Jornalismo (1,4%) e de Análises Clinicas (0,7). Estes frequentaram os cursos de Sociologia e
de Biologia para adquirir mais conhecimentos e não com o objectivo de através deste diploma
desempenhar uma actividade profissional (cf. quadro n.º 4.3. e 4.3.1. do capítulo IV).
Um segundo aspecto, consiste no facto dos licenciados darem continuidade à formação
académica (44,3%) e profissional (87,9%), em que podemos verificar uma clara opção pela
segunda mencionada (cf. quadro n.º 4.6. e 4.7. do capítulo IV). A justificação da maior parte
dos diplomados para a frequência de mais formação, tanto académica como profissional,
prende-se com as exigências da actual actividade profissional, em especifico, e com o
mercado de trabalho, em geral (cf. quadro n.º 4.6.1. do capítulo IV e quadro n.º1.3. do anexo
n.º I).
Os dados anteriormente referidos permite-nos confirmar uma das hipóteses,
designadamente a seguinte: A formação académica recebida pelos diplomados em Sociologia
e em Biologia na Universidade dos Açores responde satisfatoriamente às exigências de uma
actividade profissional, mas o seu desempenho exige formação constante. Esta hipótese
remete-nos para o conceito de aprendizagem e formação ao longo da vida, através da qual os
indivíduos podem gerir mais facilmente as exigências de uma actividade profissional.
Relativamente à caracterização da transição profissional no período de realização do
estágio importa salientar três aspectos: 1º aspecto consiste no elevado número de licenciados
que frequentaram um estágio, em que a maior parte adquiriu uma experiência formativa,
profissional e relacional (cf. quadros n.º 5.1., 5.2., 5.3., 5.4. do capitulo V e os quadros n.º
1.7., 1.8. e 1.9., do anexo n.º I), 2º aspecto reside no número significativo de diplomados que
permaneceu no emprego onde realizou o estágio (22,1%) (cf. quadro n.º 6.7. do capitulo VI) e
58
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
o 3º aspecto diz respeito à maioria dos entrevistados que considerou o estágio como um meio
que facilita a inserção profissional, uns pela permanência no local e outros pelas experiências
adquiridas e pelo aumento das redes sociais (cf. quadro n.º 6.8. do capitulo VI).
Assim sendo, podemos comprovar a seguinte hipótese elaborada: A passagem desses
jovens por um estágio pode ser um indicador de maior facilidade de entrar no mercado de
trabalho, uma vez que o estágio permite uma experiência profissional, formativa e relacional.
Sobre a caracterização da trajectória de transição/integração profissional, após o
período do estágio, importa equacionar dois aspectos que não provam a veracidade de uma
hipótese definida, sendo esta a seguinte: A mudança de emprego e a precariedade contratual
são características do início de uma trajectória profissional após a obtenção do diploma de
ambos os cursos de licenciatura em Sociologia e em Biologia.
Quanto à mudança de emprego, medida pelo número de actividades profissionais
desempenhadas, podemos afirmar que esta é pouco significativa, tanto nos licenciados de
Sociologia como nos de Biologia, pois verificou-se uma relativa estabilidade, dado que a
maioria (69,3%) teve apenas um emprego após o curso (cf. quadro n.º 6.2. do capitulo VI e
quadro n.º 1.16. do anexo I).
Quanto à precariedade contratual, transmitida pela designação do vinculo contratual
inicial e actual da presente actividade profissional, podemos referir que esta era muito
significativa, pois a maioria iniciou a presente actividade profissional com contratos precários
ou sem contratos (77,1%), mas actualmente uma parte dos licenciados trabalham com
contrato sem termo/permanente (47,9%), dos quais 31,4% são da área de Sociologia e 16,4%
da área de Biologia. Estes melhoraram a sua condição na entidade empregadora num reduzido
espaço de tempo e no início da trajectória profissional (cf. quadro n.º 6.15., no capitulo VI e
quadro n.º 1.18. e 1.18.1. do anexo n.º I).
Nas últimas décadas, em Portugal, a transição para a vida activa e adulta sofreu
diversas transformações, em que verificamos, cada vez mais, percursos escolares mais
prolongados, inserções profissionais mais tardias e instáveis, incluindo, igualmente, mudanças
na esfera familiar, em que os jovens tendem a prolongar a sua estadia na casa dos pais,
adiando a constituição de uma nova família.
No presente trabalho averiguamos que todos pretendem prolongar os estudos (cf.
quadro n.º 4.8. do capitulo IV). Em relação ao mercado de trabalho e à constituição de uma
nova família, podemos conferir variadas situações: uns integraram-se no mercado de trabalho
e formaram uma nova família antes do curso em estudo, outros iniciaram uma actividade
profissional antes do curso e constituíram uma nova família depois do curso, outros
59
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
ingressaram no mercado de emprego e constituiriam uma nova família depois do curso, entre
outras situações (cf. quadro n.º 1.19., do anexo n.º 1).
No confronto entre as expectativas dos diplomados e a experiência de inserção
profissional, verificamos uma apreciação pouco positiva, pois a maioria pensava que, após a
conclusão do curso, iriam obter um emprego próximo (62,9%) ou diferente (28,6%) da área
de formação académica que frequentaram. Esta situação foi visível na inserção profissional de
metade dos diplomados que expressaram essas expectativas e na outra metade as
oportunidades excederam as expectativas (cf. quadro n.º 7.1. do capitulo VII). Pudemos
observar, também, que as expectativas dos licenciados em Sociologia e em Biologia não são
diferentes e, portanto, as expectativas não dependem da área de formação mas, talvez, da
situação sócio-económica do mercado de trabalho (cf. quadro n.º 7.2., do capítulo n.º VII).
Por esta situação destacada, podemos comprovar outra hipótese, afirmando que os
percursos dos licenciados em Sociologia e em Biologia no mercado de trabalho nem sempre
correspondem às suas expectativas de inserção profissional no momento da obtenção do
diploma ou ainda enquanto estudantes.
Quanto à hipótese derivada que consiste no seguinte: as expectativas destes sobre o
diploma nem sempre estão associadas às expectativas de adquirir um emprego estável e bem
remunerado. Esta hipótese, também, pode ser confirmada pois uma minoria (5%) referiu estas
características quanto ao desempenho de uma actividade profissional após a conclusão do
curso, dos quais 3 (2,1%) são licenciados em Sociologia e 4 (2,9%) em Biologia (cf. quadro
n.º 7.1., do capitulo VII).
Para a maioria dos diplomados, tanto da área de Sociologia como da área de Biologia,
a permanência na entidade após o termo do estágio reside numa possibilidade nula ou baixa
(cf. quadros n.º 7.3., 7.4., 7.5. e 7.6. do capitulo VII), não só pela avaliação das competências
desenvolvidas mas, também, pelas condições sócio-económicas das entidades. Por isso,
podemos provar, igualmente, outra hipótese, nomeadamente a seguinte: as expectativas destes
sobre o estágio nem sempre estão ligadas à possibilidade de permanência na empresa onde
estagiaram.
Apesar da situação sócio-económica da sociedade actual, a maioria dos licenciados em
Sociologia, pela Universidade dos Açores, no Pólo de Ponta Delgada participa em processos
de inserção profissional que, de um modo geral, podemos caracteriza-los como bem
sucedidos, pois a maior parte acederam rapidamente a um emprego, exercem actividades
profissionais correspondentes (totalmente, muito ou próximo) à formação académica e o
vinculo contratual tem vindo a melhorar gradualmente. Quanto às expectativas de inserção
60
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
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61
TRAJECTÓRIAS SÓCIO-PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS
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