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CÓDIGO:
1322023557
TIPO DE MATERIAL:
E-book
NOME DO ÓRGÃO:
Tribunal Superior Eleitoral - TSE
Tribunal Regional Eleitoral - TRE
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
2/2023
RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 PARA O TSE UNIFICADO – TSE + TRES
Diogo Surdi
Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................4
1. Disposições Gerais.......................................................................................................5
3. Título Eleitoral................................................................................................................10
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RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 PARA O TSE UNIFICADO – TSE + TRES
Diogo Surdi
APRESENTAÇÃO
Um grande abraço!
Diogo
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em preparatórios
para concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-
Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da
Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-
RS, TRT-MS e MPU.
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RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 PARA O TSE UNIFICADO – TSE + TRES
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1. DISPOSIÇÕES GERAIS
Em linhas gerais, o alistamento eleitoral pode ser conceituado como o meio por meio
do qual o particular adquire a condição de cidadão, passando, a partir de então, a poder
participar do processo eleitoral e democrático.
De acordo com o entendimento de Joel José Cândido, o alistamento, “mais que mero
ato de integração do indivíduo ao universo de eleitores, é a viabilidade do exercício
efetivo da soberania popular, através do voto e, portanto, a consagração da cidadania”.
Em outros termos, é por meio do alistamento eleitoral que o indivíduo passa à condição de
poder votar nas eleições, elegendo os seus representantes e participando ativamente do
processo democrático.
O alistamento eleitoral é classificado como um ato administrativo vinculado. Logo, desde
que todos os requisitos legais sejam atendidos, deve o servidor público, obrigatoriamente,
realizar o alistamento do particular. Consequentemente, para fins de prova, devemos
memorizar que o alistamento eleitoral, como regra geral, é um ato administrativo vinculado,
ainda que seja praticado pelo Juiz Eleitoral.
No entanto, devemos saber que, em determinadas situações, o alistamento eleitoral
poderá ser classificado como ato jurisdicional. Para que isso ocorra, há a necessidade do
surgimento de um conflito de interesses, característica que ocorre, por exemplo, em caso de
interposição de recurso contra o deferimento ou indeferimento do alistamento. Ocorrendo
uma dessas situações, a questão será levada à análise de um Juiz Eleitoral, que, fazendo
uso da função típica do Poder Judiciário (julgar), irá decidir a questão.
De acordo com as disposições da Constituição Federal, o alistamento eleitoral pode ser
classificado em proibido, facultativo e obrigatório.
O alistamento proibido, como o próprio nome sugere, apresenta a taxativa lista de
pessoas que não podem se alistar como eleitores. Trata-se de apenas duas situações, conforme
previsão no artigo 14, § 2º do texto constitucional: “Art. 14, § 2º Não podem alistar-se como
eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos”.
Quanto aos estrangeiros, não há maiores dificuldades. No que se refere aos conscritos,
é elementar sabermos que a conscrição refere-se a uma obrigação instituída às pessoas que
preencham certos requisitos legais. O exemplo mais conhecido de conscrição é o relacionado
às pessoas do sexo masculino que são convocadas para prestar o serviço militar obrigatório.
Em regra, os conscritos não estão impedidos de se alistar. Tal vedação apenas ocorre
quando tais pessoas estiverem prestando o serviço militar obrigatório.
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Engana-se, no entanto, quem imagina que apenas os jovens na faixa etária de dezoito
anos que prestam serviço militar obrigatório são conscritos e, por isso mesmo, estão
impedidos de se alistar eleitoralmente. Além destes, podemos listar como exemplos de
conscritos os profissionais de saúde (médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários) que
estejam prestando o serviço militar obrigatório após o término da faculdade, ou então aqueles
que se recusaram a prestar o serviço militar e estão cumprindo prestação social alternativa,
conforme previsão constitucional.
O alistamento obrigatório, por fim, engloba todas as pessoas que estejam na faixa etária
de dezoito a setenta anos.: “Art. 14. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios
para os maiores de dezoito anos; [...]”.
Podemos resumir as três hipóteses de alistamento por meio da tabela a seguir:
a) Estrangeiros;
Alistamento proibido
b) Conscritos durante o serviço militar obrigatório.
a) Analfabetos;
Alistamento facultativo b) Pessoas com idade entre 16 e 18 anos;
c) Pessoas com idade superior a 70 anos.
Alistamento
a) Pessoas com mais de 18 anos.
obrigatório
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Ainda que o Código Eleitoral estabeleça regras relacionadas com o alistamento eleitoral, na
prática o procedimento é realizado, na atualidade, por meio do sistema eletrônico. Neste contexto,
o Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução n. 23.659/2021 como forma de consolidar todas
as regras relacionadas com o alistamento eleitoral e com a gestão do cadastro eleitoral.
É possível observar que quatro são as diferentes diretrizes que devem ser observadas
pela autoridade competente na gestão do cadastro eleitoral e na prestação de serviços
eleitorais que lhe são correlatos, sendo elas:
a) modernização e desburocratização da gestão do cadastro eleitoral e dos serviços
que lhe forem correlatos;
b) conformidade do tratamento dos dados aos princípios e regras previstos na Lei
Geral de Proteção dos Dados – LGPD;
c) preservação e facilitação do exercício da cidadania por pessoas ainda não
alcançadas pela inclusão digital;
d) expansão e especialização dos serviços eleitorais com vistas ao adequado
atendimento a pessoas com deficiência e grupos socialmente vulneráveis e minorizados.
a) Modernização e desburocratização da
gestão do cadastro eleitoral e dos serviços
que lhe forem correlatos.
b) Conformidade do tratamento dos dados
Diretrizes que devem ser
aos princípios e regras previstos na Lei Geral
observadas pela autoridade
de Proteção dos Dados – LGPD.
competente na gestão
do cadastro eleitoral e c) Preservação e facilitação do exercício da
na prestação de serviços cidadania por pessoas ainda não alcançadas
eleitorais que lhe são pela inclusão digital.
correlatos:
d) Expansão e especialização dos serviços
eleitorais com vistas ao adequado atendimento
a pessoas com deficiência e grupos socialmente
vulneráveis e minorizados.
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Um ponto que merece ser destacado é que se assegura ao cidadão e à cidadã a emissão
de certidão que reflita sua situação atual no cadastro eleitoral, com a necessária
especificidade ao exercício de direitos. Para isso, deverá ser disponibilizada, de forma
automática no sistema, a geração de certidões relativas a:
a) inscrição e domicílio eleitorais;
b) pleno gozo, perda ou suspensão dos direitos políticos;
c) facultatividade do exercício do voto;
d) regularidade do exercício do voto, justificativa ou pagamento da multa no último turno
da última eleição;
e) regularidade do comparecimento às urnas ou pagamento da multa pela ausência e do
atendimento às convocações para os trabalhos eleitorais;
f) inexigibilidade da obrigação de votar, em decorrência de impedimento legal ao exercício
do voto;
g) isenção da sanção decorrente do não cumprimento das obrigações eleitorais de
alistamento ou de comparecimento às urnas, em razão de deficiência ou condição que torne
impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento daquelas obrigações;
h) atendimento a convocação para os trabalhos eleitorais;
i) inexistência, pagamento ou regular parcelamento de multas aplicadas por decisão
definitiva da Justiça Eleitoral e não remitidas;
j) crimes eleitorais;
k) regularidade em relação à obrigação de prestar contas à Justiça Eleitoral;
l) quitação eleitoral para fins de instrução de registro de candidatura, abrangendo
a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a
convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar nos trabalhos relativos ao pleito, a inexistência
de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas e a
apresentação de contas de campanha eleitoral;
m) ocorrência de hipóteses que possam constituir base de incidência de inelegibilidade.
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ATENÇÃO
O atendimento presencial para realização de operações no cadastro eleitoral e das ati-
vidades que lhe sejam correlatas, inclusive a coleta de dados biométricos nos serviços
ordinários ou de revisão do eleitorado, poderá ser realizado por pessoal contratado em
caráter excepcional e temporário, por instrumentos administrativos voltados à comple-
mentação das equipes de trabalho atuantes nas referidas atividades, desde que supervi-
sionadas por pessoa servidora do quadro de pessoal da Justiça Eleitoral ou requisi-
tada ordinariamente ou em caráter extraordinário.
Para isso, será mantida, em cada zona eleitoral, relação de atendentes habilitados à prá-
tica dos atos relacionados com as operações no cadastro eleitoral.
Na prestação dos serviços eleitorais, servidores, servidoras e atendentes da Justiça
Eleitoral atuarão sempre de forma respeitosa, utilizando-se de linguagem não
discriminatória e acessível à pessoa que está sendo atendida, com vistas a favorecer a
compreensão das disposições materiais e procedimentais de que trata esta Resolução. Para
isso, os Tribunais Eleitorais promoverão ações de capacitação destinadas a magistrados e
magistradas, servidores e servidoras e atendentes da Justiça Eleitoral, sobre linguagem
não discriminatória e acessível às pessoas atendidas.
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3. TÍTULO ELEITORAL
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Constará como data de emissão do título, seja a via impressa ou digital, a do requerimento da
última operação eleitoral efetivada. A via impressa do título somente será entregue pelo atendente
da Justiça Eleitoral à pessoa eleitora, vedada a interferência ou intermediação de terceiros.
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Incorrerá em multa a ser imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento a
pessoa brasileira:
a) nata, nascida em território nacional, que não se alistar até os dezenove anos;
b) nata, nascida em território nacional ou nascida no exterior, filha de brasileiro ou brasileira
registrada em repartição diplomática brasileira, que não se alistar até os dezenove anos;
c) naturalizada, maior de dezoito anos, que não se alistar até um ano depois de
adquirida a nacionalidade brasileira.
No entanto, a multa não será aplicada nas seguintes situações:
a) quando a pessoa brasileira nata requerer sua inscrição eleitoral até o 151º dia anterior
à eleição subsequente à data em que completar 19 anos, ou até a data em que se
completar um ano de sua opção pela nacionalidade brasileira, a depender da situação;
b) quando a pessoa se alfabetizar após a idade de 18 anos;
c) quando a pessoa declarar, perante qualquer juízo eleitoral, sob as penas da lei,
seu estado de pobreza.
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