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Apresentação
2. O Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA)
2.1 Orientações de Acesso
2.1.1. Local de Acesso ao SPCA
2.1.2 Qualificação do Prestador de Contas
2.1.3. Ativação do Prestador de Contas
2.1.4. Abertura de Nova Prestação de Contas
2.2. Visão Panorâmica Sobre o SPCA
2.2.1. Visão Geral
2.2.2. Administrativo
2.2.3. Cadastro
2.2.4. Contas Bancárias
2.2.5. Origem de Recursos
2.2.6. Aplicação de Recursos
2.2.7. Fundo de Caixa
2.2.8. Doações a Partidos e Candidatos
2.2.9. Aplicação Financeira
2.2.10. Nota Explicativa
2.2.11. Demonstrativos
2.2.12. Relatórios
2.2.13. Recibos de Doação
2.2.14. Pendências e Encerramento do Exercício
2.3. Suporte SPCA
3. Considerações Sobre a Prestação de Contas Anual
3.1. Sobre a Entrega da Prestação de Contas
3.1.1. Sobre a Prestação de Contas com Movimentação Financeira
3.1.2. Sobre a Prestação de Contas sem Movimentação Financeira
3.2. Sobre as Contas Bancárias
3.3. Sobre as Receitas do Partido – Outros Recursos
3.4. Sobre a Realização de Gastos – Fundo Partidário
3.5. Sobre as Receitas e os Gastos Estimáveis
3.6. Sobre o Registro de Recebimentos e Gastos do Período Eleitoral (FEFC, Fundo Partidário e Outros Recursos)
3.7. Sobre o Julgamento das Contas e das Sanções
3.7.1. Sobre o Julgamento
3.7.2. Sobre as Sanções
3.8. Sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD)
4. Anexo (CNPJ)
5. Referências
6. Considerações Finais
Prestações de contas anuais dos partidos políticos

1. Apresentação

Anualmente, os partidos políticos devem apresentar sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. A apresentação deve ocorrer até 30 de abril e se refere à
prestação de contas do ano anterior.

De acordo com a Resolução TSE nº 23.546/2017, art. 29:

“O processo de prestação de contas partidárias tem caráter jurisdicional e se inicia com a


apresentação, ao órgão da Justiça Eleitoral competente, das seguintes peças elaboradas pelo
Sistema de Prestação de Contas Anual da Justiça Eleitoral.”

Sem a pretensão de esgotar o assunto sobre a prestação de contas anual dos partidos políticos, apontaremos nesta cartilha algumas orientações e
recomendações às agremiações para a elaboração e entrega das prestações de contas, cuja inobservância acarreta frequentemente diligências por parte da
Justiça Eleitoral.

As informações nesta cartilha não suprem a leitura e o devido conhecimento sobre a legislação aplicável aos partidos políticos, no que tange à prestação de
contas. Recomendamos a leitura atenta e cuidadosa da Resolução TSE nº 23.546/2017.

Para uma adequada prestação de contas, é importante, antes de mais nada, uma apropriada estrutura administrativa nas agremiações, que realize
permanentemente seus controles internos sobre os recebimentos e pagamentos ocorridos, assunção de obrigações e passivo, e controle do ativo
imobilizado.

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Podemos dizer que o processo de prestação de contas é constituído de algumas etapas, conforme indicado na figura a seguir:

* De acordo a Instrução Normativa da Receita Federal nº 1.774/2017, art. 5º, a data limite para entrega da ECD é até o último dia útil do mês de maio do ano
seguinte ao ano-calendário a que se refere a escrituração. No entanto, os partidos podem entregá-las antes do prazo previsto pela referida Instrução
Normativa, dentro do prazo previsto para entrega da prestação de contas anual para a Justiça Eleitoral, até 30 de abril de 2019.

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2. O Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA)

O SPCA é um sistema desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral, que está disponível aos usuários 24 horas por dia (sistema WEB, na internet), para fins de
prestação de contas dos partidos políticos. A rotina de fechamento e entrega da prestação de contas deverá observar o prazo legal de 30 de abril do exercício
subsequente.

Ressaltamos que o SPCA não substitui a contabilidade formal exigida pelo Código Civil. O partido deverá manter escrituração contábil, nos termos da
legislação vigente, independente das informações apresentadas à Justiça Eleitoral, por meio do SPCA.

O acesso e outras informações sobre o sistema de prestação de contas anual da Justiça Eleitoral estão disponíveis no seguinte endereço eletrônico:

http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/sistema-de-prestacao-de-contas-anuais-spca

A utilização do SPCA é obrigatória para os partidos políticos, em todas as esferas, somente a partir do exercício de 2017. Caso o partido queira regularizar
contas julgadas não prestadas de exercícios anteriores a 2017, deverá utilizar os modelos disponíveis na página do TSE, conforme links a seguir:

Prestação de contas com movimentação:

http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/modelos/contas-partidarias-modelos

Declaração de ausência de movimentação de recursos:

http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/declaracao-de-ausencia-de-movimentacao-de-recursos

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2.1. Orientações de Acesso

2.1.1. Local de Acesso ao SPCA

O partido deverá utilizar os navegadores Chrome ou Mozilla Firefox para acessar o sítio eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral no seguinte endereço:

http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/sistema-de-prestacao-de-contas-anuais-spca

O representante do partido
deverá acessar a “Qualificação”
do Prestador de Contas” na
página inicial do SPCA.

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2.1.2. Qualificação do Prestador de Contas
Após seleção, o sistema apresentará a tela de Qualificação do Prestador de Contas. O usuário deverá inserir manualmente nesta tela as informações
referentes ao presidente; ao final, deverá selecionar a opção para salvar as informações.

a) O sistema realizará a validação dos seguintes dados constantes no SGIP3:


• CNPJ,
• Número Partido,
• Esfera (Regional (DF)/ Municipal, Estadual, Zonal (DF), Nacional),
• UF,
• CPF Presidente,
• Título de Eleitor do Presidente.
Caso seja encontrada alguma divergência entre os dados informando no SPCA e no SGIP, o sistema retornará uma mensagem informando o dado
divergente.

b) O sistema realizará a consulta e validação dos seguintes dados constantes na Receita Federal do Brasil:
• CNPJ;
• O sistema utilizará o CPF do presidente informado para consultar o nome do presidente na Receita. O sistema deverá verificar se o nome
consultado na Receita está igual ao nome informado no SPCA;

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c) O sistema fará verificação nos dados constantes no ELO
O sistema utilizará o título de eleitor do presidente, informado no SPCA, para consulta do nome e data de nascimento do presidente no Elo. O
sistema deverá verificar se o nome consultado no Elo corresponde ao nome informado no SPCA.
Caso os dados estejam válidos, o sistema gerará a chave de ativação do presidente prestador de contas e a qualificação será registrada.

Informação:

1. Informações atualizadas sobre o cadastro no SGIP podem ser consultadas no seguinte endereço:
http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/informacoes-partidarias/modulo-consulta-sgip3

2. Informações sobre dados cadastrais do CNPJ devem ser verificados junto à Receita Federal do Brasil;

3. Informações sobre cadastro no ELO devem ser verificadas no Cartório Eleitoral no qual está inscrito o
presidente, ou seja, onde é eleitor.

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O representante do
Caso haja alteração da direção partidária, as informações
partido deverá
no SGIP devem ser atualizadas, e realizada nova
preencher todas as
"Qualificação do Prestador de Contas", informando os
informações do partido
dados do novo presidente.
e do presidente,
conforme constam nos
Quanto ao período da Prestação de Contas, deverá ser
sistemas SGIP e ELO.
informada a data do início da nova gestão até o fim do
exercício financeiro.

Após inserir todas as informações, clicar em “Gravar” e,


automaticamente será baixado no computador um arquivo
em PDF denominado “Chave de ativação do usuário do
Prestador de Contas” para realizar o primeiro acesso.
Deverá ser informado um
e-mail que esteja em uso
para que haja a
possibilidade de recuperar
a senha. A primeira senha
é informada pelo próprio
representante partidário.
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“Diversos órgãos partidários regionais e municipais
encontram-se inativos no SGIP e, conforme determina a Res.
TSE 23.546/2017, a prestação de contas deles deve ser
realizada pelo órgão hierarquicamente superior. Como este
deve proceder? Exclusivamente para efeitos de login e criação
da prestação de contas anual do diretório inadimplente no
SPCA, o dirigente do órgão superior deve informar, no campo
Qualificação do Prestador de Contas, os dados do órgão
partidário e de seu último presidente válido. Após isso, podem
ser incluídos no sistema usuários com perfis de administrador
ou operador, que poderão efetuar os registros e a emissão de
demonstrativos e de declarações necessários. A apresentação
da prestação de contas no cartório ou no tribunal, isto é, a
assinatura e a protocolização das peças previstas na Res. TSE
23.546/2017, deverá ser formalmente realizada por
representante qualificado do diretório partidário da esfera
superior. ”

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Veja um modelo do arquivo em PDF “Chave de
ativação do usuário do Prestador de Contas”.

Este arquivo exibe os dados que devem ser


utilizados no primeiro acesso ao SPCA.

Caso o navegador não esteja configurado para


perguntar ao usuário onde salvar, possivelmente o
arquivo será baixado automaticamente para a pasta
"Downloads“.

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Assim, será exibida a tela inicial do SPCA.

Veja no próximo slide!

Após localizar o arquivo “Chave de ativação do


usuário do Prestador de Contas”, retorne ao
sistema de prestação de contas e clique no botão
“voltar”.

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Esta é a tela inicial do SPCA.

Na tela inicial o representante do


partido deverá preencher os seus
dados de login.

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Caso o presidente ainda não seja
cadastrado no SPCA, será realizada
a validação do cadastro de usuário.

Ao realizar o primeiro acesso, após a


"Qualificação do Prestador de Contas",
deverão ser informados os dados do
usuário: CPF, Título de Eleitor, Nome,
Data de Nascimento, E-mail e
Confirmação do E-mail.

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Esta solicitação somente será requerida no
primeiro acesso de cada usuário.

Em seguida, clicar no
ícone "Endereço" ao
lado direito dos Dados
do Usuário, e informar o
endereço do usuário.

Por fim, clicar no


botão "Ativar" para
ativar o cadastro.

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2.1.3. Ativação do Prestador de Contas

A solicitação dessa “chave” será apenas no


primeiro acesso de cada usuário.

Após realizada ativação do usuário, deverá


ser informada a chave de acesso obtida na
“Qualificação do Prestador de Contas”.

Caso não a possua, clicar em “Recuperar


Chave” para que seja reenviada no e-mail
cadastrado na Qualificação.

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Ao clicar em "não", o sistema não
migrará os dados cadastrados nas
prestações de contas anteriores, tais
como: usuários, agentes responsáveis,
contas bancárias entre outros.

Deseja importar os dados da prestação


de contas do exercício anterior?

Clicar no botão “sim”.


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Ao clicar no botão “sim” da tela anterior para a
migração de dados, será exibida esta tela,
contendo informações dos dados disponíveis para
migração.

Basta clicar no botão


“Migrar dados”, para
continuar.
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2.1.4. Abertura de Nova Prestação de Contas

Para os partidos que já tem acesso ao SPCA e prestaram contas em 2017, a abertura da prestação de contas para o exercício de
2018 poderá ser realizada no módulo administrativo, através da opção “criar nova prestação de contas”.

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2.2. Visão Panorâmica Sobre o SPCA
2.2.1. Visão Geral

Esta é a tela “Home”,


tela inicial do SPCA.

Dicas de navegação!

Utilizar o menu da barra de navegação


do SPCA para navegar no sistema.
Evite utilizar o botão "voltar" do
navegador (Chrome ou Mozilla).

Nos slides a seguir serão


explicadas as funcionalidades
de cada ferramenta do SPCA.

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2.2.2. Administrativo Módulo Administrativo

Permite alterar senha de acesso, cadastrar


novos usuários do sistema, criar nova
prestação de contas (Ex.: novo exercício
financeiro), além de possibilitar alteração do
período da prestação de contas.

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2.2.3. Cadastro Módulo Cadastro

Permite incluir agentes responsáveis


(Presidente ou Equivalente, Presidente
Substituto ou Equivalente, Tesoureiro ou
Equivalente, Tesoureiro Substituto ou
Equivalente, Demais membros, Advogado e
Contador), consultar os dados do partido
informados na qualificação, além de incluir
dados cadastrais dos doadores/contribuintes
e fornecedores.

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2.2.4. Contas Bancárias Módulo Contas Bancárias

Utilizado para cadastro prévio das contas


bancárias utilizadas pelo partido (Obs.: antes
de incluir qualquer movimentação
financeira, deverá ser cadastrada a conta
bancária neste módulo). Além disso, permite
informar as conciliações bancárias, assim
como transferência entre Contas Bancárias.

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2.2.5. Origem de Recursos Módulo Origem de Recursos

Utilizado para inclusão das receitas dos


partidos políticos, tais como: FEFC, Fundo
Partidário, doações, contribuições, sobras
financeiras de campanha, recursos
decorrentes de alienação ou locação,
comercialização de bens e produtos, eventos
e empréstimos, além de doações estimáveis
em dinheiro e outras rendas. O partido
também poderá importar arquivos extraídos
da contabilidade, conforme Guia de
Importação:
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/t
se-guia-de-importacao-de-origem-ou-
aplicacao-de-recursos-do-spca

“Este módulo também permite gerar


relatórios no formato .csv para melhor
conferência das informações lançadas.”

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2.2.6. Aplicação de Recursos Módulo Aplicação de Recursos

Utilizado para inclusão dos gastos


partidários. O partido também poderá
importar arquivos extraídos da
contabilidade, conforme Guia de
Importação:

http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/t
se-guia-de-importacao-de-origem-ou-
aplicacao-de-recursos-do-spca

“Este módulo também permite gerar


relatórios no formato .csv para melhor
conferência das informações lançadas.”

Em outubro de 2018, foi executada rotina


administrativa para migração dos registros de doações
a outros diretórios partidários e/ou a candidatos,
originariamente efetuados no módulo de “Aplicações
de Recursos”, para o módulo “Doações a Partidos e
Candidatos”, para fins de melhor classificação e
controle.

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2.2.7. Fundo de Caixa Módulo Fundo de Caixa

Utilizado para inclusão de movimentação de


dinheiro em espécie (FEFC, Fundo Partidário,
e Outros Recursos), nos termos do art. 19 da
Res. TSE 23.546/2017.

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2.2.8. Doações a Partidos e Candidatos Módulo Doações a Partidos e Candidatos

Utilizado para inclusão de transferências


intrapartidárias e para candidatos.

Observação: No caso de transferências


intrapartidárias de Outros Recursos, deverão
ser informados os doadores originários, em
atendimento ao art. 5º, inciso IV, Res. TSE
23.546/2017.

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2.2.9. Aplicação Financeira Módulo Aplicação Financeira

Devem ser registrados nesta funcionalidade


os valores dos investimentos e os
rendimentos auferidos (ou as perdas), bem
como os respectivos resgates de aplicações
financeiras vinculadas às contas bancárias
mantidas pelo partido.

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Módulo Nota Explicativa
2.2.10. Nota Explicativa
Esta funcionalidade permite a inclusão de comentários relevantes da
prestação de contas, bem como o “upload” de documentos
relacionados a assuntos específicos da prestação de contas, tais
como: AÇÕES JUDICIAIS; RONI; CONTAS A RECEBER; CONTAS A PAGAR; CRÉDITOS DE
LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA; ATIVO NÃO CIRCULANTE; DEPRECIAÇÃO; DÍVIDAS DE CAMPANHA;
DESPESAS DE OUTROS DIRETÓRIOS; EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS; PROVISÕES;
PASSIVOS CONTINGENTES; SOBRAS DE CAMPANHA; DESPESAS COM PESSOAL;
PROPAGANDA DOUTRINÁRIA E POLÍTICA; DESPESAS ELEITORAIS; FUNDAÇÃO; PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA DA MULHER; EVENTOS; AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES; e OUTRAS.

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2.2.11. Demonstrativo Módulo Demonstrativo

Permite a geração e impressão


das peças eleitorais exigidas pelo
art. 29 da Res. TSE 23.546/2017.

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Módulo Relatórios
2.2.12. Relatórios
Permite a geração de relatórios para fins de
conferência e controle, tais como: Movimentação
Financeira, por conta bancária; Relatório dos Gastos
Efetuados, resumindo os valores já pagos e o saldo a
pagar, por documento; Origens e Aplicações que
demonstra a classificação contábil utilizada para o
registro dos lançamentos da prestação de contas;
além do Histórico de Alterações (Log).

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2.2.13. Recibos de Doação Módulo Recibos de Doações:

Permite solicitar faixas de recibos, cadastrar


recibos de exercícios anteriores, e emitir
relatórios de recibos utilizados.

Os recibos devem ser emitidos antes da


inclusão da movimentação de entrada de
recursos no módulo “Origem dos
Recursos”.

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Módulo Pendências e encerramento do exercício:
2.2.14. Pendências e Encerramento do Exercício
Ao finalizar a inserção das movimentações financeiras e estimáveis no
SPCA, o partido deverá acessar o módulo “Pendências e encerramento
do exercício” para finalizar a prestação. Se o partido optar pela
Declaração de Ausência de Movimentação, terá que clicar em
“Prestação de Contas sem movimentação de recursos” e “Gerar
Declaração”.

Caso seja prestação de contas com movimentação de recursos, clicar


em “Prestação de Contas Completa”, “Verificar Pendências”, e por fim,
“Encerrar Prestação de Contas.” Após encerrada a prestação de
contas, será gerado um número de controle e os demonstrativos para
impressão. O partido poderá reabrir a prestação de contas caso queira
alterar algum lançamento. Alerta-se para o fato de que ao reabrir e
encerrar a Prestação de Contas, no sistema, novo número de controle
dos demonstrativos é criado. Surge, portanto, a necessidade de anexar
aos autos (Pje ou processo físico) as novas peças.

O sistema informa o histórico de encerramentos e reaberturas (log),


podendo ser consultado no último item a esquerda da primeira tela do
módulo.

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2.3. Suporte ao SPCA

Caso seja necessário algum tipo de suporte para o acesso ou a utilização do sistema, o suporte do SPCA poderá ser acionado por meio do email:
suportespca@tse.jus.br

No site do TSE está disponível uma página contendo perguntas frequentes do SPCA, conforme link a seguir:
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/perguntas-frequentes-spca

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3. Considerações Sobre a Prestação de Contas Anual

3.1. Sobre a Entrega da Prestação de Contas


As prestações de contas devem ser entregues à Justiça Eleitoral até o dia 30 (trinta) de abril do ano seguinte ao ano-exercício ao qual se referem as
contas.
3.1.1. Sobre a Prestação de Contas com Movimentação Financeira
Deverá ser instruída, observando-se as disposições contidas no art. 29, da Resolução TSE nº23.546/2017, apresentando os seguintes
documentos:
I - comprovante de remessa, à RFB, da escrituração contábil digital;
II - parecer da Comissão Executiva ou do Conselho Fiscal do partido, se houver, sobre as respectivas contas;
III - relação das contas bancárias abertas;
IV - conciliação bancária, caso existam débitos ou créditos que não tenham constado dos respectivos extratos bancários na data de sua emissão;
V - extratos bancários, fornecidos pela instituição financeira, relativos ao período ao qual se refiram as contas prestadas, demonstrando a
movimentação financeira ou a sua ausência, em sua forma definitiva, contemplando todo o exercício ao qual se referem as contas, vedada a
apresentação de extratos provisórios ou sem validade legal, adulterados, parciais, ou que omitam qualquer movimentação financeira;
VI - documentos fiscais que comprovem a efetivação dos gastos realizados com recursos oriundos do Fundo Partidário, sem prejuízo da
realização de diligências para apresentação de comprovantes relacionados aos demais gastos;
VII - cópia da GRU de que trata o art. 14;
VIII - demonstrativo dos acordos de que trata o art. 23;
IX - relação identificando o presidente, o tesoureiro ou aqueles que desempenharam funções equivalentes, bem como aqueles que os tenham
efetivamente substituídos no exercício financeiro da prestação de contas;
X - Demonstrativo de Recursos Recebidos e Distribuídos do Fundo Partidário;
XI - Demonstrativo de Doações Recebidas;
XII - Demonstrativo de Obrigações a Pagar;
XIII - Demonstrativo de Dívidas de Campanha;
XIV - Demonstrativo de Receitas e Gastos;
XV - Demonstrativo de Transferência de Recursos para Campanhas Eleitorais Efetuados a Candidatos e Diretórios Partidários, identificando para
cada destinatário a origem dos recursos distribuídos;
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XVI - Demonstrativo de Contribuições Recebidas;
XVII - Demonstrativo de Sobras de Campanha, discriminando os valores recebidos e os valores a receber;
XVIII - Demonstrativo dos Fluxos de Caixa;
XIX - Parecer do Conselho Fiscal ou órgão competente do instituto ou fundação mantida pelo partido político;
XX - Instrumento de mandato para constituição de advogado para a prestação de contas, com a indicação do número de fac-símile pelo qual o
patrono do órgão partidário receberá as intimações que não puderem ser publicadas no órgão oficial de imprensa;
XXI - Certidão de Regularidade do CFC do profissional de contabilidade habilitado;
XXII - notas explicativas; e
XXIII - Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício para fins do previsto na alínea a do inciso V do art. 4º.
§ 1º As peças devem conter assinatura digital do presidente, do tesoureiro do órgão partidário, do advogado e do profissional de contabilidade
habilitado, à exceção das referidas nos incisos I, II, III, V, VI, VII, IX e XXIII do caput.
(...)
§ 6º A documentação da prestação de contas deve ser apresentada de forma sequenciada, de modo que os comprovantes de receitas e gastos
mantenham a cronologia da movimentação financeira, individualizada por conta bancária, acompanhados, quando for o caso, da respectiva nota
explicativa e dos demais meios de prova.

Instruir a Prestação de Contas, também, com a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações da


Previdência Social (GFIP), em atendimento ao disposto no inciso IV do § 1º do artigo 18, da Resolução
em comento.

Nos casos em que o processo é protocolado eletronicamente por meio do PJE, os documentos devem ser assinados e digitalizados para serem
inseridos no processo judicial eletrônico. Os demonstrativos elaborados pelo SPCA, e encaminhados à Justiça Eleitoral, devem conter o número
de controle da prestação de contas, gerado no SPCA, no módulo “Pendências e encerramento do exercício”.

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A inclusão das peças e documentos no sistema PJe, no caso dos Diretórios Regionais, deve obedecer à ordem
definida no artigo 29 e seus incisos, nominando-se e identificando-se os arquivos nos moldes previstos.

Quando o processo é protocolado fisicamente, no cartório eleitoral, os documentos devem ser assinados e inseridos no processo físico. Os
demonstrativos elaborados pelo SPCA, e encaminhados à Justiça Eleitoral, devem conter o número de controle da prestação de contas gerado SPCA, no
módulo “Pendências e encerramento do exercício”.

Para a geração dos demonstrativos, o partido deve efetuar os lançamentos no SPCA,


conforme já indicado, e encerrar a prestação de contas no módulo específico “pendências
e encerramento do exercício”.

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3.1.2. Sobre a Prestação de Contas sem Movimentação Financeira

As prestações de contas dos órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos financeiros ou bens estimáveis em dinheiro
no período deverão ser apresentadas, nos termos do art. 28, § 3º, da Resolução TSE nº 23.546/2017.
A prestação de contas deverá ser:

I - preenchida de acordo com o modelo disponível na página do TSE na Internet (a partir do exercício financeiro de 2017, a declaração deverá ser
gerada no Sistema de Prestação de Contas Anuais - SPCA);
II – impressa e assinada pelo tesoureiro e pelo presidente do órgão partidário, que são responsáveis, inclusive criminalmente, pelo teor da
declaração prestada;
III - entregue, fisicamente, ao juízo competente para a análise da respectiva prestação de contas.

A prestação de contas, mediante a apresentação da Declaração de Ausência de Movimentação de Recursos, pressupõe a inexistência de
movimentação de recursos, seja financeira ou estimável.

Na hipótese de a declaração apresentada não retratar a verdade, a autoridade judiciária deve determinar a aplicação das sanções cabíveis ao órgão
partidário e seus responsáveis, na forma do art. 46, e a disponibilização do processo ao MPE para apuração da prática de crime eleitoral, em especial, o
previsto no art. 350 do CE, conforme art. 45, VIII, c, da Resolução nº 23.546/2017.
Código Eleitoral
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, para fins eleitorais:

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou
alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.

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3.2. Sobre as Contas Bancárias

Para a prestação de contas à Justiça Eleitoral, o partido deve observar a utilização de contas bancárias específicas, conforme as situações previstas no
art. 6º, da Resolução TSE nº 23.546/2017:

• conta bancária destinada à movimentação de recursos do Fundo Partidário;


• conta bancária destinada à movimentação de recursos do Fundo Partidário destinados ao programa de promoção e difusão da participação política
da mulher;
• conta bancária destinada a “Doações para Campanha”;
• conta bancária destinada à movimentação de “Outros Recursos”, para manutenção ordinária do partido;
• conta bancária destinada à movimentação do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha Eleitoral).

A exigência de abertura de conta bancária específica para movimentar os recursos somente se aplica aos órgãos partidários que, direta ou
indiretamente, recebam recursos do gênero.

Os recebimentos e gastos realizados devem ser efetivados por meio das contas bancárias específicas, observando-se sua destinação.

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3.3. Sobre as Receitas do Partido – Outros Recursos

De acordo com a Resolução TSE nº 23.546/2017, art. 8º, §1º e § 2º:

§1º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito
bancário diretamente na conta do partido político (Lei nº 9.096/1995, art. 39, § 3º).
§2º O depósito bancário previsto no §1º deve ser realizado na conta “Doações para Campanha” ou na conta “Outros Recursos”, conforme sua
destinação, sendo admitida a efetivação por qualquer meio de transação bancária no qual o CPF do doador ou contribuinte ou o CNPJ, no caso de
partidos políticos ou candidatos, seja obrigatoriamente identificado.

Deste modo, além dos devidos registros das receitas no SPCA, para fins de comprovação documental sobre os doadores/contribuintes, devem ser
apresentados à Justiça Eleitoral:

• identificação do doador/contribuinte, com nome e CPF/CNPJ, no extrato bancário do partido;


• na ausência de identificação do doador/contribuinte no extrato bancário, outros documentos bancários (emitidos por autoridade bancária),
poderão ser apresentados, tais como: cópia de TED, TEV, DOC, boleto bancário com identificação do doador/contribuinte, cópia de cheque e/ou
sua microfilmagem, ou comprovante de depósito, com identificação do depositante.

Os partidos deverão observar a necessidade de emissão dos recibos de doação, conforme prevê a Resolução TSE nº 23.546/2017, art. 11.

Ressaltamos que nas ocorrências de transferências financeiras ou estimáveis em dinheiro realizadas entre níveis de direção partidária do mesmo
partido político, com “Outros Recursos”, deve constar a identificação do doador originário (Resolução TSE nº 23.546/2017, art.11, inciso II).

Por fim, recomendamos que o partido mantenha um controle permanente sobre os recursos recebidos, observando eventuais ocorrências de
recebimento de recurso de fontes vedadas, nos termos do art. 12, da Resolução TSE nº 23.546/2017, ou ocorrência de recebimento de recursos
origem não identificada (RONI), nos termos do art. 13, da Resolução TSE nº 23.546/2017.

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Na ocorrência de recebimento de recursos de fonte vedada ou de origem não identificada, o partido deve adotar os procedimentos previstos na
Resolução nº 23.546/2017, indicados a seguir:

De acordo com o art. 11, § 5º, da Resolução TSE nº 23.546/2017:

§ 5º Os partidos políticos podem recusar doação identificável que seja creditada em suas contas bancárias indevidamente, promovendo o
estorno do valor para o doador identificado até o último dia do mês subsequente à efetivação do crédito, ressalvado o disposto no art. 13.

Também conforme art. 14, da Resolução TSE nº 23.546/2017:


Art. 14 O recebimento direto ou indireto dos recursos previsto no art. 13 sujeita o órgão partidário a recolher ao Tesouro Nacional, por
meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), até o último dia útil do mês subsequente à efetivação do crédito em qualquer das contas
bancárias de que trata o art. 6º, sendo vedada a devolução ao doador originário.
§1º O disposto no caput se aplica aos recursos provenientes de fontes vedadas que não tenham sido estornados no prazo previsto no §5º
do art. 11, os quais devem, nesta hipótese, ser recolhidos ao Tesouro Nacional.

Pagamentos de despesas ou contribuições dos diretórios municipais para os diretórios estaduais e/ou nacionais, não
devem ser pagos com recursos pessoais do presidente ou outro associado da agremiação. As despesas e transferências
intrapartidárias devem ser quitadas por meio de recursos transitados em contas bancárias do partido.

Os recursos de pessoas físicas, ainda que de dirigentes partidários, se utilizados, sem o prévio trânsito em conta bancária,
constituem recursos de origem não identificada (RONI), por infringir o disposto no art. 8º, §1º da Resolução TSE nº
23.546/2017 e impedir qualquer tipo de controle pela Justiça Eleitoral, sobre a origem do recurso repassado indiretamente
para o partido.

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3.4. Sobre a Realização de Gastos – Fundo Partidário
Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido político para a sua manutenção e consecução de seus
objetivos e programas, nos termos do art. 17, da Resolução nº 23.546/2017.

§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de gastos relacionados (Lei nº 9.096/1995, art. 44):
I - à manutenção das sedes e serviços do partido;
II - à propaganda doutrinária e política;
III - ao alistamento e às campanhas eleitorais;
IV - à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política;
V - à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres;
VI - ao pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à
pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; e
VII - ao pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.

A comprovação dos gastos deve ser realizada por meio de documento fiscal idôneo, sem emendas ou rasuras, devendo dele constar a data de emissão,
a descrição detalhada, o valor da operação e a identificação do emitente e do destinatário ou dos contraentes pelo nome ou razão social, CPF ou CNPJ
e endereço, art. 18, da Resolução nº 23.546/2017.

§ 1º Além do documento fiscal idôneo a que se refere o caput, a Justiça Eleitoral pode admitir, para fins de comprovação de gasto, qualquer meio
idôneo de prova, inclusive outros documentos, tais como:
I - contrato;
II - comprovante de entrega de material ou de prestação efetiva do serviço;
III - comprovante bancário de pagamento; ou
IV - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social (GFIP).

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Os gastos partidários devem ser pagos mediante a emissão de cheque nominativo cruzado ou por transação bancária que identifique o CPF ou CNPJ do
beneficiário, conforme art. 18, § 4º, da Resolução nº 23.546/2017.

A documentação comprobatória dos gastos deve ser apresentada de forma sequenciada, de modo que os comprovantes de gastos (Nota fiscal,
Contrato, Recibos, etc.) mantenham a cronologia da movimentação financeira, individualizada por conta bancária.

Além do documento fiscal idôneo (cópia de nota fiscal, contrato,


recebido e etc), a comprovação do gasto deve ser acompanhada da
respetiva cópia de cheque ou de transação eletrônica.

§ 3º Os documentos relativos aos gastos com a criação ou manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres
devem evidenciar a efetiva execução e manutenção dos referidos programas, nos termos do inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096/1995, não sendo
admissível mero provisionamento contábil.

A aplicação dos recursos mencionados acima, além da contabilização em rubrica própria do plano de contas aprovado pelo TSE, deve estar comprovada
mediante a apresentação de documentos fiscais em que conste expressamente a finalidade da aplicação, vedada a comprovação mediante o rateio de
despesas ordinárias, tais como água, luz, telefone, aluguel e similares.

Conforme o art. 44, § 5º da Lei 9.096/1995, o partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o saldo para conta
específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro
subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto no inciso V do caput, a ser aplicado na
mesma finalidade.
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade (ADIN nº
5617/2018), por arrastamento, do §5º-A e do §7º do art. 44 da Lei 9.096/1995,
que versa sobre a acumulação dos recursos destinados a programa de promoção e
difusão da participação política das mulheres em diferentes exercícios financeiros,
mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas
eleitorais de candidatas do partido.
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Ressaltamos, ainda, que o partido deve observar os limites previstos estabelecidos no art. 44 da Lei 9.096/1995:

I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes
limites:

a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;


b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal.

Os recursos do Fundo Partidário não podem ser utilizados para a quitação de multas relativas a atos infracionais, ilícitos penais, administrativos ou
eleitorais ou para a quitação de encargos decorrentes de inadimplência de pagamentos, tais como multa de mora, atualização monetária ou juros,
conforme art. 17, § 2º, da Resolução nº 23.546/2017.

Para melhor conhecimento sobre os gastos com Fundo Partidário, recomendamos a leitura da Resolução nº 23.546/2017 e da Lei nº 9.096/1995.

Os gastos partidários devem ser registrados no módulo “Aplicação de Recursos”.

As transferências intrapartidárias e para candidatos devem ser registradas no


módulo “Doações a Partidos e Candidatos”.

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3.5. Sobre as Receitas e os Gastos Estimáveis

Doações estimáveis em dinheiro são recursos recebidos, pelo partido, de bens ou serviços prestados, mensuráveis em dinheiro, mas que, por sua
natureza, não transitam em conta bancária e não geram desembolso financeiro para o partido.

Segundo o art. 9º, da Resolução TSE nº 23.546/2017, as doações de bens ou serviços estimáveis em dinheiro ou cessões temporárias devem ser
avaliadas com base nos preços praticados no mercado no momento de sua realização e comprovadas por:
I - documento fiscal emitido em nome do doador ou instrumento de doação, quando se tratar de doação de bens de propriedade do doador
pessoa física;
II - instrumento de cessão e comprovante de propriedade do bem cedido pelo doador, quando se tratar de bens cedidos temporariamente ao
partido político;
III - instrumento de prestação de serviços, quando se tratar de serviços prestados por pessoa física em favor do partido; ou
IV - demonstração da avaliação do bem ou serviço doado, mediante a comprovação dos preços habitualmente praticados pelo doador e a sua
adequação aos praticados no mercado, com indicação da fonte de avaliação.

Quanto aos recibos de doação, aplica-se o disposto no art. 11 da Resolução TSE nº 23.546/2017:

§ 1º Os recibos devem ser numerados, por partido político, em ordem sequencial e devem ser emitidos na página do TSE na Internet.
§ 7º Aplica-se às doações de bens estimáveis em dinheiro o disposto neste artigo, observando-se que:
I - o recibo deve ser emitido no prazo de até cinco dias contados da doação e, na hipótese da cessão temporária, do início do recebimento
dos bens e serviços, estipulando-se o valor estimável em dinheiro pelo período pactuado, computando-se o primeiro mês; e
II - na hipótese de o período de cessão temporária ultrapassar o mês em que iniciado o recebimento do bem ou serviço, o partido deve,
enquanto a cessão persistir, emitir mensalmente novos recibos até o 5º (quinto) dia do mês subsequente.

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Salientamos que as doações estimáveis em dinheiro, recebidas em desacordo com o art. 12, da Resolução TSE nº 23.546/2017, caracterizam-se, como
RECURSO DE FONTE VEDADA:

Art. 12. É vedado aos partidos políticos e às suas fundações receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, doação, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - origem estrangeira;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações orçamentárias do Fundo Partidário e do FEFC;
III - pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou permissão; ou
IV - autoridades públicas.

(...)

Nos termos do art. 13, inciso III, da Resolução TSE nº 23.546/2017, os recebimentos estimáveis em dinheiro poderão ser caracterizados como
RECURSOS DE ORIGEM NÃO IDENTIFICADA, quando:

III – o bem estimável em dinheiro que tenha sido doado ou cedido temporariamente não pertença ao patrimônio do doador ou, quando se tratar de
serviços, não sejam produtos da sua atividade.

As receitas e gastos estimáveis são registrados nos módulos


“origem de recurso“ e “aplicação de recurso”, indicando a
natureza do recurso como “estimável”.

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3.6. Sobre o Registro de Recebimentos e Gastos do Período Eleitoral (FEFC, Fundo Partidário e Outros Recursos)

Considerando o art. 13, da Resolução TSE nº 23.553/2017, os partidos devem incorporar nos registros da prestação de contas as informações relativas
à participação no pleito eleitoral:

Art. 13. Os partidos políticos devem manter em sua prestação de contas anual contas específicas para o registro da escrituração contábil das
movimentações financeiras dos recursos destinados às campanhas eleitorais, a fim de permitir a segregação desses recursos em relação a
quaisquer outros e a identificação de sua origem.

Os recursos utilizados nas eleições decorrem tanto do Fundo Partidário, quanto do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas Eleitorais e Outros
Recursos.

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3.7. Sobre o Julgamento das Contas e das Sanções

3.7.1. Sobre o Julgamento

Sobre a regularidade das contas partidárias, a Justiça Eleitoral poderá julgar, nos termos do art. 46 da Resolução TSE nº 23.546/2017:
I – pela aprovação, quando estiverem regulares;
II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas impropriedades de natureza formal, falhas ou ausências irrelevantes;
III – pela desaprovação, quando:
a) Verificada a irregularidade que comprometa a integralidade das contas;
b) Apresentados apenas parcialmente os documentos e informações de que trata o art. 29 e não seja possível verificar a
movimentação financeira do órgão partidário; ou
c) Verificado que a declaração de que trata o §2º do art. 28 não corresponde à verdade;

IV – pela não prestação, quando:


a) depois de intimados na forma do art. 30, o órgão partidário e os responsáveis permanecerem omissos ou as suas justificativas não
forem aceitas; ou
b) os documentos e as informações de que trata o art. 29 não forem apresentados, ou o órgão partidário deixar de atender às diligências
determinadas para suprir a ausência que impeça a análise da movimentação dos seus recursos financeiros.

§ 1º A ausência parcial dos documentos e das informações de que trata o art. 29 não enseja o julgamento das contas como não prestadas se do
processo constar elementos mínimos que permitam a análise da prestação de contas.
§ 2º Na hipótese do § 1º, a autoridade judiciária deve examinar se a ausência verificada é relevante e compromete a regularidade das contas
para efeito de sua aprovação com ressalvas ou de sua desaprovação.
§ 3º Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a
destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas (Lei nº 9.096/1995, art. 37, § 12).

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3.7.2. Sobre as Sanções

As sanções previstas no art. 47, da Resolução TSE nº23.546/2017, são:

• em caso de recebimento de RECURSOS DE FONTES VEDADAS: se partido não adotar as providências de devolução à origem ou recolhimento
ao Tesouro Nacional na forma do art. 14, o órgão partidário fica sujeito à suspensão da distribuição ou do repasse dos recursos
provenientes do Fundo Partidário pelo período de um ano (Lei nº 9.096/1995, art. 36, inciso II); (art. 47, inciso I, da Resolução TSE nº
23.546/2017)

• em caso de não recolhimento ao Tesouro Nacional dos RECURSOS DE ORIGEM NÃO IDENTIFICADA (RONI) de que trata o art. 13: deve ser
suspensa a distribuição ou o repasse dos recursos provenientes do Fundo Partidário até que o esclarecimento da origem do recurso seja
aceito pela Justiça Eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 36, inciso I); e (art. 47, inciso II, da Resolução TSE nº 23.546/2017)

• na FALTA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: implica a proibição de recebimento de recursos oriundos do Fundo Partidário, enquanto não for
regularizada a situação do partido político (art. 48 da Resolução TSE nº 23.546/2017). O órgão partidário, em qualquer esfera, que tiver as
contas julgadas como não prestadas fica obrigado a devolver integralmente todos os recursos provenientes do Fundo Partidário que lhe
foram entregues, distribuídos ou repassados, bem como terá suspenso o registro ou anotação, no caso de órgão estadual ou municipal
(art. 48, §2º, da Resolução TSE nº 23.546/2017)

• a desaprovação das contas do partido implicará a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (vinte por cento) (Lei nº 9.096/1995).

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3.8. Sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD)

De acordo com a Resolução TSE nº 23.546/2017, art. 25:

Os órgãos partidários, em todas as esferas, são obrigados a adotar escrituração contábil digital, independentemente da existência ou não da
movimentação financeira de qualquer natureza de recurso.

Considerando o disposto na legislação supracitada, frequentemente surge o questionamento sobre a obrigatoriedade da referida determinação, nos
termos do art. 3º, da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.774/2017:

Art. 3º Deverão apresentar a ECD as pessoas jurídicas e equiparadas obrigadas a manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial,
inclusive entidades imunes e isentas.

§ 1º A obrigação a que se refere o caput não se aplica:


(...)
III - às pessoas jurídicas inativas, assim consideradas aquelas que não tenham realizado, durante o ano-calendário, atividade operacional, não
operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais as quais devem cumprir as obrigações acessórias
previstas na legislação específica;
IV - às pessoas jurídicas imunes e isentas que auferiram, no ano-calendário, receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios,
convênios e ingressos assemelhados cuja soma seja inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) ou ao valor proporcional ao
período a que se refere a escrituração contábil; e
(...)
§ 6º As pessoas jurídicas que não estejam obrigadas a apresentar a ECD podem apresentá-la de forma facultativa.

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Cumpre esclarecer aos partidos políticos, que, nos termos do art. 2º da Resolução TSE nº 23.546/2017:

Art. 2º Os partidos políticos, pessoas jurídicas de direito privado, e seus dirigentes sujeitam-se, no que se refere a finanças, contabilidade e
prestação de contas, à Justiça Eleitoral, às disposições estabelecidas na Constituição Federal; a Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995; na Lei
nº 9.504, de 30 de setembro de 1997; nesta resolução; nas normas brasileiras de contabilidade emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade
(CFC); e em outras normas expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. As disposições desta resolução não desobrigam o partido político e seus dirigentes do cumprimento de outras obrigações
principais e acessórias, de natureza administrativa, civil, fiscal ou tributária, prevista da legislação vigente.

Por sua natureza e peculiaridade deve atender tanto aos requisitos relacionados aos aspectos administrativos, cíveis, fiscais e tributários, quanto ao
disposto na Resolução TSE nº 23.546/2017, que impõe aos partidos a adoção obrigatória da ECD, conforme indicado no art. 25 da resolução
supracitada.

Para as prestações de contas com movimentação financeira, o recibo de entrega da ECD deve ser apresentado à Justiça Eleitoral (art. 29, inciso I, da
Resolução TSE nº 23.546/2017).

Para as prestações de contas sem movimentação financeira, nos termos do art. 28, § 3º, da Resolução TSE nº 23.546/2017, não há previsão de entrega
do recibo de entrega da ECD. No entanto, esclarecimentos sobre a adoção da ECD pelo partido podem ser solicitados em diligência, pela Justiça
Eleitoral.

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4. Anexo (CNPJ)

O CADATRO NACIONAL DAS PESSOAS JURÍDICAS (CNPJ)

Para que os partidos funcionem regularmente, faz-se necessário que eles tenham CNPJ (Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas). De acordo com o art.
4º, inciso I, da Resolução TSE nº 23.436/2017:
Art. 4º Os partidos políticos, em todos os níveis de direção, devem:
I – inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
(...)

Também, dispõe o art. 35 da Resolução TSE nº 23.571/2018:


“Art. 35. O órgão de direção nacional ou estadual deve comunicar ao respectivo tribunal eleitoral, no prazo de 30 (trinta) dias contados da deliberação,
por meio de sistema específico da Justiça Eleitoral, a constituição de seus órgãos de direção partidária estadual e municipais, seu início e fim de
vigência, os nomes, números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e do título de eleitor dos respectivos integrantes, bem como as
alterações que forem promovidas, para anotação (Res.-TSE nº 23.093/2009).
(...)
§ 10. No prazo de 30 (trinta) dias da anotação a que se refere o caput, o partido político deve informar ao Tribunal Regional Eleitoral os números de
inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) dos órgãos de direção estaduais e municipais que houver constituído (SRF, IN nº 1.634/2016,
art. 4º, § 7º), sob pena de suspensão da anotação, impedindo-se novas anotações até a regularização.”

Caso o órgão partidário não possua CNPJ, ele deverá providenciar sua regularização junto à Receita Federal, comunicando, com a urgência devida, ao
Tribunal Regional Eleitoral.

Nas situações em que possua CNPJ, mas não tenha informado à Justiça Eleitoral, o partido deverá providenciar a atualização de seu cadastro.
Por fim, ressaltamos que as alterações dos dirigentes partidários devem ser atualizadas, tanto na Justiça Eleitoral, quanto na Receita Federal. Não deve
o partido, solicitar novo cadastro de CNPJ para cada nova comissão provisória/executiva, pois isso acarreta duplicidade de CNPJ e embaraça a análise
de prestação de contas pela Justiça Eleitoral. O CNPJ deve ser baixado somente no caso de o partido encerrar suas atividades. Caso exista CNPJ em
duplicidade, a agremiação deve providenciar a baixa da inscrição que não utiliza.

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5. Referências
Código Eleitoral. Disponível em
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737.htm>.

Guia do usuário do SPCA. Disponível em


< http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-spca-guia-do-usuario>.

Instrução Normativa RFBnº 1774/2017. Disponível em


< http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=88912&visao=anotado>.

Lei nº 9.096/1995. Disponível em


< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9096.htm>.

Lei nº 9.504/1997. Disponível em


< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm>.

Manual do módulo de encerramento do SPCA. Disponível em


< http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-manual-do-modulo-de-encerramento>.

Perguntas frequentes – SPCA. Disponível em


< http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/perguntas-frequentes-spca>.

Resolução TSE nº 23.546/2017. Disponível em


< http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235462017.html>.

Resolução TSE nº 23.553/2017. Disponível em


< http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235532017.html>.

Resolução TSE nº 23.571/2018. Disponível em


< http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2018/RES235712018.html>.

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6. Considerações finais

Esta cartilha foi preparada com o objetivo de auxiliar os partidos políticos na elaboração da prestação de contas anuais, proporcionando conhecer o
Sistema de Prestação de Contas Anual – SPCA, além de esclarecer alguns pontos da Lei 9.096/1995 e Resolução TSE nº 23.546/2017.

Esperamos que tenha contribuído para auxiliá-los na elaboração e entrega das prestações de contas anuais.

Enfatizamos que a Secretaria de Gestão da Informação e de Atos Partidários, por meio da SACOP/CEP, continuará apoiando e orientando a todos
que necessitarem de outros esclarecimentos durante a aplicação prática desses conhecimentos em seu dia a dia.

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Proprietário
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Secretaria de Gestão da Informação e de Atos Partidários
Coordenadoria de Controle de Contas Eleitorais e Partidárias
Seção de Auditoria e Análise de Contas Partidárias

Conteudistas
Domingos Rodrigues Zati
Guilherme Flister Fernandino
Janiléia Pacífico Pereira Lima

Design
Seção de Mídias Educacionais
Escola Judiciária Eleitoral Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira

Data de Elaboração
28 de fevereiro de 2019

Seção de Auditoria e Análise de Contas Partidárias


E-mail: sacop@tre-mg.jus.br
Telefone: (31) 3307-1373
Av. Prudente de Morais, nº 100, 9º andar
Cidade Jardim, Belo Horizonte/MG

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