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Apresentação
2. O Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA)
2.1 Orientações de Acesso
2.1.1. Local de Acesso ao SPCA
2.1.2 Qualificação do Prestador de Contas
2.1.3. Ativação do Prestador de Contas
2.1.4. Abertura de Nova Prestação de Contas
2.2. Visão Panorâmica Sobre o SPCA
2.2.1. Visão Geral
2.2.2. Administrativo
2.2.3. Cadastro
2.2.4. Contas Bancárias
2.2.5. Origem de Recursos
2.2.6. Aplicação de Recursos
2.2.7. Fundo de Caixa
2.2.8. Doações a Partidos e Candidatos
2.2.9. Aplicação Financeira
2.2.10. Nota Explicativa
2.2.11. Demonstrativos
2.2.12. Relatórios
2.2.13. Recibos de Doação
2.2.14. Pendências e Encerramento do Exercício
2.3. Suporte SPCA
3. Considerações Sobre a Prestação de Contas Anual
3.1. Sobre a Entrega da Prestação de Contas
3.1.1. Sobre a Prestação de Contas com Movimentação Financeira
3.1.2. Sobre a Prestação de Contas sem Movimentação Financeira
3.2. Sobre as Contas Bancárias
3.3. Sobre as Receitas do Partido – Outros Recursos
3.4. Sobre a Realização de Gastos – Fundo Partidário
3.5. Sobre as Receitas e os Gastos Estimáveis
3.6. Sobre o Registro de Recebimentos e Gastos do Período Eleitoral (FEFC, Fundo Partidário e Outros Recursos)
3.7. Sobre o Julgamento das Contas e das Sanções
3.7.1. Sobre o Julgamento
3.7.2. Sobre as Sanções
3.8. Sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD)
4. Anexo (CNPJ)
5. Referências
6. Considerações Finais
Prestações de contas anuais dos partidos políticos
1. Apresentação
Anualmente, os partidos políticos devem apresentar sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. A apresentação deve ocorrer até 30 de abril e se refere à
prestação de contas do ano anterior.
Sem a pretensão de esgotar o assunto sobre a prestação de contas anual dos partidos políticos, apontaremos nesta cartilha algumas orientações e
recomendações às agremiações para a elaboração e entrega das prestações de contas, cuja inobservância acarreta frequentemente diligências por parte da
Justiça Eleitoral.
As informações nesta cartilha não suprem a leitura e o devido conhecimento sobre a legislação aplicável aos partidos políticos, no que tange à prestação de
contas. Recomendamos a leitura atenta e cuidadosa da Resolução TSE nº 23.546/2017.
Para uma adequada prestação de contas, é importante, antes de mais nada, uma apropriada estrutura administrativa nas agremiações, que realize
permanentemente seus controles internos sobre os recebimentos e pagamentos ocorridos, assunção de obrigações e passivo, e controle do ativo
imobilizado.
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Podemos dizer que o processo de prestação de contas é constituído de algumas etapas, conforme indicado na figura a seguir:
* De acordo a Instrução Normativa da Receita Federal nº 1.774/2017, art. 5º, a data limite para entrega da ECD é até o último dia útil do mês de maio do ano
seguinte ao ano-calendário a que se refere a escrituração. No entanto, os partidos podem entregá-las antes do prazo previsto pela referida Instrução
Normativa, dentro do prazo previsto para entrega da prestação de contas anual para a Justiça Eleitoral, até 30 de abril de 2019.
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2. O Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA)
O SPCA é um sistema desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral, que está disponível aos usuários 24 horas por dia (sistema WEB, na internet), para fins de
prestação de contas dos partidos políticos. A rotina de fechamento e entrega da prestação de contas deverá observar o prazo legal de 30 de abril do exercício
subsequente.
Ressaltamos que o SPCA não substitui a contabilidade formal exigida pelo Código Civil. O partido deverá manter escrituração contábil, nos termos da
legislação vigente, independente das informações apresentadas à Justiça Eleitoral, por meio do SPCA.
O acesso e outras informações sobre o sistema de prestação de contas anual da Justiça Eleitoral estão disponíveis no seguinte endereço eletrônico:
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/sistema-de-prestacao-de-contas-anuais-spca
A utilização do SPCA é obrigatória para os partidos políticos, em todas as esferas, somente a partir do exercício de 2017. Caso o partido queira regularizar
contas julgadas não prestadas de exercícios anteriores a 2017, deverá utilizar os modelos disponíveis na página do TSE, conforme links a seguir:
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/modelos/contas-partidarias-modelos
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/declaracao-de-ausencia-de-movimentacao-de-recursos
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2.1. Orientações de Acesso
O partido deverá utilizar os navegadores Chrome ou Mozilla Firefox para acessar o sítio eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral no seguinte endereço:
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/sistema-de-prestacao-de-contas-anuais-spca
O representante do partido
deverá acessar a “Qualificação”
do Prestador de Contas” na
página inicial do SPCA.
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2.1.2. Qualificação do Prestador de Contas
Após seleção, o sistema apresentará a tela de Qualificação do Prestador de Contas. O usuário deverá inserir manualmente nesta tela as informações
referentes ao presidente; ao final, deverá selecionar a opção para salvar as informações.
b) O sistema realizará a consulta e validação dos seguintes dados constantes na Receita Federal do Brasil:
• CNPJ;
• O sistema utilizará o CPF do presidente informado para consultar o nome do presidente na Receita. O sistema deverá verificar se o nome
consultado na Receita está igual ao nome informado no SPCA;
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c) O sistema fará verificação nos dados constantes no ELO
O sistema utilizará o título de eleitor do presidente, informado no SPCA, para consulta do nome e data de nascimento do presidente no Elo. O
sistema deverá verificar se o nome consultado no Elo corresponde ao nome informado no SPCA.
Caso os dados estejam válidos, o sistema gerará a chave de ativação do presidente prestador de contas e a qualificação será registrada.
Informação:
1. Informações atualizadas sobre o cadastro no SGIP podem ser consultadas no seguinte endereço:
http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/informacoes-partidarias/modulo-consulta-sgip3
2. Informações sobre dados cadastrais do CNPJ devem ser verificados junto à Receita Federal do Brasil;
3. Informações sobre cadastro no ELO devem ser verificadas no Cartório Eleitoral no qual está inscrito o
presidente, ou seja, onde é eleitor.
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O representante do
Caso haja alteração da direção partidária, as informações
partido deverá
no SGIP devem ser atualizadas, e realizada nova
preencher todas as
"Qualificação do Prestador de Contas", informando os
informações do partido
dados do novo presidente.
e do presidente,
conforme constam nos
Quanto ao período da Prestação de Contas, deverá ser
sistemas SGIP e ELO.
informada a data do início da nova gestão até o fim do
exercício financeiro.
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Veja um modelo do arquivo em PDF “Chave de
ativação do usuário do Prestador de Contas”.
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Assim, será exibida a tela inicial do SPCA.
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Esta é a tela inicial do SPCA.
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Caso o presidente ainda não seja
cadastrado no SPCA, será realizada
a validação do cadastro de usuário.
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Esta solicitação somente será requerida no
primeiro acesso de cada usuário.
Em seguida, clicar no
ícone "Endereço" ao
lado direito dos Dados
do Usuário, e informar o
endereço do usuário.
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2.1.3. Ativação do Prestador de Contas
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Ao clicar em "não", o sistema não
migrará os dados cadastrados nas
prestações de contas anteriores, tais
como: usuários, agentes responsáveis,
contas bancárias entre outros.
Para os partidos que já tem acesso ao SPCA e prestaram contas em 2017, a abertura da prestação de contas para o exercício de
2018 poderá ser realizada no módulo administrativo, através da opção “criar nova prestação de contas”.
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2.2. Visão Panorâmica Sobre o SPCA
2.2.1. Visão Geral
Dicas de navegação!
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2.2.2. Administrativo Módulo Administrativo
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2.2.3. Cadastro Módulo Cadastro
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2.2.4. Contas Bancárias Módulo Contas Bancárias
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2.2.5. Origem de Recursos Módulo Origem de Recursos
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2.2.6. Aplicação de Recursos Módulo Aplicação de Recursos
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/t
se-guia-de-importacao-de-origem-ou-
aplicacao-de-recursos-do-spca
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2.2.7. Fundo de Caixa Módulo Fundo de Caixa
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2.2.8. Doações a Partidos e Candidatos Módulo Doações a Partidos e Candidatos
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2.2.9. Aplicação Financeira Módulo Aplicação Financeira
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Módulo Nota Explicativa
2.2.10. Nota Explicativa
Esta funcionalidade permite a inclusão de comentários relevantes da
prestação de contas, bem como o “upload” de documentos
relacionados a assuntos específicos da prestação de contas, tais
como: AÇÕES JUDICIAIS; RONI; CONTAS A RECEBER; CONTAS A PAGAR; CRÉDITOS DE
LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA; ATIVO NÃO CIRCULANTE; DEPRECIAÇÃO; DÍVIDAS DE CAMPANHA;
DESPESAS DE OUTROS DIRETÓRIOS; EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS; PROVISÕES;
PASSIVOS CONTINGENTES; SOBRAS DE CAMPANHA; DESPESAS COM PESSOAL;
PROPAGANDA DOUTRINÁRIA E POLÍTICA; DESPESAS ELEITORAIS; FUNDAÇÃO; PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA DA MULHER; EVENTOS; AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES; e OUTRAS.
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2.2.11. Demonstrativo Módulo Demonstrativo
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Módulo Relatórios
2.2.12. Relatórios
Permite a geração de relatórios para fins de
conferência e controle, tais como: Movimentação
Financeira, por conta bancária; Relatório dos Gastos
Efetuados, resumindo os valores já pagos e o saldo a
pagar, por documento; Origens e Aplicações que
demonstra a classificação contábil utilizada para o
registro dos lançamentos da prestação de contas;
além do Histórico de Alterações (Log).
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2.2.13. Recibos de Doação Módulo Recibos de Doações:
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Módulo Pendências e encerramento do exercício:
2.2.14. Pendências e Encerramento do Exercício
Ao finalizar a inserção das movimentações financeiras e estimáveis no
SPCA, o partido deverá acessar o módulo “Pendências e encerramento
do exercício” para finalizar a prestação. Se o partido optar pela
Declaração de Ausência de Movimentação, terá que clicar em
“Prestação de Contas sem movimentação de recursos” e “Gerar
Declaração”.
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2.3. Suporte ao SPCA
Caso seja necessário algum tipo de suporte para o acesso ou a utilização do sistema, o suporte do SPCA poderá ser acionado por meio do email:
suportespca@tse.jus.br
No site do TSE está disponível uma página contendo perguntas frequentes do SPCA, conforme link a seguir:
http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/entrega-da-prestacao-de-contas/perguntas-frequentes-spca
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3. Considerações Sobre a Prestação de Contas Anual
Nos casos em que o processo é protocolado eletronicamente por meio do PJE, os documentos devem ser assinados e digitalizados para serem
inseridos no processo judicial eletrônico. Os demonstrativos elaborados pelo SPCA, e encaminhados à Justiça Eleitoral, devem conter o número
de controle da prestação de contas, gerado no SPCA, no módulo “Pendências e encerramento do exercício”.
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A inclusão das peças e documentos no sistema PJe, no caso dos Diretórios Regionais, deve obedecer à ordem
definida no artigo 29 e seus incisos, nominando-se e identificando-se os arquivos nos moldes previstos.
Quando o processo é protocolado fisicamente, no cartório eleitoral, os documentos devem ser assinados e inseridos no processo físico. Os
demonstrativos elaborados pelo SPCA, e encaminhados à Justiça Eleitoral, devem conter o número de controle da prestação de contas gerado SPCA, no
módulo “Pendências e encerramento do exercício”.
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3.1.2. Sobre a Prestação de Contas sem Movimentação Financeira
As prestações de contas dos órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos financeiros ou bens estimáveis em dinheiro
no período deverão ser apresentadas, nos termos do art. 28, § 3º, da Resolução TSE nº 23.546/2017.
A prestação de contas deverá ser:
I - preenchida de acordo com o modelo disponível na página do TSE na Internet (a partir do exercício financeiro de 2017, a declaração deverá ser
gerada no Sistema de Prestação de Contas Anuais - SPCA);
II – impressa e assinada pelo tesoureiro e pelo presidente do órgão partidário, que são responsáveis, inclusive criminalmente, pelo teor da
declaração prestada;
III - entregue, fisicamente, ao juízo competente para a análise da respectiva prestação de contas.
A prestação de contas, mediante a apresentação da Declaração de Ausência de Movimentação de Recursos, pressupõe a inexistência de
movimentação de recursos, seja financeira ou estimável.
Na hipótese de a declaração apresentada não retratar a verdade, a autoridade judiciária deve determinar a aplicação das sanções cabíveis ao órgão
partidário e seus responsáveis, na forma do art. 46, e a disponibilização do processo ao MPE para apuração da prática de crime eleitoral, em especial, o
previsto no art. 350 do CE, conforme art. 45, VIII, c, da Resolução nº 23.546/2017.
Código Eleitoral
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou
alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
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3.2. Sobre as Contas Bancárias
Para a prestação de contas à Justiça Eleitoral, o partido deve observar a utilização de contas bancárias específicas, conforme as situações previstas no
art. 6º, da Resolução TSE nº 23.546/2017:
A exigência de abertura de conta bancária específica para movimentar os recursos somente se aplica aos órgãos partidários que, direta ou
indiretamente, recebam recursos do gênero.
Os recebimentos e gastos realizados devem ser efetivados por meio das contas bancárias específicas, observando-se sua destinação.
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3.3. Sobre as Receitas do Partido – Outros Recursos
§1º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito
bancário diretamente na conta do partido político (Lei nº 9.096/1995, art. 39, § 3º).
§2º O depósito bancário previsto no §1º deve ser realizado na conta “Doações para Campanha” ou na conta “Outros Recursos”, conforme sua
destinação, sendo admitida a efetivação por qualquer meio de transação bancária no qual o CPF do doador ou contribuinte ou o CNPJ, no caso de
partidos políticos ou candidatos, seja obrigatoriamente identificado.
Deste modo, além dos devidos registros das receitas no SPCA, para fins de comprovação documental sobre os doadores/contribuintes, devem ser
apresentados à Justiça Eleitoral:
Os partidos deverão observar a necessidade de emissão dos recibos de doação, conforme prevê a Resolução TSE nº 23.546/2017, art. 11.
Ressaltamos que nas ocorrências de transferências financeiras ou estimáveis em dinheiro realizadas entre níveis de direção partidária do mesmo
partido político, com “Outros Recursos”, deve constar a identificação do doador originário (Resolução TSE nº 23.546/2017, art.11, inciso II).
Por fim, recomendamos que o partido mantenha um controle permanente sobre os recursos recebidos, observando eventuais ocorrências de
recebimento de recurso de fontes vedadas, nos termos do art. 12, da Resolução TSE nº 23.546/2017, ou ocorrência de recebimento de recursos
origem não identificada (RONI), nos termos do art. 13, da Resolução TSE nº 23.546/2017.
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Na ocorrência de recebimento de recursos de fonte vedada ou de origem não identificada, o partido deve adotar os procedimentos previstos na
Resolução nº 23.546/2017, indicados a seguir:
§ 5º Os partidos políticos podem recusar doação identificável que seja creditada em suas contas bancárias indevidamente, promovendo o
estorno do valor para o doador identificado até o último dia do mês subsequente à efetivação do crédito, ressalvado o disposto no art. 13.
Pagamentos de despesas ou contribuições dos diretórios municipais para os diretórios estaduais e/ou nacionais, não
devem ser pagos com recursos pessoais do presidente ou outro associado da agremiação. As despesas e transferências
intrapartidárias devem ser quitadas por meio de recursos transitados em contas bancárias do partido.
Os recursos de pessoas físicas, ainda que de dirigentes partidários, se utilizados, sem o prévio trânsito em conta bancária,
constituem recursos de origem não identificada (RONI), por infringir o disposto no art. 8º, §1º da Resolução TSE nº
23.546/2017 e impedir qualquer tipo de controle pela Justiça Eleitoral, sobre a origem do recurso repassado indiretamente
para o partido.
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3.4. Sobre a Realização de Gastos – Fundo Partidário
Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido político para a sua manutenção e consecução de seus
objetivos e programas, nos termos do art. 17, da Resolução nº 23.546/2017.
§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de gastos relacionados (Lei nº 9.096/1995, art. 44):
I - à manutenção das sedes e serviços do partido;
II - à propaganda doutrinária e política;
III - ao alistamento e às campanhas eleitorais;
IV - à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política;
V - à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres;
VI - ao pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à
pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; e
VII - ao pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
A comprovação dos gastos deve ser realizada por meio de documento fiscal idôneo, sem emendas ou rasuras, devendo dele constar a data de emissão,
a descrição detalhada, o valor da operação e a identificação do emitente e do destinatário ou dos contraentes pelo nome ou razão social, CPF ou CNPJ
e endereço, art. 18, da Resolução nº 23.546/2017.
§ 1º Além do documento fiscal idôneo a que se refere o caput, a Justiça Eleitoral pode admitir, para fins de comprovação de gasto, qualquer meio
idôneo de prova, inclusive outros documentos, tais como:
I - contrato;
II - comprovante de entrega de material ou de prestação efetiva do serviço;
III - comprovante bancário de pagamento; ou
IV - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social (GFIP).
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Os gastos partidários devem ser pagos mediante a emissão de cheque nominativo cruzado ou por transação bancária que identifique o CPF ou CNPJ do
beneficiário, conforme art. 18, § 4º, da Resolução nº 23.546/2017.
A documentação comprobatória dos gastos deve ser apresentada de forma sequenciada, de modo que os comprovantes de gastos (Nota fiscal,
Contrato, Recibos, etc.) mantenham a cronologia da movimentação financeira, individualizada por conta bancária.
§ 3º Os documentos relativos aos gastos com a criação ou manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres
devem evidenciar a efetiva execução e manutenção dos referidos programas, nos termos do inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096/1995, não sendo
admissível mero provisionamento contábil.
A aplicação dos recursos mencionados acima, além da contabilização em rubrica própria do plano de contas aprovado pelo TSE, deve estar comprovada
mediante a apresentação de documentos fiscais em que conste expressamente a finalidade da aplicação, vedada a comprovação mediante o rateio de
despesas ordinárias, tais como água, luz, telefone, aluguel e similares.
Conforme o art. 44, § 5º da Lei 9.096/1995, o partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o saldo para conta
específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro
subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto no inciso V do caput, a ser aplicado na
mesma finalidade.
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade (ADIN nº
5617/2018), por arrastamento, do §5º-A e do §7º do art. 44 da Lei 9.096/1995,
que versa sobre a acumulação dos recursos destinados a programa de promoção e
difusão da participação política das mulheres em diferentes exercícios financeiros,
mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas
eleitorais de candidatas do partido.
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Ressaltamos, ainda, que o partido deve observar os limites previstos estabelecidos no art. 44 da Lei 9.096/1995:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes
limites:
Os recursos do Fundo Partidário não podem ser utilizados para a quitação de multas relativas a atos infracionais, ilícitos penais, administrativos ou
eleitorais ou para a quitação de encargos decorrentes de inadimplência de pagamentos, tais como multa de mora, atualização monetária ou juros,
conforme art. 17, § 2º, da Resolução nº 23.546/2017.
Para melhor conhecimento sobre os gastos com Fundo Partidário, recomendamos a leitura da Resolução nº 23.546/2017 e da Lei nº 9.096/1995.
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3.5. Sobre as Receitas e os Gastos Estimáveis
Doações estimáveis em dinheiro são recursos recebidos, pelo partido, de bens ou serviços prestados, mensuráveis em dinheiro, mas que, por sua
natureza, não transitam em conta bancária e não geram desembolso financeiro para o partido.
Segundo o art. 9º, da Resolução TSE nº 23.546/2017, as doações de bens ou serviços estimáveis em dinheiro ou cessões temporárias devem ser
avaliadas com base nos preços praticados no mercado no momento de sua realização e comprovadas por:
I - documento fiscal emitido em nome do doador ou instrumento de doação, quando se tratar de doação de bens de propriedade do doador
pessoa física;
II - instrumento de cessão e comprovante de propriedade do bem cedido pelo doador, quando se tratar de bens cedidos temporariamente ao
partido político;
III - instrumento de prestação de serviços, quando se tratar de serviços prestados por pessoa física em favor do partido; ou
IV - demonstração da avaliação do bem ou serviço doado, mediante a comprovação dos preços habitualmente praticados pelo doador e a sua
adequação aos praticados no mercado, com indicação da fonte de avaliação.
Quanto aos recibos de doação, aplica-se o disposto no art. 11 da Resolução TSE nº 23.546/2017:
§ 1º Os recibos devem ser numerados, por partido político, em ordem sequencial e devem ser emitidos na página do TSE na Internet.
§ 7º Aplica-se às doações de bens estimáveis em dinheiro o disposto neste artigo, observando-se que:
I - o recibo deve ser emitido no prazo de até cinco dias contados da doação e, na hipótese da cessão temporária, do início do recebimento
dos bens e serviços, estipulando-se o valor estimável em dinheiro pelo período pactuado, computando-se o primeiro mês; e
II - na hipótese de o período de cessão temporária ultrapassar o mês em que iniciado o recebimento do bem ou serviço, o partido deve,
enquanto a cessão persistir, emitir mensalmente novos recibos até o 5º (quinto) dia do mês subsequente.
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Salientamos que as doações estimáveis em dinheiro, recebidas em desacordo com o art. 12, da Resolução TSE nº 23.546/2017, caracterizam-se, como
RECURSO DE FONTE VEDADA:
Art. 12. É vedado aos partidos políticos e às suas fundações receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, doação, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - origem estrangeira;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações orçamentárias do Fundo Partidário e do FEFC;
III - pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou permissão; ou
IV - autoridades públicas.
(...)
Nos termos do art. 13, inciso III, da Resolução TSE nº 23.546/2017, os recebimentos estimáveis em dinheiro poderão ser caracterizados como
RECURSOS DE ORIGEM NÃO IDENTIFICADA, quando:
III – o bem estimável em dinheiro que tenha sido doado ou cedido temporariamente não pertença ao patrimônio do doador ou, quando se tratar de
serviços, não sejam produtos da sua atividade.
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3.6. Sobre o Registro de Recebimentos e Gastos do Período Eleitoral (FEFC, Fundo Partidário e Outros Recursos)
Considerando o art. 13, da Resolução TSE nº 23.553/2017, os partidos devem incorporar nos registros da prestação de contas as informações relativas
à participação no pleito eleitoral:
Art. 13. Os partidos políticos devem manter em sua prestação de contas anual contas específicas para o registro da escrituração contábil das
movimentações financeiras dos recursos destinados às campanhas eleitorais, a fim de permitir a segregação desses recursos em relação a
quaisquer outros e a identificação de sua origem.
Os recursos utilizados nas eleições decorrem tanto do Fundo Partidário, quanto do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas Eleitorais e Outros
Recursos.
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3.7. Sobre o Julgamento das Contas e das Sanções
Sobre a regularidade das contas partidárias, a Justiça Eleitoral poderá julgar, nos termos do art. 46 da Resolução TSE nº 23.546/2017:
I – pela aprovação, quando estiverem regulares;
II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas impropriedades de natureza formal, falhas ou ausências irrelevantes;
III – pela desaprovação, quando:
a) Verificada a irregularidade que comprometa a integralidade das contas;
b) Apresentados apenas parcialmente os documentos e informações de que trata o art. 29 e não seja possível verificar a
movimentação financeira do órgão partidário; ou
c) Verificado que a declaração de que trata o §2º do art. 28 não corresponde à verdade;
§ 1º A ausência parcial dos documentos e das informações de que trata o art. 29 não enseja o julgamento das contas como não prestadas se do
processo constar elementos mínimos que permitam a análise da prestação de contas.
§ 2º Na hipótese do § 1º, a autoridade judiciária deve examinar se a ausência verificada é relevante e compromete a regularidade das contas
para efeito de sua aprovação com ressalvas ou de sua desaprovação.
§ 3º Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a
destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas (Lei nº 9.096/1995, art. 37, § 12).
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3.7.2. Sobre as Sanções
• em caso de recebimento de RECURSOS DE FONTES VEDADAS: se partido não adotar as providências de devolução à origem ou recolhimento
ao Tesouro Nacional na forma do art. 14, o órgão partidário fica sujeito à suspensão da distribuição ou do repasse dos recursos
provenientes do Fundo Partidário pelo período de um ano (Lei nº 9.096/1995, art. 36, inciso II); (art. 47, inciso I, da Resolução TSE nº
23.546/2017)
• em caso de não recolhimento ao Tesouro Nacional dos RECURSOS DE ORIGEM NÃO IDENTIFICADA (RONI) de que trata o art. 13: deve ser
suspensa a distribuição ou o repasse dos recursos provenientes do Fundo Partidário até que o esclarecimento da origem do recurso seja
aceito pela Justiça Eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 36, inciso I); e (art. 47, inciso II, da Resolução TSE nº 23.546/2017)
• na FALTA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: implica a proibição de recebimento de recursos oriundos do Fundo Partidário, enquanto não for
regularizada a situação do partido político (art. 48 da Resolução TSE nº 23.546/2017). O órgão partidário, em qualquer esfera, que tiver as
contas julgadas como não prestadas fica obrigado a devolver integralmente todos os recursos provenientes do Fundo Partidário que lhe
foram entregues, distribuídos ou repassados, bem como terá suspenso o registro ou anotação, no caso de órgão estadual ou municipal
(art. 48, §2º, da Resolução TSE nº 23.546/2017)
• a desaprovação das contas do partido implicará a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até
20% (vinte por cento) (Lei nº 9.096/1995).
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3.8. Sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD)
Os órgãos partidários, em todas as esferas, são obrigados a adotar escrituração contábil digital, independentemente da existência ou não da
movimentação financeira de qualquer natureza de recurso.
Considerando o disposto na legislação supracitada, frequentemente surge o questionamento sobre a obrigatoriedade da referida determinação, nos
termos do art. 3º, da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.774/2017:
Art. 3º Deverão apresentar a ECD as pessoas jurídicas e equiparadas obrigadas a manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial,
inclusive entidades imunes e isentas.
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Cumpre esclarecer aos partidos políticos, que, nos termos do art. 2º da Resolução TSE nº 23.546/2017:
Art. 2º Os partidos políticos, pessoas jurídicas de direito privado, e seus dirigentes sujeitam-se, no que se refere a finanças, contabilidade e
prestação de contas, à Justiça Eleitoral, às disposições estabelecidas na Constituição Federal; a Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995; na Lei
nº 9.504, de 30 de setembro de 1997; nesta resolução; nas normas brasileiras de contabilidade emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade
(CFC); e em outras normas expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. As disposições desta resolução não desobrigam o partido político e seus dirigentes do cumprimento de outras obrigações
principais e acessórias, de natureza administrativa, civil, fiscal ou tributária, prevista da legislação vigente.
Por sua natureza e peculiaridade deve atender tanto aos requisitos relacionados aos aspectos administrativos, cíveis, fiscais e tributários, quanto ao
disposto na Resolução TSE nº 23.546/2017, que impõe aos partidos a adoção obrigatória da ECD, conforme indicado no art. 25 da resolução
supracitada.
Para as prestações de contas com movimentação financeira, o recibo de entrega da ECD deve ser apresentado à Justiça Eleitoral (art. 29, inciso I, da
Resolução TSE nº 23.546/2017).
Para as prestações de contas sem movimentação financeira, nos termos do art. 28, § 3º, da Resolução TSE nº 23.546/2017, não há previsão de entrega
do recibo de entrega da ECD. No entanto, esclarecimentos sobre a adoção da ECD pelo partido podem ser solicitados em diligência, pela Justiça
Eleitoral.
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4. Anexo (CNPJ)
Para que os partidos funcionem regularmente, faz-se necessário que eles tenham CNPJ (Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas). De acordo com o art.
4º, inciso I, da Resolução TSE nº 23.436/2017:
Art. 4º Os partidos políticos, em todos os níveis de direção, devem:
I – inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
(...)
Caso o órgão partidário não possua CNPJ, ele deverá providenciar sua regularização junto à Receita Federal, comunicando, com a urgência devida, ao
Tribunal Regional Eleitoral.
Nas situações em que possua CNPJ, mas não tenha informado à Justiça Eleitoral, o partido deverá providenciar a atualização de seu cadastro.
Por fim, ressaltamos que as alterações dos dirigentes partidários devem ser atualizadas, tanto na Justiça Eleitoral, quanto na Receita Federal. Não deve
o partido, solicitar novo cadastro de CNPJ para cada nova comissão provisória/executiva, pois isso acarreta duplicidade de CNPJ e embaraça a análise
de prestação de contas pela Justiça Eleitoral. O CNPJ deve ser baixado somente no caso de o partido encerrar suas atividades. Caso exista CNPJ em
duplicidade, a agremiação deve providenciar a baixa da inscrição que não utiliza.
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5. Referências
Código Eleitoral. Disponível em
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737.htm>.
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6. Considerações finais
Esta cartilha foi preparada com o objetivo de auxiliar os partidos políticos na elaboração da prestação de contas anuais, proporcionando conhecer o
Sistema de Prestação de Contas Anual – SPCA, além de esclarecer alguns pontos da Lei 9.096/1995 e Resolução TSE nº 23.546/2017.
Esperamos que tenha contribuído para auxiliá-los na elaboração e entrega das prestações de contas anuais.
Enfatizamos que a Secretaria de Gestão da Informação e de Atos Partidários, por meio da SACOP/CEP, continuará apoiando e orientando a todos
que necessitarem de outros esclarecimentos durante a aplicação prática desses conhecimentos em seu dia a dia.
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Proprietário
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
Secretaria de Gestão da Informação e de Atos Partidários
Coordenadoria de Controle de Contas Eleitorais e Partidárias
Seção de Auditoria e Análise de Contas Partidárias
Conteudistas
Domingos Rodrigues Zati
Guilherme Flister Fernandino
Janiléia Pacífico Pereira Lima
Design
Seção de Mídias Educacionais
Escola Judiciária Eleitoral Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira
Data de Elaboração
28 de fevereiro de 2019
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