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Senhor Presidente,

Tendo em vista a edição das Leis 13.165/2015 e 13.363/2016, bem como das Resoluções TSE
ns. 23.478, 23.481, 23.493, 23.502, 23.503, todas de 2016 e todas com regras que possuem
reflexo direto no trabalho desta Secretaria Judiciária e dos julgamentos realizados pelo Pleno
do TRESC, esta Secretaria propõe a alteração de alguns dispositivos do Regimento Interno
deste Tribunal (Res. TRESC n. 7.847/2011), doravante referido como RITRESC, que serão
abordados a seguir de maneira individualizada com as justificativas pertinentes.

1) Lei 13.363/2016 [“Altera a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994, e a Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil), para estipular direitos e garantias para a advogada gestante, lactante, adotante ou que
der à luz e para o advogado que se tornar pai ”].

Diante da edição da Lei n. 13.363/2016, sugere-se acrescentar o § 11 ao art. 68 para que passe
a constar o seguinte texto:

§ 11. A advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, terá preferência na ordem das
sustentações orais a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição.

2) Julgamento dos processos após a publicação da pauta

O Regimento Interno desta Corte atualmente estabelece o seguinte:

Art. 50. A relação dos processos encaminhados para julgamento será


publicada no DJESC com, no mínimo, quarenta e oito horas de
antecedência da sessão.

Por outro lado, a Secretaria Judiciária deste Tribunal, desde a entrada em vigor do Novo
Código de Processo Civil em março de 2016, vem adotando, por cautela, o prazo estabelecido
pelo nCPC para a publicação da pauta de julgamentos judiciais, que é de 5 dias úteis:

Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento


decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova
pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão
seguinte.

Ocorre que o TSE, por meio de sua Resolução 23.478, de 10/5/2016 (“ Estabelece diretrizes gerais
para a aplicação da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 Novo Código de Processo Civil, no âmbito da Justiça
Eleitoral”), estabeleceu o seguinte:

Art. 18. Os julgamentos das ações originárias e dos recursos nos Tribunais
Eleitorais, inclusive os agravos e embargos de declaração na hipótese do
art. 1.024, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, somente poderão ser
realizados 24 horas após a publicação da pauta.

Como se vê, o TSE estabeleceu que o processo não pode ser julgado pelo respectivo TRE se
não transcorridas no mínimo 24 horas da publicação da pauta.

Assim, sugere-se que haja consonância entre a Res. TSE 23.478 e o Regimento interno desta
Casa, para que a redação do art. 50 do RITRESC passe a vigorar com a seguinte redação:

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Art. 50. A relação dos processos encaminhados para julgamento será publicada no DJESC com,
no mínimo, vinte e quatro horas de antecedência da sessão.

3) Atos Regimentais

Sugere-se a incorporação dos Atos Regimentais ns. 1, 2 e 3 ao texto do RITRESC. Justifica-se a


sugestão para evitar que haja instruções esparsas, concentrando-se todas as regras
regimentais em um único ato normativo.

3.1) Atos Regimentais ns. 1 e 2: Com relação aos referidos atos, esta Secretaria Judiciária
entende que eles não precisam de revisão, bastando a sua incorporação ao RITRESC.

3.2) Ato Regimental n. 3: com relação ao referido ato normativo, a SJ se manifesta pela revisão
de sua redação para que se eliminem as dúvidas ou ambiguidades porventura existentes.
Sugere-se, ainda, apreciação quanto a eventual redução do número de dias estabelecido no §
1º, para que passe a ser 9 dias, e não mais 15. Ao final, sugere-se, da mesma forma como
tratado no subitem anterior, a incorporação da redação final ao RITRESC [ver com o Dr.
Davidson uma redação melhor]. Resolução que pode ter reflexo neste subitem: Res. TSE
23.481, de 7/6/2016 (“Dispõe sobre a convocação de juízes substitutos nos Tribunais Regionais Eleitorais no
período eleitoral”).

4) Sessões administrativas

Em razão da edição da Res TSE 23.502, de 19/12/2016, sugere-se que a redação do caput do
art. 63 do RITRESC passe a ser a seguinte:

Art. 63. O Tribunal realizará sessões administrativas sempre que houver necessidade,
preferencialmente após as sessões ordinárias judiciais, com a presença do Procurador Regional
Eleitoral, para apreciar e deliberar acerca de matéria administrativa.

Observação: esta é a atual redação do caput art. 63 do RITRESC:

Art. 63. O Tribunal reunir-se-á em sessões administrativas uma vez por


semana, preferencialmente após as sessões ordinárias judiciais, com a
presença do Procurador Regional Eleitoral, para apreciar e deliberar acerca
de matéria administrativa.

5) Pagamento por sessão judicial

Igualmente em razão da edição da Res TSE 23.502, de 19/12/2016, sugere-se que a redação do
caput art. 64 do RITRESC passe a ser a seguinte:

Art. 64. A gratificação de presença a que fazem jus os Juízes do Tribunal e o Procurador
Regional Eleitoral é devida por sessão judicial a que efetivamente comparecerem.

Observação: esta é a atual redação do caput art. 64 do RITRESC:

Art. 64. A gratificação de presença a que fazem jus os Juízes do Tribunal e o


Procurador Regional Eleitoral é devida por sessão a que efetivamente
comparecerem.

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6) Número de sessões judiciais

Em razão da edição da Res. TSE 23.489, de 1º/8/2016, sugere-se que o art. 55 e parágrafos
seguintes do RITRESC passe a vigorar com a seguinte redação:

Art. 55. O Tribunal reunir-se-á em sessões judiciais ordinárias, até o máximo de 8 (oito) por
mês, e o pagamento da referida gratificação limita-se ao máximo mensal, para cada membro
ou substituto.
§ 1º A partir da data-limite para o pedido do registro de candidatura até 90 (noventa) dias
depois das eleições, o número máximo de sessões mensais remuneradas será o seguinte:
I - no mês de agosto: 12 (doze) sessões;
II - nos meses de setembro a dezembro: 15 (quinze) sessões.
§ 2º Por necessidade do serviço, poderão ser convocadas sessões extraordinárias pelo
Presidente ou pelo Tribunal.
§ 3º As sessões serão públicas, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.

Observação: esta é a atual redação do art. 55 do RITRESC:

Art. 55. O Tribunal reunir-se-á em sessões ordinárias, até o máximo de oito


por mês, salvo no período eleitoral, quando o limite mensal passará a ser de
quinze sessões.
§ 1º Por necessidade do serviço, poderão ser convocadas sessões
extraordinárias pelo Presidente ou pelo Tribunal.
§ 2º As sessões serão públicas, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.

7) Quórum completo

A Lei n. 13.165/2015 incluiu o § 4º ao art. 28 do Código Eleitoral:

Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão


pública, com a presença da maioria de seus membros
[...]
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que
importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de
diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus
membros.

Assim, sugere-se que haja a inclusão de novo parágrafo ao art. 57 do RITRESC, renumerando-
se os seguintes, bem como a inclusão da expressão “ao julgamento” no § 3º, conforme
proposto abaixo:

Art. 57. O Tribunal deliberará por maioria de votos, com a presença mínima de quatro de seus
Juízes, além do Presidente, salvo nos casos expressos na legislação e neste Regimento.
§ 1º As decisões sobre quaisquer ações ou recursos que importem cassação de registro,
anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a
presença de todos os membros.
§ 2º Somente pelo voto da maioria absoluta dos Juízes do Tribunal poderá ser declarada a
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Poder Público.

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§ 3º Se não for alcançada a maioria necessária ao julgamento ou à declaração de
inconstitucionalidade, por estarem ausentes Juízes em número que possa influir no julgamento,
este será suspenso, a fim de aguardar-se a manifestação daqueles, até que se atinja o número
mínimo exigido para a prolação da decisão.

Observação: esta é a atual redação do art. 57 do RITRESC:

Art. 57. O Tribunal deliberará por maioria de votos, com a presença mínima
de quatro de seus Juízes, além do Presidente, salvo nos casos expressos na
legislação e neste Regimento.
§ 1º Somente pelo voto da maioria absoluta dos Juízes do Tribunal poderá
ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Poder
Público.
§ 2º Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de
inconstitucionalidade, por estarem ausentes Juízes em número que possa
influir no julgamento, este será suspenso, a fim de aguardar-se a
manifestação daqueles, até que se atinja o número mínimo exigido para a
prolação da decisão.

8) Garantia à faculdade de servir por dois biênios consecutivos.

Ver Res. TSE 23.493, de 1º/9/2016 (“ Dispõe sobre o mandato dos ocupantes de cargos diretivos nos
Tribunais Regionais Eleitorais e a garantia à faculdade de servirem por dois biênios consecutivos ”)

Tratar a matéria diretamente com o Presidente e demais Juízes do Pleno.

9) Possibilidade de o relator antecipar o voto versus sustentação oral

Esta Secretaria, ao analisar o Regimento Interno do CNJ, especificamente o seu art. 125, § 1º,
observou a seguinte orientação:

Art. 125. Nos julgamentos, será assegurado direito à sustentação oral ao


interessado ou a seu advogado, e, se for o caso, ao Presidente do Tribunal,
pelo prazo de dez (10) minutos.
§ 1º Apresentado o relatório, preferentemente resumido, o Relator
antecipará a conclusão do voto, hipótese em que poderá ocorrer a
desistência da sustentação oral, assegurada pelo Presidente a palavra ao
interessado se houver qualquer voto divergente do antecipado pelo
Relator

Vale ressaltar que essa prática já adotada formalmente pelo CNJ – a de o Relator antecipar o
voto para que o advogado reconsidere ou não o pedido de realizar sustentação oral – tem sido
aplicada informalmente durante os julgamentos judiciais desta Corte Eleitoral Catarinense.

Assim, a Secretaria Judiciária sugere que a prática seja formalizada dentro do RITRESC, com a
alteração da redação do caput do art. 68 e a inclusão de mais um parágrafo logo após o caput
do referido artigo, devendo haver, por consequência, a renumeração dos demais parágrafos
do artigo, inclusive daquele sugerido no item 1 desta proposição (relativamente à Lei
13.363/2016 – preferência à advogada gestante, adotante etc):

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Art. 68. Após o relatório, o Relator antecipará a conclusão do voto, hipótese em que poderá
ocorrer a desistência da sustentação oral, assegurada pelo Presidente a palavra ao interessado
se houver qualquer voto divergente do antecipado pelo Relator.
§ 1º Caso o advogado reitere o pedido de sustentação oral, o Presidente concederá a palavra
aos advogados das partes e, por fim, ao Procurador Regional Eleitoral, na condição de fiscal da
lei, para realizarem sustentação oral pelo prazo de dez minutos cada um.

Observação: esta é a atual redação do caput do art. 68 do RITRESC:

Art. 68. Após o relatório, o Presidente concederá a palavra aos advogados


das partes e, por fim, ao Procurador Regional Eleitoral, na condição de fiscal
da lei, para realizarem sustentação oral pelo prazo de dez minutos cada um.

Florianópolis, 23 de janeiro de 2017.

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