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CLASSIFICAÇÃO SEMIQUANTITATIVA DE
ICNOFÁBRICA DA FORMAÇÃO PIRABAS NA
PORÇÃO NORDESTE DO PARÁ
INTRODUÇÃO
A Formação Pirabas é constituída por rochas carbonáticas ricamente fossilíferas que representa um
dos melhores registros da sedimentação marinha do Cenozoico do Brasil. Essas rochas têm revelado a pre-
sença de uma abundante, porém pouco diversificada icnofauna de invertebrados que ainda é pouco estudada
(Fernandes e Assis 1980). A maioria dos trabalhos icnológicos está em notas ou resumos (Távora e Silva Jr.
2001) que em muitos casos somente citam a ocorrência de traços fósseis na Formação Pirabas e alguns arti-
gos (Fernandes e Assis 1980, Góes et al. 1990). Atualmente estudos da distribuição e abundância de traços
fósseis em depósitos sedimentares demonstram extrema importância na interpretação do comportamento
de vários organismos fósseis e das condições sedimentológicas de diversos ambientes. Dessa forma, a partir
da análise da icnofábrica que é o índice baseado na mudança de textura da rocha sedimentar conforme o
aumento da bioturbação, é possível inferir vários parâmetros paleoambientais como salinidade, taxa de se-
dimentação, suprimento de nutrientes e oxigenação. Este trabalho visa à compreensão da relação dos traços
fósseis com as condições paleoambientais reinantes durante a formação dos depósitos da Formação Pirabas
utilizando a analise semiquantitativa de icnofábrica.
FORMAÇÃO PIRABAS
A sucessão carbonática da Formação Pirabas foi depositada durante uma transgressão marinha no
Oligoceno superior - Mioceno inferior (Fernandes 1988, Rossetti 2001) e consiste nos depósitos basais da
Plataforma Bragantina (Góes 1981, Rossetti 2001). Seus depósitos afloram principalmente na região litorâ-
nea do nordeste do Pará e ocorre ao longo da costa norte-nordeste do Brasil entre os estados do Pará e Piauí.
Esta formação é constituída por carbonatos intercalados com argilitos com ocorrências subordinadas de are-
nitos com laminação plano-paralela e onduladas tipo linsen, estratificação cruzada tabular e acamamentos
heterolíticos. As microfácies são caracterizadas por wackestones-packstones fossilíferos, rudstones-floats-
tones e mudstones maciços. O conteúdo fossilífero desta formação é representado por vertebrados, macro e
microinvertebrados, além de fragmentos de matéria orgânica vegetal (Leite et al. 1997, Távora et al. 2010).
A deposição dos sedimentas ocorreu em plataforma carbonática marinha rasa, secundariamente, em uma
variedade de subambientes deposicionais, que incluem plataforma externa, plataforma restrita e complexo
de ilhas-barreira, incluindo-se canais, planícies e deltas de maré, além de laguna e mangues (Góes et al.
1990), sob clima temperado-úmido (Almaraz e Formoso 1971).
METODOLOGIA
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ção das camadas assim com a densidade de traços fósseis por unidade de área (Miller e Smail 1997). Para
a apresentação dos dados neste trabalho foi utilizado o índice de bioturbação (BI = Bioturbation Index)
de Taylor e Goldring (1993) que se baseia na quantidade da fabrica sedimentar retrabalhada em relação à
fábrica original. Foi confeccionada uma representação gráfica para icnofábrica resultante baseada nos icno-
táxons presentes, tipo, tamanho, densidade, diversidade e ordem de sucessão dos eventos.
Figura 1. Diagrama dos constituintes das icnofábricas, ilustrando a relação entre o grau de bioturbação
e os componentes usados na análise de icnofábrica, construído a partir da metodologia de Taylor e
Goldring (1993).
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DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
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profundas relacionadas com algum estresse ambiental durante a ocupação do substrato. Curtos intervalos
de variações de salinidade e oxigenação próximas do substrato governavam os períodos de ocupação do
fundo marinho.
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