Aula - Fatores de Fprmação Do Solo

Universidade Federal do Piauí- UFPI
Centro De Ciências Agrárias – CCA

Engenharia Agronômica
Ciência do Solo II
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO
D r. L u í s A l f re d o P i n h e i ro L e a l N u n e s Paula Muniz Costa

P ro f e s s o r Mestranda em Agronomia
C e n t ro d e C i ê n c i a s A g r á r i a s
Departamento de Engenharia Agrícola e Solos
Teresina-PI
2023.1
Introdução
Fatores de formação do solo:

Clima
Organismos Relevo
Perfil do solo
Material de
SOLO Tempo
origem
2
Introdução
 Dokuchaev observou que o solo não era um simples
amontado de material geológico, e sim o resultado da
interação de diferentes fatores.
 Dokuchaev escreveu, que:

"... se todos os elementos que formam o solo forem
idênticos, então os solos também serão idênticos; e pelo
contrário, a discrepância destes elementos (unicamente ou Dokuchaev (1846–1903)
na totalidade) resulta em solos diferentes. Conhecendo todos "O Pai da Ciência do Solo"
os elementos de formação do Solo em determinada região,
facilmente pode-se dizer quais solos existem nessa
região...".
3
Introdução
Os estudos de Dokuchaev forneceram a base para o modelo mais
influente de gênese do solo, proposto por Jenny.
S= f (c, o, m, r, t)
Climossequência
Classificados
Biossequência
Litossequência
Fatores Ativos Jenny (1899 – 1992)
Topossequência
Fatores Passivos Cronossequência
Fator Controlador
4
Fonte: Lepsch,2011
5
 O clima e os organismos são fatores ativos que exercem ações
modificadoras e produzem energia no sentido superfície/rocha.
 O relevo, é um fator controlador atuando na dinâmica da água no

sentido vertical (infiltração) e no sentido horizontal (escoamento
superficial e drenagem lateral).
6
 O material de origem (rocha) é aquele do qual os solos se
desenvolvem e que respondem pela diversidade de matéria-prima.
 O tempo é responsável pela duração em que as ações são exercidas.
 O homem atua tanto melhorando (adubação verde e plantio direto)

quanto destruindo o solo (desmatamento e queimadas).
7
 Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a
400 anos.
 Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornarem-
se produtivos.
 Muitas vezes apenas uma chuva carreia uma quantidade de solos que levou
milhares de anos para se formar.
8
9
I- Clima (Fator ativo)

Isoladamente é o fator mais importante, por definir o tipo e a
velocidade do intemperismo.
Principais atributos climáticos na formação do solo são:
• Precipitação pluviométrica;
• Temperatura.
10
11
 Precipitação pluviométrica
• Favorece a instalação de seres vivos
• Transporte de material da superficial do solo na horizontal ou vertical;
• Solvente universal, dissociação de substâncias (Intemperismo
químico);
• Formação de solos ácidos;
• Regiões que chovem muito é comum ter solos ácidos, por causa da
12
lavagem dos cátions básicos (Ca, Mg e K).
Efeito do clima nas propriedades do solo
Figura. Relação da precipitação com o pH do solo.
13
Efeito do clima nas propriedades do solo
Figura. Relação da precipitação com a profundidade do solo.
14
 Temperatura
 Para cada 10º C de aumento de temperatura, a velocidade das reações
físicas dobra sobre as rochas, pois há uma maior expansão dos
minerais.
• Influência na velocidade das reações químicas → Intemperismo da
rocha e da matéria orgânica;
• Os organismos são influenciados pelas temperaturas.
15
 Temperatura
Fonte: Adaptado de Ker et al., 2012.

Figura. Curso diurno da temperatura do solo em diferentes
profundidades em Latossolo Vermelho distroférrico, de Ribeirão
Preto (SP). 16
Efeito do clima na formação do solo
 Climas Brasileiros
o Clima Equatorial;
o Clima Tropical;
o Clima Semiárido;
o Clima Subtropical.
Mendonça & Danni-Oliveira, 2007

17
Clima Equatorial
 Corresponde ao grupo A de Koppen, sem estação fria,

temperatura uniforme, com média térmicas > 18°C,
precipitação pluvial > 3000 mm (área leste e oeste).
18
Clima Tropical
 Corresponde ao grupo (Aw), estações bem definida, temperatura

média superior a 20°C, precipitação 1000 a 1.500 mm ano.
Sudeste
Nordeste 19
 Grupo (Aw)
Fonte: SEMAR (2019).
Figura. Caracterização da pluviometria no estado do Piauí.

20
Clima Semiárido
 Conhecido como clima tropical equatorial, grupo do (Bsh)
escassez de chuva, temperaturas entorno de 27°C , chuva não
excedem 800 mm, (secas do Nordeste).
21
Clima Subtropical
 Corresponde ao grupo (Cfa,Cfb), temperaturas inferior a 18°C ,
geadas e nevascas, regularidade na distribuição pluviométrica
(1.250 a 2000 mm).
22
Efeito do clima na formação do solo
Figura. Diagrama das regiões de intemperismo para as condições brasileiras.
23
Clima quente e úmido
• Decomposição química e desintegração física rápida e
intensa das rochas, originando solos profundos;
• Maior transporte de elementos solúveis das camadas
superiores; devido a maior infiltração;
• Solos ácidos;
• Vegetação de florestas.
24
25
Município de Luís Correia Argissolo Amarelo
Caracterização pedológica da planície costeira do Estado do Piauí

Cabral et al., 2020 26
Município de Cajueiro da Praia Gleissolo Sálico
Caracterização pedológica da planície costeira do Estado do Piauí

Cabral et al., 2020 27
Clima árido ou muito frio
 Predomina desintegração física, originando solos rasos;
 Pouca matéria orgânica e maior quantidade de sais solúveis
em função da pouca água;
 Solos neutros ou alcalinos;
 Gramíneas e arbustos.
28
Clima árido ou muito frio
29
Clima
Figura. Os teores totais médios de alguns dos principais

compostos do solo variam de acordo com o clima.
30
Minerais do solo
Figura. Efeito da precipitação na mineralogia da fração argila em solos

do Hawai.
31
II- Organismos (Fator ativo)
Compreende a fauna e a flora desenvolvida no solo, e inclui as
intervenções humanas.
32
Microfauna Mesofauna
 Bactérias, fungos, algas e  Ácaros, colêmbolos,

protozoários enquitreídeos
 Decomposição da MOS  Processamento da MOS
 Hidrólise de minerais  Ciclagem de nutrientes
 Microfraturas nas rochas e  Tamanho dos poros do solo
superfície de minerais 33
Fungos micorrízicos
em rochas graníticas
Hifas envolvendo
um grão de quartzo
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II- Organismos Macrofauna
 Bioturbação
 Homogeneização do solo
 Formação de galerias e canais
 Introdução e quebra da MO inacessível
 Produção de agregados
 Macroporos
 Ciclagem de nutrientes
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II- Organismos Microflora
 Musgos e líquens
 Estabelecimento sobre a rocha recém-exposta
 Degradação química (liberação de ácidos orgânicos)
 Degradação física (incrustação no substrato)
 Intemperismo
36
II- Organismos Homens
 Remoção da cobertura vegetal

 Revolvimento do horizonte A
 Corretivos, fertilizantes, resíduos orgânicos
37
38
III- Material de origem (Fator Passivo)
 É a matéria-prima a partir da qual os solos se desenvolvem;
 Podem ser de natureza mineral ou orgânica.
Ígneas (ex: Basalto, granito)

Rochas Metamórficas(ex: Gnaisses, quartzitos)
Sedimentar (ex: Arenito, siltito)
39
 Dão origens aos diversos tipos de solo
Rochas:
Sedimentares Ígneas Metamórficas
Deposição e Consolidação Origem do Resfriamento e Resultante da transformação

Congelamento do Magma de rochas Ígneas., Sed. ou
Cobrem 75% da superfície
Minerais: Félsicos (Si, K) e Metamorfica.
Arenito, siltito. Máficos (Fe e Mg).
40
 O material de origem é constituído por minerais com diferentes graus
de susceptibilidade ao processo de intemperismo.
 Sob condições idênticas de clima, organismos e topografia, certos solos

se formam mais rapidamente que outros.
 Dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser

arenosos, argilosos, férteis ou pobres.
41
 Uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes, dependendo
da variação dos demais fatores de formação.
Granito
Clima úmido e quente Clima seco e quente
Solos profundos, Solos rasos e

não pedregosos e pedregosos
mais pobres 42
Principais variáveis no material de origem que influenciam os solos:
 Granulometria:
 Determina a textura do solo;
 Capacidade de troca de cátions;
 Drenagem e capacidade de retenção de água.
43
 Cor
 Em função dos minerais da rocha.
 Rochas ricas em minerais máficos, são mais escuras e mais
susceptíveis ao intemperismo;
 Enquanto que rochas ricas em SiO2 e em minerais claros, são mais
resistentes ao intemperismo. 44
 Composição química e mineralógica :
 Influência na velocidade de intemperização;
 Altera o suprimento de elementos e a composição do solo.
45
Exemplos:
 Arenitos e ou quartzito: Originam solos de textura arenosa e baixa
fertilidade.
Arenito 46
Exemplos:
 Diabásio e basalto: Tendem a dar origem a solos escuros e argilosos e
rico em nutrientes.
Diabásio
47
Exemplos:
 Hematita e Goethita (óxidos de ferro): Imprimi ao solo cores
avermelhadas e amareladas, respectivamente.
Hematita Goethita
48
IV- Relevo (Fator controlador)
 Configuração da superfície do terreno, relacionado com a distribuição
espacial dos solos.
 Refletem principalmente na dinâmica de distribuição dos fatores

climáticos (água) e, consequentemente, em como esses fatores vão
afetar a formação do solo
49
50
A paisagem apresenta um relevo, o qual condiciona a formação dos solos.
Influência do relevo na formação dos solos. 51

Exceções:
Caso I: é comum encontrarmos solos rasos em locais de
relevo plano no semiárido brasileiro, isso porque a
falta de água dificulta o intemperismo químico e,
consequentemente, a evolução dos solos nesses
locais.
Caso II: em regiões de relevo movimentado, podem

ser encontrados solos muito evoluídos. A explicação
para isso vem de estudos que demonstram que essa região
já foi plana em períodos anterior.
Influência do relevo na formação dos solos. 52
Relevo x Tipo de solo
53
Relevo (serra) x Clima
 Os ventos (alísios) se deslocam do mar e penetram no continente.
 A elevada altitude das Serras formam uma barreira ao deslocamento das

correntes aéreas.
Forma-se dois ambientes distintos:
 Face úmida e fresca (Barlavento) - Solos profundos

 Face quente e seca (Sotavento) – Solos rasos
54
Relevo (serra) x Clima
55
V- Tempo (Fator passivo)
 É o fator mais passivo de todos;
 Refere-se à maturidade de um solo, permitindo situar a idade da

formação do solo;
 Se estima que o grau de maturidade relativa de um solo, é baseada

nas diferenças dos horizontes, tanto na sua quantidade como na sua
espessura.
56
57
 Solo jovem
A taxa de erosão foi maior que o intemperismo (relevo acidentado) ou o
intemperismo foi pouco intenso ( clima frio ou seco), originando um solo
raso.
 Solo velho
A pedogênese (intemperismo) foi mais forte formando solos profundos e
empobrecidos quimicamente.
58
59
60
Universidade Federal do Piauí- UFPI
Centro De Ciências Agrárias – CCA
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Ciência do Solo II
paulamunizcosta@outlook.com Paula Muniz Costa

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Fatores de formação do solo:

 Dokuchaev escreveu, que:

 O relevo, é um fator controlador atuando na dinâmica da água no

 O tempo é responsável pela duração em que as ações são exercidas.

 O homem atua tanto melhorando (adubação verde e plantio direto)

I- Clima (Fator ativo)

Figura. Relação da precipitação com o pH do solo.

Figura. Relação da precipitação com a profundidade do solo.

Fonte: Adaptado de Ker et al., 2012.

Mendonça & Danni-Oliveira, 2007

 Corresponde ao grupo A de Koppen, sem estação fria,

 Corresponde ao grupo (Aw), estações bem definida, temperatura

Fonte: SEMAR (2019).

Figura. Caracterização da pluviometria no estado do Piauí.

Figura. Diagrama das regiões de intemperismo para as condições brasileiras.

Município de Luís Correia Argissolo Amarelo

Caracterização pedológica da planície costeira do Estado do Piauí

Município de Cajueiro da Praia Gleissolo Sálico

Caracterização pedológica da planície costeira do Estado do Piauí

Figura. Os teores totais médios de alguns dos principais

Figura. Efeito da precipitação na mineralogia da fração argila em solos

 Bactérias, fungos, algas e  Ácaros, colêmbolos,

 Remoção da cobertura vegetal

Ígneas (ex: Basalto, granito)

Sedimentares Ígneas Metamórficas

Deposição e Consolidação Origem do Resfriamento e Resultante da transformação

 Sob condições idênticas de clima, organismos e topografia, certos solos

 Dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser

Clima úmido e quente Clima seco e quente

Solos profundos, Solos rasos e

 Refletem principalmente na dinâmica de distribuição dos fatores

Influência do relevo na formação dos solos. 51

Caso II: em regiões de relevo movimentado, podem

 A elevada altitude das Serras formam uma barreira ao deslocamento das

Forma-se dois ambientes distintos:

 Face úmida e fresca (Barlavento) - Solos profundos

 Refere-se à maturidade de um solo, permitindo situar a idade da

 Se estima que o grau de maturidade relativa de um solo, é baseada

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