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IMPLEMENTAÇÃO DE MINA

UNIDADE I
INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE I
INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO.......................................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1
SETOR MINERAL............................................................................................................................................................................. 6

CAPÍTULO 2
CONCEITOS IMPORTANTES....................................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 3
CICLO DE VIDA DE UMA MINA.............................................................................................................................................. 15

REFERÊNCIA..................................................................................................................................................18
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INTRODUÇÃO À
MINERAÇÃO
UNIDADE I

Nesta primeira parte da apostila será introduzida características do setor mineral e de


um empreendimento mineiro. O capítulo 1 explica o que a mineração, como o setor é
importante para economia, ressaltando um pouco das modificações socioambientais.

O capítulo 2 se encarrega de falar um pouco sobre o licenciamento ambiental e seus


documentos e procedimentos necessários para implementar uma mina, assim como o
plano de aproveitamento econômico e o relatório anual de lavra.

O capítulo 3 é responsável por explicar o ciclo de vida de uma mina e suas etapas: pesquisa
mineral (prospecção e exploração), estudos de viabilidade econômica, desenvolvimento
de mina e implantação do projeto de mineração, operação (lavra), fechamento e pós-
fechamento

Objetivos da unidade
» Entender um pouco da mineração;
» Compreender sucintamente o licenciamento ambiental;
» Estudar um plano de aproveitamento econômico;
» Avaliar a necessidade de um relatório anual de lavra;
» Aprender o que é o ciclo de vida da uma mina e suas etapas;
» Entender as fases de um empreendimento e as ações ambientais

Você sabia que essas inovações surgiram por causa da mineração?


Segundo o site da Vale, uma das maiores líderes da mineração mundial, essas inovações
surgiram por causa da necessidade que surgiram durante a extração de minérios.

Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/5-inovacoes-surgiram-gracas-mineracao.aspx

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Capítulo 1
SETOR MINERAL

Um dos setores elementares da economia mundial é a mineração. Esta atividade auxilia


no bem estar e o melhoramento da qualidade de vida das pessoas.

A mineração contribui para o crescimento econômico e social de muitos países, levando


em consideração que os minerais são imprescindíveis a vida contemporânea.

No entanto, essa atividade e seus produtos impactam no dia-a-dia das pessoas e abrangem
diversos estágios que em grande parte das vezes são anônimos a população.

O setor mineral trabalha com recursos finitos e daí surge à apreensão da sociedade com
o padrão para gerenciá-los.

È imprescindível que o setor mineral tenha responsabilidades ambiental e social, buscando


sempre está em consonância com os princípios da sustentabilidade.

Inúmeros são os desafios relacionados à sustentabilidade na mineração, pois as operações


vinculadas a essa atividade provocam grandes impactos negativos ao ambiente, podendo
ser locais, regionais ou nacionais.

Especialmente porque na mineração, muitas são as modificações físicas feitas na paisagem


provenientes das atividades de abertura das cavas, disposição de material estéril oriundos
do decapeamento superficial e da disposição de rejeitos resultantes de tratamento ou
beneficiamento de minérios. (IBRAM, 2016)

A mineração consiste em “um conjunto de atividades destinadas a pesquisar, descobrir,


mensurar, extrair, tratar ou beneficiar e transformar recursos minerais de forma a torná-
los benefícios econômicos e sociais.” (IBRAM, 2016, pg. 11.).

Dias et.al (2013) explica que o termo mineração é derivado da palavra em latim mineralis
(relativo às minas) e consiste no processo de extração de minerais/compostos minerais
dotados de relevância econômica para aproveitamento da humanidade.

O autor ainda afirma que o setor é uma indústria primária, ou melhor, os bens gerados
são provenientes da camada mais externa do planeta, englobando os extraídos dos
oceanos mares e rios.

Os produtos originários desta indústria são utilizados como matéria-prima para indústrias
secundárias.

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INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO | UNIDADE I

Na condição de precursora, a mineração se sobressai por ser uma indústria de base e


também por alavancar novas e outras possibilidades econômicas.

Se comparar a mineração, como indústria, aos demais setores produtivos, pode-se dizer
que ela se distingue em:

» Guarnece os insumos que são fundamentais a cadeia produtiva dos mesmos;

» Individualidade no dimensionamento da produção dos resíduos para cada tipo


de mineral;

» Especialmente, pelas implicações diferentes e particularidades dos resíduos sólidos


produzidos nos outros segmentos.

Para realizar a exploração mineral essas indústrias precisam fazer altos investimentos
pela sua magnanimidade.

Esses investimentos estão voltados para pesquisa, praticabilidade econômica, tecnologia


apropriada e o capital a ser investido bem como a natureza desse capital, a qualidade e
quantidade do minério que será explorado.

Além disso, é importante ressaltar que esses recursos a serem explorados são finitos
e não renováveis e às vezes não possuem fácil acesso e sua distribuição geográfica não
tem regularidade.

Isso porque, cada jazida tem suas particularidades de qualidade e quantidade, assim
como um prazo longo de amadurecimento dos projetos e a escala de produção não é
tão flexível, além de ser necessária uma avaliação modal de transporte e avaliação de
custos na movimentação (IBRAM, 2016; PIRES, 2014).

A mineração ainda possui uma grande dependência na estrutura logística o que aumenta
a complexidade envolvida nas operações.

Todos esses aspectos produzem uma indústria de mercados transnacionais e necessitam


de um pessoal multidisciplinar tomando as decisões sobre as operações e estratégias e
avaliação das reservas, necessitando também de investimento em pessoal qualificado.

E isso torna a mineração um investimento de risco e as legislações é um fator que pode


trazer dificuldades para o negócio.

Com o intuito de reduzir os problemas as organizações precisam elabora um plano que


aprimore as atividades a serem realizadas com o objetivo de reduzir custos por valor
unitário, conseguindo tornar a mineração praticável economicamente.

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O setor mineral, em conformidade com o artigo 4º do DECRETO Nº 9.406, de 12 de


junho de 2018 explica que cabe à Agência Nacional de Mineração (ANM) de verificar
e colocar em prática as orientações diretrizes e políticas determinadas pelo Ministério de
Minas e Energia e realizar o Decreto- Leo n° 227 de 1967 que é responsável por instituir
o Código de Mineração e as normas complementares.

Conforme o acima a “atividade de mineração abrange a pesquisa, a lavra, o desenvolvimento


da mina, o beneficiamento, a comercialização dos minérios, o aproveitamento de rejeitos
e estéreis e o fechamento da mina.” (BRASIL,2018

Segundo as Diretrizes Ambientais para o Setor Mineral (MMA, 1997) o setor mineral
pode ser subdividido de acordo com as características socioeconômicas e a grande
ocorrência de minerais no Brasil.

Esses subsetores são estratificados conforme ao nível de investimento, organização e


gerenciamentos:

» Subsetor de Minerais Metálicos, Não Metálicos Industriais, Fertilizantes


e Carvão Mineral:

Esse subsetor é composto em grande parte por empresas de grande a médio


porte e possui a maior capacidade organizacional e econômica, conseguindo um
melhor aproveitamento em termos de gestão ambiental, e detém menor incide de
clandestinidade.

» Subsetor de Minerais de Uso Direto na Construção Civil

Nomeado também como setor de bens minerais de uso social por causa da sua
relevância para esferas de habitação, saneamento e transporte. Este subsetor é
formado por empreendimentos de médio a pequeno porte, ou até mesmo empresas
individuais com uma pequena capacidade organizacional e econômica.

Por causa das suas características este subsetor apresenta uma menor gestão
ambiental e um elevado índice de operações clandestinas.

» Subsetor de Garimpo

Este subsetor é representado pela ausência de organização formal, com atividades


individuais ou de grupos (como cooperativa).

Pela incompreensão do jazimento, as práticas são realizadas com a inexistência


de uma gestão ambiental nas operações. Assim, nesse setor possui uma maior
clandestinidade e os graves problemas ambientais.

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Capítulo 2
CONCEITOS IMPORTANTES

Alguns conceitos apresentados abaixo são importantes para o entendimento de como


acontece à implementação de mina.

2.1. Licenciamento Ambiental


Regulado pelo Decreto 99.274/90, o licenciamento ambiental é regulamentado pela Lei
6.938/81 e Lei Complementar Federal 140/2011.

De acordo Resolução CONAMA, nº. 237/1997 e as suas definições, o licenciamento


ambiental é possível dizer que é um é um processo administrativo executado por uma
instituição ambiental competente.

Este ato é responsável por conferir uma licença de localização, instalação, ampliação
dos empreendimentos e práticas que usam insumos ambientais que são considerados
poluentes ou que possam provocar degradação conforme leis, normas e técnicas que se
aplicam a situação. É necessário para obrigar ao empreendedor obedecer às condições,
restrições e medidas de controle esses tipos de atividades.

O licenciamento ambiental é uma das mais significativas ferramentas da Política Nacional


de Meio Ambiente, pois é através dele que é fixado os requisitos e estabelece os limites
para o correto funcionamento de qualquer atividade.

Podendo ser transitado por pessoas físicas e /ou jurídicas que resolverem iniciar um
empreendimento ou ainda prossegui com as etapas avançadas que de alguma forma
será preciso para o usufruto de recursos minerais.

A resolução citada anteriormente doutrina a autorização das licenças ambientais e


os documentos que são imprescindíveis para tal. Essas licenças podem ser expedidas
de forma individual ou sucessiva, isto depende do tipo, características e estágios do
empreendimento ou atividade. (BRANDT, 2011)

O licenciamento ambiental se encarrega de emitir a autorização ambiental de funcionamento


– AAF e ainda fornece:

» Licença prévia – LP: Esta licença assegura a viabilidade do empreendimento.


A licença prévia é a primeira a ser buscada, ou seja, é feito no estágio inicial da
elaboração do projeto. Portanto será possível julgar se é praticável, ambientalmente,
erguer ou expandir um empreendimento no local escolhido.

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» Licença de instalação– LI: Possibilita a instalação do empreendimento.  A


licença prévia autoriza a construção e deve ser requerida após ter em mãos a
licença prévia, os projetos e programas ambientais relacionadas com a atividade
a ser executada ou a empresa apresentada.

» Licença de operação – LO: Dá a permissão para empresa funcionar. Esta é a


ultima licença ambiental exigida e deve ser feito isso logo após finalizar as instalações
da empresa, na qual estarão definidas as ressalvas ambientais para operar.

2.1.1. EIA/RIMA

O artigo 3 da Resolução CONAMA, nº. 237/1997 É necessário realizar o estudo preliminar


do impacto ambiental e o relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA)
para obter a licença ambiental de empreendimentos e atividades que possam causar
degradação ao meio ambiente.

No anexo 1 desta resolução esta apresentada as atividades ou empreendimentos que


estão sujeitas ao licenciamento ambiental e a extração e tratamento de minérios é a
prima neste anexo:

Extração e tratamento de minerais

- pesquisa mineral com guia de utilização

- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento

- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento

- lavra garimpeira

- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natura (BRASIL, 1997).

O artigo 2 da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986 explica que o


EIA e RIMA serão sujeitos a aprovação pelo órgão estadual e IBAMA, o licenciamento
de atividades que modificam o meio ambiente tais como a extração de minério.

O estudo de impactos ambientais é imprescindível para o licenciamento, pois avalia


minuciosamente um projeto, reconhecendo os impactos possíveis, além de avaliar a sua
relevância e propor soluções que reduzam ou mesmo impeçam as medidas mitigadoras
e maximizem os impactos positivos.

As avaliações que constam no EIA são fundamentadas em hipóteses e ainda que alicerçada
em situações parecidas, é importante que estas sejam ratificadas ou não.

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Em outros termos é preciso que haja um conhecimento real dos impactos que podem
acontecer e da eficiência das ações mitigadores que serão utilizadas.

Portanto é aconselhável e adequado que EIA seja reavaliado e atualizado. E normalmente


isso é feito em dois momentos.

Em um primeiro no momento após a implantação do empreendimento, em que se analisa


os impactos reais da implantação e as suas ações amenizadoras.

E no momento seguinte, após o início da operação do empreendimento, com o mesmo


proposito.

Brandt (2011) afirma que nos empreendimento mineiros haveria um momento extra
que seria responsável pela reavaliação e seria realizado no fechamento da mina, depois
de exaurir as reservas minerais.

No artigo da Resolução CONAMA 001/86 o relatório RIMA trará as conclusões de


impacto ambiental e apresentar basicamente:

I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade


com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;

II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,


especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação
a área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de
energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes,
emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem
gerados;

III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da


área de influência do projeto;

IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e


operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos,
técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e
interpretação;

V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,


comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas
alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;

VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em


relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam
ser evitados, e o grau de alteração esperado;

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VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e


comentários de ordem geral). (BRASIL,1986)

2.1.2. Plano de controle Ambiental (PCA)

Este documento apresenta de forma minuciosa as ações de controle e os programas


ambientais apresentados pelo EIA ou outros estudos ambientais.

Ele é realizado com o objetivo de conseguir a licença de instalação. Os programas


apresentados precisam esta com todas as responsabilidades definidas, assim como a
eficácia dos mesmos, por meio de indicadores e de controle particulares. Cada tipo de
empreendimento possui um conjunto de medidas mitigadoras e programas ambientais,
que possui finalidade típica para satisfazer aos impactos ambientais previstos.

2.1.3. Relatório de avaliação de desempenho ambiental (RADA)

Este documento padrão da entidade licenciadora que visa renovar as Licenças de Operação
(OP) dos empreendimentos.

O RADA é gerador de informações e estatísticas para as instituições ambientais, mas


não excluem a necessidade de revisão do Estudos de impacto ambiental, que é crucial
para efetivar o processo de análise e de mitigação dos impactos ambientais reais.

2.2. Plano de aproveitamento econômico


Para implantar uma mina, a legislação mineral brasileira, solicita um Plano de
Aproveitamento econômico (PAE). O PAE é considerado um documento que integra o
requerimento de lavra.

Este plano é um relatório técnico que abrange diferentes aspectos dos processos de
extração, beneficiamento e comercialização da reserva mineral. (ALMEIDA, 2017)

Em outros termos, o PAE explica como se pretende executar a lavra e o beneficiamento do


minério, assim como os investimentos precisos para realizar as operações e especialmente
ratifica se a mina será lucrativa, ou melhor, se será praticável economicamente a extração
do minério.

Assim que esse plano é aprovado é preciso se apresente a licença de instalação do


empreendimento, e sem isso não será concedida a permissão para lavra. Vale salientar

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que em grande parte das situações em que um projeto está em licenciamento ambiental,
não há direito de lavra.

Cabe observar que não há Concessão de Lavra antes do licenciamento ambiental, ou


seja, antes deste licenciamento não existe o direito de se lavrar concedido pelo órgão
que gere estes bens da União. Na maioria dos casos em que um projeto encontra-se em
licenciamento ambiental, ainda não existe o direito à lavra.

O PAE precisa ser elaborado por um responsável habilitado e esse é exigido no artigo
38 do código de mineração. No plano de aproveitamento econômico precisa conter
diversas informações deve está corroborando com todas as informações do relatório
final de Pesquisa e precisa conter as seguintes informações, dispostas no artigo 39 do
Código de mineração.

• Memorial explicativo;

• Projetos ou anteprojetos referentes:

– ao método de mineração a ser adotado, fazendo referência à escala de


produção prevista inicialmente e à sua projeção;

– à iluminação, ventilação, transporte, sinalização e segurança do


trabalho, quando se tratar de lavra subterrânea;

– ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do


minério;

– às instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento


de ar;

– à higiene da mina e dos respectivos trabalhos;

– às moradias e suas condições de habitabilidade para todos os que


residem no local da mineração;

– às instalações de captação e proteção das fontes, adução, distribuição


e utilização de água, para as jazidas da classe VIII ( água mineral).
(BRASIL, 2011)

É importante ressaltar que às vezes o licenciamento é faz referência apenas a uma parcela
deste PAE e isso pode provocar um sub-dimensonamento do empreendimento e como
consequência dos impactos. (BRANDT, 2011).

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UNIDADE I | INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO

Realizando esse processo é possível que ocorra o fracionamento do licenciamento


ambiental no decorrer da vida do empreendimento em diversos empreendimentos
menores, como barragens e pilhas estéreis que já constavam no PAE.

Mas também pode acontecer que seja requerido o licenciamento de alguma estrutura
que não estava no plano de aproveitamento econômico.

Vale ressaltar o que afirma o artigo 35 do Decreto nº 9.406, de 12 de junho de 2018 que
existem motivos que podem levar o empreendedor a solicitar, a Agência Nacional de
Mineração, modificações precisas para fazer avaliação do novo plano, de acordo com o
definido em Resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM):se houver a possibilidade
do conhecimento da jazida atingido ao longo dos processos de lavra é preciso explicar
as modificações no plano de aproveitamento econômico; se as condições de mercado
obrigarem a realizar alterações na escala de produção

2.3. Relatório Anual de Lavra


Este documento é responsável por conter informações minuciosas de diferentes aspectos
do setor da mineração. Tais dado são processados pela ANM, com o objetivo de elaborar
estatísticas do setor minerário do Brasil, bem como amparar políticas públicas e ações
de regulação do setor e guiar a fiscalização da Compensação Financeira pela Exploração
dos Recursos Minerais.

Pela necessidade estratégica de conhecer a o setor brasileiro de mineração é apresentado


o RAL que é obrigatório pelo artigo 47 do Código de mineração vigente e deve conter
no mínimo:

• Método de lavra, transporte e distribuição no mercado consumidor,


das substâncias minerais extraídas;

• Modificações verificadas nas reservas, características das substâncias


minerais produzidas, inclusive o teor mínimo economicamente
compensador e a relação observada entre a substância útil e o estéril;

• Quadro mensal, em que figurem, pelo menos, os elementos de: produção,


estoque, preço médio de venda, destino do produto bruto e do beneficiado,
recolhimento do Imposto Único e o pagamento do Dízimo do proprietário;

• Número de trabalhadores da mina e do beneficiamento;

• Investimentos feitos na mina e nos trabalhos de pesquisa;

• Balanço anual da Empresa. 

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Capítulo 3
CICLO DE VIDA DE UMA MINA

Uma mina tem sua vida baseada nos recursos geológicos substância lavrada, condições de
mercado, legislação minerária e ambiental, fatores socioeconômicos e outros. (ALMEIDA,
20006)

Uma característica relevante é a mina se desenvolver na localidade onde há a ocorrência


do minério, que por sua natureza limitada do recurso mineral, a mina findará conforme
as reservas e o andamento da explotação.

O projeto para o empreendimento mineiro não deve se restringir apenas a explotação


mineral, mas que proporcione uma construção sólida que garantam a longevidade do
desenvolvimento atingido, depois que cessar a mina, ou melhor, o seu aproveitamento,
pós-fechamento.

Avaliando as características do minério e das dimensões de sua reserva, as áreas de


adjacência da mina aproximará um grande volume investimentos e produzirá riqueza,
impactando na economia, no ambiente e na estrutura social.

Para realizar um empreendimento de tal porte é preciso dispor de infraestrutura, como


energia, estradas, mão-de-obra, tecnologia e recursos financeiros. (ALMEIDA, 2006)

As etapas de ciclo de vida de uma mina e seus impactos é preciso ser consideradas nos
estudos de viabilidade, com o objetivo de que sejam presumidos e providos os métodos
e os meios que são precisos para redução dos impactos, para assegurar a segurança e
saúde, controlarem os danos físicos e químicos dos minerais e a utilização posterior da
área.

É importante enfatizar que um empreendimento desta magnitude irá modificar


consideravelmente o ambiente, o grupo de pessoas envolvidas de forma direta ou
indiretamente.

Além do mais, a vida de uma mina é curta em relação às alterações ambientais e sociais
por ela provocadas e que provavelmente perdurarão por mais tempo.

Basicamente o ciclo de vida de uma mina é dividido em pesquisa mineral (prospecção e


exploração), estudos de viabilidade econômica, desenvolvimento de mina e implantação
do projeto de mineração, operação (lavra), fechamento e pós-fechamento.

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UNIDADE I | INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO

Figura 1: Ciclo de vida de uma mina

1. Prospecção/Explora
ção

7. Pós-fechamento 2. Pré-viabilidade
Prospecção/Exploração

6. Fechamento 3.Viabilidade
Ciclo de vida de uma
Mina

5. Operação
4. Implantação

Fonte: Adaptado de http://recursomineralmg.codemge.com.br/wpcontent/uploads/2018/10/MAMineracao.pdf

Abaixo está apresentado um fluxo apresentando algumas ações necessárias em alguns


estágios de empreendimento de mineração. Este fluxo foi adaptado de Brandt (2012).

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INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO | UNIDADE I

Empreendedor
ANM Órgão ambiental
competente

Faz prospecção, elabora e protocola Analisa requerimento de


requerimento de pesquisa mineral. pesquisa mineral e concede
alvará de pesquisa

Analisa e concede a
Elabora estudos e protocola Licença de Operação de
Realiza pesquisa mineral Pesquisa Mineral (LOP)
requerimento de licença de operação
não interventiva inclusive autorização
para pesquisa mineral (LOP)
para supressão da
vegetação (ASV)

Realiza pesquisa mineral


interventiva

Analisa e aprova relatório


PESQUISA

Elabora relatório final de pesquisa mineral final de pesquisa mineral

PE Analisa e aprova PAE. Solicita


Elabora PAE (Plano de Aproveitamento Econômico) apresentação de licença de
S
Q instalação
UI
SA Elabora EIA / RIMA e requer licença prévia (LP)
Analisa EIA/RIMA e
concede LP

Elabora Plano de Controle Ambiental (PCA) e requer Analisa PCA e concede


licença de instalação (LI) LI e ASV

Requer concessão de lavra com apresentação da LI Outorga e concessão de lavra

O
IMPLANTAÇÃO

à Fiscaliza Implantação
Ç Implantação do empreendimento cumprindo programas
A de PCA e condicionantes da LI Fiscaliza implantação

Avalia o cumprimento do
Requer licença de Operação (LO) PCA e condicionantes e
IM concede LO
PL
A Opera a mina
N
T
O
OPERAÇÃO

à Elabora relatórios anuais de lavra (RAL) Aprova RAL


Ç
Analisa RADA e
Elabora RADA e requer renovação de LO
renova a LO
O
PE
R Implementação Plano de Fechamento da Mina (PAFEM)
A

Analisa e aprova
O
DESATIVAÇÃO

Realiza fechamento da mina PAFEM


Ã
Ç
A
Verifica fechamento e cancela
TI Comunica exaustão e fechamento da mina
concessão de lavra
V

D
ES 14
A

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REFERÊNCIA

ALMEIDA, Maurício Rios de. Avaliação Dos Mecanismos De Garantia Financeira Para Fins
De Fechamento De Mina E O Seu Impacto Na Viabilidade De Projeto De Mineração De
Grande Porte No Estado De Minas Gerais. 2006. Universidade Federal De Ouro Preto. Dissertação
(Mestrado Profissional em Engenharia Civil) , Ouro Preto,2006

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BRANDT, Wilfred. Guia técnico para atuação do Ministério Público no licenciamento ambiental
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8A91CFA942729E930142998F174867F2> Acessado em 08/07/2019 as 18h00minh.

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BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente RESOLUÇÃO nº 237 , DE 19 DE dezembro DE


1997. Dispõem das atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto
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Brasil. Decreto nº 9.406, de 12 de junho de 2018. Regulamenta o Decreto-Lei nº 227, de 28 de


fevereiro de 1967, a Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978, a Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989, e a
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18
Referência

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Referência de Figura
Figura 1:

Fonte: Adaptado de http://recursomineralmg.codemge.com.br/wpcontent/uploads/2018/10/


MAMineracao.pdf

Figura 4

Fonte: https://tecnicoemineracao.com.br/operacoes-auxiliares-na-mineracao-subterranea/ e https://


tecnicoemineracao.com.br/metodos-de-lavra-a-ceu-aberto/

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