Você está na página 1de 16

PRINCIPAIS CONCEITOS

Mineral
Pode ser definido como um sólido homogêneo de ocorrência natural,
formado por processos inorgânicos, com composição química definida (mas
não fixa) e arranjo atômico ordenado (Berry & Mason, 1959).
Minério
É uma associação de minerais da qual se pode extrair, com proveito
económico, uma ou mais substâncias úteis, sejam metais, sejam elementos
ou compostos químicos. Em geral é uma associação de mineral-minério e
ganga.
Depósito mineral
É a concentração natural de qualquer substância mineral útil, que apresente
atributos geológicos de potencial interesse econômico, usualmente variáveis.
Tais atributos incluem morfologia, teor, quantidade, composição
mineralógica, estrutura e textura, etc.
Diluição do minério
Diluir é diminuir a concentração. Em geral, entende-se por diluição a
diminuição de um teor pela contaminação do material útil desmontado,
vinda da sua mistura com materiais estéreis, interiores e exteriores à
mineralização.
Aproveitamento económico de substâncias minerais
A expressão “aproveitamento económico”, aplicada às substâncias minerais,
significa que sua extracção é viável técnica e economicamente, observando-
se certos condicionamentos relevantes, adoptados no momento da
avaliação, de tal modo que assegura o retorno do investimento, com lucro.
Os condicionamentos relevantes a serem observados incluem, os seguintes
itens mais importantes:
1. Condições Geográficas
2. Infra-estruturas
3. Geologia
4. Questões Legais
5. Operacionalização
6. Meio Ambiente
7. Análise Mercadológica
8. Análise Financeira
9. Avaliação de Riscos
Viabilidade técnica e econômica
Uma reserva mineral com viabilidade técnica e econômica demonstrada,
significa que tal reserva está apta para aproveitamento econômico e que
existe tecnologia disponível para tal aproveitamento, conforme deve ser
consubstanciado no pertinente estudo de viabilidade, com adequado nível
de confiabilidade.
ESTIMATIVA DE RECURSOS E RESERVAS MINEIRAS

Recurso Mineral é a existência na crosta terrestre, de material natural,


sólido, em quantidade e teor e/ou qualidades tais que, uma vez
pesquisado, exibe parâmetros mostrando, de modo razoável, que seu
aproveitamento econômico é factível na actualidade ou no futuro.
Reserva Mineral é a parte do recurso mineral para a qual demonstra-
se viabilidade técnica e econômica para produção. Esta demonstração
inclui considerações sobre elementos modificadores, tais como factores
de lavra e beneficiamento, de economia e mercado, legais, ambientais
e sociais, justificando-se a avaliação, envolvendo análise de
lucratividade, em um dado tempo.
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS E RESERVAS MINERAIS
Recurso Mineral Inferido- parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem
ou volume, o teor e/ou qualidades e conteúdo mineral são estimados com
base em amostragem limitada e, portanto, com baixo nível de
confiabilidade. A pesquisa realizada não é detalhada (as estações de
amostragem têm espaçamento relativamente amplo) e pode incluir
exposições naturais e artificiais (estas em trincheiras, poços, galerias e furos
de sonda).
Recurso Mineral Indicado - parte do Recurso Mineral para a qual a
tonelagem ou volume, o teor e/ou qualidades, conteúdo mineral,
morfologia, continuidade e parâmetros físicos estão estabelecidos, de modo
que as estimativas realizadas são confiáveis. Envolve pesquisa com
amostragem directa em estações (afloramentos, trincheiras, poços, galerias e
furos de sonda), adequadamente espaçadas.
Recurso Mineral Medido- parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem
ou volume, o teor e/ou qualidades, conteúdo mineral, morfologia,
continuidade e parâmetros físicos são estabelecidos com elevado nível de
confiabilidade. As estimativas são suportadas por amostragem directa em
retículo denso (afloramentos, trincheiras, poços, galerias e furos de sonda),
de modo que se comprova a permanência das propriedades.
Reservas inferidas ou possíveis - aquelas cujas estimativas foram
baseadas quase unicamente nas características geológicas regionais e
com muito poucas determinações analíticas. Estimativa de erro
superior a 40%;
Reservas indicadas ou prováveis - aquelas cuja tonelagem e teor foram
calculadas com base em amostragem ainda escassa. Com erro de até
40%;
Reserva medida ou provada- aquelas cujo resultado é mais próximo
ao conteúdo (volume ou tonelagem) e ao teor do minério. Com erro de
até 20%.
CARACTERÍSICAS BÁSICAS DA INDUSTRIA MINEIRA

A indústria mineira difere de outras actividades produtivas por suas


peculiaridades, dentre a quais sobressaem a rigidez locacional, a longo prazo
de maturação entre o início da busca de um depósito económico e o inicio
de produção da mina e o elevado risco das primeiras etapas do
empreendimento. Estas peculiaridades causam um grande impacto na
exploração mineira.
O ciclo da mineração inicia-se na exploração (período T0), quando se toma a
decisão de investir em um negócio de alto risco e de longo prazo. A análise
económica detalhada ocorre na fase de exploração e torna-se mais acurada à
medida que esta progride. O período T1 caracteriza o início do
desenvolvimento da mina. O período T2, da desativação, é a fase em que se
encerra a actividade mineira e é o início da recuperação ambiental da área
que foi utilizada na lavra.
O final da actividade mineira ocorre quando a mina é exaurida ou é
abandonada ou desactivada por algum motivo como, ex: a queda do
preço do bem mineral em produção ou quando o teor do minério
começa a diminuir, tornando a lavra anti-económica.
O inicio do período T2 ocorre na fase da recuperação ambiental, isto é,
quando a área onde foi desenvolvida a mina deve estar preparada para
outros usos, como para agricultura, ou reflorestamento da área
degradada ou recuperada como área de lazer.
Em geral, o ciclo da mineração varia entre médio e longo prazo. O
sucesso rápido, a curto prazo, com lucro e benefícios financeiros é
possível para a mineração de ouro, por exemplo, mas não é comum.
Isso cria problema para a obtenção de fundos para a exploração
mineral no actual clima económico, que é dominado por um desejo
rápido do payback altas taxas de remuneração do capital. Assim sendo,
os ciclos da mineração são influenciados pelas condições
macroeconómicas vigentes (taxas de juros, inflação, nível de emprego)
que acabam influenciando a oferta e a demanda dos bens minerais.
Rigidez Locacional

Os jazigos não são móveis, como muitos outros projectos industriais. Em


vários empreendimentos, podemos decidir o local onde instalar as empresas,
porém, na mineração é diferente: o jazigo é lavrado no mesmo local onde ele
ocorre., com teor que ele contém e com um método de lavra adequado ao
tipo de mineralização. Na localização do jazigo ocorrem outros factores de
risco ligados à mineração, tais como: condições climáticas, custos
operacionais e, em quase todos os casos, a necessidade de infra-estruturas.
A rigidez locacional é uma característica da actividade mineira e resulta de
um processo geológico que o homem não pode modificar. Em muitos casos,
o beneficiamento da substância é obrigatoriamente realizado na área da
mina. O produto mineral (de certa forma estará) mais concentrado, poderá
ser transportado de modo económico, pois terá um valor adicionado em
relação à substância mineral original com agregação do valor económico.
Outro aspecto importante a ser considerado é o desenvolvimento
regional proporcionado pela mineração. Esta cria as condições
necessárias para desenvolvimento económico, gerando empregos,
melhorando as infra-estruturas da região e garantir o bem-estar da
população onde esta situada a mina. Estas acções acabam acarretando
acabam acarretando um aumento nos custos do empreendimento,
porém, por outro lado, estarão sendo criados novos polos de
desenvolvimento regional.
Tempo de Maturação

Segundo Skinner (1979) apud Miller (1989), a exploração mineira é lenta e


requer tempo suficiente para ter uma chance razoável de vir a ter sucesso. O
período médio internacional entre o começo da exploração mineral e a
primeira produção da mina é de 20 anos.
A curto prazo, a mineração não consegue atingir a plenitude dos seus
resultados, sendo comum demandarem décadas para um depósito começar
a produzir. Este longo período de maturação dos investimentos, ou seja, o
tempo decorrido entre a realização das despesas e o inicio dos recebimentos
das receitas, é o tempo necessário para descobrir, avaliar e desenvolver um
jazigo antes de iniciar a produção. Cita-se como exemplo os depósitos de
bauxite descoberto na Jamaica e Haiti durante a II Guerra Mundial e que só
entraram em produção no fim da década de 1950. Por isso, as indústrias de
mineração, por operarem a longo prazo, necessitam e dependem de regras
estáveis para o sucesso do seu empreendimento, que através da produção
posam gerar benefícios económicos.
Figura: Tempo de maturação de um depósito de Ouro (1969-1983)
Fonte: Adaptado de Mackenzie & Doggett (1992)

Você também pode gostar