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de projetos mineiros
Camila Marques dos Santos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A mineração representa para a indústria um setor de suprimento de bens primários
de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade atual. Por
outro lado, por tratar de recursos não renováveis, a mineração cada vez mais
enfrenta a dicotomia de grande necessidade versus escassez de bens minerais.
Desse fato decorre a intensa busca por novas jazidas minerais para implantação
de novos projetos mineiros. Para isso, é indispensável a realização de estudos
exploratórios confiáveis, embasados em parâmetros geológicos, ambientais,
sociais, econômicos e legislativos, e que venham a comprovar a existência de
uma reserva mineral passível de ser aproveitada economicamente. A reunião
desses diversos parâmetros vai definir o fluxo de caixa de um projeto mineral, e
é com base nesse fluxo que se pode determinar os indicadores econômicos e de
rentabilidade de um empreendimento de mineração.
Ainda, sabe-se que diversos impactos sociais e ambientais decorrem da implan-
tação, da operação e do fechamento de uma mina, seja esse fechamento precoce
ou planejado. Esses impactos podem e devem ser minimizados se a atividade
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Fluxo de caixa
Todos os valores elencados por Moon, Whateley e Evans (2006) afetarão o
rendimento e os investimentos de um projeto de mina e são reunidos sob o
conceito de fluxo de caixa. O fluxo de caixa é um modelo financeiro integrado
de vários parâmetros econômicos e por meio do qual é possível determinar
os indicadores econômicos das alternativas de investimento.
Segundo Suslick (2001), o fluxo de caixa é representado pelas entradas
e saídas de caixa ao longo de um período de apuração ou período contábil
— normalmente um ano (Figura 1). No caso dos projetos mineiros, o fluxo de
caixa é a base para a avaliação de projetos e é calculado anualmente durante
um período de 10 anos ou durante o tempo de vida esperado da mina. O fluxo
de caixa é determinado como a receita que entra no projeto (rendimento)
menos o valor que sai do projeto (custo).
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Exemplo
O exemplo a seguir traz uma série de custos de um projeto de mineração
fictício de uma ocorrência de esfalerita e galena; tais custos devem ser con-
tabilizados para a concepção do fluxo de caixa. A partir dos resultados do
estudo de viabilidade, os primeiros 3 anos de um fluxo de caixa de 10 anos
são apresentados a seguir.
O plano é extrair o minério de uma mina subterrânea e produzir con-
centrados de galena e esfalerita no local principal. Deve-se considerar que
o concentrado será comercializado para uma fundição de chumbo e zinco
(Pb-Zn), a fim de produzir o metal. A seguir, são apresentadas as estimativas
do fluxo de caixa para a situação hipotética, excluindo-se os juros sobre o
capital financiado. Suponha que as unidades são US$ 1.000 e 1.000 toneladas.
Recursos não renováveis: a vida útil de uma mina depende da sua taxa de
produção, que, por sua vez, depende do mercado e da lei de oferta e demanda.
Porém, ao contrário de outras indústrias que podem operar indefinidamente,
bastando ter demanda de escoamento, a indústria mineral apresenta quan-
tidade finita de recursos, o que exige constante pesquisa e prospecção.
Gestão de riscos
Os empreendimentos mineiros são de elevado risco e, portanto, devem ser
analisados minuciosamente, considerando todas as variáveis que envol-
vem esse tipo de empreendimento. Para isso, as empresas devem adotar
práticas de gerenciamento de riscos. A gerência de riscos é a prática que
visa à proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma
empresa, seja por meio da redução de riscos ou do financiamento dos
riscos remanescentes, segundo De Cicco e Fantazzini (1994). Dessa forma,
o gerenciamento de riscos busca a diminuição de falhas e a mitigação de
danos por meio do planejamento de ações de emergência e não se restringe
apenas à administração dos gastos.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 31000:2018: gestão de
riscos: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/IEC 31010:2012: gestão
de riscos: técnicas para o processo de avaliação de riscos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
CONSELHO INTERNACIONAL DE MINERAÇÃO E METAIS. Planejamento para o fechamento
integrado de mina: kit de ferramentas. [S.l.]: ICMM, 2008.
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