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Universidade Licungo

Extensão Beira

Viabilidade económica de uma indústria Mineira


Fluxo de Caixa
Indicadores económicos de um Empreendimento
Mineiro

Docente: Discentes:
Dr. Ernesto D. Victorino Amélia Arone Massanganique
Carlos de Oliveira
Elton jerónimo Ernesto
Beira,
30 de Março 2022.
Introdução
A mineração é um dos sectores básicos da economia do país,
contribuindo de forma decisiva para o bem estar e a melhoria da
qualidade de vida dos presentes e futuras gerações, sendo
fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade equilibrada,
desde que seja operada com responsabilidade social, estando sempre
presentes os preceitos do desenvolvimento sustentável.

Com isso, o presente trabalho apresentado tem como propósito falar


da Viabilidade económica de uma indústria Mineira, Fluxo de Caixa,
e Indicadores económicos de um Empreendimento Mineiro. Espera-
se que depois do leitor o ter apreciado possa ter uma outra
abordagem significativa de ponto de vista intelectual e uma
percepção relevante a cerca de um empreendimento mineiro.
Capitulo1. ESTUDOS DE VIABILIDADE DE PROJETOS DE
MINERAÇÃO
Viabilidade de um projecto de Mineração
É o conjunto de estudos que permitem concluir se um projecto de
mineração é viável. Ou seja, consiste em analisar e estimar as perspectivas
de um desempenho financeiro de produtos e bens minerais explorados.
Essas análises são iniciadas na definição de projecto de exploração e que
com base nos indicadores económicos são tomadas decisões sobre a
implantação ou não do projecto de exploração.

Esta fase chamada de actividades de pré-desenvolvimento consiste desde a


identificação do recurso geológico até o projecto executivo. E geralmente
progridem na sequência:
• Conceitual ou escopo;
• Pré-viabilidade;
• Viabilidade
Estudo conceitual ou escopo
o estudo conceitual tem como objectivo:
• Identificar Linhas gerais e ordem de magnitude dos parâmetros do projecto;
• Soluções técnicas (que requererão mais investigações e testes);
• Custos e tempo necessário para aprofundar as demais fases de projecto.
O escopo não é suficientemente preciso para definir a viabilidade económica de um
projecto.

Estudo de pré-viabilidade
Uma vez que se tenha disponível informações suficientemente precisas sobre o
depósito mineral pode-se dar início ao estudo de pré-viabilidade que consiste em:
• Estimação das reservas e recuperação da jazida;
• Identificar as técnicas e taxas de produção;
• Levantamento da infra-estrutura necessária;
• Estimativas dos custos de capital e de operação;
• Testar o potencial de mercado do produto;
• Calcular a viabilidade económica;
• Definir as necessidades para continuar a avaliação
Estudo de viabilidade
Uma das opções levantadas na etapa anterior é detalhada (para uso próprio ou para os
bancos). O objectivo é:
• Estimar a reserva medida e a recuperação da jazida;
• Provar a viabilidade técnica do método proposto;
• Definir e dimensionar a infra-estrutura necessária;
• Estimativa do Capital e custo operacional para toda a vida económica do projecto;
• Estabelecer o mercado para o produto;
• Calcular a viabilidade económica;
• Fazer estudos de sensibilidade;
• Definir a matriz de investimentos para o projecto

Custo de capital e de operação

Como estimar os investimentos


Pode-se estimar o investimento a ser feito:
• Através da analogia com as instalações existentes;
• Através de cotações (na etapa do estudo de viabilidade);Através da modelamento das
principais actividades em função dos parâmetros mais adequados (na etapa de pré-
viabilidade).
Investimento, como julgar os resultados
• Pode se prever quais serão os resultados do investimento, através da aplicação
de um modelo ou da utilização de dados parciais a partir de exemplos
conhecidos que permitem geralmente estabelecer uma estimação coerente com
a ordem de grandeza de um investimento.
• Também é possível se prever esse resultado global com um certo número de
"padrões" como o investimento unitário (investimento total dividido pela
capacidade diária em toneladas de minério) ou a intensidade de capital
(investimento total dividido pelo facturamento bruto anual).

Os custos de operação da mina


Essas são as despesas normalmente ligadas ao funcionamento da explotação,
excluídas as despesas de capital (ligadas ao investimento). São classificadas
geralmente em três categorias:
ü Os custos directos, ligados à quantidade produzida (ou custos variáveis).
ü Os custos indirectos, independentes da produção realizada.
ü Os custos gerais, podendo ser relativo a várias minas
Os custos directos, ligados à quantidade produzida (ou custos variáveis)
• Mão-de-obra: pessoal de operação e manutenção, isto é, o quadro de pessoal
para a produção e trabalhos associados;
• Materiais: consumíveis (energia, água, lubrificantes, explosivos, reagentes
químicos para o tratamento, corpos moedores, etc.), peças de reposição.

Os custos indirectos, independentes da produção realizada.


• Mão-de-obra: serviços administrativos, vigilância, almoxarifado, escritórios;
• Seguros, juros, taxas, etc.;
• Despesas com escritório;
• Trabalhos gerais de preparação e de pesquisa.

Os custos gerais, podendo ser relativo a várias minas


• Despesas com comercialização;
• Serviços administrativos da central;
• Serviços financeiros;
• Escritório de projectas;
• Pesquisa e desenvolvimento.
Capitulo2. AVALIAÇÃO FINANCEIRA DE UMA EMPRESA
DE MINERAÇÃO
A avaliação económica de um projecto de mineração é em realidade a avaliação do
funcionamento da empresa que vai realizar o projecto depois de explorar a mina
durante toda a sua vida. É então necessário projectar para o futuro a fim de analisar o
funcionamento da empresa que existirá a partir do momento em que a decisão de
investir terá sido tomada.

Fluxo de caixa
O fluxo de caixa é um instrumento de gestão financeira que permite projectar o período
futuro de todas entradas e saídas de recursos financeiros da implantação de um
projecto. Com as informações do fluxo de caixa pode-se elaborar a estrutura gerencial
de resultados, a análise de sensibilidade, determinar a rentabilidade, a lucractividade e
o Payback.

O fluxo de caixa também pode ser entendido como sendo a diferença entre as
entradas e as saídas de caixa, associada a um projecto ou empreendimento, durante
um determinado período de tempo.
(Fluxo de Caixa = Entrada de Caixa - Saída de Caixa)
Objectivos do fluxo de caixa
• Costa (2009) salienta que o principal objectivo do fluxo de caixa
é dar uma visão de actividades desenvolvidas, bem como as
operações financeiras que são realizadas diariamente, no grupo
do activo circulante dentro das disponibilidades e que
representa o grau de liquidez da empresa.

• permitir que a empresa melhore sua capacidade de geração de


recursos, e consequentemente, reduz os custos financeiros,
pois diminui a necessidade de financiamento dos investimentos
em giro, de acordo com Assaf Neto(1993).

Para efeitos de análises e avaliação económica da pedreira, é


fundamental a projecção do fluxo de caixa relativamente ao
período da implantação e de produção, com distribuição no tempo
das entradas e saídas de caixas.
Composição do Fluxo de Caixa da empresa de mineração
Estão relacionadas, a seguir, as entradas e saídas de um fluxo de caixa típico de um
empreendimento mineral:

As necessidades (ou saídas)


• Despesas com desenvolvimento da lavra (preparação para início da produção);
• Pagamento dos investimentos durante a fase de implantação, segundo o programa de
despesas de implantação (construção da mina).
• Pagamento dos custos de operação: mão-de-obra, materiais, energia, taxas, durante a fase
de lavra, em ritmo mensal, trimestral ou anual.
• Pagamento dos juros sobre os empréstimos eventuais a um ritmo fixado pelas condições
do empréstimo.
• Custos operacionais de lavra e tratamento (matérias-primas, água, energia, salários,
encargos sociais, despesas administrativas etc);
• Reembolso dos empréstimos segundo as parcelas fixadas pelo financiador.
• Pagamento dos impostos sobre lucros, segundo a legislação em vigor.
• Investimento de capital de giro (recursos para fazer face aos estoques e despesas em geral,
principalmente na fase inicial de operação);
• Manutenção de máquinas e equipamentos, salários, encargos sociais, despesas
administrativas etc);
Contin…
As disponibilidades (ou entradas)
• Fundos próprios colocados pela empresa na execução do projecto (normalmente todo no
começo);
• Somas tomadas por empréstimo segundo um escalonamento das parcelas.
• Produto das vendas segundo contratos comerciais;
• Receita pela venda de minério, concentrado, metal ou outro tipo de produto mineral;
• Valor recuperado pela venda de equipamentos usados;
• Retorno do capital de giro no fim da vida útil do empreendimento;
• Outras receitas não operacionais.

Cálculo do Fluxo de Caixa


Conforme definido anteriormente, o fluxo de caixa corresponde à diferença entre as entradas
e saídas de caixa que, de maneira resumida, podem ser relacionadas e calculadas conforme
indicado a seguir:
Investimentos
• Capital Fixo
• Obras de Engenharia
• Pesquisa e Desenvolvimento
• Capital Giro
Receitas
• Operacionais
• Não Operacionais
Taxas e Tributos Sobre o Facturamento
Custos Operacionais
Renda Líquida (= receitas – taxas e tributos sobre o facturamento – custos operacionais)
Depreciação/Amortização
Renda Tributável (= renda líquida – depreciação/amortização)
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (= renda tributável x alíquota)
Imposto de Renda (= renda tributável x alíquota)
Lucro Após o Imposto de Renda (= renda líquida – contribuição sobre o lucro – imposto de renda)
Fluxo de Caixa= ( lucro após o imposto de renda + depreciação/amortização – investimentos).

As estimativas de fluxo de caixa devem incluir todos os dados económicos associados a um projecto,
durante toda sua vida útil, iniciando no momento de sua implantação e estendendo-se pelos períodos
futuros.

Os fluxos de caixa para os anos mais recentes são mais importantes economicamente do que os dos
períodos futuros a 10, 15 ou mais anos, devido ao valor do dinheiro no tempo. Por esta razão, não é
recomendável a elaboração de fluxos de caixa para períodos superiores a 30 anos, considerando os
valores equivalentes, em relação ao ano de início da implantação do projecto, passam a ser desprezíveis,
por se aproximarem de zero.
Na Figura abaixo, está sumarizada a lista de dados para apuração do Fluxo de
Caixa

I. Estimativa de Preço
Que é, sem dúvida, o dado mais relevante em uma avaliação económica. É, ao
mesmo tempo, a variável mais complexa de ser estimada, salvo raras excepções,
como nos casos em que a oferta é atomizada, o bem mineral é abundante e o
preço praticado no mercado já alcançou uma relativa estabilidade; exemplo:
minério de ferro. Mesmo assim, a entrada em operação de uma grande mina
pode provocar desequilíbrio entre a oferta e a demanda e, consequentemente,
alteração no preço.
II. Definição do Nível de Produção
O nível de produção de um projecto de mineração está intimamente associado ao
mercado e ao volume de reservas recuperáveis na jazida. Com relação ao mercado,
haverá três hipóteses para definição do nível de produção:
• O mercado está saturado e não há possibilidade para a entrada de novos
fornecedores;
• O mercado está saturado e não há possibilidade para a entrada de novos
fornecedores;
• O mercado não oferece restrição ao nível de produção máxima que poderá ser
ofertado pelo empreendimento.

No que se refere às reservas recuperáveis, ou seja, a fracção do depósito mineral que


pode ser lavrada economicamente, esta varia em função da composição física e química
do minério, do método de lavra a ser usado e da habilidade da empresa em produzir o
bem mineral a um custo que possa ser comercializado com lucratividade.

Definido o nível de produção e o teor de corte do minério, as instalações de


beneficiamento e processamento podem ser dimensionadas adequadamente. O
objectivo principal deste procedimento é ter um alto nível de aproveitamento da
capacidade instalada, com o mínimo de capital investido.
III. Estimativa da Receita
Definido o nível de produção e o preço unitário de cada bem a ser produzido, a
estimativa da receita é obtida mediante a simples multiplicação entre a quantidade de
venda anual prevista e o preço estimado.

O objectivo do avaliador consiste em fazer a estimativa da receita líquida das vendas,


deve-se levar em conta os prémios e as multas devidas às variações de teor metálico,
granulometria etc, em relação aos padrões estabelecidos, aos quais correspondem os
preços básicos contratuais. Outras receitas não decorrentes da venda dos produtos,
como prestação de serviços a terceiros, venda de energia eléctrica produzida, devem ser
também estimadas, quando for o caso.

IV. Síntese do Fluxo de Caixa


Os dados de entradas e saídas do fluxo de caixa (descritos anteriormente), após
calculados para cada ano, representam valores que só serão efectivados no decorrer da
vida útil do empreendimento. Dessa forma, a avaliação económica dos resultados
alcançados deverá levar em consideração essa realidade, mediante a utilização do
conceito de valor do dinheiro no tempo
Capitulo3. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA
As técnicas de avaliação económica são utilizadas para converter os dados
estimados para um projecto em indicadores económicos que permitam avaliar
sua rentabilidade, seu risco e a comparação com outras alternativas de
investimento. . Com este objectivo se faz necessário, inicialmente, a montagem
do fluxo de caixa do projecto, com base no qual são calculados os indicadores
económicos mais relevantes para a análise e tomada de decisão pretendidas.

Indicadores económicos

Os indicadores económicos utilizados na avaliação económica de um projecto


mineiro podem ser divididos em dois grupos, a saber:
Ø O primeiro grupo, que engloba os métodos baseados no fluxo de caixa
simples;
Ø O segundo grupo trata dos métodos baseados no fluxo de caixa descontado,
ou seja, considera o valor do dinheiro no tempo.
Métodos Baseados no Fluxo de Caixa Simples
• Os métodos simples dão alguns indicadores económicos sobre o projecto e servem como
subsídios à avaliação económica. No entanto, por não usarem o conceito do valor do dinheiro
no tempo, seus resultados são deficientes, não devendo servir de base para a tomada de
decisões económicas, principalmente de projectos mineiros. A seguir estão relacionados
alguns métodos simples:
• Taxa média de retorno;
• Período de recuperação do investimento;
• Relação benefício-custo.

i. Taxa Média de Retorno (TMR)


Este método é obtido pela relação entre a média anual das entradas líquidas de caixa e o valor
absoluto do investimento na fase pré-operacional.
A TMR apresenta apenas uma aproximação sobre a lucratividade do projecto, não devendo ser
aplicada no processo decisório de investimentos, por apresentar falhas.
Vantagens do método TMR
• O método TRM apresenta como vantagem principal a facilidade de cálculo.
Desvantagem do método TRM
• Uma das maiores desvantagens deste método é o fato de não considerarem o valor do
dinheiro no tempo, tornando-se deste modo inadequado nas análises em que se faz
necessária a escolha entre alternativas.
ii. Período de Recuperação do Investimento (PRI) ou Payback

O PRI ou Payback é o indicador que permite verificar em quanto tempo terá o retorno do
capital investido, considerando-se um determinado nível de venda e lucro de produto mineral
e, é determinado por meio da avaliação com base em seus padrões de tempo para a
recuperação do investimento, no tempo de vida esperado do activo, nos riscos associados e
em posição financeira, permite em decidir a aceitação ou rejeição do projecto da implantação
da pedreira

O cálculo do PRI é procedido de forma simples, mediante a soma aritmética dos fluxos de
caixa líquidos no período operacional, até que o resultado seja igual ou superior ao montante
do investimento inicial.

• Vantagem do método PRI


• O PRI é o mais simples de calcular e de mais fácil entendimento, tendo papel relevante no
caso de indústrias mineiras que apresentam frequentes mudanças tecnológicas.
• Desvantagem do método PRI
• Uma das grandes desvantagens é não considerar o valor do dinheiro no tempo;
• Também o fato de ignorar o retorno após o período de recuperação do investimento. Por
esses motivos, o PRI não apresenta uma indicação de rentabilidade satisfatória.
iii. Relação Benefício-Custo (RBC)

O método da Relação Benefício-Custo (RBC), também conhecido como Relação


Benefício-Custo Não-Descontados, corresponde à relação entre as entradas líquidas
de caixa (benefícios) e as saídas líquidas de caixa (custos). A RBC mede, portanto, o
retorno em relação ao investimento, sem considerar o valor do dinheiro no tempo.

De acordo com a RBC, a alternativa pode ser aceita sempre que a RBC 1,0 e deve
ser descartada sempre que a RBC 1,0, caso em que o capital recuperado é inferior
ao investimento.

Vantagens do método (RBC)


• Este método apresenta como vantagem, em relação ao PRI, o fato de considerar
toda a vida do empreendimento.
Desvantagem do método (RBC)
• Uma das grandes desvantagens do método (RBC) é o facto de ser pouco usado e
também não considera o valor do dinheiro no tempo
Métodos Baseados no Fluxo de Caixa Descontado

Os métodos baseados no fluxo de caixa descontado são os que consideram, de forma combinada,
o fluxo de caixa e o valor do dinheiro no tempo. Isto faz com que, usando-se esses métodos, as
alternativas de investimentos ou projectos possam ser avaliadas em uma mesma data (presente ou
futura) ou, segundo a uniformização da distribuição dos fluxos de caixa, num mesmo horizonte de
tempo.

Geralmente esses métodos são os mais utilizados na obtenção de indicadores para as análises
económicas, e eles podem ser:
• Valor actual líquido;
• Razão do valor actual líquido;
• Relação benefício-custo descontado;
• Valor anual equivalente;
• Taxa interna de retorno.

I. Valor Actual Líquido (VAL)


O Método do Valor Actual Liquido (VAL), também conhecido como Valor Actual, Valor Presente ou
Valor Presente Líquido, consiste em converter os fluxos de caixa de uma alternativa de
empreendimento, distribuídos ao longo do tempo, em um valor equivalente no momento actual,
ou seja, no tempo zero.
O VAL é calculado pela Equação
Onde:
t => é um ponto no tempo, geralmente um ano;
n => é a vida total do projecto, normalmente em anos;
i =>é a taxa de desconto atribuída como sendo atractiva ao projecto;
FC => é o fluxo de caixa em cada ponto no tempo

O VAL representa portanto, a soma do valor actual de cada fluxo de caixa da oportunidade de
investimento, distribuído ao longo da vida útil do projecto. Desta forma, o VAL mede a
diferença entre os fluxos de caixa positivos e os investimentos (fluxos de caixa negativos),
todos descontados a uma determinada taxa.

• Vantagens do método VAL


• VAL tem a vantagem de ser o método mais apropriado para a avaliação do valor
económico de um projecto e, por conseguinte, permite obter um parâmetro relevante
para negociação.
• Desvantagem do método VAL
• O método VAL tem como principal problema é a necessidade de determinação prévia de
uma taxa de desconto apropriada.
II. Razão do Valor Actual Líquido (RVAL)
O Método da Razão do Valor Actual Líquido (RVAL), Relação do Valor Actual Líquido
ou Relação do Valor Actual consiste na relação entre o VAL e o valor actual absoluto
dos investimentos de uma alternativa na fase pré-operacional, conforme expresso
na Equação abaixo.
RVAL=VAL/VAI

A RVAL mede, portanto, o valor actual líquido por unidade de investimento ou, em
outras palavras, a eficiência ou lucratividade do investimento, representada pela
relação entre lucro e investimento. Quando o resultado é positivo (RVAL> 0), a
alternativa de empreendimento pode ser aceita; caso contrário, deve ser rejeitada.

Vantagens do método (RVAL)


• Permite ordenar várias alternativas de projectos independentes, com
investimento inicial e vida útil desiguais;
• Permite a comparação entre alternativas de projectos com diferentes
investimentos iniciais, por meio da medição do VAL por unidade monetária de
investimento.
III. Relação Benefício-Custo Descontado (RBCD)
O método da relação Benefício-Custo Descontado (RBCD), também designado Relação Benefício-
Custo, consiste na relação entre o VAE (valor actual das entradas líquidas, benefícios) e o VAI
(valor actual dos investimentos, custos), na fase pré-operacional, conforme expresso na Equação
abaixo.
RBCD=VAE/VAI
A RBCD mede, portanto, a relação entre o retorno e o investimento, a uma determinada taxa de
desconto; ou seja, a RBCD avalia, em termos de valor actual, qual a entrada de caixa para cada
uma investida.

Da mesma forma que em RBC, a alternativa pode ser aceita sempre que RBCD 1,0, devendo ser
rejeitada quando RBCD 1,0. A RBCD é uma derivação da RVAL e, como tal, a escolha entre
alternativas, pelo método RBCD, é feita da mesma maneira descrita para o método RVAL.

IV. Valor Anual Equivalente (VAE)


O Valor Anual Equivalente (VAE) consiste em converter os diversos valores dos fluxos de caixa
anuais em uma série uniforme equivalente, referente ao mesmo período de tempo, isto é, a vida
útil do empreendimento.
O VAE é obtido mediante a aplicação de uma taxa de desconto representativa do custo de capital,
também conhecida como taxa de atratividade, que servirá de base para o cálculo das séries de
valores equivalentes de cada fluxo de caixa anual. E pode ser calculado com base na equação
VAEA = VALA. FRC (i,n)
Onde: FRC (i,n) é o factor de recuperação de capital para uma determinada taxa de desconto ( i )
e uma determinada vida útil (n).
Usando-se o VAE como técnica de avaliação, a alternativa pode ser aceita sempre que o resultado
for positivo e deve ser rejeitada quando o resultado for negativo.

Vantagem do método VAE


VAE tem a vantagem de permitir ajustar, uniformemente, os custos ou retornos de um projecto,
ao longo de toda a vida do empreendimento. Daí o fato de ser o método mais apropriado para a
comparação entre alternativas com diferentes períodos de vida útil, o que o classifica como o
mais adequado nos casos de substituição de equipamentos, nas comparações entre projectos de
mineração normalmente com vida útil desigual, ou mesmo nas simulações dentro de um mesmo
projecto de mineração, em que são analisadas hipóteses bastante diferentes entre si, inclusive
com relação à vida útil.

V. Taxa Interna de Retorno (TIR)


A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto que iguala o valor actual dos
fluxos de caixa positivos ao valor actual dos fluxos de caixa negativos, em uma alternativa de
investimento. Em outras palavras, a TIR é a taxa de desconto que, aplicada ao fluxo de caixa de
um projecto, produz um VAL = 0.

Enquanto os métodos descritos anteriormente (VAL, RVAL e VAE) são calculados a partir de uma
taxa de desconto pré-determinada, o método do TIR consiste em determinar a taxa de retorno do
empreendimento.
Vantagens do método TIR
• Oferece uma medida de rentabilidade em forma de percentual (preferida pelos
empresários e analistas) ao invés de um como ocorre no caso do VAL e do VAE;
• Não necessita a definição de uma taxa de desconto pré-determinada para o seu
cálculo.
Desvantagens do método TIR
• Necessidade da TIR ser comparada a uma taxa de desconto, como também ocorre
com o VAL e o VAE;
• A inconveniência de apresentar, em alguns casos, mais de uma TIR ou mesmo
nenhuma;
• A dificuldade na interpretação do sentido económico financeiro, dando a entender
que a TIR é a taxa de retorno sobre o capital investido, o que, na maioria das vezes,
não é verdadeiro.

Em suma, métodos que utilizam o fluxo de caixa descontado permitem uma melhor
avaliação sobre a atractividade do investimento por considerarem o custo de capital. No
entanto, embora complementares aos métodos simples, essas técnicas não esgotam o
processo de análise económica. Nos casos de projectos de mineração que envolvem
altos investimentos financeiros, se fazem necessárias as análises de sensibilidade e de
risco, objectivando avaliar as incertezas e seus possíveis impactos nos projectos.
Conclusão
Chegado ao fim do trabalho, concluímos que a não utilização das técnicas
aqui abordadas na execução de um empreendimento mineiro, torna o
processo decisório reverente a sua implementação fique altamente
vulnerável com relação ao sucesso económico do projecto, principalmente
nessa área de mineração, onde o nível de incerteza é em geral muito
Obrigado pela atenção dispensada!
elevado. E que tecnicamente, existem várias alternativas do teor de corte e
nível de produção a serem examinadas, para que se possa alcançar a
combinação óptima para o desenvolvimento da mina.

E que nenhum dos métodos esclarecido anteriormente no trabalho é auto-


suficiente, devendo seus resultados serem considerados como parte de um
conjunto dos indicadores a serem analisados na avaliação de um
empreendimento mineiro.

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