Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPITAL DE GIRO
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
L358a
ISBN 978-85-53158-47-8
CDD 658.15244
José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
APRESENTAÇÃO...........................................................................07
CAPÍTULO 1
Recurso Operativo de Curto Prazo.........................................09
CAPÍTULO 2
Ciclo do Capital de Giro.............................................................45
CAPÍTULO 3
Gestão do Capital de Trabalho..................................................79
CAPÍTULO 4
Fontes do Capital de Giro........................................................ 111
APRESENTAÇÃO
O sucesso das operações empresariais muitas vezes depende de uma boa
gestão da liquidez operacional, o que em outras palavras é conhecido como
gestão do capital de giro. Essa boa gestão da liquidez depende de diversos
fatores, entre eles: a dinâmica dos tempos operacionais das atividades, o correto
planejamento da necessidade de recursos financeiros para essas atividades e o
correto planejamento de caixa operacional.
Caro acadêmico! Seja vindo e fique à vontade para ler, estudar e perguntar
ao longo de seus estudos. Desejo-lhe sucesso no estudo desta disciplina.
Temática que com certeza poderá lhe ajudar na construção de seu conhecimento
e aprimoramento de competências.
Bons estudos!
C APÍTULO 1
RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
10
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Em termos financeiros, o capital de giro é o valor de investimento necessário
para fazer andar as atividades operacionais de um negócio, isto é, o capital de
giro é o valor de quanto capital monetário é necessário para: comprar matérias-
primas, insumos, gastos diversos (energia elétrica, telefone, combustível etc.),
salários, entre outros. Ao longo deste capítulo, estudaremos a dinâmica do
consumo desses recursos, seu registro, como custos e despesas, conforme suas
implicações na gestão do capital de giro.
11
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
12
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
CAIXA FORNECEDORES
DUPLICATAS
A ESTOQUE
RECEBER
VENDAS
O custo fixo faz parte do uso de recursos essenciais à produção, mas que
não são incorporados “fisicamente” ao produto. Exemplo: para produzir pão,
você precisará de forno, de equipamento e de um local onde operar. Esses bens
de capital são o custo fixo, pois o registro de custos não muda à medida que a
produção aumentar, o gasto de aluguel, a depreciação do equipamento, o salário
do supervisor, entre outros, são registrados como fixos de maneira mensal.
13
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividade de Estudos:
14
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
Fonte: O autor.
16
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
Por meio do quadro observe que tanto os custos como as despesas são uma
consequência do uso de recursos investidos em um negócio. Exemplificando, o
investimento em ativo circulante, tal com os estoques, vira custos de produção
no momento que esses estoques são aplicados nos processos de transformação.
Assim, o investimento em equipamentos e veículos serão transformados em
custos e/ou despesas por meio de sua depreciação.
Fonte: O autor.
17
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividade de Estudos:
ITENS CLASSIFICAÇÃO
Malha consumida
Aluguel de escritório e lojas
Depreciação/equipamentos
Serviço de segurança/instalações
Combustível veículos para entrega
dos produtos
Salário costureiras
Depreciação galpão/fábrica
Material de escritório consumido
Salário vendedores
Malha comprada
Salário supervisor de produção
Salário de auxiliar contábil
Energia elétrica fábrica
Material de escritório consumido
Compra equipamento
18
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
Para registrar os custos indiretos nos centros de custos, deve-se ter critérios
de rateio para, assim, conseguir incorporar os custos que abrangem vários produtos
durante o processo de transformação. Com isso, consegue-se obter o custo unitário
respectivo em função dos objetos de custos. Vamos ver um exemplo?
Fonte: O autor.
19
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Assim, o CIF pelo valor de R$ 79.000,00 deverá ser incorporado aos produtos
conforme o critério de rateio exposto ao final do quadro, isto é, horas-máquina.
No entanto, para usar esse critério de rateio, devemos aplicar a ponderação
respectiva dessas “horas-máquina”, consumidas no processo de fabricação,
conforme é apresentado a seguir:
250
Produto 1 250 40% x 100
620
370
Produto 2 370 60% x 100
620
Fonte: O autor.
Uma vez feito isso, e com essas porcentagens, pode-se incorporar esses CIF
no registro de custos por produto, conforme a seguir:
20
21
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Variável Estoque
Custos de RESULTADO
Produção
Próprio Vendas
Fixo
e Geral ( - ) CP.V
( - ) Despesa Variável
Margem Contribuição
24
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
A análise da DRE pelo Método de Custeio Variável serve somente para fins
gerenciais, para fins contábeis. Conforme as normas contábeis, deve-se usar o
método por absorção. O foco do custeio variável é observar a dinâmica das contas,
ou seja, quais destas são fixas e quais são variáveis. É em função dessa dinâmica
que vamos “quebrar” a DRE em duas grandes fases: na primeira, consideram-
se as receitas menos todos os custos e despesas que sejam variáveis; e, na
segunda, consideram-se todos os custos e despesas que sejam fixas.
28
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
Fonte: O autor.
29
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividades de Estudos:
30
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
a) ( ) R$ 100.000,00 e R$ 180.000,00.
b) ( ) R$ 150.000,00 e R$ 130.000,00.
c) ( ) R$ 210.000,00 e R$ 240.000,00.
d) ( ) R$ 240.000,00 e R$ 220.000,00.
e) ( ) R$ 244.000,00 e R$ 234.000,00.
31
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
O conceito parece simples, mas o importante é saber como identificar esse PEO!
32
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
Fonte: O autor.
Assim, nesse nível de vendas de 6.985 unidades, o lucro gerado será de zero!
Isto é, esse nível de vendas representa o ponto crítico das operações, ou seja,
o Ponto de Equilíbrio Operativo (PEO). Acima de 6.985 unidades vendidas,
a empresa gera lucro; e abaixo dessas 6.985 unidades, a empresa começa a
gerar prejuízo. Sabendo o valor do PEO, a empresa consegue estabelecer um
ponto referencial crítico de suas operações. Por isso a importância de saber a
dinâmica do Método de Custeio Variável.
33
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
As empresas não são estáticas, elas possuem uma dinâmica própria que
fica em função de diversas variáveis que acontecem continuamente, tais como:
comportamento do consumidor (clientes), variação dos preços dos insumos
(variação dos custos), aprimoramento de processos produtivos, aumento dos gastos
administrativos etc. Assim, o PEO é mais uma representação de análise gerencial
que de fato pode mudar, mudança que depende de dois grandes determinantes:
35
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
A fórmula de PEO é:
Voltando para o nosso exemplo, observe como muda o PEO para um novo
patamar, utilizando a DRE previamente estudada. O que pode acontecer com o
PEO se houver um aumento de 3,9% no custo variável? A lógica nos fala que
haverá uma mudança desse PEO, conforme quadro a seguir:
36
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
AT&T
A Terceirização é Inevitável
A AT&T está entre as principais empresas de comunicação
de voz, vídeo, e dados do mundo, atendendo a pessoas
físicas e jurídicas e ao governo. Com respaldo na capacidade
de pesquisa e desenvolvimento da AT&T Labs, a empresa
administra a maior e mais sofisticada rede mundial de
comunicação.
Um de seus serviços é o de cartão telefônicos pré-pagos.
Apesar da especialização na prestação de serviços de
telecomunicação, a empresa tinha pouca experiência na
administração dos processos da cadeia de suprimentos
necessários para levar bens tangíveis e acabados a canais
como lojas de conveniência e varejo de massa. A AT&T tomou
a decisão estratégica de terceirizar as funções de gestão da
cadeia de suprimentos de seu cartão pré-pago. Para isso,
contratou a Accenture, uma empresa global de serviços de
consultoria empresarial e tecnologia.
A Accenture uniu-se à AT&T para desenvolver uma cadeia
de suprimentos voltada para o cliente, que se integra todos
os processos empresariais necessários - compras, produção,
37
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividades de Estudos:
38
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
39
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
41
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, abordamos alguns conceitos importantes de custos para
visualizar melhor a dinâmica do capital de giro, assim, identificamos quais custos
são variáveis e quais são fixos.
42
Capítulo 1 RECURSO OPERATIVO DE CURTO PRAZO
REFERÊNCIAS
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
43
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
44
C APÍTULO 2
CICLO DO CAPITAL DE GIRO
46
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Qual é o elo entre Capital de Giro e os processos operativos de uma
organização? Basicamente, financiar o abastecimento de recursos produtivos
para viabilizar as operações. Diante disso, um dos objetivos do capital de giro é
saber identificar as necessidades de liquidez dos ciclos operacionais de cada um
dos objetos de custos, que precisam de matéria-prima, insumos, mão de obra,
entre outros.
2 CICLO OPERACIONAL
A base do capital de giro é determinada pelo fluxo das operações e
consumo de recursos das atividades operacionais em função dos objetos de
custos, isto é, todos os processos de ordens de compra, estocagens, processos
de transformação da matéria-prima, insumos, salários, entre outros gastos. O
consumo de recurso produtivo objetiva dar continuidade à produção constante
apurada por meio dos tempos de consumo destes recursos.
47
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Pasteurização (65
°C/30 minutos)
Repouso/coagulação
(45 minutos)
Corte da
coalhada/mexedura
49
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
As empresas devem definir muito bem esses prazos médios, que são
estabelecidos pela gestão de estoques conforme a logística e processos de
transformação das operações das diversas atividades que uma organização
possa apresentar. Assim, uma vez estabelecidos esses prazos médios é que se
pode apurar o ciclo operacional, utilizando a seguinte fórmula:
50
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
Uma vez feita essa apreciação de prazos médios, temos os meios para
calcular o ciclo operativo (C0), sendo, neste caso:
CO = 107 dias.
Qual seria sua apreciação desse CO de 107 dias? Esses 107 dias representam
o prazo médio que a empresa demora para recuperar os recursos investidos no
capital de giro de seu processo de produção. Ele é um “prazo médio” porque, de
modo geral, as empresas possuem uma margem de erro de alguns dias, assim,
esse prazo médio é uma média estatística. Segundo Gitman (2010, p. 549):
Fonte: O autor.
52
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
53
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
54
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
55
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividade de Estudos:
360 dias
• Prazo Médio Estoques (PME) de 22 dias 22 dias = .
16,36 vezes
Giro de Contas Vendas anuais de R$ 20.000.000 e saldo de Contas a Receber pelo valor de
a Receber R$ 1.666.666,67. Assim, com esses dados, podemos obter:
(Duplicatas)
• Giro de Contas a Receber, média de 12 vezes ao ano 12 =
R$ 20.000.000
.
R$ 1.666.666,67
360 dias
• Médio de Duplicatas a Receber (PMR) de 30 dias 30 dias = .
12 vezes
Giro de Contas Custo anual de insumos por R$ 11.000.000 e saldo de Contas a Pagar pelo
a Pagar valor de R$ 1.375.000. Com esses dados, podemos obter:
(Fornecedores)
R$ 11.000.000
• Giro de Contas a Pagar, média de 8 vezes ao ano 8 = .
R$ 1.375,000
360 dias
• Prazo Médio de Pagamento (PMP) de 45 dias 45 dias = 8 vezes .
Fonte: O autor.
57
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
58
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
59
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
(+) Contas a 40
$ 10.000.000 x ( ). $ 1.095.890.
Receber 365
60
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
No exemplo exposto por Gitman (2010) fica claro que qualquer mudança
nos ciclos de venda a prazo, dos estoques e/ou do prazo de pagamento aos
fornecedores refletirá no giro de capital e no valor do investimento. Por exemplo,
os recursos aplicados em capital de giro neste caso foram de $ 1.861.301, mas
se o número de dias das contas a receber mudar de 40 para 45 dias, o que
acontecerá com esse valor? Veremos a seguir:
40
• Contas a Receber antiga (40 dias) $ 10.000.000 x ( ) = $ 1.095.890.
365
45
• Contas a Receber nova (45 dias) $ 10.000.000 x ( ) = $ 1.232.877.
360
Acontecerá um aumento na necessidade de giro de capital de $ 136.987,00,
passando o valor de Recursos Aplicados de $ 1.861.301 para $ 1.998.288.
Atividade de Estudos:
a) ( ) 5.
b) ( ) 10.
c) ( ) 15.
d) ( ) 30.
e) ( ) 40.
61
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
4 CAPITAL DE TRABALHO
O capital de trabalho é sinônimo de capital de giro, que é o capital que
a empresa precisa para operar seus negócios. Até agora, visando entender o
conceito de capital de giro em si, ele foi estudado desde o ponto de vista do fluxo
operativo dos materiais que fazem parte do processo de transformação, ou seja, o
capital de giro operacional somente da perspectiva do processo de transformação
dos materiais a serem convertidos em mercadorias e em vendas pagas.
Todavia, quando uma empresa deste tipo deseja montar um novo restaurante
de sua marca, o parceiro investidor (dono do restaurante da localidade que usará
uma destas marcas de comida rápida) deverá desenvolver seu próprio esquema
e particularidades da logística e ciclos produtivos em função ao know-how da
franquia. Assim, antes mesmo de iniciar o empreendimento, a dona da franquia
exigirá ao dono do restaurante a apresentação de um projeto de negócio para
decidir a entrega dos direitos de montar o restaurante de comida rápida.
Neste sentido, podemos observar que existe uma grande diferença e opções
entre processos possíveis para dar conta da produção, inclusive, dentro do
contexto de uma mesma marca de comida rápida com vários parceiros locais
espalhados ao longo do país. É um exemplo disso:
63
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
A opção do “melhor”
retorno ao capital de giro investido. A opção do “melhor” rendimento
rendimento
operativo dependerá operativo dependerá de vários fatores, mas todos eles deverão definir
de vários fatores, e ponderar cada um dos resultados e os custos respectivos para
mas todos eles diferentes alternativas tecnológicas, para assim decidir qual delas
deverão definir e permite maximizar os rendimentos dos recursos a serem usados.
ponderar cada um
dos resultados e os Muitas vezes, esses custos podem ser quantificados. Em outros
custos respectivos casos, como os dos problemas ambientais gerados por uma
para diferentes fábrica (poluição do ar, criação de resíduos químicos, etc.) são
alternativas difíceis de quantificar e são avaliados a critério dos preparadores,
tecnológicas empresários e avaliadores (BUARQUE, 1998, p. 85).
64
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
65
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
66
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
Até agora nosso estudo está focado no capital de giro com vínculo direto
no processo industrial. As despesas gerais também fazem parte da análise do
capital de giro, pois representam saída efetiva de recursos financeiros dentro do
ciclo operacional.
Entende-se como
despesa as
Entende-se como despesa as atividades de apoio o processo atividades de apoio
produtivo de uma empresa, tais como apoio administrativo, de vendas e o processo produtivo
logística, de gestão financeira/contável, entre outras. Esses processos de uma empresa,
de gestão são fundamentais para manter em andamento qualquer tais como apoio
empresa, seja ela industrial, comercial ou de serviços. Esses gastos, administrativo, de
vendas e logística,
classificados como despesas, podem ser vistos da seguinte maneira:
de gestão financeira/
contável, entre
outras.
Quadro 8 - Despesas de apoio ao processo produtivo
Salários: gasto fixo em folha de pagamento dos funcionários que apoiam o processo
produtivo, tais como gerentes, auxiliares etc. No caso da padaria, a funcionária de caixa,
por exemplo.
Gastos de gestão e comunicação: gasto em manutenção dos sistemas integrados de
gestão empresarial (SIGE), gastos de amortização dos aplicativos de TI, e gastos de co-
municação, internet, telefone fixo e celular.
Gastos gerais: gastos menores de apoio, como utensílios dos escritórios, limpeza, café etc.
Gastos de venda e logística: gastos que fazem parte da gestão operativa e administra-
tiva destes setores.
• Rendimento do capital quando se tratar de capital próprio. Apesar de este não ser
considerado como capital no DRE projetado do projeto, deve-se considerar no
fluxo de caixa projetado, objetivando assim a análise de viabilidade financeira das
operações.
Fonte: O autor.
67
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
68
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
69
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
70
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
71
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Esses 85 dias são O que significa esse CO de 85 dias? Conforme o que estudamos
o prazo médio, em anteriormente, esses 85 dias são esses 85 dias são o prazo médio,
dias, que demora em dias, que demora o processo de transformação, isto é, desde a
o processo de entrada dos insumos, sua estocagem, sua entrada ao processo de
transformação
transformação, sua venda e, finalmente, a cobrança das contas a
receber. O seguinte passo é definir o prazo médio financeiro (CO), ou seja, o prazo
médio operativo descontando o prazo médio de pagamento aos fornecedores:
Fonte: O autor.
Talvez você esteja se questionando, mas como o custo médio total é R$ 3,44, quando
a média dos quatro custos unitários é R$ 3,50? Isto é: ( 3,95 + 3,73 + 2,96 + 3,38 ).
Vamos analisar isso a partir de duas perspectivas: 4
72
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
Exemplo:
R$ 824.158,00
O custo médio unitário da “Maçã e Canela Light” é R$ 3,73 = .
220,954
R$ 844.578,00
O custo médio unitário do total é R$ 3,44 = .
1,116.058
Fonte: O autor.
Para apurar esse custo ponderado, devemos pegar cada um dos volumes de
produção e dividi-los para obter o volume total, por exemplo, qual a ponderação
340.301
da “Maçã Clássica”? 0,30491 = .
1.116.058
Para cada um dos quatro produtos, deve-se somar todos esses custos
ponderados, tendo como resultado o valor do Custo Médio de Produção. Neste
caso, R$ 3,44, conforme se pode conferir no quadro exposto anteriormente.
Agora que temos mais claro a questão dos custos unitários, incluíremos esse
valor referencial de consumo de recursos ao ciclo financeiro (CO) previamente
definido, conseguindo-se obter a necessidade referencial de liquidez, conforme o
seguinte quadro:
73
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Será que só esse valor de R$ 587.366 é suficiente como capital de giro para
dar conta de todas as atividades operacionais, inclusive as administrativas? Pela
simples análise comum diríamos que não, e é certo dizer isso. Assim, apesar de
que esse valor de R$ 587.366 é o valor do capital de giro da produção, ainda não
é o capital de giro total, devido à necessidade de acrescentar as despesas com:
Fonte: O autor.
74
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
75
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividades de Estudos:
a) Conversão de Estoques.
b) Período Médio de Recebimento.
c) Período Médio de Pagamento (Fornecedores).
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
• Conversão de Estoques.
• Período Médio de Recebimento.
• Período Médio de Pagamento (Fornecedores).
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
76
Capítulo 2 CICLO DO CAPITAL DE GIRO
77
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos a necessidade de caixa dentro da perspectiva
da análise dos tempos dos processos produtivos, conforme os objetos de custos
dentro de uma empresa. No contexto financeiro, a primeira análise a se observar
é a relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante, sempre levando em
consideração a natureza do negócio. Uma coisa bem diferente é observar essa
relação de Ativo Circulante e Passivo Circulante de uma empresa comercial de
atacado, e outra bem diferente é observar essa mesma análise de uma empresa
com processos de transformação industriais.
REFERÊNCIAS
BRIGMHAM, E. F.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e
prática. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
78
C APÍTULO 3
GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
80
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nos dois capítulos anteriores, estudamos a dinâmica operativa do capital de
giro sob uma perspectiva diretamente relacionada às operações dos negócios
que uma empresa possa vir a operar. Todavia, ainda não exploramos a estrutura
de capital de giro sob o viés da análise financeira do Balanço Patrimonial das
atividades de um negócio. Neste sentido, ao longo deste capítulo, estudaremos
como o capital de giro, sob uma perspectiva financeira, é analisado e como
essa análise possui um vínculo direto com a gestão de capital de giro operativo
estudado nos capítulos precedentes.
81
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
82
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Para ilustrar, observe a seguinte situação: uma empresa teve contas do Ativo
investidas no capital de giro pelo valor de R$ 157.589 (Ativo Circulante), que foram
financiadas pelas obrigações geradas e registradas como Passivo Circulante pelo
valor de R$ 131.029 no ano 2016. A diferença dessas duas contas é que gera o
capital de giro líquido de R$ 26.560. Agora, esses valores referenciais do capital
de giro em si não informam muita coisa, no entanto, é um primeiro olhar à liquidez
83
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
da atividade das operações de uma empresa. Assim, para se ter um critério real e
uma tomada de decisão sobre esse capital de giro, precisamos fragmentá-lo em
mais alguns passos, tanto da análise financeira do balanço quanto da análise dos
processos das atividades operacionais.
De modo geral, por meio da análise AV, podemos fazer uma série de
observações iniciais, conforme o foco das necessidades de avaliação da gestão.
Necessidade de avaliação que fica em função do tipo de negócio da empresa. É
muito diferente analisar o capital de giro de uma empresa industrial, comercial ou
de serviços, cada tipo de empresa possui sua própria dinâmica de capital de giro,
em função de sua atividade e de suas particularidades.
Observe que a análise vertical somente demonstra o peso relativo das contas
em questão para um valor absoluto escolhido previamente. Todavia, para uma
análise de comportamento e tendências de uma conta específica do capital de giro
em função da própria dinâmica desta, e entre períodos de tempo, é necessário
adicionar a Análise Horizontal (AH).
b) Análise horizontal
Como seu próprio nome sugere, ela faz uma análise horizontal entre os
valores e/ou saldos de uma mesma conta. Agora, para fazer essa análise, deve-
se obter os saldos da mesma conta, porém, entre períodos ao longo de uma linha
de tempo, vamos supor anual. Observe o exemplo a seguir:
84
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Como foi feito o cálculo dessa porcentagem? Simples, para isso devemos
pegar a porcentagem de crescimento dessa conta entre os anos 2015 - 2014:
R$ 55.000
7,84% = ( -1) x 100. Observe que há uma tendência de crescimento
R$ 51.000
dessas contas ao longo dos três anos observados, isso poderia ser reflexo do
aumento das vendas da empresa. Todavia, no ano 2016, o acréscimo dessa
conta dispara em 18,18%. Isso é um aumento drástico que fica fora da tendência
observada nos outros anos, mas qual poderia ser o motivo disso?
85
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
86
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Toda essa atividade gerada pelo Ativo Circulante deve ser financiada, ou seja,
gera obrigações a pagar no curto prazo (salários, fornecedores etc.). Sendo que
essas obrigações são refletidas no Passivo Circulante. Então, se você observar a
relação entre Ativo Circulante e Passivo Circulante é um parâmetro que reflete o
capital de giro.
87
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Será que com uma análise tanto vertical como horizontal podemos ter os
elementos necessários para uma boa análise? As duas análises são importantes
para se ter uma primeira visão sobre o capital de giro e seus saldos, mas para se
ter um entendimento mais crítico sobre o que está acontecendo, deve-se fazer
uma análise em conjunto, isto é, vertical, horizontal e assim obter uma série de
índices financeiros que serviram de ferramenta comparativa para se acrescentar
o fluxo de caixa e os processos operativos, e assim poder fazer a tomada de
decisão respectiva.
88
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
89
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividades de Estudos:
Fonte: O autor.
a) ( ) I, III e IV.
b) ( ) II e III.
c) ( ) III e IV.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) I, II e IV.
90
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Fonte: O autor.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
91
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Ativo Circulantes
Índice de Liquidez Circulante = .
Passivo Circulante
Fonte: O autor.
Será que esse índice é suficiente para se ter uma visão mais criteriosa da
geração de liquidez?
3 GESTÃO DE ESTOQUES
Após ter revisado a relação de Ativo Circulante e Passivo Circulante, nos
aprofundaremos em uma subconta do Ativo Circulante, os estoques. Para
conseguir visualizar a importância dos estoques dentro do contexto do capital de
giro, devemos lembrar de que ele faz parte integral do Ciclo de Conversão de
Caixa (Ciclo Financeiro, “CF”), conforme a figura a seguir:
93
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
26%
0,80 - 1,01
Fonte: O autor.
94
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
b) Sistema ABC
O Sistema ABC
Assim como o próprio nome sugere, o Sistema ABC classifica os classifica os
estoques em três grandes grupos, conforme o nível da importância estoques em três
grandes grupos,
econômica destes:
conforme o nível
da importância
As empresas que usam o sistema ABC de estoques
econômica destes
classificam seu estoque em três grupos: A, B
e C. O grupo A inclui os itens que exigem maior
investimento monetário, normalmente, compreende 20% dos
itens mantidos em estoques, mas requer 80% do investimento
monetário. O grupo B inclui os itens que respondem pelo
segundo maior investimento desse gênero. O grupo C consiste
em grande número de itens que exigem um investimento
relativamente pequeno (GITMAN, 2010, p. 553).
96
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
97
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
98
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
2 x 100 x 150
41 unidades =
200
99
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
as empresas
devem ponderar Assim, as empresas devem ponderar esses elementos e o
esses elementos
aumento das vendas por meio do acréscimo no prazo de pagamentos,
e o aumento das
vendas por meio do ou seja, devem fazer uma análise de custo de oportunidade das vendas
acréscimo no prazo a prazo. Em termos financeiros, as contas a receber representam a
de pagamentos, frequência de prazo médio entre uma venda fechada e sua respectiva
ou seja, devem conversão em caixa. A gestão das contas a receber pode dividir-se em
fazer uma análise duas partes:
de custo de
oportunidade das
vendas a prazo. • Frequência de prazo entre o fechamento da venda e sua
conversão de caixa.
• A análise financeira do custo de oportunidade entre vender à
vista e a prazo, devendo-se observar as práticas do mercado e
os meios financeiros para financiar vendas a prazo.
100
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
101
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Com esses dados, consegue-se obter o prazo médio. Para isso, deveremos
determinar a ponderação das datas dessas duplicatas. Observe que se apresenta
valores e prazos diferentes para cada uma dessas duplicatas. Diante desses
elementos, o cálculo ponderado do prazo médio pode ser feito seguindo os
seguintes passos:
1. Apurar o valor total dessas contas a cobrar. Nesse caso, o valor total
será R$ 126.670,00.
102
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Assim, após esse procedimento, saberemos que o valor total dessas contas
a receber e seu prazo médio são: R$ 126.670,00 com um vencimento médio de
28,24 dias. O detalhe desses valores podemos observar a seguir:
Fonte: O autor.
Uma vez conhecido o prazo médio das contas a receber e o saldo de seu
valor, sabe-se que sua média de liquidação de suas vendas a prazo é de 28 dias.
Isso quer dizer que há 28 dias, em média, para recuperar as vendas a prazo,
sendo que esse número de dias fará parte do Ciclo Financeiro (Conversão de
Caixa) do investimento em capital de giro. Se a empresa precisar levantar fundos
em função dessas contas a receber, ela poderia vender essas duplicatas para uma
instituição financeira e adiantar esse valor de vendas por meio de um desconto
financeiro, operação de gestão dos recursos de capital de giro conhecida como
Factoring, que estudaremos no último capítulo.
dentro do padrão, pois seu prazo médio é de 28 dias, mas cabe analisar o total
de lotes de vendas e assim conferir se a empresa está conseguindo cumprir sua
política de vendas a prazo. Assim:
Fonte: O autor.
Desse quadro, podemos ver que apenas 43% das contas a receber estão
dentro da política de prazo de vendas, existindo valores em estado de quase
inadimplência de 9% e contas a receber com alto risco de empiorar de 17%.
Assim, nesse caso, a empresa deverá entrar no detalhe e analisar se os valores
mais atrasados poderiam de fato não vir a se converter em caixa e se tornar em
perda permanente para a empresa.
104
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Neste sentido, a meta de qualquer empresa deverá ser reduzir o prazo médio
de recebimento (contas a receber) e alongar as contas a pagar (fornecedores),
desde que isto não impacte no rendimento do preço de venda (receita), nem nos
preços de aquisição das compras feitas aos fornecedores (custos), para que não
prejudique os parceiros ao longo da cadeia valor. Seguindo esse raciocínio, sobre
a ética e a transparência no uso de financiamento dos fornecedores:
105
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
106
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
Atividades de Estudos:
107
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
108
Capítulo 3 GESTÃO DO CAPITAL DE TRABALHO
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, conseguimos aprofundar a relação do capital de giro com a sua
gestão financeira, e analisar quais as contas do Balanço de Pagamento fazem parte
da análise financeira deste; e como essa análise pode ser vinculada com a gestão
operativa do giro de capital necessário para operar qualquer tipo de negócio. Para
isso, estudamos as contas do Balanço Patrimonial que fazem parte da gestão da
liquidez e da sua respectiva gestão, visando otimizar a conversão de caixa.
109
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
REFERÊNCIAS
BRIGMHAM, E. F.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e
prática. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
110
C APÍTULO 4
FONTES DO CAPITAL DE GIRO
Analisar o fluxo de caixa de curto prazo e seu vínculo com o capital de giro.
112
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Após ter estudado todas as ferramentas e temas que possam dar o Capital de Giro
uma visão do que é Capital de Giro, neste último capítulo focaremos possui um vínculo
nas necessidades de liquidez que possam vir a surgir na dinâmica das direto com a
necessidades dos recursos operativos de qualquer tipo de negócio. estrutura do Ciclo de
Lembre-se de que o Capital de Giro possui um vínculo direto com a Conversão de Caixa
(Estoques, Processo
estrutura do Ciclo de Conversão de Caixa (Estoques, Processo de
de Fabricação,
Fabricação, Vendas, Contas a Receber e Contas a Pagar), ou seja, Vendas, Contas a
esse giro de capital representa a liquidez necessária para executar Receber e Contas a
as diversas atividades. Em termos operacionais, onde é que se gera Pagar)
a liquidez de um negócio? Na própria dinâmica da geração de caixa
é que as empresas devem fazer a gestão das necessidades de liquidez a serem
analisadas pelo fluxo de caixa, é a partir dessa análise que a tesouraria faz gestão
da liquidez das empresas. Assim, é com foco nessa ideia de gestão da liquidez
que iniciaremos o Capítulo 4, vamos lá?
113
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Suponha que uma empresa que vende sorvetes de 1/2 litro determinou o
preço de venda deste em R$ 12,00, logo, esse preço não deveria estar acima
do preço médio de mercado praticado por empresas semelhantes. Observe que
o preço poderia estar acima só se a empresa produz um sorvete diferenciado.
Agora, suponha que o sorvete não é diferenciado, logo:
114
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
115
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Observe que para levantar esses preços de vendas foi aplicado o mark-up
de 60,50%. No exemplo, o preço de venda da “Maçã e Canela Light” foi apurado
Custo base R$ 6,41
da seguinte maneira: R$ 16,24 = .= . Com esses valores
(1-Mark-up ) (1-0,605 )
de preços de venda, estamos na capacidade de projetar as vendas mensais,
conforme a seguir:
Fonte: O autor
116
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor
117
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Atividade de Estudos:
118
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
119
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
• CO = PME + PMR.
• CO = 40 dias + 60 dias.
• CO = 100 dias.
Esse CO de 100 dias será o prazo médio que todo o processo produtivo demora
em gerar caixa, ou seja, todo o recurso operacional demorará 100 dias para se
recuperar. Além desse CO de 100 dias para determinar a real conversão de caixa,
devemos apurar o Ciclo Financeiro (CF), ou seja, considerar as contas a pagar.
Então, esses 55 dias serão os dias que demorará para o dinheiro investido
no capital de giro se recuperar, isto é, a conversão de caixa. E agora? O seguinte
passo será vincular essa conversão de caixa de 55 dias em valores monetários,
observando-se as saídas de caixa operativas (custos e despesas a serem pagas
por mês), convertendo para valores diários (médios) de saída de recursos. Logo
depois, multiplica-se esse valor médio diário de saída de recursos pelos 55 dias
de conversão de caixa, então teremos o valor necessário a ser investido em
capital de giro, conforme a seguir:
Fonte: O autor.
120
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
Fonte: O autor.
Observe que o valor a ser gasto nesse capital de giro é de Todas essas saídas
R$ 1.204.883 a cada 55 dias, isto é, R$ 21.907 x 55 dias. Para de caixa deverão
ser bancadas até
conseguirmos visualizar o que significa esse valor, vamos imaginar
começarem a
que a empresa está iniciando suas operações, portanto, ainda não existir entradas de
há vendas a serem consideradas, só saídas de caixa operativas para caixa das vendas a
realizar compras de insumos, pagamento de funcionários, aluguel etc. prazo. Logo depois
Segundo a conversão de caixa, todas essas saídas de caixa deverão se apresenta a
ser bancadas até começarem a existir entradas de caixa das vendas recuperação desse
capital de giro, mas
a prazo. Logo depois se apresenta a recuperação desse capital de
deve-se continuar
giro, mas deve-se continuar com novas compras e vendas, ou seja, com novas compras
o ciclo de conversão de caixa é contínuo, nunca para. Observe que o e vendas, ou seja, o
capital de giro, ao longo da vida de uma empresa, só pode aumentar ou ciclo de conversão
diminuir em função da gestão do próprio giro do negócio, ele só cessa de caixa é contínuo,
se o próprio negócio parar de operar. nunca para.
Observe que nem todo negócio opera no positivo todos os meses, há negócios
que operaram no vermelho por vários meses até as vendas acontecerem, imagine
uma empresa que vende brinquedos, a maior parte de suas vendas acontecem
quando? Em outubro, no dia das crianças (12 de outubro); e dezembro, no
natal. No resto do ano, esse tipo de empresa só opera para produzir e estocar
mercadoria para suas vendas de temporada, claro, sempre haverá vendas, mas
não nesses volumes da temporada alta. O mesmo acontece na maioria dos
negócios, eles são cíclicos, por isso a importância de fazer uma boa gestão da
liquidez. Em termos padrão, qualquer fluxo de caixa operativo deve considerar:
121
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
122
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
Caixa
OPERACIONAL
Contas a Receber
Estoques FINANCEIRO
Vendas de Imobilizado
Títulos Diversos
Encargos Sálarios
Fornecedores e
Empréstimos
Tributos
Prestadores de Serviços Bancários
Manutenção Administração
Predial
Aplicações
Contas a Pagar
Manutenção Financeiras
Operacional Seguros
Fonte: O autor.
123
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Parece difícil olhar para toda essa série de valores? É uma simples corrida
de todas as entradas e saídas de caixa operativo, levando em consideração tanto
o Ciclo Operacional de 100 dias e os 45 dias de contas a pagar. A média dessas
contas resume-se na conversão de caixa cíclica de 55 dias. Esse ciclo, colocado
no papel, quer dizer que:
124
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
gasto com depreciação não representa uma saída efetiva de caixa, é mais um
jeito formal de provisionar valores monetários para reconhecer o próprio desgaste
125
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
8 A TESOURARIA ESTRATÉGICA
Ao longo de nossos estudos, focamos nas atividades operacionais e no seu
reflexo no capital de giro, ou seja, sempre no foco da gestão de capital de giro que
fica bem no “tempo presente”, isto é, hoje. No entanto, em um horizonte de tempo,
essa gestão da liquidez é um reflexo do que uma empresa fez, seu passado; e o
que ela pretende fazer e atingir no futuro.
126
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Saldo em caixa Como expõe Gitman (2010), o encontro da liquidez em uma conta
é um recurso de concentração permite alavancar custos operacionais da própria
monetário “em gestão dos recursos monetários de curto prazo, que, em geral, são
transição”, que fica investidos em títulos financeiros negociáveis que possuem geração de
disponível por um juros a favor da empresa.
curtíssimo prazo,
títulos financeiros
negociáveis, ou Os papéis financeiros de curto prazo levam em consideração
papéis financeiros que o saldo em caixa é um recurso monetário “em transição”, que fica
de curto prazo, eles disponível por um curtíssimo prazo, assim, a área de tesouraria procura
são investimentos investir esse recurso onde? Em títulos financeiros negociáveis, ou
financeiros papéis financeiros de curto prazo, eles são investimentos financeiros
disponíveis
disponíveis no mercado monetário e geram rendimentos financeiros,
no mercado
monetário e geram a principal característica deles é que são convertidos em caixa no
rendimentos momento que for necessário.
financeiros,
a principal No contexto do ativo circulante, os títulos negociáveis são
característica classificados logo depois da subconta “caixa” e fazem parte do ativo
deles é que são
líquido das empresas, sendo que seu principal objetivo é gerar retorno
convertidos em
caixa no momento dos fundos que ficam temporariamente “ociosos”. As duas principais
que for necessário. características deste papel são: “(1) um mercado que minimize o prazo
128
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
129
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Neste exemplo, Gitman (2010) expõe que pequenos saldos que vão se
acumulando ao longo do ano na gestão do capital de giro podem representar uma
perda de custo de oportunidade de investir esses valores no mercado financeiro.
Eis aqui um claro exemplo da importância de se ter estratégias de gestão de
saldos em caixa, seja para microempresa, pequena ou grande empresa. Para
um microempresário, por exemplo, gerar réditos financeiros de mais de R$ 600
ao ano recorrentes da gestão de saldos “imperceptíveis” vem a ser um valor
representativo!
132
133
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Observe que para existir uma TMA deve existir também, pelo
menos, mais uma (ou mais) alternativas de investimento. Isto quer
dizer que toda vez que há uma escolha de investimento, o investidor
abandona outra. Deste modo, a TMA representa a análise do Custo de
Oportunidade entre diversas opções de rendimentos financeiros.
No contexto da tomada de decisão dentro de uma empresa:
134
135
137
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
seu saldo em caixa, ela pode mexer nas suas contas que fazem parte de sua
conversão de caixa, conforme estudamos no Capítulo 2, isto é:
144
145
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Solução:
Fonte: O autor.
148
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
21 FACTORING
O factoring é um sistema de financiamento que utiliza o desconto de faturas
futuras e/ou duplicatas, como fonte de financiamento às empresas industriais,
comerciais e até de serviços. A ideia do factoring é utilizar os valores das contas
a receber assim que as vendas vão acontecendo e não ter que aguardar até o
vencimento destas, isso faz uma grande diferença na conversão de caixa das
empresas. Em muitos detalhes, o factoring é semelhante aos descontos em
duplicatas, mas, no caso do factoring, a instituição financeira literalmente compra
as faturas da empresa que deseja levantar fundos.
• Tradeshift, <https://tradeshift.com/>.
• GT Nexus, <http://www.gtnexus.com/>.
• C2FO, <https://c2fo.com/uk-en/why-c2fo/opportunity/>.
• PrimeRevenue, <https://primerevenue.com/>.
150
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
151
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Atividades de Estudos:
152
Capítulo 4 FONTES DO CAPITAL DE GIRO
22 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A equipe da Uniasselvi deseja que seus estudos tenham sido de muito
proveito para seu processo de aprendizado e geração de competências. Neste
último capítulo, você estudou a importância de se ter nas empresas um horizonte
de tempo bem definido para prever necessidades de capital de giro, levando
em consideração as oscilações de entrada e saída de recursos das operações
da maioria das empresas. Observe que existem poucas empresas que sempre
têm fluxos de caixa operacionais positivos, em algum momento de seus ciclos
de venda e gastos haverá alguma necessidade de financiar recursos financeiros
operacionais. É por isso que as empresas devem prestar muita atenção à gestão
do Fluxo de Caixa e a Tesouraria, temas que foram estudados ao longo do capítulo
com base nos conhecimentos adquiridos nos três primeiros capítulos.
REFERÊNCIAS
PILÃO, N. E.; HUMMEL, P. R. V. Matemática financeira e engenharia
econômica: a teoria e a prática da análise de projetos de investimentos. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
153