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Recursos Minerais

Qual a importância dos recursos obtidos da litosfera para a


sociedade humana?
O desenvolvimento da metalurgia de diferentes ligas metálicas serve para
os historiadores dividirem os períodos da Antiguidade (por exemplo, Era do
Bronze e Era do Ferro). Durante séculos, pedras preciosas e metais, como o ouro
e a prata, foram o principal objetivo da mineração, que visava atender o
pensamento mercantilista. Com as Revoluções Industriais aumenta a demanda
pelo ferro e ligas como o aço. Mas, e hoje?
Atualmente, os recursos minerais metálicos são de uso fundamental para
indústrias como a siderurgia, a metalurgia e a química pesada. Conhecidas
como indústria de base, são fundamentais para o desenvolvimento econômico
do país, já que permitem a produção de componentes normalmente
importados.

Não confunda:
Minerais metálicos: ferro, manganês, alumínio, estanho, cobre, chumbo;
Minerais não-metálicos: calcário, sal e enxofre.

Mas toda rocha é um mineral? Quando é que um mineral vira um


minério?
A classificação “metal” é oriunda da tabela periódica e as rochas podem
apresentar diferentes concentrações desses metais. A essas diferentes
concentrações denominamos minerais e quando algum desses apresentam
viabilidade econômica, chamamos de minério. É o caso da hematita (ferro), da
bauxita (alumínio) e da cassiterita (estanho) e do minério de pirocloro (nióbio).

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A hematita apresenta essa coloração avermelhada devido a oxidação do
ferro. Faz parte do processo chamado intemperismo químico.

O desenvolvimento da indústria de base no Brasil alavancou a


prospecção e mineração das nossas jazidas – que, uma vez mineradas,
chamam-se de lavras. O governo de Getúlio Vargas adotou uma política de
investimentos na nossa siderurgia e aproveitou-se de uma aliança com os
Estados Unidos, que era contra o Eixo nazi-fascista, para que os EUA investissem
na construção da Companhia Siderúrgica Nacional, em Resende (RJ).

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Em São Paulo também temos a Companhia Siderúrgica
Paulista (COSIPA). A importância dessas usinas foi evidenciada no
governo de Juscelino Kubitschek, durante o qual ocorreu a vinda das
indústrias automobilísticas para a região metropolitana de São
Paulo.

#ficaadica: Minérios são commodities, ou seja, recursos primários que


podem ser estocados sem perda de qualidade e que por serem de ampla
utilização na indústria mundial, tem seu preço determinado pelas bolsas
internacionais ao invés de ser determinado pelos países produtores. Para
países como o Brasil, a alta demanda significa maiores lucros, porém
retrações no mercado internacional geram queda na lucratividade e até
prejuízos no setor de mineração.

Temos as usinas e temos onde usar os recursos, mas onde vamos obtê-
los?
Devido a nossa formação geológica pré-Cambriana e cristalina, o Brasil
apresenta grandes reservas de recursos minerais metálicos. As principais se
encontram no Quadrilátero Ferrífero (MG) e na Serra dos Carajás (PA). Existe
também a reserva do Maciço do Urucum (MS), mas, por motivos de falta de
infraestrutura, contribui pouco com a produção nacional.
Importante destacar que o principal agente de exploração das nossas
reservas é a Empresa Vale. Criada em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, a
empresa estatal se chamava Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD). Isso
porque sua principal rota de escoamento do minério era a navegação do Rio
Doce. Em 1997, o governo brasileiro privatizou a CVRD, a qual agora se chama
só Vale.
O Quadrilátero Ferrífero é uma província geológica localizada no estado
de Minas Gerais, mais especificamente nas cidades de Sabará, Rio Piracicaba,
Congonhas, Casa Branca, Itaúna, Itabira, Nova Lima, Santa Bárbara, Mariana,
Ouro Preto, entre outras. Nessa área extraímos minérios de alumínio, níquel,
ferro, manganês, nióbio, diamante e ouro – tão famoso nas aulas de História.

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Com investimentos estatais a CVRD ampliou as atividades no
Quadrilátero e investiu na construção da ferrovia Minas-Vitória. Ao
chegar na capital do Espírito Santo, o minério é embarcado no porto
de Tubarão e enviado ao mercado externo. Nossos principais
compradores são China, União Europeia, Estados Unidos e Japão.
Outra parte do minério – principalmente de ferro – é enviada para a
Companhia Siderúrgica Nacional e processado pelo parque industrial paulista.
Essa produção é responsável por alimentar mais da metade do nosso mercado
interno.

O uso de trens é a maneira mais viável de transportar recursos minerais brutos


em regiões onde não há ocorrência de rios navegáveis.
Infelizmente a mineração acompanha impactos ambientais e alguns
desastres socioambientais gravíssimos. Em 2015 e 2019, as barragens de
Mariana e Brumadinho, respectivamente, sofreram rompimentos do rejeito da
mineração que levou à morte de centenas de pessoas e à enormes impactos
ambientais do país. As barragens armazenam o resultado da lavagem do
minério extraído e à medida que o rejeito aumenta, constroem-se novas
barragens. A falta de manutenção pela empresa Vale, ou seja, a não construção
de novas barragens segundo o aumento do rejeito, é apontada como a principal
causa dos acidentes.

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O rompimento da barragem provocou a poluição do solo, do Rio Doce até sua
foz no Oceano Atlântico, a destruição de cidades e a perda de vidas humanas.

Na região norte do Brasil, especificamente no Pará, encontra-se a Serra


dos Carajás. Parte dos escudos residuais amazônicos, foi explorado na década
de 60 por empresas estrangeiras, que faliram devido ao preço baixo no
mercado e os altos custos de exploração das lavras.

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Um dos problemas associados à mineração é o desmatamento e
a modificação do relevo pela escavação.

Nos anos 70, a CVRD se apodera da exploração e começa os


investimentos no Projeto Grande Carajás. Esse projeto incluía a construção da
Estrada de Ferro Grande Carajás até o ponto de Ponta da Madeira em São Luís
(MA) e a instalação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Essas duas obras públicas
viabilizaram a exploração dessa jazida e o atendimento dela ao mercado
externo – 30% da nossa produção nacional.
A Serra dos Carajás ficou famosa nos anos 80 devido a descoberta de ouro
na região da Serra Pelada. A corrida do ouro na região resultou em um
deslocamento populacional de centenas de milhares de pessoas que tentaram
bamburrar nos barrancos das minas. Hoje a mina encontra-se transformada em
uma lagoa, mas a mineração continua em outras áreas próximas.

Apesar do Brasil possuir reservas de uma grande diversidade mineral,


ainda importamos cobre de países como o Chile e o Peru.
O Maciço do Ururcum, localizado no Mato Grosso do Sul, é uma
importante reserva de manganês e ferro, mas devido à distância dos grandes
portos sua exploração tem menos relevância. Como alternativa, usa-se a
hidrovia Paraná para levar o minério aos nossos parceiros do Mercosul.

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Questões

1. (UNESP-SP) O Brasil é o sexto produtor mundial de alumina, mas possui a


maior área de exploração do mundo do minério do qual ela é extraída.
Observe o mapa.

Assinale a alternativa que indica, CORRETAMENTE, o nome do minério, o estado


brasileiro onde essa jazida está localizada e a bacia hidrográfica envolvida.

a) Alumínio; Amazonas; Rio Amazonas


b) Ferro; Pará; Rio Negro
c) Cassiterita; Amazonas; Rio Juruá
d) Cobre; Amazonas; Rio Madeira
e) Bauxita; Pará; Rio Trombetas

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2) (Adaptada) A respeito da mineração brasileira, marque
V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

I. ( ) O Brasil produz cerca de 70 substâncias minerais e é rico em minério de


nióbio, ferro e alumínio.

II. ( ) O país, apesar de ser um grande produtor mineral, possui poucas minas
para a exploração. As principais minas no país encontram-se especialmente
na Região Sul.

III. ( ) Os principais destinos de exportação de minérios brasileiros são EUA,


China e União Européia

Assinale a sequência correta:

a) FVV
b) VFV
c) VVF
d) FFV
e) FFF

3. (IBMEC) A Serra dos Carajás situa-se no município de Marabá, na bacia do Rio


Itacaiunas, a 550 km de Belém. Constitui uma anomalia mineralógica por
sua quantidade de recursos, que englobam grandes e variadas jazidas
minerais, exceto:

a) minério de ferro
b) manganês
c) bauxita
d) cobre
e) carvão mineral

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4. (UENP) Observe a região destacada no mapa a seguir e
assinale a alternativa correta.

a) A área em destaque refere-se à Serra dos Carajás, no sudeste do estado


do Pará. A área da Serra está totalmente inserida no Projeto Grande
Carajás, um projeto de extração mineral em operação. Anteriormente à
colonização, esse território era povoado pelos povos Karajá e Kayapó.
b) A área corresponde à Usina Hidrelétrica de Belo Monte, uma central
hidrelétrica que está sendo construída no rio Xingu, no estado do Pará,
nas proximidades da cidade de Altamira.
c) A área equivale ao território do futuro estado do Tapajós, que devido à
grande extensão territorial do Pará tem sido um dos argumentos
utilizados para uma divisão desse território e a consequente formação de
dois novos estados, além do atual Pará: Tapajós e Carajás.
d) O estado de Tapajós terá 722.000 quilômetros quadrados, sendo,
portanto, o mais extenso. Apesar de compreender a maior área do Pará,
essa região é a menos populosa: cerca de 1 milhão de habitantes. Sua
capital será a cidade de Santarém. Essa região apresenta pouco
desenvolvimento econômico, composta por grandes áreas preservadas e
muitos rios.
e) A região corresponde à área de cultivo da pimenta-do-reino
(pipericultura) no Pará (maior produtor e exportador nacional), que vai
receber uma "injeção" tecnológica concentrada com as atividades de um
novo projeto da Embrapa Amazônia Oriental, a ser lançado na cidade de
Bragança (PA).

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5. (FEI) As localidades de Itabira (em Minas Gerais) e Vale
do Paraopeba (da Serra dos Carajás no Pará) são áreas conhecidas
no país, devido:

a) às jazidas de petróleo exploradas pela Petrobrás.


b) às jazidas de cobre e diamantes explorados pela Acesita.
c) à atuação da Vale na exploração de minérios, sobretudo o minério de
ferro.
d) à criação de gado, pois são regiões pecuaristas por excelência, com
predomínio da pecuária intensiva voltada para exportação de carnes e
derivados.
e) à instalação de hidrelétricas de grande porte do sistema Eletrobrás
Furnas.

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Resolução Comentada

1) Alternativa E) “Bauxita; Pará; Rio Trombetas”


Enquanto ao sul a Serra dos Carajás se destaca pela exploração de ferro, ao
norte, no Vale do Rio Trombeta, se encontra uma das principais áreas de
extração de bauxita – minério de alumínio.

2) Alternativa b) “VFV”
A região brasileira com as maiores reservas minerais é formada por um eixo
SE-NO, que vai de Minas Gerais até o Pará e Roraima.

3) Alternativa e) “carvão mineral”


As reservas de carvão no Brasil se localizam na região Sul do país,
principalmente em Santa Catarina. É um mineralóide de formação em rochas
sedimentares – muito diferente dos escudos cristalinos encontrados no Pará.

4) Alternativa a) “A área em destaque refere-se à Serra dos Carajás, no


sudeste do estado do Pará. A área da Serra está totalmente inserida no
Projeto Grande Carajás, um projeto de extração mineral em operação.
Anteriormente à colonização, esse território era povoado pelos povos
Karajá e Kayapó.”
Apesar da proximidade com as obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, a
área do mapa é muito maior do que aquela impactada pela construção da
usina. Devido a sua extensão, o Pará apresenta movimentos de fragmentação
territorial, que usam a importância econômica da região como justificativa para
o separatismo. No entanto, a região destacada seria o estado de Carajás e não
Tapajós.

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5) Alternativa c) “à atuação da Vale na exploração de minérios,
sobretudo o minério de ferro.”
Vale destacar que a exploração do petróleo (um recurso mineral
não-metálico) é um dos principais produtos da nossa pauta de
exportação. Sua exploração se dá principalmente na plataforma
continental na região da Bacia de Campos (RJ). A descoberta da
reserva do pré-sal colocou o Brasil como um dos principais
produtores mundiais de petróleo, apesar de hoje essa exploração
estar sendo feita, em grande parte, pela iniciativa privada.

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