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OS RECURSOS NATURAIS

1-OS RECURSOS DO SUBSOLO

1.1-AS ÁREAS DE EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS


Introdução
A quantidade e diversidade dos recursos existentes no subsolo,
dependem das características geológicas das unidades geomorfológicas.
Os recursos do subsolo dividem-se em recursos energéticos (metálicos, não
metálicos, rochas industriais e rochas ornamentais) e recursos hidrominerais
(águas minerais naturais e águas de nascente).
1.1.1- As Unidades Morfoestruturais
A distribuição dos recursos minerais e a localização geográfica das
áreas onde é efetuada a sua exploração está relacionada com a estrutura
geomorfológica e geológica do território.

Maciço Antigo (Maciço Hespérico)


➔ Unidade mais antiga e extensa (70% do território).
➔ Os terrenos são formados por rochas muito antigas e de grande
dureza: granitos, xistos, calcários cristalinos, gneisses e quartzitos.

Os recursos minerais encontram-se nas zonas de contacto das


diferentes estruturas geológicas: minerais metálicos (cobre, ferro, estanho),
recursos energéticos (urânio) e rochas ornamentais cristalinas.
Em termos geomorfológicos, o Maciço Hespérico encontra-se dividido
pela Cordilheira Central ( serras da Estrela, Açor, Lousã, Gardunha e
Malcata) que estabelece a separação entre duas áreas contrastantes.

Norte
Relevo acidentado com grandes elevações (serras: Peneda, Gerês, Larouco,
Marão, Montemuro, Cabreira) e alguns planaltos com vales profundos e
encaixados pela rede hidrográfica.

Sul
Peneplanície alentejana (área aplanada resultante do desgaste e da
acumulação de sedimentos) com alguns relevos residuais (serras de S.
Mamede e Marvão).
Orlas Sedimentares (Mesocenozóicas)
➔ Correspondem a antigas áreas deprimidas nas quais se foram
acumulando sedimentos provenientes do desgaste do Maciço.
➔ Predominam as rochas sedimentares: areias, arenitos, margas, argilas
e calcários.
➔ As jazidas correspondem às rochas industriais: calcários, areias, argilas
e arenitos.

Orla Ocidental
➔ Formada na era geológica II estende-se ao longo do litoral entre
Espinho e Arrábida.
➔ A norte de Coimbra predominam as planícies sedimentares: areias,
granitos e argila
➔ A sul dominam as planícies e os baixos planaltos. Surgem elevações
como o Maciço Calcário Estremenho e as serras de Sintra e Arrábida.

Orla Meridional
➔ Ocupa a faixa litoral algarvia.
➔ De estrutura enrugada é baixa e plana junto á costa e nela predominam
as rochas sedimentares: areias, arenitos, calcários, argila e sal-gema.

Bacias Sedimentares do Tejo e Sado


➔ Formadas nas eras geológicas III e IV em resultado da deposição de
sedimentos marinhos e fluviais em áreas deprimidas de fundo oceânico.
➔ Estas bacias cenozóicas formam as planícies aluviais do Tejo e Sado.
➔ Contêm a maioria das jazidas de rochas industriais: calcário, areias,
argilas, arenitos e cascalho.

1.1.2-A Indústria Extrativa


Portugal é um país relativamente rico em quantidade e diversidade de
recursos minerais: rochas industriais e ornamentais e águas minerais e de
nascente.
A nossa indústria extrativa está pouco desenvolvida (representa 1% do
PIB, em 2019).
A partir de 2004 regista-se um aumento do valor da produção
justificado pela maior procura ocorrida nos minérios metálicos(subida da
cotação do cobre e do volfrâmio) e nas águas minerais e de nascente
(aumento do consumo).
Nas rochas industriais e ornamentais (representam mais de metade do valor
global) ocorreu estagnação na produção.
Minerais Metálicos
Cobre
➔ Bom condutor elétrico e resistente à corrosão, é importante para as
indústrias elétricas.
➔ Portugal possui as maiores reservas da Europa numa longa faixa que
atravessa a peneplanície alentejana na direção NO-SE designada por Faixa
Piritosa Ibérica (desde Grândola a Sevilha) onde se destaca o Couto Mineiro
de Neves Corvo (Castro Verde- Beja).

Estanho
➔ Utilizado no fabrico de ligas metálicas (bronze) e em soldadura.
➔ A produção tem vindo a diminuir, em consequência do encerramento
de
minas, provocado pela diminuição da sua cotação no mercado internacional.
➔ A produção é oriunda das minas de Neves Corvo e da Panasqueira.

Ferro
➔ Constitui a principal matéria-prima da indústria siderúrgica.
➔ Produção muito escassa e insuficiente face às necessidades da nossa
indústria.
➔ Principais reservas: Moncorvo (hematite), Marvão (magnetite) e Cercal
(manganês)
➔ Nos últimos anos a produção baixou e a sua exploração passou a
realizar-se apenas nas minas de Moncorvo.

Volfrâmio (Tungsténio)
➔ Destina-se essencialmente ao fabrico de aço extraduro e de filamentos
de lâmpadas elétricas incandescentes.
➔ Nas últimas décadas, a produção tem-se mantido estável, a um nível
baixo, embora Portugal mantenha a posição de segundo produtor europeu.
➔ A produção provém das minas da Panasqueira.

Ouro e Prata
➔ A exploração residia nas minas de Jales, que foram encerradas por
motivos económicos.

Minerais Não Metálicos


Sal-Gema (Cloreto de Sódio)
➔ Utilizado na indústria química, agroalimentar e de rações.
➔ Explorado nas minas de Torres Vedras e Loulé.
Quartzo e Feldspato
➔ Servem de matéria-prima às indústrias de cerâmica, de vidro e na
eletrónica.
➔ Encontram-se em minas localizadas em Évora, Portalegre, Guarda,
Viseu e V.Real

Talco
➔ Utilizado na indústria da cerâmica.

Gesso
➔ Utilizado na construção civil e no cimento

Caulino
➔ usado na indústria cerâmica e na indústria do papel.

Rochas Industriais e Ornamentais


Este subsetor continua a ocupar o primeiro lugar no valor da produção
da indústria extrativa, desempenhando um papel económico regional
importante ao nível do emprego.

Rochas Industriais
Responsáveis por cerca de 70% do valor deste subsetor.
Estas rochas são muito diversificadas e assumem grande importância
pelas numerosas indústrias que alimentam.
Destacam-se os calcários comuns e as margas (argila + calcário) que
alimentam a indústria a indústria dos cimentos, a construção civil e algumas
indústrias químicas, as areias (cerâmica, vidro, construção civil), o caulino
(indústria do papel e cerâmica) e as argilas (construção civil e cerâmica).
Estas rochas têm tido um forte incremento nos últimos anos como
reflexo do aumento do consumo destas matérias-primas no setor da
construção civil e obras públicas.

Rochas Ornamentais
Estas rochas assumem um aspeto decorativo, o que lhes permite um
valor unitário bastante acrescido (mármore, granito).
Neste subsetor distinguem-se três subgrupos:
➔ rochas carbonatadas: mármore e rochas afins.
O mármore representa cerca de 25% da produção deste subsetor e mais de
45% de todo o valor gerado. Explorado na faixa Estremoz-Borba-Vila Viçosa.
➔ rochas siliciosas
➔ ardósias e xistos ornamentais.
As rochas ornamentais têm registado nos últimos anos uma recuperação
económica devido às seguintes razões:
➔ aumento da competitividade das empresas;
➔ valorização interna dos produtos comercializados;
➔ melhoria dos padrões de qualidade.

Águas Minerais Naturais e Águas de Nascente

Águas Engarrafadas

Águas Minerais: apresentam determinadas propriedades terapêuticas.

Águas de Nascente: nos últimos anos o consumo tem registado um grande


crescimento. Principais razões:
➔ modificações dos hábitos alimentares;
➔ melhoria da qualidade de vida;
➔ maiores cuidados com a saúde.

Termalismo
Portugal possui um grande número de nascentes com uma variada
mineralização.
O termalismo é uma atividade terapêutica com recurso a água termal:
de origem subterrânea, cuja temperatura de emergência excede os 20º (20-
40º).
Em 2011 encontravam-se em funcionamento 37 estâncias termais
(algumas em modo permanente e outras de caráter sazonal), concentradas
no Maciço Antigo e na Orla Ocidental.
Principais termas: S. Pedro do Sul, Caldas da Rainha, Monte Real,
Vizela, Vidago, Gerês, Luso, Curia, Felgueiras, Monfortinho, Chaves,
Manteigas, Nisa, Monchique.
O termalismo constitui um fator de dinamização de muitas regiões do
interior:
➔ possibilita a transferência de rendimentos para regiões menos
favorecidas;
➔ cria infraestruturas: vias de comunicação, hotéis, restauração;
➔ aumenta o volume de emprego e atenua o êxodo rural;c
➔ fomenta o intercâmbio cultural.
1.2-A EXPLORAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
ENERGÉTICOS

Portugal regista boas condições para o aproveitamento das energias


renováveis: hídrica, biomassa, eólica, geotérmica e solar. O país tem
assistido a um aumento contínuo do consumo de energia fóssil. Este
acréscimo deve-se essencialmente ao desenvolvimento dos transportes (37%
do consumo), à expansão industrial, à modernização da agricultura e à
melhoria do poder de compra e do nível de vida das populações.
Apesar de Portugal registar um elevado crescimento no consumo de
energia, continua a ser um dos países da EU com menor consumo/hab. Este
facto deve-se ao país revelar um menor desenvolvimento das atividades
económicas e pela população não ter ainda atingido as condições de conforto
e de posse de equipamentos típicos dos países mais ricos.
Princípios básicos das opções energéticas:
➔ aumentar a eficiência energética;
➔ reduzir a dependência face à energia fóssil;
➔ diversificar as fontes de energia;
➔ apostar nas energias renováveis;
➔ reforçar a proteção ambiental.

1.2.1-Os Combustíveis Fósseis

Carvão
Fonte energética altamente poluente, o carvão tem beneficiado de
preços relativamente baixos nos mercados mundiais, para continuar a ser
utilizado em grande escala.
Tipos de carbono mineral ou natural: turfa (60% de carbono), lenhite
(70%), hulha (80%) e antracite (90%).
Ao longo dos tempos o desenvolvimento tecnológico proporcionou a
valorização do carvão através de novas formas de utilização: a transformação
em óleos lubrificantes e em gás e a sua utilização como matéria-prima em
indústrias químicas, fibras sintéticas, tintas e produtos farmacêuticos.
A queima do carvão é responsável pela emissão para a atmosfera de um
conjunto de gases e partículas poluentes: dióxido de enxofre, óxidos de
azoto, dióxido de carbono.
Além da fraqueza da produção e das reservas (pequena dimensão das
jazidas), o carvão nacional é de fraca qualidade (reduzido poder calorífico) e
de difícil extração (jazidas a grande profundidade), o que torna inviável a sua
exploração económica.
As jazidas de hulha e lenhite deixaram de ter interesse económico na
década de 40 e as minas de antracito (S. Pedro da Cova e Pejão) encerraram
a partir de 1994.
O carvão, fonte de energia primária, foi em Portugal quase
exclusivamente utilizado para a produção de eletricidade, a partir das centrais
térmicas de Sines e do Pego (atualmente encerradas).

Petróleo
O petróleo além de ser o combustível fóssil mais consumido (centrais
térmicas, indústria e transportes) tornou-se uma rica fonte de matéria-prima
para a indústria química e para o fabrico de plásticos, borrachas, lubrificantes,
vernizes, etc

Gás Natural
O gás natural (menos poluente) foi introduzido em Portugal no final do
século XX(97) e em 2011 atingiu cerca de 20% no peso da energia primária
nacional (indústria, consumo doméstico, transportes, serviços e centrais
termoelétricas).
Vantagens da introdução em Portugal:
➔ diminuição da forte dependência do petróleo;
➔ diversificação do aprovisionamento energético;
➔ promoção de uma maior preservação ambiental;
➔ aumento da competitividade da indústria.

Urânio
Recurso mineral radioativo é utilizado como matéria-prima em centrais
nucleares, essencialmente produtoras de eletricidade.
Em Portugal a sua exploração começou nos inícios do século XX, nas
minas da Urgeiriça, que se mantiveram em atividade até 1992, ano em que os
depósitos deste minério se esgotaram.

Lítio
Usado no setor energético nas baterias dos carros elétricos, o lítio é um
mineral essencial para o fabrico de baterias de equipamentos eletrónicos
portáteis.
A procura deste mineral no mercado mundial aumentou bastante e
Portugal possui uma das maiores reservas na Europa, nas regiões Norte e
Centro.
1.2.2-Os Recursos Energéticos Renováveis

A Energia Solar
A energia solar é universal, não poluidora e infinitamente renovável.
Apesar de muito utilizada em usos diversos como no aquecimento do interior
dos edifícios, de piscinas, de ginásios e de usos domésticos, é no campo da
produção de energia elétrica que apresenta a maior rentabilização.
Processos de obtenção de eletricidade:
➔ Método térmico ( direto): consiste no aquecimento da água através da
captação e concentração da radiação solar, por meio de espelhos planos ou
parabólicos móveis.
➔ Método fotovoltaico (indireto): é o mais económico e prático e consiste
na conversão direta da energia solar em eletricidade por células fotovoltaicas.
➔ Portugal apresenta ótimas condições meteorológicas (insolação):
radiação solar entre 2200-3000 horas de sol/ano, no sul do país (Alentejo e
Algarve).

A Energia Eólica
O aproveitamento desta energia depende de vários fatores: altitude,
declive e orientação do relevo e o rumo do vento dominante.
Os locais mais favoráveis para a instalação de aerogeradores são as
encostas e colinas voltadas para a direção (de oeste) dos ventos dominantes
(marítimos), as zonas costeiras as grandes superfícies planas e abertas
As regiões de maior potencialidade são a orla costeira ocidental (norte
do Tejo), a costa meridional do Algarve, o vale do rio Tejo e as regiões da
Madeira e dos Açores.
Além dos aerogeradores existem vários parques eólicos: Sines,
Madeira e Açores.
O maior potencial eólico- offshore- encontra-se no mar.

A Energia Geotérmica
Provém do aproveitamento do calor alimentado no interior da Terra em
regiões afetadas pelo vulcanismo.
A utilização da energia geotérmica orienta-se para a obtenção de água
ou vapor a temperaturas elevadas e que podem ser utilizadas no
aquecimento ou na produção de energia.
As regiões de maior potencialidade são as de origem vulcânica(Açores)
e as de natureza cristalina do Norte e Centro.
A Energia de Biomassa
A biomassa resulta do aproveitamento energético dos resíduos
orgânicos das florestas e dos provenientes de explorações agroalimentares e
agropecuárias.
O aproveitamento da biomassa (matéria orgânica de origem animal e
vegetal) para fins energéticos orienta-se para a produção de calor por
combustão de lenhas e resíduos sólidos, de gás (biogás), por fermentação de
detritos orgânicos.
A utilização atual do biogás é efetuada sob a forma de energia térmica
para aquecimento das instalações agropecuárias (suinicultura, estábulos e
aviários) e na produção combinada de calor e eletricidade.

A Energia das Ondas e Marés


O aproveitamento energético dos oceanos faz-se através do
movimento das ondas e da energia das marés-energia maremotriz.
As regiões mais favoráveis para esta energia são a costa ocidental e os
Açores.

Biocombustíveis (etanol e biodiesel)


Combustíveis de origem biológica, não fóssil.
Etanol: álcool etílico produzido a partir da cana-de-açúcar, beterraba e
eucalipto.
Biodiesel: combustível obtido através de uma reação química a partir de
matérias-primas como óleos vegetais, gorduras animais e microalgas.

A Energia Hídrica
O movimento da água e a energia por ele gerada é transformada em
energia elétrica.
O aproveitamento hidroelétrico tem lugar em cerca de uma centena de
grandes barragens e em oitocentas mini-hídricas (barragens de
pequena/média dimensão).
Mais de 90% das barragens localiza-se a norte do rio Tejo por motivos:
precipitação mais abundante, relevo acidentado e vales estreitos, profundo,
declivosos e de margens rochosas.
O sistema do Douro é o mais importante, produzindo mais de 50% da
energia elétrica.
A produção desta energia está diretamente dependente dos valores de
precipitação
Assim nos anos mais chuvosos a contribuição desta energia atinge os
40% e nos anos mais secos, os valores não ultrapassam os 20%.
A produção hidroelétrica apresenta grandes variações interanuais,
resultantes das oscilações no regime hidrológico e da quantidade de água
nas barragens.
Estas variações são compensadas pelas centrais térmicas.
A produção a partir destes dois tipos de centrais é complementar e está
inversamente relacionada (época do ano).
As albufeiras das barragens para além da produção de energia
proporcionam a captação de águas para rega ou consumo doméstico, a
regularização do regime dos rios, o combate aos incêndios florestais, a
prática de atividades de lazer (desporto) e a navegabilidade de rios.
As energias renováveis representam em 2019 mais de 50% (51,7%) de
toda a energia produzida: eólica (26%), hídrica (17,1%), biomassa (6%) e
solar (2,5%).

Setor Termoelétrico
Este setor compreende oito centrais alimentadas por combustíveis
fósseis.
As centrais de Sines e Pego funcionam a carvão, outras duas a gás
natural e as restantes consomem derivados de petróleo.
Principais inconvenientes destas centrais:
➔ custos elevados nas importações dos combustíveis
➔ níveis de poluição elevados

1.2.3-Redes de Distribuição e Consumo


O consumo energético tem aumentado obrigando a grandes
importações de combustíveis.

Petróleo: refinarias de Matosinhos e Sines.


Próximo destas refinarias localizam-se outras indústrias que usam estes
recursos: petroquímica, siderurgia, metalurgia.

Carvão: Após a suspensão da sua exploração em 1994, é importado e chega


às duas centrais térmicas alimentadas por este combustível.

Gás Natural: Foi criada uma rede de gasodutos para a distribuição deste
recurso, produzido na Argélia. Em Sines foi construída uma central de
regaseificação.

As AML e AMP são as que mais consomem combustíveis fósseis


enquanto o consumo de eletricidade se encontra mais disperso ao longo do
litoral.
A indústria e os transportes são os setores que mais contribuem para o
consumo final de energia. O aumento do consumo de eletricidade deve-se ao
maior rendimento das famílias e ao desenvolvimento dos serviços.

1.3-OS PROBLEMAS NA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS DO SUBSOLO


1.3.1- Os Custos de Exploração

A Dimensão das Empresas Nacionais


Predominam as empresas de pequena dimensão com fraca capacidade
económica.
Este facto reflete-se num aumento dos custos de exploração e na
diminuição da competitividade do setor nos mercados internacionais.

O Teor dos Minérios


A maioria das jazidas carateriza-se por um baixo teor dos seus
minérios que se traduzem numa menor rentabilidade.

Os Custos da Mão-de-Obra
A mão-de-obra portuguesa é mais cara do que a de muitos países
emergentes: China, Índia, Brasil.

A Acessibilidade aos Locais de Exploração


A maioria das jazidas nacionais:
➔ Tem uma fraca acessibilidade. A maioria localiza-se no interior norte e
centro em áreas de relevo muito acidentado.
➔ Estão localizadas a uma grande profundidade o que dificulta a extração
dos minérios.

A Indústria Transformadora
A grande maioria dos recursos extraídos do subsolo português destina-
se à exportação no estado bruto para outros países a preços relativamente
baixos.
Assim, devido ao fraco desenvolvimento da indústria transformadora,
Portugal perde a mais-valia resultante do processo de transformação
industrial.
A conjugação destes fatores endógenos e exógenos determinou o
encerramento de muitas minas, sobretudo na década de 1980.
1.3.2-Os Impactes Ambientais

Em Minas e Pedreiras:
Descaraterização da paisagem
➔ Alterações na topografia/morfologia devido à acumulação de detritos

Alterações no uso/ ocupação do solo


➔ Destruição do coberto vegetal

Impactes na biodiversidade
➔ Redução no número de espécies

Poluição atmosférica e sonora


➔ A movimentação de maquinaria e o rebentamento de explosivos
originam nuvens de poeiras e de ruído.

Alterações na Hidrologia e contaminação das águas


➔ O depósito de resíduos pode afetar o escoamento das linhas de água.
➔ A infiltração afeta a qualidade das águas.

Contaminação dos solos


➔ Ação da chuva sobre os estéreis
➔ Derrames
➔ Acumulação de resíduos

Recursos Energéticos:
Poluição atmosférica
➔ Resultante do aumento da emissão de gases que aumentam o efeito
de estufa

Desastres ambientais
➔ Resultantes de acidentes e derrames (marés negras) durante o
transporte de energia.

Problemas de segurança
➔ Registados nas refinarias, nos parques de armazenamento de
combustíveis e em áreas urbanas.
➔ A atividade extrativa pode igualmente comprometer a segurança e a
saúde pública das populações originando problemas respiratórios,
oftalmológicos e alergias e o aumento da incidência de diversos tipos de
cancro.
1.4-A POTENCIALIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO E DA UTILIZAÇÃO DOS
RECURSOS DO SUBSOLO
A indústria extrativa tem sido responsável pelo desenvolvimento de
muitas regiões rurais. Atualmente a valorização económica destas áreas
deverá ter em conta a potencialização dos recursos endógenos, do turismo e
atividades de lazer e da aposta nas energias renováveis.

1.4.1- Minas e Pedreiras

No sentido de potencializar este setor, Portugal deverá apostar:


➔ na transformação dos recursos de modo a criarem-se produtos finais
que incorporem o respetivo valor acrescentado (ex: minerais metálicos e
rochas ornamentais);
➔ na melhoria do conhecimento geológico dos recursos existentes;
➔ no desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias que
permitam encontrar novas jazidas;
➔ na diversificação dos recursos minerais explorados, apostando que
num futuro próximo poderão ganhar destaque (ex. o lítio);
➔ na atração de novos operadores para o mercado português, visando o
incremento da exploração destes recursos;
➔ na proteção da saúde e da segurança dos trabalhadores mineiros e das
populações residentes em áreas de exploração mineira.

1.4.2- Águas

As águas minerais naturais e de nascente podem ser potencializadas


através:
➔ da realização de estudos que permitam um melhor e maior
conhecimento dos recursos;
➔ da modernização das indústrias de captação de águas engarrafadas
visando a manutenção da qualidade das águas.

Quanto às estâncias termais a sua valorização poderá passar pelas


seguintes medidas:
➔ o alargamento do período de funcionamento das termas;
➔ a diversificação da oferta de serviços;
➔ a criação de infraestruturas de apoio ao lazer e ao turismo;
➔ o desenvolvimento de atividades turísticas paralelas;
➔ o aproveitamento energético do calor das águas
1.4.3- Recursos Energéticos

A valorização destes recursos deverá passar pela implementação de


várias medidas:
➔ a melhoria do conhecimento geológico dos recursos existentes;
➔ o desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias que permitam
encontrar novas jazidas;
➔ o alargamento das concessões de prospecção e exploração de
petróleo e gás natural em áreas onshore e offshore;
➔ o aumento do potencial de aproveitamento de fontes de energia
renovável
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