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Norte
Relevo acidentado com grandes elevações (serras: Peneda, Gerês, Larouco,
Marão, Montemuro, Cabreira) e alguns planaltos com vales profundos e
encaixados pela rede hidrográfica.
Sul
Peneplanície alentejana (área aplanada resultante do desgaste e da
acumulação de sedimentos) com alguns relevos residuais (serras de S.
Mamede e Marvão).
Orlas Sedimentares (Mesocenozóicas)
➔ Correspondem a antigas áreas deprimidas nas quais se foram
acumulando sedimentos provenientes do desgaste do Maciço.
➔ Predominam as rochas sedimentares: areias, arenitos, margas, argilas
e calcários.
➔ As jazidas correspondem às rochas industriais: calcários, areias, argilas
e arenitos.
Orla Ocidental
➔ Formada na era geológica II estende-se ao longo do litoral entre
Espinho e Arrábida.
➔ A norte de Coimbra predominam as planícies sedimentares: areias,
granitos e argila
➔ A sul dominam as planícies e os baixos planaltos. Surgem elevações
como o Maciço Calcário Estremenho e as serras de Sintra e Arrábida.
Orla Meridional
➔ Ocupa a faixa litoral algarvia.
➔ De estrutura enrugada é baixa e plana junto á costa e nela predominam
as rochas sedimentares: areias, arenitos, calcários, argila e sal-gema.
Estanho
➔ Utilizado no fabrico de ligas metálicas (bronze) e em soldadura.
➔ A produção tem vindo a diminuir, em consequência do encerramento
de
minas, provocado pela diminuição da sua cotação no mercado internacional.
➔ A produção é oriunda das minas de Neves Corvo e da Panasqueira.
Ferro
➔ Constitui a principal matéria-prima da indústria siderúrgica.
➔ Produção muito escassa e insuficiente face às necessidades da nossa
indústria.
➔ Principais reservas: Moncorvo (hematite), Marvão (magnetite) e Cercal
(manganês)
➔ Nos últimos anos a produção baixou e a sua exploração passou a
realizar-se apenas nas minas de Moncorvo.
Volfrâmio (Tungsténio)
➔ Destina-se essencialmente ao fabrico de aço extraduro e de filamentos
de lâmpadas elétricas incandescentes.
➔ Nas últimas décadas, a produção tem-se mantido estável, a um nível
baixo, embora Portugal mantenha a posição de segundo produtor europeu.
➔ A produção provém das minas da Panasqueira.
Ouro e Prata
➔ A exploração residia nas minas de Jales, que foram encerradas por
motivos económicos.
Talco
➔ Utilizado na indústria da cerâmica.
Gesso
➔ Utilizado na construção civil e no cimento
Caulino
➔ usado na indústria cerâmica e na indústria do papel.
Rochas Industriais
Responsáveis por cerca de 70% do valor deste subsetor.
Estas rochas são muito diversificadas e assumem grande importância
pelas numerosas indústrias que alimentam.
Destacam-se os calcários comuns e as margas (argila + calcário) que
alimentam a indústria a indústria dos cimentos, a construção civil e algumas
indústrias químicas, as areias (cerâmica, vidro, construção civil), o caulino
(indústria do papel e cerâmica) e as argilas (construção civil e cerâmica).
Estas rochas têm tido um forte incremento nos últimos anos como
reflexo do aumento do consumo destas matérias-primas no setor da
construção civil e obras públicas.
Rochas Ornamentais
Estas rochas assumem um aspeto decorativo, o que lhes permite um
valor unitário bastante acrescido (mármore, granito).
Neste subsetor distinguem-se três subgrupos:
➔ rochas carbonatadas: mármore e rochas afins.
O mármore representa cerca de 25% da produção deste subsetor e mais de
45% de todo o valor gerado. Explorado na faixa Estremoz-Borba-Vila Viçosa.
➔ rochas siliciosas
➔ ardósias e xistos ornamentais.
As rochas ornamentais têm registado nos últimos anos uma recuperação
económica devido às seguintes razões:
➔ aumento da competitividade das empresas;
➔ valorização interna dos produtos comercializados;
➔ melhoria dos padrões de qualidade.
Águas Engarrafadas
Termalismo
Portugal possui um grande número de nascentes com uma variada
mineralização.
O termalismo é uma atividade terapêutica com recurso a água termal:
de origem subterrânea, cuja temperatura de emergência excede os 20º (20-
40º).
Em 2011 encontravam-se em funcionamento 37 estâncias termais
(algumas em modo permanente e outras de caráter sazonal), concentradas
no Maciço Antigo e na Orla Ocidental.
Principais termas: S. Pedro do Sul, Caldas da Rainha, Monte Real,
Vizela, Vidago, Gerês, Luso, Curia, Felgueiras, Monfortinho, Chaves,
Manteigas, Nisa, Monchique.
O termalismo constitui um fator de dinamização de muitas regiões do
interior:
➔ possibilita a transferência de rendimentos para regiões menos
favorecidas;
➔ cria infraestruturas: vias de comunicação, hotéis, restauração;
➔ aumenta o volume de emprego e atenua o êxodo rural;c
➔ fomenta o intercâmbio cultural.
1.2-A EXPLORAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
ENERGÉTICOS
Carvão
Fonte energética altamente poluente, o carvão tem beneficiado de
preços relativamente baixos nos mercados mundiais, para continuar a ser
utilizado em grande escala.
Tipos de carbono mineral ou natural: turfa (60% de carbono), lenhite
(70%), hulha (80%) e antracite (90%).
Ao longo dos tempos o desenvolvimento tecnológico proporcionou a
valorização do carvão através de novas formas de utilização: a transformação
em óleos lubrificantes e em gás e a sua utilização como matéria-prima em
indústrias químicas, fibras sintéticas, tintas e produtos farmacêuticos.
A queima do carvão é responsável pela emissão para a atmosfera de um
conjunto de gases e partículas poluentes: dióxido de enxofre, óxidos de
azoto, dióxido de carbono.
Além da fraqueza da produção e das reservas (pequena dimensão das
jazidas), o carvão nacional é de fraca qualidade (reduzido poder calorífico) e
de difícil extração (jazidas a grande profundidade), o que torna inviável a sua
exploração económica.
As jazidas de hulha e lenhite deixaram de ter interesse económico na
década de 40 e as minas de antracito (S. Pedro da Cova e Pejão) encerraram
a partir de 1994.
O carvão, fonte de energia primária, foi em Portugal quase
exclusivamente utilizado para a produção de eletricidade, a partir das centrais
térmicas de Sines e do Pego (atualmente encerradas).
Petróleo
O petróleo além de ser o combustível fóssil mais consumido (centrais
térmicas, indústria e transportes) tornou-se uma rica fonte de matéria-prima
para a indústria química e para o fabrico de plásticos, borrachas, lubrificantes,
vernizes, etc
Gás Natural
O gás natural (menos poluente) foi introduzido em Portugal no final do
século XX(97) e em 2011 atingiu cerca de 20% no peso da energia primária
nacional (indústria, consumo doméstico, transportes, serviços e centrais
termoelétricas).
Vantagens da introdução em Portugal:
➔ diminuição da forte dependência do petróleo;
➔ diversificação do aprovisionamento energético;
➔ promoção de uma maior preservação ambiental;
➔ aumento da competitividade da indústria.
Urânio
Recurso mineral radioativo é utilizado como matéria-prima em centrais
nucleares, essencialmente produtoras de eletricidade.
Em Portugal a sua exploração começou nos inícios do século XX, nas
minas da Urgeiriça, que se mantiveram em atividade até 1992, ano em que os
depósitos deste minério se esgotaram.
Lítio
Usado no setor energético nas baterias dos carros elétricos, o lítio é um
mineral essencial para o fabrico de baterias de equipamentos eletrónicos
portáteis.
A procura deste mineral no mercado mundial aumentou bastante e
Portugal possui uma das maiores reservas na Europa, nas regiões Norte e
Centro.
1.2.2-Os Recursos Energéticos Renováveis
A Energia Solar
A energia solar é universal, não poluidora e infinitamente renovável.
Apesar de muito utilizada em usos diversos como no aquecimento do interior
dos edifícios, de piscinas, de ginásios e de usos domésticos, é no campo da
produção de energia elétrica que apresenta a maior rentabilização.
Processos de obtenção de eletricidade:
➔ Método térmico ( direto): consiste no aquecimento da água através da
captação e concentração da radiação solar, por meio de espelhos planos ou
parabólicos móveis.
➔ Método fotovoltaico (indireto): é o mais económico e prático e consiste
na conversão direta da energia solar em eletricidade por células fotovoltaicas.
➔ Portugal apresenta ótimas condições meteorológicas (insolação):
radiação solar entre 2200-3000 horas de sol/ano, no sul do país (Alentejo e
Algarve).
A Energia Eólica
O aproveitamento desta energia depende de vários fatores: altitude,
declive e orientação do relevo e o rumo do vento dominante.
Os locais mais favoráveis para a instalação de aerogeradores são as
encostas e colinas voltadas para a direção (de oeste) dos ventos dominantes
(marítimos), as zonas costeiras as grandes superfícies planas e abertas
As regiões de maior potencialidade são a orla costeira ocidental (norte
do Tejo), a costa meridional do Algarve, o vale do rio Tejo e as regiões da
Madeira e dos Açores.
Além dos aerogeradores existem vários parques eólicos: Sines,
Madeira e Açores.
O maior potencial eólico- offshore- encontra-se no mar.
A Energia Geotérmica
Provém do aproveitamento do calor alimentado no interior da Terra em
regiões afetadas pelo vulcanismo.
A utilização da energia geotérmica orienta-se para a obtenção de água
ou vapor a temperaturas elevadas e que podem ser utilizadas no
aquecimento ou na produção de energia.
As regiões de maior potencialidade são as de origem vulcânica(Açores)
e as de natureza cristalina do Norte e Centro.
A Energia de Biomassa
A biomassa resulta do aproveitamento energético dos resíduos
orgânicos das florestas e dos provenientes de explorações agroalimentares e
agropecuárias.
O aproveitamento da biomassa (matéria orgânica de origem animal e
vegetal) para fins energéticos orienta-se para a produção de calor por
combustão de lenhas e resíduos sólidos, de gás (biogás), por fermentação de
detritos orgânicos.
A utilização atual do biogás é efetuada sob a forma de energia térmica
para aquecimento das instalações agropecuárias (suinicultura, estábulos e
aviários) e na produção combinada de calor e eletricidade.
A Energia Hídrica
O movimento da água e a energia por ele gerada é transformada em
energia elétrica.
O aproveitamento hidroelétrico tem lugar em cerca de uma centena de
grandes barragens e em oitocentas mini-hídricas (barragens de
pequena/média dimensão).
Mais de 90% das barragens localiza-se a norte do rio Tejo por motivos:
precipitação mais abundante, relevo acidentado e vales estreitos, profundo,
declivosos e de margens rochosas.
O sistema do Douro é o mais importante, produzindo mais de 50% da
energia elétrica.
A produção desta energia está diretamente dependente dos valores de
precipitação
Assim nos anos mais chuvosos a contribuição desta energia atinge os
40% e nos anos mais secos, os valores não ultrapassam os 20%.
A produção hidroelétrica apresenta grandes variações interanuais,
resultantes das oscilações no regime hidrológico e da quantidade de água
nas barragens.
Estas variações são compensadas pelas centrais térmicas.
A produção a partir destes dois tipos de centrais é complementar e está
inversamente relacionada (época do ano).
As albufeiras das barragens para além da produção de energia
proporcionam a captação de águas para rega ou consumo doméstico, a
regularização do regime dos rios, o combate aos incêndios florestais, a
prática de atividades de lazer (desporto) e a navegabilidade de rios.
As energias renováveis representam em 2019 mais de 50% (51,7%) de
toda a energia produzida: eólica (26%), hídrica (17,1%), biomassa (6%) e
solar (2,5%).
Setor Termoelétrico
Este setor compreende oito centrais alimentadas por combustíveis
fósseis.
As centrais de Sines e Pego funcionam a carvão, outras duas a gás
natural e as restantes consomem derivados de petróleo.
Principais inconvenientes destas centrais:
➔ custos elevados nas importações dos combustíveis
➔ níveis de poluição elevados
Gás Natural: Foi criada uma rede de gasodutos para a distribuição deste
recurso, produzido na Argélia. Em Sines foi construída uma central de
regaseificação.
Os Custos da Mão-de-Obra
A mão-de-obra portuguesa é mais cara do que a de muitos países
emergentes: China, Índia, Brasil.
A Indústria Transformadora
A grande maioria dos recursos extraídos do subsolo português destina-
se à exportação no estado bruto para outros países a preços relativamente
baixos.
Assim, devido ao fraco desenvolvimento da indústria transformadora,
Portugal perde a mais-valia resultante do processo de transformação
industrial.
A conjugação destes fatores endógenos e exógenos determinou o
encerramento de muitas minas, sobretudo na década de 1980.
1.3.2-Os Impactes Ambientais
Em Minas e Pedreiras:
Descaraterização da paisagem
➔ Alterações na topografia/morfologia devido à acumulação de detritos
Impactes na biodiversidade
➔ Redução no número de espécies
Recursos Energéticos:
Poluição atmosférica
➔ Resultante do aumento da emissão de gases que aumentam o efeito
de estufa
Desastres ambientais
➔ Resultantes de acidentes e derrames (marés negras) durante o
transporte de energia.
Problemas de segurança
➔ Registados nas refinarias, nos parques de armazenamento de
combustíveis e em áreas urbanas.
➔ A atividade extrativa pode igualmente comprometer a segurança e a
saúde pública das populações originando problemas respiratórios,
oftalmológicos e alergias e o aumento da incidência de diversos tipos de
cancro.
1.4-A POTENCIALIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO E DA UTILIZAÇÃO DOS
RECURSOS DO SUBSOLO
A indústria extrativa tem sido responsável pelo desenvolvimento de
muitas regiões rurais. Atualmente a valorização económica destas áreas
deverá ter em conta a potencialização dos recursos endógenos, do turismo e
atividades de lazer e da aposta nas energias renováveis.
1.4.2- Águas