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Recursos minerais de

Moçambique

Introdução

Moçambique é um país africano rico em recursos minerais, como carvão, gás natural, titânio,
grafite, ouro, cobre e pedras preciosas. O carvão é o recurso mineral mais explorado no país,
seguido pelo gás natural, que tem atraído investimentos estrangeiros significativos.
Moçambique também é um importante produtor de titânio, grafite, ouro, cobre e pedras
preciosas. Esses recursos são uma importante fonte de receita para o país e têm o potencial de
impulsionar seu desenvolvimento econômico.

Especialmente minerais, que apresentam perspectivas favoráveis para a exploração. A indústria


extrativa emprega muitas pessoas e pode ajudar a combater a pobreza. Este trabalho visa
identificar os principais recursos naturais e empresas mineradoras, agrupando-os em metálicos
e não-metálicos.

Objetivos Gerais:

Compreender a importância dos recursos minerais para o desenvolvimento econômico de


Moçambique.
Analisar os desafios enfrentados pelo setor de recursos minerais em Moçambique.
Identificar as oportunidades de crescimento e investimento no setor de recursos minerais
em Moçambique.

Objetivos Específicos:

Explorar os principais recursos minerais de Moçambique, como carvão, gás natural, ouro,
grafite e outros minerais.
Avaliar o potencial de Moçambique para se tornar um importante produtor e exportador de
recursos minerais.
Analisar os atuais desafios enfrentados pelo setor de recursos minerais em Moçambique,
incluindo questões de infraestrutura, regulamentação e corrupção.
Identificar as oportunidades de investimento em projetos de recursos minerais em
Moçambique, incluindo parcerias público-privadas e investimentos estrangeiros.
Explorar o impacto ambiental e social da exploração de recursos minerais em Moçambique,
incluindo questões de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa.
Discutir as políticas governamentais e regulamentares que afetam o setor de recursos
minerais em Moçambique, incluindo a política de conteúdo local e a tributação sobre a
extração de recursos.
Identificar as oportunidades de desenvolvimento de habilidades e capacidades locais no
setor de recursos minerais em Moçambique, incluindo programas de treinamento e
desenvolvimento de mão de obra local.

Metodologia:

Para a prossecução dos objectivos acima mencionados foi elaborado um plano de estudo consistindo
nas seguintes fases nomeadamente: fase da Revisão Bibliográfica e a fase do Trabalho de Gabinete. Estas
fases consistiram na obtenção de informações através de documentos em formato electrónico do tipo
PDF, Artigos científicos, Brochuras, e informações da internet referentes ao tema em estudo.

Conceitos básicos

Minério primário

Segundo, Teixeira (2012). Minério primário: Minério que não sofreu alteração intempérica.
Encontra-se normalmente em profundidade. Exemplo: depósitos de veios auríferos ou de pó-
sitos de sulfetos metálicos.

Minério secundário

Segundo, HASUI (2012). Minério secundário: Minério que sofreu intemperismo e oxidação in situ
como, por exemplo, minérios supergênicos (lateríticos) de ouro, níquel, alumínio e ferro, ou
então que sofreu intemperismo, desagregação, transporte e deposição como, por exemplo,
depósitos aluviais (pláceres) de ouro, cassiterita, wolframita etc.

Jazida ou depósito mineral

É uma massa mineral bastante rara e bastante anormal para que a sua pesquisa necessite de
métodos especiais.

A definição de jazigo mineral deve, segundo BLONDEL, basear-se nos características


intrínsecas do próprio jazigo e não na situação geográfica, condições de mercado e tantos
outros factores aleatórios que são introduzidos, na definição clássica, pela condição de ser
economicamente explorável.

Minérios

São aquelas substâncias minerais naturais que encerram um elemento químico em teor
relativamente elevado ou sob forma química facilmente redutível ou as que apresentam
propriedades físicas raramente realizadas na crusta terrestre.

Recursos geológicos

São bens naturais existentes na crusta terrestre susceptíveis de aproveitamento económico no


presente ou, admissivelmente, no futuro. São recursos geológicos as substâncias minerais
(minérios metálicos, recursos energéticos, as rochas industriais e minerais não metálicos),
encaradas como recurso não renovável e, por tal razão, são geridas como um stock. Os recursos
hidrominerais e geotérmicos são encarados como recursos renováveis sendo, por isso, geridos
como um fluxo.

DEPÓSITO MINERAL

É definido pelo Decreto-Lei no 88/90 do estado português como a ocorrência mineral


existente no território nacional e nos fundos marinhos da ZEE que, pela sua raridade, alto
valor específico ou importância, na aplicação em processos industriais das substâncias
nelas contidas, se apresentar com especial interesse económico e como tal seja
qualificada.

Classificação de Recursos Minerais

Esta classificação pode ser aplicada a várias escalas, desde a global até à do distrito mineiro ou à
do simples depósito mineral, designa-se:

• recursos totais - os recursos identificados ou conhecidos e aqueles que, embora ainda não
descobertos, se presume existirem com base em evidências geológicas.

• recursos identificados - corpos bem definidos de um recurso cuja localização, qualidade e


quantidade são conhecidas ( já temos determinações analíticas, cálculos).

• recursos não identificados - corpos mal definidos dum recurso que se supõe existir com base
no conhecimento geológico regional e teórico.

• RESERVA – parte dos recursos conhecidos que podem no momento ser legal e
economicamente explorados. O conceito de Reserva é um conceito dinâmico porque para além
das propriedades intrínsecas da mineralização e da própria jazida, tem ainda em conta outros
factores de natureza tecnológica, económica (ex. a cotação em mercado das substâncias é um
dos factores mais determinantes) e política para que esse depósito possa ser considerado um
jazigo e dar lugar a uma exploração mineira.
• Reservas indicadas ou prováveis - aquelas cuja tonelagem e teor foram calculadas com base
em amostragem ainda escassa.

• Reservas inferidas ou possíveis - aquelas cujas estimativas foram baseadas quase


unicamente nas características geológicas regionais e com muito poucas determinações
analíticas.

• Os recursos sub-económicos - aqueles que não sendo hoje reservas, podem vir a sê-lo no
futuro como resultado de alterações económicas ou legais.

• Os recursos paramarginais - porções dos recursos sub-económicos que se encontram no


limite de se tornarem economicamente produtivos ou ainda não são apenas por questões legais
ou políticas.

• Os recursos submarginais: são porções dos recursos sub-económicos que necessitam de um


aumento substancial do preço no mercado ou do uso de tecnologia mais avançada e que
permita a rentabilização dos custos de exploração.

• Os recursos não descobertos hipotéticos: são os que, embora ainda não descobertos,
espera-se que existam numa dada região já conhecida e de acordo com a geologia da região já
conhecida.

• Os recursos especulativos: são os que podem ocorrer em determinados tipos de depósitos


em locais geologicamente favoráveis, quer em depósitos já conhecidos, quer em depósitos
ainda desconhecidos.

Exploração:

Relaciona-se à fase de prospecção: busca e reconhecimento da ocorrência dos recursos


naturais, e estudos para determinar se os depósitos têm valor econômico.

Explotação:

É a retirada (lavra ou mineração) do recurso para fns de benefciamento, transformação e


utilização.

Localização de Moçambique

Moçambique é um país localizado no sudeste da África. Com uma área de aproximadamente


800.000 km², é o 36º maior país do mundo em termos de área terrestre. Faz fronteira com a
Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul, Suazilândia e Eswatini. O país também é
banhado pelo Oceano Índico a leste (figura 1). Em termos de coordenadas geográficas,
Moçambique situa-se entre as latitudes 10º 27´ Sul e 26º 52´ Sul e entre as longitudes 30º 12´
Este e 40º 51´ Este (Barca, 1992; Muchangos, 1999). O seu território enquadra-se no fuso
horário 2 (dois), o que lhe confere duas horas de avanço em relação ao Tempo Médio Universal
(Muchangos, 1999). Moçambique tem uma superfície total de 799.380 km2 dos quais 13.000
km2 são ocupados pelas águas interiores que incluem os lagos, albufeiras e rios (Barca, 1992).

Geologia de Moçambique

O continente africano em geral é composto por um conjunto de cratões e cinturões móveis de


idade arcaica, unidos por cinturões dobrados alongados de idade proterozóico-câmbrica
cobertos por sedimentos indeformados e rochas extrusivas associadas, de idades
neoproterozóica, carbónica tardia a jurássica inicial e cretácico- quaternária (GTK Consortium,
2006a).

A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um soco cristalino com idade


arcaica-câmbrica e por rochas com idade fanerozóica.

O soco cristalino é constituído por paragnaisses supracrustais metamorfizados, granulitos e


migmatitos, ortognaisses e rochas ígneas. Do ponto de vista geodinâmico, o soco cristalino de
Moçambique é composto por três terrenos4 diferentes, que colidiram e se juntaram durante o
Ciclo Orogénico Pan-Africano. Na Notícia Explicativa da Carta Geológica de Moçambique volume
4, estes terrenos são designados provisoriamente por Terreno do Gondwana Este, Terreno do
Gondwana Oeste e Terreno do Gondwana Sul (GTK Consortium, 2006a).

O Terreno do Gondwana Sul abarca o Cratão do Zimbabwe e um conjunto de unidades tectono-


ou lito-estratigráficas nos cinturões dobrados proterozóicos que foram carreados ou
depositados no topo das margens norte e leste do Cratão. A sua fronteira setentrional
corresponde ao Cinturão pan-africano de Damariano-Lufiliano-Zambeze e, parcialmente, à Zona
de Cisalhamento de Sanângoè.

O Terreno do Gondwana Oeste engloba o Cratão do Congo/Tanzânia ou da África Central e um


conjunto de unidades tectono- ou lito-estratigráficas nos cinturões dobrados do Proterozóico
que foram carreados ou depositados sobre as margens sul e oriental do Cratão. Na vizinha
Tanzânia, a frente de carreamento do Cinturão de Moçambique, com vergência para oeste,
marca a fronteira entre os Terrenos do Gondwana Oeste e Gondwana Este.

Mais para sul, em Moçambique, esta sutura não está bem definida, mas no Bloco de Tete-
Chipata (um pequeno fragmento tectónico rodeado pela Zona de Cisalhamento de Sanângoè e
pelo Deslocamento de Mwembeshi), esta sutura corresponde supostamente ao contacto entre o
domínio maior orientado WSW-ENE e o Grupo da Angónia orientado NW-SE. Com a mesma
orientação anterior, a Suite de Furancungo representa supostamente o muro da massa
carreada da Angónia, mas pertence ao Terreno do Gondwana Oeste.

Moçambique, do ponto de vista geológico apresenta duas unidades geológicas: Precâmbrico e


Fanerozóico.

Pre-câmbrico

Pre-câmbrico
- é uma unidade constituída por rochas mais antigas formadas há mais de 600 milhões de anos.
Esta formação ocupa uma superfície de 534 mil km2,equivalente a 2/3 do território nacional.

Localização

Em Moçambique as rochas precâmbricos dividem-se em duas partes:

Pré-câmbrico inferior ou arcaíco

– representado pelo crotão rodesiano. É constituído por rochas metamórficas de origem


magmáticas e sedimentares. - Localiza-se no sistema de Mânica e tem uma idade de 200
milhoes de anos e é constituída pelas formações de Macequese, Mbeza e Vengo. NB: O Sistema
Mânica prolonga-se para o interior do Zimbabwe onde forma o cinturão de ouro de Muntara e
Udzi.

Pré-câmbrico superior

conhecida por cinturão de Moçambique (Mozambique Belt). São rochas que datam 500 milhoes
de anos e divide-se em 3 províncias geológicas : província de Moçambique, província de Niassa e
província de Médio-Zambeze. 3.2.

Fanerozóico

É constituído essencialmente por rochas sedimentares que se formaram entre 300 e 70 milhoes
de anos. Essas rochas incluem também as formações eruptivas (magmáticas) como basaltos e
riolitos e se podem encontrar junto a fronteira de Namaacha.

Localização

Ocupa quase na totalidade as províncias de Inhambane,Gaza e Maputo e vai se estreitando para


o norte até ao curso do rio Rovuma ocupando 1/3 do território nacional. Onde vamos encontrar
grades depósitos nas provincias de Gaza e Inhambane encontra-se grandes depósitos de areias
pesadas, e areia de construção e na Província de Maputo rica em grades depósitos de áreas e
pedra e placas rioliticas usadas para construção.

Fanerozóico

Fazem parte do fanerozóico as seguintes formações.

Karroo-

localiza-se nas províncias de Cabo delgado, Niassa, Tete, Manica e Sofala. Os segmentos de
Karroo são caracterizados pela sua origem continental e estão depositados nas falhas,
sobretudo nas províncias de Manica e Tete. Em Moçambique o Karroo tem 3 divisões:
indeferenciado, inferior e superior.
Jurássico

localiza-se nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, onde forma enormes bacias
carboníferas, dividindo-se em quatro andares: o Dwyka, Ecca, Beanfort e Stromberg. Estas são
ricas em grés calcário e conglomerados.

Cretácico

localiza-se a sudeste da província de Tete em Lupata e é constituído por rochas sedimentares,


com maior enfase para os granitos, sienito, carbonatite e traquito, que são utilizados na
produção do alumínio.

Terciário e quaternário

: estas duas formações tem características litológicas semelhantes. As rochas quaternárias


resultam da decomposição e destruição das rochas do terciário. Estas duas rochas dominam o
sul do rio Save quase na totalidade., bem como o litoral de Moçambique. São constituídas por e
calcários. Também são compostos de dunas litorais, calcário, lacustre lacustres, aluviões, grés e
conglomerados.

Recursos Minerais

Recursos minerais são substâncias naturais inorgânicas que apresentam valor econômico e
podem ser extraídas para a obtenção de lucro de maneira direta ou indireta.Os recursos
minerais são distribuídos na natureza por meio das estruturas geológicas, em especial nos
escudos cristalinos e nas bacias sedimentares.Os escudos cristalinos são formados por rochas
basálticas e metamórficas e são onde está armazenada a maioria dos minerais metálicos e não
metálicos, como ferro, manganês, cobre, ouro, granito, quartzo e outros.

Os recursos minerais em Moçambique são agrupados em metálicos, não metálicos e


energéticos.

Minerais metálicos: são aqueles que possuem em sua composição elementos químicos
metálicos, como ferro, alumínio, cobre, ouro, prata.

Minerais não-metálicos: são aqueles que não possuem elementos químicos metálicos em sua
composição ou possuem em pequena quantidade, como areia, argila, calcário, fosfato, sal-gema.

Recursos energéticos: são aqueles que possuem em sua composição elementos de origem
orgânica, como petróleo, gás natural e carvão mineral.

Tabela
Conclusão:

Em compreensão da importância dos recursos minerais para o desenvolvimento econômico de


Moçambique é crucial para o crescimento e investimento no setor. Ao explorar os principais
recursos minerais do país, como carvão, gás natural, ouro, grafite e outros minerais, é possível
avaliar o potencial de Moçambique para se tornar um importante produtor e exportador de
recursos minerais.

No entanto, há desafios importantes a serem enfrentados, incluindo questões de infraestrutura,


regulamentação e corrupção, além do impacto ambiental e social da exploração de recursos
minerais. É fundamental que as políticas governamentais e regulamentares sejam bem
definidas e aplicadas adequadamente, incluindo a política de conteúdo local e a tributação
sobre a extração de recursos.

Para superar esses desafios, há oportunidades de investimento em projetos de recursos


minerais em Moçambique, incluindo parcerias público-privadas e investimentos estrangeiros.
Além disso, o desenvolvimento de habilidades e capacidades locais no setor de recursos
minerais pode ser alcançado por meio de programas de treinamento e desenvolvimento de
mão de obra local.

Em suma, o setor de recursos minerais em Moçambique oferece oportunidades significativas de


crescimento e investimento, mas é necessário abordar os desafios enfrentados pelo setor para
garantir um desenvolvimento sustentável e responsável.

Referência

Cumbe, A. N. (2007). O património geológico de Moçambique: Proposta de metodologia de


inventariação, caracterização e avaliação. Tese de mestrado inédita, Universidade do Minho,
Departamento de Ciências da Terra, Braga, Portugal. Recuperado em 2014, junho 17, de
http://hdl.handle.net/1822/8712

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