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Disciplina: Edifícios Sustentáveis, Clima e Conforto Humano

Aluno: Eliezer Oliveira Santos – RA 2979829

Enunciado:

Leia o artigo: Avaliação do desempenho térmico de habitações segundo a ABNT


NBR 15575 capítulo 5 (p. 41 a 53), contido na publicação:

Avaliação de desempenho de tecnologias construtivas inovadoras [recurso eletrônico]:


manutenção e percepção dos usuários / organizadores: Márcio Minto Fabrício, Rosaria
Ono. – [Porto Alegre]: ANTAC, 2015. 1 livro eletrônico ISBN 978-85-89478-42-7.

Disponível
em:<https://www.researchgate.net/profile/Marcio_Fabricio/publication/277475888_Avalia
cao_de_Desempenho_de_Tecnologias_Construtivas_Inovadoras_Manutencao_e_Perce
pcao_dos_Usuarios/links/556b589708aec226830379cb/Avaliacao-de-Desempenho-de-
Tecnologias-Construtivas-Inovadoras-Manutencao-e-Percepcao-dos-
Usuarios.pdf>. Acesso em: 16 abr.2019.

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Resposta:

Avaliação do Desempenho Térmico de Habitações

A norma NBR 15575 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil


(ABNT/CB-02), pela Comissão de Estudo de Desempenho de Edifícios Habitacionais. Ela
trata do desempenho de edificações habitacionais todas as suas disposições contidas
nesta Norma, são aplicáveis a edificações habitacionais e a sistemas projetados,
construídos, operados e submetidos a intervenções de manutenção que atendam às
instruções específicas do respectivo manual de operação, uso e manutenção.

Esta versão da ABNT NBR 15575-5:2013 cancelou e substituiu as versões


anteriores.
Requisitos e critérios aplicáveis a determinado sistema são tratados em cada parte
desta Norma, objetivando alavancar tecnicamente a qualidade requerida e a oferta de
moradias, ao estabelecer regras para avaliação do desempenho de imóveis habitacionais,
possibilitando adequações nos procedimentos de execução, uso e manutenção dos
imóveis.

Do ponto de vista de sustentabilidade, a Norma abrange a durabilidade, a


manutenibilidade e os impactos ambientais da habitação. Em se tratando da
habitabilidade, os principais requisitos são:

A. Estanqueidade da água

B. Desempenho térmico

C. Desempenho acústico

D. Desempenho lumínico

E. Saúde, higiene e qualidade do ar

F. Funcionalidade e acessibilidade

G. Conforto tátil e antropodinâmico.

Especificamente nesta resenha, o requisito “Desempenho térmico” será abordado


de forma objetiva lembrando sempre que cada requisito deve ser atendido individual e
isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios de medições. Neste aspecto
damos o seguinte exemplo: enquanto o desempenho acústico considera uma janela
fechada, o desempenho de ventilação leva em conta a janela aberta.

A avaliação do desempenho térmico de habitações da Norma ABNT NBR 15575


visa resolver as necessidades do usuário, nos aspectos relacionados à segurança,
habitabilidade e sustentabilidade. Não tem como função direta prescrever como as
edificações devem ser construídas, mas sim, que os procedimentos adotados atendam
todos os requisitos para que a obra tenha o desempenho desejado quanto ao desempenho
térmico.
Há de se lembrar que a proposta de um procedimento informativo, não exclui ou
substitui o normativo, que consiste em avaliar o desempenho da edificação e/ou protótipo
já construído.

O desempenho térmico requerido na construção das edificações pela Norma NBR


15575 são derivados das características do local tais como temperatura, umidade do ar,
direção e velocidade do vento e também das características próprias das edificações
como por exemplo, os materiais usados na construção, quantidade de pavimentos,
dimensões, pé-direito, orientação das fachadas, dentre outras características.

1 Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) para Edificações


Residenciais

O procedimento de obtenção dos três tipos da Etiqueta Nacional de Conservação


de Energia (ENCE) para Edificações Residenciais: Unidade Habitacional Autônoma (UH);
Edificação Multifamiliar e Áreas de Uso Comum (AUC), compreende a análise dos pré-
requisitos para demonstra os cálculos para obtenção da eficiência energética das
residências. Cada unidade habitacional é analisada individualmente assim, o desempenho
pode ser medido em uma residência única no terreno ou mais que uma, bem como,
edifícios com diversos apartamentos desde que cada UH tenha medição individualizada.

As etiquetas são usadas em duas fases: Etiqueta-Projeto e Etiqueta-Edificação


Construída. Há dois métodos de avaliação, ou seja, um projeto pode ser avaliado pelo
método prescritivo ou pelo método da simulação, enquanto o edifício construído deve ser
avaliado através de inspeção in loco.

Para a emissão da etiqueta de eficiência energética em edificações é necessária a


inspeção feita por um Organismo de Inspeção Acreditado pelo INMETRO (OIA).
A etiqueta é voluntária, mas muito em breve deve se tornar obrigatória.

Figura 1 - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) para Edificações


Residenciais. Fonte: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2014/12/selo-
procel-ira-medir-o-grau-de-eficiencia-energetica-das-edificacoes-brasileiras/24926
2 Características térmicas da envoltória

Para avaliação da envoltória é necessário identificar os ambientes de permanência


prolongada e calcular os indicadores de graus-hora para resfriamento (GHR) e consumos
relativos para aquecimento (CA) e refrigeração (CR).

O desempenho térmico das envoltórias leva em conta a Zona Bioclimática, piso e


cobertura, paredes externas, características construtivas, cobertura, áreas de aberturas
em contato com o exterior, etc.

Figura 2 – Características térmicas das paredes eternas. Fonte: Anexo V do RAC


(http://www.pbeedifica.com.br/etiquetagem/residencial/regulamentos)

3 Esquema geral dos procedimentos para avaliação do desempenho térmico

A Norma NBR 15575 segue uma estrutura que para cada necessidade do usuário
e condição de exposição da edificação aparece uma sequência de requisitos de
desempenho qualitativos e quantitativos e seus respectivos métodos de avaliação.

A figura a seguir demonstra o esquema que representa esta estrutura.

Os critérios de desempenho são entendidos como especificações quantitativas dos


requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de
que possam ser objetivamente determinados.
O processo se inicia com o procedimento simplificado, caso o desempenho térmico
seja insatisfatório é utilizado então o método da simulação computacional. Vale ressaltar
que o método da simulação computacional pode ser utilizado desde o início.

Figura 3 –– Esquema para avaliação do desempenho térmico de habitações ABNT


15575. Fonte: http://piniweb17.pini.com.br/

4 Máximos e mínimos de temperatura para o desempenho térmico

A avaliação do desempenho térmico das edificações leva em conta o conhecimento


da zona bioclimática em que se localiza a mesma, sendo que o Brasil, por ter uma grande
extensão territorial, foi dividido em 8 zonas.

Os valores máximos de temperatura que representam condição de verão e os


valores mínimos que representam condições de inverno.
5 Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão

Figura 4 –– Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão

6 Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno

Figura 5 –– Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno


7 Propriedade termofísicas das paredes exteriores e da cobertura

O procedimento simplificado está ligado a três propriedades termo físicas das


paredes exteriores e da cobertura, que são: a) Transmitância Térmica (U) - fluxo de calor
por m² ; b) Capacidade Térmica (CT) - quantidade de calor necessária para variar em uma
unidade a temperatura de um sistema. e c) Absortância (α)² - quociente da taxa de
radiação solar absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar incidente sobre
esta mesma superfície.

Figura 6 –– Propriedade termofísicas das paredes externas e da cobertura


8 Absortância das superfícies expostas

A Absortância das superfícies expostas é definida conforme a cor das superfícies


externas da cobertura e das paredes expostas: a) Cor Clara (30%); b) Cor Média (50%) e
c) Cor Escura (70%).

Esta resenha descreve os principais critérios de avaliação de desempenho térmico


e assim, já é impossível concluir esta resenha de forma satisfatória.

CONCLUSÃO

As leituras e análises sobre a Norma NBR 15575 deixaram claras o grande avanço
e desafio que o conceito de desempenho térmico e sua aplicação trouxeram para a
construção civil, porém o empenho para aprofundar o conhecimento em novas tecnologias
e o aperfeiçoamento das existentes depende dos players tais como construtoras,
fornecedores de materiais de construção, os próprios donos dos empreendimentos e
outros que terão que se adaptar para atender as exigências normativas.

No Brasil, a preocupação com o desempenho térmico é recente. Em países


avançados existem normas obrigatórias a serem seguidas. Aqui no Brasil, é importante
fazer esforços no sentido de tornar a Norma ABNT NBR 15575 que traz as condições
mínimas estabelecidas sejam cumpridas para que o desempenho térmico seja alcançado
e o processo de melhoria contínua seja permanente.

Finalmente, a Norma ABNT NBR 15575:2013 que entrou oficialmente em vigor a


partir de julho de 2013, trouxe um conjunto normativo que constitui um importante marco
para a modernização tecnológica das construções brasileiras trazendo melhorias na
qualidade das habitações traduzindo as necessidades dos usuários em requisitos e
critérios mensuráveis de maneira objetiva, dentro de determinadas condições de
exposição e uso, viável técnica e economicamente dentro da realidade de cada região.

Acima de tudo, o desenvolvimento desta resenha possibilitou conhecer as


condicionantes do conforto e eficiência do ambiente construído e compreender as
tecnologias e soluções para edifícios mais sustentáveis, trazendo para o usuário final
edificações sustentáveis, condições de clima e vida ambiental com o maior conforto
humano possível.
Referências e bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-1:


Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro,
2013.

Buxton, Pamela. MANUAL DO ARQUITETO: Planejamento, Dimensionamento e


Projeto. Porto Alegre: Bookman, 5ª. Ed. 2017

Lamberts, Roberto; Dutra, Luciano; Pereira, Fernando O. R. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


NA ARQUITETURA: Ministério das Minas e Energia. 3ª ed. Disponível em: 01/04/2019.

Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Desempenho de edificações


habitacionais: guia orientativo para atendimento á norma ABNT NBR 15575/2013.
2013. 300f. Brasília, DF.

Desempenho Térmico de Edificações. Disponível em:


<http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/Aula%20-%20NBR15575%20-
%20Diretrizes%20const%20para%20hab.pdf>. Acesso em: 20/05/2019.

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