1.

Introdução
O presente projecto de pesquisa aborda sobre “Impacto dos recursos minerais na segurança
de Moçambique. Assim sendo, As transformações político-económicas atravessadas por
Moçambique desde o alcance da independência forçaram o país a tornar-se um território
aberto aos incursos do capital internacional. Rico em recursos minerais, o país passou por um
período de relativo fechamento às razias do capital internacional, devido à estratégia de
desenvolvimento alicerçada na socialização do campo, em que o Estado era o principal e
único responsável pelos destinos do país.

O intervencionismo e a nacionalização das empresas abandonadas pelos colonos, logo após a

independência, e a estatização da economia jogaram um papel importante na marginalização
da iniciativa privada. As revoluções nas legislações de terras e de minas tiveram impactos
significativos nos territórios de comunidades nativas, onde estas são espoliadas em função do
interesse do capital internacional, ombreados pelo suposto desenvolvimento nacional.

O trabalho faz parte das reflexões que vemos efectuando para entendermos como
Moçambique se tornou parte integrante da mais-valia global, a partir da acumulação por
espoliação a evolução do quadro legislativo moçambicano, referente à exploração mineira
Nos recursos minerais existem alguns recursos que são tóxico a saúde humana dentre ele o
mercúrio que pode ainda causar a destruição de células nervosas, gerando paralisia,
irritabilidade, insanidade e depressão. Uma análise e reflexão face a este facto deveria
observar-se proporcionalmente em todos níveis sociais, olhando para as vantagens e
desvantagens causadas pela actividade realizada a fim de obter valores remuneráveis para a
sustentabilidade do Pais.   

1.1. Delimitação do tema

O projecto de pesquisa que aborda sobre “Impacto dos recursos minerais na segurança de
Moçambique pais este que localiza-se na costa oriental da África Austral que tem como
limite: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbabwe, a África
do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada
por Canal de Moçambique.

1.2. Problematização
A Lei de Minas de 1986, apesar de ser aprovada num momento em que o país demonstrava
indícios de uma mudança de orientação político-económica, constata-se que ela ainda

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continuava a ser defensora dos interesses do Estado, ou seja, o sector estatal é o mais
privilegiado com essa legislação.

A preocupação com a exploração de recursos minerais e por aquelas formas de exploração

que melhor podem oferecer ganhos económicos ao Estado é visível no artigo 42. Nesse artigo
observa-se uma alteração significativa em relação a Lei de Minas de 1986, em que a
preocupação estava no desenvolvimento nacional, com a questão das gerações futuras e com o
desenvolvimento regional. No seu artigo 7 definia que o Conselho de Ministros poderia
reservar determinadas áreas ricas em recursos minerais para a exploração exclusiva de
entidades estatais ou a ela associadas. Diante destas constatações acima mencionado, surfe a
seguinte inquietação: Qual é o Impacto dos recursos minerais na segurança de
Moçambique?

1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
 Compreender os impactos dos recursos minerais na segurança de Moçambique

1.4.2. Específicos
 Definir os diferentes impactos decorrentes da atividade de explorcao dos recursos
mierais em mocambique.
 Identificar os principais impactos advindos do desenvolvimento e, principalmente dos
dos recursos minerais que afligem as comunidades locais

 Propor medidas de modo a minimizar o impacto ambiental resultante de exploração de

recursos minerais em Moçambique;

1.4.3. Hipóteses
H1. Aplicação de sanções previstas nas leis das águas e minas.

H2. Agrupar os exploradores para a explicação dos dados que irão causar no pais se o recurso
forem a exploração sem observar o desenvolvimento sustentável.

H3. A consciencialização ambiental, os exploradores do metal  pode condicionar a adição ou

uso de técnicas mais adequadas  e seguras para o meio ambiente durante as suas actividades.   

1.3. Justificativa
A aderência da execução do trabalho  dessa pesquisa tem criar um caminho a cerca da
problemática do impacto de exploração dos recursos minerais , é um impacto negativo em
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alguns aspectos no que nos tange a preservação do meio ambiente  e recursos marinhos,
naturais e florestais, seria mais conveniente os exploradores daquele recurso, organizações
governamentais  e não governamentais, lideres comunitários e a sociedade civil durante a
exploração  criem mecanismo de equilíbrio com meio.

Os resultados do estudo servirão como alavanca a possibilidade de minimizar, assegurar a

sustentabilidade do crescimento urbano das cidade moçambicanas e outras regiões
circunvizinhas, que a partir destes recursos pode-se apostar noutros sectores para garantir a
boa prática de produção agrícola e abastecimento de água rural e proteger os ecossistemas
aquáticos e resolver conflitos de reservas hídricas nas províncias.

A exploração dos recursos minerais é uma preocupação para  área científica cuja  a sua
exploração não regulada e ainda não obedecido as regras principalmente na extracção e
lavagem do ouro que é o processo de levigação provoca a contaminação da água e a mudança
da sua composição química, as plantas que encontram se na água denominadas aquáticas 
mudam da sua coloração criando assim dificuldades para alimentação dos animais aquáticos e
ainda as mesmas plantas produzem oxigénio para respiração dos mesmos animais.

No mundo académico o estudo servirá como base de reflexão, sobre a tendência e

consequências de ma exploração dos recursos minerais em moçambique e fonte bibliográfica
para futuras investigações relacionadas a poluição hídrica proveniente da actividade de
garimpo.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Conceitos basicos
2.1.1 Ocorrência Natural
Ouro é encontrado na natureza quase exclusivamente no estado nativo, principalmente na
forma dos graus pequenos intersticiados no quartzo ou presentes na areia de quartzo. No
presente e historicamente o ouro é utilizado de forma generalizada em joalharia, indústria e
usos electrónicos bem como reserva de valor.

2.1.4 Propriedades Físicas

É um metal de transição, brilhante, amarelo, denso, maleável, dúctil (trivalente e univalente)
que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é sensível ao cloro. Extremamente
maleável, o ouro pode ser facilmente transportado em delgados fios ou lâminas finíssimas,
com espessura inferior a um milésimo de milímetro.

2.2 Conceitos
Recursos Naturais são geralmente entendidos como todos aqueles que constituem uma
dádiva, sua existência não decorre da acção do homem e que sejam úteis para alcance do
desenvolvimento económico (Per-ÅkeAnderssonet al., 2007).

Recursos minerais é qualquer substância sólida, líquida ou gasosa formada na crosta terrestre
por fenómenos geológicos ou a ele ligados.

Ambiente é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.

Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e integrações de ordem física,

química e biológica que permite abriga e  regem a vida em todas as suas formas, SERRA
(2007)

Actividade mineira são operações que consistem no desenvolvimento, de forma conjunta ou

isolada, de acções como o reconhecimento, prospecção, pesquisa, mineração, processamento e
tratamento, SERRA (2007) A OMS, define água poluída, toda a água cuja composição tenha
sido directa ou indirectamente alterada e inválida parcial ou totalmente aos fins a que esta
inicialmente se destinava.

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2.2.1 Tipologia de Recursos naturais
Existem tipologias de recursos naturais com características diferentes cuja abundância tem
implicações diferentes no desenvolvimento do país. Distinguem-se recursos renováveis, que
são aqueles que podem ser reciclados como a água, vento, florestas, etc. E recursos não
renováveis, que não podem ser recuperados em curto espaço de tempo, como é o caso de
petróleo, gás natural e minérios em geral.

Segundo o Banco Mundial (2012), com 65% da população a viver nas zonas rurais, a
economia de Moçambique continuará sem dúvida a contar com grande parte da sua base nos
recursos naturais. Mesmo com as rápidas taxas de urbanização, a subsistência e o bem-estar
de grande parte dos moçambicanos continuará a depender do uso de terra, dos recursos de
água, produtos florestais, pesca e também recursos minerais.

Tendo pressuposto que a água é a principal fonte da vida do homem, quer pelo consumo
humano, irrigação agrícola, higiene e outros usos. O governo local está preocupado em abrir
fontes a fim de lavagem de Ouro, para suprir esta necessidade vital, originada pela poluição
proveniente da actividade de garimpo. A grande importância deste recurso natural escasso foi
apresentada de forma objectiva e clara através da Carta Europeia da Água, promulgada pelo
Parlamento da Europa, em 6/5/88, que destaca: Não há vida sem água (MANUEL et al,
2010).

Segundo (Governo Distrital de Guro. 2011) como consequência, são riscos eminentes

tendentes a eliminar a qualidade e quantidade de água para utilização humana e das espécies
aquáticas. A título de exemplo uma família produtora de hortícolas tendem o risco de perder
mercado na Cidade, pois a qualidade da água compromete a qualidade das hortícolas.

A água é importante na medida em que a maior parte do peso dos organismos vivos é
constituída por ela; o ser humano por exemplo, precisa de cerca de três litros de água por dia
para sobreviver (MANUEL et al, 2010).

O perigo para os que manuseiam o mercúrio na mineração, é através dos alimentos,

respiração, consumo directo da água e absorção dérmica. A contaminação por mercúrio tem
consequências desastrosas para o homem e para o ambiente: provoca fraqueza, insónia,
cegueira, surdez, perda da coordenação dos movimentos voluntários (ataxia), problemas na
articulação das palavras (disartia), perda da sensibilidade nas extremidades das mãos e dos

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pés e em torno da boca (parestesia), danos ao sistema nervoso, câncer e pode levar à morte
(MANUEL et al, 2010).

1.3. Características de Mineração Artesanal  

A definição da mineraçãoa artesanal  de pequena escala varia de país para país. Para
Moçambique são usados os seguintes critérios: (i) O volume de produção; (ii) Número de
pessoas por unidade de produção; (iii) Volume de capital empregue; (iv) A produtividade de
mão-de-obra; (v) A área coberta pela licença/ volume de reserva; (vi) O Volume de material
comercializado; (vii) Tempo de vida da mina; e (viii) Tipo de equipamento utilizado na
extracção mineiro (Alexandre, 2009).

(i) Intensiva utilização de mão-de-obra; (ii) Conflituosidade social e legal; (iii) Baixo
desenvolvimento tecnológico; (iv) Deterioração ambiental; (v) Precárias condições de
segurança e higiene; (vi) Baixo custo de produção; (vii) Dinamizador das economias locais;
(viii) Alternativa de emprego para sectores afectados pela pobreza; (ix) Ampla distribuição
geográfica; (x) Abastecimento de mercados locais.

1.3.1. Aspectos Legislativos na área Mineira

O Decreto número 26/2004 de 30 de Junho que aprova o Regulamento Ambiental para
Actividade Mineira determina entre outras, as seguintes normas básicas de gestão ambiental
para actividade mineira:

Artigo 13 o número 4 deste artigo, do regulamento citado tem o seguinte ditado: “ Não é
permitida a actividade de mineração aluvionar em faixa de terreno inferior a 100 metros
confinante com o leito do rio, salvo autorização pela entidade competente mediante o parecer
da entidade que superintende a área das águas em conformidade com o regulamente das
concessões das águas “O número 5 do artigo anterior preconiza: “ O detentor de Título
mineiro ou de Senha mineira deve assegurar que os tanques de lavagem e deposição de água
residual estejam dentro da área do título mineiro ou da área designada de senha mineira e
que a operação de lavagem não seja feita ao longo ou junto dos rios, lagos ou outra fonte de
água”.

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Referências Bibliográfica
ALEXANDRE, Eduardo. O Papel do governo na Promoção da Mineração Artesanal e de
Pequena Escala (MAPE) como Parte Integrante do Desenvolvimento Rural; Direcção
Nacional de Minas- MIREM; CASM; 2009.

BANCO MUNDIAL: Comunidades e Mineração Artesanal e de Pequena Escala (CASM);

resumo Temático, actualizado em Outubro  de 2012 site: www.artisanalmining.org.

BOLETIM DOS RECURSOS MINERAIS; Edição nº3; Editorial; Publicações Trimestrais do

Ministério dos Recursos Minerais, Agosto. 2013; República de Moçambique.

 CARLOS, Bernardos; Exploração dos recursos minerais; Jornal Notícias de 19 de Agosto de

2011; http://www.jornalnoticias.co.mz.

CHAPARRO, Ávila Eduardo. La iiamada pequena minería: un renovado enfoque

empresarial.

FUNDO DE FOMENTO MINEIRO (FFM): Actividades e Perspectivas; www.ffm.gov.mz;

acessado em 12 de Abril de 2014.

GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. Decreto número 26/2004 de 30 de Junho que aprova o

Regulamento Ambiental para Actividade Mineira.

GOVERNO DO DISTRITO DE GURO.Plano Distrital de Uso de Terra (2012),

GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. Lei nº 14/2002, de 26 de Junho (Lei de Minas). Maputo.

GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. Lei nº 19/97, de 1 de Outubro (Lei de Terras). Maputo.

INE, Projecções, Anuais, da População Total das Províncias e Distritos 2007-

2040 www.ine.gov.mz; 2014

AKATOS, Maria Eva, Fundamentos de Metodologia Cientifica, 3ª Edição, São Paulo, Editora

Atlas, 1991, Pp190-191

MANUEL, Alberto  Fernando. et al. Manual de Educação Ambiental nas Escolas

Técnico- profissionais de Moçambique (2010)