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Licenciamento Ambiental

Prof. João M. Miragaia Schmiegelow


miragaiaunisanta@yahoo.com.br
Gerenciamento Costeiro
Zona Costeira no Brasil:
7.491 km linha de costa
17 estados
280 municípios (15 em São Paulo)
Pelo IBGE Cubatão não é
considerado município
costeiro mas pelo PNGC sim
A zona costeira brasileira, definida como patrimônio nacional pela Constituição
Federal de 1988, vivem cerca de 25% da população brasileira, apesar de
representar porção inferior a 4% do território nacional

A zona costeira representa um dos maiores desafios para a gestão do País.

Diferentes e importantes ecossistemas compõem a geografia deste território,


manguezais, campos de dunas e restingas, bancos de corais verdadeiros ou de
arrecifes de arenito, marismas e áreas úmidas, caracterizando uma rica
biodiversidade, abundância de recursos naturais vivos e não vivos, além de
paisagens que proporcionam um grande potencial turístico
(https://antigo.mma.gov.br/gestao-territorial/gerenciamento-costeiro.html)
A importância estratégica da zona costeira brasileira pode ser evidenciada
em vários aspectos, principalmente por:

• mosaico de ecossistemas que abriga enorme biodiversidade;

• interesses econômicos conflitantes associados a uma desordenada


expansão urbana;

• influência causada por ações em território continental (construção de


barragem nos rios, despejo de lixo em drenagem, etc.).
Áreas sensíveis e frágeis do ponto de vista ecossistêmico:

• Estuários
• Restingas
• Costões Rochosos
• Manguezais
• Marismas
• Recifes

Quais desses ambientes são considerados APP? Tem mais algum?


Vetores de desenvolvimento:

Turismo
Aquicultura e Pesca
Exploração petrolífera e a exploração mineral offshore
Estruturas industriais e portuárias
Parques eólicos

Contribuem com a ocupação de áreas públicas e de preservação permanente, a


expansão urbana e a ocupação dos espaços costeiros e continentais
ocasionando o aumento de resíduos, alteração na paisagem costeira, etc.
As fontes dos problemas não necessariamente estão situadas na região
costeira, há conexões diretas e indiretas estabelecidas tanto com o ambiente
marinho quanto com a porção continental do território. Ex.:

• Lançamento de efluentes (influencia na qualidade da água)


• Captação de água ou barramento (influencia na sedimentação)
• Resíduos sólidos (influencia na morte de animais marinhos)
Atafona (RJ) está sendo destruída pelo
mar por conta de barramentos e uso
da água do rio Paraíba do Sul
Este cenário complexo demonstra a necessidade de:

• Gestão
• Planejamento
• Ordenamento das diferentes atividades e usos identificados na Zona Costeira
Na década de 60 alguns países já haviam sentido a necessidade de criar
organismos coordenadores da atividade científica no mar:

1965 - Inglaterra criou o Conselho para o Meio Ambiente;

1966 - Estados Unidos criou o Conselho Nacional para os Recursos do Mar

1967 - França criou o Centro Nacional para a Exploração dos Oceanos


No Brasil, foi criada, em 1974, a Comissão lnterministerial para os Recursos do
Mar- CIRM, que tem como principais funções assessorar o presidente da
República na formulação da Política Nacional para os Recursos do Mar - PNRM
e avaliar continuamente o resultado de estudos e pesquisas no setor de sua
competência.
À CIRM (criada pelo Decreto nº 74.557 de 1974 e regida pelo Decreto nº
3.939, de 2001) compete:

- coordenar os assuntos relativos à consecução da PNRM;

- acompanhar os programas e ações decorrentes da PNRM e seus resultados;

- propor atualizações à PNRM.


As diretrizes gerais para a Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM)
foram baixadas pelo Presidente da República em 1980. Nela ficaram fixados os
objetivos básicos do setor de recursos do mar.

Trata-se de um elenco de propostas que, tendo como fio condutor o interesse


pelos recursos do mar, enfoca aspectos jurídicos, educacionais, científicos e
tecnológicos, dentre outros.
A Constituição Federal, no parágrafo 4o, do art. 225, além de definir a zona
costeira como patrimônio nacional, especifica que “sua utilização far-se-á, na
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

Duas Leis no âmbito federal são especialmente importantes no gerenciamento


costeiro brasileiro:

• Política Nacional para os Recursos do Mar, Decreto de 1980 (substituído


pelo Decreto 5.377 de 2005)

• Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), Lei no 7.661 de 1988


(Regulamentado pelo Decreto 5.300 de 2004)
A PNRM tem por finalidade:

Orientar o desenvolvimento das atividades que visem à efetiva utilização,


exploração e aproveitamento dos recursos vivos, minerais e energéticos do
Mar Territorial, da Zona Econômica Exclusiva e da Plataforma Continental, de
acordo com os interesses nacionais, de forma racional e sustentável para o
desenvolvimento socioeconômico do País, gerando emprego e renda e
contribuindo para a inserção social.
As ações serão executadas sob a orientação e a coordenação dos órgãos
integrantes da CIRM, estando agrupadas nas áreas a seguir:

• Formação de Recursos Humanos

• Pesquisa, Ciência e Tecnologia Marinha

• Exploração e Aproveitamento Sustentável dos Recursos do Mar


Art. 1º. Como parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar -
PNRM e Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, fica instituído o Plano
Nacional de Gerenciamento Costeiro - PNGC.
Art. 2º. Subordinando-se aos princípios e tendo em vista os objetivos genéricos
da PNMA (...) de 1981, o PNGC visará especificamente a orientar a utilização
racional dos recursos na Zona Costeira, de forma a contribuir para elevar a
qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural,
histórico, étnico e cultural.
Art. 3º. O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona
Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos
seguintes bens:

I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de


algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares,
baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e
dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas;

II - sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de


preservação permanente;

III - monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico,


paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico.

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