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TÉCNICO EM

MINERAÇÃO
MÓDULO I

Introdução à Mineração
INTRODUÇÃO À
MINERAÇÃO
Ficha Técnica

Elabroração - Escola Estadual de Educação Profissional


Capa / Diagramação - Gabriel Araújo Galvão
Diretor Pedagógico - Edilvo de Sousa Santos
Índice
Conceitos Gerais..............................................................................................05
Cenário Minerário...........................................................................................14
Desenvolvimento do Projeto Mineiro......................................................26
Legislação Mineira..........................................................................................41
Normas Regulamentadoras da Mineração............................................43
O Curso Técnico em Minereação...............................................................58
Bibliografia.........................................................................................................71
Anexo I................................................................................................................72
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1. Conceitos Gerais

1.1 -ATIVIDADE MINEIRA

A mineração é uma atividade econômica extrativa caracterizada pelo aproveitamento de recursos naturais,
suprindo a humanidade de insumos minerais na forma de matérias-primas, energia, cargas, inoculantes e de outras
substâncias acessórias nos mais diversos processos industriais e construtivos, fundamentais para a qualidade de vida
e ao desenvolvimento sócio-econômico da sociedade moderna.

Foto 1- O “Udachnaya Pipe” é uma mina de diamantes da Rússia. Os operários da mina planejam cessar suas atividades em 2012 em favor da
mineração subterrânea. A mina foi descoberta em 1955 e tem mais de 600 metros de profundidade

O uso dos bens minerais pelo homem remonta aos primórdios de sua História.
Desde os primeiros utensílios usados pelos ancestrais humanos, como os fragmentos de rocha (pedras lasca-
das), o consumo de substâncias minerais vem aumentando, ganhando proporções expressivas, sobretudo a partir do
último século, impulsionado pela demanda crescente colocado pela industrialização, agricultura, ocupação urbana e
os complexos de infraestrutura.
LUZ e LINS (2004) definem minério como toda rocha constituída de um mineraL ou agregado de minerais con-
tendo um ou mais minerais valiosos, possíveis de serem aproveitados economicamente. Os mesmos autores, afirmam
que a mineração existe desde épocas remotas, há aproximadamente 400 anos antes de Cristo, quando os egípcios
usavam processos gravíticos na recuperação do ouro de depósitos aluvionares. Sendo assim, a inovação do tratamento
de minério teve início na revolução industrial no século XVIII.

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Figura 1-Detalhe da tela ‘Mineração de ouro por lavagem perto do morro do Itacolomi’, pintada por Johann Moritz Rugendas entre 1820 e 1825.

Ao escrever sua carta, Caminha não podia saber que menos de dois séculos depois o ouro seria descoberto em
uma região distante do litoral, que seria chamada “das Minas Gerais”, nos locais onde hoje estão situadas as cidades
de Ouro Preto (antiga Vila Rica), Mariana e Sabará. Todas se desenvolveram em função do ouro e tornaram-se oficial-
mente vilas em 1711. Essa descoberta desencadeou a primeira grande corrente migratória de Portugal para o Brasil,
além de estimular migrações internas para as regiões auríferas.
No Brasil, a exploração de bens minerais foi impulsionada pela necessidade de materiais para construção civil
e de recursos para a indústria na década de 70. Além disso, o desemprego nesta década foi um fator de maior procura
de bens do subsolo, principalmente da procura do ouro através da garimpagem. Tal situação ocasionou uma explora-
ção desordenada dos recursos naturais renováveis e não renováveis.
A mineração é capaz de gerar riquezas, avanço tecnológico e bem-estar sociaL sem danificar o ambiente,
mostrando à opinião pública que é possível conciliar a extração de recursos com as práticas ambientais recomendadas
pelos especialistas, através da conservação das características próprias de cada região são explorados. Desde o século
XVI, quando os portugueses chegaram ao Brasil, a busca e o aproveitamento de recursos minerais têm contribuído
para a economia nacional e determinada parte da ocupação do território.
Acompanhando esse avanço do consumo, os métodos de pesquisa e extração de minérios evoluíram de for-
mas empíricas e artesanais para procedimentos mais complexos, mecanizados, envolvendo tecnologias especializadas
na detecção e caracterização das propriedades dos depósitos e de seus minérios, bem como nas operações de lavra e
beneficiamento.

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Figura 2- Fluxograma típico de tratamento de minério, 4ª edição – CETEM


Fonte: LUZ & LINS, 2004, p. 5

Atuando na apropriação de recursos naturais não renováveis e sendo uma atividade inerentemente modifica-
dora do meio ambiente, a mineração deve ser vista pelo empreendedor como uma atividade que envolve responsa-
bilidades específicas, tanto no que se refere ao aproveitamento racional dos recursos minerais quanto aos cuidados
técnicos na condução do empreendimento, no sentido de minimizar adequadamente os impactos ambientais associa-
dos à atividade e garantir a reabilitação da área para outros tipos de uso e ocupação do solo, depois de encerrado o
projeto de extração mineral.

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Foto 2- Rio Sangão contaminado com drenagem ácida da mineração do carvão – Forquilhinha (SC).

O potencial geológico do país é significativo, uma vez que possui a maior reserva mundial de nióbio com 88,3% dos
depósitos existentes; a segunda maior reserva do caulim com 14,1% dos depósitos; a terceira maior reserva de bauxita
com 12,2%; possui também a quinta maior reserva de minero de ferro com 8,3% e a sexta maior de estanho com 7,5%.
A mineração corresponde acerca de 3% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB).

Foto 3- Mina de Ferro-Carajás (CVRD).Parauapebas (PA)

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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Municípios onde ocorre a mineração é maior do que a média
do IDH dos Estados aos quais pertencem. Mesmo distante dos grandes centros urbanos ou em áreas onde se concen-
tram bolsões de pobreza, a presença de um empreendimento mineral é fator concreto de estímulo ao desenvolvimen-
to sustentável dessas localidades.
Por tudo isto, a mineração é uma atividade econômica que envolve um conjunto de características e disposi-
ções técnicas e legais bastante especializadas e diferenciadas em relação a outros setores da economia, exigindo um
alto nível de profissionalismo e responsabilidade ambiental e social.

1.2. RECURSOS MINERAIS, MINÉRIOS E MINA

Os recursos minerais constituem concentrações naturais de materiais sólidos, líquidos ou gasosos, na


superfície ou no interior da crosta terrestre, que possibilitam a extração econômica de substâncias úteis – ro-
chas, minerais, compostos químicos ou elementos químicos –, para atender necessidades do homem. Desta for-
ma, o termo pode ser empregado a todas as substâncias minerais ou fósseis com valor econômico no presente
ou no futuro.

Foto 04- Esmeralda in natura.

Os recursos minerais passam a serem considerados reservas minerais, associadas a depósitos minerais,
quando, por meio de estudos específicos, se consegue definir agrandeza da concentração natural (volume ou
massa) e suas características físicas e químicas.
Por sua vez, a reserva mineral pode ser individualizada em três classes distintas: inferida, indicada e
medida, que traduzem nesta seqüência o nível crescente de pesquisa e conhecimento das características do
depósito.
A partir das reservas minerais contidas em um depósito mineral, uma vez que se consiga associar-lhes
valor econômico e consequentemente absorção pelo mercado consumidor, definem-se as jazidas minerais, que
podem evoluir para minas quando as substâncias minerais contidas passam a ser racionalmente extraídas e
aproveitadas.

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NO CÓDIGO DE MINERAÇÃO: “Art. 14 - Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários
à definição da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento econômico.
§ 1º- A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: levanta-
mentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente, estudos dos afloramentos e suas
correlações, levantamentos geofísicos e geoquímicos; aberturas de escavações visitáveis e execução de sondagens
no corpo mineral; amostragens sistemáticas; análises físicas e químicas das amostras e dos testemunhos de sonda-
gens; e ensaios de
beneficiamento dos minérios ou das substâncias minerais úteis para obtenção de concentrados de acordo com as
especificações do mercado ou aproveitamento industrial.
§ 2º- A definição da jazida resultará da coordenação, correlação e interpretação dos dados colhidos nos trabalhos
executados, e conduzirá a uma medida das reservas e dos teores.
§ 3º- A exequibilidade do aproveitamento econômico resultará da análise preliminar dos custos da produção, dos
fretes e do mercado.”

Todas as substâncias produzidas na mina e com valor econômico são designadas genericamente de minério
termo que foi empregado originalmente para denominar apenas as substâncias minerais das quais se podiam extrair
economicamente um ou mais metais. Levando-se em conta que o valor comercial das substâncias minerais pode mu-
dar conforme a época ou a região, a aplicação do conceito de minério é flexível. Assim, um mineral ou uma rocha pode
tornar-se minério, ou deixar de sê-lo, conforme exigências do mercado.
Na área da mina ficam implantados edificações, equipamentos e outros itens de infraestrutura especializados
no desenvolvimento de um conjunto de operações denominado lavra ou explotação, envolvido na extração do miné-
rio e, também, no beneficiamento do produto lavrado, cujas operações podem ocorrer não necessariamente dentro
da área da mina.
O beneficiamento visa processar o minério para atingir as condições físicoquímicas, tais como granulometria,
forma e concentração de elementos ou minerais úteis, necessárias ao seu aproveitamento direto ou adequadas aos
subsequentes processos de transformação industrial.

Foto 5- Mina de Cobre no Chile- Chuquicamata-CODELCO-produção de 600 mil toneladas (por ano) e profundidade de 850 m.

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NO CÓDIGO DE MINERAÇÃO : “Art. 36 - Entende-se por lavra, o conjunto de operações coordenadas objetivando o
aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficia-
mento das mesmas.”

1.3. CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS

Os minérios, em geral, são classificados em função do tipo de substância, composto ou elemento químico
que são, a partir deles, produzidos e aproveitados economicamente. Uma das classificações mais usuais subdivide os
minérios em metálicos, não-metálicos, energéticos, gemas e águas.
Na atual legislação mineral brasileira não há nenhuma disposição relativa a uma classificação específica de
substâncias ou de minérios, mas, historicamente, já houve o enquadramento de substâncias em 9 e em 13 classes nos
dois códigos de mineração anteriores (1934 e 1940). Hoje, na legislação, são citados apenas alguns agrupamentos de
substâncias para efeitos de obtenção de direitos minerários ou de desenvolvimento de atividades, como nas modali-
dades de regimes de aproveitamento (LICENCIAMENTO, AUTORIZAÇÃO/CONCESSÃO) e para a fixação da compensa-
ção financeira (CFEM) pela exploração de recursos minerais.

Foto 6- Mineradora Rio Tinto descobre diamante rosa de 12 quilates.

Foto 7: Minério de urânio: Mina Cachoeira – Caetité (BA) Constituído por anfibólio-piroxênio albitito. A rocha apresenta disseminadamente,
uraninita e, condicionado a planos de fatura e à foliação, uranofano (mineral secundário de cor amarela).

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Foto 8- Leucito, mineral raro composto por potássio e alumínio, descoberto em Cabo Verde.

METÁLICOS
Ferrosos Ferroligas Ferro, manganês, cromo, molibdênio, níquel, cobal-
to, wolfrâmio, vanádio.
Básicos Cobre, chumbo, zinco, estanho.
Não ferrosos Leves Alumínio, manganês , titânio, berílio.
Preciosos Ouro, prata, platina.
Raros Berílio, césio, lítio, etc.
NÃO-METÁLICOS
Materiais para uso na Construção Civil Areia, cascalho, rochas britadas, para cantaria, re-
vestimento
Materiais para uso na Industria. Química Enxofre, fluorita, sais, pirita, cromita.
Fertilizantes Fosfatos, potássio, nitrato.
Cimento Calcário, argila, gipsita.
Abrasivos Coríndon, diamante, granada, diatomito, quartizito
Isolantes Amianto, mica, vermiculita
Fundentes Carbonatos, fluorita.
Pigmentos Barita, ocre, titânio.
GEMAS
Pedras coradas Rubi, esmeralda, turmalina
Diamante
ENERTÉTICOS
Fósseis Carvão, folhelho betuminoso, petróleo, gás natural
Nucleares Urânio, tório
ÁGUAS MINERAIS
Águas envasadas (águas minerais e potáveis de mesa) e para bebidas
Tabela 1 - Classificação simplificada dos minérios e exemplos de substâncias correlatas e aproveitadas.

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Foto 9- Extração de carvão mineral na superfície.Fonte: Stock.XCHNG (www.sxc.hu)

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2. Cenário Minerário

2. 1. ANÁLISE DA PRODUÇÃO MUNDIAL

No passado, a busca por recursos minerais contribuiu para a ocupação do território brasileiro, e em 2010 a
produção mineral brasileira atingiu um recorde estimado de US$ 40 bilhões, simbolizando um aumento de 67% em
relação a 2009, ano que sofreu um retrocesso econômico devido à crise mundial.
Confira na tabela abaixo a lista das 07 maiores economias do mundo, com dados do Fundo Monetário Interna-
cional de 2012.

Posição País PIB (Bilhões de US$, 2012)


1 Estados Unidos 15.495

2 China 7.744

3 Japão 6.126

4 Alemanha 3.708

5 França 2.889

6 Brasil 2.617

7 Reino Unido 2.604

Tabela 2- Maiores economias mundiais/FMI-2012.

O Brasil é um imenso território com uma formação rochosa antiga. Graças a isso, possui grande quantidade
de minerais. Destaque para minerais metálicos, como o ferro, o manganês e a bauxita (minério de alumínio). Esses mi-
nerais são a base da indústria mineradora brasileira, principalmente o minério de ferro. Em menor escala, porém não
menos importante, tem-se também o ouro, o cobre e o nióbio. . As exportações de minério de ferro representaram
cerca de 81% das exportações de minérios em 2011.
Para se ter uma ideia da importância da indústria mineral para o país, em 2011 ela apresentou saldo positivo
de US$ 34 bilhões na balança comercial brasileira, representando 18% de todos os produtos exportados. A PMB dobrou
entre 2009 e 2011, representando 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Um exemplo do atual nível de procura pelos insumos minerais, principalmente pela China, é o aumento da
produção brasileira de minério de ferro. Em 2011, foram produzidas cerca de 467 milhões de toneladas, quantidade
25% maior do que a registrada em 2010.
Os bons resultados também podem ser observados em outros minerais. A produção de ouro aumentou 13% e
atingiu 66 toneladas. Para o ano de 2012, a expectativa é que atinja 70 toneladas.
O minério de ferro terá novo recorde de produção global. Foi o que anunciou a Organização das Nações Unidas
(ONU). Com saldo 2 bilhões de toneladas previstos até o fim de 2012, a marca de 1,92 bilhões de toneladas em 2011
deve ser superada. A previsão para 2013 é ainda maior: 2,08 bilhões de toneladas. Um dos motivos para isso é a cres-
cente demanda do mercado chinês.
Já na Europa, as notícias não são tão boas. Mesmo incluindo importantes produtores como Ucrânia e Rússia,
a produção permanece estagnada. A Índia, que também tem forte representação na produção mundial, foi registrada
queda de 7,5% na produção do minério.

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Foto 10- A Bingham Canyon Mine, no Utah, tem 4 Km de diâmetro e 1200 metros de profundidade. A exploração desta colossal mina de cobre
foi iniciada em 1863.

Esse sensível aumento da produção mundial foi seguido pelo crescimento no comércio internacional. Foi cons-
tatado um recorde de 1,115 bilhões de toneladas comercializadas no ano de 2011. Desse montante, os países em
desenvolvimento responderam por 49,5%, segundo o relatório da ONU.

2.2 PANORAMA MINERAL NO BRASIL.

O Brasil, com a sua extensão territorial de 8,5 milhões de km² e sua diversidade de terrenos geológicos, é pos-
suidor de uma expressiva dotação mineral que se traduz na produção de mais de 70 tipos de substâncias minerais: 21
de minerais metálicos, 45 de não-metálicos, 4 de energéticos, gemas e diamantes.
Ainda temos que considerar a produção de petróleo e gás que é controlada pela ANP e através da PETROBRAS
explora e concede direitos à extração a empresas. Mensalmente esta agência emite o Boletim da Produção de Petróleo
e Gás Natural com todos os dados estatísticos sobre a extração e distribuição.
De acordo com os dados da ANP, a produção de petróleo cresceu 45% entre 2002 e 2011; a de gás natural
aumentou 55% no mesmo período.
O Brasil detém um dos maiores patrimônios minerais e é um dos maiores produtores e exportadores de miné-
rios.

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PRODUÇÃO DE MINERAIS: POSIÇÃO MUNDIAL DO BRASIL

EXPORTADOR EXPORTADOR AUTOSSUFICIENTE IMPORTADOR / DEPENDÊNCIA


PRODUTOR EXTERNA
(GLOBAL

PLAYER)
Nióbio (1º) Níquel Calcário Carvão

Minério de ferro Magnésio Diamante Industrial Metalúrgico

(1º) Caulim Titânio Potássio

Manganês (2º) Estanho

Tantalita (2º)
Grafite (3º) Vermiculita Cobre Fosfato Enxofre

Bauxita (2º) Cromo Tungstênio Diatomito Terras raras

Rochas Ouro Talco Zinco

Ornamentais

(4º)
ESTRATÉGICOS
Tabela 3- Cenário Brasileiro no Mundo da Mineração.

O Brasil é um importante player mundial no Setor Mineral. No entanto, apresenta dependência de alguns minerais que
são essenciais para a economia. É o quarto maior consumidor de fertilizantes, mas responde por apenas 2% da produção mundial.
O Brasil importa 91% de todas as suas necessidades de Potássio e 51% de fosfato, insumos minerais utilizados na fabricação de
fertilizantes.
Os dados oficiais indicam que a produção mineral brasileira atingiu o valor de R$ 52,2 bilhões em 2009, para o qual os
minerais não-metálicos contribuíram com R$ 15,9 bilhões, isto é, com 30,46% do montante minerado (DNPM,
AMB/2010). Os minerais energéticos participaram com R$ 839,5 milhões, correspondendo a apenas 1,61 %, e os metálicos com a
maior fatia de R$ 35,4 bilhões (67,81%). A produção mineral brasileira na última década evoluiu de
maneira significativa, aumentando em valor 550%.
Nos países desenvolvidos o papel da mineração como instrumento de desenvolvimento econômico é bem compreendido.
No caso brasileiro a falta de uma política estável de mineração e uma visão consciente dos empresários do setor, vislum-
brando resultados imediatos (“mentalidade garimpeira”), são os principais causadores da inércia do setor
que atravessa mudanças legislativas (marco regulatório) que estão paralisando ações operacionais e de investimentos maciços na
área de infraestrutura básica para a extração e beneficiamento de minérios na ordem de 20 bilhões de reais.
Nossa dependência em bens minerais é mais voltada aos produtos “energéticos” e em metais não-ferrosos, como o cobre.

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O DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral registrou em 2010, por meio do Relatório Anual de
Lavra, 7.932 empresas, sendo:
2008 = US$ 28 Bi

REGIÃO EMPRESAS
Centro Oeste 942
Nordeste 1.258
Norte 439
Sudeste 3.392
Sul 1.901

É preciso incentivar e apoiar as pequenas e médias empresas, que são as que mais sofrem para sobreviver no
mercado competitivo. Segundo dados da literatura, o perfil do setor mineral brasileiro é composto por 95% de peque-
nas e médias minerações, e as minas estão distribuídas regionalmente com 4% no Norte, 8% no Centro-Oeste, 13% no
Nordeste, 21% no Sul e 54% no Sudeste. Dessa forma, há a necessidade de uma política de incentivo a essa grande
massa de empreendimentos de pequeno porte, o que promoverá, indubitavelmente, a diminuição do informalismo no
setor. 09 = US$ 24 Bilhões 2010 = US$ 2011 = US$ 50 Bilhões

Tabela 4- Principais empresas mineradoras segundo o AMB/2010-ANO 2009 (Em ordem decrescente do Valor da Produção Comercializada).

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Os maiores estados produtores de minérios em 2010, de acordo com o recolhimento da CFEM – Contribuição
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais são: MG (48%), PA (28%), GO (5%), SP (4%), BA (2,7%), MS (1,8%),
SE (1,7%) e outros (8,8%).
Em 2010, a arrecadação da CFEM alcançou novo recorde: R$ 1 bilhão, ou seja, 46% superior à de 2009, que foi
de R$ 742 milhões. Em 2011, a previsão é que a arrecadação alcance R$ 1,3 bilhão.
Em 2011, o Minério de Ferro continuará a ocupar o 1º lugar na lista de produtos que geram as maiores rendas
nas exportações brasileiras.
Cabe acrescentar que há no Brasil uma grande parcela de produção mineral informal, localizada, principal-
mente, nos setores de pedras preciosas, materiais de construção e ouro. Estima-se que a produção informal na mine-
ração supere a R$ 9 bilhões/ano.
A regionalização e o perfil da produção nacional refletem, basicamente, o nível diferenciado da ocupação
territorial e o desenvolvimento sócio-econômico, bem como a aptidão dos terrenos geológicos brasileiros. Assim, as
minerações das substâncias minerais de menor valor unitário – agregados para construção, argilas comuns, rochas
carbonáticas, filito e areia industrial –, estão concentradas próximas aos principais centros industriais e urbanos das
regiões do país.
EXEMPLOS DE MUNICÍPIOS MINERADORES E SEUS
RESPECTIVOS IDH EM COMPARAÇÃO AO IDH DO ESTADO
Município UF Mineral IDH Estado I DH Município
Itabira - MG Ferro 0.766 0.798
Araxá - MG Nióbio 0.766 0.799
Nova Lima - MG Ouro 0.766 0.821
Catalão - GO Fosfato 0.773 0.818
Cachoeiro de Rocha
Itapemirim - ES Ornamental 0.767 0.770
Parauapebas - PA Ferro 0.720 0.740
Barcarena - PA Bauxita 0.720 0.769
Presidente Figueiredo - AM Cassiterita 0.713 0.742

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Municípios onde ocorre a mineração é maior do que a média
do IDH dos Estados aos quais pertencem.
Mesmo distante dos grandes centros urbanos ou em áreas onde se concentram bolsões de pobreza, a presen-
ça de um empreendimento mineral é fator concreto de estímulo ao desenvolvimento sustentável dessas localidades.
Outros minerais de valor mais significativo têm a sua produção associada a jazidas mais qualificadas, e, em
muitos casos, de ocorrência mais restrita, inseridas em sítios geológicos específicos. Exemplos marcantes são as
importantes jazidas de:
• Ferro, alumínio, bauxita, cassiterita e caulim no Pará;
• Amianto e fosfato em Goiás;
• Ouro,cobre, Magnesita, cromita, ferro e Urânio na Bahia;
• Grafita, ferro, nióbio e ouro em Minas Gerais,
• E as várias explorações de granito para fins ornamentais em Cachoeiro do Itapemirim no Espírito Santo.
O total de mão de obra empregada na mineração em 2011 alcançou 165 mil trabalhadores.
Estudos feitos pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de
Minas e Energia mostram que o efeito multiplicador de empregos é de 1:13 no setor mineral, ou seja, para cada posto
de trabalho da mineração, são criadas 13 outras vagas (empregos diretos) ao longo da cadeia produtiva, além dos
empregos indiretos.
Portanto, pode-se considerar que o setor mineral, em 2011, empregou cerca de 2,1 milhões de trabalhadores
(diretos), sem levar em conta as vagas geradas nas fases de pesquisa, prospecção e planejamento e a mão de obra
ocupada nos garimpos.

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Percentual de Participação sobre o Valor da Produção Nacional - AMB/2010-ANO 2009


REGIÃO / UF Valor da Produção (R$) Participação UF e Região (%) Participação da UF na Região (%)
BRASIL 52.293.516.370 100
Centro-Oeste 4.598.952.322 8,79 100

DF 283.148.012 0,54 6,16


GO 3.266.484.411 6,25 71,03
MS 429.087.431 0,82 9,33
MT 620.232.468 1,19 13,49
Nordeste 4.882.289.768 9,34 100
AL 126.692.824 0,24 2,59
BA 1.889.711.960 3,61 38,71
CE 324.615.804 0,62 6,65
MA 205.207.656 0,39 4,2
PB 307.992.588 0,59 6,31
PE 363.095.156 0,69 7,44
PI 107.426.222 0,21 2,2
RN 594.586.274 1,14 12,18
SE 962.961.282 1,84 19,72
Norte 13.609.390.362 26,03 100
AC 16.661.774 0,03 0,12
AM 332.053.958 0,63 2,44
AP 574.707.279 1,1 4,22
PA 12.220.143.107 23,37 89,79
RO 342.940.699 0,66 2,52
RR 16.268.566 0,03 0,12
TO 106.614.979 0,2 0,78
Sudeste 26.728.081.242 51,11 100
ES 423.664.546 0,81 1,59
MG 21.717.713.788 41,53 81,25
RJ 716.749.724 1,37 2,68
SP 3.869.953.184 7,4 14,4
Sul 2.474.802.677 4,73 100
PR 748.632.685 1,43 30,25
RS 724.361.727 1,39 29,27
SC 1.001.808.265 1,92 40,48

Tabela 5- Produção nacional x Participação da UF/Região.

2.3. CENÁRIO MINERAL CEARENSE

O Ceará posiciona-se geograficamente mais próximo dos grandes mercados consumidores e exportadores de
rochas e minerais industriais, como os Estados Unidos e a Europa, e apresenta vantagens consideráveis no comércio
internacional. Sua capital, Fortaleza, situa-se numa planície de zona litorânea, tendo assim posição estratégica para as
operações de comércio exterior e turismo.

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BENS MINERAIS DO CEARÁ

Historicamente a prospecção e extração mineral teve início, ainda na época do Império com a procura de me-
tais e pedras preciosos tipo ouro, prata, gemas e diamantes.
LINHA DO TEMPO:
- 1750 a 1758 ouro e prata na região do Cariri e Itarema, Lavras da Mangabeira, Ipu e Reriutaba;
- 1880, os franceses iniciaram, em Viçosa, a explotação do minério de cobre oxidado de Pedra Verde que
era transportado por meio de animais até o porto de Camocim, onde embarcava com destino à França;
- Início do século XIX, destaca-se a exploração dos calcários das regiões do Apodi e de Sobral/Coreaú,
além da magnesita de Iguatu e a gipsita da Chapada do Araripe;
- Pegmatitos do Ceará foram intensificados, no período de 1942 a 1945, em razão da segunda guerra
mundial; mineral rutílo, principalmente nos municípios de Independência, Crateús, Quixeramobim, Itapiúna,
Quixadá e outros nos arredores; Na mesma época, já havia extração de gipsita na região do Araripe e de mag-
nesita em Iguatu, realizada pela Chaves S/A Mineração e Indústria;
- 1961, a Companhia Cearense de Cimento Portland foi autorizada a lavrar calcário nas áreas do municí-
pio de Sobral e Coreaú;
- Década de 70: A Carbomil Química S/A, detentora dos direitos minerários para lavra de calcário na
região do Apodi;
- Criação do curso de Geologia pela Universidade Federal do Ceará, no ano de 1969;
- “Projeto Pedras Ornamentais das Regiões Norte - Nordeste, Leste e Oeste do Estado do Ceará”, exe-
cutado pela Companhia Cearense de Mineração (CEMINAS), criada em 1981 em convênio com a SUDENE no
período de 1982 a 1987; A CEMINAS implantou em 1989, a mina escola através do convênio entre o MME e a
Secretaria de Indústria e Comércio do Estado, no município de Massapé, localidade de Barra, com o objetivo
de desenvolvimento de métodos e tecnologias de lavra para treinamento de mão-de-obra. Em decorrência,
destaca-se o desenvolvimento deste setor durante o período de 1990 até 1996;
- Na última década o setor de água mineral expandiu-se rapidamente com a implantação de 23 indús-
trias minerais com destaque para o grupo Edson Queiroz (Indaiá e Minalba) com 7,4% de participação nacional.
- O minério de ferro também ocupa espaço no cenário estadual com a implantação do projeto da em-
presa chinesa Globest - que, atualmente, lidera a extração do material bruto (220 mil toneladas/2011) na Serra
do Besouro, no Município de Quiterianópolis, a 415 Km de Fortaleza.

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A produção mineral Cearense é predominantemente voltada para o consumo interno, respondendo pelo abas-
tecimento da indústria de transformação (setores cerâmicos, cimenteiro, isolante elétrico, tintas, esmaltes e vernizes,
cal, entre outros), de insumos para a agricultura e, de forma vigorosa, da construção civil.
No Estado destacam-se como substâncias mais relevantes para a economia mineral: rochas ornamentais e de
revestimentos, rochas carbonáticas, minerais de argilas, agregados e outros minerais, em potencial: minerais-gemas,
gipsita, diatomita, fosfato, grafita, vermiculita, barita, talco, e ainda, as rochas e minerais industriais no mar e em zonas
costeiras.
Os volumes de minérios lavrados e a variedade de tais insumos (17 substâncias minerais), com os dados ofi-
ciais (DNPM/AMB-2010) registram valores de produção da ordem de R$ 324,615 milhões/ano, o que corresponde a
0,62 % do montante da produção mineral brasileira.

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Mapa de localização dos distritos mineiros do Estado do Ceará.


Fonte: DNPM (2000).

DISTRITOS MINEIROS DO ESTADO DO CEARÁ: (1) Grande Fortaleza, (2) Baixo Jaguaribe – Apodi, (3) Chapada
do Araripe, (4) Iguatu –Aurora, (5) Novo Oriente – Tauá, (6) Quixadá – Pedra Branca, (7) Sobral – Camocim, (8) Itapipo-
ca – Santa Quitéria, (9) Canindé – Tamboril e (10) Campos Sales – Antonina do Norte.
• As mineralizações do distrito mineiro Sobral-Camocim são constituídas de minerais metálicos (minério de
cobre e prata) e não-metálicos (rochas ornamentais, diatomito, argila, calcário, calcário dolomítico, filito, areia de
fundição e pedras britadas). Ocorrências de ferro, manganês, cianita, chumbo e ouro com pouca expressividade eco-
nômica;
• As mineralizações do distrito mineiro Itapipoca- Santa Quitéria são constituídas principalmente de rochas
ornamentais (granito, diorito, charnoquito e monzonito), calcário, calcário dolomítico, ametista, diatomito e argila. São
conhecidas ocorrências de cianita, ferro, urânio e amianto antofilítico;

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• No distrito mineiro Grande Fortaleza são explotadas jazidas de areias (fina, grossa e vermelha), água mineral, argila,
calcário, diatomito, fonolito, granito (pedras britadas e ornamentais), mica, quartzo, feldspato, quartzito e saibro. Os bens
minerais mais importantes na Grande Fortaleza são os de emprego imediato na construção civil
(areias, pedras britadas e argilas), seguidos de calcário e água mineral. Neste distrito mineiro também merecem destaque às
ocorrências de manganês, talco e caulim;
• Os recursos minerais que compõem o distrito mineiro Canindé–Tamboril são formados por calcário dolomítico,
fosfato, quartzo, urânio e rochas ornamentais.
• No distrito mineiro Baixo Jaguaribe – Apodi, os bens minerais mais importantes são calcário e argila, sendo também
conhecidos depósitos de granito, areia, diatomito e minerais de pegmatito (mica, ametista e berilo).
• As mineralizações do distrito mineiro Quixadá-Pedra Branca são constituídas de minerais de pegmatitos (rubelita,
berilo, quartzo, feldspato, lepidolita, turmalina e ambligonita), rochas ornamentais, calcário dolomítico, cromita, grafita, sche-
elita, fluorita, ferro, pedra britada e argila. Ocorrências de amianto e calcário de menor importância são conhecidas.
• No distrito mineiro Novo Oriente-Tauá, os bens minerais mais importantes são calcário, diorito e minério de fer-
ro. As mineralizações do distrito mineiro Iguatu-Aurora são constituídas principalmente de minerais não-metálicos (calcário,
magnesita, quartzo e rochas ornamentais) e metálicos (minério de berílio e cobre);
• No distrito mineiro Antonina do Norte-Campos Sales se destacam, principalmente, os minérios utilizados como
matéria-prima na fabricação de cimento (laterita ferruginosa e tufo vulcânico), além de calcita;
• Os bens minerais relacionados à bacia sedimentar do Araripe e que apresentam interesse econômico se restringem
à gipsita, calcário, argila e água mineral.
O mundo vive um ´boom´ mineral. Enquanto as bolsas ao redor do planeta enfrentam uma fase de volatilidade, entre
fortes quedas e recuperações, o preço dos minérios está em franca ascensão. A demanda por estes produtos
se eleva com o desempenho pujante da China e de outros emergentes. Cresce a procura, incentivando uma maior oferta.
O Ceará, por sua vez, Estado considerado pobre, que produz menos de 2% da economia nacional, já observa nesse
quadro mundial uma possibilidade de redenção ou ao menos uma chance de garantir novas divisas. Terra seca, a agricultura
aqui não é o forte - apenas 6% do produto Interno Bruto (PIB) local, mas já houve políticos a afirmarem que a riqueza das
terras alencarinas não está no solo, mas abaixo dele.
‘As perspectivas para a mineração local são otimistas, entretanto, não há espaço ainda para superestimar estas oportuni-
dades. Nunca foi encontrado aqui tanto ferro como há em Carajás, no Pará, ouro como se vê em Minas Gerais ou cobre em
quantidades similares ao que se tem no Chile. Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o
Estado possui uma mina considerada de grande porte, como consta no último Anuário Mineral Brasileiro, lançado em 2006.
Somente a extração de calcário aqui ultrapassa a produção bruta anual de 1 milhão de toneladas.
Essa procura não é só no Ceará, mas no mundo inteiro. A partir do momento em que aumenta o valor do mineral,
cresce o desejo no mundo de explorá-lo. Como as commodities minerais aumentam de preço, os pequenos negócios come-
çam a se tornar viáveis. Das 73 minas registradas em 2006 no Estado, 65 são tidas como pequenas (produção entre 10 mil e
100 mil toneladas/ano).

PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS DO NORDESTE NA ARRECADAÇÃO DA CFEM/2011.

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Considerando a inconsistência e defasagem dos dados estatísticos oficiais e também a existência de uma par-
cela considerável de lavras não regulamentadas, admite-se que o volume efetivamente produzido no Estado supere
em cerca de 1,5 a 2 vezes o valor oficialmente registrado (Obata; Sintoni, 1997).
Das 17 substâncias minerais produzidas no Estado, cinco delas respondem, em conjunto, por cerca de 79,85 %
do valor total da produção, representados pelos bens minerais de utilização direta ou indireta na indústria da constru-
ção civil (rochas para produção de brita, calcário para cimento), ouro, magnesita e por água mineral.

PRINCIPAIS BENS MINERAIS PRODUZIDOS NO ESTADO DO CEARÁ (DNPM, 2009- AMB/2010).

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Foto 11- Minério de Ferro de Quiterianópolis/CE

Foto 12- Exploração de Calcário em Acarape/CE.

Foto 13- Pedreira Asa Branca do granito Branco, Ceará.

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3. Desenvolvimento do Projeto Mineiro

A implantação de uma mineração envolve uma série de atividades técnicas e o cumprimento de exigências
legais que a diferencia e a torna mais complexa do que a montagem da maioria dos negócios relacionados aos seg-
mentos mais comuns da economia, como as indústrias de transformação e de serviços.
Para o sucesso da abertura de uma mineração é fundamental que o investidor tenha conhecimento, pelo me-
nos geral, sobre o desencadeamento dos procedimentos técnico-legais que vão desde o surgimento do interesse pelo
negócio até a operação da mina.
Características comuns deste processo, independente da substância mineral ou do tamanho da mina, é o risco
elevado do investimento, principalmente nas fases iniciais de descoberta, dimensionamento e qualificação do depósi-
to, e o tempo de maturação do projeto que pode variar na escala de 3 a 4 anos a até uma década.

3.1. INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR

O interesse pelo investimento na mineração surge de maneiras variadas, podendo acontecer com um mine-
rador já tradicional que queira montar uma nova mina, como também por novos investidores, casos, por exemplo,
de um superficiário que tenha intenção de aproveitar eventual recurso mineral existente em sua propriedade ou um
empreendedor qualquer que venha ter despertado o interesse pela área mineral. Em função da relativa complexidade
dos encaminhamentos técnicos e legais e dos riscos inerentes à viabilização do empreendimento mineral, é funda-
mental que o investidor disponha de suporte de consultoria técnica especializada desde as primeiras avaliações para a
montagem de um negócio mineral.
A avaliação preliminar da oportunidade surge com a execução de um estudo geológico prospectivo, analisan-
do as informações ou estudos técnicos existentes na literatura, entre outros, especialmente os estudos geológicos
com relação ao potencial da área em mineralizações e conjugando-os com as observações a serem efetuadas no cam-
po.
Quanto maior o volume e diversidade dos tipos da documentação técnica existente (geologia, geoquímica,
geofísica, imagens de sensoriamento remoto, etc) mais eficaz e objetiva será a interpretação a ser obtida.
Esta prospecção inicial conduzirá à interpretação quanto à situação de positivismo da área e, ou, em determi-
nados casos, até mesmo à identificação de ocorrências ou depósitos minerais, podendo ser acompanhada de amos-
tragens de solo, rochas ou até mesmo do minério identificado, se for o caso, para ensaios ou análises laboratoriais
qualitativos para a obtenção de uma caracterização preliminar da substância mineral encontrada.

3.2. ESTUDO DE MERCADO

A conveniência pelo negócio pode também ser vislumbrada pela avaliação da situação do mercado produtor
e consumidor mineral, associada ou não ao resultado da prospecção inicial, quando então o interessado terá os sub-
sídios para uma seleção preliminar quanto aos tipos de substância, níveis de produção, indicadores mercadológicos e
econômicos e às alternativas de localização do empreendimento que sejam potencialmente mais compatíveis
com o seu perfil empresarial.(Figura 3)
Os fatores básicos de mercado que devem ser pesquisados incluem variedades de bens minerais com de-
mandas crescentes, atual e futura, regiões com déficit de oferta (a escala pode variar de estados a territórios mais
localizados), especificações técnicas de produtos minerais desejadas pelos consumidores e ainda não ofertadas pelos
produtores, potenciais concorrentes e preços praticados.

3.3. LEGALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO


Outra condição de oportunidade pode ser indicada pela análise dos processos de direitos minerários vigentes,
cuja situação é disponibilizada ao público pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM).
A análise da situação legal minerária é de utilidade a qualquer tipo de empreendedor, pois permite identificar

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previamente a existência de espaços livres ainda não onerados por processos, podendo ser individualizada por região
(em escalas de estado, município ou de coordenadas geográficas específicas a determinada localidade), por substância
ou por titular.
Uma vez consolidada a situação de oportunidade, definindo-se a substância e a localização da área, medida
importante na conclusão desta 1ª etapa é garantir a prioridade à obtenção do direito de pesquisa ou do registro de
licenciamento sobre a área de interesse.
Nos regimes de Autorização e de Concessão, o processo de obtenção de direitos inicia-se com a protocoliza-
ção de requerimento de autorização de pesquisa ao DNPM, enquanto que se o enquadramento legal for no Regime
de Licenciamento, o processamento inicia-se com a solicitação de licença dirigida à Prefeitura do município onde está
localizada a área de interesse e, subsequentemente ao deferimento, o seu registro no DNPM.

3. 4. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA, DIMENSIONAMENTO E EXEQUIBILIDADE DA JAZIDA MINERAL.

Os trabalhos referentes a este estágio somente podem ser desenvolvidos após a obtenção do Alvará de Pes-
quisa determinado pelo Regime de Autorização, cujo processo foi iniciado com o protocolo do requerimento anterior-
mente citado.
No caso de enquadramento no Regime de Licenciamento, a execução dos trabalhos indicados neste estágio
não é obrigatória, porém, dependendo do tipo e da complexidade do depósito é recomendável que os mesmos sejam
executados, ainda que de forma mais simplificada, para subsidiar a elaboração do Plano de Lavra, cuja apresentação é
obrigatória quando do requerimento de registro do licenciamento, obtido inicialmente na Prefeitura, no DNPM.
Estes trabalhos correspondem ao aprofundamento dos estudos de pesquisa anteriores, abrangendo trabalhos
prospectivos de detalhe, orientados à comprovação da existência do depósito e, em seguida, à sua cubagem – avalia-
ção de suas dimensões, qualificação do minério e distribuição de suas propriedades ao longo do corpo do depósito –,
bem como a realização de análise preliminar da exequibilidade de seu aproveitamento econômico.

Foto 14 e 15- Trabalhos de prospecção de Ferro em Quiteranópolis/CE

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Praça de sondagem típica de pesquisa de minerais metálicos em andamento no Brasil

Fotos 16, 17 e 18 – Sondagens de prospecção mineral.

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Figura 3- FLUXOGRAMA SISTEMATICO DE IMPANTAÇÃO DO PROJETO MINEIRO

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Investimento Área Investimentos Investimento Investimentos Investimento


Absolutos
Global (km2) x Relativo Absolutos/Área Brasil
(US$)
(US$ 1.000 (%) (US$/km2) versus

10.700.000) Países
Brasil 8.547 321.000 3 0 1
Canadá 9.971 2.033.000 19 0 5,4
Austrália 7.682 1.284.000 12 0,2 4,5
Peru 1.285 535.000 5 0,4 11,1
EUA 9.373 856.000 8 0,3 2,4
México 1.973 642.000 6 0 8,7
Rússia 17.075 428.000 4 0,7 0,7
Chile 757 535.000 5 0 18,8
China 9.600 428.000 4 0,1 1,2
Argentina 2.780 321.000 3 0,1 3,1
Tabela 6- Investimentos em Pesquisa Mineral no Mundo.

A tabela revela a disparidade do total investido pelos países avaliados na comparação com o Brasil. A análise
considera o tamanho dos territórios, o que permite constatar que países de menor extensão (Peru, Chile e México) ou
com área territorial semelhante superam o Brasil (à exceção da Rússia) em investimentos em pesquisa.

3. 5. PROSPECÇÃO SISTEMÁTICA

Esta fase envolve o desenvolvimento de uma série de trabalhos técnicos especializados, cujas intensidades e
escala de detalhamento variam de acordo com o tipo de substância e os condicionantes do depósito que a contém.
De forma geral, para a pesquisa da maioria dos depósitos de minerais os tipos de trabalhos que devem ser
desenvolvidos enquadram-se nas seguintes exigências (DNPM, 1988, adap.):
• Indispensáveis: topografia, mapeamentos geológicos, escavações (poços e trincheiras), análises e ensaios
laboratoriais, e cálculo de reservas;
• Frequentemente necessários: sondagem manual ou mecanizada e ensaios de beneficiamento;
• Eventualmente necessários: levantamentos geofísicos e geoquímicos.

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Apesar de todo o investimento em produção/extração, o Brasil ainda investe pouco na pesquisa mineral. Em
2009 e em 2010, o País recebeu, apenas, a fatia de 3% de todo o investimento privado mundial em pesquisa, ficando
bem atrás de países territorialmente bem menores como Peru e Chile. Além disso, o Brasil possui menos de 30% de
seu território mapeado geologicamente de maneira adequada na escala de 1:100.000.
A caracterização do minério é feita a partir de amostras representativas das diversas partes do depósito, sub-
metidas a análises e ensaios laboratoriais dirigidos para a obtenção de informações sobre o conteúdo mineralógico e
químico, e sobre as propriedades físicas e tecnológicas, neste caso já voltado à avaliação de desempenho para deter-
minadas aplicações.
Nessa etapa é também conveniente a realização de ensaios de beneficiamento do minério (O beneficiamento,
concentração ou tratamento de minérios constitui um conjunto de operações aplicadas às substâncias minerais obje-
tivando modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes ou a forma sem, contudo,
modificar a natureza química ou física dos mesmos)
com vistas à definição dos processos mais adequados de produção pós-lavra, em termos de granulometria, forma
ou pureza dos bens minerais A adoção de tecnologias de beneficiamento apropriadas às especificidades da jazida
conduz à produção de minerais industriais de maior qualidade, ao aumento da recuperação do minério lavrado e à
redução de impactos ambientais, o que leva a maior competitividade do empreendimento.

Figura 4- O perfil litológico esquemático das rochas.

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Figura 5- Vista em planta com os collars dos furos de sondagem realizados na prospecção de detalhe.

3. 6. VIABILIDADE ECONÔMICA DO EMPREENDIMENTO MINEIRO.

Figura 6- Fatores de influência no projeto mineiro:

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Com o passar dos anos, esforços têm sido realizados no sentido de tentar desenvolver procedimentos que
resultem na chamada cava ótima. A cava ótima é a que entre todas as possíveis cavas (pits finais) que atendem os
requisitos de ângulo de talude, apresente as seguintes características:
• Máxima lucratividade;
• Maior valor presente liquido;
• Maior aproveitamento dos recursos minerais.

Exemplo de cava ótima para lavra de calcário para fabricação de cimento (algoritmo de Lerchs- Grossmann, a
qual foi apresentado em 1965, no artigo intitulado “Projeto otimizado de cavas a Céu Aberto”).
Todas as cavas possíveis apresentam uma função beneficio, onde é definida basicamente por:

BENEFICIO = RECEITA – CUSTO

Figura 7- Cava ótima projetada.

A partir dos dados quantitativos e qualitativos das reservas minerais disponíveis deve ser feito um estudo
econômico que avalie a exeqüibilidade econômica do depósito frente à situação do mercado produtor e consumidor.
(PLANILHA DE AVALIAÇÃO-ANEXO I)
A base de indicadores a ser pesquisada inclui, entre outras, demanda, preços e especificações de produtos
praticados, distância entre a mina potencial e os centros consumidores, previsão de insumos necessários (energia,
água, equipamento, instalações, etc.) para implantação e operação da mina, nível de investimento, avaliação financei-
ra (amortização, taxa interna de retorno - TIR, etc.) e eventuais empecilhos ambientais para montagem da mineração.

3.7. ENCAMINHAMENTO LEGAL.

3.7.1. RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

Como na etapa inicial, o final desse 2º estágio também envolve uma tomada de decisão. Assim, caso os resul-
tados dos trabalhos concluam pela favorabilidade do aproveitamento econômico do depósito, será dada continuidade
aos estudos mais pormenorizados com vistas à futura implantação do projeto mineiro. Na situação inversa, isto é, na
ausência de perspectiva da economicidade do depósito, opta-se pela paralisação dos investimentos e o abandono da
área.
Em termos legais, os trabalhos desenvolvidos e os correspondentes resultados obtidos até o final desse está-
gio deverão estar consolidados no Relatório Final de Pesquisa a ser encaminhado ao DNPM no prazo legal de vigência
do Alvará. O documento deverá ser conclusivo para um destes três casos:
• Exequibilidade técnico-econômica da lavra (Relatório Final Positivo);
• Inexistência de jazida (Relatório Final Negativo); e
• Inexequibilidade técnico-econômica da lavra (por inexistência de tecnologia adequada ao aproveitamento
ou por inexistência de mercado consumidor).

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3.7.2. ESTUDO DE EXEQUIBILIDADE ECONÔMICA (PAE)

Esse estágio do projeto mineiro é desenvolvido apenas quando da adoção da legalização da jazida pelos Regi-
mes de Autorização e Concessão.
Uma vez definida a jazida ou, mais precisamente, aprovado o Relatório de Pesquisa, atestando a exequibilidade téc-
nico-econômica da lavra, o titular, ou seu sucessor, tem direito de requerer a concessão de lavra no prazo de um ano,
contado a partir da data de publicação do despacho do DNPM no Diário Oficial da União -DOU.
A concessão de lavra só é outorgada para empresa legalmente constituída no País, razão pela qual quando o
titular for pessoa física é previamente necessário que constitua empresa ou que repasse seu direito.
Os documentos necessários para instrução do requerimento de concessão de lavra são disciplinados no Artigo
Nº 38 do Código de Mineração, incluindo-se nestes o Plano de Aproveitamento Econômico – PAE.
O PAE, precedido de memorial explicativo, tem suas condições mínimas de elaboração fixadas no Artigo n º39
do Código de Mineração, e obrigatoriedade de inclusão de estudos técnicos específicos para atender as NRM – Nor-
mas Regulamentadoras da Mineração.
Amparado no conhecimento das características da jazida (quantificação e qualificação das substâncias mine-
rais) e em estudos de mercado, e, considerando as condições locais de geologia, topografia e meio ambiente, o PAE
deve ser constituído por vários projetos ou anteprojetos referentes a:
• Método de mineração a ser adotado, fazendo referência à escala de produção prevista inicialmente e à sua
projeção; e descrição detalhada das operações unitárias de lavra (preparação, desenvolvimento, desmonte, transporte
e armazenamento de solos, minérios, estéril e rejeitos);
• Processos de beneficiamento, com descrição detalhada das operações unitárias (britagem, moagem, classi-
ficação, tratamento, aglomeração, secagem e armazenamento);
• Dimensionamento de equipamentos (adequação ao método de lavra, às características das substâncias mi-
nerais e à escala de produção);
• Dimensionamento de pessoal;
• Sistemas de transporte;
• Instalações de energia;
• Abastecimento de água e despejo de águas servidas;
• Higiene da mina e dos respectivos trabalhos;
• Moradias e condições de habitabilidade;
• PCIAM – Plano de Controle de Impacto Ambiental na Mineração;
• PGR – Plano de Gerenciamento de Riscos;
• PRS – Plano de Resgate e Salvamento;
• Plano de Fechamento;
• PRAD – Plano de Recuperação da Área Degradada.
O DNPM poderá fazer exigências complementares, inclusive de novos itens, principalmente no que se refere
às condições de segurança do trabalho e monitoramento e mitigação de impactos ambientais.

3.7.3. ESTUDOS AMBIENTAIS

Tendo em vista que a mineração é uma atividade potencialmente modificadora do meio ambiente, está sujeita
por lei ao processo de licenciamento ambiental e à recuperação da área degradada, para cuja efetivação é obrigatória
a execução de estudos ambientais especializados a serem elaborados por equipe multidisciplinar de profissionais le-
galmente habilitados.
Formalmente, o início desse processo ocorre na fase do requerimento de concessão de lavra ou do requeri-
mento do registro de licenciamento no DNPM.
Entretanto, considerando que a legislação minerária incorporou como obrigatória a apresentação de uma
série de documentos técnicos baseados no conhecimento das condições ambientais, é conveniente que tais estudos,
pelo menos no que se refere ao levantamento dos parâmetros básicos, iniciem-se antes mesmo da ocorrência dessas
fases.

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São considerados como estudos ambientais todos aqueles referentes ou decorrentes da localização, insta-
lação, operação e ampliação de qualquer atividade ou empreendimento, considerando as condições do meio físico,
meio biótico e do meio socioeconômico, segundo disposições do processo de licenciamento ambiental.

Foto 19- Vista da bancada da pedreira abandonada, área já decapeada sem vegetação.

Os procedimentos e cronologia de execução desses estudos estão disciplinados pelo órgão ambiental, em
sintonia com o DNPM.
De forma geral devem ser elaborados estudos especializados para, juntamente com outros elementos e infor-
mações, instruir o pedido de licenciamento ambiental:

1. Relatório de Controle Ambiental (RCA).


O RCA é um estudo que deve conter os elementos relativos à concepção do projeto, à caracterização ambien-
tal do sítio e do seu entorno, aos impactos previstos e às medidas mitigadoras de controle e de recuperação final da
área, podendo ser simplificado no caso de empreendimentos de pequeno porte.
2. Plano de Controle Ambiental (PCA).
O PCA é um estudo indicando previamente as diretrizes para o monitoramento ambiental do empreendimen-
to, bem como contendo o projeto executivo de implantação das medidas mitigadoras.
A análise do RCA-PCA, associada às demais documentações ou exigências do órgão competente, definirá pela
dispensa, ou não, da elaboração de dois outros importantes estudos:
• O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo
• Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA).
Por outro lado, para empreendimentos de grande porte e que se destinam ao aproveitamento de substâncias
minerais não enquadradas na situação anterior, deve ser elaborado previamente um estudo denominado de Relatório
Ambiental Preliminar (RAP), que corresponde a um estudo do local e da correspondente área de influência, caracteri-
zando as condições ambientais e analisando e correlacionando sua capacidade de suporte perante o empreendimento
objetivado, permitindo, pois, quantificar os principais impactos e as correspondentes medidas de mitigação.
De forma similar ao caso anterior, a análise do RAP, associada às demais documentações ou exigências do
órgão ambiental, definirá pela dispensa ou não da elaboração do EIA e respectivo Rima, dando, assim, sequencia ao
processo para a expedição das licenças de instalação e de funcionamento (ou operação), de forma subsequente, con-
forme a evolução da implantação do empreendimento.
Caso o processo de licenciamento, para qualquer das situações anteriores, indique a necessidade de elabo-

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ração do EIA e do respectivo RIMA (que reflete as conclusões do EIA), os aspectos que devem ser abordados nestes
estudos são, basicamente (Res. CONAMA 01/86):
• Objetivos, justificativas e descrição do projeto;
• Alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do
projeto;
• Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da
adoção do projeto e suas alternativas;
• Identificação e avaliação sistemática dos impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação
da atividade;
• Definição dos limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada
área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
• Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, men-
cionando aqueles que não puderem ser evitados e o grau de alteração esperado;
• Plano de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
• Planos e programas governamentais setoriais propostos, em implantação ou existentes na área de influência
do projeto, e sua compatibilidade com o empreendimento objetivado;
• Recomendação quanto à alternativa mais favorável.
Outro estudo obrigatório para as atividades de mineração é o PRAD - Plano de Recuperação da Área Degrada-
da, que objetiva prever e adequar as áreas para uma ocupação futura, mesmo que diferente da utilização anterior à
instalação do empreendimento.
Por essa razão, é sempre conveniente que os planos de recuperação das áreas degradadas se direcionem para
usos definidos nas leis locais de uso e ocupação do solo e que pelo menos parte das medidas de recuperação sejam
conduzidas durante a vida útil do empreendimento.

Foto 20- Revegetaçao dos taludes de bota-fora com mudas de espécies arbóreas exóticas (eucalipto).

Foto 21- Lago do Parque, instalado na parte central da cava de extração de calcário.

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3.8. IMPLANTAÇÃO DA MINA

De posse do licenciamento ambiental, inicia-se a montagem da mineração. Pode-se considerar que é nessa
etapa, apenas, que os riscos envolvidos em um projeto mineral assemelham-se aos dos empreendimentos industriais
em geral. É também quando se dá o investimento mais elevado.
Somente como referência, o valor empregado para montagem de uma mina corresponde, em termos médios,
a cerca de 90 a 95% do montante total aplicado no projeto mineiro. Portanto, dentro dessa parametrização de investi-
mento, no conjunto dos estágios anteriores de pesquisa da jazida, de maior risco, tendem a ser gastas somas da ordem
de 5 a 10% dos investimentos globais.
O desenvolvimento da mina envolve, basicamente, a aquisição e montagem de equipamentos, com a constru-
ção das unidades de beneficiamento do minério, das instalações auxiliares e demais obras de infraestrutura.
A fase de montagem e operação deve seguir o projeto de mineração delineado no Plano de Aproveitamento
Econômico (Regimes de Autorização e Concessão) e no Plano de Lavra (Regime de Licenciamento), bem como nas
diretrizes de controle e recuperação ambientais estabelecidas no processo de licenciamento ambiental.
A fase de funcionamento da mina – com a Portaria de Lavra e a Licença Ambiental de Operação devidamente
emitida –, compreendendo um conjunto de atividades, sequencialmente articuladas, de lavra e beneficiamento do
minério, é conhecida na literatura da Engenharia Mineral como Ciclo Básico de Produção (CBP).

Foto 22- A capacidade de infraestrutura permanece um dos desafios fundamentais para operadores mineiros no Brasil.(Foto cortesia da Alcoa)

Foto 23- Operações mineiras em regiões remotas são muito comuns no Brasil. (Foto cortesia da Alcoa)

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Foto 24- Vista Geral da Jazida - Holcim (Brasil) S.A. - Unidade Fabril de Cantagalo-RJ.

Foto 25: Mina Cachoeira – Caetité (BA). Fase de lavra do Corpo 1, mostrando cava a céu aberto com bancadas de 5 metros de altura e bermas de
3 m de largura. Profundidade atual de 70 metros, visando a profundidade de 120 m.

Foto 26- Jaguar/Projeto Gurupi/MA é reconhecido como um dos produtores de ouro emergentes do Brasil/subsolo. (Foto cortesia da Jaguar
Mining).

Essas operações abrangem, basicamente, a retirada da substância mineral da situação original, movi-
mentação na área da mina e adequação ao uso por meio de processos de tratamento de minérios tais como:
Cominuição, peneiramento, processos físicos, químicos e hidrometalurgicos para a separação de materiais in-
desejáveis.

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Foto 27- Instalação de Britagem em Pedreira da RMF/CE.

Foto 28- Conjunto de Britagem Móvel marca Metso, modelo NW 95, 200 HPS, completa, com alimentador vibratório AV 35080 com tremonha
e grelha, britador de mandíbulas C 95, rebritador cônico HP 200, peneira vibratória horizontal 6’x14’/3A (1,83x4,30m) com transferência por
loop centrífugo, conjunto de transportadores de correia (um interno e quatro empilhadores), quadro elétrico com fiação e painel de aciona-
mento, e carreta de 4 eixos, com 16 pneus, rodas, sistemas de freios e sinalização para transporte.

A partir dos primeiros procedimentos de abertura da mina até o seu fechamento, quando da exaustão das reservas ou
do surgimento de outras situações supervenientes (ações do Ministério Público, do DNPM, etc.), devem ser tomados
os devidos cuidados com o controle operacional de todo o ciclo de produção, buscando-se a otimização do processo
produtivo, a manutenção da qualidade dos produtos minerais e a condução ambiental adequada do empreendimen-
to – redução e controle de impactos, e recuperação e preparação da área minerada para seu uso futuro –, no sentido
de favorecer a condução da mineração de maneira tecnicamente responsável e o sucesso do retorno financeiro do
investimento.
Por esses motivos, é imprescindível, conforme exigências da legislação, que todas as operações de mineração
estejam sob a responsabilidade de profissionais habilitados.

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4. Legislação Mineira

4.1. BREVES TÓPICOS ACERCA DA LEGISLAÇÃO MINERAL.

No Brasil, a mineração, de um modo geral, está submetida a um conjunto de regulamentações, onde os três
níveis de poder estatal possuem atribuições com relação à mineração e ao meio ambiente. Em nível federal, os órgãos
que têm a responsabilidade de definir as diretrizes e regulamentações, bem como atuar na concessão, fiscalização e
cumprimento da legislação mineral e ambiental para o aproveitamento dos recursos minerais são os seguintes:
•Ministério de Minas e Energia – MME: responsável por formular e coordenar as políticas dos setores mine-
ral, elétrico e de petróleo/gás;
•Ministério do Meio Ambiente – MMA: responsável por formular e coordenar as políticas ambientais, assim
como acompanhar e superintender sua execução;
• Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM/MME: responsável por formular e co-
ordenar a implementação das políticas do setor mineral;
• Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: responsável pelo planejamento e fomento do apro-
veitamento dos recursos minerais, preservação e estudo do patrimônio paleontológico, cabendo-lhe também supe-
rintender as pesquisas geológicas e minerais, bem como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de
mineração em todo o território nacional, de acordo o Código de Mineração;
•Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais): responsável por gerar
e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, além de disponibilizar informações e conhecimento sobre o
meio físico para a gestão territorial;
•Agência Nacional de Águas – ANA: Responsável pela execução da Política Nacional de Recursos Hídricos, sua
principal competência é a de implementar o gerenciamento dos recursos hídricos no país. Responsável também pela
outorga de água superficial e subterrânea, inclusive aquelas que são utilizadas na mineração;
• Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA: responsável por formular as políticas ambientais, cujas
Resoluções têm poder normativo, com força de lei, desde que, o Poder Legislativo não tenha aprovada legislação es-
pecífica;
• Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH: responsável por formular as políticas de recursos hídricos;
promover a articulação do planejamento de recursos hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de
uso dos recursos hídricos e para a cobrança pelo seu uso;
•Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: responsável, em nível fede-
ral, pelo licenciamento e fiscalização ambiental;
• Centro de Estudos de Cavernas – CECAV (IBAMA): responsável pelo patrimônio espeleológico.
• Ministério da Defesa-Exército, DFPC-SFPC/RM: responsável pelo controle dos explosivos utilizados nas ope-
rações de desmonte de rocha à fogo.

4. 2. A MINERAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA.

“CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 05/10/1988”


Art. 20 - São bens da União:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Art. 21 - Compete à União:
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais.
Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e mine-
rais em seus territórios.

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Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição.
XVI – “autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais”.

4. 3. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem:
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra.
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a atual
e futuras gerações.

4. 4. DESCRIÇÃO SUCINTA DOS SETE PRIMEIROS CAPÍTULOS DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO:

O CAPÍTULO I DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO trata das disposições preliminares, abordando como obrigações da União,
administrar os recursos minerais, a industrialização e comercialização dos produtos minerais. Também fala sobre os
regimes de aproveitamento das substâncias minerais. Este código regula os direitos sobre massa individualizada, seja
mineral ou fóssil, o seu regime de aproveitamento e a fiscalização do Governo Federal da pesquisa, lavra, dentre ou-
tras atividades.
O CAPÍTULO II DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se à Pesquisa Mineral. Define pesquisa mineral, as condições exi-
gidas para a obtenção de autorização de pesquisa e para a retificação de alvará de pesquisa. Estabelece as obrigações
do titular de autorização de pesquisa.
O CAPÍTULO III DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se à Lavra. Define Lavra e Lavra ambiciosa, estabelece as condições
para sua outorga, e informa sobre a Imissão de Posse, estabelece as obrigações do titular da concessão de Lavra, de-
fine Grupamento Mineiro (Art. 53). O Art. 56 versa sobre o desmembramento da concessão de lavra em duas ou mais
concessões distintas a juízo do Departamento Nacional de Produção Mineral. O Art. 58 o titular mediante requerimen-
to ao Ministro de Estado de Minas e Energia, pode obter a suspensão temporária da lavra ou a renúncia ao seu título.
O CAPÍTULO IV do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se às Servidões.
O CAPÍTULO V do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se às Sanções e as Nulidades
O CAPÍTULO VI do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se ao fechamento de certas áreas de Garimpagem, Faiscação e
Cata.
O CAPÍTULO VII CÓDIGO DE MINERAÇÃO Das Disposições Finais

4.5 DECRETOS-LEI REFERENTES À MINERAÇÃO:

Decreto-Lei Nº 2435, de 19/05/1988, D.O.U de 19/05/1988 Dispõe sobre a dispensa de controles prévios na exporta-
ção. Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 227, de 27/02/1967, DOU de 27/02/1967 Código de Mineração. Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 7841, de 08/08/1945, DOU de 08/08/1945 Código de Águas Minerais.Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 4146, de 04/03/1942, D.O.U de 04/03/1942 Dispõe sobre a proteção de depósitos fossilíferos. Situa-
ção: Em vigor

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5. Normas Regulamentadoras da Mineração

PORTARIA Nº 237, DE 18 DE OUTUBRO DE 2001


Aprova as Normas Reguladoras de Mineração – NRM, de que trata o Art. 97 do
Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967.
NRM-01 Normas Gerais.
NRM-02 Lavra a Céu Aberto.
NRM-03 Lavras Especiais.
NRM-04 Aberturas Subterrâneas.
NRM-05 Sistemas de Suporte e Tratamentos.
NRM-06 Ventilação.
NRM-07 Vias e Saídas de Emergência.
NRM-08 Prevenção contra Incêndios, Explosões e Inundações.
NRM-09 Prevenção contra Poeiras.
NRM-10 Sistemas de Comunicação.
NRM-11 Iluminação.
NRM-12 Sinalização de Áreas de Trabalho e de Circulação
NRM-13 Circulação e Transporte de Pessoas e Materiais.
NRM-14 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas.
NRM-15 Instalações.
NRM-16 Operações com Explosivos e Acessórios.
NRM-17 Topografia de Minas.
NRM-18 Beneficiamento.
NRM-19 Disposição de Estéril, Rejeitos e Produtos.
NRM-20 Suspensão, Fechamento de Mina e Retomada das Operações Mineiras.
NRM-21 Reabilitação de Áreas Pesquisadas, Mineradas e Impactadas.
NRM-22 Proteção ao Trabalhador.

NRM-01 Normas Gerais

• Objetivos: Em seu escopo determina o aproveitamento racional na extração dos bens minerais pertencentes à União
de forma planejada evitando danos ao meio ambiente e na segurança e saúde dos trabalhadores.
• A Indústria Mineral abrange desde o início dos trabalhos de pesquisa mineral, lavra, beneficiamento, distribuição,
comercialização e consumo de bens minerais.
• Define Jazida como toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorante ou existente no interior da
terra, e que tenha valor econômico.
• Define Mina como toda e qualquer jazida, mesmo com atividade suspensa, em lavra, ou seja, há o aproveitamento
industrial e beneficiamento da área mineral.
• Define como lavra ambiciosa os trabalhos realizados em desacordo com o plano aprovado e impossibilitando o apro-
veitamento posterior da mesma.
• Aborda o sistema de disposição de estéril ou rejeitos prevenindo os impactos ao meio ambiente.
• Define o profissional legalmente para a execução dos trabalhos
previstos no empreendimento mineiro.
• Para efeito das NRM, entende-se por empreendedor, todo:
a) detentor de registro de licença;
b) detentor de permissão de lavra garimpeira;
c) detentor de alvará de pesquisa;
d) detentor de concessão de lavra;

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e) detentor de manifesto de mina;


f) detentor de registro de extração;
g) aquele que distribui bens minerais;
h) aquele que comercializa bens minerais e
i) aquele que beneficia bens minerais.
• O empreendedor que admita trabalhadores como empregados deve organizar e manter em regular funcionamento,
em cada estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração – CIPAMIN, na forma pre-
vista na Norma Regulamentadora n.º 22 – NR-22, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
• Todo visitante deve ser obrigatoriamente informado dos riscos inerentes ao ambiente de trabalho, das medidas de
prevenção de segurança e saúde e dos procedimentos em caso de acidentes.
• Em locais de trabalho com risco à saúde do trabalhador, a empresa deve possuir um sistema de monitoramento do
ambiente e controle dos parâmetros que afetam a sua saúde, implementando o Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional – PCMSO, conforme estabelecido na NR-07/MTE;
• Cabe ao empreendedor elaborar e implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, contemplando os
aspectos das NRM.
• As NRM constituem uma base para a elaboração e análise dos seguintes documentos, de apresentação obrigatória
ao DNPM:
a) Plano de Pesquisa;
b) Requerimento de Guia de Utilização;
c) Requerimento de Registro de Extração;
d) Relatório Final de Pesquisa;
e) Plano de Aproveitamento Econômico – PAE;
f) Plano de Lavra – PL;
g) Relatório Anual de Lavra – RAL;
h) Plano de Fechamento, Suspensão e Retomada das Operações Mineiras;
i) Plano de Controle de Impacto Ambiental na Mineração - PCIAM;
j) Projeto Especial e
l) Cumprimento de exigência.
• É condição necessária para o início dos trabalhos de desenvolvimento de uma mina a apresentação do Plano de
Lavra – PL e sua aprovação pelo DNPM. O PL deve ser apresentado quando do requerimento da Guia de Utilização,
do requerimento do Registro de Extração, do requerimento do Registro de Licença, do requerimento da concessão de
lavra como parte integrante do PAE ou quando exigido pelo DNPM. O PL mostra as diretrizes do desenvolvimento da
mina, detalhando os trabalhos que serão executados.
• O Plano de Resgate e Salvamento é parte obrigatória do Plano de Lavra, devendo ser atualizado anualmente e man-
tido disponível na mina para o Agente Fiscalizador do DNPM.
• No PCIAM deve figurar todas as medidas mitigadoras e de controle dos impactos ambientais decorrentes da ativida-
de minerária, especialmente as de monitoramento e de reabilitação da área minerada e impactada.
• O Plano de Fechamento de Mina é parte obrigatória do PAE.
• Os efeitos de subsidência e movimentação de terrenos, identificação de cavernas, ocorrência de fósseis ou materiais
de interesse arqueológico devido as atividades mineiras devem ser comunicado ao DNPM.A critério do DNPM pode
ser exigido a apresentação de relatórios periódicos com a finalidade de avaliar o comportamento do aquífero.
• Todas as informações relativas ao empreendimento mineiro devem ser colocadas à disposição do agente fiscaliza-
dor do DNPM (produção e características qualitativas dos produtos; condições técnicas e econômicas da execução dos
serviços; mercado e preços médios de venda; quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos
minerais e relatórios e registros sobre segurança, saúde ocupacional e controle ambiental), além de ser acompanhado
por profissional qualificado para acompanhar o Agente Fiscalizador do DNPM durante a fiscalização.
• Constatada a situação de lavra ambiciosa ou situação de grave e iminente risco, o Agente Fiscalizador deve determi-
nar a paralisação imediata das atividades, interditando os locais de trabalho, em parte ou em todo o empreendimento,
até a eliminação do fato. A paralisação das atividades e a interdição, em parte ou em todo o empreendimento, só serão

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suspensas por autorização escrita do Agente Fiscalizador do DNPM, após efetivamente constatada a eliminação dos
riscos que levaram a esse procedimento.

NRM-02 – Lavra a Céu Aberto

• A mina deve ser projetada não só visando a economicidade do empreendimento, mas também para facilitar o de-
senvolvimento das operações unitárias, atender os aspectos relativos à segurança operacional, do trabalho, controle
ambiental e a reabilitação da área.
• Devem ser adotadas medidas preventivas contra inundações e surgências de água.
• As minas a céu aberto devem possuir mapas contendo representação completa com amarração topográfica de todas
as áreas em lavra, mineradas, da localização e sistemas de disposição de estocagem de solo vegetal, estéril, produtos,
rejeitos sólidos e líquidos.
• A largura mínima, a altura e ângulo máximos das bancadas devem ser projetados em função das condições geo-
mecânicas, dos serviços a serem executados, máquinas e equipamentos a serem utilizados, de forma a conduzir os
trabalhos com segurança.
• Nos serviços em taludes, nos limites exteriores e faces das bancadas, em plataformas e em outros pontos com riscos
de queda, devem ser atendidas as seguintes exigências:
a) uso obrigatório de cinto de segurança, tipo pára-quedista, preso a cabo de segurança, além de outros equipamentos
de proteção individual, quando o serviço exigido for em altura superior a 2,0 m (dois metros);
b) todos os serviços, realizados nas bancadas acima e abaixo de um talude, em cuja face houver trabalhadores sob
risco de queda de material que possa atingi-los, devem ser paralisados;
c) nas laterais das bancadas, vias de acessos ou estradas onde houver riscos de quedas de veículos devem ser constru-
ídas leiras com altura mínima correspondente à metade do diâmetro do maior pneu de veículo que por elas trafegue;
d) instalação de sinalizadores.
• Em caso de deslizamentos, as áreas deverão ser isoladas, sinalizadas e realizados estudos geotécnicos para o levan-
tamento das causas básicas do acidente.
• A geometria da cava, pilhas e de outras estruturas devem ser atualizadas semestralmente ou em maior periodici-
dade, a critério do DNPM, em conformidade com o ritmo de avanço previsto no Plano de Lavra, o qual deverá ser
mantido na mina, bem como a documentação topográfica pertinente, para exame por parte da fiscalização. As plantas
de controle geológico da mina devem ser atualizadas semestralmente, revendo-se com freqüência todos os aspectos
ligados à estabilidade das estruturas.
• Para controle da estabilidade dos taludes deveram ser tomadas medidas preventivas e avaliações que levem em con-
sideração as condições geotécnicas e geomecânicas do local. São consideradas indicativas de situações de potencial
instabilidade nos taludes as seguintes ocorrências:
a) fraturas ou blocos desgarrados do corpo principal nas faces dos bancos da cava e abertura de trincas no topo do
banco;
b) abertura de fraturas em rochas com eventual surgimento de água;
c) feições de subsidências superficiais;
d) estruturas em taludes negativos;
e) percolação de água através de planos de fratura ou quebras mecânicas e
f) ruídos anormais.
• Os parâmetros geométricos observados no projeto das minas a céu aberto, tais como altura de bancada, ângulo de
face, largura de bermas e ângulo geral de taludes devem ser projetados de acordo com os melhores recursos de geo-
logia, de engenharia, mecânica das rochas e mecânica dos solos. É obrigatória a estabilização ou remoção de material
com risco de queda das cristas das bancadas.
• A retomada das atividades operacionais somente poderá ocorrer após a adoção de medidas corretivas e liberação
formal da área pela supervisão técnica responsável.

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Figura 8 - Esquema típico de uma pedreira: seqüência de lavra com perfuração e desmonte rochoso (Fonte: Almeida, 2003).

NRM-03 – Lavras Especiais


1. Lavra com Dragas Flutuantes
2. Lavra com Desmonte Hidráulico
3. Outras Lavras (dissolução subterrânea, lixiviação in situ)

Figura 9 - Visão da planta de Murrin Murrin da Minara Resources, na Austrália Ocidental. Fonte: Anaconda Nickel (2002).

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NRM-04 – Aberturas Subterrâneas


• As aberturas subterrâneas devem ser executadas e mantidas de forma segura durante o período de sua vida útil.
• Em áreas de influência da lavra não é permitido o desenvolvimento de outras obras subterrâneas que possam preju-
dicar a sua estabilidade e segurança.
• Verificada a existência de chocos ou blocos instáveis estes devem ter sua área de influência isolada até que sejam
tratados ou abatidos. O abatimento manual de chocos ou blocos instáveis deve ser realizado através de dispositivo
adequado, que deve estar disponível nas frentes de trabalho e realizado por trabalhador qualificado, observadas as
normas de procedimentos. O abatimento mecanizado deve ser feito com equipamento apropriado, que ofereça maior
segurança e confiabilidade para a operação.
• Toda mina subterrânea deve possuir, obrigatoriamente, no mínimo dois acessos, separados adequadamente, obser-
vadas as condições técnicas indispensáveis à segurança e estabilidade da abertura, bem como as condições de segu-
rança e saúde dos trabalhadores.
• Em aberturas nas fases de pesquisa, desenvolvimento e lavra da mina, devem ser registradas as evidências geológi-
cas, os dados das áreas mineralizadas, as espessuras das camadas, a presença de estruturas geológicas determinantes
das condições de estabilidade, as fontes de água subterrânea e de gases naturais. Estes dados devem ser levantados
topograficamente e representados nas plantas em escala adequada contendo os principais dados tais como: os perí-
metros das minas; limites dos pilares de segurança em subsolo; ângulos laterais dos pilares de segurança; limites da
área de mineração; todas as escavações e construções subterrâneas; furos de sonda; tapumes, portas e viadutos de
ventilação...).
• Poços, Planos Inclinados e Rampas- A execução de serviços de escavação de poços, planos inclinados e rampas deve
ser precedida dos estudos de condições geotécnicas, devendo os correspondentes projetos contemplar, no que cou-
ber, os dimensionamentos e especificações construtivas da torre, estrutura e reforços, métodos de escavação, perfura-
ção e desmonte de rochas, retirada do material desmontado, drenagem e ventilação durante a construção, sistema de
contenção e segurança e outros aspectos que se mostrem relevantes.
• Galerias - Nos trabalhos de desenvolvimento de galerias, eixos principais, em áreas mineradas, ou de sua influência,
intemperizadas ou ao longo de zonas com distúrbios geológicos devem ser adotados procedimentos que contemplem
as características geomecânicas locais do maciço, utilizando-se técnicas adequadas de segurança.
• Aberturas não Lineares - Silos, câmaras de britagem, casas de máquinas, oficinas, refeitórios, câmaras de refúgio,
áreas de manobras devem ter projetos específicos e detalhados para sua construção e previstos no Plano de Lavra e
devem estar sempre em condições de funcionamento, de operação e de segurança.
• Pilares, Lajes e Faixas de Segurança - Devem estar protegidas por pilares todas as escavações onde os vãos ofereçam
riscos de instabilidade no maciço e as lajes devem ser definidas de maneira a oferecer segurança aos níveis inferiores
de lavra. Nos limites das concessões e nos perímetros das minas devem ser obrigatoriamente previstas faixas de segu-
rança, dispostas dentro dos limites aprovados pelo DNPM.

Figura 10- Plano inclinado em lavra subterrânea de carvão, observando-se, à esquerda, a correia transportadora e, acima, os dutos de drenagem
e ventilação. À direita, o sistema de tração de vagonetas. Local: Mina Santa Augusta, SC.

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NRM-05 – Sistemas de Suporte e Tratamentos


• O tratamento ou suporte das escavações subterrâneas, quando aplicável, deve atender às seguintes finalida-
des:
a) segurança dos trabalhos no subsolo;
b) utilização segura das instalações da mina;
c) minimização dos danos na superfície e
d) continuidade do processo produtivo.
• A proteção das escavações deve ser realizada através de:
a) pilares de sustentação do teto;
b) sistemas de tratamento ou suporte das aberturas, compreendendo escoramentos, rígidos ou compressíveis,
revestimentos ou dispositivos de suporte e tratamento do maciço;
c) enchimento e
d) abatimentos de tetos induzidos e controlados.
• O responsável pela mina deve providenciar treinamento adequado para o pessoal que exerce supervisão nas
atividades de tratamento e suporte.
• Os sistemas de suporte ou fortificação devem ser reforçados nas seguintes condições:
a) nos cruzamentos e ramificações das galerias;
b) nas entradas para as frentes de lavra;
c) nas junções de poços com galerias;
d) quando a resistência e a capacidade do suporte do maciço estiverem comprometidos devido a presença de
rochas alteradas, falhamentos, fissuramentos e outras descontinuidades do maciço;
e) quando houver indícios ou suspeitas de que os mesmos se apresentem insuficientemente dimensionados e
f) em instalações fixas em subsolo, como oficinas, salas, quarto de materiais, salas de guinchos, sistemas de
bombeamento, instalações de britagem e subestações.
• Os materiais utilizados nos sistemas de suporte ou fortificação devem atender as seguintes exigências:
a) a madeira deve ser criteriosamente selecionada e, se necessário, tratada de modo a não ter sua resistência
comprometida por rachaduras e apodrecimento, sendo que as peças danificadas de madeira não devem ser
reutilizadas;
• b) as propriedades físicas dos aços usados como elementos estruturais devem ser conhecidos e compatíveis
ao fim a que se destinam e os elementos de aço que forem recuperados devem sofrer tratamento adequado
antes de seu reaproveitamento;
• c) as estruturas em concreto devem ser convenientemente projetadas e obedecer a normas específicas;
• d) as propriedades físicas dos materiais convencionais de sustentação devem ser conhecidas ou ensaiadas
para verificar as suas características antes do emprego;
• e) o emprego de materiais não convencionais em escoramentos subterrâneos como blocos pré-moldados de
concreto reforçado com fibras de aço, vidro, amianto, nailon, carbono, prolipropileno e outros, deve ser conve-
nientemente investigado e ressaltado em qualquer projeto enviado ao DNPM;
• f) macacos mecânicos e hidráulicos, de aço ou metal leve, deverão ser utilizados de acordo com as especifi-
cações do fabricante.
• Poços – Devem ser tomados os seguintes critérios: Locação em terreno firme e consistente; o projeto cons-
trutivo deve ser detalhado e abordar aspectos de segurança contra colapsos, os desplacamentos e as deforma-
ções acima dos limites de tolerância do maciço, entrada de água que cause danos. Deve considerar as cargas
adicionais, inclusive as
dinâmicas, devido a instalações de guias do elevador, escadas, plataformas, tubulações, cabos e quaisquer ou-
tros elementos necessários à sua equipagem.
• A estrutura do poço deve ser ancorada nas paredes rochosas em distância regular, à medida que se vai desen-
volvendo o poço, visando mantê-lo em condições seguras e operacionais. Os elementos de escoramento dos
poços devem ser projetados para resistir às solicitações de compressão e tração. Os cruzamentos dos poços
com as galerias necessitam de fortificação para fazer face às tensões de tração e flexão que podem ocorrer
nestes locais.

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Figura 11- Galeria desenvolvida manualmente no carvão.

NRM-06 – Ventilação
• As atividades em subsolo devem dispor de sistema de ventilação mecânica que atenda aos seguintes requisitos:
a) suprimento de ar em condições adequadas para a respiração;
b) renovação contínua do ar;
c) diluição eficaz de gases inflamáveis ou nocivos e de poeiras do ambiente de trabalho;
d) temperatura e umidade adequadas ao trabalho humano;
e) ser mantido e operado de forma regular e contínua;
f) em dias em que não haja operação em subsolo, no mínimo um terço (1/3) do sistema principal de ventilação deve
estar funcionando e
g) as minas com emanações de gases nocivos, inflamáveis ou explosivos devem manter o sistema de ventilação inte-
gral.
• Nos locais onde pessoas estiverem transitando ou trabalhando a concentração de oxigênio no ar não deve ser infe-
rior a 19% (dezenove por cento) em volume.
• A vazão de ar necessária em minas de carvão, para cada frente de trabalho, deve ser de, no mínimo, 6,0 m3/min (seis
metros cúbicos por minuto) por pessoa. A vazão de ar fresco em galerias de minas de carvão constituídas pelos últimos
travessões arrombados deve ser de, no mínimo, 250,00 m3/min (duzentos e cinquenta metros cúbicos por minuto).
Em outras minas, a quantidade do ar fresco nas frentes de trabalho deve ser de, no mínimo, 2,0 m3/min(dois metros
cúbicos por minuto) por pessoa.
• No caso de uso simultâneo de mais de um veículo ou equipamento a diesel, em frente de desenvolvimento, deve ser
adotada a seguinte fórmula para o cálculo da vazão de ar fresco na frente de trabalho:
QT = 3,5 ( P1 + 0,75 x P2 + 0,5 x Pn ) [ m³/min]
Onde:
QT = vazão total de ar fresco em metros cúbico por minuto
P1 = potência em cavalo-vapor do equipamento de maior potência em operação
P2 = potência em cavalo-vapor do equipamento de segunda maior potência em operação
Pn = somatório da potência em cavalo-vapor dos demais equipamentos em operação.
• A velocidade do ar no subsolo não deve ser inferior a 0,2 m/s (zero vírgula dois metros por segundo) nem superior à
média de 8,0 m/s (oito metros por segundo) onde haja circulação de pessoas.
• Todas as galerias de desenvolvimento, após 10,0 m (dez metros) de avançamento, e obras subterrâneas sem comuni-
cação ou em fundo-desaco devem ser ventiladas através de sistema de ventilação auxiliar e o ventilador utilizado deve
ser instalado em posição que impeça a recirculação de ar.

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Figura 12- Tapumes de alvenaria (a) e exaustor principal (b).

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NRM-07 - Vias e Saídas de Emergência


• Toda mina subterrânea em atividade deve possuir obrigatoriamente, no mínimo, duas vias de acesso à superfície,
uma via principal e uma alternativa ou de emergência, separadas entre si e comunicando-se por vias secundárias de
forma que a interrupção de uma delas não afete o trânsito pela outra.

NRM-08 - Prevenção contra Incêndios, Explosões, Gases e Inundações


• Todas as áreas objeto de deposição ou aplicação de material inflamável devem estar sinalizadas como áreas poten-
cialmente sujeitas a incêndios ou explosões.
• As correias transportadoras utilizadas em minas de carvão devem ser do tipo resistente à combustão.
• Nas minas e instalações sujeitas a emanações de gases tóxicos, explosivos ou inflamáveis o Programa de Gerencia-
mento de Riscos – PGR deve incluir ações de prevenção e combate a incêndio e de explosões acidentais.
• Nas minas subterrâneas sujeitas à concentração de gases que possam provocar explosões e incêndios, os trabalha-
dores devem portar (devem estar disponíveis próximos aos postos de trabalho) equipamentos individuais de fuga
rápida ou auto-resgate (em quantidade suficiente para o número de pessoas presentes na área).
• Toda mina deve possuir sistema de combate a incêndio com procedimentos escritos, equipes treinadas e sistemas
de alarme.
• Todo insumo inflamável ou explosivo deve ser rotulado e guardado em depósito seguro, identificado e construído
conforme regulamentação vigente.
• Em toda mina devem ser instalados extintores portáteis de incêndio, adequados à classe de risco, cuja inspeção deve
ser realizada por pessoal treinado.
• Devem ser adotadas medidas que previnam inundações acidentais em todo o empreendimento mineiro. Os serviços
relativos ao desvio de cursos de água e o isolamento das águas superficiais em áreas da mina, além de outras provi-
dências que visem eliminar os problemas de inundação, devem estar previstos no Plano de Aproveitamento Econômi-
co - PAE e atender à legislação vigente.
• As minas sujeitas a emanações de gases tóxicos, explosivos ou inflamáveis devem contar com equipes treinadas,
serviços e equipamentos para realizar medições de concentração de gases e manter os registros dos resultados per-
manentemente organizados, visados pelo responsável pela mina, atualizados e disponíveis para a fiscalização.

NRM-09 - Prevenção contra Poeiras


• Nos locais onde haja geração de poeiras, na superfície ou no subsolo, deve ser realizado o monitoramento periódico
da exposição dos trabalhadores, através de grupos homogêneos de exposição e das medidas de controle adotadas,
com o registro dos dados observando-se o Grupo Homogêneo de Exposição que corresponde a um grupo de traba-
lhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição
de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo.
• Em toda mina deve estar disponível água em condições de uso, com o propósito de controle da geração de poeiras
nos postos de trabalho, onde rocha ou minério estiver sendo perfurado, cortado, detonado, carregado, descarregado
ou transportado. As operações de perfuração ou corte devem ser realizadas por processos umidificados para evitar a
dispersão da poeira no ambiente de trabalho.

NRM-10 – Sistemas de Comunicação


• Todas as minas subterrâneas devem possuir sistema de comunicação padronizado para informar o transporte em
poços e planos inclinados.
• Todo sistema de comunicação deve possuir retorno, através de repetição do sinal, que comprove ao emissor que o
receptor recebeu corretamente a mensagem.

NRM-11 – Iluminação
• Em subsolo é obrigatória a existência de sistema de iluminação estacionária, mantendo-se os seguintes níveis míni-
mos de iluminamento médio nos locais a seguir relacionados:

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a) cinquenta lux no fundo do poço;


b) cinquenta lux na casa de máquinas;
c) vinte lux nos caminhos principais;
d) vinte lux nos pontos de carregamento, descarregamento e trânsito
sobre transportadores contínuos;
e) sessenta lux na estação de britagem e
f) duzentos e setenta lux no escritório e oficinas de reparos.
• As instalações de superfície que dependam de iluminação artificial, cuja falha possa colocar em risco acentuado a
segurança das pessoas, devem ser providas de iluminação de emergência que atenda aos seguintes requisitos:
a) ligação automática no caso de falha do sistema principal;
b) ser independente do sistema principal;
c) prover iluminação suficiente que permita a saída das pessoas da instalação e
d) ser testadas e mantidas em condições de funcionamento.

Figura 13- Trabalhos de escoramento com iluminação adequada.

NRM-12 - Sinalização de Áreas de Trabalho e de Circulação


• As áreas de utilização de material inflamável, assim como aquelas sujeitas à ocorrência de explosões ou incêndios,
devem estar sinalizadas com indicação de área de perigo e proibição de uso de fósforos, de fumar ou outros meios que
produzam calor, faísca ou chama.
• Nos depósitos de substâncias tóxicas e de explosivos e nos tanques de combustíveis inflamáveis devem ser fixados,
em local visível, indicações do tipo do produto e capacidade máxima dos mesmos.
• Nos cruzamentos e locais de ramificações principais devem estar indicadas as direções e as saídas da mina, inclusi-
ve as de emergência. As plantas de beneficiamento devem ter suas vias de acesso, circulação e saída identificadas e
sinalizadas de forma visível.
• As tubulações devem ser identificadas segundo a Norma Regulamentadora nº 26 do MTE, ou alternativamente
identificadas a cada 100,00 m (cem metros), informando a natureza do seu conteúdo, direção do fluxo e pressão de
trabalho.
• Nos locais de estocagem, manuseio e uso de produtos tóxicos perigosos ou inflamáveis devem estar disponíveis fi-
chas de emergência contendo informações acessíveis e claras sobre o risco à saúde e as medidas a serem tomadas em
caso de derramamento ou contato.
• As áreas de basculamento devem ser sinalizadas, delimitadas e protegidas contra quedas acidentais de pessoas ou
equipamentos.

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• Os acessos às bancadas devem ser identificados e sinalizados.


• Todas as detonações na área da mina devem ser precedidas de sinais sonoros e interrupção das vias de acesso.

NRM-13 - Circulação e Transporte de Pessoas e Materiais


• Toda mina deve possuir plano de trânsito; Equipamentos de transporte de materiais e pessoas sobre pneus devem
possuir, em bom estado de conservação e funcionamento, faróis, luz e sinal sonoro de ré acoplado ao sistema de câm-
bio de marchas, buzina, sinal de indicação de mudança do sentido de deslocamento e espelhos retrovisores.
• A capacidade e a velocidade máxima de operação dos equipamentos de transporte devem figurar em placa afixada
em local visível.
• O transporte em minas a céu aberto deve obedecer aos seguintes requisitos mínimos:
a) os limites externos das bancadas utilizadas como estradas devem estar demarcados e sinalizados de forma visível
durante o dia e à noite;
b) a largura mínima das vias de trânsito deve ser duas vezes maior que a largura do maior veículo utilizado, no caso de
pista simples, e três vezes, para pistas duplas e
c) nas laterais das bancadas ou estradas onde houver riscos de quedas de veículos devem ser construídas leiras com
altura mínima correspondente à metade do diâmetro do maior pneu de veículo que por elas trafegue, sinalizadas para
tráfego diurno e noturno, quando houver, e mantidas sempre em condições de uso.
• Sempre que houver via única para circulação de pessoal e transporte de material ou trânsito de veículo no subsolo
a galeria deverá ter a largura mínima de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) além da largura do maior veículo
que nela trafegue e o estabelecimento das regras de circulação.
• A mina deve ser dotada de sistema mecanizado quando o somatório das distâncias a serem percorridas a pé pelo
trabalhador, na ida ou volta de seu local de atividade, em subsolo, for superior a 2.000,00 m (dois mil metros).

NRM-14 - Máquinas, Equipamentos e Ferramentas


• Todas as máquinas, equipamentos, instalações elétricas de automação e instrumentação e auxiliares devem ser
projetadas, montadas, operadas e mantidas em conformidade com as normas técnicas vigentes, as instruções dos
fabricantes e as melhorias, desenvolvidas por profissional habilitado.
• As máquinas e equipamentos de grande porte devem possuir sinal sonoro que indique o início de sua operação ou
inversão de seu sentido de deslocamento.
• As máquinas e equipamentos de grande porte, que se deslocam também em marcha à ré, devem possuir sinal sono-
ro que indique o início desta manobra.
• as perfurações com marteletes pneumáticos deve ser usado dispositivo adequado para firmar a haste, vedada a
utilização exclusiva das mãos.
• manutenção e o abastecimento de veículos e equipamentos devem ser realizados por trabalhador treinado, utilizan-
do-se de técnicas e dispositivos que garantam a segurança da operação.
• Os cabos, correntes e outros meios de suspensão ou tração e suas conexões devem ser projetados, especificados,
instalados e mantidos em perfeito estado de operação em poços e planos inclinados, conforme instruções dos fabri-
cantes e ser previamente certificados por organismo de certificação credenciado pelo Instituto Nacional de Metrolo-
gia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO.
• Os transportadores contínuos devem possuir dispositivos que interrompam seu funcionamento quando forem atin-
gidos os limites de segurança, conforme especificado em projeto, que deve contemplar, no mínimo, as seguintes
condições de:
a) ruptura da correia;
b) escorregamento anormal da correia em relação aos tambores;
c) desalinhamento anormal da correia e
d) sobrecarga.
• O uso de escadas será especificado pela NRM dependendo de sua aplicação e operação na mina (acesso vertical ou
inclinado).
• Quando da utilização de fontes ou medidores radioativos devem ser obedecidas as Diretrizes Básicas e de Radiopro-

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teção da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, especialmente nas NE nº.s 3.01/83; 6.02/84; 3.02/88; 3.03/88
e alterações posteriores.

Figura 14- Carregadeira em subsolo.

NRM-15 – Instalações
• As carpintarias devem ser localizadas distantes de outras oficinas e demais zonas com risco de incêndio e explosão.
• Os materiais inflamáveis devem permanecer nas oficinas apenas nas quantidades necessárias para o uso diário.
• Os dutos, tubulações e válvulas devem ser dimensionadas e instaladas com as devidas medidas de segurança, no
caso de uso de gases, produtos perigosos e tóxicos devem ser identificados e revisados periodicamente.
• Nos trabalhos em instalações elétricas o responsável pela mina deve assegurar a presença de pelo menos um ele-
tricista.
• Os cabos, instalações e equipamentos elétricos devem ser protegidos contra impactos, água e influência de agentes
químicos, observando-se suas aplicações de acordo com as especificações técnicas e condições das frentes e áreas de
trabalho.

NRM-16 – Operações com Explosivos e Acessórios


• O transporte, armazenagem e utilização de material explosivo devem ser efetuados por pessoal devidamente trei-
nado, respeitando-se as Normas do Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados do Ministério da Defesa
e legislação que as complemente.
• A execução do plano de fogo, operações de detonação e atividades correlatas devem ser supervisionadas ou execu-
tadas pelo técnico responsável ou pelo blaster legalmente registrado.
• O técnico responsável, blaster ou qualquer outro trabalhador deve informar imediatamente ao responsável pela
mina o desaparecimento de explosivos e acessórios, por menor que seja a quantidade, para que sejam tomadas as
providências no sentido de informar às autoridades competentes nos termos da legislação vigente.
• É proibida a detonação a céu aberto em condições de baixo nível de iluminamento ou quando ocorrerem descargas
elétricas atmosféricas.
• Os paióis de explosivos ou acessórios no subsolo não devem estar localizados junto a galerias de acesso de pessoal
e de ventilação principal da mina.
• Em minas a céu aberto, próximas de habitações, vilas, fábricas, redes de minas subterrâneas, construções subter-
râneas e obras civis, tais como pontes, oleodutos, gasodutos, minerodutos, subestações de energia elétrica, além de
outras obras de interesse público devem ser definidos perímetros de segurança e métodos de monitoramento e apre-
sentados no Plano de Lavra ou quando exigidos, a critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

NRM-17 – Topografia de Minas


• Para fins de elaboração dos correspondentes mapas e plantas todas as escavações subterrâneas e de superfície como
poços, planos inclinados, galerias, chaminés, áreas mineradas, áreas com movimentação de material, inclinação dos
taludes, drenagens, níveis de água, acidentes geográficos, obras civis, construções na superfície e demais elementos
notáveis devem ser consideradas.

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• Os levantamentos topográficos devem basear-se preferencialmente em uma rede de triangulação com coordenadas
em sistema UTM - Projeção Universal Transversa de Mercator.
• No caso de atividades minerárias, dentro de uma faixa de 200,00 m (duzentos metros) do limite da concessão, deve
ser entregue ao(s) empreendedor (es) circunvizinho(s) mapa ou planta representativo das atividades desenvolvidas.
• Na planta de superfície devem ser indicados:
a) a superfície topográfica;
b) os limites das concessões;
c) os pontos dos vértices das concessões;
d) os perímetros das minas;
e) os limites dos pilares de segurança na superfície;
f) ângulos laterais dos pilares de segurança;
g) pontos de amarração em rede de triangulação, estações e pontos topográficos, pontos de nível;
h) cursos e acumulações de água;
i) estradas e vias de acesso;
j) linhas férreas;
k) instalações de transporte;
l) linhas de alta e média tensão;
m) construções na superfície;
n) áreas para estocagem de estéril, produtos e rejeitos;
o) pontos de acesso nas minas, tais como, poços, galerias de encostas ou planos inclinados;
p) condutos importantes de água, gás e outros e
q) minas antigas. Cabe ao responsável pela topografia informar ao responsável pela mina a possibilidade de ocorrên-
cia das seguintes situações:
a) desrespeito aos limites dos pilares de segurança projetados no plano de lavra e já aprovados pelo DNPM;
b) danos resultantes de atividades minerárias no âmbito de sua responsabilidade; e
c) ultrapassagem dos limites da concessão.

Figura 15- Nivelamento subterrâneo.


NRM–18 – Beneficiamento
• Para efeito das NRM entende-se por beneficiamento de minérios ao tratamento visando preparar granulometrica-
mente, concentrar ou purificar minérios por métodos físicos ou químicos sem alteração da constituição química dos
minerais.
• Todo projeto de beneficiamento de minério deve fazer parte do Plano de Aproveitamento Econômico - PAE, devendo
constar de pelo menos:
a) caracterização do minério:
I- composição mineralógica;
II- plano de amostragem adotado;
III- forma de ocorrência dos minerais úteis;
IV- análise granulométrica com teores do minério, antes e após a cominuição e

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V- descrição detalhada dos ensaios;


b) fluxograma de processos e de equipamentos, incluindo a localização dos pontos de amostragem;
c) balanços de massa e metalúrgico;
d) caracterização dos produtos, subprodutos e rejeitos- planta de situação e arranjo geral da usina em escala adequa-
da, incluindo áreas de estoques, depósitos de rejeitos, bacias de decantação, canais de escoamento de efluentes e
outros elementos de transporte de material e outros elementos principais do projeto.

NRM-19 – Disposição de Estéril, Rejeitos e Produtos


• O estéril, rejeitos e produtos devem ser definidos de acordo com a composição mineralógica da jazida, as condições
de mercado, a economicidade do empreendimento e sob a ótica das tecnologias disponíveis de beneficiamento.
• A disposição de estéril, rejeitos e produtos devem ser previstas no Plano de Aproveitamento Econômico - PAE.
• A construção de depósitos de estéril, rejeitos e produtos deve ser precedida de estudos geotécnicos, hidrológicos e
hidrogeológicos.
• m situações de risco grave e iminente de ruptura de barragens e taludes as áreas de risco devem ser evacuadas,
isoladas e a evolução do processo monitorada e todo o pessoal potencialmente afetado deve ser informado imedia-
tamente.

Figura 16- Revegetação de talude de bota fora com uso progressivo de espécies herbáceas plantadas manualmente.

Figura 17 - Pilhas de estocagem das camadas de solo orgânico (marrom) e argiloso (avermelhado) , junto a viveiro de mudas.

NRM-20 – Suspensão, Fechamento de Mina e Retomada das Operações Mineiras.


• A suspensão, o fechamento de mina, e a retomada das operações mineiras não podem ser efetivados sem prévia
comunicação e autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

NRM-21 – Reabilitação de Áreas Pesquisadas, Mineradas e Impactadas.


• Esta Norma tem por objetivo definir procedimentos administrativos e operacionais em caso de reabilitação de áreas
pesquisadas, mineradas e impactadas.
• Área pesquisada para efeito desta Norma é toda área utilizada pela atividade de pesquisa geológica.
• Área minerada para efeito desta Norma é toda área utilizada pela atividade mineira, seja a área da própria mina, as

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áreas de estocagem de estéril, minérios e rejeitos, de vias de acesso e demais áreas de servidão.
• Área impactada para efeito desta Norma é toda área com diversos graus de alteração tanto dos fatores bióticos
quanto abióticos causados pela atividade de mineração.
• Ainda, define a adequação paisagística, a adequação topográfica e o uso futuro de uma determinada área minerada.
• O projeto de reabilitação de áreas deve ser apresentado junto ao PCIAM de que trata a NRM-01, item 1.5.1.h.

Figura 18– Revegetação implantada com uso de herbáceas (gramíneas) em talude de via de circulação interna.

Figura 19 - Lago do Parque, instalado na parte central da cava de extração de Calcário.


NRM-22 - Proteção ao Trabalhador
• Cabe ao empreendedor assegurar-se de que os empregados admitidos encontram-se aptos a realizar as suas fun-
ções.
• Deve ser afixada placa na entrada do empreendimento mineiro na qual conste no mínimo:
a) nome do empreendedor;
b) nome da mina;
c) nome do responsável técnico;
d) número do processo do DNPM e
e) nome e número do título autorizativo.
• Todo empreendedor deve elaborar, implementar e manter atualizado um plano de emergência que inclua no mínimo
os seguintes requisitos:
a) identificação de seus riscos maiores;
b) normas de procedimentos para operações em caso de:
I- incêndios;
II- inundações;
III- explosões;
IV- desabamentos;
V- paralisação do fornecimento de energia para o sistema de ventilação;
VI- acidentes maiores e

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VII- outras situações de emergência em função das características da mina, dos produtos e dos insumos utilizados;
c) localização de equipamentos e materiais necessários para as operações de emergência e prestação de primeiros
socorros;
d) descrição da composição e os procedimentos de operação de brigadas de emergência para atuar nas situações
descritas nos incisos I a VII;
e) treinamento periódico das brigadas de emergência;
f) simulação periódica de situações de salvamento com a mobilização do contingente da mina diretamente afetado
pelo evento;
g) definição de áreas e instalações devidamente construídas e equipadas para refúgio das pessoas e prestação de
primeiros socorros;
h) definição de sistemas de comunicação e sinalizações de emergência abrangendo o ambiente interno e externo e
i) a articulação da empresa com órgãos da defesa civil.
• treinamento admissional para os trabalhadores que desenvolvem atividades no setor de mineração ou daqueles
transferidos da superfície para o subsolo ou vice-versa deve abordar no mínimo os seguintes tópicos:
a) treinamento introdutório geral com reconhecimento do ambiente de trabalho;
b) treinamento específico na função e
c) orientação em serviço.
• Treinamentos periódicos e para situações específicas devem ser ministrados sempre que necessário para a execução
das atividades de forma segura.
• Considerando as características da mina, dos métodos de lavra e do beneficiamento outros treinamentos podem ser
determinados pelo DNPM.

6.1.6.INTRODUÇÃO
O Curso Técnico em Mineração

6.1. INTRODUÇÃO

A Educação Profissional Técnica Integrada do Ensino Médio teve seu início pela Lei 9.394/96 e o Decreto Fede-
ral de nº 5.154 de 23/06/2004 tendo como pressuposto de sustentação o TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO.
Em 2007 o Governo Federal lançou o programa Brasil Profissionalizado onde disponibilizaria recursos finan-
ceiros para que os estados gerassem uma política educacional voltado à integração do estudo de nível médio com a
educação profissionalizante.
Assim o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) firmou em 2008 o
compromisso com a educação de nível médio ao lançar o programa de integração com a formação profissional.
Até o momento já são 92 escolas (EEEP) fazendo parte deste contexto com 50 cursos técnicos nas mais diver-
sas áreas técnico-científicas atendendo mais de 30.000 alunos em todo o estado do Ceará.
Iniciado em 2011 na Escola Francisca Maura Martins, Município de Hidrolândia, o curso em mineração já
encontra-se também disponibilizado, também, no Município, de Massapê na Escola Francisca Neiylita, 2012, com uma
quantidade superior a 150 alunos em fase de profissionalização na área de mineração. Para 2013 será iniciado o curso
no Município de Araripe atingindo a região oeste do estado.

6.2. OBJETIVOS DO CURSO EM MINERAÇÃO

O objetivo geral é de formar o egresso no conhecimento básico da mineração como um todo, isto é, desde a
formação científica até a tecnológica.
O técnico em mineração terá como base técnica os conhecimentos gerais nas áreas de geologia e engenharia
de minas de tal modo que o credenciará a atuar como auxiliar nas atividades com profissionais de nível superior destas
áreas bem como especificamente gerenciar equipes de subordinados, supervisionar os trabalhos de pesquisa mineral
e lavra de mina, operar equipamentos e treinar equipes de trabalho nas áreas de controle técnico, computacional,

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tratamento de minérios e segurança do trabalho.


Não podemos esquecer-nos de citar a importância do técnico em mineração no sentido de ser o líder de sua
equipe de trabalho nos aspectos técnicos, éticos e sociais.

6. 3.CONHECENDO A PROFISSÃO DE TÉCNICO EM MINERAÇÃO.

Como o bom dito popular expressa “A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA”, ora no ambiente laboral do téc-
nico em mineração vamos encontrar agentes ambientais que qualificam a atividade dentre as de maior risco como
também a que poderá dar ao técnico uma ótima remuneração salarial.
Toda a regra tem sua exceção e aqui no nosso caso não seria diferente. Há atividades alternativas tais como
as de Laboratórios de tratamento de minérios, topografia, explosivos, água mineral, órgãos da mineração (DNPM,
CPRM), órgãos ambientais, Etc.
Mas, via de regra, a atividade do técnico em mineração é exercida distante de centros urbanos e, geralmente,
os Municípios que são objetos da instalação de projetos mineiros são os mais ricos e desenvolvidos do seu estado,
inclusive sendo em alguns casos, mais desenvolvidos que a própria capital do estado.
No Brasil a indústria extrativa mineral, de grande porte, é localizada, principalmente, na região Norte do país desta-
cando-se os estados do Pará, Tocantins, Goiás, Rondônia e Roraima como os de maiores perspectivas de contratação. Estados
como Minas Gerais, São Paulo e Bahia merecem, também, destaque já que têm uma tradição mineira e são alvos contínuos
de contratações na área de técnico em mineração. Na região Sul destacamos o mercado para o técnico em mineração nas
atividades da região Carbonífera, extração e beneficiamento de carvão mineral, para utilização energética.
A grande maioria das empresas de mineração (95%) é de pequeno a médio porte e o técnico em mineração
desempenhará um papel fundamental, pois com o conhecimento diversificado poderá suprir esta lacuna de profis-
sionais que hoje são substituídos por trabalhadores sem qualificação e que desempenham suas atividades de forma
rudimentar e sem segurança. Isto é custo para as empresas que se vêm nas mãos destes profissionais.

1. Como proceder ao meu registro no órgão responsável pela profissão?


RESOLUÇÃO N.º 051, DE 25 DE JULHO DE 1946 (1)
“Dispõe sobre o exercício profissional dos técnicos de grau médio formados pelas escolas da União ou equivalentes”.
O Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, usando das atribuições que lhe são conferidas pelo Decreto-lei n.º
8.620, de 10 de janeiro de 1946,
RESOLVE:
Art. 1º – Os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura estabelecerão, a partir da data desta Resolução, o regis-
tro especial dos técnicos de grau médio formados pelas escolas técnicas da União ou equivalentes.
Art. 2º - Para os efeitos do decreto n.º 8.620, de 10 de janeiro de 1946, são considerados técnicos de grau médio os
diplomados pelas escolas técnicas da União ou equivalentes, após realização de curso técnico do ensino industrial
(decreto-lei n.º 4.073, de 30 de janeiro de 1942), possuidores de título ou diploma de técnico de uma das especialida-
des do segundo ciclo do ensino industrial, ensinadas nos referidos estabelecimentos de ensino e que se enquadrem
na discriminação feita no art. 7º desta Resolução.
Art. 3º - As atribuições dos técnicos de grau médio serão as seguintes:
a. conduzir trabalhos de sua especialidade, projetados e dirigidos por profissionais legalmente habilitados nos termos
do art. 1º do decreto n.º 23.569, de 11 de dezembro de 1933;
b. projetar e dirigir, mediante prévia autorização do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, trabalhos de sua
especialidade que não exijam pela sua natureza a responsabilidade de profissional legalmente habilitado de acordo
com o mencionado no item anterior;
c. exercer a função de desenhista, de sua especialidade;
d. projetar e dirigir trabalhos de sua especialidade, a título precário nas localidades em que não houver profissionais
habilitados nos termos do art. 1º do decreto n.º 23.569, de 11 dezembro de 1933;
e. Exercer as funções de Auxiliar de Engenheiro nas repartições públicas da União, dos Estados e dos Municípios, independen-
temente da prova de capacidade exigida no Parágrafo único do art. 20 do decreto n.º 8.620, de 10 de janeiro de 1946.

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Art. 4º - Além das atribuições mencionadas no artigo anterior, os técnicos em edificações poderão projetar e dirigir
construções residenciais, de pequena área, com um só pavimento, isoladas, que não constituam conjuntos residen-
ciais, nem possuam arcabouços ou pisos de concreto armado, bem como as de pequenos acréscimos em edifícios
residenciais existentes, a juízo dos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (art. 32, do decreto-lei n.º 8.620,
de 10 de janeiro de 1946).
Art. 5º - Além das atribuições mencionadas no artigo 3º desta Resolução, os técnicos mecânicos, eletrotécnicos, técni-
cos metalurgistas, técnicos em mineração técnicos em construção aeronáutica poderão dentro de sua especialidade:
a) construir máquinas motores e aparelhos, que por sua natureza não sejam da responsabilidade e competência de
engenheiro especializado; b) manobrar usinas geradores e subestações; c) funcionar como auxiliares de laboratórios
tecnológicos.
Art. 6º O registro dos técnicos de grau médio será feito no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, após o
registro de seu título ou diploma na Diretoria de Ensino Industrial do Ministério da Educação e Saúde.
Parágrafo único – Ao solicitar seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, correspondente à Região
em que o interessado desejar iniciar suas atividades, deverá fornecer, além do título ou diploma a que faz referência
este artigo, documento oficial, fornecido pela escola em que se formou, contendo discriminadamente a vida escolar,
bem como as notas obtidas nos exames.
Art. 7º - Após o registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o interessado receberá a correspondente
carteira profissional de “técnico” de uma das seguintes especialidades:
a. “técnico em especificações”, quando diplomado por curso técnico de edificações;
b. “técnico mecânico”, quando diplomado por curso técnico de construções de máquinas e motores;
c. “eletrotécnico”, quando diplomado por curso técnico de eletrotécnico;
d. “técnico metalurgista”, quando diplomado por curso técnico de metalurgia;
e. “técnico em mineração”, quando diplomado por curso técnico de mineração;
f. “técnico em geologia”, quando diplomado por curso técnico de prospecção e pesquisa geológica;
g. ‘técnico em construção aeronáutica”, quando diplomado por curso técnico de construção aeronáutica;
h. ‘técnico em construção de pontes e estradas”, quando diplomado por curso técnico de pontes e estradas;
i. ‘técnico em decoração de interiores”, quando diplomado por curso técnico de decoração de interiores;
j. “desenhista técnico”, quando diplomado pelo curso de desenhista técnico, numa das seis modalidades seguintes: 1)
desenho cartográfico, topográfico e de obras de arte. 2) desenho de máquinas e de eletrotecnia. 3) Desenho de arqui-
tetura e de móveis. 4) Desenho de tecidos. 5) Desenho de construção naval. 6) Desenho de construção aeronáutica.
Parágrafo Único – A menção de ser o técnico diplomado será feita pelas iniciais “TD” apostas após o número da car-
teira.
Art. 8º - Só devera ser concedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura carteira de técnico de grau mé-
dio e diplomado da União ou equivalente, com uma das designações fixadas nesta Resolução.
Art. 9º - aos técnico de grau médio diplomados por escolas estaduais, extintas, cujos diplomas já tenham sido reco-
nhecidos à data desta Resolução por decreto do Governo Federal, será concedido o registro pelo Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura, de acordo com os termos desta Resolução.
Art. 10 - Quando o diplomado como “técnico” não for oriundo de uma escola oficial, mas considerada equivalente, o
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura deverá antes de conceder o registro, recorrer ex-ofício ao Conselho
Federal de Engenharia e Arquitetura.
Art. 11 - A posse da carteira profissional de “técnico” concede ao respectivo portador o direito de exercer sua profissão
no território nacional, nos termos desta Resolução.
Parágrafo Único – O disposto neste artigo não exime o profissional, quando mudar de região, de requerer o visto ao
respectivo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.
Art. 12 - O tipo de carteira profissional de “técnico” obedecerá ao modelo organizado pelo Conselho Federal de Enge-
nharia e Arquitetura.
Art. 13 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.
Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 25 de julho de 1946. as) Adolfo Morales de Los Rios
Filho as) Gerson Pompeu Pinheiro Presidente Secretário Publicada no “Diário Oficial” de 13.9.1946.

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RESOLUÇÃO Nº 218, DE 29 DE JUNHO DE 1973 - Resumo


Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
O CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA, usando das atribuições que lhe conferem as
letras “d” e “f”, parágrafo único do artigo 27 da Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966,
CONSIDERANDO que o Art. 7º da Lei nº 5.194/66 refere-se às atividades profissionais do engenheiro, do arquiteto e do
engenheiro agrônomo, em termos genéricos;
CONSIDERANDO a necessidade de discriminar atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Ar-
quitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, para fins da fiscalização de seu exercício profissional, e
atendendo ao disposto na alínea “b” do artigo 6º e parágrafo único do artigo 84 da Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966,
RESOLVE:
Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia,
Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades:
Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;
Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
Art. 11 - Compete ao ENGENHEIRO GEÓLOGO ou GEÓLOGO:
I - o desempenho das atividades de que trata a Lei nº 4.076, de 23 JUN 1962.
Art. 14 - Compete ao ENGENHEIRO DE MINAS:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes à prospecção e à pesquisa mineral;
lavra de minas; captação de água subterrânea; beneficiamento de minérios e abertura de vias subterrâneas; seus ser-
viços afins e correlatos.
Art. 24 - Compete ao TÉCNICO DE GRAU MÉDIO:
I - o desempenho das atividades 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas moda-
lidades profissionais;
II - as relacionadas nos números 07 a 12 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das
atividades referidas no item I deste artigo.
Rio de Janeiro, 29 JUN 1973.
Prof. FAUSTO AITA GAI
Presidente
Engº.CLÓVIS GONÇALVES DOS SANTOS
1º Secretário
2. Quanto ao estágio supervisionado, como devo proceder?
O Estágio Supervisionado tem o objetivo geral de aproximar o aluno ao máximo das situações vivenciadas no

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ambiente de trabalho, aplicando os fundamentos teórico/práticos adquiridos na escola.


Constitui-se campo de estágio as pessoas jurídicas de direito privado, os órgãos de administração pública,
profissionais liberais que estejam vinculados ao seu órgão de classe (CREA, OAB, CRM, etc.), desde que apresentem
condições para propiciar ao estagiário aprofundar conhecimentos teóricopráticos relacionados aos conteúdos desen-
volvidos no curso.
Regulamentado por legislação específica, o estágio não caracteriza vínculo empregatício. Não se aplicam da
mesma forma, obrigações como contribuição sindical, verbas rescisórias, cadastramento/reconhecimento PIS/PASEP,
bem como contribuição para o FGTS.
A carga horária total do estágio será de 300 horas sendo que o limite da carga horária é de 6 horas diárias (30
horas semanais).

MPORTÂNCIA DO ESTÁGIO
• Para o estagiário:
- Aplicação prática dos conhecimentos teóricos, permitindo maior assimilação dos conteúdos curriculares;
- Contato e interação com o meio profissional, atenuando o impacto da passagem da vida estudantil para o
mundo do trabalho;
- Desenvolvimento de atividades/posturas profissionais, com estímulo ao senso crítico e à criatividade;
- Oportunidade de adquirir uma atitude de trabalho sistematizada, voltada para a produtividade.
•Para a empresa:
- Descoberta de novos talentos, eficaz sistema de recrutamento e seleção;
- Eficiente meio de avaliação profissional;
- Meio eficaz de acompanhamento dos avanços tecnológicos e conceituais vindos da escola.
•Para a escola:
- Acompanhamento dos avanços tecnológicos;
- Colocação profissional de seus egressos;
- Atualização e adequação curricular.

DOS DIREITOS E DEVERES DO ESTAGIÁRIO


• Direitos:
- Receber do professor-orientador e do seu supervisor de estágio todo o apoio necessário para realizar as ati-
vidades previstas no planejamento de estágio;
- Apresentar solicitação e sugestão que contribuam para a melhoria do estágio;
- Elaborar com o professor-orientador e com o seu supervisor de estágio o planejamento das atividades que
serão desenvolvidas e encaminhar para a apreciação da empresa.
• Deveres:
- Cumprir com as normas da empresa;
- Ter predisposição para executar as tarefas que lhe forem confiadas;
- Ter comprometimento;
- Comportar-se com discrição e ética profissional diante de fatos e situações observadas durante o estágio;
- Cumprir o seu planejamento de estágio;
- Realizar as avaliações que lhe forem solicitadas pela escola;
- Realizar o trabalho com seriedade e responsabilidade;
- Entregar ao coordenador/orientador de estágio uma cópia encadernada do relatório de estágio para avalia-
ção, e a critério deste, disponibilizar este material aos demais alunos através da biblioteca escolar.

DAS ATRIBUIÇÕES
São atribuições do Professor-orientador:
- Planejar todas as atividades de orientação, encaminhamento,
- acompanhamento e avaliação dos estagiários;

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- Avaliar, continuamente, com o supervisor da empresa, o planejamento estabelecido;


- Realizar visitas às empresas para verificar como está se processando o estágio e coletar dados que possibili-
tem avaliar o desenvolvimento do alunoestagiário, bem como verificar a efetividade dos programas que foram desen-
volvidos durante a fase escolar;
- Manter atualizados os fichários de cadastro das empresas e alunosestagiários;
- Avaliar e informar o desempenho aos alunos-estagiários;
- Verificar se as atividades a serem realizadas no estágio estão de acordo com o perfil profissional do curso;
• São atribuições do Supervisor de Estágio:
- Orientar o aluno estagiário quanto às normas estabelecidas pela empresa;
- Elaborar relatório sobre o desempenho dos alunos estagiários que servirá de subsídios para a avaliação dos
mesmos;
- Avaliar continuamente com o professor-orientador de estágio o planejamento estabelecido;
- Apreciar, juntamente com o estagiário e o professor-orientador de estágio o plano de estágio, para que o
mesmo conheça que tipo de atividade vai realizar dentro da empresa;
- Verificar se as atividades a serem realizadas no estágio estão de acordo com o perfil profissional do curso.
• Da avaliação do Estágio Supervisionado:
A avaliação do estágio é parte integrante da dinâmica do processo de acompanhamento, controle e avalia-
ção institucional extensível a todo processo de ensino, devendo prover informações e dados para a realimentação do
currículo pleno do curso. O processo de avaliação é realizado pelo estagiário, bem como pelo Supervisor de Estágio,
mediante processo informatizado. Os dados obtidos são avaliados pela Coordenação de curso para agir positivamente
na melhoria dos cursos.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Cada estagiário deverá apresentar por escrito ao final do estágio, relatório das atividades por ele desenvolvidas
durante o estágio.
O relatório deverá atender as normas para elaboração de relatórios da escola, tendo no mínimo 15 páginas de
atividades desenvolvidas e um total mínimo de 30 páginas, bem como respeitar as normas da ABNT.
O relatório deverá ser enviado ao professor-orientador, em versão preliminar, para ser analisado e avaliado.
Após as observações apontadas, o relatório será devolvido ao estagiário para as devidas correções. Providenciadas as
mudanças, o trabalho deverá ser encaminhado à Coordenação de Estágio, encadernado em capa dura preta, assinado
pelo aluno e pelo representante da empresa onde o estágio foi realizado.

SISTEMÁTICA DA DISCIPLINA DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO


A disciplina de estágio curricular obrigatório dos cursos técnicos é assim caracterizada: pertence à última fase
do curso, com carga horária mínima de 300 (trezentas) horas; e exige que o aluno apresente ao final da mesma, um
relatório de estágio. O estágio deverá ser cumprido na empresa ou entidade conveniada, comprovado por Termo de
Compromisso emitido pela escola e assinado pela empresa ou entidade conveniada, pelo aluno e por representante da
COEDP.
Poderá ser realizado em qualquer área pertencente ao campo de atuação da área de formação do técnico. O
aluno que não estiver matriculado na disciplina do estágio, e/ou não efetivar o Termo de Compromisso não terá reco-
nhecido o seu estágio.

RESPONSABILIDADES
O Coordenador de Estágios é o responsável por criar e implantar a política de estágios da COEDP, com o objeti-
vo de agilizar a entrada do aluno no mercado de trabalho.
O professor-orientador está incumbido de orientar o aluno no desenvolvimento do seu estágio, bem como da
orientação do aluno na elaboração do relatório, fornecendo subsídios e assistência necessária.
O Supervisor de Campo é o profissional indicado pela entidade conveniada ou empresa que recebe o estagiá-
rio, dentre os técnicos do seu quadro de pessoal.
O supervisor designado deverá ter formação profissional compatível com a área de atuação escolhida pelo

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estagiário, e a ele caberá orientar e acompanhar a execução das atividades dos estagiários.

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO


A avaliação do estágio será feita com base nas informações obtidas nas avaliações preenchidas pelo estagiário
e pelo supervisor de estágio. O processo de avaliação realizado pelo aluno é diretamente no canal específico (via inter-
net) criado pela COEDP. Mediante comunicação via e-mail, o estagiário deverá acessar o canal e preencher o Relatório
de Acompanhamento de Estágio, em duas oportunidades: no início e no final do estágio.
O Supervisor de Estágio, da mesma forma, receberá e-mail da escola solicitando o preenchimento da avalia-
ção do estagiário, também em duas oportunidades, como o aluno.

ATRIBUIÇÕES DO ALUNO/ESTAGIÁRIO

São atribuições do aluno/estagiário:


- Matricular-se na disciplina de Estágio Curricular Obrigatório, obedecendo aos pré-requisitos determinados
pelo curso;
- Efetivar o Termo de Convênio e o Termo de Compromisso de Estágio junto à escola;
- Desenvolver Plano de Estágio com o seu supervisor, e entregar na escola no prazo máximo de 15 dias após o
início do estágio;
- Manter uma postura ético-profissional no desenvolver do estágio, respeitando horários, assuntos sigilosos da
empresa e as normas por ela estabelecidas, bem como tratar de forma cortês os superiores, funcionários e clientes da
mesma;
- Elaborar o relatório de estágio de acordo com as normas metodológicas vigentes e as diretrizes gerais do
Estágio Supervisionado;
- Informar por escrito ao Professor-orientador qualquer irregularidade decorrente do não cumprimento das
condições estabelecidas neste manual;
- Entregar a versão final do relatório de estágio no prazo estabelecido de máximo de 6(seis) meses;
- Caso o aluno não entregue o relatório de estágio no prazo de 2(dois) anos após a conclusão do estágio, o
mesmo perderá o direito ao diploma de técnico.

DISPOSIÇÕES GERAIS
Os casos omissos neste passo a passo serão dirimidos pela Direção da COEDP/SEDUC.

SIGLAS UTILIZADAS:
AC- ACRE
AL- ALAGOAS
AM- AMAZONAS
AMB-ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO
ANA-AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
ANP- AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL
BA- BAHIA
CBP- CICLO BÁSICO DE PRODUÇÃO
CE- CEARÁ
CECAV- CENTRO DE ESTUDOS DE CAVERNAS
CETEM- CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
CFEM- COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXTRAÇÃO MINERAL
CNRH- CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HIDRÍCOS
CONAMA- CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CVRD- COMPANHIA VALE DO RIO DOCE
DF-DISTRITO FEDERAL

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DFPC- DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS


DOU- DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
DNPM – DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL
EIA- ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
ES- ESPÍRITO SANTO
FMI- FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL
GO- GOIÁS
IBAMA- INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE
IBRAM-ISTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO
IDH- INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
IMPACTO AMBIENTAL
MA- MARANHÃO
MG- MINAS GERAIS
MMA- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
MME- MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
MSS- MINERAÇÃO SERRA DO SOSSEGO
NRM-NORMA REGULAMENTADORA DA MINERAÇÃO
ONU- ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PA- PARÁ
PAE- PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO
PB- PARAÍBA
PCA- PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL
PCIAM – PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL NA MINERAÇÃO
MS- MATO GROSSO DO SUL
MT- MATO GROSSO
PGR – PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
PI-PIAUÍ
PMB-PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA
PR- PARANÁ
PRAD- PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA
PRS – PLANO DE RESGATE E SALVAMENTO
RAP- RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR
RCA- RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL
RIMA- RELATÓRIO DE IMPACTO SOBRE O MEIO AMBIENTE
RJ- RIO DE JANEIRO
RM- REGIÃO MILITAR
RMF-REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA
RN- RIO GRANDE DO NORTE
RO-RONDÔNIA
RR- RORAIMA
RS- RIO GRANDE DO SUL
SC- SANTA CATARINA
SE-SERGIPE
SFPC- FISCALIZAÇÃO DE PRODUTDOS CONTROLADOS
SP- SÃO PAULO
TIR- TAXA INTERNA DE RETORNO
UF- UNIDADE DA FEDERAÇÃO

RELAÇÃO DE SIGLAS ÚTEIS EM MINERAÇÃO


AAE - Análise Ambiental Estratégica

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ABAL – Associação Brasileira do Alumínio


ABAMEC - Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais
ABC - Associação Brasileira de Cerâmica
ABEMIN - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Mineração
ABIFA – Associação Brasileira de Fundição de Ferro e Aço
ABIFINA - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina
ABIQUIM – Associção Brasileira da Indústria Química
ABIROCHAS - Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração
ABPC – Associação Brasileira dos Produtores de Cimento Portland
ADIMB - Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira
AF – Alto forno -
AG - Andrade Gutierrez
AMB - Anuário Mineral Brasileiro
AMS - Associação Mineira de Silvicultura
ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento
ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos
ANEPAC - Associação Nacional das Empresas Produtoras de Artefatos para a Construção
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APEX - Agência de Promoção de Exportações
APLs - Arranjos Produtivos Locais
APLs-BM - Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral
APPCC - Área de Perigo e Pontos Críticos de Controle
APROMIN - Associação Brasileira dos Profissionais da Mineração
ASICA – Associação das Siderúrgicas de Carajás
ASTM – American Society for Testing and Materials
BASA - Banco da Amazônia S.A
BC - Bens de Capital
BDMG - Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
BIRD - Banco Internacional Para a Reconstrução e Desenvolvimento
BNB - Banco do Nordeste do Brasil
BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
BNDESPAR - BNDES Participações S.A.
BOVESPA – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
BRIC (Rússia, Rússia, Índia e China)
CACI - Campus Avançado de Cachoeiro de Itapemirim
CADE – Conselho de Defesa da Ordem Econômica
CAPEX – Capital Expenditure
CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral
CCB - Centro Cerâmico do Brasil
CEE - Comunidade Econômica Européia
CEF - Caixa Econômica Federal
CFEM - Contribuição Financeira pela Exploração Mineral
CEMAL - Cooperativa Estanífera de Mineral Amazônia Legal
CEMIG – Centrais Elétricas de Minas gerais
CESL - Cominco Engineering Services Ltd.
C&T - Ciência e Tecnologia

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CETEM - Centro de Tecnologia Mineral


CETEMAG – Centro Tecnológico de Mármores e Granitos
CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos de Ciências e Tecnologia e Inovação
CHESF – Cia. Hidroelétrica do São Francisco
CMQ - Cadeia Minero-Química
CNCD - Cadastro Nacional do Comércio de Diamantes
CNI - Confederação Nacional das Indústrias
COFINS - Contribuição para o Fundo de Investimento Social
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONDET - Consultoria de Empreendimentos Ltda.
COOPERSANTA - Cooperativa de Santa Cruz Ltda
CPK - Certificado do Processo de Kimberley
CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional
CST – Cia. Siderúrgica de Tubarão
CT - Capacidade Instalada
CT-Mineral - Fundo Setorial de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Mineração
CT-Petro - Fundo Setorial de Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo e Gás Natural
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
CVRD - Companhia Vale do Rio Doce
CYTED - Ciencia y Tecnología para el Desarrollo
DMs - Direitos Minerais
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
DPC - Drying Pyrolysis Cooling
DRM/RJ - Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro
EAF (FEA) - Eletric Arc Furnace
EFC - Estrada de Ferro Carajás
EFVM – Estrada de Ferro Votória - Minas
ERSA - Estanho de Rondônia S/A
EUA - Estados Unidos da América (Norte)
EADIs - Estações Aduaneiras do Interior
FAT – Fundo de Amparo do Trabalhador
FB - Financiamentos do Sistema BNDES
FCA – Ferrovia Centro-Atlântica
FEA (EAF) - Forno Elétrico a Arco
FGV - Fundação Getúlio Vargas
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FINAME – Financiadora de Máquinas e Equipamentos
FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos
FOB – Free on Board
GEE - Gases de Efeito Estufa
GEF - Global Environment Facility
GIS - Geographic Information System
GN - Gás Natural
GPS – Global Positioning System
HAT - Hidrovia Araguaia - Tocantins
HL - Heap Leaching
H-PAL - High pressure acid leach
IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos


IBRAM - Instituto Brasileiro de Mineração
IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia
ICA - Informação, Conhecimento e Aprendizado
ICB - Instituto do Crisotila Brasil
ICMS - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
ID - Investimento Direto
IDE - Investimento Direto Estrangeiro
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IEDI – Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial
IF - Incentivos Fiscais
II - Imposto de Importação
IISI – International Iron and Steel Institute
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia
INSS – Instituto Nacional de Previdência Social
INT - Instituto Nacional de Tecnologia
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
IPVA – Impoto sobre a Propriedade de de Veículos Automotores
IR - Imposto de Renda
ISO - International Standardization Organization
ITC - International Tin Council
ITRI – International Tin Research
JICA – Japan International Cooperation Agency
JMC - Junior Mining Companies
JORC - Australasian Code for Reporting of Identified Mineral Resources and OreReserves
JV - Joint Venture
MRS - MRS Logística S.A.
Kg - Quilogramas
LME - London Metal Exchange
LIS - Local Innovation System
MAs - Mineradores Artesanais
MDIC - Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MDL - Mecanismo do Desenvolvimento Limpo
MGEs – Médias e Grandes Empresas
MIGA - Multilateral Investment Guarantee Agency
MINEROPAR - Minerais do Paraná S.A.
MIT - Massachussets Institute of Technology
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MME - Ministério de Minas e Energia
Mpa - mega Pascal (unidade de resistência à compressão)
MPE – Micro e Pequenas Empresas
NAFTA – North América Free Trade Association
ND - Não Declarado
NIS - National Innovation System
NPK – Nitrogênio, Fósforo e Potássio
OBSERFER - Observatório Permanente dos Investimentos na Indústria Brasileira de Fertilizantes
OPEX - Operatinal Expenditure
OC-P&D - Outros Centros de Pesquisa e Desenvolvimento

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OECD - Organization for Economic Cooperation and Development


OMC - Organização Mundial do Comércio
OPIC - Overseas Private Investment Corporation
OSC - Ontario Securities Comission
PAS – Pólos de Mineradores Artesanais
PASEP – Programa de Apoio ao Servidor Público
PBAC - Plano Brasileiro de Avaliação e Certificação do INMETRO
PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
PDs – Planos de Desenvovimento
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
P&D&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
PDDs - Planos Diretores de Desenvolvimento
PDEE - Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica
PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo
PEDs - Países em Desenvolvimento
PIs - Países Industrializados
PIB - Produto Interno Bruto
PIS - Programa de Integração Social
PQs - Produtos Químicos Derivados
PLGs – Programas de Levantamentos Geológicos
PMEs – Pequenas e Médias Empresas
PND - Plano Nacional de Desenvolvimento
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPAs – Planos Pluri-anuais
PROINFA - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
PRONAF - Programa Nacional de Agricultura Familiar
PROPFLORA - Programa de Plantio Comercial de Floresta
PSQ – Programas Setoriais de Qualidade
RAL – Relatório Anual de Lavra
RDH - Relatório de Desenvolvimento Humano
RECOPE - Rede Cooperativa de Pesquisa
REDESIST - Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais
RH - Recursos Humanos
RMs - Regiões Metropolitanas
RT - Relatório Técnico
RTC - Relatório de Transações Comerciais
SBG - Sociedade Brasileira de Geologia
SCPK - Sistema de Certificação do Processo de Kimberley
SE - Serviços de Engenharia
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresas SENAC -
SENAI - Serviço Nacional da Indústria
SESC – Serviço Social do Comércio
SFH - Sistema Financeiro de Habitação
SGM - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME
SIG - Sistema de Informações Geográficas
SIMEXMIN - Simpósio Brasileiro sobre Exploração Mineral
SINAESP - Sindicato das Indústrias de Abrasivos do Estado de São Paulo
SINDIFER – Sindicato da Indústria de Ferro-Gusa
SINDUGESSO – Sindicato da Indústria do Gesso

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SIS - Sectoral Innovation System


SNIC - Sindicato Nacional da Indústria de Cimento
SRF - Secretaria da Receita Federal
SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
TC/RC – Tereatment Charges / Refining Charges
TEC – Tarifa Externa Comum
TEP - Tonelada Equivalente de Petróleo
TICs - Tecnologias de Informação e Comunicação
UE - União Européia
UEMG - Universidade Estadual de Minas Gerais
UFCE – Universidade Federal do Ceará
UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFScar - Universidade Federal de Santa Catarina
UHC - Usina Hidrometalúrgica de Carajás
UHE – Usina Hidro-elétrica
UNESF – Universidade Estadual São Francisco
UNESP – Universidade Estadual Paulista
UNIVALE - Universidade do Vale do Itajaí
USGS – United States Geological Survey
VM – Votorantim Metais
VMZ – Votorantim Metais - Zinco
WCSD - World Council for Sustainable Developmen

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Bibliografia

• SUMÁRIO MINERAL, DNPM 2012/2011


• AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARÁ S.AADECE
• CÓDIGO DE MINERAÇÃO
• SISTEMA CONFEA/CREA/CE
• RESOLUÇÕES CONAMA
•ARQUIVOS INTERNET SOBRE A MINERAÇÃO NO MUNDO E BRASIL Centro de Gestão e Estudos Estratégicos Ciência,
Tecnologia e Inovação- A Mineração no Brasil, Relatório Final, Darcy José Germani
•DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL
•PORTARIA Nº 237, DE 18 DE OUTUBRO DE 2001-Normas Reguladoras de Mineração – NRM, de que trata o Art. 97 do
Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967.
•Minerais do Paraná S.A.-MINEROPAR- Avaliação Comercial de Propriedades Minerais, Edir Edemir Adrioli;2006.

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Anexo I

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