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MINERAÇÃO
MÓDULO I
Introdução à Mineração
INTRODUÇÃO À
MINERAÇÃO
Ficha Técnica
1. Conceitos Gerais
A mineração é uma atividade econômica extrativa caracterizada pelo aproveitamento de recursos naturais,
suprindo a humanidade de insumos minerais na forma de matérias-primas, energia, cargas, inoculantes e de outras
substâncias acessórias nos mais diversos processos industriais e construtivos, fundamentais para a qualidade de vida
e ao desenvolvimento sócio-econômico da sociedade moderna.
Foto 1- O “Udachnaya Pipe” é uma mina de diamantes da Rússia. Os operários da mina planejam cessar suas atividades em 2012 em favor da
mineração subterrânea. A mina foi descoberta em 1955 e tem mais de 600 metros de profundidade
O uso dos bens minerais pelo homem remonta aos primórdios de sua História.
Desde os primeiros utensílios usados pelos ancestrais humanos, como os fragmentos de rocha (pedras lasca-
das), o consumo de substâncias minerais vem aumentando, ganhando proporções expressivas, sobretudo a partir do
último século, impulsionado pela demanda crescente colocado pela industrialização, agricultura, ocupação urbana e
os complexos de infraestrutura.
LUZ e LINS (2004) definem minério como toda rocha constituída de um mineraL ou agregado de minerais con-
tendo um ou mais minerais valiosos, possíveis de serem aproveitados economicamente. Os mesmos autores, afirmam
que a mineração existe desde épocas remotas, há aproximadamente 400 anos antes de Cristo, quando os egípcios
usavam processos gravíticos na recuperação do ouro de depósitos aluvionares. Sendo assim, a inovação do tratamento
de minério teve início na revolução industrial no século XVIII.
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Figura 1-Detalhe da tela ‘Mineração de ouro por lavagem perto do morro do Itacolomi’, pintada por Johann Moritz Rugendas entre 1820 e 1825.
Ao escrever sua carta, Caminha não podia saber que menos de dois séculos depois o ouro seria descoberto em
uma região distante do litoral, que seria chamada “das Minas Gerais”, nos locais onde hoje estão situadas as cidades
de Ouro Preto (antiga Vila Rica), Mariana e Sabará. Todas se desenvolveram em função do ouro e tornaram-se oficial-
mente vilas em 1711. Essa descoberta desencadeou a primeira grande corrente migratória de Portugal para o Brasil,
além de estimular migrações internas para as regiões auríferas.
No Brasil, a exploração de bens minerais foi impulsionada pela necessidade de materiais para construção civil
e de recursos para a indústria na década de 70. Além disso, o desemprego nesta década foi um fator de maior procura
de bens do subsolo, principalmente da procura do ouro através da garimpagem. Tal situação ocasionou uma explora-
ção desordenada dos recursos naturais renováveis e não renováveis.
A mineração é capaz de gerar riquezas, avanço tecnológico e bem-estar sociaL sem danificar o ambiente,
mostrando à opinião pública que é possível conciliar a extração de recursos com as práticas ambientais recomendadas
pelos especialistas, através da conservação das características próprias de cada região são explorados. Desde o século
XVI, quando os portugueses chegaram ao Brasil, a busca e o aproveitamento de recursos minerais têm contribuído
para a economia nacional e determinada parte da ocupação do território.
Acompanhando esse avanço do consumo, os métodos de pesquisa e extração de minérios evoluíram de for-
mas empíricas e artesanais para procedimentos mais complexos, mecanizados, envolvendo tecnologias especializadas
na detecção e caracterização das propriedades dos depósitos e de seus minérios, bem como nas operações de lavra e
beneficiamento.
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Atuando na apropriação de recursos naturais não renováveis e sendo uma atividade inerentemente modifica-
dora do meio ambiente, a mineração deve ser vista pelo empreendedor como uma atividade que envolve responsa-
bilidades específicas, tanto no que se refere ao aproveitamento racional dos recursos minerais quanto aos cuidados
técnicos na condução do empreendimento, no sentido de minimizar adequadamente os impactos ambientais associa-
dos à atividade e garantir a reabilitação da área para outros tipos de uso e ocupação do solo, depois de encerrado o
projeto de extração mineral.
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Foto 2- Rio Sangão contaminado com drenagem ácida da mineração do carvão – Forquilhinha (SC).
O potencial geológico do país é significativo, uma vez que possui a maior reserva mundial de nióbio com 88,3% dos
depósitos existentes; a segunda maior reserva do caulim com 14,1% dos depósitos; a terceira maior reserva de bauxita
com 12,2%; possui também a quinta maior reserva de minero de ferro com 8,3% e a sexta maior de estanho com 7,5%.
A mineração corresponde acerca de 3% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB).
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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Municípios onde ocorre a mineração é maior do que a média
do IDH dos Estados aos quais pertencem. Mesmo distante dos grandes centros urbanos ou em áreas onde se concen-
tram bolsões de pobreza, a presença de um empreendimento mineral é fator concreto de estímulo ao desenvolvimen-
to sustentável dessas localidades.
Por tudo isto, a mineração é uma atividade econômica que envolve um conjunto de características e disposi-
ções técnicas e legais bastante especializadas e diferenciadas em relação a outros setores da economia, exigindo um
alto nível de profissionalismo e responsabilidade ambiental e social.
Os recursos minerais passam a serem considerados reservas minerais, associadas a depósitos minerais,
quando, por meio de estudos específicos, se consegue definir agrandeza da concentração natural (volume ou
massa) e suas características físicas e químicas.
Por sua vez, a reserva mineral pode ser individualizada em três classes distintas: inferida, indicada e
medida, que traduzem nesta seqüência o nível crescente de pesquisa e conhecimento das características do
depósito.
A partir das reservas minerais contidas em um depósito mineral, uma vez que se consiga associar-lhes
valor econômico e consequentemente absorção pelo mercado consumidor, definem-se as jazidas minerais, que
podem evoluir para minas quando as substâncias minerais contidas passam a ser racionalmente extraídas e
aproveitadas.
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NO CÓDIGO DE MINERAÇÃO: “Art. 14 - Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários
à definição da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento econômico.
§ 1º- A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: levanta-
mentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente, estudos dos afloramentos e suas
correlações, levantamentos geofísicos e geoquímicos; aberturas de escavações visitáveis e execução de sondagens
no corpo mineral; amostragens sistemáticas; análises físicas e químicas das amostras e dos testemunhos de sonda-
gens; e ensaios de
beneficiamento dos minérios ou das substâncias minerais úteis para obtenção de concentrados de acordo com as
especificações do mercado ou aproveitamento industrial.
§ 2º- A definição da jazida resultará da coordenação, correlação e interpretação dos dados colhidos nos trabalhos
executados, e conduzirá a uma medida das reservas e dos teores.
§ 3º- A exequibilidade do aproveitamento econômico resultará da análise preliminar dos custos da produção, dos
fretes e do mercado.”
Todas as substâncias produzidas na mina e com valor econômico são designadas genericamente de minério
termo que foi empregado originalmente para denominar apenas as substâncias minerais das quais se podiam extrair
economicamente um ou mais metais. Levando-se em conta que o valor comercial das substâncias minerais pode mu-
dar conforme a época ou a região, a aplicação do conceito de minério é flexível. Assim, um mineral ou uma rocha pode
tornar-se minério, ou deixar de sê-lo, conforme exigências do mercado.
Na área da mina ficam implantados edificações, equipamentos e outros itens de infraestrutura especializados
no desenvolvimento de um conjunto de operações denominado lavra ou explotação, envolvido na extração do miné-
rio e, também, no beneficiamento do produto lavrado, cujas operações podem ocorrer não necessariamente dentro
da área da mina.
O beneficiamento visa processar o minério para atingir as condições físicoquímicas, tais como granulometria,
forma e concentração de elementos ou minerais úteis, necessárias ao seu aproveitamento direto ou adequadas aos
subsequentes processos de transformação industrial.
Foto 5- Mina de Cobre no Chile- Chuquicamata-CODELCO-produção de 600 mil toneladas (por ano) e profundidade de 850 m.
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NO CÓDIGO DE MINERAÇÃO : “Art. 36 - Entende-se por lavra, o conjunto de operações coordenadas objetivando o
aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficia-
mento das mesmas.”
Os minérios, em geral, são classificados em função do tipo de substância, composto ou elemento químico
que são, a partir deles, produzidos e aproveitados economicamente. Uma das classificações mais usuais subdivide os
minérios em metálicos, não-metálicos, energéticos, gemas e águas.
Na atual legislação mineral brasileira não há nenhuma disposição relativa a uma classificação específica de
substâncias ou de minérios, mas, historicamente, já houve o enquadramento de substâncias em 9 e em 13 classes nos
dois códigos de mineração anteriores (1934 e 1940). Hoje, na legislação, são citados apenas alguns agrupamentos de
substâncias para efeitos de obtenção de direitos minerários ou de desenvolvimento de atividades, como nas modali-
dades de regimes de aproveitamento (LICENCIAMENTO, AUTORIZAÇÃO/CONCESSÃO) e para a fixação da compensa-
ção financeira (CFEM) pela exploração de recursos minerais.
Foto 7: Minério de urânio: Mina Cachoeira – Caetité (BA) Constituído por anfibólio-piroxênio albitito. A rocha apresenta disseminadamente,
uraninita e, condicionado a planos de fatura e à foliação, uranofano (mineral secundário de cor amarela).
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Foto 8- Leucito, mineral raro composto por potássio e alumínio, descoberto em Cabo Verde.
METÁLICOS
Ferrosos Ferroligas Ferro, manganês, cromo, molibdênio, níquel, cobal-
to, wolfrâmio, vanádio.
Básicos Cobre, chumbo, zinco, estanho.
Não ferrosos Leves Alumínio, manganês , titânio, berílio.
Preciosos Ouro, prata, platina.
Raros Berílio, césio, lítio, etc.
NÃO-METÁLICOS
Materiais para uso na Construção Civil Areia, cascalho, rochas britadas, para cantaria, re-
vestimento
Materiais para uso na Industria. Química Enxofre, fluorita, sais, pirita, cromita.
Fertilizantes Fosfatos, potássio, nitrato.
Cimento Calcário, argila, gipsita.
Abrasivos Coríndon, diamante, granada, diatomito, quartizito
Isolantes Amianto, mica, vermiculita
Fundentes Carbonatos, fluorita.
Pigmentos Barita, ocre, titânio.
GEMAS
Pedras coradas Rubi, esmeralda, turmalina
Diamante
ENERTÉTICOS
Fósseis Carvão, folhelho betuminoso, petróleo, gás natural
Nucleares Urânio, tório
ÁGUAS MINERAIS
Águas envasadas (águas minerais e potáveis de mesa) e para bebidas
Tabela 1 - Classificação simplificada dos minérios e exemplos de substâncias correlatas e aproveitadas.
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2. Cenário Minerário
No passado, a busca por recursos minerais contribuiu para a ocupação do território brasileiro, e em 2010 a
produção mineral brasileira atingiu um recorde estimado de US$ 40 bilhões, simbolizando um aumento de 67% em
relação a 2009, ano que sofreu um retrocesso econômico devido à crise mundial.
Confira na tabela abaixo a lista das 07 maiores economias do mundo, com dados do Fundo Monetário Interna-
cional de 2012.
2 China 7.744
3 Japão 6.126
4 Alemanha 3.708
5 França 2.889
6 Brasil 2.617
O Brasil é um imenso território com uma formação rochosa antiga. Graças a isso, possui grande quantidade
de minerais. Destaque para minerais metálicos, como o ferro, o manganês e a bauxita (minério de alumínio). Esses mi-
nerais são a base da indústria mineradora brasileira, principalmente o minério de ferro. Em menor escala, porém não
menos importante, tem-se também o ouro, o cobre e o nióbio. . As exportações de minério de ferro representaram
cerca de 81% das exportações de minérios em 2011.
Para se ter uma ideia da importância da indústria mineral para o país, em 2011 ela apresentou saldo positivo
de US$ 34 bilhões na balança comercial brasileira, representando 18% de todos os produtos exportados. A PMB dobrou
entre 2009 e 2011, representando 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Um exemplo do atual nível de procura pelos insumos minerais, principalmente pela China, é o aumento da
produção brasileira de minério de ferro. Em 2011, foram produzidas cerca de 467 milhões de toneladas, quantidade
25% maior do que a registrada em 2010.
Os bons resultados também podem ser observados em outros minerais. A produção de ouro aumentou 13% e
atingiu 66 toneladas. Para o ano de 2012, a expectativa é que atinja 70 toneladas.
O minério de ferro terá novo recorde de produção global. Foi o que anunciou a Organização das Nações Unidas
(ONU). Com saldo 2 bilhões de toneladas previstos até o fim de 2012, a marca de 1,92 bilhões de toneladas em 2011
deve ser superada. A previsão para 2013 é ainda maior: 2,08 bilhões de toneladas. Um dos motivos para isso é a cres-
cente demanda do mercado chinês.
Já na Europa, as notícias não são tão boas. Mesmo incluindo importantes produtores como Ucrânia e Rússia,
a produção permanece estagnada. A Índia, que também tem forte representação na produção mundial, foi registrada
queda de 7,5% na produção do minério.
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Foto 10- A Bingham Canyon Mine, no Utah, tem 4 Km de diâmetro e 1200 metros de profundidade. A exploração desta colossal mina de cobre
foi iniciada em 1863.
Esse sensível aumento da produção mundial foi seguido pelo crescimento no comércio internacional. Foi cons-
tatado um recorde de 1,115 bilhões de toneladas comercializadas no ano de 2011. Desse montante, os países em
desenvolvimento responderam por 49,5%, segundo o relatório da ONU.
O Brasil, com a sua extensão territorial de 8,5 milhões de km² e sua diversidade de terrenos geológicos, é pos-
suidor de uma expressiva dotação mineral que se traduz na produção de mais de 70 tipos de substâncias minerais: 21
de minerais metálicos, 45 de não-metálicos, 4 de energéticos, gemas e diamantes.
Ainda temos que considerar a produção de petróleo e gás que é controlada pela ANP e através da PETROBRAS
explora e concede direitos à extração a empresas. Mensalmente esta agência emite o Boletim da Produção de Petróleo
e Gás Natural com todos os dados estatísticos sobre a extração e distribuição.
De acordo com os dados da ANP, a produção de petróleo cresceu 45% entre 2002 e 2011; a de gás natural
aumentou 55% no mesmo período.
O Brasil detém um dos maiores patrimônios minerais e é um dos maiores produtores e exportadores de miné-
rios.
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PLAYER)
Nióbio (1º) Níquel Calcário Carvão
Tantalita (2º)
Grafite (3º) Vermiculita Cobre Fosfato Enxofre
Ornamentais
(4º)
ESTRATÉGICOS
Tabela 3- Cenário Brasileiro no Mundo da Mineração.
O Brasil é um importante player mundial no Setor Mineral. No entanto, apresenta dependência de alguns minerais que
são essenciais para a economia. É o quarto maior consumidor de fertilizantes, mas responde por apenas 2% da produção mundial.
O Brasil importa 91% de todas as suas necessidades de Potássio e 51% de fosfato, insumos minerais utilizados na fabricação de
fertilizantes.
Os dados oficiais indicam que a produção mineral brasileira atingiu o valor de R$ 52,2 bilhões em 2009, para o qual os
minerais não-metálicos contribuíram com R$ 15,9 bilhões, isto é, com 30,46% do montante minerado (DNPM,
AMB/2010). Os minerais energéticos participaram com R$ 839,5 milhões, correspondendo a apenas 1,61 %, e os metálicos com a
maior fatia de R$ 35,4 bilhões (67,81%). A produção mineral brasileira na última década evoluiu de
maneira significativa, aumentando em valor 550%.
Nos países desenvolvidos o papel da mineração como instrumento de desenvolvimento econômico é bem compreendido.
No caso brasileiro a falta de uma política estável de mineração e uma visão consciente dos empresários do setor, vislum-
brando resultados imediatos (“mentalidade garimpeira”), são os principais causadores da inércia do setor
que atravessa mudanças legislativas (marco regulatório) que estão paralisando ações operacionais e de investimentos maciços na
área de infraestrutura básica para a extração e beneficiamento de minérios na ordem de 20 bilhões de reais.
Nossa dependência em bens minerais é mais voltada aos produtos “energéticos” e em metais não-ferrosos, como o cobre.
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O DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral registrou em 2010, por meio do Relatório Anual de
Lavra, 7.932 empresas, sendo:
2008 = US$ 28 Bi
REGIÃO EMPRESAS
Centro Oeste 942
Nordeste 1.258
Norte 439
Sudeste 3.392
Sul 1.901
É preciso incentivar e apoiar as pequenas e médias empresas, que são as que mais sofrem para sobreviver no
mercado competitivo. Segundo dados da literatura, o perfil do setor mineral brasileiro é composto por 95% de peque-
nas e médias minerações, e as minas estão distribuídas regionalmente com 4% no Norte, 8% no Centro-Oeste, 13% no
Nordeste, 21% no Sul e 54% no Sudeste. Dessa forma, há a necessidade de uma política de incentivo a essa grande
massa de empreendimentos de pequeno porte, o que promoverá, indubitavelmente, a diminuição do informalismo no
setor. 09 = US$ 24 Bilhões 2010 = US$ 2011 = US$ 50 Bilhões
Tabela 4- Principais empresas mineradoras segundo o AMB/2010-ANO 2009 (Em ordem decrescente do Valor da Produção Comercializada).
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Os maiores estados produtores de minérios em 2010, de acordo com o recolhimento da CFEM – Contribuição
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais são: MG (48%), PA (28%), GO (5%), SP (4%), BA (2,7%), MS (1,8%),
SE (1,7%) e outros (8,8%).
Em 2010, a arrecadação da CFEM alcançou novo recorde: R$ 1 bilhão, ou seja, 46% superior à de 2009, que foi
de R$ 742 milhões. Em 2011, a previsão é que a arrecadação alcance R$ 1,3 bilhão.
Em 2011, o Minério de Ferro continuará a ocupar o 1º lugar na lista de produtos que geram as maiores rendas
nas exportações brasileiras.
Cabe acrescentar que há no Brasil uma grande parcela de produção mineral informal, localizada, principal-
mente, nos setores de pedras preciosas, materiais de construção e ouro. Estima-se que a produção informal na mine-
ração supere a R$ 9 bilhões/ano.
A regionalização e o perfil da produção nacional refletem, basicamente, o nível diferenciado da ocupação
territorial e o desenvolvimento sócio-econômico, bem como a aptidão dos terrenos geológicos brasileiros. Assim, as
minerações das substâncias minerais de menor valor unitário – agregados para construção, argilas comuns, rochas
carbonáticas, filito e areia industrial –, estão concentradas próximas aos principais centros industriais e urbanos das
regiões do país.
EXEMPLOS DE MUNICÍPIOS MINERADORES E SEUS
RESPECTIVOS IDH EM COMPARAÇÃO AO IDH DO ESTADO
Município UF Mineral IDH Estado I DH Município
Itabira - MG Ferro 0.766 0.798
Araxá - MG Nióbio 0.766 0.799
Nova Lima - MG Ouro 0.766 0.821
Catalão - GO Fosfato 0.773 0.818
Cachoeiro de Rocha
Itapemirim - ES Ornamental 0.767 0.770
Parauapebas - PA Ferro 0.720 0.740
Barcarena - PA Bauxita 0.720 0.769
Presidente Figueiredo - AM Cassiterita 0.713 0.742
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Municípios onde ocorre a mineração é maior do que a média
do IDH dos Estados aos quais pertencem.
Mesmo distante dos grandes centros urbanos ou em áreas onde se concentram bolsões de pobreza, a presen-
ça de um empreendimento mineral é fator concreto de estímulo ao desenvolvimento sustentável dessas localidades.
Outros minerais de valor mais significativo têm a sua produção associada a jazidas mais qualificadas, e, em
muitos casos, de ocorrência mais restrita, inseridas em sítios geológicos específicos. Exemplos marcantes são as
importantes jazidas de:
• Ferro, alumínio, bauxita, cassiterita e caulim no Pará;
• Amianto e fosfato em Goiás;
• Ouro,cobre, Magnesita, cromita, ferro e Urânio na Bahia;
• Grafita, ferro, nióbio e ouro em Minas Gerais,
• E as várias explorações de granito para fins ornamentais em Cachoeiro do Itapemirim no Espírito Santo.
O total de mão de obra empregada na mineração em 2011 alcançou 165 mil trabalhadores.
Estudos feitos pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de
Minas e Energia mostram que o efeito multiplicador de empregos é de 1:13 no setor mineral, ou seja, para cada posto
de trabalho da mineração, são criadas 13 outras vagas (empregos diretos) ao longo da cadeia produtiva, além dos
empregos indiretos.
Portanto, pode-se considerar que o setor mineral, em 2011, empregou cerca de 2,1 milhões de trabalhadores
(diretos), sem levar em conta as vagas geradas nas fases de pesquisa, prospecção e planejamento e a mão de obra
ocupada nos garimpos.
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O Ceará posiciona-se geograficamente mais próximo dos grandes mercados consumidores e exportadores de
rochas e minerais industriais, como os Estados Unidos e a Europa, e apresenta vantagens consideráveis no comércio
internacional. Sua capital, Fortaleza, situa-se numa planície de zona litorânea, tendo assim posição estratégica para as
operações de comércio exterior e turismo.
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Historicamente a prospecção e extração mineral teve início, ainda na época do Império com a procura de me-
tais e pedras preciosos tipo ouro, prata, gemas e diamantes.
LINHA DO TEMPO:
- 1750 a 1758 ouro e prata na região do Cariri e Itarema, Lavras da Mangabeira, Ipu e Reriutaba;
- 1880, os franceses iniciaram, em Viçosa, a explotação do minério de cobre oxidado de Pedra Verde que
era transportado por meio de animais até o porto de Camocim, onde embarcava com destino à França;
- Início do século XIX, destaca-se a exploração dos calcários das regiões do Apodi e de Sobral/Coreaú,
além da magnesita de Iguatu e a gipsita da Chapada do Araripe;
- Pegmatitos do Ceará foram intensificados, no período de 1942 a 1945, em razão da segunda guerra
mundial; mineral rutílo, principalmente nos municípios de Independência, Crateús, Quixeramobim, Itapiúna,
Quixadá e outros nos arredores; Na mesma época, já havia extração de gipsita na região do Araripe e de mag-
nesita em Iguatu, realizada pela Chaves S/A Mineração e Indústria;
- 1961, a Companhia Cearense de Cimento Portland foi autorizada a lavrar calcário nas áreas do municí-
pio de Sobral e Coreaú;
- Década de 70: A Carbomil Química S/A, detentora dos direitos minerários para lavra de calcário na
região do Apodi;
- Criação do curso de Geologia pela Universidade Federal do Ceará, no ano de 1969;
- “Projeto Pedras Ornamentais das Regiões Norte - Nordeste, Leste e Oeste do Estado do Ceará”, exe-
cutado pela Companhia Cearense de Mineração (CEMINAS), criada em 1981 em convênio com a SUDENE no
período de 1982 a 1987; A CEMINAS implantou em 1989, a mina escola através do convênio entre o MME e a
Secretaria de Indústria e Comércio do Estado, no município de Massapé, localidade de Barra, com o objetivo
de desenvolvimento de métodos e tecnologias de lavra para treinamento de mão-de-obra. Em decorrência,
destaca-se o desenvolvimento deste setor durante o período de 1990 até 1996;
- Na última década o setor de água mineral expandiu-se rapidamente com a implantação de 23 indús-
trias minerais com destaque para o grupo Edson Queiroz (Indaiá e Minalba) com 7,4% de participação nacional.
- O minério de ferro também ocupa espaço no cenário estadual com a implantação do projeto da em-
presa chinesa Globest - que, atualmente, lidera a extração do material bruto (220 mil toneladas/2011) na Serra
do Besouro, no Município de Quiterianópolis, a 415 Km de Fortaleza.
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A produção mineral Cearense é predominantemente voltada para o consumo interno, respondendo pelo abas-
tecimento da indústria de transformação (setores cerâmicos, cimenteiro, isolante elétrico, tintas, esmaltes e vernizes,
cal, entre outros), de insumos para a agricultura e, de forma vigorosa, da construção civil.
No Estado destacam-se como substâncias mais relevantes para a economia mineral: rochas ornamentais e de
revestimentos, rochas carbonáticas, minerais de argilas, agregados e outros minerais, em potencial: minerais-gemas,
gipsita, diatomita, fosfato, grafita, vermiculita, barita, talco, e ainda, as rochas e minerais industriais no mar e em zonas
costeiras.
Os volumes de minérios lavrados e a variedade de tais insumos (17 substâncias minerais), com os dados ofi-
ciais (DNPM/AMB-2010) registram valores de produção da ordem de R$ 324,615 milhões/ano, o que corresponde a
0,62 % do montante da produção mineral brasileira.
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DISTRITOS MINEIROS DO ESTADO DO CEARÁ: (1) Grande Fortaleza, (2) Baixo Jaguaribe – Apodi, (3) Chapada
do Araripe, (4) Iguatu –Aurora, (5) Novo Oriente – Tauá, (6) Quixadá – Pedra Branca, (7) Sobral – Camocim, (8) Itapipo-
ca – Santa Quitéria, (9) Canindé – Tamboril e (10) Campos Sales – Antonina do Norte.
• As mineralizações do distrito mineiro Sobral-Camocim são constituídas de minerais metálicos (minério de
cobre e prata) e não-metálicos (rochas ornamentais, diatomito, argila, calcário, calcário dolomítico, filito, areia de
fundição e pedras britadas). Ocorrências de ferro, manganês, cianita, chumbo e ouro com pouca expressividade eco-
nômica;
• As mineralizações do distrito mineiro Itapipoca- Santa Quitéria são constituídas principalmente de rochas
ornamentais (granito, diorito, charnoquito e monzonito), calcário, calcário dolomítico, ametista, diatomito e argila. São
conhecidas ocorrências de cianita, ferro, urânio e amianto antofilítico;
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• No distrito mineiro Grande Fortaleza são explotadas jazidas de areias (fina, grossa e vermelha), água mineral, argila,
calcário, diatomito, fonolito, granito (pedras britadas e ornamentais), mica, quartzo, feldspato, quartzito e saibro. Os bens
minerais mais importantes na Grande Fortaleza são os de emprego imediato na construção civil
(areias, pedras britadas e argilas), seguidos de calcário e água mineral. Neste distrito mineiro também merecem destaque às
ocorrências de manganês, talco e caulim;
• Os recursos minerais que compõem o distrito mineiro Canindé–Tamboril são formados por calcário dolomítico,
fosfato, quartzo, urânio e rochas ornamentais.
• No distrito mineiro Baixo Jaguaribe – Apodi, os bens minerais mais importantes são calcário e argila, sendo também
conhecidos depósitos de granito, areia, diatomito e minerais de pegmatito (mica, ametista e berilo).
• As mineralizações do distrito mineiro Quixadá-Pedra Branca são constituídas de minerais de pegmatitos (rubelita,
berilo, quartzo, feldspato, lepidolita, turmalina e ambligonita), rochas ornamentais, calcário dolomítico, cromita, grafita, sche-
elita, fluorita, ferro, pedra britada e argila. Ocorrências de amianto e calcário de menor importância são conhecidas.
• No distrito mineiro Novo Oriente-Tauá, os bens minerais mais importantes são calcário, diorito e minério de fer-
ro. As mineralizações do distrito mineiro Iguatu-Aurora são constituídas principalmente de minerais não-metálicos (calcário,
magnesita, quartzo e rochas ornamentais) e metálicos (minério de berílio e cobre);
• No distrito mineiro Antonina do Norte-Campos Sales se destacam, principalmente, os minérios utilizados como
matéria-prima na fabricação de cimento (laterita ferruginosa e tufo vulcânico), além de calcita;
• Os bens minerais relacionados à bacia sedimentar do Araripe e que apresentam interesse econômico se restringem
à gipsita, calcário, argila e água mineral.
O mundo vive um ´boom´ mineral. Enquanto as bolsas ao redor do planeta enfrentam uma fase de volatilidade, entre
fortes quedas e recuperações, o preço dos minérios está em franca ascensão. A demanda por estes produtos
se eleva com o desempenho pujante da China e de outros emergentes. Cresce a procura, incentivando uma maior oferta.
O Ceará, por sua vez, Estado considerado pobre, que produz menos de 2% da economia nacional, já observa nesse
quadro mundial uma possibilidade de redenção ou ao menos uma chance de garantir novas divisas. Terra seca, a agricultura
aqui não é o forte - apenas 6% do produto Interno Bruto (PIB) local, mas já houve políticos a afirmarem que a riqueza das
terras alencarinas não está no solo, mas abaixo dele.
‘As perspectivas para a mineração local são otimistas, entretanto, não há espaço ainda para superestimar estas oportuni-
dades. Nunca foi encontrado aqui tanto ferro como há em Carajás, no Pará, ouro como se vê em Minas Gerais ou cobre em
quantidades similares ao que se tem no Chile. Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o
Estado possui uma mina considerada de grande porte, como consta no último Anuário Mineral Brasileiro, lançado em 2006.
Somente a extração de calcário aqui ultrapassa a produção bruta anual de 1 milhão de toneladas.
Essa procura não é só no Ceará, mas no mundo inteiro. A partir do momento em que aumenta o valor do mineral,
cresce o desejo no mundo de explorá-lo. Como as commodities minerais aumentam de preço, os pequenos negócios come-
çam a se tornar viáveis. Das 73 minas registradas em 2006 no Estado, 65 são tidas como pequenas (produção entre 10 mil e
100 mil toneladas/ano).
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Considerando a inconsistência e defasagem dos dados estatísticos oficiais e também a existência de uma par-
cela considerável de lavras não regulamentadas, admite-se que o volume efetivamente produzido no Estado supere
em cerca de 1,5 a 2 vezes o valor oficialmente registrado (Obata; Sintoni, 1997).
Das 17 substâncias minerais produzidas no Estado, cinco delas respondem, em conjunto, por cerca de 79,85 %
do valor total da produção, representados pelos bens minerais de utilização direta ou indireta na indústria da constru-
ção civil (rochas para produção de brita, calcário para cimento), ouro, magnesita e por água mineral.
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A implantação de uma mineração envolve uma série de atividades técnicas e o cumprimento de exigências
legais que a diferencia e a torna mais complexa do que a montagem da maioria dos negócios relacionados aos seg-
mentos mais comuns da economia, como as indústrias de transformação e de serviços.
Para o sucesso da abertura de uma mineração é fundamental que o investidor tenha conhecimento, pelo me-
nos geral, sobre o desencadeamento dos procedimentos técnico-legais que vão desde o surgimento do interesse pelo
negócio até a operação da mina.
Características comuns deste processo, independente da substância mineral ou do tamanho da mina, é o risco
elevado do investimento, principalmente nas fases iniciais de descoberta, dimensionamento e qualificação do depósi-
to, e o tempo de maturação do projeto que pode variar na escala de 3 a 4 anos a até uma década.
O interesse pelo investimento na mineração surge de maneiras variadas, podendo acontecer com um mine-
rador já tradicional que queira montar uma nova mina, como também por novos investidores, casos, por exemplo,
de um superficiário que tenha intenção de aproveitar eventual recurso mineral existente em sua propriedade ou um
empreendedor qualquer que venha ter despertado o interesse pela área mineral. Em função da relativa complexidade
dos encaminhamentos técnicos e legais e dos riscos inerentes à viabilização do empreendimento mineral, é funda-
mental que o investidor disponha de suporte de consultoria técnica especializada desde as primeiras avaliações para a
montagem de um negócio mineral.
A avaliação preliminar da oportunidade surge com a execução de um estudo geológico prospectivo, analisan-
do as informações ou estudos técnicos existentes na literatura, entre outros, especialmente os estudos geológicos
com relação ao potencial da área em mineralizações e conjugando-os com as observações a serem efetuadas no cam-
po.
Quanto maior o volume e diversidade dos tipos da documentação técnica existente (geologia, geoquímica,
geofísica, imagens de sensoriamento remoto, etc) mais eficaz e objetiva será a interpretação a ser obtida.
Esta prospecção inicial conduzirá à interpretação quanto à situação de positivismo da área e, ou, em determi-
nados casos, até mesmo à identificação de ocorrências ou depósitos minerais, podendo ser acompanhada de amos-
tragens de solo, rochas ou até mesmo do minério identificado, se for o caso, para ensaios ou análises laboratoriais
qualitativos para a obtenção de uma caracterização preliminar da substância mineral encontrada.
A conveniência pelo negócio pode também ser vislumbrada pela avaliação da situação do mercado produtor
e consumidor mineral, associada ou não ao resultado da prospecção inicial, quando então o interessado terá os sub-
sídios para uma seleção preliminar quanto aos tipos de substância, níveis de produção, indicadores mercadológicos e
econômicos e às alternativas de localização do empreendimento que sejam potencialmente mais compatíveis
com o seu perfil empresarial.(Figura 3)
Os fatores básicos de mercado que devem ser pesquisados incluem variedades de bens minerais com de-
mandas crescentes, atual e futura, regiões com déficit de oferta (a escala pode variar de estados a territórios mais
localizados), especificações técnicas de produtos minerais desejadas pelos consumidores e ainda não ofertadas pelos
produtores, potenciais concorrentes e preços praticados.
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previamente a existência de espaços livres ainda não onerados por processos, podendo ser individualizada por região
(em escalas de estado, município ou de coordenadas geográficas específicas a determinada localidade), por substância
ou por titular.
Uma vez consolidada a situação de oportunidade, definindo-se a substância e a localização da área, medida
importante na conclusão desta 1ª etapa é garantir a prioridade à obtenção do direito de pesquisa ou do registro de
licenciamento sobre a área de interesse.
Nos regimes de Autorização e de Concessão, o processo de obtenção de direitos inicia-se com a protocoliza-
ção de requerimento de autorização de pesquisa ao DNPM, enquanto que se o enquadramento legal for no Regime
de Licenciamento, o processamento inicia-se com a solicitação de licença dirigida à Prefeitura do município onde está
localizada a área de interesse e, subsequentemente ao deferimento, o seu registro no DNPM.
Os trabalhos referentes a este estágio somente podem ser desenvolvidos após a obtenção do Alvará de Pes-
quisa determinado pelo Regime de Autorização, cujo processo foi iniciado com o protocolo do requerimento anterior-
mente citado.
No caso de enquadramento no Regime de Licenciamento, a execução dos trabalhos indicados neste estágio
não é obrigatória, porém, dependendo do tipo e da complexidade do depósito é recomendável que os mesmos sejam
executados, ainda que de forma mais simplificada, para subsidiar a elaboração do Plano de Lavra, cuja apresentação é
obrigatória quando do requerimento de registro do licenciamento, obtido inicialmente na Prefeitura, no DNPM.
Estes trabalhos correspondem ao aprofundamento dos estudos de pesquisa anteriores, abrangendo trabalhos
prospectivos de detalhe, orientados à comprovação da existência do depósito e, em seguida, à sua cubagem – avalia-
ção de suas dimensões, qualificação do minério e distribuição de suas propriedades ao longo do corpo do depósito –,
bem como a realização de análise preliminar da exequibilidade de seu aproveitamento econômico.
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10.700.000) Países
Brasil 8.547 321.000 3 0 1
Canadá 9.971 2.033.000 19 0 5,4
Austrália 7.682 1.284.000 12 0,2 4,5
Peru 1.285 535.000 5 0,4 11,1
EUA 9.373 856.000 8 0,3 2,4
México 1.973 642.000 6 0 8,7
Rússia 17.075 428.000 4 0,7 0,7
Chile 757 535.000 5 0 18,8
China 9.600 428.000 4 0,1 1,2
Argentina 2.780 321.000 3 0,1 3,1
Tabela 6- Investimentos em Pesquisa Mineral no Mundo.
A tabela revela a disparidade do total investido pelos países avaliados na comparação com o Brasil. A análise
considera o tamanho dos territórios, o que permite constatar que países de menor extensão (Peru, Chile e México) ou
com área territorial semelhante superam o Brasil (à exceção da Rússia) em investimentos em pesquisa.
3. 5. PROSPECÇÃO SISTEMÁTICA
Esta fase envolve o desenvolvimento de uma série de trabalhos técnicos especializados, cujas intensidades e
escala de detalhamento variam de acordo com o tipo de substância e os condicionantes do depósito que a contém.
De forma geral, para a pesquisa da maioria dos depósitos de minerais os tipos de trabalhos que devem ser
desenvolvidos enquadram-se nas seguintes exigências (DNPM, 1988, adap.):
• Indispensáveis: topografia, mapeamentos geológicos, escavações (poços e trincheiras), análises e ensaios
laboratoriais, e cálculo de reservas;
• Frequentemente necessários: sondagem manual ou mecanizada e ensaios de beneficiamento;
• Eventualmente necessários: levantamentos geofísicos e geoquímicos.
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Apesar de todo o investimento em produção/extração, o Brasil ainda investe pouco na pesquisa mineral. Em
2009 e em 2010, o País recebeu, apenas, a fatia de 3% de todo o investimento privado mundial em pesquisa, ficando
bem atrás de países territorialmente bem menores como Peru e Chile. Além disso, o Brasil possui menos de 30% de
seu território mapeado geologicamente de maneira adequada na escala de 1:100.000.
A caracterização do minério é feita a partir de amostras representativas das diversas partes do depósito, sub-
metidas a análises e ensaios laboratoriais dirigidos para a obtenção de informações sobre o conteúdo mineralógico e
químico, e sobre as propriedades físicas e tecnológicas, neste caso já voltado à avaliação de desempenho para deter-
minadas aplicações.
Nessa etapa é também conveniente a realização de ensaios de beneficiamento do minério (O beneficiamento,
concentração ou tratamento de minérios constitui um conjunto de operações aplicadas às substâncias minerais obje-
tivando modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes ou a forma sem, contudo,
modificar a natureza química ou física dos mesmos)
com vistas à definição dos processos mais adequados de produção pós-lavra, em termos de granulometria, forma
ou pureza dos bens minerais A adoção de tecnologias de beneficiamento apropriadas às especificidades da jazida
conduz à produção de minerais industriais de maior qualidade, ao aumento da recuperação do minério lavrado e à
redução de impactos ambientais, o que leva a maior competitividade do empreendimento.
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Figura 5- Vista em planta com os collars dos furos de sondagem realizados na prospecção de detalhe.
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Com o passar dos anos, esforços têm sido realizados no sentido de tentar desenvolver procedimentos que
resultem na chamada cava ótima. A cava ótima é a que entre todas as possíveis cavas (pits finais) que atendem os
requisitos de ângulo de talude, apresente as seguintes características:
• Máxima lucratividade;
• Maior valor presente liquido;
• Maior aproveitamento dos recursos minerais.
Exemplo de cava ótima para lavra de calcário para fabricação de cimento (algoritmo de Lerchs- Grossmann, a
qual foi apresentado em 1965, no artigo intitulado “Projeto otimizado de cavas a Céu Aberto”).
Todas as cavas possíveis apresentam uma função beneficio, onde é definida basicamente por:
A partir dos dados quantitativos e qualitativos das reservas minerais disponíveis deve ser feito um estudo
econômico que avalie a exeqüibilidade econômica do depósito frente à situação do mercado produtor e consumidor.
(PLANILHA DE AVALIAÇÃO-ANEXO I)
A base de indicadores a ser pesquisada inclui, entre outras, demanda, preços e especificações de produtos
praticados, distância entre a mina potencial e os centros consumidores, previsão de insumos necessários (energia,
água, equipamento, instalações, etc.) para implantação e operação da mina, nível de investimento, avaliação financei-
ra (amortização, taxa interna de retorno - TIR, etc.) e eventuais empecilhos ambientais para montagem da mineração.
Como na etapa inicial, o final desse 2º estágio também envolve uma tomada de decisão. Assim, caso os resul-
tados dos trabalhos concluam pela favorabilidade do aproveitamento econômico do depósito, será dada continuidade
aos estudos mais pormenorizados com vistas à futura implantação do projeto mineiro. Na situação inversa, isto é, na
ausência de perspectiva da economicidade do depósito, opta-se pela paralisação dos investimentos e o abandono da
área.
Em termos legais, os trabalhos desenvolvidos e os correspondentes resultados obtidos até o final desse está-
gio deverão estar consolidados no Relatório Final de Pesquisa a ser encaminhado ao DNPM no prazo legal de vigência
do Alvará. O documento deverá ser conclusivo para um destes três casos:
• Exequibilidade técnico-econômica da lavra (Relatório Final Positivo);
• Inexistência de jazida (Relatório Final Negativo); e
• Inexequibilidade técnico-econômica da lavra (por inexistência de tecnologia adequada ao aproveitamento
ou por inexistência de mercado consumidor).
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Esse estágio do projeto mineiro é desenvolvido apenas quando da adoção da legalização da jazida pelos Regi-
mes de Autorização e Concessão.
Uma vez definida a jazida ou, mais precisamente, aprovado o Relatório de Pesquisa, atestando a exequibilidade téc-
nico-econômica da lavra, o titular, ou seu sucessor, tem direito de requerer a concessão de lavra no prazo de um ano,
contado a partir da data de publicação do despacho do DNPM no Diário Oficial da União -DOU.
A concessão de lavra só é outorgada para empresa legalmente constituída no País, razão pela qual quando o
titular for pessoa física é previamente necessário que constitua empresa ou que repasse seu direito.
Os documentos necessários para instrução do requerimento de concessão de lavra são disciplinados no Artigo
Nº 38 do Código de Mineração, incluindo-se nestes o Plano de Aproveitamento Econômico – PAE.
O PAE, precedido de memorial explicativo, tem suas condições mínimas de elaboração fixadas no Artigo n º39
do Código de Mineração, e obrigatoriedade de inclusão de estudos técnicos específicos para atender as NRM – Nor-
mas Regulamentadoras da Mineração.
Amparado no conhecimento das características da jazida (quantificação e qualificação das substâncias mine-
rais) e em estudos de mercado, e, considerando as condições locais de geologia, topografia e meio ambiente, o PAE
deve ser constituído por vários projetos ou anteprojetos referentes a:
• Método de mineração a ser adotado, fazendo referência à escala de produção prevista inicialmente e à sua
projeção; e descrição detalhada das operações unitárias de lavra (preparação, desenvolvimento, desmonte, transporte
e armazenamento de solos, minérios, estéril e rejeitos);
• Processos de beneficiamento, com descrição detalhada das operações unitárias (britagem, moagem, classi-
ficação, tratamento, aglomeração, secagem e armazenamento);
• Dimensionamento de equipamentos (adequação ao método de lavra, às características das substâncias mi-
nerais e à escala de produção);
• Dimensionamento de pessoal;
• Sistemas de transporte;
• Instalações de energia;
• Abastecimento de água e despejo de águas servidas;
• Higiene da mina e dos respectivos trabalhos;
• Moradias e condições de habitabilidade;
• PCIAM – Plano de Controle de Impacto Ambiental na Mineração;
• PGR – Plano de Gerenciamento de Riscos;
• PRS – Plano de Resgate e Salvamento;
• Plano de Fechamento;
• PRAD – Plano de Recuperação da Área Degradada.
O DNPM poderá fazer exigências complementares, inclusive de novos itens, principalmente no que se refere
às condições de segurança do trabalho e monitoramento e mitigação de impactos ambientais.
Tendo em vista que a mineração é uma atividade potencialmente modificadora do meio ambiente, está sujeita
por lei ao processo de licenciamento ambiental e à recuperação da área degradada, para cuja efetivação é obrigatória
a execução de estudos ambientais especializados a serem elaborados por equipe multidisciplinar de profissionais le-
galmente habilitados.
Formalmente, o início desse processo ocorre na fase do requerimento de concessão de lavra ou do requeri-
mento do registro de licenciamento no DNPM.
Entretanto, considerando que a legislação minerária incorporou como obrigatória a apresentação de uma
série de documentos técnicos baseados no conhecimento das condições ambientais, é conveniente que tais estudos,
pelo menos no que se refere ao levantamento dos parâmetros básicos, iniciem-se antes mesmo da ocorrência dessas
fases.
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São considerados como estudos ambientais todos aqueles referentes ou decorrentes da localização, insta-
lação, operação e ampliação de qualquer atividade ou empreendimento, considerando as condições do meio físico,
meio biótico e do meio socioeconômico, segundo disposições do processo de licenciamento ambiental.
Foto 19- Vista da bancada da pedreira abandonada, área já decapeada sem vegetação.
Os procedimentos e cronologia de execução desses estudos estão disciplinados pelo órgão ambiental, em
sintonia com o DNPM.
De forma geral devem ser elaborados estudos especializados para, juntamente com outros elementos e infor-
mações, instruir o pedido de licenciamento ambiental:
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ração do EIA e do respectivo RIMA (que reflete as conclusões do EIA), os aspectos que devem ser abordados nestes
estudos são, basicamente (Res. CONAMA 01/86):
• Objetivos, justificativas e descrição do projeto;
• Alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do
projeto;
• Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da
adoção do projeto e suas alternativas;
• Identificação e avaliação sistemática dos impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação
da atividade;
• Definição dos limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada
área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
• Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, men-
cionando aqueles que não puderem ser evitados e o grau de alteração esperado;
• Plano de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
• Planos e programas governamentais setoriais propostos, em implantação ou existentes na área de influência
do projeto, e sua compatibilidade com o empreendimento objetivado;
• Recomendação quanto à alternativa mais favorável.
Outro estudo obrigatório para as atividades de mineração é o PRAD - Plano de Recuperação da Área Degrada-
da, que objetiva prever e adequar as áreas para uma ocupação futura, mesmo que diferente da utilização anterior à
instalação do empreendimento.
Por essa razão, é sempre conveniente que os planos de recuperação das áreas degradadas se direcionem para
usos definidos nas leis locais de uso e ocupação do solo e que pelo menos parte das medidas de recuperação sejam
conduzidas durante a vida útil do empreendimento.
Foto 20- Revegetaçao dos taludes de bota-fora com mudas de espécies arbóreas exóticas (eucalipto).
Foto 21- Lago do Parque, instalado na parte central da cava de extração de calcário.
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De posse do licenciamento ambiental, inicia-se a montagem da mineração. Pode-se considerar que é nessa
etapa, apenas, que os riscos envolvidos em um projeto mineral assemelham-se aos dos empreendimentos industriais
em geral. É também quando se dá o investimento mais elevado.
Somente como referência, o valor empregado para montagem de uma mina corresponde, em termos médios,
a cerca de 90 a 95% do montante total aplicado no projeto mineiro. Portanto, dentro dessa parametrização de investi-
mento, no conjunto dos estágios anteriores de pesquisa da jazida, de maior risco, tendem a ser gastas somas da ordem
de 5 a 10% dos investimentos globais.
O desenvolvimento da mina envolve, basicamente, a aquisição e montagem de equipamentos, com a constru-
ção das unidades de beneficiamento do minério, das instalações auxiliares e demais obras de infraestrutura.
A fase de montagem e operação deve seguir o projeto de mineração delineado no Plano de Aproveitamento
Econômico (Regimes de Autorização e Concessão) e no Plano de Lavra (Regime de Licenciamento), bem como nas
diretrizes de controle e recuperação ambientais estabelecidas no processo de licenciamento ambiental.
A fase de funcionamento da mina – com a Portaria de Lavra e a Licença Ambiental de Operação devidamente
emitida –, compreendendo um conjunto de atividades, sequencialmente articuladas, de lavra e beneficiamento do
minério, é conhecida na literatura da Engenharia Mineral como Ciclo Básico de Produção (CBP).
Foto 22- A capacidade de infraestrutura permanece um dos desafios fundamentais para operadores mineiros no Brasil.(Foto cortesia da Alcoa)
Foto 23- Operações mineiras em regiões remotas são muito comuns no Brasil. (Foto cortesia da Alcoa)
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Foto 24- Vista Geral da Jazida - Holcim (Brasil) S.A. - Unidade Fabril de Cantagalo-RJ.
Foto 25: Mina Cachoeira – Caetité (BA). Fase de lavra do Corpo 1, mostrando cava a céu aberto com bancadas de 5 metros de altura e bermas de
3 m de largura. Profundidade atual de 70 metros, visando a profundidade de 120 m.
Foto 26- Jaguar/Projeto Gurupi/MA é reconhecido como um dos produtores de ouro emergentes do Brasil/subsolo. (Foto cortesia da Jaguar
Mining).
Essas operações abrangem, basicamente, a retirada da substância mineral da situação original, movi-
mentação na área da mina e adequação ao uso por meio de processos de tratamento de minérios tais como:
Cominuição, peneiramento, processos físicos, químicos e hidrometalurgicos para a separação de materiais in-
desejáveis.
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Foto 28- Conjunto de Britagem Móvel marca Metso, modelo NW 95, 200 HPS, completa, com alimentador vibratório AV 35080 com tremonha
e grelha, britador de mandíbulas C 95, rebritador cônico HP 200, peneira vibratória horizontal 6’x14’/3A (1,83x4,30m) com transferência por
loop centrífugo, conjunto de transportadores de correia (um interno e quatro empilhadores), quadro elétrico com fiação e painel de aciona-
mento, e carreta de 4 eixos, com 16 pneus, rodas, sistemas de freios e sinalização para transporte.
A partir dos primeiros procedimentos de abertura da mina até o seu fechamento, quando da exaustão das reservas ou
do surgimento de outras situações supervenientes (ações do Ministério Público, do DNPM, etc.), devem ser tomados
os devidos cuidados com o controle operacional de todo o ciclo de produção, buscando-se a otimização do processo
produtivo, a manutenção da qualidade dos produtos minerais e a condução ambiental adequada do empreendimen-
to – redução e controle de impactos, e recuperação e preparação da área minerada para seu uso futuro –, no sentido
de favorecer a condução da mineração de maneira tecnicamente responsável e o sucesso do retorno financeiro do
investimento.
Por esses motivos, é imprescindível, conforme exigências da legislação, que todas as operações de mineração
estejam sob a responsabilidade de profissionais habilitados.
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4. Legislação Mineira
No Brasil, a mineração, de um modo geral, está submetida a um conjunto de regulamentações, onde os três
níveis de poder estatal possuem atribuições com relação à mineração e ao meio ambiente. Em nível federal, os órgãos
que têm a responsabilidade de definir as diretrizes e regulamentações, bem como atuar na concessão, fiscalização e
cumprimento da legislação mineral e ambiental para o aproveitamento dos recursos minerais são os seguintes:
•Ministério de Minas e Energia – MME: responsável por formular e coordenar as políticas dos setores mine-
ral, elétrico e de petróleo/gás;
•Ministério do Meio Ambiente – MMA: responsável por formular e coordenar as políticas ambientais, assim
como acompanhar e superintender sua execução;
• Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM/MME: responsável por formular e co-
ordenar a implementação das políticas do setor mineral;
• Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: responsável pelo planejamento e fomento do apro-
veitamento dos recursos minerais, preservação e estudo do patrimônio paleontológico, cabendo-lhe também supe-
rintender as pesquisas geológicas e minerais, bem como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de
mineração em todo o território nacional, de acordo o Código de Mineração;
•Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais): responsável por gerar
e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, além de disponibilizar informações e conhecimento sobre o
meio físico para a gestão territorial;
•Agência Nacional de Águas – ANA: Responsável pela execução da Política Nacional de Recursos Hídricos, sua
principal competência é a de implementar o gerenciamento dos recursos hídricos no país. Responsável também pela
outorga de água superficial e subterrânea, inclusive aquelas que são utilizadas na mineração;
• Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA: responsável por formular as políticas ambientais, cujas
Resoluções têm poder normativo, com força de lei, desde que, o Poder Legislativo não tenha aprovada legislação es-
pecífica;
• Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH: responsável por formular as políticas de recursos hídricos;
promover a articulação do planejamento de recursos hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de
uso dos recursos hídricos e para a cobrança pelo seu uso;
•Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: responsável, em nível fede-
ral, pelo licenciamento e fiscalização ambiental;
• Centro de Estudos de Cavernas – CECAV (IBAMA): responsável pelo patrimônio espeleológico.
• Ministério da Defesa-Exército, DFPC-SFPC/RM: responsável pelo controle dos explosivos utilizados nas ope-
rações de desmonte de rocha à fogo.
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Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição.
XVI – “autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais”.
Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem:
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra.
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a atual
e futuras gerações.
O CAPÍTULO I DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO trata das disposições preliminares, abordando como obrigações da União,
administrar os recursos minerais, a industrialização e comercialização dos produtos minerais. Também fala sobre os
regimes de aproveitamento das substâncias minerais. Este código regula os direitos sobre massa individualizada, seja
mineral ou fóssil, o seu regime de aproveitamento e a fiscalização do Governo Federal da pesquisa, lavra, dentre ou-
tras atividades.
O CAPÍTULO II DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se à Pesquisa Mineral. Define pesquisa mineral, as condições exi-
gidas para a obtenção de autorização de pesquisa e para a retificação de alvará de pesquisa. Estabelece as obrigações
do titular de autorização de pesquisa.
O CAPÍTULO III DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se à Lavra. Define Lavra e Lavra ambiciosa, estabelece as condições
para sua outorga, e informa sobre a Imissão de Posse, estabelece as obrigações do titular da concessão de Lavra, de-
fine Grupamento Mineiro (Art. 53). O Art. 56 versa sobre o desmembramento da concessão de lavra em duas ou mais
concessões distintas a juízo do Departamento Nacional de Produção Mineral. O Art. 58 o titular mediante requerimen-
to ao Ministro de Estado de Minas e Energia, pode obter a suspensão temporária da lavra ou a renúncia ao seu título.
O CAPÍTULO IV do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se às Servidões.
O CAPÍTULO V do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se às Sanções e as Nulidades
O CAPÍTULO VI do CÓDIGO DE MINERAÇÃO refere-se ao fechamento de certas áreas de Garimpagem, Faiscação e
Cata.
O CAPÍTULO VII CÓDIGO DE MINERAÇÃO Das Disposições Finais
Decreto-Lei Nº 2435, de 19/05/1988, D.O.U de 19/05/1988 Dispõe sobre a dispensa de controles prévios na exporta-
ção. Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 227, de 27/02/1967, DOU de 27/02/1967 Código de Mineração. Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 7841, de 08/08/1945, DOU de 08/08/1945 Código de Águas Minerais.Situação: Em vigor
Decreto-Lei Nº 4146, de 04/03/1942, D.O.U de 04/03/1942 Dispõe sobre a proteção de depósitos fossilíferos. Situa-
ção: Em vigor
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• Objetivos: Em seu escopo determina o aproveitamento racional na extração dos bens minerais pertencentes à União
de forma planejada evitando danos ao meio ambiente e na segurança e saúde dos trabalhadores.
• A Indústria Mineral abrange desde o início dos trabalhos de pesquisa mineral, lavra, beneficiamento, distribuição,
comercialização e consumo de bens minerais.
• Define Jazida como toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorante ou existente no interior da
terra, e que tenha valor econômico.
• Define Mina como toda e qualquer jazida, mesmo com atividade suspensa, em lavra, ou seja, há o aproveitamento
industrial e beneficiamento da área mineral.
• Define como lavra ambiciosa os trabalhos realizados em desacordo com o plano aprovado e impossibilitando o apro-
veitamento posterior da mesma.
• Aborda o sistema de disposição de estéril ou rejeitos prevenindo os impactos ao meio ambiente.
• Define o profissional legalmente para a execução dos trabalhos
previstos no empreendimento mineiro.
• Para efeito das NRM, entende-se por empreendedor, todo:
a) detentor de registro de licença;
b) detentor de permissão de lavra garimpeira;
c) detentor de alvará de pesquisa;
d) detentor de concessão de lavra;
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suspensas por autorização escrita do Agente Fiscalizador do DNPM, após efetivamente constatada a eliminação dos
riscos que levaram a esse procedimento.
• A mina deve ser projetada não só visando a economicidade do empreendimento, mas também para facilitar o de-
senvolvimento das operações unitárias, atender os aspectos relativos à segurança operacional, do trabalho, controle
ambiental e a reabilitação da área.
• Devem ser adotadas medidas preventivas contra inundações e surgências de água.
• As minas a céu aberto devem possuir mapas contendo representação completa com amarração topográfica de todas
as áreas em lavra, mineradas, da localização e sistemas de disposição de estocagem de solo vegetal, estéril, produtos,
rejeitos sólidos e líquidos.
• A largura mínima, a altura e ângulo máximos das bancadas devem ser projetados em função das condições geo-
mecânicas, dos serviços a serem executados, máquinas e equipamentos a serem utilizados, de forma a conduzir os
trabalhos com segurança.
• Nos serviços em taludes, nos limites exteriores e faces das bancadas, em plataformas e em outros pontos com riscos
de queda, devem ser atendidas as seguintes exigências:
a) uso obrigatório de cinto de segurança, tipo pára-quedista, preso a cabo de segurança, além de outros equipamentos
de proteção individual, quando o serviço exigido for em altura superior a 2,0 m (dois metros);
b) todos os serviços, realizados nas bancadas acima e abaixo de um talude, em cuja face houver trabalhadores sob
risco de queda de material que possa atingi-los, devem ser paralisados;
c) nas laterais das bancadas, vias de acessos ou estradas onde houver riscos de quedas de veículos devem ser constru-
ídas leiras com altura mínima correspondente à metade do diâmetro do maior pneu de veículo que por elas trafegue;
d) instalação de sinalizadores.
• Em caso de deslizamentos, as áreas deverão ser isoladas, sinalizadas e realizados estudos geotécnicos para o levan-
tamento das causas básicas do acidente.
• A geometria da cava, pilhas e de outras estruturas devem ser atualizadas semestralmente ou em maior periodici-
dade, a critério do DNPM, em conformidade com o ritmo de avanço previsto no Plano de Lavra, o qual deverá ser
mantido na mina, bem como a documentação topográfica pertinente, para exame por parte da fiscalização. As plantas
de controle geológico da mina devem ser atualizadas semestralmente, revendo-se com freqüência todos os aspectos
ligados à estabilidade das estruturas.
• Para controle da estabilidade dos taludes deveram ser tomadas medidas preventivas e avaliações que levem em con-
sideração as condições geotécnicas e geomecânicas do local. São consideradas indicativas de situações de potencial
instabilidade nos taludes as seguintes ocorrências:
a) fraturas ou blocos desgarrados do corpo principal nas faces dos bancos da cava e abertura de trincas no topo do
banco;
b) abertura de fraturas em rochas com eventual surgimento de água;
c) feições de subsidências superficiais;
d) estruturas em taludes negativos;
e) percolação de água através de planos de fratura ou quebras mecânicas e
f) ruídos anormais.
• Os parâmetros geométricos observados no projeto das minas a céu aberto, tais como altura de bancada, ângulo de
face, largura de bermas e ângulo geral de taludes devem ser projetados de acordo com os melhores recursos de geo-
logia, de engenharia, mecânica das rochas e mecânica dos solos. É obrigatória a estabilização ou remoção de material
com risco de queda das cristas das bancadas.
• A retomada das atividades operacionais somente poderá ocorrer após a adoção de medidas corretivas e liberação
formal da área pela supervisão técnica responsável.
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Figura 8 - Esquema típico de uma pedreira: seqüência de lavra com perfuração e desmonte rochoso (Fonte: Almeida, 2003).
Figura 9 - Visão da planta de Murrin Murrin da Minara Resources, na Austrália Ocidental. Fonte: Anaconda Nickel (2002).
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Figura 10- Plano inclinado em lavra subterrânea de carvão, observando-se, à esquerda, a correia transportadora e, acima, os dutos de drenagem
e ventilação. À direita, o sistema de tração de vagonetas. Local: Mina Santa Augusta, SC.
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NRM-06 – Ventilação
• As atividades em subsolo devem dispor de sistema de ventilação mecânica que atenda aos seguintes requisitos:
a) suprimento de ar em condições adequadas para a respiração;
b) renovação contínua do ar;
c) diluição eficaz de gases inflamáveis ou nocivos e de poeiras do ambiente de trabalho;
d) temperatura e umidade adequadas ao trabalho humano;
e) ser mantido e operado de forma regular e contínua;
f) em dias em que não haja operação em subsolo, no mínimo um terço (1/3) do sistema principal de ventilação deve
estar funcionando e
g) as minas com emanações de gases nocivos, inflamáveis ou explosivos devem manter o sistema de ventilação inte-
gral.
• Nos locais onde pessoas estiverem transitando ou trabalhando a concentração de oxigênio no ar não deve ser infe-
rior a 19% (dezenove por cento) em volume.
• A vazão de ar necessária em minas de carvão, para cada frente de trabalho, deve ser de, no mínimo, 6,0 m3/min (seis
metros cúbicos por minuto) por pessoa. A vazão de ar fresco em galerias de minas de carvão constituídas pelos últimos
travessões arrombados deve ser de, no mínimo, 250,00 m3/min (duzentos e cinquenta metros cúbicos por minuto).
Em outras minas, a quantidade do ar fresco nas frentes de trabalho deve ser de, no mínimo, 2,0 m3/min(dois metros
cúbicos por minuto) por pessoa.
• No caso de uso simultâneo de mais de um veículo ou equipamento a diesel, em frente de desenvolvimento, deve ser
adotada a seguinte fórmula para o cálculo da vazão de ar fresco na frente de trabalho:
QT = 3,5 ( P1 + 0,75 x P2 + 0,5 x Pn ) [ m³/min]
Onde:
QT = vazão total de ar fresco em metros cúbico por minuto
P1 = potência em cavalo-vapor do equipamento de maior potência em operação
P2 = potência em cavalo-vapor do equipamento de segunda maior potência em operação
Pn = somatório da potência em cavalo-vapor dos demais equipamentos em operação.
• A velocidade do ar no subsolo não deve ser inferior a 0,2 m/s (zero vírgula dois metros por segundo) nem superior à
média de 8,0 m/s (oito metros por segundo) onde haja circulação de pessoas.
• Todas as galerias de desenvolvimento, após 10,0 m (dez metros) de avançamento, e obras subterrâneas sem comuni-
cação ou em fundo-desaco devem ser ventiladas através de sistema de ventilação auxiliar e o ventilador utilizado deve
ser instalado em posição que impeça a recirculação de ar.
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NRM-11 – Iluminação
• Em subsolo é obrigatória a existência de sistema de iluminação estacionária, mantendo-se os seguintes níveis míni-
mos de iluminamento médio nos locais a seguir relacionados:
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teção da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, especialmente nas NE nº.s 3.01/83; 6.02/84; 3.02/88; 3.03/88
e alterações posteriores.
NRM-15 – Instalações
• As carpintarias devem ser localizadas distantes de outras oficinas e demais zonas com risco de incêndio e explosão.
• Os materiais inflamáveis devem permanecer nas oficinas apenas nas quantidades necessárias para o uso diário.
• Os dutos, tubulações e válvulas devem ser dimensionadas e instaladas com as devidas medidas de segurança, no
caso de uso de gases, produtos perigosos e tóxicos devem ser identificados e revisados periodicamente.
• Nos trabalhos em instalações elétricas o responsável pela mina deve assegurar a presença de pelo menos um ele-
tricista.
• Os cabos, instalações e equipamentos elétricos devem ser protegidos contra impactos, água e influência de agentes
químicos, observando-se suas aplicações de acordo com as especificações técnicas e condições das frentes e áreas de
trabalho.
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• Os levantamentos topográficos devem basear-se preferencialmente em uma rede de triangulação com coordenadas
em sistema UTM - Projeção Universal Transversa de Mercator.
• No caso de atividades minerárias, dentro de uma faixa de 200,00 m (duzentos metros) do limite da concessão, deve
ser entregue ao(s) empreendedor (es) circunvizinho(s) mapa ou planta representativo das atividades desenvolvidas.
• Na planta de superfície devem ser indicados:
a) a superfície topográfica;
b) os limites das concessões;
c) os pontos dos vértices das concessões;
d) os perímetros das minas;
e) os limites dos pilares de segurança na superfície;
f) ângulos laterais dos pilares de segurança;
g) pontos de amarração em rede de triangulação, estações e pontos topográficos, pontos de nível;
h) cursos e acumulações de água;
i) estradas e vias de acesso;
j) linhas férreas;
k) instalações de transporte;
l) linhas de alta e média tensão;
m) construções na superfície;
n) áreas para estocagem de estéril, produtos e rejeitos;
o) pontos de acesso nas minas, tais como, poços, galerias de encostas ou planos inclinados;
p) condutos importantes de água, gás e outros e
q) minas antigas. Cabe ao responsável pela topografia informar ao responsável pela mina a possibilidade de ocorrên-
cia das seguintes situações:
a) desrespeito aos limites dos pilares de segurança projetados no plano de lavra e já aprovados pelo DNPM;
b) danos resultantes de atividades minerárias no âmbito de sua responsabilidade; e
c) ultrapassagem dos limites da concessão.
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Figura 16- Revegetação de talude de bota fora com uso progressivo de espécies herbáceas plantadas manualmente.
Figura 17 - Pilhas de estocagem das camadas de solo orgânico (marrom) e argiloso (avermelhado) , junto a viveiro de mudas.
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áreas de estocagem de estéril, minérios e rejeitos, de vias de acesso e demais áreas de servidão.
• Área impactada para efeito desta Norma é toda área com diversos graus de alteração tanto dos fatores bióticos
quanto abióticos causados pela atividade de mineração.
• Ainda, define a adequação paisagística, a adequação topográfica e o uso futuro de uma determinada área minerada.
• O projeto de reabilitação de áreas deve ser apresentado junto ao PCIAM de que trata a NRM-01, item 1.5.1.h.
Figura 18– Revegetação implantada com uso de herbáceas (gramíneas) em talude de via de circulação interna.
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VII- outras situações de emergência em função das características da mina, dos produtos e dos insumos utilizados;
c) localização de equipamentos e materiais necessários para as operações de emergência e prestação de primeiros
socorros;
d) descrição da composição e os procedimentos de operação de brigadas de emergência para atuar nas situações
descritas nos incisos I a VII;
e) treinamento periódico das brigadas de emergência;
f) simulação periódica de situações de salvamento com a mobilização do contingente da mina diretamente afetado
pelo evento;
g) definição de áreas e instalações devidamente construídas e equipadas para refúgio das pessoas e prestação de
primeiros socorros;
h) definição de sistemas de comunicação e sinalizações de emergência abrangendo o ambiente interno e externo e
i) a articulação da empresa com órgãos da defesa civil.
• treinamento admissional para os trabalhadores que desenvolvem atividades no setor de mineração ou daqueles
transferidos da superfície para o subsolo ou vice-versa deve abordar no mínimo os seguintes tópicos:
a) treinamento introdutório geral com reconhecimento do ambiente de trabalho;
b) treinamento específico na função e
c) orientação em serviço.
• Treinamentos periódicos e para situações específicas devem ser ministrados sempre que necessário para a execução
das atividades de forma segura.
• Considerando as características da mina, dos métodos de lavra e do beneficiamento outros treinamentos podem ser
determinados pelo DNPM.
6.1.6.INTRODUÇÃO
O Curso Técnico em Mineração
6.1. INTRODUÇÃO
A Educação Profissional Técnica Integrada do Ensino Médio teve seu início pela Lei 9.394/96 e o Decreto Fede-
ral de nº 5.154 de 23/06/2004 tendo como pressuposto de sustentação o TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO.
Em 2007 o Governo Federal lançou o programa Brasil Profissionalizado onde disponibilizaria recursos finan-
ceiros para que os estados gerassem uma política educacional voltado à integração do estudo de nível médio com a
educação profissionalizante.
Assim o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) firmou em 2008 o
compromisso com a educação de nível médio ao lançar o programa de integração com a formação profissional.
Até o momento já são 92 escolas (EEEP) fazendo parte deste contexto com 50 cursos técnicos nas mais diver-
sas áreas técnico-científicas atendendo mais de 30.000 alunos em todo o estado do Ceará.
Iniciado em 2011 na Escola Francisca Maura Martins, Município de Hidrolândia, o curso em mineração já
encontra-se também disponibilizado, também, no Município, de Massapê na Escola Francisca Neiylita, 2012, com uma
quantidade superior a 150 alunos em fase de profissionalização na área de mineração. Para 2013 será iniciado o curso
no Município de Araripe atingindo a região oeste do estado.
O objetivo geral é de formar o egresso no conhecimento básico da mineração como um todo, isto é, desde a
formação científica até a tecnológica.
O técnico em mineração terá como base técnica os conhecimentos gerais nas áreas de geologia e engenharia
de minas de tal modo que o credenciará a atuar como auxiliar nas atividades com profissionais de nível superior destas
áreas bem como especificamente gerenciar equipes de subordinados, supervisionar os trabalhos de pesquisa mineral
e lavra de mina, operar equipamentos e treinar equipes de trabalho nas áreas de controle técnico, computacional,
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Como o bom dito popular expressa “A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA”, ora no ambiente laboral do téc-
nico em mineração vamos encontrar agentes ambientais que qualificam a atividade dentre as de maior risco como
também a que poderá dar ao técnico uma ótima remuneração salarial.
Toda a regra tem sua exceção e aqui no nosso caso não seria diferente. Há atividades alternativas tais como
as de Laboratórios de tratamento de minérios, topografia, explosivos, água mineral, órgãos da mineração (DNPM,
CPRM), órgãos ambientais, Etc.
Mas, via de regra, a atividade do técnico em mineração é exercida distante de centros urbanos e, geralmente,
os Municípios que são objetos da instalação de projetos mineiros são os mais ricos e desenvolvidos do seu estado,
inclusive sendo em alguns casos, mais desenvolvidos que a própria capital do estado.
No Brasil a indústria extrativa mineral, de grande porte, é localizada, principalmente, na região Norte do país desta-
cando-se os estados do Pará, Tocantins, Goiás, Rondônia e Roraima como os de maiores perspectivas de contratação. Estados
como Minas Gerais, São Paulo e Bahia merecem, também, destaque já que têm uma tradição mineira e são alvos contínuos
de contratações na área de técnico em mineração. Na região Sul destacamos o mercado para o técnico em mineração nas
atividades da região Carbonífera, extração e beneficiamento de carvão mineral, para utilização energética.
A grande maioria das empresas de mineração (95%) é de pequeno a médio porte e o técnico em mineração
desempenhará um papel fundamental, pois com o conhecimento diversificado poderá suprir esta lacuna de profis-
sionais que hoje são substituídos por trabalhadores sem qualificação e que desempenham suas atividades de forma
rudimentar e sem segurança. Isto é custo para as empresas que se vêm nas mãos destes profissionais.
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Art. 4º - Além das atribuições mencionadas no artigo anterior, os técnicos em edificações poderão projetar e dirigir
construções residenciais, de pequena área, com um só pavimento, isoladas, que não constituam conjuntos residen-
ciais, nem possuam arcabouços ou pisos de concreto armado, bem como as de pequenos acréscimos em edifícios
residenciais existentes, a juízo dos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (art. 32, do decreto-lei n.º 8.620,
de 10 de janeiro de 1946).
Art. 5º - Além das atribuições mencionadas no artigo 3º desta Resolução, os técnicos mecânicos, eletrotécnicos, técni-
cos metalurgistas, técnicos em mineração técnicos em construção aeronáutica poderão dentro de sua especialidade:
a) construir máquinas motores e aparelhos, que por sua natureza não sejam da responsabilidade e competência de
engenheiro especializado; b) manobrar usinas geradores e subestações; c) funcionar como auxiliares de laboratórios
tecnológicos.
Art. 6º O registro dos técnicos de grau médio será feito no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, após o
registro de seu título ou diploma na Diretoria de Ensino Industrial do Ministério da Educação e Saúde.
Parágrafo único – Ao solicitar seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, correspondente à Região
em que o interessado desejar iniciar suas atividades, deverá fornecer, além do título ou diploma a que faz referência
este artigo, documento oficial, fornecido pela escola em que se formou, contendo discriminadamente a vida escolar,
bem como as notas obtidas nos exames.
Art. 7º - Após o registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o interessado receberá a correspondente
carteira profissional de “técnico” de uma das seguintes especialidades:
a. “técnico em especificações”, quando diplomado por curso técnico de edificações;
b. “técnico mecânico”, quando diplomado por curso técnico de construções de máquinas e motores;
c. “eletrotécnico”, quando diplomado por curso técnico de eletrotécnico;
d. “técnico metalurgista”, quando diplomado por curso técnico de metalurgia;
e. “técnico em mineração”, quando diplomado por curso técnico de mineração;
f. “técnico em geologia”, quando diplomado por curso técnico de prospecção e pesquisa geológica;
g. ‘técnico em construção aeronáutica”, quando diplomado por curso técnico de construção aeronáutica;
h. ‘técnico em construção de pontes e estradas”, quando diplomado por curso técnico de pontes e estradas;
i. ‘técnico em decoração de interiores”, quando diplomado por curso técnico de decoração de interiores;
j. “desenhista técnico”, quando diplomado pelo curso de desenhista técnico, numa das seis modalidades seguintes: 1)
desenho cartográfico, topográfico e de obras de arte. 2) desenho de máquinas e de eletrotecnia. 3) Desenho de arqui-
tetura e de móveis. 4) Desenho de tecidos. 5) Desenho de construção naval. 6) Desenho de construção aeronáutica.
Parágrafo Único – A menção de ser o técnico diplomado será feita pelas iniciais “TD” apostas após o número da car-
teira.
Art. 8º - Só devera ser concedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura carteira de técnico de grau mé-
dio e diplomado da União ou equivalente, com uma das designações fixadas nesta Resolução.
Art. 9º - aos técnico de grau médio diplomados por escolas estaduais, extintas, cujos diplomas já tenham sido reco-
nhecidos à data desta Resolução por decreto do Governo Federal, será concedido o registro pelo Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura, de acordo com os termos desta Resolução.
Art. 10 - Quando o diplomado como “técnico” não for oriundo de uma escola oficial, mas considerada equivalente, o
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura deverá antes de conceder o registro, recorrer ex-ofício ao Conselho
Federal de Engenharia e Arquitetura.
Art. 11 - A posse da carteira profissional de “técnico” concede ao respectivo portador o direito de exercer sua profissão
no território nacional, nos termos desta Resolução.
Parágrafo Único – O disposto neste artigo não exime o profissional, quando mudar de região, de requerer o visto ao
respectivo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.
Art. 12 - O tipo de carteira profissional de “técnico” obedecerá ao modelo organizado pelo Conselho Federal de Enge-
nharia e Arquitetura.
Art. 13 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.
Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 25 de julho de 1946. as) Adolfo Morales de Los Rios
Filho as) Gerson Pompeu Pinheiro Presidente Secretário Publicada no “Diário Oficial” de 13.9.1946.
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MPORTÂNCIA DO ESTÁGIO
• Para o estagiário:
- Aplicação prática dos conhecimentos teóricos, permitindo maior assimilação dos conteúdos curriculares;
- Contato e interação com o meio profissional, atenuando o impacto da passagem da vida estudantil para o
mundo do trabalho;
- Desenvolvimento de atividades/posturas profissionais, com estímulo ao senso crítico e à criatividade;
- Oportunidade de adquirir uma atitude de trabalho sistematizada, voltada para a produtividade.
•Para a empresa:
- Descoberta de novos talentos, eficaz sistema de recrutamento e seleção;
- Eficiente meio de avaliação profissional;
- Meio eficaz de acompanhamento dos avanços tecnológicos e conceituais vindos da escola.
•Para a escola:
- Acompanhamento dos avanços tecnológicos;
- Colocação profissional de seus egressos;
- Atualização e adequação curricular.
DAS ATRIBUIÇÕES
São atribuições do Professor-orientador:
- Planejar todas as atividades de orientação, encaminhamento,
- acompanhamento e avaliação dos estagiários;
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Cada estagiário deverá apresentar por escrito ao final do estágio, relatório das atividades por ele desenvolvidas
durante o estágio.
O relatório deverá atender as normas para elaboração de relatórios da escola, tendo no mínimo 15 páginas de
atividades desenvolvidas e um total mínimo de 30 páginas, bem como respeitar as normas da ABNT.
O relatório deverá ser enviado ao professor-orientador, em versão preliminar, para ser analisado e avaliado.
Após as observações apontadas, o relatório será devolvido ao estagiário para as devidas correções. Providenciadas as
mudanças, o trabalho deverá ser encaminhado à Coordenação de Estágio, encadernado em capa dura preta, assinado
pelo aluno e pelo representante da empresa onde o estágio foi realizado.
RESPONSABILIDADES
O Coordenador de Estágios é o responsável por criar e implantar a política de estágios da COEDP, com o objeti-
vo de agilizar a entrada do aluno no mercado de trabalho.
O professor-orientador está incumbido de orientar o aluno no desenvolvimento do seu estágio, bem como da
orientação do aluno na elaboração do relatório, fornecendo subsídios e assistência necessária.
O Supervisor de Campo é o profissional indicado pela entidade conveniada ou empresa que recebe o estagiá-
rio, dentre os técnicos do seu quadro de pessoal.
O supervisor designado deverá ter formação profissional compatível com a área de atuação escolhida pelo
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estagiário, e a ele caberá orientar e acompanhar a execução das atividades dos estagiários.
ATRIBUIÇÕES DO ALUNO/ESTAGIÁRIO
DISPOSIÇÕES GERAIS
Os casos omissos neste passo a passo serão dirimidos pela Direção da COEDP/SEDUC.
SIGLAS UTILIZADAS:
AC- ACRE
AL- ALAGOAS
AM- AMAZONAS
AMB-ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO
ANA-AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
ANP- AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL
BA- BAHIA
CBP- CICLO BÁSICO DE PRODUÇÃO
CE- CEARÁ
CECAV- CENTRO DE ESTUDOS DE CAVERNAS
CETEM- CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
CFEM- COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXTRAÇÃO MINERAL
CNRH- CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HIDRÍCOS
CONAMA- CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CVRD- COMPANHIA VALE DO RIO DOCE
DF-DISTRITO FEDERAL
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Bibliografia
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Anexo I
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