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3 ARGUMENTOS FAVORÁVEIS AO PROTECIONISMO

Muitos tem defendido o protecionismo ao longo dos tempos. E, em momentos de


crises, como o atual, muitos mais se somam a este grupo, indicando que esta tendência de
fechamento de fronteiras em momentos de dificuldades ou, por ineficiência, terá muito solo
ainda no comércio internacional.

3.1 PROTEÇÃO À INDÚSTRIA NASCENTE

O termo indústria nascente refere-se à etapa do desenvolvimento em que a


indústria ainda não alcançou um nível de produção que lhe permita beneficiar-se
das economias de escala. Nessa etapa, seu custo por unidade produzida é elevado
e, se tiver que concorrer com firmas estrangeiras, estabelecidas a mais tempo, não
tem chance de sobrevivência. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 89).

3.2 REDUÇÃO DO DESEMPREGO

Políticas macroeconômicas (fiscal, monetária ou cambial) são opções naturais para


combater a recessão. O emprego da política comercial com essa finalidade
apresenta a desvantagem de induzir distorções nos preços relativos e consequente
ineficiência na alocação de recursos. Além disso, embora possa reduzir o problema
doméstico, tal medida pode causar “exportação de desemprego” e gerar retaliações.
Se outros países também adotarem a mesma estratégia, a consequência pode ser
uma guerra comercial, com aumento generalizado de desemprego, como ocorreu
entre as duas grandes guerras. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 92).

3.3 ESTÍMULO À SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

O ponto de partida do argumento foi a constatação de que os países menos


desenvolvidos, tradicionais exportadores de produtos primários e importadores de
industrializados, tendiam a ser permanentemente prejudicados no comércio
internacional porque as relações (ou termos) de trocas lhes eram desfavoráveis.
[...]
Segundo Prebish, exportando produtos primários, os países da América Latina
perdiam capacidade de importar bens industrializados, considerados essenciais
para o crescimento econômico. Para superar este estrangulamento, propunha que o
Estado promovesse o desenvolvimento de uma indústria dinâmica, capaz de
substituir os produtos antes importados. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 95).

3.4 REDUÇÃO DO DIFERENCIAL DE SALÁRIOS

A maior eficiência na produção é atingida quando a remuneração dos fatores de


produção é igual em todos os setores. Numa economia dualista, caracterizada pela
coexistência de uma agricultura de subsistência e de um setor industrial dinâmico,
isso não acontece. Os salários são mais elevados na indústria que na agricultura, e
essa falha do mercado seria razão suficiente para a adoção de política protecionista
em favor da indústria. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 97).

3.5 IMPEDIMENTO AO COMÉRCIO DESLEAL

O comércio desleal distorce a estrutura das vantagens comparativas e,


consequentemente, as relações de troca entre os países. Logo, a adoção de
Curso: Administração – Componente Curricular: Políticas Brasileiras de Comércio Internacional
Ano/Semestre Letivo: 2014/I – Ano/Semestre do Curso: 4º/VIII – Professor: Gerson Miguel Lauermann
55 9651 2785 – e-mail: glauermann@gmail.com – website: www.fema.com.br
políticas defensivas contra as práticas de dumping e subsídios é natural, uma vez
que estas constituem a própria expressão de relações desleais de comércio.
(CARVALHO; SILVA, 2004, p. 98).

3.6 PROMOÇÃO DA SEGURANÇA NACIONAL

O princípio desse argumento é proteger determinada indústria, considerada


essencial para os esquemas de defesa do país, se a exposição à determinada
concorrência internacional inviabilizar seu desenvolvimento normal. Normalmente,
são consideradas estratégicas a indústria de instrumentos bélicos, a produção de
energia e a agricultura. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 101).

3.7 MELHORIA NO BALANÇO DE PAGAMENTOS

Como a imposição de barreiras restringe as importações e o subsídio à exportação


pode resultar em expansão das vendas no exterior, a proteção é advogada como o
objetivo de reduzir os problemas no balanço de pagamentos. (CARVALHO; SILVA,
2004, p. 102).

3.8 FAVORECIMENTO DE BARGANHAS INTERNACIONAIS

Um país que já adote algum sistema de proteção pode usá-lo como meio para obter
vantagens nas negociações com outros países. Essa, aliás, é a base do princípio da
reciprocidade, defendido pela OMC. Por esse princípio, cada negociador faz
concessões para o acesso a seu mercado, exigindo, em contrapartida, abertura de
mercado de outro país. Consegue-se, assim, ampliar a liberalização do comércio
mundial porque, pela cláusula da nação mais favorecida, o resultado da negociação
é extensivo aos demais membros.
A adoção de medidas protecionistas é considerada chave para abrir mercados
estrangeiros. Uma nação em que o ingresso de mercadorias não encontre
obstáculos pode ter complicações no momento de negociar com outras que fechem
suas fronteiras. (CARVALHO; SILVA, 2004, p. 103).

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Maria Auxiliadora de; SILVA, César Roberto Leite da. Economia
Internacional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva 2004.

Curso: Administração – Componente Curricular: Políticas Brasileiras de Comércio Internacional


Ano/Semestre Letivo: 2014/I – Ano/Semestre do Curso: 4º/VIII – Professor: Gerson Miguel Lauermann
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