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5.6 RESUMO
1. A política comercial nos países menos desenvolvidos pode ser analisada a
partir das mesmas ferramentas analíticas utilizadas para discutir o caso dos
países desenvolvidos. As questões características dos países em
desenvolvimento são, entretanto, diferentes. Em particular, sua política
comercial está preocupada com dois objetivos: promover a industrialização e
enfrentar o desenvolvimento desigual da economia doméstica.
2. Com frequência, a política econômica governamental para promover a
industrialização tem sido justificada pelo argumento da indústria nascente,
segundo o qual as novas indústrias precisam ser temporariamente protegidas
contra a concorrência dos sólidos rivais estrangeiros. O argumento da indústria
nascente é válido somente se puder ser usado como argumento de falha de
mercado a favor da intervenção. Duas justificativas comuns são a existência de
mercados imperfeitos de capitais e o problema da apropriabilidade do
conhecimento gerado pelas firmas pioneiras.
3. Apoiados no argumento da indústria nascente, muitos países menos
desenvolvidos tem perseguido políticas de industrialização pela substituição
das importações, nas quais as indústrias domésticas são criadas sob a
proteção de tarifas ou cotas de importação. Embora essas políticas tenham
sido bem-sucedidas em promover as manufaturas, de modo geral não tem
produzido os ganhos esperados em termos de crescimento econômico e
qualidade de vida. Muitos economistas agora criticam duramente os resultados
da substituição de importações, argumentando que ela fomentou uma
produção ineficiente a custos elevados.
4. A maioria dos países em desenvolvimento caracteriza-se pelo dualismo
econômico: um setor industrial capital-intensivo com salários altos coexiste com
um setor tradicional com salários baixos. Em geral, as economias duais
também enfrentam sério problema de desemprego urbano.
5. Às vezes, essa diferença entre os salários dos setores moderno e tradicional
tem sido utilizada como um argumento a favor da proteção, em formas de
tarifas para o setor industrial. Esse é o argumento dos diferenciais de salários a
favor da proteção. Hoje, esse ponto de vista não desfruta mais da credibilidade
entre os economistas. Análises mais recentes sugerem que a proteção
aumenta o êxodo rural, o que piora o desemprego urbano e pode piorar os
sintomas do dualismo.
6. O ponto de vista de que o desenvolvimento econômico deve ocorrer por
meio da substituição de importações, bem como o pessimismo que se difundiu
acerca do desenvolvimento econômico a medida que a industrialização pela
Curso: Administração – Componente Curricular: Políticas Brasileiras de Comércio Internacional
Ano/Semestre Letivo: 2014/I – Ano/Semestre do Curso: 4º/VIII – Professor: Gerson Miguel Lauermann
55 9651 2785 – e-mail: glauermann@gmail.com – website: www.fema.com.br
substituição de importações parece ter fracassado, foram derrotados pelo
crescimento econômico rápido de muitas economias asiáticas. Essas
economias asiáticas de alto desempenho (EAADs) tem se industrializado não
pela substituição de importações, mas pela exportação de bens
manufaturados. Elas se caracterizam tanto por altíssimas razões entre
comércio e renda nacional como por taxas de crescimento extremamente altas.
Os motivos para o sucesso das EAADs são bastante controversos. Alguns
observadores apontam o fato de que, embora não pratiquem o livre comércio,
elas tem taxas de proteção mais baixas do que outros países em
desenvolvimento. Outros atribuem papel principal as políticas industriais
intervencionistas praticadas por algumas das EAADs. Pesquisas recentes
sugerem, contudo, que as raízes do sucesso podem estar em grande parte em
fatores domésticos, em especial nas taxas altas de poupança e na melhora
rápida do nível de instrução. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2005, p. 204).
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria Auxiliadora de; SILVA, César Roberto Leite da. Economia
Internacional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva 2004.