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1. Comente a frase: “...

o fruto do progresso técnico tende a se distribuir de maneira


equitativa por toda coletividade” (Prebisch, 1949, p.71).

Resposta: Trazendo a frase para a realidade, as benesses provindas do


progresso técnico estão restritas aos países industrializados, pois a divisão
internacional no pós guerra estabeleceu a AL como produtora de alimentos e
matérias-primas, sem espaço para a industrialização. Assim, para se beneficiar
do progresso técnico, segundo o autor, os países da AL deveriam se
industrializar. Entretanto, existem questões particulares que devem ser
compreendidas, porém a Industrialização na AL não é incompatível com a
produção primária e o uso do comércio exterior da AL para promover o
desenvolvimento econômico;

2. Como a AL poderia usar a produção primária e o comércio internacional para


captar os frutos do progresso técnico?*

Resposta:

3. Qual a relação entre o aumento de produtividade dos países centrais e a


dinâmica econômica na periferia?

Resposta: O aumento de produtividade nos países industrializados aumenta a


demanda por produtos primários, fazendo com que a AL capte recursos provindo
desses países.

4. Como você descreveria o movimento de preços das commodities vis a vis preços
industriais apontados por Prebisch?

Resposta: De acordo com a teoria clássica, o aumento na produtividade geraria


queda nos preços, porém, na realidade, os preços não baixaram de acordo com
o progresso técnico; visto que a produtividade da agricultura cresce menos do
que da indústria, se a premissa fosse verdadeira, não haveria tanta discrepância
de preços, caso o crescimento da renda na periferia e nos centros
industrializados, seguisse o aumento da produtividade; Preços desfavoráveis de
commodities, logo, afetando a periferia entre 1870 e 1930, fez com que a renda
crescesse menos do que a produtividade nesses países, diferente do que
ocorreu na relação entre países industrializados, pois a renda cresceu mais do
que a produtividade.

5. Relacione produtividade e ciclos, conforme comenta Prebisch.

Resposta: Fase ascendente: demanda é maior que a oferta: o lucro aumenta na


fase ascendente, a tendência é corrigir o excesso de demanda através do
aumento nos preços. Os preços dos produtos primários tendem a subir mais que
o preço dos produtos finais, devido a transferência dos lucros para a periferia.

Fase descendente: demanda é menor que a oferta: o lucro diminui, a tendência é


o preço cair para corrigir a oferta. Preços dos produtos primários caem mais
profundamente que os bens industriais;

6. Por que o Modelo de Substituição de Importações (MSI) partiu da proposta de


reduzir o coeficiente de importações?
Resposta: A necessidade de reduzir o déficit, e preservar as reservas
monetárias. Redução de importações principalmente provenientes dos EUA,
devido às dívidas em dólar.

7. Disserte sobre as fases do ciclo prebischiano: antagonismos sociais; fase de


euforia e reajustes dolorosos.

Resposta: Segundo o autor, a concentração de renda nos países da AL


conspiram contra a eficácia do sistema econômico, pois o consumo das classes
mais altas não fomenta a atividade interna, na tentativa de reproduzir os padrões
de consumo internacionais, gastos em artigos não essenciais, atuam como um
dissipador de poupança.

Ciclo: fase de euforia não se renovam os bens de capital (investimentos públicos


e privados), e gasto das reservas monetárias - visto o gasto não essencial e a
falta de poupança e investimento.

Quando o ciclo expansionista se retraí, inicia-se as tensões

8. Qual é o limite mais importante da industrialização, para Prebisch.

Resposta: aumento da renda média per capita, obtido de duas maneiras: a)


aumento da produtividade; b) aumento da renda por trabalhador na produção
primária; Aumento da produtividade depende do uso de mais capital per capita;
O autor defende a diminuição de importações de produtos não essenciais para
bens de capital, e uma migração dos fatores de produção do setor primário para
a indústria, aumentando a produtividade e da capacidade de exportação.

9. Como o subdesenvolvimento pode ser definido nas palavras de Furtado?

Resposta: processo histórico, não uma fase pela qual os países devam passar
para alcançar um grau superior de desenvolvimento.

10. Qual a relação entre subdesenvolvimento e o nível dos salários reais?

Resposta: Salários reais é determinado pelas condições de vida prevalecentes


na região onde as empresas capitalistas se instalam, sem conexão com a
produtividade do trabalho, gerando altos lucros para as empresas, que são
capazes de suportar quedas nos preços, mantendo o nível de emprego.

11. Comente a frase: “...raro vermos o chamado núcleo capitalista modificar as


condições estruturais preexistentes” (Furtado, 1961, p.255).

Resposta: o núcleo capitalista coexiste com com uma estrutura arcaica, as


chamadas economias híbridas. Penetração das empresas capitalistas em
estruturas arcaicas (subdesenvolvimento).

12. Comente sobre as forças expansiva interna e externa.


13. Defina o paradoxo do subdesenvolvimento para Furtado.
14. Relacione heterogeneidade estrutural com economia dualista.
15. Como o processo de industrialização pode modificar o quadro de
heterogeneidade estrutural?
16. Ainda sobre a industrialização na AL, reflita sobre: “... mais do que um progresso
para a 'homogeneização' da estrutura global, perfila-se um aprofundamento de
sua heterogeneidade” (Pinto, 1970, p.575).
17. Quais as causas do colonialismo interno aos países? Descreva-as.
18. O que Anibal Pinto quer dizer com “economia de enclave” quando menciona o
que ocorreu com a AL em seu processo de industrialização?
19. Quais as contradições do modelo de industrialização na AL?
20. Qual o papel da desigualdade em um novo modelo de desenvolvimento para a
AL?

Resumo Prebish e Furtado

A teoria do desenvolvimento está preocupada com a produtividade, principalmente a do


fator trabalho.

Precisamos entender que há economias em estruturas muito diferentes: algumas


avançadas, outras medianas e outras arcaicas. Essas diferenças ten grande peso no
processo história de desenvolvimento.

No Pós-II Guerra havia uma necessidade de avanço social e econômico. As respostas


do capitalismo era necessária ao paises em desenvolvimento para conter avanço do
socialismo no mundo bipolar.

É neste cenário que surge o PLANEJAMENTO ECONÔMICO como fonte de progresso


social e econômico com foco no AUMENTO DA PRODUTIVIDADE.
》Prebisch

Parte do questionamento da teoria clássica em que diz que o progresso técnico deveria
se distribuir da mesma maneira para toda coletividade. Ele avalia/questiona a
verificidade da informação através de dados do comércio exterior.

Defende que a industrialização é o ÚNICO meio de capitalização do progresso técnico,


elevando o padrão de vida das massas.

-AL tem questões particulares que devem ser compreendidas

-Industrialização na AL não é incompatível com a produção primária (é relevante)

-Uso do comércio exterior da AL para promover o desenvolvimento econômico

-Através da dinâmica centro-periferia mostra que a produtividade nos países centrais foi
importante para dinamizar a AL a partir da demanda por produtos primários

-Ciclo Prebischiano tenta responder como o aumento da produtividade nos países


centrais aumenta a demanda por produtos primários e como isso gera impacto nas
economias locais da AL

-Refuta a teoria clássica a partir da lógica: se a produtividade gerasse queda dos


preços, o que iríamos observar ao longo do tempo no comércio internacional seria uma
queda nos preços dos produtos industrializados contra um aumento no preço dos
produtos primários (pq a produtividade no setor agrícola é menor que do setor
industrial). Caso fosse verdade, a teoria das vantagens comparativas tbm deveria valer
visto que essa teoria defendia q a produtividade do setor agrícola era menor que da
indústria e, portanto, não seria necessário que os países industrializados se
industrializassem, dado que teriam sempre preços e rendimentos maiores).

Considerando esta perspectiva como verdadeira, entenderíamos que haveria um


avanço no processo produtivo capitalista no sentido de EQUALIZAÇÃO, onde os mais
pobres que produzem produtos primários venderiam-os a preços mais alto, que
resultaria numa equalização com os preços industriais, quem tem maior produtividade e
que, portanto, deveriam ter queda de preços ao longo do tempo. É sobre essa
premissa que Prebisch estabelece sua perspectiva teórica.

Para o autor, o que ocorreu foi o contrário. A relação de preços moveu-se de forma
adversa à periferia. Os preços dos produtos primários caem, mas os preços dos
produtos industrializados sobem. No centro dos industrializados houve crescimento da
RENDA com aumento de PRODUTIVIDADE, em paralelo ao centro não industrializados
onde houve estagnação da renda com estagnação da produtividade.

Contrário a teoria que previra que os preços caem em consonância com o aumento da
produtividade:

-Preços não baixaram de acordo com o progresso técnico;

-Não haveria tanta discrepância de preços, caso o crescimento da renda na periferia e


nos centros industrializados seguisse o aumento da produtividade;
-Preços desfavoráveis para periferia entre 1870 e 1930: renda cresceu mais que a
produtividade nos centros industriais e menos que a produtividade na periferia. (Isso
traz um deslocamento de renda da periferia pro centro)

Há a criação de um Polo gerador de efeitos que atraem a renda, enquanto a


periferia irá sempre "expulsar" a renda.

****CICLO PREBISCHIANO******
1)Fase ascendente: demanda por produtos primários é maior que a oferta:
Há entrada de dólares na periferia.
Os preços dos produtos primários tendem a subir mais que o preço dos produtos
finais.
2) Fase descendente: demanda é menor que a oferta:
Há saída de dólares da periferia.
Os preços dos produtos primários caem mais profundamente que os bens
industriais.

Na fase 1) o dólar deve ser acumulado (acumulação de recursos) para que na fase 2) haja
recursos em dólares suficientes para alavancar o processo de industrialização organizado a
partir do Estado.
Isto é uma política fiscal anticiclica, onde amplia-se ou reduz-se o investimento conforme o
ciclo.
Na AL: estímulo ao investimento quando cai PIB; desestímulo ao investimento quando há
avanço do PIB.
Fase ascendente: aumento X, aumenta Y, logo, aumenta M
Fase descendente: cai X, cai Y, logo, aumenta M. (para conter o aumento de M na fase
descendente é necessário a política industrial anticíclica *substituição de importações -
trocando produtos que antes importava por produtos produzidos no próprio país)

Na AL: a produtividade é muito baixa porque falta capital, e, falta capital porque a
poupança é baixa devido à baixa produtividade.
Ou seja, a produtividade só aumenta quando os recursos empresariais são investidos para
criar novos meios de produção (máquinas/equipamentos/indústria). Como há baixa
poupança, a produtividade não avança.

》Furtado

A AL é específica pq tinha uma estrutura produtivas arcaicas com avançadas que geraram
estruturas híbridas: uma parte tendia a se comportar como um sistema capitalista (dinâmica,
vinculada com o setor externo) a outra parte se mantinha dentro da estrutura pré-existente
(arcaica).
Estrutura produtiva arcaica foi exogenamente influenciada por variáveis externas.

ECONOMIA DUALISTA: explica o fenômeno do subdesenvolvimento contemporâneo.


O subdesenvolvimento é uma situação no qual o nível de salários reais é determinado pelas
condições de vida prevalecentes onde as empresas capitalistas se instalam, sem conexão
com a produtividade do trabalho.
Provavelmente a produtividade do trabalho será maior que o rendimento pago pelos salários
e gerará lucros altos.

Oferta de mão de obra excessiva na AL x limitação de empresas capitalistas:


Apenas uma reduzida parte da mão de obra disponível pode ser absorvida pela empresa
capitalista. Isso impacta a produtividade do trabalho.

"A empresa capitalista que penetra em uma região com estrutura econômica arcaica não se
vincula, dinamicamente, a esta última, pelo simples fato de que a massa de lucros por ela
gerados não se integra a economia local."

-O dualismo criou uma situação de equilíbrio com um nível permanente de subemprego de


fatores
-Salários definidos pelas condições de subsistência, criando altas margens de lucro.
-A parte da economia associada ao mercado externo, em muitos países (como BR) foi
suficiente para monetizar uma importante faixa da economia; o que implicou em
diversificação nos hábitos de consumo.
● Ou seja, uma parte se monetiza e se monetiza, alcançando hábitos de consumo
diversificados enquanto a outra ficará a margem, a parte do processo de
subdesenvolvimento.

A armadilha do subdesenvolvimento para Furtado é uma situação no qual a estrutura


economia política, produtiva e social permite três setores diferentes:
1)Prevalece as atividades de subsistência, que normalmente são desmonetizada;
2) Atividades ligadas ao comércio exterior, onde a moeda estrangeira circula e há
uma estrutura produtiva mais avançada;
3) Economia que se prende ao mercado interno para atender o comércio local de
pessoas que conseguem ter um tipo de renda, fugindo um pouco do setor arcaico.

Essa situação de 3 setores mostra uma subutilizacao de mão de obra/capital e terá


sempre problemas cambiais.

Pelo fato da renda monetária se manter em nível relativamente alto, a queda da


capacidade de importação gera desvalorização cambial
Com a desvalorização cambial, ampliam-se as exportações em quantum, exatamente
na fase em que declina a rentabilidade do setor exportador. (já que há mais
exportação de quantidade do que em preço).
Paradoxo é: o capitalista olha e vê que a produção dele sendo escoada/vendida mas
não consegue perceber a taxa de lucro caindo. Quando se da conta, há uma situação
no qual a lucratividade sa terra cai profundamente.

A massa de lucros não gera poupança, portanto, não há reinvestimento e não afetará a
produtividade (foto das citações)

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