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Teresina – PI
Janeiro/2023
JOÃO VITOR RODRIGUES DE ARAÚJO
Prova I da disciplina Teoria
Macroeconômica III
Universidade Federal do Piauí
Teresina – PI
Julho/2022
GRANDE DIVERGÊNCIA DE RENDA ENTRE PAÍSES
Hipóteses do modelo
O modelo de Solow, que é um modelo neoclássico, é um modelo que tenta explicar essencialmente a
diferença de renda entre os países e, ainda, porque a taxa de crescimento entre os países diverge.
Por ser uma simplificação da realidade, o modelo assume algumas hipóteses básicas para uma
análise mais direta dessas economias. (i) Uma das hipóteses básicas desse modelo é a de que o país
produz um único bem; (ii) O segundo pressuposto é o de que não há comércio; (ii) Um outro
pressuposto é a questão do investimento, segundo esse modelo o investimento é determinado pelo
investimento.
O modelo assume ainda uma hipótese central, a tecnologia é exógena, ou seja, a tecnologia
disponível é a mesma para todos os países. Essa tecnologia é dada pela seguinte função de produção:
Essa função de produção tem dois insumos, o capital K e o trabalho L gerando o produto. Ainda, essa
função possui retornos constantes de escala, ou seja, ao dobrar os fatores de produção dobra-se o
produto. Dessa forma:
Dado que existem mais de um fator de produção e todos eles contribuem para o crescimento,
consequentemente, há um retorno decrescente em relação aos próprios fatores de produção. Isso
significa que ao dobrar de forma isolada o fator trabalho K, não dobrará Y, vai ser um retorno menor
do que o dobro de Y.
Ainda, é importante ressaltar que, a função do tipo Cobb Douglas, K^a.L^1-a, é importante para
entender a forma de crescimento dentro do modelo, à medida em que esses dois fatores são
substituíveis entre si, ou seja, existe uma quantidade de K que compensa uma redução na
quantidade de L. Esse comportamento se difere de um modelo complementar ou substituto perfeito.
O modelo busca analisar essencialmente o produto por trabalhador, definido por y. Assim:
y = Y/L
Y K a L1−a Ka
Se y= e , y = , tem−se y=
L L L
K a
Assim , se k= , tem−se y=k
L
A equação mostra que o capital per capita contribui ao crescimento, positivamente, a taxas
decrescentes, ou seja, quando aumenta o capital, ele gera mais produto, todavia, o produto
incremental é decrescente.
Em relação à poupança, o modelo assume que capitalistas e trabalhadores poupam a uma função
constante da renda, assim, a taxa de poupança assume a seguinte forma:
s = S/Y
Ainda, o modelo assume a hipótese neoclássica de que toda a poupança é investida, dessa forma, I =
sY. Segundo essa lógica, as taxas de juros são definidas de acordo com a oferta de poupança na
economia, conforme ela for mais baixa, mais caras serão as taxas de juros e menores serão os
investimentos, e, ainda, conforme a poupança for mais alta, mais baratas serão as taxas de juros e
maiores serão os investimentos.
Estoque de capital
A função de acumulação é aquilo que se assume como o movimento de acumulação do capital, ela
analisa como o K varia ao longo do tempo, este depende positivamente do investimento e
negativamente pelo capital depreciado, ou seja, aquele capital que é destruído ao longo do tempo.
Assim:
Acumulação de trabalhadores
No modelo de Solow, não existe desemprego, todos os indivíduos da economia estão trabalhando,
dessa forma, o número de empregados da economia cresce à mesma taxa de crescimento
populacional. Assim:
O capital por trabalhador evolui de acordo com o investimento por trabalhador menos a depreciação
somada a taxa de crescimento populacional multiplicado pela razão do capital por trabalhador.
Assim:
k’ = s.y – (x + n)k
a
' s 1−a
y =( )
x +n
Analisando a taxa de poupança, em especial, devido esta ser mais suscetível às políticas monetárias,
podemos retirar algumas conclusões efetuando variações nessa variável individualmente. Ao
aumentar a taxa de poupança, muda-se o estado estacionário da economia, resultando em um
crescimento da renda por meio do crescimento do capital até que este volte ao novo estado
estacionário. Dessa forma, a poupança determina o nível de renda per capita de uma economia.
Todavia, é necessário que se chegue a uma taxa ideal de poupança, isso porque elevados níveis de
poupança são vantajosos pelo lado produtivo, todavia, os consumidores objetivam elevar os seus
níveis de consumo, não apenas de investimentos. Desse modo, é necessário descobri uma taxa de
poupança onde o consumo é maximizado. Matematicamente, esse valor é representado pela
máxima diferença entre a curva da renda per capita e a reta de depreciação do capital por
trabalhador, situação onde as duas curvas têm a mesma inclinação. Embora, nesse ponto, a renda
per capita seja menor, o consumo será maior.
O modelo com tecnologia foi um modelo desenvolvido por Solow com o objetivo de deixar explicito o
fator tecnológico, isso é importante porque ela permite considerar a tecnologia como capaz de se
desenvolver independentemente dos fatores de produção. Solow insere a tecnologia como um fator
aumentador de trabalho, ou seja, ela faz com que o trabalho seja mais produtivo, assim:
a 1−a
Y =F ( K , L )=K AL , onde 0<a<1 ;
A'
g= , e, A’ = gA(t), onde g é a taxa de variação da tecnologia.
A (t)
a 1−a
Y K (AL)
= e , y=k a . A 1−a
L L
y =k a
k =sy −( n+ x + g ) k
Nesse caso, a taxa de crescimento da tecnologia afeta negativamente o capital por trabalhador e
tecnologia, mas não afeta negativamente a economia. Nesse caso, quando a poupança por
tecnologia é maior do que fica maior do que a depreciação, tem-se uma situação onde a acumulação
de capital por trabalhador e tecnologia tem variação positiva. Já no caso onde esse nível de
poupança é menor do que a depreciação, tem-se então uma situação onde a variação da acumulação
de capital por trabalhador e tecnologia é negativa. Já para um último caso, onde a o nível de
poupança é igual à depreciação, a variação de capital por trabalhador e tecnologia será nulo, tendo
assim um estado estacionário. No modelo básico, renda por trabalhador, no estado estacionário,
crescia apenas com a variação da poupança. No modelo com tecnologia, o mesmo ocorre para renda
por trabalhador e tecnologia, todavia, se há progresso tecnológico, o mesmo ocorre
proporcionalmente ao avanço dessa tecnologia, isso devido y’ = Ay~.
Os modelos básicos e com tecnologia considera todo trabalhador como igual, todavia, nem todo
trabalho é igual, trabalhadores com maiores qualificações tendem a ser mais produtivos. A nova
função de produção incrementa agora o capital humano, ficando da seguinte forma:
a 1−a
Y =F ( K , L )=K HL ,onde 0<a<1 ;
H=eφu L
Sua produtividade H será maior quanto maior forem os dois fatores φ e u, sendo esta uma medida do
impacto da escolaridade sobre a produtividade, sendo esta uma medida proporcional. Assim, o
crescimento do capital humano é dado pela taxa de variação do número de trabalhadores e pelo
crescimento do nível de escolaridade dos trabalhadores. O modelo possibilita, portanto, identificar o
impacto do nível da escolaridade sobre o nível da produtividade. Esse tipo de análise é de
fundamental importância para analisar os níveis de crescimento econômico em países que possuem
diferentes níveis de escolaridade, mostrando como a produtividade pode variar só em função da
diferença de capital humano. Se o fator u, significa que esse trabalhador não está aumentando em
nada a produtividade, dado que e 0=1, já para o caso de um país que possui 7 anos de escolaridade
terá um ganho de produtividade por trabalhador de 100%, dado que e 0,7 ≅ 2. Destarte, o capital
humano pode ser definido como a capacidade do trabalhador de absorver tecnologia, em sua
capacidade de usar tecnologia, afinal, um trabalhador sem escolaridade dificilmente conseguira
manusear tecnologias mais avançadas.
Para a análise com capital humano, os novos fatores a serem analisados ficarão da seguinte forma:
y =k a
k ≅ sy − ( n+ x+ g ) k
y k
Onde , y = ek =
Ah Ah
Em uma análise de estado estacionário, o produto por trabalhador será dado pelos mesmos fatores
do modelo com tecnologia multiplicado pelo capital humano por trabalhador h. Sob essa nova
análise é possível chegar à conclusão de que nem todo trabalhador é igual, afetando o percentual de
produtividade.