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MARKETING INTERNACIONAL
Costa (2011) ressalta que o mundo teve de aprender, de forma rápida, uma nova maneira de
comercializar e a prática de acordos multilaterais que surgiram desde a criação do Acordo Geral de
Tarifas e Comércio – Gatt, em 1947. Essa entidade foi criada após a Segunda Guerra Mundial para
melhorar as relações econômicas internacionais e, com isso, diminuir o risco de novas guerras – afinal,
não vale a pena bombardear um país que é um grande fornecedor ou um grande cliente.
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Unidade I
As regras estabelecidas pelo Gatt facilitavam as trocas comerciais entre seus 120 países membros.
Porém, um princípio básico para todos dizia que qualquer vantagem envolvendo tarifas aduaneiras
concedidas bilateralmente deveria estender‑se a todos os signatários.
Observação
Em função da insatisfação dos países signatários a respeito de subsídios que deveriam abranger
todas as modalidades referentes ao comércio internacional, foi proposta a Rodada do Uruguai.
A pretensão do Gatt era incorporar outros setores, como agricultura, serviços, têxteis, investimentos
e a tentativa de deter o protecionismo (investimentos que dificultavam a expansão de todos).
Esse evento, que teve como uma de suas principais metas a redução dos subsídios agrícolas e
contemplou a realização de oito reuniões, teve início em 1986 e terminou em 1994, resultando na
criação da Organização Mundial do Comércio – OMC, uma entidade com o status compatível ao do FMI,
sob a chancela da Organização das Nações Unidas – ONU, que substituiu o Gatt.
A OMC começou a funcionar e as discussões passaram, então, a dar‑se entre blocos comerciais.
Com a informatização e sua explosão nos anos 1990, o nível de produção mostrou um desenvolvimento
acentuado (leia‑se tecnologia aplicada e avançada).
Da mesma maneira, a mão de obra empregada, que antes servia ao setor secundário, também serve
agora ao terciário, momento esse em que se faz notável intensa migração.
• Setor terciário: nele, situam‑se as prestações de serviços a terceiros, como comércio, educação,
saúde, informática, transportes, alimentação, turismo, serviços bancários, administrativos,
telecomunicação, economia informal etc.; a partir da globalização, esse foi o setor que mais se
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desenvolveu, uma vez que os serviços estão intimamente ligados ao desenvolvimento do século
XX, empregando a maior parte da mão de obra especializada – é o setor mais preocupado com
capacitação e qualificação, de modo que grande parte do setor secundário estende suas atividades
para a prestação de serviços.
O setor terciário deixou claro o quão importante e essencial tornou‑se a mão de obra qualificada
na época em que o trabalhador deixou de ser apenas uma mola na engrenagem, passando a exercer
trabalhos criativos, ajustando‑se aos novos tempos.
O grande desafio agora é capacitar, levar conhecimento tecnológico para as empresas e reduzir o
número de excluídos, que ainda é muito grande. O alcance da globalização é muito extenso, abrangendo
do mais simples brinquedo a mais avançada tecnologia.
O comércio mundializado nada mais é que a troca de produtos para suprir mercados. Portanto,
essa troca de produtos, em escala global, faz as economias ficarem cada vez mais interdependentes,
transformando espaços produtivos e a própria sociedade.
Almeida, Silva e Angelo (2013) afirmam que, nesse tipo de comércio, devemos considerar os diversos
tipos de transferência de produtos:
O valor do produto praticado no mercado agrega as várias etapas pelas quais ele passa, desde
a industrialização até o consumo final; nesse intervalo, incluem‑se o distribuidor, as grandes
lojas (atacadistas) e o pequeno comerciante, o qual recebe o produto com o preço já praticamente
pré‑determinado para ser repassado ao mercado final, que é o consumidor.
Segundo a OMC, as maiores potências são responsáveis por 60% das trocas mundiais (União
Europeia, Estados Unidos e Japão). Somadas aos países de alta renda, sua predominância
no mercado mundial sobe para 77%. A União Europeia é responsável, também, por 40% das
exportações do mundo.
Unidade I
Já a China é considerada um caso à parte: sua surpreendente economia, que teve um crescimento
do PIB superior a 10% por vários anos seguidos, fez dela o país com o maior crescimento econômico no
mundo.
A cooperação econômica, que se pode dar desde um acordo entre duas ou mais nações para a
redução de barreiras comerciais até a integração econômica completa entre duas ou mais economias
nacionais, vem acontecendo desde o término da Segunda Guerra Mundial e tem provocado crescente
interesse junto a diversas nações graças aos êxitos obtidos pela União Europeia.
OMC • Trata‑se de um fórum para negociações sobre comércio com o objetivo de promover
discussões e alcançar soluções para problemas comerciais.
• Lida com as regras do comércio entre as nações em âmbito global.
As políticas econômicas e as legislações dos países promovem uma aproximação (aliança), a partir da
qual pode surgir um bloco econômico, proporcionando crescimento entre seus componentes. Trata‑se do
processo de integração econômica (SCHWEIG; EVANGELISTA; NIQUE, 2009), que pode ser classificado em:
• Área de livre comércio: como estágio mais avançado disso, os países estabelecem acordos
implicando eliminação de barreiras alfandegárias entre si para algumas categorias de produtos,
mas mantendo suas próprias políticas comerciais em relação ao resto do mundo – o Nafta
exemplifica esse modelo.
• União aduaneira: a integração econômica avança mais um estágio, pois, a partir de uma área de
livre comércio, adotam‑se uma Tarifa Externa Comum (barreiras alfandegárias idênticas entre
si) e uma política comercial única em relação a produtos originários de países externos – dela, o
Mercosul é um exemplo.
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• Mercado comum: a partir de uma União Aduaneira, os Estados participantes estabelecem a livre
circulação de pessoas, bens, mercadorias, serviços, capitais e fatores produtivos.
• União econômica: a partir do mercado comum, os estados participantes adotam a mesma política
econômica e substituem suas moedas por outra única – a União Europeia alcançou, atualmente,
esse estágio de integração.
Segundo Keegan e Green (2006), o intenso crescimento da economia mundial, nas últimas décadas,
é resultado da interação dinâmica de forças propulsoras e restritivas, e as mudanças no ambiente
empresarial resultaram em novas formas de negociar. Acompanhe, no quadro a seguir, as forças
propulsoras e restritivas listadas pelos autores.
Forças Propulsoras
Acordos econômicos regionais Aceleraram a integração global.
Necessidades de desejos dos Identificação de pontos comuns à natureza humana usados para criar
mercados oportunidades que pudessem atender a mercados globais.
Aproximação de mercados graças à tecnologia da informação, que favoreceu
Tecnologia
a comercialização de produtos padronizados.
Melhorias de comunicação e Colaboraram para o encurtamento das distâncias físicas para pessoas e
transporte produtos, favorecendo a distribuição de produtos e o turismo.
A possibilidade de atendimento a vários mercados resulta em atendimento de
Custos de desenvolvimento de demandas maiores, o que viabiliza investimento para o desenvolvimento de
produtos novos produtos.
Maiores demandas diluem mais os investimentos em desenvolvimento de
Qualidade produtos, findando em margens maiores que podem ser dedicadas à melhoria
de sua qualidade.
O crescimento econômico gera mais oportunidades de investimentos,
reduz a resistência da entrada de empresas estrangeiras, porque faculta
Tendências econômicas mundiais maior desenvolvimento e crescimento, fomentando desregulamentações e
privatizações que criam outras novas oportunidades de negócio.
Empresas globais têm a capacidade de desenvolver alavancagens, como:
Alavacagem transferência de experiência, economias de escala, utilização de recursos e
desenvolvimento de estratégias globais.
Forças Restritivas
Insistência em replicar práticas de sucesso no país de origem,
Miopia administrativa e cultura desconsiderando características dos mercados locais, falta de integração
organizacional dos escalões superiores com as subsidiárias e outros fatores que impedem
melhoria de conhecimento dos mercados locais e absorção de experiência.
Na tentativa de proteger seus mercados, os países impõem ações que
Controles nacionais restringem as operações internacionais das empresas, como controle de
acesso a incentivos, imposição de barreiras tarifárias etc.
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Além das iniciativas multilaterais do Gatt e da OMC, países de várias regiões do mundo uniram‑se
para estabelecer acordos de cooperação econômica na forma de blocos:
Bloco econômico formado pelos Estados Unidos, Canadá e México. Entre seus objetivos, estão:
Bloco econômico composto por cinco países da América Central: Costa Rica, El Salvador, Guatemala,
Honduras e Nicarágua. Entre seus objetivos, estão:
• criar e implementar estratégias que visem à integração econômica entre os países do bloco;
• integração monetária.
Bloco econômico composto por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Entre seus objetivos, estão:
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CEI
União
Nafta Européia
MCCA
Comunidade
Andina
Mercosul SADC
Projeto de integração em fase de União Aduaneira, composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai,
e Venezuela, abrange dimensões econômicas, políticas e sociais. Entre seus objetivos, estão:
• estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em
relação a terceiros;
Unidade I
Bloco de cooperação econômica e política, formado por Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados,
Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São
Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Seus objetivos são:
Bloco econômico de livre‑comércio composto por Brunei Darussalam, Camboja, Cingapura, Filipinas,
Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Seus principais objetivos são:
• promover a paz e a estabilidade, por meio do respeito e da justiça entre os países integrantes.
Myanmar
Laos
Philippines
Thailand
Vietnam
Indonesia
União Europeia – EU
Bloco econômico, político e social na fase de união econômica. Os países integrantes são Alemanha,
Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino
Unido, República Checa, Romênia e Suécia. Seus objetivos principais são:
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Observação
Organização de integração econômica em fase de União Aduaneira que reúne seis estados do Golfo
Pérsico: Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait. Seu objetivo principal é
coordenar a integração entre os Estados membros quanto a economia, comércio, turismo, legislação e
pesquisa científica.
Resumo
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