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Economia C

12º Ano

Tema 1

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO


TEMA 1 – CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Economia - maximizar produtividade
- utilização eficiente dos recursos

Satisfazer necessidades,
Proporcionar o bem estar!

Crescimento [natureza quantitativa]


- essencial para alcançar o bem-estar
Será
- permite ↑riqueza ● ↑produção Suficiente?
● ↑rendimento
● ↑investimento
● ↑emprego

Desenvolvimento [natureza qualitativa]


Qualidade de vida ● saúde e cuidados hospitalares
● educação/conhecimento
● ambiente limpo e cuidado
● segurança
● direitos civis e políticos
● acesso cultura e lazer

meio necessário
Desenvolvimento
para atingir
atingir
INDICADORES
Instrumentos necessários para perceber o ponto de
situação / medir resultados.

Indicadores simples
[informação sobre matéria ou domínio específico]

Económicos
● PIB per capita
● RNB per capita
● Repartição setorial da população ativa
● Estrutura setorial do produto
● Consumo de energia/aço por habitante
Demográficos
● Taxa natalidade
● Taxa mortalidade
● Taxa mortalidade infantil e de menores de 5 anos
● Esperança média de vida à nascença…
Socioculturais
● Taxa de analfabetismo
● Taxa escolaridade por género
● Nº de anos de escolaridade obrigatória
● Nº telemóveis por cada 1.000 habitantes
● Nº médicos por habitante
Político-sociais
● Regime político
● Estabilidade das instituições e descentralização do poder.
● Cumprimento dos direitos humanos, ex: equidade de géneros
INDICADORES
Indicadores compostos
[informação cruzada / mais completa]

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), varia entre 0 e 1.


Conjuga:
● RNB per capita (económico)
● esperança média vida à nascença (demográfico)
● anos escolaridade efetiva e esperada (cultural)
IDHAD (Índice de desenvolvimento Humano ajustado à
Desigualdade)
IDHG (Índice de desenvolvimento humano por género)
IDG (Índice de desigualdade de género)
IDHP (Índice de desenvolvimento humano ajustado às
pressões sobre o planeta)
IPM (Índice de pobreza Multidimensional)
IRT (Índice de realização tecnológica)
IGI (Índice global de inovação)
ICG (Índice de competitividade global)

Limitações do IDH
- problema das médias
- oculta as desigualdades

Recorre-se ao Índice de Gini e à Curva de Lorenz


INDICADORES
1) Curva de Lorenz
● Avalia as desigualdades na repartição dos rendimentos
● Se curva coincide com a recta = não há desigualdades
● Quanto mais afastada for a curva da recta da
equidistribuição = maiores as desigualdades

2) Índice de Gini
● 0 a 100
● Quanto mais próximo de 100, maiores as desigualdades
Portugal
1994 –> 37 => 2000 –> 36 => 2022 –> 32 (melhorou!)

Indicadores importantes para perceber o peso da cultura,


conhecimento, tecnologia e inovação numa sociedade:
● IRT Índice de Realização Tecnológica
● KEI Índice Conhecimento (Knowledge Economy Index)
● ICG Índice Competitividade (Global Competitiveness Index)
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
❶ Aumento da dimensão mercado interno e externo
❷ Investimento em capital físico e humano
❸ Progresso técnico

- A primeira fonte de crescimento será o ponto de


partida, o arranque, mas é preciso conjugar as 3 fontes
para que o crescimento seja sustentável!

❶É preciso ↑ dimensão do mercado


+ população-alvo
+ procura
economias de escala, com ↓custos
+ competitividade
+ rendimento Crescimento Capitalismo

Revolução IndustriaI (Inglaterra séc. XVIII) => início do


Capitalismo (surgimento duma nova classe social – burguesia)

● Nível de crescimento nunca visto


● Criou novas necessidades
● Progresso tecnológico, novos equipamentos
● Fonte de energia (vapor)
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
Colónias
● Muito importantes para “alimentar” o capitalismo
● Fonte matérias-primas e mão de obra barata
● Exportação de mercadorias e capitais
● Dimensão dos mercados externos, veio trazer um
maior crescimento nos países industrializados!

Séc. XX
Crise 1929 – 1933
● Arrefecimento económico e social, que só recupera totalmente
após 2ª Guerra Mundial
● Intervenção do Estado para ajudar a economia a recuperar =>
New Deal – O Estado deve intervir na economia quando esta está
em crise ou recessão, assumindo o papel da iniciativa privada e
impulsionar a economia investindo – Economia Keynesiana)

2ª Guerra Mundial (1939 – 1945)


Com o fim desta guerra deu-se um grande boom de crescimento
(o maior crescimento da história):
● Petróleo (nova fonte de energia) substitui o carvão
● Electromecânica substitui as máquinas a vapor
● Mecanização – novas formas de organização do trabalho
• Desenvolvimento das indústrias química e
metalúrgica = Novos bens: automóvel e avião.
• Taylorismo/Fordismo – 1ª sociedade de consumo
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
Integração económica dos mercados:

● UE (anterior CEE)→ é o melhor exemplo, com grandes benefícios.

● NPI → novos países industrializados*


- Produzir para exportar
- Mão-de-obra barata
- Fraca proteção social dos trabalhadores
*Ásia – Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Singapura,
Malásia, Tailândia , Filipinas, China e Índia.
*América do Sul – Brasil, México, Argentina e Chile.

● BRIC s→ Brasil, Rússia, Índia e China (África do Sul + tarde)


- Aposta nos mercados internos pela grande dimensão
- Mão-de-obra barata
- Aumento de investimento
Nota: China virou-se depois para o mercado externo

● MIST → México, Indonésia, Coreia do Sul, e a Turquia


- Economias com altas taxas de crescimento
- Disciplina fiscal e monetária
- Promoção do tecido empresarial
Nota: São considerados bons parceiros comerciais

• Países Africanos → Ainda que irregulares no crescimento,


beneficiam das relações comerciais com os países do Sul que
aumentaram a sua dimensão de mercado devido à sua integração.
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO

Globalização:
- A abertura dos mercados ao exterior leva ao crescimento
económico, mas há consequências! Questão Polémica=
desemprego e insegurança tanto nos países em
desenvolvimento como nos países desenvolvidos.

Deslocalização de indústrias e serviços para outros países com


custos de produção + baixos: mão-de-obra barata.
Surge a OMC (Organização Mundial do Comércio) em 1995, no
seguimento da GATT, com o objetivo de regular o comércio,
procurando + justiça e que o crescimento económico se faça de
uma forma mais justa, fazendo parte desta organização 164
países que reúnem periodicamente.
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
❷ Investimento em capital físico e humano
- O investimento é essencial para se manter ou
aumentar a capacidade produtiva.

- É preciso investir parte do que resulta da produção em


matérias-primas, subsidiárias, em equipamentos e
instalações, novas máquinas, etc. = Capital físico

- Mas é preciso também investir em formação


académica, contínua, investimento imaterial, para que os
trabalhadores sejam capazes de potenciar os resultados,
rentabilizar os recursos =Conhecimento!

Descobertas científicas e técnicas


Capital Humano - têm de ser realizadas por cientistas,
investigadores, etc. Pessoas capazes de inovar,
desenvolver métodos e estratégias e de penetrar em
novos mercados!

Grande importância do investimento imaterial em


educação
Base: Educação = pilar de Crescimento Económico!
Objectivo = criar mais competências
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
Indicadores ligados à I&D (Investigação & Desenvolvimento)
● Nº de cientistas por cada 1.000 habitantes
● Despesas em I&D em % do PIB
● Participação do Estado e Empresas em I&D
● Nº de patentes e marcas registadas

EBC => Economia baseada no Conhecimento, economia em que o
fator mais valioso é o conhecimento científico (inovação, progresso,
riqueza...)

Importância do Empresário:
Tem ideias, é um visionário, é empreendedor!

Nota: Efeito Multiplicador do Investimento:


• No início, o ↑ do produto = ao ↑ do investimento
• A médio prazo = ↑ do produto e rendimento é maior devido a
uma maior propensão marginal para consumir!

❸ Progresso Técnico (novas tecnologias)


Tecnologia - mais do que a mera combinação de fatores
produtivos (trabalho, capital e recursos)! É o saber fazer de uma
forma nova e melhor, é o ter novas ideias!
Conhecimento!

- O progresso técnico tem efeitos na produção e na produtividade


dos fatores trabalho e capital = potencia o crescimento
económico.
- Progresso técnico + Produção + Produtividade
+ Rendimento + Bem-estar
CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO
Características

① Alteração da estrutura da atividade económica


Perda de peso do sector primário e aumento de peso do
sector secundário e terciário. Os bens produzidos por
estes 2 sectores têm + valor económico em geral Era da
terciarização
Mais população a trabalhar no sector terciário

Países desenvolvidos ↑ peso sector terciário


Países em desenvolvimento ↑ peso sector secundário

② Inovação tecnológica
Riqueza economia moderna = inovação Formação,
educação e aposta em I&D
Portugal → preocupação e avanços → aumento no
registo de marcas e patentes

③ ↑ produção e produtividade
Cada vez mais oferta no mercado
Criação de novas necessidades de consumo
Busca do lucro e procurar sempre sobreviver no mercado
leva à constante procura de novas formas de produção e
ao aumento da produtividade.
CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO
Características

④ Diversificação da produção
▪ Sociedade Consumo → é preciso escoar a produção
▪ Novos Bens
o Homogéneos
o Produção em série
o Baratos
o Pouca qualidade
o Baixa duração

⑤ Modificação do modo de organização económica


▪ Para crescer no mercado temos de ↑ a eficiência
empresarial
▪ Aumentar nº consumidores e maximizar o lucro
Redimensionar é uma hipótese
O ↑ de dimensão permite aproveitar as economias de escala
e ↓ os custos, alcançar mais consumidores e ter uma maior
competitividade

Fusões Aumento do
Concentração poder
Empresarial económico e
Aquisições
OPA / OPV financeiro
Consequências:

Concentração - Monopólios e Oligopólios que põem em causa os


interesses dos consumidores e dá excesso de poder às empresas!
CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO
Características

6 Melhoria do nível de vida da população


o Os países desenvolvidos continuam a apresentar os
melhores indicadores de bem-estar.

▪ Crescimento do PIB
o Verificam-se assimetrias entre os países
desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento.

▪ Emprego /desemprego
o Os países mais desenvolvidos são os que apresentam
mais dificuldades em relação ao emprego.
o O crescimento económico dos países em
desenvolvimento absorve a mão-de-obra
contribuindo para taxas de desemprego baixas.

▪ Estrutura das despesas de consumo – despesas em


bens alimentares
o Pela Lei de Engel podemos avaliar o nível de
desenvolvimento de um país, face às despesas de
consumo de um país em alimentação.
CICLOS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
O modelo económico emergente – Capitalismo.
É o mercado o mecanismo que resolve os problemas de
funcionamento das economias. Adam Smith defende que o
mercado seria a “mão invisível” que impulsionaria as economias
para o crescimento.

As inovações técnicas, de acordo com a teoria de Joseph Schumpeter


(1883-1950), dão origem aos ciclos de crescimento económico

Ciclos Económicos:
Ciclo = Fase ascendente seguida de uma fase descendente e que
podem ser de curto prazo, médio prazo ou longo prazo.

➢A economia cresce por ciclos => fases de


crescimento/expansão e recessão/contração.
➢ O crescimento económico faz-se em torno de uma tendência,
ao longo da qual sofre oscilações, não sendo linear.

Quando há expansão:
↑ consumo
↑ produção
↑ investimento e das ações
↑ emprego Quando há recessão:
↑ pode existir ↑ preços (inflação) ↓ consumo
↓ produção
↓ investimento
↓ emprego (↑ desemprego)
Desinflação (risco de deflação)
↓ valor das ações
CICLOS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO
Recessão
Quando o produto real cai durante pelo menos 2
trimestres consecutivos => CRISE

Depressão
Recessão grave e prolongada

Tipos de Ciclos:
- Ciclo de Kondratiev – dura entre 40 a 60 anos
- Ciclo de Kuznets – dura entre 20 a 25 anos
- Ciclo de Clement Juglar – dura entre 6 a 10 anos
- Ciclo de Joseph Kitchin – dura entre 3 a 5 anos
- Ciclos de Shumpeter – o ciclo tem a duração da inovação

Joseph Schumpeter
Relação entre inovação e novo ciclo económico

Joseph Schumpeter (1883 - 1950) foi um


economista e cientista político austríaco.
É considerado um dos mais importantes
economistas da 1ª metade do Séc. XX, e
foi um dos primeiros a considerar as
inovações tecnológicas como motor do
desenvolvimento capitalista.
FONTES DE CRESCIMENTO ECONÓMICO

Joseph Schumpeter
Relação entre inovação e novo ciclo económico

Cada vez que há uma inovação, há ↑ produção, o que


leva à expansão (período de prosperidade)

A dada altura chega-se à saturação, quando a inovação


já não é novidade e as empresas começam a apresentar
↓ lucro e retraem-se (início recessão)

Quando se abandona a inovação à procura de novas


soluções (início da depressão)

O empresário vai desviar os seus investimentos para


novos produtos → destruição criadora

Reconhecimento da necessidade de procurar novos


produtos inovadores

Nova retoma, novo ciclo!


CRISES
① Crises económicas pré-industriais
Crises de auto-subsistência (grande peso do sector
agrícola, problemas climáticos que afetaram culturas e
plantações → fome!)

② Crises económicas pós-revoluções


Superprodução, excesso de confiança no escoamento
que não acontece. Oferta > Procura. ↓ preços

③ Crise económica década 70


Choques petrolíferos. Estas crises foram menos graves
pois os rendimentos eram maiores, intervenção do
Estado, experiência de crises anteriores, …

④ Crise económica e financeira de 2007/2008


Crise no mercado de crédito imobiliário → Subprime *
Desregulação financeira por existir especulação através
da sobrevalorização dos activos → bolha imobiliária
inflacionária
• Subprime - crédito de risco a devedores com historial negativo ou sem garantias,
com taxas elevadas e maior probabilidade de incumprimento (default)

- A ideia de que o estado deve intervir quando o


mercado não resolve os desequilíbrios que se verificam
na economia, vem do início do séc. XX, e resulta das
teorias de John Maynard Keynes.
CRISES
- O mercado é falível O Estado deve intervir
para corrigir as falhas, prevenir as crises e minorar
os seus efeitos

Políticas de Intervenção Estado → Combate à Crise!

▪ Políticas estruturais e conjunturais*


*Instrumentos fiscais e orçamentais - rever matéria 11ºano

Nota: Também se usa a política monetária para combater as tensões


inflacionistas (Friedman e Hayek) = reduzir a massa monetária em
circulação para “arrefecer” a economia.
Como? - ↓despesas públicas; contenção salarial; ↑ taxas de juro
Utilizada por Margaret Thatcher e Reagan nos anos 70-
EU – política monetária é definida pelo BCE

Com a intervenção do Estado

Melhoria do nível de vida da população


Objectivo é ↑ bem-estar
+ educação, + saúde, + lazer, + cultura, …
Revisão Matéria
11º Ano

livro pág. 165


Desigualdades Globais
- As desigualdades sempre existiram =
diferenças entre pessoas e grupos sociais.

- Com a Revolução industrial = > afastamento


entre os países, ↑diferenças entre ricos e
pobres

- Problema das desigualdades ↑ depois da 2ª


Guerra Mundial com o movimento da
libertação das colónias = subdesenvolvimento

- Em 2007, com a crise, as desigualdades


passaram a ser um problema também
reconhecido nos países desenvolvidos.

Nos dias de hoje:


▪ Existem grandes desigualdades entre países e
até nos mesmos países entre regiões
▪ Apesar da globalização existem inúmeras
assimetrias e desequilíbrios
▪ Continuamos a ver diferenças entre Norte e Sul
▪ Diferenças na repartição de rendimentos => a
metade mais desfavorecida da população tem
1% da riqueza global e 10% dos mais ricos tem
87% da riqueza global!
DESIGUALDADES GLOBAIS

% Pop 1,1% 11,1% 32,8% 55%


%€ 45,8% 39,1% 13,7% 1,3%
Níveis de Desenvolvimento
Classificação dos países quanto ao seu nível de crescimento
e desenvolvimento: a utilização de indicadores de
desenvolvimento.
- São três as organizações ou instituições responsáveis pela
classificação e têm critérios diferenciados:
1. PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
2. FMI (Fundo Monetário Internacional)
3. Banco Mundial

Crescimento sem desenvolvimento


A Economia cresce sem que esse crescimento reflita
melhores condições para a população.
Ver exemplo de Guiné-Bissau

PIB e Educação na Guiné-Bissau

Nota: O Crescimento económico é essencial ao


Desenvolvimento. Por outro lado, o desenvolvimento
que ocorre na sequência do crescimento económico nem
sempre corresponde ao desejável.

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