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PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS

PMDs
• Países menos desenvolvidos (PMDs) têm
baixos níveis de produto per capita.
• A renda per capital cresceu em todos os
grupos de países, mas, em termos relativos, os
países pobres se atrasaram ainda mais em
relação ao resto do mundo.
• Por que os países pobres crescem tão
lentamente?
Indicadores

Grupo de países
Pobre Médio Rico
PNB per capita (£) 280 1.310 18.340

Expectativa de vida ao nascer 59 69 78

Analfabetismo adulto 39 15 1

Fonte: Banco Mundial, Develompment Report (várias edições).


Crescimento populacional
• Nos países ricos o controle de natalidade é amplamente
difundido; em países pobres, muito menos.
• Sem aposentadorias e outros benefícios, ter filhos é uma
maneira de se garantir para a velhice.
• Com crescimento mais rápido da população, esse países
teriam de crescer mais rápido para manter o padrão de
vida.
• Contudo, não conseguem expandir a oferta de terra,
capital e recursos naturais no mesmo ritmo da força de
trabalho (armadilha malthusiana)
Escassez de recursos
• Dubai, com suas generosas reservas de petróleo, tem
uma renda per capital superior à dos Estados Unidos
ou da Alemanha.
• Ter depósitos de recursos naturais não basta, são
necessários recursos de capital escassos para extrair
os minérios.
• Permitir que investidores estrangeiros façam a tarefa
permite que eles fiquem com a maior parte da renda
correspondente.
Capital
• Países ricos acumularam amplos estoques de
capital físico com o qual tornam produtivos
seus trabalhadores.
• Países pobres tem poucos recursos
domésticos para investimentos. Empréstimos
e ajuda externa permitem a compra de
máquinas e contratação de obras, mas são
insuficientes.
• Na Cúpula Mundial da Alimentação, em Roma,
1996, Jacques Diouf, diretor da FAO, disse que
seu orçamento anual era menor do que nove
países desenvolvidos gastam em ração para
cachorros e gatos em seis dias, e menos de 5%
do que os habitantes de um só país
desenvolvido gastam cada ano em produtos
para emagrecer.
Capital humano
• Sem recursos para dedicar a investimentos em
saúde, educação e treinamento industrial, os
trabalhadores de países pobres são menos
produtivos que trabalhadores que usam a
mesma tecnologia nos países ricos.
• Sem aumento de produtividade é difícil gerar
produto suficiente para aumentar o
investimento em pessoas e em maquinaria.
Economia e Direito
• Falta de capital humano também dificulta a
regulação dos mercados domésticos para
contrabalançar as falhas de mercado, tais
como monopólios ou poluição ambiental.
• Falta de capital humano também dificulta
alcançar cumprimento confiável de contratos
através de um sistema jurídico transparente.
Infra-estrutura
• Países desenvolvidos atingem economias de escala e
alta produtividade através da especialização,
apoiados em sistemas de transporte e de
comunicação sofisticados.
• Sem investimento em geração de energia, estradas,
telefone e habitação urbana, os países pobres têm
de operar em comunidades menores, sem poder
explorar economias de escala e especialização.
Conflitos
• Em alguns países mais pobres, notadamente na
África sub-saariana, fronteiras impostas pelo poder
colonial deixou governos sem amplo apoio
doméstico. Seguiram-se conflitos internos e
internacionais.
• Os conflitos entre árabes e judeus e o conflito nos
Balcãs são exemplos de pobreza resultante de
fronteiras impostas artificialmente.
O QUE FAZER?

DESENVOLVIMENTO
ATRAVÉS DA
EXPORTAÇÃO DE
PRODUTOS PRIMÁRIOS
Bens primários
• Em muitos PMDs o insumo relativamente
abundante é a terra. Isso sugere que, para
PMDs, a melhor maneira de aproveitar a
economia mundial é exportar bens primários.
• Bens primários são bens agrícolas e minerais
cuja produção se baseia fortemente no
insumo terra.
Ceticismo

• Há ceticismo quanto ao desenvolvimento


através da especialização na produção de
produto primários por, pelo menos, duas
fortes razões:
1. O preço real dos produtos primários sofreu
um colapso desde 1975.
2. Os preços reais dos produtos primários são
muito voláteis.
Queda dos preços reais
• O preço real dos produtos primários (exceto
petróleo) sofreu um colapso desde 1975, refletindo
tanto oferta maior quanto demanda menor.
• A redução da demanda se deu por avanços
tecnológicos, como a borracha sintética e os
plásticos.
• O aumento da oferta reflete o êxito dos PMDs em
aumentar a produtividade e o produto.
Queda dos preços reais
• Mesmo quando cada PMD era pequeno, seu esforço
coletivo para aumentar as exportações levou a uma
queda no preço real das mercadorias que exportam.
• Esse efeito foi exacerbado pela ampla proteção dos
agricultores nos países ricos. Sem acesso aos grandes
mercados, os PMDs tem de vender uma oferta maior
em um mercado menor, deprimindo mais ainda os
preços.
Queda dos preços reais
• Permitir que os bens agrícolas dos PMDs entrem nos
mercados dos países ricos é provavelmente a
mudança de política econômica que mais
beneficiaria os PMDs em seu conjunto.
• A receita de exportação maior proporcionaria um
excedente para investir em capital físico e humano.
• Os consumidores dos países ricos também seriam
beneficiados, pois um aumento da oferta reduziria o
preço dos alimentos em Londres e Nova York.
Volatilidade dos preços
• Tanto a oferta quanto a demanda de produtos
primários têm baixa elasticidade-preço no curto
prazo.
• Do lado da demanda, as pessoas precisam de
alimentos e de matérias-primas industriais;
• Do lado da oferta, o tamanho da plantação é
determinado com antecedência e o produto
perecível tem de ser comercializado, qualquer que
seja o preço.
Volatilidade dos preços
Um pequeno deslocamento em uma curva traz grande
mudança no preço de equilíbrio:

P
O

P0 E

E1
P1
D0
D1
Q1 Q0 Q
Conclusão
• Preços declinantes e volatilidade dos preços
são particularmente importantes quando as
exportações de um único produto agrícola
representam uma parcela grande da receita
total de exportações.
• Alguns PMDs são muito vulneráveis porque
dependem pesadamente de um único
produto de exportação.
O QUE FAZER?

DESENVOLVIMENTO
ATRAVÉS DA
INDUSTRIALIZAÇÃO
Substituição de importações
• A substituição de importações protege a produção
doméstica através de elevadas tarifas ou cotas de
importação para estimular a substituição de
importados por produtos domésticos.
• Ela reduz o comércio internacional e suprime o
princípio das vantagens comparativas. Os recursos
domésticos são afastados dos produtos primários e
orientados para a indústria manufatureira, na qual
inicialmente tinham desvantagens comparativas.
Perigo
• A substituição de importações pode ser um
beco sem saída: uma vez terminada a
substituição o crescimento econômico pode
sofrer uma parada.
• O país estará então especializado em
indústrias nas quais tem uma desvantagem
comparativa e a expansão só pode continuar
pela expansão da demanda doméstica.
Mérito
• A vantagem comparativa é dinâmica e não
estática. Uma tarifa pode ajudar uma indústria
nascente.
• Ao desenvolver um setor industrial e aprender
a usar tecnologia correspondente, os PMDs
podem eventualmente adquirir uma
vantagem comparativa em alguns produtos
industriais.
Exportação de manufaturas

• A verdadeira história de sucesso das três últimas


décadas é a do grupo de países que transformou a
economia mundial em uma oportunidade ao
exportar manufaturas produzidas usando sua mão-
de-obra relativamente barata.
• Essa estratégia pode ser frustrada por
protecionismo que exclua os PMDs dos mercados
dos países ricos. As indústrias em expansão nos
PMDs são geralmente as indústrias declinantes nos
países ricos, onde os trabalhadores terão de ser
realocados.
O QUE FAZER?

DESENVOLVIMENTO
ATRAVÉS DE
EMPRÉSTIMOS
Empréstimos
• Um terceiro caminho para o desenvolvimento
econômico é através de empréstimos externos.
• Ocorre que os termos dos empréstimos costumam
ser desfavoráveis aos PMDs.
• O peso da dívida não depende só do tamanho do
estoque mas também da taxa de juros. Quando as
taxas de juros internacionais aumentam, os países
devedores sofrem ainda mais.
Custo da dívida
• Se os empréstimos forem investidos com êxito
em projetos produtivos, o produto pode ficar
alto o suficiente para cumprir facilmente os
compromissos de pagamento de juros.
• Parte do problema é que, em geral, a taxa de
retorno de grande projetos de investimento
tem sido decepcionante.
Ajuda econômica
• Ajuda é um pagamento de transferência
internacional dos países ricos para os países
pobres.
• A ajuda econômica pode ter várias formas:
empréstimos subsidiados, doações de
alimentos ou maquinaria, assistência técnica
ou assessoria gratuita.
Compensação?
• Muitos dos PMDs sentem que a prosperidade
do Norte foi construída durante um período
colonial em que foram explorados os recursos
do Sul.
• Ajuda pareceria ser ao menos uma
compensação parcial.
• Os países do Norte não compartilham essa
interpretação da história.
Tendência
• Mais comércio, menos ajuda. Assim como é
melhor que o governo proporcione
treinamento de reciclagem a um trabalhador
que ficou desempregado, em vez de lhe dar
assistência social para o resto da vida,
também os PMDs querem acesso útil aos
mercados e não mais uma cultura de
dependência.
Tendência
• A maneira mais rápida de melhorar a distribuição de
renda do mundo seria permitir a livre migração entre
países.
• Residentes de países pobres iriam para outros países em
busca de renda mais elevada. Ao emigrar,
disponibilizariam capital e terra por trabalhador dos que
ficaram em sua terra natal.
• Se o hiato entre ricos e pobres continuar aumentando,
os países ricos verificarão que será cada vez mais difícil
manter de fora os migrantes econômicos.
Tendência
• Os países mais ricos têm uma proporção cada vez
maior de velhos em sua população, e têm cada vez
menos trabalhadores jovens para pagar impostos e
financiar as aposentadorias.
• Eventualmente, haverá uma demanda elevada de
trabalhadores jovens, que talvez tenha de ser
importados.
• Em alguma data futura, talvez se estenda um tapete
vermelho aos imigrantes.

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