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Capítulo 11

Política
comercial nos
países em
desenvolvimento
Tópicos

• Introdução
• Industrialização por substituição de
importações
• Liberalização de comércio desde 1985
• Comércio e crescimento: decolagem na
Ásia

11-2
INTRODUÇÃO

11-3
Introdução
• Quais países são “países em desenvolvimento”?
• O termo “países em desenvolvimento” não tem
uma definição precisa, mas é um nome dado a
muitos países de baixa e média renda.

11-4
Tabela 11-1: Produto Interno Bruto per
capita, 2009 (dólares)

11-5
INDUSTRIALIZAÇÃO POR
SUBSTITUIÇÃO DE
IMPORTAÇÕES
11-6
Industrialização por substituição de
importações
• A industrialização por substituição de importações
foi uma política comercial adotada por muitos
países de baixa e média renda antes da década de
1980.
• A política tinha como objetivo encorajar as
indústrias domésticas ao limitar os concorrentes
importados.

11-7
Tabela 11-2: Proteção efetiva de
manufaturados em alguns países em
desenvolvimento (%)

11-8
Industrialização por substituição de
importações (cont.)

• A principal justificativa desta política era/é o


argumento da indústria nascente:
– Países podem ter uma vantagem comparativa potencial
em algumas indústrias, mas estas indústrias não podem
concorrer inicialmente com indústrias já estabelecidas em
outros países.
– Para permitir que estas indústrias se estabeleçam, os
governos deveriam temporariamente apoiá-las até que
tenham crescido o suficiente para concorrer
internacionalmente.

11-9
Problemas com o argumento da indústria
nascente

1. Pode ser ineficaz dar apoio no presente a


indústrias que terão uma vantagem comparativa
no futuro.
2. Com a proteção, as indústrias nascentes podem
nunca “crescer” nem se tornar competitivas.
3. Não há justificativa para intervenção do governo
a não ser que haja uma falha de mercado que
impeça que o setor privado venha a investir na
indústria nascente.

11-10
Indústrias nascentes e falhas de
mercado
• Dois argumentos sobre o modo como falhas
de mercado impedem que indústrias
nascentes se tornem competitivas:
1. Mercados imperfeitos de ativos financeiros
– Devido a leis financeiras e mercados que pouco
funcionam (e, de forma mais geral, uma falta de
direitos de propriedade), firmas não fazem poupança
nem tomam emprestado para investir o suficiente
nos seus processos produtivos.
– Se a criação de mercados que funcionam melhor e o
cumprimento de leis não é factível, então tarifas
elevadas seriam uma política de segundo melhor
para aumentar os lucros em novas indústrias,
levando a um crescimento mais rápido.

11-11
Indústrias nascentes e falhas de mercado
(cont.)

2. Problema da apropriação
– Firmas podem não ser capazes de se apropriar de forma
privada dos benefícios de seu investimento em novas
indústrias porque esses benefícios são bens públicos.
– O conhecimento criado quando se iniciou uma indústria
pode não ser apropriável (pode ser um bem público)
devido a uma falta de direitos de propriedade.
– Se o estabelecimento de um sistema de direitos de
propriedade não é factível, então tarifas elevadas seriam
uma política de segundo melhor para encorajar o
crescimento em novas indústrias.

11-12
Industrialização por substituição de
importações (cont.)
• Industrialização por substituição de importações
nos países latino-americanos ocorreu para
encorajar indústrias de manufaturados nas
décadas de 1950 e 1960.
• Mas o desenvolvimento econômico, e não o
fomento aos manufaturados, era o objetivo final
da política.
• A industrialização por substituição de importações
promove o desenvolvimento econômico?
– Não. Os países que adotaram essas políticas cresceram
mais lentamente que os demais.

11-13
Industrialização por substituição de
importações (cont.)
• Parece que o argumento da indústria nascente não
era tão válido como alguns acreditaram
inicialmente.
• Novas indústrias não se tornaram competitivas
apesar de / por causa de restrições comerciais.
• A industrialização por substituição de importações
envolveu custos e promoveu o desperdício no uso
de recursos:
– Envolveu regras complexas que consumiam tempo.
– Fixou alíquotas altas de tarifas para consumidores,
inclusive firmas que precisavam comprar insumos
importados para seus produtos.
– Promoveu indústrias pequenas ineficientes. 11-14
LIBERALIZAÇÃO DE
COMÉRCIO DESDE 1985
11-15
Liberalização do comércio
• Alguns países de baixa e média renda com
comércio relativamente livre tiveram crescimento
econômico em média maior do que aqueles que
seguiram a substituição de importações.
• Em meados da década de 1980, muitos governos
deixaram de acreditar na substituição de
importações e começaram a liberalizar o comércio.
– Queda brutal nas alíquotas de tarifas da Índia e do Brasil, e
reduções menos drásticas em muitos outros países em
desenvolvimento.

11-16
Liberalização do comércio (cont.)
• Liberalização do comércio nos países em
desenvolvimento ocorreu juntamente com um
aumento brutal no volume de comércio.
– A parcela do comércio no PIB triplicou durante 1970–
1998, com a maior parte do crescimento ocorrendo após
1985.
– A parcela de bens manufaturados nas exportações de
países em desenvolvimento cresceu muito, vindo a
dominar as exportações dos maiores países em
desenvolvimento.
• Muitos países em desenvolvimento tiveram
crescimento extraordinário ao se tornarem mais
abertos ao comércio.
11-17
Fig. 11-1: Alíquotas de tarifas nos países
em desenvolvimento

Source: World Bank.

11-18
Fig. 11-2: Crescimento do comércio nos
países em desenvolvimento

11-19
Liberalização do comércio (cont.)
• A liberalização do comércio promoveu o
desenvolvimento? A evidência não é conclusiva.
– As taxas de crescimento no Brasil e em outros países
latino-americanos é menor desde a liberalização do
comércio do que durante a industrialização por
substituição de importações.
• Mas políticas macroeconômicas instáveis e crises
financeiras contribuíram para um crescimento menor
desde a década de 1980.

11-20
Liberalização do comércio (cont.)
– Outros países como a Índia cresceram rapidamente desde
a liberalização do comércio na década de 1980, mas não
está claro em que medida o comércio liberalizado
contribuiu para o crescimento.
– Alguns economistas também argumentam que a
liberalização do comércio contribuiu para a desigualdade
de renda, como prediz o modelo de Heckscher-Ohlin.

11-21
COMÉRCIO E
CRESCIMENTO:
DECOLAGEM NA ÁSIA
11-22
Comércio e crescimento: decolagem
na Ásia
• Muitos países na Ásia adotaram, em vez da
substituição de importações, políticas comerciais
que promoveram exportações em determinadas
indústrias.
– Japão, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura,
Malásia, Tailândia, Indonésia e China experimentaram
crescimento rápido em vários setores exportadores e
crescimento econômico rápido em geral.

11-23
Comércio e crescimento: decolagem na
Ásia (cont.)

• Estas economias asiáticas de alto desempenho geraram um


alto volume de exportações e importações em relação à
produção total.
• Suas reformas de políticas foram seguidas de um grande
aumento da abertura, medida pela sua parcela de
exportações no PIB.
• Logo, é possível se desenvolver através do crescimento
orientado para exportações.
• Contudo, países latino-americanos como México e Brasil, que
também liberalizaram fortemente o comércio e incentivaram
as exportações, não tiveram decolagens econômicas
semelhantes.
• Os resultados latino-americanos sugerem que outros fatores
devem ter desempenhado um papel importante no milagre
asiático.
11-24
Fig. 11-3: Decolagem asiática

Source: Total Economy Database.

11-25
Fig. 11-4: Comércio crescente na
Ásia

11-26
Comércio e crescimento: decolagem na
Ásia (cont.)

• Não está claro se o alto volume de exportações e


importações causou o rápido crescimento
econômico ou se estava apenas correlacionado
com o rápido crescimento econômico.
– Taxas de poupança e investimento elevadas poderiam ter
levado a um rápido crescimento econômico em geral e a
um rápido crescimento econômico nos setores
exportadores.
– Um rápido crescimento na educação levou a taxas
elevadas de alfabetização e habilidades matemáticas que
são importantes para uma força de trabalho produtiva.
– Estes países também colocaram em prática outras
reformas econômicas.
11-27
RESUMO

11-28
Resumo
1. Industrialização por substituição de importações
tinha como objetivo promover o crescimento
econômico pela restrição de importações que
concorriam com produtos domésticos em países
de baixa e média renda.
2. O argumento da indústria nascente diz que novas
indústrias precisam de proteção temporária ao
comércio devido a falhas de mercado:
– mercados imperfeitos de ativos que restringem a
poupança, a tomada de empréstimos e o investimento
em processos produtivos
– problemas de apropriação de ganhos do investimento
privado nos processos produtivos
11-29
Resumo (cont.)
3. A industrialização por substituição de
importações foi experimentada nas décadas de
1950 e 1960, mas em meados da década de
1980 foi abandonada para dar lugar à
liberalização do comércio.
4. O efeito da liberalização do comércio sobre o
bem-estar nacional ainda está em debate.
– O comércio ajudou o crescimento em alguns setores,
mas dizer que o comércio causou um maior
crescimento econômico global provoca um certo
ceticismo.
– Alguns argumentam que o comércio causou uma
maior desigualdade de renda.
11-30
Resumo (cont.)
5. Muitas economias do Leste da Ásia adotaram
uma industrialização orientada para exportações,
em vez de orientada para substituição de
importações.
– Volumes altos de exportações e importações e restrições
comerciais relativamente baixas eram características
dessa política.
– Não está claro até que medida esta política contribuiu
para o crescimento econômico global, já que outros
países não tiveram sucesso semelhante.

11-31

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