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Sebenta de Economia

2020-2023

Módulo 6
A INTERDEPENDÊNCIA
DAS ECONOMIAS ATUAIS
1. Comércio Internacional

Actividade económica que se refere ao intercâmbio de bens e serviços entre todos


os países do mundo e que engloba atividades económicas gerais como a compra,
venda e intercâmbio de bens e serviços e que são regidas por normas estabelecidas
em acordos internacionais. Implica também um sistema de pagamentos e
recebimentos em diversas divisas ( moeda estrangeira ) e formas de pagamento
para efetuar essas trocas comerciais internacionais, que são a base do comércio
internacional.

Podemos apontar como principais fatores para a alavancagem do comércio


internacional:
- A liberalização comercial
- Eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias

As economias que participam no comércio internacional são conhecidas


como economias abertas, que são regiões ou nações cujo comércio está
aberto ao exterior e onde são realizadas compras de bens e serviços ao
exterior (Importações ) e venda de bens e serviços ao exterior (exportação).

O surgimento do comércio internacional está inteiramente ligado à falta de


capacidade de uma economia de produzir todos os bens que a procura necessita ou
deseja, mesmo que um país possa produzir todos os produtos, geralmente não o
pode fazer da forma mais eficaz para todos eles o que acaba por encarecer a oferta
e diminuir a qualidade do que é oferecido. Vejamos os seguintes exemplos:

- O petróleo é uma das fontes de energia


mais utilizada, poucos países têm
capacidade de produzir quantidades
suficientes para se auto abastecerem.
Neste caso têm de importar do exterior
para satisfazer as necessidades da
população.
- Ou a produção de café de um
determinado país que dispõe dos meios
para produzir todo o café que a
população necessita. No entanto, se
esse país não tiver as melhores
condições para a produção desse bem,
como o clima ou a qualidade dos solos, a produção vai ser má qualidade.
Desta capacidade que os países têm ou não para produzir determinados produtos
para compor a sua oferta resultam os seguintes conceitos fundamentais para a
estruturação e definição do comércio internacional:

Vantagem Absoluta

A vantagem absoluta é a capacidade que um indivíduo , organização, ou nação tem


para produzir um produto específico com melhor gestão dos fatores de produção
(terra, trabalho, capital, tecnologia) disponíveis do que outros. O tipo de vantagem
que o sujeito se baseia para fazer essa melhor gestão dos recursos pode ser
variado, pode ser uma vantagem ao nível do trabalho, como a mão de obra mais
qualificada ou mais barata, ou pode ser de outro tipo.

A vantagem absoluta representa em específico a situação em que um sujeito


consegue produzir um maior número de um determinado bem com os mesmos
recursos de qualquer outro país.

Ou seja, a vantagem absoluta acontece quando uma nação, por exemplo, é capaz
de produzir alguns bens a um custo menor que outros países, com o mesmo
número de recursos.

Há que ter atenção que se um bem for produzido exclusivamente por uma nação, o
comércio com outras deixa de ser mutuamente benéfico deixa impossível, sendo
que esse país é livre de praticar preços mais elevados e baixar os níveis de
qualidade sem perder consumidores que tenham a necessidade de o adquirir.

Vantagem Comparativa

Este conceito remete para uma situação em que uma nação, organização ou
indivíduos produz bens e serviços com menor custo de oportunidade, quando
falamos no custo de oportunidade de um bem ou serviço falamos do valor que é
sacrificado para produzir outra unidade desse mesmo bem.

Por outras palavras é a vantagem que um sujeito tem de produzir um determinado


melhor que os outros países.

O princípio da vantagem comparativa diz que uma nação com vantagem


comparativa sobre outra na produção de determinado bem ou serviço, deve
especializar-se na produção desses bens sobre os quais têm vantagem
comparativa e deve importar os bens onde a produção é ineficiente.
Semelhanças entre vantagem absoluta e comparativa

Ambas as teorias se referem à produção de bens e serviços entre duas ou mais


nações.

Diferença entre vantagem absoluta e comparativa

a) Relativamente à Definição

Vantagem absoluta: Descreve a capacidade de determinado país produzir bens e


serviços a um custo menor por unidade ( mais quantidades - quantitativo)

Vantagem comparativa: Descreve a capacidade de um determinado país para


produzir mercadorias a um menor custo de oportunidade. ( produzir melhor -
qualitativo)

b) Ao nível da Negociação

Vantagem absoluta: O comércio não é mutuamente benéfico para dois países.

Vantagem comparativa: O comércio é mutuamente benéfico para dois países.

c) Em termos de Produção

Vantagem absoluta: Produz um volume maior de bens com a quantidade de


recursos disponível.

Vantagem comparativa: Produz bens de modo mais eficaz que outra nação com a
mesma quantidade de recursos.

d) O Foco

Vantagem absoluta: Considera a vantagem de produzir maior número de bens.

Vantagem comparativa: Considera a produção global de uma nação durante um


determinado período de tempo e a eficácia da mesma.

As economias abertas são ainda caracterizadas pelos seus diferentes graus de


protecionismo.
Protecionismo

O protecionismo é uma política comercial estabelecida por um governo com o


objectivo de proteger a indústria nacional face à concorrência internacional através
da aplicação de tarifas ou qualquer outro tipo de restrição à importação.

Ou seja o protecionismo pressupõe um comércio internacional com


barreiras/limitações, ao contrário de um comércio ou mercado livre, sendo que nas
situações em que um mercado é totalmente livre é possível que a indústria nacional
saia prejudicada, já que sairia mais barato a um país importar do que produzir
internamente, e isto coloca em risco o desaparecimento da produção nacional e os
postos de trabalho a esta ligados.

Para que isto não aconteça são levadas a cabo as medidas protecionistas.

No entanto é também importante ter em consideração que as medidas


protecionistas quando não são ponderadas e equilibradas, podem prejudicar a
concorrência a nível nacional, sendo que provocam um aumento exponencial dos
preços dos produtos produzidos internamente.

Em relação às consequências da utilização excessiva de medidas protecionistas


para os diferentes agentes económicos podemos afirmar que, primeiramente, são
influenciados de forma negativa os consumidores porque acabam por pagar preços
mais altos do que poderiam pagar por produtos importados e ficam com opções de
escolha mais limitadas. Posteriormente perdem também os produtores estrangeiros
que são barrados á entrada no mercado protegido.
Vantagens do Proteccionismo

- Protecção das novas indústrias nacionais - Protege as indústrias


nacionais emergentes , que sem o apoio do proteccionismo dificilmente
poderiam começar a desenvolver a sua atividade, pois seriam “engolidas”
pelas grandes empresas internacionais e teriam custos de entrada no
mercado extremamente elevados. O protecionismo atua aqui com caracter
temporário até que a indústria seja suficientemente madura para competir
nos mercados mundiais.

- Fomenta a industrialização a nível nacional - Enquanto aumenta a


produção dentro do país faz crescer o emprego a nível nacional.

- Protecção das indústrias nacionais estratégicas para o país - Protege as


indústrias fundamentais para o desenvolvimento do país.

Desvantagens do proteccionismo

- Subida excessiva dos preços - Ao limitar a entrada de produtos


estrangeiros, as empresas nacionais podem aproveitar para monopolizar o
mercado e aplicar uma subida de preços excessiva.
- Perda de qualidade no processo de produção.
- Limitação da oferta disponível.
- Balança comercial desequilibrada.

NOTA

Monopólio - Exploração sem concorrência de um negócio ou indústria, em


virtude de um privilégio, ou seja é a posse em caráter exclusiva e abusiva,
onde geralmente é praticada a venda de determinado produto ou serviço a
preços excessivos. A maioria dos países adotou um conjunto de normas na
sua legislação para impedir a formação de monopólios.

Oligopólio - Ao contrário do Monopólio que é caracterizado pela ausência


total de concorrência, o Oligopólio compreende um conjunto de empresas
que domina determinado setor da economia ou produto oferecido no
mercado. No geral, a prática de preços excessivos é também comum e o
domínio destas empresas deixa pouca margem para a entrada de nova
concorrência no mercado.

Esta tendência Oligopolista verifica-se geralmente em sectores económicos


que exigem maior investimento, como as indústrias: automobilística, química
e farmacêutica, etc.
- Qualidade inferior dos produtos e menor diversidade de bens e serviços
Ao fomentar apenas o consumo de produtos nacionais, faz com que os
consumidores fiquem mais limitados em termos de escolha e que tenham que
optar pela oferta disponível, muitas vezes isto torna tentador para as
empresas baixar a qualidade da oferta e subir os preços com vista em
aumentar as receitas da empresa e obter mais lucro. Neste sentido, o
protecionismo faz com que os consumidores percam oportunidade de
consumo potencialmente mais rentáveis.

Principais medidas protecionistas

Tarifas - Impostos aplicados a todas as importações de um país, que deste


modo se tornam menos acessíveis, incentivando assim a produção interna.
Podem também ser aplicadas às exportações, o que é menos comum.

Quotas de importação - Limitação quantitativa do número de unidades


permitidas de importar.

Subsídios à exportação - O governo incentiva as empresas à exportação,


através de subsídios.

Conteúdo doméstico mínimo - Requerimento / obrigação em que uma


percentagem do conteúdo de um produto deve ser nacional.

Restrições voluntárias às exportações - Um país pode optar por restringir


a exportação de produtos com o objetivo de evitar as tarifas ou quotas
impostas pelo sócio comercial.

Barreiras não tarifárias ou barreiras administrativas - Barreiras ou


limitações técnicas, legais ou de outro tipo que desincentivam as importações
ou exportações.

Ou seja, se voltarmos ao pensamento de que as economias abertas são


caracterizadas pelos seus diferentes graus de protecionismo. Percebemos que
naquelas cujas tarifas são de menor quantidade ou valor são mais próximas daquilo
que é o mercado/comércio livre. Aquelas onde existem tarifas mais elevadas ou em
maior quantidade são conhecidas como econômicas protecionistas.

Economias fechadas - Não realizam trocas comerciais com o exterior, e como tal
não participam no comércio internacional, vejamos por exemplo a Coreia do Norte
que durante a maior parte da sua existência enquanto país, não executava
importações nem exportações, apenas se auto abastecia.
1.1. Importância do comércio internacional

A importância do comércio internacional para a economia de um país está ligada a


diferentes factores:

- Garantia da venda do excedente de produção de um país;


- Garantir o acesso da população / mercado consumidor a bens e serviços que não
estão disponíveis localmente.
- Potência a diversificação de mercados.
- Redução dos riscos das atividades através da diversificação de mercados ( no
caso de crise económica no país produtor , a atividade económica pode
desenvolver-se noutros mercados onde as economias se encontrem estáveis. )
- Ajuda a formar uma parte importante do PIB - Produto Interno Bruto.

Vantagens do Comércio Internacional

- O comércio internacional é considerado uma das partes mais importantes


para o crescimento económico, quer nacional quer global. Possibilitando ao
mercado diversificar a sua oferta e praticar preços mais acessíveis.

- Para além da diversificação de bens e serviços a preços mais competitivos, o


comércio internacional incentiva a produção com qualidade, sendo que o
mercado é composto por mais empresas concorrentes que tentam oferecer o
melhor produto ao preço mais competitivo.

- Ainda permite a países que não produzem determinados bens e serviços com
qualidade ou eficácia, oferecer à população produtos importados com essas
características e a preços competitivos. ( exemplo do café ).

- Outra das vantagens do comércio internacional é a revolução ao nível dos


serviços, actualmente podemos contratar um serviço de excelência ou
relevantemente mais barato no outro lado do mundo, ainda que a operar no
nosso país.

1.2. Comércio Internacional VS Comércio Externo

Não são conceitos divergentes,no entanto é importante compreender que a


diferença está nas normas que regulam os dois tipos de comércio. Enquanto o
comércio internacional segue regras negociadas em órgãos internacionais como a
UE, o comércio externo tem como foco um país específico , e a sua legislação
interna, em relação aos demais. O objectivo deste segundo é garantir os interesses
do país nas trocas comerciais, dentro dos limites da legislação internacional.
1.3. Fatores que influenciam o Comércio Internacional

A) Tipologia de câmbio

O tipo de câmbio refere-se ao preço de uma moeda face a outra. As taxas de


câmbio flutuam em função da procura de uma divisa (moeda estrangeira) em
específico.

Se existe uma forte procura por uma divisa de determinado país, o seu preço tende
a aumentar. Dadas estas flutuações no preço pode, por vezes, ser mais ou menos
rentável ( mais barato ou mais dispendioso) comprar bens ou adquirir serviços a
uma nação e vender ou prestar os mesmos a outra.

B) Competitividade

Medida de capacidade relativa dos diferentes países para oferecer produtos e


serviços diferenciados, tendo em conta a eficiência,custos com emprego , nível de
regulação do governo e facilidade para gerar negócios. A competitividade afeta o
comércio internacional sendo que os países mais competitivos tendem a
alcançar um maior volume de comércio global. Assim como a procura pela
maximização de vendas e expansão do negócio levam mais empresas a procurar
fazer parte do comércio internacional e isso contribui para o desenvolvimento do
mesmo.

C) Tarifas aduaneiras e barreiras ao comércio


Por vezes os governos promovem barreiras comerciais para limitar o comércio
internacional, através da utilização de quotas que ditam uma certa quantidade de
produto que pode ser adquirido ou exportado para o estrangeiro. Estas tarifas
funcionam como imposto pago sobre a mercadoria, geralmente aquela que é
importada mas também sobre a exportada.

D) Globalização
Alavancada pelo progresso tecnológico e quebra das barreiras comerciais entre
diferentes nações, a Globalização é a tendência generalizada para as economias
nacionais interagirem mais entre si e provocar assim uma aumento do comércio
internacional.

E) Fatores Culturais
Algumas culturas mais conservadoras estão menos aptas e receptivas ao comércio
internacional e preferem cultivar um estilo mais protecionista, preferindo produzir
internamente e ser auto-suficientes.
1.4. Tipos de trocas internacionais

Troca direta e Troca Indireta

Troca direta ou Permuta representa a transação ou termo contratual em que uma


das partes entrega um bem ou presta um serviço e em troca recebe outros bens ou
serviços, sem que um dos elementos na troca seja a moeda.

Desvantagens da troca direta:

- Dificuldade na atribuição de valor aos bens.


- Transporte de bens.
- Divisibilidade ou fraccionamento dos bens.
- Duplicação da coincidência de desejos.
- Elevado número de transacções.

Já a troca indireta é aquela que se realiza através de um acto de compra e venda de


bens e serviços por troca de uma unidade de medida que pode ser o dinheiro como
é mais recorrente nos dias de hoje, embora durante muito tempo foi a chamada
moeda-mercadoria ( que envolvia unidades de medida pagas em bens contáveis e
genericamente mais fáceis de fracionar - Gado, sal, cereais).

Trocas compensadas

Forma de comércio internacional que objetiva eliminar ou reduzir substancialmente


as transferências de divisas (moedas estrangeiras) através de trocas, acordos de
reaquisição (que evitam por exemplo a dupla tributação de impostos, quotas e
taxas…), comércio triangular, transacções compensadas.
Nota: Comércio Triangular - Rota comercial de longa duração na história do
comércio, existente no oceano atlântico, e que envolve os continentes: Norte e Sul
Americano , Europeu e Africano.
Importações e Exportações

Atividades referentes ao comércio internacional e relacionadas, respectivamente, à


entrada (compra) e à saída (venda) de produtos de um determinado país.

Exportações

Exportação refere-se à atividade de venda, envio ou doação de produtos, bens e


serviços de um determinado país para outro.
Muitas empresas decidem exportar a fim de crescer economicamente por meio da
ampliação dos negócios e do comércio para além do mercado interno.

É possível distinguir quatro tipos de exportação:


1. Direta: exportação realizada pelo próprio produtor, que fatura diretamente
em relação ao importador. Para que essa atividade seja possível, é necessário
que o fornecedor conheça todo o processo de exportação, como a
documentação necessária, o mercado, embalagens, transações, etc.
2. Indireta: exportação na qual a venda de produtos e serviços é realizada por
empresas que os adquirem para exportá-los - Exportadoras. Nesse tipo de
atividade comercial, o produtor não é responsável pela comercialização
externa do produto.
Nesta perspectiva e para as empresas a exportação é assumida como:
1. Perfeita: a exportação é realizada sem o uso de intermediários no decorrer
do processo de entrada do produto no país a qual é destinada.
2. Imperfeita: a empresa exportadora conta com uma alternativa para iniciar o
processo de venda para o exterior em virtude da sua falta de experiência no
comércio independente.
Importações

Atividade de compra de produtos, bens ou serviços vindos do exterior para outros


países.
Mesmo apresentando grandes territórios e abundância de riquezas, nenhum país é
atualmente autossuficiente, como percebemos anteriormente com o progresso
tecnológico e social surgem todos os dias novos desejos e necessidades para o
consumidor a nível global o que traz a necessidade de importar produtos cujo país
não está estruturalmente preparado para produzir.
Essas importações podem ser realizadas com o objetivo de abastecer setores
industriais com matérias-primas, bens e serviços, viabilizar pesquisas ou abastecer
a população com alimentos e outros bens necessários e desejados.

O processo de importação divide-se em três fases:


1. Administrativa: fase de autorização para importação aplicada segundo a
operação ou o tipo de mercadoria que será importado. É responsável por gerar
a licença para importação.
2. Cambial: fase de pagamento ao exportador, na qual a moeda estrangeira é
transferida para o exterior.
3. Fiscal: fase de desembaraço alfandegário, que corresponde ao despacho
aduaneiro ( autorização da alfândega através de tributação ) por meio do
recolhimento de tributos.

Ambas as atividades comerciais de exportação e importação são importantes e


estabelecem a dinâmica econômica às nações.
O ideal será, na maioria dos casos, que um país exporte mais do que aquilo que
importa, o que não significa que não exista importação, é importante criar balanço
entre as duas atividades para que sejam supridas todas as necessidades que
emergem de determinada sociedade ao mesmo tempo que a nação demonstra ter
capacidade para produzir aquilo em que se especializa e importar apenas os que
não produz de forma tão eficaz. Tudo isto leva ao correto direcionamento económico
de um país.
+ Exportações - Importações = Balança comercial Positiva
2. Balança de pagamentos e Balança Comercial

Duas declarações são preparadas com o objetivo de manter um registro das


transações feitas pelo país a nível internacional.

2.1. Balança de pagamentos


Registro das transações de bens, serviços,património e ativos entre os residentes
do país e o resto do mundo.
Representa então o conjunto de todas as transacções comerciais internacionais
realizadas pelo país em determinado período, incluindo todas as transacções
monetárias sejam elas provindas da compra e venda de bens, prestação de
serviços, transferências monetárias, empréstimos, doações, investimentos e outras
operações.

Pressupostos:

- Agrupa quer os investimentos público e privado de forma a identificar o fluxo


de entrada e saída de dinheiro na economia ao longo de um período.
- O saldo da Balança de Pagamentos indica quantitativamente se o país está
a exportar ou importar capital do exterior.

Na balança de pagamentos o ideal é a mesma se encontrar num ponto de


equilíbrio. Um país que apresenta déficits e superávits na mesma, está
obrigado a tomar medidas e a proceder a ajustes para evitar que o fluxo de
capitais vindos do exterior não seja interrompido, tais como:

- Desvalorização real da taxa de câmbio.


- Redução do nível de atividade
econômica.
- Restrições quantitativas ou tarifárias às
importações.
- Subsídio à exportação e controle de
remessa de capitais ao exterior.
O Saldo de Pagamento / Balança de pagamentos está dividido no seguinte
conjunto de contas:

a) Conta Corrente : A conta que mantém o registro de itens tangíveis e


intangíveis. Itens tangíveis incluem bens, os itens intangíveis incluem
serviços e renda.
b) Conta de Capital e Financeira : A conta capital registra
principalmente transferências de patrimônio por migrantes entre países
( conjunto de bens ou valores de interesse económico pertencentes a
uma pessoa, instituição ou empresa e ainda bens, ou conjunto de
bens, de natureza material ou imaterial, de reconhecido interesse
(cultural, histórico, ambiental, etc, para determinada região, país, etc).
Faz também o registro de todo o gasto de capital realizado e a receita
gerada coletivamente pelo setor público e privado.

(O Investimento Estrangeiro Direto, Empréstimos Comerciais Externos,


Empréstimo do Governo ao Governo Estrangeiro, e outros estão incluídos na
Conta de Capital.)

A conta financeira tem quatro subcontas: Investimento Direto, Investimento


em Carteira, Derivativos e Outros Investimentos. Fazem ainda parte dessa
conta os capitais compensatórios: contas caixa (haveres no exterior e direitos
junto ao FMI), empréstimos oferecidos pelo FMI e contas atrasadas (débitos
vencidos no exterior)..

c) Erros e omissões.
2.2. Balança Corrente

Uma das balanças primárias que compõem a balança de pagamentos, juntamente


com a balança de capital e a balança financeira. É composta pela balança de bens,
de serviços,de rendimentos e a balança de transferências correntes.

Portanto, esta balança inclui as transacções que têm um carácter regular com o
resto do mundo como as exportações, as importações, os rendimentos dos factores
produtivos e transferências unilaterais ( donativos, subsídios, ou seja, pagamentos e
recebimentos que não têm contrapartida de compra e venda de bens ou serviços).

A balança corrente é um dos principais indicadores sobre o comércio internacional


de um país.

Segundo o SEC2010, as normas de contabilidade nacional que regem a produção


de dados na União Europeia, a balança corrente decompõe-se em três principais
contas/balanças:

- Balança comercial: resulta da agregação da balança de bens com a de


serviços;

- Balança de bens (ou de mercadorias): registra as exportações e as


importações de mercadorias;

- Balança de serviços: contabiliza as prestações de serviço;

- Balança de transacções correntes: agrega as transacções que


correspondem a rendimentos decorrentes de activos que residentes possuem
no exterior e estrangeiros no território nacional (Imóveis, investimentos,
empresas, ações…)
- Balança de transferências: registra as transferências unilaterais, ou seja,
donativos, subsídios, ou seja, pagamentos e recebimentos que não têm
contrapartida de compra e venda de bens ou serviços
2.3. Balança comercial

Indicador que permite visualizar o desempenho do comércio internacional de um


país, através do registro das importações e das exportações de bens / mercadorias,
e da balança de serviços ( prestação de serviços).
A balança comercial representa assim o saldo entre importações e exportações
de mercadorias e serviços efetuadas por um país durante um determinado
ano. Parcela mais importante da conta corrente da balança de pagamentos do país.

Faz apenas registros de itens tangíveis e da prestação de serviços ( excluindo


por isso outras transferências monetárias, como empréstimos, doações,
investimentos).

Pressupostos:

- Mostra a variabilidade nas importações e exportações de bens efectuados


por um país com o resto do mundo ao longo de um período, geralmente
anual, mas podendo ser apresentado semanalmente, quinzenalmente, etc.
- Se existir um balanço compensatório entre exportações e importações
estamos perante uma situação de Equilíbrio comercial.
- Se a soma das Importações for superior á soma de Exportações, estamos
perante uma situação desfavorável , que significa que o estatuto económico
do país não está saudável - Défice comercial.
- Se o valor das exportações for superior ao valor das importações,estamos
perante uma situação favorável, pois demonstra a boa posição econômica do
país - superávit comercial.
- O resultado da balança comercial têm influência direta e mostra ser uma
ferramenta na estruturação do PIB ( Produto Interno Bruto), sendo que este
último está relacionado com tudo o que é produzido e comercializado num
determinado país, ou seja, quando a produção e as exportações aumentam ,
o PIB também aumenta, se o país exporta e produz menos, o PIB baixa.
Fatores que influenciam a balança comercial
Diversos fatores podem influenciar direito ou indiretamente o número de
importações ou exportações que um país realiza:

Taxa de câmbio ( Valor da moeda): A taxa de câmbio se refere à situação em que


a moeda de determinado país vale mais, ou tem a mesma validade, do que a moeda
estrangeira. Como resultado, fica mais barato adquirir produtos importados no
mercado internacional do que produzir os mesmos

Termos de troca e Protecionismo: Os termos de troca são, basicamente, as taxas


que o país coloca em cima dos produtos, tornando os mesmos menos atrativos;
restrições de vários tipos às importações, promovendo o consumo de produtos
produzidos internamente.

Crise: Quando um país entra em crise, o nível de consumo diminui, o que pode
afetar as quantidades importadas. Ou seja, tanto o país em crise, quanto os países
que fazem negócios com esse país, tendem a ver a sua balança comercial ser
afetada;

Nível de renda da economia: Referente à capacidade do país de produzir e


disponibilizar bens de consumo no mercado;

Nível de renda do resto do mundo: Referente momento econômico vivenciado


pelo mundo todo. Quando todos os países estão atravessar um bom momento nas
suas economias, as importações crescem e as nações também;

Cálculo e interpretação da Balança Comercial


O cálculo para determinar como a balança comercial é simples. É necessário
identificar o valor de exportações e importações do período que se deseja analisar,
o que resulta da soma de todos os valores referentes à Importação e Exportação de
bens tangíveis e prestação de serviços. Aplica-se então a seguinte fórmula:

Exportações – Importações = Saldo da balança comercial

Posteriormente após a sua análise e comparação com o período anterior, para além
de ser possível verificar se balança comercial está com déficit, superávit ou
equilibrada, a subtração entre exportações e importações mostra, também, qual a
taxa de cobertura do país.
Taxa de cobertura/Taxa comercial - Exportações e Importações

A taxa de cobertura diz-nos o quanto das importações são cobertas / pagas pelas
exportações do país. Ou seja, mostra qual a dependência ou independência
comercial de um país.

A taxa de cobertura pode ser calculada em porcentagem da seguinte maneira:

(Exportações / importações) x 100% = Taxa de cobertura

Com o cálculo da subtração entre exportações e importações, podemos ter três


tipos de balança comercial diferentes:

a) Superavit - Situação em que um país exporta mais do que


importa, e como tal o saldo da balança comercial é positivo,
sendo que ouve mais dinheiro a entrar no país o que a sair. Indica
a entrada de capitais do exterior (Recebimentos do comércio de bens
e serviços, investimentos, doações, transferências monetárias).
Situação onde o país está a aumentar as suas reservas internacionais
e a atrair moeda estrangeira para sua economia. A moeda local
valoriza e o câmbio fica mais barato.
b) Deficit - Quando determinado país importa mais do que exporta
em determinado período. Por outras palavras, o país comprou mais
mercadorias ou adquiriu mais serviços do exterior do que vendeu as
suas para outros países, resultando em saldo negativo, ou seja déficit,
o que motiva a desvalorização da moeda local e o do câmbio torna-se
mais dispendioso.
c) Se Balança de Pagamentos não apresenta deficit nem superavit,
afirma-se que está numa situação de equilíbrio. Onde a quantidade
de recursos que entra e sai do país se mantém ao mesmo nível. Ou
seja o número de importações é equivalente ao número de
exportações, e obtém-se o equilíbrio da balança comercial.
Estudo de caso - Economias abertas, Importações, Exportações, divisas,
protecionismo.

a) Quando uma empresa num determinado país vende os seus produtos no


exterior, o comprador estrangeiro paga o valor na moeda internacional de
troca estabelecida. Nos países onde por lei só existe uma única moeda
corrente, a empresa que recebeu o pagamento do comprador estrangeiro
poderá ter necessidade de trocar a divisa pela moeda local. Essa divisa (
moeda estrangeira) são inicialmente os bancos através das corretoras. Mais
tarde os bancos vendem essa divisa aos importadores que utilizam essa
moeda internacional de troca para comprar produtos onde a mesma possa
ser utilizada No fundo, as exportações permitem as importações numa
segunda fase.

b) Segundo o economista Leandro Roque, embora as exportações sejam de


facto muito importantes, não faz sentido ter obsessão com as mesmas,
descuidando as importações. As exportações de determinados produtos
produzidos internamente são benéficas porque trazem divisas ( moedas
estrangeiras ), ao acumular divisa de outro país isto permite á nação
exportadora importar, posteriormente , bens que o país não tenha
capacidade de produzir e onde precisa recorrer ao mercado externo.
Utilizando a dívida do país onde vai importar a transação é mais rentável sem
incorrer em custos de cambio tão elevados e sem tantas barreiras á troca.

No entanto medidas protecionistas pesadas que levem forçosamente a


maximização das exportações em determinados sectores, levam a uma
menor oferta destes no mercado interno, o que eleva os preços para os locais
os comprarem.

Portanto, quando a balança comercial apresenta um superávit (Mais


exportações que importações e mais medidas protecionistas) recorde no
país, significa que os consumidores locais foram privados de uma maior
oferta de bens, tanto aqueles produzidos nacionalmente e que foram
massivamente exportados, como os produzidos no exterior e que não foram
importados por restrições governamentais.

“O padrão de vida de um país é determinado pela abundância de bens e


serviços. Quanto maior a quantidade de bens e serviços ofertados, e quanto
maior a diversidade dessa oferta, maior será o padrão de vida da população”,
explica o economista Donald Boudreaux.
A balança comercial representa apenas uma parcela relevante da Balança de
pagamentos, vejamos as diferenças na tabela apresentada na página seguinte:

Balança comercial Balanço de pagamento

Significado Balança comercial é uma Saldo de pagamento é uma


declaração que captura as declaração que registra todas
exportações e importações as transações econômicas
de bense serviços do país feitas pelo país com o restante
com o resto do mundo. do mundo.

A Balança comercial é são registradas as transações


Registros relacionadas a bens, serviços
responsável apenas pelo
registo de transações de e outras transações. Mantém
itens físicos e da o controle de itens físicos e
prestação de serviços. não físicos.

Transferências Não estão incluídos na Estão incluídos no Balanço de


de Capital balança comercial. Pagamento.

Visão Dá uma visão parcial do Dá uma visão clara da


status econômico do país. posição econômica do país.

Resultado Pode ser favorável, Tanto os recibos como os


desfavorável ou pagamentos são
equilibrado. contabilizados.
Componente É um componente da Conta Corrente e Conta de
conta corrente do saldo de Capital.
pagamento.

Conclusão

Os países mantêm o registro de entrada e saída de dinheiro na economia com a


ajuda de uma balança comercial e de balanço de pagamentos. Eles refletem a
posição real de toda a economia, através da análise e comparação de dados
concretos,e ver por exemplo o volume de comércio aumentou ou diminuiu desde o
último período.
3. Integração económica
A integração económica refere-se a fenómenos de cooperação e unificação (
acordos, tratados, etc) entre dois ou mais países, embora genericamente
corresponda à ocorrência desse tipo de fenómenos entre espaços económicos
diferentes, eventualmente dentro do mesmo Estado.

A integração económica pode subdividir-se em três dimensões:


a) Integração económica nacional (dentro das fronteiras do mesmo país)
b) Integração internacional (que é a mais frequente e implica a participação de
um número restrito de países)
c) Integração mundial (que engloba um número elevado de países à escala
mundial).

A integração económica mundial é normalmente efetuada com base num princípio


de não discriminação, ou seja, de igualdade entre o grande número de países
aderentes relativamente a determinados aspetos da sua vida económica. Um
exemplo concreto de integração económica mundial é o GATT (General
Agreement on Tariffs and Trade), que corresponde a um acordo à escala
planetária, embora alguns países não o tenham ainda ratificado, que tem como
objetivo primordial a diminuição das barreiras alfandegárias impostas por
muitos países à importação de bens, fomentando assim o comércio
internacional.

A integração económica internacional, aplicável a um número restrito de países, tem


como elementos essenciais a integração de mercados através do desmantelamento
de barreiras à circulação de bens, serviços e fatores, a discriminação face a países
terceiros e a criação de formas de cooperação entre os participantes relativamente a
políticas económicas, etc.
As razões para a unificação de espaços económicos internacionais têm
normalmente a ver com duas ordens de razões: o aumento do peso a nível mundial
através da união de esforços e questões de racionalidade económica (a integração
pode proporcionar ganhos importantes através de uma especialização mais
adequada à realidade de cada país, do alargamento dos mercados e eventual
aproveitamento de economias de escala, do aumento da concorrência dentro da
área integrada, da melhoria dos termos de troca com os países terceiros, etc.).

A integração económica internacional pode traduzir-se em várias formas concretas,


sendo as mais comuns as seguintes:
- zona de comércio livre, caracterizada pela livre circulação dos bens
produzidos internamente e pela possibilidade de cada um dos intervenientes
definir autonomamente a sua política face a países terceiros;
- união aduaneira, que, para além da livre circulação de bens e serviços dos
países participantes, implica a existência de uma política comercial externa
comum;
- o mercado comum, que acrescenta à união aduaneira a livre circulação de
fatores (mão de obra, etc.);
- a união económica, que corresponde a um mercado comum onde existe
cooperação e unificação das políticas económicas mais importantes;
- a união monetária, que corresponde a um mercado comum com taxas de
câmbio fixas entre os aderentes e convertibilidade total das moedas,
eventualmente com a criação de uma moeda única;
- união económica e monetária, que corresponde à junção da união
económica e da união monetária;
- união económica total, que implica a existência de um nível de integração
idêntico ao de uma economia nacional.

Ao longo do tempo surgiram vários casos concretos de integração económica


internacional, alguns dos quais ainda em vigor, como é o caso da União Europeia,
que corresponde a uma união económica e monetária.
União Económica e Monetária (UEM)
A União Económica e Monetária é um processo de natureza económica que surge
do contexto de um outro processo mais abrangente e de natureza política, a União
Europeia.

Objectivos da UEM
- Unificação económica e monetária.
- Garantir estabilidade de preços, crescimento econômico e elevado índice de
emprego.
- Padronizar e estabilizar as flutuações camdbiais entre os países membros.

Estratégias e processos desenvolvidos pela UEM

- Adopção do Euro como moeda única entre os países-membro como forma de


alcançar a unificação económica e monetária.
- Criação de políticas monetárias e cambiais em todo o espaço Europeu, com
objetivo de unificação económica.
- Livre circulação de capital no espaço Europeu.
- Associação dos bancos centrais e criação do Banco Central Europeu, que
detém autoridade sobre a implementação e emissão de uma moeda única.
- Relativamente à política económica, não se impõe unicidade política,
podendo os estados-membros continuar a tomar livremente a maioria das
suas decisões e posições nesse domínio ( estabilidade de preços, orientação
da balança de pagamentos e medidas protecionistas a implementar, entre
outras).
3. Empresas transnacionais e a sua importância para o desenvolvimento do
Comércio Internacional.

Com a evolução da globalização a realidade das empresas tomou um novo rumo e


actualmente é seguro dizer que muitas empresas têm um poder enorme e
capacidade de operar em todo o planeta. Outras de menor dimensão, podem não
ter esse mesmo poder, mas estão, no entanto, a trabalhar para a desenvolver
processos de internacionalização de forma a expandir a sua atividade.

3.1. Empresas transnacionais

As ETN´s são organizações que operam em diversos países e como tal vão
além dos limites territoriais inicialmente estabelecidos. São geralmente
empresas e grandes dimensões que se expandem para outros territórios com o
objectivo de penetrar outros mercados, assim como encontrar recursos que facilitem
e reduzam os custos da atividade, o que tem como consequência a maximização
das receitas e lucros das empresas.

São então empresas que têm a capacidade de coordenar e controlar operações


em vários países. As operações e atividades desenvolvidas não tem
obrigatoriamente de ser propriedade da empresa, como a questão do
Franchising, sendo que têm sim, de estar ligadas por controle acionário (
posse, por um acionista ou grupo de acionistas, da maior parcela de ações com
direito ao voto, de uma empresa, garantindo o poder de decisão sobre ela.)

Algumas das restantes características deste tipo de organizações são:

- Grande influência de uma organização sobre unidades de negócio que


partilham, conhecimento, experiência, recursos e responsabilidades entre si.
- Exigem um complexo processo de coordenação e cooperação, onde o capital
social ( valor inicial que os sócios ou acionistas empregam em um
empreendimento no momento de abertura e valor atribuído aos elementos
que constituem uma empresa, recursos humanos, económicos, materiais,
entre outros) não pertence a nenhum dos países em exclusivo.
- Geralmente, são grupos de sociedades que possuem sedes em diversos
países , cada uma delas com determinada autonomia devido ao facto de
serem regidas por legislação diferente.
- São empresas e organizações capazes de monopolizar mercados, sendo que
conseguem alcançar grandes fatias do mesmo ( quota de mercado elevadas)
onde quer que atuem.
Surgimento das empresas transnacionais

As empresas transnacionais surgem devido às seguintes exigências do panorama


organizacional:

- Utilizar a internacionalização como forma de expansão da empresa, para


obtenção de maiores receitas e mais lucro.
- Encontrar mão de obra barata no exterior
- Controlar os mercados para facilitar exportações
- Controlar as fontes de fornecimento de matérias-primas
- Evitar a concorrência das empresas locais
- Eliminar barreiras alfandegárias.

No entanto surgem também impulsionada por fatores como:

- Desenvolvimento da rede de transportes e comunicação.


- Eliminação das barreiras comerciais e expansão do comércio internacional.
- Internacionalização e Globalização.
- Investimento massivo por parte de algumas empresas com esse poder.
- Informatização e progresso tecnológico.
- Necessidades da população por produtos e serviços que não são produzidos
pelo país onde habitam.

Factos sobre empresas Transnacionais

- Segundo a Global Policy Forum, em 1971, este tipo de empresas chegou a


controlar 80% do comércio mundial e nos anos 2000 detinham domínio sobre
¼ da produção mundial.
- Actualmente, as receitas geradas pelas transnacionais mais poderosas do
planeta, superam sozinhas o PIB de muitos países.
- São organizações com poder de impactar positivamente as economias dos
países onde atuam.

Vantagens das empresas transnacionais a nível Económico

- Tendem a ter mais e mais longo sucesso do que os negócios locais.


- Geram grande empregabilidade, especialmente em países em
desenvolvimento, com postos de trabalho mais qualificados e salários mais
elevados.
- Trazem progresso tecnológico, progresso da infraestrutura local e inovação
aos países onde desenvolvem as suas atividades.
- Contribuem com impostos avultados para as receitas dos governos locais.
No entanto, não existem apenas vantagens na existência das empresas
transnacionais, sendo que a principal desvantagem conhecida é a forma como
limitam a atuação de negócios locais de menor escala.

Os Estados e governos locais devem apoiar as transnacionais com incentivos que


podem ir desde a negociação de políticas tributárias ( aplicação de tarifas, taxas,
quotas e impostos ) de forma a criar uma relação de simbiose, onde, enquanto o
apoio do Estado alavanca a atividade das corporações e estas últimas contribuem
de forma relevante para o progresso econômico, social e tecnológico dos primeiros.

Mas , e em simultâneo, também a obrigação contrabalançar o poder destas


empresas, regulando a sua atividade através de políticas locais, e garantindo desse
modo a sobrevivência de empresas locais e o respeito pelo quadro sócio-cultural do
país.

Transnacional VS Multinacional

As transnacionais podem ser diferenciadas das multinacionais quando analisada a


sua estrutura, as primeiras não se identificam com um país de origem atuam de
forma transversal nos países onde desenvolvem atividades, as segundas são
matrizes fixas num território que compram subsidiárias ( organizações que
são controladas e pertencem a outras empresas - empresa-mãe ) em outros
territórios.

As multinacionais têm uma sede que centraliza as tomadas de decisão,


enquanto as transnacionais distribuem seus recursos e responsabilidades por
todos os países em que atuam.

Na multinacional, a direção vê as operações internacionais como um portfólio de


negócios, ao passo que as transnacionais tratam as unidades de negócio de forma
independente, embora trabalhem pelo bem comum da empresa.
Exemplos de transnacionais

Nestlé

A Nestlé é uma das maiores transnacionais existentes, de origem suíça e atuação


no setor de alimentos e bebidas.A corporação ocupa a 33ª posição na lista de
maiores empresas públicas da Forbes Global 2000 e possui mais 447 fábricas em
194 países e emprega mais de 290,000 colaboradores.

Microsoft

A Microsoft Corporation está entre as transnacionais norte-americanas mais


famosas. Fundada em 1989, a empresa gera oportunidades para milhares de outras
empresas e profissionais.Paralelamente destaca-se pela sua responsabilidade
social e projetos de desenvolvimento tecnológico que auxiliam a comunidade.

PEPSICO

Transnacional americana orientada para a produção de produtos alimentares,


snacks, bebidas e outros produtos. Criada em 1965, com a unificação de duas
empresas, Pepsi-cola e Frito-lay. Atualmente e depois de outras fusões com
empresas como a Tropicana Products a PEPSICO conta com a presença de
fabricas e circuitos de distribuição em mais de 200 países e em 2020, por exemplo,
gerou vendas superiores a 68 bilhões de dólares. O grupo integra marcas como
Pepsi, Lays, Fritos, Ruffles, Cheetos, 7UP, Lipton, Pizza Hut e o KFC

Figura - Empresas Transnacionais e as suas marcas.

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