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RESUMO ECONOMIA INTERNACIONAL

POLÍTICAS DE COMÉRCIO EXTERIOR


O comércio internacional não funciona com base no livre comércio, como se fosse um único
sistema econômico, ao contrário, cada Estado impõe uma grande quantidade de medidas de
interferências, que em seu conjunto, denomina-se de Política de Comércio Exterior. São
medidas que possibilitam o incremento das exportações, a redução nas importações, ou
ambos, em diferentes setores da economia do país. Assim, podemos definir esta política como
o "uso articulado de um conjunto de medidas econômicas com capacidade para afetar o fluxo
de comércio exterior do país". Sua implantação obedece a uma série de fatos que aconselham
e justificam a utilização de formas específicas de intervencionismo do Estado no fluxo de
comércio do país, em especial, para limitar a entrada de determinados produtos no território
nacional ou para estimular o crescimento da competitividade de diversos setores no interior
da economia do país. É um instrumento para o desenvolvimento ou manutenção da
competitividade externa da economia nacional.

Os principais argumentos utilizados para justificar o estabelecimento de medidas


protecionistas são:

a) argumento de apoio à indústria nascente, dado que uma indústria nascente pode não estar
em condições de participar de uma efetiva competição externa, em especial, quando o
mercado pode já estar oligopolizado. Esse argumento sustenta que tais indústrias deveriam ser
protegidas, ao menos temporariamente, por tarifas ou cotas sobre importação, até que
conseguissem desenvolver eficiência tecnológica e economia de escala que lhes
possibilitassem concorrer com as indústrias estrangeiras.

b) argumento da Segurança Nacional, com o intuito de proteger indústrias consideradas


estratégicas do ponto de vista de segurança ou vulnerabilidade do Estado frente aos demais
estados nacionais, evitando-se assim, sua desarticulação o que levaria a um aumento da
dependência externa em setores específicos e sensíveis para a estratégia do país.

c) argumento da Proteção ao Emprego interno, no qual se procura defender os setores com


alta quantidade de uso de trabalho, com a meta de manter estabilidade interna, evitando
ampliação da taxa de desemprego no curto prazo.

d) argumento do combate aos Déficits Comerciais existentes na balança de pagamento, que


geraria saída de divisas do país para o exterior, ampliando a dependência financeira externa; e,
por fim,

e) o argumento do direito que tem todo Estado soberano para executar seu processo de
desenvolvimento.

As Principais Medidas protecionistas são: i) Imposto de importação ou tarifas aduaneiras; que


se conforma como um pagamento que as autoridades econômicas exigem dos agentes
internos para a realização da importação de determinados bens. O objetivo básico é elevar o
preço de venda do bem no mercado interno e assim proteger os produtos nacionais da
concorrência de produtos mais baratos, oriundos do exterior. ii) Contingenciamento ou cotas à
importação; medida utilizada para impor restrições para a entrada de determinados bens
estrangeiros no país, isto é, que limita a quantidade que se pode importar de determinado
bem, qualquer que seja o seu preço. iii) Subsídios, que se efetiva como uma ajuda aos
ofertantes nacionais de determinados bens, para que possam ampliar sua competitividade
com a redução de custos, podendo assim melhor enfrentar a concorrência com os produtos
importados. iv) Barreiras não-tarifárias, que nada mais são que regulamentações técnico-
administrativas que, ao serem impostas aos bens importados, tendem a diminuir o volume
destes bens importados, dado que não possuirão acesso ao mercado nacional se não
cumprirem as regulações impostas, tais como: procedimentos aduaneiros complexos e
custosos, normas administrativas de qualidade e sanitárias mais restritivas, dentre outras.

Com relação aos incentivos aos produtores locais, que pode resultar em ampliação da oferta
local e como consequência das exportações, o objetivo principal seria possibilitar que o preço
do produto nacional se torne mais barato do que o preço do similar estrangeiro, ou que se
elimine o diferencial de qualidade e desempenho dos bens, através da disponibilidade de
financiamentos com taxa de  juros menores, fornecimento de insumos subsidiados, realização
de obras de infraestrutura para apoio a produção, incentivo ao processo de inovação local, ou
simplesmente atuar com a finalidade de desburocratizar o processo exportador. 

Por fim, o protecionismo, apesar da ideia de que seria um instrumento mais utilizado por
países menos desenvolvimentos, na defesa de processos produtivos menos eficientes, no
entanto, na realidade da disputa acirrada entre Estados nacionais, acaba por ser uma prática
política mais comum nos países desenvolvidos, em especial com o uso de instrumentos mais
sofisticados, por exemplo, com o uso mais intensivo de restrições ao comércio baseadas em
barreiras não tarifárias e políticas de subsídios diversos. Instrumentos mais eficazes e que para
sua implementação dependem de Estados com estruturas de governança, ou seja, instituições,
mais complexas e mais organizadas.

RESUMO:

- Contrariamente aos ensinamentos da teoria tradicional, o comércio internacional se


desenvolve mais entre as nações desenvolvidas/industrializadas cujas dotações fatoriais têm
poucas diferenças – comércio entre nações pouco diferenciadas (Na Teoria Tradicional é
essencial as diferentes características das nações para explicar a troca internacional).

- Explicação neoclássica -> vantagens comparativas  novas teorias que colocam a


importância da tecnologia, diferenciação de produtos, rendimentos de escala, empresas
transnacionais, e a atuação direta dos Estados na construção de vantagens.

- A incorporação destes elementos permite a especialização produtiva dos países em produtos


que não correspondem apenas à existência prévia de dotação de fatores produtivos ou à
produtividade do trabalho pré-existente.

- A dotação de fatores pode ser alterada bem como que processos produtivos mais complexos
e complementares, entre plantas produtivas, situadas em países distintos (organizados em
cadeias produtivas globais) estão ocorrendo e expandindo as transações intra-firma.

Teoria da Proteção

- Defesa dos interesses nacionais – proteção do mercado interno.

- Política de comércio exterior: conjunto de mecanismos de intervenção.


País exportador País importador

Construção das vantagens competitivas

■ Participação do Estado;

■ Desenvolvimento de Instituições locais – Normativas e de Fomento ou Desenvolvimento;

■ Medidas protecionistas (defensivas ou agressivas);

■ Atração de investimento externo (geralmente sob condicionalidades dadas pelo Plano


interno de desenvolvimento);

■ Acordos econômicos entre nações (exploração de vantagens e políticas em conjunto);

■ Formação de Blocos econômicos (ação político econômica conjunta no cenário


internacional).

Tarifas

- Imposto sobre importações – tarifa aduaneira ou alfandegária – “custo adicional”

- Tarifa Específica: pago um valor por unidade do bem importado

- Tarifa Ad valorem: percentual referente ao valor do bem importado

- A tarifa aumenta o preço do bem no mercado local  diminui a demanda pelo bem
importado e aumenta a oferta local do bem  diminui a demanda total pelo bem no mercado
em que incide

- Gera arrecadação pública


- Aumento no excedente do produtor e reduz o excedente do demandante.

- O preço do bem aumenta, a demanda diminui e o resultado favorece o produtor.

- Concorrência: ■ Se o mercado interno protegido pela tarifa, ainda se apresentar amplamente


concorrencial, mesmo reduzindo importações ainda haverá concorrência entre os produtores
domésticos, logo, os efeitos negativos serão menores, aumentam os efeitos benéficos. ■ Se o
mercado protegido é caracterizado por ser pouco concorrencial, a redução da importação
resulta em menor disputa no mercado local e desestímulo para redução de preços e melhoria
da qualidade, desta forma, gera menos efeitos benéficos.

- Tarifas sobre exportação: (resultado inverso em relação a tarifa sobre importação) aumenta o
preço; diminui a exportação; aumenta a oferta interna; gera arrecadação para o governo;
aumenta excedente do demandante e diminui o do ofertante  Geralmente usada para evitar
desabastecimento interno, combater processo inflacionário específico ou como medida de
política industrial.

- Brasil: recuo das tarifas (10%); o Brasil possui ainda um regime tarifário praticamente sem
tarifas específicas ou cotas.

■ Ao contrário, economias mais desenvolvidas, apesar de terem tarifas médias pouco menores
que a brasileira, aplicam "picos tarifários" a produtos específicos, usam tarifas específica e se
utilizam de muitas barreiras não tarifárias, cotas e subsídios

Subsídios

- Utilização de recursos do governo para aumentar a competitividade de setores econômicos


nacionais  aumentar a oferta de bens locais: expansão do lucro através do aumento do
preço recebido pelo produtor ou da redução de custos, provocando um deslocamento da
curva de oferta interna do setor para a direita, aumentado a quantidade local ofertada
- Aumenta o excedente do produtor; aumenta gastos governamentais; aumenta a oferta
interna; reduz importações; mantem o preço para o demandante, logo, mantem a demanda
interna inalterada.

Cotas

- Restrição na quantidade de produto importado.

- Afeta preços internos elevando-os; diminui a demanda interna; aumenta a oferta loca; gera
uma renda para os detentores da cota.

- Importador apropria dessa cota ou o governo.

Outras medidas de proteção:

BNTs (Barreiras não tafifárias)

- Medidas legais que restringem bens importados por não atenderem especificidades
determinadas pelas normas do país importador.

* TÉCNICAS – normas técnicas exigidas com relação ao desempenho e especificidades dos


produtos e processos (Normas Abnt, ISO, etc...). Exemplo: exigência de certificação para
importar bens em relação ao consumo de energia, ao desempenho produtivo, etc...

* SANITÁRIAS – normas referentes a proteção da saúde e do ambiente da população local.


Exemplo: impedir importação de carne proveniente de rebanhos com febre aftosa, ou de
banana, de regiões com doenças endêmicas;
* AMBIENTAIS – normas de defesa ambiental, de maneira ampla, referentes ao processo
produtivo do bem importado ou seu uso. Exemplo: proibição de importação de bens
provenientes de região onde está ocorrendo desmatamento (gado da região amazônica);
palmito de área de proteção ambiental (mata atlântica) ou bens cujo processo produtivo é
poluente.

* SOCIAIS – normas que exigem do bem importado a observação de regras existentes no país
importador, quanto as leis trabalhistas, direitos de associação, direitos humanos, etc...
Exemplo: impedir importação de bens provenientes de países que usam trabalho infantil, etc.

Medidas antidumping

- Restrição da importação dado que o país importador alega que o bem importado esta com
preço abaixo do custo, praticando assim, concorrência desleal com o produtor local.

Salvaguardas

- Restrição da importação, de forma provisória, por alegar que as importações, com forte
expansão, colocam em risco a produção local – prejuízo imediato (irreversível).

Restrição voluntária

- Uma restrição voluntária à exportação (RVE) funciona como uma cota de importação, exceto
pelo fato de ser imposta pelo país exportador em vez do país importador. Costuma ser
requerida pelo país importador, sendo comumente aceita pelo exportador, após negociações
específicas (são temporárias). A restrição eleva os preços no mercado do país importador,
elevando a renda dos produtores locais em detrimento dos demandantes locais.

Conteúdo local

- Uma necessidade de conteúdo local é uma regulamentação determinada pelo país


importador que exige que uma determinada fração de um bem final seja produzida
localmente, reduzindo assim a importação de insumos deste bem. Para os produtores locais de
insumos, uma necessidade de conteúdo local oferece proteção da mesma forma que uma cota
de importação. Para as empresas que precisam adquirir o insumo local, a necessidade imp õe
mudanças na sua cadeia produtiva, ampliando a demanda por bens locais na composição de
valor do produto final. Pode levar a empresa a internalizar fornecedores externos

Política Cambial

- Política de moeda desvalorizada, ou cambio diferenciado, contribui para expandir a


competitividade das exportações ou para um maior controle de importações. Muito usado no
passado, no contexto de regimes de câmbio fixo ou administrado. Uso mais complexo no
sistema de câmbio flutuante. Moeda desvalorizada é um importante instrumento de proteção
a produção local e de geração de competitividade. Moeda valorizada estimula importações:
caráter mais estabilizador de preços.

Argumentos a favor do livre comércio: – Permite a alocação dos recursos produtivos de modo
mais eficiente, sem distorções de preços. – Explora vantagens comparativas existentes. –
Estimula concorrência. Argumentos a favor de intervenção: são baseados na idéia que as
restrições comerciais podem permitir - – Ganhos de termos de troca (relação entre países). –
Construção de vantagens competitivas na economia local, mais fragilizada (mudar status). –
Tratar as falhas do mercado, com melhores políticas possíveis
GATT E OMC
Regulação do Comércio Mundial

As regras globais de comércio foram implementadas para fornecer garantia e estabilidade para
o fluxo de comércio. Com regras estáveis, os demandantes e ofertantes podem desfrutar de
suprimentos seguros e maior escolha de produtos acabados, componentes, matérias-primas e
serviços que utilizam. Os produtores e exportadores sabem que os mercados estrangeiros
continuarão abertos para eles. A ideia central é que com o apoio de instituições regulatórias o
mundo econômico pode se apresentar de maneira mais próspero, pacífico e responsável.  Cada
Estado opta, assim, por ceder partes de sua soberania para um atendimento de regras
formuladas em consenso com outros Estados nacionais.

Em 1947 foi assinado um acordo sobre tarifas e comércio (GATT) inicialmente por 23 países,
que se tornou um conjunto de regras sobre comércio que depois se expandiu para mais de 100
países até a constituição da Organização Mundial do comércio em 1995.

A OMC hoje é um importante organismo multilateral capaz de estabelecer regras e ao mesmo


tempo dirimir conflitos comerciais entre seus membros. As decisões da OMC são normalmente
tomadas por consenso entre todos os membros e são ratificadas pelos parlamentos dos
Estados membros. Os atritos comerciais são canalizados para o processo de solução de
controvérsias da OMC, onde o foco está na interpretação de acordos e compromissos e em
como garantir que as políticas comerciais dos membros estejam em conformidade com
eles. Dessa forma, o risco de as disputas se transformarem em conflitos políticos ou militares é
reduzido.

Ao diminuir as barreiras comerciais por meio de negociações entre os governos membros, o


sistema da OMC também busca diminuir outras barreiras entre os povos e as economias. No
coração do sistema - conhecido como sistema multilateral de comércio - estão os acordos da
OMC, negociados e assinados pela grande maioria das economias comerciais do mundo e
ratificados em seus parlamentos. Esses acordos são as bases legais para o comércio
global. Essencialmente, são contratos que garantem aos membros da OMC direitos comerciais
importantes. Eles também obrigam os governos a manter suas políticas comerciais
transparentes e previsíveis, para benefício de todos.

Como todo organismo multilateral a OMC é palco de disputas entre os interesses nacionais dos
diferentes Estados Membros, o que gera questionamentos sobre uma possível hierarquia
interna. De qualquer maneira é um espaço para constante negociação política, o que implica
que cada Estado tem que ter claro seu interesse estratégico ao participar do processo.

Dentre as funções da OMC está a de registrar acordos comerciais entre os Estados membros,
dentre estes acordos destaca-se o Acordo da União europeia e do Mercosul, dentre outros

RESUMO:

OMC E GATT

- Crise de 1929 – nova visão  intervenção do Estado na economia


- Políticas de manutenção da demanda e da renda interna e de estimulo ao
crescimento da produção nacional – elevação das medidas protecionistas – recuo do
fluxo de comércio internacional.
- Sistema internacional fragmentado (1930-1945).
- II Guerra Mundial  EUA potência  evitar um novo conflito e recuperar o sistema
econômico, a produção e o fluxo de comércio entre os Estados.
- Instituições Multilaterais - organizações internacionais criadas pelas principais
nações do mundo com o objetivo de trabalhar em conjunto para o desenvolvimento
de diferentes áreas da atividade humana (política, economia, saúde, segurança...)

* ONU: Organização das Nações Unidas –assembleia geral para discussão de temas
políticas – segurança internacional.
* FMI: Fundo Monetário Internacional –organismo para apoio aos países com
problemas na balança de pagamentos –empréstimos em dólar (convertido em meio de

pagamento internacional).
* BIRD: Banco para a Reconstrução e o Desenvolvimento Internacional – depois
denominado Banco Mundial (WB) –empréstimos aos países membros para projetos
econômicos.
* GATT: pensado inicialmente para ser a OIC –manteve-se como um Acordo Comercial.
GATT 47
- Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio  provisório
- Acordo assinado por 23 países, liderados pelos Estados Unidos estabelecendo regras
para o comércio entre os países membros.
Objetivo: restabelecer fluxos de comércio externo e confiança para o crescimento
econômico - pós II guerra mundial  diminuir tarifas sobre bens industriais - através
de rodadas de negociações
- Multilateralismo (regras iguais para todos) – “Não descriminação”; Similaridade;
Reciprocidade; Soberania e Transparência.
- Ampliou o fluxo de comércio
- Aumentou o número de países membros
- Ampliou os temas tratados: (tarifas industriais, comércio de bens agrícolas, comércio
de serviços, barreiras não tarifárias, subsídios, medidas antidumping, salvaguardas,
propriedade intelectual, compras governamentais, comércio de têxteis, investimentos,
dentre outros...)
Rodada Uruguai (1986-1994): Mudança no ambiente internacional –
fim da guerra fria (polaridade EUA –URSS); Discussão sobre desenvolvimento e
comércio – globalização produtiva e livre movimentação de capitais Sem a
possibilidade de um acordo amplo, decidiu-se pela mudança institucional – superar a
fragilidade do Acordo Provisório (GATT 47) colocando no lugar um organismo dotado
de maior reconhecimento e de instrumentos para avançar nas regras multilaterais
(OMC).
OMC
- OMC (01/01/1995) – herdeira dos compromissos do GATT com mais poder de
intervenção nos conflitos comerciais.
Funções:

 Estabelece regras para o funcionamento do comércio internacional (função


normatizadora)
 Realiza a análise permanente da política de comércio exterior dos países
membros
 Realiza o registro e o reconhecimento de acordos comerciais
 Funciona como corte de justiça na resolução de conflitos comerciais
Acordos Comerciais  Troca de direitos aduaneiros entre duas ou mais economias.
a. ampliar a integração econômico-comercial;
b. absorver vantagens comparativas;
c. estimular concorrência e redução de custos;
d. ampliar mercado e obter ganhos de escala;
e. ampliar disponibilidade de bens e serviços;
f. melhorar atratividade de IED;
g. melhorar eficiência na alocação dos bens e serviços públicos.

I. Área de Livre comércio: dois ou mais países determinam liberdade de


movimentação das mercadorias (bens) entre suas economias (tarifa zero).
II. União Aduaneira: dois ou mais países, além de praticarem tarifa zero entre
suas economias, formam uma união de suas aduanas com relação aos bens
provenientes de outros países. Passam a praticar a mesma tarifa aduaneira
para os países de fora do acordo (no caso do Mercosul é a TEC – tarifa
externa comum).
III. Mercado Comum: os países do acordo decidem permitir liberdade de
movimentação entre as economias para todos os fatores de produção
(trabalho, capital e insumos).
IV. União Econômica: a integração econômica aumenta a ponto dos países
decidirem em conjunto suas políticas econômicas (fiscal, cambial e
monetária) podendo constituir uma União Monetária (por exemplo, adoção
de moeda única, zona do euro, com um banco central único). São
necessárias várias instituições supranacionais de apoio ao funcionamento
da União (estrutura legislativa, judiciária, de investimento, de fomento ao
desenvolvimento, de segurança, etc.... Caso da União Europeia.
- Países podem optar por fazer apenas acordos de livre comércio, por não desejarem
ceder parte de sua soberania; ou, por outro lado, podem adotar a estratégia de
desenvolvimento conjunto optando por maior integração.
ACORDOS COMERCIAIS
- Acordos são concessões reciprocas de direitos comerciais entre dois ou mais Estados
nacionais, tornando-se um elemento-chave nas relações comerciais internacionais.
- Com a criação da OMC acordos Regionais de comércio se proliferam.
* Os RTAs (Acordos regionais de comércio) são entendidos como qualquer acordo
comercial recíproco entre dois ou mais parceiros, não necessariamente pertencentes à
mesma região. todos os membros da
OMC têm um RTA em vigor.
* Arranjos comerciais preferenciais (PTAs), referem-se a privilégios comerciais
unilaterais, não envolvendo reciprocidade, como esquemas do Sistema Geral de
Preferências (SGP), que alguns membros da OMC
implementam para produtos de países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.
Ao diminuir barreiras ao comércio entre duas nações e ampliar o mercado, o acordo
gera:
* Criação de Comércio: ocorrência de um fluxo de comércio novo entre duas nações
(antes não havia comércio).
* Desvio de Comércio: expansão do comércio entre duas nações desviando bens que
antes eram provenientes de outras nações (terceiros).
Resultado dos acordos:
- Expande o fluxo de comércio entre as nações membros do acordo
- Altera as pautas de exportação e importação entre elas
- Redirecionam investimentos
- Estimulam a especialização produtiva e/ou uma maior integração entre setores
econômicos presentes nos países (destaque para a integração no setor industrial e de
serviços).
- Gerar maior competitividade dos ofertantes locais
Políticas Conjuntas– Política Agrícola, de
Segurança, de Imigração, Externa, de *Diminuir desigualdades regionais e Criação da
Desenvolvimento Regional, etc... identidade Europeia – conflitos regionais
Instituições Supranacionais– Banco Central *Estruturar uma forma de governo para a Comunidade
Europeu, Parlamento Europeu, Corte de Justiça, Europeia, com agilidade para intervir nas crises
União Tribunal de Contas, Conselhos, Comissões e internas e responder aos problemas externos.
Agências. *Resgatar autonomia da região em questões de
Europei Decisões Conjuntas - dupla maioria – apoio de pelo segurança externa (OTAN)
a menos 55% dos estados membros e que *Aumentar competitividade econômica da região frente
representam 65% da população da UE. aos competidores externos
Moeda única: Euro(19 países) – Zona do Euro – *Ampliar sua participação e importância nas instituições
Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, de governança global
Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia,
Luxemburgo, Malta e Portugal.

*Zona do Euro: União monetária dentro da União Européia  Criada para facilitar
negociações, transações comerciais, reduzir custos, procurando tornar a
economia do conjunto de países mais estável e competitiva.
gerar uma área com livre fluxo de
Tratado de livre comércio da América do Norte;
mercadorias;
Características – acordo de livre movimentação de
diminuição dos custos comerciais entre os
NAFTA mercadorias, não há organizações supranacionais nem
membros; propiciar maior competitividade
políticas compensatórias ou conjuntas.
no mercado mundial para os
produtores pertencentes ao Acordo
expansão do fluxo de comércio entre os
países membros;
reestruturação de diversos setores
Denominação: Mercado Comum do Cone Sul envolvendo
industriais;
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai; § Acordo baseia-se
instituição de um regime automotivo para
MERCOSU na livre circulação de bens e serviços
integração da indústria automotiva de
L com política tarifaria externa comum, abrange ainda
Brasil e Argentina;
temas políticos e de direitos humanos e cidadania.
estimulo à investimentos recíprocos entre
empresas das duas maiores economias
criação de fundo de investimentos
criação do parlamento do Mercosul

 Ampliação do Acordo(alargamento) com a adesão de novos membros plenos: Bolívia,


Peru e Equador.
 Aprofundamento do acordo, para um Mercado Comum, com instituições
supranacionais e políticas macroeconômicas conjuntas.
 Problemas: coordenação nas políticas e nas negociações nos fóruns multilaterais;
 O processo de integração não foi construído sobre o fortalecimento dos núcleos
econômicos nacionais, mas sobre o comércio (falta planejamento regional);
 não criou mecanismos de superação das desigualdades entre os membros;
 incompatibilidade das políticas cambiais e
monetárias provocou desconfianças e contenciosos

Histórico – Cúpula das Américas – reunião em Miami (1994) Perspectivas: não


propôs criação a integração comercial do continente, via Área de implementação de um único
Livre Comércio, entre todos os países das Américas (32), exceto acordo de livre comércio, mas
Cuba. a constituição, nas Américas,
Evolução das Negociações (1995-2010): inicialmente de inúmeros acordos entre
ALCA considerado inevitável, com trâmite acelerado pelo Governo EUA e os demais países
Bush. Idéiaperdeu força com mudança de prioridades nos EUA, (acordos bilaterais) ou grupo
pós atentados (2001) e resistências ao formato do Acordo (Brasil de países, envolvendo
entre eles). diferentes graus de abertura
comercial e integração.
´ CHINA: 2ª maior economia mundial, maior exportador mundial; §a expansão comercial e
maior consumidor mundial de energia; 2°maior gasto militar, produtiva
potência nuclear e membro permanente do C.S. da ONU; maior §A criação de condições de
PEA do mundo: 800 milhões; competitividade
BRICS ´ RÚSSIA: grande reserva de petróleo, 2°maior produtor; um frente a concorrentes
terço das reservas mundiais de gás natural; membro permanente externos
do CS da ONU, potência militar e nuclear; §A formação de articulação
´ INDIA: grande exportador de serviços (mão-de-obra de alta política para ação
qualificação); país mais populoso do mundo, potência militar nos organismos multilaterais
regional e potencia nuclear; segunda maior PEA do mundo;
´ BRASIL: maior área agricultável do mundo; grande produtor e
exportador de commodities e de energia renovável; maior país do §Transferência de tecnologia
hemisfério sul, grande população e líder do Mercosul; e apoio em
´ AFRICA DO SUL: Grande produtor de minérios (destaque para áreas estratégicas
ouro e diamante), grande produtor agrícola, maior polo industrial
da África e líder da Comunidade da África Austral.

RESUMINDO A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR


NO SÉCULO XX

* Forte expansão comercial (livre-comércio) até 1929 (crise do liberalismo)


* Retração do comércio e expansão do controle estatal sobre o fluxo do comércio até o final da
II Guerra Mundial (1945)
* Constituição de um Acordo entre nações para liberalização gradual do comércio internacional
(Acordo Geral de Tarifas e Comércio – GATT 1947)
* Recuperação gradual do comércio internacional (década de 50 e 60) e crescimento acelerado
acompanhando o processo de globalização produtiva (pós anos 70)
* Proliferação de acordos e formação de blocos econômicos – pós constituição da OMC
Conjuntura Econômica Internacional e Inserção do Brasil

A pandemia afetou drasticamente a economia mundial. Em função da pandemia, as maiores


economias ou áreas econômicas do mundo entraram em recessão simultaneamente em 2020.
O movimento econômico do período anterior, que apresentava um acelerado crescimento da
Ásia, em especial, da China, com relação ao resto do mundo, porém, se manteve. Assim,
mesmo com a crise, a China foi a economia que menos perdeu dinamismo e a que demonstra
uma recuperação mais forte com a perspectiva do fim da pandemia. Dados do FMI e do Banco
Mundial demonstram este movimento de continuidade de crescimento da Ásia, com maior
dinamismo para a região do sudeste asiático e da Índia, enquanto a região latino-americana
continua com baixo crescimento econômico em relação as demais regiões do mundo.

Os dados apontam ainda que a economia europeia foi a que mais sofreu com a crise. Já a
economia norte-americana apresentou queda acentuada de PIB em 2020, mas, em 2021 já
demonstra alta taxa de crescimento, muito em função da efetivação de um pacote econômico
de auxílio/intervenção, efetuado pelo governo norte-americano, como aliás vem ocorrendo em
quase todas as economias no mundo. Em função desta recuperação, espera-se uma acirrada
disputa econômico-produtivo comercial da economia norte-americana contra a economia
chinesa, nos próximos anos. Uma disputa aberta por liderança no plano econômico global.

Cabe destacar que o dinamismo da economia chinesa tem articulado suas economias vizinhas,
no sudeste asiático, estabelecendo assim, uma área produtiva regionalizada que deve se
consolidar como a mais dinâmica e produtiva área do mundo nesta década. Neste contexto,
acordos entre a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), composta por 10
países, com a China, Coreia do Sul e Japão, tem garantido altas taxas de crescimento
econômico destes países, bem como do comércio entre eles e deles com o resto do mundo.

Sobre a inserção da economia brasileira na economia global, os últimos anos tem reforçado o
movimento de uma inserção sustentada em recursos naturais, tendo como base a teoria das
vantagens comparativas ricardianas. Isto ocorre, depois de um período em que se procurou
construir vantagens competitivas , na primeira década do século XXI, tendo como base a
realização de uma política de comércio exterior com caráter mais protecionista, integrada com
uma política industrial e uma ação de política externa mais voltada para a integração regional.

Assim, observa-se uma expansão da exportação de commodities pelo Brasil ao mesmo tempo
em que aumentam as importações de bens manufaturados, em especial, bens intermediários.
A indústria nacional perde elos produtivos internos, e se aprofunda a tendência a se tornar mais
montadora de bens para oferta local e regional. A China se consolidou como maior parceiro
comercial do Brasil, acentuando a relação de fornecedor de bens manufaturados e demandante
de bens commodities da economia brasileira.

Como sair da dependência exportadora de commodities? Como observa Gala e Hausmann o


desenvolvimento pressupõe que a economia do país seja capaz de produzir bens mais
complexos, de maior valor agregado, daí se desprende que existe a necessidade de um novo
Plano/Projeto de desenvolvimento industrial para a economia brasileira, voltado para
modernizar a estrutura produtiva, ampliar a atividade industrial e estabelecer centros de
inovação no país, em suma, uma política econômica mais ativa.

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