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Com o aumento das trocas comerciais entre os países, surgiram novos instrumentos de política
comercial, como as quotas de importação, as barreiras não-tarifárias e os subsídios. Esses
instrumentos foram utilizados pelos governos para proteger setores específicos da economia,
incentivar a produção de determinados bens e serviços e garantir a segurança alimentar e
energética do país.
No século XX, o comércio internacional passou por uma série de transformações, com o surgimento
de novas tecnologias, a globalização da economia e o aumento da interdependência entre os países.
Nesse contexto, os instrumentos de política comercial se tornaram mais sofisticados e complexos, e o
seu uso passou a ser regulado por regras e normas internacionais, estabelecidas por organizações
como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Hoje em dia, os instrumentos de política comercial continuam a ser uma ferramenta importante para
os governos regular as trocas comerciais e proteger a economia doméstica. No entanto, o seu uso
deve ser equilibrado e responsável, para evitar distorções no mercado e prejuízos aos consumidores e
produtores locais.
1- Conceito Instrumento de Política Comercial
Uma política comercial é um conjunto de regras que rege as relações entre as empresas, vendedores, clientes e
demais envolvidas no processo comercial.
Os instrumentos de políticas comerciais são ferramentas utilizadas pelos governos para regulamentar o comércio
internacional.
Esses instrumentos podem ser aplicados de diversas maneiras e objetivam atingir metas específicas de política comercial,
como proteger a indústria doméstica, aumentar as exportações ou promover a competitividade.
Alguns desses instrumentos são utilizados para restringir o acesso de produtos estrangeiros ao mercado doméstico,
enquanto outros visam estimular as exportações ou a competição.
Importância
Geração de receitas: a adoção de tarifas de importação e exportação pode gerar receitas para o governo,
que podem ser utilizadas para financiar políticas públicas e investimentos em infraestrutura.
Obs: É importante destacar que os instrumentos de políticas comerciais devem ser utilizados de forma
equilibrada e transparente, levando em conta os interesses de todos os setores da sociedade e
respeitando as regras e acordos internacionais de comércio.
A adoção desses instrumentos deve ser realizada com cautela, considerando sempre os custos e
benefícios envolvidos e buscando promover o desenvolvimento econômico e social de forma
sustentável.
Os instrumentos de política comercial podem ser classificados de diferentes maneiras, mas uma
possível classificação é a seguinte:
Instrumentos Tarifários: são os instrumentos que envolvem a aplicação de tarifas, ou seja, impostos sobre as
importações ou exportações de bens e serviços. Exemplos incluem tarifas ad valorem, tarifas específicas e tarifas
mistas.
Instrumentos não Tarifários: são os instrumentos que não envolvem a aplicação de tarifas, mas que afetam o
comércio de outras maneiras, tais como quotas de importação, restrições voluntárias de exportação, barreiras
técnicas e sanitárias, medidas antidumping, subsídios e medidas de salvaguarda.
Acordos Comerciais: são os instrumentos que envolvem a negociação de acordos comerciais entre países, tais
como acordos de livre comércio, acordos de preferências tarifárias e acordos de cooperação técnica.
Políticas Cambiais: são os instrumentos que envolvem a gestão da taxa de câmbio, tais como a flutuação livre, o
câmbio fixo e o câmbio administrado.
Políticas de Promoção de Exportações: são os instrumentos que visam a incentivar as exportações, tais como a
concessão de crédito à exportação, seguros de crédito à exportação, garantias de investimento e promoção
comercial.
Obs: A escolha de qual instrumento usar depende dos objetivos específicos do governo e das circunstâncias
econômicas e políticas em jogo.
Tipos:
Existem vários instrumentos de política comercial que os governos podem usar para regulamentar o comércio
internacional e promover seus interesses econômicos. Alguns exemplos comuns incluem:
Tarifas: as tarifas são impostos cobrados sobre produtos importados. Elas tornam os produtos importados mais caros
e, portanto, menos competitivos em relação aos produtos nacionais.
Barreiras não-tarifárias: essas incluem medidas como quotas de importação, regulamentações técnicas e sanitárias, e
padrões de qualidade. Essas medidas podem ser usadas para limitar o volume de importações ou tornar as
importações mais caras.
Subsídios: os subsídios são pagamentos do governo para empresas nacionais, a fim de torná-las mais competitivas em
relação a empresas estrangeiras. Esses subsídios podem ser diretos ou indiretos, como descontos em impostos ou
acesso a crédito mais barato.
Acordos comerciais: esses são acordos entre países que estabelecem termos comerciais preferenciais, como redução
de tarifas e outras barreiras comerciais. Esses acordos podem ser bilaterais (entre dois países) ou multilaterais
(envolvendo vários países).
Dumping: o dumping ocorre quando uma empresa estrangeira vende um produto por um preço inferior ao
que é vendido no mercado interno, a fim de conquistar participação de mercado. Para combater isso, os
governos podem impor tarifas anti-dumping.
Embargos: os embargos são proibições totais ou parciais de comércio com um determinado país,
geralmente em resposta a violações de direitos humanos, políticas agressivas ou outras questões políticas.
Obs: A escolha de qual instrumento usar depende dos objetivos específicos do governo e das
circunstâncias econômicas e políticas em jogo.
Função
Os instrumentos de políticas comerciais podem ser utilizados em conjunto ou isoladamente, de acordo com a
política comercial adotada pelo país.
Entretanto, é importante destacar que a utilização desses instrumentos pode gerar impactos significativos
na economia nacional e internacional, podendo resultar em conflitos comerciais com outros países.
Por isso, a utilização de instrumentos de políticas comerciais deve ser realizada de forma criteriosa,
buscando sempre o equilíbrio entre os interesses do país e as regras estabelecidas pelos acordos e
organizações internacionais de comércio.
Vantagens/Desvantagens
Vantagens:
Aumento dos preços: a adoção de tarifas e outras barreiras comerciais pode aumentar os preços dos
produtos importados, prejudicando os consumidores e as empresas que dependem desses produtos como
insumos.
Retaliação de outros países: a adoção de medidas protecionistas pode levar a retaliações de outros países,
que podem adotar medidas similares contra as exportações do país.
Ineficiência: a proteção excessiva da indústria doméstica pode torná-la menos eficiente e menos competitiva
no longo prazo, prejudicando a economia como um todo.
É importante ressaltar que a adoção de instrumentos de políticas comerciais deve ser feita com cuidado,
levando em conta os custos e benefícios envolvidos, e sempre respeitando as regras e acordos
internacionais de comércio.
Além disso, os instrumentos devem ser utilizados de forma coerente com as políticas econômicas do país,
a fim de garantir a sustentabilidade das ações no longo prazo.
As fases/ etapas
Formulação: a primeira fase envolve a formulação da política comercial, que deve levar em
conta os objetivos do governo, os interesses nacionais e as normas e acordos internacionais
de comércio. Nessa fase, são definidos os instrumentos mais adequados para atingir os
objetivos da política.
Avaliação: a avaliação é a fase final do ciclo de políticas comerciais e envolve a análise dos resultados
obtidos e dos custos envolvidos na implementação dos instrumentos de política comercial. Nessa fase, são
realizadas avaliações de impacto para verificar se os objetivos da política foram atingidos e se os
instrumentos foram eficazes.
Obs: É importante destacar que o ciclo de políticas comerciais é um processo contínuo e dinâmico, que
exige a adoção de medidas de ajuste e adaptação ao longo do tempo.
A avaliação dos resultados é fundamental para aperfeiçoar os instrumentos de política comercial e garantir
que eles sejam efetivos e coerentes com os objetivos do governo e com as normas e acordos internacionais
de comércio.
Regras
Equilíbrio: A aplicação dos instrumentos de política comercial deve ser equilibrada, levando
em conta os interesses de todos os setores da sociedade e evitando distorções no mercado.
Consultas e negociações: Os países devem buscar resolver disputas comerciais por meio de consultas e
negociações, antes de adotar medidas unilaterais, como a imposição de tarifas ou cotas de importação.
Obs: É importante que os governos adotem os instrumentos de política comercial de forma equilibrada e
justa, respeitando as regras e acordos internacionais de comércio e buscando promover o
desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.
Tipos de controlo
Controlo social: O controlo social é exercido pela sociedade civil, que pode pressionar os governos e
órgãos responsáveis pela aplicação dos instrumentos de política comercial a adotarem práticas mais
transparentes, justas e sustentáveis. A sociedade civil pode exercer esse controle por meio de
manifestações, petições, denúncias, campanhas de conscientização, entre outras formas.
Todos esses tipos de controlo são importantes para garantir que os instrumentos de política
comercial sejam aplicados de forma equilibrada e justa, sem causar distorções no mercado ou
prejudicar setores específicos da economia.
É fundamental que esses controles sejam exercidos de forma independente e imparcial, para que
os interesses da sociedade como um todo sejam preservados.
Instrumento de políticas comerciais em São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe é um pequeno arquipélago na costa oeste da África, com uma
economia baseada na agricultura, pesca e turismo. O país é membro da Comunidade
Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), e possui acordos comerciais com outros países africanos e com a
União Europeia.
Entre os instrumentos de política comercial utilizados por São Tomé e Príncipe estão as
tarifas de importação, que são aplicadas para proteger os produtores locais e estimular a
produção doméstica. O país também possui quotas de importação para alguns produtos,
como arroz, açúcar e cebola, que são controladas pelo Ministério do Comércio e
Indústria.
Além disso, São Tomé e Príncipe tem trabalhado para melhorar o ambiente de negócios
e atrair investimentos estrangeiros, através de políticas de incentivo e de simplificação
dos procedimentos para a abertura de empresas. O país também está investindo na
diversificação da sua economia, através do desenvolvimento de setores como o turismo
e a indústria de transformação de alimentos.
Como um país em desenvolvimento, São Tomé e Príncipe enfrenta desafios significativos no
comércio internacional, como a falta de infraestrutura, a dependência de um número
limitado de produtos de exportação e a concorrência de países com economias mais
desenvolvidas. No entanto, o país tem demonstrado um compromisso em utilizar os
instrumentos de política comercial de forma responsável e equilibrada, para promover o
desenvolvimento econômico e social do país.
Conclusão de instrumento de políticas comerciais em São Tomé e Príncipe
Além disso, é importante que São Tomé e Príncipe continue trabalhando para melhorar a
sua infraestrutura e capacidade produtiva, para aumentar a competitividade dos seus
produtos no mercado internacional. Isso requer investimentos em áreas como a educação, a
formação profissional, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, que são essenciais para
o crescimento sustentável da economia do país.
Referências Bibliográficas: