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Aula 20
Sumário
GABARITO ............................................................................................................................................ 50
Nesta aula daremos início estudo da Economia Internacional. Serão um total de duas aulas sobre o
assunto.
Veremos hoje as principais teorias sobre o Comércio Internacional. O assunto não é dos mais
complicados, mas alguns conceitos devem ser estudados com cautela, pois podem gerar dúvidas.
Vamos à aula!!!
1. Políticas Comerciais
Podemos entender por política comercial, o conjunto de medidas governamentais que determinam
a maneira pela qual um país se relaciona comercialmente com os outros. A política comercial é um tipo de
política macroeconômica, como a política monetária e a política fiscal, e se refere ao rumo que o país
adotará frente aos outros no comércio exterior.
As escolhas realizadas por um governo sobre os rumos da política comercial determinarão o grau de
abertura da economia do país ao comércio com o resto do mundo. Ou seja, ela determinará se um país
será mais protecionista ou liberalista. A política comercial adotada por um país está diretamente
relacionada à estratégia de desenvolvimento levada a cabo. Em outras palavras, a estratégia de
desenvolvimento de cada país varia segundo o grau de exposição de sua economia ao mercado
internacional.
O protecionismo é uma política econômica contrária às ideias de livre comércio entre as nações.
Seus defensores argumentam que devem ser criadas barreiras a livre circulação de mercadorias e serviços,
a fim de não expor a indústria nacional à competição internacional, para que esta possa se desenvolver.
A política comercial envolve uma grande variedade de ações que são adotadas para restringir
importações ou estimular exportações. Estudemos alguns tipos de política comercial.
Tarifas:
A adoção de tarifas sobre as importações foi uma política muito utilizada até o início do século XX.
Cotas:
Uma opção à imposição de tarifa é atuar não sobre os preços, mas sobre as quantidades
importadas. Assim, se um país estabelece um limite de volume de importação de determinada mercadoria,
a partir deste limite, as importações adicionais estarão sujeitas a alguma penalidade. Esta punição pode ser
um imposto sobre a quantidade importada que exceder o limite estabelecido, por exemplo. O governo
pode simplesmente proibir a importação acima do limite definido.
A imposição de cotas faz parte das barreiras não-tarifárias. As barreiras não-tarifárias são todas as
restrições ao comércio internacional que não são impostas por meio de tarifas aduaneiras.
Incentivos às exportações
Analisemos brevemente a evolução das políticas comerciais ao longo das últimas décadas pelo
países.
O evento marcante da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, levou a uma série de consequências
à economia e comércio internacional, tendo em vista o alcance da depressão econômica subsequente. Foi
a maior depressão econômica do sistema capitalista. Diante do caos econômico, os países passaram a
adotar políticas comerciais e cambiais ativas, de proteção aos produtores nacionais. Neste cenário, a
maioria dos países impunha barreiras comerciais e desvalorizações cambiais, na tentativa de proteger a
economia doméstica
Naturalmente, tais ações geraram uma série de retaliações e, como resultado desta guerra
comercial, seguiram-se dificuldades ainda maiores de recuperação, levando ao agravamento do cenário
econômico e o volume de comércio mundial foi reduzido de maneira significativa. Este grave acirramento
dos ânimos entre as nações no comércio internacional favoreceu o advento de movimentos políticos que
levaram a Segunda Guerra Mundial.
Este evento traumático extremo foi um claro exemplo das consequências da falta de qualquer tipo
de parâmetro ou do estabelecimento de condutas minimamente aceitáveis para que se possam construir
relações comerciais entre os países.
Ao final da Segunda Guerra, numa tentativa de combater o protecionismo, que havia se acirrado
bastante no período entre guerras, os aliados reuniram-se na Conferência de Bretton Woods, na qual
foram estabelecidas as bases de um novo sistema para regular as relações econômicas internacionais.
Foram criadas três instituições, visando constituir a nova ordem mundial:
- FMI (Fundo Monetário Internacional), que buscava assegurar recursos para países com problemas de
liquidez externa, assegurando a manutenção da estabilidade cambial;
- OIC (Organização Internacional de Comércio), cuja função seria a de regular o comércio internacional,
administrando e coordenando a aplicação de acordos e regras de comércio, assim como supervisionando a
política comercial dos países.
No período, foi ainda criada a ONU (Organização das Nações Unidas), para assegurar a paz entre as
nações após os dois conflitos mundiais. A ONU foi criada em fevereiro de 1945, na cidade de São Francisco,
EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram
inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países.
Como alternativa, em 1947, foi assinado, a titulo provisório, o GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio, em português), basicamente como um foro de discussão sobre questões de comércio
internacional. O que era para ser um acordo temporário durou de fato de 1948 até 1994. O GATT foi
firmado por 23 países, entre eles o Brasil.
OBS: Atente-se para o fato de que o GATT não é uma organização internacional, foi somente um acordo
internacional.
A Cláusula da Nação Mais favorecida dispõem que as concessões feitas por uma parte contratante a
outra não podem ser distintas do tratamento concedido às demais partes contratantes. Se o Brasil
determinar uma alíquota de imposto de importação de 10% sobre computadores importados do Japão, por
exemplo, esta alíquota deverá ser praticada nas importações de computadores de todos os outros países
membros.
Como via de regra, o GATT proíbe medidas restritivas de caráter quantitativo, ou seja, que os países
estabeleçam limites quantitativos na negociação de mercadorias. Em situações excepcionais e temporárias,
entretanto, ela é autorizada, como no caso de salvaguardas ou por desequilíbrios no Balanço de
Pagamentos.
Apesar da criação da OMC, em 1994, o GATT não foi extinto, permanecendo em vigência nos dias
atuais.
Já na década de 90, novos atores surgem no contexto internacional, como a China. Neste cenário, as
chamadas economias emergentes, caracterizadas por economias com baixa ou média renda per capita e
alto dinamismo, passaram a ter papel relevante na economia internacional. Ao final da década de 90, as
exportações deste conjunto de países chegaram a representar dois terços das exportações globais de
produtos manufaturados.
Foram realizadas ao todo oito rodadas de negociação no âmbito do GATT, no período de 1947 a
1994, conforme a tabela abaixo. As rodadas visavam basicamente, um ambiente de livre comércio entre os
signatários, a diminuição das barreiras comerciais como um todo e a garantia de acesso equitativo aos
mercados dos países participantes, de modo que, gradualmente fosse realizada a redução de tarifas e
abertura de mercados.
As três rodadas seguintes: Kennedy (1964), Tóquio (1973) e Uruguai (1986), são consideradas mais
importantes, devido a maior densidade dos temas tratados.
No que se refere aos países em desenvolvimento, nesta rodada se iniciou discussões a respeito da
necessidade de conceder um tratamento especial e diferenciado a esses países.
Também a partir deste ponto foram incorporados novos temas e outras questões nas negociações,
pois se verifica uma redução das barreiras tarifárias e começa a surgir uma nova forma de protecionismo:
as barreiras não-tarifárias.
O período da Rodada Tóquio (1973-1979) foi marcado pela crise do petróleo, que gerou diversos
efeitos negativos na economia internacional, como inflação e desemprego. Esta situação levou ao
crescimento de restrições comerciais, como barreiras não-tarifárias, requisitos técnicos, sanitários, cotas,
entre outras iniciativas, o que se convencionou chamar de neoprotecionismo.
A Rodada Tóquio teve grande importância neste contexto, pois foi realizada em condições
diferentes das rodadas que antecederam, tendo sido negociados novos acordos, além das já esperadas
reduções tarifárias. Além disso, o Japão surge como contraponto ao equilíbrio de forças existente do GATT.
Como resultados da rodada é possível listar a elaboração de novas regras para regulação dos
procedimentos de barreiras não tarifárias, incluindo valoração aduaneira, estabelecimento de barreiras
técnicas, licenciamento para importações e compras governamentais, além de subsídios e direitos
compensatórios e medidas antidumping.
Na Rodada Tóquio foi estabelecida ainda a Cláusula de Habilitação1, que permitiu a concessão de
tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento.
Nesta primeira fase, a mais importante das Rodadas, sem dúvida foi a Rodada Uruguai, devido ao
conjunto de resoluções que carregou e ao culminar com a criação da OMC, em 1994. Foram discutidos
temas como propriedade intelectual, além de tratar do comércio de serviços e tecnologia. Outra inovação
desta rodada foi a obrigatoriedade de aceitação dos resultados por todos os países membros, sob pena de
1
A Cláusula de Habilitação deu amparo à criação de sistemas de preferências comerciais (SGP e SGPC) e de acordos mais
flexíveis entre países em desenvolvimento.
exclusão da recém-criada OMC, que passou a ter decisões de caráter impositivo e de cumprimento
obrigatório.
A Rodada Uruguai foi a rodada de negociações que mais implementou reformas ao sistema
multilateral de comércio. Novos assuntos passaram a ser tratados pela agenda de discussões multilaterais,
como o comércio de serviços e os direitos de propriedade intelectual. A liberalização destes setores é de
grande importância aos países desenvolvidos, visto que são os maiores exportadores de serviços e são os
principais investidores em pesquisa e desenvolvimento, possuindo grande interesse na regulamentação
dos direitos de propriedade intelectual. Um dos resultados da rodada foi a criação do GATS (Acordo Geral
sobre o Comércio de Serviços) e do Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao
Comércio (TRIPS), que continuam vigentes até hoje.
Podemos citar também a redução de um terço nas tarifas de produtos manufaturados ao final da
Rodada Uruguai, bem como o aumento do percentual de tarifas consolidadas, que são aquelas que têm
níveis tarifários máximos assumidos por cada país membro do GATT/OMC.
Para os países da América Latina, a Rodada Uruguai tornou-se particularmente significativa, pois
ocorreu em um período em que vários destes países seguiam em esforços para conter uma inflação
crônica, esforços que incluíram a reformulação das politicas comerciais externas, sobretudo para aumentar
a concorrência interna e eliminar monopólios. Para a consolidação deste processo se fazia necessária a
comprovação de adesão ao objetivo da abertura comercial.
Como resultado, a América Latina foi a única região em que TODOS os países têm as tarifas
consolidadas na OMC. Mesmo os países desenvolvidos, não possuem todas as tarifas consolidadas. O
índice de consolidação destes países fica em torno de 90%.
Outro ponto importante da Rodada Uruguai foi a inclusão dos setores têxtil e agrícola nas regras do
sistema multilateral, o que, de certa forma, representou uma contrapartida para a inserção do comércio de
serviços e dos direitos de propriedade intelectual nos acordos da OMC.
3.2 A OMC
A OMC foi criada em 1994 pelo Acordo de Marrakesh, também denominado de Acordo Constitutivo
da OMC, que é o instrumento jurídico sobre o qual se assentam as bases dessa organização internacional.
No Acordo Constitutivo da OMC podemos identificar os principais objetivos das Partes Contratantes:
Conforme o acordo de Marrakesh, podemos listar as funções da Instituição, com vistas a cumprir os
objetivos estabelecidos:
Vários acordos internacionais são firmados entre os países membros. A aplicação, funcionamento e
regularização destes acordos cabem a OMC, com a atuação de seus diversos órgãos internos.
Quando um país membro entende que existe a adoção de política comercial irregular por outro
membro, esta controvérsia é tratada no âmbito da OMC.
Através das revisões das políticas comerciais adotadas pelos países, a OMC analisa estas políticas e
relata aos membros as incompatibilidades verificadas. Este mecanismo possibilita que os membros
conheçam a política comercial adotada pelos outros membros.
Manter a coerência global na formulação de politicas econômicas em conjunto com o FMI e BIRD
No âmbito da OMC são realizadas negociações sobre os diversos temas relacionados ao comércio
internacional.
Além disso, a OMC desenvolve a cooperação técnica, sobretudo para funcionários de governos de
países em desenvolvimento, visando facilitar a aplicação e acompanhamento das normas da Instituição.
A Conferência Ministerial, órgão que exerce as funções da OMC, é composta por representantes de
todos os membros e se reúne pelo menos uma vez a cada dois anos. A Conferência é a instância maior
dentro do órgão.
O Conselho Geral desempenha as funções da OMC nos intervalos entre as reuniões da Conferência
Ministerial. É no âmbito deste órgão que se dá a função de Órgão de Solução de Controvérsias e ainda de
Órgão de Revisão das Políticas Comerciais, que tem como foco analisar políticas comerciais e administrar as
disputas.
A Rodada Uruguai foi finalizada em 1994 com a assinatura do Tratado de Marrakesh, que consagrou
o fim da Rodada. O clima político, entretanto, não permitiu que todas as negociações e temas fossem
tratados na Rodada Uruguai. Assim, em 2001, foi lançada uma nova rodada de negociações. Esta rodada foi
chamada de Rodada do Desenvolvimento, pois existia grande expectativa de benefícios para as economias
em desenvolvimento. A rodada ficou conhecida também como Rodada Doha, em função da conferência
ministerial ter se realizado na cidade de Doha.
Como a primeira rodada organizada pela OMC, possui uma agenda ainda maior e mais complexa
que a da Rodada Uruguai, passando por vários temas como: comércio de produtos agrícolas e serviços,
acesso ao mercado para produtos não agrícolas, aspectos do direito de propriedade intelectual voltados ao
comércio, relação entre comércio e investimento e entre comércio e politicas de regulação da
concorrência, transparência da contratação pública e liberalização do comércio eletrônico, entre outros.
Entre os desafios propostos a serem enfrentados pela atual rodada podemos citar a combate a
desigualdade entre os países membros, buscando a recuperação da capacidade dos Países com menor
desenvolvimento relativo (PMDR) para a promoção da geração de renda e redução de dependência de
recursos financeiros externos.
Sobre a questão agrícola, foi criado, em agosto de 2003, o agrupamento denominado G-20
Comercial, sendo composto por países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África, tendo como
foco o cumprimento dos três pilares do mandato agrícola da Rodada Doha: acesso a mercados, mediante a
redução tarifária, discussão dos subsídios à exportação e redução dos subsídios à produção.
A falta de entendimento entre países membros fez com que os resultados das negociações fossem
muito limitados. O encerramento da Rodada Doha, previsto para 2005, não se consumou e ela ainda se
estende até a atualidade. As negociações passaram por uma estagnação com a crise de 2008, em que
vários países manifestaram ações de protecionismo sobre produtos importados.
A D
que impõe que os acordos multilaterais da OMC vinculam obrigatoriamente a todos os membros dessa
organização internacional. Este é um fator que também dificulta as negociações, pois as alterações dos
acordos dependem da aceitação de todos os membros.
Segundo o atual Diretor-Geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevedo, a presença da China, a partir
de 2008, mudou bastante o contexto das negociações, representando uma dificuldade a mais,
considerando a relevância atual do país no cenário do comércio internacional.
Da mesma forma, ao longo de todo este período, o contexto politico e econômico se alteraram
desde quando a rodada atual se iniciou. Isto levou ao estímulo de negociações de acordos bilaterais e
plurilaterais (acordos que não envolvem todos os membros, ocorrendo entre apenas dois países
bilateriais ou mais de dois países plurilaterais), muito mais limitados em seu alcance. Esses acordos
geram certa desconfiança e questionamentos sobre o papel da OMC, que tem entre os objetivos maiores a
construção dos acordos multilaterais para a liberalização do comércio.
Apesar dos resultados limitados, em vista das grandes expectativas, vários avanços ocorreram,
possibilitando destravar a Rodada Doha.
1- Acordo de facilitação de Comércio, que tem como objetivos principais a promoção da transparência
nas operações e redução da burocracia, reduzindo custos pela maior rapidez nas operações. O
Acordo prevê que os membros da OMC deverão promover maior cooperação aduaneira, trocando
informações com o objetivo de verificar a precisão e a veracidade das declarações apresentadas por
importadores e exportadores, com a finalidade de contribuir no combate ao subfaturamento, ao
contrabando, ao descumprimento de regras de origem e à burla de medidas de defesa comercial.
2- Tratamento especial e diferenciado. Em Bali foram previstos tratamento diferenciado entre países
membros de menor desenvolvimento relativo (PMDR).
Em 2015 houve a Conferência Ministerial de Nairobi, a qual estabeleceu alguns pontos importantes,
N
ajuda alimentar internacional; proibição aos países desenvolvidos de concessão de subsídios à exportação
de produtos agrícolas; restrições à concessão de financiamento às exportações de produtos agrícolas;
prolongamento da prática atual de não impor tarifas nas transmissões eletrônicas (moratória sobre o
comércio eletrônico).
No Brasil, a política comercial não teve grandes alterações por um longo período de tempo. Desde o
período colonial, até 1957, a cobrança do imposto de importação pelo Brasil se fazia em valores fixos. Em
L T ad valorem.
Na década de 1930, fortemente impactada pela grande depressão de 1929 e com o consequente
colapso do comércio internacional, intensifica-se o processo protecionista. Não só o Brasil, mas a grande
maioria dos países, passou a elevar as barreiras comerciais e o comércio mundial declinou fortemente no
período. O aumento de protecionismo propiciou a produção doméstica de bens que antes eram
importados, estimulando o desenvolvimento da indústria nacional. Esta dinâmica foi chamada de
industrialização por substituição de importações e será vista com mais detalhes nas aulas de Economia
Brasileira.
A L T “UMOC “ M C
foram a base da política comercial, visando estimular o processo de industrialização.
Até meados da década de 1960, a política comercial brasileira era focada em restrições às
importações. Os estímulos às exportações não faziam parte da estratégia comercial do governo. O
produtos primários, como o Brasil, não se daria través de estímulos às exportações. Esta visão somente
mudou a partir de experiências bem-sucedidas de desenvolvimento, através de exportações de
manufaturas leves de alguns países asiáticos.
O estímulo à exportação começa a surgir a partir de 1965, com a isenção de impostos incidentes
sobre as exportações, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o ICM (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias), juntamente com um início de abertura as importações. Neste período,
instituiu-se uma série de isenções e reduções de cobrança de impostos sobre mercadorias específicas,
como medicamentos e alimentos.
GRÁFICO 1
Os incentivos à exportação perderam relevância no início do Plano Real, considerando que pela
lógica do Plano, eles eram vistos como transferência de renda a setores privilegiados.
Os reflexos das crises de 1995, no México, e 1997 na Ásia, nas economias latino-americanas,
levaram o governo brasileiro a reconsiderar a política cambial daquele momento, alterando a banda
cambial, e recuperando a adoção de certos incentivos às vendas externas.
Posteriormente, tanto a situação externa passou a ser menos rigorosa, como a OMC e as normas
vigentes não permitiam a concessão de alguns dos incentivos anteriormente adotados, podendo citar a
isenção de imposto de renda sobre os ganhos com a atividade exportadora.
Vale ressaltar também que o Brasil é membro-fundador tanto do GATT quanto de várias outras
instituições multilaterais; fundador da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Alalc 1960), como
também da que a sucedeu a Associação Latino-americana de Integração (Aladi 1980). Dessa forma,
percebe-se que o Brasil participou ativamente desde o início das iniciativas de integração comercial da
região. Fato corroborado pela assinatura, em março de 1991, do Tratado de Assunção, juntamente com
Argentina, Paraguai, Uruguai, e que deu origem ao MERCOSUL.
Desta forma, a política comercial brasileira passou a ser coordenada com a de outros países
parceiros, mediante a adoção de estrutura tarifária externa comum e esforços para negociações conjuntas.
Estudaremos o Mercosul a fundo mais para frente nesta aula. Antes veremos algumas negociações
comerciais regionais que se seguiram nos últimos anos.
A falta de avanços na Rodada Doha, sobretudo para os países em desenvolvimento, fez com que
surgissem ou ganhassem força negociações regionais.
Assim, estabeleceu-
Convencionou-se chamar de acordos de primeira geração aqueles que compreendem apenas temas
comerciais e aspectos diretamente relacionados. Nos acordos de outras gerações outras medidas são
consideradas, no sentido de maior profundidade na integração, como mudanças de legislação dos países,
politicas de compras governamentais, medidas ambientais e legislação trabalhista.
Tais processos de integração regional tendem a levar países com posições semelhantes em relação
a temas comerciais a serem negociados a adotarem posições também semelhantes, construindo uma
posição negociadora comum, fatalmente aumentando o poder de barganha destes grupos formados.
Historicamente, a integração comercial da América do Sul vem sendo um tema de discussão desde
a década de 1950, com diversas inciativas de aproximação. No entanto, fatores econômicos e políticos,
somados às dificuldades do processo de negociação em si, teriam levado a sérias dificuldades na
construção deste mecanismo.
Em 1960, após interesse de aproximação comercial entre Argentina, Brasil, Chile e México, foi
assinado o Tratado de Montevidéu, que deu origem a ALALC, substituída pela Aladi em 1980. No período
houve também a constituição do Pacto Andino, em 1969, posterior Comunidade Andina. Já, em 1991,
Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, assinaram o Tratado de Assunção, criando o Mercosul.
Mais recentemente, temos em 2009 a criação da ALBA (Aliança Bolivariana das Américas) que
engloba simultaneamente nações sul-americanas, caribenhas e centro-americanas. Em 2012, foi firmada a
Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México).
No entanto, muito embora o tema da integração seja recorrente para os países da América Latina, o
fato é que houve poucos avanços significativos no processo de integração. Um indicador básico de
integração regional o percentual das exportações ao nível regional em relação ao total das exportações
dos países envolvidos permanece baixo em comparação com outras regiões. Na América do Sul, esse
indicador oscila em torno de 20%, enquanto no Leste Asiático e na Europa Ocidental ele supera os 45%.
Podemos apontar como causas desse menor nível de integração a permanência de barreiras de
todos os tipos entre os países membros. Outro fator é o baixo dinamismo das economias envolvidas. Em
anos recentes, o baixo dinamismo verificado entre as transações comerciais dos membros do Mercosul
pode também ser explicada pelo fato de os países terem dado grande ênfase às dimensões sociais e
políticas, deixando em segundo plano ações requeridas para a integração econômica.
6.1 MERCOSUL
Veremos nas aulas de Economia Brasileira que o Brasil atravessou período de formidável
E
exuberante crescimento econômico direcionou interesses brasileiros a países vizinhos, buscando novas
fontes de energia e ampliação do mercado consumidor.
A expansão brasileira na região, aliada a visão geopolítica do governo militar brasileiro geraram
desconfianças da Argentina em relação ao movimento internacional do Brasil. Este processo teve seu auge
na crise internacional que se instalou devido à construção da usina hidrelétrica de Itaipu, em que a
Argentina fez forte oposição ao projeto brasileiro, gerando um clima de tensão entre os dois países.
O conflito foi finalizado com a celebração do acordo Itaipu-Corpus, em 1979. O conflito pela
hegemonia regional foi superado e os países se reaproximaram, incrementando a integração econômica e a
cooperação bilateral. Este reaproximação propiciou a constituição do Mercosul.
A Declaração de Iguaçu, assinada em 1985, estabeleceu as bases das relações econômicos dos dois
países. Em 1986, foi assinado o Tratado de Cooperação Econômica, que visava a incrementar a cooperação
econômica entre Brasil e Argentina. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, que tinha
como objetivo estabelecer as bases para uma área de livre comércio. Aos poucos, Uruguai e Paraguai
foram sendo incorporados ao processo de integração. Finalmente, em 1991, foi assinado o Tratado de
Assunção, constituindo o Mercosul, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O Protocolo de Adesão da Venezuela foi assinado em 2006, para integrar a Venezuela ao bloco
regional. Todos os países, entretanto deveriam ratificar o protocolo para que se desse a entrada do novo
membro. O Paraguai não ratificou o protocolo. Em 2012, o Paraguai foi suspenso do bloco devido à
destituição do Presidente deste país, o que possibilitou a Venezuela de finalmente aderir ao Mercosul, no
mesmo ano de 2012. Em 2014 foi revogada a suspensão do Paraguai. Em dezembro de 2016, a Venezuela
foi suspensa do bloco, sob alegação de ruptura da ordem democrática.
Os membros associados do MERCOSUL participam das reuniões desse bloco regional, mas não
possuem direito de voto e também não utilizam a Tarifa Externa Comum (TEC), tampouco se vinculam às
normas emanadas dos órgãos decisórios do bloco.
Nos últimos anos, temos verificado uma tendência no cenário negociador internacional de
enfraquecimento da OMC, com o surgimento de uma série de acordos bilaterais (entre apenas dois países)
e plurilaterais (entre um número pequeno de países). Estes acordos ocorrem de forma paralela às
negociações multilaterais (entre os países membros) no âmbito da OMC. Muitos destes acordos envolvem
-acordos
Os grandes acordos tem mostrado uma tendência a tratar de temas de razoável complexidade, com
as negociações abrangendo temas além das discussões tarifárias, assuntos que, muitas vezes, ainda não
foram negociados na OMC.
trabalhistas e podem afetar não apenas o comércio entre os países signatários dos acordos, mas também
os países de fora.
Diversos fatores podem levar uma empresa a operar internacionalmente. Tanto os fatores
microeconômicos, diretamente ligados ao desempenho da firma, quanto fatores macroeconômicas e
institucionais, que possuem relação com as características internas do país receptor do IDP. A teoria
econômica procura explicar o que determina a internacionalização da produção. Podemos citar os
seguintes fatores principais:
Investimentos voltados para atendimento do mercado interno do país receptor. Neste caso o fator
determinante para instalação da empresa multinacional é o mercado consumidor do país receptor.
Podemos citar como exemplo a instalação de indústrias de produção de veículos, que montam suas
plantas no Brasil, devido ao grande mercado consumidor brasileiro.
Investimentos voltados para busca de menores custos de produção. Muitas vezes a instalação das
multinacionais em outros países ocorre pela possibilidade de redução dos custos de produção, seja
por maior proximidade do mercado consumidor, seja pela proximidade das matérias-primas e
insumos básicos de produção, o fato é que as empresas buscam racionalização da produção em
uma cadeia internacional de modo a aproveitar economias de escala e escopo.
Investimentos que buscam ter acesso a condições de mão-de-obra e matérias-primas mais baratas
em outros mercados. As empresas multinacionais se deslocam também para aproveitar os preços
menores de insumos e salários. É o caso das diversas multinacionais que se instalam na China,
devido ao baixo custo da mão-de-obra chinesa.
Nível das estruturas institucionais do país receptor. As instituições de um país estão relacionadas à
capacidade de resolver as imperfeições apresentadas pelo mercado. Dentro do conceito de
ambiente institucional, podemos relacionar os aspectos referentes às instituições políticas e
Estes fatores atuam em conjunto para que as empresas tomem a decisão de migrar para outros
países.
1
Nas últimas décadas, percebemos diversas negociações entre os países, buscando firmar um marco
regulatório para os investimentos estrangeiros. Na falta de consenso, tem surgido os Acordos Bilaterais de
Investimentos (BITs, na sigla, em inglês). Estes acordos visam estabelecer garantias aos investimentos
estrangeiros nos países receptores e definir as bases dos investimentos a ser realizados.
Cláusulas normativas não controversas como tratamento nacional e de nação mais favorecida,
além de disciplinas básicas sobre expropriação direta3. Através de tratamento nacional e de nação
mais favorecida, o investidor será tratado em condições de igualdade com investidores domésticos
e de terceiros países. Já a expropriação direta é a compensação do investidor em situações atípicas,
como guerras, por exemplo.
2
É uma cláusula de garantia e proteção aos investimentos realizados, constante na maioria dos tratados de investimentos, a
qual garante o estabelecimento de um processo para resolução de disputas entre os investidores estrangeiros e os Estados
receptores, por violação de tais garantias.
3
A expropriação direta é a apreensão patente de ativos de um investidor estrangeiro por parte do Estado-receptor. As cláusulas
de expropriação direta, visam proteger investidores estrangeiros contra expropriações não compensadas e é uma das principais
garantias encontradas em acordos internacionais sobre investimento.
Comitês conjuntos com agendas temáticas para cooperação e facilitação dos investimentos. O
Comitê Conjunto possibilita desenvolver atividades de promoção de investimento, bem como
prevenir controvérsias, quando investidores achem que estão sendo discriminados. É um espaço
para que os governos possam tentar resolver a questão.
Recentemente, o Brasil firmou acordos de investimento como diversos países, como Angola,
Moçambique, Maláui, México, Colômbia, Chile e Peru. Cada acordo possui sua especificidade, uma vez que
não há modelo fechado de negociação imposto pelo Brasil.
0
Nos últimos anos, os acordos de investimentos têm ganhado importância no Brasil, não só por
regulamentar o investimento estrangeiro direto no Brasil, mas também por estabelecer regras para a
atuação de empresas brasileiras que investem em outros países. O Brasil não é apenas o maior receptor de
IDP da América Latina, mas também o principal investidor externo da região. Em cinco anos, as empresas
brasileiras quase que duplicaram seus investimentos no exterior, especialmente em países da América
Latina e Caribe. Em 2014, o México converteu-se no principal destino dos investimentos brasileiros na
América Latina.
Com a internacionalização, há a expansão dos mercados de seus bens e serviços, o que faz com que
as empresas apresentem tendência a operar com ganhos de escala em sua produção, tornar-se, portanto,
mais competitivas.
Antes de estudarmos as agências que atuam no comércio exterior brasileiro, cabe fazer uma breve
distinção entre comércio internacional e comércio exterior. O comércio internacional é o conjunto de
operações comerciais entre os diversos países. O comércio exterior refere-se a relações comerciais que um
determinado país possui com os demais. Essa distinção é importante, pois falamos da legislação brasileira
de comércio exterior e não legislação brasileira de comércio internacional. Em nosso curso, estudamos o
funcionamento do comércio internacional. Agora trataremos dos órgãos atuantes no comércio exterior do
Brasil.
b
Feita esta breve consideração inicial, podemos entrar no estudo das instituições brasileiras voltadas
para a atuação no comércio exterior.
São vários os órgãos que atuam no comércio exterior brasileiro: Receita Federal, Anvisa, INMETRO,
etc. Muitas vezes, uma operação comercial depende da autorização de todos estes órgãos. Diante da
enorme burocracia e necessidade de uma coordenação entre os diversos órgãos, foi criado o SISCOMEX
(Sistema Integrado de Comércio Exterior). Sua criação se deu na década de 1990, com a abertura comercial
da economia brasileira, que trouxe a necessidade de redução burocrática do setor.
O SISCOMEX é um órgão informatizado, que integra todos os outros órgãos do comércio exterior
brasileiro. Através de um único sistema de informações, pode-se acompanhar e controlar as operações
realizadas, sem que seja necessário um controle paralelo em cada órgão do comércio internacional.
Atuam no ambiente do SISCOMEX importadores, exportadores e também entidades públicas. Por exemplo,
um importador realiza um registro de licença para importar no SISCOMEX. Esta licença será analisada por
diversos órgãos públicos, via SISCOMEX.
A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) é o órgão de cúpula do comércio exterior brasileiro, que
tem por objetivo a formulação, adoção, implementação e a coordenação de políticas e atividades relativas
ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo.
É através da CAMEX que o governo promove o comércio exterior brasileiro, buscando uma inserção
competitiva do Brasil na economia global.
A CAMEX é a mais alta instância da estrutura comercial brasileira. Em 2016, com a Lei nº
13.341/2016, a CAMEX ganhou maior importância, passando a integrar a estrutura da Presidência da
República.
Há inúmeras funções do CAMEX, pois é o órgão que defini e fixa as diretrizes das políticas de
comércio exterior. Se a questão de sua prova citar alguma função com os verbos FIXAR, DECIDIR, DEFINIR e
COORDENAR, associe esta função ao CAMEX.
É importante ressaltar que o CAMEX define as diretrizes das políticas de comércio exterior, mas não
é o CAMEX que normatiza, executa ou controla essas políticas. Sobre a normatização do comércio exterior,
há inúmeros órgãos responsáveis por esta atribuição. Em relação à fiscalização e controle, estas são de
responsabilidade do Ministério da Fazenda por determinação constitucional.
Por fim, a CAMEX tem também competência para fixar as alíquotas apenas do imposto de
importação e do imposto de exportação. Portanto, está errado dizer que fixa as alíquotas de todos os
0
tributos incidentes sobre o comércio exterior. Os impostos de importação e exportação são exceções ao
princípio da legalidade (isto é visto em Direito Tributário, certo?), de forma que suas alíquotas não
necessitam ser fixadas por lei, sendo feitas por Resolução do CAMEX.
“ “ECEX D
Assim como a lista de funções da CAMEX, você não deve decorar todas as atribuições da SECEX.
Perceba que, da mesma forma que a CAMEX tem funções de FIXAR, DECIDIR, DEFINIR e COORDENAR, a
SECEX tem a função de PROPOR a aplicação de medidas de defesa comercial e políticas de comércio
exterior. Prestando a atenção nestes verbos, podemos associar a função ao CAMEX ou a SECEX na hora da
prova.
Vale ressaltar que a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais autoridades que
exerçam suas atribuições nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados,
bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e
desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, conforme art. 17 do Decreto n°
6759/2009. Dessa forma, as demais autoridades devem prestar auxílio imediato, sempre que requisitado
pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação
fiscal. Essa precedência implica também na competência da autoridade aduaneira, sem prejuízo das
atribuições de outras autoridades, para disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de
pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias em portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados.
A atuação do Bacen no âmbito do comércio exterior é feita basicamente no controle cambial das
importações e exportações. O BACEN é uma autarquia federal e faz parte da estrutura do Ministério da
Fazenda.
........
Seguem agora alguns exercícios, a fim de que a fixação dos conteúdos seja a melhor possível. O
foco, é claro, é no CESPE.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2015) - Considerando que a Rodada Doha, no Catar,
lançada em novembro de 2001, propôs um compromisso em prol da liberalização comercial e do
crescimento econômico, com especial atenção aos países em desenvolvimento, julgue (C ou E) o próximo
item.
O Brasil tem defendido o acesso aos mercados mediante a imposição e majoração de tarifas.
Comentários:
A assertiva por si só já é contraditória. Fica bastante estranho um país defender o acesso aos mercados
impondo e majorando tarifas, que são medidas protecionistas.
O Brasil, bem como outros países em desenvolvimento, tem defendido a liberalização comercial no campo
agrícola, setor em que se concentram boa parte de suas exportações.
Gabarito: Errado
2. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2015) - Considerando que a Rodada Doha, no Catar,
lançada em novembro de 2001, propôs um compromisso em prol da liberalização comercial e do
crescimento econômico, com especial atenção aos países em desenvolvimento, julgue (C ou E) o próximo
item.
O Brasil e vários países em desenvolvimento deram ênfase às negociações relativas aos produtos
agrícolas, dada a concentração desses produtos em suas pautas de exportação.
Comentários:
Questão na mesma linha da anterior. O Brasil, bem como outros países em desenvolvimento, tem
defendido a liberalização comercial no campo agrícola, setor em que se concentram boa parte de suas
exportações.
Gabarito: Certo
Comentários:
Entre os desafios propostos a serem enfrentados pela rodada Doha podemos citar a combate a
desigualdade entre os países membros, buscando a recuperação da capacidade dos Países com menor
O erro da questão, entretanto, é afirmar que estes países enfatizam as negociações de comércio de
serviços e as questões relacionadas à propriedade intelectual. A liberalização destes setores é de grande
importância aos países desenvolvidos, visto que são os maiores exportadores de serviços e são os
principais investidores em pesquisa e desenvolvimento, possuindo grande interesse na regulamentação
dos direitos de propriedade intelectual.
Gabarito: Errado
4. (Instituto Rio Branco 2011)- A cláusula que dispõe sobre a nação mais favorecida, avanço
introduzido na transição do Acordo Geral de Tarifas e Comércio para a OMC, constitui um dos princípios
diretores do sistema multilateral de comércio.
Comentários:
A cláusula da nação mais favorecida realmente constitui um dos princípios diretores do sistema multilateral
de comércio. O princípio vigora, entretanto, desde a criação do GATT 1947, portanto não foi introduzida na
transição do Acordo Geral de Tarifas e Comércio para a OMC.
Gabarito: Errado
5. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia - SEDF - 2017) - Com relação às políticas
econômicas e aos seus instrumentos, julgue o item subsecutivo.
A elevação da alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para os automóveis que não
contassem com pelo menos 65% de insumos fabricados no Brasil, iniciada no ano de 2012, representou
espécie de barreira comercial.
Comentários:
Esta é uma clara medida protecionista, visto que os automóveis com menos de 65% de insumos nacionais
são tributados de maneira mais agressiva. Isto encarece estes veículos, frente aos que utilizam mais de 65%
de insumos fabricados no Brasil.
Gabarito: Certo
6. (CESPE - Analista Legislativo - Área IX - Consultor Legislativo - CAM DEP - 2014) - Com referência à
Organização Mundial do Comércio (OMC) e a aspectos diversos relacionados ao comércio internacional,
julgue o item que se segue.
Embora a OMC tenha sido criada apenas na Rodada Uruguai, a regulação do comércio internacional já
era exercida pelas normas do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) desde 1947, acordo do
qual o Brasil foi membro originário.
Comentários:
O GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comercio) foi criado, basicamente, como um foro de discussão sobre
questões de comércio internacional, em 1947, e o Brasil constou como membro desde sua criação. Este
acordo foi a base da futura criação da OMC, que ocorreu na Rodada Uruguai.
Gabarito: Certo
O Brasil propugna maior transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de comércio, em
particular, medidas antidumping e anti-subsídios, que afetam suas exportações para os países
desenvolvidos.
Comentários:
Como vimos, entre os desafios propostos a serem enfrentados pela rodada Doha podemos citar a combate
a desigualdade entre os níveis de desenvolvimento dos países membros, sendo preciso incrementá-lo nos
países menos desenvolvidos e ainda buscar a recuperação da capacidade dos Países com menor
desenvolvimento relativo (PMDR) para a promoção de desenvolvimento na geração de renda e redução de
dependência de recursos financeiros externos. Neste contexto, o Brasil atuou, propondo maior
transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de comércio, que afetam suas exportações
para os países desenvolvidos.
Gabarito: Certo
Comentários:
Como vimos, as restrições comerciais podem ser tarifárias ou não-tarifárias. O Brasil atua defendendo a
redução de ambas as barreiras, principalmente as existentes sobre os produtos agrícolas, que possuem
peso considerável em suas exportações e são alvo de políticas protecionistas pelos países desenvolvidos.
Gabarito: Certo
9. Dada a participação majoritária do setor terciário na composição de seu Produto Interno Bruto
(PIB), o Brasil almeja o aumento de sua participação nas exportações mundiais de serviços, defendendo,
por conseguinte, ampla liberalização dessa modalidade de comércio.
Comentários:
Os países desenvolvidos tendem a defender liberalizações no setor de serviços, já o Brasil atua defendendo
a redução, principalmente, sobre os produtos primários.
Gabarito: Errado
10. Por dispor de um parque industrial amplo e diversificado, embora com diferenças setoriais
quanto aos níveis de competitividade, o Brasil posiciona-se contrariamente ao aprofundamento de
compromissos relativos a reduções tarifárias para produtos manufaturados.
Comentários:
Apesar de haver um entendimento por parte do Brasil de que um aprofundamento das reduções tarifárias
para bens manufaturados pode causar malefícios à indústria nacional, não é correto afirmar que o país é
contrário às reduções. O foco do país tem sido as quedas de barreiras no campo agrícola e a redução de
barreiras para manufaturados podem entrar em negociação condicionada à contrapartida dos países
desenvolvidos no campo agrícola.
Gabarito: Errado
11. Brasil propugna maior transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de
comércio, em particular, medidas antidumping e antisubsídios, que afetam suas exportações para os
países desenvolvidos.
Comentários:
Este item é idêntico à questão anterior. Como vimos, entre os desafios propostos a serem enfrentados pela
atual rodada podemos citar a combate a desigualdade entre os níveis de desenvolvimento dos países
membros, sendo preciso incrementa-lo nos países menos desenvolvidos e ainda buscar a recuperação da
capacidade dos Países com menor desenvolvimento relativo (PMDR) para a promoção de desenvolvimento
na geração de renda e redução de dependência de recursos financeiros externos. Neste contexto, o Brasil
atuou, propondo maior transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de comércio, que
afetam suas exportações para os países desenvolvidos.
Gabarito: Certo
12. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2006) - Acerca de fatos relacionados à criação e ao
desenvolvimento do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), julgue (C ou E) o item a seguir.
Nascido da aproximação política entre os governos de Montevidéu e Assunção, em meados dos anos 80
do século passado, o MERCOSUL concretizou-se a partir do momento em que Argentina e Brasil aderiram
ao projeto, superando sólidas e históricas rivalidades.
Comentários:
O conflito entre Brasil e Argentina foi finalizado com a celebração do acordo Itaipu-Corpus, em 1979. O
conflito pela hegemonia regional foi superado e os países se reaproximaram, incrementando a integração
econômica e a cooperação bilateral entre os países. Este reaproximação propiciou a constituição do
Mercosul. A Declaração de Iguaçu, assinada em 1985, estabeleceu as bases das relações econômicos dos
dois países. Em 1986, foi assinado o Tratado de Cooperação Econômica, que visava a incrementar a
cooperação econômica entre Brasil e Argentina. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento,
que tinha como objetivo estabelecer as bases para uma área de livre comércio. Aos poucos, Uruguai e
Paraguai foram sendo incorporados ao processo de integração. Finalmente, em 1991, foi assinado o
Tratado de Assunção, constituindo o Mercosul, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Percebemos que, de fato, o Mercosul nasceu da aproximação entre Brasil e Argentina. O erro da questão é
afirmar que o Mercosul se concretizou a partir do momento que os dois países aderiram ao projeto, visto o
Mercosul foi assinado pelos quatro países supramencionados.
Gabarito: Errado
13. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2006) - Acerca de fatos relacionados à criação e ao
desenvolvimento do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), julgue (C ou E) o item a seguir.
Como os demais blocos econômicos formados nas décadas finais do século XX, o MERCOSUL surge com o
propósito de oferecer aos seus membros, entre outros objetivos, condições mais favoráveis de inserção
na economia mundial crescentemente globalizada e competitiva.
Comentários:
A principal motivação da celebração do Tratado de Assunção foi devido a fatores econômico-comerciais,
pois os países perceberam que juntos aumentariam muito seu poder negociador, em condições mais
favoráveis de inserção na economia mundial.
Gabarito: Certo
14. (CESPE - Economista TEM - 2008) - As questões de economia internacional são cruciais à
compreensão das economias de mercado, em um mundo globalizado. Com base nessa análise, julgue o
item.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), administrado pela Organização Mundial do Comércio,
constitui um exemplo de acordo multilateral de comércio.
Comentários:
Vimos que o GATT não é uma organização internacional, e foi somente um acordo internacional. Podemos
afirmar também que o GATT é um acordo multilateral, pois vincula todos os membros da OMC.
Gabarito: Certo
15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior - 2008) - Julgue o item, relativo aos instrumentos básicos
de política comercial.
Embora o GATT proíba, como regra geral, a aplicação de medidas restritivas de caráter quantitativo, a
imposição de cotas de importação é reconhecida como medida de política comercial legítima, quando de
caráter condicional, excepcional e temporário, para a correção de desequilíbrios do mercado doméstico.
Comentários:
Como via de regra, o GATT proíbe medidas restritivas de caráter quantitativo, ou seja, que os países
estabeleçam limites quantitativos na negociação de mercadorias. Em situações excepcionais e temporárias,
entretanto, ela é autorizada, como no caso de salvaguardas ou por desequilíbrios no Balanço de
Pagamentos.
Gabarito: Correto
16. (CESPE - Analista de Comércio Exterior - 2008) - Julgue o item, relativo aos instrumentos básicos
de política comercial.
Segundo a OMC, desde o início da década passada, observa-se a contínua proliferação de acordos
preferenciais regionais. Espera-se que aproximadamente 400 acordos de tal modalidade estejam em
vigor até 2010, o que atesta a valorização dos acordos como instrumentos de política comercial, dado
que, mediante tais acordos, os países podem usufruir de condições mais flexíveis e diferenciadas de
acesso a mercados do que as definidas nos acordos e compromissos multilaterais.
Comentários:
A falta de avanços na Rodada Doha, sobretudo para os países em desenvolvimento, fez com que surgissem
ou ganhassem força negociações regionais. Da mesma forma, a reunião em Seattle, considerada um
fracasso dentro e fora da conferência, acabou gerando uma série de novos acordos regionais.
No âmbito destes acordos, os países podem usufruir de condições mais flexíveis e diferenciadas de acesso
a mercados, sem estender as condições negociadas a todos os membros da OMC.
Gabarito: Certo
Gabarito: Errado
18. (CESPE - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2011) - No que se refere ao comércio internacional e suas
instituições, assinale a opção correta.
a) O GATT não reconhece acordos regionais, sob o fundamento de que eles são utilizados para impor
barreiras ao restante das partes contratantes.
b) A atuação da OMC estende-se a mercadorias, serviços e direitos de propriedade intelectual, com o
objetivo de reduzir barreiras comerciais e tratamentos discriminatórios.
c) No MERCOSUL, há direito comunitário, sendo as normas oriundas de órgãos comuns e dispensada a
internalização, conforme as regras de direito internacional.
d) O GATT e a OMC foram concebidos em 1948 para expandir o comércio internacional.
e) Por constituir tratado multilateral, cujas partes atuam em posição de igualdade, o GATT não apresenta
condições especiais para os países em desenvolvimento.
Comentários:
Letra A: Incorreto. O GATT permite e reconhece a existência de acordos regionais, entretanto, estes
acordos não são firmados no âmbito do GATT.
Letra B: Correto. Diferentemente do GATT, que atua somente sobre o comércio de mercadorias, a atuação
da OMC estende-se a mercadorias, serviços e direitos de propriedade intelectual.
Letra C: Incorreto. As normas devem ser internalizadas no MERCOSUL, conforme as regras de direito
internacional.
Letra E: Incorreta. Primeiramente, o GATT não é um tratado, e sim um acordo do comércio internacional.
Ademais, na Rodada Tóquio, foi estabelecida ainda a Cláusula de Habilitação, que permitiu a concessão de
tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento.
Gabarito: B
19. (CESPE - Juiz Federal - TRF 5ª Região - 2009) - Assinale a opção correta no que concerne ao GATT e
à OMC.
a) O GATT foi promulgado em 1970 com a finalidade de expandir o comércio internacional e reduzir os
direitos alfandegários, por intermédio de contingenciamentos, acordos preferenciais e barreiras
pecuniárias.
b) A cláusula de habilitação, um dos princípios do GATT, estabelece que todo e qualquer favorecimento
alfandegário oferecido a uma nação deve ser extensível às demais.
c) A OMC, fórum permanente de negociação para a solução de controvérsias quanto às práticas desleais e
de combate a medidas arbitrárias de comércio exterior, foi criado pelo Acordo de Tóquio, de 1985, e está
vinculado ao Fundo Monetário Internacional.
d) O Conselho Geral é o órgão da OMC incumbido da resolução de disputas e mecanismos de revisão de
política comercial. Dotado de função análoga à judiciária, esse conselho vale-se, via de regra, de
mecanismos de composição extrajudicial, como a arbitragem.
e) O sistema de solução de controvérsias da OMC conta com apenas três fases: formulação de consultas
pelos Estados envolvidos, constituição de grupo especial e prolação de decisão.
Comentários:
Letra A: Incorreta. O GATT foi assinado em 1947. A expansão do comércio internacional se daria através da
maior liberalização comercial e não por intermédio de contingenciamentos, acordos preferenciais e
barreiras pecuniárias, que são medidas protecionistas.
Letra B: Incorreta. A cláusula da nação mais favorecida, um dos princípios do GATT, estabelece que todo e
qualquer favorecimento alfandegário oferecido a uma nação deve ser extensível às demais. A Cláusula de
Habilitação permitiu a concessão de tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento.
Letra D: Correta. O Conselho Geral desempenha as funções da OMC nos intervalos entre as reuniões da
Conferência Ministerial. É no âmbito deste órgão que se dá a função de Órgão de Solução de Controvérsias
e ainda de Órgão de Revisão das Políticas Comerciais, que tem como foco analisar políticas comerciais e
administrar as disputas.
Gabarito: D
20. (AFRF 2002)- Mesmo após a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Acordo Geral
de Comércio e Tarifas (GATT), mantém-se como componente fundamental do sistema multilateral de
comércio.
Comentários:
O GATT, mesmo após a criação da OMC, continua em plena vigência, sendo que seus princípios continuam
válidos e regulando o comércio internacional, mantendo-se como componente fundamental do sistema
multilateral de comércio.
Gabarito: Correto
21. (MDIC - Área Administrativa - 2009)- O GATT não era um organismo internacional, como o FMI ou
o BIRD, mas um Acordo, do qual faziam parte os países interessados, denominados Partes Contratantes.
Comentários:
O GATT não é uma organização internacional, foi somente um acordo internacional, diferentemente do
FMI e o BIRD que são organizações internacionais criadas como resultado da Conferência de Bretton
Woods.
Gabarito: Certo
22. (INMETRO - 2010)- Entre os entraves para a conclusão da rodada de negociação da OMC em
Doha, inclui-se a defesa, por parte dos países em desenvolvimento, do direito de manter as políticas de
subsídios às exportações e o disciplinamento dos subsídios à produção.
Comentários:
O impasse existente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento se refere, principalmente, à
negociação de concessões para a comercialização de produtos agrícolas e seus subsídios. Os países
desenvolvidos relutam em fazer concessões no campo agrícola, enquanto desejam que os países em
desenvolvimento façam concessões para bens não-agrícolas. Assim, os países desenvolvidos desejam
manter o protecionismo no campo agrícola e, por outro, querem receber concessões no campo não-
agrícola.
A questão está incorreta por afirmar que os países em desenvolvimento querem manter as políticas de
subsídios às exportações e o disciplinamento dos subsídios à produção. São os países desenvolvidos que
querem manter as proteções agrícolas.
Gabarito: Errado
23. (INMETRO -2010)- A Rodada Doha é a primeira rodada de negociações multilaterais desenvolvida
no âmbito da OMC, tendo sido lançada em 2001.
Comentários:
Originalmente esta Rodada iniciou em novembro de 2001, a partir da IV Conferência Ministerial da OMC
em Doha, no Qatar, sendo a primeira rodada de negociações multilaterais desenvolvida no âmbito da OMC.
Gabarito: Certo
24. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
supervisionar a aplicação dos acordos comerciais celebrados entre os países-membros e a
implementação de medidas de proteção aos investimentos estrangeiros nos mercados nacionais e
solucionar litígios comerciais entre empresas e países-membros.
Comentários:
O primeiro erro da questão é afirmar que está entre os objetivos da OMC a implementação de medidas de
proteção aos investimentos estrangeiros nos mercados nacionais.
O segundo erro é dizer que a OMC soluciona litígios comerciais entre empresas e países-membros. A OMC
atua apenas em litígios entre nações.
Gabarito: Errado
25. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
monitorar as práticas comerciais, de modo a garantir a livre circulação de bens e investimentos entre os
países-membros.
Comentários:
A OMC atua monitorando as práticas comerciais, entretanto, esta supervisão ocorre para verificar se os
compromissos assumidos estão sendo cumpridos.
Gabarito: Errado
26. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
supervisionar o funcionamento dos blocos comerciais regionais e promover a liberalização do comércio
de bens e serviços e o cumprimento das normas de proteção à propriedade intelectual.
Comentários:
Não é objetivo da OMC supervisionar o funcionamento dos blocos comerciais regionais. A OMC atua no
comércio internacional em nível multilateral, em não em nível regional.
Gabarito: Errado
27. (AFRF - 2002)- A normativa multilateral não se aplica ao comércio de produtos agrícolas.
Comentários:
Vimos que um dos pontos importantes da Rodada Uruguai foi a inclusão dos setores têxtil e agrícola nas
regras do sistema multilateral. Dessa forma, a normativa multilateral se aplica ao comércio de produtos
agrícolas.
Gabarito: Errado
Comentários:
A OMC foi criada durante a rodada Uruguai em 1994 e prevê uma atuação mais ampla que a do GATT 1947,
sendo que diversos temas passaram a fazer parte das negociações comerciais, inclusive temas como o
comércio de serviços e direitos de propriedade intelectual.
Gabarito: Errado
Comentários:
Não há muito que acrescentar, através dos acordos e compromissos entre países, a OMC visa promover a
liberalização do comércio internacional. O sistema multilateral de comércio está assentado nos acordos
firmados no âmbito da OMC.
Gabarito: Certo
Comentários:
Novos assuntos passaram a ser tratados pela agenda de discussões multilaterais na Rodada Uruguai, como
o comércio de serviços e os direitos de propriedade intelectual. A liberalização destes setores é de grande
importância dos países desenvolvidos, visto que são os maiores exportadores de serviços e são os
principais investidores em pesquisa e desenvolvimento, possuindo grande interesse na regulamentação
dos direitos de propriedade intelectual. Um dos resultados da rodada foi a criação do GATS (Acordo Geral
sobre o Comércio de Serviços), que continua vigente até hoje.
Gabarito: Certo
Comentários:
A OMC administrará dois tipos de acordos, os multilaterais e os plurilaterais. Os acordos plurilaterais são de
adesão facultativa, enquanto que os acordos multilaterais são obrigatórios para todos os membros da
OMC.
Gabarito: Errado
32. (Procurador da Fazenda Nacional 2007) - Entre os acordos da OMC, destacam-se o Acordo sobre
Comércio de Serviços (GATS) e o Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao
Comércio (TRIPS).
Comentários:
Um dos resultados da rodada Uruguai, já no âmbito da OMC, foi a criação do GATS (Acordo Geral sobre o
Comércio de Serviços) e do Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio
(TRIPS).
Gabarito: Certo
33. (AFRF 2002) O Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT), consagra, como princípios
fundamentais, a eqüidade, o gradualismo e a flexibilidade no comércio internacional.
Comentários:
O GATT pretendia a progressiva liberalização do comércio internacional, combatendo as práticas
protecionistas. Essa liberalização não seria alcançada de maneira repentina, de forma que o processo de
liberalização seria lento e progressivo. O pilar central do GATT e do sistema multilateral de comércio é o
chamado princípio da não-discriminação e se desdobra em dois outros princípios: princípio do tratamento
nacional e cláusula da nação mais favorecida.
Gabarito: Errado
34. (AFRF 2002)- Os dispositivos do Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT) contemplam apenas
a eliminação das barreiras tarifárias.
Comentários:
Inicialmente as rodadas negociadoras se concentraram nas concessões tarifárias e reduções de barreiras
aduaneiras bem como trataram da adesão de novos países. A cada rodada, entretanto, os temas tornaram-
se mais complexos, ao passo que o comércio internacional passou cada vez a ser menos afetado por
barreiras tarifárias, que foram sendo substituídas por instrumentos mais sofisticados de proteção
comercial.
Gabarito: Errado
35. (AFRF-2005)- O estado X, principal importador mundial de brocas helicoidais, adquire o produto
de vários países, entre eles os estados Y e Z. Alegando questões de ordem interna, o estado X, num dado
momento, decide majorar o imposto de importação das brocas helicoidais provenientes de Y, e mantém
inalterado o tributo para as brocas helicoidais oriundas de Z. Considerando que os países X, Y e Z fazem
parte da Organização Mundial do Comércio o estado Y poderia reclamar a invalidade dessa prática com
base no princípio do respeito ao compromisso tarifário.
Comentários:
A Cláusula da Nação Mais favorecida dispõem que as concessões feitas por uma parte contratante a outra
não podem ser distintas do tratamento concedido às demais partes contratantes. Se o Brasil determinar
uma alíquota de imposto de importação de 10% sobre computadores importados do Japão, por exemplo,
esta alíquota deverá ser praticada nas importações de computadores de todos os outros países membros.
Dessa forma, a situação retratada poderia ser invalidada pela Clausula da Nação Mais Favorecida.
Gabarito: Errado
36. (AFRF- 2005)- A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo Geral de
Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição da igualdade
econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático a luta contra práticas
protecionistas, a exemplo da abolição de acordos bilaterais de preferência.
Comentários:
A cláusula da nação mais favorecida é um dos desdobramentos do pilar central do GATT e do sistema
multilateral de comércio que é o chamado princípio da não-discriminação.
A criação desta cláusula se deu no plano fático (plano dos acontecimentos, no plano prático) em razão do
surgimento de acordos bilaterais firmados entre alguns dos países membros, discriminando os não
participantes. Assim, a Clausula da Nação Mais Favorecida busca a igualdade econômica entre os membros,
no sentido de evitar práticas protecionistas entre os países.
Gabarito: Certo
37. (AFRF 2002) - Todas as vantagens, favores, privilégios ou imunidades concedidos por uma parte
contratante a um produto originário ou com destino a qualquer outro país serão, imediatamente e
incondicionalmente, estendidos a qualquer produto similar originário ou com destinação ao território de
quaisquer outras partes contratantes. (GATT-1994, artigo 1, parágrafo 1). O excerto acima destacado
(caput do parágrafo 1 do artigo 1) define uma cláusula conhecida, internacionalmente, como cláusula da
nação mais favorecida.
Comentários:
A Cláusula da Nação Mais favorecida dispõem que as concessões feitas por uma parte contratante a outra
não podem ser distintas do tratamento concedido às demais partes contratantes. É exatamente o que se
refere a trecho acima.
Gabarito: Correto
38. (AFTN-1998)- A Cláusula da Nação Mais Favorecida estabelece que a Nação mais favorecida é a
que obtém os privilégios de uma rodada de redução tarifária sem abrir o seu mercado para as demais.
Comentários:
A Cláusula da Nação Mais favorecida dispõem que as concessões feitas por uma parte contratante a outra
não podem ser distintas do tratamento concedido às demais partes contratantes. Dessa forma, a obtenção
de privilégios em uma rodada de redução tarifária sem abrir o seu mercado para as demais é contrário à
referida clausula.
Gabarito: Errado
Comentários:
Vimos que A Cláusula da Nação Mais favorecida veda as concessões de vantagens somente a alguns países
em detrimento dos outros, o que não quer dizer que um país deva rever toda sua estrutura tarifária.
Gabarito: Errado
40. (INMETRO - 2010)- Com a criação da OMC, a cláusula da nação mais favorecida, princípio histórico
do comércio internacional, foi banida do estamento jurídico do sistema GATT.
Comentários:
De forma alguma. A Clausula da Nação Mais Favorecida continuou como um dos pilares do sistema
multilateral de comércio, após a criação da OMC.
Gabarito: Errado
Comentários:
O princípio da não-discriminação se desdobra em dois outros princípios: princípio do tratamento nacional e
cláusula da nação mais favorecida. Este princípio se refere tanto a produtos como a países. O princípio do
tratamento nacional (também chamado de princípio da paridade) proíbe os membros da OMC de conceder
tratamento mais favorável aos produtos domésticos do que aos produtos de outros membros da OMC,
uma vez que estes últimos tenham adentrado o território aduaneiro. A Cláusula da Nação Mais favorecida
dispõem que as concessões feitas por um país contratante a outro não podem ser distintas do tratamento
concedido às demais partes contratantes.
Portanto, o princípio do tratamento nacional se refere a produtos e a Cláusula da Nação Mais favorecida se
refere a países.
Gabarito: Errado
42. (INMETRO 2010) - Segundo o princípio da nação mais favorecida, o país-membro da OMC deve
dispensar aos produtos importados, no mercado doméstico, o mesmo tratamento que é dado aos
produtos nacionais.
Comentários:
O princípio do tratamento nacional (também chamado de princípio da paridade) proíbe os membros da
OMC de conceder tratamento mais favorável aos produtos domésticos do que aos produtos de outros
membros da OMC, uma vez que estes últimos tenham adentrado o território aduaneiro. Portanto é o
princípio do tratamento nacional e não o princípio da nação mais favorecida.
Gabarito: Errado
43. (AFRF 2002)- A OMC promove a liberalização do comércio internacional por meio de acordos
regionais entre os países membros.
Comentários:
A OMC promove a liberalização do comércio internacional por meio de acordos multilaterais (globais). São
admitidos que os países firmem acordos regionais, se cumpridas determinados requisitos, mas não está
correto afirmar que acordos regionais são firmados no âmbito da OMC.
Gabarito: Errado
44. (AFTN 1996)- O GATT possui muitas cláusulas de escape, que permitem que os países optem por
regras regionais ou gerais.
Comentários:
Questão, cuja resposta é muito parecida com a anterior. A OMC permite a existência de acordos regionais,
entretanto, estes acordos não são firmados no âmbito da OMC. Uma vez integrados a OMC, os países
estarão vinculados aos acordos firmados no âmbito desta organização.
Gabarito: Errado
45. (MDIC- Área Administrativa - 2009)- Tendo em vista o objetivo do GATT de eliminar o tratamento
discriminatório no comércio exterior, o Acordo não tolerava a formação de blocos econômicos ou
aduaneiros que objetivassem a remoção de tarifas e outras barreiras ao comércio entre países
participantes desse bloco.
Comentários:
A criação de blocos regionais entre os países é permitida pelo GATT, como vimos nas últimas duas
questões.
Gabarito: Errado
46. (AFTN-1996)- As questões comerciais e financeiras internacionais podem ser tratadas em bases
bilaterais ou multilaterais. Nesse sentido a Rodada Uruguai foi tipicamente um caso de ampla
negociação multilateral e o Banco Mundial constitui, por sua vez, uma fonte de fundos multilateral.
Comentários:
Uma negociação bilateral envolve dois atores do comércio internacional. Já uma negociação multilateral
envolve a totalidade de países integrados a OMC.
A Rodada Uruguai foi uma negociação tratada em âmbito multilateral. Da mesma maneira, o Banco
Mundial atua multilateralmente como fonte de fundos.
Gabarito: Certo
47. (AFTN 1996)- Bilateralismo e multilateralismo não se associam à entidade no âmbito da qual as
negociações são conduzidas mas sim ao objeto da negociação. Os produtos primários, por exemplo, são
sempre tratados em bases bilaterais.
Comentários:
Já vimos que negociações de produtos primários já se deram no âmbito da OMC, portanto em bases
multilaterais. Isto já torna a questão incorreta.
Gabarito: Errado
Comentários:
Os princípios gerais que regem o comércio de bens também orientam o comércio de serviços.
Gabarito: Errado
Comentários:
A instância colegiada responsável pela coordenação da política comercial brasileira é a CAMEX. O
SISCOMEX é um órgão informatizado que integra todos os outros órgãos do comércio exterior brasileiro.
Através de um único sistema de informações, pode-se acompanhar e controlar as operações realizadas,
sem que seja necessário um controle paralelo em cada órgão do comércio internacional.
Gabarito: Errado
50. (ACE-ESAF-2008)- A CAMEX, a mais alta instância política da estrutura de comércio exterior
brasileira, é responsável pela formulação de propostas de políticas e programas de comércio exterior e
pela proposição de medidas voltadas para o financiamento das exportações e para as áreas de seguro,
fretes e promoção comercial, participando, ainda, das negociações internacionais relacionadas ao
comércio exterior como órgão coordenador das posições brasileiras.
Comentários:
Vimos que a SECEX tem a função de PROPOR a aplicação de políticas de comércio exterior. O responsável
pelas negociações internacionais relacionadas ao comércio exterior como órgão coordenador das posições
brasileiras também não é a CAMEX. O órgão responsável é o Ministério das Relações Exteriores.
Gabarito: Errado
51. (AFRF ESAF - 2003)- A fixação das alíquotas dos impostos incidentes sobre o comércio exterior
compete à CAMEX.
Comentários:
A CAMEX tem competência para fixar as alíquotas apenas do imposto de importação e do imposto de
exportação. Portanto, está errado dizer que ela fixa as alíquotas dos tributos incidentes sobre o comércio
exterior.
Gabarito: Errado
52. (ACE- ESAF - 2002) - A formulação de propostas de políticas e programas de comércio exterior, o
estabelecimento de normas necessárias à sua implementação, a participação nas negociações em
acordos ou convênios internacionais relacionados com o comércio exterior e a implementação dos
mecanismos de defesa comercial são competências da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do
Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior.
Comentários:
Todas as atribuições mencionadas fazem parte das funções da SECEX, que faz parte da estrutura do
Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior.
Gabarito: Certo
53. (Analista dos Correios-2011)- A fixação das alíquotas dos impostos de exportação e importação e
a fixação de direitos antidumping e compensatórios, além da aplicação de salvaguardas comerciais, são
de competência da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior.
Comentários:
A fixação das alíquotas de exportação e importação, bem como a fixação de direitos antidumping e
compensatórios, além da aplicação de salvaguardas comerciais, são de competência da CAMEX.
Gabarito: Erado
54. (AFRFB ESAF - 2009)- No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita
Federal do Brasil exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no
território aduaneiro do país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.
Comentários:
Não há muito que acrescentar a esta questão. Estas são atribuições da SRFB.
Gabarito: Certo
55. (AFRFB ESAF - 2009)- No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita
Federal do Brasil gerir e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro e
reprimir os diferentes tipos de ilícitos comerciais.
Comentários:
Não está na competência da SRFB reprimir todos os diferentes tipos de ilícitos comerciais, mas apenas os
ilícitos entre fronteiras.
Gabarito: Errado
56. (Analista dos Correios-2011)- A atuação do Banco Central do Brasil no comércio exterior envolve o
controle cambial e a fiscalização das instituições autorizadas a operarem no mercado cambial e das
operações relativas ao pagamento de importações e exportações.
Comentários:
A atuação do Bacen no âmbito do comércio exterior é feito basicamente no controle cambial das
importações e exportações. Cabe ao Bacen:
Gabarito: Certo
LISTA DE QUESTÕES
01. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2015) - Considerando que a Rodada Doha, no Catar,
lançada em novembro de 2001, propôs um compromisso em prol da liberalização comercial e do
crescimento econômico, com especial atenção aos países em desenvolvimento, julgue (C ou E) o próximo
item.
O Brasil tem defendido o acesso aos mercados mediante a imposição e majoração de tarifas.
02. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2015) - Considerando que a Rodada Doha, no Catar,
lançada em novembro de 2001, propôs um compromisso em prol da liberalização comercial e do
crescimento econômico, com especial atenção aos países em desenvolvimento, julgue (C ou E) o próximo
item.
O Brasil e vários países em desenvolvimento deram ênfase às negociações relativas aos produtos
agrícolas, dada a concentração desses produtos em suas pautas de exportação.
03. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2014) - Com relação a instituições e mecanismos
destinados a regular e facilitar o comércio internacional, julgue (C ou E) o item seguinte.
04. (Instituto Rio Branco 2011)- A cláusula que dispõe sobre a nação mais favorecida, avanço
introduzido na transição do Acordo Geral de Tarifas e Comércio para a OMC, constitui um dos princípios
diretores do sistema multilateral de comércio.
05. (CESPE - Analista de Gestão Educacional Economia - SEDF - 2017) - Com relação às políticas
econômicas e aos seus instrumentos, julgue o item subsecutivo.
A elevação da alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para os automóveis que não
contassem com pelo menos 65% de insumos fabricados no Brasil, iniciada no ano de 2012, representou
espécie de barreira comercial.
06. (CESPE - Analista Legislativo - Área IX - Consultor Legislativo - CAM DEP - 2014) - Com referência à
Organização Mundial do Comércio (OMC) e a aspectos diversos relacionados ao comércio internacional,
julgue o item que se segue.
Embora a OMC tenha sido criada apenas na Rodada Uruguai, a regulação do comércio internacional já
era exercida pelas normas do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) desde 1947, acordo do
qual o Brasil foi membro originário.
O Brasil propugna maior transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de comércio, em
particular, medidas antidumping e anti-subsídios, que afetam suas exportações para os países
desenvolvidos.
(Instituto Rio Branco 2007) Considerando os interesses brasileiros na Rodada de Doha da OMC, julgue
(C ou E) os itens seguintes.
08. Nas negociações acerca de acesso a mercados, o Brasil objetiva a eliminação ou a redução de
restrições tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre suas exportações de bens, de forma geral,
priorizando o tratamento dos fatores que restringem e distorcem o comércio agrícola.
09. Dada a participação majoritária do setor terciário na composição de seu Produto Interno Bruto
(PIB), o Brasil almeja o aumento de sua participação nas exportações mundiais de serviços, defendendo,
por conseguinte, ampla liberalização dessa modalidade de comércio.
10. Por dispor de um parque industrial amplo e diversificado, embora com diferenças setoriais
quanto aos níveis de competitividade, o Brasil posiciona-se contrariamente ao aprofundamento de
compromissos relativos a reduções tarifárias para produtos manufaturados.
11. Brasil propugna maior transparência na aplicação de medidas contra práticas desleais de
comércio, em particular, medidas antidumping e antisubsídios, que afetam suas exportações para os
países desenvolvidos.
12. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2006) - Acerca de fatos relacionados à criação e ao
desenvolvimento do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), julgue (C ou E) o item a seguir.
Nascido da aproximação política entre os governos de Montevidéu e Assunção, em meados dos anos 80
do século passado, o MERCOSUL concretizou-se a partir do momento em que Argentina e Brasil aderiram
ao projeto, superando sólidas e históricas rivalidades.
13. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2006) - Acerca de fatos relacionados à criação e ao
desenvolvimento do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), julgue (C ou E) o item a seguir.
Como os demais blocos econômicos formados nas décadas finais do século XX, o MERCOSUL surge com o
propósito de oferecer aos seus membros, entre outros objetivos, condições mais favoráveis de inserção
na economia mundial crescentemente globalizada e competitiva.
14. (CESPE - Economista TEM - 2008) - As questões de economia internacional são cruciais à
compreensão das economias de mercado, em um mundo globalizado. Com base nessa análise, julgue o
item.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), administrado pela Organização Mundial do Comércio,
constitui um exemplo de acordo multilateral de comércio.
15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior - 2008) - Julgue o item, relativo aos instrumentos básicos
de política comercial.
Embora o GATT proíba, como regra geral, a aplicação de medidas restritivas de caráter quantitativo, a
imposição de cotas de importação é reconhecida como medida de política comercial legítima, quando de
caráter condicional, excepcional e temporário, para a correção de desequilíbrios do mercado doméstico.
16. (CESPE - Analista de Comércio Exterior - 2008) - Julgue o item, relativo aos instrumentos básicos
de política comercial.
Segundo a OMC, desde o início da década passada, observa-se a contínua proliferação de acordos
preferenciais regionais. Espera-se que aproximadamente 400 acordos de tal modalidade estejam em
vigor até 2010, o que atesta a valorização dos acordos como instrumentos de política comercial, dado
que, mediante tais acordos, os países podem usufruir de condições mais flexíveis e diferenciadas de
acesso a mercados do que as definidas nos acordos e compromissos multilaterais.
18. (CESPE - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2011) - No que se refere ao comércio internacional e suas
instituições, assinale a opção correta.
a) O GATT não reconhece acordos regionais, sob o fundamento de que eles são utilizados para impor
barreiras ao restante das partes contratantes.
b) A atuação da OMC estende-se a mercadorias, serviços e direitos de propriedade intelectual, com o
objetivo de reduzir barreiras comerciais e tratamentos discriminatórios.
c) No MERCOSUL, há direito comunitário, sendo as normas oriundas de órgãos comuns e dispensada a
internalização, conforme as regras de direito internacional.
d) O GATT e a OMC foram concebidos em 1948 para expandir o comércio internacional.
e) Por constituir tratado multilateral, cujas partes atuam em posição de igualdade, o GATT não apresenta
condições especiais para os países em desenvolvimento.
19. (CESPE - Juiz Federal - TRF 5ª Região - 2009) - Assinale a opção correta no que concerne ao GATT e
à OMC.
a) O GATT foi promulgado em 1970 com a finalidade de expandir o comércio internacional e reduzir os
direitos alfandegários, por intermédio de contingenciamentos, acordos preferenciais e barreiras
pecuniárias.
b) A cláusula de habilitação, um dos princípios do GATT, estabelece que todo e qualquer favorecimento
alfandegário oferecido a uma nação deve ser extensível às demais.
c) A OMC, fórum permanente de negociação para a solução de controvérsias quanto às práticas desleais e
de combate a medidas arbitrárias de comércio exterior, foi criado pelo Acordo de Tóquio, de 1985, e está
vinculado ao Fundo Monetário Internacional.
d) O Conselho Geral é o órgão da OMC incumbido da resolução de disputas e mecanismos de revisão de
política comercial. Dotado de função análoga à judiciária, esse conselho vale-se, via de regra, de
mecanismos de composição extrajudicial, como a arbitragem.
e) O sistema de solução de controvérsias da OMC conta com apenas três fases: formulação de consultas
pelos Estados envolvidos, constituição de grupo especial e prolação de decisão.
20. (AFRF 2002)- Mesmo após a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Acordo Geral
de Comércio e Tarifas (GATT), mantém-se como componente fundamental do sistema multilateral de
comércio.
21. (MDIC - Área Administrativa - 2009)- O GATT não era um organismo internacional, como o FMI ou
o BIRD, mas um Acordo, do qual faziam parte os países interessados, denominados Partes Contratantes.
22. (INMETRO - 2010)- Entre os entraves para a conclusão da rodada de negociação da OMC em
Doha, inclui-se a defesa, por parte dos países em desenvolvimento, do direito de manter as políticas de
subsídios às exportações e o disciplinamento dos subsídios à produção.
23. (INMETRO -2010)- A Rodada Doha é a primeira rodada de negociações multilaterais desenvolvida
no âmbito da OMC, tendo sido lançada em 2001.
24. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
supervisionar a aplicação dos acordos comerciais celebrados entre os países-membros e a
implementação de medidas de proteção aos investimentos estrangeiros nos mercados nacionais e
solucionar litígios comerciais entre empresas e países-membros.
25. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
monitorar as práticas comerciais, de modo a garantir a livre circulação de bens e investimentos entre os
países-membros.
26. (INMETRO 2010)- A OMC, instituída em 1994, ao final da Rodada Uruguai, tem por objetivo
supervisionar o funcionamento dos blocos comerciais regionais e promover a liberalização do comércio
de bens e serviços e o cumprimento das normas de proteção à propriedade intelectual.
27. (AFRF - 2002)- A normativa multilateral não se aplica ao comércio de produtos agrícolas.
32. (Procurador da Fazenda Nacional 2007) - Entre os acordos da OMC, destacam-se o Acordo sobre
Comércio de Serviços (GATS) e o Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao
Comércio (TRIPS).
33. (AFRF 2002) O Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT), consagra, como princípios
fundamentais, a eqüidade, o gradualismo e a flexibilidade no comércio internacional.
34. (AFRF 2002)- Os dispositivos do Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT) contemplam apenas
a eliminação das barreiras tarifárias.
35. (AFRF-2005)- O estado X, principal importador mundial de brocas helicoidais, adquire o produto
de vários países, entre eles os estados Y e Z. Alegando questões de ordem interna, o estado X, num dado
momento, decide majorar o imposto de importação das brocas helicoidais provenientes de Y, e mantém
inalterado o tributo para as brocas helicoidais oriundas de Z. Considerando que os países X, Y e Z fazem
parte da Organização Mundial do Comércio o estado Y poderia reclamar a invalidade dessa prática com
base no princípio do respeito ao compromisso tarifário.
36. (AFRF- 2005)- A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo Geral de
Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição da igualdade
econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático a luta contra práticas
protecionistas, a exemplo da abolição de acordos bilaterais de preferência.
37. (AFRF 2002) - Todas as vantagens, favores, privilégios ou imunidades concedidos por uma parte
contratante a um produto originário ou com destino a qualquer outro país serão, imediatamente e
incondicionalmente, estendidos a qualquer produto similar originário ou com destinação ao território de
quaisquer outras partes contratantes. (GATT-1994, artigo 1, parágrafo 1). O excerto acima destacado
(caput do parágrafo 1 do artigo 1) define uma cláusula conhecida, internacionalmente, como cláusula da
nação mais favorecida.
38. (AFTN-1998)- A Cláusula da Nação Mais Favorecida estabelece que a Nação mais favorecida é a
que obtém os privilégios de uma rodada de redução tarifária sem abrir o seu mercado para as demais.
40. (INMETRO - 2010)- Com a criação da OMC, a cláusula da nação mais favorecida, princípio histórico
do comércio internacional, foi banida do estamento jurídico do sistema GATT.
42. (INMETRO 2010) - Segundo o princípio da nação mais favorecida, o país-membro da OMC deve
dispensar aos produtos importados, no mercado doméstico, o mesmo tratamento que é dado aos
produtos nacionais.
43. (AFRF 2002)- A OMC promove a liberalização do comércio internacional por meio de acordos
regionais entre os países membros.
44. (AFTN 1996)- O GATT possui muitas cláusulas de escape, que permitem que os países optem por
regras regionais ou gerais.
45. (MDIC- Área Administrativa - 2009)- Tendo em vista o objetivo do GATT de eliminar o tratamento
discriminatório no comércio exterior, o Acordo não tolerava a formação de blocos econômicos ou
aduaneiros que objetivassem a remoção de tarifas e outras barreiras ao comércio entre países
participantes desse bloco.
46. (AFTN-1996)- As questões comerciais e financeiras internacionais podem ser tratadas em bases
bilaterais ou multilaterais. Nesse sentido a Rodada Uruguai foi tipicamente um caso de ampla
negociação multilateral e o Banco Mundial constitui, por sua vez, uma fonte de fundos multilateral.
47. (AFTN 1996)- Bilateralismo e multilateralismo não se associam à entidade no âmbito da qual as
negociações são conduzidas mas sim ao objeto da negociação. Os produtos primários, por exemplo, são
sempre tratados em bases bilaterais.
50. (ACE-ESAF-2008)- A CAMEX, a mais alta instância política da estrutura de comércio exterior
brasileira, é responsável pela formulação de propostas de políticas e programas de comércio exterior e
pela proposição de medidas voltadas para o financiamento das exportações e para as áreas de seguro,
fretes e promoção comercial, participando, ainda, das negociações internacionais relacionadas ao
comércio exterior como órgão coordenador das posições brasileiras.
51. (AFRF ESAF - 2003)- A fixação das alíquotas dos impostos incidentes sobre o comércio exterior
compete à CAMEX.
52. (ACE- ESAF - 2002) - A formulação de propostas de políticas e programas de comércio exterior, o
estabelecimento de normas necessárias à sua implementação, a participação nas negociações em
acordos ou convênios internacionais relacionados com o comércio exterior e a implementação dos
mecanismos de defesa comercial são competências da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do
Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior.
53. (Analista dos Correios-2011)- A fixação das alíquotas dos impostos de exportação e importação e
a fixação de direitos antidumping e compensatórios, além da aplicação de salvaguardas comerciais, são
de competência da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior.
54. (AFRFB ESAF - 2009)- No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita
Federal do Brasil exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no
território aduaneiro do país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.
55. (AFRFB ESAF - 2009)- No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita
Federal do Brasil gerir e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro e
reprimir os diferentes tipos de ilícitos comerciais.
56. (Analista dos Correios-2011)- A atuação do Banco Central do Brasil no comércio exterior envolve o
controle cambial e a fiscalização das instituições autorizadas a operarem no mercado cambial e das
operações relativas ao pagamento de importações e exportações.
GABARITO
1 E
2 C
3 E
4 E
5 C
6 C
7 C
8 C
9 E
10 E
11 C
12 E
13 C
14 C
15 C
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17 E
18 B
19 D
20 C
21 C
22 E
23 C
24 E
25 E
26 E
27 E
28 E
29 C
30 C
31 E
32 C
33 E
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35 E
36 C
37 C
38 E
39 E
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