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TEMA: AS ORGANIZAÇÕES REGIONAIS E SUBREGIONAIS NO

COMÉRCIO INTERNACIONAL. IMPLICAÇÕES NA DINAMIZAÇÃO


COMERCIAL

Curso: Economia

Turma: P

Período: Pós-Laboral

Integrantes:

INTEGRANTES ID PARTICIPAÇÃO NOTA


Eugenia S. Miguel 10000 19174 100%
Inocêncio de Brito 10000 09236 50%
Francisco Filipi - 0%

Docente: João Francisco


Universidade Católica de Angola
Faculdade de Economia e
Gestão

AS ORGANIZAÇÕES REGIONAIS E SUB-REGIONAIS NO


COMÉRCIO INTERNACIONAL. IMPLICAÇÕES NA DINAMIZAÇÃO
COMERCIAL

Trabalho elaborado para prova de frequência de Direito do comércio internacional do


comércio internacional, curso de economia.

Luanda, 2022
INDICE

INDICE.................................................................................................................................................3
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................1
Metodologia..........................................................................................................................................1
CAPÍTULO I – COMÉRCIO INTERNACIONAL...............................................................................2
1.1 Evolução do comércio mundial...............................................................................................2
1.2 Conceitos..................................................................................................................................2
CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO INTERNACIONAL........................................3
2.1 OMC – Organização Mundial do Comércio..............................................................................3
2.2 CCI – Câmara do Comércio Internacional............................................................................6
2.3 OMA - Organização Mundial das Alfandegas.......................................................................8
2.4 OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico................................9
2.5 Organizações Regionais e Sub-regionais no Comércio Internacional, e implicações na
dinamização comercial......................................................................................................................10
CONCLUSÃO.....................................................................................................................................19
Bibliografia...........................................................................................................................................20
LISTA DE SIGLA...............................................................................................................................21
INTRODUÇÃO

Neste trabalho de pesquisa iremos abordar sobre as organizações regionais e sub-


regionais no comércio internacional e Implicações na dinamização comercial. O comércio
internacional nunca foi tão importante como agora, uma vez que atualmente as nações estão
cada vez mais ligadas através do comércio de bens e serviços, através dos fluxos de moeda e
através de investimentos mútuos.

O trabalho está dividido em dois pontos principais:

No 1) ponto destacamos a evolução e o conceito do comércio internacional;

No 2) ponto destacamos as principais organizações do comércio internacional;

A atividade mercantil internacional assume um papel fundamental na componente


financeira e nos indicadores macroeconómicos dos países. Todos os fatos ocorridos desde a
antiguidade, incluindo conflitos, guerras e crises contribuíram de forma relevante para o atual
cenário político económico mundial, com uma constante atualização das regras de comércio e
das relações comerciais entre diferentes nações.

Afigurando-se assim o tema do comércio internacional como extremamente relevante


e face à necessidade de criar bases sólidas que proporcionem uma consolidação do
«conhecimento sobre o tema, este presente trabalho procurou apresentar uma revisão teórica
sobre as organizações regionais e sub-regionais no comércio internacional, e implicações na
dinamização comercial.

Metodologia

Para este trabalho académico, o método usado foi o qualitativo por ser o mais adaptável
para este projeto de estudo.

Objetivos

 Objetivos geral
Analisar o impacto das organizações regionais e sub-regionais no comércio
internacional.
 Objetivos específicos
Identificar e descrever quais são as vantagens e desvantagens das organizações
regionais e sub-regionais no comércio internacional.

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CAPÍTULO I – COMÉRCIO INTERNACIONAL

1.1 Evolução do comércio mundial

Segundo (Franco, 1999), no período pós-guerra, a influência do comércio exterior


sobre o desenvolvimento das economias era tratada com ceticismo, principalmente pelos
países considerados periféricos. Os efeitos da Grande Depressão e a maneira pouco amigável
com a qual as grandes potências tentavam impor a abertura comercial, contribuíram para o
fechamento das economias periféricas, que adotavam políticas de substituição de importações
e restrições ao comércio exterior.

Com o extraordinário crescimento do comércio internacional a partir da década de 60,


seguido do sucesso das economias do Sudeste Asiático na abertura comercial, as exportações
começaram a ser encaradas como mecanismo de desenvolvimento econômico. Diversos
estudos sobre a relação entre a liberalização comercial e crescimento econômico, como o de
(Das, 2002), não puderam demonstrar uma relação predominantemente positiva, mas,
segundo (Franco, 1999, p. 142), “não se discute que a liberalização pode representar uma
transformação em estruturas de mercado deturpadas pela proteção contra o produto importado
com amplas e positivas implicações para o crescimento da produtividade”.

1.2 Conceitos

Diversos autores tentaram definir o que se entende por comércio internacional.


Segundo (Maluf, 2000) o comércio internacional é definido como o “intercâmbio de bens e
serviços entre países resultante das especializações na divisão internacional do trabalho e das
vantagens comparativas dos países”. Já (Lopez, 2000) afirma que existem dois principais
interesses na participação no comércio exterior: o político e o comercial.

O interesse político refere-se à busca dos países por fontes de recursos, equilíbrio da
balança de pagamentos, atualização de tecnologia, diversificação de mercados, ampliação da
pauta de exportação e desenvolvimento social, isto é, geração de empregos. O interesse
comercial reflete a busca das empresas por aproveitamento da capacidade ociosa,
diversificação de mercados, compensação de tributação, formação de nome global e
aproveitamento de incentivos governamentais.

Por sua vez, (Lopez J. M. & Gama, 2010) define comércio internacional como
“conjunto de operações realizadas entre países onde há intercâmbio de bens e serviços ou
movimento de capitais. Este comércio é regido por regras e normas, resultantes de acordos

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negociados, em órgãos internacionais, a exemplo da OMC (Organização Mundial do
Comércio), da OMA (Organização Mundial das Alfândegas) e da CCI (Câmara de Comércio
Internacional), e que são adotadas pelos governos dos países. Já (Manfré, 2009), considera o
comércio exterior como uma atividade mercantil de carater internacional.

CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÕES DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

2.1 OMC – Organização Mundial do Comércio

A primeira organização com o propósito de regulamentar o comércio internacional se


originou no contexto da pós-Segunda Guerra Mundial, diante da necessidade de se promover
a recuperação econômica das nações envolvidas, buscando um esforço de cooperação
multilateral. Surgiu, nesse sentido, a Organização Internacional do Comércio em 1948, sem,
entretanto, a ratificação dos Estados Unidos. Apesar de sua criação, ela não chegou a entrar
em vigor (Guitarrara, 2022).

Concomitantemente e aparecendo como uma alternativa ao primeiro, originou-se o


Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), ratificado no ano de 1947 por 23 países em
meio a uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). O GATT entrou em vigor no
ano de 1948 e se manteve como principal conjunto de normas para o comércio multilateral
até o ano de 1994, embora originalmente tivesse caráter provisório (Guitarrara, 2022).

Em meados da década de 1980, instalou-se a Rodada do Uruguai, uma das mais


importantes reuniões entre os países signatários do GATT. As inúmeras negociações tiveram
início na cidade uruguaia de Punta del Este em setembro de 1986, e por isso o seu nome,
ocorrendo em diversos outros países nos anos seguintes, findando no ano de 1994, em
Marraquexe, no Marrocos. O documento final produzido é conhecido como Declaração de
Marraquexe e estabelece a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão que
substitui o GATT nas suas principais atribuições, além de estabelecer princípios e normas
adicionais (Guitarrara, 2022).

Um dos principais aspetos da OMC que a diferenciam do GATT é o trato diferencial


aos países em desenvolvimento, levando em consideração as suas discrepâncias estruturais
quando comparados aos países desenvolvidos (Guitarrara, 2022).

O Acordo que estabelece a OMC determinou os objetivos da nova organização. Os


termos negociados foram os seguintes: “As Partes reconhecem que as suas relações na área
do
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comércio e das atividades econômicas devem ser conduzidas com vistas à melhoria dos
padrões de vida, assegurando o pleno emprego e um crescimento amplo e estável do volume
de renda real e demanda efetiva, e expandindo a produção e o comércio de bens e serviços, ao
mesmo tempo que permitindo o uso ótimo dos recursos naturais de acordo com os objetivos
do desenvolvimento sustentável, procurando proteger e preservar o ambiente e reforçar os
meios de fazê-lo, de maneira consistente com as suas necessidades nos diversos níveis de
desenvolvimento econômico” (GATT, 1994).

Ponto básico para a consecução desses objetivos é a liberalização do comércio de bens


e serviços, principalmente através do desmantelamento das barreiras impostas nas fronteiras
ao comércio entre os países.

A OMC tem basicamente quatro funções (GATT, 1994):

 Facilitar a implantação, a administração, a operação e os objetivos dos acordos


da Rodada Uruguai, que incluem: setores diversos como agricultura, produtos
industriais e serviços; regras de comércio como valoração, licenças, regras de
origem, antidumping, subsídios e salvaguardas, barreiras técnicas, e empresas
estatais; supervisão dos acordos regionais e sua compatibilidade com as regras
do GATT; propriedade intelectual; e novos temas como meio ambiente,
investimento e concorrência;
 Constituir um foro para as negociações das relações comerciais entre os
estados membros, com objetivo de criar ou modificar acordos multilaterais de
comércio;
 Administrar o Entendimento (Understanding) sobre Regras e Procedimentos
relativos às Soluções de Controvérsias, isto é, administrar o “tribunal” da
OMC;
 Administrar o Mecanismo de Revisão de Políticas Comerciais (Trade Policy
Review Mechanism) que realiza revisões periódicas das Políticas de Comércio
Externo de todos os membros da OMC, acompanhando a evolução das
políticas e apontando os temas que estão em desacordo com as regras
negociadas.
Objetivos

Tendo em vista a intensificação das relações econômicas e comerciais em escala


internacional, assim como o aprofundamento das diferenças de condições de negociação

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enfrentadas pelos países considerados em desenvolvimento face aos países desenvolvidos,
que, em tese, possuem economias nacionais mais competitivas, a OMC surgiu em meados
dos anos

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1990 com o objetivo principal de liberalizar o comércio e supervisionar os trâmites
econômicos e comerciais entre as nações que são membros da organização (Guitarrara,
2022).

Conforme o sumário fornecido pela própria OMC, sua principal função é a de garantir
que o comércio ocorra da forma mais livre e previsível possível, procurando, assim, assegurar
condições justas no momento das negociações e fechamento de acordos entre as nações. A
organização atua tanto sobre as mercadorias físicas (bens) quanto sobre os serviços e a
propriedade intelectual (Guitarrara, 2022).

Dos objetivos de liberalização do comércio aos objetivos de competição internacional

Os objetivos da OMC/GATT, ao longo das cinco décadas da sua história, sempre


enfatizaram a liberalização do comércio através do estabelecimento e aplicação de regras para
a remoção de barreiras nas fronteiras. No entanto, tais objetivos vêm sendo questionados
diante do novo contexto mundial. Atualmente, as políticas nacionais estão sendo cada vez
mais influenciadas pelos acontecimentos internacionais, as empresas transnacionais estão
desempenhando papel cada vez mais importante no comércio, e a estratégia da globalização
está, agora, ditando as regras de investimento e de avanços tecnológicos (Thorstensen).

Diante desse contexto, surgem novas discussões sobre o papel que a OMC deve
desempenhar, e quais novo objetivos deve perseguir. Tais discussões já abrangem uma
abordagem mais ampla para a OMC, não só de liberalização do comércio, via o exame dos
instrumentos de política comercial, mas de uma nova análise que incluiria os instrumentos
das diversas políticas econômicas e seus impactos sobre a competição internacional, além do
modo de operação dos mercados (Rogowsky Feketekuly, 1996).

Dentre as razões apontadas para a necessidade de uma nova abordagem estão os


métodos de produção dirigidos à globalização e ao consumidor, que acabaram com a
distinção entre as estratégias de comércio e de investimentos.

Países participantes

O quadro de membros da OMC conta atualmente com 164 países. De acordo com os
dados fornecidos pela organização, esse conjunto de nações é representativo de 98% de todas
as transações comerciais que ocorrem em escala global. O último país a formalizar seu acesso
foi o Afeganistão, o que aconteceu no dia 29 de julho de 2016, depois de mais de uma década
de negociações (Guitarrara, 2022).

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O Brasil é um dos membros fundadores do GATT e, dessa forma, pertence à OMC
desde o seu estabelecimento, no ano de 1995. Destaca-se a China, país que possui uma
economia socialista de mercado e que ingressou no órgão no ano de 2001, depois de intensas
negociações e da adaptação de parte de sua estrutura econômica, que passava por um
processo de abertura desde 1978, como meio de se adequar aos princípios do grupo. A Rússia
é também um caso que vale a pena ser ressaltado, uma vez que o país formalizou a sua
entrada na OMC apenas no ano de 2012, quase 20 anos após o início das tentativas
(Guitarrara, 2022).

2.2 CCI – Câmara do Comércio Internacional

A Câmara de Comércio Internacional (CCI) é a manifestação mais evidente da


sociedade de comerciantes. Ela é uma organização não-governamental constituída de mais de
sete mil membros de cento e trinta países. As regras e os procedimentos estabelecidos pela
CCI são respeitados em milhões de transações efetuadas diariamente no comércio
internacional, além de contar com uma importante corte internacional de arbitragem.

Fundada em 1919, a Câmara de Comércio Internacional tem a simples missão de


promover a paz e a prosperidade por meio do comércio internacional. Representando as
empresas em todo o mundo, ela é a organização cuja finalidade é antes de tudo estimular o
comércio e os investimentos internacionais, ajudando as empresas a enfrentarem os desafios e
aproveitarem as oportunidades da globalização (EquipemaisRetorno, 2021).

É por isso que as missões da organização são divididas em três áreas principais:

 O desenvolvimento de regras comerciais aplicáveis em nível internacional;


 A resolução de disputas comercial (via Tribunal Internacional de Arbitragem);
 A política geral sobre comércio.

As regras ditadas pela CCI ajudam a orientar as empresas a manterem bons negócios
em qualquer lugar do mundo. Essas regras geralmente dependem apenas da autodisciplina
das sociedades. Na verdade, como seus nomes indicam, eles são regras e não leis. No entanto,
podem ser observadas diariamente em milhares de transações (EquipemaisRetorno, 2021).

Além disso, a CCI também tem poder consultivo perante a ONU. Em relação às várias
questões que podem surgir, seus membros, de fato, definem a posição do mundo comercial.
Emitem pareceres sobre assuntos relacionados com a política comercial e de investimento,
mas também sobre serviços financeiros, tecnologias da informação, telecomunicações,

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ética de

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marketing, meio ambiente, transportes e questões. Sobre mobilidade, propriedade intelectual,
etc. (Equipe mais Retorno, 2021)

A maioria das regras, padrões e diretrizes da ICC têm impacto na facilitação do


comércio. Essas atividades relevantes incluem Incoterms (Termos Internacionais de
Comércio), diretrizes alfandegárias e Costumes e Práticas Uniformes para Créditos
Documentários (UCP) (Equipe mais Retorno, 2021).

Como funciona a Câmara do Comércio Internacional?

A Câmara de Comércio Internacional é apoiada por sua rede em todo o mundo. Dessa
forma, consegue abarcar comitês nacionais em todos os países onde as empresas são
associadas. Esses comitês, por sua vez, têm duas missões principais:

 Em primeiro lugar, são responsáveis por coordenar as avaliações dos seus


membros nacionais em relação aos mais diversos temas no que concerne ao
comércio internacional.
 Em segundo lugar, é de sua responsabilidade encaminhar essas avaliações ao
Conselho. Assim, comunicam ao governo a posição final que a Câmara
decidiu adotar.

Os comitês nacionais são, assim, a fonte das informações de que a Câmara de


Comércio Internacional precisa para agir e tomar decisões. Além disso, os comitês são
também os vínculos finais com os atores políticos de cada país (Equipe mais Retorno, 2021).

Câmara de Comércio Internacional e Protecionismo

A Câmara de Comércio Internacional, servindo de assessoria às empresas, às câmaras


nacionais e aos representantes políticos de cada país, no que se refere ao comércio mundial,
funciona, também, como um freio ao protecionismo ressurgido nos últimos anos em forma de
regulamentação justificadas por objetivos sociais e ambientais, que no fim das contas visam
sufocar a concorrência no comércio internacional (Equipe mais Retorno, 2021).

A Câmara, portanto, cumpre o papel de sempre exortar os governos quanto às


medidas protecionistas e alertá-los sobre os efeitos negativos que podem ter sobre o
crescimento, o emprego e o desenvolvimento econômico (Equipe mais Retorno, 2021).

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2.3 OMA - Organização Mundial das Alfandegas

A Organização Mundial das Alfândegas (OMA) é uma organização internacional que


fornece apoio aos seus estados-membros em questões aduaneiras. Além disso, a Organização
Mundial das Alfândegas contribui com sua cooperação e comunicação para melhorar a
eficiência do controle aduaneiro.

Esta organização foi criada em 1952, pelos treze membros do Comité Europeu de
Cooperação Económica. Na época, era conhecido como Conselho de Cooperação Aduaneira.
Posteriormente, com a inclusão de mais membros, adota o nome atual devido ao seu caráter
global.

Estrutura organizada

O órgão máximo da OMA é o Conselho. Este, está encarregue da administração e do


cumprimento da missão da organização. Da mesma forma, permanece operacional por meio
de um sistema de Comitês e de uma Secretaria.

Esses comitês são os seguintes: Nesse sentido, tendo como missão esses três pontos,
esse organismo multilateral busca evitar práticas desleais e busca aumentar o fluxo de
comércio. Sem essas recomendações, o comércio internacional torna-se difícil devido à falta
de instrumentos padronizados. Além disso, para aumentar a cooperação, serve como meio de
discussão para a tomada de decisões conjuntas.

Ressalte-se que a OMA possui programas de trabalho conjuntos com a Organização


Mundial do Comércio (OMC), com o objetivo de ambos alcançarem esses objetivos.

Financiamento do OMA

No acordo constitutivo do anterior Conselho de Cooperação Aduaneira fica


estabelecido que cada membro deve pagar uma contribuição anual. Portanto, como outras
organizações multilaterais, o financiamento vem dos membros (OMA).

Essas contribuições são estabelecidas pelo Conselho, como órgão máximo de


governo. Além disso, o documento estabelece que os membros devem custear as despesas da
própria delegação ao Conselho.

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2.4 OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico

A organização foi criada no período da Segunda Guerra Mundial. Os países da Europa


encontravam-se destruídos, chegando à conclusão de que precisavam tomar atitudes que
evitassem os erros cometidos durante a Primeira Guerra Mundial. E para que isso fosse
possível, os governantes de algumas nações passaram a incentivar a cooperação entre si e
reforçaram a necessidade de reconstrução dos países que foram derrotados na guerra (Sousa,
s.d.).

Buscando a paz, criou-se, no ano de 1948, a Organização para a Cooperação


Econômica Europeia (OECE). Essa organização recebia financiamento dos Estados Unidos,
que pretendia colaborar para a reconstrução do continente assolado pela guerra. Ao ver o
sucesso obtido com a organização, os Estados Unidos e o Canadá alinharam-se às nações que
pertenciam à OECE. Em 1961, surgiu, então, a OCDE, cuja sede localiza-se em Paris, na
França (Sousa, s.d.).

O principal objetivo da OCDE, por meio de seus membros, é promover padrões


internacionais para resolver possíveis problemas ou situações no setor econômico, financeiro,
comercial, social e, até mesmo, ambiental. Esses padrões internacionais correspondem às
políticas públicas capazes de promover o bem-estar social e econômico para a população não
só de seus territórios, mas do mundo todo (Sousa, s.d.).

Essas políticas públicas são discutidas em reuniões promovidas pela organização.


A troca de experiências possibilita comparar e analisar as diferentes atuações dos governos,
para que, assim, possam colaborar um com os outros de maneira positiva, criando, então,
possibilidades viáveis à gestão de políticas nas diversas áreas de atuação do governo a fim de
solucionar problemas (Sousa, s.d.).

As discussões pautam-se na busca pela compreensão das motivações que levam às


mudanças econômicas, sociais e ambientais. As comparações realizadas possibilitam, então, a
análise da produtividade, dos investimentos e dos fluxos globais de comércio, fazendo com
que seja possível comparar dados que auxiliem prever tendências sociais e econômicas
futuras (Sousa, s.d.).

A organização é composta por países que representam cerca de 80% do comércio


mundial e investimentos. Atualmente, é composta por 36 membros e 5 parceiros
estratégicos que cooperam entre si em busca de soluções e políticas públicas eficazes para
implementar em seus governos (Sousa, s.d.).
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Os países-membros

Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca,


Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo,
México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia,
Suíça e Turquia.

Os parceiros estratégicos

África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia.

2.5 Organizações Regionais e Sub-regionais no Comércio Internacional, e


implicações na dinamização comercial.

De modo geral, as organizações regionais são parte central da política internacional e


da vida social em diferentes partes do sistema internacional. Elas constituem uma das formas
mais institucionalizadas de realizar a cooperação e a integração internacional, bem como de
reduzir situações de conflitos.

Segundo (Maia, 1997), as organizações regionais têm por objetivo desenvolver o


comércio de uma certa região através da eliminação de barreiras alfandegárias, gerando
aumento da concorrência entre as empresas e queda dos preços dos produtos, provocando
aumento do poder de compra e elevação do nível de vida da população desta região, além de
provocar o aperfeiçoamento das práticas industriais, comerciais e logísticas.

As Organizações Regionais e Sub-regionais do Comércio (ORC) podem ser definidas


partindo da perspetiva de (Creuz, 2009) como organizações intrarregionais de integração e
cooperação económica. Um dos aspetos fundamentais da integração económica intrarregional
é o estabelecimento de uma Zona de Comércio Livre, onde os bens serviços circulam de
forma livre através da eliminação de barreiras aduaneiras.

Assim, (Creuz, 2009) refere que, desde os meados da década de 80 que há um


processo de queda de barreiras e liberalização geral do comércio exterior, não apenas no
campo mercantil mas também no movimento de recursos financeiros, transferência de
tecnologia, investimento e outros. Olharemos de seguida para algumas especificidades das
organizações regionais no comércio internacional e suas implicações na dinamização
comercial.
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Olhando para o Continente africano, podemos notar que a cada ano que passa mais
acordos comerciais são estabelecidos entre os países membros, com o objectivo de garantir a
estabilidade macroeconómica (por meio da redução dos preços e da diversificação da oferta)
destas economias. Embora o continente africano engloba presentemente no seu seio 54 países
independentes, apenas 47 encontram-se reunidos em organizações regionais e sub-regionais,
que de uma maneira geral visam promover a integração económica dos países envolvidos.

As instituições responsáveis pelo acompanhamento da evolução destes acordos


(integração económica ou comércio internacional) são aproximadamente 15, divididas em
blocos regionais no continente, destacando-se os casos da União Africana (UA), Comunidade
Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS), Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC), Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA) e
Comunidade da África Oriental (EAC).

Segundo estimativas da Comissão Económica das Nações Unidas para África citada
pela União Africana os acordos comerciais irão impulsionar um crescimento de 53% no
comércio intra-africano, contudo, não surgem só impactos positivos deste processo, também
existem os negativos que têm que ver com circunspeção relativamente a efetividade do Acordo
assenta no facto que, de maneira geral, em África as distâncias são grandes, as estradas e
conexões marítimas ou fluviais bastante péssimas, e os procedimentos aduaneiros têm tendência
a ser pesados. De tal forma que os custos do comércio intrarregional em África são
significativamente afetados por várias barreiras não tarifárias que, com efeito, dificultam a
movimentação de carga dum ponto A à um ponto B do Continente.

De ressaltar que, ainda existem outras comunidades económicas e organizações de


integração, como a União do Magrebe Árabe (UMA), a Comunidade dos Estados Sahelo-
Saarianos (CEN-SAD), a Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC) que
assim com as mencionadas atenriormente, acabam tendo os mesmos objectivos e utilizando os
mesmos meios mas em blocos diferentes.

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Entre os exemplos de organizações regionais estão a União Africana (UA), União
Europeia (UE), Associação Sul-Asiática para a cooperação regional (SAARC),
Organização dos Estados Americanos (OEA), a Liga Árabe, Associação das Nações do
Sudeste Asiático (ANSA) e a Comunidade do Caribe (CARICOM).

Entre os exemplos de organizações sub-regionais temos a Comunidade do Caribe (em


inglês), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), Comunidade Andina (em
espanhol), Grupo do Rio, Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), Associação dos Estados
do Caribe (AEC), Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Algumas destas organizações interpenetram-se. Por exemplo os Países dos PALOP –


Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, pertencem a três destas cinco organizações:
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (ECOWAS), Guiné-Bissau (ECOWAS e UEMOA),
Angola (SADC) e Moçambique (SADC).

A maioria das organizações regionais tendem a trabalhar com as organizações


multilaterais bem estabelecidas, como as Nações Unidas. Embora em muitos casos, algumas
das organizações regionais são simplesmente referidas como organizações internacionais, e
muitas outras, faz mais sentido usar o termo organização regional para o âmbito mais
limitado e uma associação em particular.

14 | P á g i n a
 União Africana

À medida que o mundo evolui para um único mercado global interconectado, a


prosperidade já não depende apenas da produtividade de um país, mas também da escolha
estratégica dos seus parceiros comerciais, dos produtos de exportação e das políticas nesta
área. O crescimento em África, nos últimos anos, foi apoiado por avanços no comércio, nas
políticas, no ambiente regulador e na integração regional (African-Economic-Outlook, 2017).

No entanto, o impacto alargado e desigual dos choques nos preços das matérias-
primas e as críticas ao sistema mundial de comércio aumentam a incerteza sobre o futuro. É
necessário que os países utilizem da melhor forma a globalização, o que pode ser feito por
meio da diversificação do seu comércio para além dos recursos naturais e aumento do
comércio intra- africano (African-Economic-Outlook, 2017).

O comércio entre os países africanos é a chave para o desenvolvimento económico


sustentável, assim refere o (African-Economic-Outlook, 2017) que o comércio entre países
africanos tem um enorme potencial para gerar um desenvolvimento económico sustentável. O
recente progresso económico em África tem sido acompanhado de uma expansão similar no
comércio entre os seus países. O PIB do continente e o comércio intra-africano
quadruplicaram nas últimas duas décadas. Para além do seu papel como motor do
crescimento económico, o comércio intra-africano é mais resiliente do que as trocas
comerciais com outras regiões do mundo (African-Economic-Outlook, 2017).

Após a crise de 2007-08 verificou-se uma tendência semelhante, uma vez que o
comércio intra-africano foi menos afetado do que o comércio entre África e o resto do
mundo. O peso do comércio intrarregional no comércio do continente africano com o resto do
mundo passou de 10% no ano 2000 para aproximadamente 16% em 2014. As matérias-
primas brutas não são dominantes nas trocas entre países africanos, ao contrário do que
acontece no comércio com o resto do mundo. Os produtos da indústria transformadora,
menos suscetíveis a choques de preços, constituem mais de 50% do comércio regional
(African-Economic-Outlook, 2017).

As mudanças económicas e políticas na China e nos Estados Unidos terão efeitos


diversos no comércio do continente africano mas, para contrariar os riscos existentes, África
deverá levar a cabo reformas estruturais e regulamentares, melhorar as políticas e o clima de
investimento, aprofundar a integração regional e manter o seu compromisso de realização de

15 | P á g i n a
reformas (African-Economic-Outlook, 2017).

16 | P á g i n a
As comunidades económicas regionais africanas têm uma importância fundamental no
reforço das economias e da resiliência contra os choques globais. É necessário, assim, um
maior compromisso político, especialmente no plano nacional para atualizar os acordos de
integração regional. A Zona Continental de Comércio livre proposta poderá gerar grandes
ganhos comerciais e impulsionar outros objetivos de desenvolvimento. Com Angola a tornou-
se o 30º país a ratificar o acordo, a zona de livre comércio continental africana pretende criar
a maior área comercial sem barreiras do mundo e inaugurar uma nova era de
desenvolvimento para o continente (African-Economic-Outlook, 2017).

A Zona de Comércio Livre Continental Africana

O acordo de Zona de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA) irá criar a


maior zona de comércio livre do mundo medida pelo número de países participantes. O pacto
estabelece a ligação entre 1 300 milhões de pessoas em 55 países com um valor combinado
do produto interno bruto (PIB) de USD 3,4 biliões. Tem potencialidade para retirar 30
milhões de pessoas da pobreza extrema mas a consecução do seu potencial pleno irá depender
da adoção de reformas de políticas e de medidas de facilitação de comércio significativas.

O âmbito da AFCFTA é vasto. O acordo irá reduzir as tarifas entre os países membros
e abrangerá áreas de políticas como a facilitação do comércio e serviços, bem como medidas
reguladoras tais como padrões sanitários e barreiras técnicas ao comércio. A integral
implementação da AFCFTA iria reformular mercados e economias na região e impulsionar a
produção nos serviços, nos sectores da indústria transformadora e de recursos naturais.

Com a economia global a atravessar um período de turbulência devido à pandemia da


COVID-19, a criação do vasto mercado regional AFCFTA representa uma importante

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oportunidade para ajudar os países africanos a diversificarem as suas exportações, aceleraram
o crescimento e atraírem investimento direto estrangeiro.

 União Europeia

A UE é a maior economia do mundo, representando mais de 16% do produto interno


bruto mundial (PIB). Graças ao seu PIB de cerca de 13 biliões de EUR e à abertura do seu
mercado, a UE desempenhou um papel central na definição do sistema comercial mundial,
nomeadamente apoiando a OMC. A abertura económica trouxe vantagens significativas para
a UE, uma vez que mais de 30 milhões de empregos na UE dependem do comércio externo e
que se espera que o crescimento económico mundial seja gerado principalmente fora da
Europa (Damen, 2021).

Os novos intervenientes económicos e a inovação tecnológica, em especial a


digitalização, alteraram a estrutura e os padrões do comércio internacional. A economia
global está hoje altamente integrada e as cadeias de abastecimento globais substituíram, em
grande medida, o comércio tradicional no que diz respeito aos produtos acabados (Damen,
2021).

Embora a crise financeira mundial de 2009 tenha tido um impacto negativo no


desempenho económico da União, a UE conseguiu manter uma posição relativamente forte
no comércio de mercadorias, reforçando simultaneamente o seu papel de liderança no
comércio de serviços. A pandemia de COVID-19 abrandou o crescimento económico e o
comércio a nível mundial e desencadeou o debate sobre a transferência das indústrias
novamente para a Europa (designada por «relocalização»). É provável que a relocalização só
seja aplicada seletivamente em setores críticos e espera-se que as cadeias de
abastecimento mundiais continuem a ter uma grande importância (Damen, 2021).

O papel da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu

O comércio internacional foi um dos primeiros setores em que os Estados-Membros


decidiram unir a sua soberania. Consequentemente, encarregaram a Comissão de, em seu
nome, gerir matérias relacionadas com o comércio, incluindo a negociação de acordos
comerciais internacionais. Por outras palavras, a UE, agindo como entidade única, negoceia
acordos comerciais bilaterais e multilaterais em nome de todos os seus Estados-Membros. Tal
como demonstram os registos do sistema de resolução de litígios da OMC, a UE foi capaz de
defender os seus interesses em litígios relacionados com o comércio internacional (Damen,
2021).
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A UE também utilizou ferramentas do comércio internacional para promover os seus
próprios valores e políticas e tem tentado alargar as suas práticas de regulação ao resto do
mundo. Por tradição, a UE tem favorecido um sistema comercial internacional aberto e justo
(Damen, 2021).

O Tratado de Lisboa reforçou o papel do Parlamento Europeu, tornando-o


colegislador em questões que envolvam o comércio e o investimento, em pé de igualdade
com o Conselho. Além disso, atribuiu ao Parlamento um papel mais ativo na negociação e
ratificação de acordos comerciais internacionais, dado que agora a sua aprovação é
obrigatória. Contudo, alguns elementos da política comercial permanecem da competência
dos Estados-Membros (Damen, 2021).

Orientação e política comercial

Quando as negociações multilaterais na OMC sobre a Agenda de Desenvolvimento de


Doa estagnaram na primeira década do século XXI, a UE teve de encontrar formas
alternativas para garantir um acesso melhor aos mercados dos países terceiros. Para tal, foi
introduzida uma nova geração de ACL abrangentes que vão além das reduções pautais e do
comércio de mercadorias. O primeiro ACL dessa «nova geração» foi celebrado com a Coreia
do Sul, tendo entrado em vigor em dezembro de 2015, após a ratificação pelo Parlamento
Europeu (Damen, 2021).

O Acordo Comercial (multilateral) entre a UE, o Perú, a Colômbia e, posteriormente,


o Equador (desde 2017), em vigor a título provisório desde 2013, o Acordo de Associação
com os países da América Central, cujo pilar do comércio tem sido aplicado a título
provisório desde 2013 (com as Honduras, a Nicarágua, o Panamá, a Costa Rica, o Salvador e
a Guatemala), o Acordo Económico e Comercial Global entre o Canadá e a União Europeia
(CETA), aplicado a título provisório desde setembro de 2017, o ACL UE-Singapura, em
vigor desde o final de 2019, e o ACL UE-Vietname, em vigor desde meados de 2020, são
testemunho da nova política. Em 1 de fevereiro de 2019 entrou em vigor um Acordo de
Parceria Económica com o Japão (Damen, 2021).

Desde que as negociações com os EUA sobre a Parceria Transatlântica de Comércio e


Investimento (TTIP) foram suspensas em 2016, a UE centrou-se em acordos com os EUA em
domínios específicos, como os direitos aduaneiros sobre os produtos industriais ou a
avaliação da conformidade (Damen, 2021).

19 | P á g i n a
As negociações de um acordo comercial com os membros fundadores do Mercosul
foram concluídas em 2019 e o projeto de acordo aguarda ratificação. A UE também encetou
negociações relativas a ACL com a Indonésia, a Tunísia, as Filipinas, a Austrália e a Nova
Zelândia. As negociações com a Índia foram relançadas em 2021 e as negociações com a
Malásia e a Tailândia serão retomadas assim que as condições forem favoráveis (Damen,
2021).

A estratégia «Comércio para Todos» de 2015 tinha como objetivo uma política
comercial da UE que conciliasse a promoção do crescimento, do emprego e do investimento
com o comércio justo em termos de respeito dos direitos humanos e do ambiente. Também
solicitava a revitalização e a reforma da OMC (Damen, 2021).

Em fevereiro de 2021, a Comissão apresentou a sua «Revisão da política comercial»,


intitulada «Uma política comercial aberta, sustentável e decisiva», que visa definir o rumo da
política comercial até 2030. A Revisão da política comercial sucede à estratégia «Comércio
para Todos» de 2015 e reflete as mudanças geopolíticas ocorridas desde então, introduzindo
termos como «assertividade» e «resiliência» no vocabulário comercial, para além dos
conceitos bem conhecidos de «equidade» e de «sustentabilidade». Procura fazer com que a
política comercial dê resposta aos desafios atuais e facilitar as transições ecológica e digital
através da
«autonomia estratégica aberta» (Damen, 2021).

Os Principais parceiros comerciais da

UE

A Europa é o maior exportador de bens e serviços do mundo e é o maior mercado de


exportações para cerca de 80 países. Em 2020, a China substituiu os EUA como principal
parceiro comercial da UE em termos de mercadorias, com uma quota global de 16,1 %, em
comparação com 15,2 % dos EUA (Damen, 2021).

O Reino Unido, após a saída da UE, tornou-se o terceiro parceiro comercial da UE em


termos de mercadorias, representando 12,2 % de todo o comércio de mercadorias. Outros
parceiros comerciais importantes de mercadorias, por ordem decrescente, são a Suíça (6,9 %),
a Rússia (4,8 %), a Turquia (3,6 %), o Japão (3,0 %), a Noruega (2,5 %), a Coreia do Sul
(2,5 %) e a Índia (1,8 %). A pandemia de COVID-19 fez com que o comércio internacional
de mercadorias diminuísse substancialmente, nomeadamente o da UE com os seus principais
parceiros comerciais, em 2020 (Damen, 2021).
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No que diz respeito ao comércio de serviços, os EUA são o principal parceiro
comercial da UE, seguidos do Reino Unido e da Suíça (Damen, 2021).

 A Comunidade ASEAN ou ANSA

Com a entrada em funcionamento da Comunidade Económica da ANSA, Associação


das Nações do Sudeste Asiático (ANSA), nos finais de 2015, durante a presidência da
organização a cargo da Malásia, várias são as questões que vêm à superfície, desde logo a
capacidade dos países envolvidos (Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia,
Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietname) em agir num mercado aberto de 600 milhões de
consumidores com uma produção capaz de competir com as maiores economias do mundo
(no seu conjunto, aparece em sétimo lugar entre as maiores, com um aumento do comércio
internacional que triplicou nos últimos dez anos) (Mendes, 2016).

Como já referimos, a eliminação de barreiras no comércio intra-regional é sempre dos


passos mais importantes para a integração económica. Isto não difere na comunidade ASEAN
tal como afirma (Mendes, 2016):

No pilar económico, e via AEC, ASEAN Economic Community, esperam-se as


mudanças mais significativas, designadamente uma redução das barreiras ao comércio de
bens, serviços e capitais e no aumento da sua quota na indústria mundial, assim como no
estímulo às empresas locais a expandirem os seus negócios e a exportarem para fora dos
países da comunidade ASEAN, tornando-se assim numa espécie de nova ‘fábrica do mundo’.
Tal implicará que modernizem o equipamento e que capacitem a sua mão-de-obra, bem como
as infra-estruturas, ou seja, a ideia da combinação dos baixos custos de mão-de-obra com
uma capacidade industrial reforçada (Mendes, 2016).

A expansão dos mercados induzirá uma dinâmica de concessão de facilidades ao


investimento estrangeiro, abolindo práticas protecionistas. No plano do comércio
internacional, espera-se que as barreiras aduaneiras e não pautais sejam eliminadas e que com
a liberalização em curso das economias se crie um mercado único (Mendes, 2016).

O barómetro de medição das vantagens comparativas na integração económica será


sempre o aumento ou diminuição do PIB entre os países, é assim que na comunidade
ASEAN:

O ratio do comércio no PIB é dos mais elevados entre as regiões em desenvolvimento


(cerca de 130%). O comércio intra-regional expandiu-se, assim como o extra-

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regional, razão pela qual o desempenho económico tem sido tão bom nas últimas três
décadas;

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para tal têm contribuído os acordos de comércio de bens, serviços e protecção ao
investimento, não obstante a persistência de práticas proteccionistas (como várias
medidas de salvaguarda, incluindo licenças, regulamentos, taxas e regulamentos
sanitários e de segurança) (Mendes, 2016).

Entretanto, a integração económica não é um caminho fácil de ser trilhado, existem


constrangimentos a serem enfrentados e com a comunidade ASEAN não foi diferente, tal
como refere (Mendes, 2016): as dificuldades a superar prendem-se essencialmente com a
persistência de barreiras ao comércio, traduzidas em medidas não-pautais, e a aplicação do
modo 4 (serviços profissionais). Atualmente, os instrumentos bilaterais e regionais que
regulam o comércio de serviços são insuficientes, exigindo um esforço de regulamentação.

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CONCLUSÃO

No decorrer da elaboração deste trabalho conseguimos perceber que o comércio


internacional vem desempenhando um papel cada vez mais importante na economia mundial,
com o crescimento da densa rede de comércio de bens e serviços. Tal fato exige que o
comércio de bens e serviços passem a ser coordenados em níveis multilaterais e que as regras
de conduta dos parceiros comerciais passem a ser controladas e arbitradas também em nível
internacional.

Este comércio é regido por regras e normas, resultantes de acordos negociados, em


órgãos internacionais, a exemplo da OMC (Organização Mundial do Comércio), da OMA
(Organização Mundial das Alfândegas) e da CCI (Câmara de Comércio Internacional), e que
são adotadas pelos governos dos países.

A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão que supervisiona as


negociações e operações na área de comércio externo dos países aderentes, para além de ter
ajudado a reforçar a liberalização do comércio internacional, também contribuiu para a
eliminação de algumas das barreiras fronteiriças e para a sistematização de conceitos de
comércio internacional.

De modo geral, abordamos também das organizações regionais que são parte central
da política internacional e da vida social em diferentes partes do sistema internacional. Numa
perspetiva africana abordamos sobre a União africana e a necessidade de haver uma maior
cooperação por parte dos países africanos no comércio através da «zona continental de
comércio livre», uma vez que apesar dos progressos registados no continente, a integração
regional e comercial em África enfrenta vários obstáculos.

É necessário termos em atenção que o comércio entre os países africanos é a chave


para o desenvolvimento económico sustentável, ou seja o comércio entre países africanos tem
um enorme potencial para gerar um desenvolvimento económico sustentável. E com a
implementação da Zona Continental de Comércio Livre, aumentará a atratividade de África
no comércio mundial.

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BIBLIOGRAFIA
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Thorstensen, V. (s.d.). OMC - organização mundial do comrércio e as negociações sobre comrércio,


meio ambiente e padões sociais.

LISTA DE SIGLA

1. ACL – Acordo de comércio livre


2. OMC – Organização Mundial do Comércio
3. OMA – Organização mundial das alfândegas.
4. CCI – Camara do comércio internacional
5. OECE – Organização para a cooperação económica europeia.
6. OCDE – Organização de cooperação e desenvolvimento económico.
7. INCOTERMS - Termos Internacionais de Comércio
8. UCP – Práticas Uniformes para Créditos Documentários
9. UE – União Europeia
10. UA – União Africana
11. GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
12. AFCFTA – Acordo de Zona de Comércio Livre Continental Africana

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