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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E FINANÇAS

COMÉRCIO INTERNACIONAL E NACIONALISMO ECONÓMICO

LOIDIANA LUKENIA MOREIRA DA COSTA

LUANDA, 2023
Sumário
1 RESUMO ................................................................................................................. 3
2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 5
3.1 Contexto Histórico do Comércio Internacional e do Nacionalismo Económico ......... 5
3.1.1 Comércio Internacional ........................................................................................ 5
3.1.2 Nacionalismo Económico ..................................................................................... 5
3.2 Teoria do Comércio Internacional e Nacionalismo Económico ............................... 6
3.2.1 Teorias do Comércio Internacional ...................................................................... 6
3.3 Fundamentos Teóricos do Nacionalismo Económico ................................................. 6
3.4 Impactos do Nacionalismo Económico nas Relações Comerciais Internacionais ....... 7
3.5 Desenvolvimento Económico e o Papel do Comércio Internacional .......................... 8
3.6 Implicações Políticas, Sociais e Ambientais do Comércio Internacional e do
Nacionalismo Económico ....................................................................................................... 9
4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 11
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 12
1 RESUMO

Este trabalho aborda a relação entre o comércio internacional e o nacionalismo


económico, examinando suas implicações e desafios no contexto global. Exploramos as
teorias e do comércio internacional, bem como os fundamentos teóricos e políticas do
nacionalismo económico. Discutimos os benefícios e desafios do comércio internacional, os
impactos do nacionalismo económico nas relações comerciais internacionais e o
desenvolvimento económico. Também analisamos as implicações políticas, sociais e
ambientais do comércio internacional e do nacionalismo económico, bem como possíveis
abordagens para reconciliar esses dois conceitos. Concluímos com perspectivas futuras e
recomendações para uma abordagem equilibrada entre o comércio internacional e o
nacionalismo económico.
2 INTRODUÇÃO

O comércio internacional e o nacionalismo económico representam duas perspectivas


contrastantes sobre as relações económicas entre as nações. Enquanto o comércio
internacional busca promover a cooperação e a interdependência económica global, o
nacionalismo económico coloca um foco maior na protecção dos interesses nacionais e no
fortalecimento da economia doméstica.

O comércio internacional tem sido amplamente reconhecido como um motor do


crescimento económico e do desenvolvimento global. Através da troca de bens, serviços e
recursos entre países, o comércio internacional permite a especialização productiva, o
aproveitamento das vantagens comparativas e o acesso a uma variedade de produtos e
serviços. Isso resulta em maior eficiência, aumento da productividade e ampliação das
oportunidades comerciais para empresas e consumidores.

No entanto, o nacionalismo económico surge como uma corrente que enfatiza a


protecção dos interesses nacionais e a autonomia económica. Os defensores do nacionalismo
económico argumentam que a adoção de políticas protecionistas, como tarifas e barreiras
comerciais, visa proteger a indústria doméstica e os empregos locais contra a concorrência
externa. Além disso, a busca pela autossuficiência económica e a priorização de empresas e
trabalhadores nacionais são fundamentais para garantir a segurança e a prosperidade do país.

Objectivos :
Objectivo Geral
 Analisar o contexto e os fundamentos teóricos do comércio internacional e do
nacionalismo económico.
Objectivo Específico
 Analisar as implicações do comércio internacional e do nacionalismo económico no
equilíbrio de poder entre as nações;

Diante do ressurgimento do nacionalismo econômico em várias partes do mundo, surge


a seguinte problemática. Qual é o impacto das políticas proteccionistas nas relações
comerciais internacionais e no desenvolvimento económico dos países?

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Contexto Histórico do Comércio Internacional e do Nacionalismo Económico

3.1.1 Comércio Internacional

O comércio internacional tem sido uma actividade presente ao longo da história da


humanidade. Desde os tempos antigos, as sociedades estabeleciam relações comerciais para
obter bens e recursos que não estavam disponíveis em suas regiões. As rotas comerciais da
Rota da Seda, por exemplo, ligavam a China ao Oriente Médio, África e Europa, facilitando
o intercâmbio de mercadorias e conhecimento.

No século XV, com a expansão marítima das potências europeias, o comércio


internacional ganhou impulso significativo. Descobertas geográficas, como a chegada de
Cristóvão Colombo às Américas, abriram novas rotas comerciais e estimularam o comércio
transatlântico. A partir desse momento, as nações europeias competiram pelo controle de
rotas comerciais e pelo acesso a recursos valiosos, como especiarias e metais preciosos.
Durante o século XIX, a Revolução Industrial impulsionou o comércio internacional, com o
desenvolvimento de novas tecnologias, como a máquina a vapor e a produção em massa. A
abertura de mercados internacionais permitiu que as economias se especializassem em
sectores de maior vantagem comparativa, impulsionando o crescimento económico e a troca
de mercadorias em escala global.

No século XX, o comércio internacional enfrentou desafios durante períodos de


guerra, como as duas Guerras Mundiais, que resultaram em restrições comerciais e
autossuficiência económica temporária. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, foram
estabelecidas organizações internacionais, como o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
(GATT) e, posteriormente, a Organização Mundial do Comércio (OMC), com o objectivo de
promover o livre comércio e regulamentar as relações comerciais entre os países.

3.1.2 Nacionalismo Económico

O nacionalismo económico surge como uma reação a determinados desafios ou


contextos específicos. No século XVIII e XIX, durante o período conhecido como
mercantilismo, as nações europeias adotaram políticas económicas voltadas para o
fortalecimento do Estado e a acumulação de riqueza nacional. O proteccionismo e o
estabelecimento de colônias eram práticas comuns nesse período, visando controlar mercados
e recursos.

No século XX, o nacionalismo económico ganhou força em diferentes momentos e


contextos. Após a Grande Depressão na década de 1930, muitos países adotaram políticas
proteccionistas, como a imposição de altas tarifas e restrições comerciais, como forma de
proteger suas economias da concorrência externa e preservar empregos locais. Essas medidas
visavam aumentar a produção e o consumo internos, fortalecendo a economia doméstica.

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Recentemente, o nacionalismo económico ressurgiu em meio a preocupações sobre
desigualdades económicas e perda de empregos em certos sectores. Em alguns países,
políticas proteccionistas têm sido adotadas para proteger sectores considerados estratégicos,
como a indústria automobilística e a produção de aço.

No entanto, é importante ressaltar que o nacionalismo económico não é um fenómeno


exclusivamente negativo. Em alguns casos, é uma resposta legítima a desafios económicos e
sociais, buscando garantir a sustentabilidade e a autonomia económica de um país. No
entanto, suas implicações e efeitos devem ser cuidadosamente considerados, especialmente
no contexto de uma economia globalizada e interdependente.

3.2 Teoria do Comércio Internacional e Nacionalismo Económico

3.2.1 Teorias do Comércio Internacional

Existem várias teorias que buscam explicar os padrões e os benefícios do comércio


internacional. Cada uma delas oferece uma perspectiva única sobre os motivos pelos quais
os países se engajam no comércio e como isso afecta suas economias. Abaixo, apresento
algumas das principais teorias do comércio internacional:

 Teoria das vantagens comparativas;


 Teoria do comércio internacional de Hecksher-Ohlin;
 Teoria das Novas Vantagens Comparativas;
 Teoria do Ciclo de Vida do Produto;
 Teoria do Capital Humano;
 Teoria do Capital Humano.

Essas teorias fornecem diferentes perspectivas sobre os motivos pelos quais os países
se envolvem no comércio internacional e como ele afecta suas economias. É importante
ressaltar que essas teorias são complementares e não excludentes, e a aplicação de cada uma
pode variar dependendo do contexto económico e das características de cada país.

3.3 Fundamentos Teóricos do Nacionalismo Económico

Os fundamentos teóricos do nacionalismo econômico são baseados em uma série de


ideias e conceitos que sustentam a sua justificativa e práticas. Embora o nacionalismo
económico possa variar em termos de abordagens e políticas adotadas, há alguns princípios
e fundamentos teóricos comumente associados a esse fenômeno. A seguir, estão alguns
desses fundamentos:

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 Autonomia económica;
 Preservação da indústria doméstica;
 Segurança econômica;
 Equidade e justiça social;
 Críticas ao livre comércio.

É importante observar que os fundamentos teóricos do nacionalismo económico são


objecto de debate e controvérsia. Há vozes a favor e contra esses princípios, e a aplicação do
nacionalismo económico varia de acordo com as políticas adotadas em cada país e o contexto
específico em que se encontram.

3.4 Impactos do Nacionalismo Económico nas Relações Comerciais Internacionais

O nacionalismo económico tem impactos significativos nas relações comerciais


internacionais. Embora possa ser motivado por uma variedade de razões, como a protecção
da indústria doméstica, a segurança económica e a busca pela equidade, seus efeitos podem
influenciar as dinâmicas do comércio global. A seguir estão alguns dos principais impactos
do nacionalismo económico nas relações comerciais internacionais:

Disputas comerciais: O nacionalismo económico pode levar a um aumento nas


disputas comerciais entre países. Medidas proteccionistas, como a imposição de tarifas,
quotas de importação e restrições comerciais, podem desencadear retaliações por parte de
outros países. Isso pode resultar em uma escalada de tensões comerciais e disputas legais,
como painéis de resolução de controvérsias na Organização Mundial do Comércio (OMC);

Negociações bilaterais: O nacionalismo económico pode levar os países a se afastarem


de acordos comerciais multilaterais em favor de negociações bilaterais. Alguns países podem
preferir estabelecer acordos comerciais directos com parceiros específicos, buscando obter
vantagens comerciais mais favoráveis e garantir seus interesses nacionais. Isso pode resultar
em uma fragmentação das relações comerciais e uma redução do multilateralismo.

Cadeias de suprimentos globais: O nacionalismo económico pode afectar as cadeias


de suprimentos globais, que são caracterizadas pela integração de diferentes países na
produção de bens e serviços. Restrições comerciais e medidas protecionistas podem levar a
interrupções nas cadeias de suprimentos, afectando negativamente a eficiência e a
competitividade das empresas envolvidas.

Impactos económicos e sociais: O nacionalismo económico pode ter impactos


económicos e sociais em diferentes países. Embora as medidas proteccionistas possam
beneficiar determinados sectores e empresas domésticas, elas também podem levar a
consequências indesejáveis, como aumento dos preços para os consumidores, menor

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variedade de produtos disponíveis e potencial perda de eficiência econômica. Além disso, o
nacionalismo económico pode ter implicações sociais, como o surgimento de tensões
diplomáticas e impactos negativos sobre a cooperação internacional em outras áreas, como a
política e a segurança.

3.5 Desenvolvimento Económico e o Papel do Comércio Internacional

O desenvolvimento económico de um país é um processo complexo que envolve uma


série de factores, e o comércio internacional desempenha um papel fundamental nesse
processo. O comércio internacional pode impulsionar o crescimento económico e contribuir
para o desenvolvimento de diversas maneiras. A seguir, discutirei alguns dos principais
aspectos do papel do comércio internacional no desenvolvimento económico:

Expansão do mercado: O comércio internacional permite que as empresas acessem


mercados além das fronteiras nacionais. Ao exportar seus produtos, as empresas podem
expandir sua base de clientes e aumentar suas vendas. Isso cria oportunidades de crescimento
e estimula a produção e o investimento, impulsionando o desenvolvimento económico.

Acesso a recursos: O comércio internacional permite que os países tenham acesso a


recursos que podem não estar disponíveis em quantidade ou qualidade suficiente
internamente. Os recursos incluem matérias-primas, commodities, tecnologia e
conhecimento. O acesso a esses recursos através do comércio pode estimular sectores
específicos da economia e promover o desenvolvimento de novas indústrias.

Especialização productiva: O comércio internacional incentiva os países a se


especializarem na produção de bens e serviços nos quais possuem vantagens comparativas.
Ao se especializarem naquilo que são mais eficientes em produzir, os países podem aumentar
sua productividade e eficiência, levando a ganhos económicos. Isso resulta em um uso mais
eficiente dos recursos disponíveis e favorece a compectição no mercado global.

Transferência de tecnologia e conhecimento: O comércio internacional facilita a


transferência de tecnologia e conhecimento entre os países. As empresas que actuam no
comércio global estão expostas a diferentes tecnologias, práticas de gestão e conhecimentos
especializados. Essa exposição permite que elas adquiram novos conhecimentos e inovações,
o que pode impulsionar a productividade e o desenvolvimento económico em seus países de
origem.

Aumento da concorrência: O comércio internacional aumenta a concorrência nos


mercados domésticos, o que pode ser benéfico para a economia. A competição estimula as
empresas a se tornarem mais eficientes, a melhorarem a qualidade de seus produtos e a
oferecerem preços mais compectitivos. Isso beneficia os consumidores, que têm acesso a uma
variedade maior de produtos a preços mais baixos, e estimula a inovação e o crescimento
económico.

Integração económica regional e blocos comerciais: A formação de blocos


comerciais e a integração econômica regional também desempenham um papel importante
no desenvolvimento económico. Ao eliminar barreiras comerciais e promover a cooperação

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económica entre os países membros, essas iniciativas facilitam o comércio e o investimento,
estimulando o crescimento e a integração econômica regional.

3.6 Implicações Políticas, Sociais e Ambientais do Comércio Internacional e do


Nacionalismo Económico

O comércio internacional e o nacionalismo económico têm implicações não apenas no


aspecto económico, mas também nas esferas política, social e ambiental que são:

Implicações políticas:

Relações internacionais: O comércio internacional afecta as relações políticas entre os


países. Acordos comerciais e disputas comerciais podem influenciar a diplomacia e a
cooperação internacional. Políticas de nacionalismo económico podem levar a tensões e
conflitos comerciais, afectando as relações bilaterais e multilaterais.

Poder geopolítico: O comércio internacional pode ter implicações no poder geopolítico


dos países. Aqueles que têm uma participação significativa no comércio global podem
exercer influência política e econômica, enquanto os países mais dependentes do comércio
podem estar sujeitos a pressões externas. O nacionalismo económico pode buscar fortalecer
o poder e a autonomia de um país, mas também pode gerar tensões e rivalidades entre nações.

Implicações sociais:

Emprego e desigualdade: As mudanças no comércio internacional podem ter


impactos significativos no emprego e na distribuição de renda. A abertura comercial pode
levar ao deslocamento de trabalhadores em setores menos compectitivos, causando
desemprego e desigualdade. Por outro lado, o comércio internacional também pode gerar
empregos em setores competitivos e impulsionar o crescimento econômico.

Bem-estar social: O comércio internacional pode afetar o bem-estar social das


populações. Por um lado, a disponibilidade de uma variedade maior de produtos e preços
competitivos pode beneficiar os consumidores. Por outro lado, a concorrência global pode
pressionar as condições de trabalho, os direitos laborais e os padrões de segurança,
impactando negativamente os trabalhadores.

Implicações ambientais:

Sustentabilidade ambiental: O comércio internacional pode ter consequências para o


meio ambiente. A busca por recursos naturais e a produção em grande escala para atender à
demanda global podem resultar na exploração excessiva de recursos naturais e na degradação

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ambiental. O transporte de mercadorias em longas distâncias também contribui para a
emissão de gases de efeito estufa e a mudança climática.

Normas ambientais: O comércio internacional pode ter influência na definição de


normas ambientais globais. Acordos comerciais podem incluir disposições ambientais e
incentivar a adoção de práticas sustentáveis de produção. No entanto, também existe o risco
de que a competição global leve a um "dumping" ambiental, onde as empresas buscam locais
com regulamentações ambientais menos rigorosas.

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4 CONCLUSÃO

De acordo com as pesquisas feitas e dando a resposta à problemática cheguei a conclusão


que, embora as políticas protecionistas possam ter a intenção de proteger a indústria
doméstica e promover o desenvolvimento económico, seus impactos nas relações comerciais
internacionais e no desenvolvimento económico dos países são geralmente negativos. A
restrição do comércio internacional, a redução da eficiência económica, o aumento dos
preços, a desestimulação de investimentos estrangeiros e o risco de retaliação e tensões
comerciais são alguns dos principais efeitos indesejáveis dessas políticas. É importante
buscar um equilíbrio entre a proteção dos interesses nacionais e a promoção de uma abertura
e cooperação comerciais saudáveis para maximizar os benefícios mútuos e o
desenvolvimento económico sustentável.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Krugman, P., Obstfeld, M., & Melitz, M. (2018). International economics: theory and
policy. Pearson Education Limited.
Caves, R. E., Frankel, J. A., & Jones, R. W. (2007). World trade and payments: An
introduction. Pearson Education.
Hill, C. W., Hult, G. T. M., & International Business: Competing in the Global
Marketplace. McGraw-Hill Education.
Baldwin, R., & Wyplosz, C. (2015). The economics of European integration. McGraw-Hill
Education.
Carbaugh, R. J. (2017). International economics. Cengage Learning.
Feenstra, R. C., & Taylor, A. M. (2017). International economics. Worth Publishers.
Salvatore, D. (2017). International economics. John Wiley & Sons.
Krugman, P. R., & Obstfeld, M. (2017). International economics: theory and policy.
Pearson.
Appleyard, D. R., Field, A. J., & Cobb, S. L. (2016). International economics. McGraw-
Hill Education.

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