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Índice

1. Introdução................................................................................................................................................1
1.1. Objectivo geral.....................................................................................................................................1
1.2. Objectivo específico............................................................................................................................1
2. Revisão da literatura...............................................................................................................................2
2.1. Fundamentos do Comércio Internacional........................................................................................2
2.1.1. Os Clássicos......................................................................................................................................2
2.1.1.1. O problema económico a ser examinado pelos clássicos........................................................3
2.1.1.2. Os expoentes da escola clássica..................................................................................................3
2.1.1.3. Moeda, juros e mercado financeiro............................................................................................4
2.1.1.4. Juros no curto-prazo.....................................................................................................................4
2.1.1.5. Taxas de mercado e taxas naturais de juros...............................................................................5
2.2. Mercantilismo......................................................................................................................................5
2.2.1. Princípios básicos da política mercantilista..................................................................................5
2.3. Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill............................................................................7
2.3.1. O papel de Mill.................................................................................................................................7
2.3.2. O desenvolvimento pessoal de Mill...............................................................................................7
2.3.3. Carreira de Mill................................................................................................................................7
2.3.4. Atividade intelectual........................................................................................................................7
2.3.5. Metodologia da Economia em Stuart Mill....................................................................................8
2.3.6. O papel da experiência.....................................................................................................................8
2.3.7. O papel dos princípios.....................................................................................................................9
2.3.8. Proposições normativas e positivas...............................................................................................9
2.3.7. A teoria do homem fictício...........................................................................................................10
3. Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill.............................................................................11
3.1. As utilidades em Mill........................................................................................................................11
3.2. Definição de trabalho produtivo......................................................................................................12
3.3. Consumo improdutivo......................................................................................................................12
3.4. Propriedade privada e comunismo..................................................................................................12
4. Conclusão...............................................................................................................................................14
5. Referências bibliográficas...................................................................................................................15

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1. Introdução

O presente trabalho, encere-se no âmbito da disciplina de Política Comercial Externa, no mesmo


apresentar-se-á um referencial teórico referente a “Teorias dos Valores Internacionais de John
Stuart Mill”.

Importa referir que ao termo “teorias clássicas do comércio” refere-se às teorias surgidas a partir
de debates da segunda metade do século XVIII que procuravam sistematizar o funcionamento do
comércio internacional e influenciaram por conseguinte, a economia moderna. Até aquela época,
o conhecimento que se possuía acerca do comércio exterior tinha origem nos documentos
elaborados por pensadores da escola mercantilista, que justificavam o comércio internacional
pela oportunidade que ele oferecia de se obter um excedente na balança comercial. O ponto de
partida dos estudos de J. S. Mill foram as teorias dos economistas clássicos Adam Smith, David
Ricardo e Thomas Robert Malthus, as quais aprofundou em variados aspectos e das quais no
entanto discordou noutros. Da obra de Mill em relação à economia merecem destaque os seus
contributos ao nível de temas como as economias de escala, os custos de oportunidade e as
vantagens comparativas no comércio internacional (Bell, 2001).

Com vista a efectivação do presente trabalho, o mesmo conta na sua estrutura com a presente
introdução, a revisão da literatura, a conclusão e as respectivas referências bibliográficas.

1.1. Objectivo geral


 Compreender a teoria dos Valores Internacionais de John Stuart Mill..

1.2. Objectivo específico


 Explicar o conceito de Mercantilismo.

 Arrolar os Fundamentos do Comércio Internacional;

 Descrever a teoria dos valores internacionais de John Stuart Mill;

 Discutir a importância da existência de economias de escala na determinação da estrutura


de comércio de um país.

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2. Revisão da literatura

2.1. Fundamentos do Comércio Internacional


De acordo com Bell (2001), nas primeiras décadas do século XIX o ensino de Economia Política
gira em torno da obra de Adam Smith. Todo intelectual com preocupações sociais tem na
Riqueza das Nações um livro de leitura obrigatória. Após a Revolução Industrial, a Inglaterra
desponta como grande potência econômica e a gestão do império, que começa a se ampliar, traz
desafios aos que se propõe a dirigir ou opinar políticas públicas.

A circulação generalizada de dinheiro e um complexo sistema de crédito suscitam controvérsias


teóricas.

Também as políticas de comércio exterior desafiam a gestão econômica a procurar a melhor


configuração, de proibições à importação, passando por taxas e impostos aduaneiros à questão do
câmbio.

2.1.1. Os Clássicos
Os pensadores que se debruçam nessas questões e seguem o modelo básico de Smith irão
compor a chamada Economia Política Clássica. Muitos autores aparecem como membros desta
escola: John McCulloch, J. B. Say, James Mill, Senior, John Cairnes, Thomas Hodgskin,
Perronet Thompson, Sismondi, Bailey, De Quincey e outros mais (Meek, 2005).

Ainda para Meek (2005), o termo "teorias clássicas do comércio" refere-se às teorias surgidas a
partir de debates da segunda metade do século XVIII que procuravam sistematizar o
funcionamento do comércio internacional e influenciaram por conseguinte, a economia moderna.
Até aquela época, o conhecimento que se possuía acerca do comércio exterior tinha origem nos
documentos elaborados por pensadores da escola mercantilista, que justificavam o comércio
internacional pela oportunidade que ele oferecia de se obter um excedente na balança comercial.
Objectivo central consistia no superavit comercial, que deveria ser atingido a qualquer custo.
Assim, para suplantar os velhos e já obsoletos conceitos mercantilistas, surgem teorias de
pensadores no nascente ramo da economia, como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart
Mill.

Smith, em trabalho originalmente publicado em 1776 desenvolveu a teoria das vantagens


absolutas como base do comércio internacional. A vantagem absoluta obtida por uma
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determinada nação, de determinado bem resulta de uma maior produtividade, ou, em outras
palavras, utilizando uma menor quantidade de insumo para produzir esse bem enfrentando
menores custos. Pensava Smith não ser sempre necessário que um país obtenha excedentes de
comércio exterior para que as trocas comerciais internacionais sejam vantajosas, e que as trocas
voluntárias entre países podem beneficiar todos aqueles envolvidos na operação. Esta última
ideia representa um importante ponto de ruptura com toda lógica mercantilista. Não há que se
buscar eternamente, a todo o momento, o superavit nas trocas comerciais (Meek, 2005).

Assim, cada país deve se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem vantagem absoluta.
Já o excedente, que não suprirá o consumo interno, deve ser exportado, e a receita equivalente
deve ser utilizada para importar os bens produzidos em países estrangeiros. Tal prática trará
efetivamente um aumento na capacidade de consumo dos países envolvidos no comércio
internacional, aumentando assim, a efetivação das trocas. A partir deste raciocínio, Smith
concluiu que o comércio exterior eleva o bem-estar da sociedade (Meek, 2005).

2.1.1.1. O problema económico a ser examinado pelos clássicos


Conforme Hunt (2002), partindo do paradigma smithiano, os clássicos irão examinar questões
metodológicas, de padronização de linguagem, sobre medida do valor e distribuição, monopólio,
oligopólio, política monetária e comércio exterior.

Ainda elegem como questão central da Economia Política o crescimento económico, mas dão
ênfases particulares a diferentes temas ligados à questão básica: Malthus enfatiza a demanda,
Ricardo a distribuição dos rendimentos e Mill se preocupa com questões metodológicas e sobre
produção, distribuição e propriedade dos bens.

2.1.1.2. Os expoentes da escola clássica


Ricardo e Mill eram as maiores autoridades na fase áurea da Economia Política inglesa em
meados do século XIX. Malthus foi relativamente superado por eles, mas a sua importância seria
resgatada tempos depois (Hunt, 2002).

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As reflexões desses autores clássicos estarão em sintonia com os problemas da época, muito
embora a escola tenha se tornado, ao longo do tempo, excessivamente abstrata e descolada destes
mesmos problemas (Hunt, 2002).

Temos como questão inicial, sempre tratada no início das respectivas obras, o problema do valor,
ou seja, de como os preços são determinados na sociedade avançada. A estrutura de preços
relativos em termos reais seria explicada pela teoria do valor trabalho de Smith ampliada e
aperfeiçoada (Hunt, 2002).

A moeda é usada para se explicar o nível dos preços absolutos. Se supunha a existência de uma
dicotomia entre o lado real e o lado monetário da economia. Não são muito explorados os
vínculos entre a oferta de moeda e o nível de produção, embora Thornton o tenha estudado no
ensaio Investigação sobre a natureza e os efeitos do papel-crédito da Grã-Bretanha (Hunt,
2002).

2.1.1.3. Moeda, juros e mercado financeiro


Os problemas económicos com raízes no sector financeiro ainda não são muito estudados e a
teoria real mantém primazia em relação à teoria monetária. A análise clássica dos juros parte da
dicotomia já referida e os juros são, para ela, formados no mercado de capitais reais (Hunt,
2002).

O nível dos juros é governado pela demanda de empréstimos por capital de investimento e oferta
de recursos reais disponíveis de capital, que por sua vez depende da oferta de poupança bruta. A
taxa de juros seria então o preço do capital. No longo prazo, a oferta de moeda é neutra e não
afeta os juros reais, apenas os preços. A taxa de juros de longo prazo seria determinada, portanto,
neste mercado físico de bens de capital e dependeria de certas variáveis exógenas ao modelo
como produtividade do capital e parcimônia dos poupadores (Hunt, 2002).

2.1.1.4. Juros no curto-prazo


No curto prazo, também se reconhecia o papel do mercado de fundos emprestáveis. A oferta de
crédito monetário e a demanda de fundos disponíveis determinariam as taxas de juros de curto
prazo que seriam um fenômeno puramente monetário. Então no curto prazo os juros são um
fenômeno monetário e no longo prazo um fenômeno real (Hunt, 2002).

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2.1.1.5. Taxas de mercado e taxas naturais de juros
A conexão entre mercados monetários e mercados de bens foi tentada por Thornton. Ele
acreditava que no longo prazo as taxas reais de retorno do capital fixo seriam iguais às taxas de
retorno no mercado de fundos emprestáveis, mas não sabia explicar direito esta conexão. A
relação entre taxa de juros de mercado e as taxas reais ou naturais de juros (a produtividade física
do capital) não era bem investigada (Hunt, 2002).

2.2. Mercantilismo
De acordo com Hugon (1999), a doutrina econômica que caracteriza o período histórico da
Revolução Comercial (séculos XVI-XVIII) marcado pela desintegração do feudalismo e
formação dos Estados Nacionais. Na visão mercantilista uma nação seria tanto mais rica quanto
maior fosse sua população e seu estoque de metais preciosos:

 Poder militar para o Estado;

 Acúmulo de riquezas (ouro e prata) para a burguesia (em contraposição à posse de terras
pela Igreja e pela nobreza).

2.2.1. Princípios básicos da política mercantilista


 O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento dos vizinhos e
das colônias (o comércio é uma atividade de “soma zero”);

 A riqueza da economia depende do aumento da população e do aumento do volume de


metais preciosos no país;

 O comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial
favorável que se aumenta o estoque de metais preciosos;

 O comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a


agricultura.

O mercantilismo era mais um doutrina política do que uma teoria econômica stritu senso, com
objectivos não só económicos como também político-estrategicos.

Em resumo advogava:

 Intenso protecionismo estatal;


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 Ampla intervenção do Estado na Economia;

 Sua aplicação variava conforme a situação do país, seus recursos e modelo de governo;

 Na Holanda, o poder do Estado era subordinado às necessidades do comércio;

 Na Inglaterra e na França a iniciativa econômica estatal constituía o outro braço das


intenções militares do Estado.

Os mercantilistas aprofundaram o conhecimento de questões com as da balança comercial, das


taxas de câmbio e dos movimentos de dinheiro (Hugon, 1999).

Principais representantes:

 Os ingleses Thomas Mun e Josiah Child;

 Os franceses Barthélemy de Laffemas e Antoine de Montcrestien (ambos seguidores de


Colbert na época de Henrique IV);

 O italiano Antonio Serra.

Os factos que levaram ao surgimento das idéias mercantilistas, bem como estas idéias em si e
suas práticas. O mercantilismo foi o conjunto de idéias econômicas que dominaram os ambientes
políticos e comerciais na Europa do século XVI, XVII e XVIII. O bullionismo acreditava que
acúmulo de metais é que definiria a riqueza de um país. Observou-se também que neste período
surgiu o conceito de "balança comércio"(Hugon, 1999).

No entanto podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na


Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos o governo absolutista interferia muito na
economia dos países. O objectivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de
desenvolvimento económico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de
riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional (Hugon,
1999).

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2.3. Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill

2.3.1. O papel de Mill


Tornou-se o mais influente economista clássico após Ricardo. Trinta e poucos anos separam as
respectivas idades, portanto Mill foi o jovem economista mais bem sucedido a dar
prosseguimento à Economia Clássica, mantendo o prestígio da escola, ampliando o raio de suas
reflexões e renovando-a em alguns pontos. Filho de James Mill, também notável economista, ele
seguiu as influências do pai na formulação de suas idéias (Bentham, 1998).

2.3.2. O desenvolvimento pessoal de Mill


Desde a infância, deve-se a um cuidadoso projeto pedagógico inspirado nas doutrinas
educacionais de Helvetius.

Quando criança, ele foi afastado do convívio, tido como contagioso, das demais crianças e
submetido a rigoroso programa de aulas particulares e acompanhamento pessoal levado a cabo,
de início, pelo próprio pai. Ensinou-lhe grego e aritmética aos três anos de idade (Bentham,
1998).

Conhecimentos em história, filosofia clássica, poesia, álgebra e geometria lhe foram


precocemente transmitidos e assimilados antes dos 12 anos. A partir de então, o aprendizado
concentra-se em lógica silogística e já inicia os estudos de Economia Política (Bentham, 1998).

2.3.3. Carreira de Mill


Com o falecimento do pai, Mill resolve se manter na carreira do serviço público que ele havia
iniciado muito tempo antes seguindo o exemplo de James. Ambos atuaram na Companhia das
Índias Ocidentais. Mill foi promovido como Encarregado nas relações com a Índia, função que
lhe transmitiu grande experiência na gestão pública (Bentham, 1998).

2.3.4. Atividade intelectual


Ao lado do emprego regular, ele envolveu-se na organização de periódico voltado à difusão de
reformas radicais na sociedade. Manteve-se em intensa atividade intelectual, atraído tanto pela
lógica, na qual procurou conciliar a lógica indutiva com a experimentação, quanto pela
Economia Política. Na primeira área, publica em 1843 o livro Sistema de Lógica e na outra área,
cinco anos depois, a sua obra máxima em Economia, os Princípios de Economia Política
(Bentham, 1998).
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2.3.5. Metodologia da Economia em Stuart Mill
Mill preocupou-se em estabelecer explicitamente sua visão metodológica, ao contrário de David
Ricardo. Quanto à Adam Smith, como vimos no capítulo 5, há todo um arrazoado em filosofia da
ciência na sua História da Astronomia (Bentham, 1998).

Além disso, pode-se inferir da leitura da Riqueza das Nações a combinação de um método
dedutivo de estática comparativa, que seria consagrado por Ricardo, em algumas passagens dos
livros I e II, com o uso do método histórico-indutivo nos livros III e IV (Bentham, 1998).

No anos de 1836, Mill publica o celebrado artigo Sobre a Definição da Economia Política e do
Método de Investigação que lhe é Próprio. Com tal ensaio, Mill adquiri a reputação de grande
comentador de questões metodológicas em Economia. Mais de dez anos depois, ele daria
importante contribuição à filosofia da ciência ao tratar do problema da indução, já colocado por
Hume, no ensaio Sistema de Lógica (Bentham, 1998).

As premissas teóricas são derivadas da introspecção ou da observação casual e não sistemática


dos factos. As premissas obtidas desta maneira são tidas como verdadeiras de modo a priori,
quer dizer, a certeza delas é conhecida antes da experiência. A teoria é um processo puramente
dedutivo e suas implicações seriam verdadeiras a priori na ausência do que Mill denominou de
causas perturbadoras (Bentham, 1998).

2.3.6. O papel da experiência


A experiência teria papel somente na determinação da aplicabilidade do raciocínio económico,
não servindo para determinar a validade da teoria (Bentham, 1998).

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Fonte: Bentham (1998)

2.3.7. O papel dos princípios


Para Malthus (2003), Ao formular os fundamentos da ciência econômica, Mill afirma que neste
domínio do conhecimento há princípios primeiros que nos são evidentes e verdadeiros em si
mesmos; e dos quais se tiram inferências que a experiência singular pode até contrariar. Esses
princípios caracterizam a ciência e ajudam a demarcar os seus limites.

“A natureza do processo pelo qual suas investigações devem ser conduzidas e suas verdades
devem ser alcançadas”

2.3.8. Proposições normativas e positivas


A ciência descobre as leis que regem os fenômenos independentemente de quaisquer finalidades;
ela lida com factos e produz assim uma coleção de verdades, estabelecendo “o que é”. A arte
negocia com preceitos, ou regras, e estabelece “o que deve ser”. maneira de Senior, Mill

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classifica a matéria da Economia como ciência mental, preocupada com motivos humanos e
modos de conduta na vida econômica (Malthus, 2003).

Mill lança o conceito de “homem económico”; ser que existe enquanto se abstrai dele outras
paixões e motivos humanos, exceto o desejo de riqueza e a aversão ao trabalho. Não se supõe
que a humanidade, de facto, se comporte assim (Malthus, 2003).

A Economia para Mill estuda uma causa isolada para prever e controlar seus efeitos. Assim, as
conclusões da Economia Política são aplicáveis quando impera a causa isolada por ela. A
Economia é tida como ciência moral ou psicológica que trata dos comportamentos humanos em
sociedade orientados pela obtencão de riqueza (entendida como coisas úteis produzidas pelo
trabalho). Em sua esfera, os homens são guiados apenas por motivações pecuniárias e predomina
nele uma única lei de conduta: a busca de riqueza (Malthus, 2003).

2.3.7. A teoria do homem fictício


Mill elabora a teoria de um homem fictício, não tomando o homem tal como ele é. A Economia
Política parte de duas abstrações: a conduta motivada pela busca de renda monetária e a paixão
irracional pela reprodução da espécie. A última premissa apoia-se na teoria da população de
Malthus e se trata de um segundo impulso de natureza distinta do primeiro (Malthus, 2003).

Mill estabelece uma demarcação, no plano metodológico, entre ciências naturais e sociais, ao
falar de uma fonte de saber adicional nas ciências sociais: a compreensão empática. Mill separa
as leis da mente das leis da matéria. Estas últimas dizem respeito ao objecto sobre o qual se age e
somente podemos apreendê-las pela observação empírica (Malthus, 2003).

Já as leis da mente referem-se às propriedades do agente. O objecto apresenta uma identidade


com o sujeito cognoscitivo capaz de apreender o objecto pela introspesção ou compreensão
empática (Malthus, 2003).

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3. Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
Segundo Carvalho e Silva (2004), enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os
ganhos de comércio para os países participantes do comércio internacional, John Stuart Mill
(1806-1873), em sua obra Princípios de Economia Política (1873), procurou discutir a questão
da divisão dos ganhos.

Enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os ganhos de comércio decorrentes do


comércio internacional, John Stuart Mill (1806-1873), em sua obra Princípios de Economia
Política (1873), procurou discutir a questão da divisão dos ganhos entre os países (Carvalho &
Silva, 2004).

Para J.S.Mill a questão da demanda internacional do produtos é determinante. Se um país


oferece, no mercado internacional, produtos pouco demandados no mercado mundial, ele obterá
um preço pouco elevado e o país se beneficiará pouco do ganho de comércio mundial ou até
mesmo terá um ganho nulo (Carvalho & Silva, 2004).

Esse país deverá, então, diversificar sua produção, mesmo que ela não tenha uma vantagem
comparativa máxima ou uma desvantagem comparativa mínima na sua produção (Carvalho &
Silva, 2004).

No sentido oposto, se a demanda é alta, os preços serão mais elevados, o que permitirá ao país
ofertante apropriar-se de uma parte maior do comércio mundial.

Mill considera, portanto, que a lei da oferta e da procura é determinante para a divisão
internacional dos ganhos de comércio (Carvalho & Silva, 2004).

3.1. As utilidades em Mill


Para Carvalho e Silva (2004), Mill conceitua trabalho produtivo como o que cria riquezas,
entendida não como objectos, mas como algo produzido que gera utilidades. Há três tipos de
utilidades produzidas pelo emprego do trabalho:

1) Utilidades fixas e incorporadas em objectos externos;

2) Utilidades incorporadas aos seres humanos pela educação e

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3) Utilidades não incorporados a objectos, tais como música e apresentação teatral, que
geram diretamente utilidades ao invés de adequar uma coisa para que proporcione
utilidade. Nessa categoria está incluído também a ação do exército e do governo, mas não
o dos comerciantes, que apenas mudam o local do objecto.

3.2. Definição de trabalho produtivo


Essas três categorias de trabalho produzem utilidades, mas não necessariamente riquezas. As
utilidades da terceira classe não constituem riqueza, já que não são susceptíveis de serem
acumuladas, mas as capacidades adquiridas pelo homem são riquezas (Carvalho & Silva, 2004).

Assim, trabalho produtivo para Mill é todo trabalho que é empregado em criar utilidades
permanentes, quer incorporada em seres humanos, quer em quaisquer outros objectos, animados
ou inanimados. A questão chave é a permanência do produto, não tanto a sua materialidade.

O trabalho improdutivo termina no prazer imediato, ele não aumenta os produtos materiais
gerados e até num certo sentido tornam a humanidade mais pobre (Carvalho & Silva, 2004).

3.3. Consumo improdutivo


Mill também emprega os termos produtivo e improdutivo para o consumo. O consumo
improdutivo em nada contribui para a produção e o produtivo é destinado a manter e aumentar as
forças produtivas da sociedade.

Então há trabalhos destinados a atender ao consumo produtivo ou improdutivo, e esta é, para


Mill, a distinção mais importante (Carvalho & Silva, 2004).

3.4. Propriedade privada e comunismo


 A instituição da propriedade privada pode ter características variáveis e sua origem na
sociedade não se deve a considerações de utilidade. Mill apresenta dois grupos de
opositores ao princípio da propriedade individual.

 Os comunistas, como R. Owen, que asseveram ser desejável a igualdade absoluta na


distribuição de recursos físicos de subsistência e de prazer, e socialistas como L. B. Cabet
que admitem certa desigualdade fundamentada no princípio de justiça ou eqüidade geral,
em que cada qual deve “trabalhar conforme a sua capacidade e receber segundo suas
necessidades.”
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Se um país oferece, no mercado internacional, produtos pouco demandados no mercado mundial,
ele obterá um preço pouco elevado e o país se beneficiará pouco do ganho de comércio mundial
ou até mesmo terá um ganho nulo.Esse país deverá, então, diversificar sua produção, mesmo que
ela não tenha uma vantagem comparativa máxima ou uma desvantagem comparativa mínima na
sua produção (Carvalho & Silva, 2004).

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4. Conclusão
Findo o trabalho, percebe-se que a Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill defendeu o
utilitarismo, a teoria ética proposta inicialmente por seu padrinho, Jeremy Bentham. Além disso,
é um dos mais proeminentes e reconhecidos defensores do liberalismo político e do socialismo
liberal, sendo seus livros fontes de discussão e inspiração sobre as liberdades individuais ainda
nos tempos atuais.

Mill conceitua trabalho produtivo como o que cria riquezas, entendida não como objectos, mas
como algo produzido que gera utilidades. Há três tipos de utilidades produzidas pelo emprego do
trabalho: Utilidades fixas e incorporadas em objectos externos; Utilidades incorporadas aos seres
humanos pela educação e Utilidades não incorporados a objectos, tais como música e
apresentação teatral, que geram diretamente utilidades ao invés de adequar uma coisa para que
proporcione utilidade. Nessa categoria está incluído também a ação do exército e do governo,
mas não o dos comerciantes, que apenas mudam o local do objecto.

John Stuart Mill, procurou discutir a questão da divisão dos ganhos entre os países.  Para
J.S.Mill a questão da demanda internacional do produtos é determinante. A Teoria dos Valores
Internacionais de Stuart Mill se um país oferece, no mercado internacional, produtos pouco
demandados no mercado mundial, ele obterá um preço pouco elevado e o país se beneficiará
pouco do ganho de comércio mundial ou até mesmo terá um ganho nulo.  Esse país deverá,
então, diversificar sua produção, mesmo que ela não tenha uma vantagem comparativa máxima
ou uma desvantagem comparativa mínima na sua produção. Para J.S.Mill a questão da demanda
internacional do produtos é determinante. Se um país oferece, no mercado internacional,
produtos pouco demandados no mercado mundial, ele obterá um preço pouco elevado e o país se
beneficiará pouco do ganho de comércio mundial ou até mesmo terá um ganho nulo. Economia
Internacional. Esse país deverá, então, diversificar sua produção, mesmo que ela não tenha uma
vantagem comparativa máxima ou uma desvantagem comparativa mínima na sua produção.

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5. Referências bibliográficas
Bell, J. F. (2001). História do pensamento económico. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1976.
Bentham, J. (1998). Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril
Cultural,. (Os pensadores).

Carvalho, M. A. e Silva, C. R. L. (2004). Economia Internacional. São Paulo: Editora Saraiva.

Hugon, P. (1999). História das doutrinas econômicas. São Paulo: Atlas.

Hunt, E. K. (2002). História do pensamento económico. Rio de Janeiro: Campus, 1981.

Malthus, T. R. (2003). Ensaio sobre o princípio da população. São Paulo: Nova Cultural.

Meek, R. (2005). Economia e ideologia. Rio de Janeiro. J. Zahar, 1971.

Mill, J. S. (1986). Autobiografia. Madrid: Alianza. On Liberty. In: Linscott, R. (Org.). Man and
the state: the political philosophers. New York: Linscott & Commins, 1954. Utilitarismo.

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