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FINANÇAS NAS

EMPRESAS
FERRAMENTAS DA
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA PARA A
TOMADA DE DECISÃO
FERRAMENTAS DA ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA PARA A TOMADA DE
DECISÃO
2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise das demonstrações contábeis é uma importante ferramenta de tomada de


decisão dentro de uma organização, ou seja, através da leitura dos indicadores
econômicos financeiros, o gestor financeiro poderá nortear o seu planejamento de fluxo
de caixa. Também possibilita que pessoas interessadas no assunto, no caso os acionistas,
investidores em potencial e os credores, possam tomar conhecimento de como está a
saúde financeira da empresa em determinado período, em relação a sua capacidade de
gerar recursos e pagar suas obrigações.

147 Unid 3 Tópico 1


2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1 BALANÇO PATRIMONIAL


O balanço patrimonial é um importante demonstrativo de resultado, pois nele estão
inscritos todos os eventos que se realizam dentro uma organização. É do balanço
patrimonial que serão extraídos os dados que demonstraram a realidade de uma
empresa dentro de um exercício social.

148 Unid 3 Tópico 1


149 Unid 3 Tópico 1
2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.2 DEMONSTRATIVO DE RESULTADO
O demonstrativo de resultado visa mostrar o resultado econômico de um exercício
social, comparando as receitas e as despesas, ocasionando lucro ou prejuízo.
Igualmente, Groppelli, Nikbakht (2005, p. 348) dizem que: “A demonstração do
resultado do exercício relaciona os fluxos de recebimentos gerados por uma
empresa e os fluxos das despesas incorridas para produzir e financiar as suas
operações.”

Unid 3 Tópico 1
149 Unid 3 Tópico 1
2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.3 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA
O demonstrativo de fluxo de caixa é a ferramenta financeira que compara as entradas
e saídas de dinheiro de uma organização, numa linha do tempo futuro. Da Silva (2005,
p. 11) diz que: “É o principal instrumento de gestão financeira que planeja, controla e
analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado
período projetado.”

150 Unid 3 Tópico 1


2.3 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA
2.3.1 ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA
A administração do fluxo de caixa é bastante complexa, embora consista somente em
adicionar e subtrair valores, porém o grande dilema é fazer com que estas entradas e
saídas de recursos apresentem um equilíbrio, ou seja, ajustar o ciclo financeiro.
Generalizando, o fluxo de caixa é a alocação e geração de novos recursos, resultado do
processo comprar, produzir e vender.

150 Unid 3 Tópico 1


2.3 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA

2.3.2 ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER


A administração de contas a receber corresponde às vendas à vista e a prazo pela
empresa. A venda a prazo é um atrativo para alavancar vendas, haja vista, que grande
parte das vendas de uma organização é no crediário. Por outro lado o grande volume
de vendas a prazo originará aumento de custos, levando-se em consideração as tarifas
de cobrança, taxas de juros e inadimplência.

151 Unid 3 Tópico 1


2.3 DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA
2.3.3 ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A PAGAR
A administração de contas a pagar deverá ser administrada com o mesmo critério das
contas a receber, haja vista, que deverá existir um equilibrio entre ambas. O prazo
médio de pagamento não poderá ser inferior ao prazo médio de recebimento. Para
evitar um desacasamento no fluxo caixa, o gestor financeiro poderá agir de duas
formas, ou prorrogar os pagamentos ou acelerar os recebimentos, porém, nem sempre
é fácil agir dessa forma. Na maioria das vezes, o cliente e/ou fornecedor não aceitam e,
caso aceitando vão exigir uma compensação financeira.

151 Unid 3 Tópico 1


2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.4 ANÁLISE POR INDICADORES


A análise por indicadores tem o objetivo de demonstrar como são calculados os
indicadores econômicos e financeiros de uma empresa e partindo desse cálculo, buscar
uma interpretação coerente, relatando a partir de relatórios, como será o
comportamento de determinada entidade num futuro próximo, em relação a sua
capacidade de honrar seus compromissos de curto e longo prazo.

155 Unid 3 Tópico 1


2.4 ANÁLISE POR INDICADORES

2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ


A análise por indicadores é a relação entre contas ou grupos de contas das
demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação
econômica ou financeira de uma empresa. O importante não é o cálculo de grande
número de indicadores, mas de um conjunto que permita conhecer a situação da
empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise.

156 Unid 3 Tópico 1


2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ

2.4.1.1 INDICADOR DE LIQUIDEZ CORRENTE


O indicador de liquidez corrente mede a relação existente entre o ativo circulante e o
passivo circulante, ou seja, quanto que a empresa possui no ativo circulante para cada
unidade de dívida no passivo circulante, medindo assim sua capacidade em honrar seus
compromissos de curto prazo.

Interpretação: quanto maior que a unidade melhor.

156 Unid 3 Tópico 1


2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ

2.4.1.2 INDICADOR DE LIQUIDEZ SECA


Este indicador é o mais importante dentre os indicadores de liquidez, pois visa
demonstrar o grau de dependência de uma empresa, em relação aos estoques para
pagar seus compromissos, ou seja, capacidade de pagar suas obrigações no curto
prazo, caso venha a ter problemas com as vendas, então se pergunta: Será que mesmo
não vendendo mercadorias, a empresa tem dinheiro suficiente para pagar suas
dívidas? Principalmente, salários de funcionários e fornecedores.

Interpretação: quanto maior que uma unidade melhor.


157 Unid 3
2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ

2.4.1.3 INDICADOR DE LIQUIDEZ IMEDIATA


O indicador de liquidez imediata mede a relação existente entre o dinheiro
disponível no ativo circulante, ou seja, na conta caixa e na conta bancos e as
obrigações do passivo circulante.

Interpretação: quanto maior que uma unidade melhor.

157 Unid 3
2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ
2.4.1.4 INDICADOR DE LIQUIDEZ GERAL
O indicador de liquidez geral mede a relação existente entre ativo circulante, mais
ativo realizável a longo prazo para cada unidade do passivo circulante, mais o
passivo exigível a longo prazo. Este indicador visa medir a capacidade de uma
empresa em honrar seus compromissos de curto prazo e longo prazo.

Interpretação: quanto maior que uma unidade melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ
2.4.1.5 FOLGA FINANCEIRA
É a relação do Capital Circulante Líquido com as Vendas.

FF = CCL / VENDAS

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ
2.4.1.6 GIRO DO ATIVO
Este indicador mostra a situação operacional da empresa, relacionando as
vendas e os investimentos de determinado período.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4 ANÁLISE POR INDICADORES
2.4.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Os indicadores de estrutura de capital são utilizados para medir a composição
das fontes passivas de recursos de uma empresa. Fornecem, ainda, elementos
para se avaliar o grau de dependência de capitais de terceiros a que a empresa
está submetida.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

2.4.2.1 ENDIVIDAMENTO DE CURTO PRAZO


É a relação entre o capital de terceiros em curto prazo e o patrimônio líquido. Este
quociente mede o quanto o capital de terceiros, em curto prazo participa no total de
recursos próprios, ou seja, para cada cem unidades monetárias de recursos próprios,
quanto provém de fontes de financiamento de terceiros no curto prazo. Com as
aplicações feitas no ativo são financiados por recursos do passivo, essa medida ilustra,
também, a proporção dos ativos que está sendo financiada por capital de terceiros em
curto prazo. Interpretação é quanto menor de 100% melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
2.4.2.1 ENDIVIDAMENTO DE CURTO PRAZO

158 Unid 3 Tópico 1 21 / 70


2.4.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
2.4.2.2 ENDIVIDAMENTO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO OU
ENDIVIDAMENTO TOTAL
Possui objetivo semelhante ao índice anterior. Corresponde ao endividamento do
capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido. A relação indica quanto a
empresa possui de recursos de terceiros para cada cem unidades monetárias de capital
próprio. Interpretação é quanto menor de 100% melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
2.4.2.2 ENDIVIDAMENTO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO OU
ENDIVIDAMENTO TOTAL

158 Unid 3 Tópico 1


2.4 ANÁLISE POR INDICADORES
2.4.3 INDICADORES DE IMOBILIZAÇÃO
O indicador de imobilização identifica o quanto de recursos foi aplicado no ativo
permanente da empresa e quais suas fontes de financiamento.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.3 INDICADORES DE IMOBILIZAÇÃO
2.4.3.1 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O indicador de imobilização do patrimônio líquido mostra a proporção de cada cem
unidades monetárias de recursos próprios que estão financiando o ativo permanente.
Interpretação é quanto menor de 100% melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.3 INDICADORES DE IMOBILIZAÇÃO
2.4.3.2 IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CIRCULANTES
O indicador de imobilização dos recursos não circulantes visa demonstrar o quanto
dos recursos próprios e de terceiros de longo prazo se encontram imobilizados no ativo
permanente. Este indicador somente tem sentido quando a imobilização do patrimônio
líquido for superior a 100%, ou seja, os recursos contidos no patrimônio líquido são
insuficientes para atender aos investimentos feitos no ativo permanente.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.3 INDICADORES DE IMOBILIZAÇÃO
2.4.3.2 IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CIRCULANTES

158 Unid 3 Tópico 1


2.4 ANÁLISE POR INDICADORES
2.4.4 INDICADORES DE ATIVIDADES
Os indicadores de atividades visam estabelecer a rapidez com que uma empresa pode
gerar caixa, caso seja necessário. Eles também fornecem dados para determinar o
ciclo operacional e o ciclo financeiro dentro de uma empresa, ou seja, o tempo
consumido desde a entrada de matéria-prima na linha de produção, a elaboração do
produto e a sua venda final, o pagamento da
matéria-prima e o recebimento dos produtos vendidos.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.4 INDICADORES DE ATIVIDADES
2.4.4.1 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
O prazo médio de recebimento visa demonstrar o tempo médio que a empresa
leva para receber suas vendas. Sob visão interpretativa, quanto menor esse
tempo melhor. Apresentamos a fórmula de cálculo a seguir:

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.4 INDICADORES DE ATIVIDADES
2.4.4.2 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO
O prazo médio de pagamento determina o prazo médio que a empresa leva para
pagar suas contas. Numa interpretação contrária ao prazo médio de recebimento de
quanto menor melhor, no caso do prazo médio de pagamento, quanto maior o prazo
melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


2.4.4 INDICADORES DE ATIVIDADES
2.4.4.3 PRAZO MÉDIO DE ESTOQUE
O prazo médio dos estoques determina o tempo que os estoques levam para se
renovarem. Segundo Gropelli e Nikbakht (2005, p. 360), ”O giro dos estoques é
importante para uma empresa porque os estoques são os ativos circulantes
menos líquidos.” Numa linha de interpretação, quanto menor o tempo das
mercadorias em estoques melhor.

158 Unid 3 Tópico 1


TÓPICO 2
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
DE CURTO PRAZO
2 CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE
A administração do capital de giro (ou Capital Circulante Líquido) está relacionada à
administração dos itens relacionados aos ativos circulantes (caixa, aplicações
financeiras, duplicatas a receber, estoques) e passivos circulantes (duplicatas a pagar,
contas a pagar, empréstimos bancários a pagar). A empresa compra mercadorias,
estoca, vende e recebe. Repetindo esse ciclo permanentemente, ela mantém o giro
dos negócios.

Capital de giro (CDG) ou Capital Circulante Líquido (CCL) = Ativo


Circulante – Passivo Circulante

175 Unid 3
2 CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE
2 CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE

Quando o ativo circulante é menor do que o passivo circulante, a empresa tem um


capital de giro líquido negativo. A folga financeira é negativa porque as
exigibilidades de curto prazo (passivo circulante), estão financiando aplicações com
prazos de retorno maiores (ativo permanente).

176 Unid 3 Tópico 2


2 CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE
Se os investimentos forem direcionados para o ativo permanente, maior será o
retorno alcançado pela empresa, mas maior ainda será o risco envolvido. Assim, a
administração da liquidez, associa-se a uma escolha entre risco e lucratividade.
Assim, espera-se que se (AC/AT), tanto a lucratividade como o risco decrescerão. E se
(AC/AT), espera-se que tanto a lucratividade como o risco se elevem. Essa taxa indica a
percentagem do total de ativos que é circulante.

177 Unid 3 Tópico 2


2 CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE
Capital de giro permanente refere-se ao volume mínimo de ativo circulante para
manter a empresa em condições normais de funcionamento.

Capital de giro variável é definido pelas necessidades adicionais de recursos


verificadas em determinados períodos e motivadas, principalmente, por compras
antecipadas de estoques, maior morosidade no recebimento de clientes, maior
volume de vendas em certos meses do ano etc.

177 Unid 3 Tópico 2


3 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
Podemos afirmar que capital de giro líquido é a diferença entre o ativo circulante e o
passivo circulante. Quando o ativo circulante for maior que o passivo circulante, dizemos
que o capital circulante líquido é positivo. Porém, quando ocorre o contrário, logo, o
capital circulante líquido será negativo. Caso forem iguais, será nulo.

178 Unid 3 Tópico 2


4 CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO
O capital de giro próprio considera os recursos próprios pertencentes à organização
que estão financiando suas atividades no ativo circulante.
Segundo Assaf Neto e Silva (2002, p. 18), “É um indicador limitado, notadamente por
pretender identificar a natureza (origem) dos recursos de longo prazo – próprios ou de
terceiros – que se encontram financiando as atividades circulantes.”

179 Unid 3 Tópico 2


5 CICLO OPERACIONAL
O ciclo operacional de uma empresa é definido como o montante de tempo que vai
desde a aquisição da matéria-prima (ou mercadoria), até o recebimento pela venda do
produto final. O ciclo é formado por dois componentes: o prazo médio do estoque e o
prazo médio de cobrança das vendas.

180 Unid 3 Tópico 2


6 CICLO FINANCEIRO
É o período que vai desde o pagamento dos fornecedores de matérias-primas até o
recebimento da sua venda.

181 Unid 3 Tópico 2


6 CICLO FINANCEIRO
A seguir apresentamos as fórmulas para acharmos os prazos médios que compõem o
ciclo financeiro, sendo que utilizaremos o ano civil, ou seja, 365 dias, por entendermos
que os prazos para emissão de duplicatas são formados em dias corridos.

181 Unid 3 Tópico 2


6 CICLO FINANCEIRO

6.1 CÁLCULO DOS CICLOS OPERACIONAL E DE CAIXA


Para calcular o ciclo operacional e de caixa, partindo das demonstrações financeiras, é
necessário extrair algumas informações do balanço, como as seguintes:

182 Unid 3 Tópico 2


6 CICLO FINANCEIRO

6.1 CÁLCULO DOS CICLOS OPERACIONAL E DE CAIXA

182 Unid 3 Tópico 2


6 CICLO FINANCEIRO
6.1 CÁLCULO DOS CICLOS OPERACIONAL E DE CAIXA

182 Unid 3 Tópico 2


7 CICLO ECONÔMICO

O ciclo econômico compreende o período da entrada da matéria-prima em estoque


até a venda do produto acabado. Este ciclo vai demonstrar o resultado econômico da
empresa, adotando o regime de competência, diferente do ciclo financeiro, que
demonstra a movimentação de caixa. A figura 4 da página 183 ilustra os três ciclos:
operacional, financeiro e econômico.

182 Unid 3 Tópico 2


8 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO

A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é a diferença entre as aplicações cíclicas


(Ativo Circulante Cíclico - ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico – PCC),
que se renovam automaticamente no dia a dia. O ideal seria que a empresa utilizasse
os financiamentos de terceiros para cobrir suas aplicações; contudo, quando isso não
acontece, ou seja, quando a atividade operacional criar um fluxo de saída de caixa
mais rápido que o da entrada (os pagamentos ocorrem antes do recebimento),
identifica-se claramente uma necessidade de se recorrer a fontes não diretamente
ligadas à atividade.

182 Unid 3 Tópico 2


8 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE
GIRO

A necessidade de capital de giro pode ser:

-POSITIVA: significa que a empresa apresenta Necessidade de Capital de Giro,


que deverá ser obtido com recursos próprios ou de terceiros (onerosos) para
complementar seu capital de giro.
-NEGATIVA: significa que a empresa dispõe de sobra de recursos para o giro, que
poderá ser destinada a aplicações no mercado financeiro.

182 Unid 3 Tópico 2 48 / 70


8 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE
GIRO
O índice (NCG/vendas) x 360 indica NCG em dias de venda, em média. Tendência
crescente neste indicador, período após período, pode revelar alguma
anormalidade financeira que merece ser analisada. No mesmo sentido, a
necessidade de capital de giro pode ser representada pela fórmula a seguir, que
indica o volume de recursos necessários para financiar o capital de giro:

NGC = ciclo financeiro x vendas / dias do período

182 Unid 3 Tópico 2 49 / 70


9 GESTÃO DE TESOURARIA

De acordo com Silva (2005, p. 20): “A tesouraria é a área da empresa que


administra os fluxos financeiros e é uma das mais importantes, pois praticamente
todos os recursos financeiros passam por ela.” O saldo de tesouraria é dado pela
diferença entre as contas do Ativo Circulante Financeiro (ACF) e do Passivo
Circulante Financeiro (PCF) que não guardam relação com a atividade operacional
da empresa, como demonstrado na equação a seguir:

182 Unid 3 Tópico 2 50 / 70


9 GESTÃO DE TESOURARIA

Quando o Saldo de Tesouraria for positivo, significa que a empresa tem


disponibilidade de recursos, que poderão ser utilizados para financiamento do
Ativo Permanente ou simplesmente ficar aplicado no mercado financeiro.
Se negativo, demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto
prazo. Quando o saldo de tesouraria, período após período, se revelar
crescentemente negativo é forte sinal que a empresa caminha para a insolvência.

182 Unid 3 Tópico 2 51 / 70


TÓPICO 3
FONTES DE FINANCIAMENTO
DE CURTO PRAZO
52 / 70
2 OPERAÇÕES DE DESCONTO

As operações de desconto são empréstimos bancários de curto prazo com


caução de garantias reais, no caso duplicatas ou cheques, resultantes de suas
vendas a prazo. A empresa portadora de duplicatas ou cheques negocia-os
junto a um banco, pagando um custo financeiro pela antecipação dos recursos,
lógico, caso não havendo a liquidação do título de crédito, na data futura, a
empresa terá que reembolsar a instituição financeira.

198 Unid 3 Tópico 3 53 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO

Existem dois tipos de operações de descontos, ou seja, simples e composto.


Nas operações de curto prazo é praticado o desconto simples, sendo o desconto
composto para as operações de longo prazo.

198 Unid 3 Tópico 3 54 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.1 DESCONTO BANCÁRIO/COMERCIAL
O desconto simples também é conhecido como desconto comercial ou
bancário. Este tipo de desconto à taxa incide sobre o valor nominal do título, ou
seja, seu valor futuro. A modalidade de desconto bancário ou comercial é a
modalidade de desconto mais praticada no país.

198 Unid 3 Tópico 3 55 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.1 DESCONTO BANCÁRIO/COMERCIAL

198 Unid 3 Tópico 3 56 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.1 DESCONTO BANCÁRIO/COMERCIAL

198 Unid 3 Tópico 3 57 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.2 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários – IOF – tem como base de sua regulamentação e
aplicação o decreto n◦ 4.494, de 03/12/02 e a Instrução Normativa n◦ 46, de
02/05/01, ambos da Secretaria da Receita Federal. O IOF incide sobre as
operações de crédito realizadas.

198 Unid 3 Tópico 3 58 / 70


2.3.1 GARANTIAS PESSOAIS
2.3.1.1 AVALA
É uma garantia dada em títulos de crédito ou assemelhados: nota promissória,
letra de câmbio, duplicata, notas de crédito, cédulas rurais etc..
O avalista é solidário na obrigação, contida no título de crédito. Isto
corresponde, na prática, que o avalista se constitui em principal devedor da
obrigação.

203 Unid 3 Tópico 3 60 / 70


2.3.1 GARANTIAS PESSOAIS
2.3.1.2 FIANÇA
Enquanto o aval é uma garantia dada em títulos de crédito, a fiança é
formalizada em contratos. Trata-se de uma garantia pessoal que tem caráter
subsidiário. Isto significa que somente poderá ser executada na falta de
cumprimento da obrigação por parte do devedor principal. Ao fiador é
reservado o beneficio de ordem. Ao fiador cabe ainda o benefício de divisão
que corresponde à divisão de responsabilidade com outros fiadores que
compareçam no mesmo ato.

203 Unid 3 Tópico 3 61 / 70


2.3.2 GARANTIAS REAIS
2.3.2.1 HIPOTECA
É uma garantia real que recai sobre imóveis. O bem hipotecado permanece na
posse de seu proprietário (hipotecante) e ao credor cabe o direito de ajuizar
ação judicial para ressarcimento do valor de obrigação creditícia e não paga.
Embora menos comum podem também ser objeto de hipoteca outros bens
como aeronaves, navios e minas. A formalização da hipoteca dá-se através de
escritura que conterá o detalhamento do imóvel dado em garantia e as
clausulas pactuadas na operação de crédito. A hipoteca se completa com
averbação no Registro de Imóveis respectivo.

204 Unid 3 Tópico 3 62 / 70


2.3.2 GARANTIAS REAIS
2.3.2.2 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Para garantir uma dívida, o devedor transfere o domínio (propriedade) de um
bem para o credor, permanecendo, entretanto, com sua posse. O não
cumprimento pelo devedor (devedor fiduciante) permitirá ao credor (credor
fiduciário) promover ação de busca e apreensão. Poderão ser objeto de
alienação fiduciária todos os bens móveis que possam ser identificados
detalhadamente no contrato. Saldada a dívida, o credor fornece ao devedor um
termo de quitação para que seja levantado o gravame e reassume a
propriedade do bem alienado.

205 Unid 3 Tópico 3 63 / 70


2.3.2 GARANTIAS REAIS
2.3.2.3 PENHOR
O penhor mercantil, segundo o Código Comercial, “é a dação de um bem
móvel ou imobilizável, suscetível de alienação para garantia de um débito”.
Pode ser dado em penhor, entre outros, bens móveis como máquinas,
equipamentos, mercadorias e títulos de crédito. O penhor de títulos de crédito
é conhecido como caução de títulos. A operação de penhor é celebrada através
de contrato e deve ser registrada no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos para ter validade. O penhor se configura pela entrega do bem ao
credo (tradição). Por praticidade, no caso de penhor de bens físicos, o bem é
dado à guarda de um depositário (fiel depositário) que, na maioria das vezes, é
o próprio vendedor.
205 Unid 3 Tópico 3 64 / 70
2.3.2 GARANTIAS REAIS
2.3.2.4 CAUÇÃO DE TÍTULOS
Trata-se de um caso particular de penhor. Consagrar-se no mercado
caracterizando um tipo especial de operação de crédito. O conhecido desconto
de títulos não é outra coisa, senão a concessão de um crédito concedido com
caução de títulos.

206 Unid 3 Tópico 3 65 / 70


2.3.2 GARANTIAS REAIS
2.3.2.5 CAUÇÃO DE ATIVOS
Também se trata de um caso particular de penhor em que ativos financeiros são
vinculados a uma operação de crédito a título de garantia. É comum a utilização
de títulos públicos em operações dessa natureza. Em contratos de prestação de
serviços, especialmente os formulados com órgãos públicos, a caução de títulos
tem sido bastante utilizada.

206 Unid 3 Tópico 3 66 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.4 DESCONTO DE DUPLICATAS/CHEQUES
É o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre valores
referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, de forma a
antecipar o fluxo de caixa do cliente. Normalmente, o desconto de duplicatas é
feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias.
A operação de desconto dá direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o
título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do
pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo atraso.

207 Unid 3 Tópico 3 67 / 70


2.4 DESCONTO DE DUPLICATAS/CHEQUES
2.4.1 COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS
A cobrança é feita através de boletos, que podem circular pela câmara de
compensação 16 (câmara de integração regional) o que permite que os bancos
cobrem títulos de clientes em qualquer praça (desde que pagos até o
vencimento – após o vencimento, o pagamento somente poderá ser feito na
agência emissora do boleto). Os valores resultantes da operação de cobrança
são automaticamente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo
estipulado entre o banco e o cliente.

207 Unid 3 Tópico 3 68 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.5 TAXA DE DESCONTO
A taxa de desconto é os juros cobrados sobre o valor nominal de uma
duplicata, no momento do fechamento da operação contratual.

208 Unid 3 Tópico 3 69 / 70


2 OPERAÇÕES DE DESCONTO
2.6 INFLUÊNCIA DO PRAZO SOBRE O CUSTO DO CAPITAL
A matemática financeira estuda a evolução do capital na linha do tempo futuro,
com um custo efetivo, ou seja, taxa de juros. Logo o prazo é muito importante
para determinar o custo de uma operação financeira, porque ele está
diretamente relacionado ao risco, ou seja, quanto maior for o prazo de
indisponibilidade do capital, maior será o risco atuante sobre este capital.

208 Unid 3 Tópico 3 70 / 70

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