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1.

INTRODUÇÃO

No presente trabalho faremos uma análise economico-financeira da Empresa


Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE).

Assim, A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (Ende-EP) é uma


empresa estatal angolana que atua nos negócios de distribuição eléctrica para o
país, colaborando também nos sistemas de transmissão e geração.

A empresa é tutelada pelo Ministério da Energia e Águas.

A atual Ende descende das empresas estatais "Empresa de Distribuição de


Electricidade" (Edel) e "Empresa Nacional de Electricidade de Angola" (ENE),
vocacionadas para a produção, transmissão e distribuição de energia eléctrica em
Angola. Porém, para efeitos de especialização e continuação de atividades,
considera-se que a Ende teve como principal predecessora basicamente a Edel,
que por sua vez tinha sido a sucessora dos Serviços Municipalizados de Água e
Electricidade (SMAE's) e das Linhas de Alimentação Interiores (LAI's).

Em 20 de novembro de 2014 o governo angolano, por intermédio do decreto


presidencial nº 305/14, estabelece a Empresa Nacional de Distribuição de
Electricidade (Ende-EP), como resultado da extinção das empresas públicas Edel e
Ene. No caso da Ene, somente a fração da Unidade de Negócio de Distribuição foi
passada à nova Ende.

A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade tem por objecto principal a


distribuição e comercialização de energia eléctrica a nível nacional, no âmbito do
Sistema Eléctrico Público (SEP), através da exploração das infra-estruturas das
redes de distribuição (AT, MT, BT) em Alta, Média e Baixa Tensão, em regime de
serviços públicos nos termos da Lei Geral de Electricidade e seus Regulamentos.

A ENDE está situada em Cónego Manuel das Neves, 234, Luanda.


1.1 Formulação do Problema

A análise econômico-financeiro está cada vez mais sendo utilizada por gestores,
através da análise é possível saber o que realmente está acontecendo dentro da
organização e ajudar nas tomadas de decisões. Segundo o autor Padoveze (2004,
p. 75): “Em síntese, a análise financeira é o processo de ‘reflexão’ sobre as
demonstrações contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa em
seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros”.

Neste trabalho será feita a análise através dos indicadores (financeiros e


econômicos) para verificar a necessidade dos recursos financeiros, a dinâmica
financeira.

O problema a ser estudado resume-se em: qual a situação econômico-financeira


entre o período de 2018 à 2020 da empresa Nacional de Distribuição de
Electricidade.

1.2.1 Objetivo Geral

Identificar a situação econômico-financeira da empresa no período de 2018 e 2020.

1.2.2 Objetivo Específico

 Analisar as demonstrações financeiras (balanço patrimonial e DRE) do


período;
 Verificar a liquidez, rentabilidade, rotatividadade, estrutura e equilíbrio
financeiro empresal;
 Observar a evolução da empresa no período;
 Apontar os pontos relevantes que podem ser melhorados;
 Interpretar os diferentes indicadores em estudo;
1.3 JUSTIFICATIVA

Justifica-se a escolha do tema para conhecimento da situação econômica financeira


da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) devido a empresa
ser líder no setor de distribuição de electricidade a nível nacional.

Este projeto é importante para nós como estudantes visto que haverá a aplicação
prática de parte do conhecimento adquirido durante o período em que aprendemos
a disciplina de Análise econômica e financeira, permitindo uma maior experiência
com análises financeiras.

Este trabalho objetiva gerar informações a partir dos dados coletados em suas
demonstrações financeiras e econômicas.
2. Fundamentação teórica e científica

2.1 Estrutura as demonstrações contábeis

O balanço patrimonial e DRE apresentam informações sobre a empresa, que


podem ser utilizados no modelo de gestão empresarial. No Balanço Patrimonial o
ativo apresenta todos os bens e direitos da empresa, já o passivo todas as
obrigações, a diferença entre eles é o patrimônio líquido sendo conjunto de bens,
direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma entidade.

A DRE deve registrar o resultado das variações positivas (receitas e rendas) e


negativas (despesas e custos) da situação liquida patrimonial, durante um
determinado período de tempo, geralmente o exercício financeiro. Essa função é
apresentada através da conta de Lucros e Perdas. As demonstrações financeiras
fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A
análise de balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais
eficiente quanto melhores informações produzir.

Para Assaf Neto (1991), o balanço apresenta a posição patrimonial de uma


empresa em dado momento. Informação que esse demonstrativo fornece é
totalmente estática e, muito provavelmente, a sua estrutura se apresentará
relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.

2.2 - Instrumento de análise

De modo a avaliar o perfil econômico-financeiro de uma determinada empresa ou


entidade, é necessário recorrer a técnicas de análise apropriadas. Embora existam
várias técnicas, a mais usual, recorre à análise de indicadores ou rácios. Um
indicador ou rácio é um quociente entre duas grandezas correlacionadas e obtidas
nas demonstrações financeiras – balanço e demonstração de resultados.

A análise através de rácios estabelece diferentes relações entre várias rubricas das
demonstrações financeiras. A informação obtida é uma informação mais expressiva
do que as rubricas em valor absoluto, o que permite, com mais facilidade,
estabelecer comparações, procurar forças e fraquezas nas empresas.
Dito de outro modo, este é um instrumento de apoio que consegue sintetizar, uma
relativa quantidade de informação e ajuda na comparação do desempenho
econômico-financeiro das empresas, ao longo do tempo.

Os indicadores são, assim, úteis na condensação da informação financeira e


instrumentos valiosos para analistas financeiros, sejam eles internos (por exemplo,
empresários ou proprietários) ou externos (nomeadamente, credores, investidores
e investigadores) à empresa, na medida em que auxilia em formular juízos e
prescrever soluções, ou seja, os rácios funcionam assim como “batedores de caça”
muito úteis e práticos, ágeis e com bom faro.

No entanto, existem algumas limitações na utilização deste método. Não existe um


padrão de rácios econômico-financeiros, sendo que é essencial procurar saber
quais os rácios adequados para o estudo em questão, para além de ser difícil definir
os limites de classificação de um valor do rácio como “bom” ou “mau”.

Assim, os indicadores selecionados para a avaliação da ENDE estão divididos em


quatro grupos: os rácios de rentabilidade, de liquidez, de estrutura, de rotatividade
e, por último, os indicadores de equilíbrio financeiro.

Há que salientar que foram excluídos do estudo, alguns rácios, uma vez que
apresentavam uma fraca representatividade de dados homogéneos da ENDE.
Foram excluídos indicadores que utilizam a rubrica de Funcionamento.

2.2.1 - Indicadores de Estrutura financeira

A análise do rácio de estrutura financeira tem como principal objetivo compreender


o peso do capital próprio e do capital alheio como fonte de financiamento da
empresa. Os rácios de estrutura financeira são úteis na análise de crédito,
identificando as dívidas que a empresa contraiu e as implicações que as mesmas
têm na exploração.

A Estrutura financeira de uma empresa pode ser avaliada através de diversos


rácios. No presente estudo foram considerados os seguintes rácios:
 Autonomia financeira: determina qual a percentagem do ativo da empresa,
que se encontra a ser financiada por capitais próprios. Quanto maior for o
peso do capitais próprios na sua estrutura de financiamento, mais baixo será
o grau de risco relacionado com a mesma e, consequentemente, maior
capacidade de endividamento potencial.
 Solvabilidade: permite calcular a percentagem do passivo da empresa que
se encontra a ser financiado por capitais próprios, ou seja, a capacidade da
empresa de solver os seus compromissos.
 Dependência financeira: expressa a percentagem de capital alheio utilizado
no financiamento das atividades da empresa. Quanto maior for a
percentagem deste indicador, maior será o grau de risco.
 Cobertura do activo fixo: expressa a quantidade monetária percentual de
capitais permanentes que contribuem para o financiamento do activo fixo.

2.2.2 – Indicadores de Liquidez

O rácio de liquidez estuda a capacidade da empresa reembolsar as suas dívidas de


curto prazo.

Para o presente estudo foram considerados os seguintes rácios de liquidez:

 Liquidez Geral: evidencia a capacidade de uma empresa solver as suas


obrigações correntes, ou seja, em que medida o passivo de curto prazo está
coberto por ativos que se esperam, no momento do vencimento, serem
convertidos em meios financeiros líquidos. O valor deste rácio precisa ser
igual ou superior a 1, para que se possa considerar que existe equilíbrio
financeiro e capacidade de liquidez.
 Liquidez Reduzida: Este índice representa a capacidade que à empresa
possui disponível em relação às dívidas de curto prazo, deduzindo as
existências e activos biológicos.
 Liquidez Imediata: esse índice serve para “demonstrar a capacidade de
pagamento de todo o passivo circulante com os recursos disponíveis (moeda
corrente) no momento da análise, ou seja, no cálculo do rácio de liquidez
imediata é avaliada a capacidade da empresa pagar as suas dívidas de
imediato utilizando apenas, depósitos bancários, caixa e títulos negociáveis.

2.2.3 - Indicadores de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos.


São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso ou insucesso
empresarial. Os rácios de rentabilidade são, assim, indicadores, expressos em
percentagem, da relação entre o resultado (lucro ou prejuízo) e o volume de
negócios ou uma grandeza de capital.

A rentabilidade de uma empresa pode ser avaliada através de diversos rácios,


nomeadamente os seguintes:

 Rentabilidade do Ativo Líquido Total: analisa a capacidade que a empresa


tem em gerar lucros, a partir do seu ativo líquido, isto é, mede a eficácia da
gestão utilizada nos seus ativos.
 Rentabilidade dos Capitais Próprios: é um rácio bastante importante para os
acionistas e investidores da empresa, uma vez que espelha a capacidade da
empresa gerar o retorno a todos aqueles que nela investiram. Assim, a
rentabilidade dos capitais próprios dá-nos a conhecer o lucro obtido pela
empresa face aos capitais próprios utilizados.
 Rentabilidade Líquida das Vendas: analisa a relação entre os resultados
líquidos e o volume de negócios, ou seja, o lucro obtido por cada unidade
monetária de venda utilizada.

2.2.4 – Indicadores de Rotatividade

O rácio de rotatividade estuda a eficiência da empresa ao conseguir rodar


determinada grandeza face as vendas líquidas.

No presente estudo foram considerados os seguintes rácios de rotatividade:


 Rotatividade do ativo Total Líquido: é o demonstrativo que indica o potencial
de vendas da empresa em relação aos seus investimentos, ou ao ativo total.
Portanto para a empresa quanto maior for índice, melhor indicação. Segundo
Matarazzo (1998, p 182) “O sucesso de uma empresa depende em primeiro
lugar de um volume de vendas adequado”
 Rotatividade do activo fixo líquido: determina o número de vezes em que o
activo fixo total rodou face as vendas líquidas.
 Rotatividade do activo corrente: determina o número de vezes em que o
activo corrente rodou face as vendas líquidas.

2.2.5 - Indicadores de equilíbrio financeiro

Este indicador estuda a capacidade da empresa de pagar antepadamente as suas


dívidas, bem como da capacidade de solver os seus compromissos de médio e
longo prazo.

Foram considerados os seguintes indicadores:

 Fundo de maneio: Refere a margem de segurança que tem por objectivo


reforçar o equilíbrio financeiro e cuja função é atender as necessidades de
financiamento a curto prazo.
 Necessidades em fundo de maneio: As NFM referem-se as necessidades de
financiamento do ciclo de exploração. Ou seja, referem-se as necessidades
de meios financeiros para responder as necessidades operacionais do ciclo
de exploração.
 Tesouraria Líquida: esta caracteriza o equilíbrio financeiro da empresa.
Assim, existe equilíbrio financeiro quando o fundo de maneiro é suficiente
para financiar as necessidades de fundo de maneio, ou seja, a tesouraria
líquida é positiva.

De forma simples e esquemática, a análise económica e financeira das


empresas consiste nas seguintes fases:

Coletar Preparar Analisar Concluir


3.Metodologia

Como ponto de partida, foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica com intuito
de estender o conhecimento e identificar os conceitos a respeito dos assuntos
referentes ao objetivo da pesquisa.

O presente estudo, pelo ponto de vista metodológico, é classificado como um


estudo de caso, pois realizou uma análise em uma entidade que permite examinar
seus fenômenos e teve a finalidade de obter dados e informações para ampliar o
conhecimento dos processos e sistemas adotados na entidade em estudo.

A pesquisa documental se fez presente através de dados obtidos nos documentos


contábeis da empresa, como, relatórios de balanço, demonstrativos de resultado.

Por meio das informações contábeis e dos dados numéricos pesquisados, a


abordagem do problema em estudo, é considerado de caráter quantitativo e
qualitativo e tem como base os balanços patrimoniais do período de 2018 a 2020.

Os cálculos dos indicadores foram apresentados de forma manual, tendo como


base os balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados seguindo o critério
de fórmulas já adquiridas.

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