Você está na página 1de 5

Tiago Arnaldo Tualufo

2.2. Indicadores Financeiros

Se bem analisados os indicadores financeiros podem ajudar a avaliar o progresso, o desempenho


da empresa, a situação financeira actual e possíveis tendências.

Segundo Cavalcanti (1998), indicadores financeiros “é algo que auxilia na transmissão de um


conjunto de informações sobre complexos processos, eventos ou tendências”.

Para Silva (2010), “é preciso realizar uma apuração através de quocientes ou índices para que se
tenha uma visão abrangente acerca da situação económica, financeira e patrimonial em que a
organização se encontra. E essa análise é feita por meio de uma construção sequencial e histórica
de índices, contabilizados através da associação entre contas que compõem as demonstrações
contábeis”.

Segundo Bruni (2014), “os dados essenciais para a análise feita por indicadores são a
demonstração de resultado e o balanço patrimonial dos períodos a serem explorados”.

Bruni, (2014, p.122), “diz ainda que será feita uma análise comparativa: se o balanço patrimonial
de um ano tem valor limitado, a análise de vários anos de resultados dá mais consistência aos
números; se é difícil chegar a uma conclusão sobre a qualidade da empresa, uma comparação
com outras firmas no mesmo sector ajuda a esclarecer a questão. O trabalho é também
cumulativo no sentido que qualquer conclusão depende da consideração de um conjunto de
indicadores”.

2.3. O princípio de equilíbrio financeiro renovado

Menezes; (2001), “tesouraria líquida, o princípio de equilíbrio financeiro renovado pode ser
enunciado da seguinte forma: uma empresa está em equilíbrio financeiro quando a sua tesouraria
é nula. Caldeira Menezes diz ainda que “O equilíbrio estrutural da situação de tesouraria
(tesouraria igual a zero) atinge-se, portanto, quando o fundo de maneio igualar o fundo de
maneio necessário total”.

Felício e Esteves; (1996), dizem de outra forma que, “o princípio do equilíbrio financeiro
renovado (equilíbrio financeiro estrutural ou tesouraria líquida) estipula que, uma empresa
encontra-se em equilíbrio financeiro quando a diferença entre o fundo de maneio e o fundo de
maneio necessário total é igual a zero”.

Felício e Esteves (1996), dizem ainda que “Quando a diferença acima exposta é igual a zero, a
tesouraria também é igual a zero, “ou seja, está-se perante a condição que estabelece a regra do
equilíbrio estrutural da tesouraria”, como afirmam Felício e Esteves. Se pelo contrário, a
diferença verificada for superior a zero, a tesouraria também terá valor superior a zero. A regra
do equilíbrio estrutural mínimo de tesouraria pressupõe que a tesouraria seja nula”.

A tesouraria apresenta-se deficitária e espelha o desequilíbrio financeiro que a empresa se


encontra. Por tanto o fundo de maneio tem um valor positivo mas reduzido, pois é insuficiente
para cobrir o fundo de maneio necessário total. Tendo em conta a dimensão do défice de
tesouraria, aconselha-se a empresa a tomar medidas que garantam o equilíbrio financeiro futuro,
(Carrilho et al.; 2005: 127-128) Assim, a empresa deverá aumentar o seu fundo de maneio,
recorrendo essencialmente a um aumento do capital próprio em numerário, quer por injecção de
capital ou de prestações suplementares; equacionar a obtenção de mais crédito bancário de médio
e longo prazo ou reduzir o seu imobilizado total líquido.

A opção de redução do imobilizado total líquido da empresa poderá ser a mais viável, dado que
as outras opções envolvem a entrada de dinheiro por parte dos sócios ou accionistas e custos
explícitos (juros do crédito bancário). Reduzir o valor do fundo de maneio necessário total
poderá ser outra alternativa para a empresa, através da redução das necessidades financeiras
cíclicas (efectivada pela redução do prazo médio de recebimentos e da duração média de
existências) ou do aumento dos recursos financeiros cíclicos (por via do aumento do prazo médio
de pagamentos).

Reduzir o nível de existências em armazém e o volume de crédito concedido a clientes, assim


como aumentar o volume de crédito obtido junto dos fornecedores também contribuirá para
atingir o equilíbrio da estrutura financeira.
2.4.1. Principais índices

2.4.1.1. Índices de Liquidez

Segundo Martins, Miranda e Diniz (2013), “os índices de liquidez ilustram a situação financeira
de uma entidade perante aos compromissos financeiros contraídos, em outras palavras, indicam a
capacidade de honrar as dívidas assumidas, indicando de maneira genérica a condição de sua
própria continuidade”.

Matarazzo (2003) “considerar a ideia equivocada que iguala liquidez com capacidade de
pagamento. Para o autor, os índices de liquidez não advêm do fluxo de caixa, o qual compara
entradas com saídas de dinheiro. Pode acontecer que uma empresa com bons índices de liquidez
– os quais revelam boas condições de capacidade para saldar dívidas não esteja obrigatoriamente
honrando com suas obrigações em dia, em decorrência de outras variáveis como prazo e
renovações de dívidas”.

2.4.1.2. Índices de Actividade

Assaf neto (2012), “Índices de actividade, também conhecidos como índices do ciclo operacional
representam a dinâmica das operações desenvolvidas pela organização. Por meio deles é possível
analisar o nível de desempenho da entidade, através da avaliação de aspectos encontrados na
realização do balanço patrimonial e da demonstração de resultados”.
Segundo Marion (2010), “Essa composição de índices engloba a avaliação de quantos dias a
empresa demora, em média, para receber o correspondente as suas vendas, para realizar o
pagamento de suas compras e para renovar o seu estoque”.

2.4.1.3 Índices de endividamento

Segundo Martins, Miranda e Diniz (2013 p. 139), “o índice de endividamento mostra quanto à
empresa tem de dívidas com terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) para cada real
de recursos próprios (património líquido).” O índice mostra a situação que a empresa se encontra
face as dívidas, a dependência de terceiros que a empresa se encontra, e, o risco a que a empresa
corre.

Marion (2010), afirma que “é também através desse índice que será possível identificar qual a
proporção de dívidas de curto e longo prazo que a entidade apresenta”.

2.4.1.4. Índices de Rentabilidade

Segundo Iudícibus (2009), “os índices de rentabilidade confrontam os resultados alcançados pela
organização com algum valor que expressa a dimensão relativa do mesmo, ou seja, o valor das
vendas, o activo total, o património líquido ou o activo operacional”.

Saporito (2015) diz “ser importante o uso desses indicadores, uma vez que a avaliação de
desempenho de uma organização baseada na análise dos resultados em valores absolutos não é
uma forma precisa de análise, pois não considera aspectos como porte, recursos totais e recursos
próprios que a empresa investe em sua estrutura”.

2.4.1.5. Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras mostram a situação económica, financeira e patrimonial das


empresas.

Segundo Marion (2009), “o objectivo das demonstrações contábeis é de fornecer informações


sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da
entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de
decisão económica”.

As demonstrações contábeis são Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício,


Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do
Património Líquido, Demonstrações dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.

Você também pode gostar