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MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL

Estudante: Josué Victor Besen

Disciplina: Análise das demonstrações contábeis

Turma:1022-6

1. Introdução
Esta atividade tem por finalidade analisar e avaliar as demonstrações econômico-financeiras da
empresa varejista Magazine Luíza S.A. durante os anos de 2019 e 2020, valendo-se das ferramentas de
análise vertical, horizontal e seus índices de desempenho.
Segundo Limeira et al. (2015), a análise é direcionada de acordo com os interesses do usuário
da informação contábil. Ainda segundo os autores, a divulgação das informações deve auxiliar a
fundamentar o processo decisório dos stakeholders de uma entidade. Uma das formas de avaliar-se
determinada entidade é através da comparabilidade entre exercícios. Quanto mais exercícios contábeis
forem anáisados, maior a profundidade da análise.
Para Costa e Lund (2018), a avaliação contábil de uma entidade deve considerar a área de
atuação da companhia, os cenários macroeconômicos e microeconômico, além da situação econômico-
financeira das empresas concorrentes do mesmo setor.
A Magazine Luiza S.A. é uma companhia de mercado no modelo de sociedade anônima, listada
no “Novo Mercado” da B3 S.A. Sua principal atividade econômica é o varejo, através de pontos de venda
físicos, lojas on-line e aplicativo, para venda de produtos e serviços da marca e de parceiros comerciais
no modelo de Marketplace. A empresa e suas controladas ainda oferecem outros serviços a seus clients
como crédito, seguros e financiamento relacionados aos produtos vendidos.
Durante os anos de 2019 e 2020 a empresa investiu na construção de novos centros de
distribuição e de novos pontos de venda. A tabela abaixo demonstra a variação nestas unidades
comerciais e logísticas (Magalu, 2022).
LOJAS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO
31/12/2019 1.113 17
31/12/2020 1.301 23

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2. Análise horizontal
Para Costa e Lund (2018), é uma avaliação dos demonstrativos que permite mensurar a
evolução dos seus dados econômicos-financeiros em determinado periodo. Esta análise leva em conta
dois ou mais exercícios contábeis a fim de verificar tendências e avaliar a mudança dos constituintes.
(LIMEIRA et al., 2015).

2.1 Análise horizontal do Balanço Patrimonial.

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2.2 Análise horizontal da DRE.

Interno
3. Análise vertical
A análise vertical mede a contribuição de cada item das demonstrações econômico-financeiras,
de maneira percentual, sobre o valor total do grupo. (LIMEIRA et al., 2015). Isto permite avaliar como
as parcelas do balanço patrimonial e das demonstrações de resultado influenciaram na composição do
lucro ou prejuízo do período (COSTA; LUND, 2018).

3.1 Análise vertical do Balanço Patrimonial.

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3.2 Análise vertical da DRE.

4. Cálculo dos índices de liquidez


Os indicadores de liquidez correlacionam passivos e ativos e evidenciam a capacidade de uma
entidade em honrar suas dívidas (COSTA; LUND, 2018). Os indicadores que verificam a solvabilidade
da empresa são:
 Liquidez geral: Avalia o potencial da companhia em honrar suas dívidas, de longo e curto
prazo, considerando todos os recursos realizáveis.
 Liquidez imediata: Indica a capacidade de quitar os passivos de curto prazo utilizando apenas
o dinheiro disponível em caixa ou equivalentes. A partir disso pode-se compreender a gestão
de caixa da entidade.
 Liquidez corrente: Representa a disponibilidade financeira da companhia sob forma de capital
de giro para sanar as dívidas.
 Liquidez seca: Se relaciona com a solvência da empresa. Ou seja, o quanto elá disporá em
forma de capital de giro, descontado estoques, para saldar passivos circulantes. (LIMEIRA et
al., 2015). Portanto, pode-se obter o nível de sujeição da companhia para com o estoque,
correlacionando a liquidez seca com a liquidez corrente (GDE).

Interno
Abaixo temos os indicadores de liquidez dos anos de 2019 e 2020 da companhia analisada e,
adicionalmente, a variação dos indicadores entre os exercícios. A variação será utilizada para a análise
da situação geral da companhia.

5. Cálculo da estrutura de capital


Os indicadores da estrutura de capital evidenciam com uma empresa financia suas opererações
através da sua política de obtenção de recursos e servem de termômetro para o grau de risco de
alavancagem (Limeira et al. 2015). Os indicadores de endividamento ou estrutura de capital são
descritos abaixo:
 Endividamento geral: mostra a relação entre o saldo devedor e o total aplicado. Ou seja,
estrutura de capital evidencia se existe dependência de capital próprio ou de terceiros para
financiamento do investimento.
 Composição do endividamento: avalia a postura da companhia na obtenção os recursos de
terceiros: a concentração dos passivos a longo ou a curto prazo (LIMEIRA et al., 2015).
 Imobilização do Capital Próprio: representa o quanto do ativo não circulante, descontados os
realizáveis a longo prazo, é fomentado por capital próprio, medindo a dependência de capital
terceiro no negócio.
 Imobilização de Recursos Não Correntes: identifica se os valores de longo prazo saldaram os
investimentos alocado nos ativos investimentos, imobilizado e intangível.
 Passivos Onerosos sobre o Ativo: evidencia a sujeição da companhia com credores.

Abaixo são apresentados os indicadores de estrutura de capital dos anos de 2019 e 2020 bem como a
evolução percentual entre os exercícios.

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6. Cálculo da lucratividade

São indicadores que mensuram as margens obtidas pela companhia, estando elas relacionadas
à atividade fim ou à eficiência operacional da empresa (LIMEIRA et al., 2015). São eles:

Margem bruta: Percentual de unidade de receita restante após a empresa a dedução dos custos de
venda (COSTA; LUND, 2018). Relacinado à atividade principal da empresa e a lucratividade de seus
produtos.

Margem operacional: É a razão entre a receita operacional e o lucro bruto, mensurando a eficácia
da operação destinada a manter a atividade fim da companhia (LIMEIRA et al., 2015).

Margem líquida: Representa percentualmente cada unidade de receita restante após a dedução de
todos os custos, inclusive financeiro (COSTA; LUND, 2018).

Giro do ativo: Mede o númeor de vezes que a companhia conseguiu captar em relação o valor investido
através da execução de sua atividade fim (LIMEIRA et al., 2015).

Para a companhia alvo dos estudos, nos exercícios de 2019 e 2020, obtemos os valores abaixo:

7. Cálculo da rentabilidade
São os indicadores de retorno ou rentabilidade que possibilitam mensurar a performance geral
da companhia. São eles:

 ROE (return on equity): Mede o retorno sobre o capital próprio, usado para mensurar o
desempenho econômico da companhia para seus sócios e acionistas (COSTA; LUND, 2018). Por
ele é possível avaliar o custo de oportunidade para investimentos na empresa.
 ROI (return on investments): Mede o retorno obtido sobre aos investimentos totais. Através
do ROE é medido o período de Payback do negócio ou investimento (LIMEIRA et al., 2015).

Abaixo os valores de Magazine Luiza para os exercícios de análise:

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8. Indicadores de financiamento das operações
Índices de financiamento das operações procuram mensurar de que forma a companhia custeia
suas atividades de curto prazo e os montantes relacionados ao giro da operação (GUIMARAES E
OZORIO, 2015). Podemos citar:

 Capital Circulante Líquido (CCL): indica como a empresa custeia suas atividades de curto prazo
e é expresso aravés do saldo entre o ativo circulante e o passive circulante.
 Necessidade de Capital de Giro (NCG): Mensura a necessidade de capital para custear as
operações da companhia como o pagamento de salários, compras, industrialização e outros,
que consolidam as operações empresariais.
 Saldo de Tesouraria (ST): Expressa o saldo entre a CCL e a NCG e indica a solvabilidade da
companhia. Caso o saldo em tesouraria seja inferio a zero a mesma pode apresentar
dificuldades em honrar seus compromissos de curto prazo.

Abaixo, são apresentados os índices de capital de giro da Magazine Luiza nos exercícios de 2019 e 2020.

9. Indicadores de prazos médios e ciclos


Os prazos médios expressam o nível de atividade de uma companhia e avaliam os fatores que
influenciam a necessidade de capital de giro (GUIMARAES E OZORIO, 2015). São eles:

 Prazo médio de estoques: Indica a média de tempo necessária para girar o estoque da
empresa. Quanto maior este tempo, maior o investimento necessário na linha de estoques e
o capital parado sob forma de produtos.
 Prazo médio de recebimento: Indica o tempo médio entre a comercialização dos produtos e
o faturamento de seu pagamento.
 Prazo médio de compras: Mensura o tempo entre a entrada das matérias primas e o efetivo
pagamento destes pela empresa.
 Ciclo operacional: Demonstra o tempo gasto entre a entrada dos produtos em estoque e o
recebimento das vendas. Ou seja, quando a companhia demora para fazer o estoque de
produtos se transformar em receitas correntes.
 Ciclo financeiro: Indica o tempo decorrido desde a remuneração dos fornecedores
faturamento dos produtos comercializados. Portanto, indica o período de custeio por capital
de giro.

Abaixo, estão demonstrados os indicadores da MagaLu nos exercícios de 2019 e 2020.

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10. Conclusão sobre a situação econômica e financeira da
empresa
Através dos índices calculados observou-se que entre os exercícios analisados a empresa
experenciou um aumento em seu endividamento geral. A pandemia que se iniciou em 2020 afetou as
empresas de diversas formas, como: tempo de lockdown e lojas fechadas, diminuição das atividades,
vendas e produções, custos associados a adequação dos ambientes de trabalho e fábricas.
Sobre a composição deste endividamento nota-se a inversão no cronograma de passivos que
se tornou predominantemente de curto prazo, correspondendo à 99% da dívida bruta. Tal fato significa
grande risco de solvência para a empresa, uma vez que precisaria desembolsar um montante financeiro
considerável nos 12 meses subsequentes ao exercício de 2020. Em alguns casos essa alteração de perfil
pode indicar a gestão ineficaz de fluxo de caixa.
Por tanto, de 19 para 20 a companhia elevou o montante em caixa em 608% gerando
proporcionando um crescimento de liquidez imediata, aumentando sua possibilidade de financiamento
de curto prazo e sacrificando essa capacidade a médio prazo. Tal mudança deve-se a estratégia adotada
para o pagamento de passivos de curto prazo conforme nota divulgada à mercado pela companhia:
“Aumento em Certificados de depósitos bancários. A Administração da Companhia define como
“Caixa e equivalentes de caixa” os valores mantidos com a finalidade de atender a compromissos
financeiros de curto prazo e não para investimento ou outros fins. As aplicações financeiras possuem
características de conversibilidade imediata em um montante conhecido de caixa e não estão sujeitas a
risco de mudança significativa de valor, sendo registradas pelos valores de custo acrescidos dos
rendimentos auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de
realização. – Magazine Luiza S.A.”
No que tange o fator de solvência, elevou-se o grau de dependência de estoques na comparação
entre exercícios na composição ativo circulante. Este saiu de 28,9% para 36,9%. É importante destacar
que o Estoque da MagaLu, dado deu ciclo operacional de quase 300 dias, tem uma conversibilidade
menos imediata para dinheiro em cenários de necessidade.
O crescimento da linha de estocáveis observado pode ser atribuído a dois fatores diretos:
problema na cadeia logística mundial em decorrência da pandemia e/ou à estratégia de aumento do
mix de itens comercializados (campanha #temnomagalu).
No geral este decréscimo na liquidez deixa a emrpesa a mercê de variações no cenário
macroeconômico, obrigando-a a contrair dívidas com um provável custo associado mais elevado, o que
representa um risco financeiro/solvência significativo.
A Receita Líquida cresceu em 41,3% e o CMV cresceu em 46,1%, ano contra ano, resultando
numa queda de margem bruta de quase 10%. Ainda que o lucro bruto apresentou crescimento

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(+28,5%), nota-se uma contração no resultado antes de impostos dado o acrescimento de despesas
operacionais (+53,6%) resultando em contração da margem líquida. Esta redução (de 4,9% para
1,5%) foi provocada majoritariamente por crescimento das despesas financeiras pela alavancagem
operacional, ou seja, dado o maior investimento para abertura de novas lojas e centros de distribuição.
A empresa ainda apresentou percas de eficiência uma vez que as despesas operacionais cresceram e
apesar da maior receita, reduziu sua capacidade de diluição.
Os impactos concentrados nas linhas de SG&A (Vendas, gerais e administrativos) (+53,6%).
Para estão correlacionados ao crescimento operacional da companhia em centros de distribuição, lojas
ou acréscimo de mix de produtos.
Evidencia-se na contração da margem bruta que a companhia não conseguiu modificar seus
processos ou repassar os custos (incluindo a inflação) para os clientes. Esta falta de capacidade de
repasse de custos se deve à perda do poder de compra destes, já que a o principal grupo de clientes
da companhia foi o mais afetado pela pandemia (classes C e D).
O resultado do lucro líquido decresceu em 57% na comparação dos exercícios, resultado de
uma maior despesa financeira líquida. Já o aumento de caixa foi provocado pela diminuição das
aplicações financeiras (72%) em tentativa de aumentar a liquidez da companhia. Apesar do risco de
insolvência, a companhia buscou disbonibilizar valores para liquidação dos passivos circulantes. O custo
da dívida decresceu de 2019 para 2020, influenciada pela redução da taxa basica de juros em 2,5 pontos
percentuais (TCU, 2022)). Contudo, foi também afetada por uma redução das aplicações dado a
alavancagem em caixa.
Durante os exercícios não ocorreram alterações relevantes no Patrimônio Líquido e, dado o
acréscimo dos custos operacionais, SG&A, o retorno sobre o capital próprio diminuiu em 6,84 pontos
percentuais, sendo amplificado pela dívida. Otrossim, o endividamento cresceu e, em conjunto a
redução do ROI de 4,9% para 1,7%, implica em uma a avalição ruim no que tange o custo de
oportunidade quando comparado à SELIC. Dado as alterações do ROI, o payback da companhia passou
de 20 anos no exercício de 2019 para 57 anos no exercício de 2020.
Finalmente, reitera-se que a comparação de 2 períodos não fornece dados suficinetes para
avaliar de maneira segura o comportamento dos resultados econômicos-financieros da empresa e suas
tendencias, dado o cenário macro-econômico em que esta se encontra dado a pandemia de coronavirus.

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Referências bibliográficas
COSTA, Luiz Guilherme Aboim; LUND, Myrian Layr Monteiro Pereira. Análise econômico-
financeira. Rio de Janeiro: FGV, 2018.

Demonstrações contábeis da empresa Magazine Luiza para os exercícios sociais de 2019 e 2020:
Anexo I Demonstrações Contábeis - Magazine Luiza versão aluno disponibilizada no ECLASS FGV.

J. O. GUIMARÃES, D. OZORIO, Gestão de capital de giro, FGV – ed. Rio de Janeiro: FGV, 2015.
(GESTÃO FINANCEIRA).

LIMEIRA, André Luís Fernandes et al. Gestão Contábil Financeira. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV,
2015. (GESTÃO EMPRESARIAL).

Magazine Luiza S.A. DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas. Disponível em:


https://ri.magazineluiza.com.br/Download.aspx?Arquivo=vISJ3CKULpKzPN6pjAcCDA==. Acesso em:
outubro de 2022.

TCU. CONJUNTURA ECONÔMICA: produto interno bruto. Produto Interno Bruto. Disponível em:
https://sites.tcu.gov.br/contas-do-governo/02-conjuntura-economica-pib.html. Acesso em: 09 de
outubro de 2022.

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