Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE DIREITO

DIREITO INTERNACIONAL ECONOMICO

Tema: Cooperação e Integração Económica Internacional

Discentes:
CHAGUALA, Lúcia José
SIMANGO, Lilian Adelina
TAMELE, Ivódia da Euclávia

Docentes:
Me. Zaida Sultanagy

Maputo, Dezembro de 2021


Índice
Introdução...................................................................................................................................................3
Objectivos específicos.............................................................................................................................3
COOPERAÇÃO e INTEGRAÇÃO ECONÓMICA INTERNACIONAL...................................................4
Conceitos e Noções básicas.....................................................................................................................4
Etapas da integração económica..............................................................................................................4
Alguns Blocos Económicos.....................................................................................................................6
Integração Económica na SADC.............................................................................................................6
RELAÇÃO ENTRE A INTEGRAÇÃO REGIONAL E O MULTILATERALISMO DEFENDIDO PELO
OMC E O GATT.........................................................................................................................................7
OBJECTIVOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA......................8
Vantagens e desvantagens da integração económica...............................................................................9
IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
................................................................................................................................................................... 10
IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DA ÁFRICA AUSTRAL PARA MOÇAMBIQUE ....................13
CONCLUSÃO...........................................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................15
Introdução
No presente trabalho de caracter científico que se enquadra na disciplina de Direito Internacional
Economico, abordar-se-á aspectos genéricos concernentes à integração e cooperação económica
internacional.

Objectivo Geral: Estudo da integração e cooperação económica internacional

Objectivos específicos

 Definição de conceito de cooperação e integração económica;


 Análise das etapas da integração económica e enquadramento da SADC;
 Análise da importância da integração económica em geral e em particular nos países em
desenvolvimento;
 Análise dos objectivos, vantagens e possíveis desvantagens da integração económica.

Justificativa: A escolha do tema foi da iniciativa do corpo do docente. Trata-se porém, de um


tema bastante importante e cujo conhecimento apresenta-se de grande utilidade.

Metodologia: Este trabalho foi essencialmente realizado com base na pesquisa bibliográfica.
Para este fim, foi necessária a consulta dos manuais que serão indicados na bibliografia para a
extração de matéria necessária para a realização do trabalho, bem como o recurso a outra
bibliografia complementar, designadamente sites de internet confiáveis.
COOPERAÇÃO E INTEGRAÇÃO ECONÓMICA
INTERNACIONAL

Conceitos e Noções básicas

Cooperação internacional, de um modo geral, constitui um instrumento de política externa com


vista a ajuda mútua entre duas ou mais nações com a finalidade de alcançar um objectivo comum
que pode ser de diversa ordem como: humanitárias, estratégicas, culturais e económicas.

Cooperação económica internacional refere-se a ajuda mútua entre duas ou mais nações ou
organizações internacionais voltadas a economia, que agem de forma conjunta e não isolada
com objectivo de alcançar objectivos económicos para os estados interligados.

Integração económica refere-se a política comercial de reduzir ou eliminar as barreiras


comerciais ou seja barreiras à livre circulação de bens, factores de produção de forma
discriminatória, somente entre os estados interligadas, através da remoção de direitos aduaneiros
entre as economias interligadas.

Etapas da integração económica


A integração económica ( internacional) pode assumir cinco (5) etapas diferentes
nomeadamente:

1. Zonas de comércio livre (ZCL);


2. Uniões Aduaneiras (UA);
3. Mercados comuns (MC);
4. Uniões económicas (UE);
5. Uniões económicas e monetárias (UEM).

1. Zonas de comércio livre (ZCL)

Nas zonas de comércio livre os países interligados levantam as barreiras alfandegárias (direitos
aduaneiros e restrições quantitativas) à circulação de mercadorias entre eles, desde que estas
tenham origem dentro da zona. Contudo cada país mantém a sua própria pauta aduaneira face ao
resto do mundo e face aos bens que tenham origem fora da ZCL. Assim nesta etapa é livre o
comércio de mercadorias totalmente produzidas dentro da região ( cuja produção utilize inputs
também produzidos internamente, num dos países membros), e daquelas que não sendo , se
consideram, de acordo com determinadas regras de origem, ter origem nessa região.

O sistema de regras de origem visa impedir a entrada de mercadorias pelo país que possui um
nível mais baixo de direitos aduaneiros, mas destinados a outros países da área, com objectivo de
usufruir do diferencial tarifário.1

2. União aduaneira

Numa união aduaneira, além da livre circulação de mercadorias, existe uma política comercial
comum relativamente a países terceiros, a qual se traduz na aplicação de uma pauta aduaneira
comum face a países terceiros. Outra característica desta etapa de integração é a negociação
conjunta de acordos com países terceiros, como acontece entre a União Europeia e o Mercosul.

Nesta etapa há possibilidade de as mercadorias vindas de terceiros países entrarem pela fronteira
mais favorável ( com tarifas aduaneiras mais baixas) e só depois se dirigirem ao país de destino,
não pagando direitos nessa viagem, deixa de existir já que os países aderentes, para além da
eliminação das barreiras, estabelecem uma pauta comum face aos países terceiros.

3. Mercados comuns (MC)

Esta etapa, além de conter as características típicas das uniões aduaneiras ( abolição de tarifas e
barreiras comercias entre os membros do bloco interligado e a harmonização das politicas
aduaneiras) identifica-se pela liberdade de circulação de mão-de-obra, serviços e capital. Sendo
uma etapa mais completa do que a união aduaneira. É o caso da União Europeia (EU).2

4. Uniões económicas (UE)

A etapa das uniões económicas vai muito além dos mercados comuns, na medida em que nelas
existe já um determinado nível de harmonização de políticas económicas, o que significa um

1
COELHO, Teresa Margarida Sobral Bento (2003) Desenvolvimento e cooperação Internacional, pag. 14 e 15.
2
https://trilhante.com.br/curso/direito-de-integracao-economica/aula/etapa-do-processo-de-integracao-
economia-2
grau de envolvimento entre países integrados bem mais elevado do que o existente naqueles ou
melhor, após a eliminação de barreiras á circulação de bens, capitais e pessoas, os países passam
a coordenar as suas políticas de regulação da economia, em aspectos tais como, a fiscalidade,
segurança social, legislação comercial.

5. Uniões económicas e Monetárias (UEM)

Esta etapa constitui o mais elevado nível de integração possível entre os países independentes.
Para além da liberdade de circulação de mercadorias, capital e trabalho. Da PEC e de um
conjunto de políticas económicas comuns, as uniões económicas e monetárias caracterizam-se
ainda pela criação de autoridades supranacionais, que estão, politicamente, acima dos governos
nacionais, os quais devem, por isso, obedecer às suas decisões ( harmonização das instituições
políticas).

Para além destas etapas um determinado país, ou conjunto de países, poderá estabelecer acordos
preferenciais de comércio com outros países, através da imposição de tarifas aduaneiras mais
baixas ás importações, sem para isso estar sujeito as regras que regulam os blocos económicos
regionais.3

Alguns Blocos Económicos


 ALCA: Acordo de Livre Comércio das Américas;
 APEC: Cooperação económica da Ásia e do Pacífico;
 MERCOSUL: Mercado Comum do Sul;
 NAFTA: Acordo de Livre Comércio da África do Norte;
 UE: União Europeia

Blocos Africanos:

 CAO: Comunidade da África Oriental;


 UEMOA: União Econômica Monetária do Oeste Africano;
 CEEAO: Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.

3
MAZIVE, Salomão Inocêncio de Jesus (2009) Impacto da zona de comércio Livre da SADC nas receitas do Estado,
pag. 10 e 11
Integração Económica na SADC
A comunidade de desenvolvimento da África Austral (SADC) tem como objectivo promover
uma maior cooperação e integração económicas, com vista a alcançar o desenvolvimento e o
crescimento económico sustentáveis, erradicando a pobreza, elevando o padrão de qualidade de
vida das pessoas. A SADC enquadra-se ainda na Zona de comércio livre.

RELAÇÃO ENTRE A INTEGRAÇÃO REGIONAL E O


MULTILATERALISMO DEFENDIDO PELO OMC E O GATT
(Integração regional como desvio ao princípio da Nação mais favorecida)

Aparentemente, a integração regional entraria em choque com o princípio mais importante que
rege o comércio multilateral defendido pela OMC e pelo GATT, o princípio da nação mais
favorecida, segundo o qual as vantagens comercias oferecidas a um dos membros do GATT ou
da OMC devem ser estendidas aos demais ( princípio da não-discriminação). A pergunta que se
coloca é: até que ponto os processos de integração regional actuam como complementares ou
obstaculizadores dos objectivos defendidos pela OMC e pelo GATT. Tanto o GATT e a
integração regional são instrumentos que visam a eliminação das barreiras e entraves comerciais
entre os países , sendo que o primeiro faz de forma indiscriminada e o segundo faz de
discriminada, não se estende a todos os países signatários do acordo multilateral, o que poderia
comprometer os objectivos maiores da liberalização mundial do comércio o que de certo forma
não acontece pois, a integração regional para além de garantir os intercâmbios comerciais e
financeiros intrarregionais, também caminha para novas formas de organização política,
funcionando como um factor de estabilidade dos Estados membros na ordem internacional.
Ainda que principal agente da integração regional seja o próprio mercado, por meio dela os
Estados buscam recuperar parte da sua autoridade política territorial, mediante participação em
organizações regionais, fortalecendo a sua capacidade contratual.4

Ainda que pareça contraditório, os acordos comerciais regionais podem, muitas vezes, servir
realmente de apoio ao sistema multilateral defendido pela OMC e pelo GATT, pois tais acordos
permitem que os grupos dos países negociem normas e compromissos que vão além do que seria
4
LAFER, Celso (1996) Comércio internacional multilateral e regionalismo. In MARCOVICH (ORG.) Futuro do
comercio internacional de Marrakesh a cingapura, pag. 85-86
possível multilateralmente. Esses acordos fortalecem os países membros, principalmente os sub-
desenvolvidos para enfrentar as dificuldades encontradas no comércio multilateral contribuindo
assim para o seu desenvolvimento. O GATT reconhece no seu art XXIV no 4° parágrafo a
importância das iniciativas regionais para o comercio internacional mas a integração regional
deverá harmonizar-se com as normas multilaterais de regulação do comércio definidas pelo
GATT e pela OMC, permitindo assim a coexistência entre o regionalismo e o multilateralismo. 5

OBJECTIVOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS DA


INTEGRAÇÃO ECONÓMICA
A integração económica pode assumir cinco formas/etapas diferentes, conforme foi
apresentado.

A escolha pela via da integração económica, concretamente por determinada forma de


integração, tem evidentemente, por base atingir certos objectivos (comuns) económicos, mas
também de ordem política e estratégica.
Sob ponto de vista estritamente económico, os países sentem-se motivados para integrar um
grupo económico se reconhecem que isso lhes trará vantagens económicas, ligadas, por
exemplo, ao aumento da produção (causado pela especialização económica- tendo por base as
vantagens comparativas de cada país ou pelo aproveitamento de economias de escala), ao
aumento da produtividade e eficiência (causadas pelo aumento da concorrência dentro da área
integrada), à melhoria dos termos de troca da região face ao resto do mundo (o que significa
um aumento de competitividade externa), ou ao aumento dos fluxos de capitais e avanço
tecnológico.

E, para além do objectivo essencial de promoção da eficiência na afectação de recursos, outros


objectivos comuns poderão estar na base da integração económica, tais como os do pleno
emprego, do crescimento económico e de distribuição internacional do rendimento.

Para além dos aspectos económicos, o processo de integração permite também aos Estados
nacionais atingirem outras metas, nomeadamente de cariz político e estratégico.

5
SANTOS, Roberto de Almeida Luquini Nara Abreu (2009) Multilateralismo e o regionalismo no âmbito da
liberalização do comércio interncional, pag. 93, 94.
Particularmente, esta opção tem tido algumas vezes por finalidade pôr termo a tensões
políticas desgastantes, numa clara aposta na pacificação entre as nações envolvidas. A
integração regional tem, aliás, uma importância política, económica e estratégica cada vez
mais acentuada, à medida que o Mundo vai ficando mais estreito (porque o fenómeno de
globalização vai tomando forma), os mercados mundiais mais abertos e as economias
nacionais mais interdependentes. Outras vezes, os objectivos são de carácter sociocultural e
visam, por exemplo, manter tradições, aprofundar os laços históricos, ou promover património
comum (como a língua, religiões ou etnias).

Vantagens e desvantagens da integração económica


As vantagens e desvantagens que a integração económica poderá trazer aos países envolvidos
devem ser analisadas caso a caso, sem que se possam tirar conclusões generalizadas.

No que toca as vantagens, estas podem ser classificadas em tres categorias:

Comerciais:

 A integração econômica gera uma redução substancial no custo do comercio;


 Melhora a disponibilidade e a seleção de bens e serviços;
 Aumentar a eficiência, que gera maior poder de compra;
 Promove a cooperação energética entre países e a capacidade de negociação comercial
individual

Trabalho:

 A população se beneficia aumentando a taxa de ocupação. As oportunidades de emprego


crescem devido à expansão do mercado, como resultado da liberalização do comercio,
troca de tecnologia e fluxos de investimento estrangeiro.

Politicas:

 Os laços de amizade e cooperação politica entre os países signatários são reforçados


 Fortalecimento institucional e resolução pacifica de conflitos
 A capacidade de negociação politica dos países é aprimorada negociando blocos e
maximizando as relações internacionais
 Aumento do fluxo de pessoas entre países.

No que toca às desvantagens, importa referir que a possível mais gravosa é quando o
processo de integração se revela desviador de comércio, reforcemos dois pontos essenciais.
O primeiro, diz respeito à perda de parte das receitas dos Governos dos países que optam pela
via da integração. Na realidade, a remoção dos direitos alfandegários ao comércio dentro da
região integrada leva a que deixem de entrar nos cofres do Estado parte das receitas (fiscais)
oriundas dos impostos às importações de países terceiros, já que o comércio com os países
parceiros passa a ser livre e, por isso, não sujeito a tarifas alfandegárias. Evidentemente que
este efeito será tanto maior quanto mais desenvolvidas forem as trocas comerciais com os
futuros países parceiros, antes da formação do bloco económico regional.
O segundo ponto diz respeito à relativa perda de autonomia, em termos de política económica,
dos Governos cujos Estados se integram em blocos económicos regionais.
A eliminação dos direitos aduaneiros ao comércio de mercadorias (e também de factores, no
caso do Mercado Comum ou formas de integração superiores) dentro da região integrada
representa, sem dúvida, um passo importante na direcção do comércio livre, e tem por base, a
obtenção de determinadas vantagens económicas. No entanto, e para além das desvantagens
potenciais já referidas, constam também as relacionadas com impactos negativos na afectação
de recursos e no bem-estar (nomeadamente nos casos em que o processo de integração
económica resulta em desvio de comércio), é evidente que os países perdem um importante
instrumento de política económica: deixam de poder influenciar o comércio através da
imposição de direitos aduaneiros.

IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA PARA OS


PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
As condições económico-sociais dos países em desenvolvimento são, em diversos aspectos,
totalmente diferentes das dos países industrializados, pelo que o processo de integração
económica deverá ser visto, para estes, numa óptica também diferente, à luz não apenas da
afectação de recursos existentes, recorrendo à luz de outros objectivos, de
crescimento/desenvolvimento económico- por natureza, de longo prazo. Assim, os efeitos
dinâmicos da integração têm para estes países tem uma importância acrescida.
As condições favoráveis à criação de comércio são inexistentes em países desenvolvimento.
Nestes, o nível de produção interna é relativamente baixo, sendo o comércio externo
extremamente importante- exportações de matérias-primas e importações de bens finais ou
intermediários, sendo este, desenvolvido essencialmente com países industrializados.

Para estes países as potenciais vantagens da integração não deverão ser vistas com base na
afectação de recursos existentes (uma análise claramente estática), mas sim, como se disse, com
base noutros critérios, nomeadamente, nos benefícios dinâmicos da integração, olhando para os
efeitos que a criação de mercados regionais tem sobre esses países, quer através das maiores
oportunidades de investimento (interno e estrangeiro) que eles proporcionam, quer pela
inevitável necessidade de mobilizar recursos disponíveis (ou potenciais) que, a prazo, a nova
situação implica. Portanto, para estes países a integração poderá estimular o crescimento
económico, por lhes permitir ultrapassar determinados problemas concretos que afectam as suas
economias.6
Desde logo, a integração económica representa um alargamento do mercado interno,
possibilitando fazer face a uma das maiores dificuldades dos países em vias de
desenvolvimento, precisamente a estreiteza dos seus mercados domésticos, quer em dimensão,
quer em termos de poder de compra. A integração oferece, assim, a possibilidade quer de
viabilizar o desenvolvimento de determinadas indústrias que o reduzido mercado interno
impossibilita, quer de produzir a uma escala superior, podendo reduzir os custos e libertar
recursos para potenciais investimentos lucrativos.7
A integração dos mercados é fundamental para alcançar esse objectivo de promoção da
industrialização, ainda muito incipiente nestes países. Sem ela, os países, com mercados
internos muito reduzidos, continuam a não ter capacidade para produzir a baixos custos, o que
resulta inevitavelmente num aumento de preços a pagar pelos consumidores, e numa
enorme incapacidade para competir no mercado mundial. A tendência será, então, a de
proteger as indústrias nacionais das importações estrangeiras - estratégia de substituição de
importações-, tornando-as ineficientes. Por outro lado, sem a integração regional, os países de
uma mesma região, sobretudo se têm estruturas produtivas e recursos semelhantes, tendem a
desenvolver as mesmas unidades industriais e a competir entre si, ao invés de procurarem uma

6
COELHO, Teresa Margarida Sobral Bento (2003) Desenvolvimento e cooperação Internacional, pag. 30.
7
https://jus.com.br/amp/artigos/3307/1
cooperação inter-regional. Mas, deste modo, as industrias, instaladas em diversos países
vizinhos, não conseguem produzir a larga escala e ser competitivas- porque estão demasiado
protegidas e o mercado interno é limitado- e verifica-se, simultaneamente, um enorme
desperdício de recursos ao nível regional.

Portanto, o desenvolvimento industrial coordenado só é efectivamente possível com a


integração e com o alargamento do mercado interno que lhe está associada, permitindo
aproveitar economias de escala- produzindo maiores quantidades (para o mercado interno
alargado e para exportação) a menores custos-, poupar divisas- através de alguma substituição
de importações (à escala regional) e promoção de exportações, bem como empregar os
recursos disponíveis em sectores produtivos.
Uma outra vantagem da Integração Regional para os países em desenvolvimento é o facto
de lhes garantir uma maior estabilidade económica, o que, para além de tornar a região
menos dependente dos mercados internacionais, lhe permitirá atrair investimento estrangeiro,
com todas as vantagens daí resultantes (nomeadamente o acesso a novas tecnologias e savoir
faire, e a criação de novos postos de trabalho). Mais ainda, a integração regional
possibilita aos países melhorarem os seus termos de troca em relação ao resto do mundo (já
que, ao aumentarem as exportações - como resultado do alargamento do mercado e
aproveitamento de economias de escala -, passam a ter maior influência nos preços dos seus
produtos nos mercados internacionais, o que, paralelamente, reduz a sua dependência externa).
Esta é uma questão essencial - na medida em que funciona como um motor do
desenvolvimento destes países fortemente dependentes das flutuações dos preços mundiais dos
seus escassos bens de exportação, e com economias financeira, técnica e
tecnologicamente muito pobres.
O principal objectivo da integração económica entre estes países é, mais do que a afectação
óptima de recursos existentes, promover o desenvolvimento industrial e consegui-lo de forma
mais eficiente do que a protecção aduaneira unilateral permite.
Para além das vantagens puramente económicas, este processo permite aos PVD´S
aumentarem o seu poder negocial, económica e politicamente, em futuras relações externas
A integração poderá trazer vantagens em termos de crescimento económico para as economias
dos países em desenvolvimento. As “técnicas” de integração não passarão, assim,
necessariamente, pela liberalização rápida e total das trocas comerciais dentro da zona, mas
sim por acordos/negociações entre todos os países membros, com vista quer à localização de
novas indústrias, quer à racionalização da actividade produtiva existente, para que se possam
promover a especialização e o desenvolvimento económico e, paralelamente, evitar
desequilíbrios regionais indesejáveis. Particularmente, poderão continuar a existir, mesmo,
algumas medidas protecionistas ao comércio inter-regional, ainda que temporárias.
Apesar da enorme importância da integração económica regional para os países em
desenvolvimento, na verdade ela tem encontrado muitos obstáculos, de ordem económica e
política, alguns deles extremamente difíceis de ultrapassar, dentre os quais: as escassas
relações comerciais entre países do Sul quando comparadas com as que se desenvolvem entre
países em vias de desenvolvimento e países desenvolvidos, o que pode prejudicar o processo
de integração; as dificuldades nas negociações sobre que países vão produzir o quê, na
perspectiva de se produzirem novos bens na região integrada; as dificuldades inerentes à
remoção das barreiras ao comércio, sobretudo no caso de países tradicionalmente deficitários;
e o enorme problema associado à distribuição regional dos ganhos e perdas da integração. A
estes obstáculos deverão, evidentemente, acrescentar-se outros, de cariz político, como a
incompatibilidade entre diferentes sistemas políticos existentes nos países em causa.

IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DA ÁFRICA AUSTRAL PARA


Moçambique
A integração da África Austral tem se tornado um instrumento fundamental para o
crescimento econômico em Moçambique. O primeiro efeito do processo de integração
regional começou pela necessidade de Moçambique fazer grandes esforços no sentido de
cumprir com as metas de convergência. Como tal, o país teve que estabelecer estratégias
que levassem ao cumprimento das referidas metas, que direta ou indiretamente tiveram
impacto na economia. A taxa de crescimento da economia de cerca de 7% em média ao
ano, nos últimos 10 anos, foi atingida graças aos grandes investimentos realizados desde a
área de agricultura, infra-estruturas, estradas e pontes (incluindo a ponte da unidade e a
ponte sobre o Rio Rovuma que liga Moçambique à Tanzânia), energia elétrica e a
eletrificação do país, melhoramento dos ambientes de negócios, políticos e sociais.
Com o surgimento de novas necessidades vindas deste processo de integração,
Moçambique tem procurado revitalizar os portos e Corredores de Desenvolvimento,
criando zonas francas especiais e atraindo investidores nacionais e estrangeiros, procurando
se adequar às necessidades impostas pela união regional.
CONCLUSÃO

A integração regional é um instrumento que visa eliminar as barreiras para circulação de pessoas
e bens entre os países interligados. A integração económica tem como principais fases ou etapas
as seguintes: zona de comércio livre (ZCL) com objectivo de eliminar barreiras alfandegárias e
aduaneiras entre os Países interligados mantendo a sua pauta aduaneira, a União aduaneira
(UA)nesta etapa para alem da eliminação de barreiras a circulação de mercadorias, os Países
interligados apresentam uma pauta aduaneira comum, A União económica (UE) esta vai muito
além dos mercados comuns pois apresentam políticas já harmonizadas, os Mercados comuns
(MC), para alem de apresentar as características comuns da União aduaneira apresenta também
a livre circulação de mão-de-obra, a União económica e monetária (UEM) constitui o nível mais
elevado de integração dos países desenvolvidos.

O processo de integração económica consiste num processo voluntário de crescente


interdependência de economias separadas e a sua fusão em um bloco económico mais amplo,
que passa pela remoção de barreiras a livre circulação de bens e factores de produção e pela
instituição de uma ordem unitária, este facto acarreta consequências de diversa ordem e, por
conseguinte, vantagens e desvantagens que são avaliadas casuisticamente, porém se pode
destacar o aumento da produtividade e, ou ao aumento dos fluxos de capitais e avanço
tecnológico, o processo de integração permite também aos Estados atingirem outras metas, e
desta forma os estados tem objectivos que visam a dinamizar a sua economia como o aumento do
nível geral da produção, para aproveitar as economias de escala e de promoção da eficiência na
afectação de recursos.

A integração económica é de grande importância nos países em desenvolvimento. O principal


objectivo da integração económica entre estes países é, mais do que a afectação óptima de
recursos existentes, promover o desenvolvimento industrial e consegui-lo de forma mais
eficiente do que a protecção aduaneira unilateral permite.

Para além das vantagens puramente económicas, este processo permite aos países em
desenvolvimento aumentarem o seu poder negocial, económica e politicamente, em futuras
relações externas. A integração poderá trazer vantagens em termos de crescimento económico
para as economias dos países em desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Manuais de Referência:

COELHO, Teresa Margarida Sobral Bento (2003) Desenvolvimento e cooperação Internacional;

LAFER, Celso (1996) Comércio internacional multilateral e regionalismo. In MARCOVICH (ORG.) Futuro
do comercio internacional de Marrakesh a cingapura;

MAZIVE, Salomão Inocêncio de Jesus (2009) Impacto da zona de comércio Livre da SADC nas receitas do
Estado;

SANTOS, Roberto de Almeida Luquini Nara Abreu (2009) Multilateralismo e o regionalismo no âmbito
da liberalização do comércio internacional;

Sites de internet

https://trilhante.com.br/curso/direito-de-integracao-economica/aula/etapa-do-processo-de-integracao-
economia-2

https://jus.com.br/amp/artigos/3307/1

Você também pode gostar