Você está na página 1de 9

INTRODUÇÃO

A criação de zonas de comércio livre, dá-se por meio de


acordo entre dois ou mais estados e tem como princípio a abolição
de quaisquer tarifas ou barreiras, nomeadamente de natureza fiscal
e aduaneiras que existam relativamente ao comércio entre os
países que a constituem.

O objectivo de Zonas de Comércio Livre, é:


 Estimular o crescimento económico através da livre circulação
de capitais de bens e serviços, da redução e unificação das
tarifas alfandegárias de exportação e importação nas relações
comerciais, reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida
das populações.
Entretanto, existem distintas modalidades de Zonas de
Comércio Livre.

* União aduaneira, que adopta uma tarifa externa comum e a livre


circulação de mercadorias;
* União económica e monetária, eliminação de tarifas aduaneiras,
permite a livre circulação de cidadãos de países membros e unifica
a moeda em circulação entre países;
* Mercado comum, em que elimina-se as tarifas aduaneiras e
permite a livre circulação de pessoas e bens.

1
- FACTOR A CONSIDERAR QUANTO A ADESÃO DE ANGOLA Á
ZONA DE COMÉRCIO LIVRE (ZCL) DA SADC

Angola é considerada potência regional emergente, pela


expansão da indústria petrolífera, pelos avanços tecnológicos e
pelas condições sociais e políticas favoráveis. A isso, o potencial
agrícola e turístico.

Um dos factores a considerar a integração de Angola na ZCL,


é o desenvolvimento económico do país. Sendo que, os países com
baixo níveis de desenvolvimento económico, a complexidade nas
questões aduaneiras, tendem a ter resultados com impacto pouco
significativo nas suas economias.

- SOBERANIA E INTERESSE NACIONAL

A ligação entre a integração política e económica, implica que


a integração regional poderá ser comprometida quando os estados
não estão interessados em criar instituições conjuntas.

A criação de instituições políticas e regionais, exige a


cedência de certo grau de soberania nacional, os estados precisam
delegar parte da sua autoridade as instituições regionais. Exige dos
estados membros aceitação de certa forma, de interferência
organizacional nos seus assuntos internos embora aconteça com
consentimento do estado.

Defesa de soberania nacional perante a integração regional


frágil, oposição a interferência e a resistência a partilha da
soberania, tem comprometido a integração regional.

A experiência da África Austral, indica que a questão de


soberania nacional e a actitude dos estados membros são
fundamentais para entender a natureza da integração nacional na
SADC. Em contraste a integração europeia com sucesso, é
caracterizada pela partilha da soberania e a aceitação da
necessidade de criar uma estrutura supranacional que regula e
limita a liberdade individual dos estados.

2
- CONDIÇÕES À ADESÃO DE ANGOLA À ZONA DE COMÉRCIO
LIVRE DA SADC

Ante o potencial regional emergente de Angola, pela


expansão do potencial petrolífero, é necessário um trabalho interno
em virtude da situação vivida num longo período de guerra.

A adesão à ZCL da SADC é imprudente no actual contexto e


não pode ser encarada como um passo favorável no
desenvolvimento económico. A promoção do comércio
internacional, não está somente voltada a criação de boas
condições para importação de bens, mas, abrange também a
preparação de condições favoráveis ao tecido produtivo nacional,
que promovam as exportações.

Das justificações oficialmente dadas, sobre o adiamento é que


a abertura ao comércio, seria fatal à nossa actividade económica.
Se nos abrirmos ao mercado, deixariamos de produzir muito do que
temos de produzir e seriamos simples consumidores mas, vale
salientar que a integração regional, aumenta a dimensão económica
para onde as empresas produzem e obriga a fazê-lo em condições
de competitividade.

A integração também é válida, porque identifica as actividades


de maiores vantagens acomparativas dentro de cada país,
ajudando o estado a definir políticas de ajustamento e de
valorização dessas.

A adesão plena de Angola à ZCL com sucessivos adiamentos


não serão os empresários ou as suas empresas a perderem mas, o
país e o bem-estar nacional.

Angola havia criado um grupo de trabalho em 1999, cujo


escopo foi estudar, analisar, compreender e identificar as vantagens
e desvantagens da adesão do país a um protocolo de livre
comércio, que estava em discussão nesta altura e também o que
fazer para o exercício da sua economia aberta.

Neste documento, consta uma agenda da competitividade


indistrial e agricultura, várias actividades, produtos classificados
segundo seu grau de capacidade de competitividade, as fraquesas
da economia nacional limitadas de uma participação vantagiosa no
mercado da SADC e uma avaliação estimativa de eventual queda

3
de receitas fiscais de correntes da doação de uma pauta aduaneira
zerada face os restantes parceiros da região.

O estado criou e disponibilizou muitas linhas de crédito ao


sector empresarial, melhorou os processos burocráticos, promoveu
a estabilidade macro-económica e garantiu a estabilidade política.

A classe empresarial será o problema? Parece que sim, por


temor aos interesses pessoais fazendo passar a mensagem de
defender o país da concorrência externa.

4
CONCLUSÃO

A integração de angola à Zona de Comércio Livre (ZCL),


deve-se materializar, baseando-se numa política de prolongado
desmantelamento tarifário ao longo de um período isto é, um
esquema mais lento de redução de tarifária que visa-se a protecção
da industrialização embrionária e de novas indústrias, conforme a
oferta tarifária elaborada pelo grupo técnico multissectorial.

Buscar medidas que eliminam as tarifas, quotas e


preferências que recaem sobre a maior parte dos bens importados.

Eficiência na produção e do princípio da vantagem


comparativa onde o comércio entre estados pode ser benéfico
mesmo quando no fabrico de todos os bens, um dos países é
menos produtivo, como é o caso do Mercosul no contexto da
formação dos blocos económicos.

Minimizar as perdas e garantir a maximização dos lucros para


integração de Angola à ZCL.

Desenvolver a indústria local para que os produtos possam


competir de igual forma com as indústrias mais robustas como a
África do Sul, mediante a criação de pôlos industriais, projecto
Angola Investe, PRODESI (Programa de Apoio a Produção,
Diversificação das Exportações e Substituição de Importação) entre
outros que visam diversificar e relançar a produção nacional
visando a exportação.

É imperioso ressaltar que a integração é um dos passos que


se exige para restaurar a nossa porsperidade económica no
contexto nacional e internacional.

5
- REREFRÊNCIA (BIBLIOGRAFIA)

Gaspar Ana (2021) “Impacto da Integração de Angola na Zona do


Comércio Livre da SADC”

Rocha Alves (2014) “Uma vez mais adiado a adesão de Angola à


Zona de Comércio da SADC” Jornal Expansão

Revista Inclusiones (2015), Vol. 2 nº 4

Forbes África Lusófona (2021)

6
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................ 1
- FACTOR A CONSIDERAR QUANTO A ADESÃO DE ANGOLA Á
ZONA DE COMÉRCIO LIVRE (ZCL) DA SADC .............................. 2
- SOBERANIA E INTERESSE NACIONAL ...................................... 2
- CONDIÇÕES À ADESÃO DE ANGOLA À ZONA DE COMÉRCIO
LIVRE DA SADC ............................................................................. 3
CONCLUSÃO .................................................................................. 5
- REREFRÊNCIA (BIBLIOGRAFIA)................................................. 6

7
ACADEMIA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E TECNOLOGIAS – ACITE

ADESÃO DE ANGOLA Á ZONA DE COMÉRCIO LIVRE DA SADC

MÁRIO RUI A. FORTUNA

Trabalho avaliativo apresentado como


requisito parcial da disciplina de Políticas
Monetárias e Regulação Financeira, do
Curso de Mestrado em Economia e
Finanças Internacional.

Professor: José Pedro Castanheira

Luanda, Fevereiro / 2023

8
9

Você também pode gostar